Jornal SOGOPE

IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO Nº 9912189385

ECT / DR / PE Rua Gal, Joaquim Inácio, 465 - Ilha do Leite Recife – PE - 50070-270 81-3222.5112

¨Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco¨

INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS DE PERNAMBUCO – ANO VI Nº 21 – ABRIL|MAIO E JUNHO DE 2013

Luiza Menezes entregou a Comenda ao professor Paulo de Almeida Neto

O médico e professor Eliano Pellini falou sobre Vinho e Sexualidade

José Remígio Neto recebeu a honraria das mãos da médica Isabela Coutinho

39º Congresso Pernambucano de Ginecologia e Obstetrícia da SOGOPE é sucesso em Gravatá Reunindo cerca de 400 participantes, entre congressistas, palestrantes e expositores, o congresso foi considerado um evento cientifico de alto nível intelectual pelos conferencistas e debates apresentados

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om o sentimento de missão cumprida e agradecido pelo reconhecimento do esforço e empenho de toda a equipe da SOGOPE à frente da organização do 39° Congresso Pernambucano de Ginecologia e Obstetrícia, evento caracterizado pelo porte intelectual de especialistas e tocoginecologistas do país, o presidente da entidade, Elias Melo, deu início à solenidade de abertura do encontro, que foi realizado de 23 a 25 de maio, no Hotel Fazenda Portal de Gravatá.

Numa cerimônia bastante concorrida, que reuniu cerca de 400 participantes, entre congressistas, palestrantes e expositores, a solenidade de abertura foi prestigiada pelo presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo, Etelvino Trindade; pelo convidado de honra, o médico Cícero Ferreira Fernandes Costa, que deu nome à Comenda de Obstetrícia; e por Eliano Arnaldo Pellini, que proferiu a palestra da noite “É um prazer recebê-los nesta cidade alegre, rústica e acolhedora, numa oportunidade para nos conhecermos melhor como pessoas e profissionais. Esta iniciativa vem honrar a classe médica pernambucana com uma programação diversificada e atualizada, que visa o fortalecimento da categoria, e, sobretudo, por temas que buscam o contínuo aperfeiçoamento em prol das mulheres”, declarou o presidente da SOGOPE, Elias Melo.

Na ocasião, o presidente da Febrasgo, Etelvino Trindade, saudou os

participantes, destacando: “a gente se reúne para qualificar. Nesses encontros, tenho certeza de que provocaremos através da troca de ideias e experiências, nosso crescimento profissional. A qualidade pode ser potencializada. Isso não tem limites”.

Homenagens – Na ocasião, a Comenda de Obstetrícia Cícero Ferreira Fernandes Costa foi conferida ao professor José Remígio Neto, que recebeu a honraria das mãos da médica Isabela Coutinho.

“Muito obrigado por participar deste brilhante congresso, que traz discussões bastante pertinentes”, ressaltou o homenageado. Em seguida, a vice-presidente da SOGOPE, Luiza Menezes entregou a Comenda de Ginecologia José Weydson de Barros Leal ao professor Paulo de Almeida Neto. “Fui o primeiro residente em Ginecologia no estado e recebo esta medalha com muita satisfação”, ressaltou.

Palestra – Com a degustação de vinhos produzidos nas terras pernambucanas e baianas do Vale do São Francisco, a concorrida e bem-humorada palestra Vinho e Sexualidade, proferida pelo médico e professor da Associação Brasileira de Sommeliers, Eliano Pellini, ganhou a simpatia e atenção do público apreciador.

“O sexo requer um ritual muito parecido com o do vinho”, disse o especialista, que fez um comparativo da bebida, com saúde e a cultura. A cerimônia foi encerrada com uma noite de queijos e vinhos.

PÁGINA-O6

Presidente da SOGOPE é paraninfo da UFPE

Sexualidade X HPV é tema de Congresso

SOGOPE promove Café Científico

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editorial Prezados colegas, A nossa Associação vive em função de vocês, associados.

Tentamos sempre trabalhar em prol da atualização científica, da defesa dos nossos interesses profissionais, na luta por melhores condições de trabalho e pelo respeito que nossa querida Tocoginecoliga merece. Mas também queremos oferecer um substrato lúdico, até para amainar nossa faina diária.

