Reckless Weekend - Eden Summers (Reckless Beat 02.5)

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TRADUÇÕES Presents


WEEKEND Série Reckless Beat#2.5

Eden Summers Sinopse

Em Vegas, tudo pode acontecer em vinte e quatro horas. O que você ganha quando mistura uma banda de rock tão quente quanto a Reckless Beat, mulheres fortes o suficiente para capturar vários corações dos meninos maus e uma aposta que provoca uma competição em série? Os limites serão testados, o álcool será abusado e um monte de sarcasmo será compartilhado. Uma vez terminados os jogos, é hora de comprometer-se. Mas o amor sob os holofotes nunca é fácil. O passado está tentando acompanhar o presente e a pressão pode ser muito difícil de controlar. Sedução, tormento, risos e desgosto: um fim de semana imprudente testará cada membro da banda e as mulheres que reivindicaram seu amor.


Staff Tradução e Rev. Inicial: TAD Revisão final e Formatação: Rhealeza Disponibilização: Rhealeza & TAD 02/2018

Dedicatória Para todas as bênçãos em minha vida. Meu marido que me dá uma razão para escrever o romance. Meus filhos que testam minha estabilidade mental, mas continuamente me fazem sorrir. Meus amigos que nunca, nunca param de me incentivar. E a música que inspira as histórias dos homens da Reckless Beat. Obrigado a todos aqueles que continuam a apoiar a minha escrita. Espero que você aproveite o passeio de fim de semana da Reckless.


Capítulo Um

—Relaxe, Allie. Deixe-me tirar o estresse. Alana choramingou com as palavras insinuantes de Mitchell, e o toque de seus lábios contra sua clavícula nua. Ela queria derreter na delícia do seu toque. Mergulhar em seu perfume masculino e ficar completamente satisfeita. Isso não aconteceria, no entanto. A pressão do casamento deixava o seu corpo incapaz de relaxar. Havia também a ansiedade que vinha da presença de sua mãe, a festa de despedida que os levou para Las Vegas, e a temida lua de mel. Sua viagem romântica tornou-se a ruína de sua existência. —Você está tão tensa. —Ele falou em um tom áspero e rouco, enquanto uma mão calejada massageava o ombro dela. Ela soltou um suspiro pesado. —Eu não posso evitar. —Realmente, ela não podia. Ela estava viajando no trem da adrenalina por muito tempo para desembarcar temporariamente e relaxar. Ele orientou-a para a cama, e ela caiu para trás no luxuoso colchão do hotel, permitindo que seu noivo espalhasse os joelhos dela e avançasse entre eles. Ele se inclinou para ela, seu corpo nu ainda molhado do banho, seus músculos brilhando. Não passava um dia que ela não estivesse grata pelas mudanças que ele trouxe para sua vida. —Deus, você cheira bem. —Ele ronronou, a barba por fazer de sua mandíbula, áspera, roçando a parte interna da sua coxa. Ele se inclinou sobre os cotovelos, o canto dos seus lábios se inclinando em um sorriso malicioso enquanto o olhar encontrou o seu aquecido. —Eu tenho tentado te ter sozinha o dia todo. Alana suspirou, desejando que a excitação tomasse posse. —Eu sinto muito, mas eu te disse, tenho muita coisa na minha mente para apreciar isso agora.


Ele subiu mais, o calor do seu peito se estabelecendo entre suas pernas nuas, o calor de sua respiração fazendo cócegas em sua pele. —Soa como um desafio. —Ele baixou o rosto, os lábios pairando a um sussurro de distância de seu sexo. Tentando. Provocando. —Você já fez muito trabalho para o casamento. Deixe-me fazer algo por você. —Ele apertou a boca em sua boceta, separando suas dobras com um golpe suave de sua língua antes de se retirar. —O que você acha, Allie? Posso brincar por um tempo? Talvez lhe acalmar. Seu interior vibrou, brilhou para a vida com um formigamento que se espalhou por todo o caminho através de seu estômago, apertando seus mamilos. —Isso não vai ser tão desafiador quanto eu pensava. —Ele riu, golpeando sua fenda com a língua. Seus braços em volta de suas coxas, segurando-a firme, enquanto sua boca afundava ainda mais, tornando-se mais exigente com cada toque de seus lábios. Ela se contorcia, em busca de uma penetração mais profunda, mais atrito. Seus dedos correram por seu cabelo na altura do queixo e o manteve perto. Foi quando sua mente recuperou o controle, atacando-a com perguntas que não queria responder. Como Mitchell arrumaria o seu cabelo para o casamento? Será que ele pretendia arrumar com estilo? Cortar? Será que ele vai fazer a barba? Será que ele tem consciência de que as fotos do casamento serão exibidas em revistas, na televisão e em toda a Internet? —Eu perdi você de novo, não foi? —Ele deu um beijo suave em seu monte. Ela choramingou. Isso era tão injusto. Ela tinha a estrela do rock mais deslumbrante entre suas coxas, seu único foco no prazer dela, e ela ainda não conseguia se concentrar. Dois dedos brincavam com a sua entrada, cutucando, recuperando sua atenção. Ela estremeceu com a necessidade do seu corpo por mais e gemeu quando a boca dele baixou para seu clitóris, sugando, fazendo-o pulsar. —Isso é bom. —Ela ofegou, soltando o cabelo dele. Ela passou as mãos sobre o seu estômago, cobrindo seus seios e beliscando seus mamilos doloridos agora. Seus dedos deslizaram mais profundamente, torcendo, pulsando, construindo sua excitação até que seus pensamentos foram consumidos com seu clímax iminente. Ela precisava desta liberação. Ela precisava do breve momento da terra tremendo em êxtase para levá-la através dos próximos dias. Acima de tudo, ela precisava dele. Mitchell sempre a acalmou. —Eu quero tocar em você. —Ela sussurrou. A dureza de seu corpo a confortou, diminuindo as dúvidas severas e preocupações que a


atormentavam. Nesses momentos, quando os dois eram apanhados na teia da luxúria e paixão, nada mais importava. Era a única coisa que limpava a sua mente, mas ela estava muito ansiosa ultimamente para se preocupar em tentar. Mitchell levantou, apoiando seu peso em suas mãos, penetrando-a com seu olhar cor de avelã. —Eu tenho toda a sua atenção? —Ele se inclinou para lamber uma trilha ao longo de seu estômago, parando quando alcançou o seu mamilo. Ele chupou a carne endurecida em sua boca, sacudindo-o com a língua, antes de liberá-lo com um estalo. —Você já parou de pensar o suficiente para eu aproveitar esse seu lindo corpinho? Ela assentiu, e se elevou em seus cotovelos, fazendo-o recuar se apoiando sobre os seus calcanhares. —Eu quero tocar em você. Ele rosnou, segurando a nuca dela e puxando-a para a frente para um beijo profundo. Suas línguas se acariciaram, o ligeiro sabor de seu próprio prazer entrando na boca dela. Ela passou as mãos pelo seu corpo, desde os ombros, ao longo dos músculos tensos de seu estômago, para segurar a sua ereção grossa. —Masturbe-me. —Ele implorou contra seus lábios. —Forte. Nada era mais fortalecedor do que ter Mitchell à sua mercê. Mas, em vez de obedecer, ela ficou de quatro e colocou seus lábios contra a cabeça de seu pau. As mãos dele se enredaram em seu cabelo solto e gemeu quando ela lambeu o pré-sêmen perolando na fenda dele. Ele puxou seu cabelo, puxando-a para a frente, incentivando-a a levá-lo mais profundo. —Cristo, Allie, você me deixa tão duro. Ela apoiou a mão contra sua coxa para se firmar e abriu mais os lábios, sugando-o em sua boca. Sua língua contornando a cabeça do seu pênis, até em cima, enquanto saboreava o cheiro de sabonete e homem. Quando sua mão livre roçou sua bolas, ele empurrou para a frente, o movimento involuntário a fez sorrir. —Por favor, baby. Por favor, deixe-me foder sua boca. Ela respondeu, soltando sua sucção e deslizando os lábios até a base do seu pênis, deliciando-se com o gemido gutural que se seguiu. Ele empurrou-a levemente. —Olhe para mim. —Ele segurou seu rosto, e ela olhou para seus olhos vidrados. —Você é um sonho, você sabe disso? Um belo e sexy sonho, completamente perfeita. Eu não posso esperar até que você seja minha para sempre. Alana estremeceu com a lembrança do casamento e quebrou o contato visual, não querendo atrapalhar a felicidade dele. Havia muito para organizar em


tão pouco tempo, os retoques finais para o mapa de lugares à mesa, organizar para os convidados de fora da cidade transporte para o aeroporto e em seguida, havia a lua de mel. As malditas férias estavam a mandando em um rápido colapso nervoso. —Ei. —As mãos dele rodearam seu pescoço, exigindo sua atenção, fazendo-a tremer pelo seu domínio. —Volte para mim. —Ele saiu de sua boca e ajudou-a a se endireitar, trazendo-a peito a peito. Seu braço enrolado em volta da cintura dela quando ele sentou-se sobre os calcanhares e arrastou seu corpo com ele. Ela montou em seu colo e olhou em seus olhos, desejando que ele levasse o estresse dela. O casamento tinha que ser perfeito. O mundo estaria julgando ele – eles – e criar um dia de conto de fadas era a única coisa que ela poderia dar para ele por tudo o que já tinha feito por ela. Ele havia mostrado a ela uma vida fora de sua infância protegida. Ele criou um trabalho que os permitiu estarem juntos. Ele tinha pago um casamento digno de rainha, nem uma vez se preocupando com a despesa. Em troca, ela deu seu amor que tinha de sobra, só que não parecia suficiente. Ela queria lhe dar um dia especial que iria mostrar ao mundo o quanto eles significam um para o outro. Ela precisava convencer seus fãs que era digna. E talvez, no fundo, ela ainda precisava provar para si mesma, também. A cabeça de seu pau cutucou sua entrada, deslizando através de sua excitação, quebrando sua linha de raciocínio. Ele avançou, penetrando-a em um impulso forte, arrancando um grito de prazer de sua garganta. —Essa é minha garota. —Ele murmurou, inclinando-se para morder o lado de sua mandíbula. Ela arqueou as costas, moendo sua pélvis contra ele, em busca de atrito contra seu clitóris. A boca dele se moveu mais baixo, encontrando seu peito, lambendo, chupando, deixando seu corpo mais quente, sua mente em branco. —Mais rápido. —Ela implorou. A cama rangia com o seu impulso contíguo e gemiam em uníssono. Ela se endireitou, tomou os lábios dele com força, sua língua roçando a dele. Eles lutaram com suas bocas, seus corpos e mãos. Os dedos dela percorriam suas costas, e ele soltou um silvo que quebrou temporariamente o beijo, antes de bater os lábios de volta nos dela com mais ferocidade. Era bom se afastar, ignorar o mundo, o futuro e sua interminável lista de afazeres, e simplesmente desfrutar. Seu corpo vibrava, seu sangue fervia, e a


cada forte impulso dos quadris dele, a fez mais determinada a esquecer seus problemas. —Eu vou fazer você gozar tão forte, Allie. —Ele rosnou em sua boca, seus narizes se chocando com cada impulso para cima da pélvis dele. Ela já sabia que ele faria. Ele sempre fazia. No entanto, a promessa ainda enviou um arrepio de antecipação através de seu corpo. Ele colocou seu dedo indicador contra os lábios dela, deslizando-o para dentro para pressionar contra sua língua. Sem saber o que ele queria, ela chupou, lambendo o gosto de si mesma de seu dedo, até que ele removeu de sua boca. O olhar dele se estreitou, observando-a com malicia quando ele abaixou o braço, deslizando-o em torno de sua cintura, logo acima de suas nádegas, para provocar sua bunda. Ela balançou a cabeça com a insinuação e agarrou seu cabelo para reiterar. Ele gostava de atormentar sua bunda, roçar os dedos sobre a área sensível e a fazer estremecer. A impiedade a emocionou, mas ele nunca foi mais longe. Ela não tinha certeza se queria. —Relaxe. Seu coração incontrolável fez o oposto, bateu mais rápido quando ele colocou pressão sobre a sua entrada. —Mitchell. —Sua voz estava presa entre uma advertência e um apelo. —Deixe-me brincar um pouco. Suas ações mudaram de aquecido, quente e suado, a suave, doce e lento. Seus impulsos se tornaram lânguidos, enquanto o braço livre segurou-a firmemente ao redor da cintura. Ela se moveu contra ele, concentrando-se no deslizar de seu pênis em vez de se preocupar com a posição de sua mão. Descansando a cabeça em seu ombro, ela se aninhou em seu pescoço, beijando-o suavemente, desejando que ela pudesse ler seus pensamentos sacanas. —Confia em mim? —Ele murmurou contra seu ouvido, firmemente circulando o dedo em torno de sua entrada virgem. Ela balançou a cabeça. —Não quando sua mão está lá. Ele riu, mordendo sua orelha. —Você vai gostar. —Falta-me a sua confiança. Ele acrescentou mais pressão, assomando à beira da penetração. Vergonha aqueceu suas bochechas com a forma como a sua boceta


apertou em uma resposta necessitada. Seu corpo lascivo poderia estar ansioso para jogar um jogo novo, só sua mente não havia atingido esse nível. —Relaxe contra a minha mão. Sua coluna enrijeceu, seus músculos agarrando forte. Ele riu de novo, longo e baixo contra seu ouvido. Ele continuou a afundar-se entre suas coxas, construindo o prazer em seu interior até que ela estava se esfregando com força, aproveitando a fricção de seu peito contra seus seios, e relaxando em seu toque. —É isso aí. —Ele murmurou, mordendo seu pescoço, lambendo sua clavícula. Seu dedo traspassou o anel apertado de músculo, e ela engasgou com a sensação. Não havia dor, nenhum desconforto, apenas uma deliciosa pressão que fez o calor em sua boceta aumentar. —Porra, Allie. Você é tão quente. O impulso de seu pênis aumentou à medida que o dedo afundava mais. Arrebatamento delirante surgiu. Os quadris dela balançaram, mais forte, mais rápido, e ela se agarrou a ele, fechando os olhos enquanto seu orgasmo se construía até o ponto irreversível. —Eu vou... Eu vou... —Ela gemeu, querendo prolongar a felicidade por mais um momento, mesmo que ela não tivesse o controle. Mitchell gemeu no ouvido dela, bombeando, batendo seu corpo nela. Os cabelos dele escovavam as bochechas dela com cada ondulação, enquanto uma mão descansava contra a abertura da sua bunda e outra ia em torno de suas costas, segurando a base do pescoço, mantendo-os peito a peito. Mais pressão em sua bunda, enquanto ele deslizava outro dedo dentro dela. Desta vez, ele estendeu-a, seus movimentos, trazendo uma picada de dor que acrescentou uma apreciação. Sua boceta e bunda agora estavam ambas deliciosamente cheias. Maldito seja, ela estava acabada. O corpo dela assumiu – costas arqueadas quando seus músculos apertaram contra seu pênis, convulsionando em onda após onda de clímax. Seu foco turvou e ela fechou os olhos, deixando a felicidade consumi-la. Sua demanda aumentou com golpes duros, exigentes e, em seguida, seu gemido encheu o quarto. Quando ele abrandou, o pulso em seu interior desapareceu, e ela caiu contra ele, na subida e decida de seu peito arfando. Satisfeita e exausta, ela lutou para voltar a abrir os olhos cansados, seus membros agora letárgicos.


—Você deve tirar um cochilo. —Mitchell sussurrou em seu cabelo, seu pênis amolecido deixando seu corpo. —Eu não posso. A festa de despedida começa em pouco mais de uma hora. Ele se inclinou para ela, descansando as costas contra o colchão, e tirou os dedos de sua bunda. Ela estava molhada entre as coxas, e a sensação de formigamento, de onde a mão dele tinha acabado de estar aquecia as bochechas dela. O sexo entre eles nunca foi monótono. Mitchell queria que ela experimentasse tudo que a vida tinha a oferecer, e ele concentrou a maior parte nos prazeres entre os lençóis. Mas anal nunca tinha estado na lista. Ela só esperava que não fosse criar constrangimento entre eles, especialmente tão perto do casamento. Oh, quem ela estava enganando? Mitchell seria sempre confiante e orgulhoso, não importa o quão sacana fosse. Ela era a única que ainda era insegura e inexperiente. Ele saiu da cama e se inclinou para um beijo rápido. —Um dia vai ser o meu pau fodendo sua bunda. —O canto de seus lábios tremeram. —E vou te dizer uma coisa querida, você vai adorar. Ela mordeu o lábio, tentando não ser afetada pela piscadela que ele lhe deu antes de caminhar até o banheiro. Ele era o diabo. Apenas seu toque era como céu em vez do inferno. Lançando-se debaixo das cobertas, ela olhou para o relógio de cabeceira. Se ela descansasse os olhos por 20 minutos, ela ainda teria tempo para se preparar para a despedida de solteira. —Tira um cochilo. —Mitchell caminhou de volta para o quarto e subiu na cama para se aconchegar atrás dela. —Dessa forma, você terá mais energia para a festa hoje à noite. — Mais energia para derrotá-lo no desafio da lua de mel, você quer dizer? Ele pairava sobre ela, colocando um beijo em seu ombro. —Sim, linda. Você vai precisar de todo o descanso que puder ter com o que eu planejei. Ela ignorou a provocação e fechou os olhos, descansando no calor do seu peito contra as costas dela. —Você vai me acordar daqui a pouco? Ele roçou os lábios contra seu cabelo, passando um braço sobre sua cintura. —Claro, querida. Basta relaxar e dormir um pouco.


Capítulo Dois

Alana acordou sobressaltada. —Oh, merda. —Mitchell sentou, sacudindo o colchão. —Adormeci. —O quê? —Alana esfregou a letargia de seus olhos e se espreguiçou. Ele jogou os lençóis para trás e saltou da cama. —Querida, os caras já estão batendo na porta. Dormimos por mais de uma hora. Ela balançou a cabeça, seu coração mudando de ritmo relaxante de sono de volta para a palpitação de pânico que tomou conta dela por semanas. —Não. —Ela olhou para o relógio de cabeceira e soltou um grito derrotado. Droga! Ela pulou da cama e correu para o banheiro. Um banho de cinco segundos era tudo que ela levou para limpar a evidência do amor de seu corpo. Então, ela estava fora de novo, correndo nua pelo quarto para pegar suas roupas. —Você está bonita, Al. —Mason disse da sala de estar. Ela gritou, tropeçando sobre seus pés com a pressa de bater à porta. Idiota! Por que diabos Mitchell deixou o quarto aberto? Ela não precisava dessa angústia. Esta noite era para ser relaxante. Bem, tão relaxante quanto o desafio de ganhar a escolha do seu destino da lua de mel poderia ser. Semanas atrás, seu frustrantemente lindo noivo tinha aumentado seu estresse ao anunciar que queria ir de férias a uma deserta ilha para uma aventura. A “ilha deserta” soou fantástica. A parte da “aventura”, nem tanto. O site de viagens retratava uma cabana castigada pelo tempo em uma praia de areia branca, e explicou que os hóspedes iam viver a “experiência única de encontrar comida e água por conta própria”. Não é possível. Com cada palavra descrita, a empresa se gabava e a fez questionar a sanidade de Mitchell. Ele não era do tipo ‘ao ar livre’, e mesmo que ele estivesse pagando a maior parte da lua de mel, ela se recusou a acreditar que superar a desidratação e inanição deveria estar na lista de quaisquer afazeres para a lua de mel.


