UFO 89 - Jesus teria sido um alienígena

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Maria Cristina Gomes Pereira, por e-mail

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muito extensas que, além de dificultar o entendimento do leitor, ainda faz com que outros assuntos fiquem de fora.

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Gostei da matéria Aliens Observam Nossas Guerras, de Thiago Ticchetti, em UFO 88, sobre o monitoramento de nossos conflitos por parte dos ETs. A prudência usada pelo autor ao afirmar que alguns dos muitos avistamentos de UFOs podem ser armas secretas norte-americanas, coisa em que acredito, me agradou. Entretanto, não duvido que os ETs ficariam mais interessa-

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A mudança da consciência humana não se deve aos entrantes, mas sim ao esforço individual que, somado à ação de outras pessoas, auxilia nas modificações que estamos vendo no comportamento geral, tais como fraternidade, solidariedade, ecologia, paz, amor e tantas outras conquistas do ser humano. Entrantes, espíritos, anjos, extraterrestres e homens são meras especificações necessárias para denominar formas da energia.

ALIENS EM NOSSAS GUERRAS

OMBUDSMAN

As fotos dos foo-fighters observados regularmente na Segunda Guerra Mundial são impressionantes, bem como toda a reportagem de Thiago Ticchetti, Aliens Observam Nossas Guerras. Parabenizo toda EQUIPE UFO por mais essa edição. Regina Maria Prado Teixeira, Niterói (RJ)

Eustáquio Patounas, coordenador de listas de UFO, em resposta ao ombudsman, por e-mail

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O artigo Viagem Através do Tempo, de Sheyllah Salles Pires, tem ótimas referências e uma excelente abordagem. Mas é um tanto confuso, talvez por se tratar de assunto muito técnico. Mesmo assim, não posso deixar de elogiá-la por se dispor a escrever sobre um assunto tão controverso. Gaspar Moraes, por e-mail

Muito interessante a matéria Viagem Através do Tempo, de Sheyllah Salles, publicada em UFO 88. A autora conseguiu mostrar questões interessantes do Fenômeno UFO sob uma nova perspectiva, mesmo que ainda não tenhamos respostas para sua origem. Ângela M. Silvério, Marília (SP)

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A matéria Aliens Observam Nossas Guerras, de Thiago Ticchetti, está muito bem estruturada e escrita. Entretanto, esta revista tem por hábito publicar reportagens

Roberto da Silva Souza, Osasco (SP)

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dos em um novo conflito no Iraque, como aconteceu em 1991, quando vários avistamentos foram registrados na região. Mas a história de que Saddam Hussein teria fugido num disco voador é demais [Seção Mundo Ufológico].

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Wendell Stein, novo consultor de Ufo, por e-mail

A cada edição a REVISTA UFO tem melhorado muito. Uma das partes que mais gosto é a coluna de Carlos Reis. É uma atitude muito corajosa e ética ter um ombudsman dentro de um veículo de comunicação segmentado. Pouquíssimos jornais no Brasil têm esses profissionais, mas, como revista, a UFO saiu na frente de todas as outras – somente a Imprensa possui um ombudsman. Reis conhece a história e ramificações da Ufologia Brasileira, bem como suas lutas e problemas. Que sua coluna tenha vida longa e próspera. Sugiro que a seção Memória da Ufologia seja maior e, finalmente, que a revista abra um pequeno espaço para contos de ficção.

Pepe Chaves, presidente do Grupo de Estudos Ufológicos de Itaúna, por e-mail

UFO está se superando a cada edição. O conteúdo da revista é um show à parte e as matérias, além de abrangentes, primam por uma narrativa de qualidade ímpar. Na edição 87, particularmente a reportagem ‘Sonda da NASA Descobre mais um Misterioso Rosto em Marte’, de Roberto Pintucci, está sensacional. Não posso também deixar de ressaltar a qualidade da entrevista concedida pelo pesquisador Ricardo Varela. Todas as outras matérias da edição prendem a atenção do leitor do começo ao fim. Sempre que falo sobre a revista, me vem um entusiasmo sem igual. Tudo nela é e está perfeito — MARCOS LUIZ CORRÊA JÚNIOR, por e-mail

Gostei muito do Espaço do Ombudsman da edição 88 de UFO. Diria que este trabalho é fatal para a melhora qualitativa da revista e para se atingir uma unidade conceitual. Conheço alguns textos de autoria de Carlos Reis e sempre gostei de seu estilo de discernir e expressar idéias relacionadas à Ufologia. Parabéns!

VIAGEM NO TEMPO

NOVA ÓTICA SOBRE OS ALIENS Mais uma vez o estudioso Paulo Rogério Alves nos surpreende com suas análises acerca dos alienígenas na bela edição UFO 88. O estudo Uma Nova Visão sobre os Aliens nos faz pensar sobre aspectos importantes e quase sempre ignorados sobre nossos misteriosos visitantes. Eduardo Garcia Guzzi, por e-mail

Julho 2003 – Edição 89


Julho 2003 – Edição 89

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Cláudio Brasil, Programa Comunidade SETI, por e-mail

Dedico-me ao Projeto SETI desde 1995. Fui coordenador regional para o Brasil até 2001. Gostaria de esclarecer que, ao contrário do que foi publicado na nota SETI não Encontra Alienígenas, da edição 87, o Seti@Home não fez qualquer tipo de transmissão visando comunicação com aliens, que são proibidas por protocolos internacionais. O Seti@Home utiliza a computação distribuída para processar com rapidez a enorme quantidade de dados colhidos pelo radiotelescópio de Arecibo, que são distribuídos pela internet aos usuários para que seus computadores processem os sinais em seu tempo ocioso. A primeira e única transmissão foi feita em 1974, em direção ao aglomerado de Hércules (M13), a cerca de 26 mil anos-luz de distância. Uma resposta não pode ser esperada num prazo inferior a 52 mil anos. Todos os cientistas que se dedicam ao SETI estão cientes da baixa probabilidade de se detectar um sinal extraterrestre. Talvez nem mesmo ocorra a captação de algum num prazo de 44 anos, que é o tempo de existência do Projeto SETI. Enfim, ainda é cedo para dizer que ET não ligou...

PROJETO SETI

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Eduardo Marques Grande, por e-mail

Dica para o ombudsman. Na matéria Fronteiras da Ufologia, de Elaine Villela, em UFO 87, está escrito que “o ideal seria uma mudança de 360º em nossos paradigmas e na visão da realidade”. Ora, 360º indica uma volta completa, em que se chegaria ao ponto inicial. Se a proposta é mudança, deve ser de 180º. Caso contrário, estaremos apenas andando em círculos.

Buscando seu constante aperfeiçoamento nas mais diversas áreas da Ufologia, UFO está sempre agregando novos valores ao seu Conselho Editorial, que hoje já conta com os mais expressivos ufólogos do país e do mundo. Nesta edição, temos o prazer de comunicar a adesão de mais quatro ativos membros da Comunidade Ufológica Brasileira. São eles o jornalista e publicitário Wendell Stein, de Sumaré (SP), o radialista e escritor Rodrigo Branco, de Santos (SP), o analista de sistemas baiano Alexandre de Carvalho Borges e o geógrafo brasiliense Fernando de Aragão Ramalho. Branco sempre esteve envolvido nas investigações casuísticas feitas no litoral de São Paulo. Num artigo de alguns anos atrás, relacionou música com Ufologia, descrevendo experiências vividas por cantores. É integrante do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS) e seu e-mail é: rodbranco77@yahoo.com.br. Borges publicou artigo em UFO 82, em que analisou e dirimiu a polêmica sobre o Caso Ilha da Trindade, que acontecia em listas nacionais e internacionais de Ufologia. Seu e-mail é: unificatordigitalis@yahoo.com.br. Ramalho também é funcionário público lotado na Câmara dos Deputados. Estudioso de religiões e sua relação com a Ufologia, é dele o longo e histórico artigo principal dessa edição. Seu e-mail é fernando_ramalho@brturbo.com.br. Stein, que também é professor universitário, trabalhou com os irmãos Mondini e hoje se dedica a reexaminar casos ocorridos na região onde mora, além de garimpar novos. Acaba de fundar o Grupo Sumaré de Estudos Ufológicos (GSEU) e seu e-mail é wendell@sumare.com.br.

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UFO 87

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Arthur Molinari, por e-mail

nho Contato em São Paulo, de Wendell Stein, publicado na edição 88. Além de ser um artigo agradável, evidencia a qualidade das pesquisas realizadas pelos ufólogos. Parabéns a todos.

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Cada vez mais me surpreendo com as matérias de casuística de UFO. Sou leitor da revista há pouco mais de dois anos e pude acompanhar todas as mudanças. Entretanto, a maior delas diz respeito ao conteúdo. Um bom exemplo é o texto Estra-

CASUÍSTICA UFOLÓGICA

Maria Thomé Alcântara, Governador Valadares (MG)

Monica Borine mostrou que a pesquisa ufológica pode – e deve – ser mais humana e menos uma atividade científica. Até ler seu artigo Tratamento para Abduzidos, a impressão que tinha era de que os ufólogos apenas usavam a hipnose para obter dados que lhes interessassem. Agora vejo que há estudiosos que buscam ajudar o abduzido a superar seus traumas, e não apenas sugar as informações de que foi recipiente.

Francisco José de Andrade Baqueiro, por e-mail

Sensacional e muito útil a matéria Tratamento para Abduzidos, da psicóloga Monica Borine, publicada em UFO 88. É muito bom vermos que existem pessoas que trabalham seriamente com hipnose, mostrando o resultado de suas pesquisas. Uma das coisas que sempre me incomodou é o fato de que, muitas vezes, o pesquisador nos traz dados de um possível abduzido que está apenas interessado no que sua mente tem guardado, esperando uma resposta logo na primeira sessão. Entretanto, o tratamento terapêutico para essas pessoas é mais importante que resultados rápidos.

TRATAMENTO PARA ABDUZIDOS

Gabriel da Silva Carneiro, Serra (ES)

Embora muito interessante, a matéria Uma Nova Visão sobre os Aliens, de Paulo Alves, não dá ao leitor as respostas que ele precisa sobre quem são os grays. Isso não é culpa do autor, evidentemente. Ele, ao contrário, aparenta ter um raciocínio aguçado. Acho que é mais algo decorrente da própria natureza pouco consistente do assunto, que, acredito, os próprios aliens querem manter.

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Mário Rangel

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OVNIPORTO SAI ATÉ FIM DO ANO

para oito discos voadores pequenos”. Apesar de toda atenção que As ações pela liberação de informaMais uma vez o prefeito de Bocaiúva vem chamando, o preções e discussões abertas sobre o Fenôdo Sul (PR), Élcio Berti, volta a polemifeito consegue ser caumeno UFO continuam. Recentemente zar. Segundo ele, o primeiro ovniporto enteloso ao falar sobre o um grupo de cientistas e militares norcomendado por seres extraterrestres será assunto. Não informa o te-americanos criou o Projeto Divulgaentregue em seis meses e deverá chamar local preciso da consção, cuja maior tarefa é pressionar o a atenção de todo mundo. Ele vem anuntrução, apenas que ficacongresso a debater a existência de naciando essa construção há muito tempo, rá dentro dos 870 km ves de procedência extraterrestre. O gruconforme publicado na seção Mundo Ufoquadrados do municípo baseia seus argumentos em experilógico de UFO 81. A obra deveria ter ficapio. Outro dado interes- O PREFEITO Berti do pronta no mês de novembro passado. ências e contatos documentados e acusante é que o empreen- [Esquerda] e o Segundo Berti, “o local teria capacidade sa o governo de omitir informações por dimento custaria cerca deputado Caldas: meio século. Um dos intede um mi- em busca de ETs grantes do projeto, o sargenlhão e meio to da reserva Clifford Stone, de reais, mas ele afirma não saafirma que, enquanto na atiber quanto isso equivale em va, participou de uma equipe moeda extraterrestre... Caso o que recuperou um disco voaPara os interessados no assunto, estamos novamente em prefeito siga todas as instrudor acidentado na Pensilvânia. época de observar o surgimento dos círculos ingleses, ou melhor, ções, as pistas para as naves seSegundo ele, os tripulantes da círculos nas plantações, pois o assunto deixou de ser um mistério rão inauguradas pela cantora nave ainda estariam vivos, mas geograficamente limitado à Inglaterra há muito tempo. Os fenô- Elba Ramalho e a modelo Sumuito feridos. Apesar de toda menos ocorrem quase sempre quando se aproxima ou durante o zana Alves, ambas convidadas a movimentação do Divulga- verão europeu, e o primeiro constatado neste ano foi registrado pelos alienígenas, além de oução, não houve nenhuma res- no dia 08 de junho, em Windmill Hill, perto de Avebury, em Wiltshi- tras celebridades. posta por parte das autorida- re [Foto]. A área tem grande incidência do fenômeno. Mas, ao que tudo indica, os desconhecidos autores começaram seu trabalho des. Como de costume... MINISTÉRIO PRESSIONADO mais cedo e em local diferente, em 2003. No dia 14 de maio, o

O PROJETO DIVULGAÇÃO

Os novos círculos de 2003

Mais uma vez, o famoso círculo monolítico inglês volta a ser notícia. Desta vez, arqueólogos encontraram corpos pré-históricos em Stonehenge, à 120 km de Londres. De acordo com os pesquisadores, quatro restos mortais pertenciam a adultos e, os outros dois, a crianças. Eles estavam a cerca de 800 m do Rei de Stonehenge, apelido dado à ossada pertencente a um arqueiro da Idade Média, encontrado em 2002 e supostamente ligado à construção do monumento. Serão realizados testes com carbono 14 nos corpos encontrados para que se possa determinar sua idade, mas arqueólogos do Instituto Wessex, que fizeram as escavações, acreditam que o grupo viveu no ano de 2300 a.C. 6

senhor Kel Gowen foi acordado à meia-noite por ruídos estranhos, flashes verdes e uma queda brusca de energia que assustou os cães da família. Quando o dia amanheceu, ao realizar sua caminhada rotineira, encontrou 30 círculos que surgiram em sua fazenda, localizada no estado de Queensland, na Austrália. Gowen afirmou que nunca soube de nenhum relato de avistamento, contato ou de algo semelhante ao que surgiu em sua plantação naquela região. Pelo que parece, nesse ano o mistério não surpreenderá apenas pela forma dos desenhos... Windmill Hill, 08 de junho

Crop Circle Connector

OSSADAS EM STONEHENGE

O deputado João Caldas (PL-AL) enviou um requerimento ao Ministério da Defesa pedindo os registros de UFOs no Brasil e recebeu como resposta a informação de que “determinados assuntos continuam secretos em virtude da segurança nacional”. A notícia agitou os ufólogos do país, que exigem o acesso livre a tais informações. O deputado é o mesmo que em 2000 apresentou um projeto de lei que previa a punição de pilotos civis ou militares que não registrassem o avistamento de UFOs em qualquer parte do país, mas foi rejeitado na época. Desde então ele passou a ser apoiado por organizações civis, como o UFO Gênesis, que tentam mobilizar o congresso pela liberação das informações. Julho 2003 – Edição 89


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CIDADE SE PREPARA PARA CONTATO

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De acordo com os pesquisadores Raúl Chavéz e Ester Urban, já foram registrados pelo menos 60 casos de mutilação de animais em La Pampa e Buenos Aires, Argentina, apenas nesse ano. Os dois casos mais recentes ocorreram em 16 e 17 de maio, respectivamente. Um novilho de cerca de um ano e meio e 200

ARGENTINA TEM NOVAS MUTILAÇÕES

O artista plástico Igor Stormer tem se dedicado a familiarizar uma cidade finlandesa, com 38 mil habitantes, com a idéia de que o contato com seres extraterrestres está próximo. Stormer tenta prevenir os riscos de traumas provenientes da futura relação entre seres humanos e extraterrestres. Ele alega ainda que a visão de seres frios, distantes e violentos, plantada pelo cinema norte-americano, não condiz com a verdade sobre a natureza de nossos visitantes alienígenas. “Eles possuem até emoções”, diz Stormer, que organizou palestras em creches, escolas e na universidade local. Tudo isso visando a um clima sereno e organizado, caso a visita tão esperada ocorra.

Wallacy Albino, consultor de UFO e autor do livro O Mistério dos Círculos Ingleses [Código LV-12 da BIBLIOTECA UFO], arrisca mais um passo ousado: comandar um programa semanal de Ufologia na emissora Baixada 10, integrante da TV Cambras e operadora TVA em todo litoral paulista. Há três anos, logo após a fundação do Grupo de Estudos da Baixada Santista (GEUBS), Wallacy [Foto] começou a apresentar um programa semanal de rádio com três horas de duração. Após dois anos, o ufólogo e sua equipe migraram para um canal de tevê comunitário do Guarujá (SP). O novo programa se chama Fenômenos & Mistérios, tem meia hora de duração e é exibido todas as terças-feiras a partir das 17h00. Mas as atividades do grupo não param por aí. Nesse ano o GEUBS promoverá a terceira edição consecutiva do Prêmio Cindacta, que visa homenagear os melhores trabalhos e os destaques da Ufologia Brasileira. 7

Arquivo UFO

Arquivo UFO

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kg foi encontrado morto em El Martín. Extirparam o aparelho auditivo esquerdo, o ouvido interno completo, além do olho e um pedaço de couro de cerca de 30 cm, em formato oval. Também foi notada a ausência da vulva, a borda do ânus, laringe, faringe e um segmento da traquéia, bem como uma parte da massa muscular superior. O segundo corpo apareceu à 30 km de Santa Rosa. Era um novilho de dois anos e meio e pesava 250 kg. Teve metade da língua retirada. O corte estava cauterizado e o olho esquerdo foi arrancado. De ambas as carcaças foram retiradas amostras para análises futuras.

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MUTILAÇÕES DE GADO voltam a ser registradas na Argentina. Seria o início de uma nova onda, como a de 2002?

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O primeiro museu latino-americano dedicado a expor os fenômenos extraterrestres foi visitado, em menos de um ano, por 25 mil pessoas. Localizado na cidade de Itaara, região central do Estado do Rio Grande do Sul, o Museu Internacional de Ufologia Victor Mostajo fica numa área de grande concentração de avistamentos de UFOs. Para se conhecer todo o local são necessárias cerca de duas horas e meia. Criado através da iniciativa privada, o mu-

MUSEU DE UFOLOGIA NO RS

seu possui mais de duas mil horas com imagens de avistamentos e objetos que pertenceram a brasileiros que foram abduzidos. Para maiores informações escreva para museu@ieg.com.br ou ligue para (55) 222-7669.

UFOLOGIA VOLTA À TV

Arquivo UFO

Ao que tudo indica, duendes e gnomos não são exclusividades de celebridades brasileiras. Na cidade de Quininde, Equador, uma dessas estranhas e inclassificáveis criaturas está dando o que falar. Os rumores de que um ser de aspecto humanóide, com cerca de um metro de altura e cor verde está rondando a cidade começaram em março e ainda perduram. Ele foi visto caminhando normalmente por várias ruas, por inúmeras pessoas. A polícia está mobilizada em prendêlo. A comerciante local Cecília Cedeno acredita ter visto a criatura aparecer junto a um grupo de pessoas repentinamente. Eles estavam na calçada em frente ao seu estabelecimento quando, de acordo com ela, o ser teria soltado um ruído estranho, que ela identificou como uma risada. Essa é a segunda vez que algo do gênero mexe com a normalidade da América Latina. Conforme publicado em UFO 84, uma minúscula e bizarra criatura surgiu no Chile, quando ainda estava vivo. Morreu depois de uma semana e seu corpo se mumificou rapidamente. Assim como o ser que anda assustando os equatorianos, a pequena criatura do Chile ainda não foi identificada como uma espécie conhecida.

ET NO EQUADOR?


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UFO — Você acredita na possibilidade da Ufologia vir um dia a ser uma atividade estabelecida e, assim, exercida por qualquer pessoa de forma comercial? Crê em sua oficialização? RAFAEL — Inúmeras atividades na Ufologia podem ser desenvolvidas e exploradas no campo comercial. Hoje temos a produção de material de pesquisa, revistas, jornais, CDs, víUFO — Algumas pesdeos, livros etc. E até soas acreditam que fazer congressos de Ufologia atividades turísticas e culturais. Não há como seja uma atividade lunão inseri-las no univercrativa e se lançam a so comercial. Penso que, realizá-los. Você desenA Ufologia a exemplo de outras árevolve essa atividade como um meio de vida, pode ser explorada as, temos que ter uma garantindo seu sustento conduta ética e moral no comercialmente, lido do Fenômeno UFO, e a manutenção das atividades do NPU? ainda mais quando ele mas com muita ligado ao comérRAFAEL — São pouseriedade, dignidade estiver cio. Acima de tudo, a cas as pessoas que se e transparência aventuraram a realizar Ufologia deve ser conduzida com seriedade e de congressos de Ufologia forma científico-espiritualista. Ainda no Brasil, e todas sabem das dificuldades existentes. Acredito que nenhuma precisamos de amadurecimento para, aí sim, lutarmos por seu reconhecimento realizou eventos ufológicos com o oboficial. Acho que não estamos longe disjetivo de obter lucros. Os que fizemos em Curitiba só foram possíveis em raso, mas ainda temos muito a fazer para conseguirmos este intento. zão do amplo círculo de amizades que temos junto a órgãos públicos, meios UFO — Você tocou num ponto crupolíticos e de imprensa. Após duas décadas fazendo estes eventos, posso afircial, que é a ética e a moral no lido do Fenômeno UFO, justamente nos dias de mar que não possuo nenhum bem em hoje, em que vemos algumas pessoas decorrência de ganhos oriundos de sua organização. Muito pelo contrário, granusarem a Ufologia para a formação de seitas. O que você pensa sobre isso? de parte das dívidas que tenho acumuArquivo UFO

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UFO — Rafael, sua obstinação por realizar eventos de Ufologia lhe garante um recorde mundial. O que o compele a fazer tantos congressos? RAFAEL — Iniciei minhas atividades na Ufologia acompanhando o famoso Caso Vasp Vôo 169, ocorrido em 1982. Naquele período tive a sorte e felicidade de conhecer grandes nomes na área, entre eles Carlos Alberto Reis, Jaime Lauda, Ademar Eugênio de Mello, Daniel Rebisso e Ademar José Gevaerd. Todos foram fundamentais para minha formação ufológica. Sempre gostei muito da pesquisa do assunto, mas optei preferencialmente por sua divulgação pois achava necessário levar a temática para o público em geral. Assumi esta função como uma espécie de missão, e acredito que seja mesmo uma. Procuro realizá-la com muita dignidade, apesar de enfrentar inúmeras dificuldades a cada novo evento. Acho que eles devem ser cada vez mais valorizados e prestigiados, pois oferecem importantes oportunidades de conhecimento, troca de informações e confraternização entre o público e os pesquisadores. Além de atrair a atenção da mídia em geral.

ladas tiveram origem na organização desses congressos. Mas espero que um dia possamos realizar eventos com menos dificuldades. Apesar de hoje não depender da Ufologia como meio de vida, não vejo nenhum problema se amanhã esse for o caminho que eu escolher. Basta ter dignidade, trabalhar com transparência e objetividade.

U

m dos co-editores da REVISTA UFO detém um recorde mundial que dificilmente será batido por qualquer outro ufólogo, em qualquer parte do mundo. Rafael Cury, residente em Curitiba e presidente do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), é o mais produtivo e bem sucedido organizador de eventos na área ufológica de que se tem notícia, em todos os tempos. Tendo iniciado suas atividades no setor há 22 anos, Rafael já realizou nada menos do que 120 congressos, simpósios, seminários, workshops e conclaves em geral em que o Fenômeno UFO foi tema principal. Para tamanho número de eventos, conseguiu reunir nada menos do que 150 ufólogos do Brasil e 50 de outros 20 países. Para assisti-los, o paranaense conseguiu atrair a fantástica quantidade de mais de 50 mil pessoas. Esses são números respeitáveis e indicam, além de uma grande devoção ao tema, o espetacular interesse que o público brasileiro tem pelo assunto. Rafael conta com a ajuda do irmão Romio Cury, consultor de UFO, e de toda sua família, que se empenha com idêntico carinho à realização dos eventos. Os últimos aconteceram em São Paulo, em 26 e 27 de abril, e em Curitiba, de 01 a 04 de maio. Foram, respectivamente o XXVI Congresso Brasileiro de Ufologia Científica e o I Diálogo com o Universo. Novamente nestas datas, Rafael levou à Curitiba os ícones da Ufologia Norte-Americana Roger Leir, Bob Pratt e David Jacobs, além de dezenas de ufólogos de vários estados brasileiros. Ainda esse ano prepara a realização de novas atividades, que serão oportunamente divulgadas na REVISTA UFO, parceira desde o início de sua carreira.

