Folha Metalúrgica n° 844

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Metso Extensão de adicional noturno é conquistada

Varzeano Associação Sport Sorocaba é a campeã

Campanha Salarial Negociações com patrões continuam

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Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Nº 844 1ª edição de setembro de 2016 Rua Júlio Hanser, 140 Lageado - Sorocaba/SP

CEP 18030-320 Filiado a CUT, CNM e FEM

A democracia está de luto Apenas 61 senadores passaram por cima de 54 milhões de votos do povo brasileiro e decretaram o início da retirada de direitos. Movimentos populares devem continuar mobilizados e criar uma resposta unitária ao golpe


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editorial Aos ladrões da democracia, o juízo da História O desfecho final do processo de impeachment da presidente Dilma era o esperado. Toda a orquestração do golpe, que se deu via apoio empresarial, jurídico e midiático teve sucesso total. Inclusive, com o apoio de boa parte da população que assimilou o discurso construído de ódio ao Partido dos Trabalhadores e aos seus líderes. Factóides, notícias fabricadas dia após dia e veiculadas em grande proporção dão a dimensão da força das elites quando querem derrubar um projeto voltado para o social, para os menos favorecidos. Num país com tantas contradições a propaganda do impeachment funcionou tão bem quanto às ações de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista de Hitler. Revisitado, o golpe foi dado sem militares. Desta vez, só os civis bastaram. Depuseram um governo eleito pelo povo, que não cometeu crime de responsabilidade, conforme ficou provado. A imprensa internacional repercutiu o golpe, assim chamado. Lideranças internacionais não aceitam o governo ilegítimo de Temer. Mas a grande imprensa brasileira tem seu lado e seu favoritismo pelas trocas de favores.

votação do impeachment a Reforma Trabalhista. Ele pretende precarizar ainda mais os contratos temporários. E aquele malfadado projeto de ampliação da terceirização está pronto para ser votado a qualquer momento. Isso tudo compõe o projeto de Fiesp-Paulo Skaf/Temer/Serra/Grande Mídia em relação ao povo brasileiro. Deixar os trabalhadores cada vez mais dependentes e indefesos, implorando por trabalho, implorando por migalhas de direitos. Enquanto os trabalhadores ficarem assim, na condição de submissos, a Casa Grande faz o que bem entender, vende o patrimônio nacional e lucra mais e mais e mais e mais. Mas nós, do movimento sindical, acreditamos no poder popular, na resistência de um povo. Há diversos militantes de um Brasil mais justo. Há o Levante Popular, há os jovens secundaristas, há os movimentos da cidade e os rurais. Nunca iremos nos calar! Acreditamos no reacendimento das massas, acreditamos que se manifestar é legítimo. Lutar pelo nosso país e por um futuro com direitos é possível! Aos ladrões da democracia fica o testemunho da História.

A Casa Grande quer os trabalhadores submissos Afinal, os veículos de comunicação também são empresas. O que sobra de lição, de dever de casa para os trabalhadores? Refletir sobre todo esse processo, estudá-lo e continuar na luta sempre. Os trabalhadores já estão sendo convocados para novas perícias no INSS para que os benefícios sejam cortados; alguns pontos da Reforma da Previdência já foram sinalizados, como o aumento da dificuldade para se aposentar; o Sistema Único de Saúde já está sendo ameaçado para beneficiar os planos privados. Temer também anunciou nesta semana de

terceiro turno

campanha salarial

Acordo garante extensão do adicional noturno na Metso departamento jurídico do SMetal, explica que o acordo foi baseado na súmula 60 do Tribunal Superior do Trabalho, que indica que adicional deve ser pago para as horas que estendem a jornada de trabalho noturna prevista na CLT (das 22h às 5h).

Em negociação

Durante as negociações, a empresa assinou ainda um termo de compromisso com o Sindicato sobre o pagamento retroativo do adicional dos últimos cinco anos em 2017. Ainda não há detalhes sobre o pagamento, pois a empresa está realizando o levantamento dos trabalhadores que têm direito a receber benefício. Foguinho

Um acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e a Metso garantiu aos cerca de 80 trabalhadores do terceiro turno o pagamento do adicional noturno estendido por mais uma hora. A medida passou a valer no mês de agosto. Segundo o diretor do SMetal e membro do CSE da Metso Fundição, Francisco Lucrecio Junior Saldanha, o terceiro turno das duas plantas da empresa (Fundição e Equipamentos) é das 22h às 6h, e ela vinha pagando o adicional de 35% até às 5h. “Com o acordo, os trabalhadores passaram a receber o adicional já neste mês”, afirma Saldanha. O advogado Márcio Mendes, do

Cerca de 550 trabalhadores da Toyota, de Sorocaba, participaram de assembleia para debater e aprovar a pauta da Campanha Salarial 2016 no último sábado, dia 28, na sede do SMetal. As montadoras de veículos negociam diretamente com os sindicatos das regiões onde estão instaladas, por isso não participam da Campanha junto à FEM.

