Folha Metalúrgica n° 727

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3ª EDIÇÃO DE

OUTUBRO / 2013

Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 727 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320

GREVE VITORIOSA

Após 17 dias de paralisação, metalúrgicos da Toyota voltam ao trabalho com acordo positivo. Vale compra, adicional noturno, participação nos resultados, piso e reajuste salarial estão entre as conquistas Gabrielle Duarte

PÁGs.4 e 5

Proposta de acordo foi aprovada pelos 1.500 metalúrgicos da Toyota em Sorocaba na última sexta-feira, dia 18

Trabalhadores da Forte Metal podem parar

Rurais da Fazenda Ipanema ganham trator

Taça Papagaio começa neste domigo, dia 27

Forte Metal foi enquadrada como metalúrgica em junho deste ano PÁG.3

Foguinho

esporte no clube

Foguinho

sindicato cidadão

Foguinho

mobilização nas fábricas

José Boaventura com a chave do trator doado pelos metalúrgicos PÁG.7

Torneio será realizado no clube de campo da categoria,no Éden PÁG.8

Prazo para aderir a processo das perdas no FGTS é prorrogado PÁG.6


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saÚDe

diferenças entre greve e passeata prazo para prefeitura apresentar

dos próprios trabalhadores afasta o risco de represálias internas na empresa. O grevista tem que ter muita consciência —acima do imediatismo — para abraçar a causa e fazer esse bem coletivo. Muitas vezes, o trabalhador tem que enfrentar críticas da própria família ao se envolver com a luta por melhorias na qualidade do seu emprego. Nas manifestações de junho, o participante defendeu suas ideias, gritou palavras de ordem, chamou a atenção da grande mídia, tirou fotos suas na passeata, publicou no Facebook, e, horas depois, seguiu normalmente com seu trabalho ou estudos, sem temer perseguições nesses ambientes. Na greve, o trabalhador deve evitar se expor, deve se misturar ao coletivo como se esse conjunto de operários formasse um único ser, que luta por melhores

Folha Metalúrgica Diretor responsável: Ademilson Terto da Silva (Presidente) Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade Redação e reportagem: Felipe Shikama Paulo Rogério L. de Andrade Fotografia: José Gonçalves Fº (Foguinho) Diagramação e arte-final: Lucas Eduardo de Souza Delgado Cássio de Abreu Freire

Informativo semanal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140. Tel. (15) 3334-5400 Sede Iperó: Rua Samuel Domingues, 47, Centro. Tel. (15) 3266-1888 Sede Regional Araçariguama: Rua Santa Cruz, 260, Centro. Tel (11) 4136-3840 Sede em Piedade: Rua José Rolim de Goés, 61, Vila Olinda. Tel. (15) 3344-2362 Site: www.smetal.org.br E-mail: diretoria@smetal.org.br Impressão: Gráfica Taiga Tiragem: 44 mil exemplares

documentos à cpi venceu dia 11

Comissão de Inquérito que apura problemas na saúde em Sorocaba é formada por 13 vereadores de diferentes partidos

Venceu no último dia 11 o prazo para a Prefeitura de Sorocaba apresentar documentos solicitados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga problemas na rede municipal de saúde. Até o dia 23 a administração municipal ainda não havia justificado o porquê do atraso, nem havia pedido prorrogação do prazo. Entre os documentos solicitados pelos vereadores estão cópias de contratos da prefeitura com hospitais, relatórios de gastos e investimentos na saúde, convênios municipais do setor e relatório de número de atendimentos, entre outros. O pedido foi feito via requerimentos da comissão, nos dias 19 e 20 de setembro, à administração de Antônio Carlos Pannunzio (PSDB). “É um desrespeito não somente com a Câmara Municipal, mas principalmente com a população, o fato do governo municipal não atender nossos pedidos. Apresentar os documentos é um gesto básico de transparência”, critica o vereador Izídio de Brito (PT), presidente da CPI. “A CPI quer não apenas apontar

erros, mas também indicar soluções para a saúde. Para isso, o prefeito deveria colaborar com os trabalhos desta comissão. Se não o faz, fica parecendo que tem algo a esconder”, acrescenta Izídio. Participação popular O presidente da comissão pede que a população acompanhe os trabalhos da CPI e faça sugestões e denúncias de eventuais irregularidades nas unidades de saúde. A página do vereador na internet é www.izidio.com.br ACPI foi aberta pela Câmara no dia 20 de agosto. Os depoimentos ou oitivas começaram dia 10 de setembro. Izídio estima que as investigações se estendam até dezembro. Já foram ouvidos o secretário de Saúde e ex-secretários, o provedor da Santa Casa de Sorocaba, diretores de unidades de saúde, entre outros responsáveis pelo setor. Os integrantes da comissão também já realizaram diversas blitz em unidades de saúde, onde constataram falta de médicos e problemas estruturais.

