ed i t o r i a l
Dever cumprido
Sergio Watanabe é presidente do SindusCon-SP, vicepresidente da CBIC e diretor da Fiesp Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: presidente@ sindusconsp.com.br
Neste último editorial como presidente do SindusCon-SP, função que tive a honra de exercer nas gestões 2008-2011 e 2011-2014, compartilho conquistas realizadas e tarefas inacabadas. Nossa primeira gestão iniciou-se com o mercado tão aquecido a ponto de obrigar o sindicato a pressionar os grandes fornecedores de insumos da construção a manter o abastecimento, até com importações. Meses depois, o mundo mergulhava em grave crise financeira internacional, que se refletiu no desempenho irrisório da construção no ano seguinte. Mas graças à atuação do SindusCon-SP e de outras entidades do setor, o governo garantiu o crédito às empresas e iniciou a primeira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida.
SP empenhou-se em enfrentar os desafios e obteve uma série de conquistas, nas várias áreas de sua atuação. Hoje, a construção conta com condições gerenciais e tecnológicas mais maduras para protagonizar um novo ciclo de crescimento. Possivelmente nossa maior conquista foi ampliar o reconhecimento, pelo governo, da importância da construção como protagonista e não como mera coadjuvante do desenvolvimento social e econômico do país. Essa percepção consolidou-se com o Programa Minha Casa, Minha Vida 1 e 2, estando garantida a fase 3 pelos principais candidatos à Presidência da República. Obtivemos outras conquistas relevantes e que ainda podem ser aperfeiçoadas, como a desoneração da folha de pagamentos, o Regime Especial de Tributação e o projeto Plantas On Line. Também sofremos reveses, como a ampliação do Regime Diferenciado de Contratações, um retrocesso nas obras públicas. Desejamos ao SindusCon-SP sucesso em suas empreitadas, bem como o fortalecimento da articulação com os demais elos da cadeia produtiva da construção. E esperamos que a sociedade brasileira conquiste as reformas tão necessárias à modernização do país, como a política, a fiscal, a tributária e a trabalhista, possibilitando elevar os investimentos em educação, saúde e formação profissional. Agradeço a todos os membros das Diretorias e Conselhos pelo trabalho realizado, bem como aos funcionários e colaboradores que se empenharam em favor dos nossos objetivos. E desejo pleno sucesso aos próximos dirigentes do SindusCon-SP nas suas iniciativas em favor do desenvolvimento do país e de nosso setor.
Em 6 anos, a construção amadureceu suas condições técnicas e gerenciais O resultado foi um crescimento “chinês” da construção brasileira em 2010, que certamente não deverá se repetir. Com o início da nossa segunda gestão, o setor prosseguiu sua expansão, porém num ritmo cada vez menos acelerado. A expansão da atividade imobiliária foi declinando em 2012 e 2013, sem que a infraestrutura apresentasse crescimento significativo. Chegamos a 2014 com um cenário econômico completamente distinto daquele de 2008. Retração nos investimentos, custos crescentes, excesso de burocracia na aprovação de licenciamentos e capacidade cada vez mais limitada do governo de investir são alguns dos obstáculos à retomada robusta do crescimento da construção. Durante estes seis anos, o SindusCon-
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sumário
Presidente Sergio Tiaki Watanabe
voz do leitor
RETIFICAÇÃO A festa de 80 anos do SindusCon-SP está marcada para 23 de setembro, e não 13 de setembro conforme constou de anúncio publicado em Notícias da Construção (edição 134, pág. 20)
Escreva para esta Seção
e-mail: noticias@sindusconsp.com.br correio: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP
Capa SINDUSCON-SP PARTICIPA DE FÓRUM EM FAVOR DA SUSTENTABILIDADE..... 14 • Prédios públicos: “A” de conservação energética • País está despreparado, diz especialista • Integrar ações é o maior desafio, diz BNDES • Vasconcellos destaca ações do Comasp MEIO AMBIENTE........................................ 10 • Geraldo Alckmin oficializa o Sigor • Saiba como gerenciar os resíduos HABITAÇÃO............................................... 14 • Governo detalha modelo para PPPs
RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO.................. 34 • SST terá fórum internacional em novembro REGIONAIS................................................ 37 • Campinas discute simplificação de projetos • Feirão da Caixa atrai mais de 25 mil • Santo André realiza palestra sobre resíduos • Mogi promove seminário sobre SST • Ribeirão aborda segurança em canteiros • Sorocaba vê técnica de parede de concreto • Bauru debate segurança contra incêndio
colunistas
QUALIDADE............................................... 20 • Projeto de estruturas de concreto tem norma • Seminário de estruturas terá expert japonês
Conjuntura | Robson Gonçalves..............................5
SINDUSCON-SP EM AÇÃO........................... 26 • Posse solene da Diretoria será em 23/9 • Fiesp recebe o manifesto do ConstruBr • Licenciamentos batem recorde na capital
Segurança do Trabalho | José Carlos de A. Sampaio....30
PREVENÇÃO E SAÚDE................................ 33 • Seconci-SP dá salto de qualidade
Adriana Camargo de Brito.......44
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Diretores Paulo Brasil Batistella (Jurídico) Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais) Diretores das Regionais Eduardo Nogueira (Ribeirão Preto) Elias Stefan Junior (Sorocaba) Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto) Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente) Márcio Benvenutti (Campinas) Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru) Ricardo Beschizza (Santos) Rogério Penido (São José dos Campos) Sergio Ferreira dos Santos (Santo André) Representantes junto à Fiesp Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; João Claudio Robusti, José Romeu Ferraz Neto Assessoria de Imprensa Rafael Marko - (11) 3334-5662 Nathalia Barboza - (11) 3334-5647 Fabiana Holtz - (11) 3334-5701 Conselho Editorial Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto SUPERINTENDENTE José Luiz Machado editor responsável Rafael Marko REDAÇÃO Nathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas). Secretaria: Antonia Matos Arte e diagramação Marcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte
OBRAS ESPORTIVAS................................... 16 • Obras de estádios custaram mais no Brasil IMOBILIÁRIO............................................. 18 • Plano Diretor aprovado, falta Código de Obras
Vice-presidentes Cristiano Goldstein Eduardo May Zaidan Francisco Antunes de Vasconcellos Neto Haruo Ishikawa João Claudio Robusti João Lemos Teixeira da Silva Luiz Antonio Messias Luiz Claudio Minniti Amoroso Maristela Alves Lima Honda Maurício Linn Bianchi Odair Garcia Senra Paulo Rogério Luongo Sanchez Yves Lucien de Melo Verçosa
Empreendedorismo | Luiz Marins.......................24 Gestão Empresarial | Maria Angelica L. Pedreti.......28 Saúde | José Bassili...........................................32 Jurídico | Marcos Minichillo de Araújo......................36 Soluções Inovadoras | Maria Akutsu e Construção da Carreira | Felipe Scotti Calbucci.....46
PUBLICIDADE Vanessa Dupont - (11) 3334-5627 Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312 Vando Barbosa - (11) 99614-2513 Jéssica Schittini - (11) 96646-6525 André Maia - (21) 99468-4171 Nayara Aquino - (11) 3334-5659 ENDEREÇO R. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP Central de Relacionamento SindusCon-SP (11) 3334-5600 CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica Tiragem desta edição: 13.000 exemplares
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“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
Conjuntura
Olhando adiante
Robson Gonçalves é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: robson.goncalves@ fgv.br
É comum fazer promessas de Ano Novo. Juramos que tudo será diferente: perder peso, começar um curso novo, ser mais organizado. Mas poucos de nós fazem balanços depois disso. O ano passa e, no réveillon seguinte, novas promessas. Os economistas fazem algo parecido. Divulgam suas previsões e, meses depois, voltam para explicar porque erraram. Aproveitam então para fazer novos prognósticos. Em boa medida, isso acontece porque a Economia é uma ciência humana e seres humanos não preveem o futuro; têm apenas expectativas que muitas vezes não se realizam por se confundirem com nossos desejos em lugar de expressar nossa visão nublada e parcial sobre o futuro mais provável.
próximos anos. Infelizmente, não é esse o cenário. Apesar do o dólar estar bem mais alto que em anos recentes, o saldo comercial continua magrinho, cerca de 10% do que foi há alguns anos. E o investimento está em queda livre. Para resolver os gargalos de infraestrutura e garantir o crescimento da produtividade, o investimento deveria ser algo como 25% do PIB. Mas deve fechar o ano na casa dos 17%. Pelo lado da demanda, sobraram os gastos públicos, amplamente utilizados quando estourou a crise financeira de 2008. Na gestão Dilma, as contas públicas pioraram de forma lenta e contínua. Nem mesmo a contabilidade criativa foi capaz de reverter esse quadro. Acelerar os gastos do governo seria hoje uma temeridade e seus efeitos sobre o crescimento, mesmo a curto prazo, muito limitados. É. Nossas promessas e esperanças de Ano Novo estão se realizando! O PIB talvez cresça apenas 1%. Talvez um pouco mais. O que fazer? Promover mudanças em clima eleitoral, em final de mandato, não é algo comum. Mas há exceções. Em outubro de 1998, data quase esquecida na curta memória dos brasileiros, o presidente FHC reconheceu a gravidade do ambiente econômico e firmou acordo com o FMI, afastando o fantasma da moratória. Mesmo assim, foi reeleito. A presidente Dilma, também candidata à reeleição, tem todas as condições de propor uma mudança, reconhecer que o modelo econômico se esgotou e se reinventar. Continuar fazendo mais do mesmo não basta. Como se diz naquela famosa série, “the winter is comming”. É preciso estar preparado.
