Revista da Indústria Capixaba n° 312

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Maio 2014 • Distribuição gratuita • nº 312 • IMPRESSO

Energia Norma previne empresas contra risco de apagão E mais: Marcos Troyjo, Escola Móvel, cadernos regionais, o desafio da economia Findes_312_Capa3 cidade_FB.indd 1

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Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de Brito Diretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benizio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogerio Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza Vieira Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriais Titulares: Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir Rossi, Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam Pessotti Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: aguardando indicação Sesi/DN Suplente: aguardando indicação Sesi/DN Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano Raizer Moura Suplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta Neto Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Ministério da Educação Titular: aguardando indicação do MEC Suplente: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz Guerra Suplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

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Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Paulo Alfonso Menegueli, Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Helcio Rezende Dias Conselho de Administração: Adir Comércio, Almir José Gaburro, Álvaro José Bastos Miranda, Antônio César de Andrade, Augusto Henrique Brunow Barbosa, Benildo Denadai, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, Dário Fernando Figueira Cruz, Durval Vieira de Freitas, Edson Fernando Sartório, Eduarda Buaiz, Emílio Walace Bicalho Nemer, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Francisco Rodrigues Rocha, Gilber Ney Lorenzoni, João Carlos Pedroza da Fonseca, João do Carmo, José Angelo Mendes Rambalducci, José Carlos Bergamin, Leonardo Jordão Cereza, Luiz Cláudio Nogueira Muniz, Maria Ângela Demoner Colnago, Mario Sérgio do Nascimento, Neviton Helmer Gasparini, Otacílio José Coser Filho, Patrícia Tristão Carvalho de Mendonça, Paulo Ferreira Alencar, Renato Bragança Domingues, Roberto Anselmo Kautsky Junior, Robson Brandão Neves, Romário José Correa de Araújo, Rusdelon Rodrigues de Paula, Sânte Dassie, Solange Maria Nunes Siqueira, Uriel Barcellos, Valdecir Torezani, Wanessa Nascimento Santos Buzatto, Wellington Simões Villaschi Filho Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos Guerra Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio Malanquini Membro Representante do Setor Industrial: Benizio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro representante do Sebrae-ES: Ruy Dias de Souza Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-regional: Marcos Guerra Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos Superintendente: Fábio Ribeiro Dias

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Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur Metropolitana Suplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos Reggiani Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel Mendonça Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Paulo Roberto Almeida Vieira Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcilio Rodrigues Machado Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg Rodrigues Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Política Urbana (Copurb) Presidente: Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges

Diretorias Regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider Kunsch Diretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol Neto Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio Giacomin Diretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José Carnieli Núcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Adenilson Alves da Cruz Diretores para Assuntos Específicos e das Entidades Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani Diretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider Kunsch Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro Duenas Diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretor para Assuntos do IEL: Benizio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso Menegueli Diretor para Assuntos do IRI: Marcos Guerra Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: José Domingos Depollo Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Houberdam Pessotti Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Almir José Gaburro Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: José Bráulio Bassini Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros Sinvel: Atílio Guidini | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

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SUSTENTÁVEL O risco de apagões trouxe incertezas para as indústrias. Para auxiliar as empresas neste momento, o Conerg divulgou uma nota técnica em que recomenda medidas preventivas, entre elas a adoção da norma ISO 50.001. Nesta edição, você vai conhecer melhor o que é essa norma e como implantá-la em sua empresa, usufruindo de seus benefícios.

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ENTREVISTA

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CENÁRIO

Economista, cientista político, professor-conferencista e colunista de um grande jornal brasileiro, Marcos Troyjo fala a respeito da economia mundial, a ascensão dos países dos Brics e como o Brasil poderá ocupar um lugar de mais destaque nas relações internacionais contemporâneas.

A despeito das previsões mais pessimistas, o mercado de trabalho está aquecido, e as atividades industriais e comerciais apresentam números positivos no Espírito Santo. Confira o panorama do desenvolvimento do Estado, em momento de PIB e investimentos em alta.

36 INTERIORIZAÇÃO

58 CASO DE SUCESSO

Uma iniciativa capaz de levar às cidades do interior uma estrutura que oferece o portfólio de cursos e produtos do Sesi/Senai. Esse é o projeto Escola Móvel, desenvolvido para ser um ambiente de ensino e que propicia diversas opções de formação e capacitação profissional. 6

O empresário Cláudio Rezende conta como conseguiu transformar uma pequena indústria de produção artesanal de leite, em Montanha, numa empresa de referência para o mercado local que tem se expandido para algumas cidades da Bahia e Estados da Região Nordeste.

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Maio 2014 • Distribuição gratuita • nº 312 • IMPRESSO

Energia Norma previne empresas contra risco de apagão

Edição nº 312 Maio 2014

E mais: Marcos Troyjo, Escola Móvel, cadernos regionais, o desafio da economia Findes_312_Capa3 cidade_FB.indd 1

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Especial Uma nova diretoria foi eleita para o triênio 2014/2017. De forma tranquila, o processo de votação seguiu os parâmetros estabelecidos pelo Regulamento Eleitoral do Sistema da Indústria capixaba. Todos os 31 sindicatos participaram. Marcos Guerra segue no comando da entidade.

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Publicação oficial do Sistema Findes Maio – 2014 ▪ nº 312 Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benizio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Natália Magalhães, Rafael Porto e Milan Salviato Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas Depto. Comercial – Unirem/Findes Tel: (27) 3334-5791– revistaindustria@findes.org.br

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Produção Editorial

No Sistema O Sistema Findes acaba de lançar “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”, uma série de cadernos que revela as potencialidades socioeconômicas das regiões do Espírito Santo. Por meio da publicação, a Federação das Indústrias reafirma seu compromisso com a descentralização do crescimento capixaba.

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Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Elisângela Egert Produção editorial e diagramação: Fábio Barbosa e Thiara Nascimento Copidesque: Marcia Rodrigues Textos: Ana Lúcia Ayub, Ana Paula Garcia, Gustavo Costa e Yasmin Vilhena Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Jackson Gonçalves, fotos cedidas, arquivos Findes e Next Editorial

Impressão

56 Fatos em fotos 60 Cursos Maio 2014 ▪ 312

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Editorial

Vocação para o crescimento

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indústria do Espírito Santo enfrenta com determinação o momento de incertezas que vive a economia brasileira. Começamos o ano com uma perspectiva animadora, em razão dos novos investimentos previstos para o Estado, mas o risco de desabastecimento no setor elétrico, os prejuízos com a Copa do Mundo e os baixos índices de crescimento da atividade econômica, mais uma vez, fizeram o setor colocar o pé no freio. Mesmo em meio aos obstáculos, provavelmente nossa indústria entregará, ainda no primeiro semestre, os dois maiores investimentos privados do Brasil neste ano: as novas usinas de pelotização da Samarco e da Vale, que elevam a imagem do Espírito Santo no cenário nacional. Ao mesmo tempo, outras empresas chegam para contribuir e revelar novas oportunidades de negócio. A instalação de empreendimentos como Marcopolo/Volare, Manabi, Bertolini, Itatiaia, Itaoca Offshore, Jurong, Edison Chouest, entre tantos outros em processo de implantação, diversificará nossos produtos e mobilizará novas cadeias produtivas no Estado. Um movimento que vai ao encontro do plano de investimentos do Sistema Findes, focado também na interiorização do desenvolvimento estadual. Em nossa gestão, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) tem distribuído suas atenções por todas as regiões industriais: inauguramos o Senai Centromoda em Colatina e vamos construir uma unidade semelhante em Vila Velha; estamos ampliando o Senai Civit, na Serra; formamos em maio a primeira turma da Escola Móvel localizada em Governador Lindenberg e vamos iniciar em breve a operação das Agências de Treinamento Municipal em Santa Teresa, Itaguaçu, Itarana e Guaçuí, além de muitos outros investimentos nos Centros Integrados Sesi/Senai/IEL. No campo institucional, temos posicionado e articulado a Federação em busca de soluções para os entraves do país. A nota técnica elaborada pelo Conselho Temático de Energia (Conerg) apresentou a necessidade urgente da busca pela eficiência energética. O material ganhou repercussão na mídia local e abriu caminho para a divulgação do Sistema de Gestão da Energia (ISO 50.001) – discutida em reportagem desta edição.

Inaugurado ao final de maio, o Impostômetro, instrumento inédito no Espírito Santo que revela à população a quantidade de tributos arrecadados no país, reforçou nosso posicionamento em defesa da indústria capixaba. O tema tem sido amplamente debatido na Confederação Nacional da Indústria e no Sistema Findes. Essa e outras informações divulgadas pela Federação têm subsidiado empresários e jornalistas e norteado nosso diálogo com os poderes constituídos. Outro bom exemplo é a série “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”, que movimentou as oito Regionais do Sistema Findes. Os 10 cadernos sobre o Espírito Santo mostram o quanto precisamos de melhorias e investimentos públicos para fortalecer os diferentes setores da economia capixaba. Temos vocação para o crescimento, mas é preciso cobrar projetos de incentivo à indústria, com ações de curto, médio e longo prazo. Por fim, como resultado de todo esse trabalho, nossa gestão foi aprovada de forma unânime na última eleição do Sistema Findes.Todos os 31 sindicatos filiados apoiaram a continuidade de nossa gestão à frente da Federação nos próximos três anos (2014-2017), algo que me alegra muito, mas reforça a responsabilidade que teremos a partir de agora. Precisamos fazer mais e melhor, superar expectativas e realizar ações que promovam o desenvolvimento de nossas indústrias, garantindo mais oportunidade e renda para os capixabas.

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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Sustentável Inovação por Gustavo Costa

Luz para o crescimento

Em um cenário de incertezas sobre o abastecimento, Sistema Findes alerta para a importância do uso racional da energia elétrica

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ermos como racionamento, escassez e falta de chuva voltaram às principais manchetes de jornais no país e preocupam a indústria nacional. O risco de apagões, tão temidos no começo da década passada, retornou, e o suprimento energético em baixa pode cobrar o seu preço em breve. No Espírito Santo, o Sistema Findes se antecipou ao problema e, por meio do seu Conselho Temático de Energia (Conerg), publicou uma nota técnica que alerta o setor industrial sobre o atual cenário energético, além de propor a adoção da Norma ISO 50.001, que trata do Sistema de Gestão da Energia. Para o presidente do Conerg, Nélio Rodrigues, a medida foi um chamado à responsabilidade que as empresas precisam ter no que se refere a uma ferramenta indispensável para a produção e para a sociedade como um todo. “Medimos os riscos em janeiro, fevereiro e março. No primeiro mês, o risco estava entre 5% e 6%; depois,

subiu para 20%; e, finalmente, alcançou 42% de possibilidade de falha, isso é apagão por falta de energia. Esse risco está no sistema elétrico brasileiro. O Espírito Santo conta com a energia produzida em algumas hidrelétricas, a maior parte de origem térmica, que não corre muitos riscos por enquanto. O que está em risco é a hidroeletricidade”. Segundo o criador da nota técnica, Carlos Jardim Sena, o documento fala à indústria, que é a mais afetada quando acontece um problema de falha no suprimento. “Nesse cenário, ela perderia produção e mercado, além de precisar lidar com custos elevados não previstos. Então, levantamos com a nota alguns pontos que façam a indústria passar por esse período com o menor impacto possível”, explicou. A nota do Conerg esclarece que questões estruturais e referentes ao planejamento da expansão do sistema elétrico, de despacho hidrotérmico e de gestão das obras potencializaram o risco de um desabastecimento de água no país nos

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NORMA ABNT ISO 50.001:2011 A ISO 50.001 reúne as melhores práticas da atualidade em gestão de energia em nível internacional, tendo sido desenvolvida a partir de normas e iniciativas nacionais/ regionais existentes e com a participação de especialistas de mais de 60 países de todo o mundo. Ela ajuda as organizações a implementar os processos necessários para entender a linha básica de consumo de energia, colocar em prática planos de ação, metas e indicadores de desempenho para reduzir o consumo e identificar, priorizar e registrar oportunidades para melhorar o desempenho energético. A adoção da ISO 50.001 levará as empresas a um reconhecimento internacional: • dos seus programas corporativos de sustentabilidade; • das suas iniciativas para redução de custo com energia; • da gestão de demanda na cadeia de suprimento; • do seu envolvimento com acordos de redução de emissão de carbono; • da sua participação em acordos climáticos.

próximos 12 meses. “Para criar a nota, o Conerg reuniu e avaliou muitas informações sobre energia. Contando com especialistas do setor elétrico, alertamos sobre a configuração atual da questão energética e demos dicas. Os principais pontos da nota são: em primeiro lugar, tornar mais eficiente o consumo, ou seja: trabalhar com racionalização da energia.

“Temos que pensar em projetos de curto, médio e longo prazo para a questão energética. O consumo de energia aumentou muito” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

O segundo é ativar a possibilidade de geração de energia elétrica. Temos, por exemplo, no nordeste capixaba, a capacidade de geração térmica de energia, que está parada. Lá há o resíduo de biomassa usado no processo de geração de energia e também existe a estrutura, mas está faltando a chamada coletora, que é uma linha que conecta a geração ao sistema de distribuição. E o terceiro ponto é a autoprodução, isto é, que cada um que possa gerar energia – e hoje temos várias possibilidades – contribua com o setor elétrico. Uma empresa que produz parte da energia que consome é beneficiada, gastando menos e estando sustentada em termos de garantia de produção”, frisou o presidente do Conerg, Nélio Rodrigues. Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a nota técnica é fruto de um estudo bastante aprofundado sobre os possíveis problemas que podem ser enfrentados até o final do ano. “Existe uma consciência na indústria nacional de que estamos com reservatórios de água muito abaixo do nível ideal. Já passamos o período de chuvas, e a região em que temos maior produção de energia é o Sudeste, que foi muito castigado pela falta de chuvas. Grande parte da produção de energia no Brasil se dá por meio de hidrelétricas. E para suprir essa deficiência, estamos praticamente com todas as termoelétricas trabalhando a todo vapor. Mas essas termoelétricas uma hora precisam parar, fazer manutenção. Então, existe uma preocupação da classe industrial com um possível racionamento. Por isso, fizemos a nota técnica, que está sendo um balizador, uma ferramenta de análise da situação para o industrial. Por enquanto, não há motivo para ninguém perder o sono, mas prevenir sempre é melhor que remediar”, frisou. Já a Norma ISO 50.001, publicada em 2012, uma ferramenta de trabalho para o gerenciamento sistemático do Maio 2014 ▪ 312

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Sustentável Indústria

“A indústria precisa fazer a parte dela, adotando os mecanismos necessários para economizar” Luiz Fernando Schettino, diretorgeral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado (Aspe)

consumo de energia, aponta procedimentos que, se seguidos pelas empresas, podem identificar e antecipar problemas relativos ao uso da energia em todas as etapas da produção. Assim, há uma melhor gestão dos recursos, focada na otimização e eficiência do consumo da energia. Ao aderir à Norma, a indústria tem como perceber, quantificar e se prevenir dos eventuais riscos. Os procedimentos vão desde simples medidas a intervenções de grande porte. De trocar lâmpadas incandescentes pelo tipo fluorescente ou desligar aparelhos quando não há atividade em uma sala até a ação de substituir equipamentos por outros mais modernos e econômicos, a ISO auxilia a organização a elaborar um plano de gestão mais eficaz.

Distribuição no Espírito Santo O sistema de distribuição capixaba possui atualmente cinco pontos de suprimento. Em Vitória, a subestação de 345/138 quilovolts (kV) é atendida por três linhas de 345 kV, que vêm da subestação de Campos (duas linhas) e da subestação de Padre Fialho (antiga Linha de Transmissão Ouro Preto-Vitória). Em Viana, há a subestação suprida pelo seccionamento da LT 345 KV Campos-Vitória. Existem ainda a Mascarenhas, uma subestação de 230 kV, interligada com o sistema de Minas Gerais por meio dos dois circuitos da LT 230 kV Aimorés-Mascarenhas; a Verona, uma subestação de 230 kV, suprida pela LT Mascarenhas-Verona; e a de Cachoeiro de Itapemirim, que é ponto de interligação em 138 kV por meio de dois circuitos da LT 138 kV Campos-Cachoeiro. Ainda estão em construção a LT 500 kV MesquitaViana 2 e a subestação 500/345 kV Viana 2; e a LT 230 kV Mascarenhas-Linhares 2 e a subestação 230/138 kV de Linhares 2. A primeira deve ser entregue ainda neste ano, e a segunda está prevista para 2015. Além dessas, estão previstas linhas de Mesquita-João Neiva e Linhares-São Mateus, para operação em 2016.

De acordo com Marcos Guerra, em termos de energia disponível, o Espírito Santo já avançou. “A nossa situação já foi pior. Antigamente, éramos ponta de linha mesmo, mas foram feitos investimentos que melhoraram o fornecimento. Com os próximos investimentos divulgados, o Espírito Santo deixa de ser ponta e passa a fazer parte dos estados que têm eficiência no trânsito de energia. Por outro lado, o que produzimos é muito pouco. Pode faltar energia? Claro que pode, nós recebemos de outros estados. E, para enfrentar esse momento, é preciso responsabilidade e conhecimento”, apontou ele. E de fato, o Estado produz pouco do que utiliza. De acordo com o diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado (Aspe), Luiz Fernando Schettino, o Espírito Santo recebeu de fora, em 2012, 8.800 giga watts por hora (GWh), enquanto consumiu 10.059 GWh. Para ele, é aí que a necessidade de ser sustentável no uso da energia é mais importante. “Com as novas linhas de transmissão, o Estado recebe mais energia, mas é sempre bom saber que a maior parte disso vem de fora. A indústria precisa fazer a parte dela, adotando os mecanismos necessários para economizar”, explicou.

