Revista Indústria Capixaba n° 293

Page 1

Foto: Steferson Faria/Petrobras

Publicação Oficial do Sistema Findes • Jan/Fev – 2011 • Distribuição gratuita • nº 293 • IMPRESSO

Royalties Depois do veto à emenda Ibsen, como fica o Espírito Santo E mais: Ricardo Ferraço, Sudene, sucessão familiar, resíduos sólidos

Findes_293_Capa_FB_final1.indd 1

25/02/2014 11:47:41


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 2

25/02/2014 11:33:34


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 3

25/02/2014 11:33:45


NESTA EDIÇÃO

INDÚSTRIA

28

Em dezembro de 2010, foi vetada a proposta de divisão igualitária dos royalties de petróleo. Com isso, o Espírito Santo pôde suspirar aliviado. Pelo menos, por enquanto. Agora, a questão depende de negociações políticas que representantes capixabas já estão articulando. Não é para menos. Se aprovado, o modelo de partilha representaria para o Espírito Santo uma perda de cerca de R$ 600 milhões em um ano.

CENÁRIO

12

Além das ações de interiorização do crescimento fomentadas pela FINDES, o norte do Espírito Santo, região de menor IDH do Estado, começa a mudar de face por meio de políticas públicas de desenvolvimento, como aquelas capitaneadas pela Sudene.

ESPECIAL

20

Sucessão familiar deveria ser uma preocupação para a maioria das empresas brasileiras, já que mais de cinco milhões de negócios formais existentes no País são familiares. No entanto, seu índice de mortalidade é altíssimo, mas é possível reduzi-lo. Aprenda como.

SUSTENTÁVEL

42 4

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Sumario_AND.indd 4

A nova lei federal que trata de resíduos sólidos foi regulamentada e está em vigor. Apesar de necessária, a nova lei suscita dúvidas importantes, que estão sendo cuidadosamente avaliadas pela iniciativa privada.

08 NO SISTEMA 26 ATUALIDADE 36 CASOS DE SUCESSO 38 INDICADORES ECONÔMICOS 60 FATOS EM FOTOS 64 CURSOS E CIA

48 ENTREVISTA Ricardo Ferraço fala de seu trabalho pela reforma tributária, uma antiga reivindicação da indústria para aumentar a competitividade. O senador aponta ainda como meta a defesa do Estado no cenário nacional. Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:05:35


SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

52

INOVAÇÃO

Para inovar não basta só ser empreendedor. Também é necessário investimento. Ideias inovadoras precisam de recursos financeiros para serem executadas. Pensando nisso, o Conptec está discutindo muito seriamente a proposta de criação de um fundo estadual capixaba para financiar a inovação nas empresas.

53

INOVAÇÃO

Além do financiamento à inovação, os empresários capixabas contam com outro incentivo para se tornarem inovadores. O recém-criado Inova-ES vai premiar seis diferentes projetos de micro, pequenas e médias empresas nas categorias Inovação Socioambiental e Inovação em Produtos e Serviços.

FINDES EM AÇÃO 10 Têm início a sinalização e

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FINDES Presidente: Lucas Izoton Vieira | 1º Vice-Presidente: Sergio Rogerio de Castro | Vice-Presidentes: Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Diretor Administrativo: Ademar Antonio Bragatto | Diretor Financeiro: Tharcicio Pedro Botti | Diretores: Ricardo Ribeiro Barbosa | Manoel de Souza Pimenta Neto | Luciano Raizer Moura | Alejandro Duenas | Alvaro José Bastos Miranda | Arthur Arpini Coutinho | Áureo Vianna Mameri | Benizio Lázaro | Carlos Augusto Lira Aguiar | Edvaldo Almeida Vieira | Egidio Malanquini | Elcio Alves | Loreto Zanotto | Luiz Rigoni | Luiz Claudio Nogueira Muniz | Marconi Tarbes Vianna | Mariluce Polido Dias | Neviton Helmer Gasparini | Paulo Roberto Almeida Vieira | Ricardo Vescovi de Aragão | Wilmar dos Santos Barroso Filho | Conselho Fiscal – Titulares: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Vladimir Rossi Altamir Alves Martins | Suplentes: Rogerio Pereira dos Santos | Mario Sergio do Nascimento | José Henrique Roldi | Representantes/CNI – Titulares: Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro | Suplentes: Marcos Guerra | Ernesto Mosaner Junior I Superintendente Corporativo: Waldenor Mariot Diretoria Executiva do CINDES Presidente: Lucas Izoton Vieira | 1º Vice-Presidente: Sergio Rogerio de Castro | Vice-Presidentes: Ernesto Mosaner Junior | Aristóteles Passos Costa Neto | Diretores: Paulo Alfonso Menegueli | Adir Comério | Giuliano Souza Rogério de Castro | Evandi Américo Comarella | Leonardo Souza Rogerio de Castro | Edmar Lorencini dos Anjos | Gervásio Andreão Junior | Celso Siqueira Junior | Augusto Henrique Brunow Barbosa | Cristhine Samorini | Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos | Chrisogono Teixeira da Cruz | Fausto Frizzera Borges | Hélio de Oliveira Dórea | David Evaristo Zanotti | Conselho Fiscal: Dory Edson Marianelli Elson Teixeira Gatto | Adilson Borges Vieira | Joaquim da Silva Maia | José Luis Loss | Gilber Ney Lorenzoni Serviço Social da Indústria – SESI Conselho Regional - Presidente: Lucas Izoton Vieira | Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes da Delegacia Regional do Trabalho: Enésio Paiva Soares | Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Antonio Lyra Cristello | Representantes das Atividades Industriais Titular: Manoel de Souza Pimenta Neto | Tharcicio Pedro Botti | Mariluce Polido Dias | Neviton Helmer Gasparini Augusto Henrique Brunow Barbosa | Alejandro Dueñas | Vladimir Rossi | Egídio Malanquini | Representantes da Categoria dos Trabalhadores da Indústria: Luiz Carlos Fernandes Rangel | José Antonio Teixeira Cozer Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Conselho Regional - Presidente: Lucas Izoton Vieira | Diretor Regional: Robson Santos Cardoso Representantes das Atividades Industriais Titulares: Wilmar Barros Barbosa | Marcos Guerra | Benízio Lázaro Francisco Xavier Mill | Suplentes: Álvaro José Bastos Miranda | Clara Thais Resende Cardoso Orlandi | João Baptista Depizzol Neto | Flávio Sérgio Andrade Bertollo | Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares | Suplente: Alcimar das Candeias da Silva | Representantes do Ministério da Educação Titular: Jadir José Pella | Suplente: Ronaldo Neves Cruz | Representantes da Categoria dos Trabalhadores da Indústria Titular: Paulo Cesar Borba Peres | Suplente: Ivo Cogo Instituto Euvaldo Lodi – IEL Presidente: Lucas Izoton Vieira | Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira (SESI) | Robson Santos Cardoso (SENAI) | Augusto Henrique Brunow (FINDES) | Andreas Joannes Maria Schilte (Concex) | Erika de Andrade Silva Leal (Sect) | Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa (Ufes) Lúcio Flávio Arrivabene (Ifes) | Geraldo Diório Filho (Sinepe) | Sônia Coelho de Oliveira (Sedes) | Rosimere Dias de Andrade (Sedu) | Luciano Raizer Moura (Competec) | Antonio Fernando Doria Porto | Alejandro Duenas | Superintendente: Fabio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Conselho Deliberativo – Titulares: Baques Sanna | Alejandro Duenas | Fernando Kunsch | Maely Coelho Eustaquio Palhares | Roberto Kautsky | Suplentes: Francisco Xavier Mill | Tullio Samorini | João Felício Scardua Manoel Pimenta | Adenilson Stein | Tharcicio Pedro Botti | Membros Natos: Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro | Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Conselho Fiscal – Efetivos: Flavio Bertollo | Raphael Cassaro | Edmar dos Anjos | Suplentes: Celso Siqueira | Valdeir Nunes | Gervasio Andreao

demarcação dos municípios da Rota Imperial

18 Encontro com alemães

para rodada de negócios

18 Mais de um milhão de

atendimentos realizados

PUBLICAÇÃO OFICIAL DO SISTEMA FINDES • JANEIRO/FEVEREIRO – 2011 • Nº 293 Conselho Editorial – Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Ricardo Ribeiro Barbosa Manoel de Souza Pimenta Neto | Alejandro Duenas | Luciano Raizer Moura | Tullio Samorini Robson Santos Cardoso | Solange Maria Nunes Siqueira | Fabio Ribeiro Dias Antonio Fernando Doria Porto | Waldenor Mariot | Heriberto Neves Simões Filho Jornalista responsável – Lucia Bonino (DRT/ES 586) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da FINDES

Jornalistas: Evelyn Trindade | Fábio Martins | Laila Pontes | Tatiana Ribeiro

Fotografia: Evelyn Trindade e Fábio Martins

58 Eficiência energética é discutida em Vitória

Coordenadora: Lucia Bonino Gerente: Heriberto Simões

Depto. Comercial – Fernando Fiuza – Tel: (27) 3334-5747 | 9275-9550 Impressão: Grafitusa Produção Editorial

58 ES fica em 3º lugar em

Prêmio IEL de Estágio

63 Mais verba para

capacitação profissional

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Sumario_AND.indd 5

Coordenação editorial: Mario Fernando Souza | Produção editorial e diagramação: Next Editorial | Textos: Jacqueline Vitória | Jovana Moreira | Lorena Storane | Mônica Luz | Revisão de textos: Marcia Rodrigues e Andréia Pegoretti | Fotografia: Cláudio Alves, Lucas Rodrigues, fotos cedidas, arquivo FINDES e arquivo Next Editorial

facebook.com/sistemafindes

twitter.com/sistemafindes

youtube.com/sistemafindes

Indústria Capixaba – FINDES

5

25/02/2014 12:05:41


EDITORIAL

NO NOVO ANO,

OS DESAFIOS CONTINUAM

É

com muita alegria e satisfação que escrevo este editorial, o primeiro de 2011. O ano passado foi muito bom para os capixabas. Os efeitos da crise econômica mundial, deflagrados em setembro de 2008, atingiram em cheio o nosso Estado e vivemos tempos difíceis a partir de então. Porém, nossa recuperação foi extraordinária, pois batemos recordes de produção industrial, liderando o crescimento no setor, com média maior que o dobro da nacional durante todo o ano de 2010. Encerramos um ano espetacular, mas os desafios continuam. O ano de 2011 pode ser considerado de renovação. Temos uma nova presidente da República e também um novo governador, além de senadores, deputados federais e estaduais eleitos ou reeleitos. A expectativa é grande, pois se o Brasil vive um momento de prosperidade, o Espírito Santo pode ser considerado “a bola da vez”. Esperamos agora que nossos novos governantes honrem os compromissos assumidos, invistam mais em infraestrutura e também que tomem medidas que tornem a indústria mais competitiva. A reportagem principal desta edição aborda o setor que mais tem chamado a atenção para a economia do Espírito Santo em nível nacional: petróleo e gás. Falamos desde a exploração aos benefícios que são promovidos às empresas locais, além da polêmica discussão a respeito dos projetos de lei que propõem mudanças na partilha dos royalties. A atuação da Sudene em território capixaba também é tema desta edição, em uma reportagem que mostra detalhadamente o papel positivo que os financiamentos do órgão, concedidos via Banco do Nordeste do Brasil, têm desempenhado no desenvolvimento sustentável da região mais carente do nosso Estado, o norte e o noroeste. Viabilizando investimentos produtivos geradores de emprego, renda e qualificação,

os 28 municípios integrantes da área atendida pela Sudene têm novas alternativas para crescer e melhorar seus índices de qualidade de vida. Outro tema importante em pauta é a regulamentação da Lei de Resíduos Sólidos, que responsabiliza parcialmente as empresas industriais pelo recolhimento de produtos descartados e pode penalizar com multas e até prisão os empresários que não consigam cumprir metas estipuladas sem os indispensáveis critérios técnicos originados em estudos consensualmente reconhecidos como competentes e válidos. Uma preocupação a mais para os empreendedores brasileiros, que já lutam com a alta carga tributária e com o apagão de mão de obra especializada, entre outros entraves ao seu desenvolvimento. Também são destaques nesta edição: os excelentes projetos de saúde e lazer que o SESI-ES desenvolverá em 2011; as ações, políticas e incentivos para a inovação no Espírito Santo e muito mais. Finalizo minhas palavras reafirmando que sou um otimista. Creio que os desafios ainda são grandes, mas temos tudo para tornarmos o Espírito Santo um Estado ainda melhor para se viver, visitar, investir e trabalhar. Tenha uma boa leitura!

Lucas Izoton

Presidente do Sistema FINDES/CINDES

6

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_editorial_CS.indd 6

Jan/Fev/2010 – nº 293

25/02/2014 11:53:30


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 7

25/02/2014 12:07:43


NO SISTEMA

SESI-ES DESENVOLVE AÇÕES

SOCIAIS PARA O TRABALHADOR

H

á quase 60 anos, empresários e trabalhadores da indústria capixaba contam com a atuação do SESI (Serviço Social da Indústria) no Espírito Santo, exercendo papel fundamental no desenvolvimento social seja por meio da educação ou da prestação de serviços nas áreas de saúde, lazer, esporte, cultura e responsabilidade social. A entidade é considerada o braço social da indústria. Tendo como missão “promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes”,com foco nas diversas áreas já citadas, o SESI-ES realiza anualmente aproximadamente 1 milhão de atendimentos. Sua rede conta com 17 Centros de Atividades, distribuídos em 10 municípios do Estado, os quais, juntos, concentram aproximadamente 75% das

“Um dos grandes atrativos na educação é a oferta do ensino médio articulado com o SENAI, da EJA e da Educação Continuada” Yvanna Pimentel, gerente da Unidade de Negócios do SESI-ES

8

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_No sistema_CS.indd 8

empresas e 80% dos industriários capixabas. Além dos serviços realizados nas unidades próprias, o SESI também atende às empresas em suas instalações, otimizando esse serviço conforme a necessidade do empresário. Educação continuada Tido como um provedor de soluções para a indústria, o SESI e seus mais de 1.000 colaboradores colocam à disposição do empresário e dos trabalhadores diversos programas e projetos de apoio. Na área da Educação, os serviços prestados abrangem desde a educação infantil ao ensino médio e conferem ao SESI-ES a posição de maior rede de ensino privado do Estado, atendendo regularmente a 10.500 alunos. “Um dos grandes atrativos na educação é a oferta do ensino médio articulado com o SENAI, onde o aluno tem a possibilidade de concluir o segundo grau juntamente com um curso técnico. Além disso, disponibiliza aos trabalhadores e dependentes a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Continuada, com cursos rápidos que auxiliam no complemento da renda familiar” destaca Yvanna M. Pimentel Moreira, gerente da Unidade de Negócios do SESI-ES. Saúde e bem-estar Com investimentos constantes em prevenção, o SESI prioriza a saúde e o bem-estar do trabalhador da indústria, por meio de seus Programas de Segurança e Saúde no Trabalho, que ainda apoiam o empresário no cumprimento da legislação e garantem redução nos riscos aos trabalhadores. Para alcançar estes objetivos, segundo Yvanna Pimentel, o SESI-ES disponibiliza programas como o Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:03:41


“Diagnóstico do Estilo de Vida”e o “Indústria Segura”, ambos feitos no ambiente de trabalho da empresa. O primeiro faz um diagnóstico das condições de saúde do trabalhador, para que a indústria possa investir na priorização de projetos que promovam a saúde de seus colaboradores. Já o “Indústria Segura” faz um levantamento das condições ambientais do trabalho, auxiliando os empresários na implementação de melhores ações de saúde e segurança no trabalho. Como complemento, o programa disponibiliza serviços em odontologia preventiva e clínica, garantindo uma assistência integral ao trabalhador e seus dependentes. Responsabilidade Social A Responsabilidade Social sempre norteou as ações do SESI, que destaca a necessidade de as empresas se integrarem com as comunidades onde se fazem presentes, desenvolvendo ações sustentáveis tanto no ambiente do trabalho como no seu entorno. “Um dos projetos de destaque é a Pesquisa de Clima, recentemente lançada pelo SESI, cujo objetivo é fortalecer a relação da empresa com o público interno, por meio da percepção do nível de satisfação e credibilidade em relação às políticas e práticas adotadas pelas empresas”, conta Ricardo Barbosa, vicepresidente do Sistema FINDES para assuntos do SESI. Esporte, lazer e cultura Na área de esporte, cultura e lazer, o SESI tem projetos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e seus familiares. Nesse contexto, merece destaque o Programa SESI de Ginástica na Empresa,

“Um dos projetos de destaque é a Pesquisa de Clima, recentemente lançada pelo SESI, cujo objetivo é fortalecer a relação da empresa com o público interno” – Ricardo Barbosa, vice-presidente do Sistema FINDES para assuntos do SESI

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_No sistema_CS.indd 9

“O SESI tem uma rede de trabalho que fortalece o elo da indústria com o social” Solange Maria Nunes Siqueira, superintendente do SESI-ES

que possibilita ao trabalhador durante sua jornada de trabalho realizar atividades de alongamento, um estímulo para que ele adote práticas saudáveis também no seu dia a dia, inserindo a atividade física em sua rotina. Outra prática de incentivo à atividade física e promoção do bem-estar, dentro da filosofia dos valores do esporte, é o Programa Jogos do SESI, que estimula o trabalho em equipe, a solidariedade, o respeito e a integração ao envolver os trabalhadores no Campeonato Estadual das Indústrias. Já na área da cultura, por meio do Projeto Luzes e Aplausos, o SESI coloca à disposição da população, em seu Teatro, espetáculos nacionais e locais a preços bem acessíveis. O objetivo é aproximar o trabalhador e a comunidade do variado universo da cultura. Outra forma de levar cultura aos trabalhadores é por intermédio do Caminhão da Cultura, uma unidade móvel de teatro que vai até as indústrias levando esquetes e peças relacionados ao cotidiano do trabalhador. Segundo a superintendente do SESI, Solange Maria Nunes Siqueira, a entidade assegura soluções integradas para as indústrias do Espírito Santo. “Com credibilidade e competência técnica, o SESI tem uma rede de trabalho que fortalece o elo da indústria com o social”. Inovação Um novo programa, que acaba de “sair do forno”totalmente remodelado, é a Consultoria de Educação para o Consumo, que tem caráter preventivo e vai orientar o trabalhador sobre a importância do equilíbrio financeiro para o relacionamento familiar e no ambiente de trabalho.

sesi nos municípios capixabas: Cariacica, Serra, Vila Velha, Vitória, Anchieta, São Mateus,Venda Nova, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares. Indústria Capixaba – FINDES

