boletim da intercel Informativo da Intercel - 26 de julho de 2021 - N164
MENTIRA COMPULSIVA CEO DA EDP MENTE DE NOVO DEFENDENDO PRIVATIZAÇÃO DA CELESC 1
Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma dos serviços de energia no Estado de Santa Cataverdade. A máxima da propaganda nazista pare- rina. Em qualquer parte do mundo, privatização é ce ser, também, o lema do CEO da EDP Brasil, solução. Não faz sentido o Estado ter empresa de João Márquez da Cruz. Deseletricidade”, disse em evento de que assumiu o posto mais da Federação das Indústrias de alto da acionista minoritária Santa Catarina (Fiesc), noticiada Celesc, ele tem se dedicado pela coluna de Estela Benetdo a mentir publicamente, ti, no portal NSC. De acordo aumentando o tom e a agrescom a coluna, Cruz afirma que João Marquez da Cruz sividade para privatizar a es“Santa Catarina é um dos estatem apostado na lógica tatal catarinense. dos que estão no topo do Branazista e se aproveitado da Infelizmente, um mentiroso sil, mas quando se olha para o com acesso livre à mídia é ainfornecimento de eletricidade, lógica capitalista: mente da mais perigoso. João Marvê-se uma empresa subcapitacompulsivamente através quez da Cruz tem apostado na lizada, que não tem capacidade de jornais e revistas e não é lógica nazista e se aproveitado de fazer os investimentos que contraposto, uma vez que a da lógica capitalista: mente são necessários para manter a compulsivamente através de grande mídia não abre espaço qualidade dos serviços”. jornais e revistas e não é conA mentira de que a privatipara que as representações traposto, uma vez que a granzação traz, automaticamente, dos trabalhadores o de mídia não abre espaço para uma melhora na qualidade desmintam que as representações dos trado serviço prestado à populabalhadores o desmintam. Deção talvez seja a mais antiga já pois de dizer que a Celesc não contada para justificar a venda pode ser uma ilha, Cruz retodo patrimônio público. Mais do mou o discurso de que a EDP que isso, ela é facilmente comassumindo o controle da estaprovada quando há vontade de tal catarinense daria um salto de qualidade para o se buscar as informações. Nesse cenário, quando o Estado, por que teria mais capacidade de investi- CEO de uma empresa privada que controla duas mentos. “Nós somos acionistas minoritários. Não concessões de distribuição (EDP Espírito Santo e controlamos a Celesc. Gostaríamos de controlar. EDP São Paulo) faz criticas à Celesc Pública, nos Por isso eu diria que está mais nas mãos dos se- resta comparar os dados das empresas para denhores do que na minha a melhoria da qualidade monstrar que tudo não passa de mentira.
“
“
QUALIDADE E ATENDIMENTO À POPULAÇÃO A Celesc tem um grande histórico de reconhecimento pelo serviço prestado à população. Antes mesmo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criar o Prêmio Aneel de Qualidade ou o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC), a Celesc já havia sido escolhida cinco vezes como a melhor distribuidora de energia elétrica do Brasil pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). A Estatal catarinense ganhou o prêmio Abradee nos anos de 2002, 2006, 2007, 2008 e 2009. Também por cinco vezes, a Celesc foi eleita a melhor distribuidora de energia elétrica da América Latina na avaliação do cliente, pela Comissão de Integração Energética Regional (CIER). Em 2019, a Celesc foi eleita pela Aneel a melhor distribuidora de energia elétrica na categoria acima de 400 mil consumidores. Na mesma categoria, a
2
EDP Espírito Santo ficou em nono lugar e a EDP São Paulo em décimo primeiro. Eliminando as categorias e avaliando as respostas gerais, a Celesc ainda fica muito à frente da EDP na percepção do consumidor de qualidade de serviço prestado: a estatal é a sétimas colocada enquanto as concessionárias da EDP são ranqueadas em 24ª (EDP Espírito Santo) e 28ª (EDP São Paulo). Enquanto o CEO da EDP mente, os dados comprovam que a Celesc presta aos seus consumidores um serviço de qualidade muito superior às concessionárias da EDP. Os resultados da Celesc são reflexo de seu caráter público e de trabalhadores comprometidos com o atendimento à população catarinense. A privatização apenas aumentará a exploração dos trabalhadores, precarizando suas condições de trabalho e o atendimento à sociedade.
