Conjuntura da Construção

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Ano XII | nº 3 | outubro 2014

A CONSTRUÇÃO DO BRASIL Por uma agenda prioritária a favor do investimento

A produtividade dentro e fora do canteiro de obra

O perfil das empresas de construção no Brasil


ÍNDICE

4 Perspectivas A construção do desenvolvimento: por um país na rota da eficiência e da justiça social

8

Produtividade, o desafio

A importância de ações coordenadas na edificação

11

Inovação e industrialização do canteiro de obra

13

Retrato setorial

Fim de um ciclo

17

Visão urbana

Smart cities, smarter citizens

19

Conjuntura

Desaceleração: ciclo ou tendência?

21

Indicadores

A Conjuntura da Construção está disponível para download nos sites: www.construdata.com.br www.sindusconsp.com.br

EXPEDIENTE

OUTUBRO 2014

Conjuntura da Construção é uma publicação trimestral conjunta do SindusCon‑SP e da FGV. É permitida a reprodução total ou parcial da publicação. Vice‑presidente de Economia do SindusCon‑SP: Eduardo May Zaidan Editores: Ana Maria Castelo e Edney Cielici Dias (executivo) Colaboraram nesta edição: Denise Inoue, Laurent Broering, Nathália Espinosa, Roseane Petronilo, Robson Gonçalves, Sérgio Camara Bandeira Produção Gráfica: Lucia Paiva Ilustração da capa e infográficos: Mario Kanno Montagem: Carol Kamakura Fotos: Thinkstock Jornalista Responsável: Rafael Marko. MTE 12522 Publicidade: Ana Maria Castelo, Tel.: (11) 3799 2371, Fax: (11) 3799 2375, e-mail: ana.castelo@fgv.br. Av Paulista 548 - 6º andar, São Paulo - SP, 01310-000, Tel.: (11) 3799 2371 / 2356

Presidente: José Romeu Ferraz Neto Vice-presidentes: Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua Representantes junto à Fiesp: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto,Cristiano Goldstein, João Claudio Robusti Diretores Regionais: Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru) Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André) SindusCon‑SP: Rua Dona Veridiana 55, São Paulo ‑ SP, 01238‑010, Tel.:(11) 3334 5642, Fax: (11) 3224 0566 R. 306, www.sindusconsp.com.br

Instituto Brasileiro de Economia Diretoria: Luiz Guilherme Schymura de Oliveira Vice‑Diretoria: Vagner Laerte Ardeo Superintendência de Clientes Institucionais: Rodrigo de Moura Teixeira Superintendência de Produção de Bens Públicos: Vagner Laerte Ardeo Superintendência de Estudos Econômicos: Marcio Lago Couto Superintendência de Planejamento e Organização: Vasco Medina Coeli Controladoria: Regina Célia Reis de Oliveira

Instituição de caráter técnico‑científico, educativo e filantrópico, criada em 20 de dezembro de 1944, como pessoa jurídica de direito privado, tem por finalidade atuar no âmbito das Ciências Sociais, particularmente Economia e Administração, bem como contribuir para a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável. Sede: Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro ‑ RJ, CEP 22253‑900 ou Caixa Postal 62.591 ‑ CEP 22257‑970, Tel.: (21) 3799 6000, www.fgv.br Primeiro Presidente e Fundador: Luiz Simões Lopes. Presidente: Carlos Ivan Simonsen Leal. Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque e Sérgio Franklin Quintella. Conselho Diretor Presidente: Carlos Ivan Simonsen Leal. Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque e Sérgio Franklin Quintella. Vogais: Armando Klabin, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque, Ernane Galvêas, José Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Manoel Pio Corrêa Jr.,Roberto Paulo Cezar de Andrade. Suplentes: Antonio Monteiro de Castro Filho, Cristiano Buarque Franco Neto, Eduardo Baptista Vianna, Gilberto Duarte Prado, Jacob Palis Júnior, José Ermírio de Moraes Neto, José Júlio de Almeida Senna, Marcelo José Basílio de Souza Marinho, Mauricio Matos Peixoto. Conselho Curador Presidente: Carlos Alberto Lenz César Protásio Vice-presidente: João Alfredo Dias Lins (Klabin Irmãos & Cia.) Vogais: Alexandre Koch Torres de Assis , Ary Oswaldo Mattos Filho, Dante Letti (Souza Cruz S.A.), Carlos Moacyr Gomes de Almeida , Heitor Chagas de Oliveira, Jaques Wagner (Estado da Bahia), Tarso Genro (Estado do Rio Grande do Sul), Luiz Chor (Chozil Engenharia Ltda.), Marcelo Serfaty, Marcio João de Andrade Fortes, Orlando dos Santos Marques (Publicis Brasil Comunicação Ltda.), Raul Calfat (Votorantim Participações S.A.), Ronaldo Vilela (Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Previdência Complementar e de Capitalização nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), Angélica Moreira da Silva (Federação Brasileira de Bancos), Sandoval Carneiro Junior, Sérgio Ribeiro da Costa Werlang, Mauro Sérgio da Silva Cabral (IRB-Brasil Resseguros S.A.), Tomas Brizola (Banco BBM S.A). Suplentes: Aldo Floris, Emerson Furtado Lima (Brookfield Brasil LTDA), Luiz Roberto Nascimento Silva, José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, Manoel Fernando Thompson Motta Filho, Murilo Pinto de Oliveira Ferreira (Vale S.A.), Nilson Teixeira (Banco de Investimentos Crédit Suisse S.A.), Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro Aranha Participações S.A.), Patrick de Larragoiti Lucas (Sul América Companhia Nacional de Seguros), Rui Barreto (Café Solúvel Brasília S.A.), Sergio Lins Andrade (Andrade Gutierrez S.A.), Victorio Carlos de Marchi.


01 EDITORIAL

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

TEMPO DE DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES

A

economia brasileira deverá passar por uma rodada de ajustes e isso implicará a diminuição da capacidade de investimento do Estado. Ressalve-se que as medidas de contenção de gastos e de reajustes de preços represados pelo governo são bem-vindas, tendo em vista o funcionamento da economia como um todo. Mas essa situação torna imperioso o estabelecimento de uma agenda de prioridades de políticas públicas essenciais para a retomada do investimento, tanto público como privado. Neste delicado processo de escolha, duas áreas merecem especial atenção do governo e estão diretamente ligadas à cobertura desta revista: a infraestrutura e a habitação. Como se sabe, é desafio destravar o investimento e estimular a competitividade do Brasil. O atraso no transporte, na energia e no saneamento são fatores limitadores do potencial de crescimento do país e, mais do que nunca, avanços nessas áreas não podem ser protelados. Progredir nessa agenda envolve o equacionamento de questões regulatórias capazes de atrair o capital privado, aliviando peso do investimento público. No que se refere à habitação, setor favorecido por reformas bem-sucedidas, cabe ressaltar o papel da edificação de edifícios para o emprego setorial, bem como a importância de estabelecer continuidade e metas plurianuais para o Programa Minha Casa, Minha Vida, de forma a aprofundar o combate ao déficit habitacional e a incentivar as empresas envolvidas em moradia social a investir em produtividade. Valiosa tem sido a contribuição da construção para o desenvolvimento brasileiro. A hora é de aprofundamento e aperfeiçoamento de ações, em um diálogo frutífero entre o governo e o setor privado. Esta edição traz contribuições importantes para esse debate. Boa leitura.

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Frases DIVERGÊNCIAS E INCERTEZAS Divergências entre economistas são saudáveis. Refletem o fato de que sua disciplina engloba uma coleção diversa de modelos e de que casar a realidade com modelos é uma ciência imperfeita, com grande margem de erro. É melhor expor o público a essas incertezas do que tranquilizá-lo com uma falsa sensação de segurança com base na aparência de conhecimento. Dani Rodrik, economista de Harvard, no Valor Econômico de 15 de agosto.

CRISE CLIMÁTICA Eventos extremos relacionados à mudança do clima tornaramse uma centena de vezes mais comuns nos últimos 30 anos. Coisas que aconteciam a cada 500 ou mil anos estão ocorrendo com muita frequência. A pressão dos cidadãos tem que ser mobilizada para convencer os formuladores de políticas públicas a fazer a coisa certa. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental.


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PERSPECTIVAS

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

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Retrato das mudanças do Brasil

A construção civil alavancou o crescimento brasileiro no período 2003-2013, acumulando uma evolução de 47,1%

47,1

45,9

23,9

PIB

Construção

Fonte: IBGE

Indústria de transformação

Cai o desemprego e aumenta o rendimento dos trabalhadores da construção 2000

Rendimento real ocupados na construção

Taxa de desocupação na construção

1.758

1.800

10

8

1.600

6

1.400

4

2

1.200

2,4 0

1.000

dez/2003 dez.2007

dez/2004

dez/2005

dez/2006

dez/2007

dez/2008

dez/2009

dez/2010

dez/2011

dez/2012

dez/2013 dez.2017

Fonte: IBGE

São criados 2,23 milhões de postos de trabalho no período 4

3

Emprego com carteira na construção (milhões)

2

1,22

2,96

3,45

1,63

1

0

dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13 Fonte: MTE, SindusCon-SP/FGV

Mas tudo isso ainda é pouco, pois é baixo o investimento em infraestrutura e o déficit habitacional é superior a 5 milhões de unidades


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A CONSTRUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO: POR UM PAÍS NA ROTA DA EFICIÊNCIA E DA JUSTIÇA SOCIAL A economia brasileira demanda ajustes, mas a visão de futuro deve nortear as ações estratégicas de investimento Edney Cielici Dias e Ana Maria Castelo

C

omo se sabe, as eleições se encerraram deixando como resultado, além dos representantes eleitos, grandes interrogações sobre os rumos da economia. O discurso do período eleitoral se desvanece à medida que existem limitações concretas e questões inadiáveis à espera de respostas. Não resta dúvida de que ajustes são inevitáveis, o que reduzirá o montante de investimentos públicos. O bom senso clama, no entanto, que isso ocorra de forma seletiva, de tal sorte a não comprometer uma agenda estratégica de desenvolvimento. O momento é de escolhas que determinarão o futuro do país nos próximos anos. As políticas públicas são produto de uma conjunção de fatores tomados em conta com pesos diferenciados, mas sempre presentes no processo decisório. Determinadas demandas são escolhidas em detrimento de outras em um contexto político e de limitação de recursos. Em uma face da moeda, governar é estabelecer prioridades a partir de dada composição de poder. A outra face da questão mostra o desafio de resolver problemas, da busca por soluções – o que envolve capacidades do Estado, conhecimentos específicos e aprendizado com experiências do passado. Com esses desafios em mente, cabe uma visão retrospectiva das necessida-

des de investimento no país, das demandas sociais prioritárias e da necessidade de sustentar o nível de emprego. A ideia aqui defendida é simples: o setor da construção ocupa um papel central nas proposições de política pública em todos os aspectos mencionados. Se o desenvolvimento no passado recente teve uma contribuição decisiva da habitação e da infraestrutura, o caminho a ser seguido daqui para a frente implica aperfeiçoamentos de ordem institucional e do ambiente de negócios para maximizar os investimentos e seus efeitos.

À frente no crescimento A construção civil foi um forte propulsor do crescimento recente no Brasil, com seu PIB tendo tido uma evolução acumulada de 47% no período 2003-2013, contra 46% da economia como um todo e apenas 24% da indústria de transformação. Se a taxa de investimento atual é relativamente baixa, ao redor de 18% do PIB no período considerado, é importante notar que a construção foi responsável por aproximadamente 40% desse investimento. No que se refere ao emprego, no mesmo período foram criados 2,23 milhões de postos de trabalho formais pelo setor em todo o País. Nas principais regiões metropolitanas, a taxa de desemprego no setor caiu, e está ao redor de 2%, caracteri-

zando uma situação de pleno emprego. O rendimento médio real dos ocupados no setor evoluiu 63% de dezembro de 2003 a dezembro de 2013. Em outras palavras, houve um forte movimento de contratação formalizada de trabalhadores que implicou grande avanço de poder aquisitivo e escassez da oferta de mão de obra especializada. Na perspectiva da habitação, verificou-se uma mudança de patamar no crédito imobiliário e na política social de moradia, fatores importantes de impulso ao investimento. O crédito habitacional saltou 1,5% do PIB em 2003 para 6,7% em 2013 e o Programa Minha Casa, Minha Vida instalou um novo paradigma de política pública, com 3 milhões de contratações ao fim do último ano. A infraestrutura, por sua vez, ainda não encontrou caminho devidamente pavimentado para sua decolagem, a despeito do avanço mais recente com as concessões e as parcerias público-privadas. A evolução dos investimentos no setor é ainda discreta, chegando a apenas 2,5% do PIB em 2013 – número ainda distante do patamar que pode garantir um crescimento maior para o País. Em outras palavras, não se vislumbra a curto prazo solução dos grandes gargalos produtivos nos setores de energia, transporte e saneamento que comprometem o futuro brasileiro.