Quando ela se recuperou da proposta, contendo suas reivindicações da idiotice dele, ele sorriu, pedindo-lhe para fazer uma sugestão melhor. Ela sugeriu. Mas, aparentemente, uma luxuosa vila nas Maldivas não era sua ideia para uma lua de mel perfeita. Para resolver a questão, ele veio com o desafio da festa de despedida solteira / solteiro – mais um evento cheio de ansiedade que ela não precisava. Ambas as partes tinham uma lista de tarefas criadas pelo outro grupo, que precisava ser concluída dentro de um determinado período de tempo. Quem terminar primeiro será o vencedor e terá a palavra final sobre o local da lua de mel. Pegando sua roupa íntima de sua mala, e o vestido justo prata cintilante na altura da coxa, ela o vestiu em tempo recorde. Então correu de volta para o banheiro para aplicar a maquiagem em uma super velocidade. —Desculpe, eu deveria ter fechado a porta. —A voz de Mitchell a assustou. Ele se apoiou no batente da porta, uma toalha branca presa em volta da cintura magra. —Baby, você precisa relaxar. Esta noite é para ser divertida. Ela sorriu para seu reflexo no espelho e enroscou de volta a tampa em seu rímel. —Eu vou ficar bem, assim que eu tiver uma taça de vinho ou duas. —Ou quantas forem necessárias para diluir a adrenalina em suas veias. —Você está linda, como sempre. —Obrigada. —Ela deixou cair o tubo de rímel em cima do balcão e caminhou em direção a ele, dando um beijo rápido em sua bochecha. — Eu estou indo assim que pegar minhas meias e botas. —OK. —Ele a puxou para o seu corpo, e ela firmou-se com a palma da mão contra o seu peito. Ela lutou muito para ignorar o calor em seus olhos e sedução em seus lábios. Não há tempo. Não há tempo. Não há tempo. —Eu vou tomar um banho. Espero que você tenha uma ótima noite. —Ele agarrou a parte de trás de sua cabeça e tomou sua boca em um beijo punitivo. Quando pararam em busca de ar, ele olhou para ela. —Divirta-se, mas não se divirta muito, está bem?

***


Alana bateu na porta da suíte Las Vegas de Gabi, já com 20 minutos de atraso. Ela ia encontrar as meninas aqui para começar a festa de despedida, enquanto os caras ainda estavam em sua própria suíte, consumindo garrafas de scotch e bourbon. O estrondo de um salto alto ecoou do outro lado da madeira pesada. Houve um momento de silêncio, em seguida, Gabi abriu a enorme porta, duas taças de champagne oscilando em uma de suas mãos. —Eu estava começando a me preocupar. —Gabi entregou-lhe uma taça de líquido borbulhante, parecendo linda em seus stilettos vermelhos e vestido de festa preto. Alana entrou e fez uma careta de desculpas. —Desculpe. Nós caímos no sono. —Oh, eu aposto que sim. —Os lábios de Gabi inclinaram, porém, o humor não alcançou seus olhos. Quando a porta se fechou, Alana fez uma pausa, analisando as características de sua amiga. Alguma coisa estava errada. Ela podia ver isso nos ombros caídos de Gabi e o sorriso pouco convincente. —Tudo bem, Gabi? —É claro. —Gabi balançou a cabeça, tomando um gole de sua taça e não encontrando o olhar de Alana. Alana colocou sua bolsa sob seu cotovelo e agarrou o antebraço de Gabi quando ela começou a descer pelo corredor. Quando sua amiga endureceu, o coração já frenético de Alana trovejou em resposta. —Gabi? Ansiosos segundos se passaram antes de Gabi fazer contato visual. —Eu vou ficar bem. —Ela deu um sorriso menos entusiasmado. —Eu só preciso de uma noite com as meninas. Alana deixou sua mão cair para o lado dela. Ela só tinha visto a noiva de Blake assim uma vez – na festa de noivado de Alana. Mesmo através da gangorra emocional de mudar a sua vida para os EUA, Gabi se manteve calma e otimista, mal deixando o sorriso contagiante deixar seu rosto. —Está tudo bem com você e Blake? Gabi assentiu. —Tudo está bem. — Ela apontou um dedo para o corredor e girou na ponta dos pés. —As meninas estão na sala de jantar esperando por você. — Sem dizer mais nada, ela se afastou.


Alana ficou enraizada no lugar, sem saber o que fazer. Momentos antes, em sua suíte, ela tinha falado com Blake. Ele estava o seu normal feliz, espertinho. No entanto, Gabi estava longe do seu normal. Não havia humor em sua expressão, não havia luz em seus olhos. Tomando um gole de sua champagne, não como uma lady, Alana se convenceu a parar de se preocupar. Ela tinha o suficiente em sua mente, sem acrescentar mais problemas à mistura. Uma noite de bebedeira, jogos e risadas seria ótimo para todos eles. Bem provavelmente não para a mãe de Alana. Trazer uma mulher androfóbica1 em recuperação para a capital mundial da festa não era uma ótima ideia. Mas sua mãe tinha sido a que ofereceu a sua participação na festa de despedida de solteira. —Eu vou poder visitar Vegas novamente, e apaziguar meu psiquiatra, tudo de uma vez. —Sua mãe tinha dito. Gabi parou no final do corredor curto, acenando para que ela avançasse. —Venha. Começamos a champagne um tempo atrás. Você precisa recuperar o atraso. Alana permitiu-se um sorriso relaxado. É claro que elas começaram. As mulheres de sua festa de casamento estavam mais animadas sobre esta noite que ela. Kate – sua melhor amiga de Richmond, Gabi, e Leah, tinham rido como colegiais enquanto planejavam os desafios para os membros da banda Reckless. E elas estavam ansiosas para ver o que elas receberiam em troca. —Eu não esperava nada menos. —Alana alcançou Gabi, e elas caminharam lado a lado através da escada de acesso à sala de jantar. —Boa noite, senhoras. —Alana olhou para a grande mesa coberta com aperitivos e taças cheias de champagne. Se não fosse pelos malditos desafios de Mitchell, ela ficaria feliz em permanecer aqui, com seus sapatos jogados, apreciando uma conversa tranquila. Sua mãe estalou a língua. —Você está atrasada para a sua própria festa. Ter sua única figura parental aqui ia ser um desafio. No entanto, Alana estava aliviada que a mãe dela estava empurrando as fronteiras e se esforçando para superar alguns dos problemas psicológicos que tinham a restringido a viver em relativo isolamento durante anos. Alana contornou a mesa, passando por Leah e Kate até que chegou a sua mãe, e deu um beijo suave na bochecha. —Você está linda. —A blusa rosa escuro e calça jeans eram mais arrumadas do que as antigas roupas batidas que ela usava no retiro, mas contrastava com o vestuário escasso que o resto delas usava. 1

Medo de homens


—Obrigada. Você parece... —Um olhar examinador viajou por todo o corpo de Alana. —Vestida adequadamente para Vegas. Kate bufou, e Leah limpou a garganta. —Obrigada. —Alana colocou sua bolsa sobre a mesa e tomou outro gole do líquido borbulhante. —Mitch já enviou a lista de desafios? —Perguntou Leah, colocando um pedaço de queijo na boca. —Droga! —Alana sentou-se e abriu a bolsa, pegando o celular. —Eu não tive a chance de transmitir o nosso para eles. —Ela destravou a tela e encontrou um e-mail fechado de Mitchell. Antes de ela abrir, rolou para sua pasta de rascunhos, onde a lista para os rapazes foi salva, e apertou enviar. —Feito. OK, deixe-me ver o que temos que fazer. Seu estômago se agitou. Com os gostos de Mason, Sean, Blake e Ryan, ela podia imaginar as tarefas que precisariam cumprir em um esforço para ganhar a lua de mel de sua escolha. —Humm... —Ela leu o primeiro desafio, então teve que parar e voltar a lêlo novamente. —O quê? —Kate se inclinou para frente em sua cadeira. —Eles são ruins? —Não. —Alana repassou a lista, seu sorriso crescendo a cada palavra. — Eu acho que nós estamos indo chutar suas bundas, senhoras... Por outro lado, os caras vão nos matar depois. As coisas que eles listaram são muito bobas, em comparação com o material que enviamos. Gabi sentou-se na cabeceira da mesa, enquanto Kate batia a unha com impaciência. —Bem, não fique aí parada, diga-nos o que escreveram. —OK, aqui vai. — Alana limpou a garganta, tentando não rir quando ela voltou a ler a primeira linha. —Número um – uma pessoa tem que tomar Alligator Sperm2, em seguida, ter Sex on the Beach3 com um Cock-sucking Cowboy4. —Não contem comigo. —A mãe de Alana anunciou. —Eu sei que sua vida mudou devido a essas estrelas do rock. Entretanto, não há nenhuma maneira que eu vou participar se envolve sexo e esperma de jacaré.

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Alligator Sperm é um Cocktail a base de licor de melão, suco de abacaxi e creme de leite. Sex on the Beach é um Cocktail a base de vodka, licor de pêssego, suco de laranja, suco de cranberry e gelo. 4 Cock-sucking Cowboy é um shot em camadas feito de duas camadas de licor de caramelo (Butterscotch Schnapps) e licor de creme de licor irlandês (Irish Cream). 3


Leah bateu com a mão sobre a boca, suas bochechas convulsionando, com os olhos esbugalhados, sem dúvida, tentando evitar cuspir champagne sobre a mesa. —Mãe, são bebidas alcoólicas. Uma de nós tem de consumir todos os três, um após o outro, e está concluído. —Oh. —Sua mãe bufou. —Desculpe. Eu ouvi “esperma”, e meu cérebro parou. —Eu vou fazer isso —Gabi falou baixinho. —Deus sabe que eu poderia aproveitar algumas bebidas fortes agora. Alana deu um sorriso triste, e Gabi quebrou o contato visual, olhando para o fundo de sua taça de champagne enquanto terminava de engolir o conteúdo. —Qual é o próximo? —Perguntou Kate. Alana ignorando o puxão de consciência que exigia que ela descobrisse o que havia de errado com Gabi, trouxe seu olhar de volta para a tela de seu celular. —Ter algo perfurado. —Quando ela olhou para cima, Leah e Kate estavam tensas. —Eles foram específicos com o “algo”? —Perguntou Leah, incrédula. —Não. —Alana negou com a cabeça. —Como eu disse, as suas ousadias são muito fracas em comparação com as nossas. Uma de nós poderia ter a nossa orelha furada, e isso seria o suficiente. —Eu não posso acreditar que eles estão sendo tão suaves. —disse Kate levantando da mesa. —Eu acho que vai nos dar mais tempo para nos divertir depois. Podemos riscar os desafios na primeira hora, e depois ir direto para o Thunder from Down Under. — Ela se virou, seus saltos clicando na madeira enquanto se dirigia para a cozinha. Leah assentiu. —Isso soa bem. —Espere. —Alana ergueu a mão para elas pararem. —Algumas delas vão levar tempo, e as regras dizem que precisamos tê-las concluídas até as dez horas. O número três diz que temos de conseguir uma ficha de cinco dólares de dez casinos diferentes. —Bem, pelo menos isso é algo que eu possa fazer. —A mãe de Alana ofereceu. —Quatro – Propor a uma stripper feminino e conseguir o seu número de telefone.


Kate caminhou de volta para a sala e colocou uma garrafa de champagne no meio da mesa. —Coloque meu nome nesse. Eu não sou novata em ação. A mãe de Alana fez um ruído estrangulado que todo mundo preferiu ignorar. —E número cinco. – Fazer uma depilação brasileira. —Alana sorriu. —Isso é fácil para mim, porque eu já tinha uma reserva para ter a minha feita amanhã. Leah balançou a cabeça em confusão. —Isso é tudo? —Sim. —Alana assentiu. Os caras devem ter experimentado um caso raro de cavalheirismo. —Eu aposto que Mason está irritado pra caramba. —Leah continuou. —Mitch deve ter vetado uma série de sugestões. —Eu não me importo. —Alana deu de ombros e estendeu a mão para a taça de champagne. —Contanto que eu não tenha que ir para a lua de mel infernal, não me incomoda quão irritado os caras estão. Mas eu adoraria ver a cara deles quando Mitchell ler a lista que enviamos.


Capítulo Três

—Cada um de nós tem que fazer um processo de beleza em um salão. —Mitch murmurou, não impressionado com o primeiro desafio na lista. —E duas delas têm que ser uma depilação, uma de sobrancelha e uma brasileira. —Foda-se. —Mason cuspiu. —Começar toda a coisa de “luta para sua lua de mel” está tomando tempo valioso longe de uma stripper. E em segundo lugar, você nos fez escolher desafios bestas de garotinha para elas, mas um de nós tem que fazer uma depilação brasileira? Nem fodendo. Mitch deu um suspiro. A última coisa que ele queria lidar nesta noite era as malditas reclamações de Mason. —Acalmem-se. —Ele tomou um longo gole de seu scotch e se perguntou se os jogos de hoje à noite foram um grande plano. Os desafios não foram ideia dele. Ele só concordou com a sugestão de Leah e Gabi para dar à Alana uma noite de loucura selvagem porque ela merecia. Ele sabia melhor do que ninguém que sua noiva precisava relaxar e se soltar mais. Não só devido ao estresse do casamento, mas também por causa de sua criação isolada. Ele queria que ela tivesse um bom tempo em sua vida, ele só não queria assumir a culpa. Leah e Gabi planejaram tudo. Elas ainda determinaram o destino de lua de mel falso para garantir que havia uma razão plausível para o desafio. Dessa forma, Allie não estaria inclinada a gastar sua despedida de solteira em sua suíte de hotel, bebericando champagne e tendo uma conversa tranquila. Mas uma depilação brasileira do sexo masculino? Puta merda, isso deve doer. Os rapazes olharam para ele com diferentes graus de descrença e aborrecimento – Sean, Mason, seus dois guarda-costas, mesmo Ryan não estava animado. A única pessoa que não parecia chateada era Blake, que estava sentado no sofá em frente a ele, com as pernas cruzadas nos tornozelos e um sorriso maroto inclinando seus lábios. —Por que você está sorrindo? —Sean apontou o queixo para Blake. —Você transou ou algo assim? Blake sacudiu a cabeça. —Eu gostaria. Passei os últimos seis dias em Richmond com o mal-humorado aqui. —Ele apontou o polegar na direção de


Mason. —Quando cheguei em casa, Gabi estava surfando a maré vermelha, então eu não poderia ter sorte nem se eu tentasse. — Então, qual é a do sorriso? —Perguntou Ryan. Blake esticou os braços. —Um cara não pode estar feliz em gastar tempo de qualidade com seus amigos? —Você sabe o que tem na lista, não é? —Perguntou Mitch, medo crescendo em seu interior. Blake era o único na despedida de solteiro que sabia que os aspectos da lua de mel eram falsos. No entanto, havia algo a mais no brilho dos olhos de seu melhor amigo. —Gabi pode ter me dado uma dica ou duas. —Blake voltou seu olhar para Mason. —E por que diabos você está com medo da depilação? Será que não colocamos a mesma coisa na lista para as mulheres? —Há uma diferença do caralho, mano. —Mason bufou. —As mulheres são depiladas o tempo todo. Sean pigarreou. —Eu faço. Um silêncio atordoado se seguiu. Mitch voltou sua atenção para Sean, juntamente com todos os outros na sala. —O quê? —Sean franziu a testa, baixando o olhar para o copo em suas mãos. —Eu já fiz antes. Nada demais. —Você já fez antes. —Mason repetiu, enfatizando as palavras com lenta deliberação. —Você já teve os pelos arrancados de suas bolas, apenas por diversão? —Não é como se tudo fosse dor e nenhum ganho. Vou ter meu pau chupado depois. —Terapeutas de beleza não são prostitutas. Você sabe disso, né? — Perguntou Ryan. —Um boquete não é parte do negócio. Sean deu de ombros. —Elas nunca me decepcionaram antes. —OK. —Blake falou lentamente com os olhos arregalados. —Então, nós determinamos quem vai ser chutado para fora do salão de beleza primeiro. O que mais está na lista? —Número dois - fazer uma tatuagem de borboleta em uma área visível. — Mais silêncio.


—Eu te odeio por tirar o meu desafio de ação lésbica da lista. —Mason murmurou. —Tudo bem. Eu faço a tatuagem. —Mitch rebateu. —Número três – jantar e vazar. Eu acho que todos nós podemos participar dessa. —E quando formos presos, e Leah tiver que lidar com o pesadelo de RP, vai fazer esta noite infernal valer a pena. —Ryan ofereceu, revirando os olhos. Mason inclinou-se para pegar um punhado de chips do pacote na mesa de café. —Estou tentado a ser preso apenas para retaliar. —Número quatro – Conseguir dez dólares trocado por moedas de um centavo e uma pessoa tem que carregá-las pelo resto da noite. Blake gemeu. —Isso vai ser um pé no saco. Mason zombou. —Isso vai ser um pé no saco? Então você reclama em carregar moedas, mas não tem nenhum problema com os pelos sendo arrancado de suas bolas. —Ele arqueou uma sobrancelha. —Você tem problemas. —A cera era inevitável. —Blake respondeu. —Supere isso. —O número cinco. —Mitch baixou os olhos e resmungou sobre a discussão, na esperança de tirar o ferrão do desafio final. —Fazer uma corrida nu por toda a Fonte Bellagio. Um dos guarda-costas bufou de sua posição encostado na parede. Mitch deixou cair seu celular na almofada do sofá ao lado dele e passou a mão pelo rosto. Esta foi uma má ideia. Uma ideia muito ruim a qual exigiria uma grande quantidade de álcool. —Bem, eu acho que Mitch merece uma salva de palmas por nos foder. — Mason começou a bater palmas. —Eu não posso acreditar que você nos disse para “ir devagar com as meninas”. Fomos regiamente enganados. —Oh, vamos lá. —Mitch levantou do sofá, precisando dos segundos extras para descobrir como responder. Mason estava certo. Eles foram curvados e fodidos duramente, e era tudo culpa dele. Que não esperava que sua Alana doce e inocente fosse listar os desafios que incluíam marcas permanentes no corpo, atividades ilegais, e nudez em público. Mitch olhou ao redor da sala, desejando que seu zumbido induzido pelo álcool o fortalecesse para que ele pudesse passar a noite. —Vamos gente, não sejam uns chatos. Vai ser divertido.


