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Inteligência emocional que se ensina e aprende na escola
Para Jane Haddad, o caminho para uma educação mais humana começa com gerenciamento das emoções e relações mais saudáveis
Por Gabrielly Domingues
bastante requisitado no mercado de trabalho, independente da área. Dentro da escola, não poderia ser diferente: a inteligência emocional é um fator essencial para a criação de relações mais humanas, respeitosas e construtivas entre professores, alunos e demais membros da comunidade escolar. Para trazer um panorama sobre a inteligência emocional nas escolas e explicar a relevância do desenvolvimento desse conjunto de habilidades para o futuro, entrevistamos a professora e palestrante Jane Haddad, mestre em educação que defende uma revisão na forma de educar, dando o devido valor à subjetividade humana e deixando de reduzi-la apenas ao aspecto cognitivo.
Para começar, o que significa inteligência emocional e como ela pode ser aplicada dentro de ambientes escolares e acadêmicos?
Jane Haddad: Há muito tempo, o mundo e a sociedade vem se debruçando em explicar como o ser humano se torna humano e a inteligência emocional percorre essa reflexão. São habilidades que dizem muito sobre ser e estar no mundo. Fala-se muito dela mas pouco se pratica, especialmente em momentos de crise.
O mundo está refletido nas escolas e o que vemos hoje são ambientes escolares que dão muito mais respostas do que perguntas, mas esse modelo já não funciona mais. Precisamos nos reinventar e, principalmente, mudar a forma como tratamos nossos semelhantes. Nossas crianças estão sempre tentando nos ensinar o quanto se importam com os outros há muito tempo, mas pouco aprendemos com elas. Nem ao menos valorizamos esse cuidado das crianças: em algum momento, começamos a treiná-las para guardar sentimentos, não expressar raiva, não emprestar o que é seu… Para mim, isso precisa avançar. Precisamos entender que alteridade, empatia e respeito só são ensinados na prática, no fazer diário, nas situações que nos deparamos a todo momento.
Nossas escolas não podem mais encarar a questão da inteligência emocional como uma opção. Ela é a rota principal para tempos incertos e a história da humanidade nos mostra isso. Sabemos que a humanidade é capaz de atrocidades que não podemos negar. Então, façamos diferente. Vamos nos demorar mais no essencialmente humano, desacelerar crianças e jovens que já pensam ser máquinas. Vamos desmedicalizar a vida e aprender a lidar com ela, com suas privações, ganhos, frustrações e exemplos.
O momento atual exige um olhar bem mais ampliado sobre a constituição de sujeito. Quem somos nós nessa enorme engrenagem chamada sociedade, chamada escola?
Como os professores podem desenvolver essa habilidade? E como ela pode auxiliar no dia a dia dos docentes?
Jane Haddad: A equipe pedagógica é composta por seres humanos que lidam com outros humanos. Cuidar de si, em todos os sentidos, permitirá cuidar dos outros, lembrando que o cuidado também envolve privar o outro, pois o excesso de amor é tão nocivo como a falta desse sentimento.
Por que essa habilidade é cada vez mais importante para a educação do futuro?
Jane Haddad: A educação do futuro é consequência do que estamos fazendo e sendo no presente. Penso que com o boom tecnológico, poderemos delegar nossos afazeres burocráticos e mecanizados às máquinas. Em contrapartida, nos dedicaremos mais na humanização das nossas relações sociais e pedagógicas. O futuro dependerá do nosso olhar frente à decisão de fazermos um novo pacto civilizatório. O mínimo que a escola deve investir é no compartilhamento de saberes e no despertar de crianças e jovens. Por que essa nova geração não nos ouve, por exemplo? Porque estamos vivendo em um contexto de mudanças hierárquicas, não existe mais a relação de mandar e obedecer, os alunos vão prestar atenção naquilo que acreditam. Por isso, costumo perguntar aos professores: “vocês acreditam naquilo que fazem?”. Quero provocar que todos entendam a importância de falar com um sentido de causa, sem palavras vazias.
Calendário de eventos
Semana Pedagógica Moonshot Educação
Quando: de 24 a 28 de julho e de 07 a 11 de agosto, às 19h
Onde: Sinepe-PR, em Curitiba
Palestra Gestão Administrativa e Financeira para Serviços Educacionais
Quando: 03 de agosto, às 09h
Onde: Sinepe-PR, em Curitiba
Palestrante: Antônio Eugênio Cunha
Novas associadas
Inteligência Emocional de Educadores
Quando: 17 de agosto, às 19h
Onde: Sinepe-PR, em Curitiba
Palestrante: Jane Haddad
• 10/04/2023 | Instituto Betel, de Francisco Beltrão
• 28/04/2023 | Colégio Positivo Master, de Ponta Grossa
• 22/06/2023 | CEI Pingo de Gente, de Guarapuava
• 28/06/2023 | Terra Mãe, de São José dos Pinhais
• 28/06/2023 | Instituto Casagrande, de Curitiba