Discurso de abertura da CPI fica registrado na história da Câmara O discurso do vereador Izídio de Brito (PT) no dia 10 de setembro, durante as primeiras oitivas da CPI da Saúde, presidida pelo petista, foi transcrita nos anais da Câmara Municipal, o que equivale a um registro histórico que poderá ser consultado futuramente. O pedido de transcrição do discurso, na íntegra, foi feito pelo vereador Marinho Marte (PPR), também integrante da CPI. O veterano parlamentar de Sorocaba afirmou que o discurso de Izídio, que definiu diretrizes para a atuação da CPI, foi um dos mais sensatos que ele já ouviu na Câmara. No requerimento que pediu a inclusão do texto nos arquivos da Casa, Marinho Marte destacou que, em seu pronunciamento, o presidente da CPI enfatizou que é preciso descobrir os seres humanos que estão por trás das estatísticas da saúde, como forma de humanizar o atendimento no setor. O vereador do PPS também argu-

Assessoria / CMS

ao sindicato, para garantir a preservação do trabalhador, cabe ser o rosto, a vitrine e a vidraça do movimento

salários, condições de trabalho, justiça e respeito. Apesar da necessidade de não se expor, na greve não se usam máscaras. Ao Sindicato, para garantir a preservação do trabalhador, cabe ser o rosto, a vitrine e a vidraça do movimento. E o Sindicato tem endereço conhecido, seus dirigentes têm nome público. Portanto, a entidade responsabiliza-se pela greve juntamente com os operários. Para exercer esse papel, o bom Sindicato organiza a luta desde antes de ela acontecer, ajudando a formar a consciência da categoria profissional, como trabalhadores e como cidadãos, na luta pela manutenção e ampliação dos seus direitos. E para cumprir essa missão, de representar, organizar e dar diretrizes ideológicas, as bandeiras populares e democráticas, como a da Central Única dos Trabalhadores (CUT), são essenciais. Mas, sem ter essa clareza histórica, muitos dos manifestantes de junho proibiam tais bandeiras. Eis aí outra diferença entre o movimento operário e suas greves e as recentes passeatas de múltiplos e, às vezes, contraditórios temas que aconteceram no Brasil este ano.

Assessoria / CMS

Sem desmerecer as manifestações de rua que aconteceram no Brasil em junho, a recente paralisação na Toyota em Sorocaba provou aos trabalhadores daquela fábrica que greve não é passeata estudantil. As passeatas, quando pacíficas e bem focadas, são uma enorme contribuição para a democracia. Mas, na greve, há muitos fatores a considerar para bem além do momento em que pessoas desconhecidas se juntam para reivindicar algo ou protestar contra alguma coisa. Na greve, todos os trabalhadores daquela fábrica vão conviver diariamente após o fim do movimento, independente do seu resultado. Os participantes da paralisação, os furagreve e os funcionários que desistiram na luta no caminho vão ter que se olhar, olho no olho, durante a rotina de trabalho. Na passeata, após sua dispersão, cada um vai pra sua casa e muitos participantes nem voltarão mais a se ver. Na greve, o que está em jogo é o sustento do trabalhador e de seus familiares. Toda paralisação envolve riscos, inclusive em relação ao emprego e ao pagamento dos dias parados. Somente a unidade e a solidariedade

Marinho (foto) é autor do pedido de transcrição do discurso

mentou, em defesa do texto, que Izídio definiu com clareza o espírito da CPI, ao afirmar que “não agiremos com rancor, mas daremos nossa contribuição para solucionar os problemas na saúde”; e também que “não aceitaremos argumentos burocráticos para justificar perdas de vidas, condições incapacitantes ou situações de agonia e humilhação”. Aprovado o requerimento, a transcrição do pronunciamento de Izídio passou a constar nos anais da Câmara como “Discurso de Abertura da CPI da Saúde, 10/09/2013”.