O Programa de Eficiência do Senai Para que os apagões sigam como coisa do passado, o Conerg propõe a união de sindicatos e indústrias associadas ao Sistema Findes. Com a integração e a adoção de medidas preventivas, fica amenizada a exposição do Estado ao desabastecimento. Ao mesmo tempo, o Conselho defende a busca por políticas de fomento e ações efetivas para a racionalização e conservação da energia, pela mobilização da estrutura do Senai-ES. A nota técnica, inclusive, apontou o Programa de Eficiência Energética do Senai como alternativa para que os industriais convivam melhor com questão da energia em suas empresas. “O Senai-ES possui desde 2010 um setor de Eficiência Energética que tem atuado junto às empresas do nosso Estado. O Programa de Eficiência Energética realiza diagnósticos energéticos, análise tarifária, elaboração de laudos para solicitação de crédito do ICMS da energia e auxilia as indústrias na implantação da NBR ISO 50.001, entre outros serviços. O programa tem atendido desde micro e pequenas até médias e grandes empresas do Estado”, disse Solange Siqueira, diretora regional do Senai-ES. Segundo ela, o uso racional da energia segue alguns passos. “Primeiramente, passa pelo diagnóstico de seus equipamentos e processos, para identificar onde estão os pontos de possíveis melhorias. A seguir, temos a implantação dessas melhorias. O terceiro passo envolve conhecer os dados por meio de medições para poder controlá-los. E a última etapa, para que a indústria tenha o controle do consumo de seus insumos energéticos, seria a implantação

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Pontos recomendados pela nota técnica do Conerg:

da NBR ISO 50.001. Como o consumo também está relacionado com o uso, uma campanha interna de utilização racional também é muito importante”, explicou. Para Solange, a grande carência atualmente está na gestão do uso da energia. “E aqui entra o Programa de Eficiência Energética do Senai, que pretende apoiar a indústria na identificação de como a energia está sendo consumida e como pode reduzir seu consumo sem prejudicar a produção nem a produtividade. A importância de utilizar a energia com responsabilidade é total. Sem energia, a indústria para. O uso responsável, e aqui se incluem os hábitos dos colaboradores, tem um papel muito importante no consumo final”, falou. A diretora lembrou ainda que o racionamento, quando acontece, afeta todos, e não só a indústria, embora seja esta quem sofra com as piores consequências. “Segundo o professor e físico José Goldemberg, os custos com energia na indústria têm crescido nos últimos 20 anos. A energia elétrica hoje pode representar até 15% nos setores não energointensivos, sem falar nos setores que são energointensivos. A redução do consumo de energia impacta direta e positivamente o custo industrial, e sua redução promove um aumento na lucratividade. A energia economizada é a mais barata que existe”, enfatizou.

O futuro Um país com a extensão territorial do Brasil não pode ficar dependendo da chegada das chuvas para ter energia. É o que pensa o presidente Marcos Guerra. “Temos que pensar em alternativas, sobretudo em energias limpas, como solar e eólica, além de incentivar pequenos produtores de energia elétrica. Hoje, um produtor de energia não tem uma rede que vá buscar o que é gerado. “Os principais pontos da nota são: tornar mais eficiente o consumo; ativar no setor elétrico possibilidade de geração de energia elétrica; e a autoprodução, isto é, que cada um que possa gerar energia” Nélio Rodrigues, presidente do Conerg

• Prevenção – Pede que as indústrias busquem continuamente o consumo de energia de modo sustentável • Opções energéticas – Investir, quando possível, em alternativas, como produção própria • Qualificação – Que as empresas conheçam e busquem a certificação na Norma ISO 50.001 – Sistema de Gestão da Energia • Apoio – As unidades do Senai estão a postos para orientar os industriais sobre os benefícios da eficiência energética

Em 2001, quando tivemos o racionamento, em algumas partes do país nós tínhamos energia sobrando. Mas faltava rede de transmissão. Isso melhorou de lá para cá, mas ainda está muito aquém da necessidade. Segundo informações que tenho, São Paulo está enfrentando a maior seca dos últimos 80 anos. Eles estão usando água do nível morto do rio para beber. Temos que pensar em projetos de curto, médio e longo prazo para a questão energética. O consumo de energia aumentou muito, principalmente o doméstico. A indústria, por outro lado, não cresceu. Mas se tivesse crescido 5%, que era uma meta. Como seria? Temos indústrias em que a energia representa 1% na planilha de custos. E existem setores em que a energia pode impactar 4%, 4,5% ou mais. Um exemplo é o setor de cerâmica vermelha: a energia representa 8% sobre o custo da produção”, destacou. A partir da nota apresentada para os sindicatos e repassada às empresas, além de divulgada em grandes veículos de comunicação, o Conerg espera que a consciência da importância de se usar eletricidade com racionalidade seja incorporada dentro das indústrias capixabas, tornando-se parte de sua cultura gerencial. “Por meio dessa conscientização, você avalia a condição da sua instalação e faz projetos para aumentar a eficiência. Esses projetos custam dinheiro, mas o que se ganha lá na frente faz valer a pena. O número mundial chega a 20% de eficiência na indústria. E quando você consegue economizar 20% do seu consumo, pode pagar projetos com taxa de retorno de até dois anos. Ou seja, você vai gerar um projeto, e ele se paga rapidamente. A partir daí, já está ganhando”, disse Nélio Rodrigues. Para o presidente do Conerg, trata-se de um bem muito valioso de uso geral, atendendo desde a iluminação pública até uma grande indústria. Responsabilidade no uso que se faz dele, e mais ainda em momentos de crise, é não apenas trazer o próprio crescimento, mas promover um bem para sua região. Maio 2014 ▪ 312

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Indústria em Ação Informação para a sociedade: Impostômetro foi instalado na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo

Sistema Findes inaugura primeiro Impostômetro do Estado

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ma ferramenta de monitoramento, em tempo real, dos tributos pagos por todos os brasileiros. Assim é o Impostômetro, equipamento inédito no Estado instalado no dia 29 de maio na sede do Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo, em Vitória. O “placar dos impostos” foi viabilizado por meio de uma parceria da entidade industrial com o idealizador do projeto e responsável pelo cálculo dos números, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Atualizando dados minuto a minuto, o painel mostrava que aproximadamente R$ 696 bilhões em tributos haviam sido recolhidos no Brasil até o fechamento desta edição. Segundo o IBPT, o brasileiro trabalhou até o dia 31 de maio apenas para pagar impostos, o equivalente a 41% dos salários. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) do país,

Confira o percentual de impostos incidentes em alguns itens básicos: • Água mineral: 44% • Arroz: 17% • Feijão: 17% • Açúcar: 32% • Sabonete: 37% • Gasolina: 53% • Livro: 16% Fonte: IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

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a carga tributária chega aos 36,4%, a segunda maior da América Latina – atrás apenas da Argentina (37,3%). O Brasil tem uma das 30 maiores cargas tributárias do planeta, o que sufoca a indústria e retira poder de compra dos consumidores. De acordo com o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a instalação do Impostômetro é importante por criar na população a consciência da necessidade de se debater, o quanto antes, uma reforma tributária no Brasil. “O Impostômetro significa informação. Estamos doando esse instrumento para a sociedade capixaba, para que esta possa analisar o quanto pagamos de impostos e cobrar as mudanças necessárias, principalmente por parte do Governo Federal. Para o industrial, o equipamento também serve para mostrar o quanto se arrecada no país. Acho que o Impostômetro será uma ferramenta útil para todo o Espírito Santo. Para toda a população, para os veículos de comunicação, enfim, imagino que será um ponto de referência de informação tributária no nosso Estado. Está ligado ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, ou seja, tem uma informação precisa, em tempo real, e nada mais adequado do que colocá-lo no Edifício Findes, já que a indústria é o setor que mais sofre com a alta carga tributária”, destacou. Para Guerra, o debate pode levar a mudanças capazes de, no futuro, promover uma carga tributária mais justa, possibilitando maior competitividade aos produtos e serviços, além de crescimento econômico no Espírito Santo. “Nós, do Sistema Findes, temos orgulho de participar desse movimento. As pessoas querem conhecer, ver o Impostômetro funcionando”, disse o dirigente.

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Um novo paradigma para a gestão empresarial

Gonzalo Rodriguez-Fraile veio ao Brasil pela primeira vez e defendeu o modelo de gestão espiritualizada

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urante muito tempo os manuais de Administração teimaram em pregar o distanciamento dentro das organizações – foi o tempo da “administração científica”, em que a gestão era feita puramente pela física newtoniana, cujo fruto era a supervalorização da inteligência racional. Sem dúvidas, esse modo de ver as organizações e propor o seu gerenciamento fez muito mais mal do que bem às empresas. Essa foi a tônica da palestra “Caminhos para o novo paradigma”, realizada em 9 de maio, no auditório do Sistema Findes para lideranças empresariais e formadores de opinião do Espírito Santo. Pós-graduado em Direito Internacional, o palestrante, o argentino Gonzalo Rodriguez-Fraile, possui MBA na Escola de Negócios de Havard e formação em Direito na Universidade de Navarra (Espanha). Seu nome é considerado uma referência quando o assunto são os negócios internacionais. Ele iniciou sua apresentação contrapondo o que é praticado nas empresas atualmente com os novos rumos do mercado gerencial, cuja base é a valorização da espiritualidade dentro das organizações. “Apesar de todo dirigente saber que não se comanda mais uma organização dessa forma, é comum observarmos exemplos desse comportamento por aí. Parece que aquele modelo ficou tão impregnado nas empresas que acaba trazendo de volta essa visão já ultrapassada de gerenciamento”, disse, ressaltando o cuidado que o mercado deve ter na formação de novas lideranças. “Caso fosse esse um problema geracional, causado pelo comportamento dos gestores mais maduros, seria explicável e mais fácil de ser resolvido – eis que a solução seria uma mera questão de tempo. Mas a questão é maior, pois que se nota tal forma de gerenciamento também entre líderes mais novos. Aqueles que já aprenderam nas escolas e nos livros 16

que não se gerencia mais assim, mas que, confrontando o que aprenderam fora com o que veem dentro da empresa, preferem ficar com o modelo antigo”, cutucou. A gestão antiga tem seus apelos, segundo o palestrante: é mais fácil, o líder não costuma ser questionado e fica mais protegido nas relações com seus empregados, já que a hierarquia é mais acentuada. “O grande problema é que, ao gerar uma cultura da obediência, esse modelo vai pouco a pouco diminuindo o compromisso das pessoas, o que na prática passa a significar que a autonomia e as equipes não são tão bem vistas”. De acordo com Gonzalo, ter gente, e não mão de obra, ou mesmo recursos humanos, é sinal claro de que se tem espírito vivo e forte na organização. Não que no caso de não se trabalhar assim não houvesse vida do espírito, explica ele. “Ela já existia nos modelos anteriores, e inclusive no modelo científico, mas de modo bem fraco, ‘hibernando’ pelos cantos. Anêmico como uma vela com a chama se extinguindo, e que, ao menor sopro, vai se apagar. Afinal, toda organização é constituída de gente, e não é possível haver um ser humano vivo sem que nele esteja se manifestando – em uns mais, em outros menos – a sua espiritualidade”, complementou o palestrante. Para o presidente do Conselho de Responsabilidade Social da Findes, Sidemberg Rodrigues, o momento é oportuno para despertar a consciência de que o que compõe uma organização não são os equipamentos, imóveis, mobiliários e recursos financeiros, e sim pessoas. Espírito, em numerosas culturas, dentre elas a ocidental cristã, é sinônimo de vida. “Ele é o ar que nos mantém. E é a respiração que gera movimento, que dá ânimo. Quando não há o espírito, aí estão instalados o desânimo, a morte”, concluiu o palestrante.

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Representantes de sete empresas do Estado integraram a comitiva

Capixabas participam da maior feira do setor moveleiro do mundo

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Centro Internacional de Negócios (CIN) da Findes foi o articulador nacional da missão empresarial para a 53ª edição do Salone Del Mobile de Milano. A feira, realizada entre os dias 8 e 13 de abril, na cidade italiana de Milão, é considerada o maior evento do setor moveleiro no mundo, recebendo anualmente diversos arquitetos, designers de interiores e de produtos, além de representantes das indústrias desse segmento. A comitiva, liderada pelo CIN em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), foi composta por 77 empresários de nove unidades federativas

(Espírito Santo, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins). O Espírito Santo contou com a participação de sete empresas. Para o gerente do CIN-ES, Christiano Furtado, os resultados obtidos com a missão empresarial foram os melhores possíveis. “Apesar de ser uma missão prospectiva, em que o foco não foi fazer negócios, mas sim verificar novos designs, tendências e aplicação de materiais e ferragens, sempre existe a expectativa de que os empresários brasileiros adquiram novas máquinas e façam novas parcerias”. A feira contou ainda com diversos eventos paralelos, tais como a EuroCucina, o Salone Internazionale Del Mobile, o Salone Internazionale Del Complemento d’Arredo, o Salone Satellite e o Salone Del Bagno.

Diretora do Cindes Jovem é destaque em Fórum Internacional Ana Paula Tongo, diretora do Cindes para Assuntos do Cindes Jovem, foi um dos destaques do Women’s Fórum Brazil 2014. Realizado nos dias 26 e 27 de maio, em São Paulo, o evento foi uma iniciativa da instituição internacional Women’s Forum for the Economy and Society, em parceria com a Revista Cláudia. Ana Paula foi uma das escolhidas para participar do Painel “Amazing Women”, por conta de seu perfil empreendedor. O evento, que reuniu cerca de 600 participantes, apresentou as mulheres como agentes de capacitação que usam seus talentos e engajamento para impulsionar a economia. Além disso, destacou a nova geração feminina em papéis de liderança, além de vários aspectos em relação à mulher brasileira, com especial enfoque na sua importância na política; e pontuou as diferenças entre as mulheres brasileiras e as de outros países. O fórum debateu ainda a questão da violência contra a mulher, investimentos para crescimento das empresas e projetos sociais para crianças e adolescentes.

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Aracruz e Linhares recebem “Dia DE Associar-se Regional” O “Dia DE Associar-se Regional”, principal ação do Sistema Findes para o incentivo ao associativismo, foi realizado nos Centros Integrados Sesi/Senai/ IEL de Aracruz e Linhares, respectivamente nos dias 14 e 15 de maio, oferecendo aos empresários dessas regiões a possibilidade de conhecer os benefícios do associativismo. O encontro visa a estreitar os laços entre Federação das Indústrias, sindicatos patronais, empresas e entidades do poder público, incentivando assim o fortalecimento e o desenvolvimento econômico sustentável do Estado. Parte do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), a iniciativa é resultado da união entre Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) do Sistema Findes, presidentes e executivos dos sindicatos industriais e diretores regionais da Federação das Indústrias, com apoio do Sebrae, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e Banestes.

Senai é a marca mais lembrada do Estado Quando o assunto é curso técnico profissionalizante, o Senai é referência entre os capixabas. Essa é a constatação da pesquisa “Marcas Ícones: As Mais Lembradas 2014”, uma iniciativa da Rede Vitória em parceria com o Ibope que premia as empresas que mais se destacam na lembrança da população. A instituição, que conquistou o primeiro lugar pela terceira vez consecutiva, obteve 37% das menções do público entrevistado. A pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro e fevereiro com 600 pessoas com mais de 15 anos nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. De acordo com a diretora regional do Senai-ES, Solange Maria Nunes Siqueira, o resultado representa a validação do trabalho desenvolvido durante o ano e o reconhecimento da sociedade no que diz respeito à atuação da entidade. “Ser a instituição mais lembrada pela população capixaba mostra que o Senai é uma marca forte e consolidada no Estado. Para nós, é a demonstração da importância que temos na formação da população”. O prêmio, entregue no dia 7 de maio no Cerimonial Le Buffet, em Vitória, foi recebido pelo vice-presidente do Sistema Findes, Manoel de Souza Pimenta Neto. Para ele, a premiação é uma consequência dos investimentos já realizados. “Esse primeiro lugar representa a consolidação da marca Senai ao longo de seus 60 anos de existência. Estamos colhendo frutos dos investimentos feitos lá atrás. Daqui para a frente, vamos crescer cada vez mais. Mostra também que o povo capixaba sabe que a marca Senai é de confiança”.

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Projeto Sudeste Competitivo é lançado O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, lançou no dia 15 de abril, na sede da Federação das Indústrias, o Projeto Sudeste Competitivo, que tem como objetivo identificar gargalos, melhorar a infraestrutura de transportes e a logística de cargas na região. A iniciativa, que é promovida pelo Fórum Industrial Sudeste formado também pelas Federações das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), São Paulo (Fiesp) e Rio de Janeiro (Firjan) – visa à integração física e econômica entre os Estados. De acordo com Marcos Guerra, a medida pode vir a impulsionar o desenvolvimento da região. “O projeto envolve portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, diversos caminhos para desenvolver o Espírito Santo, aproximando os Estados do Sudeste e melhorando a ligação com outras regiões do país. Queremos aproveitar ao máximo o potencial de cada um, encurtando caminhos e reduzindo custos”, destacou o dirigente. Já apresentado nas regiões Norte, Sul, Nordeste e Centro-Oeste, o Sudeste Competitivo é desenvolvido com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Ministério da Integração Nacional e da empresa Macrologística – responsável por sua metodologia. “Esse é um projeto que vai trazer desenvolvimento para toda a região, não apenas para o Espírito Santo. A integração beneficiará diferentes setores da economia e aumentará a competitividade da indústria”, afirmou Olivier Girard, diretor da Macrologística.

