Quem é você? Além do que pensa que é!

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Norma Teixeira Vicente





Norma Teixeira Vicente


Quem é você? Além do que pensa que é!

copyright textos e desenhos © 2016 Norma Teixeira Vicente EDIÇÃO

Enéas Guerra Valéria Pergentino PROJETO GRÁFICO E DESIGN

Valéria Pergentino Elaine Quirelli CAPA

Enéas Guerra ILUSTRAÇÕES

Norma Teixeira Vicente REVISÃO DE TEXTO

Maria José Navarro de Oliveira Maria José Bacelar Guimarães

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Vicente, Norma Teixeira Quem é você? : além do que pensa que é! / Norma Teixeira Vicente. -- Lauro de Freitas, BA : Solisluna Editora, 2016. Bibliografia. ISBN 978-85-89059-75-6 1. Autoconhecimento 2. Cosmologia 3. Espiritualidade 4. Vida espiritual I. Título. 16-01883    CDD-299.93 Índices para catálogo sistemático: 1. Autoconhecimento : Ensinamentos : Religiões de natureza universal 299.93

Todos os direitos desta edição reservados à Solisluna Design Editora Ltda. 55 71 3379.6691 | 3369.2028 editora@solislunadesign.com.br www.solislunadesign.com.br www.solislunaeditora.com.br


Aos meus Queridos Mestres e a meu Querido e Velho Amigo, que me abriram a porta da eternidade. À minha mãe Meiga Teixeira Vicente e a meu pai José Vicente da Silva Filho, um sereno guardião que me autorizava a ultrapassar essa porta da eternidade e a segurava aberta, para que eu não sentisse medo enquanto transitava daqui para lá e de lá para cá. Com sua capacidade de ação amorosa, fortaleceu a minha estrutura psicológica e me legou condições para uma vida cotidiana confortável, respaldada na ética, no caráter, na firmeza de intenções e na vibração do Amor.


Agradecimentos

P

rimeiramente, agradeço ao meu Grande Amor, nesta existência. Ele, sem saber que sabia, juntou sua alma à minha e despertou meu corpo para compreender a qualidade de Amor transcendente, Incondicional, que está além desse Amor que conhecemos na matéria. Por contingência desse AMOR despertado, agradeço ao Bem e ao Mal, ao Certo e ao Errado, aos que Buscam e aos que Negam, aos Tristes e aos Alegres, aos Generosos e aos Egoístas, aos Orgulhosos, aos Raivosos, aos meus amigos Plantas, Pedras e Animais, Vírus, Bactérias, Células e Moléculas, ao Vento, à Água, à Terra e ao Fogo. A tudo enfim que me cerca, que me compõe. Convivendo com tudo isso em mim pude compreender o que sou e pude compreender que tudo isso sou eu. Agradeço aos meus dois irmãos queridos, Ruy e Ney, e aos meus filhos amados Ricardo, Tatiana, Renata e André, que aceitaram se expor junto comigo tão respeitosamente e honrar esse projeto do livro. Agradeço aos filhos dos meus filhos, Camila, Aninha, Ruan, João Pedro, Marina que aceitam e brincam com os meus ensinamentos e asseguram a ousadia, a alegria e a jovialidade da minha criança buscadora de tantas aventuras preciosas, e a Clarinha que nos trouxe a experiência do Amor Incondicional. Às minhas primas Aline, Angélica, Graça e Vera Marcia (in memorian) que me ajudaram muito. Nos gostamos tanto, de forma tão cúmplice e profunda, que parecemos galhos de uma mesma árvore frondosa e de beleza inconfundível. Aos amigos e parceiros de Amor Incondicional e gratidão profunda que colaboraram de diferentes formas, ajudaram,


ensinaram, pesquisaram, discutiram e revisaram o livro comigo: Ary Faria Bastos, Ney Blazzio, Valmir José Trentadue, Leda Regis, Sergio Emmanoel Teixeira, José Arnaldo Laguna, Maria Alice Queiroz, Celia e Carlos Marques, Luis Guilherme Pontes Tavares, Bernadete do Amor Divino, Luciano Simas, Maria Madalena F. Vieira, Ashima L. de Lima, Ricardo Newton de Lemos, Ieda Freitas, Wilkson Resende, Jussara e Marcio Rego, Aldelice Almeida Araújo, Mosa Bandeira, Cristina Curto, Ruth Brasil Mesquita, Larissa Seixas, Marta Burity Vicente. Tenho certeza de que nos encontramos sempre nos jardins da eternidade para trocar ideias sobre nossas experiências comuns, tão atuais quanto eternas. A tantos amigos mais, que minha mente não pontuou, mas meu coração elegeu para amar, e a você que está lendo o livro, agradeço com este poema de meu querido João Pedro, escrito aos 8 anos de idade.



