8 ano - Literatura Oral

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FERNANDO PESSOA ESCOLA EB 2,3 FERNANDO PESSOA LÍNGUA PORTUGUESA 8ºANO Nome: ____________________________________ Ano: ______ Turma: ______ Nº ______

CONTO POPULAR

É uma narrativa breve, concentrada numa só situação e com um número reduzido de personagens, as quais são caracterizadas de forma simples, mas obedecendo a certos traços fixos. É de tradição oral, tem a sua origem no povo anónimo e pertence a um património universal e intemporal. Tem como principais funções entreter os ouvintes e transmitir uma moralidade. O tempo e o espaço são indeterminados. Os temas são variados.

Após a leitura atenta do seguinte texto, responda às questões formuladas com frases completas e bem estruturadas. “As Estrelas do Cego” O povo espalhou-se pelas ruas. Eram como estilhaços de alegria por toda a cidade. Vinha a gente descendo pelos becos angulosos, pelas travessas em declive rápido. E parecia que todos levavam na alma um pedaço de luz naquela noite em Belém cantada nos Evangelhos, da alegria daquela música ouvida no templo, quando os sinos repicaram e o coro entoou o “Glória in Excelsis!” Todos falavam, todos riam, muitos cantavam. Era a ceia pronta em casa, era o dia seguinte todo ele inteirinho de descanso. Noite de Natal! Noite de Natal! O pequenino teria oito anos. Loiro. De olhos azuis. Olhava para as estrelas a rirem lá em cima. Os seus olhos tinham a cor do céu, e o que neles brilhava tanto podia ser o reflexo das estrelas como a luz plácida da sua almazinha. Caminhavam os dois por ali abaixo e conversavam. À voz trémula do velho replicava compassadamente o pequenino. E o que nele dizia com a sua vozita infantil, linda como um trinado, devia soar aos ouvidos do avô ainda como um cântico, como se um anjo, daqueles que haviam anunciado aos pastores a vinda do Senhor, houvesse ficado na Terra; porque o cego continuava sorrindo, e, a descer pelos becos escuros e tortuosos, afagando a mão do netinho, fitava os olhos condenados às trevas lá em cima, donde vinha aquela luz toda, que alegrava os olhos da criança. Texto adaptado de D. João da Câmara, Contos 1


Glossário: “... estilhaços...” (l.1) – fragmentos. “... declive...” (l.2) – inclinação de um terreno; descida. “... repicaram...” (l.5) – tocar de modo expressivo.

“... replicava...” (l. 13) – retorquir; refilar. “... compassadamente...” (l. 13) – devagar. “... afagando...” (l.17) – acariciar; ameigar.

I 1. “O povo espalhou-se pelas ruas. Eram como estilhaços de alegria por toda a cidade.” 1.1. De onde vem todo o povo que se espalha pelas ruas? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 1.2. Qual é o motivo de tanta alegria? Justifique com elementos do texto. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2. “Caminhavam os dois por ali abaixo e conversavam.” 2.1. Da multidão destacam-se duas personagens. Refira-as. _______________________________________________________________________ 2.2. Caracterize fisicamente cada uma delas. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2.3. Classifique-as quanto ao relevo. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. Classifique o narrador do texto quanto à presença. Justifique com elementos do texto.

___________________________________________________ ___________________________________________________ 4. Os seus olhos tinham a cor do céu. 4.1. Retire, da frase acima transcrita, todos os determinantes que encontrar. _______________________________________________________________ 4.2. Indique as subclasses desses determinantes.

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FERNANDO PESSOA ESCOLA EB 2,3 FERNANDO PESSOA LÍNGUA PORTUGUESA 8ºANO Nome: ____________________________________ Ano: ______ Turma: ______ Nº ______

LENDA Uma lenda é um género da literatura popular em prosa. É uma narrativa curta, cujas personagens são em número reduzido e caracterizadas de forma simples. É de tradição oral e tem uma finalidade moralizante ou edificante. Não tem, habitualmente, fórmula introdutória. O lugar e/ou o tempo em que decorre são definidos. As personagens podem ser seres sobrenaturais (ex.: fadas), divinos (ex.: a Virgem, Jesus Cristo) ou personagens reais (homens, mulheres, personagens concretas ou históricas) ligadas a lugares e acontecimentos precisos. Não tem fórmulas fixas para terminar. Após a leitura atenta do seguinte texto, responda às questões questões formuladas com frases completas e bem estruturadas.

“O Milagre da Senhora do Monte ou a Lenda da Ribeira de Cales – Madeira” Madeira” Nos primeiros tempos da colonização da ilha da Madeira, havia uma ribeira de água límpida e abundante, rodeada de terras férteis, que encantou os portugueses que lá chegaram. Um dia, porém, um senhor poderoso, sabendo, como toda a gente, da existência de uma nascente que brotava em abundância da ribeira, resolveu ter aquela água só para si e canalizou-a para as suas terras. Mandou cavar a rocha por debaixo da falha do terreno de onde brotava a fonte e, de súbito, a água sumiu-se por completo e a fonte secou. A população desesperada, porque aquela água era imprescindível à sua sobrevivência, resolveu fazer uma procissão à Senhora do Monte, implorando para que a água voltasse a brotar naquela fonte. O milagre aconteceu e a água encheu de novo a fonte, mas em quantidade menor do que no início. O povo utilizou então em seu benefício a ideia do desvio da água e, construindo regos ou cales, levaram a água mais longe, tornando férteis muitos campos e quintas. A ribeira ficou a ser conhecida como a ribeira de Cales e o milagre da Senhora do Monte ficou para sempre na memória popular. Adaptado de Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores

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I 1. Explique por que razão eram férteis os terrenos que circundavam a ribeira. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2. De que forma conseguiu o grande senhor captar a água para as suas terras? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 3. Por que razão se gerou o pânico na população? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 4. Descreva a atitude do povo para melhorar a sua sorte. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 5. Explique de que forma a população aproveitou a água, surgida por milagre. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 6. Indique o que nesta lenda é real e o que faz parte do imaginário popular.

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 7. Qual lhe parece ser a função desta lenda? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 8. Retire do texto: 8.1. Um nome próprio: ___________________________________________________________ 8.1. Um nome comum, concreto: _________________________________________________ 8.1. Um nome comum, abstracto: _________________________________________________ 8.1. Um nome colectivo: __________________________________________________________ Bom trabalho, A professora de Língua Portuguesa.

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