Folha Metalúrgica Nº 725

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1ª EDIÇÃO DE

OUTUBRO / 2013

Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 725 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320

CAMPANHA SALARIAL

Categoria garante 8% de reajuste a renovação das convenções coletivas de trabalho e o avanço em algumas cláusulas sociais do setor. Em Sorocaba, a assembleia que aprovou a proposta foi realizada na sexta-feira, dia 27.

O acordo é considerado uma conquista, pois no início das negociações os empresários se recusavam a oferecer aumento real. Até a semana passada, a proposta patronal era de cerca de 0,5% de

reajuste acima da inflação. Mobilizações de metalúrgicos em várias regiões do estado, inclusive em Sorocaba, fizeram os grupos patronais aumentarem o valor do reajuste. PÁG.3

Foguinho

Os metalúrgicos ligados à FEM/ CUT aprovaram, em assembleias nos últimos dias, acordos com os grupos patronais que garantem um reajuste salarial de 8% (6,07% de inflação e 1,82% de aumento real),

COMEÇA A 1ª GREVE NA TOYOTA DE SOROCABA Os metalúrgicos da Toyota de Sorocaba decidiram, em assembleia realizada em frente à fábrica no final da tarde desta quarta-feira, dia 2, iniciar uma greve na montadora de veículos. Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra. PÁG.4

SESISPAT

Semana de saúde começa dia 15

Acompanhe a programação da 9ª Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sesispat) promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba. PÁG.6

HISTÓRIA

ESPORTE

Há 30 anos CUT Âncora vence vencia eleição 1º Torneio de em Sorocaba Society em Araça

Em 24 de setembro de 1983, a chapa de metalúrgicos liderada por Wilson Bolinha tomava posse da direção sindical e mudava os rumos dos movimentos sociais na região. PÁG.7

Ao vencer o Cavelocos, nos pênaltis, no domingo, a equipe Âncora tornou-se a primeira campeã do torneio de futebol society promovido pelo SMetal em Araçariguama. PÁG.8

PROCESSO FGTS

Sindicalizados já podem se cadastrar

Desde o dia 1º já está aberto, nas sedes do SMetal, o cadastramento de sócios interessados em participar da ação judicial que vai pedir reposição de perdas no FGTS. PÁG.5


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Toda homenagem é pouca para celebrar o pioneirismo daqueles combatentes sociais

gistro em carteira dos funcionários. Pois bem, essa realidade “imaginária” era o Brasil na ditadura militar. Esse cenário ainda existia quando a chapa de metalúrgicos liderada por Wilson Fernando da Silva, o Bolinha, venceu as eleições sindicais de 1983, com propostas desafiadoras, como liberdade de organização dos trabalhadores, formação de uma central sindical, direito de lutar por uma sociedade mais justa e solidária e de exigir melhores condições de trabalho e de vida para a categoria. Alguns podem dizer que em 1983 a ditadura já agonizava. É verdade. Mas o regime só estava no fim porque muitos brasileiros haviam lutado nas décadas anteriores para que isso acontecesse. Além disso, feito um animal ferido, a ditadura ainda foi capaz de ser feroz e traiçoeira em muitos episódios dos anos 80. Propusemos esse exercício de imaginação para termos noção da coragem daquele grupo de trabalhadores que, 30 anos atrás, implantou uma nova concepção de sindicalismo na região, o

Folha Metalúrgica Diretor responsável: Ademilson Terto da Silva (Presidente) Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade Redação e reportagem: Felipe Shikama Paulo Rogério L. de Andrade Fotografia: José Gonçalves Fº (Foguinho) Diagramação e arte-final: Lucas Eduardo de Souza Delgado Cássio de Abreu Freire