Sumário Primeira parte 13 Há coisas que você quer saber... Tenho coisas a lhe contar... 15 O inesperado é assim... Adora fazer surpresas 21 Eu busco, tu buscas, ele busca 27 Como comecei a lembrar o que sou, além do que me disseram 47 Introdução aos Mestres 53 Encontro com os Mestres 75 Água: Amor Absoluto 81 Despertar 97 O livro de Lembrar 107 Propósito Maior Segunda parte 115 Há mais coisas que você quer saber... Tenho coisas a lhe revelar... 116 Você? 179 A grande pergunta 183 Introdução à Terceira Parte Terceira parte 195 Há coisas que você precisa receber... Tenho coisas a lhe entregar... 197 Os Sons Cósmicos Resgate da harmonia física, da serenidade e do Amor Original 369 Conclusão? Não. Nada está concluído 373 O fim é sempre o início de um novo começo 379 Fechando com a chave da eternidade 381 Referências

A pêndice em cores 385 Mestres da Hierarquia Cósmica 404 Mestres da Hierarquia Terrestre ou Mestres da Hierarquia do Universo



Primeira parte



Há coisas que você quer saber... Tenho coisas a lhe contar...

M

as antes de contá-las, devo citar umas sábias palavras do professor e filósofo brasileiro Huberto Rodhen (2007, p. 106):

Quem se torna receptivo, recebe. O recebido está no recipiente segundo o modo do recipiente [...] A realidade cósmica é infinita – mas a facticidade humana recebe algo dessa Realidade de acordo e proporcionalmente à capacidade e ao modo peculiar do recipiente [...] Quem vai colher água no oceano colhe dessa água o volume correspondente à capacidade do recipiente [...]

A ele sou grata por essa brilhante e providencial declaração. Com muito respeito, estou me respaldando confortavelmente em suas palavras para proteger as limitações da minha condição de recipiente, porque as reconheço todas. E por que eu e você? Porque chegou a hora. O dia amanheceu. É hora de acordar. Acordar a sua consciência, para que você possa lembrar do Conhecimento trazido da sua origem cósmica e registrado no seu DNA. Com a consciência desperta, o acesso ao Conhecimento se dará na proporção do seu empenho de busca. Aos poucos ele lhe trará autoridade sobre si mesmo. A autoridade da essência sobre sua consciência. A autoridade da essência gera a autoria. A autoria se expressa quando a razão se entrega ao coração e com ele estabelece uma parceria de Amor. Na companhia desse Conhecimento amoroso, a vida se torna uma aventura de Amor; uma odisseia de infinita beleza; de serena compreensão de si, do outro, do significado da vida e do viver. 13



O inesperado é assim... Adora fazer surpresas Nenhuma mente que se abre para uma nova ideia voltará a ter o tamanho original Albert Einstein1

S

urpreendentemente, encontrei com meu amigo Luis Oliveira em uma livraria. É um amigo daqueles que, com um jeito lúdico, sabe sintetizar aquilo que queremos transmitir. Atualizamos nossas vidas rapidamente e lhe contei sobre o livro que estava escrevendo. Ouvi essa poética e simples definição: – Minha amiga, este é um livro de Lembrar! Sorri feliz em retribuição. Mesmo sem ter lido uma única linha do livro, ele captara o foco da minha intenção – Lembrar. Em um verdadeiro encontro é assim; eu te acrescento, tu me acrescentas; já não somos mais os mesmos. Então, eu digo a você com uma intimidade carinhosa: este livro precisa ser lido com o coração de sua criança interior, livre de conceitos e de críticas; aquela criança que, como todas as outras do mundo, buscou aprender a linguagem da comunicação, o B+A = BA. Mas a linguagem que vai resgatar agora é a do seu coração, e com essa linguagem você se conecta ao Self, consciente e inconsciente integrados, e todos os portais e portas do Conhecimento se abrirão. Sendo assim, não há nada para aprender aqui... porque tudo o que veio buscar, você já sabe.

1

Albert Einstein apud Santos (2008, p. 2).