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negociações

Foguinho

Sem propostas, trabalhadores da Forte Metal podem parar

Pauta foi entregue à Forte Metal há quatro meses, mas empresa não apresentou proposta

Trabalhadores da Forte Metal, fábrica de estruturas metálicas que tem três plantas em Sorocaba, aprovaram comunicado de greve em assembleias lideradas pelo Sindicato dos Metalúrgicos na terça-feira, dia 22, e quarta-feira, dia 23. Com a decisão, os trabalhadores poderão cruzar os braços a partir do dia 1º de novembro, caso a empresa não apresente propostas de acordo a uma pauta protocolada há quatro meses. Entre os itens da pauta de reivindicações estão a melhoria no transporte, o fornecimento de cesta básica e a rediscussão da grade salarial. Os metalúrgicos da Forte Metal também cobram da empresa melhorias do convênio médico, que atualmente não contempla gratuitamente os familiares

dos trabalhadores, e redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais. As assembleias desta terça foram realizadas com as duas plantas localizadas na Zona Industrial. Nesta quarta, o Sindicato liderou assembleia com os trabalhadores da fábrica em Brigadeiro Tobias. Transporte lento De acordo com o dirigente sindical Joselito Mansinho, as vans que são utilizadas para o transporte dos trabalhadores fazem itinerário que inclui as três fábricas do grupo, em regiões distintas da cidade. “Com isso, em vez de chegar às suas casas e descansar, os trabalhadores ficam cerca de uma hora e meia em trânsito”, comenta.

Segundo Mansinho, a decisão da empresa de protelar as negociações com o Sindicato até o prazo de 30 de outubro poderá resultar em greve. “Em todas as assembleias que fizemos, os trabalhadores foram unânimes pela aprovação do aviso de greve. Isso mostra o descontentamento dos funcionários e, se a empresa insistir em emperrar as negociações, a Forte Metal pode ser a próxima fábrica de Sorocaba a parar”, acrescenta o dirigente. A Forte Metal tem uma fábrica em Brigadeiro Tobias e outras duas na Zona Industrial e, juntas, contam com 367 trabalhadores. Segundo informações dos trabalhadores, a empresa planeja concentrar sua produção em uma única planta, a partir do ano que vem.

Acordo encerra greve por melhorias na Hurth-Infer foi aprovada pelos trabalhadores e garantiu reajuste de 43% no vale-compra e o retorno do convênio médico gratuito aos dependentes. Já quanto ao reajuste da grade salarial, terceiro ponto da pauta, a empresa se comprometeu em fazer um levantamento e apresentar proposta específica ao Sindicato no prazo de 40 dias. “Os trabalhadores da Hurth-Infer estão de parabéns pela demonstração de mobilização. Isso prova que quando os trabalhadores estão mobilizados eles conseguem conquistas”, afirmou o diretor sindical João Evangelista.

Abaixo das expectativas No horário de entrada do primeiro turno, às 7 horas, a empresa chegou a apresentar uma proposta de acordo, mas

foi rejeitada pelos trabalhadores por estar abaixo das expectativas. Em seguida, a direção da Hurth-Infer chamou representantes do Sindi-

cato para novas negociações. Somente às 8h30 uma nova proposta foi apresentada pela empresa e aprovada pelos trabalhadores.

Arquivo SMetal: Foguinho

Os trabalhadores da Hurth-Infer, fábrica de ferramentas para máquinas instalada no Alto da Boa Vista em Sorocaba, decidiram terminar na manhã de segunda-feira, dia 21, a greve iniciada na última sexta, dia 18. Os 280 trabalhadores iniciaram a paralisação para reivindicar da empresa reajustes do vale-compra e na grade salarial. Eles também exigiam alterações no convênio médico, já que desde março deste ano os dependentes dos trabalhadores deixaram de ter direito ao benefício. A proposta de acordo apresentada pela empresa

Mobilização dos trabalhadores da Hurt-Infer garantiu reajuste de 43% no vale-compra


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Acordo na Toyota

Foram 17 dias de greve, nos quais os trabalhadores da Toyota em Sorocaba provaram que, além de ótimos profissionais na produção de veículos, não abrem mão de lutar por melhorias coletivas, conquistando benefícios e, acima de tudo, fazendo avançar as relações entre capital e trabalho na fábrica. As principais reivindicações eram aumento no piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra. Os funcionários conquistaram o que pediam e obtiveram outras garantias para os próximos dois anos, como a participação nos resultados (PPR) e novas cláusulas sociais no acordo. Foi uma greve dinâmica. A cada dia surgia um fato novo que forçava os trabalhadores que estavam do lado de fora da fábrica, na luta, a se unirem ainda mais e renovarem a coragem e a disposição para seguir em frente até atingir seu objetivo, que era elevar o patamar de remuneração e direitos na Toyota em Sorocaba. Nos dias de paralisação, houve negociações frustradas por falta de proposta da empresa; intimidação por parte da chefia; imposição do famigerado “interdito proibitório” da Justiça para inibir as manifestações sindicais; quebra do acordo de pacificação com a polícia (por iniciativa da empresa); uma proposta de acordo re-