Nesse espírito, fiquei muito feliz com a repercussão do nosso congresso, que parece ter conseguido agradar a maioria, especialmente a abertura, com a maravilhosa e divertida palestra sobre vinho e sexualidade, apresentada pelo Professor Eliano Pellini, diante de grande audiência. A grade científica foi objeto de muitos elogios também.

Já estamos trabalhando para o próximo congresso, por isso agradecemos de antemão todas as críticas e sugestões que os colegas puderem enviar, concernentes ao congresso 2013 e as sugestões para 2014.

E para esse próximo congresso, que será de 22 a 24 de maio de 2014, estamos cogitando realizá-lo de novo na cidade de Gravatá, em virtude da esperada alta dos preços de hotéis em Recife, em virtude da copa do mundo. Precisamos da sua opinião também sobre esse tema, que pode ser enviada por email, pelo twitter ou facebook, para as contas da SOGOPE ou de qualquer membro da Diretoria.

Quero compartilhar ainda, com os colegas, a alegria de ter sido homenageado como Paraninfo da 123ª Turma de Medicina da UFPE, pois quero crer que se estende a todos os obstetras, pois tudo o que sou na especialidade foi devido aos mestres e colegas que tudo me ensinaram. Parabéns a todos!

Por fim, quero avisar que eu decidi votar e declarar meu apoio para a Chapa 1 do CREMEPE, por acreditar nas suas propostas e por que muito nos ajudaram na luta pela dignidade profissional.

Um grande abraço a todos!

Prof. Dr. Elias Melo Professor Adjunto de Obstetrícia – UFPE Presidente da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco - SOGOPE Vice-presidente da Comissão Nacional de Urgências Obstétricas - FEBRASGO

Expediente DIRETORIA Presidente: Elias Ferreira de Melo Júnior Vice-presidente: Maria Luíza Bezerra Menezes Diretor Financeiro: Luis Andre Marinho Lippo Vice-diretora Financeira: Simone Angélica Leite de Carvalho Silva Secretário Geral: Petrus Augusto Dornelas Câmara 1ª Secretária: Isabela Cristina Coutinho Albuquerque Neiva Coelho 2ª Secretária: Sheila de Melo Leoni Localizada na rua Guilherme Pinto, 146, Salas 114/116, Graças, Telefone (81) 3423.6444 Jornalista Responsável e Edição: Seabra Neto - DRT: 2.580 - e-mail: seabraneto@rpress.com.br Redação: Scharlene Mikelle - Rayanne Silva - Marina Cilião - Revisão: Fátima Seabra Projeto Gráfico: Rpress Comunicação - Tiragem desta edição: 1.300 exemplares Periodicidade: Trimestral - Impressão MXM Gráfica

O presidente da FEBRASGO, Etelvino Trindade, coordenou o Fórum

Congresso da SOGOPE acolhe IV Fórum de Defesa Profissional Uma oportunidade para provocar o diálogo, promover ações e discutir estratégias em benefício do fortalecimento da classe médica tocoginecológica de Pernambuco. Foi neste sentido que os integrantes do Congresso da SOGOPE participaram do IV Fórum de Defesa Profissional, realizado durante os cursos Précongressos, numa manhã marcada por discussões de importantes temas que polemizam e despertam o interesse dos profissionais da categoria. Coordenado pelo presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO, Etelvino Trindade, o ciclo de debates teve início com a palestra Disponibilidade do Obstetra para Assistência ao Parto, proferida pelo médico James Cadidé, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia – Sogiba. Na sequência, a vice-presidente da SOGOPE, Luiza Menezes, falou sobre os Honorários Médicos. Na opinião de Etelvino Trindade, a sociedade está cada vez mais intolerante com os desfechos equivocados de medicina devido à facilidade com que as informações são acessadas. “O posicionamento do médico passou a ser questionado por qualquer motivo. Trazer esses temas para debates sempre provoca as opiniões e são muito importantes para que os médicos procurem estar bem cercados de informações e processos da boa medicina”, afirmou o coordenador.