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pag6- meia O retomada do crescimento da habitação é produto da expansão do crédito Crédito habitacional - % do PIB

Quadruplicou o número de unidades financiadas pelo FGTS e pelo SBPE Em milhares de unidades 1500

8

6,73

7

1200

SBPE

900

FGTS 529,8

600 300

6

491,2

0

2003

5

4

2010

2013

O volume de empréstimos do FGTS e do SBPE salta de R$ 10 bi/ano para R$ 150 bi/ano

3,48

Valores de 2013, em R$ bilhões

3

2

2006

150

1,5

1,5

1

120

SBPE

90

FGTS

109,2

60 30

40,1

0

dez-03

dez-06

Fonte: Bacen

Lições das reformas As deficiências da infraestrutura são um entrave ao desenvolvimento, funcionando como elemento inibidor da produtividade e do investimento privado. As instituições derivadas da estabilização da economia propiciaram os elementos básicos de previsibilidade, ou seja, de que o país não voltará a sofrer com a alta inflação. A estabilização mostrou-se compatível com o crescimento econômico e com a constante diminuição das desigualdades sociais. A partir dessa base institucional, deve ser consolidado o conjunto regulatório para os investimentos – o que vai definir sua ocorrência, intensidade e a participação de capitais privados. A viabilidade dos investimentos em infraestrutura envolve a diminuição de incertezas de longo prazo, numa conjunção de contexto estável de regras e de remunerações atrativas. A promoção da infraestrutura brasileira é, no entanto, historicamente dependente do Estado, em um modelo que entrou em crise nos anos 80. A

dez-10

dez-13

0

2003

2006

2010

2013

Fonte: Caixa Econômica Federal e Abecip

redefinição desse modelo é uma obra incompleta que deve ser equacionada neste novo mandato presidencial. A infraestrutura, a exemplo do que ocorreu com a habitação, pode e deve deixar de ser problema e ser solução para mudar o quadro de baixo investimento. O impulso da habitação foi fruto de um conjunto de reformas incrementais, estabelecido a partir de uma agenda comum do governo federal e do setor privado. Esse processo ensina que, de modo discreto, reformas focalizadas – como a lei 10.931, conhecida como marco regulatório do setor imobiliário – podem resultar em grande avanço produtivo e de acesso à população a bens e serviços. A parceria entre o governo e o setor privado ganha eficácia e sustentação com o estabelecimento de um ambiente de negócios favorável, capaz de reduzir incertezas e de consolidar vias de investimento. Estudos sobre o setor de construção mostram que a agenda de reformas é vasta – basta lembrar o esforço por maior produtivida-

de, por melhores projetos, por melhor gestão, pela eficiência de trâmites e procedimentos burocráticos, pela transparência de critérios do setor público. Avançar em tantas frentes envolve necessariamente sinergia do governo com os interlocutores do setor da construção. O passado recente mostra que a agenda comum de trabalho deve se fundamentar em um diálogo franco e interessado, que fortaleça a ideia de comprometimento com metas e segurança no estabelecimento e no cumprimento de regras.

Agenda da infraestrutura Analistas ponderam que é necessário, no mínimo, dobrar a taxa de investimento em infraestrutura. O tão esperado salto nesse campo tem sido adiado sobretudo por questões relacionadas à gestão pública, à estratégia a ser adotada e à seleção de prioridades. Recursos – públicos e privados – estão disponíveis e a questão é canalizá-los em um quadro institucional coerente tanto em termos regulatórios como


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Reflexos na indústria de materiais de construção

A produção de tintas cresce 75% Em milhões de litros

Produção de cimento, milhões de toneladas

1500

1.141

1200

80

70,2

70

600

662

300

59,2

60

900

0

2003 50

2006

2010

2013

Fonte: Abrafati

41,8

A produção de vergalhões cresce 72%

40

Em milhões de toneladas

34,0 30

5

4,16

4

20

3 10

2

2,38

1 0

2003

2006

2010

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• Avanços regulatórios que proporcionem regras claras e menor incerteza quanto ao futuro; • Maior independência e qualificação das agências reguladoras; • Expansão dos programas de concessões e de parcerias público-privadas, com modelos que garantam rentabilidade ao investidor; • Programas de qualificação de mão de obra; • Programas de incentivo à produtividade; • No que se refere à estrutura administrativa do Estado, racionalização de processos burocráticos;

2003

2006

2010

2013

Fonte: Instituto do Açobrasil

Fonte: SNIC

de prioridade de políticas públicas. Numa síntese de análises publicadas nesta revista nos últimos anos, pode-se resumir a agenda básica para infraestrutura brasileira nos seguintes pontos:

0

• Agilização dos processos do PAC; • Maior qualidade dos projetos, aliada a rapidez e eficiência nas fases preparatórias.

Agenda da habitação Como ressaltado anteriormente, a habitação serve de exemplo de reformas bem-sucedidas na promoção do investimento. Cabe pontuar, no entanto, que o avanço conseguido nesse campo ainda é insuficiente para equacionar os graves problemas de moradia no país, considerando a problemática social e urbana. Dessa forma, é importante que a oferta de imóveis para as classes de renda mais alta continue em um ambiente de negócios mais favorável, ou seja, com menos morosidade burocrática, com sinalização de estabilidade econômica, com programas de qualificação de mão de obra e com políticas públicas favoráveis ao aumento de produtividade. No que toca especificamente à política

social de habitação, cabe destaque à demanda das entidades da construção com relação a um horizonte de planejamento maior para o Programa Minha Casa, Minha Vida, transformando-o em política de Estado. Isso possibilitaria o estabelecimento de meta factível para eliminação do déficit habitacional, paralelamente servindo como uma sinalização favorável para investimento em produtividade e novas tecnologias por parte das empresas de construção. Adicionalmente, para proporcionar maior velocidade de atendimento e eficácia à política de habitacional, cabem medidas indutoras a uma maior cooperação federativa, no sentido, por exemplo, de provisão de áreas destinadas à habitação de interesse social. Como se sabe, as diretrizes de políticas urbana são de responsabilidade dos municípios e é necessário cobrar dessas unidades da Federação políticas urbanas consequentes, que potencializem recursos disponibilizados pela União e pelos Estados.


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PRODUTIVIDADE, O DESAFIO

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A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES COORDENADAS NA EDIFICAÇÃO As ações para superar a questão da baixa produtividade devem ser sistêmicas, contemplando as dimensões da mão de obra, tecnologia e organização da produção Roberto da Cunha* Sergio Gustavo da Costa**

A

forte expansão da indústria de construção de edifícios em curto período de tempo, em especial a partir de 2007, com a abertura de capital das incorporados e construtoras, exigiu a busca de produção em escala e estratégias de ampliação da base geográfica de atuação por parte dessas empresas. Essas empresas constituíam um conjunto representativo empresarial com capacidade financeira, técnica e gerencial de contribuir para induzir um processo de modernização da cadeia produtiva da indústria de construção de edifícios, mas pela forma desordenada do crescimento do mercado imobiliário e das empresas, isso não aconteceu. Em 2009, dois anos após a intensificação da abertura de capital na Bolsa de Valores, o governo federal lança o Programa Minha Casa, Minha Vida, dentro de um cenário macroeconômico internacional de incertezas e crises. O programa estabelece para o setor – por meio de subsídios, concessão de financiamento, entre outras iniciativas – um novo patamar quantitativo de produção de habitações, com metas ousadas, tendo em conta o histórico da política habitacional do país. Comparados os anos recessivos do passado e o de crescimento dos últimos dez anos, observa-se que a indústria de construção de edifícios não se preparou plenamente no sentido de se estruturar e se planejar para responder às demandas futuras em relação às transformações tecnológicas exigidas para a produção,

A necessidade de intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores implica desafios diversos de modo aproveitar as oportunidades. O cenário atual, mesmo com as incertezas, acena para um período de diminuição do ritmo de crescimento, mas não recessivo, levando, talvez, à manutenção da base conquistada. Com estoque superior a 3 milhões de trabalhadores, taxa de desemprego de 2,5%1 em agosto deste ano e com crédito imobiliário na ordem de 8% do PIB, verifica-se um lastro e uma capacidade instalada que favorece a ação sobre questões estruturais que levem a soluções que respondam à baixa produtividade setorial. O setor, no entanto, certamente não esqueceu o trauma causado pelo colapso do Sistema Nacional de Habitação no início da década de 80, que culminou com a extinção do Banco Nacional da Habitação em 1986, colocando uma pá de cal no movimento de reestruturação produtiva da indústria de construção de edifícios que, na sua origem, tinha obje1  Fonte: PME (Pesquisa Mensal de Emprego) /IBGE

tivo de dar conta do déficit habitacional. Na eventualidade de prevalecer no segundo semestre de 2014 e em 2015 uma interrupção do crescimento dos níveis de atividade, é importante que o trauma do passado não paralise ações de grande importância para o desenvolvimento competitivo do setor.

Fatores de produtividade Ferramental analítico proposto por Ferraz, Kupfer e Haguenauer2, baseado na teoria das vantagens competitivas de Michael Porter, permite que se contextualize conceitualmente o foco e a importância dessas ações. Os autores propõem uma classificação analítica dos determinantes competitivos centrada em três grupos de fatores. Os fatores empresariais seriam aqueles cujo controle se daria fundamentalmente no âmbito interno da empresa como, por exemplo, gestão, produção, vendas e inovação. Os fatores sistêmicos seriam aqueles cujo controle se daria fundamentalmente fora do âmbito da empresa, como as políticas de juros e câmbio. Em uma dimensão intermediária entre os fatores empresariais e sistêmicos, identificam-se os fatores estruturais, que englobam o mercado, a configuração da indústria e o regime de incentivos e regulação. Trata-se de fatores que dependem de relações entre as 2  FERRAZ, J.C.; KUPFER, D.; HAGUENAUER, L. (1995).; Made in Brazil: Desafios Competitivos para a Indústria Brasileira, Rio de Janeiro, Campus.


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empresas e das empresas com a sociedade ou com o governo. O estudo Construção Civil: Desafios 2020, recentemente publicado pelo Sistema Firjan, contando com assessoria técnica da FGV Projetos, envolvendo pesquisa de campo, estudo de prospecção tecnológica e benchmarking internacional, apresenta um diagnóstico para a situação da tecnologia e mão de obra do segmento de construção de edifícios no Brasil.3 Conforme apresentado na Tabela 1, é possível identificar nas questões levantadas fatores de natureza empresarial e estrutural.

Tabela 1 Síntese do diagnóstico para a situação da tecnologia e mão de obra do setor de construção de edifícios no Brasil

Quanto à dimensão da mão de obra, o estudo do Sistema Firjan apresentou levantamento realizado pela FGV junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores visando à avaliação da necessidade de capacitação da mão de obra. Os resultados, apresentados no Gráfico 1, ilustram a preocupação do setor com essa questão.

Gráfico 1 Necessidade de capacitação (Grau 4 ou 5) Técnicos em construção civil e afins 80%

Mestres de obra e encarregados 77%

Operários

Tecnologia

Mão de Obra

76%

Situação

Natureza

Acentuada carência de mão de obra em todos os níveis

Estrutural

Deficiências na formação de projetistas e gestores

Estrutural

Duplo desafio de melhorar a qualificação da mão de obra e reciclá-la para novas tecnologias

Estrutural

Deficiências no ensino formal

Estrutural

Deficiências de projetos/planejamento

Empresarial

Deficiências de normatização e padronização (ABNT NBR 15575/2013 é um passo importante)

Estrutural

Deficiências de coordenação modular dificultando intercambiabilidade de componentes

Estrutural

Deficiências de gestão

Engenheiros, arquitetos e afins 76% 0

Empresarial

Fonte: Sistema Firjan e autores.

3  Disponível em www.firjan.org.br/construcaocivil

10

20

30

40

50

60

70

80

Observação: Foram permitidas respostas múltiplas. Fonte: FGV – Pesquisa junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores.

Os quatro gargalos identificados – carência em todos os níveis, deficiências na formação de projetistas e gestores, duplo desafio de melhorar a qualificação da mão de obra e reciclá-la para novas tecnologias e deficiências no ensino formal – são de natureza estrutural. A composição etária da população brasileira tem se transformado, a população está envelhecendo e a taxa de fecundidade diminuiu. O setor não voltará a contar com farta disponibilidade de mão de obra. O nível de escolaridade da população tem se elevado de modo contínuo. Os jovens ficam mais tempo na escola e conquistam a possibilidade de escolher melhores empregos. As mulheres possuem escolaridade superior a dos homens. Os jovens e as mulheres, as duas bases de desejo do setor para ampliar o recrutamento de mão de obra operacional, serão cada vez menos atraídos para trabalhar nos canteiros de obras. Assim, melhorar a atratividade para a carreira da construção é um dos prin-

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cipais desafios do setor. O estudo do Sistema Firjan chama a atenção que a atratividade de um setor econômico, em relação aos empregos ofertados, é definida pela ponderação de um conjunto de fatores, dentre os quais se destacam, entre outros: i) a atratividade financeira, ii) o nível de exigências para o ingresso, iii) as oportunidades de crescimento pessoal e profissional, iv) o status e o reconhecimento da sociedade; v) as garantias futuras, vi) o ambiente de trabalho, vii) o esforço empreendido no trabalho, viii) a satisfação pessoal. Caso não atue sobre esses fatores, o setor tenderá a continuar convivendo com a escassez de mão de obra. Prescindir do uso intensivo de mão de obra é uma questão crucial para o desenvolvimento do setor. A solução pode não ser trivial, mas, internacionalmente, foi dessa maneira que as empresas minimizaram esse problema: aumentando o grau de mecanização e industrialização dos processos construtivos, bem como, executando parte da construção fora dos canteiros, reconfigurando o modelo de execução da edificação de moldada in loco para modelos com índices maiores de montagem. A inclusão dessas transformações na produção da construção determinará um novo perfil profissional de competências para o trabalhador da construção civil, que deverá ser mais qualificado e produtivo, tendo como correspondência um ambiente de trabalho e de produção mais atrativo, que o valorize profissionalmente e socialmente, associado à possibilidade de uma melhoria de remuneração. No que se refere à dimensão tecnológica, o estudo destaca que o principal desafio não é acessar tecnologias, mas incorporar as tecnologias ao sistema produtivo das empresas construtoras, na medida em que essas requerem a intensificação do emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores de construção (industrialização da produção). De forma a ilustrar esse ponto, o estudo apresentou resultado de levanta-


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CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

mento realizado pela FGV junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores de tecnologias/processos consideradas mais importantes à produtividade e à competitividade do setor. Das 20 mais importantes citadas por cada segmento, foram consolidadas 31 e classificadas quanto ao foco: i) gestão, ii) processos e equipamentos mais associados ao tema da industrialização da produção e iii) outros equipamentos. Os resultados, apresentados no Gráfico 2, demonstram a importância dada as tecnologias/processos voltados para a gestão ou associadas ao tema da industrialização da produção.

Gráfico 2 Tecnologias mais importantes para a produtividade e a competitividade Outros processos e equipamentos

Gestão

35%

42% 23%

Processos e equipamentos associados à industrialização da produção Observação: Foram permitidas respostas múltiplas. Fonte: FGV – Pesquisa junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores.

