PUBLICAÇÃO | Boletim da Intercel nº 144

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boletim da intercel Informativo da Intercel - 29 de janeiro de 2020 - N144

ELEIÇÃO PARA DCL

MESMO SEM MUDANÇA NAS REGRAS, RETOMADA DA ELEIÇÃO É FUNDAMENTAL PARA BARRAR A TERCEIRIZAÇÃO NA CELESC 1


Representante dos Empregados, conforme relato do Boletim 144: “O conselheiro Leandro Nunes da Silva, considerando manifestação registrada na ATA da RCA 12.11.20, reiterou a importância da realização da eleição à Diretoria Comercial da Celesc. Propôs que a análise da revisão das normas à retomada do processo eleitoral ocorra na próxima reunião ordinária do Conselho de Administração”. Neste processo, ficou evidente a tentativa da Diretoria em

Diante dos riscos de confidencialidade do voto e dos riscos ainda maiores de manter um diretor interino que age contra os trabalhadores e contra a empresa pública, a retomada da eleição é urgente e necessária

A novela da Eleição para Diretor Comercial teve mais um importante capítulo nesta quinta-feira, dia 19. Em reunião do Conselho de Administração, foi aprovada a retomada do processo eleitoral, com determinação para que este aconteça no mês de fevereiro. Desta forma, os trabalhadores retomam o direito de eleger um empregado da empresa para conduzir uma diretoria. Permeada por golpes e ataques, a eleição se tornou uma queda de braço entre trabalhadores e Diretoria. Fruto da cassação de um mandato legítimo a eleição pela falta de quórum, pela suspensão há poucos dias de sua realização e pelo protelamento conveniente da Diretoria, que enxergou no acumulo do cargo pelo Diretor de Distribuição, Sandro Levandoski, uma oportunidade de encaminhar o aumento da terceirização na empresa. Em novembro de 2020, os sindicatos da Intercel manifestaram à Diretoria da Celesc, através de carta, a necessidade de retomada do processo eleitoral, reivindicando a mudança de regras para possibilitar o voto remoto e a ampla participação dos trabalhadores no pleito. Conforme divulgado no Boletim da Intercel nº 141, para as entidades sindicais o ideal seria a realização de eleição híbrida, mantendo as estações de votação para quem permanece na empresa no dia a dia, mas também possibilitando o voto dos empregados que fazem o regime de teletrabalho. A mesma posição foi defendida pelo Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Leandro Nunes. Também em Novembro, o conselheiro eleito registrou em ATA de reunião do Conselho a solicitação para a retomada do processo eleitoral. Protelada pela Diretoria, a eleição foi tema de novo registro do

adiar a eleição, mantendo o Diretor de Distribuição responsável pela área comercial e trabalhando pela terceirização do atendimento e dos serviços comerciais operacionais. Em várias oportunidades o representante dos empregados denunciou a intenção da Diretoria, principalmente do Presidente e do Diretor de Distribuição de não contratar mais trabalhadores próprios, investindo na terceirização mesmo que a mesma seja mais cara do que a contratação de trabalhadores próprios através de Concurso Público.

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Na última reunião do Conselho, a Diretoria encaminhou um parecer jurídico que afirmava ser ilegal a mudança das regras, além de tentar, novamente, jogar para frente a decisão de retomar a eleição. Apesar da fragilidade do parecer, que ignora a legitimidade do Conselho de Administração para alterar as regras, os riscos de confiabilidade e confidencialidade de um sistema eletrônico e o fato de que seu desenvolvimento adiaria ainda mais a eleição fez com que o Conselho aprovasse a retomada do processo, nas mesmas regras estabelecidas anteriormente, determinando que a votação deve ocorrer, obrigatoriamente, em fevereiro. Para a Intercel, a não alteração da regra para possibilitar uma ampla participação na eleição não é o ideal. Entretanto, diante dos riscos de confidencialidade do voto e dos riscos ainda maiores de manter um diretor interino que age contra os trabalhadores, a retomada da eleição é urgente e necessária. Enquanto a Diretoria atual busca uma terceirização ampla, é papel do próximo diretor defender a Celesc Pública e o fortalecimento da empresa com a contratação de trabalhadores próprios. As entidades sindicais avaliam que qualquer postulante ao cargo deve se manifestar contra a terceirização e, caso eleito, atuar para impedir os planos da atual Diretoria. A Comissão Eleitoral divulgou nesta quinta-feira, dia 28, o calendário eleitoral. A campanha ocorrerá de 01 a 07 de fevereiro, com a eleição sendo realizada nos dias 08 e 09 do mesmo mês. A Intercel orienta os trabalhadores a participarem ativamente deste processo, avaliando e questionando os candidatos por suas posições em defesa da Celesc Pública e contra a tercerização.


