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Quando atrasamos algum boleto, a cobrança vem. Somos encarregados de juros, telefonemas e nosso nome pode até parar no Serasa por ter descumprido um compromisso que fizemos para com os bancos e instituições financeiras. Com o reajuste dos metalúrgicos, a responsabilidade pelo cumprimento do prazo não pode ser diferente.
A data-base da categoria, em 1º de setembro, é um marco para que os reajustes salariais estejam na conta dos trabalhadores. Esse é um dos momentos mais aguardados pelos metalúrgicos, já que é durante essas negociações que as perdas com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) são repostas nos salários.
Para este Sindicato, essa é uma data que precisa ser respeitada. Não queremos o reajuste no dia 31 de agosto, e nem no dia 2 de setembro. Estipulamos esse limite pois a cada dia que o trabalhador passa sem o aumento salarial, é mais um dia de perda com a inflação que se acumula.
Entendemos, também, que há acertos que podem ser retroativos, mas não queremos chegar neste ponto em 2024. Isso porque, desde fevereiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), junto a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP), vêm participando de agendas e de mobilizações em prol da Campanha Salarial de 2024.
Iremos sempre prezar pelo diálogo e pela condução harmônica das negociações, contanto que sejamos recebidos com o mesmo empenho”
Até aqui fizemos a nossa parte como legítimos representantes dos metalúrgicos de Sorocaba e da região. Enviamos pauta de reivindicações, comparecemos às reuniões com as bancadas patronais e, em nossa sede, realizamos até mesmo uma ampla reunião com representantes das empresas. Tudo em prol de atender o prazo da nossa data-base. Em 2023, o que assistimos foi uma Campanha Salarial que se arrastou. Ficamos, durante o segundo semestre praticamente inteiro, negociando empresa por empresa para que o trabalhador não ficasse no prejuízo. Por isso, neste ano queremos celeridade. Não podemos cruzar os braços e simplesmente esperar a boa vontade dos patrões. O nosso limite é a paciência da categoria. Iremos sempre prezar pelo diálogo e pela condução harmônica das negociações, contanto que sejamos recebidos com o mesmo empenho, pois uma Campanha Salarial que seja fechada na data-base, em 1º de setembro, com Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), é benéfica para todos os lados. Trabalhador, estamos com você! Nos próximos dias teremos inúmeras mobilizações por reajustes dignos que possam não apenas repor as perdas salariais, mas também apresentar ganhos reais. Contamos com sua luta e engajamento ao nosso lado. Lembre-se: o reajuste salarial não é favor prestado pela fábrica, mas, sim, um direito da nossa categoria.
Leandro Soares Presidente do SMetal
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente Leandro Candido Soares
Vice-presidente Valdeci Henrique da Silva
Secretário-Geral
Silvio Luiz Ferreira da Silva
Secretário de Administração e Finanças
Tiago Almeida do Nascimento
Secretário de Organização Izídio de Brito Correia (Licenciado)
Diretor Executivo Francisco Lucrécio Junior Saldanha
Diretor Executivo Antonio Welber Filho
Muito além de benefícios, é sobre fortalecer a categoria ser associado
por Amanda Monteiro
Ser associado ao SMetal vai muito além dos benefícios financeiros obtidos nas mesas de negociação. Além de assegurar direitos essenciais para além do chão de fábrica, como lazer, esporte e convênios, a verdadeira força de ser parte do sindicato está em fortalecer a sua categoria.
De acordo com Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente da entidade, “ao se associar, o trabalhador não apenas garante benefícios pessoais, mas também fortalece a nossa resistência coletiva e a valorização do trabalho de todos nós, metalúrgicos e metalúrgicas. O sindicato é o braço forte da categoria, e estar junto nessa luta é essencial para defendermos e avançarmos em nossos direitos”. Além disso, o SMetal investe continuamente em programas que promovem o bem-estar dos seus associados e de suas famílias, com atividades voltadas para o lazer, o esporte, cultura, convênios e saúde. Ações que não apenas melhoram a qualidade de vida do trabalhador, mas também reforçam o compromisso da entidade com a categoria.
“Em tempos de mudanças na indústria, ser associado ao sindicato é ter a certeza de que, juntos, somos mais fortes. É essa união que permite que a categoria continue avançando, conquistando vitórias e garantindo um futuro melhor para todos”, conclui Verdinho.