sindicalismo combativo e cidadão da CUT. A partir de então, os sorocabanos passaram a ver, após décadas, assembleias, passeatas e outras manifestações públicas nas ruas da cidade. Muitos cidadãos sentiram-se motivados a exercer, abertamente, seu direito de opinião e de expressão. Necessário ressaltar que os militantes sindicais e sociais davam a cara para bater. Não se escondiam atrás de máscaras. Enfrentavam as consequências da coragem, sendo perseguidos e ameaçados em seus locais de trabalho e de moradia. Cientes de sua condição transitória na condução das transformações sociais, Bolinha e seus companheiros também não eram mascarados no comportamento. A humildade autêntica, somada com a convicção ideológica e as atitudes diárias de quem cumpria uma missão coletiva, rendeu-lhes um merecido lugar na história. Munidos também de inteligência estratégica, capacidade de articulação e negociação, dedicação, perseverança, idealismo e sensibilidade social, aqueles trabalhadores deixaram um precioso legado para as diretorias que os sucederam. Eles fizeram a diferença. Por isso toda homenagem é pouca para celebrar o pioneirismo daqueles combatentes sociais. A lembrança deles deve estimular novas e necessárias conquistas no mundo do trabalho e na sociedade.

Informativo semanal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140. Tel. (15) 3334-5400 Sede Iperó: Rua Samuel Domingues, 47, Centro. Tel. (15) 3266-1888

A Subsede da CUT em Sorocaba promove nesta sexta-feira, dia 4, o lançamento do livro “O Príncipe da Privataria”, com presença do autor Palmério Dória. O evento começa às 19 horas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e é aberto ao público. O livro de 400 páginas revela, após 16 anos, a identidade do “Senhor X”, a misteriosa fonte que gravou a confissão de deputados em relação à compra de votos para garantir a aprovação da emenda da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos diálogos com o “Senhor X”, deputados federais confirmavam que haviam recebido R$ 200 mil para apoiar o governo. Um escândalo que mexeu com Brasília e que permanece muito mal explicado até hoje. A obra também conta

o Divulgaçã

os bastidores das contraditórias privatizações do governo tucano. Sobre o autor Palmério Dória (foto) é repórter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital. Com carreira iniciada no final da década de 1960, já passou por inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa nanica”. Publicou seis livros, sendo quatro de política e dois de memórias.

PL 4330

Trabalhadores viram o jogo contra projeto da terceirização Lideranças do governo e da bancada do PT na Câmara Federal se comprometeram a não votar o PL 4330, que amplia a terceirização e retira direito dos trabalhadores com carteira assinada. O compromisso foi feito ao presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, na manhã desta quarta-feira, dia 2. No início desta semana, representantes da CUT voltaram a Brasília para acompanhar as sessões da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara e garantir que o PL não fosse votado.

O risco de o projeto ser aprovado cresceu após o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDBRN), ter ameaçado levar o texto para votação diretamente ao plenário da Câmara. Agora, o projeto volta à sua tramitação normal na CCJ com um prazo de cinco sessões para apreciação, seguindo depois para o Plenário da Câmara. “O que muda é o compromisso de um número crescente de partidos e parlamentares de não votar essa proposta”, afirmou Freitas. Valter Campanato/ABr

Pedimos ao jovem metalúrgico que imagine-se vivendo em um país onde um grupo de pessoas reunidos em praça pública esteja, automaticamente, sujeito a passar por revistas policiais. Caso os “elementos” do grupo sejam considerados suspeitos de ter ideias subversivas, são levados para a delegacia para averiguações. O resultado pode ser o “fichamento” deles em algum órgão de repressão do regime militar. Imagine também que nesse cenário, onde você habita, o governo tenha o poder de decidir o que você pode, ou não, ler e assistir. Livros, jornais, programas de TV, músicas e outras formas de comunicação e de arte só são liberados ao público se não tiverem nenhum conteúdo contrário ao sistema social, econômico e político vigente. Caso você seja pego consumindo algum produto cultural ou de mídia com “ideias esquerdistas”, ainda que seja um boletim sindical, seu destino também será a delegacia ou os porões da ditadura, que são parques de diversão de torturadores. Por fim, jovem trabalhador, imagine que a pauta de reivindicações da sua categoria ao patrão contenha itens como: papel higiênico nos banheiros, água potável no ambiente de trabalho, fornecimento gratuito de uniformes e equipamentos de proteção individual (EPI), refeitório na fábrica ou, pelo menos, fogão para esquentar marmita e re-

