Folha Metalurgica nº 827

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Curso Inscrições abertas para Inglês da Move On Idiomas

Serviço Preenchimento de Imposto de Renda vai até dia 26

Suplemento Folha Metalúrgica traz especial sobre as intenções da Fiesp

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Encarte

Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Nº 827 4ª edição de março de 2016 Rua Júlio Hanser, 140 Lageado - Sorocaba/SP

CEP 18030-320 Filiado a CUT, CNM e FEM

É HORA DE SE UNIR vamos juntos defender a democracia NESTA QUINTA-FEIRA, DIA 31 DE MARÇO Foguinho / SMetal

Os movimentos progressistas, comprometidos com o Estado Democrático de Direito, estarão nas ruas para a defesa de uma sociedade justa e contra as manipulações midiáticas e jurídicas PÁG. 3

Contra o golpe e pela democracia: Cerca de 500 mil pessoas participaram do ato contra o impeachment, dia 18 deste mês, na Avenida Paulista

Lançamento: A obra “O Sonho de Lara”, do Banco de Alimentos de Sorocaba, é voltada para o público infantil, tem o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e foi editada pela Loja de Ideias. PÁG. 4

Palestra de João Pedro Stédile na sexta-feira aborda política e reforma agrária Foguinho / SMetal

Divulgação

Livro infantil 'O Sonho de Lara' será lançado nesta quarta-feira no SMetal

Formação: O líder do MST, João Pedro Stédile, abordará na sede do SMetal, no dia 1º de abril, a conjuntura política e social, para promover reflexão sobre a importância de um projeto para a sociedade brasileira. PÁG. 4


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Folha Metalúrgica - Março de 2016 - Ed. 827

editorial

Perguntas da classe trabalhadora No momento atual de luta de classes acirrada vale fazer uma releitura dos poemas de Bertold Brecht (1898-1956), dramaturgo alemão que, além de escrever poemas e peças de teatro, manteve toda uma militância artística para denunciar o estrangulamento das relações humanas pelo sistema capitalista. Uma ode a Brecht, no sentido de homenagem, faz-se necessária em tempos de fortes manipulações midiáticas e jurídicas, pelas quais vêm à tona um projeto elitista de sociedade, mas mascarada por discursos de juristas e políticos transformados em “salvadores da pátria”. Mais do que nunca é preciso discernimento para ouvir, ler e desconfiar. Os grandes meios de comunicação estão totalmente atrelados ao projeto do impeachment, que visa tirar Dilma e Lula do caminho e, assim, pôr fim imediato à Operação Lava-Jato. Recentemente veio à tona uma lista com mais de 200 nomes de políticos que a empreiteira Odebrecht tinha sob mira para pagamento de propina. A lista foi censurada pelo juiz curitibano Sérgio Moro porque contém nomes como Aécio, Serra (PSDB) e outros do ninho conservador/elitista. Não consta Dilma na lista, mas querem o impeachment. Mesmo sem argu-

Por que eles não cobram investigação e punição para todos da lista da Odebrecht? mentos, sem base legal, sem provas. O Jornal Nacional, que dedica grande parte de seu noticiário para acusar e propagandear delações premiadas que apontam para nomes do PT, se calou na noite da divulgação da lista. O apresentador Bonner fez o papel ridículo de tentar explicar os motivos de não mencionar os principais nomes dos envolvidos com a Odebrecht. A que projeto a Globo está atrelada? Por que

a FIESP distribui filé mignon aos manifestantes pró-impeachment? Como no poema de Bertold Brecht “Perguntas de um trabalhador que lê”, que continua atual, é preciso questionar. O poema cita que nos livros quem construiu Tebas foram os reis, mas foram os reis que carregaram as pedras? Atualizando para o contexto de hoje, perguntamos: Aécio, Eduardo Cunha, Paulo Skaf, levantam a bandeira do “fora corrupção”, mas eles são os exemplos? Será que por trás do Pato da FIESP não estão interesses gananciosos como o de precarizar o trabalho e desregulamentar as leis da CLT para se aumentar os lucros dos industriais? Por que eles também não cobram investigação e punição para todos da lista da Odebrecht? A empresa laranja da empreiteira é a Leroyz de Caxias, que na campanha política de 2010 financiou R$ 8,5 milhões ao PMDB e R$ 4,5 milhões ao PSDB. No todo, os pagamentos feitos pela Odebrecht atingiram 16 partidos, 47 políticos, como Cunha (PMDB) e Alckmin (PSDB), em 16 estados. Mas por que a Globo esconde isso de você? Por que o Moro esconde isso de você, por meio de censura à lista? São perguntas de trabalhadores comprometidos com o Estado Democrático de Direito.