Rafael Cury: A viabilidade da Ufologia

Julho 2003 – Edição 89


Nossa Homenagem

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Cláudio Suenaga

com nossa entidade. Nossa próxima viagem está prevista para o mês de agosto e iremos visitar as cidades sagradas dos incas, no Peru, principalmente Machu Pichu. Aqueles que desejarem maiores informações, podem nos contatar via e-mail. UFO — Você acredita que é possível a alguém, numa vigília ou situação parecida, buscar um contato com extraterrestres e efetivamente consegui-lo? Espera que isso aconteça em sua viagem ao Peru? RAFAEL — Não temos como objetivo, nestas viagens, a tentativa de contatos com extraterrestres. Mas isso não significa que durante nossas pesquisas e vigílias isso não possa acontecer. Sou favorável a que as pessoas que venham a participar de vigílias ufológicas procurem não se condicionar a ver algo. Isso pode causar frustrações ou até ilusões. Não acredito nos chamados contatos programados com ETs. Estas atividades geralmente são conduzidas por pessoas suspeitas e de caráter duvidoso. E não acho que os alienígenas estejam a nossa disposição para aparecerem com horário marcado.

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UFO — Você começou recentemente a fazer viagens de estudos e pesquisas ufológicas a locais exóticos do Brasil e outros países, acompanhado de interessados. O que o motivou a isso e quais serão suas próximas viagens? RAFAEL — Uma das atividades mais fascinantes da Ufologia são as vigílias noturnas e as pesquisas de campo. Neste momento, estamos desenvolvendo um programa que possa ser praticado sem muito custo por pessoas interessadas, visando terem total acesso às tais atividades, principalmente durante viagens que empreenderemos. Elas têm o propósito de pesquisar, buscar conhecimentos e desenvolver intercâmbio com pesquisadores de outros estados e países, além do entrosamento com outras culturas. Estamos atendendo a uma antiga solicitação de pessoas que mantêm contatos

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citar o documentário ao próprio entrevistado, através do e-mail rafael.cury@avalon.sul.com.br ou telefone (41) 9994-8758].

MACHU PICHU no roteiro de viagens ufológicas de Rafael Cury: troca de experiências e possíveis contatos

Trace Router

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sua trajetória. O vídeo é legendado e também mostra as análises laboratoriais de seus estigmas, além de fatos que estão ocultos pela igreja sobre o chamado segredo de Fátima. A Ufologia mundial deve muito a Giorgio Bongiovanni [Os interessados podem soli-

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UFO — A REVISTA UFO publicou uma matéria na edição 87, em que expunha a informação de que o estigmatizado italiano Giorgio Bongiovanni não tem mais seus ferimentos na testa. Você o conheceu e viu suas chagas. O que pensa deste fenômeno? RAFAEL — Conhecer e conviver com Bongiovanni foi sem dúvida um grande aprendizado. Ele foi responsável por grandes avanços na pesquisa ufológica. Basta lembrar que foi quem mais obteve entrevistas, material e informações de cosmonautas e astronautas. Em duas oportunidades, aqui no Brasil, foi submetido a exames médicos diante das câmeras de televisão e, numa das vezes, a médica que examinou suas chagas confirmou tratar-se de um fenômeno. Sempre respeitei muito a humildade de Bongiovanni, e isso me motivou a lançar no Brasil o documentário O Segredo de Fátima – A História de Bongiovanni, com 80 minutos de muitas informações sobre toda

RAFAEL — Sem dúvida alguma, uma das minhas maiores preocupações como ufólogo é a exploração do Fenômeno UFO por seitas ou por pessoas que se intitulam “representantes dos ETs na Terra”. Tenho muito orgulho de fazer parte da REVISTA UFO, que tem dado grande contribuição ao alertar seus leitores quanto ao perigo destes movimentos. Acho que o governo brasileiro deveria estar mais atento para tais atividades, pois as seitas estão se multiplicando. E não são só as ufológicas ou esotéricas, mas também as de cunho religioso, que são muito mais perigosas. Não podemos em hipótese alguma permitir que falsos profetas explorem a boa-fé da população anunciando coisas absurdas, como a promessa de resgate planetário, fazendo pessoas ingênuas crer que poderão ser salvas no caso de um holocausto. Há ainda aquelas seitas que vendem até mesmo Jesus Cristo. Um absurdo, verdadeiro caso de polícia.

A Fernando Grossman, um dos pioneiros de nossa Ufologia e incansável pesquisador. Grossman é considerado o criador de uma área que denomina de “Ufologia Gótica”

UFO — O que você falaria para um adolescente que estivesse ingressando na Ufologia no Brasil, neste instante? RAFAEL — Inicialmente, daria os meus parabéns pela opção de ingressar na Ufologia. Como informação, diria que ele está iniciando num país que detém uma das mais ricas casuísticas do mundo, monitorada por dezenas de pesquisadores e grupos ufológicos do mais alto nível. Diria a ele que, como base para suas atividades, mantivesse contato com todos os consultores da REVISTA UFO, e que procurasse ser um leitor da publicação. Também o aconselharia que tivesse uma conduta neste campo pautada pela honestidade, pela seriedade e pelo respeito que o tema merece. E por fim, que ele saiba que pode sempre contar com minha modesta contribuição para o que precisar. 9


O primeiro período da década de 70, época obscura da política brasileira, quando a ditadura militar implementava suas maiores atrocidades contra aqueles que teimavam em seguir caminhos contrários aos rumos determinados pelo então presidente Médici e seus políticos colaboradores, coincidiu com a conturbada adolescência da Ufologia Brasileira. As práticas religiosas ditadas pela Igreja Católica Apostólica Romana eram rigidamente cumpridas no maior país católico do mundo, sendo o catolicismo oficialmente reconhecido como a religião do Brasil, a única a ser ministrada no ensino religioso das escolas públicas. Quem colocasse esses pressupostos divinos em questão seria queimado vivo na inquisitória fogueira da ignorância pública e condenado ao ostracismo. Nesse contexto, surgem no país as primeiras obras de impacto que levantariam graves suspeitas sobre o que estava estampado nas escrituras sagradas do cristianismo. Como uma adolescente indócil e rebelde, em plena produção hormonal, a Ufologia Brasileira, através do ufólogo Fernando Cleto Nunes Pereira, em seu livro A Bíblia e os Discos Voadores, atingira em cheio os principais alicerces da igreja, repetidos e pregados exaustivamente séculos a fio por seus evangelistas. Tal qual um vendedor de balas que oferece uma guloseima nova a uma criança ávida por novidades, Pereira ousara chamar-nos à leitura de novos pontos de vista sobre o que realmente dizia a Bíblia, com uma frase que, neste momento, a roubaremos para finalizar a introdução de nossas espinhosas e ousadas afirmações a respeito das relações entre os Evangelhos e a Ufologia: “Aqueles que seguirem com muito afinco uma religião de cunho cristão, não deverão ler esta obra”. Hoje, assistimos a calorosas discussões na mídia sobre o que alguns novos teólogos expressam em suas obras literárias, as quais causaram grande furor nos meios religiosos. Essas obras estão, curiosamente, 10

apenas no final do século passado e início desse terceiro milênio, remexendo e questionando o que sempre foi dito em missas e cultos cristãos durante esses dois mil anos. Principalmente no que se refere aos Evangelhos apócrifos, as discussões estão se acirrando. Entretanto, ao que nos parece, esse reaquecimento filosófico curiosamente ainda não chegou, pelo menos publicamente, às raias da Ufologia, que é o que pleiteamos agora. Talvez o rumo das pesquisas seja estrategicamente guiado para passar à margem de conceitos considerados indesejáveis à luz dos auto-intitulados escolhidos de Cristo, mas não é essa questão que queremos levantar no momento. Algumas dessas novas discussões giram em torno de afirmações levantadas sobre a impossibilidade de Ana, mãe de Maria, ter filhos, sobre a virgindade ou não de Maria, das posses nada modestas de Joaquim, avô de Jesus, das visitas freqüentes dos anjos em determinadas épocas a esses escolhidos, sobre os pequenos milagres de Cristo quando ainda era criança, ou pela rispidez desse no trato com sua família. Tal atitude está descrita nas obras Jesus, um Retrato do Homem, do jornalista A. N. Wilson [Ediouro], Cristo, uma Crise na Vida de Deus, do ex-jesuíta Jack Miles [Companhia das Letras], e em Mãe, A História de Maria, de Júlia Bárány [Editora Mercuryo]. Todas essas obras estão baseadas nos Evangelhos apócrifos. Contudo, nenhuma delas toca na espinhosa questão dos verdadeiros causadores de fatos tão incomuns nas vidas desses ícones do cristianismo.

ONIPOTÊNCIA DIVINA — Tudo é simplesmente atribuído a Deus e a seus anjos, arcanjos, querubins e serafins. Provavelmente, pelos termos que geraram a contenda, não era a intenção dos autores das citadas obras adentrar nessa área, mas qualquer discussão nesse sentido, mais cedo ou mais tarde, acabaria resvalando na questão dos UFOs na Bíblia – até porque uma coisa é inerente à outra. Para a Ufologia, a questão está exatamente aí: quem é Deus e quem são esses

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DIVINDADES AFRICANAS — O filósofo e te-

ólogo Roberto dos Santos Miranda, padre excardinado da Diocese de Brasília, autor de três livros sobre divindades africanas, acha perfeitamente viável que essas teorias ufológicas tenham seu fundo de verdade. Contudo, pensa que jamais o Vaticano abordará o assunto do ponto de vista desejado pelos ufólogos, simplesmente por dois motivos. Primeiramente, porque as provas disponíveis, concernentes à Bíblia e aos apócrifos, quando não são tidas como manifestações metafóricas exageradas de seus autores, sendo esse um dos motivos que leva-

ram os apócrifos a serem proscritos dos textos sagrados, são então encaradas como milagres, tendo, portanto, origem divina. E, se existem provas que não são públicas, estas estão muito bem guardadas nos andares e longos corredores da Biblioteca do Vaticano, reconhecido baluarte milenar da história das civilizações que se instalaram na Ásia Ocidental, Oriente Médio, Europa e Norte da África. Padre Miranda nos lembra que o Vaticano tem inúmeros volumes da Biblioteca de Alexandria, milagrosamente salvos por antigos sacerdotes, que, antes de ser destruída pela invasão romana, continha toda a história das primeiras civilizações terrestres. Sabemos também que revelações provenientes de uma discussão dessa importância colocariam em cheque, imediatamente, toda a teologia católica e seus dogmas. Contra isso, existe uma poderosa corrente dentro do Vaticano, que, detectado algum foco de perigo estrutural na igreja, prontamente entra em ação, expressando suas palavras através do papa. A última manifestação dessa equipe conservadora, provavelmente motivada por esses novos questionamentos teológicos, foi comunicada no mês de abril, quando João Paulo II determinou que aquele que se considerar católico, de preferência praticante, estará terminantemente proibido de participar de qualquer outro culto religioso. Ora, uma atitude dessa, vinda do pontífice que ficou reconhecido como o papa que pregava o ecumenismo, é uma incongruência. O primeiro ufólogo a questionar exclusivamente os Evangelhos apócrifos, bem antes das atuais e limitadas conclusões le-

Fernando de Aragão Ramalho Julho 2003 – Edição 89

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Philipe Kling David

auxiliares que tanto influenciaram nos protagonistas da Bíblia? Considerando-se que nela mesmo, em Gênesis, os evangelistas se referem a Deus em hebraico, por meio da palavra elohim, que significa deuses, no plural, e não Eloah, no singular, como seria o correto, podemos ter uma idéia da variedade de líderes e suas falanges celestes que nos visitaram no passado. Entre os ufólogos, alguns religiosos, e também em reservados círculos científicos, não é novidade nenhuma que tanto a Bíblia e seus apócrifos, quanto os livros sagrados de outras religiões, como o hinduísmo e o budismo, estão repletos de relatos sobre esses seres e suas máquinas voadoras, e que seus feitos são, em sua maioria, provas incontestáveis de uma origem alienígena. Outra questão a se levantar é o fato de que tanto essas escrituras, quanto às conclusões de estudiosos que ousaram tocar no tema ufológico-religioso, serem constantemente evitados por exegetas clericais.


vantadas pelos novos teólogos, foi o espanhol J. J. Benítez, em sua obra Os Astronautas de Yaveh, em 1980 [Editora Mercuryo]. Nessa obra, o autor chama diversas vezes a atenção do leitor sobre a constante presença dos anjos e seus feitos, e sobre os talentos dos protagonistas do Antigo e do Novo Testamento, que são ainda mais surpreendentes nos apócrifos. Conclusivamente, assim como Fernando Cleto Nunes Pereira, Benítez afirma que só um plano muito bem elaborado por criaturas que realmente não eram desse planeta estaria por trás dos acontecimentos relatados nas escrituras.

UFOLOGIA E EVANGELHOS — No intuito de

chegar a conclusões livres de preconceitos religiosos e de visões dogmáticas que governam o cristianismo há séculos, gostaríamos de convidar os leitores a desfazeremse dessas amarras e buscarem, sob novos aspectos, a velha máxima de Jesus Cristo:

UFOs nas escrituras, um tema polêmico, mas necessário

F

The Bridgeman Art Library

alar sobre a presença de extraterrestres no passado da Terra é algo delicado, porque é um assunto que atravessa diretamente o âmago das principais religiões estabelecidas e, como resultado, fere sentimentos e dogmas diversos. Mas não é, em hipótese alguma, um assunto do qual devemos nos abster de discutir. Pelo contrário, analisando as evidências históricas das visitas de alienígenas em suas maravilhosas máquinas voadoras na Antigüidade é que temos alguma chance de compreender a complexidade do Fenômeno UFO. Por textos sagrados, evidentemente, não queremos nos referir exclusivamente à Bíblia. Há outros textos tão ou mais antigos quanto ela, tradições estabelecidas de muitas outras religiões, que também contêm abundantes descrições de fenômenos ufológicos. O mais explícito é, talvez, o Mahabarata, hindu, que descreve os UFOs como vimanas resplandecentes e traz relatos extraordinários destas naves em suas evoluções sobre os céus da Índia, há nada menos do que quatro mil anos!

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“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Para tal, precisarão apenas transportar sua ótica dos remotos tempos bíblicos para nossa era. O tipo de postura que aqui propomos é o que faz o estudo ufológico há pelo menos 30 anos, promovendo uma modificação conceitual sobre os relatos bíblicos, encarando-os do ponto de vista atual, baseando-se nas tecnologias que já estão ao nosso alcance, também na rica casuística ufológica e nos incontáveis relatos acumulados e publicados em livros neste meio século de estudo científico da matéria. Tudo isso está acessível para aquele que “...tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir”, como Cristo colocou. Primeiramente, é necessário ter em mente o que representam os Evangelhos e outros livros apócrifos para as diversas igrejas e suas doutrinas cristãs, bem como para os demais seguidores independentes dos ensinamentos bíblicos. Conforme o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra apócrifo significa “...obra ou fato sem

autenticidade, ou cuja autenticidade não se provou. Diz-se, entre os católicos, dos escritos de assunto sagrado não incluídos pela igreja no Cânon das escrituras autênticas e divinamente inspiradas”. Entre os cristãos esotéricos, o conceito mais usado vem do grego apocrypha, que, como coloca o Glossário Teosófico, é “...erroneamente traduzido e adotado como ‘duvidoso’ ou ‘espúrio’. A palavra significa simplesmente secreto, oculto ou esotérico”. Antes do surgimento do cristianismo, esse último conceito era usado para identificar algumas obras, sobretudo, pelos sumos sacerdotes e seus iniciados nas escolas secretas, das quais, as mais conhecidas encontravam-se na Antiga Grécia, Egito, Índia e nas montanhas do Himalaia. É comum nesses meios a afirmação de que, num período ocultado pela Bíblia, o próprio Jesus Cristo freqüentou uma dessas escolas durante sua infância ou adolescência, a dos essênios, tendo acesso a vários desses apócrifos e trocando alguns

Esta edição da REVISTA UFO traz um apanhado de artigos exclusivos que nossa equipe colheu junto a vários renomados autores brasileiros, todos com suas teorias e estudos sobre a passagem de ETs nos tempos bíblicos e, especificamente, citados nas escrituras sagradas. Os relatos são inúmeros e vê-se, já por aí, que a Bíblia pode ser considerada, com positiva certeza, um dos mais abundantes registros da existência de civilizações extraterrestres que temos hoje à disposição na literatura. “A casa de meu Pai tem muitas moradas” é uma das passagens bíblicas que mais diretamente mostra o quão populoso é o universo – e mostra também que Deus

é o Pai de outras civilizações igualmente humanas e espalhadas pela imensidão cósmica. Por outro lado, estudiosos da Bíblia apontam, logo em suas primeiras linhas, algo surpreendente. Segundo eles, na passagem em que se narra que “…no princípio criou Deus o céu e a Terra”, há um grave equívoco de tradução, que apontaria para uma interpretação totalmente diferente da que aparece em 99% das versões existentes nas escrituras. Garantem os estudiosos que a palavra Deus é mencionada no idioma original em que foi escrita tal parte da Bíblia como sendo elohim. E elohim significa deuses, no plural, e não um único ser onipotente, o Deus Pai. Se isso é verdade, desde o início dos tempos já há evidências de que criaturas consideradas sobre-humanas intercederam na criação da Terra. Daí até o fim dos textos bíblicos, essas narrativas se sucedem sem fim. A questão é, sem dúvida, polêmica. Sobre religião não se discute, dizem os bons costumes! Mas esta edição de UFO não teria como abordar tão delicado assunto se não fosse através da discussão de passagens e dogmas bíblicos. Alguns leitores poderão se sentir ultrajados, se forem religiosos fervorosos. Mas queremos deixar claro que, por mais polêmica que seja, tal discussão é de uma riqueza incontestável e não pode ficar de fora de nossa agenda de compromissos para com a Ufologia Brasileira. — A. J. GEVAERD, editor Julho 2003 – Edição 89


ILUMINATIS — Entre os ufólogos, essa dis-

cussão sobre interferências nocivas à lógica cristã vai além do que propõem os intelectuais religiosos. Entra no campo dos constantes monitoramentos de grupos secretos que, segundo alguns, são identificados como os iluminatis da igreja, os quais possuem conhecimento suficiente para identificar a presença de seres extraterrestres entre anjos e deuses. Ainda segundo essa corrente ufolóJulho 2003 – Edição 89

gica, os iluminatis sabiam muito bem o que estavam fazendo ao interferirem, por exemplo, nas investigações sobre as aparições da Virgem de Fátima, um fenômeno que, pelos relatos, desenhou nitidamente seu caráter ufológico, ocorrido em Portugal, séculos depois da morte de Maria. Isso demonstra a constante presença desse grupo e o grande poder de influência que possui na direção do Vaticano. Outro grupo, talvez ligado aos primeiros iluminatis, que na época do Concílio de Nicéia te-

O Vaticano, onde autoridades clericais guardam segredos bíblicos preciosos

ENOQUE, UM ENVIADO — O primeiro versí-

culo do relato atribuído a Enoque refere-se nitidamente à aparição de dois seres de enorme estatura, que realmente deveriam ser muito estranhos, tal foi o terror demonstrado pelo contactado ao notar as características físicas incomuns. Ante seu espanto, os seres informaram-lhe que dentro em pouco ele “subiria aos céus”, e que pelo tempo que deveria permanecer fora, teria que passar instruções à sua família sobre o que fazer durante sua ausência. Literalmente, Enoque seria abduzido por dois seres bem diferentes dos humanos que, conforme sua descrição, tinham faces resplandecentes, olhos como chama e uma voz que soava como um canto. Eles possuíam também algum tipo de instrumento nas costas, identificado por Enoque como “asas mais brilhantes que o ouro e as mãos mais brancas que a neve”. Essas criaturas podem ser enquadradas como seres humanóides do tipo 03, variação 03, conforme classificação de Jader Pereira, ou algo entre o tipo beta e o gama, segundo a classificação de Claudeir Covo [Ambas publicadas em UFO 86]. As asas douradas poderiam representar algum tipo de instrumento metálico localizado nas costas, talvez para função comunicativa, respiratória ou locomotiva. Esses dois seres que acompanhariam Enoque na maior parte da viagem, até seu retorno, são identificados como os anjos Samuil e Raguil. A jornada do abduzido deveria, no mínimo, chegar aos limites da Via Láctea e durar muitos anos para quem estivesse na Terra, uma vez que, assim como vários lugares, ou céus foram descritos e algumas estrelas além do Sol também parecem ter sido visitadas. De acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, para uma pessoa que viaje grandes distâncias a velocidades muito altas, o tempo passará mais vagarosamente em relação à outra que permaneça em repouso num ponto estacionário. No caso, quem permaneceria em repouso seria sua família, por isso as instruções durante um tempo que, à vista de Enoque [Em movimento], seria muito menor que o de sua família [Em repouso]. A jornada deve ter durado no mínimo 30 dias, tempo em que escreveu seus 366 livros, de acordo com o que coloca o 23º capítulo do apócrifo, e mais o período de observação dos céus. Photographer's Choice

Chris Niedenthal

de seus conhecimentos com mestres dessa escola. Mais tarde, seus conceitos seriam utilizados em sermões e confrontos nos templos sagrados dos judeus. Cabe aqui ressaltar que os essênios constituíam uma seita misteriosa de judeus de cunho espírita, que, segundo o historiador Plínio, viveu próxima ao Mar Morto por millia soecolorum, milhares de séculos. Após a chegada do profetizado Enviado, muitos desses essênios passaram a compor os cristãos gnósticos, uma seita basicamente esotérica, dentre várias novas que passariam a compor o catolicismo. A realidade é que os Evangelhos apócrifos, conforme os conhecemos hoje, começaram a surgir após o Concílio de Nicéia, no ano de 325 d.C., quando alguns foram separados dos 73 livros canônicos [Lista dos livros sagrados admitidos pela Igreja Católica]. Os motivos para sua separação e, em alguns casos, reinserção, através dos diversos concílios, é questão de caloroso debate entre os estudiosos. Não deverão ser aqui expostos, pois tomariam demasiado tempo. Mas vale adicionar que algumas dessas razões apresentam tamanho absurdo e ignorância, que deixariam quaisquer padres ou pastores protestantes, suficientemente coerentes, rubros ao expô-las em seminários ou pregações. Tais comportamentos de exceção, característicos de seitas dominantes no cristianismo nascente, podem ser comparados com aquele que encontramos na suposta predicação final de Cristo no Evangelho de Bartolomeu, onde Ele fala da Igreja Católica, que não tem nenhum fundamento, e “representa um anacronismo ridículo”, segundo as palavras de Maria de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia [Editora Mercuryo].

ria como função a escolha dos rumos que deveria seguir o cristianismo, discriminando o canônico do apócrifo, jamais pensaria que o seu filtro não seria tão seletivo, a ponto de passar apenas as escrituras que não gerassem interpretações dúbias, ridículas, ou perigosas ao credo, em outras instâncias do conhecimento histórico-religioso e científico. De fato, o intuito de esconder informações não surtiu o efeito desejado, uma vez que muitos dos livros canônicos também contêm confirmações sobre alguns fatos supostamente ligados à Ufologia. Devido ao grande número de textos e passagens da Bíblia canônica e da apócrifa, impossíveis de compilação numa revista, escolhemos apenas trechos de alguns desses livros, em distintas épocas, e retiramos deles os aspectos mais contundentes em relação à Ufologia [Veja box].