jeitada; funcionários que abandonavam a luta, entre outros obstáculos. O acordo Enfim, após mais de duas semanas de paralisação, no último dia 18, os funcionários aprovaram uma proposta de acordo negociada entre o Sindicato e a Toyota e voltaram ao trabalho no final da tarde. O acordo, amplamente divulgado pela imprensa no final de semana, prevê as garantias resumidas a seguir. Os dias de greve não serão descontados dos salários. Os funcionários vão compensar esses dias com trabalho aos sábados. Eles terão até março de 2014 para compensar as horas. O acordo também garantiu estabilidade no emprego por 90 dias para todos os 1.500 trabalhadores da Toyota em Sorocaba. Com o acordo, o piso salarial na fábrica passa de R$ 1.560 para R$ 1.654. O adicional noturno terá reajuste em janeiro de 2014, passado de 20% para 25% sobre a hora normal. O valecompra, que também será implantado em janeiro, será de R$ 184. A data-base, ou campanha salarial, dos metalúrgicos é outro tema previsto no acordo. Os metalúrgicos da Toyota garantiram a reposição integral da inflação, medida pelo INPC, e mais um aumento real de 2% em 1º de setembro de 2014 e de 2015.

Foguinho

Saudações a quem tem coragem

Metalúrgicos da Toyota, inaugurada em 2012, estavam insatisfeitos com promessas não cumpridas a respeito de salários e benefícios na fábrica

Participação nos resultados Outra conquista com o acordo foi um Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 7 mil por funcionário em 2014. Em 2015 já está garantido também um PPR de R$ 7 mil mais a reposição da inflação e mais 2% de aumento real. Esses valores equivalem a 100% das metas atingidas. Caso as metas sejam superadas, o valor do PPR aumenta. Com a previsão do PPR, reposição da inflação e aumento real para dois anos, não será mais negociado abono no período de campanha salarial. Para o Sindicato, essa medida é benéfica, pois o abono acaba desvian-

do a atenção de conquistas permanentes, como valorização dos salários e direitos efetivos. Cláusulas sociais O acordo aprovado dia 18 também prevê três cláusulas de benefícios sociais. As funcionárias da Toyota que tiverem filhos de até 18 meses de idade terão direito a um auxílio creche de R$ 596,20 se utilizarem creches credenciadas. Caso não puderem comprovar a despesa com creche, mas tiverem filhos pequenos, terão um auxílio de R$ 330,80. O acordo também formaliza a complementação de auxílio doença pago pela

empresa. Quando o trabalhador tiver que se afastar pelo INSS a Toyota paga a diferença entre o benefício pago pela seguridade social e o salário que ele recebe na fábrica, pelo prazo de 120 dias. Já a licença paternidade na Toyota de Sorocaba passa de 5 para 7 dias corridos, inclusive em casos de adoção. Mas também houve demonstrações de unidade entre os trabalhadores e manifestações de apoio à greve, vindas da própria categoria metalúrgica e de vários outros segmentos. Nas redes sociais, os operários da Toyota que participaram do movimento foram tratados como “guerreiros”.

Câmara de Sorocaba congratula Sindicato pela negociação com montadora Na sessão de terça-feira, dia 22, a Câmara Municipal de Sorocaba aprovou por unanimidade o requerimento de autoria do vereador Izídio de Brito (PT) que concede Votos de Congratulações ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região pelos resultados

obtidos na greve da Toyota. Na justificativa do requerimento apresentada aos demais parlamentares, Izídio elenca as conquistas obtidas pelos trabalhadores da montadora após greve que durou 17 dias. “Para o Sindicato, a greve foi longa e

desgastante em alguns aspectos, mas, quando os trabalhadores se uniram e a empresa decidiu negociar a sério, os resultados apareceram”, afirma. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Izídio de Brito é diretor da

entidade e, por várias vezes durante a greve, esteve na porta da Toyota para prestar apoio aos trabalhadores da montadora. O parlamentar metalúrgico também representou o Sindicato em algumas reuniões com a empresa e com a Polícia Militar.


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Fim da greve

A expectativa do Sindicato, após a greve e a aprovação do acordo na Toyota, após 17 dias de greve, é que a empresa dê mais atenção a futuras reivindicações dos trabalhadores e também a problemas internos que vinham ocorrendo há tempos sem solução. A negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos e empresa, que resultou no acordo aprovado, durou três dias, teve participação do presidente da Toyota na América Latina e Caribe, Steve St Angelo, e só foi concluída na madrugada do dia 18, horas antes da realização da assembleia. “Acho que amadurecemos todos com esse movimento, a empresa, o Sindicato e os trabalhadores. Considero que o movimento foi vitorioso, inclusive para a Toyota, que pode planejar o futuro com a segurança de que as reivindicações básicas e mais urgentes dos trabalhadores estão definidas”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.