formação

sorocaba

Servidores encerram greve após reajuste salarial de 8% ra era de 3,5%. O SSPMS reivindicou a reposição da inflação de 10,6% pertinente ao período de data-base. Além do reajuste - que será pago 3% retroativo a janeiro, com pagamento previsto entre os dias 10 e 15 de abril; 3% em agosto e 2% em outubro – também ficou acordado que não haverá desconto dos dias parados dos funcionários que participaram da greve. Os dias de paralisação serão repostos de forma branda, com o acompanhamento do jurídico do Sindicato.

Divulgação

Os servidores públicos municipais puseram fim à greve, iniciada no dia 23, na tarde dessa segunda-feira, dia 28, após a aprovação de reajuste salarial de 8%, parcelado em três vezes. Em vídeo divulgado na página do Sindicato dos Servidores (SSPMS) no Facebook, o presidente da entidade, Salatiel Hergesel, afirma que o reajuste não foi o esperado, mas que a categoria mostrou união e deu uma lição de cidadania com o movimento grevista. A proposta inicial da Prefeitu-

Curso de inglês está com inscrições abertas A Move On idiomas, parceira do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) há 12 anos, está com matrículas abertas para o Curso de Inglês para turmas de iniciantes. A mensalidade para sócios e dependentes é de R$ 70 e não sócios pagam R$ 100. A taxa de matrícula é de R$ 10. As vagas são limitadas. O curso tem início assim que as vagas forem preenchidas.

Comunicação SMetal Diretoria Executiva SMetal Presidente: Ademilson Terto da Silva Vice Presidente: Tiago Almeida do Nascimento Secretário Geral: Leandro Cândido Soares Administrativo e de Finanças: Alex Sandro Fogaça Secretário de Organização: João de Moraes Farani Diretor Executivo: Joel Américo de Oliveira Diretor Executivo: Silvio Luiz Ferreira da Silva

Luta: Milhares de servidores públicos fizeram história ao se unirem na greve para conquistar acordo

Os horários são os seguintes: Turma 1 (de segunda-feira, das 19h às 21h), Turma 2 (aos sábados, das 13h às 15h), Turma 3 (durante a semana, das 10h às 12h, destinada aos filhos dos metalúrgicos ou aos trabalhadores do segundo turno). Mais informações pelos telefones: (15) 3013-8252 , 98809-0416 ou 99724-5757 (WhatsApp). O e-mail para contato é o moveon.ingles@gmail.com

Folha Metalúrgica, Portal SMetal, Revista Ponto de Fusão, redes sociais, comunicação visual e assessoria de imprensa

Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade

Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400

Redação e reportagem: Paulo Rogério L. de Andrade Fernanda Ikedo Daniela Gaspari

Sede Iperó: Tel. (15) 3266-1888

Fotografia: José Gonçalves Filho (Foguinho)

Sede Piedade: Tel. (15) 3344-2362

Projeto Gráfico e Editoração: Lucas Delgado Cássio de Abreu Freire Auxiliar de Redação: Gabrielli Duarte Vagner Santos

Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e Região Rua Júlio Hanser, 140 - Sorocaba SP - www.smetal.org.br

Sede Araçariguama: Tel. (11) 4136-3840

Folha Metalúrgica Impressão: Bangraf Publicação: Semanal Tiragem: 30 mil exemplares


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pela democracia

Movimentos voltam às ruas nesta quinta contra o golpe

notas

Foguinho

Preenchimento de IR no SMetal Estão disponíveis nas sedes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Araçariguama o serviço de preenchimento de Imposto de Renda 2016. O atendimento vai até dia 26 de abril e tem custo de R$ 20 para sócios e dependentes do SMetal e R$ 50 para não sindicalizados. Os interessados devem ficar atentos aos documentos necessários para o preenchimentos do IR. Veja a documentação completa em www.smetal.org.br

Contexto histórico: Neste dia 31 será diferente do dia 31 de março de 1964: não haverá golpe!

