PUBLICAÇÃO | Boletim da Intercel nº 176

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boletim da intercel Informativo da Intercel - 20 de abril de 2022 - N176

INTERCEL DEBATE PROBLEMAS NO ATENDIMENTO COMERCIAL COM DCL ASSÉDIO MORAL, ADOECIMENTOS E SOBRECARGA DE TRABALHO PRECISAM DE ATENÇÃO TAMBÉM DA DIRETORIA DE GESTÃO E DA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA DA CELESC

ção, Leandro Nunes e Paulo Guilherme Horn. O relato da realidade diária nas lojas de atendimento feito pelas trabalhadoras foi fundamental para ampliar o horizonte do debate, deixando claro que os problemas ultrapassam a área de atuação da Diretoria Comercial e devem ser tratados em conjunto pela Diretoria Colegiada da empresa, pois envolvem diretamente a gestão de pessoas e as chefias das agências regionais e, principalmente, o Departamento de Segurança, Saúde e Bem-Estar (DPSS) da Celesc.

Na última quinta-feira, dia 14, dirigentes sindicais do Sinergia participaram de reunião com o Diretor Comercial, Vitor Guimarães, debatendo problemas relacionados à atividade dos atendentes comerciais da Grande Florianópolis, mas que se repetem no dia-a-dia de trabalhadores de lojas de atendimento da Celesc em outras Regionais. Além dos dirigentes sindicais, participaram da reunião gerentes da DCL, trabalhadoras de 3 lojas de atendimento da base do Sinergia e os representantes eleitos pelos empregados no Conselho de Administra-

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Sobrecarga de trabalho e adoecimento

rar as condições de trabalho. Um dos principais pontos foi a necessidade de treiDe acordo com o relato, a constante falta de namento para os trabalhadores que ingressam na atendentes comerciais tem sobrecarregado os tra- empresa. A falta de treinamento gera muita insegubalhadores, levando, inclusive, ao adoecimento, rança, assim como o fato de que muitos atendentes seja pelo excesso de trabalho, ou pelo medo, ansie- têm medo de fazer questionamentos ou tirar dúvidade, angústia ao atender clientes que já chegam das com os gerentes, pois temem sofrer retaliação ou furiosos à loja da Celesc. assédio moral. A equipe da DCL informou que tem Apesar do recente aumento no quadro de dotação trabalhado para intensificar a oferta de treinamento dos atendentes comerciais, com a adoção da lógica aos atendentes, inclusive estruturando vídeo-aulas dos atendentes volantes, a sensação é de que há de- para aqueles empregados que não puderem se deslofasagem por conta de constantes ausências, sejam car da sua Regional até o local do treinamento. elas motivadas por afastamentos de saúde, seja por Além disso, os trabalhadores manifestaram incondecisões equivocadas de chefias locais que tiram tra- formismo com a inoperância dos totens de atendibalhadores das lojas. A situação mento, comprados pela Celesc é tão grave que os trabalhadohá anos, mas que nunca funciores têm se sentido constrangi“Para a Intercel, a situação naram. Segundo a DCL, a aquidos em compensar horas-exdemanda atenção conjunta sição foi feita antes desta gestão tras geradas pelo acúmulo de e não considerava a manutentrabalho para não sobrecarre- entre as diretorias Comercial ção dos mesmos, que hoje chegarem seus companheiros. Nos e de Gestão Corporativa, além ga a custar mais do que os próúltimos dias, trabalhadores peprios totens. Para a Intercel, a de uma atuação direta do diram demissão por se assustaDPSS. Recém reestruturada situação é reflexo do descaso da rem com o volume de trabalho administração com a DCL no com a criação de uma área e com agressões verbais e ameperíodo onde o Diretor de Disde bem-estar, esta deve se aças físicas de clientes que chetribuição Sandro Lewandoski gam nas lojas revoltados, situaprofundar na realidade dos acumulou a diretoria, quando o ação que se agrava com a falta único projeto era o da terceiriatendentes comerciais.” de segurança física nas lojas de zação do atendimento. atendimento da Celesc. O caso já denunciado no Para a Intercel, a situação dejornal Linha Viva sobre a mumanda atenção conjunta entre as diretorias Comer- dança do protocolo Covid da Celesc para impedir cial e de Gestão Corporativa, além de uma atuação que uma atendente comercial que sofre com codireta do DPSS. Recém reestruturada com a criação morbidades fosse impedida de trabalhar em regime de uma área de bem-estar, esta deve se aprofundar de home office foi relatado ao Diretor Comercial, na realidade dos atendentes comerciais. evidenciando o assédio moral a que os atendentes O Diretor se comprometeu a conversar com a Di- são submetidos pela chefia da regional de Florianóretoria de Gestão Corporativa e com a Divisão de polis. É inadmissível que o protocolo da Celesc seja Saúde e Segurança para fazer uma análise sobre os alterado por pressões do chefe regional, impedindo adoecimentos e afastamentos, com foco em aten- que uma trabalhadora que tem orientações médicas dentes comerciais, visando melhorar a saúde e o para não ficar exposta à risco de contágio de Cobem-estar da categoria. Da mesma forma, a direto- vid-19, trabalhe com proteção. Pior, é condenável ria fará um levantamento acerca do quadro de do- que a Celesc dê o poder de negar uma orientação tação, levando em consideração o alto nível de ab- médica a um chefe que, além de não ter conhecisenteísmo, para buscar soluções que garantam nível mento algum sobre saúde, mal sabe fazer o seu traadequado de trabalhadores efetivamente nas lojas. balho como gestor. Treinamento, assédio moral e melhores Terceirização e péssima qualidade no atencondições de trabalho dimento à sociedade Além da sobrecarga de trabalho, os atendentes A terceirização tem impactado, também, na sobrerelataram necessidades específicas da Diretoria carga de trabalho, no adoecimento dos trabalhadoComercial que devem ser observadas para melho- res e na imagem da Celesc. De acordo com os rela-