O DESEJO DE DEMITIR É MAIS FORTE QUE O RESPEITO AOS TRABALHADORES

paralisação em 2019 foi fundamental para derrotar o ataque à garantia de emprego

dade de abertura de inquérito adAlém de deturpar a garantia de ministrativo ou com prazos mais emprego, a Diretoria ainda desenxutos em caso de abertura, mas cumpriu outra cláusula do Acordo sem a participação dos sindicatos Coletivo de Trabalho, publicando a normativa sem debate com as entidades sindicais. O ACT determina que, alterações de normativa de regulamentem direitos do Acordo Coletivo de Trabalho A criação do Processo devem, obrigatóriamente serem debatidas com a Intercel e só poDisciplinar Sumário é dem ser realizadas mediante conuma afronta ao direito cordância dos sindicatos. dos trabalhadores e Os sindicatos que compõem a evidencia uma postura Intercel manifestaram nesta terautoritária do presidente, ça-feira, dia 26, o repúdio ao desrespeito da Diretoria ao Acordo que às escondidas tenta Coletivo de Trabalho, exigindo a viabilizar um desejo imediata revogação da normativa doentio de poder demitir e o respeito à garantia de emprego dos celesquianos. celesquianos A Intercel reafirma a necessidade de respeito aos direitos dos celesquianos e orienta a categoria a ficar atenta para, caso a diretoria mantenha o golpe na garantia em ambos os casos, a Diretoria de emprego e se recuse a revogar tenta burlar o Acordo Coletivo de a normativa, buscar na mobilizaTrabalho descaradamente. ção o respeito ao ACT firmado.

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Durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2019/20, a Diretoria da Celesc propôs uma alteração da cláusula de Garantia de Emprego (3ª - Quadro de Pessoal), abrindo a possibilidade de demissão sumária de trabalhadores. A proposta foi amplamente rejeitada pelos trabalhadores e, junto com outros ataques à direitos da categoria, motivou uma forte paralisação. Com a mobilização, o ACT foi fechado mantendo a Garantia de Emprego e derrotando a proposta que daria poderes de demisão ao presidente. Entretanto, mesmo derrotado o presidente não desistiu da ideia e decidiu descumprir o ACT. Após a assinatura do Acordo, o presidente instituiu, através de resolução, um Grupo de Trabalho interno - sem participação da Intercel - para revisar a normativa de inquérito administrativo. Nesta revisão, a malfadada proposta que foi rejeitada pelos celesquianos foi incluída na normativa, desrespeitando a negociação coletiva e os trabalhadores da Celesc. A criação do Processo Disciplinar Sumário (item 5.5 da normativa) é uma afronta ao direito dos trabalhadores e evidencia uma postura autoritária do presidente, que às escondidas tenta viabilizar um desejo doentio de poder demitir celesquianos. O Acordo Coletivo determina que a Celesc não pode demitir trabalhadores imotivadamente e que, se houver motivação, esta deve ser comprovada através de inquérito administrativo com participação dos sindicatos da Intercel, garantindo o direito à ampla defesa do trabalhador. Ao criar um processo disciplinar sumário, sem a necessi-


