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ATENDIMENTO NA FRENTE DE OPERAÇÃO

ALÉM

Além de equipamentos eficientes e tecnológicos, a oferta de serviços de manutenção é essencial para garantir o bom funcionamento dos maquinários, seja no segmento de construção, agrícola ou de mineração. E uma das alternativas oferecidas no mercado, especialmente pelas redes de concessionários, é a manutenção no local da operação.

De acordo com Marcelo Barbosa, gerente de serviços da New Holland Construction, a principal vantagem desse tipo de serviço é a comodidade de executar as revisões diretamente na obra, sem a necessidade de deslocar o equipamento, que pode retornar imediatamente ao trabalho após a intervenção. “O cliente pode programar a parada do equipamento por um período mais curto, o que potencializa a produtividade e reduz as despesas, pois o custo de deslocar técnicos é menor do que o de parar e transportar o equipamento até uma oficina”, diz. “Outra vantagem é que o técnico pode acompanhar o equipamento diretamente na operação, garantindo que esteja apto e orientando sobre aspectos técnicos, o que inclusive facilita o diagnóstico e evita defeitos causados por temas operacionais.”

Segundo Gleidson Gonzaga, especialista de suporte ao cliente da Case CE para a América Latina, no local de trabalho é possível realizar não apenas manutenções preventivas, como também alguns tipos de corretivas. “Nesse caso, é preciso que o local ofereça condições de limpeza, para evitar a contaminação de componentes, assim como de infraestrutura, garantindo a segurança do técnico que executa o serviço”, complementa.

Nos casos de intervenção, seja preventiva ou corretiva, o cliente aciona o dealer para abrir uma ordem de serviço e fazer o agendamento. O especialista da Case afirma que a marca oferece o programa “Case Care”, que abriga vários serviços, desde preventivas e corretivas até o gerenciamento das frotas. “A contratação desses serviços é feita diretamente na rede de concessionários”, explica Gonzaga.

Na New Holland Construction, todos os agendamentos, chamadas e intervenções também são feitos diretamente entre o cliente e a rede. Segundo Barbosa, é natural que as manutenções e revisões obrigatórias no site do cliente sejam agendadas com antecedência e executadas pelos concessionários, até pela característica do mercado de construção. “Como é uma comodidade oferecida pela rede, cada empresa possui uma política diferente de cobrar o deslocamento do técnico”, explica. “Normalmente, o concessionário solicita que o cliente desloque o equipamento somente para serviços mais complexos ou que demandem uma estrutura mais robusta.”

Entre as soluções oferecidas, informa Bar- bosa, está o sistema de telemetria “FleetForce”, que promete facilitar a gestão da frota ao coletar informações de desempenho, localização, consumo e eficiência do operador, por exemplo. Uma vez recolhidos, os dados são compartilhados com o “FleetConnect Center”, central localizada na planta de Contagem (MG) que analisa e trata eventuais alertas gerados pelas máquinas em campo. “Isso permite uma atuação mais proativa e preventiva, fazendo com que o time de serviços, tanto da fábrica quanto na rede, acompanhe a operação mais de perto e preveja possíveis paradas de manutenção”, reforça.

Além dessa opção, os serviços também podem ser oferecidos na mineração. Segundo Juscélio Frades, diretor de operações da divisão de equipamentos de mineração da Komatsu, os tipos mais comuns de manutenção no segmento também incluem preventivas, corretivas e preditivas. Na preventiva, cada equipamento tem um plano a ser executado, de acordo com o número de horas trabalhadas.

Nessas intervenções, diz ele, são realizadas inspeções e substituições de óleos, filtros e peças que já alcançaram a sua vida útil ou foram previamente mapeados para substituição. “A corretiva ocorre quando o equipamento apresenta falha que impede seu uso, de modo que a equipe realiza o diagnóstico para restabelecer o funcionamento no menor tempo possível”, observa. “Já na preditiva, realizamos inspeções e análises junto ao cliente, incluindo óleo, vibração, temperatura etc.”

Agricultura

Na agricultura, é preciso entender que a área de operação da máquina é subdividida em duas, como explica o gerente de serviços da AGCO, Guilherme Gomes. Primeiro, há o galpão ou oficina na propriedade, onde é rea- lizada a manutenção preventiva. “A partir do monitoramento das máquinas, temos a visibilidade das horas trabalhadas, tipo de maquinário e necessidade de manutenções, conforme a recomendação do manual de fábrica”, afirma Gomes. “A partir daí, o concessionário local entra em contato com o agricultor e agenda a revisão.”

A segunda acontece no campo, no momento de uso da máquina, decorrente de falta de preventiva ou parada inesperada. “Nesses casos, os concessionários disponibilizam um time para atender os clientes, contando inclusive com uma logística de peças exclusivas da AGCO Parts”, diz Gomes.

Por padrão, os serviços de manutenção preventiva demandam monitoramento, alertas, contato com o cliente, envio da equipe para inspeção de itens de desgaste, escaneamento de sistemas, identificação de falhas, troca de itens, aprovação e manutenção da máquina. “Sempre que necessário, os concessionários podem contar com o apoio dos engenheiros da fábrica a partir de chamadas de vídeo, com a possibilidade até de sinalização na tela dos componentes a serem trabalhados”, ressalta.