9

25/02/2014 12:03:45


FINDES EM AÇÃO

Esporte Cidadania realiza 14.057 atendimentos em apenas um dia Um total surpreendente de 14.057 atendimentos chamou Pit Stop a atenção dos organizadores do Esporte Cidadania, evento Com o intuito de alertar os capixabas para a necessirealizado pelo SESI em parceria com a Rede Globo, no dia dade da manutenção automotiva, o Sindirepa (Sindicato da 20 de novembro, no SESI Araçás (Vila Velha). O evento Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado aconteceu simultaneamente em todas as capitais brasileiras. do Espírito Santo) realizou um pit stop, em novembro, na Foi um dia de esporte, jogos, lazer e cultura gratuitos, para Praça dos Namorados, em Vitória. Quem passou por lá chamar a atenção sobre a importância da atividade física avaliou, gratuitamente, o sistema elétrico do carro, embree incentivar a população a ter hábitos mais saudáveis.No total, agem, alinhamento e balanceamento, entre outros serviços. 2.103 crianças estiveram presentes, incluindo os 1.700 aluParalelamente ao pit stop, aconteceram ações educativas de nos do projeto Atleta do Futuro da Grande Vitória e de várias trânsito. Cerca de 400 carros foram inspecionados no evento. cidades do interior. O SESI acredita que o esporte é um importante caminho para a inclusão social e o combate ao uso de drogas e à violência. As atividades tiveram como foco crianças e adolescentes de 7 a 14 anos e jogos como Encontro Empresarial handebol, futsal, futebol e voleibol, além de apresentações “Investimentos da cadeia de petróleo, gás e energia no Esde lutas marciais, dança de rua e ginástica aeróbica. pírito Santo”. Este foi o tema do encontro empresarial que a Rede Petro realizou no auditório do Sindifer, no dia 21 de outubro. O secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Márcio Félix, foi o palestrante do encontro, que reuniu empresários de diversos segmentos. O otimismo nesta área estava em alta. E não é para menos: em dezembro, a Petrobras comunicou nova descoberta de petróleo leve e gás em reservatórios arenosos na seção pós-sal da bacia do Espírito Santo, como resultado da perfuração do poço 1-BRSA-882-ESS, informalmente denominado Indra. Os reservatórios têm espessura total em torno de 70 metros e se encontram a, aproximadamente, 3.850 metros de profundidade, em águas de 2.100 metros, o que a caracteriza como a descoberta de petróleo em águas mais SESI realiza evento em profundas da bacia do Espírito Santo. parceria com a Rede Globo

Tem início a sinalização da Rota Imperial A parceria entre Instituto Rota Imperial, Instituto Estrada Real e Sebrae-ES para o desenvolvimento da Rota Imperial deu certo e os trabalhos de roteirização iniciaram-se no último dia 4 de outubro. Os técnicos do Instituto Estrada Real chegaram ao Estado para o trabalho de campo, que conta com metodologia do Ministério do Turismo, Sebrae e o padrão Estrada Real, e serão acompanhados pelo Instituto Rota Imperial. As visitas aos municípios são feitas por intermédio dos órgãos oficiais de turismo locais - secretarias de turismo e cultura, e pelo trabalho de campo. Os trabalhos de roteirização nos 14 municípios capixabas têm previsão de conclusão até julho de 2011. A roteirização em MG começa em 2011, lá com o apoio do Sebrae-MG. O projeto de roteirização visa a promover a integração e organização regional, fortalecendo a formatação de roteiros turísticos na região e promovendo a união entre as cidades integrantes, além de conferir identidades definidas e estruturadas ao destino para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística das localidades que formam o roteiro. 10

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 10

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:01:50


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 11

25/02/2014 11:34:00


Cenário por Mônica Luz

Foto: Prefeitura de Colatina

Sudene fomenta investimentos de R$ 1 bilhão no norte do Espírito Santo

Entre as ações estruturantes para aumentar os investimentos em Colatina estão a duplicação da BR-101, a eliminação de pontos críticos na BR-259 e o aeroporto da cidade. Até 2015, o valor investido no município deverá ser de R$ 950 milhões

12

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Cenario_Sudene_WES.indd 12

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:49:35


O montante deve ser alcançado em maio deste ano, segundo previsão do BNB, agente financeiro da Sudene

E

mpreendedores dos 28 municípios do norte capixaba atendidos pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) devem bater a marca de R$ 1 bilhão em investimentos locais, entre 2002 e 2011. Pelo menos essa é a previsão do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), agente financeiro da Sudene, que já contabilizou 36,8 mil operações de crédito para esses clientes ao longo do período. A inclusão dos municípios localizados na faixa acima do Rio Doce na área de abrangência da Sudene ajudou a mudar a face da região, que se fortalece e melhora os índices que medem a qualidade de vida da população. O diretor da Regional da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) em Colatina, Marcos Guerra, afirma que muitas empresas estão promovendo mais investimentos porque, com a Sudene, houve uma redução nos impostos (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social), além da possibilidade de reinvestimento no próprio negócio de parte do imposto (até 30%), após a redução. A FINDES criou recentemente o Conselho de Desenvolvimento Regional (Conder), para realizar o planejamento estratégico de suas regionais de Linhares, Colatina e São Mateus. Em 2011, também deve ser criada a regional de Nova Venécia. Dessa forma, a FINDES visa ao desenvolvimento não só de ações próprias, mas também que envolvam os governos federal, estadual e municipais para criar estrutura para receber novos investidores. “Temos várias ações necessárias, como a duplicação da BR-101, a eliminação de pontos críticos na BR-259, o aeroporto de Colatina. Por isso, é importante a elaboração dos planejamentos estratégicos. Assim, mais do que um bom lugar para investir, o norte será um lugar bom para se viver, trabalhar e ganhar dinheiro”, ressaltou Marcos Guerra.

turas do norte, para ensinar como buscar recursos federais para qualificação de mão de obra. “Hoje, muitos recursos disponíveis para esse fim são devolvidos por falta de projetos. Nosso trabalho é orientar para que essas verbas sejam utilizadas”. Guerra acredita que a região precisa se fortalecer como um todo. “Não adianta criar rivalidade entre os municípios. A visão é a de integração. O noroeste capixaba tem o menor IDH do Estado e é uma região populosa, que precisa de qualificação. Temos cidades que ficam a 20 minutos uma da outra. É importante que toda a região receba programas de qualificação. Se tivermos falta em Colatina, tem que haver formação em municípios vizinhos”, ponderou.

Qualificação Ele lembra que 25,4% do investimento privado feito no Espírito Santo até 2015 terão como destino essa região. “Somente para Linhares estão previstos investimentos de R$ 12 bilhões. Em Colatina, esse valor deve chegar a R$ 950 milhões, em São Mateus a R$ 1,8 bilhão, e em Nova Venécia a R$ 480 milhões. Uma das maiores preocupações diante desse quadro é a oferta de mão de obra qualificada. Estamos enfrentando um apagão nessa área”, disse Guerra. A FINDES tem um projeto, que envolve as 28 prefei-

Linhares Para o diretor regional da FINDES em Linhares, Paulo Joaquim do Nascimento, a inclusão dos municípios do norte capixaba na área de abrangência da Sudene foi positiva em todos os sentidos: “Somente a redução de 75%, em média, no Imposto de Renda já é um excelente ganho”. Além de uma localização estratégica, o município de Linhares, onde se concentra a maior parte dos investimentos previstos até 2015, oferece educação e saúde de qualidade. “Temos diversas faculdades, além de escolas de ensino técnico.

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Cenario_Sudene_WES.indd 13

“Mais do que um bom lugar para investir, o norte será um lugar bom para se viver, trabalhar e ganhar dinheiro”, diz Marcos Guerra

Indústria Capixaba – FINDES

13

25/02/2014 11:51:47


CENÁRIO

“O que nós queremos é qualificar o nosso povo para que os empregos de qualidade fiquem com os nossos cidadãos”, diz Paulo Joaquim Nascimento

Em 2011, a Universidade Municipal deverá oferecer 300 vagas, em julho. Na área da saúde ainda podemos melhorar, mas o que temos é muito bom, se comparado com outros locais”, assegurou Paulo Nascimento. “O que nós queremos é qualificar o nosso povo para que os empregos de qualidade fiquem com os nossos cidadãos”. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da cidade, Paulo Roberto Pitanga Medina,

14

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Cenario_Sudene_WES.indd 14

Empresas Paulo Medina explica que, em uma primeira etapa, Linhares fortaleceu seu polo moveleiro e a fruticultura. Depois, foi a vez da área de metalmecânica, e agora a bola da vez são as oportunidades surgidas com a instalação da Weg, indústria que produz motores comerciais. Ele listou algumas das empresas que instalaram suas sedes em Linhares, após a inclusão do município na Sudene. “A Brametal, que fabrica torres de transmissão de energia e é a maior do País; a Perfilados Rio Doce; a Sucos Mais; a Ducoco; Tropi; e empresas de irrigação, plástico e fertilizantes, entre outras de pequeno porte. Temos ainda a Tecnotêxtil, que fabrica cintas de segurança, e que deve Foto: Romildo P. Ribeiro

Ciente da grande oportunidade para os municípios do norte do ES, a FINDES decidiu criar e manter diretorias regionais. Uma delas fica em São Mateus, onde os investimentos privados incentivados pela Sudene devem bater a marca de R$ 1,8 bilhão daqui a alguns anos

concorda com o diretor da FINDES e reafirma o papel da Sudene para o desenvolvimento da região norte do Estado. “Apesar de nossa cidade ser linda e bem localizada, sabemos que o grande atrativo não é só a logística. É a Sudene”, assinalou. Medina ressaltou ainda que os incentivos oferecidos mudam o perfil de qualquer empresa, já que, com menos impostos para pagar, principalmente o Imposto de Renda, pode tornar-se mais competitiva.

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:51:53


MUNICÍPIOS CAPIXABAS ATENDIDOS PELA SUDENE (mostrar no mapa)

O QUE É A SUDENE A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é uma autarquia especial, administrativa e financeiramente autônoma, integrante do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, criada pela Lei Complementar nº 125, de 03/01/2007, com sede na cidade de Recife (PE) e vinculada ao Ministério da Integração Nacional. A Sudene visa a promover o desenvolvimento includente e sustentável de sua área de atuação e a integração competitiva da base produtiva regional na economia nacional e internacional. Seus benefícios estariam expirando em 2013, mas foram prorrogados até 2023. Uma das metas do órgão é que as cidades sob sua área de influência atinjam 75% do IDH nacional, que hoje é de 0,699, segundo a nova metodologia para o cálculo do índice. Sua atuação abrange os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Nesses locais, estimula, por meio de incentivos e benefícios fiscais, investimentos privados prioritários, atividades produtivas e iniciativas de desenvolvimento. No Espírito Santo, 28 municípios do norte e noroeste (mapa) são atendidos pela Sudene. desativar a planta de São Paulo. Mas o carro-chefe é a Weg, que produz motores elétricos e que vai agregar outras empresas ligadas ao ramo aqui na cidade”. Contudo, o secretário lamenta o pouco conhecimento que algumas prefeituras têm em relação aos benefícios da Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Cenario_Sudene_WES.indd 15

inclusão. “Infelizmente, muitas prefeituras não conhecem os incentivos da Sudene para expor aos investidores. Isso acaba inviabilizando vários negócios”. Medina disse que já propôs ao Governo do Estado que, por meio do movimento Espírito Santo em Ação, prefeitos, secretários e agentes públicos sejam conscientizados e, assim, não percam oportunidades importantes para o desenvolvimento local. O secretário de Desenvolvimento de Linhares também fez críticas ao pouco aproveitamento das linhas de crédito da Sudene voltadas para o turismo. “Não soubemos aproveitar, como o nosso Estado vizinho, a Bahia. Tivemos apenas um projeto integrado entre Linhares e São Mateus. Poderíamos estar utilizando recursos federais para incrementar o turismo na região”. O Prodetur/NE atende aos Estados nordestinos, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, por meio do financiamento de obras de infraestrutura (saneamento, transportes, urbanização e outros), projetos de proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural, projetos de capacitação profissional e fortalecimento institucional das administrações de Estados e municípios. O diretor regional da FINDES em Colatina compartilha da opinião de Medina. Segundo Marcos Guerra, o município tem grande potencial para investimentos em hotelaria. “Colatina é uma cidade polo e, em alguns dias da semana, a ocupação nos hotéis chega a 100%. Isso mostra que a demanda é grande, especialmente para o turismo de negócios. Outra coisa que Colatina precisa é de um centro de convenções”, observou.

“Apesar de a nossa cidade ser linda e bem localizada, sabemos que o grande atrativo não é só a logística. É a Sudene”, afirma Paulo Medina

Indústria Capixaba – FINDES

15

25/02/2014 11:51:57


CENÁRIO

Crédito O gerente de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em Vitória, Constantino Martins Pinto, prevê que já em maio o banco chegue à marca de R$ 1 bilhão em créditos concedidos aos municípios participantes da Sudene. “Esses recursos foram colocados na economia do norte do Estado seguindo todos os critérios para um crescimento sustentável. Os financiamentos foram liberados para projetos com licenciamento ambiental. Além disso, nós fazemos o acompanhamento técnico de todos os investimentos”, disse.

CONHEÇA MELHOR O BNB O Banco do Nordeste do Brasil é uma instituição financeira múltipla criada pela Lei Federal nº 1649, de 19.07.1952 e organizada sob a forma de sociedade de economia mista, de capital aberto, tendo mais de 90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. É o agente financeiro da Sudene, com sede na cidade de Fortaleza (CE). O BNB atua em cerca de 2 mil municípios situados na área de abrangência da Sudene. Maior instituição da América Latina voltada para o desenvolvimento regional, cabe ao BNB, como órgão executor de políticas públicas, a operacionalização de iniciativas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) e a administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de recursos da instituição. Além dos recursos federais, o banco tem acesso a outras fontes de financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com instituições nacionais e internacionais, incluindo o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

16

“O BNB atua em 53% da área do Estado, onde estão cerca de 23% da população e apenas 15% do PIB. Ou seja, ainda existem muitas possibilidades de crescimento”, afirma Constantino Martins Pinto

Segundo ele, 51,3% dos clientes são da área rural, 15,3% são da área industrial e 33,4% atuam em comércio e serviços. “O BNB opera em 53% da área do Estado, onde estão cerca de 23% da população e apenas 15% do PIB. Ou seja, ainda existem muitas possibilidades de crescimento”, avaliou o gerente. O BNB oferece linhas de crédito para investimento, capital de giro e exportação. De 2002 até 2010 foi contratado um total de R$ 879 milhões, sendo mais de R$ 450 milhões somente para investidores da área rural. O valor médio das operações de crédito foi de R$ 23.870,00. Apenas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), no mesmo período, foram contratados, no Estado, R$ 561.840,40 em 10,2 mil operações. Constantino lembra ainda que todos os financiamentos do FNE são beneficiados com o bônus de adimplência. “A cada parcela do financiamento paga em dia, o cliente tem 15% de desconto”. As taxas de juros da instituição financeira variam de 10%a.a., para grandes produtores, até 4%a.a.para o pequeno produtor. Diante das facilidades de crédito e dos benefícios fiscais trazidos pela Sudene, resta aos empreendedores planejarem seus investimentos para que o crescimento dos municípios do norte do Estado seja não só econômico, mas social e sustentável. Assim, atentos à qualificação e à preservação ambiental, todos saem ganhando e a região deixará para trás os baixos índices que ostenta hoje.

Linhares concentra a maior parte dos investimentos previstos. Serão R$ 12 bilhões até 2015. Meta é qualificar a população para que empregos gerados fiquem com os cidadãos do município Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Cenario_Sudene_WES.indd 16

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:52:02


artigo

Futuro Sustentável O início do novo governo promete oxigenar a gestão do Estado, injetando otimismo para o período

O

ano de 2010 chegou ao fim com um fato marcante para o Espírito Santo: a produção de petróleo no Estado acaba de superar a casa dos 300 mil barris por dia. Isso representa um crescimento de cerca de 10 vezes nos últimos oito anos e, mais do que isso, consolida as bases do nosso desenvolvimento e projeta perspectivas de um futuro ainda mais promissor para os capixabas. Esse avanço do setor de petróleo e gás, somado ao bom desempenho de outros segmentos tradicionais da nossa economia, como siderurgia e mineração, celulose, granito e mármore, comércio internacional, indústria metalmecânica e tantos outros, proporcionou um ritmo de crescimento acelerado,que nos destacou em relação aos demais Estados brasileiros. Ao longo desses últimos anos, o desenvolvimento econômico capixaba traduziu-se também em significativa evolução social, como expressa, por exemplo, a redução da taxa de pobreza. O Espírito Santo saiu da nona para a terceira colocação entre os Estados brasileiros com o menor índice de pessoas pobres. A taxa, que era de 25,2% em 2003, caiu para 13,3% em 2007. Nesse mesmo período, o número de extremamente pobres caiu de 7,5% para 3,5%. Um claro avanço em busca da meta de erradicação total da pobreza no Estado.

Para o futuro, as notícias são ainda melhores. Contamos com uma ampla gama de projetos em execução ou em perspectiva e, de 2010 a 2014, cerca de R$ 65 bilhões serão investidos no Espírito Santo, com a geração de aproximadamente 50 mil empregos. Aliado às boas perspectivas econômicas, o início do novo governo promete oxigenar a gestão do Estado, injetando ainda mais otimismo para o período que se inicia. Esse é um ambiente propício para a aceleração do nosso crescimento, com foco na valorização do capital humano, na erradicação da pobreza e na diversificação e desconcentração da economia. Dessa mesma ótica, priorizar o fomento das micro e pequenas empresas faz parte de uma proposta de continuidade, visando a descentralizar o avanço econômico capixaba, permitindo um crescimento mais homogêneo e que proporcione maior qualidade de vida às pessoas. A atração de grandes projetos para o Estado se integra a essa iniciativa, uma vez que desenvolve as cadeias de fornecedores locais, fortalecendo os micro e pequenos negócios, que são altamente empregadores e geradores de renda, formando um círculo de desenvolvimento virtuoso. Assim, percebemos que a diversidade configura-se mais uma vez como uma marca registrada do Espírito Santo. Além do pluralismo cultural, étnico, natural, entre outros, passamos a contar com um variado portifólio de projetos, de diferentes portes e segmentos, instalados, em construção ou em perspectiva, que fortalecem nossa base econômica e que, certamente, sustentarão nosso crescimento ao longo dos próximos anos. Com o desenvolvimento construído sobre os pilares da inclusão social, da responsabilidade ambiental e da desconcentração geográfica certamente faremos do Espírito Santo um lugar cada vez melhor para se trabalhar, investir e viver Márcio Félix Carvalho Bezerra, secretário de Estado de Desenvolvimento

Jan/Fev/2010 – nº 293

Findes_293_artigo_marcio_WES.indd 17

Indústria Capixaba – FINDES

17

25/02/2014 11:46:09


FINDES EM AÇÃO

SESI-ES deve encerrar 2010 com o dobro da meta de atendimentos gratuitos Na última reunião do SESI Nacional de 2010, realizada em Brasília (DF), entre as boas notícias, está a aprovação do orçamento total da entidade para todo o Brasil, no valor de R$ 4,95 bilhões, que serão destinados principalmente para educação, saúde, lazer e cultura do trabalhador. A grata novidade para o Espírito Santo é que, segundo o presidente da FINDES, Lucas Izoton, o SESI-ES deve fechar 2010 com cerca de 14% de seus serviços oferecidos gratuitamente – o dobro da meta indicada pelo SESI Nacional. O presidente da FINDES comemora também o número preliminar de mais de um milhão de atendimentos realizados pelo SESI no Estado.