Blake lhe lançou um sorriso sarcástico. —Sim. Eu quero ouvir você repetir isso, depois de fazer uma tatuagem viril de borboleta. Mitch apertou a mandíbula e segurou uma maldição. Ele era o único responsável por essa merda. Se ele começasse a reclamar – e homem, ele queria reclamar – os outros caras iriam desistir. E quando a evidência fotográfica de seus desafios concluídos não fosse enviada para as senhoras, Alana iria parar de jogar o jogo. —Vamos lá. —Ele bebeu o resto de seu scotch e caminhou até a cozinha, pegando sua carteira e jaqueta no balcão. —Vamos jantar e vazar para começar a festa.

*** Eles passearam pelo Bellagio em um grupo. Mitch, Mason, e Blake usavam bonés para proteger o rosto. Os guarda-costas caminhavam ao lado deles, vestidos com jeans casual e jaquetas esportivas para se misturar. Serem vistos em Sin City quando um dos tripulantes tinha que fazer uma corrida nu mais tarde viria a ser um pesadelo. Mitch não queria ver sua bunda – ou a de Johnson para constar – saltando em torno da web em todo o mundo. Normalmente, ele não contemplaria um desafio arriscado assim. Nem mesmo por uma boa quantia. Mas o pedido tinha vindo de Alana – a noiva desequilibrada dele, e ele não podia deixá-la desanimada. Não quando o itinerário da noite foi inventado para seu benefício. —Este lugar parece ser bom. —Sean parou em frente à uma lanchonete, olhando através das janelas para o interior cheio. —Há uma multidão grande o suficiente para que possamos ser capazes de entrar e sair sem ser pegos ou reconhecidos. —Tudo bem. —Mason bufou, caminhando para a frente para empurrar a porta aberta. —Vamos fazer essa merda. —Mitch seguiu, mantendo a cabeça baixa, enquanto uma garçonete os acomodou em uma mesa de canto. —Vamos pedir imediatamente. —Mitch desabafou. Não havia nenhum ponto em permanecer. Todos queriam ter os desafios concluídos.


A mulher fez uma pausa no processo de distribuir menus e franziu o cenho. —OK. Ele quebrou o contato visual. O pensamento de roubar pessoas que trabalhavam duro não era algo que lhe agradava. Ele acreditava que nem Alana tampouco gostaria – o que o fez pensar que ela listou os desafios na esperança de que ele fosse desistir. Sem chance. Se ele desistisse, ela também o faria, e ele não queria isso. —Nós queremos sete cheeseburgers, obrigado. —Mitch agarrou a frente de seu boné e puxou-a para baixo, não se sentindo confortável com a avaliação da garçonete. Do canto do olho, ele viu-a tomar um palm pilot5 debaixo do braço e começar a digitar. —Vocês gostariam de algo para beber? —Ela perguntou. Mitch começou a fazer uma contagem mental do dinheiro que eles estavam indo para ferrar essas pessoas e a culpa bateu em seu interior. Nem mesmo a forte dose de álcool que tinha consumido no hotel tinha acalmado sua consciência. —Traga-nos uma rodada de sua cerveja mais barata —Mason respondeu. Mitch lançou a garçonete um olhar, observando como seus olhos permaneciam no rosto do famoso cara a sua frente por mais tempo do que o necessário. —Sem problema. —Ela assentiu, concentrando-se em cada um deles, um por um, antes de se virar e ir para a cozinha. —Provavelmente devia ter pedido refrigerante, seria mais barato, e cerveja barata tem gosto de mijo. —Mason terminou em um murmúrio. —Finalmente encontrou uma consciência? —Sean provocou. —Eu não acho que você se preocuparia com roubar as pessoas. Mason recostou-se na cadeira, esticou os braços sobre a cabeça, e percorreu a sala. —Eu fiz isso para seu benefício, não o meu. Eu não dou a mínima.

5

Personal digital assistants - assistente pessoal digital, (PDAs, handhelds), ou palmtop, é um computador de dimensões reduzidas (cerca de A6), dotado de grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e sistema informático de escritório elementar, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma rede informática sem fios


—Sim, claro. —Blake riu. —Eu acho que cresceu um coração no menino bonito. Mason bufou. —Provavelmente não. A cerveja chegou minutos depois e, como Mason antecipou, tinha gosto de mijo frio no fundo da garganta de Mitch. Não foi até a comida chegar um pouco depois, que ele pode engolir alguns goles com um pedaço de hambúrguer. Eles comeram em silêncio. Blake continuou a sorrir, e os guarda-costas se juntaram. Pelo menos alguém achava toda a cena hilária. Ryan ficou quieto, na fronteira do mau humor. Ninguém teve a coragem de perguntar se sua infelicidade era algo acontecendo em seu casamento problemático. Em seguida, havia Sean, que estava curtindo cada segundo da reclamação de Mason. Assim que a comida acabou, Mitch tirou uma foto dos pratos vazios com seu celular e enviou para Alana. Desafio jante e vaze praticamente concluído. As mulheres teriam que tirar a fotografia ainda como prova. Quando Mitch enfiou o celular de volta no bolso da jaqueta, Blake cutucou seu ombro. —Eu te desafio a beber a cerveja restante. Mitch olhou para o copo e os três ou mais bocados que permaneciam. —Sem problemas. —Não. —Blake sacudiu a cabeça e apontou ao redor da mesa. —Eu quero dizer toda a cerveja restante. Mitch seguiu o caminho do dedo de Blake, notando seis copos meio cheios. Sua cabeça já estava leve do scotch que ele consumiu na suíte do hotel. Beber tudo sobre a mesa o deixaria sem pernas. —Não, obrigado. —Vamos lá, seu fracote. —Mason provocou. —Isso deveria ser sua despedida de solteiro. Pare de ser um maricas. — Beba! Beba! Beba! —Sean começou a cantar. —Tudo bem. —Mitch rosnou, erguendo a cerveja para olhar o líquido âmbar com uma careta. —Alinhe-os. —Ele ordenou, então apertou o copo aos lábios. Com um profundo suspiro, ele derrubou o conteúdo na boca e bebeu antes de seu corpo pudesse convencê-lo a não fazer. Gole após gole seu estômago se revoltava, mas ele continuou, determinado a não recuar. No mínimo, Mason deveria calar a boca por cinco minutos. Quando ele terminou, entregou o copo vazio para Sean, à sua direita, enquanto Blake


passou para ele um outro de sua esquerda. Eles continuaram alinhando mais de três bebidas até que Mitch teve que parar e apertar sua barriga. —Vamos lá, você pode fazer isso. —Ryan incentivou. Mitch ignorou os olhares dos clientes próximos e olhou para os copos restantes. Então ele se virou em busca do banheiro, encontrando a porta do masculino há poucos metros de distância. Felizmente, estava perto se ele precisasse vomitar. Com um gole para limpar o gosto de bunda de sua boca, ele estendeu a mão e esperou que Blake colocasse mais um copo em sua mão. E um após o outro, ele continuou bebendo com relutância. Quando o último copo estava vazio, ele bateu com ele na mesa e limpou a boca com as costas da mão. —Cristo, essa merda é horrível. —Ele segurou um arroto, e seu estômago se agitou com o sabor. —Sim. —Sean concordou. —E eu não posso esperar para ele ficar bêbado. Mitch cobriu os lábios com a mão, segurando outra explosão de ar que subiu a garganta. —Bem, eu vou mijar. Eu vou esperar vocês lá fora. —disse Blake, levantando da mesa. —Eu não vou ser o último neste desafio. —O que você quer que façamos, chefe? —Um dos guarda-costas perguntou enquanto Blake se dirigia para os banheiros. —Vão. —Ele sacudiu a cabeça na direção das portas e franziu o cenho quando demorou um pouco para a visão se recuperar. —Nós vamos encontrá-lo no final do quarteirão. —Ele não queria que eles arriscassem suas licenças de segurança se fossem pegos, e até agora ninguém havia reconhecido a banda, então a ameaça de uma debandada de fãs era baixa. —Nós vamos ficar bem. —Mason reiterou. Os guarda-costas acenaram com a cabeça e esperaram por Blake voltar do banheiro antes de dar ao ambiente uma varredura visual final e sair.XXX —Como vamos fazer isso? —Perguntou Sean, seu foco em Mitch. —Assim que você se levantar, você vai bater no chão, então você não pode ir por último. Mitch balançou a cabeça, a ponto de dizer que ele estaria bem, então seu cérebro começou a vibrar. —Porra. —Sim, sete copos meio cheios de cerveja misturado com scotch faz isso com você.


—Eu vou pedir a conta. —Ryan disse com um risinho. —Enquanto eu estou esperando, vocês podem ir e eu vou fingir escorregar dinheiro para a pasta antes de alcançá-los. A garçonete está muito ocupada no momento. Ela não vai nos notar fazendo uma fuga. Os quatro se entreolharam. Mitch podia ver a apreensão e culpa no rosto de seus amigos, até mesmo em Mason, mas da forma em que Mitch estava bebado tornou difícil se importar. —Sim, parece bom. —Qualquer coisa que envolvesse ar fresco e movimento para liberar a cerveja com sabor de mijo de seu sistema seria uma escolha saudável. Ele levantou de seu assento, tropeçou para trás em um passo, e então se endireitou. Puta merda. Ele nunca tinha sido um peso leve antes. Após Alana entrar em sua vida, ele não tinha mais que anestesiar sua solidão com álcool. Na verdade, ele não teve mais do que algumas bebidas desde o Natal, mais de dois meses atrás. —Calma aí, tigre. —Sean agarrou seu ombro, rindo baixinho. —Eu acho que esta festa pode finalmente estar começando. Eu digo que devemos abandonar os desafios e bater os clubes de strip. Mitch balançou a cabeça, deixando Sean levá-lo do restaurante. —Sem tetas até terminar a lista. —Cristo. Ele não tinha a intenção de ficar olhando para outra mulher esta noite. Ou qualquer outra noite, aliás. Ele só esperava que ele tivesse estômago para fazê-lo através das tarefas antes de desmaiar. Mason apareceu junto dele, andando ao seu lado. —Você está tão abatido que está me deixando doente. Mitch parou. Agora não era o momento para visualizar alguém vomitando. —Vamos. —Sean puxou seu braço. —Vamos levá-lo para fora. Mason andou na frente deles, abrindo a porta e deixando Mitch ir para o ar frio da noite. —Talvez esta noite não vá ser tão ruim, afinal. —Mason riu e cutucou o ombro de Mitch, fazendo-o tropeçar. Ele deu dois passos para poder ganhar equilíbrio, e então ele estava correndo para a frente, voando no estômago de Mason para limpar o sorriso irritante de seu rosto. —Você é uma cadelinha chorona recentemente. O que há com você? —Ele perdeu sua musa. —Sean disse atrás deles. —Coitadinho está sendo cobrado excessivamente por Leah e a gravadora.


Mason empurrou o peito de Mitch, enviando-lhe voando para Sean. —Eu não vejo você ajudando com as letras. —Mason cortou. —Você resmunga e se queixa de que você nunca consegue qualquer atenção, e tudo isso é porque você é bom para nada. Você literalmente senta em sua bunda e bate merda o dia inteiro. Sean ajudou Mitch a se estabilizar e sorriu ameaçadoramente. —Vou bater-lhe muito em breve, se você não parar com essa atitude. —Pode vir. —Mason levantou as mãos, acenando para ele avançar. —Senhoras, senhoras. —Ryan caminhou ao lado deles. —Eu os deixo sozinhos por cinco minutos, e já estão brigando por mim. —Ele fechou a carteira na palma da mão e empurrou-a no bolso da jaqueta. —Qual é com a carteira? —Mitch arrastou. —Você fez uma fuga ou não? —Eu tinha que fazer parecer legítimo. Eu brinquei com as minhas notas por um tempo, sorri para a garçonete, e saí. Sem problemas. —Você está parecendo presunçoso para alguém que violou a lei. —Mason murmurou. Ryan levantou o queixo e deu um aceno confiante. —Eu terminei a minha parte para a lista de desafio. Cabe a vocês fazerem o resto. Então, sim, eu me sinto malditamente presunçoso.


Capítulo Quatro

Leah sentou-se na cadeira reclinada no meio da sala estéril do fundo do estúdio de tatuagem e piercing, fresca, calma. Era justo que ela colocasse a mão no desafio mais difícil em sua lista de tarefas. A competição foi ideia dela, afinal. E, até agora, a noite tinha sido uma explosão. Tudo o que ela tinha que fazer era furar uma parte do seu corpo. Fácil. A garrafa de champagne que tinha consumido no hotel havia lhe dado o zumbido formigante de embriaguez. Deixou-a leve, fantasiosa e totalmente aberta para tentar qualquer coisa quando o maravilhosamente bronzeado, musculoso e tatuado quente artista corporal perguntou o que ela queria que fosse feito. —Minha boceta. —tinha sido a primeira coisa que veio à sua mente quando seus penetrantes olhos verdes encontraram os dela. Ela manteve isso para si mesma, porém, apertando os lábios para que ela não quebrasse em um ataque de risos. Em vez disso, ela cruzou as pernas, apertou suas coxas, e ouviu quando ele enumerou os muitos lugares capazes de ser perfurado. O problema era que ela não se importaria de ter suas mãos ásperas em cada parte do seu corpo negligenciado. Sua imaginação já antecipou a respiração quente do cara passando pelo seu pescoço, se ele se concentrasse em seus ouvidos. Ou a forma como sua pele iria se arrepiar quando ele tocasse a área em torno de seu umbigo. Então, sua voz tornou-se sedutora quando ele discutiu lugares mais íntimos. —Que tal o seu mamilo? Ou o seu clitóris? Ou sua vulva. —Seu sorriso bad boy se alargou com cada palavra. Que tal eu tirar a roupa e você pode escolher o lugar que você mais gosta? —Desculpe-me? —Ele perguntou, levantando uma sobrancelha arrogante. Puta merda, ela tinha dito isso em voz alta? —Umm, que lugar você acha que seria melhor? Seus olhos brilhavam, e, em seguida, seu olhar passou em seu corpo, abaixo da curva dos seios, ao longo de sua cintura, até o ápice de suas coxas. —Eu sempre fico excitado perfurando o clitóris de uma mulher.


Oh, Cristo. Seu interior derreteu em uma poça pegajosa entre as pernas. Ela não costumava ficar quente por um bad boy. Normalmente, seus pedaços de senhora iam à loucura por caras doces, aqueles que sabiam como tratar uma mulher com respeito e admiração. A cerca branca e o estereótipo de duas crianças ou mais. Ela piscou para ele, seu lado bêbado desafiando-a a deixá-lo ter seu clitóris, enquanto seu profissional, sempre no controle de espírito disse-lhe para acordar do inferno. —Dói? —Ela perguntou, mordendo o interior de sua bochecha. Ele lambeu os lábios, a ação, fazendo-a olhar para sua boca e o sorriso perverso que continuou a deixa-la louca. —Não deve, se feito corretamente. Haverá uma pitada de dor, e algumas picadas ou ardor até colocar a joia. Então as coisas vão se acalmar. Leah mexeu no assento, incapaz de racionalizar seus processos de pensamento. Ela não era o tipo de garota de clitóris perfurado. Não mais, de qualquer maneira. Antes do Reckless e sua escolha de carreira como empresária da banda, ela tinha sido uma completa groupie de estrela do rock. Passes de bastidores, seguindo seus músicos favoritos em turnê, entrando em suas calças sempre que podia. Era uma descarga de adrenalina constante. Agora, ela era a mulher de negócios equilibrada que mantinha um grupo de estrelas do rock insanas no controle. No entanto, ela não podia ignorar o modo como seu núcleo cerrou de excitação, ou a dureza de seus mamilos empurrando contra a fina renda de seu sutiã. —Não é apropriado para todo o mundo, no entanto. —Acrescentou. —Eu preciso verificar para ver se você tem tecido suficiente. Leah levantou uma sobrancelha. Sua declaração parecia como uma provocação. Por que diabos seu clitóris não seria adequado? Ela tinha uma boceta bonita, droga. —Tenho certeza que o meu é bom. —Oh, eu aposto que é, querida. —Disse ele com uma risada, e girou em seu banco para pegar um par de luvas descartáveis do balcão. —Se você puxar para cima o seu vestido, e abaixar sua calcinha, eu vou dar uma olhada. Ela fez como instruído, subindo a barra do vestido justo na altura do joelho sobre seus quadris. Abaixar a calcinha não era tão fácil. Ela fez uma pausa, com as mãos apertando a cintura de seu fio dental de seda preta enquanto fechava os olhos.