“Muitos na fábrica são jovens e participaram de sua primeira greve. Mas quem fizer carreira na Toyota vai se lembrar desse movimento e poderá dizer, no futuro, que ele participou da luta pela conquista dos avanços que ainda serão usufruídos pelos novos funcionários daqui a muitos anos”, avalia Terto. Problemas com a chefia João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato em Sorocaba e diretor da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) afirma também que a empresa ainda precisa dar mais atenção ao relacionamento de chefes e supervisores com os demais trabalhadores. “Falta diálogo e sobra assédio moral por parte de representantes da Toyota que se relacionam diretamente com os funcionários. Essa situação, somada à pauta de reivindicações reprimida, fez surgir a greve”. Farani também afirma que a ergonomia é outro tema que deve ser objeto de negocia-

Paulo Andrade

Expectativa é de relacionamento melhor entre a Toyota e os trabalhadores

Após a aprovação do acordo, no final da tarde do dia 18, metalúrgicos em greve voltaram vitoriosos para o trabalho devido à conquista coletiva

ção com a empresa. “Chegam ao sindicato muitas reclamação de dores devido ao ritmo, à repetição de movimento e à postura física exigida pelo trabalho. Não queremos que os trabalhadores da Toyota tenham doenças ocupacionais no futuro. Mas, para

isso, a empresa precisa tomar providências agora”. “Queremos que a Toyota invista em Sorocaba, amplie sua planta, aumente a produção, venda mais carros. Mas queremos também que ela gere empregos de qualidade e saiba se relacionar melhor

O Sindicato dos Metalúrgicos não concorda com o número de viaturas e policiais destacados para acompanhar a paralisação na Toyota. Nos horários de entrada de turnos, houve dias de juntarem até 10 viaturas e cerca de 25 policiais no local, sem que tivesse havido ocorrência que justificasse esse contingente. Nos primeiros dias de paralisação havia um acordo de pacificação com a Polícia Militar, que disciplinava os horários das assembleias, impedia piquetes e também coibia pressões da Toyota contra os funcionários. Esse acordo permitia também à PM reduzir o número de policiais na porta de fábrica. No dia 8, porém, a direção da Toyota rompeu esse acordo. O Major Mello, que mediou a reunião onde a empresa anunciou que não ia mais cumprir o acordo de pacificação da greve, lamentou a postura da Toyota. O policial afirmou que o rompimento do acordo traria prejuízo à sociedade, pois a PM teria que deslocar mais viaturas e policiais, que poderiam estar a serviço da segurança pública, para acompanhar a manifestação dos trabalhadores da empresa. Outra crítica do Sindicato é em relação a alguns comunicados que a Toyota enviou para a imprensa

Foguinho

Sindicato critica número de policiais em porta de fábrica

Para o Sindicato, PM poderia estar policiando os bairros da cidade

e que, de acordo com a direção sindical, não eram verdadeiros e contribuíram para aumentar o impasse durante a greve. A assessoria de comunicação da empresa alegou, por exemplo, que a Toyota estava mantendo negociações com o sindicato desde o início da paralisação, o que não era verdade. Outro comunicado afirmou que a Toyota havia entrado com pedido de julgamento da greve (dissídio) no Tribunal do Trabalho, o que também não se confirmou.

com o movimento sindical, pois o sindicato não vai deixar de lutar pelo interesse dos trabalhadores em primeiro lugar”, ressalta Alex Sandro Fogaça, outro dirigente do sindicato que participou da coordenação da greve e das negociações.

Agradecimentos O Sindicato dos Metalúrgicos agradece o apoio de todas as pessoas e instituições que manifestaram apoio à luta dos trabalhadores da Toyota para terem suas reivindicações atendidas pela empresa. Entre as instituições estiveram os sindicatos filiados à CUT na região e também os sindicatos que fazem parte do Conselho Sindical, ligado à Gerência Regional do Trabalho e Emprego. Merecem ser destacados ainda os membros de Comitês Sindicais de Empresa (CSE) de diversas fábricas metalúrgicas, que se dispuseram a ajudar na organização da greve e enfrentaram dias seguidos de sol escaldante e de chuva na porta da fábrica. Os parlamentares Izídio de Brito, vereador; e Hamilton Pereira, deputado estadual; também fizeram jus à sua origem metalúrgica e dedicaram apoio ao movimento. A união de sindicatos de diversas categorias profissionais, ligados ao Conselho Sindical, que reúne 70 entidades sindicais da região, em apoio à greve na Toyota, foi outro fator determinante para agilizar as negociações com a empresa nos últimos dias de paralisação.