18

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 18

Findes sedia rodada de negócios com empresários alemães

O evento incentivou o intercâmbio de tecnologia e formação de parcerias com as empresas alemãs

Uma delegação de empresários alemães desembarcou em Vitória em novembro, quando participou de uma rodada de negócios com o empresariado capixaba. O encontro aconteceu na FINDES, na capital. O objetivo do evento foi incentivar o intercâmbio de tecnologia e formação de parcerias com as empresas alemãs. Entre as áreas de interesse do encontro estavam: metalmecânica, construção civil, arquitetura e desenvolvimento urbano. O cônsul honorário da Alemanha no Estado e presidente da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha em Vitória, Joern Duus, afirmou que foi uma excelente oportunidade para as empresas capixabas iniciarem ou intensificarem relações com o empresariado alemão.

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:59:45


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 19

25/02/2014 11:34:09


especial por Jacqueline Vitória

Profissionalizar a gestão: segredo do êxito no processo sucessório empresarial

T

oda empresa familiar, em algum momento, se depara com um dilema: como desenvolver uma organização que dure e seja uma fonte de recursos para as gerações futuras? O fundador cria uma empresa a partir de um sonho e chega a determinado momento da vida com dificuldade de compartilhar seus valores e sonhos com a segunda geração. Alguns empreendedores se frustram por não conseguirem transmitir projetos para seus herdeiros. Assim, a passagem da gestão de uma geração para outra não trará o contorno de continuidade idealizado pelo fundador, 20

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_especial_sucessão familiar_WES.indd 20

pois a melhor sucessão ocorre com a presença e a participação do dono da empresa. “Os sonhos da segunda geração precisam ser fruto da trajetória de vida dos herdeiros, tendo como base os contornos familiares. Para isso, é necessário que aquele que se responsabilizar pelo comando da família mantenha os valores que a segunda geração descobre na primeira”. Esta é a visão do especialista Domingos Ricca, consultor da DS Consultoria Empresarial. Domingos é bem enfático: “O filho que assumir a gestão da empresa deverá representar mais claramente Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:54:28


os valores da família, que normalmente são: credibilidade, trabalho duro, comprometimento com o sucesso do negócio e com a palavra empenhada, disposição para atender ao cliente, confiança dos familiares”. Para Ricca, a estabilidade e a harmonia no relacionamento familiar e na sua interseção de interesses de longo prazo é o que permitirá o equilíbrio entre os interesses individuais e os da empresa. É uma questão de profissionalização. Essa é a base, em sua opinião, para a construção de uma sólida hierarquia de valores que nortearão as gerações futuras. “Com frequência a segunda geração produz um negócio de cultura fraca: objetivos obscuros, lealdades divididas e motivação baseada em dinheiro”, assinala o consultor. Ele explica que muitos herdeiros se esquecem de que a cultura da família será o elemento determinante das forças e fraquezas que permeiam o negócio, sendo um fator mais importante para a perenidade da organização do que as forças do mercado. “A descoberta e a afirmação dos valores da família são os pontos fundamentais que sustentam e consolidam um negócio longevo. Famílias fortes criam empresas fortes. A hereditariedade não é uma razão para se pertencer a uma empresa familiar. Os valores comuns vêm em primeiro lugar”, assegura o consultor. O segundo fator preponderante, revela, é a afinidade entre o perfil do cargo de gestor corporativo e o perfil do profissional que irá assumir a vaga. Domingos Ricca diz que os laços familiares são prérequisitos que influenciam o direito à sucessão nos cargos de direção. Porém, faz questão de sublinhar: há fatores que não se pode desprezar, que são as condições determinadas pelo mercado, sendo consideradas como variáveis ambientais de relevância à consecução de resultados por parte da empresa. Ou seja, não basta apenas a solidez familiar, é necessário que a empresa tenha competência para permanecer no mercado. Ele cita dois aspectos que podem fazer com que as empresas familiares sobrevivam e se mantenham saudáveis por longo prazo: o primeiro é tratar a empresa como empresa, sem fazer aflorar nas dependências da organização conversas e discussões inerentes à família. A família deve estar restrita ao âmbito familiar sem que haja a interferência de problemas profissionais, pois isso poderá dissolver a solidez desta relação. “A propriedade deve ser respeitada, pois conflitos sérios, que possam ‘rachar’ a família, também são capazes de fragmentar o patrimônio que levou muito tempo e esforço para ser construído. O segundo é que as mudanças sempre ocorrem. Entendendo isso, é possível observar que a empresa de ontem pode não se adaptar ao mercado atual”, diz. Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_especial_sucessão familiar_WES.indd 21

“A descoberta e a afirmação dos valores da família são os pontos fundamentais que sustentam e consolidam um negócio longevo” Domingos Ricca, consultor

Valores na base do sucesso Implementar valores e uma mentalidade desenvolvimentista faz com que as pessoas sejam mais flexíveis a variáveis internas e externas e mantenham um grau de adaptabilidade crucial para a perpetuação dos negócios. Neste sentido, destacam-se o papel e o trabalho que estão sendo desenvolvidos pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), entidade da FINDES, nesta abordagem. O IEL-ES tem como missão a educação e gestão empresarial. Segundo Fábio Ribeiro Dias, superintendente do IEL-ES, todo tema que despertar a atenção da comunidade empresarial e merecer uma discussão mais ampla contará sempre com a presença e participação ativa do IEL. “Como desenvolvedor e disseminador de conhecimento, o IEL tem um papel importante na ajuda a uma melhor gestão das empresas. Devemos promover debates e encontros para discussão dos temas, mas, sobretudo, é preciso desenvolver metodologias que possam aplicar, na prática, os conteúdos teóricos. Neste sentido é que o IEL conduzirá sempre as suas ações e estratégias”, registra. Segundo o presidente da FINDES, Lucas Izoton, no Brasil existem mais de cinco milhões de negócios formais, e a maioria esmagadora pode ser considerada como “empresa familiar”. Apesar do tema “sucessão familiar” preocupar boa parte dos empreendedores nacionais, poucas são as organizações que executam ações efetivas para profissionalizar os sócios e eventuais sucessores. A opinião do presidente da Federação das Indústrias está na “orelha” do livro “Passando o Bastāo: Sucessāo Familiar nas Pequenas e Médias Empresas”, de André Gomyde Porto, lançado no dia 24 de novembro no evento ES Mais Profissional promovido pela FINDES no Pavilhão de Carapina. O livro fez parte do lançamento de Indústria Capixaba – FINDES

21

25/02/2014 11:54:31


especial

“Sucessão familiar, normalmente, é trabalhada em três dimensões: a da família, a do patrimônio e a da empresa” André Gomyde Porto, autor do livro “Passando o Bastão: Sucessão Familiar nas Pequenas e Médias Empresas”

um programa de treinamento do IEL-ES voltado para a sucessão familiar nas empresas capixabas. Lucas Izoton cita o velho dito popular: ‘pai rico, filho nobre, neto pobre’, que continua atual. A garantia da continuidade e da lucratividade de uma empresa, gerando empregos e renda, não é de interesse só dos acionistas e, sim, de toda a sociedade brasileira. “Um grande dilema é o empreendedor identificar quem tem características de herdeiro ou sucessor. Em ambas as situações, os filhos precisam ser preparados de maneira adequada”, ressalta. Para André Gomyde Porto, o autor de “Passando o Bastāo”, o foco tem que ser alertar o empresário de que existe uma quarta dimensão, cultural, permeando as outras três conhecidas - família, patrimônio e empresa - e que é fundamental que essa dimensāo seja compreendida e trabalhada para o êxito da sucessão empresarial. Outra iniciativa importante é sensibilizar o empresário para que busque uma gestāo profissionalizada, utilizando ou, ao menos, conhecendo corretamente as ferramentas disponíveis nas diversas áreas. Dimensões Na obra, André Gomyde Porto esclarece que a sucessão familiar, normalmente, é trabalhada em três dimensōes: a da família, a do patrimônio e a da empresa. “Na dimensāo da família, trata-se de saber se os sucessores querem ou nāo trabalhar na empresa e de discutir a melhor forma de fazer a ‘passagem do bastāo’, analisando as variáveis que envolvem esse processo, como a liderança que o fundador tem perante a sociedade, os clientes e os funcionários; os problemas ocasionados por conflitos de geraçāo entre pai e filho; a melhor forma dos sucessores inserirem-se na empresa etc.”, explica. Na dimensāo do patrimônio, André Gomyde Porto conta que é preciso estudar o patrimônio que a família tem; 22

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_especial_sucessão familiar_WES.indd 22

definir claramente o que é patrimônio pessoal e o que é patrimônio da pessoa jurídica; entender a chegada dos agregados, que sāo os genros e noras; e discutir a montagem de uma espécie de Conselho de Administraçāo ou Conselho Familiar. E por fim, na dimensāo da empresa, trata-se de harmonizar o estilo de gestāo do fundador dos sucessores e destes com as pessoas que trabalham na empresa. Consultoria O assunto sucessão foi bastante estudado pela família e pelos acionistas da empresa Fibrasa. Segundo Leonardo Castro, o sucessor, eles tiveram o apoio de consultores externos e um grande número de horas dedicado a debater e achar o melhor encaminhamento para o processo. “A empresa realizou com eficácia a sucessão há três anos”, disse. Segundo o executivo, o processo de sucessão não é um evento pontual; ele é construído ao longo de anos, com debates sobre vários temas, de preferência com a participação de consultores externos, para se ter abordagens competentes dos assuntos pertinentes a este momento nas esferas da família, empresa e dos acionistas. De acordo com ele, a estruturação do modelo é feita ao longo do tempo e tem de ser bem exaurida, de forma a não deixar, se possível, nenhuma pendência. “Tentamos buscar esta modelagem na empresa. Estamos, no momento, ordenando a governança da companhia e o passo seguinte será estruturar um Conselho de Administração profissionalizado, um Conselho de Acionistas e um Conselho de Família”, revelou. Para Leonardo, os requisitos mais importantes para uma sucessão exitosa estão no núcleo familiar e incluem o executivo nunca faltar com a verdade, estabelecendo uma relação de confiança, dedicação, trabalho e capacidade de realizarse através do todo. “Acredito que isto, aliado à adoção de métodos de gestão atualizados e uma boa dose de empreendedorismo e disciplina, pode ser um bom início”, pontuou.

“Um grande dilema é o empreendedor identificar, sem conflitos na sua família, quem tem características de herdeiro ou sucessor. Em ambas as situações, os filhos precisam ser preparados de maneira adequada” Lucas Izoton, presidente da FINDES Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:54:39


Estrutura organizacional Outra empresa de destaque quando se trata de sucessão bem concretizada é o Grupo Águia Branca. Segundo Luiz Wagner Chieppe, diretor de Relações Corporativas da empresa, ainda na década de 90 o Grupo contratou uma consultoria especializada para levantar as principais demandas dos familiares proprietários da empresa; em especial, as demandas daqueles que não atuavam no Grupo, mas que, em algum momento, poderiam influenciar

nos negócios. Após o diagnóstico, as propostas sugeridas pela consultoria e acatadas pelo Grupo resultaram na evolução da relação entre a família e a empresa, o que deu origem à estrutura organizacional em vigor até hoje. Desde então, foram criadas empresas familiares compostas pelos acionistas de cada núcleo familiar do Grupo Águia Branca. Estas empresas são as proprietárias da Águia Branca Participações, holding do Grupo, que controla as demais empresas. Cada empresa familiar elege um representante

Sucessão Familiar - Programa de Desenvolvimento Empresarial para Atuação em Organizações Familiares oferecido pelo IEL-ES No Brasil, 99% das empresas não estatais são familiares. Semelhante ao que ocorre no cenário americano, a sobrevivência das empresas familiares brasileiras também fica comprometida. O consultor Renato Bernhoeft afirma que apenas 70% das empresas familiares brasileiras resistem à morte do fundador. Tendo em vista o cenário de crescimento vivenciado no Espírito Santo e a necessidade de preparar as empresas familiares capixabas de pequeno e médio porte para lidar com ele, o IEL-ES organizou o Programa de Desenvolvimento Empresarial para Atuação em Organizações Familiares, sobretudo as capixabas, com os seguintes objetivos: • Proporcionar formação educacional para a compreensão da dinâmica empresarial de organizações familiares, considerando as dimensões da propriedade, da gestão e da família; • Proporcionar apoio à atuação gerencial para o planejamento e implementação de processos de mudanças que envolvam: • Revisão da estratégia e da estrutura organizacional; • Profissionalização da gestão empresarial; • Planejamento, implementação e acompanhamento de processo sucessório; • Preparação da empresa familiar para adotar um sistema de governança corporativa que regule as relações nas dimensões da propriedade, da gestão e da família e proporcione equilíbrio interno e externo em suas operações de curto, médio e longo prazos; • Disponibilizar ao empresariado capixaba um espaço para a formação e atualização de gestores tendo como - foco as organizações familiares; • Tornar-se um fórum permanente para discussão da problemática da organização familiar capixaba.

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_especial_sucessão familiar_WES.indd 23

I - Organizações Familiares e Profissionalização • Conceitos • Modelos: conceitual e de sustentabilidade • Profissionalização da gestão: familiar, não familiar e modelo híbrido II - Sucessão e Processo Sucessório • Conceitos • Ciclo de vida e evolução • Crises na empresa familiar • Modalidades e implicações • Processo sucessório • Aconselhamento de carreira do sucedido • Sucessores: programa de formação de sucessores III – Governança Corporativa na Empresa Familiar • Evolução histórica • Conceitos: diversidade conceitual e de perspectivas • Governança corporativa no Brasil • Governança corporativa na empresa familiar Público-alvo Proprietários, gestores e familiares (herdeiros e potenciais sucessores) com atuação em empresas familiares interessados em discutir a problemática da empresa familiar com vistas a desenvolver mecanismos gerenciais capazes de proporcionar perenidade e crescimento às mesmas. Carga Horária: 60h Site: www.iel–es.org.br Telefone: 3334-5756

Indústria Capixaba – FINDES

23

25/02/2014 11:54:43


especial

que integra a Assembleia de Acionistas, que, por sua vez, elege o Conselho de Administração. Outra ação tomada pela Águia Branca foi distribuir dividendos para as empresas familiares, que têm liberdade de dar o destino que quiserem a este recurso. De acordo com Wagner Chieppe, o Grupo Águia Branca tem um programa de trainee específico para os filhos de acionistas. O participante passa por três etapas. Na primeira, obtém conhecimentos gerais sobre o Grupo; em seguida, participa dos processos operacionais e administrativos das empresas por aproximadamente oito meses; e, por fim, o trainee escolhe a área com a qual mais se identificou para atuar durante um ano. Para o diretor de Relações Corporativas do Grupo Águia Branca, as novas gerações têm, hoje, muito mais responsabilidade na gestão dos negócios. “Se recordarmos o período em que a empresa foi criada, veremos que os fundadores se preocupavam principalmente em empreender, pois não existia a estrutura que temos hoje.Já a nova geração está em uma economia globalizada, na qual existem muitas variáveis, que trazem grandes oportunidades de desenvolvimento, mas também um maior número de ameaças, devido à competitividade do mercado”, pondera. Além disso, ele explica que a nova geração precisa manter o que já foi conquistado e continuar desenvolvendo os negócios, dando a eles uma estrutura adequada. “Essa geração carrega também toda a responsabilidade social, em que se destacam os 12 mil empregos diretos gerados pelo Grupo atualmente”, registra. Tijolo sobre tijolo Já na Lorenge S.A, a adoção do modelo de gestão denominado Governança Corporativa (GP) surgiu da necessidade de crescer e se perpetuar. O tamanho da empresa extrapolava os limites de controle possíveis e isso impedia o desenvolvimento e o crescimento, segundo explicou o diretor-presidente, José Élcio Lorenzon. Com sua trajetória consolidada, chegou a hora de debater a sucessão. O projeto é conduzido com o auxílio da Fundação Dom Cabral, NBS Group, ProxiCom e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. A adoção das melhores práticas de GP começa a se fazer presente na empresa através do Acordo de Acionistas. “Ali estão repactuados os novos propósitos, responsabilidades e obrigações de fazer da Lorenge S.A. uma organização sustentável, digna e preparada para transitar desta para a terceira geração”, declarou Lorenzon. Na Lorenge, a sucessão é um processo contínuo e interminável. No Acordo de Acionistas estão as regras de sucessão. Preparação, experiência e perfil são requisitos indispensáveis 24

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_especial_sucessão familiar_WES.indd 24

“O processo de sucessão não é um evento pontual; ele é construído ao longo de bons anos, com debates sobre vários temas” - Leonardo Castro, diretor da Fibrasa

para ocupar postos executivos. Esses valores profissionais foram recrutados no mercado de trabalho, enquanto a nova geração se prepara para os futuros desafios. Lorenzon assegura que, em sua visão, a empresa familiar dá certo quando a sociedade é primitivamente formada por pessoas com perfis que convergem para constituir, no mínimo, um tripé: empreendedor, administrador e técnico. Atendida esta premissa para a longevidade da empresa, resta a profissionalização dos sucessores. “Saber separar a gestão do patrimônio (saber ser dono) e a gestão do negócio (saber ser patrão) é muito importante. Óbvio que o trabalho e a responsabilidade pelas nossas ações são indissociáveis para o sucesso empresarial” pondera. Nessa linha de raciocínio, o consultor Domingos Ricca ressalta que a condução de uma boa sucessão deve estar embasada em um sólido processo de profissionalização organizacional, que permite a minimização dos conflitos entre parentes e herdeiros e que respalda as ações vinculadas à governança corporativa. Esta compreende a estrutura de relacionamentos e correspondentes responsabilidades de acionistas, conselheiros e executivos, definidas da melhor maneira, de modo a encorajar as empresas a terem o desempenho econômico como objetivo principal. A governança corporativa é definida como valor, apesar de, por si só, não criá-lo. Isto somente ocorre quando, ao lado de uma boa governança, se tem também um negócio de qualidade, lucrativo e bem administrado. Neste caso, a boa governança permitirá uma administração ainda melhor, em benefício de todos os acionistas (ou quotistas) e daqueles que lidam com a empresa, que almejam uma boa sucessão familiar presente e futura. Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:54:49


FINDES EM AÇÃO

Capixabas tomam posse na nova Diretoria da CNI A Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoveu, no dia 17 de novembro, a posse de sua nova Diretoria. O evento foi realizado no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília (DF). Para os capixabas, a ocasião teve um peso a mais, pois o presidente da FINDES, Lucas Izoton, foi eleito como um dos vicepresidentes, e o 1º vice-presidente da FINDES, Sergio Rogerio de Castro, como um dos diretores da nova gestão da entidade nacional (2011/2014). Para o Estado brasileiro que desde janeiro lidera o crescimento da produção física industrial brasileira, trata-se de um fato extraordinário, que coloca o Espírito Santo definitivamente em destaque na economia brasileira e com representatividade ainda maior na indústria em nível nacional. O evento contou com a presença do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,além de numerosas autoridades políticas e empresariais.A comitiva de representantes da FINDES foi composta por Ernesto Mosaner Junior (2º vice-presidente), Aristoteles Passos Costa Neto (3º vice-presidente), Ademar Bragatto (1º diretor administrativo), Manoel Pimenta (diretor para assuntos do SENAI), Marcos Guerra (presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional da FINDES) e Helcio Rezende Dias (ex-presidente), além dos representantes eleitos. O novo presidente da CNI é Robson Braga de Andrade, ex-presidente da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.