Nesse contexto, tão importantes quanto os gargalos empresariais (projetos/planejamento e gestão) são os gargalos estruturais (normatização, padronização e coordenação modular). A necessidade de intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores implica desafios diversos, abrangendo desde questões referentes ao estabelecimento de um ambiente favorável à industrialização por meio de políticas públicas, a ações das empresas para incorporar essas tecnologias. No que se refere ao segundo item, observa-se que a industrialização do processo

No que se refere à dimensão tecnológica, o principal desafio não é acessar tecnologias, mas incorporar as tecnologias ao sistema produtivo das empresas de produção requer projetos com detalhamento que assegurem a construtibilidade e planejamento estruturado que garanta, junto com o projeto, a produção e produtividade desejada no canteiro, não levando decisões para a ponta e associando esses itens a métodos de gestão da tecnologia e da produção. Essas necessidades evidenciam que melhorar a capacitação da mão de obra em todos os níveis é um desafio que deverá contemplar como propostas a realização de programas de qualificação para projetistas, planejadores e gestores. A implementação dessa ação é uma responsabilidade compartilhada entre os agentes da cadeia produtiva a ser desenvolvida e intensificada em parceria, tendo as universidades e o Sistema S como importantes agentes para a sua consecução.

Ações sistêmicas Nesse contexto, a principal mensagem do estudo Construção Civil: Desafio 2020 é que as ações para superar a questão da baixa produtividade devem ser sistêmicas, contemplando as dimensões da mão de obra, tecnologia e organização da produção. Além disso, voltando-se a classificação apresentada na Tabela 1, cabe realçar a importância dos fatores ditos estruturais, que dependem de relações entre as empresas e das empresas com a sociedade ou com o governo, para a superação desse gargalo. É fundamental que as lideranças empresariais sustentem o foco na articulação entre as empresas, com as entidades de apoio e com o governo, sem a qual se torna difícil estabelecer os fatores estruturais identificados como necessários para aumentar a competi-

OUTUBRO 2014

tividade do setor. Com base no estudo, o Sistema Firjan organizou workshop com empresários visando à identificação de sugestões de direcionamento em relação a ações a serem implementadas pela entidade. Foram delineadas iniciativas em parceria com a cadeia produtiva, por ondas de prioridades, face amplitude e complexidade dessas ações. A intenção foi compor um portfólio de serviços e produtos de apoio ao desenvolvimento da indústria da construção de edifícios. Entre as diversas iniciativas em desenvolvimento para 2015, duas merecem ser destacadas. A primeira é Programa de Formação Complementar, voltado para graduandos de engenharia civil e arquitetura, composto por componentes curriculares dedicados a Tecnologias BIM, Sistema Construtivos Inovadores, Gestão da Produtividade no Canteiro de Obras e Gestão de Pessoas que tem como objetivo ampliar o nível de integração da formação acadêmica com as necessidades da cadeia produtiva da construção civil. A segunda é o projeto Vigilância Tecnológica na Construção Civil, cujo objetivo é estruturar uma plataforma online que permita aos gestores de construtoras e prestadoras de serviços especializados a visualizar novas tecnologias por meio de um canteiro virtual em 3D, identificando as empresas que utilizam essas novas tecnologias e possibilitando a trocar experiências entre as empresas sobre o uso de tecnologias na construção de edifícios. Espera-se, como resultado, permitir comparações de patamares tecnológicos entre as empresas, de acordo com porte dessas, identificar tecnologias emergentes e o seu grau de difusão, e apoiar as decisões de investimento e internalização de tecnologias. Mas é importante que outras iniciativas, destacando-se aquelas voltadas para a normatização e padronização e para a coordenação modular, sejam compartilhadas por outros agentes. * Chefe do Núcleo de Projetos Especiais em Construção Civil do SENAI-RJ. ** Coordenador de Projetos da FGV Projetos.


PRODUTIVIDADE, O DESAFIO

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

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INOVAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA A industrialização é fundamental para obtenção de ganhos de produtividade e eficiência, mas o êxito nesse processo passa por mais planejamento Cristina Della Penna*

A

inovação e a industrialização no canteiro de obra são temas de extrema importância na busca de produtividade e eficiência para a cadeia produtiva da construção civil. Com o objetivo de entender as estratégias e iniciativas relacionadas a estes temas, pesquisa da empresa Criactive entrevistou no primeiro semestre de 2014 as principais construtoras e incorporadoras do mercado, adotando como indicador a metragem quadrada de obras em andamento e lançamento – as empresas entrevistadas representam em torno de 25% de toda a metragem quadrada de obras em andamento e lançamento do Brasil. As informações compartilhadas aqui refletem uma parte de um estudo amplo e contínuo realizado pela Criactive em parceria com a Editora O Nome da Rosa, sobre este tema e que abordou vários pontos, dos quais destacam-se: • Sistemas construtivos: identificar quais sistemas são considerados inovadores pelas construtoras, em qual padrão e tipo de obras estão sendo implantados e as principais dificuldades; • Sustentabilidade: quais ações inovadoras estão sendo tomadas; • Industrialização: verificar o que se conhece da ferramenta BIM (Building Information Modeling): estágio, implantação, dificuldades na integração com a cadeia produtiva e benefícios; • Pesquisa e desenvolvimento tecnológico: como a construtora se

atualiza e sua relação com outros agentes da cadeia; • Norma de desempenho: atendimento à norma. Os resultados da pesquisa mostram que, no que diz respeito a sistema construtivo inovador, 92% das construtoras entrevistadas afirmaram adotar sistemas inovadores ou pretendem fazê-lo. Os sistemas identificados na pesquisa constam do quadro abaixo. Podemos destacar que 41% dos entrevistados estão estudando inovações no tipo de estrutura, seguido por 15% no acabamento externo e 11% na impermeabilização.

Quadro 1 Sistema construtivo inovador Estrutura

41%

Acabamento externo

15%

Impermeabilização

11%

Acabamento interno

7%

Água fria

7%

Vedação externa

7%

Água quente - ramal e coluna

4%

Aquecimento solar

4%

Vedação interna

4%

Total

100%

A ideia de que inovação ocorre apenas por meio de uma grande mudança não

está correta, é possível, e de fato acontece, que pequenas inovações aplicadas a múltiplos processos elevem muito o padrão de produtividade de uma empresa. Na construção civil, a gestão de contínuas inovações tem um enorme poder de melhorar o desempenho. O que é inovação para uma empresa pode não ser para outra, pois a inovação está relacionada à primeira utilização, o que exige planejamento em sua implantação, envolvendo profissionais da empresa e parte da cadeia produtiva. Requer a evolução de processos de capacitação, envolvimento, controles e outras ferramentas que maximizem a industrialização. Em estrutura as inovações implantadas mais citadas, foram a parede de concreto e o concreto armado pré-moldado, respectivamente com 67% e 33% de respostas. O steel frame também foi citado, porém com a ressalva de que esta solução demanda análises de viabilidade mais detalhadas. Existe uma sinalização de que a “construção a seco” pode ser um caminho de inovação. Usando como base o SIM (sistema de informação do mercado), no qual a Criactive monitora cerca de 5.000 construtoras e 24 mil obras, com mais de 120 itens coletados no canteiro, estas construtoras e obras monitoradas, representam cerca de 80% da metragem quadrada construída do Brasil, se considerarmos o mercado das construtoras. Nota-se o que a parede de concreto teve um crescimento considerável em relação às demais soluções, porém con-


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tinua com uma pequena participação de mercado. Se analisarmos a m² útil construído com a solução em 2009 (3 milhões) e a m² útil construída com a solução em 2013 (20 milhões), o crescimento da parede de concreto foi de 567%. O mesmo acontece com o pré-moldado: o percentual de participação teve um crescimento tímido, porém a área construída quase triplicou. Quanto à vedação externa, a inovação foi associada a implantação de placas de fibrocimento. Já na vedação interna, a inovação destacada foi o drywall. No acabamento interno, as inovações citadas foram a massa única e a pintura a ar comprimido, em igual proporção. As maiores inovações citadas para o acabamento externo foram fachada pré-moldada, em 40% das entrevistas. A massa única, a placa de cimento e a pintura a ar comprimido também se destacaram, sendo cada uma delas citadas por 20% dos entrevistados. Quando analisamos as 24 mil obras monitoradas pelo SIM, no acabamento externo, percebemos um expressivo crescimento da fachada pré-moldada, mas, quando verificamos o peso dessa solução em relação às demais, ela ainda é inexpressiva. O crescimento da massa única foi de 46%, com participação de 5% do mercado. Percebemos uma queda considerável na utilização da cerâmica e da pintura, mas a solução de textura teve um crescimento expressivo nos últimos anos. As construtoras que pretendem inovar em impermeabilização estão implantando polímero de borracha e as argamassas cimentícias. No monitoramento das obras, através do SIM, a manta asfáltica ainda se mantém como a solução mais utilizada, principalmente na cobertura e nas áreas comuns. Essa solução teve uma sensível queda nos últimos anos – e as argamassas cimentícias tiveram um crescimento considerável, porém apenas nos dois últimos anos. Avaliando-se por tipo de obra, observamos que a maior mobilização para industrialização e inovação da construção

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

civil está voltada para edifícios residenciais de médio padrão, médio baixo e habitação de interesse social, conforme gráfico abaixo.

Gráfico 1 Inovações por tipo de obra Edifício residencial médio padrão a popular 44% Edifício comercial 17% Edifício residencial alto e médio padrão 17% Casa e condomínio médio padão a popular 11% Galpão industrial 6% Shopping 6%

Os motivos que impulsionaram as construtoras a implantarem inovações foram: agilidade em obra, custo e racionalização dos processos construtivos, em 67%, 25% e 17% respectivamente. Outro motivo citado, porém com menor intensidade, foi à redução de patologias construtivas. A construção por m² voltada para o médio alto padrão e para o alto padrão manteve o crescimento estável nos últimos cinco anos. Em contraste, as obras de médio padrão, voltadas para a classe C, e as habitações de interesse social tiveram um expressivo crescimento, cerca de0 90% no nova realidade 10período. 20 Essa30 40 50 do mercado pressionou as construtoras a focar em industrialização e inovação para esses segmentos. O principal impacto na implantação de novas tecnologias, apontado pela pesquisa, é o custo que esta mudança pode trazer para a construtora – para 83% dos entrevistados, essa é a maior preocupação. Outros dois impactos le-

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vantados estão ligados à cultura, seja esta do canteiro de obra ou do mercado da construção civil como um todo. Em relação à sustentabilidade, todas as empresas entrevistadas enxergam valor em implantar novos materiais que tragam ganho neste sentido e estão dispostas a pagar até 5% a mais pelo produto que traga benefícios neste tema. Foi unânime o conhecimento da ferramenta BIM, porém as construtoras estão em fases diferentes, algumas de implantação e outras de viabilidade da solução. Por ser uma mudança de paradigma, a principal dificuldade encontrada na implantação do BIM refere-se ao elo da cadeia, ou seja, todos os profissionais envolvidos têm que trabalhar com sinergia e utilizar a ferramenta. Outro ponto comentado está ligado ao planejar com maior intensidade, para que o executar seja mais efetivo. Neste sentido, ocorre na construção civil uma mudança cultural. Identificamos que 83% das construtoras possuem uma área ou departamento focado em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Em relação à norma de desempenho, questionamos junto aos entrevistados como está o status de atendimento a cada requisito da norma, segue resultado: • Desempenho térmico: 58% dos entrevistados atendem ou estão aptos para atender a norma de desempenho; • Funcionalidade e acessibilidade: 50% dos entrevistados disseram atender ou estarem aptos; • Durabilidade/manutenção e desempenho acústico: em ambos, 42% dos entrevistados disseram atender ou estarem aptos. A industrialização da construção civil é estratégica e fundamental para obtenção de ganhos de produtividade e eficiência relevantes nos empreendimentos imobiliários, mas fica claro que o êxito nesse processo passa por dedicar mais tempo ao planejamento e aos estudos das soluções, evitando assim riscos e retrabalhos. Mãos à obra! * Sócia-diretora da Criactive.


RETRATO SETORIAL

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

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FIM DE UM CICLO IBGE revela crescimento elevado e produtividade em elevação em 2012, mas a sinalização é de desaceleração da construção Ana Maria Castelo e Laurent Broering

N

os últimos anos, o setor da construção habituou-se a conviver com taxas de crescimento vigorosas, impulsionado, especialmente pelas empresas: houve um grande avanço na formalização da produção de moradias. E 2012 fecha o ciclo ainda com taxa robusta, superior a 8%, mas já registrando diminuição na taxa de crescimento. O período de maior expansão do ciclo da construção civil já ficou para trás. Os indicadores disponíveis da atividade setorial mostram que em 2013 o crescimento arrefeceu e em 2014 provavelmente não haverá crescimento. Efetivamente, com a base de comparação muito mais robusta, será difícil esperar a repetição das taxas de dois dígitos do passado recente: considerando como base o ano de 2007, a taxa de crescimento acumulado pelas empresas até 2012 alcançou 76,7%, com os valores corrigidos pelo INCC-DI. Além das taxas de crescimento, os números da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic-IBGE) mostram outro aspecto importante do desempenho setorial recente: a evolução da produtividade, que registrou queda, ou seja, em 2012, o trabalhador da construção gerava menos valor do que em 2007. No entanto, a pesquisa mostrou que no último ano do levantamento houve avanço importante da produtividade determinado pelos investimentos realizados pelas empresas em máquinas e equipamentos. Mas o avanço não recupera as perdas dos últimos anos, o que significa que ainda há um longo caminho para que o setor possa retomar a rota do crescimento de forma sustentável.