Curso Pré-congresso realiza Treinamento Prático em Emergências Obstétricas

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o Brasil, cerca de 3% dos bebês nascem de parto pélvico, geralmente por predisposição genética. A apresentação pélvica foi tema do Treinamento Prático em Emergências Obstétricas, coordenado pelo médico Luis Lippo e ministrado pela médica Melania Amorim. De acordo com a palestrante, embora estudos apontem algumas vantagens da cesariana em termos de redução da mortalidade perinatal, alguns vieses foram encontrados no maior ensaio clínico já Melania Amorim e Luiz Lippo realizado, o Term Breech Trial. Outro estudo que também demonstrou segurança do parto vaginal seguindo-se de protocolos selecionados foi o PreMODA. Além disso, o prognóstico dos bebês pélvicos, independente da via de parto, é ligeiramente pior do que o de bebês cefálicos. “Mesmo com uma política de cesarianas programadas, partos pélvicos podem acontecer em urgências e, assim, todos os obstetras devem estar treinados para assistir esses partos e assim melhorar o prognóstico perinatal”, pontuou Melania.

Ainda segundo Melania, na tentativa de prevenir nascimentos em apresentações pélvicas, algumas alternativas simples têm sido bem sucedidas quando indicadas às pacientes. “A associação de exercícios, acupuntura, o uso de moxabustão (acupuntura térmica) e, principalmente, a Versão Cefálica Externa – VCE tem reduzido significativamente a incidência de nascimentos pélvicos e de cesarianas”, destacou.

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Alberto Zaconeta discute sobre os Escores preditivos de risco

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rincipal causa de mortalidade materna no Brasil, a préeclâmpsia, doença que acomete 5% das gestações em todo o mundo, continua preocupando os médicos ginecologistas e obstetras. Por se tratar de uma patologia ainda grave, o assunto foi tema da palestra do médico e professor da Universidade de Brasília, Alberto Zaconeta, no 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE, durante a Mesa Redonda Síndromes hipertensivas na gestação, coordenada pela médica Melania Amorim, da Paraíba.

De acordo com Zaconeta, que discorreu sobre o tema Escores preditivos de risco, o diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia é fundamental para evitar complicações durante a gestação e o parto, bem como colabora para diminuir o índice da mortalidade maternidade. Atualmente entre 5% e 7% das grávidas brasileiras desenvolvem a pré-eclâmpsia se manifesta em 1,3 casos para cada mil partos. “A hipertensão descontrolada e as inflamações no pulmão e no fígado são uma das causas comuns da préeclâmpsia”, revelou o palestrante.

Estudo Piers– Outro ponto importante da palestra foi sobre o Estudo Piers (Pre-eclampsia Integrad Estimate of Risck) .

Segundo Zaconeta, o estudo tem como objetivo desenvolver o primeiro sistema de classificação da pré-eclampsia com base na capacidade para prever resultados adversos maternos e perinatais. “O desenvolvimento do modelo completo Piers foi concluído e o projeto está atualmente na fase de validação externa. Este modelo não se destina a substituir a avaliação clínica de rotina e estratégias de vigilância, e deve ser usado com cautela”.

Palestra de Alberto Zaconetta lotou o auditório

Alberto Zaconeta falou sobre Síndromes hipertensivas na gestação durante a Mesa Redonda

Conferência Internacional discute o papel da progesterona no abortamento recorrente O aborto espontâneo para quem aguarda, com expectativa, a chegada de um filho, é sempre muito frustrante e depressivo. No caso dos abortos recorrentes, a somatização é ainda maior.

“Nessas horas, o médico precisa e ir além da medicina e dar uma boa assistência (psicológica) ao casal”. Foi o que defendeu o especialista italiano, Giancarlo Di Renzo, ao terminar a Conferência Internacional O papel da progesterona no abortamento recorrente, durante o Congresso da SOGOPE. O médico italiano começou a palestra traçando um paralelo entre a mulher moderna e o abortamento recorrente, aquele em que a mulher apresenta duas ou três perdas gestacionais antes das 20 semanas de gestação. “Estudos revelam que cada mulher que sofre de abortos recorrentes tem uma história diferente; um diagnóstico reservado. Mas por outro lado, a maioria delas, é profissional do novo mundo dos negócios e está optando por engravidar cada vez mais tarde”, enfatiza Di Renzo.

Em seguida apresentou uma série de fatores que gera o abortamento recorrente e falou dos tratamentos através da suplementação de progesterona.