Em regiões sem conectividade, os concessionários enviam consultores ou inspetores, que visitam as propriedades para avaliar os maquinários – sem custo para os clientes – e recomendar os serviços. Para o atendimento em campo, os concessionários contam com pick-ups com carroceria adaptada ou mesmo furgões e vans com as ferramentas e peças necessárias. “Mas os consultores ou inspetores utilizam automóveis, que entregam maior segurança para a equipe e melhor consumo de combustível, em função das rotas usadas para atender diferentes propriedades”, complementa.

De acordo com Gomes, os serviços oferecidos podem ser os mais diversos, desde a troca de filtro de ar, óleo e aditivos até a possibilidade de instalação de itens como pilotos automáticos e tecnologias de agricultura de precisão. “Os clientes também contam com serviços de análise de fluidos, que podem ser realizados a qualquer momento pelo concessionário”, comenta. “Esses serviços atestam a qualidade do diesel, de aditivos e lubrificantes dos diferentes sistemas do maquinário e, até mesmo, da propriedade.”

Essa sistemática permite monitorar a “saúde dos maquinários” a partir de análise laboratorial dos itens relacionados. Em casos mais críticos, como em períodos de safra, alguns equipamentos possuem back-ups posicionados em locais estratégicos do país, “que podem ser disponibilizados até que a máquina retome o funcionamento”.

Configura Es

Em um país de proporções continentais como o Brasil, a diversidade de maquinários é tão grande quanto as culturas produzidas. “Por isso, contamos com o apoio da tecnologia para monitorar, suportar os técnicos e escanear motores e sistemas, permitindo obter uma melhor visão dos itens de manutenção”, afirma Ivan Santos, gerente de marketing e pós-venda de peças da AGCO na América do Sul.

Segundo ele, isso é necessário tendo em vista que cada região apresenta nichos diferentes de cultivo, mantendo oficinas com ferramental, área, equipes especializadas e acervo de peças de reposição adequadas para os maquinários específicos que atuam na área.

O gerente de serviços da divisão de equipamentos de construção da Komatsu, Elthon

Isejima, reitera que as configurações das oficinas dependem da frota existente, considerando a quantidade de equipamentos, o nível de disponibilidade física desejada e a quantidade de turnos, entre outros fatores. “Com base na necessidade operacional, é possível configurar as oficinas”, explica Isejima, ressaltando que existem diversas possibilidades, seja de instalações de ar comprimido ou de instalações elétricas. “Essa escolha depende dos tipos de ferramentas, elétricas ou pneumáticas”, acrescenta.

As ferramentas a bateria também vêm ganhando espaço pela versatilidade de uso e

Oficina M Vel Da Daf Atende O Setor De Caminh Es

Desde 2019, a montadora DAF conta com um serviço para manutenção de caminhões, chamado “DAF Oficina Móvel”, implementado para oferecer todos os recursos disponíveis de uma oficina fixa. Segundo Adcley Souza, diretor de serviços ao cliente no Brasil, a estrutura permite realizar serviços de manutenção preventiva e ações de manutenção corretiva, além de viabilizar acesso a peças originais DAF, Paccar e da linha multimarcas TRP.

A estrutura completa, que também permite executar reparos de complexidade média, é acoplada ao caminhão LF e dispõe de bancada de trabalho com tomadas elétricas e pneumáticas, carrinho de ferramentas, equipamento de diagnose, talha para auxílio de carregamento, mangueiras de abastecimento com controle de vazão para lubrificantes, gerador e compressor de ar. “No Brasil, esse modelo com implemento box é oferecido somente sob o conceito de oficina móvel”, diz Souza, acrescentando que o modelo é comercializado em regiões como a Europa.

rapidez no carregamento. Há ainda a possibilidade de adicionar tanques de lubrificantes, graxa, água e outros. Dependendo da aplicação, comenta Isejima, é possível até mesmo adaptar a oficina móvel a guindautos. “Não existe uma configuração padrão, pois vai depender da necessidade de uso”, resume.

Na New Holland Construction, as concessionárias da rede participam do programa “Dealer Standards”, que prevê critérios de configuração de oficinas para atender aos equipamentos fabricados pela marca. No manual, explica Barbosa, constam especificações dos boxes, listas de ferramentas e equipamentos especiais, certificados de calibração, volumes de treinamentos técnicos, regras de armazenamento, critérios de segurança e meio ambiente, sala de desmontagem de conjuntos e bancadas padronizadas, entre outros.

De acordo com o gerente, os veículos mais utilizados são pick-ups leves com bagageiro fechado, kit padrão de ferramentas, torquímetros, manômetros padronizados e certificados, além de notebook com sistema EST para conexão com os equipamentos. “Essa configuração atende à maior parte das necessidades do campo, com exceção de atendimentos que demandam intervenções maiores e bancadas de testes”, acentua.

Devido ao porte dos equipamentos, na mineração geralmente são utilizadas as instalações do cliente. Mas cada oficina é pensada levando em consideração o porte e o tipo de equipamento. Equipamentos de esteira de menor porte, por exemplo, requerem um trilho especial para suportar o peso e o deslocamento, sem danificar o piso. “Nessas oficinas, toda a estrutura necessária, incluindo ferramental e recursos fixos e móveis, é planejada de acordo com as atividades que precisam ser executadas”, conclui Frades, da Komatsu.

Saiba mais:

AGCO: www.agco.com.br

Case CE: www.casece.com

DAF: www.dafcaminhoes.com.br

Komatsu: www.komatsu.com.br

New Holland Construction: www.newholland.com.br

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