Divulgação

Realidade sem máscaras

CUT lança livro “O Príncipe da Privataria” em Sorocaba

Sede Regional Araçariguama: Rua Santa Cruz, 260, Centro. Tel (11) 4136-3840 Sede em Piedade: Rua José Rolim de Goés, 61, Vila Olinda. Tel. (15) 3344-2362 Site: www.smetal.org.br E-mail: diretoria@smetal.org.br Impressão: Gráfica Taiga Tiragem: 44 mil exemplares

Há mais de um mês militantes e dirigentes da CUT e de outras centrais sindicais vêm fazendo vigília em Brasília para evitar a votação do PL 4330. Houve episódios de confronto com a polícia, mas as manifestações resultaram em cancelamento da votação pela CCJ e o início dos debates abertos sobre a terceirização em plenário


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CAMPANHA SALARIAL

Categoria aprova proposta de 8% e renovação das cláusulas sociais Em assembleia geral realizada na noite de sexta-feira, dia 27, na sede do Sindicato em Sorocaba, os metalúrgicos aprovaram as propostas de reajuste salarial de 8% e renovação das cláusulas sociais da convenção coletiva da categoria de cinco dos seis grupos patronais. Os trabalhadores desses grupos representam 92% (41.400) dos 45 mil metalúrgicos da região. Com a aprovação dos acordos, os metalúrgicos dos grupos 2 (máquinas e eletrônicos); 3 (autopeças, forja-

ria, parafusos); 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, entre outros); Fundição e Estamparia garantiram o reajuste salarial de 8% (sendo 6,07% de inflação pelo INPC dos últimos 12 meses e 1,82% de aumento real) retroativos à 1º de setembro, data-base da categoria. “O acordo aprovado assegura reajustes salariais e direitos inclusive nas pequenas empresas, onde não há condições de mobilização e, por isso, os trabalhadores estariam sujeitos a ficar sem condições mínimas de salá-

rios nem garantias sociais”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. Nos próximos dias, após receberem as assinaturas dos representantes dos metalúrgicos e da bancada patronal, as convenções coletivas de todos os grupos serão publicadas na íntegra no site www.smetal.org.br Já as principais cláusulas sociais desta campanha salarial serão divulgadas nas próximas edições da Folha Metalúrgica.

Confira os novos pisos da categoria Cálculo preliminar feito pela subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba. Os valores definitivos serão divulgados após as assinaturas das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), que devem acontecer até o final desta semana. A eventual diferença entre o valor preliminar e o valor definitivo do reajuste pode acontecer devido ao arredondamento dos números na assinatura das CCTs. PISO

GRUPO 2

R$ 1.143,15

Acima de 500 Trab.

R$ 1.259,64

TETO

R$ 6.374,72 R$ 509,98

PISO Até 75 Trab.

R$ 1.161,73

Acima de 75 Trab.

R$ 1.416,01

TETO

R$ 6.800,11

FIXO ACIMA DO TETO

R$ 544,01

PISO

GRUPO 8

Até 50 Trab.

R$ 1.069,13

51 - 500 Trab.

R$ 1.145,08

Acima de 500 Trab.

R$ 1.263,10

TETO

R$ 6.368,06

FIXO ACIMA DO TETO

Mídia Consulte

Em nova rodada de negociação, na segunda-feira, dia 30, a bancada patronal do Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros) atendeu à reivindicação da FEM-CUT/SP e, a exemplo dos demais grupos patronais, concedeu reajuste salarial de 8%. Na proposta anterior, apresentada na sexta-feira, dia 27, e rejeitada pela FEM, a bancada empresarial havia apresentado índice de 7,15% para as empresas com até 30 funcionários.

R$ 1.077,62

51 - 500 Trab.

FIXO ACIMA DO TETO

GRUPO 3

G10 apresenta proposta igual aos demais grupos

Até 50 Trabalhadores

R$ 521,54

PISO

GRUPO 10

ATÉ 30 Trab.

R$ 1.006,93

30 - 500 Trab.

R$ 1.112,40

Acima de 500 Trab.

R$ 1.275,34

TETO

R$ 6.415,20

FIXO ACIMA DO TETO

R$ 513,22

PISO Com a proposta do G10, igual ao dos demais grupos patronais, Federação Estadual dos Metalúrgicos fecha campanha salarial

FUNDIÇÃO

Até 350 Trab.