Militantes sindicais, sociais e estudantes, que integram o Comitê de Resistência Democrática de Sorocaba e região, participam nesta quinta-feira, dia 31, na Praça da Sé, em São Paulo, de novo ato em defesa da democracia e contra o golpe. A atividade faz parte da jornada de lutas promovida em todo o país pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo que, além de defender a democracia, é contra o ajuste fiscal e reforma da previdência e a favor de uma outra política econômica no país. Na capital paulista, o ato contará com apresentações culturais e terá início a partir das 16h, na Praça da Sé, na região central. O Comitê sorocabano está disponibilizando cerca de 10 ônibus aos interessados. A concentração acontece às 13h, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal). O presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, que também é coordenador da Subsede Regional da CUT em Sorocaba e membro do Comitê de Resistên-

cia, explica que o ato não é em defesa do governo da presidenta Dilma Rousseff, e sim contra o golpe que vem sendo instalado pela direta brasileira, com apoio da grande imprensa. “A gente sabe o que significa um golpe, é tentar calar os movimentos sociais, sindicais e estudantis e retomar o Estado mínimo, no qual o Estado não tem compromisso nenhum com a população”, afirma. O Comitê é composto por mais de 50 entidades do movimento sindical, social e estudantil de Sorocaba e região.

Ato na Paulista

Aos gritos de “Não vai ter golpe” e “Fora Cunha”, foi realizado dia 18 de março um grande ato na Avenida Paulista, que reuniu cerca de 500 mil pessoas a favor da democracia e dos direitos sociais. A manifestação, também organizada pela Frente Brasil Popular, contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atos em São Paulo reforçam luta

Protesto na Rede Globo

Já na quinta-feira, dia 24, cerca de 30 mil pessoas saíram às ruas para denunciar o golpe e marchar do Largo da Batata até a sede da TV Globo, na zona sul de São Paulo.

Com o tema “a saída é pela esquerda”, o ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne mais de 30 organizações, entre elas a CUT e a Frente Brasil Popular. “A Rede Globo está nesse golpe, junto com outras empresas de comunicação, como esteve em 64. [Naquela época] o jornalista e empresário Roberto Marinho, dono da Globo, estava na mesa que definiu a data do golpe”, lembrou Janeslei Aparecida Albuquerque, secretária de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT Nacional.

Foguinho

Outras mobilizações em defesa da democracia e contra o golpe ocorreram na última semana. Na quarta-feira, dia 23, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve reunido com mais de mil sindicalistas de diversas centrais sindicais, em São Paulo. Durante o ato, Lula falou sobre a importância de impedir o retrocesso e lembrou que a elite conservadora do país sempre teve dificuldade de conviver com governantes de outras origens sociais, ou cujos governos não dessem prioridade aos mais ricos. Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o golpe é contra a classe trabalhadora. “Os mesmos que querem o golpe são os que querem acabar com a CLT, criando a terceirização indiscriminada. Os mesmos que acham que peão que pensa com a cabeça do patrão é piolho. E nosso interesse é que o Brasil saia da crise, sem perda de direitos”, afirmou.

O pato da FIESP A Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos (FEM) da CUT/SP externa a sua opinião a respeito da postura da FIESP, nessa onda de golpismo que agita atualmente o nosso País. Em documento divulgado nesta semana, a FIESP, representante da elite burguesa e empresarial paulista e paulistana, lembra que os aliados políticos da FIESP são da qualidade do Eduardo Cunha, a quem a FIESP “beijoulhe as mãos” para colocar em pauta com urgência o PL 4330, ou seja, o projeto da terceirização. O documento mostra o que está por trás do Pato da FIESP. Leia o texto completo no portal www.smetal.org.br

Projeto de Coleta Seletiva A Coreso (Cooperativa de Trabalho de Catadores e Catadoras de Materiais de Recicláveis de Sorocaba) foi uma das oito cooperativas brasileiras préselecionadas para participar da última etapa do projeto “Excelência Ambev Recicla 2016”, que tem por objetivo fomentar empreendimentos sociais e melhorá-los. As três finalistas firmarão parceria de dois anos com o projeto, sendo um ano de assessoria técnica, mais investimento em equipamentos. O resultado deve ser anunciado até 15 de maio.


