Cortesia Mário Rangel/Top Studio
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Ângela Nascimento, Belém (PA)
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Interessantes as afirmações do editor A. J. Gevaerd sobre a questão da Ufologia estar ameaçada pela dominação globalizada dos meios virtuais. A internet é muito importante para a difusão ufológica. No entanto, devemos ficar atentos e não deixar que investigações fiquem sem respostas. Ao longo de suas edições, UFO demonstrou seriedade e coragem para solucionar as dúvidas dos leitores. Válter Silva, valter.silva@solvay.com
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A idéia defendida por Philipe Kling David em seu artigo Grandes Desafios da Perícia Ufológica no Século XXI, de que nunca houve tanta gente desesperada em acreditar no Fenômeno UFO, não me parece compatível com o que acontece nos meios ufológicos. Como exemplo, cito alguns casos antes considerados verdadeiros e que hoje são revistos, como ocorreu com o Caso Guarapiranga. Isso indica um amadurecimento da Comunidade Ufológica, que está reconstruindo sua própria história a partir de pesquisas mais concretas e aprofundadas. Daniel Augusto Silveira, Sorocaba (SP)
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UFO 81
Extremamente pertinente o artigo Até que Ponto a Internet Melhora a Pesquisa Ufológica?, de A. J. Gevaerd publicado na última edição de UFO. É realmente assustador quando algo sério como a pesquisa de campo é trocada pela pesquisa virtual. Os novos ufólogos deveriam aprender que o diferencial de um trabalho completo e eficiente é a experiência somada à pesquisa de campo.
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Diego Mubarack de Melo, ovnisbr@yahoo.com.br
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Além da ótima qualidade gráfica, a revista manteve sua credibilidade ao tratar de forma séria a questão ufológica. Parabéns a todas as pessoas que tornam essa publicação cada vez melhor. Nunca desistam da luta em prol da Ufologia!
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Ana Carolina Ribas, Bauru (SP)
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Considero a matéria sobre os círculos ingleses, publicada em UFO 81, uma das mais completas abordagens do assunto que já li nos últimos tempos. Desde o lançamento do filme Sinais, de M. Night Shyamalan, o assunto foi tratado em diversos veículos de comunicação do país, que, ao contrário desta revista, trataram do importante fenômeno apenas como um espetáculo.
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Leandro da Rocha Tavares, leantav@hotmail.com
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Acompanho a revista desde a época em que se chamava PSI-UFO. Lembrome que, naquela época, a equipe chegou a inventar uma espécie de cartão de sócio, a fim de obter recursos para a produção e manutenção da publicação. Mas agora as coisas mudaram e UFO conta com o apoio da Mythos Editora. Fico extremamente contente com isso. A publicação melhorou tanto na qualidade impressa quanto editorial. Parabéns.
Reinaldo Stabolito, stabolito@ieg.com.br
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Roberto Pintucci, robertopintucci@uol.com.br
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Parabéns pela edição de outubro (81). A Mythos Editora foi uma grande escolha que vocês fizeram como parceira. Como acompanho a revista, posso dizer que UFO deu um grande salto de qualidade.
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Deborah Carvalho Farias, Rio de Janeiro (RJ)
A Equipe Ufonewsbr gostaria de externar sua enorme satisfação com a qualidade da “nova” Revista UFO, edição 81. Ela é certamente uma conseqüência natural da longa jornada virtuosa a que se propõe. O Conselho Editorial da publicação nunca esteve tão perfeito e completo como atualmente.
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Laura Elias, São Paulo (SP)
Mário Rangel, mario.rangel@terra.com.br
Fiquei entusiasmada quando vi a “nova” UFO nas bancas. A revista está revigorada, mais bonita e atrativa. Parabéns pela parceria com a competente Mythos Editora. E muito obrigada por nunca desistirem de continuar seu trabalho. Durante estes meses em que a revista não circulou, senti um imenso vazio.
Comprei UFO 81 numa banca perto de minha casa. Está linda e é muito legal poder adquirí-la novamente. Também gostei muito do artigo de Philipe Kling David, Grandes Desafios da Perícia Ufológica no Século XXI. Parabéns para ele pelo novo formato da revista. Mas gostaria de alertálos de que algumas bancas ainda não sabem que a UFO voltou a circular normalmente. Inclusive, depois que comprei a revista, levei para meu jornaleiro preferido e ele não acreditou que tinha saído mais uma edição.
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Comprei hoje a lindíssima UFO 81 e felicito os parceiros Mythos e CBPDV, desejando-lhes enorme êxito. Antes mesmo de a ler já pude notar que foi mantida a tradicional qualidade informativa e a beleza das ilustrações. Acho que muitas agências de publicidade e empresas desejarão estar presentes na publicação. O tema de capa, atualíssimo, ajudará a atrair novos leitores. A emoção foi tanta que nem deu para esperar meu exemplar de assinante...
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NOVO FORMATO
Fico feliz em ver um assunto tão polêmico quanto os implantes ser abordado de forma séria e minuciosa pelo médico Roger Leir, no livro Implantes Alienígenas [LV-11] e no artigo publicado por UFO na última edição, Implantes Alienígenas: Sólidas Evidências da Manipulação Biológica de Seres Humanos. Acredito que esses artefatos retirados de abduzidos sejam a mais concreta das provas da existência de seres extraterrestres. Helena Barros Medeiros, Manaus (AM) Novembro 2002
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Novembro 2002
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Juarez Machado Filho, Natal (RN)
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A Equipe UFO continua se aprimorando. O novo formato do livro O Mistério dos Círculos Ingleses [LV-12], de Wallacy Albino, deixa isso claro. Mais fotos, textos mais consistentes, os ícones laterais das páginas nos formatos dos círculos e um belíssimo encarte. Muito bom mesmo. Eu o recomendaria a muitos cientistas, que precisam saber o que ocorre além de seus limitados horizontes.
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Cássia Batista, Corumbá (MS)
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Parabenizo o autor Ataíde Ferreira da Silva Neto pela matéria Evidências de Atividades Alienígenas em Mato Grosso, que está muito interessante. Gostaria de sugerir que a revista se torne mensal, como antigamente, haja vista que algumas bancas não sabem que a mesma voltou a circular, em razão de alguns atrasos no passado.
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UFO 80
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Luciana Borges, Passo Fundo (RS)
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Fiquei surpresa com o novo lançamento da Biblioteca UFO, O Mistério dos Círculos Ingleses [LV-12], de Wallacy Albino. O livro impressiona ao trazer figuras de círculos ao lado dos textos, além das 40 páginas de encarte com fotos dos círculos mais surpreendentes de 2002. Recomendo a todos os interessados no assunto.
Nossos leitores se surpreenderam ao ver a UFO 81, de outubro, que muitos chamaram de “a nova UFO”. A edição realmente trouxe novidades que a fizeram merecer a menção. Suas características gráficas mostraram-se imensamente superiores, sendo a revista impressa em papel de alta qualidade e inteiramente em cores. Seus textos também demonstraram cuidado e consistência – virtudes indispensáveis à imprensa ufológica. Mas se aquela edição surpreendeu, essa agora, de novembro, irá fazê-lo em dose ainda maior. Basta que se folheie o exemplar e se veja a diversidade de seus artigos, cobrindo áreas importantes da fenomenologia ufológica. Mas o que mais chamará a atenção é que a revista, após quase dois anos de irregularidades em sua circulação, volta finalmente ao normal. Esta edição é prova de que UFO será mais uma vez mensal. Isso só é possível graças a uma parceria que o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) acaba de fazer com a Mythos Editora, dona de títulos muito bem-sucedidos no mercado, tais como Sexto Sentido e Além da Vida. A Mythos, com sua sólida infraestrutura e sensível às exigências da população por informações ufológicas de qualidade, abraçou a causa de UFO por pelo menos três edições – período de testes da parceria. Nesta fase, será a responsável pela impressão e circulação da revista, enquanto o CBPDV continua à frente de seu manejo editorial. Mas quem ganha com essa parceria não somos apenas nós – CBPDV ou Mythos –, e sim a Ufologia Brasileira, que volta a ter um veículo forte de divulgação do assunto.
James Neff
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Resolvi ler o livro UFOs no Brasil [LV-10] depois de ver a entrevista do autor Antonio Faleiro, publicada em UFO 80. O ufólogo é realmente muito corajoso ao desmistificar mitos e lendas do folclore popular, afirmando que se tratam de manifestações do Fenômeno UFO. A explicação detalhada dos casos e a argumentação do autor comprovam que a Equipe UFO é extremamente seletiva em seus lançamentos.
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Fernando Veras, comercial@stpeter.com.br
Alice Goez, Juiz de Fora (MG)
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Maria Paula Teixeira, Salvador (BA)
Comprei o livro Quedas de UFOs [LV-09], do ufólogo Thiago Ticchetti, e afirmo que nunca li uma obra tão bem elaborada. Fiquei surpreso com as revelações inéditas da obra e com a quantidade de casos registrados no mundo. É, com certeza, um dos melhores livros ufológicos já lançados no Brasil.
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Enos F. Beolchi, enosfb@terra.com.br
O artigo de Carlos Alberto Machado, Novas Formas de Encarar a Presença Alienígena na Terra, foi extremamente inteligente ao propor uma mudança na visão científica das pessoas em relação ao Universo. Mais que procurar respostas em outros planetas e galáxias, está na hora de começarmos a reformular as questões que permeiam o tema – e que estão a nossa frente.
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Gostei da atitude da Revista UFO ao escolher o tema mutilações para a edição 81 [Onda de Mutilação de Animais Põe em Alerta Ufólogos Argentinos]. A casuística em nossos países vizinhos, como Argentina e Chile, está cada vez mais intensa e a revista soube abordar esse fato esplendidamente.
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Rodolfo Heltai, grupoandromeda@ieg.com.br
BIBLIOTECA UFO
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Desejo cumprimentar toda a Equipe UFO e, em especial, Philipe Kling David, Carlos Alberto Machado, Rogério Chola e Fabrina Martinez, que contribuíram para a confecção da edição 81. Com uma capa bem diagramada e papel de ótima qualidade, a publicação surpreendeu a todos. Esperamos que os ufólogos procurem colaborar com esta nova fase editorial, deixando de lado as tradicionais disputas, que são o marco negativo da Ufologia.
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RÚSSIA ESCONDE INFORMAÇÕES
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Em sua edição de 18 de outubro, o jornal russo Pravda trouxe extensa matéria do investigador Nikolai Subbotin, em que denuncia a política de sigilo imposta à questão ufológica em seu país. Apesar da modernização por que a Rússia tem passado nos últimos anos, e a tentativa de acompanhar a Europa e EUA no que se refere à globalização, não se tinha visto até então denúncias tão pesadas contra o governo de Vladimir Puttin quanto ao assunto. Subbotin expôs as dificuldades por que passam os investigadores russos para obter documentos militares e do governo sobre o Fenômeno UFO. Ele acusou a agência remanescente da KGB de sonegar informações à população. “Até nos Estados Unidos, onde o tema é mantido a sete chaves, há milhares de documentos à disposição dos ufólogos e de qualquer cidadão”, afirmou. Em seu artigo, Subbotin se refere a uma entrevista que fez com o ex-militar Eugeny Lutsenko, que participou de operações de perseguição a UFOs antes da extinção da União Soviética. “O tema é de interesse de todos e tem sido amplamente tratado até mesmo pela Academia Russa de Ciências, o Comitê Estatal de Hidrometeorologia e o Ministério da Defesa, mas os resultados são mantidos em sigilo”.
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LUZES EM FEIRA DE AVIAÇÃO NO CHILE
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guma nova iniciativa com relação ao assunto. Militares norte-americanos tentam, há décadas, usar informações sobre UFOs como forma de aprimorar seus recursos tecnológicos. Sabese que naves acidentadas ou derrubadas naquele país, porém com poucos danos, foram restauradas e testadas por pilotos de provas. Nos Estados Unidos, nação de muita tecnologia e fartos recursos destinados às pesquisas bélicas de todos os tipos, isso pode ser possível. Mas no Peru, uma nação quase miserável, não se tem idéia de como isso seria feito.
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A ESTAÇÃO MIR, antes de cair na Terra, foi palco de observações de inúmeros UFOs, sempre ocultadas. No detalhe, Strekhalov (direita) e Manakov
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Cortesia NASA
Cortesia Pravda
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declarou que seu escritório recebe centenas de chamadas que podem estar relacionadas com o fenômeno ufológico. “Algumas das quais descrevem situações que poderiam causar problemas para a aviação”, alega Chamorro. Ele afirmou ainda que é importante provar a existência dos UFOs, “que é um tema que merece toda a nossa atenção, tanto em investigação como por questões de segurança aérea”. Mas o comandante também planeja usar a tecnologia dessas naves para proporcionar avanços tecnológicos para a FAP. Estas declarações são evidentemente polêmicas, mas partindo de um comandante militar, podem deixar transparecer al-
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Na edição de 28 de setembro do jornal The Miami Herald foi noticiado que a Força Aérea Peruana (FAP) está tentando aproveitar as descobertas sobre UFOs com vistas a usar tecnologia extraterrestre. O comandante Julio Chamorro, diretor do Centro de Investigação de Fenômenos Aéreos da FAP,
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PERU BUSCA TECNOLOGIA DE ETS
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Sempre envolto por um manto de mistério, o programa espacial russo agora se agita com a recente informação de que mais um vôo espacial foi seguido por UFOs. Gennadij Strekhalov, ainda a bordo da estação espacial Mir, durante o vôo de 1990, observou da escotilha da espaçonave um objeto que chamou de “árvore de natal”. Strekhalov deu uma entrevista à imprensa mundial em que afirmou categoricamente que, em seus dois últimos vôos, viu algo inusitado junto do comandante da Mir, Gennadij Manakov. “Infelizmente – mas não é comum –, não pensamos em colocar um filme em nossa câmera rápido o suficiente para registrar o objeto”, disse Strekhalov. “Eu e Manakov olhamos para aquilo e vimos também que a atmosfera estava completamente limpa. De repente, um tipo de esfera apareceu. Poderia compará-la com uma decoração de árvore natalina, bonita, brilhante e reluzente”. O cosmonauta observou o fenômeno por 10 segundos. A esfera surgiu da mesma forma que desapareceu. “O que era aquilo? Qual o seu verdadeiro tamanho? Não sei, mas sei que não existe nada comparável!”, completou. Ele garantiu também ter avisado o centro de controle da missão, mas, receoso, não disse ter visto um UFO, e sim um fenômeno incomum. “Tinha de ser cuidadoso com a escolha de palavras, pois não quero que alguém especule demais ou que me leve à mal”, concluiu o cosmonauta.
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UFO PRÓXIMO DA ESTAÇÃO MIR
Objetos voadores não identificados causaram surpresa no Chile. Em duas gravações em vídeo, realizadas durante a última Feira Internacional do Ar e Espaço (FIDAE), em Santiago, surgiram estranhos fenômenos luminosos que pareciam interceptar as evoluções de um avião de caça em exibição. Não é a primeira vez que isso acontece. A FIDAE, Novembro 2002
Novembro 2002
Fotos Cortesia Rodrigo Fuenzalida ○
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de deslocamento e comportamento. Nesse instante, os investigadores chilenos procuram saber se a força aérea fez algum registro da presença de UFOs naquele dia. No aeroporto de Cerrilos também existe uma torre de controle, de onde os funcionários podem ter observado algo estranho. Como se sabe, no Chile há uma relativa abertura deste assunto entre militares, que têm até uma comissão de pesquisas oficiais sobre o Fenômeno UFO. Mas ela ainda não se pronunciou a respeito.
ÁREA 51 PODE VIRAR FILME
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Cortesia JPL
Acabam de ser reveladas novas e intrigantes fotografias de uma área da superfície de Marte que já vem sendo chamada por estudiosos de “Cidade Inca”, numa referência às semelhanças entre as estruturas no Planeta Vermelho – que se acredita serem artificiais – e Machu Pichu, no Peru. O escritor científico Robert Roy Britt, em artigo publicado no site Space.com, em 15 de outubro, informa que as imagens foram captadas pela sonda Mars Global Surveyor. “Elas revelam claramente uma estrutura circular de mais de 80 km de extensão, que tem nítidas características artificiais”. Britt informa ainda que há, inclusive, sinais de água dentro da inusitada construção. “Nas fotografias é possível ver paredes erguidas na região chamada Sirenum Terra, ainda que, apesar da claridade das evidências, os cientistas da NASA resistam em aceitar a possibilidade de existência de vida inteligente em nosso vizinho cósmico”.
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NOVAS FOTOGRAFIAS REVELAM MAIS MISTÉRIOS NA SUPERFÍCIE DE MARTE
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nhas. Por isso levei minha câmera”. Ela ainda pediu ao seu irmão para que revisasse inteiramente a fita gravada por ele, sendo possível encontrar na mesma vários outros objetos de origem desconhecida. Após uma análise preliminar no material, ficou completamente descartada a possibilidade de fraude. Mas a fita ainda deverá ser examinada em detalhes, para se apurar dados como o tamanho dos objetos, velocidade
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UFOS NO CHILE são comuns, inclusive sobre a capital, Santiago, como na foto acima. No detalhe, uma das luzes filmadas na FIDAE
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uma das mais tradicionais e disputadas feiras de aviação do mundo, tem sido palco de observações de UFOs há vários anos. Dessa vez, em abril passado, não foi diferente. No dia 06, Cláudia Cabezas e seu irmão chegaram ao recinto da exposição, no Aeroporto de Los Cerrilos, equipados com câmeras de vídeo. Segundos depois da decolagem do caça, ambos viram um estranho brilho seguilos. O jovem, que já estava gravando tudo, tentou registrar a cena. Chegando em casa mais tarde, no entanto, Cláudia passou a fita quadro-a-quadro para ver se localizava o estranho brilho. Em várias passagens da gravação – que não dura mais de cinco minutos – pode-se notar uma série de faíscas luminosas que atravessam o quadro em segundos. “Gosto muito de Ufologia desde pequena”, disse Cláudia aos repórteres. “Inclusive, meu primeiro avistamento aconteceu há 10 anos. Eu sabia que neste tipo de feira sempre podemos ver coisas estra-
A Área 51, uma base de provas norteamericana ultra-secreta, localizada no Deserto de Nevada, sempre inspirou teorias conspiracionistas entre os ufólogos. Não é pequena a quantidade deles que acredita que a base, que tem apenas uma pequena parte acima da superfície e muitos andares subterrâneos, abriga naves extraterrestres – adquiridas à força ou não pelos norteamericanos – e seus tripulantes. Essa hipótese tomou corpo principalmente no fim dos anos 80, começo dos 90, após declarações do físico Robert Lazar, que alega ter trabalhado com vários modelos de UFOs na base, junto de outros cientistas. “Havia um tipo de nave que, por suas características, eu a chamava de modelo esportivo”, diz Lazar, referindo-se a um objeto pequeno. Muitos ufólogos daquele país acreditam em suas declarações, ao passo que os mais ortodoxos as consideram pura elucubração. Pois agora os mistérios em torno da Área 51 poderão ser revelados através do cinema, e novamente a façanha se deverá a Lazar. A história será baseada na experiência narrada por ele, com detalhes das atividades que desenvolveu naquele lugar. O físico teria firmado um contrato com a produtora inglesa Bluebook Films para tornar públicos os segredos da Área 51 sobre a manipulação de tecnologia extraterrestre. O fundador da produtora, Bruce Burgess, afirmou que “depois de Roswell, a história de Bob Lazar é o evento mais significativo deste gênero”. 7
O desafio para os ufólogos vem da Inglaterra
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Arquivo UFO
al, que podem facilmente ser encontrados nas formações. Elas têm concentração anormal de energia, especialmente nas bordas externas. Os resultados de Levengood mostraram que as plantas são dobradas horizontalmente e possuem alterações anatômicas improváveis de serem copiadas por fraudadores, tal como os talos próximos ao solo, que formam redemoinhos complexos. Os “circólogos” dedicam-se tanto a isso que não há como falar em círculos e não mencionar tais modificações. Andrews, por exemplo, trabalha em tempo integral com essa questão e sua pesquisa ufológica tem apoio total do instituto britânico Circles Phenomena Research International (CPRI), que é patrocinado pela Fundação Rockfeller. Além dele, existem fotógrafos, jornalistas, químicos e inúmeros estudiosos que se dedicam ao tema.
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UFO — Apesar dessa relação clara, o assunto foi analisado à exaustão por especialistas, tal como o doutor W. C. Levengood e Colin Andrews, que não se contentam com soluções simplistas. Essas análises falam sobre alterações genéticas e aceleração do crescimento das plantas que se encontravam no interior dos círculos. São indicativos de que algo muito sério estaria acontecendo? WALLACY — Não tenha dúvidas. Os exames laboratoriais indicam mudanças na estrutura celular das plantas, provavelmente causadas pelo excesso de calor sobre a vegetação. Isso é mais facilmente encontrado nos locais onde as sementes germinaram. Seus invólucros passam a envolvê-las de uma forma diferente do normal, que intriga biólogos. Além de outros fatores que desafiam a Física atu-
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ca de 30 m de diâmetro pairando sobre o campo. O fato foi noticiado, assim como avistamentos, luzes e outros indícios da relação entre o Fenômeno UFO e essas formações.
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UFO — Os círculos são considerados pelos ufólogos uma das mais concretas provas de que o Fenômeno UFO não é fantasia. Você acredita que eles representam respostas para questões relacionadas à Ufologia? WALLACY — Sim. Acredito que os desenhos sejam mensagens enviadas por seres superiores a nós. Definitivamente, o Fenômeno UFO não é uma fantasia. Costumo dizer que quando a existência de vidas em outros planetas for provada, a foto de um círculo inglês valerá mais que a de um disco voador. Enquanto as naves confirmam essa existência, os desenhos mostram que tais seres estiveram aqui e tentaram se comunicar conosco. Esses pictogramas simbolizam, sobretudo, nosso analfabetismo. Existem evidências claras dessa relação. Em 2001, a revista britânica UFO Magazine UK [www.ufomag.co.uk] publicou uma matéria sobre um casal que supostamente teria presenciado a criação de um círculo. O depoimento de David Park mostra que seus pais viram uma nave discóide de cer-
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Wallacy Albino é uma daquelas pessoas que observam mais do que falam, até o exato momento em que se começa a discutir Ufologia. Ufólogo desde 1985, se interessou pelo assunto depois que presenciou dois avistamentos no início da década de 80. Desde essa época, manteve intensa atividade ufológica. Chegou a editar o jornal Hangar 18 e tornou-se apresentador, na cidade do Guarujá (SP), do programa de rádio e tevê Contato UFO. Wallacy é consultor da Revista UFO há anos e presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), fundado em 2000 e um dos mais atuantes no país. Em meio a todas essas atividades, produziu o documentário Círculos Ingleses: O Enigma Continua, em parceria com o ufólogo Marco Antonio Petit. Agora, sua nova produção procurou agrupar as pesquisas das últimas décadas em torno do fenômeno dos círculos nas plantações, reunidas na obra O Mistério dos Círculos Ingleses [LV-12], recémpublicada pela Biblioteca UFO. Embora defenda a teoria de que os círculos são mensagens de civilizações alienígenas, em seu livro ele apresenta todas as possíveis explicações para as ocorrências, através de minuciosas investigações e entrevistas com renomados pesquisadores, que, como ele, se dedicam ao assunto há anos. Wallacy garante, nessa entrevista, boas informações para os entusiastas das incríveis formações da Inglaterra, ao passo que procura mostrar que a busca de uma resposta para o mistério continua. “Ainda não há nada garantido”, diz. Vamos à entrevista.
UFO — Quais são os principais argumentos que comprovam a teoria de que os círculos são produtos de inteligências extraterrestres? WALLACY — Em primeiro lugar está o fato de que é impossível para seres humanos realizarem aqueles desenhos. Há evidências claras de que uma avançada e desconhecida tecnologia alienígena está por trás dos fatos. O argumento favorável a um propósito inteligente é reforçado também por diversas outras características, como a forte concentração desses desenhos nas áreas próximas a sítios arqueológicos construídos por raças com incomum avanço para suas épocas. A impressão é que, depois de 1980, a coisa se tornou freqüente, como se houvesse uma contagem regressiva para algo... Mas, é claro, observações sobre vida extraterrestre não são bem vistas entre os cientistas mais ortodoxos, que repelem essa idéia por não estarem de acordo com suas crenças pessoais. Novembro 2002
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Uma busca por explicações
Biblioteca UFO
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UFO — No caso da formação de Crablogia de perto já está bastante familiariwood há uma imagem que lembra um CD, zado com o fenômeno dos círculos nas bem ao lado da figura de um extraterresplantações. Mas agora parece que a grantre. Você tem idéia do que isso significa? de mídia se interessou ainda mais pelo WALLACY — Crabwood ainda é uma assunto. Parte disso se deu em razão de dúvida. Ela surgiu justamente quando as Sinais, o filme do diretor M. Night Shyadiscussões sobre Chilbolton – que deimalan, estrelado por Mel Gibson. Apexaram os estudiosos atônitos – pareciam sar do filme não ter se aprofundado no ter esfriado. O rosto do ET e o círculo assunto como deveria, mostrou que essas marcas nas plantações existem e sua codificado parecem ter sido feitos pelos origem está cada vez mais confirmada mesmos autores da formação de 2001 [Chilbolton]. É como se eles tivessem como tendo ligação com UFOs. Então, as pessoas acordaram para o fato de que se esforçado em deixar o mundo ainda a coisa é muito séria. Depois que o filme mais desconcertado. Os eventos anterisair dos cinemas, o assunto ficará um ores foram um aquecimento para este pouco de lado, mas as novas formações desenho, que surgiu para dividir a opicontinuarão a ser acompanhadas, pesquinião dos ufólogos. No entanto, indepensadas e, principalmente, divulgadas no dente do seu autor, a figura é importante meio ufológico. Ao contrário dos por dois aslançamentos de Hollywood, as pespectos: se for quisas nunca param. provado que é autêntica, estamos diante de algo absolutamente extraordinário para a Humanidade, No início da década de 80, puuma mensablicações do mundo inteiro se jungem verdadeitavam a emissoras de tevê para ra de seres de estampar incríveis imagens de deoutros munsenhos feitos nas lavouras da Indos. Só nos glaterra. Eram imagens até então resta saber simples, mas inexplicadas. Agoquando farera, após mais de 20 anos, o fenômos contato com meno não apenas persiste como assumiu uma complexias civilizações que dade impressionante. As figuras são cada vez maiores e a criaram... mais desafiadoras, compostas muitas vezes por centenas
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UFO — Isso foi reforçado pelas formações surgidas em Chilbolton, em 2001, e Crabwood, em 2002, que são tão significativas que chegaram a ganhar capítulos próprios no seu livro. O que elas tentaram nos dizer? WALLACY — Antes de qualquer coisa, que nós estamos atados. As características das figuras e as peculiaridades de cada uma delas geram desconforto até mesmo entre os circólogos e um terrível mal-estar entre os céticos, que agora estão sem condições de explicar o que se passa. A figura de Chilbolton foi um grande susto. O desenho era extremamente parecido com a mensagem enviada pelo Programa de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), em 1974, e estava grafada ao lado de um observatório localizado naquela região. Era como se a formação fosse uma resposta a nossa mensagem. Mas ela trazia alterações em seu conteúdo, tal como em relação aos números atômicos que indicam os elementos necessários à vida na Terra, além de outros dados que deixavam claro que há uso de inteligência avançada na imagem. Todas essas informações estão explicadas no livro. Ademais, fazer desenhos como esses, de Chilbolton e Crabwood, é uma tarefa que está além da habilidade humana, ainda mais numa única noite. Quem quer que tenha criado a figura estava tentando dizer algo realmente sério para nós. O problema é que não compreendemos, ainda, o significado da mensagem. Mas os circólogos estão trabalhando nisso.