Mudar em final de mandato não é comum mas já foi feito por FHC Seja como for, o meio do ano é um momento adequado para um balanço das projeções e –por que não?– para fazer novas. A primeira delas se refere às expectativas de crescimento. A revisão de séries econômicas importantes pelo IBGE nos mostrou que o PIB avançou um pouco mais do que se pensava em 2013, mas fechou o ano freando forte. E essa desaceleração prosseguiu em 2014, ganhando impulso no segundo trimestre. Crédito e emprego estão mais fracos, o que também enfraquece o consumo, principal locomotiva de nosso crescimento liderado pela demanda, o modelo em vigor desde 2009. Se pelo menos o investimento produtivo e as exportações estivessem decolando, seria possível amenizar a desaceleração e abrir um horizonte de mais crescimento para os
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capa
De bem com o meio ambiente Fotos: Calão Jorge
Entidades, academia e poder público unem-se em favor de estímulos à sustentabilidade FABIANA HOLTZ, NATHALIA BARBOZA E RAFAEL MARKO
Fomentar a adoção de tecnologias nas construções, para estimular comportamentos e estilos de vida que promovam conservação e reuso da água (incluindo a de chuva), economia de energia, gestão adequada de resíduos e conforto térmico. Com este objetivo, foi criado o Fórum de Desenvolvimento Urbano e Construção Sustentável, uma articulação do SindusCon- SP com outras entidades privadas e órgãos públicos. O lançamento ocorreu em junho, na universidade Uninove. Do fórum criado a partir de uma iniciativa do deputado federal Paulo Teixeira, também participam AsBEA, CAU-SP, CBCS, Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Câmara de São Paulo, Crea-SP, Instituto de Engenharia e Secovi-SP. Estas entidades se comprometeram a instalar, manter e divulgar o fórum, contribuindo para a integração urbana, o combate às mudanças climáticas e o desenvolvimento ambientalmente sustentável do país. O fórum terá reuniões mensais e, excepcionalmente, duas reuniões por mês. Cada participante indicará um membro titular e um suplente. Todas as decisões serão tomadas por consenso e a coordenação exercida por um dos seus membros eleitos para um mandato de um ano. No primeiro ano, a coordenação caberá conjuntamente a CBCS, Secovi-SP e SindusCon-SP, e a secretaria à Uninove. Eficiência energética Na abertura do fórum, o SindusCon-SP 6
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esteve representado pelo vice-presidente de Meio Ambiente, Francisco Vasconcellos. Além dele e de Paulo Teixeira, também compuseram a mesa de abertura o reitor da Uninove, Eduardo Storopoli; a secretária de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Loreni Foresti; e o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Wanderley Meira do Nascimento. Qualificando o fórum como “uma conspiração do bem”, Teixeira destacou a importância de uma articulação do poder público com a construção, uma vez que 80% do PIB mundial é gerado nas cidades e estas já consomem 2/3 da energia produzida. Já Nascimento defendeu o emprego de energia eólica na capital paulistana e anunciou que a coleta seletiva de resíduos será implementada em toda a rede municipal. A seguir, em palestra coordenada por Vasconcellos, a secretária Loreni apresentou os principais itens de uma instrução normativa obrigando as novas edificações públicas federais e as obras de retrofit à etiquetagem de eficiência energética “Classe A”. Na sequência, o vice-presidente do Secovi-SP, Ciro Scopel, coordenou palestra do professor Roberto Lamberts, da Universidade Federal de Santa Catarina, sobre a importância da eficiência energética.
Vasconcellos, Teixeira, Storopoli, Loreni e Nascimento, na mesa de abertura do evento
Edifícios federais novos deverão ter “A” de conservação energética A Secretaria de Logística do Ministério do Planejamento baixou a Instrução Normativa 2, obrigando que os projetos de edificações públicas federais novas sejam desenvolvidos ou contratados visando à obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) Geral de Projeto classe “A”. A medida foi anunciada por Loreni Foresti, secretária de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, na abertura do Fórum de Desenvolvimento Urbano e Construção Sustentável. Após obter a Ence, a nova edificação deverá ser construída ou contratada de forma a garantir a obtenção da Ence Geral da Edificação Construída classe “A”, dispõe a IN. Segundo a Instrução, as obras de retrofit
devem ser contratadas visando à obtenção da Ence Parcial da Edificação Construída classe “A” para os sistemas individuais de iluminação e de condicionamento de ar, ressalvados os casos de inviabilidade técnica e econômica, devidamente justificados, devendo-se, nesse caso, atingir a maior classe de eficiência possível. Estão dispensadas da obtenção da Ence as edificações com até 500 m² de área construída ou cujo valor da obra seja inferior ao equivalente ao CUB Médio Brasil atualizado aplicado a uma edificação de 500 m². A IN também determina que os instrumentos convocatórios para aquisições ou locações de máquinas e aparelhos consumidores de energia pela administração federal exijam classe de eficiência “A” na Ence.
Loreni: eficiência energética será obrigatória para edificações federais com mais de 500 m² de área construída
País está despreparado, diz especialista É indispensável a adoção de novas tecnologias e hábitos visando à conservação de energia, uma vez que o consumo energético está aumentando junto com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país. E isso está acontecendo numa velocidade muito maior do que o crescimento da produção de energia, e num cenário de escassez de água. Este foi o alerta dado pelo professor Roberto Lamberts, da Universidade Federal de Santa Catarina, no Fórum de Desenvolvimento Urbano e Construção Sustentável. Segundo ele, o país não está se preparando adequadamente para o aumento do consumo da energia: em 2030, estima-se que apenas 10% das edificações estejam dentro do padrão de eficiência energética. Lamberts também criticou padrões construtivos como envelopes sem cuidado com a eficiência térmica ou venezianas
que só abrem pela metade, vedando uma ventilação natural adequada e obrigando à utilização de ar condicionado. Ele ainda defendeu a educação das famílias, citando como exemplo de desperdício energético o caso de um morador da tórrida Manaus que liga ao mesmo tempo a lareira e o ar condicionado em temperatura “glacial”. Uma vez implementada a conservação de energia nos projetos das edificações, a próxima etapa deverá ser a da etiquetagem energética dos mesmos em uso, afirmou o professor. Ele defendeu estímulos como os existentes nos Estados Unidos e na França, onde grandes edifícios são obrigados a informar o consumo de energia por metro quadrado. Mas alertou para o risco de terceirizados fornecerem laudos baratos de etiquetagem sem base na realidade, o que exige a fiscalização deste futuro mercado.
Lamberts: padrões construtivos e hábitos familiares precisarão ser modificados
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CAPA
SindusCon-SP ressalta ações pela sustentabilidade ambiental Representantes do SindusCon-SP, Asbea e Secovi-SP expuseram no painel “Práticas de Sustentabilidade no Setor Privado”, do Fórum de Desenvolvimento Urbano e Construção Sustentável, ocorrido no auditório da Uninove, as iniciativas das respectivas entidades. Francisco Vasconcellos Neto, vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, falou sobre a trajetória do Comasp, desde 1999, quando a pretensão ainda era “entender o que significava meio ambiente”, e destacou a participação como signatário do Fórum, segundo ele, “uma iniciativa que certamente vai gerar bons frutos”. Com este mesmo espírito, Vasconcellos ressaltou a assinatura recente do protocolo de intenções com Secovi-SP, Asbea e Abramat para a geração de um guia de materiais sustentáveis, Milene Abra Scala, coordenadora do Grupo Técnico de Sustentabilidade da Asbea, definiu o manual como “uma ferramenta virtual que deverá padronizar as informações sobre os insumos da construção com vistas a atender a Norma de Desempenho”. O vice-presidente do SindusCon-SP destacou ainda o protocolo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Cetesb que resultou na criação do Sigor (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos) (veja à página 10). Segundo ele, em 2004, o SindusCon-SP saiu na frente e bancou um projeto piloto que resultou na elaboração da primeira metodologia de gestão de resíduos em canteiros de obra. “Fomos muito criticados, mas o método é usado por todo mundo até hoje e serviu de base para as normas técnicas de uso de agregados reciclados, 8
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sobretudo em obras públicas”, comentou Vasconcellos. Já a assessora técnica da vice- presidência de Sustentabilidade do Secovi-SP, Clarice Degani, falou sobre os Manuais de Escopo de Projeto. “O detalhamento do projeto pode ajudar a desenvolver a edificação de forma sustentável, pois contempla na fase inicial boas práticas, produtos etc.”, disse. O Secovi-SP também lançou três outras publicações cujo tema principal diz respeito à sustentabilidade. Minha Casa sustentável No primeiro painel do dia, sobre Políticas Públicas, Junia Santa Rosa, secretária nacional substituta de Habitação, do Ministério das Cidades, falou sobre políticas públicas para incentivos de práticas sustentáveis do governo federal no Programa Minha Casa, Minha Vida. “O Brasil tem o desafio de produzir com sustentabilidade milhões de moradias, quebrando paradigmas e construindo cidades”, disse. Uma iniciativa recente compartilhada por Junia foi a construção de protótipos do PMCMV, incorporando princípios de sustentabilidade e eficiência energética. Segundo ela, os modelos servirão de laboratório para avaliar a viabilidade de aprimoramento das especificações mínimas para o programa.
Apesar de críticas iniciais, ações do Comasp se mostraram fundamentais para o desenvolvimento da construção sustentável, apontou Vasconcellos
Cardoso, Silvia, Moraes, Takaoka, Baião, Dantas e Nascimento discutiram os benefícios econômicos da sustentabilidade
Integrar ações é o maior desafio, diz BNDES Em painel coordenado pelo engenheiro Marcelo Vespoli Takaoka, presidente da Takaoka e do Conselho Deliberativo do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), representantes do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal detalharam as políticas de financiamento das instituições durante o Fórum. Segundo José Guilherme Cardoso, chefe do Departamento de Meio Ambiente do BNDES, um dos principais desafios quando se fala em sustentabilidade é a integração das ações a serem realizadas. “Temos de mostrar os benefícios econômicos ao longo do ciclo de vida do projeto”, destacou. Cardoso ressaltou os principais projetos do BNDES voltados para sustentabilidade, como o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), que é gerido pelo Ministério do Meio Ambiente. “A ideia é incentivar projetos com viés ambiental e capex (previsão de recursos para investimento) elevado”. Investimentos Entre os subprogramas apoiados pelo Fundo Clima estão o de mobilidade urbana, Cidades Sustentáveis e Mudança do Clima, máquinas e equipamentos eficientes, energias sustentáveis e resíduos sólidos. Em 2014, o fundo pretende destinar R$ 380 milhões em projetos que contribuam para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Além da intenção de ampliar o escopo
do projeto Fundo Clima, Cardoso afirmou que o banco está empenhado em auxiliar os entes públicos na destinação de resíduos sólidos. “A demanda por esse tema tem sido cada vez maior.” Em nome da Caixa, Silvia Regina Merendas, supervisora de crédito imobiliário do banco em Santo André, listou os avanços das principais ações da instituição como o selo Casa Azul (primeiro sistema de classificação da sustentabilidade de projetos habitacionais desenvolvido para a realidade brasileira), o projeto eficiência energética em moradias do Minha Casa, Minha Vida e o Madeira Legal. De acordo com Silvia, a Caixa já trabalha em protótipos do MCMV +Sustentável, em parceria do Ministério das Cidades com a prefeitura do Rio de Janeiro, Eletrobrás, UFRG, Light e a Direcional. C
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Mudança de atitude Para Leonel Prado de Moraes, gerente geral do Banco do Brasil, avançar nesse terreno envolve uma mudança no modo de pensar. “Sustentabilidade está relacionada com atitude. O fator humano é fundamental nessa equação”, acrescentou. O gerente do BB participou do painel acompanhado de André Baião (gerente da divisão de Negócios Imobiliários), Tiago Dantas (gerente de Novos Produtos) e Vagner Nascimento (gerente de Projetos), que responderam dúvidas da plateia sobre suas áreas.