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João Pedro Stédile faz palestra no SMetal MST

O fundador do MST fez balanço crítico do momento político e divulgou as perspectivas para o próximo período na Carta de Caruaru, divulgada em fevereiro. Ela está disponível no site www.mst.org.br

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

formação

Mesmo com a agenda disputada, o economista e fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, estará em Sorocaba nesta sexta-feira, dia 1º de abril, para realizar palestra sobre o contexto político e social, assim como a luta pela terra, por trabalho e pelo meio ambiente. O evento acontece no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), a partir das 19h, com entrada gratuita e aberta ao público em geral. Em fevereiro, Stédile concedeu entrevista à

imprensa do SMetal, que será publicada na 5ª edição da Revista Ponto de Fusão, e na ocasião ele aceitou o convite para a atividade, na sede do SMetal Sorocaba. João Pedro é gaúcho e há 32 anos iniciou a luta pela reforma agrária no Brasil, que tem a maior concentração de terras improdutivas do mundo. Em sua palestra, o líder do MST analisará o momento político pelo qual passa a sociedade brasileira, abordará a natureza da crise instalada no Brasil e apontará os principais desafios e enfrentamentos dos setores progressistas.

AGENDA • Palestra com João Pedro Stédile, fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Dia 1º de abril, a partir das 19h, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Rua Julio Hanser, 140, Lageado, próximo à rodoviária.

LANÇAMENTO DO LIVRO

“O Sonho de Lara” aborda nutrição infantil Os direitos autorais do livro, tanto do texto quanto das ilustrações, foram cedidos gratuitamente ao Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS)

Lançamento: “O Sonho de Lara”, de João Aparecido, é editado pela Loja de Ideias

Com 32 páginas, a obra infantil “O Sonho de Lara”, de João Aparecido Almeida do Nascimento, será lançada nesta quarta-feira, dia 30, a partir das 18h30, no auditório do SMetal. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral. O livro conta a história da menina Lara, que não se alimentava adequadamente, apesar dos esforços dos pais, até que um sonho mudou totalmente seu comportamento à mesa. Dilema sofrido por muitos pais que querem ver suas crianças comerem alimentos saudáveis, o livro destaca a importância das frutas, verduras e legumes, como fonte de saúde e bem-estar. O autor é graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e já publicou outros livros, mas este é o primeiro voltado às crianças. A obra conta com ilustrações de Daine Cristina Teles de Medeiros, Isabele Scudelér Ferreira e Gabriella Chambre Esperati Fernandes. “A minha expectativa em relação a essa obra é de que seja bem aceita pelas crianças, principalmente, para que possam tirar dela alguma mensagem positiva sobre a importância de uma alimentação adequada, além de trazer diversão para elas, pois a literatura tem um papel relevante no desenvolvimento da criança”, destaca o autor. No evento, “O Sonho de Lara” será distribuído gratuitamente e depois, os exemplares serão entregues em atividades do Banco de Alimentos de Sorocaba. O livro é uma realização do 'Banco', com apoio do SMetal e foi editado pela Loja das Ideias.


Suplemento Especial da Nº 827 - 4ª edição de março de 2016

Conheça o projeto da FIESP para o Brasil Marcelo Camargo / Agencia Brasil

A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), liderada pelo empresário e político Paulo Skaf (PMDB), tem uma proposta muito clara para o trabalhador brasileiro:

Regulamentação da terceirização sem limite permitindo a precarização das relações de trabalho (PLC 30/2015 - Senado, PL 4302/ 998 - Câmara e PLS 87/2010 - Senado);

Livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato (PL 8294/2014 - Câmara);

Instituição do acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta entre empregado e empregador (PL 427/2015 - Câmara);

Extinção da contribuição social devida pelos empregadores ao governo federal referente ao FGTS (PLP 51/ 2007- Câmara e PLS 550/2015 - Senado);

Impedimento do empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho (PL 948/2011 - Câmara e PL 7549/2014 - Câmara);

Deslocamento do empregado até o local de trabalho e o seu retorno não integra a jornada de trabalho (PL 2409/2011 - Câmara);

Suspensão de contrato de trabalho (PL 1875/2015 - Câmara);

Extinção do abono de permanência para o servidor público (PEC 139/2015 - Câmara).