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UFO — Mas a postura dos cientistas ortodoxos não é contra a autenticidade dos círculos ingleses? WALLACY — Sim. Mas pela lógica, a Ufologia é o meio mais sensato de se explicar o que está ocorrendo nas plantações inglesas e pelo mundo afora. Isso não pode ser ignorado por eles. Há fraudes também, que sempre existiram, mas seu mecanismo de fabricação é muito simplório e facilmente detectável. Além disso, as pessoas que reivindicaram a autoria das imagens fracassaram ao tentar reproduzi-las. Os argumentos tornaram a ser menos convincentes com o passar dos anos. Definitivamente, esses desenhos são criados por uma inteligência superior a nossa.
UFO — Wallacy, seu livro foi lançado justamente no momento em que o país está ligado na questão dos círculos ingleses. Isso vai ajudar a conscientizar as pessoas. Você crê que o tema é um modismo ou que será cada vez mais difundido? W ALL ACY — Quem se interessa e acompanha a Ufo-
de objetos geometricamente arranjados entre si, que os estudiosos atribuem a extraterrestres. De fato, muitos UFOs e sondas já foram observados sobre os círculos. O mistério dos círculos ingleses inspirou um ufólogo brasileiro a escrever uma bela e completa obra. Wallacy Albino estuda o tema há anos e o considera um dos maiores enigmas da atualidade. O resultado de seus estudos está em O Mistério dos Círculos Ingleses, lançado pela Biblioteca UFO, com o código LV-12. A obra analisa as manifestações desde 1980 até os dias de hoje, apresentando dados técnicos sobre as ocorrências, fazendo comparações com sítios arqueológicos e expondo entrevistas com pesquisadores, ufólogos e estudiosos. O livro traz um capítulo especial e um encarte colorido de 40 páginas com os novíssimos casos registrados este ano. Para adquirir um exemplar, consulte o encarte de Suprimentos de Ufologia, desta edição.
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Investigação
RESGATANDO A HISTÓRIA
Casos Barra da Tijuca e Ilha da Trindade: dois Claudeir Covo, co-editor e Paola Lucherini Covo
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Fotos Arquivo INFA
m 17 de maio de 1952, a extinta revista O Cruzeiro trazia um encarte extra com o título Disco Voador na Barra da Tijuca. O texto informava em letras garrafais um fato impressionante: “A revista O Cruzeiro apresenta, num furo jornalístico espetacular, a mais sensacional documentação jamais conseguida sobre o mistério dos discos voadores”. A publicação deixava claro que se tratava de uma nave alienígena, quando completava a descrição sumária do fato: “O estranho objeto veio do mar com enorme velocidade e foi visto durante um minuto. Tinha cor cinza-azulada, era absolutamente silencioso, sem deixar rastros de fumaça ou de chamas. Leia o relato completo da fascinante aparição na Barra da Tijuca”. A matéria foi assinada por dois grandes nomes do Jornalismo da época, o repórter fotográfico Ed Keffel e o jornalista João Martins. Mais abaixo, na capa, do lado esquerdo das fotos de Keffel e Martins, ambos vestidos à caráter, o texto informava ainda: “Fantástico mas real. O disco voador sobrevoando a Pedra da Gávea, vendo-se sua parte inferior”. Estava assim, oficialmente falando, aberta de uma forma definitiva a polêmica sobre
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UFOs e extraterrestres em nosso país, 50 anos atrás. Embora a Ufologia já viesse sendo praticada antes disso, inclusive com extraordinários acontecimentos, foi a partir da reportagem sensacionalista de O Cruzeiro que a população passou a dar mais atenção ao tema. A revista tinha enorme circulação, para os padrões da época, e era lida pela elite brasileira. A edição a que nos referimos foi lançada nas bancas em 08 de maio de 1952, embora na capa constasse a data de 17 daquele mês. Isso é comum até nos dias de
hoje, lançar publicações nas bancas com data futura. O que não é comum, atualmente, é uma revista dar tanta atenção ao Fenômeno UFO. Algumas edições da Manchete e Fatos & Fotos, ambas extintas, assim como O Cruzeiro, anos mais tarde trariam reportagens de capa sensacionalistas sobre discos voadores. VOLTA AO MUNDO — Além dessa edição específica, de maio de 1952, O Cruzeiro também noticiou o Caso Barra da Tijuca, como ficou imediatamente conhecido, várias outras vezes, como em 02 de novembro de 1954, 16 de novembro de 1957, 31 de dezembro de 1959 e 12 de dezembro de 1973. Jornais e revistas em todo o mundo obtiveram o material de O Cruzeiro e o reproduziram inúmeras vezes, com fotos e textos. O Caso Barra da Tijuca correu o planeta, foi tratado em livros, palestras e também em boletins ufológicos de todo o planeta, tais como o APRO Bulletin e o Inforespace, respectivamente os órgãos de divulgação da entidade norte-americana Aerial Phenomena Research Organization (APRO) e belga Société Belge de Étude des Phenómènes Spatiaux (Sobeps). Elas eram pioneiras em todo o mundo e consideradas entre as mais sérias. Enfim, as fotos de Ed Keffel e João Martins estão entre as mais A TERCEIRA FOTO da seqüência de cinco imagens obtidas por Ed Keffel na Barra da Tijuca, em 1952. 50 anos depois, a verdade é revelada Novembro 2002
DA UFOLOGIA BRASILEIRA
clássicos nacionais em situações opostas
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publicadas em toda a história da Ufologia. Mas o que aconteceu de fato na Barra da Tijuca? Vamos conhecer esses dados lendo o artigo da tal edição extra. Ele informa que, em 07 de maio 1952, entre 16:00 h e 16:30 h, os repórteres Ed Keffel e João Martins estavam naquele local da zona sul carioca fotografando casais apaixonados, que para lá se dirigiam em busca de privacidade. Em 12 de dezembro de 1973, o próprio O Cruzeiro, em artigo escrito por Júlio Bartolo, informava que os repórteres estavam na Barra tentando localizar um estrangeiro que se parecia com Hitler, para uma matéria. Outro artigo posterior mencionou que eles estavam atrás do foragido Luís Carlos Prestes. E por aí vão as versões, num flagrante de que já começam as divergências sobre o caso e o KEFFEL E MARTINS (a que os repórte- partir da esquerda) res estavam fa- examinam o negatizendo no local. vo recém-revelado Isso é crucial, das fotos da Barra pois se soubéssemos o que pretendiam de fato na Barra da Tijuca, teríamos condições de avaliar melhor a forma como as fotos foram feitas. De qualquer forma, Keffel e Martins saíram da redação da revista por volta das 12:00 h e, perto das 13:00 h, atravessaram a pequena laguna que separava o Grande Rio de Janeiro da Barra da Tijuca no barquinho Piaba. Keffel e Martins chegaram, então, ao Bar do Compadre, de propriedade de Antônio Teixeira, na Ilha dos Amores, e almoçaram camarões. Por diversas vezes, se levantaram para acompanhar as acrobacias de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que estavam sobrevoando o local. Depois sentaram na areia e ali ficaNovembro 2002
A NECESSIDADE DE REVER POSIÇÕES Duas coisas caracterizam um bom ufólogo. Primeiro, a capacidade de desprender-se de conceitos universalmente aceitos como inquestionáveis, nos campos da religião, ciência, sociedade, história etc. Ou seja, um bom ufólogo, diante do que representa o Fenômeno UFO, deve saber quando e como questionar seus conhecimentos tradicionais e aqueles que regem os pilares da sociedade – pois à luz da Ufologia muitos deles precisam ser revistos. Um bom ufólogo deve ter a flexibilidade de refletir sobre suas próprias opiniões, re formulando-as quando necessário, e a humildade de reconhecer seus próprios erros, em beneficio da Ufologia. Agindo assim, refazendo análises, reconduzindo estudos e revisando o que conhece, um bom ufólogo estará sendo também um ufólogo responsável. Mas essas características não são simples de serem implementadas. É necessário muito caráter para isso. E uma boa dose de bravura. Quando se busca fazer uma Ufologia de qualidade, o ufólogo responsável deve, muitas vezes, ir contra aquilo que sempre teve como certo, aquilo que seus próprios colegas defendem, aquilo em que todos acreditam. A publicação dessa matéria é um bom exemplo disso. Seus autores, os ufólogos Claudeir e Paola Covo, estão tocando numa ferida exposta da Ufologia Brasileira ao revelarem que as tradicionais, onipresentes e universalmente aceitas fotos da Barra da Tijuca, feitas por Ed Keffel e João Martins em 1952, são fal-
sas. Ora, elas são reconhecidas como pilares da Ufologia mundial e, principalmente, da nacional. E são falsas. Claudeir e Paola certamente serão criticados por muita gente ao publicarem esse artigo, como também será o editor de UFO e a equipe da revista. Há duas décadas, quando ousou fazer a mesma exposição das fotos da Barra da Tijuca, o então ufólogo Carlos A. Reis foi muito criticado. Talvez por isso tenha escrito, anos mais tarde, aqui na UFO, um dos artigos mais contundentes sobre os destinos da Ufologia [Para onde caminha a Ufologia Brasileira?, edição 70]. UFOLOGIA “MODERNA” — Os autores desta matéria estão repetindo o feito. Mas fazendo-o agora, em época de uma Ufologia “mais moderna”, talvez sua nobre motivação seja melhor compreendida. Eles são da opinião – compartilhada por expressiva maioria dos membros do Conselho Editorial de UFO – que a verdade deva ser dita, doa a quem doer. É com um comportamento desses, reconhecendo erros cometidos no passado pela própria Ufologia que ajudaram a construir, que os autores dessa matéria participam na pavimentação do caminho ao tão almejado reconhecimento oficial desta disciplina. Por exemplo, ao mesmo tempo em que se expõe aqui que as famosas fotos da Barra da Tijuca são fraude, também publicamos outra curta matéria em que as igualmente famosas fotos de Almiro Baraúna na Ilha da Trindade são exemplos inquebrantáveis de legitimidade. No exterior, há vozes que se postam contra essas últimas fotos, com alguns roucos ecos aqui em nosso país. Por isso, essa verdade, como a da Barra da Tijuca, deve ser defendida. E será. — A. J. GEVAERD, editor
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No Caso Barra Tijuca, a fraude foi planejada
ACROBACIA CÓSMICA — Foi uma bela acrobacia, a realizada pelo disco voador de Keffel e Martins. Observando sua trajetória num mapa, podemos verificar que o objeto fez um círculo quase perfeito ao redor dos dois repórteres: veio do mar e para ele retornou. “Era totalmente silencioso e tudo durou aproximadamente um minuto”, enfatizavam os repórteres em sua matéria. Após o fato, Keffel e Martins ligaram imediatamente para a redação de O Cruzeiro e informaram o que havia acontecido. Ainda procuraram por testemunhas na área, mas não encontraram nenhuma. O pescador Claudionor – o Nonô – nada vira, assim como o dono do bar, Antônio Teixeira. Dois casais que ali estavam comendo camarões também disseram nada terem visto. E assim, sem ninguém para lhes corroborar a história, Keffel e Martins voltaram correndo para a sede de O Cruzeiro. O último declarou posteriormente que dirigiu seu carro “a mil por hora” e ainda que ambos “esperaram uma eternidade pela revelação do filme”. Os diretores da revista, Leão Gondim de Oliveira e Accioly Netto, e o pessoal que trabalhava no laboratório fotográfico da publicação, José Amádio, Milton D’Ávila e Ari Vasconcelos, compartilhavam da ansiedade dos repórteres. “Quando, por fim, o 12
filme foi tirado do fixador, e lá na película surgiram as imagens do disco, o entusiasmo foi geral”, declarou Keffel. A imediata ampliação dos negativos veio confirmar seu relato, sem possibilidade de dúvidas. Até o adido de Aeronáutica da embaixada norteamericana no Rio de Janeiro, coronel Hughes, estava aguardando a revelação. Finalmente, lá estava o disco voador devidamente documentado em cinco fotos belíssimas. Os diretores de O Cruzeiro mandaram parar as máquinas e fizeram rapidamente um encarte extra com a notícia. Infelizmente, no entanto, não houve tempo para se alterar a capa da edição, que já estava impressa. A notícia explodiu rapidamente e, no dia seguinte, rádios e tevês noticiavam para todo o Brasil o feito dos repórteres. A redação de O Cruzeiro foi literalmente invadida por todo tipo de curiosos. Veio até
a redação o então ministro da Guerra, general Ciro do E. S. Cardoso, o chefe da Casa Militar da Presidência da República, general Caiado de Castro, os majores Artur Peralta e Fernando Hall, o capitão Múcio Scevola e o técnico em fotografia Raul Alfredo da Silva, todos do Estado-Maior da Aeronáutica à época. EDIÇÃO ESGOTADA — Assim que a notícia foi para as bancas, a revista esgotou rapidamente. Foi um dos maiores fenômenos editoriais de todos os tempos em nosso país. Nos dias seguintes, alguns oficiais da Aeronáutica, chefiados e orientados pelo coronel João Adil de Oliveira, estiveram na Barra da Tijuca junto de fotógrafos e, com o auxílio de dois modelos, tentaram reproduzir a mesma seqüência de fotos. Queriam checar se havia possibilidade de fraudes. Eles estavam certos em tentar uma análise daquele material. Se as fotos do Caso Barra da Tijuca deram a volta ao mundo, o mesmo aconteceu com sua veracidade. Muito já se questionou sobre as divergências entre as sombras causadas pelo Sol no objeto fotografado e na paisagem ao redor. O próprio diretor de O Cruzeiro, Leão Gondim de Oliveira, contratou o perito Carlos de Melo Éboli, da Polícia Técnica, para a elaboração de um laudo técnico. Realmente, as sombras eram divergentes. Mas o que isso significaria? Em janeiro de 1955, a revista Ciência Popular, em sua edição 76, divulgou que as imagens de Keffel e Martins eram falsas. Em outubro de 1957, a mesma publicação, agora em sua edição 109, veiculou novamente a mesma coisa. Desta vez o texto dizia que O Cruzeiro teria explorado as fotos com fins comerciais. Fotos Arquivo INFA
ram conversando. Por volta das 16:00 h, segundo contam na matéria, um disco voador apareceu vindo do mar. Martins pediu para Keffel bater fotos do objeto. A primeira que teria obtido foi contra o Sol. A segunda deu-se com o objeto acima do morro Dois Irmãos, que fica nas imediações. A terceira foi com o suposto disco voador sobre a Pedra da Gávea e, a quarta, sobre o morro que desce para o mar, onde havia uma palmeira. A quinta e última foto mostrava o objeto retornando para o mar, tendo ao fundo as ilhas Alfavaca e Pontuda.
A HISTÓRIA da Ufologia Brasileira está em parte nestas fotos: o coronel Adil de Oliveira, que defendeu a legitimidade das imagens. Keffel aparece ao lado de Martins, no local onde almoçaram na Barra, ambos forjando uma prova. Por fim, Martins mostra ao jornalista Accioly e ao norte-americano Hughes onde as fotos foram feitas. Tudo não passou de uma farsa para aumentar a vendagem de O Cruzeiro
Novembro 2002
com muito cuidado e bastante antecedência
DURO GOLPE NAS FOTOS — “Temos plena convicção do que afirmamos, porque essas fotografias falsificadas de O Cruzeiro foram feitas na presença de amigos nossos, pessoas de grande valor moral, que os repórteres consideraram simples Novembro 2002
A QUARTA FOTO da seqüência obtida por Ed Keffel, em companhia de João Martins, na Barra da Tijuca. Os repórteres tiraram fotos do céu e depois produziram uma fotomontagem com imagens de um modelo
William H. Spaulding, diretor da entidade ufológica norte-americana Ground Saucer Watch (GSW), informou que já tinha analisado as fotos de O Cruzeiro e que as sombras eram completamente divergentes – principalmente na quarta foto, onde aparece uma palmeira. Nesse caso, o mais gritante é que o ambiente estava iluminado da direita para a esquerda, quase frontalmente, com o Sol ligeiramente deslocado, mas o suposto disco voador estava iluminado da esquerda para a direita. A GSW também descobriu que a fotografia apresentava distorção atmosférica, ou seja, que o fundo da foto estava longe e o objeto fotografado, perto. Conclusão: para Spaulding, foi usado um modelo de 40 cm de diâmetro para forjar as imagens. Amparado por tamanho respaldo, Reis publicou uma matéria na revista Planeta, na edição 138-C, em março 1984. E novamente a polêmica voltou ao cenário ufológico, tendo de um lado os defensores da autenticidade da foto e, do outro, os da fraude. Fotos Arquivo INFA
“Uma das mais esplêndidas revistas no gênero, inclusive pelo seu quadro de excelentes jornalistas, durante várias semanas também explorou tais fotografias obtidas na Barra da Tijuca por dois de seus repórteres”. E completava: “As fotografias são completamente falsificadas, como afirmamos em nossa edição de janeiro de 1955, e agora tornamos a declarar”. Já na época as fotos de Keffel e Martins não foram engolidas facilmente. A Ciência Popular foi ainda mais longe, publicando que esperava que O Cruzeiro estivesse apenas tentando despertar a curiosidade de seus leitores, para depois mostrar como conseguira falsificar as fotos, “e assim pôr um ponto final nessa mania de discos voadores”, segundo transcrição literal do texto. “Mas aconteceu o imprevisto, é o que supomos, com a entrada em cena de alguns oficiais da Aeronáutica, exatos cumpridores de seus deveres, magníficos pilotos, mas inteiramente jejunos em conhecimentos científicos”, continuou o artigo da Ciência Popular. Segundo a revista, para esses oficiais a reportagem de Keffel e Martins viera a calhar, pois puderam explorar o tema como nunca antes, fazendo conferências, dando entrevistas etc. “Até foram à Campinas recolher uma amostra de estanho desconhecido na Terra, segundo parecer de um químico campineiro, que com as asnices que proferiu apenas patenteou nada entender de sua especialização”. Os repórteres de Ciência Popular garantiam que uma conjunção de fatores e muita ignorância científica explicaria a manutenção de um embuste tão grosseiro, aceito apenas por incultos.
pescadores. Nossos amigos estavam na Barra da Tijuca naquela ocasião, a pescar e satisfazendo um hobby”, finalizou o artigo de Ciência Popular, num dos mais duros golpes que Keffel e Martins teriam em sua reputação. E estava longe de ser o último. O físico nuclear canadense Stanton Friedman diz que uma alegação extraordinária requer evidências extraordinárias que a garantam. Este é o caso. Um conjunto de fotos tão extraordinárias e espetacularmente obtidas requeria, igualmente, um conjunto de evidências sólidas e inquestionáveis de sua autenticidade. E desde os meses e anos seguintes à obtenção das fotos da Barra da Tijuca, nem Keffel, nem Martins puderam oferecê-las a quem quer que seja. Em dezembro de 1981, em correspondência ao ex-ufólogo paulista Carlos Alberto Reis [Veja matéria Para onde caminha a Ufologia Brasileira?, em UFO 70],
PREÇO ALTO — Apesar da reputação da GSW, Reis pagou um preço alto por ter decidido revelar a verdade. “Mexi numa casa de marimbondos ao querer informar, simplesmente, que as fotos da Barra da Tijuca eram falsas”, desabafou Reis ao editor de UFO, A. J. Gevaerd. De fato. Também sobrou para a Ground Saucer Watch (GSW), que à época era uma das poucas entidades em todo o mundo que realizava esse tipo de análises em fotos e negativos ufológicos. Como se constatou 13
Há graves imperfeições nas fotos de Keffel,
JOGO DE SOMBRAS — Essa não foi uma tarefa simples. Em meio à polêmica instalada com a publicação do artigo de Reis na Planeta, o autor preparou um modelo em escala compatível com o suposto UFO de O Cruzeiro e viajou para a Barra da Tijuca, em 07 de maio de 1984. O local estava bem diferente de 1952, mas os referenciais ainda estavam lá. Trinta e dois anos depois, no mesmo mês, no mesmo dia, no mesmo horário, no mesmo local e na mesma posição, para se aproveitar o Sol na inclinação certa, fizemos os testes. E realmente constatamos que as sombras geradas pela luz solar no ambiente e no objeto são divergentes. Para chegar a isso, primeiro foi fotografado o ambiente, e depois foi sobreposta a imagem do objeto, ou vice-versa. Concluímos, então, que o disco voador de Keffel e Martins, pelo menos no que se refere à quarta e a quinta fotos, foi provavelmente iluminado de forma artificial, com luzes ou refletores para uso fotográfico, já existentes na época. Com essas conclusões, os autores iniciaram um longo estudo do Caso Barra da Tijuca, analisando não só as sombras divergentes, mas também o que deve ter acontecido desde que Martins e Keffel tiveram a idéia de fabricar aquelas fotos e porquê. Membros do laboratório fotográfico da revista O Cruzeiro, consultados, informaram 14
que, antes das fotos, a dupla passou aproximadamente um mês inteiro indo e vindo da Barra da Tijuca, possivelmente para planejar como iria fabricá-las. E o fez com o conhecimento da diretoria da publicação, o que é pior. Segundo fontes, Martins teria sido o mentor do plano. Na época da revelação das fotos e logo depois, muitas pessoas consultadas afirmaram que a revista estava com sua vendagem baixa, e que, por isso, seus diretores resolveram lançar uma “bomba” no mercado, para aumentar os números de venda e diminuir o encalhe. Outras disseram que O Cruzeiro fez apenas uma brincadeira para depois mostrar a realidade ao público. Mas como alguns oficiais da Aeronáutica entraram e endossaram a autenticidade das fotos, a revista não teve outra opção senão assumir a publicação na íntegra, da forma que foi feita. Estariam os diretores de O Cruzeiro tentando proteger os militares brasileiros que, precipitada e ingenuamente, reconheceram a legitimidade das fotos? Essa é uma das perguntas sem resposta que temos no Caso Barra da Tijuca. O próprio João Martins disse a um amigo que tudo foi brincadeira e nunca imaginou que o caso teria uma repercussão tão grande. É uma triste constatação, mas o fato é que a Ufologia Brasileira começou com uma fraude gritante. Para se chegar a essa conclusão, no entanto, muito trabalho foi empreendido, muitas análises foram feitas e refeitas, e muitas testemunhas foram ouvidas. Nosso trabalho começou com o estudo das circunstâncias técnicas da fotografia, do negativo, da câmera e métodos de obtenção. Ed Keffel tinha em sua máquina fotográfica, uma Rolleiflex, um filme com doze poses. O negativo revelado mostra que Keffel usou as seis primeiras para fotograFotos Arquivo INFA
posteriormente, na quinta e última foto da seqüência de Keffel e Martins também a sombra é completamente divergente no que diz respeito à posição real em que estava o Sol. O leitor poderá acompanhar nesta matéria os detalhes, observando na respectiva foto que a seta mostra claramente que, para gerar a sombra no objeto voador não identificado, o Sol deveria estar dentro do Oceano Atlântico... Mas com um modelo posicionado de forma correta no ar, não se vê sombras no objeto. Na tentativa de analisar todos os ângulos dessa controvérsia, em benefício da Ufologia, fizemos uma foto semelhante, também publicada nesta matéria, usando um modelo fabricado. Esta fotografia foi batida no mesmo horário, no mesmo dia e no mesmo mês em que Keffel fez sua quinta foto – porém 32 anos depois, para se ter certeza de que o Sol estaria exatamente na mesma posição em que estava quando a foto original foi obtida.
