Ano XII | nº 3 | outubro 2014
A CONSTRUÇÃO DO BRASIL Por uma agenda prioritária a favor do investimento
A produtividade dentro e fora do canteiro de obra
O perfil das empresas de construção no Brasil
ÍNDICE
4 Perspectivas A construção do desenvolvimento: por um país na rota da eficiência e da justiça social
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Produtividade, o desafio
A importância de ações coordenadas na edificação
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Inovação e industrialização do canteiro de obra
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Retrato setorial
Fim de um ciclo
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Visão urbana
Smart cities, smarter citizens
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Conjuntura
Desaceleração: ciclo ou tendência?
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Indicadores
A Conjuntura da Construção está disponível para download nos sites: www.construdata.com.br www.sindusconsp.com.br
EXPEDIENTE
OUTUBRO 2014
Conjuntura da Construção é uma publicação trimestral conjunta do SindusCon‑SP e da FGV. É permitida a reprodução total ou parcial da publicação. Vice‑presidente de Economia do SindusCon‑SP: Eduardo May Zaidan Editores: Ana Maria Castelo e Edney Cielici Dias (executivo) Colaboraram nesta edição: Denise Inoue, Laurent Broering, Nathália Espinosa, Roseane Petronilo, Robson Gonçalves, Sérgio Camara Bandeira Produção Gráfica: Lucia Paiva Ilustração da capa e infográficos: Mario Kanno Montagem: Carol Kamakura Fotos: Thinkstock Jornalista Responsável: Rafael Marko. MTE 12522 Publicidade: Ana Maria Castelo, Tel.: (11) 3799 2371, Fax: (11) 3799 2375, e-mail: ana.castelo@fgv.br. Av Paulista 548 - 6º andar, São Paulo - SP, 01310-000, Tel.: (11) 3799 2371 / 2356
Presidente: José Romeu Ferraz Neto Vice-presidentes: Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua Representantes junto à Fiesp: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto,Cristiano Goldstein, João Claudio Robusti Diretores Regionais: Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru) Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André) SindusCon‑SP: Rua Dona Veridiana 55, São Paulo ‑ SP, 01238‑010, Tel.:(11) 3334 5642, Fax: (11) 3224 0566 R. 306, www.sindusconsp.com.br
Instituto Brasileiro de Economia Diretoria: Luiz Guilherme Schymura de Oliveira Vice‑Diretoria: Vagner Laerte Ardeo Superintendência de Clientes Institucionais: Rodrigo de Moura Teixeira Superintendência de Produção de Bens Públicos: Vagner Laerte Ardeo Superintendência de Estudos Econômicos: Marcio Lago Couto Superintendência de Planejamento e Organização: Vasco Medina Coeli Controladoria: Regina Célia Reis de Oliveira
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01 EDITORIAL
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
TEMPO DE DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES
A
economia brasileira deverá passar por uma rodada de ajustes e isso implicará a diminuição da capacidade de investimento do Estado. Ressalve-se que as medidas de contenção de gastos e de reajustes de preços represados pelo governo são bem-vindas, tendo em vista o funcionamento da economia como um todo. Mas essa situação torna imperioso o estabelecimento de uma agenda de prioridades de políticas públicas essenciais para a retomada do investimento, tanto público como privado. Neste delicado processo de escolha, duas áreas merecem especial atenção do governo e estão diretamente ligadas à cobertura desta revista: a infraestrutura e a habitação. Como se sabe, é desafio destravar o investimento e estimular a competitividade do Brasil. O atraso no transporte, na energia e no saneamento são fatores limitadores do potencial de crescimento do país e, mais do que nunca, avanços nessas áreas não podem ser protelados. Progredir nessa agenda envolve o equacionamento de questões regulatórias capazes de atrair o capital privado, aliviando peso do investimento público. No que se refere à habitação, setor favorecido por reformas bem-sucedidas, cabe ressaltar o papel da edificação de edifícios para o emprego setorial, bem como a importância de estabelecer continuidade e metas plurianuais para o Programa Minha Casa, Minha Vida, de forma a aprofundar o combate ao déficit habitacional e a incentivar as empresas envolvidas em moradia social a investir em produtividade. Valiosa tem sido a contribuição da construção para o desenvolvimento brasileiro. A hora é de aprofundamento e aperfeiçoamento de ações, em um diálogo frutífero entre o governo e o setor privado. Esta edição traz contribuições importantes para esse debate. Boa leitura.
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Frases DIVERGÊNCIAS E INCERTEZAS Divergências entre economistas são saudáveis. Refletem o fato de que sua disciplina engloba uma coleção diversa de modelos e de que casar a realidade com modelos é uma ciência imperfeita, com grande margem de erro. É melhor expor o público a essas incertezas do que tranquilizá-lo com uma falsa sensação de segurança com base na aparência de conhecimento. Dani Rodrik, economista de Harvard, no Valor Econômico de 15 de agosto.
CRISE CLIMÁTICA Eventos extremos relacionados à mudança do clima tornaramse uma centena de vezes mais comuns nos últimos 30 anos. Coisas que aconteciam a cada 500 ou mil anos estão ocorrendo com muita frequência. A pressão dos cidadãos tem que ser mobilizada para convencer os formuladores de políticas públicas a fazer a coisa certa. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental.
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PERSPECTIVAS
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Retrato das mudanças do Brasil
A construção civil alavancou o crescimento brasileiro no período 2003-2013, acumulando uma evolução de 47,1%
47,1
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23,9
PIB
Construção
Fonte: IBGE
Indústria de transformação
Cai o desemprego e aumenta o rendimento dos trabalhadores da construção 2000
Rendimento real ocupados na construção
Taxa de desocupação na construção
1.758
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6
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dez/2003 dez.2007
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Fonte: IBGE
São criados 2,23 milhões de postos de trabalho no período 4
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Emprego com carteira na construção (milhões)
2
1,22
2,96
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dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13 Fonte: MTE, SindusCon-SP/FGV
Mas tudo isso ainda é pouco, pois é baixo o investimento em infraestrutura e o déficit habitacional é superior a 5 milhões de unidades
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A CONSTRUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO: POR UM PAÍS NA ROTA DA EFICIÊNCIA E DA JUSTIÇA SOCIAL A economia brasileira demanda ajustes, mas a visão de futuro deve nortear as ações estratégicas de investimento Edney Cielici Dias e Ana Maria Castelo
C
omo se sabe, as eleições se encerraram deixando como resultado, além dos representantes eleitos, grandes interrogações sobre os rumos da economia. O discurso do período eleitoral se desvanece à medida que existem limitações concretas e questões inadiáveis à espera de respostas. Não resta dúvida de que ajustes são inevitáveis, o que reduzirá o montante de investimentos públicos. O bom senso clama, no entanto, que isso ocorra de forma seletiva, de tal sorte a não comprometer uma agenda estratégica de desenvolvimento. O momento é de escolhas que determinarão o futuro do país nos próximos anos. As políticas públicas são produto de uma conjunção de fatores tomados em conta com pesos diferenciados, mas sempre presentes no processo decisório. Determinadas demandas são escolhidas em detrimento de outras em um contexto político e de limitação de recursos. Em uma face da moeda, governar é estabelecer prioridades a partir de dada composição de poder. A outra face da questão mostra o desafio de resolver problemas, da busca por soluções – o que envolve capacidades do Estado, conhecimentos específicos e aprendizado com experiências do passado. Com esses desafios em mente, cabe uma visão retrospectiva das necessida-
des de investimento no país, das demandas sociais prioritárias e da necessidade de sustentar o nível de emprego. A ideia aqui defendida é simples: o setor da construção ocupa um papel central nas proposições de política pública em todos os aspectos mencionados. Se o desenvolvimento no passado recente teve uma contribuição decisiva da habitação e da infraestrutura, o caminho a ser seguido daqui para a frente implica aperfeiçoamentos de ordem institucional e do ambiente de negócios para maximizar os investimentos e seus efeitos.
À frente no crescimento A construção civil foi um forte propulsor do crescimento recente no Brasil, com seu PIB tendo tido uma evolução acumulada de 47% no período 2003-2013, contra 46% da economia como um todo e apenas 24% da indústria de transformação. Se a taxa de investimento atual é relativamente baixa, ao redor de 18% do PIB no período considerado, é importante notar que a construção foi responsável por aproximadamente 40% desse investimento. No que se refere ao emprego, no mesmo período foram criados 2,23 milhões de postos de trabalho formais pelo setor em todo o País. Nas principais regiões metropolitanas, a taxa de desemprego no setor caiu, e está ao redor de 2%, caracteri-
zando uma situação de pleno emprego. O rendimento médio real dos ocupados no setor evoluiu 63% de dezembro de 2003 a dezembro de 2013. Em outras palavras, houve um forte movimento de contratação formalizada de trabalhadores que implicou grande avanço de poder aquisitivo e escassez da oferta de mão de obra especializada. Na perspectiva da habitação, verificou-se uma mudança de patamar no crédito imobiliário e na política social de moradia, fatores importantes de impulso ao investimento. O crédito habitacional saltou 1,5% do PIB em 2003 para 6,7% em 2013 e o Programa Minha Casa, Minha Vida instalou um novo paradigma de política pública, com 3 milhões de contratações ao fim do último ano. A infraestrutura, por sua vez, ainda não encontrou caminho devidamente pavimentado para sua decolagem, a despeito do avanço mais recente com as concessões e as parcerias público-privadas. A evolução dos investimentos no setor é ainda discreta, chegando a apenas 2,5% do PIB em 2013 – número ainda distante do patamar que pode garantir um crescimento maior para o País. Em outras palavras, não se vislumbra a curto prazo solução dos grandes gargalos produtivos nos setores de energia, transporte e saneamento que comprometem o futuro brasileiro.
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pag6- meia O retomada do crescimento da habitação é produto da expansão do crédito Crédito habitacional - % do PIB
Quadruplicou o número de unidades financiadas pelo FGTS e pelo SBPE Em milhares de unidades 1500
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SBPE
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FGTS 529,8
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O volume de empréstimos do FGTS e do SBPE salta de R$ 10 bi/ano para R$ 150 bi/ano
3,48
Valores de 2013, em R$ bilhões
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1,5
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FGTS
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Fonte: Bacen
Lições das reformas As deficiências da infraestrutura são um entrave ao desenvolvimento, funcionando como elemento inibidor da produtividade e do investimento privado. As instituições derivadas da estabilização da economia propiciaram os elementos básicos de previsibilidade, ou seja, de que o país não voltará a sofrer com a alta inflação. A estabilização mostrou-se compatível com o crescimento econômico e com a constante diminuição das desigualdades sociais. A partir dessa base institucional, deve ser consolidado o conjunto regulatório para os investimentos – o que vai definir sua ocorrência, intensidade e a participação de capitais privados. A viabilidade dos investimentos em infraestrutura envolve a diminuição de incertezas de longo prazo, numa conjunção de contexto estável de regras e de remunerações atrativas. A promoção da infraestrutura brasileira é, no entanto, historicamente dependente do Estado, em um modelo que entrou em crise nos anos 80. A
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0
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Fonte: Caixa Econômica Federal e Abecip
redefinição desse modelo é uma obra incompleta que deve ser equacionada neste novo mandato presidencial. A infraestrutura, a exemplo do que ocorreu com a habitação, pode e deve deixar de ser problema e ser solução para mudar o quadro de baixo investimento. O impulso da habitação foi fruto de um conjunto de reformas incrementais, estabelecido a partir de uma agenda comum do governo federal e do setor privado. Esse processo ensina que, de modo discreto, reformas focalizadas – como a lei 10.931, conhecida como marco regulatório do setor imobiliário – podem resultar em grande avanço produtivo e de acesso à população a bens e serviços. A parceria entre o governo e o setor privado ganha eficácia e sustentação com o estabelecimento de um ambiente de negócios favorável, capaz de reduzir incertezas e de consolidar vias de investimento. Estudos sobre o setor de construção mostram que a agenda de reformas é vasta – basta lembrar o esforço por maior produtivida-
de, por melhores projetos, por melhor gestão, pela eficiência de trâmites e procedimentos burocráticos, pela transparência de critérios do setor público. Avançar em tantas frentes envolve necessariamente sinergia do governo com os interlocutores do setor da construção. O passado recente mostra que a agenda comum de trabalho deve se fundamentar em um diálogo franco e interessado, que fortaleça a ideia de comprometimento com metas e segurança no estabelecimento e no cumprimento de regras.
Agenda da infraestrutura Analistas ponderam que é necessário, no mínimo, dobrar a taxa de investimento em infraestrutura. O tão esperado salto nesse campo tem sido adiado sobretudo por questões relacionadas à gestão pública, à estratégia a ser adotada e à seleção de prioridades. Recursos – públicos e privados – estão disponíveis e a questão é canalizá-los em um quadro institucional coerente tanto em termos regulatórios como
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Reflexos na indústria de materiais de construção
A produção de tintas cresce 75% Em milhões de litros
Produção de cimento, milhões de toneladas
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59,2
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Fonte: Abrafati
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A produção de vergalhões cresce 72%
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Em milhões de toneladas
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• Avanços regulatórios que proporcionem regras claras e menor incerteza quanto ao futuro; • Maior independência e qualificação das agências reguladoras; • Expansão dos programas de concessões e de parcerias público-privadas, com modelos que garantam rentabilidade ao investidor; • Programas de qualificação de mão de obra; • Programas de incentivo à produtividade; • No que se refere à estrutura administrativa do Estado, racionalização de processos burocráticos;
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Fonte: Instituto do Açobrasil
Fonte: SNIC
de prioridade de políticas públicas. Numa síntese de análises publicadas nesta revista nos últimos anos, pode-se resumir a agenda básica para infraestrutura brasileira nos seguintes pontos:
0
• Agilização dos processos do PAC; • Maior qualidade dos projetos, aliada a rapidez e eficiência nas fases preparatórias.