Esses são alguns projetos que recebem o direcionamento e o apoio irrestrito de políticos ligados à bancada empresarial, que pressiona o governo federal para aprovar o retrocesso nos direitos trabalhistas e humanos conquistados duramente por meio dos movimentos sociais e sindicais brasileiros.


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Eles financiam Skaf recebeu milhões em doações de campanhas empresas investigadas políticas

Pelo site da Câmara dos Deputados, dá para acompanhar os votos de cada deputado nos projetos que tramitam. Acesse: www.camara.leg.br

Só pra complementar: o site do Uol, em 12 de setembro de 2014, mostrou que “a campanha do candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Paulo Skaf, recebeu doações no valor de R$ 2,5 milhões de duas empresas investigadas por suspeita de participação em esquema de corrupção”. “A construtora OAS S/A ofereceu R$ 1,5 milhão, e a Queiroz Galvão R$ 1 milhão. As duas são investigadas pela Operação Lava Jato da PF (Polícia Federal) e do MPF (Ministério Público Federal) por suspeita de superfaturar obras contratadas pela Petrobras e por pagar propinas a políticos”.

José Cruz / Agencia Brasil

Paulo Skaf, presidente da FIESP, também patrocina campanhas políticas como a do deputado federal Herculano Passos (PSD), que na Câmara dos Deputados deu seu voto a favor da ampliação da terceirização do trabalho e também pelo fim dos rótulos que informam se o alimento é transgênico. O financiamento empresarial de campanha política é um investimento que o empresário ou empresa faz no político que pode alterar rumos da sociedade. Só que esse político não está representando o povo e sim uma parcela muito pequena de uma elite empresarial que visa apenas o aumento de lucros. Só para lembrar os deputados federais Vitor Lippi (PSDB) e Jefferson Campos (PSD) também votaram a favor da terceirização e do fim dos rótulos dos transgênicos. Projetos que só beneficiam as indústrias e prejudicam diretamente a população.

pela Lava Jato

A FARSA DO DISCURSO DA FIESP Os representantes da FIESP estão sempre na mídia, nos canais televisivos e nos jornais de grande circulação como porta-vozes da mudança, como os grandes ícones contra a corrupção. Em seus discursos proclamam o desejo ardente de alavancar a economia, só que não é verdade. O que está em jogo e por trás desses discursos são justamente os projetos que eles defendem e que não recebem espaço nos noticiários. São pautas conservadoras, verdadeiras bombas para todos que recebem e dependem de salários.

Quando dizem que querem alavancar a economia pode traduzir para “aumentar os lucros e os investimentos do capital da minha indústria”. Eles geram empregos sim, porque sem a mão-de-obra assalariada não conseguem produzir e faturar. Mas, o papel dos movimentos sindicais é o de cobrar um meio ambiente de trabalho digno, para que os trabalhadores não adoeçam, não percam seus membros nas máquinas, não sejam tratados como uma simples engrenagem. Esse tempo já passou e não podemos retroceder à barbárie!

Fique ligado e desconfie do ponto de vista mostrado pelos meios de comunicação e dessas pessoas que são consideradas como “heróis” nas capas das revistas.


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A coerência histórica da FIESP FIESP apoiou o golpe civil-militar e financiou torturas no Brasil Em 1964, quando o golpe de estado foi dado e se iniciou o ciclo dos generais no poder, com perseguição política, censura total aos movimentos de base, seguidos de sequestros, torturas e assassinatos cometidos contra estudantes, professores e militantes de movimentos sociais e sindicais - com o aval dos governos da época - a FIESP deu seu total apoio e financiou esse aparato de repressão. Nessa época, se proibia as associações sindicais, de bairro, estudantis e qualquer passeata ou manifestação contra a política. As violações contra os Direitos Humanos eram recorrentes e patrocinadas na época. E os documentos provam:

JORNAL O GLOBO, DE 9 DE MARÇO DE 2013 “Eram 18h30 daquela segunda-feira, 19 de abril de 1971, quando Geraldo Resende de Mattos, o “Dr. Geraldo” da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, avançou pelo corredor central do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). No prédio ícone da arquitetura ferroviária paulistana funcionava uma falange policial do mecanismo de repressão política operado pelo 2º Exército. O tratamento de “doutor” na delegacia era reverência policial à organização dos industriais. Os livros do Dops, há pouco revelados pelo

Arquivo Público, indicam que a conexão entre o empresariado paulista e a polícia política do regime militar foi muito mais extensa do que até então se presumia. Mattos frequentava os andares do Dops, onde funcionavam as seções de Política e de Informações, três a quatro vezes por semana no final do expediente. Essa foi sua rotina durante sete anos, de 1971 a 1978. Às vezes, passava mais tempo lá do que na FIESP” (Em “O Elo da FIESP com os porões da ditadura”, jornal O Globo, de 9 de março de 2013).