far dois elementos do hotel onde estava residindo (duas fotos), uma paisagem (uma foto), um companheiro da redação de O Cruzeiro (uma foto), um casal de namorados (uma foto) e o dono do restaurante (uma foto). Na sétima foto, batida pelo dono do bar, no local onde surgiu o disco voador dos repórteres, os próprios aparecem almoçando camarões. Restam então cinco poses, e é justamente nelas que está o suposto objeto voador não identificado, que hoje sabemos não ser nada além de um embuste. FOTOMONTAGEM TÍPICA — Para se começar a entender a trama, foi necessário analisar as fotos sem cortes, embora elas tenham sido publicadas diversas vezes com cortes. Em quase todas as cinco fotografias, mundialmente veiculadas, temos sempre, da metade para baixo do quadro, algo conhecido e, da metade para cima, o céu limpo com o disco voador de Keffel e Martins. Isso é típico de fotomontagens, e a grande maioria desses truques, na Ufologia, é feita usando-se a metade de cima da Novembro 2002
mas nem os militares da Aeronáutica notaram A PRIMEIRA FOTO da seqüência de Ed Keffel (página anterior) mostra o objeto quase de frente, num flagrante erro de cálculo. Nessa página está a quinta foto, a mais grosseira das falsificações. As sombras projetadas pelo que seria a cúpula do UFO estão para cima, como se o Sol estivesse abaixo do oceano. O autor usou um modelo (ao lado) para simular a posição do Sol e confirmar assim a fraude de Keffel e Martins
Fotos Arquivo INFA
qüência de cinco fotos em apenas um minuto, atirando o modelo para o alto. Mas não tiveram sucesso. Ora, se Martins e Keffel tivessem jogado um modelo para o ar, para assim fotografá-los, as sombras estariam todas corretas, e isso não aconteceu. A premissa dos militares estava errada. As fotos foram obtidas por montagem e não pelo arremesso de modelos para o céu. Até porque, se essa última fosse a técnica dos repórteres, considerando-se que no local, ainda que ermo, haveria testemunhas, elas certamente iriam denunciar a farsa. Em seus estudos, os militares falharam também em identificar as divergências nas fotos 4 e 5 – já nas fotos 1, 2 e 3, as sombras estão praticamente corretas. Também falharam ao jogar um modelo para o ar e querer, em apenas um minuto, sem o objeto atingir o chão, reproduzir as cinco fotos iguais as de Keffel. Isso só seria possível se o modelo fosse teleguiado... Mas do ponto de vista técnico, o erro mais gritante dos oficiais da Aeronáutica brasileira foi tentar calcular a distância do suposto objeto voador não identificado em cada uma das fotos de Keffel. Isso é um tremendo absurdo. Em 31 de outubro de 1959, a revista O Cruzeiro chegou a publicar um estudo feito pela Força Aérea Brasileira (FAB) mostrando a distância do disco voador à câmera, a distância zenital do objeto, o azimute, a declinação, o ângulo horário e até a altura do disco voador em relação ao nível do mar. Oras, esse é um erro grosseiro de análise, mas ainda foi as-
foto com o céu limpo e sem nuvens. Óbvio. Como os repórteres passaram praticamente um mês estudando o local, bem como fizeram várias experiências com modelos em laboratório, é muito provável que tenham antes fotografado o modelo e, depois, tenham ido à Barra da Tijuca para fotografar o ambiente. Assim conseguiriam a fotomontagem. E como Keffel e Martins foram diversas vezes ao local, provavelmente estavam aguardando um dia propício para a execução do truque, sem muitas nuvens no céu. Martins, em suas reportagens, sempre utilizava os veículos da empresa, com motorista próprio. Mas no dia em que Keffel e ele forjaram as fotos, ambos estavam com o carro de Martins. Por que? É evidente que eles queriam o menor número possível de testemunhas – e o motorista é uma a menos para se preocupar. Isso também é óbvio. Em suas análises no local, dias depois, os militares da Aeronáutica utilizaram um modelo e uma tampa de panela, e foram no mesmo ponto onde Keffel fez as fotografias. Queriam reproduzir a seNovembro 2002
sim foi publicado. Por que? O estudo da FAB poderia até ser interessante, se não fosse um pequeno detalhe: não se sabia qual era o diâmetro do suposto disco voador. Sem esse dado, todos os detalhes da análise de nada servem. Isso a revista O Cruzeiro esqueceu-se de publicar, e a FAB calou a respeito. Aqui está outra obviedade, pois nas fotos de Keffel não há elementos técnicos de referência para se calcular o diâmetro do objeto captado, nem sua distância da câmera ou sua altura do solo [Veja na matéria um quadro com os dados divulgados pela FAB através de O Cruzeiro]. ERROS GROSSEIROS — Os militares, no entanto, calcularam corretamente a inclinação do Sol em relação à linha do horizonte (nível do mar), que era de 27 graus e 30 minutos. Mas na hora de projetarem esse dado para uma análise perspectiva, cometeram alguns erros inacreditáveis, principalmente na quinta foto. A própria revista O Cruzeiro, talvez para chamar a atenção dos oficiais que fizeram os cálculos e as perspectivas equivocadas, fez questão de publicar, somente na quinta foto, um desenho que representasse sua análise, impresso bem em cima da própria imagem. Parece até uma indução para que a mesma seja aceita e reforce as análises. Nas outras fotografias, de 1 a 4, os desenhos representando as análises errôneas da FAB foram publicados separados. Para se concluir que há manipulação, basta comparar as sombras nos desenhos e as sombras nas imagens do objeto. Qualquer leigo pode perceber esse grave erro. Não é necessário ser especialista em fotos para se constatar as divergências. Mas continuando nosso raciocínio, para tentarmos 15
entender o que realmente aconteceu, ou seja, como a trama foi armada, devemos voltar novamente às 12 poses do filme de Ed Keffel. Em nosso entendimento, um fotógrafo profissional que se preze não sai por aí fotografando coisas particulares com um filme de propriedade da empresa para qual trabalha. Esse foi seu primeiro erro, e foi exatamente o que aconteceu. Por outro lado, se analisarmos uma vista aérea do local onde estavam Keffel e Martins na Barra da Tijuca [Marcado com um x na imagem publicada nesta matéria], veremos que esse ponto não está na frente do restaurante, como haviam afirmado, mas sim algumas dezenas de metros além dele.
Fotos Arquivo INFA
FORÇANDO A BARRA — Ora, por que bateriam uma foto do dono do restaurante e depois pediriam para ele, Antônio Teixeira, bater uma deles? Sem sombras de dúvidas, fizeram isso para chamar sua atenção e também para ter uma prova de que estavam lá. É nesse ponto que se constata sua má-fé. Ou, em outras palavras, onde forçaram a barra – e não a da Tijuca... Se eles estavam naquele local para fotografar casais de namorados, como é que se
explica que fotografaram somente um deles, já que havia vários naquela hora e o objetivo de sua matéria era justamente esse, segundo alegaram? Igualmente, por que as fotos anteriores foram feitas com coisas particulares? Tais fotografias nunca foram publicadas. Mas, de qualquer forma, não são relevantes para a elucidação deste caso. Aqui nós fazemos questionamentos para que se compreenda como a trama foi montada, e não como as fotos foram forjadas tecnicamente. E o que é muito relevante para nossa análise é que as cinco fotos do suposto disco voador são obtidas com a continuação do filme disponível na câmera de Keffel. Hoje temos filmadoras de vídeo com baterias e fitas de longa duração. Mas antigamente não era assim. Quem chegou a filmar um casamento com um equipamento que usasse película de 8 mm entenderá melhor o seguinte raciocínio. Imagine que o leitor tenha que filmar um casamento que vai durar 30 minutos, mas só tem uma única película de 3 minutos. O cinegrafista tem que filmar apenas três minutos pegando as cenas mais importantes que vão acontecer durante o casamento, que tem 10 vezes mais duração. Para se conseguir distribuir corretamente e gravar as cenas principais, o leitor teria que saber todas as que ocorrerão no casamento com antecedência, para assim documentar os melhores momentos. Essa informação, aplicada ao Caso Barra da Tijuca, faz muita diferença. Keffel só tinha cinco negativos disponíveis em sua máquina, e ele precisaria saber com precisão e antecedência o que iria acontecer, para poder obter com qualidade as imagens. E sabia. Estava tudo programado. Keffel e Martins levaram um mês programando tudo, para que não houvesse erro.
MILITARES SUSPEITOS, mas não muito brilhantes, tentaram provar que as fotos eram de um modelo arremessado ao céu. Acertaram em supor que eram falsas, mas não na forma como foram feitas, por sistema de dupla exposição
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SANTO DESCONFIADO — Numa comparação com o exemplo do casamento, a primeira foto de Keffel seria da noiva entrando na igreja, ou seja, o suposto disco voador entrando em cena, vindo do mar para o continente. Depois, sobre o morro Dois Irmãos. Após isso, sobrevoando a Pedra da Gávea e, em seguida, o terreno onde havia a tal
TRINDADE
Fotos de Almiro
O
fotógrafo profissional fluminense Almiro Baraúna, em 1954, após analisar detalhadamente as fotos de um suposto UFO na Barra da Tijuca, realizadas por Ed Keffel e João Martins, e ter concluído que se tratavam de dupla exposição, acabou fazendo diversos truques fotográficos na tentativa de repetir o feito. Os resultados de seus testes foram publicados junto de um texto de Vinícius Lima na revista Mundo Ilustrado, com o título Um Disco Voador Esteve na Minha Casa. Na época, isso foi muito comentado pela imprensa carioca. Baraúna mal sabia que, quatro anos depois, iria se envolver pessoalmente em uma oportunidade única de fotografar um disco voador de verdade. Mas pelo fato de ter dado uma aula de como fraudar fotos do gênero, foi muito criticado e questionado pela mesma imprensa. Começava o Ano Geofísico Internacional de 1958, e em 16 de janeiro, a convite da Marinha brasileira, Almiro Baraúna juntou-se à tripulação do navio-escola Almirante Saldanha, para pesquisar a Ilha da Trindade, no litoral do Espírito Santo. O navio estava atracado, preparando-se para retornar ao continente, quando algo inusitado aconteceu. Baraúna, então com 43 anos, tinha batido algumas fotos do cenário um pouco antes e estava deitado no convés, passando mal. Tinha uma for-
palmeira. Finalmente, quando a noiva sai da igreja e joga o buquê, no último negativo, o suposto disco voador aparece saindo de cena, retornando para o mar... Foi tudo calculado meticulosamente e dividido com perfeição. Em apenas cinco fotos, Keffel e Martins conseguiram registrar seu disco voador de perfil, por cima, por baixo e inclinado. Há um ditado popular que diz que quando a esmola é muita, o santo desconfia... Peço a permissão do leitor para uma piada: para que a história e as fotos dos repórteres posNovembro 2002
RESTAURA A CREDIBILIDADE
Baraúna, 6 anos após as de Keffel, são reais
aconteceu, perplexas, e entre elas marinheiros, sargentos e oficiais. Como civis, estavam no navio o advogado e funcionário do Banco do Brasil Amilar Vieira Filho, o funcionário do Banco de Londres Mauro Andrade, José Teobaldo Viegas, então capitão da reserva da FAB, industrial e diretor de um Aeroclube carioca,
UFO TIPO SATURNO visto por 48 tripulantes do navio-escola da Marinha Brasileira Almirante Saldanha e fotografado pelo experiente profissional Almiro Baraúna. O caso restabeleceu a credibilidade do tema no país e fez novamente as autoridades militares se pronunciarem
sam ser dadas como um fato real, somos obrigados a acreditar que o piloto do suposto disco voador tenha telefonado para Keffel e Martins marcando um encontro com dia, hora, minuto, local e direção préprogramada de vôo. Em resumo, a desconfiança que tínhamos de que tudo não passava de uma farsa agora está devidamente confirmada. Podese especular que os diretores de O Cruzeiro, tendo em vista a baixa vendagem da revista, e também que estava na moda o assunto disco voador, resolveram preparar
uma estratégia para aumentar as vendas. E contaram com Keffel e Martins, os mais destacados repórteres do time da revista, para executar o plano. Ou seria o contrário: os repórteres é que sugeriram a estratégia para seus patrões? Não sabemos. Mas o fato é que deu certo e a publicação teve um aumento vertiginoso de vendas. Talvez seja verdade o que alguns de seus funcionários alegaram depois, que os diretores da revista iriam divulgar como a fraude foi realizada, mostrando assim que é muito fácil fabricar fotos de discos voadores. Mas não o
fizeram. E talvez jamais pudessem imaginar que os militares da época, comandados pelo coronel João Adil de Oliveira, iriam se interessar pelas fotos e, pior, dariam a elas autenticidade. É claro que não se insinua aqui que estes oficiais também tenham tido participação na trama. De qualquer forma, seu respaldo ao caso foi decisivo para que ela tenha sido mantida por tantos anos. E assim, infelizmente, vemos que a Ufologia Brasileira iniciou-se com essa grande fraude. Seria esse também o motivo dela não decolar até hoje?
Novembro 2002
Arquivo INFA
te dor-de-cabeça e enjôo. De repente, por volta das 12:15 h, percebeu uma grande movimentação na embarcação. Os marinheiros chamavam sua atenção para algo luminoso no céu. O capitão Viegas, da Aeronáutica, abordou Baraúna e pediu para que fotografasse aquele misterioso objeto aéreo. Rapidamente, Baraúna pegou a sua máquina Rolleiflex e conseguiu fazer seis fotografias. Perdeu duas fotos, a quarta e a quinta da seqüência, devido à velocidade do objeto e a agitação no convés. O objeto registrado, em forma do planeta Saturno, veio do mar, sobrevoou a ilha, passou sobre a ponta da Crista do Galo e depois sobre o monte Desejo, e escondeu-se atrás de um morro. Mas reapareceu novamente do outro lado, retornou para o mar, parou e em seguida disparou em altíssima velocidade, como se fosse um foguete. Era completamente silencioso. O fato não durou mais que 14 segundos, mas 48 testemunhas observaram tudo o que
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Ilha da Trindade: documento incontestável to por dois dias, Baraúna, que não podia esperar, acabou retornando para Niterói de ônibus. Lá chegando, foi direto a um laboratório, onde ampliou as fotos a partir do negativo já revelado. Quatro dias depois, um comandante da Marinha o procurou para que comparecesse à sede do então Serviço Secreto da Armada, no Rio. SABATINA — Ele levou Baraúna até lá, onde foi sabatinado por um grupo de oficiais a respeito de truques fotográficos, fotografias aéreas e muitas outras coisas. Ficou lá das 08:00 h às 16:00 h, pois os militares queriam ter certeza da autenticidade das fotos. Pediram os negativos emprestados a Baraúna, que os cedeu, e os levaram até o laboratório aerofotográfico de empresa Cruzeiro do Sul. Depois, os enviaram a Kodak, em Rochester, Estados Unidos, para maiores análises. Os negativos foram testados por equipamentos eletrônicos e processos químicos, não se encontrando neles qualquer tipo de fraude. Assim, com autorização do então presidente Juscelino Kubitschek, as fotos de Baraúna foram liberadas para divulgação pelo almirantado da época, depois de um mês, em uma quarta-feira de cinzas. Todas as rádios estavam
noticiando que o jornal Correio da Manhã iria publicar um furo fotográfico mundial em sua edição seguinte. Mas Baraúna entrou em contato com João Martins, que o convenceu a levar a matéria para a redação da revista O Cruzeiro, para que a notícia das fotos fosse nela publicada. Em linguagem jornalística, o Correio da Manhã foi “furado” pelo O Cruzeiro. Foram posteriormente feitas 40 cópias das imagens e distribuídas para todos os jornais do Rio de Janeiro, para publicação. Muitos deles, em várias edições, estamparam as fotos, depoimentos, análises, dados, reportagens etc. Dias depois, Baraúna descobriu que o Correio da Manhã acabara conseguindo as fotos diretamente da Marinha – as cópias que ele mesmo tinha cedido, carimbadas com “reservado”. O relatório oficial do almirante-de-esquadra Antônio Maria de Carvalho, chefe do Alto Comando Naval, conhecido como Documento Confidencial no 0098/M-20, descreve os seguintes detalhes acerca das fotos obtidas na Ilha da Trindade. “Enfim, foi registrado mais outro alarme de OVNIs, às 12:15 h do dia 16 de janeiro de 1958. Dessa vez, aconteceu a bordo do Almirante Saldanha, ancorado ao largo da Ilha da Trindade. O navio estava prestes a zarpar e a pinaça [Pequeno barco aberto] usada para a travessia até a terra estava sendo recolhida por membros da
Montagem cortesia de Alexandre Carvalho Borges
um cidadão conhecido apenas como Aloísio e o professor de geologia Fernando. Todos eram da equipe do Clube de Caça Submarina de Icaraí, em Niterói (RJ). Após o objeto desaparecer, outras pessoas também começaram a passar mal, como já vinha acontecendo com Baraúna. Ele sentia o coração disparado, tremedeira e sensação de vazio acompanhada de suor frio. Depois de uma hora, já recuperado do susto, foi perguntado pelo comandante do navio se tinha conseguido fotografar o objeto. Baraúna disse que sim. Resolveram, então, preparar um revelador no pequeno laboratório improvisado a bordo. Assim, o filme foi revelado na hora. Todas as 48 testemunhas confirmaram que as imagens que surgiram nas quatro poses do negativo eram exatamente iguais ao objeto que viram sobrevoando a ilha. Quando o UFO sobrevoou o Almirante Saldanha, toda a parte elétrica da embarcação pifou, as lâmpadas ficaram fracas e o rádio sem sinal. Após o navio partir, o comandante chamou Baraúna para conversar em particular e disse que as fotos seriam dele. Disse também que, antes de divulgá-las, ele teria que ir à Marinha prestar depoimento. Quando o navio chegou a Vitória (ES), tendo que permanecer atracado no por-
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da presença alienígena em nosso planeta
NEGATIVOS MOLHADOS — O almirante Carvalho também informa, através de seu relatório, que em seguida os negativos foram examinados pelo próprio Bacellar. Este confirmou que os mesmos ainda estavam molhados ao lhes serem entregues para exame. “Neles reconheceu o OVNI em apreço”, enfatiza o documento oficial. “Em seguida, os negativos foram mostrados a membros da tripulação, testemunhas oculares do aparecimento. Eles confirmaram que as imagens nos negativos eram idênticas ao que avistaram no ar”. Estava chancelada oficialmente a legitimidade das fotos de Baraúna. Assim, com autorização do Ministério da Marinha, o depoimento prestado pelo capitão Bacellar foi liberado para publicação pela imprensa. Ele conta que, efetivamente, um UFO foi avistado do convés do Almirante Saldanha. “Pessoalmente, não testemunhei aquele aparecimento porque, no preciso instante, encon-
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trava-me no interior de à agência United Press minha cabine. Porém, que a Marinha brasileira estava envolvida num imimediatamente fui chamado para a ponte”. portante segredo, que não Mesmo assim, Bacellar poderia ser discutido em público, visto que, para confirmou que Baraúna estava no convés com a tanto, não havia ainda exsua câmera e que, após a plicação sobre os discos voadores. “Mas a prova ocorrência, ficou em estado de exaustão nervofotográfica apresentada por Almiro Baraúna consa. “Permaneci ao seu venceu-me da sua exislado o tempo todo, porque queria presenciar a tência”, garantiu. Naquele mesmo dia, revelação do filme”. Com um farolete a pi- ALMIRO BARAÚNA, pouco an- o capitão-de-fragata Molha, Viegas acompanhou tes de falecer. Suas fotos reira da Silva declarou atentamente a revelação estão entre as melhores que não queria ver qualquer discussão a respeito do filme no pequeno la- evidências de UFOs do caráter do fotógrafo boratório improvisado, enquanto Bacellar, do lado de fora, espe- que havia feito as fotos do UFO, pois o rou que terminasse. Ambos concluíram que objeto também havia sido observado por o negativo mostrava com precisão a seqüên- uma série de personagens conhecidos e rescia de vôo do objeto não identificado sobre peitáveis. “Posso garantir que as fotos são a ilha. Como foi previamente combinado, autênticas e o filme foi revelado imediataBacellar procurou Baraúna no Rio e, por mente, a bordo do Almirante Saldanha. duas vezes, o acompanhou até o Ministé- Confirmo ainda que os negativos foram rio da Marinha. “Chamei à atenção do fo- examinados por diversos oficiais, logo após tógrafo para o fato de ser estritamente proi- a revelação. Assim, fica excluída qualquer bida a publicação das fotos sem autoriza- eventualidade de truque fotográfico”. Com ção oficial, e informei que ele seria avisa- base na análise dos negativos e dos detado tão logo as autoridades competentes lhes relatados pelas testemunhas, peritos resolvessem liberá-las para divulgação”. conseguiram calcular a velocidade mínima No calor dos acontecimentos, em 24 do UFO como sendo de 1.200 km/h. de fevereiro de 1958, o então mi- ASSOMBRO — Mas essa velocidade aunistro Alves Câ- mentou consideravelmente quando o obmara comentou jeto voador acelerou. Seu tamanho foi esnuma entrevista timado em 40 m de diâmetro e sete metros de altura. Enfim, como se vê, estamos diante de um caso absolutamente genuíno, bem diferente do Caso Barra da Tijuca, discutido noutro artigo dessa edição. A própria posição das autoridades brasileiras é um assombro. “Pouco importa qual seja a nossa atitude diante dos OVNIs, pois persiste o fato de ter ocorrido um fenômeno Arquivo UFO
tripulação, quando, de popa a proa, soou o alarme”. O documento continua dizendo que um fotógrafo profissional civil, que se encontrava a bordo registrando o recolhimento da pinaça, teve sua atenção chamada para o disco voador, do qual obteve as quatro fotos. “Após o aparecimento, o fotógrafo Almiro Baraúna retirou o filme da câmera na presença do capitão-decorveta Carlos Alberto Bacellar e de outros oficiais (...), e o mesmo foi revelado dentro de dez minutos”.
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Desde a década de 50 os UFOs já rondavam que, além de documentado por fotos, foi confirmado pelo depoimento escrito de 48 testemunhas”, declarou oficialmente o capitão Moreira da Silva. O Ministério da Marinha, através do Comando de Operações Navais, fez um relatório secreto detalhado sobre o incidente na Ilha da Trindade. Na época, o deputado Sérgio Magalhães queria ter informações sobre o documento, mas ele não foi liberado. O curioso é que tal relatório só veio a público em outubro de 1971, num artigo de Jorge C. Pineda, publicado em uma revista argentina. Nele, aparecem correspondências trocadas entre os oficiais Luiz Felipe da Luz e Antônio Maria de Carvalho, que novamente endossam o evento. Há no artigo também um pedido de informações sobre o assunto,
assinado por M. Sunderland, então agregado naval dos Estados Unidos no Brasil. Estranhamente, após tudo o que as autoridades brasileiras garantiram sobre o fato, o relatório secreto inexplicavelmente diminui sua importância. Suas conclusões, endossadas pelo capitão-de-corveta José Geraldo Brandão, do Serviço de Inteligência da Marinha, são de que as diversas testemunhas confirmam a mesma coisa. TENDÊNCIA — Mas o documento diz que “a maioria dos informes apresentados é insuficiente, sobretudo a falta de idoneidade técnica de muitos dos observadores e a breve duração do fenômeno observado, de modo que nenhuma conclusão pode se obter sobre terem avis-
ESFRIANDO A POLÊMICA SOBRE O CASO Alexandre Carvalho Borges
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s fotografias de um UFO sobre a Ilha da Trindade, em 16 de janeiro de 1958, são consideradas um marco na Ufologia mundial e forte evidência da existência de vida extraterrestre. Mas ainda geram discussões e atraem novas críticas. Em verdade, as críticas são velhas e foram lançadas ainda na época do evento, mas foram renovadas com base em supostos novos estudos. Em debates nacionais e internacionais, duas críticas em especial foram relançadas contra os principais sustentáculos do caso: a questão do número de testemunhas que teriam visto o UFO no navio Almirante Saldanha e as fotografias obtidas por Almiro Baraúna. No primeiro caso, os céticos alegam que os ufólogos não têm os nomes nem os depoimentos de todas as 48 testemunhas que estariam na embarcação, naquela hora. Na literatura ufológica, o número de testemunhas mencionadas varia entre 10 e 48, o que tem sido usado por críticos como uma falha dos ufólogos. As
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testemunhas que conhecemos até hoje são José dos Santos Saldanha da Gama, Carlos Alberto Bacellar, Paulo Moreira da Silva, José Teobaldo Viegas, Mauro Andrade, Amilar Vieira Filho, Homero Ribeiro, Farias de Azevedo, um marujo de quem só sabemos o primeiro nome, Aloísio, e o próprio fotógrafo, Almiro Baraúna. Entre essas pessoas, algumas seriam testemunhas indiretas, ou seja, estavam no navio no momento da observação do UFO, mas não o viram. Isso também é criticado pelos detratores do caso, mas um esforço atual para se conseguir documentos da época que citem os nomes de todas as testemunhas – 48 ou quantas forem – e uma tentativa de conseguir seus depoimentos seria suficiente para neutralizar o ceticismo. ALEGAÇÃO DE FRAUDE — A segunda questão levantada recentemente sobre o Caso Ilha da Trindade vai contra a evidência fotográfica obtida por Baraúna, que é o fator chave do caso ter ficado mundialmente famoso. Nos últimos meses houve a publicação de um polêmico artigo contrário à sua legitimidade. Seu autor, Martin Powell, renova a alegação de que houve fraude nas fotos tiradas por Baraúna, em que teria sido usado o
tado objetos voadores não identificados”. O relatório diz ainda que a mais importante e valiosa prova apresentada, a fotografia, de alguma maneira perde sua qualidade convincente, devido à impossibilidade de se afastar totalmente uma montagem prévia. Os ufólogos até hoje se perguntam o que fez os militares brasileiros esvaziarem a questão tão abruptamente. A adoção de uma posição dúbia é realmente contraditória. Embora afirme a importância do fato, o relatório desqualifica alguns de seus detalhes. E deixa transparecer uma cuidadosa tendência à aceitação do incidente quando afirma que “finalmente, a existência de informes pessoais e de evidências fotográficas, de certo valor considerando as circunstâncias envolvidas,
recurso da dupla exposição para fabricar o UFO sobre a ilha. Sua argumentação é de que Baraúna fotografou um avião no céu, em algum local, e depois fotografou a Ilha da Trindade, fazendo assim a dupla exposição. Prossegue dizendo que o UFO da segunda foto de sua seqüência seria o mesmo UFO da primeira foto, só que em posição invertida. Diz ainda que as fotos restantes estariam degradadas por processo de cópias sucessivas, que Baraúna teria feito a partir da primeira fotografia. Mas mesmo atraindo grandes discussões na internet, o artigo mostrou-se falho, primeiro porque Powell faz sua análise baseando-se apenas em cópias de baixa qualidade das fotos, não obtidas diretamente das originais, e principalmente porque ele nunca analisou os negativos, o que seria essencial. Uma apreciação deste material é imprescindível para que se possam levantar suspeitas sobre todo o caso, uma vez que nada mais há que se possa falar a seu respeito. E sem essa análise, nenhum estudo, como o de Powell, pode ser considerado sério. Pelo que se sabe, exames nos negativos foram feitos na época do incidente por laboratórios independentes, e nunca se constatou que as fotos estariam degradadas e muito menos que teriam sido obtidas através de uma fraude de dupla exposição. Ora, degradadas foram as cópias que Powell usou em seu ataque ao caso, pois foNovembro 2002
o litoral brasileiro. Mas o que procuram?
