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AVANÇO EM DIREÇÃO ÀS PREDITIVAS

COM AVANÇO TECNOLÓGICO

E REDUÇÃO DE CUSTO, SISTEMAS DE TELEMETRIA

COMEÇAM A CHEGAR ÀS

EMPRESAS MENORES, APONTANDO PARA O

AMADURECIMENTO IMINENTE DESSE MERCADO NO PAÍS

Por Antonio Santomauro

Cada dia mais competitivo, o mercado de sistemas de telemetria e gestão de frotas atualmente abrange vários setores, além daquele composto estritamente por veículos da Linha Amarela, máquinas agrícolas e equipamentos florestais, entre outros. Cada um desses nichos atende a um leque diversificado de clientes, desde quem deseja apenas saber a localização dos equipamentos até os que exigem um leque muito mais amplo de informações, chegando aos valores financeiros das operações.

Aliados à produtividade, esses dados financeiros – do faturamento, no caso do locador, e do pagamento, no do usuário – são hoje bastante demandados pelos clientes da GaussFleet, afirma Vinicius Callegari, diretor comercial da empresa, fornecedora de um sistema que automatiza a mensuração dos parâmetros que regem contratos relacionados a equipamentos, como disponibilidade, rotação do motor e horas extras, entre outros (os dados são recebidos diretamente dos siste- mas de telemetria das frotas). “Existem ainda os contratos por tempo, mas hoje as grandes empresas fundamentam muitos contratos de locação na produtividade”, ressalta Callegari.

Considerando tanto quem utiliza frotas terceirizadas quanto locadores, o sistema da GaussFleet já gerencia cerca de 5 mil máquinas, em obras, minas e usinas. “Alguns clientes gastam mais de 200 milhões por ano com locação”, observa Callegari. “Imagine o ganho que nossas funcionalidades podem propiciar.”

Há ainda quem ainda busque apenas informações básicas nos sistemas de telemetria, como localização do equipamento e total de horas trabalhadas. “Mas nosso sistema também disponibiliza informações como deslocamento, velocidade, temperatura e demarcação da área na qual deve ficar”, relata Luciano Reis do Sacramento, diretor da SatCar.

Atualmente, o sistema da Satcar realiza a gestão de cerca de 5,7 mil equipamentos, dos quais cerca de 20% vêm do setor agro, incluindo implementos, colheitadeiras, Linha Amarela e outros. É nesse segmento que a empresa tem ampliado seus negócios.

“Poucas empresas atuam no mercado agro, cujos seguros têm valores muito elevados, daí o interesse em um sistema de gestão, que é também uma ferramenta de segurança das frotas”, diz ele. “Estamos crescendo de 2% a 3% ao mês, principalmente pela demanda do setor agrícola.”

Dados

A diversificação do mercado de sistemas de gestão de frotas também abrange equipamentos florestais, além de combinar telemetria com serviços de especialistas, como faz a Komatsu Forest, que mantém uma unidade denominada TCK (Telemetry & Connectivity Komatsu), específica para a área.

Nela, profissionais especializados valem-se das informações disponibilizadas pelos sistemas MaxiFleet e MaxiVision – para equipamentos florestais da Linha Vermelha – e Komtrax – para a Linha Amarela –, buscando auxiliar os usuários na geração e interpretação de indicadores, contribuindo assim para decisões mais assertivas.

Como ressalta João Victor Veiga, especialista de suporte técnico do TCK, os dados pertencem aos clientes, que têm a opção de contratar os serviços da unidade. “Há demanda por nossos serviços, muitas vezes para traçar uma estratégia mais completa ou para resolver algum problema de manutenção”, comenta. “Mas também somos acionados em outras ocasiões, como para treinamento, por exemplo.”

As informações podem ser extraídas tanto de forma off-line – via Bluetooth ou pendrive – quanto por SIM Cards e sinal de satélite (a Komatsu Forest trabalha atualmente com as alternativas off-line e sinal satelital). “Temos dados não somente voltados ao consumo e trabalho, mas também à manutenção, vida útil dos equipamentos, agilidade na primeira resposta, redução no tempo de máquina parada e segurança de quem trabalha diretamente na operação”, acentua Veiga.

É notória a evolução da qualidade, variedade e disponibilização desses dados, diz ele, que começam a empregar tecnologias como o sinal da rede de satélites StarLink, além de óculos virtuais, que começam a ser utilizados para apoio à assistência remota. “Aliado ao trabalho de nosso time, esse sistema já identificou oportunidades de redução em até 10% do consumo de diesel, além de aumento de 8% a 15% na disponibilidade mecânica e aumento expressivo da produtividade”, afirma o especialista.

Com foco mais específico, o sistema Komtrax também integra os serviços da unidade florestal, sendo item de série de todos os equipamentos da marca, que podem utilizá-lo gratuitamente por dez anos. A solução, especifica Ramon Ferreira Strada, engenheiro de suporte ao produto e de serviços da Komatsu, permite acompanhar a utilização do equipamento, gerar relatórios de trabalho, fazer análise de carga e consumo de combustível, além de localização, bloqueio e his- tórico de manutenções preventivas/ obrigatórias, entre outras funcionalidades. “Mesmo o cliente com apenas um equipamento já pode contar com essa tecnologia”, observa Strada.

De acordo com o engenheiro, o sistema promete benefícios palpáveis para os gestores. “Pode gerar melhor aproveitamento do equipamento, reduzir consumo de combustível, auxiliar nas programações das manutenções preventivas, alertar para anormalidades”, descreve Strada. “Ou seja, ao utilizar ativamente o Komtrax, o cliente pode se programar e otimizar os custos da operação.”