Perfil das empresas Em 2012, havia no país 104,3 mil empre-

A despeito da desaceleração recente do crescimento setorial, a questão do mercado de trabalho ainda se configura uma das principais preocupações do empresário. A pouca disponibilidade de mão de obra mostra que é imprescindível aumentar a produtividade sas, responsáveis pela ocupação de 2,8 milhões de pessoas. O valor adicionado (VA) das empresas de construção somou R$ 159,26 bilhões, o que representou 75% do PIB da construção naquele ano1 e um aumento de 18 pontos percentuais em relação à participação registrada em 2007. O valor das incorporações, obras e serviços2 realizados por todas as empresas somou R$ 336,59 bilhões em 2012. O segmento de edificações e o de infraestrutura têm a mesma parcela do VA, 40% cada. A parcela restante cabe ao segmento de serviços especializados da construção. O perfil das empresas continua bastan1  Os números do PIB da construção são preliminares, sujeitos a alteração com a divulgação das Contas Nacionais definitivas. 2  Valor dos custos e despesas incorridos, mais a proporção do lucro correspondente à execução das obras e/ou serviços da construção efetivamente realizados no ano, mesmo que não tenha sido apropriado. No caso das incorporações próprias, é apropriado o valor incorrido na execução das obras, mesmo que as unidades não tenham sido vendidas.

te concentrado, ou seja, um grande número de empresas de pequeno porte, que emprega até 4 pessoas (46,4%) responde por um percentual reduzido do valor adicionado formal (4,2%). Considerando apenas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, é possível fazer uma maior distinção das atividades das empresas. Dentro do segmento de edificações o maior peso é das obras de edificações residenciais (48,6%). Vale notar que as atividades de reforma cresceram bastante nos últimos anos e já representam 17% do valor das obras e serviços das empresas de maior porte. Em infraestrutura, a construção de rodovias e ferrovias é a principal atividade, com 28% do valor das obras do segmento. No segmento de serviços especializados, são as obras de terraplanagem que possuem o maior peso (21%). A despeito do crescimento disseminado pelo país, as obras e serviços da construção continuam bastante concentradas na região Sudeste, que detém 63% do valor total – o Nordeste vem em seguida, com 14,2%. São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro são responsáveis por 35%, 13,3% e 12,8%, respectivamente das obras e serviços realizados no País. No que diz respeito ao contratante das obras, o setor privado responde por 65% da contratação das obras e serviços. Entre os segmentos, apenas na infraestrutura há predominância de contratação de entidades públicas (53%).

Crescimento A maior participação das empresas no PIB setorial é resultado do crescimento forte das empresas nos últimos anos, que superou muito o crescimento do PIB total da construção. Ou seja, houve um avanço


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CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

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O RETRATO DAS EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Perfil setorial

Participação no valor adicionado

Perfil por porte

(Por número de ocupados - 2012)

(2012)

1a4

5 a 29

Mais de 30

Número de empresas 40% Edificações

Edificações e infraestrutura

40% Infraestrutura

14,1% 46,4%

são os principais segmentos do setor e respondem por 80% da geração de valor

39,6%

20% Serviços especializados

Valor adicionado 81,2%

Valor das obras e serviços em 2012, distribuição por região

14,6%

Empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas

4,2%

A importância de São Paulo

O crescimento da construção foi distribuido pelas regiões, mas Sudeste representa mais da metade do valor das obras e serviços do setor e São Paulo responde por mais de 1/4

NORDESTE

SUL

14,2% 12,7%

62,7% SUDESTE

C.-OESTE

35,0%

São Paulo

7,3%

NORTE 3,1%

1,6%

Espírito Santo

12,8%

Rio de Janeiro

Concentração

Nos últimos 5 anos aumentou o número de pequenas empresas, mas elas respondem por parcela pequena do VA

13,3%

Minas Gerais

Valor das obras ou serviços

Empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas

2012

Construção de edifícios

100,0%

Edifícios residenciais

48,6%

Serviços de reforma ou manutenção de edifícios

17,3%

Edifícios comerciais (shoppings, supermercados, lojas, etc.)

9,1%

Outros edifícios não-residenciais (hospitais, escolas, hotéis, garagens, estádios, etc.)

9,0%

Edifícios industriais (fábricas, oficinas, galpões industriais, etc.)

8,2%

Incorporação

5,9%

Outros

1,1%

As edificações residenciais têm maior peso nas obras e serviços da construção da empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, mas a parte de serviços de reforma cresceu bastante nos últimos 5 anos


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

Empresas em ritmo chinês: o crescimento de 77% no período teve seu auge em 2009 e já mostra arrefecimento em 2012

Evolução setorial

Produtividade e investimento

VA das empresas em valores correntes

VA das empresas em valores correntes (R$ 2012) 8,8%

9,2% 15,1% 18,5% 9,1%

62,6

15

OUTUBRO 2014

2011/12 2007/12

159,3

40

Produtividade (VA/trabalhador) cresceu em 2012 mas ainda se manteve negativa no período. Salários continuaram a subir mais que a produtividade

136,3 115,9

30

94,9

31,49

20

74,9

7,98

10

2,78

-1,06

0

VA / trabalhador 2007

2008

2009

2010

2011

2012

-10

VA das empresas em valores correntes (2012/2011)

Valor adicionado, crescimento 2007 a 2012* Serviços especializados e edificações comandaram o cresimento setorial

76,7

82,6

Salários, retiradas, encargos / Trabalhador

83,3

VA/pessoal ocupado Salários, retiradas, encargos / pessoal ocupado 15

11

68,1

Em 2012, serviços especializados registraram forte aumento da produtividade

12,0% 9,7%

10,4%

Infraestrutura

Serviços especializados

7

33,2 5,9% a.a.

3

12,1% a.a.

12,8% a.a.

10,9% a.a.

12,9% a.a.

PIB da Empresas da Edificações Infraestrutura Serviços construção construção especializados

-1,4%

Edificações -5

20

62,6

2007 (*) Valores corrigidos pelo INCC-DI

16.660 15

53,8

159.3

2012

Investimento / trabalhador (R$ de 2012)

Demais

Em milhares 48,5

0,4%

-1

PIB da construção: cresce a participação das empresas VA das empresas em valores correntes

3,3%

Formalização: maior crescimento das empresas determinou aumento do peso no PIB setorial

12.644

11.827

10

Investimentos por trabalhador aumentaram 2012

5

0

2007

2008

2009

2010

2011

2012


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na formalização da produção no comparativo com as atividades realizadas pelas próprias famílias ou por pequenos empreiteiros não formalizados. Entre 2007 e 2012, enquanto o PIB das empresas registrou crescimento de 154%, o PIB total da construção se expandiu 92%. Descontada a alta de preços setoriais (INCC-DI), as empresas registraram expansão média anual de 12,6%, enquanto o valor adicionado por todo o setor aumentou 5,6%. No entanto, no último ano, em 2012, a taxa de crescimento na comparação com 2011 já ficou abaixo da média do período, reduzindo-se para 8,78%. Todos os segmentos da construção registraram taxas de crescimento médio anual de dois dígitos, indicando que o aumento do investimento no período foi disseminado pelo setor. No entanto há um maior destaque dos serviços especializados (12,88% a.a.), que compreende as atividades de preparação de terrenos, fundações, obras de instalações e acabamento, ou seja, atividades em grande parte associadas à produção imobiliária. O segmento de edificações apresentou o segundo melhor desempenho, com alta média de 12,80% a.a. – o de infraestrutura cresceu 10,94% a.a. Na comparação com 2011, o melhor desempenho setorial ocorreu em edificações, com expansão de 14,17%, o segundo melhor resultado da série iniciada em 2007. Apenas em 2009, o segmento cresceu a taxa mais elevada, de 25,73%. O crescimento expressivo da atividade contribuiu para atrair mais empresas para o setor ou para a formalização de pequenos empreiteiros. Entre 2007 e 2012, o total de empresas ativas na construção civil praticamente dobrou (97%), ao passar de 52,9 mil para 104,3 mil. O maior aumento deu-se entre as empresas de pequeno porte – de 1 a 4 pessoas ocupadas, que registrou expansão de 110%. No entanto, o valor adicionado pelas maiores empresas (a partir de 30 pessoas ocupadas) teve elevação nominal de 172%, enquanto as empresas de menor porte tiveram alta de 88%. Portanto, houve uma maior concentração na geração da renda setorial no período. Em 2012, esse movimento foi atenuado,

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

Em 2012, havia no país 104,3 mil empresas, responsáveis pela ocupação de 2,8 milhões de pessoas O valor adicionado das empresas de construção somou R$ 159,26 bilhões, o que representou 75% do PIB da construção naquele ano O valor das incorporações, obras e serviços realizados por todas as empresas somou R$ 336,59 bilhões

uma vez que, na comparação com 2011, o valor adicionado pelas pequenas empresas registrou crescimento superior à média (34% em termos nominais). Em contrapartida, as empresas porte intermediário (de 5 a 29 pessoas) perderam participação na geração da renda setorial. Amentou também o número de ocupados pelas empresas. No período de 2007 a 2012, o total de ocupados aumentou 78,58%. Vale observar que, no último ano, já houve forte desaceleração no ritmo de contratação – na comparação com 2011, a alta foi de 5,84%. O resultado inferior ao do valor adicionado pelas empresas indica um aumento da produtividade da mão de obra.

Produtividade e investimentos De fato, o valor adicionado por trabalhador registrou alta de 2,78% em relação a 2011, já considerando os valores corrigidos. Mas o desempenho positivo em 2012 não compensou a queda dos dois anos anteriores – a produtividade do trabalhador ficou abaixo da produtividade alcançada em 2009. Entre 2007 e 2012, a produtividade do trabalhador da construção caiu 1,1%. A evolução de produtividade não foi uniforme quando se consideram os segmentos e o porte das empresas. A evolu-

OUTUBRO 2014

ção positiva no último ano deveu-se especialmente às empresas de pequeno porte, com até 4 pessoas ocupadas. No entanto são elas que registram a maior queda de produtividade, de 22,7%, quando se analisa o período de 2007 a 2012. As empresas médias também registraram queda, de -12,9%. E as com 30 ou mais empregados tiveram alta de 2,8% no mesmo período. Por segmento de atividade, as empresas de infraestrutura conseguiram asseguram maior ganho de produtividade, de 5,2% no período 2007 a 2012, enquanto entre as empresas de edificações a alta foi de 3,1%. Entre as empresas de serviços especializados, a produtividade se reduziu cerca de 15%. Vale lembrar que nesse grupo estão as empresas subcontratadas pelas demais do setor da construção – portanto essa queda afetou também todo o setor. No entanto, foi nesse segmento que se registrou a maior recuperação da produtividade em 2012. Além da baixa produtividade, as empresas tiveram que lidar com a elevação dos custos com mão de obra determinada pela escassez de trabalhadores qualificados. Nesses cinco anos, as despesas com salários e outras remunerações por trabalhador aumentaram 31,2% acima do INPC, o que representa um aumento médio real de quase 6% ao ano. Ou seja, houve queda na produtividade e aumento da mão de obra. A despeito da desaceleração recente do crescimento setorial, a questão do mercado de trabalho ainda se configura uma das principais preocupações do empresário. A pouca disponibilidade de mão de obra mostra que é imprescindível aumentar a produtividade. Os investimentos em capital físico (máquinas, equipamentos, instalações, meios de transporte, entre outros) se constituem em uma das formas de expansão da produtividade das empresas. Os dados das construtoras mostraram que esses investimentos por trabalhador aumentaram 41%, já desconsiderando a alta dos preços setoriais. A maior alta ocorreu em 2012, quando os investimentos cresceram 32%, desempenho impulsionado pelo segmento de serviços especializados da construção.


VISÃO URBANA

As quatro dimensões do conceito de smart cities

Governo

Moradores e visitantes

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

• Transparência • Agilidade • Redução da burocracia

• Sustentabilidade • Agilidade • Melhores oportunidades de negócio

• Engajamento • Responsabilidade • Oportunidades de participação social ativa

• Disponibilidade de recursos de TI • Disseminação do uso da tecnologia

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Empresas

Infraestrutura

Fonte: Bacen

SMART CITIES, SMARTER CITIZENS Cidades inteligentes exigem cidadãos engajados

Robson Gonçalves e Andrea de Paiva

Q

ue a tecnologia da informação (TI) mudou para sempre nossas rotinas é algo sabido. Mas se melhorou nossa qualidade de vida em todas as dimensões em que é usada é outra questão. E uma dessas dimensões é a gestão urbana e o convívio nas grandes metrópoles. E como sempre ocorre no campo tecnológico, a grande questão não é a própria TI, mas o uso que se faz dela. A partir deste ponto, começa uma discussão ampla sobre o exercício da cidadania. No meio urbano, quem negaria as vantagens da sincronização de semáforos ou da operação remota de trens do metrô em situações de crise? Mas o uso da TI nesses casos não garante que os motoristas não irão fechar os cruzamentos ou que o usuário do metrô irá conservar trens e estações. Cidades inteligentes exigem cidadãos inteligentes.

Uma smart city é uma construção coletiva cuja alma não é a tecnologia Em seu uso atual, o conceito de smart cities se refere ao uso amplo de TI na gestão urbana. Esse uso se estende desde a burocracia administrativa até o transporte, a gestão de recursos naturais e questões sociais. O objetivo imediato é amenizar os típicos problemas de escala das grandes metrópoles, melhorando a qualidade de vida de seus moradores e reduzindo o caos urbano. Trata-se, portanto, de um estágio avançado do planejamento e da gestão dos grandes centros.

Mas um aspecto muitas vezes negligenciado se refere ao potencial da TI em temos de reduzir, ainda que virtualmente, as distâncias entre os cidadãos. Assim, quando alguém procura um posto de atendimento da Prefeitura ou uma unidade de saúde, a distância entre o final da fila e o funcionário atrás do balcão pode ser enorme por conta da morosidade. O mesmo se dá com as horas perdidas no trânsito. Nesse sentido, as novas tecnologias permitem colocar em primeiro plano a integração entre governo, cidadãos, empresas e turistas. A internet WiFi deixa de ser somente uma forma de conectar computadores e smartphones e passa a ser o meio através do qual serviços são entregues. E cidadãos conectados conseguem se relacionar de uma forma inovadora com a cidade. Uma simples ida ao teatro pode en-


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volver diversos desses serviços: previsão do tempo, condições do trânsito, estacionamentos próximos, críticas do espetáculo. Se tais serviços melhoram a vida dos moradores, podem ser ainda mais relevantes para o turista, cujo primeiro contato com a cidade é sempre virtual. Mas, para que tudo isso funcione, é preciso que pessoas, empresas e governos disponibilizem a matéria-prima da TI, isto é, a própria informação. Os websites de uma autêntica smart city não são apenas um conjunto de gráficos e números. Eles são uma plataforma de comunicação, onde o governo divulga eventos, abre espaço para empresas e profissionais, presta informações, faz alertas de interesse geral e permite a participação da população que sugere, critica, comenta e exige seus direitos. Uma verdadeira via de mão dupla.