Fotos Cortesia Mário Rangel
permite a admissão de que há indicações da existência de objetos voadores não identificados”. Sua última conclusão é, na verdade, uma sugestão que faz o relator para que as autoridades do Alto Comando da Marinha passem a levar em consideração todas as informações que se obtenha sobre o Fenômeno UFO, “com vistas a se alcançar conclusões acima de toda dúvida”. O ALMIRANTE SALDANHA (acima) e a Ilha da Trindade: marcos da história da Ufologia Brasileira
ram retiradas de um livro impresso com péssima qualidade. Outros estudiosos também levantam suspeitas quanto à seqüência correta em que as fotos teriam sido batidas. A principal delas, a alegação da inversão da posição do UFO da foto 1 para a foto 2, também não se sustenta. Se o objeto captado em uma foto é o mesmo que está na outra, com a condição de que um estava invertido, eles teriam que ter o mesmo tamanho, já que são o mesmo objeto. Mas as fotografias mostram o UFO com tamanhos aparentes diferentes, de acordo com o que seria de se esperar. Na trajetória seguida pelo objeto ao sobrevoar a Ilha da Trindade, ele veio do mar, passou sobre o local e voltou para o mar [Veja montagem das quatro fotos]. E quando o UFO estava exatamente sobre o mar, seu tamanho aparente mostrou-se menor do que quando estava sobre a ilha, próximo do Pico Desejado. Aliás, foi neste ponto que ele se encontrava mais próximo do navio, sendo portando seu tamanho aparente maior. É por esta e outras características que tal foto acabou sendo a melhor de todas as quatro que Baraúna obteve. Analistas fotográficos consultados opinaram sobre o artigo e também não concordaram com seus resultados. O engenheiNovembro 2002
ro e co-editor de UFO, Claudeir Covo, e o analista de fotos da entidade norte-americana Mutual UFO Network (Mufon), Jeffrey Sainio, são radicalmente contra os “achados” de Powell. Claudeir, por exemplo, aponta que uma dupla exposição seria certamente detectada nos negativos, além do fato de as fotos terem sido logo reveladas a bordo do navio, o que inviabiliza a alegação. NENHUM PIXEL — As discussões continuam, e apesar do artigo ter falhas, ele recebeu grande publicidade, tão providencial aos céticos de plantão, que acabou gerando um atrito entre eles e os pesquisadores atuais. Mas ambos os grupos concordam que novas análises nos negativos iriam eliminar absolutamente quaisquer fragmentos de dúvida sobre as fotos do Caso Ilha da Trindade, apesar de nenhum pixel de fraude ter sido encontrado até o momento, assim como, sobre a reputação de Baraúna, jamais foi descoberto um único motivo de suspeita. O avistamento deste UFO pela tripulação do
CLAUDEIR COVO é engenheiro, presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA) e coeditor da Revista UFO. Seu e-mail é: claudeir.covo@uol.com.br. PAOLA LUCHERINI COVO é diretora do Instituto Nacional de Pesquisas Ufológicas (INPU) e consultora da Revista UFO. Seu e-mail é: paolalucherini@uol.com.br. O endereço postal de ambos é: Caixa Postal Caixa Postal 42.600, Ipiranga, 04299970 São Paulo (SP).
navio-escola da Marinha Almirante Saldanha não foi o único evento ocorrido na Ilha da Trindade. Pelo menos sete observações anteriores aconteceram, e desde novembro de 1957 vinham sendo documentadas. Em duas oportunidades a aparição de um UFO sobre o local foi acompanhada de interferências na estação de rádio da ilha, que fazia contato com balões atmosféricos para pesquisa científica. Este fato encontra paralelo com o avistamento sobre o Almirante Saldanha, pois também nessa ocasião foram observadas interferências em seu maquinário. Há também a informação de que um UFO foi flagrado por um sargento que servia na ilha, mas pouco se sabe a respeito. De qualquer forma, a irretorquível reputação de Baraúna, estes acontecimentos anteriores e a qualidade das fotos obtidas criam uma boa margem para sustentar o famoso Caso da Ilha da Trindade, a despeito do trabalho contrário que fazem os críticos. ALEXANDRE DE CARVALHO BORGES é analista de sistemas. Seu e-mail é: unificatordigitalis@yahoo.com.br
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Abdução
Análise das atividades alienígenas na Terra O que os extraterrestres buscam em nosso planeta e na espécie humana? Uma análise da questão à luz de novas hipóteses de trabalho Paulo Rogério Álves
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No primeiro caso, o relato dos abduzidos seria uma forma de a pessoa exteriorizar seu trauma e o medo que sentiu durante o abuso na infância, transpondoo para algo fora do seu controle, assim como a figura alienígena. Outras teorias conjecturam que em sessões de hipnose, com hipnotizadores mal-intencionados ou preparados, estes acabam por influenciar o hipnotizado, “criando” nele lembranças que, na verdade, não existem – entre elas, as abduções. Há muitos casos documentados sobre os fatos ditos acima. Existe um estudo feito pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) e pela própria NASA sobre os efeitos da falta de oxigênio no cérebro, que conduz a resultados semelhantes a uma abdução. Ao se submeter um piloto
a ação da poderosa força gravitacional, até que perca a consciência, ao voltar a ela seu relato do que passou guarda muita semelhança com aqueles de abdução e experiências de pós-morte. Análises feitas em seções de hipnose também mostram que realmente alguns hipnotizadores conduziam seus pacientes. E assim por diante. ABDUÇÃO CLÁSSICA — Essa introdução nos mostra que existem relatos de abdução que podem, na verdade, não ser nada do que parecem. Também não podemos simplesmente pegar o resultado destas experiências e supor que todos os casos de abdução se encaixem nelas, porque são aparentemente iguais, e assim concluir que o rapto por alienígenas não existe. Mas outra atitude equivocada parte daqueles que advogam esta tese. Muitos pesquisadores acreditam em qualquer relato de abdução ou contato com ETs pura e naturalmente, desprezando por completo a possibilidade de que existam casos com explicação convencional. Para estes, qualquer esclarecimento lógico é contestado porque, em sua forma de ver a verdade, ele seria uma maneira de acobertar a realidade. Agem segundo o ditado de que “quem crê na verdade não precisa de provas, e quem pede provas é porque ainda não enxergou a verdade”. Aí então tudo se torna possível. Mas existe um ditado ainda velho e sábio que diz que “a verdade se encontra no ponto médio entre dois extremos”. O que se busca mostrar neste artigo Novembro 2002
Steve Neill
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idéia deste texto é fazer uma pequena análise dos motivos que existem por trás das chamadas abduções. Mas antes de entrarmos diretamente neste assunto, é interessante olharmos um pouco melhor este importante aspecto do Fenômeno UFO. Primeiramente, o que é uma abdução? No dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição: “Rapto com violência, fraude ou sedução”. Já no meio ufológico nós a definimos como os relatos de pessoas que afirmam ter sido levadas para o interior de naves extraterrestres, sem seu consentimento ou por persuasão. Muitas vezes, as vítimas passam por algum tipo de experiência a bordo dos veículos, na maioria das vezes traumáticas. Também há alguns casos onde as incursões são feitas na própria casa e até na cama do abduzido. Como não poderia deixar de ser, esses relatos são abordados pelos pesquisadores de duas maneiras radicais. Uma delas afirma que existe explicação científica e simples para todos esses casos, enquanto a outra garante que a única elucidação é a ação de alienígenas. Aqueles que defendem a explicação científica das abduções têm várias teorias para apresentar, desde traumas causados nos abduzidos por abusos sexuais na infância até distúrbios no sono, que são capazes de fazer com que uma pessoa confunda sonhos com a realidade, misturando um ao outro e criando uma nova verdade, na qual ela acredita sem dúvidas.
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Os ufólogos, por sua vez, atribuem os relatos a abduções feitas por seres de outros planetas ou dimensões, conforme sua corrente de pensamento. Raptam seres humanos com o objetivo principal de fazer experiências diversas, cujos propósitos ainda nos escapam. Entre seus métodos, paralisam-nos com um raio de luz sólida que impede de nos movermos, manipulam nossos corpos e depois vão embora. Para validar estas teorias existem os depoimentos de pessoas confiáveis, que
do estórias sobre alienígenas maus para afastar o povo cristão da verdade e ajudar, assim, a derrotar Jesus e Deus... Estes demônios se fariam passar por aliens e perverteriam as almas das pessoas durante estas abduções. Se olharmos com cuidado, veremos que, de fato, a febre de ETs está gerando movimentos que se assemelham a uma nova religião. Algumas correntes defendem até que Jesus tenha sido um extraterrestre, enquanto outras alegam que nem sequer existiu, e que seria apenas uma invenção para se dominar a população. Mas não vamos entrar nestas questões. Diferentemente das situações anteriores, não existem provas para sustentar estas afirmações e o que as valida mesmo é a fé de cada um. Como vemos, temos o mesmo tipo de relato de abdução sendo utilizado para a defesa de três teorias radicalmente diferentes, sendo que cada um de seus defensores se acha plenamente com razão e, os demais, errados. Será que alguém está mentindo para acobertar fatos e não divulgar a verdade sobre os alienígenas? Seriam fanáticos seguidores de seitas ufológicas aqueles que tudo fazem para comprovar que os aliens existem? Ou será que algumas religiões temem perder seus seguidores e estão tentando intimidá-los para que não se afastem delas? O ponto a ser entendido desse questionamento é que várias situações podem acontecer conjugadamente. Ou seja, ao mesmo tempo em que existe uma doença do sono capaz de fazer a pessoa sofrer uma alucinação parecida com uma abdução, um alienígena pode estar efetuando o rapto de um ser humano para estudo, e também – por que não? – algum espírito malévolo pode estar atormentando a cabeça de algum pobre coitado... O que não se pode fazer é partir de um único exemplo e generalizar sua aplicação a todos os relatos de abdução, ignorando seus detalhes porque não condizem com o que acreditamos. Temos que estudar cada caso e separar o joio do trigo, porque, é claro, também existem os enganadores que se aproveitam da boa-fé alheia apenas para obter lucro material. Feitas estas pequenas considerações, e admitindo-se que alguns relatos de abdução realmente envolvem raptos e experiências com seres humanos, vamos partir para examinar os motivos que estariam por trás destes fatos. Por que um membro de uma civilização dita superior viria até a Terra para seqüestrar e fazer experiências conosco. Vamos analisar algumas das teorias mais difundidas. Steve Neill
é que existem relatos de abdução que realmente são frutos de experiências normais. Mas ainda assim existem também os legítimos raptos por civilizações de outros planetas (ou até mesmo do nosso). Uma circunstância não anula a outra, e as duas situações podem acontecer independentes uma da outra. Existe um tipo clássico de relato de abdução que ilustra bem o que estamos argumentando. Vamos apresentar um relato genérico deste fenômeno e depois analisar explicações encontradas. Inicialmente, é importante se dizer que as narrativas de abdução existem desde tempos mais remotos, na Idade Média e talvez até antes. O único fator que muda nesses casos é o abdutor, mas a maneira como o abduzido é abordado e como se processa a abdução continua igual. Primeiro, uma luz invade o ambiente em que o abduzido está e ele é paralisado, às vezes fica horrorizado e, sem poder se mexer, consegue apenas observar e entender o que está acontecendo a sua volta. Geralmente vê seres estranhos fazerem experiências com seu corpo e, apesar da dor, nada pode fazer. Nas antigas lendas, eram os demônios que faziam isso para possuir a alma das pessoas. Em alguns lugares da Europa – e curiosamente onde a religião católica não prosperava –, estas lendas contam ainda que bruxas vinham à noite buscar a alma das pessoas, utilizando-se deste método. Nos dias de hoje são os grays que fazem esse trabalho. Alguns cientistas encontraram uma explicação realmente satisfatória para estes relatos. Em documentário exibido pelo canal Discovery é explicado que existe um distúrbio do sono que causa paralisia nos movimentos da pessoa, que ocorre geralmente no estágio intermediário entre a vigília e o despertar. Como ela não está efetivamente acordada, mas também não está dormindo, os sonhos se confundem com a realidade, acontecendo uma mescla entre ambos. E o fato de existirem descrições de diferentes tipos de abdutores é explicado como sendo fruto do subconsciente, sendo que em cada cultura, em cada época, as alucinações assumem formas diferentes. Em experiências com vítimas deste distúrbio conseguiu-se relatos que foram quase idênticos aos dos abduzidos. Daí a conclusão de uma parcela da comunidade científica de que a abdução não existe. Para ela, todas as pessoas que relataram fatos como estes sofriam, na verdade, de uma doença que existe desde a remota Idade Média até os dias de hoje.
DESDE ÉPOCAS REMOTAS até os tempos de hoje, os alienígenas usam instrumentos emitentes de luz, entre outros artifícios, para realizarem as abduções sem interferência das vítimas
afirmam estarem plenamente acordadas quando os fatos se deram. O mais impressionante é que em alguns casos os abduzidos apresentam marcas no corpo, sem causa conhecida, e até mesmo objetos estranhos implantados em seus organismos. Estas são evidências difíceis de serem causadas por doenças do sono... A explicação desta vez para a variação entre os tipos de abdutores não é muito diferente da anterior: como o abduzido não reconhece seu algoz, interpreta-o como sua cultura permite. E por acreditar que está sendo torturado e maltratado, o perpetrador do ato só pode ser alguém hostil – antigamente eram demônios e bruxas os agentes do mal. SERES CINZENTOS — Um grande número de ufólogos atribui os atuais relatos, assim como os antigos, a uma espécie de alienígena que teria interesses pouco nobres para conosco, os temidos grays ou “cinzentos”, como exposto. Temos ainda outra interpretação para esse fato, feita por algumas correntes de igrejas protestantes. Para elas, na verdade, os UFOs não são naves de outros planetas, mas sim satã e seus seguidores, que estariam voltando à Terra para uma batalha final. Segundo seu entendimento, eles estariam também usan-
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VIAJANTES DO TEMPO — Isso pode se dar de uma maneira tão inacessível e incompreensível para nós como seria para o povo da Terra, há 3 mil anos, entender o funcionamento do computador. Afinal de contas, se estamos dispostos a acreditar que uma civilização consegue viajar entre galáxias, devemos estar abertos à possibilidade da viajem temporal. O fato é que, para essa corrente de ufólogos, os abdutores viriam do futuro e estariam fazendo experiências conosco. Só resta tentar entender por que eles fariam isso com parentes do passado. Curiosidade? Ou para saberem como eram seus antepassados e como evoluíram até chegar onde estão? Talvez seria para entenderem melhor a História que se perdeu com o tempo... Numa elucubração, se tivéssemos hoje em dia a capacidade de viajar no tempo, com certeza não perderíamos a chance de encontrar o tal elo perdido entre o macaco e o ser humano. Ou mesmo de voltar até a época de Jesus e ver se a Bíblia tem mesmo razão. Ainda assim, sejam quais forem as razões de nossos futurísticos descendentes, eles não precisariam abduzir nem fazer experiências com alguém vivo. Sequer necessitariam aparecer fisicamente para nós, pois, afinal, se conseguem viajar no tempo, com certeza devem ter tecnologia para se esconder atrás da invisibilidade. Então a resposta deve ser outra. Mas qual? Imagine que em algum momento da História uma praga te24
UFO Photo Archives
Para entender corretamente o motivo que leva uma pessoa a fazer qualquer coisa, entre elas uma abdução, temos antes que conhecer esse alguém, saber quais são seus valores, o que busca, como nos vê, como é seu sistema de moral e ética etc. No caso do perpetrador ser de uma civilização alienígena, cuja existência ainda não conseguimos provar materialmente, e mesmo entre aqueles que afirmam saber ao certo quem são e porquê estão aqui, existem divergências enormes. Assim, temos que especular sobre quem seria o responsável pela abdução antes de apresentarmos a teoria que os envolve. Existe uma peculiar corrente de pensamento que enxerga o Fenômeno UFO de uma forma diferente da maioria vigente. Para ela, nem as naves nem seus tripulantes são de outros planetas, mas terrestres como nós. Não terrestres simples, mas nossos descendentes que, vindos de futuro longínquo e tecnológico, estariam voltando ao passado para fazer experiências e saber como somos. Vamos esquecer por um instante as discussões acerca da impossibilidade de viagem no tempo, e assumir simplesmente que, num futuro remoto, nossos descendentes tenham conseguido de alguma forma viajar pelo tempo.
nha assolado a Humanidade, algo tão terrível que teria dizimado a maioria da população, restando uma parcela viva. Depois de muito tempo sem saber porquê estes poucos seres humanos sobreviveram, descobre-se que isso foi devido a alguma característica específica deles, algum gene, alguma defesa natural que os remanescentes tenham. De posse deste conhecimento, nossos futuros descendentes poderiam estar vindo até “nosso tempo” para tentar passar para o máximo da população esta alteração, aumentando assim as chances de sobrevivência da raça. Da mesma forma, podemos elucubrar que uma terrível guerra aconteceu no passado de nossos descendentes – ou seja, no nosso futuro – e afetou de maneira irreversível os destinos da Humanidade. Em virtude disso, os viajantes do tempo estariam tentando evitar que isso acontecesse, guiando o conhecimento do ser humano para coisas mais produtivas. Outra hipótese a ser considerada seria a de que a Humanidade tivesse em seu futuro destruído o meio ambiente, tornando o planeta inóspito para a vida humana. Os mesmos viajantes do tempo poderiam estar tentando fazer-nos ver o quanto é importante evitarmos essa alteração – ou, se ela for inevitável, poderiam nos ajudar adaptando nosso organismo para ela. Muitos dos ETs que nos abordam referem-se claramente a cataclismos futuros e nos advertem quanto à maneira como tratamos o planeta e nossos semelhantes. De qualquer forma, estes seres não seriam ruins, nem estariam nos abduzindo por hostilidade, mas sim para nos ajudar, mesmo que não compreendamos. IMPLANTAÇÃO DE VIDA — Para entender qual civilização extraterrestre seria a responsável pelas abduções, de acordo com nossa segunda teoria, vamos antes fazer alguns comentários sobre descobrimentos recentes de nossa própria Ciência. Isso nos
SORRATEIRAMENTE, os ETs invadem qualquer ambiente em que estejamos e fazem conosco diversas experiências, que não compreendemos
ajudará a perceber fatos que podem acontecer, e usamos como exemplo dois acontecimentos publicados pela Agência Estado e a revista Istoé, ambos em 1999. A primeira reportagem tratava de experiências com comunicação entre seres humanos e macacos. Isto não é fato novo. Há muito tempo cientistas tentam este tipo de estudo, desde a gorila Koko, que já era capaz de entender uma forma de comunicação com sinais, algo parecido com a linguagem dos surdos-mudos. Porém, desta vez as experiências nos mostraram algo novo: a linguagem usada nos testes foi falada e não através de sinais. Como antes com a gorila, agora também os pesquisadores provam que os animais não repetem apenas sons, como fazem os papagaios, mas são capazes de expressar sentimento e vontade, constroem frases e realmente compreendem o que estão dizendo. Esta experiência foi realizada com duas gerações de macacos, a mãe e sua filha, e a segunda já era capaz de reconhecer mais palavras que a primeira. O que mais surpreendeu os pesquisadores foi que, quando a mais nova também teve sua cria, ela passou a ensinar-lhe o que aprendeu. A conclusão dos pesquisadores é de que a consciência é genética. A segunda reportagem foi sobre a descoberta do chamado “gene da inteligência”, responsável pela capacidade de aprendizado e armazenamento de informações, segundo o grupo de cientistas que o descobriu. Quando foram realizados testes com ratos de laboratório, aqueles que tinham sua carga genética alterada aprendiam a sair de um labirinto na metade do tempo que os ratos normais, e guardavam esta informação por muito mais tempo. Não se sabe ainda se esta mesma alteração teria efeito igual Novembro 2002
Vitelli Vito
Any Geloan
qualquer um de nós. Segundo advogam os defensores dessa hipótese, governos de países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, por exemplo, estariam conduzindo testes secretos com seres humanos nos mesmos moldes das abduções, que devem ser escondidas por variados motivos. Talvez por serem parte de pesquisas polêmicas e anti-éticas, como a clonagem, criação de super soldados ou o desenvolvimento de algum vírus para fins bélicos, ou pelas terríveis conseqüências que poderiam ocasiestes futurísticos primatas sobre nossas cu- onar às cobaias humanas – neste caso, o ras milagrosas, em que não morríamos? abduzido passa a receber um título mais São interessantes hipóteses, e muito me- apropriado. Estas, tranqüilizadas de algunos fictícias do que imaginamos. ma forma por ação de gases, luzes, microO que parece apenas um exercício de ondas ou energias ainda não conhecidas ficção científica, para muitos é algo que pelos simples mortais, são levadas para laacreditam com naturalidade. Existe uma boratórios afastados e submetidas a testes e corrente de pensamento dentro da Ufolo- experiências diversas. Depois são devolvigia que defende que, há muitos milhares das sem que nada lhe seja contado, é claro. de anos, existiu na Terra uma sociedade Às vezes com uma seqüela aqui e ali, mas mais avançada do que a presente, e que nós elas jamais saberão quem as causou. somos os macacos daquela civilização. O problema dessas operações é que, se Aquela sociedade já possuía a capacidade viessem a público, seria um escândalo avasde viajar pelas estrelas, salador. Por isso, os perA abdução pode petradores de tais atos pretendo postos espalhados cisariam criar algo para pelo Sistema Solar, talvez ser vista como a distrair as vítimas e desfina Lua ou em Marte, já continuidade das gurar a verdade em suas que estes orbes têm estranhos vestígios de terem experiências de um mentes. Por que não colocar a culpa em ETs? Sesido usados com essa fipovo mais avançado, gundo essa teoria, quando nalidade. Tal corrente crê ainda que, depois de ter que viveu na Terra no os relatos de raptos alienígenas começaram a apapraticamente destruído nosso planeta, tal civiliza- passado e agora volta recer em maior número na ção busca reconstruí-lo e para acompanhar nosso imprensa, nos anos 60, os responsáveis pelas inesacompanhar o progresso que estamos fazendo hoje. desenvolvimento e, de crupulosas experiências Segundo essa teoria, a abvez em quando, dar logo viram que se tratadução seria apenas uma vam de obras suas. Alguum ‘empurrão’ na mas pessoas se recordacontinuidade das experinatureza ências deste povo, usandovam delas, porém com nos como cobaias para memórias distorcidas pelo atingirem seus objetivos e acompanhando efeito dos métodos usados pelos perpetranosso desenvolvimento para, de vez em dores. Para as vítimas, seus captores teriam quando, dar um empurrão na natureza. Tal- que ser de outro planeta. Isso era o que os vez estejam nos preparando para termos o verdadeiros responsáveis pelos atos mais mesmo nível de consciência que eles. queriam: ter todo mundo culpando os ETs por suas experiências, que poderiam seguir AÇÃO DE MILITARES — A próxima hipóte- calmamente seu curso. Isso pode até parecer um absurdo, mas, se é realmente diferente das anteriores, que tem uma grande quantidade de seguidores olhando-se friamente, há uma lógica nessa e se baseia principalmente nas teorias cons- hipótese. Pode-se argumentar que um gopiratórias vigentes. Segundo ela, na verda- verno decente não faria isso com seus próde, as abduções não seriam feitas por ex- prios cidadãos, mas a resposta é fácil de ser traterrestres, mas seriam experiências con- encontrada e não está muito longe de nosduzidas por cientistas tão terrestres como sos olhos. Basta conhecermos certos pro-
FIGURAS BÍBLICAS seriam, na verdade, alienígenas que nos visitaram no passado. Até anjos [detalhe] seriam criaturas mais avançadas
nos seres humanos, mas a mera possibilidade já faz os cientistas do projeto teorizarem que poderiam encontrar a cura para alguns tipos de demência e deficiências mentais. Claro, todos sabemos que antes de se testar isso nos humanos as próximas cobaias serão os chimpanzés, porque são os primatas mais próximos de nós. Juntando um fato a outro, vemos que a capacidade de se desenvolver a consciência e a comunicação, mais a ajuda proveniente de uma alteração genética, pode adiantar muito o processo evolutivo de uma espécie. Agora, suponhamos que isto seja feito e que outro primata evolua e ganhe consciência mais ou menos igual a que tínhamos há uns 4 ou 5 mil anos, e comece a interagir conscientemente com nossa sociedade atual. Vamos agora usar essas informações em beneficio de nossa teorização. Pensemos por um instante que uma irresponsabilidade de nossa Humanidade – coisa muito mais que provável – gere uma guerra de proporções apocalípticas daqui a alguns anos. E que esse cataclismo dizime quase toda a população terrestre, sobrevivendo apenas algumas espécies de macacos. Ou mesmo que uma praga letal destrua a Humanidade e resulte inofensiva para os primatas. Como será que depois de 4 mil anos de evolução estes macacos, que poderiam então constituir uma sociedade organizada, nos enxergariam? Será que em suas futuras lendas nós seríamos os deuses que rasgavam o céu com carruagens de fogo, tal como nossos antepassados bíblicos e hindus viam os UFOs de então? Ou ainda os tais gigantes que andavam pela terra e que, um dia, subiram aos céus, como hoje nós vemos certos registros bíblicos. O que pensariam Novembro 2002
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MATERIAL GENÉTICO HUMANO — Continuando na linha das hipóteses fermentadas em meio a veias conspiratórias, a próxima é quem sabe a que tenha mais seguidores. Talvez porque se pareça muito com enredos de filmes de ficção científica, ou porque desejamos muito que nossa vida seja parecida com um romance. Vamos começar a analisar esta teoria com uma pequena história. Há algum tempo atrás, os EUA confirmaram que estávamos sendo visitados por seres de outros planetas, mas como não tinham certeza dos motivos de nossos visitantes, mantiveram isso em segredo até que novas informações fossem obtidas. Num dado momento, no entanto, conseguiram abater uma das naves alienígenas que singravam os céus e a forçaram a descer na terra, capturando alguns dos sobreviventes (será que foi isso que aconteceu em Roswell?). Inicialmente, a idéia era expor o acontecido à população, mas logo apareceram os amigos dos primeiros abatidos, pouco satisfeitos com o fato, e convocaram uma reunião com os norte-americanos. 26
SERES HÍBRIDOS, nem humanos, nem aliens, poderiam ser o resultado de experiências de ETs com material genético terrestre
edição 10 de UFO, em 1988. Segundo essa teoria, durante a reunião entre aliens e militares ficou estabelecida uma permuta. Em troca de informações e tecnologia superior a de qualquer outra nação da Terra, que os ETs forneceriam aos norte-americanos, a eles seria permitido abduzir e fazer as experiências que bem entendessem com qualquer ser humano. Todo o acobertamento necessário às suas operações seria fornecido pelos próprios Estado Unidos. Parece uma grande elucubração essa hipótese, mas é imensamente popular em todo o mundo. Resta perguntarmos qual seria a necessidade destas abduções com salvo-conduto. É sobre esta resposta que temos várias diAny Geloan
Hajime Sorayama
gramas científico-militares dos Estados Unidos nas décadas de 50 e 60 para vermos o que faziam com os efeitos da radiação. Nestas épocas haviam os chamados “caubóis atômicos”, pobres coitados que eram cobaias em experiências feitas para se conhecer as conseqüências da radioatividade residual de explosões nucleares em pessoas, criações de gados e plantações. Uma bomba atômica de baixa potência era detonada em um local predeterminado, o solo era preparado e alguns caubóis eram responsáveis em levar o gado para pastar nesta área. Resultado: tanto o gado como os seres humanos desenvolveram câncer e morreram, ou estão morrendo de forma no mínimo desumana. Este fato foi escondido durante muito tempo pelo governo norte-americano, até que o então presidente Bill Clinton denunciou estas experiências e pediu perdão à população em cadeia nacional de rádio e tevê. Essa é apenas uma das muitas operações militares realizadas por aquele país, que acabou sendo admitida. Se realmente algum governo faz estas experiências, e se também aceitarmos que os alienígenas executam suas próprias abduções, os primeiros podem estar se escondendo atrás destes, aumentando mais ainda a confusão.
