9º CONGRESSO BRASILEIRODE DOR

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SUPLEMENTO

9º CONGRESSO

BRASILEIRO

DE DOR

TEMAS LIVRES/PÔSTERES Vencedores dos prêmios Fortaleza-Ceará 6 a 9 de outubro de 2010

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9º Congresso brasileiro de dor

A

ÍNDICE Mensagem do Presidente:

Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), em sua missão de transmitir informações e de promover a educação em dor, está organizando o 9º Congresso Brasileiro de Dor (9º CBDor) para os dias 6 a 9 de outubro deste ano em Fortaleza, a ensolarada e hospitaleira capital cearense, que nos brinda com seus excepcionais atrativos turísticos, sua extensa orla marítima com lindas praias, sua gastronomia saborosa, além da aura de hospitalidade típica do povo cearense.

A comissão científica preparou uma atrativa programação, que pretende, dentro do espírito multidisciplinar, atrair médicos, odontólogos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, estudantes e demais profissionais da saúde que se interessam e estudam a dor. Nossos cursos pré-congresso foram pensados como uma forma de aprofundamento e aperfeiçoamento em áreas como farmacologia, dor orofacial, acupuntura, bloqueios guiados por ultrassonografia, entre outros. Na grade do congresso, serão debatidos e apresentados vários temas, como dor musculoesquelética, dor neuropática, dor no câncer, além das novidades em estudos e tratamentos da dor. Contaremos com uma intensa discussão sobre técnicas intervencionistas para o tratamento da dor durante todo o evento. Entre os participantes convidados para o 9º CBDor, além de seletos convidados nacionais, estão importantes representantes internacionais oriundos de várias partes do mundo, como Canadá, Estados Unidos, Europa e América Latina. Uma de nossas iniciativas é estimular pesquisas clínicas e estudos experimentais em dor e, com esse objetivo, promovemos este ano o “1º Prêmio SBED-Janssen-Cilag: O controle da dor nas suas mãos, e os Prêmios SBED Iniciação Científica/Liga de Dor e Jovem Investigador, como incentivo à pesquisa em dor por alunos de graduação e pós-graduação, além do Prêmio VJ Valério de Incentivo ao Estudo da Dor, que já vem sendo uma marca em nosso evento nacional.” Neste ano, as inscrições de estudos superaram as expectativas, com quase 400 trabalhos científicos inscritos. O centro de convenções do Ceará, que sediará o evento, oferece um espaço amplo composto de auditórios e salas com capacidade para comportar o grande público que certamente afluirá para absorver os ensinamentos sobre dor. E ainda, uma agradável área de exposições para mais de 40 expositores, os quais terão a certeza de poder atrair nossos participantes, apresentar as novidades da indústria farmacêutica e os avanços tecnológicos. Esperamos encontrá-lo em Fortaleza para que possamos mais uma vez trocar ideias, experiências, rever amigos, brindar e participar do nosso evento maior em tão vibrante terra.

Dr. João Batista Santos Garcia

Revista da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor SUPLEMENTO DIRETORIA SBED

Biênio 2009-2010

Presidente Carlos Maurício de Castro Costa (in memorian)

Comissão Científica do 9ª CBDor Adrianna Loduca - SP Antonio Carlos de Camargo Andrade Filho - SP Carlos Mauricio de Castro Costa - CE Carlos Telles Ribeiro - RJ Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta - SP Claudio Fernandes Corrêa - SP Dirceu de Lavôr Sales - PE Djacir Dantas Pereira de Macedo - RN Durval Campos Kraychete - BA Eduardo Grossmann - RS

Presidente em exercício 2010 João Batista Santos Garcia Diretor Científico Levi Higino Jales Júnior Diretora Administrativa Fabíola Peixoto Minson Tesoureiro José Tadeu Tesseroli de Siqueira

Fabiola Peixoto Minson - SP Geraldo Eugenio Richard Carvalhaes - MG Gualter Lisboa Ramalho - PB Helson Jose de Paiva - RN Hong Jin Pai - SP Ines Tavares Vale e Melo - CE Irimar de Paula Posso - SP Jaime Olavo Marquez - MG Jamir Joao Sarda Junior - SC João Batista Santos Garcia - MA João Carlos Pereira Gomes - SP

Secretário José Oswaldo de Oliveira Júnior

João Valverde Filho - SP Jose Geraldo Speciali - SP

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

José Luciano Braun Filho - PE

Comissão Julgadora dos Temas Livres do 9ª CBDor

Jose Oswaldo de Oliveira Junior - SP

Antonio Carlos de Camargo Andrade Filho - SP

Jose Paulo Figueiredo Drummond - SC

Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta - SP

Jose Tadeu Tesseroli de Siqueira - SP

Djacir Dantas Pereira de Macedo - RN

Levi Higino Jales Jr. - RN

Durval Campos Kraychete - BA

Levi Higino Jales Neto - SP

Fabíola Peixoto Minson - SP

Lin Tchia Yeng - SP

Geraldo Eugenio Richard Carvalhaes - MG

Lino Lemonica - SP

Gualter Lisboa Ramalho - PB

Lucimara Duarte Chaves - SP

Helson José de Paiva - RN

Manoel Jacobsen Teixeira - SP

Irimar de Paula Posso - SP

Manoel Lima da Fonseca - RN

Jamir João Sarda Junior - SC

Marcia Pavan de Andrade - SP

João Valverde Filho - SP

Marcio Curi Rondinelli - RJ

José Oswaldo de Oliveira Junior - SP

Maria do Desterro Leiros da Costa - PB

José Paulo Figueiredo Drummond - SC

Maria Teresa R. Jalbut Jacob - SP

Josenília Maria Alves Gomes - CE

Newton Monteiro de Barros - RS

Josimari Melo de Santana - SE

Onofre Alves Neto - GO

Karine A. S. Leão Ferreira - SP

Osvaldo Jose Moreira do Nascimento - RJ

Levi Higino Jales Junior - RN

Patricia Lêda Jales de Brito - RN

Lilian Hennemann Krause - RJ

Sebastião Eurico de Melo Souza - GO

Maria do Desterro Leiros da Costa - PB

Silvia Maria Macedo Barbosa - SP

Maria Teresa R. Jalbut Jacob - SP

Silvia Regina Dowgan Tesseroli de Siqueira - SP

Mirlane Guimarães de Melo Cardoso - AM

Sueli Maria Limeira de Pontes - RN

Neuza Marcia Falcão Lopes Rocha - CE

Sumatra Melo da Costa Pereira Jales - SP

Osvaldo José Moreira do Nascimento - RJ

Terezinha de Jesus Teixeira Santos - CE

Patricia Lêda Jales de Brito - RN

Virginia Barbeitos Cruz - GO

Sumatra Melo da Costa Pereira Jales - SP

Wu Tu Hsing - SP

Terezinha de Jesus Teixeira Santos - CE

Mauricio Guttfrajnd - BO Claudio Figueiredo Gimenes Filho - CE Josenilia Maria Alves Gomes - CE Liane Carvalho de Brito Souza - CE Neuza Marcia Falcão Lopes Rocha - CE José Nilson Fortaleza de Araujo - CE Túlio Marcus Chaves Osterne - CE Washington Aspilicueta Pinto Filho - RJ Alice Bovy de Castro Costa - CE Elizeu Becco Neto - CE Glauco kleming F. da Cunha - CE Guida Maria Colares - CE Ilce Maria Tigre de Arruda Leitão - CE Maria Celina Peixoto Lima - CE Osmar Aguiar - CE Francine Bovy de Castro Costa - CE Amaury Vieira Mendonça - CE Maria Lúcia Viana de Oliveira - CE Sara de Fátima Fava Osterne - CE Zélia Becco de Souza Filho - CE

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE ÍNDICE

ABÍLIO L SANTIAGO F°......................................................................................................................................................................TL ABRAHÃO FONTES BAPTISTA...........................................................................................................................................................TL ADAILTON MENDES AZEVÊDO.......................................................................................................................................................... P ADAIR ROBERTO SOARES DOS SANTOS...................................................................................................................P 011, P 013, TL ADÉLIA YAEKO KYOSEN NAKATANI................................................................................................................................................TL ADELINA FERREIRA GONÇALVES.................................................................................................................................P 003, P 033, P ADEMIR MASSARICO BRAZ................................................................................................................................................................. P ADOLFO MARCONDES AMARAL NETO.......................................................................................................................P 145, P 150, P ADRIANA AMORIM FRANCISCO......................................................................................................................................................... P ADRIANA MACHADO ISSY..........................................................................................................................................P 083, P 223, TL ADRIANA MOREAS LEITE.................................................................................................................................................................... P ADRIANA ROLIM CAMPOS..................................................................................................................................................... P 149, TL ADRIANE MARIA DA FONSECA SÁ..................................................................................................................................................... P ADRIANNA LODUCA...................................................................................................................................... P 068, P 199, TL 068, TL ADRIANO COSTA GAMA.....................................................................................................................................................................TL ADRIANO DE AGUIAR FILGUEIRA....................................................................................................................................................TL ADRIENE BURITI FERREIRA................................................................................................................................................................ P AÍZA LEAL DE ALMEIDA.................................................................................................................................... P 026, P 063, P 093, P ALAA MHALLA...................................................................................................................................................................................... P ALANA FROTA SANTOS.............................................................................................................................................P 069, TL 017, TL ALDILESANDRA LINDOSO FERREIRA................................................................................................................................................. P ALESSANDRA BERTINATTO PINTO FONSECA.................................................................................................................................. P ALESSANDRA F DIÓGENES................................................................................................................................................................. P ALESSANDRA SOUSA SOARES.................................................................................................................................................. P 026, P ALESSANDRO CARVALHO SANTOS.................................................................................................................................................... P ALEXANDRE CASTRO AMARAL.....................................................................................................................................P 091, P 110, P ALEXANDRE G FONSECA...................................................................................................................................................................TL ALEXANDRO ANDRADE......................................................................................................................................................... P 220, TL ÁLVARO M S RODRIGUES NETO........................................................................................................................................................TL AMANDA MIRANDA CRUZ............................................................................................................................................P 086, P 097, P AMANDA SOUZA ROSSI....................................................................................................................................................................... P ANA CAROLINA MAXIMO SILVA......................................................................................................................................................... P ANA CAROLINA PIRES SOUSA................................................................................................................................................. P 163, P ANA CAROLINA ROSSANEIS................................................................................................................................................... P 181, TL ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE.................................P 024, P 030, P 086, P 097, P 107, P 122, P 142, P 212, TL 021, TL 038, TL ANA GABRIELA DE LIMA BATISTA..................................................................................................................................................... P ANA JULIA DE JESUS CANDEA....................................................................................................................................P 016, P 087, TL ANA K B SILVA...................................................................................................................................................................................... P ANA KARINE GÓIS SANTOS................................................................................................................................................................ P ANA L M DA SILVA.............................................................................................................................................. P 088, P 173, P 177, P ANA LARISSA ARAUJO NOGUEIRA.......................................................................................................................................... P 164, P ANA LARISSA PEDROSA XIMENES...................................................................................................................................................... P ANA LINDAURA CALLOU AUGUSTO.................................................................................................................................................. P ANA LÚCIA FRANCO............................................................................................................................................................... P 078, TL ANA LUISA PIRES BATISTA.................................................................................................................................................................. P ANA LUÍZA GOMES QUINDERÉ.........................................................................................................................................................TL ANA PAOLA GOMES GADELHA.......................................................................................................................................................... P ANA PAULA DA COSTA PESSOA.......................................................................................................................................... TL 064, TL ANAMADA B CARVALHO..................................................................................................................................................................... P ANAMARIA ALVES NAPOLEÃO............................................................................................................................................................ P ANDERSON DA SILVA COSTA................................................................................................................................................. P 014, TL ANDERSON RAMOS SILVA.................................................................................................................................................... TL 015, TL ANDRÉ LUIS MELO OLIVEIRA............................................................................................................................................................TL ANDRE LUIZ CUNHA CAVALCANTE...................................................................................................................................................TL ANDRÉ LUIZ DOS REIS BARBOSA.......................................................................................................................... TL 027, TL 028, TL ANDRE LUIZ SANTOS PESSOA............................................................................................................................................................ P ANDRÉ SABÓIA DE ANDRADE............................................................................................................................................ TL 031, TL ANDREA CAMPOS OLIVEIRA..............................................................................................................................................................TL ANDRÉA CLÁUDIA CAMPELO MACIEL............................................................................................................................................... P ANDREA GOLFARB PORTNOI.............................................................................................................. P 196, P 198, P 203, P 209, TL ANDREA NASCIMENTO........................................................................................................................................................................ P ANDREA PEREIRA DE FREITAS..................................................................................................................... P 050, P 051, TL 031, TL ANDREA RODRIGUES BALDIN DE MORAES.......................................................................................................................... P 003, P ANDREA STERMAN HEIMANN...........................................................................................................................................................TL ANDRÉIA PEREIRA DE FREITAS.........................................................................................................................................................TL ANDRÉIA PRIOSTI BATISTA PREVIDE................................................................................................................................................ P ANDRESSA KARINA AMARAL PLA PELEGRIN............................................................................................................P 031, P 089, TL

106 009 131 043 120 170 194 196 121 011 114 002 112 069 085 026 197 104 153 047 063 220 211 093 027 125 077 013 091 107 205 114 215 080 121 188 024 177 192 219 215 118 048 056 154 008 054 120 088 141 046 016 074 003 029 050 032 066 165 070 092 032 033 098 049 180 076

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

ANDRESSA KARINA AMARAL PLÁ PELEGRIN.................................................................................................................................... P ANDREZA CARVALHO RABELO.....................................................................................................................................P 183, P 191, P ANDREZA WURZBA............................................................................................................................................................................. P ANDREZZA MARQUES FERNANDES...................................................................................................................................... P 118, TL ANGELA M SOUSA...............................................................................................................................................................................TL ÂNGELA MAGALHÃES VIEIRA............................................................................................................................................................TL ANGELA MARTHA CAMPOS ARRIAGA..............................................................................................................................................TL ANGELICA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA.................................................................................................................P 024, P 043, P ANILTON B RODRIGUES JR................................................................................................................................................................TL ANITA GUAZZELLI BERNARDES......................................................................................................................................................... P ANITA LEOCADIA DE MATTOS......................................................................................................................... P 127, P 128, P 146, P ANNA PAULA M A MACHADO............................................................................................................................................................ P ANNA PAULA SOUSA SILVA...................................................................................................................................................... P 165, P ANNE CAROLINE SOUSA SANTOS......................................................................................................................................... P 001, TL ANNELISE N GONÇALVES....................................................................................................................................................... P 020, TL ANTONELLA VAIRO DE ALMEIDA...................................................................................................................................................... P ANTONIA FELIZALVINA BARROSO DIAS........................................................................................................................................... P ANTONIO ALFREDO RODRIGUES E SILVA.......................................................................................................................................TL ANTÔNIO AUGUSTO MOURA SILVA....................................................................................................................................... P 157, P ANTONIO FILPI COSTA.......................................................................................................................................................................TL ANTONIO GOMES LACERDA JUNIOR................................................................................................................................................ P ANTONIO REIS DE SOUSA.................................................................................................................................................................. P ANTÔNIO RENATO PEREIRA MORO..................................................................................................................................... P 140, TL ANTONIO TIAGO MOTA PINHEIRO................................................................................................................................................... P ANTONIO YONY FELIPE RODRIGUES.........................................................................................................................P 123, P 143, P ÁQUILA LOPES GOUVÉIA................................................................................................................................................................... P ARAUJO J..............................................................................................................................................................................................TL ARIANE MARTINS DE ARAUJO............................................................................................................................................... P 001, TL ARIELE PATRÍCIA DA SILVA................................................................................................................................................................. P ARTUR PADÃO GOSLING....................................................................................................................... P 091, P 092, P 110, P 125, P AURISTELA DUARTE MOSER.................................................................................................................................................. P 133, TL BARBARA MARIA MULLER..................................................................................................................................................................TL BÁRBARA MULLER................................................................................................................................................................................ P BARBARA PORTO VALENTE................................................................................................................................................... P 227, TL BEATRIZ BENSEN OLIVEIRA................................................................................................................................................................ P BEATRIZ DO CÉU NUNES.................................................................................................................................................................... P BEATRIZ ESPINOSA FRANCO........................................................................................................................ P 058, P 216, TL 093, TL BEATRIZ T GARCIA......................................................................................................................................................P 217, P 221, TL BETÂNIA NOVELO......................................................................................................................................... P 020, P 072, TL 104, TL BRUNA BRINGEL BASTOS.............................................................................................................................................P 027, P 082, P BRUNA HOLANDA LUZ NASCIMENTO............................................................................................................................... TL 005, TL BRUNA PATRICIA SOUZA SANTOS........................................................................................................................................ P 195, TL BRUNA SILVA CIARLINI.......................................................................................................................................................................TL BRUNELISE BRUNET DINIZ................................................................................................................................................................. P BRUNO DE MELO TAVARES.................................................................................................................................................... P 040, TL BRUNO MACHADO PEREIRA................................................................................................................................................... P 028, P BRUNO PEDROSA FONTES................................................................................................................................................................TL CACIONOR P CUNHA JR......................................................................................................................................................... P 217, TL CAIO BARROS DE OLIVEIRA.................................................................................................................................................... P 175, P CAIO C.Q.M. VIEIRA............................................................................................................................................................................. P CAIO CALIXTO DIÓGENES PINHEIRO............................................................................................................................................... P CAIO PRADO SIQUEIRA CAMPOS......................................................................................................................................... P 040, TL CAMILA BRITO ARAUJO........................................................................................................................................................... P 028, P CAMILA PASSINI.................................................................................................................................................................................... P CAMILA PUPE........................................................................................................................................................................................ P CAMILA R M DA ROCHA......................................................................................................................................................... P 072, TL CAMILA SQUARZONI DALE................................................................................................................................................................TL CAMILLA FERNANDES MARQUES*...................................................................................................................................................... P CANDICE SIMÕES MEDEIROS.................................................................................................................................................. P 130, P CARINA M NISHIMURA........................................................................................................................................................................ P CARLA MARIA DE LIZ........................................................................................................................................................................... P CARLA PEREIRA.................................................................................................................................................................................... P CARLA REGINA MOSCA DE OLIVEIRA............................................................................................................................................... P CARLOS ALBERTO GIGLIO....................................................................................................................................................... P 064, P CARLOS C S LIRA.................................................................................................................................................................................TL CARLOS EDUARDO ANDRADE..........................................................................................................................................................TL CARLOS GUSTAVO SILVA KATAYAMA...................................................................................................................................... P 225, P CARLOS M C COSTA............................................................................................................................................................................. P CARMEN DULCE BARROS DE CARVALHO......................................................................................................................................... P

168 192 199 007 102 045 030 212 107 200 160 137 172 089 104 102 172 045 214 067 080 104 054 025 144 117 097 089 090 126 075 069 068 023 196 116 114 053 105 164 006 084 033 008 047 045 008 086 176 052 119 034 045 133 147 105 098 200 131 100 220 190 168 129 033 074 226 049 166

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ÍNDICE

CARMEN GRACINDA S. SCOCHI......................................................................................................................................................... P CAROLINE BRAGA SIRINO.................................................................................................................................................................. P CASSIA CRISTINA BARROS SANTOS................................................................................................................................................... P CÁSSIA M ARIA GRILLO.......................................................................................................................................................... P 010, TL CATARINA NÍVEA BEZERRA MENEZES............................................................................................................................................... P CATHARINE LOUISE ARAÚJO.............................................................................................................................................................. P CECÍLIA MARIA ISIDORO......................................................................................................................................................... P 084, P CÉLIA MARISA RIZATTI-BARBOSA......................................................................................................................................... P 061, TL CHARLES AMARAL DE OLIVEIRA...................................................................................................................... P 094, P 099, P 109, P CHARLISE FORTUNATO PEDROSO...................................................................................................................................................TL CHRYSTIANO A C BRANCO..................................................................................................................................................... P 002, P CINARA MARIA CAMPARIS...................................................................................................................................................... P 078, TL CINTHIA CARLA VIEIRA ANDRADE.................................................................................................................................................... P CINTHIA MATHEUS E XEREZ DE ALBUQUERQUE........................................................................................................................... P CINTIA LUCCINI MATTHEU................................................................................................................................................................. P CINTIA PINHEIRO SILVEIRA ARAÚJO................................................................................................................................................TL CLARISSA DA SILVA RIBEIRO.............................................................................................................................................................. P CLAUDIA CARNEIRO DE ARAUJO PALMEIRA.................................................................................................................................... P CLÁUDIA CARVALHO RIZZO.................................................................................................................................................... P 115, P CLÁUDIA DUARTE KROLL................................................................................................................................................................... P CLÁUDIA HERRERA TAMBELI.............................................................................................................................................................TL CLAUDIA REGINA FERNANDES....................................................................................................... P 029, P 227, TL 023, TL 048, TL CLAUDIA REGINA LASELVA................................................................................................................................................................. P CLAUDINE ARAUJO SAMPAIO............................................................................................................................................................. P CLAUDIO HENRIQUE MEIRA MASCARENHAS................................................................................................................................... P CLÓVIS J. DA SILVA BORGES.................................................................................................................................................. P 052, TL CRISLEY DA SILVA GUENIN................................................................................................................................................................. P CRISTIANA R. TEÓFILO.......................................................................................................................................................................TL CRISTIANE CAGNONI RAMOS............................................................................................................................................................TL CRISTIANE MARINHO UCHÔA LOPES.........................................................................................................................P 123, P 143, P CRISTIANE TACLA................................................................................................................................................................................. P CRISTIANE TAVARES.................................................................................................................................................................. P 083, P CYNTIA DE MEDEIROS NOGUEIRA................................................................................................................................................... P DAIANA CILEA HONORATO NASCIMENTO............................................................................................................................ P 067, P DALTON DALLEMULE............................................................................................................................................................... P 184, P DANIEL A R OLIVEIRA........................................................................................................................................................................TL DANIEL CARLOS GADELHA................................................................................................................................................................TL DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE......................................................................................... P 100, P 153, TL 099, TL 100, TL DANIELA APARECIDA DE GODÓI GONÇALVES.................................................................................................................. P 078, TL DANIELLE C. O. SOARES......................................................................................................................................................... P 036, TL DANIELLE OLIVEIRA FARIAS............................................................................................................................................................... P DANIELLE ROCHA ROCHA DO VAL.................................................................................................................................... TL 004, TL DANIELLY SOUSA LIMA............................................................................................. P 030, P 086, P 097, P 107, TL 020, TL 021, TL DAYSE MAIOLI GARCIA............................................................................................................................................................ P 005, P DÉBORA FERNANDA AMARAL PEDROSA..................................................................................................................P 031, P 032, TL DÉBORA MAIRA BARROS LUZ................................................................................................................................................. P 028, P DEISE P MONTRUCCHIO..................................................................................................................................................................... P DENISE A OTSUKI................................................................................................................................................................................ P DIDIER BOUHASSIRA........................................................................................................................................................................... P DIEGO MARCELO MAY............................................................................................................................................................. P 117, P DIEGO P RODRIGUES.................................................................................................................................... P 148, P 217, TL 071, TL DIEGO RAFAEL BERBARE LEITE............................................................................................................................. TL 071, TL 072, TL DIOGO HADDAD SANTOS............................................................................................................................ P 058, P 216, TL 093, TL DIOGO HENRIQUE PEREIRA MATTOS..............................................................................................................................................TL EDELINE BARBOSA ARAUJO..............................................................................................................................................................TL EDFRANCK DE SOUSA OLIVEIRA VANDERLEI................................................................................................................... TL 008, TL EDILENE QUEIROZ.................................................................................................................................................................... P 206, P EDMUNDO CARVALHO MAUAD......................................................................................................................................................... P EDUARDO GROSSMANN........................................................................................................................................................ P 075, TL ELIS ANGELA ALVES DA COSTA LIPPI................................................................................................................................... P 168, TL ELISA CHAIB .......................................................................................................................................................................................TL ELISABETE DE CÁSSIA DO CARMO...................................................................................................................................................TL ELISALDO LUIZ ARAUJO CARLINI.....................................................................................................................................................TL ELISETH RIBEIRO LEÃO............................................................................................................................................................ P 105, P ELISMAR PAULO AZEVEDO SILVA.................................................................................................................................P 026, P 063, P ELMAR TORRES NETO............................................................................................................................................................ P 062, TL EMEL SERAP MONKUL NERY.............................................................................................................................................................. P EMER SUAVINHO FERRO....................................................................................................................................................................TL ENIO DE OLIVEIRA PINHEIRO...........................................................................................................................................................TL

114 203 098 082 167 035 137 012 224 065 053 056 101 046 070 009 018 182 169 079 058 050 113 074 193 108 116 019 040 144 199 223 095 083 185 106 085 102 056 018 065 026 121 006 076 045 011 182 153 121 073 073 114 113 006 025 207 115 115 088 036 042 041 106 093 053 218 098 107

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ÍNDICE

ÉRICA BRANDÃO MORAES VIEIRA.......................................................................................................................................... P 157, P ERICH TALAMONI FONOFF.................................................................................................................................................. TL 040, TL ERICK ENRICO CRISPIM CAVALCANTE.......................................................................................................................P 008, P 051, TL ERIKA MARIA DO NASCIMENTO SÁ.............................................................................................................................P 012, P 022, P ESTEFANI THEREZIA MAIQUE...........................................................................................................................................................TL EUDES ALVES SIMÕES NETO.............................................................................................................................................................. P EUGÊNIO SANTOS NETO..............................................................................................................................................P 002, P 164, P EUZENIR SARNO........................................................................................................................................................................ P 152, P EVANILSON FRANCISCO DE MOURA................................................................................................................................................. P FABIANA APARECIDA GARCIA................................................................................................................................................. P 003, P FABIANA CAETANO MARTINS SILVA.................................................................................................................................................TL FABIANA CRISTINA FERREIRA............................................................................................................................................................TL FABIANA F MONTEIRO........................................................................................................................................................................ P FABIANE SS LIMA.................................................................................................................................................................................. P FABIO TEIXEIRA CARDOSO CARVALHO............................................................................................................................................ P FABÍOLA BARROS MORENO............................................................................................................................................................... P FABÍOLA LEITE NOGUEIRA................................................................................................................................................................. P FABÍOLA LIMA PEREIRA....................................................................................................................................................................... P FABIOLA PEIXOTO MINSON.............................................................................................................. P 113, P 124, P 224, TL 036, TL FABRÍCIO CASTRO DE BORBA........................................................................................................................................................... P FABRICIO DIAS ASSIS.....................................................................................................................................................P 094, P 099, P FABRÍCIO MISHIMA.............................................................................................................................................................................. P FÁTIMA A E FALEIROS SOUSA............................................................................................................................................... P 168, TL FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA.................................................................................. P 031, P 089, TL 010, TL 059, TL FAUSTO BÉRZIN.................................................................................P 061, P 075, P 076, P 077, P 079, TL 012, TL 082, TL 094, TL FELICIA H. PUCCI.......................................................................................................................................................P 036, TL 018, TL FELIPE FREGNI.....................................................................................................................................................................................TL FELIPE LIMA CERQUEIRA...................................................................................................................................................................TL FERNANDA ALBERNAZ VALENTE....................................................................................................................................................... P FERNANDA ARAUJO SAMPAIO............................................................................................................................................................ P FERNANDA BEATRIZ CALDAS.................................................................................................................................................. P 135, P FERNANDA MACHADO BEZERRA...................................................................................................................................................... P FERNANDA PIMENTEL SÁ......................................................................................................................................................... P 125, P FERNANDO COLARES BARROS.................................................................................................................................P 029, TL 048, TL FERNANDO LOURENÇO MAEDA........................................................................................................................................................ P FILIPE DUARTE CAVALCANTE....................................................................................................................... P 034, P 037, TL 004, TL FILIPE MARINHO MOURA..................................................................................................................................................................TL FLAVIA CLARO SILVA............................................................................................................................................................................ P FLÁVIA RAMOS..................................................................................................................................................................................... P FLORENTINO F MENDES............................................................................................................................... P 020, P 072, TL 104, TL FRANCISCO ALVES BEZERRA NETO................................................................................................................................................... P FRANCISCO CIDRAL................................................................................................................................................................ P 013, TL FRANCISCO CRIZANTO RODRIGUES FILHO..................................................................................................................................... P FRANCISCO EDIVALDO DO NASCIMENTO........................................................................................................................................ P FRANCISCO JOSÉ GOMES...................................................................................................................................................................TL FRANCISCO LEONARDO LIMA DOS SANTOS......................................................................................................................... P 023, P FRANCISCO OTÁVIO MAIA SANTOS.................................................................................................................................................. P FRANCISCO ROMEL LIMA ARAÚJO........................................................................................................................................ P 119, TL GABRIELA DIECKERMAN..................................................................................................................................................................... P GABRIELA MACEDO DA SILVA..................................................................................................................................P 069, TL 017, TL GABRIELA ROCHA LAURETTI................................................................................................................ P 127, P 128, P 146, P 160, P GABRIELA SILVEIRA MENICUCCI................................................................................................................................P 016, P 087, TL GALBA R.S. PINTO................................................................................................................................................................................ P GALENO V ROCHA..............................................................................................................................................................................TL GEORGE MIGUEL FREIRE......................................................................................................................................................... P 117, P GERLÂNIA OLIVEIRA LEITE.................................................................................................................................................... P 149, TL GERSON BALLESTER...........................................................................................................................................................................TL GESIVALDO SANTOS............................................................................................................................................................................ P GIOVANA FERNANDES........................................................................................................................................................................ P GISELY GUGINSKI................................................................................................................................................................... P 011, TL GLAUCE S B VIANA.............................................................................................................................................................................TL GLÁUCIA MELO REIS............................................................................................................................................................... P 181, TL GLAUCO KLEMING FLORENCIO DA CUNHA.................................................................................................................................... P GLAUCO KLEMING FLORÊNCIO DA CUNHA...................................................................................................................................TL GLAUTER JOSÉ SILVEIRA ARAÚJO................................................................................................................ P 047, P 186, TL 015, TL GLAYLTON S SANTOS.........................................................................................................................................................................TL GLORIA YANNE MARTINS DE OLIVEIRA......................................................................................................... P 017, P 097, P 107, P GRACIELA JOSUÉ DE OLIVEIRA.............................................................................................................................. TL 027, TL 028, TL GRAZIELLA RIGUEIRA MOLSKA.........................................................................................................................................................TL

214 100 049 023 098 048 217 162 161 033 110 011 015 122 076 166 223 114 066 096 109 169 088 076 115 019 009 074 054 074 136 025 126 050 205 006 079 166 194 105 111 043 035 098 007 056 115 035 147 047 171 024 052 033 121 002 100 070 078 043 046 080 051 049 016 033 212 029 041

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

GREICE ANNE RODRIGUES................................................................................................................................................................TL GUILHERME ANTÔNIO MOREIRA DE BARROS................................................................................................................................. P GUSTAVO ANTONIO MELISCKI................................................................................................................................................ P 064, P GUSTAVO VIANI ARRUDA........................................................................................................................................................ P 175, P HAROLDO FERREIRA ARAUJO................................................................................................................................................. P 003, P HAZEM ADEL ASHMAWI...................................................................................................................................................................... P HELEN M.B.S. PETROLINO.................................................................................................................................................................. P HELENA HS KAZIYAMA....................................................................................................................................................................... P HÉLIO AMANTE MIOT......................................................................................................................................................................... P HELLÍADA VASCONCELOS CHAVES...................................................................................................................................................TL HELMANO F. MOREIRA........................................................................................................................................................... P 036, TL HELOÍSA CANSADO LASMAR.............................................................................................................................................................TL HELOISA HELENA DAL ROVERE......................................................................................................................................................... P HENDERSON FONTES SOUSA............................................................................................................................................................. P HENRIQUE J. PONTE............................................................................................................................................................... P 036, TL HERBERTH DUARTE CAVALCANTE......................................................................................................................................... P 034, P HERLDER PICARELLI...........................................................................................................................................................................TL HILMA GIRÃO MARQUES.................................................................................................................................................................... P HILZE BENIGNO DE OLIVEIRA MOURA SIQUEIRA................................................................................................P 031, TL 059, TL HILZE BO MOURA SIQUEIRA.............................................................................................................................................................TL HUGO AMORIM DE OLIVEIRA................................................................................................................................................. P 041, P IEDA REGINA SANTOS........................................................................................................................................................................TL IGOR BRAZ........................................................................................................................................................................................... P IGOR CARDOSO DE OLIVEIRA........................................................................................................................................................... P ILLYMACH CANEDO ARAUJO............................................................................................................................................................. P INDHIRA BARBALHO DIÓGENES PAIVA....................................................................................................................P 111, P 195, TL IRIMAR DE PAULA POSSO................................................................................................................................................................... P IRIMAR PAULA POSSO.............................................................................................................................................................. P 117, P IRWIN ROSE ALENCAR MENEZES.......................................................................................................................................... P 149, TL ISABELY PEREIRA CAVALCANTE......................................................................................................................................................... P ISADORA NOVAIS SILVA................................................................................................................................................P 012, P 022, P ISIS C S ARRUDA....................................................................................................................................................................... P 057, P ISMAR LIMA CAVALCANTI.................................................................................................................................................................... P IZABEL CAROLINA PACHECO ROCHA LIMA..................................................................................................................................... P IZABEL CPR LIMA...................................................................................................................................................................... P 127, P IZABELLA PEREIRA GUIMARÃES DIAS SOARES...............................................................................................................................TL JACKSON NUNES VASCONCELOS......................................................................................................................................................TL JACQUELINE MARIA MARANHÃO PINTO LIMA..................................................................................................................... P 063, P JAIME E B ARAUJO.............................................................................................................................. P 057, P 073, P 211, TL 014, TL JAIME OLAVO MARQUEZ..................................................................................................................................................................... P JAMILA FERREIRA DOS SANTOS......................................................................................................................................................... P JAMILLE ELITADE CASTRO CUNHA....................................................................................................................................... P 051, TL JAMIR JOÃO SARDÁ JUNIOR.................................................................................................................................................... P 109, P JANAINA JAPIASSU ALVES DE ALMEIDA...........................................................................................................................................TL JANAINA VALL.................................................................................................. P 012, P 015, P 029, P 042, P 049, TL 063, TL 092, TL JANE ALVES COELHO.....................................................................................................................................................P 201, P 202, P JANSSEN LOIOLA MELO VASCONCELOS........................................................................................................ P 034, P 037, P 118, TL JAYSON XEREZ DE PAIVA......................................................................................................................................................... P 041, P JEANE PEREIRA JUVER......................................................................................................................................................................... P JÉSSICA CAROLINE ALVES................................................................................................................................................................... P JÉSSICA TESSAROLI.............................................................................................................................................................................. P JETTE HØJSTED...................................................................................................................................................................................TL JOAB R O ALVES........................................................................................................................................................................ P 221, P JOACI OLIVEIRA ARAUJO..............................................................................................................................................P 145, P 150, P JOANA CLAUDIA BEZERRA DE ARAUJO...........................................................................................................................................TL JOANA RAYANE PINHEIRO FIGUEIREDO..................................................................................................................P 148, P 163, TL JOANE TRABULSI DA SILVA................................................................................................................................................................. P JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA............................................................................ P 002, P 157, P 214, TL 053, TL 071, TL 072, TL JOÃO CARLOS PEREIRA GOMES............................................................................................................................................ P 038, TL JOÃO CARVALHO F°.................................................................................................................................................................. P 076, P JOÃO NATHANAEL LIMA TORRES.......................................................................................................................... TL 027, TL 028, TL JOÃO PAULO LIMA SANTOS.......................................................................................................................... P 029, P 151, TL 048, TL JOÃO PAULO MORAES RIBEIRO.................................................................................................................................P 059, P 098, TL JOELMA NEVES....................................................................................................................................................................................TL JORDANA ALVERNE DE AGUIAR......................................................................................................................................... TL 044, TL JORDANA AMORIM COSTA...................................................................................................................................................... P 064, P JORDÂNIA MARQUES DE OLIVEIRA..................................................................................................................................................TL JORGE SATO......................................................................................................................................................................................... P JOSÉ APARECIDO DA SILVA................................................................................................................................................................ P

042 194 129 176 033 182 006 100 194 026 018 055 208 027 018 037 100 151 076 088 055 039 147 101 170 084 182 121 002 108 056 073 116 171 146 113 030 093 106 090 084 049 124 108 113 204 007 055 116 197 019 063 222 203 003 086 023 073 062 077 029 050 111 112 045 129 026 010 167

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

JOSÉ ARIÉVILO GURGEL RODRIGUES..............................................................................................................................................TL JOSÉ ERNANDO DE SOUSA FILHO...................................................................................................................................................TL JOSÉ GALBERTO MARTINS COSTA........................................................................................................................................ P 149, TL JOSÉ LINDEMBERG DA COSTA LIMA FILHO........................................................................................................................ P 227, TL JOSÉ MARIA COSTA RASSY FILHO..................................................................................................................................................... P JOSÉ MESSIAS MENEZES COÊLHO.......................................................................................................................................... P 026, P JOSE NILSON FORTALEZA ARAÚJO....................................................................................................................................... P 040, TL JOSÉ TADEU TESSEROLLI SIQUEIRA.................................................................................................................................................. P JOSÉ VICTOR GOMES COSTA.................................................................................................................................................. P 071, P JOSEFINO FAGUNDES DA SILVA.......................................................................................................................................... TL 057, TL JOSENILDA DO SOCORRO VIEIRA GOMES DE OLIVEIRA............................................................................................................... P JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES...................................................P 008, P 029, P 050, P 151, TL 031, TL 048, TL 049, TL 050, TL JOSIMARI MELO DE SANTANA...................................................................................... P 001, P 065, P 066, P 132, P 183, P 191, TL JOSYMAR GOMES NASCIMENTO JUNIOR.......................................................................................................................................... P JOU EEL JIA........................................................................................................................................................................................... P JUDITE OLIVEIRA LIMA ALBUQUERQUE.............................................................................................................................. P 009, TL JUDYMARA LAUZI GOZZANI......................................................................................................................................P 225, P 226, TL JÚLIA SNF BUCHER-MALUSCHKE.................................................................................................................................P 201, P 202, P JULIANA ARCANJO LINO........................................................................................................................................................ P 158, TL JULIANA BARCELLOS DE SOUZA.......................................................................................................................................................TL JULIANA PEREIRA BEZERRA................................................................................................................................................................ P JULIANA REIS PORTO.......................................................................................................................................................................... P JULIANA RUIZ MOREIRA GOMES....................................................................................................................................................... P JULIANA UCHOA CAVALCANTI.............................................................................................................................................. P 014, TL JULIANE DE MACEDO ANTUNES............................................................................................................................................. P 084, P JÚLIO C. D. ANDRADE......................................................................................................................................................................... P JÚLIO DE ARAÚJO LIRA BASÍLIO.......................................................................................................................................................TL KAMILA BRENA OLIVEIRA........................................................................................................................................................ P 130, P KAMILA MONTEIRO CAVALCANTE.......................................................................................................................................... P 165, P KAMILLA MAYARA LUCAS DA CRUZ...........................................................................................................................P 001, P 132, TL KAREN MÓS RODRIGUES............................................................................................................................................P 060, P 103, TL KARINA RODRIGUES SUBI....................................................................................................................................................... P 094, P KARINA SL FERREIRA........................................................................................................................................................................... P KARINE A. S. LEÃO FERREIRA......................................................................................................................... P 039, P 060, P 103, TL KARLA BRAGA...................................................................................................................................................................................... P KAROLEEN OSWALD SCHARAN............................................................................................................................................. P 133, TL KAROLINE ROGONI MARQUEZI........................................................................................................................................................TL KAROLINE SOARES GARCIA...............................................................................................................................................................TL KATY BEATRIZ F COSTA...................................................................................................................................................................... P KELI VANIA RAMOS BARBIERI............................................................................................................................................................ P KENARD S MARTINS NETO......................................................................................... P 148, P 163, P 173, P 219, P 222, TL 072, TL KHADIJA NEIDE ALEXANDRINO REGINO............................................................................................................................ P 040, TL LAILA KECIA DE OLIVEIRA PONTE...................................................................................................................................................TL LARA G.F. TÁVORA..............................................................................................................................................................................TL LARAISSA FERNANDES FERREIRA....................................................................................................................................................... P LARISSA ELIAS PINHO.......................................................................................................................................................................... P LARISSA RIOS AGUIAR......................................................................................................................................................................... P LARISSA SALES VASCONCELOS DE OLIVEIRA...................................................................................................................... P 227, TL LARISSA VASCONCELOS LOPES.........................................................................................................................................................TL LARYSSA FONTES SANTOS.................................................................................................................................................................TL LARYSSA MARIA SIQUEIRA DE PÁDUA.............................................................................................................................................. P LAURA F PEREIRA................................................................................................................................................................................TL LAURA HÉVILA INOCÊNCIO LEITE........................................................................................................................................ P 149, TL LAYANA VIEIRA NOBRE....................................................................................................................................................................... P LAYS GUIMARÃES AMORIM DE OLIVEIRA........................................................................................................................................TL LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA....................................................................................... TL 060, TL 064, TL 065, TL 078, TL 113, TL LEIA YAMADA......................................................................................................................................................................................TL LENNON SOARES MESQUITA C DE VASCONCELOS......................................................................................................................... P LEONARDO LEIRIA DE MOURA DA SILVA......................................................................................................................................... P LEONARDO MARIANO INÁCIO MEDEIROS....................................................................................................................................... P LEOPOLDO ANTONIO PIRES.............................................................................................................................................................. P LETICIA SANTOS........................................................................................................................................................................ P 147, P LETÍCIA SATO FERNANDES................................................................................................................................................................. P LETÍCIA WADA OKOTI........................................................................................................................................................................TL LEVI HIGINO JALES................................................................................P 059, P 080, P 098, P 135, P 136, P 161, P 195, TL 084, TL LIANE CARVALHO DE BRITO SOUZA.........................................................................................................................P 016, P 087, TL LICIA MARGARIDA DE VILHENA SAADI................................................................................................................................. P 092, P LIÈGE DI BISLEGLLE FERREIRA..........................................................................................................................................................TL LIEGE MENTZ ROSANO....................................................................................................................................................................... P

025 052 002 023 080 104 034 004 119 101 059 051 089 035 010 037 117 204 001 013 191 070 058 046 085 060 108 131 172 089 097 099 100 087 155 075 062 052 032 187 073 034 048 019 174 071 151 023 121 079 096 092 002 021 013 120 102 151 139 096 102 152 174 058 085 024 126 094 124

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

LIGIA ANDRADE DA SILVA TELLES MATHIAS..................................................................................................................................TL LÍGIA VANESSA SILVA CRUZ DUARTE......................................................................................................................P 120, TL 064, TL LIGIANE PATRIOCINIO AMARAL........................................................................................................................................................TL LILIAN LIRA LISBOA............................................................................................................................................................................TL LILIAN PINHEIRO................................................................................................................................................................................. P LILIAN VARANDA PEREIRA................................................................................................ P 120, TL 060, TL 064, TL 065, TL 078, TL LIN TCHIA YENG..........................................................................................................................................................P 068, P 153, TL LIS CARVALHO GUERRA...................................................................................................................................................................... P LISABELE ROSSATO MARIANO..........................................................................................................................................................TL LISSIANA M V AGUIAR............................................................................................................................................................ P 014, TL LIVIA CUNHA RIOS.............................................................................................................................................................................TL LÍVIA MONTES SANTOS....................................................................................................................................................................... P LOIANE DUARTE RIBEIRO.................................................................................................................................................................. P LORENA CABRAL CASTRO................................................................................................................................................................... P LORITA MARLENA FREITAG PAGLIUCA............................................................................................................................................TL LUAN DIEGO MARQUES TEIXEIRA.............................................................................................................. P 007, P 054, TL 118, TL LUCAS FELIX DE OLIVEIRA................................................................................................................................................................TL LUCAS LIMA ALBUQUERQUE................................................................................................................................................. P 009, TL LUCIANA ARAUJO DOS REIS............................................................................................................................................................... P LUCIANA AUXILIADODRA DE PAULVA VASCONCELOS........................................................................................................ P 188, P LUCIANA BRANDAO PAIM MARQUES................................................................................................................................................ P LUCIANA BRUNET VASCONCELOS COSTA........................................................................................................................................ P LUCIANA CM DOS SANTOS................................................................................................................................................................. P LUCIANA MORAES DOS SANTOS....................................................................................................................................................... P LUCIANA PADILHA ANDRADE............................................................................................................................................................ P LUCIANA SAYURI SANADA.................................................................................................................................................................TL LUCIANA ZARANZA MONTEIRO.............................................................................................................................................. P 064, P LUCIANE PATRICIA AMARAL......................................................................................................................... P 138, P 184, TL 081, TL LUCIANO DA COSTA VIANA............................................................................................................................................................... P LUCIANO R DE LIMA............................................................................................................................................................................ P LUCILANE MARIA SALES DA SILVA.................................................................................................. P 142, P 213, TL 020, TL 021, TL LUCIMARA DUARTE CHAVES.............................................................................................................................................................. P LUIS EDUARDO POLLON....................................................................................................................................................................TL LUIS GUSTAVO BAAKLINI......................................................................................................................................................... P 175, P LUÍS H A SOUSA.................................................................................................................................... P 062, P 088, P 177, P 219, TL LUIZ ALBERTO KNAUT.......................................................................................................................................................................TL LUIZ CLAUDIO THULER...................................................................................................................................................................... P LUIZ ROBERTO BRITTO.....................................................................................................................................................................TL LUIZ SEVERO BEN JUNIOR................................................................................................................................................................. P LUNNA MARIA CASIMIRO SARMENTO.................................................................................................................................... P 135, P LUSSANDRA PESSOA ROCHA....................................................................................................................................P 069, TL 017, TL LUZIANY C ARAÚJO...............................................................................................................P 057, P 073, P 211, TL 014, TL 061, TL LYLIAN VIEIRA PAULA.........................................................................................................................................................................TL LYS FERREIRA DE CASTRO FARIAS.......................................................................................................................................... P 022, P LYVIA IZAURA GOMES DE PAULA FREIRE.......................................................................................................................................TL MADELEINE SALES DE ALENCAR........................................................................................................................................................ P MAISA SOARES GUI................................................................................................................................................................. P 061, TL MANOEL ANTÔNIO PEREIRA ALVAREZ............................................................................................................................................. P MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA..............................................................................P 100, P 153, TL 070, TL 087, TL 099, TL 100, TL MARA LUCIA OLIVEIRA........................................................................................................................................................................ P MARA LUCIA PINHEIRO.......................................................................................................................................................... P 117, TL MARCELA T O LEITE............................................................................................................................................................... P 062, TL MARCELLE NAYANA ELOY MACEDO.................................................................................................................................................. P MARCELLUS HENRIQUE LOIOLA PONTE DE SOUZA........................................................................................... TL 027, TL 028, TL MARCELO CORREA ALVES................................................................................................................................. P 004, P 075, P 077, P MARCELO MAROCO CRUZEIRO......................................................................................................................................................... P MARCELO VAZ PEREZ..................................................................................................................................................P 225, P 226, TL MARCIA A DE OLIVEIRA...................................................................................................................................................................... P MARCIA CARLA MORETE...........................................................................................................................................P 190, TL 036, TL MÁRCIA DE OLIVEIRA SAKAMOTO SILVA GARBI............................................................................................................................. P MÁRCIA MARQUES DOS SANTOS FELIX............................................................................................................................. TL 010, TL MARCIA RAMOS PINTO....................................................................................................................................................................... P MÁRCIA ROSÂNGELA BUZANELLO....................................................................................................................................... P 140, TL MÁRCIO CURI RONDINELLI................................................................................................................................................................ P MARCIO SPESSOTTO................................................................................................................................................................. P 184, P MARCO ANTONIO MARCOLIN............................................................................................................................................. TL 099, TL MARCO AURÉLIO ZAGATTO..............................................................................................................................................................TL MARCOS ANDRÉ DE GODOY FERREIRA..........................................................................................................................................TL MARCOS ARISTOTELES BORGES........................................................................................................................................................ P

117 078 016 111 126 120 068 074 066 046 044 208 174 019 038 119 010 037 193 189 050 047 127 171 190 042 129 112 101 120 022 134 081 176 090 075 166 040 035 136 047 106 055 056 041 071 012 139 102 121 036 090 101 029 079 102 117 137 066 089 059 018 054 085 185 100 103 075 194

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

MARCOS LEAL BRIOSCHI......................................................................................................................................................... P 094, P MARCOS LOURENZO MESSINA................................................................................................................................................ P 117, P MARCUS ALESSANDRO ALCÂNTARA.................................................................................................................................................TL MARCUS M. Y. PAI...............................................................................................................................................................................TL MARCUS VINICIUS BRITO SANTANA.................................................................................................................................................TL MARGARETE SILVA AUGUSTO.......................................................................................................................... P 138, P 184, P 185, P MARIA ANGELINA DA SILVA MEDEIROS............................................................................................................................. TL 031, TL MARIA BERNADETE DE SOUSA MAIA...............................................................................................................................................TL MARIA CELONI GODOY...................................................................................................................................................................... P MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN...................................................................................P 004, P 061, P 075, P 076, P 077, P MARÍA DA LUZ ROSARIO DE SOUSA.................................................................................................................................... P 010, TL MARIA DE FÁTIMA VIDOTTO OLIVEIRA........................................................................................................................................... P MARIA DO DESTERRO LEIROS DA COSTA............................................................................................................................. P 135, P MARIA DO SOCORRO CAVALCANTE BARROS AURELIANO............................................................................................................. P MARIA FERNANDA FERRARI............................................................................................................................................................... P MARIA FERNANDA ZORZI GATTI............................................................................................................................................ P 105, P MARIA ISABEL NEVES.......................................................................................................................................................................... P MARIA ISABEL SANTOS DE NOROES RAMOS.........................................................................................................P 050, TL 031, TL MARIA LUIZA MADDALENA................................................................................................................................................................ P MARIA LUZETE C CAVALCANTE.......................................................................................................................................................... P MARIA LUZETE COSTA CAVALCANTE................................................................................................................................................. P MARIA MILENA FAÇANHA TAVARES..................................................................................................................................................TL MARIA RITA RITA MASSELLI................................................................................................................................................................ P MARIA SOCORRO FORMIGA.................................................................................................................................................... P 206, P MARIANA ANGÉLICA PEIXOTO SOUZA............................................................................................................................................TL MARIANA BUCCI SANCHES...................................................................................................................................................... P 005, P MARIANA BUENO................................................................................................................................................................................. P MARIANA EMERENCIANO MENDONÇA............................................................................................................................................TL MARIANA FILIPPINICACCIACARRO ..................................................................................................................................................TL MARIANA LIMA VALE......................................................................................................... P 158, TL 001, TL 003, TL 027, TL 028, TL MARIANA NOGUEIRA.........................................................................................................................................................................TL MARIANA OLIVEIRA DE ARAÚJO....................................................................................................................................................... P MARIANA RABELO DE BRITO............................................................................................................................................................. P MARINEUSA QUEIROZ LOPES............................................................................................................................................................TL MARLI TERESINHA G GALVÃO........................................................................................................................................................... P MASSAKO OKADA.............................................................................................................................................. P 145, P 150, P 208, P MAURÍCIO KOSMINSKI........................................................................................................................................................................ P MAYANA CAMILA BARBOSA GALVÃO...............................................................................................................................................TL MICHELLE ZÉTULA DE CARVALHO.................................................................................................................................................... P MIGUEL MARX...................................................................................................................................................................................... P MIRELLA DE LEMOS GIGLIO..............................................................................................................................................................TL MIRELLA MARQUES MERCÊS DO NASCIMENTO............................................................................................................................... P MÍRIA CONCEIÇÃO LAVINAS SANTOS............................................................................................................................................... P MIRIAM OLIVERIA................................................................................................................................................................................ P MIRIAN HIKEDO NAGAE....................................................................................................................................................................TL MIRLENE GARDIN CANTARA............................................................................................................................................................... P MIRNA MARQUES BEZERRA................................................................................................................................................. TL 005, TL MISSIELLE D CORDEIRO...................................................................................................................................................................... P MOISES SOUSA LOPES........................................................................................................................................................................TL MONALISA MARIA DE ALENCAR AQUINO........................................................................................................................................ P MONICA LEVY ANDERSEN.................................................................................................................................................................TL MONIQUE MENDONÇA AMARAL....................................................................................................................................................... P MONISE ALMEIDA SILVA...................................................................................................................................................................... P MORGANA DUARTE DA SILVA....................................................................................................................................P 011, P 013, TL NÁDIA CRISTINA FÁVARO-MOREIRA................................................................................................................................................TL NAIANA ORIA SOARES........................................................................................................................................................................TL NARA JULIANA CUSTODIO SENA....................................................................................................................................................... P NARA LIVIA COUTINHO....................................................................................................................................................... TL 005, TL NATACHA CAMPOS ARRIAGA............................................................................................................................................................TL NATÁLIA ARRAIS COSTA........................................................................................................................................................... P 156, P NATÁLIA CAMPOS PARENTE............................................................................................................................................................... P NATÁLIA F M MARQUES................................................................................................................................ P 020, P 072, TL 104, TL NATÁSSIA ALBUQUERQUE RIBEIRO.................................................................................................................................................TL NATHÁLIA ANAISSI ROCHA PESSOA....................................................................................................................................... P 041, P NATHALIA CARNEIRO DIOGENES HOLANDA.................................................................................................................................. P NATHÁLIA DE OLIVEIRA REZENDE.................................................................................................................................................... P NATHÁLIA LEILANE MACHADO.........................................................................................................................................................TL NATHANA GABRIELA DE SENE BATISTA MARQUES........................................................................................................................ P NELY MARJOLLIE GUANABARA TEIXEIRA........................................................................................................................................TL

099 121 110 062 009 205 032 045 139 079 082 198 136 108 084 106 047 032 018 122 142 052 154 207 110 006 105 009 068 029 070 119 151 036 204 209 095 116 189 048 068 095 172 015 115 155 044 073 085 143 041 065 191 043 058 035 037 006 030 210 048 105 025 055 047 189 042 032 052

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

NEYVA MARIANNA BEZERRA DE SALES................................................................................................................................. P 041, P NICOLE GOMES CAMPOS ROCHA............................................................................................................................P 007, TL 118, TL NORMA MARIA BARROS BENEVIDES.................................................................................................................................. TL 008, TL NÚBIA F VERÇOSA.................................................................................................................................................................... P 018, P OHANNA GUERRA BARBALHO.........................................................................................................................................................TL ONOFRE ALVES NETO........................................................................................................................................................................TL OSVALDO JM NASCIMENTO..........................................................................................................................................P 147, P 152, P OSVALDO JOSÉ MOREIRA DO NASCIMENTO..................................................................................................................................TL PAI V W.................................................................................................................................................................................................TL PÂMELA RODRIGUES PEDROSO......................................................................................................................................................... P PÂMELA SFAIR HONORATO NASCIMENTO....................................................................................................................................... P PATRICIA BORGES ROCHA.................................................................................................................................................................TL PATRICIA DIÓGENES SUASSUNA..................................................................................................................................P 091, P 110, P PATRÍCIA PEREIRA DE ALENCAR ARARIPE.................................................................................................. P 021, P 069, TL 017, TL PATRICIA SANTESSO LAURINO........................................................................................................................................................... P PAULA BRAZ MALIENO........................................................................................................................................................................ P PAULA DE JESUS MESQUITA............................................................................................................................................................... P PAULA DE LOURDES LAUANDE OLIVEIRA........................................................................................................................................ P PAULA ROBERTA ROCHA RODRIGUES............................................................................................................................... TL 031, TL PAULA SILVA LEÃO..............................................................................................................................................................................TL PAULO AFFONSO PIMENTEL............................................................................................................................................................... P PAULO CÉSAR DE ALMEIDA................................................................................................................................................... P 142, TL PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA............................................................................................... P 065, P 066, TL 074, TL 095, TL PEDRO LUCAS RODRIGUES COSTA..................................................................................................................................................TL PEDRO MUSA........................................................................................................................................................................................ P PER SJØGREN........................................................................................................................................................................... P 042, TL POLYANA CRISTINA VILELA BRAGA.................................................................................................................................................TL PRISCILA ALBUQUERQUE BRITO.................................................................................................................................P 017, P 043, P PRISCILA PINHO ROSA MARINHO.......................................................................................................................................... P 012, P PRISCILLA HORTENSE.......................................................................................................................................................................... P RAFAEL A F CARVALHO............................................................................................................................................................ P 164, P RAFAEL POLONI..................................................................................................................................................................................TL RAFAEL PONTES BARROS.................................................................................................................................................................... P RAFAEL SOBRANO FAIS.......................................................................................................................................................... P 181, TL RAFAEL T E NOGUEIRA...........................................................................................................P 062, P 173, P 178, P 219, TL 090, TL RAFAELA APARECIDA MARQUES CALIMAN.................................................................................................................P 105, P 106, P RAFAELLA OLIVEIRA LINO.................................................................................................................................................................. P RAFAELLY MARIA PINHEIRO SIQUEIRA............................................................................................................................................TL RAPHAEL FA DOS SANTOS.................................................................................................................................................................TL RAQUEL ALCIDES SANTOS.................................................................................................................................................................TL RAQUEL DE OLIVEIRA.........................................................................P 019, P 058, P 160, P 171, P 174, P 216, TL 093, TL 103, TL RAQUEL SOARES DEARAUJO....................................................................................................................................P 120, TL 065, TL RAUL MARTINEZ MELERO................................................................................................................................................................... P RAYANNA ARAUJO GOMES................................................................................................................................................................. P RAYANNE L T M ARAÚJO................................................................................................................................. P 157, P 214, P 215, TL RAYSSA F RODRIGUES.................................................................................................................................................P 082, P 178, TL REBECA BRANDÃO PINHEIRO..........................................................................................................................................................TL REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO..................................................................... P 024, P 030, P 086, P 097, P 107, P 213, TL REGIANE CRISOSTOMO PEREIRA....................................................................................................................................................... P REINALDO FERREIRA SANTOS............................................................................................................................................................ P REJANE DAVIM ................................................................................................................................................ P 130, P 131, P 193, TL REJANE MARIA RODRIGUES DE ABREU VIEIRA.................................................................................................................. P 186, TL RENATA ALESSANDRA EVANGELISTA.................................................................................................................................. TL 059, TL RENATA BESSA PONTES......................................................................................................................................................... P 158, TL RENATA BORGES COSTA..................................................................................................................................................................... P RENATA CETRA..................................................................................................................................................................................... P RENATA FERREIRA DE ARAUJO TELLES.............................................................................................................................. TL 005, TL RENATA FURINI...................................................................................................................................................................................TL RENATA LEITE TRAJANO DE ALMEIDA............................................................................................................ P 017, P 043, P 044, P RENATA LENIZE PASINI.................................................................................................................................P 216, TL 093, TL 103, TL RENATA LOPES PACHECO................................................................................................................................................................... P RENATA MARIA PALAIA........................................................................................................................................................................ P RENATA NOCE KIRKWOOD...............................................................................................................................................................TL RENATA SOUZA SAMPAIO...................................................................................................................................................... P 149, TL RENATHA DE SENA ROSA LAGO............................................................................................................................................. P 022, P RICARDO A N ARAÚJO........................................................................................................................................................... P 222, TL RICARDO CAPONERO.........................................................................................................................................................................TL RICARDO DE AZEVEDO KLUMB STEFFENS......................................................................................................................... P 220, TL RICARDO GALHARDONI...........................................................................................................................................P 153, TL 099, TL

055 119 025 137 079 113 162 096 097 085 067 011 125 034 180 103 192 104 032 081 081 038 109 035 196 063 060 044 056 141 178 039 080 080 091 180 032 003 062 067 114 078 138 197 091 086 030 022 141 081 116 015 060 001 103 155 007 058 212 114 112 199 110 002 023 091 083 013 102

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

RICARDO JOAQUIM DA CUNHA JR.................................................................................................................................................... P RICARDO L COELHO...........................................................................................................................................................................TL RICARDO SOUZA SILVA............................................................................................................................................................ P 203, P RIOKO KIMIKO SAKATA....................................................................................................................... P 083, P 175, P 176, P 223, TL ROBERTA AMARAL..............................................................................................................................................................................TL ROBERTA MENESES OLIVEIRA.................................................................................. P 024, P 030, P 142, P 213, TL 020, TL 021, TL ROBERTO LUIZ DOS REIS GOMES........................................................................................................................................ P 008, TL RODOLFO CAVALCANTE ARAGÃO..................................................................................................................................................... P RODOLFO DA SILVA OLIVEIRA........................................................................................................................................................... P RODRIGO D M SOUZA........................................................................................................................................................................ P RODRIGO DE SÁ PIMENTEL................................................................................................................................................................ P RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO...................................................................................... P 158, TL 001, TL 027, TL 028, TL RONALDO KALAF...................................................................................................................................................................... P 138, P ROSANA FERREIRA SAMPAIO.............................................................................................................................................................TL ROSANA LIMA PAGANO.....................................................................................................................................................................TL ROSARIO MARISA DE LA TORRE VERA.................................................................................................................. TL 082, TL 094, TL ROSEMEIRE A F SREDNI.....................................................................................................................................................................TL ROSIANE VIANA ZUCA DINIZ............................................................................................................................................................TL ROSIMEIRE DE OLIVERIA ANDRÉ....................................................................................................................................................... P RUBENS FERRARI XXXXX.................................................................................................................................................................... P RUI PORTO MORAIS.....................................................................................................................................P 227, TL 023, TL 048, TL SABRINA DAVID ROCHA..................................................................................................................................................................... P SABRINA MARIA CASTANHARO.........................................................................................................................................................TL SABRINA TALITA TEOTONIO BEZERRA............................................................................................................................................. P SÁLUA ARAUJO SOUZA....................................................................................................................................................................... P SAMANTHA GAUDIE LEY TAVARES.................................................................................................................................................... P SAMUEL B C COSTA............................................................................................................................................................................. P SAMUEL CARNEIRO VASCONCELOS..................................................................................................................................................TL SAMUEL MONTENEGRO PEREIRA......................................................................................................................................... P 186, TL SAMUEL VERTER MARINHO UCHÔA LOPES...............................................................................................................P 123, P 143, P SANDRA CRISTINA DE ANDRADE.....................................................................................................................................................TL SANDRO ROBERTO CAVALCANTE BANDEIRA.................................................................................................................................TL SARAH MARIA SILVA THÉ COELHO.................................................................................................................................................... P SARAH PATRÍCIO ANDRADE..............................................................................................................................................................TL SARAH VIEIRA FIGUEIREDO..................................................................................... P 024, P 030, P 097, P 107, TL 020, TL 022, TL SELMA W RODRIGUES......................................................................................................................................................................... P SELMA WRO CORREA.......................................................................................................................................................................... P SÉRGIO HENRIQUE FERREIRA...........................................................................................................................................................TL SÉRGIO R L ANDRADE......................................................................................................................................................................... P SHUYU ZHANG.................................................................................................................................................................................... P SIDNEY SREDNI...................................................................................................................................................................................TL SILVANE RODRIGUES LIMA.................................................................................................................................................... P 122, TL SILVIA BORDIGNON DA COSTA.............................................................................................................................................. P 099, P SILVIA REGINA DOWGAN TESSEROLI SIQUEIRA............................................................................................................................. P SIMONE CRISTINA BIFULCO............................................................................................................................................................... P SIMONE SALTARELI.............................................................................................................................................................................. P SMRITI IYENGAR.................................................................................................................................................................................. P SOFIA G.A. ARAGÃO...........................................................................................................................................................................TL SÔNIA BEATRIZ FELIX RIBEIRO........................................................................................................................................................TL SONIA CAMARA RIBEIRO ALVES............................................................................................................................................. P 091, P SONIA FELIX RIBEIRO.......................................................................................................................................................................... P STELLA MARIA WILHELSEM................................................................................................................................................................TL STELLA MARIS OSMO MARDEGAN..................................................................................................................................................... P STEPHANIE DIOGO CARNEIRO ARAÚJO..........................................................................................................................................TL STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA.......................................................................................... P 053, P 082, P 163, TL 071, TL SUIANNY KARLA DE OLIVEIRA MACEDO..................................................................................................... P 059, P 111, P 161, TL SUZANA CURSINO NOGUEIRA LINO................................................................................................................................................. P TAÍS SALATI STANGARLIN................................................................................................................................................................... P TALITA DE CÁSSIA RAMINELLI DA SILVA..........................................................................................................................................TL TALITA DE CÁSSIA RAMINELLI SILVA................................................................................................................................................. P TALITA GNOATO.................................................................................................................................................................................. P TÂNIA CRISTINA BUZETO.........................................................................................................................................P 185, TL 081, TL TATIANA DE PAULA SANTANA DA SILVA........................................................................................................................................... P TATIANA VAZ HORTA XAVIER.............................................................................................................................................. TL 057, TL TATIANE T FRIESEN.............................................................................................................................................................................TL TELMA REGINA MARIOTTO ZEKKA...................................................................................................................................... P 068, TL TELMA RM ZAKKA................................................................................................................................................................................ P TEREZA CRISTINA DE SOUSA LOURENÇO........................................................................................................................................ P TEREZA CRISTINA MENDES................................................................................................................................................. TL 057, TL

159 061 209 011 069 022 051 186 096 082 071 029 205 110 040 115 077 107 180 090 050 113 056 108 070 092 049 004 015 144 111 051 008 044 121 171 160 039 211 218 077 038 109 198 224 089 218 019 010 110 090 094 019 035 072 111 039 154 088 031 133 112 095 101 092 069 100 112 101

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9º Congresso brasileiro de dor

ÍNDICE

TEREZINHA J T SANTOS...................................................................................................................................................................... P THAIS ACOSTA.....................................................................................................................................................................................TL THAIS K VANETTI................................................................................................................................................................................TL THAIS KHOURI VANETTI.......................................................................................................................................................... P 094, P THAÍS MELLO FRANCISCO.................................................................................................................................................................. P THAÍS NASCIMENTO SANTIAGO.......................................................................................................................................................TL THAISA V L FONTES..................................................................................................................................................P 057, TL 014, TL THAIZA XAVIER NOBRE................................................................................................................................................P 130, P 131, P THALITA DIÓGENES MUNIZ............................................................................................................................................................... P THALITA M X OLIVEIRA........................................................................................................................................................ TL 014, TL THALYTA FREITAS RIBEIRO..................................................................................................................................................... P 028, P THAMARA CRISTINA PETRELLA.......................................................................................................................................................... P THAMARA NATHALLYA NONATO PAIVA DE OLIVEIRA............................................................................................P 111, P 195, TL THAYANA LINHARES SANTOS.................................................................................................................................................. P 173, P THAYANNE K M SILVA.......................................................................................................................................................................... P THIAGO ALVES RODRIGUES.......................................................................................................................................P 225, P 226, TL THIAGO JANSEN NUNES...............................................................................................................................................P 027, P 221, P THIAGO MATTAR CUNHA..................................................................................................................................................................TL THIAGO MEDINA BRAZOLOTO......................................................................................................................................................... P THIAGO ROBIS DE OLIVEIRA.............................................................................................................................................. TL 057, TL THIAGO ROCHA MOURA..........................................................................................................................................P 007, TL 118, TL THIAGO T SILVA............................................................................................................................................. P 088, P 221, TL 053, TL TIAGO DA SILVA FREITAS..................................................................................................................................................... TL 118, TL TICIANA MAGALHAES BENEVIDES.................................................................................................................................................... P TOMA J T..............................................................................................................................................................................................TL TÚLIO MARCOS CHAVES OSTERNES.................................................................................................................................................. P VALDECY FERREIRA DE OLIVEIRA PINHEIRO.................................................................................................................................TL VALÉRIA PAULA FAZAN.......................................................................................................................................................................TL VALESKA B CUNHA................................................................................................................................................................... P 002, P VALTER DOS SANTOS SILVA................................................................................................................................................................ P VALTER JOVINIANO SANTANA FILHO......................................................................................................... P 066, P 132, TL 095, TL VANESSA C S COSTA................................................................................................................................................................. P 148, P VANESSA COURAS REGADAS.............................................................................................................................................................TL VANESSA ERTHAL................................................................................................................................................................................. P VANESSA MIRANDA PRADO................................................................................................................................................................ P VÂNIA CORDEIRO MATOS.................................................................................................................................................................TL VERA LÚCIA DE ANDRADE GOMES..................................................................................................................................................TL VERA LUCIA MANNARINO................................................................................................................................................................... P VERÔNICA CALVO BUZZI..................................................................................................................................................................TL VICENTE CRISTINO MENEZES NETO...................................................................................................................................... P 034, P VICENTE HIDALGO RODRIGUES FERNANDES................................................................................................................................. P VICTOR M. M. ABREL........................................................................................................................................................................... P VILMA DA SILVA MELO.......................................................................................................................................................................TL VÍTOR CARVALHO LIMA HOLANDA................................................................................................................................................... P VITOR ZENHA.........................................................................................................................P 054, P 152, P 162, TL 096, TL 096, TL VIVIANE GENTIL................................................................................................................................................................................... P VIVIANE M T G FONSECA..................................................................................................................................................................TL VLADIMIR SKLJAREVSKI...................................................................................................................................................................... P WALDECY LUCCA JUNIOR ................................................................................................................................................................. P WALDERI MONTEIRO DA SILVA JUNIOR....................................................................................................P 066, TL 074, TL 095, TL WALLENA CAVALCANTE BRITO..........................................................................................................................................................TL WANDERLEY JORDÃO JR....................................................................................................................................................................TL WANESSA MATEUS BRASILEIRO.......................................................................................................................................................... P WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO..........................................................................P 016, P 050, P 051, P 087, TL 024, TL WASHINGTON AUSPICULETA PINTO-FILHO....................................................................................................................................TL WENDELL DE ALCÂNTARA MENDES.................................................................................................................................................TL WILIAM ALVES PRADO........................................................................................................................................................... P 181, TL WILSON MARQUES JR.......................................................................................................................................................................... P YASMINE MAKAREM NADAF AKEL THOMAZ DE LIMA................................................................................................................... P ZILAIS LINHARES CARNEIRO MENESCAL........................................................................................................................................... P

049 112 102 224 085 121 061 193 021 061 045 134 084 215 053 117 222 039 198 101 119 090 119 161 097 165 107 042 053 025 109 178 079 013 192 016 051 179 083 118 008 081 058 021 099 155 077 218 132 109 004 012 113 051 049 051 080 162 046 025

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9º Congresso brasileiro de dor

temas livres TEMAS LIVRES

TL001 - EFEITO DA AMIFOSTINA NA NEUROPATIA SENSITIVA PERIFERICA INDUZIDA POR OXALIPLATINA. JULIANA ARCANJO LINO; RENATA BESSA PONTES; MARIANA LIMA VALE; RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO. UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A oxaliplatina (OX) é a 3ª geração de agentes platinos, exibindo uma potente atividade citotóxica em células cancerosas humanas (câncer colorretal, ovariano e pulmonar). Sua toxicidade difere de outros compostos platinos por apresentar uma neuropatia periférica de início agudo, podendo tornar-se crônica com doses cumulativas. Dentre os vários fármacos estudados para prevenir a neurotoxicidade, a amifostina (AMF) ganhou destaque por ser um agente citoprotetor de largo espectro, com o potencial de proteger diversos tecidos contra a toxicidade da radioterapia ou da quimioterapia apresentando uma ação antioxidante. Objetivou-se investigar o efeito do pré-tratamento com AMF no modelo de neuropatia periférica induzida pelo tratamento crônico com OX em camundongos. Método: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal da UFC (protocolo nº 2708). Foram utilizados camundongos Swiss machos (20-40g). A neuropatia por OX foi induzida através de 2 injeções semanais de OX (1mg/kg, i.v.) durante 4,5 semanas, sendo avaliada através de testes nociceptivos térmicos e mecânicos a cada semana. A alodínia térmica foi avaliada pelo teste de imersão da cauda (TIC) em água fria (10ºC) e a hipernocicepção mecanica pelo teste de hipernocicepção plantar mecânico (HPM; Von Frey) que consiste na estimulação da pata traseira do animal com um sensor de força (g) até a sua retirada por um movimento de “flinch”. A AMF (1, 5, 25, 50 ou 100mg/kg) foi injetada via s.c., no dorso do animal, 30 minutos antes de cada administração de OX. Os testes nociceptivos foram realizados uma vez por semana, durante sete semanas. Resultados: A administração de OX foi capaz de diminuir significativamente (p<0,05) tanto o limiar nociceptivo térmico (a partir do 14º dia), como o mecânico (a partir do 28º), quando comparados ao grupo controle. O tratamento com AMF preveniu esse efeito de forma dose-dependente, sendo a dose de 25mg/kg a melhor dose encontrada, aumentando o limiar em 182.52% (p<0,001) para o TIC e em 100% (p<0,001) para o teste HPM, no 49º dia de injeção. Conclusões: Embora preliminares, os dados apresentados sugerem que a AMF possui efeito neuroprotetor, prevenindo o surgimento da neuropatia sensitiva periférica por OX e oferecendo subsídio para um potencial uso na prevenção desse efeito colateral na quimioterapia do câncer.

TL002 - O ÓLEO ESSENCIAL DO CAULE DE VANILLOSMOPSIS ARBOREA ATENUA A DOR VISCERAL EM CAMUNDONGOS.

GERLÂNIA OLIVEIRA LEITE1; RENATA SOUZA SAMPAIO2; LAURA HÉVILA INOCÊNCIO LEITE3; IRWIN ROSE ALENCAR MENEZES4; JOSÉ GALBERTO MARTINS COSTA5; ADRIANA ROLIM CAMPOS6. 1,2,3,4,5.URCA, CRATO, CE, BRASIL; 6.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Vanillosmopsis arborea Baker é uma Asteraceae de reconhecido valor econômico que possui propriedades anti­ -inflamatórias provenientes do sesquiterpeno-bisabolol, presente em teores elevados no óleo essencial de sua madeira (CAVALCANTI et al., 2002). Considerando-se o alto teor de-bisabolol no óleo essencial do caule de Vanillosmopsis arborea OEVA, o objetivo deste estudo foi determinar o efeito do OEVA na nocicepção visceral induzida por diversos agentes irritantes. Métodologia: camundongos receberam por via intraperitoneal ciclofosfamida (CFM 400 mg/kg, i.p.) ou por via intracolônica, óleo de mostarda (OM 0,75%; 50µL) ou capsaicina (CAP 0,3%, 50 µL.) 60 min após a administração de OEVA (100, 200 e 400 mg/kg, v.o.). O número total de comportamentos relacionados à dor (lamber o abdômen, piloereção, arrastar o abdômen contra o solo, contorção e retração abdominais) foi registrado durante 4h, 20 ou 30 min após a administração de CFM, OM ou CAP, respectivamente. Grupos controle, que receberam apenas solução salina 0,9% por via intraperitoneal ou intracolônica, foram incluídos no estudo. Resultados: os animais que receberam CFM, OM ou CAP manifestaram comportamentos nociceptivos espontâneos que foram significativamente suprimidos nos grupos tratados com OEVA (100, 200 e 400 mg/kg). Conclusão: estes achados apontam a propriedade antinociceptiva visceral do óleo essencial do caule de Vanillosmopsis arborea indicando o uso potencial no alívio da dor associada às desordens gastrointestinais.

TL003 - O PAPEL DO RECEPTOR NMDA NA NOCICEPÇÃO INDUZIDA POR CARRAGENINA NO MODELO DE ARTRITE DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM RATOS: EFEITO MODULADOR DO MAGNÉSIO. ANDRE LUIZ CUNHA CAVALCANTE1; MARIANA LIMA VALE2; RAFAELLY MARIA PINHEIRO SIQUEIRA3; JOANA CLAUDIA BEZERRA DE ARAUJO4. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA, FORTALEZA, CE, BRASIL

Introdução: Disfunção temporomandibular (DTM), alteração na função dos músculos mastigatórios e/ou na articulação temporomandibular (ATM), é a principal causa não-dental de dor crônica da região de cabeça e pescoço. A dor originária da DTM advém da sensibilização do nervo trigêmeo, o qual possui receptores NMDA á semelhança do restante do corpo. Entendendo a importância desses receptores na dor aguda e crônica nos propomos a estudar o papel dos mesmos na hiperalgesia orofacial da inflamação da ATM. Materiais e Métodos: Ratos Wistar receberam injeção de carragenina (Cg) intrarticular (5%; 10ul) na ATM esquerda e foi avaliado a intensidade de hiper-nocicepção mecânica através de von Frey eletrônico, sendo medido o limiar nociceptivo antes e após a injeção de Cg (4,6,10, 24 -168h). O antagonista dos receptores NMDA, MK-801 (0,1 -0,5mg/kg) foi administrado por via i.p. 30 min antes da Cg. Cloreto de magnésio (MgCl2, 90 mg/kg, 12/12h; v.o.), foi administrado durante 3, 5 ou 7 dias antes da Cg em grupos diferentes de ratos. Os 3 grupos continuaram recebendo MgCl2 por até 7 dias depois da injeção de Cg. Resultados e discussão: o pré-tratamento com o MK-801 (0,1 - 0,5mg/kg) inibiu a hipernocicepção, aumentando o limiar nociceptivo em 83% no pico de hipernocicepção (6ª hora) quando comparado a grupo controle (p<0.01), sendo a dose de melhor resposta 0,5mg/kg. O efeito antinociceptivo do MK-801 se prolongou até 120 horas após 1 única administração (16%; p<0.05). O tratamento com MgCl2 (3 dias), aumentou de modo significativo o limiar nociceptivo em 31% na 6ª hora, quando comparados com o grupo controle (p<0.001). Observou-se também um aumento no limiar nociceptivo em 56% na 6ª hora dos grupos MgCl2 (5 e 7 dias), quando comparados ao controle (p<0.001). Podemos sugerir com esse estudo, que receptores NMDA são importantes na fase aguda da hipernocicepção na inflamação da ATM, bem como na hiperalgesia sustentada, que ocorre até o dia 7 após a injeção única de Cg. Embora esses sejam resultados preliminares, podemos também sugerir que a suplementação com cloreto de magnésio tem efeito analgésico e oferece uma forma alternativa de se evitar a dor inflamatória da DTM.

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TL004 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DO EXTRATO AQUOSO DA HYPTIS SUAVEOLENS – TESTE DA PLACA QUENTE. DANIELLE ROCHA ROCHA DO VAL; SAMUEL CARNEIRO VASCONCELOS; WALLENA CAVALCANTE BRITO; FILIPE DUARTE CAVALCANTE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: O arbusto Hyptus suaveolens (HS) encontrado na caatinga brasileira e conhecido popularmente como “Bamburral”, sendo utilizado pelas comunidades locais como anti-inflamatório e analgésico. Com objetivo de comprovar tais propriedades, fez-se um estudo com o extrato desse arbusto através de sua administração em camundongos pela via oral. Métodos: O extrato da planta foi preparado após lavagem com água destilada e posterior secagem em placas de vidro sob estufa à 80ºC por 45 minutos. Após isso, as folhas foram maceradas e pesadas em balança de precisão para as medidas de 150 mg/kg (3 mg/ml por animal) e 250 mg/kg (5 mg/ml por animal). Foram usados 18 camundongos Swiss machos (25-30g). Após seleção na placa quente (tempo zero), os animais foram divididos em 3 grupos: grupo 1 foi administrada (v.o) solução (0,9% NaCl) salina como grupo controle; grupos 2 e 3 foram administrados (v.o.) os extratos nas concentrações de 150 e 250 mg/kg, respectivamente. Após 60 minutos, os animais foram colocados sobre a placa quente (55°C ± 0,5) nos tempos 30,60 e 90 minutos. Todos os experimentos foram desenvolvidos seguindo normas que envolvem cuidados com os animais de laboratório (Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório – SBCAL). Resultados: HS em ambas as doses usadas não afetou o tempo de permanância dos animais na placa quente. Conclusão: Considerando-se que o teste da placa quente representa um teste sensível a fármacos que atuam em nível supraespinal de modulação da resposta dolorosa, a ausência de efeito neste teste sugere que o extrato atua sob mecanismos de modulação central.

TL005 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCEPTIVO DO EXTRATO AQUOSO DA HYPTIS SUAVEOLENS - TESTE DA LAMBIDA DA PATA INDUZIDA POR FORMALINA. NARA LIVIA COUTINHO; MIRNA MARQUES BEZERRA; BRUNA HOLANDA LUZ NASCIMENTO; RENATA FERREIRA DE ARAUJO TELLES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: A Hyptis suaveolens (HS) é um arbusto pertencente à família Labiatae, encontrado na caatinga brasileira onde é popularmente conhecido como “Bamburral”. Sabe-se que a infusão de suas folhas é utilizada pela população local como analgésico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antinociceptiva do extrato aquoso de HS e desta forma validar seu uso popular. Método: A HS foi coletada na cidade de Sobral, Ceará, Brasil em junho de 2010. As folhas foram tratadas com água destilada, separadas e colocadas em placas de vidro para secagem em estufa a 80°C por 45 minutos. Após isso, foram maceradas e pesadas em balança de precisão para as doses de 150 mg/kg (3 mg/ml por animal) e 250 mg/kg (5 mg/ml por animal). Foram utilizados 18 camundongos Swiss machos (25-30g) divididos em três grupos, cada um contendo seis camundongos. No grupo controle (G1), os animais foram tratados com solução salina (v.o). Nos grupos dois e três (G2 e G3) os animais foram tratados com o extrato aquoso da planta nas doses de 150 e 250mg/kg; (v.o) respectivamente. Quinze minutos após o tratamento de G1 e sessenta minutos após o tratamento de G2 e G3, os camundongos receberam injeção subplantar de formalina a 1% (20 µL/ animal). Após a administração da formalina, o tempo que o animal passou lambendo a pata traseira direita foi cronometrado em duas fases: 0-5 min fase neurogênica; e 15-30 min fase inflamatória. Resultados: o extrato (250 mg/kg) inibiu a resposta à formalina na fase inflamatória em 92%, em relação ao grupo não-tratado. Conclusão: o extrato de 250mg/kg apresentou ação antinociceptiva na fase inflamatória do teste da formalina, sugerindo uma possível ação periférica deste composto na dor inflamatória.

TL006 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO DO EXTRATO HÍDRICO DAS FOLHAS DE HYPTIS SUAVEOLENS EM RATOS. FILIPE DUARTE CAVALCANTE1; NARA LIVIA COUTINHO2; BRUNA HOLANDA LUZ NASCIMENTO3; EDELINE BARBOSA ARAUJO4.

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA - LIGA DE DOR DE SOBRAL, SOBRAL, CE, BRASIL; 2,3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: Hyptis suaveolens (HS), planta popularmente conhecida no Nordeste brasileiro como bamburral e no sul e sudeste como erva-canudo, é ultilizada pela população de Sobral-CE para o alívio de sintomas gástricos dispépticos. A fim de avaliar seus possíveis mecanismos quanto a resposta anti-inflamatória, o presente estudo verificou os efeitos da HS quanto a resposta edematogênica através do modelo de edema de pata induzido por carragenina (CR) em ratos. Métodos: Foram utilizados 25 ratos Wistar machos de 150-230g divididos em 5 grupos (n= 6) sob jejum de 24 horas e água ad libitum, sendo tratados por gavagem v.o. com extrato de HS (150mg/kg); HS (250mg/kg), Indometacina (10mg/kg) como controle positivo para validar o método e Solução salina (0,1ml a 0.9%) como controle padrão 1 hora antes de ser administrada injeção subplantar de CR (0.1ml a 1%, s.c.) nas patas traseiras direitas. O extrato de HS fora preparado através da secagem e trituração das folhas e, em seguida, realizada infusão a quente com água destilada. Imediatamente após a injeção de CR mediu-se o volume das patas e repetiu-se a medida a cada hora até completar-se 4 horas. As patas foram imersas até a região do maléolo lateral, marcadas previamente, em um hidropletismometro, medindo-se o volume de líquido deslocado. Resultados: Observou-se um efeito inibitório do edema pela HS em ambas as doses utilizadas comparados ao grupo controle, mas apenas o grupo que recebeu dose de HS 250mg/kg reverteu de forma significativa (35,68% ; p<0,01) quando comparado ao controle positivo de Indometacina. Conclusões: O extrato hídrico sob infusão a quente da HS exerce efeito antiedematogênico neste modelo e possivelmente apresenta efeito semelhante ao da Indometacina com ação sobre a via da ciclooxigenase, reduzindo a biossíntese de prostaglandinas e o edema de pata.

TL007 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCEPTIVO DO EXTRATO AQUOSO DA HYPTIS SUAVEOLENS- TESTE DA CONTORÇÃO ABDOMINAL INDUZIDA POR ÁCIDO ACÉTICO. RENATA FERREIRA DE ARAUJO TELLES; FRANCISCO JOSÉ GOMES; JANSSEN LOIOLA MELO VASCONCELOS; ANDREZZA MARQUES FERNANDES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: A Hyptis suaveloens (HS) é uma planta encontrada no Nordeste brasileiro, conhecida popularmente como “Bamburral” e usada pela comunidade por seus efeitos analgésicos. O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito antinociceptivo do extrato do bamburral no modelo e contorção abdominal por ácido acético em camundongos. Métodos: A HS foi coletada na cidade de Sobral, Ceará, Brasil em junho de 2010. As folhas foram tratadas com água destilada, separadas e colocadas em placas de vidro para secagem em estufa a 80°C por 45 minutos. Após isso, foram maceradas e pesadas em balança de precisão para as doses de 150 mg/kg (3 mg/ml por animal) e 250 mg/kg (5 mg/ml por animal). Foram utilizados 18 camundongos Swiss machos (25-30g). Os animais receberam (v.o) solução salina (0,9% NaCl) (grupo não tratado -NT), extrato de HS na dose de 150 mg/kg ou extrato de HS na dose de 250 mg/kg. 1H após injetou-se (i.p) ácido acético 0,6% (0,1 ml/10g) e avaliou-se o número de contorções durante 30 min. Considerou-se como contorção o movimento de

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contração e rotação do abdômen seguidas por extensão de uma ou ambas as patas traseiras. Todos os experimentos foram desenvolvidos seguindo normas que envolvem cuidados com os animais de laboratório (Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório - SBCAL). Resultados: HS 250 mg/kg reduziu (p<0,05) o número de contorções (10,8 ± 4,3), em relação ao grupo NT (32,4 ± 2,9). Conclusão: HS reduziu a hiperalgesia desencadeada pela administração de ácido acético, sugerindo um possível efeito analgésico desta substância.

TL008 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DE UMA GALACTANA SULFATADA DA ALGA MARINHA VERMELHA ACANTHOHPORA MUSCOIDES EM CAMUNDONGOS. ANA LUÍZA GOMES QUINDERÉ; BRUNO PEDROSA FONTES; EDFRANCK DE SOUSA OLIVEIRA VANDERLEI; NORMA MARIA BARROS BENEVIDES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: As galactanas sulfatadas (GS) encontradas nas algas marinhas vermelhas são formadas por galactoses dispostas em uma cadeia linear composta por unidades dissacarídicas repetitivas de β-D-galactose e α-galactose. As GS exibem diferentes atividades biológicas, porém há poucos estudos sobre seus efeitos antinociceptivos. O presente trabalho avaliou o efeito antinociceptivo de uma GS da alga Acanthohpora muscoides em camundongos. Métodos: As GS foram obtidas por digestão enzimática, utilizando papaína em tampão acetato 0,1 M pH 5,0 contendo cisteína 5 mM e EDTA 5 mM, precipitadas com CPC a 10% e fracionadas por cromatografia de troca-iônica em DEAE-celulose. A fração eluída com 0,75M de NaCl (AmII) foi utilizada nos ensaios de nocicepção em camundongos Swiss machos (20-25 g). AmII (1, 3 e 9 mg/kg, i.v.), morfina (5 mg/kg; s.c), indometacina (5 mg/kg; s.c), ou salina (0,9% p/v, NaCl; i.v) foram aplicadas 30 min antes de cada estímulo nocigênico (n=6). No ensaio de contorções induzidas por ácido acético 0,8% (10 mL/kg; i.p.), o número de contorções foi registrado durante os 30 min seguintes ao estímulo doloroso. No ensaio da formalina, o tempo gasto (s) pelo animal lambendo a pata foi registrado durante dois períodos após a injeção de formalina (1% v/v, 20 µl/ pata), na pata traseira direita: de 0-5 min (fase neurogênica) e de 20-25 min (fase inflamatória). No teste da placa quente (51 ± 1°C), o tempo de reação ao estímulo térmico (levantar a pata) foi mensurado 0, 30, 60 e 90 min após a aplicação das drogas. Resultados: AmII (1, 3 e 9 mg/kg) reduziu significantemente o número de contorções abdominais em 60,0; 64,4 e 71,3%, respectivamente, enquanto a indometacina reduziu em 55,7% e a morfina em 98,2%. No teste da formalina, somente a morfina reduziu o tempo de lambedura durante a fase neurogência (92,0%). AmII reduziu o tempo de lambedura durante a fase inflamatória em 87,4; 88,4 e 93,1%, respectivamente, a indometacina o reduziu em 63,3% e a morfina em 91,6%. No teste da placa quente, somente a morfina prolongou o tempo de reação. Não houve diferença estatística entre as doses de AmII em todos os ensaios. Conclusão: AmII reduziu a hiperalgesia, possivelmente via inibição de mediadores periféricos.

TL009 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA COM CORRENTE CONTÍNUA NA FIBROMIALGIA: OTIMIZAÇÃO DO ALVO CORTICAL POR UM MODELO COMPUTACIONAL DE ALTA RESOLUÇÃO. CINTIA PINHEIRO SILVEIRA ARAÚJO1; MARIANA EMERENCIANO MENDONÇA2; MARCUS VINICIUS BRITO SANTANA3; ABRAHÃO FONTES BAPTISTA4; FELIPE FREGNI5. 1,2,3.ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA, SALVADOR, BA, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL; 5.SPAULDING REHABILITATION HOSPITAL, HARVARD MEDICAL SCHOOL, BOSTON, MA, ESTADOS UNIDOS.

O objetivo desse estudo foi determinar os efeitos analgésicos a curto prazo da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) na Fibromialgia e a distribuição dessa corrente no córtex, usando diferentes montagens de eletrodos. Para cada montagem de eletrodo, os efeitos clínicos foram correlacionados com o fluxo de corrente induzido no cortex, utilizando imagens de ressonância magnética derivadas de um modelo de elementos finitos. Trinta pacientes foram randomizados em cinco grupos (Catodal-M1, Catodal-SO, AnodalM1, Anodal-SO, e placebo) para receber a aplicação da ETCC (2mA, 20 minutos). A dor foi mensurada usando a Escala Visual Numérica (EVN), o limiar de dor à pressão (LDP) e o mapa corporal (MC) avaliando a área de dor. Houve diminuição significativa da dor nos grupos Catodal-SO e anodal-SO medidos pela EVN. No LDP houve uma tendência a um efeito similar no grupo anodal-SO. A simulação computacional indicou que a montage M1-extracefálica produziu um fluxo de corrente temporo-parietal, consistente com a falta de efeitos clínicos desse posicionamento. Já a montagem SO-extracefálica produziu um fluxo de corrente através de estruturas pré-frontais anteriores, o que corrobora com os efeitos analgésicos observados. Os achados clínicos e do modelo computacional evidenciaram que o posicionamento dos dois eletrodos é essencial para os efeitos clínicos da ETCC no córtex motor, já que a corrente precisa ser induzida em áreas associadas com a modulação da dor. Esses resultados deveriam ser levados em consideração nos desenhos de estudo sobre ETCC e dor. Perspectiva: Este estudo mostra que a montagem do eletrodo é um fator crítico a ser considerado na aplicação clínica da ETCC para o controle da dor, já que há uma correlação importante entre a localização da corrente elétrica induzida e os efeitos analgésicos da ETCC.

TL010 - DOR E QUALIDADE DE VIDA EM FIBROMIÁLGICOS.

SÔNIA BEATRIZ FELIX RIBEIRO1; MÁRCIA MARQUES DOS SANTOS FELIX2; LUCAS FELIX DE OLIVEIRA3; FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA4. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL; 2,3,4.ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução - A fibromialgia é caracterizada pela ocorrência de dor músculoesquelética generalizada e crônica, com sensibilidade dolorosa em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos. Estes sintomas são frequentemente associados à fadiga, rigidez muscular, distúrbios do sono, cefaleias, além de co-morbidades como depressão e ansiedade, gerando significativo impacto na qualidade de vida. Estima-se que 1 a 3% da população mundial e cerca de 2% dos adultos na população dos Estados Unidos apresentam fibromialgia. Método - Participaram do estudo 56 indivíduos, sendo 28 com diagnóstico de Fibromialgia (Grupo Teste), segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia e 28 indivíduos saudáveis (pareados por idade, sexo e classe social), que constituíram o Grupo Controle. Para a avaliação da Qualidade de Vida foi usado o Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQ), instrumento que contem atributos relacionados a capacidade funcional, a dificuldades profissionais, a dor, a fadiga, a rigidez matinal, aos distúrbios do sono, a ansiedade e a depressão, e a Escala Numérica de Dor (END) para Avaliação da Dor, que corresponde a uma autoavaliação da intensidade da dor, em um comprimento de linha de 0 a 10, no qual 0 indica “ausência de dor” e 10, “dor insuportável”. Resultados - A avaliação pela END mostrou que os indivíduos do grupo teste tiveram índices de dor mais elevados do que o grupo controle. A qualidade de vida dos indivíduos fibromiálgicos foi significativamente inferior, pois apresentaram maior limitação funcional nas atividades cotidianas, maior limitação física relacionada com o trabalho, maior impacto de aspectos psicológicos (ansiedade e depressão) no bem-estar, maior intensidade de dor e de sua interferência nas atividades cotidianas, menor vitalidade, menor integração na sociedade e pior bem-estar psicológico. Conclusões - Indivíduos com fibromialgia têm níveis mais altos de dor, ansiedade e depressão, pior qualidade de sono, menos flexibilidade e pior qualidade de vida, embora alguns desses sintomas também estejam presentes entre os indivíduos do Grupo Controle. A fibromialgia afeta de forma significativa a qualidade de vida e aumenta o grau de desamparo dos pacientes.

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TL011 - EFEITO DA CINESIOTERAPIA NA SINDROME DOLOROSA MIOFASCIAL. PATRICIA BORGES ROCHA; RIOKO KIMIKO SAKATA; ADRIANA MACHADO ISSY; FABIANA CRISTINA FERREIRA. UNIFESP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A Síndrome dolorosa miofascial é caracterizada pelo estado de contração, encurtamento e aumento da tensão, causando dor, fadiga, hipersensibilidade e presença de pontos-gatilho na banda tensa do músculo. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da cinesioterapia após infiltração de pontos-gatilho em pacientes com Síndrome Dolorosa Miofascial. Métodos: Foram incluídos 30 pacientes de ambos os sexos, idade entre 18 e 60 anos, com diagnóstico de Síndrome Dolorosa Miofascial por mais de 4 meses, com função cardíaca normal, sem uso prévio de analgésicos há pelo menos 15 dias. Foram excluídos os portadores de insuficiência cardíaca, coronariopatia, arritmias, bloqueio AV; as grávidas; pacientes em uso de anticoagulantes; ou infecção no local. Os pacientes foram randomizados em 2 grupos de 15: G1 - infiltração de pontos-gatilho com bupivacaína 0,25% sem adrenalina (1ml) + cinesioterapia + dipirona (20 gotas 6/6 h); G2 - infiltração de pontos-gatilho com bupivacaína 0,25% sem adrenalina (1 ml) + dipirona (20 gotas 6/6 h). A cinesioterapia, incluiu digitopressão, massagem, alongamento e exercícios isométricos.Todos os pacientes foram acompanhados durante 9 semanas. Foi avaliada a intensidade de dor pela escala numérica verbal (ENV). Os resultados foram analisados por testes estatísticos paramétricos e não paramétricos dependendo da natureza das variáveis estudadas. Os dados foram expressos em média e desvio padrão. O nível de significância foi de p ≤ 0,05. Resultados: Os grupos foram semelhantes quanto aos dados demográficos. Não houve diferença entre os grupos em relação ao tempo de duração da dor (p= 0,3946; teste de Mann- Whitney). A média da duração foi 83,2 ± 100,4 no G1 e de 89,4 ± 61,2 meses no G2. Não houve diferença entre os grupos em relação ao número de pontos-gatilho em cada tempo avaliado, teste de Mann Whitney. Durante o período de investigação foi observada redução significante no número de pontos-gatilho no G1 (p<0,0001). Foi observada redução da intensidade da dor em ambos os grupos durante o período de investigação (p< 0,0001); ANOVA. Não houve diferença estatística quando comparado o G1 com o G2 em cada tempo; Teste de Mann- Whitney. Conclusão: A cinesioterapia diminuiu o número de pontos-gatilho durante o período de estudo, mas não entre os grupos.

TL012 - ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DE MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E SUA RELAÇÃO COM ALGIA FACIAL EM PORTADORAS DE FIBROMIALGIA. FAUSTO BÉRZIN; MAISA SOARES GUI; WANDERLEY JORDÃO JR; CÉLIA MARISA RIZATTI-BARBOSA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução - Um dos sintomas da fibromialgia é a dor orofacial, de etiologia predominantemente miogênica. A Disfunção Temporomandibular (DTM) entre fibromiálgicos tem sido discutida na literatura. Portadores de DTM tendem a apresentar aumento da atividade elétrica no repouso, o que pode causar isquemia, fadiga muscular e dor, agravando, assim, a condição de dor na fibromialgia. O objetivo do estudo foi avaliar a presença de DTM e a correlação entre atividade elétrica de músculos mastigatórios no repouso e dor orofacial em mulheres fibromiálgicas. Método – Foram avaliadas 18 mulheres, na faixa etária de 45 a 61 anos, portadoras de fibromialgia. A Escala Visual Analógica (EVA) foi utilizada para mensurar a algia facial e o RDC/TMD (Eixo I) para o diagnóstico de DTM. Os músculos analisados pelo exame EMG foram: temporal anterior direito e esquerdo (TD e TE) e masseteres direito e esquerdo (MD e ME), com a mandíbula em posição postural de repouso, por meio de eletrodos de superfície ativos simples diferenciais, distância inter-eletrodos de 10mm, ganho de 20 vezes e conectados ao módulo de aquisição de sinais, com frequência de 2 kHz, filtro passa-faixa Butterworth 20-1000Hz. Resultados: O diagnóstico de DTM do tipo I (dor miofascial) foi confirmado para todos os sujeitos da amostra, sendo 15 para o grupo IA (dor miofascial) e 3 do grupo IB (dor miofascial com limitação de abertura). A atividade elétrica dos mm. temporais anteriores foi maior do que dos mm masseteres no repouso, o que não ocorre em indivíduos sem disfunção. Observou-se correlação positiva entre atividade EMG no repouso do músculo TE e dor facial. Para o músculo TD a correlação foi menor, mas, ainda sim positiva. Conclusões: Mulheres fibromiálgicas com algia facial mais intensa, tendem a apresentar maior atividade eletromiográfica nos músculos temporais em posição postural de repouso.

TL013 - FIBROMIALGIA: DOIS SUBGRUPOS DISTINTOS EM SINTOMATOLOGIA E INTENSIDADE – UMA ANÁLISE DE CLUSTER. LAYS GUIMARÃES AMORIM DE OLIVEIRA1; JULIANA BARCELLOS DE SOUZA2; RICARDO DE AZEVEDO KLUMB STEFFENS3; ALEXANDRO ANDRADE4.

1,3,4.UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA-UDESC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA-UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introdução: A fibromialgia (FM) é descrita como uma síndrome de manifestação clínica complexa e heterogênea. Objetivo: Identificar a ocorrência de subgrupos a partir de características sintomatológicas em mulheres brasileiras com FM, conforme método proposto em um estudo realizado por Souza et al. (2009). Método: Foram selecionadas 150 mulheres com diagnóstico de FM participantes de um programa de extensão que visa o tratamento através da prática exercícios físicos. Foi utilizado um questionário estruturado para caracterização da amostra e o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ). A análise hierárquica de Cluster foi utilizada para acessar as sub-populações com FM, utilizando-se como ponto de corte o coeficiente de aglomeração. As variáveis do FIQ utilizadas foram dor, fadiga, cansaço matinal, rigidez, ansiedade e depressão. Resultados: Dois subgrupos foram identificados a partir da análise de Cluster. O Tipo I (n=74) com média de idade de 53 anos e o Tipo II (n=76) com média de idade de 48 anos. O Tipo II diferenciou-se por apresentar maiores níveis de ansiedade (médiaTII= 9,18, +1,10; médiaTI= 5,78, +2,79), depressão (médiaTII= 8,84, +1,38; médiaTI= 3,62, +2,54) e cansaço matinal (médiaTII= 8,26, +1,63; médiaTI= 5,94, +2,52), além de sintomas secundários autorreferidos como maior dificuldade de concentração, mau-humor, dor generalizada e falha de memória. Os subgrupos apresentaram dor (médiaTII= 8,19, +1,84; médiaTI= 6,68, +2,32), fadiga (médiaTII= 8,75, +1,30; médiaTI= 6,09, +2,90) e rigidez articular (médiaTII= 8,56, +1,47; médiaTI= 6,27, +2,75) relativamente equivalentes. A maioria (56,33%) do Tipo I relatou já ter obtido diagnóstico médico de depressão, contrapondo a análise de formação dos subgrupos a partir dos sintomas do FIQ, confirmando a complexidade do diagnóstico de depressão nessa população. Conclusões: Houve a formação de dois subgrupos, os quais se diferenciaram pela intensidade dos sintomas, onde o Tipo II apresentou ansiedade, depressão e cansaço matinal mais intenso e ambos os subgrupos apresentaram dor, fadiga e rigidez articular relativamente equivalentes. Estes resultados confirmam a importância de um olhar heterogêneo para a FM, preocupando-se com os sintomas depressivos para um tratamento eficaz.

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TL014 - TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO DA FIBROMIALGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. LUZIANY C ARAÚJO; JAIME E B ARAUJO; THAISA V L FONTES; THALITA M X OLIVEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução - A fibromialgia (FM) é definida como uma síndrome dolorosa músculoesquelética crônica, não inflamatória, caracterizada pela presença de dor difusa pelo corpo e sensibilidade exacerbada à palpação de determinados locais denominados pontos dolorosos (tender points), podendo envolver os mais variados sintomas. O tratamento exige uma abordagem multidisciplinar com a combinação de estratégias farmacológicas e não-farmacológicas. Nesta revisão foram discutidas as principais modalidades não-farmacológicas de tratamento. Método - A pesquisa bibliográfica utilizou 26 artigos dos bancos de dados MEDLINE e LILACS-BIREME publicados nos últimos dez anos, selecionados através dos seguintes termos de pesquisa: 1)fibromialgia; 2)tratamento. Resultados - O diagnóstico da FM é exclusivamente clínico e os exames complementares são usados somente para o diagnóstico diferencial. Como métodos farmacológicos, múltiplos medicamentos podem ser prescritos. O tratamento não-farmacológico inicia-se com esclarecimentos sobre a doença. Programas individualizados de alongamento ou de fortalecimento muscular e terapias como reabilitação e relaxamento podem ser indicados. A terapia cognitivo-comportamental possibilita aos pacientes um melhor controle sobre os sintomas e o suporte psicoterápico ajuda aqueles acometidos por comorbidades como depressão ou ansiedade. A ioga é uma opção para melhorar as condições de saúde e os sintomas dos pacientes. A acupuntura reduz a intensidade da dor, o número de pontos dolorosos e o índice miálgico. A balneoterapia e a talassoterapia têm sido utilizadas, com benefícios, em vários países. Há consenso quanto a não indicação de hipnoterapia, manipulação quiropática, pilates, RPG e tratamento homeopático. Não existem evidências de que terapias alternativas, como chá, terapia ortomolecular ou cromoterapia sejam eficazes. Conclusões - Percebeu-se que o tratamento da fibromialgia envolve múltiplas alternativas e exige uma efetiva participação do paciente, que deve assumir uma postura ativa em relação a sua doença, mantendo-se ativo e socializado. Tornase importante a adoção de um programa multidisciplinar para o tratamento fibromiálgico que forneça melhores estratégias para a reabilitação, buscando uma melhoria nos resultados. Apesar dos inúmeros estudos sobre o assunto, muitos avanços ainda são necessários.

TL015 - FIBROMIALGIA: IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA APÓS UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR. SAMUEL MONTENEGRO PEREIRA; REJANE MARIA RODRIGUES DE ABREU VIEIRA; GLAUTER JOSÉ SILVEIRA ARAÚJO; ANDERSON RAMOS SILVA. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica, não-inflamatória e que apresenta evidências clínicas de hipersensibilidade tátil em locais predeterminados. Os doentes fibromiálgicos apresentam uma série de fatores que influenciam na sua recuperação e que os levam a uma maior incapacidade funcional. Inicialmente o diagnóstico da fibromialgia é baseado numa anamnese bastante subjetiva e na ausência de exames laboratoriais comprovatórios, e a terapêutica muitas vezes é frustrante e marcada pela necessidade de uma abordagem psicossocial e emocional. Objetivo - avaliar a relação entre a dor, a função física e o impacto na qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos submetidos a uma abordagem terapêutica multidisciplinar. Metodologia - avaliação de 24 pacientes, com diagnóstico de fibromialgia de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Preenchimento de um questionário com perfil sociodemográfico e outro com dados clínicos. Avaliação da dor, fadiga e depressão pela escala visual analógica (VAS); Preenchimento do Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ); avaliação fisioterápica com alocação dos pacientes em três grupos distintos (hidroterapia, hidroginástica e cinesioterapia). Aplicação de protocolo específico de atenção farmacêutica realizado durante todo o tratamento. Realização de oficinas e palestras educativas semanalmente para pacientes participantes e seus familiares. Resultado - 95,8% eram mulheres, idade média de 47,2 anos, a maioria tinha apenas o primeiro grau incompleto e 58,2% estavam desempregadas. A comorbidade mais associada foi a depressão, presente em 62,5% dos pacientes. O sintoma mais frequente foi a fadiga 96%. Após doze semanas, houve uma redução importante dos parâmetros de dor, fadiga e depressão, avaliado pela VAS. Todas as variáveis do FIQ melhoraram após o tratamento proposto. O protocolo de atenção farmacêutica com orientações sobre o uso racional dos medicamentos prescritos e seus efeitos colaterais, abrangeu todos os pacientes e foi bastante elogiado pelo grupo. Conclusão - Destacamos o efeito benéfico na melhora da dor, da fadiga crônica e consequentemente da qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos, quando estes são submetidos a um tratamento fisioterapêutico e farmacológico, mais elaborado com metas definidas, e principalmente com a combinação de um apoio multidiscplinar.

TL016 - A ATENÇÃO FARMACÊUTICA NUMA TERAPÊUTICA MULTIDISCIPLINAR EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA. GLAUTER JOSÉ SILVEIRA ARAÚJO; ANDERSON RAMOS SILVA; LIGIANE PATRIOCINIO AMARAL; VÂNIA CORDEIRO MATOS. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A fibromialgia é definida como uma síndrome dolorosa crônica, não-inflamatória, de caráter difuso, e que apresenta evidências clínicas de hipersensibilidade tátil. A Atenção Farmacêutica (AF) é uma nova filosofia de prática farmacêutica, obtendo uma importância significativa principalmente em portadores de doenças crônicas que exigem um tratamento contínuo. Objetivo: Avaliar a farmacoterapia e o uso racional de medicamentos através da implantação da AF nos pacientes do grupo de fibromialgia atendidos num ambulatório de fisioterapia. Metodologia: Estudo clínico e descritivo com 30 pacientes. Foram incluídos no grupo pacientes com diagnóstico clínico de Síndrome fibromiálgica, e excluídos todos que não aderiram ao programa proposto. Obteve-se a assistência e atenção farmacêutica individual de cada paciente no decorrer de 12 meses utilizando-se o método DÁDER. Resultados: Verificou-se que a maioria do grupo tinha pouco conhecimento acerca dos medicamentos utilizados, onde 96,6% do gênero feminino, média de 40 anos de idade, faziam uso de uma polifarmacoterapia, não sabiam interpretar as receitas médicas e confundiam os horários para tomar os medicamentos. falta de informações sobre determinados medicamentos, fazia com que alguns abandonassem a terapia medicamentosa. Conclusão: A AF na equipe multidisciplinar contribuiu no esclarecimento de informações sobre a alimentação adequada, o uso racional de medicamentos evitando falhas na terapêutica.

TL017 - ANÁLISE DE DOR EM IDOSOS DECORRENTE DE ACIDENTES DOMÉSTICOS EM CENTRO SOCIAL URBANO. LUSSANDRA PESSOA ROCHA; ALANA FROTA SANTOS; GABRIELA MACEDO DA SILVA; PATRÍCIA PEREIRA DE ALENCAR ARARIPE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Diante do atual desafio da Medicina de melhorar a qualidade de vida do idoso, surge um tema de importante abordagem por diversas especialidades médicas: a repercussão das quedas nos idosos e a sua prevenção. É preciso estar claro que a queda é um evento real

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na vida dos idosos e traz a eles muitas consequências, às vezes irreparáveis. Portanto, a abordagem ao idoso que caiu deve incluir uma avaliação ampla e integral. Foi desenvolvida uma atividade para avaliar a dor em idosos como consequência de quedas e a permanência dessa dor como fator negativo na qualidade de vida do idoso e orientar os participantes da atividade sobre a prevenção de quedas no ambiente domiciliar. Método: A atividade foi realizada no dia 20/07/2010 no Centro Social Urbano (C.S.U.) Aloísio Ximenes, Fortaleza - Ceará. Participaram da atividade 44 voluntários escolhidos aleatoriamente, cujo critério de inclusão foi a idade superior a 55 anos. Realizou-se uma palestra com a participação dos voluntários para a abordagem do tema “Prevenção de quedas no ambiente domiciliar” e uma apresentação de cenários com potencial risco de acidentes, posteriormente, foram apresentadas soluções para tais situações. Os participantes responderam questionamentos sobre o conhecimento de tais cenários e as consequências de um acidente. Foram também questionados sobre a ocorrência de acidentes domésticos que resultaram em queda, assim como sobre a referência de dor oriunda desse episódio. Resultados: Foram entrevistados 44 idosos, dos quais 29,54% relataram ter sofrido alguma queda durante o último ano. Desse percentual, 61,23% responderam ainda sentir dores em virtude do acidente doméstico com impacto negativo na qualidade de vida de tais idosos. Os participantes encontraramse orientados com conhecimento prévio sobre importantes cenários de risco para quedas e utilizaram de relatos pessoais para descrever as consequências de acidentes que resultam em queda. Conclusão: A lesão acidental é a sexta causa de morte entre idosos de 75 anos ou mais e a queda é responsável por 70% desta mortalidade. Grande parte dos idosos refere episódios de acidentes que resultaram em queda e em posterior dor que causaram impacto negativo na qualidade de vida. Atividades educacionais devem ser acompanhadas de modificações ambientais e comportamentais para evitar cenários de risco e prevenir as consequências que um acidente traz para o idoso, como a dor crônica.

TL018 - AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES DOLOROSAS EM PACIENTES INTERNADOS COM SUSPEITA DE DENGUE EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO CEARÁ NOS ANOS DE 2006 E 2007. HENRIQUE J. PONTE1; DANIELLE C. O. SOARES2; FELICIA H. PUCCI3; HELMANO F. MOREIRA4.

1,3,4.UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.INSTITUTO DR. JOSÉ FROTA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Em áreas endêmicas, o Dengue é uma das causas mais comuns de hospitalização, sobretudo, com manifestações dolorosas que incluem, principalmente, cefaleia, mialgia, artralgia, dor ocular e abdominal. Este perfil tem representado um desafio aos profissionais de saúde que atendem pacientes principalmente nas unidades de emergência, uma vez que devem proporcionar a estes analgesia e suporte adequados. Método: Este estudo retrospectivo analisou, por revisão de prontuários, todos os casos suspeitos de Dengue internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), nos anos de 2006 e 2007. Foram selecionados os pacientes com pelo menos uma queixa álgica, antes ou durante a internação. Resultados: Ao todo, foram internados 252 pacientes com suspeita de Dengue. Dos pacientes que apresentaram pelo menos uma queixa álgica (239/252), a maioria era do sexo feminino (124) e a média geral de idade dos pacientes foi de 27,4 anos, com variação etária de 10 meses a 90 anos. A principal queixa álgica foi cefaleia (191/239), seguida por mialgia (188/239) e dor abdominal (160/239). Dor ocular (81/239) e artralgia (46/239) foram as queixas dolorosas menos frequentes, entretanto, este perfil pode representar um viés de aferição, visto que em cerca de 70% dos prontuários destes pacientes não havia dados suficientes sobre a prevalência desses sintomas. Onze pacientes evoluíram com todas as cinco queixas analisadas e a confirmação sorológica de Dengue (IgM positivo) foi obtida em oito destes pacientes. Outros 86 pacientes apresentaram sorologia positiva; o teste foi negativo em 31 pacientes e 107 não foram submetidos ao mesmo. Em relação ao desfecho, 221 pacientes receberam alta, quinze foram transferidos para outro hospital e três evoluíram para óbito. Noventa e seis pacientes foram diagnosticados com Febre Hemorrágica do Dengue, forma mais grave da doença, e, estes, cursaram com mais sintomas dolorosos que os 101 diagnosticados ao final com Dengue Clássico. O restante dos pacientes (42) deixou o hospital com outro diagnóstico ou o laudo final foi inconclusivo. Não houve análise de intensidade dolorosa com quaisquer escalas de avaliação da dor. Conclusão: Este trabalho evidencia a importância de uma abordagem ampla – principalmente, com uma anamnese detalhada e um exame físico minucioso – pelos profissionais de saúde a fim de identificarem e manejarem adequadamente as manifestações dolorosas em pacientes com Dengue, visto sua importância e prevalência no quadro clínico geral desta patologia.

TL019 - A DOR NO PACIENTE COM HANSENÍASE.

FELICIA H. PUCCI; CRISTIANA R. TEÓFILO; SOFIA G.A. ARAGÃO; LARA G.F. TÁVORA. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor neuropática é um tipo de sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e é associada a doenças que, como a Hanseníase, afetam os nervos periféricos. Na Hanseníase, pode haver o acometimento de fibras autonômicas, sensitivas e motoras - a intensidade, extensão e distribuição dependem da forma clínica da neuropatia, da fase evolutiva da doença e dos fenômenos de agudização dos episódios reacionais. Esses episódios envolvendo os nervos são clinicamente conhecidos como neurites. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo de todos os pacientes tratados, em 2008, em Centro de Referência Dermatológica, o Hospital Dona Libânia, em Fortaleza. 732 prontuários foram revisados, e os dados foram analisados utilizando o programa Epi Info 3.5. Resultados: Do total de pacientes analisados, 483 (65,98%) apresentavam perda de sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa, o que indicava acometimento de fibras cutâneas. 32 pacientes (4,31%) apresentavam dor intensa à palpação de algum nervo, sendo os mais acometidos, respectivamente, tibial (50%), ulnar (43%) e fibular (22%). 65,62% dos pacientes que apresentavam dor à palpação apresentavam comprometimento de nervo único. Os sintomas precedentes nesses pacientes foram manchas avermelhadas (56,25%) e diminuição da força muscular (15%).Conclusão: Os avanços na terapêutica da hanseníase e a implementação de novas estratégias na condução dos programas têm reduzido sua prevalência em Fortaleza, mas a doença ainda é um importante problema de saúde pública. O comprometimento da função neural continua a ser um problema que requer atenção cuidadosa, tanto com o objetivo de se evitar ou minimizar a sua progressão, como para prevenir suas sequelas, as deficiências sensitivas ou sensitivo-motoras e as incapacidades e deformidades que possam resultar desse comprometimento.

TL020 - MANEJO DA DOR CRÔNICA ASSOCIADA À AIDS: A PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. ROBERTA MENESES OLIVEIRA; LUCILANE MARIA SALES DA SILVA; SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; DANIELLY SOUSA LIMA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Estudos têm alertado sobre a inadequação no manejo da dor crônica associada à Aids, relacionada à subestimação dos profissionais e à lacuna de conhecimentos sobre o tratamento analgésico nesta clientela. Este requer atenção sagaz dos profissionais aos fatores não-fisiológicos envolvidos além da experiência física. Objetivou-se analisar o manejo da dor crônica associada à Aids em hospital de referência no atendimento ao HIV/Aids de Fortaleza-CE. Métodos: estudo descritivo, analítico e qualitativo com 12 enfermeiros e oito

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médicos; aplicou-se entrevista semiestruturada gravada sobre as características da dor e o manejo propriamente dito. As entrevistas foram transcritas e os discursos avaliados pela Análise de Conteúdo de Bardin; após leitura exaustiva, emergiram três categorias empíricas: Categoria 1: Caracterização da dor; Categoria 2: Avaliação clínica da dor; e Categoria 3: Cuidado Clínico da dor, além de oito subcategorias. Os entrevistados foram codificados com ‘M’ para médicos e ‘E’ para enfermeiros. Os resultados foram apresentados em quadros e utilizaram-se, das falas dos profissionais, frases como unidades de análise para exemplificar cada subcategoria. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (protocolo nº063/2009). Resultados: A Categoria 1 reuniu 13 unidades de análise em três subcategorias, abrangendo características da dor crônica na aids: Sintoma persistente e incapacitante (subcategoria 1); relacionado, muitas vezes, à dependência química (subcategoria 2) do doente; e de difícil controle (subcategoria 3) pelos profissionais. A Categoria 2 agrupou sete unidades de análise sobre avaliação clínica da dor, incluindo investigação de fatores associados (Subcategoria 4); e avaliação comportamental/relato verbal (Subcategoria 5). A Categoria 3 reuniu a maioria das unidades de análise (31), relacionadas ao cuidado clínico do paciente, destacando-se o tratamento farmacológico (Subcategoria 6), ações da equipe interdisciplinar (Subcategoria 7), e outras voltadas para orientações ao paciente e suporte psicológico (Subcategoria 8). Conclusões: o manejo da dor crônica associada à Aids na instituição analisada é baseado na identificação acurada das características específicas da dor, implementação do tratamento farmacológico e participação da equipe interdisciplinar no cuidado ao paciente, ações reconhecidas como imprescindíveis ao tratamento desta clientela.