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Há muito Conhecimento para Lembrar. O que lhe apresento neste livro é apenas um pouco do que fui lembrando através da meditação diária, e o que alguns Seres Superiores me ajudaram a lembrar. Portanto, isso não significa “absoluto, nem definitivo”, porque há muito mais... e mais, numa quantidade infinita. Convido-lhe a abrir um espaço na sua mente concreta para refletir sobre essas possibilidades que eu aqui relato e que já estão em você. É sempre enriquecedor quando nos abrimos para ouvir sobre outras experiências, novos paradigmas e sobre a derrubada de “muros de separação” entre o mental concreto e o mental abstrato, e a retirada das “camadas de véus” entre o mental abstrato e o mental superior.2 Há umas palavras de Frei Betto (1995, p. 252) que são muito coerentes com o pedido que lhe fiz quanto a abrir um espaço na sua mente e agregar novas informações: Não se obtém abacate de vaca nem leite de abacateiro. Mas obtém-se saúde bebendo o suco que resulta da mistura entre leite e abacate. (Pode-se acrescentar uma pitada de açúcar e umas gotas de limão. Um é doce, o outro, azedo. Juntos realçam o sabor do suco). Sinto que resultaria em algo muito rico, para todos, juntar cientistas com meditação.

A meditação é um dos caminhos que considero mais valiosos para o encontro com “O Conhecimento Maior” que já trazemos em nós. Esse Conhecimento é muito generoso e cheio de aquietante compaixão. Ele nos acalma em pequenos sussurros, dizendo que 2

Nas filosofias orientais, fala-se dos vários corpos que temos além do corpo físico, a saber: corpo físico, corpo etérico, corpo astral ou emocional, corpo mental concreto (a mente do ego), corpo mental abstrato, aquele com o qual acessamos os três corpos superiores a seguir: corpo mental superior (Consciência superior ampliada), corpo búdico (vida consciência) e corpo átmico (vida energia).

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a crença que orienta cada momento nosso é “a nossa verdade então” e essa verdade está de acordo com o nível de consciência que conseguimos desenvolver até ali, bem como com a frequência de energia em que estamos inseridos no mundo da matéria, em cada período da nossa vivência como seres humanos. Portanto, não há erro, há experiência sempre. Tudo é perfeito como está acontecendo, porque tudo está incluído no Todo para ser experimentado, e acontece de acordo com o nosso nível de consciência e com as nossas escolhas. É uma questão, apenas, de escolher o que se vai experimentar a cada instante. Para isso temos o livre arbítrio. Cada um é responsável pelo que escolhe vivenciar dentro do leque de experiências disponíveis na frequência de energia a que pertence. Também não há perdas. Não há perda de tempo, de liberdade, de consciência, nem de bens. Há oportunidade de compreender cada acontecimento, cada coisa na qual se escolhe acreditar, cada situação que se escolhe vivenciar, cada comportamento e atitude que se escolhe ter e, a partir dos resultados e consequências deles, permanecer como está ou mudar... ou transformar... ou transmutar. É simples. É sem exigências... É no tempo de cada um. É de acordo com o nível de consciência que se vai conquistando a cada experiência nas existências, porque a experimentação é infinita. Se a mudança não acontecer agora, fica para a próxima. Quero dizer... a próxima existência, a próxima dimensão, a próxima frequência de energia, a próxima vida paralela ou a vida paralela próxima, quem sabe?! Tudo é possível! No mundo da energia tudo é surpreendentemente possível. As civilizações sempre estiveram ávidas por se comunicar com mais e mais pessoas para obter e trocar conhecimento. Isto acontece desde os tempos mais remotos e culmina, agora, com a comunicação rápida e desenfreada por meio da internet. Toda

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essa tecnologia materializada e toda essa infinidade de informação disponível nos meios de comunicação levantam e reforçam, para mim, uma hipótese: Se temos a capacidade de projetar e produzir aparelhos para milhares de funções é porque temos dentro de nós a capacidade desses mesmos aparelhos. Desde adolescente eu pensava: Se o homem projetou o avião para voar e mudar de espaço geográfico rapidamente, é porque ele mesmo sabe fazer isto: estar no lugar que quiser, à hora que quiser, com o seu próprio corpo, mesmo que seja um corpo não físico. Se inventou o aparelho de televisão que projeta imagens em milhares de lares é porque ele sabe projetar-se: projetar a sua própria imagem onde quiser, simultaneamente. Se teve a capacidade de inventar o telefone tradicional e depois, o celular, é porque ele sabe se conectar por sinais vibratórios. E assim, há uma infinidade de outros exemplos de aparelhos e tecnologias criadas pelo ser humano que revelam as nossas próprias possibilidades internas. Temos essas capacidades e habilidades porque as trazemos inscritas na nossa alma, nesse núcleo atemporal de consciência que guarda consigo toda a nossa história, todo o Conhecimento que trouxemos do nosso Ser Cósmico e que amealhamos ao longo dos tempos em que fazemos experiências de vida nos Universos de matéria-energia. Isso tudo faz parte do nosso DNA, que não é só biológico; ele é Cósmico também. Uma única célula humana teria condições de armazenar informações contidas em vários volumes das páginas amarelas da lista telefônica. Imagine o tamanho da nossa potencialidade total! Então, o meu papel é muito simples. Simplório, até. Apenas despertar você. Despertar as suas memórias... as das suas páginas amarelas, das páginas brancas e das páginas em branco. Estas,