Segunda edição do “Contando Histórias” Após uma elogiadíssima estreia, com Arthur Carlos Gerhardt Santos (realizada no dia 05 de outubro),o CINDES (Centro da Indústria do Espírito Santo, entidade do Sistema FINDES) promoveu a segunda edição do projeto “Contando Histórias”. Ex-prefeito de Vitória, empresário da construção civil e conselheiro do CINDES, Chrisógono Teixeira da Cruz compartilhou a sua extraordinária experiência de vida com os presentes ao evento no dia 16 de novembro. A ação faz parte de uma série de depoimentos que tem edições mensais e será transformada em livro e também em vídeo, sempre contando com a presença de ilustres personagens que ajudaram e ajudam a construir a história do Espírito Santo.

Sinprocim e ABCP Consultores da ABPC (Associação Brasileira de Cimento Portland) integraram o quadro de palestrantes do 10º Encontro de Fabricantes de Blocos de Concreto do ES, realizado pelo Sinprocim (Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado do Espírito Santo), em Vitória, no dia 08 de dezembro. O evento discutiu as oportunidades do setor no Estado e os resultados das empresas do PDE/ES nos critérios de qualidade. O Sinprocim também realizou, no dia 27 de outubro, na Serra, um almoço de confraternização de fim de ano. Os empresários aproveitaram para comemorar os eventos esportivos que o Brasil receberá nos próximos anos e que, por conseqüência, aumentarão a demanda por artefatos de cimento. Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 25

25

25/02/2014 11:59:49


atualidade

micro e pequenas empresas

A

lcançar o mercado internacional é o desejo de muitos empresários, independentemente do volume de negócios gerados. O comércio internacional é atrativo por globalizar as marcas e consolidá-las como produtos de sucesso. Segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves, o Espírito Santo exportou, no segundo semestre

Para Andreas Schilte, presidente do Concex, o programa vai aumentar a participação de micro e pequenos empresários no comércio internacional

26

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Comercio Exterior_AND.indd 26

Foto: Leonel Albuquerque

Exportação acessível às

de 2009, US$ 3,69 milhões. No mesmo período de 2010, o montante saltou para US$ 5,1 milhões. O crescimento reflete a vocação central do Estado, que, de acordo com especialistas, é o comércio internacional, principalmente por conta de sua localização geográfica privilegiada. Mesmo assim, muitas empresas deixam de investir na exportação quando se deparam com a quantidade de documentos solicitados. Indicadores apontam que, em média, o empresário brasileiro precisa passar por 20 instituições, gastando até 90 dias, para conseguir exportar seu produto. Além disso, o sistema Exporta Fácil Aéreo, dos Correios, permite transações de até US$ 50 mil, mas com limite de peso máximo de 30 quilos. De acordo com o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior (Concex), Andreas Schilte, o volume é insuficiente. “Alguns empresários precisam fazer várias remessas desse peso para conseguir exportar o que desejam”, afirma. Dessa forma, a exportação permanecia como um alvo distante para os micro, pequenos e médios empresários. Schilte conta que, a partir da constatação dessa dificuldade, o Concex, com apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e do Sebrae-ES, desenvolveu o Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:48:24


Exportações no Espírito Santo (*em milhões de US$) projeto Exporta + Marítimo. “Para muitos, correr atrás de uma papelada enorme para exportar 30 quilos não valia a pena. Por isso, criamos o Exporta + Marítimo, que não tem limite de peso”, esclarece. De acordo com Schilte, a proposta é montar um escritório dentro do porto, onde os empresários, principalmente micro, pequenos e médios, poderão se informar sobre os documentos necessários para a exportação de seus produtos. Além disso, o projeto pretende reduzir a burocracia a partir da utilização do Documento Simplificado de Exportação (DSE). “Caso o pequeno empresário não tenha volume de carga para preencher sozinho um contêiner, ele pode utilizar o sistema de contêiner consolidado, que transporta a mercadoria de várias empresas”, aponta Schilte. Os empresários que utilizarem o programa Exporta + Marítimo poderão ainda se beneficiar com a isenção de taxas e impostos, como Radar e Siscomex, além de despachantes aduaneiros, registrando uma economia entre 10% e 20% no processo de exportação. Schilte explica também que o programa já tem chamado a atenção e recebido apoio do Governo do Espírito Santo e do Governo Federal.“Estivemos presentes na Vitória Stone Fair , divulgando nossas propostas, e também fomos a Brasília apresentar o projeto, onde recebemos apoio de ambos os governos”, anima-se. O projeto Exporta + Marítimo também tem se destacado em outros estados da federação e deve ser instalado em mais dois portos nacionais. “O Exporta + Marítimo funcionará

Principais destinos de exportação em 2009 50 40,5

40 30

20

17,9 12,6

10

10,8 4,9

China

Estados Holanda Arábia Unidos Saudita

Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Comercio Exterior_AND.indd 27

4,6 Egito

4,5

4,1

Coreia Indonésia Demais do Sul países

5,9

6

5,7

5 4,1 3,7

4 2,8

3 2 1

Semestres

0

2008

2009

2º*

2010

* Os dados oficiais ainda não foram divulgados Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves

como um projeto piloto nos portos de Vitória (ES), Itajaí (SC) e Pecém (CE), beneficiando os empresários dessas regiões”, esclarece o presidente. A iniciativa também chamou a atenção de portos de outros países, onde também serão instalados escritórios ligados ao projeto. O presidente do Concex explica que o primeiro porto a sinalizar a parceria foi o de Dunkerque, na França. “Teremos em Dunkerque um escritório, com profissionais brasileiros, que trabalharão para o Exporta + Marítimo, recebendo e auxiliando as exportações de nossos empresários”. Ainda de acordo com Schilte, outros três portos estão firmando parceria. “Teremos também um escritório do projeto nos Estados Unidos, em Barcelona (Espanha) e na China”, completa. Schilte esclarece que a instalação do escritório do Exporta + Marítimo no porto de Vitória depende apenas da liberação da Receita Federal, em Brasília. “Já tivemos reuniões com a Receita, e eles demonstraram satisfação com o projeto. Em breve, vamos começar a funcionar”. O presidente demonstra seu entusiasmo com o projeto. “O Exporta + Profissional vai se iniciar devagar, mas sou bastante otimista quanto ao crescimento da participação dos micro, pequenos e médios empresários no comércio exterior. Para isso, estamos divulgando o projeto entre as empresas”. Ainda de acordo com o presidente do Concex, os empresários que nunca exportaram poderão buscar orientações em outro projeto da Findes. “A Federação implantou o programa Primeira Exportação, que auxilia aquelas empresas que nunca venderam para outros países”, conclui Andreas Schilte. Indústria Capixaba – FINDES

27

25/02/2014 11:48:30


INDÚSTRIA por Monica Luz

Divisão de royalties é pauta para 2011 Veto à emenda Ibsen, pelo menos por enquanto, deixa Estado aliviado, mas a discussão continua no novo ano e a esperança é a de que se chegue a um modelo de divisão que não prejudique Estados produtores

Foto: Steferson Faria/Petrobras

28

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Industria_presal_WES.indd 28

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:56:55


A

sanção do novo marco regulatório para a exploração do petróleo na camada pré-sal, com veto à nova fórmula de distribuição dos royalties entre os Estados brasileiros, foi assinada no último dia 22 de dezembro. O marco estipula um novo modelo de produção para áreas estratégicas, o de partilha, e criou um novo sistema de distribuição de royalties entre Estados e municípios. Esta última gerou polêmica entre Estados produtores e levou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a anunciar o veto dessa parte do projeto. Agora, caberá à atual presidente, Dilma Rousseff, fazer uma nova negociação com os Estados para decidir por um novo modelo de distribuição dos royalties. Para o Espírito Santo, por enquanto, a sensação é de alívio. Isso porque, a exemplo de Rio de Janeiro e São Paulo, o Estado teria uma grande redução na arrecadação. Caso a distribuição igualitária fosse aprovada, no primeiro ano o Espírito Santo perderia cerca de R$ 600 milhões. Para se ter uma ideia do tamanho do rombo, basta lembrar que em 2010 o Governo do Estado investiu R$ 1 bilhão em obras e serviços públicos. Ou seja, mais da metade desse investimento deixaria de ser feito. Na opinião do presidente do Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Ernesto Mosaner Júnior, a proposta da divisão igualitária dos royalties é absurda, além de inconstitucional. “A figura dos royalties está prevista na Constituição, como forma de compensação para Estados e municípios produtores. A atividade gera impostos, riqueza, empregos, mas o custo social também é alto, com a necessidade de ampliação dos serviços públicos”. Debate O procurador-geral do Estado, Rodrigo Judice, salienta que mesmo com o veto posto pelo presidente da República à emenda Ibsen, as discussões continuam. “Depois do veto, tem a negociação política e é preciso que a discussão seja centrada e que se tenha tranquilidade para a análise da proposta. Com a renovação do Congresso Nacional, as chances de um debate consciente são maiores”. A possibilidade de mudança na distribuição dos royalties levou a Procuradoria Geral do Estado, por meio dos procuradores Cláudio Madureira, Bruno Colodetti e Lívio

Produção de petróleo e gás no Espírito Santo 250 mil barris de óleo/dia 8 milhões de metros cúbicos de gás por dia Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Industria_presal_WES.indd 29

“A figura dos royalties está prevista na Constituição, como forma de compensação para Estados e municípios produtores. A atividade gera impostos, riqueza, empregos, mas o custo social também é alto, com a necessidade de ampliação dos serviços públicos”, diz Ernesto Mosaner

Oliveira Ramalho, a preparar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), que está pronta desde o início do mês de dezembro. “Há seis meses três procuradores começaram a estudar esse tema, enquanto as negociações ainda estavam em curso. Conseguimos sedimentar 60 páginas com argumentos baseados no artigo 20, parágrafo 1º da Constituição Federal”, afirmou Rodrigo Judice. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subsidiou a ação com um parecer jurídico e de conteúdo econômico. Judice explicou que em julgamentos anteriores, referentes ao ICMS, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam que a plataforma continental fica nos limites dos estados produtores e, portanto, há diferenciação, conforme prevê a Constituição. Indústria O presidente do Coinfra, Ernesto Mosaner, lembra a importância da exploração de gás e petróleo para a economia capixaba. “O Espírito Santo, anos atrás, era dependente energeticamente. Gerava cerca de 20% da energia consumida e importava os 80% restantes. Com as descobertas de gás em território capixaba, passou de um milhão de metros cúbicos por dia, no campo de Peroá e Cangoá, para oito milhões de metros cúbicos por dia. E a expectativa é a de que em 2013 chegue a 20 milhões de metros cúbicos por dia”. Com essa produção o Estado hoje vem se capacitando em termos de distribuição do gás, por meio de gasodutos, o que gera empregos. Outro ponto importante é a instalação da fábrica de fertilizantes perto da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), em Linhares. “O Brasil é um dos maiores exportadores de grãos e biocombustíveis e 70% dos fertilizantes nitrogenados usados nessas culturas são Indústria Capixaba – FINDES

29

25/02/2014 11:56:59


INDÚSTRIA

importados. Com o gás natural, diminui essa dependência do mercado externo”, ponderou Mosaner. O polo gás-químico, que também será instalado em Cacimbas, vai agregar valor ao insumo. O empreendimento da Petrobras vai produzir ureia, metanol e derivados. “Com o polo, poderemos dar um destinamento mais nobre ao gás, e não apenas queimá-lo”, disse Mosaner. Com relação ao futuro, o representante da FINDES acredita que seria ideal a criação de uma refinaria no Estado. “Se chegarmos aos níveis previstos, seremos o segundo produtor nacional de petróleo. Com uma refinaria, vamos agregar valor, gerar empregos e implantar indústrias periféricas. Seria uma oportunidade de ouro, pois em termos de Brasil, temos uma situação privilegiada e promissora”, acrescentou. Capacitação e logística A indústria do petróleo tem papel importante na economia do Estado. Com ela, outros negócios são criados, diferentes setores se fortalecem e geram mais riqueza e desenvolvimento. Para que todas as possibilidades de

O QUE DIZ O PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO 20 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL § 1º - é assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

desenvolvimento possam ser aproveitadas, dois desafios precisam ser vencidos: capacitação de mão de obra e infraestrutura de logística. Mosaner lembra que já há alguns anos o Espírito Santo vem melhorando a capacitação da mão de obra e a FINDES é peça importante nesse quesito. “Em Anchieta, por exemplo, já foi instalada uma unidade do SESI/ SENAI para dar treinamento ao pessoal da região, visando ao aproveitamento de trabalhadores na CSU (Companhia Siderúrgica de Ubu). Essa capacitação é necessária para evitar que trabalhadores de outros Estados ‘inchem’ o mercado local”. A capacitação, não só na área de petróleo e gás, é uma ação positiva porque melhora as condições de vida das populações que já existem em determinada área. Os salários se elevam, entra mais dinheiro na economia e, consequentemente, mais desenvolvimento. “As oportunidades são ímpares.E o governo, sabiamente, tem comprado vagas em universidades para oferecer essa capacitação. Se fizermos as contas, o custo per capita por aluno sai mais em conta do que se o governo investir na compra ou construção de uma unidade, contratar professores e pessoal. Em médio prazo é economicamente mais barato”. Na área de logística, as soluções caminham a passos lentos. “Um dos problemas do Espírito Santo é a área de logística. Infelizmente é um retrocesso que tem impedido a velocidade do desenvolvimento do Estado”, lamentou o dirigente da FINDES. “Todos os modais precisam de atenção. O aéreo, o rodoviário e o aquaviário. O derrocamento e dragagem do canal de Vitória é uma novela. E mesmo assim, quando for feito, só vai melhorar um pouco. Temos condições para ter superporto, com duas opções viáveis (Praia Mole e Barra do Riacho). O perigo é que uma decisão política suplante a decisão técnica e a gente acabe adiando o investimento”, disse. Foto: Petrobras

30

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Industria_presal_WES.indd 30

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:57:04


Petrobras Segundo a Petrobras, em dezembro de 2010, a produção média de petróleo no Brasil foi de 2,12 milhões de barris por dia (bpd). O volume produzido no mês foi 6,7% superior ao volume de dezembro de 2009 e 4,4% acima da produção de novembro do mesmo ano, representando um recorde para o setor. Com esses resultados, a Companhia fechou 2010 com um patamar de produção superior a 2 milhões de bpd (2,3 milhões), o que configura também um recorde anual. A produção média de gás natural no Brasil, excluindo o volume liquefeito, foi de 54,8 milhões de metros cúbicos por dia, um milhão acima do volume realizado em setembro. Desses totais, 250 mil barris/dia de petróleo são produzidos no Espírito Santo, enquanto a produção de gás natural é de oito milhões de metros cúbicos por dia. O Espírito Santo é a segunda maior província petrolífera do País e a importância do Estado como produtor trouxe também outros benefícios, como o desenvolvimento de tecnologia. Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, desde a sua fundação, a empresa trabalha em parceria com universidades e institutos de pesquisa brasileiros,contribuindo para o avanço da tecnologia nacional na área de petróleo, gás e energia. Em 2006, criou o conceito de Redes Temáticas, parcerias com universidades e institutos de pesquisa em todo o país com o objetivo de alinhar esforços, capacidades e conhecimentos em torno de temas estratégicos para a Petrobras e para a indústria, em sintonia com as metas de negócio da companhia; e fortalecer potencialidades regionais, reforçando a capacitação de instituições científicas nos estados onde a Petrobras opera. A empresa mantém, com a Ufes e mais cinco instituições, o Centro de Competências em Óleos Pesados (Copes), que faz parte da Rede Temática de Óleos Pesados. Em parceria com a Ufes, estão sendo realizados projetos de infraestrutura e de pesquisa e desenvolvimento, como o Núcleo de Competência em Química de Óleos Pesados e Extrapesados (NCQOP) e o Núcleo de Estudos em Escoamento e Medição de Óleo e Gás (Nemog). Projetos sociais A Petrobras atua no apoio a projetos sociais, ambientais e culturais principalmente por meio de programas estruturados corporativamente que contemplam seleções públicas. Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Industria_presal_WES.indd 31

Foto: Steferson Faria/Petrobras

Mosaner ressaltou também a importância do planejamento ES 2025, para antever as situações e planejar o crescimento, em todas as áreas. “É evidente que o plano não é uma obra acabada. Os projetos equivocados precisarão ser corrigidos, mas o Estado precisa ter uma linha de ação que se coadune com as possibilidades de desenvolvimento. E é preciso que se tenha em mente que o plano não é do governo, e sim da sociedade capixaba”, finalizou.