TL021 - ANÁLISE DOS REGISTROS SOBRE DOR E ANALGESIA EM PRONTUÁRIOS DE PACIENTES COM AIDS HOSPITALIZADOS. ROBERTA MENESES OLIVEIRA; LUCILANE MARIA SALES DA SILVA; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE; DANIELLY SOUSA LIMA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Registros sobre dor e analgesia permitem compartilhar dados entre a equipe multiprofissional e prestar melhor assistência ao paciente. No entanto, sabe-se que tais registros são incipientes, contribuindo para subdiagnóstico e subtratamento da dor nos diversos cenários da saúde. Em pacientes com Aids, o fato é alarmante, pois poucos são os estudos que abordam a temática, apesar de sua alta prevalência. Esta pesquisa buscou analisar registros sobre dor e analgesia em pacientes com Aids hospitalizados. Métodos: Analisou-se 44 prontuários no período de maio a julho de 2010 em hospital de referência no tratamento do HIV/Aids no Ceará, utilizando-se um check-list para obtenção de dados sobre as características da dor/analgesia registradas nos prontuários. Os dados foram compilados em planilha do Excel e apresentados em tabelas com frequências relativa/absoluta. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (063/2009). Resultados: Encontrou-se registro de dor na maioria dos prontuários (93,2%), especificando localização (100%), intensidade (48,8%), fatores de melhora/piora (29,3%) e frequência (26,9%). Os responsáveis pelos registros foram médicos (95,1%), enfermeiros (87,8%) e fisioterapeutas (12,2%). No que diz respeito à localização, registrou-se cefaleia (53,6%), dor abdominal (53,6%), nos membros inferiores (34,1%), lombalgia (31,7%), dor torácica (24,4%), entre outros (58,5%). Quanto à intensidade, 24,4% registraram dor forte, 14,6% dor leve e 9,8% dor moderada. Com relação à analgesia, em 95,1% dos prontuários encontrou-se prescrito antiinflamatório não-esteroidal; em 44% analgésicos adjuvantes; em 36,6% opioides fracos e fortes; além de acetominofeno em 29,3% dos prontuários. Em dois prontuários (4,5%) não havia prescrição de analgésico. A maioria (93,2%) não continha dados sobre resultado da analgesia nem prescrição de métodos não-farmacológicos para alívio da dor. Conclusões: A análise dos prontuários confirma a alta prevalência de dor na clientela de aids. As características encontradas coincidem com as de outros estudos sobre o assunto, merecendo atenção dos profissionais que atuam na área. Faz-se necessário melhorar os registros no que diz respeito à utilização de métodos mais acurados para avaliação da dor, os quais não foram encontrados neste estudo. É preciso que os profissionais estejam conscientizados sobre a importância do adequado registro da queixa álgica nestes pacientes, o que permitirá uma analgesia mais adequada e individualizada.

TL022 - DOR E ANALGESIA EM SERVIÇO ESPECIALIZADO NO TRATAMENTO DO HIV/AIDS: RELATOS DOS PACIENTES. ROBERTA MENESES OLIVEIRA; LUCILANE MARIA SALES DA SILVA; SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Raras são as publicações nacionais relacionadas à dor em pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), a despeito de sua crescente prevalência (61-80%). Sabe-se que essa dor é mais subdiagnosticada e subtratada do que no câncer, fato alarmante que requer atenção dos profissionais da área. Objetivou-se identificar características da dor em doentes com aids, tratamento e satisfação do paciente com a analgesia recebida. Métodos: Estudo transversal e quantitativo realizado em hospital de referência em Fortaleza-CE para o tratamento de doenças infecciosas, em maio a agosto de 2010. Do total de 207 pacientes, pelo cálculo de amostra com população finita, teríamos 63 pacientes, tendo sido atingido 51 pacientes devido à recusa em participar (4) e ao não-atendimento aos fatores de inclusão (8). Os critérios de inclusão foram: diagnóstico da Aids há, pelo menos, seis meses; maiores de 18 anos; uso ou não de antirretrovirais; estar internado. Excluíram-se pacientes com déficit cognitivo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (063/2009). Utilizou-se formulário com questões abertas e fechadas. Os dados foram apresentados em tabelas (frequências relativa/absoluta) e buscou-se a relação entre variáveis com o teste de Correlação de Pearson. Resultados: A maioria dos pacientes (96%) relatou sentir dor; 45% referiram dor intermitente, 25% dor persistente e 25% relataram sentir dor raramente. As principais localizações foram: cabeça (59%), abdome (47%), membros inferiores (37%)/superiores (14%), orofaringe (10%), outros (43%). A dor foi o principal motivo da internação em 9,8% dos casos, além de outros motivos: síndrome diarreica (23%); neurotoxoplasmose (18%); tuberculose (14%), entre outros (49%); 62% estavam em tratamento antirretroviral; quanto à analgesia, 78% relataram uso de analgésicos no domicílio, incluindo analgésicos simples (62,5%), anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES)(22,5%), e outros(15%). Sobre tratamento não-farmacológico, 65% não referiram outros métodos para alívio da dor, enquanto 16% relataram tomar chás, 16% usavam pomadas analgésicas, 8% compressas geladas/mornas e 2% massagens. Com relação à satisfação com a analgesia, 35% sentiam-se muito satisfeitos, 59% satisfeitos, 4% insatisfeitos e 2% pouco satisfeitos. Conclusão: o estudo traz dados relevantes sobre a dor em pacientes com aids, podendo guiar os profissionais de saúde para o adequado manejo nesta clientela, promovendo intervenções direcionadas e de maior eficácia analgésica.

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TL023 - PERFIL DO PACIENTE CRÍTICO E ASPECTOS RELACIONADOS À CONDUÇÃO DA DOR E SEDAÇÃO EM UTIS PRIVADAS DE FORTALEZA-CE. RUI PORTO MORAIS; CLAUDIA REGINA FERNANDES; BARBARA PORTO VALENTE; LARISSA SALES VASCONCELOS DE OLIVEIRA; JOSÉ LINDEMBERG DA COSTA LIMA FILHO. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

A importância da sedação e da analgesia no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva é amplamente reconhecida na literatura médica afetando a mortalidade dos pacientes críticos. Objetivamos, com este estudo, avaliar aspectos gerais relacionados à sedação e à analgesia em pacientes internados em UTIs de 6 hospitais privados de Fortaleza-Ceará e aplicar pontualmente a ferramenta observacional da dor, escala de Richmond e escala de Glasgow nestes mesmos paciente. Material e Método: Estudo transversal, observacional e analítico, no período de janeiro a julho de 2010. A amostra analisada foi de 23 pacientes. Foram avaliados dados demográficos do paciente, diagnóstico, APACHE II, aspectos gerais relacionados a condução da dor, fármacos usados para sedação, uso de analgésicos, avaliação sistemática da dor e agitação por meio de questionários previamente elaborados. Resultados: A média de dias de internação encontrada foi de 18,6 dias, sendo o menor período de 2 dias e o máximo de 105 dias. 34,8% fazia uso de sedação sendo 62,5% desses utilizando Dormonid e 25% Fentanil. No total de pacientes estudados, apenas 39,1% faziam uso de analgésicos. A primeira escala aplicada foi a Observacional da Dor, tendo como resultado a ausência total de dor em 87% da amostra. Durante a aplicação da escala Agitação – Sedação de Richmond foi observado que 39,1% da amostra estava compatível com a pontuação de -5, nível onde o paciente encontra-se incapaz de ser despertado. Foi aferido que 47,8% da amostra foi classificada como Glasgow nível 3, valor mínimo da escala em que o paciente encontra-se completamente irresponsivo, 26,1% com Glasgow nível 15, valor máximo da escala em que o paciente está plenamente responsivo. Durante a aplicação do APACHE II, foi observado que a maior parte dos pacientes internados encontrava – se com uma pontuação de 21 a 25 o que significa um risco de mortalidade hospitalar que varia entre 40% e 55% . Conclusão e Discussão: Os valores das escalas evidenciam que um rebaixamento do nível de consciência foi predominante nesse estudo, condizente com a presença de sedação farmacológica contínua na maioria dos pacientes.de um protocolo oficial de hipnoanalgesia estabelecido com respaldo na literatura médica atual, o que pode indiretamente levar a uma supersedação, ou a gravidade dos pacientes internados na UTI, como evidencia os números do APACHE II. Rev Dor 2009, 10(2):158-168. Am. J. Respir. Crit. Care Med, 2002;166(10):1338-1344. Critical Care 2007;11(3):214.

TL024 - AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE OPIOIDES NOS PACIENTES COM NEOPLASIA EM CUIDADOS PALIATIVOS DOMICILIARES. ANA JULIA DE JESUS CANDEA1; GABRIELA SILVEIRA MENICUCCI2; LIANE CARVALHO DE BRITO SOUZA3; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO4. 1,2.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3,4.INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A dor é um dos principais sintomas dos pacientes em cuidados paliativos, e a prevalência aumenta com a progressão da doença. A dor oncológica é descrita como dor total, sendo composta por fatores nociceptivos, físicos, sociais, emocionais e espirituais e a sua intensidade depende de diversos fatores, entre eles a localização do tumor, a presença de metástases e as estruturas acometidas. As necessidades para analgesia são individuais e variam enormemente. Dois terços dos pacientes com câncer necessitam de 180 mg de morfina por dia. O presente estudo objetivou avaliar o controle álgico dos pacientes atendidos no serviço de cuidados paliativos domiciliares, relacionando o tempo de cuidado paliativo, tipo histológico do câncer e a terapêutica utilizada. Método: Estudo descritivo retrospectivo avaliando o tipo e a dose de opioide utilizada pelos pacientes do ICC acompanhados no serviço de cuidados paliativos a partir da revisão de prontuários no período de janeiro de 2008 a julho de 2010. Os resultados foram analisados através software estatístico Microsoft Excel 2009. Resultados: Foram analisados 82 prontuários. O fármaco mais utilizado foi a morfina (60%), seguida por Codeina (30%) e Metadona (7%), todos por via oral. A dose equivalente de morfina por dia mais utilizada foi 120mg (19%), seguida por 40mg (18%). A média de dose de morfina/dia foi 73,3mg. As neoplasias que precisaram das maiores doses foram colo uterino, mama, próstata e pulmão. A maior dose registrada (240mg) foi usada por pacientes acometidos por neoplasia de endométrio, pâncreas, próstata e pulmão. Os pacientes apresentaram os seguintes tempos de sobrevida: 1 mês (13,4%), 2 meses (9%) e 5 meses (8%). Foi constatado que pacientes com sobrevida de um mês receberam doses menores em relação aqueles com tempo de sobrevida maior. Conclusões: Apesar de trabalhos mostrando que pacientes oncológicos fazem uso de doses elevadas de opioides, os pacientes avaliados neste estudo não o fizeram. Doses menores de opioides garantiram o controle álgico total ou um nível aceitável de alívio na maioria dos pacientes.

TL025 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA LECTINA DA ALGA MARINHA VERDE CAULERPA CUPRESSOIDES (VAHL) C. AGARDH VAR. LYCOPODIUM NO TESTE DA PLACA QUENTE EM CAMUNDONGOS. NATÁSSIA ALBUQUERQUE RIBEIRO; EDFRANCK DE SOUSA OLIVEIRA VANDERLEI; JOSÉ ARIÉVILO GURGEL RODRIGUES; NORMA MARIA BARROS BENEVIDES. UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- A busca de novos compostos alternativos no controle da dor e da inflamação, com mínimos efeitos colaterais, tem despertado o interesse pelas algas marinhas. O objetivo desse trabalho foi investigar o efeito antinociceptivo da lectina da alga marinha verde Caulerpa cupressoides (Vahl) C. Agardh var. lycopodium (LCc) em animais. A LCc, apresentando atividade hemaglutinante contra eritrócitos tripsinizados de coelho, foi obtida a partir da aplicação do extrato proteico total em procedimentos cromatográficos de troca-iônica em coluna de DEAE-celulose e de afinidade em coluna de Sephadex G-100 e em seguida, foi utilizada no teste da placa quente (51±1 ºC), usando camundongos Swiss para observar por quanto tempo os animais levaram para manifestar uma resposta, que corresponde ao ato de retirar ou lamber a pata traseira e/ou saltar. É um teste específico para verificar nocicepção central em que os agentes opioides analgésicos exercem seus efeitos através de receptores espinhais e supra-espinhais. Método- Os animais primeiramente foram familiarizados com a placa quente, para observação do tempo de reação controle, sendo os que apresentaram um tempo de reação superior a 10 seg foram descartados do teste. Grupos de animais receberam 30 min antes do estímulo térmico: Solução salina 0,9%; i.v.; Morfina, um analgésico opioide, na dose de 5 mg/kg ; s.c.; Indometacina, um anti-inflamatório não esteroidal, na dose de 5 mg/kg ; s.c. ou LCc na dose de 27 mg/kg ; i.v. As medidas do tempo de resposta foram registradas em intervalos de 30 min após a administração durante 90 min (tempos: 30 min; 60 min e 90 min) com um tempo de corte de 40 seg. Resultado- Observou-se que a LCc (27 mg/kg; i.v.), não alterou significativamente o tempo de latência ao estímulo, quando comparado à morfina durante os 90 min do teste. Conclusão- Esse resultado é sugestivo de uma ação antinociceptiva predominantemente periférica ao invés de um mecanismo central de atuação, podendo ser uma ferramenta importante e candidata a novos estudos complementares.

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TL026 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA ARGYROVERNONIA HARLEYI (H. ROB) MACLEISH EM MODELO EXPERIMENTAL DE ARTRITE NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. DANIELLE ROCHA ROCHA DO VAL1; JORDÂNIA MARQUES DE OLIVEIRA2; ADRIANO DE AGUIAR FILGUEIRA3; HELLÍADA VASCONCELOS CHAVES4. 1,3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: Disfunções temporomandibulares (DTM), principais causas de dor orofacial não odontogênica e consideradas uma subclassificação de distúrbios osteomusculares, envolvem alterações na musculatura mastigatória, na articulação temporomandibular (ATM) e em estruturas associadas. A ATM pode ser sede destes transtornos funcionais e estruturais, e as condições inflamatórias como sivite/capsulite consistem das alterações mais frequentes. A Argyrovernonia harleyi pertence à família Asteraceae, é encontrada na região do Xingó no Nordeste do Brasil e é utilizada pela comunidade para o alívio de dor e desconforto gástrico. Visto sua atividade analgésica na região gástrica, propôs-se, com esse trabalho, avaliar o efeito antinociceptivo do extrato hidroalcóolico da Argyrovernonia harleyi (EHA) na artrite aguda induzida por zymosan (AZy) na ATM em ratos. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar machos (160- 220g) nos quais se administrou Zy (2mg; 40µL) na ATM esquerda para indução da artrite. O trabalho foi aceito no Comitê de Ética em Pesquisa animal. EHA (100, 200 ou 400mg/kg v.o.) foi administrada 60 min antes da indução da AZy. O grupo controle (C) recebeu salina (40µL) na ATM esquerda, o grupo não-tratado (NT) recebeu salina (v.o.) 60 min antes da indução da AZy. Indometacina (5mg/kg, s.c.) foi utilizada como controle positivo. O limiar nociceptivo foi aferido por meio de analgesímetro elétrico de Von Frey antes da indução da AZy (medida basal) e na 4ª hora após a AZy. Resultados e discussão: EHA (400mg/kg) aumentou (p<0,05) o limiar nociceptivo, quando comparado ao NT, não sendo diferente (p>0,05) do grupo tratado com Indometacina. Esses resultados sugerem que EHA apresenta atividade antinociceptiva na AZy podendo representar uma alternativa promissora no tratamento das DTM. Apoio financeiro: FUNCAP e CNPq.

TL027 - COLITE EXPERIMENTAL INDUZIDA POR TNBS DIMINUI HIPERNOCICEPÇÃO MECÂNICA INDUZIDA POR CARAGENINA EM RATOS- PARTICIPAÇÃO DA VIA NO/CGMP/K+ATP. JOÃO NATHANAEL LIMA TORRES; ANDRÉ LUIZ DOS REIS BARBOSA; MARIANA LIMA VALE; GRACIELA JOSUÉ DE OLIVEIRA; RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO; MARCELLUS HENRIQUE LOIOLA PONTE DE SOUZA. UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A doença de Crohn,de etiologia a esclarecer e forma comum das doenças inflamatórias intestinais (DII), caracteriza-se por inflamação crônica intestinal. Sugere-se que as DII decorram da reatividade anormal dos linfócitos T da mucosa gastrintestinal a uma microflora normal não patogênica. Como a dor é um dos parâmetros inflamatórios que compõe esse processo, este trabalho tem como objetivo avaliar no desenvolvimento experimental da doença de Crohn a hipernocicepção induzida por Carragenina (CG) ou Prostaglandina E2 (PGE2) em ratos machos Wistar. Métodos: Foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa animal da UFC com protocolo de nº 33/10. O modelo de Doença de Crohn (colite) foi induzido por ácido trinitrobenzeno sulfônico (TNBS) (20mg/rato) + 50% álcool ou equivalente volume no grupo salina (C), todos por via transanal. Os experimentos foram realizados após 3 dias da indução das colites. A atividade hipernociceptiva foi avaliada 3 horas após a injeção intraplantar de CG(500μg/pata) ou PGE2(100ng/pata) em animais em que foram administrados TNBS ou C mensurando a força em gramas (g), por meio de um analgesímetro digital. A modulação da via do NO/cGMP/K+ATP foi feita com o L-NOARG (100ng/pata),LNAME (90mg/kg), ODQ (8µg/pata), L-Arginina(L-Arg) (200mg/kg), Glibenclamida(Glib) (160µg/pata). Resultados: Os animais com colite apresentaram um aumento do limiar da força em gramas) quando induzido por CG ou PGE2 na∆ nociceptivo ( 3ªh (C + CG=33,24g ± 2,912;CG + TNBS= 5,2g ± 1,689;C + PGE2=31,08g ± 2,514;PGE2 + TNBS=5,0g ± 1,579). Os tratamentos com ODQ e Glib diminuíram o limiar nociceptivo na 3ªh quando comparados com os animais com colite por TNBS na 3ªh (CG + TNBS= 3,929 ± 1,524, CG + TNBS + ODQ=39,14g ± 3,144;CG + TNBS + Glib=30,87g ± 2,684; PGE2 + TNBS=4,44±1,28;PGE2 + TNBS + ODQ=21,14g±2,49;PGE2 + TNBS + Glib=25,80g ± 2,79). A L-arg foi capaz de reverter nos animais com colite a diminuição do limiar nociceptivo após o tratamento com L-NAME nesses animais na 3ªh (CG + TNBS + L-NAME=33.02 ± 2.28;TNBS + CG + L-NAME + L-Arg=1.44±0.88;PGE2 + TNBS +L-NOARG=22.72±2.58;PGE2 + TNBS + L-NOARG + L-Arg=1.37 ±2,97). Conclusão: A colite experimental induzida por TNBS aumenta o limiar nociceptivo com possível efeito analgésico e o mecanismo parece ser via NO/cGMP/K+ATP.

TL028 - CARCINOSSARCOMA 256 DE WALKER DIMINUI A HIPERNOCICEPÇÃO MECÂNICA INDUZIDA POR PROSTAGLANDINA E2 (PGE2) EM RATOS - PARTICIPAÇÃO DA VIA NO/CGMP/K+ATP. JOÃO NATHANAEL LIMA TORRES; ANDRÉ LUIZ DOS REIS BARBOSA; MARIANA LIMA VALE; GRACIELA JOSUÉ DE OLIVEIRA; RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO; MARCELLUS HENRIQUE LOIOLA PONTE DE SOUZA. UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Justificativa e Objetivo: Possivelmente o desenvolvimento de uma neoplasia esteja associado com um estado de imunossupressão estendendo-se do tumor para todo o organismo. Este trabalho objetiva avaliar a hipernocicepção mecânica induzida por PGE2 em ratos inoculados com Carcinossarcoma de Walker. Métodos: A linhagem do tumor foi mantida em ratos Wistar na idade de 3 meses (peso 180-200g) através de inoculações intramusculares sucessivas de 1 milhão de células na coxa direita a cada 7 dias, sendo aprovada pelo comitê de ética da UFC com protocolo nº 63/07. Experimentos foram realizados após o 4º dia (4D) da inoculação do tumor de Walker ou de salina (C). Atividade hipernociceptiva foi avaliada na pata contralateral ao tumor 3 horas após a injeção intraplantar de PGE2 em animais com ou sem tumor através da medida da força em gramas (g), aplicada por um analgesímetro digital. A modulação da via NO/GMPc/K+ATP fez-se com o L-NAME(ip.90mg/kg), ODQ(8µg/pata), L-Arg(200mg/kg) e Glibenclamida (Glib)(160µg/pata). Resultados: Animais com o tumor da força em gramas) quando∆apresentaram aumento do limiar nociceptivo (hipernocicepção foi induzida por PGE2 no 4D na 3ªh (C+PGE2=23,79g±3,99;PGE2+Tumor=9,52g±2,26). O tratamento no 4D com L-NAME,ODQ e Glib diminuíram o limiar nociceptivo na 3ªh quando comparados com os animais com tumor (3ªh;PGE2+Tumor=9,5 2g±2,26;PGE2+Tumor+L-NAME=26,71±2,59;PGE2+Tumor+ODQ=25,24g±4,03;PGE2+Tumor+Glib=24,84±1,481.L-arginina foi capaz de reverter no 4D a diminuição do limiar nociceptivo após o tratamento com L-NAME nos animais inoculados com o tumor de Walker na 3ªh(3ªh;PGE2+Tumor+L-NAME=26,71±2,59; PGE2+Tumor+L-NAME+L-Arg=12,97±1,95. Conclusão: O Tumor de Walker aumenta o limiar nociceptivo no 4D, com possível efeito anti-inflamatório e analgésico. O mecanismo parece ser via NO/cGMP/K+ATP.

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TL029 - CARCINOSSARCOMA 256 DE WALKER DIMINUI A HIPERNOCICEPÇÃO MECÂNICA INDUZIDA POR CARRAGENINA (CG) - PARTICIPAÇÃO DA VIA NO/CGMP/K+ATP.

GRACIELA JOSUÉ DE OLIVEIRA; ANDRÉ LUIZ DOS REIS BARBOSA; MARIANA LIMA VALE; RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO; JOÃO NATHANAEL LIMA TORRES; MARCELLUS HENRIQUE LOIOLA PONTE DE SOUZA. UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Recentemente, tem sido proposto que o desenvolvimento de uma neoplasia esteja associado com um estado de imunossupressão, que se estende do sítio primário do tumor e posteriormente para todo o organismo. Este estado de imunossupressão é mediado por fatores solúveis derivados do tumor. O trabalho objetiva avaliar a hipernocicepção mecânica induzidos por CG em ratos inoculados com Carcinossarcoma 256 de Walker. Métodos: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa animal da UFC com protocolo de nº 63/07. A linhagem do tumor foi mantida em ratos Wistar na idade de 3 meses (peso 180200g) através de inoculações intramusculares sucessivas de 1 milhão de células na coxa direita a cada 7 dias. Os experimentos foram realizados após o 4º (4D) da inoculação do tumor de Walker ou de salina (C). A atividade hipernociceptiva foi avaliada na pata contralateral ao tumor 3 horas após a injeção intraplantar de CG em animais com ou sem tumor através da medida força em gramas (g), aplicada por meio de um analgesímetro digital. A modulação da via do NO/GMPc/K+ATP foi feita com o L-NAME ( ip.90mg/kg), ODQ (8µg/pata), L-Arg (200mg/kg) e Glibenclamida(Glib) (160µg/pata). Resultados: Os animais com o tumor de da força em∆ Walker apresentaram um aumento do limiar nociceptivo (gramas) quando hipernocicepção foi induzida por CG tanto no 4D para a 3ªh (C+CG= 29,10g±3,01; CG +Tumor= 15,28g ±2,66) e para a 4ªh (C+CG= 28,47±2,78; CG+Tumor=1,03g±0,70). O tratamento no 4D com L-NAME, ODQ e Glib diminuíram o limiar nociceptivo na 3ªh e 4ªh quando comparados com os animais com tumor (3ªh; CG+Tumor=12,5g±2,10;CG+Tumor+L-NAME=32,20±1,51;CG+Tumor+ODQ= 34,82g±1,51;CG+Tumor+Glib= 31,33±2,43 /4ªh; CG+Tumor= 9,12g±3,01;CG+Tumor+L-NAME= 28,8g±2,30; CG+Tumor+ODQ= 31,10±1,64; CG+Tumor+Glib= 30,02±3,02). L-Arg foi capaz de reverter no 4D a diminuição do limiar nociceptivo após o tratamento com L-NAME nos animais inoculados com o tumor de Walker tanto na 3ªh e 4ªh (3ªh; CG+Tumor+L-NAME=32,2±1,51;CG+Tumor+L-NAME+L-Arg= 7,08±0,97/4ªh;CG+Tumor+L-NAME=28,8g±2,30;CG+Tumor+L-NAME+L-Arg= 6,63±1,43). Conclusão: O Tumor de Walker aumenta o limiar nociceptivo no 4º dia, com possível efeito anti-inflamatório e analgésico. O mecanismo parece ser via NO/cGMP/K+ATP.

TL030 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA TEPHROSIA TOXICARIA EM MODELO EXPERIMENTAL DE ARTRITE NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. REBECA BRANDÃO PINHEIRO; NATACHA CAMPOS ARRIAGA; JACKSON NUNES VASCONCELOS; ANGELA MARTHA CAMPOS ARRIAGA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: A artrite na articulação temporomandibular (ATM) se apresenta como um dos diagnósticos diferenciais nas disfunções temporomandibulares (DTM) que, por sua vez, englobam um grupo de condições musculoesqueléticas e neuromusculares envolvendo ATM, músculos mastigatórios e tecidos associados. As DTMs foram identificadas como principais causas de dor orofacial não odontogênica e considerada uma subclassificação de distúrbios osteomusculares. O gênero Tephrosia, família Leguminoseae Papilionoideae (Fabaceae), possui aproximadamente trezentas espécies, distribuídas em regiões tropicais e subtropicais. Espécies deste gênero apresentam capacidade biogenética para produzir substâncias com grande diversidade estrutural, tais como esteroides, e flavonoides, incluindo os isoflavonoides rotenoides. Esse trabalho visa avaliar o efeito antinociceptivo do extrato etanólico (EE) de raízes da Tephrosia Toxicaria na artrite aguda induzida por zymosan (AZy) na ATM em ratos. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar machos (160- 220g) nos quais se administrou Zy (2mg; 40µL) na ATM esquerda para indução da artrite e da hiperalgesia facial. Toda a experimentação seguiu rigorosamente as recomendações de cuidados no uso de animais em laboratório da SBCAL. EE (20, 40 ou 80mg/kg v.o.) foi administrada 60 min antes da indução da AZy. O grupo controle (C) recebeu salina (40µL) na ATM esquerda, o grupo não-tratado (NT) recebeu salina (s.c.) 60 min antes da indução da AZy. Indometacina (5mg/kg, s.c.) foi utilizada como controle positivo. O limiar nociceptivo foi aferido por meio de analgesímetro elétrico de Von Frey antes da indução da AZy (media basal) e na 4ª hora após a AZy. Os resultados foram expressos como média ± EPM, e os dados analisados usando ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni (p<0,05). Resultados e discussão: EE (20mg/kg) aumentou (p<0,05) o limiar nociceptivo, quando comparado ao NT, não sendo diferente (p>0,05) do grupo tratado com Indometacina. Esses resultados sugerem que EE apresenta atividade antinociceptiva na AZy podendo representar uma alternativa promissora no tratamento das DTM. Apoio financeiro: FUNCAP e CNPq.

TL031 - AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA EFICÁCIA ANALGÉSICA DA GABAPENTINA VERSUS UM INIBIDOR SELETIVO DE COX 2 - ETEROCOXIB NA HIPERALGESIA INDUZIDA POR MODELO EXPERIMENTAL DE DOR AGUDA. MARIA ISABEL SANTOS DE NOROES RAMOS; ANDREA PEREIRA DE FREITAS; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES; MARIA ANGELINA DA SILVA MEDEIROS; PAULA ROBERTA ROCHA RODRIGUES; ANDRÉ SABÓIA DE ANDRADE. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor aguda pós-operatória pode resultar em dor crônica em 1 entre cada 10 pacientes e se transforma em síndrome de dor regional complexa em 1 a cada 100 cirurgias, por isso a importância da avaliação da dor intensa pós-operatória. Os anti-inflamatórios não esteroidais são amplamente utilizados como tratamento de escolha da dor aguda pós-operatória, pois ao inibirem a enzima cicloxigenase impedem a sensibilização periférica desencadeada pelos mediadores da inflamação. O tratamento da dor aguda pós-operatória, infelizmente, está longe do considerado ideal. Por problemas operacionais e gestão dos serviços de saúde, parte desta inadequação se deve à complexidade dos mecanismos que levam ao desenvolvimento de dor com envolvimento de múltiplas vias e vários neurotransmissores. Nosso objetivo é avaliar a eficácia analgésica da gabapentina comparando a um inibidor seletivo de cicloxigenaseII (COX-2) - eterocoxib na hiperalgesia térmica induzida em modelo experimental de dor aguda. Método: Utilizaram-se ratos machos Wistar (250—300g), submetidos a procedimento cirúrgico descrito por Brennan e, após alocados em 2 grupos de 4/5 animais, foram administrados a gabapentina e o eterocoxib, afim de avaliar e comparar as respostas da hiperalgesia térmica de Hargreaves. Resultados: Os resultados deste estudo demonstraram que a gabapentina reduz a hiperalgesia térmica induzida pelo modelo de dor aguda pósoperatória, superiormente ao etericoxib quando ambos são administrados por via oral. Conclusões: Pela superioridade da gabapentina, opta-se por utilizar tal fármaco, pois ele ainda tem poucos efeitos colaterais, se comparados com os inibidores seletivos da COX-2.

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TL032 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO PROMOVIDO PELO EXTRATO AQUOSO DE XIMENIA AMERICANA NA HIPERALGESIA MECÂNICA AGUDA. ANÁLISE COMPARATIVA COM UM INIBIDOR SELETIVO DE COX2 E MORFINA. MARIA ISABEL SANTOS DE NOROES RAMOS; ANDREA PEREIRA DE FREITAS; MARIA ANGELINA DA SILVA MEDEIROS; ANDRÉ SABÓIA DE ANDRADE; PAULA ROBERTA ROCHA RODRIGUES. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor aguda permanece subtratada e uma das causas relacionadas é o potencial de efeitos adversos pelo analgésicos utilizados,a busca de novas opções é clinicamente relevante. A ximenia americana possui ampla utilização na medicina popular dentre elas atividade antiinflamatória e analgésica. O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia antinociceptiva do extrato aquoso da ximenia americana comparando-a ao eterocoxib e morfina em modelo experimental de hiperalgesia mecânica aguda. Método: A hiperalgesia mecânica foi testada utilizando os filamentos de VonFrey antes e depois do procedimento cirúrgico baseado no modelo de Brennan. Após comprovação da hiperalgeesia os ratos wistar machos foram divididos em três grupos, morfina, etoricoxib e ximênia contendo 5-6 ratos em cada, sendo que os testes de hiperalgesia foram repetidos após 20 min da administração oral do fármaco A análise estatística foi realizada por meio de análise de variância (ANOVA) e como pós-teste, o teste de Tukey utilizando-se do software prisma versão 5.0. Foram considerados significantes valores de p<0,05. Resultados: Na avaliação do efeito analgésico comparando-se a ximênia e os fármacos analgésicos, verificou-se que o percentual do efeito máximo obtido para ximênia é significativamente menor do que o produzido pelo inibidor seletivo de COX2 e pela morfina que, neste modelo, apresentam efeitos analgésicos semelhantes. Conclusões: Os resultados obtidos neste estudo demonstram atividade antinociceptiva da ximênia comparativamente inferior à antinocicepção promovida pelo inibidor seletivo de cox 2 e pela morfina que promovem analgesia equivalente neste modelo.

TL033 - AVALIAÇÃO DA DOR E ADEQUAÇÃO ANALGÉSICA PÓS-OPERATÓRIA NEUROCIRURGICA, COM EXPOSIÇÃO DAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS E PSICOLÓGICAS ASSOCIADAS A ELA. BRUNA SILVA CIARLINI; CARLOS C S LIRA; GALENO V ROCHA; GLAYLTON S SANTOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões. Ocorre frequente no pós-operatório (PO) e pode resultar em sofrimento e riscos ao paciente. Sua investigação no PO deve ser feita, buscando uma eficiente analgesia. Método: Em um estudo transversal e quantitativo, realizado de abril a junho de 2010, foram entrevistados 15 pacientes no PO.A escolha dos pacientes ocorreu de forma não probabilística, prevalecendo procedimentos de craniotomia e artrodese de coluna espinhal, com tempo médio de cirurgia de 3h, sendo 80% masculinos,com idade média de 41,4 anos.Durante a entrevista, os pacientes apresentavam-se orientados, cooperativos e com ECGlasgow de 15.Foi aplicado um questionário estruturado avaliando os seguintes parâmetros: 1. Presença da dor no PO 2. Intensidade da dor 3. Localização. Para a avaliação da adequação analgésica, foi utilizado o Índice de Manejo da Dor,analisando a potência analgésica frente à intensidade da dor referida pelo indivíduo,havendo consulta dos prontuários para coleta dos analgésicos administrados a cada paciente. Para investigar as possíveis alterações funcionais associadas a dor (AFAD) foram oferecidas as seguintes alternativas: a) alteração do sono, b) anorexia, c) ansiedade, d) apatia, e) depressão, f) expressão facial de intenso desconforto, g) pico hipertensivo, h) hiperglicemia, i) insônia, j) sudorese, l) taquicardia, m) poliqueixoso, n) vômito, o) parestesia, p)paresia. Resultados: Dos 15 entrevistados, 7 (46,7%) apresentaram dor. Em relação aos que sentiram dor, 28,6% de intensidade leve, 42,9% moderada, 28,6% intensa, com principais localizações sendo dor lombar e cefaleia frontal. Quanto aos analgésicos utilizados, verifica-se que 8 (53,3%) do total de pacientes fazem uso de AINES, nenhum (0%) somente opioides e 7 (46,7%) associação de AINES e opioides.Quanto à existência de AFAD, foram observadas as seguintes prevalências: a) 0%, b) 0% c)28%, d) 0% e) 0% f) 14% g) 14% h) 0% i) 71% j) 14% l) 14% m) 14% n) 14% o) 0% p) 14%. Conclusões: Verifica-se, muitas vezes, que durante a prescrição de medicamentos analgésicos, há um certo receio de deprimir o sistema nervoso central e alterar ou perder os parâmetros de avaliação do nível de consciência, importante dado na evolução de pacientes submetidos a procedimentos neurocirúrgicos. Nesse estudo, uma porcentagem ainda expressiva de pacientes relatou dor,revelando a necessidade de uma maior atenção para um melhor manejo da dor e adequação individualizada da analgesia.

TL034 - FIBROMA CONDROMIXOIDE.

PATRÍCIA PEREIRA DE ALENCAR ARARIPE; JOSE NILSON FORTALEZA ARAÚJO; CAIO PRADO SIQUEIRA CAMPOS; KHADIJA NEIDE ALEXANDRINO REGINO. IJF, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor é o sintoma de maior prevalência em paciente com câncer. Cerca de 80% dos pacientes com câncer avançado possuem dor moderada ou intensa. A dor oncológica caracteriza-se por ser complexa, podendo ser decorrente de múltiplas causas, tendo a infiltração óssea a causa mais frequente. O fibroma condromixoide, causador da dor na paciente do presente relato de caso, é um tumor benigno osteocartilaginoso, acometendo, principalmente, ossos longos. Relato de Caso: Paciente, 41 anos, feminino, caucasiana, apresentou-se em 2006, com queixa de “dor na bacia”, progressiva, irradiando inicialmente para o dorso, e, posteriormente, para a panturrilha e pé esquerdos. Relata dor semelhante há mais de 20 anos. Exames de imagens mostraram lesões ósseas e articulares na região sacral, com aparente envolvimento de partes moles adjacentes. A biópsia aspirativa, realizada em 2008, revelou lesão de baixo grau, com possibilidade diagnóstica de fibroma condromixoide. O acompanhamento clínico da paciente, não mostrou melhora significativa da lesão e difícil controle da dor. Discussão: O fibroma condromixoide é um tumor cartilaginoso raro benigno. Geralmente acomete ossos longos, embora visto nas mãos e pés e, raramente, na pelve, vértebras, clavículas e costelas. Apresenta-se mais comumente em pacientes jovens entre a segunda e terceira décadas de vida, sem predileção por gênero. O quadro clínico varia de acordo com a área envolvida e geralmente está associado à longa história de sintomas inespecíficos, principalmente dor e edema, associada à compressão e invasão do periósteo, à instabilidade óssea secundária a fraturas e ao desencadeamento de fenômenos inflamatórios em estruturas adjacentes. Assim, o crescimento celular desregulado gera uma pressão interna e estimula a liberação de substâncias que provocam dor. Clínica e histologicamente é um diagnóstico difícil, possuindo prognóstico bom na maioria dos casos, raramente sofrendo malignização. O diagnóstico é feito pelo aspecto benigno ao exame radiológico e padrão histológico clássico. A aparência radiológica é característica, mas carece especificidade. São visualizadas áreas de destruição óssea, margens lobuladas bem definidas e erosão cortical parcial. O diagnóstico diferencial morfológico deve ser feito também com encondroma e condrossarcoma. O tratamento de escolha é a curetagem. Possui recorrência em 25% dos casos. O alívio da dor deve ser feito durante toda a evolução da doença, seguindo a “escada” analgésica preconizada pela OMS.

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TL035 - ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A INTENSIDADE DA DOR AGUDA NO TRAUMA E POLITRAUMA ANTES E APÓS ANALGESIA EM RELAÇÃO À ESCALA NUMÉRICA DE DOR E À ESCALA DE FACES, NA EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA-CE. STEPHANIE DIOGO CARNEIRO ARAÚJO; NAIANA ORIA SOARES; PEDRO LUCAS RODRIGUES COSTA; FRANCISCO ROMEL LIMA ARAÚJO. UNIVERSIDADE FECERAL DO CERÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Trabalhos anteriores revelaram a existência de dois tipos de apresentação da dor: aguda e crônica. A dor aguda é aquela de início recente e de duração provavelmente limitada, cuja duração de ação normalmente não excede a duração do processo lesivo e cujo componente emocional não desempenha um papel fundamental. Para verificar a eficiência da analgesia, o presente estudo comparou a intensidade da dor referida nas duas situações em relação às duas escalas, a numérica e a de faces (Wong Baker) antes e após o recebimento de medicação analgésica. Métodos- Realizado um estudo transversal, com aplicação de questionário. Foram avaliados 79 pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos. O questionário continha perguntas que versavam sobre a causa, intensidade e local da dor destes pacientes. A intensidade da dor foi analisada pelas escalas numéricas e de Wong Baker. Resultados- Do total de pacientes entrevistados, 50,6% foram vítimas de trauma e 46,8% foram vítimas de politrauma. As vítimas de trauma, antes de receberem a medicação analgésica na emergência, relataram uma média de intensidade de dor de 7,77 ± 2,28, segundo a escala numérica; e de 8,08 ± 2,08, segundo a escala de faces de Wong Baker. Após a realização de analgesia no setor de emergência, a média da intensidade de dor relatada pelos pacientes foi de 3,35 ± 2,8, segundo a escala numérica; e de 3,52 ± 1,95, segundo a escala de faces. Analisando-se as vítimas de politrauma antes da analgesia, obtivemos uma média de intensidade de dor de 8,21 ± 2,06 na escala numérica; e de 8,03 ± 2,4 na escala de faces. Após a analgesia, a média de dor relatada por estes pacientes politraumatizados foi de 3,82 ± 2,5, segundo a escala numérica; e de 3,73 ± 1,85, segundo a escala de faces. Nos pacientes vítimas de trauma, 77,5% (31/40) receberam analgesia na emergência, AINES foram utilizados isoladamente em 83,8% (26/31), a associação opioide fraco + AINE foi utilizada em 12,9% (4/31) dos pacientes e opioide forte + AINE foi utilizado em 3,2% dos casos (1/31). Nos pacientes vítimas de politrauma, 94,3% (33/35) pacientes receberam analgesia na emergência, AINES foram utilizados isoladamente em 87,5% (28/33) e a associação opioide fraco + AINE foi utilizada em 15,1% (5/33) dos pacientes. Conclusão- Houve uma concordância entre as escalas numérica e de faces quando analisada a intensidade da dor no trauma e no politrauma, mostrando que as duas escalas possuem eficiência parecida. Além disso, houve uma significativa redução da intensidade da dor após a analgesia nas duas causas de dor em ambas as escalas, demonstrando eficácia da terapia analgésica aplicada nesses casos.

TL036 - O MANEJO DA DOR DO PACIENTE APÓS PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA. ELISA CHAIB; MARCIA CARLA MORETE; MARA LUCIA PINHEIRO; MARINEUSA QUEIROZ LOPES; FABIOLA PEIXOTO MINSON. HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A dor pós-operatória é uma das formas mais prevalentes de dor aguda. Após avaliação aleatória de pacientes em sala de recuperação anestésica (SRA) e através da utilização de escala verbal observou-se nas 24 horas alterações do sono, deambulação, humor, movimentação e respiração profunda em decorrência da dor prejudicando tais atividades. Objetivo: Identificar a intensidade da dor e as medidas instituídas para alivio de pacientes no pós operatório imediato na sala de recuperação anestésica. Métodos: A amostra foi constituída de 42 pacientes adultos admitidos na sala de recuperação anestésica. Resultados: Todos os pacientes (100%) admitidos na recuperação anestésica (RA) tiveram sua dor avaliada através da escala numérica verbal. Ao chegar na RA percebeu-se que 10 pacientes (24%) verbalizaram que possuíam intensidade de dor moderada (4- 6), 28 pacientes (66.5%) referiram estar com dor de intensidade intensa (7- 9) e ainda 4 pacientes (9,5%) com dor insuportável (intensidade 10). De acordo com a política institucional após avaliação de dor, devemos reavaliá-la em até 1 hora após as medidas instituídas, nesse caso 100% dos pacientes tinham a reavaliação da dor garantida e dentre as medidas de manejo da dor, todos os pacientes (100%) utilizaram de medidas farmacológicas, sendo que 22 pacientes (52%) receberam apenas opioide; 8 pacientes (19%) receberam analgésico, opioide e anti inflamatório não esteroide (AINE); 04 pacientes (9,5%) receberam analgésico junto com AINE, e opioide e analgésico respectivamente; ainda 2 pacientes (5%) receberam somente analgésico e, opioide com AINE respectivamente. Os resultados mostraram ainda que foram utilizadas medidas não farmacológicas, dentre elas foram 24 pacientes (57%) foi feito aquecimento corporal e 10 pacientes (24%) posicionamento no leito apara aliviar a dor. Após as medidas instituídas, foi realizada a reavaliação da dor e os dados foram que 14 pacientes (33%) verbalizaram que possuíam intensidade de dor zero, 20 pacientes (48%) julgaram sua dor de intensidade leve (1 – 3), 6 pacientes (14%) com moderada dor (4- 6) e ainda, 2 pacientes (5%) com intensidade de dor intensa (7- 9). Conclusão: Ter a dor como 5º sinal vital na instituição e avaliar a dor no paciente em pós operatório imediato é extremamente importante, garantindo que todos os pacientes tenham sua dor avaliada e aliviada, utilizando medidas farmacológicas e não farmacológicas para manejo da dor. Enfim, os dados somente reforçam a importância da avaliação da dor de forma sistemática e a necessidade de manter como prática a alta do paciente da RA com intensidade de dor máxima 4, garantindo assim a segurança do paciente.

TL037 - ACUPUNTURA NA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL E DISMENORREIA. LUCAS LIMA ALBUQUERQUE1; JUDITE OLIVEIRA LIMA ALBUQUERQUE2.

1.FACULDADE CHRISTUS, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI/FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL-FACID, TERESINA, PI, BRASIL.

Introdução: Mulheres apresentam sintomas físicos e emocionais por alterações hormonais. A acupuntura é usada para moléstias ou sintomas refratários aos tratamentos estabelecidos pela medicina ortodoxa que podem ter alívio pelo método. Uma das teorias explica o mecanismo fisiopatológico da síndrome pré-menstrual-SPM diz que o sistema endócrino, reprodutor e serotoninérgico convergem para regulação. A oscilação nos níveis dos estrógenos e da progesterona, no ciclo menstrual, atua sobre a função serotoninérgica e, em mulheres mais sensíveis, ocorre manifestações da SPM. Conhecer a atuação da acupuntura em mulheres com tensão pré-menstrual através da identificação dos sinais e sintomas, descrevendo os pontos usados pela acupuntura. Método: Pela revisão de literatura em livros, artigos científicos de revisão, pesquisas de campo e relatos de caso na base de dados, Scielo, Pubmed e Medline entre 1989 e 2007 com descritores: acupuntura, tensão pré menstrual, dismenorreia e menstruação. Resultados: O meridiano do pulmão, Tai – Yin da mão usado para depressão e cefaleias. Kongzui (P6): Xi, é usado para sintomas da cefaleia 3 .Outros pontos usa-se na depressão: Vaso Maravilhoso: Yin- CS 6+ BP 6: pulmão: 5, estômago: 36, 4, coração: 3,5,9, intestino delgado: 3, bexiga: 15,64,67, rim: 7,24, fígado: 13, vaso governador: 4,20, vaso concepção: 6,15. Pontos apontados para dismenorreia: Vaso Maravilhoso: Yin-Tsiao- Mo- R6+ P7: estômago: 29, pâncreas-baço: 4,5,6, bexiga: 31,60,62,67, rim: 13,14,15, vaso concepção: 3,4 . Dor muito intensa: V60; Usado no edema: Vaso Maravilhoso: Yin- Tsiao-Mo R6+ P7 e

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para insônia: Vaso Maravilhoso: Yin- Tsiao-Mo R6+ P7: pulmão: 1,9, estômago: 21,36, baço-pâncreas: 2,9, coração: 7, bexiga: 12,30,6(S), rim: 3,6, triplo aquecedor: 10, vaso governador: 19,24, vaso concepção: 6,12. O acupunturista pode tratar os pontos no meridiano do coração. A acupuntura pode ser eficaz no tratamento da insônia, restaurando o equilíbrio e a harmonia do sistema de energia do paciente. Conclusões: O método da acupuntura através de agulhas ou moxabustão (uso do calor) possui técnicas de tratar e prevenir a dismenorreia e a TPM. A Medicina Tradicional Chinesa beneficia as mulheres com sinais e sintomas que tem afetada a vida pessoal, profissional e social e buscam ajuda médica para amenizá-los. para que tenham uma melhoria na sua qualidade de vida e vivam com mais saúde.

TL038 - CONFIABILIDADE DE TECNOLOGIA TÁTIL PARA AVALIAÇÃO DA DOR AGUDA NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAIS. ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE1; SILVANE RODRIGUES LIMA2; PAULO CÉSAR DE ALMEIDA3; LORITA MARLENA FREITAG PAGLIUCA4. 1.PSF AQUIRAZ, AQUIRAZ, CE, BRASIL; 2,3,4.CURSO DE ENFERMAGEM DA > UNIFERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Limitações de instrumentos de avaliação da dor aplicados a pacientes cegos levou Leite e Pagliuca (2003) a validar conteúdo, constructo e confiabilidade (>95%) de duas escalas de natureza tátil e unidimensional: Escada de Texturas da Dor (ETxD) e Escala Tátil da Dor(ETD), com característica intervalar e formato tridimensional, sendo ETD considerada mais apropriada à linguagem tátil dos cegos quando comparadas a Escala Visual Analógica (EVA). Assim,buscou-se validar confiabilidade estatística destas escalas em comparação à EVA em pacientes de cirurgias bucomaxilofaciais, tendo hipótese de que elas são confiáveis para medir intensidade da dor próxima à αEVA(>70%;p=0,5).Métodos-pesquisa experimental, de inovação tecnológica e descritiva. População de 101 pacientes de cirurgia bucomaxilofacial de hospital de emergência traumatológica de Fortaleza-CE, entre setembro e outubro de 2006, excluíndo-se analfabetos, com idade <18 e > 60 anos, déficit cognitivo e/ou sensorial e psiquiátrico, com amostra de 37 pacientes. Após parecer favorável do Comitê de Ética (nº), utilizou-se questionário no pré e pós-operatório para obter dados sócioeconômicos, características da dor; e, intensidade, horário e medicação mediante uso das escalas no pré-op. e em 8, 14 e 20 horas pós-cirurgicas, sendo organizados no software SPSS (16.0) para cálculo do coeficiente de correlação intraclasse e α de Cronbach (5%). Resultados: No pré-operatório, a maioria (73,7%) não se queixava de dor e aqueles que tinham dor localizava-se na região orofacial-local da fratura(23,0%)e outro tipo de dor (3,3%). Maiores médias foram obtidas na aplicação das escalas 2 hs após cirurgia (M±2,65) e menores médias 8 hs após a cirurgia (M±0,65). Obteve-se no pré-operatório média de intensidade da dor maior para a escala EVA (0,92); no pós, médias maiores de intensidade da dor (M±0,95) na 14ª hora e 1,00 na 20º hora com ETD, tendo α de Cronbach≥ 0,902, sendo comprovado com Cochran’s Q(Q=95,4)/ p=0,0001. Conclusão: Os valores encontrados mostraram que houve concordância estatisticamente significante entre os valores atribuídos para a intensidade da dor nas três escalas em todos os momentos de aplicação das mesmas, sendo as Escalas confiáveis estatisticamente.

TL039 - EFEITO DUAL DA TOXINA PERTUSSIS INTRAPLANTAR NA NO CICICEPÇÃO EM RATOS. RAFAEL POLONI; IEDA REGINA SANTOS; THIAGO MATTAR CUNHA; SÉRGIO HENRIQUE FERREIRA. FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: A toxina pertussis (PTX) é extensamente utilizada como ferramenta farmacológica de inibição das proteínas Gi/0 em estudos de mecanismo de ação de drogas antinociceptivas. A PTX intratecal em ratos provocou sinais hipernociceptivos comparados aos de síndromes neuropáticas. Todavia, há estudo onde a PTX i.pl. impediu a hipernocicepção evocada pela prostaglandina E2 (PGE2) i.pl. O presente estudo avaliou os efeitos nociceptivos da PTX intraplantar (i.pl.) na presença ou não da PGE2 e os possíveis mecanismos envolvidos. Metodologia – Ratos wistar receberam PTX (0,6μg/pata i.pl.) e foram pré-tratados com fucoidina (25mg/kg, e.v.), dexametasona (10µg/pata, i.pl) ou H89 (27µg/pata, i.pl.) ou pós-tratados com morfina (10μg/pata, i.pl.). Após 3 horas da injeção de PTX, foi avaliada a influência dessas drogas na hipernocicepção mecânica (Randall-Selitto modificado), na alteração do volume de pata (Pletismômetro), na migração de neutrófilos (Teste de atividade da mieloperoxidase) e na liberação de citocinas inflamatórias evocadas pela PTX i.pl. por si só nesta dose. Outros animais pré-tratados com L-NOArg (50μg/pata, i.pl.), ODQ (8µg/pata, i.pl.), KT5823 (1,5μg/pata, i.pl.) ou Glibenclamida (160µg/pata, i.pl.) receberam PTX (0,1μg/pata, i.pl.) 30 minutos antes da PGE2 (100ng/pata, i.pl.) e a nocicepção mecânica foi avaliada 3h após a injeção de PGE2. Resultados – A PTX na dose de 0,6μg induziu hipernocicepção mecânica, edema e migração de neutrófilos intensos para o local da injeção comparado ao grupo controle. Todavia, todos esses efeitos foram impedidos pelo pré-tratamento tanto com fucoidina quanto com dexametasona, mas não pela H89, enquanto a morfina reverteu apenas a hipernocicepção mecânica. Por outro lado, o efeito hipernociceptivo da PGE2 foi bloqueado pela PTX na dose de 0,1μg e essa antinocicepção foi impedida pelas drogas L-NOArg, ODQ e KT5823. Conclusões – A PTX i.pl. na dose de 0,6µg foi capaz de provocar hipernocicepção mecânica e edema intensos, dependentes da migração de neutrófilos e liberação de citocinas inflamatórias, mas não da proteína quinase A. Entretanto, a PTX na dose de 0,1µg, pela ativação da via Arg/NO/PKG/canais de potássio sensíveis ao ATP, bloqueou a hipernocicepção provocada por PGE2. Com isso, acredita-se que o efeito dual da PTX i.pl. esteja diretamente relacionado à dose administrada.

TL040 - PLASTICIDADE ESPINAL ENVOLVIDA NA REVERSÃO DA DOR NEUROPÁTICA INDUZIDA POR ESTIMULAÇÃO DO CÓRTEX MOTOR: INIBIÇÃO GLIAL E MEDIAÇÃO CANABINOide. CRISTIANE CAGNONI RAMOS1; ERICH TALAMONI FONOFF2; LUIZ ROBERTO BRITTO3; ROSANA LIMA PAGANO4.

1,2,4.LABORATÓRIO DE NEUROMODULAÇÃO E DOR EXPERIMENTAL HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A estimulação elétrica do córtex motor (ECM) tem sido amplamente utilizada na clínica médica como ferramenta para controle de dor persistente não responsiva a terapia convencional. A ECM reverte os fenômenos de hiperalgesia e alodínia em ratos com neuropatia periférica, alterando o padrão de ativação neuronal na neurocircuitaria nociceptiva. Entretanto, os mecanismos envolvidos nesse efeito não foram ainda investigados. O objetivo deste estudo foi avaliar a plasticidade espinal envolvida na reversão da dor neuropática induzida por ECM, avaliando a participação das células gliais e dos endocanabinoides envolvidos com a facilitação ou inibição da resposta nociceptiva. Métodos - ratos Wistar machos (180-200 g) foram submetidos ao modelo de constrição crônica do nervo isquiático (CCI) e após uma semana foram realizados os implantes dos eletrodos transdurais sobre a área do córtex motor primário correspondente ao membro posterior direito. Uma semana depois, no 14º dia após a CCI, os animais foram submetidos à estimulação cortical por 15 min (1V; 60Hz; 210µs) e ainda sob estimulação, avaliados no teste nociceptivo de pressão da pata. Ratos falso-operados (FOP) foram utilizados como controle. Animais com CCI ou FOP, sem ECM, foram também avaliados no teste nociceptivo. Após 1 h dos testes, as medulas espinais

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foram coletadas e os ensaios de imuno-histoquímica e immunoblotting foram realizados para a detecção da proteína ascídica fibrilar glial (GFAP, marcador astrocitário), de OX-42 (marcador microglial) e do receptor canabinoide do tipo 1 (CB1). Resultados- Animais com dor neuropática apresentaram aumento da ativação de astrócitos e microglias e inibição da marcação de CB1 na coluna posterior da medula espinal, comparado aos FOP. Em animais que a dor neuropática foi revertida por ECM, observou-se redução da ativação glial, assim como marcação mais intensa de CB1 espinal, comparado aos animais com dor neuropática não estimulados. Conclusão- Os dados obtidos permitem sugerir que a ECM inibe células glias espinais que contribuem com a indução e manutenção da dor neuropática, devido pelo menos em parte, a ativação do sistema endocanabinoide. Os dados poderão potencialmente facilitar o entendimento do papel do córtex motor na inibição da dor neuropática e contribuir com o aprimoramento de estratégias terapêuticas aplicadas no controle da dor persistente.

TL041 - AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DE OCIMUM GRATISSIMUM L. (LAMIACEAE) E SEUS PRINCÍPIOS ATIVOS ISOLADOS NO MODELO DE DOR DA PLACA QUENTE. LYVIA IZAURA GOMES DE PAULA FREIRE; MONICA LEVY ANDERSEN; GRAZIELLA RIGUEIRA MOLSKA; ELISALDO LUIZ ARAUJO CARLINI. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O Ocimum gratissimum L.(Lamiaceae), conhecida popularmente como manjericão ou alfavaca, é uma planta encontrada por todo o Brasil e amplamente utilizada na culinária como condimento. Essa planta vem mostrando diversas atividades no sistema nervoso central, incluindo atividade analgésica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade analgésica do óleo essencial de Ocimum gratissimum L. (OEOg) e seus princípios ativos majoritários (eugenol, mirceno e β-cariofileno) no modelo de dor da placa quente em camundongos. Métodos: O óleo essencial da planta foi adquirido do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (UNICAMP), provido de laudo de identificação de espécie e análise fitoquímica, comprovando a presença dos compostos ativos em estudo. Para todos os experimentos, grupos de 6 camundongos adultos machos da linhagem C57BL/6J foram tratados com óleo de milho (grupo controle), 5 mg/kg de morfina (grupo controle positivo - ip), OEOg nas doses de 30, 100 ou 300 mg/kg, eugenol nas doses de 25, 50 ou 100 mg/kg, mirceno e β-cariofileno nas doses de 20, 40 ou 80 mg/kg, todas por via oral, exceto morfina. Testes preliminares, como triagem inicial farmacológica e rota-rod foram feitos para direcionar a pesquisa e determinar os efeitos adversos das drogas testadas. No teste de placa quente, animais pré-tratados com as diferentes drogas foram submetidos a uma placa aquecida a 50°C e o tempo de reação foi definido como a latência para o animal lamber a(s) pata(s) ou saltar da placa. Resultados: Poucas foram as alterações observadas nos testes preliminares, indicando baixa toxicidade tanto do OEOg como dos seus princípios ativos isolados. No teste da placa quente, as diferentes doses dos três princípios ativos isolados foram eficazes em aumentar de maneira significativa a latência para os animais responderem ao estímulo térmico (p < 0,01). No entanto, somente os animais que receberam a dose mais alta do OEOg foram capazes de permanecer mais tempo na placa aquecida quando comparados ao grupo controle (p < 0,05). Conclusão: Nossos achados corroboram aos relatos da literatura de que o óleo essencial de Ocimum gratissimum e seus princípios ativos majoritários possuem atividade no sistema nervoso central, além de atividade analgésica no modelo de placa quente.

TL042 - ESTUDO SENSORIO-MOTOR EM RATOS SUBMETIDOS A ESTÍMULOS DOLOROSOS AO NASCIMENTO: AVALIAÇÃO EM DIFERENTES FASES DO DESENVOLVIMENTO. LUCIANA SAYURI SANADA; ELISABETE DE CÁSSIA DO CARMO; NATHÁLIA LEILANE MACHADO; GREICE ANNE RODRIGUES; VALÉRIA PAULA FAZAN. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Evidências sugerem que exposição do neonato a dor seja preditiva de respostas globais a dor na infância e no adulto. Após o nascimento, o sistema somatossensório sofre modificações bioquímicas, responsáveis pela redução do número de fibras aferentes nociceptoras no adulto, diminuindo a sensibilidade nociceptiva deste. Controversamente, em períodos críticos, se houver um aumento do fator de crescimento do nervo, há um aumento da nocicepção no adulto. Estes exemplos demonstram que as experiências neonatais podem moldar o sistema sensório-motor no adulto. Estudos experimentais levam a compreensão das alterações decorrentes da dor no neonato, já que há uma grande similaridade entre humanos e ratos nas vias da dor e na maturação neurológica após o nascimento. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos dolorosos a longo prazo no desenvolvimento sensório-motor, sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento sensório-motor de ratos Wistar machos submetidos a procedimentos dolorosos e táteis ao nascimento, em diferentes idades. Para tanto, foram utilizados 12 animais que foram acompanhados desde o nascimento até o período de 90 dias de vida, separados em 2 grupos experimentais: I (6 ratos controles); II (6 ratos que receberam estímulo doloroso após o nascimento, por um período de 15 dias). No grupo II, foram aplicadas sucessivas agulhadas na planta e na região lateral da pata direita, enquanto no grupo I, os animais foram estimulados com cotonete na pata direita, em regiões semelhantes ao grupo doloroso. Para avaliação da dor, em ambos os grupos, nas patas direita e esquerda foram realizados os testes de pressão da pata e teste de retirada da pata (Monofilamentos de Von Frey), nos períodos de 15, 30, 60 e 90 dias de vida. A análise da marcha foi avaliada através do índice funcional do tibial, para estudo do desenvolvimento motor. Para a comparação dos dados obtidos foi realizado o teste One Way Anova, considerando diferenças significativas quando p<0,05. Observou-se um aumento progressivo do peso nos grupos experimentais analisados, não havendo diferença significativa entre eles. Ao analisar o teste de pressão da pata, os valores da pata direita do grupo II (22,94±1,22g; 98,05±2,64g; 178,89g, respectivos as idades de 15, 30 e 60 dias de vida), nos primeiros 60 dias de vida, apresentam-se menores que o grupo I (27,50±1,41g; 111,00±1,89g; 222,44±15,65g, respectivos as idades de 15, 30 e 60 dias de vida), sem diferença significativa. Ao comparar o teste de retirada da pata, observa-se que não há diferença significativa entre os grupos analisados. No entanto, ao avaliarmos o desenvolvimento motor dos animais estimulados com dor, verificamos que estes apresentam alteração da marcha que permanece até os 90 dias de vida. Conclui-se que, apesar dos animais estimulados com dor no período neonatal apresentarem poucas alterações sensitivas, a dor no período neonatal foi capaz de levar a alterações motoras.

TL043 - ANTINOCICEPTIVE ACTION MEDIATED BY SPLEEN 6 (SP6) MANUAL ACUPUNCTURE IN MICE: TREATMENT PARAMETERS AND SPECIFICITY. MORGANA DUARTE DA SILVA; FRANCISCO CIDRAL; GISELY GUGINSKI; ADAIR ROBERTO SOARES DOS SANTOS. UFSC, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL.

Introduction: This study aims to evaluate different parameters of manual acupuncture (MA) at SP6 acupoint in animal models of nociception, in order to standardize its use and demonstrate the specificity of the effect of SP6 in comparison to other acupoints. Methods: Male Swiss mice (25-35g; n=6-8) were treated with SP6 MA. In order to establish optimal needle retention time mice were treated for 1,5,10,15 or 30min with SP6 in the right hind paw and immediately after treatment the mice were injected with Acetic Acid (AA, i.p. 0.6%). Control

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animals were not treated. To ascertain the time course of the antinociceptive effect of SP6, 6 groups of mice were treated for 10min with MA., 0,0.5,1,2,3 or 4h after treatment the mice received AA. These results determined the parameters observed in all other experiments: 10min needle retention time followed by behavioral evaluations. In another series of experiments the effect of unilateral (right or left hind led) and bilateral SP6 MA was assessed in the AA and formalin (2.5% formaldehyde, 20μl in the right paw) models of nociception. During treatments mice were gently handled and lightly restrained in a plastic cylinder with the limb out of the tube. Stimulation was performed by obliquely inserting a stainless steel needle (0.17x7mm) at SP6 and the needle was then rotated slowly. During treatment, if the animal removed the needle, it was reinserted. In the AA model we also evaluated weather or not inserting the needle more than once, or gently rotating the inserted needle for 10sec influenced the results. Other groups of mice were punctured at other acupoints: ST35, LR5, KI3, BL57 or at a non-acupoint (NA). After needle insertion, each mouse was placed in a transparent acrylic box for the entire treatment. Approved by CEUA/UFSC. Results: SP6 MA was effective with 5,10,15 and 30min needle retention time, maximal inhibition (58+8%) was obtained with 10min. SP6 antinociceptive activity was present from 0 up to 120min, 240min after puncture this effect was abolished (maximal inhibition was 0 and 30min-59+7%). Uni and bilateral stimulation presented similar antinociceptive effect in AA challenge (P<0.05). In the formalin test unilateral (right hind leg only) and bilateral SP6 stimulation decreased nociception (P<0.05). Furthermore, the antinociceptive effect was not altered if the needle was inserted more than once during treatment, nor if it was manipulated. The other acupoints (and NA) tested presented no antinociceptive effect. Discussion: These data suggest that SP6 MA is effective with 10min of treatment. In the AA model, both bi and unilateral treatments were effective and the antinociceptive effect was not altered if the needle was inserted more than once, nor if it was manipulated. ST35, LR5, KI3, BL57 and NA acupuncture presented no antinociceptive effect. References: Yin, et al. A proposed transpositional acupoint system in a mouse and rat model. Res Vet Sci. 2008, 84:159–165.

TL044 - ENVOLVIMENTO DA VIA DA HEMEOXIGENASE-1 (HO-1) NO EFEITO ANALGÉSICO DE UM INIBIDOR SELETIVO DA CICLO-OXIGENASE (COX-2). JORDANA ALVERNE DE AGUIAR1; LIVIA CUNHA RIOS2; SARAH PATRÍCIO ANDRADE3; MIRNA MARQUES BEZERRA4. 1,2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: Heme-oxigenase-1 (HO-1) é induzida em uma variedade de células incluindo endotélio, monócitos/macrófagos e neutrófilos por mediadores produzidos durante resposta inflamatória. A Ciclooxigenase-2 (COX-2) é induzida por uma variedade de estímulos nocivos, levando a produção de prostaglandinas (PG) associadas com o desenvolvimento de dor. A possível interação entre os sistemas COX-2 e HO-1 foi recentemente registrada. O objetivo desse estudo foi investigar o efeito de moduladores da via da HO-1, hemina(substrato), DMDC (produto) e Zinco-protoporfirina IX - ZnPP-IX (inibidor seletivo da HO-1) sobre o efeito antinociceptivo do etoricoxibe (inibidor seletivo COX-2) no modelo de contorção induzida por ácido acético. O protocolo experimental foi rea­lizado de acordo com as recomendações de cuidados no uso de animais em laboratório da SBCAL (protocolo número 26/08). Método: Camundongos Swiss machos (25-30g) foram pré-tratados com etoricoxibe (inibidor seletivo da COX-2; 0,1, 1 ou 10mg/Kg; i.p) ou com moduladores da via HO-1/BVD/CO, a saber: Hemina (0,3, 1, ou 3mg/Kg; s.c), DMDC (0,00025, 0,025 ou 2,5µMol/Kg; s.c) ou ZnPP-IX (1, 3 ou 9mg/Kg; s.c). Os animais pré-tratados com etoricoxibe ou com os moduladores da via HO-1/BVD/CO receberam, após 30 e 60 min, respectivamente, a injeção (i.p) de ácido acético, seguido da quantificação do número de contorções abdominais. Realizou-se ainda no mesmo modelo a coadministração de doses inefetivas de etoricoxibe com hemina ou DMDC e de uma dose efetiva de etoricoxibe com ZnPP-IX. Após 4 h da injeção de ácido acético, a bilirrubina (produto da conversão de BVD pela enzima BVD redutase) foi então dosada no lavado peritoneal. Resultados: Hemina ou DMDC reduziram (p<0,05) o número de contorções abdominais, enquanto que o ZnPP-IX potencializou (p<0,05) o efeito do ácido acético aumentando (p<0,05) o número de contorções. A coadministração de etoricoxibe com hemina ou DMDC reduziu (p<0,05) o número de contorções. Já na coadministração de etoricoxibe com ZnPP-IX, observou-se que o ZnPP-IX reduziu o efeito analgésico do etoricoxibe. Conclusão: A via da HO-1/BVD/CO é ativada nos modelos de contorção por ácido acético. O efeito analgésico do etoricoxibe parece depender da participação da via da HO-1/BVD/CO.

TL045 - EFEITO DO EXTRATO HIDROALCÓOLICO DA ARGYROVERNONIA HARLEYI (EHA) NA CONTORÇÃO ABDOMINAL INDUZIDA POR ÁCIDO ACÉTICO. JORDANA ALVERNE DE AGUIAR1; ÂNGELA MAGALHÃES VIEIRA2; ANTONIO ALFREDO RODRIGUES E SILVA3; MARIA BERNADETE DE SOUSA MAIA4. 1,2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Introdução: A Argyrovernonia harleyi pertence à família Asteraceae, é encontrada na região do Xingó no Nordeste do Brasil e é utilizada pela comunidade para o alívio de dor e desconforto gástrico. Neste aspecto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antinociceptivo do extrato hidroalcóolico da Argyrovernonia harleyi (HEA) na contorção abdominal induzida por ácido acético. O protocolo experimental foi realizado de acordo com as recomendações de cuidados no uso de animais em laboratório da SBCAL. Métodos: Camundongos machos Swiss (25 a 30g) foram pré-tratados (v.o) com HEA (100 ou 400 mg/kg). Uma hora após a administração da droga, os animais receberam (i.p.) ácido acético (0,6% - 0,1ml/10g) e determinou-se o número de contorções abdominais durante 30 min. O grupo não-tratado (NT) recebeu apenas o veículo. Resultados: A administração de HEA (100 ou 400mg/kg) reduziu (p<0,05) o número de contorções abdominais em relação ao grupo NT. Conclusão: A administração de HAE (100 ou 400mg/kg) reduziu significativamente o número de contorções abdominais induzidas pela injeção intraperitoneal de ácido acético 0,6%. Esse efeito pode estar relacionado a sua atividade miorrelaxante ou a uma possível atividade analgésica local.

TL046 - EFEITOS DA CAFEÍNA NA FUNÇÃO DOPAMINÉRGICA ESTRIATAL EM RATOS LESIONADOS COM 6-HIDROXIDOPAMINA. JULIANA UCHOA CAVALCANTI; ANDERSON DA SILVA COSTA; LISSIANA M V AGUIAR; GLAUCE S B VIANA. FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, CAMPUS SOBRAL, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução - A literatura mostra que uma das características principais da doença de Parkinson (DP) é o déficit motor provocado pela destruição das terminações dopaminérgicas. Foi demonstrado que a cafeína é capaz de atenuar a neurotoxicidade em modelos experimentais de DP. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da cafeína na função motora e nos níveis de dopamina estriatal em animais com lesão unilateral por 6-OHDA. Método - Ratos Wistar machos (200-250g) receberam injeção estereotáxica de 6-OHDA no estriado direito (ED). A cafeína foi administrada (10 e 20mg/kg, i.p.) 1h após a lesão com 6-OHDA e depois diariamente por 7 ou 14 dias. Duas semanas depois foi observado o comportamento rotacional induzido por apomorfina (rotações/hora). 24h depois o corpo estriado direito foi removido para dosagens dos

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níveis de DA e seus metabólitos (ng/mg de tecido) por detecção em HPLC-EC. Resultados - Uma recuperação motora parcial foi observada nos animais lesionados com 6-OHDA e tratados com cafeína na dose maior, que reduziu significativamente o número de rotações induzidas por apomorfina em torno de 40 % (20 mg/kg, i.p., durante 7 dias) e nas duas doses durante 14 dias em torno de 47 e 69 % (cafeína 10 e 20 mg/kg, i.p., durante 14 dias, respectivamente), quando comparados com o grupo controle lesionado com 6-OHDA. Foi observada uma redução significativa da concentração de dopamina (DA) no lado ipsilateral dos controles (78 %). No entanto, nos animais tratados com cafeína nas doses de 10 e 20 mg/kg, essa redução foi de 72 e 64 %, respectivamente, no tratamento de 7 dias e somente 55 e 22 %, respectivamente, no tratamento de 14 dias, indicando uma recuperação significativa, que foi praticamente completa com a dose maior de cafeína no tratamento de 14 dias (p<0,001). Conclusões - A cafeína produziu uma recuperação motora parcial e melhorou a função dopaminérgica estriatal.

TL047 - ANÁLISE DO PERFIL DE DOR NOS ESTUDANTES DE MEDICINA EM UNIVERSIDADE, FORTALEZA. ALANA FROTA SANTOS; BRUNO DE MELO TAVARES; GABRIELA MACEDO DA SILVA; LUSSANDRA PESSOA ROCHA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

A dor é um processo complexo que ainda possui limitações no seu conhecimento. A correta aplicação do método epidemiológico no estudo da dor é uma ferramenta que pode ajudar a melhorar os seus conhecimentos e, assim, ajudar os profissionais na gestão de seus pacientes. Diante das dificuldades que os estudantes de medicina se deparam durante a vida acadêmica, questiona-se o quão relevante é a dor relatada por esses estudantes. O objetivo da pesquisa aplicada a estudantes da Universidade Federal do Ceará é avaliar a prevalência de dor em tais estudantes, além de averiguar determinadas características da dor e a influência no desempenho acadêmico. Método: Trata-se de estudo descritivo e transversal, com amostra aleatória, realizado no curso considerado. Participaram do estudo 101 alunos do curso de Medicina que aderiram à pesquisa de forma livre e esclarecida na Universidade Federal do Ceará, 2010. O instrumento de coleta dos dados foi um questionário modular, estruturado e autoaplicável com questões de múltipla escolha, o qual incluiu perguntas sobre a qualidade da dor e a interferência dela no dia-a-dia dos estudantes. Resultados: Foram entrevistados 101 alunos, dos quais 72,27% referem sentir algum tipo de dor. Dessa parcela de alunos, 63,01% afirmam que a dor atrapalha o desenvolvimento de atividades diárias na vida acadêmica, 58,9% não procuram assistência médica em busca de tratamento. Baseando-se na Escala Numérica de Dor, 35,6% dos estudantes classificaram a dor relatada com nota 7 - 8. 49,31% dos estudantes referem ter cefaleia e/ou dor no pescoço e 52,05% referem que a dor surge principalmente no período da noite. Conclusões: Os resultados mostram que é alta a prevalência de dor nos estudantes de medicina, podendo ser consequência ou não da prática de suas atividades diárias. Apesar de sentir dor ao ponto de atrapalhar o desenvolvimento de atividades diárias, a maioria dos estudantes não procura assistência médica. É possível sugerir que isso seja resultado da grande carga horária e tensão pelas quais os estudantes passam para concluir o curso. Os estudantes mostram-se mais despreocupados com a própria saúde, provavelmente, devido ao processo de profissionalização médica, o qual pode localizar a saúde no médico e a doença no paciente.

TL048 - IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ANALGESIA DE PARTO: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, DAS PACIENTES E DOS ACOMPANHANTES. JOÃO PAULO LIMA SANTOS; CLAUDIA REGINA FERNANDES; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES; RUI PORTO MORAIS; LAILA KECIA DE OLIVEIRA PONTE; FERNANDO COLARES BARROS. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Dados do Ministério da Saúde de 2008 indicam uma alta frequência de partos cesáreos, principalmente na saúde suplementar. Reconhece-se que um dos principais motivos à sua escolha em detrimento do parto normal é a associação deste com intensa dor. O objetivo deste estudo qualitativo foi avaliar a percepção das pacientes, dos acompanhantes e dos profissionais de saúde envolvidos a respeito do procedimento de analgesia durante o parto normal como forma de validar a criação de um programa propondo esta prática. Método: A amostra foi de quatro pacientes, sem seleção prévia, que se encontravam em trabalho de parto no dia determinado. Destas, três concluíram o trabalho de parto normal e uma evoluiu para parto cesáreo com prévia tentativa de uso de fórceps. Os dados foram coletados através de um questionário subjetivo onde os entrevistados escreviam sobre o seu ponto vista a respeito do procedimento. As respostas foram transcritas para um programa de texto (Br.Office) da mesma forma que foi escrita. Fez-se uma análise qualitativa dos dados, levando em conta o perfil da paciente, a evolução do caso (tempo de trabalho de parto, planos de HODGE, medicações utilizadas, boletim de Apgar e resolução do caso) e as opiniões colhidas. Resultados: todas as pacientes e os seus respectivos acompanhantes mostraram-se bastante receptivos, inclusive com relatos de alívio por terem se submetido ao procedimento. Contudo, observou-se divergência de opiniões entre médicos e enfermeiros, com estes mostrando-se mais cautelosos quanto á sua adoção, enquanto aqueles demonstraram interesse no desenvolvimento da proposta de analgesia de parto normal. Conclusões: concluímos com este estudo que as pacientes e seus acompanhantes receberam de forma extremamente positiva a analgesia durante o parto normal, inclusive em um caso específico que evoluiu, após longo tempo de trabalho de parto, para cesariana, desmistificando a afirmação de que parto normal seja sinônimo de dor. Com relação aos profissionais de saúde, de forma geral, podemos inferir que o procedimento foi bem aceito, com destaque para a percepção da diminuição do tempo de trabalho de parto e do sofrimento da parturiente, não interferindo na fisiologia das contrações uterinas necessárias à expulsão do feto. A partir do exposto, faz-se necessária a elaboração de um programa de analgesia na respectiva Maternidade, podendo ser expandido para o restante do Estado, como uma política de saúde pública e como forma adicional de humanização no parto.

TL049 - COMO OS MÉDICOS TRATAM A DOR EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA. ANÁLISE DE SITUAÇÃO. WASHINGTON AUSPICULETA PINTO-FILHO1; JAMILLE ELITADE CASTRO CUNHA2; ANDRÉIA PEREIRA DE FREITAS3; ERICK ENRICO CRISPIM CAVALCANTE4; GLAUCO KLEMING FLORÊNCIO DA CUNHA5; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES6. 1,5.HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2,3,4,6.UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A falta de conhecimento pode ser apontada como fator-chave no controle ineficaz da dor. Profissionais de saúde, frequentemente demonstram concepções inadequadas relacionadas aos opioides no que dizem respeito ao risco de vício, dependência física, tolerância e efeitos colaterais. Portanto, o seguinte estudo propõe-se a avaliar o conhecimento geral sobre dor entre os médicos responsáveis pelas prescrições em uma unidade de oncologia do maior hospital pediátrico do Ceará. Método - Estudo descritivo, quantitativo, transversal, realizado no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) com 11 médicos entrevistados. Os dados foram coletados durante abril e maio de 2010, através de instrumento padronizado contendo perguntas objetivas, modificado a partir de um instrumen-

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to anteriormente utilizado para profissionais de saúde. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HIAS. A análise foi realizada pelo Excell 2007. Resultados - Houve a participação de 100% dos médicos que trabalham no serviço. O conhecimento sobre aspectos gerais da avaliação da dor foi considerado satisfatório. A avaliação sistemática foi considerada necessária por 100% dos entrevistados. A pergunta sobre a facilidade de avaliar dor em crianças gerou controvérsias. Em relação vantagem do horário fixo, 40% dos entrevistados não consideraram a administração em horários fixos como vantajosa. 81% não concordaram com a afirmativa de que a meperidina é a melhor opção opioide, assim como 63% não concordaram qua a morfina deve ser a última opção. O maior percentual de concordância com os conceitos equívocados ocorreu sobre a dependência psíquica e depressão respiratória dos opioides. Conclusão - Verificou-se conhecimento satisfatório sobre dor, entretanto, equívocos relacionados à prescrição de opioides precisam ser melhorados.

TL050 - AVALIAÇÃO MULTIFATORIAL DO ESTÁGIO EM ANESTESIOLOGIA NA PERSPECTIVA DOS INTERNOS. RUI PORTO MORAIS; CLAUDIA REGINA FERNANDES; FERNANDO COLARES BARROS; JOÃO PAULO LIMA SANTOS; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Na Universidade Federal do Ceará, o internato médico tem duração de dois anos, dividido em quatro períodos, I-1, I-2, I-3 e I-4. Em 2009 criou-se um programa de estágio em Anestesiologia, com duração de um mês, com minicurriculo e objetivos de aprendizagem prédefinidos, objetivos estes de importância prática para o médico generalista, sendo este tutorado principalmente pelo residente de anestesiologia. Objetivou-se avaliar a qualidade do estágio de anestesia numa perspectiva multifatorial, na percepção do interno. Materiais e Método: Ao final de cada estágio entre 2009 e 2010, aplicou-se um questionário estruturado com questões objetivas e uma subjetiva. A parte objetiva apresentava quatro campos de avaliação: Aspectos Gerais do Estágio, Avaliação dos Palestrantes dos Seminários, Avaliação dos Preceptores e Avaliação dos Residentes; sendo cada campo subdividido em itens avaliados como: 1=Insuficiente; 2=Regular; 3=Bom e 4=Excelente. A parte subjetiva era formada por uma única questão em que o interno deveria discorrer sobre observações, comentários e sugestões sobre o estágio. Tabulação e análise dos dados - programa Epi Info. Dados subjetivos - analisados categorizando-se as respostas em grupos e levados em conta os de maior frequência. Resultados e Discussão: No período descrito, 30 internos cursaram o estágio. Em relação aos Aspectos Gerais do Estágio, a maioria dos internos conceituou sua importância como 4, sendo esta caracterização crescente à medida que o interno avançou na graduação (71,4% I-1, 85,7% I-2, 88,9% I-3 e 100% I-4). A nota 4 foi atribuída por 76,7% dos internos para os quesitos: qualidade, conteúdo teórico-prático e organização geral do estágio, sendo que 97% atribuíram a mesma nota à carga horária. No campo Avaliação dos Palestrantes dos Seminários: a nota máxima 4 foi atribuída por mais de 80% dos internos para os aspectos domínio do assunto, clareza e objetividade da exposição. 7% dos internos não conceituaram este campo, por não ter ocorrido esta atividade. Tanto os preceptores quanto os residentes foram avaliados nos quesitos: domínio da especialidade, capacidade de esclarecer dúvidas, estímulo à participação do estagiário. A nota dos residentes em todos estes quesitos foi superior à dos preceptores, destacando-se a nota máxima para “domínio da especialidade” (80% para os preceptores e 93,3% para residentes). Na avaliação subjetiva o ponto negativo mais frequente foi “alguns preceptores não colaboraram com o aprendizado”, e os pontos positivos mais relatados foram: “o crescimento profissional pela vivência prática”, a “oportunidade de treinamento prático” e “a competência dos profissionais”. As sugestões mais citadas foram “ampliar o número de vagas” e “torná-lo obrigatório”. Discussão e Conclusões: O estágio foi bem avaliado em todos os campos interrogados, podendo ser proposto como modelo para outras especialidades durante o internato.

TL051 - RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTOS SOBRE DOR DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E ANALGESIA PARA PROCEDIMENTOS INVASIVOS EM CRIANÇAS.

JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES1; ROBERTO LUIZ DOS REIS GOMES2; SANDRO ROBERTO CAVALCANTE BANDEIRA3; VERA LÚCIA DE ANDRADE GOMES4; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO5 ; WENDELL DE ALCÂNTARA MENDES6. 1,2,3,5,6.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.UNIMED, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Objetivo: Avaliar o conhecimento geral sobre o tema dor entre profissionais de saúde e avaliar o manejo de dor em procedimentos estressantes na unidade de pediatria de um hospital privado no Ceará. Método: estudo descritivo, quantitativo, transversal, realizado no Hospital Regional Unimed de Fortaleza com os profissionais de saúde (médicos, enfermeiras, fisioterapêutas, psicólogos e auxiliares de enfermagem) e acompanhantes dos pacientes internados. Os dados foram coletados durante os meses de junho e julho de 2010, por meio de um instrumento padronizado contendo perguntas objetivas. Sendo esse instrumento modificado, a partir de modelo usado anteriormente com intuito para profissionais de saúde, havendo permissão dos participantes, através da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Em relação aos profissionais de saúde foram coletados os dados demográficos: idade e sexo, participação em eventos e curso sobre o tema dor, perguntas sobre avaliação da dor, aspectos gerais da fisiopatologia da dor, terapêutica farmacológica e não farmacológica. A seguir, foi realizada entrevista com pacientes e acompanhantes nas unidades de UTI pediátrica, UTI neonatal e enfermaria de pediatria, abordando qualidade de cuidados, análise de dor. A análise e estruturação dos dados foram realizadas pelo Excell 2007. Resultados: Número total de entrevistados foi 74: 12 médicos, 13 enfermeiros, 4 fisioterapeutas, 2 psicólogos, 43 auxiliares de enfermagem. Número total de pacientes foi 14 e acompanhantes entrevistados 33. Conclusão: alguns equívocos relacionados à prescrição de opioides precisam ser melhorados, bem como condutas mais apropriadas no controle da dor. Na avaliação da analgesia para procedimentos invasivos observou-se que vários procedimentos necessitam de protocolos de analgesia (intubação traqueal, punções, drenagem de tórax), demandando a criação de rotinas e cuidados gerais para os pacientes de UTI (diminuição de poluição sonora e luminosidade, diminuição de números de procedimentos dolorosos e estímulo a métodos analgésicos não farmacológicos).

TL052 – AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE DOR E SEU TRATAMENTO. JOSÉ ERNANDO DE SOUSA FILHO1; KAROLINE SOARES GARCIA2; MARIA MILENA FAÇANHA TAVARES3; NELY MARJOLLIE GUANABARA TEIXEIRA4.

1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÃ , FORTALEZA, CE, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÃ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.INSTITUTO DR. JOSE FROTA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor crônica vem se tornando um problema com apreciável frequência na prática clí­nica. Essa evolução deve-se a fatores como aumento da sobrevida em relação às doenças, a qual acarreta sequelas dolorosas. Admite-se que 30% da população de um país sofra com dores crônicas. Em um estudo feito no Eastern Cooperative Oncology Group, em 1994, 85% dos médicos consideraram que os pacientes com dor eram subtratados. Por conta da relevância do tema, o presente estudo pretende avaliar a evolução do conhecimento de acadêmicos de Medicina da Universidade Estadual do Ceará¡ sobre dor, seus tratamentos, assim como as implicações éticas dessas práticas. Métodos: Foi formulado um questionário autoaplicável e autoexplicativo, com 14 questões, sendo 12 objetivas e 2 discursivas, para

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120 alunos do curso, 20 alunos por turma. O conteúdo do questionário referia-se a dor e indagava sobre temas como ortotanásia, caso clí­nico, conhecimento sobre tratamentos e área de atuação em dor. A aplicação do questionário ocorreu em agosto de 2010. Resultados: Dos entrevistados, 100% desconhecem o projeto Hospital sem dor: a dor como 5º sinal vital. Houve um crescimento gradual no número de acertos do diagnóstico do caso clí­nico de neuralgia bilateral do nervo trigêmeo. Na turma que se encontra no 2º semestre, apenas 10% das respostas foram próximas do correto, como sí­ndrome do nervo trigêmeo. Na turma do 6º semestre, 30% dos entrevistados acertou o diagnóstico. Já na turma que está no 12º semestre, 90% acertou o diagnóstico. Na pergunta sobre tolerância e eficácia de opioides, a turma do 2º semestre revelou desconhecer as drogas relacionadas. Na turma do 6º semestre apenas 5% acertaram a resposta. Na turma do 12º semestre, 20% acertaram a reposta. Conclusão: Pelos resultados, percebe-se que os acadêmicos apresentam conceitos corretos sobre fisiopatologia da dor e seus diagnósticos, porém com conhecimentos falhos sobre terapêuticas farmacológicas da dor e métodos de avaliação. Portanto, sugere-se que o ensino dos cuidados com a dor deve ser reformulado nos cursos de graduação em medicina.

TL053 - ATIVIDADE LABORAL EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA NO SERVIÇO DE DOR CRÔNICA DO HU – UFMA. ELMAR TORRES NETO1; THIAGO T SILVA2; BEATRIZ T GARCIA3; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA4. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL; 2,3,4.UFMA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor crônica encontra-se entre as principais causas de absenteísmo ao trabalho, licenças médicas, incapacidades, aposentadoria por doença, indenizações trabalhistas e baixa produtividade no trabalho. Este estudo visa avaliar a relação entre a gravidade do quadro doloroso e o absenteísmo nas atividades laborais destes pacientes. Métodos: Estudo transversal, descritivo em que foram analisados dados demográficos, história clínica com caracterização pormenorizada da dor e exame físico de 309 pacientes com dor crônica atendidos no período de 2006 a 2010 em serviço ambulatorial de dor crônica de Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA). Os dados foram colhidos a partir de prontuários com questionamentos pré-determinados, padronizados e respaldados por clínico de dor. A análise estatística foi realizada através do software IBM SPSS Statistics 18. Resultados: 55,19% dos pacientes são mulheres, a média de idade destes é de 49,34 anos, 51,45% provinham do interior do estado, 59,2% destes são casados. Os principais diagnósticos foram Lombalgia (25,5%), Osteoartrose (7,76%) e hérnias discais (7,11%). Pela escala verbal, a dor foi referida como intensa em 47,05%. 33% estão em atividade remunerada, 17,7% estavam em licença saúde, 13,59% já estavam aposentados e 35,62% não exercem atividade remunerada no momento da primeira avaliação. Não houve diferença naqueles que relatavam dor de forte intensidade entre aqueles que trabalhavam e o grupo dos aposentados em licença saúde (35% versus 32,05%, p>0,1). Conclusões: O serviço ambulatorial de dor crônica do HUUFMA recebe predominantemente pacientes na faixa dos 40 a 49 anos, com queixa principal de dor intensa na coluna lombar. Os pacientes que estavam afastados de atividade laboral ou eram aposentados não apresentaram diferença, quanto à intensidade da dor, daqueles que estavam trabalhando, fato que pode demonstrar que ainda não há uma definição adequada dos critérios para selecionar os pacientes que receberão o devido auxílio doença.

TL054 - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL DAS MÃOS /DEDOS AO FRIO: QUEIXAS DE DOR. MÁRCIA ROSÂNGELA BUZANELLO1; ANTÔNIO RENATO PEREIRA MORO2. 1.UNIOESTE-UFSC, TOLEDO, PR, BRASIL; 2.UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introdução: A proteção das mãos/dedos é um dos maiores problemas em ambientes ocupacionais sob baixas temperaturas. Uma vez que elas são anatomicamente e fisiologicamente suscetíveis a perda de calor. Há inúmeros estudos que apontam uma grande incidência de queixas de desconforto e dores causadas pelas varáveis ambientais. Desta forma o objetivo deste trabalho foi levantar a incidência de queixas de dor em mãos/dedos em trabalhadores expostos ao frio, assim como as variáveis relacionadas a elas. Metodologia: a amostra foi composta por 572 trabalhadores de um frigorífico de aves. O critério de inclusão foi à exposição ocupacional ao frio de ambos os sexos. Foram mensurados os parâmetros ambientais: temperatura do ar, velocidade do ar e umidade relativa do ar. Também medidas a temperatura do produto e temperatura das mãos, assim como se faziam ou não uso de luvas, e utilizada a escala subjetiva de sensação térmica da ASHRAE. E a variável categórica apresenta ou não dor nas mãos e dedos durante a jornada de trabalho. Resultados: Análises de regressão a variável dependente dor nas mãos/dedos foi estatisticamente explicada pelas variáveis independentes, uso de luvas, temperatura da mão, temperatura do ar, temperatura do produto, umidade relativa do ar e sexo. Em relação ao gênero a maior incidência de queixa de dor foi do sexo masculino 57,5%. Do total 55% não utilizavam luvas, uma grande porcentagem 82% considerava a sensação térmica fria ou extremamente fria, sendo a maioria do sexo feminino. Do total da amostra 42,8% se queixavam de dores nas mãos e dedos no decorrer da jornada de trabalho. Sendo que destes apenas 15,74% faziam uso de luvas e os outros 27% não. A temperatura do produto oscilou entre -5,8 a 11,7ºC e apresentando uma maior incidência de dor, 23,2% a uma temperatura de 11,7ºC. Conclusão: concluiu-se que há um elevado índice de queixas de dor provocada pelo frio e uma baixa porcentagem de trabalhadores que fazem a utilização de luvas, as quais funcionam como uma barreira mecânica diminuindo a dissipação e calor do corpo. A utilização de luvas em ambientes laborais frios deve ser incentivada, embora os trabalhadores acreditem que haja diminuição da sensibilidade tátil.

TL055 - INTERFACE ENTRE A ODONTOLOGIA E A PSICOLOGIA NA ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA DOR OROFACIAL. LYLIAN VIEIRA PAULA; HELOÍSA CANSADO LASMAR. PUC MINAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

A evolução das ciências da saúde leva hoje ao tratamento da dor com um enfoque multidisciplinar, dada a sua complexidade; a vantagem principal dessa abordagem é a individualização do tratamento. Na dor crônica, dada a sua complexidade, o tratamento não tem como objetivo somente o desaparecimento da dor, mas o controle dos sintomas, a redução do desconforto, o desenvolvimento da autoconfiança, da força de vontade para execução das tarefas, a eliminação de possíveis medos, a reintegração do indivíduo na sua atividade profissional ou outra atividade. Tudo isso leva, como resultado final, à melhoria da qualidade de vida. O tratamento psicológico conjunto ao odontológico e médico na dor orofacial tem sido de fundamental importância, confirmando ser a atenção ao indivíduo um aspecto primordial na melhora da qualidade de vida. E no Projeto Interclínicas de Dor Orofacial e DTM, do Departamento de Odontologia da PUC Minas, o trabalho que vem sendo desenvolvido constitui um projeto de pesquisa, investigação e escuta daquilo que é da ordem do soma e da psyché. Os dois campos do saber trabalham de forma distinta, tendo em vista suas especificidades epistemológicas, contudo estabelecem um diálogo possível visando à melhor condução do caso clínico; um espaço de interlocução tece os esboços de construção de cada caso clínico no contexto da transdisciplinaridade.

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TL056 - SENSIBILIDADE DOLOROSA À PALPAÇÃO EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CRÔNICA E CEFALEIAS PRIMÁRIAS. ANA LÚCIA FRANCO; DANIELA APARECIDA DE GODÓI GONÇALVES; SABRINA MARIA CASTANHARO; CINARA MARIA CAMPARIS. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARARAQUARA - UNESP, ARARAQUARA, SP, BRASIL.

Introdução: Disfunção temporomandibular (DTM) é um termo coletivo para os problemas clínicos que envolvem a musculatura da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e as estruturas associadas. Cefaleias primárias estão frequentemente relacionadas à DTM, sendo o aumento da sensibilidade dolorosa um achado comum nesses pacientes. Os contínuos impulsos nociceptivos provenientes dos tecidos da cabeça e pescoço parecem capazes de agravar a dor em pacientes com DTM e cefaleia primária. Assim, este estudo propôs investigar a sensibilidade dolorosa à palpação em pacientes com DTM crônica, comparando grupos com presença ou ausência de cefaleias primárias. Método- A DTM e o tipo de cefaleia primária foram diagnosticados, respectivamente, por meio do RDC/TMD e por um questionário baseado na Classificação Internacional de Cefaleias (2004). A localização, avaliação e o agrupamento dos sítios musculares e articulares para palpação foram realizados segundo o RDC/TMD, considerando-se o temporal, masseter, ATM e sítios extrafaciais, bilateralmente. Resultados- A amostra foi composta por 213(88,0%) mulheres e 29(12,0%) homens, com faixa etária média de 37,41 anos, não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,652). As médias do número de sítios positivos à palpação nos grupos sem cefaleia, migrânea, cefaleia crônica diária e cefaleia do tipo tensional foram, respectivamente, 12,43; 15,21; 15,62 e 14,38 (p=0,107) (min. 2 – máx. 22). Apenas para os sítios do músculo temporal foi detectada diferença estatisticamente significante entre os grupos de cefaleia quanto à sensibilidade dolorosa à palpação (p=0,007). Conclusões- O número de sítios dolorosos não foi estatisticamente diferente entre os grupos estudados e, dentre os sítios considerados, apenas o músculo temporal demonstrou diferença estatisticamente significante quanto ao grau de dor apresentado.

TL057 - RELATO DE CASO: EXPERIÊNCIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE OLHO CEGO DOLOROSO ATRAVÉS DE BLOQUEIO DE GÂNGLIO ESTRELADO. TEREZA CRISTINA MENDES; JOSEFINO FAGUNDES DA SILVA; THIAGO ROBIS DE OLIVEIRA; TATIANA VAZ HORTA XAVIER. UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: O manejo da dor em olhos cegos dolorosos ainda é um desafio. Corticoesteroides e hipotensores bem como evisceração e enucleação são algumas das estratégias até então empregadas, nem sempre eficazes e, dependendo da estratégia, causando um profundo abalo emocional no paciente. Sendo assim, a equipe de dor do Hospital das Clínicas da UFMG optou tratar o olho cego doloroso com bloqueios de gânglio cervicotorácico, o que nunca foi descrito na literatura para este fim. Relato de caso: foram tratados 6 pacientes portadores de olho cego doloroso, todos por glaucoma, nos quais EVA variava de 7 a 10. Optou-se por sessões semanais de bloqueio de gânglio cervicotorácico com 4 mL de Bupivacaína(0,5%) sem vasoconstrictor e Clonidina 1 mcg/ Kg. 4 apresentaram excelente resultado EVA: variando entre 0 e 3, sendo que 2 permaneceram assintomáticos (EVA:0), sem necessidade de medicação suplementar. Os outros 2 utilizaram Gabapentina 300mg de 12h-12h. Os pacientes assintomáticos não foram alcoolizados previamente. Discussão: O tratamento de dor orofacial com bloqueio de gânglio cervicotorácico já foi bem relatado na literatura, já que o sistema nervoso simpático normalmente está envolvido nesse tipo de dor. Existem alguns relatos de tratamento para glaucoma com este tipo de bloqueio. Em 1956, Miller mostrou que o bloqueio do chamado gânglio estrelado altera a pressão intraocular de olhos glaucomatosos. O uso de bloqueios retrobulbares com álcool ou fenol também ainda é considerado no tratamento do olho cego doloroso, no entanto o índice de complicações graves se mostrou elevado. Atualmente, várias são as opções terapêuticas para o tratamento do olho cego doloroso, no entanto, uma estratégia eficaz, com pequeno índice de complicações graves, não mutilante e que melhore a qualidade de vida do paciente é imprescindível. O bloqueio do gânglio cervicotorácico surge, pois, como uma alternativa comprovadamente viável e promissora para atender à essa demanda.

TL058 - PARTICIPAÇÃO DE ADRENOCEPTORES BETA1 NA DOR DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. CLÁUDIA HERRERA TAMBELI1; NÁDIA CRISTINA FÁVARO-MOREIRA2; VILMA DA SILVA MELO3; RENATA FURINI4; LETÍCIA WADA OKOTI5. 1,2,4,5.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL.

Introdução: Disfunções Temporomandibulares (DTMs) são condições dolorosas comumente associadas à inflamação e frequentemente controladas pelo uso de drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) ainda que muitos pacientes apresentem intolerância ao tratamento prolongado ou não respondam aos seus efeitos. Sabe-se que a dor inflamatória possui um componente simpático que pode predominar em casos com menor sensibilidade aos AINEs. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar em ratos machos Wistar a presença de RNAm de adrenoreceptores AR-β1 no gânglio trigeminal, a participação desses AR-β1 na nocicepção da ATM e os possíveis mecanismos envolvidos. Método- Para quantificação do RNAm de AR-β1, 1 hora após a injeção de Carragenina ou salina nas duas ATMs os gânglios trigeminais foram dissecados, foi feita extração do RNAm e procedimentos de Real-Time PCR. Com o intuito de avaliar a participação desses receptores da nocicepção da ATM foram utilizadas salina, o agente nociceptivo formalina 1,5% e o agonista de AR-β1 Dobutamina. Dobutamina foi coadministrada com o antagonista seletivo de AR-β1 Atenolol (6µg) ou com anti-inflamatório Dexametasona (5µg) na ATM. O comportamento nociceptivo foi quantificado durante 45 minutos e usado como medida quantitativa de dor. Os dados foram analisados por ANOVA e teste Tukey (p<0.05). Resultados- Os dados demonstraram a presença de RNAm de AR-β1 no gânglio trigeminal sugerindo a presença desses AR na região da ATM (salina: 0,44±0,11Gapdh; carragenina: 2,58±0,59Gapdh; n=8). O comportamento nociceptivo provocado pela administração de Dobutamina na ATM de ratos foi similar à resposta nociceptiva provocada pela formalina (formalina: 271,17±65,89; dobutamina: 228,67±29,48; n=6). Coadministração de Atenolol ou de Dexametasona reduziu significativamente o comportamento nociceptivo induzido pela Dobutamina (Atenolol: 70,04%; Dexametasona: 59,04%; n=6). Conclusões- Estes resultados sugerem que os receptores AR-β1 participam da dor na ATM através da ação de catecolaminas sobre esses receptores localizados em neurônios aferentes primários, e através de um mecanismo indireto mediado pela liberação de mediadores inflamatórios induzida pela ação de catecolaminas sobre AR-β1 presentes em células inflamatórias. Estes resultados sugerem que os β-bloqueadores seletivos para AR-β1 podem ser uma alternativa interessante no tratamento de pacientes com dor da ATM que não toleram ou respondem bem ao tratamento com AINES.

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TL059 - O IMPACTO DA CEFALEIA NA QUALIDADE DE VIDA.

RENATA ALESSANDRA EVANGELISTA; HILZE BENIGNO DE OLIVEIRA MOURA SIQUEIRA; MÁRCIA MARQUES DOS SANTOS FELIX; FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: A alta prevalência da cefaleia tem se tornado um grande problema de saúde pública, afetando milhares de pessoas e, consequentemente, a qualidade de vida dessa população. Metade da população mundial apresenta cefaleia tensional em algum período da vida. No Brasil esta prevalência é de 82,9%, sendo mais frequente nas mulheres e nos jovens. O problema mostra-se significativo para a saúde pública por causar impacto na qualidade de vida e trazer prejuízos econômicos. Método - Participaram deste estudo 150 mulheres, com diagnóstico de cefaleia, sendo discentes, docentes e funcionárias da Faculdade de Ciências da Saúde. Foi utilizado um Questionário de Cefaleia, capaz de avaliar e classificar a dor sobre os critérios determinados pela Sociedade Internacional de Cefaleia e o Instrumento de Qualidade de Vida Medical Outcomes Study 36 – item short – form health survey – SF-36, um instrumento genérico e multidimensional de avaliação de qualidade vida. Resultados - Das 150 mulheres pesquisadas, 102 (68%) queixaram-se de cefaleia nos últimos seis meses. A média de idade apresentada entre as participantes foi de 33 anos, tendo idade mínima de 18 anos e máxima de 48 anos, com desvio padrão de 8,6 anos. Nos resultados dos escores do instrumento SF-36, segundo seus domínios foram apresentados os quartis e representados por meio de tabelas. A consistência interna do instrumento foi verificada por meio dos valores de alfa de Cronbach entre os domínios da escala. O grupo estudado apresentou um maior comprometimento da qualidade de vida nos domínios vitalidade, dor, saúde mental e aspectos físicos. Conclusões - Percebeu-se que a qualidade de vida das mulheres estudadas, quando relacionada à saúde, foi satisfatória na avaliação dos domínios integrantes do SF-36. Tal instrumento mostrou-se eficaz na avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde geral dessas mulheres. É importante ressaltar que além do impacto na saúde, a cefaleia trouxe mudanças nas atividades diárias, sociais e emocionais das mulheres pesquisadas. Diante disso, avaliar e mensurar a dor e a qualidade de vida possibilitou uma melhor compreensão nesta área de conhecimento, possibilitando novas perspectivas para a temática de investigação.

TL060 - OCORRÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALEIA E PREJUÍZO NAS ATIVIDADES COTIDIANAS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS DE ENFERMAGEM. LILIAN VARANDA PEREIRA1; LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA2; RENATA ALESSANDRA EVANGELISTA3; POLYANA CRISTINA VILELA BRAGA4.

1.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG), GOIÂNIA, GO, BRASIL; 2.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 3.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG (CAMPUS CATALÃO), CATALÃO, GO, BRASIL; 4.SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: Cefaleia é queixa comum entre as pessoas que procuram atendimento médico e se constitui em um problema de saúde pública mundial, que afeta a qualidade de vida das pessoas. Este estudo teve como objetivos: verificar a ocorrência de cefaleia, como a principal dor e caracterizar essa experiência e o prejuízo dela advindo nas atividades cotidianas de estudantes universitárias de enfermagem. Método: Estudo observacional, transversal, realizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Estado de Goiás, Brasil, de maio a junho de 2008. A população incluiu 250 estudantes regularmente matriculados no Curso de Graduação em Enfermagem (aproximadamente 50 alunos por ano). Destes, 203 preencheram o questionário (81,2% dos alunos do curso). Cefaleia foi considerada como qualquer dor referida na cabeça e as características clínicas como a intensidade foi medida por meio da Escala Numérica (EN) de 0 (zero) a 10 (dez); a qualidade, por meio do Questionário de McGill-LF e a intensidade do prejuízo causado pela cefaleia nas atividades cotidianas, por meio de uma escala de copos de cinco pontos. Os dados foram compilados e analisados pelo programa SPSS 16.0 e representados por meio de medidas descritivas de centralidade como a média, mediana e quartis (Q1-25% da amostra ordenada e Q3-75% da amostra ordenada) e de dispersão: mínimo, máximo e desvio padrão. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para associação entre as variáveis numéricas e o teste do qui-quadrado para associação entre as variáveis categóricas. O nível de significância considerado para todos os testes foi de 5%. A média de idade foi de 21 anos (dp=1,8 anos), 48,5% da classe econômica A (ABA/ABIPEME). Resultados: Cefaleia foi a principal dor para 34,5% das universitárias; de forte intensidade (Md=7,0; Q1=5,0; Q3=8,0; Max=10, Min=2); descrita como latejante (74,3%), pontada (62,9%) e enjoada (55,7%); com episódios à tarde (52,9%), que duravam algumas horas do dia (51,4%). Os fatores relacionados ao início da dor foram: os estudos (17,1%) e o estresse (11,4 %) e as atividades mais prejudicadas: a capacidade de concentração (84,3%) e o humor (84,3%) (p<0,05). A correlação entre intensidade da dor e a intensidade do prejuízo nas atividades cotidianas das universitárias foi positiva e significativa para a capacidade de concentração, participação em atividades sociais, recreativas e familiares, relacionamento com outras pessoas e capacidade de proveitar a vida (r variou de 0,27 a 0,35; p<0,05). Conclusão: A cefaleia é menos frequente nesta população, comparada a estudos semelhantes realizados em outros países e prejudica as atividades cotidianas das universitárias.

TL061 - TRATAMENTO DO OLHO CEGO E DOLOROSO POR GLAUCOMA. RICARDO L COELHO; THAISA V L FONTES; LUZIANY C ARAÚJO; THALITA M X OLIVEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: O glaucoma é uma neuropatia óptica com alterações típicas da cabeça do nervo óptico, havendo perda do tecido neural e diminuição do campo visual. O glaucoma neovascular (GNV), um tipo de glaucoma secundário, é decorrente da proliferação de membranas fibrovasculares em resposta à isquemia retiniana, obstruindo o fluxo de humor aquoso. O principal sintoma é a dor ocular de forte intensidade acompanhada de cefaleia frontal, náuseas e vômitos. GNV está associado à retinopatia diabética proliferativa e oclusão da veia central da retina. Relato de Caso - VGS, 95 anos, feminino, parda, viúva, agricultora, deu entrada no serviço em novembro de 2009 com queixa de dor ocular intensa e cefaleia. À biomicroscopia, foi constatada neovascularização de íris (rubeosis iridis), edema de córnea e catarata total no olho esquerdo. Foi diagnosticado glaucoma agudo (neovascular), sendo prescrito acetazolamida VO 250mg 8/8h, prednisolona 0,12% colírio 6/6h, atropina colírio 1% 12/12h, tartarato de brimonidina 0,2% colírio. Sugeriu-se realizar cicloablação do corpo ciliar, não feito no serviço por opção da paciente. Retorna, uma semana após, com melhora do quadro álgico, mas sem modificações do quadro clínico. A paciente não compareceu as consultas subsequentes, e após um ano, retorna com dores excruciantes e extrusão do conteúdo do globo ocular esquerdo, executando-se uma evisceração emergencial. Discussão - A dor ocular associada ao glaucoma neovascular agudo é normalmente intensa, e comparada, na literatura, à dor do parto e da litíase renal. O tratamento do olho cego e doloroso é feito inicialmente com esteroides tópicos, cicloplégicos e hipotensores oculares. Podem ainda serem tratadas através injeção retrobulbar de álcool ou clorpromazina e ciclodestruição (foto ou crio) nos casos quando os olhos parecem normais ou quando o paciente se recusa a um tratamento mais invasivo como a enuncleação e ou evisceração. Como a paciente

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é idosa, foi sugerido a realização ciclocrioablação do corpo ciliar, mas a mesma optou por não realizar esse procedimento. Seu quadro evoluiu de forma dramática, levando a dor acentuada e extrusão do conteúdo do globo ocular esquerdo pelo aumento da PIO, sendo submetida a evisceração. A terapêutica com os fármacos usados inicialmente diminuíram a dor e a inflamação, mas não reduziu significativamente a pressão, isto associado à recusa do tratamento proposto e a ausência do seguimento da paciente levou a esse quadro.

TL062 - RELATO DE CASO: NEURALGIA DO TRIGÊMIO ASSOCIADA A DTM POSTURAL. KAROLINE ROGONI MARQUEZI; JOÃO CARLOS PEREIRA GOMES; MARCUS M. Y. PAI; RAPHAEL FA DOS SANTOS. HCFMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A neuralgia do trigêmeo é caracterizada por dor paroxística, em pontadas, queimor e choque desencadeada por estímulos táteis triviais do dia-a-dia como falar, mastigar ou escovar os dentes, limitada às regiões de inervação de um ou mais ramos trigeminais. Geralmente é unilateral e acomete principalmente indivíduos do sexo feminino, entre a sexta e oitava década. As desordens temporomandibulares, também conhecidas pelo termo disfunção temporomandibular (DTM), constituem um grupo de patologias que afetam os músculos mastigadores, a ATM (articulação temporomandibular) e/ou estruturas associadas. As alterações morfológicas do sistema estomatognático decorrentes dos hábitos posturais e da idade, constituem nos dias de hoje uma das mais graves doenças no grupo das doenças crônico-degenerativas, esta má postura pode estar associada a uma má adaptação de uma reabilitação com próteses totais no caso de pacientes desdentados. Relato de Caso: FAS, 61 anos, feminino, trabalhou na lavoura 40 anos. QD: dor no rosto esquerdo há 7 anos. HMA: Após extração do dente canino superior esquerdo, iniciou quadro álgico na face esquerda, lábios inferior e superior, gengivas, rebordo da mandíbula e região zigomática. A dor evoluiu de baixa para alta intensidade (EVN=5) nos últimos 4 anos, após colocar prótese dentária. A dor é paroxística, em queimação e choque, curta duração, 20 episódios/dia. Intensifica pela manhã e com o frio. Fatores desencadeantes: comer, falar e escovar os dentes. Melhora com repouso. EF: alodínia tátil e térmica na face esquerda do maxilar até a região pré-auricular. Flacidez da musculatura da mímica facial do lado esquerdo. Palpação muscular dolorosa em masseter, digástrico, ECM lado esquerdo. Abertura ampla com dor em hemiface E. Oclusão desviada para direita com remissão para linha média na abertura e pela manipulação. Crepitação avançada em ATM D. Paciente portadora de próteses totais superior e inferior inadequadas. A não adaptação do uso resultou em má postura mandibular com dor na região da face. Discussão: O presente caso ilustra dificuldades no diagnóstico da dor orofacial, que pode ter diversas etiologias. Em alguns casos a face pode ser acometida por mais de um tipo de dor orofacial. Ressalta-se a importância de uma boa história clínica e exame físico, além do conhecimento prévio dos critérios diagnósticos das principais síndromes dolorosas da face.

TL063 - OPIOIDES E DOR CRÔNICA: DESEMPENHO EM TESTES DE ATENÇAO, MEMÓRIA E VELOCIDADE PSICOMOTORA. JANAINA VALL1; JETTE HØJSTED2; PER SJØGREN3.

1.ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.KØBENHAVNS UNIVERSITET, COPENHAGEN, DINAMARCA.

Introdução: Há controvérsias sobre os efeitos dos opioides na função cognitiva em doentes com dor crônica. Os objetivos deste estudo foram analisar a atenção, memória e velocidade psicomotora de doentes com dor crônica não oncológica recebendo opioides. Método e casuística: Estudo transversal com 41 doentes do Centro de Dor da Universidade de Copenhague (2009-2010). Os avaliados foram 53,7% homens, média de idade 50,1 anos (DP=12,0), escolaridade 11,9 anos (DP=3,4), intensidade da dor 5,9 (DP=2,3) e opioide 159 mg/d (DP=139,8). Foram incluídos aqueles com dor crônica não oncológica de 3 meses,≥ 18 anos, recebendo opioides ≥diversas etiologias idade 6 anos, capacidade de compreensão e expressão adequadas.≥escolaridade Foram excluídos os debilitados, dementes, encefalopatas, com trauma craniano e/ou insuficiência renal/hepática. Para a avaliação cognitiva utilizaram-se os testes Tempo de Reação Contínua – TRC (atenção/velocidade psicomotora), Digitação – D (velocidade psicomotora), Extensão de Dígitos – ED (atenção/memória) e Trilhas B - TB (atenção/memória/velocidade psicomotora). Assumiu-se nível de significância p<0,05. Resultados: Pior desempenho no teste de atençãoTRC associou-se à dose de opioide ≥120mg/dia e estar sem trabalho. Pior desempenho nos testes de velocidade psicomotora-TRC/D/T associou-se à dose de opioide ≥120mg/d, estar sem trabalho, estar ansioso, ser mulher e ter idade >45 anos. O desempenho nos testes de atenção-TRC/ED/T e memória-ED/T foi pior nos doentes com escolaridade <12 anos, idade >45 anos e entre os ansiosos. Observou-se correlação positiva entre atenção-TRC e depressão e correlação negativa entre velocidade psicomotora-D e horas de sono, entre outras. Conclusão: Os fatores mais frequentemente associados ao pior desempenho cognitivo foram estar ansioso, idade >45 anos, dose do opioide ≥120mg/dia, escolaridade <12 anos e estar sem trabalho. Não se dispõe na população brasileira de estudo semelhante, o que seria desejável, porém, há estudo com doentes com dor crônica oncológica que observou alteração na atenção e memória. Não se conhece a magnitude dos prejuízos cognitivos e nem as consequências desses no coditiano dos doentes. No entanto, entre os fatores associados, há alguns passíveis de intervenção (dose do opioide, ansiedade, depressão e alteração do sono) que devem ser valorizados no planejamento terapêutico.

TL064 - MENSURAÇÃO DA INTENSIDADE DA DOR EM IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL: CORRELAÇÃO ENTRE A ESCALA NUMÉRICA E A ESCALA DE FACES. ANA PAULA DA COSTA PESSOA1; LÍGIA VANESSA SILVA CRUZ DUARTE2; LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA3; LILIAN VARANDA PEREIRA4.

1.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG), GOIÂNIA, GO, BRASIL; 2,3.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 4.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG E REDE GOIANA DE PESQUISA VIGILÂNCIA À SAÚDE DO IDOSO NO ESTADO DE GO, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: Instrumentos unidimensionais são úteis para medir a intensidade da dor e fornecem informações rápidas e válidas sobre a experiência dolorosa. Este estudo teve como objetivos correlacionar os escores atribuídos por idosos não institucionalizados à intensidade de dor, por meio de duas escalas de medida e identificar a escala preferida por esta população. Método: estudo de base populacional, transversal, realizado no período de dezembro/2009 a março/2010. A amostra probabilística incluiu 934 idosos (>60 anos), de qualquer raça, cor ou sexo, moradores nos domicílios visitados. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada. O estado mental foi avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a intensidade da principal dor medida por meio de duas escalas (Escala Numérica (0-10) e Escala de Faces (0-6)), apresentadas aleatoriamente. Os dados foram analisados pelo SPSS, versão 17.0. As variáveis foram exploradas pela média, desvio padrão, frequências absolutas e porcentuais. Associações entre as variáveis foram investigadas por meio do teste do qui-quadrado, Exato de Fisher e Coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: a média de idade foi de 71,65 anos (dp=8,49) com predomínio de idosos na Classe econômica “miseráveis” (Renda per capita < 400 reais) (42,2%) e aposentados (62,4%). Comprometimento cognitivo foi identificado em 34,2% deles (escore<24), contudo, 93,5% conseguiram realizar a tarefa de medida por meio

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da EN (M=6,45; dp=2,47) e 93,7% por meio da EF (M=3,27; dp=1,68). A correlação entre os escores obtidos por meio das duas escalas foi forte, positiva e significativa (r=0,73; IC=0,67-0,80, p=0,0001). A EN foi preferida por 54,4% dos idosos e 9,7% não opinaram. Houve diferença significativa (p=0,0001) entre a preferência por uma escala e a idade. Conclusão: Idosos são capazes de julgar a intensidade de dor por meio da Escala Numérica e de Faces de forma semelhante e preferem a EN, no entanto, entre os muito idosos, a EF foi a de escolha.

TL065 - INSTRUMENTOS PARA MENSURAÇÃO DA DOR EM PESSOAS COM DEMÊNCIA EM FASE SEVERAMENTE AVANÇADA: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA. RAQUEL SOARES DEARAUJO1; LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA2; CHARLISE FORTUNATO PEDROSO3; LILIAN VARANDA PEREIRA4.