“Precisamos avaliar também as causas que levam a mulher a não segurar a gestação, como fatores genéticos, diabetes, estresse, endócrinos, hemovasculares e infecciosos. As causas anatômicas também são relevantes.

Cerca de 10% a 20% das mulheres apresenta má formação do útero”, alertou.

Giancarlo Di Renzo

04 04 ABORDAGEM CLÍNICA NA ENDOMETRIOSE Presidente: Lúcia Carvalho (PE) Conferencista: Rui Ferriani (SP)

conferência

Abordagem Clínica na Endometriose é tema de Conferência

Rui Ferriani abordou a Clínica na Endometriose

Transtorno ginecológico comum na população feminina mundial, a Endometriose atinge entre 6% e 10% das mulheres. Considerada uma patologia oculta, o tempo médio para o surgimento da doença e o seu diagnóstico varia de 7 a 9 anos, sendo agravado pela falta de reconhecimento dos sintomas, por serem inespecíficos e variáveis, superpondo com outras enfermidades. Esse assunto foi tema da conferência Abordagem Clínica na Endometriose, ministrada pelo médico Rui Ferriani, de São Paulo.

O especialista apresentou um panorama da Endometriose no mundo e norteou as condutas que devem ser adotadas pelos profissionais médicos. “Os tratamentos complementares, como terapias nutricionais, reflexologia, medicina chinesa tradicional, tratamento herbário e homeopatia podem melhorar a dor”, afirmou.

Segundo o conferencista, nas adolescentes, os sintomas são associados à menstruação, frequentemente tidos como 'normais'. “É preciso atentar para escolha do tratamento clínico sempre visando às limitações da paciente, pois ela sofre de uma doença muito incômoda. A reprodução assistida também é outro forte aliado das portadoras de Endometriose”, destacou Ferriani.

Importância do Sulfato Ferroso no período gestacional Segundo orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS, a suplementação de ferro deve ser recomendada para todas as mulheres no período gestacional. Estudos da OMS apontam que a taxa de prevalência de anemia na gestação está presente em 42% da população mundial, considerando que o percentual de hemoglobina esteja inferior a 11g/dl. Dentro dos “Top temas” atrelados à Assistência Obstétrica Baseada em Evidências, selecionados na programação coordenada por Ana Porto durante o 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE, o médico Luis Lippo destacou na palestra Sulfato Ferroso que, embora este seja um assunto corriqueiro para os tocoginecologistas, faz-se necessária uma atenção maior para a administração correta deste composto químico, visto que a suplementação difere de tratamento. “Para evitar a anemia, atualmente, o Ministério da Saúde recomenda a suplementação com 30-60mg de ferro elementar, diariamente e, se possível, na segunda metade da gestação. Uma vez constatada a anemia, deve ser tratada com 200mg de ferro elementar diários”, orientou Lippo.

Luis Lippo destacou em sua palestra a importância do Sulfato Ferroso

Papel da Suplementação Perioconcepcional do Ácido Fólico

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ambém conhecido por vitamina B9, o ácido fólico tem papel fundamental para uma gravidez saudável por ser eficaz para o desenvolvimento do feto, uma vez que a sua ação no organismo pode diminuir o risco de malformação congênita e tem capacidade de intervenção em numerosos processos metabólicos e psíquicos. Esse assunto foi destaque na Conferência Suplementação Perioconcepcional do Ácido Fólico, proferida pelo presidente da SOGOPE, Elias Melo, durante o 39º Congresso Pernambucano de Elias Melo Ginecologia e Obstetrícia.

De acordo com Elias Melo, a deficiência de ácido fólico, junto com a vitamina B12, pode ocasionar numa espinha bífida ou defeitos no fechamento do tubo neural – malformação na coluna vertebral e comprometimento das funções neurológicas – problema causado nas primeiras semanas do período gestacional. Durante sua apresentação, o conferencista ainda chamou a atenção para a necessidade de uma boa alimentação, pois a substância não é produzida pelo corpo humano. “Numa dieta normal, obtemos 200mcg de ácido fólico, mas só absorvemos metade, quando a necessidade diária para evitar o defeito de fechamento do tubo neural é de 400 mcg”, avaliou.

Na ocasião, Elias Melo destacou ainda que, apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa - já ter determinado a fortificação da farinha com a substância, desde 2002, ainda não é o suficiente para impedir os distúrbios do tubo neural.