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Ação Global atende mais de 35 mil na Serra

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azer, cidadania, saúde e educação: essas foram apenas algumas das áreas contempladas com as atividades de mais uma Ação Global, projeto desenvolvido em parceria entre o Sesi e a TV Gazeta. O evento, que aconteceu no dia 26 de abril, no bairro Planalto Serrano, na Serra, realizou mais de 35 mil atendimentos para 17 mil capixabas. Com o tema “Mulher e a sua importância para a qualidade de vida na família”, o mutirão da cidadania contou com o trabalho de mais de 700 voluntários e ofereceu 60 serviços para a população. Entre os serviços mais procurados, destacaram-se a emissão de documentos, tais como carteira de trabalho, identidade e CPF; e os atendimentos para cortes de cabelo, massagem facial e oficina de pintura em toalha. Os moradores da região também puderam tirar dúvidas sobre questões jurídicas, no âmbito civil familiar e trabalhista. As crianças não foram esquecidas e encontraram diversas atividades culturais e recreativas, como teatro, pintura de rosto, gincana e pula-pula.

Evento teve como tema “Mulher e a sua importância para a qualidade de vida na família

De acordo com o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o papel feminino é de extrema importância nas empresas e na família. “A mulher tem sido um elo essencial dentro das famílias e no trabalho. São elas que trazem seus filhos, maridos e amigos para o evento. E o tema foi uma forma que o Sesi encontrou de homenagear essa mulher”, ressaltou. Para a manicure Adriana Gonçalves, essa foi uma ótima oportunidade para resolver antigas pendências. “Já havia algum tempo que eu queria fazer a minha carteira de trabalho, mas com a correria do dia a dia não sobrava tempo. Esse evento no meu bairro foi maravilhoso”, afirmou.

Conder recebe diretor-superintendente da Eco 101 O Conselho Temático de Desenvolvimento (Conder) - coordenado pelo vice-presidente institucional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Mameri, e presidido pelo empresário Marcos Guerra, também presidente do Sistema Findes - recebeu no dia 23 de abril o diretor-superintendente da Eco 101, Roberto Paulo Hanke. A empresa é a concessionária da rodovia BR 101, que atravessa o Estado de norte a sul. Durante o encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo, o convidado pôde apresentar aos participantes do Conder os projetos de recuperação inicial e estrutural, juntamente com as intervenções que a empresa vem realizando na rodovia desde maio de 2013. “A Eco 101 é uma empresa criada para conduzir o contrato de concessão de 25 anos da BR 101, cujo objetivo é suprir as necessidades de investimento na infraestrutura de transportes e na implementação e manutenção de serviços até o final do período de concessão”, explicou. “A explanação nos esclareceu sobre como serão feitas essas obras e nos deu uma expectativa positiva de melhorias em relação à logística, um gargalo antigo que temos no Estado, que muitas vezes impede o desenvolvimento industrial capixaba”, destacou Marcos Guerra. Áureo Mameri também agradeceu pela oportunidade de debater um tema tão relevante como a logística do Espírito Santo. “Acreditamos que a Eco101 vai executar um bom trabalho a partir do que foi explicado hoje diante deste Conselho. Estamos confiantes de que teremos uma rodovia mais segura e uma maior agilidade no escoamento da produção da indústria, o que consequentemente favorecerá o desenvolvimento capixaba”.

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entrevista por Ana Lúcia Ayub

Marcos Troyjo “O Brasil tem de encontrar o seu lugar na reglobalização: um mundo moldado por acordos comerciais e investimentos plurilaterais, como o novo modelo de crescimento da China”

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economista e cientista político Marcos Troyjo fala com exclusividade à Revista da Indústria sobre a realidade da economia mundial, a ascensão dos Brics e os desafios do país para ocupar um lugar de mais destaque nas relações internacionais contemporâneas. Na opinião do analista, o Brasil precisa realizar mudanças macroeconômicas, como reformas trabalhista e tributária, para se fortalecer no cenário internacional. Marcos Troyjo é colunista semanal do jornal Folha de São Paulo e colaborador regular da mídia eletrônica e impressa nacional e mundial, com destaque para o Financial Times e o Globonews. É professor e diretor do BricLab – um fórum sobre Brasil, Rússia, Índia e China – na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e também professor-conferencista do Ibmec.

Como o senhor analisa o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos anos? A tímida expansão do Produto Interno Bruto do Brasil nos últimos três anos é um duro golpe para quem acreditava que os formuladores da política econômica haviam criado um modelo unindo alto crescimento à inclusão social. Esse doce sonho acabou. O que existe é uma tentativa de promover o crescimento cíclico e constituir um “padrão”, baseado no apetite do mercado interno do Brasil para adotar elevados níveis de consumo. O padrão, de fato, foi acompanhado nos últimos 10 anos por mecanismos de distribuição de renda que ergueram os padrões de vida de milhões de pessoas. Mas essas políticas não aumentam a produtividade e não são motores para o desenvolvimento sustentado ao longo do tempo.

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“O Brasil tem de aumentar sua esquálida fatia de 1% do que se compra e vende no mundo. Com ou sem Mercosul, o país precisa de acordo com a Europa, de interlocução com a Aliança do Pacífico e reaproximar-se comercialmente dos EUA” Modelos econômicos e padrões são diferentes. Os primeiros são estratégicos e dinâmicos e incluem a elaboração de um plano com uma estruturada visão de futuro. Os segundos são táticos e recorrentes e reagem às mudanças da economia global. Embora a economia responda positivamente a um ou outro estímulo, há muitas restrições no padrão adotado como modelo, pois o Brasil tem baixos índices de poupança e investimentos, legislações trabalhista e tributária arcaicas, muitos gargalos na infraestrutura e carências em educação, ciência e tecnologia. Com a redução das emissões monetárias no Fed, o banco central americano, em 2013, houve grandes estragos nos mercados financeiros dos países emergentes. O Brasil está entre os mais afetados. Como analisa isso? Após seis anos em que mercados desenvolvidos foram fontes de más notícias, é hora de os emergentes sentirem o impacto da aversão ao risco, mas há grande generalização nesses movimentos. O índice da consultoria MSCI de Mercados Emergentes, por exemplo, abarca países tão distintos quanto Egito, México, República Tcheca, Qatar, Coreia do Sul e Grécia. Para evitar mais superficialidades, a Wall Street modula os que mais perdem. As estrelas são Brasil, Indonésia, África do Sul, Índia e Turquia, identificados pelo Morgan Stanley como mais vulneráveis em razão do quadro fiscal insatisfatório e fatores externos, como: retomada do crescimento nos desenvolvidos; diminuição dos estímulos monetários nos EUA; e desaceleração da China. Todos esses vetores vêm sendo exacerbados. Os ricos não estão com essa bola toda. Embora o Banco Mundial estime que neste ano os EUA cresçam 2,8%, a zona do euro vai se expandir 1%, e o Japão, 1,4%. Os emergentes, 5,3%. Entre 2004 e 2006, período em que países emergentes foram responsáveis por 70% do crescimento mundial, a taxa básica de juros dos EUA subiu de 1% para 5,25 %. Hoje, está entre 0% e 0,25%. Já a economia chinesa cresceu à média anual de 11,4% entre 2004 e 2006. Entre 2014 e 2016 deve crescer 7% ao ano. Em 2004 a China comprava US$ 560 bilhões do exterior. Neste ano, importará mais de US$ 2 trilhões. Há, portanto, muito de “Maria-vai-comas-outras” na atual sabedoria contra os emergentes. Após essa generalização, deve se seguir uma depuração dos emergentes com maior potencial. O critério será o modelo de economia política adotado para lidar com um cenário de cadeias produtivas globais, acordos seletivos de comércio e investimento e inovação. A questão é: será que o Brasil terá sucesso nessa triagem?

O Brasil tem registrado um baixo crescimento econômico nos últimos dois anos. A economia frágil no Brasil resulta do cenário externo ou esse cenário apenas acentuou os efeitos dos equívocos internos? O Brasil precisa definir um modelo de desenvolvimento e adotá-lo integralmente. É inútil adotar posições quixotescas contra guerras cambiais, erguer muros para conter o tsunami financeiro e denunciar o protecionismo monetário praticado por economias avançadas. Um cenário economicamente mais estável na Europa e uma maior disponibilidade de capitais em todo o mundo são essenciais para as ambições de crescimento do Brasil. O país só economiza cerca de 16% do seu PIB e, portanto, depende fortemente dos fluxos financeiros, bem como de robustos investimentos diretos externos. Os pagamentos de juros, pensões, salários do setor público, as ineficiências administrativas e as excessivas regulamentações governamentais dos negócios mantêm o Brasil longe de percorrer o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da inovação científica, do aumento do número de empresas start-up e do espírito empreendedor. Ao mesmo tempo, o Brasil apresenta um potencial para que a velha economia de commodities possa ser utilizada para desenvolver novas competências em setores de tecnologia. Quais são os erros e acertos da política econômica brasileira atual? O mundo vê claramente um país que está operando abaixo do seu potencial. Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente do Brasil, sinalizava sua vontade de manter a estabilidade econômica estabelecida por Fernando Henrique Cardoso e provocar outras mudanças. Aderiu à responsabilidade fiscal e metas de inflação e prometeu enfrentar as desigualdades sociais. Os contratos seriam honrados, e as dívidas do país, pagas. Também prometeu uma reforma das leis trabalhistas e sistemas fiscais e de seguridade social mais simples e menos onerosos. As políticas implementadas por Lula e Dilma Rousseff, atual presidente, tiveram bons resultados por um tempo, mas o modelo está esgotado. Políticas sociais contínuas dependem de um crescimento sustentado ao longo dos anos. O Brasil ainda tem de encontrar o seu lugar na “reglobalização”: um mundo moldado por acordos comerciais e investimentos plurilaterais, como o novo modelo de crescimento da China. Em 2014 o crescimento deve ser de 2%, e as taxas de juros vão pairar acima de 10%. E o Governo continua Maio 2014 ▪ 312

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entrevista

empurrando para a frente seus programas de “concessões” em áreas como energia e rodovias. A ineficácia do Brasil pode ser facilmente identificada nos preparativos para a Copa do Mundo. Quando se trata de melhorar o sistema de aeroportos, mobilidade urbana e instalações de hotéis, o Brasil fica abaixo da expectativa. Em um mundo quase sem fronteiras comerciais, os empresários brasileiros estão protegendo seus negócios da concorrência estrangeira. A Organização Mundial do Comércio (OMC) aponta o Brasil como líder de abertura de investigações antidumping contra importados vendidos a preços desleais. Essa atitude está correta? Globalmente, o discurso brasileiro tem soado mais alto do que suas conquistas econômicas. Sua ideia de reputação está entrelaçada com a tarefa de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. A expansão econômica atrofiou-se há mais de dois anos, e colhemos o resultado de preferências por políticas externas com bases ideológicas e ênfase em afinidades políticas, com pouca atenção ao pragmatismo econômico, ao estabelecimento de acordos de

livre comércio e à promoção comercial bilateral. Isso rende abundantes discursos sobre um mundo mais equânime, mas poucos resultados econômicos tangíveis. Em vez de promover reformas microeconômicas internas e estabelecer robustas agências de negócios nas cidades globais da América do Norte, Europa ou Ásia, os estrategistas brasileiros julgaram de maior impacto abrir postos diplomáticos em cidades como Baku, Belmopã, Castries, Cartum, Gaborone, Malabo e Uagadugu. Isso angaria simpatia e votos na OMC e outros fóruns, mas pouco fluxo de comércio. Sem dúvida, as negociações globais “governo a governo” são importantes, mas Coreia do Sul, China e Chile acresceram suas rendas nacionais sem negociações multilaterais como principal elemento de sua estratégia. Eles fortaleceram suas capacidades internas de competir e abriram mercados para seus produtos. O Brasil tem de definir o lugar que deseja ocupar em tal mapa e o que deseja extrair dele e aumentar sua esquálida fatia de 1% do que se compra e vende no mundo. Com ou sem Mercosul, o Brasil precisa de acordo com a Europa, de interlocução com a Aliança do Pacífico e reaproximar-se comercialmente dos EUA. E promover-se comercialmente, sejam as regras e o mundo justos ou não. Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul transferiram à China boa parte da sua capacidade de produção industrial, pelos salários mais baixos e condições melhores da economia, e inundaram o mundo com manufaturas da China. Qual a profundidade do problema da competitividade da indústria brasileira? No início dos anos 70, a China não se distinguia pela planta manufatureira. Já o Brasil, no auge do “milagre”, era o maior parque industrial do Hemisfério Sul. O “Brasil potência” crescia mais de 10% ao ano. Em 1978, China e Brasil tinham PIBs equivalentes: US$ 200 bilhões. O Brasil contava com 100 milhões de habitantes. A China, 1 bilhão. De lá para cá, a população brasileira dobrou. A da China cresceu 30%. Nesse período, nossa economia aumentou 12 vezes. A da China multiplicou-se por 45. Por que a China decolou e o Brasil voou rente ao chão? Muitos creditam a diferença do desempenho aos regimes autoritários, o que é um equívoco. A China, de 1949 até 1976, também era tenebrosamente ditatorial, e sua economia não ia a lugar nenhum. O Brasil redemocratizou-se nos anos 80 e cresceu pouco desde então. Mas o problema não é a democracia. A diferença está no tipo de estratégia adotada. A economia chinesa, desde 1978, foi orientada a competir globalmente. Caracterizou-se por parcerias público-privadas, baixo custo trabalhista e tributário, acúmulo de poupança e investimento. Já a vertente brasileira foi voltada para dentro. Ambiente cartorial de negócios, política comercial e industrial defensiva, investimento mirrado, seguridade social que não cabe no PIB. O túnel que Brasil e China

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“A recuperação da competitividade brasileira, de forma estrutural, demorará a acontecer. Não basta manobrar o câmbio e baixar a taxa de juros. É preciso mergulhar na modernização microeconômica” atravessarão para chegar ao futuro é distinto daquele que os trouxe ao presente. Os chineses redirecionam seu modelo industrial-exportador rumo a uma economia em rede mais sofisticada. Será que o Brasil conseguirá fazer o mesmo com seu capitalismo de Estado? Qual deveria ser o modelo para reanimar a indústria nacional? A recuperação da competitividade brasileira, de forma estrutural, demorará a acontecer. Não basta manobrar o câmbio e baixar a taxa de juros. É preciso mergulhar na modernização microeconômica. Melhorar o ambiente de negócios, agilizar procedimentos de abertura e fechamento de empresas. Tirar do ombro do empreendedor uma carga tributária consumidora de recursos que poderiam ser destinados à inovação tecnológica e à modernização administrativa. Tornar as relações trabalhistas mais ágeis. Se o Brasil fizer as escolhas certas agora, poderá usar a produtividade e competitividade de sua agroenergia para promover uma economia intensiva em tecnologia e globalmente conectada aos mercados mundiais. Quais as principais consequências de não se ter um projeto nacional de desenvolvimento? Talvez a principal consequência seja a de se acostumar com a ideia de que o Brasil é o país do subdesempenho. Nações como os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) alcançaram status de “usinas de crescimento”. Expansão liderada por exportações na China; “economia em transição” para o mercado na Rússia; outsourcing e empreendedorismo tecnológico na Índia, e “substituição de importações 2.0” no Brasil mantiveram a economia aquecida – e tensões sociais arrefecidas. Adaptaram-se com sucesso à “globalização profunda” radicalizada pelo fim da Guerra Fria, ou à “desglobalização” – lógica do “cada um por si” que influencia o comportamento internacional desde a crise de 2008. Esse contexto levou a uma ingênua projeção: os Brics estariam fadados a, inercialmente, liderar um processo de convergência dos emergentes rumo aos padrões de desenvolvimento das economias mais maduras. Nos últimos meses, no entanto, a lua de mel com os emergentes se desgastou. Suas economias desaceleraram. Em contraste, Estados Unidos e Japão se recuperam, e a Europa, lentamente, está saindo da recessão. Isso tem levado a um novo e apressado prognóstico. Nada mais de convergência ou decoupling. O desempenho nos próximos anos estará mais relacionado à capacidade de se

moldarem competitivamente à “reglobalização” em curso. A reglobalização não ambicionará a comunhão de visões de mundo. Não florescerá de um grande pacto global costurado por todas as nações, como a ONU ou a OMC. Ela será mais seletiva e concentrada em comércio, investimento e fortalecimento de redes produtivas. Resultará de acordos envolvendo, por um lado, EUA e Europa, e por outro, EUA e países banhados pelo Pacífico nas Américas, Ásia e Oceania. Será ainda modelada pelo sucesso ou fracasso da China em converter-se numa economia de consumo e elevado valor agregado. Assim, os emergentes de hoje podem estagnar-se. O mesmo também é verdade em relação a economias maduras que deixaram de lado os imperativos do trabalho duro e da constante reinvenção. Escassearão as chances de nações que, por integrarem um quadro comunitário, deram-se ao luxo da irresponsabilidade fiscal e da concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários não sustentados pela produtividade de suas economias. A reglobalização pertencerá às nações que privilegiarem ambientes amigáveis aos negócios, regras do jogo bem estabelecidas e integração a cadeias produtivas transnacionais. Entre os emergentes ou desenvolvidos, ganharão os que redirecionarem excedentes para o incremento da inovação. Para que o Brasil se insira nesse contexto, deve ter como bases a construção de novas vantagens competitivas em nanotecnologia, bioengenharia, biotecnologia, produtos químicos de alto valor, novos materiais e robótica. São esses os veículos que podem conduzir o Brasil a se posicionar à frente dos mercados emergentes. Maio 2014 ▪ 312

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Artigo

Liberdade econômica e competitividade

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ncertezas cercam o ano de 2014: o sucesso ou insucesso na realização da Copa do Mundo, o risco do retorno da inflação, as eleições presidenciais e as estimativas de baixo crescimento da economia brasileira. Com relação ao comércio exterior, a soma das exportações e importações, que é a corrente do comércio, teve um crescimento de US$ 110 bilhões para cerca de US$ 490 bilhões no período de 2000 a 2013. Esse avanço parece muito elevado. Entretanto, a participação das exportações brasileiras no comércio internacional em 2013 foi de apenas 1,3%. No ano 2000, o Espírito Santo era o sétimo maior Estado importador do Brasil. Em 2013, recuamos para o nono lugar no ranking. A Resolução nº 13/2012, que reduziu a alíquota do ICMS interestadual, colaborou bastante para a perda de competitividade estadual. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) reduziu, recentemente, a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2014, para 1,8% ante a estimativa anterior, que era de 2,2%. Por que isso? Como alterar esse cenário de pouco crescimento? Empreendedorismo e inovação são essenciais para a prosperidade e o crescimento econômico. Contudo, existe espaço e facilidade para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora no país? Como o Brasil se posiciona em relação aos demais países no que se refere a iniciar e administrar negócios?

