Oxum
Copyright ilustrações e texto © 2011 Edsoleda Santos Copyright © 2011 Solisluna Design Editora Edição Enéas Guerra Valéria Pergentino Texto e ilustrações (pinturas) Edsoleda Santos Design e editoração Valéria Pergentino Elaine Quirelli Revisão do texto Maria José Bacelar Guimarães Nota do editor: A autora baseou-se na versão original de Pierre Verger para o texto e a criação dos desenhos.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Santos, Edsoleda Oxum / Edsoleta Santos ; baseado na obra de Pierre Fatumbi Verger. -- Lauro de Freitas : Solisluna Editora, 2011. ISBN 978-85-89059-40-4 1. Contos africanos - Literatura infantojuvenil I. Verger, Pierre, 1906-1996. II. Título. 11-11466
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático: 1. Contos africanos : Literatura infantojuvenil 028.5 2. Contos africanos : Literatura juvenil 028.5
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BAHIA 2011
Baseado na obra de
Pierre Fatumbi Verger
Edsoleda Santos
Ore Yèyé o!!!
E
m um tempo muito antigo na Nigéria, país africano, o rei Larô convidou o seu povo para acompanhá-lo numa jornada em busca de um local promissor para estabelecer-se e fundar a sua cidade. Durante a caminhada, surgiram dificuldades, como falta de água e de alimentos, sem contar com os ataques de animais ferozes e peçonhentos que surpreendiam e assustavam.
Apesar de todos os desconfortos, o grupo caminhava com otimismo, agitando a poeira da terra seca debaixo do sol ardente. Dia após dia, apreciavam a mesma paisagem de vegetação rasteira, årvores esparsas e raros riachos, na certeza de logo encontrar o terreno desejado.
Pois bem, não demorou muito para receberem o merecido descanso. Numa bela tarde de céu azul e nuvens claras, Larô e seus companheiros encontraram uma floresta com árvores frondosas debruçadas sobre um extenso espelho d’água. Larô aproximou-se das margens do rio, saudou as divindades da floresta sagrada e das águas doces e depois falou para seus companheiros: – Temos que agradecer muito esse grande presente da natureza, pois raras vezes encontrou-se um local tão repleto de terrenos férteis banhados por águas limpas e transparentes. Repetiu três vezes a palavra Axé e concluiu: – Fomos recompensados pela nossa fé. Terminadas as saudações, Larô deu início aos trabalhos de construção da cidade.
Enquanto isso, uma de suas filhas, atraída pela cor verde azulada do rio, foi banhar-se, desaparecendo minutos depois. Todos pensaram que a menina tinha se afogado. Naquele momento, porém, ela foi chamada pela deusa do rio, uma linda moça de cabelos trançados com fios de ouro e rosto parcialmente coberto por um véu de miçangas amarelo-ouro que deixava entrever seu olhar doce e seu sorriso sedutor. Surpreendida, a menina perguntou: – Onde estou? E quem é a senhora? A moça, com voz meiga, lhe respondeu: – Eu sou Oxum, a divindade do rio. O meu poder abrange todas as coisas que vibram nas profundezas das águas. A menina, ainda assustada e confusa, sente o seu corpo tremer, mas Oxum procura acalmá-la docemente:
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