1.PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG), GOIÂNIA, GO, BRASIL; 2.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG. BOLSISTA PIBIC CNPQ, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 3.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 4.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG E REDE GOIANA DE PESQUISA VIGILÂNCIA À SAÚDE DO IDOSO NO ESTADO DE GO, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: A avaliação da dor em pessoas com desordem cognitiva constitui-se em desafio para aqueles que avaliam e tratam a experiência dolorosa, pois há comprometimento da habilidade de entendimento e comunicação, importantes no processo de medida. Trata-se de revisão integrativa da literatura, cujo objetivo foi identificar e analisar os instrumentos mais frequentemente utilizados para a mensuração da dor em pessoas com demência em fase severamente avançada (DFSA). Método: Revisão da literatura pelas fontes de dados LILACS, BDENF, MEDLINE e SciELO, no período de 2004 a 2009, induzida pelos descritores: medição da dor, idoso, demência e similares em inglês. Resultados: Foram selecionadas quarenta e duas (42) publicações que abordaram os instrumentos de medida da experiência dolorosa em pessoas com DFSA, valendo-se de comportamentos/expressões de dor. Entre os dezesseis instrumentos identificados, sete (7) destacaram-se como os mais promissores e frequentemente utilizados: NOPPAIN, PAINAD, Abbey, Doloplus-2, CNPI, PADE e PACSLAC. Conclusões: Embora estudiosos tenham envidado esforços na elaboração de instrumentos com potencial para identificação/medida da dor em pessoas com DFSA, ainda não existe um instrumento ideal, amplamente aceito e recomendado para tal tarefa no meio clínico. As recomendações dos autores é que sejam testados, aperfeiçoados, adaptados culturalmente e divulgados para que, uma vez utilizados possam ser refinados e adequados à equipe multiprofissional, familiares e cuidadores, fornecendo medida acurada da experiência dolorosa entre aqueles com déficit cognitivo e muitas vezes impossibilitados de comunicar sua dor.

TL066 - O USO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DE DOR FLACC (FACE, LEGS, ACTIVITY,CRY, CONSOLABILITY) NA POPULAÇÃO PEDIATRICA. ANDREA CAMPOS OLIVEIRA1; MARCIA CARLA MORETE2; FABIOLA PEIXOTO MINSON3; LISABELE ROSSATO MARIANO4. 1,2,3.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Determinar a melhor maneira de avaliar a dor na criança tem sido tarefa árdua, principalmente pelas dificuldades na comunicação verbal e de desenvolvimento do pensamento associativo. A escala FLACC foi desenvolvida em uma tentativa de reduzir as barreiras existentes com a utilização das escalas comportamentais. Objetivo: Aplicar e implantar a escala de avaliação de dor FLACC em crianças de 0 a 6 anos hospitalizadas de uma unidade pediátrica de tratamento clínico e cirúrgico. Metodos: Realizada a reprodução da escala FLACC e aplicada em 35 crianças hospitalizadas na unidade pediátrica de um hospital geral na cidade de São Paulo. Inicialmente foi realizado treinamento da equipe em relação ao conhecimento, aplicação e registro da escala FLACC a crianças de 0 a 6 anos. Resultados: Observamos que em relação à amostra estudada de 35 crianças avaliadas por meio de análise de prontuário, os indicadores medidos foram: todas as crianças (100%) tinham pelo menos uma vez por plantão a avaliação da sua dor. Em relação à indicação do uso adequado da escala FLACC, 97% estava aplicando a escala para a população recomendada, e apenas uma criança (3%) aplicou-se a escala, porém a criança possuía déficits neurológicos. Ressalto que diante desse indicador, percebemos melhora em relação à aplicabilidade dessa escala, pois esse indicador mostrava- se em torno de 72% quando fazíamos uso anteriormente, da escala de FACES (Wong Backer). Ainda podemos destacar que das crianças que foram avaliadas em relação à presença de dor, todas (100%) foram desenvolvido medidas de alívio e reavaliadas em até 1 hora após as medidas instituídas (farmacológica ou não farmacológica). Conclusão: A experiência mostrou que avaliar a dor em crianças que não possuem a habilidade de fazer o autorrelato é hoje um desafio para o enfermeiro, pois podemos sub julgar uma situação por desconhecer as ferramentas que poderão ser muito úteis para que possamos ter recursos objetivos de avaliação da dor nessa população. A escala FLACC mostrou ser de fácil aplicação e entendimento da equipe de enfermagem, possibilitou uma boa aceitação por parte de familiares e cuidadores, uma vez que a instituição já fazia uso da escala de Faces Wong Backer para avaliar a queixa álgica dessa população e os resultados dos indicadores pode mostrar que essa escala promoveu maior adesão ao instrumento em relação à anterior. A partir desse estudo percebemos que a escala deve ser padronizada e utilizada em crianças de 0 a 6 anos de idade de forma sistematizada, contribuindo assim, como um instrumento de grande valia na avaliação da dor em crianças hospitalizadas.

TL067 - ESTUDO PILOTO DO USO DO MPI: CORRELAÇÕES ENTRE A PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES COTIDIANAS E A PERCEPÇÃO DA DOR. RAQUEL ALCIDES SANTOS; ANTONIO FILPI COSTA. HUCFF/UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A avaliação multidimensional da dor é importante para planejamento eficaz do tratamento para dor crônica. O Multidimensional Pain Inventory (MPI) é um instrumento de autoavaliação multiaxial da dor elaborado por Turk et al. (1985). Foi projetado para fornecer uma avaliação abrangente da experiência subjetiva da dor numa perspectiva cognitiva-comportamental, incluindo informações sobre as condições físicas, psicossociais e comportamentais do pacientes com dor crônica e enfatizando as percepções e avaliações dos doentes acerca da sua condição clínica. O MPI é composto de 3 subescalas: Intensidade e impacto da dor; resposta dos outros às manifestações de dor e frequência de participação em atividades cotidianas. O presente estudo visa avaliar as correlações entre as 6 dimensões avaliadas pela primeira escala do MPI: gravidade da dor e do sofrimento, a interferência na vida relacionada a dor, avaliação do apoio recebido, percepção de controle sobre a dor e avaliação do humor e o escore total da última escala: frequência total de atividades cotidianas realizadas. Método: O questionário foi aplicado em pacientes com dor crônica benigna, admitidos para tratamento na Clínica da dor do HUCFF/UFRJ, no decorrer da primeira consulta. Responderam ao questionário os pacientes admitidos entre 11/06 e 27/08 de 2010. No total foram avaliados 25 pacientes, sendo 19 mulheres e 6 homens, com idades que variavam entre 28 a 80 anos, a média de idade foi 51,8 anos. A avaliação estatística foi feita pelo programa SPSS. Foram consideradas correlações significativas aquelas em que o p valor era ≤ 0,05. Resultados: Dentro dos parâmetros propostos, observaram-se correlações estatisticamente significativas, aquelas encontradas entre os seguintes fatores: interferência com gravidade; interferência com humor; gravidade com humor; apoio recebido com atividades. Foi também encontrada uma

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correlação negativa, e estatisticamente significativa entre o humor e atividades. Conclusões: Como era esperado o humor se correlacionava com a gravidade e interferência. Mais chamativo foi perceber que a atividade correlacionava-se fortemente com o apoio e, além disso, de forma invertida com o humor. Note-se que a atividade aparentemente nessa primeira avaliação não se mostrou associada à gravidade.

TL068 - EFETIVIDADE DO PROGRAMA PSICOEDUCATIVO PARA A ADESÃO AO TRATAMENTO DE DOR CRÔNICA. ADRIANNA LODUCA; LIN TCHIA YENG; MARIANA FILIPPINICACCIACARRO; MIRELLA DE LEMOS GIGLIO. CENTRO DE DOR - HCFMUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A literatura mundial informa que programas psicoeducativos (PPE) costumam ser utilizados como medidas paliativas no decorrer do tratamento de dor crônica. A entrevista motivacional foi introduzida em 1980 com o objetivo estimular mudanças de comportamento, auxiliando o paciente a refletir sobre suas ambivalências e manter os custos e benefícios associados. Atualmente, os PPE do grupo de dor vem sendo desenvolvidos com base nas entrevistas motivacionais dos pacientes assistidos. Objetivo: Avaliar a efetividade do PPE baseado em entrevista motivacional, para a adesão no momento inicial do tratamento de dor crônica. Método: Os PPE foram realizados em 12 encontros semanais, com duração de 120 minutos cada, com o objetivo de melhorar a adesão ao tratamento interdisciplinar por meio de oferta de informações nesse contexto. Foram avaliados os seguintes aspectos: intensidade da dor (Escala verbal analógica), humor (HAD), impacto psicossocial, padrão de convívio com a dor, estágio de prontidão para mudança, o papel da dor na vida do paciente, sua convivência com a dor, emoção, lazer, relacionamentos, diagnóstico, tratamento/equipe, autocuidado, cotidiano, trabalho e autoestima. Foram convocados 60 pacientes, mas 58 concluíram o PPE. Da amostra, 55% eram casados, 20,7% divorciados, 17,2% solteiros e 6,9% viúvos. Quanto à escolaridade, 32% tinham ensino médio, 32% ensino fundamental I, 18% ensino fundamental II e 18% ensino superior. Dos sujeitos 43% encontravam-se trabalhando, 43% afastados pelo INSS, 0,7% desempregados e 0,7% aposentados por idade. Discussão: Constatou-se que 89% dos participantes mudou o tipo de padrão de convívio com a dor. No que se refere à prontidão para mudança, 93% dos sujeitos evoluíram de estágio após o PPE. Das oito categorias avaliadas para a compreensão do impacto do PPE na vida dos doentes três sofreram maior repercussão positiva: autocuidado, emoções e expectativa do tratamento. Conclusão: Percebeu-se que os pacientes se beneficiaram do tratamento após tomarem conhecimento de seu papel e importância diante do tratamento da dor crônica. Tal conhecimento ameniza a ansiedade e contribui para a autoestima, fazendo com que o paciente assuma postura ativa diante do tratamento.

TL069 - O IMPACTO DA DOR NA VIDA AFETIVA E SEXUAL DE MULHERES QUE TEM DORES CRÔNICAS. ADRIANNA LODUCA1; BARBARA MARIA MULLER2; ROBERTA AMARAL3; TELMA REGINA MARIOTTO ZEKKA4.

1.CENTRO DE DOR HCFMUSP E PUCSP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.CENTRO DE DR HCFMUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 3,4.CENTRO DE DOR HCFMUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Atualmente, a sexualidade tem sido um tema que faz parte do cotidiano vinculado como fonte de prazer e bem estar e não apenas à noção de reprodução. Estima-se que cerca de 40 a 45% das mulheres têm alguma queixa de disfunção sexual. Destaca-se que a motivação feminina para o sexo reside mais na intimidade com o parceiro, isto é, desejam principalmente receber carinho e aproximar-se fisicamente do companheiro, do que vivenciar fantasias e sensações eróticas. Sabe-se que a dor crônica pode prejudicar a vida sexual dos doentes, mas faltam trabalhos nacionais sobre o tema. Objetivo: Identificar e caracterizar a vida afetiva e sexual de pacientes com dores crônicas. Método: Foi realizado um estudo transversal com 84 pacientes do sexo feminino, com diagnóstico de dor crônica de diferentes etiologias, durante o período de janeiro a março de 2010, em diferentes ambulatórios de dores crônicas de um hospital público da cidade de São Paulo. Foram levantados dados: sóciodemográficos, local e intensidade da dor, sobre as relações sexuais (frequência, prazer, importância e satisfação) e afetivas (busca de alternativas, interferência da dor e tipo de vínculo). Foram calculadas as frequências de cada resposta e realizado o teste Qui-quadrado de Pearson para investigar a existência de correlações entre as variáveis. Resultados: A amostra foi composta por mulheres com idade média de 43,4 anos (DP= 8,1), com predomínio de casadas ou em união estável (62%); 49,3% das pacientes referiram dor no corpo todo e o escore médio da intensidade da dor foi de 7,50 (DP= 2,6). A frequência nas relações sexuais diminuiu em 57% dos casos, sendo que em 37%, a mudança ocorreu devido ao surgimento do quadro álgico e ao estado emocional. Depois da dor, 54,5% das mulheres relataram que não sentiam prazer sexual. A maioria das pacientes (60,3%) informou que teria respondido a entrevista de modo diferente se não tivesse dor. Houve interferência na vida afetiva devido a dor segundo 62,8% das pesquisadas, a maioria (42,9%) refere que tem vínculo de cumplicidade com o (a) parceiro(a) e 55,1% desses são cuidadores. Conclusão: Os aspectos analisados evidenciam que a dor interfere negativamente na vida afetiva e sexual das mulheres com dor crônica. Novos estudos devem ser realizados com grupo controle de mulheres sem dores, pois predomina a escassez de pesquisas sobre a qualidade da vida afetivo e sexual da mulher brasileira.

TL070 - O ENFRENTAMENTO DA DOR CENTRAL CAUSADA POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE). MARIANA NOGUEIRA; ANDREA GOLFARB PORTNOI; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA.

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE D, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A dor central é intensa e persistente gerando repercussões que obrigam o uso de muitas estratégias de enfrentamento. O objetivo deste estudo foi identificar as estratégias utilizadas por doentes com dor central causada por AVE. Método: Foi realizado no Centro de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Participaram 50 sujeitos (50% homens) com dor central causada por AVE isquêmico ou hemorrágico. Os critérios de inclusão foram idade (≥ 30 anos), escolaridade (≥ 4ª série), dor central por AVE há pelo menos 3 meses. Os critérios de exclusão foram presença de déficit cognitivo, de linguagem e de sintomas psicóticos. Foram utilizados Inquérito de Dados Demográficos, Escala Visual Analógica, Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e questão aberta sobre enfrentamento. Resultados: Na EMEP as estratégias mais utilizadas foram as centradas no problema, a busca de práticas religiosas e pensamentos fantasiosos e a busca de suporte social. As estratégias menos utilizadas foram as centradas na emoção. As envolvidas na questão aberta foram divididas em duas categorias: centradas no problema e centradas na emoção. Em relação às centradas no problema 40% da amostra relataram buscar tratamento, 6% fingiam não sentir dor, 16% ignoravam a dor, 6% aceitavam a incapacidade gerada pela dor. Quanto às centradas na emoção 64% usavam a distração da atenção, 8% faziam autoafirmação de enfrentamento, 8% controlavam as emoções, 10% buscavam práticas religiosas e espirituais e 22% buscavam suporte social. Conclusões: Os sujeitos utilizaram um grande número de estratégias de enfrentamento, sendo que a distração da atenção foi a mais utilizada, o que sugere sua funcionalidade no enfrentamento da dor central. A comparação entre os resultados do questionário e da pergunta aberta revelou que, no questionário, estratégias centradas no problema foram mais utilizadas do que as centradas na emoção, assim como a estratégia buscar práticas religiosas e pensamentos fantasiosos. Ambos os fatos não se confirmaram na questão aberta.

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TL071 - SÍNDROME DOLOROSA PÓS-LAMINECTOMIA LOMBAR: AVALIAÇÃO CLÍNICA DE 18 PACIENTES. DIEGO RAFAEL BERBARE LEITE; DIEGO P RODRIGUES; STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A síndrome dolorosa pós laminectomia Lombar (SDPLL) é definida pela IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor) como dor lombar espinhal de origem desconhecida na mesma localização topográfica, que persiste, apesar da intervenção cirúrgica ou que se instala após a sua execução. Este estudo apresenta o resultado do exame clínico de 18 pacientes atendidos no Serviço de Dor do Hospital Universitário Presidente Dutra com diagnóstico de SDPLL. Método: Foi realizado o exame clínico de 18 pacientes acompanhados em ambulatório de dor com lombalgia crônica e submetidos anteriormente a laminectomia lombar entre os anos de 2007 e 2008, cuja dor piorou após o procedimento. A avaliação constou de história clínica e exame físico detalhados. Resultados: A média de idade na população estudada foi de 45 ± 12,46 anos. A maioria era negro (55,6%), do sexo masculino (66,7%), casado (77,8%), com até o ensino fundamental (72,2%) e renda familiar de até 1 salário mínimo (50%). Predominantemente a dor era de instalação insidiosa (77,8%), de periodicidade contínua (61,1%) e intensa no contexto geral (50%) (EN= 6,78 ± 1,23). Os dermátomos mais relacionados à irradiação da dor foram L5 (66,7%) e S1 (72,2%). A irradiação da dor foi predominantemente assimétrica (72,2%) e com piora durante o transcorrer do dia (50%). Queimação (55,6%), pontada (66,7%) e fisgada (72,2%) foram as características mais encontradas. A maioria referiu alteração na motricidade (83,3%) e no sono (61,1%). Boa parte (66,7%) estava fazendo uso de medicamentos para a dor, sendo que 66,7% eram por automedicação. Ao exame físico a redução da força muscular esteve presente em 61,1% e 88,9% possuíam alterações da sensibilidade geral de algum dos seguimentos acometidos durante o exame físico. A maioria apresentou reflexos alterados (77,8%), dor à flexão (88,9%) e extensão (72,2%) da coluna lombar. A manobra de Lasegue foi positiva em apenas 22,2%. Conclusão: O perfil da população estudada foi de baixo nível socioeconômico, sendo a maioria de homens casados, ainda em idade produtiva. Grande parte dos pacientes apresentava dor intensa e contínua, com piora durante o transcorrer do dia. A maioria tinha também dificuldades no sono e nos movimentos por conta da dor, o que evidencia o grande prejuízo na qualidade de vida destes pacientes.

TL072 - PREJUÍZO LABORAL E SÍNDROME DOLOROSA PÓS-LAMINECTOMIA LOMBAR: AVALIAÇÃO DE PACIENTES ACOMPANHADOS EM AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA. DIEGO RAFAEL BERBARE LEITE; STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA; KENARD S MARTINS NETO; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor crônica é um problema de saúde pública que provoca prejuízos pessoais e sociais, pois há sofrimento físico e psíquico, com repercussões sobre a vida socioeconômica. No contexto das dores lombares, estas são as principais causas de afastamento e incapacidade para o trabalho no Brasil, gerando custos altos para os sistemas de saúde e a previdência social. A necessidade de um bom preparo dos serviços, a fim de diagnosticar e tratar tais problemas, identificando suas causas e estabelecendo estratégias de prevenção adequada, forneceu o ímpeto de estudar o perfil desses pacientes, correlacionando com seu prejuízo laboral. Método - Estudo descritivo, retrospectivo feito por revisão de 28 prontuários referentes a pacientes com Síndrome Dolorosa Pós-laminectomia Lombar (SDPLL), acompanhados no Serviço de Dor Crônica do HUPD, entre os anos de 2006 a 2010. Foram considerados dados sóciodemográficos, história clínica e exame físico. A análise estatística foi realizada através do software SPSS 16.0. Resultados: Dentre os 28 pacientes avaliados no ambulatório de dor crônica, 48,6% estavam afastados do trabalho. A postura mais adotada durante suas atividades profissionais foi a ortostática (38,9%). A jornada média de trabalho era de 8,83 ± 3,26 horas. Apenas um paciente referiu que a dor não interferia na sua atividade profissional. A maioria referiu não ter mudado de emprego por causa da dor (88,9%). Cerca de 72,2% não praticava atividade física regular. O perfil dos pacientes que estavam afastados do trabalho foi caracterizado como: sexo masculino (73,3%), baixa escolaridade (78,6% com até o ensino fundamental), com dor contínua (60%) e moderada a intensa (86,7%). A maioria referia dificuldades nos movimentos (93,3%) e no sono (80%). E 39,3% estavam recebendo auxílio saúde. Conclusões: O perfil da população estudada foi de baixo nível sócioeconômico e com grande prejuízo da qualidade de vida por conta da dor. Uma parcela significativa estava afastada do trabalho. E destes, 39,3% recebiam auxílio saúde. Isto evidencia o grande impacto econômico causado pela dor crônica, em especial pela SDPLL.

TL073 - PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES COM DOR SÍNDROME DOLOROSA PÓS-LAMINECTOMIA LOMBAR. DIEGO RAFAEL BERBARE LEITE; KENARD S MARTINS NETO; DIEGO P RODRIGUES; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor crônica acaba gerando modificações no estilo de vida, pois além do sofrimento e incapacidade provocada pelo quadro doloroso, podem estar presente: dependência medicamentosa, efeitos colaterais, complicações decorrentes da administração de analgésicos e procedimentos em busca de alívio acarretando desarranjos na estrutura familiar, social e profissional. Diversos trabalhos demonstram que a persistência da dor crônica pode se associar a transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade, sendo de grande valia para o tratamento suas avaliações no paciente com dor crônica. O seguinte trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência de ansiedade e depressão grave nos pacientes com síndrome dolorosa pós-laminectomia lombar. Método: Foi realizado o exame clínico de 18 pacientes acompanhados em ambulatório de dor com lombalgia crônica e submetidos anteriormente a laminectomia lombar entre os anos de 2007 e 2008, cuja dor piorou após o procedimento. A avaliação constou de história clínica detalhada. Aplicaram-se os Questionários de Beck para avaliar a presença e a intensidade de ansiedade e depressão. Resultados: Todos apresentavam dor crônica com duração média de 7,22 anos. Predominantemente a dor era intensa (50%) (EN= 6,78 ± 1,23) e periodicidade contínua (61,1%). A prevalência de ansiedade de moderada a grave foi de 55,5% e a de depressão foi de 50%. Dos pacientes com depressão, a maioria referia dor contínua (77,8%) e moderada a intensa (100%). O mesmo padrão foi observado nos pacientes com ansiedade, em 80% e 90%, respectivamente. Na análise multivariada, de todos que apresentavam depressão de moderada a grave, 80% também apresentavam ansiedade de moderada a grave, com uma associação estatisticamente significativa (p=0,004). Conclusão: Na população estudada, o prejuízo na qualidade de vida foi muito relevante. Grande parte dos pacientes apresentava dor intensa, contínua e de longa duração. Isso se refletiu na grande prevalência de ansiedade e depressão.

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TL074 - POSTURA, EQUILÍBRIO MUSCULAR E SUAS RELAÇÕES COM A LOMBALGIA EM ATLETAS DE CICLISMO. PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA; ANDRÉ LUIS MELO OLIVEIRA; FELIPE LIMA CERQUEIRA; CARLOS EDUARDO ANDRADE; WALDERI MONTEIRO DA SILVA JUNIOR. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: A lombalgia é uma das principais queixas encontradas no ciclismo, chegando a ser mencionada por mais de 75% dos atletas. Embora seja uma modalidade tão antiga, pouco se tem pesquisado sobre a patomecânica desta modalidade esportiva. Este estudo objetivou avaliar as principais alterações posturais e desequilíbrios musculares que estão relacionados com a lombalgia em ciclistas. Métodos - A amostra deste estudo foi composta por 10 ciclistas de elite do sexo masculino (idade = 24,6 ± 4,5 anos; estatura = 1,73 ± 0,1 m; massa corporal = 66,4 ± 6,7 kg; índice de massa corpórea = 22,1 ± 1,3 kg/m2), filiados à Federação Sergipana de Ciclismo, que participam de competições regionais e nacionais. Em média, esses atletas treinam regularmente há, pelo menos, cinco anos, com volume de treino de 12,4 horas/semana. O ângulo pélvico e lombar, a flexibilidade muscular dos flexores uni- e bi-articulares do quadril e dos músculos isquiotibiais foram quantificados através da avaliação da cinemática angular (biofotogrametria). A força lombar e abdominal foram mensuradas através da dinamometria. Os dados pessoais, esportivos e a sintomatologia da dor foram colhidos por meio de questionário. Resultados - Verificou-se que os atletas com maior grau de angulação da pelve tinham maior angulação da curvatura lombar (r = 0,80; p < 0,01), e esse fator apresentou uma correlação positiva com as lombalgias (r = 0,70; p < 0,05). Houve também correlação entre as forças lombar e abdominal (r = -0,73; p < 0,05), força lombar e o ângulo da coluna lombar (r = 0,74; p < 0,05), e força abdominal e o ângulo da coluna lombar (r= -0,70; p < 0,05). Conclusão - A alta ocorrência de dores lombares nestes atletas pode estar relacionada com as alterações posturais e os desequilíbrios musculares presentes nestes ciclistas.

TL075 - ESTUDO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DA VERSÃO BRASILEIRA AMERICAN SHOULDER AND ELBOW SURGEONS STANDARDIZED SHOULDER ASSESSMENT FORM (ASES). AURISTELA DUARTE MOSER; KAROLEEN OSWALD SCHARAN; LUIZ ALBERTO KNAUT; MARCOS ANDRÉ DE GODOY FERREIRA. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Introdução: A população ocidental frequentemente apresenta desordens na articulação do ombro, dessa forma as habilidades funcionais e a qualidade de vida destas pessoas são afetadas negativamente. É fato que os métodos fisioterapêuticos aplicados na recuperação cinético-funcional da articulação do ombro, são eficazes. Entretanto, a maioria destes instrumentos de medida possuem apenas versões na língua inglesa e suas utilizações no Brasil estão condicionadas a um processo de tradução e adaptação cultural, seguido pela investigação de suas propriedades psicométricas, que envolvem a validação, o estudo da confiabilidade e o estudo da responsividade. Objetivo: Investigar a validade, confiabilidade e a responsividade dos novos instrumentos em pacientes com desordens nos ombros. Método: Trinta sujeitos participaram do processo de estudo das propriedades psicométricas do instrumento, estes responderam as versões brasileiras do ASES, DASH e SF-36, uma vez por semana durante três semanas. A ordem de aplicação foi aleatória. Resultados: O tempo utilizado pelos participantes do estudo para responder ao ASES variou de dois a sete minutos e correspondeu ao período médio utilizado para responder à versão original do ASES, que varia de três a cinco minutos. A validade convergente do ASES apontou uma correlação forte entre o ASES x domínio “Dor” do SF-.36 e domínio “Capacidade Funcional”. Para os demais domínios a correlação foi considerada baixa. A confiabilidade do ASES foi considerada excelente comparada a outros estudos. Conclusão: Os estudo permitiu o estabelecimento da versão brasileira do ASES com a confiabilidade desejada e poderá ser aplicado em intervalos breves de tratamento ou até mesmo após cada sessão para visualização da evolução clínica diária sendo mais uma forma de avaliação que poderá ser aplicada em ensaios clínicos.

TL076 - A PERCEPÇÃO DOS DESCRITORES DE DOR NO ENVELHECIMENTO: INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA. ANDRESSA KARINA AMARAL PLA PELEGRIN; DÉBORA FERNANDA AMARAL PEDROSA; HILZE BENIGNO DE OLIVEIRA MOURA SIQUEIRA; FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO - USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno que tem aumentado nos últimos anos. Em decorrência disso percebe-se um crescimento na demanda por Instituições de Longa Permanência para Idosos. O objetivo do trabalho foi avaliar a percepção dos descritores de dor crônica no processo de envelhecimento. Método - Participaram do estudo 46 idosos de duas Instituições de Longa Permanência para Idosos na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, com idade a partir de 60 anos, de ambos os sexos, que apresentavam queixas de dor crônica. Os métodos psicofísicos utilizados foram estimação de categorias e ordenação de postos. Utilizou-se a Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR) elaborado por Faleiros Sousa e colaboradores, instrumento validado à cultura brasileira de língua portuguesa avalia-se a dor nas múltiplas dimensões física, afetiva e cognitiva. Foram calculados a média aritmética (MA) e o desvio padrão (DP) de cada um dos dez descritores na análise da estimação de categoria; posteriormente, a média aritmética (MA) foi calculada e um ranking de posições foi estabelecido na análise de estimação de postos. Resultados - Os descritores de dor crônica seguem em ordem decrescente: dolorosa, desconfortável, prejudicial, insuportável, angustiante, cruel, assustadora, persistente, deprimente e desastrosa, e a ordenação de postos atribuídos pelos participantes em ordem decrescente: desastrosa, deprimente, assustadora, persistente, angustiante, cruel, prejudicial, insuportável, desconfortável e dolorosa. Conclusões - Os descritores de dor foram percebidos como um instrumento de avaliação significativo no processo de envelhecimento, pois possibilitou conhecer à expressão do fenômeno por quem a experiência: Referir à dor como desconfortável, cruel, angustiante e dolorosa, vem corroborar com a ideia de que os aspectos subjetivos estejam associados à experiência de doenças, de ausência de afeto dos familiares, de inatividades sociais, bem como, à falta de realização pessoal mencionada por cada participante. Em suma, observou-se que a percepção dolorosa do idoso envolve a multidimensionalidade da dor, contemplando a dimensão física, psicológica, cognitiva e social.

TL077 - AMOSTRAGEM SOBRE COMPORTAMENTO DA DOR NA POPULAÇÃO QUE PROCURA INFORMAÇÃO SOBRE O TEMA DOR EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E JACAREÍ. SIDNEY SREDNI; ROSEMEIRE A F SREDNI; ALEXANDRE G FONSECA; VIVIANE M T G FONSECA. VALE SEM DOR, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.

Introdução: De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a dor crônica é um problema de saúde pública no mundo, independente do nível de desenvolvimento sócioeconômico da população ou país. A educação preventiva deveria ser prioridade máxima em todos os governos para evitar as doenças e sua cronificação, que levaria não só ao bem estar populacional como a diminuição dos gastos com tra-

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tamento. Pensando na educação populacional, iniciou-se um programa de orientação para a população com palestras abertas abordando temas relacionados à dor crônica. Método: Foram ministradas seis palestras em diferentes locais e horários nas cidades de São José dos Campos e Jacareí por membros de uma equipe interdisciplinar. Ao final das palestras, foi aplicado um questionário ao público abordando o tema em caráter opcional para respostas e sem identificação. Resultados: Um total de 242 pessoas respondeu aos questionários, sendo 178 do sexo feminino e 48 do masculino, com 10 abstenções. A idade variou entre 13 e 79 anos, com predomínio entre os 50 aos 70 anos (53%). A distribuição quanto ao nível de escolaridade foi homogênia entre o ensino fundamental, médio e superior, exceto pelo número de analfabetos declarados que foi baixo, sendo que 34 não responderam. Dentre os presentes, 85% declararam-se portador de algum tipo de dor, sendo que destes, acima de 70% relataram dor crônica. A maioria dos ouvintes (65%) relatou já ter procurado algum tipo de tratamento. Observou-se que o tratamento buscado pelo público foi multidisciplinar. Dentre as possibilidades apresentadas, medicação, fisioterapia, acupuntura, psicologia e psiquiatria, 75% usou de tratamento medicamentoso associado à fisioterapia. Embora a maioria dos entrevistados apresentasse dor crônica por anos, 67,7% responderam que ainda acreditam no seu médico como principal via de tratamento da sua aflição, a despeito da introdução de outro tratamento ou mesmo na busca por equipe especializada. Conclusão: A dor crônica é marcante em todas as faixas etárias e em indivíduos de graus de escolaridade diverso e está associada a uma falta de esclarecimento significativo sobre esta patologia e de seu tratamento. Apesar grande maioria persistir com dor há anos e realizar tratamento associado ao medicamentoso, as pessoas demonstram a preferência de manter seu tratamento com o mesmo profissional médico.

TL078 - VERSÃO BRASILEIRA DO NOPPAIN, INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA DOR EM PACIENTES NÃO COMUNICATIVOS: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL. RAQUEL SOARES DEARAUJO1; LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA2; LÍGIA VANESSA SILVA CRUZ DUARTE3; LILIAN VARANDA PEREIRA4.

1.MESTRANDA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 2.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG. BOLSISTA PIBIC CNPQ, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 3.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG. VOLUNTÁRIA PIVIC/CNPQ, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 4.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG E REDE GOIANA DE PESQUISA VIGILÂNCIA À SAÚDE DO IDOSO NO ESTADO DE GO, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: Idosos com demência avançada são inábeis em comunicar dor por meio de instrumentos de autorrelato, devido prejuízo na capacidade de recordar, memorizar, julgar e comunicar-se verbalmente. Embora comprovado fisiologicamente que pessoas com demência experimentam dor, clinicamente, há dificuldade em identificar/avaliar tal experiência. Diversos instrumentos de avaliação foram propostos para atender essa crescente população. Todos eles se valem da observação de comportamentos que expressam dor, no entanto, ainda não estão disponíveis para a cultura brasileira. Este estudo objetivou realizar a adaptação transcultural do Non-communicative Patient’s Pain Assessment Instrument (NOPPAIN), original do inglês, para o português. Método: Após autorização dos proponentes do instrumento, iniciou-se a adaptação transcultural, com base em seis (6) diretrizes cientificamente estabelecidas: tradução para o português por dois bilíngues qualificados; retrotradução por três bilíngues que tenham o idioma nativo do instrumento original; avaliação da versão resultante por uma comissão de consenso; submissão à comissão de experts; e (6) pré-teste. Resultados: Das duas traduções feitas independentemente para o português (T1 e T2) surgiu uma versão de consenso para o português (VTPC). A VTPC foi retrotraduzida por três bilíngues, independentemente, produzindo as RT1, RT2 e RT3. As três (3) retrotraduções foram submetidas a um comitê de revisão multiprofissional de experts da área de saúde, tradutores, linguístas e educadores, que analisaram as versões traduzidas e retrotraduzidas, comparando-as entre si e também com a versão original, extraindo a versão adaptada à cultura brasileira, preservando a equivalência com a versão original. Disso resultou a Versão pré-final do NOPPAIN-Br, no momento em pré-teste. Conclusão: o processo de adaptação transcultural de um instrumento de medida é importante, pois evitará que a dor seja avaliada apenas com base nos pressupostos dos próprios profissionais/cuidadores, contribuindo com o manejo da dor entre idosos com demência avançada.

TL079 - RELATO DE CASO CLÍNICO.

VANESSA COURAS REGADAS; LARYSSA FONTES SANTOS; FILIPE MARINHO MOURA; OHANNA GUERRA BARBALHO. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

A hérnia de disco é um processo em que ocorre a ruptura do anel fibroso com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais. É considerada uma patologia extremamente comum, que causa séria inabilidade em seus portadores. São fatores de risco: causas ambientais, posturais, desequilíbrios musculares e possivelmente, a influência genética. Relato de paciente do sexo feminino, de 43 anos, com dor em região cervical, dorsal e lombossacra. Referindo irradiação para ombro direito e região posterior do membro inferior esquerdo que a impossibilitava de realizar suas atividades cotidianas. Escala visual analógica de 9. O estudo da coluna vertebral com Ressonância nuclear magnética diagnosticou: hérnia de disco na região cervical entre os níveis de C4C5 e C5-C6 e em região lombar entre os níveis L2-L3 e L3-L4 e L4-L5. Submetida a tratamento convencional com AINEs e Cloridrato de tramadol não apresentou melhora significativa da dor. Foi então encaminhada para tratamento com acupuntura. Nas sessões de acupuntura foi utilizado protocolo com eletroacupuntura em região lombassacra com corrente tipo Burst, frequência 2Hz e intensidade de 1 e em região cervical com frequência de 5Hz e intensidade 4. Paciente apresentou melhora significativa do quadro álgico.

TL080 - AMITRIPTYLINE INCREASES THE DURATION OF THE ANTINOCICEPTIVE EFFECT PRODUCED BY 100 HZ ELECTROACUPUNCTURE IN RATS. RAFAEL SOBRANO FAIS; GLÁUCIA MELO REIS; ANA CAROLINA ROSSANEIS; WILIAM ALVES PRADO. USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introduction: The eletroacupuncture (EA) is widely used to relieve various types of pain. Antidepressants, particularly the tricyclic antidepressants (TCA) are widely used for chronic pain control. Analgesia induced by EA and TCA may be complementary. By this reason, the present study examines whether the antinociceptive effect induced by EA in a rat model of incision pain is changed by the previous intraperitoneal administration of amitriptyline (AMT). Methods: This study was approved by the Commission of Ethics in Animal Research, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo (process142/2009). The pain induced by a surgical incision of the plantar aspect of the right hind paw was evaluated using an electronic Von Frey apparatus. Male Wistar rats (160g ; n = 6 per group) were used. Lightly anesthetized rats, using inhalatory isoflurane (0,5%), pretreated with saline (8 ml/Kg) or AMT (a non-seletive serotonine-norepinephrine reuptake inhibitors, 0.8mg/ kg, 0,8 ml/kg) were submitted to a 20-min of real or sham 100 Hz EA applied bilaterally to the Zusanli (ST36) and Sanyinjiao (SP6) accupoints 60-min after intraperitoneal administration of AMT. The experimental groups were AMT followed by EA 100 Hz, AMT followed by EA sham,

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saline followed by EA 100 Hz and saline followed by EA sham. Results: The surgical incision reduced significantly the mechanical threshold in the ipsilateral paw (IL) but produced no significant change in the contralateral paw. In saline-treated animals the EA produced a significant reduction of the incision hyperalgesia in the IL for up to 20 minutes as compared to the control group (rats treated with saline followed by sham EA). The intensity of the antihyperalgesic effect of EA in AMT-treated rats was not changed but lasted for up to 45 minutes as compared to control. The curves obtained were significantly different regarding treatment (F3.20 = 35,33; p< 0,0001), time (F13.260 = 106,90; p< 0,0001) and had significant treatment x time interaction (F39.260 = 18,68; p< 0,0001). Conclusions: The results led us to suggest that intraperitoneal AMT increased significantly the duration of the antinociceptive effect produced by high frequency EA in rats. Supported by FAPESP

TL081 - ASSOCIAÇÃO DA ACUPUNTURA E FISIOTERAPIA MANUAL COMO TRATAMENTO CLÍNICO PARA PACIENTES COM INDICAÇÃO CIRÚRGICA DA COLUNA VERTEBRAL. TÂNIA CRISTINA BUZETO; LUCIANE PATRICIA AMARAL; LUIS EDUARDO POLLON; PAULA SILVA LEÃO. SANTA HELENA SAÚDE, SANTO ANDRÉ, SP, BRASIL.

Introdução: A dor é umas das principais razões que levam as pessoas a procurar os serviços de saúde. A dor crônica gera repercussões sócioeconômicas importantes: elevados custos para os sistemas de saúde e prejuízo na qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo deste trabalho é descrever os resultados do Grupo Ambulatorial de Dor da Santa Helena Saúde. Método: Foram analisados os pacientes encaminhados pelo ambulatório de patologias da coluna vertebral acompanhados no grupo de março de 2008 a março de 2010 que realizaram acupuntura e fisioterapia manual. Para avaliar o grau de dor foi utilizada a escala visual analógica (EVA) antes e após cada sessão. Foram realizadas em média 8 sessões de acupuntura e fisioterapia. Resultados: Foram acompanhados um total de 346 pacientes. No início do tratamento 79% apresentavam dor intensa, 16% dor moderada e apenas 3% dor leve. Ao término do tratamento, 57% não apresentavam dor e 19% apresentavam dor de leve intensidade. Apenas 8% dos pacientes permaneceram com dor intensa, sendo reencaminhados para a equipe de cirurgia de coluna, e destes 5% foram submetidos a tratamento cirúrgico. Conclusão: Nossos resultados demonstram que a realização de Acupuntura e Fisioterapia Manual permitiu redução importante na intensidade da dor dos pacientes que previamente receberam indicação cirúrgica.

TL082 - TRATAMENTO DA ACUPUNTURA E SANGRIA PARA DOR AGUDA DENTÁRIA. ROSARIO MARISA DE LA TORRE VERA; FAUSTO BÉRZIN; CÁSSIA M ARIA GRILLO; MARÍA DA LUZ ROSARIO DE SOUSA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução: Acupuntura e sangria são práticas terapêuticas milenares baseadas em ensinamentos clássicos da Medicina Tradicional Chinesa. A dor aguda de origem dental é a causa mais frequente de procura por assistência odontológica, causando prejuízos na qualidade de vida e abstenção ao trabalho. O estudo objetivou: 1) Avaliar o efeito da terapia com sangria e acupuntura na redução da dor aguda dentária no pré-atendimento odontológico; 2) Comparar o grau de variabilidade dos dois tratamentos para dor aguda dental; 3) Associar o grau de conhecimento dos pacientes sobre acupuntura com o resultado terapêutico. Método - O estudo foi realizado nos plantões de urgência da FOP/ UNICAMP e Serviço de Urgência Bucal do Centro de Especialidades Odontológicas de Piracicaba. Foram avaliados 20 pacientes do sexo feminino, de 20 a 50 anos (23,3 ± 8,2), com queixa de dor aguda dentária. Foram divididos em dois grupos, um formado por 11 pacientes tratadas com acupuntura utilizando apenas o ponto IG4 e outro com 9 pacientes tratadas com sangria no ponto IG1. Os dois grupos foram avaliados antes e após o tratamento com o objetivo de se mensurar e comparar a autopercepção da dor, através da Escala Visual Analógica de Dor (EVA) e de um questionário composto de perguntas fechadas sobre o conhecimento e grau de satisfação em relação ao tratamento aplicado. Os dados foram analisados através do Programa BioStat 3.0, testes de Shapiro Wilk, t de Student e Correlação de Pearson. Para todas as análises, considerou-se o nível de confiança de 5%. Resultados - A comparação da EVA inicial e final revelou diferenças significativas para sangria e acupuntura (p=0,000), para os dois tratamentos. A sangria apresentou (CV=0.55) de coeficiente de variabilidade e a acupuntura (CV=0,58). Não se observou associação entre as variáveis conhecimento e resultados para acupuntura (p=0,22) e sangria (p=0,33). Conclusões- Os dois tratamentos tiveram efeito positivo sobre a dor aguda dentária, apresentaram similar coeficiente de variação, levando à diminuição imediata da dor aguda. O grau de conhecimento do tratamento não influenciou significativamente os resultados obtidos.

TL083 - DISPONIBILIDADE DE OPIOIDES EM FARMÁCIAS EM MARINGÁ – PR. VERÔNICA CALVO BUZZI; RICARDO CAPONERO. MARINGÁ, PR, BRASIL.

Introdução: A pouca disponibilidade de opioides na rede farmacêutica tem sido apontada como uma das barreiras de acesso ao uso dessa classe terapêutica no controle da dor associada ao câncer. Nosso objetivo é avaliar se essa informação é verídica ou trata-se de mais um mito associado aos opioides. Método: Maringá é uma cidade de porte médio, localizada no norte do Paraná, a 100Km de Londrina. Um levantamento na junta comercial municipal mostrou a existência de aproximadamente 200 estabelecimentos farmacêuticos em funcionamento. De maneira aleatória foram designados 50 estabelecimentos, com os quais foi solicitado o contato telefônico diretamente com o farmacêutico responsável. Foi indagada a disponibilidade imediata das principais medicações opioides. Resultado: Em cinco farmácias não se conseguiu o contado com o farmacêutico responsável. Das demais 45, a disponibilidade dos opioides foi a seguinte: Morfina de liberação lenta: 11 (24,44%); Morfina de liberação rápida: 2 (4,44%); Metadona 10 (22,22%); Oxicodona 16 (35,55%); e Fentanil transdérmico 1 (2,22%). Três estabelecimentos informaram não fazerem venda de medicamentos controlados. Outros dois relataram trabalhar somente com medicamentos de notificação de receituários B e C. Conclusão: Os resultados obtidos mostram que a pouca disponibilidade dos opioides é uma realidade, sendo que a maioria dos medicamentos é encontrada em menos de um quinto dos estabelecimentos comerciais. Em conjunção com outras barreiras, a pouca disponibilidade contribui para a dificuldade no controle da dor.

TL084 - DOR ONCOLÓGICA PROVOCADA POR MÚLTIPLAS METÁSTASES EM PACIENTE PORTADOR DE SARCOMA DE PARTES MOLES: RELATO DE CASO.

INDHIRA BARBALHO DIÓGENES PAIVA; LEVI HIGINO JALES; THAMARA NATHALLYA NONATO PAIVA DE OLIVEIRA; BRUNA PATRICIA SOUZA SANTOS. UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A dor oncológica em 78% dos casos são provocadas pela própria doença com infiltração e invasão tumoral direta primária ou metastática, em 19% ocorre devido ao tratamento (cirurgia, radioterapia e quimioterapia) e em 3% estão associadas a outras causas não oncológicas. Os sarcomas de partes moles (SPM) fazem parte de um grupo de tumores sólidos raros com origem no tecido

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mesenquimal de suporte. Os SPM podem ocorrer em qualquer sítio anatômico, com 50% dos casos acometendo as extremidades, 2/3 nos membros inferiores e 30% desses casos são intra-abdominais, ocorrendo no retroperitônio ou em vísceras. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 36 anos, foi atendido em serviço de saúde no RN, apresentando quadro álgico contínuo há 45 dias em região lombar com irradiação para perna esquerda de forte intensidade (VAS 10). Há 4 anos teve diagnóstico de sarcoma metastático de partes moles, com tumor primário em panturrilha e implantes secundários no pulmão, crânio, cérebro, ossos da coluna vertebral e membros superiores e inferiores (múltiplas mestástase ósseas). Atualmente em uso quimioterapia. A conduta terapêutica antiálgica estabelecida foi : Samário 153 EDTMP, dose única, 2ml IV (em ambiente hospitalar especializado), pregabalina 450 mg/ dia, VO e oxicondona 40mg/ dia VO. Os familiares do paciente e alguns profissionais de saúde envolvidos com o caso, foram resistentes ao uso do Samário 153 EDTMP (alegando ser material radioativo e desconhecimento do efeito do produto) e questionaram a dependência química do opioide. Na terapia antiálgica o paciente fez uso apenas do anticonvulsivante e do opioide referido, tendo evoluído com 50% de alívio dos sintomas ( VAS 5) e melhora limitada da qualidade de vida em três meses. Discussão: Neste caso o Samário 153 EDTMP ( mais usado no Brasil) foi bem indicado, uma vez que o material tem predileção pelas metástases ósseas, reduz a intensidade da dor (60% a 80%) e melhora a qualidade de vida do enfermo. A pregabalina modula os canais de cálcio e controla a dor neuropática. A oxicondona 40 mg é um opioide forte, indicado pela OMS para o controle da dor oncológica. A dor oncológica causada por múltiplas metástases ósseas, devido ao SPM ainda corresponde a um grande desafio em saúde pública. Os Rádiofármacos participam deste arsenal terapêutico. A carência de conhecimentos científicos, associados a mitos populares, causam obstáculos ao uso de fármacos radioativos e de opioides no tratamento da dor oncológica em determinadas regiões do Brasil.

TL085 - TUMOR GLÔMICO: RELATO DE CASO.

DANIEL CARLOS GADELHA; ADRIANO COSTA GAMA; MOISES SOUSA LOPES; LEVI HIGINO JALES. UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: o tumor glômico subungueal é uma neoplasia benigna, com frequência se apresenta extremamente doloroso e que surge de células musculares lisas modificadas do corpo glômico, uma anastomose arteriovenosa especializada que está envolvida na termorregulação. Tumores glômicos são mais comumente encontrados na porção distal dos dedos, especialmente na região subungueal, aproximadamente 75% dos tumores localizam-se nas mãos. Relato de caso – Paciente de 57 anos, sexo feminino, com quadro de dor de forte intensidade, do tipo pontada, sem irradiação no terceiro pododáctilo direito e que ao aproximar o dedo de objetos, sem tocá-los, já sentia dor. Esses episódios ocorrem há aproximadamente 30 anos. Nos últimos dois anos submeteu-se a acupuntura tendo melhora do quadro. Realizou uma ressonância magnética, a qual foi diagnosticada uma lesão nodular sólida. Posteriormente, foi feita uma cirurgia seguida de uma biópsia do nódulo tendo laudo sugestivo de tumor misto. Após a cirurgia a paciente não se queixou mais de dor. Discussão – Os exames de imagem auxiliam na localização exata do tumor e na avaliação pré-operatória. A ressonância magnética é mais sensível e evidencia a extensão da lesão. Uma vez feito o diagnóstico, a cirurgia de remoção do tumor é o tratamento definitivo, com alívio imediato da dor no pós-operatório. O procedimento padrão é a excisão direta.

TL086 - CARACTERIZAÇÃO DA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA ONCOLÓGICA. RAYSSA F RODRIGUES; CACIONOR P CUNHA JR; JOANA RAYANE PINHEIRO FIGUEIREDO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor relacionada ao câncer aflige mais de 8 milhões de pacientes em todo o mundo. 50% dos pacientes com câncer têm dor crônica; esse número chega a 70% nas neoplasias avançadas. Estratégias de tratamento têm sido propostas, no entanto, a chave para o tratamento adequado da dor é a avaliação constante e modificações conforme a necessidade. Objetivo: Caracterizar a terapêutica medicamentosa adotada para os pacientes com dor crônica oncológica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo (IMOAB), e analisar sua eficácia global. Métodos: Retrospectivamente, foram analisados os prontuários dos pacientes em tratamento regular no ambulatório de dor crônica do IMOAB no ano de 2010. Destacaram-se os parâmetros: idade, sexo, sítio primário tumoral, intensidade da dor, medicações utilizadas, o término do tratamento e relato no retorno ao ambulatório. Todos os dados foram analisados no EPI info 3.4.3. Resultados: Dos 109 pacientes estudados, 56,9% (62) eram do sexo feminino. A faixa etária predominante foi entre 50 e 59 anos, com 24,7% (27) dos casos, com a média de idade do grupo de 57,9± 14,95 anos. O câncer de colo do útero (30), o mieloma múltiplo (20) e o de próstata (11) foram os mais prevalentes, perfazendo um total de 57,7%. A intensidade da dor foi verificada em 100 pacientes, sendo referida como intensa em 54% dos casos, moderada em 39%, e leve em 7%. Dos que relataram dor intensa, 61,1% utilizaram AINE, 46,3% (25) opioide forte e 44,4% (24) opioide fraco; dor moderada, 84,6% (33) AINE, 53,8% (21) opioide fraco e 38,5% (15) opioide forte; e dor leve, a maioria (71,4%) utilizou AINE. Notou-se predomínio da prescrição de opioides (84,4%) e AINEs (70,6%) para o controle da dor. Dos analgésicos adjuvantes, os mais utilizados foram os antidepressivos (25,7%), anticonvulsivantes (11%) e corticosteroides (6,4%). Dos 109 pacientes, 89 (81,65%) retornaram ao ambulatório, sendo que 75,3% (67) relataram melhora da dor. Conclusão: Os pacientes atendidos no ambulatório de dor do IMOAB são em sua maioria mulheres com câncer de colo uterino, que se encontram na 5ª década de vida. A dor é predominantemente intensa a moderada, e tratada com opioides e AINEs, de acordo com a intensidade referida. O tratamento tem se mostrado eficaz, com um elevado percentual de melhora da dor.

TL087 - HÁ RELAÇÃO ENTRE USO DE OPIOIDES E CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS? KARINE A. S. LEÃO FERREIRA1; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA2.

1.UNIVERSIDADE GUARULHOS (UNG), GUARULHOS, SP, BRASIL; 2.CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Os opioides são potentes analgésicos frequentemente utilizados no tratamento da dor. Entretanto, seu uso é muitas vezes limitados pelos eventos adversos, tais como depressão respiratória e o alto risco de dependência e uso abusivo. Alguns autores argumentam que estes efeitos poderiam ser mediados por ação de citocinas pró-inflamatórias. Objetivo: Avaliar associação entre uso de opioides e concentração plasmática das citocinas pró-inflamatórias IL-6, IL-1β, TNF-α e IL-8. Método: 125 pacientes ambulatoriais com dor relacionada ao câncer, dos quais não haviam recebido nenhum tratamento antineoplásico nos últimos 30 dias, foram avaliados pelo Inventário Breve de Dor, Questionário de Dor McGill (MPQ), Inventário de Depressão de Beck e Escala de Desempenho Funcional de. Os níveis plasmáticos das citocinas foram dosados através do teste imunoenzimático ELISA.

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Os grupos foram comparados pelo teste t-student. As correlações foram avaliadas pelos testes de Spearman e Pearson. Resultados: Dos pacientes avaliados 98 não usavam opioides e 27 usavam. Os pacientes em uso de opioides apresentaram significativamente menores concentrações plasmáticas das citocinas IL-6 (11,65±1,46 vs. 148,98±58,34, p=0,023) e IL-8 (13,43±4,47 vs. 33,09±5,77, p=0,008). As citocinas IL-1β e TNF-α embora tenham tido concentrações menores nos pacientes em uso de opioides, está diferença não foi estatisticamente significante ao nível de p=0,05 (IL-1β=0,00±0,00 vs. 80,18±46,34, p=0,087 e TNF-α=11,90±7,94 vs. 56,21±22,47, p=0,006). Não foi observada correlação estatisticamente significante entre dose do opioide e concentração das citocinas. Conclusão: há relação entre uso de opioides e baixos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias IL-6 e IL-8. 1.

TL088 - PERFIL DO INDIVÍDUO COM NEOPLASIA DO SISTEMA DIGESTIVO E DOR CRÔNICA.

ELIS ANGELA ALVES DA COSTA LIPPI; FÁTIMA A E FALEIROS SOUSA; HILZE BO MOURA SIQUEIRA; TALITA DE CÁSSIA RAMINELLI DA SILVA. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A dor oncológica, considerada como dor total devido às consequências que traz em todos os domínios da vida, apresentase em 60 a 80% dos portadores de cânceres do sistema digestivo na fase avançada da doença. Diversos autores relatam a importância da avaliação e caracterização da dor do cliente com câncer para o ideal manejo desta. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil sóciodemográfico e caracterização da dor de portadores de câncer do tubo digestivo com dor crônica. Métodos: Participaram do estudo 52 indivíduos com diagnóstico de câncer do aparelho digestivo com queixa de dor há mais de 3 meses. A coleta dos dados foi realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O instrumento aplicado aos participantes foi Questionário sóciodemográfico e de caracterização da dor. Resultados: Dos 52 indivíduos entrevistados, a média de idade foi de 59 anos, 61,5% do sexo masculino, 55,76% casados, 71,1% pertencentes a religião católica, 61,5 cursaram o ensino fundamental incompleto. Quanto à localização do tumor, 32,7% são do estômago, 19,% do esôfago, 17,3% do intestino, 17,3% do Pâncreas e 9,6% do fígado. Na caracterização da dor o tempo médio de início foi de 15 meses, 53,8% dos participantes relataram que a mesma se iniciou antes do diagnóstico da doença, 19,2% após intervenção cirúrgica para tratamento da neoplasia e 13,5% após quimioterapia. Em 53,8% dos casos a dor está presente em mais de um local do corpo e não é frequente em 51,9% das vezes, e 59,6% dos participantes tem alívio com o tratamento analgésico aplicado. Conclusões: A dor relatada pelos portadores de tumores do aparelho digestivo apresenta-se como sintoma inicial e motivo de procura pelos serviços de saúde. O conhecimento e a caracterização do perfil dos clientes portadores deste tipo de tumor é relevante para que os profissionais de saúde possam avaliar o fenômeno doloroso, superar preconceitos e barreiras na comunicação, proporcionando um melhor manejo da dor dos clientes com doenças malignas do aparelho digestivo.

TL089 - ATUAÇÃO DE ANTAGONISTA DE RECEPTOR OPIOIDE M CEREBRAL NA ANTIHIPERALGESIA PROMOVIDA PELA CORRENTE INTERFERENCIAL EM RATOS. ARIANE MARTINS DE ARAUJO1; ANNE CAROLINE SOUSA SANTOS2; KAMILLA MAYARA LUCAS DA CRUZ3; JOSIMARI MELO DE SANTANA4.

1,3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPR, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: A corrente interferencial (CI) tem tido uma grande aceitação clinica em todo o mundo no controle da dor. Entretanto, nenhum estudo investigou seu mecanismo de ação neurobiológica. Os objetivos desse estudo foram examinar se a CI aplicada na articulação do joelho do rato produz analgesia após a indução da inflamação e determinar se uma possível anti-hiperalgesia produzida pela CI é revertida pela administração intracerebral de antagonistas de receptores opioides m no RVM (região rostoventromedial do bulbo). Métodos-12 ratos Wistar (Aracaju/Brasil, 250-350 g) foram divididos em 2 grupos: (1) aplicação de CI+naloxona (4µg/µl); (2) aplicação de CI+veículo. A cirurgia intracerebral foi realizada de 3 a 5 dias antes da indução da inflamação. A inflamação foi induzida no Dia 0, injetando dentro da articulação do joelho esquerdo 3% de carragenina e 3% de caolina (0,1 ml, solução de salina estéril), com o animal anestesiado com isoflurano. A CI foi aplicada 24hs após a indução da inflamação. O limiar mecânico de retirada da pata foi medido antes da indução da inflamação, 24hs após a indução e após aplicação da CI. Naloxona (4mg/µl) foi microinjetada no RVM 15 min antes da administração de CI. Resultados- Após a aplicação da CI os animais tratados com CI apresentaram aumento significativo do limiar mecânico de retirada da pata quando comparado ao momento antes da indução da inflamação. Além disso, os ratos tratados com CI que receberam microinjeção cerebral tanto de naloxona como de salina estéril apresentaram aumento do limiar mecânico em comparação ao momento antes da aplicação da corrente (p < 0,02). Conclusão- Sugere-se que a CI promoveu efeito antinociceptivo, entretanto, este efeito não parece ter sido mediado pelos receptores opioides m localizados no RVM, visto que houve resposta antinociceptiva mesmo em presença do bloqueio destes receptores em nível supraespinhal ou, talvez, a dose utilizada não tenha sido alta suficiente para promover bloqueio total dos receptores opioides m espinhais.

TL090 - USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS DURANTE A GESTAÇÃO E TOXICIDADE FETAL NO CONTEXTO NACIONAL. RAFAEL T E NOGUEIRA; MARCELA T O LEITE; LUÍS H A SOUSA; THIAGO T SILVA. UFMA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: Segunda a OMS, cerca de 90 % das mulheres grávidas tomam fármacos receitados pelo médico. A grande problemática é o alto risco de teratogenicidades de algumas drogas. No caso dos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs), seu uso na gravidez não parece aumentar o risco de resultados adversos no nascimento (anormalidades congênitas, baixo peso no nascimento ou parto prematuro), porém parece estar associada ao maior risco de aborto. A epidemiologia sobre o uso dos AINES pelas gestantes brasileiras é atualmente indisponível. Excetuando-se alguns poucos trabalhos em cidades isoladas do Brasil, não há na literatura, uma ampla abordagem sobre o tema à nível nacional. Método: Trata-se de um estudo de Revisão Bibliográfica a partir do levantamento de artigos científicos nas bases de dados Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline. Utilizou-se os descritores: anti-inflamatórios não-esteroidais, gravidez, gestação e Brasil, referentes aos anos de 2002 e 2010. Resultados: Uso de AINEs na gestação pode levar a anormalidades no desenvolvimento fetal, por alterações na diferenciação celular. Ocorre também a inibição de prostaglandinas vasodilatadoras, elevadas na gestação, que contribuem para a persistência do ducto arterioso fetal. Seu fechamento prematuro pode resultar em falência cardíaca do bebê devido a sobrecarga de pressão. Além disso, alterações na hemostasia/sangramentos são frequentes, assim como o atraso início do trabalho de parto, perda de massa óssea, prejuízos na nidação do ovo (quando usados no ínicio da gestação), risco de oligodramia (quando utilizados na avançada), de má formação renal e de lesão cerebral (por aumento dos níveis de bilirrubina no sangue fetal). No perfil das gestantes que mais usaram medicamentos, foi encontrada maior tendência entre aquelas pior assistência pré-natal, com menor escolaridade

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e maior número de filhos. Conclusões: O bom senso deve ser o fundamento das decisões tomadas durante o tratamento de mulheres durante a gestação e o aleitamento. O ideal seria planejar a gestação para um período livre de atividade inflamatória e sem medicações que interferem na concepção e na evolução da gestação; e a participação de profissionais constantemente atualizados sobre o assunto.

TL091 - CARACTERIZAÇÃO DO USO DE OPIOIDES EM PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA NÃO ONCOLÓGICA. RAFAEL T E NOGUEIRA; RAYANNE L T M ARAÚJO; RICARDO A N ARAÚJO; ÁLVARO M S RODRIGUES NETO. UFMA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: Já é comprovada a eficácia do uso de anti-inflamatórios não hormonais (AINH) como primeira opção medicamentosa no tratamento da dor crônica não oncológica. Contudo, o uso de opiódes é justificado devido às falhas terapêuticas e à intensidade da dor, apresentando eficácia comprovada em vários estudos. Esta pesquisa tem por objetivo relacionar o uso de opioides e as características da dor, tais como intensidade da dor, periodicidade, alteração do sono, diagnóstico e resposta ao tratamento no ultimo retorno do paciente em um ambulatório de dor crônica. Métodos: Estudo retrospectivo com os pacientes atendidos no ambulatório de dor crônica no Hospital Universitário Presidente Dutra no ano de 2009 até junho de 2010, utilizando dados coletados de prontuários, de acordo com a conduta e seguimento dos atendimentos. Foram analisadas informações referentes à intensidade da dor, periodicidade, alteração do sono, ao diagnóstico, ao uso de opioides antes do 1ª atendimento e à melhora ou não do quadro álgico quando ocorrido o retorno. Todos os dados foram analisados no EPI info 3.4.3. Resultados: De um total de 308 pacientes durante o ano de 2009 e 2010, foram atendidos 97 (31,5%) pacientes que utilizaram opioides para dor não oncológica. Desses, 32 (32,9%) alegaram uso prévio de opioides. Dos 97 pacientes, 83 (85,5%) utilizaram opioides fracos. Com relação ao diagnóstico, 41 (42,2%) pacientes apresentam lombociatalgia. Com relação à intensidade da dor 64 pacientes (65,9%) caracterizaram a dor como intensa, já com relação à periodicidade 58 (59,7%) pacientes apresentaram dor continua. Com relação à alteração do sono, 56 (57,7%) pacientes relataram algum disturbio do sono. Dos 63 pacientes que retornaram ao ambulatório (62,1%) retornaram ao ambulatório, 54 (85,7%) creditaram melhora na dor ou a dor se manteve estável. Conclusão: O uso de opioides no tratamento da dor crônica não oncológica se mostrou eficiente neste perfil de paciente que convivem com uma dor mais intensa. Destacase que o seu uso deve ser racional e para o uso não-oncológico deve-se priorizar os opioides fracos. Porém é necessário mais estudos sobre a utilização dos opioides na dor não oncológica, de modo a se tornarem uma alternativa consistente no tratamento deste tipo de dor.

TL092 - AVALIAÇÃO DA DOR EM PACIENTES INCONSCIENTES OU SEDADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO. LAURA F PEREIRA; JANAINA VALL; TATIANE T FRIESEN. LIGA SEM DOR DE CURITIBA E DAS FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL, PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Introdução: a dor é uma queixa importante e inevitável que é causada por vários fatores, dentre eles, os procedimentos realizados pela enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). É algo difícil de ser avaliado por ter um caráter subjetivo, individual e emocional, no entanto a avaliação da dor pelo enfermeiro é imprescindível para poder planejar uma assistência que proporcione alívio e conforto a esses pacientes inconscientes ou sedados, sem possibilidade de comunicar-se. Objetivo-avaliar a dor dos pacientes inconscientes ou sedados em UTI. Metodologia- Estudo transversal com 50 pacientes inconscientes ou sedados internados na UTI do Hospital do Trabalhador na cidade de Curitiba. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Secretaria Estadual de Saúde e a escala utilizada foi a comportamental para pacientes críticos, que possui três domínios: expressão facial, movimento de membros superiores e aceitação da ventilação mecânica. Sua pontuação varia de três (ausência de dor) a 12 (pior dor imaginada). Além disso, os demais sinais vitais como pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e respiratória também foram monitorados. Resultados- A maioria dos pacientes avaliados foi do sexo masculino, entre 20 e 30 anos, politraumatizado com TCE, em uso de ventilação mecânica, cateter venoso central e sonda vesical de demora. A maioria estava sedado com uso de midazolan e sob analgesia com uso de opioide (fentanil) associado à dipirona. O escore de dor encontrado na maioria dos pacientes foi de três (61%), seguido de quatro e cinco (35%) e dez (4%). Conclusões- A associação do sedativo midazolan com o opioide fentanil e a dipirona são capazes de controlar a dor nos pacientes em UTI, já que a maioria não apresentou escore de dor segundo a escala comportamental. Além disso, o estudo propiciou observar o quanto é importante a avaliação da dor nesses pacientes, incapacitados de se comuninar, para que se possam preveni-la, antecipando a instalação da dor.

TL093 - AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO ANALGÉSICA EM PACIENTES COM DOR NOCICEPTIVA SOMÁTICA. RENATA LENIZE PASINI1; BEATRIZ ESPINOSA FRANCO2; DIOGO HADDAD SANTOS3; RAQUEL DE OLIVEIRA4. 1,2,4.LADOR E CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 3.LADOR E CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: O tratamento da dor aguda deve trazer ao paciente o máximo de analgesia e o mínino de efeitos adversos, além de considerar aderência do paciente ao tratamento. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de satisfação dos pacientes com dor nociceptiva somática quanto à terapêutica analgésica utilizada. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, que entrevistou pacientes internados nas enfermarias da Ortopedia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto que estavam em uso de analgésicos, avaliando-se sexo, idade, patologia ortopédica, intensidade dolorosa, satisfação da analgesia e tempo de ação analgésica referida no período de junho e julho de 2010. A intensidade dolorosa foi classificada de acordo com a escala analógica verbal. Resultados: Foram entrevistados 47 pacientes, média de idade 42 + 18,98 anos, 59% do sexo masculino. Os pacientes foram avaliados em média no 4° (+ 4,05) dia de internação. A local da dor foi predominante nas pernas (19%), quadril (15%), joelho (13%) e pés (11%). Em relação à avaliação da intensidade dolorosa préanalgesia: 45% dor não suportável, 36% dor forte, 13% dor moderada, 6% dor fraca. Após analgesia, a intensidade da dor foi zero em 47% dos pacientes, fraca em 19%, moderada em 21% e forte em 13%. Nenhum paciente relatou dor insuportável após receber analgesia. O alívio da dor foi imediato em 17% dos pacientes, entre 10-20 minutos em 34%, entre 20-30 minutos em 23%, entre 30-60 minutos em 4% e demorou mais que 1 hora em 13%. Em 2% não tiveram alívio da dor após analgesia e 6% não souberam informar o tempo mínimo para alívio da dor. A analgesia foi contínua em 45% dos pacientes, durou até 12h (6%), até 8h (13%), até 6h (23%) e até 1h (11%). Em relação ao grau de satisfação com o tratamento analgésico, 36% dos pacientes consideraram ótimo, 44% bom, 13% médio, 2% ruim e 4% péssimo. Conclusões: Percebe-se no estudo que o tratamento analgésico adotado apresentou em 51% (n=24) dos casos ação rápida (até 20 minutos)

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e em 45% ação prolongada e contínua. No entanto, esta analgesia é incompleta, visto que 21% (n=10) dos pacientes permaneceram com dor de intensidade moderada após a medicação. Contudo a satisfação em relação ao tratamento não foi alterada, uma vez que 80% da população estudada referiu estar satisfeita com a analgesia recebida, considerando o tratamento analgésico ótimo em 36% e bom em 44%.

TL094 - AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO MASSETER PRÉ E PÓS ACUPUNTURA EM PORTADORES DE DTM MIOGÊNICA. ROSARIO MARISA DE LA TORRE VERA; FAUSTO BÉRZIN; STELLA MARIA WILHELSEM; LIÈGE DI BISLEGLLE FERREIRA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução: A Acupuntura é uma prática milenar da Medicina Tradicional Chinesa que consiste na inserção de agulhas em pontos específicos do corpo visando a prevenção ou tratamento de inúmeras patologias. O objetivo deste trabalho foi avaliar a intensidade do sinal eletromiográfico do músculo masseter bilateral e a presença de sintomatologia dolorosa pré e pós tratamento imediato com acupuntura em portadores de disfunção temporomandibular miogênica. Método: Foram selecionados na Clínica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP) quatro pacientes com dor orofacial e presença de sinais e sintomas de DTM miogênica. O tratamento foi realizado através da aplicação de agulhas de acupuntura nos pontos de abertura dos canais Yang das mãos (VB13), dos pés (ID18) e pontos locais. A análise estatística foi feita através do teste T de Student, com nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se diminuição na amplitude do sinal eletromiográfico (RMS) imediatamente após a aplicação da acupuntura do músculo masseter direito (47.18%) e esquerdo (49.45%) durante o repouso. Constatou-se também diminuição de 59.68% na Escala Analógica de Dor (EVA), resultado estatísticamente significativo (p=0.01). Conclusão: A acupuntura foi capaz de produzir alívio imediato da dor e diminuir a atividade elétrica dos músculos masseteres em pacientes com DTM miogênica durante o período de repouso, sugerindo o restabelecimento do equilíbrio energético do corpo.

TL095 - TENS: ESTUDO COMPARATIVO DOS EFEITOS AGUDOS DA APLICAÇÃO CONVENCIONAL E SUBAQUÁTICA EM PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE JOELHO. PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA; VALTER JOVINIANO SANTANA FILHO; WALDERI MONTEIRO DA SILVA JUNIOR. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: Osteoartrite (OA) e uma doença primariamente de cartilagem, caracterizada pela degradação da cartilagem hialina nas articulações, O sofrimento com a dor provocada pela OA do joelho e as limitações são um fenômeno comum na população senil, provocando deficiência a longo prazo. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos analgésicos da eletroestimulação transcutânea (TENS) aplicada convencionalmente e de forma subaquática em pacientes com osteoartrose de joelho. Metodologia - participaram 32 sujeitos de ambos os sexos, na faixa etária de 40 a 65 anos, portadores de osteoartrose no joelho, divididos em dois grupos, recebendo intervenção da TENS convencional ou TENS subaquática por uma sessão. Foram avaliados antes e após a sessão: escala visual analógica da dor (EVAS), goniometria ativa e aplicação de um teste de caminhada (TUGT). Resultados - Verificou-se que na TENS convencional a EVAS, o TUGT e a Goniometria tiveram respectivamente: p<0.0001, p<0.002 e p<0.06. Já na TENS subaquática p<0.0004, p<0.0004 e p<0.0015. Na comparação dos efeitos pós aplicação da TENS convencional e subaquática houve diferença significante apenas na análise subaquática com p<0,0002. Conclusão atribuímos os bons resultados da TENS subaquática à maior área de contato da água sobre a pele estimulando maior número de fibras aferentes, ao fato da água ser um excelente condutor elétrico e também servir como um meio de acoplamento de menor impedância. Concluímos que ambas as formas de aplicação da TENS obtiveram resultados significativos, sendo a forma subaquática mais eficaz no alivio da dor.

TL096 - DOR NEUROPÁTICA - UM NOVO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE FIBRAS FINAS: O CHEPS. OSVALDO JOSÉ MOREIRA DO NASCIMENTO; VITOR ZENHA; VITOR ZENHA. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Objetivo: Avaliar as vias nociceptivas por meio de potenciais evocados pelo contato de calor (CHEPS - Contact Heat-Evoked Potential Stimulator), uma nova técnica não-invasiva que permite investigar as vias da dor, representadas por fibras nervosas de pequeno diâmetro (A-delta e C) e estudar o trato espinotalâmico. Metodos: Iniciamos estudo de neuropatias dolorosas na NeuroUPC do HUAP com o CHEPS, que é um estimulador térmico capaz de criar uma taxa de aquecimento rápido (até 70°C/s) e, portanto, gerar potenciais evocados de larga latência sem causar lesões cutâneas indesejáveis. Ao ser utilizado em conjunto com sistemas de gravação como a eletroneuromiografia (ENMG), o CHEPS documenta uma resposta objetiva à percepção da dor, através da investigação de trajetos que medeiam a percepção sensitiva dolorosa. Resultados: Os potenciais evocados pelo contato ao calor foram, previamente, difíceis de obter devido à lentidão do aumento da temperatura associado aos estimuladores. No entanto, o CHEPS utiliza uma tecnologia capaz de criar uma taxa de aquecimento rápido; a linha de base e temperatura de pico, e o tempo de aumento podem ser controlados com precisão. Conclusões: O CHEPS proporciona uma versatilidade muito maior no algoritmo de planejamento e controle, sendo mais fácil e rápido de configurar, e é uma nova opção de bom custobenefício. Além disso, pode ser aplicado com menos precauções (sem normas de proteção para laser e espaços com medições aprovadas), bem como maior segurança aos pacientes. Constitui método importante no estudo da dor em geral e no particular da dor neuropática

TL097 - DOR NEUROPÁTICA APÓS INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO E SÍNDROME COMPARTIMENTAL. KAREN MÓS RODRIGUES; TOMA J T; PAI V W; ARAUJO J.

LIGA DE DOR DO CENTRO ACADÊMICO OSWALDO CRUZ DA FMUSP E DO CENTRO ACADÊMICO 31 DE OUTUBRO DA EEUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O acometimento de mais de um membro pela Síndrome Compartimental causada por envenenamento por monóxido de carbono (CO) é extremamente raro. Naser et al relata apenas um único outro caso. A intoxicação pelo CO pode lesionar nervos e causar dor neuropática, tanto precoce quanto tardiamente. Apresentamos um caso de intoxicação por CO e síndrome compartimental em 2 membros ipsilaterais, que evoluiu com mononeuropatia múltipla e dor neuropática. Relato de Caso: Paciente masculino, 40 anos, sem antecedentes, foi encontrado inconsciente com hemicorpo direito sob o corpo da esposa, após ter passado a noite com uma churrasqueira ligada dentro do aposento. Foi internado com intoxicação por CO, rabdomiólise e síndrome compartimental no membro superior direito (MSD) e inferior direito (MID), sendo realizadas fasciotomias. O paciente evoluiu com quadro de dor intensa há 3 meses, em choque e queimação no MID e em pontada no MSD, além de rigidez e imobilidade dos membros, com significativo comprometimento das atividades de vida diárias, inclusive incapacidade de deambular, necessitando do auxílio de cadeira de rodas. Ao exame, o antebraço apresentava rigidez em flexão e analgesia, com a mão caída e em garra. No MID constatamos hipoestesia, parestesia e hipertermia no terço distal da perna, além de edema no pé. A pesquisa de reflexos foi prejudicada pela amiotrofia e

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rigidez dos membros acometidos. Hipóteses diagnósticas: I) Mononeuropatia múltipla secundária a: a) Lesão neuronal por compressão mecânica exercida pelo peso da esposa e/ou pela própria Síndrome Compartimental; b) Lesão cirúrgica ou pós-traumática durante a fasciotomia; c) Isquemia/hipóxia; d) Ação direta do CO; II) Anquilose da articulação do joelho e do cotovelo direitos; III) Síndrome dolorosa miofascial e IV) Desnutrição. Tanto a eletroneuromiografia quanto o exame de termometria cutânea com infra-vermelho evidenciaram degeneração em graus variados dos nervos radial, mediano, ulnar distal, fibular e tibial posterior direito. O tratamento com antidepressivo tricíclico, opioide fraco, analgésico simples, acupuntura e terapia de reabilitação promoveram o controle significativo da dor e recuperação dos movimentos e da funcionalidade dos membros. Discussão: O presente caso ilustra uma intoxicação grave por CO que evoluiu com Síndrome Compartimental e neuropatia sequelar, proporcionou uma rica discussão quanto ao diagnóstico diferencial. As hipóteses diagnósticas para as causas prováveis foram investigadas com ENMG e Termometria cutânea, corroborando a possibilidade de mononeuropatia múltipla de etiologia mista e necessidade de tratamento multidisciplinar.

TL098 HEMOPRESSINA, UM AGONISTA INVERSO DE RECEPTOR CANABINOIDE COMO UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA. ESTEFANI THEREZIA MAIQUE1; EMER SUAVINHO FERRO2; ANDREA STERMAN HEIMANN3; CAMILA SQUARZONI DALE4.

1.HOSPITAL SIRIO-LIBANÊS, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.PROTEIMAX BIOTECNOLOGIA, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.HOSPITAL SIRIO LIBANES, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: a hemopressina (Hp), um peptídeo derivado da cadeia alfa 1 da hemoglobina, atua como um agonista inverso para receptores canabinoides do tipo 1 (CB1) bloqueando a sinalização direta por este receptor. Ainda este peptídeo inibe a dor em diferentes modelos experimentais de hiperalgesia aguda. O presente estudo avaliou o efeito da Hp em modelo experimental de dor neuropática, bem como a participação de canais de potássio (K) periféricos neste efeito. Métodos: ratos Wistar, machos, (180-200 g) foram submetidos ao modelo de constrição crônica do nervo isquiático (CCI –) e no 14º dia após o procedimento, na vigência de dor neuropática, receberam Hp por via oral (0,25 mg/ Kg) sendo novamente avaliados no modelo de pressão de pata 1, 3, 6, 12 e 24 h. Após a análise comportamental os animais foram sacrificados e o encéfalo e a medula espinal foram submetidos a ensaio de imuno-histoquímica para detecção de Fos e Egr-1 (marcadores de ativação neuronal). Para avaliação da participação de canais K periféricos ratos submetidos ao modelo de CCI receberam injeção intraplantar de inibidor de canais K (UCL1684; 10 microgramas/pata) concomitante à administração oral de Hp e foram avaliados no modelo de pressão de pata 1 e 3 horas após os tratamentos. Resultados: a administração de uma única dose oral de Hp inibiu a dor neuropática dos animais da 1ª a 6ª h após o tratamento. A administração de uma segunda dose de hemopressina após 6 h da primeira restabeleceu o efeito antinociceptivo. O tratamento com UCL1684 reverteu a antinocicepção induzida pela Hp. A análise da detecção de Fos e Egr-1 demonstrou que a Hp inibiu a expressão de ambos marcadores na medula espinal sem no entanto interferir com sua expressão no encéfalo. Discussãoos dados obtidos demonstram que a hemopressina inibe a nocicepção em modelo experimental de dor crônica e que canais K periféricos estão envolvidos neste efeito. Ainda, o efeito da Hp na dor experimental crônica ocorre por inibição, de neurônios nociceptivos espinais. Esses dados poderão auxiliar no esclarecimento do papel antinociceptivo da hemopressina, um potente candidato para fins terapêuticos.

TL099 - BASES NEUROFARMACOLÓGICAS DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA (EMTR) INDUZINDO ANALGESIA: O PAPEL DOS OPIOIDES ENDÓGENOS. DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE; VITOR ZENHA; MARCO ANTONIO MARCOLIN; RICARDO GALHARDONI; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA. DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: EMTr tem demonstrado-se como uma promissora ferramenta para o tratamento de síndromes dolorosas refratárias, no entanto o seus mecanismos de ação permanecem ainda pouco compreendidos. Objetivos: Tem sido repetidamente demonstrado que a aplicação de EMTr no córtex motor primário (M1) ou córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) pode reduzir a dor em diferentes modelos experimentais de voluntários saudáveis. Os mecanismos subjacentes a analgesia da EMTr permanecem incompletamente conhecidos, mas parecem depender da ativação do sistema de modulação endógeno da dor. Devido ao importante papel dos sistemas opioides endógenos (SOE) na modulação da dor, supomos que ele esteja envolvido na ação analgésica da EMTr. Métodos: Os efeitos analgésicos da EMTr sobre M1 ou CPFDL sobre ao dor ao frio foram comparados em um grupo de voluntários saudáveis. Em um estudo aleatorizado e duplamente encoberto. Durante as sessões de EMTr naloxone ou salina foram administradas. Doze voluntários foram divididos aleatoriamente em três grupos, recebendo respectivamente EMTr ativa do M1 direito, estimulação ativa do CPFDL direito (frequência de 10Hz a 80% da intensidade do limiar motor, 1500 pulsos por sessão) ou estimulação sham, durante duas sessões experimentais separadas por duas semanas. Baseado em nossos resultados anteriores, mostrando que a EMTr atua preferencialmente sobre a dor ao frio, as mensurações dos limiares de dor foram utilizados para se avaliar o efeito analgésico da EMTr. Durante cada sessão, o limiar da dor ao frio foi medido na eminência tenar esquerda antes e uma hora após a injeção IV de naloxone (bolus de 0,1 mg / kg seguido de infusão contínua de 0,1 mg / kg / h até o final da EMTr) ou placebo (solução salina). Resultados: Em comparação com a estimulação placebo, tanto a estimulação da M1 quanto a CPFDL induziu uma diminuição significativa na temperatura de indução de dores frias (analgesia) após a injeção de soro fisiológico. Injeção de naloxone induziu uma redução significativa do efeito analgésico da estimulação M1, mas não alterou os efeitos da EMTr no CPFDL. Conclusões: Demonstramos que a SOE está envolvida nos efeitos analgésicos da EMTr. Os efeitos diferenetes do naloxone sobre os efeitos de EMTr sobre M1 e CPFDL indicam que, apesar de sua aparente equivalência de efeito clínico, os efeitos analgésicos provocados pela estimulação desses dois sítios corticais são mediados por mecanismos diferentes.

TL100 - ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA COMO PREDITOR DA RESPOSTA ANALGÉSICA A LONGO PRAZO APÓS ESTIMULAÇÃO DO CÓRTEX MOTOR DOR POR AVULSÃO DE PLEXO BRAQUIAL.

MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA1; DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE2; ERICH TALAMONI FONOFF3; HERLDER PICARELLI4; MARCO ANTONIO MARCOLIN5; GERSON BALLESTER6.

1,6.DEPARTAMENTO DE NEUROCIRURGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.DEPARTAMENTO DE NEUROCIRURGIA DOS HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.DEPARTAMENTO DE NEUROCIRURGIA DOS HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSADADE DE SAO PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL; 5.LABORATÓRIO DE ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA, INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO HOSPITAL DASCLÍNICAS, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Estimulação epidural do córtex motor (EECM) tem sido utilizada no tratamento da dor neuropática refratária nos últimos 20 anos. Reduz em cerca de 60% a intensidade da dor em aproximadamente 50% dos pacientes. No entanto, a resposta individual é hetero-

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gênea e difícil de predizer. Objetivos: Realizamos um ensaio aberto para testar se a presença de fenômenos de membro fantasma (FMF) podem predizer a resposta a longo prazo após o implante do estimulador do córtex motor. Métodos: Quatorze pacientes refratários com avulsão dolorosa do plexo braquial (APB) foram submetidos a mapeamento de M1 da face, mão e pé contralateral ao lado doloroso com EMT (100% do limiar motor em repouso do músculo primeiro interósseo dorsal do lado normal). A presença de respostas motora evocadas foi marcada através de mapeamento sobre uma touca colocada sobre o escalpo com pontos separados de um centímetro de modo que a área total de resposta evocada foi quantificada. A presença de FMF (sensação de movimento) foi pesquisada no córtex motor correspondente ao membro superior avulsionado sua magnitude foi igualmente documentada. As informações clínicas foram registradas. Todos os pacientes foram submetidos à cirurgia (EECM) e testados por duas semanas. Os pacientes que responderam positivamente aos testes tiveram o gerador de pulso implantado e foram seguidos por pelo menos um ano. Resultados: Treze pacientes (4,7±0,5 raízes nervosas avulsionadas), sendo 12 do sexo masculino (31,6±9,7) anos com dor por (19,1±13,6) meses, localizada principalmente no braço (100%) e mão (92%) com média de EVA= 93 mm foram submetidos ao mapeamento com EMT e em seguida submetidos à EECM. Durante o estudo a redução da dor foi de 53±34% (0-90%) nos implantados. EMT não pode produzir FMF em quatro pacientes, embora tivesse produzido nos outros nove (média da área 11,2±5 cm2). Todos os pacientes que apresentaram FMF responderam à EECM a longo prazo (11,9±9,2 meses de seguimento), enquanto os que não apresentaram FMF não responderam ao tratamento. A diferença na redução dolorosa entre os grupos foi significante (p<0.0001). No grupo de pacientes com FMF, três pacientes tiveram redução de 50% da dose de seus medicamentos. A redução da dor não se correlacionou à intensidade ou a duração da dor (p>0,5). Conclusão: Este é o primeiro estudo avaliando a eficácia a longo prazo do EECM no controle da dor em um grupo de pacientes com APB. EECM pode proporcionar alívio da dor a longo prazo, que pode ser predito pela presença de FMF durante o mapeamento pré-operatório com EMT.

TL101 - RELATO DE CASO: USO DO SILDENAFIL NO TRATAMENTO DE DOR NEUROPÁTICA PÓS-NEFRECTOMIA E LOMBOTOMIA NÃO RESPONSIVA A TRATAMENTOS CONVENCIONAIS. TEREZA CRISTINA MENDES; JOSEFINO FAGUNDES DA SILVA; THIAGO ROBIS DE OLIVEIRA; TATIANA VAZ HORTA XAVIER. UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Sildenafil é conhecido pelo uso no tratamento da disfunção erétil. Estudos em modelos animais e humanos demonstram outras aplicações promissoras, com destaque para o uso na dor neuropática crônica (DNC). A ação benéfica do fármaco parece ser explicada pelo acúmulo periférico de GMPc. Esse relato evidencia a efetividade do fármaco no tratamento de dor neuropática não responsiva ao tratamento usual, com seguimento de 1 ano. Sabe-se que alguns pacientes desenvolvem tolerância ao uso de opioides. Optou-se pelo uso do Sildenafil como nova estratégia terapêutica, obtendo excelente resultado. Relato de Caso: Trata-se de paciente A.N.M., 40 anos, sexo masculino, que procura o serviço de dor em função de dor neuropática após nefrectomia e por lombotomia em função de câncer renal. Evoluiu com dor excruciante desde pós-operatório imediato sem controle com o uso de: metadona, morfina, carbamazepina, pregabalina, gabapentina e topiramato. Ainda não se obteve sucesso em bloqueios de neuroeixo e simpáticos. À admissão, paciente classificava dor em EVA:8, relatando prejuízo à vida laboral e afetiva. Optou-se por incluí-lo no protocolo de uso de Sildenafil para controle de dor. Iniciado 25mg de Sildenafil/dia associado a 1mg de risperidona para controle de sintomas psíquicos. Paciente não sabia que utilizava Sildenafil. Obteve excelente resposta, EVA:4, com satisfação do paciente. Acompanhado por mais 3 meses, obtendo alta somente com risperidona 1mg/dia e EVA:3. Discussão: A DNC é debilitante, limitante e, frequentemente de difícil controle pelo desenvolvimento de tolerância ao tratamento crônico com opioides. Sendo assim, é imperativo considerar mais de uma estratégia terapêutica no controle álgico, a fim de se melhorar a qualidade de vida do paciente. A experiência tem mostrado que o uso do Sildenafil apresenta resultados promissores na reabilitação de pacientes quando associado a estratégias terapêuticas habituais no tratamento da DNC. Esse trabalho demonstra a importância do fármaco como promissora droga no controle álgico bem como visa estimular a sequência da pesquisa clínica nesse setor.

TL102 - CONTRIBUIÇÃO DA DOR NEUROPÁTICA (DNE) PARA OS QUADROS DE SÍNDROMES DOLOROSAS NO CÂNCER. DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE; ANGELA M SOUSA; THAIS K VANETTI; LEIA YAMADA; RICARDO GALHARDONI; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA. GRUPO DE DOR DO INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Trinta por cento dos pacientes com câncer apresentam síndromes dolorosas (SD) no início da doença e 75% experienciam em estágios avançados. Dor no câncer (DC) é geralmente de intensidade moderada a grave, e quase 50% dos pacientes terão alguma medicação prescrita para o seu alívio. Apesar de sua prevalência e importância, poucos estudos avaliaram a contribuição individual de SD na DC. Objetivos: Avaliar a contribuição individual das síndromes dolorosas em pacientes com câncer. Métodos: Foram avaliados prontuários de pacientes não hospitalizados com câncer confirmado em nossa clínica e com dor crônica (> 3 meses), moderada / intensa (EVA≥ 40 milímetros dor). Especialistas em dor avaliaram o tipo de câncer, o uso da medicação e a intensidade da dor e a interferência desta com a vida diária (Inventário Breve de Dor- BPI), local e tipo de SD (critérios da IASP-DNe, dor nociceptivas [DNo], visceral [Vi] ou mista [Mi]) depois de uma consulta regular, foi estabelecida significância em p <0,05. Resultados: Setenta e sete (de 104) prontuários foram analisados. Dno, DNe e Vi-SD estiveram presentes respectivamente em (76,3%, 64,9% e 22,7% dos pacientes, DNo> Ne = Vi - SD; p = 0,005, p = 0,557). Mi-PS esteve presente em 50,7%. A máxima intensidade da dor e a menor média (69,35 e 61 milímetros) respectivamente não se correlacionou com SD. A dor foi mais frequentemente localizados axialmente (62,8%,p <0,001) e afetou a atividade geral, mais intensa (7.1/10). Anti-inflamatórios não esteroidais foram prescritos para 72%, seguido por antidepressivos tricíclicos (51%) e gabapentina (50%), não encontramos diferenças no BPI entre SD. Resultados: As diferenças de gênero estiveram ausentes. DNe é prevalente em DC e é comumente associado a outras síndromes doloroas. Ela interferiu nas atividades da vida diária da mesma forma como DNo. Orientações sobre a DC deve ter em conta a alta prevalência de DNe em suas recomendações.

TL103 - DOR NEUROPÁTICA DE DIFÍCIL CONTROLE EM PACIENTE COM DOENÇA DE DEVIC: A ABORDAGEM ANALGÉSICA - RELATO DE CASO. RENATA LENIZE PASINI1; MARCO AURÉLIO ZAGATTO2; RAQUEL DE OLIVEIRA3.

1,2.LADOR-LIGA ACADÊMICA PARA ESTUDO DA DOR- FACULDADE MEDICINA CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 3.HCFMRP-CLÍNICA PARA TRATAMENTO DA DOR - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP/SP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: Neuromielite óptica ou doença de Devic (NMO) é idiopática, grave, e cursa com desmielinização e necrose do SNC com

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predomínio pelo nervo óptico e medula espinhal. Este relato tem como objetivo abordar a dor neuropática que ocorre na com Doença de Devic e seu tratamento analgésico. Relato de Caso: paciente 59 anos, feminino, encaminhada para o ambulatório da dor do HCFMRP devido à dor neuropática de difícil controle durante sua internação na neurologia por NMO reagudizada. Há um mês, a paciente apresentava dor em queimação e parestesia desde a região cervical com irradiação para membros superiores, pior à esquerda, contínua e diária, de intensidade 10 na escala analógica visual (EAV=10). Os sintomas da NMO haviam iniciado há 10 anos com fraqueza em membros inferiores e perda da acuidade visual, evoluindo para tetraplegia espástica, anestesia tátil dolorosa com nível sensitivo T2, ptose palpebral bilateral e oftalmoplegia. Os exames mostraram anticorpos antiaquaporina-4 positivo, lesões crônicas em coluna torácica, mielite centro-medular extensa em região cervical e lesões encefálicas sugestivas de esclerose múltipla visualizadas na RNM. Fez uso de plasmaférese e metilprednisolona. Em uso de amitriptilina (50mg/dia), carbamazepina (900mg/dia), tramadol EV (600mg/dia) sem melhora da dor. Optamos pela realização de bloqueios do plexo braquial esquerdo, gânglio estrelado esquerdo e nervo occipital direito com dexametasona, clonidina e lidocaína e a troca de tramadol por metadona 30mg/dia VO. Houve melhora completa da dor após o primeiro bloqueio e manutenção da EAV=2 durante uma semana quando se repetiu os bloqueios. Foi dada alta hospitalar e mantido esquema de medicação oral. Conclusão: O sucesso neste tratamento se deu com a utilização de técnicas intervencionistas para o alívio imediato da dor e a associação da metadona. Os bloqueios agem interrompendo a chegada da percepção dolorosa ao cérebro e sua supressão temporária. A metadona, opioide potente com ação antagonista NMDA, tem sido utilizada como segunda linha no tratamento farmacológico.

TL104 - O EFEITO DA MORFINA ESPINAL E DA DOR APÓS CESARIANAS SOBRE O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO. NATÁLIA F M MARQUES; BETÂNIA NOVELO; ANNELISE N GONÇALVES; FLORENTINO F MENDES.

LIGA DA DOR UFCSPA, R. SARMENTO LEITE, 245, TEL 3303-9000, EMAIL LIGADADOR@UFCSPA.EDU.BR, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.

Introdução: A dor age através da liberação de catecolaminas, sendo capaz de inibir a produção de ocitocina diminuindo a ejeção do leite materno. Nosso objetivo é avaliar se há interferência da dor e das doses de morfina utilizadas na amamentação. Materiais e Métodos: Aprovação do CEP. Revisão do prontuário e entrevista, entre 18-28 horas de pós-operatório, de 473 pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia entre 05/2007 a 10/2007. Foi questionada a presença de dor e de dificuldade para amamentar. A dor foi categorizada através da escala análogo-visual como: leve (0-3); moderada (4-6) e intensa (7-10). As descrições das variáveis foram feitas através de média e desvio padrão para variáveis contínuas com distribuição normal; mediana e percentis para variáveis contínuas sem distribuição normal; frequências e porcentagens para variáveis categóricas. Para verificar se existe efeito das doses de morfina e da dor sobre amamentação utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher com p<0,05. Resultados: Um total de 61 pacientes foram excluídas, 35 por internação do recém-nascido na UTI e 26 por contraindicação à amamentação. Foi observada dificuldade na amamentação em 65 pacientes (14,8%). Não foi encontrada diferença significativa nem entre as doses de morfina (p=0,874) nem entre a dor categorizada (p=0,164) quando comparadas com dificuldade para amamentação. Conclusão: Neste estudo não houve efeito da dose de morfina utilizada, nem da dor referida pelas pacientes, na dificuldade para amamentação no primeiro dia de pós-operatório.

TL105 - APÓS CESARIANAS, ESCORES DE APGAR MAIS BAIXOS SÃO INDICADORES DE INTERNAÇÃO NA UTI, DIFICULDADES DE AMAMENTAÇÃO E INTENSIDADE DA DOR PÓS-OPERATÓRIA. BETÂNIA NOVELO; NATÁLIA F M MARQUES; CAMILA R M DA ROCHA; FLORENTINO F MENDES.

LIGA DA DOR UFCSPA, R. SARMENTO LEITE, 245, TEL 3303-9000, EMAIL LIGADADOR@UFCSPA.EDU.BR, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.

Introdução: O objetivo desse trabalho é verificar se existe relação entre escores de Apgar, internação do recém-nascido na UTI, amamentação e dor pós-operatória. Materiais e Métodos: Aprovação do CEP. Revisão do prontuário e entrevista, entre 18-28 horas de pós-operatório, de 473 pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia entre 05/2007 a 10/2007. Foi avaliado Apgar no 1º e 5º minuto, indicação da cesariana, internação na UTI, dificuldade para iniciar amamentação. A dor foi categorizada através da escala análogo-visual como: leve (0-3); moderada (4-6) e intensa (7-10). O Apgar do recém nascido foi categorizado em ≤6, 7, 8, 9 e 10. As descrições das variáveis foram feitas através de média e desvio padrão para variáveis contínuas com distribuição normal; mediana e percentis para variáveis contínuas sem distribuição normal; frequências e porcentagens para variáveis categóricas. Para verificar se existe relação entre Apgar e dor pós-operatória utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher com p<0,05. Resultados: Existe diferença significativa entre o Apgar do 1º e 5º minuto e internação na UTI (P=0,000) e entre os índices de Apgar e dificuldade de amamentação (P=0,000). Com as doses de morfina utilizadas, os índices de Apgar são preditores de dor pós-operatória mais intensa (P=0,001 no 1º minuto e P=0,05 no 5º minuto). Conclusão: Apgar mais baixo no 1º e 5º minuto indicam maior chance de internação do recém nascido na UTI, maior dificuldade de iniciar amamentação e dor pós-operatória mais intensa. Essas pacientes deveriam receber cuidados diferenciados em relação à analgesia pós-operatória.

TL106 - ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A CEFALEIA PÓS RAQUIANESTESIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. DANIEL A R OLIVEIRA; ABÍLIO L SANTIAGO F°; LUZIANY C ARAÚJO; JAIME E B ARAUJO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: A cefaleia pós-punção da dura-máter é a complicação mais frequente após a raquianestesia, com incidência estimada inferior a 3%, sendo considerada incapacitante em alguns casos. Inúmeros fatores contribuem para seu aparecimento, daí a importância de se conhecerem essas variáveis a fim de evitar novos casos. Método: Utilizando os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, foram selecionados 25 artigos relacionados ao tema a partir dos seguintes termos de pesquisa em várias combinações: 1)Raquianestesia; 2)Cefaleia; 3)Anesthesia; 4)Spinal; 5)Subarachnoid; 6)Headache; 7)Gauge needle. Resultados: A cefaleia pós raquianestesia aparece entre as 12 primeiras horas e o 7º dia após a punção dural, sendo mais comum no 2º dia. O grupo de risco é composto por adultos jovens, gestantes, mulheres e pessoas com história de cefaleia decorrente de punção lombar. O mecanismo responsável pelo seu aparecimento é a diminuição da pressão liquórica por perda do LCR, através de lesões determinadas pela agulha de punção ou pelo catéter. Isso provoca vasodilatação cerebral e poderá haver a tração das estruturas intracranianas sempre que o paciente assumir a postura ereta. O tamanho do orifício dural influência diretamente na incidência e na gravidade da cefaleia; é aceito que um menor calibre da agulha reduz a incidência, então recomenda-se o uso de agulhas não traumáticas, ponta de lápis ou Quincke. Verifica-se uma maior ocorrência em pacientes que deambulam nas primeiras horas após o procedimento. O acesso paramediano e o menor número de tentativas de acesso são fatores que parecem diminuir a chance de desenvolver essa cefaleia. Os quadros leves e moderados respondem bem ao tratamento conservador à base do repouso, hidratação, analgésicos e cafeína. Se

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a dor de cabeça for intensa ou durar mais de 24 horas, um tampão peridural de sangue pode ser realizado. Conclusões – Fica evidente que as técnicas utilizadas são determinantes para a ocorrência de cefaleia pós raquianestesia, portanto, é fundamental mais estudos na área para que surjam avanços tecnológicos que possibilitem minorar a incidência desse problema nos pacientes que se submetem a esse tipo de anestesia.

TL107 - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA ANALGÉSICA DA INJEÇÃO SUBCUTÂNEA DE LIDOCAÍNA A 2% PARA RETIRAR DRENOS DE TORAX EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DO TIPO REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO. VALDECY FERREIRA DE OLIVEIRA PINHEIRO1; ENIO DE OLIVEIRA PINHEIRO2; ANILTON B RODRIGUES JR3; ROSIANE VIANA ZUCA DINIZ4. 1,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL; 2.HOSPITAL PROMATER, NATAL, RN, BRASIL; 3.HOSPITAL, NATAL, RN, BRASIL.

Intodução: O estudo objetivou avaliar a eficácia analgésica da injeção subcutânea de lidocaína 2%, para o procedimento de retirar drenos de tórax em doentes submetidos à cirurgia revascularização do miocardio. Material e método: Ensaio clínico, ramdomizado controlado e cego. Foram estudados 60 doentes submetidos à cirurgia cardíaca eletiva. Foram incluídos adultos de ambos os sexos, idade 35 a 75 anos, com capacidade de verbalização e compreensão adequadas, ASA II e III. Foram excluídos aqueles com dores crônicas, reoperado, ou reentubado, usuário crônico ou viciado em opioides, sempre após autorização pelo Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os indivíduos foram submetidos ao esquema analgésico padronizado, de acordo com escala de graduação numérica(EGN) para avaliação da dor. Destes, 30 foram randomizados para receber injeção subcutânea de lidocaína 2% sem vasoconstrictor (experimental), Antes da retirada do drenos. Após a retirada dos drenos foram avaliados quanto a intensidade (EGN) e para avaliar a qualidade da dor foi utilizado o inventário de dor McGill, na versão reduzida. Antes da ramdomização foi avaliado nível de sedação. A análise estatística foi realizada pelo teste do Qui quadrado na plataforma SPSS Versão 13.0. Para a determinação da associação entre as variáveis independentes e o desfecho final foi realizado o teste de associação qui-quadrado com correção de Yates, e o teste de Fisher. Resultado: Os grupos foram homogêneos quanto à idade, sexo, escolaridade, estado físico e traços de ansiedade. A Intensidade de dor durante a retirada do dreno no grupo Experimental dos pacientes referiram dor intensa, seguida de dor moderada em quase um terço dos casos e grupo controle , a dor advinda da retirada de drenos pleurais foi considerada moderada seguida de dor intensa. Não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos (P=0,47) . Os descritores de dor mais escolhidos foram “Repuxa”, “insuportável”, “lacerante”. Conclusão: O estudo sugere que o efeito analgésico da injeção subcutânea de lidocaina a 2% sem vaconstrictor não é eficaz e causa desconforto ao paciente.

TL108 - GABAPENTINA NA ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA DE FRATURA DE FÊMUR NOS PACIENTES DO HOSPITAL DE EMERGÊNCIA E TRAUMA SENADOR HUMBERTO LUCENA. CLÓVIS J. DA SILVA BORGES; JANAINA JAPIASSU ALVES DE ALMEIDA; JÚLIO DE ARAÚJO LIRA BASÍLIO. HOSPITAL DE TRAUMA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL.

A Gabapentina é um agente analgésico de grande eficácia no pós-operatório de correção de fratura do fêmur. O índice de complicações no uso de Gabapentina como agente analgésico é baixo, podendo vir, numa terapia multimodal, atuar como agente poupador de opioides., reduzindo seus efeitos adversos A gabapentina é uma nova substância análoga ao acido g-aminobutírico (GABA) com uma boa penetração na barreira hemato-encefálica. Sua composição química é o ácido acético (aminometil)-cicloexano. É encontrada comercialmente nas doses de 300, 400 e 600mg. Foi aprovada para uso nos EUA, no final de 1993, para tratamento adjuntivo em crises epilépticas e em crises secundariamente generalizadas, pelo FDA. Seu uso na terapêutica da dor e como droga antiepiléptica, em humanos, tem sido bem estabelecido na literatura nos últimos anos. O trabalho em questão tem como objetivo principal definir o nível de eficácia e eficiência da analgesia por gabapentina no pós-operatório de correção de fratura de fêmur demonstrando a ação da Gabapentina, numa perspectiva multimodal, como terapia poupadora de opioides e como tal reduzindo seus efeitos adversos. Os pacientes são alocados aleatoriamente em dois grupos designados G (Grupo de estudo) e A (Grupo de controle) para submissão a dois protocolos de analgesia diferentes entre si qualitativamente pela presença da Gabapentina no grupo de estudo (G). O Grupo Controle (A) será submetido ao uso de DIPIRONA,dose de 20mg/Kg de 6/6 horas; Anti-inflamatório não esteroide CETOROLACO,30 mg de 8/8 horas e a MORFINA administrada por bomba de PCA (analgesia controlada pelo paciente) em bolus por via venosa. O Grupo de Estudo (G) será tratado por Dipirona, Toradol e e MORFINA, sendo todos utilizados com a mesma dosagem do grupo A; e acrescida a GABAPENTINA 600mg uma hora antes da cirurgia e, 600mg, 12 horas após a cirurgia. Os dados coletados serão tratados quantitativa e qualitativamente e a análise será efetuada por meio de tratamento estatístico e testes de significância, conforme a natureza das informações obtidas.

TL109 - RELAÇÃO DA DOR COM O DESEMPENHO FUNCIONAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA. PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA; VALTER JOVINIANO SANTANA FILHO; WALDERI MONTEIRO DA SILVA JUNIOR. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, A, SE, BRASIL.

Introdução: a cirurgia cardíaca é um procedimento que mesmo proporcionando melhoria no tratamento das doenças cardiovasculares, leva a alterações em todo o organismo. O objetivo do estudo foi avaliar a influência da dor, uso de circulação extracorpórea (CEC) e Medida de Independência Funcional (MIF) em pacientessubmetidos à cirurgia cardíaca. Métodos - na pesquisa foram estudados 26 pacientes cardiopatas, internados na Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia (FBHC), submetidos à cirurgia cardíaca eletiva por Toracotomia médio-esternal (TME) com uso de Circulação extracorpórea (CEC), no período de Março a Abril de 2010. Para isso foi aplicado o questionário da Medida de Independência Funcional (MIF) e a Escala de Dor pela Escala Visual Analógica (EVA) no préoperatório, 2°/3° e 5°/6° DPO. Resultados - Na avaliação da intensidade de dor pela EVA, 54,5% pacientes referiram intensidade moderada no 2º/3º DPO, levando a uma diminuição da dor no 5º/6º DPO com intensidade leve para 63,6%, porém não teve diferença significante. Nas fases pré operatória, 2º/3º e 5º/6º DPO a MIF apresentou uma diferença significante com p < 0,001, havendo uma maior variação nas médias funcionais do 2º/3º DPO. Relacionando a EVA x MIF (2º/3º) e EVA x MIF (5º/6º), não foi significante, com p = 0,9924 e r = 0,002149 para a primeira correlação e p = 0,0936 e r = 0,3663 para a segunda, calculado através da Correlação de Pearson. Em relação ao Tempo de CEC x MIF 2º/3º DPO e CEC x MIF 5º/6º DPO, observou-se regressão entre as variáveis calculadas, pois quanto maior o tempo de CEC menor a pontuação da MIF. Conclusão - no estudo a dor variou de moderada a leve do 2°/3° DPO para o 5°/6° DPO, havendo uma perda funcional do período pré-operatório para o 2°/3° DPO e um ganho de escore funcional do 2°/3° para o 5°/6° DPO.

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TL110 - PERFIL DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA: INTERAÇÃO ENTRE FATORES BIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE CLUSTER.

MARCUS ALESSANDRO ALCÂNTARA1; ROSANA FERREIRA SAMPAIO2; MARIANA ANGÉLICA PEIXOTO SOUZA3; FABIANA CAETANO MARTINS SILVA4; RENATA NOCE KIRKWOOD5. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, DIAMANTINA, MG, BRASIL; 2,3,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Dor crônica é um dos problemas de saúde mais estudados na atualidade dada a sua alta prevalência e impacto negativo sobre as funções físicas, psicológicas e sociais. Para compreender melhor as relações entre dor e fatores psicossociais, pesquisadores têm recorrido a estudos de perfis de pacientes com dor crônica. A identificação de subgrupos de indivíduos a partir de suas semelhanças e diferenças psicossociais e comportamentais associadas à dor crônica poderá fornecer informações não capturadas no nível individual. Consequentemente, estes resultados poderão contribuir para a elaboração de estratégias de tratamento individualizadas e mais efetivas para diferentes subgrupos de pacientes. Na área de saúde do trabalhador, este desfecho é de grande relevância, uma vez que o alívio da dor e o retorno bem sucedido ao trabalho são as principais metas. Objetivos: O primeiro objetivo do estudo foi usar as dimensões do Questionário McGill de Dor (Br-MPQ) para estabelecer subgrupos de trabalhadores com Distúrbios Musculoesqueléticos Relacionados ao Trabalho (DORT). O segundo objetivo foi determinar se esses subgrupos podiam ser delineados em termos de fatores biológicos, psicossociais e sociodemográficos e clínicos. Métodos: Estudo observacional de corte transversal, baseado numa amostra de conveniência, composta por 115 trabalhadores com Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Os participantes responderam ao Questionário McGill de Dor, Inventário de Depressão de Beck, Inventário de Atitudes Frente à Dor, Questionário de Incapacidade de Roland Morris e um formulário para dados sociodemográficos e clínicos. A análise de Cluster foi usada para identificar grupos naturais de indivíduos que apresentavam perfis similares de dor segundo as dimensões do Br-MPQ. Resultados: A Análise de Cluster identificou quatro subgrupos distintos, dentre os quais, dois apresentaram dor de natureza sensorial-afetiva e dois relataram dor predominantemente sensorial. Os subgrupos I e III relataram níveis mais elevados em todas as variáveis analisadas, embora o primeiro cluster tenha evidenciado escores médios mais altos. O subgrupo II apresentou níveis moderados de incapacidade física e alto índice de afastamento do trabalho, ainda que fossem menos deprimidos e dependentes de analgésicos. Níveis mais baixos de dor, incapacidade física e depressão se associaram ao subgrupo IV. Este subgrupo concentrou a maior proporção de homens. As crenças se mantiveram relativamente constantes entre os subgrupos. Conclusões: Pacientes com dor crônica moderada a forte associada a componentes sensoriais e afetivos apresentaram níveis mais altos de incapacidade e depressão. Os resultados sugerem que o processo de cronificação da dor e suas consequências funcionais variam entre as pessoas e são influenciados por fatores emocionais. Diferentes estratégias de avaliação e intervenção poderão contribuir positivamente para melhores resultados.

TL111 - CORRELAÇÃO ENTRE INTENSIDADE DA DOR E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA. SUIANNY KARLA DE OLIVEIRA MACEDO1; JOÃO PAULO MORAES RIBEIRO2; SANDRA CRISTINA DE ANDRADE3; LILIAN LIRA LISBOA4.

1,2.UNIVERSIDADE POTIGUAR(CURSO DE MEDICINA), NATAL, RN, BRASIL; 3.DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA UFRN, NATAL, RN, BRASIL; 4.DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA UNP, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A fibromialgia (FM) é uma síndrome musculoesquelética crônica, caracterizada, por dor generalizada há pelo menos três meses em combinação com a sensibilidade à palpação em 11 ou mais dos 18 pontos localizados em várias partes do corpo, conhecidos como tender points. Afeta principalmente mulheres e está associada a distúrbio do sono, fadiga, rigidez matinal, ansiedade e alterações de humor e comportamento. Este estudo teve por objetivo verificar a correlação entre intensidade da dor e qualidade de vida em mulheres portadoras de FM. Métodos: Foi realizado um estudo em 40 mulheres com diagnóstico clínico de fibromialgia. As pacientes foram avaliadas na variável dor pela Escala visual Numérica (EVN) e na variável qualidade de vida pelo questionário Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Healthy Survey (SF-36). Na análise estatística, foi realizado o teste de correlação de Spearman, sendo considerado um nível de significância p< 0,05. Resultados: A média (±DP) de idade das pacientes foi de 52,2 (±9,7) anos. A média (±DP) da intensidade da dor foi de 8,2 (±1,6). Foi observada correlação estatisticamente significante entre a intensidade da dor e seis dos oito domínios do SF-36: Capacidade Funcional (p<0.0001), Dor (p=0,0150), Estado Geral de Saúde (p=0,0003), Vitalidade (p=0,0471), Aspectos Sociais (p=0,0290) e Saúde Mental (p=0,0242). A capacidade funcional foi o domínio que apresentou a maior correlação (r= -0,6803), seguido do estado geral de saúde (r= -0,5589). Conclusão: Neste estudo foi observada correlação negativa entre a intensidade da dor e a maioria dos domínios da qualidade de vida avaliados pelo SF-36. Sendo a dor o principal sintoma da fibromialgia, é necessário no tratamento destas pacientes intervenções que diminuam a intensidade da dor e consequentemente o impacto na qualidade de vida.

TL112 - PERFIL SOCIAL DE PACIENTES PORTADORES DE LOMBALGIA CRÔNICA NA REGIÃO DO GRANDE ABC PAULISTA. THAIS ACOSTA; TÂNIA CRISTINA BUZETO; JOELMA NEVES; LUCIANE PATRICIA AMARAL. SANTA HELENA SAÚDE, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL.

Introdução: Fatores sociais, econômicos e culturais podem interferir diretamente ou indiretamente no adoecimento ou agravamento de doenças, surgindo necessidade do atendimento interdisciplinar, visando compreender seu contexto social. Este estudo teve por objetivo identificar no perfil social destes pacientes fatores de risco para cronificação da lombalgia. Método: Foram avaliados os pacientes encaminhados ao Grupo de Dor do Programa de Atendimento Interdisciplinar da Santa Helena Saúde, no período de janeiro a julho de 2010. Realizadas entrevistas através de questionário estruturado e semi-dirigido elaborado pelo serviço social, como protocolo de pesquisa. Os dados avaliados foram: gênero, procedência, faixa etária, escolaridade, estado civil, situação trabalhista, renda familiar, composição familiar, moradia e meio de transporte. Resultados: Foram entrevistados 56 pacientes. Identificamos que 52% dos pacientes são homens e 48% mulheres, sendo a maioria (52%) procedente do Sudeste e 43% do Nordeste. A faixa etária predominante foi dos 41 a 60 anos, representando 50% dos pacientes, ocorrendo também participação em 25% da faixa etária de 21 a 40 anos e, 25% de idosos dos 61 a 90 anos. O nível de escolaridade fundamental incompleto foi o mais prevalente (42%), seguido pelo médio completo (30%), e uma minoria (7%) com o superior completo. Em relação ao estado civil, 59% eram casados. A maioria (41%) encontra-se afastado de suas atividades laborais em decorrência da lombalgia crônica, 23% aposentados, e apenas 16% em atividade. A renda familiar de 73% corresponde até 4 salários mínimos e apenas entre 25% é superior a 5 salários mínimos. A composição familiar residente no mesmo domicílio é de até 4 moradores em 77% dos casos, e superior a 5 moradores em 23%. A maioria dos pacientes (59%) apresenta moradia própria e o meio de transporte mais utilizado entre 68% é o coletivo. Conclusão: Observamos que o perfil social dos pacientes deste serviço é composto

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na maioria, por indivíduos de baixa escolaridade e de baixa renda, fatores que contribuem para a cronificação da lombalgia. Apesar da maioria dos pacientes encontrar-se na faixa etária adulta, apenas uma minoria encontra-se ativo no trabalho, o que vai de encontro com os dados da literatura, que revelam as doenças da coluna como grande causa de incapacitação e afastamento laboral no Brasil.

TL113 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA NAS LOMBALGIAS.

LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA; DIOGO HENRIQUE PEREIRA MATTOS; IZABELLA PEREIRA GUIMARÃES DIAS SOARES; JANAINA VALL; ONOFRE ALVES NETO. LIGA ACADÊMICA DE DOR E CUIDADOS PALIATIVOS - HC-FMUFG, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: A lombalgia constitui-se em um problema de saúde mundial, sendo que quando crônica sua prevalência em populações brasileiras chega a 14,7%. Seu impacto sócioeconômico é alto, gerando incapacidade para o trabalho. Entre os fatores de risco para este acometimento encontra-se os fatores ocupacionais e constitucionais como a má postura. Diante disto, a educação em saúde para prevenção primária de lombalgias constitui-se em uma ferramenta, desde que seja realizada baseada nos princípios biopsicossociais e não no tradicional modelo biomédico (Nível C de evidência). Isto posta, esse trabalho tem como objetivo relatar a experiência da Liga Acadêmica de Dor e Cuidados Paliativos -LADOR HC-FM-UFG na atuação em Extensão Universitária realizada no subúrbio de Goiânia-Goiás com o foco na educação em saúde sobre lombalgias. Relato de experiência: A experiência foi vivenciada por acadêmicos de medicina, enfermagem e fisioterapia (membros da LADOR/FM/UFG) em um dia de agosto de 2010 das 08:00 as 18:00. Os objetivos da atividade de extensão foram: 1-Estreitar a relação entre a comunidade e membros da Liga de Dor da FM/UFG - especialmente com aquela parcela menos provida de recursos para dispensar em atenção médica; 2-Oferecer conhecimentos sobre as lombalgias à comunidade em geral; 3-Ensinar a postura recomendada para assentar-se, deitar-se/levantar-se e pegar objetos no chão; 4- Ensinar exercícios de cunho cinesioterápicos e ortopédicos que evitam as lombalgias (autoalongamento para os músculos MMSS, MMII, e regiões lateral, anterior e posterior da coluna). Foi disponibilizado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFG em parceria com outros órgãos municipais e privados um stand em um clube de Goiânia, a população chegava até o local, recebia orientações gerais sobre lombalgias (verbalmente e através de um folder), oferecia-se uma cadeira para a pessoa e era realizada uma demonstração da postura correta para assentarse, em seguida era investigado se havia alguma restrição médica para a realização de exercícios e se não houvesse, um membro da liga ensinava exercícios de alongamento em pé e deitado no colchonete. No término da atividade cada pessoa avaliava o momento através de desenhos de faces (face sorridente, face com sorriso de boca fechada, face sem expressão e uma face de raiva/tristeza). Conclusão: Com o desenvolvimento da atividade observou-se relatos dos participantes que demonstravam gratificação em aprender os exercícios e da importância que as informações obtidas tiveram para a identificação da dor e devida procura de atendimento médico.

TL114 - ESTUDO DOS ANALGÉSICOS MAIS UTILIZADOS NA PRÁTICA CLÍNICA PARA TRATAMENTO DA DOR AGUDA NOCICEPTIVA SOMÁTICA. RAQUEL DE OLIVEIRA; DIOGO HADDAD SANTOS; RENATA LENIZE PASINI; BEATRIZ ESPINOSA FRANCO. LADOR-CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: Dor é uma experiência desagradável e potencialmente prejudicial ao organismo .Este trabalho visa avaliar o método analgésico empregado em pacientes com dor aguda nociceptiva somática e verificar a posologia das medicações prescritas e sua administração. Método: Estudo investigativo, prospectivo, que avaliou as fichas de prescrições médicas de pacientes com fraturas ósseas internados na enfermaria de ortopedia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, entre junho/julho de 2010. Avaliamos os analgésicos empregados, doses, vias, intervalos de administração e esquema terapêutico. Resultados: Incluídos 38 pacientes,55% do sexo masculino. O analgésico mais prescrito foi dipirona sódica (92%, n=35), seguida do cloridrato de tramadol (79%,n=30), cetoprofeno (47%,n=18) e diclofenaco sódico (21%,n=8). Em relação à dose e via de administração 60% das prescrições da dipirona foi de 1g endovenosa (EV), seguido de 25,7% 1g via oral (VO). O esquema de prescrição mais frequente da dipirona foi o S/N (72%), não havendo a administração em nenhum caso. Dipirona apareceu em regime de horário em 37% (n=13) prescrições e com intervalo 6/6h em 85,7% (n=30) com a execução da administração em todas as fichas. Cloridrato de tramadol foi prescrito em 70% (n=21) das fichas na dose 100mg EV, principalmente em esquema de horário (53%) sendo a maioria intervalo de 8/8h (86%, n=26). Houve cumprimento do horário das medicações em todas as fichas prescritas de horário e 83% dos casos não necessitaram de analgesia quando prescritas (S/N). Todas as prescrições de cetoprofeno foram feitas na dose 100mg EV. Em 77,7% das fichas foi prescrita no esquema de horário e em 83% no intervalo 12/12h. Cinquenta por cento dos pacientes com cetoprofeno prescrito em esquema de horário necessitaram de sua administração e todas foram cumpridas. Diclofenaco sódico em 87,5% (n=7) foi prescrito na dose 50mg EV e em 12,5% na dose 50mg VO. Todas as fichas prescreveram a droga em esquema de horário, 87,5% no intervalo 8/8h e houve cumprimento do horário das medicações conforme prescrito. Conclusões: A analgesia em fraturas ósseas é realizado principalmente com dipirona sódica (1g EV 6/6h) e com opioide fraco (cloridrato de tramadol 100mg EV 8/8h). Observou-se que quando a prescrição médica é realizada em esquema de horário a equipe de saúde cumpre rigorosamente a prescrição, entretanto, analgésicos prescritos “se necessário” praticamente não são realizados. Assim, o estudo questiona a real eficácia deste esquema analgésico, uma vez que o tratamento só é realizado quando o paciente apresenta necessidade, e na presença desta, este não é o método mais eficaz.