Comunicação SMetal Diretoria Executiva SMetal Presidente: Ademilson Terto da Silva Vice Presidente: Tiago Almeida do Nascimento Secretário Geral: Leandro Cândido Soares Administrativo e de Finanças: Alex Sandro Fogaça Secretário de Organização: João de Moraes Farani Diretor Executivo: Joel Américo de Oliveira

Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade

Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400

Redação e reportagem: Paulo Rogério L. de Andrade Fernanda Ikedo Daniela Gaspari

Sede Iperó: Tel. (15) 3266-1888

Fotografia: José Gonçalves Filho (Foguinho)

Sede Piedade: Tel. (15) 3344-2362

Projeto Gráfico e Editoração: Cássio de Abreu Freire Auxiliar de Redação: Gabrielli Duarte Vagner Santos

Diretor Executivo: Silvio Luiz Ferreira da Silva

Conquista: Segundo Saldanha, a extensão do adicional começou a ser pago em agosto

Folha Metalúrgica, Portal SMetal, Revista Ponto de Fusão, redes sociais, comunicação visual e assessoria de imprensa

Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e Região Rua Júlio Hanser, 140 - Sorocaba SP - www.smetal.org.br

Sede Araçariguama: Tel. (11) 4136-3840

Folha Metalúrgica Impressão: Bangraf Publicação: Semanal Tiragem: 30 mil exemplares


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golpe

31 de março de 1964 é uma data histórica que marcou um período tenebroso no Brasil, com censuras, retiradas de direitos e repressão, que culminou em centenas de mortes por perseguições políticas. Neste 31 de agosto de 2016 a história se repete como farsa. O golpe de Estado foi via parlamentar e não precisou das forças dos militares. Apesar de juristas nacionais e internacionais afirmarem que o processo de impeachment não teve outra motivação a não ser política, o conjunto da obra das

elites brasileiras foi consolidada com sucesso. O projeto da Fiesp, com o apoio do político que perdeu as eleições em 2014, Aécio Neves (PSDB) e do PMDB de Eduardo Cunha, Paulo Skaf e de Michel Temer, é o de flexibilizar as leis trabalhistas, na contramão da Consolidação das Leis do Trabalho. Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Tiago Almeida do Nascimento, “as elites se uniram pelo golpe desde o primeiro minuto em

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O pacto do impeachment foi bem sucedido que Dilma foi eleita. Criou-se um pacto para tirar do poder um projeto voltado para os trabalhadores e para se colocar, de forma indireta e ilegítima, um representante dos empresários, ruralistas, entre outros conservadores que não veem o Brasil como uma nação a ser desenvolvida, mas pensam em como podem lucrar mais explorando mais”.

Golpe parlamentar

Durante o processo de impeachment no Senado, a defesa de Dilma ressaltou que as investigações da Operação Lava Jato motivaram ainda mais o processo do golpe para evitar que as investigações chegassem aos partidos PSDB e PMDB. “Se continuassem com as investigações, poderia haver uma sangria”, conforme conversas vazadas entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro, nas quais eles insinuam ter de retirar Dilma em um grande “pacto” para estancar a “sangria” na classe política brasileira. O advogado de defesa de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou em entrevista à Rede

Brasil Atual, no dia 30, de que Dilma, durante todo seu governo, foi profundamente discriminada. Ele ressaltou que ela nunca tolerou nenhum ato de corrupção em seu governo e por isso, diziam ser autoritária. “Se fosse um homem, diriam que ela tem energia, mas como é mulher, é falta de diálogo”. “A história vai julgar e desmascarar os políticos corruptos autores desse golpe parlamentar. Mas precisamos estar ativos e unidos como classe trabalhadora para lutar contra essa ofensiva neoliberal”, analisa o secretário-geral do SMetal, Leandro Soares. Para ele, a redução dos direitos previdenciários e trabalhistas, além das privatizações de setores chaves do Brasil, serão as primeiras medidas do governo Temer (PMDB). “Há diversos movimentos populares que estão mobilizados e que agora devem dar uma resposta unitária diante do golpe”. Na opinião do militante Ricardo Gebrim, que integra a Frente Brasil Popular, pelo movimento Consulta Popular somente uma Constituinte pode “recompor, por meio da soberania popular, as conquistas democráticas”.