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tos das atendentes, o alto número de serviços não executados ou executados com erro pelas terceirizadas tem refletido em uma procura intensa pelas lojas de atendimento, com consumidores irritados e agressivos. Os excessos de rejeição por tempo chuvoso e “não encontrado”, as rejeições parceladas (ir diversas vezes rejeitando por motivos diferentes, inclusive como “não encontrado” após encontrar na primeira visita) e denúncias de possíveis recebimentos por serviços indevidos tem lotado as lojas e criado uma situação de insegurança para os trabalhadores. O diretor informou que nos próximos dias haverá uma reunião com o gestor do contrato e os pontos citados serão tratados na mesma. Ao longo do tempo os sindicatos têm se manifestado pelo fim da terceirização, porque além de expor os trabalhadores a mais riscos de saúde e segurança, com números alarmantes de graves acidentes de trabalho, a terceirização gera uma precarização na prestação do serviço à sociedade. Agora, este serviço precário tem se convertido em fatores de risco para os atendentes comerciais e deve ser combatido, com a internalização das atividades e com o fim da terceirização.

dores, atuando como legítima representante da categoria, uma vez que é eleita pelos empregados. Para o Diretor Comercial, as soluções passam pelo comprometimento das demais diretorias em criarem condições adequadas de trabalho para o atendimento comercial, que é a imagem da Celesc para a população catarinense. Os representantes eleitos pelos celesquianos para o Conselho de Administração, Leandro Nunes e Paulo Horn, manifestaram apoio aos trabalhadores. Atual conselheiro, Leandro lembrou que a Diretoria Comercial, por ser eleita pelos empregados, é a real representante da categoria e deve buscar as melhorias, abrindo portas com as demais diretorias que, muitas vezes, não aceitam debater com os sindicatos. Para Paulo, a solução dos problemas relatados depende da coragem da diretoria de propor as melhorias necessárias, colocando o mandato à disposição para levar as demandas dos atendentes ao Conselho de Administração. Os sindicatos da Intercel seguirão fiscalizando os atos da diretoria colegiada da Celesc e cobrando por soluções rápidas para os problemas apontados. Para a Intercel, além de um real comprometimenTrabalho conjunto e fiscalização das enti- to da Diretoria com o bem-estar dos trabalhadodades sindicais res e, consequentemente, com o atendimento de qualidade à população, é preciso avançar contra a A equipe da Diretoria Comercial se comprome- terceirização e contra o assédio moral que tem se teu em levar adiante as demandas dos trabalha- mostrado recorrente na regional de Florianópolis.

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expediente Boletim da Intercel é uma publicação da Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina | Jornalista Responsável: Leonardo Contin da Costa (MTE 6550/SC) Rua Lacerda Coutinho, 149 | Florianópolisl/SC | CEP 88015-030 | Email: sinergiajornal@gmail.com As matérias assinadas não correspondem, necessariamente, à opinião do informativo.

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