Agenda da habitação Como ressaltado anteriormente, a habitação serve de exemplo de reformas bem-sucedidas na promoção do investimento. Cabe pontuar, no entanto, que o avanço conseguido nesse campo ainda é insuficiente para equacionar os graves problemas de moradia no país, considerando a problemática social e urbana. Dessa forma, é importante que a oferta de imóveis para as classes de renda mais alta continue em um ambiente de negócios mais favorável, ou seja, com menos morosidade burocrática, com sinalização de estabilidade econômica, com programas de qualificação de mão de obra e com políticas públicas favoráveis ao aumento de produtividade. No que toca especificamente à política
social de habitação, cabe destaque à demanda das entidades da construção com relação a um horizonte de planejamento maior para o Programa Minha Casa, Minha Vida, transformando-o em política de Estado. Isso possibilitaria o estabelecimento de meta factível para eliminação do déficit habitacional, paralelamente servindo como uma sinalização favorável para investimento em produtividade e novas tecnologias por parte das empresas de construção. Adicionalmente, para proporcionar maior velocidade de atendimento e eficácia à política de habitacional, cabem medidas indutoras a uma maior cooperação federativa, no sentido, por exemplo, de provisão de áreas destinadas à habitação de interesse social. Como se sabe, as diretrizes de políticas urbana são de responsabilidade dos municípios e é necessário cobrar dessas unidades da Federação políticas urbanas consequentes, que potencializem recursos disponibilizados pela União e pelos Estados.
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PRODUTIVIDADE, O DESAFIO
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A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES COORDENADAS NA EDIFICAÇÃO As ações para superar a questão da baixa produtividade devem ser sistêmicas, contemplando as dimensões da mão de obra, tecnologia e organização da produção Roberto da Cunha* Sergio Gustavo da Costa**
A
forte expansão da indústria de construção de edifícios em curto período de tempo, em especial a partir de 2007, com a abertura de capital das incorporados e construtoras, exigiu a busca de produção em escala e estratégias de ampliação da base geográfica de atuação por parte dessas empresas. Essas empresas constituíam um conjunto representativo empresarial com capacidade financeira, técnica e gerencial de contribuir para induzir um processo de modernização da cadeia produtiva da indústria de construção de edifícios, mas pela forma desordenada do crescimento do mercado imobiliário e das empresas, isso não aconteceu. Em 2009, dois anos após a intensificação da abertura de capital na Bolsa de Valores, o governo federal lança o Programa Minha Casa, Minha Vida, dentro de um cenário macroeconômico internacional de incertezas e crises. O programa estabelece para o setor – por meio de subsídios, concessão de financiamento, entre outras iniciativas – um novo patamar quantitativo de produção de habitações, com metas ousadas, tendo em conta o histórico da política habitacional do país. Comparados os anos recessivos do passado e o de crescimento dos últimos dez anos, observa-se que a indústria de construção de edifícios não se preparou plenamente no sentido de se estruturar e se planejar para responder às demandas futuras em relação às transformações tecnológicas exigidas para a produção,
A necessidade de intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores implica desafios diversos de modo aproveitar as oportunidades. O cenário atual, mesmo com as incertezas, acena para um período de diminuição do ritmo de crescimento, mas não recessivo, levando, talvez, à manutenção da base conquistada. Com estoque superior a 3 milhões de trabalhadores, taxa de desemprego de 2,5%1 em agosto deste ano e com crédito imobiliário na ordem de 8% do PIB, verifica-se um lastro e uma capacidade instalada que favorece a ação sobre questões estruturais que levem a soluções que respondam à baixa produtividade setorial. O setor, no entanto, certamente não esqueceu o trauma causado pelo colapso do Sistema Nacional de Habitação no início da década de 80, que culminou com a extinção do Banco Nacional da Habitação em 1986, colocando uma pá de cal no movimento de reestruturação produtiva da indústria de construção de edifícios que, na sua origem, tinha obje1 Fonte: PME (Pesquisa Mensal de Emprego) /IBGE
tivo de dar conta do déficit habitacional. Na eventualidade de prevalecer no segundo semestre de 2014 e em 2015 uma interrupção do crescimento dos níveis de atividade, é importante que o trauma do passado não paralise ações de grande importância para o desenvolvimento competitivo do setor.
Fatores de produtividade Ferramental analítico proposto por Ferraz, Kupfer e Haguenauer2, baseado na teoria das vantagens competitivas de Michael Porter, permite que se contextualize conceitualmente o foco e a importância dessas ações. Os autores propõem uma classificação analítica dos determinantes competitivos centrada em três grupos de fatores. Os fatores empresariais seriam aqueles cujo controle se daria fundamentalmente no âmbito interno da empresa como, por exemplo, gestão, produção, vendas e inovação. Os fatores sistêmicos seriam aqueles cujo controle se daria fundamentalmente fora do âmbito da empresa, como as políticas de juros e câmbio. Em uma dimensão intermediária entre os fatores empresariais e sistêmicos, identificam-se os fatores estruturais, que englobam o mercado, a configuração da indústria e o regime de incentivos e regulação. Trata-se de fatores que dependem de relações entre as 2 FERRAZ, J.C.; KUPFER, D.; HAGUENAUER, L. (1995).; Made in Brazil: Desafios Competitivos para a Indústria Brasileira, Rio de Janeiro, Campus.
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empresas e das empresas com a sociedade ou com o governo. O estudo Construção Civil: Desafios 2020, recentemente publicado pelo Sistema Firjan, contando com assessoria técnica da FGV Projetos, envolvendo pesquisa de campo, estudo de prospecção tecnológica e benchmarking internacional, apresenta um diagnóstico para a situação da tecnologia e mão de obra do segmento de construção de edifícios no Brasil.3 Conforme apresentado na Tabela 1, é possível identificar nas questões levantadas fatores de natureza empresarial e estrutural.
Tabela 1 Síntese do diagnóstico para a situação da tecnologia e mão de obra do setor de construção de edifícios no Brasil
Quanto à dimensão da mão de obra, o estudo do Sistema Firjan apresentou levantamento realizado pela FGV junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores visando à avaliação da necessidade de capacitação da mão de obra. Os resultados, apresentados no Gráfico 1, ilustram a preocupação do setor com essa questão.
Gráfico 1 Necessidade de capacitação (Grau 4 ou 5) Técnicos em construção civil e afins 80%
Mestres de obra e encarregados 77%
Operários
Tecnologia
Mão de Obra
76%
Situação
Natureza
Acentuada carência de mão de obra em todos os níveis
Estrutural
Deficiências na formação de projetistas e gestores
Estrutural
Duplo desafio de melhorar a qualificação da mão de obra e reciclá-la para novas tecnologias
Estrutural
Deficiências no ensino formal
Estrutural
Deficiências de projetos/planejamento
Empresarial
Deficiências de normatização e padronização (ABNT NBR 15575/2013 é um passo importante)
Estrutural
Deficiências de coordenação modular dificultando intercambiabilidade de componentes
Estrutural
Deficiências de gestão
Engenheiros, arquitetos e afins 76% 0
Empresarial
Fonte: Sistema Firjan e autores.
3 Disponível em www.firjan.org.br/construcaocivil
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Observação: Foram permitidas respostas múltiplas. Fonte: FGV – Pesquisa junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores.
Os quatro gargalos identificados – carência em todos os níveis, deficiências na formação de projetistas e gestores, duplo desafio de melhorar a qualificação da mão de obra e reciclá-la para novas tecnologias e deficiências no ensino formal – são de natureza estrutural. A composição etária da população brasileira tem se transformado, a população está envelhecendo e a taxa de fecundidade diminuiu. O setor não voltará a contar com farta disponibilidade de mão de obra. O nível de escolaridade da população tem se elevado de modo contínuo. Os jovens ficam mais tempo na escola e conquistam a possibilidade de escolher melhores empregos. As mulheres possuem escolaridade superior a dos homens. Os jovens e as mulheres, as duas bases de desejo do setor para ampliar o recrutamento de mão de obra operacional, serão cada vez menos atraídos para trabalhar nos canteiros de obras. Assim, melhorar a atratividade para a carreira da construção é um dos prin-
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cipais desafios do setor. O estudo do Sistema Firjan chama a atenção que a atratividade de um setor econômico, em relação aos empregos ofertados, é definida pela ponderação de um conjunto de fatores, dentre os quais se destacam, entre outros: i) a atratividade financeira, ii) o nível de exigências para o ingresso, iii) as oportunidades de crescimento pessoal e profissional, iv) o status e o reconhecimento da sociedade; v) as garantias futuras, vi) o ambiente de trabalho, vii) o esforço empreendido no trabalho, viii) a satisfação pessoal. Caso não atue sobre esses fatores, o setor tenderá a continuar convivendo com a escassez de mão de obra. Prescindir do uso intensivo de mão de obra é uma questão crucial para o desenvolvimento do setor. A solução pode não ser trivial, mas, internacionalmente, foi dessa maneira que as empresas minimizaram esse problema: aumentando o grau de mecanização e industrialização dos processos construtivos, bem como, executando parte da construção fora dos canteiros, reconfigurando o modelo de execução da edificação de moldada in loco para modelos com índices maiores de montagem. A inclusão dessas transformações na produção da construção determinará um novo perfil profissional de competências para o trabalhador da construção civil, que deverá ser mais qualificado e produtivo, tendo como correspondência um ambiente de trabalho e de produção mais atrativo, que o valorize profissionalmente e socialmente, associado à possibilidade de uma melhoria de remuneração. No que se refere à dimensão tecnológica, o estudo destaca que o principal desafio não é acessar tecnologias, mas incorporar as tecnologias ao sistema produtivo das empresas construtoras, na medida em que essas requerem a intensificação do emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores de construção (industrialização da produção). De forma a ilustrar esse ponto, o estudo apresentou resultado de levanta-
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mento realizado pela FGV junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores de tecnologias/processos consideradas mais importantes à produtividade e à competitividade do setor. Das 20 mais importantes citadas por cada segmento, foram consolidadas 31 e classificadas quanto ao foco: i) gestão, ii) processos e equipamentos mais associados ao tema da industrialização da produção e iii) outros equipamentos. Os resultados, apresentados no Gráfico 2, demonstram a importância dada as tecnologias/processos voltados para a gestão ou associadas ao tema da industrialização da produção.
Gráfico 2 Tecnologias mais importantes para a produtividade e a competitividade Outros processos e equipamentos
Gestão
35%
42% 23%
Processos e equipamentos associados à industrialização da produção Observação: Foram permitidas respostas múltiplas. Fonte: FGV – Pesquisa junto a 159 empresas, especialistas e fornecedores.
Nesse contexto, tão importantes quanto os gargalos empresariais (projetos/planejamento e gestão) são os gargalos estruturais (normatização, padronização e coordenação modular). A necessidade de intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores implica desafios diversos, abrangendo desde questões referentes ao estabelecimento de um ambiente favorável à industrialização por meio de políticas públicas, a ações das empresas para incorporar essas tecnologias. No que se refere ao segundo item, observa-se que a industrialização do processo
No que se refere à dimensão tecnológica, o principal desafio não é acessar tecnologias, mas incorporar as tecnologias ao sistema produtivo das empresas de produção requer projetos com detalhamento que assegurem a construtibilidade e planejamento estruturado que garanta, junto com o projeto, a produção e produtividade desejada no canteiro, não levando decisões para a ponta e associando esses itens a métodos de gestão da tecnologia e da produção. Essas necessidades evidenciam que melhorar a capacitação da mão de obra em todos os níveis é um desafio que deverá contemplar como propostas a realização de programas de qualificação para projetistas, planejadores e gestores. A implementação dessa ação é uma responsabilidade compartilhada entre os agentes da cadeia produtiva a ser desenvolvida e intensificada em parceria, tendo as universidades e o Sistema S como importantes agentes para a sua consecução.
Ações sistêmicas Nesse contexto, a principal mensagem do estudo Construção Civil: Desafio 2020 é que as ações para superar a questão da baixa produtividade devem ser sistêmicas, contemplando as dimensões da mão de obra, tecnologia e organização da produção. Além disso, voltando-se a classificação apresentada na Tabela 1, cabe realçar a importância dos fatores ditos estruturais, que dependem de relações entre as empresas e das empresas com a sociedade ou com o governo, para a superação desse gargalo. É fundamental que as lideranças empresariais sustentem o foco na articulação entre as empresas, com as entidades de apoio e com o governo, sem a qual se torna difícil estabelecer os fatores estruturais identificados como necessários para aumentar a competi-
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tividade do setor. Com base no estudo, o Sistema Firjan organizou workshop com empresários visando à identificação de sugestões de direcionamento em relação a ações a serem implementadas pela entidade. Foram delineadas iniciativas em parceria com a cadeia produtiva, por ondas de prioridades, face amplitude e complexidade dessas ações. A intenção foi compor um portfólio de serviços e produtos de apoio ao desenvolvimento da indústria da construção de edifícios. Entre as diversas iniciativas em desenvolvimento para 2015, duas merecem ser destacadas. A primeira é Programa de Formação Complementar, voltado para graduandos de engenharia civil e arquitetura, composto por componentes curriculares dedicados a Tecnologias BIM, Sistema Construtivos Inovadores, Gestão da Produtividade no Canteiro de Obras e Gestão de Pessoas que tem como objetivo ampliar o nível de integração da formação acadêmica com as necessidades da cadeia produtiva da construção civil. A segunda é o projeto Vigilância Tecnológica na Construção Civil, cujo objetivo é estruturar uma plataforma online que permita aos gestores de construtoras e prestadoras de serviços especializados a visualizar novas tecnologias por meio de um canteiro virtual em 3D, identificando as empresas que utilizam essas novas tecnologias e possibilitando a trocar experiências entre as empresas sobre o uso de tecnologias na construção de edifícios. Espera-se, como resultado, permitir comparações de patamares tecnológicos entre as empresas, de acordo com porte dessas, identificar tecnologias emergentes e o seu grau de difusão, e apoiar as decisões de investimento e internalização de tecnologias. Mas é importante que outras iniciativas, destacando-se aquelas voltadas para a normatização e padronização e para a coordenação modular, sejam compartilhadas por outros agentes. * Chefe do Núcleo de Projetos Especiais em Construção Civil do SENAI-RJ. ** Coordenador de Projetos da FGV Projetos.