O ranking do Banco Mundial coloca o Brasil na 116ª posição com relação à facilidade de se fazer negócios. As economias são ranqueadas de 1 a 189. Uma boa posição nessa listagem significa que o ambiente regulatório no país apresenta condições favoráveis para se iniciar e operar um negócio. A colocação do Brasil no ranking está pior do que a média da América Latina e Caribe, área que ocupa o 100º lugar. As principais variáveis consideradas para estabelecer o ranking do Banco Mundial foram: a facilidade de começar um negócio, lidar com licenças de construção, conseguir eletricidade, registrar propriedade, obter crédito, proteger investidores, pagar impostos, comercializar através de fronteiras, operacionalizar contratos e resolver insolvências. Em todas essas, a performance nacinal foi ruim, cabendo aqui destacar, no que concerne à comercialização através das fronteiras, que o Brasil se posiciona como 124º. Com relação à competitividade, o país também está perdendo terreno: da 46ª posição em 2012 para a 51ª posição em 2013, de acordo com levantamento efetuado pelo IMD. No aspecto liberdade econômica, segundo a Heritage Foundation, o Brasil está ranqueado em 114º, atrás de nações como Paraguai, Uruguai, Peru e Chile (este ocupa a sétima posição). Pesquisas empíricas mostram que há uma forte correlação entre liberdade econômica, competitividade e PIB per capita. Daí conclui-se que um dos motivos pelos quais o PIB brasileiro não cresce como desejamos é o ambiente de dificuldade para se fazer negócios. No caso do Espírito Santo, poderíamos aumentar o volume de mercadorias a serem exportadas e importadas caso algumas das restrições de se fazer negócios fossem eliminadas. Apesar das incertezas, é importante aproveitar a oportunidade do período eleitoral para pleitear maior liberdade econômica e industrial. Caso contrário, poderemos continuar a nos frustrar ao analisar a nossa performance na competitividade global. Marcílio R. Machado é presidente do Conselho de Comércio Exterior (Concex) do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo e presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex)

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Indústria em Ação

Assessora para Assuntos de Cerimonial e administradora do Palácio Anchieta, Hilda contou histórias registradas em 40 anos de trabalho

Hilda Cabas emociona o público do projeto “Contando Histórias”

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ilda Cabas, assessora para Assuntos de Cerimonial e administradora do Palácio Anchieta, fez uma participação mais que especial na edição do dia 15 de abril do projeto “Contando Histórias”. Antes mesmo de dar início à sua apresentação, ela fez questão de deixar claro que não contaria as histórias que todos ali gostariam de ouvir - referentes aos bastidores do Palácio Anchieta. “Em quase 40 anos de trabalho, assisti a coisas que não posso contar. Meu lema é ‘ouve, vê e cala’”. Ainda sim, a convidada agradou a todos com seu relato envolvente e bem-humorado. Nascida no município de Guaçuí há 86 anos, Hilda Cabas se mudou para a capital quando ainda era criança. Sua carreira teve início de forma bem interessante: organizando festas para os amigos, acabou por se tornar uma profissional na promoção de eventos.Tendo assumido o Cerimonial do Palácio Anchieta a convite do ex-governador Gerson Camata, Hilda procurou dar apoio à então primeira-dama, Rita Camata, na época com apenas 20 anos. No governo Max Mauro, Hilda passou por um momento triste e complicado: a perda de seu filho. Diante dessa situação, afirma que contou com todo o apoio do governador. “Max Mauro era um homem de hábitos simples, que fazia as próprias ligações. Quando meu filho morreu, conversávamos na biblioteca”.

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Outra grande tristeza veio no governo de Albuíno Azeredo, quando foi deslocada para a Casa Civil. Na época, o então secretário-chefe daquele órgão a transferiu novamente, só que dessa vez para o Theatro Carlos Gomes, que se encontrava em total decadência. “Minha sala era sórdida. O ambiente era sujo, todo depredado”. Uma depressão acabou afastando-a do trabalho por um período de oito meses, ocasionando sua exoneração. A história gerou um dos momentos mais emocionantes do evento: José Eugênio Vieira – atual diretor-superintendente do Sebrae-ES – admitiu ser o chefe da Casa Civil naquela época e, diante de toda a plateia, pediu desculpas à narradora. Sua volta ao Cerimonial ocorreu na Prefeitura de Vitória, a convite do então chefe do Executivo municipal Paulo Hartung. Hoje, Hilda Cabas acompanha o governador Renato Casagrande, recebendo autoridades e demais visitantes. “Vi e aprendi muitas coisas nesses anos todos. Vivi grandes experiências. Tenho muito orgulho de ter recebido pessoas como João Paulo II, dona Ruth Cardoso, Zilda Arns, além de embaixadores, ministros e presidentes”. E o segredo de toda essa vitalidade e sucesso é bem simples: basta ter amor ao que se faz. “Amo o Palácio Anchieta. Tenho orgulho de ter batizado o Salão São Tiago”, concluiu Hilda Cabas.

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Palestra abordou temas como especialização, competitividade e questões trabalhistas

Almir Pazzianotto defende terceirização

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x-ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o advogado e especialista em Direito Econômico Almir Pazzianotto esteve em Vitória em abril e foi recebido pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Ele apresentou na sede da entidade, no dia 23, a palestra “Terceirização e Competitividade”. O auditório da Federação, na Reta da Penha, ficou lotado, reunindo diretores do Sistema Findes, empresários, estudantes e professores de áreas de Direito e Economia. Depois de contar um pouco de sua história profissional, Pazzianotto abordou a necessidade de uma reforma sindical e das normas trabalhistas, a busca pela especialização,

as diferenças entre empresas verticalizadas e horizontalizadas e, sobretudo, a terceirização e seus impactos para as indústrias brasileiras. “A terceirização é algo importante, globalizado, que se reflete na competitividade e que marca as empresas modernas, inovadoras, que o mercado precisa nos dias de hoje. Que este encontro tenha desdobramentos. Precisamos rever questões como a quantidade excessiva de sindicatos e também a lei de greve. As paralisações têm impactos muito nocivos para a indústria”, explicou ele. Após a palestra, Pazzianotto respondeu a dúvidas da plateia a respeito dos assuntos abordados e falou um pouco sobre as expectativas de empresas e indústrias.

Serra apresenta Plano de Desenvolvimento Identificar potencialidades. Esse é o objetivo do Plano de Desenvolvimento da Serra, lançado no dia 13 de maio, durante evento no Cerimonial Steffen. O encontro registrou a presença de 500 pessoas, entre autoridades como o governador do Estado, Renato Casagrande; o prefeito do município, Audifax Barcelos; o diretor do Sistema Findes, Paulo Meneguelli, representando a Presidência; e os membros do Conselho da entidade, Luiz Henrique Toniato, Neviton Gasparini e Luciano Raizer Moura. A reunião teve como palestrante convidado o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, que falou sobre o tema “Brasil: as condições para o desenvolvimento”, com uma análise histórica da economia nacional. De acordo com o diretor Luciano Raizer Moura, o planejamento é fundamental para o desenvolvimento sustentável e econômico da Serra. Com o estudo, será possível “Sem planejamento, não sabemos para onde vamos. Por isso a importância de elaborar esse projeto de forma inteligente. Com a metodologia apresentada, o município da Serra vai criando um ambiente favorável para atrair os setores produtivos que geram emprego e renda e oportunidades para a população”, disse.

identificar oportunidades e gerar projetos que contribuam para o crescimento da Serra

Segundo o secretário de Desenvolvimento do município, Everaldo Colodetti, o estudo ficará pronto em quatro meses. “A Serra possui uma demanda social muito elevada; entretanto, a arrecadação está caindo. Queremos ampliar a receita por meio da atração de investimentos privados”, frisou.

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Indústria em Ação

Eleição aconteceu no dia 13 de maio em Brasília

Marcos Guerra é eleito vice-presidente da CNI

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presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, foi eleito vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. A eleição, realizada no dia 13 de maio, em Brasília, definiu ainda a permanência do empresário Robson Braga de Andrade à frente da CNI até 2018. Marcos Guerra, que atualmente faz parte do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (CAL) da CNI, tomará posse no dia 29 de outubro deste ano. De acordo com o industrial capixaba, as novas funções representam uma responsabilidade ainda maior. “Sinto-me muito honrado de ter sido eleito vice-presidente da CNI. Isso aumenta a nossa responsabilidade, porque a partir do momento em que você começa a participar diretamente da Confederação Nacional, você trabalha não só para a indústria capixaba, mas também para a indústria de todo o Brasil”. Segundo ele, essa será uma ótima oportunidade para estreitar ainda mais as relações entre a Confederação Nacional e o Sistema Findes. “A CNI tem sido uma grande parceira do nosso Estado e, com essa eleição, acredito que a indústria do Espírito Santo irá se desenvolver ainda mais. O Sistema Findes anunciou um investimento recorde em sua história, e boa parte desses 28

recursos tem uma grande contribuição da Confederação. Todas as minhas solicitações à CNI foram atendidas, até porque sempre tive muito cuidado na hora de preparar projetos que contemplassem o industrial capixaba. Estou convicto de que, estando ainda mais próximo da CNI, melhores se tornam as nossas chances de concretizar projetos”, destacou. O dirigente acredita que a sua escolha para a vicepresidência na CNI pode ser justificada pelo trabalho que vem sendo realizado na entidade industrial capixaba. “A expectativa era inevitável, pois o trabalho desenvolvido pelo Sistema Findes no Estado é muito bom. Temos uma forte liderança nacional, e essa eleição só comprova que estamos no caminho certo. Estou muito orgulhoso e satisfeito, pois isso reforça a presença da indústria do Espírito Santo em âmbito nacional”. A chapa da CNI tem como primeiro vice-presidente o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf; como diretor financeiro o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Francisco Gadelha; e como diretor-secretário o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Côrte Real.

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Inovação Cenário por Ana Paula Garcia

PIB, indústria e emprego surpreendem, mas economia ainda preocupa

Com PIB e investimentos em alta, o Espírito Santo contrariou as expectativas mais pessimistas. Porém, cenário futuro ainda inspira cautela

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carteira de investimentos anunciados para o Espírito Santo chega a R$ 113 bilhões. O valor corresponde a projetos dos setores público e privado, previstos ou em execução no Estado para o período 2012-2017. O documento “Investimentos Anunciados para o Espírito Santo 2012-2017”, divulgado pelo Governo do Espírito Santo, por meio do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), engloba apenas empreendimentos com cifra individual superior a R$ 1 milhão. O levantamento é feito anualmente pelo IJSN, desde 2000, e conta com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), responsável pela atração de projetos e por ações que promovam a descentralização e harmonização do desenvolvimento. O resultado do estudo mostra a capacidade do Estado em despertar interesse de importantes empreendimentos, que dinamizam a economia e geram melhorias na qualidade de vida da população capixaba, com maiores índices de emprego e renda.

O cenário para o Espírito Santo revela seu grande potencial para novos projetos. Na carteira anterior (período 2011-2016) os investimentos anunciados somavam R$ 100,7 bilhões. Desses, R$ 5,8 bilhões foram concluídos em 2011; entretanto, foram acrescidos outros R$ 18,1 bilhões em novos projetos anunciados, os quais, somados ao saldo anterior (R$ 94,9 bilhões), resultaram no montante da atual carteira (R$ 113 bilhões). Esse aumento nas previsões de recursos públicos e privados demonstra uma expectativa positiva por parte dos investidores, apesar da atual conjuntura econômica nacional, que sinaliza para um menor crescimento na demanda interna brasileira. A despeito das possíveis preocupações com o cenário da economia capixaba, o professor doutor em Economia Antônio Lanzana, da Universidade de São Paulo (USP) afirmou durante sua palestra para economistas, empresários e empreendedores capixabas: “O Estado do Espírito

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“O ano começou com uma perspectiva animadora. Mas o risco de desabastecimento no setor elétrico, os prejuízos com a Copa do Mundo e os baixos índices de crescimento da economia fizeram a indústria capixaba desacelerar” - Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

O Estaleiro Jurong Aracruz é um dos investimentos que contribui para o crescimento da economia capixaba

Santo deve crescer um pouco acima da média brasileira em 2014”, Na ocasião, Lanzana abordou, também, as principais tendências econômicas para o Brasil. O diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) do Sistema Findes, Antônio Fernando Dória Porto concorda com a previsão, e destaca ainda outro aspecto importante: “O perfil da indústria capixaba está sendo remodelado por causa dos novos investimentos que chegam, como os da indústria naval, automobilística e de linha branca. Com a produção no Estado de produtos de maior valor agregado, não ficaremos na dependência exclusiva das commodities”, observou.

Fator petrolífero Um fator importante evidenciado pelas pesquisas especializadas é a força do boom petrolífero na economia local. Nada menos que 62,6% dos investimentos concluídos

entre 2008 e 2011 foram feitos no campo da energia, sendo boa parte na área de petróleo e gás, além de expansão e melhorias no sistema de distribuição de energia elétrica. Nos recursos anunciados até 2016, a participação da atividade “energia” é de 40,3% da carteira, somados a 6,5% de investimentos em terminais portuários e aeroportuários, além de 6,1% associados ao setor de transportes, totalizando 52% de investimentos destinados à infraestrutura. Em segundo lugar aparece a indústria, com 32,5% dos mais de R$ 113 bilhões a serem aplicados. Comércio, serviços e lazer e outros serviços ficam com aproximadamente 7,3% do total. O professor de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Arlindo Villaschi considera a predominância do setor de petróleo e gás como um fator de segurança para os investimentos, pois se trata de uma demanda indispensável para o desenvolvimento nacional, assim como a construção de novos portos e outras obras de infraestrutura. “No Espírito Santo vivemos uma situação ímpar, porque muitos investimentos virão por conta do petróleo e gás. Além disso, obras de ampliação e melhoria de instalações de empresas já estabelecidas no Estado também são um ponto positivo”, considera o professor. Ele destaca que muitas pequenas e médias empresas estão em expansão por conta do crescimento do mercado interno.

Cautela É fato que existe uma aura negativa em torno da economia mundial que preocupa o Espírito Santo, em função de ser um Estado altamente globalizado. A crise internacional continua se prolongando, com reação mais lenta do que a desejável. “O que se nota é que há um cenário nacional e internacional pouco favorável. Maio 2014 ▪ 312

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Cenário

A queda do investimento se insere nesse contexto da atividade econômica e pode se refletir no cenário capixaba em uma série de investimentos postergados”, opina Doria Porto. Entretanto, ele pondera, há manutenção do nível de empregos e a chegada de novas plantas industriais ao Espírito Santo, que diversifica a economia local. Uma das mais recentes inaugurações foi a da fábrica de móveis de aço Itatiaia, em Sooretama, Norte do Estado, que vai produzir eletrodomésticos da linha branca. O investimento inicial foi de R$ 200 milhões. Na contramão do mau humor que tem caracterizado as apostas dos analistas sobre os rumos do comércio mundial de minérios e metais, a Samarco Mineração, empresa que tem como acionistas as gigantes Vale e BHP Billiton, pôs em operação o seu projeto de expansão da produção de pelotas de ferro destinadas à exportação. Com a conclusão do investimento, a perspectiva da mineradora é de elevar em US$ 1 bilhão o seu faturamento só em 2014. O presidente da companhia, Ricardo Vescovi, declarou que o aporte de R$ 6,4 bilhões feito nos últimos três anos nas unidades de Minas Gerais e do Espírito Santo foi traçado acompanhando o crescimento dos próprios clientes, alguns deles antigos parceiros. A empresa vê demanda crescente e em recuperação nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Japão. Quanto à China, locomotiva da demanda mundial de minério de ferro e que preocupa em razão da desaceleração de sua economia, Vescovi destacou que a Samarco já vinha se protegendo da dependência das compras do país asiático e diversificou sua clientela. No ano passado,

“O crescimento do mercado interno reflete na expansão das pequenas e médias empresas” Arlindo Villaschi, professor de Economia da Ufes

“O que se nota é que há um cenário nacional e internacional pouco favorável” Doria Porto, diretor-executivo do Ideies os clientes chineses representaram 15% das exportações da mineradora, ante uma participação que já havia chegado a quase um quarto das vendas. “Quem investe em mineração tem sempre uma noção a longo prazo. Volatilidade de mercado pode acontecer, como está acontecendo neste momento no mercado chinês. São fatos pontuais, como a reposição de estoque na China, principalmente o de pelotas de minério de ferro. Nosso produto tem um grande valor agregado. Apostamos em um futuro brilhante para essa usina. Respondemos muito bem à crise de 2008 e, certamente, vamos responder bem às que vierem”, afirmou o executivo.