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M E IO AM B I E NT E
Governador oficializa o Sigor Dentro das comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou em 5 de junho decreto que institui o Sigor (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos). Participaram da cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, entre outros, o secretário estadual do Meio Ambiente, Rubens Rizek; o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe; o vice- presidente de Meio Ambiente do sindicato, Francisco Vasconcellos; o coordenador do Comasp (Comitê de Meio Ambiente), André Aranha; a coordenadora técnica do Comasp, Lilian Sarrouf, e a coordenadora de Estratégia e Produtividade, Roseane Petronilo. A partir da assinatura, o primeiro módulo do sistema de gerenciamento dos resíduos da construção deve entrar em vigor em até 180 dias. O Sigor resulta do convênio firmado em fevereiro de 2010 entre o Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e da Cetesb, e o SindusCon-SP. A ferramenta auxiliará o gerenciamento das informações referentes aos fluxos de resíduos sólidos no Estado de São Paulo, desde sua geração até sua destinação final, incluindo o transporte e destinações intermediárias. O sistema envolve, além dos órgãos estaduais, os municípios, os geradores, os transportadores e as áreas de destino de resíduos. Desafios Em sua saudação ao público, o governador destacou os avanços alcançados pela Secretaria do Meio Ambiente, como a fiscalização ambiental eletrônica, recuperação da Mata Atlântica e estudos que devem viabilizar a implantação do programa de logística reversa. “Comemoramos o dia do Meio Ambiente procurando novos avanços. Agora os desafios são maiores”, disse. 10
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Também presente à cerimônia, o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, chamou a atenção para a situação do abastecimento de água no estado, que já está ultrapassando fronteiras. “A questão não se concentra apenas na Cantareira, outros importantes reservatórios como o de Ilha Solteira, estão com apenas 2% da capacidade. E nem chegamos na época mais crítica da estiagem”, alertou. Segundo o governador Alckmin, a situação começava a ficar crítica no Paraná. Bando de dados Para a sociedade, o Sigor terá um papel fundamental na prestação de serviços, disponibilizará um amplo banco de dados com informações como a relação de transportadores cadastrados nos municípios, a relação de áreas de destinação por tipo de resíduos que estão licenciadas a receber; legislação e normas referentes aos resíduos de construção; manuais e publicações e a divulgação de eventos e treinamentos. O “Fale conosco” do sistema permitirá o esclarecimento de dúvidas e a orientação aos usuários do sistema. Santos está realizando um teste piloto do Sigor – Módulo Construção Civil e até o final de 2014 o sistema será disponibilizado para nove municípios que participaram das capacitações no âmbito do convênio firmado. A partir de 2015, o Sigor – Módulo Construção Civil será disponibilizado para todo o Estado. (Fabiana Holtz)
Foto: Pedro Calado
Durante cerimônia, Alckmin listou os próximos desafios para a preservação do meio ambiente
Saiba como gerenciar os resíduos Os construtores paulistas têm até dezembro para entenderem como funciona e se adaptarem ao Sigor (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos – Módulo Construção Civil). Até o final de 2014, o sistema será disponibilizado para as cidades sede das Regionais do SindusCon- SP, que participaram dos cursos de capacitação promovidos no âmbito do convênio firmado desde 2012 entre o SindusCon-SP, a Secretaria de Meio Ambiente (SMA), do Governo de São Paulo, e a Cetesb. Atualmente, a cidade de Santos
realiza um teste piloto de uso do sistema e, a partir de 2015, a SMA promete disponibilizar o Sigor para todo o Estado. Com isso, o poder público poderá passar a punir as empresas que não demonstrarem a destinação correta dos resíduos de suas obras. Para facilitar a adaptação das construtoras ao Sigor, Notícias da Construção explica a seguir o que é o sistema e como se cadastrar nele.
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O que é o Sigor? É um sistema online para gerenciar as informações referentes aos fluxos de resíduos sólidos da construção civil no Estado de São Paulo, da sua geração à destinação final, passando pelo transporte desta carga. Por isso, o sistema envolve toda a cadeia: Cetesb, Prefeitura, gerador (construtoras), transportador e áreas de destinação. A expectativa é de que a sua correta utilização deverá assegurar que os resíduos gerados (conforme a Resolução Conama 307/2002 e suas alterações, e outros resíduos comumente gerados nos canteiros) sejam transportados e destinados de forma responsável e ambientalmente adequada.
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MEIO AMBIENTE
Quem estará no sistema? Ao se cadastrar no Sigor, o gerador passa a ter acesso às listas de transportadores cadastrados no sistema e as áreas de destinação legalizadas, facilitando a comunicação entre estes agentes. Além disso, ao sistematizar as informações, o Sigor possibilita identificar oportunidades de melhoria na gestão de resíduos e elaborar diagnósticos e prognósticos da geração de resíduos por tipo de obra, além de atender à legislação vigente e às normas brasileiras. Quais as vantagens para a construtora? O Sigor facilita aos grandes geradores a elaboração e gestão do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a seleção de transportadores e áreas de destinação regularizados e comprometidos com o meio ambiente, a solicitação do Controle de Transporte de Resíduos (CTR) junto aos transportadores e o monitoramento do fluxo de resíduos, desde quando saem da obra até quando são descarregados numa ATT (Área de Triagem e Transbordo), num aterro ou numa recicladora. O sistema também permite a geração de relatórios compatíveis com o Sistema Declaratório de Resíduos, conforme previsto na Política Estadual de Resíduos Sólidos. Como usar o Sigor? Em breve, além das empresas santistas, as demais poderão se preparar para usar o sistema. Primeiramente, será necessário entrar no site www.cetesb.sp.gov.br e selecionar Sigor. O gerador deverá designar um responsável para usar o sistema e suas funcionalidades. Depois de preencher o cadastro da empresa no ícone GERADOR, será possível (e necessário) cadastrar cada uma das obras em andamento, elaborar e gerenciar o Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR) de cada uma das obras, solicitar e gerenciar o Controle de Transporte de Resíduos (CTR) e emitir relatórios. Uma providência importante será exigir dos transportadores que prestam serviço para a sua empresa que também façam o cadastro no Sigor, bem como todos os destinatários da carga. É de responsabilidade do construtor também dar baixa, no sistema, do canteiro, quando os trabalhos forem concluídos, e elaborar o PGR final da obra. (Nathalia Barboza) 12
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caixa.gov.br SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474 facebook.com/caixa twitter: @caixa
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H A B ITA Ç Ã O
Governo detalha modelo para PPPs Em encontro com empresários do setor na sede do Secovi-SP, em junho, Reinaldo Iapequino, subsecretário da Agência Casa Paulista, da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo, apresentou as diretrizes das intervenções urbanas previstas no projeto das Parcerias Público-Privadas (PPPs) de habitação social para a região central da capital. De acordo com o subsecretário, o governo disponibilizará 50% das áreas para o projeto, que inicialmente iria contar com 100% de apoio da iniciativa privada. “Trabalhamos mais de dois anos na formatação de um modelo e vimos que isso seria inviável”, afirmou. Parceria inédita entre o governo do estado e do município, os estudos para o lançamento da licitação para as PPPs evidenciaram alguns obstáculos, como a escassez de terrenos. Segundo Iapequino, em razão da falta de terrenos públicos disponíveis, o setor República/Bexiga foi excluído nessa primeira etapa. Com isso, o projeto que inicialmente previa a construção de 20 mil unidades no centro da capital, agora trabalha com a meta de 16.101 unidades. Os empreendimentos devem ser finalizados em prazos entre dois e seis anos. Como foco na revitalização de áreas degradadas, priorizando construções de uso misto, as intervenções previstas pelo projeto, conforme Iapequino, devem reforçar os polos urbanos, incentivando o adensamento Foto: Calão Jorge
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nos arredores de estações e terminais, e promover a transposição de barreiras – com a introdução de passarelas em áreas próximas da linha de trem. Quebrando paradigmas O modelo de requalifação urbana e econômica, com inclusão social, apresentado por Iapequino, prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões, dos quais R$ 2,2 bilhões virão da iniciativa privada. A contrapartida do governo estadual, a fundo perdido, será de R$ 1,6 bilhão. A prefeitura de São Paulo participará com R$ 322 milhões. De acordo com dados da secretaria estadual de Habitação, este será o maior investimento concentrado em habitação na capital nos últimos 30 anos. Nos últimos 10 anos foram construídas cerca de 7 mil moradias no centro expandido da capital. Para o secretário de Estado da Habitação, Marcos Penido, estão consolidadas todas as condições e as intenções do governo para a formação das PPPs. “Trazemos com esse projeto algumas quebras de paradigmas, como a união das esferas Federal, Estadual e Municipal, independente da ideologia política. É um momento que todos nós estamos sendo desafiados”, disse. Sem especificar um prazo, Penido acrescentou que o edital deve ser publicado em breve. Além de Iapequino e Penido, participaram do encontro o deputado federal Sílvio Torres; o secretário municipal de Habitação, José Floriano de Azevedo Marques; e o secretário municipal do Desenvolvimento Urbano, Fernando de Melo Franco. Pelo SindusCon-SP, compareceu o gerente de Produção e Mercado, Elcio Sígolo. (Fabiana Holtz) Iapequino detalhou novo modelo das PPPs durante evento
O B RAS E SPORTIVAS
Custo dos estádios superou o das Copas de 2006 e 2010 Com 12 cidades-sede, para a realização do Mundial no Brasil reconstruíram-se quatro estádios, reformaram-se cinco e levantaram-se outros três. Pelas contas do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), o custo médio por assento dos estádios da Copa no Brasil ficou em R$ 12,4 mil (ver tabela abaixo). O valor supera o das duas copas anteriores. O alto custo é atribuído por especialistas do setor em grande parte à falta de planejamento e projeto. De acordo com dados divulgados pelos respectivos Comitês Organizadores Locais, em 2010 a África do Sul gastou R$ 7 mil por assento com a construção de cinco estádios e reforma de outros cinco. Na Alemanha, que reformou cinco estádios e ergueu sete em 2006, Estádio foram gastos R$ 6,4 mil. No balanço nacional, Maracanã o estádio mais caro foi o de Mané Garrincha Brasília. Com capacidade para 71 mil torcedores, o Mineirão custo por assento para a reCastelão construção do Mané Garrincha ficou em R$ 21,1 Itaquera mil. Já o Beira-Rio, em Beira-Rio Porto Alegre, registrou o Arena Fonte Nova menor valor, de R$ 5,5 mil, Arena Pernambuco seguido pelas arenas da Estádio das Dunas Baixada (R$ 7,8 mil) e das Arena Amazônia Dunas (R$ 8,9 mil). Vale lembrar que os estádios Arena Pantanal do gaúcho Internacional Arena da Baixada e do Atlético Paranaense Total passaram apenas por obras de ampliação e reforma. Em São Paulo, a polêmica Arena Corinthians ocupa a segunda posição entre os mais caros, com o custo de R$ 17,7 mil por assento. Os custos das Arenas Fonte Nova, 16