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içou vôo em direção ao espaço, a exemplo do que ocorreu com Elias [II Reis, capítulo 02, versículo 11], levado por uma carruagem de fogo aos céus.

já que foram reconhecidos como “anciãos e os dirigentes das ordens estelares”, bem como seus subordinados. Deve-se considerar que, frente àquelas novidades, o contactado poderia muito bem confundir os loGRANDE MAR — Durante o vôo, Enoque cais que visitava, já que sua cultura não postem, acima, a visão do espaço sideral [Éter] suía palavras para expressar exatamente o e ao olhar o horizonte e abaixo, os seres que presenciava. O que ele entendia como mostram o que mais lhe pacéu, estrelas, planetas e cidarecia com um grande mar, des, poderiam ser veículos que transportavam a ele e “maior que o mar da Terra”. Enoque, neste momento, aqueles exércitos de homens, possivelmente teve a mesma provavelmente naves que compunham uma frota esteimpressão que Yuri Gagarin teve, em 1961, ao dar a prilar, dada a riqueza de detameira volta ao redor do plalhes de sua descrição. Aqui percorremos o perigoso terneta, na nave Vostok 1, quando exclamou a famosa frase: reno das suposições, mas sa“A Terra é azul”. Para Enobemos que sem ele a ciênOs seres mostraram cia não caminha. que, pode ser que o grande a Enoque um grande horizonte azul do planeta, No primeiro céu, Enoque mar, ‘maior que o mar da retrata aquilo que lhe parequando se chega às últimas cia neve e os anjos que camadas da atmosfera, lhe Terra’. O profeta teve, parecera o maior dos mares. possivelmente, a mesma “mantêm seus terríveis deApós alguns lances de admipósitos”, talvez pela cor impressão que Yuri branca ou claridade que de ração, o quarto e quinto caGagarin, em 1961, ao lá emanava. Segundo descripítulos descrevem como dar a primeira volta ao ções, seria um local onde Enoque entrou em contato redor do planeta, com outros seres que provaanjos controlavam uma “tequando exclamou: ‘A souraria” e de onde partiam velmente ocupavam maiores Terra é azul’ “nuvens” para vários locais. postos na hierarquia divina, NASA

Entretanto, segundo a Bíblia, em Gênesis, capítulo 05, versículos 21 a 24, Enoque gerou Matusalém aos 65 anos e gerou outros filhos e filhas antes da viagem. Retornou, repassou tudo o que vira em mais 30 dias na Terra e partiu novamente aos céus, vivendo ao todo 365 anos terrestres. No entanto, no apócrifo, Enoque afirma que foram 165 anos de vida antes do nascimento de Matusalém, e não 65. Na menor das hipóteses, teria a viagem de Enoque durado mais ou menos 100 anos terrestres e, na maior, 200. Conforme cálculos baseados nos estudos de Einstein, uma viagem de ida e volta ao limite de nossa galáxia, a velocidades próximas à da luz, duraria quase 200 anos para quem estivesse no planeta, enquanto que, para o viajante, esse tempo quase pararia. O terceiro capítulo do livro de Enoque, apesar de pequeno, com apenas um versículo, mostra claramente que ele foi levado ao lugar ao qual se refere como “primeiro céu”, através das asas dos anjos, e depois elevado às nuvens. O que nos parece com um verdadeiro traslado antigravitacional, causado provavelmente por alguma força que provinha do que estava nas costas dos dois seres, suas asas, levando-o do chão à nave. Essa, por sua vez,

A abdução do profeta Enoque Fernando de Aragão Ramalho

A

origem do apócrifo Livro de Enoque remonta ao século I d.C., atribuído a um judeu helenizado de Alexandria. Considerado um dos mais relevantes à pesquisa ufológica, devido à sua constituição e perfeição na descrição dos fatos, é tido também como uma ferramenta fundamental no entendimento de algumas passagens obscuras dos evangelhos canônicos, sua influência sobre os escritores do Novo Testamento é incontestável. Mostraremos a seguir alguns dos muitos trechos da obra que são relevantes ao estudo ufológico, apenas minimamente editados para melhor compreensão e apresentação:

[Capítulo I, versículo 01] Havia um sábio, um grande artífice, e o Senhor dedicou-lhe seu amor e o recebeu, a ponto de fazê-lo testemunhar as mais altas moradas dos maiores e mais sábios imutá-

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veis reinos do Todo-Poderoso. As mais maravilhosas, gloriosas e brilhantes estações de muitos olhos dos servidores do Senhor, e o inacessível trono do Senhor. E os graus de manifestações e hostes incorpóreas, o inefável ministério e a multitude dos elementos, as várias aparições e o canto indizível das hostes dos Querubins, e a luz infinita. [Versículo 02] Naquele tempo, quando completei 165 anos, gerei meu filho Matusalém. [03] Depois disso, vivi 200 anos e, ao todo, minha vida foi de 365 anos. [04] No primeiro dia do primeiro mês, estava eu sozinho em minha casa descansando no meu leito, quando adormeci. [05] E quando estava adormecido, uma grande tristeza tomou conta de meu coração. Chorei durante o sono e não podia entender que tristeza era aquela, ou o que iria acontecer-me. [06] E então apareceram dois homens, extraordinariamente grandes, como eu nunca vira antes na Terra. Suas faces resplandeciam como o

Sol, seus olhos eram como uma chama e de seus lábios saía um canto e um fogo, variados, de cor violeta na aparência. Suas asas eram mais brilhantes que o ouro, suas mãos, mais brancas que a neve. [Versículo 07] Eles estavam em pé, na cabeceira de meu leito, e puseram-se me chamar pelo nome. [08] Acordei e vi claramente aqueles dois homens, de pé, na minha frente. [09] Saudei-os e fui tomado de medo. Meu semblante transformou-se pelo terror, e os homens disseram: [10] “Tem coragem, Enoque, não temas. O Deus eterno nos mandou a ti e, vê! Tu hoje deverás subir aos céus conosco, e deverás dizer a teus filhos e aos da tua família tudo o que deverão fazer na casa durante tua ausência na Terra. Não os deixes procurar-te até que o Senhor te devolva a eles”. [11] E não me demorei em obedecêlos. Saí de minha casa, como me foi ordenado, chamei meus filhos Matusalém, Regim e Gaidad, e contei-lhe todas as maravilhas que me haviam dito aqueles homens.

PRIMEIRO CÉU — [Capítulo III, versículo úni-

co] Aconteceu que, depois de Enoque ter falado com os filhos, os anjos o levaram em suas asas ao primeiro céu e o puseram nas nuvens. “E aí eu olhei, e olhei outra vez mais Julho 2003 – Edição 89


ARMAS TERRÍVEIS — O relato esquenta

quando, nos versículos 07, 10 e 18, Enoque relata o que lhe parecia o inferno. Nos dois primeiros, ele apenas identifica os seres sofredores, vigiados por anjos de pele escura,

Enoque é levado ao espaço. Mas, por um anjo ou um ET?

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ses anjos eram escuros, mais escuros que a escuridão da terra. Os faziam chorar incessantemente, o tempo todo...

RIO DE FOGO — [Capítulo X, versículo único]

Aqueles dois homens me tomaram e me conduziram ao norte, e me mostraram um lugar terrível onde havia todas as maneiras de torturas, trevas e escuridão sufocantes. Nenhuma luz havia lá, mas um fogo escuro constantemente ardia no alto. E havia um rio de fogo que corria, e por todo o lugar havia fogo. Por

que descreve como “impiedosos que portavam armas terríveis”, mas no versículo 18 observa e fala aos soldados chamados “grigori”, seres com aparência humana que “eram maiores que os maiores gigantes”. Estes possuíam rostos sem viços e bocas que apresentavam “silêncio perpétuo”. Segundo um dos seres que acompanhavam Enoque em sua jornada, os grigori, ao que parece, são parentes dos gigantes que visitaram e fecundaram mulheres terrenas, conforme relato bíblico no Gênesis, capítulo 06, versículos 01 a 04, em passado remoto, dando origem a homens que impressionavam pela altura e pelas inimizades. Neste versículo, percebe-se uma grande semelhança entre os fatos do Gênesis e os relatos de mulheres abduzidas da época contemporânea, submetidas a processos de fecundação após o rapto, geralmente praticados por seres alfa cinzentos, os famosos grays. Seriam os tais anjos escuros? Alguns deles chegavam a atingir grandes estaturas. Será que o termo grigori, pronunciado naquela época para identificar esses humanóides, tem alguma correlação com a identificação gray adotada atualmente? Tanto uns quanto os outros, excetuando-se alguns casos, são

todo lugar havia geada e gelo, sede e tremores, enquanto que as penas eram muito cruéis. Os anjos temíveis e impiedosos portavam armas terríveis e infligiram torturas tenebrosas. [Capítulo XI, versículo 01] Aqueles homens me tomaram, conduziram-me ao quarto céu e me mostraram os sucessivos acontecimentos e todos os raios da luz do Sol e da Lua. [02] Eu medi seus movimentos e comparei suas luzes, e vi que a do Sol é maior que a da Lua. [03] Seu ciclo e suas órbitas, nos quais eles sempre se movimentam, como um vento de uma velocidade maravilhosa, e o dia e a noite têm um rápido trânsito. [04] Sua passagem e seu retorno são acompanhados por quatro grandes estrelas e quatro à esquerda. Cada estrela tem sob seu controle mil outras estrelas, ao todo oito mil, seguindo continuamente o Sol. [05] De dia, 15 miríades de anjos o assistem e à noite, mil. [06] Seis alados seguem diante da órbita do Sol em suas chamas flamejantes, e cem anjos acendem o Sol.

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para o alto e vi o éter. Eles me puseram no primeiro céu e me mostraram um grande mar, maior que o mar da Terra”. [Capítulo IV, versículo único] Trouxeram até mim os anciãos e os dirigentes das ordens estelares, e mostraram-me 200 anjos que dirigiam as estrelas e suas funções nos céus. Voaram com suas asas e apareceram todos que navegam. [Capítulo V, versículo único] E aí eu olhei para baixo e via as tesourarias da neve, e os anjos que mantêm seus terríveis depósitos. Vi as nuvens que dali saem e para onde vão elas... [Capítulo VI, versículo único] Eles me mostraram a tesouraria do orvalho, tal qual azeite de oliva, e sua forma, assim como todas as flores da terra. Além disso, os muitos anjos que guardavam a tesouraria dessas coisas, e como fazem para abrir e fechar. [Capítulo VII, versículo único] E aqueles homens me tomaram e me conduziram ao segundo céu, e me mostraram as trevas, mais escuras que as da Terra. Eu vi prisioneiros atados, vigiados, que aguardavam o grande e infinito julgamento, e es-

gico pássaro grego que era único, não se reproduzia e ressurgia de suas próprias cinzas, e Chalkydri, termo que parece vir da união de duas palavras do sânscrito, Chakchur [O olho do mundo ou Sol] e Kîrti [Luz, esplendor]. Ambas possuíam pés em formas que lembravam a cauda de um leão, corpo cônico achatado e com formato de cabeça de crocodilo, com grandes dimensões. Qualquer semelhança entre essas e um ônibus espacial Discovery, flutuando por meio de jatos estabilizadores, como várias asas laterais, sapatas de aterrissagem dotadas de sistema propulsor, bem como na parte traseira da nave, que podem lembrar caudas de leão, seria coincidência?

Maurice Verdi

Analisando-se essas palavras sob o ponto de vista da tradução ao pé da letra, vamos ver que tesouraria, neste caso, refere-se a um local cheio de tesouros, com uma forte iluminação interna. Isso nos induz a comparações bem interessantes com cabines de aviões ou torres de controle de aeroportos. Como um habitante da Antigüidade interpretaria o conjunto de luzes coloridas, botões, alavancas, painéis, gráficos luminosos, telas de radar ou de computadores e toda espécie de equipamento para navegação aérea e espacial, dentro de uma cabine de avião ou numa sala de controle da NASA, por exemplo? Naquela época, tesouraria seria uma boa forma de comparação. Quanto às nuvens dirigidas e seus terríveis depósitos? O que seriam? Certamente, não se tratava de vapor d’água armado. Seriam astronautas militares os anjos diretores de estrelas que voavam em suas asas, navegavam e possuíam suas funções no céu? Nos capítulos 11 e 12, o viajante visita e identifica o que nos parece ser a rota da Terra, no Sistema Solar, ou pelo menos segue a órbita de um planeta com vida, em torno de uma estrela. Acompanhado de vários aparelhos voadores alados, Enoque nomeia dois principais: Fênix, o mitoló-

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sado por experiências semelhantes à dele, quando foram untados, submetidos a intervenções médicas e, em muitos casos, receberam informações sobre a vida na Terra e em outros planetas [Veja box].

mencionados com envolvimento no lado mau da história de Enoque e nos raptos acompanhados de experiências reprodutivas, os quais atualmente deixam sérias conseqüências psicológicas. Finalizando, Enoque escreveu 366 livros resumindo tudo o que lera nos chamados “livros do Senhor”, e retornou à Terra. Mas não sem antes passar por uma experiência comum em relatos de abdução. No dito “décimo céu”, citado no 22º capítulo de seu livro, ele identifica a face do Senhor como “...ferro que arde em fogo e que, ao sair, emite faíscas e queima”. Seguindo as ordens do mesmo Senhor, um outro anjo chamado Micael ungiu Enoque com uma substância e o vestiu com uma roupa luminescente que o fez assemelharse aos seres, e dotou-o com uma “pena de escrita rápida”, mostrando-lhe vários livros para escolha de alguns a serem copiados. Enoque gastou 30 dias e 30 noites para concluir sua tarefa. Retornou à Terra, passou tudo a seus filhos em mais 30 dias e partiu novamente, em definitivo, aos céus. Em alguns casos de abduções investigados por psicólogos, os abduzidos atuais relatam, sob hipnose, ter pas-

Hoje em dia, verificamos em publicações médicas e na própria mídia a possibilidade de operações cirúrgicas que utilizam computadores ligados às câmeras, bisturis a laser e cauterizadores de alta tecnologia e precisão. Incluem-se aí procedimentos A GRAVIDEZ DE MARIA — Sabe-se que Ana como fecundação artificial in vitro, neuroe Joaquim não podiam ter filhos. Afinal, cirurgias, cateterismos etc. Algumas operaao que tudo indica, Ana era estéril, mas ções dessas são, inclusive, executadas por mesmo assim Maria nasceu. Seria um médicos que estão a milhares de quilômilagre da divina providência ou o anjo metros do paciente, através de câmeras e que apareceu a operou e proporcionou- vídeos remotos [Videoconferência], ligalhe a fecundidade? Segundo posições dos via satélite. Assim é possível controreligiosas, isso não deve ser discutido, lar os movimentos cirúrgicos dos aparepois a Deus tudo é possível. Entretanto, lhos executores, enquanto que, no local a ciência não vê os fatos dessa forma e, da operação, estão presentes apenas ala menos que questionemos a veracidade guns médicos assistentes e enfermeiros, dos vários Evangelhos, devemos seguir além do paciente anestesiado. em frente. Sem nos deter, prosseguindo Entretanto, isso seria fruto de uma imao ingrato caminho do cientificismo, se ginação lunática de autores de ficção cientomarmos como premissa que um ser tífica, se transposto para a época de nasciespecial como Jesus deveria possuir ca- mento de Maria e de Jesus. A não ser que racterísticas genéticas especialíssimas consideremos a possibilidade de que a Terpara se tornar um Homem-Deus, deve- ra seja visitada por seres de outros orbes mos considerar também que não só o seu celestes há milênios, como afirmam granPai Celestial, mas também sua mãe ter- des ufólogos. O filme Intruders [1992], rena, deveriam ser especiais. baseado na obra de Budd Hopkins, expressa com muita propriedade as cirurgias de implantes e O HOMEM teve sua fecundações ocorridas em evolução constantemente naves alienígenas, sofridas

[Capítulo XII, versículo único] Olhei e vi outros elementos voadores do Sol, cujos nomes são Fênix e Chalkydri, maravilhosos e magníficos, com pés e caudas na forma de leão, cabeça de crocodilo. Sua aparência escarlate é como o arco-íris, seu tamanho é de novecentas medidas, suas asas são como as dos anjos, cada um tem doze. Atendem e acompanham o Sol dando calor e orvalho tal como lhes foi ordenado por Deus... [Capítulo XV, versículo único] Então os elementos do Sol, chamados Fênix e Chalkydri, irromperam em uma canção. Conseqüentemente, cada pássaro bateu suas asas.

trevas do segundo céu. Três deles foram à Terra vindos do trono do Senhor, para o Ermon, e quebraram seus votos nas encostas da colina do Ermon. E viram como eram bonitas as filhas dos homens e tomaram-nas por esposas. Sujaram o mundo com suas obras e durante todo o tempo de sua estrada cometeram ilegalidade e promiscuidade. E nasceram gigantes e impressionantes homens grandes e grandes inimizades”. [Versículo 04] E por isso Deus julgou-os com um grande julgamento. Eles choraram por seus irmãos e serão punidos no grande dia do Senhor. E eu disse aos Grigori: “Eu vi vossos irmãos, suas obras e seus grandes tormentos, e rezei por eles. Mas o Senhor condenou-os a estar embaixo da Terra até o céu e a terra se acabarem”. [Capítulo XIX, versículo 01] E então, aqueles homens tomaram-me e me puseram no sexto céu, e lá vi sete grupos de anjos, muito brilhantes e gloriosos. Suas faces brilhavam mais que o Sol resplandecendo, e não havia diferenças em suas faces, comportamento

monitorada por aliens

sículo único] No meio dos céus eu vi soldados armados, servindo ao Senhor, com tímpanos e órgãos, com vozes incessantes, doces vozes, doces e incessantes vozes e vários cânticos, que são impossíveis de descrever. Que assombram qualquer inteligência, de tão magnífico e ma-

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Any Geloan

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GIGANTES TERRÍVEIS — [Capítulo XVII, ver-

ravilhoso que é o cântico daqueles anjos, e eu estava encantado ouvindo-o. [Capítulo XVIII, versículo 01] Os homens levaram-me ao quinto céu e lá me puseram. Vi muitos e incontáveis soldados, chamados Grigori, de aparência humana. Eram maiores que os maiores gigantes, suas faces eram sem viço e, o silêncio de suas bocas, perpétuo. Não havia qualquer serviço no quinto céu, e eu disse aos homens que estavam comigo: [02] “Por que eles são tão sem viço e suas faces melancólicas, suas bocas silenciosas? E por que não há serviço neste céu?” [Versículo 03] Eles me disseram: “Estes são os Grigori, que com seu príncipe Satanail rejeitaram o Senhor da Luz. E atrás deles estão os que são mantidos nas grandes

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sibilidade dessa teoria, levantamos uma séria dúvida sobre quem teria fecundado Ana, se Joaquim encontrava-se longe de casa. No Evangelho de Tiago, parte integrante do livro Apócrifo, Os Proscritos da Bíblia, já mencionado, percebemos que “...Joaquim ficou muito atormentado e não procurou sua mulher, e se retirou para o deserto. Ali armou sua tenda e jejuou por 40 dias e 40 noites”. Some-se a isso o fato de que teriam andado 30 dias consecutivos na viagem de retorno, totalizando mais de

ou maneira de vestir-se. Eles fazem as ordens e aprendem o movimento das estrelas, a alteração da Lua, a revolução do Sol e o bom governo do mundo.

FRUTOS DA TERRA — [Versículo 02] E quando eles vêem coisas ruins, fazem os mandamentos e dão instruções e cânticos doces e altos, e todos são cânticos de louvor. [03] Esses são os arcanjos, que estão acima dos anjos, e eles avaliam toda a vida no céu e na Terra. Os anjos que estão designados para as estações do ano, os anjos que cuidam dos rios e dos mares e os que cuidam dos frutos da terra. Há os que cuidam de toda a vegetação, dando comida para todos, e os anjos que anotam todas as almas dos homens, todos os seus feitos e todas as suas vidas diante da face do Senhor. Em meio deles estão seis Fênix e seis querubins com seis asas, continuamente com uma voz cantante. Não é possível descrever seus cânticos e seu júbilo diante do Senhor, aos pés Dele. [Capítulo XX, versículo 01] Aqueles dois homens levaram-me até o sétimo céu, e lá vi uma grande luz e as flamejantes hostes dos grandes arcanjos, milícias incorpóreas e doJulho 2003 – Edição 89

dois meses fora de casa. Teria também Joaquim tido um contato de 4º grau, já que o anjo de Deus apareceulhe rodeado de um imenso esplendor, conversou e após isso se elevou aos céus em meio à fumaça? O que teria causado tamanho choque a um homem como Joaquim, que o teria deixado prostrado ao chão durante horas, levando também grande dificuldade aos seus servos para levantá-lo? O que queria o anjo dizer com a frase “Minha comida é invisível e minha bebida não pode ser captada por olhos humanos”, quando estes itens foram oferecidas por Joaquim? Parece que esse mesmo anjo também apareceu para Mateus e Tiago, pois os apó-

minações, ordens e governos, querubins e serafins, tronos e alguns de muitos olhos. Vi nove regimentos, as estações de luz Ioanitas e tive medo. Comecei a tremer com grande terror, e aqueles homens tomaram-me e me conduziram e me disseram: [02] “Tem coragem, Enoque, não temas”. E mostraram-me o Senhor ao longe, sentado em seu trono muito alto. Pois o que haverá no décimo céu, se o Senhor aqui habita? [Capítulo XXII, versículo 01] No décimo céu, Aravoth, vi como era a face do Senhor, como o ferro que arde no fogo que, ao sair, emite faíscas e queima. [08] E o Senhor disse a Micael: “Vai e despoja Enoque de suas vestes terrestres e unge-o com meu doce bálsamo, e veste-o com os vestidos de minha glória”. [09] E Micael assim o fez, tal qual o Senhor lhe ordenara. Ele me ungiu, vestiu-me, e o aspecto daquele bálsamo é mais que a grande luz. É como o doce orvalho e seu perfume, suave e brilhante como um raio de Sol. Olhei para mim mesmo e estava como um raio de Sol, estava como seus gloriosos. [Versículo 10] E o senhor convocou um de seus arcanjos, chamado Pravuil, mais forte em sabedoria do que qualquer outro arcanjo, que escrevera todas as obras do Se-

Outros ícones religiosos também se relacionaram com aliens

Jonathan Clark

PROSCRITOS DA BÍBLIA — Supondo a pos-

Clendening Library

Meditare

por abduzidos investigados pelo autor via hipnose. Chegamos a ponto de existirem cirurgiões especializados na retirada de chips implantados nas vítimas, como é o caso do norte-americano doutor Roger Leir [Autor do livro Implantes Alienígenas, Somos Cobaias de ETs?, código LV11 da BIBLIOTECA UFO]. Neste caso, é possível até a afirmação de que a tecnologia acima citada é obsoleta, se comparada à capacidade tecnológica que teriam esses seres superiores de viajar pelas infinitas galáxias do universo.

crifos de ambos, de forma semelhante, ditam a mesma história. As semelhanças continuam durante os relatos sobre os primeiros anos da vida de Maria no templo, quando ela era vista freqüentemente sendo assistida e alimentada por anjos, enquanto que os alimentos que a ela eram oferecidos pelos sacerdotes “eram divididos com os mais pobres”. Que tipo de alimentação especial só Maria deveria ingerir? Seria essa a mesma razão que levou o anjo a rejeitar o alimento que lhe fora oferecido por Joaquim? O que

nhor. E o Senhor disse a Pravuil: [11] “Traz aqueles livros de meus depósitos e uma pena de escrita rápida, e dá-os a Enoque e incube-o da escolha dos livros”. [Capítulo XXIII, versículo 02] E Pravuil disse-me: “Todas as coisas que te disse, temo-las por escrito. Senta-te e relaciona todas as almas da humanidade, ainda que muitas delas já tenham nascido, e os lugares preparados para elas na eternidade. Pois que todas as almas são preparadas para a eternidade, antes mesmo da formação do mundo”. [03] E tudo se repetiu por 30 dias e 30 noites, e eu escrevi todas as coisas com exatidão. Escrevi 366 livros.

NOTA DO AUTOR — Dos capítulos 24 a

33, Enoque cita o conteúdo dos livros que lhes foram passados, relatando a criação do mundo nos seis dias, conforme reza a cartilha bíblica. Em seguida, Deus incube a Samuil e Raguil, os dois seres que levaram Enoque à sua presença, para o levarem de volta com os livros. Após a entrega das obras e sua divulgação ao povo da Terra, Enoque parte, dessa vez definitivamente, novamente elevado aos céus.

