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Editorial As Palavras e os Atos

Os atos sempre os praticámos, seja na defesa da dignidade humana, seja na proteção e ajuda aos mais desfavorecidos, seja na procura da construção de uma sociedade mais justa, solidária em que prevaleçam os valores humanos fora das “hipotecas” materiais.

Agora passámos às palavras, que sempre tivemos, mas hoje consubstanciando as ideias e os valores naquelas que mais força têm, até pela sua capacidade de permanecer e sobreviver ao devir do tempo: as palavras escritas.

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Assim nasce a Origem, a revista da Grande Loja Soberana de Portugal, uma publicação que queremos transversal nas suas temáticas, nas suas gentes, que construa pontes entre o sagrado e o profano, que contribua para a sedimentação de valores humanistas, para o combate aos extremismos, para a dignificação da condição humana - independentemente de credos, convicções ou estrutura de valores - e para a construção de uma sociedade mais justa, contribuindo também, de forma isenta, para conter o processo de aculturação provocado pelo excesso de informação falsa, manipulada ou doutrinada, capaz de inibir a nossa capacidade de reação individual, aumentando a nossa dependência da memória coletiva que suporta os comportamentos de grupo.

E sabemos que a memória coletiva tem duas faces distintas: se, por um lado, é um reforço fundamental na afirmação da identidade (de um povo, de uma causa, de uma instituição) é, por outro, terreno fértil para afirmação de práticas doutrinais - mesmo que estas sejam ou conduzam a efeitos perversos.

Particularmente hoje, nos tempos que vivemos, cabe-nos a todos, aos homens bons, estar vigilantes no alentar das duas maiores fraquezas humanas: o medo e a ignorância. Porque é ai que se constroem os terenos férteis para as demandas populistas e de propósitos totalitários na incessante procura de corromper os valores de uma sociedade justa e socialmente igualitária.

E aqui assume particular relevância, não só a ação dos Homens, mas a tradução dos seus atos nas palavras, nas palavras escritas. Para que dúvidas não fiquem…

José Manuel Caria

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