TL115 - ANÁLISE DA SIMETRIA DE MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS E DOR EM VOLUNTÁRIOS CLASSE III PORTADORES DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. FAUSTO BÉRZIN1; ROSARIO MARISA DE LA TORRE VERA2; MIRIAN HIKEDO NAGAE3; EDUARDO GROSSMANN4.

1,2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FCM/UNICAMP), CAMPINAS, SP, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS), PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.

Introdução: A eletromiografia de superfície (EMG) é utilizada para avaliar os potenciais elétricos gerados pela contração dos músculos estriados e através dela é possível analisar as alterações sofridas pela musculatura por alterações que podem comprometer as estruturas tanto ósseas como musculares adjacentes à articulação estudada. A maloclusão é uma dessas alterações. Os objetivos do estudo foram: 1) Comparar os registros eletromiográficos do músculos temporal e masseter em voluntários classe I e III de Angle; 2) Avaliar o tipo de disfunção temporomandibular, de acordo com a classificação do Research Diagnostic Criteria (RDC/TMD) (Eixo I) e, 3) Comparar as variações da atividade mioelétrica bilateralmente (simetria muscular) dos MM temporal e masseter. Método - Participaram do estudo 30 voluntários de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 36 anos. O equipamento utilizado foi um eletromiógrafo de superfície de oito canais. Foi aplicado o teste t Student (p<0,05). Resultados: Presença de diferença significativa na atividade elétrica dos músculos

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estudados durante a mastigação bilateral. Em relação à simetria muscular, não foram observadas diferenças significativas no momento da mastigação. Os voluntários Classe III dentoesquelética apresentaram maior prevalência de disfunção temporomandibular mista (atrogênica e miogênica) e entre os voluntários Classe I predominou a disfunção temporomandibular miogênica. Conclusão - Presença de variabilidade significativa do sinal eletromiográfico nos ciclos mastigatórios em portadores de DTM, com diferentes classes oclusais.

TL116 - MASSAGEM E RELAXAMENTO MUSCULAR PARA O CONFORTO DA DOR DE PARTURIENTES PRIMÍPARAS. REJANE DAVIM; MAYANA CAMILA BARBOSA GALVÃO. UFRN, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A assistência ao parto por enfermeiras obstetras voltou ocupar espaço nos serviços de saúde desde meados da década de 90 quando, o MS, pressionado pelas condições de atenção à mulher passou adotar estratégias voltadas para o estímulo ao parto natural e redução de procedimentos intervencionistas para redução das taxas de cesariana e da mortalidade materna por causas evitáveis. Objetivos: aplicar estratégias não farmacológicas como massagem e relaxamento muscular em parturientes primíparas adultas em um Grupo-Experimental (GE) durante as contrações uterinas avaliando-se a intensidade da dor referida utilizando-se a escala numérica de 0 a 10; observar as do Grupo-Controle (GC) durante as contrações sem aplicação das estratégias, avaliando-se a intensidade da dor referida com o uso da escala numérica de 0 a 10; avaliar a efetividade na aplicação das estratégias do GE com os dados observados e anotados no GC, observando-se os meios avaliativos pela escala numérica de 0 a 10. Metodologia: Ensaio clínico quantitativo do tipo intervenção terapêutica realizado no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), situando no município de Santa Cruz/RN com parturientes consideradas de baixo risco. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da UFRN, parecer favorável de Nº 189/2009. Resultados: Como principais resultados, a faixa etária com maioria (98%) em torno de 20 a 25 anos de idade, procedentes (28%) de Santa Cruz; 63% casadas; 60% agricultoras; 87% ensino fundamental incompleto; a maioria (43%) com 1 SM e 100% compareceram ao pré-natal; o acompanhante presente em 100%, sendo que o parceiro marcou presença em 70%; a ocitocina em uso de 67%, porém 33% não utilizaram medicação. Observou-se no GC quando as parturientes eram observadas e questionadas nos 7 cm de dilatação ao valor da contração sentida, foram estes os resultados: 3% deram valor 6; 40% valor 7 e 8 e 3% valor 9. Nos 9 cm 10% valor 8; 37% valor 9 e 53% valor 10. No GE aos 7 cm com o uso da massagem e relaxamento muscular no momento da contração, os resultados: 40% referiram valor 5; 43% valor 6 e 17% valor 7. Aos 9 cm de dilatação: 33% referiram valor 6; 60% valor 7 e apenas 7% referiram valor 8 para a contração com a intervenção das ENF. Conclusão: Com a aplicação das intervenções o estudo demonstrou técnicas efetivas no conforto das parturientes, tirando-se como parâmetro os 9 cm de dilatação que, no GC 53% pontuaram valor 10, tendo em vista que, nestes mesmos 9 cm, porém com intervenção das estratégias, apenas 7% referiram valor 8. Conclui-se, que a massagem e o relaxamento muscular nos 7 e 9 cm de dilatação apresentaram diferença significativa no alívio da dor e conforto das parturientes do estudo, considerando-se efetivas para o conforto das parturientes em trabalho de parto.

TL117 - BLOQUEIO DE GÂNGLIO ESTRELADO GUIADO POR ULTRASSONOGRAFIA – SÉRIE DE CASOS. THIAGO ALVES RODRIGUES; MARCELO VAZ PEREZ; LIGIA ANDRADE DA SILVA TELLES MATHIAS; JUDYMARA LAUZI GOZZANI. SERVIÇO DE ANESTESIOLOGIA E DOR – SANTA CASA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O bloqueio do gânglio estrelado está indicado no tratamento da Síndrome Dolorosa Complexa Regional (tipos I e II) e outras síndromes álgicas com manutenção simpática em cabeça, pescoço, membros superiores e tórax. A utilização de ultrassonografia na abordagem do gânglio estrelado tem agregado segurança a este procedimento. Série de casos: Foram realizados pelo Grupo de Dor da Santa Casa de São Paulo bloqueios de gânglio estrelado com uso de ultrassonografia em sete pacientes com diagnóstico de Síndrome Dolorosa Complexa Regional unilateral em membro superior. Os referidos bloqueios foram executados após jejum maior que seis horas, sob monitoração de frequência cardíaca, pressão arterial não-invasiva e oximetria de pulso, além de acesso venoso periférico em membro superior contralateral. Após assepsia regional, localizou-se a apófise transversa da sexta vértebra cervical (Tubérculo de Chassaignac) com uso de transdutor convexo de ultrassonografia. Através desta abordagem, foi injetada solução contendo 8 mL de bupivacaína sem vasoconstritor a 0,125% e 50 µg de fentanil, com agulha hipodérmica 30x7 mm. Em todos os pacientes foram observadas ptose, miose e enoftalmia (Síndrome de Horner) e vasodilatação no membro superior ipsilateral. Não ocorreram complicações, como punção vascular acidental (punção de artérias carótida ou vertebral), injeção subaracnoidea, hematoma nem bloqueio de plexo braquial. Discussão: A técnica de bloqueio de gânglio estrelado guiada por ultrassonografia facilita a realização do mesmo, permitindo visualização e identificação de estruturas. Desta maneira, é possível depositar a solução analgésica precisamente no local desejado, acompanhando sua dispersão em tempo real, obtendo assim um bloqueio mais eficaz e seguro, com redução de risco de complicações, como injeção intravascular e subaracnoidea, já que este procedimento é ambulatorial.

TL118 - TRATAMENTO DAS CEFALEIAS AUTONÔMICAS SEVERAS EM PACIENTES COM TUMOR HIPOFISÁRIO. LUAN DIEGO MARQUES TEIXEIRA1; THIAGO ROCHA MOURA2; NICOLE GOMES CAMPOS ROCHA3; TIAGO DA SILVA FREITAS4. 1,2,3.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, BRASÍLIA, DF, BRASIL; 4.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA, BRASÍLIA, DF, BRASIL.

Introdução: A incidência de cefaleia em pacientes com adenomas hipofisários é alta e a fisiopatologia não é completamente esclarecida. Embora a maioria dos pacientes apresente melhora desse sintoma após o tratamento do tumor hipofisário, uma minoria persiste com dor severa que não responde aos tratamentos convencionais. Neste estudo, fez-se uso do bloqueio percutâneo do gânglio de gasser e da rizotomia trigeminal por cateter balão para o tratamento das cefaleias de padrão trigeminal/autonômico, associadas com o fato de serem pacientes operados de tumor hipofisário. Métodos: Trata-se de um estudo experimental, no qual 11 pacientes tratados cirurgicamente para adenomas hipofisários que desenvolveram cefaleias autonômicas de difícil tratamento foram selecionados para o estudo e submetidos a SPECT Ictal cerebral antes do tratamento. Inicialmente, todos foram submetidos a 6 meses de tratamento medicamentoso otimizado. Pacientes que não responderam, avaliados pelo Teste de Impacto de cefaleia (TIC-6), foram submetidos ao bloqueio do gânglio de gasser percutâneo. Dois pacientes foram, consequentemente, submetidos à rizotomia trigeminal por cateter balão. Resultados: Entre os 11 pacientes, 6 não obtiveram resposta ao tratamento clinico pelo TIC-6, após 6 meses de tratamento conservador, e foram submetidos a bloqueio do gânglio de Gasser percutâneo. Melhora significativa das escalas de dor foram obtidas em 3 deles. Resposta a longo prazo foi obtida em 1 desses 3 pacientes, e os outros dois (de resposta transitória) foram tratados com sucesso através de rizotomia trigeminal por cateter balão. SPECT mostrou aumento da captação em tálamo/hipotálamo nos pacientes que responderam à manipulação do sistema trigemino-hipotalámico. Conclusões: Bloqueio percutâneo do gânglio de gasser e

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a rizotomia trigeminal parecem ser uma opção promissora para o tratamento de cefaleias de padrão trigeminal severas em pacientes com adenomas pituitários. Parece existir também uma correlação de resultados positivos com o SPECT ictal (captação hipotalâmica).

TL119 - RADIOFREQUÊNCIA PULSÁTIL DE PLEXO SIMPÁTICO LOMBAR VERSUS BLOQUEIO SIMPÁTICO LOMBAR NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DE DOR COMPLEXA REGIONAL TIPO 1. THIAGO ROCHA MOURA1; NICOLE GOMES CAMPOS ROCHA2; LUAN DIEGO MARQUES TEIXEIRA3; TIAGO DA SILVA FREITAS4. 1,2,3.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, BRASÍLIA, DF, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASÍLIA, DF, BRASIL.

Introdução: A Síndrome de Dor Complexa Regional Tipo 1( SDCR tipo1) constitui uma síndrome de dor neuropática de difícil tratamento para a qual uma das opções terapêuticas é o manejo do plexo simpático lombar. O propósito deste estudo foi comparar duas opções não lesivas (radiofrequência pulsátil e bloqueio simpático) de manejo desta síndrome, abordando a sua eficácia nos diferentes itens da escala de dor neuropática e o seu efeito na qualidade de vida dos pacientes portadores desta doença. Métodos: Randomizou-se 40 pacientes que foram submetidos à radiofrequência pulsada do plexo simpático lombar ou bloqueio simpático ( três vezes) para tratamento de SDCR tipo 1 de membros inferiores. Os pacientes foram avaliados de forma prospectiva com a Escala Analógica-Visual de Dor (EAV), Escala de dor neuropática e o questionário RAND SF-36 de qualidade de vida, num seguimento de 1 dia, 7 dias , 2-4-6 e 12 meses. Resultados: Entre os dois grupos houve redução estatisticamente significativa e similar na maioria dos parâmetros da escala de dor neuropática e da EAV de dor. Entretanto, no grupo submetido à radiofrequência pulsátil houve uma diferença consistente com relação ao padrão de dor tipo queimação (P<0.05). Ocorreu também uma melhor resposta no questionário SF-36 no grupo tratado com radiofrequência pulsátil. Conclusões: Foi possível observar, por meio deste estudo, que a radiofrequência pulsátil apresenta-se como uma técnica não lesiva com melhores resultados na qualidade de vida e na dor tipo queimação dos pacientes portadores de SDCR tipo 1 de membros inferiores quando comparada aos bloqueios anestésicos simpáticos. Uma questão importante é analisar o maior custo deste procedimento. Futuras análises devem ser feitas sobre essa particularidade.

TL120 - PERFIL DE AUTOMEDICAÇÃO PARA ALÍVIO DA DOR ENTRE IDOSOS DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL. LAYZ ALVES FERREIRA SOUZA1; ANA PAULA DA COSTA PESSOA2; ADÉLIA YAEKO KYOSEN NAKATANI3; LILIAN VARANDA PEREIRA4.

1.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG). BOLSISTA PIBIC CNPQ, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 2.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG, GOIÂNIA, GO, BRASIL; 3,4.FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UFG E REDE GOIANA DE PESQUISA VIGILÂNCIA À SAÚDE DO IDOSO NO ESTADO DE GO, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: a dor é causa de inúmeros prejuízos e sofrimentos entre os idosos, levando-os, frequentemente, à automedicação (AM). Este estudo teve como objetivos estimar a prevalência de AM para alívio da dor, entre idosos não institucionalizados e identificar os fármacos utilizados e a fonte geradora dessa prática. Método: estudo de base populacional, transversal, aninhado a um projeto maior, realizado no município de Goiânia-GO, Brasil, entre novembro de 2009 e março de 2010. A amostra probabilística incluiu 934 idosos (60 anos ou mais) e destes 57,8% (540) relataram dor, sendo elegíveis para este estudo. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, nos domicílios e os dados compilados e analisados pelo programa SPSS 17.0. Resultados: A prevalência de automedicação para o alívio da dor foi de 40,2% (217). Os medicamentos mais utilizados nessa prática incluíram os analgésicos simples, como a dipirona (35,22%) e o paracetamol (32,3%) (simples ou em associação) (p<0,001). Os AINES foram as opções analgésicas para 12,9% dos idosos, e o diclofenaco de sódio o AINE mais utilizado. Os idosos automedicaram-se “por conta própria” (64,1%), por meio de “receitas médicas antigas” (16,1%), “por indicação de familiares” (9,2%), “por indicação de balconista de farmácia” (5,5%) e “por indicação de amigo ou vizinho” (5,1%). Observou-se associação significativa (p<0,050) entre AM e: escolaridade, ter osteoporose, depressão, problemas de memória, sentir dor frequentemente com localização na cabeça, espinha lombar, MMII e região sacral. Conclusão: A prevalência de AM nessa população é semelhante à observada em outros estudos brasileiros. Os idosos automedicam-se por conta própria, o que inviabiliza a AM como forma de autocuidado, e utilizaram analgésicos simples e AINEs, frequentemente livres de prescrição médica (MIP). Ademais, o consumo irracional desses medicamentos pode causar efeitos adversos desastrosos à saúde do idoso. Associa-se o fato do tratamento paliativo da dor poder retardar a elucidação do diagnóstico e o tratamento adequado, contribuindo no processo de cronificação da dor.

TL121 - DIFICULDADES ENFRENTEDAS PELO ENFERMEIRO NO MANEJO DA DOR TORÁCICA EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA. SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE; THAÍS NASCIMENTO SANTIAGO; LARISSA VASCONCELOS LOPES; DANIELLY SOUSA LIMA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A realização do manejo da dor é considerada um desafio, pois a sensação dolorosa é um fenômeno subjetivo e individual, além disto a falta de conhecimento sobre como lidar com esta dor é um dos motivos que mais contribuem para o seu subtratamento. A dor torácica é uma das mais recorrentes em unidades de emergência, por isso, há importância do seu manejo adequado, que envolve a avaliação da dor como um todo, desde o diagnóstico, até a escolha e a execução do tratamento. Estudos mostram que os profissionais de saúde possuem dificuldades em realizar, de forma correta, o manejo da dor. Objetivo: Avaliar as dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem no manejo da dor em uma unidade de emergência. Metodologia: A pesquisa é do tipo descritiva, com amostra de 59 profissionais de enfermagem que trabalham na emergência de um hospital de referência em atendimento cardiopulmonar no município de Fortaleza. Ocorreu no período de março de 2007 a fevereiro de 2008. Aplicou-se um questionário sobre o perfil dos profissionais, questionando-se a forma como se dava o manejo da dor por eles e quais suas dificuldades durante este manejo. Os aspectos éticos, da Resolução nº 196/96, foram respeitados, havendo parecer favorável do CONEP (431/07). Os dados foram organizados no Programa Excel. Resultados e discussão: Constatou-se que a maioria dos profissionais (29,17%) relataram como dificuldade no manejo da dor a presença de poucos profissionais, 22,92% demanda excessiva de pacientes, 14,58% ausência de materiais e equipamentos, 25% espaço físico inadequado e 8,33% desorganização do atendimento. Atribui-se ao relato sobre a deficiência de profissionais como dificuldade, o fato da unidade em estudo ser de referência, acarretando em alta demanda de pacientes e, consequentemente, gerando uma maior necessidade de profissionais atuantes na emergência, para que o manejo da dor ocorra de forma adequada e eficaz. Outra dificuldade relatada pela equipe de enfermagem foi à ausência de materiais e equipamentos, que segundo eles, faltam durante a prática, podendo comprometer a qualidade do serviço prestado, resultando em um manejo inadequado da dor. Conclusão: Várias foram às dificuldades relatadas pelos profissionais de enfermagem atuantes na emergência da unidade em estudo, porém a mais presente foi a carência de profissionais, mostrando que este hospital precisa rever este aspecto e os outros citados, pois estas dificuldades estão interferindo no atendimento e manejo adequado da dor.

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P001 - AÇÃO DO BLOQUEIO DE RECEPTOR OPIOIDE M ESPINHAL NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA CORRENTE INTERFERENCIAL EM RATOS. ANNE CAROLINE SOUSA SANTOS; ARIANE MARTINS DE ARAUJO; KAMILLA MAYARA LUCAS DA CRUZ; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: Há uma série de evidências de que a Corrente Interferencial (CI) tem efeito hipoalgésico em algumas condições clínicas como artrite, fibromialgia, psoríase, lombalgia, dor pós-operatória e disminorreia primária em seres humanos. No entanto, nenhum estudo investigou o possível efeito antinociceptivo da CI em experimentação animal, bem como seus possíveis mecanismos neurobiológicos. O objetivo do presente estudo foi examinar se a CI aplicada na articulação do joelho inflamado de rato produz analgesia e se essa analgesia tem efeito mediado por receptores opioides m espinhais. Métodos: - foram utilizados 10 ratos Wistar (Aracaju/Brasil, 250-350 g), divididos em dois grupos: (1) experimental (CI + Naloxona); (2) controle (CI + Veículo). Os animais foram implantados com catéter intratecal 5 a 7 dias antes da indução da inflamação. A CI foi administrada 24 h após a indução da inflamação. Os ratos foram injetados com veículo ou antagonista de receptor opioide m (naloxona, 4µg/µl) na medula espinhal 15 minutos antes da aplicação de CI. Todos os testes foram feitos com o experimentador cego para a droga a injetada. O limiar mecânico de retirada da pata foi medido antes da indução da inflamação, 24hs após a indução da inflamação e após aplicação da CI através de filamentos de Von Frey. Resultados: os ratos tratados com corrente interferencial que receberam injeção espinhal tanto de naloxona como de salina estéril apresentaram aumento significativo do limiar mecânico em comparação ao momento antes da aplicação da corrente (p = 0,02). Conclusão: sugere-se que a CI foi eficaz para reduzir a hiperalgesia mecânica secundária, no entanto, este efeito não parece ter sido mediado pelos receptores opioides m localizados no corno dorsal da medula espinhal, visto que houve resposta antinociceptiva mesmo em presença do bloqueio destes receptores em nível espinhal ou talvez, a dose utilizada neste estudo não tenha sido alta o suficiente para promover bloqueio total dos receptores opioides m espinhais.

P002 - LIGA ACADÊMICA DE DOR DO MARANHÃO: RELATO DE ATIVIDADES. EUGÊNIO SANTOS NETO; CHRYSTIANO A C BRANCO; VALESKA B CUNHA; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA. LIGA ACADÊMICA DE DOR, AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA (CASA DA DOR), HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

A Liga Acadêmica de Dor do Maranhão (LAD-MA) funciona baseado na tríade ensino, pesquisa e extensão. Objetiva fornecer assistência ambulatorial aos pacientes cadastrados no Serviço de Dor do Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), proporcionar aos acadêmicos a oportunidade de trabalhar em equipe de forma articulada e produtiva, além de ser uma fonte geradora de dados úteis para a montagem de um perfil epidemiológico de dor na região. O atendimento ambulatorial é o principal meio de atuação do programa, sendo realizado por acadêmicos da LAD-MA, orientados por profissionais, aos pacientes cadastrados no serviço de dor com periodicidade semanal, mediante preenchimento de ficha protocolo no momento da consulta e nos retornos ambulatoriais. Existem três ambulatórios em funcionamento regular: os ambulatórios de Dor Crônica não-Oncológica e de Fisiatria, vinculados ao Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), e o Ambulatório de Dor Oncológica, serviço do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo (IMOAB). A educação continuada é dividida entre uma capacitação interna e organização de cursos para a comunidade acadêmica, difundindo conhecimentos sobre o tema. Outros projetos em andamento, e que possuem como meta a expansão da participação acadêmica, são o 5º Sinal Vital, que visa implementar a dor como 5º sinal vital no setor de ortopedia do HU-UFMA, Bloqueios para o Tratamento da Dor, com técnicas invasivas para controle de dores não-responsivas aos demais tratamentos, além dos projetos Psicoterapia e Acupuntura, que apresentam alternativas relevantes para o tratamento multidisciplinar de indivíduos com dor crônica. A LAD-MA proporciona aos ligantes uma ampla experiência de como abordar os pacientes com dor crônica, além de vivenciar a importância do trabalho em equipe. Portanto, fica evidenciado que a LAD-MA, além de propiciar aprendizado e experiência profissional para acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem, atua na promoção de saúde.

P003 - ESTRATÉGIA DE CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS NO MANUSEIO DE BOMBA DE ANALGESIA NO HOSPITAL 9 DE JULHO - SÃO PAULO. FABIANA APARECIDA GARCIA1; ADELINA FERREIRA GONÇALVES2; ANDREA RODRIGUES BALDIN DE MORAES3; HAROLDO FERREIRA ARAUJO4. 1,3,4.HOSPITAL 9 DE JULHO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.IRMANDADE SANTA CASA DE LOUVEIRA, LOUVEIRA, SP, BRASIL.

As bombas de PCA (analgesia controlada pelo paciente) são utilizadas há alguns anos na Instituição com o objetivo do controle da dor. Visando a atualização tecnológica, substituímos os equipamentos por novos e com foco na segurança da assistência aos pacientes, algumas estratégias foram instituídas. Fizemos a revisão das novidades do novo aparelho com os multiplicadores do treinamento, baseado no manual do fabricante e suas práticas de manuseio, a fim de adquirir a expertise do equipamento. E com base nesta revisão, elaboramos um manual que contemplou em forma de fluxograma, todas as programações possíveis, tabela de alarmes e seus respectivos significados e soluções de problemas, que foi impresso e disponibilizado nos setores que utilizam as bombas de analgesia. Junto a esta ação, foi elaborado um cronograma de treinamento pela Educação Continuada com aulas práticas que teve como diferencial somente quatro enfermeiros por grupo, para que cada profissional manuseasse sua respectiva bomba, o que facilitou o aprendizado e tornou o treinamento mais individualizado. Houve participação de 151 enfermeiros e como material de apoio foi utilizado o referido manual elaborado na instituição, bem como modelos de prescrições médicas, de modo que cada enfermeiro executou todas as programações. Foram selecionados ainda, pelos gestores de cada área, enfermeiros que receberam 30 minutos a mais de treinamento, que se tornaram referência em seus setores. A implantação destas estratégias de capacitação ocorreu em Junho de 2010 e a troca dos equipamentos trinta dias depois com sucesso. Portanto, consideramos que as referidas estratégias foram de extrema importância na troca das bombas de analgesia, contribuindo de forma significativa para o manuseio seguro dos equipamentos.

P004 - RELAÇÃO PROFISSIONAL – PACIENTE COM DOR: DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN1; JOSÉ TADEU TESSEROLLI SIQUEIRA2; MARCELO CORREA ALVES3. 1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (HCUSP), SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (ESALQ/USP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução: A relação profissional–paciente é um importante componente da prática clínica na área de dor. Seu adequado manejo, porém, exige do profissional de saúde grande esforço técnico e pessoal para lidar com a forte presença de componentes emocionais no comportamento doloroso do paciente. O estudo objetivou analisar a percepção e o manejo da relação profissional – paciente com dor na prática clínica de médicos e dentistas que tratam pacientes com dor. Método: Uma amostra randomizada de 150 profissionais, de várias regiões

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do país, 63 médicos (M) e 87 dentistas (D) que atuam na área de dor, responderam a um Formulário de Pesquisa composto de questões sobre a formação teórico-técnica e prática clínica em dor. Os testes utilizados foram Qui-quadrado e t de Student (NS: 5%). Resultados: 89% da amostra atende portadores de dor crônica. Possuem titulo de especialização 67,82% dos dentistas e 38,10% dos médicos. Reconhecem a necessidade de aprofundar conhecimentos sobre dor apenas 36,78% dos dentistas e 30,15% dos médicos. A dificuldade no manejo da relação com o paciente com dor é referida por 55% dos médicos e 40% dos dentistas, embora tenha sido apontada como o aspecto mais importante para o trabalho em dor para 42,4% dos médicos e 22,9% dos dentistas. Métodos de mensuração da dor mais utilizados: escalas e questionários de dor (58,6% dos dentistas e 92% dos médicos) e os menos utilizados: exame físico (18,4% dos dentistas e 6,3% dos médicos), escuta do relato do paciente (18,3% dos dentistas e 11% dos médicos) e estado emocional e comportamento doloroso (11% dos médicos e nenhum dentista). Conclusões: Dificuldades dos profissionais na percepção da importância e manejo da relação profissional paciente com dor, que é empobrecida pela excessiva utilização de escalas e questionários e redução da prática do exame físico, escuta do relato do paciente, avaliação do estado emocional e comportamento doloroso. Médicos adotam abordagem mais humanista que dentistas.

P005 - AÇÕES EDUCATIVAS E MONITORAMENTO SISTEMATIZADO DA AVALIAÇÃO DA DOR: FATORES DE MELHORIA NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA PRESTADA AO DOENTE. MARIANA BUCCI SANCHES; DAYSE MAIOLI GARCIA. HOSPITAL SIRIO LIBANÊS, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A avaliação sistematizada da dor e o registro dos dados são fundamentais para que se acompanhe a evolução dos pacientes e se realize ajustes necessários ao tratamento 1. Estudos 2,3 relataram alta incidência de dor não controlada (74% a 95%) em pacientes hospitalizados. O monitoramento deste processo através de indicadores de qualidade permite analisar se o gerenciamento da dor está sendo realizado de acordo com a política da instituição. A equipe de enfermagem, pela presença diuturna junto aos doentes, são profissionais em melhores condições para assegurar este processo. É necessário desenvolver ações educativas visando o pensamento crítico e a aquisição de conhecimentos que propiciem aos enfermeiros assumirem um papel ativo no manejo da dor, com foco na valorização da avaliação e considerando as necessidades individuais do paciente. Objetivo: Demonstrar como ações educativas e a prática de avaliação sistematizada da dor podem resultar em melhoria da qualidade da assistência prestada ao doente. Metodologia: População: Composta por 2015 prontuários de pacientes internados há mais de 24 horas na instituição nos meses de agosto/ 2009 a agosto/ 2010. Prontuários selecionados por sorteio aleatório manual. Foram analisados: escala de avaliação de dor adequada as necessidades do paciente; avaliação de dor realizada no mesmo momento que o controle dos sinais vitais; registro dos dados e reavaliação da dor após conduta medicamentosa (de acordo com protocolo: 30 min. após medicação parenteral e 60 min. após medicação oral e ou conduta não farmacológica de tratamento de dor). O critério de sucesso adotado para o indicador foi de 90% de conformidade nos registros. Resultado: A taxa de conformidade que se apresentava em 81% em agosto de 2009 evoluiu para 94% em agosto de 2010. Nos meses de novembro e janeiro, porém houve queda acentuada para 81% e 79% respectivamente, atingindo o resultado crítico do indicador. As principais não conformidades foram relacionadas à falta de reavaliação no prazo e ausência de registro dos dados. Considerando que o resultado foi classificado dentro do critério critico fez-se necessário abertura e implantação de plano de ação corretiva como definido pelo setor de Qualidade Institucional. Houve melhora gradativa do indicador que se mantém acima da meta estipulada desde maio p.p. Conclusão: O trabalho ativo de auditoria associado a instrumentalização para o desenvolvimento de ações educativas baseadas no desempenho e necessidades de cada Unidade, pode resultar na melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente com dor.

P006 - CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES NO SERVIÇO DE TRATAMENTO DE DOR E IMPACTO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. MARIANA BUCCI SANCHES; DAYSE MAIOLI GARCIA; HELEN M.B.S. PETROLINO. HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O impacto de um manejo da dor adequado incide em menor resposta endócrino-metabólica, traduzindo na prática em menores períodos de internação e influência positiva na satisfação do paciente ao final do tratamento. O modelo de serviço especializado para o tratamento da dor, garante assistência individualizada, segurança, agregada a um baixo custo. Partindo dessa premissa, o presente estudo busca caracterizar o paciente atendido pelo Serviço de Dor de um Hospital Privado da cidade de São Paulo, a média de permanência e o reflexo nas atividades da enfermeira especialista do ponto de vista educativo. Método: Coleta de dados das fichas de atendimento de 692 pacientes atendidos de janeiro a agosto de 2010. Foram considerados para análise dor oncológica, pos-operatória, aguda clinica e crônica, em pacientes que faziam uso de analgesia de alta tecnologia, e período de acompanhamento e assistência desenvolvidas pela enfermeira de dor. Resultados: 38 pacientes de dor de origem oncológica, 607 no pós operatório, 31 clínica aguda, 16 crônica. O tempo de permanência foi dividido em 3 grupos. Em relação ao acompanhamento pela Enfermeira da Dor foram realizadas 1497 visitas, 813 orientações a pacientes, 777 orientações educativas a Equipe de Assistência. Foram alteradas 357 programações de analgesia, realizados 19 curativos de peridural e retirados cateteres de 19 pacientes. Conclusão: Ficou claro que há a necessidade do acompanhamento pela Enfermeira da Dor, também no que tange à educação da Equipe e do paciente no manejo do paciente atendido pelo Serviço de Dor, demandando menos procedimentos assistenciais por parte da enfermeira de Dor, e a longo prazo menos custos relacionados aos materiais utilizados pela analgesia. Conclui-se também que maior frequências nas visitas ao paciente diminui a ansiedade, colaborando para melhor ação e eficácia das drogas empregadas para o alívio da dor.

P007 - EXPERIÊNCIA ACADÊMICA COM ESTUDO DA DOR NA GRADUAÇÃO DE MEDICINA NA ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE. NICOLE GOMES CAMPOS ROCHA; LUAN DIEGO MARQUES TEIXEIRA; THIAGO ROCHA MOURA. ESCOLA SUPERIOR DE CIENCIAS DA SAUDE, BRASILIA, DF, BRASIL.

Introdução: A Escola Superior de Ciências da Saúde utiliza na graduação médica o modelo de aprendizagem baseada em módulos temáticos. Estes são organizados em problemas que motivam o estudo e promovem a interdisciplinaridade. Na grade curricular da terceira série do curso foi instituído o Módulo 301 - Dor, que tem atualmente duração de sete semanas e objetiva compreender a dor em suas dimensões biológica, psicológica e social. Os temas abordados incluem: mecanismos da dor, classificação, tratamento, aspectos comportamentais e saúde pública. Métodos: O presente trabalho aborda questões acerca da importância do tema “dor” na graduação médica, as dificuldades encontradas durante a realização do módulo e as mudanças sugeridas para facilitar o estudo do tema. Baseou-se na análise do Projeto Pedagógico da instituição

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e dos objetivos do Módulo 301 - Dor. Resultados: A dor tem grande importância como principal sintoma nas consultas médicas. Verifica-se a necessidade da inclusão do tema no currículo das escolas médicas para que os acadêmicos possam compreender esse fenômeno de maneira global e atender o paciente com dor de forma mais humanizada. As dificuldades encontradas durante a realização do módulo foram a falta de bibliografia sobre o assunto, obscuridade ainda em alguns temas relacionados à dor e a ausência de atividades práticas na área, como a observação de procedimentos e ambulatórios. Conclusão: O presente trabalho sugere a importância conferida ao tema na graduação médica e as dificuldades a serem enfrentadas. O tema dor poderia ser incluído também no currículo de outros cursos da área da saúde para que se possa obter uma maior abordagem multidisciplinar do paciente. Outros trabalhos podem revelar ainda o diferencial dos estudantes que tem essa temática inserida na graduação, por compreender melhor o paciente e ter um atendimento que aborde as dimensões biopsicossociais.

P008 - INSERÇÃO REGULAR DO TEMA DOR COMO CONTEÚDO OBRIGATÓRIO NO CURRÍCULO NA GRADUAÇÃO EM MEDICINA. EXPERIÊNCIA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA. SARAH MARIA SILVA THÉ COELHO; VICENTE HIDALGO RODRIGUES FERNANDES; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES; ERICK ENRICO CRISPIM CAVALCANTE; ROBERTO LUIZ DOS REIS GOMES; BRUNELISE BRUNET DINIZ. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

A dor pode ser considerada o mais prevalente dos sintomas, aquele que direta ou indiretamente afeta o curso da história humana, vitimando milhares de pessoas em todo o mundo, de forma aguda ou crônica. O problema do alívio inadequado da dor foi bem documentado em todos os países desenvolvidos e, nos países em desenvolvimento, a realidade chega a ser ainda pior. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento geral sobre o tema dor entre os estudantes do curso de medicina qua passaram pelo módulo no semestre corrente e nos dois semestres anteriores. Estudo de cunho epidemiológico descritivo com enfoque quantitativo de delineamento transversal, que envolve pesquisa e ação realizada no curso de medicina da Universidade de Fortaleza com alunos dos semestres 5º, 6º e 7º, totalizando 145 estudantes entrevistados. Os dados foram coletados durante o segundo semestre de 2009. O questionário tratou de perguntas sobre avaliação da dor, aspectos gerais da fisiopatologia da dor, terapêutica farmacológica e não farmacológica. Concluímos que os alunos demonstraram adequados conhecimentos na fisiologia e avaliação da dor, contudo demonstraram fragilidades em conceitos referentes a terapêutica farmacológica.

P009 - A ACUPUNTURA PARA DOR NO PÓS-OPERATÓRIO. LUCAS LIMA ALBUQUERQUE1; JUDITE OLIVEIRA LIMA ALBUQUERQUE2. 1.FACULDADE CHRISTUS, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI/FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL-FACID, TERESINA, PI, BRASIL.

Introdução:A acupuntura, técnica milenar chinesa tornou-se conhecida no Ocidente. Reconhecida pela OMS em 1976 como terapia complementar em saúde e como especialidade médica em 1995. Pela Portaria 971/2006 do Ministério da Saúde do Brasil oficializa sua disponibilidade a população através do Sistema Único de Saúde-SUS. Utilizada para prevenir e tratar problemas de saúde e dentre eles, a dor, tem sido uma aliada a outros tratamentos para a dor. No pós-operatório, a acupuntura reduz o uso de opiódes e diminui a dor. Para a OMS, devido aos efeitos colaterais de terapias medicamentosas para dor por longos períodos e o grande risco de dependência, a analgesia pela Acupuntura pode ser considerada a terapia de escolha para o tratamento de várias condições dolorosas crônicas. Este estudo tem como objetivo: Avaliar artigos na literatura que apresentam o uso da acupuntura para tratamento da dor no pós-operatório. Método: Realizada pesquisa na base de dados, Scielo,Pubmed e Medline no período de maio a agosto de 2010 com os descritores:acupuntura na dor, pósoperatório. Encontrou-se vinte artigos científicos em português, espanhol e em inglês. A maioria dos artigos tinha como objetivos os pontos usados no tratamento, utilização da escala da dor e respostas no pós-operatório. Resultados: Os pontos de acupuntura de eleição para o tratamento foram: HEGU(IG4),ZUSANLI(E36) e o KUNLUN(B60) que ativam o hipotálamo com aumento da endorfina, núcleo accumbens (via antinoceptiva descendente) e desativam o giro cingulatum, amígdala e hipocampo (sistema límbico), inclusive influenciando no consumo de analgésicos e anestésicos. A proporção de dor crônica aliviada pela Acupuntura é geralmente na faixa de 55-95%, resultado mais favorável que drogas potentes (a morfina ajuda em até 70% dos casos). A eficácia depende do grau de habilidade, experiência e conhecimento teórico do acupuntor. A acupuntura em geral e a analgesia por acupuntura, em particular, são mais eficientes em adultos jovens que nos idosos. Utilizaram-se do questionário multidimensional de McGill modificado e da Escala Visual Analógica do Scott Huskisso. A acupuntura é um recurso terapêutico eficiente e efetivo para a analgesia imediata no pós-operatório. Diminuição do consumo de drogas farmacêuticas, usada também para náuseas vômitos e trás melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Conclusões: Trata-se de um recurso que pode ser disponibilizado nos serviços de saúde e nas clínicas de dor com protocolos pré-estabelecidos e trará benefícios a população.

P010 - DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E A ACUPUNTURA: UMA TERAPIA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR. MARÍA DA LUZ ROSARIO DE SOUSA; CÁSSIA M ARIA GRILLO; JOU EEL JIA; JORGE SATO. FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução - As disfunções temporomandibulares (DTM), consideradas como um conjunto de distúrbios articulares e musculares, representam a principal causa de dor não dentária da região orofacial. A acupuntura é uma terapia que tem sido utilizada no tratamento das DTM com bastante sucesso, visto que atua tanto localmente no relaxamento muscular e controle da dor, como sistemicamente, buscando o equilíbrio físico, mental e emocional do paciente. Relato de Caso - paciente MRC, 31 anos, masculino, que apresentava estalido na abertura de boca do lado direito, desgaste nos dentes, aperto e ranger dos dentes. Na anamnese o paciente relatou ouvir estalidos ao abrir a boca, do lado direito, zumbido temporário nos ouvidos bilateral, miopia e astigmatismo; alguns episódios de tontura e infecção urinária. Os estalidos na ATM iniciaram há 4 anos, momento da ampliação da jornada de trabalho e início dos estudos na faculdade. Ao utilizar a escala VAS (escala analógica visual) o paciente relatou ausência de dor. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o paciente relatou ter preferência pelo calor, transpirar muito, preferir alimentos salgados, dormir muito pouco. Sentia-se estressado, trabalhava como plantonista noturno em um serviço de saúde e havia se separado da esposa há 6 meses. Apresentava comportamento preocupado, tez pálida, olhos avermelhados (avaliação comportamental e de sintomas segundo a MTC, caracterizando alteração de energia do Fígado); a língua com saburra fina branca, com tremor e marcas de dente nas laterais (caracterizando umidade e alteração da energia do Fígado); pulso (avaliado através do potencial do impulso transmitido pelo pulso radial) era superficial, em corda. Discussão - O tratamento foi realizado em 10 sessões de acordo com o desequilíbrio energético do paciente de Ascensão do Yang do Fígado com Vento Interno, utilizando os pontos de acupuntura F2, R7, VB34+TA17, VB20 e VB39. Foram realizadas 10 sessões, no decorrer do tratamento o paciente apre-

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sentou melhora, sentindo a musculatura facial mais relaxada após as sessões, porém mostrava-se ansioso por terminar a faculdade para poder ter mais horas de repouso, o que não era possível neste momento, por causa dos plantões para melhora da situação financeira. Conclusão - A acupuntura tem sido relatada como uma opção de tratamento com bons resultados quando condições emocionais e psicológicas estão envolvidas, como neste caso, propiciando relaxamento da musculatura e diminuição da sensação de apertar os dentes.

P011 - ANALYSIS OF POSSIBLE MECHANISM OF ANTINOCICEPTIVE ACTIVITY MEDIATED BY SPLEEN 6 (SP6) ACUPOINT IN MICE. MORGANA DUARTE DA SILVA; GISELY GUGINSKI; DEISE P MONTRUCCHIO; ADAIR ROBERTO SOARES DOS SANTOS. UFSC, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL.

Introduction: In a previous study, we reported that manual acupuncture in Spleen 6 (SP6) acupoint showed related antinociception in acetic acid (AA), glutamate and formalin models. The present study aims to investigate the possible mechanism that underlies the antinociceptive activity mediated by SP6 acupoint in mice. Methods: Male Swiss mice (25-35g; n=6-8) were treated with acupuncture, in SP6 acupoint in right limb (10min), and right after this the animals received an AA (0,6%, 450 µl, i.p.) injection. To explore the role of capsaicin-sensitive fibers in the antinociceptive effect of SP6, new-born mice were treated subcutaneously with 50 mg/kg of capsaicin on the second day of life with the purpose of inducing the irreversible degeneration of unmyelinated afferent neurons, especially C fibers. Control animals received, by the same route, the same volume of vehicle used to dissolve capsaicin (10% ethanol, 10% Tween 80 and 80% saline). The antinociceptive effect of acupuncture, against the algesic response induced by AA, was analyzed 2 months after the neonatal capsaicin or vehicle treatment. The efficiency of the treatment of animals with capsaicin was confirmed by means of topical application of 50 ml capsaicin (0.01%) into one eye, and the number of wiping motions that occurred in the subsequent 1 min period was counted. To establish if lidocaine, a local anesthetic, administered before AA, would prevent activation of peripheral nerve fibers, mice were treated subcutaneously with 20µl de lidocaine (1%) in SP6 acupoint 15min before SP6 manual acupuncture, followed by AA injection. Control animals received, by the same route, the same volume of saline. Results: The neonatal capsaicin treatment of mice produced partial, but significant, inhibition of the AA-induced nociception. In contrast, the same treatment of animals with capsaicin did not significantly change the antinociceptive effect of SP6 acupuncture when compared with neonatal saline treatment group. Successful treatment with capsaicin was confirmed by significant reduction of response to topical application of capsaicin to the cornea in capsaicin-treated mice after experiments. Injection of 1% lidocaine into SP6 just prior to acupuncture produced no antinociceptive effect in AA model. Discussion: Our results show that neonatal capsaicin treatment in mice, at a dose known to produce a degeneration of most unmyelinated C-fibers in the dorsal roots significantly blocked writhing responses induced by AA. However, the same treatment of animals with capsaicin did not significantly modify SP6-induced antinociception when compared with vehicle-treated group. Also this study show that lidocaine in SP6 acupoint was able to prevent the antinociceptive effect of SP6 manual acupuncture. Therefore, at least in mice, the activation of peripheral nerve fibers and mainly capsaicin-sensitive C-fibers play a critical role in the antinociception caused by SP6 manual acupuncture.

P012 - RELATO DE CASO: DOENÇA OCUPACIONAL TRATADA COM ACUPUNTURA. JANAINA VALL; ISADORA NOVAIS SILVA; ERIKA MARIA DO NASCIMENTO SÁ; PRISCILA PINHO ROSA MARINHO. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - O grau em que uma pessoa reage à dor depende em parte, da capacidade do próprio cérebro de suprimir a entrada de sinais de dor no sistema nervoso central (SNC), ativando o “sistema de analgesia”. Várias substâncias neurotransmissoras estão envolvidas nesse sistema de analgesia, especialmente as encefalinas e a serotonina. A acupuntura age estimulando a liberação de substâncias opioides pelo próprio organismo, controlando a sensação de dor do indivíduo. Relato de caso - T.M., 68 anos, sexo masculino, carpinteiro, residente em São Luís – MA. Há cerca de oito meses, refere sentir dor em ombro direito que irradia para todo o membro superior direito. Procurou acupuntura em um serviço de saúde pública, há cerca de 4 meses. Na ocasião fazia uso de medicação injetável (não sabe referir o nome), com significativa melhora da dor. Ao exame físico foi constatado limitação dos movimentos de adução e abdução do ombro direito. A Ultrassonografia evidenciou: presença de líquido na goteira bicipital, pequena ruptura a nível da inserção do tendão do bíceps medindo 0,5 cm, área hiperecóica, heterogênea, com características inflamatórias no tendão subescapular, ruptura do tendão supra-espinhal em sua inserção, medindo 1,88 cm e presença de líquido a nível da bursa. Foi avaliado pelo acupunturologista que estabeleceu como conduta os seguintes pontos: E38, IG4, IG11, IG14, IG15, TA14 e craniopuntura zona B2 e A1. Realizou 10 sessões até o presente momento, sendo que a melhora do quadro álgico ocorreu após a quarta sessão, avaliada pela EVA (escala visual analógica) que passou de 10 no início do tratamento para 3. Houve também acentuada melhora nos movimentos observada ao exame físico pela maior amplitude de adução e abdução. Discussão - A acupuntura tem sido amplamente utilizada no tratamento das dores músculo-esqueléticas com grande eficácia. Pelas suas características de não ter efeito colateral e acelerar a recuperação mesmo de lesões recentes, a acupuntura vem sendo referida cada vez mais como método importante no auxílio dos tratamentos de quadros álgicos.

P013 - LOW-INTENSITY LIGHT THERAPY (LILT) IN THE STIMULATION OF ST36 AND SP6 ACUPOINT ON THE INHIBITION OF PAIN BEHAVIOR IN A MICE MODEL OF ACUTE NOCICEPTION. VANESSA ERTHAL; FRANCISCO CIDRAL; MORGANA DUARTE DA SILVA; ADAIR ROBERTO SOARES DOS SANTOS. UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introduction: Mechanical stimulus elicited by stimulation of thin needles into acupoints is the most popular form of acupuncture. LILT to acupoints is a non-invasive, painless modality of acupucture which not been extensively studied. AIM: This study was designed to evaluate the usefulness of a mice model using ST36 and BP6 acupoint LILT in the treatment of acute nociception. Methods: Swiss male mice were divided in four groups (n=8): Control, Tramadol and Laser. Tramadol (30mg/kg sc.) groups were treated one hour prior to formalin injection and Laser (AsGaAl, 830nm, 30mW for 10 seconds) groups were treated thirty minutes prior to formalin injection in the right acupoint analogous to ST36 and SP6. Control animals were not treated. Next the animals were injected (intraplantar in the right hindpaw) with a 20µl 2.5% formalin solution. After injection, animals were observed from 0-5 min (neurogenic phase) and 15-30 min (inflammatory phase). The time they spent licking the injected paw was recorded and considered indicative of nociception. The experiments were approved by the Ethics Committee for the use of Animals (CEUA-UFSC). Results: Compared to control group all treatments were effective in both phases

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of formalin challenge with maximum inhibition for first and second phase respectively: Tramadol (50±4 and 86±6), Laser BP6 (38±9 and 26±7) and Laser ST36 (25±11 and 64±8). (Newman-Keuls Multiple Comparison Test). Conclusion: These results show that ST36 and SP6 photonic stimulus with LILT treatment displayed significant anti-nociceptive effect in formalin induced nociception in mice and has similar effect compared to tramadol in neurogenic phase, but the ST36 was a more significant results when compared with SP6 phase inflammatory.

P014 - EFEITO ANTIOXIDANTE DO ANTAGONISTA DO RECEPTOR DA ADENOSINA A2A 8-(3-CHLOROSTRYRYL)CAFFEINE (CSC) NO MODELO DE LESÃO ESTRIATAL COM 6-HIDROXIDOPAMINA EM RATOS. LISSIANA M V AGUIAR; JULIANA UCHOA CAVALCANTI; ANDERSON DA SILVA COSTA. UFC, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução - Embora a etiologia da doença de Parkison permaneça desconhecida, uma série de evidências sugere que um desequilíbrio do metabolismo energético e fatores que levam a um aumento do estresse oxidativo podem estar envolvidos. O potencial efeito neuroprotetor dos antagonistas de receptores A2A na doença de Parkinson já foi demonstrado por diversos autores. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do CSC na formação de nitrito e sobre a peroxidação lipídica em estriado de ratos lesionados com 6-OHDA. Método - ratos Wistar machos (200-250g) receberam injeção estereotáxica de 6-OHDA no estriado direito. O CSC foi administrado (1 e 5mg/kg, i.p.) 1h após a lesão com 6-OHDA e depois diariamente por 7 dias. Duas semanas depois foi observado o comportamento rotacional induzido por apomorfina. 24h depois o corpo estriado direito foi removido para as determinações bioquímicas. Resultados - Os conteúdos de nitrito, que são usados como marcadores da formação de radicais livres, foram significativamente aumentados (2,7 vezes) no estriado ipsilateral dos animais controles, quando comparados ao grupo falso operado. O tratamento com CSC promoveu uma reversão quase total desses efeitos, onde a concentração de nitrito retornou a valores próximos àqueles observados no grupo falso operado. A peroxidação lipídica foi avaliada através da determinação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) com a finalidade de determinar a neurotoxiciade induzida pela 6-OHDA com relação ao estresse oxidativo e a geração de radicais livres. Houve um aumento de 2,8 vezes do conteúdo de TBARS no estriado ipsilateral dos ratos lesionados com 6-OHDA (Controles), quando comparados ao grupo Falso operado. Esses efeitos foram parcialmente, mas significativamente recuperados nos grupos lesionados com 6-OHDA e tratados com CSC. Conclusões - As concentrações de nitrito e a geração de peroxidação lipídica apresentaram uma redução, mostrando um possível efeito antioxidante do CSC.

P015 - A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS NA ENFERMAGEM. FABIANA F MONTEIRO; JANAINA VALL; MIRIAM OLIVERIA. LIGA SEM DOR DE CURITIBA E DAS FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL, PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Os cuidados paliativos são os que se aplicam a pacientes com prognóstico de morte e a enfermagem deve atuar de forma especial nesses casos. O objetivo deste estudo foi analisar a produção científica brasileira sobre cuidados paliativos, encontrados na base de dados SciElo, até o ano de 2010. Foram analisados de forma detalhada 23 artigos e observa-se que a produção científica teve seu pináculo no ano de 2009, demonstrando que o tema está em ascensão. O maior número de publicações foi de autores do estado de São Paulo. A maioria dos estudos são revisões bibliográficas ou de abordagem qualitativa. Dentre vários enfoques dos cuidados paliativos, o mais estudado foi a comunicação que deve ser diferenciada e terapêutica nestas situações, bem como a importância de programas de educação continuada para amenizar o medo e controlar as emoções de quem cuida, sejam profissionais ou familiares do paciente. A enfermagem está envolvida nos cuidados paliativos, sendo que a maioria dos artigos estudados possui um ou mais autores enfermeiros ou citam trabalhos de enfermeiros no corpo da publicação, isto porque, encontram-se vários estudos em mais da metade dos 23 artigos estudados escritos apenas por enfermeiros e outros em parceria com outros profissionais da área da saúde, tais como: médicos, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, mostrando a importância do enfermeiro nos cuidados paliativos.

P016 - PERFIL DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO PALIATIVO NO INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ - ICC. GABRIELA SILVEIRA MENICUCCI; ANA JULIA DE JESUS CANDEA; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO; LIANE CARVALHO DE BRITO SOUZA. 1,2.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3,4.INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- O paciente com câncer apresenta muitos sinais e sintomas de ordem física, emocional, psicológica e espiritual. Dos sintomas físicos, ressaltam-se a dor, a dispneia, a anorexia e a depressão. Desde o início do período de tratamento para cura do câncer, há grande necessidade do suporte clínico aliado a terapias curativas como radioterapia, quimioterapia e cirurgia. No tratamento paliativo, também o suporte clínico pode aliar-se a outras terapias como quimioterapia, radioterapias ou cirurgias de caráter de controle de sintomas. Método- Estudo descritivo retrospectivo, baseado na revisão de prontuários dos pacientes no serviço de cuidados paliativos domiciliar do ICC no período de janeiro de 2008 a julho de 2010. Os resultados foram analisados através do software estatístico Microsoft Excel 2009 e SPSS 15.0. Resultados- De um total de 157 prontuários, 66,2% foram do gênero Feminino e 33,8% Masculino. A média de idade foi 61 anos. Neoplasias mais prevalentes foram: Mama (18,5%), Pulmão (13,4%), Próstata (10,8%) e Colo Uterino (7,6%). Durante o período curativo, a quimioterapia foi o tratamento mais realizado (75%). Em relação ao tratamento paliativo, 89,8% dos pacientes foram referenciados no estadio IV e 80,9% receberam controle álgico. O tempo de sobrevida correspondeu a 1 mês (11,5%), seguido por 2 meses (10,2%). Em 54,1% dos prontuários, não havia registro do local de óbito, e, naqueles que possuíam, 58,3% foi no âmbito hospitalar e 41,7% no domicílio. Conclusões- O tratamento paliativo é postergado, sendo os pacientes encaminhados nas fases finais e o local mais comum de óbito, a despeito do serviço de cuidados paliativos domiciliares, ainda é o hospital.

P017 - CUIDADOS PALIATIVOS AO PACIENTE TERMINAL COM DOR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. RENATA LEITE TRAJANO DE ALMEIDA; PRISCILA ALBUQUERQUE BRITO; GLORIA YANNE MARTINS DE OLIVEIRA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A Organização Mundial de Saúde define os cuidados paliativos como o cuidado ativo e total ao paciente cuja doença não responde mais ao tratamento curativo, no qual são priorizados o controle da dor e outros sintomas, além do controle de problemas psicossociais e espirituais. A dor é algo frequente em pacientes internados em UTI e seu controle ou alívio deve ser alvo de preocupação dos profissionais de saúde para os pacientes sem possibilidade de cura podendo ser alcançado através dos cuidados paliativos realizados

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pela equipe. O presente estudo tem por objetivo analisar a importância dos cuidados paliativos ao paciente terminal com dor em Unidade de Terapia Intensiva. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico de abordagem qualitativa fundamentada na análise de conteúdo de Laurence Bardin. As buscas foram feitas na biblioteca virtual em saúde (Bireme), nas bases de dados nacionais indexadas nas fontes Lilacs e Scielo nos meses de junho/julho/agosto de 2010. Foram utilizados um total de sete artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Os dados foram analisados e os resultados foram agrupados em categorias. Resultados: O alívio da dor deve ser tratado como meta principal dos profissionais no cuidado ao paciente sem possibilidade de cura. O cuidado paliativo envolve uma equipe multidisciplinar, na qual todos têm estratégias para atenuar os agravos físicos e psicológicos. Além disso, percebe-se a necessidade de cuidados paliativos não só em UTI, mas em outros setores como emergências, enfermarias, internações domiciliares. Observa-se que alguns profissionais estão despreparados para promover os cuidados ideais aos pacientes terminais dentro das UTI. Conclusão: Os profissionais de saúde devem buscar formas de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente com dor, minimizando seu sofrimento, levando conforto físico e espiritual. Faz-se importante também a valorização da presença da família atuando junto à equipe de saúde. Ressalta-se ainda a importância de desenvolver e incorporar modelos de cuidado paliativo não só em UTI, mas em outras Unidades de cuidado aos pacientes.

P018 - HEMICRANIA PAROXÍSTICA – UM POSSÍVEL NOVO CASO. MARIA LUIZA MADDALENA1; CLARISSA DA SILVA RIBEIRO2; MARCIA RAMOS PINTO3; NÚBIA F VERÇOSA4. 1.HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 4.FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A hemicrania é uma síndrome rara caracterizada por uma dor na cabeça estritamente unilateral, de curta duração, excruciante, que ocorre em associação com fenômenos autonômicos cranianos. Apresenta ainda uma resposta dramática à indometacina o que a distingue de outras cefalalgias autonômicas do trigêmeo. Relato de caso: paciente de 49 anos, feminina, queixa de dor intensa em face lateral direita de nariz, pulsátil, associada a congestão nasal e, ocasionalmente, otalgia. Início do quadro há 10 anos. Já havia sido tratada com carbamazepina, amitriptilina, tramadol, codeína, sem melhoras. Relatou discreta melhora com corticoide. Ressonância magnética de crânio realizada quatro meses antes da consulta na Clínica de Dor não mostrou alterações. Iniciado tratamento com indometacina 25mg, 3 vezes ao dia e sumatriptan 25mg em caso de dor refratária à indometacina. Decorridos 30 dias, retornou para acompanhamento e estava assintomática após 3 dias de uso de indometacina. Passados 12 meses da primeira consulta, retornou relatando ter tido duas crises leves durante o período que foram prontamente abortadas com a medicação. Discussão: a hemicrania paroxística tem uma prevalência estimada de 1 em 50000, é mais comum em mulheres (3:1), é uma dor unilateral, geralmente na região do olho, têmpora, maxilar ou testa, intensa, pulsátil ou “perfurante”, com ataques durando entre 2min e 2hs com dor e desconforto residual nos intervalos, 2 a 40 ataques por dia, associados a congestão nasal, lacrimejamento do mesmo lado, às vezes náuseas. Pacientes passam longos períodos sem crises de dor. Os pacientes com esse tipo de cefalalgia apresentam resposta inequívoca à indometacina na dose de 25-75mg/dia. A investigação com neuroimagem é imprescindível para afastar tumores e alterações vasculares intracranianos.

P019 - PREVALÊNCIA DE Cefaleia EM ESTUDANTES DE MEDICINA EM CENTRO UNIVERSITÁRIO EM RIBEIRÃO PRETO SP. LORENA CABRAL CASTRO; JÉSSICA TESSAROLI; STELLA MARIS OSMO MARDEGAN; RAQUEL DE OLIVEIRA. LADOR LIGA ACADÊMICA PARA ESTUDO DA DOR, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- Cefaleia é o terceiro diagnóstico mais comum em ambulatório de clínica geral, corresponde a 28,5% dos casos da neurologia ambulatorial. Devido ao elevado grau de incapacidade, a cefaleia exerce grande impacto individual, social e econômico. O objetivo deste trabalho foi identificar a prevalência de cefaleia em estudantes do nível superior e avaliar o impacto na qualidade de vida. Métodos- Trata-se de um estudo transversal, realizado no ano de 2010, aprovado no comitê de ética em pesquisa CEP-BM (protocolo nº4737/2010) e realizado com alunos da graduação do curso de medicina do Centro Universitário Barão de Mauá que concordaram em participar, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram avaliados dados gerais: idade, sexo, raça, estado civil, religião e ano que está cursando, e perguntas específicas de ocorrência de cefaleia, uso de medicações e impacto através do Migraine Disability Assessment Test (Midas). Resultados- O número total de alunos matriculados no curso de medicina no ano de 2010 foi 384. Participaram 236 alunos (61,45%) com uma variação de idade entre 17 a 35 anos. O sexo feminino predominou com 169 (71,6%) dos entrevistados contra 67 (28,4%) do sexo masculino. Duzentos e dezesseis (91,5%) responderam pertencer à raça branca e 20 (8,5%) são pardos. Foi observado que 176 (74,5%) alunos responderam ter cefaleia e apenas sessenta (25,5%) não apresentavam. Dos entrevistados com queixa de cefaleia, procuraram ajuda médica 47 alunos (26,7%) e 129 (73,3%) não procuraram. Com relação à necessidade de ir à unidade de emergência, 28 (15,9%) alunos fizeram uso e 148 (84,1%) não. Na avaliação da incapacidade (MIDAS), 101 (57,38%) alunos foram classificados como Grau I, 31 (17,61%) Grau II, 25 (14,2%) Grau III e 19 (10,8%) alunos Grau IV. O uso de analgésicos foi necessário em 84,1% alunos, contra 15,9% que não usam nenhuma medicação analgésica. Conclusões- A prevalência de cefaleia foi elevada, porém com baixo impacto de incapacidade nesta população estudada. Apesar do elevado grau de estudo, a maioria dos entrevistados fez uso da automedicação e não necessitou procurar a unidade de emergência.

P020 - TÉCNICA ANESTÉSICA UTILIZADA PARA CESARIANAS, CEFALEIA E ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA. NATÁLIA F M MARQUES1; BETÂNIA NOVELO2; ANNELISE N GONÇALVES3; FLORENTINO F MENDES4. 1,2,3.LIGA DA DOR UFCSPA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 4.LIGA DA DOR UFCSPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.

Introdução: A utilização de agulhas de fino calibre com bisel não-cortante, para diminuir a incidência de cafaleia pós-punção, é considerada indicador de qualidade do serviço. O objetivo desse trabalho é verificar qual a técnica anestésica utilizada na Maternidade de um hospital escola. Materiais e Métodos: Após aprovação do CEP, foi realizado a revisão do prontuário e entrevista, entre maio e outubro de 2007, de 498 pacientes submetidas à cesariana. As entrevistas ocorreram entre 18 a 28 horas de pós-operatório. Verificou-se tipo de anestesia, anestésicos e analgésicos utilizados, nível e grau de dificuldade da punção, calibre da agulha, incidência de cefaleia, localização, intensidade, tipo e duração. A quantificação da dor foi feita através da escala análogo-visual de 0 -10, para análise estatística a dor foi categorizada como: dor leve (0 - 3); dor moderada (4 - 6) e dor intensa (7 - 10). As descrições das variáveis foram feitas através de média e desvio padrão para variáveis contínuas com distribuição normal, mediana e percentis para variáveis contínuas sem distribuição normal e frequências e porcentagens para variáveis categóricas. Não houve interferência dos pesquisadores na escolha da

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dose de morfina pelo anestesiologista. Para verificar se existe efeito da doses de morfina na dor e na presença de cefaleia utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher com p < 0,05. Resultados: 483 (97%) foram submetidas à raquianestesia (12mg a 15mg, de bupivacaína pesada a 0,5%), 7 (1,4%) à bloqueio peridural e 6 (1,2%) à anestesia combinada. Na raquianestesia a agulha utilizada foi 27G em 449 (90,2%) e 25G em 22 (6,0%) dos casos, todas com bisel cortante. 455 (91,3%) receberam morfina espinal para analgesia pós-operatória (doses de 0,05mg, 0,08 mg, 0,1mg ou 0,15mg). 89,5% das punções foram realizadas em L3-4 e 90% do total foram consideradas fáceis (uma tentativa). 98 gestantes (19,6%) apresentaram cefaleia sendo que 53 (10,6%) referiam dor ao levantar. Nenhuma foi considerada cefaleia pós-punção ou recebeu tratamento adicional. A localização da cefaleia foi variada e a duração foi de até 180 minutos. 333 (66,8%) pacientes apresentaram dor leve; 105 (21,1%) dor moderada e 43 (8,6%) queixaram-se de dor intensa. Não houve diferença entre doses de morfina utilizada e dor das pacientes (p = 0,271) ou presença de cefaleia (p = 0,865). Conclusão: A raquianestesia foi a técnica de escolha, com agulha 27 G e utilização de bupivacaina associada à morfina. Neste estudo, no 1º dia de pós-operatório, não houve efeito das diferentes doses de morfina utilizadas na dor referida pelas pacientes e na incidência de cefaleia.

P021 - AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DE CefaleiaS ENTRE OS ESTUDANTES DE MEDICINA. PATRÍCIA PEREIRA DE ALENCAR ARARIPE; THALITA DIÓGENES MUNIZ; VÍTOR CARVALHO LIMA HOLANDA; LAYANA VIEIRA NOBRE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A cefaleia é uma enfermidade muito prevalente em todo o mundo, sendo ela a principal causa de abstinência ao trabalho e às aulas. Podemos correlacionar sua crescente frequência com a vida urbana e o aumento das pressões por resultados, seja no campo de trabalho como no campo estudantil. De forma não muito diferente, é possível se observar uma grande prevalência entre os estudantes de medicina em geral. Objetivo: Avaliar a prevalência e as características dos casos de cefaleia entre os estudantes de medicina da Universidade Federal do Ceará. Métodos: Foram aplicados 138 questionários aleatoriamente entre os alunos matriculados, sendo as perguntas respondidas de acordo com as experiências pessoais. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 21,4 anos, sendo 50% homens e 50% mulheres. Os candidatos foram divididos em dois grupos: Grupo A representa aqueles que referiram ter tido episódios de cefaleia nos últimos 12 meses, correspondendo a 85,5% do total; e o Grupo B representa aqueles que não apresentaram dor de cabeça, correspondendo a 14,5% do total. Do grupo A, 60,3% referiram que a dor era do tipo pulsante ou latejante; 29,3% responderam que a dor se localizava na frente da cabeça; 60,7% classificaram seus episódios como sendo de intensidade moderada; 45,7% apresentam cefaleia há mais de 5 anos; 52,6% relataram que a dor começa e fica de igual intensidade; 70,1% não notaram que houve aumento da frequência e dos episódios; e 61,5% não correlacionaram suas dores de cabeça com a rotina do curso. A média da duração em horas dos episódios de cefaleia em percentual válido foi de 3,2 horas. Conclusão: Embora não avaliados por médicos, os dados sugerem alta prevalência de cefaleia de intensidade moderada entre os estudantes de medicina. É incerto se a rotina do curso de medicina está relacionada com a prevalência de cefaleia dentre os estudantes, entretanto, no presente estudo, a maioria dos entrevistados não associou os seus episódios de dores de cabeça à rotina do curso.

P022 - PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA Cefaleia EM ACADÊMICOS DE MEDICINA DE UMA FACULDADE DE SÃO LUÍS - MA. ERIKA MARIA DO NASCIMENTO SÁ; ISADORA NOVAIS SILVA; LYS FERREIRA DE CASTRO FARIAS; RENATHA DE SENA ROSA LAGO. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - As cefaleias primárias e especialmente a migrânea provocam incapacidade funcional e prejuízos nos âmbitos econômico e social. Estudo realizado no Brasil com estudantes de medicina evidenciou incidência de cefaleia de 33%, sendo o tipo mais frequente a cefaleia tensional episódica. Este trabalho objetiva avaliar a prevalência de cefaleia em estudantes de medicina. Métodos - Quarenta e nove estudantes do curso de medicina de uma faculdade de São Luís-MA, foram avaliados. Um questionário com detalhes sobre a prevalência e as características da cefaleia foi aplicado a todos aqueles que responderam sim a uma pergunta inicial: Você teve dor de cabeça nos últimos 12 meses? Para aqueles que responderam não uma nova pergunta, sobre a ocorrência de cefaleia diante de situações especiais, foi feita. Todos os questionários foram aplicados mediante consentimento informado. Resultados - Vinte e um homens e vinte e oito mulheres, com idades de 20 a 28 anos foram incluídos na pesquisa. 45 pessoas (91,84%) responderam sim à primeira pergunta que questionava a presença de cefaleia nos últimos 12 meses. Entre os 8,16% não inclusos, todos referiram ter cefaleia sob circunstâncias especiais (estado gripal e ingestão de bebidas alcoólicas). Nenhum indivíduo referiu ausência de cefaleia nos últimos 12 meses. O segundo questionário foi aplicado, tendo revelado as seguintes características da cefaleia: presença da dor há menos de seis meses em 24,4%, entre 3 e 10 anos em 22,2% da amostra, e mais de 10 anos em 17,7%. A qualidade da cefaleia foi marcante, sendo predominantemente pulsátil (64,4%), com 31% referindo localização preferencialmente fronto-temporal. A intensidade foi avaliada pela escala visual analógica, onde 53,3% dos entrevistados referiram apresentar cefaleia de intensidade graduada entre 7 e 10. Dos sintomas associados os mais referidos foram: fotofobia (40%) e náuseas (28,8%). A melhora com uso de analgésicos foi evidenciada em 95,5% dos entrevistados. Cerca de 40% mencionaram a melhora espontânea em alguns episódios de cefaleia. Conclusão - Observa-se a grande prevalência de episódios de cefaleia em estudantes universitários. É portanto um tema com vasto campo de estudo, já que se trata de um sintoma indicador de morbidade em população produtiva e passível de tratamento.

P023 - ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES ATENDIDOS COM Cefaleia EM UM AMBULATÓRIO DE CLINICA MÉDICA EM SÃO LUÍS - MA. FRANCISCO LEONARDO LIMA DOS SANTOS; JOANE TRABULSI DA SILVA; ERIKA MARIA DO NASCIMENTO SÁ; RENATHA DE SENA ROSA LAGO. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - Cefaleia é uma das principais queixas da prática clínica. Mesmo assim, estudos epidemiológicos ainda são raros, especialmente no Brasil. Tendo em vista a importância da compreensão epidemiológica do atendimento básico a este sintoma, nosso trabalho teve como objetivo analisar a prevalência das principais características clínicas e epidemiológicas de pacientes atendidos com cefaleia em um ambulatório de clínica médica em São Luís do Maranhão. Método - Foram analisados prontuários do período de março a agosto de 2010 de 28 pacientes que apresentaram cefaleia como queixa principal. Os prontuários foram avaliados por meio de um questionário padronizado, para idade, sexo, características da cefaleia, exames solicitados e tratamento. Resultados - Dentre os casos selecionados, a idade média do grupo foi de 34 anos. A prevalência entre as mulheres foi de 92 % e 8% para os homens. A duração da dor foi informada por 46% dos prontuários. Destes, 61% apresentaram início dos episódios a menos de quatro meses. Quanto à localização,

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cefaleia holocraniana foi descrita em 14% dos casos. Dor frontal foi a mais prevalente (35%) seguida de dor occipital (14%) e temporoparietal (10%). A pressão arterial (PA) foi informada em 50% dos registros de pacientes, mostrando elevação (> 120/80 mmHg) em 28% destes. Exames complementares foram solicitados para 18 pacientes, representando 64% do total. Os exames mais solicitados foram os laboratoriais de rotina, seguidos pela radiografia de seios da face e tomografia de crânio. Analgésicos comuns e anti-inflamatórios não-esteroides (AINES) foram os agentes mais comumente prescritos, seguidos pelos relaxantes musculares e antienxaquecosos. Conclusões - O auxílio médico geralmente é buscado nos primeiros quatro meses após início dos sintomas. Mulheres na quarta década de vida foram as mais acometidas. As cefaleias focais foram mais prevalentes que as holocranianas, com destaque para a dor em região frontal. Os analgésicos comuns e os AINES constituem a terapêutica de escolha inicial no manejo sintomatológico dos pacientes.

P024 - AVALIAÇÃO DA DOR TORÁCICA EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM EMERGÊNCIA CARDIOPULMONAR. SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE; ROBERTA MENESES OLIVEIRA; ANGELICA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA; REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor torácica constitui-se um problema a ser enfrentado pela equipe de saúde, sendo comumente encontrada em pessoas que buscam atendimento nos serviços de emergência, as quais deveriam ser submetidas a uma avaliação em relação a esta dor. Esta avaliação é essencial na assistência humanizada ao paciente, visando um adequado controle e alívio desta dor, devendo-se constituir parte essencial na terapêutica imediata, com o intuito de contribuir para a manutenção fisiológica básica do paciente e evitar possíveis efeitos advindos dessa dor. Objetivo: Descrever a avaliação da dor torácica em pacientes atendidos em um serviço de emergência, por meio da Escala Visual Analógica (EVA). Metodologia: Pesquisa do tipo descritivo-exploratória, realizada no período de junho de 2007 a dezembro de 2009, num hospital de referência cardiopulmonar em Fortaleza, com amostra de 430 pacientes. Após parecer favorável do CONEP (431/07), utilizou-se de um questionário, com questões abertas e fechadas, que incluíam aspectos socioeconômicos e clínicos relacionados à dor torácica, além da escala de avaliação da intensidade da dor, EVA. As entrevistas foram realizadas na sala de medicação do serviço de emergência desse hospital e os dados coletados foram organizados em planilhas no programa Excel 2007. Resultados: Avaliou-se o perfil dos entrevistados, sendo a maioria do sexo feminino (50,7%), com a faixa etária predominante entre 61 a 70 anos (33,79%). Quanto à escolaridade 25,87% eram analfabetos e 47,32% possuíam ensino fundamental incompleto. Em relação ao relato de dor, numa amostra de 270 pacientes, 78,15% relataram apresentar dor antes do atendimento e, após, apenas 21,85% relataram dor, havendo uma redução significativa do quadro doloroso. Com a utilização da EVA, observou-se importante redução da média relatada de dor, comparando-se antes (5,30) e depois (1,68), sendo o maior relato de dor na região precordial (34,74%) e subesternal (13,15%), antes do atendimento e, após o atendimento, a região precordial (12,21%) continuou sendo a de maior intensidade da dor, porém houve uma redução no número de pacientes que a relataram. Conclusão: Compreendeu-se que por meio de uma eficiente avaliação da dor, pode-se realizar um manejo adequado, contribuindo para um melhor cuidado ao paciente. Esta avaliação, portanto, é de grande relevância, pois a partir dela pode-se optar por uma terapêutica que seja adequada ao paciente, de forma individual, aliviado ou extinguindo a dor e gerando qualidade de vida.

P025 - SÍNDROME MEDULAR COMO MANIFESTAÇÃO ATÍPICA DE LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO. ANTONIO TIAGO MOTA PINHEIRO1; ZILAIS LINHARES CARNEIRO MENESCAL2; FERNANDA MACHADO BEZERRA3; VALTER DOS SANTOS SILVA4. 1,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.HOSPITAL GERAL DR. CESAR CALS, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença comum que pode se apresentar através de formas clínicas diversas, inclusive com complicações neurológicas importantes. Explicar as diversas manifestações do LES nem sempre é possível, assim como prever o espectro de gravidade de cada caso de acometimento do organismo pelo LES. Relatamos nesse trabalho um caso de LES cujo sintoma inicial é dor de padrão neuropática em abdome e membros inferiores, que progride simulando uma síndrome medular. Mulher de 47 anos, parda, dona de casa, previamente hígida, procurou atendimento médico com parestesias e paresia em membros inferiores, espaticidade, cãibras e episódios de contrações involuntárias em membro inferior esquerdo principalmente, associado a queixas de astenia, hiporexia, constipação e retenção urinária, sintomas estes que progrediram em um período de três meses. À admissão, paciente encontrava-se em uso de sonda vesical de demora, com exame físico de pares cranianos sem alterações, força mantida em membros superiores e diminuída assimetricamente em membros inferiores (grau I em MID e grau III em MIE) e hipostesia tátil e dolorosa à direita ao nível de T8. A imagem de RNM de coluna vertebral evidenciou áreas de desmielinização difusas com padrão salteado em toda a sua extensão. Juntamente com marcadores séricos positivos para Lupus Eritematoso Sistêmico (FAN, anti-Sm, anti-RO, anti-DNA, anticardiolipina IgM em altos títulos e VDRL falso-positivo), e marcadores negativos para esclerose múltipla (líquor com ausência de bandas oligoclonais e antiaquaporina 4 negativo) foi confirmado o diagnóstico de neurolúpus. Foi iniciada terapêutica com pulsoterapia de metilprednisolona 1,og durante cinco dias. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas neurológicos, apresentando retorno gradual da força muscular e motricidade em mmii. Após pulsoterapia com ciclosfosfamida 1,0g, recebeu alta para acompanhamento ambulatorial com bom estado geral. Atualmente encontra-se com manutenção da hipostesia e parestesia ao nível de T8 (hemiabdome direito) e MID, associada a paresia grau II e IV em MID e MIE respectivamente. Com esse caso, mostramos como a integração de diferentes especialidades proporcionou uma correta abordagem da dor em seus diversos espectros de manifestação, passando por diagnósticos diferenciais relevantes até uma entidade nosológica específica, com o estabelecimento de uma conduta apropriada.

P026 - NÍVEL DE CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE AVALIAÇÃO DA DOR. AÍZA LEAL DE ALMEIDA1; JOSÉ MESSIAS MENEZES COÊLHO2; ELISMAR PAULO AZEVEDO SILVA3; ALESSANDRA SOUSA SOARES4. 1,2.UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 3.HOSPITAL ALIANÇA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 4.ISEC, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - A avaliação da dor é extremamente importante, pois sem sua medida, torna-se difícil determinar o tratamento mais adequado para o paciente internado. A eficácia do tratamento depende da avaliação e mensuração confiável da dor. O objetivo deste estudo foi identificar o conhecimento da equipe de enfermagem com relação aos instrumentos disponíveis para avaliar a dor. Metodologia- Estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa realizado em hospital geral, de grande porte, particular na cidade de São Luís, Maranhão. Fizeram parte da amostra 27 técnicos de enfermagem e 20 enfermeiros. Para a coleta de dados foi elaborado um roteiro semiestruturado de entrevista composto por seis questões fechadas de caracterização da amostra e duas abertas,

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sendo uma para relacionar os instrumentos que o profissional conhecia para avaliação da dor e outra para explicar como realizava a avaliação de pacientes com queixas álgicas. Resultados- Foram entrevistados 47 profissionais com média de idade de 33,6 anos e tempo de serviço na enfermagem em torno de 9 anos. A maioria era solteira (59,1%), do sexo feminino (91,5%), da cor branca (57,4%). Os enfermeiros apresentaram maior conhecimento do que os técnicos de enfermagem, porém 60% deles afirmaram não conhecer os instrumentos de avaliação da dor. Quando perguntado sobre o quê utilizavam para realizar a avaliação, a palpação do local, a expressão e o relato do paciente foram os métodos mais relacionados. Conclusões - A maioria dos enfermeiros e técnicos de enfermagem que participou deste estudo não conhece os instrumentos disponíveis para avaliar a dor em pacientes internados. Sugerem- se estratégias de educação permanente sobre os instrumentos de avaliação e a importância da implantação da dor como 5º sinal vital.

P027 - INTENSIDADE DA DOR : COMPARAÇÃO ENTRE AS ESCALAS NUMÉRICA E VERBAL EM PACIENTES NÃO-ONCOLÓGICOS ATENDIDOS EM SERVIÇO DE DOR. BRUNA BRINGEL BASTOS; HENDERSON FONTES SOUSA; THIAGO JANSEN NUNES; ALESSANDRO CARVALHO SANTOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO, SAO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: A primeira dificuldade no manejo do paciente com dor está em mensurá-la, já que a dor é subjetiva e pode variar, individualmente, em função de experiências culturais, emocionais e do próprio processo patológico. Existem vários métodos estabelecidos para avaliação da dor, dentre eles estão as Escalas Numérica (EN) e Verbal (EV), que são frequentemente utilizadas na prática clínica, por serem de rápida e fácil aplicação. Este estudo visa comparar duas escalas de intensidade da dor – numérica e verbal – quanto às características relacionadas e se estas são equivalentes. Métodos: Foram analisados 414 pacientes atendidos pelo Ambulatório de Dor Crônica do Hospital Universitário Presidente Dutra. A avaliação foi retrospectiva, foram utilizados prontuários e fichas protocolos pertencentes ao serviço. A análise estatística foi realizada através do software SPSS Statistics 17.0. Resultados: Dentre os avaliados, 2,3% relataram dor ≤ 4; 17,1% de 5 a 7 e 26,9% relataram dor ≥ 8. Quando avaliada a dor pela escala verbal, os valores foram de 6,5%, 30,8% e 33,1% para as dores leve, moderada e intensa, respectivamente. Notou-se, através da comparação entre as escalas verbal e numérica, que dentre os pacientes que classificaram sua dor como leve, 29.3% deram nota ≥ 5; além disso, dentre estes últimos, 33,44% deram nota ≥ 8 para a dor que classificaram como leve. Já dentre aqueles que classificaram a dor como intensa, 74,6% deram nota ≥ 5. Conclusões: Nos três níveis de dor foram encontradas semelhanças percentuais entre EV e EN. No entanto, foi possível notar uma incongruência entre o valor dado para EN em relação às dores classificadas como leves e intensas. Isso nos permite concluir que os pacientes atendidos em nosso serviço não dispunham de pleno entendimento das escalas no momento da avaliação.

P028 - OPIOFOBIA: SUBUTILIZAÇÃO OU LIMITAÇÃO NO USO? - OPIOPHOBIA: UNDERUTILIZED OR LIMITATION IN USE? CAMILA BRITO ARAUJO1; DÉBORA MAIRA BARROS LUZ2; THALYTA FREITAS RIBEIRO3; BRUNO MACHADO PEREIRA4. 1,2,4.FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL - FACID, TERESINA, PI, BRASIL; 3.FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL, TERESINA, PI, BRASIL.

Introdução: A dor é um experiência sensorial individual de natureza subjetiva, o que faz com seu limiar seja diferente nas pessoas. A alta prevalência de dor no mundo, provocando sofrimento e incapacidades que afetam diretamente a qualidade de vida da população remete à revisão de literatura sobre o uso de opioides no controle da dor com finalidade de compreender o seu manejo inadequado. Desse modo, avaliar a dor e intervir para o seu alívio é o desafio atual dos profissionais de saúde, uma vez que toda dor é real, independente da causa. No Brasil, a utilização de opiáceos no tratamento da dor é restrita seja por barreiras sociais, deficiência de conhecimento médico ou o sistema legal que não distingui o uso lícito do ilícito. Objetivo: Reduzir os preconceitos contra o uso do opioide no controle da dor. Método: a pesquisa foi realizada com base na revisão da literatura mundial constante dos seguintes bancos de dados: Scielo, Medline, Pubmed disponíveis na BIREME. Os termos de busca utilizados foram: dor, opioides, tratamento da dor, subutilização de opioides, entre outros, sendo selecionados preferencialmente os artigos mais recentes. Resultados: Opioides são universalmente utilizados no tratamento da dor oncológica e dor aguda, embora alguns clínicos ainda resistam ao uso destes analgésicos pelo temor de uma de suas complicações, a depressão respiratória, e pela falta de conhecimento de alguns aspectos farmacológicos como a tolerância, a dependência física e psicológica. Na última década assiste-se a um implemento na prescrição destes agentes para as dores de diferentes etiologias, o que provavelmente possa ser atribuído a uma maior conscientização da classe médica quanto à demanda analgésica destes pacientes, cujo alívio pode lhes prover melhor qualidade de vida. Por receio dos efeitos adversos de tolerância e dependência, bem como depressão respiratória, que os profissionais de saúde permanecem temerosos à administração de opioides potentes como a morfina, havendo uma recusa à prescrição ou aumento da posologia, o que gera analgesia insuficiente ou não racional, por falta de conhecimento detalhado do arsenal terapêutico. Conclusões: a subutilização de opioides para analgesia da dor ainda é frequente, condenando milhões de pessoas a sofrerem uma dor desnecessária, seja pelo difícil acesso o que caracterizaria a limitação no uso, seja pela falta de conhecimento e habilidades no monitoramento da dor, atitudes públicas negativas, restrições econômicas, sistemas de distribuição insuficientes e impedimentos dos órgãos reguladores.

P029 - DESAFIOS E ÊXITOS NA IMPLANTAÇÃO DA VISITA PÓS-ANESTÉSICA E A PERCEPÇÃO DO PACIENTE ACERCA DO PROCEDIMENTO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO REALIZADO. JANAINA VALL; CLAUDIA REGINA FERNANDES; FERNANDO COLARES BARROS; JOÃO PAULO LIMA SANTOS; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

A visita pós-anestésica não é uma prática rotineira nos serviços de anestesiologia, embora seja de fundamental importância para o incremento na qualidade do serviço, assim como para o fortalecimento do vínculo anestesista-paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência da visita pós-anestésica promovida pelos residentes de primeiro ano (R1) nas 24-48hs após o procedimento anestésicocirúrgico, assim como avaliar a percepção do paciente acerca dos procedimentos realizados e da qualidade do atendimento. Material e Método: Foi confeccionado um portfólio para cada R1, total de 3, sendo anotado dados demográficos dos pacientes e características do pós-operatório. O registro aconteceu de fevereiro a julho de 2010. A análise foi feita através do Epi-Info. Resultados: durante o período descrito foram atendidos pelos R1, 387 pacientes, sendo 54% do sexo feminino. A faixa etária predominante foi de 21 a 30 anos. Sobre o grau de escolaridade, a maioria (40,4%) tinha segundo grau completo ou incompleto, 38,6% tinha o primeiro grau incompleto ou eram analfabetos, apenas 5% tinham nível superior. Quanto à condição clínica: 61,5% eram P1, 23,2% P2, 10,3% P3 e 5% P4. A grande maioria (62,4%) tinha apenas um dia de internação aguardando o procedimento cirúrgico. Em 60,3% do total foi realizada visita pré-anestésica,

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enquanto a visita pós-anestésica foi realizada em apenas 54,5% do total de pacientes. As cinco especialidades cirúrgicas mais praticadas pelos R1 foram: traumato-ortopedia, cirurgia geral, otorrino, cirurgia oncológica e plástica, perfazendo um total de 78,3%. O tipo de anestesia mais praticada foi a geral (51,7%), seguida de bloqueio do neuro-eixo (23,5%), em terceiro lugar a anestesia geral combinada (16,5%). 70% dos entrevistados responderam temer mais o procedimento cirúrgico ao procedimento anestésico. 61% indicaram grau máximo de satisfação com a anestesia. 61% dos entrevistados referiram não sentir dor, 88% não sentir mal-estar e 66,2% não sentir náuseas no pósoperatório. 75% dos entrevistados referiram sentir pouco ou nenhum medo antes do procedimento. Discussão e Conclusões: Foi observado que o perfil de pacientes atendidos pelos R1 foi predominantemente P1, que a anestesia realizada foi predominantemente a geral, que em pouco mais da metade dos pacientes foi realizado visita pré anestésica, sendo realizada visita pós-anestésica em percentagem ainda menor e que a população estudada pelos R1 teme mais a cirurgia do que a anestesia. A maioria dos pacientes visitados mostrou-se satisfeita com a anestesia, não sentiu dor, mal-estar ou náuseas no pós-operatório. Urge a necessidade da institucionalização da visita pósanestésica, embora a qualidade do serviço tenha sido avaliada de forma satisfatória pelos pacientes visitados. Conflito de interesse: nenhum.

P030 - ANÁLISE DO PERFIL DOS USUÁRIOS COM DOR TORÁCICA AGUDA ATENDIDOS EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA CARDIOPULMONAR. DANIELLY SOUSA LIMA; REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO; SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; ROBERTA MENESES OLIVEIRA; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor torácica é um dos principais motivos de busca de serviços cardiopulmonares de urgência e emergência no Brasil, uma vez que, as doenças cardiovasculares compõem o maior índice de mortalidade, constituindo grave problema de saúde pública. Pensando nisto, foi criada estratégia de gestão por Unidades de Dor Torácica em hospitais do Brasil com o intuito de garantir resolutividade das necessidades clínicas. Porém, é preciso conhecer melhor a clientela e se questionar sobre quem são os pacientes com queixas de dor torácica aguda atendidos nas unidades, com o intuito de facilitar a formulação de estratégias para a melhoria da qualidade da assistência prestada. Diante disto, objetiva-se analisar o perfil dos pacientes atendidos com dor torácica aguda em um hospital do SUS de referência do Estado do Ceará. Método- Pesquisa quantitativa e transversal, do tipo descritiva e exploratória, realizada durante o período de maio de 2008 à agosto de 2009 com 430 pacientes que referiram dor torácica, atendidos na unidade de urgência cardiopulmonar de referência do SUS no Estado do Ceará. Aplicou-se formulário, onde os aspectos éticos, constantes das Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução nº 196/96 foram respeitados. Resultados: A maioria dos usuários são provenientes do município de Fortaleza (56,98%), com idade entre 61 a 70 anos (22,79%), do sexo feminino (50,70%) e com baixo índice de escolaridade (73,19%). Um alto percentil (91%) necessitou percorrer longas distâncias até a unidade. Tiveram como fatores de risco predominante o fato de ser tabagista (46,08%), etilista (25,63%), hipertenso (61,59%) e diabético (29,48%). A amostra se aproxima do cenário atual da situação de saúde no Brasil e no Mundo com a mudança do estilo de vida do homem moderno e a presença de mais pessoas idosas. Conclusão: O levantamento do perfil apontou para uma má distribuição da oferta de serviços de especialidades cardiológicas. O estilo de vida e a condição social refletem na saúde da população, sendo agravados pela falta de assistência, informação e baixo índice de escolaridade. Essas evidências ferem os princípios do SUS e requerem mudança da forma de atendimento e melhoria da qualidade da assistência para atender as necessidades destes usuários.

P031 - AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA DOR CRÔNICA ISQUÊMICA POR DOIS MÉTODOS PSICOFÍSICOS. DÉBORA FERNANDA AMARAL PEDROSA; ANDRESSA KARINA AMARAL PLA PELEGRIN; HILZE BENIGNO DE OLIVEIRA MOURA SIQUEIRA; TALITA DE CÁSSIA RAMINELLI SILVA; FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução - A percepção da dor é única, pessoal e subjetiva, exclusiva para cada indivíduo e influenciada por fatores sensoriais, afetivos, cognitivos e sociais. A dor é um sintoma que influência a busca dos clientes por atendimento à saúde desde a rede básica de saúde até a especializada e a sua mensuração é conhecida como o quinto sinal vital. O objetivo foi identificar os descritores de maior atribuição para a dor crônica isquêmica. Métodos - O instrumento utilizado foi composto por 50 descritores de dor crônica. Dois métodos psicofísicos foram utilizados para a avaliação da dor, no Método de Estimação de Categorias cada descritor foi apresentado com sua respectiva definição, logo em seguida cada participante atribuiu um valor de zero a dez em uma escala numérica de 11 pontos; no Método de Estimação de Magnitude utilizamos os dez primeiros descritores selecionados pelo método anterior, o descritor desagradável foi considerado como estímulo padrão e em seguida apresentamos os demais descritores de forma que cada participante julgou a sua dor proporcionalmente ao primeiro descritor apresentado. Resultados - Entrevistamos 100 clientes que apresentavam dor há mais de três meses, diagnóstico médico de Doença Arterial Obstrutiva Periférica e que compareceram no ambulatório de duas instituições de saúde nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Pelo Método de Estimação de Magnitude foram obtidos os dez descritores de maior atribuição apresentados em ordem decrescente e seguidas por sua média e desvio padrão, “Desagradável” (7,87±2,41), “Perturbadora” (7,82±2,76), “Forte” (7,74±2,85), “Preocupante” (7,72±2,83), “Cansativa” (7,68±2,94), “Chata” (7,67±2,63), “Terrível” (7,66±2,98), “Dolorosa” (7,64±2,60), “Enjoada” (7,62±2,53) e “Incômoda” (7,60±2,78). Pelo Método de Estimação de Magnitude temos os descritores apresentadas em ordem decrescente com seu respectivo desvio padrão geométrico, “Terrível” (400,15), “Dolorosa” (291,08), “Incômoda” (297,11), “Preocupante” (254,08), “Cansativa” (228,95), “Enjoada” (201,04), “Forte” (198,8), “Perturbadora” (192,86), “Chata” (188,22), “Desagradável” (0). Conclusões - Na aplicação do Método de Estimação de Magnitude podemos obter a ordenação, a diferença e a razão entre os graus de distribuição dos descritores da dor crônica isquêmica com maior fidedignidade do que por outros métodos.

P032 - O ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTO SOBRE A MENSURAÇÃO DA DOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. DÉBORA FERNANDA AMARAL PEDROSA; KATY BEATRIZ F COSTA; RAFAELLA OLIVEIRA LINO; NATHANA GABRIELA DE SENE BATISTA MARQUES. UNIVERSIDADE DE UBERABA, UBERABA, MG, BRASIL.

Introdução - a dor é um problema comum na população que é atendida nos serviços de atenção primária à saúde. Objetivo - Identificar estudos sobre a avaliação da dor na atenção primária em saúde. Método - revisão de literatura em três bases de dados indexadas. Utilizamos os descritores em português: “dor, avaliação da dor, atenção primária em saúde, saúde pública” e em inglês: “pain, pain measurement e public health nursing”. Critério de inclusão: artigos publicados nos últimos dez anos. Resultados - na base de dados LILACS encontramos

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8 artigos, na SciELO nenhum artigo e na PubMed 8 atenderam nossos objetivos. A leitura dos artigos permitiu estruturar as informações pertinentes à temática e alguns exemplos estão descritos a seguir. Em um dos artigos, foram avaliados homens com diferentes graus de risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica e apresentaram sintomas como dores nas costas, isquiática, nas juntas e cefaleia. Os resultados mostram a necessidade do aconselhamento da enfermeira de saúde pública para que haja mudanças dos comportamentos de risco destas pessoas. Trabalhadores com sintomas de dor crônica que participaram do programa cognitivo comportamental reduziram o uso de analgésicos. Fatores multidimensionais da dor e a qualidade de vida apresentados pelos trabalhadores tiveram uma melhora ao final do programa em comparação ao estado inicial. O acompanhamento do trabalho de enfermeiras da família mostrou uma variação nas experiências dessas profissionais quanto ao cuidado de pacientes que sofrem de dor crônica. Três condições principais foram determinadas com objetivo de “detectar e responder a problemas relacionados à dor”, sendo elas: habilidade dos pacientes em comunicar a dor; colaboração de outros profissionais de saúde e o apoio das organizações para com o paciente. A organização do atendimento com enfoque clínico e terapêutico em um ambulatório de atenção primária à saúde identificou que as mulheres foram as que mais procuraram o atendimento, a intensidade da dor na primeira consulta variou de moderado a severo e com limitações moderadas; ocorreu uma limitação alta quando a dor era insuportável sendo indicado bloqueio, após o tratamento o alívio da dor foi obtido. Conclusão - A literatura sobre o tema é escassa e novos métodos devem ser desenvolvidos para a prática da prevenção primária àqueles sofrem com dor crônica.

P033 - IMPLANTAÇÃO DA MENSURAÇÃO DA DOR COMO 5º SINAL VITAL NOS SETORES DE INTERNAÇÃO NO HOSPITAL 9 DE JULHO - SÃO PAULO. FABIANA APARECIDA GARCIA1; ADELINA FERREIRA GONÇALVES2; ANDREA RODRIGUES BALDIN DE MORAES3; HAROLDO FERREIRA ARAUJO4. 1,3,4.HOSPITAL 9 DE JULHO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LOUVEIRA, LOUVEIRA, SP, BRASIL.

A dor é o principal motivo de procura por assistência à saúde e continua sendo uma das principais causas de sofrimento do ser humano. A avaliação da dor e o registro sistemático de sua intensidade juntamente com os demais sinais vitais garantirão a intervenção imediata, reavaliações subsequentes e seu manejo adequado. Visando a melhoria na qualidade da assistência, foi desenvolvido um projeto para a implantação da dor como 5º sinal vital nos setores de internação do Hospital 9 de Julho. A primeira etapa do projeto foi a realização de benchmarking em outras instituições, pesquisa bibliográfica sobre o tema, logo após discussão com a equipe multiprofissional do Centro de Dor, foi elaborado uma aula expositiva para a equipe de enfermagem, com a finalidade de capacitá-los, contando a participação de 470 colaboradores. Nesta aula foi abordada a importância da avaliação da dor e escalas adotadas na instituição e fluxograma de conduta para avaliação e reavaliação da dor relacionado ao score e medicação administrada. Simultaneamente houve a necessidade de adequação dos impressos institucionais para um registro eficaz da dor como 5° sinal vital. Na segunda etapa do projeto, foi entregue aos profissionais envolvidos um guia de bolso para ser consultado na práxis diária, com as diretrizes adotadas e ao mesmo tempo foi disponibilizado na intranet da instituição um treinamento rapid e-learning contendo o resumo da primeira etapa, no qual participaram 348 colaboradores. Em abril de 2010 a implantação da dor como 5º sinal vital foi efetivada e a partir de então, a enfermeira do Centro de Dor e responsável por este processo acompanha diariamente os registros realizados, além de monitorar os dados através de indicadores mensais. Na terceira etapa do projeto veiculamos as políticas de gerenciamento da dor no sistema on-line da instituição, o que garantiu a uniformidade na comunicação e padronização das ações de enfermagem.

P034 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DOR DO HOSPITAL DE ENSINO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL. FILIPE DUARTE CAVALCANTE1; HERBERTH DUARTE CAVALCANTE2; JANSSEN LOIOLA MELO VASCONCELOS3; VICENTE CRISTINO MENEZES NETO4. 1,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL; 2.MÉDICO GRADUADO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL; 4.MÉDICO ANESTESISTA E ESPECIALISTA EM ACUPUNTURA DO SERVIÇO DE DOR DA SCMS, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: Estima-se que, durante a vida, a maioria dos indivíduos sinta algum episódio doloroso. Geralmente as pessoas acometidas buscam os serviços de saúde seja para cura ou alívio da dor, pela incapacidade transitória ou definitiva decorrente do fato. Nos casos em que a dor se torna crônica, podem ocorrer falhas na assistência, e propiciar um sofrimento maior para esses pacientes. Em vista disso, o Ambulatório de Dor do Hospital de Ensino Santa Casa de Misericórdia de Sobral em parceria com a Liga de Dor da Universidade Federal do Ceará- Campus Sobral, tem procurado ativamente uma avaliação e tratamento adequados da dor, fornecendo uma atenção mais integral aos pacientes. Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos no Ambulatório de Dor do Hospital de Ensino Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Método: Estudo transversal prospectivo com aplicação de um questionário com base na anamnese direcionada as queixas álgicas à 80 pacientes atendidos no Ambulatório de Dor da SCMS sob supervisão do especialista em acompanhamento com os membros da Liga de Dor no ano de 2008 e 2009 de acordo com a demanda quanto aos casos atendidos. Utilizou-se o programa Epi info 6.04d para a análise dos dados. Resultados: Dos 80 pacientes avaliados, 47 eram do sexo feminino (58,75%) e 33 do masculino (41,25%). Dentre as diversas causas álgicas apresentadas destacaram-se a enxaqueca (53,75%) com maior prevalência entre as mulheres (53,48% versus 46,51%) seguida por lombalgia e cervicalgia (17,5% e 3,75% respectivamente), neuralgia do trigêmio (5%), fibromialgia (2,5%), causas oncológicas associadas (15,0%) e hérnia discal (2,5%).Conclusões: Os resultados mostram que a síndrome dolorosa mais diagnosticada em ambos os sexos foi cefaleia primária, sendo enxaqueca e cefaleia tensional os subtipos mais prevalentes neste serviço seguido pelas algias de origem musculo-esquelética e, devido ser a única referência ao serviço de oncologia local, pelas síndromes dolorosas oncológicas. O fato de que um maior número de mulheres terem sido atendidas não permite concluir que estas são as mais acometidas por tais síndromes dolorosas. Estes dados possibilitam uma maior compreensão sobre as principais afecções dolorosas nesta macroregião, contribuindo para políticas de prevenção a nível ambulatorial e domiciliar, assim como estabelecer programas de tratamento especializado pelo serviço público da Santa Casa de Misericórdia de Sobral.

P035 - AVALIAÇÃO DO PERFIL DE DOR EM PACIENTES COM INDICAÇÃO NEUROCIRÚRGICA E EXPOSIÇÃO DOS PRINCIPAIS SINTOMAS ASSOCIADOS A ELA. FRANCISCO CRIZANTO RODRIGUES FILHO; LUIZ SEVERO BEN JUNIOR; JOSYMAR GOMES NASCIMENTO JUNIOR; CATHARINE LOUISE ARAÚJO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A Dor está associada a lesão real ou potencial de tecidos, presente, geralmente, em pacientes com indicação neurocirúrgica. Antes da neurocirurgia, os pacientes enfrentam, muitas vezes, intensa sensação álgica, trazendo incapacidades, revelando, assim, um perfil de importante interesse. Material e Método: Em um estudo transversal e quantitativo, realizado durante o período de abril a junho 2010, foram

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entrevistados 24 pacientes com indicação neurocirúrgica quanto à presença de dor durante o período pré-operatório. A escolha dos pacientes ocorreu de forma não probabilística,por conveniência,sendo 15 (62,5%) do sexo masculino e 9 (37,5%) do sexo feminino, com idade média de 40,62 anos ± 14,37 (variando de 18 a 72), prevalecendo escolaridade de ensino médio incompleto. Durante a entrevista, os pacientes apresentaram-se cooperativos e com Escala de Coma de Glasgow de 15. Foi aplicado um questionário, avaliando os parâmetros: 1. Presença de dor 2. Intensidade 3. Localização 4. Tipo 5. Frequência 6. Forma de instalação 7. Duração 8. Causa 9. Automedicação. 10. Se dor interfere nas suas atividades diárias. 11. Sintomas associados: a) distúrbios visuais, b) parestesia, c) sonolência, d) mudança do humor, e) vertigens, f) vômitos, g) zumbido, h) irritabilidade, i) distúrbios do sono, j) limitação dos movimentos, l) desmaio, m) amnésia. Resultados: Dos pacientes entrevistados 21 (87,5%) relataram dor. Desses,de intensidade leve em 4 (19%),moderada 3 (14,3%) e intensa 14( 66,7%), havendo a automedicação em 19 (90,5%) e em 16 (76,2%) essa dor interferiu as atividades diárias ou no trabalho. Quanto à localização: Cefaleia Frontal 6 (28,6%) e Dor Lombar 6 (28,6%) foram os mais prevalentes. O tipo de dor que prevaleceu foi Latejante 12 (57,1%), com uma frequência de mais de três dias na semana (76,2%). A dor se instalou de maneira leve e progressiva em13 (61,9%), súbita 4 (19%), havendo 4 (19%) que não souberam relatar. Duração: minutos 3 (14,3%), horas 9 (42,9%) e dias 9 (42,9%). Quanto ao evento desencadeante dessa dor temos: trauma 11 (52,4%), cirurgia 1 (4,8%), outros 7 (33,3%). Quanto ao aparecimento de sintomas associados: a) 5 (6%), b) 9 (42,%), c)8 (38,1%), d) 9 (42,9%), e)7 (33,3%), f) 4 (19%), g) 6 (28,6%), h) 8 (38,1%), i) 3 (14,3%), j) 3 (14,3%), l) 0% (0%), m) 1 (4,8%). Discussão e Conclusão: Neste estudo, a condição álgica atua como fator limitante da capacidade de realização das atividades de vida diária e social dos pacientes entrevistados, motivando a procura de assistência médica, o que auxilia no diagnóstico e tratamento de pacientes com indicação neurocirúrgica.

P036 - ODINOFAGIA EM PACIENTE COM PÊNFIGO VULGAR SEM ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS RELATO DE CASO. FELICIA H. PUCCI1; HELMANO F. MOREIRA2; HENRIQUE J. PONTE3; DANIELLE C. O. SOARES4. 1,2,3.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.INSTITUTO DR. JOSÉ FROTA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Pênfigo refere-se a um grupo de doenças bolhosas intraepidérmicas imunomediadas, caracterizadas pela perda de coesão entre as células epidérmicas (acantólise). Predomina em pacientes com mais de 40 anos e, em geral, inicia na superfície das mucosas; frequentemente, progride para uma doença mucocutânea, na qual as bolhas se rompem produzindo erosões dolorosas. Tipicamente, envolve boca, couro cabeludo, face, pescoço e tronco. Entretanto, áreas mucosas também podem estar envolvidas. Embora o esôfago seja composto de epitélio estratificado escamoso, seu acometimento tem sido pouco relatado, mas quando ocorre, o paciente pode relatar odinofagia e disfagia. A compressão manual da pele deste pacientes pode resultar o sinal de Nikolsky, separação da epiderme da derme. Relato de caso: P.P, 53 anos, masculino, branco, procurou atendimento com odinofagia grave para líquidos, associada a dor retroesternal contínua, em queimação, de média intensidade, há 7 dias, com piora acentuada há 12 horas. Paciente hipertenso, em uso de Atenolol 25mg/dia. Nega outras comorbidades ou uso de outros medicamentos. Nega tabagismo e etilismo. Ao exame, encontrava-se em regular estado geral, prostrado, orientado, eutrófico, eupneico, com ausência de adenomegalias. Não foram encontradas quaisquer alterações dermatológicas. A ausculta cardiopulmonar era normal. O abdome estava doloroso à palpação profunda em região epigástrica, com presença de ruídos hidroaéreos. Não se evidenciava visceromegalias ou alterações de extremidades. Não foram solicitados exames laboratoriais. O paciente foi submetido a uma laringoscopia, que evidenciava granuloma em pregas vocais. Foi solicitada uma endoscopia digestiva alta, que mostrava áreas hiperemiadas ou hemorrágicas ao longo do esôfago, com áreas de descamação espontânea. A impressão diagnóstica foi de esofagite dissecante superficial, com lesões descamativas, sugestivas de pênfigo. Realizaram-se biópsias da mucosa esofágica. O exame anatomopatológico mostrou glicoacantose e esofagite aguda ulcerada, com predomínio de exsudato fibrinoleucocitário e poucas células epiteliais. Discussão: O paciente recebeu diagnóstico de pênfigo vulgar, mesmo sem alterações dermatológicas. Tal situação – apenas com acometimento esofágico – tem-se mostrado rara e com poucos casos descritos na literatura. O paciente recebeu terapia com corticoides (Prednisona 60mg/dia), evoluindo com melhora nas primeiras 48 horas. A terapia foi mantida por seis semanas, com redução gradual da medicação.

P037 - ALTERNATIVAS DE ANALGESIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ORTODÔNTICO. HERBERTH DUARTE CAVALCANTE1; NARA JULIANA CUSTODIO SENA2; JANSSEN LOIOLA MELO VASCONCELOS3; FILIPE DUARTE CAVALCANTE4. 1.MÉDICO GRADUADO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.ODONTÓLOGA GRADUADA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: A dor e o consequente desconforto em ortodontia acontecem rotineiramente, sendo importantes fatores limitantes para a adesão e a aceitação pelo paciente até o final do tratamento. Tais fenômenos devem ser entendidos sob dois âmbitos, o fisiológico e emocional, pois ambos constituem fatores significativos para a intensidade do desconforto causado pelos aparelhos ortodônticos. Sabe-se que a movimentação dentária provoca dor através de mecanismos inflamatórios, mediados pela prostaglandinas, as quais possuem papel duplo, pois, se por um lado estas acentuam o desconforto do paciente, por outro, facilitam a movimentação e sucesso do tratamento ortodôntico. No presente estudo, buscamos relacionar as principais alternativas farmacológicas indicadas na literatura com a finalidade de diminuir o desconforto dos pacientes sob tratamento ortodôntico. Metodologia: Foram analisados estudos em que o uso de diversos agentes farmacológicos foram feitos em pacientes sob tratamento ortodôntico e submetidos a manutenção de rotina. Resultados: Os agentes mais avaliados tem sido o Naproxeno, o Paracetamol, o Ibuprofeno e a Aspirina. Vale salientar, dado ao papel dual das prostaglandinas no processo de remodelação óssea, é importante que fármacos atuem, sobretudo no controle da dor, sem interferir de forma determinante na resposta imunoinflamatória subjacente ao processo. Conclusão: Assim, conclui-se que, dado o papel importante das prostaglandinas no processo de remodelagem óssea observado na ortodontia, o uso de analgésicos não opioides deve ser encorajado, seguido da associação destes com opioides e, por último, o uso de AINEs no controle da dor intensa pós movimentação ortodôntica.

P038 - MEDIÇÃO DA DOR EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. JOÃO CARLOS PEREIRA GOMES. LIGA DOR HC FMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Estima-se que mais de 44% dos pacientes que buscam os serviços de pronto-socorro, estejam em busca do alívio da dor. A analgesia adequada requer a elaboração de protocolos e auditorias dos programas de qualidade que regem a prática analgésica para obter o controle adequado de um dos sintomas que mais levam o paciente ao pronto-socorro, porém, para que isto ocorra, devem-se utilizar ferramentas de medição da dor que sejam válidas. A avaliação de dor nos serviços de emergência não é feita de modo padronizado.

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Objetivo: Revisar literatura sobre a avaliação da dor realizada nos serviços de urgência e emergência. Método: Busca nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) dos descritores “Avaliação AND Dor AND Serviços médicos de Emergência” e através do Pubmed com os descritores “Measure AND Pain AND Emergency Medical Services”. Critérios de inclusão: estudos controlados e observacionais de avaliação de escalas de dor em pacientes de serviços de emergência. Critérios de exclusão: estudos que não relatavam tipo de escala utilizada e não incluíram o número de pacientes estudados. Resultados: Foram encontrados quatrocentos e vinte e seis trabalhos e excluídos 414 que não tratavam especificamente da avaliação de dor. Doze estudos preencheram os requisitos desta revisão, nove deles realizados com indivíduos adultos e três com crianças. Foram avaliadas as escalas Escala Visual Analógica (EVA), Escala Verbal Numérica (EVN), Escala de 11 pontos em caixa e Diagrama Corporal em adultos e em crianças a Escala Analógica de Cor, Escala de faces de Wong-Baker e a EVA. As escalas consideradas mais adequadas para serem utilizados no pronto-socorro foram: Escala Visual Analógica (n=6), Escala Verbal Numérica (n=4), Escala Analógica de Cor (n=1) e Escala de faces de Wong-Baker (n=1), três delas eficientes para avaliação de adultos e duas para crianças. As justificativas mais usadas foram: simplicidade, utilização e compreensão fáceis, não necessidade de treinamento intensificado da equipe e nem de especialização para serem utilizados. Conclusões: As escalas mais utilizadas em estudos controlados para medição da dor em urgência e emergência foram: Escala Visual Analógica e da Escala Verbal Numérica em adultos e Escala Analógica da Cor e Escala de faces de Wong-Baker em crianças.

P039 - REVISÃO SISTEMÁTICA DOS INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA AVALIAR RISCO DE DEPENDÊNCIA E USO INAPROPRIADO DE OpioideS EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA NÃO-RELACIONADA AO CÂNCER. SUZANA CURSINO NOGUEIRA LINO1; KARINE A. S. LEÃO FERREIRA2. 1.UNIVERSIDADE GUARULHOS, GUARULHOS, SP, BRASIL; 2.CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Os opioides vêm sendo amplamente empregados no tratamento das dores crônicas não-relacionadas ao câncer (DCNO), mas seu uso não é isento de riscos como eventos adversos, uso abusivo e dependência, sendo esta uma preocupação frequente dos profissionais que prestam cuidados a esses pacientes. A avaliação e estratificação adequada dos pacientes candidatos à terapia com opioides têm sido recomendadas para promover um tratamento seguro. Objetivo: Identificar na literatura instrumentos disponíveis para avaliação do risco e do uso inapropriado/aberrante de opioides em pacientes com DCNO e avaliar suas propriedades psicométricas. Método: Revisão sistemática. Bases consultadas: SCOPUS, PubMed, BIREME, ScienceDirect e OVID. Descritores: Behavior, Addictive; Opioid-Related Disorders; Morphine Dependence; Risk Assessment. Resultados: Foram levantados 1706 resumos, sendo incluídos na análise 63 artigos. Foram identificados 11 instrumentos: 7 avaliavam risco para desenvolver comportamentos aberrantes, 3 presença de comportamentos aberrantes e 1 avaliou especificamente a dependência. Sete instrumentos foram desenvolvidos para o autopreenchimento e 4 para serem aplicados por profissionais. Os instrumentos apresentaram: 1) sensibilidade superior a 70%, com melhor resultado para o SOAPP3 (91%) e COMM4; 2)boa confiabilidade (alfa de Cronbach >0,7), sendo que maioria não teve esta propriedade testada; e 3)VPP e VPN foram propriedades testada em apenas 4. Não foi identificado nenhum instrumento desenvolvido, traduzido ou validado para o Brasil. Conclusão: Há número significativo de instrumentos disponíveis para avaliar risco, sendo que o instrumento que apresentou as melhores propriedades para avaliar risco foi SOAPP v.1 e para avaliar comportamento aberrante presente foi COMM. Ainda é necessário disponibilizar instrumentos para avaliar risco e presença de comportamento aberrante no Brasil.

P040 - ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM DOR CRÔNICA ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DOR EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA, ENTRE 2007-2010. CAIO PRADO SIQUEIRA CAMPOS1; BRUNO DE MELO TAVARES2; KHADIJA NEIDE ALEXANDRINO REGINO3; JOSE NILSON FORTALEZA ARAÚJO4. 1,2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.INSTITUTO DR. JOSÉ FROTA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Dor crônica, de acordo com IASP (1986), é uma dor que persiste após o tempo necessário para a cura de uma lesão, permanecendo por 3 meses ou mais. Essa dor, além de gerar perda de qualidade de vida, gerar um ônus aos portadores e ao Sistema de Saúde, tornando necessário um melhor conhecimento na sua prevalência para amenizar esses ônus. Esse trabalho visar traçar um perfil epidemiológico dos pacientes queixosos de dor crônica assistidos no ambulatório especializado em dor do Hospital Instituto Dr. José Frota(IJF), identificando os grupos mais acometidos, as patologias mais prevalentes, além dos fármacos mais prescritos para combater à dor crônica na prática médica. Estudo transversal e descritivo no qual foram coletadas informações de 126 prontuários de pacientes portadores de dor cônica acompanhados no ambulatório de dor do IJF, Fortaleza-CE no período de 2007- 2010 coletando dados a respeito do sexo do paciente, queixa principal, diagnóstico, tratamento e localização da dor. A média geral de idade foi de 46,2 anos, sendo - mulher 47,2 anos e homem 45,2 anos, sendo 83,3% pacientes do sexo feminino e 16,6% sexo masculino. Em relação à localização: 29,3% referiram dor de cabeça, 17,4% dor em membro superior, 15% dor lombar, 13,4% dor difusa, 11,1% dor em membro inferior. Os diagnósticos mais encontrados foram exaqueca 19,04 % e Fibromialgia 11,9%, - sendo as patologias de maior incidência na mulher (40,6% e 25,4% respectivamente) - Miofascial: 11,1% dor Neuropática: 10,3% - sendo a patologia de maior incidência no homem (66,6%). Quanto aos fármacos mais usados no combate à dor, Amitriptilina foi usada em 66,6 % dos casos e a Ciclobenzaprina em 35,7%. Ficou evidenciado que o sexo feminino é prevalente no serviço analisado (83,3%) e que as dores decorrentes de doenças crônicas, como enxaqueca e fibromialgia mostraram ser as de maior incidência, tendo alcançado a percentagem de 19,04% e 11,9%, respectivamente. Dor neuropática mostrouse mais incidente nos homens (66,6%), enquanto que enxaqueca é prevalente no sexo feminino (40,6%) juntamente com fibriomialgia (25,4%). Foi constatado que a medicação de escolha no serviço é antidepressivos tricíclicos, amitriptilina (66,6%) e símile, ciclobenzapina (35,7%). Assim, conclui-se que esse aprofundamento do conhecimento epidemiológico da dor crônica ajudará na implementação de uma política de saúde para dores crônicas, diminuindo o ônus sobre o Sistema de Saúde e portadores de dor através de medidas preventivas.

P041 - INSENSIBILIDADE CONGÊNITA À DOR: A SÍNDROME DE RILEY-DAY. NEYVA MARIANNA BEZERRA DE SALES; NATHÁLIA ANAISSI ROCHA PESSOA; HUGO AMORIM DE OLIVEIRA; JAYSON XEREZ DE PAIVA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: A disautonomia familiar, também conhecida como síndrome de Riley-Day, é uma doença hereditária neuronal, com modelo de herança autossômico recessivo caracterizada por distúrbios do sistema nervoso autônomo. Uma mutação no gene IKBKAP é responsável por 99% dos casos, levando à diminuição dos níveis proteicos nos sistemas sensorial e nervoso autônomo, especialmente da IKAP, proteína

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que faz parte de um complexo multiproteico e que desempenha importante papel na transcrição em geral. Sua fisiopatologia é caracterizada pela redução da quantidade de fibras mielínicas C e amielínicas, assim como pela queda da dopamina beta-hidroxilase no sangue. É uma síndrome rara. O diagnóstico é baseado em achados clínicos como lacrimejamento diminuído, insensibilidade à dor, alteração no controle de temperatura, reflexos tendinosos profundos abolidos, hipotensão postural, coordenação motora pobre e retardo mental. O tratamento é sintomático. Muitas crianças morrem durante os primeiros anos de vida, geralmente como resultado de pneumonia por aspiração repetida. Método: Trata-se de um estudo descritivo, no qual foi feita uma revisão bibliográfica de artigos publicados entre os anos de 1967 e 2008 na base de dados do LILACS e do SciELO. Resultados: Foram analisados 19 artigos publicados a respeito do tema, sendo 17 artigos descritivos e 2 relatos de casos. Estima-se que, na população de judeus Ashkenazi, a incidência seja de 1/30, enquanto que na de não- Ashkenazi seja de 1/3000. Conclusões: Por ser uma síndrome rara que imita outras síndromes categorizadas como neuropatias periféricas sensoriais, o seu diagnóstico precoce é difícil. Além disso, a falta de literatura mais precisa e atualizada torna o assunto mais complexo. Portanto, novos estudos são relevantes para atentar a comunidade médica a respeito dessa síndrome rara e de prognóstico reservado e auxiliar no seu manejo terapêutico.

P042 - OpioideS E DOR CRÔNICA: DESEMPENHO NO MINIEXAME DO ESTADO MENTAL. JANAINA VALL1; PER SJØGREN2. 1.ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.KØBENHAVNS UNIVERSITET, COPENHAGEN, DINAMARCA.

