PUBLICAÇÃO | Boletim da Intercel nº 158

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boletim da intercel Informativo da Intercel - 04 de junho de 2021 - N158

APAGÃO NO OESTE

TORNADO DERRUBA LINHA DE TRANSMISSÃO DE EMPRESA PRIVADA, GERA APAGÃO NO MEIO OESTE E DEPUTADOS CULPAM CELESC COM INFORMAÇÕES ERRADAS

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Na última sexta-feira, dia 28, uma forte tempesta- deixar claro que o problema era de responsabilidade e um tornado atingiram cidades da região meio de de uma empresa privada e que, mesmo assim, a Oeste de Santa Catarina, causando grande destrui- Celesc colocou equipes à disposição em tempo inção e derrubando cinco torres de transmissão da tegral para atender a sociedade e auxiliar na recomempresa Evoltz. Como consequência da queda das posição do Sistema. torres, a subestação da Celesc em Videira foi atingiA crítica de Cobalchini atinge os trabalhadores da, provocando um colapso no sistema que deixou e passa a infeliz ideia de que os celesquianos não grande parte da população sem energia elétrica. estão atendendo a população com qualidade e resSegundo informações da Celesc, o sistema elétri- ponsabilidade, abrindo espaço para que defensores co que alimenta o meio-oeste catarinense foi to- da privatização atuem de forma oportunista. Após talmente reestabelecido na noite desta terça-feira, a crítica do deputado mdbista, Nilso Berlanda atadia 01 de junho. “Exatamente às 22h17, as linhas de cou a Celesc, dizendo que a empresa é a “que pior transmissão que partem da Subestação de 230kV da atende o catarinense”. Milton Hobus (PSD), afirempresa transmissora foram energizadas. A partir mou que a situação demonstra a “fragilidade da dela, as linhas de 138kV da Ceempresa pública Celesc”. Ivan “Infelizmente, o desastre lesc receberam a carga de enerNaatz (PL) chegou a publicar gia para abastecerem as subescarta à população criticando a natural novamente foi tações que atendem o sistema empresa. Situações como esta utilizado para atacar a elétrico da região. Antes da demonstram a irracionalidade Celesc e seus trabalhadores. dos ataques contra as empremeia-noite, todas as subestações da Celesc estavam energi- Enquanto os celesquianos se sas públicas e a facilidade com zadas e, gradualmente, as redes esforçavam e se arriscavam que um discurso mentiroso de de energia dos municípios que maior eficiência de empresas para recompor o sistema ainda estavam sem luz foram privadas se espalha. Em neelétrico e retomar o sendo restabelecidas”. nhum momento os Deputados Infelizmente, o desastre na- abastecimento de energia ao comentam que a responsabitural novamente foi utilizado povo catarinense, deputados lidade pelo reparo da rede de para atacar a Celesc e seus traescolheram criticar a Celesc, transmissão é de uma empresa balhadores, além de fomentar privada. É mais fácil atacar a ataques ao Governo do Estado induzindo a opinião pública a empresa pública. Em novemutilizando a estatal. Enquanto fazer coro com defensores da bro de 2020, um problema em os celesquianos se esforçavam uma subestação de uma emprivatização da empresa” e se arriscavam para recompor presa privada no Amapá levou o sistema elétrico e retomar o abastecimento de à dois blackouts e deixou a população 22 dias com energia ao povo catarinense, deputados escolheram rodízio de energia. A situação foi idêntica: a responcriticar a Celesc, induzindo a opinião pública a fazer sabilidade era da empresa privada, mas as críticas coro com defensores da privatização da empresa. O foram direcionadas à Eletronorte, empresa pública líder do MDB na Assembleia Legislativa do Estado que colocou seus trabalhadores à disposição e resolde Santa Catarina (Alesc), Deputado Valdir Cobal- veu o problema. chini, criticou o que chamou de “omissão da CeOutra fala dos deputados tenta jogar para a Celesc lesc”. Segundo Cobalchini, “a Celesc, a maior estatal a responsabilidade por não haver uma “linha alcatarinense, não pode ficar trabalhando em “home ternativa” para atender os municípios na continoffice”. Na emergência, toda a diretoria deveria es- gência. Conforme relatado no Boletim do Consetar em Caçador e região para levar solidariedade e lheiro nº 157, a rede citada foi destruída durante agilizar a recuperação do sistema de distribuição de o Ciclone Bomba e a Celesc já iniciou o processo energia”. A crítica, direcionada à Diretoria da em- de reconstrução da mesma, mas teve atrasos por presa, é compreensível, uma vez que, novamente, a conta da pandemia. “Nesse ponto, é importante direção omite-se a prestar informações sobre a si- destacar que a rede danificada em Tangará era tuação, sobre suas responsabilidades e sobre o es- de uma linha de distribuição em 138kV, destruída forço dos seus trabalhadores. “Um absurdo o que com a passagem de um tornado no ano passado. está acontecendo, depois privatizam e perguntam o Em conversa com a Diretoria da Celesc, fui inporquê! Do jeito que está, não pode ficar, exigimos formado que a empresa licitou a obra duas vezes, um mínimo de respeito”, insistiu Cobalchini, sem para que tivéssemos um ganhador no certame.