O QUE É O NOVO MARCO REGULATÓRIO O novo marco regulatório vai adotar o regime de partilha da produção, que substituirá o atual sistema de concessão. Os campos das águas ultraprofundas serão concedidos para os investidores que oferecerem a maior parte do óleo extraído para a União. Hoje, a União vende os campos para aqueles que fizerem a melhor oferta em dinheiro pelo direito de explorá-los, em regime de concessão. A decisão de mudar as regras de exploração veio após a Petrobras descobrir grandes campos de petróleo na camada pré-sal. Uma das novidades do marco regulatório é o Fundo Social, que prevê que a receita obtida pela União com a exploração de petróleo deverá ser aplicada em seis áreas prioritárias: saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia, combate à pobreza e cultura e educação.Todos os estados brasileiros receberiam investimentos por meio do fundo. Com as novas regras, a Petrobras será operadora em todos os campos, o que garante ao Governo informações corretas de produtividade em todos eles. O Governo também criou uma nova empresa estatal para gerir os interesses da União nos consórcios que serão criados para a exploração nesses campos. Como é hoje Pelo sistema de exploração vigente, o petróleo retirado do mar é de propriedade das empresas que operam os campos. As companhias são obrigadas a pagar à União algumas compensações financeiras pelo direito de exploração, além de todos os impostos que incidem sobre as receitas e lucros obtidos. Dois projetos capixabas foram selecionados em 2010 pela Petrobras, dentro do Petrobras de Desenvolvimento & Cidadania, desenvolvido pela empresa: o Projeto Rede, coordenado pela Agência Nacional de Desenvolvimento Econômico-Social e Defesa Ambiental, e a Escola Multidisciplinar Profissionalizante de Artes e Ofícios, do Instituto Goia. Indústria Capixaba – FINDES

31

25/02/2014 11:57:11


O que é a camada pré-sal A camada pré-sal é uma faixa que fica abaixo do leito do mar e se estende por 800 quilômetros, entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina. Engloba três bacias sedimentares – Espírito Santo, Campos e Santos. O óleo encontrado nesta área fica a mais de sete mil metros de profundidade, abaixo de uma extensa camada de sal. O petróleo do pré-sal só foi encontrado agora porque os esforços estavam concentrados em explorar a camada pós-sal, menos profunda e portanto mais acessível e barata. Esse petróleo acumulado acima da espessa camada de sal também tem origem no pré-sal, onde a prospecção começou após o produto escassear no pós-sal. Fonte: Petrobras

Os projetos são selecionados levando-se em consideração sua importância para o desenvolvimento local, regional e nacional, gerando a inserção social de pessoas e grupos que vivem em risco social no país. Por meio do programa,a companhia apoia iniciativas que atendam a três linhas de atuação: geração de renda e oportunidade de trabalho; educação para a qualificação profissional; e garantia dos direitos da criança e do adolescente. Ciranda Capixaba De forma integrada à atuação nacional, a companhia desenvolve localmente o Programa Petrobras Ciranda Capixaba, que apoia projetos sociais nas áreas de influência da Petrobras no Espírito Santo. Assim como no modelo nacional, os projetos passam por seleção pública para receber apoio financeiro. Desde sua criação, mais de 60 projetos foram apoiados, beneficiando mais de 12 mil pessoas. No segundo semestre de “Conseguimos sedimentar 60 páginas com argumentos baseados no artigo 20, parágrafo 1º da Constituição Federal”, diz Rodrigo Judice

32

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Industria_presal_WES.indd 32

2010, foi realizada mais uma seleção pública local de projetos sociais, que devem atender às mesmas linhas de atuação definidas pelo Programa Desenvolvimento & Cidadania, com a expectativa de destinar até R$ 2,8 milhões para projetos realizados nos 16 municípios que compõem a área de influência da companhia no Espírito Santo. O Programa Petrobras Ambiental também realizou seleção pública de projetos em 2010, na qual foi selecionado o Projeto Robalo, que atua na linha de recuperação ou conservação de espécies e ambientes costeiros, marinhos e de água doce, proposto pelo Instituto Harpia. Ainda no apoio a projetos ambientais, deve-se destacar a presença, no Espírito Santo, do Projeto Tamar, que completou 30 anos em 2010 e mantém bases de monitoramento de quelônios em Itaúnas, Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação, Regência, Comboios, Anchieta e na Ilha de Trindade. No Programa Petrobras Cultural, em 2010 foram realizadas seleções públicas para 18 áreas em três linhas de atuação, apoiando projetos num valor total de mais de R$ 60 milhões em todo o País. Como se vê, o petróleo é importante para a população capixaba em diversas áreas: econômica, financeira, tecnológica, social e cultural. A esperança dos especialistas é que, a partir de 2011, as discussões acerca da exploração do pré-sal e da divisão dos royalties sejam ponderadas e não prejudiquem municípios e estados que já contam com a receita dos royalties para investir em desenvolvimento. “Nós aceitamos que o bolo seja melhor dividido, mas os estados e municípios produtores já contam com essa receita”, assinalou o procuradorgeral do Estado, Rodrigo Judice. Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:57:15


artigo

artigo

O desafio de inovar nas

pequenas e médias empresas Ao contrário das grandes empresas, as pequenas e médias não têm cultura inovadora nem conseguem recursos para investir

V

ivemos a era da inovação. Em todos os cantos, essa é a palavra de ordem. As empresas querem inovar ou se dizem inovadoras. Todas as entidades de apoio empresarial têm programas de inovação. Os slogans das empresas sempre contêm esse tema. Se depender de intenção, logo, todas as empresas serão inovadoras. Mas a realidade não é assim. A prática tem se mostrado cruel em relação à intenção de ser inovador, em especial quando se trata das empresas de pequeno e médio portes. Uma grande empresa tem recursos para investir e a cultura da iovação. É muito difícil encontrar uma grande empresa que não tenha departamento de pesquisa e desenvolvimento, que não financie pesquisa no meio acadêmico e que não tenha modernizado seus produtos e processos nos últimos tempos. Para as pequenas e médias empresas, a realidade é outra. A gestão da inovação pressupõe três aspectos básicos: é uma ação estratégica da empresa, requer investimento com alto risco e precisa ser organizada. Em relação à estratégia, trata-se de um posicionamento a ser definido pela empresa, a partir de decisões importantes, por exemplo, se vai diferenciar seus produtos ou concorrer por preço no mercado. Não basta uma empresa declarar-se inovadora para ser. Tem que investir. Desenvolver novos produtos e modernizar processos tem custo e risco. E o que mais me assusta é que não existe uma política de apoio ao investimento à inovação.

O modelo de editais, com recursos não reembolsáveis, é limitado e não supre a necessidade. Os fundos de investimento privados são exigentes e as empresas não estão preparadas. E o pior: no Brasil, o investimento tem alta carga tributária, custa caro, os prazos são curtos e os bancos não estão preparados para investimento em inovação. Completando o raciocínio, os métodos e as ferramentas para gestão da inovação não estão de todo definidos. Quando se compara à Gestão da Qualidade, vê-se que estamos longe. Não basta aplicar técnicas para elaborar projetos. A inovação tem que ser incorporada à estrutura da empresa com responsabilidade, processos bem definidos, métodos de tomada de decisão e acesso a informações. Sem esse ferramental, ainda a ser definido, a inovação será resumida a um projeto ou outro, esperando um edital do Governo para a empresa “pegar” um recurso. A inovação representa qualquer nova ação que gere resultados relacionados ao desenvolvimento de produtos, à melhoria dos processos, a uma nova forma de gestão ou de comercialização. Não são ações pontuais de melhoria ou compra de um novo equipamento, mas também não se resume à pesquisa e desenvolvimento acadêmico. O conceito, acredito, já foi bem divulgado, mas, no mundo empresarial, esse tema ainda precisa ser desenvolvido e aplicado. Corremos o risco de ficarmos no discurso, e nada de concreto acontecer no mundo das pequenas e médias empresas. Enquanto isso, os produtos chineses invadem o mercado. É preciso criar uma cultura inovadora, desenvolver métodos e ferramentas, estruturar um sistema de investimento em inovação. Isso envolve organizações de Governo, entidades de apoio empresarial e empresas em um único e bem desenhado caminho. Temos muito a fazer para que as nossas empresas sejam, de verdade, inovadoras. Luciano Raizer Moura, doutor e mestre em Engenharia de Produção pela USP, vice-presidente Institucional da FINDES para assuntos do IDEIES, presidente do Conptec, professor do Centro Tecnológico da Ufes/CSTM, empresário do setor de consultoria e tecnologia da informação

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_artigo_luciano_WES.indd 33

Indústria Capixaba – FINDES

33

25/02/2014 11:46:28


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 34

25/02/2014 11:34:21


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 35

25/02/2014 11:34:25


CASO DE SUCESSO por Jacqueline Vitória

ETORE SELVATICI CAVALLIERI: Ambiente harmonioso e consciência positiva para crescer

N

enhum indivíduo pode ser grande se não se preocupa com o pequeno. Assim pensava e agia o agricultor Benedito Cavallieri Rodrigues, que morava em um sítio no interior de Aracruz com os três filhos. O caçula, Etore Selvatici Cavallieri, único homem da família, aprendeu com os ensinamentos do pai e é hoje um empresário bem-sucedido do Estado, dono da Imetame Metalmecânica. Etore conta que o pai o ensinou a “brincar de trabalhar”. “Eu tinha ferramentas de trabalho em miniatura. E desde pequeno já tinha o gosto pela lida”. Empreendedor desde cedo, a vida e a família lhe ensinaram valores que serviram de impulso para a vitória. Começar o negócio próprio foi difícil para o jovem torneiro mecânico, ex-aluno do SENAI. Na década de 1970, quando Etore Selvatici Cavallieri começou sua carreira como colaborador da Aracruz Florestal, o desejo de iniciar um empreendimento já era presente, mas a ideia só ganhou força após uma oportunidade na Aracruz Celulose: a empresa terceirizava os serviços excedentes de usinagem e soldagem (caldeiraria). Ele verificou nessa demanda a viabilidade de um negócio e, a partir daí, nascia a Imetame Metalmecânica, uma sociedade entre Etore e um amigo. A determinação, a superação de desafios e o grande desejo de realização foram fundamentais para que as dificuldades Um dos lemas do empresário Etore Cavallieri é “acreditar que é possível fazer a diferença”

36

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Caso de sucesso_CS.indd 36

do início fossem sendo superadas e a Imetame se tornasse o empreendimento bem-sucedido de hoje. O capital inicial para compra de máquinas, equipamentos e materiais veio da venda de dois carros antigos e das rescisões trabalhistas dos sócios. O empresário também recebeu apoio financeiro do pai, que contribuiu com a compra de um terreno de 600 m², onde foi construído um galpão de 50 m², feito com taipas e mourões do sítio da família. Na sociedade, cada sócio desempenhava uma função. Etore se encarregava da usinagem e seu sócio contribuía com a soldagem. O ritmo de trabalho era exaustivo. “A dedicação extrema ao trabalho teve um preço: a carência de tempo e atenção à família”, lembra. Segundo Etore Cavallieri, ainda no início dos negócios, a sociedade foi desfeita por motivos de saúde e isso representou o momento mais crítico do empreendimento, pois as dívidas de compra dos equipamentos ainda necessitavam ser pagas e o ex-sócio também precisava da sua parte do capital investido. Com o apoio do pai e de um financiamento da Caixa Econômica Federal, esse período foi superado. Mesmo diante de um quadro aparentemente desfavorável, Etore acreditou e criou sua oportunidade de realização profissional. Localizada em Aracruz/ES, a 70 km da capital, Vitória, a Imetame tem como principais atividades a fabricação, montagem e manutenção mecânica industrial para os segmentos de celulose, papel, siderurgia, mineração, petróleo, gás e geração de energia, em todo o Brasil. Em 2010, a sede da empresa alcançou uma área total de 250 mil m² e conta com 3.800 colaboradores atuando em diversos pontos do País. Além da Metalmecânica, outras cinco empresas compõem o Grupo Imetame e atuam nos ramos de: granitos, logística, agropecuária, látex e energia (com foco na extração de petróleo e gás). Um dos lemas do empresário é “acreditar que é possível fazer a diferença”, e isso se estende à cultura da Imetame. O ambiente de trabalho é harmonioso e os colaboradores são estimulados a desenvolver uma consciência positiva.

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:52:23


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 37

25/02/2014 11:34:30


indicadores

Empresário industrial

capixaba continua confiante em dezembro

O

Índice de Confiança do Empresário Indus-trial (Icei) do Espírito Santo, produzido pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (IDEIES), manteve-se estável em dezembro de 2010, em relação a novembro, ficando em 61,0 pontos, dentro da faixa de confiança. Embora acumule queda de 6,5 pontos em relação a janeiro de 2010, permanece um pouco acima de sua média histórica (60,9 pontos). O Icei nacional de dezembro, divulgado pela CNI, ficou 0,5 ponto menor do que o apurado em novembro, mas também acumula queda na comparação com janeiro (-7,2 pontos). Cabe ressaltar que, apesar da queda, o Icei permanece acima da média histórica de 59,6 pontos.

Índice de Confiança do Empresário Capixaba – Espírito Santo e Brasil Indicadores

ES

BRASIL

NOV/10

DEZ/10

NOV/10

DEZ/10

Icei

61,0

61,0

62,0

61,5

Condições Atuais

56,4

55,8

55,9

55,8

Expectativa

63,3

63,5

65,1

64,4

Fonte: Fonte: CNI/IDEIES/IEL-ES – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Diminui a expectativa da indústria

capixaba para os próximos seis meses As expectativas da indústria seguem menos otimistas em relação aos próximos seis meses. Todos os indicadores capixabas decresceram em dezembro de 2010, na comparação com novembro: demanda (-2,5 pontos), exportação (-0,6 ponto) e compras de matéria-prima (-4,3 pontos). De forma semelhante, os índices nacionais recuaram: demanda (-1,5 ponto) e compras de matéria-prima (-0,8 ponto). O indicador de exportação mostrou uma pequena elevação (+0,6 ponto), porém manteve-se abaixo da linha divisória de 50 pontos (48,3 pontos). O Espírito Santo destacou-se com relação aos indicadores nacionais do nível de atividade. O índice de evolução da produção da indústria capixaba, na comparação com outubro,

aumentou 2,9 pontos em novembro de 2010, e o indicador permaneceu acima da linha divisória de 50 pontos (53,9). A indústria operou com uma capacidade acima da usual para o mês (54,4 pontos), ficando 2,6 pontos acima do índice do mês anterior. Os estoques efetivos cresceram (3,1 pontos) e ficaram como planejado (50,5 pontos). A produção industrial nacional manteve-se em crescimento moderado. Em novembro, o índice de evolução da produção industrial situou-se em 52,7 pontos, contra 53,6 pontos em outubro (-0,9 ponto). O baixo ritmo de crescimento se reflete no nível de utilização da capacidade instalada que, pelo oitavo mês consecutivo, se manteve próximo ao nível usual (indicador próximo de 50 pontos).

Evolução do emprego em novembro de 2010 O emprego da indústria de transformação capixaba manteve-se praticamente estável em novembro de 2010, frente a outubro (-0,1%), segundo dados do Caged-MTE. As principais quedas ocorreram nas indústrias metalúrgicas (-1,6%) e de produtos alimentares e bebidas (-0,9%). Já as maiores altas pertenceram aos setores de material elétrico e de comunicações (6,3%) e madeira e mobiliário (1,5%). A indústria de extração mineral registrou um ligeiro acréscimo (0,6%), ao passo que as de serviços de utilidade pública e construção civil recuaram em 0,6% e 0,4%, respectivamente. A indústria brasileira mostrou desempenho semelhante em novembro/2010 na indústria de transformação (-0,1%), extração mineral (0,7%) e construção civil (-0,3%). A de utilidade pública cresceu 0,3%. 38

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Indicadores_WES.indd 38

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:57:26


Sondagem Industrial - Desempenho e Expectativas Estoques Produtos Finais

Nível de Atividade Produção

UCI Efetiva/ Usual

Efetivo/ Planejado

Expectativas Demanda

Exportação

Compras de matéria-prima

OUT/10

NOV/10

OUT/10

NOV/10

OUT/10

NOV/10

NOV/10

DEZ/10

NOV/10

DEZ/10

NOV/10

DEZ/10

ES

51,0

53,9

51,8

54,4

47,4

50,5

55,5

53,0

49,1

48,5

55,2

50,9

Brasil

53,6

52,7

48,9

50,4

49,0

50,2

57,0

55,2

47,7

48,3

54,4

53,6

Fonte: CNI/IDEIES/IEL-ES – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Utilização da capacidade instalada da

indústria capixaba é superior à nacional Segundo os indicadores industriais do Espírito Santo, o nível de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) avançou 0,7 p.p., entre setembro e outubro, passando de 84,1% para 84,8%, entretanto, se manteve oscilante durante todo o ano de 2010. A UCI nacional também cresceu em outubro de 2010 (0,8 p.p), tendo passado de 83,2% para 84,1%, interrompendo um ciclo de cinco meses de queda. O faturamento da indústria capixaba manteve-se estável em outubro de 2010, relativamente ao mês anterior (+0,1%). Já o faturamento da indústria brasileira recuou 2,6% no mesmo período, interrompendo três meses seguidos de alta.

Indicadores Industriais Espírito Santo e Brasil - Out/2010 Out10/Set 10

Variáveis

BRASIL

ES

BRASIL

ES

BRASIL

Faturamento Real1

0,1

-2,6

6,7

4,7

23,6

10,4

Horas Trabalhadas

2,5

0,2

1,3

4,7

6,2

7,6

Massa Salarial Real2

8,9

4,5

18,0

10,0

5,2

6,4

1 Deflator: IPA/OG-FGV – 2 Deflator: INPC-IBGE – Fonte: Brasil-CNI (indústria de transformação); ES-IDEIES/IEL-ES (indústria geral) – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

SET/10

OUT/09

ES

BRASIL

ES

BRASIL

84,8

84,1

84,1

83,2

ES 82,7

Fonte: CNI/IDEIES/IEL-ES – Elaboração:Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_Indicadores_WES.indd 39

Jan-Out 10/ Jan-Out 09

ES

Utilização da Capacidade Instalada OUT/10

Out10/Out09

BRASIL 82,7

As horas trabalhadas na produção mantiveram comportamento oscilante em 2010, tanto no Espírito Santo quanto no Brasil. Em outubro, o indicador capixaba cresceu 1,3% em relação ao mês anterior, enquanto o indicador nacional elevou-se apenas 0,2%. A massa salarial real da indústria estadual cresceu 8,9%, ao passo que a nacional aumentou 4,5% em outubro, relativamente a setembro de 2010. Indústria Capixaba – FINDES

39

25/02/2014 11:57:30


artigo

Espírito Santo na

rota nacional do turismo A cada ano, mais pessoas visitam o Estado, a negócios ou a passeio. Investimentos em projetos estruturantes prometem elevar ainda mais o número de turistas e a arrecadação do setor

N

os últimos anos, o turismo no Espírito Santo tem se destacado no cenário nacional. As potencialidades turísticas estão sendo desenvolvidas de forma satisfatória, e estamos oferecendo serviços que atendem os turistas. No quesito investimentos, ressaltam-se o aumento e a reformulação da infraestrutura, a qualificação e a sinalização turística. O turismo de negócios e eventos atingiu um grande desenvolvimento, sendo um dos principais fatores responsáveis pelo crescimento do número de visitantes no Espírito Santo. Além disso, fazemos um trabalho de divulgação de todas as rotas turísticas do Estado: Rota do Sol e da Moqueca, Rota do Mar e das Montanhas, Rota Imperial, Rota do Verde e das Águas, Rota dos Vales e do Café, Rota da Costa e da Imigração,Rota Caminhos do Imigrante, Rota do Mármore e do Granito e Rota do Caparaó. Em todas elas, os turistas podem apreciar a culinária e ainda conhecer a cultura local. Para este verão, está sendo realizada uma temporada inédita de cruzeiros marítimos. O número recorde de navios que atracarão na baía de Vitória nesta estação demonstra a inclusão do Espírito Santo no roteiro das luxuosas embarcações.

A expectativa é de que tenhamos uma injeção de R$ 5,7 milhões na economia capixaba. Outra ação é das operadoras de viagens, que em todo o verão estão fechando voos fretados com turistas de todo o Brasil para conhecer o Estado. A expectativa é de que isso movimente mais de R$ 1,5 milhão na economia. Estamos disponibilizando também o Serviço de Atendimento ao Turista (SAT), que conta com recepcionistas bilíngues treinados e que visa à prestação de informações turísticas para quem chega pelo aeroporto, rodoviária e estação ferroviária. Também foram instalados displays de informações nos hotéis de Vitória, Vila Velha, Guarapari, Linhares, Colatina e Domingos Martins para orientação. Em janeiro, estamos realizando a pesquisa anual sobre o fluxo turístico na alta temporada. A pesquisa é dividida pelas oito rotas turísticas e o objetivo é identificar os principais hábitos de consumo, serviços, infraestrutura, gasto médio e, consequentemente, o quanto é injetado na nossa economia. Investimentos em projetos de longo prazo também estão em foco. O aeroporto de Pedra Azul fortalecerá o turismo na região de montanhas e destacará ainda mais o município. A rede hoteleira capixaba mostra desenvolvimento a passos largos e contribui, certamente, para um melhor atendimento aos visitantes. Por tudo que foi apresentado e por todas as ações que estão sendo desenvolvidas, o momento do turismo capixaba é de otimismo. O ano de 2010 foi bastante proveitoso, e o trabalho que está sendo projetado para 2011 é de continuidade, de modo a gerar resultados ainda mais expressivos que denotem o crescimento do turismo no Espírito Santo. Alexandre Passos, secretário estadual de Turismo

40

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_artigo_alexandre_WES.indd 40

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:46:47


Informe publicitรกrio Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 41

25/02/2014 11:34:35


sustentável por Jacqueline Vitória

Foto: Acervo / Marca Ambiental

Logística reversa:

quem paga a conta?