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ESTRANHOS ENVIADOS — Até hoje, em alguns

meios científicos, questiona-se a real existência, num passado remoto, de avatares e ícones religiosos como Krishna, Sidarta Gautama [Buda], Maomé, Moisés e Jesus Cris-

O desafio de estudar religião à luz da Ufologia

O

autor desta matéria especial desde cedo nutre grande interesse pela Ufologia, principalmente depois 1977, quando viu um objeto não identificado na cidade de Samambaia, satélite de Brasília (DF), onde reside. Pernambucano de Olinda, 40 anos, Fernando de Aragão Ramalho viu uma grande luz rasgar o céu e pousar nas imediações da chácara, no meio do cerrado. O fenômeno foi observado a grande distância por outras testemunhas e o caso ficou famoso na região como uma estrela cadente ou um meteoro. Para o autor, representou o primeiro passo em suas pesquisas ufológicas. Esta reportagem é sua primeira participação na REVIS-

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UFO na condição de consultor. Desde então se dedica ao estudo da relação entre a religião e a Ufologia, aproveitando seu vasto conhecimento na primeira área. Começou a estudar religião através do catolicismo, mas logo passou para o protestantismo, sem muito sucesso. Entre uma coisa e outra, procurou novas opções, entre as quais o espiritismo kardecista, Seicho-no-Ie, umbanda, budismo, hinduísmo e o candomblé. Cursou geografia na Universidade de Brasília (UnB) e hoje trabalha na Câmara dos Deputados. Com o sensível aumento de suas experiências pessoais com o Fenômeno UFO, resolveu se dedicar à pesquisa prática, ingressando na Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET). Fernando Ramalho tem experiências interessantes e um vasto conhecimento do tema. Em seus mais de 20

anos de estudos e pesquisa, destaca duas outras observações ufológicas. Em 2001, ele e a esposa viram uma sonda luminosa do tamanho e forma de uma bola de futebol, a cerca de 50 m, no parque da cidade. Ela desceu lentamente sobre a grama, parou por alguns instantes e, aumentando sua luminosidade, desapareceu sem fazer barulho. “Nessa ocasião, houve a suspeita de se tratar de um relâmpago ou raio circular, mas normalmente estes fazem barulho, são rápidos e bem maiores”, disse. Quando ocorreu sua outra observação, estava com a esposa e o afilhado no centro de Brasília. Às 17h00, em janeiro do ano passado, viram uma luz que brilhava como um farol de avião, que fez um trajeto de quase 180º pelo horizonte em altíssima velocidade e, sem variar seu brilho, desapareceu atrás dos prédios. — FABRINA MARTINEZ, redatora

Fomos visitados em várias épocas do nosso passado

TA

Philipe Kling David

lares conceitualmente aceitáveis nos meios acadêmicos, preferem deixar o assunto à margem de discussões, aguardando mais provas. Mas não sem antes tecerem seus comentários, alguns até pejorativos, o que causa desavenças metodológicas entre esses estudiosos. Uma vez que a história, como uma ciência, inclui em suas várias áreas de estudo um espaço destinado a muitos desses seres tidos como anormais, assim como a filosofia, a

teologia e outras disciplinas, a fuga destas abordagens e a espera por novas provas nos parece sem sentido. Já alguns ramos da psicologia, por sua vez, discorrem sobre o perigo do efeito produzido por impactos populares conseguidos por meio de técnicas de oratória, como a programação neurolingüística, bem utilizada em doutrinamento religioso, manutenção e controle sobre a mente humana pelo convencimento em massa, fazendo com que determinadas pessoas se sobressaiam ante a maioria. Neste caso, grandes verdades do presente podem muito bem ter sido baseadas em mentiras ainda maiores no passado, talentosamente inseridas num longo contexto. Por conta disso, aos mais ousados ficam os louros da descoberta ou o ônus do fracasso. Seguindo o nosso assunto nesta tênue corda bamba entre os crentes e os descrentes da história bíblica, surge aquela velha dúvida sobre o nascimento de Jesus, bem como sobre os estranhos fatos ocorridos no período inicial e durante toda sua vida. Como aqui resolvemos analisar o assunto a partir dos Evangelhos, basearemos esses argumentos na afirmativa de que, pelo menos em parte, esses escritos dizem a verdade. Não bastasse a já discutida influência desses anjos na vida de Ana, Joaquim e Maria, além de diversos outros personagens do cristianismo, dando continuidade desse projeto divino surgem a fecundação de Maria e o surpreendente nascimento de Jesus.

to. Em outros meios, não se questionam suas existências, mas seus feitos extraordinários, fora dos padrões humanos, com reflexos tanto em pessoas quanto em fenômenos da natureza. Na Ufologia esses questionamentos também não passam despercebidos. Muitos são os ufólogos que, na falta de uma base científica palpável, cartesiana, erguida em pi-

Fernando Ramalho

quis Mateus dizer quando se referia à face resplandecente como “a neve de Maria”, e por isto “apenas se podia olhá-la com dificuldade?” A característica luminosa de Maria parece ser uma constante entre os anjos bíblicos, assim como em casos de avistamentos contemporâneos de tripulantes de UFOs. Estas, assim como outras questões, compõem o campo ufológico, e dele não devemos abrir mão. Como não estamos discutindo a questão religiosa, mas sim a científica, as afirmações contidas nesses textos nos remetem à nublada região das suposições sem base concreta de afirmação, uma vez que elas provêm de interpretações teológicas. Entretanto, da mesma forma, elas nos revestem com a dúvida da simples e veemente negação cética, posto que o grande número de relatos semelhantes, com referência a uma mesma ocorrência, nos conduz à afirmação de que a história realmente tenha sido dessa forma. Neste caso, a abordagem científica nos faz navegar numa relativa margem de suposições factuais que, guardadas as devidas proporções interpretativas, podem ser comparadas com as ocorrências ufológicas da atualidade.

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Com Ana ainda paira a dúvida se esta foi fecundada por Joaquim ou pelo anjo. Contudo, com Maria esta tarefa coube ao Espírito Santo, como cita a Bíblia nos quatro Evangelhos canônicos, causando grandes transtornos a José. Não é, portanto, necessário tecermos mais comentários e novas conclusões sobre o que realmente ocorrera neste caso. O que mais nos interessa é a conclusão de todo aquele processo, que teve início com a retirada dos judeus do Egito, guiados pelo não menos suspeito Moisés e seus companheiros divinos, que dirigiam nuvens luminosas, fulminavam os inimigos, falavam do alto das montanhas, abriam mares e faziam chover comida no deserto, tendo seu desfecho com a crucificação de Jesus, 400 anos depois da chegada daquele povo à prometida Nova Canaã.

ESTRELA DE BELÉM — Comecemos pelo sur-

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Fernando de Aragão Ramalho

S

ão vários os livros apócrifos que falam sobre o período anterior e posterior ao nascimento de Maria, mãe de Jesus. Resolvemos expor aqui trechos daqueles que mais estão relacionados aos fatos ufológicos. Contudo, todos, de uma forma ou outra, acabam levando a conclusões semelhantes. Dos chamados Livros da Natividade de Maria, em compilação feita pela Editora Mercuryo, o apócrifo que mais chama a atenção sobre a gravidez de Ana, mãe de Maria, é atribuído a Jerônimo, do século IX. Visando o enriquecimento da narrativa, foram anexados trechos dos Evangelhos de Mateus, do século I, e de Tiago, descoberto no século XVI. Todos os capítulos estão identificados com o nome de cada um de seus supostos autores. Tais Evangelhos foram editamos o mínimo possível, para melhor compreensão e clareza: [Jerônimo I, versículo 01] A bemaventurada e sempre gloriosa Virgem Maria descendia de uma estirpe régia e pertencia à família de David. Nasceu em Nazaré e foi educada no templo do Senhor na cidade de Jerusalém. O pai chamava-se Joaquim e a mãe Ana. [03] Mas esses esposos tão queridos por Deus e tão piedosos para com o próximo tinham 20 anos de vida conjugal em casto matrimônio, sem descendência. Tinham feito um voto que se Deus lhes concedesse um rebento, consagraríam-no ao serviço divino. Por este motivo, durante os dias festivos do ano, iam ao templo de Deus. [Jerônimo II, versículo 01] A festa da Dedicação no templo aproximava-se e Joaquim dirigiu-se a Jerusalém em companhia de alguns patrícios. Naquele tempo era sumo sacerdote Isacar que, ao vê-lo entre seus concidadãos, menosprezou-o e rejeitou seus presentes, perguntando-lhe como se atrevia a comparecer entre os prolíferos já que era estéril. Disse-lhe ainda que suas oferendas não seriam aceitas por Deus, pois este o considerava indigno da posteridade e clamou pelo testemunho das escrituras, que declarava maldito quem não gerasse um varão em Israel. [Versículo 02] Joaquim ficou morto de vergonha ante tamanha injúria e se retirou aos seus campos, onde se en-

contravam os pastores e rebanhos, sem querer voltar para casa para não se expor ao desprezo dos companheiros que tinham presenciado a cena e ouvido o que Isacar lhe dissera. [Tiago I, versículo 01] Joaquim ficou muito atormentado e não procurou sua mulher, retirando-se para o deserto. Ali armou sua tenda e jejuou por 40 dias e 40 noites, dizendo a si mesmo: “Não sairei daqui para minha casa, nem sequer para comer ou beber, até que não me visite o Senhor meu Deus. Que minhas preces me sirvam de comida e de bebida”. [Jerônimo III, versículo 01] Já fazia algum tempo que se encontrava naquele lugar, quando um dia em que estava sozinho, apareceu-lhe um anjo do Senhor, rodeado de grande esplendor. Ficou atemorizado ante a visão, mas o anjo da aparição livrou-o do temor dizendo: “Joaquim, não tenhas medo e nem te assustes comigo. Sou um anjo do Senhor. Ele me enviou para anunciar-te que tuas preces foram ouvidas. Teve por bem olhar para tua confusão depois que chegou a Seus ouvidos a infâmia de esterilidade da qual injustamente te acusam”.

FILHO DO ALTÍSSIMO — [Versículo 03]

“Saiba então que Ana, tua mulher, vai dar a luz uma menina, a que colocarás o nome de Maria e que viverá consagrada a Deus desde sua infância em consonância com o voto que fizestes. E já desde o ventre da mãe estará plena do Espírito Santo. Não comerá nem beberá nada impuro e nem passará sua vida entre o bulício da plebe, mas no recolhimento do templo do Senhor, para que ninguém possa chegar a suspeitar e nem falar algo desfavorável a ela. E quando for crescendo, da mesma forma que ela nascerá de uma mãe estéril, ou seja, virgem, e gerará de maneira incomparável o Filho do Altíssimo. O nome Deste será Jesus, porque de acordo com seu significado será o salvador de todos os povos”. [Mateus III, versículo 01] Naquele mesmo tempo apareceu um jovem entre as montanhas onde Joaquim pastoreava seus rebanhos e lhe disse: “Por que não voltas ao lado de tua esposa?” Joaquim replicou: “Já faz 20 anos que tenho a mulher e, já que o Senhor houve

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gimento da intrigante Estrela de Belém. Teorizando sobre o que seria essa estrela, vamos, através de método exclusivo da disciplina, verificar as possibilidades meteorológicas envolvidas no fenômeno. Em primeiro lugar, sabemos que nenhum tipo de estrela, por menor que fosse, chegaria tão perto da Terra, a ponto de indicar um local específico e parando sobre este. Numa suposição absurda dessas, o planeta seria completamente torrado e nem o Filho de Deus sobraria para contar a história. Tampouco sabemos que asteróide luminoso algum execute movimentos tais, que seriam capazes de guiar pessoas a um determinado local e depois levá-las de volta à sua origem, por outro caminho, fazendo com que, no caso, os reis magos seguissem a sua luz até que estivessem de volta à sua pátria, como descrevem o Evangelho de Tiago e o Evangelho Árabe da Infância [Parte integrante do já mencionado livro Apócrifo, Os Proscritos da Bíblia]. Segundo o ufólogo Roberto Affonso Beck, reconhecidamente um dos maiores caçadores de sondas ufológicas do Brasil, estes objetos de pequenas dimensões e das mais variadas formas, muito mais comuns que naves tripuladas, são provavelmente uma espécie de artefato alienígena voador proveniente de veículos maiores. Desempenham diversas funções junto à superfície do planeta ou a pessoas, tais como prospecção mineral, análise de solo, colheita de material biológico, espionagem, rastreamento de áreas, reconhecimento de regiões. Enfim, funções práticas e discretas que não podem ser executadas por grandes naves, pois chamariam muita atenção. Textualmente, afirma o ufólogo que outros tipos de sondas costumam atacar pessoas, notadamente na região Nordeste do Brasil, onde são conhecidas como Chupa-

Apócrifos revelam uma nova Maria

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por bem não dar-me filhos dela, vime obrigado a abandonar o templo de Deus ultrajado e confuso. Para que voltar a seu lado como estou, cheio de desonra e vexado? Ficarei aqui com meu gado até que Deus queira que a luz deste mundo me ilumine. [02] Nem bem terminou de falar e o jovem lhe respondeu: “Sou um anjo de Deus e hoje apareci a tua mulher quando orava afogada em prantos. Saiba que ela já concebeu de ti uma filha. Esta viverá no templo do Senhor e o Espírito Santo repousará sobre ela. Sua felicidade será maior do que a de todas as mulheres santas”.

ELEVANDO-SE NA FUMAÇA — [Versículo

[Versículo 04] Andaram 30 dias consecutivos e quando já estavam perto, um anjo de Deus apareceu a Ana, que orava, e lhe disse: “Vai até a porta a que chamam Dourada e sai ao encontro de teu marido, porque hoje mesmo ele chegará”. Ela se apressou e foi para lá com suas donzelas. De repente, levantou os olhos e viu Joaquim que chegava com seus rebanhos. Abraçou-se a seu pescoço dizendo: “Há pouco era viúva e já não o sou. Não faz muito era estéril e eis que concebi em minhas entranhas”. [Tiago IV, versículo 04] E, ao chegar Joaquim com seus rebanhos, estava Ana à porta. Ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço dizendo: “Agora vejo que Deus me bendisse copiosamente, pois, sendo viúva, deixo de sêlo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre”. E Joaquim repousou naquele primeiro dia em sua casa. [Mateus V, versículo 01] E Maria era a admiração de todo o povo, pois com apenas três anos andava com um passo tão firme, falava com tal perfeição e se entregava com tanto fervor aos louvores divinos que ninguém a tomaria por uma criança, mas sim por uma pessoa adulta. Além disso, era tão assídua na oração como se já tivesse 30 anos. Sua face era resplandecente como a neve e, por isto, apenas se podia olhá-la com dificuldade. O que mulheres adultas nunca foram capazes de executar, esta realizava em sua mais tenra idade.

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03] Joaquim prostrou-se em atitude de humilde adoração e disse: “Já que fui agraciado com tua visão, vem repousar em minha tenda e abençoar este servo”. Ao que o anjo respondeu: “Não te chames de meu servo, e sim de co-servo, pois ambos estamos na condição de servir ao mesmo Senhor. Minha comida é invisível e minha bebida não pode ser captada pelos olhos humanos. Portanto, não é necessário que me convides. Será melhor que ofereças a Deus em holocausto o que me darias de presente”. Então Joaquim pegou um cordeiro sem nenhum defeito e disse ao anjo: “Nunca me teria atrevido a oferecer um holocausto a Deus se teu mandado não me tivesse dado potestade de fazê-lo”. O anjo replicou: “Eu tampouco te convidaria a oferecê-lo se não conhecesse o beneplácito divino”. CURAS MISTERIOSAS — [Versículo 02] E ocorreu que, quando Joaquim ofeEsta era a norma de vida que impusera: desde a madrugada até a terceira hora, recia seu sacrifício, junto com o perfume deste e, por assim dizer, com a fumaça, fazia orações, da terceira à nona, ocupao anjo elevou-se ao céu. Então Joaquim va-se de suas tarefas, da nona em diante consumia todo o tempo em oração, até prostrou a face na terra e ficou deitado desde a sexta hora até a tarde. Quando que o anjo do Senhor se mostrava e de seus servos e assalariados chegaram por cujas mãos recebia alimentos. E assim crescia mais e mais nas vias da oração. não saber o que aquilo significava, encheram-se de espanto, Cada dia usava exclusipensando que ele quivamente para sua refeiESTRANHOS ção o alimento que lhe sesse suicidar-se. Aproanjos davam ximaram-se e com muivinha das mãos do anjo, comida à Maria to esforço conseguiram repartindo com os pobres aquele que lhe dalevantá-lo do chão. Então ele lhes contou sua vam os pontífices. Frevisão, e todos, movidos qüentemente se viam os anjos falando com pela admiração e estupor produzidos pelo reela, obsequiando-a com lato, aconselharam-no carinho de íntimos amigos. E se algum doente que obedecesse sem demora a ordem do conseguia tocá-la, voltaanjo e que voltasse deva imediatamente curado para sua casa. pressa para a mulher.

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Chupa ou simplesmente Chupa, retirando deles sangue, a exemplo do que ocorreu no norte do Pará, motivando a famosa Operação Prato, comandada pelo coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Uyrangê Hollanda, em 1977. Algumas são pequenas, comparadas a bolas de gude. Adentram residências, atravessam paredes e andam pelo interior das casas como se estivessem bisbilhotando nossas vidas. Vários são os relatos em que sondas são observadas executando diversos tipos de movimentos. Tudo indica que estamos sendo monitorados por meio de tecnologia que foge aos padrões terrestres conhecidos. Vendo por esse lado, é possível supor que a Estrela de Belém nada mais seria que uma sonda de orientação, incumbida exclusivamente de guiar os reis magos ao local de nascimento de Jesus. Depois, deveriam levar os portadores da notícia para o Oriente, sem que estes encontrassem Herodes. Mas outro intrigante fato é revelado por Tiago: durante o parto, quando José sai em busca de uma parteira, percebe que o tempo e os movimentos tornam-se estáticos, por conseqüência de um estranho estremecimento do ar. As pessoas, os pássaros, os animais estavam todos estáticos, como se uma força invisível os estivesse paralisando. Ao retornar, o pai depara-se com a gruta sombreada por uma nuvem luminosa, que, ao se afastar, deixa uma luz irresistível no interior da gruta. Essa, pouco a pouco se desfaz e revela o menino Jesus. Lembramos aos leitores que Jesus não é o primeiro bebê a ser considerado diferente logo ao nascer, quanto a sua resplandecência luminosa em comparação com a de outras crianças da Bíblia. Além de Maria, Noé, que também vivia recebendo mensagens angelicais, inclusive um projeto para construção da famosa Arca, por exemplo, ao nascer era completamente diferente das crianças da época. Lamec, pai de Noé, descreve no capítulo 104 do apócrifo livro de Enoque, que foi em busca do seu pai, Matusalém, filho de Enoque e avô de Noé, para descobrir o que ocorrera com seu filho, pois este não se parecia em nada com as outras crianças. Sua pele era extremamente branca, como também seus cabelos. Seus olhos apresentavam um brilho incomum.

OUTRA ESPÉCIE DE SER — Em suas obser-

vações, o desconfiado Lamec laconicamente diz a Matusalém que Noé “com certeza não é de nossa espécie”, tamanha era sua diferença. Isso só vem confirmar as características especiais dessa família patriarca antediluviana, descendente direta deAdão, principalmente no que se refere a longevidade. Qual a constituição celular desses homens? A Bíblia, em Gênesis, capítulo 05, versículo Julho 2003 – Edição 89


CONCLUSÕES NÃO CONVENCIONAIS — Mediante essas análises, surge uma velha pergunta que muitos tentam evitar, por ser demasiadamente perigosa, rechaçada entre religiosos, impensável em alguns meios e, às vezes, tachada como absurda, mas que já foi feita por muitos estudiosos: Jesus foi um ser extraterrestre? Não é de hoje que se cogita como uma possibilidade viável nos meios ufológicos as ligações entre Jesus e uma civilização extremamente desenvolvida tecnológica e espiritualmente, para nossos padrões, que certamente não é originária do nosso planeta. Desde que, é claro, o que esteja na Bíblia realmente tenha ocorrido. Atualmente é mais viável para a comunidade científica, diante da infinidade de provas recolhidas nos últimos anos, entre documentos oficiais, filmes, relatos, artefatos, pinturas e desenhos arqueológicos, acreditar em naves tripuladas por seres de origem desconhecida do que continuar acreditando em anjos, querubins, serafins, nuvens luminosas, carruagens de fogo, baleias que engolem e cospem homens na praia e todos os outros tipos de referência bíblica a fatos nitidamente anormais. Devemos deixar claro que as formas descritivas e dissertativas contidas no livro sagrado dos cristãos não representam necessariamente erros ou exageros interpretativos dos fatos, como querem os exegetas do Vaticano. Nem tampouco pensar que esses anjos provenientes da glória do Senhor não tenham realmente existido, caso contrário não estariam lá representados. O problema está basicamente no ponto de vista do observador, que, despido de preconceitos historicamente enraizados no conhecimento humano e da visão de pessoas que não tinham, à época, nenhum conhecimento de artefatos tecnologicamente avançados, acabará por analisar a questão de outra forma. Apesar das constantes afirmações do Salvador de que seu reino não era deste mundo e que na casa de seu Pai existiam várias moradas, nunca se contestou a divindade de sua alma, assim como a origem ter-

rena de sua carne. Logicamente, nem Maria nem Jesus foram seres extraterrestres em sua passagem carnal pela Terra, pois, segundo a Bíblia, nasceram de mães supostamente humanas e neste planeta. Mas quanto as suas constituições genéticas não podemos afirmar o mesmo. Levando-se em consideração os pressupostos da genética de Mendel – que foi um padre –, podemos levantar três possibilidades básicas, com pequenas variações e subdivisões entre elas, para a composição genealógica de Jesus e de Maria, embora nenhuma das três conclua que essa composição, pelo menos no caso de Cristo, seja totalmente de origem terrestre. Vejamos:

Nossos símbolos religiosos foram preparados por ETs

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Na primeira suposição que apresentamos, consideremos a difícil possibilidade de que Joaquim tenha fecundado Ana antes de partir para o pastoreio, e não o anjo do Senhor, que avisou ambos sobre a gravidez. Aqui, o anjo apenas teve participação na cura da infertilidade de Ana. Então, neste caso, Maria teve sua composição genética totalmente humana. O óvulo de Maria, por sua vez, foi inseminado artificialmente pela ação do Espírito Santo com o sêmen divino. Logo, Jesus possuiu 50% de sua constituição proveniente de Deus e os outros 50% dos genes humanos terrestres, provenientes de Maria.

Na segunda suposição, vamos considerar que a avó de Jesus tenha sido operada e inseminada artificialmente pelo anjo do Senhor. Maria seria neste caso 50% divina. Da mesma forma, com Maria inseminada artificialmente, Jesus possuiria então 75% de sua constituição divina, e os 25% restantes humanos, provenientes de Ana, a Ele passados por Maria. Numa terceira suposição, tanto Ana como Maria serviram apenas como meio de cultura biológica, em termos médicos, ou mãe de aluguel, em termos vulgares, para os embriões nelas inseridos pelo anjo e pelo Espírito Santo, respectivamente. Assim, tanto Maria como Jesus teriam 100% de sua constituição genética com origem em pais biológicos divinos. Ainda nesse terceiro caso devemos levar em conta também a possibilidade de um dos dois, ou ambos, terem sido clonados, resultando também numa constituição genética totalmente desconhecida. Absurdo? Dentro do encadeamento de suposições baseadas em provas documentais, não. Desde a Idade Média são encontradas pinturas, algumas encomendadas pelas igrejas, provavelmente baseadas em relatos ou documentos mais antigos ainda, que descrevem cenas bíblicas mostrando a presença de estranhos objetos voadores não identificados e os famosos discos voadores [Veja box]. Os artefatos aparecem principalmente quando essas pinturas se referem a momentos da vida de Maria e de Jesus, mostrando que, além da Bíblia e dos livros que compõem os Evangelhos apócrifos, a arqueologia e a arte também servem como provas cabais da íntima relação entre os dois principais personagens do cristianismo e os UFOs. Portanto, concluímos que a visão do Evangelho segundo a Ufologia não está muito longe da verdade. E talvez estejamos mais perto dela do que imaginamos. Stone Bank

01, afirma que Adão, Set, Enos, Cainã, Malael, Jared, Matusalém, Lamec e, finalmente, Noé, viveram por quase mil anos cada um, à exceção de Enoque, que viveu 365 anos antes que “Deus o arrebatasse”.

FERNANDO DE ARAGÃO RAMALHO é geógrafo e funcionário público lotado na Câmara dos Deputados, além de ufólogo e consultor da REVISTA UFO. Seu endereço é: SQSW 101, Bloco K, Apto. 105, Sudoeste, 70670-111 Brasília (DF). E-mail é: fernando_ramalho@brturbo.com.br.