Potencial

Potencial inibidor de uma expansão mais acelerada da demanda (especialmente entre empresas de menor porte), o preço desses sistemas talvez não possa ser qualificado como “barato” (embora haja quem diga que a crescente competividade do setor venha reduzindo esses preços).

Mas os profissionais desse mercado garantem que o investimento tem retorno bastante expressivo, que pode inclusive ser modulado de acordo com o que almeja o cliente. No caso do sis- tema da Satcar, Sacramento estima que esse investimento em um período de 12 meses não chega 10% do valor de máquinas, que custam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. “O retorno é significativo, pois o gestor sabe se funcionários e máquinas estão fazendo exatamente o que foi contratado, além de reduzir acidentes e multas”, argumenta.

Mais enfático, Callegari, da GaussFleet, fala em retorno financeiro “gigantesco” com o uso dos sistemas. “Os contratos preveem multas caso a disponibilidade e a produtividade não sejam atingidas, e os usuários podem mensurar isso. A médio prazo, podem ainda ganhar reduzindo frotas”, ele afirma. “Além de gerenciar suas frotas em todo o país, o locador também pode economizar com custos da manutenção, o que também se reverte em maior disponibilidade.”

No Brasil, observa Callegari, as grandes empresas já olham mais favoravelmente para os sistemas de gestão, “embora muitas delas estejam escaldadas, pois no passado havia quem cobrasse muito entregando pouco”. Além disso, ele também projeta oportunidades de negócios no universo das em-

Buscando auxiliar na interpretação de indicadores, oferta combina telemetria com serviços de especialistas

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Também Veiga, da Komatsu Forest, visualiza oportunidades de negócios em novas soluções de atendimento remoto, suporte ao cliente, dados para segurança e manutenção, inte-

Software Expande A Absor O De Dados De Telemetria

Desenvolvido pela Assiste, o SISMA (Sistema de Manutenção Automotiva) já integra alguns dados fornecidos pelos sistemas telemétricos, como a quantidade de horas trabalhadas, disponibilizada pelos horímetros. E os sistemas telemétricos, observa Flávio Banchi, gerente de negócios da Assiste, fornecem outros dados que também podem ser integrados ao software (temperaturas, aceleração e rotação, entre outros), beneficiando o gerenciamento da manutenção. Mas as frotas geralmente são compostas por equipamentos de várias marcas, ressalva Banchi, com tempos de utilização também muito distintos. Assim, não há padronização das informações referentes a esse conjunto. “Havendo padronização, futuramente poderemos incluir mais dados no SISMA, e aí chegaremos à gestão da manutenção preditiva”, ressalta. Utilizado principalmente para veículos e equipamentos médios e pesados, o SISMA tem 25 módulos, que abrangem diversas vertentes da manutenção de frotas. Alguns deles incluem manutenção básica, controle de abastecimento (inclusive das máquinas locadas), troca de óleos e filtros, gestão de ordens de serviço, gerenciamento de CRM (Custo de Reparo e Manutenção) e manutenção preventiva. “Um módulo muito importante para a segurança é o do checklist, que é executado em vários momentos, como na transferência para uma obra ou antes de iniciar a operação”, diz Banchi. “Há ainda um módulo de análise de óleos e fluídos, compatível com os principais laboratórios e cujos laudos são automaticamente integrados ao sistema.” grando esses dados com a assessoria de especialistas. “Acredito em grande evolução desse mercado no cenário nacional”, destaca. “A importância desses dados é clara, e as empresas estão inovando e trazendo novas soluções em telemetria, relatórios e novas tecnologias.”

Com essas informações, ressalta o gerente, é possível obter o custo total do equipamento (composto por custos fixos mais variáveis). “Temos casos de 4,5% de redução no consumo de combustível, 20% no consumo de lubrificantes e 5% em pneus”, afirma. “No final, há potencial de aumento de até 20% na disponibilidade do equipamento e de 20% de redução no custo”, afirma o profissional da Assiste, cujo software já gerencia frotas de cerca de 200 clientes, somando mais de 110 mil máquinas e veículos sob gestão.

O preço dos serviços, lembra Veiga, varia de acordo com fatores como a quantidade de informação que o cliente quer extrair, além da frequência com que deseja ter acesso aos dados. “A Komatsu Forest oferece desde sistemas de telemetria gratuitos, via satélite, com posicionamento de até uma vez por dia, até sistemas pagos, que podem entregar dados de hora em hora, além de sistemas que permitem que o cliente faça a extração de dados via smartphone, pendrive ou com a utilização de comboios”, acrescenta.

Avaliando o mercado, Strada nota avanços na tecnologia dos sistemas em quesitos como comunicação, com uma maior quantidade de sensores nos equipamentos, assim como a possibilidade de comunicação via sinal de celular. “Os sistemas de gestão de frotas estão avançando em direção à manutenção preditiva, na qual algoritmos e sensores identificam potenciais problemas antes que ocorram falhas”, diz.

A reboque, também a demanda por esses sistemas tende a se expandir, ele avalia, impulsionada pela crescente conscientização de seus benefícios. “Cada vez mais, as empresas estão reconhecendo a importância de monitorar e otimizar o desempenho de suas frotas, reduzindo custos, melhorando a eficiência operacional e garantindo a conformidade com regulamentações”, finaliza Strada.

Saiba mais:

Assiste: https://assiste.com.br

GausFleet: https://gaussfleet.com.br

Komatsu: www.komatsu.com.br

SatCar: www.satcarfrotas.com.br

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