Exemplos As múltiplas formas de combinar recursos, serviços e participação de cidadãos e visitantes faz com que cada smart city seja única. Em Nova York, depois da passagem do furacão Sandy em 2012, a defesa civil começou a emitir alertas de alagamento enviados por SMS para todas as pessoas na cidade. Mas isso só é possível graças a previsões meteorológicas que identificam riscos de alagamento bairro a bairro. Em Santander, na Espanha, sensores espalhados pela cidade informam muito mais do que a temperatura e as condições do ar. Também é possível saber onde há, por exemplo, vagas públicas de estacionamento. Em Amsterdã, o conceito de smart city tem sido amplamente explorado. A cidade conta com uma associação, a Amsterdã Smart City (ASC), que reúne autoridades, empresas, instituições de pesquisa e a população em busca de novos projetos. Dentre as ações já implantadas, destaca-se a gestão inteligente de tráfego, que reduziu em 10% as horas perdidas no trânsito. Nesse sentido, destaca-se o We Go, plataforma on line na qual é possível alugar o próprio veículo para moradores do mesmo bairro, com ganhos para proprietários, usuários e trânsito em geral. Outra iniciativa da ASC é o Model Me. Através dessa plataforma, ainda em imple-

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

A internet WiFi deixa de ser somente uma forma de conectar computadores e smartphones e passa a ser o meio através do qual serviços são entregues mentação, governo, organizações privadas e cidadãos farão um modelo virtual oficial da cidade. Com esse modelo, será possível identificar todos os edifícios de Amsterdã, seu uso, o perfil de seus usuários e a relação entre os espaços públicos e privados. Empresas poderão utilizar a plataforma para se comunicar com os usuários, mostrando suas instalações e iniciativas de sustentabilidade. Assim, se um edifício utiliza painéis solares, por exemplo, e compartilha essa informação no Model Me, isso pode contribuir para que outros edifícios façam o mesmo, gerando ganhos de escala em termos de custos de manutenção, dentre outros. Do mesmo modo, as empresas de uma determinada área podem disponibilizar informações sobre a segurança local, gerando estatísticas e contribuindo para a busca de soluções. Novos projetos urbanísticos e comerciais podem ser propostos e visualizados no modelo virtual antes mesmo de serem implementados, recebendo opiniões e crítica dos futuros usuários. Essa pode ser uma poderosa ferramenta de pesquisa de mercado. O número de acessos e comentários referentes ao projeto de um restaurante, por exemplo, já sinaliza a demanda potencial pelo empreendimento. No Brasil, existem algumas iniciativas para criar smart cities. Em junho de 2014, a prefeitura do Rio de Janeiro espalhou pela cidade adesivos com QR Code que, com a ajuda de um aparelho de celular, conectam os usuários não só a informações sobre as linhas de ônibus e pontos turísticos, como também dá a acesso a dados sobre a localização dos ônibus naquele momento. Além disso, em parceria com a IBM, o Rio conta com um centro de operações conectado a 900 câmeras espalhadas pela cida-

OUTUBRO 2014

de. A partir desse centro, é possível monitorar o trânsito, identificando problemas como acidentes de carro, atos de violência e alagamentos instantaneamente. Um modelo semelhante para controle do crime já tinha sido desenvolvido pela IBM para Madri e Nova York. Mas, no caso do Rio, pela primeira vez esse sistema vai reunir o controle do crime com o tráfego, além de informações meteorológicas. As imagens das câmeras estão disponíveis na internet para os cidadãos e a comunicação entre o centro de informações e a população poderá ser feita pelo Twitter. Outro projeto ainda no Rio é uma iniciativa da Unicef que estimula adolescentes moradores das favelas a tirarem fotos e fazerem um mapeamento digital de problemas da região, tais como lixo acumulado e água parada que podem ser foco de dengue. Em Curitiba, o projeto Faróis do Saber se destaca como diferencial. Ele consiste em uma rede de bibliotecas comunitárias espalhadas pela cidade, com acesso gratuito à internet, levando lazer e cultura gratuitos para toda a população. Iniciativas assim levaram Curitiba a ser eleita pela Unesco uma das cidades-modelo para ser utilizada na reconstrução de cidades destruídas pela guerra no Afeganistão e eleita pela Forbes uma das cidades mais smart do mundo. O grande fator limitador no caso brasileiro ainda se refere ao exercício da cidadania. Moradores, empresas e governos das autênticas smart cities são, a um só tempo, beneficiários, multiplicadores e alimentadores dos recursos de TI que estão na base do próprio conceito. Nesse sentido, enquanto continuarmos assistindo a cenas como o desrespeito às regras de trânsito, o descaso com o lixo nas ruas ou o uso irracional da água, não poderemos viver em cidades realmente mais inteligentes. Afinal, uma smart city é uma construção coletiva cuja alma não é a tecnologia, mas sim o desejo coletivo de uma melhor qualidade de vida, tornado apenas mais fácil pela TI. Cidades inteligentes só são viáveis com o uso consciente, responsável e engajado da tecnologia por parte de pessoas, empresas e governos.


CONJUNTURA

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

19

OUTUBRO 2014

DESACELERAÇÃO: CICLO OU TENDÊNCIA? Incertezas prejudicam o desempenho da economia no curto prazo

Vocação para a retomada? Uma das características de nossas flutuações cíclicas tem sido a grande capacidade de recuperação da economia brasileira. Dois momentos da história recente ilustram bem esse fenômeno. O início do primeiro governo Lula, marcado por

Índice de volume de vendas no comércio varejista 117

Média 2011 = 100

115 113 111 109

jul/14

ago/14

jun/14

abr/14

mai/14

fev/14

mar/14

jan/14

nov/14

dez/14

set/13

out/13

ago/13

jul/13

jun/13

mai/13

abr/13

105

fev/13

107 mar/13

O

crescimento do PIB brasileiro deve ficar próximo de zero em 2014. Para o próximo ano, as expectativas não passam de 1,5%. As restrições estruturais para o crescimento são bem conhecidas, com destaque para as carências de infraestrutura e a insuficiência de mão de obra qualificada. Ainda assim, segundo estudos do Banco Central e do FMI, o potencial de crescimento do País para os próximos anos é estimado entre 2,5% e 3%. Isso significa que estamos vivendo uma fase de baixa do ciclo econômico, quando o PIB cresce menos do que seu potencial por alguns trimestres. Mas, qual a razão para isso? Fases ruins dos ciclos econômicos podem ter causas variadas. No Brasil hoje, está claro que elementos de curto prazo de grande impacto estão agindo. O balanço da Copa do Mundo sobre a atividade econômica foi negativo. Em paralelo, as incertezas eleitorais contribuíram para a piora das expectativas, tanto de consumidores quanto de empresários. Em resumo: 2014 pode ter sido um ano perdido, mas muitas das razões para o crescimento zero são essencialmente conjunturais e, portanto, passíveis de rápida reversão. Mas não basta fazer a taxa de crescimento voltar a acelerar. É preciso ir além, ampliando o próprio potencial de crescimento.

jan/13

Robson Gonçalves e Ana Maria Castelo

Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio

incertezas políticas ainda maiores do que as atuais, e a crise financeira de 2008. Em ambos os casos, o crescimento voltou com força depois de um período de ajustamento de cerca de um ano. A desaceleração atual teve início entre 2010 e 2011, quando a taxa de crescimento do PIB passou de 7,5% para 2,7%, chegando a 1% no ano seguinte. Mas esses números não revelam características relevantes desse esfriamento. Nos últimos anos, a formação bruta de capital teve desempenho ainda pior do que o PIB, resultando na contração contínua da taxa de investimento. Entre 2010 e 2014, esse indicador passou de 19,5% para 16,5% do PIB. No outro extremo, tem-se o consumo das famílias, o grande motor do crescimento. Desde 2011, o consumo das famílias tem crescido à frente do PIB. Já o investimento tem oscilado fortemente e, no primeiro semestre de 2014, apresentou queda de quase 7% na comparação com igual período do ano anterior.

Mas, o crescimento do consumo tem se reduzido continuamente desde 2011, indicando que mesmo esse modelo baseado na demanda das famílias já dá sinais de esgotamento. O varejo vem perdendo fôlego depois de apresentar alta expressiva desde 2011. Assim em agosto, o volume de vendas do comércio varejista era 1,5% inferior a janeiro, já descontada a influência sazonal. No acumulado do ano até aquele mês, ainda se registra alta: 3%. Vistos em conjunto, esses dados lançam dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia a partir do modelo baseado em consumo. O grande desafio será mudar a composição da demanda, dando impulso e estabilidade para o investimento.

No teto Apesar do clima recessivo, o IPCA, índice oficial do regime de metas, permanece pressionado. Desde junho, esse indicador permanece no limite superior da meta, que é de 6,5%, chegando a 6,75% em setembro.


20

A desaceleração da atividade, impulsionada pelo ciclo de alta de juros iniciado no ano passado, deveria contribuir para a queda da inflação. Em vez disso, vive-se a estagflação, com crescimento próximo de zero e preços em alta. As razões para esse cenário remetem de volta ao investimento e ao ciclo econômico. Apesar de estagnado, o PIB brasileiro no primeiro semestre deste ano era cerca de 13% maior do que em igual período de 2008. Na Alemanha e nos EUA, esse crescimento acumulado é de 3,8% e 6,2%, respectivamente. No mesmo período, o rendimento médio dos trabalhadores do setor privado cresceu 20%, já descontada a inflação e os índices de desemprego permanecem nos níveis mínimos históricos. Esses indicadores demonstram que o País vive uma espécie de pleno emprego estagnado. Somado à insuficiência do lado da oferta, os baixos níveis de investimento, esse nível elevado de atividade econômica pressiona os preços e mantém a inflação no teto.

Indústria, serviços e agropecuária Outro elemento em destaque se refere aos descompassos entre os grandes setores da economia. Em contraste com os números do consumo das famílias e das vendas no varejo, a produção industrial enfrente tempos difíceis e não tem conseguido superar os níveis de operação anteriores ao início da crise internacional. Comparando-se o primeiro semestre de 2014 com igual período de 2008, a queda acumulada do PIB da indústria de transformação chega a 4%. Já na comparação com igual trimestre de 2013, a queda é de 3%. Por sua vez, favorecido pelos gastos das famílias, o PIB do setor e serviços teve altas de 16,6% e 1,1% nas mesmas bases de comparação, respectivamente. Já a agropecuária, embora represente hoje menos de 10% do PIB, cresceu até junho 18% desde o primeiro semestre de 2008 e 1,2% na comparação com os primeiros seis meses de 2013. Nos segmentos da indústria produtores de materiais de construção a queda é ainda maior. No acumulado do ano até agosto, a produção de insumos típicos da construção recuou 5,9%.

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

SONDAGEM

Pessimismo O desempenho das empresas da construção continuou em queda na percepção dos empresários da construção: em agosto a sondagem da Construção do SindusCon-SP registrou seu pior resultado na comparação interanual desde maio de 2009. A pesquisa mostrou um desempenho abaixo da linha de neutralidade (abaixo de 50), patamar que vem sendo registrado desde maio. Entre os componentes do indicador de desempenho, o que apresentou pior resultado foi o de emprego, refletindo o cenário de atividade mais fraca.

A percepção dos empresários em relação aos próximos meses manteve-se predominantemente negativa e também está abaixo da linha de neutralidade. Vale notar que pela primeira vez desde 2009 o indicador de perspectivas de desempenho da empresa ficou abaixo do indicador de desempenho atual. Portanto os empresários estão pessimistas em relação às possibilidades de retomada. E também em relação às perspectivas, o componente emprego, que capta a intenção de contratar das empresas é o que apresentou o pior resultado.

Emprego com carteira na construção Saldo líquido até setembro, Brasil 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: MTE, SindusCon-SP/FGV

Construção A retração da indústria de materiais reflete a perda de competitividade da indústria, mas também a forte desaceleração da atividade da construção. Em setembro, a pesquisa do Sinduscon-SP/FGV com base nos dados do MTE indicou que as empresas da construção contrataram cerca de 10 mil novos trabalhadores, o que representa uma queda superior a 70% em elação ao saldo registrado em setembro de 2013. O saldo do ano, ou seja, o total de admitidos pelas empresas, está 55% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Na média do ano, a forte contratação realizada pelas empresas no primeiro trimestre contribuiu para deixar a taxa de cresci-

mento do estoque de trabalhadores positiva (0,41%). Mas a partir do segundo trimestre, as contratações começaram a diminuir. Na comparação com igual período do ano passado, o emprego registra queda desde junho. Em setembro, a diferença foi de -1,22%. Em relação a setembro do ano passado, o pior desempenho ocorreu no segmento imobiliário (-2,22%). A região Centro-Oeste registrou queda de 7% nessa comparação. As regiões Nordeste e Sudeste que representam 28,4% e 41,3%, respectivamente do total de empregos ativos na construção do País, também tiveram resultados negativos, de -1,95% e -3,31%, nessa ordem. O segmento de infraestrutura, pela primeira vez no ano, registrou queda – 0,5% na comparação 12 meses.


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

21

INDICADORES

Indicadores da

Construção CUSTOS DESACELERAM

O

Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil do Estado de São Paulo sem desoneração, ou seja, que considera a incidência do INSS sobre a folha, encerrou o terceiro trimestre do ano com alta acumulada de 6,18%, ficando abaixo da taxa observada no mesmo período do ano passado (6,96%). A taxa de cresci-mento menor refletiu a desaceleração dos custos com mão de obra, que em 2014 subiram 8,16% e no ano passado registraram elevação de 10,40%. No que diz respeito ao índice Nacional da Construção Civil (INCC-M), também houve redução no ritmo de aumentos. O índice acumulado até setembro registrou crescimento de 5,93%, contra elevação de 7,18% no mesmo período do ano passado. O índice relativo à mão de obra, o componente com maior peso, deu a principal contribuição para a redu-ção da taxa, ao registrar aumento de 7,44%. No ano passado, a alta da mão de obra foi de 9,20% no mesmo período. No último trimestre do ano, ainda deverão ser fechados os acordos coletivos dos traba-lhadores de Recife e Belo Horizonte, sendo que este último, em geral, é captado pelo índice apenas em janeiro. Assim, os números até setembro já registram a quase totalidade dos aumentos da mão de obra de 2014, que ficaram abaixo do registrado no ano passado. A parcela correspondente a materiais e equipamentos teve alta de 4,38%. Em 2013 até setembro, o indi-cador acumulou elevação de 5,35%. Em 2014, os itens que registram maior elevação no ano são os tubos e conexões de PVC (10,87%), rodapé de madeira (8,50%), e eletrodutos de PVC (8,05%). No entanto, pelo peso que têm na cesta, as maiores contribuições para o resultado do ano vieram do cimento (6,23%) e do elevador (4,66%). O índice relativo a serviços registra aumento de 3,98% no ano. Em 2013, a taxa acumulada era de 3,94%. As maiores altas ocorreram com as taxas de serviços e licenciamento (6,21%) e na alimentação no local de trabalho (5,82%).