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Já há algum tempo uma linha de pesquisa da Ufologia se dedica ao levantamento e verificação de sinais da passagem de seres extraterrestres por nosso planeta. De Charles Fort a Erich von Däniken, Charles Berlitz, Zecharia Sitchin e tantos outros, as investigações apresentaram inúmeras possibilidades de objetos, acontecimentos e obras de arquitetura que podem ter conexão com seres de outros planetas que por aqui teriam estado num passado distante. Outra linha de pesquisa procurou encontrar esses sinais de objetos voadores não identificados, possivelmente extraterrestres, em obras de arte, especialmente dos séculos XIV e XV. Para muitos, pode parecer surpreendente que pinturas de artistas famosos como Paolo Uccello ou Piero Della Francesca contenham imagens de UFOs, geralmente

apresentadas com detalhes, disfarçadas ou escondidas em meio às paisagens. Para outros, no entanto, a situação não causa espanto. Sabe-se que muitos artistas, tanto do período Renascentista quanto de épocas anteriores e posteriores, possuíam relações estreitas com organizações como a Maçonaria, a Ordem Rosacruz, a Ordem dos Templários e muitas outras. Dessa forma, possuiriam informações sobre fatos aos quais a maioria das pessoas da época não tinha acesso. É comum encontrarmos nas pinturas clássicas inúmeros símbolos indicando supostos conhecimentos secretos relacionados às ordens, detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos pelos leigos ou críticos que estão preocupados tão somente com a qualidade da obra ou em situá-la corretamente num determinado período e ambiente social, determinando suas influências e de que forma alteraram a arte mundial. Apresentamos nestas páginas algumas dessas imagens, que podem ou não ter relação com o Fenômeno UFO, ainda que em algumas delas, como no caso da pintura Glorificação da Eucaristia, de Bonaventura Salimbeni, é difícil se pensar em outra coisa senão num satélite artificial. Mas há tantos séculos?

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— GILBERTO SCHOEREDER,

01 22

01 Imagem publicada na obra francesa Le Livre Des Bonnes Moeurs, de Jacques Legrand, publicada em 1338 e exposta até hoje no Museu Conde Chantilly. 02 Pintura chamada Glorificação da Eucaristia, de Bonaventura Salimbeni, datada do ano de 1600. A imagem se encontra na igreja San Lorenzo, em San Pietro, Itália. O objeto que está no centro da figura lembra um satélite artificial, tal como Sputnik, ou uma sonda ufológica dos tempos modernos.

San Pietro Gallery

Museu Conde Chantilly

editor da revista Sexto Sentido

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Vatican Library

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Matthew Hurley

03 Tapeçaria do século XV representando a vida cotidiana da Virgem Maria, onde um objeto em formato discóide pode ser visto, no canto superior direito. 04 A tapeçaria Triunfo do Verão, produzida em Brugges, em 1538, e exposta atualmente no Museo Nacional de Bayer, na Alemanha. Nela, dois objetos discóides também foram pintados pelo autor, que é desconhecido. 05 e 06 Detalhes do afresco A Crucificação, de 1350, que se encontra no altar do monastério Visoki Decani, em Kosovo, Sérvia. Entre os possíveis sinais de UFOs nas pinturas, este talvez esteja entre os mais conhecidos e impressionantes. Os ufólogos se questionam sobre o que teria levado os artistas dessas obras a representar objetos voadores nos céus daquela época. E mais, com seres em seu interior, tais como astronautas conduzindo uma nave espacial.

06

Matthew Hurley

Museu Nacional de Bayer

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Museu De La Domenica

08 07 Afresco do século XVII exposto na Catedral Svetishoveli, em Mtskheta, na Geórgia. Dois objetos alçam vôo das laterais do Cristo crucificado. 08 Gravura chinesa do século IV, em que se observa dois veículos no ar, com um tripulante cada, acompanhando o cotidiano das pessoas. 09 A famosa pintura A Anunciação, de Carlo Crivelli, datada de 1486.

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Ainda que não tenha sido um dos pintores mais famosos do Renascentismo italiano, posteriormente Crivelli alcançou alguma fama pelo seu estilo próprio e o uso das cores. A pintura em questão chama a atenção pelo raio de luz que parte do céu, supostamente das nuvens, em direção à cabeça da Virgem Maria. 10 A pintura O Milagre da Neve, de Masolino Da Panicale, que se encontra na

British Museum

Chinese Heritage Bureau

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igreja de Santa Maria Maggiore, em Florença, Itália, e mostra Jesus e Maria acima de inúmeras nuvens discóides ou lenticulares. A imagem pressupõe uma frota de veículos aéreos. 11 Ilustração de 1660 que mostra a observação que fizeram as tripulações de dois navios holandeses, no Mar do Norte, de objetos movendo-se lentamente pelo céu. Parecem dois UFOs de diferentes tamanhos, Julho 2003 – Edição 89


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British Museum

Vatican Library

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Museu Fitzwilliam

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com tripulantes. O relato desse fato está na obra Theatrum Orbis Terrarum, do Almirante Blaeu. 12 Afresco O Batismo de Cristo, de Aert de Gelder, feito em 1710. Encontra-se no Museu Fitzwilliam, em Cambridge. De Gelder é considerado o mais devotado pupilo de Rembrandt. Nessa pintura, uma luz parte de uma forma discóide no céu, esta ainda mais nítida que a do pintor italiano. Julho 2003 – Edição 89

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New York Landscapes and Real Estates

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desse ser algo terrestre... A luz ao redor desse ser, que conversava comigo, conseguia ser superior a do meu quarto”. Isso perdurou, segundo o relato, até que voltou a escuridão no ambiente, “exceto ao redor dele, e vi repentinamente uma espécie de canal aberto até o céu, pelo qual subiu o ser até desaparecer completamente”. Como de praxe em ocorrências ufológicas, uma forte luz traz um ser celestial levitando através de um cone, que anula a gravidade ou abre uma passagem dimensional. A forte energia que impregnou o ambiente causou problemas de saúde a Smith, o que de fato já foi constatado, por acompanhamento médico, em abduzidos. “Pouco depois me levantei e, habitualmente, comecei os labores do dia. Mas ao tentar trabalhar, senti-me tão exausto que foi impossível fazer qualquer coisa... Minhas forças falharam e desmaiei”. Entre as revelações feitas a Smith, além da visão do local onde se encontravam depositadas as placas, Moroni o informou que junto a elas haveria o Urim e o Tumim – duas pedras em arcos de prata que, ajustadas a um peitoral, designavam os videntes nos tempos antigos. Segundo o ser, elas eram preparadas para traduzir as inscrições das placas. Em alguns casos ufológicos foram vistos equipamentos de tradução simultânea e, noutros, os extraterrestres informaram a existência de uma linguagem universal a que todos os seres têm acesso. Joseph Smith seguiu à risca todas as orientações do anjo. Descobriu as placas, traduziu-as para o inglês – deixando seu conteúdo para a posteridade – e edificou uma nova religião, fato que sempre ocorre quando seres humanos têm contatos dessa ordem. Moroni não A COLINA CUMORAH, localizada próxima da cidade de Palmyra, no Estado de Nova York, onde Smith teve um encontro com o “anjo” Moroni

Azizler Kilisesi

A

Congregação Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é mais conhecida como Igreja Mórmon. É dos santos porque os mórmons julgam-se santificados, e dos últimos dias porque crêem que vivemos o fim dos tempos. Embora seus adeptos aceitem a existência e autenticidade da Bíblia, baseiam seu trabalho principalmente no Livro de Mórmon, que traz a tradução de uma língua desconhecida, gravada em antigas placas de ouro. Tudo teria se iniciado em 1823, quando Joseph Smith, o edificador da igreja, recebeu em sua casa a visita de Moroni, um suposto anjo que lhe incumbiu de encontrar essas placas e revelar seu conteúdo à humanidade. Moroni apareceria para Smith várias outras vezes. O encontro é descrito na introdução das modernas edições do livro e demonstra características muito semelhantes a vários contatos ufológicos de alto nível. Segundo seu relato, para posteriores comparações, Moroni descobriu uma luz em meus aposentos. “Ela aumentava gradativamente sua intensidade, a ponto do quarto ficar mais iluminado do que quando a luz do meio-dia o acomete”. Tal como em um contato de 4º grau, de repente, do lado de sua cama apareceu um personagem suspenso no ar. “Não creio que, tão branco e brilhante, pu-

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Carlos Millan

Encyclopedia Britannica

Raymond Fowler no Caso sinalizou nessa direção, Betty Andreasson [Veja mas a restrita compreenUFO 36], em que uma consão humana cria dogmas que não colaboram com a tatada norte-americana foi expansão da sua consciênseqüestrada por criaturas cia de ser cósmico. Ou extraterrestres dezenas de seja, interpreta fenômenos vezes, desde sua infância. muitas vezes ufológicos Ela estabeleceu diversos como religiosos ou folclócontatos, de certa forma ínricos. O Livro de Mórmon, timos, com seus raptores assim como a Bíblia e oualienígenas. Mas por ser catros textos relativos, apretólica fervorosa, inicialmensenta em sua grande parte JOSEPH SMITH, no dia te atribuiu essas experiêncios acontecimentos da vida seguinte à sua expe- as a seres angelicais. cotidiana de povos anti- riência, sentiu-se tão Nos textos antigos tamgos. Trata-se de mais uma exausto que mal con- bém é possível encontrar série de textos compacta- seguiu trabalhar. “Mi- diversos relatos inusitados. dos num único volume, nhas forças falharam “O anjo me apareceu enque traz informações sobre e desmaiei” quanto dormia e fui transtempos pré-cristãos. Anaportado em espírito. Tive lisemos a seguir alguns trechos do Livro visões do céu e da terra”, é um exemplo de Mórmon que podem mostrar ligação clássico. É preciso considerar que em entre os lamanitas, nefitas e jareditas com muitos casos tudo isso ocorreu numa a presença extraterrestre. dimensão distinta da nossa realidade es“Fui levado pelo espírito do Senhor paço-tempo. No trecho citado, tanto a uma montanha muito alta, que nunca pode ter havido uma abdução física tinha visto, e lhe falei como se falasse a como uma experiência fora do corpo. Fooutro homem, porque o via desta forma ram mostradas ao profeta e missionário e sabia, não obstante, que era o espírito Nefi, por exemplo, partes importantes das do Senhor. Ele me falou como um ho- manipulações genéticas na Terra, visões mem fala a outro homem... E vi o Filho do futuro e a passagem de Cristo pelo plade Deus caminhando entre os filhos dos neta – o que reporta a uma alteração eshomens e ser julgado pelo mundo. Vi ain- paço-temporal significativa e confirmada que ele foi morto pelos pecados do da. Outros planos de existência interagem mundo”. Através de estudos comparati- em nossa realidade material desde semvos sabemos que inúmeras vezes aero- pre, que os místicos chamam planos asnaves de origem alienígena foram deno- trais e a ciência denomina hiperespaço. minadas de “nuvens do Senhor”, “glória Hoje já não se duvida da existência da do Senhor”, “espírito do Senhor” etc. quarta, quinta e outras dimensões. As próPorém, o que dificilmente é levado em prias pontes de Einstein-Rosen, os chaconsideração é a possibilidade dos fatos mados “buracos de minhoca”, seriam inocorrerem em outro plano, que não o fí- terligações entre universos distintos. sico, e a estratégia desses seres em conduzir as pessoas à outra dimensão. Inú- ESFERA DE LATÃO — Vejamos mais relameras testemunhas já relataram, por tos. “Durante a noite, a voz do Senhor exemplo, que os ETs têm facilidade em falou ao meu pai e lhe ordenou que, no provocar experiências fora do corpo nos dia seguinte, prosseguisse sua viagem humanos, as chamadas viagens astrais. pelo deserto. Meu pai levantou pela Isso foi detalhadamente observado por manhã e, saindo à porta da tenda, noJulho 2003 – Edição 89

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JOSEPH SMITH teria encontrado nada mais do que um ET nas Colinas Cumorah, vindo num disco voador

E me mostrou de tempos em tempos de que modo trabalhar a madeira. Eu não trabalhei pelo método dos homens, mas o construí pelo modo que o Senhor ensinou”. Assim como Noé e tantos outros, Nefi foi instruído com técnicas navais desconhecidas na época. É interessante notar também a semelhança com a história de Moisés, descrita na Bíblia, pois assim como ele, Nefi e sua tribo foram separados e deslocados pelo deserto por um período determinado, o que comprova que diversas experiências isoladas estavam em curso, rigidamente controladas pelos grupos extraterrestres de então. O Livro de Mórmon é pródigo em passagens que lembram ocorrências ufológicas. “Eis que o anjo do Senhor lhe apareceu e, descendo sobre eles como que numa nuvem, com voz de trovão, fez com que tremesse o solo onde estavam”. Efeitos físicos dessa ordem são comuns em vários relatos de contatos com UFOs e, com certeza, devem relacionar-se a pousos de engenhos esUFO Photo Archives

tou com grande espanto que havia no chão uma esfera esmeradamente trabalhada e feita de fino latão. Em seu interior havia agulhas, uma das quais nos indicava o caminho a seguir pelo deserto. Sobre esses ponteiros, uma escrita nova, que era fácil de ler e nos dava a conhecer os caminhos do Senhor. Dirigi-me ao cume da montanha, de acordo com as direções dadas pela esfera”. Novamente nos reportamos a contatos noturnos com ETs que aconteceram no mundo onírico, mas desta vez o povo de Nefi havia sido instruído e auxiliado por um instrumento técnico aparentemente simples, uma bússola. Sua descrição é perfeita: metálica, com ponteiros indicativos, inscrições e finalidade de orientação geográfica. É desnecessário dizer que deuses não utilizam bússolas, a não ser que afinal compreendamos que outros níveis dimensionais também possuam tecnologia sofisticada, podendo seres que neles habitem materializar o que necessitarem. E também que anjos, deuses, demônios e milagres devam ser encarados de uma forma mais racional, evitando-se, é claro, o reducionismo simples ao plano material. A despeito de toda confusão huma-

na, é preciso entender que a vida em qualquer nível segue padrões lógicos, não abdicando da ciência avançada. Logo, se um anjo traz um instrumento técnico, não é ele uma entidade a ser adorada, mas um alienígena de um plano dimensional diferente executando tarefas bem definidas para nosso sistema planetário.

ARCA DE NOÉ MÓRMON? — “E aconteceu que assentamos nossas tendas na praia e a voz do Senhor chamou-me à montanha. Fui, clamei e o Senhor me falou para construir um navio de madeira...

Uma característica experiência de abdução

J

oseph Smith, o edificador da Igreja Mórmon, criada com base em sua experiência, passa por uma situação característica das abduções alienígenas. Primeiro, recebe a visita de um ser em seu quarto, que ele imagina ser um anjo. Este anjo lhe dá certas informações, como no maior caso dos contatos com ETs. Tempos depois, Smith volta a encontrar-se com esse anjo e, noutra oportunidade, com um outro ser que o acompanhava. Nesses casos, os seres surgiam em meio a uma intensa luz ou “desciam dos céus” em feixes de luz branca. Num de seus encontros, o profeta da Igreja Mórmon recebe uma instrução especial, de que deveria ir a determinado lugar e encontrar certas placas com estranhas inscrições, que teria condições de traduzir. E é a partir da tradução dessas placas que Smith redige o que é hoje o Livro de Mórmon, o Evangelho de sua igreja.

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distante, denominada Colobi. Desse sistema estelar governaria os destinos da Terra. Nosso colega astrônomo, matemático e ufólogo Ademar Eugênio de Mello considera o encontro de Moroni com Joseph Smith o último contato conhecido que mantivemos com uma hierarquia cósmica que busca a evolução da Terra.

CONSTELAÇÃO DE S AGITÁRIO — Segun-

do ele, a cada ciclo de mil anos há um reavivamento espiritual do planeta, devido ao fato de estarmos recebendo diretamente as influências de Colobi, que seria um local no centro galáctico, próximo à Constelação de Sagitário. Em seus preceitos, a Cabala hebraica possui as chaves do entendimento das hierarquias extraterrestres, a chamada Árvore da Vida, que seria um esquema de manifestações energéticas em nossa dimensão. Malkut seria o planeta Terra, o reino, e Kether, no caso Colobi, o portador da coroa. A vida como conhecemos surgiu primeiro em estrelas mais evoluídas. Civilizações antigas já desaparecidas poderiam ter migrado de planetas exauridos para dimensões do hiperespaço, e lá se instalado – o que, para o entendimento humano de então, seria um mundo espiritual. Em muitos contatos mantidos os ETs afirmam fazer parte da mesma família dos humanos, serem nossos irmãos

mais velhos e, de certa forma, responsáveis por nós. Eles dizem ainda que somos todos seres espirituais e devemos praticar mais as técnicas de desdobramento consciente para compreendermos isso. O Caso Hermínio e Bianca Reis é um exemplo disso. O casal teve contato com um ser chamado Karran, que teria insistido na afirmação de que não somos apenas matéria. Em todas as épocas de nossa história, nos contatos que nossos antepassados tiveram com divindades, os seres que pisaram a superfície da Terra sempre falaram a mesma coisa e sempre foram considerados iluminados. Isso em nada contraria ou nega a ciência, mas amplia largamente seus horizontes. E evidencia que cada vez mais o esoterismo se incorpora às paraciências, e daí para ser um fato resta apenas um passo. As misteriosas luzes que vemos a todo instante no céu continuam a confirmar isso. Exatamente como ontem, quando eram temidas por nossos antepassados e vistas como “tronos do Senhor”, as mesmas que agora chamamos de UFOs. CARLOS ALBERTO MILLAN é bancário e coordenador do grupo Tau-Seti Ufologia e Espiritualidade. Seu endereço é: Rua Cachoeira 1611/02, 03024-000 São Paulo (SP). E-mail é: tauseti@ig.com.br.

Imagens Azizler Kilisesi

paciais. Vejamos também a descrição da descida do Senhor no Monte Sinai: “E viram que se abriam os céus e deles desciam anjos que pareciam estar no meio do fogo e lhes ministraram”. Sempre provenientes do céu em meio a luminosidades fulgurantes, como na casuística antiga, tais seres traziam conhecimento aos nossos antepassados, tal qual os deuses civilizadores da América pré-colombiana, Kukulcan e Quetzalcoaltl. Não há dúvida de que pelo menos um grande grupo alienígena está muito interessado na evolução do homem, interferindo em épocas e locais estratégicos de sua trajetória. “O Senhor veio de novo ao irmão Jared e, permanecendo numa nuvem, falou com ele, estendeu sua mão e tocou nas pedras com seu dedo. Este era como o dedo de um homem. E disse Jared: ‘Eu não sabia que o Senhor tinha carne e sangue’. Em seguida ele lhe respondeu: ‘Vês que foste criado segundo minha própria imagem? Este corpo que agora vês é o corpo do meu espírito, e o homem foi criado segundo o corpo do meu espírito’”. Não há duvidas sobre os aspectos físicos de nossos visitantes alienígenas, registrados em tantas aparições ao redor do mundo. Porém, há também muitas interfaces ainda a serem explicadas. Os mórmons acreditam que Deus é um ser que habita uma estrela

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Bruno Cardeñosa, convidado especial

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pesar do tempo transcorrido, o Caso Manises, o episódio mais complexo da Ufologia Espanhola, continua aberto. Neste incidente, um imenso UFO provocou a aterrissagem de emergência de um avião de passageiros Super Caravelle em Valencia, em 11 de novembro de 1979. Além disso, 40 pessoas observaram estranhas luzes sobrevoando o aeroporto e um caça de combate perseguiu três estranhos artefatos voadores durante quase duas horas. Dias depois, enquanto uma comissão oficial investigava o sucedido, outro piloto militar espanhol perseguia um gigantesco objeto voador não identificado e vários outros artefatos sobrevoaram Madri com tal descaramento e provocação que estiveram a ponto de provocar um autêntico conflito aéreo sobre a capital do país. Tudo isto em 17 dias. Passaram-se mais de duas décadas e os fatos continuam sendo considerados os mais desconcertantes já registrados pela Ufologia Espanhola. Ao mesmo tempo, os estudiosos seguem investigando a natureza de uma série de fenômenos envolvidos no caso, inexplicáveis sob todos os aspectos. “Nenhum

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avião da IV Frota Aérea nem qualquer navio dos Estados Unidos se encontrava na área durante o incidente”, explicou por escrito o oficial de mais alta patente da Força Aérea Norte-Americana (USAF) na Espanha. A afirmação circulou quatro dias depois que o Super Caravelle, da extinta companhia TAE, com 109 passageiros a bordo, se viu obrigado a aterrissar no aeroporto valenciano de Manises, poucos minutos depois de decolar de Sont San Juan, em Mallorca, rumo a Tenerife, nas Ilhas Canárias. Grande parte dos ocupantes do avião era de turistas austríacos. Na verdade, o incidente começou a acontecer duas horas antes da decolagem do mencionado vôo, quando o Serviço de Alerta e Resgate Aéreo, baseado em Madri, informou o piloto sobre a existência de um sinal de rádio de alarme na freqüência 121.5, 70 km a noroeste de Valencia, em pleno Mediterrâneo.

ROTA DE COLISÃO — A odisséia poderia ter ficado nisso, mas a pergunta do piloto Javier Lerdo de Tejada, poucos instantes depois das 23h00, solicitando informações sobre o tráfego não identificado que voava em rumo convergente – em direção ao avião –, ativou

todos os alarmes. Além disso, ele escutava através do canal de emergência um estranho sinal de rádio. O fato duraria oito minutos, durante os quais o objeto, do tamanho de um jumbo e com duas intensas luzes vermelhas aos lados, subiu e desceu em relação ao avião, depois adiantou e retrocedeu até ficar à perigosa distância de 200 m dele. Com medo, o piloto desistiu. “Não continuarei a viagem com este tráfego me seguindo”. Ninguém no Centro de Controle de Barcelona, que interceptou todas as comunicações durante o incidente, registrou a decisão do comandante. Enquanto o avião sobrevoava o Mediterrâneo, os operadores do radar da Base Aérea de Torrejón, em Madri, buscavam o intruso não identificado, mas não encontravam nada. Porém, o radar militar de Benidorm localizou, durante todo esse tempo, até cinco ecos desconhecidos voando sobre a zona, a uma altura aproximada de 10 km. A Espanha estava vivendo uma autêntica invasão. Fosse o que fosse, algo estranho e físico estava violando o espaço aéreo espanhol e ninguém questionou a arriscada decisão do comandante. O diretor do aeroporto valenciano Miguel Morlán e os 40

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Bruno Cardeñosa

O AVIÃO COMERCIAL Super Caravelle, idêntico ao envolvido no incidente. Acima, o comandante Javier Lerdo de Tejada, que teve seu avião perseguido por um enorme objeto, no caso mais importante da Espanha

PERSEGUIÇÃO AO UFO — Já em vôo, Péga-

so informou o que ocorria e os generais que controlavam a situação solicitaram ao piloto que preparasse o farol de policiamento e o armamento. Pégaso é um termo militar que designa o Centro de Operações Aéreas de Torrejón, de onde se vigia todo o espaço aéreo espanhol. Neste momento, o piloto Cámara já deveria supor que aquilo não era um treinamento ou mesmo uma brincadeira, visto que nem seus olhos, nem o sofisticado radar de infravermelho de bordo registraram algo estranho. De repente, uma sirena entrou por todos os canais de rádio do avião, no momento em que Pégaso detectou um UFO afastando-se em di-

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reção a África. Os oficiais que se encontravam à frente das operações instruíram Cámara a dirigir-se exatamente para o lugar onde se encontrava o objeto e segui-lo, o que o Mirage F-1 fez a uma velocidade próxima à do som. A partir desse momento, o UFO começou a “brincar” com o caça espanhol, obrigando Cámara a segui-lo de um ponto a outro do país em sua perseguição. Quase ao mesmo tempo, as interferências ficaram mais fortes, e justo quando começaram a diminuir, o radar detectou um novo objeto sobre Valencia. Ele tinha forma de sino e mudava seqüencialmente de cor, do verde para o vermelho e branco. Ao aproximar-se, a chiadeira da sirena voltou e o misterioso objeto acelerou a uma velocidade prodigiosa, até desaparecer. Antes disso, alguma coisa bloqueou os sistemas de ataque do sofisticado Mirage F1, que não conseguia captá-lo em seu equipamento de infravermelho, como se aquele objeto não empregasse calor para se deslocar. O piloto o perdeu de vista em seguida. Entretanto, Pégaso registrou algo estranho na direção da localidade de Sagunto. Cámara, que nesse momento estava vendo os dois objetos, um à altura de Valencia e o outro sobrevoava Sagunto, dirigiu-se para a segunda localidade. E os mesmos fatos se repetiram: nada no radar,

monstruosa aceleração, bloqueio dos sistemas e mudanças de cor do objeto. Minutos depois, apareceu nas telas do centro de controle um novo UFO, que obrigou o piloto a voltar novamente à metade leste da Península Ibérica. Perseguiu o intruso até Mahón, mas sem êxito e sem poder identificá-lo. Cámara viu-o seguidas vezes e o cercou de tal forma que o capitão pensou tratar-se de um confronto de guerra. Depois de uma hora e meia de perseguição, o combustível do caça acabou e o retorno a Base Aérea de Los Llanos se fez obrigatório. Quando já alinhava seu Mirage F-1 para retornar à capital, o misterioso objeto surgiu novamente e posicionou-se atrás do caça. Se tivesse se tratado de um avião e estivéssemos atravessando um período de guerra, aquilo teria significado o início de um combate aéreo. Mas por trás da atitude do UFO não parecia existir agressividade. Assustado, Cámara aterrissou.