Isso não era ela. Seus dias de criança rebelde tinham passado há muito tempo. Na verdade, o foco principal de sua vida era instruir os caras da Reckless longe de fazer loucuras bêbadas como essa. Exceto Ryan. Ela nunca tinha tido que rosnar para ele. Ele era o seu apoio, o que ela dependia para ficar sensata e madura, não importa a situação. Bem, ele costumava ser. Agora, ele não falava com ela para nada. Ela abriu os olhos e, por um segundo, não foi o artista que estava olhando para ela. Em vez disso, ela viu o rosto inocente do guitarrista do Reckless Beat, sua íris verde claro sorrindo de volta para ela amigavelmente – uma visão que não tinha visto desde seu desentendimento na Austrália. Na época, ela tinha pensado que manter as fofocas infundadas sobre a esposa de Ryan em segredo era a melhor coisa a fazer. Passou dias pensando no assunto, tentando imaginar a situação a partir de sua perspectiva, trazendo-se ao ponto de náuseas sobre a decisão que tinha que tomar. Toda essa preocupação e estresse para que Ryan, em seguida, vir e odiá-la pela escolha que ela fez. Ele não olhou para ela da mesma maneira. Ele não sorriu, não tentou fazê-la feliz quando ela teve um dia difícil. A forte relação que ela tinha com ele havia quebrado, e também foi o seu coração. Tudo porque ela tentou fazer a coisa certa. Bem, não mais. Para o inferno com músicos ingratos e seus enormes complexos de superioridade. Ela estava indo ser a imprudente por uma vez. Ela ia fazer algo selvagem e divertido, e não insistir sobre a tomada de decisões adequadas. Ela iria mostrar ao mundo que ela podia viver um pouco... tendo seu clitóris perfurado. Sim, parecia meio louco para ela também. Esperemos que, no período da manhã, quando o champagne tivesse passado, tudo fizesse sentido. Ela ergueu o queixo, sorriu para o homem delicioso na frente dela, e puxou a calcinha para baixo de suas coxas. —Ela é toda sua, menino bonito. O cara sorriu, concentrando-se sobre o trecho aparado de cachos entre suas coxas. Ele levantou um cotonete em uma mão. —Eu preciso colocar isso debaixo do capuz para verificar a profundidade. —Ele fez o que disse, usando uma mão coberta por látex para esticar a pele que cobre o feixe de nervos sensíveis, enquanto a outra mão inseriu o cotonete. Ela sacudiu com o toque, respirando pesado e lento para combater a necessidade do seu corpo para mais. Seu rosto estava tão perto de sua boceta,


com as mãos por toda sua carne aquecida, e, oh inferno, o cheiro de sua excitação já permeava o ar. —Você está bem? —Ele ronronou, seu foco nunca deixando seu clitóris. —Uh... huh. —As palavras saíram em respirações afiadas. Ele riu, seu hálito quente roçando-a como uma carícia. —Você é sensível. —Eu gostaria de pensar que você seria sensível, também, se eu tivesse as minhas mãos por todo o seu pau. —Se as suas mãos estivessem no meu pau, querida, eu seria um inferno de muito mais do que sensível. Ela limpou a garganta e engoliu em seco, já antecipando o sabor da sedução obscura nos lábios. Ele olhou para ela, a decepção pesada em seus olhos. —Infelizmente, a política da empresa diz que não posso ter relações sexuais com uma cliente. — Ele continuou a encarando, o olhar aquecido a comendo no silêncio. —Mas, se acontecer de eu fazer você gozar quando eu trabalhar a minha magia, então isso é um bônus, não é? Ela sorriu e desviou o olhar. Ele estava tão confiante. Arrogante. Irritante igual os caras com quem trabalhava, mas ela não podia negar seu recurso, ou o fato de que ela não tinha tido um orgasmo nas mãos de outra pessoa há muito tempo. —Seria um bônus muito bom. Ele removeu o cotonete do capuz de seu clitóris e cegamente atirou-o para a lixeira no canto, perdendo seu alvo. Em seguida, o polegar estava em seu pacote apertado de nervos, indo e voltando com lenta determinação. —De onde você é? —Ele sussurrou, quando dois dedos deslizaram entre os lábios de sua boceta, espalhando-a aberta. Ela estremeceu, segurando um gemido necessitado de penetração. —Eu... —Seu toque estava brincando, leve, mas confiante e no controle. O calor cresceu dentro dela, abaixo de seu abdômen começando a doer da maneira mais agradável possível. Ela queria que ele se movesse mais rápido. Mais duro. Para penetrá-la com seu toque hábil e fazê-la gritar seu nome... qual diabos fosse. — Eu... não sei. Qual foi a pergunta? Ele riu. —Droga, eu gostaria de poder foder você.


Ela olhou para ele, desejando a mesma coisa. O olhar dele estava em suas dobras lisas, seus dentes mordendo duro em seu lábio inferior. Ela choramingou. Rapaz, ela queria isso também. Sua imaginação já estava a mil, imaginando o que esse Adonis tinha escondido em suas calças. — Você tem certeza que não pode? —Ela ofegava, balançando os quadris na necessidade desesperada. Ele balançou a cabeça. —Por mais que eu adorasse poder. —Seus dedos deslizaram dentro de sua boceta, roubando um suspiro de seus lábios enquanto suas paredes apertaram em torno dele. —Eu amo meu trabalho. Não posso arriscar perdê-lo. Leah focou no prazer desconhecido ultrapassando seu corpo, e algo dentro dela quebrou. Ela queria mais. Precisava. Ela não podia mais ficar contente com seu estilo de vida só-trabalho-sem-diversão. Ela queria um pau. Cristo, seu corpo queimava. Em vez de suplicar, ela fechou os olhos e lutou contra a necessidade de mendigar. Seu toque era suficiente. Teria que ser. E nos próximos dias... semanas... OK, meses, ela iria reviver esse momento e se perguntar por que diabos ela não fazia isso mais vezes. —Não significa que eu não posso fazer você gozar. —O homem sussurrou. —Ser pego com meu pau dentro de você é uma coisa. Mas ter os meus dedos aqui. —Ele pulsava-os dentro e fora, sua excitação tornando o deslizar de seus dedos cobertos por luva sem esforço. —Quando eu preciso furar seu lindo capuz, é muito mais fácil de disfarçar se alguém entrar. Ele estendeu-a, empurrando outro dedo em seu canal, enquanto o polegar continuou a trabalhar seu clitóris. —E além do mais, se eu afundar meu pau dentro de você, eu te arruinaria para todos os outros homens. Leah gemeu. Seu tom de voz mostrava que ele estava brincando, mas ela não duvidou dele por um minuto. Este homem foi feito de sonhos molhados e orgasmos involuntários. Ele era um destruidor de corações, o tipo de destruir uma mulher e fazê-la feliz pela devastação, tudo ao mesmo tempo. Ela estava acostumada a isso, porém, não seria capaz de desfrutar a paixão devido à escolha de carreira. Trabalhando junto com os cinco maiores sedutores da indústria da música, sabendo que nada jamais poderia vir de suas brincadeiras, a fez forte. Ou estúpida. Outras mulheres tinham trabalhado para a empresa de gestão que a empregou, todos assinando o mesmo contrato que declarava que um relacionamento íntimo com um cliente era um motivo para demissão. E ela tinha visto muitos deles limparem suas mesas e sair por causa disso. No entanto, Leah sentia da mesma maneira sobre seu trabalho como o


cara sexy, com seus dedos profundamente dentro dela. Os poucos segundos de felicidade não valiam a pena estragar sua vida. Ela abriu os olhos e sorriu quando seus olhos verdes olharam para ela. —Você está causando estragos no meu autocontrole. —O cara tatuado murmurou. —Então pare. —Provocou ela, balançando a sua bunda. Ele rosnou e mergulhou os dedos mais fundo, girando-os dentro dela, escovando seu ponto G. —Eu não sou um desistente. Oh, ela apostava que ele não era. Como seria ser fodida por esse homem? Para ser empurrada na cama e levada forte e rápido? Com todas as tatuagens em seu corpo que as roupas escondiam, expostas para sua exploração. Ela passou a mão pelo corpo dela, imaginando a perfeição em sua mente enquanto ela apertou dois dedos contra o polegar em seu clitóris. A pressão dentro dela construída, a necessidade frenética queimando mais quente quando ele tomou sua instrução e trabalhou o pacote pequeno apertado de nervos mais duro. —Por mais que eu costume incentivar as mulheres a gritar meu nome quando elas vêm, eu preciso que você fique quieta, OK, baby? Ela assentiu, movendo a mão livre para seu seio, beliscando seu mamilo tenso. —Eu não sei o seu nome. —Melhor ainda. —Ele murmurou, e abaixou a cabeça para inalar o cheiro dela. —Foda-se. Você cheira como o céu. Eu poderia enterrar meu rosto entre suas coxas e te provar por dias. —Oh, Cristo. —Ela engasgou. —Você vai me fazer gozar. —Esse é o ponto, querida. Eu quero essa pequena boceta apertada gozando em todos os meus dedos. Suas paredes contraíram com suas palavras, o envio de um tiro de prazer a cada ponto de pulso em seu corpo. Ele olhou para ela, seus lábios muito perto do seu sexo, e lambeu os lábios. Provocador! Este homem era bom. Ah, apenas bom, da maneira mais frustrante. Ele deslizou a mão livre sobre seu abdômen exposto, fazendo cócegas em sua pele sensível quando ele correu seu toque por baixo do vestido. Quando ele chegou ao seu peito, ela ficou tensa, a menor escovada tentadora contra os mamilos doloridos tinha seu clímax chegando.


—Diga-me o seu nome. —Ele perguntou, continuando a trabalhar com os dedos dentro e fora de sua boceta gananciosa. —Eu quero saber o nome da mulher que vai assombrar os meus sonhos. Era uma linha, mas, no entanto, uma boa. Ele a lembrou dos homens da Reckless, da arrogância que era muito atraente para ser ignorada. —Leah. —Mmm, Leah. —Ele beliscou seu mamilo, atacando-a com uma deliciosa centelha de prazer e dor. —Imagine eu chamando seu nome quando estiver me masturbando no chuveiro esta noite. A imagem da perfeição a mandou por cima da borda. Ela fechou os olhos e manteve a boca fechada para lutar que um gemido lhe escapasse. Ela segurou firme contra o peito, e agarrou o lado da cadeira com a mão livre, necessitando desse momento de felicidade prestes a explodir. Ele continuou a trabalhar, esfregando com pressão forte contra seu clitóris enquanto seus dedos continuavam dentro dela, girando em torno de seu ponto G. Sua vagina se apertou, mais e mais, enquanto seu corpo inteiro ficou tenso. —Tão malditamente quente. —O bad boy murmurou. Leah sacudiu com os últimos espasmos do seu clímax, ainda imaginando o molhado e excitado homem em sua mente, enquanto se acalmava. Em seguida, seu toque foi embora, seus dedos deslizando de seu calor apertado, a mão já não estava em seu peito. Ela abriu os olhos e encontrou-o olhando para ela com uma intensidade que a manteve cativa. Ele não falou, não se moveu, apenas continuou a observála com ferocidade enquanto ela ofegava para recuperar o fôlego. —Eu não deveria ter me negado. —Ele sussurrou, puxando as luvas. —Eu vou me arrepender de não foder você para o resto da minha vida. Leah riu, e um sorriso inclinando os lábios. Ela precisava do impulso em seu ego. Estar rodeada de homens com complexos de superioridade tinha feito estragos em sua confiança, ainda que este homem tinha dado tudo de volta para ela, e então algo mais. —Obrigada. —Não precisa me agradecer, querida. —Ele virou-se em seu banco e jogou as luvas para o lixo no canto. —Assistir você se desfazer foi agradecimento o suficiente. Calor penetrou em suas bochechas. Não. Não. Não. Não fique sóbria agora. Ela sacudiu a vergonha e quando ele empurrou ao longo do chão em seu banco e pegou um par de luvas limpas do balcão. Ele trabalhou no banco para o


lado da sala, abrindo pacotes, retirando instrumentos do que ela supunha ser a unidade de esterilização, e colocou-os em uma bandeja de aço coberto. —Mas agora que toda a diversão acabou, é hora de eu deixar minha marca no seu clitóris. — Ele deslizou pelo chão com a bandeja nas mãos e colocou-a no suporte à esquerda da cadeira. —Você prefere um piercing vertical ou horizontal? Ele falou, sem parar, inteiramente em seu elemento sobre coisas que ela não conseguia entender, enquanto ele tirou o fio dental. Opções de joias, de dor e de prazos de cura, precauções e os riscos de infecção. Nada disso ajudava. Tudo o que podia fazer era acenar com a cabeça e concordar com o que ele pensava que era melhor. A próxima coisa que ela sabia, ele estava posicionado entre as coxas dela novamente, a inserção de uma pequena haste de prata debaixo da capa. Ela fechou os olhos e orou ao acordar do seu sonho assustadoramente fora do personagem. Por que diabos ela estava deixando bonito um lugar que ninguém iria ver? Ela abriu a boca, tentando ganhar coragem e desistir da decisão quando ele avisou. —Respire fundo. Ela fez como instruído e gritou quando o fogo do inferno irrompeu em sua parte do corpo mais preciosa. —Puta merda. —Não foi um grito. Não realmente. Mais como uma chamada de alta-frequência. Pressão fria acalmou a dor, e ela respirou fundo para se acalmar. —É um cotonete salino. —O bad boy anunciou. —É fácil a partir daqui querida. Vou colocar a joia e pode se sentir um pouco desconfortável, e depois disso deve haver pouca ou nenhuma dor. Leah abriu os olhos e balançou a cabeça. Ela viu quando ele voltou ao trabalho, grata pelo zumbido alcoólico entorpecendo seus sentidos. —OK, nós terminamos. —Ele arrancou as luvas com um piscar de olhos e olhou para sua obra. —Você vai ficar feliz com o resultado. É como um dispositivo de localização de prazer. Rapazes não terão mais que procurar o clitóris indescritível. —Agora tudo que eu preciso é de um homem. —Ela falou lentamente, tirando as coxas com cautela. Bad boy parou, colocando a mão sobre os joelhos. —Digo-lhe isso, se você não tiver um cara te adorando até o próximo ano, venha me encontrar. Vou mostrar-lhe um fim de semana que nunca vai esquecer. Leah queria rir, mas a felicidade não fluiria de seus lábios. Este homem era lindo, confiante e doce, em um tipo rude e dominante, mas a ideia de um fim


de semana a sós com ele a fazia triste. Seus dias de ser selvagem e livre acabaram. Ela queria um marido para amá-la, não um estranho para compartilhar alguns dias de paixão aquecida. E esse homem não era seu tipo. Ela desejou que ele fosse. Ou talvez esta foi a maneira do destino de dizer a ela que ela precisava parar de pensar em homens que ela não poderia ter. —Eu vou tomar o seu silêncio como uma dispensa. —Não! —Leah sentou-se reta, não querendo ofender o homem que desinteressadamente deu prazer a ela. —Eu estava sonhando acordada. Ele entregou sua calcinha fio-dental, a sua expressão desprovida de humor. —Bem, quem quer que você estava pensando precisa ter sua bunda chutada por não reclamar você. —Eu não estava pensando em ninguém em particular. —Ela não estava. Não havia um homem em seu radar no momento. Ninguém adequado para dar o seu coração, de qualquer maneira. —Claro que não estava. —Provocou ele, vendo através dela. Seu olhar era desconfortável, como se soubesse os pensamentos que ela estava tentando esconder até de si mesma. —Você é uma mulher linda, Leah. Se ele não quer você, então encontre um homem melhor que a queira.

*** Dez minutos depois, Leah se arrastou do quarto de volta para a área de recepção, a sua confiança agora substituída com desgosto. Bad boy seguiu atrás dela. Seu sorriso provocador ainda consumiu sua mente, junto com a risada que ele tinha lançado quando ela gritou com a penetração da agulha. —O que diabos você acabou fazendo? —Perguntou Gabi, caminhando em direção a ela. Leah fez uma careta e puxou a alça de sua bolsa em seu ombro. Se ela ignorasse a pergunta, poderia ir embora. Ela ficou sóbria e tinha mais do que alguns momentos de lucidez para reconhecer sua estupidez. Receber o prazer sexual de um estranho era uma ideia idiota. A perfuração foi ainda mais. No entanto, a única coisa que a incomodava eram algumas palavras simples: quem você estava pensando precisa ter sua bunda chutada. Ela era tão transparente?


—Leah? —Gabi falou novamente. Leah deixou escapar um gemido. Ela não queria expressar sua estupidez. Ela era alguém inteligente, droga. Com uma respiração profunda, ela falou: —Custou uma profunda e repentina explosão de dor, que não foi nada parecida com uma simples beliscada, para me deixar sóbria e perceber que essa era uma ideia idiota. Alana veio para ficar ao lado de Gabi, os lábios apertados no riso contido. —Você está pálida. —Mostre-nos o piercing. —Disse Kate, dando um passo à frente. —Precisamos de uma foto para enviar para os caras. Ai caramba, não! Leah balançou a cabeça, e o sexy bad boy caiu na gargalhada atrás dela. —Eu não posso fazer isso. —Por quê? —Perguntou Gabi. —O que você fez? Leah olhou de uma para a outra. Alana, Gabi, e Kate possuíam variadas expressões de humor, enquanto a senhora Shelton franziu a testa em preocupação. —Eu fiz o meu... —Ela limpou a garganta e fez um gesto para sua virilha. A mãe de Alana engasgou. Gabi começou a rir, a primeira reação alegre que Leah tinha presenciado da noiva de Blake durante toda a noite. —Você fez o seu clitóris? —Ela perguntou. Leah continuou a estremecer quando ela balançou a cabeça. —Por que eu fiz algo tão estúpido? Nem eu entendi. Eu entrei lá contemplando um brinco, depois me sentei e me distraí. Kate olhou para o garanhão tatuado atrás do balcão e sorriu. —Eu não culpo você. —Sim, eu também. —Alana murmurou. —Mas você ainda vai ter que provar isso para os caras. O estômago de Leah afundou. —De jeito nenhum. —Ela balançou a cabeça com veemência. —Eles vão ter que aceitar minha palavra. —Mason já agiu como um cara que aceita sua palavra? —Alana riu.


Um gemido escapou de seus lábios. Não havia nenhuma maneira no mundo que um desses caras visse suas partes íntimas. Eles nunca iriam deixá-la viver em paz, sem falar que ela poderia perder o emprego. Talvez devesse voltar e furar suas orelhas. Gabi fez uma careta e então a cobriu com um sorriso bobo. —Está tudo bem, nós vamos dar um jeito. Leah suspirou, virando-se para pagar o homem sexy atrás do balcão. Concentrou-se em arrumar sua bolsa, incapaz de olhar nos olhos dele, até que ele devolveu seu cartão de crédito e não o soltou. Ele segurou-o firmemente entre os dedos até que seu olhar encontrou o dele. —Lembre-se do que eu disse, Leah. —Ele falou em um tom suave. —Venha me encontrar se precisar de ajuda para se convencer de como você é linda. Ela ignorou a vibração de seu coração e sorriu. —Obrigada. Por mais que eu gostasse de... terminar o que começamos, espero que você nunca me veja de novo. —Sim, querida. É uma faca de dois gumes para mim também. Ele soltou seu cartão, e lhe deu um sorriso sedutor antes de virar as costas e caminhar até o círculo de mulheres esperando. —Vamos sair daqui. Eu preciso de uma bebida forte. —Sem problema. —Alana colocou um braço em volta dos ombros de Leah. —A próxima parada é um clube de strip.