PRODUTIVIDADE, O DESAFIO
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
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INOVAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA A industrialização é fundamental para obtenção de ganhos de produtividade e eficiência, mas o êxito nesse processo passa por mais planejamento Cristina Della Penna*
A
inovação e a industrialização no canteiro de obra são temas de extrema importância na busca de produtividade e eficiência para a cadeia produtiva da construção civil. Com o objetivo de entender as estratégias e iniciativas relacionadas a estes temas, pesquisa da empresa Criactive entrevistou no primeiro semestre de 2014 as principais construtoras e incorporadoras do mercado, adotando como indicador a metragem quadrada de obras em andamento e lançamento – as empresas entrevistadas representam em torno de 25% de toda a metragem quadrada de obras em andamento e lançamento do Brasil. As informações compartilhadas aqui refletem uma parte de um estudo amplo e contínuo realizado pela Criactive em parceria com a Editora O Nome da Rosa, sobre este tema e que abordou vários pontos, dos quais destacam-se: • Sistemas construtivos: identificar quais sistemas são considerados inovadores pelas construtoras, em qual padrão e tipo de obras estão sendo implantados e as principais dificuldades; • Sustentabilidade: quais ações inovadoras estão sendo tomadas; • Industrialização: verificar o que se conhece da ferramenta BIM (Building Information Modeling): estágio, implantação, dificuldades na integração com a cadeia produtiva e benefícios; • Pesquisa e desenvolvimento tecnológico: como a construtora se
atualiza e sua relação com outros agentes da cadeia; • Norma de desempenho: atendimento à norma. Os resultados da pesquisa mostram que, no que diz respeito a sistema construtivo inovador, 92% das construtoras entrevistadas afirmaram adotar sistemas inovadores ou pretendem fazê-lo. Os sistemas identificados na pesquisa constam do quadro abaixo. Podemos destacar que 41% dos entrevistados estão estudando inovações no tipo de estrutura, seguido por 15% no acabamento externo e 11% na impermeabilização.
Quadro 1 Sistema construtivo inovador Estrutura
41%
Acabamento externo
15%
Impermeabilização
11%
Acabamento interno
7%
Água fria
7%
Vedação externa
7%
Água quente - ramal e coluna
4%
Aquecimento solar
4%
Vedação interna
4%
Total
100%
A ideia de que inovação ocorre apenas por meio de uma grande mudança não
está correta, é possível, e de fato acontece, que pequenas inovações aplicadas a múltiplos processos elevem muito o padrão de produtividade de uma empresa. Na construção civil, a gestão de contínuas inovações tem um enorme poder de melhorar o desempenho. O que é inovação para uma empresa pode não ser para outra, pois a inovação está relacionada à primeira utilização, o que exige planejamento em sua implantação, envolvendo profissionais da empresa e parte da cadeia produtiva. Requer a evolução de processos de capacitação, envolvimento, controles e outras ferramentas que maximizem a industrialização. Em estrutura as inovações implantadas mais citadas, foram a parede de concreto e o concreto armado pré-moldado, respectivamente com 67% e 33% de respostas. O steel frame também foi citado, porém com a ressalva de que esta solução demanda análises de viabilidade mais detalhadas. Existe uma sinalização de que a “construção a seco” pode ser um caminho de inovação. Usando como base o SIM (sistema de informação do mercado), no qual a Criactive monitora cerca de 5.000 construtoras e 24 mil obras, com mais de 120 itens coletados no canteiro, estas construtoras e obras monitoradas, representam cerca de 80% da metragem quadrada construída do Brasil, se considerarmos o mercado das construtoras. Nota-se o que a parede de concreto teve um crescimento considerável em relação às demais soluções, porém con-
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tinua com uma pequena participação de mercado. Se analisarmos a m² útil construído com a solução em 2009 (3 milhões) e a m² útil construída com a solução em 2013 (20 milhões), o crescimento da parede de concreto foi de 567%. O mesmo acontece com o pré-moldado: o percentual de participação teve um crescimento tímido, porém a área construída quase triplicou. Quanto à vedação externa, a inovação foi associada a implantação de placas de fibrocimento. Já na vedação interna, a inovação destacada foi o drywall. No acabamento interno, as inovações citadas foram a massa única e a pintura a ar comprimido, em igual proporção. As maiores inovações citadas para o acabamento externo foram fachada pré-moldada, em 40% das entrevistas. A massa única, a placa de cimento e a pintura a ar comprimido também se destacaram, sendo cada uma delas citadas por 20% dos entrevistados. Quando analisamos as 24 mil obras monitoradas pelo SIM, no acabamento externo, percebemos um expressivo crescimento da fachada pré-moldada, mas, quando verificamos o peso dessa solução em relação às demais, ela ainda é inexpressiva. O crescimento da massa única foi de 46%, com participação de 5% do mercado. Percebemos uma queda considerável na utilização da cerâmica e da pintura, mas a solução de textura teve um crescimento expressivo nos últimos anos. As construtoras que pretendem inovar em impermeabilização estão implantando polímero de borracha e as argamassas cimentícias. No monitoramento das obras, através do SIM, a manta asfáltica ainda se mantém como a solução mais utilizada, principalmente na cobertura e nas áreas comuns. Essa solução teve uma sensível queda nos últimos anos – e as argamassas cimentícias tiveram um crescimento considerável, porém apenas nos dois últimos anos. Avaliando-se por tipo de obra, observamos que a maior mobilização para industrialização e inovação da construção
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
civil está voltada para edifícios residenciais de médio padrão, médio baixo e habitação de interesse social, conforme gráfico abaixo.
Gráfico 1 Inovações por tipo de obra Edifício residencial médio padrão a popular 44% Edifício comercial 17% Edifício residencial alto e médio padrão 17% Casa e condomínio médio padão a popular 11% Galpão industrial 6% Shopping 6%
Os motivos que impulsionaram as construtoras a implantarem inovações foram: agilidade em obra, custo e racionalização dos processos construtivos, em 67%, 25% e 17% respectivamente. Outro motivo citado, porém com menor intensidade, foi à redução de patologias construtivas. A construção por m² voltada para o médio alto padrão e para o alto padrão manteve o crescimento estável nos últimos cinco anos. Em contraste, as obras de médio padrão, voltadas para a classe C, e as habitações de interesse social tiveram um expressivo crescimento, cerca de0 90% no nova realidade 10período. 20 Essa30 40 50 do mercado pressionou as construtoras a focar em industrialização e inovação para esses segmentos. O principal impacto na implantação de novas tecnologias, apontado pela pesquisa, é o custo que esta mudança pode trazer para a construtora – para 83% dos entrevistados, essa é a maior preocupação. Outros dois impactos le-
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vantados estão ligados à cultura, seja esta do canteiro de obra ou do mercado da construção civil como um todo. Em relação à sustentabilidade, todas as empresas entrevistadas enxergam valor em implantar novos materiais que tragam ganho neste sentido e estão dispostas a pagar até 5% a mais pelo produto que traga benefícios neste tema. Foi unânime o conhecimento da ferramenta BIM, porém as construtoras estão em fases diferentes, algumas de implantação e outras de viabilidade da solução. Por ser uma mudança de paradigma, a principal dificuldade encontrada na implantação do BIM refere-se ao elo da cadeia, ou seja, todos os profissionais envolvidos têm que trabalhar com sinergia e utilizar a ferramenta. Outro ponto comentado está ligado ao planejar com maior intensidade, para que o executar seja mais efetivo. Neste sentido, ocorre na construção civil uma mudança cultural. Identificamos que 83% das construtoras possuem uma área ou departamento focado em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Em relação à norma de desempenho, questionamos junto aos entrevistados como está o status de atendimento a cada requisito da norma, segue resultado: • Desempenho térmico: 58% dos entrevistados atendem ou estão aptos para atender a norma de desempenho; • Funcionalidade e acessibilidade: 50% dos entrevistados disseram atender ou estarem aptos; • Durabilidade/manutenção e desempenho acústico: em ambos, 42% dos entrevistados disseram atender ou estarem aptos. A industrialização da construção civil é estratégica e fundamental para obtenção de ganhos de produtividade e eficiência relevantes nos empreendimentos imobiliários, mas fica claro que o êxito nesse processo passa por dedicar mais tempo ao planejamento e aos estudos das soluções, evitando assim riscos e retrabalhos. Mãos à obra! * Sócia-diretora da Criactive.
RETRATO SETORIAL
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
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FIM DE UM CICLO IBGE revela crescimento elevado e produtividade em elevação em 2012, mas a sinalização é de desaceleração da construção Ana Maria Castelo e Laurent Broering
N
os últimos anos, o setor da construção habituou-se a conviver com taxas de crescimento vigorosas, impulsionado, especialmente pelas empresas: houve um grande avanço na formalização da produção de moradias. E 2012 fecha o ciclo ainda com taxa robusta, superior a 8%, mas já registrando diminuição na taxa de crescimento. O período de maior expansão do ciclo da construção civil já ficou para trás. Os indicadores disponíveis da atividade setorial mostram que em 2013 o crescimento arrefeceu e em 2014 provavelmente não haverá crescimento. Efetivamente, com a base de comparação muito mais robusta, será difícil esperar a repetição das taxas de dois dígitos do passado recente: considerando como base o ano de 2007, a taxa de crescimento acumulado pelas empresas até 2012 alcançou 76,7%, com os valores corrigidos pelo INCC-DI. Além das taxas de crescimento, os números da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic-IBGE) mostram outro aspecto importante do desempenho setorial recente: a evolução da produtividade, que registrou queda, ou seja, em 2012, o trabalhador da construção gerava menos valor do que em 2007. No entanto, a pesquisa mostrou que no último ano do levantamento houve avanço importante da produtividade determinado pelos investimentos realizados pelas empresas em máquinas e equipamentos. Mas o avanço não recupera as perdas dos últimos anos, o que significa que ainda há um longo caminho para que o setor possa retomar a rota do crescimento de forma sustentável.
Perfil das empresas Em 2012, havia no país 104,3 mil empre-
A despeito da desaceleração recente do crescimento setorial, a questão do mercado de trabalho ainda se configura uma das principais preocupações do empresário. A pouca disponibilidade de mão de obra mostra que é imprescindível aumentar a produtividade sas, responsáveis pela ocupação de 2,8 milhões de pessoas. O valor adicionado (VA) das empresas de construção somou R$ 159,26 bilhões, o que representou 75% do PIB da construção naquele ano1 e um aumento de 18 pontos percentuais em relação à participação registrada em 2007. O valor das incorporações, obras e serviços2 realizados por todas as empresas somou R$ 336,59 bilhões em 2012. O segmento de edificações e o de infraestrutura têm a mesma parcela do VA, 40% cada. A parcela restante cabe ao segmento de serviços especializados da construção. O perfil das empresas continua bastan1 Os números do PIB da construção são preliminares, sujeitos a alteração com a divulgação das Contas Nacionais definitivas. 2 Valor dos custos e despesas incorridos, mais a proporção do lucro correspondente à execução das obras e/ou serviços da construção efetivamente realizados no ano, mesmo que não tenha sido apropriado. No caso das incorporações próprias, é apropriado o valor incorrido na execução das obras, mesmo que as unidades não tenham sido vendidas.
te concentrado, ou seja, um grande número de empresas de pequeno porte, que emprega até 4 pessoas (46,4%) responde por um percentual reduzido do valor adicionado formal (4,2%). Considerando apenas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, é possível fazer uma maior distinção das atividades das empresas. Dentro do segmento de edificações o maior peso é das obras de edificações residenciais (48,6%). Vale notar que as atividades de reforma cresceram bastante nos últimos anos e já representam 17% do valor das obras e serviços das empresas de maior porte. Em infraestrutura, a construção de rodovias e ferrovias é a principal atividade, com 28% do valor das obras do segmento. No segmento de serviços especializados, são as obras de terraplanagem que possuem o maior peso (21%). A despeito do crescimento disseminado pelo país, as obras e serviços da construção continuam bastante concentradas na região Sudeste, que detém 63% do valor total – o Nordeste vem em seguida, com 14,2%. São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro são responsáveis por 35%, 13,3% e 12,8%, respectivamente das obras e serviços realizados no País. No que diz respeito ao contratante das obras, o setor privado responde por 65% da contratação das obras e serviços. Entre os segmentos, apenas na infraestrutura há predominância de contratação de entidades públicas (53%).