INVESTIGAÇÃO OFICIAL — A manhã de 12 de

novembro foi agitada em Manises. Ferviam os comentários sobre o ocorrido e o movimento era incomum, ao mesmo tempo em que o ministro de Transporte espanhol Sánchez Terán inaugurava o setor civil do aeroporto. Ele logicamente se interessou pela história do UFO, cuja presen-

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UFO Photo Archives

Eddie Cuperus

empregados das instalações, que observaram até três UFOs, também não questionaram as decisões tomadas. Acreditando que se tratava de um avião, acenderam rapidamente as luzes das pistas. Contudo, o objeto esférico que acompanhava o Caravelle levantou vôo quando parecia que tinha a intenção de aterrissar. Em suma, uma aeronave de procedência desconhecida tinha abordado um avião de passageiros e tinha se colocado sobre as pistas de um aeroporto de uso conjunto civil e militar. Mas, se havia dúvidas quanto à observação de tantas testemunhas visuais, a detecção dos objetos pelo radar deixou o caso inequívoco. O desafio agora, por parte dos tripulantes dos UFOs, estava lançado. Assim entenderam o fato no Comando Aéreo de Combate, em Madri, onde aceitaram a “afronta” e ordenaram a decolagem de um caça de interceptação da Base Aérea de Los Llanos, em Albacete. Às 00h42, já em 12 de novembro, um Mirage F-1 pilotado pelo capitão Fernando Cámara se elevava sobre os céus do leste espanhol, ainda alheio à natureza de sua missão.


Ministério del Aire

JUÍZO PERFEITO — No dia 28 de novembro, o oficial encarregado de chefiar as investigações garantiu que “a seriedade e o juízo perfeito das testemunhas está fora de qualquer dúvida”, e disse ainda, ao analisar os fatos, que “é importante se considerar a hipótese de que a nave tenha procedência desconhecida e que utiliza uma 32

Maior espanhol tinha elevado à categoria de “matéria reservada” tudo o que se relacionasse com o Fenômeno UFO. E ainda, a partir de 1992, o Exército do Ar do país se viu obrigado a liberar alguns informes sobre o assunto, entre eles um relativo ao caso que descrevemos. Mas ainda assim o segredo continua. Em 1995, transcorridos 16 anos, uma aparente mudança no quadro animou Climent a escrever ao Comando Operativo Aéreo, o organismo militar que gerenciou a liberação dos informes, para solicitar a devolução dos negativos que havia cedido. A resposta foi desalentadora: “Não consta que tenhamos essas imagens”. Tal negativa revelou que as autoridades desejam que esse episódio continue sendo mantido em segredo. Na época em que Climent solicitou a devolução do material, a investigadora Carmen Domenech, de Mallorca, localizou algumas imagens reveladoras registradas durante aqueles movimentados dias de 1979. Procurando nos arquivos de um jornal local, Domenech encontrou algumas fotos que nunca foram publicadas, em parte porque não foram feitas por um fotógrafo profissional. Philipe Kling David

ça nos céus se converteria, em questão de horas, numa notícia de grande magnitude. Os militares do país, no entanto, provavelmente gostariam de manter em segredo tudo o que havia ocorrido na noite anterior. Mas foi impossível. Afinal, os acontecimentos que foram testemunhados por tantas pessoas geraram rumores que começaram a circular na mesma noite. A situação pode ser qualificada como grave sob diferentes pontos de vista. O espaço aéreo espanhol foi violado e um avião com mais de uma centena de passageiros desviou-se da rota. Obviamente, as autoridades buscaram soluções e, para elas, se fazia necessário seguir o protocolo habitual para abrir diligências. “Um avião da TAE fez um pouso de emergência devido à perigosa proximidade de um objeto não identificado. Deuse início ao inquérito”, escreveu o coronel chefe do Setor Aéreo de Valencia a seu superior, em Madri. Este, por sua vez, levou os fatos ao conhecimento do então ministro da Defesa Agustín Rodríguez Sahagún. Coincidindo com as primeiras luzes de 13 de novembro, um juiz da III Região Aérea chegava de Zaragoza para interrogar as testemunhas e buscar explicação para o fato que tivera impacto na opinião pública espanhola. O informe oficial do caso permaneceu em segredo durante 15 anos, até sua liberação em 29 de julho de 1994. Apesar de contar com 142 páginas, a informação confidencial oferecida ao público é incompleta. Faltam, por exemplo, os dados de Fernando Cámara, o piloto que perseguiu os UFOs por todo o leste do país, numa “brincadeira” de pega-pega com os objetos.

UM CAÇA DE GUERRA Mirage F-1 foi despachado da Base Aérea de Los Llanos, pilotado pelo capitão Fernando Cámara, para interceptação do intruso no espaço aéreo espanhol

energia propulsora também ignorada”. Em muito poucas investigações oficiais efetuadas pelos militares espanhóis sobre o Fenômeno UFO se pode ler expressões tão determinantes como “nave de procedência desconhecida” e “energia ignorada”. Além disto, o relatório oficial do caso também contém outros testemunhos que provam a presença de luzes não identificadas naquela noite sobre a Espanha. Inclusive uma cópia de má qualidade de uma estranha fotografia obtida por volta das 02h30, de 11 para 12 de novembro, pelo mecânico Pep Climent, em Sóller, Mallorca, na qual aparece um objeto emergindo do mar. A história dessa imagem é insólita. Dias depois de obter a fotografia, Climent recebeu a visita de vários oficiais do exército. Um deles era o capitão que se encontrava à frente das investigações, que lhe pediu que entregasse os negativos. Climent não negou e o confisco da fotografia ilustra claramente que os militares tiveram muitos problemas para colocar em ordem todas as informações relativas ao Caso Manises. Evidentemente, a população espanhola não foi informada sobre a investigação oficial. Mas graças aos meios de comunicação, soube do ocorrido, ainda que de forma simplista devido à pouca transparência dos militares sobre o assunto. É importante recordar que, em março desse mesmo ano, a junta de chefes do Estado

CENSURA MILITAR — As imagens foram

entregues ao jornal e de algum modo censuradas por militares. No mesmo arquivo estavam fotos de Climent entregando suas fotos para os oficiais, feitas a distância. Nelas se observa um carro oficial que se detém a poucos metros da oficina de Climent, vários militares uniformizados indo ao seu encontro e a entrega dos negativos. Essas fotos são uma prova irrefutável de que os militares confiscaram as imagens. Elas teriam sido feitas pelo próprio serviço de inteligência espanhol, que seguia de perto os passos dos pesquisadores oficiais que efetuaram a investigação secreta de 1979. Ou seja, contra-espionagem. O parlamentar Enrique Mugica, bem informado dos acontecimentos de Manises, meses depois fez uma interpelação ao governo perguntando sobre a natureza do artefato que provocou o pouso de emergência do Super Caravelle da TAE. Sua pergunta jamais foi respondida pelo ministro da Defesa Agustín Rodríguez SaJulho 2003 – Edição 89


hagún. No entanto, graças ao extenso re- des sobrepostas”, assegurou uma delas latório oficial do caso, ficamos sabendo através dos microfones da emissora de ráque também foi elaborado um texto me- dio SER, líder de audiência do país, que nor, de quatro páginas, exclusivamente transmitiu direto as observações. UFOs para liberação de informações pelo go- foram fotografados também no momenverno espanhol. Esse documento, que to em que as comunicações radiofônicas conteria uma fria análise das ocorrênci- entre o comando da Defesa Civil espaas, sem muitos detalhes e sem reconhe- nhola e a Cruz Vermelha ficaram obstruícer sua importância, nunca se tornou pú- das sem explicação. blico. Seu conteúdo pretendia minimizar Um relatório que se fez dessas ocorsutilmente os fatos. Curiosamente, antes rências informa que os radares militares disso, os próprios militares haviam ma- de Villatobas e Calatayud detectaram três nifestado que o acontecimento fora pro- UFOs sobre Madri, às 04h30, que provocado por uma nave dotada de tecnolo- vocaram a saída emergencial de outro gia desconhecida. Hoje sabemos que o caça da Base de Torrejón. Este consegoverno espanhol, desde os anos 60, oferece explicações falsas sobre o Fenômeno UFO ao público, enquanto investiga secretamente sua manifestação. Entretanto, as autoridades ignoravam o que aconteceria dias depois disso. Seis dias depois do Caso Manises, por volta das 17h20 de 17 de novembro de Cláudio T. Suenaga 1979, os radares militares espanhóis detectaram um eco não identificado sobre m 19 de outubro de 1953, um avião Motril, em Granada. Outro caça Mirage DC-6 da Airline Company, com pasF-1 da Base Aérea de Los Llanos foi ensageiros, levantou vôo de Filadélfia viado para investigar os fatos. O piloto com destino à capital dos Estados Unidos. do vôo tentou sem êxito se aproximar do Pouco depois da meia-noite, quando soimenso objeto, que segundo o informe ofi- brevoava o Rio Susquehanna, próximo à cial era composto por três luzes fortes for- Represa Conowingo, o co-piloto notou um mando um triângulo isóscele. O piloto es- estranho objeto brilhante que se enconcutou em seus fones, através do canal 11 trava entre a aeronave e a Lua, pairando de UHF, uma voz infantil de procedência sobre as nuvens. Seu vôo não era igual ao desconhecida que dizia: “Olá, como está? de um avião comum, nem tinha as luzes Olá, olá...” Jamais se pôde explicar a ori- convencionais. O comandante do DC-6, cagem daquela misteriosa comunicação. Se- pitão J. L. Kidd, alertado pelo assistente, gundo o relatório do ocorrido, o caça ater- diminuiu a velocidade do aparelho, aproxirissou sem maiores problemas em Alba- mando-se da intrigante nave. Determinou cete, às 18h05. Mas de acordo com in- imediatamente que se apagassem as luformações obtidas sigilosamente pelo es- zes internas, deixando o avião inteiramente critor J. J. Benítez, quando o piloto ater- às escuras e acendeu os poderosos faróis rissou comprovou atônito que os rebites de pouso, procurando iluminar melhor a das asas do avião tinham sido literalmente afrouO ANTIGO AVIÃO DC-6, igual ao xados, como se o caça tique se envolveu com um UFO vesse estado no campo sobre o Rio Susquehanna de influência de uma poderosa energia. Durante aquele mês, vários UFOs foram observados em quase todos os locais da Península Ibérica. O ponto culminante daquela onda ufológica aconteceu por volta de 01h30 da madrugada de 28 de novembro. De diferentes lugares de Madri, centenas de testemunhas observaram uma série de estranhas luzes sobrevoando a capital. “São como duas pirâmi-

UFO atira-se contra avião comercial

Goleta Air & Space Museum

E

Julho 2003 – Edição 89

guiu aproximar-se dos objetos, que também foram detectados pelos radares de bordo. O episódio tem características dramáticas, porque, empregando meios tecnológicos, os veículos não identificados causaram várias situações eletrônicas que estiveram a ponto de provocar um conflito armado. Eventos como esses são mais do que significativos e mostram quão desconcertante e fascinante é o mistério que envolve a fenomenologia ufológica. E o Caso Manises demonstra-nos que essas naves constituem um assunto sério, que requer uma análise em profundidade. “coisa”. Em resposta, um fortíssimo facho de luz branca projetou-se do objeto para o DC-6. O experiente piloto compreendeu que o UFO vinha em sua direção e, como último recurso, manobrou bruscamente o manche de seu avião, que iniciou uma descida quase em ângulo reto para a terra. Os passageiros, que estavam sem cintos de segurança, foram lançados uns contra os outros. Depois da brusca descida, Kidd conseguiu controlar novamente sua aeronave, para logo em seguida aterrissar. Foi informado pela torre de controle do aeroporto que nenhum outro aparelho convencional encontrava-se em operação de vôo naquela área. O comandante não fez segredo do que acabava de ocorrer. Na manhã seguinte, todos os jornais de Washington noticiavam a ocorrência, inclusive revelando que nos momentos que precederam à aterrissagem, diversas ambulâncias do serviço de emergência se encontravam na pista para socorrer qualquer passageiro ferido. A Junta de Aeronáutica Civil dos EUA investigou o incidente, entretanto, sem maiores detalhes. Isso se deve, provavelmente, à discrição com que essas companhias tratam os acidentes aeronáuticos. Realmente – não havendo dano, quer pessoal ou material –, o fato não teve maiores conseqüências que os registrados nos catálogos de aparições de UFOs. CLÁUDIO TSUYOSHI SUENAGA é historiador, ufólogo e consultor de UFO. Seu endereço é: Rua Antonio Humberto Tórtora 2190, Agenor de Campos, 11730-000 Mongaguá (SP).

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IMPORTÂNCIA DOS ACONTECIMENTOS — O

BRUNO CARDEÑOSA é jornalista, escritor e ufólogo ligado à publicação espanhola Mas Allá de la Ciencia. Seu e-mail é brunoc@mcediciones.es. O texto foi traduzido por Neide Tangary, da EQUIPE UFO.

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A Força Aérea do Uruguai pesquisa objetos voadores oficialmente Alejandro Agostinelli, de Buenos Aires

E

m 31 de março de 1996, às 20h30, dois controladores de tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, detectaram duas luzes branco-amareladas que se moviam em grande velocidade, a aproximadamente 3.300 m de altura. O estranho fenômeno luminoso mantinha uma trajetória paralela ao horizonte, perdendo-se na distância após alguns minutos. Horas mais tarde, a Comissão Receptadora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não Identificados (Cridovni), da Força Aérea Uruguaia (FAU), começou a examinar o fato. Observou-se que naquela hora não haviam sido registrados aviões ou objetos astronômicos que pudessem ter causado a observação. De um total de 833 denúncias analisadas pela Cridovni, este é um dos oito melhores casos. A entidade foi criada dentro da FAU, em 07 de agosto de 1979, quando o governo uruguaio tornou-se o primeiro do mundo a organizar e manter um organismo dedicado exclusivamente à investigação dos UFOs, aceitando primeiro a competição ativa e, logo depois, a integração absoluta, na intimidade dos quartéis, dos líderes dos principais grupos ufológicos uruguaios. Com o tempo, a experiência da Cridovni neste campo de investigação contribuiria para consolidar iniciativas semelhantes noutros países. Assim, mantém intercâmbio com a Força Aérea Brasileira (FAB), que até hoje nutre uma política de discrição absoluta sobre o assunto, bem como encontros com membros de um grupo de trabalho semelhante do Ministério de Defesa argentino. A Cridovni também incentivou a criação do Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), que funciona na Força Aérea do Chile (FAC), cujo modus operandi foi assimilado do sistema de estudo e avaliação do Fenômeno UFO do Cridovni. O principal personagem na história da entidade é Carlos Pérez Lavagnini, que antes participava do Centro de Investigação de Fenômenos Espaciais (CIFE), de

Montevidéu. Com intenção de investigar um maior número de casos, Lavagnini lutou para unificar o CIFE com o Centro de Investigações OVNI (CIOVI), outra entidade uruguaia, além de alguns poucos grupos que surgiram isoladamente. No final de 1978, Carlos Cantonnet, um jovem estudante de psicologia, solicitou ao governo do Uruguai a criação de um grupo oficial dedicado ao tema. Até então, o Cridovni era uma iniciativa basicamente oficial, mas isso iria se transformar quando o CIFE organizou um encontro para selecionar os melhores investigadores do tema no país, que pudessem ser absorvidos pela entidade da FAU. Ao mesmo tempo, o país sofria uma onda ufológica sem precedentes, com casos registrados pelo pessoal de controle de vôo dos aeroportos uruguaios. “Explicamos à FAU que os meios logísticos que necessitávamos para esclarecer os fatos poderiam ser facilitados pela aeronáutica”, disse Cantonnet. E estava dado o primeiro passo na fundação da entidade militar, que teria como seu presidente o tenente-coronel Eduardo Aguirre, que não era neófito em Ufologia. Ele já fora recomendado antes para analisar casos acontecidos durante as ondas ufológicas de 1973 e 1977. Phyllis Hart

evento ocorrido em 11 de novembro de 1979 conta com todos os ingredientes necessários para merecer o título de melhor caso da Ufologia Espanhola. Sobram motivos para isso. Primeiro, as testemunhas envolvidas são de alto nível. Tanto a tripulação do Caravelle da TAE como o capitão que comandava Mirage F-1 são indivíduos mais do que preparados para discernir o que é normal e anormal nos céus. Sua preparação técnica e psicológica, e seus meticulosos estudos em física, astronomia, meteorologia e astronáutica, são argumentos mais que suficientes para definir tais testemunhas como altamente qualificadas. Em segundo lugar, temos a detecção em radar. Às observações dos pilotos deve-se somar que os radares militares registraram a presença de naves desconhecidas no céu, o que confirmava que se tratavam de objetos sólidos e dotados de natureza física. Os radares dificilmente se equivocam, e muito menos neste caso, pois a presença de UFOs em suas telas foi precedida de observação visual. Outro ponto interessante é a existência simultânea de vários observadores em terra. Ou seja, além de ser detectado por radar e observado visualmente por pilotos, o fenômeno foi seguido do solo em diferentes pontos do leste espanhol. Só no Aeroporto de Manises, mais de quatro dezenas de pessoas testemunharam o fato. Por sua vez, o fenômeno demonstrou um comportamento que indica estar sendo controlado inteligentemente. Todas as testemunhos do incidente de Manises coincidem em ressaltar que a trajetória do UFO – ou dos UFOs – era movida por uma inteligência e tecnologia avançada, e no entanto desconhecida. Como o próprio juiz da III Região Aérea que investigou o caso assegurou em seu relatório, as manobras dos objetos denotavam que eram dotados de uma tecnologia superior à desenvolvida pela humanidade em 1979. Estando descartada qualquer possibilidade de fraude ou equívoco, ficam claras duas lições desse episódio. Primeiro, que nossos visitantes são detentores de uma tecnologia aeronáutica complexa e avançada, uma conclusão leva à outra constatação: se não sabemos exatamente com quem estamos lidando, é melhor não correr riscos ao provocar tais intrusos.

SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA — Dois anos

depois, ele havia entrado para o serviço de inteligência do Estado Maior uruguaio e, então, recebido a ordem de organizar um projeto oficial de investigação sobre UFOs. Aguirre, o tenente-coronel Freddy Prieto e o tenente Ricardo Purple dirigiram a primeira fase da comissão. Deste modo, a direção técnica do Cridovni, com a garantia do comando geral da Aeronáutica uruguaia, procurou todos os investigadores que fossem considerados sérios e objetivos, além de oficiais da própria FAU que estivessem interessados no assunto, para convidá-los a unir-se à equipe. Julho 2003 – Edição 89


“Aos civis foi questionado se participariam movidos pelo interesse pessoal, e comunicado que deveriam suspender durante tempo indeterminado os trabalhos de seus grupos e passar a integrar um grupo sem igual e oficial”, garante Cantonnet. Ele informou que, em agosto de 1979, foram convocados aproximadamente 20 grupos civis, mas apenas alguns passaram pelo filtro oficial. A comissão realizou diversos gestos para mudar a idéia de sigilo absoluto que acompanha os grupos oficiais, e o tenente-coronel Freddy Prieto impulsionou uma política mais aberta à entidade, concedendo entrevistas regulares à imprensa. Esta tendência foi reforçada pelo novo presidente da Cridovni, o coronel Bernabé Gadea Echeverría, que acabou participando de encontros organizados por ufólogos argentinos. A amplitude da comissão é abrangente, postura pouco apreciada por alguns

para origem dos objetos. Esta é só uma, e de peso científico menor, entre muitas teses”, explica Cantonnet, que ainda assegura que se um fenômeno é classificado inexplicado, o assunto não termina aí. Durante anos os casos são arquivados para que, depois de um tempo, possam ser explicados. Ao mesmo tempo, oferecem-se explicações plausíveis para sua origem ou natureza.

OS MILITARES Marcos Temésio [Esquerda] e Ariel Sanchéz, integrantes do Cridovni. No Uruguai, a entidade se ocupa principalmente de pesquisar casos de aviões seguidos por UFOs

a de Estudos Técnicos, e de Arquivos e Estatística. A divisão técnica operativa administra as pesquisas e junta informações adicionais para um estudo mais detalhado. Sua equipe, integrada por uma dezena de militares em atividade e sete civis, conta com a assessoria de organismos estatais idôneos em cada área, como faculdades de agronomia, medicina, engenharia, biologia, ciências humanas e astronomia. Além do Centro de Investigações Nucleares, a Escola Universitária de Psicologia e o Instituto Nacional de Administração de Meteorologia, todos com sede no Uruguai. O departamento de estudos técnicos procura analisar cada caso de forma a se isolar as possibilidades de fraudes e a probabilidade de que um fato relatado seja um fenômeno convencional. Do total de relatórios inexplicados que a Cridovni possui,

SEM CENSURA AOS UFOS — Ao contrário

Arquivo UFO

da suspeita que geralmente cerca os grupos ufológicos de todo o mundo, a Cridovni não é uma entidade secreta. Ela divide seu trabalho em quatro áreas. A Direção Técnica se encarrega de organizar e supervisionar o processo de investigação, além de receber os relatórios de supostos UFOs. Ela possui a última palavra nas conclusões a que os outros três departamentos chegarem. São eles a Direção Técnica Operativa,

de seus membros. Em julho de 1997 e julho de 1998, por exemplo, o contatado Giorgio Bongiovanni [Veja edição 87 de UFO] foi recebido na sede do Cridovni pelo próprio chefe do Estado Maior da Aeronáutica uruguaia, Alberto Castillo. Desde o princípio de sua história, a comissão oficial uruguaia seguiu uma estratégia dupla: manter o público informado por meio de entrevistas coletivas semestrais e ser administrado com sabedoria ao fazer interpretações do Fenômeno UFO. “Um pequeno percentual de casos não explicados não endossa totalmente a hipótese extraterrestre Julho 2003 – Edição 89

a maioria registra fenômenos observados do ar por pilotos militares, alguns acompanhados por registros no radar, que a entidade chama de “não convencionais”. Esta classificação ou qualificação significa algo mais que “não identificados”, ou seja, diferentes de tudo aquilo que é conhecido. Este é um passo além do comportamento ortodoxo que até agora poucos organismos oficiais tinham ousado dar. O último estudo estatístico que o Cridovni realizou sobre fenômenos incomuns registrados no Uruguai revela peculiaridades interessantes. De acordo com o Boletim Informativo da Força Aérea, a quantidade de relatos de UFOs é diretamente proporcional à densidade de população nas áreas atingidas. Dos 833 relatórios, 375 documentam fatos concentrados nas áreas mais povoadas, Montevidéu, Canelones e Durazno. Quase a metade dos relatos provém de testemunhas únicas, 48%. Duas pessoas participam de 19% das observações, enquanto o número de observações simultâneas, com mais de seis pessoas, ocorre em 8% dos casos. O fenômeno caracterizado por um ponto luminoso, que no Brasil recebe o nome de sonda ufológica, está presente em 49% dos relatórios, enquanto que, em 45% dos restantes, se descreve algum tipo de forma específica do objeto avistado. Em 4% dos casos foram registrados tripulantes e, em 2%, detalhes estruturais dos veículos. A maioria das observações ocorre entre as 19h00 e 21h00, e em aproximadamente 75% dos casos se dão com o céu claro. Do total, apenas oito relatos continuam à espera de novas informações que permitam uma nova classificação do caso. O incidente que registramos no início deste texto é um deles. O site oficial da Força Aérea Uruguaia [http://fau.gub.uy/ fau/cridovni.htm], permite aos visitantes a visualização aos estudos estatísticos realizado pelo organismo de 1940 até a década de 90. Os membros do Cridovni preparam um livro onde planejam resumir os marcos fundamentais dos 20 anos de trabalho ininterrupto. ALEJANDRO AGOSTINELLI é jornalista, conferencista e pesquisador do insólito. Seu e-mail é asteron@nat.com.ar. O artigo foi traduzido por Fernando Fratezzi, da EQUIPE UFO.

