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Saúde Mental e Covid-19 (Consequências e Recuperação) | Alberto Santos

Traduzem-se em diversos sintomas e síndromes como o síndrome depressivo, as perturbações de sono, as perturbações obsessivo-compulsivos, o síndrome de stress pós-traumático, o síndrome de burnout, entre outras.

A pandemia COVID-19 foi oficialmente declarada pela O.M.S. (Organização Mundial de Saúde) no dia 11 de Março de 2020. Preocupada com um aumento de distúrbios e suicídios a organização considera provável “um aumento a longo prazo do número e gravidade dos problemas de saúde mental”, devido ao “imenso sofrimento de centenas de milhões de pessoas” e aos custos económicos e sociais a longo prazo para a população. Decorridos dois meses, já em fase de mitigação, a Direção Geral de Saúde afirmou, em norma publicada no seu site, que “o impacto na saúde das populações e a velocidade instantânea de transmissão da informação, por sua vez, suscitam nas populações sentimentos frequentes de medo, angústia, ansiedade, com implicações diretas e indiretas na saúde mental individual e social.”

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As implicações mentais, defendem os especialistas, traduzem-se em diversos sintomas e síndromes como o síndrome depressivo, as perturbações de sono, as perturbações obsessivo-compulsivos, o síndrome de stress pós-traumático, o síndrome de burnout, entre outras. Situações impostas pelas medidas de contenção como o afastamento social e o confinamento, dificuldades em lidar com o luto devido à imposição (temporária) de nem sequer se poder assistir ao funeral de entes queridos falecidos, afastamento compulsivo da família de origem (pais e avós idosos pertencentes aos grupos de risco) levaram ao exacerbar de perturbações mentais já existentes, ao aparecimento de outras e ainda a perturbações comportamentais como a violência doméstica. As crianças não ficaram de fora neste “novo normal” como agora retoricamente se denomina esta fase em que estamos evidenciando problemas de desenvolvimento e problemas de aprendizagem.

A todas estas implicações mentais juntam-se implicações sociais, como a precariedade laboral, o desemprego, a vulnerabilidade social dos mais idosos e a pobreza. Esta última, a pobreza, é potenciadora de mais desigualdades, aumentando a prevalência da população com pouco acesso a cuidados de saúde e/ou a medicamentos essenciais para tratar das patologias já existentes, desencadeadas ou exacerbadas por esta crise.

O estado adotou várias medidas de combate a esta calamidade pública criando medidas de apoio às empresas e à população. De salientar para as empresas programas de layoff, moratórias de crédito, apoios à tesouraria, diferimento de impostos e para a população renovação automática de subsídios de desemprego e de apoios sociais, alargamento de prazos para pagamento de taxas renováveis. No que toca à saúde mental, as medidas traduziram-se na criação da Linha de Aconselhamento Psicológico e do Microsite Saúde Mental Covid-19, as quais permitem avançar numa primeira linha de prestação de cuidados e que são realizadas por psicólogos treinados para intervenção em crise.

Decorridos mais de três meses desde o início da pandemia, o tema está constantemente nas nossas vidas. O vírus está em todo o lado. Sentimo-nos vulneráveis, ansiosos e por vezes sem controlo. Estamos apreensivos em relação ao futuro pois a imprevisibilidade e falta de conhecimento ainda são constantes e não existe ainda nenhuma forma científica de prevenir ou curar esta doença. A todos é exigido capacidade de adaptação e resiliência, muita resiliência, sendo habitual nestas alturas surgirem problemas de saúde psicológica. Não surgindo problemas de saúde psicológica há muitas vezes a necessidade de ajuda, ajuda para o próprio ou para os familiares. Maçons em território nacional e espalhados pelo mundo não são nem estão obviamente imunes a esta crise de saúde pública e precisam também de ajuda.

A Grande Loja Soberana de Portugal, em complementaridade ao já existente no país, criou um serviço de apoio psicológico para os irmãos e suas famílias que necessitem de ajuda. O serviço chamase Tronco Hospitaleiro. O apoio é totalmente confidencial, conta com o apoio de instituições da sociedade civil e todas as ações cumprem integralmente o Código Deontológico dos Psicólogos. O serviço de apoio psicológico pretende fornecer um espaço onde o irmão pode de forma discreta e confidencial expor as suas dificuldades ou necessidades e ser acompanhado por psicólogos credenciados. Qualquer irmão e sua família pode usufruir do serviço. Para poder aceder ao serviço basta enviar um email ao grande hospitaleiro a solicitar a primeira reunião com a equipa indicando o seu número de telefone. Depois desse email a equipa contactará o irmão para lhe dar os pormenores para a primeira reunião. O email do grande hospitaleiro é gh@glsp.pt.

Alberto Santos - Psicólogo C.P. 512

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