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Carlos Vital, do CFM, fala sobre a Reforma do Código Penal em Relação ao Aborto

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O vice-presidente do CFM, Carlos Vital, esclareceu o posicionamento da entidade diante da questão do aborto

Mesa foi composta pelos médicos Olímpio Moraes, Eugênio Pita, que coordenou a conferência e Carlos Vital

odos os anos, cerca de 1 milhão de mulheres morrem no Brasil por cometerem o crime do aborto ilegal, muito deles, realizados em condições desumanas.

Abastadas ou carentes, elas buscam na clandestinidade o “apoio” para dizer não a uma gestação indesejada. Quem se submete ao procedimento pode ser detida, todavia, a grande “prisão” está na culpabilidade e nas consequências físicas, como infecções e lesões no útero. Polêmico, o assunto é questão de saúde pública, foi bojo da discussão Reforma do Código Penal em Relação ao Aborto, coordenado pelo médico Eugênio Pita, durante o 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE. O gatilho para o debate veio com a reforma do Código Penal, para qual o Conselho Federal de Medicina – CFM apoiou a autonomia da mulher em optar pelo aborto até a 12ª semana de gestação. O debate contou com a presença do presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo, Etelvino Trindade, e do vice-presidente do CFM, Carlos Vital, que esclareceu o posicionamento da entidade diante da questão do aborto sob a perspectiva da descriminalização, da saúde e dos direitos reprodutivos das mulheres. “O Conselho defende que o Brasil não considere o procedimento como ato criminoso, garantindo estrutura médica para o ato. O CFM também assume o compromisso de se manter atento aos interesses de médicos, pacientes e da sociedade em geral, e que o foco de todo o trabalho a ser desenvolvido recairá sempre sobre a busca de melhor assistência e de condições adequadas ao exercício da medicina”, garantiu Carlos Vital.

Palestra ressalta o papel do médico no combate a violência contra a mulher A mulher ainda sofre com a violência que, culturalmente ao longo da história, vem se perpetuando até os dias de hoje. No entanto, atualmente, graças à organização do movimento de mulheres, essa questão tem tido maior visibilidade, tanto pelo aumento do número de denúncias, quanto pelos avanços na legislação atual, que a reconhece como crime. Nesse contexto, o ginecologista tem ocupado uma posição relevante na vida das mulheres quando se refere às orientações gerais sobre saúde ao longo da relação que mantém com suas pacientes. Explorando essa temática, a secretária da Mulher de Pernambuco, Cristina Buarque, coordenou a mesa redonda Violência Contra a Mulher, realizada no 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE. Os papéis do ginecologista, da justiça e das políticas públicas entraram em debate, que contou com os dados informados pelo médico Carlos Noronha, a juíza de direito Marilúsia Pereira, e a diretora de Enfrentamento da Violência de Gênero da Secretaria da Mulher, Fábia Lopes. “Esta é uma discussão fundamental para que haja uma maior integração dos ginecologistas com os órgãos competentes no que diz respeito aos direitos da Mulher, pois existe uma necessidade para que estes profissionais saibam escutar, cada vez mais, suas pacientes. Havendo a notificação de violência, após o atendimento, é necessário que o médico faça uma notificação compulsória e encaminhe para os centros de referência especializados”, destacou a secretária, Cristina Buarque.

Cristina Buarque

06 06 SEXUALIDADE E HPV Presidente: Angelina Maia (PE) Conferencistas: Eliano Pellini (SP) Edison Fredizzi

Dueto

Sexualidade e HPV é tema de conferência no Congresso da SOGOPE Os vários tipos de HPV, formas de contagio e tratamentos foram discutidos no Dueto Sexualidade e HPV, que reuniu o médico e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Edison Fedrizzi; e o especialista paulista Eliano Pellini, durante o 39º Congresso Pernambuco da SOGOPE. Segundo Edison Fedrizzi, o HPV é uma das infecções que mais acomete as mulheres no país, sendo responsável por 98% dos registros de câncer de colo do útero no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada cinco mulheres é portadora do vírus e, a cada ano, 137 mil novos casos da doença são registrados no país.