CNI e FIESP falam a mesma língua pela retirada de direitos Em 2012, publicamos no portal www.smetal.org.br reportagem da Rede Brasil Atual sobre a proposta de “modernização trabalhista” da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela inclui a flexibilização do trabalho escravo e chama os direitos trabalhistas de “irracionalidades”. A FIESP está sob o guarda-

-chuva da CNI. O pensamento de ambas é o de deixar as empresas mais “competitivas”. Isso representa prejuízos à saúde do trabalhador, pois inclui redução de investimentos no meio ambiente de trabalho e exploração da mão-de-obra ao máximo – sem a proteção da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), por exemplo.

Basta conferir que entre os itens da proposta de “modernização” da CNI/ FIESP – facilmente encontrada na internet – está a desregulamentação das leis que garantem descanso aos domingos, licença-maternidade, jornadas de trabalho estipuladas por lei, entre outros. Para os empresários alia-

dos ao industrial (sem indústria) Paulo Skaf (PMDB), as convenções coletivas devem passar por cima da CLT. Eles querem isso para poder diminuir ano a ano os direitos trabalhistas, aumentando os lucros. Esse projeto vem com o discurso de fazer “avançar o Brasil”, mas avançar para quem?


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Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil

Por que ao invés de lutar tanto para reduzir os direitos trabalhistas a FIESP não investe em campanha de combate à sonegação de impostos para se promover mais políticas públicas essenciais como saúde, segurança, educação e infraestrutura? O sonegômetro do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), até o dia 23 de março de 2016, apontava que R$ 117 bilhões e 335 milhões não foram recolhidos aos cofres públicos do país - o que daria para construir 8 milhões de salas de aulas equipadas ou ainda mais de 1 milhão de ambulâncias equipadas. Isso é a média de quanto o Brasil está perdendo com a sonegação de impostos, só no período de 1/1/2016 a 23/3/2016. Sonegar imposto é crime e por ano o valor total passa de R$ 500 bilhões. Com esse valor daria para fechar todas as contas do Brasil no azul. É triste e ainda, boa parte desse valor passa por mecanismos de lavagem de dinheiro.

Viomundo

É preciso combater a corrupção!

De que lado, então, está a FIESP?

Os dados econômicos, sociais e históricos não negam que a FIESP tem sim um projeto para a sociedade brasileira, mas não inclui melhoria na qualidade de vida dos cidadãos (a não ser daqueles que estão no topo da pirâmide dos endinheirados). A FIESP é parceira de outros grandes empresários, como a família Marinho, da Globo, que têm concessão pública e que é a favor do impeachment. Para você ter noção, a FIESP distribui até filé mignon para os manifestantes pró-impeachment. Sim, filé mignon! Isso aconteceu na avenida Paulista, na própria sede da instituição. Deu no Valor Econômico no dia 17 de março. Assumiram-se como “a casa do impeachment da Dilma”.

"O projeto da FIESP é o de precarizar o trabalho e aumentar o lucro das elites"

Protestar é importante Combater a corrupção e reivindicar um governo melhor são atitudes nobres e merecem respeito. É preciso um país justo e soberano. É isso que move a Frente Brasil Popular, composta por dezenas de entidades, de movimentos sociais e sindicais. O que não se pode confundir é o jogo de interesses que move o movimento pró-impeachment liderado por personalidades como

Paulo Skaf e instituições como a FIESP, que ele encabeça. Uma saída para toda essa crise e uma forma de acabar com os principais problemas políticos do Brasil é fazer a reforma política e a reforma dos meios de comunicação. Isso provocaria uma mudança fundamental para que a população seja realmente bem representada pelos políticos em suas instâncias de poder.


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