Pág. 6 Edição 727 Outubro de 2013 FUnDo De gaRanTia

Sindicato prorroga prazo para sócio aderir a processo do FGTS

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos decidiu prorrogar para até 30 de novembro o prazo para os associados aderirem ao processo judicial que vai solicitar a reposição das perdas no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ocorridas desde 1999. Antes, o prazo final de adesão era 31 de outubro. O motivo da prorrogação é a dificuldade que os trabalhadores vêm tendo para obter seu extrato analítico do FGTS junto à Caixa Econômica Federal (CEF). O extrato é um dos documentos necessários para o processo.

nas de metalúrgicos que já tinham o extrato analítico guardado já aderiram à ação judicial. Outros conseguiram seus extratos rapidamente nos últimos dias. Prazo final “Mas dia 30 de novembro deverá ser realmente o último prazo. Pois o nosso departamento jurídico quer entrar com a ação contra a Caixa ainda este ano, a fim de tentar obter a reposição das perdas aos metalúrgicos também o mais rápido possível”, afirma Alex Sandro Fogaça, diretor administrativo do Sindicato. A adesão ao processo é gratuita e exclusiva aos metalúrgicos sindicalizados de Sorocaba e Região. A única taxa cobrada até o fim do processo será de R$ 10, na adesão, para cobrir despesas com a estrutura especial de atendimento.

Documentos necessários para o processo • Extrato do FGTS do período das perdas, entre 1999 e 2012 (fornecido pela Caixa Econômica Federal); • Documento com foto (RG ou carteira de habilitação) • Cartão do PIS ou Cartão do Cidadão (para comprovação do número do PIS);

Foguinho

A forma de adesão, bem como os documentos necessários, são os mesmos que já vinham sendo praticados pelo Sindicato. O atendimento na sede de Sorocaba pode ser agendado pela internet (www.smetal.org.br/ fgts). Nas sedes de Araçariguama, Iperó e Piedade, basta comparecer ao local nos horários normais de atendimento, com os documentos exigidos. A adesão ao processo começou dia 1º de outubro. No entanto, a greve dos bancários, que durou 23 dias e terminou dia 14 de outubro, com a conquista de 8% de reajuste nos salários, impossibilitou que os metalúrgicos pedissem o extrato analítico na CEF. Após o fim da greve, tem havido desencontro de informações nas agências a respeito do extrato. Mesmo com a paralisação dos bancários, cente-

O atendimento na sede do Sindicato em Sorocaba deve ser agendado pela internet

Sobre as perdas As perdas no FGTS aconteceram devido à defasagem da Taxa Referencial (TR) em relação à inflação desde os anos 90. A ação será movida contra a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela administração das contas do Fundo. O reajuste necessário na conta do FGTS, para repor as perdas, pode che-

gar a 88,30%, no caso de o trabalhador ter uma conta ativa no Fundo desde 1999. Caso a conta seja mais recente, as perdas são proporcionais ao período de atividade da conta.

• Cartão ou carteirinha de sócio do Sindicato dos Metalúrgicos; • Comprovante atual de residência (preferencialmente em nome do interessado no processo e referente ao mês de setembro de 2013).

Ação coletiva

Formulário para solicitar extrato está disponível no site Está disponível no site do sindicato, na seção dedicada ao processo do FGTS, um formulário padrão para solicitar o extrato analítico do Fundo junto à CEF. Não são todas as agências da CEF que exigem esse formulário. Porém, como não há padronização do atendimento no banco, o Sindicato orienta os sócios a levarem o formulário preenchido, em duas vias, como precaução. O formulário contém nome, CPF e

PIS do trabalhador, relação das empresas nas quais ele trabalhou no período de solicitação do extrato (desde 1999), as datas de admissão e desligamento em cada uma delas, além do aval do presidente do Sindicato, Ademilson Terto, para a solicitação do extrato. O documento pode ser baixado no site (www.smetal.org.br/fgts). Imprima o formulário, preencha, assine, tire uma cópia e leve-as com você quando for solicitar seu extrato analítico na CEF.