O

ano de 2011 começa com uma revolução em termos ambientais: a nova lei federal que trata de resíduos sólidos foi regulamentada e está em vigor. Entre os pontos a serem destacados está a inclusão social de trabalhadores que, durante anos, foram esquecidos pelo poder público - catadores e a indústria de reciclagem receberão incentivos da União. Já os municípios só receberão recursos do Governo Federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos depois de aprovarem planos de gestão. Apesar de considerada necessária, a nova Lei de Resíduos Sólidos suscita dúvidas importantes, que estão sendo analisadas e cuidadosamente avaliadas pela iniciativa privada. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), que tem o objetivo de incentivar a reciclagem do lixo e o correto manejo dos produtos descartados, principalmente os que possuem alto potencial de contaminação, traz como 42

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_findes sustentável_WES.indd 42

consequência jurídica a “responsabilidade compartilhada” – entre fabricantes, comerciantes e consumidores – relativa à destinação ou reciclagem de produtos. Depois de tramitar por cerca de duas décadas, a lei está sendo vista como um avanço no Brasil, país onde as cidades produzem 150 mil toneladas de lixo por dia, 59% das quais vão parar nos lixões, segundo o Instituto Pólis, Organização Não Governamental (ONG) que atua com políticas públicas há 20 anos, inclusive no setor de meio ambiente. A proposta da PNRS prevê que a coleta seletiva será implantada independentemente da logística reversa e esta prevalecerá sobre a coleta seletiva, sob o pretexto de atender aos consumidores. Um dos pontos questionados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) é o item que está descrito no artigo 12. “Sua leitura indica a intenção concreta do poder público em repassar a responsabilidade pelos resíduos pós-consumo do setor público para o setor Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:58:15


empresarial. A ideia seria, aos poucos, ir repassando a responsabilidade de recolhimento de todos os produtos descartados às empresas, e assim, transferir a elas a coleta e destinação do lixo doméstico”, registra a CNI em documento em que avalia a lei. Um ponto que preocupa as indústrias está nas exigências descritas no artigo 29, dentre as quais se destaca a de “metas quantificadas para recolhimento, reciclagem e reutilização de resíduos e rejeitos, além de tratamento e disposição final” (inciso VIII). “Fica claro que será exigido o cumprimento de metas através da relação direta entre o que é produzido e o que será recolhido, determinada no edital de chamamento. Este é um dos principais pontos que impactará o setor industrial, uma vez que não se pode estabelecer uma relação direta entre produção e descarte para a maioria dos produtos. Além disso, esses produtos têm tempos de vida útil diferenciados, influenciados pela cultura do brasileiro de prolongar o tempo de uso de seus bens”, destaca o documento. Outro aspecto muito importante é que as empresas não têm controle sobre o desejo do consumidor em devolver o produto para a sua destinação final ambientalmente adequada. A falta de correlação direta entre o que será produzido e o que o consumidor devolverá, segundo a CNI, irá comprometer toda a aplicação da logística reversa e o setor empresarial sofrerá com o mesmo problema de não cumprimento de metas enfrentado pelo segmento de pneus quando da aplicação da antiga resolução Conama 258/99, já revogada. A apreensão das companhias reside nas pesadas sanções impostas pela nova lei: possibilidade de multa administrativa de até R$ 50 milhões e pena de detenção de até quatro

“É imprescindível que o processo de regulamentação da lei tenha o pleno envolvimento do segmento empresarial; com este procedimento – via consenso – os problemas futuros serão muito minimizados” Loreto Zanotto, presidente do Consuma Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_findes sustentável_WES.indd 43

“Quem paga a conta é o empresariado, mas as responsabilidades são de todos”, diz Romário Correa, diretor do Sindiembalagens

anos dos representantes das empresas, caso ocorra crime ambiental. E, para evitar extremos, é preciso que as empresas consigam se adequar, dentro de um consenso, na opinião do presidente do Conselho Superior de Meio Ambiente (Consuma) da FINDES, Loreto Zanotto. “É imprescindível que o processo de regulamentação da lei tenha o pleno envolvimento do segmento empresarial; com este procedimento – via consenso – os problemas futuros serão muito minimizados. Se este não for o caminho, poderemos ampliar o leque de dúvidas”, acrescenta Zanotto. Ele destacou que o Consuma vem debatendo o tema em suas reuniões e repassando as considerações aos diferentes empresários. “O assunto consta como prioridade nas discussões do Consuma para 2011”, garante. Rastreabilidade De acordo com o diretor do Sindiembalagens, o empresário Romário Correa, que também é presidente da Associação dos Empresários da Cadeia de Materiais Reaproveitáveis do Espírito Santo (Ecociência), a lei nacional teve como foco privilegiar a classe de catadores. “Ela traz responsabilidade compartilhada, e o resumo da história é saber o que foi gerado, para onde foi distribuído e a destinação final do produto. Ou seja, é uma forma de se obter a rastreabilidade de tudo o que é produzido no país”, aplaude. Entretanto, ele lembra, quem paga a conta é o empresariado, mas as responsabilidades são de todos, até mesmo do cidadão comum, que terá que separar o resíduo para que o processo aconteça. “Direta ou indiretamente, Indústria Capixaba – FINDES

43

25/02/2014 11:58:19


SUSTENTÁVEL

todos pagaremos essa conta. A questão é como inovaremos para aproveitar esse potencial de negócios, uma vez que os resíduos, que por séculos desprezamos, se apresentam como recursos que geram trabalho, renda, promovem a inclusão social e a prática da educação ambiental, além de fomentar a pesquisa, novos processos e novos negócios”, pondera Romário Correa. Se os órgãos ambientais estiverem devidamente aparelhados, com recursos humanos suficientes para fazer cumprir o que está na lei de resíduos, certamente a rastreabilidade exigida pelo plano de gestão de resíduos sólidos, a ser apresentado anualmente ao órgão ambiental, funcionará e o Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – Sinir – poderá ser um sucesso. “Além disso, a formação do cadastro nacional de operadores de resíduos perigosos irá facilitar a identificação do responsável pelo dano ambiental”, destaca o diretor do Sindiembalagens. De acordo com Romário Correa, já existe um movimento dos empresários em direção à formação de uma Rede Integrada de Resíduos - RIR, constituída pelas empresas, profissionais e parceiros associados à Ecociência. São 17 empresas que atuam na cadeia de materiais reaproveitáveis, coletando, beneficiando e reciclando resíduos Classe I, II e III - Conama, aterros sanitários e numerosos profissionais liberais que atuam como consultores na área ambiental, desenvolvendo projetos e serviços demandados pelos geradores e órgãos ambientais. “A RIR se propõe a ser uma solução integrada para a destinação certificada dos resíduos gerados, dando-lhes o tratamento exigido pelas legislações vigentes”, registrou.

44

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_findes sustentável_WES.indd 44

“Os empresários do ramo há tempos estão se preparando para se adequar à nova legislação”, ressalta Ademilse Guidini, presidente do Sindimol

Iniciativas e destinações adequadas O presidente do Sindicato das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Linhares (Sindimol), Ademilse Guidini, empresário do setor de móveis em Linhares, atesta que já há algum tempo os empresários do ramo estão se preparando para adequar as empresas a esta nova política, através da implantação de uma Central de Resíduos da indústria moveleira de Linhares e região. “Atualmente, o projeto está em fase de levantamento da quantidade de resíduos gerados pelas empresas, para que posteriormente possamos elaborar o projeto de viabilidade de implantação da Central”, revela. Hoje, os resíduos são coletados por empresas geradoras de energia, representando receita para os associados através da comercialização. “Os únicos resíduos produzidos a partir da venda dos móveis são o papelão e o plástico, produtos recicláveis, o que mais uma vez vai ao encontro da nova política”, sublinha Guidini. É consenso que todas as empresas terão que implantar um programa sério de gestão interna. E, para quem já trabalha dentro desta sistemática com sucesso, o reconhecimento é certo. A Gráfica Ingral utiliza o processo de disposição de resíduos desde 2005, quando realizou a implantação do sistema de gestão da qualidade pelo Prodfor. Além dos itens da norma ISO 9001, o programa inclui requisitos de meio ambiente, saúde e segurança. A implantação proporcionou à Ingral uma visão mais ampla de que a empresa não deve visar apenas ao lucro. “A empresa, fazendo parte de um contexto social, deve atender também a outros tipos de exigências por parte dos clientes, da sociedade e do governo. A preocupação com o meio ambiente veio acompanhando o respeito que a Ingral sempre buscou imprimir em suas ações”, declarou o proprietário, João Depizzol. As indústrias gráficas geram resíduos em seu processo produtivo, principalmente no que se refere a insumos Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:58:22


químicos utilizados para limpeza dos equipamentos e a matérias-primas que não são aproveitadas na produção, como sobras de papel, por exemplo. A Ingral tem contrato com uma empresa que recolhe o lixo químico para sua destinação correta. “Os papéis e outros resíduos recicláveis são encaminhados a uma empresa especializada que faz o intermédio para a reutilização dos materiais. As empresas são escolhidas dentro do seu ramo de atuação conforme a qualidade dos serviços prestados”, conta Depizzol. O custo do processo de destinação não é alto. No que diz respeito a materiais químicos, o volume de resíduos da Ingral é muito pequeno, já que desde 2008 a empresa não utiliza fotolito no processo da pré-impressão. A aquisição de um CTP (computer-to-plate), equipamento que elimina o processo químico, suprimiu a utilização de muitos tipos de insumos químicos. Para o empresário, a nova lei é importante para definir as responsabilidades das empresas, governo e sociedade a

“A Gráfica Ingral utiliza o processo de disposição de resíduos desde 2005, quando implantou o sistema de gestão da qualidade pelo Prodfor” João Depizzol, empresário

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_findes sustentável_WES.indd 45

respeito da geração e tratamento do lixo. “Foi um grande passo para tentar solucionar esse problema que afeta a vida de tantas pessoas. Porém, para que a lei funcione na prática, acredito que seja necessária uma política de maior orientação para as empresas que tenham interesse em legalizar a disposição de seus resíduos”. Depizzol avalia ainda que não é comum a discussão sobre práticas eficazes que possam ser aplicadas em empresas de pequeno porte. “Considero que o custo do recolhimento e do tratamento desses resíduos não seja hoje o principal fator impeditivo para a aplicação da lei. Em minha opinião, os empresários muitas vezes não tomam ações por falta de conhecimento e conscientização para a necessidade da atuação ambiental responsável”, diz o dono da Ingral. Normas administrativas estaduais ou municipais já impõem para alguns setores – pneus, baterias de celular, óleos lubrificantes e embalagens de agrotóxicos – a obrigatoriedade do recolhimento ou recompra de produtos já usados pelo consumidor para reciclagem. A nova Lei de Resíduos Sólidos deixa expressa que a lista de setores que se submeterão à logística reversa ainda poderá ser ampliada, abrangendo “produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e os demais produtos e embalagens”. O que se espera é que a Política Nacional de Resíduos Sólidos seja implantada de forma positiva no médio e longo prazos, mas é necessário que o Governo forneça condições para sua aplicação, por meio da promoção de benefícios às empresas que adotam práticas responsáveis e da orientação e punição justa aos infratores. O problema é que normalmente as leis são criadas sem as condições mínimas de aplicação pelas empresas de menor porte. A inovação dos processos produtivos muitas vezes é suficiente para resolver grande parte dos problemas e todos devem buscar, constantemente, formas criativas e mais eficazes de realizar a sua rotina, procurando atender não só às expectativas legais, mas também às necessidades ambientais de toda a sociedade. Indústria Capixaba – FINDES

45

25/02/2014 11:58:28


FINDES EM AÇÃO

SENAI forma turma de pedreiros e serralheiros no Exército O SENAI-ES entregou o diploma do curso de pedreiro e serralheiro para 30 soldados do Exército.A solenidade aconteceu no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, em 21 de dezembro e contou com a presença do vice-presidente da FINDES para Assuntos do SENAI, Manoel Pimenta; do gerente de Educação e Tecnologia do SESI, SENAI e IEL, Ewandro Petrocchi, e do gerente de Relações com o Mercado, Leonardo Leal. O coronel José Góes comemorou a iniciativa e disse que o objetivo é dar aos jovens condições para que sejam inseridos no mercado de trabalho quando deixarem a Corporação. De acordo com Pimenta, uma das missões do SENAI é levar às pessoas oportunidade de transformação, além de abastecer o mercado com mão de obra qualificada.

Design premiado duranteo ES Mais Profissional Durante a mostra ES Mais Profissional, no dia 24 de novembro, foi realizada a entrega do Prêmio SENAI DesignES aos vencedores. O incentivo visa a aproximar a indústria dos estudantes e designers, além de destacar a importância da profissão como estratégia de inovação no processo industrial. O prêmio foi concedido a estudantes de Design de Produto e Design de Moda e a profissionais da indústria e da indústria moveleira. Ao todo, foram distribuídos R$ 32 mil em prêmios, divididos entre os três primeiros colocados em cada uma das quatro categorias. Em destaque, os vencedores do prêmio nas diferentes categorias e, ao lado, Iomar Cunha e Robson Cardoso na entrega do prêmio a Fábio Marins pelo produto Fruteira Hullboo.

46

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 46

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:59:53


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 47

25/02/2014 11:34:45


entrevista por Jacqueline Vitória

Ricardo Ferraço Depois dos royalties, o Espírito Santo no Senado vai lutar pela reforma tributária. A cada etapa superada, o Estado cresce

“A

gora é pensar no Senado, é trabalhar para defender o Espírito Santo, é trabalhar para colocar o Brasil mais perto da gente, é superar cada um dos nossos desafios para que os capixabas tenham direito à felicidade e possam ter direito a oportunidade compartilhada”. Essas foram as primeiras palavras ditas, após o resultado das eleições de 2010, por Ricardo Ferraço, cachoeirense, que teve 1.553.650 votos, o equivalente a 44,55% do total apurado no Estado. Os capixabas decidiram e ele, até então vice-governador do Estado, foi o mais votado para ocupar uma das duas vagas ao Senado, tendo como seu suplente Sergio Rogério de Castro, 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES). Em entrevista exclusiva para a revista Indústria Capixaba, Ricardo Ferraço se diz um apaixonado pelo Espírito Santo, que tem o prazer extraordinário pelo trabalho e nutre um profundo respeito pelo seu semelhante. Com uma nova bandeira, Ferraço garante que vai lutar pela a reforma do sistema

48

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_entrevista_FB2.indd 48

tributário, uma reivindicação permanente da indústria para aumentar a competitividade das empresas. O senador capixaba quer unir forças para que o Brasil se convença que o petróleo é de todos, mas os royalties são dos que o produzem. Ressalta que irá trabalhar junto à bancada federal capixaba para que o Espírito Santo consiga mais verbas do governo federal. “No meu mandato vou sensibilizar e convencer o Brasil que o Espírito Santo dá uma contribuição extraordinária ao desenvolvimento econômico e social do País”. E, a par de toda a sua experiência, assegura que vai continuar trabalhando muito para que as oportunidades possam ser cada vez mais compartilhadas a um número maior de capixabas. Aos 47 anos, experiente na política e iniciando uma nova jornada na área, hoje como senador tem consciência de que, além de brigar em favor dos seus, ele tem a responsabilidade de colocar a população do Estado numa posição de igual direito e respeito aos demais brasileiros. Veja a entrevista com o senador Ricardo Ferraço. Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:54:02


“Precisamos de uma reforma tributária atenta às necessidades do setor privado, com desoneração dos investimentos e das exportações” Quem é o cidadão Ricardo Ferraço? Eu sou um capixaba apaixonado pelo Espírito Santo que tem no exercício da política uma atividade focada na melhoria da vida das pessoas; que tem muita confiança no Espírito Santo e nos capixabas. Uma das coisas que mais gosto de fazer na vida é trabalhar. Quais os sonhos realizados e quais pretendem realizar na vida? Os sonhos nos movem, não dão força para seguir adiante. Meus sonhos são as minhas metas e sempre procuro alcançálas. Agora, a meta é fazer um bom mandato; participativo, transparente e com respeito aos meus eleitores, que confiaram em mim e me deram a honra de representá-los no Senado Federal. Começou a atuar politicamente quando estudava? Foi aos 18 anos, ainda em Cachoeiro de Itapemirim, que despertei para a vida pública, quando me candidatei e fui eleito vereador. A partir daí, nunca mais me afastei da política e exerci diversos cargos legislativos e executivos. Fui deputado estadual, presidente da Assembleia, deputado federal, vice-governador e secretário de Estado.

Como o senhor viu o processo e as eleições de 2010? O País deu uma grande lição de maturidade política ao eleger uma mulher presidente pela primeira vez. Mas, além do simbolismo que envolve a eleição de Dilma Rousseff, há também o fato de ser uma candidata muito bem preparada e atenta às necessidades dos cidadãos brasileiros. No Espírito Santo, caminhei ao lado do projeto que culminou na eleição do governador Renato Casagrande e no meu mandato de senador. Acredito que o cidadão entendeu que não existem projetos pessoais, mas projetos de construção de um Estado mais justo, igualitário e com oportunidades para todos. A vantagem de ser senador com uma votação expressiva dos capixabas lhe dá a segurança de que as suas propostas políticas são as desejadas pela população? E qual o desafio que deverá enfrentar assim que tomar posse? Na verdade, a votação expressiva me dá é muita responsabilidade na condução do mandato como senador. Os capixabas depositaram em mim as suas expectativas e a minha tarefa é cumprir bem este papel, é retribuir a expressiva votação com trabalho, dedicação e, principalmente, resultados.

A sua formação política veio de berço? E quais as lições que o senhor recebeu de seu pai e pretende passar para seus filhos nesta área? Acredito que a política faz parte da minha vida toda, realmente. Ver meu pai atuando na área pública pode ter sido um dos fatores que me motivaram. Mas acredito que a vontade de participar e de fazer a diferença na militância política também foi mola propulsora para que eu chegasse aonde cheguei. Quanto aos filhos, eles é que vão decidir o caminho a seguir, não há obrigação ou pressão. Acredito que as vocações surgem naturalmente – cabe a nós observálos e motivá-los. Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_entrevista_FB2.indd 49

Indústria Capixaba – FINDES

49

25/02/2014 11:54:07


entrevista

Acredito que os mandatos não são propriedades particulares dos governantes e, desta forma, o maior desafio é conseguir que a minha atuação seja a mais representativa possível da sociedade capixaba, assim como foi ampla a minha votação. Pela sua experiência política, o que falta para que nossa bancada federal e os senadores tenham mais voz ativa dentro do governo federal, para que o Espírito Santo seja contemplado com verbas para as obras de infraestrutura e logística, e outras importantes para o desenvolvimento do Estado? Precisamos convencer o Brasil de que, quando o governo federal amplia seus investimentos no Espírito Santo não é bom apenas para os capixabas, mas para o Brasil. Como senador, quais os projetos prioritários que pretende defender para o Espírito Santo? Um mês após a minha eleição para o cargo de senador, já começamos uma preparação para determinar o foco da minha atuação parlamentar. Em uma reunião de planejamento estratégico, no mês de novembro, recebi autoridades, formadores de opinião, associações, organizações não governamentais e colaboradores para traçarmos essas diretrizes. Posso garantir que a minha principal bandeira é o Espírito Santo, os capixabas. O que eu desejo como senador é defender o nosso Estado; é convencer o Brasil de que não é favor algum investir aqui, porque quanto mais o Brasil investe no Espírito Santo, maior é a nossa capacidade de contribuir com o desenvolvimento econômico e social do País. Vamos dar prioridades aos projetos ligados ao nosso Estado, mas sem perder de vista os interesses nacionais.