Nela, com a presença do alto comando, e talvez até do presidente, foi feito um pacto entre a civilização alienígena, prejudicada com o abate, e o governo dos Estados Unidos. Um dos primeiros ufólogos a falar nisso foi justamente o norte-americano Milton William Cooper, cujo artigo Os UFOs e a Nova Ordem Mundial foi publicado na
Falta emoção nos atos dos extraterrestres Antonio Nelso Tasca, abduzido
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uitos ufólogos têm dirigido suas perspectivas na busca de conhecer mais profundamente o grau emocional dos abduzidos diante de seus abdutores extraterrestres e a conseqüência das experiências a que foram submetidos. Esta é, sem dúvida, uma questão fundamental para a Ufologia: inteirar-se do estado emocional da pessoa diante de um alienígena. Mas há um outro lado que não é devidamente estudado: quais as emoções demonstradas pelos abdutores diante dos abduzidos? Para falar sobre tal assunto, talvez ninguém melhor que um homem que passou essa situação, e nesta condição, presenciou a frieza de uma mulher extraterrestre num envolvimento sexual induzido. O incidente de Kenneth Arnold, ocorrido em 24 de junho de 1947, deu início ao que se pode chamar de Era Moderna da Ufologia. O avistamento de
nove UFOs durante um vôo aguçou a curiosidade das pessoas. Desde então, milhões de indivíduos mentalmente perfeitos também viram e vêem discos voadores nos mais diferentes pontos da Terra, quase sempre cruzando o céu – mas também mergulhando, emergindo de rios e mares, posando em terra firme e, muitas vezes, apossando-se de animais e pessoas. Agem como se o planeta fosse um campo de experiências, pesquisas e lazer. AVISOS E MENSAGENS — A ação dos UFOs remonta aos tempos de Abraão, Elias, Ezequiel, Moisés e outros personagens da Antigüidade, bíblicos ou não, que se envolveram em situações misteriosas que levam a crer numa suposta presença alienígena. Tais situações eram tidas como aviso, mensagens apocalípticas que indicavam a evolução a que estamos sujeitos, como ensaios de domesticação da Humanidade à sua presença e aos seus objetivos de intercâmNovembro 2002
gamos ao ponto desejado para comentar a hipótese de forma geral. Essas teorias são cabíveis? Bem, a parte que envolve um suposto acordo entre EUA e ETs talvez careça da consistência necessária para um exame mínimo. Porém, quanto a se usar seres humanos para fins genéticos, essa é outra história, que vamos analisar friamente, bastando comparar tal suposição com o que nós mesmos estamos fazendo hoje, em nosso planeta.
visões na comunidade ufológica mundial. Um segmento, que é justamente o que chama estes extraterrestres de grays, crê que sejam de uma raça que evoluiu muito tecnologicamente, só que perdeu seus sentimentos. Eles fariam experiências com os seres humanos para conseguir recuperar a capacidade de reaver as sensações que perderam. Outro segmento alega que, na verdade, os cinzas nos usam como forma de alimento. Fantasia? Ainda temos aqueles que acreditam que estes ETs façam experiências genéticas conosco para criação de seres híbridos, que seriam necessários à sua raça moribunda, ou a uma futura adaptação dela para poderem, um dia, colonizar a Terra. Há também aqueles que afirmam que os grays são assexuados e a única maneira de se reproduzirem é através da clonagem, razão pela qual coletam material genético dos seres humanos. Variações dessa teoria acreditam ainda que tal material genético seria necessário para se mesclar ao deles, mas que antes precisaria passar por algumas melhorias. Há outras idéias a respeito, mas já che-
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pois do caso de Kenneth Arnold. O preocupante estado das vítimas de inúmeros avistamentos de discos voadores e de contatos diretos com seus tripulantes levou o governo dos Estados Unidos a criar comissões especiais de estudo. ABDUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS — O Centro de Inteligência Técnica do Ar (ATIC), sediado na Base Aérea de Wright-Patterson, no Estado de Ohio, foi encarregado de criar outras comissões similares, surgindo então os Projetos Sinal, Grudge, Cintilação, Livro Azul
Fotos cortesia Antonio Tasca
bio de cultura e raça. Determinados trechos do Êxodo bíblico levam a acreditar que o profeta Moisés contatou extraterrestres no alto do Monte Sinai. Conhecendo a epopéia é possível imaginar que nos dias em que esteve lá havia alguns ETs abrigados no penhasco. Falaram como se fossem Deus, sem mostrar-se e mantendo distância, evitando uma possível morte de Moisés, causada talvez pela radioatividade de seus veículos, ou outra energia qualquer. Ao longo de quatro décadas acompanharam o profeta, ora com as naves camufladas em nuvens, ora em forma de colunas de fogo e, por fim, guiaram o povo à Terra Prometida. Essas circunstâncias inspiraram a elaboração dos mandamentos teocráticos que embasaram o monoteísmo e a crença hebraica. Mesmo sem literatura específica na Antigüidade, a Humanidade registrou inúmeros episódios relacionados aos ocorridos no céu. Não só é vasta mas esclarecedora a literatura antiga que aborda esse assunto. A Bíblia é uma excelente fonte de informações ufológicas. Durante a Segunda Guerra, um incrível número de avistamentos gerou esse tipo de literatura, mais precisamente de-
TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS — O ser humano busca como nunca prolongar seu tempo de vida, desenvolvendo novos transplantes de órgãos que nos dão uma vida mais longa e melhor. Mas para isso precisamos de doadores (vivos ou mortos), e eles também são seres humanos. A necessidade de órgãos muitas vezes dá até abertura para o tráfego de órgãos, seqüestro de crianças e coisas impensáveis. O rim de um adolescente custa no mercado negro norte-americana perto de 250 mil dólares. Mas qual é a solução mais viável para este problema? Atualmente são duas as principais: a fabrica-
ção de órgãos através de técnicas de engenharia genética, que permitem cópia apenas de partes específicas do corpo humano, ou a que já estamos fazendo há muito tempo, a criação de porcos que possam ser repositórios de órgãos para nós. Apesar de parecer extremamente diferente de nós, o porco é o animal que tem o menor fator de rejeição de seus órgãos pelo corpo humano – menor até que o de macacos, que aparentemente seriam os mais prováveis. Bem, fazemos algo bem parecido com o defendido nesta teoria, mas um fato ainda tem que ser melhor explicado. Se os grays são assim tão avançados quanto pensamos, e conhecem tão bem a Biologia e a engenharia genética para fazer clonagens perfeitas, além de terem a tecnologia suficiente para viajarem distâncias hoje inimagináveis, por que precisariam de animais inferiores como nós como fontes de órgãos? Com certeza, de tão avançados, não existe o que eles precisam que não possam os próprios produzir. Se são capazes de manipular o DNA, o tempo e o ainda espaço, não é
[Blue Book] e outros. Nasceu então a Ufologia, que se aprimora a partir da dedicação de estudiosos, informando e esclarecendo a Humanidade, preparando-a para o encontro oficial com representantes de outras civilizações. Mesmo que os primeiros passos tenham sido inseguros, com o passar dos anos a Ufologia traçou, pavimentou e hoje percorre os caminhos que interligam os diversos lugares da Terra em que tenham ocorrido avistamentos. Dessa forma, a discussão sobre o assunto passou a girar pelos principais países do mundo, através de pesquisas, publicações, entrevistas em diversos veículos de comunicação, simpósios, conferências e outros encontros que buscam discutir, difundir e dar credibilidade ao assunto. Acrescente a tudo isto os casos reais de encontros e abduções levados para as telas do cinema e exibidos em escala mundial, transformando-se em novos veículos de informação e conscientização. Essa grande quantidade de dados desfaz preconceitos e confirma que os discos voadores são uma realidade física. Um grande número de pessoas sabe o que envolve a casuística ufológica, diminuindo as declarações que atacam a seO ABDUZIDO e autor dessa matéria Antonio Tasca. No detalhe, as cicatrizes deixadas por ETs em suas costas
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óvulos e congelamos, para usá-los mais tarde. Claro, em nenhum desses casos perguntamos aos animais se eles querem ou permitem que façamos tais coisas. Afinal de contas, por mais evoluídos que sejamos em relação a eles, ainda não temos capacidade de comunicação com essas espécies. E se tivéssemos, será que eles entenderiam por que queremos evitar sua extinção ou melhorar sua vida? Ou ainda, será que eles achariam essas coisas tão importantes como nós? Ora, somos tão superiores que sabemos o que é melhor para eles, entendemos o mundo muito melhor e a opinião deles não interessa mesmo...
riedade da Ufologia. laboratoriais dentro de No entanto, nessa naves, além de serem vasta literatura existe forçados a participar a ausência de regisda geração de seres tros de um ponto da híbridos. O interesse mais alta importância: dos alienígenas pela os ufólogos se ocupagenética humana é ram da descrição de óbvio, mas é justo que reações físicas e psíse registre que os sequicas dos abduzidos, qüestrados passaram mas não dos abdutopor perturbações psíres. Certamente isso quicas diante do comse deve à curiosidade portamento frio e auque envolve a experisente dos sentimenOs extraterrestres ência, transformandotos básicos que nos demonstraram grande os no centro dos intersensibilizam diante do insensibilidade emocional rogatórios, promovisofrimento alheio. Ainante os sofrimentos de dos por ufólogos ou da a respeito desta pesquisadores. Quescaracterística, o caso seus raptados tionam detalhes de toKathie Davis merece das as emoções vividas pelo abduzido: destaque especial. Ela foi fecundada e, medo, sede, choro, se ele gaguejou, se pertrês meses depois, sofreu um parto indeu a fala. Barney e Betty Hill, Travis Walduzido durante um estado de sono hipton, Kathie Davis, Susan Williams, Ed Duval, nótico ou letárgico. A criança foi extraída Lucille Formann, Steven Kilburn, todos nore levada pelo alienígena. te-americanos, passaram por exames nos Os seres extraterrestres demonstraram discos voadores ou em suas residências, ininsensibilidade emocional ante o sofrimento vadidas por alienígenas. dos raptados. Nos episódios que envolveram Os brasileiros Antônio Villas Boas, Anexperimentos genéticos e promessas de fitônio Carlos Ferreira, Jocelino de Matos, lhos, por exemplo, nenhum sinal de compaiOnílso Pátero, além desse autor, também xão foi demonstrado, e as seqüelas de trausão exemplos de casos registrados. São ma sempre se fizeram presentes nos casos todos indivíduos que enfrentaram exames de experiências diversas – principalmente os
de natureza genética. Nessas situações, os abdutores são silenciosas testemunhas dos sofrimentos dos abduzidos. No capítulo 04 de meu livro Um Homem Marcado por ETs [LV-04 Biblioteca UFO], a sensação de abandono que senti no momento em que Cabalá partiu, deixando-me num pequeno habitáculo, 180 m abaixo do nível do mar, é detalhadamente descrita. Entre outras coisas, enfatizo que “Cabalá partiu e então uma enorme sensação de abandono se instalou em minha alma”.
SOMOS ANIMAIS INFERIORES? — Como fizemos antes, vamos novamente recorrer a uma pequena comparação com nossa sociedade para entendermos melhor esta outra teoria. Este entendimento é base para a teoria que aqui apresentamos. Os seres humanos, desde que se destacam dos outros seres vivos, se consideram superiores. “Deus fez o homem a sua imagem e semelhança”, está na Bíblia. “Deus colocou os animais na Terra para nos servir”, idem. Nós mesmos nos consideramos superiores uns aos outros, usamos e abusamos de outros seres – e até mesmo de outros humanos – com a justificativa de que é para um abstrato “bem maior”. Prendemos ursos em gaiolas na China e extraímos sua bílis para o processamento de um remédio que não temos certeza se funciona. Tiramos os olhos do boto cor-de-rosa
Andy Sherman
para servir de amuletos contra azar. Arrancamos a machadadas as mãos de gorilas para servirem de cinzeiros sofisticados. Exterminamos e quase extinguimos os elefantes apenas para ter lucro financeiro com suas presas de marfim, e fazemos o mesmo com baleias, que dão suculenta sopa. E muito mais! Ainda assim, nos consideramos mais evoluídos do que nossos reféns! Há aquelas outras situações em que pessoas bem-intencionadas buscam ajudar certas espécies de animais, impedindo-as de serem exterminadas. Mas mesmo sem querer prejudicá-los, ainda assim interferem em sua sociedade, em sua vida. É para um bem a estes animais que se faz isso, mas será que eles também pensam assim? Se o homem conclui que num determinado local há poucos elefantes, basta tirar uns bichos de onde há abundância e colocá-los onde falta. Quando uma espécie passa dos limites e se reproduz demasiadamente, é só introduzir métodos anticoncepcionais pra controlar sua volúpia. Se uma raça está em perigo de extinção, pegamos seu sêmen e
plausível que não consigam resolver problemas que nós mesmos, hoje, já estamos resolvendo. Enfim, a hipótese é tentadora, mas falta uma peça neste quebra-cabeças.
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ABDUTORES HUMANOS — Fazemos o que fazemos com animais que repartem o mesmo planeta conosco mas, quando falamos em abdução, o tema nos revolta. Somos abdutores por excelência durante toda nossa existência, basta que se veja qualquer documentário sobre o mundo animal. Esse é o ponto da questão. E se olharmos um pouco mais longe, mais para cima ou na direção do espaço, faremos outras descobertas e encontraremos novas possibilidades de
ENVOLVIMENTO SEXUAL — Durante o tempo em que permaneci com os ETs, fui tomado por um enorme vazio, uma dor diferente de qualquer uma conhecida. Nesse momento, a “embaixadora de Agali” [Planeta de onde viriam os raptores], dona de poderes de percepção e comando mental, me tirou de um estado adulterado, cuidando para que não me visse tão desprovido de sentimentos. Seria demais continuar com esse assunto? Em absoluto. Sinto a necessidade de expandir essas questões, embora sejam extremamente pessoais e vão de encontro ao interesse de entender os fatores envolvidos numa abdução. Pela literatura ufológica a que tive acesso, não encontrei registros de raptos cujas vítimas não tenham declarado sua insatisfação com a frieza dos seus raptores, principalmente nos casos em que há envolvimento sexual. Antônio Villas Boas, abduziNovembro 2002
do, certa vez comentou durante uma conversa: “Não sei como exprimir o que senti diante daqueles seres e da mulher com a qual fui obrigado a ter uma relação sexual. Num caso desses, não há macho que não fique avacalhado. O efeito mais doloroso de um acontecimento dessa natureza vem da maneira bruta e do descaso com que eles tratam a gente, especialmente no caso de uma relação sexual. É uma coisa triste que fica para sempre doendo n’alma e que médico nenhum cura”. Normalmente, um ato sexual acontece movido pela vontade de duas pessoas. Mesmo que de maneira fugaz, sem nenhum envolvimento emocional e com a possibilidade das pessoas nunca mais se encontrarem, o ato não deixa de ser um contato íntimo entre um homem e uma mulher. Volto ao meu referido livro, em cuja página 74 fiz as seguintes considerações: “Em face daquela ocorrência tão íntima, entendo que Cabalá devia ter se despedido de mim com alguma demonstração de afeto. Pelo que agora me é permitido sentir e escrever, concluo que o mundo de Agali, a despeito da sua adiantada civilização, talvez não possua as formalidades, as cortesias e sensibilidades observadas entre cidadãos da Terra”. Tais declarações partem de um homem que foi obrigado a manter relações sexuais com uma alienígena, ditas por um indivíduo plenamente convencido de que os ETs são superiores tecnoNovembro 2002
A CHEGADA DOS ETS pode ser para breve, mas ela será para o nosso bem, como gostaríamos?
nosso e que, na busca por conhecimento, tenha descoberto nosso mundo em seu “começo de carreira”? Não teríamos nessa uma explicação mais plausível para os relatos de abdução? Como em nossa sociedade existem várias motivações para abduções internas, elas também estariam presentes nas atividades de civilizações mais avançadas. Mas se elas existem, e isso é fato, deve ter uma razão. Nossos visitantes não viriam até aqui apenas para brincar e perturbar o ser humano. No entanto, talvez os motivos das abduções sejam mais simples do que imaginamos ou, em certos casos, do que queremos. Nossos abdutores podem apenas e simplesmente estarem vivendo sua vida como bem entendem, fazendo aquilo que acham certo, e no processo acabam interferindo em nossa sociedade da mesma forma como nós interferimos na dos animais que estudamos. Talvez nossos visitantes espaciais tenham as mesmas dúvidas e anseios que nós: o que somos, de onde viemos e para onde vamos. Por que deveríamos achar que eles detêm o segredo da vida e da existência? Se assim fosse, de nada serviriam as abduções. Enfim, é possível que estejamos atribuindo a eles uma divindade tal qual um indígena que nunca viu a civilização atribui a nós. Philipe Kling David
vida. A julgar pelo que descobriremos, no entanto, talvez vejamos seres supostamente mais avançados que agem muitas vezes tão primitivamente quanto nós. Ou cujas ações, por mais bem-intencionadas que sejam, não nos é compreendida. Vamos imaginar por um momento que a raça humana foi a primeira em todo o Universo a adquirir consciência. Estamos desesperadamente procurando por outras formas de vida lá fora, sendo que a Ciência já admite formas de vidas mais simples em nosso próprio Sistema Solar. Alguns estudos dizem que, em ambientes parecidos com o terrestre a vida, pode se desenvolver até chegar a produzir seres complexos. E imaginemos que consigamos encontrar planetas que já tenham vida em determinados estágios e em constante evolução, seja sozinha ou com um empurrão tecnológico de nossa parte. Será que resistiríamos à tentação de abduzir alguns espécimes dessa nova forma de vida, como fazemos com nossos animais
terrestres. Não tenho dúvidas que isso é mais do que uma possibilidade. Numa analogia muita apropriada, será que antes de nós não existiu outra civilização, que pudesse ter passado por um processo parecido com o
lógica e mentalmente, embora, supostamente, não possuam sentimentos. São frios, indiferentes, insensíveis e não compreendem as nossas emoções. Jamais acariciam ou sorriem. Conseguem o que desejam através de força mental e indução. Nós, seres humanos, valorizamos demonstrações de carinho, não somente as que nos são próprias, mas as de outras espécies, por exemplo. Indiscutíveis demonstrações sentimentais, de afeto ou gratidão, são resultados das centenas de milhões de anos do grau evolutivo do ser humano. Ora, por que seres mais evoluídos não oferecem esse tipo de contato? Baseado no que vi e senti no incidente ufológico que protagonizei, posso afirmar que os alienígenas não sorriem, não derramam lágrimas, não possuem os ingredientes da sensibilidade emocional, fazendo-me acreditar que são outros os componentes psíquicos que os formam, dificultando um possível relacionamento. ANTONIO NELSO TASCA é assessor da Câmara Municipal de Ronda Alta (RS) e autor do livro Um Homem Marcado por ETs [LV-04], lançado pela Biblioteca UFO. Seu endereço é: Caixa Postal 50, 99670-000 Ronda Alta (RS).
MÁQUINA CÓSMICA — Pode ser muito glamouroso nos considerarmos uma peça importante dentro do esquema universal, e tal importância se reflete em sermos usados em abduções para uma finalidade significativa. Mas a realidade pode ser outra. E sermos apenas uma ínfima engrenagem numa gigantesca máquina cósmica parece ter muito menos glamour, ainda que esse cenário se aproxime mais da verdade. Por fim, as abduções talvez não sejam absolutamente nada diferentes do que fazemos aqui na Terra: busca por conhecimento e resposta de perguntas que não conseguimos encontrar em nós mesmos. E esses ETs, em vez de deuses ou demônios, podem simplesmente ser nossos irmãos mais velhos. Um espelho do que podemos um dia nos tornar. PAULO ROGÉRIO ALVES é analista de suporte e consultor da Revista UFO. Seu endereço é: Rua São Virgílio 102, Jardim Taboão, 05741-240 São Paulo (SP). Email: pralves@terra.com.br .