Em São Paulo e em diversas outras capitais do País, brasileiros protestaram contra o impeachment de Dilma nos dias 30 e 31, que contou com a votação no Senado Federal de políticos fichas-sujas e de longos processos de corrupção. Apesar dos mesmos estarem envolvidos em escândalos de corrupção, inflamaram discursos numa tentativa de justificar seu voto antidemocrático. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos que integram a Frente Brasil Popular se reuniram em Brasília, na segunda, dia 29 e em outras capitais para protestarem contra o golpe.

Diversos ativistas estão alertando que a sociedade brasileira corre perigo de ser desmantelada por Temer (PMDB), que é um político impedido de participar de eleições por oito anos e segue a trajetória de seu partido de ocupar o poder por vias indiretas (assim como Sarney e Itamar Franco). De acordo com o presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, que também coordena a subsede da CUT de Sorocaba, “o momento exige uma preparação da militância para se confrontar com uma crise mais acirrada ainda, pois esse governo ilegítimo e temeroso só tende a aumentar a pressão contra os trabalhadores”, pontua.

Foto Lula Marques

Ativistas e movimentos sociais protestam contra o golpe


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campanha salarial

FEM-CUT segue com cronograma de negociações

YKK

WOBBEN

PULSAR

BAUMA

Com a chegada da data-base dos metalúrgicos, em 1º de setembro, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) continua realizando assembleias em frente às fábricas e alertando os trabalhadores sobre as dificuldades impostas pelo setor patronal na Campanha Salarial de 2016. Ao mesmo tempo, a Federação dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP) segue realizando rodadas de negociações com os grupos patronais, afim de conquistar avanços nas cláusulas econômicas e sociais das

Parceria contribui com incentivo ao esporte Sócios e dependentes do SMetal podem praticar artes marciais, ginástica funcional e outras atividades físicas com descontos na academia Gracie Barra de Sorocaba. Com a parceria entre a academia e o Sindicato, os sócios não pagam taxa de matrícula e a mensalidade de cada modalidade custa R$60. Os dependentes de sócios que já são alunos ganham desconto de 50% e pagam R$30 por modalidade. Para realizar matrícula, o metalúrgico deve apresentar cartão de sócio. A academia Gracie Barra fica na Avenida Afonso Vergueiro, 2538 e conta também com uma unidade no Clube de Campo dos Metalúrgicos, na Avenida Victor Andrews, 4.100, Éden.

Convenções Coletivas de Trabalho (CCT). Na última semana, de 24 a 30 de agosto, os dirigentes da FEM-CUT/SP estiveram reunidos com os grupos 2, 3, 8, 10 e Estamparia. No G2 e G3, houve avanços no debate sobre as cláusulas sociais. Já nos demais grupos, o setor patronal ignora as reivindicações da categoria.

Reajuste

Entre as reivindicações dos metalúrgicos na Campanha deste ano está a reposição integral da inflação, mais aumento real. As perdas salariais

são calculadas pela inflação acumulada nos últimos 12 meses (setembro de 2015 a agosto de 2016), mas ainda falta a divulgação do valor referente a agosto, que deverá ocorrer em 9 de setembro, para saber o total das perdas.

PPR

Além de debater os eixos da Campanha Salarial, nas assembleias realizadas na PGG e YKK, ambas de Sorocaba, na quarta-feira, dia 24, os trabalhadores também aprovaram propostas do Programa de Participação nos Resultados (PPR).

FUTEBOL VARZEANO

Associação Sport Sorocaba é a campeã da Taça Baltazar Fernandes Criada há três anos, 60% dos jogadores da equipe são metalúrgicos. Somente neste ano já conquistaram dois títulos. A Associação Sport Sorocaba foi a campeã do campeonato de futebol varzeano “Taça Baltazar Fernandes 2016”. O jogo da vitória, em 21 de agosto, foi decidido nos pênaltis contra a equipe AC Torres, por 7 x 6. Criada há três anos, 60% dos jogadores da equipe são metalúrgicos. O presidente da Associação, Alessandro Oliveira, que trabalha na Metso Fundição há 18 anos, ressalta que, como eles trabalham em diferentes horários, treinar se tornou

um dos principais obstáculos para o time. Em entrevista à Imprensa SMetal, Alessandro criticou a falta de organização do campeonato e de apoio da Prefeitura na área do esporte. “A prefeitura faz o mínimo. O que nos ajudou foram alguns patrocínios. Precisamos de mais porque o que temos é pouco, mas graças a eles conseguimos ser campeão”, ressalta Oliveira. Confira a reportagem em www.smetal.org.br


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