Crescimento A maior participação das empresas no PIB setorial é resultado do crescimento forte das empresas nos últimos anos, que superou muito o crescimento do PIB total da construção. Ou seja, houve um avanço
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CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
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O RETRATO DAS EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Perfil setorial
Participação no valor adicionado
Perfil por porte
(Por número de ocupados - 2012)
(2012)
1a4
5 a 29
Mais de 30
Número de empresas 40% Edificações
Edificações e infraestrutura
40% Infraestrutura
14,1% 46,4%
são os principais segmentos do setor e respondem por 80% da geração de valor
39,6%
20% Serviços especializados
Valor adicionado 81,2%
Valor das obras e serviços em 2012, distribuição por região
14,6%
Empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas
4,2%
A importância de São Paulo
O crescimento da construção foi distribuido pelas regiões, mas Sudeste representa mais da metade do valor das obras e serviços do setor e São Paulo responde por mais de 1/4
NORDESTE
SUL
14,2% 12,7%
62,7% SUDESTE
C.-OESTE
35,0%
São Paulo
7,3%
NORTE 3,1%
1,6%
Espírito Santo
12,8%
Rio de Janeiro
Concentração
Nos últimos 5 anos aumentou o número de pequenas empresas, mas elas respondem por parcela pequena do VA
13,3%
Minas Gerais
Valor das obras ou serviços
Empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas
2012
Construção de edifícios
100,0%
Edifícios residenciais
48,6%
Serviços de reforma ou manutenção de edifícios
17,3%
Edifícios comerciais (shoppings, supermercados, lojas, etc.)
9,1%
Outros edifícios não-residenciais (hospitais, escolas, hotéis, garagens, estádios, etc.)
9,0%
Edifícios industriais (fábricas, oficinas, galpões industriais, etc.)
8,2%
Incorporação
5,9%
Outros
1,1%
As edificações residenciais têm maior peso nas obras e serviços da construção da empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, mas a parte de serviços de reforma cresceu bastante nos últimos 5 anos
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
Empresas em ritmo chinês: o crescimento de 77% no período teve seu auge em 2009 e já mostra arrefecimento em 2012
Evolução setorial
Produtividade e investimento
VA das empresas em valores correntes
VA das empresas em valores correntes (R$ 2012) 8,8%
9,2% 15,1% 18,5% 9,1%
62,6
15
OUTUBRO 2014
2011/12 2007/12
159,3
40
Produtividade (VA/trabalhador) cresceu em 2012 mas ainda se manteve negativa no período. Salários continuaram a subir mais que a produtividade
136,3 115,9
30
94,9
31,49
20
74,9
7,98
10
2,78
-1,06
0
VA / trabalhador 2007
2008
2009
2010
2011
2012
-10
VA das empresas em valores correntes (2012/2011)
Valor adicionado, crescimento 2007 a 2012* Serviços especializados e edificações comandaram o cresimento setorial
76,7
82,6
Salários, retiradas, encargos / Trabalhador
83,3
VA/pessoal ocupado Salários, retiradas, encargos / pessoal ocupado 15
11
68,1
Em 2012, serviços especializados registraram forte aumento da produtividade
12,0% 9,7%
10,4%
Infraestrutura
Serviços especializados
7
33,2 5,9% a.a.
3
12,1% a.a.
12,8% a.a.
10,9% a.a.
12,9% a.a.
PIB da Empresas da Edificações Infraestrutura Serviços construção construção especializados
-1,4%
Edificações -5
20
62,6
2007 (*) Valores corrigidos pelo INCC-DI
16.660 15
53,8
159.3
2012
Investimento / trabalhador (R$ de 2012)
Demais
Em milhares 48,5
0,4%
-1
PIB da construção: cresce a participação das empresas VA das empresas em valores correntes
3,3%
Formalização: maior crescimento das empresas determinou aumento do peso no PIB setorial
12.644
11.827
10
Investimentos por trabalhador aumentaram 2012
5
0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
16
na formalização da produção no comparativo com as atividades realizadas pelas próprias famílias ou por pequenos empreiteiros não formalizados. Entre 2007 e 2012, enquanto o PIB das empresas registrou crescimento de 154%, o PIB total da construção se expandiu 92%. Descontada a alta de preços setoriais (INCC-DI), as empresas registraram expansão média anual de 12,6%, enquanto o valor adicionado por todo o setor aumentou 5,6%. No entanto, no último ano, em 2012, a taxa de crescimento na comparação com 2011 já ficou abaixo da média do período, reduzindo-se para 8,78%. Todos os segmentos da construção registraram taxas de crescimento médio anual de dois dígitos, indicando que o aumento do investimento no período foi disseminado pelo setor. No entanto há um maior destaque dos serviços especializados (12,88% a.a.), que compreende as atividades de preparação de terrenos, fundações, obras de instalações e acabamento, ou seja, atividades em grande parte associadas à produção imobiliária. O segmento de edificações apresentou o segundo melhor desempenho, com alta média de 12,80% a.a. – o de infraestrutura cresceu 10,94% a.a. Na comparação com 2011, o melhor desempenho setorial ocorreu em edificações, com expansão de 14,17%, o segundo melhor resultado da série iniciada em 2007. Apenas em 2009, o segmento cresceu a taxa mais elevada, de 25,73%. O crescimento expressivo da atividade contribuiu para atrair mais empresas para o setor ou para a formalização de pequenos empreiteiros. Entre 2007 e 2012, o total de empresas ativas na construção civil praticamente dobrou (97%), ao passar de 52,9 mil para 104,3 mil. O maior aumento deu-se entre as empresas de pequeno porte – de 1 a 4 pessoas ocupadas, que registrou expansão de 110%. No entanto, o valor adicionado pelas maiores empresas (a partir de 30 pessoas ocupadas) teve elevação nominal de 172%, enquanto as empresas de menor porte tiveram alta de 88%. Portanto, houve uma maior concentração na geração da renda setorial no período. Em 2012, esse movimento foi atenuado,
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
Em 2012, havia no país 104,3 mil empresas, responsáveis pela ocupação de 2,8 milhões de pessoas O valor adicionado das empresas de construção somou R$ 159,26 bilhões, o que representou 75% do PIB da construção naquele ano O valor das incorporações, obras e serviços realizados por todas as empresas somou R$ 336,59 bilhões
uma vez que, na comparação com 2011, o valor adicionado pelas pequenas empresas registrou crescimento superior à média (34% em termos nominais). Em contrapartida, as empresas porte intermediário (de 5 a 29 pessoas) perderam participação na geração da renda setorial. Amentou também o número de ocupados pelas empresas. No período de 2007 a 2012, o total de ocupados aumentou 78,58%. Vale observar que, no último ano, já houve forte desaceleração no ritmo de contratação – na comparação com 2011, a alta foi de 5,84%. O resultado inferior ao do valor adicionado pelas empresas indica um aumento da produtividade da mão de obra.
Produtividade e investimentos De fato, o valor adicionado por trabalhador registrou alta de 2,78% em relação a 2011, já considerando os valores corrigidos. Mas o desempenho positivo em 2012 não compensou a queda dos dois anos anteriores – a produtividade do trabalhador ficou abaixo da produtividade alcançada em 2009. Entre 2007 e 2012, a produtividade do trabalhador da construção caiu 1,1%. A evolução de produtividade não foi uniforme quando se consideram os segmentos e o porte das empresas. A evolu-
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ção positiva no último ano deveu-se especialmente às empresas de pequeno porte, com até 4 pessoas ocupadas. No entanto são elas que registram a maior queda de produtividade, de 22,7%, quando se analisa o período de 2007 a 2012. As empresas médias também registraram queda, de -12,9%. E as com 30 ou mais empregados tiveram alta de 2,8% no mesmo período. Por segmento de atividade, as empresas de infraestrutura conseguiram asseguram maior ganho de produtividade, de 5,2% no período 2007 a 2012, enquanto entre as empresas de edificações a alta foi de 3,1%. Entre as empresas de serviços especializados, a produtividade se reduziu cerca de 15%. Vale lembrar que nesse grupo estão as empresas subcontratadas pelas demais do setor da construção – portanto essa queda afetou também todo o setor. No entanto, foi nesse segmento que se registrou a maior recuperação da produtividade em 2012. Além da baixa produtividade, as empresas tiveram que lidar com a elevação dos custos com mão de obra determinada pela escassez de trabalhadores qualificados. Nesses cinco anos, as despesas com salários e outras remunerações por trabalhador aumentaram 31,2% acima do INPC, o que representa um aumento médio real de quase 6% ao ano. Ou seja, houve queda na produtividade e aumento da mão de obra. A despeito da desaceleração recente do crescimento setorial, a questão do mercado de trabalho ainda se configura uma das principais preocupações do empresário. A pouca disponibilidade de mão de obra mostra que é imprescindível aumentar a produtividade. Os investimentos em capital físico (máquinas, equipamentos, instalações, meios de transporte, entre outros) se constituem em uma das formas de expansão da produtividade das empresas. Os dados das construtoras mostraram que esses investimentos por trabalhador aumentaram 41%, já desconsiderando a alta dos preços setoriais. A maior alta ocorreu em 2012, quando os investimentos cresceram 32%, desempenho impulsionado pelo segmento de serviços especializados da construção.
VISÃO URBANA
As quatro dimensões do conceito de smart cities
Governo
Moradores e visitantes
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
• Transparência • Agilidade • Redução da burocracia
• Sustentabilidade • Agilidade • Melhores oportunidades de negócio
• Engajamento • Responsabilidade • Oportunidades de participação social ativa
• Disponibilidade de recursos de TI • Disseminação do uso da tecnologia
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Empresas
Infraestrutura
Fonte: Bacen
SMART CITIES, SMARTER CITIZENS Cidades inteligentes exigem cidadãos engajados
Robson Gonçalves e Andrea de Paiva
Q
ue a tecnologia da informação (TI) mudou para sempre nossas rotinas é algo sabido. Mas se melhorou nossa qualidade de vida em todas as dimensões em que é usada é outra questão. E uma dessas dimensões é a gestão urbana e o convívio nas grandes metrópoles. E como sempre ocorre no campo tecnológico, a grande questão não é a própria TI, mas o uso que se faz dela. A partir deste ponto, começa uma discussão ampla sobre o exercício da cidadania. No meio urbano, quem negaria as vantagens da sincronização de semáforos ou da operação remota de trens do metrô em situações de crise? Mas o uso da TI nesses casos não garante que os motoristas não irão fechar os cruzamentos ou que o usuário do metrô irá conservar trens e estações. Cidades inteligentes exigem cidadãos inteligentes.
Uma smart city é uma construção coletiva cuja alma não é a tecnologia Em seu uso atual, o conceito de smart cities se refere ao uso amplo de TI na gestão urbana. Esse uso se estende desde a burocracia administrativa até o transporte, a gestão de recursos naturais e questões sociais. O objetivo imediato é amenizar os típicos problemas de escala das grandes metrópoles, melhorando a qualidade de vida de seus moradores e reduzindo o caos urbano. Trata-se, portanto, de um estágio avançado do planejamento e da gestão dos grandes centros.
Mas um aspecto muitas vezes negligenciado se refere ao potencial da TI em temos de reduzir, ainda que virtualmente, as distâncias entre os cidadãos. Assim, quando alguém procura um posto de atendimento da Prefeitura ou uma unidade de saúde, a distância entre o final da fila e o funcionário atrás do balcão pode ser enorme por conta da morosidade. O mesmo se dá com as horas perdidas no trânsito. Nesse sentido, as novas tecnologias permitem colocar em primeiro plano a integração entre governo, cidadãos, empresas e turistas. A internet WiFi deixa de ser somente uma forma de conectar computadores e smartphones e passa a ser o meio através do qual serviços são entregues. E cidadãos conectados conseguem se relacionar de uma forma inovadora com a cidade. Uma simples ida ao teatro pode en-
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volver diversos desses serviços: previsão do tempo, condições do trânsito, estacionamentos próximos, críticas do espetáculo. Se tais serviços melhoram a vida dos moradores, podem ser ainda mais relevantes para o turista, cujo primeiro contato com a cidade é sempre virtual. Mas, para que tudo isso funcione, é preciso que pessoas, empresas e governos disponibilizem a matéria-prima da TI, isto é, a própria informação. Os websites de uma autêntica smart city não são apenas um conjunto de gráficos e números. Eles são uma plataforma de comunicação, onde o governo divulga eventos, abre espaço para empresas e profissionais, presta informações, faz alertas de interesse geral e permite a participação da população que sugere, critica, comenta e exige seus direitos. Uma verdadeira via de mão dupla.