Introdução: O interesse em se conhecer os efeitos dos opioides na função cognitiva em doentes com dor crônica é crescente. Os objetivos deste estudo foram analisar o estado mental de doentes com dor crônica não oncológica recebendo opioides. Método e casuística: Estudo transversal com 41 doentes do Centro de Dor da Universidade de Copenhague (2009-2010). Os avaliados foram 53,7% homens, média de idade 50,1 anos (DP=12,0), escolaridade 11,9 anos (DP=3,4), intensidade da dor 5,9 (DP=2,3) e opioide 159 mg/d (DP=139,8). Foram incluídos aqueles com dor crônica não oncológica de diversas ≥ 3 meses, escolaridade ≥ 18 anos, recebendo opioides ≥etiologias idade 6 anos, capacidade de compreensão e expressão adequadas. Foram excluídos os debilitados, dementes, encefalopatas, com trauma craniano e/ou insuficiência renal/hepática. Foram coletados dados sociodemográficos, da dor, do opioide, sono e repouso e ansiedade e depressão. Para avaliação da ansiedade e depressão utilizou-se o Hospital Anxiety and Depression Scale. Para a avaliação cognitiva utilizou-se o Miniexame do Estado Mental (MEM) que avalia as funções orientação no tempo e no espaço, registro de palavras, atenção, cálculo, memória, linguagem e construção visual. O escore do MEM varia entre 0 e 30. Resultados: Entre os avaliados a média de escore do MEM foi 28,6 (DP=2,2) e a mediana 29 (variação de 20 a 30). Os fatores associados ao pior desempenho no MEM foram escolaridade <12 anos (p=0,027) e escore de ansiedade >10 (p=0,026). Conclusão: Apenas dois fatores (ansiedade e escolaridade) se associaram ao pior desempenho cognitivo, o que causou estranheza. O MEM é considerado um bom teste para avaliação de demência e, possivelmente, não seja adequado para avaliações de alterações sutis, como se acredita poder haver em doentes com dor crônica em tratamento com opioides. Testes mais específicos de atenção, memória e velocidade psicomotora, como o teste de Tempo de Reação Contínua, de Digitação e de Trilhas, entre outros, parecem ser mais discriminantes. Não se dispõe de estudos sobre alteração cognitiva em doentes brasileiros com dor crônica em uso de opioides, visando conhecer a frequência, magnitude e os fatores associados a ela associados, o que seria desejável. Além disso, há que se avaliar a adequação do uso do MEM para essa finalidade.

P043 - LOCALIZAÇÃO E INTENSIDADE DA DOR SEGUNDO PACIENTES ATENDIDOS EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA CARDIOPULMONAR DO ESTADO DO CEARÁ. PRISCILA ALBUQUERQUE BRITO; RENATA LEITE TRAJANO DE ALMEIDA; ANGELICA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor torácica ou “dor no peito” é a queixa mais comum de pacientes atendidos em serviços de emergência levando frequentemente a internação, dado a complexidade clínica. A avaliação e a mensuração desse tipo de dor dão-se principalmente pelo relato verbal do paciente, sendo de fundamental importância escutar as queixas deste para direcionar o raciocínio clínico para o diagnóstico em tempo hábil. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a localização e intensidade da dor segundo pacientes atendidos em serviço de emergência cardiopulmonar do estado do Ceará. Métodos: Pesquisa quantitativa e transversal, do tipo descritiva e exploratória, realizada durante o período de maio de 2008 à agosto de 2009 em uma amostra de 430 pacientes com queixas de dor torácica, atendidos em uma unidade de urgência cardiopulmonar de um hospital de referência do estado do Ceará. Aplicou-se formulário após assinatura do termo de consentimento contendo questões fechadas sobre certas características da dor torácica. Parecer favorável do CONEP/BR (nº431/07). Os dados obtidos foram tabulados em software Excell e organizados em quadros e tabelas para análise descritiva dos dados correlacionados, sendo discutidos segundo literatura pertinente ao tema. Resultados: Encontrou-se que a maioria da amostra é proveniente do município de Fortaleza (56,98%), com idade entre 61 a 70 anos (22,79%), do sexo feminino (50,70%) e com baixo índice de escolaridade (73,19%). Ao relacionar intensidade e localização da dor antes do atendimento, observou-se que a maioria relatou dor insuportável (EVA=10) na região precordial (16,8%, N=250). Após o tratamento, a maioria relatou não sentir dor (65,06%, N=229). As características da dor relatada antes do atendimento são comuns em pacientes que dão entrada em emergência cardíaca, o que demonstra a escolha correta do serviço especializado pelos pacientes. O relato de não apresentar dor após o tratamento traduz a resolutividade do atendimento. Conclusão: Percebeu-se com o estudo que avaliar a dor não é tarefa fácil. Esta sintomatologia é mediada por fatores emocionais e físicos tornando o processo diagnóstico complexo. Depende de quem relata os aspectos dolorosos e de quem avalia, pois é um fenômeno subjetivo.

P044 - A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA PERCEPÇÃO DA DOR. PRISCILA ALBUQUERQUE BRITO; RENATA LEITE TRAJANO DE ALMEIDA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A cultura é um conjunto de mecanismos de controle que governam o comportamento humano, sendo de grande influência em aspectos da vida, como linguagem, religião e modo de interpretar e tolerar a dor. A dor, por sua vez, é uma resposta física e emocional a um dano tissular real ou potencial, individual e subjetiva, identificada apenas pela pessoa que a sente. A forma como cada um exterioriza as sensações dolorosas, tornando essa dor individual em pública, varia desde a lesão tecidual, por exemplo, até fatores sócio-culturais. Objetiva-se com o estudo analisar a influência da cultura na percepção da dor. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico de abordagem qualitativa fundamentada na análise de conteúdo de Laurence Bardin. As buscas foram feitas em bancos de dados nacionais indexadas nas fontes Lilacs e Scielo nos meses de julho/agosto de 2010. Foram utilizados um total de seis artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Os da-

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dos foram analisados e os resultados foram agrupados em categorias. Resultados: A expressão da dor é condicionada por aspectos culturais, impostos pela sociedade, que determinam como exteriorizar esta manifestação individual. Assim, a cultura irá determinar a valorização ou não a dor, a intensidade e a tolerância a sensação dolorosa. Se a dor é vista do ponto de vista religioso, em sociedades católicas, como um castigo divino, esta será experienciada sem queixas, para o indivíduo demonstrar arrependimento de seus pecados. Já em algumas sociedades tribais, a dor representada pela tortura corporal pode representar um ritual de passagem à fase adulta, o que para a sociedade ocidental seria interpretado como dor insuportável. A percepção da dor pode variar ainda em uma mesma sociedade, em relação ao gênero e classe social. No Brasil percebe-se que o homem expressa menos a dor, para “provar” virilidade; e a mulher, ser frágil, exterioriza com mais frequência experiências dolorosas. Conclusões: Conclui-se através do estudo que a cultura, assim como a sociedade, influenciam diretamente na percepção da dor no indivíduo e na forma como este a vivencia. O profissional de saúde que lida constantemente com o adoecimento e fenômenos álgicos deve entender a dor com toda a sua multidimensionalidade e assim guiar corretamente a conduta a ser prestada.

P045 - MEPERIDINA POR MORFINA: SUBSTITUIÇÃO INJUSTIFICADA E PERIGOSA NO TRATAMENTO DA DOR - MEPERIDINE BY MORPHINE: REPLACEMENT UNWARRANTED AND DANGEROUS TO TREAT PAIN. CAMILA BRITO ARAUJO1; DÉBORA MAIRA BARROS LUZ2; THALYTA FREITAS RIBEIRO3; BRUNO MACHADO PEREIRA4. 1,2,4.FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL - FACID, TERESINA, PI, BRASIL; 3.FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL, TERESINA, PI, BRASIL.

Introdução: Os opioides têm sido utilizados em larga escala desde a identificação da morfina, em 1817 e de outros alcaloides do ópio, para o tratamento da dor aguda e crônica, incluindo as dores de origem oncológicas, não oncológicas, as dores agudizadas dos pacientes com doenças crônicas e no pós-operatório de grandes cirurgias. O conceito de opioide evoluiu e passou a incluir todas as substâncias naturais, semi-sintéticas ou sintéticas que reagem com os receptores opioides, quer como agonista quer como antagonista. Objetivo: Mostrar que a substituição da morfina por meperidina no tratamento da dor é uma substituição perigosa e injustificada Método: a pesquisa foi realizada com base na revisão da literatura mundial constante dos seguintes bancos de dados: Scielo, Medline, Pubmed disponíveis na BIREME. Os termos de busca utilizados foram: opioides, meperidina, morfina, entre outros, sendo selecionados preferencialmente os artigos mais recentes. Resultados: Quando se compara a meperidina com a morfina nota-se que é menos obstipante, causa menos prurido, é mais hipotensora e menos emética. O maior óbice ao seu uso é a formação, por demetilação hepática, de um metabólito ativo, a normeperidina, cuja meia vida (entre 15 e 40 horas) ultrapassa muito a do composto inicial (entre 3 e 4 horas), e cujo acúmulo leva à excitação do SNC, com quadros que variam de disforia, delírio, agitação psicomotora mais intensa, e até convulsão. A IASP (International Association for the Study of Pain) e a OMS recomendam a restrição ao uso da meperidina para o tratamento das dores com expectativa de duração curta, e sua substituição, sempre que possível, por outros opioides com menor toxicidade; e, condenam veementemente seu uso no tratamento de dores crônicas. Comparando as duas drogas citadas, verifica-se que a morfina apresenta menor meia-vida de distribuição lenta e de eliminação, quando comparada com a meperidina; além de apresentar maiores efeitos de sedação e eméticos; tendo a meperidina mais efeito a nível de alteração de sensório. Em relação aos efeitos respiratórios, as duas medicação possuem o mesmo risco de depressão respiratória. Apresentam ainda efeitos iguais de bradicardia, liberação de histamina e diminuição da motilidade e peristalse; são diferentes quanto a hipotensão, apresentando a meperidina maiores efeitos. Conclusões: A meperidina apesar de ter seu uso muito difundido é controverso. Como há uma grande disponibilidade de opioides e uma atualização médica continuada percebe-se que paulatinamente este cenário de grande utilização da meperidina na prática médica está mudando, tornando restrito o uso dessa droga a algumas situações.

P046 - ABORDAGEM DA CRISE DOLOROSA VASO-OCLUSIVA EM PACIENTES PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME ATENDIDOS NA FUNDAÇÃO HEMOAM. YASMINE MAKAREM NADAF AKEL THOMAZ DE LIMA1; CINTHIA MATHEUS E XEREZ DE ALBUQUERQUE2. 1.UFAM, MANAUS, AM, BRASIL; 2.HEMOAM, MANAUS, AM, BRASIL.

Introdução - A anemia falciforme é a doença hereditária monogênica mais comum do Brasil e um dos distúrbios genéticos mais frequentes do mundo. As crises dolorosas vaso-oclusivas, ou uma crise falciforme, é complicação comum da doença falciforme. Episódios agudos de dor intensa são a principal razão que esses pacientes procuram atendimento médico nos serviços de emergência hospitalar. Frequentemente, porém, a dor é tratada de forma incompleta. Método - Foi feito um estudo descritivo retrospectivo, no qual realizou-se a revisão de 200 prontuários, referente aos pacientes portadores de anemia falciforme regularmente tratados pelo grupo de pesquisa em anemia falciforme da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas – HEMOAM. Foram analisados os dados referentes à descrição das prescrições de medicamentos utilizados no controle da dor e comparados com esquema terapêutico sugerido para o controle da dor aguda preconizado pela OMS. Resultados - Quando procedida a internação do paciente, para intensificação do tratamento analgésico, deve-se iniciar introduzindo-se anagésicos comuns por via intravenosa. Não se observando resposta, associase a essa terapia opioides por via oral. O que foi observado, no entanto, foi um baixo índice de prescrição de opioides, que quando prescrito, era prescrito de imediato, não era acompanhado de descrição da intensidade, tipo ou localização da dor na história do paciente, contrariando as diretrizes preconizadas. Conclusão- É essencial que se faça um controle adequado da dor do doente, visto que este controle está associado à menor mortalidade do paciente. Dessa forma, o uso de opioides se faz mandatório durante as crises álgicas, sendo de suma importância nas crises graves. De modo algum deve-se limitar essa prescrição por medo dos efeitos colaterais.

P047 - RELAÇÃO DOR-FUNÇÃO ARTICULAR NA OSTEOARTROSE. GLAUTER JOSÉ SILVEIRA ARAÚJO; LUCIANA BRUNET VASCONCELOS COSTA; NATHALIA CARNEIRO DIOGENES HOLANDA; MARIA ISABEL NEVES. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A osteoartrose é uma doença crônica multifatorial que leva à incapacidade funcional progressiva em consequência de possíveis fissuras, formação de cistos e osteófitos sugerem o seu início, isto é, doença articular degenerativa com inflamação, desgaste e redução articulares. O presente estudo tem como objetivo avaliar a relação dor-função articular na osteoartrose. Métodos - Pesquisa aplicada em usuários da clínica escola denominada Núcleo de Assistência Médica Integrada (NAMI) da Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Uma pesquisa observacional do tipo estudo transversal, que verificou a proporção de achados clínicos e funcionais, com uma amostra de 17 participantes, realizada nos meses de março e abril de 2009, com a aplicação do Questionário Algofuncional de Lequesne e Escala analógica Visual da Dor. Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza com o parecer n. 261/08. Resultados - Verificou-se que 1 paciente atingiu pontuação 4 (pouco acometimento), outro paciente

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atingiu pontuação 8 (grave), outro atingiu pontução 9 (grave), 3 pacientes atingiram escore 2 (grave), 5 atingiram escore 10 (grave), e 6 atingiram pontuação acima de 14. Quanto a escala visual analógica da dor, 5 pacientes referiram dor máxima em algum momento, durante o período matinal, descanso noturno, ou deambulação. Os 12 pacientes restantes atribuiram nota máxima de 5 a 7 que correspondem à dor moderada. Conclusão - De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, conclui-se, que a osteoartrose é uma doença incapacitante do ponto de vista funcional, nitidamente em atividades que necessitem maior amplitude de movimento.

P048 - DOR POR BURSITE SUBACROMIAL CALCIFICADA COM LESÃO DO MANGUITO ROTADOR. NATÁLIA CAMPOS PARENTE; ANA LINDAURA CALLOU AUGUSTO; EUDES ALVES SIMÕES NETO; MIGUEL MARX. FACULDADE DE MEDICINA DE JUAZEIRO DO NORTE, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL.

Introdução - A inflamação e calcificação da bolsa subacromial resultam em dor, hipersensibilidade e limitação do movimento da articulação do ombro. A sedimentação de cálcio no tendão do músculo supra-espinal é comum. Isto causa aumento da pressão local, que frequentemente causa dor excruciante durante a abdução do braço que pode irradiar-se até a mão. O manguito rotador é comumente lesado durante o uso repetitivo do membro superior acima da horizontal. O Músculo supra-espinal é responsável pelos primeiros 15º do movimento, logo, uma lesão deste levaria a deficiência no movimento de abdução do ombro. Alguns autores descrevem três fases desta síndrome dolorosa: Fase I: Abaixo dos 25 anos, ocorrendo dor aguda após esforço prolongado, havendo edema e hemorragia. Fase II: Entre 25 e 40 anos já começa fibrose e espaçamento da bolsa sub-acromial, além de tendinite. Paciente queixa de dor noturna após atividades. Fase III: Acima de 40 anos. Paciente apresenta dor contínua com perda da força de mobilização devido a ruptura completa de um ou vários tendões do maguito rotador. Relato de caso - Paciente, feminina, 49 anos, professora há 25 anos. Refere dor em ombro direito a 8 anos constante, penetrante, irradiando-se por todo braço até a mão. Chega a doer por 6 horas seguidas. O quadro teve início em 2002, a paciente foi encaminhada a fisioterapia e orientada a utilizar relaxantes musculares, até que em 2005, após dores intensas realizou ressonância magnética do ombro direito, tendo como conclusão bursite subacromial e ruptura intrasubstancial de supra-espinal, levando-a a cirurgia do manguito rotador e bursectomia. Porém, após três semanas foi detectada calcificação do ombro por ultrassonografia. Nova cirurgia para raspagem da calcificação. Até o presente ano a paciente apresenta-se com perda do movimento de abdução do braço direito, perda da força, síndrome do dedo em gatilho e a dor permanece com as mesmas características citadas anteriormente. Discussão - As articulações formadoras do ombro são as articulações glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular. O principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro é o manguito rotador, composto por supra-espinal, infra-espinal, redondo menor e subescapular. Além disso, encontramos a bolsa subacromial localizada acima do tendão do músculo supra-espinhal e abaixo do acrômio. De acordo com as fases da síndrome dolorosa, adotada por alguns autores, a paciente em questão encaixa-se na fase III. Neste caso, a atividade excessiva no quadro negro pode ter sido a causa de ruptura do supra-espinal e bursite subacromial calcificada.

P049 - NEUROPATHIC PAIN CHARACTERISTICS IN PATIENTS FROM CURITIBA (BRAZIL) WITH SPINAL CORD INJURY. JANAINA VALL; TEREZINHA J T SANTOS; SAMUEL B C COSTA; CARLOS M C COSTA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

This was a descriptive cross-sectional study on patients with spinal cord injuries living in Curitiba, Parana, Brazil. The aim was to evaluate the pain characteristics among such patients seen at referral care centers for spinal cord injury patients in Curitiba. A total of 109 adults with spinal cord injury in this city were evaluated regarding the presence of pain, especially neuropathic pain. Neuropathic pain was evaluated using the DN4 questionnaire, a universal instrument that has been translated and validated for Portuguese1. A visual analog scale (VAS) was used to evaluate the intensity of pain. The prevalence of pain among these 109 patients was 31.2% (34 patients). The nociceptive pain presented was classified as musculoskeletal pain (nine patients), visceral pain (four patients) and mixed pain (one patient), thus totaling 14 patients (12.8%)2. Another 20 patients (18.3%) showed symptoms of neuropathic pain and fulfilled the criteria for neuropathic pain with scores greater than 4 out 10 in the DN4 questionnaire. Regarding the characteristics of the patients with neuropathic pain, most of them were male, younger than 40 years of age and paraplegic with incomplete lesions. They had become injured from 1 to more than 5 years earlier. The predominant etiology was gunshot wounds, and the intensity of their pain was high, with VAS scores greater than 5. This study partially corroborates other studies conducted on this subject. Studies of this type are important for understanding the profile of these patients, for the purpose of designing strategies for their rehabilitation, with a focus on the appropriate treatment and management of pain.

P050 - NEUROPATIA SENSITIVA E AUTONOMICA HEREDITÁRIA TIPO II, RELATO DE CASO. ANDREA PEREIRA DE FREITAS; MARIA ISABEL SANTOS DE NOROES RAMOS; ANDRE LUIZ SANTOS PESSOA; LUCIANA BRANDAO PAIM MARQUES; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO. HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A hipoestesia ou analgesia congênita é uma desordem rara do sistema nervoso periférico, faz parte de um grupo de doença de baixa prevalência as neuropatias sensitivas e autonomicas hereditárias (HSAN). Esta patologia é dividida em 5 grupos, dependendo do envolvimento sensitivo e autonômico. A HSAN tipo II manisfesta-se ao nascimento e não há relatos de casos progressivos, sendo comum a ocorrência de paroniquia, infecções recorrentes nos dígitos, úlceras plantares, fraturas não reconhecidas do pé, mão e articulações de charcot. Relato do caso: Criança de 9 anos, sexo feminino, desde os primeiros dias de vida apresentava alterações sensoriais. Não chorou na primeira vacinação. Já teve várias lacerações de pele e subcutâneos sem referir dor. Desde os primeiros anos de vida sofria de febres, taquicardias, palidez e desmaios inexplicáveis, que a família relaciona a situações emocionais. Apresenta infecção do trato urinário de repetição, tem pouca sensibilidade vesical, retenção urinária usual e enurese noturna. Apesar da insensibilidade a dor superficial, tem dor óssea diária decorrente de várias fraturas e osteomielites de repetição, também relata dor próximo às pequenas e grandes articulações de membros superiores (MMSS), além de lombalgia (não fechando critérios clínicos e laboratoriais para artrite idiopatica juvenil ou outras doenças do tecido conectivo). Relata cefaleias tensionais ocasionais e cólicas. Estão preservados a sensibilidade de tato, propriocepção, temperatura, descriminação fina e grosseira. Nega distúrbios de paladar, olfato, audição ou visão. Força e equilíbrio também estão preservados. Segundo os familiares, tem hiposudorese quando comparado a irmã normal. Na ectoscopia, apresenta hipertrofia discreta de membros MMSS, assimetria de membros inferiores, língua fina, vermelha e lisa, salivação normal, PA= 90x60mmHg, FC-80, abdomem inocente. Realizou várias cirurgias

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sem relato de hipertemia ou alterações hemodinâmicas. Segundo a família, é uma criança inquieta, bastante impulsiva, teve vários episódios de automutilação. É acompanhada pela clínica de dor, psiquiatria, ortopedia, reumatologia e neurologia. Faz uso de Ritalina e Paroxetina para distúrbio de ansiedade e Naproxeno para dor óssea. Discussão: Apesar de muitas controvérsias em relação à caracterização clinica, mecanismo de ação e classificação, a paciente apresenta HSAN-II. O controle emocional e analgésico estabilizam as alterações relatadas. É necessário acompanhamento com equipe multiprofisional para pacientes com esta patologia.

P051 - AVALIAÇÃO DA TERAPÊUTICA ANALGÉSICA APLICADA EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA. ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ACOMPANHANTES. ANDREA PEREIRA DE FREITAS; JAMILLE ELITADE CASTRO CUNHA; ERICK ENRICO CRISPIM CAVALCANTE; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO; GLAUCO KLEMING FLORENCIO DA CUNHA. HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introduçâo: Não existe dúvida sobre a importância dos pais no desenvolvimento saudável de uma criança. A presença dos cuidadores se reveste de mais impacto quando se trata de uma criança com doença grave ou em processo de morte avançado sofrendo com dor. A dor nos filhos causa importante de estresse entre pais de crianças internadas revestindo-se de importância a avaliação da percepção dos pais em relação ao tratamento analgésico utilizado para aliviar a dor de seus filhos. Avaliar a percepção de acompanhantes, de crianças internadas numa unidade de oncologia do maior hospital pediátrico do Ceará, sobre a avaliação e terapêutica farmacológica da dor utilizada pelas crianças. Método: Estudo de cunho epidemiológico descritivo com enfoque quantitativo de delineamento transversal, que envolve pesquisa e ação realizado no Hospital Infantil Albert Sabin através da entrevista com os acompanhantes das crianças internadas na unidade de dor oncológica e revisão dos respectivos prontuários totalizando 27 acompanhantes entrevistados. Os dados foram coletados durante os meses de abril e maio de 2010, por meio de um instrumento padronizado contendo perguntas objetivas. O projeto foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Infantil Albert Sabin e os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos e somente foram incluídos após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O questionário tratou percepção dos acompanhantes sobre a avaliação da dor e terapêutica analgésica da dor, aspectos gerais da fisiopatologia da dor, terapêutica farmacológica e utilizada pelas crianças. A análise dos prontuários traçou o perfil dos pacientes, assim como o esquema analgésico mais frequentemente aplicado. Os dados coletados foram organizados em planilhas do programa Excell - Windows 2007 e apresentados em gráficos e tabelas.Resultado: Apesar de a maioria dos acompanhantes relatarem ter sido perguntado sobre a dor da criança e 86% das crianças terem recebido medicação analgésica, apenas 37% afirmam que a criança permaneceu sem dor durante o internamento. Conclusão: Apesar do interesse dos profissionais de saúde pela dor que seus pacientes, durante a internação, o que se observou foi que muitas crianças continuam a sentir dor durante o internamento, o que se leva a pensar que a terapêutica utilizada nesses pacientes não está sendo adequada.

P052 - A DOR EM UMA CRISE VASO-OCLUSIVA DE ANEMIA FALCIFORME. GALBA R.S. PINTO1; CAIO C.Q.M. VIEIRA2; CLÓVIS J. DA SILVA BORGES3. 1.HSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 2,3.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL.

A crise vaso-oclusiva ou crise falciforme é uma complicação comum da doença falciforme em adolescentes e adultos, sendo causa importante de atendimento de urgência nestes pacientes. Manifestam-se como sintomas álgicos: crise óssea, crise abdominal, crise torácica, entre outros. O episódio agudo de dor é causado por isquemia tecidual secundária à oclusão do leito microvascular pelos drepanócitos. A obstrução do fluxo sanguíneo resulta em hipoxemia tecidual e acidose, criando um padrão recorrente para intensificação da falcização, progressão da lesão tecidual e acentuação da dor. Relato do caso: LRMS, sexo masculino, pardo, 4 anos, natural e procedente de Lagoa Seca-PB. Mãe de 32 anos alegou 2 partos anteriores com nenhum aborto, gerando 2 crianças saudáveis. O paciente recorreu ao serviço de urgência do Hospital Universitário Alcides Carneiro- HUAC, apresentando como queixa principal dor intensa e constante de localização epigástrica e nos demais membros, acompanhada de febre e astenia, há 1 dia. Mãe relata episódios semelhantes anteriores de fraqueza e dor que eram medicados apenas com AINE em domicílio, várias vezes ao dia. Verificou-se no paciente, ausência de um pododáctilo no membro inferior e isquemia óssea nos demais pododáctilos, presença de lesões úlcero-escoriativas nos membros, abdome distendido, inchaço nas pernas e pele xerótica. Ademais, o paciente apresentava histórico de asma e epilepsia, fazendo uso de broncodilatador e anticonvulsivante. Solicitouse radiografia torácica (PA e de perfil), abdominal e hemograma. O paciente foi internado, fazendo uso de dipirona, seguindo, em alguns dias a morfina acompanhada de hidratação. O raio-X de tórax e abdominal não revelaram distúrbios significativos, embora o hemograma indica-se um estado de anemia do tipo normocítica e normocrômica, típica de hemólise falcêmica. O hematologista, então, desconfiou de possível crise álgica decorrente de uma anemia falciforme. A mãe afirmou casos de anemia na família, confirmada posteriormente com a eletroforese. Discussão: O caso desse paciente mostra-se um padrão atípico do que estamos acostumados a ver diariamente. Os episódios vaso-oclusivos e as crises dolorosas agudas representam a manifestação clínica mais frequente em tal patogenia. Nota-se ainda, acometimento cutâneo e subcutâneo com ulcerações nos membros inferiores e presença de isquemia óssea nos pododáctilos. Os antecedentes familiares de anemia, hemograma, eletroforese e o histórico dessas crises álgicas frequentes permitiram diagnosticar anemia falciforme.

P053 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE PACIENTES COM LOMBALGIA ATENDIDOS EM SERVIÇO DE DOR CRÔNICA. STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA; CHRYSTIANO A C BRANCO; THAYANNE K M SILVA; VALESKA B CUNHA. LIGA ACADÊMICA DE DOR, AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA, HOSPITAL UNICERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A lombalgia é uma das principais síndromes dolorosas em ambulatórios de dor, ortopedia e clínica geral. Devido ao diagnóstico impreciso e tratamentos mal indicados, transforma-se em uma das maiores causas de afastamento, absenteísmo e aposentadoria precoce na população em geral. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil epidemiológico e clínico dos pacientes com lombalgia atendidos pela Liga Acadêmica de Dor no Ambulatório de Dor Crônica do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD). Método: Analisa retrospectivamente 166 fichas pré-determinadas e padronizadas de pacientes que apresentam lombalgia como queixa principal que foram acompanhados no Ambulatório de Dor Crônica do HUPD. Destacam-se os parâmetros: idade, sexo, atividade, quadros álgicos associados, características da dor e condutas adotadas. Utiliza o programa Epinfo para organização e análise estatística. Resultados: Identifica 93 (56%) pacientes do sexo masculino e 73 (44%) do sexo feminino. Sendo que 66 (40%) tinham entre 30 e 45 anos, 58 (35%) tinham entre 46 e 59 anos e somente 21(12,5%) acima dos 60 anos. Nota 38 (22,5%) e 30 (18%) pacientes com diagnóstico de lombociatalgia e lombalgia isolada, respectivamen-

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te. Mostra 98 (59%) em atividade remunerada, 33 (20%) em licença saúde, 15 (9%) sem atividade, com 10 (6%) pacientes em atividade sem remuneração e 10(6%) aposentados. Em relação às características da dor, observa-se que 63 (38%) referiram pontada, 58 (35%) queimação, 57 (34%) fisgada, 55 (33%) latejamento e 47 (28%) referiram peso como característica álgica. Cento e dezenove (71%) pacientes com irradiação da dor. Expõe 90 (54%) pacientes que diziam ter dificuldade de movimento, 71 (42%) destes queixavam de alteração de sono. Revela que em 60 (36%) pacientes a conduta foi antidepressivos tricíclicos (ATC), 61 (36%) usaram AINEs, 39 (23%) utilizaram opioides fracos e destaca-se que associação de AINE e ATC correspondeu a 25 (15%) das condutas farmacológicas. Destaca 57 pacientes encaminhados à reabilitação física, 46 (80%) para fisioterapia e 11 (20%) para a hidroterapia. Dos 57 encaminhados, somente 34 fizeram algum tipo de terapia física. Sessenta por cento dos pacientes referiram melhora do quadro álgico, 22% referiram quadro estável e somente 18% referiram piora após primeira consulta. Conclusão: A adequada caracterização da dor nos pacientes auxilia no melhor atendimento do serviço à lombalgia.

P054 - ESTUDO DESCRITIVO DOS PACIENTES COM QUEIXA DE LOMBALGIA NO HOSPITAL REGIONAL DO GUARÁ - DF. ANA PAOLA GOMES GADELHA1; FERNANDA ALBERNAZ VALENTE2; VITOR ZENHA3; LUAN DIEGO MARQUES TEIXEIRA4. 1.SES, BRASÍLIA, DF, BRASIL; 2,3,4.ESCS, BRASÍLIA, DF, BRASIL.

Introdução- A incidência de lombalgia crônica é extremamente alta. Ela acomete cerca de 70 a 80% dos indivíduos adultos em algum período de suas vidas, sem apresentar causa específica. O presente estudo tem por objetivo traçar um perfil epidemiológico dos pacientes portadores de lombalgia, atendidos no Hospital Regional do Guará-DF (HRGu). Método - Estudo descritivo e analítico, baseado em dados secundários colhidos nos prontuários de 23 pacientes com lombalgia, atendidos no ambulatório de fisiatria do HRGu-DF. Foram analisados prontuários no período de junho de 2010 e avaliado os seguintes indicadores: sexo, faixa etária, atividade laboral, atividade física, história de trauma, escala analógica visual de dor, avaliação de mobilidade da coluna e de pontos gatilho; por estudantes da 2ª série do curso de medicina da Escola Superior de Ciências de Saúde, sob orientação e supervisão da fisiatra do Hospital Regional do Guará. Resultados preliminares - Observou-se taxa de pacientes do gênero feminino foi 74% e do masculino 26%, sendo que 30,4 % estavam na faixa etária de 41 a 50 anos. 79% eram sedentários e 78,2% exerciam atividades laborais que exigiam sobrecarga postural. 13,04% dos pacientes apresentavam história de trauma. Da amostra total, 61% classificaram a dor como 10 na Escala Visual Analógica de Dor, 26,8% referiram nota 8; 13,04%, nota 9; 4,34% referiram 6 e 4,34% referiram 7. Com relação aos pontos-gatilhos 61% apresentavam em quadrado lombar e 0,13% grande glúteo. Quanto à avaliação da mobilidade da coluna, verificou-se que 65 % tinham limitação da flexão lombar e 52% extensão lombar, frente a 35% da limitação inclinação lombar. Conclusão-A lombalgia foi mais frequente em mulheres na faixa etária de 41 a 50 anos a maioria eram sedentários e trabalhavam em atividades que exigiam sobrecarga postural. A maioria dos pacientes apresentavam pontos gatilhos em quadrado lombar e grande glúteo.

P055 - LOMBOCIATALGIA AGUDA: ACHADOS CLÍNICOS E EXAMES IMAGINOLÓGICOS UTILIZADOS PARA O SEU DIAGNÓSTICO. NEYVA MARIANNA BEZERRA DE SALES; HUGO AMORIM DE OLIVEIRA; JAYSON XEREZ DE PAIVA; NATHÁLIA ANAISSI ROCHA PESSOA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: Lombociatalgia é uma afecção de origem lombar com certo grau de disfunção neurogênica referida no membro inferior, uni ou bilateralmente, com duração de até três meses. Sua sintomatologia inclui dor, déficit motor, sintomas sensoriais e disestesia na extensão do nervo. Trauma, infecção, neoplasia e hérnia de disco são algumas de suas causas. A fisiopatologia se dá por disfunção de estruturas musculoesqueléticas e ligamentares, gerando a dor, que pode se originar em discos e articulações intervertebrais, ligamentos e músculos. A dor pode se apresentar em queimação, em pontada, lancinante ou em formigamento, com irradiação para a porção posterior da perna até abaixo do joelho. A tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética são de considerável importância para a triagem e para o diagnóstico de pacientes com dor lombar. Métodos: Revisão bibliográfica de artigos, em português, publicados entre os anos 2001 a 2010, na base de dados do LILACS e do Scielo, e trabalho de conclusão de curso do ano de 2004. Resultados: Abstraíram-se vários dados a respeito dos achados clínicos e laboratoriais em pacientes com lombociatalgia devido as mais diferentes doenças de base. Conclusão: Por ser uma doença incapacitante cujos sintomas se confundem com outros tipos de lombalgia, é necessário um conhecimento aprofundado dos achados clínicos nos pacientes acometidos como forma de melhor se fazer o seu manejo diagnóstico e terapêutico.

P056 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DOR LOMBAR EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE CLÍNICA MÉDICA EM SÃO LUÍS-MA NO PERÍODO DE MARÇO A AGOSTO DE 2010. LYS FERREIRA DE CASTRO FARIAS; ISADORA NOVAIS SILVA; FRANCISCO LEONARDO LIMA DOS SANTOS; PRISCILA PINHO ROSA MARINHO. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - As dores lombares, em especial, atingem níveis epidêmicos na população mundial. Estimativas mostram que cerca de 70 a 85% de toda a população mundial irá sentir dor lombar em alguma época de sua vida. Inquéritos nacionais evidenciam que a maioria dos entrevistados (53,4%) encontrava-se na faixa etária de 40 a 59 anos. Este estudo tem por objetivo determinar o perfil epidemiológico de lombalgia em pacientes atendidos no ambulatório escola de clínica médica de uma faculdade de medicina de São Luís-MA. Metodologia - Estudo retrospectivo com base em análise de prontuários em um ambulatório escola de medicina, avaliando a procura de atendimento na clínica médica por lombalgia no período de março a agosto de 2010. A amostra é constituída por 54 casos. Foram avaliados as seguintes variáveis: idade, sexo, ocupação, escolaridade, estado civil, fatores agravantes e de melhora da lombalgia, presença ou não de episódios anteriores de dor lombar. Resultados - Dos 54 pacientes atendidos com queixa de lombalgia, cerca de 40,7% encontrava-se na faixa etária compreendida entre 31 e 45 anos, seguida por pacientes compreendidos entre 15 e 30 anos (26%). A faixa etária menos acometida foi a de pacientes com mais de 60 anos. A maioria dos pacientes eram do sexo feminino (68,5%). Quanto à escolaridade, 40,7 % dos pacientes cursavam ou possuem o ensino médio completo. Somente 5,55% dos pacientes atendidos possuem ensino superior completo. Quanto ao estado civil 48,18% dos pacientes com queixa de dor lombar são casados. A ocupação predominante dos pacientes com lombalgia é de trabalhos domésticos, correspondendo a 14,8%, seguida por estudantes com 11,1% e lavradores com 9,2%. Os fatores de melhora mencionados são: uso de analgésicos não esteroides e repouso além de melhora espontânea. Os fatores de piora do quadro álgico são: atividades laborais, esforço físico. A presença de episódios anteriores de dor lombar foi relatada por 35,18% dos pacientes. Conclusão - A importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado da dor lombar se faz devido à grande morbidade e incapacidade da dor lombar, sendo apenas sobrepujada pela cefaleia, dentre os distúrbios álgicos que afetam o homem.

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P057 - DOR LOMBAR NA NEFROLITÍASE: UMA REVISÃO DE LITERATURA. ISIS C S ARRUDA; THAISA V L FONTES; LUZIANY C ARAÚJO; JAIME E B ARAUJO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução - A nefrolitíase é uma condição de etiologia multifatorial, com uma complexidade fisiopatológica intrigante. Constitui uma das afecções mais comuns do trato urinário, registrando-se inclusive aumento da incidência nos últimos anos. Nessa revisão foram discutidos os aspectos semiológicos da nefrolitíase com ênfase no diagnóstico diferencial da dor lombar. Método - Foram utilizados artigos dos bancos de dados MEDLINE e LILACS-BIREME, selecionados através dos seguintes termos de pesquisa (palavras-chave e descritores): 1)cólica; 2)nefrolitíase; 3) cálculo; 4) disúria. A pesquisa bibliográfica selecionou 41 artigos, publicados nos últimos dez anos, escritos na língua inglesa, portuguesa e espanhola. Resultados - Dor lombar é um sintoma que está associado a uma gama variada de distúrbios clínicos. Distúrbios mecânicos da coluna lombossacra são responsáveis por 95% de todos os episódios de dor lombar em pacientes adultos, caracterizando-se por exacerbação ou alívio correlacionados diretamente com algumas atividades físicas em particular. Os 5% restantes dos pacientes acima referidos apresentam essa dor como manifestação de alguma doença sistêmica, como câncer, doença inflamatória ou infecção. A nefrolitíase pode ser totalmente assintomática, com diagnóstico acidental através de exames de imagens. Comumente inicia-se com dor localizada em região lombar, flanco ou fossa ilíaca, súbita, forte, geralmente unilateral, em cólica, não aliviada pelo repouso ou posição, irradiando-se para trajeto ureteral, região de bexiga e genitália. Pode haver disúria e hematúria macroscópica associadas, sendo também frequentes náuseas e vômitos. Conclusões - A avaliação inicial do paciente com dor lombar deve incluir uma história clínica completa, revisão dos vários sistemas e um exame físico em busca de sinais de alerta de alguma doença sistêmica oculta. A dor na nefrolitíase é comumente bem característica e aparece associada a fatores de risco como dieta rica em sais e pouca ingestão de líquidos, sendo a caracterização etiológica da síndrome dolorosa um processo eminentemente clínico, onde os exames complementares devem ser solicitados apenas para confirmação da hipótese diagnóstica.

P058 - CARACTERIZAÇÃO DO TRATAMENTO PARA DOR NA FIBROMIALGIA EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO EM REUMATOLOGIA. BEATRIZ ESPINOSA FRANCO; DIOGO HADDAD SANTOS; JULIANA RUIZ MOREIRA GOMES; RAQUEL DE OLIVEIRA. LADOR-CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: Fibromialgia é uma síndrome dolorosa de etiologia desconhecida e alta prevalência na população. O objetivo deste trabalho foi identificar a presença de fibromialgia, o perfil dos pacientes e o manejo em ambulatório especializado em reumatologia. Método: Estudo retrospectivo, realizado através da revisão dos prontuários de pacientes com diagnóstico de fibromialgia atendidos no período de janeiro/2007 a maio/2010 pertencentes ao ambulatório de reumatologia do Ambulatório “Alexandre Frederico Pincerno Fávaro” vinculado ao Hospital Santa Casa de Ribeirão Preto-SP. Foram avaliadas as variáveis: tratamento inicial, o atual, e indicação de atividade física. Resultados: Foram revisados 302 prontuários e 113 pacientes (37,4%) preencheram os critérios de inclusão. Dos 113 participantes, o sexo feminino foi predominante (94,7%) e com idade média de 54 + 10,26 anos. A raça branca foi a mais referida (78,7%) e 54% são casados. Quanto à presença de pontos dolorosos, o número mais encontrado foi igual ou inferior a 11 pontos em 23 pacientes (20,3%) e em apenas 10,6% apresentavam 18 pontos dolorosos. Os principais sintomas relatados foram distúrbios do sono (n=59, 52%), fadiga/astenia (n=37, 32,7%), distúrbios do humor (n=50, 44%) e cefaleia (n=39, 34,5%). Como tratamento inicial prescrito foi antidepressivos tricíclicos (ADT) (n=48), inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) (n=59), analgésicos não opioides (n=14), relaxantes muscular (n=24), indutores do sono (n=3) e opioide fraco (n=1). Em 31% dos pacientes, o tratamento inicial foi realizado com associações de drogas, sendo a mais comum a ISRS com relaxante muscular (37,14%) e a ADT com ISRS (34,28%). As principais drogas prescritas foram cloridrato de amitriptilina (91,6%), cloridrato de fluoxetina (74,5%), paracetamol (71,4%). Observamos que 54% das prescrições sofreram mudanças em relação ao tratamento inicial com a prescrição ADT em 51 (45,1%) pacientes, ISRS para 73 (64,6%), analgésicos para 22 (19,4%), relaxantes muscular para 32 (28,3%) e indutores do sono para 2 (1,7%). As associações de drogas aumentaram para 50% (n=57). Para 84 (74,33%) pacientes foi recomendado realização de atividade física e 50% a realizam. A atividade mais realizada é a caminhada em 35,7%, seguida em 21,42% de hidroginástica. Em 33,33% a fisioterapia foi realizada. Conclusões: Este estudo concorda com os recentes trabalhos que discute a abolição dos pontos dolorosos como critério de diagnóstico. A amitriptilina é a droga mais utilizada e a atividade física foi recomendada sempre que possível.

P059 - ASSOCIAÇÃO ENTRE FIBROMIALGIA E SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL:RELATO DE CASO. JOÃO PAULO MORAES RIBEIRO; SUIANNY KARLA DE OLIVEIRA MACEDO; JOSENILDA DO SOCORRO VIEIRA GOMES DE OLIVEIRA; LEVI HIGINO JALES. UNIVERSIDADE POTIGUAR-LIGA ACADÊMICA DE DOR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) é uma condição dolorosa muscular regional caracterizada pela ocorrência de bandas musculares tensas palpáveis, nas quais se identificam pontos intensamente dolorosos, os Pontos Gatilhos(PGs), que, quando estimulados por palpação digital, ocasionam dor local ou referida à distância. Os PGs podem ser palpados e geralmente estão associados à presença de banda tensa ou nódulo muscular. A Fibromialgia (FM) é caracterizada pela ocorrência de dor difusa, acima e abaixo da cintura, à direita e à esquerda do corpo, durando mais de três meses e a identificação de dor à palpação em, diversos pontos sensíveis no corpo humano. Relato de caso: M.L.M.S, 32 anos, sexo feminino, natural e procedente de Natal, advogada e solteira. Paciente refere dores difusas há 14 anos desencadeada por trauma, graduada de acordo com a Escala Visual Numérica (EVN) como pior dor (10), com maior intensidade na mandíbula, ombro e membro superior esquerdo e coluna cervical, correspondentes à palpação dolorosa na região do músculo masseter, supra-espinhoso, escaleno esquerdo e trapézio. Desde então, relata edema e parestesia em membro superior esquerdo com limitação da amplitude de movimento na maior parte do tempo. A qualidade do seu sono é sofrível. Os exames complementares revelaram normalidade, contribuindo para o diagnóstico de FM associada a SDM que possuem um diagnóstico primordialmente clínico. Foi instituído um tratamento medicamentoso com Ciclobenzaprina 30 mg diariamente para promover o relaxamento muscular, Amitriptilina de 25 mg diariamente, utilizado no intuito de normalizar o padrão do sono, foi oferecida a Pregabalina 75 mg/dia. Além disso, paciente fez acupuntura médica associada a pilates. Discussão: A SDM pode comprometer qualquer segmento do corpo, é fonte primária da dor podendo estar associada a outras condições clínicas, como a FM. A etiologia mais prevalente engloba os traumatismos, sobrecargas agudas ou microtraumatismos repetitivos de estruturas musculoesqueléticas, cuja fisiopatogenia está relacionada à excitação dos nociceptores das fibras musculares, resultando em aumento na concentração tecidual de substâncias algiogênicas. Assim como a SDM, a FM afeta princi-

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palmente mulheres e, por sua vez está associada a distúrbio do sono, fadiga, rigidez matinal, ansiedade e alterações de humor e comportamento, todos esses aspectos presentes na paciente em estudo. Pacientes portadores de Fibromialgia podem cursar também com Síndrome Dolorosa Miofascial e o tratamento realizado multiprofissional e também interdisciplinar, trouxe benefícios à paciente, mostrando como resultado a redução da dor (EVN=4 atualmente) diminuindo a fadiga, restabelecendo o padrão do sono com equilíbrio do humor.

P060 - DEFICIÊNCIA DE VITAMINA DE FADIGA EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA. KAREN MÓS RODRIGUES1; JÚLIO C. D. ANDRADE2; KARINE A. S. LEÃO FERREIRA3. 1,2.LIGA DE DOR DO FACULDADE DE MEDICINA DA USP E ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A fadiga é sintoma frequentemente relatado por pacientes com fibromialgia (FM), sendo relatada por 81 a 96%, além da dor difusa de longa duração. Esta ocorrência concomitante da fadiga e da FM deve-se a similaridade de alguns sintomas das duas síndromes como dor muscular, sono não restaurador, incapacidades funcionais (perda de memória e concentração). Além disso, as pesquisas clínicas sugerem influência da deficiência da vitamina D sobre esta relação. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo avaliar o nível da vitamina D e fadiga dos pacientes com FM e a sua correlação. Método: Estudo transversal com amostra de 40 pacientes com FM atendidas no Centro Multiprofissional de Dor, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram: Escala de Fadiga de Piper-revisada (EFP), o Algiômetro de Fisher para avaliar pontos dolorosos (dolorimetria). Quanto maior o escore do EFP maior a fadiga (escala numérica de 0 a 10). Foi realizada dosagem sérica de níveis de 25OHD. Os dados foram analisados no SPSS versão 13.0 e avaliada a correlação pelo coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Estes são resultados preliminares. A idade média foi de 53,5 anos (DP=7,59), a maioria eram casadas (52,4%), tinha pele branca (54,8%), estudou até ensino fundamental (35,7%), economicamente não ativa (57,1%) e não fazia o uso de suplemento de vitamina D, de cálcio e de polivitamínico. Os pacientes apresentaram resposta a dor com pressões médias 2,62 kg(DP=0,61). Todas referiram apresentar fadiga e quando avaliadas pela EFP apresentaram escores compatível com fadiga moderada (mediana= 6,50, P25=4,52 e P75=7,90). A dosagem sérica média de 25OHD foi 22,13ng/ mL (DP=6,69). 59,5%(n=25) dos pacientes apresentaram níveis de 25OHD menores que o limite inferior de normalidade (30 ng/mL). Observou-se correlação estatisticamente significante entre fadiga e qualidade de vida (r=0,54, p=0,000). Não se observou correlação estatisticamente significante entre níveis séricos de vitamina D, fadiga (r=-0,15, p=0,46) e número de pontos dolorosos. Conclusões: A amostra apresentou fadiga e baixo nível de vitamina D. Entretanto, não se observou correlação significativa entre fadiga e níveis séricos de vitamina D, o que pode ser justificado pelo pequeno tamanho da amostra. O estudo sugere possibilidade da relação entre fadiga e baixos níveis séricos de vitamina D. A continuação do estudo com uma amostra maior faz-se necessário para confirmar os achados do presente estudo.

P061 - CARACTERIZAÇÃO DA DOR OROFACIAL EM MULHERES PORTADORAS DE FIBROMIALGIA. MAISA SOARES GUI1; MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN2; FAUSTO BÉRZIN3; CÉLIA MARISA RIZATTI-BARBOSA4. 1,3,4.UNIVERSIADEESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.CEO - CENTRO DE ELETROMIOGRAFIA ODONTOLÓGICA, PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução: A condição dolorosa ocasionada pela Disfunção Temporomandibular (DTM) associada à fibromialgia pode aumentar o impacto dessa patologia sobre a qualidade de vida dos pacientes. Embora a dor seja um fenômeno subjetivo difícil de quantificar e qualificar, a autoavaliação é o indicador mais confiável da presença da dor e a melhor maneira de se mensurar a experiência dolorosa. Alguns métodos são muito utilizados, como a Escala Visual Analógica (EVA) e o Questionário de Dor McGill, que avalia as dimensões sensoriais, afetivas e avaliativas da dor. O estudo objetivou descrever a experiência dolorosa de mulheres portadoras de fibromialgia e DTM. Métodos: Amostra: 20 mulheres, na faixa etária de 45 a 61 anos, portadoras de fibromialgia. Instrumentos utilizados: EVA, Questionário McGill e RDC/TMD (Eixo I). Resultados: 100% da amostra apresentaram DTM do tipo I (dor miofascial), sendo 17 para o grupo IA (dor miofascial) e 3 do grupo IB (dor miofascial com limitação de abertura). Os valores de EVA foram 3,36±2,58. O PRI total foi de 28,15 ± 2,01. Na categoria Sensitiva apresentou 10,56 ± 12,52, na Afetiva 8,21 ± 3,72, na Avaliativa 11,75 ± 5,31 na categoria Mista 8,75 ± 7,43. O número de descritores escolhidos foi de 15,05 ± 3,27. Os descritores mais frequentes no domínio Sensitivo foram “agulhada” e “queimação” (7,33%) e “latejante”, “pontada” e “fina” (6,33%). No domínio Afetivo foram “enjoada” (20,25%) e cansativa (17,33%). No domínio avaliativo: “que incomoda” e “desgastante” foi referida por 30% da amostra. Na categoria mista predominou os descritores: “aborrecedora” (23,21%) e Irradia (16,07%). Não houve consenso entre os sujeitos quanto aos descritores. A dor na região dos músculos temporais anteriores foi referida por 100% da amostra. Conclusão: A região dolorosa predominante entre portadoras de fibromialgia e DTM é a dos músculos temporais anteriores e as dimensões avaliativas e afetivas são as mais referidas para qualificar a dor.

P062 - ENDORFINAS E A SAÚDE DA MULHER: REVISÃO SISTEMÁTICA. RAFAEL T E NOGUEIRA; MARCELA T O LEITE; LUÍS H A SOUSA; ELMAR TORRES NETO. UFMA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução:Endorfinas é um termo genérico referente a três famílias de peptídios opioides endógenos: encefalinas, dinorfinas e b-endorfinas. O papel fisiológico dos peptídios opioides endógenos é obscuro. Podem funcionar como neurotransmissores, moduladores da neurotransmissão ou neurormônios. Este estudo tem por objetivo avaliar as principais influências das endorfinas na fisiologia feminina. Métodos: O estudo trata-se de uma Revisão Bibliográfica, cujas informações foram colhidas na base de dados Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline. Utilizaram-se os descritores: endorfinas, opioides e ginecologia, obtendo-se um resultado de 12 artigos científicos, dos quais 3 foram utilizados no presente trabalho, referentes aos anos de 2004 a 2009. Resultados: Durante o ciclo menstrual normal, o estradiol e a progesterona modulam a liberação hipotalâmica das endorfinas. As variações no tônus opioidérgico controlam a atividade do pulso gerador de GnRH, e causariam alterações que vão desde menarca tardia à amenorreia. Outras disfunções reprodutivas podem estar relacionadas com as endorfinas. Propôs-se que a Síndrome Pré-Menstrual poderia resultar das alterações na atividade opioide endógena induzida pelos esteroides gonadais, com queda nos níveis de b-endorfinas na fase lútea, causando os sintomas típicos desta síndrome. Propôs-se também que muitos dos sinais e sintomas da menopausa possam resultar da deprivação dos opioides endógenos após a queda na produção de hormônios esteroides pela falência ovariana. De fato, os sintomas de deprivação opiácea como ondas de calor e frio, taquicardia, por exemplo, são muito semelhantes às queixas do período do climatério. Conclusão: Apesar de exercer variadas funções do SNC, as endorfinas possuem papel fisiológico na mulher ainda obscuro. Será que o aumento da atividade opioidérgica poderia representar um mecanismo terapêutico alternativo da sintomatologia vasomotora do climatério? Novos estudos são necessários, para responder essa pergunta e inúmeras outras que cercam a fisiologia da mulher.

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P063 - AVALIAÇÃO DA DISPAREUNIA EM MULHERES ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA, SÃO LUÍS, MARANHÃO. AÍZA LEAL DE ALMEIDA1; JACQUELINE MARIA MARANHÃO PINTO LIMA2; ELISMAR PAULO AZEVEDO SILVA3; ALDILESANDRA LINDOSO FERREIRA4. 1.UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 2.FACULDADE SÃO LUÍS, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 3.HOSPITAL ALIANÇA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 4.UNICEUMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - O transtorno de qualquer uma das fases da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo e resolução) pode ocasionar o surgimento de disfunções sexuais. Na mulher a disfunção sexual também pode se manifestar por vaginismo e dispareunia, resultando em angústias pessoais e dificultando tanto as relações interpessoais quanto a qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo avaliar a dor em mulheres com queixa de dispareunia. Metodologia - Participaram do estudo 20 mulheres atendidas no ambulatório de fisioterapia do Centro de Saúde Genésio Rêgo para tratamento com Cinesioterapia do sintoma de dispareunia. Para avaliar as características da dor foi utilizado o Questionário de dor McGill, versão brasileira proposta por Costa (1999). As pacientes foram avaliadas individualmente em duas entrevistas, antes e após a cinesioterapia. Para efeito deste estudo foram utilizados os resultados da avaliação antes do procedimento. Resultados - A avaliação da dor demonstrou que as mulheres investigadas selecionaram descritores (palavras que qualificam a dor) das 4 categorias do questionário (sensorial, afetiva, avaliativa e mista). Apresentaram maiores frequências na categoria afetiva os escores “de suar frio” (80%). Na sensorial “que dilacera a carne”. “Insuportável” (50%) na avaliativa e, “que rasga a pele” (75%)” e gelada (75%), na mista. As frequências mais elevadas foram encontradas na categoria afetiva. Conclusões - Observa-se a importância da avaliação da dor por instrumentos multidimensionais, pois as mulheres com queixa de dispareunia que foram avaliadas conseguiram exprimir de forma qualitativa a experiência dolorosa vivenciada durante o ato sexual e deram ênfase em descritores que denotam sofrimento psíquico. A dor é uma experiência subjetiva e a comunicação dessa experiência pelos doentes aos profissionais de saúde que os atendem é fundamental para a compreensão do quadro álgico, implementação de medidas analgésicas e avaliação da eficácia terapêutica.

P064 - A INFLUÊNCIA DA DOR NO TREINAMENTO DE ALTO RENDIMENTO NA NATAÇÃO FEMININA. JORDANA AMORIM COSTA1; GUSTAVO ANTONIO MELISCKI2; LUCIANA ZARANZA MONTEIRO3; CARLOS ALBERTO GIGLIO4. 1.FACULDADE INTEGRADA DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução - A natação como esporte competitivo implica em elevadas demandas para o atleta quanto ao tempo e carga de treinamento. A queixa de dor é frequente na natação, e isso, diminui rendimento esportivo ou determinam o afastamento do atleta, parece ser alta. Assim, o objetivo do estudo foi verificar a influência da dor no treinamento de alto rendimento na natação feminina. Métodos - Foram avaliadas 20 nadadoras da equipe de natação de Elite da Universidade de Ribeirão Preto-SP, com média de idade de 20,35±3,7 anos. Para a coleta dos dados, foi utilizada uma ficha de avaliação abordando a identificação dos nadadores, questionamento da presença ou não de dor atual, durante e após o treino e dados relativos ao treinamento de alto rendimento. Na análise estatística foi utilizado o software SAS® 9 e o Teste exato de Fisher. Resultados - Sobre a presença de dor, 50% sentiam algum tipo de dor atual, 78% sentiam dor durante o treino, 95% sentiam dor após o treino. As mulheres que nadavam 6x/semana por 2hs/dia sentiam mais dor (53%). As mulheres sentiam mais dor no estilo borboleta. O tempo de prática foi de 10,74±4,03 anos e a metragem semanal foi de 34.905 metros. Conclusão - Acreditamos que quando trabalhamos em equipes interdisciplinares, onde há um interesse comum em diminuir o nível de dor no esporte, os resultados podem ser alcançados com um melhor desempenho atlético. Além disso, a conscientização por parte dos atletas quanto aos materiais e técnicas já existentes na prevenção de lesões é essencial para a própria proteção do esportista, facilitando, assim, o trabalho dos profissionais que atuam no esporte.

P065 - AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA DE MULHERES NAS DIFERENTES IDADES GESTACIONAIS. PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA; DANIELLE OLIVEIRA FARIAS; MONIQUE MENDONÇA AMARAL; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução - As alterações hormonais são a base para mudanças músculo-esqueléticas e biomecânicas durante a gestação. A posição anteriorizada, associada ao aumento no peso, são fatores que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade para frente, impondo sobrecarga de peso sobre a coluna lombar, promovendo dores. O objetivo da pesquisa foi avaliar as alterações posturais utilizando os ângulos lombar e pélvico e as medidas antropométricas durante o período gestacional, relacionando-os com o quadro álgico das gestantes. Métodos - a casuística foi composta por 20 gestantes, as quais tiveram oportunidade de se familiarizar com o estudo, recebendo informações sobre os objetivos da pesquisa, como também da rotina do experimento. As gestantes foram submetidas a três avaliações pré-determinadas, sendo a 1ª avaliação realizada ao completar 3 meses gestacionais, 2ª avaliação com 6 meses e 3ª avaliação aos 8 meses. Em todas as visitas, foram avaliados quadro álgico, medidas antropométricas e ângulo pélvico e lombar. Os ângulos articulares foram mensurados através da avaliação da cinemática angular (biofotogrametria) e a intensidade de dor lombar foi medida através da Escala Visual Analógica da Dor (EVA). Resultados - foi encontrado aumento do quadro álgico com o decorrer da gestação, além de alterações significativas no ângulo pélvico entre a 1ª e 3ª avaliação (p<0,05). Em relação ao ângulo lombar, não houve alterações significativas. Conclusão - conclui-se, neste estudo, que a dor lombar esta diretamente relacionada com a progressão do período gestacional e com o aumento do ângulo pélvico.

P066 - INFLUÊNCIA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS NA PERCEPÇÃO DOLOROSA EM PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME DA DOR ANTERIOR DO JOELHO. PAULO MARCIO PEREIRA OLIVEIRA; VALTER JOVINIANO SANTANA FILHO; WALDERI MONTEIRO DA SILVA JUNIOR; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução - A síndrome da Dor Anterior do Joelho (SDAJ) afeta entre 7% e 40% dos adolescentes e adultos jovens do sexo feminino. Estudos sobre a sensibilidade dolorosa em mulheres têm sugerido a influência dos hormônios sexuais femininos na modificação da percepção da dor, apontando para uma provável relação entre variações das respostas dolorosas e as fases do ciclo menstrual. O objetivo deste estudo foi avaliar os níveis dos hormônios sexuais em diferentes fases do ciclo menstrual de mulheres portadoras da SDAJ em relação a controles saudáveis. Métodos - Participaram do estudo 30 mulheres, divididas em dois grupos, sintomático (n=15) e assintomático (n=15), com menstruação regular. Coleta sanguínea foi realizada no décimo quarto dia do ciclo para identificar a data da ovulação. Três visitas ao laboratório foram programadas para investigar os níveis de progesterona (P) e estrogênio (E), durante as três fases do ciclo menstrual: fase folicular (19 -23 dia), meio da fase lútea (12 -16 dia), e fase menstrual (1–3 dia). Em cada visita, o sangue foi retirado e testes provocativos (descida do degrau, agachamento anteromedial, equilíbrio e alcance) da dor foram realizados. Antes

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e imediatamente após a realização desses testes, as mulheres responderam a Escala Visual Analógica (EVA) e o Questionário de Dor De McGill (MPQ), sendo este aplicado apenas uma única vez. Resultados - os grupos não diferiram na flutuação dos hormônios luteinizante, do hormônio folículo estimulante, progesterona, estradiol e testosterona durante o ciclo menstrual. Em relação à dor, não foram observadas diferenças significativas entre as fases do ciclo menstrual em ambos os grupos segundo avaliação através da EVA e do MPQ. Comparando os grupos sintomáticos e assintomáticos, observaram-se diferenças significativas em relação a dor (p<0,001) durante o ciclo menstrual. Conclusão - o resultado sugere que a grande quantidade de mulheres com SDAJ não pode ser atribuída a fatores hormonais. Além disso, a função dos hormônios sexuais na sensibilidade dolorosa em mulheres saudáveis e com SDAJ parece ser limitada.

P067 - ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE PROCESSOS ÁLGICOS DA COLUNA, DEPRESSÃO E Cefaleia EM MULHERES ACIMA DE 30 ANOS DA COMUNIDADE DO DENDÊ, EDSON QUEIROZ, FORTALEZA, CE, BRASIL. PÂMELA SFAIR HONORATO NASCIMENTO1; DAIANA CILEA HONORATO NASCIMENTO2. 1.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A comunidade do Dendê situada na periferia do município de Fortaleza com 20 mil habitantes constitui- se como a comunidade que subsidia práticas de Ações em Saúde Comunitária da Universidade de Fortaleza. Os problemas de dores na coluna e cefaleia são sintomas muito comuns na prática clínica que acarretam considerável impacto de sobrecarga no atendimento médico e na atenção primária em saúde, principalmente em mulheres. É importante, portanto, conhecer a frequência das morbidades em saúde para desenvolver uma melhor saúde preventiva. Os objetivos do estudo foram: identificar, nas mulheres acima de 30 anos da comunidade do Dendê, a prevalência de cefaleia, dores na coluna e depressão, além de observar a relação entre essas morbidades. Método: Estudo transversal e descritivo do tipo inquérito domiciliar, em fevereiro e março de 2009. Amostra: 187. Instrumento de coleta de dados: questionário validado pelo Instituto de Câncer. Entrada e análise dos dados: Epi- Info versão 3.5.1., utilizando técnica de amostragem por conveniência. Resultados: A prevalência de mulheres com dores na coluna foi de 48%, de cefaleia 55,3% e de depressão diagnosticada 19,8%. Nas mulheres que referem depressão diagnosticada, 62,2% referem dor na coluna. Das não depressivas, 45,3% têm dores na coluna. Das mulheres que têm depressão diagnosticada, 67,3% têm dor de cabeça e das que não são depressivas, 47,3% não têm dores de cabeça. Dentre as que referem cefaleia, 56,7% têm dor na coluna. As que não têm cefaleia, 61,4% não têm dor na coluna. Conclusão: Parece haver uma importante prevalência de depressão, dores na coluna e cefaleia entre as mulheres estudadas. Houve maior associação entre depressão e cefaleia que entre cefaleia e dor na coluna. Conhecer essa relação é importante para o profissional de saúde, para que haja a aplicação de uma ação em saúde viável e eficaz na instrução e na promoção da saúde na comunidade estudada.

P068 - SEXUALIDADE - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MULHERES COM DOR E SEM DOR. TELMA REGINA MARIOTTO ZEKKA1; ADRIANNA LODUCA2; LIN TCHIA YENG3; BÁRBARA MULLER4. 1,2,3.CENTRO INTERDISCIPLINAR DE DOR DO HC-FMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.CENTRO INTERDISCIPLINAR DE DOR DO HC-FMUSPRUA ANTONIO VALENTE DA SILVA, 141, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Doentes com dor crônica, geralmente apresentam incapacidade e sofrimento que comprometem sua sexualidade e qualidade de vida. Disfunção sexual, embora, prevalente na população feminina, poucos estudos estão disponíveis sobre a funcionalidade sexual em mulheres com dor crônica. O objetivo deste estudo é apresentar uma avaliação preliminar do padrão sexual de um grupo de mulheres com dor crônica. Métodos: Foram avaliadas mulheres com dor crônica de diferentes etiologias e locais, e a influência da dor na sua vida sexual e comparou-se com um grupo controle de mulheres sem dor. Instrumentos utilizados: Questionário de informações sociodemográficas, Escala Analógica Visual (VAS) e Female Sexual Function Index (FSFI), aplicados em ambiente privado, com as doentes vestidas, para eliminar a ansiedade e constrangimento, que frequentemente ocorre quando se discute este assunto. O FSFI é um instrumento de autorelato, breve e multidimensional, desenvolvido para avaliar as dimensões-chave da função sexual na mulher. É composto por 19 questões que informam sobre 6 domínios da resposta sexual: desejo, estimulação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor. Pontuações individuais são obtidas pela soma dos itens que compreendem cada domínio (escore simples), que são multiplicadas pelo fator desse domínio e fornecem o escore ponderado. A pontuação final (escore total: mínimo de 2 e máximo de 36) é obtida pela soma dos escores ponderados de cada domínio. Estima-se que 75% dos doentes com de dor crônica apresentam alguma forma de disfunção sexual e que a expressão sexual muitas vezes é inibida pelo medo de agravar a intensidade da dor. Resultados: Sessenta e quatro mulheres foram avaliadas, das quais trinta e cinco apresentavam dor musculoesquelética crônica ou neuropática e 29 não apresentavam quadros dolorosos. Os graus de: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação sexual e dispareunia apresentaram diferenças estatisticamente significante entre os dois grupos. A pontuação média foi menor no grupo de doentes com dor, nos domínios: excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação sexual e no escore geral. A diminuição da sastifação/função sexual no grupo dor relacionou-se com a redução da média dos escores nos domínios: excitação e lubrificação e, no grupo controle com a redução da média nos domínios: desejo e satisfação. Conclusões: Dor e disfunção sexual comprometem a qualidade de vida do doente e contribuem para a manutenção do humor depressivo. As medicações utilizadas no controle da dor também podem ser coadjuvantes para agravar ou facilitar o desencadeamento destas disfunções.

P069 - ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE DOR E DEPRESSÃO EM IDOSOS. GABRIELA MACEDO DA SILVA; ALANA FROTA SANTOS; LUSSANDRA PESSOA ROCHA; PATRÍCIA PEREIRA DE ALENCAR ARARIPE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Depressão é um problema de saúde frequente em idosos, embora a identificação desses pacientes seja muitas vezes difícil na prática clínica. Dessa forma, a avaliação sistemática dos indivíduos nessa faixa etária pode contribuir para melhorar a detecção dos casos de depressão. O estudo objetivou analisar a existência de relações entre dor e depressão, já que as emoções mais comumente associadas à dor crônica são depressão e ansiedade. Método: Um questionário com a versão reduzida da Escala de Depressão em Geriatria foi aplicado em pessoas acima de 65 anos no Centro Social Urbano de Fortaleza. Além disso, os idosos entrevistados foram questionados se sentiam algum tipo de dor crônica e, em caso afirmativo, em qual região é localizada tal dor. Resultados: Foram entrevistados 53 idosos, dos quais 9,43% são do sexo masculino e 90,57% são do sexo feminino. A maioria encontra-se na faixa etária de 65 a 80 anos e são solteiros, separados ou viúvos. Destes, 79,25% referem sentir algum tipo de dor, entre as quais estão a cefaleia (23,81%), dor nas articulações (61,90%) e dor nos membros inferiores (35,71%). Conforme pontuação da Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage em versão reduzida (GDS-15), 47,62% dos idosos que afirmam sentir dor apresentam sinais de depressão. Conclusão: O estudo mostra que

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a depressão atinge uma quantidade significativa de idosos, podendo estar relacionada a algum tipo de dor crônica, sendo esta uma causa ou uma consequência da depressão. Os profissionais que atuam junto a doentes com dor crônica em geral devem estar alertas para a identificação da presença de depressão. Dor e depressão frequentemente coexistem e uma agrava a outra. Doentes com dor e deprimidos apresentam prejuízos para a vida diária de magnitude superior àqueles que, embora com dor, não apresentam depressão. A identificação precoce e o tratamento desta dor, juntamente com implementação de projetos de lazer de fácil acesso a idosos, reduziria significativamente a depressão nas pessoas acima de 65 anos, melhorando consideravelmente a qualidade de vida dos idosos.

P070 - DOR CRÔNICA COMO ERRO DE AVALIAÇÃO INTEROCEPTIVA EM PACIENTES PARKINSONIANOS. GESIVALDO SANTOS; JULIANA REIS PORTO; SÁLUA ARAUJO SOUZA; CINTIA LUCCINI MATTHEU. UESB, JEQUIÉ, BA, BRASIL.

A dor crônica é descrita como experiência sensorial e emocional desagradável, que surge de lesão tissular real ou potencial. Os processos de dor, assim como de memória, são fenômenos neurobiológicos influenciados pela plasticidade sináptica. Desde a publicação do artigo seminal proposto por Shultz, sobre a neurocomputação dopaminérgica realizada pela área tegmental ventral (ATV), alguns pesquisadores vem se questionando sobre a existência de um sistema de antirecompensa agindo de forma análoga porém, sinalizando eventos aversivos. Recentemente foi demonstrada a implicação dos núcleos laterais das habénulas (NLH) no mecanismo de sinalização neural de recompensas negativas. De acordo com os autores os NLH induziriam depressão nos neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo na presença de estímulos não recompensadores. Evidências para isso advêm do fato de que, neurônios situados na periferia do globo pálido interno (GPi) parecem ser responsáveis pela organização de comportamentos relacionados à antirecompensa. Com foco nesta premissa idealizamos um ensaio para avaliar indiretamente, diferenças perceptivas do fenômeno algico frente ao comprometimento da via pálido-habenular em humanos, advogando que a dor crônica poderia estar sendo mantida na memória como um erro de avaliação perceptiva devido à perda de integridade em alguma parte desta via, como o GPi. Mediante a utilização do questionário McGill de dor, resumido, avaliamos a incidência, a prevalência e a percepção geral da dor entre 18 indivíduos parkinsonianos com média de idade de 67,59 ± 2,7 (epm) anos e um grupo controle, composto de 22 indivíduos com média de idade de 61,17 ± 3,07 (epm) anos. Adotando um alfa de 5%, o escore geral sensorial revelou-se diferente de zero (p=0,0036), ao passo que o escore afetivo revelou uma tendência, mas não foi diferente de zero (p= 0,061), indicando que a percepção sensorial da dor, no paciente parkinsoniano, difere consistentemente a do grupo controle. Estes dados reforçam a nossa tese de que, doenças degenerativas, como o Parkinson, capazes de afetar atividades cognitivas nos permitiria inferir, mesmo que indiretamente, sobre vínculos dos componentes afetivo-sensorial da dor crônica com os sistemas de recompensa e antirecompensa. Este fato contribui para sedimentar o entendimento de como aspectos cognitivos são capazes de interferir na interocepção ou mesmo, como seu conteúdo afetivo encontra-se associado à experiências que moldam estratégias comportamentais.

P071 - PREVALÊNCIA DA DOR CRÔNICA EM UM GRUPO DE IDOSOS ACOMPANHADOS PELO PROSAF NA SERRINHA, PERIFERIA DE FORTALEZA. JOSÉ VICTOR GOMES COSTA; RODRIGO DE SÁ PIMENTEL; MADELEINE SALES DE ALENCAR; LARISSA ELIAS PINHO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor no idoso é um problema de saúde muito prevalente no Brasil. Além disso, há poucos estudos epidemiológicos sobre dor crônica e inespecífica na população. O panorama epidemiológico da dor no idoso é pobre, muitas vezes devido a dificuldades na comunicação da dor pelos idosos aos profissionais. Além disso, a resposta à dor pode ser de menor intensidade devido ao tato e acuidade reduzidos e alterações nas vias neurais. Método: Foi aplicado um questionário pré-estruturado a uma amostra de 19 idosos de um grupo de 35 idosos acompanhados pelo PROSAF (Projeto Serrinha de Acompanhamento Familiar). Foi utilizado uma escala analógica visual para auxílio na determinação da intensidade da dor. Resultados: Do total de 19 idosos, 94,7% mulheres e 5,3% homens. A idade média foi de 69,2 anos, sendo o máximo 87 anos e o mínimo 57 anos. Dor crônica foi observada em 13 idosos (68,4%). Quanto à frequência da dor, 30,8% desses idosos sentiam dor diariamente; 15,4% sentiam dor 3 vezes por semana; 23,1% uma vez na semana e 23% mensalmente. Quanto à localização da dor, foram citados: dorso (23%), pernas (30,1%), braços (46,2%) e abdome (30,8%). O principal fator desencadeador da dor relatado foi o esforço físico (53,8%), seguido pelo stress (7,7%) e alimentação (7,7%). 30,8% relataram não existir fator desencadeante ou não souberam identificá-lo. 38,5% desses idosos que referiram dor crônica disseram que a dor prejudica suas atividades diárias e 30,8% falaram que a dor atrapalha o sono. Auxílio médico foi procurado por 76,9% dos idosos e 61,5% referiram fazer uso de AINES para atenuar a dor. Também foram citados como métodos alternativos para alívio da dor: chás (7,7%), massagem (7,7%) e fisioterapia (7,7%). 69,2 % classificaram a dor como leve, 23,1% como moderada e 7,7% como intensa. Conclusão: A dor crônica apresentou-se com grande prevalência. A porcentagem significante de 23,1% de idosos com dor crônica que ainda não havia procurado auxílio médico pode dificultar o diagnóstico precoce de muitas enfermidades. O alto índice de uso de AINES como medida para atenuar a dor pode representar um grupo de risco aos efeitos adversos dos AINES.

P072 - EFEITOS ADVERSOS APÓS O USO DE MORFINA INTRATECAL EM CESARIANAS. BETÂNIA NOVELO1; NATÁLIA F M MARQUES2; CAMILA R M DA ROCHA3; FLORENTINO F MENDES4. 1,2,3.UFCSPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE - LIGA DA DOR, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 4.LIGA DA DOR UFCSPA, RS, BRASIL.

Introdução: O uso de morfina para o alívio da dor durante raquianestesia não está isento de efeitos adversos, sendo náuseas, vômitos, prurido, retenção urinária e depressão respiratória os efeitos mais comuns relatados na literatura. O objetivo deste estudo é verificar a frequência de tais efeitos em pacientes submetidas a raquianestesia para cesariana. Material e métodos: Aprovação pelo CEP. Revisão de prontuários e entrevista, entre 05/07 a 10/2007, de 473 pacientes consecutivas submetidas à cesariana sob raquianestesia. As entrevistas ocorreram entre 18 a 28 horas de pós-operatório. Foi avaliada a presença de náuseas, vômitos, retenção urinária, prurido, depressão respiratória e dor. O prurido foi quantificado como referido espontaneamente ou perguntado. A dor foi categorizada por meio de escala análogo-visual como: dor leve (0-3); dor moderada (4-6) e dor intensa (7-10). Os demais como presentes ou ausentes. Os dados são apresentados como frequência absoluta e relativa. Para verificar se existe efeito da doses de morfina na dor categorizada utilizou-se o teste Qui-quadrado com p < 0,05. As descrições das variáveis foram feitas através de média e desvio padrão para as variáveis contínuas com distribuição normal; mediana e percentis para variáveis contínuas sem distribuição normal; frequências e porcentagens para as variáveis categóricas. Não

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houve interferência da pesquisa e dos pesquisadores na escolha da dose de morfina pelo anestesiologista. Resultados: Não houve efeito das diferentes doses de morfina na dor categorizada. Não houve casos de depressão respiratória. Conclusão: Nesse trabalho os efeitos adversos relacionados ao uso intratecal de morfina são semelhantes aos descritos pela literatura. A incidência de prurido modifica dependendo da forma como é investigada e as diferentes doses de morfina utilizada apresentaram os mesmos efeitos analgésicos e colaterais.

P073 - ALTERNATIVAS NÃO-FARMACOLÓGICAS PARA O ALÍVIO DA DOR NO PARTO. JAIME E B ARAUJO; LUZIANY C ARAÚJO; ISIS C S ARRUDA; MISSIELLE D CORDEIRO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: Atualmente, a assistência ao parto é objeto de grande medicalização, com o emprego de métodos analgésicos farmacológicos nem sempre seguros. Discutido nesta revisão, o uso de alternativas não-farmacológicas de alívio da dor no parto é muito importante, já que estas são mais seguras e reduzem, de forma não-invasiva, a percepção dolorosa. Método: Utilizando os bancos de dados MEDLINE e LILACS-BIREME, foram selecionados artigos publicados nos últimos cinco anos, abordando o uso de métodos não-farmacológicos de alívio da dor no parto. Os seguintes termos de pesquisa (palavras-chaves e descritores) foram utilizados em várias combinações: 1) dor; 2) parto; 3) métodos não-farmacológicos; 4) analgesia. A pesquisa bibliográfica selecionou 37 artigos, incluindo artigos originais, artigos de revisão e teses, escritos nas línguas inglesa e portuguesa. Resultados: Os métodos não-farmacológicos envolvem principalmente o banho de chuveiro ou de imersão, massagens na região lombar, respiração padronizada e musicoterapia. Esses métodos, aplicados combinada ou isoladamente, proporcionam, além do alívio da dor do parto, uma redução do uso de métodos farmacológicos. Descobriu-se que o banho de chuveiro na fase ativa não ameniza a dor, mas permite sensações de bem-estar e conforto. Já o banho de imersão mostrou-se como uma alternativa interessante porque causa alívio da sensação dolorosa sem interferir na evolução do trabalho de parto. Comprovou-se que a massagem lombar com o uso de gelo é segura, tendo boa indicação, e que o emprego de técnicas respiratórias controladas e voluntárias torna a parturição mais rápida e menos dolorosa. Observouse também que a musicoterapia e a acupuntura aliviam a dor na fase ativa e na fase de dilatação, respectivamente. Conclusões: O estudo de alternativas não-farmacológicas para o alívio da dor no parto é uma área bastante promissora. Os métodos estudados se apresentaram como boas alternativas aos recursos farmacológicos, podendo substituí-los em alguns casos ou mesmo potencializar o seu efeito. O uso de novos métodos aumenta o apoio à parturiente, com o acompanhamento do estado materno-fetal e a diminuição dos fatores de risco e sofrimento.

P074 - DISFUNÇÃO TÊMPOROMANDIBULAR DOLOROSA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE SJÖGREN. CLAUDINE ARAUJO SAMPAIO1; FERNANDA ARAUJO SAMPAIO2; LIS CARVALHO GUERRA3. 1,3.ACADEMIA CEARENSE DE ODONTOLOGIA, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune das glândulas exócrinas, que envolve particularmente as glândulas salivares e lacrimais algumas vezes associada com poliartrites. Esta doença acomete principalmente o sexo feminino, com uma prevalência de 9 mulheres para um homem e idade de estabelecimento dos sintomas em torno dos 40 a 45 anos, é rara em criança. Como sinais e sintomas característicos, são relatados queimação oral, dor, mucosite, aumento da incidência de doenças periodontais, cárie, especialmente na região cervical dos dentes, candidíase, insônia, fadiga muscular, causando ainda dessa forma estresse e preocupação para o paciente que sofre dessa síndrome. Relato de caso: Paciente do sexo feminino 38 anos, compareceu ao consultório particular queixando-se de dor pré-auricular à direita com limitação de abertura bucal, dificuldade mastigatória e referia ter boca seca. A mesma já havia sido diagnosticada previamente como portadora da Síndrome de Sjogren . Ao exame clínico foi detectado a presença de candidíase oral generalizada e sinais e sintomas característicos de DTM aguda. Observou-se um nível de estresse muito grande da paciente devido a presença de todos esses sintomas. Discussão: Acredita-se que o estresse relatado como consequência das características da Síndrome de Sjögren possam ter levado ao desenvolvimento do quadro de DTM aguda.

P075 - PERFIL ELETROMIOGRÁFICO DE MULHERES COM ESTRESSE CRÔNICO E DOR MIOFASCIAL POR DTM. MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN1; FAUSTO BÉRZIN2; MARCELO CORREA ALVES3; EDUARDO GROSSMANN4. 1.CEO - CENTRO DE ELETROMIOGRAFIA ODONTOLÓGICA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS), PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.

Introdução: A alta prevalência de fatores emocionais em mulheres com DTM tem sido associada a alterações musculares, dor e pontos-gatilho e a condições emocionais como depressão, ansiedade e stress. O stress prolongado provoca um estado de tensão na musculatura mastigatória e na região craniocervical, comum nas DTM, passível de mensuração pela EMG. O trabalho objetivou estudar o perfil eletromiográfico de músculos da mastigação e região craniocervical em mulheres com estresse crônico e dor devido à DTM. Método: 14 mulheres, faixa etária de 22 a 47 anos, com dor miofascial crônica por DTM, foram submetidas à EMG de superfície dos músculos temporal, masseter, suprahioideo, suboccipital, esternocleidomastoideo e trapézio, com a mandíbula em posição postural. A calibração do equipamento foi de 1segundo/divisão, por 10 segundos e sensibilidade em 30 microvolts por divisão, filtro passa alta de 10Hz e passa baixa de 500 Hz. Utilizou-se eletrodos descartáveis (Ag/AgCl) e o protocolo recomendado pelo SENIAM. Após entrevista clínica, realizou-se avaliação psicológica através do Inventário de Avaliação de Estresse para Adultos de Lipp (ISSL) e Questionário de Saúde Geral de Goldberg (SGQ). Os dados foram analisados pelo teste Quiquadrado com nível de significância de 5%. Resultados: A avaliação psicológica revelou diagnóstico positivo para estresse, em fase de resistência, em todas as voluntárias. A análise EMG revelou altos potenciais elétricos em todos os músculos avaliados, mesmo com a mandíbula em posição postural de repouso, sem diferenças significativas nas porcentagens de ativação dos músculos estudados. Conclusões: O estudo confirma a presença de altos potenciais elétricos dos músculos mastigatórios e região craniocervical, em posição postural de repouso, em mulheres portadoras de stress crônico e dor miofascial por DTM, sem diferenças significativas nas porcentagens de ativação dos músculos estudados.

P076 - PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DTM NA POPULAÇÃO GERAL DE ALFENAS - MG. FAUSTO BÉRZIN1; JOÃO CARVALHO F°2; MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN3; FABIO TEIXEIRA CARDOSO CARVALHO4. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS (UNIFAL-MG), ALFENAS, MG, BRASIL; 3.CEO - CENTRO DE ELETROMIOGRAFIA ODONTOLÓGICA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução- As algias bucofaciais são definidas como o conjunto de condições dolorosas provenientes do crânio, boca, face e região cervical próprias, porém, não exclusivas da área odontológica. Entre os vários tipos de dor bucofacial, destacam-se as Disfunções Temporomandibulares

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(DTM) cuja sintomatologia é bastante variada, sua etiologia é multifatorial, com forte presença de fatores emocionais, o que dificulta a prática diagnóstica e terapêutica. O estudo objetivou identificar as diferentes manifestações de DTM na população geral da cidade de Alfenas. Método A amostra aleatória de 205 voluntários, sem restrição de gênero, faixa etária, nível sócioeconômico e escolaridade foi avaliada em diferentes locais públicos de Alfenas por meio de Formulário de Pesquisa sobre Dor Bucofacial. Utilizou-se os Testes Qui-quadrado e Cochran-Mantel e Haenszel e nível de significância de 5%. Resultados - A presença de dor bucofacial foi referida por 60,48% dos voluntários, sendo crônica em 83,87% deles. A proporção de mulheres com dor (75,73%) foi significativamente maior que a dos homens (46,94%). Parte da amostra que caracteriza a população jovem, 48 voluntários na faixa etária de 17 a 24 anos, apresentou alta prevalência de sinais e sintomas sugestivos de DTM crônica (83,33%). Prevaleceram a cefaleia tensional (55,56%); ruído articular (ATM) (38,53%); dor cervical (32,25%); apertamento e/ou cansaço mandibular (23,41%); travamento e/ou deslocamento mandibular (15,60%); limitação de abertura da boca (12,68%); dificuldade para mastigar/falar (10,24%); dor no ombro (5,85%) e dor na região da ATM (3,50%). Conclusões - Alta prevalência de sinais e sintomas sugestivos de DTM crônica, principalmente entre mulheres e na população jovem. O estudo confirma a grande variabilidade na sintomatologia da DTM.

P077 - ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ALGIAS BUCOFACIAIS E CORRELAÇÃO COM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA POPULAÇÃO GERAL DE ALFENAS - MG. FAUSTO BÉRZIN1; JOÃO CARVALHO F°2; MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN3; MARCELO CORREA ALVES4. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DEALFENAS (UNIFAL-MG), ALFENAS, MG, BRASIL; 3.CEO - CENTRO DE ELETROMIOGRAFIA ODONTOLÓGICA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução - A prevalência de algias bucofaciais aumenta a cada dia, atinge populações cada vez mais jovens e acarreta sérios prejuízos à qualidade de vida. O objetivo do estudo foi traçar o perfil demográfico da população que padece de algias bucofaciais, sua prevalência e relação com saúde e qualidade de vida. Método - A amostra aleatória, composta por 205 voluntários, sem restrição de gênero, faixa etária, nível sócioeconômico e escolaridade foi avaliada em diferentes locais de passagem de Alfenas por meio de Formulário de Pesquisa sobre Dor Bucofacial e do Questionário WHOQOL - BREF. Foi utilizado o teste T de Student e Qui-quadrado com nível de significância de 5%. Resultados - 60,48% da amostra geral referiram dor bucofacial, sendo 83,87% crônica. A proporção de mulheres com dor (75,73%) foi significativamente maior que os homens (46,94%). Predominou dor moderada a forte (80,64%). As algias mais intensas são as mais antigas, sugerindo agravamento do quadro doloroso: 55 voluntários (80,88%) referiu dor forte a insuportável há pelo menos 5 anos e 19 voluntários (42,22%) referiu dor moderada no m/m período. Algias mais prevalentes: cefaleia tensional (55,56%) e dor cervical (32,25%). Apesar da positiva autopercepção da qualidade de vida e condições de saúde, o grupo que referiu dor mostrou índices significativamente inferiores nos dois aspectos. O alto índice de pessoas com dor, satisfeitos com suas condições de saúde (70,23%) sugere adaptação à experiência dolorosa e falta de consciência da dor como problema de saúde. Conclusões - Os resultados revelam alta prevalência da dor bucofacial crônica de intensidade moderada a forte, principalmente entre mulheres e confirmam o impacto negativo exercido pela experiência dolorosa sobre o nível de qualidade de vida da população estudada que, por sua vez, não mostra clareza na percepção da dor como um problema de saúde.

P078 - DOR MÚSCULO-ESQUELÉTICA CRÔNICA DA FACE E ZUMBIDO: ESTUDO DE CASO – CONTROLE. GIOVANA FERNANDES; ANA LÚCIA FRANCO; DANIELA APARECIDA DE GODÓI GONÇALVES; CINARA MARIA CAMPARIS. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARARAQUARA-UNESP, ARARAQUARA, SP, BRASIL.

Introdução - O zumbido é um sintoma de origem multifatorial com contribuição de fatores periféricos e centrais. É alta a frequência de zumbido em pacientes com Disfunção Temporomandibular (DTM) crônica. Trabalhos anteriores mostraram que impulsos contínuos de estruturas profundas podem sensibilizar o sistema nervoso central, podendo, então, ser o zumbido consequência de interações sensoriais motoras, observadas em pacientes com dor crônica. Baseado nesses achados, o presente estudo de caso-controle teve como objetivo avaliar a prevalência de zumbido em pacientes com DTM crônica, relacionando-a com a sensibilidade à palpação dos músculos da mastigação, articulações temporomandibulares e músculos cervicais e com o grau de dor crônica. Para isso, 218 pacientes (198 mulheres e 20 homens), com idade entre 18 e 76 anos (média de 36,5 anos) foram avaliados com o Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) para obtenção do diagnóstico e classificação da DTM e do relato de zumbido subjetivo. Para análise dos resultados a amostra foi dividida em dois grupos: 1) Pacientes com DTM crônica e com zumbido (Grupo caso; n= 156); 2) Pacientes com DTM crônica e sem zumbido (Grupo controle; n=62). Resultados - a prevalência de zumbido encontrada na amostra foi de 71,6%. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para o gênero (p=0,871) e idade (p=0,169) entre os dois grupos. Além disso, também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a prevalência de zumbido e o número de sítios dolorosos a palpação nos músculos mastigatórios e cervicais (p=0,380 e p=0,053, respectivamente). Entretanto, para o RDC/TMD Eixo II, o grupo caso apresentou maior grau de dor crônica (p=0,03) e maiores níveis de somatização (p=0,001) quando comparado ao grupo controle, sendo esta diferença não significativa para os níveis de depressão (p=0,330). Conclusões: A prevalência zumbido foi maior nos pacientes com maiores níveis de somatização e maior grau de dor crônica.

P079 - CORRELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ANSIEDADE E PERCEPÇÃO DA DOR EM MULHERES COM DTM. CLÁUDIA DUARTE KROLL1; MARIA DA GRAÇA RODRIGUES BÉRZIN2; FAUSTO BÉRZIN3; MARCELO CORREA ALVES4. 1,3,4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FOP/UNICAMP), PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.CEO - CENTRO DE ELETROMIOGRAFIA ODONTOLÓGICO, PIRACICABA, SP, BRASIL.

Introdução - Fatores psicológicos têm sido relacionados à Disfunção Temporomandibular (DTM) e à sua manifestação dolorosa. Os objetivos do trabalho foram: (1) comprovar a diferença na sintomatologia dolorosa entre sujeitos com DTM e assintomáticos e; (2) estudar a correlação entre dor nos músculos mastigatórios e nível de ansiedade destes indivíduos. Método - Foram avaliadas 46 voluntárias na faixa etária de 18 e 42 anos, divididas em dois grupos conforme o Eixo I do Research Diagnostic Criteria (RDC/TMD). O Inventário de Ansiedade Traço - Estado (IDATE) foi aplicado para avaliar os parâmetros Ansiedade-Estado (A_ESTADO) e AnsiedadeTraço (A_TRAÇO). A dor foi quantificada por meio de algômetro digital que permitiu mensurar o Limiar de Dor à Pressão (LDP) e Dor à Palpação (DP) dos músculos Temporal (parte anterior) e Masseter (parte superficial) bilateralmente. O teste t de Student para duas amostras independentes foi utilizado para comparar as médias de dor dos grupos. O coeficiente de Correlação Parcial de Pearson foi empregado na análise da associação entre dor e ansiedade. Resultados - Foram encontradas menores médias de Limiar de Dor à Pressão (LDP) e maiores médias de Dor à Palpação (DP) nas voluntárias com DTM, ambos indicadores de maiores níveis de dor, sendo diferentes estatisticamente para os músculos masseter esquerdo (p=0,0500), temporal esquerdo (p=0,0016) e direito (p=0,0220) na variável

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LDP e; para os músculos temporal esquerdo (p=0,0044), masseter esquerdo (p=0,0056) e direito (p=0,0063) na variável DP. O estudo de correlação linear apontou indícios da existência de associação direta entre Ansiedade-Estado (A_ESTADO) e Dor à Palpação (DP) do músculo temporal esquerdo (p=0,0351) e entre Ansiedade-Traço (A_TRAÇO) e Dor à Palpação (DP) do músculo temporal direito (p=0,0493). Conclusões - O estudo permite concluir que há diferença na percepção da dor nos músculos mastigatórios de mulheres com DTM e assintomáticas e que o aumento da intensidade da dor no músculo temporal está associado a maiores níveis de ansiedade.

P080 - PREGABALINA E ACUPUNTURA NO CONTROLE DA NEURALGIA DO TRIGÊMEO. LEVI HIGINO JALES; JOSÉ MARIA COSTA RASSY FILHO; ANTONIO GOMES LACERDA JUNIOR; RAFAEL PONTES BARROS. UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução -Neuralgia do trigêmeo é uma desordem rara de ataques recorrentes de dor lancinante que apresenta etiologia distinta, sendo as sequelas traumáticas e compressão intracraniana do n. trigêmeo por vasos periféricos as mais frequentes. O tratamento clássico é realizado através do uso de anticonvulsivantes e em situações especiais, neurocirurgia. A acupuntura se apresenta como alternativa para pacientes impossibilitados de serem submetidos a procedimentos invasivos ou na redução da morbidade relacionada ao uso dos medicamentos. Os autores relatam o caso de uma paciente de 89 anos, diagnosticada ser portadora de neuralgia do trigêmeo e que há um ano fez associação de pregabalina com a acupuntura. Relato do caso - Paciente mulher, 89 anos, que há cinco anos apresentou algia em incisivo lateral inferior direito, após trauma gengival, que evoluiu para a hemiface direita no segmento mandibular do n. trigêmeo. Procurou serviço odontológico o qual solicitou extração do dente doloroso, mesmo na ausência de lesão oral. Após cirurgia, o sintoma progrediu para terço anterior da língua. Deu entrada no serviço médico especializado em dor relatando crises paroxísticas de dor tipo queimação, alegando o nível 10 na VAS e referiu a manipulação da área dolorosa e o frio como desencadeantes principais. Sendo diagnosticada a neuralgia do trigêmeo a terapia inicial foi a carbamazepina, 200mg/dia, reduzindo a dor em 80%, porém efeitos adversos prejudicaram a qualidade de vida da paciente levando a substituição do medicamento pela gabapentina, 400mg/dia, apresentando 50% de melhora. Há um ano foi solicitada a interrupção da gabapentina e iniciada terapia com pregabalina 150mg/ dia e acupuntura, duas vezes na semana, apresentando melhora de 80% dos sintomas. Discussão - O caso clínico é bem sugestivo de neuralgia essencial do trigêmeo, por apresentar paciente do sexo feminino, 89 anos, que manifestou crises de dor paroxísticas de forte intensidade e curta duração na região do trigêmeo direito. A presença de ponto gatilho como desencadeante é outra informação característica. Uso da pregabalina tem indicação na dor neuropática, provocada por diversas situações, como por exemplo, no caso descrito. A droga modula os canais de cálcio reduzindo a hiperestesia e a alodínia encontrada na região comprometida. A acupuntura libera endorfinas fortalecendo o sistema de modulação antiálgico, diminui a intensidade da dor e melhora a qualidade de vida.

P081 - DOR NEUROPÁTICA OROFACIAL CONTÍNUA APÓS EXODONTIA. REINALDO FERREIRA SANTOS1; PAULO AFFONSO PIMENTEL2; VICTOR M. M. ABREL3. 1. BRASIL; 2 BRASIL; 3.HOSPITAL SERVIDORES DO ESTADO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

É frequente o uso do termo dor orofacial idiopática ou atípica para descrever a dor persistente em dentes e no osso alveolar aparentemente normal. Alguns pacientes desenvolvem dor neuropática pós-traumática após um traumatismo na face, um tratamento de canal, extrações dentárias ou mesmo em procedimentos menores. A dor é de intensidade moderada a grave, com frequência em queimação e normalmente contínua. Pode ser diagnosticada de maneira incorreta como sendo uma odontalgia ou alveolite, levando a um tratamento dentário e cirúrgico desnecessário. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, melanoderma, 72 anos, foi encaminhada em Janeiro de 2009 a clínica de DTM/DOF do Hospital Servidores do Estado-RJ (HSE) apresentando queixa de dor contínua em hemiface esquerda na região correspondente a V3, com intensidade da dor nivelada pela escala analógica visual (EAV) em 10 e piorando ao se deitar. Períodos episódicos de dor em fisgada, disestesia, parestesia, alodínia e repuxo na face também foram observados. As dores iniciaram em outubro de 2008, 03 semanas pós a realização de cirurgia para remoção de raiz de um pré molar inferior esquerdo. Relatou que teve diagnóstico prévio de alveolite e abscesso, quando foram prescritos antibióticos e AINE. Também foi feita curetagem alveolar e solicitada avaliação do periodontista que diagnosticou periodontia crônica generalizada. Discussão: O profissional deve estar atento a dor decorrentes de lesão pós tratamento odontológico, podem geral dor intensa, continua e de difícil controle. A hipótese diagnóstica foi de dor neuropática inflamatória pós-trauma e mioespasmo. Pelas condições da paciente optou-se pelo tratamento farmacológico com 30 mg Codeína/ Paracetamol e 10 mg de Baclofeno, apresentando melhora dos sintomas 14 depois com EAV 5. Após ajuste posterior na dose da medicação por sonolência e dificuldade para realizar atividades diárias teve alta dois meses depois do inicio do tratamento com EAV 0.

P082 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES AMPUTADOS ATENDIDOS NO SERVIÇO DE DOR CRÔNICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA; RODRIGO D M SOUZA; RAYSSA F RODRIGUES; BRUNA BRINGEL BASTOS. LIGA ACADÊMICA DE DOR, AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - Amputação significa retirada total ou parcial de um membro e pode ocorrer por etiologias relacionadas a processos vasculares, neuropáticos, traumáticos, tumorais, infecciosos e congênitos; representando um grande impacto socioeconômico e emocional, associados à alta morbimortalidade, incapacidade e dependência. Ao observar um número crescente de pacientes amputados atendidos no Serviço de Dor Crônica do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD), verificou-se a importância de traçar um perfil clínico-epidemiológico, com a finalidade de compreender as peculiaridades desses pacientes, para ofertá-los um bom processo de reabilitação, melhorando substancialmente a sua qualidade de vida; além de servir como subsídio de estudos para prevenção de novas amputações. Método - Estudo descritivo, retrospectivo feito por revisão de 136 prontuários e fichas-protocolo do próprio serviço referentes a pacientes amputados do Serviço de Dor Crônica do HUPD, em que foram considerados dados demográficos, história clínica e exame físico. A análise estatística foi realizada através do software SPSS 16.0. Resultados - Dentre os 136 avaliados, 69,9% eram do sexo masculino. A média de idade foi de 51,69 ± 15,85 anos, sendo que 23,5% possuíam 65 anos ou mais. Os pacientes provenientes do interior do estado representaram 43,7%. A distribuição observada quanto à etiologia da amputação foi: 42,6% traumática; 25% infecciosa; 22,2% vascular; 5,1% tumoral; 5,1% outras. Diabetes melittus foi a doença associada mais comum, estando presente em 55,3% dos casos, seguida de hipertensão, com 35,1%. À primeira consulta, 59,4% apresentaram-se

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com um apoio auxiliar e 39,4% utilizavam prótese. O membro mais afetado foi o inferior esquerdo, em 59,7% dos casos, seguido pelo membro inferior direito, em 42,8%. A média do tempo de amputação foi de 83,6 meses, variando de 4 meses a 38 anos e a média do tempo de acompanhamento foi de 12,5 meses, variando de 1 mês a 5 anos. Conclusões - A realização deste trabalho proporciona uma visão mais ampla do tipo de paciente atendido em nosso ambulatório, suas necessidades e o direcionamento que devemos ter para realizar atividades que busquem não só o tratamento, como a promoção da saúde e prevenção destas amputações.

P083 - MIGRAÇÃO DE CATETER PERIDURAL NO POS- OPERATORIO. DAIANA CILEA HONORATO NASCIMENTO; CRISTIANE TAVARES; ADRIANA MACHADO ISSY; RIOKO KIMIKO SAKATA. UNIFESP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A analgesia peridural é frequentemente utilizada para o controle da dor pós-operatória. O cateter peridural utilizado para anestesia pode ser mantido no pós-operatório, proporcionando analgesia eficiente. Embora este procedimento não esteja isento de complicações, a maioria delas é de fácil controle. Relato do caso: Paciente masculino, 77 anos, ASA III, portador de aneurisma de artéria ilíaca bilateral, foi submetido a enxerto aorto- biilíaco, sob anestesia geral e peridural contínua. Foi realizada a punção em L2-L3, agulha Tuohy 17 com técnica de perda de g e neocaína 0,25% s/vc na doseμresistência. Infusão de fentanil 100 total de 10ml. O cateter foi testado e utilizado no 1º PO na UTI sem intercorrências. No 2º PO, na enfermaria, o cateter foi testado antes da utilização, entretanto, após injeção de 5 ml da solução analgésica g) o paciente evoluiu com paraparesiaμ (neocaína 0,25% s/vc + fentanil 50 e ausência de sensibilidade em membros inferiores. Foi monitorizado e manteve estabilidade hemodinâmica. Feito aspiração teste do cateter, com refluxo de 3 ml de líquido claro e hipótese de migração subaracnoidea confirmada pela análise laboratorial. O paciente evoluiu com melhora progressiva de força e sensibilidade em membros inferiores. Após 2 h houve completa recuperação anestésica. O cateter foi retirado 4 horas após a última dose de heparina SC e, o paciente continuou perdendo líquor pelo orifício do cateter, sendo realizado curativo oclusivo e orientado manutenção de decúbito dorsal horizontal. O paciente evoluiu com agitação e desorientação no tempo e no espaço. No 3º PO foi avaliado pela neurologia que descartou hemorragia subaracnoide pela TC de crânio e diagnosticou quadro confusional agudo secundário a hipotensão liquórica por perda aguda de líquor pelo orifício da punção peridural. Orientado repouso no leito em decúbito dorsal de zero grau. No 4º PO houve resolução completa do quadro confusional. Discussão: A migração do cateter peridural é evento comum e pode trazer sérias consequências ao paciente. A introdução insuficiente do cateter no espaço peridural, os movimentos do paciente no leito e a fixação inadequada do cateter podem resultar no seu deslocamento. Faz-se necessário o teste de seu correto posicionamento imediatamente antes de toda infusão anestésica, evitando, desse modo, tais complicações.

P084 - ATITUDES DO ENFERMEIRO NO MANEJO DA DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA. CECÍLIA MARIA ISIDORO1; JULIANE DE MACEDO ANTUNES2; JAMILA FERREIRA DOS SANTOS3; MARIA FERNANDA FERRARI4. 1,3,4.INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A dor representa um desafio nos hospitais com repercussões nas condições clínicas dos doentes principalmente após intervenções cirúrgicas. O controle da dor esbarra no conceito que cada profissional constrói, herdada pelas suas próprias experiências e crenças que influenciam nas atitudes que estes tenham sobre o que manifestam os doentes. Objetivo: Identificar e descrever as crenças e atitudes dos enfermeiros relacionados à Dor Aguda pós operatória. Método: Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Abordou-se 195 enfermeiros, em maio de 2010, recém-admitidos, sem treinamento prévio para manejo da dor pósoperatória na instituição. Os participantes responderam a 2 instrumentos. O primeiro de caracterização pessoa e profissional e o segundo um questionário de atitudes frente a dor aguda traduzido e adaptado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do INTO. Os dados foram organizados no Microsoft EXCEL®.Resultados: A faixa etária significativa ficou entre 24-31 anos, grande parte com especialização (74,2%) e 12,2% com mestrado e doutorado. Do total de respondentes, 65,3% receberem algum treinamento na temática e apenas 12,6% tinha experiência de atuação na dor. Dos ítens assinalados, 68,9% discordam que os profissionais de enfermagem sempre tiram as conclusões precisas sobre a gravidade e existência da dor do paciente, 63,10% discordaram que o profissional de enfermagem pode determinar com precisão o grau da dor que um paciente tem pelo conhecimento da cirurgia e 52,2% concordaram que os profissionais de enfermagem frequentemente subestimam a gravidade e a existência da dor do paciente, 59% discordaram que os profissionais da enfermagem são mais qualificados e experientes para determinar a existência e a natureza da dor do que os pacientes, 45,3% discordaram que a detecção da dor é feita apenas pelo comportamento e sinais psicológicos. Conclusão: Os achados apontam que acredita-se que é o paciente quem melhor pode avaliar a sua dor. Mas sinalizam que: existe dificuldade em avaliar a dor; esta é subestimada; lacunas de conhecimento impedem avaliação mais precisa. Conhecer as crenças dos pacientes com dor permite o planejamento de ações, orientam o treinamento podem melhorar o manejo da dor pós-operatória.

P085 - ANALGÉSICOS NO MANEJO DA DOR – CRENÇAS E ATITUDES DOS ENFERMEIROS. JULIANE DE MACEDO ANTUNES; MÁRCIO CURI RONDINELLI; THAÍS MELLO FRANCISCO; PÂMELA RODRIGUES PEDROSO. INSITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: O sucesso no tratamento da dor requer uma avaliação cuidadosa de sua natureza, entendimento dos diferentes tipos e padrões de dor e conhecimento do melhor tratamento. Os enfermeiros são os profissionais que mais frequentemente avaliam a dor e possuem papel importante na observação da resposta à terapêutica durante o uso das medicações.. As atitudes do profissional no ambiente de trabalho são construídas durante a trajetória, em função da formação, vivências e experiências anteriores treinamentos e educação em serviço, valores e crenças. Método: Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Abordou-se 195 enfermeiros, em maio de 2010, recém-admitidos, que não receberam treinamento. Os participantes responderam a 2 instrumentos. O primeiro caracterizou a amostra. O segundo avaliou as atitudes dos enfermeiros no paciente com Dor Aguda, que sofreu o processo de adaptação transcultural. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do INTO. Os participantes assinaram termo de consentimento. Os dados foram organizados no Microsoft EXCEL. Resultados: 54,8% dos participantes discordaram que “Os pacientes deveriam esperar que sofressem alguma dor”. 96% concordaram que a ansiedade aumenta a percepção de dor. 38% estavam incertos em relação a utilização da dor pelo paciente para ganhos secundários e sobre tratamento preferencial. 59% concordaram que “Deve-se ter cuidado ao administrar drogas controladas no pós-operatório uma vez que paciente tornam-se facilmente dependentes”. 68% dos enfermeiros discordaram que “Todo paciente pode e deve ser encorajado a ter alta tolerân-

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cia para suportar a dor”. 37% dos respondentes afirmaram incerteza em relação “O que o paciente diz sobre sua dor é sempre verdade. 41% disseram discordar que “Os analgésicos são a melhor opção de reduzir a dor”. Conclusão: O estudo demonstrou a importância dos enfermeiros de se familiarizarem com a questão do manejo da dor, seja na conduta clínica ou psicosocial. Notase que este tema ainda causa muita dúvida entre estes profissionais e que ainda há necessidade de mudança no comportamento.

P086 - SINTOMAS ASSOCIADOS À PRESENÇA DE DOR TORÁCICA RELATADOS PELOS PACIENTES EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA CARDIOPULMONAR DO SUS EM FORTALEZA-CE. DANIELLY SOUSA LIMA; AMANDA MIRANDA CRUZ; REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A dor torácica é considerada um sintoma álgico localizado entre o nariz e a cicatriz umbilical, surgindo à partir de uma queixa espontânea do paciente. Algumas pessoas sentem dificuldades de caracterizar a dor sentida ou até mesmo indicar o local. A sua avaliação não é tarefa fácil, pois esta sintomatologia é mediada por fatores emocionais e físicos, tornando o processo de diagnóstico complexo. Diante disto, objetiva-se analisar a frequência dos sintomas associados à presença de dor torácica relatada pelos pacientes atendidos em uma unidade de referência do SUS em Fortaleza, Ceará. Método - Pesquisa quantitativa e transversal, do tipo descritiva e exploratória, realizada durante o período de maio de 2008 à agosto de 2009 em uma amostra de 430 pacientes com queixas de dor torácica, atendidos em uma unidade de urgência cardiopulmonar de um hospital de referência do Estado do Ceará. Aplicou-se formulário após assinatura do termo de consentimento, onde os aspectos éticos, constantes das Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução nº 196/96 foram respeitados. Resultados - No relato dos pacientes, os sinais e sintomas mais característicos associados à presença de dor foram dispneia (56,34%), tontura (36,44%), dor de cabeça (38,03%), suor intenso (25,82%), fadiga (22,54%) e palpitação (18,78%), os demais parâmetros, como hemoptise, desmaios e partes azuladas no corpo, apresentaram baixo percentil. Alguns pacientes relataram mais de um sintoma ou sinal, majorando a amostra. Conclusão - Os sinais e sintomas característicos podem ser indicativos de um determinado problema clínico cardiopulmonar, devendo o profissional atuante na unidade de emergência estar atento a essas manifestações por parte dos pacientes, levando em consideração a frequência com que foi relatada determinada característica, uma vez que, este pode indicar um prognóstico de uma grave doença ou uma futura complicação clínica, pois se percebe pontos em comum em seus relatos, fato que não pode ser desconsiderado.

P087 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DA CLÍNICA DA DOR DO HOSPITAL DO CÂNCER DE CEARÁ – ICC – DADOS PRELIMINARES. ANA JULIA DE JESUS CANDEA1; GABRIELA SILVEIRA MENICUCCI2; LIANE CARVALHO DE BRITO SOUZA3; WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO4. 1,2.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3,4.INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - O alívio da dor deve ser considerado como um direito humano básico e, portanto, trata-se de uma questão clínica e ética que envolve todos os profissionais de saúde. A maioria dos profissionais de saúde desconhece o impacto da dor sobre o paciente. A subestimação da dor do indivíduo, bem como a subprescrição e a falta de administração de analgésicos, têm se mostrado como fatores contribuintes para este problema atual que pode ser considerado de saúde pública. O presente estudo objetivou traçar o perfil dos pacientes atendidos na Clínica da dor em relação aos principais tipos de câncer e de dor que os acometem, além de observar o impacto da dor na qualidade de vida deles. Método - Estudo epidemiológico descritivo com enfoque quantitativo de delineamento transversal, através de questionário dirigido no período julho de 2010 a agosto de 2010, na Clínica da Dor no Instituto do Câncer do Ceará. Trata-se de uma pesquisa com base em seres humanos sem conflitos de interesse que não fere os princípios éticos. Os participantes da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados - Foram entrevistados 75 pacientes. As neoplasias mais prevalentes foram de Próstata (24%), Mama (21,3%) e Colo de Útero (12%). 28% dos pacientes tinham dor tipo mista, 26,7% óssea e 14,7% neuropática. Pela escala EVA, 29,3% tinham dor leve, 24% dor moderada e 46,7% dor intensa. O tratamento mais frequente foi a monoterapia com morfina 21,3%, seguido pela monoterapia com codeína. 25,3% referiu nota 10 para a qualidade de vida 20% nota 5 e 9,3% nota 0. Em relação ao Performance Status Score, a maior parte 36%, correspondia ao escore. Conclusões - O relato de dor intensa foi o mais comum entre os pacientes entrevistados, sendo a monoterapia com morfina responsável pela melhora significativa da qualidade de vida após introdução do tratamento analgésico. Os dados corroboram evidências globais e apontam para a necessidade veemente de mais e maiores clínicas para tratamento de pacientes com dor neoplásica.

P088 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMILÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA. ANA L M DA SILVA; THIAGO T SILVA; LUÍS H A SOUSA; ANAMADA B CARVALHO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: A presença de dor normalmente funciona como um alarme associado a uma lesão. A dor crônica, no entanto nem sempre tem causa conhecida ou se associa a uma lesão. Conceitua-se dor crônica como uma situação em que o sintoma se mantém além do tempo fisiológico de cicatrização ou que permanece por mais de três meses. Estima-se que 75% dos pacientes de serviços públicos relatem à presença de dor crônica e que 20% dos benefícios por afastamento do trabalho foram destinados a pacientes com esse tipo de dor. Este estudo visa avaliar as características clínico-epidemiológicas dos pacientes atendidos em um ambulatório de dor crônica. Métodos: Estudo transversal e descritivo de 309 prontuários com escalas pré-elaboradas e padronizadas de pacientes atendidos no Ambulatório de Dor Crônica do Hospital Universitário Presidente Dutra – HUPD, em São Luís- MA. A análise estatística foi realizada através no SPSS Statistics 17.0. Resultados: Dos 309 pacientes analisados, 44,6% são pardos e 55,19% são do sexo feminino. A maioria era proveniente do interior do estado (51,45%). A média de idade dos pacientes é 49,34 anos, e a faixa etária mais expressiva é a de 40 a 49 anos. Em relação as atividade laborais, 33% estavam em atividade remunerada, 17,7% estavam em licença saúde, 13,59% estavam aposentados, e 35,62% não exerciam atividade remunerada. Sobre a sintomatologia, a média de início da dor foi de 4 anos e 8 meses, com 47,0% e 43,8% apresentando dor intensa e moderada, respectivamente durante a maior parte do tempo, pela Escala Visual. Os principais diagnósticos foram Lombalgia (25,5%), osteoartrose (7,76%) e hérnias discais (7,11%). Em 86,4% dos pacientes foi solicitado tratamento não farmacológico, sendo a principal modalidade deste a Fisioterapia (56,4%). Para os que tiveram prescrição farmacológica, 36,89% tiveram indicação de analgésicos

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não- opioides, 19,09% de opioides fracos, 4,53% de opioides fortes e 16,82% de tricíclicos. Outras classes farmacológicas foram prescritas para 39,80% dos pacientes. Em relação ao acompanhamento de último retorno, 130 pacientes foram analisados. Deste 72,30% relataram melhora do quadro doloroso, enquanto que 27,6% relataram quadro estável ou piora do quadro (13,84%, cada). Destes últimos, 38,8% não foram fiéis ao tratamento. Conclusões: A alta prevalência da dor crônica no Brasil é um importante problema de saúde pública, principalmente pelo caráter debilitante e por atingir uma faixa etária ainda sócio-economicamente ativa.

P089 - AVALIAÇÃO DE DOR NO ENVELHECIMENTO: INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA. ANDRESSA KARINA AMARAL PLA PELEGRIN; MÁRCIA DE OLIVEIRA SAKAMOTO SILVA GARBI; SIMONE SALTARELI; FATIMA APARECIDA EMM FALEIROS SOUSA. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO - USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução - A população brasileira vem envelhecendo de forma acelerada, estima-se que para o ano de 2025, haverá em nosso país cerca de 31,8 milhões de indivíduos com sessenta anos ou mais. O objetivo do estudo foi avaliar a percepção de dor no processo de envelhecimento em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Métodos - utilizou-se o método psicofísico de estimação de categorias e a análise de conteúdo temático. Participaram da pesquisa 46 idosos, de ambos os sexos com dor crônica, em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos no município de Ribeirão Preto, São Paulo. O instrumento utilizado foi a Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR). Na entrevista semiestruturada, utilizou-se a proposta de Minayo a análise conteúdo temático. Resultados - participaram 46 idosos, com idade média de 78,26 anos, sendo 56,52% do sexo feminino. As regiões mais afetadas pela dor foram: membros inferiores (54,34%), região dorsal (39,13%), cabeça (21,73%) e região abdominal (10,86%). Em relação ao tempo de duração da dor, 60,86% não apresentaram dor durante a última semana; 82,60% relataram apresentar dor há mais de um ano e 69,56% relataram não haver horário específico para percebê-la e uma parcela significativa dos participantes (30,43%) atribuiu o valor 10 para a intensidade de dor crônica, o que correspondeu à pior dor percebida com Média Aritmética (MA) igual a 7,02 e com Desvio Padrão (DP) igual a 2,74. Os dez descritores de dor crônica referenciados foram: dolorosa, desconfortável e prejudicial. Nas entrevistas semi-estruturadas, a dor crônica foi percebida de forma subjetiva, e, posteriormente, organizada nas seguintes unidades temáticas: percepção quanto ao tempo; dimensão no início dos sintomas; estratégias de enfrentamento; causas relacionadas à dor; percepção da situação atual; outras percepções sobre a dor. Conclusões - percebe-se que o processo de envelhecimento não se remete apenas a um sinal, um sintoma ou a uma lesão tecidual, mas sobrepuja o aspecto puramente físico. Nessa ótica, a dor descrita por “dolorosa” é, também, percebida em sua forma multidimensional, sinalizando outros atributos relacionados às causas emocionais, sociais, espirituais, ambientais dentre outras.

P090 - CONHECIMENTO E MANEJO DE DOR PELOS MÉDICOS DA CIDADE DE UBERABA (MG). ARIELE PATRÍCIA DA SILVA1; SONIA FELIX RIBEIRO2; JAIME OLAVO MARQUEZ3; RUBENS FERRARI4. 1,2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL; 4.CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR, UBERABA, MG, BRASIL.

A avaliação ineficiente e conhecimento inadequado da dor pelos profissionais de saúde têm sido barreiras no tratamento eficaz. A inexistência de estudos em nossa região sobre o conhecimento e manejo da dor, motivou a realização deste trabalho. Objetivos: Avaliar o conhecimento cognitivo sobre dor pelos médicos de Uberaba e identificar as formas de tratamento. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e correlacional, com amostragem estratificada. Durante a coleta dos dados (julho a setembro de 2008) existiam na cidade de Uberaba 741 médicos ativos, sendo selecionados aleatoriamente 10% destes, totalizando 75 médicos. Utilizou-se como instrumento da pesquisa, o questionário de Teixeira et al modificado, que foi dividido em duas partes (34 questões de múltipla escolha e 15 questões dissertativas), envolvendo o conhecimento básico sobre dor. 64 médicos responderam o questionário e os outros 11 se recusaram. Resultados: De acordo o estudo, a maior parte dos médicos não se sente preparada para tratar a dor e necessitam receber uma formação específica e de especialistas em combate da dor. Os médicos dos hospitais universitários, na faixa etária entre 31 e 49 anos, definiram a dor baseada na definição da IASP e adotaram medidas adequadas de quantificação, diagnóstico e tratamento da dor. Por outro lado, médicos com 50 anos ou mais, se preocuparam com o encaminhamento dos pacientes com dores de causa psicológica mais do que os médicos jovens, tinham maior confiança em métodos alternativos para auxiliar no tratamento da dor e acreditam que a primeira obrigação de um médico é eliminar a dor dos pacientes. Os médicos ainda usam analgesia por demanda, acreditam na monoterapia para melhora da dor. Quanto ao uso de opioides, muitos médicos têm receios de depressão respiratória e acreditam que só deveriam ser usados na fase terminal de pacientes oncológicos. Conclusão: Os médicos demonstraram conhecer sobre dor e seu manejo, no entanto, ainda têm receios do uso de analgésicos potentes, acreditam na necessidade de maior divulgação e educação em dor. Embora conheçam, não se sentem preparados para o tratamento, preferindo encaminhar os pacientes para especialistas.