R$ 1.148,32

Acima de 350 Trab.

R$ 1.366,44

TETO

-

FIXO ACIMA DO TETO

-

Subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba

Mobilizações garantiram campanha salarial vitoriosa de São Paulo, inclusive em Sorocaba. A pauta de reivindicações da FEM foi entregue aos grupos patronais no dia 4 de julho. Desde então, as negociações estavam emperradas. As empresas se recu-

savam a pagar aumentos acima da inflação e não queriam ceder novos direitos sociais na convenção coletiva. “Neste ano, o aumento real médio de toda a indústria nacional foi de 1,62%. Na nossa campanha

salarial, conquistamos 1,82%. Além da garantia das cláusulas sociais, esse é outro motivo que faz com que a nossa campanha salarial tenha sido vitoriosa”, comemorou o presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva.

Foguinho

Os grupos patronais, que até meados de outubro insistiam em emperrar as negociações, só apresentaram proposta satisfatória aos metalúrgicos depois que a categoria iniciou uma série de paralisações e protestos em todo estado


Pág. 4 Edição 725 Outubro de 2013

Metalúrgicos iniciam primeira greve na Toyota de Sorocaba

Foguinho

PARALISAÇÃO

Assembleia no final da tarde desta quarta-feira, dia 2, deu início à paralisação, que deverá ganhar a adesão do primeiro turno na manhã de quinta

montadora em Sorocaba, que foi inaugurada em agosto de 2012. Em protestos realizados na quinta e na sextafeira da semana passada, com os funcionários dos dois turnos, os trabalhadores aprovaram o prazo de até esta terça, dia 1º, para a Toyota atender às reivindicações. Como não houve acordo, os trabalhadores decidiram iniciar a paralisação. Proposta rejeitada Antes de iniciar a greve nesta quarta, os trabalhadores da Toyota rejeitaram a única proposta apresentada pela empresa, sete meses após a entrega da pauta de reivindicações. Em reunião com diretores do Sindicato, na tarde desta terça-feira, dia 1º, representantes da Toyota ofereceram proposta de reajuste do piso salarial de 8% retroativos a primeiro de setembro (6,07% de reposição da inflação nos últimos

12 meses e 1,82% de aumento real. Atualmente, o piso dos trabalhadores da Toyota é de R$1.560. Desses 8%, no entanto, 6,07% já estavam garantidos em acordo anterior, que tratou da campanha salarial da categoria. Quanto aos demais tópicos da pauta – a criação do vale-compra e o aumento do adicional noturno -, os representantes da empresa afirmaram que esses itens só poderão ser atendidos a partir de abril de 2014. Mesmo assim, a empresa não apresentou valor do vale-compra. Já o adicional noturno, que atualmente é de 20% (o mínimo previsto pela CLT), seria elevado para 25% em abril do ano que vem. “Vale lembrar que várias montadoras do estado, e também algumas sistemistas [fornecedoras] da Toyota já concedem adicional noturno de 25% ou 30%”, comentou o vice-presidente do Sindicato, João de Moraes Farani. Foguinho

Os 600 metalúrgicos do segundo turno da Toyota decidiram, em assembleia realizada em frente à fábrica no final da tarde desta quartafeira, dia 2, começar uma greve por tempo indeterminado na unidade da montadora de veículos em Sorocaba. Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra. Na manhã desta quinta-feira, dia 3, o Sindicato dos Metalúrgicos irá realizar uma nova assembleia em frente à Toyota para pedir a adesão dos 900 trabalhadores do primeiro turno à greve. A pauta com as reivindicações dos trabalhadores foi protocolada junto à empresa em março deste ano e reforçada com uma nova pauta em setembro. As negociações, no entanto, não evoluíram. Esta é a primeira greve dos metalúrgicos na

Antes de iniciar a greve, trabalhadores demonstraram à Toyota que estavam insatisfeitos ao realizar protestos nos dias 18, 26 e 27 de setembro; cada protesto parou a produção por até três horas e meia