Materiais de construção – consumo e produção

22

Mercado imobiliário

23

Investimentos em habitação

24

Rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais

25

Custo da construção residencial no Estado de São Paulo

26

Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo

27

Emprego da construção nos Estados

28

Emprego da construção nos Estados

29

Emprego da construção brasileira por segmento

30

Emprego da construção paulista por segmento

31


22

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

Materiais de construção – consumo e produção A produção e o consumo aparente de vergalhões, no primeiro semestre de 2014, caíram respectivamente 1,57% e 0,89% em relação ao mesmo período de 2013. A Produção Brasileira de Materiais de Construção registra queda de 3,75% na comparação dos últimos 12 meses com os 12 meses anteriores. CONSUMO DE CIMENTO ANUAL BRASIL

CONSUMO DE CIMENTO ANUAL SÃO PAULO

mil toneladas

mil toneladas 20.000

80.000

70.943

70.000

15.000 15.051

60.000 10.000

50.000 40.000

5.000

29.162

30.000

1.209

0

20.000 1998 Fonte: SNIC

2000

2002

2004

2006

2008 2010 2012 2013 2014*

1998 Fonte: SNIC

* dados preliminares referentes ao período de fevereiro a maio.

2000

VERGALHÃO BRASIL

Produção Produção

2004

2006

2008 2010 2012 2013 2014*

PRODUÇÃO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO BRASIL

mil toneladas 5.000

2002

* dados referentes a janeiro.

Por mês - Média 2012 = 100 115

Consumo Consumo

4.493 4.426

108

4.000

101,60

101 3.000

94 2.198

2.000

87 1.096

1998

2000

Fonte: MDIC-SECEX / Aço Brasil

2002

2004

80 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/15 Jun/14 Jul/14 Ago/14

1.000

2006 2008 2010 2012 2013 2014*

* dados referentes ao período de janeiro a junho.

Fonte: IBGE

Consumo de cimento Brasil

São Paulo

Variação (%) No mês

Vergalhões ‑ Brasil

Variação (%) Mil t

No mês

Consumo aparente

Variação (%) No mês

No ano

Variação (%) Mil t

No mês

No ano

Produção brasileira de materiais de construção (índice: média de 2002 = 100)

Período

Mil t

No ano

Mil t

2013 Mai

6.067

1,0

1,3

1.299

0,9

-2,6

404

6,7

0,7

395

2,9

1,2

103,20

Jun

5.592

-7,8

1,5

1.211

-6,8

-1,0

379

-6,3

-0,4

338

-14,4

-2,2

100,30

Jul

6.363

13,8

2,0

1.338

10,5

-0,8

382

0,9

-1,8

387

14,2

-1,8

105,80

Ago

6.493

2,0

1,5

1.420

6,1

-1,3

395

3,3

-2,5

407

5,3

-0,9

109,30

Set

6.274

-3,4

2,3

1.334

-6,1

-0,6

399

0,9

-2,0

401

-1,5

-0,2

104,60

Out

6.576

4,8

2,5

1.359

1,9

-0,4

397

-0,4

-1,2

409

2,0

1,0

110,60

Nov

6.062

-7,8

2,6

1.222

-10,1

-0,8

405

2,0

0,0

392

-4,0

2,1

103,50

Dez

5.128

-15,4

2,3

1.059

-13,3

-0,7

282

-30,4

0,7

283

-27,7

0,9

86,50

2014 Jan

6.004

17,1

6,1

1.209

14,2

4,4

364

29,2

10,7

363

28,0

12,9

92,00

Fev*

5.714

-4,8

8,5

359

-1,4

6,4

373

2,8

14,7

92,80

Mar*

5.684

-0,5

6,2

396

10,1

4,6

360

-3,5

6,6

96,40

Abr*

5.733

0,9

3,3

389

-1,7

4,0

328

-8,8

0,8

93,60

Mai*

6.027

5,1

2,5

Jun

No ano

Produção

372

-4,3

1,4

384

17,0

0,0

97,70

317

-14,7

-1,6

319

-17,0

-0,9

88,30

Jul

97,80

Ago

101,60

Fonte: SNIC, IABr e IBGE. * Dados para consumo de cimento são preliminares.


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

23

OUTUBRO 2014

Mercado imobiliário O mercado imobiliário de São Paulo continua registrando queda em 2014. Até setembro, o número de lançamentos está 13,0% menor no município de São Paulo e 14,3% menor na Região Metropolitana de São Paulo (excluindo a capital). VELOCIDADE DE VENDAS

LANÇAMENTOS

em % – média anual São Paulo

Belo Horizonte Porto Alegre

25 São Paulo 20

Município de São Paulo

50.000

Belo Horizonte

15

unidades

Município de SãoRMSP Paulo

60.000

Porto Alegre

8,9 7,1 6,7

8,2

5

33.199

30.000

9,2

10

RMSP

40.000

13,3

24.944

20.000

18.466 10.968

10.000

0

0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Fonte: CBIC

*dados de São Paulo e Porto Alegre até agosto, de Belo Horizonte até julho

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* Fonte: Embraesp

*dados até setembro

INVESTIMENTO EM HABITAÇÃO CDHU

UNIDADES HABITACIONAIS

R$ mil

São Paulo 1.453

1.500

80.000

Investimentos*

1.200

Em andamento**

70.000

Repasses a CDHU** 1.038 925

900

739

600

Entregues no ano*

60.000 50.000

35.994

40.000 30.000 20.000

8.143

10.000 300

5.360

0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Fonte: Secretaria da Fazenda SP e CDHU

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* Fonte: CDHU

* dados até agosto

Velocidade de venda (%)

Porto Alegre

São Paulo Unidades No mês

Em 12 meses

CDHU Unidades habitacionais

RMSP

Variação (%) Belo Horizonte

ICMS no Estado de São Paulo

Lançamentos Município de São Paulo

Período

* "Entregues no ano" até agosto e "Em andamento" até julho

Variação (%) Unidades No mês

Em 12 meses

Repasses à CDHU (R$ milhões)

Investi‑ mentos

(R$ milhões)

Entregues no ano

Em andamento (média do ano)

2013 Jun Jul

14,7 5,7

9,7 5,5

18,3 9,0

3.574 1.403

50,7 -60,7

1,2 3,3

2.657 651

85,4 -75,5

19,4 10,3

117 78

132 140

237 372

35.119 35.311

Ago Set Out

9,2 10,2 4,6

12,7 6,9 7,4

17,7 15,6 11,4

2.875 2.964 2.954

104,9 3,1 -0,3

11,5 5,0 9,9

898 3.113 3.796

37,9 246,7 21,9

20,1 13,9 21,3

39 97 124

91 119 140

720 356 538

34.940 36.067 34.714

Nov Dez

2,1 7,2

4,9 8,1

12,9 12,4

4.997 4.023

69,2 -19,5

7,8 19,5

3.808 4.548

0,3 19,4

23,3 -12,4

44 120

108 162

384 4.783

34.323 30.193

2014 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

8,23 5,39 11,65 4,45 8,32 6,96 4,81

5,68 16,11 6,71 12,75 7,02 6,45 6,44 9,66

5,20 5,00 8,20 9,80 9,40 4,80 3,40 7,70

413 940 2.555 2.358 2.681 2.413 973 2.115 4.018

-89,7 127,6 171,8 -7,7 13,7 -10,0 -59,7 117,4 90,0

18,71 13,78 7,90 2,86 3,43 -7,05 -7,41 -11,90 -6,38

353 386 1.353 987 1.440 2.549 759 1.251 1.890

-92,2 9,3 250,5 -27,1 45,9 77,0 -70,2 64,8 51,1

-15,6 -15,9 -13,8 -17,8 -16,7 -20,3 -13,8 -12,6 -18,2

133 62 88 88 78 58 99 133

156 92 126 97 149 95 147 176

205 201 205 544 657 1.439 1.247 862

30.482 31.268 33.845 34.467 37.066 35.811 35.994

Fonte: Secovi-SP, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, CDHU e Bacen/Decad


24

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

Investimentos em habitação Em agosto de 2014, o saldo total da carteira de crédito com recursos direcionados para financiamento imobiliário atingiu o patamar de R$ 467,76 bi, o equivalente a 28,8% do PIB. O número de concessões subiu 11,6% nos últimos 12 meses. CARTEIRA DE CRÉDITO

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

R$ milhões

% do PIB 10

60% 50%

8

40%

6

30%

4

20%

2

% do PIB

Saldo total

abr/2014

ago/2014

dez/2013

abr/2013

ago/2013

dez/2012

abr/2012

ago/2012

dez/2011

abr/2011

ago/2011

dez/2010

abr/2010

ago/2010

Pessoa Física

Fonte: Banco Central

Fonte: Banco Central

dez/2009

abr/2009

ago/2009

dez/2008

abr/2008

ago/2008

0

0

ago/2007

abr/2014

jun/2013

nov/2013

jan/2013

ago/2012

out/2011

mar/2012

mai/2011

jul/2010

dez/2010

set/2009

fev/2010

abr/2009

nov/2008

jan/2008

jun/2008

ago/2007

10%

dez/2007

3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0

Pessoa Jurídica

CONCESSÕES DE CRÉDITO Financiamento Imobiliário - R$ milhões 15 12 11,378 9 6

Pessoa Física

Fonte: Banco Central

jul/2014

jun/2014

mai/2014

abr/2014

fev/2014

mar/2014

jan/2014

dez/2013

nov/2013

set/2013

out/2013

ago/2013

jul/2013

jun/2013

mai/2013

abr/2013

mar/2013

jan/2013

fev/2013

dez/2012

nov/2012

out/2012

set/2012

jul/2012

ago/2012

jun/2012

abr/2012

mai/2012

mar/2012

fev/2012

jan/2012

dez/2011

out/2011

nov/2011

set/2011

ago/2011

0

ago/2014

2,341

3

Pessoa Jurídica

SBPE mês a mês Saldo Total da Carteira de Crédito

Saldo Total de Financiamento Imobiliário

Saldo de Financiamento Imobiliário Pessoa Jurídica

Saldo de Financiamento Imobiliário Pessoa Física

Concessões de crédito com recursos direcionados Financiamento Imobiliário

(R$) milhões

% do PIB

Total - R$ (milhões)

% do Crédito Total

% do PIB

% do Crédito Imobiliário

% do PIB

% do Crédito Imobiliário

Total

Pessoa Jurídica

Pessoa Física

2013 Jun

2.531.576

55,02%

345.746

13,66%

1,03%

13,69%

6,48%

86,31%

14.031

2.455

11.576

Jul

2.545.127

54,83%

354.786

13,94%

1,04%

13,61%

6,60%

86,39%

14.534

2.535

11.999

Ago

2.577.874

55,12%

364.903

14,16%

1,07%

13,70%

6,73%

86,30%

14.475

3.170

11.305

Set

2.597.168

55,03%

370.593

14,27%

1,08%

13,80%

6,77%

86,20%

12.723

2.489

10.234

Out

2.608.241

54,72%

378.439

14,51%

1,09%

13,75%

6,85%

86,25%

13.723

2.915

10.808

Nov

2.650.873

55,12%

386.677

14,59%

1,10%

13,65%

6,94%

86,35%

12.750

2.223

10.527

Dez

2.715.371

56,05%

395.241

14,56%

1,11%

13,61%

7,05%

86,39%

13.803

2.588

11.215

2014 Jan

2.717.271

55,81%

402.090

14,80%

1,12%

13,52%

7,14%

86,48%

11.796

2.255

9.541

Fev

2.732.002

55,66%

411.892

15,08%

1,17%

13,91%

7,22%

86,09%

14.738

4.412

10.326

Mar

2.759.446

55,98%

421.134

15,26%

1,22%

14,33%

7,32%

85,67%

13.462

4.269

9.193

Abr

2.778.268

56,11%

429.362

15,45%

1,25%

14,38%

7,43%

85,62%

12.913

2.537

10.376

Mai

2.804.567

56,37%

440.092

15,69%

1,28%

14,44%

7,57%

85,56%

15.611

3.253

12.358

Jun

2.830.941

56,81%

449.390

15,87%

1,30%

14,44%

7,72%

85,56%

13.884

2.548

11.336

Jul

2.836.878

56,57%

458.695

16,17%

1,31%

14,33%

7,84%

85,67%

14.529

2.488

12.041

Ago

2.864.162

56,76%

467.759

16,33%

1,32%

14,26%

7,95%

85,74%

13.719

2.341

11.378

Fonte: Bacen/Decad, CBIC


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

25

OUTUBRO 2014

Rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais O IGMI-C é um índice de rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais – seu objetivo é retratar a evolução da valorização dos preços e dos rendimentos do segmento de imóveis comerciais em todo o Brasil. Seu crescimento no 2° trimestre de 2014 foi de 16,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Índice geral do mercado imobiliário brasileiro ‑ Comercial Total Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano

Período 2012 2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Capital

Em 12 meses

Renda

Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano

Em 12 meses

Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano

Em 12 meses

3

157,53

4,07

12,77

17,35

126,44

1,78

4,62

6,17

125,22

2,29

7,92

10,69

4

162,71

3,29

16,48

16,48

127,93

1,17

5,84

5,84

127,87

2,12

10,20

10,20

1

172,26

5,87

5,87

18,65

133,03

3,99

3,99

8,60

130,27

1,88

1,88

9,45

2

180,39

4,72

10,87

19,18

135,71

2,01

6,09

9,24

133,79

2,71

4,64

9,30

3

186,86

3,59

14,84

18,62

138,11

1,77

7,96

9,23

136,23

1,82

6,54

8,80

4

193,23

3,41

18,76

18,76

140,82

1,96

10,08

10,08

138,20

1,44

8,08

8,08

1

201,32

4,19

4,19

16,87

144,32

2,49

2,49

8,49

140,55

1,70

1,70

7,89

2

208,50

3,56

7,90

15,58

146,19

1,29

3,81

7,72

143,74

2,27

4,01

7,43

3

213,52

2,41

10,50

14,26

147,39

0,82

4,67

6,72

146,02

1,58

5,66

7,18

4

218,62

2,39

13,14

13,14

148,83

0,97

5,69

5,69

148,09

1,42

7,15

7,15

1

223,55

2,26

2,26

11,04

150,47

1,10

1,10

4,26

149,79

1,15

1,15

6,58

2

231,19

3,42

5,75

10,89

152,25

1,18

2,30

4,14

153,15

2,24

3,42

6,54

3

239,23

3,47

9,43

12,04

154,86

1,72

4,06

5,07

155,84

1,76

5,23

6,72

4

245,11

2,46

12,12

12,12

156,79

1,25

5,35

5,35

157,72

1,21

6,51

6,51

1

254,73

3,93

3,93

13,95

160,96

2,66

2,66

6,97

159,73

1,27

1,27

6,63

2

266,87

4,76

8,88

15,43

164,89

2,44

5,16

8,30

163,44

2,32

3,62

6,72

3

275,79

3,34

12,52

15,28

167,59

1,64

6,88

8,22

166,22

1,70

5,39

6,66

4

285,60

3,56

16,52

16,52

169,81

1,33

8,30

8,30

169,93

2,23

7,74

7,74

1

297,88

4,30

4,30

16,94

174,82

2,95

2,95

8,61

172,22

1,35

1,35

7,82

2

311,55

4,59

9,08

16,74

178,45

2,07

5,09

8,22

176,55

2,52

3,90

8,03

3

326,45

4,79

14,30

18,37

183,11

2,61

7,83

9,26

180,39

2,17

6,15

8,52

4

343,62

5,26

20,32

20,32

187,88

2,61

10,64

10,64

185,18

2,65

8,97

8,97

1

371,69

8,17

8,17

24,78

196,61

4,64

4,64

12,46

191,70

3,52

3,52

11,31

2

394,70

6,19

14,86

26,69

202,37

2,93

7,71

13,41

197,94

3,25

6,89

12,11

3

416,59

5,55

21,23

27,61

206,91

2,24

10,13

13,00

204,49

3,31

10,43

13,36

4

443,58

6,48

29,09

29,09

212,69

2,79

13,20

13,20

212,02

3,69

14,50

14,50

1

481,10

8,46

8,46

29,43

223,33

5,00

5,00

13,59

219,35

3,46

3,46

14,42

2

513,30

6,69

15,72

30,05

230,70

3,30

8,47

14,00

226,79

3,39

6,96

14,57

3

538,21

4,85

21,33

29,19

234,83

1,79

10,41

13,49

233,74

3,06

10,24

14,31

4

568,49

5,63

28,16

28,16

240,13

2,26

12,90

12,90

241,61

3,37

13,95

13,95

1

605,38

6,49

6,49

25,83

248,30

3,40

3,40

11,18

249,07

3,09

3,09

13,55

2

640,38

5,78

12,65

24,76

254,97

2,69

6,18

10,52

256,78

3,09

6,28

13,22

3

675,01

5,41

18,74

25,42

260,87

2,31

8,64

11,09

264,72

3,09

9,57

13,26

4

713,45

5,69

25,50

25,50

265,93

1,94

10,74

10,74

274,66

3,75

13,68

13,68

1

748,68

4,94

4,94

23,67

270,61

1,76

1,76

8,99

283,39

3,18

3,18

13,78

2

780,81

4,29

9,44

21,93

274,53

1,45

3,24

7,67

291,45

2,84

6,11

13,50

3

809,99

3,74

13,53

20,00

277,18

0,96

4,23

6,25

299,53

2,77

9,05

13,15

4

842,12

3,97

18,04

18,04

280,71

1,27

5,56

5,56

307,60

2,69

11,99

11,99

1

878,79

4,35

4,35

17,38

285,25

1,62

1,62

5,41

316,02

2,74

2,74

11,51

2

910,98

3,66

8,18

16,67

288,71

1,21

2,85

5,16

323,76

2,45

5,25

11,09

3

946,61

3,91

12,41

16,87

293,00

1,49

4,38

5,71

331,60

2,42

7,80

10,71

4

991,02

4,69

17,68

17,68

298,92

2,02

6,49

6,49

340,46

2,67

10,68

10,68

1 1.037,18

4,66

4,66

18,02

305,38

2,16

2,16

7,06

348,97

2,50

2,50

10,43

2 1.081,88

4,31

9,17

18,76

311,69

2,07

4,27

7,96

356,80

2,24

4,80

10,20

3 1.126,83

4,15

13,70

19,04

317,48

1,86

6,21

8,35

365,00

2,30

7,21

10,07

4 1.171,54

3,97

18,22

18,22

322,32

1,52

7,83

7,83

373,91

2,44

9,83

9,83

1 1.214,21

3,64

3,64

17,07

326,12

1,18

1,18

6,79

383,12

2,46

2,46

9,79

2 1.257,80

3,59

7,36

16,26

330,70

1,40

2,60

6,10

391,50

2,19

4,70

9,73

O IGMI-C é um índice de rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais, cujo objetivo é retratar a evolução da valorização dos preços e dos rendimentos do segmento de imóveis comerciais em todo o Brasil. Fonte: FGV


26

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

Custo da construção residencial no Estado de São Paulo O Custo Unitário Básico (CUB) representa o custo por metro quadrado de construção residencial do projeto-padrão R8-N, calculado de acordo com NBR 12721/2006. Nos últimos 12 meses, o Custo Global sem desoneração subiu 6,52%. Os custos com mão de obra se elevaram 8,33%. Custo da construção residencial no Estado de São Paulo ‑ Padrão R8‑N Índice (Base Fev/ 07 = 100)

Período 2011

2012

2013

2014

Global Variação (%) No mês

No ano

Em 12 meses

Índice (base Fev/ 07 = 100)

Mão‑de‑obra Variação (%) No mês

No ano

Em 12 meses

Índice (base Fev/ 07 = 100)

Material Variação (%) No mês

No ano

Em 12 meses

Jan

130,18

0,28

0,28

5,62

137,48

0,40

0,40

7,90

122,24

0,14

0,14

2,90

Fev

130,39

0,16

0,44

5,64

137,48

0,00

0,40

7,87

122,68

0,36

0,50

3,00

Mar

130,52

0,10

0,54

5,54

137,62

0,10

0,50

7,90

122,79

0,09

0,59

2,74

Abr

130,81

0,22

0,76

5,59

137,68

0,04

0,55

7,95

123,35

0,46

1,05

2,83

Mai

135,17

3,33

4,12

6,53

145,64

5,78

6,36

10,07

123,58

0,19

1,24

2,11

Jun

136,87

1,26

5,43

5,70

148,36

1,87

8,35

8,42

124,20

0,50

1,74

2,20

Jul

136,95

0,06

5,49

5,20

148,45

0,06

8,41

8,48

124,30

0,08

1,83

1,11

Ago

137,04

0,07

5,56

5,13

148,45

0,00

8,41

8,41

124,38

0,06

1,89

0,96

Set

137,23

0,14

5,71

5,43

148,65

0,13

8,56

8,56

124,57

0,15

2,05

1,45

Out

137,30

0,05

5,76

5,62

148,65

0,00

8,56

8,56

124,73

0,13

2,18

1,86

Nov

137,40

0,07

5,84

5,84

148,84

0,13

8,70

8,70

124,75

0,02

2,20

2,19

Dez

137,42

0,01

5,85

5,85

148,93

0,06

8,76

8,76

124,69

-0,05

2,15

2,15

Jan

137,55

0,10

0,10

5,66

149,02

0,06

0,06

8,40

124,86

0,14

0,14

2,15

Fev

138,04

0,35

0,45

5,87

149,62

0,40

0,46

8,83

125,26

0,32

0,46

2,10

Mar

138,59

0,40

0,85

6,18

150,18

0,37

0,84

9,13

125,82

0,45

0,91

2,47

Abr

138,79

0,14

1,00

6,10

150,18

0,00

0,84

9,08

126,24

0,33

1,24

2,34

Mai

143,34

3,28

4,31

6,04

158,01

5,21

6,10

8,49

127,25

0,80

2,05

2,97

Jun

145,82

1,73

6,11

6,54

162,44

2,81

9,07

9,49

127,45

0,16

2,21

2,60

Jul

146,52

0,48

6,62

6,99

163,33

0,55

9,67

10,02

128,00

0,43

2,65

2,98

Ago

146,72

0,14

6,77

7,06

163,33

0,00

9,67

10,02

128,43

0,34

3,00

3,26

Set

146,83

0,07

6,85

7,00

163,26

-0,04

9,62

9,83

128,74

0,24

3,25

3,35

Out

147,12

0,20

7,06

7,15

163,44

0,11

9,74

9,95

128,16

-0,45

2,78

2,75

Nov

147,39

0,18

7,26

7,27

163,90

0,28

10,05

10,12

129,20

0,81

3,62

3,57

Dez

147,44

0,03

7,29

7,29

163,90

0,00

10,05

10,05

129,31

0,09

3,71

3,71

Jan

147,43

-0,01

-0,01

7,18

163,90

0,00

0,00

9,98

129,29

-0,02

-0,02

3,54

Fev

147,42

0,00

-0,01

6,80

163,90

0,00

0,00

9,54

129,27

-0,02

-0,03

3,20

Mar

147,77

0,24

0,23

6,63

164,36

0,28

0,28

9,44

129,52

0,19

0,16

2,94

Abr

148,03

0,18

0,40

6,66

164,52

0,10

0,38

9,55

129,91

0,30

0,46

2,91

Mai

154,60

4,44

4,86

7,86

176,53

7,30

7,71

11,72

130,39

0,37

0,84

2,47

Jun

156,76

1,39

6,32

7,50

180,00

1,97

9,82

10,81

130,82

0,33

1,17

2,64

Jul

157,25

0,32

6,66

7,33

180,72

0,40

10,26

10,65

131,11

0,22

1,39

2,43

Ago

157,51

0,16

6,83

7,35

180,84

0,07

10,34

10,72

131,51

0,31

1,70

2,40

Set

157,70

0,12

6,96

7,40

180,95

0,06

10,40

10,84

131,78

0,21

1,91

2,36

Out

157,97

0,17

7,14

7,37

181,07

0,07

10,48

10,79

132,21

0,33

2,24

3,16

Nov

158,12

0,09

7,24

7,28

181,07

0,00

10,48

10,48

132,53

0,24

2,49

2,58

Dez

158,21

0,06

7,30

7,30

181,23

0,09

10,57

10,57

132,56

0,02

2,51

2,51

Jan

158,28

0,05

0,05

7,36

181,28

0,03

0,03

10,60

132,61

0,04

0,04

2,57

Fev

158,65

0,23

0,28

7,61

181,71

0,24

0,27

10,87

132,93

0,24

0,28

2,83

Mar

158,77

0,08

0,36

7,44

181,91

0,11

0,38

10,68

132,97

0,03

0,31

2,67

Abr

159,02

0,15

0,51

7,42

181,96

0,03

0,41

10,60

133,44

0,35

0,66

2,72

Mai

161,74

1,71

2,23

4,62

185,90

2,16

2,58

5,31

134,74

0,97

1,64

3,33

Jun

166,21

2,77

5,06

6,03

193,59

4,14

6,82

7,55

135,52

0,58

2,23

3,59

Jul

167,19

0,59

5,68

6,32

194,79

0,62

7,48

7,79

136,30

0,57

2,82

3,96

Ago

167,97

0,47

6,17

6,65

196,02

0,63

8,16

8,40

136,61

0,23

3,06

3,88

Set

167,99

0,01

6,18

6,52

196,02

0,00

8,16

8,33

136,50

-0,08

2,98

3,58

(*) Valor referente ao último mês do período. Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

27

Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo* Setembro de 2014 – Ordem decrescente de variação percentual em 12 meses Variação (%) Material

Unidade

Alimentação tipo marmitex nº 8

unidade

Placa de gesso p/ forro s/ colocação

Preço

Mês

Ano

12 Meses

9,35

-

12,24

13,75

10,44

-

9,55

11,90

Cimento CPE-32 saco 50kg

saco

20,54

0,44

8,11

11,45

Telha ondulada fibrocimento 6 mm

15,05

0,80

7,19

7,81

Chapa compensado plastificado 18mm

28,80

-

5,03

6,39

Brita 2

72,51

(0,37)

4,86

5,76

Disjuntor tripolar 70 A

unidade

62,45

-

4,82

5,28

Locação de betoneira elétrica 320 l

R$/mês

196,35

0,14

3,44

5,21

Bacia sanit. branca c/ cx. acoplada 6 L

unidade

168,65

-

4,25

4,75

Porta lisa p/ pintura 3,5x70x210cm

unidade

87,65

-

5,08

4,67

Aço CA-50 Ø 10 mm

kg

3,62

(0,82)

4,02

4,32

Tubo de ferro galv. c/ costura Ø 2 1/2"

m

42,53

0,21

4,14

4,21

Emulsâo asfáltica c/elastômero p/imperm.

kg

6,90

-

3,76

3,92

Registro de pressão cromado Ø=1,27cm

unidade

58,87

-

3,39

3,66

Tubo PVC-R rígido p/ esgoto Ø 150 mm

m

23,11

-

3,82

3,63

CUB- Materiais

R$/m²

446,02

(0,08)