Capítulo Cinco

Gabi desviou o olhar dos seios nus da mulher magra no palco e olhou para os copos que cobriam a mesa do clube de strip na frente dela – uma dose de Alligator Sperm, um copo de Sex on the Beach, e uma outra dose de Cocksucking Cowboy. Isso não ia acabar bem. Ela já tentou afogar suas mágoas em champagne, e o álcool tinha ido direto para a cabeça, agora vibrava com a música alta do palco. O líquido borbulhante doce não ajudou seu humor, mas as três bebidas a mais poderiam entorpecer seus sentidos o suficiente para esquecer a dor. Ela queria se divertir, por amor a Alana, mas tudo o que conseguiu encontrar foram pequenas explosões de felicidade que acabaram logo a próxima respiração. Como quando Leah havia anunciado sua perfuração do clitóris. Isso tinha sido engraçado, mas o humor de Gabi morreu em poucos segundos, substituído com o sofrimento que ela estava passando há dias. —O que você está esperando? —Perguntou Leah. —Termine suas bebidas. Gabi suspirou, e colou um sorriso, esperando fingir sua apreciação. —Você sabe que vou ficar grilada, depois disso, não é? Alana fez uma careta. —Eu pensei que você quisesse. Se vai irritá-la, não beba. Gabi revirou os olhos. Um dia, espero que em breve, ela já não tenha que explicar as gírias australianas para seus amigos. —Não, eu quero dizer “grilada” como em bêbada, não com raiva. —Há uma diferença? —Kate perguntou sobre o som da batida de baixo pesada. —Há na Austrália. —Apenas faça isso rápido. Um. Dois. Três. Então terminou. —Alana levantou seu telefone, filmando o desafio de Gabi então teriam provas para enviar para os caras. —OK, aqui vai. —Ela respirou fundo, ignorando a tristeza em seu peito e tomou a primeira dose em um gole rápido. Bang. Ela bateu-o de volta na mesa. — Porra, isso foi bom. —Doce, cremoso, com um ligeiro gosto picante depois. —Não pare. —Kate gritou. —É preciso ir logo, uma após a outra.


Gabi baixou o olhar para as bebidas restantes para que ela não encarasse a melhor amiga de Alana. —Saúde. —Ela levantou a taça de Sex on the Beach em seguida, colocou-a aos lábios e bebeu. Sua garganta engoliu quando seu estômago ficou pesado. Não é um bom sinal quando a única coisa em seu estômago era o álcool. Bang. Ela bateu a segunda taça e buscou por ar. Antes que ela pensasse em recuar, olhou para a pequena lente da câmera do celular de Alana e tomou a dose restante. Bang. Tudo feito. Seu interior girou, revoltando-se com o veneno líquido. —Eu acho que vou vomitar. —Ela colocou a mão em sua barriga e o tempo parou. Seu instinto para tocar seu estômago foi normal, mas o gesto a fez estremecer, e ela fechou os olhos para conter o formigamento neles. —Aguenta, princesa. —Leah falou ao lado dela. —Pelo menos você não tem um piercing. Gabi abriu os olhos, já grata que o álcool estava aquecendo seu sangue, diminuindo o seu vazio. Ela olhou para Leah e sorriu. —Por que você não escolheu seu ouvido ou até mesmo perfurar a sua língua está além de mim. Mas será divertido provar isso para os caras. —Cara. —Leah arrastou, tomando um grande gole de sua bebida frutado. —Eu não teria um problema provando isso. —Kate gargalhou. —Se os outros são metade talentosos entre os lençóis como Blake, eu mostraria a todos eles. Humm. Que porra é essa agora? Gabi franziu a testa, enquanto pavor era adicionado à mistura de emoções correndo em seu corpo. —Desculpe-me? —Ela não desviou seu olhar desta vez. —O que diabos você disse? Os olhos de Kate se arregalaram. —Humm. —Humm? —Gabi levantou uma sobrancelha. —Por favor, me diga que você não dormiu com meu noivo. —Ela estava tão cansada disso. Farta de mulheres o bajulando, perseguindo-o, tentando seduzir um homem que estava claramente fora do mercado. —Hum... —Kate lançou um olhar de pânico para Alana, em seguida, virou-se para Gabi.


—Sim, eu dormi. —Foi antes dele conhecer você. —Alana interrompeu. —Na primeira vez que eu e Mitchell ficamos. —Jesus Cristo. —Gabi estalou, as mãos começaram a tremer. Sua sanidade começou a quebrar, sua cabeça doía, pulsando mais forte a cada respiração. —Alguém aqui não dormiu com Blake? Sra. Shelton levantou lentamente a mão. —Bem, obrigada por isso. —Gabi murmurou. Alana negou com a cabeça. —Você sabe que eu não dormi com ele. Gabi voltou-se para a futura noiva e estreitou seu olhar. Alana tinha visto Blake nu, tinha visto ele se masturbar até gozar, e lhe deu o prazer da vista dela transando com Mitch – mesma coisa. No entanto, ela não poderia culpar a amiga. Foi no passado, e Alana sabia que era errado trazer conversas que iriam criar hostilidade entre elas. —E você, Leah? —Gabi mudou seu foco, tentando não deixar que seu humor tempestuoso tomasse posse, e falhando miseravelmente. —Você dormiu com ele? Ou o viu nu? Ou o deixou ver você transar? —Amiga, eu estou tão bêbada no momento, eu não posso dizer se você está mal-humorada ou apenas mexendo com a gente. Admito que o vi nu, no entanto. Esse cara tem a melhor bunda que este mundo já viu. —Os olhos de Leah brilhavam de entusiasmo quando ela balançou a cabeça em movimentos bruscos. —Humm-ohh. Merda. Ela não precisava disso. Sua cabeça já estava cheia de inseguranças suficientes sem precisar voltar a se preocupar com os dias de mulherengo de Blake. Não importava que ele tinha feito todos os atos sujos antes de se conhecerem pessoalmente. Seu passado ainda tinha a capacidade de machucá-la quando ela estava para baixo. As mulheres continuavam a flertar com ele, no supermercado, em restaurantes, no elevador do seu prédio quando Gabi estava de pé ao lado dele. E mesmo que ele sempre ignorasse, ou as dispensasse com indiferença educada, isso continuava a fazê-la se sentir como uma parte menor em seu relacionamento. —Estou triste em admitir, que não vi a sua frente. —Leah continuou, não notando o tormento de Gabi. —Apesar de, a partir da descrição de Alana e o entusiasmo de Kate, eu acho que você é uma mulher de muita sorte, Gabrielle Smith.


Gabi ignorou o comentário e pegou a bolsa da mesa. —Eu preciso de um pouco de ar fresco. —Ela não queria estragar a noite de Alana, mas se permanecesse aqui, rodeada de mulheres que compartilharam momentos íntimos com seu noivo, ela perderia o pouco do controle que segurava a sua sanidade. Fazia dois dias desde que sua vida tinha sido dilacerada. Dois dias cheios de choro em isolamento, sofrendo da angústia mental diferente de tudo que já tinha experimentado. Ainda assim, ela prometeu manter-se inteira até o fim do casamento de Alana. Só mais dois dias para passar, e então poderia desabar. —Não vá. —Leah fez uma tentativa embriagada para agarrar o braço de Gabi e perdeu. —Eu estava brincando sobre o corpo de Blake. —Ela olhou para Gabi com olhos suplicantes. —Bem, OK, talvez eu não estivesse. Você tem sorte de ter esse gostoso. Ele é o sonho molhado de cada mulher. —Incluindo o seu? —Perguntou Gabi. Leah se inclinou em choque. —Claro que não. Gabi mordeu a língua, desejando que pudesse ficar sóbria para parar os pensamentos de ódio em sua cabeça. Por mais que a conversa doesse, ela sabia que Leah e Alana nunca falariam assim se soubessem o que ela estava passando. —Onde você vai? —A mãe de Alana perguntou com preocupação natural de mãe. —Do lado de fora das portas da frente. Não vou demorar muito. Leah abriu a boca para protestar, mas Alana cortou. —Deixe ela ir. Eu realmente não gosto de ficar por aqui em um clube de strip feminino. Assim que Kate conversar com uma stripper e pegar seu número, vamos segui-la. Gabi olhou para longe dos olhos piedosos de Alana e deu seu primeiro passo em direção à entrada do clube. O chão balançou, seguido por sua cabeça, então, seu estômago expressou sua relutância em reter o líquido que bebeu. Rapidamente, ela desviou seu curso para o banheiro feminino, onde derramou cada gota de álcool, juntamente com a sua dignidade. Assim que a humilhação privada acabou, ela se refrescou na pia. Não se incomodou em olharse no espelho. Seu olhar assombrado só iria agravar a situação. Em vez disso, ela tropeçou nas pernas dormentes indo para a sala de casacos, recuperou o seu e saiu. Ela fechou os olhos quando o ar frio atingiu sua pele, erguendo o rosto para o céu. O conforto da escuridão ajudou um pouco. No entanto, ainda ansiava pela paz dos céus estrelados australianos e ar fresco de Queensland. Não os arredores loucos, sujos de Vegas, com a noite iluminada como se fosse dia.


Pessoas caminharam ao redor dela, continuando com suas vidas, embora a dela tivesse parado de girar. Ela não sabia o que fazer. Não sabia como seguir em frente. Ou como se livrar do tormento e da confusão. Em qualquer outro dia, antes que o drama desta semana tivesse lhe quebrado, ela teria amado enfrentar o deboche de sua primeira viagem. Agora, porém, ela queria ficar sozinha. Ela ainda não tinha tido tempo para conversar com Blake. Ele chegou em casa vindo de Richmond minutos antes de sair para Vegas, e sua notícia não era algo que ela poderia atirar nele em público. —Gabi? —A voz de Alana a chamou suave e baixo, mal se notando sobre a emoção da cidade. Ela abriu os olhos, olhando para a expressão preocupada de Alana antes de abaixar seu olhar. As mãos de Alana escovaram o casaco cobrindo os ombros de Gabi. —Diga-me o que está errado. Gabi respirou, oscilando, tão perto de quebrar. Seu corpo começou a tremer, com o frio ou o choque tardio, ela não tinha certeza. Os braços de Alana a envolveram, segurando-a em um abraço apertado. — Você quer que eu chame Blake? Gabi sacudiu a cabeça e fechou os olhos, liberando um rastro de lágrimas ardentes pelo rosto. —Eu vou voltar para o hotel. —Ela falou no ombro de Alana. O Bellagio era apenas a cinco minutos a pé a partir dali. —Eu não quero estragar a sua noite mais do que já estraguei. —Eu não vou te deixar sozinha, Gabi. —Alana segurou-a com mais força. —Por que não posso levá-la de volta para sua suíte, e podemos assistir a um pay-per-view. Gabi continuou a sacudir a cabeça e saiu dos braços da amiga. Ela deu um passo para trás, colocando distância entre elas, deixando que o ar gelado esfriasse seu rosto aquecido. —Então me diga o que está errado. —Alana continuou. —Eu posso não ser capaz de ajudar, mas falar pode tornar melhor. Gabi sorveu uma respiração irregular até encher seus pulmões. Ela não conseguia dizer as palavras, caso contrário, Blake saberia agora. E quando ela fosse forte o suficiente para falar, ele seria o primeiro a saber.


Gabi limpou as lágrimas descendo por suas bochechas e riu, na esperança de acalmar Alana. —Eu estou bem. É apenas um colapso bêbado. Dê-me cinco minutos para me recompor, e vou voltar para dentro. A última coisa que ela queria fazer era caminhar de volta para o clube de strip, mas se não tinha um tempo a sós necessário para recuperar a sua decisão, não achava que seria capaz de passar o resto da noite, e muito menos todo o fim de semana. —Eu prometo. —Continuou ela. —Assim que eu me acalmar, vou encontrá-la. Não era uma mentira. Gabi queria desfrutar da despedida de solteira de Alana. Ela só não tinha certeza que se acalmar era uma opção que tivesse algum controle.


Capítulo Seis

Sean saiu do táxi e seguiu os rapazes para o salão de beleza. Ele tinha que admitir, a noite não era tão ruim como ele esperava. Quando disseram que seu plano de strippers e bebida seria mudado para um jogo idiota de desafios, ele tinha ficado irritado. Mas a atitude mal-intencionada de Mason fez a falta de mulheres nuas valer a pena. Não que ele gostasse de ver seus amigos brigarem... bem, sim, isso pode ser uma mentira. Quando se tratava de Mason, Sean ficava feliz em ver o cara sofrer. O cara à frente da banda tinha o monopólio da arrogância, de modo que ser a testemunha do seu estresse sobre o próximo álbum se transformou em uma experiência agradável. O resto da banda sabia que ele ia sair dessa depressão em breve. Nenhum deles estava preocupado. Em vez disso, desfrutavam da perda da confiança de Mason. Mais à frente, Mitch segurou a porta aberta para o salão de beleza e Sean entrou. O cheiro acre de unha e incenso o atingiu como um golpe físico. Ele ignorou, entrando no salão. Ele tinha um encontro com cera quente e uma esteticista sexy. O que mais um cara poderia pedir? —Despedida de solteiro? —Uma mulher de meia-idade perguntou atrás de um balcão na altura da cintura. Ela tinha o cabelo escuro ondulado e um sorriso amigável, que chegava até seus olhos castanhos claros. Sean estudou cada centímetro dela, imaginando as mãos dela vagando em sua virilha, a forma como a cera quente vibraria contra sua pele, a dor aguda e prazer que viria a seguir. —Sim. —Mitch murmurou ao lado dele, seus ombros balançando quando fechou a porta. —Ótimo. —A mulher bateu palmas. —Eu tenho uma sala preparada para a depilação, mas me disseram que haveria mais três tratamentos indicados assim que chegassem. O que mais vocês gostariam de fazer? —Ela entregou um folheto para Ryan. Mason pegou o papel e começou a olhar a lista. —Eu estou de boa. —Blake falou atrás do grupo. —Vou pintar minhas unhas em um bonito tom de preto. —Mentira. —Mason atirou. —Se vou depilar minhas sobrancelhas, você tem que ter algo maior do que isso.


—Nah. —Blake deu uma sacudida lenta de sua cabeça. —Realmente não. Um sorriso surgiu no rosto de Sean. Esta era realmente uma noite incrível. —Anime-se, idiota. Isto era para ser divertido. —Mitch cambaleou para frente, pegou o folheto de Mason e entregou-o de volta para a mulher com um sorriso de desculpas. —Por que você não nos surpreende? Basta ser gentil, OK? A mulher inclinou a cabeça. —Claro. Vamos começar. —Ela estendeu o braço, apontando para o corredor. Suas mãos eram pequenas e delicadas, não grandes o suficiente para envolver o pênis de Sean, mas ele já poderia antecipar a suavidade de suas mãos contra o seu eixo. —Quem vai fazer a depilação a brasileira pode ir para a primeira sala à esquerda. Maree está esperando por você. Maree? Porra, ele tinha se acostumado com a ideia de foder a boquinha desta mulher. Nada demais. Nove em cada dez esteticistas são gostosas. Esse era um dos principais motivos de ele continuar voltando por mais. —E você, —Ela olhou para Blake. —Pode esperar no balcão de unhas lá. —Ela apontou para uma mesa com uma lâmpada em cima, no canto mais distante da sala. —Vou pintar suas unhas. Sean voltou-se para os caras, com um sorriso estampado no rosto, e deulhes uma saudação. —Vejo vocês daqui a pouco. Mitch riu, mostrando o brilho de seus olhos. —Divirta-se, seu bastardo louco. Oh, ele se divertiria. Nenhuma dúvida sobre isso. Ele caminhou pelo corredor, parando na primeira porta e a deslizou para o lado, entrando na sala mal iluminada. Velas queimavam nos cantos do balcão que se estendia ao longo da parede do fundo, e uma mesa de massagem estava no meio da sala, coberta com uma toalha branca e uma daquelas tiras de papel que ele tinha aprendido a odiar. A mulher curvilínea estava de costas para ele, seu cabelo loiro avermelhado claro em um rabo de cavalo que ia até a sua coluna. Sua concentração estava no recipiente em frente a ela, com as mãos enluvadas mexendo uma haste no que ele sabia que era o aquecimento da cera. Ela olhou por cima do ombro, o cabelo maravilhosamente balançando em volta do pescoço para pousar contra o peito. A sala estava escura, sedutoramente, e ainda assim ele percebeu o azul em suas íris e a centelha de reconhecimento em seu olhar. —Oi. —Ele sorriu para ela, seu pau já endurecendo, ansioso para a ação. —Sou Sean Taiden.


Sua boca se abriu, então a fechou. Timidez penetrou em seus olhos de cor de oceano, e ela sorriu para ele sob os cílios delicados. —Eu sei quem você é. Realmente? Ele arqueou uma sobrancelha. Não era frequente que as pessoas soubessem. Sim, a Reckless Beat era famosa, os nomes de Mason, Mitch, e agora até mesmo Blake. Mas Sean era o cara sem rosto sentado na parte de trás do palco. Como Mason diria, ele literalmente sentava em sua bunda e batia merda o dia todo. Ninguém o conhecia. Embora ela parecesse familiar. —Já nos conhecemos antes? Ela deu de ombros e virou-se para se concentrar em mexer a cera. —Eu sou de Richmond. Ahh, uma mulher de sua cidade natal. —Então, nós nos conhecemos? —Não. E não se preocupe, você não se lembraria de mim. —Ela colocou a haste em cima do balcão e voltou a encará-lo. —Você já fez uma depilação brasileira antes? —Sim. —E quanto mais pensava sobre ter outra, mais duro o pau dele ficava. Ele puxou a camisa sobre a cabeça. Era totalmente desnecessário, como ela só precisava se concentrar em sua virilha, ele só queria ver seus olhos brilharem com o show de sua pele. Ela não o decepcionou. Ele não podia deixar de ter um corpo perfeito quando se tratava de sexo. Se não fosse por seu físico, todas as groupies iriam passar por ele e irem para Mason. Ele odiava receber sobras. Ele estendeu a mão para o cinto e desabotoou o fecho. Ela olhou para ele com os olhos arregalados, boca aberta. —OK. Bem, vou deixá-lo colocar a roupa interior de papel, por favor. —Ela não se moveu, simplesmente ficou ali, observando quando ele tirou os sapatos e desabotoou o primeiro botão de sua calça jeans. —Eu não sou tímido. —Ele falou lentamente, e empurrou sua calça e boxer para baixo. Ela ficou boquiaberta por longos segundos, e então rapidamente se voltou para o balcão. —Acho que não. —Ela sussurrou e limpou a garganta. —Se você deitar em cima da mesa, podemos começar. Ele fez como pedido, deitando sobre a fina camada de papel envolto por toda a extensão da mesa acolchoada. Ele pousou as mãos atrás da cabeça e olhou para Maree quando ela se virou com uma haste cheia de cera.