Jornalista responsável Érica Aragão
Editora Caroline Queiróz Tomaz
Redação e reportagem
Amanda Monteiro
Carol Fernandes
Gabriela Guedes
Projeto Gráfico e Editoração
Cássio de Abreu Freire
Lucas Delgado
Capa
Mattheus da Silva
Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e Região
Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400
Cel. (15) 99714-9534 (WhatsApp)
Rua Júlio Hanser, 140 - Sorocaba SP www.smetal.org.br
Atendimento: Segunda a sexta-feira das 8h às 18h
A partir de setembro, caso os sindicatos patronais não apresentem propostas que contemplem a categoria, o SMetal passará a negociar individualmente com as empresas, estabelecendo um novo patamar para as reivindicações
por Gabriela Guedes
A data-base determina o dia limite em que a Campanha Salarial deve ser definida. No caso dos metalúrgicos do estado de São Paulo, faltam cerca de 15 dias para o dia 1º de setembro.
Caso não haja propostas a serem apresentadas para os trabalhadores ainda em agosto, a partir de setembro o SMetal passará a negociar individualmente com as empresas, estabelecendo um novo patamar para as reivindicações.
Segundo a FEM-CUT/SP, apesar das mais de 20 reuniões realizadas com os grupos patronais desde junho, apenas um apresentou uma proposta de reposição da inflação, não correspondente às demandas da categoria, que tem pautado o aumento e a renovação de cláusulas sociais que ampliam seus direitos, por meio das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).
Até o momento, os metalúrgicos somam 3,85% de perdas com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador utilizado nas negociações da Campanha Salarial. Vale lembrar que, até junho deste ano, cerca de 86,1% dos 6.728 reajustes salariais ficaram acima do INPC.
“Então, por que não garantir os reajustes salariais acima da inflação? Não há motivo razoável”, indaga o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.
Para Silvio, essa morosidade nas negociações e a recusa em valorizar os trabalhadores pode explicar porque 31,1% dos desligamentos que aconteceram na base do SMetal em 2024 foram a pedido do trabalhador, segundo dados do Caged.
Paralelamente, entre janeiro e junho de 2024, a base do Sindicato registrou a criação de 1.239 vagas de emprego. Além disso, na cidade de Sorocaba, o número de pessoas com carteira assinada bateu re-
corde em junho, alcançando 233.719 trabalhadores. Silvio explica que, havendo mais oferta de empregos, os trabalhadores buscarão empresas que de fato os valorizem.
Os dados sobre o número de pessoas com carteira assinada em Sorocaba são da Rais de 2022, ajustados pelo Caged até junho de 2024, e foram levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção dos metalúrgicos de Sorocaba.
Desrespeito com a categoria
Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, é vergonhoso que mesmo após muito diálogo, os sindicatos patronais não tenham se aberto para atender às expectativas dos metalúrgicos.
“Não estamos exigindo nada mais que o justo. Sempre prezamos pelo diálogo com as empresas e os grupos patronais. Reafirmamos nosso compromisso em buscar investimentos para Sorocaba, contribuindo com a geração de empregos e garantindo que eles sejam de qualidade”, finaliza Leandro.
Produção industrial crescendo
A produção da indústria de transformação brasileira cresceu 4,5% entre maio e junho de 2024. No acumulado do ano, entre janeiro e junho, o crescimento foi de 4,9% no estado de São Paulo. Além disso, segundo diversas associações e sindicatos patronais, a previsão é de alta para o restante do ano. Na base do SMetal, por exemplo, os investimentos já anunciados no ramo metalúrgico podem chegar a R$13,5 bilhões nos próximos meses.
Veja, a seguir, o acumulado entre janeiro e junho no estado.
Em julho, o SMetal realizou uma reunião com representantes de cerca de 50 fábricas de sua base, onde foram apresentados os números da economia brasileira que retratam um cenário de inflação controlada, aumento do emprego e carteira assinada, diminuição nas taxas de desocupação, recorde de arrecadação e exportação, investimentos na indústria, entre outros. Outra reunião importante deste período foi da FEM-CUT/SP, também realizada na sede do SMetal, para planejar de forma conjunta os próximos passos da Campanha e, mais uma vez,
os sindicatos ligados à Federação sinalizaram a importância de assinar as CCTs em agosto.
“Esperamos que neste ano não se repita o que aconteceu em 2023, quando tivemos que negociar de forma individual com as fábricas, o que foi prejudicial tanto para a categoria, quanto para os sindicatos que representam as empresas”, ressalta Silvio Ferreira.
O diretor reitera que o SMetal está aberto ao diálogo e à negociação até a data-base, prazo que deve ser respeitado. Confira ao lado a linha do tempo das negociações até aqui.