Edição 725 Pág. 5 Outubro de 2013

PARA SINDICALIZADOS

Começa adesão de sócios em processo para reaver perdas no FGTS Começou dia 1º, terça-feira, a adesão de metalúrgicos sindicalizados que queiram participar de uma ação judicial que o Sindicato vai mover contra a Caixa Econômica Federal (CEF) para reaver perdas no FGTS dos trabalhadores desde 1999. A adesão ao processo vai até dia 31 de outubro e pode ser feita em qualquer uma das quatro sedes do Sindicato (Sorocaba, Iperó, Araçariguama e Piedade). No caso da sede de Sorocaba, onde vai se concentrar o maior volume de atendimento, a adesão deve ser agendada pela internet, na página www.smetal.org.br/fgts. Também há um link disponível na página principal do site, no campo Canais, no ítem “Processo FGTS”. Nas sedes de Iperó, Araça e Piedade, basta comparecer ao local com os documentos necessários. Os horários de funcionamento dessas sedes também estão disponíveis no site, nos mesmos campos descritos no parágrafo acima. A ação é gratuita e exclusiva para sócios do Sindicato. Não serão cobrados honorários ou custas judiciais. A única taxa será de R$ 10, a ser paga na sede, na adesão ao processo, para cobrir gastos da entidade com uma estrutura especial para atender aos interessados. Confira nesta página o passo a passo de como aderir ao processo coletivo do Sindicato.

Reposição necessária pode chegar a 88,30%

Dúvidas frequentes Nos últimos dias, o SMetal recebeu diversas dúvidas de trabalhadores sobre o processo do FGTS. Confira abaixo as perguntas mais frequentes e as respectivas respostas. Onde eu peço o extrato do FGTS?

As perdas no FGTS aconteceram devido à defasagem da Taxa Referencial (TR) em relação à inflação desde os anos 90. O reajuste necessário na conta do FGTS, para repor as perdas, pode chegar a 88,30%, no caso de o trabalhador ter uma conta ativa no Fundo desde 1999. Caso a conta seja posterior a 1999, as perdas são proporcionais ao período de atividade da conta até os dias atuais. A previsão do Sindicato dos Metalúrgicos é ingressar com o processo na Justiça Federal em novembro, já com todos os nomes e documentos dos sócios interessados.

O extrato analítico, necessário ao processo, pode ser solicitado em qualquer agência da Caixa Econômica Federal (CEF). O extrato é gratuito, mas o pedido deve ser feito pelo próprio titular da conta no FGTS. A página do Sindicato na internet tem uma lista de endereços das agências da CEF na região. Quem não é sócio pode aderir? Não. O jurídico do Sindicato não abrirá processos do FGTS para quem não é metalúrgico sindicalizado, em nenhuma hipótese.

Quem ficar sócio agora, pode? Sim. A Justiça orienta que o processo coletivo movido pelo Sindicato represente trabalhadores que são sócios da entidade no momento da entrada da ação na Justiça (prevista para novembro). Portanto, quem se sindicalizar agora pode aderir ao processo. Por que na sede de Sorocaba é necessário agendar atendimento? O agendamento na sede (pela internet ou por telefone) foi implantado para proporcionar mais qualidade e agilidade aos sócios. Pois a expectativa é de grande procura e o Sindicato quer reduzir ao máximo o tempo de espera por atendimento.


Pág. 6 Edição 725 Outubro de 2013

Semana de saúde promovida pelo Sindicato começa dia 15 A 9ª Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sesispat) deste ano será de 15 a 19 de outubro. A participação no evento, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos, é gratuita e aberta ao público em geral, sem necessidade de confirmação prévia. O objetivo da Sesispat, desde 2004, é estimular o debate, na categoria metalúrgica e na sociedade, de temas relacionados à saúde, à qualidade de vida e à integridade física dos trabalha-

dores, tanto nas empresas quanto na comunidade. A programação do evento inclui palestras, debates, orientações e serviços básicos de saúde no encerramento. Este ano, o tema da Sesispat é “Saúde não tem preço, mas doença custa caro” e procura avaliar o impacto econômico das doenças e acidentes ocupacionais na vida do trabalhador e nas estruturas públicas de saúde e de previdência social voltadas para o atendimento às vítimas dessas ocorrências.