O processo sobre o FGTS será movido pelo setor jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos e terá caráter de ação judicial coletiva em benefício dos associados da entidade. A previsão é ingressar com o processo na Justiça Federal ainda este ano, já com todos os nomes e

documentos dos interessados. Mais informações sobre o processo coletivo movido pelo Sindicato no endereço: www.smetal.org.br/fgts; ou na página principal do site (www.smetal. org.br): no menu à direita clique no link “Processo FGTS”.


Edição 727 Pág. 7 Outubro de 2013 agRicULTURa FaMiLiaR

Fotos: Foguinho

sindicato doa trator à cooperativa de iperó Equipamento entregue a trabalhadores rurais deverá aumentar em 80% produção de alimentos orgânicos Na segunda-feira, dia 21, vinte e três famílias que integram a Cooperativa de Produção Agropecuária de Agricultura Familiar São Jorge, no Assentamento Ipanema, em Iperó, foram beneficiadas com a doação de um trator zero quilômetro feita pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. A expectativa é a de que com o equipamento, doado em regime de comodato com preferência de compra pela Cooperativa, a produção dos assentados aumente em pelo menos 80%. “Esse trator vai nos ajudar muito, pois, estávamos com muita dificuldade em conseguir atender toda a demanda que existe”, afirma José dos Reis Boaventura, presidente da Cooperativa São Jorge. Atualmente, todas as famílias ligadas à cooperativa produzem dez culturas em comum. Entre esses produtos estão alface, chicória, mandioca, cheiro verde, cenoura, beterraba e abobrinha. “Com o trator, a previsão é coletar 200 quilos de cada um desses produtos por semana”, acrescenta Boaventura. Segundo ele, todos os produtos cultivados pela cooperativa são orgânicos, isto é, produzidos sem a aplicação de adubos químicos ou agrotóxicos. Com isso, a cooperativa pode participar de convênios com como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, cuja produção é destinada para a merenda escolar. “Apesar da exis-

tência de programas do governo, estadual e federal, nós estávamos com dificuldades em conseguir atender a demanda. Agora, com esse trator, nossa vida vai melhorar muito”, afirma. Alimentos mais saudáveis O diretor administrativo do Sindicato, Alex Sandro Fogaça, afirma que a doação do trator é mais uma iniciativa da entidade que criou o conceito de Sindicato Cidadão. “E quem ganha com isso não são apenas as famílias assentadas, que passarão a ter uma renda maior, mas também a sociedade, que receberá mais opções de produtos orgânicos, que são mais saudáveis e não agridem o meio ambiente”, comenta. Boaventura conta que antes da doação feita pelo Sindicato, todas as famílias da Cooperativa São Jorge, que ao todo tem aproximadamente 150 hectares, dependiam de um único trator da prefeitura de Iperó, que é usado para atender todo o município. “Agora, vamos fazer uma agenda, para que todos os membros da cooperativa possam usar o trator”, afirma o presidente da Cooperativa. Além do trator novo já entregue, um Case Farmall 80, o Sindicato dos Metalúrgicos também vai doar à cooperativa os implementos necessários como roçadeira, cultivador e carreta. “O que o Sindicato quer é que esses trabalhadores rurais se desenvolvam”, completa Alex.

Luta antiga O Assentamento Ipanema, no bairro Bacaetava em Iperó, conta com 150 lotes e está organizado em cinco cooperativas. A ocupação dos então trabalhadores rurais sem-terra aconteceu em maio de 1992. Cinco anos depois, em 1997, houve a regularização dos lotes. Os alimentos orgânicos produzidos pela Cooperativa São Jorge podem ser comprados no varejão da Ceagesp de Sorocaba, às quartas-feiras, das 16h às 22h; ou na Feira Experimental de Transição Agroecológica e Orgânica de Sorocaba, aos sábados, no Parque Municipal “Chico Mendes”, das 9h às 13h. No detalhe, José Boaventura, presidente da Cooperativa São Jorge. Abaixo, dirigentes sindicais e famílias do assentamento comemoram entrega de equipamento


Pág. 8 Edição 727 Outubro de 2013

Cassio Freire

Com o objetivo de fomentar o debate sobre saúde e prevenção dos acidentes ocorridos no local de trabalho, foi realizado entre os dias 15 e 19 de outubro, a 9ª Sesispat (Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho) promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Na edição deste ano, o evento teve como tema “Saúde não tem preço, mas doença custa caro” e, por meio de palestras com especialistas e profissionais da área da saúde, promoveu a reflexão sobre os inúmeros prejuízos (não apenas financeiros, mas também sociais) sofridos pelo trabalhador que é vítima de acidente ou doença de trabalho. “Essa Sesispat foi muito positiva, principalmente para os cipeiros que participaram. Além disso, a presença dos especialistas convidados enriqueceu ainda mais o debate, não apenas sobre saúde e prevenção de acidentes, mas também em análises mais profundas de temas como legislação