Qual é a análise que o senhor faz da atual economia capixaba, e o que precisa melhorar? Em plena crise econômica mundial, o nosso Estado não perdeu a capacidade de investimentos e aplicamos, tanto em 2009 quanto em 2010, mais de R$ 1 bilhão em políticas sociais, programas e projetos nos 78 municípios. O PIB do Espírito Santo também dá demonstrações de que ainda estamos no caminho certo – apesar de uma pequena queda, continua acima da média nacional. Em minha opinião, agora é necessário cuidar bem do nosso desenvolvimento e torná-lo, cada vez mais, sustentável. Inclusive é uma das metas no novo governador fazer chegar à população os resultados positivos dessa pujança econômica que vivenciamos nos últimos anos - e espero contribuir com isso. Quais são os setores de nossa economia que podem ser interiorizadas, para gerar empregos nos municípios e agregar valores nos municípios? Na verdade, precisamos continuar com a tarefa de interiorizar o desenvolvimento do Espírito Santo. Durante muitos anos, os governos se ocuparam de cuidar da Região Metropolitana – isto quando cuidaram - e esqueceu-se de proverem os demais municípios do Estado com serviços de qualidade e com programas regionais de desenvolvimento. Eu acredito muito na criação de polos intermunicipais como forma de organizar e estimular os municípios,

“Não é favor algum investir aqui, porque quanto mais o Brasil investe no Espírito Santo, maior é a nossa capacidade de contribuir com o desenvolvimento econômico e social do país” 50

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_entrevista_FB2.indd 50

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:53:48


“É hora de superarmos todos os desafios que nós temos no Espírito Santo” para que as potencialidades possam aflorar em cada região. Aprendemos que respeitando as sutilezas, apontando os caminhos, traçando metas e fornecendo subsídios, todos os municípios do Espírito Santo se transformam em fontes geradoras de trabalho e renda, além de experimentarem uma verdadeira transformação social, o que mais importa. Como será a relação do senador com o próximo governo federal e estadual? Tenho a convicção de que nos últimos anos o presidente Lula contribuiu muito como parceiro extraordinário do nosso Estado, mas é hora de olharmos para frente, é hora de olharmos para o horizonte, é hora de superarmos todos os desafios que nós temos no Espírito Santo. Vou cobrar do governo federal as melhorias no campo da infraestrutura, onde estão os nossos maiores entraves para o desenvolvimento – como no caso das BRs, do aeroporto e do setor portuário –, que necessitam de investimentos federais com a mais alta urgência. Sobre a política nacional (Lula para Dilma) como vê a transição e o futuro? E sobre a política do Estado (PH e Casagrande), como o senador vê a transição e o futuro? Tivemos a sorte de eleger projetos que representam a continuidade de um trabalho sério e comprometido com

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_entrevista_FB2.indd 51

o bem-estar social, com o desenvolvimento do nosso país, tanto em nível nacional quanto estadual. Acredito que as transições se deram muito naturalmente, já que a maturidade política alcançada por nós nos permite entender que um Estado não para a cada eleição por conta da falta de afinidades políticas – ainda que não seja este o nosso caso. O futuro acredito que seja de consolidação das conquistas e de propor avanços para chegar às metas que não foram alcançadas. Quais as “bandeiras”, na área econômica, o senhor pretende priorizar no mandato como senador? Temos importantes tarefas ainda não concluídas e que merecem a nossa dedicação, como no caso da partilha dos royalties. Após a nossa intensa mobilização, o presidente Lula entendeu que a compensação era importante para os Estados produtores e vetou a proposta de divisão. Agora uma nova caminhada se inicia, no Congresso, onde vamos discutir e votar uma nova proposta, que não represente perdas ao Espírito Santo e Rio de Janeiro. Há também as reformas – da previdência, política e tributária, por exemplo, que já se arrastam há muitos anos e precisam ser votadas. Mas, além de tudo isso, o meu mandato vai trabalhar cada vez mais para sensibilizar e convencer o Brasil de que o Espírito Santo dá uma contribuição extraordinária no desenvolvimento econômico e social do País e merece ser tratado como os demais Estados da federação. Propostas para o setor industrial? Durante a minha atuação como vice-governador tive a responsabilidade de dialogar com diversos setores e, na área industrial, fui um dos responsáveis por uma das mais importantes vitórias: a ampliação do teto do Simples Nacional. Em parceria com o Sistema FINDES, também conseguimos atender à maior parte da agenda de desenvolvimento da indústria proposta pela Federação. Pretendo lutar, agora nacionalmente, pela reforma do sistema tributário, uma reivindicação permanente da indústria para aumentar a competitividade das empresas. Precisamos de uma reforma atenta às necessidades do setor privado, com desoneração dos investimentos e das exportações. Não podemos manter a maior carga tributária do mundo, que desestimula os empresários. Indústria Capixaba – FINDES

51

25/02/2014 11:53:53


INOVAÇÃO

CONPTEC DISCUTE

CRIAÇÃO DE FUNDO ESTADUAL DE INOVAÇÃO

I

novação requer investimento. Desenvolver um novo produto, melhorar processos e definir nova forma de gestão ou de comercialização demanda recursos financeiros. Diante desse desafio, o Conselho de Política Industrial e Inovação (Conptec) da FINDES está discutindo uma proposta para a criação de um fundo estadual de inovação. Para o presidente do Conptec, Luciano Raizer, uma das razões que motiva a criação do fundo é a falta de preparo do atual sistema bancário para financiar a inovação.“Sinceramente, não vejo muito interesse dos bancos em financiarem. Para se ter ideia, cerca de 80% dos financiamentos liberados pelos bancos para as empresas são de capital de giro, que custam caro, não têm carência e os prazos para pagamento são curtos”, disse. Raizer também explicou que não existem linhas de crédito específicas para inovação nem formas viáveis de financiamento. Outra dificuldade é que os editais do governo para uso dos recursos públicos destinados a investimento em inovação são insuficientes e, muitas vezes, não se apresentam como a alternativa mais adequada. A pergunta que fica é: como uma empresa, especialmente as micro, pequenas e de médio porte, pode financiar seus projetos inovadores? Diante do quadro em que se encontram as empresas que necessitam de recursos para viabilizarem seus projetos,o Conptec iniciou a elaboração da proposta para a criação de uma alternativa de investimento em inovação no Espírito Santo. A ideia seria iniciar o fundo com recursos do Governo do Estado. “Parte dos royalties de petróleo poderiam ser direcionados para esse fundo. As grandes empresas poderiam também fazer parte, sendo compensadas com a redução do pagamento de impostos”, esclareceu o presidente. “Até mesmo recursos privados, do tipo venture capital, poderiam financiar determinadas inovações”. Para operar o fundo, seria preciso constituir uma comissão composta por representantes do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Sebrae, FINDES, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto 52

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_inovação Comptec_AND.indd 52

“Até mesmo recursos privados, do tipo venture capital, poderiam financiar determinadas inovações” – Luciano Raizer, presidente do Conptec

Federal do Espírito Santo (Ifes), Federação do Comércio e Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), Federação das Empresas de Transportes (Fetransporte), Feagro e Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes). Luciano Raizer explica ainda que a grande questão é a quem dirigir os recursos. “Penso que a verba poderia ser destinada a empresas capixabas que precisam adotar uma gestão inovadora, elaborando ou defendendo um projeto que siga uma linha estratégica de interesse no Espírito Santo, em determinados segmentos. É necessário focar em ações contundentes”, disse. Uma das propostas seria criar um significativo polo de empresas de tecnologia de informação, com aplicação de recursos em serviços via internet ou sistemas voltados para micro e pequenas empresas. “Seja para a indústria de cosmético, para explorar recursos do mar, aplicar em aço ou na indústria criativa, o importante é focar em uma linha de relevância para o Espírito Santo”. O próximo passo da discussão do Conptec será a realização de um evento que aborde o futuro tecnológico do Estado para tratar questões como a possibilidade de se alinhar às grandes empresas dos setores economicamente mais fortes, como mineração, siderurgia e celulose, ou voltar-se para os setores tradicionais, como café, rocha, metalmecânica e alimentos, ou ainda focar nos estudos do mar e da Mata Atlântica. Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:55:59


INOVAÇÃO

Recém-criado Inova-ES premia empresas capixabas com práticas inovadoras

M

icro, pequenas e médias empresas agora contam com mais um incentivo para se tornarem inovadoras. Trata-se do Prêmio Capixaba Anual de Inovação, o Inova-ES, uma parceria entre FINDES, Bandes, Sebrae-ES, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes). O Inova-ES vai contemplar seis projetos diferentes em duas categorias, para três faixas distintas de empresas. As categorias são “Inovação Socioambiental” e “Inovação em Produtos e Serviços” e as faixas são “micro”, “pequenas” e “médias empresas”. O melhor colocado em cada faixa vai receber um prêmio de R$ 15 mil.

“Vamos conceder troféus e um selo digital de inovação atestando a capacidade inovadora da empresa”, explicou Buffon

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_inova ES_AND.indd 53

De acordo com o gerente de Inovação do Sistema FINDES, Iomar Cunha, a cada ano, uma das instituições parceiras será a responsável pela elaboração da premiação. Neste ano, a gestão do Prêmio vai ficar por conta do Bandes. Segundo o diretor-presidente do banco, José Antônio Bof Buffon, a verba da premiação é um incentivo a ser investido em projetos e programas inovadores implantados pelas empresas. “Também vamos conceder troféus e um selo digital de inovação atestando a capacidade inovadora da empresa, que poderá, inclusive, ser utilizado em suas campanhas publicitárias”, explica Buffon. O vice-presidente da FINDES e coordenador do já implantado Inova Findes, Sergio Rogerio de Castro, destacou a importância da parceria entre agentes públicos e privados para a garantia do sucesso do novo Prêmio. “Ficamos muito felizes por esta ser uma ação capaz de tornar as organizações inovadoras. Além disso, o Prêmio conscientiza sobre a importância da inovação e consolida no mercado as empresas que a praticam”, diz. As empresas poderão inscrever projetos e programas de janeiro a abril de 2011. As informações sobre a inscrição e o regulamento estão disponíveis no site www.inovasistemafindes.org.br. A previsão é de que a cerimônia de entrega da primeira edição do Prêmio ocorra em junho. O Prêmio Capixaba Anual de Inovação foi lançado no dia 10 de dezembro, no auditório do FINDES, em Vitória. Na ocasião, Sergio Rogerio de Castro; o diretor-técnico do Sebrae, Benildo Denadai, e o presidente da Fapes, Aureliano Nogueira, assinaram o termo de compromisso de criação do Prêmio. Indústria Capixaba – FINDES

53

25/02/2014 11:56:20


FINDES EM AÇÃO

Cindes Jovem apoia ações de empreendedorismo O CINDES Jovem aderiu à Semana Global do Empreendedorismo e apoiou a realização do Painel Gestão Moderna e Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias, que aconteceu no campus da Universidade Estácio de Sá de Vila Velha no dia 16 de dezembro. O palestrante foi Luís Carlos Ridolphi, diretor técnico da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem do Espírito Santo (CbmaeES) e coordenador da Empresa Júnior da Estácio de Sá. Ele apresentou uma proposta de se reconhecer nos MESCs (Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias) ferramentas importantes para a atividade empresarial, em especial as micro e pequenas empresas, que, mais do que as grandes, não conseguem suportar a demora na solução de suas controvérsias, especialmente os créditos pendentes de recebimento por dissenso contratual. O diretor-executivo do CINDES Jovem, Robson Brandão Neves, e o diretor-adjunto jurídico do CINDES Jovem, Vitor Lomba, representaram a instituição durante o evento. A Semana Global do Empreendedorismo é um movimento realizado simultaneamente em 102 países para fomentar a O diretor-executivo do CINDES Jovem, Robson Brandão Neves, e o diretor-adjunto capacidade empreenjurídico do CINDES Jovem, Vitor Lomba, junto dedora, a criatividade com o palestrante Luís Carlos Ridolphi e a inspiração.

Sindirepa capacita mão de obra O Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo) promoveu, nos dias 8 e 9 de novembro, o curso “Especialista em Suspensão”, no SENAI de Vitória. O curso faz parte da mobilização do sindicato para capacitar profissionais do setor de reparação.

Burocracia e tributos excessivos entravam a expansão das MPEs O presidente da FINDES, Lucas Izoton, ministrou o painel “Como estimular o empreendedorismo e fortalecer as pequenas empresas”, realizado no dia 1º de dezembro, em São Paulo, dentro da programação do 5º ENAI - Encontro Nacional da Indústria, onde foram discutidos os motivos da dificuldade de crescimento das micro e pequenas empresas no Brasil. E uma das respostas de Izoton deu “ibope”: “Por que o segmento da economia que representa 99% das empresas nacionais e é responsável por 43,7% dos postos de trabalho no setor industrial gera apenas 20% do PIB?”, foi a pergunta. A resposta de Lucas - “Passa pelo excesso de burocracia, falta de inovação, cobrança excessiva de impostos e dificuldade de acesso ao crédito” – gerou uma salva de aplausos para o palestrante.

Seminário Com o intuito de debater as melhores práticas na gestão de projetos nos empreendimentos industriais, o PDF – Programa de Desenvolvimento de Fornecedores realizou o 1º Seminário de Gerenciamento de Projetos, no dia 10 de novembro, no auditório do Sindifer. A programação do evento contou com apresentações sobre a experiência capixaba em projetos de papel e celulose, de termoelétricas e em projetos da ArcelorMittal Tubarão.

Prodfor promove o 13º evento de certificação Pelo 13º ano consecutivo, a Federação das Indústrias, através do IEL-ES e das mantenedoras do Prodfor (Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores), certificaram as empresas que, durante o último ano, buscaram aprimorar seus processos organizacionais para melhor atender às exigências de qualidade do mercado local e nacional. Este ano, 30 empresas foram certificadas, 21 delas pelo sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF), cinco no Sistema de Gestão Ambiental (SGA), duas no Sistema de Gestão Saúde e Segurança no Trabalho (SGSST), e duas no Sistema de Gestão Financeira, Fiscal e Trabalhista (SGFFT). A abertura do evento foi feita pelo superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, que destacou a importância do programa para o desenvolvimento da cadeia produtiva capixaba. Segundo o vice-presidente da FINDES para Assuntos do IDEIES, Luciano Raizer, o Prodfor é um instrumento que permite que empresas de pequeno porte, de vários ramos, se modernizem e busquem uma forma melhor de gestão. 54

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 54

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:01:37


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 55

25/02/2014 11:34:54


SAÚDE por Jacqueline Vitória

SAÚDE É BEM-ESTAR,

E PROPORCIONAR BEM-ESTAR É COM O SESI-ES

É

fato que investir em campanhas de prevenção e promoção de saúde evita doenças e acidentes, que causam absenteísmo e geram prejuízos para a produção. Por isso, o SESI-ES oferece diversos programas para empresários e trabalhadores que se preocupam com seu estilo de vida e buscam viver bem. A entidade, segundo a gerente da Divisão de Saúde, Adriana Freitas Coelho Carvalho, oferece ferramentas para que as empresas encontrem o equilíbrio entre expectativas e prioridades, desafios e limites dos trabalhadores. Pesquisas diversas mostram que a forma como se vive passou a ser um dos fatores determinantes da saúde. Por isso é tão importante investir no estilo de vida. “E não há dúvida de que pessoas saudáveis superam mais facilmente os desafios. O velho ditado de que ‘é melhor prevenir do que remediar’ está cada dia mais presente dentro das empresas”, disse Adriana. Ambientes de trabalho seguros e saudáveis têm impacto direto

“A adoção de um estilo de vida saudável traz benefícios em qualquer época da vida, inclusive para aqueles que já têm alguma doença crônica” – Adriana Freitas Coelho Carvalho, gerente da Divisão de Saúde - SESI/ES

56

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_Saúde_Sesi_CS.indd 56

na produtividade, pois não existe indústria saudável sem que cada trabalhador adote comportamentos preventivos. Mas implementar um programa de bem-estar e qualidade de vida é uma tarefa complexa, admite a gerente. Passa por diferentes etapas de um processo gradual e implica reflexão sobre quais serão as áreas abordadas - o que, por sua vez, requer delinear o conceito e identificar os objetivos e expectativas da empresa com o programa. O Programa Indústria Saudável do SESI-ES, que tem como objetivo promover a qualidade de vida do trabalhador e o crescimento da empresa, oferece gratuitamente às indústrias o Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida, a partir do qual a empresa pode direcionar suas ações com foco nas características específicas de seus trabalhadores. Como complemento, o SESI também oferece às indústrias campanhas preventivas, como a Campanha de Segurança e Saúde no Trabalho e a campanha “De bem com a vida”, nas quais cartilhas, vídeos, músicas e folhetos são entregues gratuitamente às empresas para que estas sensibilizem seus empregados para os temas. As ações preventivas abrangem ainda palestras e treinamentos em Segurança e Saúde no Trabalho e o Programa SESI Ginástica na Empresa. Quando o assunto é bem-estar, os relacionamentos, inclusive no ambiente de trabalho, não podem ficar de fora. Estudos revelam que bons relacionamentos até aumentam a expectativa de vida! Relacionar-se bem também traz grandes resultados no ambiente profissional, como maior facilidade na execução de tarefas desafiadoras. O companheirismo ajuda a desempenhar funções com muito mais autoconfiança, além de aumentar a criatividade e a vontade de trabalhar. Isso sem falar no clima de harmonia e bom humor que fica no local de trabalho. Bons relacionamentos são fonte de alegria e energia, e elas são contagiantes! Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:06:02


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 57

25/02/2014 11:34:59


FINDES EM AÇÃO

Prêmio IEL de Estágio O Espírito Santo conquistou o 3º lugar no Prêmio IEL de Estágio – edição nacional, na categoria Micro e Pequena Empresa. O estudante contemplado foi Leon Moreti de Souza, da Faesa, estagiário da Chronus Tecnologia e Automação Ltda. A empresa e a instituição de ensino receberam troféus e certificados, e o estudante, um netbook, além do certificado. Em sua quarta edição, a ação tem por objetivo premiar as melhores práticas de estágio de nível técnico e superior. Além disto, a proposta é identificar os profissionais do futuro, incentivar a responsabilidade social e divulgar o empreendedorismo e a inovação. A cerimônia aconteceu na sede da CNI, em Brasília, em novembro.