Exemplos As múltiplas formas de combinar recursos, serviços e participação de cidadãos e visitantes faz com que cada smart city seja única. Em Nova York, depois da passagem do furacão Sandy em 2012, a defesa civil começou a emitir alertas de alagamento enviados por SMS para todas as pessoas na cidade. Mas isso só é possível graças a previsões meteorológicas que identificam riscos de alagamento bairro a bairro. Em Santander, na Espanha, sensores espalhados pela cidade informam muito mais do que a temperatura e as condições do ar. Também é possível saber onde há, por exemplo, vagas públicas de estacionamento. Em Amsterdã, o conceito de smart city tem sido amplamente explorado. A cidade conta com uma associação, a Amsterdã Smart City (ASC), que reúne autoridades, empresas, instituições de pesquisa e a população em busca de novos projetos. Dentre as ações já implantadas, destaca-se a gestão inteligente de tráfego, que reduziu em 10% as horas perdidas no trânsito. Nesse sentido, destaca-se o We Go, plataforma on line na qual é possível alugar o próprio veículo para moradores do mesmo bairro, com ganhos para proprietários, usuários e trânsito em geral. Outra iniciativa da ASC é o Model Me. Através dessa plataforma, ainda em imple-
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
A internet WiFi deixa de ser somente uma forma de conectar computadores e smartphones e passa a ser o meio através do qual serviços são entregues mentação, governo, organizações privadas e cidadãos farão um modelo virtual oficial da cidade. Com esse modelo, será possível identificar todos os edifícios de Amsterdã, seu uso, o perfil de seus usuários e a relação entre os espaços públicos e privados. Empresas poderão utilizar a plataforma para se comunicar com os usuários, mostrando suas instalações e iniciativas de sustentabilidade. Assim, se um edifício utiliza painéis solares, por exemplo, e compartilha essa informação no Model Me, isso pode contribuir para que outros edifícios façam o mesmo, gerando ganhos de escala em termos de custos de manutenção, dentre outros. Do mesmo modo, as empresas de uma determinada área podem disponibilizar informações sobre a segurança local, gerando estatísticas e contribuindo para a busca de soluções. Novos projetos urbanísticos e comerciais podem ser propostos e visualizados no modelo virtual antes mesmo de serem implementados, recebendo opiniões e crítica dos futuros usuários. Essa pode ser uma poderosa ferramenta de pesquisa de mercado. O número de acessos e comentários referentes ao projeto de um restaurante, por exemplo, já sinaliza a demanda potencial pelo empreendimento. No Brasil, existem algumas iniciativas para criar smart cities. Em junho de 2014, a prefeitura do Rio de Janeiro espalhou pela cidade adesivos com QR Code que, com a ajuda de um aparelho de celular, conectam os usuários não só a informações sobre as linhas de ônibus e pontos turísticos, como também dá a acesso a dados sobre a localização dos ônibus naquele momento. Além disso, em parceria com a IBM, o Rio conta com um centro de operações conectado a 900 câmeras espalhadas pela cida-
OUTUBRO 2014
de. A partir desse centro, é possível monitorar o trânsito, identificando problemas como acidentes de carro, atos de violência e alagamentos instantaneamente. Um modelo semelhante para controle do crime já tinha sido desenvolvido pela IBM para Madri e Nova York. Mas, no caso do Rio, pela primeira vez esse sistema vai reunir o controle do crime com o tráfego, além de informações meteorológicas. As imagens das câmeras estão disponíveis na internet para os cidadãos e a comunicação entre o centro de informações e a população poderá ser feita pelo Twitter. Outro projeto ainda no Rio é uma iniciativa da Unicef que estimula adolescentes moradores das favelas a tirarem fotos e fazerem um mapeamento digital de problemas da região, tais como lixo acumulado e água parada que podem ser foco de dengue. Em Curitiba, o projeto Faróis do Saber se destaca como diferencial. Ele consiste em uma rede de bibliotecas comunitárias espalhadas pela cidade, com acesso gratuito à internet, levando lazer e cultura gratuitos para toda a população. Iniciativas assim levaram Curitiba a ser eleita pela Unesco uma das cidades-modelo para ser utilizada na reconstrução de cidades destruídas pela guerra no Afeganistão e eleita pela Forbes uma das cidades mais smart do mundo. O grande fator limitador no caso brasileiro ainda se refere ao exercício da cidadania. Moradores, empresas e governos das autênticas smart cities são, a um só tempo, beneficiários, multiplicadores e alimentadores dos recursos de TI que estão na base do próprio conceito. Nesse sentido, enquanto continuarmos assistindo a cenas como o desrespeito às regras de trânsito, o descaso com o lixo nas ruas ou o uso irracional da água, não poderemos viver em cidades realmente mais inteligentes. Afinal, uma smart city é uma construção coletiva cuja alma não é a tecnologia, mas sim o desejo coletivo de uma melhor qualidade de vida, tornado apenas mais fácil pela TI. Cidades inteligentes só são viáveis com o uso consciente, responsável e engajado da tecnologia por parte de pessoas, empresas e governos.
CONJUNTURA
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
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OUTUBRO 2014
DESACELERAÇÃO: CICLO OU TENDÊNCIA? Incertezas prejudicam o desempenho da economia no curto prazo
Vocação para a retomada? Uma das características de nossas flutuações cíclicas tem sido a grande capacidade de recuperação da economia brasileira. Dois momentos da história recente ilustram bem esse fenômeno. O início do primeiro governo Lula, marcado por
Índice de volume de vendas no comércio varejista 117
Média 2011 = 100
115 113 111 109
jul/14
ago/14
jun/14
abr/14
mai/14
fev/14
mar/14
jan/14
nov/14
dez/14
set/13
out/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
105
fev/13
107 mar/13
O
crescimento do PIB brasileiro deve ficar próximo de zero em 2014. Para o próximo ano, as expectativas não passam de 1,5%. As restrições estruturais para o crescimento são bem conhecidas, com destaque para as carências de infraestrutura e a insuficiência de mão de obra qualificada. Ainda assim, segundo estudos do Banco Central e do FMI, o potencial de crescimento do País para os próximos anos é estimado entre 2,5% e 3%. Isso significa que estamos vivendo uma fase de baixa do ciclo econômico, quando o PIB cresce menos do que seu potencial por alguns trimestres. Mas, qual a razão para isso? Fases ruins dos ciclos econômicos podem ter causas variadas. No Brasil hoje, está claro que elementos de curto prazo de grande impacto estão agindo. O balanço da Copa do Mundo sobre a atividade econômica foi negativo. Em paralelo, as incertezas eleitorais contribuíram para a piora das expectativas, tanto de consumidores quanto de empresários. Em resumo: 2014 pode ter sido um ano perdido, mas muitas das razões para o crescimento zero são essencialmente conjunturais e, portanto, passíveis de rápida reversão. Mas não basta fazer a taxa de crescimento voltar a acelerar. É preciso ir além, ampliando o próprio potencial de crescimento.
jan/13
Robson Gonçalves e Ana Maria Castelo
Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio
incertezas políticas ainda maiores do que as atuais, e a crise financeira de 2008. Em ambos os casos, o crescimento voltou com força depois de um período de ajustamento de cerca de um ano. A desaceleração atual teve início entre 2010 e 2011, quando a taxa de crescimento do PIB passou de 7,5% para 2,7%, chegando a 1% no ano seguinte. Mas esses números não revelam características relevantes desse esfriamento. Nos últimos anos, a formação bruta de capital teve desempenho ainda pior do que o PIB, resultando na contração contínua da taxa de investimento. Entre 2010 e 2014, esse indicador passou de 19,5% para 16,5% do PIB. No outro extremo, tem-se o consumo das famílias, o grande motor do crescimento. Desde 2011, o consumo das famílias tem crescido à frente do PIB. Já o investimento tem oscilado fortemente e, no primeiro semestre de 2014, apresentou queda de quase 7% na comparação com igual período do ano anterior.
Mas, o crescimento do consumo tem se reduzido continuamente desde 2011, indicando que mesmo esse modelo baseado na demanda das famílias já dá sinais de esgotamento. O varejo vem perdendo fôlego depois de apresentar alta expressiva desde 2011. Assim em agosto, o volume de vendas do comércio varejista era 1,5% inferior a janeiro, já descontada a influência sazonal. No acumulado do ano até aquele mês, ainda se registra alta: 3%. Vistos em conjunto, esses dados lançam dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia a partir do modelo baseado em consumo. O grande desafio será mudar a composição da demanda, dando impulso e estabilidade para o investimento.
No teto Apesar do clima recessivo, o IPCA, índice oficial do regime de metas, permanece pressionado. Desde junho, esse indicador permanece no limite superior da meta, que é de 6,5%, chegando a 6,75% em setembro.
20
A desaceleração da atividade, impulsionada pelo ciclo de alta de juros iniciado no ano passado, deveria contribuir para a queda da inflação. Em vez disso, vive-se a estagflação, com crescimento próximo de zero e preços em alta. As razões para esse cenário remetem de volta ao investimento e ao ciclo econômico. Apesar de estagnado, o PIB brasileiro no primeiro semestre deste ano era cerca de 13% maior do que em igual período de 2008. Na Alemanha e nos EUA, esse crescimento acumulado é de 3,8% e 6,2%, respectivamente. No mesmo período, o rendimento médio dos trabalhadores do setor privado cresceu 20%, já descontada a inflação e os índices de desemprego permanecem nos níveis mínimos históricos. Esses indicadores demonstram que o País vive uma espécie de pleno emprego estagnado. Somado à insuficiência do lado da oferta, os baixos níveis de investimento, esse nível elevado de atividade econômica pressiona os preços e mantém a inflação no teto.
Indústria, serviços e agropecuária Outro elemento em destaque se refere aos descompassos entre os grandes setores da economia. Em contraste com os números do consumo das famílias e das vendas no varejo, a produção industrial enfrente tempos difíceis e não tem conseguido superar os níveis de operação anteriores ao início da crise internacional. Comparando-se o primeiro semestre de 2014 com igual período de 2008, a queda acumulada do PIB da indústria de transformação chega a 4%. Já na comparação com igual trimestre de 2013, a queda é de 3%. Por sua vez, favorecido pelos gastos das famílias, o PIB do setor e serviços teve altas de 16,6% e 1,1% nas mesmas bases de comparação, respectivamente. Já a agropecuária, embora represente hoje menos de 10% do PIB, cresceu até junho 18% desde o primeiro semestre de 2008 e 1,2% na comparação com os primeiros seis meses de 2013. Nos segmentos da indústria produtores de materiais de construção a queda é ainda maior. No acumulado do ano até agosto, a produção de insumos típicos da construção recuou 5,9%.
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
SONDAGEM
Pessimismo O desempenho das empresas da construção continuou em queda na percepção dos empresários da construção: em agosto a sondagem da Construção do SindusCon-SP registrou seu pior resultado na comparação interanual desde maio de 2009. A pesquisa mostrou um desempenho abaixo da linha de neutralidade (abaixo de 50), patamar que vem sendo registrado desde maio. Entre os componentes do indicador de desempenho, o que apresentou pior resultado foi o de emprego, refletindo o cenário de atividade mais fraca.
A percepção dos empresários em relação aos próximos meses manteve-se predominantemente negativa e também está abaixo da linha de neutralidade. Vale notar que pela primeira vez desde 2009 o indicador de perspectivas de desempenho da empresa ficou abaixo do indicador de desempenho atual. Portanto os empresários estão pessimistas em relação às possibilidades de retomada. E também em relação às perspectivas, o componente emprego, que capta a intenção de contratar das empresas é o que apresentou o pior resultado.
Emprego com carteira na construção Saldo líquido até setembro, Brasil 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: MTE, SindusCon-SP/FGV
Construção A retração da indústria de materiais reflete a perda de competitividade da indústria, mas também a forte desaceleração da atividade da construção. Em setembro, a pesquisa do Sinduscon-SP/FGV com base nos dados do MTE indicou que as empresas da construção contrataram cerca de 10 mil novos trabalhadores, o que representa uma queda superior a 70% em elação ao saldo registrado em setembro de 2013. O saldo do ano, ou seja, o total de admitidos pelas empresas, está 55% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Na média do ano, a forte contratação realizada pelas empresas no primeiro trimestre contribuiu para deixar a taxa de cresci-
mento do estoque de trabalhadores positiva (0,41%). Mas a partir do segundo trimestre, as contratações começaram a diminuir. Na comparação com igual período do ano passado, o emprego registra queda desde junho. Em setembro, a diferença foi de -1,22%. Em relação a setembro do ano passado, o pior desempenho ocorreu no segmento imobiliário (-2,22%). A região Centro-Oeste registrou queda de 7% nessa comparação. As regiões Nordeste e Sudeste que representam 28,4% e 41,3%, respectivamente do total de empregos ativos na construção do País, também tiveram resultados negativos, de -1,95% e -3,31%, nessa ordem. O segmento de infraestrutura, pela primeira vez no ano, registrou queda – 0,5% na comparação 12 meses.
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
21
INDICADORES
Indicadores da
Construção CUSTOS DESACELERAM
O
Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil do Estado de São Paulo sem desoneração, ou seja, que considera a incidência do INSS sobre a folha, encerrou o terceiro trimestre do ano com alta acumulada de 6,18%, ficando abaixo da taxa observada no mesmo período do ano passado (6,96%). A taxa de cresci-mento menor refletiu a desaceleração dos custos com mão de obra, que em 2014 subiram 8,16% e no ano passado registraram elevação de 10,40%. No que diz respeito ao índice Nacional da Construção Civil (INCC-M), também houve redução no ritmo de aumentos. O índice acumulado até setembro registrou crescimento de 5,93%, contra elevação de 7,18% no mesmo período do ano passado. O índice relativo à mão de obra, o componente com maior peso, deu a principal contribuição para a redu-ção da taxa, ao registrar aumento de 7,44%. No ano passado, a alta da mão de obra foi de 9,20% no mesmo período. No último trimestre do ano, ainda deverão ser fechados os acordos coletivos dos traba-lhadores de Recife e Belo Horizonte, sendo que este último, em geral, é captado pelo índice apenas em janeiro. Assim, os números até setembro já registram a quase totalidade dos aumentos da mão de obra de 2014, que ficaram abaixo do registrado no ano passado. A parcela correspondente a materiais e equipamentos teve alta de 4,38%. Em 2013 até setembro, o indi-cador acumulou elevação de 5,35%. Em 2014, os itens que registram maior elevação no ano são os tubos e conexões de PVC (10,87%), rodapé de madeira (8,50%), e eletrodutos de PVC (8,05%). No entanto, pelo peso que têm na cesta, as maiores contribuições para o resultado do ano vieram do cimento (6,23%) e do elevador (4,66%). O índice relativo a serviços registra aumento de 3,98% no ano. Em 2013, a taxa acumulada era de 3,94%. As maiores altas ocorreram com as taxas de serviços e licenciamento (6,21%) e na alimentação no local de trabalho (5,82%).
Materiais de construção – consumo e produção
22
Mercado imobiliário
23
Investimentos em habitação
24
Rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais
25
Custo da construção residencial no Estado de São Paulo
26
Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo
27
Emprego da construção nos Estados
28
Emprego da construção nos Estados
29
Emprego da construção brasileira por segmento
30
Emprego da construção paulista por segmento
31
22
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
Materiais de construção – consumo e produção A produção e o consumo aparente de vergalhões, no primeiro semestre de 2014, caíram respectivamente 1,57% e 0,89% em relação ao mesmo período de 2013. A Produção Brasileira de Materiais de Construção registra queda de 3,75% na comparação dos últimos 12 meses com os 12 meses anteriores. CONSUMO DE CIMENTO ANUAL BRASIL
CONSUMO DE CIMENTO ANUAL SÃO PAULO
mil toneladas
mil toneladas 20.000
80.000
70.943
70.000
15.000 15.051
60.000 10.000
50.000 40.000
5.000
29.162
30.000
1.209
0
20.000 1998 Fonte: SNIC
2000
2002
2004
2006
2008 2010 2012 2013 2014*
1998 Fonte: SNIC
* dados preliminares referentes ao período de fevereiro a maio.