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tão aparentemente vazias quanto a vacuidade existente entre um átomo e outro. Nesse espaço de aparência vazia, não quer dizer que não haja letrinhas de “mãos dadas” formando palavras e frases contendo informações das profundezas mais abissais e geladas do nosso oceano quântico pessoal. Diante da grandiosidade do Todo, sou como um grão de areia. Mesmo assim, na minha pequenez, sinto que não há vazio; há um espaço grávido de possibilidades. As informações estão apenas invisíveis aos nossos olhos físicos, mas as temos, todas. É só uma questão de silêncio interior, para lembrar à mente consciente o alfabeto com que elas se comunicam. Aqui, você não vai aprender. Você vai LEMBRAR.

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Eu busco, tu buscas, ele busca A experiência numinosa frequentemente produz sensações de graça, reverência e êxtase. Podemos perceber a unidade que serve de base para toda a existência e sentir uma presença divina que transmite o amor incondicional. Quando percebemos o mundo a partir desse nível de consciência, estamos compreendendo através do conhecimento parassensorial do nosso Self Divino. Susan Bello (2014, p. 121)

Q

uando eu tinha seis anos perguntei, pela primeira vez, a meu pai: – Pai, o que é que eu vim fazer aqui? Eu sei que não foi só comer, dormir, estudar e brincar. E ele respondia a mesma coisa, sempre que eu perguntava: – Eu não sei, minha filha, mas um dia, você vai descobrir. Meu pai me contou isso várias vezes ao longo da minha vida adulta, como se fosse uma tarefa que ele tinha comigo. Como se fosse algo importante que não poderia ser esquecido e, por isso, ele precisava me relembrar sempre daquela pergunta tão madura para uma criança fazer. Com o saber da consciência da matéria, ele não sabia o que eu viera fazer aqui. Mas com o saber da consciência atemporal, ele sabia. E sabia tanto, que nunca me negou apoio e suporte emocional em todas as vezes que eu, desde os cinco anos de idade, comecei a ver e a ouvir “as coisas do mundo invisível”, como costumo, de forma brincalhona, dizer. Nunca desacreditou de nada que eu via. Nunca disse que não existia, nem que era invenção. Jamais disse que eu não estava

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vendo ou ouvindo. Pelo contrário, sentava ao meu lado e confirmava que era tudo verdade, que aquilo existia, mas que não me faria nenhum mal. Parece-me que ele sabia que “[...] não precisamos temer o inconsciente, pois é lá que encontramos nossos dons” (BELLO, 2014, p. 120). Essa validação simples, mas sábia, protegeu-me da insanidade; protegeu-me da sensação de viver na contramão da lógica e da razão; protegeu-me do diagnóstico de “loucura”. Claro que enfrentei piadas, críticas jocosas e rotulações de “desligada”, “não tem os pés no chão”, “maluquete” e “irresponsável”. Apesar desses rótulos, fui sempre muito responsável, estudiosa e centrada. Confesso, contudo, que sempre foi desagradável circular nessa fronteira entre o que eu percebia, via e ouvia e a opinião que as pessoas expressavam sobre mim. Aos 9 anos comecei a pintar e, ao longo do tempo, desenvolvi uma carreira de arte com um certo sucesso, o que me legou algumas premiações até no exterior. Através da arte tomei consciência de mim mesma: defeitos, virtudes e dores. Arte, consciência do ego e Consciência Maior andam de mãos dadas e conspiram juntas para um movimento transformador interno e externo. Busquei na Índia, no Egito, no Tibet, na psicologia Junguiana, na Transpessoal, na Pintura Espontânea, na Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP), na Linguagem Vibratória de Base Molecular, na Arteterapia, na Meditação, ali e acolá, tudo que pudesse responder, na justa medida de aceitação do meu coração, aos questionamentos sobre os estados de consciência que eu acessava. Desde criança, eu tinha uma intimidade ilimitada com a linguagem do meu coração; precisava ouvi-lo dizer: “isto sim, pode fazer; isto não é para você, não vá.” E sempre o obedeci. Não me arrependo de ter obedecido à sua voz. Desafiei meu pai algumas vezes em que ele tentou me levar a pessoas e a lugares que supostamente poderiam me ajudar a compreender o