Ela não fez contato visual. Seu rosto agora desprovido de emoção quando a escuridão penetrou na parte superior do seu rosto. —Você pode virar uma de suas pernas para fora e manter o seu... pênis para o lado, por favor? Ele riu, apreciando seu desconforto. —Claro. Ela se inclinou sobre o seu pacote e usou seus dedos para fazer a pele já apertada de suas bolas, tensionar. Com golpes eficientes, ela fez duas trilhas de cera, uma ao longo do lado inferior de seu eixo, e outra sobre suas bolas. Então se virou, colocando a haste de aplicação em uma caixa, e voltou a soprar sobre a cera para esfriá-la, batendo levemente para ver se endureceu. —Pronto? —Ela perguntou. Ele não respondeu, apenas sorriu para ela que corou fortemente. O primeiro rasgo da cera doeu. A explosão de dor encheu seus pulmões e fez o seu pau pulsar. Normalmente, ele não era um masoquista. Dor no quarto não deixava seu pau em alerta. No entanto, quando ele tinha as mãos de uma estranha em suas bolas e pessoas esperando na área de recepção, as coisas mudavam. Maree continuou a aplicar a cera e removê-la minutos mais tarde. Aplicar e remover. Aplicar e remover. Até que seu pênis estava tão sensível, que o simples aperto de sua própria mão o fez querer gozar. Ela não falou. Recusou-se a fazer contato com os olhos, mas sua pequena língua atrevida continuava a sair para umedecer o lábio inferior tão rosa. —Terminado. —Ela anunciou, tirando as luvas descartáveis e as colocando no lixo. —Sério? —Ele falou. —Você realmente terminou comigo? Ela olhou para ele confusa, que soltou seu pênis ereto, deixando-o bater contra seu estômago. Seus olhos se arregalaram, a timidez rastejando de volta para as grandes íris azuis. —Não há mais nada que você queira fazer? Seu olhar moveu-se para o seu eixo e, em seguida, de volta ao seu rosto. —Eu não deveria. —Ela fez uma pausa para engolir. —Eu ia ficar em um monte de problemas. —Você não vai. —Ele pegou a mão dela e puxou-a, colocando um beijo em seus dedos. —Eu posso ficar quieto, se você puder também. Ela mordeu o lábio, e ainda que levemente, a boca inclinou em um sorriso tímido, expondo pequenas ondulações.


Ele tomou a paixão em seu olhar como um sinal de aprovação, e sentouse, manobrando suas pernas para pairar sobre o lado da mesa. Ele arrastou-a para a frente, fixando-a entre suas coxas e ergueu o queixo dela com os dedos. Ela olhou para ele, uma mistura de espanto e surpresa em suas feições. —Eu quero te beijar. —Ele murmurou, inclinando-se para que suas bocas estivessem a poucos centímetros de distância. Ela respondeu com um gemido e fechou os olhos, as mãos indo parar ao seu lado. Ele riu contra os seus lábios, amando sua doce aprovação, e varreu sua boca contra a dela. Ela gemeu no beijo, os dedos movendo-se hesitante sobre a pele lisa, onde as pernas se juntaram a sua cintura. —Toque-me. —Ele falou em sua boca. —Pegue meu pau. Lentamente, ela obedeceu, puxando as palmas das mãos sobre sua pele até as unhas roçarem o seu comprimento. Ele ficou tenso, tão perto de explodir, e aprofundou o beijo. Ele a devorava, respirava seus gemidos carentes, saboreando a doçura na sua língua. —Precisamos de um preservativo. —Ele sussurrou. Ela assentiu e deu um passo para trás, permitindo-lhe empurrar a mesa e andar os poucos passos para recuperar sua calça jeans do chão. Ele revistou os bolsos, agarrando um dos três preservativos que tinha colocado lá, porque um cara não sabia o quanto ele seria sortudo e manobrou de volta para o lado dela. Ele parou quando estavam frente a frente e agarrou seus quadris, levantando-a para sentar-se na mesa. Sem preâmbulos, ele agarrou o cós de sua calça azul e começou a puxar, arrastando-a para baixo de suas coxas, sobre os joelhos. Ele arrancou, juntamente com seus sapatos pretos, em seguida, deu um passo para trás para admirar sua calcinha branca molhada. A virginal, lingerie de renda falava de inexperiência, mas o ligeiro brilho nos olhos mostrou uma sedutora escondida esperando para se libertar. —Abra. —Ele cutucou o joelho contra o dela e empurrou entre as pernas. Maldito esmalte de unha que preenchia o ar. Se eles estivessem em sua suíte de hotel, ele seria capaz de cheirar sua excitação, seria capaz de provar sua doçura em sua língua. —Abra para mim. —Ele entregou o pacote de preservativo e sorriu para os segundos que levou para ela piscar de volta à realidade. —Você está bem? Ela assentiu.


—Ótimo. —Ele agarrou o cós da calcinha e puxou, fazendo-a ofegar com sua aspereza. Assim que o material fino atingiu o chão, ele olhou para o ápice de suas coxas, apreciando a vista tentadora de sua vagina sem pelos. —Bonita. —Fico feliz que você aprove. —Ela respondeu, abrindo as pernas um pouco mais. Ele amava o corpo feminino. Ele poderia olhar por horas, brincar por dias, ele nunca se cansaria. Estendendo a mão, esperou o preservativo. Com dedos trêmulos, ela colocou-o na palma da sua mão, e três segundos depois, ele estava apto e pronto para a ação. Ele agarrou a bunda dela, puxando-a para a frente pairando sobre a borda da mesa. Ela suspirou, agarrando-se a seus ombros e soltou um suspiro quando seu pênis encontrou a entrada de seu sexo. —Prepare-se, docinho. —Ele deslizou a cabeça de seu pênis entre suas dobras, avaliando sua excitação, testando sua necessidade. Ele brincava até que ela começou a choramingar, os dedos suaves agora segurando sua nuca com força. —Você não é barulhenta, né? Ela balançou a cabeça. —Não. —Ela ofegou. —OK, então. —Em um impulso, ele afundou nela, envolvendo seu eixo duro, lutando para abafar um gemido de satisfação total. Suas unhas cravaram em sua pele, e ela abaixou a cabeça para descansar em seu ombro. —Foda-me duro. —Ela implorou. Ele rosnou, amando seu estilo, desfrutando de sua perda de inibições. Ele mergulhou nela, os tapas duros da pele contra pele ecoando na sala. Ela estava escorregadia, seu pênis entrando e saindo dela, suave como a seda. —Qual é o seu gatilho? —Ele perguntou, querendo levá-la junto com ele quando se aproximava da linha de chegada. Ele teve número suficiente de mulheres para descobrir que eram todas diferentes. Algumas gostavam de brincar com os mamilos, outras com estimulações do clitóris, ou anal. Ele gostava de tudo. Acima de tudo, apreciava a forma como elas sucumbiam ao prazer. Ela enrijeceu e se afastou para olhar nos olhos dele. —Eu não entendo. — Inocência penetrou em suas feições, e ele não a queria lá. Ele queria ela desfeita, contorcendo-se contra ele, seus seios cobertos empurrando para o atrito. E por que diabos ele não tinha tirado a blusa dela? Merda, ele era um homem em uma missão esta noite. Normalmente, ele vivia em cima desses filhotes. —Do que você gosta? Como posso fazer você se sentir bem?


Suas covinhas saíram novamente, e ela quebrou o contato visual. —Fodame mais forte. —Ela se inclinou para trás para descansar uma mão contra a mesa de massagem atrás dela, enquanto a outra deslizou para baixo da cintura para seu clitóris. Cristo. Ela pode ser tímida falando sobre sexo, mas não tinha um problema em encontrar seu caminho para chegar ao clímax. Ele observou, fascinado, enquanto ela trabalhava as pontas de seus dedos bem cuidados sobre seu clitóris. Era tão bonito. Tão feminino. O suficiente para fazer suas bolas apertarem com a beleza disso. Ele agarrou seus quadris, batendo forte o suficiente para que suas bolas atingissem contra sua bunda. Ela respirou fundo e fez uma careta. Por um momento, ele pensou que iria machucá-la, mas ela estreitou os olhos, seu olhar guloso desafiando-o a continuar. Suas unhas se cravaram na mesa, e com os golpes seguintes as pernas de madeira se moveram, saltando contra o chão, com rangidos afiados de protesto. Maree fechou os olhos e começou a choramingar com cada penetração, com a mão freneticamente deslizando para trás e para frente sobre o seu cerne. Seus gemidos tornaram-se mais rápido, mais alto, e ele esperava como diabos que ela estivesse prestes a gozar, porque ele já estava lá. Ele arqueou as costas, batendo mais e mais até o orgasmo dele explodir. —Foda-se. —Ele rosnou com os dentes cerrados e fechou os olhos, curtindo os solavancos de prazer que ultrapassava. Ela se agarrou a ele, sua boceta ordenhando-o enquanto ele contraía com o seu próprio clímax. Quando as ondas finais de prazer deixaram o seu corpo, ela abaixou as pernas de sua cintura. Eles respiraram um ao outro, sem emoção, sem compromisso enjoativo, apenas a grandiosidade da gratificação inclinando seus lábios. —Isso foi uma trepada brilhante. —Ele ofegou, pegando a parte de trás de sua cabeça para deixar um beijo em seus lábios. Ela choramingou com um aceno de cabeça, aumentando o seu ego com sua expressão atordoada. Ela estava perdida, ainda pairando no espaço entre clímax e realidade. Ele sorriu e deu um passo para atrás. Eliminou o preservativo e caminhou ao redor da mesa para pegar suas roupas. Outra depilação brasileira bem feita. Homem, ele amava essa merda. —Eu não posso acreditar no que aconteceu. —Ela olhou por cima do ombro antes de empurrar a mesa e arrumar sua camisa. —Percebi que não é a primeira vez para você.


Ele puxou a calça, incapaz de manter o sorriso do rosto. —Não. Não é a primeira vez. Eu gosto de sexo depois que uma mulher tem suas mãos nas minhas bolas. Os lábios dela se levantaram de um lado, e ela abaixou a cabeça, voltando para a mulher tímida que ele conheceu quando entrou pela primeira vez. Quanto mais ele olhava para ela, mais a imagem de seu rosto o assombrava. Ele a conhecia, ou sabia sobre ela. Ele simplesmente não conseguia entender. —Que escola você frequentava? —Ele puxou a camisa sobre a cabeça e esperou por uma resposta. —Godwin High. —Ela murmurou. Jackpot. —É onde eu devo ter te visto antes. —Mas ela era mais jovem, três ou quatro anos, pelo menos. Ela assentiu e voltou-se para o balcão para lavar as mãos. —Sim. Legal. Problema resolvido. Ele deu de ombros. —Bem, eu vou pegar Mason para que você possa fazer ele também. Ela lhe lançou um olhar petrificado por cima do ombro, os olhos arregalados. —Merda. —Ele riu, muito e alto, deixando o barulho ecoar pelas paredes. —Eu não quis dizer fazer ele. Eu quis dizer a depilação. Vou mandá-lo para que você possa fazer suas sobrancelhas. —Oh. —Sua postura relaxou e ela balançou a cabeça. —Que bom que você esclareceu. Eu não estou certa de que este corpo pode suportar duas estrelas do rock em uma noite. Sean deixou o olhar deslizar sobre suas curvas e de volta para aqueles olhos azuis cintilantes. —Querida, eu tenho certeza que poderia.


Capítulo Sete

Mitch sentou na área da recepção, folheando uma revista qualquer. Esta merda só piorava. Agora ele tinha que atravessar o resto da noite com um rosto cheio de maquiagem para noivas. Ele tinha sido sufocado em batom, sombra, blush, juntamente com pó e creme e essas porcaria que elas passavam em seu rosto, e essa porra de cílios postiços. Ele parecia uma prostituta de cinquenta centavos que não marcava um trabalho em anos. E a razão solitária dele passar o tratamento era porque ele estava bêbado demais para se levantar. O adiamento por vinte minutos da realidade lhe deu tempo para beber alguns copos de água, desde que não manchasse seu batom e a sala parasse de girar. Agora tudo estava apenas inclinando. Blake já tinha as unhas pintadas de preto. Ryan teve um bronzeamento artificial, Sean tendo coisas impensáveis nas suas bolas, e Mason era o próximo. Mitch estava ansioso para ver como o grande filho da puta arrogante resistiria à picada da cera, e quanto mais cedo melhor. Ele não podia sentar mais cinco minutos com seus amigos rindo do outro lado da sala. —Você é o próximo, menino bonito. —Blake disse ao lado de Mitch, indicando com o queixo na direção de Mason. Os três se viraram para se concentrar em Sean caminhando de volta para a sala. —Foi tudo como planejado? —Perguntou Blake. Sean deu de ombros, com um sorriso se espalhando por seus lábios. —Mentira. —Mason cuspiu. —Eu não acredito em você. Sean deu uma risadinha. —Fiquei feliz com o serviço. Como sempre. —Seu foco passou por Mitch antes de se virar de volta —O que diabos está acontecendo com o seu rosto? Mitch gemeu. Por favor, por favor, por favor, deixe-me passar a noite sem provas fotográficas. —Ele foi enganado com a maquiagem experimental de noiva. —Mason provocou. —Ele não está bonito?


Mitch olhou, desejando ter a visão de raio da morte para transformar o filho da puta em cinzas. —Sim, ela me perguntou quem eu queria parecer, e eu disse que queria parecer a sua mãe. —Bem, eles não fizeram um trabalho muito bom. —Acrescentou Blake. —A mãe dele tem mais barba. —Não comece essa merda agora. —Sean riu. —Eu quero sair daqui. Mace, apresse-se. —Ele sacudiu a cabeça na direção do corredor. —Eu vou com você para dar apoio moral. —Eu também. —Mitch se levantou da cadeira. —Eu tenho que ver isso. — Ele seguiu pelo corredor, Blake em suas costas. Mason caminhou na frente, entrando na sala, mas Sean bloqueou a entrada antes que o resto deles pudessem seguir. —Posso ver a lista desafio de novo? —Sean perguntou, estendendo a mão para o celular de Mitch. —Claro. —Mitch puxou o celular do bolso da jaqueta e rolou para o e-mail de Alana. —O que você quer? Os lábios de Sean inclinaram em um sorriso. —Esclarecimento. —Ele pegou o celular e se focou na tela por alguns segundos em silêncio. Seus lábios se arregalaram, e ele se inclinou para perto. —Você sabe que a lista diz “ter uma sobrancelha depilada”, não “sobrancelhas”. —Ele sussurrou. —E se as meninas pretendiam uma sobrancelha completamente removida? Mitch bufou, imaginando Sr. Menino Bonito mal-humorado em Sin City, com um rosto torto. —O que vocês, seus idiotas estão rindo? —Mason falou de dentro da sala. —Nada. Você apenas deite e deixe a senhora fazer o seu trabalho. —Sean respondeu, então se inclinou para Mitch. —Você não quer perder o desafio por uma questão técnica, não é? —Você está falando sério? —Mortalmente. Ele tem sido um idiota durante toda a noite. Por que não dar-lhe uma desculpa adequada para ser uma puta total? O lado bêbado de Mitch adorou a ideia. Não havia nenhuma maneira da esteticista concordar, no entanto. Ela pode ser jovem. Não quer dizer que ela era estúpida... novamente, se ela transou com Sean... —Maree, posso falar com você por um segundo? —Sean disse por cima do ombro.


—Oh, merda. —Blake murmurou. —Eu vou dar o fora. Eu não tive álcool suficiente para ser parte disso. Blake desapareceu na sala escura, e Mitch sabia que deveria seguir, pelo amor da autopreservação, pelo menos. Mas Sean estava certo, Mason merecia. O álcool inundando o sistema de Mitch gritava que o menino bonito precisava de uma dose completa de seu próprio remédio. Isso não quer dizer que ele queria ser um dos instigadores, no entanto. —Eu vou te encontrar lá fora. —Mitch disse, sorrindo para a jovem loira que apareceu no corredor. Sean riu. —Fracote. —Sim. Mason estava na mesa de massagem no centro da sala, com o olhar seguindo Mitch enquanto caminhava para inclinar-se contra a parede ao lado de Blake. —O que vocês estão tramando? Blake colocou as palmas das mãos em sinal de rendição. —Eu não estou tramando merda nenhuma, mano. O olhar de Mason se estreitou, mas ele permaneceu em silêncio, colocando as mãos atrás da cabeça e se concentrando no teto. O tempo passou com o murmúrio suave de vozes no corredor. Então Mason virou a cabeça, perfurando Mitch com o cenho franzido. —Vamos lá, cara. Vamos esquecer a lista desafio e ir a um bar de tetas. Mitch balançou a cabeça. —Não. —Ele não desistiria agora. Eles estavam correndo contra o tempo, no entanto. O prazo de dez horas não estava muito longe, e ainda tinham mais três desafios para completar. —Apresse-se, Sean. — Mitch ergueu a voz. —Não temos tempo para isso. —O que ele está fazendo? —Perguntou Mason. Blake deu de ombros. —Provavelmente fazendo planos para mais uma rodada de masoquismo mais tarde. Maree entrou na sala, dando um sorriso tímido antes de se aproximar do balcão no fundo da sala. Sean veio atrás dela, sorrindo, o rosto iluminado com malícia quando parou ao lado de Blake. —Por favor, me diga que ela não disse sim. —Mitch murmurou. Mason iria matá-los se seu rosto perfeito aparecesse em revistas de uma forma não tão perfeita.


—Por que isso? —Sean sacudiu a cabeça na direção de Mason, seu sorriso nunca vacilando. —Olhe para o bastardo arrogante. Ele merece uma boa dose de realidade. E se ela fizer, essa vai ser a melhor noite da minha vida. Maree murmurou perguntas para Mason, dando a Mitch a oportunidade de virar mais perto do corpo de Sean, de modo que ele não ouvisse. —Então, ela disse que sim? Sean continuou a olhar Mason que tinha sua atenção voltada para a esteticista. —Não é inteiramente certo. Ela está preocupada em ser demitida, ou processada, ou humilhada publicamente por desfigurar o rosto perfeito de nosso líder destemido. Mas eu sou meio convincente quando quero ser. —Eu aposto que você é. —Blake murmurou. O peito de Mitch começou a bater quando a mulher voltou para o balcão e passou a haste de depilação em torno do recipiente de aquecimento. Isso não estava certo. Em algum lugar lá no fundo, sob muitas camadas de álcool, a consciência de Mitch estava implorando para ser ouvida. Apenas os inúmeros copos de cerveja e scotch pareciam estar bloqueando a força da advertência. Ele sabia que Mason merecia. Ele não podia esperar para ver a cara do filho da puta arrogante quando se olhasse no espelho, mas alguma coisa o estava incomodando. Algo que em sua névoa bêbada não deixava-o descobrir. Oh, merda. Mitch bateu no ombro de Sean. —E no sábado? Alana vai me matar se Mason tiver só uma sobrancelha nas fotos do casamento. —Foda-se. —Blake bufou. Os olhos de Sean se arregalaram. —Eu não tinha pensado nisso. Mitch se virou para a mulher, prestes a chamá-la de volta para o corredor. Tarde demais. Seu coração afundou até as solas dos pés. Ela já tinha espalhado a gosma rosa sobre a sobrancelha esquerda, toda a sobrancelha de Mason. Santa mãe dos bêbados, Alana iria matá-lo. Em seguida, iria matar Mason por parecer um idiota, Sean por instigar, Blake por deixar acontecer, e como de costume, Ryan seria o menino de ouro, salvo da fúria. —O que há com o cenho franzido? —Perguntou Mason, tirando Mitch da visão de banho de sangue em sua mente. Mason olhou de Maree, a Sean, em seguida, Mitch e Blake, estreitando os olhos para cada pessoa, até que fixou o seu olhar sobre Sean. —Que merda que vocês fizeram? —Nada. —Sean deu de ombros. —Deite e relaxe. Deixe a senhora encantadora fazer seu trabalho.