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Pesquisa
A aplicação da hipnose na pesquisa ufológica A hipnose é uma técnica indispensável na remoção da amnésia imposta por ETs nos abduzidos, para que não se lembrem do que passaram Mário Nogueira Rangel
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Derrel Simms, o professor de História David Jacobs, o professor de Engenharia James A. Harder e o professor de inglês Tony Constantino. Há também dois uruguaios, Fábio Puentes, que estudou Economia e mora no Brasil, e Fábio Zerpa, que é professor e diretor de teatro na Argentina. Na Espanha há a autora Magdalena Del Amo, no Chile, o enfermeiro Carlos Muñoz e o psiquiatra Mário Dussel Jurado, e muitos outros em vários países. HIPNOSE EM UFOLOGIA — A hipnose é uma técnica indispensável na remoção da amnésia imposta pelos ETs nos abduzidos – os chamados tempos perdidos ou missing time, termo criado pelo hipnólogo Budd Hopkins. Algumas ocorrências surgiram quando os contatados viajavam, como os casos de Betty e Barney Hill, hipnotizados pelo médico Benjamin Simon, de Boston, e os casos de Beatriz, Gonçalo e Urbana, relatados no livro Seqüestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose [Veja box]. Geralmente ocorre assim: inesperadamente, uma luz intensa se aproxima, provocando falhas mecânicas, elétricas e eletrônicas no carro. Motor, faróis e rádio deixam de funcionar. Quando as vítimas percebem, estão dentro ou perto do veículo estacionado no acostamento, sem saber exatamente o que aconteceu. Notam que já se passaram várias horas. De alguma forma, receberam uma ordem mental para esquecer o que ocorreu Don Carrol
urante quase trinta anos, muitos deles sob ditadura militar, foram proibidos espetáculos ou números de hipnotismo e letargia, de qualquer tipo ou forma, em clubes, auditórios, palcos ou estúdios de rádio e televisão. Em nosso país, houve apenas esse decreto, que nunca foi respeitado, regulamentando a prática da hipnose. Ele levava o número 51.009, era datado de 22 de julho de 1961 e assinado pelo então presidente Jânio Quadros. Foi revogado pelo Decreto 11, de 21 de janeiro de 1991, assinado por Fernando Collor de Mello, presidente na época. Atualmente, não há nenhuma lei vigente no Brasil que regulamente a hipnose. Uma única linha na Lei 5.081, de 24 de agosto de 1966, autoriza o cirurgião-dentista a utilizá-la. O anterior Código de Ética dos Médicos, que não é lei, estabelecia uma série de restrições para que esses profissionais utilizassem a hipnose. Já o atual nem se refere à técnica. O Decreto 53.461, de 21 de janeiro de 1964, que regulamenta a profissão de psicólogo, foi sancionado com veto aos artigos do projeto que se referiam à utilização desta ferramenta. No Brasil, como na maioria dos países do mundo, qualquer pessoa pode praticar a hipnose, independente de graduação universitária. Isso, obviamente, não autoriza o hipnólogo leigo a praticar Psicologia, Medicina ou Odontologia, mas nada impede que seja um auxiliar desses profissionais
nessas áreas, ou atue em outras. Quanto à utilização da técnica na pesquisa ufológica, alguns dos mais destacados pesquisadores do mundo não têm nível universitário ou se formaram em cursos que nada têm a ver com a área da saúde. Entre os brasileiros estão o engenheiro José Luiz Lanhoso Martins Filho, o parapsicólogo Álvaro Fernandes, o advogado Palmor Brandão Carapeços, Pedro Reis Louzada e o funcionário público José Júlio Rodrigues. Entre os norte-americanos, o influente ufólogo e artista plástico Budd Hopkins, o ex-militar e ex-funcionário da CIA
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durante a abdução – e Quando se hipnotiza saído para um passeio breve e que voltou muicomo os ETs são extremamente competentes, abduzidos, descobrimos tas horas depois do hoconseguem uma enorme que quase sempre os rário de sua refeição, sem saber onde tinha estado. profundidade hipnótica, contatados foram Seu primo não sabia exaparentemente, em níveis diferentes dos que nós levados à força para plicar o que tinha acontecido. Todos estavam atingimos. Só outra hipdentro das naves, nervosos e chorando nose pode remover rapiexaminados e muito. Lembrava-se apedamente a parte mais superficial dessa amnésia. submetidos a dolorosas nas de ter sido atingida por uma luz forte. Essa Na grande maioria dos cirurgias feitas por situação foi vivenciada casos, esse trabalho é muito emocionante para alienígenas. Mas nada durante a regressão. O primo morreu de o abduzido e assistentes porque provoca fortíssi- se recordam na maioria uma doença rara pouco tempo depois. Urbana fimas reações. Ao regredir das vezes cou assustada com essa ao momento em que se deparou pela primeira vez com o UFO e experiência por alguns dias e lembrou-se sua tripulação, o abduzido revive todo o apenas parcialmente do fato, mas ficou susto, medo, raiva e sensação de impotên- feliz por ter eliminado uma dúvida que cia por que passou no momento em que sempre carregou. Quando as hipnoses de essa violência foi perpetrada. E freqüen- casos ufológicos são realizadas, geralmente muitos anos depois do fato, descobritemente chora abundantemente. Algo de muito importante ocorre obri- mos que quase sempre os contatados fogatoriamente no cérebro dele nesse mo- ram levados à revelia para dentro de namento. Imagino simbolicamente que es- ves, examinados e submetidos a dolorosas informações estavam escondidas numa sas cirurgias feitas por alienígenas. Exis“gaveta” secreta da memória e saem com tem casos em que sonhos são confundienorme força após anos de “prisão”. Ur- dos com eventos ufológicos, por isso é nebana, por exemplo, segundo a história con- cessário extremo cuidado na investigação. tada no capítulo 58 de Seqüestros Alienígenas, foi abduzida aos três anos e per- ALUCINAÇÃO HIPNOPÔMPICA — Em determaneceu em amnésia até os 41. Após 38 minada ocasião, fui com um ufólogo na anos desconhecendo uma parte importan- casa de um rico empresário em São Paute de sua vida, quando provavelmente lo, que supunha ter sido submetido a um nasceu uma fotofobia e alguns traumas exame médico extraterrestre após o almoque tem até hoje, vivenciou profundas ço, enquanto dormia num luxuoso hotel emoções durante a regressão. Como hoje em Acapulco, México. Ele se lembrava ela é uma bem sucedida psicóloga, sei que que estranhos seres baixos, magros, com aceitará, desde que mantida confidencia- cabeças grandes e calvas haviam entrado lidade, uma pesquisa científica que pos- pela sacada, se aproximado de sua cama e sa ajudar a Humanidade e ela mesma a lhe aplicado injeções. Sob hipnose ele corsaberem o que se passou no seu cérebro. rigiu o horário do suposto contato, que teEla foi arrancada dos ombros de um pri- ria se dado ao amanhecer, e disse que foi mo de 35 anos de idade com quem brin- um sonho muito real, durante o qual seu cava. Foi suspensa por uma luz, durante corpo ficou rijo. É sabido que as paralisio dia num bairro movimentado de São as do sono provocam rigidez no corpo, imPaulo, e levada para dentro de uma nave pedindo os movimentos e a fala durante fortemente iluminada. alguns minutos em pesChorando muito, Urbana foi agarrada soas saudáveis – e são e carregada nos braços por um ser horrí- concomitantes a sonhos vel. Ficou apavorada, reproduzindo essas que parecem reais. sensações durante a regressão. No final Essas reações são esdela, estava com os olhos vermelhos, re- tudadas com equipamensultado do choque luminoso revivido por tos computadorizados seu organismo, o que autentica o relato, já em laboratórios do sono, que é impossível a uma pessoa produzir como os do Hospital Alessa reação intencionalmente. O doutor em bert Einstein e da FaculPsicologia também hipnólogo que a apre- dade Federal de Medicisentou a mim, assistiu assustado a essa re- na, em São Paulo. Os sogressão, que foi seu primeiro contato com nhos provocam moviuma pesquisa ufológica. Ela pediu a re- mentos rápidos no globo gressão porque se lembrava apenas de ter ocular, facilmente visíBiblioteca UFO
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O inconsciente responde aos seqüestros Informações importantes para a Ufologia se perdem devido à amnésia imposta pelos ETs em muitos casos de contato, tornando-se um dos maiores entraves à descoberta de suas reais intenções. Experiências de missing time são mais comuns do que se imagina. Quase 300 casos de abdução são conhecidos no Brasil, mas estima-se que representem apenas 1% do total. Ridicularização e incredulidade quanto aos UFOs acabam por afastar os envolvidos, que dificilmente procuram um ufólogo para tentar explicar o inexplicável. Some a tudo isso a amnésia induzida e teremos um quadro que justifica tal silêncio. Mas entre os que expõem suas experiências, alguns são submetidos a uma das técnicas que auxiliam o trabalho do ufólogo que mais se destaca: a hipnose regressiva. Mário Rangel, autor do livro Seqüestros Alienígenas [LV-07 da Biblioteca UFO], é um dos estudiosos dessa área. Sua obra narra casos de abdução pesquisados e comprovados com o uso da hipnose. As vítimas relatam diálogos com ETs (alguns telepáticos), detalham implantes e desenham o local para onde foram levadas por seus seqüestradores. Nas sessões de hipnose realizadas, não se contradizem e ainda reforçam detalhes dessas lembranças inconscientes. Rangel narra diversos casos por ele investigados e como as abduções influenciaram a vida dos abduzidos. Sua obra é um estudo valioso para a compreensão do mecanismo que envolve a abdução. E a dedicação à pesquisa através da hipnose “séria”, como o autor gosta de frisar, é fundamental. “É perfeitamente possível sugerir informações ou induzir lembranças aos hipnotizados. Mas somente uma análise séria e cautelosa irá concluir se o relato constitui mesmo uma ocorrência ufológica autêntica”. Seu livro pode ser adquirido através do encarte das páginas centrais dessa edição.
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Fotos cortesia Mário Rangel
veis por um observador, chamaOs alienígenas provocam esquecimento nos A fabricação e aperfeiçoamendos de Rapid Eyes Movement abduzidos através da manipulação da memória. to do PET e outros equipamentos (REM), freqüentes em hipnotiza- Esse período sem referências é chamado de mis- levarão a descoberta do local do cédos. Quando o sonho é sobre um sing time ou tempo perdido. A hipnose é um recur- rebro onde se instala a amnésia e baile ou uma cavalgada, por exem- so muito importante para sua remoção. Entretan- para onde vão as informações replo, a pessoa saberá que não foi to, a técnica está muito aquém da capacidade alie- cuperadas. Uma das possibilidades um fato real, pois isso não poderia nígena de bloquear lembranças de abduções. Pes- é de que um cientista interessado e ocorrer em seu quarto. Mas se so- soas que são submetidas à regressão apresentam que disponha do equipamento aceinha com um ente querido já fale- reações orgânicas que não podem ser produzidas te associar-se a um hipnólogo escido ou com um ET que veio fazer intencionalmente – como pavor, suor, vômito e olhos pecializado em Ufologia e examium exame médico ou dar uma vermelhos – e autenticam o relato de seqüestro. O ne um abduzido no exato momenmensagem, de boa-fé pensará que hipnólogo não deve influenciar o hipnotizado com to em que é utilizado o signo sinal e foram fatos reais. Quando o sonho perguntas sugestivas que possam gerar falsas removida a amnésia. Assim será acontece logo antes de dormir, é memórias, e precisa distingüir uma alucinação de comprovada cientificamente a auchamado de alucinação hipnagó- um sonho. A partir da hipnose feita pelo autor em tenticidade do esquecimento imposgica, e quando ocorre ao acordar é companhia do pesquisador S. Saga [na foto], Ed- to por ETs. Sobre o assunto, sugiro a alucinação hipnopômpica, sem- gar [detalhe] lembrou-se que sua amnésia era re- a leitura do livro Abduções: Contatos com ETs [LL-67 no encarte das pre no estado intermediásultado de uma abdução ocorrida em páginas centrais], publicado pela rio entre a vigília e o sono. maio de 1999. Recordou que foi subEditora Educare e escrito pelo proMuitas vezes, quem metido a uma delicada cirurgia denfessor de Psiquiatria da Harvard sonha se assusta, tenta se tro de um disco voador. Medical School John Mack. mover e gritar, mas constata que está paralisado e só consegue emitir débeis SONHOS EM HIPNOSE — O hipnotigrunhidos. O hipnólogo zado em estado sonambúlico pode que se dedica ao estudo sonhar obedecendo ou não um rodas ocorrências ufológicas teiro estabelecido pelo hipnólogo. precisa estar atento a essas Vamos imaginar que o hipnólogo possibilidades, para não proponha o seguinte: “Quando eu julgar verdadeiras as alucinações do contar até cinco, você vai sonhar sono. Nos últimos anos foram feidurante quatro minutos que está tos estudos que comprovaram o surem seu baile de formatura com um gimento de falsas memórias. Sollindo vestido azul, uma rosa verdados norte-americanos que voltamelha de seda nos cabelos, e é a ram de guerras deram depoimenpessoa mais bonita do salão. O tos sobre momentos de grande ingarçom servirá champanhe, que segurança e risco. Verificou-se que em nova sor Marti Minsky, do Massachusetts Ins- você tomará, e logo depois chegará um entrevista, anos depois, muitos haviam al- titute of Technology (MIT). A Tomo- simpático rapaz, que a tira para dançar.” terado a história originalmente contada, grafia de Ressonância Funcional (FMRI) Podem ocorrer inúmeras variações quancom tendência à invenção de atos heróicos e a Tomografia por Emissão de Pósitrons to a essa sugestão. A pessoa pode sonhar que teriam praticado. Outros estudos com (PET) permitem um estudo computado- exatamente isso ou não sonha nada. Pode alunos de universidades determinaram que rizado detalhado, em tempo real, do fun- ainda mudar a cor do vestido no sonho, é possível criar-se falsas memórias com ou cionamento do cérebro, através de mi- ou eliminar a rosa. Ou tudo pode ocorrer sem a utilização da hipnose, como citado lhares de imagens multicoloridas instan- conforme foi sugerido, mas a pessoa não na obra Los Falsos Recuerdos, de Marga- tâneas, em um só exame de poucos mi- se sentirá a mais bonita do salão. Pode rita Diges, da Editora Paidós. nutos – inclusive permitindo visualiza- acontecer ainda que quem a tira para dançar é o pai, o professor ou outra pessoa, ção em terceira dimensão. FALSAS MEMÓRIAS — Deve-se notar que o Sabendo-se que quanto mais ativa não quem se sugeriu, ou que ela tenha um hipnotizado tem tendência a querer agra- for a região do cérebro, mais colorida sonho completamente diferente etc. dar o hipnotizador. Se for perguntado a fica, julgo válido presumir que a amnéGeralmente, a pessoa sonhará o que um abduzido durante a regressão de idade sia imposta por ETs supostamente ocu- lhe foi sugerido, ou algo muito parecido. se o ET tem algum emblema na roupa, pa uma parte escura do órgão. O exato Se estiver ligada a um eletroencefalógrapor exemplo, ele pode responder que sim, momento em que a hipnose desbloqueia fo [Aparelho que monitora atividade das pensando em agradar o hipnotizador, e a amnésia imposta deve provocar uma ondas cerebrais a partir de sensores coimaginará ou descreverá o desenho do incrível movimentação de cores, ao te- locados na cabeça], veremos que ela não emblema. Nenhuma pergunta sugestiva oricamente ligar milhares ou milhões de está realmente dormindo, mas apenas repode ser feita ao hipnotizado, porque isso neurônios que estavam inoperantes na laxada, em um estado alterado de conscipode criar uma falsa memória. gaveta do esquecimento. É possível ência chamado alfa. O curioso é que seus Nos últimos anos foram inventados numa hipnose se implantar o “signo si- globos oculares se movem com o REM e, equipamentos que possibilitam estudar nal”, um código que pode ser uma pala- por estar monitorada, ao voltar ao estado detalhadamente a atividade cerebral hu- vra, som, cheiro, sabor, gesto etc, que de vigília terá a completa certeza de ter mana que atua como uma confederação permitirá que as demais hipnoses ocor- sonhado com muita nitidez. Também esde computadores cooperantes ou uma ram quase instantaneamente pelo sim- tará certa de que não houve um evento ufológico, espírita ou outro qualquer. sociedade da mente, segundo o profes- ples uso da convenção adotada. 32
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Considerações médicas sobre uma dramática abdução Max Berezovski, convidado especial
A ABDUÇÃO de Gonçalo: alienígenas param seu caminhão na estrada e o controlam mentalmente Novembro 2002
veu como “excessivamente quente e com Sol azulado”. Durante a regressão, transpirou abundantemente. Gonçalo não poderia de maneira alguma provocar voluntariamente tão intensa sudorese. Isso ocorreu porque a hipnose o regrediu à data da abdução e seu cérebro reproduziu exatamente a reação que teve naquela ocasião. MUITA ADRENALINA — O suor é produto da secreção de glândulas sudoríparas, cujos canais se abrem na superfície da pele, através dos poros. O sistema nervoso vegetativo regula todas as funções do organismo como pulmão, coração, estômago etc, bem como a atividade dessas glândulas, que não são voluntárias. Quando o calor é mais forte, através de um sistema químico e neurológico, ocorre um aumento da função das glândulas sudoríparas. Sensores na pele comuni-
cam à base do cérebro que estão recebendo calor. O tálamo passa essa informação à hipófise, que provoca um estresse, e a informação chega à suprarenal que, em atitude de defesa, gera adrenalina ou cortisona. A adrenalina provoca transpiração, vômito, excitação, palpitação, palidez e distúrbios neurovegetativos. O mecanismo da regulagem está no inconsciente. Sob hipnose, Gonçalo mencionou também que lhe foi aplicada uma injeção. Além disso, tomou água, que considerou boa, e respirou um ar diferente. O resultado do exame laboratorial poderia indicar algo a respeito. Há também a possibilidade do vômito ser uma reação neurovegetativa decorrente do estresse pelo qual passou. Cólica renal, anestesia e enxaqueca também podem provocar vômito. Um fato qualquer gera um sentimento, uma emoção que também causa transpiração ou palpitação. Através da hipnose regressiva é possível identificar a origem da emoção que eventualmente está introjetada numa pessoa, provocando tais sintomas. A técnica fez com que Gonçalo revivesse as mesmas reações que teve ao ser abduzido há 28 anos. Essa é uma prova da autenticidade de seu depoimento – e uma confirmação de que a memória dos acontecimentos permanece íntegra, embora os ETs provoquem freqüentemente amnésias que ainda não conseguimos recuperar.
Jamil Vila Nova
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o livro Seqüestros Alienígenas, Investigando Ufologia com e sem Hipnose [LV-07], o autor Mário Rangel relata dois episódios curiosos no capítulo 28 sobre o Caso Gonçalo. O pseudônimo adotado – Gonçalo –, que começa com a sétima letra do alfabeto, indica que o começo da pesquisa ocorreu em 1986, sétimo ano da atuação de Rangel na área ufológica. Em 12 de novembro desse ano iniciou-se o processo de hipnose no motorista que, na época, tinha 47 anos. Em vigília ele nos contou que em 1958, aos 19 anos, saiu do Rio de Janeiro dirigindo um caminhão carregado em direção à Barbacena (MG). Próximo de seu destino, entre 22:30 h e 23:00 h, avistou uma luz muito intensa. Inexplicavelmente, o motor parou, os faróis apagaram e Gonçalo conduziu o veículo para o acostamento. Ao acordar, estava embaixo do caminhão. Eram 05:00 h da madrugada. Ao entrar na cabine, Gonçalo vomitou, ficando com gosto desagradável na boca. Após seu relato, Rangel iniciou a hipnose regressiva, enquanto este autor gravava os trabalhos. Pouco depois, prossegui pessoalmente com a hipnose e Rangel a encerrou. Quando chegou em sua casa, após a primeira hipnose, Gonçalo vomitou novamente e afirmou ter sentido o mesmo péssimo sabor de 28 anos antes. Durante as regressões, realizadas em noites frescas de primavera, na cidade de São Paulo, Gonçalo contou que foi levado pelos abdutores a uma pequena cidade, que desenhou e descre-
MAX BEREZOVSKI é médico, hipnólogo e um dos grandes pioneiros da Ufologia Brasileira. Foi fundador e presidente da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX). Seu e-mail é: condor2@uol.com.br.
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UM IMPORTANTE SONHO — Hipnotizei ambas ao mesmo tempo, e quando tinham atingido o estado sonambúlico, o mais profundo conseguido por um hipnólogo terráqueo, pedi à filha esquecida que tivesse novamente o mesmo sonho com seu pai. E pedi a telepata que o assistisse. Lembro que a hipnose feita por ETs atinge uma profundidade muito maior do que essa. Implantei o mesmo signo sinal para ambas, o que me permitiria hipnotizá-las novamente com muita rapidez, caso precisasse. Quando voltaram ao estado de vigília, ambas disseram ter sonhado. Quando a telepata contou o que sonhara, a filha ficou emocionada e confirmou as informações. Ela captou exatamente o sonho da senhora. Mas na hora de anotarem o endereço, a surpresa: o velho pai não o tinha informado. Não havia porque a filha sentir remorso. Em outra ocasião, por indicação de um psicólogo amigo, fui visitado em minha residência por um casal, ele dentista e ela contadora. Ambos queriam ser hipnotizados e quando os atendi, individualmente, implantei o mesmo signo sinal. As hipnoses foram profundas e eles atingiram o estado so-
recolocado em sua nambúlico. Logo decama, com taquicardia, pois, ambos se sentaram ele precisou ir ao bacom os ombros encosnheiro, onde cuspiu santados e os hipnotizei gue. A partir de então, conjuntamente. Pedi passou a ter medo de então ao marido que tidormir e do escuro. Baivesse um sonho qualxou seu rendimento quer, e a ela que o assisprofissional, rompeu tisse. Em seguida, ela é com sua namorada e quem deveria sonhar e passou a ser ridiculariele acompanharia. Ao zado pelos poucos paretornarem ao estado de rentes e amigos a quem vigília, cada um contou contou essa história. o sonho do outro e amCerca de seis meses bos confirmaram a depois, ele se lembrou exatidão. Sonharam de muitas coisas, inclucom a viagem de luaA hipnose feita por sive que sofreu uma dede-mel que ainda não ETs em seres humanos licada cirurgia a bordo tinham feito, à Europa, atinge profundidade muito do disco voador, e a parembora em países e ammaior do que a que os tir do desbloqueio da bientes diferentes. amnésia perdeu os meEles ficaram entusiufólogos realizam dos, normalizou sua asmados pela possibilidade de que esses possam ser os famosos vida profissional e pessoal. A hipnose foi sonhos pré-cognitivos que se tornam reali- profunda e demorei tentando descobrir se dade. Meu pai, que era médico, faleceu em ele teve uma alucinação hipnagógica. Du10 de maio de 1957. Alguns anos depois, rante todo o tempo, ele garantiu que sofreu minha mãe acordou à noite ouvindo a voz uma abdução e, em seguida, uma cirurgia, dele: “Minha filha, você tem direitos no além de um tratamento pós-operatório esHospital do Servidor e no Estado”. Na tranho. O pesquisador S. Saga acompanhou manhã seguinte, ela telefonou para verifi- a regressão e ficou muito impressionado car o assunto e foi informada que não pos- com os recursos da hipnose. A pedido de suía nada, visto que o hospital começou a um dos organizadores do congresso, fiz funcionar um ano após a morte dele. Dias uma breve menção ao caso durante minha depois, conversando com um advogado, palestra, dizendo que a abdução parecia ausoube que deveria receber uma pensão, e a têntica. Não resta dúvidas de que os ETs requereu, podendo utilizar-se do Hospital têm capacidades hipnóticas verdadeirado Servidor, o que a beneficiou muito. Esse mente superiores as nossas. é outro exemplo de como as coisas funcionam com a hipnose e os sonhos. Na tarde de 07 de abril de 2002, fiz uma MÁRIO NOGUEIRA RANGEL é hipnólogo e palestra durante o II Encontro Ufológico membro do Conselho Editorial da Revisde Peruíbe (SP). Nessa manhã, eu tinha feito ta UFO. Escreveu o livro Seqüestros Alieuma hipnose regressiva em um trabalha- nígenas, Investigando Ufologia com e sem dor da construção civil chamado Edgar, que Hipnose [Biblioteca UFO LV-07]. Seu enconscientemente se lembrava de ter sido ab- dereço é: Caixa Postal 28204, 01234duzido quando estava quase dormindo, por 990 São Paulo (SP). E-mail: mario.ranvolta das 23:00 h, em maio de 1999. Ao ser gel@terra.com.br. Yvan Schullman
Um senhor com cerca de 80 anos viajou sozinho em férias para a Índia. Muito tempo após a data prevista para voltar, ele não havia retornado nem enviado informações. Sua filha, que morava na Alemanha, sonhou que ele lhe informava seu endereço. Acordou no meio da noite, pensou em anotá-lo, mas dormiu novamente. Pela manhã, lembrava-se nitidamente do sonho, mas tinha esquecido o endereço. Logo depois ela voltou ao Brasil para visitar alguns parentes, com um enorme sentimento de culpa. Por indicação de um conhecido comum, ela pediu-me que a hipnotizasse para recordar o sonho. Convidei também uma senhorita que atinge hipnose profunda e que havia demonstrado habilidades telepáticas. Sentaram-se lado a lado num sofá, ombros encostados. Coloquei próxima a elas uma prancheta com papel e lápis, para anotações.