Fedrizzi lembrou que a relação sexual ainda é a forma principal de transmissão do vírus (95%) nas regiões genitais feminina e masculina, contra apenas 5% da difusão através do contato físico e de objetos ou perinatal (durante o parto). “As regiões mais atingidas são colo do útero, ânus, vulva, pênis e paredes internas na vagina”, alertou o médico.

Ainda de acordo com Fredizzi, a vacina contra o papilomavírus (HPV) deverá ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 10 e 11 anos já no início do ano de 2014. Segundo o Ministério da Saúde, a vacina estará disponível em cerca de 5 mil postos, entre escolas públicas e particulares (em forma de campanha) e unidades de saúde, de maneira permanente. “Estima que no Brasil ocorram, em 2013, 17,5 mil novos casos de câncer do colo do útero, cujo uma das principais causas é o HPV”, alerta o palestrante.

Por último, o palestrante afirmou que a vacina continua sendo a maneira mais eficaz para se combater o PHV, bem como destacou que não existe um tratamento padrão para a infecção por HPV. “O médico pode recorrer à combinação de mais de um método e a escolha desses procedimentos dependerá do tipo, da localização e da extensão da lesão”, garante Fedrizzi.

Edison Fedrizzi fez dueto com...

...o especialista paulista Eliano Pellini

Médicos discutem Casos Clínicos em Gestação de Alto Risco Temas como: A importância de controlar a glicemia das diabéticas; Os métodos para avaliar o oligoâmnio; e o Tromboembolismo na gestação, de grande relevância para a comunidade tocoginecológica por auxiliar na redução da mortalidade materna e fetal, foram destaques na Discussão de Casos Clínicos em Gestação de Alto Risco, ocorrida durante o 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE. O médico paraibano Roberto Magliano, coordenador dos debates, avaliou a importância dos temas e destacou que o controle glicêmico na gestante diabética pode ser alcançado com dieta, exercícios, insulina e também com hipoglicemiantes, reduzindo os riscos de fetos macrossômicos e de morte fetal. Já o oligoâmnio, pode estar associado a malformações do trato urinário fetal, à insuficiência placentária e à hipóxia fetal. “O seu diagnóstico é dado por ultrassom, mas deve ser criteriosamente avaliado de acordo com o contexto clínico, pois muitas cesarianas em gestantes de baixo risco e com fetos hígidos têm sido desnecessariamente indicadas, com base em resultados de exames de ultrassom falso”, indicou Magliano.

André Luiz Malavasi

Dentro do ciclo de debates, com o tema Tromboembolismo, o médico André Luiz Malavasi, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explicou que a gestação, por si só, aumenta o risco de tromboembolismo e, caso a paciente apresente fatores de risco como obesidade, hipertensão, raça negra, tabagismo, antecedentes tromboembólicos etc, é indicada a profilaxia com heparina de baixo peso molecular, particularmente, no momento do parto e pós-parto. “O tromboembolismo venoso (Trombose Venosa Profunda e Tromboembolismo Pulmonar) é a principal causa de morte materna evitável em países desenvolvidos. De cada 1000 partos, uma gestante tem TVP ou TEP. Quando a profilaxia é bem indicada, o risco de morte cai próximo de 0%”, destacou Malavasi.

07 07

Ciência da simulação aliada à formação médica é destaque no Congresso Um dos atuais desafios das instituições de ensino médico é inserir a ciência da simulação à educação e ao treinamento para procedimentos cirúrgicos, com a finalidade de garantir a formação dos profissionais de saúde sem a necessidade de lidarem diretamente com pacientes nos estágios iniciais de aprendizagem. Os avanços tecnológicos tornaram os simuladores médicos sofisticados e têm sido empregados, cada vez e em maior número, nos cursos de medicina ao redor do mundo. Coordenando uma manhã de debates envoltos do tema Desenvolvimento da Simulação Cirúrgica no Estado de Pernambuco, o médico Marcos Lyra, destacou durante 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE, que Pernambuco ganhou projeção internacional dentro desta nova dinâmica. “Pernambuco é o primeiro, e único, no país a entrar no mercado de simuladores cirúrgicos realísticos. Hoje exportamos nossos produtos para 50 países”.

Segundo Lyra, as simulações buscam reproduzir as mesmas dificuldades que podem ocorrer na realidade. “Quanto mais próximo ao ideal o aluno atingir, mais estará apto a iniciar o procedimento em seres humanos. É uma maneira de estimular a autoconfiança do cirurgião, enquanto observamos sua habilidade”.