8 de fevereiro
1ª reunião ordinária da diretoria da FEM-CUT/SP
5 e 6 de março
Seminário da Campanha Salarial 2024
26 de abril
Assembleia Geral no SMetal de aprovação dos eixos da Campanha
24 de maio a 11 de junho
Entrega de pauta aos grupos patronais
6 de junho
Ato de lançamento da Campanha Salarial em Pindamonhangaba
20 de junho a 29 de julho
Andamento das negociações
26 de julho
Reunião com representantes de empresas no SMetal
1 de agosto
Reunião do conselho da FEM-CUT/SP em Sorocaba
1 de setembro
Data-base da categoria metalúrgica do estado de São Paulo
Há sete décadas, impacto do SMetal supera a própria categoria e contribui no desenvolvimento econômico, social e político do município
por Carol Fernandes
São muitas as mãos de metalúrgicos que construíram a história e que constroem o futuro de Sorocaba, que completa 370 anos neste mês de agosto. Dos mais de 47 mil trabalhadores da base do SMetal, 77,2% estão empregados em Sorocaba e representam 15,6% da população com carteira assinada no município. Os dados são da subseção dos metalúrgicos de Sorocaba do Dieese, com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2022, atualizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) até junho de 2024.
Dessa forma, Sorocaba, que foi reconhecida por muitas décadas como Manchester Paulista, devido às semelhanças com a cidade inglesa pioneira na implantação de extenso parque industrial, atraiu diversos imigrantes que encontraram, no município, oportunidades profissionais para o sustento de suas famílias.
Um desses exemplos é Izídio de Brito, secretário de organização licenciado do SMetal. Sua primeira vez na cidade foi em 1978, quando saiu da região de Presidente Prudente e veio de trem à procura de um emprego, mas não encontrou. Então, foi para a capital paulista, fez diversos cursos profissionalizantes e, em 1982, se mudou definitivamente para Sorocaba por meio da Metalac, onde se tornou preparador de máquinas. Da atuação no chão de fábrica, Izídio sentiu a vocação para a militância e, posteriormente, se tornou dirigente sindical do SMetal, onde permanece até hoje. “Jamais sonhei na vida que um dia viveria tudo isso”, afirma ao lembrar da trajetória pessoal e profissional que construiu. O mesmo sentimento é compartilhado por Kleber Santos de Souza, operador multifuncional 3 na Toyota.
Ele veio com sua família de São Paulo para o município em 2004, com apenas 16 anos, em busca de mais segurança e qualidade de vida. Dois anos depois, conquistou sua primeira oportunidade profissional como jovem aprendiz na Luk, que pertence ao Grupo Schaeffler, onde permaneceu por seis anos, até completar sua graduação e ser contratado pela Toyota. Ele afirma que sente “orgulho de fazer parte” da categoria metalúrgica, representada pelo SMetal, bem como está satisfeito em “viver e constituir uma família” em Sorocaba. “Foi a melhor escolha para a minha vida”, diz.
Já para o técnico eletrônico sênior Maciel Felix de Souza, sua vinda para Sorocaba ocorreu por meio de uma aquisição da Solectron pela Flextronics, em 2007, quando trabalhadores da empresa localizada em Jaguariúna receberam uma proposta para serem transferidos para o município, onde permanece atualmente. “Sorocaba significa muito para mim. Primeiro, foi a cidade que nos acolheu quando a empresa que trabalhava não iria manter suas operações, a partir de 2008. E, segundo, aprendi com a população de Sorocaba outras culturas, e é uma cidade bonita”, conta.
Também trabalhador na Toyota, o operador multifuncional Cléber Antonio Gomes, que se tornou metalúrgico em 1996 ao ser contratado na Volkswagen, veio de São Bernardo do Campo para atuar na produção do carro Etios, em Sorocaba. Em 2020, sofreu com uma demissão em massa e, ao participar de uma plenária no SMetal, conheceu membros do Comitê Sindical de Empresa (CSE) e o secretário-geral Silvio Ferreira, que contribuíram para sua readmissão. “Eu tenho orgulho de fazer parte desta entidade maravilhosa que é o SMetal. Para mim, é minha casa, é minha vida e o futuro desta nova geração que está vindo”, destaca.
Cerca de 22.691 trabalhadores e trabalhadoras já foram abrangidos(as) por acordos negociados pelo Sindicato, representando 48,13% da base de 47.150 do SMetal conforme o Caged de junho de 2024
Participação significativa na economia
Segundo dados da Fundação Seade, divulgados por meio da subseção dos metalúrgicos de Sorocaba do Dieese, a indústria de transformação, da qual o setor metalúrgico é parte, representou 25,6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Sorocaba em 2021, ano mais recente disponível, o que a torna responsável por mais de um quarto da economia da cidade.
Nesse contexto, é importante ressaltar os ganhos econômicos conquistados pelo SMetal para os trabalhadores de sua base na economia de Sorocaba e região, que representaram, apenas em 2023, aproximadamente R$ 514,2 milhões. O número corresponde às negociações de PPR, abonos e ganhos anuais nos benefícios de VA, VR e VT.
“Nós, enquanto SMetal, fazemos 70 anos de parte dessa história de Sorocaba, e com uma atuação importantíssima no desenvolvimento e crescimento não somente econômico, mas também social”, ressalta o presidente da entidade, Leandro Soares.