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E

m pleno furor ufológico dos anos 90, várias notícias sobre encontros entre caças da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e objetos voadores não identificados circularam abertamente, sem que os militares levassem em consideração se sua procedência é extraplanetária ou extradimensional. Ainda que a USAF afirmasse que não existiam planos para resistir a uma possível invasão extraterrestre entre os milhares de prováveis cenários bélicos considerados pelo Pentágono na época, há evidências que sugerem algo completamente diferente.

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Durante o mandato do presidente Bill Clinton [De 1993 a 2001], o governo norte-americano assegurou à população que não existiam estratégias montadas caso o planeta fosse objeto de uma remota invasão de alienígenas. No entanto, fatos agora revelados mostram que o tema foi tratado com seriedade, sim, pelos militares dos EUA. Entre eles, surgiu a informação de que os supercomputadores Cray, do Pentágono, foram usados na análise de atividades estranhas no espaço e até mesmo sobre a superfície da Lua. Tais máquinas têm a função de examinar possí-

veis movimentos militares de potenciais inimigos. Mas quem seriam eles e por que os EUA tentaram monitorá-los no espaço e em nosso satélite natural? De quem pretendiam se defender? Descobriu-se recentemente que os militares norte-americanos não somente desenharam vários sistemas para a detecção de UFOs, como também projetaram diversos elementos da chamada Iniciativa de Defesa Espacial [Space Defense Initiative ou SDI], o conhecido programa Guerra nas Estrelas, com o propósito de repelir ameaças provenientes do espaço ou com base nele. E muito antes de plaJulho 2003 – Edição 89

Philipe Kling David

Scott Corrales, de Miami


GRANDES PROPORÇÕES — Na noite de 23

de fevereiro de 2001, às 22h45, por exemplo, um objeto vermelho, oval e de grandes dimensões, cuja parte superior se assemelhava às torres de um castelo, voou de oeste para leste sobre o povoado de Collaroy, em New South Wales, Austrália, antes de avançar sobre o mar. O aparelho desconhecido emitia um ruído ensurdecedor, parecido ao de 100 motocicletas arrancando de uma vez, segundo as testemunhas que puderam contemplálo por quase 15 minutos. O som, que fez com que muitos dos cidadãos saíssem para ver do que se tratava, deixou chocados os hóspedes de um hotel na cidade, que puderam seguir a trajetória do intruso das janelas dos apartamentos. A Força Aérea Australiana (RAAF) informou que quatro objetos – cuja descrição coincidia com a ocorrência da cidade de Collaroy – foram detectados, horas antes do mesmo dia, sobre a cidade de Darwin, extremo norte do continente australiano. A percepção dos objetos produziu a decolagem de cinco caças da RAAF, cujas instruções eram clássicas: interceptar o intruso, mas não atirar. Só que nesta oportunidade as regras do conhecido jogo de pega-pega com UFOs mudariam um pouco. Os aviões puderam aproximar-se o suficiente dos objetos, que giravam sobre suas bases ao locomover-se e tinham uma forma hemisférica que terminava com uma pequena torre superior. Eram quase idênticos ao clássico prato voador de McMinnville, fotografado sobre a referida cidade norte-americana do Oregon na década de 50. O informe da RAAF indicou que um dos intrusos chegou a Julho 2003 – Edição 89

Universal Library

voar lado a lado com um teriores. Em meados dos dos interceptadores, avananos 90, a população local çando no mesmo ritmo. E tinha registrado explosões um detalhe desconcertante de luz e objetos brilhantes para o piloto foi que isso que se materializavam ali, aconteceu antes do UFO antes de desaparecer vertipraticamente saltar sobre o ginosamente a caminho do avião e ocupar sua retaguaroeste ou norte. da. Foi então que se produChalker e Khoury desNinguém menos que ziu o momento mais as- Wernher von Braun nos cobriram então que os mosustador do encontro entre advertiu, em seu leito de radores de Elanora Heights os aparelhos bélicos de morte, sobre a loucura haviam sofrido experiências raras por causa deste nosso mundo e os estrade se tentar o projeto ponto de materialização e nhos objetos voadores: um Guerra nas Estrelas, dos caças disparou uma radesmaterialização. Numa sem que suas palavras ocasião se produziu uma jada de balas contra um dos UFOs sem produzir ne- tenham surtido qualquer onda de tremor que fez nhum dano aparente. todo solo da área ondular efeito aparente como se fosse água, indo A perseguição continuou em direção ao sul, mas os caças se até a extensão noroeste do município. viram obrigados a retornar até a Base Aé- Dois vizinhos cuja casa se encontrava rea de Richmond para reabastecimento. sobre um penhasco se viram projetados Horas mais tarde, os vizinhos de Colla- uns 10 m para o sudoeste. Depois desta roy presenciaram a chegada do objeto. No estranha ondulação do terreno, se ouviu dia seguinte, aparelhos da força aérea e o barulho de uma explosão. É nesse loda marinha australianas sobrevoaram a ci- cal, e sob esse clima, que UFOs têm sido dade repetidamente. Um enorme avião de regularmente observados e registrados. carga voou a velocidade e altura consi- E é lá, claro, que os militares australiaderavelmente baixas sobre a região, man- nos concentram suas atividades de pestendo o compartimento de cargas aberto, quisa sigilosa do assunto. como se estivesse tentando localizar algo. Os investigadores Bill Chalker e Peter PILOTOS DA DEFENSIVA — Em 20 de juKhoury não tardaram em dirigir-se até lho de 1975, o comandante Willian B. Collaroy para confirmar os acontecimen- Royce realizava vôos de treinamento tos e entrevistar testemunhas. Eles nota- com um estudante a bordo de um T-37 ram que o lugar onde sumiu o objeto não sobre a Base Aérea de Willians, da identificado, área conhecida como Ela- USAF, no deserto de Mojave, próximo nora Heights, tinha fama de ser a zona do povoado de Chandler. Royce se enpreferida pelos estranhos objetos para contrava compenetrado na tarefa de enaparecer e desaparecerem em épocas an- sinar ao seu aluno como alinhar o bico do avião com a pista de aterrissagem a oito quilômetros de distância, quando um objeto de cor alaranjada apareceu do nada e passou ao lado do T-37. O estudante se queixou da falta de cortesia do piloto outro “avião”, imaginando que fosse mesmo uma aeronave compatriota, mas Royce tomou os comandos e executou uma veloz manobra evasiva, advertindo o rapaz de que aquele caça não era um dos deles. O comandante tomou a repentina decisão de perseguir o objeto, apesar de que seu avião de treinamento carecia de armas. RevisanGUERRA NAS ESTRELAS é um programa do o relógio de combustível, Royce que prevê a instalação de canhões decidiu que seria possível alcançar o inde raios laser de altíssima potência, truso sem problemas. no solo e em órbita da Terra

Oceania Files

nejar qualquer tentativa de defesa planetária, os supercomputadores Cray já haviam calculado estratégias para possíveis manobras militares que fossem desenvolvidas na Lua e em qualquer ponto orbital onde fosse necessário colocar armamento pesado, conforme publicado no Journal of Atomic Scientists, em 1997. Mas este não é o tipo de assunto que se encontre em livros e revistas comuns, principalmente, para descobrir evidências dos encontros armados entre os exércitos do mundo e o desconhecido. Esses casos seguem acontecendo em nossos dias, sem que o público em geral fique sabendo.

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RESPLENDOR AVERMELHADO — Meses de-

pois, em dezembro de 1972, o capitão Richard Bowers teria sua própria experiência enquanto voava em seu caça Super Sabre F-100 ao norte de Fayetteville, Carolina do Norte. A torre de controle da base o advertiu que algo não identificado estava

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NO PENTÁGONO, em Washington, estão instalados computadores Cray [Abaixo], extraordinariamente potentes e velozes, que simulam com precisão as operações de uma eventual guerra espacial

uma transferência para uma base militar à oeste dos EUA e a baixa do serviço ativo pouco tempo depois. Ele faleceu em 1977, convencido de que a força aérea conhecia a natureza do objeto que o havia atormentado aquela noite na Carolina do Norte. No entanto, a superioridade dos objetos desconhecidos não é absoluta e uma iniciativa de abertura de informações na área, denominada Projeto Divulgação, levou a público o testemunho de vários pilotos que afirmam ter derrubado UFOs com armas de guerra. O cabo da Marinha dos Estados Unidos John Weygandt, uma das testemunhas entrevistadas no Divulgação, declarou haver participado dos trabalhos de resgate de um objeto de grande tamanho, cerca de 20 m de comprimento por 10 m de largura, que fora derrubado por elementos da Força Aérea Peruana em 1997. George Howard

NASA

Mas ao atingir mais de 12 mil metros de distância de seu objetivo, a uma velocidade de 600 km/h, Royce observou então que se tratava de um objeto com forma de prato, cujo metal parecia estar aquecido a uma temperatura tão intensa que lhe dava o brilho de alaranjado. Além disso, parecia também ter uma espécie de rachadura que poderia ser uma porta ou janela quebrada. Quando Royce pensou em aproximar-se ainda mais, o prato subiu repentinamente, aumentando a distância que o separava do avião de treinamento. Eles regressaram a Base Willians, preferindo não comentar como ninguém as manobras realizadas. Posteriormente, o comandante diria ao escritor Rufus Drake: “Sei de um piloto que voou lado a lado com um UFO e chegou a detectar janelas no objeto. Alguns dos rapazes pensam que estes intrusos são provenientes do espaço. E sem dúvida são”. Preferiu não admitir que era ele. Anos antes, Carol Johnson, moradora de Tucson, Arizona, presenciou a perseguição de um UFO por caças Grumman A-7 provenientes da Base Aérea Davis-Monthan, em fevereiro de 1972. Carol pôde ver a formação de três caças aproximando-se do objeto desconhecido, cujas dimensões superavam em muito as dos aviões de guerra. Antes que os caças alcançassem seu objetivo, o UFO desapareceu por completo, como se jamais estivesse estado ali. Ela afirmou que os aviões realizaram uma série de manobras de busca, pensando que o artefato desconhecido poderia ter aterrissado repentinamente. Segundo o investigador Kevin Randle, afiliado naquele momento ao célebre grupo de investigação Aerial Phenomena Research Organization (APRO), os operadores de radar de Davis-Monthan captaram o objeto em seus aparelhos, e também existia a possibilidade de que suas máquinas fotográficas houvessem detectado o desaparecimento do objeto. Após 30 anos, o silêncio da USAF continua.

atrás dele, sugerindo que poderia tratar-se de um piloto privado. Bowers ficou surpreso, já que nenhum avião comercial estaria acostumado a voar naquela altura, mais de 14 mil metros. Ao olhar para trás, pôde ver um brilho vermelho resplendoroso. Inclinando seu caça lateralmente ao virar para a direita, ele ficaria mais surpreso ainda ao ver um objeto cujas dimensões correspondiam quase as de seu avião, porém era circular e emitia uma luz vermelha. Tentou se esquivar do intruso, que parecia não ter intenção alguma de afastar-se dele. Por 17 minutos ele executou manobras evasivas que jamais realizara desde a Guerra do Vietnã, em 1975, onde atuou. Foram giros e quedas bruscas vistas desde o solo pelos cidadãos de Fayetteville, que não demoraram em comunicar-se com a mídia local. O UFO se afastou vertiginosamente e o capitão Bowers, com sua reserva de combustível quase esgotada, aterrissou na Base Aérea de Pope. Sua primeira ação em terra consistiu em dirigir-se ao escritório de seu superior no esquadrão de vôo para dizer-lhe que os UFOs eram algo real, possivelmente hostis, e que a USAF deveria fazer algo para garantir a segurança de seus pilotos. Esta atitude, no entanto, lhe valeu

UFOS DERRUBADOS — Weygandt recebeu

ordens de resguardar o lugar da queda com um destacamento de marinheiros. O objeto havia se chocado contra um penhasco e se incrustado nele, deixando por onde passara um líquido viscoso de consistência parecida com um xarope, mas de cor verde fosforescente. Emitia um som parecido ao de um amplificador depois que se desconecta uma guitarra elétrica, um zumbido que se reduziu em intensidade enquanto ia parando de funcionar o objeto. Apesar de haver realizado a missão encarregada, Weygandt foi alvo de hostilidades por um tenente-coronel que lhe fez assinar documentos em que se comprometia a nunca falar sobre o assunto em público. Ele cumpriu a promessa até 2001, quando então decidiu revelar o que tinha acontecido. Outro participante do projeto de abertura de informações relacionadas ao Fenômeno UFO, o sargento norteamericano Clifford Stone, mundialmente reconhecido por suas investigações em torno de operações de resgate com o Projeto Moon Dust [Veja Box], manifestou recentemente não estar surpreso em ver estes relatos serem finalmente de conhecimento público. “Os UFOs Julho 2003 – Edição 89


têm uma tecnologia mais avançada que a nossa, mas falível, feita por criaturas tão falíveis como nós”, afirmou Stone. O objetivo principal do Divulgação é voltado para forçar o governo dos EUA a liberar informações sobre a presença cada vez mais constante de extraterrestres em nosso meio, e que essa realidade tem ligação com a militarização do espaço e os futuros sistemas antimísseis do programa Guerra nas Estrelas. “Fomos informados de que o programa realmente tem como alvo encobrir o desenvolvimento de um sistema bélico desenhado para rastrear e destruir aparelhos de procedência extraterrestre que se aproximarem da Terra ou penetrarem em nossa atmosfera”, declarou um porta-voz do projeto em seu comunicado. Citando o pai da astronáutica como a voz mais estridente contra o militarismo espacial, o Divulgação lembra que “ninguém menos que Wernher von Braun nos advertiu, em seu leito de morte, sobre a loucura de tal projeto, sem que suas palavras tenham surtido qualquer efeito aparente”. Parece que, em 1974, o doutor von Braun realmente informou sua ajudante, a doutora Carol Rosin, sobre o grande perigo que se abatia sobre a humanidade se a corrida armamentista se estendesse ao espaço, contra civilizações alienígenas. Curiosamente, von Braun mostrou que o governo norte-americano utilizaria vários pretextos – a extinta União Soviética, a corrida nuclear da Coréia do Norte, o perigo de asteróides chocando-se contra a Terra etc – para enfiar o programa de Iniciativa de Defesa Espacial (SDI) entre na goela abaixo do público daquele país. Estas eram as desculpas perfeitas. Mas estes sistemas defensivos, que tanto temia o doutor von Braun, seguem seu desenvolvimento e ritmo acelerado, sobretudo depois que o governo norteamericano anunciou, em dezembro de 2001, que se desvincularia do tratado de banimento de mísseis antibalísticos assinado pelos presidentes Richard Nixon e Leonid Brejnev na década de 70. E já em 1985, o Departamento de Defesa dos EUA divulgava o êxito de seu experimento de destruição de mísseis no espaço, com o uso de uma forma de energia dirigida denominada Laser Químico Avançado de Médio Alcance Infravermelho (Miracle). Depois desse sistema, os EUA ainda implementaram o primeiro aparelho a disparar um raio de partículas, um experimento que envolveu a irradiação de uma ogiva nuclear simulada com um raio de prótons de alta intensidade, resultando na Julho 2003 – Edição 89

detonação do explosivo dentro da ogiva. Na primavera de 1989, outra nova descoberta bélica de alta tecnologia, o Laser Químico Alfa, resultou em sucesso durante as provas iniciais que o definiram como candidato a uma possível arma de raios para uso espacial. Mas a investigação não se limitou a isso. O Lançador Eletromagnético Thunderbolt, um dos conceitos mais avançados de canhão eletromagnético, produzido sob encomenda para o programa SDI, tem potencial para disparar projéteis a uma velocidade superior a 5 km/s ou 18 mil km/h.

AMEAÇA MUITO MAIOR — Estes pequenos

passos em direção a um campo até então desconhecido de armamentos ofensivos, voltados para o espaço, comprovam que estamos desenvolvendo a capacidade de nos defender contra uma ameaça muito maior que as armas nucleares de países

Acidentes e resgates de discos voadores Equipe UFO

O

que você faria se um objeto estranho caísse no quintal da sua casa? Quem você iria chamar? E se esse objeto estranho fosse um disco voador e estivesse tripulado? Caso você nunca tenha pensado nisso, é melhor considerar esta idéia. Afinal, discos voadores existem, são máquinas que estão além da tecnologia terrestre, criadas por seres que conhecem as respostas das maiores dúvidas da humanidade, mas não são infalíveis. Muitos já se acidentaram nas mais diversas situações e locais. Embora num primeiro momento a queda de uma nave espacial pareça algo improvável, é preciso rever essa posição quando se toma conhecimento de que países como Estados Unidos, por exemplo, possuem programas especiais que visam recolher e estudar os destroços destes objetos. Um exemplo disso é o Projeto Moon Dust, que segundo o renomado pesquisador Stanton Friedman “é um programa para busca e recuperação de fragmentos de mísseis e satélites, centralizado na Base

inimigos. Esta é a possibilidade que tanto temor causou entre von Braun e cientistas mais recentes. O Projeto Divulgação pede que “se faça cumprir a proibição sobre as armas no espaço e o rastreio de qualquer objeto extraterrestre, visto que estas ações são injustificadas e podem pôr e espécie humana em perigo”. Em vista do afã militar do regime do atual presidente norte-americano George Bush, e sua falta de visão quanto ao desenvolvimento de sistemas bélicos avançados, as esperanças de que isso aconteça são poucas. SCOTT CORRALES é autor do livro Chupacabras and Other Mysteries e pesquisador de Ufologia e paraciências. Seu e-mail é lornis@aol.com. Este artigo foi traduzido por Valdemar Biondo Júnior e Neide Tangary, ambos da EQUIPE UFO. Aérea de Wright-Patterson, que também é usado para recuperar UFOs acidentados no território norte-americano”. Isso pode ser perfeitamente entendido com a leitura do livro do pesquisador brasiliense Thiago Luiz Ticchetti. Em sua obra Quedas de UFOs, publicado pela BIBLIOTECA UFO, programas que visam a busca de destroços de naves alienígenas são estudados amplamente, bem como as quedas desses aparelhos nos mais diversos lugares do mundo. Tais ocorrências são descritas desde a Antigüidade, de acordo com registros históricos. Mas apenas a partir das décadas de 50 e 60 os acidentes se acentuaram, forçando as autoridades a iniciarem programas que, mais do que resgatar as naves, visam esconder da população o que realmente está acontecendo. De acordo com os dados reunidos na primeira obra brasileira a registrar sistematicamente tais ocorrências, o planeta Terra é freqüentemente visitado por seres de outros planetas, e essas quedas são provas incontestáveis disso. Vale lembrar que em algumas circunstâncias os passageiros desses veículos foram encontrados vivos, permanecendo assim por dias ou horas, em poder do governo norte-americano. Os interessados podem pode adquirir Quedas de UFOs [código LV-09] através do encarte Suplementos de Ufologia, desta edição.

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Nova Era

todo o momento”, diz Schoereder, que ainda informa que nem uma enciclopédia com cem volumes seria suficiente para analisar de forma completa todos os temas apresentados no livro. Da forma como os textos foram organizados, os leitores e pesquisadores poderão, além de direcionar futuras investigações, estabelecer relações entre assuntos aparentemente sem relação: os verbetes trazem palavras-chave que estendem a área de pesquisa, levando os leitores a outras palavras. Schoereder pesquisou centenas de livros, mesclando essas informações com as que foram obtidas nos contatos e entrevistas realizadas nos três anos de existência da Sexto Sentido, sempre procurando apresentar o maior número possível de pontos de vista sobre cada assunto tratado. Este não é o ter os poderosos inimigos alienígenas. Incluemse entre essas armas avançados submarinos nucleares, satélites rastreadores e de combate e até uma base lunar, devidamente preparada. Tem a duração de 97 minutos e agradará pelas imagens dos UFOs. Afinal, os efeitos especiais são de Derek Meddings, ganhador do Oscar em 1980, pelo trabalho realizado em Superman.

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INVASÃO DOS ALIENS — Esta é uma produção inglesa de 1972, dirigida por Gerry Anderson. Alienígenas humanóides vindos de um planeta distante milhões de anos luz chegam à Terra em espaçonaves de um formato que muito lembra alguns avistamentos recorrentes na história da Ufologia. Sua missão é abduzir seres humanos para analisar e transplantar órgãos retirados de seus corpos. O planeta dos invasores está morrendo e eles precisam sobreviver. Mas a Terra se prepara para enfrentar a ameaça que vem do espaço e coloca em ação um plano organizado pelas suas maiores e mais poderosas nações. Trata-se de uma supersecreta organização militar chamada Shado, liderada pelo comandante Edward Straker, que está equipada com armas mortais para comba-

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do adentrou a atmosfera terrestre e teria pousado no Deserto do Nevada. Na verdade, uma imensa nave-mãe chega à Terra, trazendo criaturas donas de elevado grau de evolução e dotadas da capacidade de se apropriar das mentes humanas. Elas estão aqui para colonizar nosso planeta. Com 100 minutos de duração, Força Alienígena foi dirigido pelo cineasta Harvey Hart.

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mente pela rede norte-americana NBC, em 1980, este é um bom filme sobre temática ufológica. Seu roteiro reúne todos os ingredientes que deixariam qualquer pessoa entusiasmada para o trabalho. Depois de rastrear imagens de radar em seu laboratório, o doutor Scott Dryden, um astrofísico, está convencido de que um objeto voador não identifica-

FORÇA ALIENÍGENA — Produzido original-

Paulo R. C. Barros é editor do site Enigmídia [www.enigmas.hpg.ig.com.br/enigmidia] e há algum tempo vinha postando algumas dicas de filmes na lista de discussão da REVISTA UFO na Internet. Pedimos a ele que selecionasse alguns títulos. Veja suas sugestões apresentadas aos leitores. Para maiores dicas visite seu site ou mande um e-mail para paulorcbarros@uol.com.br.

Luzes, câmeras e discos voadores!

Desde que a humanidade entendeu que perguntar nem sempre é a melhor forma de se obter respostas, alguns assuntos assumiram uma posição difícil de ser explicada pelo mais lógico e racional de todos os pesquisadores. A partir de então, a Ufologia, o esoterismo, a paranormalidade e o ocultismo criaram uma sombra que se sobrepõe ao conhecimento e funciona como um verdadeiro limite entre a compreensão e a dúvida. Entretanto, alguns estudiosos se destacam por formular teorias que servem de explicação para essas questões. Algumas são recusadas devido ao absurdo que representam, e em outros casos essa é a razão que as tornam críveis. Entretanto, alguns autores se dispõem a criar obras que sirvam de alavanca para o interesse do leitor. Entre essas, se destaca o Dicionário do Mundo Misterioso [Editora Nova Era], de Gilberto Schoereder.