SITUAÇÃO GRAVE NO ATENDIMENTO COMERCIAL Na última sexta-feira, dia 20, os sindicatos que compõem a Intercel estiveram reunidos virtualmente com a Diretoria da Gestão Corporativa para tratar de graves situações no atendimento comercial da Celesc. Além de registrar problemas na estrutura de diversas lojas de atendimento, os dirigentes sindicais repassaram o relato dos trabalhadores

de esgotamento físico e psicológico pela alta demanda de trabalho e pela prática de assédio moral de algumas chefias. A Diretoria se comprometeu em realizar um estudo com os atendentes e buscar ações para dar condições dignas de trabalho aos celesquianos. Outro ponto importante debatido é a retomada dos contratos

de segurança e asseio das lojas, conforme resultado do acordo em ação judicial impetrada pela Intercel em 2020. Segundo a Diretoria, o orçamento já foi assegurado e, agora, depende do processo de licitação. A expectativa é que em março os contratados estejam trabalhando, efetivamente, nas lojas de atendimento.

REFORMA EM MEIO À PANDEMIA É DENUNCIADA principalmente em um momento de restrições financeiras. Após processo licitatório, a empresa W&L Engenharia foi a vencedora, com custos de execução das obras fixado em R$ 1.276.692,76 (um milhão, duzentos e setenta e seis mil,

A situação fica pior quando comparamos a realidade dos escritórios e das Agências Regionais com a realidade da Central. Enquanto escritórios estão com severos problemas nas lojas de atendimento, nas salas dos eletricistas, banheiros e demais problemas estruturais (rachaduras e defeitos na alvenaria), gasta-se R$ R$ 1.276.692, 76 com reformas caríssimas na sede. Para os sindicatos da Intercel, é fundamental que a Além da empresa mantenha instalações em intempestividade do boas condições de uso em todo o Estado. Defendemos que seja efeinvestimento, chama tivamente realizada a reforma de atenção o custo da alguns banheiros na Administração reforma por banheiro: Central, que realmente estão necesSão R$29.690,00 por sitando de consertos. Mas, diante da pandemia e dos impactos desta banheiro! no caixa da empresa - sempre utilizados para justificar ataques aos direitos dos trabalhadores - é uma grande irresponsabilidade a deliberação para esta reforma, como foi seiscentos e noventa e dois reais feita. A Intercel registrará denúncia e setenta e seis centavos). Além ao Tribunal de Contas do Estado da intempestividade do investi- (TCE) para que a conduta da Diremento, chama atenção o custo toria seja apurada e para que os atos da reforma por banheiro: São administrativos não contribuam R$29.690,00 por banheiro! para a privatização da empresa.

Ao longo do último ano, o discurso de preservação da sustentabilidade econômico-financeira da empresa serviu para atacar os trabalhadores e reduzir seus benefícios. Agora, vão aparecendo absurdas decisões que contradizem as afirmações da Diretoria. A Intercel recebeu denúncia de que, durante a pandemia, a Diretoria Colegiada autorizou, através da Deliberação de Diretoria nº 172/2020, a reforma de 43 banheiros do prédio da Administração Central. A nota de encaminhamento 065/2020 justifica: “Considerando que temos mais de 1.000 pessoas circulando diariamente pelo prédio, entre empregados e terceiros, a taxa de utilização dessas instalações é bastante elevada, acelerando o processo desgaste e por consequência encurtando a vida útil dos sistemas instalados”. Porém, a realidade de trabalho na Administração Central durante a pandemia é exatamente o inverso: com a grande maioria dos trabalhadores em home office desde março de 2020, não haveria necessidade de se investir mais de um milhão de reais em reforma de banheiros,

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expediente Boletim da Intercel é uma publicação da Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina | Jornalista Responsável: Paulo Guilherme Horn (MTE 3489/SC) Rua Max Colin, 2368 | Joinville/SC | CEP 89216-000 Tel: (47) 3028-2161 | Email: sindsc@terra.com.br As matérias assinadas não correspondem, necessariamente, à opinião do informativo.

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