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História
O homem é resultado de experiências de ETs Em contato de terceiro grau no Rio de Janeiro, aliens informam que a vida na Terra é parte de uma operação de colonização planetária Marco Petit, co-editor
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Janeiro, tive dificuldade em aceitar algumas das afirmações da jovem, que se distanciavam da teoria da intervenção genética alienígena. Segundo ela, nossa Humanidade seria descendente direta de um processo de colonização extraterrestre. Essa teoria estimulou uma profunda reflexão de minhas convicções. Segundo seu relato, Lucy tinha o costume de sair após o almoço para ler alguns de seus livros, escolhia a margem de um dos lagos criados pela barragem de uma usina hidrelétrica, em Santanésia, pequena cidade próxima de Barra do Piraí, no interior do Estado do Rio. CRIATURA MISTERIOSA — Em uma dessas tardes, em meio à leitura, observou, repentinamente, a aproximação de um misterioso ser. Parecia, à primeira vista, um homem comum, mas pouco depois Lucy se surpreendeu. A criatura vestia uma roupa branca, bem ajustada ao corpo, emendada aos sapatos. Sua testa era muito grande, mas não por calvície. Tinha cabelos lisos, ralos e quase brancos. As orelhas eram pontudas e sem lóbulo, o nariz muito afilado e os olhos impressionavam pela cor, entre o amarelo e o castanho, pareciam refletir o verde da vegetação. Não tinha barbas, sobrancelhas, nem pestanas. Sua voz era grave, mas, segundo a contatada, não falava como uma pessoa comum. Era de rara e sensí-
vel beleza, e parecia irradiar uma espécie de claridade, ou aura de paz. Seus traços eram delicados e jovens, o que tornava muito difícil definir com exatidão sua idade. Lucy continuou observando atentamente o estranho ser, que começou a falar-lhe da grandiosidade do Universo e da possibilidade da existência de vida similar a nossa em outros mundos. Segundo ele, tais planetas estariam divididos em dois grupos: os que estão em um estágio muito atrasado em relação a nós e aqueles a milhares de séculos à frente. Em princípio, não era errônea a teoria evolucionista de Charles Darwin. Em muitos planetas, a vida começou e evoluiu naturalmente, até formas mais avançadas, sem qualquer tipo de intervenção externa. Mas, em outros, ela poderia ter sido como que plantada, como no caso da
MANIPULAÇÃO e engenharia genética são algumas das ferramentas dos aliens para povoar a Terra, e nela inserir o ser humano, segundo informações de um ET
Arquivo UFO
o final da década de 60, o suíço Erich von Däniken lançou a idéia de que o ser humano havia sido criado através da intervenção genética de uma raça extraterrestre em criaturas do planeta, e defendia esta teoria em seu polêmico livro Eram os Deuses Astronautas?. Segundo Däniken, e outros pesquisadores dos mistérios de nosso passado, que surgiam naquela época, representantes de uma ou mais raças de alienígenas estariam até mesmo por trás das aparições de deuses e anjos narradas nos livros sagrados de vários povos. Evidentemente, essas noções revolucionárias provocaram muita polêmica, mas ganharam terreno e progressiva aceitação, inclusive, por parte dos estudiosos que se dedicavam a pesquisar os fenômenos na chamada Era Moderna dos Discos Voadores. O que Däniken e seus seguidores não sabiam, no entanto, é que mais de 10 anos antes de seu primeiro livro ser publicado, no interior do Estado do Rio de Janeiro, a jovem Lucy Gallucci, de 18 anos, já havia recebido, através de um contato de 3º grau, detalhes surpreendentes sobre nossa origem e relação com várias raças extraplanetárias. Confesso que, ao tomar conhecimento do caso, através da professora Irene Granchi, e posteriormente conhecer Lucy em uma reunião da Associação de Pesquisas Exobiológicas (APEX), do Rio de
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VIDA PRIMORDIAL — Os registros fósseis de vida microscópica e microbiana mais remotos foram encontrados em metassedimentos com 3,8 bilhões de anos, na Groenlândia, e em rochas sedimentares, com 3,5 bilhões, na Austrália ocidental e sul da África. Um dos principais entraves à compreensão dos processos que levaram ao aparecimento da vida na Terra é a ine36
águas, criando uma espécie de sopa orgânica. Além disso, teria surgido, acidentalmente, uma molécula capacitada a gerar duplicatas grosseiras de si mesma, utilizando-se de outras moléculas de seu meio ambiente. Nascia, assim, o ancestral mais remoto do ácido desoxirribonucléico, o chamado DNA. Com o passar do tempo, as moléculas teriam progredido, cada uma tendo uma função particular. E começaram, então, a se agrupar, dando origem à primeira célula. Mas como já revelamos, não existe o menor sinal dos primeiros organismos, que, supostamente, teriam surgido no planeta. A única evidência de sua existência é o grau de complexidade das mais antigas formas de vida detectadas nos extratos geológicos. Por outro lado, surgiram cientistas defendendo a teoria de que a vida na Terra teve origem no espaço. As idéias centrais dos defensores da teoria da Panspermia, como é conhecida, dão conta de que a vida se originou de cometas ou outros corpos, tais como esporos, que atingi-
xistência de extratos geológicos do período pré-biótico de nosso planeta. Na verdade, uma parte da história da Terra foi apagada por sua própria atividade geológica. As formas de vida mais antigas detectadas já são exemplares razoavelmente sofisticados: as algas azul-esverdeadas. Mas o que aconteceu antes? Segundo a maioria de nossos cientistas, naquela época, descargas elétricas da atmosfera primitiva, e os raios ultravioletas, provenientes do Sol, quebravam moléculas simples, ricas em hidrogênio. Seus fragmentos, no entanto, se combinavam novamente, gerando cada vez arranjos e moléculas mais complexas. O resultado desta química incipiente se dissolvia nas
Unique Graphics
Mirre
Terra, que possuía condições favoráveis de clima, ar e luz. Logo após dizer tudo isso, a criatura se afastou de Lucy e desapareceu. Até aquele momento, a contatada não tinha interpretado sob o prisma ufológico sua experiência. Ela chegou a mencionar, certa vez, que não havia notado se o ser mexia os lábios para falar ou se a comunicação havia se dado através de algum tipo de telepatia. É evidente que as informações recebidas em Santanésia, que são, inclusive, semelhantes às captadas através de outros contatos mais recentes, entram em total desacordo com as propostas da Paleontologia e, principalmente, da Antropologia, pertinentes ao problema da origem de nossa espécie – para a qual o homem seria o resultado de uma longa evolução biológica, ocorrida em nosso planeta sem a participação de qualquer interferência externa. Segundo os antropólogos, isto estaria mais que comprovado. Mas estaria mesmo? Ao contrário do que as pessoas podem imaginar, os achados paleontológicos e antropológicos, de forma alguma, estão em condições de comprovar tais noções. Inicialmente, estudos dos extratos geológicos não revelam uma evolução gradual da vida desde seu surgimento. Pelo contrário, mostram saltos evolutivos bem definidos e inesperados. Estes saltos chegaram a incomodar o próprio Darwin, que via nesta constatação a principal evidência contra sua teoria. Ele afirma isso textualmente em seu livro A Origem das Espécies: “Por que, então, todas as formações geológicas e extratos não são ricos em formas intermediárias? Por certo, a Geologia não revela nenhuma cadeia orgânica perfeitamente graduada; e talvez seja esta a mais grave objeção que possa ser anteposta à minha teoria”. Outros cientistas acreditam ainda que a vida pode ter surgido quase imediatamente ao processo de solidificação da crosta terrestre, por volta de 4,6 bilhões de anos atrás. Ainda de acordo com essa corrente do pensamento, ela também pode ter sido extinta por processos esterilizantes, resultado de impactos de grandes bólidos, freqüentes nos primórdios de nosso Sistema Solar.
Êxodo e desenvolvimento da raça humana Marco Petit, co-editor
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s revelações feitas pelo estranho ser visto por Lucy Gallucci instigam profundas reflexões acerca da origem humana no planeta Terra e da possível relação entre os mundos. A criatura pediu a Lucy que imaginasse um tempo em que certos planetas teriam chegado a um estágio de superpopulação que, mesmo controlando a natalidade, o governo só permitiria o nascimento de uma criança quando morresse alguém. Em pouco tempo, problemas insuperáveis surgiram, segundo a criatura. Assim, feitas as previsões estatísticas, os seres procuraram planejar algum tipo de solução. E chegaram à conclusão de que a mais viável seria um êxodo
em massa, para mundos que tivessem conformação semelhante, com possibilidade de vida, ou mesmo vegetação e animais em estágio inicial de evolução. Cuidadosamente, o transporte foi planejado e os planetas a serem colonizados, escolhidos, bem como sua flora e fauna, que seriam devidamente controladas. Além disso, as condições climáticas de seus continentes e mares foram examinadas minuciosamente. Foram ainda escolhidos os seres, preparados para a vida em seu novo lar, onde nada faltaria, pois os contatos com seus planetas de origem continuariam normalmente. Um dos mundos escolhidos, a Terra, receberia povos oriundos de três planetas diferentes e que, apesar de apresentarem características muito peculiares, poNovembro 2002
SEMEADURA DE VIDA — É evidente que esta crítica não faz muito sentido, pois a questão inicial é como surgiu a vida no planeta, e não no Universo, que, diga-se de passagem, é muito mais antigo. Mas Francis Crick iria mais longe. No livro Life Itself, ele defende a idéia de que a vida pode ter sido semeada, “plantada” no planeta através da interferência direta de uma civilização extraterrestre, que já viajava pelo Universo há bilhões de anos. Já o biólogo Orlando Barbosa Júnior, escreveu Novas Postulações Sobre a Origem da Vida à Luz da Panspermia Cósmica Dirigida, em que ressalta uma série de detalhes e fatos contra a idéia de que a vida apareceu no planeta por um aci-
deriam, com o passar do tempo, fundir-se em uma única raça. De acordo com a narrativa do estranho ser, cada um dos três grupos de colonizadores foi trazido para o continente cujo clima e a temperatura mais se aproximavam de seu planeta de origem. Durante muito tempo esses povos teriam lutado para ambientarse. Cresceram, se expandiram e, ao se relacionar entre si, deram origem a novas raças – sempre visitados e orientados por grupos especiais de seus mundos. PROTEÇÃO CÓSMICA — Mas os hábitos foram se modificando com o passar do tempo. Alguns conseguiram aprimorar sua cultura e ciência. Já outros, entretanto, regrediram até a brutalidade. As condições climáticas, cataclismos, inundações e terremotos também influíram negativamente na mentalidade daqueles povos. Os que estavam melhores recolheram-se de forma egoísta, e se separaram. Construíram muraNovembro 2002
dente, de forma meramente casual. Talvez as primeiras formas de vida a habitarem o planeta tenham sido as já registradas nos extratos geológicos mais antigos. Se esta idéia é correta, a vida definitivamente veio de fora, semeada por alguém. O próprio Carl Sagan defendeu a idéia de
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Enquanto a Antropologia não encontra explicação razoável para a origem e evolução da vida na Terra, até o surgimento do ser humano, a Ufologia propõe algumas alternativas baseadas em relatos concretos de contatos com extraterrestres
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que as algas azul-esverdeadas poderiam, inclusive, ser usadas para transformar as condições ambientais de Vênus, minimizando seu efeito estufa. Sabemos hoje, inclusive, que a atmosfera rica em oxigênio de nosso mundo começou a ser gerada por estas algas. ORIGEM DO HOMEM — De acordo com a Antropologia, nosso mais antigo ancestral já identificado seria o chamado Ramapithecus, que teria vivido na África, Europa e Ásia, entre 14 e 8 milhões de anos atrás. Mas para que se tenha uma idéia da verdadeira situação, devemos ressaltar que o material fóssil disponível desta criatura se restringe a poucos dentes e ossos de mandíbulas. Alguns antropólogos têm dúvidas, inclusive, da ligação do Ramapithecus com a linha evolutiva, que supostamente levaria ao surgimento do homem. Em seguida, teríamos o chamado Australopithecus aferensis, cujos últimos achados parecem fixar seu aparecimento por volta de 5 milhões de anos atrás. Esta criatura teria vivido exclusivamente na África e, para muitos, seria um descendente M. Willians
ram o planeta em seus primórdios. Entre os defensores destas idéias estão nomes importantes dentro da comunidade científica internacional, como o astrônomo inglês Fred Hoyle e do prêmio Nobel Francis Crick, o descobridor da estrutura molecular do DNA. Os críticos desta teoria sustentam, entretanto, que ela não explica como a vida surgiu, transferindo o problema para outras regiões do espaço.
lhas, monumentos. Alguns passaram a viver de forma luxuosa, formando clãs. E inventaram deuses, com o objetivo de dominar os mais ignorantes. Outros migraram para pontos diversos do planeta, onde, infalivelmente, mudaram de hábitos e acabaram esquecendo de suas origens, sendo também esquecidos. Contudo, de acordo com o relato da criatura à Lucy, o maior e mais poderoso dos grupos revoltou-se contra seu planeta. Os integrantes desta facção se sentiam prejudicados e não queriam mais aceitar a tutela de protetores. Tornaram-se uma espécie de ameaça à paz de seu planeta de origem. Finalmente, o conselho instituído para cuidar do assunto decidiu cortar os laços en-
tre a Terra e os demais planetas, por tempo indeterminado, devido à impossibilidade de controlar a situação. Providências drásticas foram tomadas, então, para impedir viagens interplanetárias a partir da Terra, como a criação de um órgão para acompanhar o que aqui ocorria – porém, com um mínimo de interferência que, caso necessária, não deveria ser notada. O povo da Terra teria sido, dessa maneira, entregue a própria sorte, ao menos aparentemente. E as pessoas foram esquecendo de sua origem. Civilizações surgiram e desapareceram. Guerras e cataclismos mudaram a face do planeta e dos homens. E estes sempre regredindo, sob o olhar atento ds observadores cósmicos. Algumas vezes entrevistos e incompreendidos, eles ainda aguardam a possibilidade de reatar antigos elos que nos unem.
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direto do Ramapithecus. Mas, como per- maneira surpreendente, esta criatura, tão pegadas de pés calçados solidificadas em cebemos, existe uma grande lacuna de tem- próxima do homem moderno em termos uma camada geológica de 500 milhões de po entre as duas espécies. Falando de ma- temporais, apresenta, apesar de um cére- anos. Teriam sido produzidas, provavelneira objetiva, não existe prova fóssil que bro tão grande quanto o nosso, uma capa- mente, por sapatos ou botas semelhantes cidade intracraniana superior, característi- as nossas atuais, e nos levam a supor que a confirme tal descendência e ligação. Há ainda outros dois tipos de Australo- cas extremamente primitivas, o que acaba criatura que as deixou devia ser muito sepithecus. O chamado africanus (ou grácil), representando um retrocesso em termos melhante ao homem atual. Esta descoberta que teria surgido no planeta por volta de 3 evolutivos. Apesar disso, foi durante mui- foi realizada pelo chamado caçador de fósmilhões de anos atrás, com altura entre 1 e to tempo considerado como ancestral ime- seis, W. J. Meiter. Interessante é o fato de 1,2 metro e com capacidade intracraniana, diato do homem atual. Ainda hoje existem começarmos a encontrar evidências da que chegava em alguns espécimes a 600 antropólogos que defendem esta idéia. Este presença extraterrestre remontando justacm3. O segundo, conhecido como robus- homem primitivo, que habitou a Europa, mente ao período em que, segundo a Patos, teria cerca de 1,5 metro e capacidade desapareceu por volta de 35 mil anos, ao leontologia, a vida começou a se multipliintracraniana, que girava em torno de 500 mesmo tempo em que surgia o Homo sa- car em numerosas formas. Em 1948, na União Soviética, paleona 550 cm3. Já na década de 70 do século piens sapiens, nossa espécie. Como pudepassado, o Homo habilis entrou definitiva- mos observar, temos pouco material fóssil tólogos acompanhavam as operações de termente para a lista de supostos ancestrais do pertinente aos nossos mais antigos ances- raplanagem realizadas com fins hidrelétrihomem, devido a duas grandes descober- trais, e várias lacunas a serem preenchidas, cos em vales dos montes Tian-Chan. As tas. Na primeira, foram encontrados, na para não falarmos das contradições do es- perfurações acabaram superando as expectativas mais otimistas. As escavadeiras trouGarganta de Olduvai, Tanzânia, em 1961, quema antropológico vigente. xeram à luz um imenso cemitério de dinosfragmentos do crânio de um ser que, de acordo com estudos realizados, teria vivi- PRESENÇA EXTRATERRENA — Se por um sauros, que deixou os especialistas estupedo há quase dois milhões de anos. A se- lado a Antropologia não consegue desen- fatos. Os crânios e uma das omoplatas de gunda descoberta aconteceu em 1972, nas volver um esquema para nossas origens, cada animal estavam marcados com perfuproximidades do lago Turkana, no Quênia. que possa ser realmente aceito, uma série rações semelhantes às que seriam produziTratava-se do crânio de um hominídeo, que de descobertas desconcertantes parecem das por armas de fogo. O especialista em viveu provavelmente há cerca de 3 milhões indicar a veracidade das informações rece- cemitérios de dinossauros, professor Efrede anos, e que tinha um cérebro bem maior bidas em Santanésia. Nas proximidades de mov, já havia sido chamado a Sikiang, na que o do Homo habilis, encontrado em Antelope Springs, em Utah, Estados Uni- China, onde operários de construção desOlduvai. Dando seqüência, temos o cha- dos, por exemplo, foram registradas duas cobriram um crânio de dinossauro, que trazia também uma misteriosa permado Homo erectus, furação. Este cientista, que teve cujas últimas descoberoportunidade de estudar os fóstas indicam ter apareciseis, acredita que seres extrado há quase 2 milhões planetários exterminaram de anos. Ao contrário de aqueles gigantes mediante arseus supostos antecesO astrofísico norte-americano Carl sores, ele viveu na Áfrimas idênticas aos nossos moSagan, já falecido, abordou em seu ca, Ásia e Europa. dernos fuzis, ou mesmo arlivro Cosmos, a idéia das civilizações mas laser. Teria sido mais um Este hominídeo era nômades e dos processos colonizapasso para permitir a implanmuito semelhante ao hodores. Segundo ele, uma civilização mem atual, com traços tação da vida humana – o técnica emergente, após explorar seu processo de colonização – primitivos na estrutura sistema solar natal e desenvolver o nesta região do planeta? facial e craniana. Curiovôo interestelar, deve começar lentaOutra descoberta surpreensamente, no entanto, alguns de seus fósseis, encontra- mente, e através de tentativas, a explorar as estrelas pró- dente aconteceu em 1961, na dos anteriormente, apresenta- ximas. Algumas estrelas, no entanto, não possuiriam pla- região de Ocucaje, zona peruavam características menos pri- netas adequados. Talvez sejam todos gigantes de gás ou na rica em material arqueolómitivas. Há cerca de 300 mil diminutos asteróides. Outros fariam um levantamento dos gico, situada na província de anos, o Homo sapiens apresen- planetas adequados, porém alguns já estariam habitados, Ica. As pedras gravadas de Ica, tava grau de diferenciação ain- ou a atmosfera seria venenosa ou o clima desconfortável. como são hoje conhecidas, da menor em relação ao ho- Em muitos casos, os colonizadores teriam que mudar um apresentam desenhos e cenas mem moderno, embora apre- mundo para fazê-lo adequadamente clemente. desconcertantes, referentes a A reconstrução de um planeta leva tempo. Ocasionalsentasse traços primitivos na uma civilização extraterrestre, conformação facial. Este ho- mente, é encontrado e colonizado um mundo já adequado, cujos seres tinham aparência mem selvagem habitou tam- de acordo com Sagan. A utilização dos recursos planetári- humana e, provavelmente, cobém a África, Ásia e Euro- os, de modo que novas naves espaciais possam ser cons- lonizaram o planeta há milhões pa, sendo, segundo a visão truídas no local, é um processo lento. Eventualmente, uma de anos. Em suas gravações, antropológica, descendente segunda geração da missão de exploradores e coloniza- podemos notar homens obserdores partirá para estrelas onde ninguém esteve antes. E, direto do erectus. vando o céu com telescópios, Continuando com nossa deste modo, uma civilização dirige sua evolução como uma além do convívio de nossa esjornada em direção ao nosso videira entre os mundos. Para Sagan, a vida deve ter surgi- pécie com animais extintos há tempo, encontramos o Homem do naturalmente em muitos mundos, onde as condições milhões de anos, como os dide Neanderthal, que apareceu ambientais eram favoráveis, mas pode estar realmente nossauros, e as configurações há cerca de 130 mil anos. De sendo semeada através dos processos de colonização. primitivas dos continentes de Harvard Library
Carl Sagan e sua visão inovadora
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REGRESSÃO EVOLUTIVA — As informações recebidas por Lucy revelam que os descendentes do processo de colonização do planeta não só tiveram seu sistema social e técnico degradado, como também insinuam que este regrediu em termos evolutivos. Em outros contatos do nosso tempo, houve realmente um processo de mutação a partir dos cataclismos no passado remoto do planeta, que levaram a um processo de regressão biológica. Ainda de acordo com Novembro 2002
tivas diferenciadas. Na Ásia e África o Homo sapiens continuou evoluindo em direção ao homem moderno, enquanto na Europa, onde ocorreu a segunda queda do homem, aparentemente foi necessária uma última intervenção genética do Neanderthal nas populações, para permitir o ressurgimento dos padrões genéticos do homem atual, conhecido cientificamente como Homo sapiens sapiens. Até mesmo em nossas tradições antigas é possível encontrar confirmações das informações transmitidas em Santanésia. De acordo com os dados recebidos, os colonizadores do planeta eram visitados e orientados por grupos técnicos de seus planetas de origem. O milenar texto chinês Huainan-tzu descreve uma época em que os homens e animais viviam numa espécie de Éden, e a Humanidade prosperava com a ajuda de “espíritos” que desciam do céu para ensinar a “divina sabedoria”. Já o Samarangana Sutradara, de origem hindu, revela-nos os vimanas, aparelhos voadores constituídos de ligas metálicas que, em passado remoto, possibilitavam aos homens da Terra ascensão aos céus, e aos “homens do céu” descerem sobre a Terra.
UMA EXPLOSÃO NUCLEAR, muito provável nos dias de hoje, pode pôr a perder todo o avanço da Humanidade, fazendo-a voltar ao seu estágio mais primitivo, quando os homens de então foram dizimados por algum cataclismo arrasador
estas informações, as civilizações responsáveis pela nossa presença no planeta interferiram na estrutura genética dos povos decaídos, o que teria possibilitado o reaparecimento de nossa espécie. Quando o homem já estava quase recuperado, infelizmente, ocorreu um processo de miscigenação entre grupos já em adiantado estágio de recuperação, que traziam ainda muitas características primitivas, herdadas do processo cataclísmico, o que provocou uma segunda queda do homem. As pegadas de pés calçados e outras evidências – pedras de Ica etc – confirmam que, há cerca de 2 milhões de anos, ainda existiam pólos civilizatórios avançados no planeta, ou seja, os Ramapithecus, Australopithecus, e o Homo habilis, que surgiram antes deste período, não podem, portanto, ter ligação direta em nível evolutivo com o homem atual. Já o chamado Homo erectus, indiscutivelmente primitivo, parece ser o tipo de criatura em que os descendentes do processo de colonização se transformaram após os cataclismos. O Homo sapiens, baseado nesse esquema, já seria um razoável avanço na direção da total recuperação biológica, que, como já vimos, estaria sendo conseguida mediante intervenção extraterrestre na genética dos povos decaídos. Já o homem de Neanderthal, para cujo surgimento a Antropologia não tem explicação, se enquadra perfeitamente em nosso esquema. Ele seria resultante da miscigenação entre aqueles povos já praticamente recuperados (Homo sapiens) e os remanescentes decaídos do cataclísmico (Homo erectus). Do Homo sapiens partiram duas linhas evolu-
Cortesia Archeological
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nosso planeta. Uma das séries mais impressionantes destaca, por exemplo, como eram realizados transplantes de corações e de cérebros. As pedras de Ica confirmam o contato e convívio de uma raça extraplanetária com o planeta desde o período Devoniano (405 à 345 milhões de anos atrás). É interessante ressaltar que o desenho de uma das pedras representa justamente o extermínio de dinossauros por estes seres, que, segundo interpretações do professor Javier Cabrera Darquea, médico peruano, e principal estudioso das pedras, seriam provenientes do aglomerado estelar das Plêiades, na constelação de Touro, há 500 anos luz da Terra. Jacques Bergier, autor do livro O Despertar dos Mágicos, faz menção a uma série de objetos metálicos que têm sido encontrados no interior de rochas com milhões de anos, e que, depois de circularem por museus, simplesmente desaparecem, como se fossem objetos heréticos. Infelizmente, alguns museus têm o péssimo hábito de enterrar os achados que podem, de alguma forma, contrariar as idéias já estabelecidas. A partir disso, muitas vezes, troca-se o conhecimento por aparentes verdades. Existem também outras pegadas de pés calçados, que confirmam a presença extraterrena na Terra. Uma, inclusive, foi encontrada no Condado de Pershing, em uma rocha do Triássico. De acordo com os estudos realizados, é proveniente de 181 à 230 milhões de anos atrás, ou seja, em plena era Mesozóica. Outras confirmam a presença de homens semelhantes a nós no mesmo período de nossos supostos ancestrais. O professor Chu Min-chen descobriu em 1959 uma impressão perfeita da sola de uma bota ou sapato tamanho 43, em uma rocha de 2 milhões de anos, no Deserto de Gobi. Supõe-se que a pegada, a princípio em terreno de areia mole e úmida, solidificou-se por efeito de sedimentação.