2000
VERGALHÃO BRASIL
Produção Produção
2004
2006
2008 2010 2012 2013 2014*
PRODUÇÃO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO BRASIL
mil toneladas 5.000
2002
* dados referentes a janeiro.
Por mês - Média 2012 = 100 115
Consumo Consumo
4.493 4.426
108
4.000
101,60
101 3.000
94 2.198
2.000
87 1.096
1998
2000
Fonte: MDIC-SECEX / Aço Brasil
2002
2004
80 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/15 Jun/14 Jul/14 Ago/14
1.000
2006 2008 2010 2012 2013 2014*
* dados referentes ao período de janeiro a junho.
Fonte: IBGE
Consumo de cimento Brasil
São Paulo
Variação (%) No mês
Vergalhões ‑ Brasil
Variação (%) Mil t
No mês
Consumo aparente
Variação (%) No mês
No ano
Variação (%) Mil t
No mês
No ano
Produção brasileira de materiais de construção (índice: média de 2002 = 100)
Período
Mil t
No ano
Mil t
2013 Mai
6.067
1,0
1,3
1.299
0,9
-2,6
404
6,7
0,7
395
2,9
1,2
103,20
Jun
5.592
-7,8
1,5
1.211
-6,8
-1,0
379
-6,3
-0,4
338
-14,4
-2,2
100,30
Jul
6.363
13,8
2,0
1.338
10,5
-0,8
382
0,9
-1,8
387
14,2
-1,8
105,80
Ago
6.493
2,0
1,5
1.420
6,1
-1,3
395
3,3
-2,5
407
5,3
-0,9
109,30
Set
6.274
-3,4
2,3
1.334
-6,1
-0,6
399
0,9
-2,0
401
-1,5
-0,2
104,60
Out
6.576
4,8
2,5
1.359
1,9
-0,4
397
-0,4
-1,2
409
2,0
1,0
110,60
Nov
6.062
-7,8
2,6
1.222
-10,1
-0,8
405
2,0
0,0
392
-4,0
2,1
103,50
Dez
5.128
-15,4
2,3
1.059
-13,3
-0,7
282
-30,4
0,7
283
-27,7
0,9
86,50
2014 Jan
6.004
17,1
6,1
1.209
14,2
4,4
364
29,2
10,7
363
28,0
12,9
92,00
Fev*
5.714
-4,8
8,5
359
-1,4
6,4
373
2,8
14,7
92,80
Mar*
5.684
-0,5
6,2
396
10,1
4,6
360
-3,5
6,6
96,40
Abr*
5.733
0,9
3,3
389
-1,7
4,0
328
-8,8
0,8
93,60
Mai*
6.027
5,1
2,5
Jun
No ano
Produção
372
-4,3
1,4
384
17,0
0,0
97,70
317
-14,7
-1,6
319
-17,0
-0,9
88,30
Jul
97,80
Ago
101,60
Fonte: SNIC, IABr e IBGE. * Dados para consumo de cimento são preliminares.
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
23
OUTUBRO 2014
Mercado imobiliário O mercado imobiliário de São Paulo continua registrando queda em 2014. Até setembro, o número de lançamentos está 13,0% menor no município de São Paulo e 14,3% menor na Região Metropolitana de São Paulo (excluindo a capital). VELOCIDADE DE VENDAS
LANÇAMENTOS
em % – média anual São Paulo
Belo Horizonte Porto Alegre
25 São Paulo 20
Município de São Paulo
50.000
Belo Horizonte
15
unidades
Município de SãoRMSP Paulo
60.000
Porto Alegre
8,9 7,1 6,7
8,2
5
33.199
30.000
9,2
10
RMSP
40.000
13,3
24.944
20.000
18.466 10.968
10.000
0
0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*
Fonte: CBIC
*dados de São Paulo e Porto Alegre até agosto, de Belo Horizonte até julho
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* Fonte: Embraesp
*dados até setembro
INVESTIMENTO EM HABITAÇÃO CDHU
UNIDADES HABITACIONAIS
R$ mil
São Paulo 1.453
1.500
80.000
Investimentos*
1.200
Em andamento**
70.000
Repasses a CDHU** 1.038 925
900
739
600
Entregues no ano*
60.000 50.000
35.994
40.000 30.000 20.000
8.143
10.000 300
5.360
0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*
Fonte: Secretaria da Fazenda SP e CDHU
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* Fonte: CDHU
* dados até agosto
Velocidade de venda (%)
Porto Alegre
São Paulo Unidades No mês
Em 12 meses
CDHU Unidades habitacionais
RMSP
Variação (%) Belo Horizonte
ICMS no Estado de São Paulo
Lançamentos Município de São Paulo
Período
* "Entregues no ano" até agosto e "Em andamento" até julho
Variação (%) Unidades No mês
Em 12 meses
Repasses à CDHU (R$ milhões)
Investi‑ mentos
(R$ milhões)
Entregues no ano
Em andamento (média do ano)
2013 Jun Jul
14,7 5,7
9,7 5,5
18,3 9,0
3.574 1.403
50,7 -60,7
1,2 3,3
2.657 651
85,4 -75,5
19,4 10,3
117 78
132 140
237 372
35.119 35.311
Ago Set Out
9,2 10,2 4,6
12,7 6,9 7,4
17,7 15,6 11,4
2.875 2.964 2.954
104,9 3,1 -0,3
11,5 5,0 9,9
898 3.113 3.796
37,9 246,7 21,9
20,1 13,9 21,3
39 97 124
91 119 140
720 356 538
34.940 36.067 34.714
Nov Dez
2,1 7,2
4,9 8,1
12,9 12,4
4.997 4.023
69,2 -19,5
7,8 19,5
3.808 4.548
0,3 19,4
23,3 -12,4
44 120
108 162
384 4.783
34.323 30.193
2014 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
8,23 5,39 11,65 4,45 8,32 6,96 4,81
5,68 16,11 6,71 12,75 7,02 6,45 6,44 9,66
5,20 5,00 8,20 9,80 9,40 4,80 3,40 7,70
413 940 2.555 2.358 2.681 2.413 973 2.115 4.018
-89,7 127,6 171,8 -7,7 13,7 -10,0 -59,7 117,4 90,0
18,71 13,78 7,90 2,86 3,43 -7,05 -7,41 -11,90 -6,38
353 386 1.353 987 1.440 2.549 759 1.251 1.890
-92,2 9,3 250,5 -27,1 45,9 77,0 -70,2 64,8 51,1
-15,6 -15,9 -13,8 -17,8 -16,7 -20,3 -13,8 -12,6 -18,2
133 62 88 88 78 58 99 133
156 92 126 97 149 95 147 176
205 201 205 544 657 1.439 1.247 862
30.482 31.268 33.845 34.467 37.066 35.811 35.994
Fonte: Secovi-SP, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, CDHU e Bacen/Decad
24
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
Investimentos em habitação Em agosto de 2014, o saldo total da carteira de crédito com recursos direcionados para financiamento imobiliário atingiu o patamar de R$ 467,76 bi, o equivalente a 28,8% do PIB. O número de concessões subiu 11,6% nos últimos 12 meses. CARTEIRA DE CRÉDITO
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
R$ milhões
% do PIB 10
60% 50%
8
40%
6
30%
4
20%
2
% do PIB
Saldo total
abr/2014
ago/2014
dez/2013
abr/2013
ago/2013
dez/2012
abr/2012
ago/2012
dez/2011
abr/2011
ago/2011
dez/2010
abr/2010
ago/2010
Pessoa Física
Fonte: Banco Central
Fonte: Banco Central
dez/2009
abr/2009
ago/2009
dez/2008
abr/2008
ago/2008
0
0
ago/2007
abr/2014
jun/2013
nov/2013
jan/2013
ago/2012
out/2011
mar/2012
mai/2011
jul/2010
dez/2010
set/2009
fev/2010
abr/2009
nov/2008
jan/2008
jun/2008
ago/2007
10%
dez/2007
3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0
Pessoa Jurídica
CONCESSÕES DE CRÉDITO Financiamento Imobiliário - R$ milhões 15 12 11,378 9 6
Pessoa Física
Fonte: Banco Central
jul/2014
jun/2014
mai/2014
abr/2014
fev/2014
mar/2014
jan/2014
dez/2013
nov/2013
set/2013
out/2013
ago/2013
jul/2013
jun/2013
mai/2013
abr/2013
mar/2013
jan/2013
fev/2013
dez/2012
nov/2012
out/2012
set/2012
jul/2012
ago/2012
jun/2012
abr/2012
mai/2012
mar/2012
fev/2012
jan/2012
dez/2011
out/2011
nov/2011
set/2011
ago/2011
0
ago/2014
2,341
3
Pessoa Jurídica
SBPE mês a mês Saldo Total da Carteira de Crédito
Saldo Total de Financiamento Imobiliário
Saldo de Financiamento Imobiliário Pessoa Jurídica
Saldo de Financiamento Imobiliário Pessoa Física
Concessões de crédito com recursos direcionados Financiamento Imobiliário
(R$) milhões
% do PIB
Total - R$ (milhões)
% do Crédito Total
% do PIB
% do Crédito Imobiliário
% do PIB
% do Crédito Imobiliário
Total
Pessoa Jurídica
Pessoa Física
2013 Jun
2.531.576
55,02%
345.746
13,66%
1,03%
13,69%
6,48%
86,31%
14.031
2.455
11.576
Jul
2.545.127
54,83%
354.786
13,94%
1,04%
13,61%
6,60%
86,39%
14.534
2.535
11.999
Ago
2.577.874
55,12%
364.903
14,16%
1,07%
13,70%
6,73%
86,30%
14.475
3.170
11.305
Set
2.597.168
55,03%
370.593
14,27%
1,08%
13,80%
6,77%
86,20%
12.723
2.489
10.234
Out
2.608.241
54,72%
378.439
14,51%
1,09%
13,75%
6,85%
86,25%
13.723
2.915
10.808
Nov
2.650.873
55,12%
386.677
14,59%
1,10%
13,65%
6,94%
86,35%
12.750
2.223
10.527
Dez
2.715.371
56,05%
395.241
14,56%
1,11%
13,61%
7,05%
86,39%
13.803
2.588
11.215
2014 Jan
2.717.271
55,81%
402.090
14,80%
1,12%
13,52%
7,14%
86,48%
11.796
2.255
9.541
Fev
2.732.002
55,66%
411.892
15,08%
1,17%
13,91%
7,22%
86,09%
14.738
4.412
10.326
Mar
2.759.446
55,98%
421.134
15,26%
1,22%
14,33%
7,32%
85,67%
13.462
4.269
9.193
Abr
2.778.268
56,11%
429.362
15,45%
1,25%
14,38%
7,43%
85,62%
12.913
2.537
10.376
Mai
2.804.567
56,37%
440.092
15,69%
1,28%
14,44%
7,57%
85,56%
15.611
3.253
12.358
Jun
2.830.941
56,81%
449.390
15,87%
1,30%
14,44%
7,72%
85,56%
13.884
2.548
11.336
Jul
2.836.878
56,57%
458.695
16,17%
1,31%
14,33%
7,84%
85,67%
14.529
2.488
12.041
Ago
2.864.162
56,76%
467.759
16,33%
1,32%
14,26%
7,95%
85,74%
13.719
2.341
11.378
Fonte: Bacen/Decad, CBIC
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
25
OUTUBRO 2014
Rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais O IGMI-C é um índice de rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais – seu objetivo é retratar a evolução da valorização dos preços e dos rendimentos do segmento de imóveis comerciais em todo o Brasil. Seu crescimento no 2° trimestre de 2014 foi de 16,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Índice geral do mercado imobiliário brasileiro ‑ Comercial Total Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano
Período 2012 2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Capital
Em 12 meses
Renda
Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano
Em 12 meses