Texto na internet

tem potencial para ser um multiplicador das informações debatidas no evento. E esse é um meio muito eficaz de divulgar as orientações à população, nas fábricas e nos bairros”, afirma Ailton da Silva, o Madruga, coordenador da secretaria de Saúde do Sindicato. Confira ao lado a programação da 9ª Sesispat.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Lucas Delgado

O texto-base da 9ª Sesispat, que justifica o tema escolhido para este ano, está disponível na página do Sindicato dos Metalúrgicos na internet www.smetal.org.br “Todos os interessados estão convidados a participar das atividades da Sesispat, independente de serem metalúrgicos ou serem sindicalizados. Cada participante

Além de palestras e debates, no encerramento da Sesispat haverá serviços de saúde

Após greve, trabalhadores da Permax conquistam folgas aos finais de semana Depois de dois dias e meio em greve, os cinquenta trabalhadores da Permax, fabricante de perfis de alumínio instalada em São Roque, retornaram ao trabalho ao conquistarem folgas alternadas aos finais de semana. A paralisação começou na manhã

de segunda-feira, dia 23, e terminou na tarde de quarta-feira, dia 25. Conforme o acordo, aprovado em assembleia, os trabalhadores do terceiro turno passarão a ter folgas aos domingos alternados a partir de outubro. Já os funcionários do pri-

meiro e segundo turno vão ter folgas em sábados alternados a partir de janeiro de 2014. Atualmente, os metalúrgicos do primeiro e segundo turno trabalham todos os sábados; já os funcionários do terceiro turno tra-

balham aos domingos. Com a mobilização, os trabalhadores também conquistaram o benefício do café da manhã. A assembleia também aprovou acordo do pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR).


Foto: Paulo de Andrade

METALÚRGICOS CUT / SOROCABA

das políticas totalitárias que vigoravam na época desde o golpe militar de 1964. As mudanças de rumo do sindicalismo da região começaram efetivamente em 24 de setembro de 1983, quando Wilson Fernando da Silva, o Bolinha, encabeçador da Chapa 3, elegeu-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. A vitória de Bolinha tirou a entidade das mãos

Paulo de Andrade

Há 30 anos os trabalhadores de Sorocaba e região passavam a conviver com uma nova forma de fazer sindicalismo. Liderada pela categoria metalúrgica, a CUT, recém-criada no ABC Paulista, chegava a Sorocaba pela filiação do Sindicato dos Metalúrgicos à nova central. A nova entidade propunha um sindicalismo mais amplo socialmente, mais combatívo e desatrelado dos patrões e

Com a CUT, os metalúrgicos passaram a participar efetivamente das decisões sindicais

de uma diretoria aliada aos patrões e ao regime militar que governava o Brasil havia quase 20 anos. “Os trabalhadores estavam insatisfeitos com o sindicalismo burocrático, assistencialista, chegado aos entendimentos de cúpula e distanciado dos problemas das classes, como emprego [falta] e arrocho salarial”, registrou o jornal Cruzeiro do Sul da época em editorial.

novo sindicalismo cutista também ajudou a fomentar outros movimentos sociais, sempre em busca de mais bem-estar social para a classe trabalhadora e toda a sua família. “Foi essa visão ampliada das questões sociais que fez da CUT peça fundamental na transformação do País. Sem ela o Partido dos Trabalhadores não teria elegido Lula e Dilma para presi-

Bolinha (esq.) e Lula na sede do Sindicato em Sorocaba em meados dos anos 80

Mudanças de postura são imediatas Na primeira campanha salarial liderada pela nova diretoria cutista, seis meses após a posse, já era possível ver a mudança. Firme em suas posições e com protestos e paralisações, a nova diretoria demonstrava aos patrões, e aos próprios trabalhadores, que o sindicato havia tomado outro rumo. Os cutistas não aceita-

Avanço vai além das questões trabalhistas Mas as conquistas da CUT e dos Metalúrgicos nestes 30 anos não ficaram apenas no chão de fábrica. Ainda na primeira metade dos anos 80 a Central lutou pela redução da jornada de trabalho, que foi alcançada com a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando a jornada foi reduzida de 48 para 44 horas semanais. Em Sorocaba e região o