O diretor sindical Ailton da Silva foi um dos coordenadores da 9ª Sesispat

trabalhista, funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e inclusão de trabalhadores com deficiência”, afirma Ailton da Silva, secretário de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região e organizador da Sesispat. A abertura da 9ª Sesispat aconteceu no dia 15 e teve participação do advogado e professor de Direito Guilherme Bassi de Melo, do médico do Trabalho Roberto Ruiz e do juiz do Tribunal Regional do Trabalho, João Batista Martins César. Nos dias 16 e 17, à tarde, profissionais da área da saúde realizaram palestras sobre reeducação alimentar e doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol. Já na noite do dia 17, o público conferiu um debate sobre as causas e consequências do perverso processo de mercantilização da saúde. A mesa teve presença do vereador sorocabano Izídio de Brito (PT), do médico do Trabalho Paulo Kaufmann, do médico e ex-secretário de Saúde de Guarulhos, Paulo Cappucci. Também participaram do debate a representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Solange dos Santos e Daniela Valentim dos Santos, representando a secretaria municipal de Saúde. “No mundo todo, a indústria médica-farmacêutica é tão poderosa e rentável quanto a indústria armamentista. Não por acaso, o capital defende

Gabrielle Duarte

9ª Sesispat debateu mercantilização da saúde

Paulo Kaufmann, Izídio de Brito e Paulo Cappucci formaram a mesa de debates na noite de quinta-feira, dia 17

e espalha a ideia de que remédios e planos médicos privados são o que trazem saúde. Mas isso é mentira. A experiência dos países mais desenvolvidos mostra que o que traz saúde é a boa qualidade de vida e acompanhamento preventivo”, afirmou Cappucci. Defesa do SUS Já Kaufmann fez uma ampla análise sobre o crescente número de doenças e acidentes de trabalho em paralelo ao também crescente número de pessoas que têm plano de saúde privado. “Os trabalhadores precisam defender a bandeira do SUS, que é um direito de todos. Aliás, os serviços

dos planos de saúde são os que lideram, hoje, o ranking de reclamações dos consumidores, ficando atrás apenas do setor de telefonia”, ressaltou. Na mesma linha de Kauffman, o vereador Izídio destacou que no Brasil, 25% da população têm convênio médico. Em Sorocaba, esse número sobe para 45%. “O número de convênios de Sorocaba, muito acima da média nacional, mostra que a qualidade do serviço público de saúde é muito ruim. Mas pagar um convênio não pode ser a solução. A solução está no investimento e na melhoria da gestão da saúde pública da cidade, que hoje está um caos”, comentou o parlamentar.

Taça Papagaio começa neste domingo, dia 27

HORÁRIO

EQUIPE

tas divididas em quatro grupos. Os jogos serão realizados aos finais de semana. De acordo com o regulamento, haverá eliminatória simples na fase de grupo. Apenas o primeiro colocado de cada grupo avança para a próxima fase. Os

vencedores da fase semifinal disputam a final do torneio em partida única. A Taça Papagaio é promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos e é organizada pela Liga Votorantinense de Futsal (Livofus). O tor-

EQUIPE

GRUPO

08:00

EDSCHA DO BRASIL

X

SIBROL DO BRASIL

A

09:00

MILAM

X

SCHAEFFLER

A

09:50

ALUTAL

X

FUSÃO FUTSAL

A

10:40

REAL ZONA NORTE

X

AMIGOS DA LUK

B

11:30

JHONSON CONTROL A

X

REAL SACA

B

12:20

IPORANGA

X

YKK AP

B

13:15

ENERTEC

X

ADC ZF CLUBE MONTAGEM

C

14:20

KAMIKAZE

X

ADC TOYOTA

C

15:10

SYL

X

BARCELLI

C

16:00

DANA AFD

X

TRIUNFO SOROCABA

D

16:50

TOYOTA BRASIL

X

CENI FUTSAL

D

17:40

LOKOMOTIVA

X

ATLANTA

D

Foguinho

Começa neste domingo, dia 27, a 9ª Taça Papagaio de Futsal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. Este ano, o torneio que é disputado na quadra do Clube de Campo da Categoria, no Éden, conta com 32 equipes inscri-

neio homenageia o ex-metalúrgico e dirigente sindical Reinaldo de Paula Moreni, o Papagaio, morto em acidente de carro em 2006. O Clube de Campo dos Metalúrgicos fica na rua Victor Andrew, 4.100, Éden.


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