Índice Variação (%) (base 1°tri/ 2000 = No 100) trimestre No ano
Em 12 meses
3
157,53
4,07
12,77
17,35
126,44
1,78
4,62
6,17
125,22
2,29
7,92
10,69
4
162,71
3,29
16,48
16,48
127,93
1,17
5,84
5,84
127,87
2,12
10,20
10,20
1
172,26
5,87
5,87
18,65
133,03
3,99
3,99
8,60
130,27
1,88
1,88
9,45
2
180,39
4,72
10,87
19,18
135,71
2,01
6,09
9,24
133,79
2,71
4,64
9,30
3
186,86
3,59
14,84
18,62
138,11
1,77
7,96
9,23
136,23
1,82
6,54
8,80
4
193,23
3,41
18,76
18,76
140,82
1,96
10,08
10,08
138,20
1,44
8,08
8,08
1
201,32
4,19
4,19
16,87
144,32
2,49
2,49
8,49
140,55
1,70
1,70
7,89
2
208,50
3,56
7,90
15,58
146,19
1,29
3,81
7,72
143,74
2,27
4,01
7,43
3
213,52
2,41
10,50
14,26
147,39
0,82
4,67
6,72
146,02
1,58
5,66
7,18
4
218,62
2,39
13,14
13,14
148,83
0,97
5,69
5,69
148,09
1,42
7,15
7,15
1
223,55
2,26
2,26
11,04
150,47
1,10
1,10
4,26
149,79
1,15
1,15
6,58
2
231,19
3,42
5,75
10,89
152,25
1,18
2,30
4,14
153,15
2,24
3,42
6,54
3
239,23
3,47
9,43
12,04
154,86
1,72
4,06
5,07
155,84
1,76
5,23
6,72
4
245,11
2,46
12,12
12,12
156,79
1,25
5,35
5,35
157,72
1,21
6,51
6,51
1
254,73
3,93
3,93
13,95
160,96
2,66
2,66
6,97
159,73
1,27
1,27
6,63
2
266,87
4,76
8,88
15,43
164,89
2,44
5,16
8,30
163,44
2,32
3,62
6,72
3
275,79
3,34
12,52
15,28
167,59
1,64
6,88
8,22
166,22
1,70
5,39
6,66
4
285,60
3,56
16,52
16,52
169,81
1,33
8,30
8,30
169,93
2,23
7,74
7,74
1
297,88
4,30
4,30
16,94
174,82
2,95
2,95
8,61
172,22
1,35
1,35
7,82
2
311,55
4,59
9,08
16,74
178,45
2,07
5,09
8,22
176,55
2,52
3,90
8,03
3
326,45
4,79
14,30
18,37
183,11
2,61
7,83
9,26
180,39
2,17
6,15
8,52
4
343,62
5,26
20,32
20,32
187,88
2,61
10,64
10,64
185,18
2,65
8,97
8,97
1
371,69
8,17
8,17
24,78
196,61
4,64
4,64
12,46
191,70
3,52
3,52
11,31
2
394,70
6,19
14,86
26,69
202,37
2,93
7,71
13,41
197,94
3,25
6,89
12,11
3
416,59
5,55
21,23
27,61
206,91
2,24
10,13
13,00
204,49
3,31
10,43
13,36
4
443,58
6,48
29,09
29,09
212,69
2,79
13,20
13,20
212,02
3,69
14,50
14,50
1
481,10
8,46
8,46
29,43
223,33
5,00
5,00
13,59
219,35
3,46
3,46
14,42
2
513,30
6,69
15,72
30,05
230,70
3,30
8,47
14,00
226,79
3,39
6,96
14,57
3
538,21
4,85
21,33
29,19
234,83
1,79
10,41
13,49
233,74
3,06
10,24
14,31
4
568,49
5,63
28,16
28,16
240,13
2,26
12,90
12,90
241,61
3,37
13,95
13,95
1
605,38
6,49
6,49
25,83
248,30
3,40
3,40
11,18
249,07
3,09
3,09
13,55
2
640,38
5,78
12,65
24,76
254,97
2,69
6,18
10,52
256,78
3,09
6,28
13,22
3
675,01
5,41
18,74
25,42
260,87
2,31
8,64
11,09
264,72
3,09
9,57
13,26
4
713,45
5,69
25,50
25,50
265,93
1,94
10,74
10,74
274,66
3,75
13,68
13,68
1
748,68
4,94
4,94
23,67
270,61
1,76
1,76
8,99
283,39
3,18
3,18
13,78
2
780,81
4,29
9,44
21,93
274,53
1,45
3,24
7,67
291,45
2,84
6,11
13,50
3
809,99
3,74
13,53
20,00
277,18
0,96
4,23
6,25
299,53
2,77
9,05
13,15
4
842,12
3,97
18,04
18,04
280,71
1,27
5,56
5,56
307,60
2,69
11,99
11,99
1
878,79
4,35
4,35
17,38
285,25
1,62
1,62
5,41
316,02
2,74
2,74
11,51
2
910,98
3,66
8,18
16,67
288,71
1,21
2,85
5,16
323,76
2,45
5,25
11,09
3
946,61
3,91
12,41
16,87
293,00
1,49
4,38
5,71
331,60
2,42
7,80
10,71
4
991,02
4,69
17,68
17,68
298,92
2,02
6,49
6,49
340,46
2,67
10,68
10,68
1 1.037,18
4,66
4,66
18,02
305,38
2,16
2,16
7,06
348,97
2,50
2,50
10,43
2 1.081,88
4,31
9,17
18,76
311,69
2,07
4,27
7,96
356,80
2,24
4,80
10,20
3 1.126,83
4,15
13,70
19,04
317,48
1,86
6,21
8,35
365,00
2,30
7,21
10,07
4 1.171,54
3,97
18,22
18,22
322,32
1,52
7,83
7,83
373,91
2,44
9,83
9,83
1 1.214,21
3,64
3,64
17,07
326,12
1,18
1,18
6,79
383,12
2,46
2,46
9,79
2 1.257,80
3,59
7,36
16,26
330,70
1,40
2,60
6,10
391,50
2,19
4,70
9,73
O IGMI-C é um índice de rentabilidade do mercado brasileiro de imóveis comerciais, cujo objetivo é retratar a evolução da valorização dos preços e dos rendimentos do segmento de imóveis comerciais em todo o Brasil. Fonte: FGV
26
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
Custo da construção residencial no Estado de São Paulo O Custo Unitário Básico (CUB) representa o custo por metro quadrado de construção residencial do projeto-padrão R8-N, calculado de acordo com NBR 12721/2006. Nos últimos 12 meses, o Custo Global sem desoneração subiu 6,52%. Os custos com mão de obra se elevaram 8,33%. Custo da construção residencial no Estado de São Paulo ‑ Padrão R8‑N Índice (Base Fev/ 07 = 100)
Período 2011
2012
2013
2014
Global Variação (%) No mês
No ano
Em 12 meses
Índice (base Fev/ 07 = 100)
Mão‑de‑obra Variação (%) No mês
No ano
Em 12 meses
Índice (base Fev/ 07 = 100)
Material Variação (%) No mês
No ano
Em 12 meses
Jan
130,18
0,28
0,28
5,62
137,48
0,40
0,40
7,90
122,24
0,14
0,14
2,90
Fev
130,39
0,16
0,44
5,64
137,48
0,00
0,40
7,87
122,68
0,36
0,50
3,00
Mar
130,52
0,10
0,54
5,54
137,62
0,10
0,50
7,90
122,79
0,09
0,59
2,74
Abr
130,81
0,22
0,76
5,59
137,68
0,04
0,55
7,95
123,35
0,46
1,05
2,83
Mai
135,17
3,33
4,12
6,53
145,64
5,78
6,36
10,07
123,58
0,19
1,24
2,11
Jun
136,87
1,26
5,43
5,70
148,36
1,87
8,35
8,42
124,20
0,50
1,74
2,20
Jul
136,95
0,06
5,49
5,20
148,45
0,06
8,41
8,48
124,30
0,08
1,83
1,11
Ago
137,04
0,07
5,56
5,13
148,45
0,00
8,41
8,41
124,38
0,06
1,89
0,96
Set
137,23
0,14
5,71
5,43
148,65
0,13
8,56
8,56
124,57
0,15
2,05
1,45
Out
137,30
0,05
5,76
5,62
148,65
0,00
8,56
8,56
124,73
0,13
2,18
1,86
Nov
137,40
0,07
5,84
5,84
148,84
0,13
8,70
8,70
124,75
0,02
2,20
2,19
Dez
137,42
0,01
5,85
5,85
148,93
0,06
8,76
8,76
124,69
-0,05
2,15
2,15
Jan
137,55
0,10
0,10
5,66
149,02
0,06
0,06
8,40
124,86
0,14
0,14
2,15
Fev
138,04
0,35
0,45
5,87
149,62
0,40
0,46
8,83
125,26
0,32
0,46
2,10
Mar
138,59
0,40
0,85
6,18
150,18
0,37
0,84
9,13
125,82
0,45
0,91
2,47
Abr
138,79
0,14
1,00
6,10
150,18
0,00
0,84
9,08
126,24
0,33
1,24
2,34
Mai
143,34
3,28
4,31
6,04
158,01
5,21
6,10
8,49
127,25
0,80
2,05
2,97
Jun
145,82
1,73
6,11
6,54
162,44
2,81
9,07
9,49
127,45
0,16
2,21
2,60
Jul
146,52
0,48
6,62
6,99
163,33
0,55
9,67
10,02
128,00
0,43
2,65
2,98
Ago
146,72
0,14
6,77
7,06
163,33
0,00
9,67
10,02
128,43
0,34
3,00
3,26
Set
146,83
0,07
6,85
7,00
163,26
-0,04
9,62
9,83
128,74
0,24
3,25
3,35
Out
147,12
0,20
7,06
7,15
163,44
0,11
9,74
9,95
128,16
-0,45
2,78
2,75
Nov
147,39
0,18
7,26
7,27
163,90
0,28
10,05
10,12
129,20
0,81
3,62
3,57
Dez
147,44
0,03
7,29
7,29
163,90
0,00
10,05
10,05
129,31
0,09
3,71
3,71
Jan
147,43
-0,01
-0,01
7,18
163,90
0,00
0,00
9,98
129,29
-0,02
-0,02
3,54
Fev
147,42
0,00
-0,01
6,80
163,90
0,00
0,00
9,54
129,27
-0,02
-0,03
3,20
Mar
147,77
0,24
0,23
6,63
164,36
0,28
0,28
9,44
129,52
0,19
0,16
2,94
Abr
148,03
0,18
0,40
6,66
164,52
0,10
0,38
9,55
129,91
0,30
0,46
2,91
Mai
154,60
4,44
4,86
7,86
176,53
7,30
7,71
11,72
130,39
0,37
0,84
2,47
Jun
156,76
1,39
6,32
7,50
180,00
1,97
9,82
10,81
130,82
0,33
1,17
2,64
Jul
157,25
0,32
6,66
7,33
180,72
0,40
10,26
10,65
131,11
0,22
1,39
2,43
Ago
157,51
0,16
6,83
7,35
180,84
0,07
10,34
10,72
131,51
0,31
1,70
2,40
Set
157,70
0,12
6,96
7,40
180,95
0,06
10,40
10,84
131,78
0,21
1,91
2,36
Out
157,97
0,17
7,14
7,37
181,07
0,07
10,48
10,79
132,21
0,33
2,24
3,16
Nov
158,12
0,09
7,24
7,28
181,07
0,00
10,48
10,48
132,53
0,24
2,49
2,58
Dez
158,21
0,06
7,30
7,30
181,23
0,09
10,57
10,57
132,56
0,02
2,51
2,51
Jan
158,28
0,05
0,05
7,36
181,28
0,03
0,03
10,60
132,61
0,04
0,04
2,57
Fev
158,65
0,23
0,28
7,61
181,71
0,24
0,27
10,87
132,93
0,24
0,28
2,83
Mar
158,77
0,08
0,36
7,44
181,91
0,11
0,38
10,68
132,97
0,03
0,31
2,67
Abr
159,02
0,15
0,51
7,42
181,96
0,03
0,41
10,60
133,44
0,35
0,66
2,72
Mai
161,74
1,71
2,23
4,62
185,90
2,16
2,58
5,31
134,74
0,97
1,64
3,33
Jun
166,21
2,77
5,06
6,03
193,59
4,14
6,82
7,55
135,52
0,58
2,23
3,59
Jul
167,19
0,59
5,68
6,32
194,79
0,62
7,48
7,79
136,30
0,57
2,82
3,96
Ago
167,97
0,47
6,17
6,65
196,02
0,63
8,16
8,40
136,61
0,23
3,06
3,88
Set
167,99
0,01
6,18
6,52
196,02
0,00
8,16
8,33
136,50
-0,08
2,98
3,58
(*) Valor referente ao último mês do período. Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
27
Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo* Setembro de 2014 – Ordem decrescente de variação percentual em 12 meses Variação (%) Material
Unidade
Alimentação tipo marmitex nº 8
unidade
Placa de gesso p/ forro s/ colocação
Preço
Mês
Ano
12 Meses
9,35
-
12,24
13,75
m²
10,44
-
9,55
11,90
Cimento CPE-32 saco 50kg
saco
20,54
0,44
8,11
11,45
Telha ondulada fibrocimento 6 mm
m²
15,05
0,80
7,19
7,81
Chapa compensado plastificado 18mm
m²
28,80
-
5,03
6,39
Brita 2
m³
72,51
(0,37)
4,86
5,76
Disjuntor tripolar 70 A
unidade
62,45
-
4,82
5,28
Locação de betoneira elétrica 320 l
R$/mês
196,35
0,14
3,44
5,21
Bacia sanit. branca c/ cx. acoplada 6 L
unidade
168,65
-
4,25
4,75
Porta lisa p/ pintura 3,5x70x210cm
unidade
87,65
-
5,08
4,67
Aço CA-50 Ø 10 mm
kg
3,62
(0,82)
4,02
4,32
Tubo de ferro galv. c/ costura Ø 2 1/2"
m
42,53
0,21
4,14
4,21
Emulsâo asfáltica c/elastômero p/imperm.