Menor participação da indústria no PIB: tendência? O cenário industrial de 2014 pode parecer nebuloso e desconcertante, mas a queda da participação da indústria no PIB não é privilégio capixaba: institutos de pesquisa econômica mostram estudos que revelam que essa é uma tendência universal. “Na Ásia, a tendência é a mesma. Na China, a série é menor, mas se vê queda. Na Europa, era 30% em 1970, mas veio ladeira abaixo e hoje é 13,5%. Na América do Norte, caiu para algo em torno de 12%”, explica o economista Regis Bonelli. De acordo com o Ideies, o PIB brasileiro registrou em 2013 alta de 2,3%, enquanto o capixaba terminou com resultado negativo: -1%. Os efeitos das fortes chuvas de dezembro sobre todo o Espírito Santo acabaram piorando os números de vários setores. “Apesar disso, o ano começou com uma perspectiva animadora para nós, capixabas, em razão dos novos investimentos previstos para o Estado. Mas o risco de desabastecimento no setor elétrico, os prejuízos com a Copa do Mundo e os baixos índices de crescimento da economia, mais uma vez, fizeram a indústria capixaba desacelerar”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra. Ele lembra que entre 2010 e 2013 o Estado cresceu mais do que a média nacional. “Em 2011, a indústria contribuiu com 38,5% do PIB capixaba, enquanto no PIB nacional sua participação foi de 27,5%”, disse, citando os últimos dados divulgados pelo IBGE. Para 2014,o Sistema Findes estima crescimento de 2,2% na produção industrial e de 1,5% no PIB do Espírito Santo. “Estamos prevendo um crescimento maior para o

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Espírito Santo, na indústria. A aposta está nos R$ 24,88 bilhões que serão aportados nos mais diversos projetos e nos investimentos do setor que se espalham por todo o Estado e que irão gerar 24,8 mil empregos na implantação e 19,7 mil na operação”, informou. Entraram nessa conta, por exemplo, as inaugurações das novas usinas de pelotização de Vale e Samarco e o início da operação do Estaleiro Jurong Aracruz e da P-58, plataforma da Petrobras que já está no litoral sul capixaba e que até o final do ano estará extraindo 180 mil barris de óleo por dia. “Nós temos também a Bertolini em Colatina, a Volare em São Mateus, o Estaleiro Jurong em Aracruz, investimentos na cadeia petróleo e gás etc. Estamos acreditando que a indústria volte a crescer no Estado do Espírito Santo, inclusive nas vendas de commodities”, afirmou Guerra. A primeira leva de resultados de 2014 foi marcada pelo indicador de criação de empregos, divulgado pelo Ministério do Trabalho. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apresentou saldo de 260,1 mil novos empregos, um crescimento de 111% sobre janeiro do ano passado. “Apesar do desempenho negativo da indústria, no período não foram registrados índices anormais de demissões ou redução no emprego. Mesmo com a queda da produção, as empresas optaram pela manutenção dos seus quadros, o que demonstra otimismo e expectativa de recuperação em curto e médio prazos”, explicou o presidente.

Eventos atípicos Como citou o dirigente do Sistema Findes, alguns eventos provocarão perdas para a indústria ao longo do ano de 2014, como a Copa do Mundo, as eleições e os numerosos feriados, que terão impacto direto no setor, com queda na produtividade e previsão de prejuízo em torno de R$ 976 milhões. No Brasil, a previsão é de um prejuízo de R$ 32,5 bilhões somente por conta dos oito dias de feriados. “Nós temos também o ano da eleição, que para a indústria é muito ruim. É um ano que não tem licitações, não tem inauguração de obras. Isso impacta negativamente a produção brasileira. Os grandes projetos não acontecem.

“O Estado do Espírito Santo deve crescer um pouco acima da média brasileira em 2014” Antônio Lanzana, professor doutor em Economia da Universidade de São Paulo (USP)

“Nosso produto tem um grande valor agregado. Apostamos em um futuro brilhante” Ricardo Vescovi, presidente da Samarco Mineração,

Durante a Copa do Mundo, a indústria produz menos. Embora uma propaganda muito grande tenha sido feita, foram pouquíssimos os setores que realmente se beneficiaram até agora – em especial a construção civil, e nos estados onde foram erguidos hotéis e estádios. Em termos de comparação, em 2013 os feriados trouxeram um prejuízo de R$ 860,8 milhões para o setor industrial”, explica Guerra.

Abaixo da média, mas acima das economias desenvolvidas Embora tenha ficado abaixo da média mundial estimada pelo FMI, que é de 3%, o crescimento econômico nacional supera avanços de países como Estados Unidos e Reino Unido. Com índice de 2,3%, segundo dados do IBGE, o Brasil desfruta de um dos melhores resultados de crescimento entre as principais nações que já tiveram seus dados divulgados. Hoje, é inferior apenas ao da China e da Coreia do Sul, com altas de 7,7% e 2,8%, respectivamente. Em trajetória de recuperação após a crise mundial que devastou suas economias em 2008, Estados Unidos e Reino Unido crescem hoje 1,9% ao ano. Países como a Espanha e a Itália tiveram quedas no PIB em 2013 de 1,2% e 1,9%, respectivamente. Contra a maré de apostas negativas, a economia brasileira apresenta o primeiro conjunto de resultados em 2014. Produto Interno Bruto, atividade industrial e criação de empregos superaram todas as expectativas. Mesmo quem enxergava bons números foi supreendido com prévia de crescimento de 1,26% em janeiro; aumento de 3,1% na atividade industrial; criação 111% maior de empregos no primeiro mês do ano sobre mesmo período de 2013; e manutenção de investimentos. Mas nunca é demais lembrar que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém e que a economia vive de ciclos. Feito o lembrete, o passo seguinte é erguer as mangas e trabalhar firme para manter os avanços conquistados – mesmo que pequenos – e reforçar a confiança nos bons números apresentados até agora. Maio 2014 ▪ 312

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Artigo

Viver no campo, uma opção da juventude rural

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o Espírito Santo, a agropecuária e os negócios a ela associados configuram um setor estratégico na geração de emprego e renda para a grande maioria dos municípios. No segmento da produção rural, elo base do agronegócio, destaca-se a agricultura familiar, que está presente em mais de 80% das propriedades rurais e ocupa 64% das pessoas do campo. Atualmente, o meio rural capixaba conta com 122 mil jovens, com idade entre 14 e 29 anos, que desempenham um papel estratégico para a manutenção, evolução e reprodução do modo familiar de produção, que é um patrimônio histórico, cultural, social e econômico do interior do Estado. Contudo, nas últimas décadas observou-se, aqui e no Brasil, uma migração rural-urbana mais intensa dessa faixa etária, o que confirma a expressão tão comum de que “o rural está envelhecido”. Para reverter essa tendência, o Governo do Espírito Santo criou o Projeto Valorização da Juventude Rural, pensado justamente para lidar com esse público, que é imprescindível para a sustentabilidade do agronegócio. O projeto parte de um novo conceito em que as propriedades rurais ou unidades produtivas são pluriativas,

multidimensionais e multifuncionais. Em outras palavras, o rural não é apenas um espaço para produção agropecuária, mas um território para a valorização e preservação da cultura, da arte, do lazer, da produção de energia renovável, da recuperação ambiental e da agregação de valor aos produtos primários. Cerca de 10 mil jovens já foram beneficiados pelas diversas ações públicas, com destaque para os cursos de gestão da propriedade rural ou da unidade pesqueira, onde são capacitados em conceitos avançados de gestão de negócios, empreendedorismo e inovação, com foco nos diversos elos das cadeias agroprodutivas do Espírito Santo. Já foram implantadas 52 salas digitais e multimídias, compostas por computadores, filmadoras e máquinas fotográficas digitais, onde são realizados cursos de informática para jovens e suas famílias. São locais de acesso a informações para consultas e pesquisas. Já há exemplos de criação de redes intra e intercomunidades, e de documentários sobre os aspectos sociais, econômicos e culturais das comunidades do entorno. Desde 2011, o Governo do Estado instalou, em 44 locais, unidades produtivas sustentáveis, onde os jovens rurais aplicam na prática os conhecimentos adquiridos. São espaços de agregação de valor aos produtos da região, como pequenas fábricas de massas, cozinhas experimentais, unidades de beneficiamento de frutas e de pescado, além de áreas demonstrativas relacionadas à produção rural, como cultivo de hortaliças, viveiros de mudas, pecuária de leite, cafeicultura e avicultura caipira, todas conduzidas em sistemas agroecológicos de produção. Uma base sólida de conhecimentos permite ao jovem planejar seu futuro e ter a confiança necessária para que faça a opção por permanecer no campo e ou trabalhar nele. As famílias, aí incluída a juventude rural, passam a ser protagonistas de seus destinos. Afinal, o meio rural deve ser uma opção de vida e não uma obrigação! Enio Bergoli é secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca

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Interiorização Inovação por Gustavo Costa

Mais capacitação para o interior Escolas móveis viabilizam formação profissional para municípios capixabas

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iente da importância de se levar às cidades que não possuem unidades do Sesi/Senai uma estrutura capaz de oferecer todo o seu portfólio de cursos e produtos, o Sistema Findes celebra os resultados do projeto Escola Móvel. Definida como ambiente de ensino e de prestação de serviços que atua como oficina volante, a escola torna disponíveis diversas opções de formação e capacitação profissional, de acordo com a demanda industrial da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis, que formam salas de aulas e laboratórios. O Plano de Investimentos do Sistema Findes é de R$ 150 milhões até 2017, dos quais 84% serão destinados a educação e qualificação. A intenção é de que cada localidade possa contar com cursos específicos, alinhados ao perfil e às necessidades do município. Governador Lindenberg e Baixo Guandu são exemplos da implantação da estrutura. “As ações da Escola Móvel em Governador Lindenberg representaram a formação de uma parcela significativa da população do município: foram 622 matrículas realizadas num período de oito meses. Formamos 38 turmas em cursos de educação para o trabalho do Sesi,

qualificação profissional do Senai e formação gerencial do IEL. Foram cursos de capacitação de líderes, pedreiros, padeiros, mecânicos, costureiros, eletricistas e operadores, entre outros. Em Baixo Guandu estão previstas mais de 550 matrículas, em cursos nas áreas automotiva, de tecnologia da informação, vestuário, construção civil e alimentos e bebidas. O processo formativo deve ser iniciado ainda no primeiro semestre de 2014”, disse Solange Siqueira, superintendente do Sesi-ES e diretora regional do Senai-ES. Os cursos são realizados por meio de uma parceria entre o Senai-ES e as secretarias municipais de Assistência Social e de Desenvolvimento Econômico. O prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, elogia a parceria de sucesso. “A parceria que firmamos, com a realização de centenas de cursos de qualificação profissional por meio do laboratório móvel, amplia-se agora com a instalação da Escola Móvel e da Agência de Treinamento Municipal, vindo para somar e ficar. Os resultados já aconteceram. Dinamizamos nossa economia, contribuímos para o aumento da autoestima da população e começamos a atrair indústrias para a região.

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Temos como exemplo uma das mais modernas no ramo da confecção, que gerará 400 empregos durante as obras e mais de 160 na operação. Trata-se da Vide Bula, da Vide Bula Jr e da Missbela”, frisou ele. De acordo com o prefeito, ao focar a sua atuação na questão da interiorização, a Federação das Indústrias do Estado Espírito Santo vem ajudando o Estado a se desenvolver por inteiro. “O Sistema Findes cumpre o importante papel de garantir o funcionamento e fazer avançar os empreendimentos industriais no Estado e país. O trabalho exercido aqui no Espírito Santo, sob a liderança de Marcos Guerra, é digno de louvor. Isso veio ao encontro das políticas adotadas pela Prefeitura de Baixo Guandu, que vê no apoio às empresas locais e na atração de novos negócios a saída para a estagnação em que o município se encontrava em janeiro de 2013”, enfatizou Barros.

Pilar do desenvolvimento Ao trabalhar em prol dos interesses da indústria capixaba, o Sistema Findes identificou gargalos que se transformam em obstáculos para a competitividade das empresas locais. E, para combater o desafio da falta de mão de obra qualificada, investir em educação é buscar a solução, não de forma paliativa, mas permanente. Solange Siqueira explica quais são as ações do Sesi/ Senai no projeto da Escola Móvel. “Grande parte das ações formativas proporcionadas pela Escola Móvel refere-se a essas duas entidades. São cursos e programas de Educação Para o Trabalho (Edut), que visa à geração de emprego e renda, e de Formação Inicial e Continuada (FIC), que almeja preparar profissionais e qualificá-los para exercício de um trabalho conforme Classificação Brasileira de Ocupações. Deste modo, as ações formativas proporcionam aos formandos as condições mínimas para seu crescimento “Dinamizamos nossa economia, contribuímos para o aumento da autoestima da população e começamos a atrair indústrias para a região” Neto Barros, prefeito de Baixo Guandu

“Ações formativas geram renda, qualificação e desenvolvimento de competências requeridas pelo mercado” Solange Siqueira, superintendente do Sesi-ES

humano, quer seja gerando remuneração complementar à renda familiar, quer seja por meio da qualificação e desenvolvimento de competências requeridas pelo mercado”. Por meio dos cursos FIC, os alunos são aperfeiçoados para entrar ou reingressar no mercado de trabalho. Já o Edut representa novas oportunidades para jovens de baixa renda, cujo padrão de desenvolvimento é incompatível com as atuais exigências profissionais. A superintendente celebra também os bons frutos alcançados pelas ATMs já inauguradas e fala com expectativa sobre as que estão por vir. “Inauguramos três ATMs: em Ibiraçu; no Sambão do Povo, em Vitória; e em São Gabriel da Palha. Os resultados foram significativos: mais de 1.100 matrículas realizadas em cursos de qualificação e aperfeiçoamento profissional, com o objetivo de formar trabalhadores dotados das competências requeridas pelo mercado e qualificá-los para o exercício de uma ocupação, além de proporcionar a complementação de competências e habilidades daqueles que já estão no mercado. A proposta de implementação de Agências de Treinamento Municipais vem ao encontro das premissas do Mapa do Trabalho Industrial, pois viabilizam a formação em municípios onde não há unidade fixa do Sesi/Senai/IEL. Assim, as ATMs são entendidas como ações complementares e de grande relevância no processo de preparação de mão de obra qualificada para as indústrias capixabas. Em 2014, outras agências serão inauguradas, por exemplo, em Santa Teresa e em Itaguaçu-Itarana”, disse Solange. Projetos como a Escola Móvel e a ATM mostram como podem sair do papel soluções capazes de tornar mais atrativo o setor industrial capixaba. A qualificação gratuita e de qualidade deixou de ser utopia no Estado para se tornar uma grandiosa realidade. Maio 2014 ▪ 312

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Especial Inovação por Yasmin Vilhena

Diretores e representantes da indústria se reuniram para a eleição, realizada no dia 10 de maio

Novo ciclo de comprometimento com a indústria capixaba Com a aprovação dos 31 sindicatos filiados, Marcos Guerra é reeleito presidente do Sistema Findes

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ompetência, apresentação de resultados e muita dedicação. Assim pode ser descrito o trabalho do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, reeleito no dia 10 de maio com 100% dos votos válidos para um novo mandato à frente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo. Industrial de Colatina, Guerra foi o único a apresentar candidatura para o cargo, obtendo na eleição a aprovação de todos os 31 sindicatos que estiveram aptos a votar. De acordo com o presidente reeleito, esse resultado é

fruto de todas as metas concretizadas e dos desafios superados durante os três primeiros anos de gestão. “Nestes três anos à frente da Federação das Indústrias, trabalhamos a integração dos sindicatos e das entidades empresariais com foco num mesmo objetivo: o desenvolvimento sustentável e a competitividade da indústria capixaba. E no decorrer deste período, apesar dos muitos desafios, desenvolvemos projetos importantes dentro do Sistema Findes. Ações de interiorização em prol de uma indústria

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Como ocorre o processo eleitoral • Apresentação da candidatura - Os candidatos à Presidência do Sistema Findes devem ficar atentos ao edital, que é publicado com 30 dias de antecedência da votação. Ele é divulgado internamente na própria entidade, no Diário Oficial do Estado e em jornais de grande circulação do Espírito Santo. O prazo para envio de candidaturas é de no máximo 15 dias após a publicação do edital.