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Pernambuco, Amazônia e do Mineirão ficaram bem próximos da média nacional. Fechando as contas No Portal da Copa, site oficial do governo federal, a projeção de custo das obras dos 12 estádios está em cerca de R$ 8,05 bilhões. Esse balanço, porém, não é atualizado pelo Ministério dos Esportes desde setembro de 2013. O valor representa quase o triplo do anunciado em 2007 (R$ 2,8 bilhões) – quando o país foi escolhido para sediar o evento. É importante ressaltar que na ocasião o número de sedes ainda não estava definido. Pelas contas atualizadas do Sinaenco, os gastos já superaram R$ 8,5 bilhões. (Fabiana Holtz) Capacidade (mil)
Tipo de obra
Custo (em milhões)
Custo por assento (mil)
Construtora
76
reforma
R$ 1,050
R$ 13,8
Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta
71
reconstrução
R$ 1,500
R$ 21,1
Via Engenharia e Andrade Gutierrez
64,5
reforma
R$ 695,0
R$ 10,8
Construcap, Egesa e Hap
66
reforma
R$ 518,6
R$ 7,8
Consórcio Galvão, Serveng e BWA
65
construção
R$ 1,150
R$ 17,7
Odebrecht
60
reforma
R$ 330,0
R$ 5,5
Andrade Gutierrez
50
reconstrução
R$ 689,4
R$ 13,8
Odebrecht e OAS
46
construção
R$ 529,5
R$ 11,5
Odebrecht
45
construção
R$ 400,0
R$ 8,9
OAS
44,3
reconstrução
R$ 669,5
R$ 15,1
Andrade Gutierrez
43,6
reconstrução
R$ 646,5
R$ 14,8
Santa Bárbara e Mendes Júnior
42
reforma
R$ 326,7
R$ 7,8
CAP SA
R$ 8.595,2
R$ 12,4
673,4
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imobiliário
Plano Diretor é aprovado; faltam Zoneamento e Código de Obras Aumento na outorga onerosa deverá encarecer o custo dos empreendimentos Após nove meses de debates na Câmara Municipal de São Paulo, o Plano Diretor Estratégico foi aprovado em 30 de junho. Foram 44 votos a favor e 8 contra o conjunto de diretrizes que vai orientar o crescimento da cidade pelos próximos 16 anos. Das 117 propostas de emendas apresentadas, 27 foram aprovadas em plenário. Segundo o vereador Nabil Bonduki (PT), relator do substitutivo, nenhuma delas altera substancialmente o texto aprovado. No entanto, houve aumento na outorga onerosa, o que encarecerá o custo dos empreendimentos. Entre as propostas do novo Plano Diretor está a concentração do adensamento construtivo no entorno dos eixos de transporte, aproximando moradia e emprego; a criação de polos de desenvolvimento econômico nas periferias e territórios culturais; a ampliação de áreas destinadas à moradia popular e a recriação da zona rural do município. Uma das apostas da Prefeitura é a Cota de Solidariedade, instrumento de planejamento urbano e habitacional para estimular produção de habitação para baixa renda. Imóveis acima de 20.000 m², deverão destinar 10% do próprio empreendimento ou de uma área na mesma região para a implantação de moradias de interesse social. Porém, não há evidência de que a prefeitura consiga viabilizar técnica e financeiramente a contratação dessas habitações. 18
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O limite de oito andares para edifícios em miolos dos bairros considerados estritamente residenciais causou polêmica. Bonduki defendeu a ideia que, dessa forma, “o Plano regulará a atuação do mercado imobiliário levando-o para onde a cidade deve crescer e restringindo onde não deve mais”.
Prefeitura apronta novas legislações O projeto da Lei de Zoneamento deverá ir à Câmara Municipal até o final de agosto. E a revisão do Código de Obras e Edificações de São Paulo (COE) está em fase final. A SEL (Secretaria de Licenciamento) já apresentou ao prefeito Fernando Haddad os objetivos, princípios e as diretrizes do novo COE. Os princípios do Código são: raciona lização e simplificação dos procedimentos de licenciamento, redução de exigências com ganho de qualidade e responsabilização de empreendedores e profissionais envolvidos no projeto e na obra. Além disso, a atualização da lei pretende limitar a análise dos agentes públicos aos aspectos urbanísticos, vizinhança e acessibilidade, além de reduzir os tipos de obras a serem licenciadas e de criar uma regra para retrofit (reabilitação) de edificação. O grupo formado por SindusCon-SP, Secovi-SP e Asbea vem trabalhando na minuta desde o final do ano passado. O debate ocorre no âmbito das secretarias de Desenvolvimento Urbano, Coordenação das Subprefeituras e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.
q u a l i d a de
NBR de estrutura libera concreto até 90 MPa Foi dada uma atenção Em vigor desde maio, a NBR 6118 – especial para a segurança das Projeto de Estruturas de Concreto – Procedilajes em balanço. As marquises mento, foi revista e passa a incluir requisitos têm causado inúmeros acidenpara o cálculo de estruturas com concretos tes por falta de cuidados de de resistência entre 55 MPa e 90 MPa, os execução, manutenção e uso inadequado. chamados concretos de alta resistência. Para minimizar as patologias e aumentar Estes concretos, comuns nas obras de a durabilidade destas peças, foi alterado o grande porte do país, ainda não eram tratados requisito de dimensão mínima. E, tanto no na norma técnica brasileira – a NBR 6118 caso dos pilares esbeltos como das lajes em foi revisada em 2003 e teve uma pequena balanço, existem ponderadores adicionais revisão para adequar o texto às exigências da para o valor das ações. ISO em 2007. “Embora já usados no Brasil, Há também novidades nos requisitos de estes concretos têm comportamento diferendurabilidade. A formulação da definição do te daqueles de resistência mais baixa, exiginvalor do módulo de elasticidade do concreto do adaptações em diversas formulações, o foi revista e adequada aos valores que têm que influencia nos limites de segurança. Para sido obtidos nos ensaios; e foi introduzida a abrangê-los, foi necessário revisar e revalidar consideração do tipo de agregado. praticamente o texto todo”, afirmam Suely Houve ainda um esforço para tentar meBacchereti Bueno, presidente da Abece lhorar o texto anterior (Associação Brasisobre “Avaliação de leira de Engenharia Texto revisado Conformidade de e Consultoria Estruda Norma 6118 Projeto”, cuja redatural), e o engenheiro ção em vigor desde Alio Kimura, respecjá está em vigor 2003 gerava dúvidas, tivamente, coord e uma vez que esta venadora e secretário rificação era requerida “dependendo do porte da Comissão de Estudo responsável pela da obra”. A falta de definição clara de “porte revisão da norma, no âmbito do Comitê da da obra” e de tempo hábil para esta definição, Construção Civil (CB-02) da ABNT. levou a comissão a optar pela eliminação Para Jorge Batlouni Neto, coordenador do trecho. do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) “A Abece montou uma comissão que do SindusCon-SP, a revisão avançou bastanestá elaborando um documento sobre avate nas questões técnicas e dá mais segurança liação de conformidade do projeto. A ideia no uso de concretos de maior resistência. é abrir um amplo debate sobre este texto e O novo texto alterou também o valor torná-lo uma recomendação ou até mesmo da dimensão mínima dos pilares, de 12 cm um texto normativo”, diz Suely. Segundo para 14 cm, e incluiu uma nova exigência ela, a comissão está ciente de que o projeto de cobrimento mínimo igual a 4,5 cm no estrutural é de vital importância para o trecho dos pilares embutidos no solo, resucesso e segurança das obras e de que a gião mais sujeita a falhas de execução e de verificação contribui para estes objetivos. difícil acesso para inspeção e identificação (Nathalia Barboza) de patologias. 20
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O concreto de alto desempenho já vem sendo aplicado em obras de grande porte no Brasil
QUALIDADE
Seminário de Estruturas trará expert japonês em 7 de agosto Os detalhes de execução do Toranomon Hill, empreendimento multiuso de 258 metros de altura, em Tóquio (Japão), estarão no 16º Seminário “Tecnologia de Estruturas: projeto e produção com foco na racionalização e qualidade”, que o SindusCon-SP fará em 7 de agosto, das 14h às 18h30, no Caesar Business São Paulo Faria Lima. O engenheiro Masayoshi Yuge, diretor da Mori Building Corporation, falará no evento sobre as particularidades de projeto do Toranomon Hill, seus sistemas construtivos e a execução das estruturas, com características tecnológicas bem peculiares. Além do case japonês, o seminário trará uma palestra sobre o empreendimento composto pelo Shopping Cidade São Paulo
e pela Torre Matarazzo, em São Paulo, que apresenta desafiantes aspectos de concepção e de projeto com fortes implicações de logística e execução da estrutura de concreto. O seminário terá ainda palestras sobre as melhores práticas na execução de fundações e de controle tecnológico, com o professor do Mackenzie Ivan de Oliveira Joppert Jr., e sobre características e melhores práticas de execução e controle de estacas hélice contínua, por Urbano Rodriguez Alonso, projetista, consultor em geotecnia e professor da Faap. Para garantir sua inscrição e obter mais informações, entre em contato com o CRS do SindusCon-SP, pelo telefone (11) 33345600.
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e m p r ee n ded o r i s m o
Ninguém vence sozinho
LUIZ MARINS é professor, antropólogo, e consultor. Autor de 26 livros. www.anthropos.com.br Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: professor@ marins.com.br
O reconhecimento é um dos fatores de sucesso mais importantes. Pouco adianta atingirmos determinado êxito se não formos reconhecidos. Há até aquela piada do sujeito que vivia só numa ilha e salvou a Sharon Stone de um naufrágio. Lá ficou com ela por duas semanas. Depois, pediu-lhe que se vestisse de homem e desse a volta na ilha. Encontra ram-se do outro lado e ele disse a ela: - Zé! Você não vai acreditar! Estou sozinho numa ilha com a Sharon Stone! É muito importante o reconhecimento na empresa. É preciso que chefes e colegas percam o medo de elogiar, de reconhecer méritos nas pessoas. Temos a tendência de repetir comportamentos que nos são positivamente reforçados e o valor do reconhecimento está justamente aí. Quando reconhecemos um valor, ele tende a se multiplicar tanto para a pessoa que foi alvo de nosso reconhecimento quanto para as demais.
existem superiores que acham que chefiar é encontrar erros, punir. Inseguros na sua chefia, essas pessoas vivem a buscar alguma coisa para criticar. É preciso que nos acostumemos a pilhar nossos subordinados fazendo as coisas certas para que possamos reforçar esses comportamentos por meio de elogios. Quando uma pessoa só é cobrada pelos seus erros, vai desenvolvendo uma autoestima baixíssima e os erros começam a se multiplicar até que a pessoa começa a acreditar não ser capaz de acertos até mesmo nas coisas mais simples. Faz parte também do reconhecimento dar crédito a quem realmente merece. Assim, também tenho visto chefes que furtam ideias de seus subordinados, dizendo que elas seriam de sua propriedade, em vez de creditá-las aos verdadeiros autores. Um chefe que tem o hábito (sic) de furtar ideias de seus subordinados acabará ficando isolado, pois nenhum de seus colaboradores virá com propostas novas com o medo de tê-las furtadas. Por incrível que possa parecer, essa é uma prática muito comum de chefes inseguros que não compreendem que sua chefia será cada dia mais valorizada quanto mais suportada pelo seu pessoal subordinado. Há tempos atrás, um chefe precisava bajular seus superiores para manter-se no cargo. Hoje parece ser o oposto. Ele precisa ser apoiado pelos seus subordinados para manter-se. E esse suporte será tanto maior quanto maior for a capacidade de um chefe em oferecer reconhecimento ao trabalho, esforço, dedicação e comprometimento de seus subordinados. Pense nisso. Sucesso!