Mason olhou. —Se você tramou algo, eu vou te foder, Sean. Você sabe que eu vou. —Sua boca estava apertada em uma linha sombria quando ele fechou os olhos e apoiou a cabeça de volta na mesa de massagem. Maree colocou uma mão instável numa extremidade da cera seca, e apertou a pele de Mason com a outra. Seu rosto estava pálido quando ela olhou para cima, para Sean confirmar, em seguida, com um puxão rápido, a cera havia desaparecido. —Filho da puta!


Capítulo Oito

Blake apertou os lábios, tensionando os músculos do estômago para que não quebrasse o silêncio mortal com uma gargalhada. Mason ficou imóvel, a boca aberta, os olhos piscando lentamente, enquanto Mitch, Sean, Maree e Blake olhavam fixamente para ele, meio em choque, meio em histeria contida. Bem, não havia humor na expressão da esteticista. A mulher estava pálida, e ele achava que ela estava à beira de perder o jantar. Mason levantou a mão e passou os dedos sobre a área onde sua sobrancelha esquerda costumava estar. —Me chame de paranoico, mas por que não posso mais sentir minha sobrancelha? Maree limpou a garganta e deu um passo cauteloso para trás. —Você pode ir agora, querida. —Sean disse, sorrindo. —Espere. O quê? —Mason sentou. — O que diabos está acontecendo? — Seus dedos continuaram a esfregar a mancha de pele vermelha que marcava a linha onde a cera tinha estado. —Dê-me um espelho. O lábio inferior de Maree tremia. Era sua culpa ter sido seduzida por qualquer papo que Sean lhe dera, ainda assim, sentiu pena da mulher. —Vá. —Blake sacudiu a cabeça na direção da porta. A verdade era que até ele mesmo estava com medo. Com uma sobrancelha, Mason parecia ridículo, o que significava que o cara ia ficar muito puto. —Nós vamos levar a partir daqui. —Blake acrescentou, fechando a porta atrás dela, enquanto ela corria da sala. —Dê-me um maldito espelho. —Mason exigiu. —Se vocês fizeram o que eu acho que vocês fizeram, eu vou quebrar a cara de vocês. —Ele levantou da mesa e pegou o espelho no balcão. Mitch se aproximou da porta, um olho em Mason, que olhava para o seu reflexo. Houve um silêncio. Longo, sem fim, um silêncio que deu arrepios em Blake e fez seu coração bater mais forte. A qualquer momento Mason iria rachar. A qualquer segundo, ele voaria com o punho e...


— Seus imbecis fodidos. —Mason bateu o espelho no balcão, virou e se lançou sobre a mesa de massagem, pegando ao redor do pescoço de um Sean sorridente. —Você está morto. O riso de Sean virou um resmungo quando Mason fez um movimento de cabeça, inclinou, e deu um soco rápido bem no estomago. Aii. Blake não se mexeu. Um: ele não queria chamar a atenção, e dois: Mason merecia alguns segundos para aliviar sua raiva. Esta cena já tinha se repetido antes. Os dois lutavam, davam alguns golpes na região do estômago, liberavam a sua agressividade e finalizavam. Mason levantou o braço, ergueu o punho e soltou. Alto. Oh, foda-se. Esse golpe não foi suave, e definitivamente não foi perto do estômago. A cabeça de Sean respondeu, e ambos caíram no chão em uma massa de braços e pernas. —Agarre-o. —Blake chamou Mitch. Eles se aproximaram, tentando não tropeçar na dupla rolando no chão, os equipamentos batendo nas paredes. —Issooo é o suficiente. —Mitch gritou ameaçador, parecendo um travesti Dom com toda a sua maquiagem feminina. Mason e Sean continuaram a lutar, seus golpes ficando mais fortes, seus resmungos cada vez mais altos. —Merda. Eu vou entrar. —Mitch anunciou, e pulou nas costas de Mason, estilo campeão da WWE. —Cristo! —Blake sacudiu a cabeça na cena que parecia briga de pátio da escola. Mitch puxou os ombros de Mason, dando à Sean a distração que ele precisava para lançar seu punho no queixo do cantor. O estalo ecoou pela sala, seguido por um xingamento alto. —Chega! —Blake gritou. Eles ignoraram. Mason e Sean trocaram socos no estômago e costelas enquanto um Mitch bêbado agarrava nas costas de Mason como um campeão de rodeio. A porta de correr abriu com um golpe, o brilho do corredor banhando-os com a luz quando a proprietária do salão invadiu a porta, Ryan bem atrás dela. —O que vocês estão fazendo? —Ela gritou. As três “crianças” no chão fizeram uma pausa. —Saiam!


Blake sacudiu a cabeça em desgosto, e talvez com um pouco de humor, quando Mitch ergueu os cílios falsos e olhou timidamente para a mulher. Mason permaneceu equilibrado sobre Sean, com uma mão em seu pescoço, enquanto a outra estava engatilhada, pronta para atacar. —Vamos, rapazes. —Blake implorou. — Vamos. Mason olhou para Sean, desferindo um golpe final no estômago do baterista antes de ficar de pé e manobrar em torno da senhora quando saiu da sala. —Desculpe, minha senhora. Foi minha culpa. —Sean murmurou, pegando a mão oferecida de Mitch e se levantando. —Eu vou te dar o meu contato, e você pode me cobrar por quaisquer danos. —Oh, eu vou. —Ela resmungou, dando um passo para trás para deixá-los ir para o corredor. Ryan marchou, depois Mason, em seguida, Sean e Mitch seguiram, deixando Blake com a mulher furiosa. —Eu sinto... Ela interrompeu-o com um balançar firme de sua cabeça. —Saia. Ele balançou a cabeça e fez como instruído, passando por Sean no balcão de recepção, antes de sair. O resto do pessoal estava em um grupo na calçada, os guarda-costas em pé há poucos metros de distância, olhando as pessoas que passavam. —Não parece tão ruim. —Ryan ofereceu, jogando à Blake seu boné de beisebol e entregando para Mitch e Mason o deles. Mason pegou o boné com uma sobrancelha levantada... bem, a pele onde a sobrancelha deveria estar, e abaixou o boné em sua cabeça. Um dos guardacostas bufou e se virou, tentando disfarçar sua risada com uma tosse falsa. —Você não comece, porra. —Mason alertou. —Se algum de vocês disser uma palavrinha, vai começar uma verdadeira guerra, está me ouvindo? Eu odeio vocês, seus idiotas. —O que foi que eu fiz? —Ryan atirou. —Você sabe o que, por uma vez, eu acho que você merece. Isso pode finalmente tirar a sua cabeça de sua bunda. —Acalmem-se. —Blake colocou o boné na cabeça e entrou no círculo improvisado, tentando não fazer contato visual com ninguém. Pareciam um grupo de desajustados: Mason com o rosto torto, Mitch com maquiagem de travesti, e


Ryan com um falso bronzeado antinatural que parecia uma laranja brilhante na noite de Las Vegas. —Sim, se acalme, Oompa Loompa. —Mason provocou, em seguida, virou de costas para o grupo. —Você é tão infantil. —Ryan murmurou. —E você, não se pode nem notar sua cara feia com o boné. —Vai esconder a desfiguração para esta noite. E amanhã, e no dia seguinte? —Mason rosnou. — E o casamento, hein? Você acha que vai voltar a crescer durante a noite? A pergunta ficou sem resposta, a agitação de Las Vegas cada vez mais alta em torno deles. Blake não tinha intenção de anunciar que pensava que iria demorar pelo menos um mês para voltar a crescer. Ele valorizava muito a sua vida. —O que diabos aconteceu com seu bronzeamento de spray, afinal de contas? —Mitch perguntou a Ryan. —Você e Blake tiveram os tratamentos mais fáceis, mas cara, você parece uma fanta laranja. —Eu escolhi a cor errada. —Ryan murmurou. A porta do salão de beleza abriu com um rangido suave e eles se viraram para assistir Sean caminhar em direção à eles. Seu passo não tinha confiança, e quando ele levantou seu olhar, seu rosto estava marcado com manchas de vermelho em seu queixo e olho direito. —Cristo. —Mitch choramingou. —Alana vai cortar meu pau. Blake não duvidava. Amanhã de manhã, eles tinham que pegar o avião particular de volta para Nova York assim o casal feliz poderia finalizar os últimos planos de casamento para a cerimônia no dia seguinte. Ryan não ia perder o bronzeado durante a noite, e o rosto de Sean estaria coberto de hematomas até então. O bolso da frente da calça jeans de Blake vibrou, e ele se afastou do grupo para alcançar o celular. O nome de Alana apareceu em toda a tela e ele franziu o cenho, se perguntando por que a noiva de Mitch estaria lhe chamando. —Oi, Allie. O que está acontecendo? —Blake, Gabi está com você? Seu coração disparou no mesmo instante. —Não. Por quê? Onde você está? —Ele se virou para os caras, fazendo contato visual com Mitch.


—Eu estou em um clube de strip, a poucos quarteirões do Bellagio. Gabi ficou chateada e foi para fora tomar ar fresco. Eu verifiquei não muito tempo depois, e ela ainda estava lutando com alguma coisa. Ela disse que precisava de alguns minutos para se recompor. Agora ela se foi e não responde o seu celular. O sangue sumiu do rosto de Blake, e Mitch olhou para ele com preocupação. —Por que Gabi estava chateada? —Perguntou. Não era normal o seu anjo sair no meio de uma festa de despedida, e embora ela tivesse estado tranquila nas poucas horas que passaram juntos desde que ele voltou de Richmond, ele não tinha percebido nada fora do comum. Ela parecia cansada. —Ela teve uma discussão com Kate. As poucas palavras foram o suficiente para fazer Blake entrar em pânico. Sua noiva não fazia drama. Se ela discutiu com alguém, ela deve ter tido um bom motivo. —Kate mencionou que vocês dois ficaram, o que irritou Gabi, mas tenho certeza de que não foi o principal problema. Ela estava emocional antes disso. Eu achei que tinha a ver com vocês dois. Foda-se. Ele sabia que Kate estaria na festa, e se acovardou em dizer a Gabi sobre seu passado. Não que ele tivesse alguma oportunidade real de dizer a ela. Ele passou os últimos seis dias em Richmond com Mason, e embora eles falassem ao celular mais do que uma vez por dia, não houve um momento apropriado para discutir conquistas anteriores. Então, quando ele chegou em casa, só teve tempo para desfazer suas malas, embalar roupas novas, e sair para o aeroporto novamente. Ele não conseguia entender algo de errado entre os dois. Eles não brigaram. Eles raramente discutiam, e ele estava grato que ainda estavam na fase amorosa de seu relacionamento. Tudo que Gabi fazia o deixava feliz, e ele presumiu que ele fazia o mesmo por ela. Seus poucos problemas resultaram das inseguranças de Gabi sobre outras mulheres, e de novo, ela lidou com isso com dignidade e paciência. —Diga-me onde você está. Eu estou no meu caminho. —Suas palavras despertaram o interesse de seus amigos. Eles caminharam em direção a ele, os cenhos franzidos de preocupação em cada um dos seus rostos mutilados. —Estamos prestes a sair. Ela mencionou voltar ao Bellagio, então por que nós não vamos pra lá? Podemos nos encontrar na frente da fonte. — OK. Eu vou tentar ligar para ela. Vejo vocês em breve.


—Certo. —Respondeu ela, seu tom suave. — Eu realmente sinto muito, Blake. Eu não achei que Kate diria algo tão estúpido. Todos nós já bebemos demais, e as coisas ficaram fora de controle. Blake fechou o punho. Ele só podia imaginar o quão ruim era, Gabi estava magoada. Ela já teve que lidar com sua ex, Michelle. Em seguida, a atenção que seu vídeo on-line lhe dera. Parecia que toda mulher nos EUA agora o considerava um desafio a conquistar. —Não se preocupe com isso. —Ele fez contato visual com Mitch e murmurou. —Eu tenho que ir. —Então para Alana, ele disse: —Eu vou encontrála na fonte. Ele terminou a chamada e deixou escapar a respiração que lhe apertava os pulmões. —Estou indo embora. —O que há de errado? —Perguntou Mitch. Seus olhos ainda vidrados de álcool, o cenho franzido em preocupação. —Elas não sabem onde Gabi está. Eu preciso encontrá-la. —O que você quer dizer com “elas não sabem onde ela está”? —Perguntou Ryan. —Ela estava chateada ou algo assim. Eu não sei a história completa. Ela deu o fora e não atende as chamadas de Alana. —Ele esfregou as têmporas, tentando aliviar a pressão. —O que você quer que façamos? Blake olhou por cima do ombro, surpreso ao ver a preocupação nos olhos de Mason. —Nada. —Ele balançou a cabeça. —Vocês continuam sem mim. Espero que a encontre no caminho para o hotel. —Não. Eu vou com você. —Mitch disse, seguindo ao lado dele. Ryan começou a andar. —Eu vou também. —Você não vai me deixar com Sean, então vou junto. —Mason acrescentou. —Nós podemos trocar dez dólares por centavos pelo caminho e limpar esse desafio da lista. Estamos ficando sem tempo. Blake ignorou a conversa. Ele não se importava com o que eles fizessem, ou quantos desafios completaram. Tudo o que importava era Gabi. Ele subiu os degraus restantes para o canto da rua e virou para a movimentada South Las Vegas Boulevard. Mitch seguia ao lado de Blake enquanto ele rolava através de seu celular e pressionava o contato de Gabi. O celular tocou, uma, duas, cada toque aumentando o ritmo desenfreado do seu coração.


—Foda-se. —Como ele iria encontrá-la no meio da multidão de Vegas à noite? Tentou de novo, odiando a maneira que Mitch parecia preocupado. Tudo isso aumentou o seu próprio pânico, e pirar era a última coisa que ele queria fazer. Ring. Ring. Ring. Nenhuma resposta. —Nós vamos alcançar vocês. —Mason falou atrás de Blake. Mitch virou. —Onde vocês vão? —Vamos cortar o caminho para a Excalibur e organizar as moedas de um centavo. —Foda-se os centavos. —Mitch respondeu. —Esqueça os desafios. Todos nós já tivemos o suficiente de qualquer maneira. Mason colocou a mão no ombro de Mitch fazendo com que ele se desequilibrasse. —Mano, eu perdi uma sobrancelha. Não vou desistir agora. Vamos levar um dos guarda-costas, sair e entrar em dois segundos, e encontrar com você no fim do quarteirão. Mitch olhou para Blake, os cílios postiços de seu amigo vibravam em meio à terrível maquiagem. Ambos estavam pensando a mesma coisa, Mason ia pirar quando descobrisse que os desafios para os direitos de lua de mel só foram criados para o benefício de Alana. Blake balançou a cabeça, em silêncio, instruindo Mitch a não comentar. Eles poderiam lidar com a explosão mais tarde. —Eu vou devagar para fazer a varredura da multidão. —Mason disse. —Acompanho quando puder, e mantenho um olho em procurar Gabi. —Ok. —Mason voltou-se, sacudindo a cabeça para Ryan e Sean seguir, e então, começou a caminhar na direção oposta. Blake afastou-se do fluxo de tráfego de pedestre e tentou ligar para Gabi novamente. Desta vez, ele tocou duas vezes antes de o telefone conectar, e seu estômago revirou em resposta. —Blake. Seu pânico voltou com o tom assombrado dela. —Diga-me onde você está, meu anjo, e eu vou buscá-la.


Ela fungou, e sorveu uma respiração irregular. Nem mesmo o som pesado de pessoas falando no fundo disfarçou seu choro. —Eu quero ir para casa. Eu estou perdida aqui. Estou confusa. Eu preciso ir embora. Casa. Essa única palavra o petrificava. Ele sabia que ela não quis dizer seu apartamento em Nova York. Ele olhou para Mitch, sem saber o que diabos fazer. O que ele fez para fazê-la querer fugir? —Vamos lá linda, me diga onde você está. Sua inspiração engasgada seguia pela linha telefônica. — Não. Fique com Mitch e se divirta. Eu já arruinei a noite de Alana. Eu vou ficar bem. Eu só preciso de um tempo sozinha. Seu coração parou de bater. Ele não podia dar o que ela precisava. Ele tinha que estar ao seu lado e não podia imaginar não correr para ela quando ela estava chateada. —Gabi, o que está acontecendo? Tudo estava bem, há uma semana. É sobre Kate? Ela não significa nada para mim. Eu não quero mais ninguém, você sabe disso. —Não é sobre Kate. Ou as milhares de outras mulheres prometendo leválo para longe de mim. Mas estar bêbada e emocional não tornou isso mais fácil de ignorar. Eu estou lutando, Blake. Eu estou me afogando. —Anjo, me diga onde você está. —Ele estava perdendo o juízo. Suas mãos suavam, o coração batia em pulsos irregulares, a garganta seca. Gabi era a mais forte. Ele nunca teve que ser seu salvador antes. —Por favor, você está me assustando. Eu preciso que você me diga onde encontrá-la. —Estou perto da fonte Bellagio. Eu perdi o meu cartão-chave para a suíte do hotel. —Não se mova. —Ele irrompeu a corrida, desviando dos pedestres passando, tecendo entre a multidão. —Eu estou a caminho.