RUPTURA DO PLANETA — Quanto aos cataclismos, nossa fonte de comprovação mais uma vez é chinesa. O manuscrito Chuangt-tzu descreve como a Terra teria sido palco, em um passado remoto, de terríveis calamidades. “Um calor intenso queimou as culturas, as colheitas foram destruídas; furacões espantosos flagelaram as cidades e os campos, os mares levantaramse e entraram em ebulição, submergindo parte dos continentes”. O manuscrito Troano, de origem maia, descreve aparentemente a mesma catástrofe, durante a qual o oceano precipitou-se sobre o continente, furacões destruíram as cidades e houve o surgimento de novas montanhas. Sobre os que se rebelaram contra seu planeta de origem, motivando o corte das ligações entre a Terra e os demais planetas, encontramos referências no 17º livro do Shan-hai Ching, também chinesa. Falase de uma irrequieta raça chamada Miao, que, se rebelando contra seu “Alto Senhor”, perdeu o poder de voar. Já outro trabalho, também com origem no mesmo 39
país, o Shoo-King, igualmente milenar, narra na quarta parte do capítulo 27: “O mundo esteve cheio de bandidos. O senhor Chang-ty viu que todo o seu povo perderá até o último traço de virtude e deu ordem a Tchang e a Lhy para cortar qualquer comunicação entre o céu e a Terra. Daí em diante não mais houve quer subida, quer descida”. Tivemos também, através do caso Santanésia, referências às guerras, que acabaram por levar os descendentes do processo de colonização à barbárie. Se aceitarmos como verídicas as informações de nossas tradições mais antigas, pelo menos uma destas parece ter sido nuclear. No Drona Parva, um dos textos mais antigos da Índia, temos narrado o que a tradição assimilou como a “Guerra dos Deuses”. POTENTES VIMANAS — As armas utilizadas provocavam a queda dos cabelos e unhas, mutações nas cores da plumagem dos pássaros, e deformações nos animais. O Mausula Parva, também hindu, descreve um ataque nuclear ocorrido há milhares de anos: “Cuncra, voando a bordo de um vimana de grande potência, lançou sobre a tríplice cidade um projétil único, carregado com a potência do Universo. Um fumo incandescente semelhante à 10 mil sóis se elevou em seu esplendor”. Quanto aos monumentos e muralhas mencionados por Lucy Gallucci, evidentemente não existem dúvidas sobre sua existência, como a Grande Muralha Peruana, descoberta em 1966, pela expedição Johnson, através de um levantamento aerofotográfico, que se estende ao longo de montanhas inacessíveis. Seus construtores são desconhecidos pela
nossa Arqueologia. Do oriente ao ocidente encontramos as mesmas histórias de objetos voadores não identificados e divindades descidas do céu, que forneciam conhecimentos e orientações capazes de reconduzir aqueles povos primitivos a um novo alvorecer com civilização. Cada uma das informações recebidas em Santanésia por Lucy Gallucci encontra sério respaldo em nossas próprias tradições, achados antropológicos ou arqueológicos, que muitas vezes são escondidos criminosamente dos olhos de nossa Humanidade, embora a verdade comece a aparecer. Há pouco mais de 400 anos, os chefes da Igreja, que controlavam a chamada Santa Inquisição, resolveram queimar vivo um homem brilhante chamado Giordano Bruno, por ousar defender a existência de outros mundos habitados. A luta de Bruno continua viva ainda hoje, e muitas batalhas ainda têm que ser vencidas, pois para muitos, inclusive dentro da comunidade científica, não deixamos de ser o centro do Universo. MARCO PETIT é presidente da Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU) e co-editor de UFO. Seu endereço é: Condomínio Morada da Ponte 79, Conservatória, 27655-000 Rio de Janeiro (RJ). Publicidade
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O reencontro com ETs está próximo O livro Contato Final: O Dia do Reencontro, próximo lançamento da Biblioteca UFO, sob código LV-13, é uma obra que traz à tona discussões acerca da formação do Universo e a atuação de inteligentes extraterrestres em nosso planeta. O autor, o ufólogo Marco Petit, é um renomado estudioso da casuística ufológica. Recentemente, lançou o vídeo UFO: Evidência Definitiva, em que apresenta registros da presença de discos voadores no país e no exterior. Neste seu novo livro [Seu primeiro foi Terra: Laboratório Biológico, código LV-02], Petit descreve, à luz das últimas descobertas científicas, momentos cruciais do processo evolutivo do Cosmos, que permitiram a formação das galáxias, estrelas e seus planetas. Para o autor, o surgimento da vida no Universo não pode mais ser encarado como um acidente, em sua evolução química – o último estágio do processo iniciado com o Big Bang. Petit defende a idéia de que esta evolução não é aleatória, ou baseada exclusivamente em forças fisicamente mensuráveis, mas baseia-se em um tipo de campo energético inteligente. O ufólogo trata ainda dos fatores que motivaram o acobertamento de informações relacionadas aos fenômenos ufológicos, por parte das autoridades. Entre eles estão os que pesquisou ou que ajudou a divulgar. Através de análises sistemáticas, Petit descreve o que seria o contato final com seres alienígenas e quais seriam as implicações sociais, políticas, religiosas e científicas: “O dia do reencontro, profetizado através de livros sagrados e tradições antigas de diversos povos, será quando a ‘raça santa’, segundo o profeta Enoque, descerá das estrelas. Um exercício de ficção que pode se tornar realidade a qualquer momento. Até mesmo, amanhã”. Adquira o livro Contato Final: O Dia do Reencontro através do encarte Suprimentos de Ufologia, dessa edição. Novembro 2002
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se propõe a questionar as limitações e as conseqüências desse momento. Entretanto, para aqueles que esperam uma relação amigável desses seres conosco, sem maiores turbulências, se decepcionarão. Para o autor, os invasores estariam manipulando a Terra há milênios. De forma silenciosa, estariam trabalhando para que o planeta apresentasse as condições necessárias para sua sobrevivência aqui. Já O Abduzido é um livro audacioso. Mas o relato autobiográfico de Jairo poderia ser uma história comum se o autor tivesse escolhido outro tema e outra fonte. Em carta à redação de UFO, ele garante que “... certamente bebeu um pouco de nossa água ufológica”. Apesar desse embasamento teórico, o texto não trata apenas de Ufologia, mas usa a questão da abdução para expor o lado mais humano do indivíduo. Mais do que retirar alguém de seu planeta e levá-lo à presença de seres alienígenas, a palavra abduzir remete a uma mudança brusca na vida daqueles que passam por esse processo. Para os leitores habituados à literatura ufológica, essa abordagem pode não ser significativa. Mas o autor discute a visão unilateral de um dos processos mais controversos do Fenômeno UFO. Misturando poesia e palavras inventadas – como escriptor – Jairo trata do assunto de forma singular. “O que diferencia este livro dos demais é que ele fala de maneira sensorial, expandindo a linguagem e a consciência de forma inusitada”, explica o autor. Iniciativas como essas são significativas para se demonstrar que a Ufologia está criando raízes em outras áreas e não está mais restrita aos livros direcionados exclusivamente a um tipo específico de público. Como diria o personagem criado por Jairo, “precisamos de ‘repensamentos’ para esse assunto” [Para outras informações sobre as obras Conspiração Apocalipse e O Abduzido, escreva para idealblu@terra.com.br e blococzaz@zaz.com.br, respectivamente]. Educare (Brasil)
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Há tempos a Ufologia tem servido de pano de fundo para narrações literárias estrangeiras, mas nos últimos tempos o assunto também tem sido abordado por escritores brasileiros. Os livros Conspiração Apocalipse (Editora Nova Letra), do estreante Stephan F. Klein, e O Abduzido (Editora Blocos), de Jairo B. Pereira, são bons exemplos. Ambos usam questões polêmicas da Ufologia para discutir e questionar o comportamento do indivíduo dentro de uma estrutura social. Uma eventual invasão alienígena e a abdução são exploradas de forma aprofundada, indo além do significado morfológico e ufológico das palavras. Do Antigo Egito para a Argentina, seguindo para Nova York, Washington e finalmente para a região central da Amazônia, mais que uma viagem cheia de escalas, o primeiro livro, do catarinense Stephan, retrata o dia em que seremos invadidos por criaturas alienígenas. Mais que romancear o imaginário contato, o autor
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NOVOS ESCRITORES BRASILEIROS
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indivíduo, este ano lançou seu mais recente livro, Despertando seu Mestre (Porthais Editora). Enquanto as prateleiras das livrarias estão cheias de fórmulas mágicas para o sucesso e conhecimento interior, a autora apresenta nesta obra as ferramentas e os caminhos que devem ser seguidos para uma transformação interna profunda, séria e permanente. Muitos já disseram que o ser humano é especial, mas poucos descobriram o potencial dessa questão. Neste livro, no entanto, o leitor encontrará o meio para chegar até sua essência. “Essa mudança ocorre através do conhecimento de conceitos sobre geometria sagrada e também através do aprimoramento de suas habilidades pessoais. Mas, sobretudo, por meio da união do saber com a prática de exercícios simples, porém eficazes” [Para outras informações, escreva para sheyllah@terra.com.br].
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Terapeuta transpessoal, escritora e palestrante, Sheyllah Salles F. Pires desenvolveu técnicas para o aprimoramento interior baseadas na Física Quântica e associadas à manifestação de energias divinas, modificando os padrões do estudo da consciência. Fundadora da Organização Mulher, que trabalha com a reestruturação do
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REESTRUTURAÇÃO DO INDIVÍDUO
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Nos últimos tempos, curas milagrosas são constantemente noticiadas nos meios de comunicação, mas a discussão sobre o assunto nunca é aprofundada de forma devida e o tema acaba sendo esquecido. Enquanto alguns espiritualistas acreditam que essas curas tenham a intervenção de anjos, Virginia Aronson defende a tese de que algumas doenças são tratadas por médicos alienígenas. Ao escrever Curas Médicas por ETs (Editora Educare, 2001), ela narra sua experiência pessoal e de inúmeras pessoas que passaram por situações semelhantes. As impressionantes descrições dos métodos utilizados por extraterrestres justificam o assombro e despreparo da Medicina em explicar as inesperáveis melhoras dos pacientes. A origem e resultado do tratamento extraterrestre ainda esbarram na ausência de estudos dedicados ao tema. Vitimada por um câncer na tireóide, a primeira intervenção sofrida por Virginia ocorreu através da canalização de energias. Seres de uma espécie que ela chama de “arcturiana” teriam cuidado dela e lhe explicaram as razões mais profundas e ainda desconhecidas, que geraram o desenvolvimento de sua doença. “Uma luz azul, que saía do disco voador, era um corredor por onde meu corpo foi levado para o interior da nave espacial”, relata. Seu livro se difere de outras obras ao demonstrar que ainda há muito a se falar sobre as abduções. Virginia alega que, quando se fala sobre o fenômeno, quase sempre é o aspecto negativo das abduções que é abordado. “Temos que nos conscientizar de que os grays têm vindo a Terra há séculos”, explica. [Para adquirir um exemplar, envie um e-mail para educare@amchamrio.com.br].
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CURAS MÉDICAS POR ETS
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Helena Flores, lehahiah_@hotmail.com
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elas desapareceram. Fiquei assustada, porque tive a impressão de que os objetos notaram nossa presença. A experiência durou quase 45 minutos.
ARTEFATO SIMILAR À LUA
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Era uma noite quente de maio de 1970 quando acordei, por volta de 01:30 h, e fui até a cozinha tomar um copo d’água. Depois resolvi sair de casa e ficar observando o céu. De repente, duas luzes ovaladas e prateadas chamaram minha atenção. Fiquei espantada ao perceber que elas sumiam e reapareciam intermitentemente, sem emitir ruído algum. Então entrei e chamei meu marido. Ele buscou uma lanterna e sinalizou na direção das luzes, que balançavam de um ponto a outro no horizonte. Depois, aumentaram em tamanho e se aproximaram de nós, até que meu marido apagou a lanterna e
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LUZES QUE RESPONDEM À LANTERNA
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Sérgio Lirani, Vice-presidente do GPUPG lirani@interponta.com.br
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janela. Ao abri-la, deparou-se com um ser que estava a cerca de cinco metros da casa e se assustou de tal forma que chegou a desmaiar. O marido veio socorrê-la e avistou a criatura parada, apenas observando-os, sem esboçar qualquer reação. Como a máquina fotográfica estava a seu alcance, ele decidiu fotografar a criatura, mas esta se assustou com o flash e fugiu. As testemunhas ficaram tão espantadas que decidiram deixar o local.
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Na noite de 29 de julho de 1999, um objeto voador não identificado foi visto por algumas pessoas em Umuarama, no oeste do Paraná. O Centro Paranaense de Estudos Ufológicos (Cepeufo) foi acionado por um informante, que pediu para não ser identificado. O aparelho era esférico, achatado e estava rodeado de luzes coloridas. Kátia, uma das testemunhas, estava com seus dois filhos quando observou o objeto sobrevoar a região central da cidade, durante a madrugada. “Fiquei muito impressionada com aquilo, então resolvi ligar para o Corpo de Bombeiros”, relatou. Em seguida, o suposto UFO expôs três hastes, semelhantes a trens de pouso, mas não chegou a aterrissar, tendo em vista que não foram encontradas marcas de pouso no local do avistamento. No dia seguinte, a notícia se espalhou e foi parar nas rádios. Outras pessoas também ligaram para confirmar a observação, dentre elas dona Ilda, que disse aos integrantes do Cepeufo ter avistado o objeto próximo do Parque das Jabuticabeiras. “Estava deitada no sofá e vi a nave pela janela”. Júlio, igualmente, observou o aparelho e afirmou que “... há mais de um ano vem aparecendo na região uma bola achatada e cheia de luzes. Achei estranho, mas só comentei o fato com parentes”. Embora não tenha sido confirmada a real presença de um UFO em Umuarama, o Cepeufo persiste em suas pesquisas e vigílias nesta região.
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AVISTAMENTO COLETIVO NO PARANÁ
Seguia para meu habitual jogo de futebol, no dia 04 de julho passado, aproximadamente às 21:50 h, na companhia de um amigo, quando vi algo curioso surgir no céu. A princípio julguei que poderia ser a Lua, embora a noite estivesse nublada. Mas depois notei que se tratava de uma esfera luminosa. Não consegui precisar a distância exata do objeto, que pairava sobre um morro localizado bem a nossa frente. Pensei em chamar a atenção do meu amigo para aquela visão, quando subitamente a esfera se moveu de um lado a outro do céu, em menos de um segundo. Depois desapareceu subitamente, deixando um rastro luminoso no ar. Isso durou cerca de dois segundos, muito pouco tempo para que eu pudesse informá-lo. Este evento foi observado também por uma conhecida minha, que disse ter ficado apavorada. O interessante neste caso é que moramos em bairros distintos e a esfera pôde ser avistada ao mesmo tempo por nós dois. Flávio Brasil Corrêa, flaviobrasil@bol.com.br
Héber Rodrigues, Umuarama (PR)
MISTÉRIO EM ARAÇATUBA
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A ESTRANHA CRIATURA observada em Ponta Grossa. Ainda não se confirmou a autenticidade da fotografia
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O Grupo de Pesquisadores e Ufólogos de Ponta Grossa (GPUPG) recebeu o relato de um casal que fotografou uma estranha criatura, no mês de junho de 2001. O senhor e a esposa estavam hospedados na casa de um amigo e, por volta das 09:30 h, enquanto a senhora preparava o almoço, ela ouviu um som semelhante a arranhões do lado de fora da
Numa tarde nublada de 18 de agosto deste ano notei uma situação estranha, exatamente às 17:30 h. Meu marido e eu olhamos para o céu e vimos um objeto discóide, com três luzes que piscavam constantemente. Aquilo ficou parado por alguns instantes, depois subiu e desceu em movimentos contínuos. Nesse momento, tivemos a certeza de que não se tratava de um avião. Chamei minha mãe para ver o objeto, mas ele já Cortesia GPUPG
CRIATURA ASSUSTA CASAL
Novembro 2002
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GRUPO UFOLÓGICO DE MIRAN-
DA (GUM). Presidente: Leonardo A.
Malta. Endereço: Rua do Carmo 410, Centro, 79380-000 Miranda (MS). Fone: (67) 242-1014.
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GRUPO DE PESQUISAS CIENTÍFI-
CO-UFOLÓGICAS (GPCU). Presiden-
te: Márcio Dillmann de Carvalho. Endereço: Rua Barão de A. Machado 51/301, 96020-150 Pelotas (RS). Fone: (53) 225-1562. INVESTIGAÇÕES UFOLÓGICAS DA ZONA NORTE (IUZN). Presidente: J. Maranhão. Endereço: R. Abdoral Rocha 75, 62550-000 Morrinhos (CE).
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COS DE
A SSOCIAÇÃO DE PESQUISAS UFOLÓGICAS DE GOIÁS (APU). Presidente: Antonio Carlos Volpone. Endereço: Rua C-137, Número 563, Lote 5, Jardim América, 74275-060 Goiânia (GO).
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GRUPO DE ESTUDOS UFOLÓGIBARBACENA (GEUB). Presidente: José Ricardo Q. Dutra. Rua Silva Jardim 519, Boa Morte, 36201-004 Barbacena (MG). Fone: (32) 9983-1552. E-mail: geub@zipmail.com.br.
GRUPO UFOLÓGICO DE BAURU (GRUB). Presidente: José R. Coneglian. Endereço: Rua Sergipe 4-69, Higienópolis, 17013-670 Bauru (SP). Fone: (014) 234-9625. E-mail: elianec@csj-bru.educanet.g12.br.
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Leonardo Santojo, Piraju (SP)
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Em 12 de fevereiro deste ano, três amigos estavam voltando de um culto evangélico quando foram surpreendidos por uma luz que descreveram como “um balaio todo iluminado, na cor brancoazulada, medindo entre 50 a 90 cm”. Assustados, os rapazes fugiram do local, mas foram perseguidos pela luminosidade por cerca de 300 m, até ela desaparecer. Aquela notícia se espalhou rapidamente pela cidade, o que me fez decidir conversar com as testemunhas pessoalmente. Inicialmente, elas mostraram-se receosas em relatar a observação, pois temiam ser rejeitadas em sua igreja. No entanto, corajosamente, decidiram falar, mas sob a condição de que seus nomes fossem mantidos em segredo. Acredito que esse fato realmente tenha acontecido, pois são pessoas idôneas e que não teriam razão para se beneficiarem do episódio.
Rocha. Endereço: Av. Filadélfia 448, 77808-010 Araguaína (TO).
GRUPO DE ESTUDOS UFOLÓGISETE LAGOAS (GEUS). Presidente: Leandro C. Diniz da Silva. Rua Rio Grande do Sul 664/1603, 30170-110 Belo Horizonte (MG). Fone: (031) 337-6389.
COS DE
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Novembro 2002
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Silvano Monteiro, silvano_monteiro@uol.com.br
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Gostaria de narrar a vocês que aconteceu uma coisa muita estranha comigo, que até hoje não sei explicar. Há cerca de dois meses, estava dirigindo depois de ter saído sozinho de uma festa de amigos, por volta das 23:30 h, quando meu automóvel foi inexplicavelmente interceptado por uma forte luz. O facho luminoso vinha do céu e passou por todo o veículo, como se estivesse fazendo uma leitura de código de barras, que demorou apenas alguns segundos, conforme estimei. Após o ocorrido, o carro não funcionou mais, tendo se apagado como se tivesse sido desligado da tomada. Só voltou ao normal 10 minutos depois. Levei o veículo a um mecânico que afirmou que o motor estava completamente desregulado...
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LUZ DANIFICA AUTOMÓVEL
GRUPO DE PESQUISAS PARACIEN-
TÍFICAS (GPP). Presidente: Cristiano
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UFO EM FORMA DE BALAIO
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Ricardo Mattos Martins, Rio de Janeiro (RJ)
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João Jorge Oliveira Carvalho, jj2106@globo.com
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Há muito tempo queria enviar estas fotos [Ao lado] para que a Revista UFO possa analisá-las. Como os frutos só amadurecem no tempo certo, só agora concretizo minha vontade. Estas imagens foram feitas há aproximadamente cinco anos, na localidade conhecida como Morro do Severo, aqui em Riachão do Jacuípe, em plena caatinga baiana. Gostaria de saber a opiniões dos leitores e da revista quanto a este caso.
Fotos Cortesia João J. O. Carvalho
SERES NA CAATINGA
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Helen Nascimento, Araçatuba (SP
Sou professor no Rio de Janeiro e uma de minhas alunas, Viviane dos Santos Ciudaro, avistou um estranho objeto voador não identificado próximo à sua casa, em Itaúna. No dia 27 de julho passado, por volta das 21:00 h, ela estava com o namorado e o irmão mais novo quando todos viram estranhas luzes vermelhas no céu, formando a letra Y. A claridade provocada por elas era forte o suficiente para iluminar todo o local ao seu redor. No entanto, aquele fenômeno não produziu som algum, apesar de ter causado um sopro de vento sobre as testemunhas. O avistamento durou cerca de dois minutos.
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FORMAÇÕES EM Y
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havia desaparecido. Depois de aproximadamente meia hora, alguns vizinhos vieram me perguntar se também tínhamos observado o UFO. Confesso que até esse dia não acreditava em discos voadores, mas após esta experiência deixei de duvidar.
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Quanto ao conhecimento humano, seguese numa perspectiva cumulativa. O episódio não representará nem induzirá a um salto. Poderá haver mudanças paradigmáticas, quase uma revolução, mas não exatamente um avanço. Há algum tempo temos ouvido falar em conquistas espaciais, UFOs e alienígenas. A ficção tem contribuído para fazer algumas antecipações, minimizar os impactos das descobertas e promover a acomodação gradativa dessas variáveis ao novo modelo. Além disso, muitos dentre nós, por mais absurdo que possa parecer essa constatação, acreditam ter vivido experiências de contato com criaturas de outros planetas. Suas narrativas ganharam o mundo através do movimento ufológico, apesar do ceticismo das instituições científicas, religiosas e de organismos estatais. Se todo movimento social tem o seu tempo, este último meio século pode ter sido a vez do movimento ufológico, que, juntamente com tantos outros eventos sociais, afirmaram o seu valor histórico. Hoje, uma das teses desse movimento se configura como uma suspeição da Ciência, uma probabilidade com tempo previsto para acontecer. Amanhã, os pioneiros terão o seu mérito reconhecido pela Nauticon
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esperar que as boas novas se tornem, também, bugigangas. Mas não me parece ser este o aspecto mais importante. O impacto social de um contato com alienígenas atingirá, inevitavelmente, todos os seres humanos. O certo é que, ao afetar todas as mentes, provocará mudanças imprevisíveis nos referenciais individuais e coletivos. Novos e desconhecidos horizontes se abrirão para todos aqueles que vivem segundo algum modelo, visão de mundo ou padrões historicamente construídos. Ainda que sejam estes padrões apenas os do mercado. Ou seja, surgirá outro espaço, outro tempo, outra história, enfim, um “outro” com mesma base orgânica ou diferente. A Genética, talvez, o dirá. Todavia, para efeito de afirmação de nossa identidade social planetária, isso pouco importa. Independente das semelhanças e diferenças genéticas, ou de quaisquer efeitos de mercado, o acontecimento afetará a identidade de cada ser humano. Romperá com a solidão terrena e permitirá que nossa civilização se afirme como tal em relação a este “outro”. O simples mas importante fato de anunciarem cientificamente a probabilidade de existência de criaturas alienígenas já nos apontará esse caminho: o de nossa identidade planetária.
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O ritmo da caminhada científica tem se acelerado. A quantidade de descobertas e invenções também. Mas parece que quanto mais esse ritmo se intensifica, mais se apressa a expectativa em torno do que vem por aí. Qual será a descoberta seguinte? Qual o seu impacto sobre as mentes humanas? O que mudará, afinal, em função da próxima invenção? Conforme matéria recente da revista Veja, de 16 de julho de 2002, os cientistas do Programa e Busca por Inteligências Extraterrestres (SETI) crêem que em 25 anos deve ocorrer o primeiro contato entre seres humanos e extraterrestres. Qual será o impacto desse acontecimento para a sociedade que se condiciona cada dia mais aos hábitos de consumo? No mínimo, este acontecimento fará surgir algumas “bugigangas” interessantes, para satisfazer os freqüentadores do mercado, sejam eles produtores ou consumidores. Os produtores já deram conta da oportunidade de se criar algum bem de consumo relacionado ao evento. Afinal, o mercado sempre se antecipa. Ganha-se mais durante a expectativa do consumidor em relação a determinados fatos sociais do que quando estes fatos se concretizam. Os consumidores, já treinados, estarão ansiosos para experimentar a primeira versão da nova sensação do momento. A maioria deles, no entanto, sabe que o acesso às novidades do mercado sempre lhes chega um tanto tardiamente. Para estes, só lhes resta
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NOSSA IDENTIDADE PLANETÁRIA
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Novembro 2002
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Wilson Geraldo Oliveira, Brasília (DF)
IMPLANTES: REAIS OU MITO?
Novembro 2002
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Quem passa pela Área 51 corre risco de vida? Jonathan Willian Franz, Curitiba (PR).
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Daniel C. Carneiro, daniel.fry@bol.com.br
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no UFO. Entre as descobertas biológicas a respeito dos implantes estão a ausência de reação inflamatória nos tecidos adjacentes, o que seria impossível em seres humanos, além de uma grande quantidade de neurônios propriceptores [Sensores naturais que captam toques, paladar, pressão etc], todos fora do lugar de onde deveriam estar. Esses sensores foram achados em grande número em volta dos objetos implantados, conectados aos nervos dentro do corpo. Isso explica porque um abduzido, mesmo anestesiado, reage violentamente ao toque de um cirurgião que tenta extirpar o objeto. Outras análises mostraram que os objetos parecem ter origem meteórica, ou seja, possuem substâncias que compõem os meteoros – embora estes contenham ferro com 6% ou mais de níquel. Creio que o estudo dos implantes é um dos aspectos mais polêmicos da Ufologia e somente os resultados de testes físicos não são suficientes para resolver este enigma.
Resposta do Editor: A questão é delicada e merece longa discussão. A TCI busca a comunicação efetiva com desencarnados através de instrumentação muitas vezes simples – equipamentos de som e até computadores. E tem obtido brilhantes resultados, às vezes contestados pela Ciência. Mas, por analogia, estudiosos dessa disciplina têm buscado também obter contato com ETs, visto que para eles, aparentemente, os mundos espiritual e material seriam contíguos. Alguns resultados ainda tímidos já foram obtidos, mas carecem de maior comprovação.
Resposta do Editor: A mera aproximação da Área 51 não trará problemas ao curioso. Pode-se observá-la de longe, escalando-se as montanhas ao seu redor, no Deserto de Nevada, EUA. Pesquisadores de todo o mundo se reúnem em vários lugares estratégicos para tentar ver o que se passa dentro da área. No entanto, há placas sinalizadoras em muitos locais alertando para o fato de que tais pontos não devem ser ultrapassados [Fotos acima], sob pena de prisão ou multa, que pode chegar a 10 mil dólares. Nos anos 80, enquanto vigorava determinada lei de restrição de acesso a áreas de atividades militares secretas, quem desobedecesse os sinais poderia ser fuzilado pelos guardas de plantão ou a partir de helicópteros de patrulhamento.
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Arquivo UFO
Falar sobre abduções é saber antecipadamente que pisaremos em terreno difícil. Afinal, seu principal objeto de estudo é a mente do abduzido, e isso é muito subjetivo. O fato que comprovaria a existência de tais experiências está vinculado a uma das partes mais sombrias da Ufologia: os implantes alienígenas. Esses objetos seriam colocados por seres extraterrestres em humanos que foram levados a bordo de UFOs, os abduzidos. Entre os casos mais famosos, está o da norte-americana Betty Andreasson Luca, hoje com 64 anos, descrito no livro Os Observadores, de Raymond Fowler [Esta obra pode ser adquirida através do encarte Suprimentos de Ufologia, desta edição]. Os primeiros implantes recebidos por ela eram tão minúsculos que foram colocados atrás de um dos globos oculares, após removerem seu olho para isso. “Os alienígenas pegaram uma longa agulha de luz que possuía pequenas coisas de vidro na extremidade. Colocaram aquele aparelho na minha cabeça, através do lugar do meu olho”. Betty ainda descreve que as criaturas possuíam algumas agulhas de aço compridas e que as seguravam contra sua cabeça. Aparentemente, tais implantes cumpriram funções semelhantes às das
A rota dos UFOs se cruza com a da Transcomunicação Instrumental (TCI)? José Souza Melo, Maceió (AL).
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câmeras de televisão em miniatura, retransmitindo para os monitores extraterrestres todas as imagens que ela via. Algumas análises realizadas nestes objetos revelaram que eles têm em comum o fato de geralmente não aparecer nas radiografias. Além disso, a maioria deles é composta por materiais orgânicos, como silicone, carbono, oxigênio etc. Outros apresentam traços de berílio e titânio, que costumam aparecer também em outros objetos relacionados ao Fenôme-
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mesma Ciência que duvidara de sua credibilidade e pela mesma sociedade que os vira como loucos e visionários. Por outro lado, a Ciência também fora vista por eles como excessivamente cética, preconceituosa e ultrapassada, marcando assim um tempo de relações conflituosas. Reconheçamos o valor das instituições sociais e as singularidades do momento – repleto de instabilidade, incertezas e tensões transitórias. Os julgamentos apressados deverão ser, necessariamente, superados pelos fatos, pelo alcance de novos referenciais e pela afirmação – esperemos que positiva – de nossa identidade planetária terrestre.
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