Líder que reconhece o empenho dos subordinados conquista o seu apoio Assim, o reconhecimento é fundamentalmente importante para o sucesso pessoal e profissional de qualquer pessoa. Um muito obrigado, um bilhete de reconhecimento, uma carta, um cumprimento sincero valem muito e nós sabemos disso. Temos que perder o medo de agradecer e reconhecer nos outros pessoas que nos auxiliam e nos ajudam a obter o que queremos. Ninguém vence sozinho. Sabemos disso. E se sabemos disso, deveremos também saber reconhecer isso com ações concretas de reconhecimento e gratidão. Vejo diretores, gerentes, supervisores, pais e mães que têm medo de elogiar. Ainda
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Excelência na educação profissional e inovação tecnológica é no SENAI-SP Cursos na área de Construção Civil
Aprendizagem Industrial Construtor de edificações Eletricista instalador Instalador hidráulico
Curso técnico de edificações Qualificações: Desenhista de edificações Laboratorista de ensaios de materiais Habilitação: Técnico em edificações
Curso mestre-de-obras
Formação de mão-de-obra para construção civil Carpintaria ● Alvenaria ● Elétrica ● Auto CAD ● Hidráulica ● Pintura ● Vidraçaria ● Cobertura ● Armação de Ferros ● Desenho técnico ● Gesso acartonado ● Aquecimento solar Impermeabilização ● Serralharia de Alumínio Revestimento cerâmico ● Elevação de cargas e pessoas ● Soldador de tubos de polietileno ● Instalação e montagem de elevadores ●
NR 10 - Segurança em instalações e serviços com eletricidade
●
NR 18 - Condições e meio ambiente de
trabalho na indústria da construção
Especialização—Planejamento e supervisão
de obras
●
NR 33 - Capacitação para trabalhadores em espaços confinados
NR 35 - Trabalhos em altura
Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo” Rua Teixeira de Melo, 106—Tatuapé—São Paulo—SP Tel.: (11) 2227-6900 http://construcaocivil.sp.senai.br www.sp.senai.br/redessociais
SIN D USCON - SP E M A Ç Ã O
SindusCon-SP elege nova Diretoria; posse solene será em 23 de setembro A chapa única “Consenso pela Produtividade” foi eleita em junho para a Diretoria do SindusCon-SP com 93,3% dos votos válidos, para o mandato 2014-2016. Também foram eleitos os 6 membros do Conselho Fiscal e 12 dos 24 integrantes do Conselho Consultivo. A posse será em 5 de agosto, no SindusCon-SP, quando a nova Diretoria escolherá o presidente do sindicato. A posse solene se realizará junto com a festa comemorativa dos 80 anos do sindicato, em 23 de setembro, na Sala São Paulo. Compuseram a mesa apuradora das eleições o presidente do Conselho Consultivo, Delfino Freitas (presidente); os assessores jurídicos Renato Romano Filho, Rosilene Carvalho e Erika François, e a secretária da Presidência, Telma Bueno. A chapa eleita para a Diretoria é composta por: Eduardo Zaidan, Eduardo Nogueira, Francisco Vasconcellos, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, José Romeu Ferraz Neto, Luiz Antônio Messias, Luiz Amoro-
so, Maristela Honda, Mauricio Bianchi, Odair Senra, Paulo Sanchez, Roberto Falcão Bauer, Ronaldo Cury. Representantes junto à Fiesp: Eduardo Capobianco, Sergio Porto, Cristiano Goldstein e João Claudio Robusti. Membros eleitos do Conselho Consultivo: André Glogowsky, João Lemos, Luis Ribeiro, Luiz Lucio, Luiz dos Reis, Mauricio Guimarães, Norton de Carvalho, Renato Genioli, Renato Parreira, Ronaldo Leme, Rosana Carnevalli, Salvador Benevides. Membros eleitos do Conselho Fiscal: Fabio Villas Bôas, André Aranha e Márcio Escatêna (titulares); Luiz Camargo, Fernando Correa e Fernando Fernandes (suplentes).
Fiesp recebe o manifesto
Licenciamentos batem recorde
O manifesto “Construindo uma Agenda para o Futuro” foi entregue em junho pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, ao presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch. Lançado pelo SindusCon-SP e pela Abramat no ConstruBr, em abril, o manifesto lista propostas de mudanças na política econômica e reivindicações da construção, objetivando a reativação dos investimentos e a elevação da produtividade. Acompanhado do representante do SindusCon-SP junto à Fiesp Eduardo Capobianco, Watanabe participou de reunião com Steinbruch e presidentes de outros sindicatos.
Os vice-presidentes de Imobiliário do SindusCon-SP, Odair Senra e Mauricio Bianchi, congratularam-se com a Secretaria Municipal de Licenciamento, pela aprovação de 1.170 processos de edificação de janeiro a maio, recorde dos últimos cinco anos. Somente em maio, 282 processos foram aprovados, outro recorde para um único mês desde 2009. Desse total, 107 são de edificações residenciais, que correspondem ao maior número de pedidos de alvarás feitos. Foram deferidos ainda três alvarás de Aprovação e Execução de HIS e 12 de HMP, que representam 754 unidades habitacionais.
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G E ST Ã O E MPR E SARIAL
Evolução no Brasil
Maria Angelica Lencione Pedreti é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: maria.lencione@ fgv.br
Para entender a governança corporativa no Brasil, vamos lembrar nossa história. No século 20, o mercado de capitais brasileiro teve papel limitado. O Estado assumiu o papel de catalisador da atividade econômica. A economia fechada acarretou redução da competitividade e dos investimentos em inovação. O Brasil baseava-se no tripé empresas estatais-multinacionais-conglomerados familiares liderados por empreendedores nacionais, bem relacionados politicamente, o que lhes garantiu acesso a capitais baratos e oportunidades de investimento únicas, tornando-se muito diversificados. Após o golpe de 1964, o mercado se liberalizou; nasceram a CVM, a Lei da Reforma Bancária (com a criação do CMN e do BC), assim como as leis de Mercado de Capitais e das S.A. Nos anos 70 e 80, o governo incentivou o mercado acionário mediante permissões do uso de IR para aquisição de cotas de fundos de ações e obrigatoriedade de aquisição de ações por parte de fundos de pensão e seguradoras. Algumas empresas abriram seu capital motivadas pelas oportunidades de captação baratas, mas sem intenção de serem companhias abertas e transparentes. Os investidores não possuíam planos de investimento de longo prazo, motivados apenas pelos incentivos fiscais.
privatizadas. A venda das ações em blocos facilitou a aquisição do controle por investidores que se tornaram mais poderosos que os minoritários. Em países com fraca proteção legal aos investidores, a concentração de poder por meio da compra de controle acionário se torna um tipo de proteção compensadora. O investidor internacional imaginava as empresas brasileiras como sendo de famílias com acesso a capitais ou concessões governamentais, poder concentrado e pouca transparência ao mercado de capitais, ainda pouco desenvolvido. As empresas que queriam mudar esta imagem optavam por serem listadas em bolsas de valores de outros países, cujas exigências de boas práticas de governança eram maiores, e aderiam aos melhores códigos de gestão internacionais: o crossing list, ou listagem dupla (no Brasil e em outro país, o que originava os ADRs). O mercado de capitais era castigado por frágil proteção legal aos investidores, práticas de governança deficientes e concentração de poder, além das instabilidades econômicas do início da década de 90, que elevavam as taxas de juros e subvalorizavam os investimentos, tornando desinteressante para as empresas levantarem recursos para investir em modernização, mesmo apesar de maior competitividade com a abertura da economia do final da década de 80. Nestas condições, como as empresas brasileiras poderiam vencer as concorrentes internacionais? A mudança se intensificou a partir da estabilização econômica e do controle da inflação. A governança começou a se transformar no que existe hoje.
Estabilização econômica estimulou a governança e elevou competitividade As empresas que abriram capital em busca de fundos baratos emitiram ações com direitos (classes) desiguais, gerando diferenças de poder entre acionistas da mesma empresa, um problema de governança. Nos anos 90, algumas estatais foram
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C a paC i taç ão
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Formação e atualização de analista e Coordenador Fiscal, com Foco em iCMs, ipi e iss e Ênfase na Construção Civil 7 de agosto, em são paulo outros cursos eM s ão pau lo
Controladoria e Gestão econômica 4 de agosto
desoneração da Folha de pagamento no segmento da Construção Civil 20 de agosto
Contabilidade para Não Contadores na Construção Civil 11 de agosto
e-social x legislação trabalhista e previdenciária – aspectos preparatórios 25 de agosto
Negociação empresarial para setor de suprimentos/Compras 15 e 16 de agosto
siscoserv na Construção Civil e pis/Cofins importação/exportação de serviços 26 de agosto substituição tributária do iCMs na Construção Civil 27 de agosto
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Capacitação nos requisitos da Norma de desempenho para edificações Habitacionais NBr 15.575 1 e 2 de agosto, em rib. preto
Contas a pagar, Contas a receber e tesouraria na prática 8 de agosto, em são José do rio preto
Fundamentos Fiscais sobre o iCMs, ipi e iss, aplicados à Construção Civil 15 de agosto, em Mogi das Cruzes
legislação societária e tributária aplicável aos Consórcios spe, sCp na Construção Civil 6 de agosto, em rib. preto
desenvolvimento em administração de pessoal 11 de agosto, em Campinas
Gestão estratégica de pessoas - uma Nova Visão de Gestão de pessoas na organização na era do e-social 15 de agosto, em santo andré
recuperação de Créditos previdenciário e auditoria prévia em Compensações 13 de agosto, em rib. preto análise e projeção de demonstrações Financeiras 5 de agosto, em são José do rio preto
licenciamento ambiental estadual de projetos 13 de agosto, em Campinas técnicas de Negociação em Compras na Construção Civil 13 de agosto, em Mogi das Cruzes
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s eg u r a n ç a d o t r a b a l h o
A Era Meiji
José Carlos de Arruda Sampaio é consultor de empresas e diretor da JDL Qualidade, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: jdls@terra. com.br
A Era Meiji (1868 a 1912) foi de fundamental importância para o Japão, porque nesse período o país se modernizou. Tendo o Estado como agente indutor do processo de modernização-industrialização, o Japão emergiu como potência já no início do século 20. O Estado abriu o país ao exterior, investiu em educação, implantou a infraestrutura necessária para a industrialização. O imperador e seus conselheiros criaram a Carta de Juramento, que tratava de: • discussão pública de todos os assuntos; • participação de todas as classes na administração do país; • liberdade para todos se dedicarem à sua ocupação preferida; • abandono dos procedimentos errados do passado; • busca de conhecimento no mundo para fortalecer o país.