SE PRIVATIZAR, A CONTA DE LUZ VAI AUMENTAR! Outra grande mentira que os defensores da privatização gostam de dizer é: se privatizar a conta de energia fica mais baixa. Novamente, no comparativo entre a estatal catarinense e as distribuidoras da EDP fica evidente a mentira. A Celesc tem, hoje, a segunda menor tarifa de energia do Brasil. A EDP São Paulo é a 10ª do ranking, enquanto a EDP Espírito Santo é a 14ª. O caso do aumento das tarifas de energia após privatizações é bastante estudado no Brasil. Em 1995, o ex-presidente da Eletrobras e professor de planejamento energético da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa já detalhava o prejuízo à população no caso da privatização da Escelsa, Distribuidora de Energia do Espírito Santo que seria, em 2004, comprada pela EDP. Rosa demonstrava que o processo, feito às avessas e cheio de vícios que dilapidaram o patrimônio público, apontava para um aumento exponencial do custo da energia para a população. No mesmo sentido, Leonardo Effgen Rizz, em Dissertação de mestrado sobre a privatização da Escelsa comenta: “Após o leilão, os novos controladores,
para lamento da população capixaba, criticaram as tarifas cobradas pela empresa, Escelsa estatal, alegando serem “escandalosamente as mais baixas e se caracterizarem como as menores do mundo.' Como consequência, em dezembro de 1995 as contas de energia dos consumidores residenciais ficaram, em média, 35% mais caras. Ainda, entre dezembro de 1996 e maio de 1998, as tarifas residenciais tiveram reajuste de 20,94%, contra uma inflação de 8,42% apurada no mesmo período. O Dieese calcula que entre 1994 e 2004 o reajuste de tarifas de energia elétrica tenha chegado a 222,41%”. Recentemente, Pingueli Rosa apontou que o cenário de aumento de tarifas que ocorreu nas privatizações da década de 90, entre elas a Escelsa, deve se repetir com a privatização da Eletrobras. “A privatização da Eletrobras deve resultar num aumento do custo da energia elétrica para o consumidor de até 25%. Esse aumento deve ser da ordem de uns 20% a 25%. diz. O aumento não é imediato, não é no dia seguinte ao da privatização. Esse aumento será progressivo”, afirmou em entrevista ao portal R7.
MENTIRAS, FALTA DE ÉTICA E UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR DO GOVERNO Desde que comprou as ações da Celesc, a EDP deixou clara sua intenção de, a longo prazo, tomar o controle da empresa. Entretanto, se no primeiro momento a empresa se apresentava moderada em suas intenções, atualmente faz da mentira o único argumento para tentar conquistar apoio à privatização da Celesc. Não é admissível que o CEO da EDP acredite que suas mentiras não serão expostas. Ao defender um “salto de qualidade” que viria de grandes investimentos, João Marquez da Cruz convenientemente se esquece de apresentar os resultados de suas próprias empresas: em todos os compa-
rativos a EDP é pior do que a Celesc. A mentira compulsiva demonstra, também, falta de respeito com a população catarinense e com seus agentes políticos e econômicos. A promessa de grandes investimentos, aliás, contrasta com a postura dos Conselheiros da EDP na Celesc, que, de acordo com o Boletim do Conselheiro nº 167, foram contrários ao descontingenciamento do orçamento para investimentos da Celesc na última reunião. A mentira dos privatistas já é esperada. No argumento, não há justificativas para entregar uma empresa que atende a sociedade
com qualidade e responsabilidade há mais de 65 anos. Entretanto, é preciso uma postura firme do controlador da Celesc. O Governo do Estado de Santa Catarina não pode ficar passivo diante dos ataques da EDP à Celesc e das constantes tentativas de enganar a sociedade catarinense. É preciso que o Governador Carlos Moisés, que tanto tem elogiado a empresa e seus trabalhadores, venha à público repudiar a fala do CEO da EDP, reafirmando que a Celesc não está à venda e que a empresa é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do Estado de Santa Catarina.
ACOMPANHE NOSSAS REDES SOCIAIS
expediente Boletim da Intercel é uma publicação da Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina | Jornalista Responsável: Paulo Guilherme Horn (MTE 3489/SC) Rua Max Colin, 2368 | Joinville/SC | CEP 89216-000 Tel: (47) 3028-2161 | Email: sindsc@terra.com.br As matérias assinadas não correspondem, necessariamente, à opinião do informativo.
3
@INTERCELSC
@INTERCEL.SC
@INTERCELSC