“Construí uma chapa muito interessante onde pude contemplar todos os segmentos da indústria capixaba. Todos foram escolhidos com bastante critério” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

diversificada e com maior valor agregado, educação, associativismo, relacionamento institucional e investimentos, que têm sido os pilares de nossa gestão”, detalhou. O primeiro mandato de Guerra foi marcado por importantes realizações, como a Escola Móvel e as Agências de Treinamento Municipais (ATMs), além da inauguração do Senai Centromoda Colatina, iniciativa inovadora para a geração de mão de obra qualificada para a indústria têxtil, de moda e confecções. No início de 2014, o Sistema Findes anunciou o maior plano de investimentos da história da entidade: R$ 150 milhões, dos quais, 84% estão voltados para a educação e qualificação. “O nosso plano de investimentos foi discutido com todos os segmentos da indústria capixaba. Com esse projeto, pretendo consolidar as ações de fortalecimento do associativismo e da educação profissional. A reeleição pode ser justificada pela consolidação do nosso trabalho no primeiro mandato e pela expectativa positiva quanto às demais iniciativas, que serão entregues ao longo do segundo”, ressaltou.

Diretoria plenária Para dar continuidade às ações e garantir o alcance de todas as metas estabelecidas, Marcos Guerra divulgou, no dia 24 de abril, a lista completa dos nomes indicados para a gestão 2014/2017. Os escolhidos vão compor a Diretoria Plenária e o Conselho Fiscal e representar o Sistema Findes como delegados na Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o diretor para Assuntos Tributários do Sistema Findes e também presidente da Comissão Eleitoral, Gibson Barcelos Reggiani, todo o processo de votação para a Presidência ocorreu dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Regulamento Eleitoral do Sistema Indústria capixaba.

• Quem pode participar - Podem concorrer à Presidência do Sistema Findes empresários da área industrial que sejam filiados a algum sindicato associado ao Sistema Indústria. • Tempo de mandato - Um mesmo presidente pode ficar à frente da Federação por, no máximo, dois mandatos consecutivos (seis anos). Sua apresentação pode ser feita novamente em um período posterior. • Votação - Cada sindicato tem direito a um voto, que normalmente é dado pelo titular. Caso este esteja impossibilitado de comparecer, quem escolhe é o suplente. A votação dura cerca de três horas e acontece preferencialmente no intervalo de 14h às 17h. A Seção Eleitoral é constituída de um presidente, um secretário, um mesário e dois suplentes. • Apresentação da chapa Para aprovação da chapa completa, de acordo com o Regulamento Eleitoral, cada um dos sindicatos indica dois representantes para votação (um titular e um suplente). A chapa é constituída da seguinte forma: • Posse A posse da nova Diretoria, bem como do presidente eleito, ocorre ao final do mandato em curso.

Diretoria Plenária: Presidente 1º Vice-Presidente 9 Vice-Presidentes 3 Diretores Administrativos 3 Diretores Financeiros 21 Diretores Conselho Fiscal:

3 Titulares 3 Suplentes Delegados representantes junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI):

2 Titulares 2 Suplentes

Fonte: Gibson Barcelos Reggiani, diretor para Assuntos Tributários do Sistema Findes e presidente da Comissão Eleitoral 2014

“A eleição foi extremamente simples e tranquila. A unanimidade expressou o reconhecimento dado ao presidente Marcos Guerra de forma mais que perceptível. Não tenho dúvidas de que as expectativas para o próximo trabalho são as melhores possíveis”, ressaltou. Maio 2014 ▪ 312

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Chapa da Diretoria Eleita • Diretoria Plenária Presidente: Marcos Guerra 1º Vice-Presidente: Gibson Barcelos Reggiani

• Vice-Presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto | Benizio Lázaro Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Elder Elias Giordano Marim | Egidio Malanquini | Houberdam Pessotti | Leonardo Souza Rogerio de Castro | Manoel de Souza Pimenta Neto | Sebastião Constantino Dadalto

Gibson Reggiani: remanejamento de cadeiras para alavancar o desenvolvimento da indústria

Processo eleitoral Segundo Reggiani, o processo eleitoral é dividido em duas etapas: na primeira, é escolhido o novo presidente, e na segunda, é votada a chapa que irá atuar com ele em um mandato de três anos. “Na primeira fase escolhe-se o presidente mais votado entre os sindicatos. Em um segundo turno, o candidato já eleito apresenta a sua chapa, cujos membros irão constituir a Diretoria do Sistema Findes e representar a Federação capixaba na CNI. Se essa chapa não for aprovada, há a convocação para uma nova eleição. Nesse caso, se a data para apresentação dos membros da segunda chapa não estiver prevista no Estatuto, cabe à Mesa Eleitoral defini-la”, destaca. De acordo com Marcos Guerra, diversos fatores são levados em consideração na hora de serem escolhidos os representantes. “A composição da chapa não pode contar com mais de duas pessoas de um mesmo sindicato. Além desse pré-requisito, foram avaliados tempo, habilidade e conhecimento dos membros para a ocupação do cargo. Acredito que construí uma chapa muito interessante, com a qual pude contemplar todos os segmentos da indústria capixaba. Todos foram escolhidos com bastante critério. Temos uma composição muito responsável”, ressalta. “Nós tivemos simplesmente um remanejamento de cadeiras, com o objetivo de tentar alavancar ainda mais o desenvolvimento da indústria do Espírito Santo e do país como um todo, que está passando por um processo difícil. Precisamos trabalhar juntos para restabelecer a importância da indústria no PIB brasileiro”, destaca Gibson Reggiani. A posse da nova Diretoria e do presidente eleito será feita no dia 31 de julho, mês em que se encerra o mandato atual.

1º Diretor Administrativo Elcio Alves 2º Diretor Administrativo Luciano Raizer Moura 3º Diretor Administrativo José Augusto Rocha 1º Diretor Financeiro Tharcicio Pedro Botti 2º Diretor Financeiro Ronaldo Soares Azevedo 3º Diretor Financeiro Flavio Sergio Andrade Bertollo

• Diretores: Almir José Gaburro | Atilio Guidini | Elias Cucco Dias Emerson De Menezes Marely | Ennio Modenesi Pereira | José Carlos Bergamin | José Carlos Chamon Luiz Alberto de Souza Carvalho | Luiz Carlos Azevedo de Almeida | Luiz Henrique Toniato | Loreto Zanotto Mariluce Polido Dias | Neviton Helmer Gasparini Ocimar Sfalcini | Ortêmio Locatelli Filho | Ricardo Ribeiro Barbosa | Samuel Mendonça | Sergio Rodrigues da Costa | Silesio Resende de Barros | Tullio Samorini Vladimir Rossi

• Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini Ednilson Caniçali José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz Antonio Tavares Azevedo de Brito Fabio Tadeu Zanetti

• Representantes/CNI Titulares: Marcos Guerra Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Lucas Izoton Vieira Leonardo Souza Rogerio de Castro Fonte: Sistema Findes

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Capixabas participam de Fórum Brasil-França Uma comitiva formada por empresários capixabas e coordenada pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, participou, no dia 20 de maio do Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris. O objetivo do grupo foi ampliar as relações econômicas com aquele país europeu. De acordo com Guerra, o evento serviu para a prospecção de novos mercados para os capixabas. “Tivemos a oportunidade de trocar contatos com empresários europeus, além de mostrar aos franceses as oportunidades e a diversificação da indústria do nosso Estado”, frisou. Membro da comitiva, o presidente da Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção da Findes, Houberdam Pessotti, aproveitou o evento para visitar a indústria francesa Lussiana, que produz artefatos de concreto.“O Fórum foi muito importante, principalmente para o meu setor produtivo. Encontrei na França uma empresa que será nosso fornecedor. Eu visitei a empresa deles e vou receber um representante francês aqui em nosso Estado, para conhecer a minha indústria, as nossas potencialidades econômicas e firmar parcerias”, destacou ele.

Embaixadores europeus visitam o Estado O Sistema Findes promoveu no dia 15 de maio um almoço executivo com o chefe da delegação da União Europeia no Brasil e um grupo de embaixadores europeus. Estiveram representados: Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, República Tcheca e Romênia. A comitiva foi recebida pelo vice-presidente da Federação das Indústrias, Manoel Pimenta. Durante o evento, os visitantes assistiram a um vídeo sobre características e potencialidades do Espírito Santo. “Somos pequenos em tamanho, mas temos uma indústria forte, que representa mais de um terço de nossa economia, e muita experiência no mercado internacional”, falou Pimenta. Além do encontro com empresários industriais no almoço do Sistema Findes, o grupo também se reuniu com o governador do Estado, Renato Casagrande, e fez uma visita à Capitania dos Portos do Espírito Santo.

Segurança pública é assunto no Conselho de Responsabilidade Social

Sidemberg elogiou o programa “Estado Presente” do Governo capixaba

O papel da iniciativa privada na promoção da segurança pública foi o assunto tratado pelo presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social do Sistema Findes (Cores), Sidemberg Rodrigues, no “1º Diálogo Regional sobre Segurança Cidadã: os Desafios da Sociedade Contemporânea”. O evento foi realizado nos dias 26 e 27 de maio, no Centro de Convenções de Vitória. A palestra de Rodrigues teve como tema “A Intersetorialidade da Política de Segurança Pública e a Prevenção Social da Violência”. “Nós temos uma corresponsabilidade na violência, na educação e demais questões que envolvem a sociedade”, disse ele, que listou caminhos para se melhorar a segurança pública. São eles: fatores econômico, ambiental, social, cultural, político e espiritual, todos devendo coexistir entre entidades do poder público e a iniciativa privada. Participaram do painel o secretário de Estado de Ações Estratégicas, Álvaro Duboc; o coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Segurança Pública (Cepesp) da PUC-MG, Luis Flávio Sapori; e o britânico Gary Stannett, presidente da Active Communities Network. Maio 2014 ▪ 312

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Indústria em Ação

Maurício Max e Theodorico Ferraço receberam seus troféus das mãos de Marcos Guerra

Findes homenageia “amigos da Indústria”

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diretor de Pelotização da Vale, Maurício Max, recebeu das mãos do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a homenagem “Amigo da Indústria”, em reconhecimento ao trabalho realizado em prol do desenvolvimento do setor no Espírito Santo. A entrega aconteceu no dia 20 de março, durante encontro dos diretores da Federação das Indústrias do Estado com representantes da mineradora. “Maurício superou muitos degraus em sua jornada, mas sempre lutou pelo crescimento da indústria capixaba e vem sendo um grande parceiro do Sistema Findes. A atuação conjunta das duas organizações fortalece ainda mais a economia do Espírito Santo”, disse Guerra. Já no dia 3 de junho foi a vez do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales), Theodorico Ferraço, receber a homenagem. O troféu foi entregue mais uma vez pelo presidente Marcos Guerra, acompanhado dos presidentes eméritos da entidade, Hélcio Rezende Dias e Sergio Rogerio

de Castro. “Agradeço a homenagem entregue pela Findes e destaco aqui a importância dessa entidade para o crescimento da economia capixaba. Fui um industrial de mármore e granito, mas me assustei com a quantidade de entraves colocados diante dos empresários. Há muitos gargalos a solucionar, mas a Findes tem relevância para levantar esse debate”, destacou Ferraço. O troféu, criado pelo artista plástico Penithencia, mostra degraus em alusão aos desafios vencidos pelos homenageados.

Sindipães comemora 80 anos O dia 4 de abril foi de homenagem para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Ele recebeu, ao lado de diversas autoridades, a Medalha Industrial da Panificação e Confeitaria do Espírito Santo e um troféu comemorativo do aniversário do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Sindipães), que celebrou seus 80 anos de fundação. O evento foi realizado na sede do sindicato, em Vila Velha, e também marcou a posse da nova Diretoria para a gestão 2014-2017. Luiz Almeida foi escolhido para presidir o Sindipães, enquanto seu antecessor, Flavio Bertollo, será o presidente da Associação da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Aipães). Estiveram presentes ao encontro o governador do Estado, Renato Casagrande – outro dos homenageados da noite –; o vice-governador, Givaldo Vieira; presidentes eméritos do Sistema Findes e do Sindipães, entre outras lideranças empresariais e políticas. Em seu discurso de agradecimento, Marcos Guerra destacou o significado da trajetória do Sindipães para o Sistema Findes e para a economia do Estado. “É uma honra receber um prêmio dessa importância, concedido por um sindicato tão representativo para a história da indústria no Espírito Santo. O Sindipães ajudou a escrever com letras maiúsculas o nome da Findes, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento econômico do Estado. Fico muito feliz por tê-los como parceiros em nossas ações em favor do crescimento e do fortalecimento da indústria capixaba”, frisou.

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No Sistema por Gustavo Costa

Cadernos Regionais: caminhos para o desenvolvimento Publicação mostra as potencialidades socioeconômicas das regiões do Estado

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evar o desenvolvimento para o interior do Espírito Santo, diversificando a Indústria em todo o Estado, é uma das principais bandeiras da atual gestão do Sistema Findes. E para mostrar o potencial e as características das diferentes regiões capixabas, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Marcos Guerra, apresentou no dia 27 de março a publicação “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”. O lançamento aconteceu durante a reunião do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) do Sistema Findes. Com exemplares de aproximadamente 50 páginas, o material oferece dados como perfil econômico, parque industrial, índices sociodemográficos e outros aspectos da população, educação, empregos gerados e quantidade de empresas 44 Indústria Capixaba – Findes

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“Este projeto é uma ferramenta da mais alta relevância, tanto para os novos investidores e empreendedores quanto para o fortalecimento dos municípios” Egídio Malanquini, diretor para Assuntos do Ideies

por setor industrial instaladas na área de abrangência de cada uma das oito Regionais do Sistema Findes: Aracruz, Nova Venécia, São Mateus, Linhares, Colatina, Venda Nova do Imigrante, Anchieta e Cachoeiro de Itapemirim, além da região da Grande Vitória, onde fica a sede da entidade. Os cadernos foram produzidos pelo Núcleo Estratégico de Conjuntura (NEC) do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Findes. O presidente Marcos Guerra falou sobre a importância desse projeto enquanto ferramenta técnica. “Em primeiro lugar, convém reforçar que essa publicação foi construída a muitas mãos. Conversamos com todas as oito Regionais do Sistema Findes, ouvimos os empresários e

utilizamos toda a capacidade de análise do Ideies. Nosso objetivo foi construir um documento que concentrasse informações sobre a vocação de cada região, as perspectivas de investimentos e as oportunidades para a indústria capixaba. Os cadernos servirão como uma bússola para empresários, gestores públicos e investidores. É preciso derrubar a ideia de que apenas algumas regiões do Estado possuem potencial industrial. Todas podem ser aproveitadas, mas é necessário que se conheça o potencial de cada uma delas. Queremos estimular a integração dos 78 municípios, desenvolvendo um grande Estado industrial”, frisou. Para Egídio Malanquini, diretor do Sistema Findes para Assuntos do Ideies, é de vital importância o investidor industrial ter disponíveis informações confiáveis. “Isso facilitará o direcionamento de seus investimentos, de acordo com seu segmento. Portanto, é um grande avanço para os municípios, pois até o momento não havia nenhuma fonte com tanta riqueza de dados que possam contribuir com a decisão de investimento. Esse projeto é da mais alta relevância, tanto para os novos investidores e empreendedores, quanto para o fortalecimento dos municípios”, explicou. Malanquini lembrou que o Ideies vem oferecendo ferramentas que desenvolvem as regiões sem comprometer o equilíbrio social e econômico. “Foi assim que surgiu a ideia de realizar um diagnóstico que pudesse atender às necessidades de desenvolvimento de prefeitos, empresários e toda a sociedade. Nesse sentido, o Ideies consolida sua marca como instituto de referência no Estado. Parabéns a todos que participaram desse grande projeto”. Maio 2014 ▪ 312

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No Sistema

Anchieta Composta por cinco municípios, a Regional de Anchieta ganhou no dia 6 de maio a sua edição do projeto “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”. Os exemplares foram lançados no Hotel Piúma Palace, em Piúma. A região, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estaística (IBGE), contribui com 7% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba, aproximadamente R$ 5,8 bilhões. Anchieta concentra grande parte do dinamismo das cidades da Regional, com participação de 72,7% no total do PIB local. Para o vice-presidente institucional do Sistema Findes em Anchieta e Região, Fernando Schneider Kunsch, a iniciativa de se produzir os cadernos regionais foi de suma importância para os municípios do interior do Estado, que na maioria das vezes não contam com publicações que ofereçam uma quantidade tão grande e, ao mesmo tempo, segmentada, de informações sobre suas realidades locais – como, por exemplo, os indicadores socioeconômicos. “Com os cadernos, empresas, órgãos públicos, entidades de classe, organizações da sociedade civil e imprensa, entre outros segmentos, podem encontrar reunidos em um só espaço dados importantes, que são subsídios para a decisão sobre investimentos, prestação de serviços públicos de qualidade etc.”, falou. De acordo com Kunsch, tanto quem já é empresário quanto os interessados em se instalar e desenvolver alguma atividade industrial contam agora com um valioso instrumento de apoio ao processo de tomada de decisão. Também os órgãos governamentais encontram dados sobre a atual oferta de serviços públicos e podem identificar pontos em que ainda há necessidade de investimentos, principalmente nas áreas de educação e infraestrutura, que são cruciais para o desenvolvimento de qualquer cidade e região do país.

