3ª EDIÇÃO DE
OUTUBRO / 2014
Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 761 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320
CAMPANHA SALARIAL
EDITORIAL
Mais de 27 mil metalúrgicos já garantiram reajustes
Direitos trabalhistas estão ameaçados No dia 26 de outubro, adultos e crianças brasileiras terão boa parte do seu destino traçado pelo resultado das urnas. A eleição presidencial irá definir se o Brasil vai avançar e criar mais oportunidades de progresso pessoal e coletivo; ou se vamos todos retroceder para um período de desemprego, insegurança social e falta de perspectivas.
Acordos sindicais firmados nos últimos 15 dias garantiram reposição da inflação e aumento real nos salários de 27 mil metalúrgicos da região, que representam 60% da categoria, formada por 45 mil trabalhadores. Os acordos foram firmados com 150 fábricas e a maioria deles prevê
Diante de tamanha importância, é obrigação de todo sindicato de luta e de consciência relembrar os que têm mais de 35 anos e alertar os mais jovens sobre o sofrimento e a falta de esperanças que predominavam no Brasil quando o PSDB estava no governo.
Foguinho
Há dois projetos de Brasil em disputa nestas eleições. Um deles, de Lula e Dilma Rousseff, prioriza a evolução social e a defesa dos direitos ao trabalhador. O outro, do PSDB, tem na sua raiz os interesses do mercado financeiro, dos banqueiros e dos empresários. O povo, nesse último caso, é apenas uma massa produtiva necessária para viabilizar os ganhos dos especuladores.
8,48% de reajuste (6,35% referentes à reposição da inflação e 2% de aumento real). Nas empresas onde ainda não houve proposta de aumento real, o Sindicato está mobilizando os trabalhadores para forçar os empresários a negociarem. PÁG. 4
Os impactos do modelo de governo do PSDB, hoje representado pela candidatura de Aécio Neves, foram desastrosos para os trabalhadores. Na época, o Brasil era o segundo país do mundo com maior número de desempregados. Pequenas e médias empresas fechavam as portas aos milhares. Sob o disfarce de “flexibilização do mercado de trabalho”, o ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) eliminou direitos trabalhistas, impôs o fator previdenciário, aumentou as terceirizações, instituiu a lei de ampliação dos contratos temporários de trabalho e tentou abolir artigos vitais da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A eliminação de direitos está no DNA do partido de Aécio Neves. Se o projeto dele vencer, podemos perder o 13º salário, o 1/3 sobre as férias, a multa de 40% sobre o FGTS em caso de demissão, a obrigatoriedade do registro em carteira de trabalho, entre outras. E com um Congresso conservador, cujos membros são vinculados aos interesses patronais, é relativamente fácil aprovar leis que retirem direitos dos trabalhadores. Portanto, engana-se quem pensa que o voto é uma experiência que pode ser desfeita daqui a quatro anos. Já o projeto de Lula e Dilma, em 12 anos, deu oportunidade de evolução para os brasileiros e seus familiares. Cada cidadão que progrediu foi por seus próprios méritos. Mas também porque tinha políticas públicas do governo federal voltadas para a sociedade e para o mercado interno.
Uma dos acordos salariais mais recentes foi aprovado pelos trabalhadores da Flextronics nesta quarta, 22
diga não ao retrocesso
Como era o Brasil sob o governo do PSDB Confira nas páginas 2 e 3 algumas manchetes de jornais da época em que os tucanos dirigiram o Brasil. Junto às imagens estão o nome do veículo, a página da notícia e a data em que foi publicada. Pode conferir. Domingo, diga não ao retrocesso.
Diante dos dois projetos que estão em disputa, não dá para ignorar a ameaça de desmonte do Estado brasileiro representada pelo PSDB, e é obrigação do sindicato alertar: o voto em Aécio é extremamente prejudicial para o trabalhador de hoje e das gerações futuras!
assinada por dirigentes das seguintes categorias de sorocaba e região: Metalúrgicos • Rodoviários • Comerciários • Têxteis Trab. na Saúde • Químicos • Papeleiros • Hoteleiros • Trab. no Vestuário
24 de fevereiro de 1996 - Folha de São Paulo - Capa
Pág. 2 Edição 761 Outubro de 2014
eleições 2014 - SEGUNDO TURNO
Trabalhador nã O programa de governo do Aécio Neves, do PSDB, já foi implantado no Brasil anos atrás, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. O resultado foi um desastre para o país, principalmente para a classe trabalhadora. Todo trabalhador só precisa de oportunidades para conquistar uma vida melhor. O governo do PT criou essas oportunidades. O PSDB pode retirá-las. Confira, nas próximas páginas, reproduções de notícias comuns naquele terrível período em que o PSDB governou o País. Ao lado de cada notícia, o nome do jornal e a data em que a edição foi publicada. Pode conferir a veracidade procurando a publicação original na internet.