P091 - DOR CRÔNICA E IDEIAS SUICIDAS: UM GRITO DE ALERTA. ARTUR PADÃO GOSLING; PATRICIA DIÓGENES SUASSUNA; ALEXANDRE CASTRO AMARAL; SONIA CAMARA RIBEIRO ALVES. HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / CENTRO MULTIDISCIPLINAR DA DOR, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A presença de ideias suicidas na população que apresenta dor crônica não é um tema muito pesquisado pela comunidade científica. Os questionários de depressão geralmente abordam este aspecto, mas muitas vezes os profissionais que os aplicam se prendem em um valor numérico final e negligenciam as informações que os questionários nos dão quando analisamos os seus itens separadamente. Objetivo: Identificar a prevalência de ideias suicidas na população com dor crônica atendida no Ambulatório de Neurocirurgia Funcional e Dor do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, RJ. Método: Foi realizado um inquérito de prevalência com os pacientes que ingressaram no período de 01 de fevereiro de 2009 a 30 de junho de 2010. Como instrumento foi utilizado à pergunta número 9 do Inventário de Beck de Depressão. Resultados: Foram entrevistados 25 pessoas das quais 60% eram do sexo feminino. A idade variou entre 32 e 63 anos com média de 47,84 anos. 92% apresentavam dor a mais de 6 meses e valor médio na Escala Analógica Visual de 8,56. A região de maior acometimento foi a lombar com 44%. 56% apresentavam ansiedade grave e 56% depressão moderada. Dentre os que responderam o Inventário de depressão de Beck 68% apresentavam ideias de se matar mas não as executaria e 24% se matariam se tivesse oportunidade. Conclusão: A alta prevalência de pessoas que apresentam ideais suicidas no ambulatório de dor nos chama atenção para elaboração urgente de um programa direcionado para este público em específico. Alertamos também todos os profissionais que trabalham com o paciente que sofre com dor crônica para ficar atento a este aspecto na sua avaliação.

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P092 - CARACTERIZAÇÃO DA DOR EM PACIENTES HANSÊNICOS - ESTUDO PILOTO. LICIA MARGARIDA DE VILHENA SAADI1; ARTUR PADÃO GOSLING2; SAMANTHA GAUDIE LEY TAVARES3; ANDREA NASCIMENTO4. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.CENTRO MULTIDISICPLINAR DA DOR, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 3,4.CRP-RJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A hanseníase é uma patologia que apresenta alta prevalência no Brasil. As alterações de sensibilidade e a dor são os sintomas mais presentes nesta patologia. A dor é cada vez mais descrita na literatura, entretanto, existem poucos estudos sobre as características da dor nestes pacientes. Objetivo: caracterizar as diversas dimensões da dor em pacientes hansênicos do HUCFF da UFRJ. Métodos: estudo piloto experimental com 27 pacientes que completaram o tratamento com poliquimioterapia e com queixas de dor. Foram investigadas as variáveis demográficas, os nervos acometidos, dados sobre a dor e questionários específicos sobre dor, qualidade de vida e condições emocionais. Resultados: os indivíduos do sexo feminino representaram 51,85% e 48,15% eram do sexo masculino, idade média de 45 anos, tempo médio de diagnóstico de 8 anos, tempo médio de dor em 6,7 anos, intensidade média em 5,9 na Escala Visual Analógica, 55,56% realizaram neurolise, o maior comprometimento foi do nervo ulnar em 59,26%, localização da dor nas áreas do nervo fibular em 74,07%, o descritor mais frequente foi queimação em 48,14%. Nos fatores de piora da dor, o frio representa 74,07%, a interrupção das atividades traz alívio em 74,07% e cerca de 63% tem dificuldade para dormir pela dor. Questionário DN4 teve média 6,3, o de McGill com média de 16,7 para os descritores e 33,8 para o índice de dor, SALSA com média geral de 30 e 3,7 para risco, SF-36 apresentou zero como pior resultado no domínio limitação física e os Inventários Back de Depressão e Ansiedade mostraram sintomas moderados com valores médios de 20 e 24 respectivamente. Conclusão: O estudo mostra que a dor nestes pacientes hansenianos é severa, com as características de dor crônica e tem grande impacto na qualidade de vida e em diversas dimensões tanto físicas e como emocionais. Os mecanismos de dor neuropático e nociceptivo foram identificados nos resultados, porém com maiores características neuropáticas.

P093 - ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOR EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE DOR, SÃO LUÍS, MARANHÃO. AÍZA LEAL DE ALMEIDA1; JACQUELINE MARIA MARANHÃO PINTO LIMA2; ELISMAR PAULO AZEVEDO SILVA3; ALESSANDRA SOUSA SOARES4. 1.UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 2.FACULDADE SÃO LUÍS, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 3.HOSPITAL ALIANÇA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 4.ISEC, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - A dor é um fenômeno multidimensional e de difícil compreensão, referida como uma experiência sensorial e emocional desagradável. Quando a dor evolui para o estado crônico, torna-se um problema de saúde pública, causador de morbidade, absenteísmo ao trabalho e incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos aos sistemas de saúde. Pesquisas revelam que as mulheres queixam-se mais de dor, expressam maior sensibilidade e têm limiar e tolerância à dor mais baixo quando comparadas aos homens. Este estudo teve como objetivo investigar aspectos epidemiológicos da dor em pacientes atendidos no ambulatório de dor do Hospital Aliança em São Luís, Maranhão. Metodologia - Estudo descritivo, retrospectivo, realizado a partir da análise das fichas dos atendimentos realizados no período de 2008 a 2009 no ambulatório de dor. Foram investigadas 217 fichas de pacientes atendidos neste período. Após coletados, os dados foram submetidos à estatística descritiva. Resultados - Dos atendimentos realizados no período estudado, 65,8% foi em mulheres. A média de idade das mulheres investigadas foi de 44,3 anos e dos homens de 50,5. A maior prevalência foi de dor crônica (68,5%). O tipo de dor mais frequente foi a dor lombar (31%) nos homens e cefaleia (18,8%) em mulheres. Do total de pacientes com queixa de dor crônica, 47% sentiam dor há mais de 1 ano. Cerca de 80% da amostra encontravam-se classificados como economicamente ativa. Conclusões - Dos atendimentos realizados no ambulatório investigado a maior parte é feito em mulheres com queixa de dor crônica. A dor acomete o paciente jovem numa fase economicamente ativa. Sabe-se que a presença de dor crônica, independentemente da patologia de base, tem implicações na saúde dos pacientes. Devido a sua longa duração, a dor crônica perde a função de manter a homeostase e de ser sinal de alerta, causa comprometimento funcional, sofrimento, incapacidade progressiva e custo socioeconômico.

P094 - BLOQUEIO CIRÚRGICO TERMOGUIADO NA SÍNDROME COMPLEXA DE DOR REGIONAL. CHARLES AMARAL DE OLIVEIRA; MARCOS LEAL BRIOSCHI; FABRICIO DIAS ASSIS; KARINA RODRIGUES SUBI; THAIS KHOURI VANETTI. SINGULAR-CENTRO DE CONTROLE DA DOR, CAMPINAS, SP, BRASIL.

O diagnóstico do paciente com síndrome complexa de dor regional (SCDR) independente da associação ou não de lesão nervosa, tipo I ou II, é essencialmente clínico e baseado na presença de dor, edema, alteração de coloração, sudorese e temperatura. Mas nem sempre estas alterações são tão evidentes.Objetivo: Relato de caso e discussão do tratamento da SCDR em paciente de difícil manejo terapêutico medicamentoso e cirúrgico. Relato do Caso: M.E.S., 62 anos, feminino, com dor em pés, mais intensa à direita. Nos últimos 3 anos foi submetida a 4 procedimentos cirúrgicos em pé direito e 1 esquerdo, devido síndrome do túnel do tarso e neurite plantar digital bilateral, não apresentando qualquer melhora. Apresentou-se à clínica de dor com queixa de forte intensidade (EVA 9) e alterações da coloração dos pés durante o dia, ao exame físico havia apenas leve edema de pé direito, sem diferença térmica na palpação. Porém, no exame complementar de termografia infravermelha, detectou-se diferença de 5,4oC entre as extremidades inferiores distais além de, acentuada instabilidade vasomotora simpática com ausência de resposta de vasocontrição reflexa em extremidade dolorosa após teste de estímulo frio em membro contralateral (delta T 0,3oC). Realizou-se bloqueio da cadeia simpática nível L2-L3-L4 (1ml de lidocaína 2% em cada alvo), confirmando o componente simpático da dor observado pela termografia, seguindo-se então com simpatectomia por radiofrequencia da cadeia simpática L2-L3-L4 (90s, 80oC, agulha de 150 mm, ponta ativa de 10 mm) uma semana após. Sete dias pós-bloqueio a paciente já se apresentava sem queixas de dor que assim permaneceram por mais 3 meses. Discussão: A termografia infravermelha pode ser utilizada como método auxiliar no diagnóstico e monitoração da SCDR. Quando se submete ao teste de estresse ao frio o membro contralateral, imergindo-o em água fria, ocorre vasodilatação paradoxal, prova por imagem da instabilidade do sistema simpático no membro afetado. O bloqueio anestésico com lidocaína também auxilia neste diagnóstico. Contudo, a documentação por termografia é mais segura e efetiva, pois não depende da avaliação subjetiva da dor, nem da realização de procedimento cirúrgico. Quando ocorre o retorno das queixas, mesmo no caso de bloqueio anestésico, é realizado a simpatectomia minimamente invasiva por radiofrequencia, procedimento com previsão de maior duração. Este procedimento comparado com um bloqueio neurolítico apresenta uma lesão mais controlada, com riscos menores de cursar com lesão por desaferentação. Conclusão: Na experiência dos autores o bloqueio anestésico da cadeia simpática lombar é efetivo e importante no diagnóstico da SCDR. Contudo, a realização prévia de termografia é preditiva quanto a indicação e eficácia do bloqueio anestésico. Sendo que, quando indicado a simpatectomia por radiofrequencia, este é o método terapêutico mais seguro a longo prazo.

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P095 - ESTUDO DA DEPRESSÃO EM UMA POPULAÇÃO COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR AVALIADA PELO RDC/TMD (EIXO II).

CYNTIA DE MEDEIROS NOGUEIRA; TATIANA DE PAULA SANTANA DA SILVA; MIRELLA MARQUES MERCÊS DO NASCIMENTO; MAURÍCIO KOSMINSKI. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Introdução: A dor crônica, presente na Disfunção Temporomandibular (DTM) está associada a múltiplas mudanças na condição emocional e nas atividades diárias do indivíduo acometido. Esta disfunção causa impacto na vida do paciente, e há evidências de que a depressão é o estado emocional mais comum associado à DTM. É imprescindível identificar a depressão e a ansiedade, para ajudar o paciente e o profissional no entendimento da DTM, contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. Objetivo: Descrever e avaliar a presença e o nível de ansiedade e depressão em pacientes portadores de DTM. Metodologia: A amostra foi constituída de 120 pacientes que procuraram o Centro da Dor da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (UPE), no período de 2007 a 2008, e que foram submetidos à avaliação da ansiedade e depressão a partir da aplicação do questionário Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD – Eixo II). O processo de coleta de dados foi realizado a partir do preenchimento de uma ficha de avaliação. Em seguida, foi construído um banco de dados no SPSS 15.0 e registrado as variáveis como intensidade de dor crônica, dias/escore de incapacidade, depressão e sintomas físicos não-específicos. Os dados coletados foram analisados por medidas descritivas e pelos testes Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, com índice de significância de 5%. Resultados: A idade dos pacientes foi entre 16 a 72 (40,86±11,72), a maioria do sexo feminino (n=109), casados (n=38) e com renda mensal média de 1 a 3 salários mínimos. Quanto à depressão, metade dos participantes apresentou grau severo (50%). Não houve associação entre o grau de depressão e as variáveis sócioeconômicas e demográficas pesquisadas (p0>0,001). Conclusão: Com base dos resultados encontrados, conclui-se que a depressão é frequente entre os pacientes com DTM, entretanto pode não haver associação entre esta e variáveis como idade, estado civil, renda familiar e escolaridade.

P096 - SíNDrOME DE PARSONAGE-TURNER: RELATO DE CASO. FABRÍCIO CASTRO DE BORBA; LEONARDO MARIANO INÁCIO MEDEIROS; RODOLFO DA SILVA OLIVEIRA; LARYSSA MARIA SIQUEIRA DE PÁDUA. FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA, MARÍLIA, SP, BRASIL.

Introdução: A síndrome de Parsonage-Turner (SPT) é uma neurite aguda no plexo braquial e/ou nervos isolados, que afeta cintura escapular e as extremidades superiores. É relativamente rara e de etiologia desconhecida. Caracteriza-se pelo início agudo de uma grave dor em membro superior e evolui para fraqueza e atrofia muscular além de envolvimento sensorial, sobretudo da musculatura do ombro. Objetivo: Descrever um caso de SPT e a importância do diagnóstico precoce. Relato de Caso: A.F.C., sexo masculino, 20 anos, servente de pedreiro, compareceu ao ambulatório de Dor, com queixas de dor em membro superior esquerdo há quatro anos, inicialmente fraca, tipo fisgada em região medial do antebraço esquerdo, e piora importante há sete meses, com acometimento de região hipotênar e irradiação para ombro esquerdo. Referiu atividades laborais com esforços repetitivos desde os 15 anos. Sem antecedentes pessoais e sem queixas em investigação dos diversos aparelhos. Em exame físico, apresentava atrofia de musculatura medial do antebraço esquerdo, dor à palpação de região ventral / medial de antebraço esquerdo, força muscular grau IV proximal membro superior esquerdo. Sem alterações em exames laboratoriais. Na eletroneuromiografia apresentou neuropatia do plexo braquial esquerdo, compatível com amiotrofia dolorosa. Foi tratado com Amitriptilina, Prednisona, Gabapentina e encaminhado para fisioterapia com boa evolução. Discussão: A causa exata da SPT é desconhecida, todavia, a hipótese atual mais aceita é de que um mecanismo inflamatório mediado imunologicamente contra as fibras nervosas do plexo braquial seja o responsável. Classicamente, a neuralgia amiotrófica se apresenta nas formas idiopáticas e hereditárias (ou familiar). A SPT caracteriza-se por quadro doloroso súbito e intenso em cintura escapular, com predomínio unilateral. A ENMG, considerada padrão-ouro para o diagnóstico da SPT, é útil na avaliação do acometimento neuromuscular. Alguns trabalhos afirmam que a associação de corticosteroides, analgésicos, imobilização e fisioterapia produzem tratamento eficaz, porém tratamento ainda é discutível. O mais importante é o diagnóstico precoce e o afastamento dos fatores precipitantes, junto com a reabilitação motora. Conclusão: Diante do exposto anteriormente, é importante o diagnóstico precoce com o auxílio da ENMG para assim evitar incapacidade funcional. O caso em discussão apresentou evolução clínica com resposta ao uso de corticosteroides, analgésicos e fisioterapia.

P097 - PREVALÊNCIA DE DOENÇAS ASSOCIADAS À DOR TORÁCICA EM USUÁRIOS DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA CÁRDIO-PULMONAR DO CEARÁ. REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO; DANIELLY SOUSA LIMA; GLORIA YANNE MARTINS DE OLIVEIRA; SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; AMANDA MIRANDA CRUZ; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor torácica é certamente uma das causas mais comuns de procura á emergência, caracterizando-se como uma das queixas mais frequentes na clínica diária do enfermeiro. Esse tipo de dor é um sintoma clássico da doença coronariana e da isquemia do miocárdio. Entretanto, diversas doenças, de origem cardíaca ou não, podem ser causadoras da mesma, tornando o diagnóstico diferencial destas doenças um grande desafio. Assim, a caracterização clínica da dor torácica revela-se um recurso útil que permite aperfeiçoar o diagnóstico e a terapêutica na sala de emergência. Objetivo: Este estudo objetivou identificar as principais doenças associadas à dor torácica em usuários dos serviços de emergência. Metodologia: Pesquisa quantitativa, do tipo descritiva e exploratória, realizada com pessoas que relataram dor torácica e procuraram atendimento na instituição considerada referência no Estado do Ceará para atendimento à pessoas com sintomatologia dolorosa torácica aguda, durante o período de março de 2007 a agosto de 2009. Assim, obteve-se uma amostra de 430 pacientes. Utilizou-se questionário contendo questões sócio-demográficas, referentes á presença ou não de doenças associadas à dor torácica. A análise e discussão utilizou-se de estatística descritiva simples e literatura pertinente ao tema. Os aspectos éticos, constantes das Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução nº 196/96, foram respeitados. Resultados: Observou-se que a faixa etária predominante ocorreu entre 61 a 70 anos (33,79%). Para esta faixa de idade, a maioria era do sexo feminino (12,09%). Quanto às doenças associadas à dor torácica, os resultados mostraram que 28,48% dos pacientes apresentavam diabete, 61,52% eram hipertensos, 15,23% apresentavam asma e apenas 1,32% tinha tuberculose. Conclusão: Concluiu-se que houve predomínio de hipertensão associada à dor torácica em usuários do setor de emergência de um hospital de referência em atendimento cardiopulmonar do Ceará. Sabe-se que estas doenças podem provocar ou até mesmo agravar a dor torácica. Como tal requer atitude interdisciplinar dos profissionais de saúde para atender com eficiência e eficácia às pessoas com dor torácica usuárias do SUS.

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P098 - FIBROMIALGIA E SÍNDROME DE TIETZE: OCORRÊNCIA SIMULTÂNEA EM PACIENTE. JOÃO PAULO MORAES RIBEIRO; LEVI HIGINO JALES; CASSIA CRISTINA BARROS SANTOS; FRANCISCO EDIVALDO DO NASCIMENTO. UNIVERSIDADE POTIGUAR-LIGA ACADÊMICA DE DOR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A Fibromialgia (FM) é uma doença crônica, complexa, caracterizada pelo desconforto músculo-esquelético generalizado e alterações nos sistemas nervoso central, endócrino e alterações psicológicas do paciente. Estima-se que a FM afeta de 2 a 7% da população mundial, sendo mais prevalente em mulheres com idade entre 30 a 60 anos. Já a Síndrome de Tietze (ST) caracteriza-se pelo aparecimento de dor aguda localizada no peito com espessamento e edema da cartilagem esternocostal (nódulos), que geralmente são palpáveis e dolorosos. A dor na ST pode ser confundida com dor torácica de origem cardíaca portanto, deve-se fazer uma avaliação completa e consistente do paciente para alcançar um diagnóstico diferencial satisfatório e conclusivo. Relato de Caso: V.C.R.M, 55 anos sexo feminino, professora, casada. branca, natural de Salvador e procedente de Natal, há 20 anos começou a apresentar dores em todo corpo, principalmente em membros superiores, que com o passar do tempo passaram a afetar também membros inferiores. As dores são mais frequentes no período crepuscular e são atenuadas com sessões periódicas de acupuntura. Há 2 anos após episódio de dor torácica intensa sem evidência coronariana foi diagnóstica ST firmado. Questionada em relação a Escala Visual Numérica (EVN) relatou intensidade de dor 9. Segundo a paciente, as dores aumentam principalmente durante eventos estressores. Discussão: O diagnóstico de FM é baseado nos critérios estabelecidos pelo American College of Rheumatology. A paciente apresenta aspectos clássicos da FM como fadiga matinal, distúrbio do sono, depressão e dor; além disso está na faixa etária mais acometida. A ST é considerada uma condição benigna que geralmente se resolve espontaneamente no prazo máximo de 12 semanas, embora raramente, pode se tornar crônica (com duração superior a seis meses). No caso houve cronificação, potencializando o nível doloroso experimentado pela mesma. Na literatura são escassos os registros de acometimento simultâneo pela FM e ST.

P099 - REVISÃO DIAGNÓSTICA POR TERMOGRAFIA NO PACIENTE COM DOR CRÔNICA NÃO RESPONSIVA. CHARLES AMARAL DE OLIVEIRA; FABRICIO DIAS ASSIS; KARINA RODRIGUES SUBI; SILVIA BORDIGNON DA COSTA; MARCOS LEAL BRIOSCHI. SINGULAR-CENTRO DE CONTROLE DA DOR, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Nem sempre o paciente com dor crônica responde de maneira satisfatória ao tratamento clínico, é neste momento que a revisão diagnóstica é imperativa. A complementação pelo exame de termografia infravermelha pode auxiliar na reavaliação desta situação, como documentado neste caso em que resultou na alteração da conduta clínica. Objetivo: Os autores relatam o caso de dor abdominal baixa atípica e discutem o tratamento em um paciente previamente diagnosticado como dor devido cistite intersticial. Relato do Caso: S.M.C.F., 46 anos, feminino, com queixa de dor em região abdominal infraumbilical e face anterior da coxa direita. Sintomas há 6 anos após histerectomia vaginal. Diagnóstico clínico inicial de cistite intersticial, com confirmação anátomo-patológica, porém sem sucesso terapêutico. Encaminhada a clínica de dor, onde suspeitou-se inicialmente em síndrome complexa de dor regional (SCDR). A avaliação clínica foi complementada com termografia infravermelha que identificou neuropatia L3-L4 direita responsiva ao bloqueio anestésico com bupivacaína 0,25%, 1ml em gânglio da raiz dorsal L3 e L4 guiado também por intensificador de imagens. Após diagnóstico e procedimento houve completa remissão da dor (EVA=0), o que não acontecia desde o início do processo, que assim permanece por mais de 3 meses. Discussão: A termografia infravermelha identifica as áreas de comprometimento neuropático periférico pelo mapeamento dos territórios neurovasculares. Os nervos periféricos não só apresentam fibras sensitivas e motoras, mas também neruovegetativas simpáticas que controlam o tônus da microcirculação cutânea. O comprometimento de uma raiz espinhal provoca disfunção simpática, levando a uma vasodilatação ou vasoconstrição cutânea do dermátomo. O bloqueio anestésico com lidocaína também auxilia neste diagnóstico, porém a termografia, além de guiar o procedimento, é diagnóstica de forma totalmente inócua e sem risco. A documentação por termografia é mais segura e efetiva, pois não depende da avaliação subjetiva da dor, nem da realização de procedimento cirúrgico. Quando ocorre a remissão das queixas a imagem termográfica e é simétrica ao lado contralateral retornando ao aspecto normal. Conclusão: Na experiência dos autores a termografia infravermelha pode ser utilizada como método na revisão diagnóstica e monitoração terapêutica ao bloqueio anestésico do paciente com dor resistente ao tratamento. Auxiliando, desta maneira, a escolha da terapêutica mais precoce e segura a longo prazo.

P100 - VALIDAÇÃO PSICOMÉTRICA DO INVENTÁRIO DE SINTOMAS DE DOR NEUROPÁTICA PARA O PORTUGUÊS. DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE; CARINA M NISHIMURA; KARINA SL FERREIRA; HELENA HS KAZIYAMA; TELMA RM ZAKKA; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA. GRUPO DE DOR DO DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Dor neuropática (DNe) é presente em 7% da população e em até 40% dos pacientes avaliados em centros de referência de dor. Há somente um instrumento atualmente validado para o seguimento de pacientes com Dne de diversas etiologias, o Neuropathic Pain Symptom Inventory (ISDN). Objetivos: Realizamos a validação psicométrica deste instrumento para o seguimento de pacientes com DNe para português. Métodos: Pacientes com diagnóstico de dor neuropática definida segundo os critérios atuais foram avaliados por seis examinadores em uma avaliação inicial. A idade, sexo, tempo de dor, medicações (tipo e dose), a escala visual analógica inicial e o ISDN foram registrados. Após um período mínimo de 3 semanas os pacientes foram reavaliados pelos mesmos examinadores e um nova medida da EVA, do ISDN, medicações e impressão global de mudança (versão do examinador e paciente) foram registrados. Testes de correlação (Spearman) e análises inferenciais foram realizadas considerando-se a significância como inferior a 0,05. Resultados: Noventa e quatro pacientes com DNe foram incluídos no estudo (41 mulheres), com (52,6+/-14,9) anos, duração da dor de (51,7+/-20,4) meses; EVA inicial de 6,7+/-2,0 e escore de ISDN inicial de 39,7+/-19,8 (máx. de 100). Após o intervalo médio de 3 semanas, a EVA foi de 6,5+/-2,4 e o ISDN final foi de 35,4+/-18,8 (p<0,05). Conclusões: O ISDN apresentou reprodutibilidade e sensibilidade suficientes para detectar mudanças no padrão da dor neuropática de nossos pacientes e constitui um instrumento sensível no seguimento de pacientes com DNe tanto em pesquisas como na prática clínica.

P101 - PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE: CARACTERIZAÇÃO DAS SÍNDROMES DOLOROSAS. MARCELLE NAYANA ELOY MACEDO; IGOR CARDOSO DE OLIVEIRA; LUCIANO DA COSTA VIANA; CINTHIA CARLA VIEIRA ANDRADE. CLÍNICA DE NEFROLOGIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Portadores de doença renal crônica sentem dor considerável, oriunda de condições patológicas, lesões, intervenções terapêuticas, como a hemodiálise (HD), e múltiplos procedimentos diagnósticos invasivos. A avaliação da experiência dolorosa é fundamental para se compreender a origem e a magnitude da dor, para a implementação de medidas analgésicas e verificação da eficácia das terapias instituídas.

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Os métodos para a avaliação da dor são, basicamente, inferenciais e estão baseados no autorelato. O objetivo deste estudo é caracterizar as síndromes dolorosas em clientes submetidos à hemodiálise, analisando quais acometem aos pacientes durante as sessões, relacionando sua ocorrência quanto a idade e ao gênero dos pacientes, através da classificação desta de acordo com a Escala Visual Analógica de dor, o diagrama corporal e o Questionário de Dor de McGill, versão brasileira. Foram entrevistados, de forma aleatória, um total de 87 pacientes, todos portadores de IRC sob o tratamento de HD, maiores de idade, independente de gênero ou etnia. Esta entrevista ocorreu sempre durante a sessão, com questionário contendo perguntas semiestruturadas abertas e fechadas, além da Escala Visual Analógica de dor – a EVA, do diagrama corporal e do Questionário de dor de McGill (MPQ), que compreende 78 palavras (descritores), algumas usadas em grupos que descrevem os componentes sensorial (sub-grupos de 1 a 10), afetivo (11 a 15) e avaliativo (sub-grupo 16) da dor, além do grupo miscelânea (17 a 20). Cada subgrupo é composto por 2 a 6 descritores qualitativamente similares, mas com nuances que os tornam diferentes em termos de magnitude. Os dados foram tabulados no Excel 2007, e analisados através de tabelas e gráficos. De todos os entrevistados, apenas 18,4% referiram não sentir dor. O grupo que referiu dor foi composto por 52,11% de mulheres. A maior incidência de dor encontrou-se na faixa etária acima de 41 anos. 49% referiram dor intensa, segunda a EVA. 81,69% referiram cefaleia, 80,28% câimbra em membros inferiores e 42,25% lombalgia, pelo diagrama corporal. Através do McGill, 71,83% relataram o descritor “cansativa”, do grupo afetivo-motivacional, que se sobrepôs aos outros, remetendo-nos ao pensamento de que a dor psicológica traz mais consequências à rotina destes pacientes, do que a dor física. Os instrumentos utilizados nesta pesquisa mostraram uma boa aplicabilidade na população estudada, sendo possível concluir, a partir destes, que portadores de IRC em regime de HD apresentam um alto grau de impacto da dor em suas vidas.

P102 - AVALIAÇÃO DA DOR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NA CIDADE DE JUIZ DE FORA USANDO A PAIN ASSESSMENT CHECKLIST FOR SENIORS WITH LIMITED ABILITY TO COMMUNICATE (PACSLAC) SCALE. MARCELO MAROCO CRUZEIRO1; ANTONELLA VAIRO DE ALMEIDA2; LEOPOLDO ANTONIO PIRES3. 1,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL; 2.CASA DE REPOUSO, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Nos idosos com dificuldade de expressão verbal é difícil detectar a dor, devido a problemas cognitivos que dificultam a identificação, a antecipação e a articulação das sensações dolorosas. Optamos por avaliar a escala PACSLAC, buscando identificar a dor em idosos demenciados e comprando com idosos não-demenciados (ND). O escore da escala PACSLAC é composto de expressões faciais, atividade/ movimento corporal, social/ personalidade/ humor e outros. Objetivo: Avaliar a escala PACSLAC na detecção da dor tanto em idosos sem capacidade de comunicação verbal. Pacientes e métodos: Idosos de ambos os sexos, institucionalizados (Juiz de Fora – MG), após concordância dos gerenciadores das instituições e após aceitação do termo de consentimento livre e esclarecido pelo paciente ou de familiares/ responsáveis e que obtiveram escore de no mínimo 8 na PACSLAC. Resultados: selecionados 67 idosos (29 não-demenciados e 38 demenciados); 25 homens e 42 mulheres; média de idade de 79,16 anos com desvio padrão de 8,31 anos. Havia 30 indivíduos com demência de Alzheimer (DA), dois casos de demência vascular (DV); 3 casos de demência mista (DA e DV), um caso de demência fronto-temporal, um indivíduo com retardo mental e um indivíduo com demência por corpos de Lewy. Na escala PACSLAC observamos 79,48% dos pacientes demenciados com olhar triste (41,37% em ND); 43,58% dos pacientes demenciados apresentaram franzimento das sobrancelhas e 51,72% dos ND; 68,42% dos demenciados tinham expressão de dor (58,62% dos ND); 63,15% dos indivíduos demenciados tinham os olhos úmidos (62,06% dos ND); 50% dos indivíduos demenciados rangiam dentes (31,03% dos ND); 47,36% dos demenciados reduziram suas atividades (48,27% ND); o rosto pálido em 50% dos demenciados (41,37% dos ND). Conclusão: A escala PACSLAC é importante na avaliação da dor em idosos demenciados. Os ítens mais frequentes foram (em ordem decrescente): olhar triste, expressão de dor, olhos úmidos, ranger dentes, rosto pálido, redução das atividades e franzimento das sobrancelhas. A utilização dos itens de maior frequência pode facilitar a aplicação pelo cuidador, enfermeiro ou outra pessoa não-médica. Futuros estudos são necessários.

P103 - FREQUÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DA DOR DO TIPO BREAKTHROUGH (DOR INCIDENTAL) EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA NÃO-RELACIONADA AO CÂNCER. KARINE A. S. LEÃO FERREIRA1; PAULA BRAZ MALIENO2; RENATA BORGES COSTA3; KAREN MÓS RODRIGUES4. 1.UNIVERSIDADE GUARULHOS (UNG), GUARULHOS, SP, BRASIL; 2,3,4.CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

A dor do tipo breakthrough (DBT), também denominada dor incidental ou episódica, é frequentemente relatada por pacientes com câncer, sendo observada em 40-80%(1). A frequência e características desta dor em pacientes com dor crônica não-relacionada ao câncer(DCNC) ainda não é plenamente conhecida. DBT foi definida como exacerbação transitória da dor, em adição à uma dor persistente de base(2). Objetivo: avaliar frequência e características da dor do tipo breakthrough em pacientes com DCNC . Método: Estudo transversal realizado com 40 pacientes com DCNC atendidos nos ambulatórios no Centro Multidisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina na USP, no período de Fev. a Jul de 2010. Instrumentos: Inventário Breve de Dor para avaliar intensidade e impacto da dor, e Questionário de Dor McGill (MPQ). Resultados: A idade média foi de 54,7(DP=13,6), 47% casados, 50% com baixa escolaridade e 50% aposentados. Os diagnósticos mais frequentes foram: neuropatia periférica (12,5%), neuropatia pós-herpética (7,5%), seguidos por neuropatia diabética, lesão medular, lombalgia e fibromialgia(5%). Dor BT foi relatada por 40% dos pacientes, com duração média de 41,56 min. (Min.=10 e Max.=120) e frequência diária mediana de 3 vezes/dia (P25=2 e P75=3). A intensidade média da dor foi 9,1(DP=1,6, min.=6 e Max.=10). As palavras utilizadas para descrever a DBT, segundo os domínios do MPQ foram: sensorial= cortante (20%), seguida de pontada, formigamento, sensível (17,5%); afetivo: sufocante (25%), exaustiva (20%); avaliativo: insuportável (12,5%); no miscelânea: irradia (17,5 %) e aborrecida (12,5%). Localização: MMSS e MMII (12,5% para cada) e coluna (7,5%). Para o controle da BT os pacientes usavam: analgésicos não-opioides (12,5%), opioides (10%), anti-inflamatório não-hormonal (2,5%), neurolépticos tricíclico (2,5%) e anticonvulsivantes (2,5%). Em relação ao impacto negativo da DBT, observou-se maior interferência média nos seguintes aspectos: sono (média=8,56, DP=), atividades gerais e humor. Conclusões: a DBT apresentou frequência elevada nos pacientes DCNC, sendo aparentemente clinicamente importante nestes pacientes e com impacto negativo importante nas atividades de vida geral, sono e humor.

P104 - PREVALÊNCIA DE DOR EM ADULTOS TRABALHADORES, SÃO LUÍS, MARANHÃO. AÍZA LEAL DE ALMEIDA1; PAULA DE LOURDES LAUANDE OLIVEIRA2; JOSÉ MESSIAS MENEZES COÊLHO3; ANTONIO REIS DE SOUSA4. 1,3.UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 2.FACULADADE SÃO LUÍS, SÃO LUÍS, MA, BRASIL; 4.FACULDADE SÃO LUÍS, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - A dor atualmente é considerada um problema de saúde pública, causador de morbidade, absenteísmo ao trabalho e

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incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos. A prevalência em populações não vinculadas a serviços de saúde ainda são escassas em nosso meio. O estudo teve como objetivo identificar a prevalência de dor em uma amostra investigada de adultos trabalhadores. Metodologia - Estudo transversal realizado com uma amostra de 40 funcionários de uma faculdade da rede particular de ensino de São Luís, Maranhão. Resultados - A prevalência de dor encontrada foi de 75%, sendo a frequência maior em mulheres (70%) do que em homens (30%). A lombalgia foi o tipo de dor mais relatada (55,2%), seguida da cefaleia (27,6%) e da dor em membros inferiores (10,3%). Quando avaliado a intensidade da dor referida, a queixa de dor moderada (66,7%) foi a mais encontrada. Em relação ao tratamento da dor, 63,3% não usam nenhum medicamento para alívio da dor e a automedicação foi confirmada em 26,7% das vezes. Conclusões - A prevalência de dor na amostra investigada foi elevada, mais comum em mulheres, sendo a lombalgia a principal queixa. A presença de dor, independentemente da patologia de base, tem implicações na saúde dos trabalhadores, causa comprometimento funcional, sofrimento, incapacidade progressiva e custo socioeconômico. Sugerem-se estratégias de divulgação sobre o manejo adequado da dor, riscos da automedicação e a importância do acompanhamento periódico de saúde.

P105 - GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA DE ENFERMAGEM EM DOR: CONTRIBUIÇÕES PARA O GERENCIAMENTO DA DOR EM UM HOSPITAL PRIVADO EM SÃO PAULO. RAFAELA APARECIDA MARQUES CALIMAN1; ELISETH RIBEIRO LEÃO2; MARIA FERNANDA ZORZI GATTI3; MARIANA BUENO4. 1,2,3.HOSPITAL SAMARITANO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O Grupo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Dor (GEPED) criado em agosto de 2003 com o objetivo capacitar e fomentar discussões/reflexões entre os profissionais de saúde sobre as práticas de gerenciamento de dor na instituição. O estudo objetiva caracterizar a trajetória do GEPED e apresentar produção intelectual realizada. Método: estudo descritivo realizado em um hospital privado, filantrópico, na cidade de São Paulo. Os dados foram obtidos da análise dos arquivos do GEPED (2003-2009). Resultados: A formação dos profissionais de saúde realizou-se, principalmente, nos primeiros três anos de atividades com reuniões mensais e teleconferências organizadas pelo GEPED. Foram convidados diversos profissionais especializados na temática da dor. O planejamento e discussões sobre a implementação da dor como o 5º sinal vital foram iniciados também em 2003. Os assuntos abordados foram: estudo da dor nas diferentes faixas etárias (recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos) e para diferentes etiologias; elaboração de formas adequadas para registrar o processo de gerenciamento de dor; planejamento de intervalos de avaliação e tratamento farmacológico e não farmacológico, desenvolvimento de material educativo e planejamento e execução de treinamento para toda a equipe de enfermagem, com ênfase na avaliação, reavaliação, registos de enfermagem, farmacodinâmica básica e farmacocinética e estratégias complementares para controle da dor. Foram implantados indicadores de dor como uma medida da qualidade do atendimento, que são analisados mensalmente em todas as unidades do hospital na atualidade. Para melhorar a comunicação com os pacientes e para reduzir a falta de conhecimento do paciente e de sua família o GEPED desenvolveu um folder educativo, que fornece informações básicas sobre o gerenciamento de dor na instituição e ajuda o paciente a obter informações para interagir com as equipes no seu processo de gerenciamento de dor. A produção científica gerada pelos enfermeiros clínicos: 15 trabalhos publicadas em periódicos (peer-review); 2 livros editados; 24 capítulos de livros; e 21 trabalhos apresentados em Anais de Congressos (nacionais e internacionais). Conclusão: Ao longo dos anos, o trabalho desenvolvido pelo GEPED tem auxiliado no controle e manejo da dor dos pacientes hospitalizados e possibilitado o monitoramento contínuo como indicador de qualidade assistencial, além de contribuir para o conhecimento científico para a área.

P106 - PERFIL E EFETIVIDADE DO TRATAMENTO DA DOR EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA. RAFAELA APARECIDA MARQUES CALIMAN; MARIA FERNANDA ZORZI GATTI; ELISETH RIBEIRO LEÃO. HOSPITAL SAMARITANO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Estudos sobre o manejo da dor em Pronto Socorros revelam que muitas vezes não se faz a indicação correta do fármaco ou dá-se preferência ao monitoramento da dor até que se conheça o diagnóstico médico, o que resulta no subtratamento da dor e sofrimento desnecessário ao paciente. Método: O estudo objetivou caracterizar a avaliação e o tratamento, segundo a preposição da Organização Mundial da Saúde OMS, nas diversas algias atendidas em serviço de emergência e sua efetividade por meio da verificação da intensidade dolorosa no momento da alta. Trata-se de um estudo descritivo, no qual foram analisados 150 prontuários de pacientes atendidos no mês de novembro/2009 em um hospital privado filantrópico de São Paulo. Resultados: Dos pacientes analisados 78% eram adultos e idosos, sem prevalência de sexo; 92% foram avaliados quanto à intensidade dolorosa e a dor estava presente em 59,4% dos casos, principalmente dor visceral (71,9%). Em relação a intensidade dolorosa 43,9% dos pacientes apresentou dor leve, 34,1% dor moderada e 21,9% dor intensa. A escada analgésica proposta pela OMS foi utilizada para 30,5% dos pacientes que relataram dor, dos quais 81,8% apresentou alívio da dor. Todavia, dos pacientes que não foram tratados segundo a escada analgésica (69,5%), também houve melhora em 7,09% dos casos. Conclusão: Diante do que foi abordado, realça-se a importância da avaliação individual de cada paciente para a melhor proposta terapêutica não estabelecendo como verdade única a utilização da escala da OMS. Vale ressaltar que não foi pesquisada a aplicação de terapias não-farmacológicas.

P107 - CARACTERIZAÇÃO DA DOR TORÁCICA REFERIDA POR USUÁRIOS DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA CÁRDIOPULMONAR DO CEARÁ. REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO; DANIELLY SOUSA LIMA; GLORIA YANNE MARTINS DE OLIVEIRA; SARAH VIEIRA FIGUEIREDO; AMANDA MIRANDA CRUZ; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: As causas da dor na região torácica são múltiplas e com níveis variáveis de gravidade. A caracterização dessa dor é essencial para o correto e rápido diagnóstico. Para isso deve-se abordar o tipo, intensidade, duração, padrão de piora ou melhora, fator desencadeante da dor, além dos sintomas associados. Com todos esses conhecimentos o profissional de saúde deve ser capaz de distinguir quem tem ou não risco cardiovascular, já que estas representam uma das principais causas de mortalidade e morbidade. Objetivo: Este estudo teve como objetivo caracterizar a dor referida pelos usuários de um serviço de saúde de referência em atendimento cárdiopulmonar no estado do Ceará. Metodologia: Pesquisa quantitativa, do tipo descritiva e exploratória, realizada com pessoas que relataram dor torácica e procuraram atendimento na instituição considerada referência no Estado do Ceará para atendimento à pessoas com sintomatologia dolorosa torácica aguda, durante o período de março de 2007 a agosto de 2009. Assim, obteve-se uma amostra de 430 pacientes. Utilizou-se questionário contendo questões sóciodemográficas referentes à caracterização da dor relatada pelos pacientes

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atendidos na unidade de referência do Ceará. A análise e discussão utilizou-se de estatística descritiva simples e literatura pertinente ao tema. Os aspectos éticos, constantes das Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução nº 196/96, foram respeitados. Resultados: Observou-se que a faixa etária predominante ocorreu entre 61 a 70 anos (33,79%). Para esta faixa de idade, a maioria era do sexo feminino (12,09%). Quanto à caracterização da dor torácica, encontrou-se média de 5,30 e desvio padrão de 3,75 para a intensidade da dor ao chegar à emergência. Foi utilizado a escala visual numérica. Os locais de dor referidos foram: precordial (34,74%), posterior (19,72%) e subesternal (13,15%). Quanto à percepção da dor os principais descritores de caracterização referidos foram: pontada (21,60%), ardência (14,08%) e queimação (13,15%). Conclusão: Conclui-se que os usuários eram em sua maioria mulheres que apresentavam dor torácica de moderada a alta intensidade e que referiram descritores característicos de dor de origem cardíaca, evidenciando a importância da caracterização da dor e da capacitação dos profissionais de saúde para o perfil dos usuários com dor torácica que procuram esse tipo de serviço. Torna-se necessário então que a enfermagem desenvolva estratégias eficazes para a avaliação e manuseio de pacientes com dor torácica, visando o diagnóstico rápido e preciso para iniciar a terapêutica.

P108 - QUINTO SINAL VITAL: UM ESTUDO SOBRE O CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS. SABRINA TALITA TEOTONIO BEZERRA1; ISABELY PEREIRA CAVALCANTE2; MARIA DO SOCORRO CAVALCANTE BARROS AURELIANO3. 1,2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL; 3.GRADUADA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL.

Introdução: A dor pode ser definida como uma experiência subjetiva que é capaz de estar associada a um agravo real ou potencial nos mais diversos tecidos do corpo humano. A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor a descrevem como o quinto sinal vital e afirmam que deve ser avaliada com a mesma relevância que os demais sinais vitais. As características da dor também precisam ser consideradas, incluindo o seu início, local, tipo de dor, duração e fatores desencadeantes. No entanto, se observa que esta prática é pouco habitual nos ambientes hospitalares, devido a falta de conhecimento dos enfermeiros sobre a dor como sinal vital. Estas considerações permitem entender que é necessário para equipe de enfermagem estar informada de sua responsabilidade frente a um paciente com dor, podendo intervir de maneira positiva, contribuindo para a realização de um cuidado efetivo e humanizado. O presente estudo tem por objetivo identificar o conhecimento da enfermagem sobre a dor, como 5º sinal vital, e como é prestada a assistência em relação à temática. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos de periódicos, realizada na base de dados SciELO e LILACS através da Bireme. Obteve-se uma amostra de 20 artigos, entretanto, foram consideradas outras referências encontradas por meio de busca inicial. Resultados: Das fontes revisadas, foi possível observar que a maioria dos enfermeiros não possuem o conhecimento sobre a dor como um sinal vital e desconhecem instrumentos para sua mensuração e avaliação geral. Porém reconhecem a importância de ações educativas para melhorar a assistência prestada, aumentando seus conhecimentos. Conclusão: A concepção de vários profissionais da enfermagem em relação a dor como um sinal vital é baixa e isto constitui um desafio para o cuidar em enfermagem, assim sendo, considera-se vital a realização de práticas educativas com estes profissionais para alcançar sucesso nos cuidados com a dor. Outra solução viável seria a implementação de componentes curriculares nas escolas de enfermagem com o propósito de ensinar o uso de instrumentos e escalas de avaliação e mensuração da dor, formando assim profissionais realmente preparados para prestar uma assistência de qualidade e humanizada referente à dor.

P109 - AVALIAÇÃO BIOPSICOSSOCIAL DO PACIENTE EM UMA CLÍNICA DE DOR. SILVIA BORDIGNON DA COSTA1; CHARLES AMARAL DE OLIVEIRA2; FABRICIO DIAS ASSIS3; JAMIR JOÃO SARDÁ JUNIOR4. 1,2,3.SINGULAR-CENTRO DE CONTROLE DA DOR, CAMPINAS, SP, BRASIL; 4.UNIVALI - ACED - SINGULAR-CENTRO DE CONTROLE DA DOR, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introdução: Os modelos biopsicossociais de dor propõem que aspectos biológicos podem iniciar, manter ou modular alterações físicas; porém fatores psicológicos influenciam na avaliação e percepção de sinais fisiológicos, e fatores sociais mediam as respostas comportamentais do paciente à percepção de suas alterações físicas. Partindo deste pressuposto, é extremamente importante identificar quais fatores contribuem para a dor, incapacidade e sofrimento do paciente. Alinhado com esses pressupostos a Singular - Centro de Controle da Dor que possui em seu corpo clínico uma equipe composta por anestesiologistas intervencionistas, ortopedistas, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos instituiu um protocolo de avaliação multidimensional do paciente com dor. Relato de caso: O presente protocolo implantado em setembro de 2009 consiste em realizar na pré consulta de enfermagem e após a(s) intervenções a aplicação da escala numérica de dor (EVN) e do questionário SF-36 e Índice Oswestry de Incapacidade. Este procedimento visa oferecer a equipe e ao paciente uma compreensão das dimensões qualidade de vida e incapacidade, justificar o encaminhamento a uma abordagem multidimensional quando necessário, bem como avaliar os resultados das intervenções e seus impactos em outras dimensões. Durante esse período cerca de 400 pacientes foram atendidos na clínica, realizando esse protocolo de avaliação. Os resultados preliminares indicam que um grande número de pacientes com dores crônicas apresentam incapacidade física e alterações em diversas dimensões como: estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Discussão: As abordagens multidimensionais da dor surgiram da necessidade de abordar esse complexo problema sob uma perspectiva mais integrativa e efetiva. Entretanto avaliar a participação das diversas dimensões presentes na dor crônica não é uma tarefa fácil nem sob o ponto de vista teórico tampouco operacional (ex: escolha de modelo teórico, resistência do paciente, tempo despendido). Uma vez realizada a avaliação multidimensional, esta tem oferecido subsídios para que o paciente e a equipe compreendam as diversas alterações que podem ocorrer em outras dimensões da vida do paciente em decorrência ou associada a dor crônica, bem como subsidiar a necessidade de intervenções de natureza biopsicossocial. Os pacientes que recebem um tratamento efetivo, que aborde seus sintomas de forma integral apresentam uma redução da intensidade da dor e em outras dimensões da vida avaliada de forma mais objetiva (medida pelo EVN e escores do SF-36 e ODI). Além disso, esse procedimento também pode subsidiar a realização de pesquisas. Essa intervenção desenvolvida na Singular - Centro de Controle da Dor está alinhada com as tendências e abordagens mais efetivas realizadas nos centros de dor.

P110 - PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NO AMBULATÓRIO DE NEUROCIRURGIA FUNCIONAL E DOR DO HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO RIO DE JANEIRO. PATRICIA DIÓGENES SUASSUNA; ARTUR PADÃO GOSLING; ALEXANDRE CASTRO AMARAL; SONIA CAMARA RIBEIRO ALVES. HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / CENTRO MULTIDISCIPLINAR DA DOR, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A depressão e a ansiedade são os distúrbios psiquiátricos mais comumente encontrados nas pessoas que apresentam dor crônica. Entretanto muitos profissionais da área de saúde não são treinados para identificar a necessidade de encaminhamento desta população a um profissional capacitado para tratar estes distúrbios. Objetivo: Identificar a prevalência da ansiedade e depressão nos

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pacientes de dor crônica e avaliar a necessidade da manutenção dos programas de diagnóstico e tratamento dos pacientes que apresentam distúrbios psiquiátricos atendidos no Ambulatório de Neurocirurgia Funcional e Dor do Hospital dos Servidores do Servidores do Estado do Rio de Janeiro, RJ. Método: Foi desenvolvido um estudo transversal do tipo retrospectivo no período de 01 de fevereiro de 2009 e 31 de junho de 2010. Como instrumento foi elaborado um roteiro para transcrever as informações dos prontuários com relação às variáveis sociodemográficas (sexo, estado civil, escolaridade e profissão), ansiedade (Inventário de Beck de Ansiedade) e de depressão (Inventário de Beck de Depressão). Resultados: Foram avaliados 214 prontuários dos quais 79% apresentam dor a mais de 6 meses. A idade variou entre 20 e 81 anos com média de 51,35 anos, 61,21% eram do sexo feminino, em sua maioria casados (59,81%), 25,60% apresentam menos de 4 anos de escolaridade e 17,76% são da profissão auxiliar de serviços gerais. O diagnóstico de maior prevalência foi lombociatalgia com 30,37%. 34,11% apresentam ansiedade grave e 34,11% depressão leve. Conclusão: Neste trabalho foi confirmada a alta prevalência da ansiedade e depressão no ambulatório público de dor. Mostra-se necessário a manutenção dos programas específicos de diagnóstico e tratamento destes distúrbios em conjunto com as demais especialidades da área de saúde para promoção de alívio da dor e qualidade de vida. Sugerimos o acompanhamento da população tratada para avaliação da eficácia destes programas.

P111 - TUMOR GLÔMICO EM REGIÃO SUBUNGUEAL COMO CAUSA DE DOR CRÔNICA EM QUIRODÁCTILO. SUIANNY KARLA DE OLIVEIRA MACEDO; INDHIRA BARBALHO DIÓGENES PAIVA; THAMARA NATHALLYA NONATO PAIVA DE OLIVEIRA; FRANCISCO ALVES BEZERRA NETO. UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução - Os tumores glômicos são neoplasias benignas de etiologia desconhecida. Surgem a partir da proliferação do glomus normal do corpo, aparelho neuromioarterial, localizado no tecido subcutâneo, que regula o fluxo de sangue na pele. Acomete principalmente o sexo feminino na idade adulta em torno de 40 anos. Embora possa ocorrer em todo o tegumento, majoritariamente se concentram nas áreas subungueais dos dedos. Clinicamente apresentam paroxismo de dor intensa, espontânea ou desencadeada por agentes físicos, como pressão, trauma ou frio. A lesão apresenta-se com uma área de descoloração ligeiramente azulada com nódulos firmes e pouco elevados, constituindo na maioria das vezes tamanho menor que 1 cm. Trata-se, portanto, de um difícil diagnóstico devido à sintomatologia obscura e ao pequeno tamanho da lesão. O tumor glômico pode se apresentar clinicamente por meio de lesão única com maioria de 90% dos casos, ou lesões múltiplas. Nos diferentes estudos, as lesões solitárias representaram 1,6% dos casos em uma série de quinhentos tumores primários de partes moles e 1 a 4,5 % dos tumores de mão. Entretanto, devido ao interesse que suas peculiaridades despertem, já houve relato de pelo menos mil casos na literatura médica. Relato de caso - Os autores relatam o caso de um paciente do sexo masculino, 51 anos músico profissional que há 7 meses iniciou com dor em quarto quirodáctilo esquerdo, região da interfalangeana distal, do tipo latejante, a qual piorava ao toque e frio. Negava associado edema, hiperemia ou calor local. Não apresentava sintomas sistêmicos como febre, anorexia ou perda de peso. Ao exame físico apresentava pequena área de coloração azulada na região subungueal do quirodáctilo esquerdo e dor a palpação local. Ressonância magnética revelou formação nodular na região subungueal lateral com realce pós contrate compatível com tumor glômico. O paciente foi submetido a exérese do tumor com bom resultado cirúrgico e confirmação do diagnóstico pela histopatologia. Discussão - Os tumores glômicos são neoplasias benignas relativamente incomuns. Sua principal complicação é a dor em paroxismos. A ressonância magnética de alta resolução é fundamental para complementação diagnóstica da suspeita clínica. Os clínicos devem estar aptos a suspeitar desta entidade nos casos de dor de origem obscura em região de quirodáctilos especialmente na região subungueal.

P112 - HELTH ASSESSMENT QUESTIONNAIRE – UMA FERRAMENTA PARA A CLÍNICA DE DOR. RENATA LOPES PACHECO; TEREZA CRISTINA DE SOUSA LOURENÇO; ADRIANE MARIA DA FONSECA SÁ. HUCFF-UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução - A avaliação de pacientes com dor é necessária para estimar a magnitude e a natureza das variadas facetas de dor e de suas repercussões presentes, quantificar os resultados dos tratamentos e suas complicações, comparar os resultados observados em momentos diferentes no mesmo paciente e na mesma instituição. O programa de tratamento de dor crônica do HUCFF/UFRJ consiste em consulta médica, interconsulta, bloqueio, fisioterapia, escola de coluna, grupo de relaxamento, grupo terapêutico e acupuntura. Para quantificar a capacidade funcional durante o tratamento foi aplicado o questionário de capacidade funcional – Helth Assessment Questionnaire (HAQ). O HAQ foi um dos primeiros questionários com autorelato para medir o estado funcional (incapacidade) e tornou-se o instrumento dominante em várias doenças utilizado em todo o mundo (Stanford University School of Medicine). Métodos - O estudo foi observacional retrospectivo do tipo coorte. Foram analisados os questionários (HAQ) respondidos por 28 pacientes com dor crônica que frequentavam o ambulatório da clínica de dor do HUCFF/UFRJ no período de 19/04/2008 a 03/02/2010. Dessa amostra, 19 foram do sexo feminino e 9 do sexo masculino. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica constituída de anamnese, exame físico e interpretação de imagens, e foi aplicado por um profissional fisioterapeuta na segunda consulta o HAQ para verificar a capacidade funcional. Após 8 meses, foi repetido o mesmo questionário para fins de comparar a funcionalidade antes e depois do tratamento. Resultados - A capacidade funcional dos pacientes desse estudo foi melhor em 46,42%, indiferente em 21,43% e pior em 32,15%. De toda a amostra, 67,85% melhoraram a dor que foi avaliada através da escala de faces de dor. Conclusões - Como uma das propostas do tratamento de dor crônica não é necessariamente a eliminação completa da sintomatologia dolorosa, mas sim a melhora da funcionalidade e a reabilitação física e psicossocial dos pacientes, o tratamento da clínica de dor do HUCFF/UFRJ foi eficaz na melhora da capacidade funcional de 46,42% e da dor de 67,85% da sua amostra. Sendo assim, o uso do HAQ como ferramenta para avaliação da evolução das doenças crônicas respondidas pelos próprios pacientes foi fundamental.

P113 - CONTROLE SISTEMATIZADO DA AVALIAÇÃO DA DOR. WANESSA MATEUS BRASILEIRO; FABIOLA PEIXOTO MINSON; SABRINA DAVID ROCHA; CLAUDIA REGINA LASELVA. HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Dor é definida pela Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como uma experiência emocional desagradável relacionada à lesão tecidual ou descrita em tais termos. Trata-se de uma manifestação subjetiva e particular de cada indíviduo. Desde janeiro de 2000, a Joint Comission on Accreditation on Heathcare Organizations (JCAHO) publicou norma que descreve a dor como quinto sinal vital. (JCAHO) É uma entidade norte-americana de avaliação de hospitais que incluiu o alívio da dor como ítem a ser avaliado na acreditação hospitalar, a partir de 2001, tal decisão resultou no reconhecimento que hoje se tem sobre o direito do doente ter sua queixa dolorosa adequadamente avaliada, registrada e controlada. Objetivo: Descrever o controle sistematizado de avaliação da

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dor nos pacientes internados de acordo com a Avaliação e Monitorização da dor preestabelecidos na política Institucional. População: 1.232 prontuários de pacientes internados há mais de 24h na instituição nos meses de Fevereiro, Junho e Setembro de 2009. Metodologia: Os prontuários foram selecionados por sorteio aleatório manual. Os dados analisados foram: Adequação da escala para avaliação da dor conforme condições cognitivas do paciente, Registro do score uma vez por turno, Reavaliação da dor em até uma 1 hora. Os critérios de referência adotados são: Adequação da escala para avaliação da dor 90%, Avaliação da dor 1x turno 95%, Reavaliação da dor até 1 hora 95%. Resultado: Após análise averiguamos que em Fevereiro o registro de escore uma vez turno 93%, Reavaliação após uma hora 91%. Junho Registro de escore uma vez turno 94%, Reavaliação após uma hora 94%, Conformidade na adequação da escala 98%. Setembro: Registro de escore uma vez turno 96%, Reavaliação após uma hora 93%, Conformidade na adequação da escala 97%. Conclusão: Os resultados apresentados demonstraram que houve conscientização, uma vez que o 5º sinal vital foi instituído trazendo Qualidade na Prática Assistencial, assegurando que todos os clientes tenham acesso ao controle da dor de forma diferenciada.

P114 - PROCEDIMENTOS DOLOROSOS EM RECÉM-NASCIDOS NUMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL. FABÍOLA LIMA PEREIRA; ANA CAROLINA MAXIMO SILVA; CARMEN GRACINDA S. SCOCHI; ADRIANA MOREAS LEITE. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- A vivência da dor provoca inúmeros efeitos deletérios ao recém-nascido, assim, torna-se imperativo que este fenômeno seja avaliado e sobretudo tratado. Objetivo - O objetivo do presente estudo foi identificar os procedimentos dolorosos submetidos pelos recém-nascidos pré-termo (RNPT) em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) durante 24 horas. Método- Esse estudo observacional, descritivo, exploratório, foi realizado em uma UTIN de um hospital universitário, no qual participaram 20 RNPT com idade gestacional entre 24 e 34 semanas. A coleta de dados foi realizada através de filmagem durante 24 horas por meio de 4 câmeras CCD color, visando identificar os procedimentos que os RNPT manifestassem mímica facial como respostas de dor. A análise das filmagens foi realizada por dois pesquisadores que apresentaram concordância de 92%. Resultados - Dos 1341 procedimentos realizados, 146 (10,88%) foram considerados como dolorosos: 24 (1,8%) aspirações de COT, 17 (1,3%) punções arteriais, 4 (0,3%) refixações de COT, 40 (3%) refixações de CPAP, 2 (0,1%) intubações orotraqueais, 9 (0,7%) retiradas de fixações de sonda orogástrica, 2 (0,1%) retirada de fixação de cateter de O2, 15 (1,1%) punções para acesso venoso, 14 (1%) retiradas de fixação para proteção ocular, 4 (0,3%) retiradas de fixação de acesso venoso, 2 (0,1%) curativos de acesso venoso central e 1 punção de calcâneo e 1 curativo de ferida. Conclusões- Cabe à equipe o desenvolvimento de práticas voltadas para o manejo da dor aos neonatos hospitalizados. A conscientização dos profissionais que atuam junto a essa clientela, pode reduzir a dor que o neonato experimenta nas UTIN.

P115 - INCIDÊNCIA DE DOR PÓS-OPERATÓRIA EM SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA EM PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIAS SUBMETIDOS A CIRURGIAS ONCOLÓGICAS. CLÁUDIA CARVALHO RIZZO1; FRANCISCO OTÁVIO MAIA SANTOS2; EDMUNDO CARVALHO MAUAD3. 1.HOSPITAL CANCER DE BARRETOS, BARRETOS, TO, BRASIL; 2,3.HOSPITAL CANCER BARRETOS, BARRETOS, SP, BRASIL.

Introdução - O tratamento da dor pós aguda pós-operatória, embora de importância primordial tanto na boa evolução dos pacientes e para que não se transforme no futuro em dor crônica, nem sempre é realizado de forma adequada nem intra e tampouco no pós-operatório quanto ao seu melhor controle. Após investigação por meio de um questionário específico que visa caracterizar as reações adversas comumente encontradas no período pós-operatório imediato, constatou-se que no Hospital do Câncer de Barretos que pacientes submetidos a cirurgias de grande e médio porte, especificamente, cirurgias torácicas, coluna vertebral, cirurgias do aparelho digestivo e urológicas, apresentavam uma incidência de dor moderada/grave em sala de recuperação pós-anestésica em torno de 75% para as de grande porte e 60% para as de médio porte. O segundo efeito adverso observado foi o alto índice de hipotermia em torno de 65% nesses pacientes. Diante desses dados efetivou-se na rotina desse hospital a investigação sistemática do 5º sinal vital paralelamente aos já pré-existentes (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura). Vários estudos apontam que hospitais com serviços de dor aguda estruturado há redução das taxas de morbimortalidade dentre outros benefícios cardiovasculares e pulmonares. Como os achados encontrados no Hospital do Câncer de Barretos apontavam alta incidência de dor pós-cirúrgica, organizou-se, inicialmente, a confecção de protocolos para tratamento da dor, assim como medidas educativas entre os diversos profissionais visando e esclarecendo a importância em se aprimorar nesse campo. Outrossim, após a conscientização também da diretoria quanto à premente necessidade de investimento técnico, social, estrutural e financeiro nesse área, obteve-se a aprovação com recursos humanos e econômicos para implantação e treinamento mediante aquisição de dispositivos amplamente conhecidos e consagrados nesse campo, isto é, bombas de PCA. Como o Hospital do Câncer de Barretos é reconhecidamente um centro referência no tratamento e pesquisa em câncer, não poderia deixar de atuar nesse segmento de suma importância tanto na humanização, como no benefício global para esses pacientes, não somente no alívio da dor aguda pós-operatória, mas também para contribuir com menor incidência de depressão e ocorrência de metástases em seu seguimento ao longo de todo o processo terapêutico que lhes é reservado e, dessa forma resgatando o “lema” institucional de que o portador de câncer não mais é compelido ao sofrimento interminável.

P116 - CONTROLE DE DOR PÓS-OPERATÓRIA POR MEIO DE ANALGESIA CONTROLADA PELO PACIENTE (ACP) EM PEDIATRIA - PÔSTER. CRISLEY DA SILVA GUENIN; JEANE PEREIRA JUVER; BEATRIZ DO CÉU NUNES; ISMAR LIMA CAVALCANTI. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: O controle da dor pós-operatória em paciente submetido à toracotomia encontra seu padrão-ouro na analgesia via cateter peridural com infusão de base associada à ACP. Em crianças, além da indicação técnica do método, deve-se avaliar também a capacidade cognitiva para o êxito do resultado. Relato de caso: Paciente de 06 anos, branca, 28 kg, com tumor de mediastino posterior esquerdo, foi submetida à toracotomia homolateral. Procedimento realizado sob anestesia geral combinada a anestesia peridural torácica. A programação para a analgesia pós-operatória consistia de ACP e acompanhamentos diários pela Equipe de Controle de Dor. Iniciada infusão peridural contínua de solução de fentanil 0,05% + ropivacaína 0,1% na velocidade de infusão de 2mL/h, associada a ACP com bolus de 02 mL, intervalo de segurança de 20 minutos e limite de dose em 4 horas de 20 ml. As informações sobre a intensidade e tipo da dor, seu controle e efeitos colaterais eram fornecidas pela avó. No D1 de internação no CTI queixava-se de prurido e apesar do relato de nenhu-

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ma demanda na ACP, havia o registro de 05 solicitações na bomba com a oferta de 03 bolus. Reduzida a infusão de base e o bolus para 1,5mL/h e 1,5mL respectivamente. No D2 de internação no CTI, mantinha-se o relato de que a ACP não fora utilizada, os parâmetros do método foram mantidos, mas constava a marcação de 04 demandas e 03 liberações. Um parecer foi então solicitado pelo plantonista do CTI pediátrico devido à sonolência flutuante. O exame clínico evidenciava uma criança ativa, sem alterações no estado de consciência, o que excluía a possibilidade de inadequação da dose de infusão contínua. Observando a paciente à distância, percebeu-se que ela brincava simultaneamente com o disparador da ACP e com o oxímetro de pulso, provocando acionamentos involuntários do dispositivo. Após esta verificação, os parâmetros foram alterados para bolus de 0,5 mL, com aumento do intervalo de segurança para 25 minutos, redução do limite de 4 horas para 11 mL e manutenção da infusão contínua em 1,5mL/h. Já na enfermaria, no dia seguinte, seguiu com adequado controle álgico, quando então foram retirados o dreno torácico e o cateter peridural, sendo iniciada analgesia venosa a critério da equipe assistente. Registrava-se neste momento, 08 demandas na ACP com 04 bolus liberados. Discussão: O bom controle álgico foi obtido após a cirurgia com o método proposto. Porém a flutuação no estado de consciência da paciente sinalizou a possibilidade de alguma inadequação do método ao perfil pediátrico. Observou-se a utilização do disparador do PCA de forma lúdica. Isto demonstra que a indicação deste método não se relaciona apenas à idade cronológica. A capacidade cognitiva também deve ser considerada ao prescrevê-lo.

P117 - EFICÁCIA DA OXICODONA DE LIBERAÇÃO CONTROLADA NO PRÉ-OPERATÓRIO PARA CONTROLE DE DOR APÓS EMBOLIZAÇÃO DE MIOMA UTERINO. GEORGE MIGUEL FREIRE1; IRIMAR PAULA POSSO2; DIEGO MARCELO MAY3; MARA LUCIA PINHEIRO4; MARCOS LOURENZO MESSINA5; ÁQUILA LOPES GOUVEIA6. 1.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3,4,5.ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 6.HOSPITAL DAS CLÍNICAS HCFMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução- A embolização das artérias uterinas (EAU) produz uma dor intensa no pós-operatório imediato. Há poucos estudos publicados sobre analgesia nesta área. Métodos- Após aprovação do Comitê de Ética do Hospital e consentimento informado obtido, 60 pacientes, estado físico ASA I-II foram submetidas à EAU e divididas em 2 grupos: Grupo M (Grupo morfina =30 pacientes receberam analgesia padrão e morfina 200 mcg por via subaracnoidea). Grupo O (Grupo oxicodona = 30 pacientes, receberam 1 hora antes da cirurgia oxicodona de liberação lenta (OLL) por via oral 20mg e a cada 12h por 24h). Todas receberam raquianestesia com bupivacaína pesada 15 mg e morfina 200mcg e sedação com propofol. A analgesia padrão incluía cetoprofeno 100mg e dipirona 2g. A profilaxia dos efeitos colaterais foi feita com ondansetrona 8 mg, dexametasona 5mg e difenidramina 50mg. Os resgates de analgesia foram feitos com administração de bolus de morfina 2mg através de bomba de analgesia controlada pelo paciente (ACP) com intervalo de 5 minutos e limite de 4 h de 20 ml. A intensidade da dor foi avaliada no pós-operatório através da escala verbal numérica. Resultados - Não houve diferença significativa entre os dois grupos em relação à idade (p=0,101). A idade média foi de 38,37 no grupo M e 36,43 no grupo O. Nos tempos de 6h, 12h e 24h os valores observados de EVN foram mais baixos no grupo O. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em 2 (p=0,999), 6 (p> 0,999) ou 12(p=0,667) horas, entretanto, em 24 horas houve significância estatística (p=0,029). O consumo de morfina foi mais baixo no grupo O. Mais pacientes no grupo M receberam morfina 23(76,7%) em relação ao grupo O 14(46,7%) (p=0,017). A incidência de náuseas e vômitos foi similar nos dois grupos (p=0,605) e o surgimento de prurido foi mais baixo no grupo O, 6(20,0%) em relação ao grupo M 14(46,7%) (p = 0,029). A incidência de náuseas e vômitos foi alta nos dois grupos apesar da tentativa de controle com dois antieméticos. O tratamento de dor no grupo O mostrou menores valores de dor e menos resgates de morfina além de uma incidência menor de prurido, em relação ao grupo M. A dose OLL de 20 mg pré-operatória resulta em menos dor e menor consumo de morfina após EAU. Não houve correlação entre volume uterino e níveis de dor em 24h (ρ = 0,02; valor p = 0, 881). Conclusões- O trabalho mostrou que a administração prévia de OLL para o controle de dor após EAU tem efeito positivo. A combinação com morfina intratecal é efetiva e reduz o consumo de morfina endovenosa além de diminuir o surgimento de prurido. Os dois grupos apresentaram a mesma incidência de náuseas e vômitos. Os escores de dor não foram relacionados com o volume uterino.

P118 - ANÁLISE DA DOR PÓS-OPERATÓRIA DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL TERCIÁRIO DA ZONA NORTE DO CEARÁ, BRASIL. JANSSEN LOIOLA MELO VASCONCELOS; VICENTE CRISTINO MENEZES NETO; ANDREZZA MARQUES FERNANDES; ANA LARISSA PEDROSA XIMENES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOBRAL, CE, BRASIL.

Introdução: A dor é uma importante queixa no pós-operatório (PO), sendo considerada muitas vezes normal pela assistência hospitalar e pelo próprio paciente, em razão da falta de conhecimento da fisiopatologia da dor e do manejo adequado da analgesia. Sabe-se que estímulos dolorosos prolongados predispõem o paciente ao sofrimento e complicações, podendo aumentar o tempo de internação. Este estudo objetiva avaliar a dor de pacientes internados na enfermaria São José da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Método: O estudo foi realizado entre Dezembro/2009 e Junho/2010, em que foi aplicado um questionário semi-estruturado com 13 perguntas objetivas abordando a identificação e a avaliação da dor do paciente a partir da Escala Visual Numérica, bem como a análise do prontuário com o fim de coletar dados sobre o procedimento cirúrgico e a prescrição analgésica. Foram entrevistados 77 pacientes escolhidos aleatoriamente, incluindo apenas aqueles que estavam no 1° dia de PO e que aceitaram participar da pesquisa, sendo excluídos os impossibilitados de responder. Resultados: A porcentagem de intervenções abdominais foi 69,7%. Do total das cirurgias, 67,1% foram classificadas como de médio porte (29,4% com dor no momento) e 30,3% grande porte (43,5% com dor no momento). Na prescrição analgésica, 66,2% dos prontuários havia somente analgésico simples (AS), 1,3% anti-inflamatório não hormonal e 26% associação de opioide forte e AS. A prescrição com uso de “se necessário” foi encontrada em 21,1% dos prontuários e em 53,2% o paciente havia recebido a medicação há mais de 4 horas. A presença de dor nas últimas 24 horas foi relatada por 62,7% dos pacientes. No momento da entrevista, a dor leve (1 a 4) foi encontrada em 31,6%, moderada (5 a 7) em 6,6% e forte (8 a 10) em apenas 1,3% dos pacientes. Vale ressaltar que 28,4% dos casos que não tinham dor no momento da pesquisa tiveram dor nas últimas 24 horas. As dificuldades de movimentação no leito (57,9%) e deambulação (47,9%) foram as principais queixas. Conclusão: Sabe-se que não existe uma única maneira de tratar a dor, sendo indicada a associação de drogas ou técnicas analgésicas. Chama atenção a alta porcentagem de utilização de apenas AS e a administração excedendo 4 horas, influenciando na presença de dor nas últimas 24 horas. Portanto, percebe-se que deve haver uma abordagem mais efetiva no controle da dor para evitar a sensibilização central nestes pacientes em PO.

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P119 - PERFIL DE PACIENTES COM DOR ATENDIDOS EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA. JOSÉ VICTOR GOMES COSTA1; MARIANA OLIVEIRA DE ARAÚJO2; CAIO CALIXTO DIÓGENES PINHEIRO3; FRANCISCO ROMEL LIMA ARAÚJO4. 1,2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 4.INSTITUTO DR JOSÉ FROTA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Um grande número de pacientes com variadas queixas são atendidos diariamente em serviços de emergência. Neste sentido, o controle da dor nestes pacientes é variável e, frequentemente, inadequado. Métodos: Estudo transversal, com aplicação de questionário. Foram avaliados 79 pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos. O questionário continha perguntas que versavam sobre a causa, intensidade e local da dor destes pacientes. Resultados: 83,5% dos pacientes entrevistados eram do sexo masculino e 16,5% do sexo feminino. A média de idade foi de 35,78 ± 14,88 anos. 58,4% dos pacientes eram procedentes da cidade de Fortaleza (28/48) e 41,6% (20/48) das demais localidades (20/48). Os pacientes levaram em média 145 ± 139 minutos para chegarem ao hospital. Apenas 7% (7/78) dos pacientes relataram uso de medicação analgésica domiciliar, antes de chegar ao hospital. 50,6% foram diagnosticados como vítimas de trauma isolados e 46,8% de politraumas. Quando indagados sobre o local da dor, 50,6% (39/77) dos pacientes referiram a cabeça; 28,6% (22/77) o membro superior direito; 26% (20/77) o tórax; 24,7% (19/77) o membro inferior direito e 11,7% (19/77) o abdome. Por sua vez, a coluna dorsal foi citada por apenas 1,29% dos pacientes e a região pélvica por 2,59%. A média das escalas de dor destes pacientes antes da analgesia foi de 8,01 ± 2,15, na escala numérica, e 8,11 ± 2,24, segundo a escala de Wong Baker. 85,1% (63/74) dos pacientes referiam melhora da dor após a realização de analgesia. As medicações analgésicas mais utilizadas foram: AINES, em 84,6% (55/65) dos casos; AINE + Opioide fraco, em 13,8% (9/65); AINE + Opioide forte em apenas 1,5% (1/65). Apenas 1 paciente (1,3%) apresentou contraindicações à analgesia, sendo esta TCE. Em relação à via de administração, em 4,2% (3/71) a medicação foi administrada por via oral e endovenosa simultaneamente; em 1,4% (1/71) apenas por via oral; e apenas por via endovenosa em 94,4% (67/1). Quando indagados sobre o nível da dor pós-analgesia, obtivemos uma média de 3,59 ± 2,66, segundo a escala numérica; e 3,61 ± 1,87, segundo a escala de Wong Baker. Conclusões: Os pacientes admitidos em serviços de emergência em hospitais terciários são, muitas vezes, vítimas trauma ou politraumas, com níveis altos de dor. Neste sentido é essencial a realização de uma analgesia precoce nestes pacientes. Embora o uso de opioides esteja indicado em casos de dor severa, vimos que houve uma redução de dor importante com o uso predominante de AINES.

P120 - MENSURAÇÃO DA DOR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA. LÍGIA VANESSA SILVA CRUZ DUARTE; LUCIANO R DE LIMA; RAQUEL SOARES DEARAUJO; LILIAN VARANDA PEREIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Introdução: A dor pós-operatória é prevalente no âmbito hospitalar, podendo manifestar-se de forma grave ou moderada em 40 a 60% dos casos. O objetivo do estudo foi analisar a dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca, por esternotomia. Método: coorte, prospectivo, desenvolvido em um hospital geral de Anápolis-GO, com amostra de conveniência de 62 pacientes, avaliados durante quatro dias de pós-operatório (POI, 1°, 2° e 3° PO). A intensidade da dor foi medida por meio da Escala Numérica (0-10) e localizada por meio de Diagramas Corporais. Resultados: Entre os 62 participantes, a maioria foi do sexo masculino (56,5%), com média de idade de 54,8 anos; dp=12,1, casados (72,6%), com escolaridade de 0 a 4 anos (53,2%) e classe econômica predominante C (42,0%). O estado físico précirúrgico P3 (ASA) foi o mais frequente (98,4%) e o tipo de cirurgia prevalente foi a valvar (46,8%) e revascularização do miocárdio (RM) (40,3%). O tempo de cirurgia variou de 2 a 9 horas (M=4,6 horas; Dp=1,3) e a anestesia mais comum foi a geral (93,6%). A ocorrência de dor no POI, 1°, 2° e 3° PO, ao repouso, foi de 77,4%, 62,9%, 53,2% e 45,2%, respectivamente e a intensidade subjetiva dessa dor considerada como grave por 40,3% dos pacientes no POI; 6,4% no 1° PO; 3,2% no 2° PO; e 4,8% no 3° PO. Por outro lado a dor dinâmica (à inspiração profunda) foi relatada por 93,5%, 96,7%, 82,2% e 75,8% dos pacientes no POI, 1°, 2° e 3° PO, respectivamente, com intensidade grave para 25,8% das pessoas no POI; 25,8% no 1° PO; 9,6% no 2° PO; e 3,2% no 3° PO. A redução da ocorrência e intensidade de dor ao longo dos 4 dias foi significativa nas duas situações (p=0,01). Também foi significativa a associação entre intensidade de dor e o uso de analgésicos, ao repouso, no POI (p<0,01) e 3º PO (p=0,02) e à inspiração profunda, no POI (p<0,01). Conclusões: Embora muitos avanços foram conseguidos no campo farmacológico, a ocorrência de dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca ainda é elevada e a intensidade dessa experiência, tanto ao repouso como à inspiração é grave no POI, reduzindo drasticamente a partir do 1 PO.

P121 - AVALIAÇÃO DE DOR ATRAVÉS DE ENTREVISTA POR TELEFONE APÓS ALTA HOSPITALAR. MARA LUCIA OLIVEIRA1; GEORGE MIGUEL FREIRE2; DIEGO MARCELO MAY3; IRIMAR PAULA POSSO4; MARCOS LOURENZO MESSINA5; ADRIANA AMORIM FRANCISCO6. 1,2.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EISTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.HOSPITALISRAELITA ISRAELITA ALBERT EISTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4,5,6.HOSPITALISRAELITA ALBERT EISTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução- A analgesia para o controle de dor pós-embolização das artérias uterinas é tratada de forma contundente durante a internação que costuma ser curta de 24 a 48 h. Algumas pacientes relatam dor após a alta hospitalar. Métodos- As 60 pacientes submetidas à embolização de artéria uterina (EAU) no período de março a janeiro foram catalogadas para entrevista por telefone com o intuito de avaliar a dor após a alta hospitalar. Foi elaborado um questionário de 15 perguntas simples a maioria do tipo sim e não. Todas as pacientes haviam participado previamente de um estudo que avaliava o controle de dor com ou sem oxicodona de liberação longa. Resultados- Das 60 pacientes que realizaram o procedimento, 16 (26,7%) não responderam o questionário. Do total que foram entrevistadas 20 (45,5%) disseram que tiveram dor após alta hospitalar sendo que apenas 7 (11,7%) tiveram alta com alguma sensação dolorosa. Apesar das pacientes relatarem dor em casa de 1 a 30 dias, o maior número de dias com dor foi de 3 dias por 5 (25,0%) pacientes. A intensidade da dor foi relatada como leve (1-3) por 5 (25,0%) pacientes, moderada (4-6) 5 (25,0%) pacientes e forte (7 -10) por 9 (45%) pacientes. Apenas 4 (9,0%) retornaram ao hospital ou posto de saúde por causa da dor. 38 (86,4%) pacientes tomaram algum analgésico em casa. As pacientes que informaram ter sentido dor durante a internação foram 21 (35,0%). Deste número, tiveram também dor em casa 12 pacientes (27,3%), mostrando uma relação de continuidade do quadro álgico. Das entrevistadas 26 (59,1%) esperavam ter dor após o EMUT, entretanto 20 (45,5%) realmente tiveram. A visita pré-anestésica feita na véspera da embolização pode ter gerado expectativas, pois o médico informa várias medidas que serão realizadas para o controle de dor o que poderia supor que o procedimento é de extremo potencial álgico. Apesar de ter sentido dor durante a internação ou após a alta hospitalar todas as pacientes informaram estarem satisfeitas com o tratamento álgico oferecido. Observou-se também que a dor foi sentida por um número menor de pacientes do grupo que recebeu oxicodona tanto no período de internação 7 pacientes (11,7%) como em casa 8 pacientes (18,2%) comparado ao grupo que recebeu morfina 14 (23,3%) e 12 (27,3%)

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respectivamente. Conclusões- Devido a alta precoce em vários atendimentos ambulatoriais muitos pacientes sofrem de dor aguda longe de um tratamento eficaz. Esta dor pode ir de horas a dias e alguma vez pode tornar-se crônica. Faz-se necessário criar mecanismos para acompanhamento e intervenção precoce. A disponibilidade de seguimento é fundamental para identificar casos de potencial álgico que podem descompensar após a alta hospitalar. Este trabalho evidenciou o problema e mostrou a importância de reforço da analgesia domiciliar.

P122 - EXAME FÍSICO EM MULHERES COM FIBROMIALGIA SEGUNDO O MÉTODO DE FISCHER. ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE; MARIA LUZETE C CAVALCANTE; FABIANE SS LIMA; SILVANE RODRIGUES LIMA. CURSO DE ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, CE, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- Fibromialgia se caracteriza por dor músculoesquelética difusa, crônica com pontos dolorosos ou trigger points (TG), na ausência de processos inflamatórios articulares ou musculares. Fischer (1995) propõe método que consiste em exame físico incluindo palpação, pinch and roll, teste do clipe metálico associado à algometria de pressão com uso de dinamômetros para quantificar pontos iniciais dos trigger points, tolerância da dor à pressão exercida, pressão do músculo e do osso e medidas de conformidade do tecido. Assim, objetivou-se identificar TG no exame físico de mulheres com fibromialgia segundo Fischer. Métodos - estudo experimental, descritivo e exploratório, traz recorte do projeto “Tecnologia Tátil para Avaliação da Dor” - CNPq e parecer CONEP nº04545014-5. Aplicou-se questionário em amostra com 83 pacientes com diagnóstico de fibromialgia atendidos no Ambulatório de Ortopedia de Hospital de Ensino de Fortaleza-CE, entre dezembro de 2005 a junho de 2006. Os dados obtidos foram agrupados em quadros e tabelas para a análise estatística simples à luz do método de Fischer. Resultados - Na maioria da amostra (n=83) houve predomínio de limitações (80%) e anormalidades à inspeção e também em 63% das diversas regiões do corpo à mobilização para avaliação da função muscular e dos esclerótomos, e baixa resistência na amplitude de movimento (ADM)(30%) e no grau de avaliação muscular (GEM) (32%). Houve predomínio de bandas de tensão na região glútea (63,15%), com 57,89% para os músculos Glúteo Maior , 36,84% para o Glúteo Médio e na região dos músculos adutores (57,89%). Principais locais encontrados com Trigger Points foram a região do glúteo (68,42%) com músculos glúteo maior (68,42%) e glúteo médio (31,57%); e músculos adutores (63,15%). Concluiu-se que há forte evidência da presença de locais de tensão muscular e pontos de irradiação da dor (Trigger Points) em locais estratégicos de cada região anatômica analisada, em especial na região glútea e dos músculos adutores.

P123 - ESTUDO COM PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE NA PREVALÊNCIA DE DORES MUSCULOESQUELÉTICAS. SAMUEL VERTER MARINHO UCHÔA LOPES1; CRISTIANE MARINHO UCHÔA LOPES2; ANTONIO YONY FELIPE RODRIGUES3. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL; 2.FACULDADE LEÃO SAMPAIO, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL; 3.INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL.

A Insuficiência Renal Crônica é uma diminuição gradual da função renal, gerando, em casos avançados, incapacidade de excreção de substâncias tóxicas ao organismo. Quando os tratamentos iniciais da Insuficiência Renal deixam de ser eficazes, os pacientes necessitam serem submetidos à diálise prolongada. As sessões de Hemodiálise frequentemente influenciam o esquema de trabalho, de estudo ou de atividades de lazer do indivíduo. A possibilidade da perda da independência pode ser particularmente angustiante. O objetivo foi verificar a prevalência de algias em pacientes submetidos à hemodiálise no Hospital Santo Inácio em Juazeiro do Norte-CE. Este estudo foi do tipo descritivo, transversal, baseado em estratégias de análise quantitativa. Foi realizado com pacientes submetidos à Hemodiálise que compareceram ao Centro de Hemodiálise do Hospital Escola Santo Inácio, em maio de 2010. Constituindo um total de 24 participantes (n=24), com idade entre 22 e 35 anos, onde 62% eram do sexo masculino e 38% do sexo feminino, com tempo médio de tratamento de três meses há um ano. Utilizou-se um questionário para análise dos sinais e sintomas e o uso da escala de Borg para a verificação do grau da dor em coluna lombar e/ou membros inferiores. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva através do uso de um software estatístico Epi-info 6.0. Após o período de estudo, os resultados mostraram que 21 pacientes não praticam atividades físicas, 5 são fumantes e 8 ingerem bebidas alcoólicas. Dentre o sinais e sintomas correlacionados, 20 apresentavam hipertensão arterial, 17 câimbras, 14 anemia, 8 edemas em membros inferiores e 2 doenças pulmonares. Em relação ao quadro álgico, 96% dos pacientes apresentavam dor, onde 66,7% estas surgiram após o tratamento hemodialítico. As dores apresentavam-se durante o dia e aos esforços em membros inferiores e coluna lombar. Com relação ao grau de dor em coluna vertebral (4) relataram grau 5, (3) grau 6, (2) grau 7 e (2) grau 8. Em membros inferiores, (6) grau 5, (5) grau 8 e (4) grau 10. É mister a busca do conhecimento da prevalência dos sinais e sintomas para possíveis intervenções, melhorando a qualidade de vida destes pacientes.

P124 - RELATO DE CASO. TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DA DOR DE ADOLESCENTE COM FIBROMIALGIA ASSOCIADA A SUSPEITA DE ENDOMETRIOSE. FABIOLA PEIXOTO MINSON1; LIEGE MENTZ ROSANO2; JAMIR JOÃO SARDÁ JUNIOR3. 1,2.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - 2.CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO DA DOR, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.UNIVALI-ACED-2.CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO DA DOR, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

A Síndrome Fibromiálgica (SFM) é caracterizada pela ocorrência de dor crônica musculoesquelética generalizada, fadiga e alterações do sono. A Endometriose (EDM) acomete 15 % das mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizada pela presença de implante ectópico, extrauterino, de glândulas e/ou estroma endometriais, tendo como sintoma mais comum a dismenorreia e a dor pélvica crônica. A SFM e outros tipos de dores crônicas são mais prevalentes em mulheres com endometriose, apresentando componentes biopsicossociais que respondem melhor a intervenções multidimensionais. Relato de caso: Paciente de 16 anos, feminina, com suspeita de EDM devido a dismenorreia de forte intensidade desde a menarca, Ca 125 aumentado e Ultrassonografia transvaginal compatível com tal doença, apresentava dores generalizadas há um ano, de forte intensidade (EVN=10/10), pior em região lombar, que prejudicava estudo, lazer e sono. A paciente foi submetida a tratamento farmacológico, não-farmacológico e intervencionista realizado por uma equipe multidisciplinar. Apresentava 18/18 tender points dolorosos. O questionário SF-36 apresentava escores reduzidos em todas as dimensões, exceto aspectos emocionais. Foi prescrito Pregabalina (300 mg), Baclofeno (10 mg) e Tramadol associado a paracetamol como medicação de resgate. Foram realizados também quatro bloqueios simpáticos venosos com Lidocaína com intervalo de 1 semana. Foi indicado massagem, cinesioterapia, deslizamento miofascial e psicoterapia cognitivo comportamental durante o tratamento. Após melhora das dores generalizadas e persistência das dores lombares, optou-se por realizar bloqueio peridural sacral com corticoide devido a alteração morfológica de L5 e S1 a esquerda. Após cinco meses do tratamento, a paciente estava com EVN= zero. Os escores aumentaram + de 30 pontos percentuais na capacidade funcional, aspectos físicos e dor. O estado de saúde geral, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental também mostraram aumento. Os resultados indicam adequado controle

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da dor e melhora da qualidade de vida. A paciente mantém o tratamento muldidisciplinar e não usa medicação atualmente. Discussão: O tratamento de uma adolescente com fibromialgia e suspeita de endometriose, é complexo, necessitando uma abordagem multidimensional individualizada. É imprescindível a atuação de médicos, fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros. A combinação de opioides, adjuvantes, bloqueios e terapias não farmacológicas, além da associação da fisioterapia e da psicoterapia, permite abordar outras dimensões da doença fibromiálgica, além da dor. A avaliação através de questionários contribui para uma avaliação objetiva e multidimensional da terapêutica.

P125 - COMBATE A DOR: DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE UMA CAMPANHA DE PREVENÇÃO DA DOR CRÔNICA. ARTUR PADÃO GOSLING; PATRICIA DIÓGENES SUASSUNA; FERNANDA PIMENTEL SÁ; ALEXANDRE CASTRO AMARAL. CENTRO MULTIDISICPLINAR DA DOR, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A campanha “Combate a Dor” foi realizada no dia 13 de abril de 2010 como parte integrante do evento “Novas Tendências no Tratamento da Dor Crônica”. Este evento foi desenvolvido em consonância com a Campanha Mundial de Combate a Dor Musculoesquelética realizada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP). Objetivo: Alertar a população sobre os possíveis fatores predisponentes da dor, orientar sobre o modelo multidisciplinar de intervenção nos processos dolorosos, distribuir material educativo e esclarecer dúvidas sobre prevenção e tratamento da dor. Metodologia: Foi realizado um inquérito de prevalência com a população que transitava no Centro Empresarial Rio na manhã do dia do evento. Foi elaborado um questionário com perguntas sobre os hábitos de vida da população que foi aplicado por profissionais da área de saúde previamente treinados. Resultados: Foram entrevistadas 101 pessoas das quais 98% eram do sexo feminino, com idade variando entre 19 e 84 anos e média de 44,3 anos. A presença de dor foi identificada em 77% da população sendo 90% há mais de 6 meses. A região de maior prevalência foi a lombar. 38% relataram fazer automedicação, 77% realizavam rotineiramente atividades prazerosas, 74% procuravam movimentar-se bem no dia a dia, 67% relatavam que apresentavam uma boa alimentação, 65% procuravam o médico quando sentia alguma dor, 60% possuíam uma boa respiração, 60% dormiam bem, 58% apresentavam ansiedade, depressão ou estresse, 50% respeitavam os seus limites, 41% praticavam atividade física regularmente e 40% apresentavam bons hábitos posturais. Conclusão: A alta prevalência de dor crônica na população pesquisada e a falta de conhecimento sobre a forma correta de tratamento foi o fator de maior destaque nesta campanha. Portanto sugerimos a realização de mais intervenções que visem à divulgação da prevenção, do diagnóstico e tratamento da dor.

P126 - DOR MIOFASCIAL EM PACIENTES HANSÊNICOS – ESTUDO PILOTO. ARTUR PADÃO GOSLING1; LICIA MARGARIDA DE VILHENA SAADI2; FERNANDA PIMENTEL SÁ3; LILIAN PINHEIRO4. 1,3,4.CENTRO MULTIDISICPLINAR DA DOR, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução: A hanseníase é uma patologia que apresenta alta prevalência no Brasil. As alterações de sensibilidade e a dor são os sintomas mais frequentes nesta patologia. A dor é cada vez mais descrita na literatura, entretanto, existem poucos estudos sobre as características da dor nestes pacientes. Objetivo: Identificar a presença de pontos gatilho miofasciais em músculos que provocam dor referida para área de inervação cutânea dos principais nervos comprometidos pela hanseníase e que reproduzem a dor do paciente. Métodos: Estudo piloto experimental com 27 pacientes, que completaram o tratamento com poliquimioterapia e com queixas de dor. Foram investigados os descritores da dor, bem como sua localização, intensidade e nervos comprometidos. Os pontos gatilho foram avaliados com o algômetro de pressão Wagner 10Kg x 100Gr. Os músculos estudados foram divididos em 2 grupos: inervados e não inervados pelo nervo comprometido. O critério de escolha dos músculos estudados foi a irradiação da dor de seus pontos gatilho para o território de dor referida dos nervos comprometidos ulnar, mediano, radial, fibular comum e tibial posterior. Foram considerados apenas os pontos dolorosos que reproduziram exatamente a dor referida do paciente. Resultados: O principal descritor foi queimação com 48,14%. A localização da dor ocorreu com maior frequência na área do nervo fibular comum em 74,04%. A média da intensidade da dor foi de 5,9 na Escala Visual Analógica. Os pontos gatilho dos músculos o extensor curto do hálux, abdutor do hálux e 1º interósseo dorsal reproduziram a dor dos pacientes para a área de inervação cutânea do nervo fibular comum em 18,52% para cada músculo, sendo que não são inervados por este nervo. Na área de inervação cutânea do nervo ulnar, o ponto no músculo tríceps braquial reproduziu a dor em 40,74%, não sendo este músculo inervado pelo ulnar. Conclusão: Foram encontrados pontos gatilho, que reproduziram exatamente a dor dos pacientes, principalmente em músculos não inervados pelo nervos comprometidos.

P127 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANCUTÂNEA (TENS) NA DOR E FUNÇÃO DA REGIÃO CERVICAL. GABRIELA ROCHA LAURETTI1; ANITA LEOCADIA DE MATTOS2; IZABEL CPR LIMA3; LUCIANA CM DOS SANTOS4. 1,2,4.FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO-USP, RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL; 3.FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, RIBERIAO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- o acometimento de articulações e musculatura são geradores comuns da dor nocieptiva cervical, sendo a prevalência estimada da dor crônica cervical em torno de 66%. Os sintomas mais comuns incluem dor irradiada para ombros e braços, associada à disunção. Foi testada a hipótese do alívio da dor e melhora da função cervical muscular e articular, exemplos de dor somática. Métodos- após aprovação do Comitê de Ética e consentimento, 44 pacientes portadores de dor cervical somática foram divididos em dois grupos (n=22) e avaliados de forma prospectiva, aleatória e duplamente encoberta. TENS-ativo ou TENS-placebo foram aderidos à pele, perpendicular à coluna, entre os processos espinhosos de C7 e T1, por 20-min, a cada 12 horas, por 3 dias consecutivos. O grupo TENS-ativo recebeu frequência mista de estimulação (85 Hz) pulsátil e não-pulsátil. Diclofenaco (50 mg) por via oral estava disponível como analgésico de resgate, se necessário. Dor foi avaliada pela escala analógica numérica (0-10 cm), e função foi avaliada pela capacidade de rotação, extensão lateral e retroflexão do pescoço. Resultados- os grupos foram demograficamente similar. A aplicação de TENS ativo resultou em melhora gradativa da dor desde a primeira aplicação, o qual persistiu durante os três dias de tratamento. Ao final da segunda aplicação de TENS-ativo, a capacidade de rotação, flexão e extensão melhoraram (p<0,05). Os valores de EAV alteraram de 8±2 cm para 3±1 cm (p<0,01), e o consumo do analgésico de resgate diclofenaco foi menor no grupo TENS-ativo (p<0,05). Seis pacientes do grupo TENS ativo não requisitaram analgésico de resgate durante os 3 dias de avaliação (p<0,05). No grupo placebo, 18% dos pacientes consumiram menor número de analgésicos, porém, não foi estatisticamente significante. Não foram observados efeitos adversos. Após 30-dias, os pacientes do grupo TENS-ativo ainda apresentavam melhora do quadro doloroso e da função (p<0,05). Conclusões- pacientes portadores de dor somática cervical facetária e muscular apresentaram melhora da dor e função da região cervical após aplicação diária por 3 dias consecutivos de TENS, o que persistiu até a avaliação no dia 30. O mecanismo envolvido parece ser mediado por receptores mu- e delta-opioides, e aumento do limiar de vibração secundária à distração do bloqueio de fibras antidrômicas de grosso calibre.

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P128 - EFICÁCIA DA UTILIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS) EM PACIENTES COM DISMENORREIA. GABRIELA ROCHA LAURETTI; ANITA LEOCADIA DE MATTOS.

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- A dismenorreia afeta 50% das mulheres, causando ruptura das atividades rotineiras da paciente e piora da qualidade de vida. O útero é induzido a contrair de forma disrítmica, com aumento do tônus basal e aumento da pressão ativa1. TENS é um método estabelecido de controle da dor da dismenorreia, o qual minimiza o consumo de analgésicos de resgate, sendo vantajoso para a paciente. Este estudo visou avaliar um dispositivo portátil e descartável de TENS em pacientes sofredoras de dismenorreia. Métodosapós aprovação do comitê de ética e consentimento, 40 pacientes com dismenorreia foram avaliadas de forma prospectiva, aleatória e duplamente encoberta. O dispositivo de TENS foi aderido à pele da região do ventre, na região infraumbelical3, durante 30-min, a cada 8 horas, por até sete dias consecutivos. Foram avaliados consumo de analgésico de resgate diário (diclofenaco, 50 mg), e intensidade da dor (EAV-cm). As pacientes foram divididas em dois grupos. O grupo placebo utilizou o dispositivo similar, porém sem transmissão de corrente elétrica, enquanto o grupo TENS-ativo utilizou o dispositivo ativo, com frequência mista de estimulação (85 Hz) pulsátil e não-pulsátil. Resultados- Os pacientes foram demograficamente similares. Ambos grupos utilizaram o dispositivo de TENS por 3-5 dias (p>0,05). O TENS-ativo resultou em alívio imediato da dor em cólica (início da analgesia em 2-min), resultando em diminuição dos valores de EAV-cm de 7 para 2 cm (p<0,001). O consumo de analgésicos de resgate foi reduzido em pacientes que utilizaram o dispositivo ativo, comparados ao grupo placebo (p<0,01), e 9 pacientes cessaram a utilização de analgésicos de resgate enquanto utilizando o TENS-ativo (p<0,02). O grupo placebo não apresentou analgesia, embora 20% das pacientes consumiram menor quantidade de diclofenaco durante os primeiros 3 dias (p>0,05). Não foram observados efeitos adversos, e as pacientes classificaram o dispositivo de TENS como útil. Após 3 meses, 14/20 pacientes ainda usavam o dispositivo de TENS regularmente durante o período menstrual. Conclusões- O tratamento com TENS induziu analgesia imediata em pacientes com dismenorreia, com redução importante do consumo de analgésicos de resgate, sem efeitos adversos. Possíveis mecanismos incluem diminuição da isquemia uterina, diminuição da produção de prostanoides e eicosanoides do endométrio, distração ou bloqueio das fibras de grosso calibre ou ativação glial.

P129 - RELAÇÃO DA DOR COM O ESTILO DO NADO E LESÕES MÚSCULOESQUELÉTICAS EM HOMENS NADADORES. JORDANA AMORIM COSTA1; GUSTAVO ANTONIO MELISCKI2; LUCIANA ZARANZA MONTEIRO3; CARLOS ALBERTO GIGLIO4. 1.FACULDADE INTEGRADA DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- A queixa de dor é frequente em inúmeras modalidades esportivas, como voleibol, judô e ginástica olímpica, porém na natação, a incidência de queixas dolorosas, que diminuem o rendimento esportivo ou determinam o afastamento do atleta, parece ser alta. Assim, o objetivo do estudo foi verificar a relação da dor com o estilo do nado e a ocorrência de lesões musculoesqueléticas em homens nadadores da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP. Métodos- Foram avaliados 22 homens nadadores da equipe de natação de Elite da UNAERP, com média de idade de 19,05±2,34 anos. Para a coleta dos dados, foi utilizada uma ficha de avaliação abordando a identificação dos nadadores, questionamento da presença ou não de dor atual, estilo do nado, tempo de prática da natação (anos), frequência de treino, hora semanal e metragem semanal e presença e local de lesões musculoesqueléticas. Na análise estatística foi utilizado o software SAS® 9 e o Teste exato de Fisher. Resultados- A média de idade foi 19,05±2,34 anos, tempo de prática foi de 9,09±4,35 anos, frequência de treino/semana = 5,95±0,21 vezes, horas/dia = 2,18±0,5hs e metragem semanal= 35.682. Sobre os estilos de nado, observamos que, 10 (45,4%) nadavam crawl, 05 (22,9%) peito, 03 (13,6%) borboleta, 03 (13,6%) costas e 01 medley. Os homens relataram sentir mais dor no estilo crawl e peito (p=0,71). Observamos que nesses estilos eles apresentavam também mais lesões musculoesqueléticas, como lombalgia (p=0,99), bursite (p=0,30) e tendinite (p=0,60). Em relação ao local da lesão, notamos que 67% tinham alguma lesão no ombro, 30% na região lombar e 63% no joelho. Conclusões- Segundo nosso estudo, apesar de ser um esporte com grandes benefícios do ponto de vista da fisiologia esportiva, sem traumatismo direto e realizado num meio sem impacto, existe incidência significativa de dor, que deve ser melhor estudada e mais valorizada. Acreditamos que somente com o melhor entendimento das lesões do atleta poderemos efetuar tratamento mais efetivo e possibilitar ao mesmo melhor rendimento na prática esportiva.

P130 - INTENSIDADE E LOCALIZAÇÃO DA DOR EM PARTURIENTES DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANA BEZERRA. KAMILA BRENA OLIVEIRA1; CANDICE SIMÕES MEDEIROS2; REJANE DAVIM3; THAIZA XAVIER NOBRE4. 1,2,4.UFRN FACISA, SANTA CRUZ, RN, BRASIL; 3.UFRN, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: De acordo com a Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP), a dor é definida como uma experiência sensitiva emocional desagradável relacionada à lesão tecidual ou descrita em tais termos. A dor do parto é uma experiência tão antiga quanto à existência do homem e continua sendo uma realidade subjetiva que apresenta características de comportamentos diferentes e que vem sendo vivenciada, de maneira distinta e única, pelas diversas mulheres que engravidam, dão a luz e em seguida obtém o alívio que vem junto com a chegada do seu bebê. Diversos fatores como a falta de suporte familiar, cultura, ansiedade e medo podem interferir na intensidade dolorosa durante o parto. A omissão da avaliação da dor de modo adequado pode ocasionar algum tipo de sofrimento para o paciente, com isso, o objetivo do presente estudo consiste em verificar a intensidade e localização da dor em parturientes no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB). Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal realizado no período de abril á julho de 2009 no município de Santa Cruz - RN, cuja amostra foi composta por 34 parturientes atendidas no HUAB. Utilizou-se como instrumento a escala numérica de dor, que varia de 0 (zero) a 10 (Dez). Onde 0 (zero) é considerado como ausência de dor e 10 (dez) dor insuportável e um questionário contendo: identificação, análise do prontuário e avaliação e localização da dor. Resultados: Das 34 parturientes, 27 afirmaram que chegaram ao HUAB com fortes dores na região do baixo ventre, 3 com dor no baixo ventre e região lombar, 2 apresentaram apenas cólicas leves e 2 não sentiram nenhum tipo de dor no momento da admissão. Dentre as 30 parturientes que sentiram dor, 17 classificaram a mesma com intensidade 10, 7 parturientes classificaram a dor em uma intensidade 9 e 6 classificaram com intensidade 8. A dor do trabalho de parto foi pontuada com uma alta intensidade e representa as interpretações únicas de cada mulher. Conclusão: Observou-se que as parturientes

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apresentaram uma intensidade de dor intensa. Com isso é notória a importância da avaliação da dor como quinto sinal vital, já que a mesma deve ser integrada como prática clínica aos outros sinais vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura corporal). O controle da dor deve ser realizado para se obter um bem estar físico e emocional das parturientes.

P131 - PREVALÊNCIA DA INTENSIDADE DA DOR CRÔNICA EM IDOSOS. KAMILA BRENA OLIVEIRA1; ADAILTON MENDES AZEVÊDO2; REJANE DAVIM3; THAIZA XAVIER NOBRE4; CANDICE SIMÕES MEDEIROS5. 1,2,4,5.UFRN FACISA, SANTA CRUZ, RN, BRASIL; 3.UFRN, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A presença da dor é um dos fatores que mais interfere nas condições de saúde dos idosos, as estimativas de prevalência variam de 25 a 50% da população idosa que vive na comunidade e de 45 a 80% dos residentes em asilos. A dor crônica na terceira idade pode apresentar importantes complicações tais como depressão, ansiedade, isolamento social, distúrbios do sono, agitação, agressividade, comprometimento da função cognitiva, incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida, levando a dependência em atividades de vida diária e a um maior gasto com serviços sociais.O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência, intensidade e localização da dor crônica dos idosos. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, realizado no período de janeiro a julho de 2010 no município de Santa Cruz/RN, cuja amostra foi composta por 100 idosos cadastrados na Unidade Básica de Saúde do Centro. Utilizou-se como instrumento a escala numérica de dor e um questionário contendo as variáveis sociodemográficos. Os procedimentos foram realizados após aprovação do Comitê de Ética do HUOL com a aplicação dos instrumentos. Os dados foram submetidos a estatística descritiva no programa SPSS, versão 15.0. Resultados: Foram estudados 100 idosos, 69% do sexo feminino e 31% do masculino, com idade predominantemente na faixa etária de 60 a 70 anos (39%). 47% eram casados e 38% viúvos. A ocorrência de dor nos idosos foi de 77%, sendo a localização de maior prevalência as regiões lombar e o joelho, ambas com características de dor moderada, para 35% e 20%, respectivamente. Conclusão: Observou-se neste estudo uma elevada prevalência de dor crônica referida pelos idosos. Diante dos achados busca-se estabelecer estratégias de intervenção que possibilitem a promoção e prevenção do processo álgico favorecendo a melhoria da qualidade de vida dos idosos.

P132 - ELETROTERAPIA REDUZ HIPERALGESIA BILATERAL NA DOR MUSCULAR CRÔNICA DIFUSA NÃO-INFLAMATÓRIA EM RATOS: MODELO ANIMAL DA FIBROMIALGIA. KAMILLA MAYARA LUCAS DA CRUZ; VALTER JOVINIANO SANTANA FILHO; WALDECY LUCCA JUNIOR; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução- A fibromialgia é uma desordem músculoesquelética caracterizada por dor generalizada, sensibilidade, rigidez matinal, distúrbio do sono e fadiga pronunciada. Recursos eletroterapêuticos como corrente interferencial (CI) e estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) tem sido utilizados para uma variedade de condições dolorosas, incluindo dor musculoesquelética. Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito antinociceptivo da CI e da TENS no modelo animal da fibromialgia. Métodos- Injeção intramuscular dupla de salina ácida (pH 4,0), a qual causa hiperalgesia mecânica primária e secundária bilateralmente, realizada no músculo gastrocnêmio esquerdo de ratos Wistar, com intervalo de 5 dias. Vinte animais foram divididos em quatro grupos: TENS de alta frequência (100Hz), TENS de baixa frequência (5Hz), CI (frequência de amplitude modulada de 100Hz) e controle. Animais controles receberam o mesmo tratamento, sem a passagem de corrente elétrica. Os eletrodos foram fixados nas regiões medial e lateral do gastrocnêmio esquerdo. Após a confirmação da hiperalgesia, o tratamento foi realizado por 20 minutos, em intensidade sensorial, enquanto os animais estavam anestesiados com isoflurano (5%). A hiperalgesia mecânica secundária foi mensurada através dos filamentos de von Frey antes da primeira e da segunda injeção, 24 horas após a segunda injeção e imediatamente antes e após o tratamento. Resultados- Todos os animais demonstraram significativa hiperalgesia 24 horas após a segunda injeção de salina ácida (p<0,05). Houve significativa redução da hiperalgesia mecânica nos animais tratados com CI (p<0,01) e com TENS de alta e baixa frequência (p<0,03). Conclusão- O uso de correntes elétricas com potencial analgésico, tais como CI e TENS, promovem efeito antinociceptivo no modelo animal da fibromialgia, ressaltando que estes recursos são as primeiras estratégias utilizadas para análise de efeitos terapêuticos no modelo animal da fibromialgia.

P133 - IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ESCOLA DA COLUNA PARA PACIENTES COM LOMBALGIA MECÂNICO-DEGENERATIVA. KAROLEEN OSWALD SCHARAN; AURISTELA DUARTE MOSER; CAMILA PASSINI; TALITA GNOATO. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Introdução: A coluna vertebral pode sofrer alterações em qualquer dos seus segmentos e estruturas adjacentes,estas resultam em problemas posturais e dores principalmente no segmento lombar. Dados da OMS indicam a lombalgia crônica a 2ª maior causa de afastamento do trabalho nos países em desenvolvimento. No contexto das intervenções clínicas a educação em saúde é uma forte aliada. As lombalgias podem ser classificadas como agudas, com duração de até 4 semanas,subagudas quando a duração é de quatro a 12 semanas e crônicas com duração maior que 12 semanas. Objetivo: Investigar as repercussões de uma Escola da Coluna na funcionalidade e qualidade de vida de pacientes lombálgicos crônicos. Método: Participaram do estudo 98 pacientes inscritos na Escola da Coluna da PUCPR diagnosticados com lombalgia inespecífica crônica. Os sujeitos foram divididos em grupo intervenção (GI) n=52, que participou de aulas sobre anatomia, fisiologia, dor lombar e tratamentos, postura, dentre outros assuntos, além de vivências de exercícios e atividades que pudessem ser reproduzidas pelo paciente sozinho, e o grupo controle (GC) n=40. Os grupos foram avaliados por um avaliador cego em 03 ocasiões: 1ª - após a randomização e antes da intervenção, 2ª - após o último encontro e 3ª - após 4 semanas contadas a partir do término do programa. Os instrumentos foram SF-362, Roland Morris, satisfação do paciente ao final do tratamento, controle de ingestão de medicamento através de um diário. Resultados: Os dados foram avaliados pelo software Statistic 6.0, pelo teste não-paramétrico de análise de variância de Friedman, foram comparados os resultados dos GI e GC obtidos nos questionários SF-36 e Roland-Morris, sendo que na capacidade funcional p=0,009*, aspecto físico p= 0,000*, dor p=0,000*, estado geral de saúde p= 0,002*, vitalidade p= 0,000*, aspectos sociais p= 0,007*, aspectos sociais p= 0,008*, saúde mental p=0,001*, Roland Morris p= 0,000*. Conclusão: O programa Escola de Coluna foi superior ao grupo controle na melhora da capacidade funcional e vitalidade, porém não apresentou efeitos significativos nos aspectos relacionados ao convívio social, estado mental e emocional,bem como a capacidade física propriamente dita. Houve melhora no componente dor quando avaliada em relação às atividades de vida diária e especificamente na região lombar, mas não ao componente doloroso em outras regiões. O programa foi efetivo na redução do consumo de analgésicos na comparacão com o grupo controle.

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P134 - O SINTOMA DOR: PREVALÊNCIA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER EM UM MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. THAMARA CRISTINA PETRELLA; LUCIMARA DUARTE CHAVES.

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL, SÃO CAETANO DO SUL, SP, BRASIL.

Introdução - Pesquisas demonstram que mulheres têm maior probabilidade que os homens de experimentar dores múltiplas de formas simultâneas. O mesmo ocorre para as condições de dor crônica, tendo maior incidência no sexo feminino em relação ao sexo masculino. Objetivou-se neste estudo conhecer a prevalência da dor entre mulheres, bem como os fatores de piora e melhora da dor e a avaliação do nível de comprometimento das atividades de vida diária. Método - A pesquisa foi realizada em um centro de atenção integral à saúde da mulher, em São Caetano do Sul-SP. A amostra foi constituída por 201 mulheres. O instrumento de coleta de dados foi constituído de um questionário estruturado para caracterização da população e da dor. O impacto da dor nas atividades de vida diária foi avaliado pelo Wiscosin Brief Pain Questionaire”. Resultados - No presente estudo 19,4% das mulheres procuraram atendimento no centro de referência da mulher devido à dor, com média de intensidade da queixa de 5,9, com localizações variadas, porém com predomínio na mama, membros inferiores (MMII) e pelve (29,0%; 22,6%; 19,4% respectivamente). Ainda, 83,1% referiram sentir algum tipo de dor não relacionado a este atendimento, sendo a média da intensidade das queixas de dor de 6,8, onde o maior número de queixas está relacionado com dores musculoesqueléticas (58,5%), que acometem região lombar e cervical, ombros, MMSS e MMII, seguido das dores de cabeça e abdome (25,0% e 10,5% respectivamente). A maioria das mulheres apresentava dor contínua e crônica (48,4%). Dentre os fatores relacionados com a melhora da dor observou-se como mais frequente o repouso, a atividade física e o tratamento medicamentoso. Quanto aos fatores relacionados à piora da dor foram classificados: os fatores emocionais, como stress e a ansiedade, má postura, esforço físico relacionado às atividades domésticas e exposição aos extremos de temperatura, como frio e calor, atividade física relacionada às caminhadas; fatores hormonais antecedentes ao período menstrual, o trabalho e fatores ambientais como o trânsito, sono e repouso alterados e a família. Na análise da interferência da dor nas atividades de vida diária, observou-se comprometimento do humor; seguido do sono e trabalho. Conclusão - No presente estudo a dor demonstrou-se prevalente nas mulheres estudadas, do tipo crônica, de frequência contínua e com localizações variadas, sendo a musculoesquelética a principal queixa de dor, variando a média de intensidade de moderada a intensa.

P135 - DOR ASSOCIADA À ESPASTICIDADE TRATADA COM TOXINA BOTULÍNICA TIPO A (DYSPORT). FERNANDA BEATRIZ CALDAS1; LUNNA MARIA CASIMIRO SARMENTO2; LEVI HIGINO JALES3; MARIA DO DESTERRO LEIROS DA COSTA4. 1,2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOAO PESSOA, PB, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A espasticidade caracteriza-se por hiperatividade do neurônio motor inferior resultante da lesão do neurônio motor superior. A dor é uma complicação frequente da espasticidade devido às posturas fixas, à Síndrome Dolorosa Miofascial e ao encurtamento tendíneo. Relato do Caso: MLMS, 25 anos, feminina, estudante. Portadora de paraparesia crural espástica secundária a Paralisia Cerebral com queixa de dor de grande intensidade no terço inferior da face interna das coxas há dois anos correspondente a 8 na Escala Visual Analógica (VAS). Apresentava espasticidade nos seguintes grupos musculares: adutores das coxas, isquiotibiais, gastrocnêmeos e sóleos. Foi submetida à aplicação de Toxina Botulínica Tipo A (TBA) (Dysport) na dose de 300 U bilateralmente para cada um dos grupos musculares citados. Avaliada uma semana após a aplicação, relatou significativa melhora da dor com VAS =3. Após um mês, além de estar sem dor, apresentava acentuada melhora da amplitude dos movimentos antes comprometidos pela espasticidade. Discussão: A TBA reduz a liberação de acetilcolina, o que promove relaxamento muscular e de neuropeptídeos envolvidos com a dor como: substância P e peptídeo relacionado geneticamente à calcitonina (CGRP). Estudos recentes mostram ser possível a ocorrência de neuromodulação central imediata e indução de analgesia após a aplicação da TBA, pois esta pode ser transportada retrogradamente pelo fluxo axonal para o SNC. A TBA representa uma importante contribuição à melhoria da qualidade de vida dos portadores de espasticidade por intervir diretamente tanto nesta patologia como na dor decorrente dela.

P136 - OMBRO DOLOROSO E ESPASTICIDADE: TRATAMENTO COM TOXINA BOTULÍNICA TIPO A (DYSPORT). LUNNA MARIA CASIMIRO SARMENTO1; FERNANDA BEATRIZ CALDAS2; LEVI HIGINO JALES3; MARIA DO DESTERRO LEIROS DA COSTA4. 1,2,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A hemiparesia espástica associa-se frequentemente ao ombro doloroso devido às posturas fixas, à geração de pontos-gatilho e às entesopatias resultantes do encurtamento tendíneo. Em casos mais graves, a dor pode ser incapacitante. Vários trabalhos têm chamado a atenção para o uso da Toxina Botulínica Tipo A no tratamento desta síndrome álgica. Relato do Caso: MBL, 72 anos, feminina, do lar. Portadora de hemiparesia espástica secundária a Acidente Vascular Encefálico há um ano. Queixa-se de dor de grande intensidade no ombro esquerdo, refratária ao uso de AiNES e aos relaxantes musculares, agravada pelo movimento, correspondente a 9 na Escala Visual Analógica (VAS). Ao exame: postura aduzida do ombro esquerdo, presença de pontos-gatilho nos músculos trapézio, redondo maior, supra-espinhoso e peitoral maior. Foi tratada com Toxina Botulínica Tipo A (Dysport) na dose de 90 U em músculo citado. Avaliada uma semana após a aplicação, relatou significativa melhora da dor com VAS =2. Após 1 mês da aplicação, a dor correspondia a 2 na VAS e apresentava acentuada melhora da amplitude dos movimentos de abdução do ombro esquerdo. Discussão: A TBA reduz a liberação de acetilcolina, responsável pela hipertonia muscular e de neuropeptídeos (susbstância P, peptídeo relacionado geneticamente à calcitonina (CGRP) que participam da nocicepção. O advento da Toxina Botulínica Tipo A (TBA) vem dando uma importante contribuição à melhoria da qualidade de vida dos portadores de espasticidade por intervir diretamente sobre os fatores etiológicos e agravantes da dor.

P137 - TRATAMENTO DA SÍNDROME DE IMPACTO DO OMBRO POR MEIO DA INATIVAÇÃO DOS PONTOS GATILHOS MUSCULARES. MARCIA A DE OLIVEIRA; ANNA PAULA M A MACHADO; CECÍLIA MARIA ISIDORO; NÚBIA F VERÇOSA. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOR E CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS, UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução- A síndrome de impacto do ombro é resultado do atrito dos tendões dos músculos do manguito rotador e do tendão da cabeça longa do bíceps na passagem pelo arco coracoacromial. Nesta, a presença dos pontos gatilhos musculares da síndrome dolorosa miofascial é coadjuvante na gênese do quadro clínico. O paciente queixa-se de dor intensa e incapacidade para mobilizar o ombro e o membro superior. O diagnóstico é feito pelo relato do paciente, exame físico e de imagens (ultrassonografia ou ressonância magnética). O tratamento convencional utiliza anti-inflamatórios não esteroidais, repouso do membro afetado, cinesioterapia, inativação dos pontos gatilhos musculares,

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infiltração capsular com corticoide e cirurgia. Método- Foram avaliados 12 pacientes no Ambulatório da Primeira Policlínica Militar do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, sendo que em 2 deles a doença era bilateral perfazendo um total de 14 ombros. O músculo supraespinhoso foi o mais acometido seguido do infraespinhoso, bíceps e subescapular. Para a avaliação da dor foi utilizada a escala analógica visual (EAV), uma linha de 10 cm, com extremidades à esquerda indicando ausência de dor e à direita, dor intensa. Na primeira consulta realizava-se o exame físico dos pacientes, com identificação dos pontos gatilhos dolorosos por palpação e visualização dos exames de imagens. Todos foram medicados com Meloxicam (15 mg/dia) durante 10 dias. O bloqueio era realizado segundo a técnica de Andrew A. Fischer, com agulha 25x6 e lidocaina a 1% ,( 2 ou 3 ml), Resultados- Dos 12 pacientes, quanto ao gênero, 5 eram masculinos e 7 femininos. A média da idade era 58,2 anos. Todos os pacientes reclamavam de dor, principalmente noturna, e segundo a EAV os escores variavam entre 7 e 10 (dor intensa). Após o tratamento, 10 pacientes tiveram redução da dor com escores finais entre 0 e 4 e 2 deles com escore 6. Dois pacientes com escore inicial 10 pela EAV tiveram redução da dor para 7, porém não compareceram às consultas de modo sequencial conforme o protocolo. ConclusãoDevido a redução dos escores de dor e melhora da funcionalidade, concluiu-se que, a inativação dos pontos gatilhos musculares é eficaz no tratamento da síndrome de impacto, permite a precoce introdução da cinesioterapia agilizando o retorno dos pacientes às suas atividades.