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Ademais, a empresa vencedora aguarda a entrega de materiais à realização dos serviços (em falta por conta da alta dos preços do aço), o que justificaria o atraso nas obras”, diz o boletim. Com o sistema recompostos após grande trabalho dos celesquianos, é fundamental reconhecer a importância da Celesc Pública para a população catarinense. Ao contrário do que disse o Deputado Nilso Berlanda, a Celesc é exemplo de bom atendimento prestado à sociedade, sendo reco-

nhecida como uma das melhores distribuidoras de energia do Brasil pelos próprios consumidores. A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) sempre foi defensora da Celesc Pública por compreender o papel fundamental da empresa no desenvolvimento social e econômico do Estado. Não é possível que manifestações equivocadas ameacem a maior estatal catarinense, sinônimo de bom serviço prestado ao povo de Santa Catarina.

É BOM PRIVATIZAR A ELETROBRAS? POR DINOVALDO GILIOLI*

O presidente Jair Bolsonaro se elegeu prometendo não privatizar empresas de setores estratégicos, como é o caso das que integram o grupo Eletrobras. No entanto, encaminhou para a Câmara dos Deputados proposta de venda dessas estatais, através da Medida Provisória 1.031/2021, de 23 de fevereiro, aprovada recentemente. Em qualquer lugar do mundo e aqui serve o exemplo dos Estados Unidos, um dos mais capitalistas, o setor de energia é mantido sob a lógica de um bem público, porque essencial para o desenvolvimento, segurança e soberania do país. Ou seja, abrir mão desse setor, só se justifica para atender interesses econômicos

privados e alheios às necessidades da população. Não bastasse a perda de controle da área de energia elétrica, uma vez que o governo abrirá mão de ter a maioria das ações dessas empresas, os consumidores deverão amargar ainda, conforme dados de especialistas, um aumento da tarifa de energia elétrica em torno de 10 a 20%. Tudo isso em plena pandemia, com

milhares de mortes e o desemprego lá nas alturas. Diante da já dramática e insustentável realidade, deseja-se que se tenha forte resistência de setores da sociedade realmente interessados em preservar o patrimônio público e em melhorar a vida dos brasileiros. DINOVALDO GILIOLI É EX-REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ELETROSUL

DEBATE EM CRH DEVE FECHAR PROPOSTA DO SALÁRIO INICIAL Na próxima quarta-feira, dia 10, os sindicatos que compõem a Intercel estarão reunidos com a Diretoria de Gestão Corporativa para debater o reenquadramento dos empregados que estavam na empresa em 2017 e mudaram de cargo após a assinatura do 6º Termo Aditivo do PCS. O debate, que acontecerá em reunião da Comissão de Recursos Humanos tem impacto direto na discussão do GT Salário Inicial, que já concluiu os debates e finalizará o relatório em consenso após a definição em CRH. Prestes a iniciar a negociação de aplicação da proposta com a Diretoria, é fundamental que a categoria permaneça unida junto aos sindicatos da Intercel, que iniciaram o debate e construíram a proposta que abrange todos os eletricitários que ingressaram na empresa após 2017.

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expediente Boletim da Intercel é uma publicação da Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina | Jornalista Responsável: Paulo Guilherme Horn (MTE 3489/SC) Rua Max Colin, 2368 | Joinville/SC | CEP 89216-000 Tel: (47) 3028-2161 | Email: sindsc@terra.com.br As matérias assinadas não correspondem, necessariamente, à opinião do informativo.

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