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Oportunidade de uma Vida | Marco Silva

“O caminho não é assim tão difícil, apostar sem reservas nas novas tecnologias como sector estratégico primário e nos mercados como financiador base da economia”

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Em todas as crises há sementes de oportunidades. Uma crise é um tempo de disrupção, mas principalmente de aceitação de uma disrupção, algo que noutras alturas pode demorar décadas a ultrapassar.

A crise económica provocada pelas medidas de contenção da pandemia de COVID-19 tem uma particularidade que a torna numa oportunidade de uma vida, transformar uma desgraça em algo que poderá beneficiar todo um povo.

Isto deriva do facto de uma grande parte do mundo ter sido afectado pelo mesmo, nomeadamente os nossos parceiros da União Europeia, o que tal como referi os torna mais suscetíveis a aceitar algo que noutro tempo jamais aceitariam, como um pacote de estímulos que engloba divida a muito longo prazo e um adiantamento de capital, que erradamente muitos designam a fundo perdido, mas que convenhamos, iremos pagar, não há almoços grátis.

É pois altura de aproveitar os valiosos fundos comunitários extraordinários para refundar a nossa economia, não com uma visão de passado ou tradicionalista, mas sim de futuro, pensar não no que queremos, mas no que temos de fazer, são duas coisas bem distintas.

O caminho não é assim tão difícil, apostar sem reservas nas novas tecnologias como sector estratégico primário e nos mercados como financiador base da economia, ao invés de estarmos dependente de um sector pouco rentável como o turismo de massas e de um financiamento bancário da idade da pedra.

Não estou a inventar nada nem a tirar nenhum coelho da cartola, apenas a dar luz do sucesso de outros, EUA, Inglaterra, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Suíça, Luxemburgo e até já hoje em parte a China, são economias que dependem do mercado de capitais como baluarte do seu financiamento e dentro destas estão as cinco cidades mais competitivas do mundo.

Junto a essa realidade outro dado inequívoco, apenas cinco empresas, todas tecnológicas, Apple, Google, Amazon, Microsoft e Facebook, valem cerca de 20% do principal índice mundial que contém 500 empresas, o S&P500.

Não precisamos pois de grande planos ou anos de estudos, precisamos de acção, liderança e muita literacia, até porque temos condições tecnológicas, logísticas e humanas para alcançar o sucesso de outros, seguindo os seus trilhos comprovados.

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