Tomar providências para que os trabalhadores, seus representantes de SST, terceirizados e interessados externos tenham tempo e recursos para participar ativamente dos processos de organização, planejamento, implantação, avaliação e ação para a melhoria das condições do ambiente de trabalho. • Liberdade para todos se dedicarem à sua ocupação preferida Selecionar a equipe de SST traçando o perfil dos profissionais para as vagas e o que se espera de seus desempenhos. Muitos adoram o que fazem e são apaixonados pela própria carreira, mas também há muitos presos a empregos de que não gostam e que os desmotivam. • Abandono dos procedimentos errados do passado Abandonar as práticas de segurança e saúde que não deram certo e não persistir em fazer as coisas como sempre foram feitas. É preciso imaginar a empresa no futuro e, para desfrutá-lo, ela deve iniciar a sua preparação no presente. • Buscar conhecimento em todo o mundo para fortalecer a segurança do trabalho Estar em sintonia com a era do conhecimento, a fim de desenvolver estruturas e estratégias que possibilitem a manutenção contínua do processo de segurança do trabalho. Como o Japão precisou fazer grandes transformações estruturais na forma de administrar o país para superar os graves problemas e crescer economicamente, convidamos as empresas a repensarem seu sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho, para que sejam mais eficientes e eficazes.
Uma analogia com a modernização do Japão trará bons resultados em SST Se fizermos uma analogia da disciplina Segurança do Trabalho com a Carta de Juramento, tiraríamos muito proveito, devido aos resultados extraordinários alcançados com esses princípios no Japão. Recomendações: • Discussão com todas as partes interessadas sobre segurança do trabalho Transmitir e discutir, de maneira eficaz, as informações sobre os perigos e riscos de SST (Segurança e Saúde do Trabalho) para as pessoas envolvidas ou afetadas por eles, para que participem de maneira ativa ou apoiem a prevenção de lesões e doenças ocupacionais. • Participação dos colaboradores na administração da segurança do trabalho 30
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PR E V E N Ç Ã O E SA Ú D E
Melhor prevenir
JOSÉ BASSILI é engenheiro civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, membro do Grupo Técnico Tripartite 3 do CPNNR 18, e coordenador de Engenharia de Segurança do Trabalho do Seconci-SP Envie comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas: comunicacao@seconcisp.org.br
No dia 27 de julho, comemora-se o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, que marca a luta dos prevencionistas por melhores condições de segurança e saúde no trabalho, além de conscientizar os trabalhadores sobre a importância de desempenharem suas atividades com segurança. De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, o setor da construção civil apresenta o terceiro maior índice de registros de acidentes e, em 2012, registrou um aumento, passando de 60.415, em 2011, para 62.874. Hoje, não podemos admitir que uma empresa não se preocupe com os índices de acidentes de trabalho e afastamento por doenças ocupacionais. A segurança e a saúde na construção são sinônimos de excelência para as empresas e de bem-estar para os trabalhadores.
dentes, PCMAT, PPRA e PCMSO, devem estar atualizados e acessíveis aos trabalhadores; 2) antes de qualquer atividade, realizar a Análise Preliminar de Risco; 3) equipamentos de combate a incêndio devem ser verificados, inspecionados e estarem no prazo de validade, devendo também passar por manutenções periódicas; 4) medidas de proteção contra quedas de pessoas com diferença de nível, como por exemplo, guarda-corpos, devem possuir as dimensões dos travessões e rodapés de acordo com a NR 18; 5) medidas de proteção contra queda de materiais, por exemplo, plataformas, têm de estar em bom estado de conservação e as aberturas nos pisos devem possuir fechamentos provisórios resistentes e colocados de maneira correta; 6) equipamentos de proteção individual devem estar à disposição de acordo com o risco, possuírem Certificado de Aprovação e estarem em bom estado de conservação; 7) trabalhadores devem ser capacitados por meio de treinamentos específicos para suas atividades e os DDS (Diálogos Diários de Segurança) devem ser feitos todos os dias antes do início da jornada como forma de orientação; 8) canteiros devem possuir sinalização de fácil compreensão; 9) diagramas unifilares devem estar atualizados, os quadros gerais de distribuição têm de ser trancados com cadeados e seus circuitos identificados, além de serem protegidos contra intempéries; 10) canteiro tem de permanecer organizado, limpo e arrumado; lixo e entulho devem ser destinados corretamente para evitar a proliferação de insetos e roedores.
Confira se foram adotados programas e procedimentos nos seus canteiros A legislação voltada a esse segmento está sendo constantemente aperfeiçoada. A Norma Regulamentadora (NR) 18 está sendo atualizada e, após consulta pública, encontra-se na fase de consenso pelo Comitê Permanente Nacional (CPN). A NR-35 – Trabalho em Altura, publicada em 2012 e alterada pela Portaria 593 em 2014, também tem contribuído de maneira decisiva para a segurança na construção. Seguem algumas dicas para verificar se os canteiros de obras estão adequados e as atividades dos trabalhadores são desempenhadas com segurança: 1) documentações e Programas, tais como Ordem de Serviço, Estatísticas de Aci-
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Seconci-SP dá salto de qualidade O Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) acaba de adquirir dois novos equipamentos para a realização de exames de ultrassom e sorologia: o Ultrassom HD 15 e o Liaison XL, ambos de última geração. “O elevado padrão de qualidade das imagens geradas pelo novo sistema de ultrassom possibilita a obtenção dos resultados em menos tempo e a elaboração de laudos com maior segurança”, afirma a médica Selma Parenti Gonçalves, responsável pelo Departamento de Ultrassom do Seconci-SP. Com isso, um número maior de pacientes poderá ser atendido nos exames de ultrassom. Mensalmente, cerca de 2.500 destes procedimentos são realizados na Unidade Central da entidade. Além disso, o Seconci-SP realiza cerca de 6 mil exames laboratoriais por mês.
Com a aquisição do novo equipamento de quimioluminescência, essa quantidade de atendimentos poderá aumentar e os resultados das sorologias serão ainda mais precisos. O aparelho realiza o diagnóstico sorológico de HIV, rubéola, toxoplasmose, doença de chagas e todas as hepatites (A, B e C). “Com o novo equipamento, a Unidade Central do Seconci-SP passa a receber os exames sorológicos realizados nas nossas Unidades de Campinas, Piracicaba, Sorocaba, Baixada Santista e Santo André, o que elimina a necessidade de terceirizar serviços e garante que o nosso padrão de qualidade perfaça todo esse caminho. A repetição de exames, procedimento comum entre os laboratórios, não será mais necessária devido à tecnologia avançada do equipamento”, enfatiza o superintendente Ambulatorial do Seconci-SP, João Felício Miziara Filho.
Mizihara e Selma: exames em maior número e mais precisos
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R E LA Ç Õ E S CAPITAL - TRA B AL H O
Segurança e saúde do trabalho terá fórum internacional em novembro Para debater as principais questões relacionadas à gestão em saúde e segurança do trabalho no setor, o SindusCon-SP, por meio das vice-presidências de Relações Capital e Trabalho e de Responsabilidade Social, realizará em 11 e 12 de novembro o Fórum Internacional de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) na Construção. O fórum foi lançado em 3 de junho pelo vice-presidente Haruo Ishikawa e pelo conselheiro Roberto José Falcão Bauer, em evento no sindicato que contou com a participação da advogada Juliana Felicidade Armede, coordenadora da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-SP). Também participou Fabio Barbagallo, gerente de projetos da Abrainc (reúne 25 grandes incorporadoras). Ishikawa destacou a necessidade de se realizar o fórum para “empresários, engenheiros civis, encarregados e mestres de obras, porque é preciso instituir uma cultura nos escalões mais elevados da empresa em favor da melhora da saúde, da segurança e da qualidade de vida dos trabalhadores”. Já Juliana Armede alertou que “as fiscalizações para a prevenção do trabalho em condições análogas à escravidão continuarão. Em paralelo, a Comissão Estadual, seguirá dialogando com os sindicatos de trabalhadores e de empregadores, em busca de contratações humanizadas.” Para Falcão Bauer, a divulgação de boas práticas em saúde e segurança do trabalho é relevante para a criação de novos hábitos. “A
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importância do fórum está em disseminar essas práticas, buscando uma maior integração entre a gestão financeira e a operacional das empresas, e evitando gastos desnecessários por falta de cuidados prevencionistas”. O evento Segundo Juarez Correia Barros Junior, do Instituto Trabalho e Vida (que está organizando o evento), o fórum terá 2 eixos temáticos: gestão em saúde, meio ambiente e segurança do trabalho (SMS), e a saúde e a qualidade de vida na indústria da construção civil. No dia 11, o evento se realizará no SindusCon-SP. De manhã, haverá cursos sobre formação profissional e avanços tecnológicos. À tarde, haverá salas de debates técnicos. No dia 12, o fórum se realizará no Teatro do Centro Cultural Tomie Ohtake, com palestrantes nacionais e internacionais em quatro painéis de debates: gestão e planejamento integrado em SMS, mostrando os avanços da nova NR 18 que ficará pronta no segundo semestre: perspectivas e desafios para inovar com industrialização na construção (confirmado o palestrante norte-americano Dwayne D. Carter, que trabalhou na edificação do WTC em Nova York); estratégias para prevenção e gestão de crises (onde entrará a questão do trabalho escravo) e qualidade de vida e saúde nos canteiros de obras. No encerramento, será entregue o Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho. (Rafael Marko)
Juliana, Ishikawa e Bauer no lançamento do Fórum, no SindusCon-SP
JUR Í D ICO
Sanções ilegais
MARCOS MINICHILLO DE ARAÚJO é advogado, sócio de Almeida e Associados Consultores Legais e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: marcosminichillo@ almeidaeassociados. com.br
As Fazendas Públicas já possuem meios privilegiados de cobrança do crédito tributário, estabelecidos no Código Tributário Nacional e na Lei de Execuções Fiscais. Apesar disso, com frequência os governos federal, estaduais e municipais criam novas regras para cobrança indireta de tributos, as chamadas sanções políticas. Essas sanções impõem restrições ou proibições aos contribuintes para obrigá-los a pagar tributos, exigindo-se garantias, parcelamento ou até pagamento de tributos, em atraso ou vincendos, para que possam seguir exercendo suas atividades empresariais. Ainda bem que o STF tem considerado essas sanções inconstitucionais, por ferirem o princípio do livre exercício do trabalho, da profissão e de qualquer atividade econômica, ou por contrariarem os princípios da ampla defesa e do devido processo legal.