Congressistas discutem o papel da Enfermeira obstetra na sala do parto A conduta da enfermeira obstétrica, até algum tempo, era similar a dos médicos, quanto às ações de pré-natal, parto e puerpério, a exemplo da manipulação de ocitócitos e inibidores da contração uterina, monitorização fetal, e a episiotomia.

Todavia, sua atuação vem sendo cada vez mais impulsionada no que diz respeito à qualidade da assistência pelas contribuições na redução da morbimortalidade materna e neonatal, por proporcionar, também, ações de apoio à mulher durante o trabalho de parto e orientações quanto à sua saúde e o cuidar do bebê.

Nesse contexto, a enfermeira Marcela Natal proferiu a palestra Contribuição da Enfermagem na Emergência Obstétrica, realizada durante o 39º Congresso Pernambucano da SOGOPE. De acordo com a palestrante, a presença da enfermeira obstetra reforça uma série de atribuições: vigilância contínua, administração de medicamentos, intercorrências, o preenchimento do partograma, importante instrumento de análise da assistência, além do estímulo ao parto eutócico, garantindo o bem-estar materno e fetal. “Esta profissional tem a função de estimular as chances de parto vaginal, o aleitamento materno, e reduzir o número de intervenções como episiotomia, analgesia peridural e parto instrumental”, concluiu Marcela Natal.

Simulação Cirúrgica

O palestrante Marcos Lyra

Ação social do Congresso leva educação sexual a jovens de Gravatá Cada vez mais precoce entre os jovens, o primeiro contato sexual provoca na mente dos adolescentes um emaranhado de dúvidas sobre temas como: camisinha, identidade, sexo, e Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST. Assuntos que nem sempre são totalmente esclarecidos de forma correta. Por outro lado, surgem problemas de ordem biológica, psicológica e social, gerados por não haver um acompanhamento educacional, a partir do instante que estes jovens manifestam as primeiras alterações da libido. Nesse contexto, numa ação social, a SOGOPE promoveu durante o Congresso de Ginecologia e Obstetrícia, um aulão com o tema Educação Sexual para 150 estudantes da rede municipal de Gravatá, em parceria com a Secretaria de Educação da cidade e o Hotel Portal de Gravatá. De maneira descontraída, a ginecologista e terapeuta sexual, Angelina Maia, esclareceu questões relacionadas ao sexo. “Existe uma deficiência em ensinar e esclarecer essas questões livre de preconceitos e tabus. Falar de sexo ainda provoca constrangimentos em algumas pessoas, mas é de extrema importância o debate dentro da sala de aula”, afirmou Angelina. Para a secretária municipal de Educação de Gravatá, Francisca Nogueira, o conhecimento de uma profissional levou mais segurança para os adolescentes. “Foi uma oportunidade excelente, indo além do que eles aprendem na disciplina de ciências”, reforçou.

A enfermeira e palestrante Marcela Natal 150 estudantes da rede municipal de Gravatá participaram da palestra

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Café Científico da SOGOPE reúne ginecologistas e obstetras Trombofilias no Ciclo Gravídico-Puerperal

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27º Café Científico, promovido pela SOGOPE, no dia 27 de abril, sob mediação do vice-diretor Científico de Ginecologia da entidade, Hélio Costa, discutiu o tema Trombofilias no Ciclo Gravídico-Puerperal. Abrindo o evento com a palestra Quando e como investigar, Hélio Costa apresentou dados sobre a incidência da doença tromboembólica no país, que acontece de 0,6 a 1,3 casos para mil gestações. Segundo o palestrante, não há evidência definitiva de associação das trombofilias com as complicações obstétricas. “Esta associação está mais atrelada à pré-eclâmpsia grave e precoce, com a perda do feto no segundo e terceiros semestres”, disse.

Dando continuidade, o presidente da SOGOPE, Elias Melo, que ministrou a palestra Como conduzir a gestação, iniciou sua apresentação levantando um questionamento: “Será que realmente existem complicações obstétricas relacionadas à trombofilia?” Na ocasião, o professor destacou a relevância dessa síndrome, os fatores de risco, e orientou o uso dos anticoagulantes Heparina e Warfarin. “Seguindo a conduta do Ministério da Saúde, hoje, nós temos a certeza, com relação à segurança da Heparina”, destacou.