Acervo / SMetal

Três décadas de sindicalismo independente e participativo

dente do Brasil. E sem eles [Lula e Dilma] nosso País não teria passado por tamanha transformação social, tecnológica e econômica como estamos vivendo nos últimos 10 anos”, analisa o vereador Izídio de Brito, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, seguidor dos princípios da CUT e admirador dos ensinamentos, da garra e da ousadia do amigo do Bolinha.

vam mais acordos de bastidores sem a participação da categoria, revelando que a nova diretoria não era mais submissa às imposições do patronato, nem do governo. Mesmo sob repressão policial houve paralisações em diversas fábricas e até mesmo um decreto do governo federal, que impedia reajustes acima da inflação,

fora atropelado, pois os metalúrgicos conquistaram reajustes acima da inflação em várias empresas. “É esse modelo de independência e de comprometimento com os trabalhadores, nascidos com a criação da CUT, que nos norteiam até hoje”, declara o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ademilson Terto da Silva.

Diretoria do SMetal eleita em 1983 Wilson Fernando da Silva Presidente João Batista Silva Vice-Presidente Antonio Alves Silva Secretário Geral Américo Ximenes Peres 1º Secretário Pedro Ferreira dos Santos Tesoureiro Elizeu Pereira 1º Tesoureiro José Carlos Pereira Diretor Patrimônio

Romeu Pires de Barros Iracemo de Camargo Benedito Fatimo dos Santos Joveniano Ferreira de Barros Gerson Furtado Celso Delfino Almira Rodrigues Gabriel Edson João Mora José Eduardo Assunção Nelson Paccola Ezequiel Pinto Ferreira Jair Pereira da Silva José Carlos da Costa Alvacy Lopes Ferreira Adhemar do Nascimento Lourival Garcia Rodinei Germano Ghnó


Pág. 8 Edição 725 Outubro de 2013

ESPORTE

Em uma final disputadíssima, decidida nos pênaltis, a equipe Âncora venceu a Cavelocos e levou o título de campeã do 1º Torneio de Futebol Society dos Metalúrgicos de Araçariguama. A partida decisiva foi realizada na manhã de domingo, dia 29, no Arena Sport Bar, no Centro de Araça. No tempo regulamentar, Âncora e Cavelocos em-

pataram em 3 a 3. Porém, nas cobranças de pênaltis, a Âncora levou a melhor, vencendo por 3 a 2. Antes, na disputa pelo terceiro lugar, a Unidos Metalvic venceu a Metalvic por 8 a 3. Além de ser a campeã, a Âncora foi a equipe menos vazada do torneio. Em quatro jogos, o goleiro Gilmar Lopes sofreu 11 gols, média de 2,8 gols

sofridos por partida. A Cavelocos recebeu troféu de artilharia da competição. Nos quatro jogos disputados, o jogador André Guilherme Cordeiro dos Santos marcou 9 gols. Na primeira edição do Torneio, a competição contou com a participação de oito equipes. O evento foi realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos e teve apoio da Livofus.

Fotos: Foguinho

Âncora é campeã do 1º Torneio de Society dos Metalúrgicos em Araça

Jogadores do Âncora comemoram o título de campeão

Âncora (foto) venceu Cavelocos por 3 a 2 nos pênaltis, após empate em 3 a 3 no tempo regulamentar

Inscrições abertas para 9ª Taça Papagaio

Equipe vice-campeã da competição, a Cavelocos ficou com a artilharia do torneio

Título da competição foi decidido nas cobranças de pênaltis

O artilheiro André Guilherme, da Cavelocos, marcou 9 gols em quatro jogos

O goleiro Gilmar Lopes, da Âncora, foi o menos vazado do torneio

Segue até o dia 31 de outubro o prazo para as inscrições das equipes interessadas em disputar a 9ª Taça Papagaio de Futebol de Salão do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. Os times devem ser formados exclusivamente por sócios do Sindicato e dependentes. As fichas de inscrição podem ser retiradas na sede do Sindicato em Sorocaba ou no Clube, de quarta a domingo, das 9h às 18h. Mais informações pelo telefone (15) 3225-3377 ou pelo e-mail ribamar_@hotmail.com


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