exigência indireta de tributos, como a do Rio Grande do Sul recentemente julgada inconstitucional pelo STF no Recurso Extraordinário 565.048. Ela permitia à administração pública condicionar a autorização para impressão de notas fiscais, em caso de contribuinte devedor de ICMS, à prestação de fiança, garantia real ou fidejussória, equivalente ao débito estimado do tributo relativo ao período subsequente de seis meses de operações mercantis presumidas. O STF entendeu que o arcabouço jurídico nacional prevê que o meio processual idôneo para cobrança de tributos é a execução fiscal prevista na Lei de Execuções Fiscais e assim o Estado não pode coagir o contribuinte àquela garantia para liberar a autorização para impressão de notas fiscais. A Nota Fiscal impressa está sendo gradativamente substituída pela Nota Fiscal eletrônica, de tal modo que muito em breve não será mais preciso autorização para impressão. Mas, seguindo a tendência de criação de sanções políticas, não tardará para que alguma unidade federada crie restrições para cadastramento de emissão de Nota Fiscal eletrônica. Assim, é relevante a recente decisão do STF, cujo Acórdão não havia sido publicado até o fechamento desta edição, confirmando a jurisprudência sobre a impossibilidade de instituição pública fazer restrições ao contribuinte, como meio indireto de obrigá-lo ao pagamento de tributo, tais como: apreensão de mercadorias, interdição de estabelecimento, suspensão de inscrição fiscal, impedimento para emissão de nota fiscal eletrônica e exigência de CND para expedição de alvarás.
É inconstitucional criar regras para cobrança indireta de tributos No STF a jurisprudência está tão consolidada que já há 3 súmulas relacionadas à inadmissibilidade de meios indiretos de cobrança de tributos: Súmula 70 - É inadmissível interditar estabelecimento como meio coercitivo para cobrar tributo. Súmula 323 - É inadmissível apreender mercadorias para pagamento de tributos. Súmula 547 – Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais. A despeito dessas súmulas, ainda há regras nas unidades da Federação para 36
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r eg i o n a i s
Campinas discute medidas para simplificar aprovação de projetos Uma iniciativa da Regional Campinas, que trará medidas para simplificar e agilizar os procedimentos administrativos para a aprovação de obras e edificações na cidade, bem como para a modernização da emissão dos documentos de controle da atividade construtiva, começa a ser estudada em Campinas numa parceria com o Sindicato da Habitação (Secovi) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). “Já tivemos uma primeira reunião, e ainda vamos definir como será a parceria e como o Grupo de Trabalho irá funcionar. O certo é que precisamos nos unir para ajudar a Prefeitura de Campinas no processo de aprovação dos projetos, que hoje demoram mais de um ano para serem liberados”, diz Márcio Benvenutti, diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP. A proposta passa por pontos que devem ser levados em consideração para que a parceria tenha resultados, como soluções téc-
nicas de melhoria do Código de Projetos e Execuções de Obras e Edificações de Campinas. Para isso, a Prefeitura criou a Comissão Permanente de Aplicação da Legislação (CPLE), integrando as entidades que representam o setor da construção civil. Segundo o diretor da Regional, serão marcados novos encontros nos próximos meses a fim de definir a minuta de texto sobre os procedimentos de análise para simplificar os trabalhos de aprovação dos projetos. (Vilma Gasques)
Feirão da Caixa atrai mais de 25 mil pessoas Cerca de 40 empresas do setor da construção civil participaram da 10ª edição do Feirão Caixa da Casa Própria em Campinas. O evento, promovido pela instituição em maio, no Parque Dom Pedro Shopping, ofertou mais de 20 mil imóveis, entre novos, usados e na planta. A possibilidade de realizar o sonho da casa própria atraiu mais de 25 mil pessoas, que circularam pelos estandes nos três dias de Feirão. “Isso ajuda muito o setor, que é baseado num tripé: construtoras e incorporadoras, Prefeitura e sistema financeiro. O Feirão é uma somatória para aceleração das vendas”, diz Márcio Benvenutti, diretor da Regional. Os valores dos imóveis colocados à
venda na região variaram de R$ 130 mil a R$ 1,2 milhão. Porém, a média de preços mais procurada pelos compradores foi de R$ 180 mil, sendo que os apartamentos de dois dormitórios, com tamanhos variando entre 50 e 60 metros quadrados e com uma garagem foram os mais ofertados e também os mais procurados. No primeiro trimestre desse ano, o banco financiou 4.304 unidades habitacionais na região de Campinas, movimentando R$ 637,8 milhões. O Feirão Caixa é realizado uma vez por ano em 13 cidades do Brasil. Campinas ocupa a 6ª posição no ranking dos maiores eventos. E isso mostra o potencial do mercado na cidade. (VG) revista notícias da construção
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REGIONAIS
Política de resíduos é tema de palestra em Santo André A Regional Santo André, em parceria com a Fiesp, realizou no final de maio um evento para apresentar um panorama das políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos. Ministrada por Ricardo Lopes Garcia, especialista da DMA/Fiesp, a palestra reuniu mais de 50 pessoas no auditório do Construmob (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Santo André). “É importante que consigamos levar esse assunto tão atual e importante a toda a sociedade, tornando cada indivíduo um multiplicador, pois é a única forma de atingirmos nossos objetivos”, afirmou Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional. Na opinião de Luiz Carlos Crispim, diretor vice-presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado e São Paulo e estudante do curso de Tecnologia de Gestão Ambiental, a escolha
do tema foi acertada e Garcia discorreu sobre o assunto de maneira muito dinâmica e envolveu a plateia. Segundo Crispim, a apresentação mostrou claramente que mudanças de comportamentos e hábitos do nosso dia-a-dia podem significar muito para a preservação dos recursos naturais. (Sueli Osório)
Lopes Garcia, da Fiesp, apresentou um panorama geral sobre as políticas Nacional e Estadual de resíduos sólidos
Mogi das Cruzes promove seminário sobre SST A Delegacia de Mogi das Cruzes promoveu no final de maio, o seminário Segurança e Saúde na Indústria da Construção. O evento aconteceu na AEAMC (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi), em parceria com o Instituto para Promoção do Trabalho Empreendedor – Trabalho e Vida. Cerca de 60 pessoas compareceram. Com a inscrição solidária, foram arrecadados 50 litros de leite, doados à Associação São Lourenço, em Mogi das Cruzes. O encontro foi aberto pelo diretor de Mogi, Mauro Rossi. Ao longo do evento também foram abordados: a segurança e à saúde no trabalho no projeto da Vila Olímpica de Londres, pelo mestre em química, 38
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Augusto Gouvêa Dourado; os impactos do e-Social na indústria da construção, pelo engenheiro de segurança do trabalho e professor universitário, Armando Campos; as perspectivas e revisão da NR-18 e o impacto na gestão de SST nos canteiros de obras. (Elizânio Silva)
Engenheiro Augusto Gouvêa Dourado, durante palestra sobre a Vila Olímpica de Londres
Ribeirão Preto promove evento sobre segurança em canteiros de obras Trabalhadores da construção civil de Ribeirão Preto e região participaram em maio do seminário “Construindo a Gestão de SST nos Canteiros de Obras”. Realizado no Senai Engenheiro Octavio Marcondes Ferraz pelo Instituto Trabalho e Vida, com o apoio da Regional do SindusCon-SP, do Seconci-SP, do Sintesp e da Sobratema, o evento contou com a participação de 150 pessoas. Durante oito horas, foram ministradas palestras sobre boas práticas na implementação do PCMSO, novidades da NR-35, pré-requisitos na locação e uso de equipamentos nas obras, medidas para atenuar os acidentes de trajeto, entre outros assuntos. Ao final, foi sorteado entre os participantes um curso de rigger (operador de guindaste). Cada inscrito levou uma lata de leite em pó, destinada à instituição filantrópica da cidade. Revestimento Como parte do Programa de Desenvolvimento das Construtoras, a Regional também realizou, em parceria com a Comunidade da Construção e o apoio da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e a AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto), um curso sobre revestimento de argamassa.
Com o objetivo de aumentar a competitividade e aperfeiçoar o desempenho das construtoras por meio da difusão das melhores práticas de projeto, planejamento e execução, o curso atraiu cerca de 40 pessoas, entre engenheiros, arquitetos, técnicos e profissionais do setor. As aulas, ministradas por especialistas como Elza Hissae Nakamura, Eugênio Pacelli Domingues de Moraes, Fábio Campora e Max Junginger, abordaram a dosagem e controle da argamassa, projeto, execução, planejamento e sistemas de produção. Concluído na primeira quinzena de junho, o encerramento do curso contou com a presença da coordenadora da Regional, Maria Cecília Rocha, que representou o diretor Eduardo Nogueira. (Márcio Javaroni)
Seminário lotou o auditório do Senai Engenheiro Octavio Marcondes Ferraz
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Sorocaba tem workshop sobre tecnologia de parede de concreto Mais de cem pessoas participaram do workshop Parede de Concreto que aconteceu no início de junho em Sorocaba. O evento, promovido pela Regional Sorocaba do SindusCon-SP em parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), foi apresentado para engenheiros, tecnólogos, gestores de obras e profissionais da construção civil. Para o coordenador da Regional, Fernando Alonso, “as instruções dos quatro especialistas, inclusive sobre a Norma de Desempenho (NBR 15.575), garantem às empresas e aos trabalhadores uma melhor estrutura nas obras”. Já o porta-voz da
ABCP, Rubens Monge, disse que o mercado pede construções de melhor qualidade, com rapidez e diminuição da mão de obra e é isso que a técnica proporciona. “Com essa tecnologia, nós atendemos a demanda de produtividade e racionalizamos os recursos”, explicou. “Essa foi uma ótima oportunidade para termos acesso a vários palestrantes que têm vivências e experiências diferentes. Com isso, aprendi e agreguei conhecimento para depois aplicar em meu trabalho”, comentou Evandro Galaverna, engenheiro civil que veio de São Paulo para assistir ao seminário. (Livia Camargo)
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Bauru debate segurança contra incêndio A Regional Bauru, em parceria com o Corpo de Bombeiros do município, realizou em maio um curso sobre o “Regulamento de segurança contra incêndio nas edificações”. De acordo com o comandante da corporação, tenente-coronel Rogério Gago, conhecer a norma é a única forma de reduzir problemas e pedidos de adequação na hora da vistoria. “A norma determina o que deve ser feito para garantir a segurança, mas não descreve como fazer. Esse ‘como’ e sua eficiência só serão avaliados na vistoria”.