P138 - EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA DOR DA COLUNA VERTEBRAL. RAUL MARTINEZ MELERO; MARGARETE SILVA AUGUSTO; LUCIANE PATRICIA AMARAL; RONALDO KALAF. SANTA HELENA SAÚDE, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL.

Introdução: Os problemas da coluna vertebral atingem proporções epidêmicas e preocupantes na sociedade, o que acaba trazendo prejuízos na vida profissional e pessoal desses indivíduos. A atividade física tem um papel relevante na recuperação física estrutural e funcional desses indivíduos, principalmente em relação à dor, pois se sabe que melhora a nutrição do disco, por aumentar a difusão passiva de oxigênio levando a uma diminuição da dor (Cecin, 2000). A dor veio a ser considerada o “quinto sinal vital” na literatura médica no fim dos anos 90. Constitui-se em importante fator a ser avaliado, visando melhorar a qualidade de vida e saúde das pessoas, já que pode provocar sofrimento intenso. Nesse estudo o objetivo principal foi avaliar a influência da atividade física na diminuição da intensidade da dor em indivíduos que apresentam problemas na coluna cervical e lombar. Método: Participaram do estudo 30 indivíduos do sexo masculino e feminino na faixa etária entre 30 e 50 anos. Estes indivíduos participaram de um programa de 6 sessões de exercícios físicos com duração de 30 a 40 minutos, supervisionadas por um educador físico, uma vez por semana e com orientação para realizarem as mesmas atividades em domicílio no mínimo mais duas vezes por semana. Nestas sessões foram realizados exercícios de fortalecimento dos músculos vertebrais e abdominais. Além desses exercícios utilizamos alongamentos para melhora da postura e relaxamento para diminuirmos as tensões. Na avaliação da intensidade da dor dos participantes foi aplicada a Escala Visual Analógica (EVA). Resultados: O escore médio inicial obtido através da EVA foi de 4,56 e após as seis sessões diminuiu para 2,06, o que representa uma redução de 55% na intensidade da dor. Em relação à frequência nas sessões, 70% dos pacientes tiveram uma boa adesão, tendo participado de todas, ou com apenas uma falta. Apenas 13% dos pacientes participaram da metade das sessões programadas. Quanto à realização dos exercícios em domicílio, 73% referiram realizá-los regularmente conforme a orientação. Conclusão: O nosso estudo demonstrou que a atividade física supervisionada por um profissional e realizada de forma regular auxilia no tratamento de pacientes com doenças relacionadas à coluna vertebral, melhorando a intensidade da dor.

P139 - CETAMINA PERINEURAL EM PACIENTE COM SÍNDROME DE STIFF-PERSON. MARIA CELONI GODOY; MANOEL ANTÔNIO PEREIRA ALVAREZ; LEONARDO LEIRIA DE MOURA DA SILVA. UFSM, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Introdução- A Síndrome de Stiff-Person (SSP) é uma doença neuroimunológica caracterizada por rigidez e espasticidade de músculos axiais da região cervical ou lombar levando a rigidez de membros superiores (MS) ou inferiores (MI). Em torno de 70% dos pacientes com SSP apresentam elevação sérica e liquórica de anticorpos anti-GAD (ácido glutâmico-descarboxilase), determinando diminuição na síntese do GABA, que resulta numa superestimulação muscular. A SSP também está associada a outras patologias, incluindo Diabetes Mellitus Insulinodependente (DMID), epilepsia e tumores. Relato de Caso- Paciente masculino, 41 anos, encaminhado por médico traumatologista à Clínica da Dor por Distrofia Simpático Reflexa (DSR) em MS esquerdo. Iniciara quadro clínico com espasticidade do 1º quirodáctilo esquerdo e limitação na elevação do braço em relação ao tórax (máxima de 45º) por mais ou menos 60 dias. Após estresse emocional intenso, e em questão de horas, seu MSE ficou totalmente rígido. Apresentou antebraço flexionado sobre o tórax e braço sem nenhuma abdução (totalmente aderido à caixa torácica) e mão em garra, cianótica. Tal rigidez era devido à contratura extrema da musculatura flexora e extensora de todo o MSE, inclusive ombro e músculos da região do pescoço e cervical, acompanhada de dor (EVA=8). Iniciado tratamento convencional para DSR com Amitriptilina e Gabapentina e também realizados 3 bloqueios da cadeia simpática cervical (bloqueio estrelado) com anestésico local e Metilprednisolona 100mg/semanal, sem resultado clínico satisfatório. Ressonância Magnética (crânio/cervical) normais e eletroneuromiografia sem evidência de lesão de nervo e presença de contratura anormal e sustentada dos músculos de MSE. Exames laboratoriais demonstraram anticorpos anti-GAD elevados (3,2UI/ml), IgE de 609,0UI/ml e curva glicêmica no limite máximo basal. O paciente apresenta história familiar positiva para DMID (3 irmãs e a mãe, recentemente falecida por complicações decorrentes do DMID). Formulada a hipótese diagnóstica de SSP, iniciou-se esquema com Diazepam + Bacoflem VO e bloqueios do plexo braquial esquerdo (interescalênico) com anestésico local, Ropivacaína 10mg/ml e Cetamina 70mg (1mg/kg), num volume total de 30ml. Discussão- Os bloqueios de plexo braquial continuam sendo realizados a cada semana ou 15 dias, com melhora importante da contratura muscular (MSE ao longo do corpo e com movimentos de flexão e extensão melhorados) e da dor (EVA=3). Após 6 meses de tratamento, os níveis de anticorpos anti-GAD decaíram para 1,7UI/ml e a IgE para 276UI/ml. A adição de Cetamina perineural (plexo braquial) contribuiu significativamente para a melhora da espasticidade do membro, sugerindo que o bloqueio dos receptores NMDA na periferia é uma alternativa terapêutica para o controle dos sintomas da SSP.

P140 - ADOECIMENTO DA EQUIPE QUE CUIDA DOS DOENTES: NECESSIDADE DE PREVENÇÃO. MÁRCIA ROSÂNGELA BUZANELLO1; ANTÔNIO RENATO PEREIRA MORO2. 1.UNIOESTE-UFSC, TOLEDO, PR, BRASIL; 2.UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introdução: A execução do trabalho hospitalar é feita por um grupo extremamente heterogêneo de profissionais e compreende uma imensa variedade de tarefas. Dentre elas o foco desta pesquisa: técnicos em enfermagem. Dentre as tarefas a eles prescritas estão a troca de roupa dos leitos e dos pacientes, e a transferência dos mesmos, muitas vezes imobilizados, com mobilidade reduzida, obesos e/ou inconscientes; sem contar com um efetivo insuficiente de profissionais. Desta forma com permanente exposição a sobrecargas músculoesqueléticas. Mui-

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tos instrumentos foram construídos, dentre eles o Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) desenvolvido com a proposta de padronizar a mensuração de relato de sintomas osteomusculares e, assim, facilitar a comparação dos resultados entre os estudos. Metodologia: A amostra foi composta por 40 técnicos e auxiliares em enfermagem de um Hospital Universitário. A coleta dos dados teve como instrumento de investigação para o levantamento de sintomas o NMQ. O respondente devia relatar a ocorrência de sintomas, considerando os 12 meses e os sete dias precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de dificuldades na realização das atividades rotineiras no último ano. Para análise o grau 0 indica ausência de sintomas, o grau 1 significa que o trabalhador apresentou algum sintoma nos últimos 12 meses ou nos últimos 7 dias. Já o grau 2 quando o trabalhador sentiu algum sintoma nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias. Grau 3, além de apresentar sintomas nos últimos 12 meses ou nos últimos 7 dias, e também afastamento das atividades (diárias, dentro ou fora do trabalho). E finalmente grau 4, o trabalhador além dos sintomas nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias, também sofreu afastamento destas atividades. Resultados: Os resultados indicaram um alto índice de queixas, absenteísmo elevado, mais incidentes no sexo feminino e de grande severidade, uma vez que quase 2/3 da amostra teve o grau máximo. Em relação aos problemas osteomusculares nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias o grau de severidade que prevaleceu foi o grau 4 com 72,72%, em seguida veio o grau 2 com 18,18%, e o grau 2 (9,1%), já o grau 1 e 3 não foi observado em nenhum dos trabalhadores eu responderam o questionário. Conclusão: Existe um grande número de trabalhadores com indicadores de morbidade osteomuscular, no ambiente hospitalar. Aspectos ergonômicos do ambiente precisam ser corrigidos visando à prevenção do adoecimento dos trabalhadores. E a necessidade de estudos que não se limitem a aplicação de questionários.

P141 - FATORES RELACIONADOS E CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM “DOR CRÔNICA”: REVISÃO INTEGRATIVA. PRISCILLA HORTENSE; ANAMARIA ALVES NAPOLEÃO; REGIANE CRISOSTOMO PEREIRA. UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Introdução: A dor crônica pode gerar um déficit na qualidade de vida, comprometendo as atividades diárias, laborais, sociais, de lazer e ocasionando prejuízos emocionais. No entanto, por se tratar de uma experiência perceptual complexa, individual e subjetiva, mensurar e avaliar a dor ainda é um grande desafio para a equipe de enfermagem. Desta forma, o julgamento clínico adequado do paciente com dor crônica, com a identificação dos fatores relacionados e das características definidoras permite a individualização do cuidado. Objetivos: Identificar os fatores relacionados (etiologia) e as características definidoras (sinais e sintomas) da dor lombar crônica; comparar com o diagnóstico de enfermagem da NANDA-I “Dor crônica”. Método: Revisão integrativa da literatura. As bases de dados utilizadas foram LILACS, PubMed e SCIELO, com inclusão de estudos que tratavam da temática específica, em inglês, português ou espanhol, cujo resumo estava disponível. Os descritores escolhidos para a seleção dos artigos foram “low back pain” e “chronic”, signs and symptoms”, “etiology”, “dor lombar” e “crônica”. Resultados: Os fatores relacionados encontrados foram: baixo nível de escolaridade, obesidade central, tabagismo, obesidade, carcinoma renal celular, levantar materiais pesados no trabalho, falta de reconhecimento no trabalho, satisfação baixa no trabalho, muito tempo de trabalho na mesma empresa e no mesmo cargo, exposição a vibrações no trabalho, pobre estado de saúde geral, sedentarismo, excesso de atividade física, distúrbio do sono, hipovitaminose D, fatores hormonais ou reprodutivos, uso de contraceptivo oral por tempo prolongado, presença da dor lombar aguda, dentre outros. As características definidoras identificadas nos artigos estudados foram: incapacidade funcional correlacionada a níveis altos de dor, insatisfação com a vida, níveis moderados de dor, baixo nível de atividade aeróbica, fadiga, falta ao trabalho, histórico de lombalgia recorrente, baixo nível de atividade física, uso de atestado médico com maior frequência, alterações significantes nas atividades de vida diária, distúrbio do sono, sintomas de estado de ansiedade, funções psicossociais interrompidas, depressão, rotação de tronco mais lenta, conseguir estender menos os braços, apresentar mais comorbidades, dentre outras. Considerações finais: Os resultados apontam para a necessidade de revisão dos elementos do diagnóstico de enfermagem dor crônica, para que, desta forma, possa se ampliar o conhecimento acerca dessa resposta humana e aprimorar a assistência de enfermagem.

P142 - ANÁLISE COMPARATIVA DA CAPACIDADE FUNCIONAL ENTRE MULHERES COM FIBROMIALGIA E LOMBALGIA. ROBERTA MENESES OLIVEIRA1; LUCILANE MARIA SALES DA SILVA2; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE3; PAULO CÉSAR DE ALMEIDA4; MARIA LUZETE COSTA CAVALCANTE5. 1,2,3,4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldade no desempenho de atividades da vida diária (AVDs) ou pela impossibilidade de desempenhá-las. Dores músculoesqueléticas acometem 3-5% da população mundial, afetando significativamente a capacidade funcional dos portadores. Objetivou-se comparar a capacidade funcional e o impacto das dores músculoesqueléticas nas AVDs e exercícios físicos entre mulheres com fibromialgia (FM) e lombalgia (LB). Método: Estudo de natureza quantitativa e do tipo descritivo realizado no Ambulatório de Ortopedia de hospital de ensino em Fortaleza-Ceará, entre 2005 e 2006. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (nº04545014-5), aplicou-se questionário à amostra de 69 pacientes (35 com LB e 34 com FM) sobre realização de AVDs e exercícios físicos. Os dados obtidos foram agrupados em tabelas para análise estatística da comparação entre variáveis com os testes de Mann-Whitney, Fischer-Freeman-Halton e qui-quadrado. Resultados: Obteve-se que a amostra era composta por mulheres com idade média de 45(±10,8) anos, procedentes do Ceará (96%), casadas (64%) (p=0,289), donas de casa (30%), com ensino fundamental incompleto (34%), renda familiar de 2,5 salários mínimos (p=0,774) e média de 2,5 filhos (p<0,001). A maioria delas apresentava dor principal localizada na coluna lombar (56%), do tipo insidiosa (69%), contínua (54,5%) e no período de 1-3 anos(30%), incluindo falta de energia suficiente para realizar AVD’s, sendo predominante naquelas com Fibromialgia (82,35%) tendo p=0,019, seguidas de 54,29% das pacientes com LB. Além disto, não praticavam exercícios (72,4%) (x2=0,731) e não realizavam AVDs devido à dor crônica. Estas atividades eram, principalmente, as do tipo ocupacionais, domésticas, exercícios físicos e lazer. A maioria das atividades não realizadas pelas pacientes com FM foram consideradas estatisticamente significante (p<0,001). Das atividades físicas, predominou a caminhada 52,6% para os 2 grupos, seguido de alongamento/ ginástica, hidroginástica e outros exercícios (47,4%) (p=1,000). Conclusão: Concluiu-se que as pacientes com FM demonstraram pior capacidade funcional do que aquelas com LB, fato evidenciado pelos sintomas apresentados, atividades realizadas/não-realizadas e falta de energia para desempenhá-las. Faz-se necessário prestar assistência direcionada, estimulando o condicionamento físico e o alongamento nessas pacientes, pois minimizam os sintomas de dor, depressão e ansiedade, além de elevar a qualidade de vida.

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P143 - ALGIAS QUE ACOMETEM OS ACADÊMICOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ. SAMUEL VERTER MARINHO UCHÔA LOPES1; CRISTIANE MARINHO UCHÔA LOPES2; ANTONIO YONY FELIPE RODRIGUES3; MONALISA MARIA DE ALENCAR AQUINO4.

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL; 2,4.FACULDADE LEÃO SAMPAIO, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL; 3.INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL.

A saúde do trabalhador está aderida à saúde coletiva, identificando e prevenindo as síndromes relacionadas às tarefas ocupacionais, principalmente as osteomusculares, cada vez mais comuns entre os trabalhadores. Define-se DORT como várias síndromes relacionadas ao trabalho, as quais são caracterizadas pelo desencadeamento de sintomas como dor, parestesia e fadiga muscular. O objetivo foi reconhecer e expor os principais fatores de risco determinantes das DORT’s, identificando os sinais e sintomas musculoesqueléticos, quantificando as regiões anatômicas mais acometidas, correlacionando com o grau de dor pela escala de Borg dos acadêmicos do nono semestre, período de estágio supervisionado, do curso de Fisioterapia de uma Instituição de Ensino Superior em Juazeiro do Norte, Ceará. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário em 49 acadêmicos (n=49), onde 36 são do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idade média de 38 anos. Pelo turno da manhã, estagiam 53% dos acadêmicos e os 47% restantes realizam o estágio pela tarde. Porém, em ambos os turnos, cumprem-se 4 horas e 30 minutos. Os dados foram analisados em maio de 2009 através do software estatístico SPSS versão 13. Os resultados evidenciaram que os acadêmicos estão expostos a diversos fatores de risco das DORT’s, onde 77,6% realizam esforço físico durante os estágios, 77,3% movimentos repetitivos e 83,7% movimentos rotacionais na jornada estagiária. Em relação aos intervalos, 57,1% não possuem intervalos entre um paciente e o outro. Entretanto, 42,9% dos estagiários afirmaram possuir pausas com uma média de 10 minutos. Com relação às incidências de algias, 65,3% relatam quadro álgico todos os dias e 32,6% apresentam após o estágio. As regiões mais acometidas e sua intensidade são 70,8% em coluna cervical com 47,1% grau moderado, 53,1% em coluna torácica com 38,6% grau moderado, 79,6% em coluna lombar com 31,6% moderado e 18,4% acentuado, 34,7% dores no ombro com 17,6% muito acentuada, 43,5% nos punhos com 40% intensidade moderada, 34,7% nos joelhos com 25% moderada e 28% nos tornozelos com 23,1% um pouco acentuada. Os acadêmicos relatam que 78% das dores aliviam com o repouso. Concluiu-se que as condições de estágio são inadequadas, propiciando o surgimento dos desconfortos musculoesqueléticos. Por conseguinte, constata-se que a incidência dos sintomas osteomusculares nos estagiários encontra-se em alta, sendo necessárias estratégias que minimizem esses fatores de riscos, promovendo a saúde e a qualidade de vida dos acadêmicos de Fisioterapia.

P144 - ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE DORT EM PROFESSORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ. SAMUEL VERTER MARINHO UCHÔA LOPES1; CRISTIANE MARINHO UCHÔA LOPES2; ANTONIO YONY FELIPE RODRIGUES3. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL; 2.FACULDADE LEÃO SAMPAIO, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL; 3.INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA, JUAZEIRO DO NORTE, CE, BRASIL.

DORT’s são desordens neuro-músculo-tendinosas de origem ocupacional, ocasionadas por postura imóvel, uso repetitivo e forçado de grupos musculares, bem como sobrecarga estática e dinâmica. Acometem a coluna vertebral, consequentemente, membros superiores e inferiores. Os trabalhadores que mais apresentam diagnóstico de DORT são bancários, digitadores, como também professores, entre outros. Objetivou detectar e quantificar os locais de dor dos indivíduos em estudo, relatar sinais e sintomas músculoesqueléticos e analisar a procura por tratamento nos indivíduos que apresentavam dor. O estudo foi realizado com 22 professores (n=22) de uma faculdade particular de Juazeiro do Norte – CE, com carga horária média de trabalho de 24 horas semanais durante o período de estudo, maio de 2010, através de um questionário com perguntas sobre os sintomas dos distúrbios neuromúsculoesqueléticos. Obteve-se que 63,6% eram do sexo masculino e 36,4% do sexo feminino, onde a média de magistério são cinco anos e quatro meses e 100% relatam gostar muito da profissão. Dentre estes, 68,1% trabalham na posição ortostática. Constatou-se que 86,3% sentem dores musculoesqueléticas, 18,4% em coluna cervical, 15,7% em coluna lombar, 10,5% na coluna torácica. Nos membros superiores, 10,5% sentem dores no ombro, 5,3% na mão e 2,6% no cotovelo. Nos membros inferiores, 15,7% na região plantar do pé, 10,5% relatam dores no membro inferior, 10,5% no joelho, 7,8% no tornozelo e 2,6% no quadril. Entre os indivíduos questionados, 52,6% sentem mais de um tipo de dor e 47,3% sentem apenas um tipo. A média de tempo de relato das dores é de dois anos e seis meses, onde 35% ocorrem à noite, 20% durante atividades, 10% são dores constantes, 5% durante o dia, 5% no repouso e 25% relatam em outros momentos. Após o período de estudo, os resultados mostraram que a maior parte dos professores sente dores neuromusculoesqueléticas, relatando dor, em ordem decrescente, na coluna cervical, coluna lombar, planta do pé, e estes procuram tratamento.

P145 - DOR NEUROPÁTICA PERIFÉRICA PÓS-TRAUMÁTICA: ASPECTOS CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS. MASSAKO OKADA; JOACI OLIVEIRA ARAUJO; ADOLFO MARCONDES AMARAL NETO. HOSPITAL DAS CLINICAS-FMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Objetivos: Detectar a prevalência da dor neuropática e não neuropática decorrente de traumatismo periférico. Caracterizar aspectos clínicos e terapêuticos de doentes com dor neuropática pós-traumática periférica. Casuística e Método: Estudo retrospectivo aberto observacional de 60 doentes com dor pós-traumática atendidos e tratados nos últimos cinco anos. Foi diagnosticado como dor neuropática em 41 doentes (68,3%) e dor não neuropática em 19 (31,6%). No grupo dor neuropática 56% era do sexo feminino e idade média de 40,6 anos (76-19); afastado do trabalho 48,7%, aposentado 51,2% e em atividade 12,1%. Resultados: Traumatismo decorrente de ferimento acidental era de 51,2%, pós-cirurgia 29,2% e FAF 19,5%. A localização da dor era de 33 (73,3%) nos MMIIs e 12 (26,6%) nos MMSSs. A duração média da dor era de 66,6 meses (30-3) e intensidade da dor na EVA média de 7,8 (10-3); qualidade da dor de 59,2% em choque, 37% em queimor, formigamento 33,3% e fisgada, pontada, espetada totalizaram 37%. Caráter da dor era constante em 48,1%, flutuante 44,4% e em surtos 7,4%; nenhum predomínio da dor em 59,2%, noturno 29,6%, diuturno 14,5% e vespertino 7,4%; evoluiu de modo estável em 55,5%, progressivo em 29,6% e regressivo em 4,2%. Exame da sensibilidade: hiperalgesia 51,8%, alodínea 62,9%, hipalgesia 40,7%, anestesia 14,8% e sinal de Tinel era positivo em 14,8%. Presença de síndrome dolorosa miofascial era de 88,8%. Tratamento farmacológico indicado: antidepressivo tricíclico em 96,2%, anticonvulsivante 48,1% (carbamazepina 76,9% e gabapentina 23,1%) opioide fraco 11,1% e forte 3,7%. Tratamento não farmacológico: nenhum 55,5%,

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agulhamento seco 14,8%, acupuntura 18,5%, neurocirúrgico 7,4%, fisioterapia 7,4%, bomba de infusão + eletrodo epidural 0,3%. Duração média de tratamento era 39,5 meses (120-1) e o resultado foi de EVA inicial médio 7,8 e final médio de 5, correspondendo redução de 34,9%. Conclusões: Na dor pós-traumática periférica há prevalência de dois terços de dor neuropática em relação à dor não neuropática. Dor intensa e incapacitante com apenas 12% dos doentes em atividade laboral. Atinge igualmente ambos os sexos e na idade média de 40 anos; predomínio do ferimento acidental e acomete mais os membros inferiores. Redução da dor pelo tratamento farmacológico convencional e não farmacológico foi insatisfatório (34,9%). É necessário busca de tratamentos mais eficazes.

P146 - EFICÁCIA DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS) NOS COMPONENTS SOMÁTICO E NEUROPÁTICO DA DOR LOMBAR BAIXA. GABRIELA ROCHA LAURETTI1; ANITA LEOCADIA DE MATTOS2; IZABEL CPR LIMA3. 1.FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO, RIBERIAO PRETO, SP, BRASIL; 2,3.FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO-USP, RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- Estudos na literatura sobre a eficácia da TENS em pacientes com dor lombar baixa (DLB) são conflitantes. Um dos aspectos inclue a não diferenciação dos tipos de dor nos pacientes com DLB. Tanto a dor facetária articular (somática) quanto a dor neuropática podem estar presentes na DLB, enquanto a dor somática melhora com o passar do dia, sendo mais evidente à noite, a dor neuropática melhora com o repouso. O intuito do estudo foi avaliar a eficácia da TENS nos componentes neuropático e somático da DLB. Métodos- Após aprovação do Comitê de Ética e consentimento, 24 pacientes com DLB com componentes somático e neuropático foram avaliados de forma prospectiva e aleatória. TENS foi aplicado por 30-min, pela manhã e antes de dormir em cada paciente, por 14 dias consecutivos. O adesivo de TENS foi aderido à pele, perpendicular à coluna, sobre a 5ª vértebra lombar, com frequência mista de estimulação (85 Hz) pulsátil e não-pulsátil. Diclofenaco (50 mg) por via oral estava disponível como analgésico de resgate, se necessário. Dor foi avaliada pela escala analógica numérica (0-10 cm). Foram também avaliados grau de atividade física e qualidade de sono. Resultados- O adesivo de TENS reduziu a intensidade da dor durante a noite, dor descrita como em faixa na região lombar baixa (p<0,05), sendo que os valores de EAV foram menores logo após a aplicação de TENS para a dor somática articular facetaria lombar (p<0.01). Consequentemente, a qualidade do sono melhorou em todos pacientes, sendo a frequência de despertar noturna reduzida (p<0,05) após a aplicação de TENS. Entretanto, a dor diária neuropática não melhorou com o uso de TENS pela manhã, sendo os valores de EAV similares antes e após o uso de TENS (p>0,05). Não foram observados efeitos adversos. Porém, a atividade física foi faciltada por 3-h após uso do TENS cedo em 18 dos 24 pacientes (p<0,05), resultando em facilidade para sair da cama e para as atividades diárias de rotina (p<0,05). Conclusões- A aplicação de TENS pela manhã não resultou em analgesia para a dor neuropática lombar, em acordo com outros1,2. Entretanto, a aplicação de TENS resultou em diminuição da dor noturna (somática, articular), diminuiu a frequência de despertar noturno, melhorando o padrão do sono e mehorou a atividade física pela manhã.

P147 - MICROSCOPIA CONFOCAL DE CÓRNEA: UM NOVO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DE NEUROPATIAS PERIFÉRICAS DOLOROSAS. CAMILA PUPE; IGOR BRAZ; GABRIELA DIECKERMAN; OSVALDO JM NASCIMENTO; LETICIA SANTOS. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Objetivo: Avaliar a inervação da córnea, constituída de fibras nervosas finas em pacientes normais, para padronização, e em pacientes com neuropatias periféricas dolorosas, particularmente na neuropatia diabética dolorosa, com um novo instrumento, a microscopia confocal de córnea (MCC). Métodos: Utilizando-se microscópio confocal HRT3, com módulo para exame da córnea, fabricado pela empresa Hildelberg, da Alemanha, avaliaremos a densidade das fibras que compõem o plexo de fibras nociceptivas que inervam a córnea. A morfologia das fibras, suas espessuras, distribuição e sinais de brotamento (sproutings) serão considerados na análise ao exame pela MCC. Serão incluídos pacientes normais para controle e pacientes com neuropatias periféricas dolorosas, tais como a diabética, tóxicas, inflamatórias, infecciosas, etc. Resultados: Os achados de normatização da MCC serão importantes no aprimoramento dos conhecimentos para melhor interpretação dos resultados, considerando-se a densidade de fibras como elemento referencial de importância, como tem sido relatado em poucos trabalhos que surgiram após o recente advento deste exame morfológico in vivo. Conclusões: A MCC é um método promissor na investigação e diagnóstico de neuropatias periféricas dolorosas que comprometem fibras finas. Os achados iniciais que observamos de redução da densidade de fibras nervosas na córnea de pacientes pré-diabéticos e diabéticos parece ganhar correspondência com a ocorrência clínica de dor neuropática. É um método de rápida realização, que não acarreta transtornos para o paciente. Estas são algumas das vantagens da MCC sobre a biópsia de pele para estudo de terminações nervosas intra-dérmicas em dor neuropática. A MCC não é um método cruento como a biópsia de pele e nem necessita de laboratório para processamento especializado do material. Tal como a MCC apenas pode-se considerar ocorrer comprometimento de fibras finas, portanto, neuropatia periférica resultando em dor neuropática, não indicando, entretanto, a etiologia

P148 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA DOR NEUROPÁTICA DOS PACIENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE DOR DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA. DIEGO P RODRIGUES; KENARD S MARTINS NETO; JOANA RAYANE PINHEIRO FIGUEIREDO; VANESSA C S COSTA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO, SAO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor neuropática é definida como dor decorrente de lesão ou disfunção do nervo. É uma síndrome complexa, com mecanismos biológicos pouco esclarecidos, envolvendo teorias inflamatórias e imunes. A dor neuropática (DN) está entre as síndromes mais prevalentes como causa de dor crônica. No geral, pacientes com dor neuropática apresentam idade mais avançada e dor mais grave que outros tipos de dor crônica. Analisando o perfil dos pacientes com dor neuropática, podemos contribuir para a prática da clínica de dor no meio acadêmico. Método: realizou-se estudo descritivo e retrospectivo através da revisão de prontuários dos pacientes atendidos desde 2006, em ambulatório de dor do HUPD, Foram excluídos pacientes com diagnóstico de cefaleia. Resultados: Foram avaliados 342 prontuários, dos quais 94 (27,5%) possuem dados que remetem a pelo menos 4 características de dor neuropática (queimação, pontada, choque). A maioria dos atendidos foi encaminhada pela neurologia/neurocirurgia (17; 18,1%), são do sexo feminino (51; 54,3%) e possuíam idade entre 30 e 50 anos (47; 50%), Relataram início da dor há mais de 6 meses (73; 77,6%), sendo essa de modo geral considerada intensa (36; 38,3%), de gradação maior que 7 na EAV (27; 28,7%) e acompanhada de fisgadas (47; 50%). Referiram como desencadeantes o movimento (13;

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13,8%), o frio (5; 5,5%) e outros (13; 13,8%). Afirmam ainda distúrbios do sono, com insônia/sono não-restaurador (52; 54,7%). A hipótese diagnóstica mais prevalente foi lombalgia (28; 29,4%) e os tratamentos mais comuns foram os AINES (10; 10,6%), opioides (5; 5,3%) e anticonvulsivante e/ou antidepressivos tricíclicos (24; 25,5%). Conclusões: O conhecimento do perfil clínico dos pacientes atendidos permite melhorar a avaliação e a assistência aos pacientes e revela a atual necessidade de recursos.

P149 - O BISABOLOL DIMINUI A DOR VISCERAL EM CAMUNDONGOS. GERLÂNIA OLIVEIRA LEITE1; RENATA SOUZA SAMPAIO2; LAURA HÉVILA INOCÊNCIO LEITE3; IRWIN ROSE ALENCAR MENEZES4; JOSÉ GALBERTO MARTINS COSTA5; ADRIANA ROLIM CAMPOS6. 1,2,3,4,5.URCA, CRATO, CE, BRASIL; 6.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - Alfa-bisabolol (BISA) é um álcool sesquiterpeno encontrado no óleo essencial de várias plantas e possui propriedades antiinflamatória e calmante da pele. É um aditivo muito comum em muitos produtos, incluindo cremes, loções, produtos para limpeza da pele, protetores solares, antiperspirantes e maquiagem. O objetivo deste estudo foi determinar o efeito do BISA na nocicepção visceral induzida por diversos agentes irritantes. Metodologia - Camundongos receberam por via intraperitoneal ciclofosfamida (CFM 400 mg/kg, i.p.) ou por via intracolônica, óleo de mostarda (OM 0,75%; 50µL) 60 min após a administração de BISA (50, 100 e 200 mg/kg, v.o.). O número total de comportamentos relacionados à dor (lamber o abdômen, piloereção, arrastar o abdômen contra o solo, contorção e retração abdominais) foi registrado durante 4h ou 20 min após a administração de CFM ou OM, respectivamente. Grupos controle, que receberam apenas solução salina 0,9% por via intraperitoneal ou intracolônica, foram incluídos no estudo. Resultados - Os animais que receberam CFM ou OM manifestaram comportamentos nociceptivos espontâneos que foram significativamente suprimidos nos grupos tratados com BISA (50, 100 e 200 mg/kg). Conclusão - Estes estudos marcam a propriedade antinociceptiva visceral do alfa-bisabolol indicando o uso potencial no alívio da dor visceral.

P150 - CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRA DE DOENTES COM DOR PÓS-TORACOTOMIA: ASPECTOS CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS. JOACI OLIVEIRA ARAUJO; MASSAKO OKADA; ADOLFO MARCONDES AMARAL NETO. HOSPITAL DAS CLINICAS-FMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Objetivo: Avaliação clínica e terapêutica de doentes com dor pós-toracotomia. Casuística e método: Foram avaliados 14 doentes com dor pós-toracotomia atendidos e tratados no Centro Multidisciplinar de Dor da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Resultados: A idade mediana foi de 60 anos, 57,1% do sexo masculino e 50% de cor branca. Em 6 doentes a dor iniciou logo após a cirurgia e insidiosa em 50% dos casos. Duração média da dor foi de 48,5 meses, variação de (192-5) e intensidade na EVA média de 8,7 (10-7). Dor superficial em 16,6% dos casos, profunda e mista em 41,6%; constante em 58,3%, flutuante em 33,3% e episódica em 8,4%. Causa da toracotomia foram revascularização miocardica 4 (28,5%), neoplasia pulmonar 5 (42,8%), malformação cardíaca 1 (7,1%),hérnia diafragmática 1 (7,1%) e trombolismo pulmonar 1(7,1%). Dignóstico da dor foi dor neuropática (DN), nociceptiva, síndrome dolorosa miofascial (SDM) e variadas associações (dor mista). DN + SDM 8 (57,1%), DN + D nociceptiva + SDM 2 (14,2%, SDM 2 (14,2%) e D nociceptiva + SDM 2 (14,2%). Todos foram tratados com antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina, imipramina), anticonvulsivantes (carbamazepina, gabapentina, lamotrigina), neuroléptico (clorpromazina) e opioides fracos e fortes. Resultados do tratamento: redução do EVA inicial de 8,7 para final de 4,1 após duração média de tratamento de 21,1 meses (60-2) perfazendo melhora de 52,9%. Conclusão: Dor crônica pós-toracotomia acomete mais o sexo masculino e a causa do procedimento prevalecem neoplasias pulmonares e revascularização miocardica. Dor é insidiosa, constante, profunda, forte intensidade e incapacitante. Resultado do tratamento: de acordo com o tipo de dor foi de 52,9%, indicando resposta satisfatória porem não completa. Necessita de intervenções mais eficazes e melhora nas técnicas cirúrgicas.

P151 - NEURALGIA PÓS-HERPES ZOSTER EM SÍTIO ANATÔMICO POUCO USUAL-PLANTA DO PÉ. LARISSA RIOS AGUIAR; HILMA GIRÃO MARQUES; JOSENÍLIA MARIA ALVES GOMES; JOÃO PAULO LIMA SANTOS; LENNON SOARES MESQUITA C DE VASCONCELOS; MARIANA RABELO DE BRITO. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor que emerge subsequente à cicatrização das feridas e que se desenvolve nos seis meses seguintes ao aparecimento das lesões é definida como neuralgia pós-herpética. Trata-se de um problema clínico importante, pois cerca de 25% dos pacientes evoluem com dor neuropática após ativação de herpes zoster. Estudos indicam que a incidência aumenta em proporção e gravidade quando o tratamento da fase aguda é inadequado. Relato de Caso: Paciente MGSV, 55 anos, feminino, parda, com antecedente de diabetes do tipo II e migrânea, fazendo uso de hipoglicemiante oral e amitriptilina (75mg/dia). Há seis meses, procurou unidade básica de saúde referindo lesões bolhosas de pequeno diâmetro na planta do pé. Sem diagnóstico definido foi tratada com antibióticos associados a analgésicos (AINES) e encaminhada para um dermatologista, que diagnosticou herpes zoster, neste momento já em fase de cicatrização das lesões. Como a paciente apresentava dor intensa em queimação com irradiação para todo o membro inferior foi transferida ao ambulatório de dor do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará com prescrição de codeína e carbamazepina. Foi admitida no ambulatório referindo dor em queimação com choque, alodínia e hiperalgesia no membro inferior esquerdo até a raiz da coxa. Ao exame físico, as lesões eram do tipo crosta, restritas à planta do pé esquerdo. Fazia uso da carbamazepina(400mg/dia) e codeína(6/6h) há uma semana e referia escore de 10 na escala visual analógica (EVA). A carbamazepina foi substituída por gabapentina(900mg/dia) e foram realizados uma série de bloqueios periféricos do nervo ciático. Evoluiu com localização da dor no pé inteiro (dorso e planta) e EVA 7. Mantendo-se os bloqueios, a dor ficou restrita aos dedos, mas mantém padrão de alodínia com paroxismos de choque nesta região do pé. Os sintomas cedem inteiramente com bloqueio analgésico pela técnica do pentabloqueio, mas retornam dentro de 48-72 horas. A gabapentina foi substuída pela pré-gabalina e, com a sucessão dos bloqueios, passou a referir EVA de 5-6, mas persiste com limitação na qualidade de vida. Há dez dias, acrescentou-se a duloxetina (60mg/dia). Desde então, a paciente vem apresentando melhora importante nos escores de dor (EVA 3), na qualidade do sono e na capacidade de executar suas tarefas diárias. Discussão: É importante o diagnóstico precoce da neuralgia pós-herpética a fim de evitar a cronificação da dor e, portanto, uma menor possibilidade de tratamento. A terapia indicada tem sido uma combinação de medicamentos que envolvem antidepressivos e anticonvulsivantes.

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P152 - UM NOVO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE DOR NEUROPÁTICA: SUBUNIDADE DE NEUROLOGIA/ NEUROCIÊNCIAS DA UNIDADE DE PESQUISA CLÍNICA (NEUROUPC) DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO (HUAP) – UFF – RIO DE JANEIRO. LETICIA SANTOS; EUZENIR SARNO; VITOR ZENHA; OSVALDO JM NASCIMENTO. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Objetivo: Disponibilizar infraestrutura para o desenvolvimento de pesquisas em dor neuropática no âmbito da neurologia/neurociências englobando: ensaios clínicos controlados, desenvolvimento de estudos em neurofisiologia, bioquímicos, morfológicos e moleculares aplicados à prática clínica em dor. Desenvolvimento de um perfil de pesquisa da bancada ao leito, associando as descobertas da pesquisa científica básica e sua aplicabilidade no controle da dor. Padronização de ensaios clínicos e científicos nas áreas de terapia celular, biomateriais e reparo tecidual no âmbito da dor neuropática. Métodos: O Ministério da Saúde em uma ação conjunta com o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio de Chamada Pública, selecionou instituições para integrarem a Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino – RNPC. Essa parceria contou com investimentos da ordem de 35 milhões de reais, onde a UPC-UFF concorreu com projeto próprio para a instalação de sua unidade e, recentemente, diante de recursos obtidos com chamada pública de projeto envolvendo binômio neuropatia periférica – dor foi criada a NeuroUPC. Resultados: A criação da NeuroUPC, sob coordenação de OJMN, viabiliza uma relação mais institucional aos projetos de pesquisa realizados no âmbito dos hospitais de ensino no terreno das ciências neurológicas, garantindo um ambiente onde poderão ser desenvolvidos estudos de interesse público voltados para as políticas de saúde desenvolvidas pelo SUS, notadamente envolvendo neuropatias dolorosas. Dentro deste contexto podem ser destacados outros projetos em desenvolvimento na UPC-HUAP financiados pelo DECIT na UPCUFF: PREVER, REHOT, REBRATS, DORNEURO e ERIKA. Conclusão: Com a recente certificação pelo MS e MCT, a NeuroUPC da UPC-UFF torna-se uma importante vertente para a execução de projetos de pesquisa clínica voltados para o estudo e tratamento da dor, particularmente da modalidade neuropática. Sua principal vocação diz respeito ao enfrentamento de questões fundamentais definidas pela Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa da 2ª Conferência Nacional de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação. Assim, a NeuroUPC passa a assumir posição de interesse em pesquisa aplicada em neurologia/neurociências no âmbito inter e institucional voltadas particularmente para produtos de interesse prioritário para o país, incluindo aqueles relacionados a dor.

P153 - ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA NA FIBROMIALGIA: EFEITOS ANALGÉSICOS DO CÓRTEX MOTOR MANUTENÇÃO DE LONGO PRAZO. DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE1; ALAA MHALLA2; LIN TCHIA YENG3; RICARDO GALHARDONI4; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA5; DIDIER BOUHASSIRA6. 1,3,4.DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,6.CLÍNICA DE DOR FISIOPATOLOGIA E FARMACOLOGIA, HOSPITAL AMBROISE PARÉ, PARIS, FRANÇA; 5.DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Fibromialgia representa o espectro final da dor crônica difusa na população em geral e é uma doença que afeta predominantemente as mulheres na proporção de 9 para 1 homem. A prevalência de pacientes com fibromialgia é de 2% na população nos Estados Unidos e 2,5% no Brasil. Objetivos: Demonstrou-se que sessões diárias de estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) unilateral do córtex motor induz efeitos analgésicos em pacientes com fibromialgia. No presente estudo, avaliamos a manutenção a longo prazo (6 meses) dos efeitos analgésicos da EMTr em um outro grupo de pacientes com fibromialgia. Métodos: Quarenta pacientes com síndrome da fibromialgia foram distribuídos aleatoriamente, de duplamente encoberta em dois grupos, um recebendo uma série de EMTr ativa (n = 20) e outro estimulação sham (n = 20), aplicados sobre o córtex motor primário esquerdo (frequência de estimulação de 10 Hz a 80% do limiar motor de repouso). O protocolo de estimulação incluíu um total de 15 sessões: 5 sessões diárias (fase de indução), seguido por uma fase de manutenção, incluindo três sessões semanais, quatro sessões quinzenais e três sessões mensais. A intensidade da dor basal autoreferida foi medida nas 24 horas precedentes, em seguida, antes de cada sessão de estimulação até às 24 semanas (ou seja, um mês após o último estímulo). Outras medidas incluíram: os escores de dor sensoriais e afetivos, qualidade de vida, de humor e ansiedade. Parâmetros de excitabilidade cortical motora também foram avaliados entre eles: limiar motor, respostas supraliminares inibição intracortical curta (SICI) e facilitação intracortical (ICF), também foram medidos sistematicamente no início e no decorrer do tratamento. Resultados: EMTr ativo reduziu significativamente a dor e melhorou vários aspectos de qualidade de vida (incluindo fadiga) da 1ª à 24ª semanas. Estes efeitos não foram relacionadas a uma melhora do humor ou ansiedade. Interessantemente, o efeito analgésico foi associado com uma melhora significativa em SICI e ICF. Conclusões: Demonstrou-se pela primeira vez que os efeitos analgésicos da EMTr pode ser mantido por até seis meses em pacientes com fibromialgia, sugerindo que este método não invasivo, pode constituir uma opção de tratamento eficaz e alternativo para esses pacientes.

P154 - O TRABALHO NA VIDA DO PORTADOR DE DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO – PASSADO E FUTURO. MARIA RITA RITA MASSELLI; TAÍS SALATI STANGARLIN; ANA LUISA PIRES BATISTA. FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA -- FCT/UNESP, PRESIDENTE PRUDENTE, SP, BRASIL.

Introdução: Nos últimos quatro anos diversas propostas terapêuticas foram utilizadas em nossa clínica-escola de fisioterapia e reabilitação no tratamento das portadoras de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). As pacientes alcançam “estados de melhora” temporários e ficam dependentes do tratamento. Mas a questão trabalhista corre em paralelo e interfere diretamente no estado físico e psíquico destas pacientes. Quando se aproxima a data da perícia médica as queixas de dor se intensificam e as pacientes expressam um aumento significativo de ansiedade. Por reconhecer a existência desta relação, o objetivo deste estudo foi verificar as condições do trabalho durante o qual os sintomas apareceram e a situação atual da portadora de DORT com relação ao trabalho e quais as perspectivas futuras. Método: Foram realizadas até o momento oito entrevistas gravadas com roteiro de questões que abordaram vários aspectos como nível de escolaridade, profissão e renda familiar. Resultado Das oito mulheres entrevistadas (média de 42 anos), apenas uma concluiu o ensino fundamental e uma é analfabeta. A baixa escolaridade implica em profissões braçais como faxineira ou serviços gerais com alta frequência de horas extras de trabalho. Das oito entrevistadas, sete estão afastadas do trabalho e uma está aposentada por invalidez. Dessas sete mulheres, cinco recebem o auxíliodoença acidentário (uma delas conseguiu após mover ação judicial) e outras duas estão “cortadas” do INSS, sendo que uma delas

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não tendo como pagar o exame exigido (eletroneuromiografia), precisou fazer um empréstimo bancário de R$ 500,00. As que estão recebendo o auxílio-doença acidentário gastam este dinheiro com os exames exigidos para dar andamento no processo de perícia judicial. Quando questionadas sobre a possibilidade de voltar a trabalhar relatam que gostariam de retornar ao trabalho, mas que não aguentariam desempenhar as mesmas tarefas nas mesmas condições. Elas reconhecem que têm limitações, mas não se consideram inválidas para o trabalho. Contudo, entre elas, somente uma portadora de DORT está pleiteando aposentadoria. Conclusão: Diante deste quadro alarmante compreende-se porque a dor pode ser aliviada apenas temporariamente. Assim, o papel da fisioterapia deve ser mais amplo no sentido de orientar e estimular mudanças para introduzir hábitos saudáveis de vida.

P155 - ANÁLISE DOS DADOS SOCIAIS E DESCRIMINATIVOS DA DOR NOS DOENTES COM SÍNDROME COMPLEXA DE DOR REGIONAL (SCDR) NOS MEMBROS SUPERIORES (MMSS) DO AMBULATÓRIO DE DOR DA CLÍNICA NEUROLÓGICA DO HCFMUSP. MIRLENE GARDIN CANTARA; VIVIANE GENTIL; RENATA CETRA; KARLA BRAGA. HOSPITAL DAS CLINICAS, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A SCDR é uma condição dolorosa crônica, que se desenvolve após traumas, lesão de tecidos moles, mobilizações, cirurgias ou espontaneamente. É classificada como tipo I ou tipo II. A SCDR acomete geralmente segmento distal, tanto em MMSS como inferiores, acarretando adoção de um padrão autoalimentador caracterizado pelo ciclo: dor, imobilização, edema, desuso. O objetivo deste estudo foi analisar os dados sociais e descriminativos da dor em doentes com SCDR em MMSS do Ambulatório de Dor HCFMUSP e defrontar esses dados com a literatura. Método: Foram analisadas como amostras as variáveis demográficas (cor da pele, sexo, idade e situação conjugal), sócioeconômicas (escolaridade e nível sócioeconômico), comportamentais (baixa atividade física e tabagismo), descriminação da dor (EVA, Padrão, Predomínio, Incidência, Tipos, Tempo de Dor, Pontos Gatilhos) e qualidade do sono. Esta pesquisa foi realizada com uma amostra de 86 prontuários do Ambulatório de Dor Crônica do HCFMUSP. Os dados foram coletados por pesquisa das avaliações médicas do período de 2000 a 2010. Resultados: Na amostra foram encontrados 63% doentes do sexo feminino, faixa etária de 43,55 anos corroborando ao estudo realizado por Veldman e col. com média de idade de 41 anos com predomínio de mulheres numa relação de 3:1. Quanto a raça 60,52% foi a cor branca. Em relação a situação conjugal 47,38% eram casados e 11,8 % divorciados. A maioria dos doentes (52,63 %) não tinha escolaridade superior ao 1º grau. Afastado do trabalho encontramos 68% dos doentes apenas 27,63 estão recebendo pelo INSS. Na prática de atividade física regular 61.73% não realiza tal. Na descriminação da dor obtivemos a nota EVA 8,29, predomínio indiferente de 53,94% e dor diária em 94,73% com dor em queimação em 36%. Obtivemos 77,9% da amostra do tipo 1 e a causa principal foi trauma com 51,16 %. O mais acometido com 66,2% foi o membro direito, sendo este o lado dominante com 90,64%. A dor miofascial foi encontrada em 100% dos doentes que pode ser estabelecida por desuso do membro acometido e/ ou por excesso de uso do membro contralateral. A Qualidade do Sono foi considerada ruim em 54,2% da amostra e não reparador em 80,6%. Conclusão: A SCDR por ser uma doença crônica e limitante para a função motora causa alterações tróficas, comprometem o sono, as atividades familiares, sociais e profissionais. Os resultados encontrados nessa pesquisa foram ao encontro dos achados literários.

P156 - NEURALGIA DO TRIGÊMIO. NATÁLIA ARRAIS COSTA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL.

Introdução: A neuralgia do trigêmio (NT) é conhecida por acometer seus portadores por uma sensação álgica lancinante, acometendo uma hemiface, apresentando-se de forma intermitente, sendo considerada a mais violenta das dores crônicas paroxicísticas e repetitivas e, às vezes, perdurando por décadas, fazendo com que essas crises de dor jamais sejam esquecidas. Metodologia: Revisão Bibliográfica. Resultados: Mais de 60% dos pacientes que apresentam NT estão acima dos 60 anos de idade, o que se leva a acreditar que a bainha de mielina se degenera, fazendo com que o nervo trigêmeo possa vir a sofrer descargas elétricas, explicando o fato de o paciente se referir a um choque, a uma pontada num dos três territórios da face por onde passa o nervo. O primeiro episódio é marcante e pode repetir-se numa frequência variável de paciente para paciente. Às vezes, ocorre duas ou três vezes por dia e em qualquer horário, podendo apresentar-se, durante anos, com crises diárias que desaparecem por seis meses e depois voltam com mais intensidade e frequência. A causa essencial da NT não é conhecida, no entanto, sabe-se que algumas situações podem provocar a dor, como tumores benignos, meningiomas, neurinomas do nervo trigêmeo. Malformação dos vasos localizados na região posterior do encéfalo também pode provocar sintomas similares. Quando existe um fator orgânico provocador, geralmente o exame neurológico revela alterações, uma vez que, além da referência à dor paroxicística, existe uma sensação de dormência na face. Já nos 95% dos pacientes com neuralgia sem causa determinada, o exame neurológico é absolutamente normal. Outros sintomas são: durante um ou dois meses, a pessoa pode apresentar certa fraqueza ao mastigar alimentos sólidos, entretanto a mímica da face é preservada. Pode ocorrer também hiperemia durante as crises. É raro ser uma dor bilateral. Em uma fase, pode atingir um lado, depois passar para o outro lado da face. Quando há alterações de outros nervos cranianos, além de dor, o paciente pode apresentar desvio da rima bucal, comprometimento da motilidade do olho e paralisia da face. O tratamento medicamentoso recai sobre a carbamazepina e a oxicarbazepina, além da gabapentina, lançada mais recentemente. No início, pode-se administrar dose menor, mas, se necessário, aumenta-se progressivamente. Deve-se atentar para a posologia em idosos, uma vez que são drogas anticonvulsivantes, podendo provocar desequilíbrio, tontura, diminuição da capacidade cognitiva como efeitos colaterais. Quando o paciente não tolera o medicamento, desenvolve alergia ou atingiu a dose limite sem resultados efetivos, indica-se intervenção cirúrgica. Conclusões: É imperativo que o clínico tenha conhecimento sobre essa patologia para que possa diagnosticar corretamente, estabelecer procedimento terapêutico ou encaminhar o paciente ao profissional competente.

P157 - IMPACTO DA DOR CRÔNICA COM CARACTERÍSTICA NEUROPÁTICA NA VIDA DIÁRIA. RAYANNE L T M ARAÚJO; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA; ÉRICA BRANDÃO MORAES VIEIRA; ANTÔNIO AUGUSTO MOURA SILVA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução - A definição de Dor Neuropática (DN) é a dor iniciada ou causada por uma lesão ou disfunção primária do sistema nervoso, sendo uma das principais e mais prevalentes condições dolorosas crônicas. As principais causas de DN incluem DM, esclerose múltipla, infecção por HIV, radiculopatias lombar ou cervical, traumas ou injúrias no sistema nervoso. É frequentemente

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subdiagnosticada e subtratada ao nível dos cuidados primários, por exemplo, por não proporcionar o tratamento apropriado. Seu baseia-se numa história clínica detalhada, exame físico meticuloso e em exames auxiliares adequados. A presença da dor, quando constante e de duração prolongada, é perturbadora, podendo alterar as atividades físicas, sono, autoestima, acarreta pensamentos negativos, depreciação e desesperança da vida, nas relações familiares, no trabalho e lazer. O trabalho tem por objetivo identificar o impacto da dor crônica com característica neuropática na vida diária dos indivíduos. Metodologia - O estudo é transversal, sendo parte do estudo populacional sobre dor crônica, acima de 6 meses, onde a amostra total ficou em 1597 indivíduos, maiores de 18 anos, realizado em 30 setores censitários de São Luís - MA sorteados aleatoriamente. Resultados - Em relação à presença de dor crônica, 42,33% relataram ter dor, sendo que, 9,83% são portadores de dor crônica com características neuropáticas de acordo com o DN4, equivalente a 157 indivíduos. A maioria das pessoas entrevistadas (55,41%) não conhece a causa da dor e 48,41% toleram bastante a dor que sentem. Afastamento do trabalho foi encontrado como impedimento da dor em 32,48% e tristeza decorrente da dor em 65,61%; 92,99% das famílias acreditam na dor dos indivíduos. Os entrevistados (54,78%) acham sua saúde regular; já 68,79% deles procuraram serviço de saúde alguma vez por causa da dor; 34,39% vai ao médico a cada 6 meses; e apenas 4,46% afirmaram frequentar um médico especialista em dor. Apenas 7,01% afirmam frequentar serviço especializado em dor e a satisfação com o tratamento dispensado foi relatado por 33,81% dos entrevistados. Além disso, o uso de medicação foi observado em 78,98%, sendo os analgésicos não opioides a primeira escolha dos usuários, com 44,35%. Conclusão - A dor é um problema de saúde pública, devendo, portanto, ser melhor entendida, tratada e diagnosticada, melhorando, assim, a qualidade de vida das pessoas.

P158 - DESENVOLVIMENTO DE MODELO EXPERIMENTAL DE NEUROPATIA SENSITIVA PERIFÉRICA INDUZIDA PELO AGENTE ANTINEOPLÁSICO OXALIPLATINA EM CAMUNDONGOS. RENATA BESSA PONTES; JULIANA ARCANJO LINO; RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO; MARIANA LIMA VALE. UNIVERRSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- Oxaliplatina (OXL) é a 3ª geração de agentes platinos com amplo espectro de atividade antitumoral. Dentre os efeitos tóxicos estão: laringoespasmo, náuseas, vômitos, fadiga e neuropatia periférica (NP), foco desse trabalho. Essa pesquisa objetivou desenvolver um modelo experimental para estudo da NP induzida por OXL em camundongos. Método- Camundongos Swiss machos foram tratados com OXL (1-4mg/kg, e.v.) por 4,5 semanas paralelamente aos testes neuropáticos utilizados para avaliar o desenvolvimento da NP e Rota Rod para verificar comprometimento motor. A hiperalgesia e alodínia térmica foram avaliadas pelo teste de imersão da cauda (TIC) em água fria (4 ou 10ºC) e em água aquecida (46 ou 42ºC) e o teste de hiperalgesia mecânica (HPM) através do Von Frey eletrônico. Foi ainda verificado a ação analgésica da carbamezepina (CZP; 0,3-30mg/kg), oxcarbazepina (OZP; 0,3-100mg/kg), gabapentina (GABA; 6-54mg/kg) e como controle negativo utilizamos a indometacina (INDO; 1-4mg/kg) sendo realizado o TIC água fria (10º C) durante 105min a cada 30min. O teste motor foi realizado em 5,5 e 7 RPMs no aparelho de Rota Rod, sendo observados por 2min na maior e na subdose de cada fármaco analgésico. Foi realizado a imuno-histoquímica das patas traseiras em 24h, 7 a 28 dias. Resultados- Observou-se no HPM uma diminuição significativa (p<0,001) no limiar nociceptivo a partir do 14º dia (efeito máximo com 2mg/kg comparado ao grupo controle). No TIC 4º e 10ºC houve uma diminuição significativa (p<0,05 e 0,01 respectivamente) no limiar nociceptivo no 56º dia; no TIC alodínia pelo quente (42º e 46ºC) foi observado uma diminuição significativa (p<0,05 e 0,01) no limiar nociceptivo a partir do 35º dia. A dose de 1mg/kg teve o efeito máximo comparados com o grupo controle. No teste Rota Rod nenhuma variação significativa foi observada, indicando a ausência de comprometimento motor. O tratamento com CZP, OZP e GABA aumentou o limiar nociceptivo, indicando efeito analgésico e INDO não demonstrou atividade analgésica nesse modelo. A análise por imuno-histoquímica mostrou a participação provável de SP, CGRP e NMDA periféricos e nitrotirosina. Conclusão- Concluímos que o modelo conseguiu reproduzir os achados clínicos e é útil como ferramenta para o estudo do efeito colateral da OXL. Novos experimentos estão sendo desenvolvidos na tentativa de elucidar o mecanismo de gênese desse efeito.

P159 - DOR NEUROPÁTICA: RESPOSTA PECULIAR À PREGABALINA. RELATO DE CASO. RICARDO JOAQUIM DA CUNHA JR. HUCFF, RJ, RJ, BRASIL.

Introdução - O diagnóstico da dor neuropática não é complicado, mas muitas vezes é tardio. Seu tratamento é um desafio para os profissionais de saúde. Tem evolução crônica e afeta a qualidade de vida. A base do tratamento é medicamentosa e as revisões sistemáticas colocam os tricíclicos, a gabapentina e a pregabalina como primeira linha. O presente relato mostra as dificuldades práticas no tratamento e uma resposta peculiar á pregabalina. Relato do caso - MLS, 61a, passado de BK pulmonar. Tratado com RMP+INH+PZA+BEM. No 7º mês queixa de parestesias em luva e bota. Foi iniciada piridoxina. No 9º mês chega ao fim os tuberculostáticos. Mantém parestesias e agora dores. É realizado usg articular, dosagem de enzimas musculares e ENMG, que são normais. Foi tratado com AINES e CBZ. Dois anos depois, com a dor não controlada é encaminhado à Clinica de Dor. O quadro é típico de dor neuropática. E. faces 4. É iniciado AMT com progressão de dose até 75mg e técnica de dissensibilização. Há melhora das dores em mãos, mantendo apenas parestesia. Nos pés ainda precisa andar só com os calcanhares e não consegue usar calçados fechados. Segue uma sucessão de tratamento com fármacos por vo (clonidina), ev (lidocaína), bloqueios (n.ciático e peridural), tópico (lidocaína e capsaicína), sem sucesso. O paciente tem grande dificuldade financeira e após doação da equipe é iniciada gabapentina. Com a dose de 1800mg/d há redução da dor para 2 na escala de face, não há mais dor em repouso, mas mantém a impossibilidade de usar calçado fechado e ainda anda nos calcanhares. O paciente solicita fornecimento da gabapentina à SES/RJ. É iniciada pregabalina através de doação. Suspenso gaba. Com a dose de 150mg/d observa grande melhora, mas surgi rash pruriginoso. Interrompe por conta própria e o rash desaparece, retorna o uso e novo episódio de rash. Foi feito corticoide por 5 dias e retornado com a pregabalina. Evoluiu assintomático. A dose foi progredida até 300mg/d. Houve total redução do quadro de dor neuropático. O paciente volta a apoiar todo o pé no chão e a usar calçado fechado. Observa-se comprometimento da marcha, apesar de não mais ter dor. Inicia orientação com a fisioterapia da Clínica da Dor para adaptação da marcha e o quadro é corrigido. Após dois meses de uso da pregabalina recebe da SES o fornecimento de gaba. Feita retirada progressiva da pregabalina e reiniciado gaba. O quadro se mantém com dose de 900mg/d de gaba nos últimos três meses. Discussão - O caso revela que o fator social impõe limite a terapia. O dado interessante é com relação a pregabalina: a ótima resposta analgésica em um quadro tardio, a pronta dissensibilização do quadro reacional, e uma modificação da sensibilização central, já que a nova dose de gaba foi metade da dose inicial.

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P160 - EFICÁCIA DA UTILIZAÇÃO SIMULTÂNEA DE APARELHOS DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS) EM PACIENTES PORTADORES DE FIBROMIALGIA. GABRIELA ROCHA LAURETTI; SELMA WRO CORREA; RAQUEL DE OLIVEIRA; ANITA LEOCADIA DE MATTOS. FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL

Introdução- Fibromialgia é uma síndrome, a qual inclui dor muscular, fadiga e distúrbio do sono. Ansiedade e depressão estão frequentemente associados. A intensidade da dor piora ao se deitar, durante a noite e no despertar. A TENS é um método estabelecido para controle da dor, o qual minimiza o consumo de analgésicos. Este estudo visou avaliar a utilização de 2 dispositivos de TENS simultâneos em pacientes portadores de Fibromialgia. Métodos- Após aprovação do comitê de ética e consentimento, 39 pacientes com diagnóstico de fibromialgia foram avaliados de forma prospectiva, aleatória e duplamente encoberta. Dois dispositivos de TENS com frequência mista de estimulação (85 Hz) pulsátil e não-pulsátil, foram aplicados de forma simultânea na região cervical e na região lombar, por 20-min, a cada 12 horas, durante 7 dias consecutivos (antes de se deitar, á noite, antes de se levantar, pela manhã). Os pacientes foram divididos em 3 grupos (n=13). O grupo placebo utilizou adesivos placebo de TENS, similares externamente aos originais. O grupo TENS-1 utilizou um adesivo de TENS ativo na área mais dolorida (cervical ou lombar (n=13), enquanto o grupo TENS-2 utilizou dois adesivos ativos de TENS nas áreas cervical e lombar, simultaneamente. Foram avaliados a intensidade da dor (EAV 0-10 cm), consumo de analgésicos de resgate (comprimidos de 50 mg de diclofenaco, por via oral), qualidade do sono e fadiga. Resultados- Os pacientes foram demograficamente similar. 36 pacientes completaram o estudo. Três pacientes do grupo placebo desistiram no 4o. dia de avaliação. A avaliação entre cada grupo antes a após o tratamento revelou que pacientes do G placebo não apresentaram alívio da dor (EAV 8 cm), da fatiga, ou melhora do padrão de sono, enquanto o grupo TENS-1 apresentou diminuição de 2,5 cm na EAV para dor (EAV anterior 8,5 cm e após 6 cm) (p<0,05). Finalmente, o grupo TENS-2 referiu redução de 4 cm na intensidade da dor (EAV anterior ao tratamento 8,5 cm e 4,3 cm após tratamento) (p<0,02). O consumo de analgésicos diários foi menor para TENS-1 (p<0,05) e TENS-2 (p<0,02). A comparação entre os 3 grupos revelou que a qualidade de sono e a disposição foi melhor com TENS, comparados ao grupo placebo, sendo que 2 dispositivos de TENS foi melhor que 1 (p<0,05). Não foram observados efeitos adversos. Discussão- Enquanto a aplicação de um dispositivo de TENS na área dolorida amenizou a dor em pacientes portadores de Fibromialgia, a fadiga e a indisposição foram minimizadas apenas quando dois dispositivos foram utilizados.

P161 - DOR NEUROPÁTICA CAUSADA POR HERPES ZOSTER. SUIANNY KARLA DE OLIVEIRA MACEDO1; TICIANA MAGALHAES BENEVIDES2; EVANILSON FRANCISCO DE MOURA3; LEVI HIGINO JALES4. 1,2,3.UNIVERSIDADE POTIGUAR( CURSO DE MEDICINA)-LIGA ACADÊMICA DE DOR., NATAL, RN, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE POTIGUAR-LIGA DE DOR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: O Herpes Zoster (HZ) é uma síndrome clínica com neurite segmentar e lesão exantemática vesicular no dermátomo associado, com localização geralmente unilateral, causada pela reativação da infecção latente por Vírus Varicela-Zoster (VZV) em um gânglio nervoso sensorial. Sua principal complicação é a neuralgia pós-herpética. A incidência e a gravidade do herpes zóster aumentam com a idade, e com o decréscimo da imunidade mediada por células, chegando a números como 10/1.000 por ano na população que está na oitava década de vida. Estudos epidemiológicos mostram que a incidência anual de herpes-zoster é de 2,9/1.000 nos EUA. Relato de caso: Paciente E.B.R, 87 anos, sexo feminino, branca, viúva, natural e procedente de Natal/RN, do lar. Hipertensa e portadora de hipotireoidismo. Há um mês refere dor torácica em queimação com irradiação para o dorso, avaliada pela escala analógica visual como 8 e posterior aparecimento de lesões em dorso precedidas por febre baixa e vespertina com episódios de calafrios. Ao exame físico, apresentava lesões cutâneas bolhosas na região intercostal posterior direita que não cruzam a linha média e hiperalgesia com alodinia mecânica nas regiões de T6-L4. Foi realizado tratamento com aciclovir 800mg/dia e pregabalina 300mgdia. Obtendo, após dois meses de tratamento, remissão das erupções, porém com persistência da dor VAS/EVA 4. Discussão: Na reativação do VZV, a replicação viral nos gânglios nervosos sensoriais causa inflamação, necrose hemorrágica de células nervosas e eventual destruição do gânglio com degeneração das fibras axonais. Assim, a infecção acometeu a pele desses dermátomos e causou uma neurite focal, com dor intensa. A dor neuropática representa a lesão do sistema nervoso, resultante da ativação anormal da via nociceptiva através da geração ectópica de impulsos nervosos às fibras de pequeno calibre do tipo C e A delta e aumento excessivo do fluxo de CA+ no meio intracelular, promovendo respectivamente alodínia e hiperistesia no seguimento afetado. O uso do Aciclovir teve ação antiviral, impossibilitando a replicação do DNA inibindo o processo infeccioso e reduzindo a irritabilidade neuronal. A pregabalina promoveu uma ação antialgica modulando os canais de CA+ reduzindo consideravelmente a hiperistesia e a alodínia referida pelo paciente.

P162 - TRATAMENTO DA DOR NEUROPÁTICA EM PACIENTES COM LEPRA: PROJETO INTERINSTITUCIONAL UFF, FIOCRUZ, USP-RP. VITOR ZENHA; EUZENIR SARNO; WILSON MARQUES JR; OSVALDO JM NASCIMENTO. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Objetivo: Avaliar a eficácia e a segurança de esquemas terapêuticos (medicamentosos ou não) para tratamento da dor neuropática na hanseníase. Métodos: Consideraremos como público alvo aqueles pacientes com hanseníase manifestando dor neuropática, virgens de tratamento, ou em curso do tratamento convencional (poliquimioterapia), ou ainda, aqueles no período pós-tratamento. O estudo engloba um total de 60 pacientes sem neurite ativa, que serão tratados com amitriptilina, ou gabapentina, ou pregabalina (por divisão aleatória); e 60 pacientes com neurite ativa, que receberão terapia imunossupressora (prednisona, metilpredinisolona e azatioprina). A adesão medicamentosa será avaliada por contagem da cartela fornecida com os medicamentos nas consultas; e pela presença dos pacientes nas datas pré-estabelecidas para acompanhamento. Resultados: O projeto ainda se encontra em andamento, porém se esperam três desfechos: manutenção da dor, apesar do medicamento empregado; não tolerância ou não adesão ao tratamento instituído; e melhora da dor. Conclusões: A hanseníase é uma doença que afeta milhares de pessoas no mundo, preferencialmente as classes sociais mais baixas e, com isso, não oferece um retorno lucrativo suficiente para investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas terapias. Mais estudos devem ser conduzidos para avaliar a eficácia de novos regimes de tratamento da dor neuropática nesta doença, como o concedido pela FINEP em Edital que concorremos. Apoio: FINEP, CNPq, MS, MCT.

P163 - PERFIL DE DOR ONCOLÓGICA NA POPULAÇÃO FEMININA. ANA CAROLINA PIRES SOUSA; STEPHANIE DO NASCIMENTO CAMARA; KENARD S MARTINS NETO; JOANA RAYANE PINHEIRO FIGUEIREDO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução- Estudos indicam que o sexo feminino sente mais dor e tem maior risco de experimentar inúmeras condições dolorosas. Isto se torna mais evidente em pacientes com câncer, nas quais estão implicados também fatores psíquicos e emocionais mais profundos.

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Sendo assim, este estudo tem como objetivo avaliar o perfil das pacientes atendidas no Ambulatório Especializado em Dor Oncológica. Método- Foram avaliados retrospectivamente 62 prontuários de pacientes do sexo feminino, acompanhadas pela Liga Acadêmica de Dor durante o primeiro semestre de 2010, no Ambulatório de Dor Oncológica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo. Foram destacados parâmetros como: idade, localização de tumor primário, características da dor e condutas adotadas. Para a análise de dados foi utilizado o Epi Info versão 3.5.1, com aplicação de qui-quadrado para análise de variáveis categóricas, com nível de significância de 5%. Resultados- A média de idade encontrada entre as pacientes analisadas foi de 57,04 anos, sendo 29,8% aposentadas. Os tumores mais prevalentes foram os de colo de útero ocorrendo em 45,2% das pacientes, seguidos pelo câncer de mama e mieloma múltiplo, em 14,5% das pacientes cada um. Observou-se 58,3% das pacientes com dor intensa, 59,3% e 44,4% delas com tumores de colo de útero e mama, respectivamente. Alteração do sono foi referida em 49,1% dos casos. Dentre as avaliadas 93,4% já haviam sido submetidas à quimioterapia, e 72,1% à radioterapia. A conduta mais adotada foi o uso de Opiáceos em 90,3% das pacientes, seguido do uso de AINE em 71% delas. Conclusões- As neoplasias malignas de colo do útero e mama são as mais prevalentes entres as mulheres, geralmente cursando com dor intensa e alteração do sono. O conhecimento do seu perfil clínico proporciona melhor atendimento para o alívio dos sintomas e humanização no manejo dessas pacientes, muitas vezes, com diagnóstico de doença incurável.

P164 - PERFIL DA DOR EM PACIENTES PORTADORAS DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO EM UM SERVIÇO DE DOR ONCOLÓGICA NO MARANHÃO. ANA LARISSA ARAUJO NOGUEIRA; BRUNA BRINGEL BASTOS; EUGÊNIO SANTOS NETO; RAFAEL A F CARVALHO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução- O câncer de colo do útero é uma doença de crescimento lento e silencioso. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o principal fator de risco para essa doença é a infecção pelo vírus do Papiloma Humano (HPV) e afeta principalmente mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos e com um nível socioeconômico desfavorável. Estudos afirmam que aproximadamente 18 milhões de pessoas sofrem com a dor causada pelo câncer e que essa dor progride com a doença de forma moderada ou intensa em 30% dos pacientes recebendo tratamento e em 60% a 90% naqueles pacientes que já estão apresentando câncer avançado. Dessa forma, busca-se com este trabalho, Identificar e relatar a dor das pacientes com diagnóstico de câncer de colo do útero em um grupo de 62 mulheres com câncer. MétodoRetrospectivamente, foram analisados os prontuários e fichas protocolos de 62 mulheres portadoras de câncer atendidas em um serviço de dor oncológica no IMOAB- São Luís do período de janeiro a julho de 2010, sendo 30 portadoras de câncer de colo do útero. Utilizou-se o programa EpiInfo 2007 para a análise estatística das variáveis. Resultados- O câncer do colo do útero esteve presente em 48,8% das 62 mulheres analisadas, mostrando-se o câncer mais prevalente entre elas. Das 30 pacientes com câncer de colo do útero: 55,2% consideraram sua dor intensa, após o início do tratamento 57,1% relataram dor como leve; 56% referiram ter uma dor intermitente; as principais características da dor apresentadas foram: queimação, peso e pontada, sendo que 40% consideraram sua dor como queimação; a localização mais comum da dor foi: região lombar (24,1%) e pélvica (13,8%); 63,0% relataram irradiação da dor; As principais classes de medicamentos utilizados foram AINES e opioides, sendo relatada melhora da dor em 69,2%. A presença de metástases confirmada foi de 26,7%, sendo os locais mais comuns: osso e pulmão; Foi evidenciado alteração do sono pela dor em 53,8% das pacientes. Conclusões- Na população estudada, percebeu-se um perfil de dor mais intensa, de caráter em queimação e tipo intermitente. A importância da avaliação clínica da dor nessas mulheres com câncer de colo de útero mostrou-se fundamental e eficiente para essas pacientes, já que a maioria referiu melhora na sua dor antes classificada como intensa. Sem o controle adequado da dor essas pacientes com câncer experimentam sofrimento, angustia e diminuição da qualidade de vida, pois foi evidenciado neste estudo alteração do sono e irradiação da dor em grande parte das pacientes.

P165 - PERFIL DO PACIENTE ASSISTIDO NA CLÍNICA DA DOR DO CENTRO REGIONAL INTEGRADO DE ONCOLOGIA. KAMILA MONTEIRO CAVALCANTE1; ANDRÉA CLÁUDIA CAMPELO MACIEL2; ANNA PAULA SOUSA SILVA3; TÚLIO MARCOS CHAVES OSTERNES4. 1,2,4.CENTRO REGIONAL INTEGRADO DE ONCOLOGIA, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- A estimativa dos casos de câncer para 2010 e 2011 é de 489.270 novos casos. Na evolução da doença, 80% dos pacientes experimentarão dor, uma das mais frequentes razões de incapacidade e sofrimento para os pacientes em progressão. O estudo objetiva traçar o perfil do paciente assistido na clínica da dor do CRIO. Método- Pesquisa realizada no ambulatório da dor de um centro de tratamento oncológico em Fortaleza. Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual foram analisados 128 prontuários de 2005 a 2010, tendo como instrumento de avaliação uma tabela pré-estruturada para captação das seguintes informações: sexo, idade, tipo de câncer, analgésico utilizado, sinais e sintomas apresentados na analgesia e drogas adjuvantes. Resultados: Os achados demonstraram a prevalência de 75 mulheres x 53 homens em tratamento na clínica da dor. Idade média das mulheres de 59 anos de idade, com câncer de mama entre os mais prevalentes, seguido de colo uterino e pulmão. Os sinais e sintomas mais comuns foram ansiedade, distúrbios do sono e constipação. As drogas adjuvantes mais comuns foram Amitriptilina, Haloperidol e Betametasona. Entre os homens a idade média foi de 60 anos, com câncer mais prevalente o de próstata, seguido de pulmão e cabeça e pescoço. Os sinais e sintomas mais comuns foram ansiedade e distúrbios do sono com o mesmo percentual, náuseas e anemia. O tratamento adjuvante mais utilizado foi a Amitriptilina, Haloperidol e Carbamazepina. Os analgésicos de maior escolha para ambos os sexos foram a Morfina, Metadona e Codeína. Conclusão: A dor por ser uma preocupação relevante nos cuidados ao paciente oncológico requer um serviço especializado, profissionais capacitados e tratamento adequado, englobando ações nas angústias físicas, psicológicas, entre outras. Uma adequada avaliação irá atuar como base para intervenções, sendo o enfermeiro, capaz de analisar a dor, devido à assistência direta ao paciente, contribuindo para o controle álgico, resposta terapêutica e efeitos colaterais.

P166 - VALIDADE E CONFIABILIDADE DE DUAS ESCALAS DE DOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES BRASILEIROS. CARMEN DULCE BARROS DE CARVALHO; FLAVIA CLARO SILVA; FABÍOLA BARROS MORENO; LUIZ CLAUDIO THULER. INCA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução- Existem diversos instrumentos para avaliação de dor. Cerca de 70% de crianças com câncer padecem com dor pela sua doença ou tratamento, sendo geralmente subtratadas. Este estudo foi desenhado para analisar a correlação entre duas escalas para avaliação de dor em crianças e adolescentes. Método- estudo prospectivo com noventa crianças e adolescentes, de 7 a 17 anos, com diagnóstico histopatológico de câncer ou sob investigação de doença. Foram incluídos os pacientes capazes de se comunicar por

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fala e escrita e excluídos os que apresentavam estado mental afetado, instabilidade clínica ou os admitidos na UTI. Os pacientes foram abordados pelos avaliadores, orientados a ler as instruções e apontar na Escala de Faces de Dor Revisada (FPS-R) a face que melhor expressasse a sua dor. O mesmo avaliador observava o paciente por 2 a 4 minutos e assinalava o escore na Escala FLACC (face, pernas, atividade, choro e consolabilidade). Resultados- A escala FLACC mostrou boa consistência interna (coeficiente alfa Cronbach, α = 0,76) e sua comparação com a FPS-R (coeficiente de Spearman, г = 0,74) foi de moderada a boa As melhores correlações observadas foram entre face e consolabilidade (г =0,65), choro e consolabilidade (г =0,63) e choro e face (г =0,58). Conclusões- O estudo de validação e confiabilidade das Escalas FLACC e FPS-R abalizou a recomendação para o uso destes instrumentos de avaliação de dor na melhoria do controle, manejo e conduta do tratamento antiálgico de crianças e adolescentes brasileiros com câncer.

P167 - VALIDAÇÃO DE UMA VERSÃO BRASILEIRA DO INVENTÁRIO BREVE DE DOR PARA PACIENTES COM CÂNCER. CATARINA NÍVEA BEZERRA MENEZES; JOSÉ APARECIDO DA SILVA. FFCLRP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução- Antes de ser encarada como motivo de repulsa ou sofrimento, a dor é um sinal ou conjunto de sinais de extrema relevância para os achados diagnósticos, podendo ainda hoje nortear o profissional de saúde no tratamento correto. A comunicação atua como instrumento facilitador da intelecção, diminuindo barreiras sociais, econômicas, religiosas e políticas. Assim, questionários e escalas têm sido amplamente utilizados objetivando uma interface mais aproximada entre o profissional da saúde e o paciente, facilitando sobremaneira a interlocução. Foi premissa deste trabalho à tradução e adaptação do Inventário Breve da Dor (BPI) para a Língua Portuguesa falada no Brasil, buscando sua validação científica e visando ainda a sua aplicação posterior para mensurar tanto a intensidade como a interferência da dor na vida do paciente com câncer. Método- Num primeiro momento, o questionário original foi traduzido pontualmente por três tradutores fluentes nas línguas inglesa e portuguesa falada no Brasil. Através do Back-Translation foi comparado com o BPI original, que a versão brasileira está com os mesmos objetivos, ou seja, a Versão Brasileira do Inventário Breve da Dor (BPI-B) é similar a outras versões já existentes, dentro de suas propriedades psicométricas. O inventário foi aplicado a 465 participantes com diagnóstico de câncer, sendo todos eles maiores de 18 anos de idade, que se encontrava em tratamento no Ambulatório de Dor do Instituto do Câncer do Ceará e assinarão um termo de consentimento. Foi realizado o reteste em 195 pacientes, depois de aproximadamente um mês da primeira aplicação. Para se verificar a confiabilidade da validação do inventário, foi utilizada a análise fatorial como o eixo de rotação obliqua. Resultados- Pode-se verificar por meio da analise fatorial duas dimensões, intensidade e interferência da dor, com alfa de Cronbach de 0,83 e 0,80, respectivamente, apresentando desta maneira, uma alta confiabilidade dos dados encontrados em relação a outros estudos. Conclusão- Os nossos dados mostrados que o BPI-B é um instrumento breve, útil e válido, para avaliar a dor e o seu impacto na vida do paciente com câncer.

P168 - AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DA DOR CRÔNICA ADVINDA DO CÂNCER DO SISTEMA DIGESTIVO. ELIS ANGELA ALVES DA COSTA LIPPI; FÁTIMA A E FALEIROS SOUSA; ANDRESSA KARINA AMARAL PLÁ PELEGRIN; CARLA REGINA MOSCA DE OLIVEIRA. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Nos indivíduos com câncer, a dor manifesta-se em 51 a 70% nos diversos estágios evolutivos da doença. A dor oncológica pode ser causa de insônia, anorexia, confinamento no leito, perda do convívio social, redução das atividades profissionais e de lazer, o que repercute negativamente no prognóstico e afeta a qualidade de vida. Conhecer a linguagem que a dor do câncer produz, torna-se necessária para melhor avaliá-la e consequentemente para a escolha das melhores alternativas de manejo a serem utilizadas. O objetivo do estudo foi avaliar a dor crônica percebida por portadores de câncer do sistema digestivo. Métodos: Participaram do estudo 52 indivíduos com diagnóstico de câncer do aparelho digestivo com queixa de dor há mais de 3 meses. A coleta dos dados foi realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O instrumento utilizado para a avaliação e mensuração da dor foi a Escala Multidimensional de Avaliação da Dor (EMADOR). Resultados: Dos 50 descritores de dor crônica aplicados aos participantes, os 5 mais atribuídos foram: chata (MA=7,65±2,40), incômoda (MA=7,63±2,50), forte (MA=7,35±2,90), desagradável (MA=7,25±2,65), enjoada (MA=7,15±2,58), enquanto que os 5 descritores de menor atribuição foram punitiva (MA=3,52±5,10), demoníaca (MA=5,12±4,06), que espalha (MA=5,13±3,48), enlouquecedora (MA=5,21±3,59), e assustadora (MA=5,33±3,34). Conclusões: Dimensões afetivas e cognitivas foram identificadas nos descritores de maior atribuição à dor apresentados pelos portadores de câncer do aparelho digestivo. O conhecimento da linguagem da dor pela equipe de saúde, possibilita a comunicação com os clientes nestas condições, servindo de base para a construção e a validação de instrumentos de avaliação da dor. Tais instrumentos são de vital importância para a ideal avaliação e alívio da dor e do sofrimento, tão frequentes nos clientes oncológicos.

P169 - OCORRÊNCIA DE DOR PÓS-OPERATÓRIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A COLECTOMIA E RETOSSIGMOIDECTOMIA POR VIDEOLAPAROSCOPIA. CLÁUDIA CARVALHO RIZZO; FABRÍCIO MISHIMA. HOSPITAL CÂNCER DE BARRETOS, BARRETOS, SP, BRASIL.

Introdução – A colectomia e retossigmoidectomia são cirurgias realizadas em larga escala em instituições que tratam de pacientes com câncer. Quando realizada por via aberta é bastante conhecido o período pós-operatório quanto às diferentes técnicas reconhecidas na literatura para melhor controle da dor, bem como atenuação dos fenômenos respiratórios, cardiovasculares, intestinais e vasculares habitualmente encontrados nesses pacientes. Há algum tempo em nosso serviço, tais procedimentos vêm sendo realizados por vídeolaparoscopias, sendo que, inicialmente, com variações quanto às técnicas anestésicas, considerando-se nessa fase desde anestesia geral venosa total, balanceada e combinada (bloqueio e geral). Método- Por meio de uma avaliação (questionário) para desenvolvimento de um banco de dados institucional que pudesse averiguar a incidência de reações adversas quanto às técnicas anestésicas durante o período intraoperatório e também pós-operatório imediato (em sala de recuperação) quanto à presença de dor como 5º sinal vital, constatou-se que dos 81 pacientes avaliados após as diferentes técnicas anestésicas, 24,7% apresentaram VAS > 5 no pós-operatório com necessidade de tratamento analgésico suplementar. Parâmetros como ASA, IMC, sexo, tipo de cirurgia e variação da técnica anestésica foram estudados durante o período de maio a outubro de 2009. Resultados- Dos pacientes submetidos à anestesia geral 88,2% não apresentou dor em SRPA quando comparados aos 85,7% dos pacientes submetidos à anestesia combinada (raqui e geral). Conclusões- Os resultados obtidos quanto as duas técnicas anestésicas não apontaram diferença estatística quanto ao melhor controle da dor período pós-operatório,

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mas desde que não seja adicionado ao bloqueio espinhal uso de opioides, pois quando utilizados, torna-se a melhor escolha técnica face a menor incidência de dor no período pós-operatório em procedimentos cirúrgicos do aparelho digestivo baixo realizados por videolaparoscopia. Outrossim, destaca-se a segurança respiratória aliada à analgésica quando associados na dose de 100mcg em anestesia regional e geral, bem como menor demanda total de analgésicos durante a internação hospitalar e respectivos efeitos adversos.

P170 - AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA DOR ONCOLÓGICA: O CONHECIMENTO VIABILIZA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. ADELINA FERREIRA GONÇALVES1; ILLYMACH CANEDO ARAUJO2. 1.HOSPITAL DE CARIDADE SÃO VICENTE DE PAULA, JUNDIAI, SP, BRASIL; 2.CENTRO UNIVERSITARIO PADRE DE ANCHIETA, JUNDIAI, SP, BRASIL.

Introdução- A dor é uma experiência emocional e sensorial desagradável, associada a uma lesão tecidual real em potencial ou descrita em termos de tal comprometimento, pode ser classificada em dor aguda e crônica. A dor crônica pode ser subdividida em dor somática, neuropática e visceral. O sofrimento, doloroso, pode desencadear alterações emocionais, culturais e psicológicas direcionando uma assistência de enfermagem digna e humanizada. Desta forma buscou-se avaliar o nível de conhecimento da equipe dos enfermeiros em relação à avaliação e o tratamento da dor oncológica, visando identificar possíveis conceitos inadequados e desconhecimento sobre o assunto e propor a elaboração de um instrumento que permita uniformidade do plano assistencial direcionado a estes pacientes viabilizando o cuidado de enfermagem mais humano de qualidade. Método- Trata-se de uma pesquisa de natureza quantitativa de caráter exploratório e descritivo. Foi aplicado a 10 enfermeiros um questionário abordando questões referentes à identificação e qualificação profissional, e questões referentes ao conhecimento quanto à dor, mensuração da percepção dolorosa, tratamento farmacológico utilizado para dor e orientações quanto a efeitos colaterais e atitude e prática quanto à assistência ao paciente oncológico. Resultados- Foram 77,8% gênero feminino, 10% tem curso na área, mas nenhum é especialista, 88,9% conhecem o processo de enfermagem e 100% consideram importante o processo segundo NANDA. Apenas 10% demonstraram conhecer dor aguda e crônica. Já 90% conhecem algum método para mensurar a dor e também conhecem os efeitos colaterais dos fármacos quando utilizados, realizam prescrição de enfermagem e orientam os pacientes sobre esses efeitos. Diante disso elaborou-se um instrumento direcionado ao paciente oncológico incluindo características da dor, medicamentos para controle da dor, efeitos colaterais, escala visual numérica de dor, informações referentes aos pacientes, orientações de enfermagem. Conclusão- A área oncológica, ainda é uma área restrita e muito dos profissionais da área de saúde ainda a vê como uma área de pouca perspectiva em relação ao prognóstico do paciente.

P171 - AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA HIDROMORFONA DE LIBERAÇÃO LENTA COMPARADOS A MORFINA POR VIA ORAL NO TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA DE ORIGEM NEOPLÁSICA. IZABEL CAROLINA PACHECO ROCHA LIMA; GABRIELA ROCHA LAURETTI; LUCIANA MORAES DOS SANTOS; RAQUEL DE OLIVEIRA; SELMA W RODRIGUES. CTDOR-HC-FMRP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: O Tratamento da Dor Crônica de origem oncológica tem como base o uso de analgésicos opioides. A HIDROMORFONA é um agonista opioide semelhante à morfina com uma potência 5 a 7 vezes superior a esta. O tratamento adequado seria então, proporcionar eficácia analgésica por 24 horas, e facilidade posológica com maior conforto e segurança para o paciente.O objetivo do estudo foi descrever os efeitos sobre o controle da dor neoplásica, frequência de efeitos colaterais e satisfação do paciente após a substituição da Morfina pela HIDROMORFONA OROS*(liberação osmótica Push-Pull), durante o período de 30 dias. Material e Métodos: Após consentimento formal, 10 pacientes entre 18 e 70 anos, com dor oncológica, foram acompanhados por 30 dias na CTD-FMRP-USP, onde a morfina oral foi substituída pela HIDROMORFONA OROS*. As avaliações da dor foram feitas através da Escala Visual Numérica(EVN), Questionário de McGill, Satisfação do paciente com a terapia, além da incidência de efeitos colaterais.Resultados e Discussão: As doses de Morfina variaram entre 80 e 220mg/ dia e de HIDROMORFONA entre 16 e 64mg/dia. Quanto aos valores Escala Visual Numérica( EVN ), no início o valor da mediana foi= 7,8 , no término do estudo, este valor da mediana foi= 4,45. De 10% satisfeitos com o tratamento com a morfina, passaram a 40% com o uso da HIDROMORFONA.; dos insatisfeitos com o tratamento, passaram de 40% para 20% ao final. Quanto ao Questionário de McGill, observamos que houve uma redução em 70% dos pacientes, nos valores de pontuação , ao final da análise, o que sugere uma melhora no desconforto que reflete a dor referida pelo paciente. Houve redução da incidência dos Efeitos Colaterais boca seca, retenção urinária,vômitos e queda da libido ao final do estudo. Conclusão: A HIDROMORFONA de liberação lenta parece ser uma opção analgésica segura e eficaz para o controle da dor crônica de origem neoplásica.Porém estudos precisam confirmar os benefícios da substituição da Morfina pela HIDROMORFONA .

P172: AVALIAÇÃO DA FARMACOTERAPIA ADJUVANTE NO TRATAMENTO DA DOR ONCOLÓGICA: UM DESAFIO PARA O ENFERMEIRO. KAMILA MONTEIRO CAVALCANTE1; ANNA PAULA SOUSA SILVA2; MÍRIA CONCEIÇÃO LAVINAS SANTOS3; ANTONIA FELIZALVINA BARROSO DIAS4. 1,4.CENTRO REGIONAL INTEGRADO DE ONCOLOGIA, FORTALEZA, CE, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: Em algum momento da evolução do cãncer, 80% dos pacientes experimentarão dor, sendo uma das mais frequentes razões de incapacidade e sofrimento para pacientes com câncer em progressão. As drogas adjuvantes são desenvolvidas primeiramente para outras indicações que não seja o alívio da dor, porém, com essa característica em algumas situações. O estudo objetiva identificar o tratamento farmacoterapêutico adjuvante da dor oncológica mais utilizado nos pacientes assistidos na clínica da dor do CRIO. Método: O estudo foi realizado no ambulatório da dor do CRIO, localizado em Fortaleza. Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual foram analisados 128 prontuários de 2005 a 2010, sendo utilizado como instrumento de avaliação, uma tabela pré-estruturada para captação das seguintes informações: sexo, analgésico utilizado, sinais e sintomas apresentados durante a analgesia e drogas adjuvantes em associação. Resultados: Os achados demonstraram a prevalência de 75 mulheres x 53 homens em tratamento na clínica da dor. Os analgésicos mais utilizados no tratamento de ambos os sexos foram a Morfina, seguido de Metadona e posteriormente de Codeína. Os sinais e sintomas mais comuns entre ambos os sexos foram ansiedade, seguido de distúrbios do sono e constipação. As drogas adjuvantes de maior escolha para ambos foram Amitriptilina, seguida de Haloperidol e Carbamazepina. Conclusão: O sucesso no alívio da dor requer avaliação contínua e minunciosa de suas causas e de seu impacto no âmbito familiar, social e emocional, permitindo alterações na escolha do tratamento e de acordo com os efeitos colaterais. Nos pacientes em que a dor persista, as drogas adjuvantes podem ser introduzidas de acordo com sua característica e causa. Portanto, o preparo adequado de enfermeiros é fundamental para o controle álgico, bem como de sintomas prevalentes, sendo uma das classes de profissionais mais hábil para avaliar a resposta terapêutica e a ocorrência de efeitos colaterais, auxiliando no ajuste de atitudes e expectativas sobre o tratamento proposto.

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P173 - ASPECTOS CLÍNICOS DE PACIENTES ONCOLÓGICOS ASSISTIDOS EM AMBULATÓRIO DE DOR. ANA L M DA SILVA; KENARD S MARTINS NETO; RAFAEL T E NOGUEIRA; THAYANA LINHARES SANTOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: O câncer é uma doença com morbidade e mortalidade elevadas e prevalência crescente. Pacientes com neoplasias malignas, frequentemente, referem sintomas álgicos, com grande estresse e sofrimento; o atraso no diagnóstico da neoplasia torna o quadro doloroso de difícil controle. A experiência dolorosa depende da interpretação do aspecto físicoquímico do estímulo nocivo e da interação deste com as características individuais como o humor e dos aspectos culturais e afetivos dos indivíduos. A dor no câncer pode resultar do tumor primário ou metástases, da terapia anticâncer e dos métodos de investigação. Metodologia: Foram revisados dados de 109 pacientes atendidos no Ambulatório de Dor Oncológica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo (IMOAB), no período de janeiro de 2010 a junho de 2010. Os dados estavam disponíveis na forma de questionário previamente validado com descrições e características dos quadros álgicos relatados pelo exame clínico. Todos os dados foram analisados pelo programa estatístico Epi Info 3.4.3. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino na amostra 62/109 (56,9%). A média de idade encontrada foi de 57,9 anos. Procuraram com maior frequência o serviço de dor os pacientes com os seguintes tumores primários: Colo de Útero (27,5%), Mieloma Múltiplo (18,3%) e Próstata (11,9%). Não apresentavam metástase 58 (53,2%), contra 38 (34,9%) pacientes com metástase, os 13 restantes estavam em processo de investigação. O local isolado de dor mais relatado foi a região lombar com 23,8% dos relatos. Haviam realizado tratamento quimioterápico 93 (85,3%) pacientes e radioterápico 69 (63,3%) deles. Sobre o quadro álgico, 99 (90,8%) referiram duração maior que 3 meses. Este quadro era intenso para 54 (49,5%) pacientes, moderado para 39 (35,8%) e leve para 16 (14,7%) deles. Questionado sobre o tipo de dor presente no momento, a dor em pontada foi a mais citada (45 vezes) seguida da dor em queimação (34 vezes), em peso (30 vezes), em fisgada (25 vezes), latejante (18 vezes) e em choque (14 vezes). Este fato traduz mais de um tipo de dor no mesmo paciente através no índice de 1,52 (166/109). Conclusões: Embora não tenha sido possível relacionar dados como tratamento anterior com radioterapia e quimioterapia, presença de metástases, estes podem contribuir para o resultado final da percepção dolorosa. Há significante referência ao comprometimento da qualidade de vida de pacientes oncológicos com quadro doloroso.

P174 - PERFIL DOS PACIENTES COM DOR ONCOLÓGICA DA SANTA CASA DE RIBEIRÃO PRETO. LARAISSA FERNANDES FERREIRA; LETÍCIA SATO FERNANDES; LOIANE DUARTE RIBEIRO; RAQUEL DE OLIVEIRA. LADOR CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: A abordagem da dor no paciente com câncer é ampla, abrange tipo de tumor, extensão, localização e tratamentos paliativos utilizados. O uso da escada analgésica sugerida pela OMS obtém 70% de alívio da dor, considerando: intensidade da dor, potência analgésica e esquema de horário. O objetivo deste trabalho foi identificar características dos pacientes com dor e o tratamento analgésico em um centro referência de dor oncológica. Método: É um estudo investigativo, retrospectivo, que analisou prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Dor Oncológica da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto no período de 01/02/09 à 01/05/10. Avaliamos tipo de tumor, presença de metástases, local da dor, analgésicos utilizados antes e após atendimento com especialista em dor. Resultados: Participaram deste estudo 27 pacientes; predominou sexo masculino (63%) e idade acima de 50 anos (74%). O câncer de próstata foi o mais comum (22%), sendo que 67% destes apresentavam metástases, assim como no câncer de mama (60% com metástases). Em relação ao local da dor, a região lombar (41%) foi a mais frequente, seguido do tórax (22%), região abdominal (22%), quadril e região pélvica (15%). A maioria dos pacientes apresentava mais de um local de dor (66%). Antes do primeiro atendimento, nove pacientes fizeram uso apenas de um analgésico, 22% AINEs, 26% opioide fraco e 11% opioide forte. A dipirona (n=8) foi o analgésico não opioide mais utilizado, seguido do tramadol (n=7), codeína (n=6), morfina (n=5) e metadona (n=1). Com relação aos adjuvantes, seis pacientes usavam amitriptilina, dois sertralina e três carbamazepina. No pós-atendimento, observou-se a prescrição de opioides fortes (59%) como morfina (n=11) e metadona (n=5) e opioides fracos (29%), tramadol (n=6) e codeína (n=2). Com relação ao uso de antidepressivos (amitriptilina) e anticonvulsivantes (carbamazepina e gabapentina) tiveram respectivamente 41% e 22% de uso. A realização de bloqueios terapêuticos foi necessária em 41% dos pacientes, sendo o bloqueio epidural sacral (26%) o mais comum. Conclusões: Neste estudo observamos que o uso racional e escalonado de analgésicos (OMS) foi seguido, entretanto houve necessidade de bloqueios de nervos em mais de um terço dos pacientes, o que mostra a importância dos bloqueios terapêuticos no controle da dor oncológica e concorda com os autores que questionam o uso destes em apenas último caso.

P175 - RELATO DE CASO: LIDOCAÍNA POR VIA VENOSA PARA TRATAMENTO DE DOR NEUROPÁTICA APÓS CORDOTOMIA BILATERAL. LUIS GUSTAVO BAAKLINI1; CAIO BARROS DE OLIVEIRA2; GUSTAVO VIANI ARRUDA3; RIOKO KIMIKO SAKATA4. 1,3.FAMEMA, MARÍLIA, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL, SÃO LUIS, MA, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Na cordotomia é feita destruição das fibras aferentes nociceptivas do trato espinotalâmico no quadrante anterolateral da medula espinal. É uma intervenção valiosa para o controle da dor oncológica unilateral, entretanto, em algumas ocasiões pode ser realizada bilateralmente. Indicada para pacientes que não obtiveram alívo da dor com medicações ou outros procedimentos menos invasivos. Relato de Caso: ID: JLS, 48 anos, natural de Marília. QD: Dor intensa em MID e em hemicorpo E há 3 meses. HPMA: Paciente com diagnóstico de câncer de próstata e metástase óssea em 2007, realizou orquiectomia bilateral, radioterapia e quimioterapia no mesmo ano. Começou a apresentar dor em quadril e coxa D, sem melhora com o uso de morfina e adjuvantes, sendo feita cordotomia à D em Novembro de 2008, com melhora completa da dor. Após 2 meses, apresentou queixa de dor em hemicorpo E, sendo feito tratamento com metadona e adjuvantes, sem melhora. Em Agosto de 2009, foi realizada cordotomia à E, com controle da dor. Após 4 meses começou a apresentar dor intensa (EN= 8) em MID e em hemicorpo E, em queimação, de difícil controle. AP: Ex-tabagista (parou há 25 anos); sem doenças de base. EF: Anestesia em hemicorpo D, hipoestesia em hemicorpo E, redução da força muscular. Diagnóstico: Dor neuropática pós-cordotomia. Tratamento prévio: oxicodona 10 mg/6h, gabapentina 400 mg/8h, venlafaxina 75mg à noite, predinisona 5mg cedo. Tratamento do Ambulatório de Dor: Lidocaína 240 mg EV 1 vez por semana. Evolução: Após a primeira sessão houve alívio completo da dor por 6 dias e retorno da dor menos intensa em hemicorpo E no dia seguinte (EN= 5). Com duas semanas de tratamento o paciente não apresentava mais dor (EN= 0), sendo suspensa a predinisona e redução gradual de oxicodona e dos adjuvantes. Ao final da sétima semana, o paciente não fazia mais uso de analgésicos. Discussão: A presença de dor oncológica em linha média ou axial que não alivia com medicamentos é uma indicação de cordotomia bilateral. A perda da analgesia após o procedimento tende a ocorrer com o tempo. Um terço dos pacientes apresentam dor recorrente em 3 meses e metade em 1 ano. As complicações da intervenção devem

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ser levadas em consideração para sua indicação. A escolha do paciente para a realização de cordotomia deve ser criteriosa. A escada analgésica da OMS deve servir de guia para o início e manutenção da terapia polimodal. Titulação das doses, troca de medicações, são condutas que devem fazer parte do arsenal terapêutico, antes da indicação de cordotomia ou qualquer outro procedimento invasivo.

P176 - RELATO DE CASO: CRISE CONVULSIVA EM PACIENTE ONCOLÓGICO APÓS USO DE MEPERIDINA. LUIS GUSTAVO BAAKLINI1; CAIO BARROS DE OLIVEIRA2; GUSTAVO VIANI ARRUDA3; RIOKO KIMIKO SAKATA4. 1,3.FAMEMA, MARÍLIA, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL, SÃO LUIS, MA, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A meperidina é um opioide que causa dependência com facilidade, além de produzir metabólito (normeperidina), que causa irritabilidade do SNC (tremor, mioclonia e convulsão). Apesar disso, ainda é bastante utilizado por muitos médicos. Relato de Caso: ID: LFA, sexo feminino, 70 a, residente em Lucélia-SP. QD: dor intensa em região perineal há 2 a. HPMA: Paciente com diagnóstico de câncer de cólon, realizou quimioterapia seguida de colectomia E, colostomia e linfadenectomia em dezembro de 2007. No início de 2008 houve recidiva do tumor, causando dor intensa (EN= 10) em queimação e peso em região perineal, intermitente com períodos de exacerbação. Fez uso de dipirona e opioides fracos, com alívio parcial da dor. Em dezembro de 2009, houve aumento da intensidade da dor e seu médico introduziu meperidina por via venosa, administrada em casa pela enfermeira. As doses foram aumentadas gradativamente até 30mg/4h EV. No início de fevereiro de 2010 apresentou um episódio de crise convulsiva, sendo então introduzido fenobarbital e fenitoína. Foi aventada hipótese de metástase encefálica, não confirmada pelo exame de imagem. Náuseas e vômitos eram frequentes. A primeira consulta no Ambulatório de Dor Oncológica da FAMEMA foi feita em 26/02/2010. AP: TVP em MID. EF: dor à palpação em hipogástrio, ansiosa, edema de MID (3+), fístula reto-vaginal. Diagnóstico: câncer de cólon com metástase em pelve e bexiga. Tratamento prévio: meperidina 30mg EV 4/4h, dipirona 1g EV 4/4h; levomepromazina 10mg VO à noite. Tratamento do Ambulatório de Dor: suspensas meperidina e levomepromazina e introduzidas dipirona 1g/4h, codeína 30mg/4h, gabapentina 300mg/12h, metoclopramida 10 mg/8h. Evolução: Após 2 sem. de tratamento, a paciente apresentou alívio importante da dor (EN=2), diminuição de náusea e vômito, e melhora do sono. Discussão: No tratamento da dor do câncer, muitas vezes é necessário o uso crônico de opioides potentes para o controle do quadro álgico, entretanto, a meperidina é contra-indicada devido às potenciais complicações. Provoca crises convulsivas, além de causar efeito depressor direta no miocárdio, e provoca taquicardia. Tem meia-vida curta, biodisponibilidade muito baixa por via oral e um décimo da potência da morfina, que é o opioide de escolha da OMS para o tratamento da dor oncológica.

P177 - ASPECTOS ÁLGICOS DE IDOSOS COM CÂNCER ASSISTIDOS EM AMBULATÓRIO DE DOR ONCOLÓGICA. LUÍS H A SOUSA; ANA L M DA SILVA; ANA K B SILVA. UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que o crescimento da população brasileira de idosos será de até 16 vezes no período de 1950 a 2025, o que exigirá uma adequação rápida do sistema de saúde. Serão cerca de 32 milhões de adultos com 60 anos ou mais. Tal aumento de expectativa de vida relaciona-se diretamente com a maior prevelência de doenças, como o câncer e outras cormobidezes, nesta faixa etária. Os idosos geralmente têm diagnóstico de câncer na fase avançada, o que contribui para uma ocorrência prolongada e não plenamente tratada de dor crônica oncológica. A dor oncológica pode estar relacionada ao tratamento do câncer, ao crescimento do tumor e ao estabelecimento de metástases. Metodologia: Foram revisados dados de 109 pacientes atendidos no Ambulatório de Dor Oncológica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo (IMOAB), no período de janeiro de 2010 a junho de 2010. Os dados foram coletados a partir de questionários próprios. Os dados foram compilados e analisados com auxílio do programa Epi Info 3.4.3. Resultados: Foram 109 dados compilados, dos quais 53 (48,6%) se referiam a idosos (> 60 anos). Nessa população, a maioria dos pacientes são do sexo feminino (56,6%) e a média de idade foi de 70,32 anos. Os tumores primários mais frequentes foram colo de útero (30,2%), próstata (24,5 %) e mieloma múltiplo (20,7%). Em relação a evolução do câncer, não foram observadas diferenças significativas em relação a presença ou não de metástases (47,2% não apresentavam metástase x 45,3% possuíam diagnóstico de doença à distância. Não há dados suficientes para categorização em um dos grupos em 7,5%). À análise do quadro álgico, a maioria dos pacientes informou duração maior que 3 meses (90,5%), de caráter contínuo (60,2%), intenso (49%) e com componentes de dor neuropática, como queimação (35,8%), pontada (32%) e fisgada (26,4%) . Um grande número de pacientes relatou alteração do sono (39,6%). A localização de dor mais citada foi a região lombar (22,6%). Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de maior compreensão e descrição da dor oncológica nesta faixa etária da população. Estudos detalhados do evento álgico nos idosos com câncer guiarão medidas com maior resolutividade e alívio apropriado a estes enfermos de características peculiares.

P178 - CARACTERÍSTICAS DA DOR EM PACIENTES COM MESTÁSTASE ÓSSEA ATENDIDOS AMBULATORIALMENTE EM SERVIÇO DE DOR ONCOLÓGICA. RAFAEL T E NOGUEIRA; VANESSA C S COSTA; RAYSSA F RODRIGUES; RAFAEL A F CARVALHO. UFMA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: A doença óssea metastática é responsável por mais de 99% dos tumores malignos. Seu estabelecimento segue etapas semelhantes às que ocorrem em outros sítios, tais como: invasão vascular, capacidade de sobrevivência ao sistema imune, adesão ao tecido escolhido e capacidade de sobreviver por expressão de fatores próprios e do ambiente. Clinicamente a dor é o principal sintoma sendo geralmente intensa; porém, na sua ausência a metástase óssea pode somente se mostrar através de uma fratura patológica. O mecanismo álgico não está claro, sugere-se a osteólise como agente causal, relação comprovada pelo alívio por drogas que inibam a reabsorção óssea. Objetivando avaliar as características da dor nesses pacientes realizou-se essa pesquisa. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 104 pacientes consecutivamente atendidos em Serviço Especializado em Dor Oncológica durante primeiro semestre de 2010. Foi utilizado o Epi Info versão 3.5.1 para a análise dos dados, com aplicação de qui-quadrado para análise de variáveis categóricas, com nível de significância de 5%. Os pacientes foram primeiramente agrupados como possuindo ou não metástase; em seguida, o grupo com metástase foi classificado como possuindo metástase não-óssea ou óssea e analisado em separado as características da dor destes pacientes. Resultados: Dentre os avaliados, 36,5% possuíam metástase comprovada no momento da pesquisa; destes, a metástase era do tipo óssea em 73,7% (25,7% do total de avaliados). Considerando apenas os pacientes com metástase óssea, 42,9% referiram dor em pontada, seguida de dor em fisgada em 32,1% desses pacientes. Observou-se ainda dor intensa

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em 59,3%, de periodicidade intermitente em 72%, com localização em região lombar em 51,8%, irradiando em 66,7% dos pacientes. Dentre os pacientes analisados que apresentaram melhora do quadro álgico, 57,1% estavam em uso de Opiáceos, 53,6% AINE e 14,3% Antidepressivos. Conclusões: Analisando os pacientes com metástase óssea, observamos que a dor característica desse grupo de pacientes é intensa, em peso, intermitente, geralmente de localização lombar, com irradiação. Além disso, a maioria apresenta algum grau de alteração do sono em função da dor. E geralmente, a melhora do quadro álgico está associada ao uso de Opiáceos e AINE.

P179 - AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS PALIATIVOS SOBRE SINTOMAS ANGUSTIANTES, CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA NOS PACIENTES COM CÂNCER PRIMÁRIO DE PULMÃO. VERA LUCIA MANNARINO. UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

O câncer de pulmão lidera as causas de morte por câncer no mundo. A maioria dos pacientes, no momento do diagnóstico, já se encontra em fase avançada da doença, necessitando desde então de cuidados paliativos. Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito dos cuidados paliativos sobre a qualidade de vida, os sintomas angustiantes e a capacidade funcional dos pacientes com câncer primário de pulmão em fase avançada (estágios III-B e IV). Constou basicamente de um estudo observacional de uma coorte, pela técnica de análise de dados longitudinais, em 30 pacientes portadores de câncer primário de pulmão, no período de dezembro de 2006 a agosto de 2008, atendidos em um hospital universitário. Constou de três grupos, sendo que o 1º foi composto por 10 pacientes que viveram entre 30 e 59 dias, o 2º, composto de 10 pacientes que viveram entre 60 a 89 dias e o 3º, de 10 pacientes que viveram mais de 90 dias. A coleta de dados foi feita utilizando-se o questionário LCSS (Lung Cancer Symptom Scale), desenvolvido, originalmente, para avaliar diferentes esquemas quimioterápicos em pacientes com câncer de pulmão. Neste trabalho, porém, foi utilizado para avaliar o tratamento pelos cuidados paliativos e utilizou-se a escala Karnofsky Performance Status Scale para análise da capacidade funcional. Para a análise estatística utilizaram-se o teste de médias, o diagrama de concordância de sobrevida pelos métodos Luiz e Llorca, o diagrama de caixas e o Star Plot. Pela visão do observador encontramos significância estatística, nas medidas da avaliação da diferença D30-D0 (n=10), para a variável “apetite”, com melhora desta variável (p=0,06) e da variável“ Karnofsky”, com melhora desta variável (p=0,003). Nas demais variáveis não encontramos significância estatística. Pela visão do paciente, encontramos significância estatística na medida da diferença D30-D0 (n=30), para a variável “dor” com piora desta variável (p=0,02); na medida da diferença D30-D0 (n=10), para a variável “dor”, com piora desta variável (p =0,04); na medida da diferença D30-D0 (n=10), para a variável “qualidade de vida”, com melhora desta variável (p=0,04) e na medida da diferença D60-D0 (n=10) para a variável “gravidade dos sintomas”, a mediana assumiu um valor positivo (p=0,06). Ao compararmos as avaliações do observador e dos pacientes, para os sintomas angustiantes, observouse concordância somente nas variáveis “apetite” e “fadiga”. Os sintomas que mais ocorreram foram fadiga e dor (100%), seguidos de anorexia e tosse (96%), dispneia (80%) e o de menor ocorrência foi hemoptise (10%). A despeito de tratar-se de uma doença progressiva cujo desfecho final é o óbito, não se constatou no estudo uma evolução uniforme, nem controle constante de determinados sintomas. Concluímos que na maior parte do tempo esta modalidade de tratamento proporcionou maior conforto para o paciente.

P180 - ESTRATÉGIA DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM, PARA AVALIAÇÃO DE DOR. ANDRÉIA PRIOSTI BATISTA PREVIDE; PATRICIA SANTESSO LAURINO; RAFAELA APARECIDA MARQUES CALIMAN; ROSIMEIRE DE OLIVERIA ANDRÉ. SOCIEDADE HOSPITAL SAMARITANO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor descrevem a dor como “Quinto Sinal Vital”. Tem-se observado nas instituições de saúde um aumento crescente da ocorrência de dor, possivelmente em decorrência de mudanças de hábitos de vida, modificações ambientais, aumento da longevidade entre outros. A Joint Commission Internacional (JCI) estabelece como padrão de qualidade assistencial a avaliação e reavaliação de dor para todos os pacientes atendidos. Desta forma a avaliação e tratamento adequado da dor fazem-se importante na assistência à saúde. A capacitação continuada dos profissionais de enfermagem torna-se necessária, tendo em vista que estes referem dificuldade na avaliação da dor, dada sua subjetividade. Objetivo: Descrever a estratégia de atualização da equipe de enfermagem sobre o tema dor, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Dor (GEPED) e Aprimoramento e Desenvolvimento (A&D). Método: Trata-se de um relato de Experiência da elaboração e implementação de um treinamento sobre dor, com enfoque na avaliação, utilização das escalas, registro e atuação da enfermagem. Utilizou-se como método de ensino o construtivismo e como estratégias estudos de caso e exercícios interativos, realizado em uma instituição Hospitalar privada, acreditada pela JCI, na Cidade de São Paulo. Resultados: A etapa de planejamento foi realizada com a participação de 16 enfermeiros, sendo 11 membros do GEPED e 05 Lideranças de Enfermagem, responsáveis pela elaboração do conteúdo. Posteriormente foi apresentado ao grupo de Lideranças de Enfermagem com o objetivo de discutir especificidades das unidades e uniformização de linguagem. O Programa de treinamento contemplou 46 turmas, dividido em 16 dias em todos os turnos de trabalho, 8 instrutores. Foram capacitados 517 colaboradores (88%), sendo 356 técnicos de enfermagem (TE) (88%) e 161 enfermeiros (91%), representado um total 763,5 h/homem de treinamento, A avaliação de reação do treinamento mostrou alto índice de satisfação dos colaboradores 80% ótimo e 20% de bom. Conclusão: Considerando a adesão dos colaboradores ao treinamento e satisfação com relação ao tema, por estes referidas, podemos influir que o treinamento atendeu o objetivo principal, que é capacitar a equipe de enfermagem da Instituição, no que se refere à avaliação, reavaliação de dor, com a utilização da escala indicada ao mesmo. Porém o impacto deste treinamento na prática assistencial deve ser avaliado em novo estudo.

P181 - ENVOLVIMENT OF THALAMIC NUCLEUS SUBMEDIUS ON THE ANTINOCICEPTION INDUCED BY THE ELECTRICAL STIMULATION OF THE RETROSPLENIAL CORTEX. GLÁUCIA MELO REIS; ANA CAROLINA ROSSANEIS; RAFAEL SOBRANO FAIS; WILIAM ALVES PRADO. USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introduction: Electrical stimulation (ES) of the cerebral cortex has been used for the management of intractable pain in many patients. However, the precise mechanism involved in the pain modulation by brain cortex remains a complex and challenging field for future research. We have earlier shown that the ES of the retrosplenial cortex (RSC) produces antinociception in rats accompanied by no change in the motor performance of the animals. In addition, the effect depends, partly, on the activation of descending inhibitory pathways that utilizes opioid, but not serotonergic or muscarinic modulation in the anterior pretectal nucleus (APtN) (Reis et al., 2007). Groen

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et al.(1990) showed afferent and efferent inputs from the RSC to the thalamic nucleus submedius (Sm). This study (approved by the Commission of Ethics in Animal Research, Number159/2007) examined whether the Sm is or not involved in the modulation of the ES induced antinociception from RSC. Methods:Male Wistar rats (160g; n = 8) were chronically implanted with unipolar electrode in the RSC, and a guide canulla in the ipsilateral Sm. The algesimetric test used was the tail flick test (TFT). Results:The ES of the RSC (20 µA, 20 seg) produced a strong and long lasting inhibition of the tail flick reflex. Pre-treatment of Sm with cobaltous chloride (1mM/0.25μl) or naloxonazine (5μg/0.25μl) reduced the intensity but did not alter the duration of the antinociceptive effect induced by the ES of the RSC. The time-course obtained were significantly different regarding treatment (F2.28= 15.25; p< 0.0001), time (F14.392= 98.1; p< 0.0001) and had significant treatment x time interaction (F42.392= 21.70; p< 0.0001). Conclusions:The present results suggest that the ES-produced antinociception from the RSC, in addition to a μ-opioid station in the APtN, depends on the activation of a descending inhibitory pathway that utilizes the Sm, a relay station, also utilizing µ-opioid modulation. References: 1-Groen, V.T.; Wyss, J.M. Connections of the retrosplenial granular A cortex in te rat. J. Comp. Neurol. 1990;300: 593-606. 2- Reis, GM. Estudo da antinocicepção induzida por estimulação elétrica dos córtices occipital e retroesplênio em ratos. Dissertação de Mestrado, 2007. Supported by: FAPESP.

P182 - PERCEPÇÕES DOLOROSAS EM RATOS ADULTOS E IDOSOS. CLAUDIA CARNEIRO DE ARAUJO PALMEIRA; HAZEM ADEL ASHMAWI; DENISE A OTSUKI; IRIMAR DE PAULA POSSO. FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Objetivos: O controle da dor na população idosa ainda é um grande desafio. A percepção da dor parece se modificar com o processo de envelhecimento e esse estudo teve como objetivo avaliar comportamentos de dor em três diferentes modelos de dor aguda em ratos adultos e idosos. Metodologia: Todos os experimentos foram realizados de acordo com o Comitê de Ética para experimentação em animais conscientes da IASP. Ratos machos Wistar de sete e vinte e um meses forma alocados em grupos para experimentação em três diferentes modelos experimentais de dor: administração de 50 µl de formalina a 1%, injetada na pata posterior direita, injeção de 0,6 mg de carragenina λ em 150 µl e incisão plantar. No grupo formalina, foram quantificados o número de elevações da pata durante 60 minutos, nos grupos carragenina e incisão plantar foi avaliada a hiperalgesia mecânica através da utilização de filamentos de von Frey. Resultados: Não se encontraram diferenças na hiperalgesia mecânica entre animais adultos e idosos após carragenina intraplantar. O número de elevações da pata após formalina mostrou o padrão bifásico típico, não houve diferença na fase I, mas o número de elevações da pata foi significativamente menor nos animais idosos comparados aos adultos. Após a incisão plantar, animais de ambos idades demonstraram diminuição nos limiares de retirada da pata, que gradualmente retornaram aos valores basais, entretanto, nos dias 2º, 3º, 4º, 7º e 10º de pós-operatório, os limiares foram significativamente menores nos animais idosos. Os animais retornaram aos valores pré-incisão em tempos diferentes, animais adultos tinham limiares semelhantes aos basais no 14º pós-operatório e os animais idosos no 21º. Conclusões: As percepções dolorosas apresentam variações com o envelhecimento e são dependents do modelo de dor utilizado.