2,98

3,59

IGP-M -Setembro/2014

Índice

547,84

0,20

1,76

3,54

Placa cerâmica (azulejo) 15x15cm 1ª linha PEI II

16,38

-

2,25

3,02

Bancada de pia de mármore 2x0,6x0,02cm

unidade

281,71

-

2,67

2,86

Janela de correr 2 folhas 1,2x1,2 m

258,77

-

1,56

2,61

Bloco de concreto 19x19x39cm

unidade

1,91

-

1,60

2,14

Areia média lavada

65,97

-

1,03

2,06

Esquadrias correr 4 folhas al. 2,0x1,4m

303,43

-

1,75

2,03

Tinta látex branca PVA

lata

162,00

1,68

0,49

1,85

Fio cobre antichama isol. 750 V 2,5 mm²

rolo

71,09

-

1,48

1,76

Concreto FCK=25 MPa

249,50

-

0,97

1,33

Vidro liso transparente 4 mm c/ massa

53,26

(0,56)

0,70

0,70

Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm

milheiro

438,07

0,30

0,41

0,38

Fechadura, tráfego moderado acab. cromo

unidade

39,90

-

(1,51)

(1,70)

(*) Preços médios informados pelas construtoras Fonte: Secon/SindusCon-SP


28

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

Emprego da construção nos Estados Em setembro de 2014, o setor da construção empregou 3,52 milhões de pessoas. Os estados do Pará e Ceará se destacam na geração de empregos em comparação ao mesmo período do ano anterior. Rondônia e Amazonas, por outro lado, tiveram 17,66% e 17,38% menos empregados do que no mesmo mês do ano anterior. EMPREGO NA CONSTRUÇÃO CIVIL dezembro 4.000.000

3.528.396

3.500.000 3.000.000 2.500.000

Brasil

2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000

864.488

São Paulo

0

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE    * Setembro

ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO NORDESTE

ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO NORTE

dezembro 250.000

Bahia

dezembro

Pernambuco

140.000

Ceará

Pará

206.677

Amazonas

131.468

Rondônia

105.000

187.500 163.446

125.000

70.000

113.645

34.776

35.000

62.500

33.651

0

0 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2007

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE     * Setembro

2008

Região Norte

Período

Rondônia

Acre

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE     * Setembro

Amazonas Roraima

Região Nordeste

Pará

Amapá Tocantins Maranhão

Piauí

Ceará

Rio Grande do Norte

Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe

Bahia

2013 Jun

42.880

8.669

41.105

4.139 105.850

9.476

15.507

60.425 37.525

99.817

50.932

47.675

175.789 36.156 32.924 203.239

Jul

43.034

8.822

41.276

4.087 108.456

9.261

15.622

60.075 37.615

99.985

50.869

47.244

173.468 35.996 33.025 205.410

Ago

42.803

8.866

41.265

4.171 109.579

9.363

15.535

61.074 37.692 100.325

50.723

47.504

175.401 36.007 32.684 206.602

Set

42.233

8.995

40.730

4.185 114.774

9.564

15.548

62.733 37.562 101.883

51.586

47.550

178.656 36.614 33.291 210.265

Out

41.021

9.080

40.919

4.136 116.531

9.621

15.520

64.416 38.320 102.689

51.221

47.481

177.711 37.829 33.369 207.383

Nov

38.473

9.220

40.306

4.000 115.879

9.101

14.902

65.073 37.437 103.782

51.732

47.964

178.726 37.758 33.517 209.605

Dez

36.297

8.807

39.305

4.052 112.883

8.614

14.050

62.869 36.556 102.701

50.821

48.004

177.374 36.953 32.394 205.370

2014 Jan

35.883

8.831

37.920

4.113 111.181

8.581

14.107

61.391 36.777 103.743

52.124

48.785

177.747 37.372 33.339 206.769

Fev

35.244

8.921

37.474

4.282 109.174 8.391

14.233

59.962 36.960 107.623

53.058

49.198

178.065 37.897 33.829 207.045

Mar

35.782

8.652

36.615

4.417 109.548 8.199

14.185

58.116 36.873 106.779

53.218

49.162

176.742 37.651 34.015 207.442

Abr

35.699

8.556

35.336

4.412 112.523 8.017

14.453

57.623 36.895 107.503

53.540

49.575

173.513 38.319 34.162 204.911

Mai

37.050

8.678

34.635

4.391 117.652 7.750

15.431

57.694 37.193 108.822 52.668

50.275

169.574 37.409 34.263 204.112

Jun

37.102

8.864

34.271

4.487 123.228 7.680

16.101

58.542 36.807 107.958 51.470

50.414

167.338 36.936 34.170 200.868

Jul

37.072

9.228

33.540

4.410 128.070 7.878

16.754

61.268 36.882 108.908 50.335

50.625

164.523 36.872 33.896 202.277

Ago

36.410

9.248

33.349

4.572 129.229 7.851

17.218

63.136 36.581 111.351 49.708

50.502

163.694 37.036 33.839 204.413

Set

34.776

9.109

33.651

4.515 131.468 7.749

17.120

64.598 35.423 113.645 51.019

50.832

163.446 37.254 33.464 206.677

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

29

OUTUBRO 2014

Emprego da construção nos Estados A região Sudeste compreende 49,04% do total de empregados com carteira na construção e registrou queda de 0,38% na comparação janeiro setembro contra o mesmo período do ano passado. Nessa mesma comparação, as regiões Nordeste e Sul apresentaram altas respectivamente de 0,70% e 3,59%. ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO SUDESTE dezembro 1.000.000

864.488

800.000 São Paulo

600.000

414.743

400.000

Minas Gerais

200.000

377.090

Rio de Janeiro

0 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE     * Setembro

EMPREGO NA REGIÃO CENTRO‑OESTE

EMPREGO NA REGIÃO SUL

dezembro

dezembro 200.000 PR

RS

192.302 176.796

SC

150.000 137.991

100.000

50.000

120.000 GO

DF

MT

114.664

MS

100.000

79.923

80.000 60.000

57.668

40.000

44.060

20.000 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE     * Setembro

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE     * Setembro

Região Sudeste

Região Sul

Região Centro‑Oeste

Minas Gerais

Espírito Santo

Rio de Janeiro

São Paulo

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso

Goiás

Distrito Federal

2013 Jun

428.623

74.722

370.624

874.304

186.972

129.535

173.277

42.999

54.738

115.087

90.429

Jul

430.925

74.868

373.778

872.734

185.737

130.298

173.561

41.987

55.543

115.626

90.615

Ago

430.240

75.891

375.609

876.271

186.692

131.343

174.214

43.813

56.433

115.494

90.217

Set

435.361

76.514

377.819

882.036

187.593

131.618

175.821

44.866

57.915

116.471

89.727

Out

435.455

76.218

377.948

878.588

186.218

131.768

176.434

46.392

58.430

115.554

89.263

Nov

425.137

75.464

373.651

871.973

184.944

130.944

175.285

46.878

57.363

111.744

87.989

Dez

409.007

73.525

370.481

852.206

179.538

126.178

171.808

45.874

53.808

105.287

85.043

2014 Jan

415.092

74.445

371.798

868.092

184.148

130.013

174.936

45.660

55.649

106.937

85.397

Fev

417.303

74.727

378.306

874.252

187.956

132.454

177.604

46.587

55.973

108.546

86.644

Mar

415.736

75.023

377.330

875.444

187.543

133.522

178.907

45.913

55.912

108.002

87.381

Abr

412.924

74.337

378.021

878.694

187.947

136.007

180.168

44.099

57.499

110.959

87.464

Mai

414.563

73.732

378.714

872.389

191.668

136.533

179.077

43.332

58.220

113.376

85.835

Jun

413.683

73.709

377.591

867.264

190.809

136.625

177.724

42.929

58.360

114.363

83.158

Jul

414.042

73.222

375.374

867.558

191.000

137.154

176.733

43.257

58.589

114.389

81.574

Ago

413.267

73.479

376.467

864.723

191.110

138.016

175.739

44.114

58.332

114.451

80.546

Set

414.743

73.925

377.090

864.488

192.302

137.991

176.796

44.060

57.668

114.664

79.923

Período

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE


30

CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

OUTUBRO 2014

Emprego da construção brasileira por segmento O emprego no segmento de Edificações, que representa 39,2% do emprego no setor da Construção, registrou queda de 2,22% em setembro em relação a setembro de 2013. Já a infraestrutura, que em 2014 emprega 21,8% dos empregados, teve queda de 0,49% na mesma comparação.

EMPREGO NO BRASIL ‑ EDIFICAÇÕES

EMPREGO NO BRASIL ‑ INFRAESTRUTURA

dezembro

dezembro

1.365.162 1.364.108 1.364.830 1.382.337 1.262.138 971.980

2008

593.296 599.833 625.827

431.740

1.063.160 366.677

825.673

2007

493.022

575.328

539.275

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE     *Setembro

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE     *Setembro

EMPREGO NO BRASIL ‑ INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS

EMPREGO NO BRASIL ‑ ENGENHARIA E ARQUITETURA

dezembro

dezembro

269.836 275.661

304.182 309.138 285.895 292.230

282.438

253.339

241.964

196.815

200.852 112.643

132.614

2007

2008

158.941

155.757

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE     *Setembro

2007

2008

2013 Jun

Preparação Infra‑ de terreno Edificações Estrutura 139.467

1.394.044

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE     *Setembro

Obras Período

222.403

619.439

Serviços

Obras de Obras de instalação acabamento 430.537

182.723

Total 2.766.210

Incorporação Engenharia e de imóveis Arquitetura

Outros serviços

281.523

297.423

168.262

Total 747.208

Total 3.513.418

Jul

141.557

1.395.790

619.776

430.089

182.794

2.770.006

281.218

299.328

169.365

749.911

3.519.917

Ago

142.662

1.402.181

619.796

430.602

183.674

2.778.915

283.263

302.012

171.621

756.896

3.535.811

Set

144.386

1.413.763

628.899

435.907

184.065

2.807.020

284.312

307.283

173.295

764.890

3.571.910

Out

143.994

1.412.725

631.163

431.797

184.639

2.804.318

282.917

308.435

173.845

765.197

3.569.515

Nov

142.450

1.403.092

617.799

427.579

182.997

2.773.917

282.292

310.162

172.476

764.930

3.538.847

Dez

137.391

1.364.830

598.833

419.837

178.592

2.699.483

275.661

306.503

168.158

750.322

3.449.805

2014 Jan

137.998

1.384.942

604.406

423.885

182.381

2.733.612

277.666

307.465

172.087

757.218

3.490.830

Fev

139.669

1.400.661

609.429

423.654

183.686

2.757.099

280.931

310.023

173.655

764.609

3.521.708

Mar

140.195

1.391.864

614.545

426.355

182.739

2.755.698

279.839

309.747

172.825

762.411

3.518.109

Abr

141.285

1.391.253

619.558

422.287

184.078

2.758.461

280.837

309.479

174.379

764.695

3.523.156

Mai

142.898

1.388.119

625.384

419.602

184.730

2.760.733

281.183

308.321

174.799

764.303

3.525.036

Jun

142.902

1.379.778

624.963

416.895

184.575

2.749.113

281.301

308.019

174.018

763.338

3.512.451

Jul

144.317

1.380.873

625.376

416.244

184.920

2.751.730

281.040

308.246

174.414

763.700

3.515.430

Ago

145.258

1.381.232

624.628

416.254

185.282

2.752.654

281.484

308.514

175.729

765.727

3.518.381

Set

146.644

1.382.337

625.827

419.408

186.032

2.760.248

282.438

309.138

176.572

768.148

3.528.396

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE


CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO

31

OUTUBRO 2014

Emprego da construção paulista por segmento No Estado de São Paulo, em setembro, o segmento de Edificações reduziu seu contingente de trabalhadores em 5,38% em relação a setembro do ano passado.

EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ EDIFICAÇÕES

EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ INFRAESTRUTURA

dezembro

dezembro

237.929

273.210

250.800

296.904 290.800

273.859 273.863

208.783

96.108

109.024 113.214

121.739 125.668

116.648 117.814

76.115

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE     * Setembro

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE     * Setembro

EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS

EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ ENGENHARIA E ARQUITETURA

dezembro

dezembro

38.897

2007

45.807

51.855

2008

2009

60.996

72.855

68.754

71.527

74.404 64.575

73.331

78.818

87.985

90.996

95.368

97.519

2013

2014*

50.651

2010

2011

2012

2013

2014*

Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE     * Setembro

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE     * Setembro

Obras

Serviços

Preparação de terreno

Edificações

Infraes‑ trutura

2013 Jun

37.928

288.700

118.327

133.020

76.858

654.833

72.965

Jul

38.456

287.673

118.185

132.779

76.806

653.899

Ago

38.802

288.619

118.016

133.385

77.172

655.994

Set

39.255

289.444

118.137

135.236

76.829

Out

39.026

287.035

118.043

134.250

Nov

38.877

282.505

118.524

Dez

38.075

273.859

2014 Jan

38.676

Fev Mar

Outros serviços

Total

Total

90.721

55.785

219.471

874.304

72.407

91.017

55.411

218.835

872.734

72.639

91.869

55.769

220.277

876.271

658.901

72.901

94.038

56.196

223.135

882.036

76.459

654.813

72.601

95.069

56.105

223.775

878.588

133.143

75.627

648.676

72.424

95.916

54.957

223.297

871.973

116.648

129.715

73.727

632.024

71.527

95.368

53.287

220.182

852.206

279.160

118.727

132.478

76.277

645.318

72.027

96.189

54.558

222.774

868.092

39.166

281.185

118.538

133.751

76.036

648.676

73.027

97.033

55.516

225.576

874.252

38.966

280.479

120.122

134.565

75.789

649.921

73.273

97.429

54.821

225.523

875.444

Abr

39.223

281.758

120.045

134.339

76.731

652.096

73.927

97.332

55.339

226.598

878.694

Mai

38.956

278.645

119.677

132.562

76.730

646.570

74.089

96.473

55.257

225.819

872.389

Jun

38.406

276.448

119.531

130.660

76.292

641.337

74.108

96.850

54.969

225.927

867.264

Jul

38.351

276.564

118.805

131.358

76.579

641.657

73.947

96.866

55.088

225.901

867.558

Período

Obras de Obras de instalação acabamento

Total

Incorporação Engenharia e de imóveis Arquitetura

Ago

38.157

274.797

118.605

130.506

76.050

638.115

74.120

97.186

55.302

226.608

864.723

Set

37.989

273.863

117.814

131.179

76.490

637.335

74.404

97.519

55.230

227.153

864.488

Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE



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