O drag達o que sonhava ser bombeiro
Cirilo, o dragão que sonhava ser bombeiro copyright © 2010 Carolina Bacelar copyright © 2010 Solisluna Design Editora
Edição Enéas Guerra Valéria Pergentino Design e Editoração Valéria Pergentino Elaine Quirelli Capa e ilustrações Enéas Guerra Revisão de Texto Maria José Bacelar Guimarães Texto revisado segundo o novo acordo ortográfico da língua portuguesa que entrou em vigor em 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bacelar, Carolina Cirilo : o dragão que sonhava ser bombeiro / Carolina Bacelar ; [ilustrações Enéas Guerra]. -Salvador, BA : Solisluna Design Editora, 2010. 1. Literatura infantojuvenil I. Guerra, Enéas. II. Título.
10-08394
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantojuvenil 028.5 2. Literatura juvenil 028.5
Todos os direitos desta edição reservados à Solisluna Design Editora Ltda. (71) 3379.6691 | 3369.2028 editora@solislunadesign.com.br www.solislunadesign.com.br www.solislunaeditora.com.br
O drag達o que sonhava ser bombeiro
O drag達o que sonhava ser bombeiro bombeiro Bahia 2010
Sumário A Floresta Mágica
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Desejo de Dragãozinho
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A Preparação
17
A Bruxa Pepita e as Cavernas do Monte Furado
19
Os Três Pedidos
25
Zezinho, o Macaco Roxo
29
Os Unicórnios do Vale dos Girassóis Vermelhos
37
O Ouro Azul das Montanhas Barbudas
43
A Verdadeira História
49
O Retorno dos Três Bombeiros
53
O Reencontro com Mestre Topázio
57
A Floresta Mágica
A
Floresta Mágica, uma região de paisagens muito parecidas com aquelas encontradas na Floresta Amazônica, no Brasil, é um dos lugares mais belos do Reino do Vale Encantado. Repleta de árvores raras, rios caudalosos e animais já extintos entre os humanos, é lá que mora o dragãozinho Cirilo. Cirilo não é um dragão normal. Ele pertence à linhagem real dos dragões metálicos alados, originários do Polo Norte. Por causa de suas carapaças cintilantes, que funcionam como isolantes térmicos, eles são capazes de sobreviver nas regiões mais frias do universo. No entanto, eles tiveram que migrar para terras equatoriais por razões bem peculiares: não apenas cospem fogo, mas também arrotam, soluçam, balbuciam e sopram fogo. Quase derreteram todos os blocos de gelo do continente polar em pouco mais de duas gerações! Neste ponto, a Floresta Mágica foi um lugar perfeito para recomeçarem a raça. 7
Desde o dia em que saiu da casca do ovo, Cirilo se mostrou diferente dos dragões de sua raça. Ainda cambaleando, avistou as águas do translúcido Rio Verdejante e foi molhar suas asinhas recém-formadas. O tempo passou e as coincidências só aumentaram. Sua primeira palavra? Água. O que mais gostava de fazer? Nadar no Rio Verdejante. Principal brincadeira? Tocar fogo nos arbustos e trazer um pouco de água para combater o pequeno incêndio. O que mais gostava de comer? Melancia, melão, abacaxi, laranja e todas as outras frutas cheias de água. O que mais gostava de beber? Água, água e, claro, água! Porém, apesar desse comportamento meio esquisito, Cirilo também apresentava a característica mais típica dos dragões metálicos alados: ele soltava fogo pelas ventas! Seu pai, Drago Soltandofogo, se orgulhava das inúmeras fraldas queimadas e sua mãe, Drica Labaredas, não se cansava de ganhar beijos escaldantes. Ela vivia com as bochechas rosadas! A verdade é que Cirilo sofria com sua falta de habilidade com o fogo. Por não conseguir controlar suas chamas, Cirilo quase não tinha amigos. Uma vez, por exemplo, quando Cirilo ainda era filhotinho, seus pais o levaram para a festinha de aniversário de Lilinha, filha de Mário Fofão e Julibola, um casal muito simpático de hipopótamos. A aniversariante vestia uma saia rosinha, cheia de babados, feita exclusivamente para aquele dia. A decoração 8
da festa estava radiante. Os pais de Lilinha conseguiram alguns papéis coloridos com um mágico que tinha visitado a floresta há poucos meses e, com a ajuda de outros animais, espalharam bandeirolas pelo salão de festas da floresta. Cirilo foi um dos primeiros a chegar. Logo lhe ofereceram um pouco de Magnorama, uma bebida gasosa, produzida pelos chimpanzés da floresta, e que era a maior sensação entre os filhotes. O dragãozinho se engasgou e arrotou seguidas vezes, pondo fogo em toda a decoração da festa. Os anfitriões e os convidados ficaram muito frustrados, pois a festinha precisou ser encerrada antes mesmo dos parabéns. Desde então, o dragãozinho fez poucas amizades e raramente foi convidado para festas de aniversário. Para sermos bem exatos, ele tinha apenas dois bons amigos: a cobra Nadine Naja e o leão Lindonésio Formoso. Nadine, uma cobra naja de arrepiar qualquer ser humano desprevenido, era, na verdade, uma criatura meiga e dengosa. Ela ficou sua amiga depois dele tê-la salvado de um afogamento. Alguns macacos pirracentos disseram a Nadine que ela precisava aprender a nadar, pois as águas do Rio Verdejante hidratavam muito a pele. Como Nadine sempre andava com a pele descascando, aquilo lhe pareceu uma grande salvação medicinal! Boba! Depois que entrou na água, Nadine percebeu que tinha sido vítima de uma brincadeira de mau gosto. Nadar não era tão simples como tinha imaginado: 9
requeria certa prática. Por sorte, Cirilo estava tomando seu banho habitual e pôde salvá-la do afogamento. Lindonésio Formoso, o leão, acompanhava Cirilo nas brincadeiras dentro do Rio Verdejante. Muito vaidoso, Lindonésio tomava banho todos os dias e sempre pedia a Cirilo que soprasse jatos quentes para secar sua juba. Às vezes, seus pelos dourados eram chamuscados por algumas faíscas e ele ficava preocupadíssimo com sua imagem. Mas, normalmente, o leão saía com uma juba majestosa do “salão de beleza selvagem” improvisado pelos dois. Apesar de Lindonésio se sentir muito especial por ter um dragão alado como melhor amigo, a verdade é que ele gostava profundamente do desengonçado dragãozinho.
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