A conclusão do Café ficou a cargo da hematologista, Joana Khoury, com a temática Como tratar os eventos tromboembólicos, que ressaltou a importância da ultrassonografia Doppler e do ecocardiograma, por se tratar de procedimentos não invasivos.

Aplicações da Radiointervenção em Ginecologia e Obstetrícia.

Coordenado pelo radiologista Gustavo Andrade, o 28º Café Científico da SOGOPE, realizado no dia 29 de junho, teve como tema Aplicações da Radiointervenção em Ginecologia e Obstetrícia. Abrindo o encontro, o ginecologista obstetra Marcos Messina, de São Paulo, discorreu sobre o tema Embolização como Gustavo Andrade, Norma Brito e Marcos Messina tratamento dos miomas uterinos. Trata-se de uma técnica na qual microesferas injetadas levam à diminuição e ao fechamento do mioma. “Esse tratamento é bom para a mulher que quer tratar o mioma e preservar o útero. Em 90% dos casos, as técnicas convencionais cirúrgicas resolvem, porém como em 10% há certa dificuldade, a embolização, procedimento realizado por cirurgião vascular intervencionista, é o mais adequado”, afirma.

Síndrome da congestão pélvica: tratamento endovascular. Este foi o tema da palestra da radiologista intervencionista Norma Brito Pires, que afirmou ser comum as varizes pélvicas, embora pouco diagnosticadas. “Entre os métodos utilizados, a embolização, que utiliza um cateter, é o menos invasivo para a saúde da paciente. As chances de cura são em torno de 70”, garante Norma.

Gustavo Andrade fechou o café com a palestra Outras aplicações da Radiologia Intervencionista na GO. Ele apresentou outros tipos de procedimentos, onde a radiologia intervencionista pode ajudar no tratamento, como a recanalização das trompas uterinas por cateter, nos casos de mulheres que são inférteis, além de tratamento a base de hormônios para as pacientes que apresentam tumores.

Premiação dos Temas Livres encerra programação científica do Congresso da SOGOPE A cerimônia de premiação e apresentação dos trabalhos premiados nos Temas Livres encerrou a programação científica do 39º Congresso da SOGOPE, em Gravatá. Na ocasião, o médico Luis Lippo, coordenador da ação, destacou o mérito dos vencedores destacando que esta é uma excelente oportunidade para os jovens médicos exibirem suas pesquisas, oxigenando ainda mais as discussões dentro da especialidade.

Na ocasião, o trabalho Avaliação da dor no pós-operatório de Histerectomia Abdominal Total, de autoria de Nicole Viana Leal, Rebecca Castelo Branco de Brito, Alexandre Magno da Nóbrega Marinho, Fabiana de Oliveira Melo; Marianny Assis Costa e Melania Maria Ramos de Amorim, recebeu o prêmio Dr. José Weydson C. de Barros Leal como o melhor tema livre apresentado na Categoria Ginecologia.

Já Categoria Obstetrícia os vitoriosos foram: Yasmin Oliveira de Carvalho, Amanda Rêgo de Vasconcelos, André Pereira Moreira, Jousilene de Sales Tavares, Adriana As estudantes Yasmin Carvalho e Nicole Viana Suely de Oliveira Melo e Melania Amorim, com o trabalho Respostas Hemodinâmicas Maternas a Duas Modalidades de Exercício Físico Moderado (esteira rolante e bicicleta estacionária), que recebeu o prêmio Dr. Cícero Ferreira Fernandes Costa como o melhor tema livre apresentado na categoria de Obstetrícia.

Luis Lippo ressaltou a implementação do Prêmio Martiniano Fernandes, onde cada instituição pernambucana que tem residência médica em Tocoginecologia apresentou a melhor monografia de conclusão de curso dos seus residentes. Para tal incumbência, a comissão composta por Lippo, o presidente da SOGOPE, Elias Melo, e pelo médico Olímpio Moraes, escolheu a monografia Terapia Abreviada Pós-Parto com Sulfato de Magnésio na Pré-Eclâmpsia Grave: Ensaio Clínico Randomizado, da residente do IMIP, Sabina Bastos Maia.