Aracruz O vice-presidente institucional do Sistema Findes em Aracruz e Região, João Baptista Depizzol Neto, lançou em sua Regional, no dia 14 de maio, a respectiva edição do projeto “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”, com o perfil e o dinamismo econômico dos cinco municípios de sua área de abrangência. Essas cidades são importantes para as atividades da indústria, construção e serviços industriais de utilidade pública (Siup). Para Depizzol, são vários os benefícios trazidos pelo material. “Tanto para quem quer montar um plano de negócio, quanto para quem quer ampliar seu empreendimento. E também os prefeitos vão se beneficiar, pois poderão usar esse caderno como uma ferramenta de trabalho. Além de economizar em várias pesquisas, terão uma percepção muito grande das necessidades locais, podendo definir melhores políticas de atração de investimentos de terceiros ou direcionamento de investimentos próprios. Isso vai proporcionar mais segurança para os empresários, investidores e os Governos municipais. Esse caderno será um norteador para todos”, disse. O vice-presidente aproveitou para parabenizar o empresário Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes, bem como a todos que contribuíram para a realização do caderno. “Acredito que todos ganham, mas acho que Aracruz saiu na frente, pois a Secretária de Educação já está utilizando o caderno para uma pesquisa a partir da qual pretende montar um importante projeto, como ela mesma fez questão de destacar no dia do lançamento”, disse Depizzol.

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Cachoeiro de Itapemirim Com 18 municípios, a Regional de Cachoeiro apresentou, no dia 22 de abril, o seu caderno “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”. Os municípios abrangidos são responsáveis por 9,3% do PIB do Estado, para o qual contribuem com cerca de R$ 7,6 bilhões. Cachoeiro de Itapemirim concentra pouco mais de um terço do dinamismo dos 18 municípios, com participação de 35,5% no total do PIB regional. Para o vice-presidente institucional do Sistema Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região, Áureo Vianna Mameri, a publicação é um importante guia, apontando os pontos fortes dos municípios, suas características, informações e vocações gerais. “É um passo fundamental na concretização da presença do Sistema Findes no interior do Espírito Santo, que já se dá com a atuação das entidades Senai, Sesi, IEL e Ideies, e agora suprindo com informações de qualidade as diversas Diretorias Regionais”, destacou.

“Os cadernos servirão como uma bússola para empresários, gestores públicos e investidores. É preciso derrubar a ideia de que apenas algumas regiões do Estado possuem potencial industrial” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Colatina No dia 7 de abril foi a vez de Colatina, cuja Regional abrange 14 municípios, fazer o lançamento oficial da série. Do ponto de vista de Manoel Antonio Giacomin, vicepresidente institucional da Findes em Colatina e Região, o caderno é uma iniciativa criativa e coloca o Sistema em destaque, promovendo grande aproximação entre todos os setores produtivos, industriais, agroindustriais, comerciais e de serviços, bem como com poder público e entidades civis diversas. “É uma ferramenta muito importante dentro do ideal do presidente Marcos Guerra de interiorização do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo”, falou. Para Giacomin, o projeto constitui uma ampla fonte de pesquisas para investidores e para o setor acadêmico. “Contém diagnósticos, subsídios e estatísticas destinados a nortear o setor privado, a fim de viabilizar decisões de novos investimentos com maior conhecimento da capacidade e posição de cada segmento. Também conta com dados que estimulam e apoiam o desenvolvimento”, explicou. Ele acredita que toda a região poderá destacar-se com o caderno, mas em especial os municípios com maior vocação industrial. “Usando este caderno, podemos escolher o caminho pelo qual queremos chegar a um desenvolvimento sustentável, com base em estatísticas confiáveis, ou seja, argumentos consolidados, para ampliar e atrair novos investimentos”. Maio 2014 ▪ 312

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No Sistema

Nova Venécia Em abril, a Regional de Nova Venécia recebeu os seus exemplares da série “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”. Destacam-se na sua área de abrangência a extração e a produção de granitos e rochas ornamentais, inclusive com empreendimentos que já fabricam o produto com maior valor agregado. O lançamento foi coordenado pelo vice-presidente institucional da Findes em Nova Venécia e região, José Carnielli, que apresentou a publicação aos convidados presentes. Ele afirmou que os seis municípios da Regional só têm a ganhar com o caderno. “Cada um desses municípios tem suas particularidades e potencialidades. O importante é dar visibilidade ao que cada um pode oferecer, de forma que todos possam ganhar. Que esse trabalho possa oferecer informações, principalmente, àqueles que querem investir na região. Entre os vários pontos que devemos avaliar para tomar esse tipo de decisão, dois são fundamentais: informações técnicas do negócio e da região e do que ela pode oferecer, como mão de obra; logística; infraestrutura; macrodesenvolvimento etc. Portanto, estamos criando mecanismos para visibilizar a diversos públicos as nossas Regionais”, disse. Para ele, o projeto é marcado por uma palavra: legitimidade. “Trata-se de um trabalho sério, assinado por uma instituição que tem respeito e credibilidade. E por estarmos em um Estado promissor, que oferece oportunidades para quem quer investir e trabalhar, esse projeto e fundamental”, enfatizou Carnielli.

o Desenvolvimento Regional”, lançada no dia 29 de abril na sede local do Sistema Findes. Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em relação ao valor adicionado em 2010, os municípios dessa área no norte possuem grande parte de sua economia voltada para a agropecuária, com 36,4%; seguida de comércio e serviços, com 25,4%; administração pública, com 23,7%; e atividades da indústria, construção e serviços industriais de utilidade pública (Siup), com 14,5%. “Os dados socioeconômicos são riquíssimos e podem contribuir para o direcionamento do próprio trabalho da nossa Regional, além de orientar a vinda de novas empresas e influenciar as já instaladas. O Espírito Santo é pequeno, mas abrange de tudo, e isso pode ser percebido com a leitura do caderno. Temos empresas de vários setores, aproveitando a logística privilegiada e o enorme potencial de crescimento. E esse caderno ajuda a mostrar tudo isso. Ele coloca em perspectiva municípios como Mucurici, que ganhou destaque, por exemplo, com o Museu do Contestado. Essa visibilidade é muito importante para todos os municípios e para o Estado de forma geral”, disse Bernardina.

Linhares Quase simultaneamente ao de Nova Venécia, o caderno sobre Linhares também foi apresentado oficialmente à sociedade local. O evento contou com a presença de empresários e

São Mateus Uma vitrine para os oito municípios que compõem a região de São Mateus.É assim que Nerzy Dalla Bernardina Junior, vicepresidente institucional da Findes em São Mateus e Região, percebe a publicação “Caminhos para 48 Indústria Capixaba – Findes

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gestores públicos. Os três municípios pertencentes à Regional têm grande força para a atividades da indústria, construção e serviços industriais de utilidade pública (Siup), com 33,6%, seguidos de comércio e serviços, com 32,3%, administração pública, com 18,3%, e agropecuária, com 15,8%. O vice-presidente institucional da Findes em Linhares e Região, Paulo Joaquim do Nascimento, destacou a relevância da iniciativa do Sistema Findes. “É uma publicação cujas informações regionais traduzem características locais bem definidas. Eu acredito que dá fartos subsídios para qualquer empresário que queira trazer o seu negócio para cá. Temos que reconhecer o mérito da nossa Federação das Indústrias em ter uma visão globalizada, ao mesmo tempo consciente de que é importante difundir o setor industrial para o interior. Esse conceito é fundamental para a promoção de um desenvolvimento econômico e social equilibrado entre as regiões”, frisou ele.

As Diretorias Regionais e seus respectivos municípios: • Anchieta - Anchieta, Alfredo Chaves, Iconha, Piúma e Guarapari. •A racruz - Aracruz, João Neiva, Santa Teresa, Ibiraçu e Fundão. • Colatina - Colatina, São Roque do Canaã, Itarana, Itaguaçu, Baixo Guandu, Marilândia, Pancas, Governador Lindenberg, São Domingos do Norte, Vila Valério, São Gabriel da Palha, Águia Branca, Alto Rio Novo e Mantenópolis. • Cachoeiro de Itapemirim - Cachoeiro de Itapemirim, Dores do Rio Preto, Divino São Lourenço, Guaçuí, Alegre, Castelo, Vargem Alta, Rio Novo do Sul, Jerônimo Monteiro, São Jose do Calçado, Bom Jesus do Norte, Apiacá, Muqui, Mimoso do Sul, Atílio Vivaqua, Itapemirim, Marataizes e Presidente Kenedy. • Linhares - Linhares, Sooretama e Rio Bananal. • Nova Venécia - Nova Venécia, Boa Esperança, Vila Pavão, Barra de São Francisco, Água Doce do Norte e Ecoporanga. • São Mateus - São Mateus, Jaguaré, Conceição da Barra, Pinheiros, Pedro Canário, Montanha, Mucurici e Ponto Belo. • Venda Nova do Imigrante - Venda Nova do Imigrante, Ibitirama, Irupi, Ibatiba, Iúna, Muniz Freire, Brejetuba Conceição do Castelo, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Laranja da Terra e Marechal Floriano. • Vitória - Vitória, Santa Leopoldina, Cariacica, Serra, Viana e Vila Velha.

Venda Nova do Imigrante A publicação com informações sobre a Regional de Venda Nova do Imigrante, que é constituída por 13 municípios, foi lançada no dia 7 de maio. O vice-presidente institucional do Sistema Findes em Venda Nova do Imigrante e Região, Adenilson Alves da Cruz, descreveu o caderno como uma visualização de oportunidades, que facilitará o planejamento estratégico das empresas lá instaladas, além de atrair novos investidores, em função do detalhado panorama de cada um dos municípios das Regionais. “A inovação é a alma do negócio nos dias de hoje, e esses cadernos são inovadores. É um trabalho que realça uma das linhas de atuação que o Sistema Findes tem atualmente como pilar, que é a interiorização do

desenvolvimento de nosso Estado. É a ferramenta que irá ajudar todos os setores, cada um com suas particularidades”, disse. De acordo com Adenilson, as indústrias locais vão se beneficiar com os dados levantados pelo Sistema Findes. “E temos também uma parte voltada à agroindústria, algo mais direcionado ao turismo. Nós podemos aproveitar o caderno de maneira importante para ações nessas áreas também”, lembrou ele. Para o presidente Marcos Guerra, os cadernos marcam o compromisso do Sistema Findes com o desenvolvimento da indústria capixaba. “Vivemos um momento de grandes expectativas e oportunidades, mas as empresas capixabas só conseguirão desfrutar de tudo isso se planejarmos e aprendermos juntos. Nós, do Sistema Findes, nos sentimos honrados pelo trabalho pioneiro e satisfeitos por contribuirmos com informações tão precisas para o crescimento da indústria estadual”, finalizou. Maio 2014 ▪ 312

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Indústria em Ação

Sistema Findes lança Câmara de Mineração Com a premissa de fortalecer a cadeia da mineração no Estado e garantir uma boa interlocução com o poder público, foi instalada a Câmara Setorial da Indústria de Mineração do Sistema Findes. O evento contou com a presença do presidente da entidade, Marcos Guerra; do vice-presidente, Constantino Dadalto; dos demais diretores e de empresários do setor de mineração. De acordo com Guerra, essa integração ajuda a fortalecer a economia capixaba. “Percebemos que alguns setores importantes da nossa economia estavam sem um ‘guarda-chuva’, ou seja, sem um grupo de empresários que se reunisse em busca do mesmo objetivo. A Câmara é uma ferramenta importante para organizar o debate e concentrar as ideias, ampliando o poder de interlocução com os poderes constituídos”, frisou. A cerimônia marcou ainda a posse do presidente da Câmara, Samuel Mendonça, que também preside o Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo (Sindirochas). “A Câmara vai muito além do que eu imaginava. Estou aprendendo muito com o trabalho e descobrindo grandes oportunidades, desde o cuidado com os processos iniciais da cadeia produtiva até a chegada ao consumidor final”, disse Mendonça. Além do Sindirochas, integram a Câmara o Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Estado do Espírito Santo (Sindicer) e o Sindicato da Indústria de Extração de Pedreiras e Areias de Vitória (Sindipedreiras). A Câmara de Mineração contribuirá para o fortalecimento da indústria capixaba, ao lado de outras cinco Câmaras já existentes no Sistema Findes: Alimentos e Bebidas, Materiais de Construção, Moveleira, Indústria de Base e Construção, e Vestuário.

PDF é apresentado à Samarco Em encontro realizado em Anchieta, no dia 23 de maio, o Sistema Findes apresentou ao diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco Mineração, Kleber Terra, novas estratégias de inclusão de fornecedores locais no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) da entidade. Sob a coordenação executiva do IEL-ES, o PDF foi criado para assegurar o desenvolvimento da indústria capixaba, promovendo a participação dos fornecedores locais em 100% das oportunidades de negócios dos investimentos previstos ou realizados em terras capixabas. Participaram do encontro o superintendente do IEL-ES, Fábio Ribeiro Dias; o coordenador executivo do PDF-ES, Rusdelon Rodrigues de Paula; o vice-presidente institucional do Sistema Findes em Anchieta e região, Fernando Schneider Kunsch; o diretor-adjunto da Regional de Anchieta, Antonio Prando, e empresários locais. O diretor da Samarco parabenizou a eficiência do programa, que está completando 20 anos, e afirmou que a mineradora sempre busca parcerias com empresas capixabas. Já Fábio Dias destacou a importância da iniciativa como um fórum de inteligência, para identificar o que as empresas fornecedoras precisam fazer para se adequar às necessidades técnicas e tecnológicas das indústrias demandantes. “O PDF nos traz a oportunidade de identificar como as empresas fornecedoras devem direcionar seus investimentos em tecnologia e inovação de forma a vencer os desafios atuais - como, por exemplo, a baixa produtividade, entre outros gargalos”, falou ele.

Prêmio Findes/Senai de Meio Ambiente 2014 abre inscrições Estão abertas as inscrições para o Prêmio Findes/ Senai de Meio Ambiente 2014. O prêmio visa a reconhecer e incentivar as indústrias e demais partes interessadas do Espírito Santo à adoção de ações voltadas para a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida nas suas áreas de influência. As inscrições, iniciadas no dia 5 de maio, seguem até 15 de julho e podem ser realizadas por meio de um formulário disponível no site do Sistema Findes (www.sistemafindes.org.br). Os vencedores do prêmio serão conhecidos no dia 14 de agosto, em um evento a ser realizado na sede da Federação.

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Lançamento do Vitória Moda reúne setor têxtil

C

om expectativa de gerar aproximadamente R$ 20 milhões em negócios, o Vitória Moda, edição verão 2015, foi oficialmente lançado no dia 3 de junho, no Cerimonial Itamaraty Hall. O evento contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; e do presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário, Paulo Roberto Almeida Vieira, além de empresários do setor e associados ao Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Tinturaria e Estamparia do Espírito Santo (Sindutex). O tema “Os cinco sentidos”, que faz uma ligação direta com os aspectos sensoriais que a moda levanta, marca a 7ª edição da iniciativa. O Vitória Moda 2015 será dividido em duas fases. Na capital capixaba, de 29 a 31 de julho, será a etapa fashion, com a realização de desfiles e da “Tenda da Economia Criativa”, que terá a exibição de novos talentos do Estado. Já a etapa de Colatina,

Vitória Moda terá etapas em Vitória e Colatina

que acontecerá entre 3 e 5 de agosto, será destinada para os negócios, com exposição e comercialização das coleções e terá a participação de cerca de 100 expositores. “O Vitória Moda é um evento muito importante porque beneficia toda a indústria capixaba do vestuário e fortalece as empresas localizadas no interior do Estado. O evento vai ao encontro do plano de investimentos do Sistema Findes, que tem estimulado a inovação nas indústrias. Inauguramos o Senai Centromoda Colatina no início do ano, espaço que inclui uma minifábrica para simular o ambiente de trabalho, e vamos construir também um Centromoda em Vila Velha. Desenvolvemos ações que vão tornar a indústria do vestuário cada vez mais competitiva, com marcas mais fortes no mercado, e o Vitória Moda é parte fundamental desse processo”, discursou Marcos Guerra.

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Indústria em Ação

Desenvolvido em um ano, programa cria laudos detalhadas para as empresas

IEL passa a oferecer serviço de recrutamento e seleção

O

Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) apresentou no dia 15 de maio o Programa de Recrutamento e Seleção. Lançado no plenário do Sistema Findes, o projeto foi desenvolvido durante cerca de um ano. As etapas são todas baseadas em uma combinação de técnicas que proporcionam a busca e a avaliação dos candidatos melhor preparados para atender às exigências do negócio. A metodologia cria recursos personalizados para identificar, entre os pretendentes à vaga aberta, aquele que possui o perfil mais compatível. As fases vão desde descrição do perfil do candidato e análise de currículos recrutados até condução de dinâmicas de grupo, ministração de provas situacionais e investigação social. A fase final é a produção de laudos detalhados, que serão enviados para a empresa, que então fará a sua escolha.

O IEL-ES oferece uma garantia de substituição de 60 dias e o acompanhamento do processo de integração do contratado. O objetivo é que todo o ciclo esteja concluído em um período máximo de 15 dias após a solicitação da empresa. De acordo com o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, a entidade começa a atender a uma necessidade apresentada pelo próprio empresariado. “Além de oferecer cursos de pós-graduação e capacitações de curta e média duração, já oferecíamos a seleção de estagiários. Era natural que as empresas clientes também passassem a querer selecionar seus quadros de empregados com o IEL. Vimos nessa situação uma nova oportunidade de negócio”, disse ele. No dia do lançamento aconteceu ainda a palestra “O segredo dos processos de recrutamento e seleção”, com Elcio Paulo Teixeira, consultor do IEL-ES e CEO da Heach Brasil, EUA e América Latina.