P183 - CINESIOTERAPIA REDUZ DOR E MELHORA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES MASTECTOMIZADAS. ANDREZA CARVALHO RABELO; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UFS, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: Câncer é uma doença crônica degenerativa com evolução progressiva. A neoplasia mamária é uma das doenças de maior impacto devido à elevada incidência, enormes consequências físicas e psíquicas e elevada taxa de mortalidade. A doença e a cirurgia podem afetar os relacionamentos interpessoais na família, visto que, diante de todo o processo da patologia, ocorrem alterações de ordem física e emocional na vida da mulher, as quais comprometem sua qualidade de vida. A fisioterapia auxilia na recuperação funcional desta paciente, na melhora da sua autoestima, reabilitando-a para a sociedade. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental, de campo, prospectivo, do tipo ensaio clínico. Participaram do estudo nove pacientes com diagnóstico de câncer de mama que foram submetidas à cirurgia de mastectomia. Utilizou-se o questionário de dor de McGill, que fornece medidas quantitativas da dor e permite comunicação das qualidades sensoriais, afetivas e avaliativas do fenômeno doloroso e o Medical Outcome Study Short Form-36 (SF-36), que é um instrumento de medida de qualidade de vida que avalia oito domínios (capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais, e saúde mental). Estes questionários foram aplicados na primeira e na vigésima sessão de tratamento fisioterapêutico para comparação dos resultados. Na fisioterapia foi utilizada cinesioterapia para ganho de amplitude de todos os movimentos do complexo do ombro. Resultados: Os maiores escores foram nas dimensões Estado Geral da Saúde (69,58) e Saúde Mental (62,74). Os menores escores foram nas dimensões Limitações por Aspectos Físicos (13,25), Limitação por Aspectos Emocionais (29,29) e Dor (40,48). Todas afirmaram que houve mudanças na QV após início da fisioterapia, com considerável alívio da dor. Após análise de amostras pareadas, detectou-se significância para a melhora na qualidade de vida relacionada às dimensões capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor e saúde mental (p<0,05). Paralelamente, houve redução significativa do índice de dor e do número de palavras escolhidas ao McGill após a 20ª sessão (p<0,01). Na correlação entre dor e qualidade de vida, houve uma correlação negativa moderada (r = -0,45). Conclusão: A fisioterapia baseada em exercícios promoveu redução da dor e melhora da qualidade de vida de pacientes mastectomizadas.

P184 - EFEITO DA LASETERAPIA NO TRATAMENTO DE DORES ARTICULARES. DALTON DALLEMULE; LUCIANE PATRICIA AMARAL; MARCIO SPESSOTTO; MARGARETE SILVA AUGUSTO. SANTA HELENA ASSISTÊNCIA MÉDICA, SANTO ANDRÉ, SP, BRASIL.

Introdução: A laserterapia é um dos recursos utilizados pela fisioterapia para tratamento de dores articulares e musculares. Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever os resultados do grupo de dor do ambulatório da Santa Helena Assistência Médica através da laserterapia de baixa frequência. Materiais e Métodos: Foram realizadas 8 sessões de laserterapia de baixa frequência, com comprimento de onda de 904 nm de Arsenieto de Gálio (AsGa) pelo método pontual, sendo utilizado 15 pontos em cada aplicação. Para avaliar o grau de dor foi utilizada a escala visual analógica (EVA) antes e após cada sessão. Resultados: Foram atendidos 31 pacientes: 16 com queixas nos membros inferiores, 7 com queixas nos membros superiores e 8 com queixas na coluna vertebral. Após o tratamento, houve redução de 32% para apenas 3% dos pacientes com dor intensa, sendo que 39% ficaram sem dor e 39% evoluíram para dor de leve intensidade. Conclusão: Nossos resultados demonstram redução importante nos níveis de dor dos pacientes tratados com laserterapia de baixa frequência.

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P185 - AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE POR LOMBALGIA ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO DE OWESTRY. DALTON DALLEMULE; TÂNIA CRISTINA BUZETO; MARCIO SPESSOTTO; MARGARETE SILVA AUGUSTO. SANTA HELENA ASSISTÊNCIA MÉDICA, SANTO ANDRÉ, SP, BRASIL.

Introdução: A lombalgia é um dos sintomas que acomete ambos os sexos principalmente o masculino entre a terceira e quarta década de vida. No Brasil, é responsável por grande repercussão econômica, visto ser a 1ª causa de pagamento de auxílio doença e a 3ª causa de aposentadoria por invalidez. Pode variar de dor leve a intensa, interferindo nas atividades pessoais e profissionais do individuo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever os resultados do grupo de dor interdisciplinar do ambulatório da Santa Helena Assistência Médica através to tratamento com acupuntura e fisioterapia manual. Materiais e Métodos: Foram analisados os pacientes encaminhados pelo ambulatório de patologias da coluna vertebral ao grupo de dor que realizaram acupuntura e fisioterapia manual no período de (março a junho de 2010. O instrumento utilizado para avaliar o grau de incapacidade foi o questionário de Incapacidade lombar de Owestry no início e ao término do programa de tratamento composto de 8 sessões de acupuntura e fisioterapia manual. Resultados: Foram atendidos 43 pacientes. Após o tratamento houve redução importante na incapacidade grave passando de 34,8% para apenas 4,6% dos pacientes, sendo que 76,7% passaram a apresentar incapacidade mínima. Conclusão: Nossos resultados demonstram que a realização de Acupuntura e Fisioterapia Manual permitiu redução importante na incapacidade funcional por lombalgia.

P186 - MÉTODO WATSU EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA. GLAUTER JOSÉ SILVEIRA ARAÚJO; RODOLFO CAVALCANTE ARAGÃO; SAMUEL MONTENEGRO PEREIRA; REJANE MARIA RODRIGUES DE ABREU VIEIRA. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR), FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - Fibromialgia é uma síndrome reumática de etiologia desconhecida. Caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica, além de sítios anatômicos específicos dolorosos à palpação. Estão associados outros sintomas, como a fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal e distúrbios psicológicos, como a ansiedade e depressão. Um dos recursos da fisioterapia que vem sendo utilizado no combate à Fibromialgia é a Hidroterapia, pois as propriedades da água são ideais para alcançar objetivos terapêuticos em um ambiente seguro e efetivo, sendo utilizado o método Watsu. O Watsu é uma forma passiva de trabalho corporal/terapia aquática que apoia e movimenta gentilmente uma pessoa em água morna, realizando movimentos fluidos e graciosos. Métodos - Dessa forma desenvolveu-se um estudo com sete pacientes, com o diagnóstico clínico de fibromialgia, atendidos na hidroterapia de um ambulatório de fisioterapia em Fortaleza-CE, com o objetivo de verificar o grau de adaptação dos pacientes ao método Watsu. Resultados - Uma das pacientes apresenta idade de treze anos e outro indivíduo de sexo masculino. Houve com duas pacientes dificuldades de desprendimento, por medo de afogar-se durante o tratamento, o que teve que ser trabalhado nos primeiros atendimentos. Conclusão - Todos os pacientes do estudo conseguiram adaptar-se ao método e obtiveram redução da dor e relaxamento muscular, após os quatro meses de tratamento.

P187 - PRINCIPAIS QUEIXAS DOLOROSAS DE PACIENTES ATENDIDOS EM CLÍNICA DE FISIOTERAPIA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL: UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 05 ANOS. KELI VANIA RAMOS BARBIERI. CLÍNICA FISIOSAÚDE CAMPINAS LTDA., CAMPINAS DO SUL, RS, BRASIL.

Introdução: Nas últimas décadas, o conceito de saúde vem passando por transformações e cada vez mais o ser humano está se preocupando em buscar o equilíbrio e ter qualidade de vida. Estudos estatísticos demonstram uma mudança importante no quadro de doenças com o aumento na incidência das doenças crônicas e degenerativas e, tais mudanças no perfil epidemiológico da população, se devem, principalmente, ao aumento da expectativa média de vida e à mudanças no estilo de vida. Sabe-se, ainda, que fatores como sexo, gênero entre outros influenciam na expressão da dor. Neste contexto, a fisioterapia está crescendo como área de conhecimento, apresentando indicação no tratamento de diversos estados patológicos. Métodos: Foram analisadas as principais queixas de 512 pacientes (306 do sexo feminino e 206 do sexo masculino) atendidos em Clínica de Fisioterapia do Interior do Rio Grande do Sul, no período de janeiro de 2005 a janeiro de 2010. Resultados: Considerando as 03 principais queixas de ambos os sexos, obtivemos os seguintes resultados: A) Dor na mulher – 1ª dor lombar; 2ª dor cervical e 3ª dor no ombro; B) Dor no homem – 1ª dor lombar; 2ª dor no joelho e 3ª dor no ombro. Conclusões: A dor é algo inseparável do nosso cotidiano, tratando-se de uma experiência subjetiva e privada, não resultante apenas de uma lesão tecidual real, mas também envolve aspectos emocionais e culturais individuais. Existem vários fatores que influenciam na expressão da dor no homem e na mulher, cabendo ao profissional atentar-se para tais diferenças. Desse modo, torna-se importante analisar o perfil dos pacientes para a realização de um tratamento fisioterápico adequado e efetivo.

P188 - CARACTERIZAÇÃO DA DOR DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA CLÍNICA DE FISIOTERAPIA DA PUC MINAS EM POÇOS DE CALDAS. LUCIANA AUXILIADODRA DE PAULVA VASCONCELOS; ANA GABRIELA DE LIMA BATISTA. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - CAMPUS DE POÇOS DE CALDAS, POÇOS DE CADLAS, MG, BRASIL.

Introdução- A dor, quando se apresenta de maneira prolongada, pode tornar-se o foco primário de atenção do indivíduo, limitando grande parte de suas atividades diárias (AVDs). Seu controle é de responsabilidade do profissional da saúde sendo essencial para a assistência integral do paciente. Assim, o objetivo deste trabalho foi mapear a incidência e características da dor de pacientes da Clínica de Fisioterapia da PUC Minas em Poços de Caldas, de forma a inserí-la como quinto sinal vital mensurado em quaisquer avaliações fisioterapêuticas. Método-102 pacientes, com idade média de 46 anos foram avaliados antes a após 10 sessões de fisioterapia através de instrumentos específicos (Breve Inventário de Dor, Inventário de Depressão de Beck e Questionário de Dor de McGill; Questionário de Qualidade de Vida da OMS, não havendo interferência quanto à rotina do trabalho fisioterapêutico realizado. Resultados-Do total de pessoas avaliadas 22,54% eram donas de casa e 21,56% eram aposentados, predominando o sexo feminino (57,84%). A dor esteve presente em 65,68% dos entrevistados, com média geral da pior dor de 6,43 nas últimas 24h, sendo que a maioria delas se concentravam em membros inferiores (23%). O fator agravante foi o movimento (29,85%) e a média de alívio de 55% através do uso de analgésicos . Em relação à depressão nos pacientes que apresentavam dor, a média foi de 15,48 pontos, prevalecendo também no sexo feminino. Houve uma interferência da dor em várias AVDs, como trabalho (média: 6,02) e capacidade de aproveitar a vida (média: 5,80). Em relação à qualidade da dor, ela for referida como pontada (58,8%), cansativa (57,4%) e aborrecida (42,6%). Após dez sessões de tratamento fisioterapêutico, foram reavaliados 31 indivíduos que utilizaram recursos: cinesioterápico (100%), massoterapia (32,25%) e recursos eletro e termoterápicos como laser (51,61%),

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ultrassom (41,9%) e TENS (22, 58%). Após a utilização desses recursos a média da pior intensidade da dor nas últimas 24h correspondeu a 4,63 com média do alívio da dor foi de 70%, com repercussões nas AVDs e no padrão da dor. Conclusões- Nota-se uma importante presença de dor em indivíduos que procuram serviços de fisioterapia, trazendo complicações sociais, psicológicas além de físicas. A fisioterapia através de seus recursos, pode minimizar o impacto da presença da dor na sociedade, melhorando a qualidade de vida das pessoas.

P189 - AVALIAÇÃO DA DOR EM PACIENTES ONCOLÓGICOS. LUCIANA AUXILIADODRA DE PAULVA VASCONCELOS; MICHELLE ZÉTULA DE CARVALHO; NATHÁLIA DE OLIVEIRA REZENDE. PUC MINAS CAMPUS POÇOS DE CALDAS, POÇOS DE CALDAS, MG, BRASIL.

Introdução - A dor é um sintoma frequente em pacientes oncológicos, seja decorrente da própria neoplasia ou advinda de seus tratamentos farmacológico ou cirúrgico. Este quadro, frequentemente, resulta em perspectivas emocionais, sociais e econômicas desfavoráveis ao doente e seus familiares. Assim, o objetivo deste trabalho foi mapear a incidência e características da dor de pacientes oncológicos em tratamento na Clínica Memorial de Radioterapia e AVOCC (Associação do Voluntariado contra o Câncer) em Poços de Caldas. Método - 100 pacientes, com idade média de 60,4 anos foram avaliados independente do tratamento e de sua fase (Breve Inventário de Dor, Inventário de Depressão de Beck e Questionário de Dor de McGill; Questionário de Qualidade de Vida da OMS), em abordagem única. Resultados - Do total de pessoas avaliadas 43% eram aposentados e 36% eram afastado/aposentado por motivos médicos, predominando o sexo masculino (56%). A dor esteve presente em 33% dos entrevistados, com média geral da pior dor de 4,9 nas últimas 24h, sendo que a maioria delas se concentravam em região torácica anterior incluindo mamas (33,3%) e em região abdominal isolada ou associada (27,3%). O fator agravante foi urinar (15,1%), ficar em postura mantida (15,1%), alimentação (9,1%) e esforço geral e físico (9,1%) e a média de alívio de 66% através do uso de analgésicos. Em relação à depressão nos pacientes que apresentavam dor, a média foi de 15,4 pontos, prevalecendo no sexo feminino. Houve uma interferência da dor em várias AVDs, principalmente no trabalho (média: 2,7), assim como no humor (média: 2,6). Em relação à qualidade da dor, ela for referida como pontada, alfinetada e puxão (63,6%), castigante (66,7%), maçante (30,3%) e gelada (48,5%). Conclusões - Nota-se uma importante presença de dor em indivíduos que apresentam algum tipo de câncer e estão em tratamento. A aplicação dos questionários nesses pacientes se mostra de grande valia para elaboração de um protocolo fisioterapêutico futuro baseando-se nos dados neles colhidos com intuito de minimizar o impacto da presença da dor nessa população, melhorando sua qualidade de vida, principalmente quando se considera que nenhum paciente fez uso ou mencionou o trabalho fisioterapêutico como uma possibilidade de controle do processo álgico que o acompanha.

P190 - INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA DOR EM LINFEDEMA PÓS MASCTECTOMIA EM CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO DE CASO. LUCIANA PADILHA ANDRADE1; CARLA PEREIRA2; MARCIA CARLA MORETE3. 1.INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.FACIS, RIO DE JANEIRO, SP, BRASIL; 3.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O câncer de mama apresenta-se como um grave problema de saúde em todo o mundo e no Brasil é o câncer que mais causa morte entre as mulheres, considerando que uma parte dos casos não tem possibilidade de cura, os cuidados paliativos são de extrema importância para o atendimento destas pacientes. A cirurgia desde o século XIX faz parte do processo terapêutico, porém, de 15% a 20% das mulheres pós câncer de mama independentemente do grau de severidade apresentam linfedema e precisam enfrentar os desconfortos produzidos por essa morbidade, como dor, diminuição da amplitude de movimento, aumento do volume do membro, alteração de sensibilidade, temperatura e da textura da pele, envolvendo também aspectos emocionais e sociais. Objetivo: verificar a intervenção fisioterapêutica através da técnica de Linfoterapia como tratamento na dor em linfedema em paciente pós mastectomia em fase de cuidados paliativos. Relato do caso: Paciente 51 anos com linfedema pós mastectomia em fase de cuidados paliativos com relato de dor em membro superior homolateral a cirurgia, foi submetida à técnica fisioterapêutica chamada de linfoterapia que consiste em cuidados com a pele, drenagem linfática manual, enfaixamento contensivo e cinesioterapia que ocorreram no período de 11 dias consecutivos, após esse período, foi utilizada a braçadeira compressiva e ensinado da automassagem a paciente. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram ficha de avaliação, questionário de qualidade de vida contendo a escala visual ananógica (EVA), perimetria e foto. Discussão: Na avaliação final, observou-se redução significativa do linfedema, consequentemente melhora da dor e da sensibilidade do membro, melhora da hidratação e aspecto da pele, amplitude de movimento e redução da sensação de peso. O tratamento de linfoterapia mostrou-se eficaz em cuidados paliativos, pois proporcionou condições físicas necessárias para se obter maior mobilidade, menor dependência, menos estresse consequentemente melhora da autoestima e da qualidade de vida da paciente.

P191 - EFEITO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA REDUÇÃO DA DOR EM PACIENTES MASTECTOMIZADAS. MONISE ALMEIDA SILVA; JULIANA PEREIRA BEZERRA; ANDREZA CARVALHO RABELO; JOSIMARI MELO DE SANTANA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução: O câncer é uma doença crônica degenerativa que apresenta evolução progressiva. O câncer de mama vem se tornando uma das doenças de maior impacto devido à elevada incidência, enormes custos sociais, desastrosas consequências físicas e psíquicas e elevada taxa de mortalidade. A cirurgia do câncer de mama pode ocasionar complicações no pós-operatório, tais como dor, disfunção do movimento de membro superior e linfedema. Por isso, a fisioterapia é recomendada para melhorar a recuperação física da mulher e diminuir o risco de complicações. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental, prospectivo, analítico, do tipo ensaio clínico. Participaram do estudo doze pacientes com diagnóstico de câncer de mama que foram submetidas à cirurgia de mastectomia. A Escala Visual Analógica (EVA) e o Questionário de Dor de McGill foram utilizados para mensuração unidimensional e multidimensional da dor, respectivamente. Estes instrumentos foram aplicados no início e após a décima sessão de tratamento fisioterapêutico. As pacientes foram submetidas a alongamentos, mobilizações e exercícios em todos os planos de movimento de membro superior. Resultados: Houve uma redução significativa da intensidade de dor das pacientes mastectomizadas quando as amostras pareadas (antes e após tratamento) foram comparadas usando a EVA (p<0,01). Similarmente, o número de palavras escolhidas (NWC) e o índice de dor (PRI) do Questionário de Dor de McGill demonstraram uma redução significativa após a aplicação do tratamento fisioterapêutico (p<0,05). Conclusão: Os resultados desse estudo permitiram sugerir que o tratamento fisioterapêutico baseado em cinesioterapia reduziu significativamente a intensidade de dor e otimizou a percepção qualificativa em pacientes mastectomizadas.

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P192 - IMPACTO DA REDUÇÃO DA DOR NA AMPLITUDE DO MOVIMENTO ARTICULAR DE PACIENTES MASTECTOMIZADAS SUBMETIDAS A TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO. PAULA DE JESUS MESQUITA; ANA KARINE GÓIS SANTOS; VANESSA MIRANDA PRADO; ANDREZA CARVALHO RABELO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.

Introdução - O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. Dentre os procedimentos curativos têm-se as intervenções cirúrgicas, geralmente seguidas da linfadenectomia axilar, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Estes podem determinar complicações físicas, tais como dor, limitação da amplitude de movimento, linfedema, fraqueza muscular, alterações de sensibilidade e funcionalidade homolateral à cirurgia, que impede a paciente de realizar suas atividades de vida diária. A fisioterapia desempenha um papel importante na prevenção, minimização e tratamento dos efeitos adversos do tratamento do câncer de mama. Metodologia - Trata-se de um estudo experimental, prospectivo, do tipo ensaio clínico. Participaram do estudo treze pacientes com diagnóstico de câncer de mama, que foram submetidas à mastectomia radical e que apresentaram limitação funcional do membro superior e dor. A técnica de avaliação da amplitude de movimentos (ADM) do ombro foi a goniometria, através da utilização do goniômetro, sendo mensurados os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa de ombro, bilateralmente. A Escala Visual Analógica (EVA) foi utilizada para mensurar a intensidade de dor. Estas mensurações foram realizadas no início da intervenção e após a décima sessão de tratamento fisioterapêutico. A intervenção fisioterapêutica consistiu de cinesioterapia voltada para os movimentos do complexo articular do ombro, três vezes por semana. Resultados - Houve uma redução significativa da intensidade de dor das pacientes mastectomizadas quando as amostras pareadas (antes e após tratamento) foram comparadas usando a EVA (p<0,05). Similarmente, houve aumento significativo na amplitude de movimento do membro homolateral à cirurgia em todos os planos (p<0,02). As demais constataram-se correlação negativa forte (r = -0,85) entre dor e ADM. Conclusão - A fisioterapia baseada em exercícios promoveu redução da dor e melhora da qualidade de vida de pacientes mastectomizadas.

P193 - DOR E ATIVIDADES COTIDIANAS NA TERCEIRA IDADE. REJANE DAVIM1; LUCIANA ARAUJO DOS REIS2; THAIZA XAVIER NOBRE3; CLAUDIO HENRIQUE MEIRA MASCARENHAS4. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA, JEQUIE, BA, BRASIL; 3.UFRN/FACISA, SANTA CRUZ, RN, BRASIL.

Introdução: Com o avançar da idade, a dor assume maior importância devido à sua expressiva prevalência aliada a frequente limitação dela decorrente. Estudos sugerem que a dor no idoso interfere na capacidade funcional, visto que há relação entre presença de dor e a realização de atividades de vida diária, nesta perspectiva este estudo teve por objetivo investigar a relação entre dor e atividades cotidianas na terceira idade. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório descritivo. A amostra estudada foi constituída de 180 idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes no município de Jequié/BA, divididos em três grupos de 60 idosos cada selecionados aleatoriamente. O primeiro grupo formado por idosos de um Grupo de Convivência, o segundo grupo por idosos asilados e o terceiro grupo por idosos residentes em domicílio. O instrumento de pesquisa foi constituído de três partes: 1) Caracterização sociodemográfica; 2) Escala Numérica Visual de Dor e 3) Índice de Barthel. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN (Protocolo nº. 177/05). As análises estatísticas foram realizadas através do software SPSS versão 13.0, sendo realizada análise estatística descritiva e o Teste do Qui-Quadrado (x2), sendo adotado p-valor ≤ 0, 05. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Os idosos do Grupo de Convivência para a Terceira Idade apresentaram maior predominância do sexo feminino (91,67%), alfabetos (73,33%) e com baixa renda (75,00%). Enquanto que os idosos asilados apresentaram distribuição igual entre os sexos (50% cada), e maior distribuição de idosos analfabetos (73,3%), com baixa renda (100,0%). Os idosos da comunidade, apresentaram maior frequência do sexo feminino (63,3%), analfabetos (75,5%) e com baixa renda (68,3%). A presença de dor entre as populações apresentou índices elevados: entre os idosos participantes do grupo de convivência (88,30%), os asilados (75,00%) e os da comunidade (76,7%). Sobre as atividades cotidianas a maioria dos idosos do grupo de convivência (96,70%) e os residentes na comunidade (86,7%) foram classificados como independentes. Enquanto que os idosos do asilo 70,0% foram denominados como dependentes. Verificou-se diferença estatística significativa apenas entre a presença de dor e o comprometimento das atividades cotidianas nos idosos asilados (p <0,001). Conclusão: Diante dos resultados apresentados verificou-se que houve relação entre a presença de dor e a limitação das atividades cotidianas apenas entre os idosos asilados, isto pode ser justificado pelo fato deste grupo possuir piores condições de saúde quando comparados aos demais grupos.

P194 - AVALIAÇÃO DA CETAMINA TÓPICA NO TRATAMENTO DA NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA. ADEMIR MASSARICO BRAZ; FLÁVIA RAMOS; GUILHERME ANTÔNIO MOREIRA DE BARROS; HÉLIO AMANTE MIOT; MARCOS ARISTOTELES BORGES. FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP, BOTUCATU, SP, BRASIL.

Introdução: A neuralgia pós-herpética (NPH) é caracterizada pela persistência da dor no local da lesão causada inicialmente pelo herpes-zóster. Por ainda não haver uma proposta terapêutica eficaz, esse estudo visa avaliar a eficácia e a segurança da cetamina, potente analgésico antagonista do receptor NMDA, usada de forma tópica no tratamento da NPH. Pretende-se, com o seu uso tópico, diminuição dos potenciais efeitos adversos e da toxicidade deste analgésico. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, com controle-placebo, tipo “cross-over”, aleatório e duplo-cego. A pesquisa foi realizada com 12 pacientes portadores de NPH que já realizavam o tratamento preconizado para a enfermidade e que foi mantido durante todo o estudo. Os pacientes usaram a pomada 4 vezes ao dia por 14 dias, cuja composição poderia ser cetamina ou placebo. Passaram por “wash out” de 7 dias e, por mais 14 dias, usaram uma pomada diferente da primeira. Os pacientes foram avaliados quanto à intensidade da dor, segundo a escala numérica verbal (ENV), além de outros parâmetros clínicos com os quais a intensidade dolorosa foi comparada. Resultados: A amostra de pacientes foi composta de idosos, idade média de 71,7 anos, sendo 66,7% dela composta de mulheres. Pacientes que apresentavam dores mais intensas no início do estudo terminaram também com dores mais intensas. Da mesma forma, pacientes mais velhos, ao final do estudo, referiram intensidades dolorosas mais elevadas. As mulheres referiram maior melhora da sensação dolorosa que os homens. Uso de antiviral, tempo de dor, alterações de sensibilidade e satisfação com o tratamento não se correlacionaram com a intensidade da dor. A alodínia referida pelos pacientes antes e após o uso da cetamina também não se correlacionou com as covariáveis analisadas (gênero, tempo de dor, idade e intensidade dolorosa). Não houve sinais de maior melhora da

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dor nos tratados com cetamina tópica, assim como não houve diferença estatística entre os tratados com cetamina e os que fizeram uso de placebo em nenhum dos aspectos pesquisados. Conclusão: Pode-se concluir que a pomada de cetamina, quando usada como parte de um esquema de tratamento da NPH, não se mostrou efetiva. Estudos futuros, com inclusão de um número maior de pacientes, podem ser necessários para que os efeitos analgésicos da cetamina topicamente usada possam ser melhor elucidados.

P195 - NEURALGIA PÓS HERPÉTICA ASSOCIADA A NEUROFIBROMATOSE: ESTUDO DE CASO. INDHIRA BARBALHO DIÓGENES PAIVA; LEVI HIGINO JALES; THAMARA NATHALLYA NONATO PAIVA DE OLIVEIRA; BRUNA PATRICIA SOUZA SANTOS. UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL.

Introdução: A Neuralgia pós-herpética, principal complicação do herpes zoster é definida como quadro álgico que permanece na área afetada por mais de 12 semanas após a cicatrização das lesões cutâneas típicas. A Neurofibromatose é uma doença congênita, hereditária e familiar, caracterizada pela presença de tumores cutâneos e subcutâneos, tumores de nervos e manchas pigmentares, conhecidas como manchas “café com leite”, sendo que mais de seis manchas, que excedam 1,5 centímetros de diâmetro. Caso Clínico: R.P.C, 45 anos, masculino, solteiro, auxiliar de manutenção aposentado, natural de Macaíba/RN, portador de neurofibromatose tipo 1, procurou assistência médica queixando-se de dor localizada na região cervical com irradiação para o braço esquerdo há 12 anos, com sensação de formigamento e queimação. Relata que há 12 anos surgiram vesículas dolorosas na pele da região cervical em direção ao braço esquerdo. Na época foi diagnosticado herpes zoster cervical esquerdo. As lesões de pele regrediram em torno de 20 dias, mas a dor e o sofrimento persistiram na região afetada por mais de seis meses. Submeteu-se a rizotomia posterior em segmento cervical esquerda há cerca de 6 meses após o desaparecimento do Herpes Zoster, complicada por persistência de anestesia dolorosa em hemicorpo esquerdo, desde região cervical mais intensa que a inicial e desencadeada desta vez por estímulos não nocivos, como contato com a água na pele afetada durante o banho, (alodínia). O esquema terapêutico foi gabapentina 1.800 mg/dia, oxicondona 20 mg/dia e além de terapia complementar multidisciplinar com 30 sessões de fisioterapia (tens, ultrasson, crioterapia e massagem cervical) e acupuntura médica. A conduta apresentou 60% de melhora dos sintomas álgicos e 50% da reabilitação motora. Discussão: Trata-se de um caso de herpes zoster da região cervical esquerda, em um paciente portador de neurofibromatose tipo 1 e que evoluiu para neuropatia pós-herpética de difícil controle complicada por sequela periférica pós-procedimento cirúrgico. A dor neuropática, atenta-se aos componentes clínicos de hiperalgesia secundária, hiperpatia e alodínia, deve ser tratada preferencialmente de forma clínica conservadora. Os gabapentanoides, antidepressivos tricíclicos, duais e até mesmo opioides estão formalmente indicados. Os procedimentos em acupuntura e fisioterapia contribuíram mesmo de forma limitada na reabilitação motora e antiálgica do paciente.

P196 - A RELAÇÃO ENTRE CRENÇAS DE CONTROLE DA DOR, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E IMAGEM CORPORAL. BEATRIZ BENSEN OLIVEIRA; PEDRO MUSA; ANDREA GOLFARB PORTNOI; ADOLFO MARCONDES AMARAL NETO. LIGA DE DOR DO CENTRO ACADÊMICO OSVALDO CRUZ DA FMUSP, DO CENTRO ACADÊMICO 31 DE OUTUBRO DA EEUSP E, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Crenças sobre controle da dor podem ser internas, se os doentes acreditarem em sua capacidade de controlar a dor ou externas, se acreditarem que o controle da dor depende de terceiros ou do acaso. O objetivo deste trabalho foi verificar prevalência, variância e correlação entre crenças de controle e fatores demográficos, sensoriais, afetivos e cognitivos da dor. Método: Participaram 13 doentes (69,2% mulheres) com média de idade de 48,9 anos; 69,2% casados e com ao menos 4 anos de estudo. Foram utilizados: Termo de Consentimento Pós-Informação, Ficha de Identificação, Escala Visual Analógica, Escala de Locus de Controle da Dor, Inventário Beck de Depressão, Escala de Sintomas de Ansiedade na Dor, Escala de Imagem Corporal De Rogatis. Participantes foram avaliados após consulta médica. Resultados: O tempo médio de dor foi 5,7 anos, intensidade de dor moderada e 61,5% da amostra possuía sintomas depressivos moderados. Sintomas cognitivos e comportamentais de ansiedade prevaleceram sobre afetivos e fisiológicos. Crenças de Internalidade prevaleceram sobre as crenças em Outros Poderosos e no Acaso e a Imagem Corporal se apresentou diminuída. As crenças no controle da dor não variaram com a Escolaridade, Tempo e Intensidade da Dor, Sintomas de Depressão e Imagem Corporal. Internalidade variou apenas com sintomas Cognitivos de ansiedade e Outros Poderosos e Acaso variaram com Idade e todos os sintomas de ansiedade. Internalidade apresentou correlação negativa média com Intensidade da Dor (quanto maior a intensidade da dor, menor a crença em si mesmo). Outros Poderosos apresentaram correlação positiva forte com Ansiedade Comportamental e média com Ansiedade Cognitiva e Afetiva. Acaso apresentou correlação negativa média com Escolaridade. Conclusões: As crenças em si mesmo prevaleceram na amostra, variaram com os pensamentos catastróficos e tenderam a diminuir à medida que a intensidade da dor aumentava. As com orientação à externalidade variaram com todos os sintomas de ansiedade na dor, sendo e as crenças no poder de terceiros aumentavam conjuntamente com comportamentos de evitação e fuga; e as crenças no destino ou na sorte tendiam a diminuir conjuntamente com o grau de escolaridade.

P197 - ESTUDO SOBRE O AMOR SEM LIMITES E A SUPERAÇÃO DA DOR DA PERDA AMOROSA. ADRIENE BURITI FERREIRA; JÉSSICA CAROLINE ALVES; RAYANNA ARAUJO GOMES. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A relação de amor entre duas pessoas pode ser considerada uma questão básica para a existência do indivíduo. Quando há uma quebra nessa relação de amor, por uma das partes, é provocada no outro uma dor, talvez, das mais difíceis de superar. Este trabalho pretende analisar as dimensões, dificuldades e formas de superação da dor desse amor patológico. Método - Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre o tema que atualmente se apresenta de maneira crescente em nossa sociedade. Utilizando-se do método qualitativo serão aplicadas entrevistas a uma amostra composta por 20 pessoas de ambos os sexos, integrantes de um grupo de apoio especializado. Resultados - A partir das narrativas obtidas nas entrevistas verificar-se-ão que, as pessoas quando admitem os motivos que a levam àquele sentimento de dor e de perda, ocorre a busca por uma nova identidade, por meio do “amar-se em primeiro lugar”, provocando um distanciamento do “problema de relacionamento” facilitando o desenvolvimento da capacidade de reflexão e ação sobre o problema. A admissão dessa dor leva essas pessoas a buscarem apoio especializado em grupos especializados, que buscam desenvolver relacionamentos saudáveis. Conclusões - A aceitação liberta o aceitante, rompendo-lhe as cadeias da autopiedade, levando, o indivíduo aceitar o que não pode ser modificado, este se torna livre emocional e psicologicamente para se empenhar em novas atividades. Foi dito que uma mente imatura procura um mundo idealístico. Queiramos ou não, precisamos encarar o mundo da realidade e aceitar a vida tal qual ela é, com todas as suas crueldades e inconsistências. Talvez, em última análise, o inicio da sabedoria esteja na simples admissão de que as coisas nem sempre são como queríamos que fossem.

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P198 - EXPO-ARTE-DOR: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA. ANDREA GOLFARB PORTNOI; MARIA DE FÁTIMA VIDOTTO OLIVEIRA; THIAGO MEDINA BRAZOLOTO; SILVIA REGINA DOWGAN TESSEROLI SIQUEIRA. CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE D, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A Expo-Arte-Dor é um evento que, desde 2003, ocorre durante um congresso paulista de dor. Desde seu início centrou-se na expressão artística do fenômeno doloroso, especialmente através das artes visuais. Em 2009, decidiu-se que a Expo-Arte-Dor deveria permitir a diversificação dos meios de expressão artística e, ao mesmo tempo, integrar-se ao congresso, tanto em termos de programação como de espaço físico. Método: Participaram 25 pessoas entre indivíduos com dor crônica, artistas profissionais, docentes, acadêmicos e profissionais de saúde. Todas as produções foram relacionadas à dor tal como definida pela IASP. Nenhum participante foi remunerado, porém todos receberam certificado de participação. A divulgação foi feita internamente na entidade promotora do evento e externamente para o público em geral. As adesões ocorreram através de carta convite e de inscrição eletrônica. O espaço físico integrou salas e local fixo com infraestrutura adequada, que concentrou todas as manifestações artísticas. O piso principal foi escolhido para a exposição das modalidades visuais, por ser um espaço de trânsito dos congressistas. No centro deste espaço, foi construído um pequeno palco para que as modalidades cênicas e sonoras fossem exibidas nos intervalos (30 minutos) das atividades científicas. As modalidades literárias foram expostas como as modalidades visuais ou interpretadas como as modalidades cênicas e sonoras. As palestras foram realizadas nas salas de conferência. Resultados: A Expo-Arte-Dor compartilhou o mesmo período de tempo e espaço físico do congresso. A programação dividiu-se em três módulos: Módulo 1 “Um Olhar sobre a Dor”: exposição contínua de arte visual e literária, que também gerou um vídeo projetado em todas as salas durante os intervalos do congresso. Módulo 2 “Expressões da Dor”: apresentações de arte cênica e visual que ocorreram durante os intervalos (30 minutos) das palestras. Módulo 3 “Pensando a Dor e a Arte”: palestras ministradas por docentes e profissionais explorando as relações entre dor e arte, realizadas nos mesmos locais, com a mesma duração e certificação das palestras científicas. Conclusões: A Expo-Arte-Dor, efetivamente, promoveu oportunidade para a expressão e reflexão sobre a experiência dolorosa ampliando a compreensão dos aspectos subjetivos da dor e, ao mesmo tempo permitiu complementar as produções técnicas e científicas do congresso com as produções artísticas e estéticas, integrando a subjetividade à objetividade.

P199 - IMPACTO DOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS EM PACIENTES COM DORES CRÔNICAS ATENDIDOS POR UMA EQUIPE INTERDISCIPLINAR. ADRIANNA LODUCA1; ANDREZA WURZBA2; CRISTIANE TACLA3; RENATA MARIA PALAIA4. 1.CENTRO DE DOR HCFMUSP E PUC SP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2,3,4.CENTRO DE DOR HCFMUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução. A literatura mundial enumera vários fatores influenciados pela eclosão ou manutenção do quadro de dor, entretanto, sabemos que estes aspectos não podem ser generalizados e universalizados, muitos estudos afirmam que as diferenças sócioculturais interferem na percepção do quadro álgico. Objetivo. O estudo avaliou o impacto da dor crônica em doentes atendidos em um hospital público de São Paulo; buscando relação entre fatores psicossociais e individuais. Método: Estudo descritivo, com 67 pacientes que foram entrevistados segundo três grupos de variáveis: 1- sóciodemográficas (sexo, idade, estado civil, religião); 2- relacionadas à dor (tempo de dor, intensidade de dor- escala numérica de dor, diagnóstico e expectativas em relação ao tratamento) 3- aspectos psicológicos (narrativa de dor, estágio prontidão para mudança, padrão de convívio com a dor e níveis de ansiedade e depressão (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão - HAD). Foi utilizado o SPSS e o teste PCA realizado através do programa SPAD. Resultados: A amostra foi composta por 52,3% pacientes casados, 55,2% mulheres e 49,2% católicos. A idade média foi de 43,2 anos e mais de 6 meses de convívio com a dor. O escore médio de dor foi de 6,6 (dp 2,13), prevalecendo o padrão caótico de convivência (44,8%), ou seja, pacientes totalmente identificados com a dor (EU=Dor). Considerando a escala HAD, 71,6% apresentavam ansiedade; 50,7% depressão e 43,5% ansiedade e depressão. A partir da análise da narrativa de dor foram categorizados três grandes grupos: emoção (46,5% com predomínio de tristeza (13,8%) e raiva (15,4%)); desconforto físico (9,2%) e experiência que integra aspecto físico e emocional (44,3 %). Em relação ao estágio de prontidão para mudança, pode-se dizer que 58,2% encontrava-se no estágio de pré-contemplação e apenas 1,5% no estágio de ação, ou seja, a maioria acreditava que apenas os médicos e medicamentos poderiam resolver o seu problema. Não foi encontrada nenhuma correlação estatisticamente significativa (quiquadrado) entre os três grupos de variáveis. O teste PCA sugeriu três clusters; dois correlacionando o diagnóstico e o padrão de convívio com a dor (dor neuropática e cefaleia cervicogênica no padrão caótico (cluster 1); lombalgia, cervicalgia no padrão repulsa (cluster2) e um terceiro grupo menor (equivalendo a 7,4% ) trazendo relação entre o diagnóstico e tempo de dor que não apresenta nenhuma característica em comum apenas 4,4% tinha dor há mais de 18 anos. Conclusão: Na nossa população, de forma diferente do que é referido na maior parte das pesquisas internacionais, existe a prevalência do quadro de ansiedade em relação à depressão. Apesar dos aspectos analisados não apresentarem correlação entre si, ficou claro que os profissionais precisam valorizar a narrativa de dor dos doentes e os resultados indicam a necessidade de programas psicoeducativos no início do tratamento para prevenir o sofrimento e a incapacidade diante do quadro álgico.

P200 - SAÚDE INDÍGENA: REFLEXÃO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO A PARTIR DE MICHEL FOUCAULT. CAMILLA FERNANDES MARQUES*; ANITA GUAZZELLI BERNARDES. UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO, CAMPO GRANDE, MS, BRASIL.

Esta pesquisa teve como objetivo a reflexão sobre as práticas medicamentosas do Serviço de Proteção ao Índio – SPI, voltadas para povos indígenas. A investigação se deu pela análise de documentos e registros de cópias dos documentos do Museu do Índio que se encontram no Núcleo de Estudo e Pesquisa das Populações Indígenas – NEPPI, na Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. A análise fundamenta-se em ferramentas conceituais de Michel Foucault, como saber, poder, discurso, entre outros. Estes conceitos utilizados como instrumentos de análise de pesquisa nos permitem compreender o que Foucault nomeia como “arquivo”, que nesta pesquisa constitui-se pelos documentos e relatórios do SPI, do posto indígena Benjamin Constant, no período de 1949 a 1963. Dos 400 documentos previamente pesquisados, apenas 108 foram analisados. As seleções destes materiais baseiam-se em critérios de seleção, que foram constituídas pelos objetivos da pesquisa, no qual foram criadas categorias de análise para os mapas de seleção dos relatórios. Foi o Ministério da Agricultura quem implantou o SPI, e fundamentado em uma razão de Estado procedeu-se com a assistência a saúde indígena, que recai na forma de governo da população indígena como dispositivos de integração e pacificação diretamente relacionadas ao trabalho de mão-de-obra rural. Deste modo a objetivação das práticas medicamentosas passa a ser formas de regulação desses povos que aparecem como biopolítica e anátomo-política, sem qualquer particularidade de cura das doenças. A biopolítica encontra-se dentro de um modelo de governo que utiliza de um mecanis-

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mo de investimento na vida, no fazer viver ou no deixar morrer, isto possibilita pensar, como se constituiu um discurso que privilegia os homens na assistência à saúde. Anátomo-política aparece como estratégia de controle dos aldeamentos a partir dos registros do número de atendimentos, de natalidade, óbitos, produção agrícola, condições climáticas, aspectos sanitários, e outras ocorrências que poderiam surgir.

P201 - A DOR QUE AINDA NÃO TEM NOME: NARRATIVAS DE MÃES DE FILHOS COM CÂNCER. JANE ALVES COELHO; JÚLIA SNF BUCHER-MALUSCHKE. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- Estudos acerca das repercussões do câncer na estrutura e funcionamento do sistema familiar, como um todo, têm sido desenvolvidos, mas é possível se constatar um crescente interesse de responder a questões individuais de como cada membro vivencia o câncer na família e as repercussões na vida de cada um deles. Método- O estudo constituiu-se de uma pesquisa de natureza qualitativa. Realizado numa unidade de onco-hematologia pediátrica de um hospital público de referência em câncer infantil, na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. Participou desta investigação uma amostra composta de 12 mães que acompanhavam os filhos hospitalizados. As participantes tiveram seus nomes substituídos por nomes de flores, para lhes resguardar o anonimato e o sigilo de suas respostas. Para coleta de dados, utilizou-se a entrevista com roteiro semiestruturado, a fim de se pontuarem aspectos relevantes à pesquisa contidos nas narrativas das mães de crianças acometidas de câncer. Em seguida, desenvolveu-se uma atividade de recorte e colagem para a criação de um painel, com o objetivo de se coletarem informações acerca de projetos de vida e as expectativas para o futuro na perspectiva das participantes. Resultados- Os resultados foram distribuídos em cinco categorias, determinadas e analisadas segundo a fluência dos significados nas narrativas das protagonistas da pesquisa: (1) Ter um filho com câncer: a dor que ainda não tem nome; (2) As perdas da mãe de uma criança com câncer; (3) Os modos de enfrentamento do sofrimento e da dor; (4) As mudanças e as repercussões nas vidas pessoal e conjugal; e (5) Um espaço para os projetos de vida e perspectivas para o futuro. Conclusões- Constatou-se que, mesmo que a doença seja a mesma, cada mãe depara-se com uma dor que lhe única, indescritível, além das perdas subjetivas, como mãe e mulher, e que cada uma delas vai descobrindo seu modo peculiar de enfrentamento diante da constatação do câncer que acomete o filho.

P202 - DOR, CULPA E CASTIGO DIVINO A PARTIR DE UM CASO DE ADULTÉRIO NA CONCEPÇÃO DE UMA MÃE DE UMA CRIANÇA COM CÂNCER. JANE ALVES COELHO; JÚLIA SNF BUCHER-MALUSCHKE. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- A motivação que deu origem a este estudo foi a constatação de que cinco aspectos preponderantes – câncer infantil, família, relação extraconjugal, sentimento de culpa e doença de um filho como castigo divino – podem interrelacionar-se nas vivências de uma mulher. Ao atribuir uma significação à enfermidade é como se os familiares pudessem amenizar a angústia e o sofrimento diante do diagnóstico de câncer infantil, ou, ao contrário, maximizar o sofrimento psíquico, principalmente quando este vem carregado do sentimento de culpa. Nos aspectos emocionais, a família tem sido o berço da relação estrutural, relacional e social de seus próprios membros. Entretanto, ela também tem se mostrado como espaço dos mais variados tipos de violência, traição conjugal, sentimento de culpa e de sofrimento psíquico. Relato de Caso- Maria Madelena, mãe de uma criança em terminalidade devido a um câncer, carrega consigo não apenas a dor diante da iminência da morte do filho, mas, sobretudo, o sentimento de culpa pelo adultério que antecedeu ao diagnóstico da criança. Discussão- As narrativas de Maria Madalena apontam pontos relevantes. No primeiro, há registros de experiências da infância, trazendo questões de ordem familiar. Em seus relatos, há sinais de violência doméstica quando ainda criança, advindas do pai e do irmão mais velho. Na perspectiva sistêmica, a violência deve ser analisada nos parâmetros relacionais, considerando-se que é produzida de modo cíclico e que muitos hábitos violentos são transmitidos de geração a geração. No segundo, constatou-se o sentimento de culpa pela relação extraconjugal, haja vista que ela atribuía a doença do filho ao modo que Deus encontrou para lhe redimir dos “pecados”. A doença do filho tornou-se uma forma de legitimar a culpa, portanto, de prestação de contas com Deus, o que só aumenta o sofrimento psíquico dessa mãe, que vivencia não apenas o luto pela possibilidade da morte iminente do filho, mas, sobretudo, a morte dele como término do sentimento de culpa pela relação extraconjugal. O sentimento de culpa teve fim com a morte do filho. A morte tornara-se uma libertação para ambos.

P203 - IMAGEM CORPORAL E SATISFAÇÃO SEXUAL NA DOR CRÔNICA: UM ESTUDO PILOTO. RICARDO SOUZA SILVA; CAROLINE BRAGA SIRINO; ANDREA GOLFARB PORTNOI; JOACI OLIVEIRA ARAUJO. LIGA DE DOR DO CENTRO ACADÊMICO OSVALDO CRUZ DA FMUSP, DO CENTRO ACADÊMICO 31 DE OUTUBRO DA EEUSP E, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A cronicidade da dor influi na imagem corporal dos doentes e pode perturbar seu grau de satisfação sexual. Os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência de características demográficas, sensoriais, afetivas e cognitivas da amostra e verificar como variam e se correlacionam com Imagem Corporal, fatores de Satisfação Sexual e Satisfação Sexual Global. Método: Participaram 10 doentes (6 mulheres), com média de idade de 45,7 anos, média de 10,9 anos de estudo e em regime conjugal. Foram utilizados: Termo de Consentimento Pós-Informação, Ficha de Identificação, Escala Visual Analógica, Escala de Locus de Controle da Dor, Inventário Beck de Depressão, Escala de Sintomas de Ansiedade na Dor, Escala de Imagem Corporal, Escala de Satisfação Sexual, Índice Global de Satisfação Sexual. Os doentes foram avaliados após a consulta ambulatorial. Resultados: O tempo médio de dor da amostra foi de 7 anos e a intensidade média de dor foi grave (EVA = 6,6). Os sintomas de depressão foram moderados, e sintomas cognitivos e comportamentais de ansiedade prevaleceram sobre sintomas afetivos e fisiológicos. Crenças na internalidade e em outros poderosos prevaleceram sobre crenças no Acaso. Imagem Corporal apresentou-se reduzida e fatores de Satisfação Sexual assim como a Satisfação Sexual Global se apresentaram medianas. A Imagem Corporal variou com a idade, os sintomas de depressão e sintomas fisiológicos e comportamentais de ansiedade. Os fatores de Satisfação Sexual variou com a escolaridade e com a intensidade da dor e a Satisfação Sexual Global variou com a intensidade da dor. O tamanho reduzido da amostra influiu na análise correlacional resultando em correlações fracas, sendo as mais significativas a melhora da Satisfação Sexual Global com a redução do tempo de dor e dos sintomas fisiológicos e cognitivos de ansiedade. Conclusões: Nesta pequena amostra a Imagem Corporal se encontra reduzida, possivelmente devido a fatores como idade, sintomas de depressão, sintomas fisiológicos e comportamentais de ansiedade. A Satisfação Sexual mediana pode estar relacionada ao grau de escolaridade e à gravidade da intensidade dolorosa. Da mesma forma a Satisfação Sexual Global pode estar relacionada intensidade dolorosa, porém efetivamente tenderá a melhorar com a redução do tempo de dor e dos sintomas fisiológicos e cognitivos de ansiedade.

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P204 - FAMÍLIAS COM FILHOS COM CÂNCER: A PATERNIDADE EM EVIDÊNCIA. JANE ALVES COELHO1; JÚLIA SNF BUCHER-MALUSCHKE2; MARLI TERESINHA G GALVÃO3. 1,2.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- Estudos com famílias de pacientes com câncer mostram que a família passou a ser considerada um agente de saúde importantíssimo, devido ao papel terapêutico que desempenha em seu próprio interior. Propõe-se um estudo na dimensão das vivências da paternidade no contexto oncológico infantil, com o objetivo de conhecer como se apresentam a estrutura e a dinâmica familiar e como ele vivencia a paternidade durante o processo de adoecimento e o sofrimento em todas as fases terapêuticas pelas quais o filho passa, na tentativa de possibilitar questões para reflexão, tanto para prática clínica quanto para futuras pesquisas na área do câncer infantil, como nas ações de saúde pública. Método- A pesquisa é de caráter, numa abordagem sistêmica. Para coleta de dados, realizou-se entrevista com um roteiro semiestruturado e uso do diário de campo, com a finalidade de registrar os aspectos não-verbais da entrevista. Realizou-se a pesquisa de 2007 a 2008, no Hospital Albert Sabin, instituição hospitalar pública de referência em oncologia no Ceará; na Associação Peter Pan e na Casa de Apoio São Gabriel, instituições filantrópicas. Para coleta de dados, foram selecionados 15 pais do gênero masculino, entre 19 e 50 anos de idade, vivendo com a família, acompanhando e participando dos cuidados com o filho doente nas hospitalizações e/ou tratamento. Os discursos dos pais foram analisados, observando-se as categorias e subcategorias surgidas. Resultados- Indicam uma paternidade vivenciada e compartilhada, rompendo os modos de paternidade contidos nas regras patriarcais. A estrutura e a dinâmica familiar apresentam-se alteradas e exigindo, por parte de todos os membros familiares, uma transformação nos papéis e funções parentais e fraternais. Há uma necessidade de as instituições de saúde pensarem no espaço para esse pai, espaço esse ainda muito voltado e preparado para a presença feminina. Conclusões- Constatou-se a importância do pai na constituição da família com câncer, sobretudo como pessoa estruturante para manter o elo com a família que está distante. Evidenciaram-se os cuidados paternos, os modos de expressar a afetividade e a presença da paternagem, ainda pouco vista nos ambientes hospitalares.

P205 - RELATO DA EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA PSICOEDUCATIVO PARA PACIENTES COM DOR CRÔNICA DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE. FERNANDO LOURENÇO MAEDA; MARGARETE SILVA AUGUSTO; AMANDA SOUZA ROSSI; RONALDO KALAF. SANTA HELENA SAÚDE, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL.

Introdução: O tratamento do paciente com dor crônica requer assistência interdisciplinar e atuação de diversas modalidades terapêuticas integradas. Programas psicoeducativos constituem elemento coadjuvante no tratamento interdisciplinar da dor e têm como principal meta intervir nos aspectos psicossociais da experiência dolorosa. A estratégia educativa baseia-se no pressuposto de que a modificação de crenças e pensamentos disfuncionais sobre a doença pode alterar aspectos cognitivos da interpretação da dor, influenciando sua modulação e percepção. As estratégias psicoeducativas podem variar de acordo com as metas, estrutura, tempo de duração, população, número de participantes e profissionais envolvidos. Este relato de experiência tem como objetivo descrever as estratégias psicoeducativas utilizadas em um programa cognitivo-comportamental. Relato: A meta deste programa é sensibilizar pacientes e familiares sobre a importância da participação ativa no tratamento, visando melhor adesão interdisciplinar. Adota subsídio teórico cognitivo-comportamental buscando alterar crenças irreais sobre a doença e estimular o aprendizado de novas habilidades de enfrentamento. Utiliza formato breve de apenas quatro encontros, de uma hora cada, com temas pré-definidos e um cronograma semanal fixo. Os encontros seguem sequência metodológica que favorece o aprendizado e interação entre participantes (aquecimentodesenvolvimento-fechamento) em formato de curso. Cada grupo permite máximo de dez pacientes e seus respectivos familiares. A coordenação é realizada pelo psicólogo da equipe. São utilizadas estratégias pedagógicas diversas (exposição oral, discussões dirigidas, vivências e dinâmicas de grupo) e fornecido apostila contendo material aprendido durante o programa. Discussão: A utilização de um formato breve e estruturado pode dificultar a exploração das especificidades da história de vida de cada paciente, podendo limitar o alcance da intervenção para estimular mudanças. Entretanto, oferece possibilidade de abordar grande fluxo de pacientes e familiares, além da viabilidade custo-benefício uma vez que mobiliza apenas um profissional da equipe, durante apenas uma hora semanal. A utilização de temas pré-definidos permite que variáveis importantes do contexto psicossocial da experiência dolorosa sejam abordados de forma direta e objetiva. Por fim, incitando no paciente postura mais ativa frente a condição de doente e maior adesão ao tratamento.

P206 - DOR CRÔNICA OU UM CORPO DEPRIMIDO? REFLEXÕES SOBRE AS DIMENSÕES PSICOLÓGICAS DA DOR CORPORAL NA CONTEMPORANEIDADE. MARIA SOCORRO FORMIGA; EDILENE QUEIROZ. UNICAP, RECIFE, PE, BRASIL.

Introdução- Nos últimos anos, o estudo da dor e da depressão tem contribuído com mudanças profundas na compreensão da dinâmica e complexidade do sistema nervoso, impulsionando o reconhecimento da importância das dimensões sócioculturais e psíquicas na experiência e expressão do fenômeno doloroso, além de ter proporcionado a diversificação de recursos terapêuticos mobilizados nesse cuidado. O presente estudo teve como objetivo discutir a importância da intervenção nos casos de “dor crônica”, principalmente no âmbito multiprofissional, assim como investigar a dor crônica no contexto contemporâneo e sua relação com sintomas depressivos. Método- Caracteriza-se pela escuta e observação clínica de pacientes portadores de dor crônica. Os dados coletados foram analisados e interpretados, a partir do referencial psicanalítico, considerando a relação entre a linguagem somática do corpo na dor crônica e na depressão, compreendendo sua dimensão psíquica no contexto de suas histórias de vida. Resultados- Identificamos o sentimento de desamparo e a demanda por cuidado, a convocação do corpo no processo de elaboração psíquica, a necessidade de reconhecimento através da experiência dolorosa, as vivências marcantes de perdas, interferências na dinâmica familiar e os benefícios secundários dos sintomas dolorosos. O traço depressivo e o caráter paralisante da dor estiveram presentes através de aspectos como isolamento social, improdutividade, pulsão de morte, baixa autoestima, sentimento de desesperança e aceitação do papel de “ser doente” como característica de sua autoidentificação. Conclusões- Destaca-se a importância do trabalho multiprofissional no tratamento da dor; a dor como manifestação da ordem do psíquico, como experiência pessoal e com diferentes atitudes subjetivas. Como retorno social, buscamos ampliar discussões sobre o tratamento que vem sendo prestado a estes pacientes e subsidiar a criação de serviços e políticas públicas no âmbito da prevenção, promoção e reabilitação da saúde, tal como preconizado na legislação que norteia o Sistema Único de Saúde.

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P207 - A DOR CRÔNICA COMO EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO HUMANO. MARIA SOCORRO FORMIGA; EDILENE QUEIROZ. UNICAP, RECIFE, PE, BRASIL.

Introdução: A dor crônica é um importante problema de saúde pública contemporâneo, assim como a crescente demanda por serviços de saúde e recursos tecnológicos para a abordagem deste problema. Lidar com o cuidado da pessoa com dor crônica tem representado um grande desafio para os profissionais da área de saúde. Nos últimos anos, o estudo da dor tem reconhecido à importância das dimensões sócioculturais e psíquicas na experiência e expressão do fenômeno doloroso, proporcionado à diversificação de recursos terapêuticos mobilizados no cuidado da dor crônica. Há evidências do aumento da frequência de portadores da dor crônica e de que ela atinja proporções epidêmicas no mundo, tornando-a um dos grandes males que aflige a humanidade contemporânea e pode ser considerada uma nova forma de expressão do sofrimento humano, uma vez que nossa sociedade valoriza mais as queixas de ordem somática do que psíquica. O presente estudo teve como objetivo discutir a importância da intervenção nos casos de dor crônica, principalmente no âmbito multidisciplinar, assim como investigar a dor crônica no contexto contemporâneo e sua relação com sintomas depressivos. Método: Caracteriza-se pela escuta e observação clínica de pacientes portadores de dor crônica, visando identificar, através de seus efeitos e de suas representações no corpo, os processos psíquicos inerentes, os múltiplos elos entre a psique/soma, a depressão, ansiedade e a linguagem corporal manifestada. Resultados: Destaca-se a importância do trabalho multidisciplinar no tratamento da dor; o envolvimento da saúde mental na dor física; a dor como manifestação da ordem do psíquico, como experiência pessoal e com diferentes atitudes subjetivas. Conclusões: Como retorno social do trabalho, buscamos ampliar o conhecimento referente à dor crônica e suas implicações na história de vida dos sujeitos afetados, visando fomentar discussões sobre o tratamento que vem sendo prestado a estes pacientes e subsidiar a criação de serviços e políticas públicas no âmbito da prevenção, promoção e reabilitação da saúde, tal como preconizado na legislação que norteia o Sistema Único de Saúde (SUS).

P208 - AVALIAÇÃO DO COPPING RELIGIOSO/ESPIRITUAL EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA. HELOISA HELENA DAL ROVERE; MASSAKO OKADA; LÍVIA MONTES SANTOS. HOSPITAL DAS CLÍNICAS- FMUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Pesquisas têm demonstrado a importância da religião/espiritualidade como um dos mecanismos de enfrentamento do estresses relacionados a situações de doenças crônicas. Estudos em pacientes com dor crônica com nível elevado de espiritualidade conseguiram maior controle dos sintomas, melhorando a resposta ao tratamento médico. O objetivo deste trabalho foi verificar o coping (enfrentamento) religioso em pacientes com dor crônica. Método: Foram avaliados 24 pacientes com idades de 18 a 59 anos, tomados sequencialmente. Utilizou-se o questionário CRE – Coping Religioso/Espiritual, que avalia a forma como o indíviduo usa sua fé para lidar com estressores psicossociais. Resultados: A média de idade era de 46 anos, escolaridade de oito anos de estudo e renda familiar de 2,5 salários mínimos. A prevalência era de mulheres (66%), religião católica (45%), evangélica (36%) e pacientes afastados do mercado de trabalho devido à dor crônica (58%). No CRE era positivo em 62% dos entrevistados, representando posicionamento positivo frente a Deus. Os evangélicos, comparados a outras religiões, apresentaram diferença significativa em relação ao CRE – Positivo (p=0,036), como a busca de conhecimento espiritual (p=0,037), transformações de si e/ou de sua vida (p=0,014) e reavaliação negativa do significado (p=0,036). Conclusão: Independente da crença e da condição de saúde os paciente apresentaram um posicionamento positivo frente a Deus. Vivências e experiências de dor crônica induz procura de formas de fortalecimento. Religião e espiritualidade são aspectos importantes a serem considerados na intervenção multiprofissional do paciente com dor.

P209 - O IMPACTO DOS SINTOMAS DE ANSIEDADE NA DOR SOBRE A DEPRESSÃO E AS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO. ANDREA GOLFARB PORTNOI; MASSAKO OKADA; RICARDO SOUZA SILVA. LIGA DE DOR DO CENTRO ACADÊMICO OSVALDO CRUZ DA FMUSP, DO CENTRO ACADÊMICO 31 DE OUTUBRO DA EEUSP E, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A ansiedade se torna disfuncional quando sentimentos de medo não podem ser associados a determinado perigo ou ameaça; na dor crônica se torna uma resposta desproporcional a um perigo vago. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência, variância e correlação entre sintomas de ansiedade, características da dor, sintomas de depressão e estratégias de enfrentamento da dor. Método: Participaram 42 doentes com dor crônica (81% mulheres); com média de idade de 53,7 anos; escolaridade média de 7,1 anos. Foram utilizados: Termo de Consentimento Pós-Informação, Ficha de Identificação, Escala Visual Analógica, Inventário Beck de Depressão, Escala de Sintomas de Ansiedade na Dor, Questionário de Estratégias de Enfrentamento na Dor. Os participantes foram avaliados após a consulta ambulatorial. Resultados: A intensidade média de dor foi grave, prevalente e apresentou correlação positiva média com todos os sintomas de ansiedade. Sintomas de depressão variaram com todos os sintomas de ansiedade e foram em média leves apesar da prevalência de sintomas mínimos. As estratégias mais frequentes foram Rezar/Esperar, que apresentou correlação positiva média com todos os sintomas de ansiedade, e AutoAfirmações de Enfrentamento que variou com todos os sintomas de ansiedade. As menos frequentes foram Ignorar as Sensações de Dor e Reinterpretação das Sensações Dolorosas, que variaram com sintomas afetivos e comportamentais de ansiedade. Distração da Atenção e Catastrofização variaram com sintomas afetivos, cognitivos e comportamentais de ansiedade e, Aumento das Atividades Comportamentais, percepção de Controle da Dor e percepção de Diminuição da Dor não apresentaram relação com ansiedade. Conclusão: Os sintomas de ansiedade na dor exercem impacto médio e recíproco na intensidade da dor e na frequência de Rezar/Esperar; estão relacionados aos sintomas de depressão e à frequência de AutoAfirmações de Enfrentamento. Ambas foram prevalentes na amostra, são centradas na emoção e voltadas para a manutenção da fé e da esperança (em entidade superior e em si mesmo). Ignorar as Sensações de Dor e Reinterpretação das Sensações Dolorosas são centradas no problema, porém foram as menos utilizadas e variaram com sintomas afetivos e comportamentais de ansiedade. Distração da Atenção e Catastrofização variaram com sintomas afetivos cognitivos e comportamentais de ansiedade.

P210 - DEPRESSÃO E DOR. NATÁLIA ARRAIS COSTA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL.

Introdução: Depressão e somatização são duas situações que podem coexistir. Há inúmeras conexões entre o Sistema Nervoso Central com os diversos órgãos e os sistemas neuro-hormonais. Metodologia: Revisão Bibliográfica. Resultados: As emoções mais comumente associadas à dor crônica (DC) são depressão e ansiedade. Depressão é o diagnóstico psiquiátrico mais comum em doentes com afecções

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clínico-cirúrgicas. É frequentemente não identificada e não tratada, sendo um quadro prevalente em uma parcela em torno de 4-5% da população geral. Imagina-se que sintomas depressivos, quando não reconhecidos e abordados adequadamente, podem comprometer o tratamento e levar os doentes a aderirem menos à terapêutica, prejudicando o controle do quadro álgico. A relação entre depressão e DC deve ser focada na serotonina, dopamina, noradrenalina, GABA, glutamato e outros. Tais mediadores químicos, responsáveis pela modulação da dor, encontram-se diminuídos nos pacientes deprimidos. Alterações no sistema nervoso que controla a sensibilidade à dor ou no sistema límbico causam uma dupla disfunção. Tanto a DC pode levar à depressão, como o inverso também. Essass dores são cefaleia, lombalgia ou dor músculoesquelética. O quadro de depressão e dor pode estar também associado com insônia, inapetência, desânimo e diminuição da atividade física que, por sua vez, complica ainda mais o quadro de dor. DC e depressão podem interferir drasticamente na vida de uma pessoa, assim, o tratamento ideal deve abordar todos os seguimentos comprometidos da vida do paciente, preconizando-se que os tratamentos se sobreponham. Os antidepressivos também trabalham nos neurotransmissores que afetam a dor, agindo sobre a percepção e modulação da dor, bem como no sistema de analgesia no cérebro. Antidepressivos tricíclicos têm eficácia, no entanto, devido aos efeitos colaterais, a sua utilização fica limitada. Os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina , e inibidores da recaptação de serotonina parecem funcionar bem e com menos efeitos colaterais. A atividade física regular é muito importantes no tratamento. Pessoas com DC devem fazer exercício, pois corrobora para a liberação dos mesmos neurotransmissores que os antidepressivos. Até mesmo valores culturais e crenças devem ser trabalhados. Fica evidente a necessidade de uma equipe multidisciplinar para um bom e efetivo tratamento. Conclusão: Pessoas com dor crônica e depressão sentem dor mais intensa, sentem menos controle de suas vidas, têm estratégias de superação menos eficazes e, é nesse contexto, que o tratamento em conjunto da depressão e DC se insinua, com a finalidade de uma completa remissão dos sintomas diários e com o retorno da funcionalidade do paciente.

P211 - DOR PSICOSSOMÁTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. LUZIANY C ARAÚJO; JAIME E B ARAUJO; SÉRGIO R L ANDRADE; ALESSANDRA F DIÓGENES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, CAJAZEIRAS, PB, BRASIL.

Introdução: O homem se confronta com situações diversas, as quais podem gerar sintomas como a dor. As dores psicossomáticas, apesar de provocarem sofrimento e de serem reais em termos físicos, podem ou não coexistir com uma patologia real. Porém, tais dores são psicológicas, emocionais. O presente trabalho analisa a dor psicossomática e busca aprimorar o conhecimento sobre o tema, discutindo as novas formas de promoção da saúde centradas no paciente e na sua situação psicossocial, reformulando o diagnóstico e os tratamentos. Método - Utilizando os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, foram selecionados 25 artigos relacionados ao tema a partir dos seguintes termos de pesquisa em várias combinações: 1)dor; 2)psicossomática; 3)depressão. Resultados - A dor é uma experiência subjetiva que gera uma situação constante de estresse fisiológico, o qual contribui para a manifestação ou agravamento do episódio. O aspecto emocional exerce uma enorme influência no processo patológico, pois atrasa a cura ou agrava os sintomas. Grande parte do adoecimento se concentra nas dores de cabeça, dores musculares e dores subjetivas (por depressão). Estes episódios dolorosos podem decorrer de conflitos psíquicos, sentimentos de impotência diante das adversidades e conflitos nas relações interpessoais. Há que ser feito o diagnóstico diferencial para afastarem-se os possíveis fatores externos. Não adianta tratar apenas com medicamentos uma série de sintomas inespecíficos quando o verdadeiro problema se encontra no inconsciente do indivíduo. Conclusões - O estudo psicossomático é uma possibilidade de se conhecer o paciente de forma integral, pois o sintoma é uma consequência multifatorial, com o fator emocional preponderante. O adoecimento do ser humano é uma das formas de expressão quando ele se encontra no limiar do sofrimento. Por estas razões, há a necessidade de uma intervenção de especialistas, os quais devem investigar as causas somáticas dos fatores psicológicos e centrar a assistência de forma apropriada no nível das afecções psicológicas no âmbito de uma rede interdisciplinar de médicos, psicólogos e assistentes sociais.

P212 - FATORES PREDITIVOS PARA DOENÇAS CARDÍACAS EM PACIENTES COM DOR TORÁCICA AGUDA ATENDIDOS EM EMERGÊNCIA CARDIOPULMONAR. GLORIA YANNE MARTINS DE OLIVEIRA; ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE; ANGELICA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA; RENATA LEITE TRAJANO DE ALMEIDA. UECE, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução- A dor é a principal queixa em pacientes atendidos na rede de saúde pública. Dentre as diversas dores, a torácica envolve o diagnóstico de doenças cardiovasculares que estão entre as principais causas de morte, com destaque para as regiões em desenvolvimento- no Brasil, essas patologias representam a primeira causa de morte. O atendimento a esses pacientes precisa ser rápido e eficiente. Para tal, o atendimento adequado deve se basear em um diagnóstico eficaz da origem da dor. Os problemas cardiovasculares podem ser decorrentes de diversos fatores, podendo ser oriundos, inclusive, de outras patologias, que predispõem o indivíduo a desenvolver tal enfermidade. Diante desse contexto, objetiva-se identificar as patologias associadas ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares em pacientes com dor torácica de uma unidade cardiopulmonar. Métodos- A pesquisa é descritiva e exploratória, com amostra constituída por 263 pacientes que possuem doenças cardiopulmonares (selecionados do universo de 430 entrevistados), atendidos em unidade pública de referência da macrorregião de Fortaleza. Realizada entre julho de 2008 e agosto de 2009, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa parecer nº 431/07 PPSUS/Ministério da Saúde/CNPQ, a pesquisa utilizou entrevista contendo perguntas acerca do perfil do paciente e de fatores de risco associados. Resultados- Após análise dos dados, encontrou-se que dos pacientes com doenças cardíaco/pulmonar (n=263), a maioria apresenta como patologias associadas: diabetes mellitus (25,4%); hipertensão arterial sistêmica (60,4%); asma (14%); tuberculose (1,5%); outras patologias (10,6%). Conclusões- De acordo com os resultados obtidos, as seguintes variáveis apresentaram maior associação com risco aumentado para desenvolvimento de doenças cardíacas: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e asma. Os dados mostram que, principalmente, HAS constitui um fator de risco potente para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.

P213 - GERENCIAMENTO DO CUIDADO À DOR CRÔNICA EM PACIENTES COM HIV/AIDS: ANÁLISE DA ESTRUTURA DE UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA. ROBERTA MENESES OLIVEIRA; LUCILANE MARIA SALES DA SILVA; REBEKA RAFAELLA SARAIVA CARVALHO. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução: A dor crônica tem sido relatada em inúmeros estudos com portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), acometendo-os mesmo na ausência de cânceres oportunistas. Para analisar o gerenciamento do cuidado nesta clientela, fazse necessário conhecer as condições dos serviços para a efetividade dos processos relacionados à assistência direta ao paciente e

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aos recursos aplicados, estrutura física, disponibilidade de medicamentos e equipamentos adequados. Objetivou-se analisar o gerenciamento do cuidado à dor crônica em pacientes com HIV/Aids hospitalizados com foco na estrutura do serviço para o manejo da dor. Métodos: estudo descritivo, analítico e qualitativo, realizado em hospital de referência no atendimento ao HIV/Aids em Fortaleza-CE, em julho de 2010, com 12 enfermeiros e oito médicos. Estes responderam a entrevista semiestruturada gravada sobre gerência do cuidado com foco na dor crônica associada à Aids. Utilizou-se Análise de Conteúdo de Bardin, emergindo duas categorias empíricas: 1. Condições estruturais favoráveis e 2. Condições estruturais desfavoráveis. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (protocolo 063/2009). Resultados: Na Categoria 1, as condições favoráveis foram: Disponibilidade de recursos humanos, materiais e organizacionais (Subcategoria 1); e Hospital de referência (Subcategoria 2), tornando mais fácil o atendimento de qualidade, com medicamentos e profissionais disponíveis para intervir em situações de dor. A categoria 2 reuniu o maior número de unidades de registro nas falas dos profissionais (38). Destas, 19 tratavam da inexistência de atendimento específico para dor crônica (Subcategoria 3) na instituição, denotando sua necessidade para fornecer cuidados mais direcionados; nove destacaram a falta de profissionais capacitados para o manejo da dor (Subcategoria 4); sete comentaram sobre a demanda elevada (Subcategoria 5) e suas repercussões para a assistência ao paciente; e três citaram falhas na referência e contra-referência (Subcategoria 6), ressaltando que, muitas vezes, não têm retorno dos outros serviços sobre o tratamento instituído para o paciente. Conclusões: Condições estruturais desfavoráveis foram bem mais frequentes nas falas dos profissionais, demonstrando a necessidade de repensar o modelo gerencial existente na instituição para o adequado manejo da dor nos pacientes com aids hospitalizados.

P214 - DOR CRÔNICA: INFLUÊNCIA NA VIDA DIÁRIA DE HOMENS E MULHERES EM SÃO LUÍS - MA. RAYANNE L T M ARAÚJO; ÉRICA BRANDÃO MORAES VIEIRA; JOÃO BATISTA SANTOS GARCIA; ANTÔNIO AUGUSTO MOURA SILVA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: A dor crônica é considerada aquela com duração maior de seis meses, ou que ultrapassa o período usual de recuperação esperado para a causa desencadeante da dor. A dor crônica como uma doença pode ter consequências na qualidade de vida. Fatores como depressão, incapacidade física e funcional, dependência, mudanças na sexualidade, alterações na dinâmica familiar, desequilíbrio econômico, desesperança, sentimento de morte e outros, encontram-se associados a quadros de dor crônica. Método: O estudo é transversal, sendo parte do estudo populacional sobre dor crônica. Desenvolveu-se em 30 setores censitários amostrado probabilisticamente. A amostra estimada foi de 1620 adultos, sendo que 676 relataram ter algum tipo de dor crônica. A dor crônica foi considerada uma dor acima de 6 meses. Resultados: Dos 676 indivíduos encontrados com dor crônica 77,51 eram do sexo feminino. A frequência da dor foi relatada como diária na maioria dos homens (43,42%) e mulheres (45,42%). A dor contínua foi maior nas mulheres e a dor intermitente maior nos homens. A duração dos episódios de dor foi significativamente maior nas mulheres do que nos homens (p<0,001). No momento da entrevista 49% estavam com dor de intensidade leve a intensa, e a maioria era do sexo feminino (p=0,034). A tolerância à dor foi semelhante entre homens e mulheres, sendo que 11,54% afirmaram não tolerar mais a dor que sentiam. A dor impedia de fazer atividades diárias, trabalhar e divertir-se em 52,3% da população, sendo significativamente maior em mulheres (p=0,011). O sentimento de tristeza por causa da dor esteve presente em 47,19% da população estudada e foi considerado um fator de risco para mulheres com dor crônica (RP=1,30; IC 1,04-1,62; p=0,018). A maioria dos familiares acreditava na dor referida pelos portadores (93,79%). Conclusão: A dor crônica constitui um fator limitador para o indivíduo, gerando sentimento de tristeza. As mulheres foram mais acometidas e sofreram maior influência da dor na vida diária.

P215 - ADESÃO AO TRATAMENTO E MELHORA DA DOR NOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. ANA CAROLINA PIRES SOUSA; RAYANNE L T M ARAÚJO; THAYANA LINHARES SANTOS; ANA LARISSA ARAUJO NOGUEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução- Adesão ao tratamento significa aceitar e seguir adequadamente a terapêutica proposta. Isso nem sempre ocorre e vários fatores podem influenciar o paciente de forma a não seguir o tratamento da maneira correta. Estudos já demonstraram altos índices de adesão parcial e não adesão ao tratamento medicamentoso em paciente com dor crônica. O presente estudo busca relacionar a adesão dos pacientes com a melhora do quadro álgico destes, definindo-o como fator primordial para o sucesso terapêutico. Método- Foram entrevistados 115 pacientes do Ambulatório de Dor Crônica do Serviço de Dor do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Os dados foram analisados no software SPSS 16.0. Resultados- Dos 115 pacientes entrevistados 73% (84) aderiram ao tratamento enquanto 27% (31) não o seguiram corretamente. Entre os 84 pacientes que seguiram as orientações terapêuticas, 77% (67) referiram melhora do quadro álgico enquanto entre os 31 pacientes que não foram fiéis ao tratamento a melhora da dor foi referida por apenas 48% (15) dos entrevistados. Entre os que não seguiram o tratamento proposto 71,4% afirmaram que não o fizeram por motivos financeiros enquanto 28,6% afirmaram que o motivo da não fidelidade foram os efeitos colaterais das drogas prescritas. Conclusões- A adesão ao tratamento mostrou-se determinante na melhora do quadro álgico dos pacientes atendidos nesse serviço, ressaltando assim a sua importância no sucesso terapêutico, enquanto a falta de condições financeiras foi apontado pelos pacientes que não foram fiéis ao tratamento proposto com principal motivo da não adesão.

P216 - ANÁLISE DO PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE ANALGÉSICOS NAS ENFERMARIAS DA SANTA CASA DE RIBEIRÃO PRETO-SP. BEATRIZ ESPINOSA FRANCO; RENATA LENIZE PASINI; DIOGO HADDAD SANTOS; RAQUEL DE OLIVEIRA. LADOR-CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Introdução: A dor é um sintoma frequente no pré e pós-operatório de pacientes internados e pode resultar em sofrimento, aumentar a morbi-mortalidade com maior risco de pneumonia e trombose venosa profunda em pacientes acamados e com dor. O tratamento da dor deve ser realizado, atendendo as necessidades individuais de cada paciente, de forma regular e respeitando as características farmacológicas da droga. Este estudo tem por objetivo verificar os analgésicos mais utilizados, via de administração e associação medicamentosa para o tratamento da dor ortopédica. Método: Trata-se de um estudo investigativo, prospectivo que avaliou a prescrição médica de pacientes internados nas enfermarias de Ortopedia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, entre junho e julho de 2010, em uso de analgésicos e idade de 18 a 80 anos que aceitaram participar da pesquisa. Resultados: Foram incluídos dados referentes a 47 pacientes, destes 59,57% homens, idade média de 42 + 18,98 anos. Na análise do perfil demográfico observou-se o predomínio de indivíduos da raça branca (78%),

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pertencentes à região sudeste em 74% dos casos. A maior parte dos pacientes procede de Ribeirão Preto (82%). A causa mais frequente de internação foi fratura (80%), seguido de torção (6%) e preparo pré-operatório (6%). Em relação classe analgésica prescrita, 69,02% utilizava os anti-inflamatórios não esteroides e 30,08%, opioides. Os analgésicos empregados foram dipirona sódica (n=43, 91,48%), cloridrato de tramadol (n=33, 70,21%), cetoprofeno (n= 22, 46,80%), diclofenaco sódico (n=11, 23,40%) e paracetamol (n=2, 4,25%). A maioria dos pacientes foi medicada com associação de drogas, 57,44% receberam duas drogas associadas e 38,29% receberam associação de três. A associação cloridrato de tramadol, dipirona sódica e cetoprofeno foi a mais comum (27,65%), seguida por cloridrato de tramadol e dipirona sódica em 23,40% dos casos. Apenas um paciente não recebeu drogas em associação. A via endovenosa foi a principal via de administração de medicação (71,68%), somente um paciente utilizou ropivacaína e morfina por cateter epidural. Quanto à posologia, 53,98% das drogas foram prescritas em esquema de horário e o restante a critério médico ou se necessário, com intervalo de 6/6h em 34,51%, de 8/8h em 38,93% e de 12/12h em 17,69%. Conclusões: Observou-se neste estudo a ampla aceitação de uso da dipirona e a associação de analgésicos opioides fracos com antiinflamatórios não-esteroidais inibidores da COX-2 para o tratamento da dor ortopédica, empregados preferencialmente por via endovenosa.

P217 - O USO DE OpioideS EM PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA ONCOLÓGICA. BEATRIZ T GARCIA; CACIONOR P CUNHA JR; DIEGO P RODRIGUES; EUGÊNIO SANTOS NETO. LIGA ACADÊMICA DE DOR, AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA , HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução- Os analgésicos opioides são amplamente utilizados no tratamento da dor crônica dos pacientes portadores de câncer. O uso adequado de opioides, seguindo as orientações da escada analgésica proposta pela Organização Mundial de Saúde, tem como objetivo aliviar a dor e a melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Este estudo visa identificar a eficácia desses medicamentos no tratamento da dor oncológica. Métodos- Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo com os pacientes atendidos no ambulatório de dor crônica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello no ano de 2010, utilizando dados coletados de prontuários médicos. Foram analisadas informações referentes à intensidade da dor ao diagnóstico e retorno, à potencia do opioide prescrito e à melhora ou não do quadro álgico quando ocorrido retorno. Todos os dados foram analisados no EPI info 3.4.3. Resultados- De um total de 109 pacientes estudados, 62 (56,9%) eram do sexo feminino e 47 (43,1%) eram do sexo masculino. A idade variou de 18 a 89 anos com uma média de 57,9 anos. Cerca de 84,4% (92) utilizaram opioides para controle da dor oncológica. Destes, 46,8% (51) utilizaram opioide fraco e 43,1% (47) utilizaram opioide forte. Com relação a intensidade da dor, verificada em 100 pacientes, 54% caracterizaram a dor como intensa, já para 39% pacientes a dor é moderada e para 7% pacientes a intensidade é leve. Dos 109 pacientes,89 (81,65%) retornaram ao ambulatório, sendo que 75,3% (67) relataram melhora da dor, além de descreverem a dor como intensa em 16,85%(15), moderada em 33,70%(44) e leve em 49,43%(30) dos casos. Conclusão- O uso de opioides no tratamento da dor crônica oncológica se mostrou bastante eficiente, conforme a literatura, devido à alta eficácia de melhora da dor (81,65%), principalmente para aqueles pacientes com dor intensa que são a maioria dos pacientes que utilizam desses fármacos.

P218 - EFFICACY OF DULOXETINE IN PATIENTS WITH CHRONIC PAIN CONDITIONS. EMEL SERAP MONKUL NERY1; VLADIMIR SKLJAREVSKI2; SHUYU ZHANG3; SMRITI IYENGAR4. 1.ELI LILLY BRASIL, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.LILLY RESEARCH LABORATORIES, ELI LILLY AND COMPANY, INDIANAPOLIS, ES, ESTADOS UNIDOS; 3.PALACIOS INSTITUTE, MADRID, ESPANHA.

Introduction: The primary objective of this study is to assess the efficacy of duloxetine for chronic pain management based on the Initiative on Methods, Measurement, and Pain Assessment in Clinical Trials (IMMPACT) recommendations for clinical significance across chronic pain states. These include meaningful changes in pain intensity, patient ratings of overall improvement, and physical functioning. Methods:This review includes the analyses of 11 double-blind, placebo-controlled, randomized, multicenter clinical trials of duloxetine in one of 4 chronic pain conditions (diabetic peripheral neuropathic pain, fibromyalgia, chronic pain due to osteoarthritis, or chronic low back pain). Patients received duloxetine (60 to 120 mg/day) or placebo treatment. The primary outcome measure was average pain reduction over a 3 month period. Other efficacy outcomes included measures of physical function (Brief Pain Inventory interference rating, Western Ontario and McMaster Universities physical function subscale, and/or the Roland Morris Disability Questionnaire), and the Patient Global Impression of Improvement (PGI-I). Results:In 9 of the 11 chronic pain studies, statistically significantly greater pain reduction was observed for duloxetine, compared with placebo-treated patients. The magnitude of improvement in average pain, physical function, and global impression was comparable across all 4 chronic pain states. Significantly more duloxetine-treated patients reported clinically significant improvement in pain severity (≥30% reduction in 24-hour average pain) compared to placebo in 8 of the 11 studies. Clinically relevant improvements in physical function were found (≥1 point decrease in the 0-10 scale) in 8 of the 11 studies, and patient-assessed global improvement (PGI-I≤ 2) in 10 of the 11 studies. Conclusions:The analyses show duloxetine provides clinically significant improvements in pain intensity, physical functioning, and patient ratings of overall improvement. The pattern of response and magnitude of improvement are comparable across all 4 chronic pain states investigated: diabetic peripheral neuropathic pain, fibromyalgia, chronic pain due to osteoarthritis, and chronic low back pain.

P219 - AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE GRADUANDOS EM MEDICINA SOBRE O USO DE ANALGÉSICOS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. LUÍS H A SOUSA; ANA L M DA SILVA; KENARD S MARTINS NETO; RAFAEL T E NOGUEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução: O alívio da dor deve ser buscado primordialmente na prática médica, visando sempre à qualidade de vida do paciente. Porém certos grupos de pacientes, como gestantes, idosos, e a faixa etária infantil merecem maior atenção nas prescrições de analgésicos, em virtude da presença de efeitos adversos pouco estudados ou pelo seu maior risco nestas situações. Este estudo visa avaliar o conhecimento de graduandos de medicina sobre particularidades do uso de certos analgésicos em grupo de pacientes específicos. Métodos: Estudo transversal e analítico, em que foi utilizado um questionário de 18 ítens objetivos, que incluíam perguntas sobre o manejo de medicamentos como Paracetamol, Dipirona, Diclofenaco e opioides, seus efeitos colaterais mais comuns, posologia e contraindicações. Este questionário foi aplicado em 79 alunos, dos 2 últimos anos do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão. A estatística foi feita no programa Epi Info 3.5.1. Resultados: Revela que quase metade dos alu-

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nos, acreditam erroneamente que a Dipirona é medicação segura em gestantes (37; 46,8%), e em menores de 3 meses (42; 53,1%); e que a maioria usaria Paracetamol em um intervalo maior que o recomendado (40, 50,6%). Um grande número dos entrevistados ignora os efeitos iguais ou maiores dos inibidores da COX-2 em relação aos AINEs não seletivos, sobre o sistema renal (57; 72,5%) e cardiovascular (50; 63,2%). A minoria não prescreveria Tramal ou Codeína para idosos (14; 17,7%) por achar impropriamente que não são medicamentos seguros, e que número pequeno corretamente não prescreveria Meperidina (24; 30,3%), Propoxifeno (15; 18,9%), Ciclobenzaprina (22; 27,8%) Conclusões: Apesar das medicações supracitadas fazerem parte do cotidiano médico, é notório que suas particularidades não são valorizadas nas disciplinas regulares da graduação. Esse problema se torna muito mais relevante quando associada à banalização do uso de analgésicos pela população em geral. Fica claro, portanto a necessidade de maior ênfase no manejo destas substâncias, seja nas disciplinas regulares do currículo, ou através da implementação de Disciplinas de Dor.

P220 - ADERÊNCIA DE PACIENTES COM SÍNDROME DA FIBROMIALGIA AO EXERCÍCIO FÍSICO: INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA PSICOLOGIA DO EXERCÍCIO. RICARDO DE AZEVEDO KLUMB STEFFENS; ALESSANDRA BERTINATTO PINTO FONSECA; CARLA MARIA DE LIZ; ALEXANDRO ANDRADE. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA- UDESC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.

Introdução: O tratamento proposto atualmente aos portadores de Síndrome da Fibromialgia (FM) baseia-se na tríade terapia medicamentosa, apoio psicológico e exercício físico. Porém, muito tem sido evidenciado com relação à baixa aderência desses pacientes ao exercício físico. A Psicologia do Exercício (PE) estuda e propõe estratégias de aderência que podem favorecer a intervenção dos profissionais de Fisioterapia e Educação Física no tratamento da FM. Objetivo: Revisar a literatura sobre motivos de aderência e desistência ao exercício físico de pacientes com FM e as possíveis estratégias de intervenção propostas pela PE. Método: Foi realizada uma revisão da literatura de artigos científicos publicados entre os anos de 1990 a 2010. Utilizaram-se os descritores fibromialgia combinados com aderência, manutenção, exercício físico, atividade física e intervenção e seus correspondentes em inglês. Resultados: Os estudos demonstraram que os principais fatores de aderência ao exercício físico por pacientes com FM foram: possuírem baixos níveis de depressão, menor faixa etária, maior grau de escolaridade, alta percepção de autoeficácia, ter maior convívio social e boa relação terapeuta-paciente. Os fatores relacionados à desistência dos exercícios físicos foram: qualidade do sono ruim, fadiga, dor, depressão severa e intolerância a alta intensidade de exercícios físicos. As estratégias de intervenção propostas pela Psicologia do Exercício foram: educação do paciente sobre a importância dos exercícios físicos na melhora da síndrome, multidisciplinaridade nos programas de exercícios, autonomia na escolha da prática, bom vínculo terapeuta-paciente, apoio social, exercícios em grupo, contrato terapêutico, estabelecimento de metas, proximidade da casa ou trabalho e a tomada de decisão por parte do paciente. Conclusões: Verificamos que os motivos de aderência e desistência aos exercícios físicos por pacientes com fibromialgia devem ser levados em consideração pelos profissionais responsáveis pela intervenção para o estabelecimento de estratégias, objetivando resultados positivos e favoráveis nos programas de exercícios físicos para estes pacientes.

P221 - AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS REABILITACIONAIS EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA. THIAGO T SILVA; BEATRIZ T GARCIA; JOAB R O ALVES; THIAGO JANSEN NUNES. UFMA, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Introdução: O tratamento da dor abrange intervenções biológicas e psicossociais que objetivam a redução do desconforto, a melhora funcional e a adaptação do indivíduo para o desempenho das atividades. Estes recursos mostraram-se eficazes e seguros no tratamento da dor e na reabilitação dos doentes com dor e são cada vez mais utilizados com essa finalidade. O presente estudo visa avaliar a utilização de recursos reabilitacionais (fisioterapia, acupuntura e psicologia) em pacientes com dor crônica atendidos no ambulatório de dor do Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal do Maranhão. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão dos prontuários pré-qualificados de 308 pacientes atendidos no referido ambulatório, no período de 2006 a 2010. A análise estatística foi realizada através do software IBM SPSS Statistics 18. Resultados: Dentre os avaliados 44,81 % pertenciam ao sexo masculino e 55,19% ao feminino, com média de idade de 49,34 anos. Dos pacientes que procuraram o serviço pela primeira vez 52,6% já haviam realizado tratamento com Fisioterapia, sendo que 14,28% destes foram instruídos a realizarem exercícios em casa, 9,41% já haviam realizado tratamento com Acupuntura e 4,9% tinham passado pela Psicologia. Na relação entre as hipóteses diagnósticas mais frequentes no ambulatório, 58,14% dos pacientes com Lombalgia e 69,05% com Lombociatalgia já haviam realizado tratamento reabilitador com a Fisioterapia. Conclusões: O manejo da dor crônica é feito de forma complexa e multidisciplinar visando melhorar as condições fisiopsicológicas de todos os acometidos. A abordagem da dor por recursos de reabilitação é crescente, contribuindo para melhora da qualidade de vida. O enfoque interdisciplinar é essencial para promover a reintegração social dos doentes com dor crônica.

P222 - PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM DOR CRÔNICA REFRATÁRIA SUBMETIDOS A INTERVENÇÕES NO AMBULATÓRIO DE DOR DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM SÃO LUÍS (MA). THIAGO JANSEN NUNES; KENARD S MARTINS NETO; JOAB R O ALVES; RICARDO A N ARAÚJO. LIGA ACADÊMICA DE DOR, AMBULATÓRIO DE DOR CRÔNICA , HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA, SÃO LUIS, MA, BRASIL.

Introdução - As intervenções no controle de dor crônica refratária ao tratamento clínico são amplamente utilizadas e se apresentam como alternativa para casos onde não há indicação cirúrgica. São várias as possibilidades de intervenções utilizadas (bloqueios, infiltração de pontos gatilho e etc.) sendo necessário o conhecimento do perfil de tais pacientes, para facilitar sua utilização como instrumento terapêutico. Este estudo visa traçar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos a intervenções em nosso ambulatório de dor crônica. Método - Estudo transversal, descritivo em que foram analisados 308 pacientes atendidos no período de 2006 a 2010 no AD do HUPD. Os dados foram coletados a partir de prontuários com questionamentos pré-determinados, segue padrões amparados por clínico de dor. A análise estatística foi realizada através do software Stata 9.0. Resultados - Constatou-se que 13 pacientes necessitaram de intervenção. Dentre estes pacientes, o sexo masculino prevaleceu (76%), a média de idade foi de 46,69 anos e a capital como procedência (54,54%). Clinicamente a intensidade da dor era média ou forte (76,92%), duração média de 33 meses, com irradiação (84,61%) e alteração do sono ou motilidade (69,23%). A hipótese diagnóstica predominante foi lombociatalgia (46,15%). A principal intervenção foi o bloqueio peridural (76,92%) com melhora do quadro (87,5%). Conclusões - Nosso ambulatório apresentou o bloqueio peridural com corticoide como a principal intervenção realizada, sendo utilizado principalmente no combate da lombociatalgia refratária, apresentado resultados satisfatórios.

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P223 - ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS APÓS BLOQUEIO DE GÂNGLIO ESTRELADO PARA TRATAMENTO DE SÍNDROME DE DOR COMPLEXA REGIONAL. CRISTIANE TAVARES; FABÍOLA LEITE NOGUEIRA; ADRIANA MACHADO ISSY; RIOKO KIMIKO SAKATA. UNIFESP, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O bloqueio de gânglio estrelado é utilizado para o tratamento da Síndrome de Dor Complexa Regional de membros superiores. Relato do caso: Paciente do sexo masculino, 63 anos, com SDCR em membro superior esquerdo, após lesão traumática de mão esquerda há 6 meses. Apresentava limitação de movimento de extensores dos dedos e flexor palmar esquerdo, alodínea, alteração de temperatura, edema, sudorese e cianose discreta. Estava em uso de amitriptilina 25 mg à noite (há 4 meses), com pouca melhora da dor e foi introduzido a carbamazepina 100 mg 2x ao dia, bloqueio de gânglio estrelado esquerdo 1 vez por semana. O primeiro bloqueio foi realizado sem intercorrências, embora o paciente tenha relatado turvação visual 1 dia após o bloqueio. No segundo bloqueio ocorreu punção acidental de carótida na primeira tentativa, mas após compressão local por 3 minutos foi realizada nova punção pelo mesmo acesso sem intercorrências. Após 5 minutos foi observada ptose palpebral e miose esquerda. O paciente ficou em observação por 40 minutos, sendo encaminhado a seguir para a fisioterapia. Uma hora após o bloqueio, apresentou episódio súbito de parestesia e diminuição de força em hemicorpo esquerdo, evoluiu com hipoestesia e diminuição de força do membro inferior direito, acompanhado de ansiedade, confusão mental, disartria. Foi encaminhado ao Pronto Socorro neurológico, onde ficou internado por 4 dias. Ao exame físico de entrada foram confirmados os sintomas manifestados anteriormente. Foram realizados exames de CT e angio CT de crânio e cervical, RNM de encéfalo e cervical, com resultados normais. O paciente evoluiu com melhora progressiva de força em membros inferiores e da sensibilidade em hemicorpo esquerdo, sem dor. Após cinco dias foi realizado eletroneuromiografia que indicou diminuição de contração voluntária de membros inferiores e superior esquerdo, e manteve o resultado de lesões prévias. Duas semanas após o incidente, houve reversão completa do quadro. Discussão: As complicações neurológicas 1 hora após a realização do bloqueio de gânglio estrelado são raras, podem ocorrer em poucos minutos após o bloqueio. Foi encontrado na literatura um relato de caso com quadro clínico semelhante, com reversão completa dos sintomas após 16 horas, sem sequelas. A hipótese diagnóstica foi de injeção subdural. Neste relato, foram discutidas duas hipóteses; uma delas foi a mesma do relato da literatura e a outra foi de distúrbio somatoforme (reação conversiva). Diante dessas complicações, discute-se cada vez mais a necessidade de realizar este bloqueio com o auxílio de ultrassom para maior segurança.

P224 - RELATO DE CASO: TRATAMENTO DE DOR LOMBAR DE ORIGEM DISCAL COM RADIOFREQUÊNCIA PULSÁTIL NO GÂNGLIO DA RAIZ DORSAL DE L2 E HIDROTERAPIA. THAIS KHOURI VANETTI1; SIMONE CRISTINA BIFULCO2; FABIOLA PEIXOTO MINSON3; CHARLES AMARAL DE OLIVEIRA4. 1.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL ISRAELITA LABERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução - O objetivo deste estudo foi correlacionar o tratamento para dor crônica em paciente com hérnia extrusa lombar através da junção do tratamento intervencionista e de hidroterapia. Relato do caso - Paciente HV, 70 anos, masculino, iniciou acompanhamento com grupo de tratamento de dor com; história de dois episódios de dor lombar prévios, que irradiava para membro inferior direito, até joelho. Ao exame: dor à lateralização da coluna para direita, e à palpação de psoas, piriforme, quadrado lombar e glúteo direito. Lasegue negativo. Força e sensibilidade preservados. Na RNM apresentava hérnia discal extrusa látero-foraminal direita, em L3 L4, deslocando raiz de L3. Fez uso de medicações analgésicas, sem alívio significativo da dor. Realizou bloqueio peridural transforaminal L3-L4 direita, com ropivacaina e metilprednisolona. O bloqueio diagnóstico/terapêutico foi considerado positivo, ou seja, apresentou ausência de dor por 2 semanas após o procedimento e retorno gradual do quadro álgico após 1 mês. Foi proposto procedimento com radiofrequência para que conseguisse maior duração dos benefícios da analgesia. Foi então, realizado radiofrequência pulsátil (RF) do gânglio da raiz dorsal de L2 bilateral e L3 à esquerda. Paciente evoluiu com melhora significativa da dor, fez hidroterapia e retirou progressivamente as medicações. Discussão - O conceito de Hidroterapia ou Fisioterapia Aquática é baseado em uma modalidade de reabilitação dentro da fisioterapia que possue técnica específica e que combina as propriedades físicas da água com o conhecimento e habilidades do fisioterapeuta. Desta forma, utilizar a hidroterapia como recurso terapêutico acaba por ser uma experiência única e que fornece efeitos terapêuticos específicos. A dor discogênica, ou dor de origem discal, é a uma das principais causas de dor lombar. É causada pela degeneração do disco intervertebral, com ou sem ruptura desse disco. No caso de hérnia discal, pode haver dor radicular, pela compressão e/ou irritação da raiz nervosa. Os bloqueios diagnósticos são procedimentos realizados com anestésico local, para anestesiar estruturas que podem ser a causa da dor do paciente, e dessa forma ajudar no diagnóstico da causa da dor. Assim, é possível, posteriormente, tratar de forma mais duradoura, com alívio mais prolongado para o paciente. A RF é uma modalidade de tratamento intervencionista não ablativo, ou seja, não causa lesão das estruturas nervosas. O mecanismo pelo qual a RF age, é principalmente pela formação de um campo eletromagnético, que causa modulação neural. A RF do gânglio da raiz dorsal (GRD) de L2 é usada para tratamento da dor discogênica lombar.

P225 - BLOQUEIO DE GÂNGLIO IMPAR PARA TRATAMENTO DE COCCIDÍNEA: RELATO DE CASO. THIAGO ALVES RODRIGUES; CARLOS GUSTAVO SILVA KATAYAMA; MARCELO VAZ PEREZ; JUDYMARA LAUZI GOZZANI. SERVIÇO DE ANESTESIOLOGIA E DOR – SANTA CASA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: O bloqueio do gânglio impar, também conhecido como gânglio sacrococcígeo ou de Walter, pode ser realizado para tratamento de dores perineais refratárias a terapias conservadoras. Tal estrutura tem localização retroperitoneal, anterior à articulação sacrococcígea e marca a terminação da cadeia ganglionar simpática paravertebral. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 44 anos, 80 kg, desenvolveu após trauma leve, dor sacroilíaca em queimação à direita, com irradiação para cóccix. Apresentava impossibilidade de decúbito dorsal, dor à flexão do joelho direito e à defecação, com importante limitação motora pela dor. Exames radiológicos sem alterações (tomografia computadorizada e ressonância magnética). No primeiro atendimento, referia escala numérica verbal (ENV) de 9 e fazia uso de carbamazepina 200 mg a cada 12 horas, amitriptilina 25 mg à noite, paracetamol 750 mg e metadona 5 mg a cada 8 horas. Foram realizados quatro bloqueios de gânglio impar (com intervalo de um mês entre eles), por técnica transdiscal, com injeção de 10 mL de solução contendo bupivacaína sem vasoconstrictor a 0,25%, clonidina 50 µg, fentanil 50 µg e metilprednisolona 40 mg. Após as quatro sessões, a paciente referiu melhora importante do quadro álgico (ENV=4), seguindo com uso da medicação antálgica previamente prescrita. Discussão: Dores perineais crônicas simpático-mediadas podem ser tratadas lançando-se mão do bloqueio de gânglio impar. O alívio da dor promovido após tal bloqueio pode ser devido a bloqueio nociceptivo, bem como das próprias fibras simpáticas. A complicação mais temida dessa técnica é a perfuração acidental de reto. No caso descrito, o bloqueio de gânglio impar mostrou-se eficaz no alívio de coccidínea intensa de difícil controle medicamentoso.

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P226 - NOVA ALCOOLIZAÇÃO DE PLEXO CELÍACO APÓS TENTATIVA INTRAOPERATÓRIA SEM SUCESSO EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS. CARLOS GUSTAVO SILVA KATAYAMA; THIAGO ALVES RODRIGUES; MARCELO VAZ PEREZ; JUDYMARA LAUZI GOZZANI. SERVIÇO DE ANESTESIOLOGIA E DOR – SANTA CASA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A alcoolização de Plexo Celíaco é opção de tratamento invasivo com benefícios importantes para os pacientes portadores de moléstias em vísceras abdominais, associadas a dores de controle e manuseio difíceis. Relato de Caso: Paciente MADP, feminino, 45 anos, hipertensa, com diagnóstico histopatológico de adenocarcinoma de pâncreas e em pós-operatório de laparotomia não terapêutica. Na ocasião da operação, a equipe cirúrgica optou pela tentativa de alcoolização de plexo celíaco no intraoperatório, com 25 mL de Solução com álcool absoluto para controle de dor oncológica prévia. O Grupo de Dor iniciou acompanhamento da paciente no segundo dia de pós-operatório. Paciente estava em uso de morfina 90 mg ao dia (via endovenosa), carbamazepina 900 mg ao dia e amitriptilina 50 mg ao dia, com Escala Numérica Verbal (ENV) = 9 no 6° dia de pós operatório, momento em que foi proposta nova alcoolização de plexo celíaco. O procedimento foi realizado cinco dias após a avaliação inicial, por técnica percutânea posterior guiada por radioscopia com injeção de 40 mL de álcool absoluto (20mL em cada lado) sem complicações maiores (apenas hipotensão arterial de fácil controle com volume e vasopressores em sala de recuperação pós-anestésica). O alívio da dor abdominal teve início após 18 horas deste procedimento. Entretanto, a paciente relatou queixa de quadro álgico de moderada intensidade no local das punções. Após seis dias deste novo procedimento, a paciente teve alta hospitalar sem sintomas de abstinência após suspensão de morfina e com boa resposta a analgésico simples para as dores nos locais de punção. Começou o acompanhamento com o Grupo de Cuidados Paliativos. Óbito após quatro meses por complicações infecciosas associada ao câncer. Discussão: A melhora da dor após a alcoolização de plexo celíaco geralmente apresenta início após 24 a 72 horas e a durabilidade do controle da dor nestes pacientes pode coincidir com a sua sobrevida, fato notado neste caso. Bons resultados são observados em pacientes portadores de neoplasia de pâncreas. Em casos de doença não-oncológica, mais de um bloqueio pode ser necessário.

P227 - AVALIAÇÃO DO DELIRIUM EM PACIENTES CRÍTICOS MEDIANTE AS ESCALAS RICHMOND E CAM-ICU. RUI PORTO MORAIS; CLAUDIA REGINA FERNANDES; BARBARA PORTO VALENTE; LARISSA SALES VASCONCELOS DE OLIVEIRA; JOSÉ LINDEMBERG DA COSTA LIMA FILHO. UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

O delirium é caracterizado como uma mudança aguda ou flutuação do estado mental. O delirium está relacionado ao aumento da mortalidade e ao prejuízo na qualidade de vida do paciente. Para diagnosticar delirium em pacientes críticos, a literatura preconiza o manual CAM-ICU, o qual exige educação continuada e treinamento. Essa avaliação só é possível por meio da utilização prévia da escala de Richmond. O objetivo deste estudo foi avaliar pontualmente, a agitação e o delirium de pacientes críticos internados em 6 UTIs privadas de Fortaleza-CE, mediante os instrumentos: Escala de Richmond, Manual CAM-ICU (Confusion Assesment Method Intensive Care Unit). Material e Método: Estudo transversal, observacional e analítico, no período de janeiro a julho de 2010. A amostra analisada foi de 23 pacientes. Foram avaliados dados demográficos do paciente, diagnóstico, APACHE II e foram aplicados os seguintes instrumentos: Escala de agitação-sedação de Richmond, Manual CAM-ICU e Glasgow. Resultados: A média de dias de internação encontrada foi de 18,6 dias, sendo o menor período de 2 dias e o máximo de 105 dias. 34,8% fazia uso de sedação sendo 62,5% desses utilizando Dormonid e 25% Fentanil. Apenas 13% da amostra foi utilizado haloperidol em algum momento da internação. Durante a aplicação da escala Agitação – Sedação de Richmond, foi observado que 39,1% da amostra estava compatível com a pontuação de -5, nível onde o paciente encontra – se incapaz de ser despertado. Durante a aplicação do manual CAM-ICU para diagnóstico de delirium, 52,2% da amostra foi classificada como impossível avaliar. Foi aferido que 47,8% da amostra foi classificada como Glasgow nível 3, valor mínimo da escala em que o paciente encontra-se completamente irresponsivo, 26,1% com Glasgow nível 15, valor máximo da escala em que o paciente está plenamente responsivo. Durante a aplicação do APACHE II, foi observado que a maior parte dos pacientes internados encontrava – se com uma pontuação de 21 a 25 o que significa um risco de mortalidade hospitalar que varia entre 40% e 55% . Conclusão e Discussão. Concluímos que os longos perío­ dos de internação podem levar a um maior índice de delirium. Aplicando as escalas de Richmond, Glasgow e APACHE II encontramos que os pacientes estavam em estado extremamente crítico. Esse estudo serve de fomento para maiores investigações a cerca do assunto.

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9º Congresso brasileiro de dor

PrÊmios

PRÊMIOS GANHADORES DO PRÊMIO V. J. VALÉRIO DE INCENTIVO AO ESTUDO DA DOR - 2010

Categoria: Pesquisa experimental de dor TL040 - PLASTICIDADE ESPINAL ENVOLVIDA NA REVERSÃO DA DOR NEUROPÁTICA INDUZIDA POR ESTIMULAÇÃO DO CÓRTEX MOTOR: INIBIÇÃO GLIAL E MEDIAÇÃO CANABINOIDE. CRISTIANE CAGNONI RAMOS1; ERICH TALAMONI FONOFF2; LUIZ ROBERTO BRITTO3; ROSANA LIMA PAGANO4.

1,2,4.LABORATÓRIO DE NEUROMODULAÇÃO E DOR EXPERIMENTAL HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução- A estimulação elétrica do córtex motor (ECM) tem sido amplamente utilizada na clínica médica como ferramenta para controle de dor persistente não responsiva a terapia convencional. A ECM reverte os fenômenos de hiperalgesia e alodínia em ratos com neuropatia periférica, alterando o padrão de ativação neuronal na neurocircuitaria nociceptiva. Entretanto, os mecanismos envolvidos nesse efeito não foram ainda investigados. O objetivo deste estudo foi avaliar a plasticidade espinal envolvida na reversão da dor neuropática induzida por ECM, avaliando a participação das células gliais e dos endocanabinoides envolvidos com a facilitação ou inibição da resposta nociceptiva. Métodos- Ratos Wistar machos (180-200 g) foram submetidos ao modelo de constrição crônica do nervo isquiático (CCI) e após uma semana foram realizados os implantes dos eletrodos transdurais sobre a área do córtex motor primário correspondente ao membro posterior direito. Uma semana depois, no 14º dia após a CCI, os animais foram submetidos à estimulação cortical por 15 min (1V; 60Hz; 210µs) e ainda sob estimulação, avaliados no teste nociceptivo de pressão da pata. Ratos falso-operados (FOP) foram utilizados como controle. Animais com CCI ou FOP, sem ECM, foram também avaliados no teste nociceptivo. Após 1 h dos testes, as medulas espinais foram coletadas e os ensaios de imuno-histoquímica e immunoblotting foram realizados para a detecção da proteína ascídica fibrilar glial (GFAP, marcador astrocitário), de OX-42 (marcador microglial) e do receptor canabinoide do tipo 1 (CB1). Resultados- Animais com dor neuropática apresentaram aumento da ativação de astrócitos e microglias e inibição da marcação de CB1 na coluna posterior da medula espinal, comparado aos FOP. Em animais que a dor neuropática foi revertida por ECM, observou-se redução da ativação glial, assim como marcação mais intensa de CB1 espinal, comparado aos animais com dor neuropática não estimulados. Conclusão- os dados obtidos permitem sugerir que a ECM inibe células glias espinais que contribuem com a indução e manutenção da dor neuropática, devido pelo menos em parte, a ativação do sistema endocanabinoide. Os dados poderão potencialmente facilitar o entendimento do papel do córtex motor na inibição da dor neuropática e contribuir com o aprimoramento de estratégias terapêuticas aplicadas no controle da dor persistente.

Categoria: Pesquisa CLÍNICA de dor TL099 - BASES NEUROFARMACOLÓGICAS DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA (EMTR) INDUZINDO ANALGESIA: O PAPEL DOS OPIOIDES ENDÓGENOS. DANIEL CIAMPI ARAUJO DE ANDRADE; VITOR ZENHA; MARCO ANTONIO MARCOLIN; RICARDO GALHARDONI; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA. DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: EMTr tem demonstrado-se como uma promissora ferramenta para o tratamento de síndromes dolorosas refratárias, no entanto o seus mecanismos de ação permanecem ainda pouco compreendidos. Objetivos: Tem sido repetidamente demonstrado que a aplicação de EMTr no córtex motor primário (M1) ou córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) pode reduzir a dor em diferentes modelos experimentais de voluntários saudáveis. Os mecanismos subjacentes a analgesia da EMTr permanecem incompletamente conhecidos, mas parecem depender da ativação do sistema de modulação endógeno da dor. Devido ao importante papel dos sistemas opioides endógenos (SOE) na modulação da dor, supomos que ele esteja envolvido na ação analgésica da EMTr. Métodos: Os efeitos analgésicos da EMTr sobre M1 ou CPFDL sobre a dor ao frio foram comparados em um grupo de voluntários saudáveis. Em um estudo aleatorizado e duplamente encoberto. Durante as sessões de EMTr naloxone ou salina foram administradas. Doze voluntários foram divididos aleatoriamente em três grupos, recebendo respectivamente EMTr ativa do M1 direito, estimulação ativa do CPFDL direito (frequência de 10Hz a 80% da intensidade do limiar motor, 1500 pulsos por sessão) ou estimulação sham, durante duas sessões experimentais separadas por duas semanas. Baseado em nossos resultados anteriores, mostrando que a EMTr atua preferencialmente sobre a dor ao frio, as mensurações dos limiares de dor foram utilizados para se avaliar o efeito analgésico da EMTr. Durante cada sessão, o limiar da dor ao frio foi medido na eminência tenar esquerda antes e uma hora após a injeção IV de naloxone (bolus de 0,1 mg / kg seguido de infusão contínua de 0,1 mg / kg / h até o final da EMTr) ou placebo (solução salina). Resultados: Em comparação com a estimulação placebo, tanto a estimulação da M1 quanto a CPFDL induziu uma diminuição significativa na temperatura de indução de dores frias (analgesia) após a injeção de soro fisiológico. Injeção de naloxone induziu uma redução significativa do efeito analgésico da estimulação M1, mas não alterou os efeitos da EMTr no CPFDL. Conclusões: Demonstramos que a SOE está envolvida nos efeitos analgésicos da EMTr. Os efeitos diferentes do naloxone sobre os efeitos de EMTr sobre M1 e CPFDL indicam que, apesar de sua aparente equivalência de efeito clínico, os efeitos analgésicos provocados pela estimulação desses dois sítios corticais são mediados por mecanismos diferentes.

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PrÊmios

PRÊMIOS GANHADORES DO PRÊMIO SBED - 9º CBDOR - 2010

Categoria: INICIAçÃO CIENTÍFICA/LIGA de dor TL036 - O MANEJO DA DOR DO PACIENTE APÓS PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA. ELISA CHAIB; MARCIA CARLA MORETE; MARA LUCIA PINHEIRO; MARINEUSA QUEIROZ LOPES; FABIOLA PEIXOTO MINSON. HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: A dor pós-operatória é uma das formas mais prevalentes de dor aguda. Após avaliação aleatória de pacientes em sala de recuperação anestésica (SRA) e através da utilização de escala verbal observou-se nas 24 horas alterações do sono, deambulação, humor, movimentação e respiração profunda em decorrência da dor prejudicando tais atividades. Objetivo: identificar a intensidade da dor e as medidas instituídas para alívio de pacientes no pós operatório imediato na sala de recuperação anestésica. Métodos: A amostra foi constituída de 42 pacientes adultos admitidos na sala de recuperação anestésica. Resultados: Todos os pacientes (100%) admitidos na recuperação anestésica (RA) tiveram sua dor avaliada através da escala numérica verbal. Ao chegar na RA percebeu-se que 10 pacientes (24%) verbalizaram que possuíam intensidade de dor moderada (4- 6), 28 pacientes (66.5%) referiram estar com dor de intensidade intensa (7- 9) e ainda 4 pacientes (9,5%) com dor insuportável (intensidade 10). De acordo com a política institucional após avaliação de dor, devemos reavaliá-la em até 1 hora após as medidas instituídas, nesse caso 100% dos pacientes tinham a reavaliação da dor garantida e dentre as medidas de manejo da dor, todos os pacientes (100%) utilizaram de medidas farmacológicas sendo que 22 pacientes (52%) receberam apenas opioide; 8 pacientes (19%) receberam analgésico, opioide e anti inflamatório não esteróide (AINE); 04 pacientes (9,5%) receberam analgésico junto com AINE, e opioide e analgésico respectivamente; ainda 2 pacientes (5%) receberam somente analgésico e, opioide com AINE respectivamente. Os resultados mostraram ainda que foram utilizadas medidas não farmacológicas, dentre elas foram 24 pacientes (57%) foi feito aquecimento corporal e 10 pacientes (24%) posicionamento no leito apara aliviar a dor. Após as medidas instituídas, foi realizada a reavaliação da dor e os dados foram que 14 pacientes (33%) verbalizaram que possuíam intensidade de dor zero, 20 pacientes (48%) julgaram sua dor de intensidade leve (1 – 3), 6 pacientes (14%) com moderada dor (4- 6) e ainda, 2 pacientes (5%) com intensidade de dor intensa (7- 9). Conclusão: Ter a dor como 5º sinal vital na instituição e avaliar a dor no paciente em pós operatório imediato é extremamente importante, garantindo que todos os pacientes tenham sua dor avaliada e aliviada, utilizando medidas farmacológicas e não farmacológicas para manejo da dor. Enfim, os dados somente reforçam a importância da avaliação da dor de forma sistemática e a necessidade de manter como prática a alta do paciente da RA com intensidade de dor máxima 4, garantindo assim a segurança do paciente.

Categoria: JOVEM CIENTISTA TL087 - HÁ RELAÇÃO ENTRE USO DE OPIOIDES E CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE CITOCINAS PRÓINFLAMATÓRIAS? KARINE A. S. LEÃO FERREIRA1; MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA2.

1.UNIVERSIDADE GUARULHOS (UNG), GUARULHOS, SP, BRASIL; 2.CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução: Os opioides são potentes analgésicos frequentemente utilizados no tratamento da dor. Entretanto, seu uso é muitas vezes limitados pelos eventos adversos, tais como depressão respiratória e o alto risco de dependência e uso abusivo. Alguns autores argumentam que estes efetios poderiam ser mediados por ação de citocinas pró-inflamatórias (1). Objetivo: Avaliar associação entre uso de opioides e concentração plasmática das citocinas pró-inflamatórias IL-6, IL-1β, TNF-α e IL-8. Método: 125 pacientes ambulatoriais com dor relacionada ao câncer, dos quais não haviam recebido nenhum tratamento antineoplásico nos últimos 30 dias, foram avaliados pelo Inventário Breve de Dor, Questionário de Dor McGill (MPQ), Inventário de Depressão de Beck e Escala de Desempenho Funcional de. Os níveis plasmáticos das citocinas foram dosados através do teste imunoenzimático ELISA. Os grupos foram comparados pelo teste t-student. As correlações foram avaliadas pelos testes de Spearman e Pearson. Resultados: Dos pacientes avaliados 98 não usavam opioides e 27 usavam. Os pacientes em uso de opioides apresentaram significativamente menores concentrações plasmáticas das citocinas IL-6 (11,65±1,46 vs. 148,98±58,34, p=0,023) e IL-8 (13,43±4,47 vs. 33,09±5,77, p=0,008). As citocinas IL-1β e TNF-α embora tenham tido concentrações menores nos pacientes em uso de opioides, esta diferença não foi estatisticamente significante ao nível de p=0,05 (IL-1β=0,00±0,00 vs. 80,18±46,34, p=0,087 e TNF-α=11,90±7,94 vs. 56,21±22,47, p=0,006). Não foi observada correlação estatisticamente significante entre dose do opioide e concentração das citocinas. Conclusão: Há relação entre uso de opioides e baixos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias IL-6 e IL-8. 1.

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