Desemprego
Coletânea de manchetes da Folha de São Paulo sobre mercado de trabalho entre 1999 e 2001
4 de julho de 2001 Folha de São Paulo – Capa
24 de maio de 2002 Folha de São Paulo Dinheiro, Pág. B5
31 de janeiro de 1999 Folha de São Paulo Caderno - Dinheiro, Pág. 2
29 de maio de 2002 Folha de São Paulo On line Canal Mercado
Salário 15 de dezembro de 1998 Folha de São Paulo
1º de julho de 1995 Folha de São Paulo Capa
3 de abril de 2002 Folha de São Paulo Caderno Dinheiro Pág. B12
Edição 761 Pág. 3 Outubro de 2014
PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ão vota no PSDB Inflação/Juros
28 de novembro de 2002 Folha de São Paulo Capa
4 de abril de 2002 Folha de São Paulo - Capa
5 de março de 1999 – O Globo – Capa
6 de maio de 1998 Revista Veja – Ed. 1545 Capa e pgs. 32-33
Miséria 10 de julho de 2001 Folha de S. Paulo Pág. A12
Educação
17 de janeiro de 2000 Folha de S.Paulo - Capa
27 de novembro de 2001 Folha de S. Paulo On Line Educação
Previdência FATOR PREVIDENCIÁRIO 27 de novembro de 1999 Jornal Cruzeiro do Sul – Pag D-2
28 de novembro de 2002 Folha de S. Paulo – Pag. A6 12 de maio de 1998 O Globo – Capa
Corrupção
13 de maio de 1997 Folha de S. Paulo – Capa
14 de maio de 1997 Folha de S. Paulo – Capa Capa
CPI DA CORRUPÇÃO TUCANA 29 de março de 2001 Folha de S. Paulo – Pag. A4
Pág. 4 Edição 761 Outubro de 2014
Economistas apontam riscos num eventual governo tucano
CAMPANHA SALARIAL
Trabalhadores da Prysmian pararam a produção por duas horas nesta terça para exigir reajuste Foguinho
Mais de 27 mil metalúrgicos em 150 fábricas de Sorocaba e Região já conquistaram acordos que garantem reposição da inflação e aumento real de salários. A maioria dos acordos prevê 8,48% de reajuste, sendo 6,35% referentes à inflação dos últimos doze meses e 2% de aumento real. Há empresas em que o aumento salarial chega a 10% (3,4% acima da inflação). Em alguns casos, porém, o reajuste foi de 8% (1,55% de aumento real). Um dos mais recentes acordos foi firmado com a Flextronics, em Sorocaba, após os trabalhadores aprovarem a proposta em assembleia na tarde desta quarta-feira, dia 22. Os 27 mil trabalhadores com acordo representam 60% da categoria na região, formada por 45 mil metalúrgicos. Nas fábricas onde os empresários ainda não negociaram aumento real, os trabalhadores estão se mobilizando para garantir a conquista. Na terça-feira um protesto parou a produção da Prysmian, no Éden, por duas horas. Na manhã de quarta, foi a vez dos metalúrgicos da Bauma, em Votorantim, cruzarem os braços por duas horas para exigir o reajuste de salários. “A empresa que não oferecer aumento real vai continuar enfrentando paralisações e greves”, avisa o presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva.
Foguinho
Acordos por fábrica já beneficiam mais de 27 mil metalúrgicos
Também na Bauma os metalúrgicos estão mobilizados para conquistar o aumento salarial
Orientação da FEM O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) iniciou as negociações por empresa há cerca de 15 dias, após constatar que não havia previsão de avanços nas negociações estaduais da categoria. “A própria Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) orientou os sindicatos filiados a partirem para a negociação por empresa, pois os representantes estaduais dos patrões estavam em-
perrando o diálogo e se limitavam a oferecer, no máximo, a reposição da inflação”, explica Terto. Desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula os metalúrgicos vêm conquistando aumento real de salários em toda data-base (1º de setembro). “Este ano, talvez para criar um clima ruim em véspera de eleição e influenciar de forma negativa o eleitor, as bancadas patronais estão emperrando as negociações”, avalia Terto.
A reportagem do SMetal fez contato com três professores de economia que apontaram riscos num eventual governo do PSDB. Thiago Carbonari O professor da Uniso, Thiago Carbonari, explica que, na política externa, o candidato tucano prioriza apenas o mercado dos EUA e da Europa, deixando de José Eduardo Roselino lado a América do Sul. Já o professor da UFSCar Sorocaba, José Eduardo Roselino, conta que o objetivo de Aécio Neves é deixar a inflação em 3%. Marcio Pochmann “Para chegar a esse patamar, o tucano vai elevar os juros, dificultando a produção industrial. Qual o resultado? Desemprego e redução do produto nacional.” Segundo o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o enfrentamento da crise econômica só foi possível graças a existência dos bancos públicos, pois o governo ofereceu crédito, com taxas de juros baixas, ao contrário dos privados, que restringiram o crédito.
Dilma vai manter e ampliar direitos trabalhistas e sociais Diferente do candidato tucano, a presidenta Dilma Roussef garantiu que no governo dela ninguém vai reduzir direitos trabalhistas: “nem que a vaca tussa”, afirmou a candidata à reeleição pelo PT em plenária da CUT na capital paulista. Dilma garantiu ainda que vai não apenas manter, mas também ampliar os programas sociais criados por ela e pelo seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os programas garantidos pela candidata estão o Prouni, Pronatec, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Luz pra Todos, Mais Médicos, Brasil Sorridente (odontologia), Farmácias Populares, Minha Casa Melhor, entre outros. Dilma também se comprometeu a criar o programa de atendimento médico “Mais Especialidades” e a manter o ritmo de ampliação de vagas em universidades e abertura de novos campi universitários.
"Mexer nos direitos dos trabalhadores? Nem que a vaca tussa", afirma Dilma