Dicionário do Mundo Misterioso

São mais de 600 verbetes que compõem um dos poucos – senão o único – livros do gênero publicado no Brasil. O autor aborda temas como esoterismo, ocultismo, paranormalidade, Ufologia, civilizações perdidas e dimensões paralelas. Temas mais que familiares ao autor, que é jornalista e editor-chefe da revista Sexto Sentido [Mythos Editora]. Fruto de mais de 25 anos de pesquisas, o trabalho foi organizado de forma que fornecesse um volume considerável de informações sobre cada um dos assuntos pesquisados, ainda que sem esgotar todas as possibilidades de discussão. “A idéia é proporcionar aos leitores um rumo em suas pesquisas, aprofundando os temas na medida do possível. Não creio que os assuntos possam ser esgotados, uma vez que as discussões não cessam e novos pontos de vista surgem a

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO — “No espaço seu grito não será ouvido”. Esse era o slogan de Alien, o Oitavo Passageiro, quando de seu lançamento nos cinemas, em 1979. De longe, uma das mais aterrorizantes tramas de ficção científica já realizadas. Com 117 minutos de duração brilhantemente dirigidos por Ridley Scott, o filme narra a saga do cargueiro Nostromo, que recebe uma mensagem de socorro, supostamente alienígena. O Nostromo levava sete tripulantes a bordo e milhões de toneladas de minério de ferro, fruto de exploração espacial. Depois de muita discussão, os astronautas decidem visitar o planeta desconhecido. Porém, isso acaba sendo a porta de entrada para uma terrível e monstruosa criatura que passa a eliminar, um a um, todos os Julho 2003 – Edição 89


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Pois é, essa história de UFOs monitorando nossas guerras, passos, comportamentos individuais ou coletivos vem de longa data. Então pergunto de novo: e daí? Passamos por duas grandes guerras e outras centenas menores, e daí? Vamos continuar armando novas batalhas, fulminando gente inocente, destruindo patrimônio e o que os “UFOs” – entre aspas, sim – vão fazer? Continuar monitorando nossas guerras... Mas antes de iniciar meus comentários sobre a edição passada de UFO – esta, sim, monitorada de perto por essa coluna –, devo responder a três leitores que me escreveram. Carlos Alberto Machado, veterano colaborador da revista e um dos mais sérios pesquisadores, pediu minha opinião sobre sua matéria publicada na UFO 81, Novas Formas de Encarar a Presença Alienígena na Terra, antes de ser instaurado este cargo na revista. Posso dizer que se trata de um bom artigo, bem escrito, com colocações precisas e oportunas, embora tenha se prolongado demasiadamente em alguns aspectos, em prejuízo de um entendimento mais claro. Os pontos de discussão serão tratados diretamente com o autor, mas deixo uma pergunta no ar: Machado e outros autores têm apresentado temas muito bons para reflexão, estimulando inclusive os leitores a se manifestarem favoravelmente, em sua maioria. Então, que tal deixarem de elucubrações teóricas e partir para uma ação mais efetiva, direcionando suas pesquisas e explanações para o foco central de suas respectivas matérias? Será, por exemplo, que Machado abandonaria suas pesquisas sobre o Chupacabras e partiria em busca de novas propostas? O segundo leitor, Henry Habib Moussa parece que não gostou do meu comentário anterior [UFO 87] e enviou uma carta defendendo seu direito de acreditar

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Aliens monitoram nossas guerras. E daí? em Dino Kraspedon, demonstrando, a meu ver, ingenuidade ufológica na sua argumentação. Não vou alimentar a polêmica, como ele propõe, porque não tenho mais paciência para assuntos dessa natureza. Cada um que adormeça com a sua crença e deixe o tempo revelar a verdade. Ao vencedor, aplausos. Ao perdedor, batatas. E, finalmente, o leitor Sérgio Aparecido Nardelli pede à UFO que dê o devido crédito a quem de direito pelo uso da ilustração do ET no Criatura Assusta Casal da edição 82. Sérgio, há muito tempo essa imagem é usada para ilustrar diversas matérias sobre ETs, em todas as publicações do mundo. Não há direitos a serem creditados, o uso é livre. Quanto à edição 88, começo por onde terminei a coluna anterior: desta vez detectei alguns pequenos deslizes como na legenda da foto na página 32: As abduções não acontecem apenas abordo de UFOs... Até a coluna do ombudsman é alvo de crítica desta vez, já que errei e a redação passou batida: edições 83, 84, 85... No texto de abertura, na página 03, fala-se em “insanidade belicosa”! Errado. Insanidade é ausência de saúde mental, portanto, de qualquer juízo de valor, seja bom ou ruim. Pergunta para a redação: o que a matéria Satélite Cai no Pacífico [Mundo Ufológico] tem a ver com Ufologia? Apesar do meu comentário irônico logo na abertura dessa coluna, a matéria assinada por Thiago Luiz Ticchetti, Aliens Observam Nossas Guerras, permite uma visão bastante ampla da manifestação dos UFOs ao longo da nossa história. Mas a nota Saddam Fugiu num UFO? [Mundo Ufológico] beira o grotesco. Em Tratamento para Abduzidos, de Monica Borine, na legenda das fotos de David Jacobs e Travis Walton fala-se em 570 milhões de abduzidos! Está certo esse número? Será que não tem muita gente viajando?

Cine Fantástico

membros da tripulação. Fica apenas a oficial Ellen Ripley, interpretada pela atriz Sigourney Weaver, a única sobrevivente do encontro entre os humanos e o ser alienígena. Certamente, o grande responsável pelo fantástico sucesso do filme não foram os personagens humanos, mas sim, o próprio alien. Obra da genialidade do artista surrealista suíço H. R. Giger, que desenhou e projetou a criatura em todo o seu ciclo de vida. O trabalho lhe rendeu, merecidamente, o Oscar de efeitos visuais. Alien teve várias continuações. Nenhuma, porém, repetiu o sucesso e a inovação da produção original. Clássico entre os filmes do gênero, é considerado um verdadeiro divisor de águas, pois marca o momento em que os ETs deixam de ser os homenzinhos verdes para se transformarem em criaturas de comportamento complexo e realista.

primeiro livro do autor, que também já lançou Ficção Científica, Introdução à Parapsicologia e Fadas, Duendes e Gnomos [Editora Hemus]. O autor prima pela capacidade de síntese ao apresentar ao leitor um volume tão significativo de informações obtidas que, mais que um dicionário, chega a ser uma verdadeira enciclopédia. Tomando como exemplo o verbete abduções, que abre o livro, é possível analisar a metodologia usada por Schoereder. A linguagem é simples e direta – coisa rara em obras que se propõem a explicar todo tipo de fenômeno –, e aborda desde o significado da palavra [“Suposto rapto de pessoas por parte de seres alienígenas”] até questões que são discutidas apenas por estudiosos da área, como a teoria de que esses raptos seguem ou não um padrão e a estimativa de que o número dessas ocorrências chegue aos milhões em todo mundo. Schoereder ainda afirma que este é um livro feito por um jornalista e curioso. Dicionário do Mundo Misterioso é um livro completo e instigante, disponível em todas as livrarias.

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Roberto Affonso Beck

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No dia 07 de maio deste ano, por volta das 18h30, estava observando o céu quando notei algo semelhante a uma estrela se movendo. Estava bem alto e por isso não pude vê-lo muito bem, mesmo estando de binóculo, mas ainda assim consegui acompanhá-lo por quase meio minuto. Quando o tal objeto parou no ar, pude observá-lo por algum instante, mas tirei o binóculo e o perdi de vista. Instantes depois, vi uma luz branca, parada, que brilhava e piscava forte noutro ponto do

TESTEMUNHA AVISTA LUZES

Eloir dos Santos, Curitiba (PR)

Amílcar Fernandes da Silva Neto

Nunca tinha visto um UFO durante o dia, só à noite. Luzes estranhas e inconfundíveis com fenômenos e aparelhos comuns a nossa atmosfera. Entretanto, no dia 09 de maio deste ano, às 17h45, vinha caminhando do centro da cidade para casa, quando avistei um avião, daqueles que voam em grandes altitudes, comuns nos céus de Curitiba (PR). Por estar muito alto, sua velocidade aparentava ser muito lenta. Vinha de oeste para leste e deixava um rastro branco e duplo. Refletia a luz do Sol no horizonte, num tom prateado, comum. Quando estava quase acima do ponto onde me encontrava, apareceu um outro objeto vindo na sua rota, como se o perseguisse. Este também refletia a luz do Sol, porém num tom um tanto dourado. Não deixava rastro algum e parecia estar numa velocidade talvez até três vezes a do avião. Aproximava-se rapidamente. À medida que foi chegando perto dele, diminuiu a velocidade e passou a acompanhá-lo um pouco atrás, até sumirem. Estavam sempre na mesma formação, o que indica que estavam juntos.

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turnas, tipo bolas de luz, passando por ali. Retornamos à Esta foto foi tirada no dia 01 de janeiro de 2002, pousada sem mais no final da tarde. O fenômeno durou cerca de 30 novidades e voltaminutos. Estava em companhia de meus pais e mimos a Brasília (DF), nha namorada. Um grupo de passageiros de ônibus duas semanas depresenciou o objeto bem perto, já que trafegavam pois das festas de na região de Nova Fátima (PR). Notei que a imagem fim de ano. Foi não poderia ser de um objeto voador conhecido e, quando Públio nos por isso, chamou a atenção. Acredito na veracidade deu a foto em que do fenômeno que presenciei, uma vez que o desloaparece minha escamento era muito lento, deixando um rastro lumiposa e meu filho, noso bastante intenso. As testemunhas do ônibus que ele tirou de asseguraram que o objeto tinha formato de uma cima do bugre, no bola de futebol americano, com brilho metálico. local em questão. Amílcar Fernandes da Silva Neto, Sem dar muipor e-mail ta importância, guardei a mesma junto a tantas oucéu. De repente, ela começa a se mover tras. Um mês antes do I Fórum Mundie já não brilhava mais como antes. Oual de Ufologia, em dezembro 1997, cotras surgiam e desapareciam rapidamenmeçamos a selecionar algumas fotos te, sempre próximas do objeto, que conpara projetarmos na palestra, quando tinuava a mover-se de forma até rápida. vimos aquela imagem e pudemos obFazia uma trajetória meio curva até que servar que havia alguma coisa diferennão consegui mais avistá-lo. Não sei o te nela. Depois de examiná-la e testáque pode ter sido aquilo, não pude la de forma simples, vi que se tratava, fotografá-lo, nem filmá-lo. com certeza, de uma sonda. Um objeto Aline Guerra, que passou sobre nossas cabeças, a baipor e-mail xa altitude, e não foi notado por ninguém! Meu sobrinho também não viu nada, apesar de ter sido ele quem fez a OCORRÊNCIA DE ILHÉUS foto. Fui atrás dos negativos, mas eles haviam sido jogados fora... Era a primeira vez que minha família e Roberto Affonso Beck, eu estávamos em Ilhéus, Bahia. Chegamos consultor de UFO, no início de dezembro de 1994 e ficamos por e-mail até meados de janeiro de 1995. Um dia saímos de carro para dar umas voltas pela região. Fomos parar no alto de uma elevação bem no final da Ponta da Tulha, onde eu filmava de cima do carro e meu sobrinho tirava algumas fotos da paisagem a nossa frente. Era cerca de 10h30 e estávamos sob um Sol de cerca de 28º, céu limpo e azulado. Ficamos no local por cerca de 40 minutos, quando pudemos conhecer o camarada que tomava conta da casa. Ele nos informou que já tinha visto luzes no-

UFO FOTOGRAFADO DURANTE O DIA

UFO EM CURITIBA


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Vestia um escafandro cujo capacete deixava transparecer o rosto. O ser se levantou e caminhou até a nave. No caminho, dobrou o corpo e apanhou uma pedra. As duas faixas de luz foram novamente projetadas do UF O, e ele voltou para a nave através delas. Antes, fez um gesto que os meninos interpretaram como despedida, uma espécie de resposta à pergunta que um dos garotos fez: “ Será que ele volta?” — Sociedade Brasileira de Estudos sobre Discos Voadores (SBEDV)

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AGRESSÃO NA ARGENTINA — Em outubro de 1963, em Islaverda, Argentina, Eugenio Douglas avistou uma luz na estrada à sua frente, enquanto dirigia em uma noite chuvosa. Foi aumentando de intensidade e obrigou o motorista a diminuir a marcha. Mas quando ele parou o caminhão e desceu, ela não estava mais lá. Viu então um disco com 10 m de altura, do qual saíram três seres com mais de dois metros, usando capacetes com antenas. Foi emitido um raio vermelho que o atingiu, queimando-o. Em resposta, ele apanhou o revólver da cintura e atirou na direção dos ufonautas. Mas o raio vermelho o perseguiu até o vilarejo de Montemaiz, chegando a afetar a iluminação das ruas. Os moradores disseram que, ao mesmo tempo em que o acudiam, a luz na casa começou a piscar e todos sentiram um odor forte e estranho. O caminhoneiro fora queimado por alguma forma de radiação. As marcas em suas mãos e no rosto eram perfeitamente visíveis. — The UFO Encyclopedia R. Gigi

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HUMANÓIDE CICLÓPICO — Pesquisado pelo grupo mineiro Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos não Identificados (Cicoani), este incidente envolveu três garotos que buscavam água no poço de sua casa, no bairro Sagrada Família de Belo Horizonte. Ocorreu em 28 de agosto de 1963. Um dos meninos, de 14 anos, observou uma claridade vinda do céu. Ao olhar para cima, deparou com um objeto esférico, flutuando sobre um abacateiro. Tinha entre 3 e 3,5 m de diâmetro. Na parte superior, uma antena com três hastes e pequenas esferas. Os meninos notaram quatro pessoas sentadas em banquinhos de uma só perna – três homens e uma mulher. Esta tinha longos cabelos louros e puxados para trás. Os homens eram calvos. Subitamente, o objeto projetou ao solo dois feixes de luz amarela, entre os quais desceu um dos seres, flutuando [Ao lado]. Quando este moveu o braço na direção do garotinho menor, de sete anos, um dos outros, imaginando ser uma agressão, saltou sobre o menino, jogando-o ao chão. O ET fez uma série de gestos com as mãos e moveu a cabeça várias vezes, para depois sentarse sobre a tampa do poço, de frente para a nave. Quando o mesmo garoto pegou uma pedra com intenção de atacá-lo, um raio de luz amarela foi projetado de seu peito atingindo a mão do jovem, que a soltou. O ET começou a conversar com os meninos em idioma desconhecido, com uma voz suave, porém, grave. Ele só tinha um olho, grande, sem esclerótica e no meio da testa.

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M. E., por e-mail

Ciclope em Minas Gerais e raio na Argentina

No dia 17 de maio, por volta das 08h45, fui chamado pela minha esposa para que visse algo que no céu. Esta foi a segunda vez que ela olhou para uma determinada posição no céu, sem uma explicação plausível, e avistou algo diferente do normal. Desta vez havia uma luz brilhante como uma estrela, porém muito alta. O céu estava limpo, claro e sem nuvens. Após olhar atentamente, pude observar o ponto luminoso que não se movia para lado algum. Fui buscar minha luneta, que possui regulagem para distância e foco. Enquanto tentava focalizar o objeto, minha esposa disse estar vendo um segundo ponto luminoso próximo ao primeiro, só que este era bem menor e se movia nas proximidades do que se encontrava imóvel. É importante dizer que o artefato menor não orbitava o maior, mas rumava a diferentes direções, como se fosse orientado a ir para uma ou outra posição. Seu movimento era uniforme e constante, e não apresentava mudanças bruscas ou de ângulos fechados. Lentamente, porém com velocidade suficiente para ver-se claramente seu deslocamento no espaço. Ao conseguir focalizar o objeto principal, vi que era triangular e parecia estar num ângulo inclinado em relação ao solo. Refletia a luz do Sol em sua superfície prateada. Nos lados parecia haver uma luz central que não piscava e tinha um leve tom avermelhado. Não sei dizer se poderia ser alguma ligeira distorção da luz nas lentes, ou se provinha realmente do objeto. Observei-o por dois ou três minutos e passei o telescópio para minha esposa tentar visualizá-lo também, mas ela não conseguiu. Continuei a observá-lo a olho nu, porém o objeto começou a ascender e logo sumiu. A luz menor foi avistada ainda por algum tempo junto ao objeto maior, porém desapareceu sem que pudéssemos determinar sua última posição. Quero ainda ressaltar que por volta das 11h30 do mesmo dia, meu filho de 10 anos chamou nossa atenção para um ponto luminoso no céu, aproximadamente na mesma posição, e lá estava de novo o mesmo fenômeno e também a luz menor.

LUZES CHAMAM ATENÇÃO DE CASAL

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Ao ler em UFO 86 a descrição e clasOs gnomos viveriam no interior da sificação de alguns extraterrestres [ArtiTerra. Têm 12 cm de altura e olhos agugo Como São nossos Visitantes Alienígeçados. Os elfos são seres muito belos, genas, de Reinaldo Stabolito] fiquei muito ralmente com um metro de altura e oreimpressionado como os seres do tipo lhas pontudas. São leves e têm grande agisigma, principalmente pelo seu tamanho lidade. Essas criaturas provavelmente são e características visuais. Isso me induziu de uma categoria diferente da dos seres a construir uma proposta sobre a origem do tipo sigma, porém não descarto a posdas criaturas do folclore europeu, em essibilidade de terem chegado ao planeta nas pecial os gnomos e pixies. Já faz algum mesmas condições. Os duendes moram tempo que venho pensando na possibilidentro de árvores, possuem olhos amendade de que alguns desses seres folclóridoados, orelhas pontudas, corpo esverdeacos possam ter origem extraterrestre. Imado e pés em forma de folhas. Possivelginemos que, por acidente, uma nave caiu mente sejam os tais homenzinhos verdes em nosso planeta e os seus tripulantes, do dos filmes sobre marcianos. Antonio Carlos Braga da Silva, tipo sigma, tiveram que sobreviver aqui Carpina (PE) há muito tempo atrás. Eles teriam aprendido a se comunicar com os animais da floresta, e na esperança de consertar sua IDÉIAS PARA A UFOLOGIA MÍSTICA nave, exploraram cristais nas profundezas da Terra etc. Quando vistos pela primeira Gostaria de me manifestar em prol de vez por um ser humano, teriam recebido determinadas atividades esotéricas que nomes característicos de cada região e abrangem a cultura extraterrestre como época, por povos que nunca poderiam meio de melhoria da qualidade de vida. imaginar que fossem de outro planeta. Acho que algumas entidades oferecem um Os pixies habitam os condados mais pequeno detalhe que, na maioria das veocidentais da Inglaterra, têm aproximadazes, não acontece dentro da Ufologia Cimente 15 cm de altura, cabelos vermelhos, entífica. Muitos desses grupos ajudam olhos verdes, são vesgos e têm orelhas ponpessoas que chegam com suas vidas por tudas. Pregam pequenas peças em fazenum fio e, trabalhando junto a eles, mudadeiros. Aqui no Brasil temos os sacis, que ram suas perspectivas para melhor. O que adoram fazer travessuras, tais como soltar a Ufologia Científica está fazendo a não animais dos currais, derramar sal nas coziser especular e deixar de lado esses indinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos víduos que sofrem experiências traumátietc. Na Amazônia temos relatos de índios cas sem explicação? Mandá-los procurar que narram ter visto seres saindo de uma nave, que descrevem como uma grande barriga de veado. Outros dizem que um pedaço da Lua desceu até o riacho e dela saiu uma índia que levou um componente de sua tribo para dentro do objeto e partiu. Não é preciso ser especialista para perceber que esses relatos são conclusivos. Há muito tempo, seres vindos de várias partes do universo vivem em nos- CRIATURAS DO FOLCLORE mundial podem ter sua origem na so planeta, que são, na observação de extraterrestres por nossos antepassaverdade, extraterrestres. dos. A partir da esquerda, pixies, gnomos e fadas ○

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Britannica Folklore

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INFORMAÇÕES: www.ufomag.co.uk/22nd-leeds.htm

CONFERENCISTAS: Gary Heseltine, Graham Birdsall, Haktan Akdogan, Marcus Allen, Mary Rodwell, Roberto Pinotti, Russell Callaghan, Steven Greer, Ubirajara Rodrigues e Gevaerd

LOCAL E DATA: Queens Hotel, Leeds, Inglaterra 26 a 28 de setembro

Um dos eventos mais importantes da Europa contará com a presença de pesquisadores de todo o mundo, entre eles o autor de O Caso Varginha, Ubirajara Franco Rodrigues, e o editor da REVISTA UFO, A. J. Gevaerd.

22nd Leeds International UFO Conference

INFORMAÇÕES: Gener Silva: gener@terra.com.br

CONFERENCISTAS: Carlos Alberto Machado, Claudeir Covo e Paola Covo, Gener Silva, Marco Antonio Petit, Rafael Cury, Reginaldo de Athayde e A. J. Gevaerd

Os dias 21 e 22 serão dedicados à Astronomia e os dias 23, 24 e 25 à Ufologia. Serão dois palestrantes por noite.

LOCAL E DATA: Sesc Regional de Araçatuba (SP) 21 a 25 de julho de 2003

Simpósio de Astronomia e Ufologia – Cosmos II

SACIS, ELFOS, GNOMOS E PIXIES PODEM SER EXTRATERRESTRES

Julho 2003 – Edição 89


Julho 2003 – Edição 89

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RESPOSTA: Em muitos casos de abdução ocorridos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, em que pessoas de arraigada crença religiosa estiveram frente a frente com ETs, geralmente a bordo de suas naves, sua curiosidade e religiosidade os levaram a perguntar aos seus “anfitriões” se acreditavam ou tinham um deus. As respostas são as mais variadas, mas de uma forma geral nossos visitantes demonstraram crer numa força ou energia de ordem superior, que a tudo está ligada. Evidentemente, a idéia de Deus é uma coisa conectada à cultura e estágio evolutivo de cada pessoa ou povo. De forma geral, cada ser humano tem sua forma de ver Deus, uma espécie de “deus particular”. Da mesma maneira, uma sociedade alienígena, muitas vezes mais avançada espiritual e tecnologicamente do que nós, terá uma compreensão ou – por que não? – devoção a Deus diferenciada. Quanto a messias extraterrestres, a resposta para a pergunta está no longo artigo que se inicia na página 10 desta edição. — A. J. GEVAERD, editor

Image Library

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Paulo Emílio Lemes Vilella, por e-mail

Li em UFO 87 uma notícia relacionada ao Projeto Seti [Seti Não Encontra Alienígenas]. Achei muito interessante o comentário da diretora da sociedade, Susan Lendroth, sobre o tempo de pesquisa do projeto, que veio em boa hora. Vários figurões da ciência e da NASA tentam descaracterizar este projeto, bem como os ufólogos responsáveis, dizendo que não existem seres extraterrestres porque nunca se provou sua existência. Até agora não houve um contato formal entre humanos e alienígenas, mas o Seti busca um futuro positivo para essa questão. Talvez isso ocorra com seres altamente desenvolvidos, que estejam do outro lado da galáxia ou em planetas perto de nós. Acredito que depois deste contato e um intercâmbio de planetas nossa consciência vai começar a mudar. O ser humano vai abandonar sua arrogância. Temos que ter paciência nessa busca, pois não sabemos muita coisa sobre eles.

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PERSPECTIVAS PARA O PROJETO SETI

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Sou leitor desta publicação desde os tempos da extinta revista Ufologia Nacional & Internacional e sempre procurei estar a par das variações do Fenômeno UFO. Ultimamente tenho observado, pelo menos na Ufologia Brasileira, uma certa preocupação com seu envolvimento com seitas de cunho pseudocientíficos e religiosos que visam somente, ao que me parece, enganar os incautos e sem esperanças. Já é de conhecimento geral a teoria dos deuses astronautas de Erich von Däniken e falar sobre isso seria repetitivo. Contudo, o livro Os Astronautas de Yaveh, de J. J. Benítez, fala de um grande plano, sugerindo que desde os tempos do patriarca bíblico Abraão até o advento de Jesus Cristo houve uma intervenção direta de seres extraterrestres, e que aqueles povos, ignorantes quanto à tecnologia ali empregadas e extremamente religiosos, tomavam a aparição deles como aparição de nosso próprio Deus e de seus anjos. Ainda que eu creia que tudo isso seja verdade, não posso deixar de acreditar que tal “estratégia” fosse proposital por parte desses seres, visto que, além de se-

Darci Unger Filho, Santa Branca (SP)

PERGUNTA: Nesses anos todos de estudos o que vocês puderam constatar sobre a parte espiritual dos seres extraterrestres? Eles já demonstraram ter alguma crença ou religião? Acreditam em Deus ou são materialistas? Existe algum tipo de messias dos extraterrestres, assim como Cristo foi para a humanidade terrena? Leonardo Tascone, por e-mail.

Fabrizio Melandri

rem mais evoluídos tecnológica e espiritualmente, estariam trabalhando diretamente com as altas hierarquias espirituais para conduzir aquele povo para um modo de vida mais avançado, sob todos os aspectos. Sou espírita kardecista e uma de nossas crenças mais fortes é a de que o espírito humano reencarna inúmeras vezes ao longo de sua existência. Isto para que, aos poucos, ele depure sua moral e conquiste o direito de habitar novos planetas mais condizentes com seu novo nível no infinito universo. Isso inclui viver em planetas mais evoluídos aos habitados anteriormente. Conforme o espírito se depura, também seu corpo físico vai se depurando, se tornando uma matéria mais etérea. Todo o universo é hierarquizado e cada civilização tem seu papel.

INTERVENÇÃO ALIENÍGENA

Rafael Amorim, por e-mail

ajuda médica, em muitos casos, apenas ameniza e não soluciona tais problemas. Não estou querendo me tornar defensor de casos como o do guru Rael e nem dos “urandires da vida”. O Fenômeno UFO, como todos sabemos, é um problema sério e pessoas estão sofrendo com isso. E quem os ajuda? Pequenos grupos com a mente aberta que já sofreram situações semelhantes. Não devemos descartar as entidades esotéricas que também têm como tema as visitas e contatos com seres de outros mundos. Charlatões existem aos montes, até mesmo dentro da comunidade ufológica científica, mas sempre há uma coisa boa acontecendo e que também deve ser mostrada.

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