kg
6,90
-
3,76
3,92
Registro de pressão cromado Ø=1,27cm
unidade
58,87
-
3,39
3,66
Tubo PVC-R rígido p/ esgoto Ø 150 mm
m
23,11
-
3,82
3,63
CUB- Materiais
R$/m²
446,02
(0,08)
2,98
3,59
IGP-M -Setembro/2014
Índice
547,84
0,20
1,76
3,54
Placa cerâmica (azulejo) 15x15cm 1ª linha PEI II
m²
16,38
-
2,25
3,02
Bancada de pia de mármore 2x0,6x0,02cm
unidade
281,71
-
2,67
2,86
Janela de correr 2 folhas 1,2x1,2 m
m²
258,77
-
1,56
2,61
Bloco de concreto 19x19x39cm
unidade
1,91
-
1,60
2,14
Areia média lavada
m³
65,97
-
1,03
2,06
Esquadrias correr 4 folhas al. 2,0x1,4m
m²
303,43
-
1,75
2,03
Tinta látex branca PVA
lata
162,00
1,68
0,49
1,85
Fio cobre antichama isol. 750 V 2,5 mm²
rolo
71,09
-
1,48
1,76
Concreto FCK=25 MPa
m³
249,50
-
0,97
1,33
Vidro liso transparente 4 mm c/ massa
m²
53,26
(0,56)
0,70
0,70
Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm
milheiro
438,07
0,30
0,41
0,38
Fechadura, tráfego moderado acab. cromo
unidade
39,90
-
(1,51)
(1,70)
(*) Preços médios informados pelas construtoras Fonte: Secon/SindusCon-SP
28
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
Emprego da construção nos Estados Em setembro de 2014, o setor da construção empregou 3,52 milhões de pessoas. Os estados do Pará e Ceará se destacam na geração de empregos em comparação ao mesmo período do ano anterior. Rondônia e Amazonas, por outro lado, tiveram 17,66% e 17,38% menos empregados do que no mesmo mês do ano anterior. EMPREGO NA CONSTRUÇÃO CIVIL dezembro 4.000.000
3.528.396
3.500.000 3.000.000 2.500.000
Brasil
2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000
864.488
São Paulo
0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO NORDESTE
ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO NORTE
dezembro 250.000
Bahia
dezembro
Pernambuco
140.000
Ceará
Pará
206.677
Amazonas
131.468
Rondônia
105.000
187.500 163.446
125.000
70.000
113.645
34.776
35.000
62.500
33.651
0
0 2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2007
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
2008
Região Norte
Período
Rondônia
Acre
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
Amazonas Roraima
Região Nordeste
Pará
Amapá Tocantins Maranhão
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe
Bahia
2013 Jun
42.880
8.669
41.105
4.139 105.850
9.476
15.507
60.425 37.525
99.817
50.932
47.675
175.789 36.156 32.924 203.239
Jul
43.034
8.822
41.276
4.087 108.456
9.261
15.622
60.075 37.615
99.985
50.869
47.244
173.468 35.996 33.025 205.410
Ago
42.803
8.866
41.265
4.171 109.579
9.363
15.535
61.074 37.692 100.325
50.723
47.504
175.401 36.007 32.684 206.602
Set
42.233
8.995
40.730
4.185 114.774
9.564
15.548
62.733 37.562 101.883
51.586
47.550
178.656 36.614 33.291 210.265
Out
41.021
9.080
40.919
4.136 116.531
9.621
15.520
64.416 38.320 102.689
51.221
47.481
177.711 37.829 33.369 207.383
Nov
38.473
9.220
40.306
4.000 115.879
9.101
14.902
65.073 37.437 103.782
51.732
47.964
178.726 37.758 33.517 209.605
Dez
36.297
8.807
39.305
4.052 112.883
8.614
14.050
62.869 36.556 102.701
50.821
48.004
177.374 36.953 32.394 205.370
2014 Jan
35.883
8.831
37.920
4.113 111.181
8.581
14.107
61.391 36.777 103.743
52.124
48.785
177.747 37.372 33.339 206.769
Fev
35.244
8.921
37.474
4.282 109.174 8.391
14.233
59.962 36.960 107.623
53.058
49.198
178.065 37.897 33.829 207.045
Mar
35.782
8.652
36.615
4.417 109.548 8.199
14.185
58.116 36.873 106.779
53.218
49.162
176.742 37.651 34.015 207.442
Abr
35.699
8.556
35.336
4.412 112.523 8.017
14.453
57.623 36.895 107.503
53.540
49.575
173.513 38.319 34.162 204.911
Mai
37.050
8.678
34.635
4.391 117.652 7.750
15.431
57.694 37.193 108.822 52.668
50.275
169.574 37.409 34.263 204.112
Jun
37.102
8.864
34.271
4.487 123.228 7.680
16.101
58.542 36.807 107.958 51.470
50.414
167.338 36.936 34.170 200.868
Jul
37.072
9.228
33.540
4.410 128.070 7.878
16.754
61.268 36.882 108.908 50.335
50.625
164.523 36.872 33.896 202.277
Ago
36.410
9.248
33.349
4.572 129.229 7.851
17.218
63.136 36.581 111.351 49.708
50.502
163.694 37.036 33.839 204.413
Set
34.776
9.109
33.651
4.515 131.468 7.749
17.120
64.598 35.423 113.645 51.019
50.832
163.446 37.254 33.464 206.677
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
29
OUTUBRO 2014
Emprego da construção nos Estados A região Sudeste compreende 49,04% do total de empregados com carteira na construção e registrou queda de 0,38% na comparação janeiro setembro contra o mesmo período do ano passado. Nessa mesma comparação, as regiões Nordeste e Sul apresentaram altas respectivamente de 0,70% e 3,59%. ESTADOS QUE MAIS EMPREGAM NA REGIÃO SUDESTE dezembro 1.000.000
864.488
800.000 São Paulo
600.000
414.743
400.000
Minas Gerais
200.000
377.090
Rio de Janeiro
0 2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
EMPREGO NA REGIÃO CENTRO‑OESTE
EMPREGO NA REGIÃO SUL
dezembro
dezembro 200.000 PR
RS
192.302 176.796
SC
150.000 137.991
100.000
50.000
120.000 GO
DF
MT
114.664
MS
100.000
79.923
80.000 60.000
57.668
40.000
44.060
20.000 2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE * Setembro
Região Sudeste
Região Sul
Região Centro‑Oeste
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal
2013 Jun
428.623
74.722
370.624
874.304
186.972
129.535
173.277
42.999
54.738
115.087
90.429
Jul
430.925
74.868
373.778
872.734
185.737
130.298
173.561
41.987
55.543
115.626
90.615
Ago
430.240
75.891
375.609
876.271
186.692
131.343
174.214
43.813
56.433
115.494
90.217
Set
435.361
76.514
377.819
882.036
187.593
131.618
175.821
44.866
57.915
116.471
89.727
Out
435.455
76.218
377.948
878.588
186.218
131.768
176.434
46.392
58.430
115.554
89.263
Nov
425.137
75.464
373.651
871.973
184.944
130.944
175.285
46.878
57.363
111.744
87.989
Dez
409.007
73.525
370.481
852.206
179.538
126.178
171.808
45.874
53.808
105.287
85.043
2014 Jan
415.092
74.445
371.798
868.092
184.148
130.013
174.936
45.660
55.649
106.937
85.397
Fev
417.303
74.727
378.306
874.252
187.956
132.454
177.604
46.587
55.973
108.546
86.644
Mar
415.736
75.023
377.330
875.444
187.543
133.522
178.907
45.913
55.912
108.002
87.381
Abr
412.924
74.337
378.021
878.694
187.947
136.007
180.168
44.099
57.499
110.959
87.464
Mai
414.563
73.732
378.714
872.389
191.668
136.533
179.077
43.332
58.220
113.376
85.835
Jun
413.683
73.709
377.591
867.264
190.809
136.625
177.724
42.929
58.360
114.363
83.158
Jul
414.042
73.222
375.374
867.558
191.000
137.154
176.733
43.257
58.589
114.389
81.574
Ago
413.267
73.479
376.467
864.723
191.110
138.016
175.739
44.114
58.332
114.451
80.546
Set
414.743
73.925
377.090
864.488
192.302
137.991
176.796
44.060
57.668
114.664
79.923
Período
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE
30
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
OUTUBRO 2014
Emprego da construção brasileira por segmento O emprego no segmento de Edificações, que representa 39,2% do emprego no setor da Construção, registrou queda de 2,22% em setembro em relação a setembro de 2013. Já a infraestrutura, que em 2014 emprega 21,8% dos empregados, teve queda de 0,49% na mesma comparação.
EMPREGO NO BRASIL ‑ EDIFICAÇÕES
EMPREGO NO BRASIL ‑ INFRAESTRUTURA
dezembro
dezembro
1.365.162 1.364.108 1.364.830 1.382.337 1.262.138 971.980
2008
593.296 599.833 625.827
431.740
1.063.160 366.677
825.673
2007
493.022
575.328
539.275
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE *Setembro
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE *Setembro
EMPREGO NO BRASIL ‑ INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
EMPREGO NO BRASIL ‑ ENGENHARIA E ARQUITETURA
dezembro
dezembro
269.836 275.661
304.182 309.138 285.895 292.230
282.438
253.339
241.964
196.815
200.852 112.643
132.614
2007
2008
158.941
155.757
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE *Setembro
2007
2008
2013 Jun
Preparação Infra‑ de terreno Edificações Estrutura 139.467
1.394.044
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE *Setembro
Obras Período
222.403
619.439
Serviços
Obras de Obras de instalação acabamento 430.537
182.723
Total 2.766.210
Incorporação Engenharia e de imóveis Arquitetura
Outros serviços
281.523
297.423
168.262
Total 747.208
Total 3.513.418
Jul
141.557
1.395.790
619.776
430.089
182.794
2.770.006
281.218
299.328
169.365
749.911
3.519.917
Ago
142.662
1.402.181
619.796
430.602
183.674
2.778.915
283.263
302.012
171.621
756.896
3.535.811
Set
144.386
1.413.763
628.899
435.907
184.065
2.807.020
284.312
307.283
173.295
764.890
3.571.910
Out
143.994
1.412.725
631.163
431.797
184.639
2.804.318
282.917
308.435
173.845
765.197
3.569.515
Nov
142.450
1.403.092
617.799
427.579
182.997
2.773.917
282.292
310.162
172.476
764.930
3.538.847
Dez
137.391
1.364.830
598.833
419.837
178.592
2.699.483
275.661
306.503
168.158
750.322
3.449.805
2014 Jan
137.998
1.384.942
604.406
423.885
182.381
2.733.612
277.666
307.465
172.087
757.218
3.490.830
Fev
139.669
1.400.661
609.429
423.654
183.686
2.757.099
280.931
310.023
173.655
764.609
3.521.708
Mar
140.195
1.391.864
614.545
426.355
182.739
2.755.698
279.839
309.747
172.825
762.411
3.518.109
Abr
141.285
1.391.253
619.558
422.287
184.078
2.758.461
280.837
309.479
174.379
764.695
3.523.156
Mai
142.898
1.388.119
625.384
419.602
184.730
2.760.733
281.183
308.321
174.799
764.303
3.525.036
Jun
142.902
1.379.778
624.963
416.895
184.575
2.749.113
281.301
308.019
174.018
763.338
3.512.451
Jul
144.317
1.380.873
625.376
416.244
184.920
2.751.730
281.040
308.246
174.414
763.700
3.515.430
Ago
145.258
1.381.232
624.628
416.254
185.282
2.752.654
281.484
308.514
175.729
765.727
3.518.381
Set
146.644
1.382.337
625.827
419.408
186.032
2.760.248
282.438
309.138
176.572
768.148
3.528.396
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE
CONJUNTURA DA CONSTRUÇÃO
31
OUTUBRO 2014
Emprego da construção paulista por segmento No Estado de São Paulo, em setembro, o segmento de Edificações reduziu seu contingente de trabalhadores em 5,38% em relação a setembro do ano passado.
EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ EDIFICAÇÕES
EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ INFRAESTRUTURA
dezembro
dezembro
237.929
273.210
250.800
296.904 290.800
273.859 273.863
208.783
96.108
109.024 113.214
121.739 125.668
116.648 117.814
76.115
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE * Setembro
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE * Setembro
EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
EMPREGO EM SÃO PAULO ‑ ENGENHARIA E ARQUITETURA
dezembro
dezembro
38.897
2007
45.807
51.855
2008
2009
60.996
72.855
68.754
71.527
74.404 64.575
73.331
78.818
87.985
90.996
95.368
97.519
2013
2014*
50.651
2010
2011
2012
2013
2014*
Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE * Setembro
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: SindusCon-SP/IBRE-FGV e MTE * Setembro
Obras
Serviços
Preparação de terreno
Edificações
Infraes‑ trutura
2013 Jun
37.928
288.700
118.327
133.020
76.858
654.833
72.965
Jul
38.456
287.673
118.185
132.779
76.806
653.899
Ago
38.802
288.619
118.016
133.385
77.172
655.994
Set
39.255
289.444
118.137
135.236
76.829
Out
39.026
287.035
118.043
134.250
Nov
38.877
282.505
118.524
Dez
38.075
273.859
2014 Jan
38.676
Fev Mar
Outros serviços
Total
Total
90.721
55.785
219.471
874.304
72.407
91.017
55.411
218.835
872.734
72.639
91.869
55.769
220.277
876.271
658.901
72.901
94.038
56.196
223.135
882.036
76.459
654.813
72.601
95.069
56.105
223.775
878.588
133.143
75.627
648.676
72.424
95.916
54.957
223.297
871.973
116.648
129.715
73.727
632.024
71.527
95.368
53.287
220.182
852.206
279.160
118.727
132.478
76.277
645.318
72.027
96.189
54.558
222.774
868.092
39.166
281.185
118.538
133.751
76.036
648.676
73.027
97.033
55.516
225.576
874.252
38.966
280.479
120.122
134.565
75.789
649.921
73.273
97.429
54.821
225.523
875.444
Abr
39.223
281.758
120.045
134.339
76.731
652.096
73.927
97.332
55.339
226.598
878.694
Mai
38.956
278.645
119.677
132.562
76.730
646.570
74.089
96.473
55.257
225.819
872.389
Jun
38.406
276.448
119.531
130.660
76.292
641.337
74.108
96.850
54.969
225.927
867.264
Jul
38.351
276.564
118.805
131.358
76.579
641.657
73.947
96.866
55.088
225.901
867.558
Período
Obras de Obras de instalação acabamento
Total
Incorporação Engenharia e de imóveis Arquitetura
Ago
38.157
274.797
118.605
130.506
76.050
638.115
74.120
97.186
55.302
226.608
864.723
Set
37.989
273.863
117.814
131.179
76.490
637.335
74.404
97.519
55.230
227.153
864.488
Fonte: SindusCon‑SP/IBRE‑FGV e MTE