Empresários conferem tendências para o inverno O Sebrae-ES e o Senai-ES realizaram em maio a apresentação no Espírito Santo do “Caderno Nosso – Colaboração – Estímulos – Inspiração”. A iniciativa é voltada para empresários e interessados em moda e mostra as principais tendências do inverno 2015 em cores, tecidos e modelagem. Empreendedores ligados ao Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo (Sinconsul) estiveram na sede do Sistema Findes, em Vitória, para conhecer e prestigiar o lançamento do caderno. “Durante o evento, vimos como desenvolver nosso produtos para a estação, apresentar um diferencial ao mercado e estar atento às tendências. Foi muito bom, nos fez pensar sobre a identidade da nossa marca e os rumos que devemos dar aos negócios”, disse Verônica Maria Borges do Santos, proprietária da marca Verônica Santolini. 52

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Indicadores

SONDAGEM INDUSTRIAL NO ESPÍRITO SANTO Desempenho em abril de 2014

A

pesquisa Sondagem Industrial no Espírito Santo, realizada mensalmente pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou em abril de 2014, frente ao mês anterior, uma queda de 3,5 pontos no indicador de evolução da produção. Também houve decréscimo no indicador de evolução do número de empregados (-0,8 ponto). Ambos se posicionaram abaixo da linha divisória de 50 pontos (46,6 e 46,7 pontos, respectivamente). O nível médio de utilização da capacidade instalada de abril de 2014 se elevou em 1,0 ponto percentual, em relação ao mês anterior, atingindo 76%. Entretanto, a capacidade efetiva ante o usual retrocedeu (-1,5 ponto), sinalizando que a indústria capixaba continua operando com uma capacidade inferior ao nível usual para o mês, já que ficou na faixa inferior a 50 pontos (44,1 pontos).

O indicador de evolução de estoques de produtos finais cresceu 2,9 pontos, colocando-se acima da linha divisória de 50 pontos (53,5 pontos). O estoque efetivo em relação ao planejado também cresceu (+0,8 ponto), superando os 50 pontos (52,6 pontos), e sinalizando que as empresas estão com estoques acima do desejado. Na comparação de abril de 2014 com abril de 2013, ocorreram altas nos indicadores de estoque efetivo em relação ao planejado (+1,3 ponto) e evolução de estoques de produtos finais (+0,4 ponto), estabilidade no indicador de utilização da capacidade instalada e queda nos indicadores de evolução da produção (-4,8 pontos), evolução do número de empregados (-3,5 pontos) e UCI efetiva em relação ao usual (-2,0 pontos).

Sondagem Industrial no Espírito Santo - Abril 2014 INDICADORES

Tabela 1

Abr/13

Mar/14

Abr/14

Evolução da produção

51,4

50,1

46,6

Evolução do número de empregados

50,2

47,5

46,7

Utilização da capacidade instalada (%)

76,0

75,0

76,0

UCI efetiva em relação ao usual

46,1

45,6

44,1

Estoque efetivo em relação ao planejado

51,3

51,8

52,6

Evolução de estoques de produtos finais

53,1

50,6

53,5

Fonte: Ideies/ Findes / CNI

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Expectativas em maio de 2014 para os próximos seis meses Em maio de 2014, os industriais capixabas estão empregados (+1,8 ponto) e queda nos indicadores de quantidade menos otimistas em relação aos próximos seis exportada (-1,3 ponto)e de compras de matéria-prima (-0,8 ponto). meses, pois a maioria dos indicadores de expectativa pesquisados recuou em Tabela 2 Expectativas para os próximos seis meses relação ao mês anterior, porém todos (em maio de 2014 pontos) permaneceram acima da linha divisória de 50 pontos. Os decréscimos ocorreram INDICADORES Mai/13 Abr/14 Mai/14 nos indicadores de demanda (-0,1 ponto), de quantidade exportada (-1,6 ponto) e Demanda 53,4 54,5 54,4 compras de matéria-prima (-2,1 pontos). Quantidade exportada 61,5 61,8 60,2 A exceção foi o indicador de número de empregados, que cresceu 1,3 ponto. Compras de matéria-prima 53,5 54,8 52,7 Os resultados de maio de 2014 comNúmero de empregados 50,3 50,8 52,1 parados aos de maio de 2013 mostraram avanço nos indicadores de expectativa de Fonte: Ideies/ Findes / CNI demanda (+1,0 ponto) e de número de

Notas - A partir de janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei), e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. - Os indicadores variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam aumento, atividade acima do usual ou expectativa positiva, e abaixo de 50 pontos, queda, atividade abaixo do usual ou expectativa negativa. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 78 empresas capixabas (25 pequenas, 38 médias e 15 grandes).

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Fatos em Fotos

“Contando Histórias” homenageia Hilda Cabas A assessora para Assuntos de Cerimonial e administradora do Palácio Anchieta, Hilda Cabas, foi o destaque do projeto “Contando Histórias” realizado no dia 15 de abril, no edifício do Sistema Findes. Com quase 40 anos de trabalho, Hilda, que é natural de Guaçuí, relembrou fatos sobre os bastidores da sede do Governo do Espírito Santo. Tendo iniciado sua carreira organizando festas para os amigos, ela assumiu o cerimonial a convite do ex-governador Gerson Camata. Atualmente, acompanha o governador Renato Casagrande, recebendo autoridades e outros visitantes. 1 - Hilda Cabas recebeu a escultura “O Contador de Histórias” das mãos do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra 2 - Hilda Cabas e o jornalista e escritor Cacau Monjardim 3 - O colunista social Helio Dórea, com Hilda Cabas e Egidio Malanquini, diretor do Sistema Findes para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial 4 - O delegado representante do Siges junto à Findes, Sânte Dassie, e Hilda Cabas 5 - Hilda Cabas e o superintendente corporativo do Sistema Findes, Marcelo Ferraz 6 - Giane Guerra, esposa do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; Hilda Cabas; e o diretor técnico do Sebrae, Benildo Denadai 7 - Diretores e empresários acompanharam o evento que homenageou a assessora para Assuntos de Cerimonial do Palácio Anchieta 8 - O empresário e ex-presidente do Sistema Findes Lucas Izoton Vieira ao lado de Hilda Cabas 9 - O superintendente do Sebrae, José Eugênio Vieira, prestigia a homenageada 10 - Quase 40 anos de lembranças: Hilda Cabas conta algumas de suas histórias para o público

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Musical de Cazuza acontece na Arena Vitória O Sesi-ES ofereceu no dia 10 de abril um novo espetáculo fechado para trabalhadores da indústria capixaba. Os presentes puderam acompanhar a história de um grande nome da música brasileira: “Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz”. Um grande sucesso de público e crítica pelo Brasil afora, o espetáculo foi apresentado na Arena Vitória Álvares Cabral e reuniu trabalhadores, autoridades e representantes da indústria. 1 - Os atores emocionam a plateia com a história de Cazuza 2 - O prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia Júnior, acompanhado da Musa Brasil 2013, Nabila Furtado 3 - O presidente do Sindinfo, Luciano Raizer Moura, ao lado do diretor administrativo do Sistema Findes, Ricardo Ribeiro Barbosa, e do diretor financeiro da entidade, Tharcicio Pedro Botti 4 - O presidente do Conselho Temático de Política Urbana (Copurb), Aristoteles Passos Costa Neto, com a esposa, Neuza Helena Costa Neto, e o filho, Arízio Neto 5 - O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, ao lado de Benildo Denadai, diretor técnico do Sebrae, e de sua esposa, Zenaide 6 - Público lotou a Arena Vitória e prestigiou o espetáculo

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Caso de Sucesso entrevista

Laticínios Damare: responsabilidade social como fator de crescimento O empresário Cláudio Rezende aposta no desenvolvimento humano, social e ambiental como fator diferencial para o crescimento dos negócios

N

ão foram precisos mais que 13 anos para que o negócio iniciado pelo empresário Cláudio Rezende e seu pai, Edson Rezende, se revelasse um verdadeiro caso de sucesso. O que hoje é uma empresa que atende clientes em toda a Região Sudeste, algumas cidades da Bahia e outros estados do Nordeste nasceu na pequena cidade de Montanha, no noroeste do Espírito Santo. A Laticínios Damare iniciou produzindo queijos de maneira artesanal, em pequenas quantidades. “Tudo começou quando meu pai decidiu comprar uma pequena indústria, que se limitava apenas a um posto de resfriamento e venda de leite in natura. A produção era feita de maneira artesanal”, relembrou Cláudio. Apesar das dificuldades iniciais,como a pouca experiência no ramo, o êxito passou pela aposta no potencial e vocação da região, que na época, de acordo com o empresário, iria passar por uma onda de desenvolvimento, com grandes investimentos na indústria, pecuária e agricultura. “E a Damare fez parte desse movimento, porque acreditou na região e nas pessoas”, afirmou. Cláudio Rezende é adepto da gestão com ênfase no capital humano. “Esse é o grande diferencial para os negócios”, defende. A empresa conta com 300 colaboradores e aproximadamente 1.200 produtores de leite, que fornecem a matéria-prima diariamente. A produção mensal gira em torno de 15 milhões de litros/mês.

Investir em pessoas com foco na qualidade dos produtos fabricados é um dos ingredientes da receita de sucesso do empresário. Cláudio contou que a satisfação dos clientes impactou o gráfico de vendas de forma positiva, o que automaticamente fez com que as atividades da empresa se expandissem. “Pelo contingente humano envolvido no negócio, temos que dar grande destaque à nossa responsabilidade com a comunidade, com a sociedade como um todo e com o meio ambiente”, explica. Em 2005, a Laticínios Damare modernizou seu maquinário, o que garantiu ganhos em logística, maior volume de entrega e melhoria na qualidade dos produtos. “O retorno foi bastante satisfatório pois, além de possibilitar maior agilidade na produção, viabilizou a conquista de novos mercados e a consolidação da marca Damare”, destacou o empresário. Em 2010, a Laticínios Damare construiu uma nova fábrica para produzir e comercializar soro de leite em pó desmineralizado e leite em pó integral, gerando assim mais oportunidades de emprego para os moradores da região e melhor atendimento às necessidades dos clientes da linha de lácteos. Dois anos depois, foi inaugurada a fábrica de leite longa vida, que processa 100 mil litros de leite por dia. Sobre os planos futuros, Cláudio Rezende destaca o incremento da produção do leite industrializado no Estado e a geração de emprego e renda no interior. “O leite é a atividade que mais gera emprego no interior e mais movimenta o comércio local”, concluiu.

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Cursos e Cia

IEL oferece Programa de Educação Executiva

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m uma parceria com a Steinbeis University Berlin, uma das melhores escolas de negócios do mundo, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) oferece o Programa Internacional de Educação Executiva 2014. O Hotel Il Campanario, em Jurerê Internacional, Florianópolis (SC), sediará a iniciativa, marcada para acontecer entre 23 e 26 de setembro, com a participação de vários palestrantes internacionais. Com o tema “Liderança para Inovação – Uma Abordagem Mercadológica”, o curso é voltado para diretores, empresários, executivos, CEOs, membros de Conselhos de Administração e sucessores empresariais responsáveis por decisões estratégicas de todo o Brasil. Os instrutores serão Sonja Zillner e Bernhard Krusche. Enquanto a primeira falará sobre “ A inovação exige paixão e disciplina”, Krusche terá como mote “Não é tanto sobre

Programação de Cursos IEL Vitória Curso

Foto: Fabio Martins

Período

CH

Interpretação da OHSAS 18001:2007

24 a 27 de junho

Das 18h30 às 22h

Trabalhando as Ferramentas de RH: R&S e T&D

24 a 27 de junho

Das 18h30 às 22h

Formação de Auditor Interno da Qualidade

24 a 27 e 30 de junho

Das 18h30 às 22h e das 14h às 22h

Nova Versão da ISO 9001 e seus Impactos nos Sistemas de Gestão (palestra gratuita)

2 de julho

Das 9h às 10h30

Formação de Auditor Líder em Sistemas de Gestão da Qualidade NBR 9001:2008

3 a 5 e 10 e 12 de julho

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Programação de Cursos Senai Colatina

Fábio Ribeiro Dias, do IEL: soluções que agregam valor para as empresas

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Curso

Período

CH

Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão

24 de junho a 26 de setembro

Das 18h30 às 22h

Auxiliar de Fiscalização Ambiental

24 de junho a 10 de setembro

Das 18h30 às 22h

Modelista

1° de julho a 17 de outubro

Das 18h30 às 22h

Soldador no Processo Eletrodo Revestido Aço Carbono e Aço Baixa Liga

7 de julho a 26 de setembro

Das 13h30 às 17h30 e das 18h30 às 22h

Indústria Capixaba – Findes

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Programação de Cursos Senai Vitória Curso

Período

CH

Caldeiraria

30 de junho a 1° de setembro

Das 18h30 às 22h

PLC Básico

28 de junho a 16 de agosto

Das 8h às 17h

Programação de Cursos Senai Serra Curso

Período

CH

Operador de Empilhadeira

30 de junho a 11 de julho

Das 7h30 às 11h30

Soldador eletrodo revestido

23 de junho a 12 de agosto

Das 7h30 às 11h30

Soldador no processo MIG/MAG

30 de junho a 19 de setembro

Das 13h30 às 17h30

o que é certo,mas se uma determinada sequência de ações é útil, ou seja, se ela é adequada e propícia para determinados objetivos”. Para evitar qualquer problema de assimilação do conteúdo, haverá tradução simultânea das aulas, e todo o material de trabalho será disponibilizado em inglês e português. Os participantes do curso aprenderão a contextualizar a inovação, o conceito da gestão eficaz dessa inovação, o papel da liderança, como se colocar nos mercados relevantes, e o momento de reconsiderar a abordagem pessoal de ser um líder eficaz nas atividades de inovação.

Com uma rede mundial de especialistas e peritos, a Steinbeis University é uma subsidiária da Fundação Steinbeis de Desenvolvimento Econômico. Oferece treinamento e desenvolvimento profissional, além de serviços de consultoria e assessoria, apoio a pesquisa e desenvolvimento, avaliações e relatórios de especialistas. Para Fábio Ribeiro Dias, superintendente do IEL-ES, o programa é mais uma ação idealizada para capacitar os profissionais da indústria brasileira. “O IEL se empenha continuamente em trazer soluções que agreguem valor para as empresas e seus profissionais. É importante ressaltar que os cursos de capacitação de curta duração são um diferencial para aquele profissional que busca qualificação contínua, acompanhando a evolução do mercado”, falou ele. Os capixabas interessados podem ligar e se informar por meio dos números (27) 3334-5748 e 3334-5746.

Informações e inscrições: E difício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

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Artigo

2014, mais um ano de baixo crescimento

O

cenário econômico em 2014 não deverá mostrar um vigoroso desempenho da atividade doméstica, tendo em vista a piora dos condicionantes de consumo e investimento, alguns elementos de risco relevantes e a permanência de fatores estruturais que retiram competitividade dos setores produtivos. Com isso, projetamos expansão de apenas 1,4% do PIB brasileiro este ano, após o crescimento de 2,3% em 2013. Em relação ao PIB da indústria de transformação, calculamos um recuo de 0,8% em 2014, sucedendo o modesto avanço de 1,9% em 2013 e a contração de 2,4% em 2012. A expectativa de continuidade do cenário de baixo crescimento reflete, entre outros, os níveis deprimidos da confiança do empresariado, a elevação da taxa doméstica de juros, a desaceleração do crescimento da renda e do crédito e a ausência de excepcionalidades que influenciaram positivamente o desempenho do setor no último ano, tais como o forte aumento da produção e das vendas de caminhões. Ademais, a crise econômica na Argentina consiste em fator de risco relevante para a economia brasileira em 2014, sobretudo para a indústria de transformação. O país vizinho comprou 8,1% das exportações brasileiras em 2013, de acordo com dados da Funcex. Em relação aos produtos manufaturados, 19,4% do total exportado pelo Brasil no ano

passado tiveram como destino a Argentina, ilustrando de maneira categórica o estreitamento comercial entre os dois países. Ainda conforme os números da Funcex, as exportações do setor de veículos (em quantum) para a Argentina sofreram redução de 20,6% no primeiro quadrimestre de 2014, em relação a igual período do ano passado. Considerando o subsetor de automóveis, camionetas e utilitários, a contração (em quantum) foi ainda mais significativa entre janeiro e março, da ordem de 24,5%. Tais variações refletem os efeitos adversos da crise econômica argentina sobre a indústria de transformação brasileira, que exporta diversos produtos para o vizinho sul-americano. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo FBCF) deverão impactar negativamente o PIB em 2014, sendo que projetamos queda de 1,1% para este ano. Vale ressaltar que a FBCF registrou crescimento de 6,3% em 2013, influenciada em grande medida pela excepcionalidade da produção de caminhões no primeiro semestre. A elevação da taxa doméstica de juros, a Selic, variou de 7,25% em abril de 2013 para 11,0% em abril de 2014 -, a deterioração da confiança do empresariado industrial, a perspectiva de baixo crescimento econômico e o ambiente cercado de incertezas compõem um cenário de fraqueza dos investimentos ao longo deste ano, haja vista que os agentes tendem a postergar ou cancelar decisões de ampliação da capacidade produtiva. De fato, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto a 684 empresas da indústria de transformação brasileira, as intenções de investimento em 2014 atingiram o menor nível da série histórica iniciada em 2010. Em suma, a atividade doméstica deverá mostrar baixo crescimento em 2014, com destaque para o enfraquecimento dos investimentos e a manutenção do quadro de letargia da indústria de transformação. A deterioração da confiança do empresário industrial e a fraca demanda externa argentina são alguns dos elementos que sustentam esse cenário. A nossa projeção consiste em expansão de 1,4% do PIB em 2014, assinalando, portanto, mais um ano de fraco desempenho. Paulo Francini é vice-presidente do Conselho Superior de Economia da Fiesp e diretor titular do Depecon – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade

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