SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES NO ESTADO DE GOIÁS
Goiânia, 30 de abril de 2012.
Ao Sr. Francisco Valim Presidente da Oi
Prezado Senhor,
Mais uma vez o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de Goiás (SINTTEL-GO) pede que esta renomada organização intervenha na forma como a Telemont – empresa terceirizada pela Oi para prestação de serviços de redes – conduz a negociação salarial com seus colaboradores. Em abril de 2011, quando a presidência da Oi S.A. ainda era assumida pelo Sr. Luiz Eduardo Falco, recorremos a esse mesmo expediente. E, apesar de não termos logrado o êxito almejado à época, acreditamos que Vossa Senhoria também precisa conhecer mais detalhes da situação, para ter a oportunidade de intervir neste caso. Os funcionários da Telemont enfrentam problemas de todas as ordens no desempenho de suas atividades (atividades estas que, diga-se de passagem, são extremamente relevantes para a captação e manutenção de clientes da Oi). No entanto, o reconhecimento a essa importante participação da classe trabalhadora nos resultados da empresa inexiste. Ao contrário, as recentes atitudes da Telemont revelam-se mais como um castigo aos funcionários. As negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2012 com a citada empresa, por intermédio do Sinduscon GO, se encontram em um impasse, pois foi proposto reajuste salarial de zero por cento, com redução do valor diário do valerefeição/alimentação de R$13,05 para R$12,27 – o que acreditamos ser um tremendo engano, visto que o valor proposto (R$12,27) era o praticado na Convenção de 2010. Os trabalhadores também têm enfrentado grandes dissabores com o novo plano de saúde contratado pela Telemont, uma vez que a cobertura não garante os mesmos benefícios do plano oferecido anteriormente. Essa situação mostra-se ainda mais vergonhosa pelo fato de a empresa não estar honrando os avanços já obtidos, em negociação realizada em 2011, para a jornada de trabalho. Eles tentam fazer com que os trabalhadores aceitem a vil oferta de banco de horas, ignorando que a categoria luta, arduamente, para obter a carga horária 44 horas semanais distribuídas de segunda a sexta-feira. Acredito que, de tão preocupados em lidarem com números, os gestores não percebem que, neste caso, estão tratando com seres humanos, que têm família, amigos e outras atividades às quais precisam se dedicar, sejam elas de estudo ou lazer.
Avenida Circular Qd. 126 Lt. 14, Setor Pedro Ludovico. Goiânia- Goiás. CEP: 74.823-020 Fone: (62) 3227 79 00 / E-mail: sinttelgoto@uol.com.br / Site: www.sinttelgoto.org.br
SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES NO ESTADO DE GOIÁS
O modelo proposto pela Telemont impossibilita esse convívio social e, pior, representa um risco iminente à saúde do funcionário que, abatido pelo cansaço e pela falta de descontração, fica mais suscetível ao acidente de trabalho. Ressalto que não são poucos os esforços físicos para o desempenho das tarefas destinadas às várias funções dos trabalhadores de rede, as quais acumuladas com o trânsito - especialmente o de Goiânia, que há tempos demonstra estagnação - levam a consequências que calculo desastrosas. Ao observar os salários praticados pelo segmento da construção civil, a comparação desmotiva ainda mais a categoria. Profissionais com cargos de ajudantes e auxiliares têm uma melhor remuneração que os trabalhadores da Telemont. Quando os valores são confrontados com outras empresas do mesmo segmento, a diferença se mostra ainda mais desanimador. A Telemont já perdeu muitos colaboradores eficientes para suas concorrentes, devido a alguns problemas tratados neste documento e outros, dentre os quais alguns foram superados e outros permanecem sem solução. Mas, diante deste pedido, acredito que serão tomadas providências que contribuirão para que esta realidade seja mudada para melhor e, acredito, em breve. Sabemos que essa estratégia da empresa não tem surtido efeitos positivos para os trabalhadores – que veem seus direitos se resvalando tão rapidamente quanto a banda larga da internet que instalam – nem mesmo para a própria Telemont, que no ano passado amargou greve geral da categoria justamente por essa situação. Buscar mais sensatez nessas negociações gera mais produtividade à empresa, dada a motivação proporcionada ao seu quadro de funcionários, e proporciona ausência de encargos trabalhistas. Para a Oi, os benefícios serão refletidos no atendimento de qualidade aos seus clientes. São notórios os vultosos investimentos direcionados pela Oi à sua infraestrutura, tecnologia e logística. Aplicações correspondentes também devem ser dispensadas aos seus trabalhadores, visto que os colaboradores são responsáveis pelo contato imediato com seus clientes. Afinal, sem reconhecimento e motivação da categoria não há bom atendimento. E sem atendimento de qualidade, convenhamos, não há estratégia de marketing ou investimento em tecnologia suficiente para atingir metas. No aguardo do deferimento deste pedido, despeço-me. Atenciosamente, Alessandro Torres Diretor SINTTEL-GO
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