Na capital nacional do calçado Altamir Martins, presidente do Sindicalçados (Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo), esteve em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Ele visitou o Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins para buscar informações e conhecer as experiências gaúchas, que servirão de inspiração para a Escola de Corte e Costura voltada para o setor calçadista a ser implantada em Cachoeiro do Itapemirim. E os empresários do segmento de calçados estão otimistas com o final de 2010 e o início de 2011. É que o período é um dos mais lucrativos do ano. De acordo com Altamir Martins, a expectativa é de que as vendas aumentem mais de 15% em comparação ao mesmo período de 2009. Ele afirma que nas fábricas capixabas o ritmo de produção está acelerado e o crescimento em relação a 2009 é de 24%.

Eficiência energética é tema de seminário em Vitória Promover a difusão do conhecimento sobre eficiência energética foi uma das propostas do “Seminário Eficiência Energética na Indústria”, que aconteceu em novembro no SESI de Jardim da Penha, em Vitória. O evento foi realizado pelo SESI e Instituto de Desenvolvimento Industrial do Estado do Espírito Santo (IDEIES), entidade do Sistema FINDES, e reuniu especialistas dos cenários estadual e nacional, entre eles o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Hamilton Moss de Souza; o chefe da delegação brasileira no PC242 Gestão de Energia da ISO / ICA (Institute of Copper Association), Alberto Fossa; o vice-presidente do Conselho Superior de Infraestrutura da FINDES, Nélio Borges; e o coordenador de Projetos de Eficiência Energética e Uso de Gás Natural do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Fabrício Dantas. Além das palestras, os participantes conferiram uma exposição de máquinas e equipamentos voltados para a área de eficiência energética. Participaram da exposição as empresas Weg Motores, EDP Escelsa, CPFL Energia e a Econvix - Programa Energia Legal.

Rota Imperial no 2º Encontro Internacional do Vinho 2010 O Hotel Ilha do Boi foi palco, pela primeira vez, do Encontro Internacional do Vinho, que aconteceu dos dias 4 a 6 de novembro. Um dos estandes que chamou a atenção foi o do Instituto Rota Imperial (IRI),que divulgou a rota turística das montanhas capixabas.Repleta de pousadas, cantinas e restaurantes, a região oferece os melhores vinhos aos visitantes que irão conhecer a estrada por onde passou o imperador Dom Pedro II com sua comitiva a caminho das minas de ouro, em Minas Gerais.

Panificadores otimistas Os panificadores capixabas ficaram otimistas com as vendas de fim de ano. A expectativa é de que o volume tenha aumentado cerca de 5% em relação ao mesmo período de 2009. Para o presidente do Sindipães, Flávio Bertollo, os produtos artesanais alavancam as demandas na época. Segundo a Abip (Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria), as padarias que oferecem maior mix de produtos e serviços durante as semanas de Natal e Ano Novo registram altas de 20% a 30% nas vendas. Para atender a essa demanda, foram criadas cerca de 200 vagas no Estado. A comercialização de produtos variados, como panetones, chocolates, tábuas de frios, pães diferenciados e até ceias completas, é outro fator que incrementa os negócios. Durante o período de verão e férias, o sindicato acredita no incremento das vendas do setor.“Preparamos uma ampla diversidade de produtos para satisfazer os consumidores e incrementar as vendas no Estado”, ressalta Flávio Bertollo. 58

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 58

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:01:42


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 59

25/02/2014 11:35:05


fatos em fotos

Sistema FINDES e Governo do ES promovem a mostra ES Mais Profissional O IEL-ES, o SESI, o SENAI e a Sedu realizaram a primeira mostra capixaba interativa sobre as principais tendências do mercado de trabalho profissional no Espírito Santo. De 22 a 27 de novembro, no Pavilhão de Carapina, Serra, a ES Mais Profissional recebeu a visita de cerca de 35 mil estudantes de todas as regiões do Estado. Durante o evento, aconteceram programações paralelas, como o lançamento do livro “Passando o Bastão: Sucessão Familiar nas Pequenas e Médias Empresas”, de André Gomyde Porto. 1 – Manoel Pimenta, Lucas Izoton, Paulo Hartung, Renato Casagrande, Haroldo Corrêa Rocha, Luis Fernando Spelta e Sergio Rogerio de Castro ao lado do Professor Virtual. 2 – Entre autoridades e empresários, Lucas Izoton verifica as inovações da feira. 3 – Apresentação de Dança das Profissões. 4 – Recepção dos estudantes na feira. 5 – Estudantes visitam os estandes. 6 – Oficinas marcaram a programação. 7 – Em lançamento de seu livro, André Gomyde Porto ao lado de Leonardo Castro e Domingos Ricca. 8 – Em discurso de abertura, Lucas Izoton. 9 – Ao lado, imagens gerais do evento.

2

3

1

6

4

7 60

5 Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_fatos em fotos_AND 2.indd 60

8 Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:02:43


9

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_fatos em fotos_AND 2.indd 61

Indústria Capixaba – FINDES

61

25/02/2014 12:02:47


1 FINDES realiza almoço para imprensa

3

2

4

A Federação das Indústrias realizou seu tradicional almoço com a imprensa e apresentou o balanço da economia capixaba nos últimos seis anos. O evento aconteceu no cerimonial MS Buffet, em Vitória. 1 – Jornalistas homenageados: Salomé Pedracine, Denise Zandonadi e Eustáquio Palhares. 2 – Coletiva de imprensa com Lucas Izoton. 3 – Hélcio Rezende e o atual presidente da FINDES em entrega do prêmio a Eustáquio Palhares. 4 – Lucas Izoton entre convidados e homenageados.

1

2

3

Prodfor certifica empresas A noite de 14 de dezembro foi especial para 30 empresas capixabas que receberam a certificação inicial do Prodfor. A cerimônia foi realizada no Centro de Convenções de Vitória. 1 – Membros do Comitê Executivo do Prodfor. 2 – Representantes das 30 empresas certificadas pelo Prodfor. 3 – Benildo Denadai, entre Fábio Dias, Manoel Pimenta e Luciano Raizer. 4 – Fábio Dias fala sobre a importância da qualificação e dá boas-vindas às certificadas.

62

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_fatos em fotos_AND 2.indd 62

4 Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 12:02:51


FINDES EM AÇÃO

Encontro Renato Casagrande, quando ainda estava na condição de senador, acompanhou um grupo de empresários do setor cafeeiro, no dia 8 de dezembro, em um encontro com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi. Em pauta, a solicitação da suspensão da Instrução Normativa nº 16 (IN 16), que regulamenta as características do café torrado e moído. Também participaram do encontro diretores da Abic e deputados e senadores de Minas Gerais e São Paulo.

Mais verba para a capacitação profissional no Espírito Santo Foi aprovado o orçamento de R$ 3,49 bilhões para o Sistema SENAI em todo o Brasil para 2011. A entidade deve fechar 2010 com índice de 53% de gratuidade nos cursos oferecidos, beneficiando diretamente os jovens que iniciam a vida profissional. A receita do SENAI-ES salta de R$ 52,6 milhões em 2010 para R$ 57,4 milhões este ano, um crescimento de 9,11%. O aumento vem em boa hora e deverá ampliar ainda mais o mutirão de qualificação profissional promovido pela entidade no Espírito Santo. Vale lembrar que o Estado deve receber R$ 130 bilhões em investimentos nos próximos 10 anos somente na indústria, e que deve gerar cerca de 150 mil postos de trabalho diretos. Contudo, um dos principais gargalos para suprir esta enorme demanda é justamente a necessidade de qualificar trabalhadores para tal.

Comemorações e eXPECTATIVAS Para comemorar os bons números de 2010 e os projetos que tem desenvolvido, o Sinvesco (Sindicato das Indústrias de Vestuário de Colatina e Região) realizou, no dia 21 de novembro, uma festa de confraternização. No evento, a nova diretoria do sindicato foi empossada. Os empresários capixabas do segmento estavam otimistas com as vendas do final de ano. A previsão é de um acréscimo de cerca de 15% em relação ao mesmo período de 2009. José Carlos Bergamim, diretor do Sinconfec (Sindicato da Indústria de Confecções em Geral do Espírito Santo), destacou que a confiança na economia e a chegada do verão, estação mais quente do ano, contribuem para o aumento nas vendas. “A estabilidade financeira, aliada ao calor, contribui para as pessoas viajarem mais e isso acaba gerando aumento na venda de roupas e acessórios”, avaliou. Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_FINDES EM AÇÃO_AND_WES.indd 63

Senai forma pedreiros em Domingos Martins O SENAI realizou, no dia 15 de dezembro, a formatura da primeira turma de pedreiros na comunidade de Alto Galo, em Domingos Martins. Foram 19 pessoas capacitadas no curso, que teve duração de 160 horas. Os alunos tiveram noção de gestão, segurança do trabalho, meio ambiente, dentre outras disciplinas. A maioria era formada por trabalhadores rurais, que estudavam das 18 às 22h, como Gilberto Lutzke, 48 anos, que é agricultor e já atua como pedreiro há 15 anos. “Aprendi coisas totalmente novas. Agora posso calcular uma obra, ler a planta e garantir que chegarei até o fim”, disse. As aulas foram ministradas no estabelecimento comercial de Itamar Lampia, onde a turma pôde praticar construindo os banheiros do local e uma fossa séptica biodigestora, que não permitirá o contato dos dejetos com o lençol freático. O vice-presidente da FINDES para Assuntos do SENAI, Manoel Pimenta, comemorou mais essa conquista da instituição. “Uma das orientações da Federação é a interiorização do desenvolvimento e essa ação do SENAI-ES está totalmente de acordo. O SENAI mais uma vez leva oportunidade de transformação às pessoas”, afirmou.

Primeira turma de pedreiros na comunidade de Alto Galo, em Domingos Martins

IBGE aponta crescimento da indústria Os mais recentes dados divulgados pelo IBGE revelam que a indústria brasileira cresceu 11% nos últimos 10 meses de 2010. E a economia do Espírito Santo bateu em 26%, o que representa crescimento acima do dobro da média nacional. O presidente da FINDES, Lucas Izoton, destacou recentemente um dado preocupante: dos cerca de R$ 8 bilhões que o Espírito Santo gerou de arrecadação para o governo em 2009, apenas R$ 3,75 bilhões retornaram aos municípios e ao Estado como um todo. “Somos o Estado mais globalizado do País e, ao mesmo tempo, recebemos poucos investimentos federais em nossa infraestrutura”, questionou. Indústria Capixaba – FINDES

63

25/02/2014 11:59:39


cursos e cia

Cursos de qualificação também no interior do Estado O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, e as empresas mais criteriosas com relação às pessoas que contratam. Isso não é nenhuma novidade neste tempo em que formação faz toda a diferença. Com o fortalecimento da economia, as empresas crescem e os Estados atraem novos investimentos. Nesse ciclo, o profissional bem preparado consegue aproveitar toda e qualquer oportunidade que surgir. Por isso, o Instituto Euvaldo Lodi no Espírito Santo (IEL-ES) oferece programas de qualificação não apenas na capital do Espírito Santo, mas também em regiões do interior, promovendo capacitação e comodidade aos profissionais onde quer que eles estejam. A diretora da Leite Ziviani Indústria e Comércio, Anselma Leite Ziviani, que trabalha e mora em Linhares, região norte

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS senai - 2011 CURSOS SENAI 2011 Curso Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico

01/02 a 31/03/2011 de 07/02/ a 24/02

Soldador a Arco Elétrico Processo MAG

18/01 a 30/03/2011

Eletricidade Básica

07/02 a 25/02

Revit Básico

24/01 a 04/02

Técnico em Logística NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

14/02 a 18/02/2011 07/02/2011 05 a 19 de março

Funileiro

07/03 a 27/09

Eletricista Instalador Industrial

07/02 a 17/05

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_cursos_AND.indd 64

do Estado, participou do curso de Gestão Empresarial para Micro e Pequenas Empresas, oferecidos pelo IEL-ES. “O curso trouxe muito experiência de aprendizagem, abordando todos os temas importantes para a área, e agregando conhecimento”, avalia Anselma. Para ela, o curso despertou a percepção do mercado e a importância de uma boa gestão. “Este curso liderou todos os sentidos e me fez

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS IEL - 2011 JANEIRO 2011

NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

Operador de Elevador de Obra

64

Período

Anselma Ziviani fez o curso de Gestão Empresarial para Micro e Pequenas Empresas do IEL-ES, em Linhares

Curso

Período

Gestão Eficaz do Tempo

24 e 25/01/2011

Avaliação de Desempenho por Habilidade e Competência Para Otimização de Resultados

25 a 27/01/2011

Sucessão Familiar – Programa de Desenvolvimento Empresarial para atuação em Organizações Familiares

28/01 e 26/03/2011

Programa de Capacitação em Gestão da Qualidade – Turma XII

28/01 a 02/07/2011

Desenvolvendo as Habilidades do Supervisor como Líder de Pessoas

31/01 a 03/02/2011

Formação de Auditor Interno da Qualidade

31/01 a 03/02 e 04/02/2011

Jan/Fev/2011 – nº 293

25/02/2014 11:47:58


MARÇO 2011

FEVEREIRO 2011 Curso

Período

Contabilidade para Não Contadores

07 a 10/02/2011

Cálculos Trabalhistas

07 a 11/02/2011

Programa de Desenvolvimento de Supervisores e Líderes – Turma II

12/02 a 26/03/2011

Atender com Foco no Cliente

14 a 17/02/2011

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

14 a 17/02/2011

Alterações Ocorridas na Legislação TrabalhistaPrevidenciária-FGTS/GFIP

15/02/2010

Formação de Auditor Interno da Qualidade

21 a 24 e 25/02/2011

Transformando Chefes em Líderes

26 a 30/07/10

Técnicas Modernas de Compras

28/02 a 03/03/2011

Reclamações – Como Tratar e Fidelizar Clientes

08 a 11/02/2010

Programa de Capacitação em Gestão da Qualidade – Turma XII

28/01 a 02/07/2011

Desenvolvendo as Habilidades do Supervisor como Líder de Pessoas

31/01 a 03/02/2011

Formação de Auditor Interno da Qualidade

31/01 a 03/02 e 04/02/2011

ver de forma bem ampla como uma empresa pode crescer, a partir de uma boa administração”, explica. O gerente financeiro da Docelar Móveis, Fabiano Senegheti, também de Linhares, foi um dos beneficiados

Curso

Período

Organização de Almoxarifados

01 a 04/03/2011

Capacitação para Supervisores de Estágio

14 a 17/03/2011

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

14 a 17/03/2011

Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas

14 a 18/03/2011

Auditoria Trabalhista Identifique as fragilidades contratuais trabalhistas existentes na empresa e evite o passivo trabalhista

17/03/2011

Homolognet - Novas regras para homologação da rescisão do contrato de trabalho

18/03/2011

Programa de capacitação para gerentes das pequenas e médias empresas – Turma VII

18/03 a 20/08/2011

pela facilidade e comodidade de fazer uma formação do IEL-ES em sua cidade. Para ele, poder participar de um curso de qualificação sem precisar se deslocar para outro município é um grande incentivo para os profissionais. “Linhares está crescendo muito, e o IEL-ES tem investindo em ótimos cursos. É muito bom poder fazer uma capacitação na própria cidade; poupa tempo e nos deixa bastante motivados”, avalia o gerente. Depois desse curso, Senegheti pretende fazer outras formações ainda neste ano. O gerente destaca que os treinamentos realizados no interior do Espírito Santo atraem um grande número de alunos, apresentando a mesma qualidade de outras unidades do Instituto no Espírito Santo.

Informações e inscrições: Edifício FINDES – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • SESI Jardim da Penha – Tel: (27) 3334-7300 • Fucape – Tel: (27) 4009-4444 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br • SENAI Cachoeiro – Tel: (28) 3522-4015 • SENAI Linhares – Tel: (27) 3371-2389 • SENAI Colatina – Tel: (27) 3721-4017 • SENAI Civit: Tel: (27) 3298-7800 • SENAI Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • SENAI São Mateus – Tel: (27) 3767-9343 • SENAI Vila Velha – Tel: (27) 3399-5800 • SENAI Anchieta – Tel: (28) 3536-3088 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br.

Jan/Fev/2011 – nº 293

Findes_293_cursos_AND.indd 65

Indústria Capixaba – FINDES

65

25/02/2014 11:48:04


artigo

Ampliar a competitividade é estratégia nacional Sem competitividade, o Brasil não vai avançar num mercado globalizado, sob pena de ser ultrapassado por outros países

A

indústria inicia o ano e o novo governo com a perspectiva de que serão marcos para consolidar as bases de um outro patamar de desenvolvimento. Para isso, a agenda da competitividade, que sempre esteve presente nas prioridades da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, tem de extrapolar as preocupações do empresariado para se tornar agenda da sociedade, do governo, enfim, do próprio País. Dar um salto na competitividade é uma questão de estratégia nacional por uma razão objetiva: sem competitividade, o Brasil não irá avançar num mercado globalizado, de concorrência extremamente acirrada. Temos, hoje, além da emergência de novos países fortemente competitivos, como China e Índia, um ambiente externo conturbado, com a crise das finanças públicas na Europa e o desemprego nos Estados Unidos desvalorizando suas moedas e tornando a concorrência global feroz. É vital, portanto, melhorar nossa capacidade de competir, sob pena de o País ser ultrapassado na corrida pelo desenvolvimento sustentado. Ficar para trás em competitividade significará a perda de mercados externos duramente conquistados, menor geração de emprego e renda e risco de retrocesso em várias conquistas, como uma distribuição de renda menos perversa, maior mobilidade social e redução

da pobreza. Tudo isso pode ser jogado fora – e rapidamente – se não houver urgência em tornar a economia brasileira mais competitiva. Para dar saltos na competitividade, temos de superar uma dúzia de gargalos - mantidos, a maioria deles, por um corporativismo retrógrado. O diagnóstico é conhecido. Foi detalhado com precisão no documento “A Indústria e o Brasil – Uma agenda para crescer mais e melhor”, elaborado pela CNI a partir de ampla discussão com o empresariado, e debatido pela presidente eleita Dilma Rousseff com os então pré-candidatos José Serra e Marina Silva, em maio último. É necessário vencer a excessiva e burocrática tributação; superar a má qualidade da educação; limitar os gastos públicos, crescentes e mal aplicados; modernizar uma legislação trabalhista arcaica, que inibe a geração de empregos; atualizar as regras da Previdência Social, que ignora as mudanças na estrutura etária da população, e melhorar uma infraestrutura precária e onerosa, responsável por custos insuportáveis das empresas. Em seguida, é preciso ir além, promovendo também mudanças na legislação política, que eleva o custo de tomada de decisões sobre o ambiente de negócios. Além disso, estabelecer marcos regulatórios seguros e eficazes e fortalecer a autonomia das agências reguladoras são também elementos de uma política de desenvolvimento amplo. É chegada a hora, enfim, das reformas estruturais, para remover os obstáculos à fundamental ampliação da competitividade. Como mencionei em discurso de posse da nova diretoria da CNI, em novembro, o País tem um compromisso inadiável com estas reformas, que vêm sendo postergadas há décadas. Recuarmos diante das inegáveis dificuldades de sua realização será retroceder ante a oportunidade de consolidar as bases de uma nação desenvolvida. Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

66

Indústria Capixaba – FINDES

Findes_293_artigo_Robson_WES.indd 66

Jan/Fev/2010 – nº 293

25/02/2014 11:45:52


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 67

25/02/2014 11:35:14


Findes_293_ANUNCIOS_AND.indd 68

25/02/2014 11:35:18


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.