A ideia do curso era justamente detalhar as normas para facilitar a elaboração e execução dos projetos. Cerca de 20 pessoas acompanharam as aulas, ministradas pelo major Ivair Nunes Pereira, capitão Kleber Moura de Oliveira e primeiro-tenente Saulo dos Santos Vitale. “O SindusCon-SP defende a capacitação como um dos pilares para o desenvolvimento do setor”, destacou o diretor da regional, Renato Parreira. (Sabrina Magalhães)
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Desempenho térmico Maria Akutsu é física, mestre em engenharia civil, engenheira de qualidade, doutora em arquitetura e pesquisadora do IPT, onde é responsável técnica do Laboratório de Conforto Ambiental e Sustentabilidade dos Edifícios
Adriana Camargo de Brito é arquiteta, mestre em Tecnologia na Construção de Edifícios com ênfase no seu desempenho térmico pelo IPT, onde leciona, e doutoranda de Eficiência Energética na Escola de Mecânica da USP Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: claumit@ipt.br AWaelkens@ thorntontomasetti.com
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Edifícios com alta inércia térmica têm sido construídos milenarmente, em locais com clima “Quente Seco” com alta amplitude diária da temperatura do ar. Estes edifícios são compostos por elementos pesados e espessos –como terra ou pedra– com alta capacidade térmica. Além disso, são projetados com aberturas pequenas e de modo a propiciar condições de ventilação que favoreçam a manutenção de ambientes térmicos mais amenos em relação ao ambiente externo. A inércia térmica de um ambiente pode ser caracterizada com base na resposta térmica da edificação, tendo como referência os perfis horários das temperaturas do ar interior e exterior. Quanto maior o amortecimento da amplitude da temperatura do ar interior em relação à amplitude da temperatura do ar exterior, pode-se dizer que maior é a inércia térmica do recinto. Recentemente, o conceito de inércia térmica vem sendo retomado em vários estudos que demonstram seu potencial para propiciar a melhoria do desempenho térmico de edifícios. Alguns trabalhos apontam também as variáveis que interferem na inércia térmica da edificação, tais como: cores das superfícies externas, orientação solar, elementos de sombreamento, ventilação dos ambientes, isolação térmica da cobertura e o contato com o solo. A contribuição destas variáveis é tão mais significativa quanto menor é a capaci-
Figura 1 Projetos arquitetônicos das habitações analisadas
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dade térmica dos elementos que compõem a envoltória, colocando-se como uma forma de se compensar a baixa capacidade térmica destes elementos. Dentre estas formas de compensação destacam-se a isolação térmica da cobertura e o contato dos ambientes com o solo, como dois aspectos mais relevantes para o aumento da inércia térmica dessas edificações. Por outro lado, a crescente demanda por habitações está repercutindo no uso de sistemas construtivos leves, com elementos de fachadas com baixa capacidade térmica, priorizando-se questões voltadas à racionalidade construtiva e à rapidez de execução. Como consequência, implantou-se uma cultura que não prioriza a adequação climática das edificações, com projetos, diretrizes de projeto e critérios de avaliação do desempenho energético de edificações que conduzem à adoção de estratégias de isolamento térmico, ventilação e sombreamento de fachadas, uso de vidros especiais e ventilação dos ambientes de forma generalizada. Estes fatores são os únicos recursos hoje disponíveis, economicamente viáveis, para se reduzir o consumo de energia pelos sistemas de condicionamento térmico dos ambientes, cada vez mais indispensáveis, em períodos cada vez maiores. Se estas edificações, assim projetadas, tiverem seus sistemas de condicionamento desligados, as condições térmicas dos
ambientes, na grande maioria dos casos, serão extremamente desconfortáveis. Porém, considerando-se as características de boa parcela das edificações habitacionais no Brasil, onde não se faz uso de ar condicionado, os sistemas passivos constituem importante estratégia na obtenção de melhores condições de conforto térmico. Neste sentido, a inércia térmica das edificações se destaca por se adequar às condições climáticas da grande maioria do território nacional, onde a amplitude de variação da temperatura do ar apresenta-se em patamares acima de 8º C. Na cidade de São Paulo, esta amplitude é da ordem de 10º C e a zona de conforto térmico encontra-se dentro dos limites superior e inferior da temperatura do ar externo. Neste caso, uma edificação de alta inércia térmica, com baixa produção interna de calor, como ocorre comumente nas habitações, pode propiciar condições satisfatórias de conforto térmico sem a necessidade do uso de sistemas de condicionamento térmico. Estes conceitos estão contemplados nos critérios de avaliação do desempenho térmico das edificações da Norma de Desempenho (NBR 15.575) tanto no método de simulação, que considera todos os parâmetros, como no método simplificado, que estabelece valores mínimos para a Capacidade Térmica das paredes. Esta exigência não é feita somente para a Zona Bioclimática 8, por tratar-se de região com clima “Quente Úmido”, ou seja, com baixa amplitude de variação diária da temperatura do ar. Tendo em vista ilustrar o efeito dos dois fatores mais relevantes, mencionados anteriormente para o aumento da inércia térmica das edificações com elementos de vedação leves, é apresentado neste artigo um estudo de caso para habitações térrea e assobradada (veja a Figura 1), na cidade de São Paulo. Foi feita a comparação entre a temperatura do ar exterior e do ar interior de um dormitório das edificações, com elementos leves, de baixa inércia térmica
e com elementos pesados, com alta inércia térmica, nas seguintes situações: cobertura com e sem isolante térmico; dormitório em contato com o solo, em habitação térrea, e sem o contato com o solo, no andar superior de um sobrado. Foram realizadas simulações computacionais das edificações com o programa EnergyPlus, considerando-se as características climáticas de um dia típico de verão da cidade de São Paulo com janelas dos dormitórios sem sombreamento e orientação Oeste, e os ambientes com taxa de uma renovação do volume de ar de 1 Ren/h. A edificação com baixa inércia térmica tem fachadas em placas cimentícias e gesso acartonado, e a edificação de alta inércia térmica, fachadas em alvenaria de 1 tijolo cerâmico maciço assentado na maior dimensão, revestido com argamassa em ambas as faces. Nos dois casos a cobertura tem telhado em telhas cerâmicas e forro de gesso acartonado. Os resultados são apresentados na Figura 2, indicando-se a temperatura máxima do ar interior para atendimento do Nível Mínimo conforme os critérios presentes na Norma de Desempenho. Os resultados demonstram claramente a adequação da edificação de alta inércia térmica para a condição climática da cidade de São Paulo, onde os perfis diários da temperatura do ar interior do recinto apresentam-se dentro da zona de conforto térmico, em todas as situações consideradas. No caso da edificação de baixa inércia térmica, apenas o recinto em contato com o solo e com isolamento térmico na cobertura apresenta valor máximo de temperatura que atende ao critério referente ao Nível Mínimo de desempenho da Norma 15.575.
Figura 2 – Perfis horários das temperaturas do ar interior e exterior nas edificações
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CONSTRU Ç Ã O D A CARR E IRA
Forjando o líder Felipe Scotti Calbucci é graduado em Comunicação Social e diretor de Operações da Bueno Netto Vendas Envie seus comentários, críticas e sugestões de temas para esta coluna: felipe.calbucci@ bnvendas.com.br
Caros leitores, esta edição é especial para mim. Desde junho integro o time do Grupo Bueno Netto, sendo responsável pela área operacional da Bueno Netto Vendas. Em uma empresa de serviços, as pes soas são ainda mais relevantes para o sucesso da organização. Ter líderes preparados e alinhados com a cultura da empresa é essencial. Identificar potenciais líderes não é fácil, mas há um “atalho”. A aderência à cultura da empresa e o conhecimento de seu mercado permitirão a qualquer executivo exercer liderança, pois conviver com pessoas que compartilham dos mesmos valores e estar motivado favorecerá o ambiente adequado à formação do líder.
o vê desta forma sem incentivar falta de humildade e excesso de confiança. Já presenciei muitos talentos serem prejudicados por elogios em demasia. Por isso, o feedback deve sempre ser relacionado a uma ação específica. Prefira dizer “sua atitude com este cliente foi boa e decisiva para conseguirmos o novo projeto” a frases genéricas como “você é muito bom, parabéns”. Os feedbacks negativos também não devem ser genéricos, como “você não tem atitude”. Prefira dizer “por não ter antecipado o problema para o cliente, ele ficou frustrado. Você concorda em que o certo seria avisá-lo com antecedência?” Poucas empresas conseguem atrair e treinar líderes adequadamente e menos ainda têm a capacidade de retê-los. A rotatividade de pessoas sempre irá existir e é fundamental que a empresa não perca os profissionais que fazem a diferença. Jack Welch, ex-CEO da GE, descreve em seus livros como ele utilizava a rotatividade para manter a organização em constante estado de inovação, dispensando 20% das pessoas de baixo desempenho todo ano. Como saber os 80% que queremos manter? A resposta é ter indicadores de performance simples, precisos e claros. Assim é possível separar líderes talentosos de executivos de baixo desempenho, e dar a oportunidade de se recuperar a quem está com avaliação baixa. Contrate profissionais aderentes à cultura de sua empresa, com algum conhecimento em seu mercado. Desafie-os constantemente sem passar do limite, dê feedbacks adequados e tenha a “regra do jogo” clara e coerente para todos os funcionários.
Lance desafios, ofereça feedbacks e faça avaliações de desempenho Mesmo para os raros casos de liderança nata, seu grau variará de acordo com sua aderência ao ambiente. Exemplo: o líder de uma fábrica atuando no mercado financeiro. Sendo líder nato, exercerá alguma liderança sobre seus pares e equipe, mas certamente em menor grau do que na fábrica. Atrair não é problema, pois sendo aderente à cultura da empresa, o profissional encontrará pessoas em que possa “se espelhar”. Contudo, como treinar um líder? Da mesma forma que treinar os demais profissionais. A diferença está em como desafiá-lo, pois tendo sempre um propósito novo, o líder encontrará seu espaço e se desenvolverá. Contudo, há um limite mesmo para o que tem grande potencial, e desafiá-lo além de sua capacidade pode causar o efeito inverso. Outro aspecto relevante é como transmitir ao potencial talento que a empresa 46
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