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mundo invisível. Eu lhe respondia que não iria porque sabia que lá não era o meu lugar. Sorrio ao lembrar que meu pai me contestava dizendo: – Menina, danada, quem é você para saber das coisas! Mas eu empacava como um burro velho, e continuava dizendo que não ia. Ao longo da minha vida, sobrevivi à pressão de textos e contextos científicos sem deixar que me convencessem de que eu era lunática, amalucada ou esquizofrênica. A diferença essencial entre experiências místicas, numinosas e alucinações esquizofrênicas “[...] consiste no fato de que o místico volta para a realidade do mundo dos cinco sentidos, enquanto o esquizofrênico não volta” (WEIL, 1976, p. 64). Fiz a minha própria construção estruturada. Estudei, me profissionalizei, produzi, casei e tenho filhos centrados e produtivos. E, finalmente, encontrei aqui em minha terra, em Salvador, Brasil, na prática da meditação com um grupo especial orientado por um homem amoroso e simples, mas de extrema profundidade emocional e espiritual, engenheiro, geofísico, inteligente e cheio de sabedoria, a ordenação de todas as respostas que eu precisava e que fora buscar ali e acolá. Devo acrescentar que, por causa dele e com a sua ajuda, hoje convivo harmoniosamente com Mestres da Hierarquia Cósmica e da Hierarquia Terrestre, com Homens do espaço, com Sons Cósmicos, com dimensões, frequências e níveis de realidade diferentes, com minerais e vegetais, respeitando-os nas suas sabedorias e propósitos, e me comunicando com eles como se fossem seres humanos, como eu e você. Faço minhas as palavras de C. G. Jung (2010, p. 210): “Nossa época está buscando uma nova fonte de vida. Eu encontrei uma e bebi dela e a água tinha gosto bom.” Jung disse essas palavras há pelo menos 50 anos, mas elas continuam cada vez mais jovens e atuais. 23


De vez em quando, escorrego na minha ignorância e cometo atos incompatíveis com as coisas que acessei e com algumas coisas que lembrei. Sinto medo algumas vezes, em situações muito desconhecidas, se estou sozinha ou se a situação foge demais à minha capacidade de compreensão. Nesses momentos, perdoo-me porque reconheço as fragilidades da minha humanidade aqui nos Universos de matéria-energia. Isto me leva a perceber a vasta extensão de tantas coisas que ainda não lembro, e do quanto ainda não compreendo; torno a me reavaliar, objetivando perseverança, para que eu possa resgatar-me novamente das minhas inconsequências, inconsciências e ignorâncias. Acessar o “mundo invisível” e a totalidade do que somos capazes de nos tornar não é garantia nem carimbo de perfeição, tampouco de que sou mais “evoluída” ou mais inteligente do que alguém. É um documento vibratório imutável e intransferível que trazemos, TODOS, da própria Origem Primeva, atestando o compromisso irreversível com o aprofundamento da alma na matéria, em busca do reencontro com a nossa parte sutil e sagrada que nos autorizou a vir, projetando-nos até aqui. Nisto, para a maioria das pessoas, pode estar a minha loucura. Contudo, parafraseando Platão, eu a considero, na verdade, “Loucura Divina”. Dentro da visão filosófica dos Mestres da Hierarquia Cósmica sobre a unidade espírito-matéria, com a qual me identifiquei, lembrei quem eu sou além do meu corpo físico. Lembrei do meu propósito maior e compreendi o que estou fazendo aqui. Portanto, o que eu queria saber desde criança, consegui lembrar. Entretanto, seria arrogância e mesmo imaturidade da minha parte dizer que aquilo que consegui lembrar é a verdade total, definitiva e imutável. Diante da grandiosidade e da vastidão de tudo o que existe, não é possível fazer uma declaração tão fechada.

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O mundo da energia e das vibrações é um sistema aberto de interações, ressonâncias e intercomunicações, e oferece sempre novas conexões que nos levam a muitas outras, o tempo todo. Vamos compreendendo sempre mais a respeito de um determinado tema, porque a cada momento que nos deparamos com ele, temos uma condição vibratória diferente e ampliada, o que nos possibilitará alcançar mais informação. Desde que nascemos, fomos aprisionados em conceitos que nos limitaram no corpo físico, nos dados da carteira de identidade, no poder do cartão de crédito, nas regras sociais e nas informações escolares e acadêmicas. Como se sente diante dessas limitações? Você é só isso?

Quem é você, além do que pensa que é e do que lhe disseram que é?

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