Capítulo Nove

Gabi encostou-se à parede de cimento da fonte que batia na sua cintura, mantendo a cabeça baixa para que as centenas de pessoas que passavam não prestassem atenção nela. Ela poderia ter ido para o Bellagio e pedido à recepcionista outro cartão do quarto, ou ido de volta para o clube de strip com Alana, mas conversar com alguém era a última coisa que ela queria. Fingir que sua vida estava perfeita não era mais uma opção. Ela precisava voltar para casa, voltar para a Austrália, rastejar em sua cama de infância e fingir que a semana infernal não tinha acontecido. Entretanto, na realidade, deixar o homem que amava era impensável. Ela só esperava que Blake não a olhasse de forma diferente, assim que ouvisse as novidades. —Você me assustou. —Sua voz profunda vagou na frente dela, que levantou seu olhar para encontrar o dele escuro de pânico. Seu peito arfava pelo esforço quando ele a agarrou pelos ombros, arrastando-a para seu corpo. Ela relaxou contra ele, apoiando o queixo em seu ombro. Seus olhos ardiam com lágrimas não derramadas, e seu peito ficou pesado de tristeza. Ela ignorou as emoções indesejadas, agarrando-se ao amor em seus braços. Mitch correu até poder vê-los, baixando o celular de sua orelha e colocando-o no bolso da jaqueta. Gabi franziu o cenho, enquanto enxugava a umidade em seus olhos, enquanto tentava determinar se a sombra do boné de beisebol do guitarrista estava a fazendo ter alucinações. —O que aconteceu com o rosto de Mitch? O aperto de Blake relaxou em volta de sua cintura, e ele olhou por cima do ombro. —Desafio do salão de beleza. Ele está coberto de maquiagem para noivas. Gabi queria rir da drag queen de pé diante dela, mas tudo o que conseguiu foi um sorriso. Mitch desacelerou para uma caminhada, parando um pé atrás de Blake. —Você está bem, Gabi? —Seus olhos continham uma simpatia que ela não podia lidar. Ela virou o rosto, se aninhando no ombro de Blake enquanto apertava o nariz para conter as lágrimas. Como eram arrogantes e paqueradores os homens da Reckless Beat, nada vinha antes do que as mulheres com quem se preocupavam. Mesmo os homens solteiros sabiam da importância das garotas que tinham aderido à família.


—Fale comigo. —Blake falou em seu cabelo. —Diga-me o que está acontecendo, e vou resolver para você. Ela fechou os olhos e abraçou-o com força, amando-o muito mais a cada respiração. Mas ele não poderia resolver isso. Ninguém podia. —Podemos ir para um lugar mais calmo? —Ela sussurrou. —OK. —Ele pegou a mão dela e deixou o outro braço cair. Virou-se para Mitch, expondo-a a atenção de Mason, Ryan, e seus dois guarda-costas que correram para encontrá-los. —Você não tem que fugir sem mim. —Sean bufou, arrastando-se atrás do grupo com os bolsos esticados e sua calça meio arriada. —Eu não posso correr com essas merdas na minha calça. Os olhos de Gabi se arregalaram, e uma mulher de meia-idade passando parou sobressaltada. —Oh, por favor, senhora. —Sean fez uma careta para a estranha ofendida. —Eu não quis dizer merda literalmente. A boca da mulher se entreabriu quando ela deu um olhar comedido a Sean, em seguida, continuou a andar com raiva. —Desafio de centavos. —Blake murmurou. Isso a fez sorrir porque Mitch tinha se esforçado para tornar a noite agradável para Alana... mesmo que Gabi já a tivesse arruinado. —Está tudo bem? —Perguntou Mason. —Sim. —Blake respondeu por ela. —Gabi e eu vamos encontrar um lugar tranquilo para conversar. Podemos encontrar com você mais tarde. Mason assentiu e Blake a levou para a frente, dando uma volta em torno da fonte e no estacionamento do Bellagio. Ele permaneceu em silêncio enquanto eles andavam por entre os carros e, finalmente, diminuiu quando chegaram a um pequeno espaço de árvores e grama do outro lado. —Aqui está bem? —Perguntou. —Podemos voltar para a suíte, se preferir. —Não. —Ela balançou a cabeça. Não queria ser sufocada pelo seu quarto de hotel. No momento, ela estava feliz em permanecer no ar fresco da noite, apesar da agitação do tráfego pesado, a deixava longe de ser pacífica. Blake se inclinou em uma das árvores finas e pegou seus quadris, puxando seu corpo no dele. —Fale comigo.


Gabi olhou por cima de seu ombro, precisando de mais alguns momentos para reunir seus pensamentos, e encontrou os homens da Reckless Beat, seus guarda-costas, e agora Leah e Alana em pé do outro lado do estacionamento, observando. Ela soltou um suspiro derrotado. —Eles estão preocupados com você. —Blake murmurou. —Eu também. Ela baixou o olhar para a camisa cinzenta de Blake e assentiu. Ela apreciava a preocupação, amava o apoio que davam, mas nada aliviava o peso sobre o peito. Nada acalmava o tormento. —Por que você quer me deixar, anjo? Sua pergunta sincera foi a sua ruína. Ela fungou, a emoção afogando-a e respirou fundo. —Eu nunca poderia deixá-lo. —Você disse que queria ir para casa. Ela balançou a cabeça. Blake era a sua casa, sua força. Ela olhou para ele e limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto com as costas da mão. Suas íris escuras estavam cheias de tristeza. Ele estava sofrendo por ela, e sua compaixão a fez doer ainda mais. —Blake... —Seu lábio inferior tremeu. Ele ergueu a mão, segurou-lhe o rosto e pediu com os olhos para que ela continuasse. —Eu... —Como é que ela diria a ele sobre a gravidez? Ela não sabia por onde começar. Não conseguia entender como ele reagiria. Eles não queriam um bebê. Não tinham sequer discutido crianças ainda. E isso era só o começo. Com outra respiração profunda, as palavras saíram de seus lábios dormentes. —O dia que você partiu para Richmond foi a primeira vez que eu estive sozinha desde que me mudei para cá. Antes disso, as coisas foram se movendo muito rápido. Eu me tornei tão presa em amar você e me reajustar a minha nova vida que perdi o meu controle. Ele franziu o cenho e apertou as mãos em torno de seus quadris. Sua força estava sob sua pele, mas não atingia seu coração partido. —Eu não sabia que eu estava atrasada. —Ela fez uma pausa, deixando a declaração ser absorvida. Quando sua carranca aprofundou ela fechou os olhos, odiando que tivesse que soletrar. —Eu descobri que estava grávida. —Gabi.


Ela piscou para a maneira ofegante que ele sussurrou o nome dela e encontrou seus olhos brilhando de felicidade, os cantos de sua boca inclinados. Excitação emanava dele jorrando como em ondas, afogando-a, roubando sua respiração. Ela também tinha ficado feliz quando descobriu. Feliz, e ainda mais assustada do que já tinha estado em sua vida. —Não. —Ela balançou a cabeça e fez uma careta pela dor que construiu em seu peito. —Não. A alegria desapareceu de seu rosto, e ele pegou a mão dela, apertando-a entre as suas. —Diga-me. Ela apertou sua mão e olhou para seus dedos, franzindo o cenho para o esmalte preto sobre as unhas. Outro resultado do salão de beleza, ela presumiu. —Eu procurei na lista telefônica e fiz algumas ligações para conseguir uma consulta com um médico local. Eu não sabia qual escolher e acabei indo para um homem disposto a me ver naquele dia. —Ela continuou correndo as pontas de seu dedo sobre sua unha suave. —Ele confirmou minhas suposições. Mesmo assim me enviou para exames de sangue para determinar de quanto tempo eu estava. A imagem do sorriso do médico ainda estava viva em sua mente. — “Parabéns” ele disse. Você vai ser mãe. —As palavras haviam parado seu coração e o feito inchar, tudo em um instante. Blake engoliu em seco. —Vá em frente. —Ele murmurou. Ela endireitou os ombros e olhou-o nos olhos. —Sete semanas de gravidez. —As palavras ficaram presas em sua garganta. —Sete semanas, e eu não tinha ideia de que estava carregando nosso filho. O olhar de Blake procurou o dela em confusão. —Três dias depois, o bebê foi embora. Eu tive um aborto espontâneo. Seus lábios se separaram quando seus ombros caíram. —Oh, anjo. —Ele a puxou para o seu peito, rodeando-a no calor de seus braços, e segurou-a firmemente. —Eu sinto muito. Ela se inclinou em sua força e deixou que as emoções que estava segurando saíssem: a dor, a solidão, a culpa, a dor de cabeça. Derramou dela em soluços que faziam o peito arfar, as lágrimas umedeciam a camisa dele, suas mãos correndo nas costas dele para segurá-lo perto. Ela não havia pensado em ter um filho, mas agora que ele se foi, ela achava difícil respirar. Em três dias, ela tinha previsto todo o seu futuro. As cores que iria decorar o seu quarto. O cheiro suave de recém-nascido. Os primeiros


passos do seu filho. Sorrisos brilhantes e abraços quentes. Tudo isso veio e se foi num piscar de olhos. E agora tudo o que havia sobrado para ela era tristeza. —Por que você não me contou? —Perguntou. —Eu teria voltado para casa. Eu estaria ao seu lado tão rápido quanto o jato poderia me trazer de volta para você. Ela assentiu e respirou vacilante. —Eu sei. Quando descobri que estava grávida, eu não queria te dizer por telefone. Eu queria ver seu rosto. Eu não estava totalmente convencida de que para você seria uma boa notícia. —Ela se inclinou para trás e estudou seus olhos vidrados. —Nós não falamos sobre crianças. Eu precisava testemunhar a sua reação. Eu precisava ter certeza de que você não iria se ressentir. —Eu nunca iria me ressentir com você, anjo. —Ele passou a mão pelos seus cabelos, removendo as mechas que ficaram presas ao seu rosto. —Eu te amo. —Ele murmurou contra sua bochecha. —Eu te amo tanto. Me desculpe, eu não estava lá quando você precisava de mim. —Ele continuou a confortá-la com palavras, abraçando-a até que os soluços se transformaram em gemidos e seus gemidos desapareceram na noite. Quando ela teve a força para encontrar o seu olhar novamente, os seus olhos estavam cheios de dor. Culpa a assombrava por colocá-lo lá. Ela queria manter a notícia para si, pelo menos até depois do casamento. Mitch e Alana significavam muito para os dois. Compartilhar isso com eles, quando estavam celebrando o início de seu casamento, era um fardo que Gabi não queria suportar. —No fundo, eu sabia disso, mas minha mente não foi racional recentemente. O médico me disse que era devido às alterações hormonais no meu corpo. —Ela aninhou de volta em seu peito, escondendo o rosto da vista. —E depois do aborto, eu temia que você não fosse me querer mais. —Seus olhos começaram a arder, e uma nova enxurrada de lágrimas descia pelo seu rosto. Não só ela tinha perdido seu filho, ela estava histérica pensando que perderia Blake também. Se ele tivesse o seu coração preso em uma grande família, e seu corpo não pudesse fornecê-lo, que uso ela teria para ele? —O quê? —Ele agarrou seus ombros, suavemente empurrando-a para trás para encontrar suas feições duras. —Eu estou desmoronando, Blake. O que acontece se eu não puder levar uma gravidez até o fim? Você tem mulheres correndo atrás de você, e você estaria preso com alguém que não pode te dar filhos.


Era por isso que ela queria a paz dos céus estrelados australianos e o ar fresco de Queensland. Ela estava irracional, louca de dor, e incapaz de determinar se seus pensamentos eram justificados ou induzidos pelos hormônios. —Gabi. —Ele baixou o rosto para que eles estivessem nariz com nariz. — Você está me matando. —Sua garganta engoliu em seco, e o brilho em seus olhos a fez querer ficar de joelhos. —Por favor, não faça isso com você. Eu não me importo com as crianças. Eu não me importo com outras mulheres. Há apenas uma coisa que eu preciso para o resto da minha vida, e é você. —Ele roçou seus lábios contra os dela, em seguida, puxou-a de volta em seu peito. —Eu só preciso de você, anjo.


Capítulo Dez

Mitch estava ao lado de Alana, observando Gabi desabar nos braços de Blake. Sua noiva mencionou a briga causada por Kate no clube de strip, mas o que ele estava testemunhando era muito mais emocional do que uma mulher com inseguranças sobre conquistas passadas. —Kate e sua mãe me enviaram uma mensagem. —Leah murmurou. — Elas conseguiram voltar para seus quartos com segurança. —Ótimo. —Alana não tirava o olhar de Gabi. Ele estava irritado que a festa de despedida não tinha sido da maneira como planejou. Só lhe doía mais ver sua noiva preocupada com a mulher que tinha se tornado uma de suas amigas mais próximas. Gabi era uma parte da família Reckless, e quando um deles estava ferido, todos estavam. Não que Allie atualmente reconhecesse sua existência. Ele tinha noventa e nove por cento de certeza que sua falta de contato físico e postura rígida eram porque ela estava segurando sua ira sobre a forma como os caras pareciam. —Merda! —Mason quebrou o silêncio. —São 9:55. —Sem aviso, o homem da frente da Reckless Beat jogou a jaqueta no chão, e começou a desfazer os botões de sua camisa. —O que diabos você está fazendo? —Perguntou Sean. —Alguém tem que fazer a corrida nu, porra. Temos menos de cinco minutos. Mitch reprimiu um sorriso, mantendo-se em silêncio enquanto Mason removia seus sapatos e abaixava suas calças. —Jesus Cristo. —Leah suspirou e virou as costas para Mason. —Eu não sou paga o suficiente para viver com essa porcaria. —Eu não perdi a maldita sobrancelha para nada. —As roupas de Mason bateram no chão e segundos depois ele estava correndo, indo em direção à fonte do Bellagio com nada além de um boné de beisebol.


Os guarda-costas xingaram, olhando um para o outro, e depois ficaram olhando a forma que Mason se afastava em pânico. —Vão. —Mitch indicou com o queixo. —Ele vai precisar de toda a proteção que puder ter. —O resto do grupo estava bem em torno do estacionamento subterrâneo. Ninguém prestava atenção. —Eu tenho que filmar isso. —Sean pegou seu celular do bolso e saiu atrás deles, as moedas de um centavo pesando e tilintando em protesto. Mitch balançou a cabeça e voltou a olhar para Blake e Gabi. Eles provavelmente deveriam sair também, e dar-lhes privacidade, mas ele não podia se convencer a ir embora. —Eu deveria ter mencionado isso antes de Mason correr pelado. —Leah disse, seu tom desprovido de remorso. —Nós não completamos todos os nossos desafios. —Não se preocupe. —Mitch riu. —Ficando feliz em manter a boca fechada sobre a tatuagem de borboleta. —Sim. —Ryan deu de ombros. —E eu meio que paguei a garçonete quando era para comer e fugir sem pagar. Mitch caiu na gargalhada. —Seu idiota. Eu sabia que você faria isso. —Sim, ele é o idiota. —Alana murmurou, dando um passo para longe. Sua risada vacilou, tornando-se falsa. A ira de sua noiva iria esfaqueálo. Ele estava grato que ela não parecia ansiosa para fazê-lo em público. —Bem, por que você não fez? —Ryan fez uma careta. —Você sabe que eu sou alguém do bem. —Por essa razão exata. Eu não queria sair sem pagar também. Seu riso morreu em um silêncio desconfortável, e longos momentos passaram enquanto assistiam Blake e Gabi, do outro lado do estacionamento. —Eu me sinto impotente. —Alana murmurou. —Pode não ser nada. —Leah ofereceu. —Gabi bebeu muito. Diabos, todos nós bebemos. Eu ainda não consigo andar direito. E Blake esteve afastado por uma semana. Ela poderia sentir falta de ter ele por perto. Alana negou com a cabeça. —Não. Gabi não é assim. Mitch agarrou seu ombro, oferecendo apoio sem palavras. Ela ignorou o toque até que sua mão caiu para os lados. Nada bom. Nada bom. Ele preferiu


ignorar a ameaça iminente de uma discussão, esperando com otimismo embriagado que sua fúria mal contida iria ferver quando chegassem à sua suíte. —Blake iria acalmá-la sobre algo inconsequente, mais parece que não conseguiu. Ambos pareciam chateados. Meu palpite é, algo importante aconteceu. —Como o quê? —Perguntou Leah. Mitch deu de ombros. Essa era a pior parte. Mesmo em seu estado tonto, ele podia sentir a gravidade da situação. Só que não tinha ideia do que se tratava. —Eu não tenho certeza. Nós vamos ter que esperar e ver.

*** O calor de Gabi deixou o corpo de Blake quando ela recuou de seu abraço. Ele pegou a mão dela, ainda desejando seu toque, e entrelaçou os dedos. Fale sobre ser surpreendido. Ele não tinha visto isso chegando. Se tivessem lhe dado mil suposições, ele não teria chegado nem perto. Grávida. Aborto. As palavras secaram sua boca. E ela tinha passado por tudo sozinha. Ele não tinha notado a mudança em suas conversas telefônicas. Que tipo de noivo ele era? A comoção soou perto do caminho que levava até o estacionamento, e Gabi virou em direção ao barulho. Ele seguiu seu olhar, encontrou Sean galopando em direção à Mitch, Alana, Leah e Ryan, com um sorriso enorme no rosto. Em seguida, Mason apareceu, nu, segurando sua porcaria em suas mãos. A única coisa escondendo sua identidade era um boné de beisebol. Os guarda-costas o seguiam de perto, parando no grupo, quando Mason puxou suas roupas do chão e correu para se esconder entre dois SUVs estacionados. —Por favor, me diga que não acabei de ver a bunda de Mason. — Perguntou Gabi, inclinando o rosto para encará-lo. Blake torceu o nariz. —Eu não precisava ver isso também. Ela soltou um riso que aqueceu seu coração, e olhou-o nos olhos. —A vida nunca é chata quando estou com você.


Ele deu um sorriso de desculpas. Pela primeira vez, odiava a emoção em sua vida. Cada vez que havia drama, isso afetava mais ainda Gabi. —Você está pronta para falar com os outros? Ela virou o foco de volta para seus amigos, sua testa vincando em preocupação. —Nós temos que fazer isso agora? —Não, anjo. —Ele apertou os dedos, desejando ardentemente que pudesse tirar sua dor. —Nós podemos fazê-lo quando estiver pronta, mas eles vão estar preocupados até que descubram o que está errado. Gabi inalou profundamente, bem. Vamos acabar logo com isso.

liberando

o

ar

gradualmente. —Está

Ele a olhou, impotente, completamente perdido. Sugando sua própria auto piedade, ele a levou para frente, dando um passo da grama macia para o asfalto. —Espere. —Ela plantou seus pés. Ele não empurrou, simplesmente passou a mão em seu pescoço e beijou sua testa, respirando o cheiro dela, desejando que o seu amor a acalmasse. —Nós não temos que fazer isso agora. Podemos voltar para o nosso quarto. Vou chamar Mitch mais tarde. —Não. Eu quero acabar com isso. Eu só não posso dizer. —Seus olhos suplicantes olhando para ele, o contorno ao seu redor agora inchado e vermelho. —Você pode dizer a eles? —É claro. —Era o mínimo que podia fazer. Ele correu um dedo ao longo de sua mandíbula, levantando o queixo para que seus olhares se encontrassem. Seus lábios se aproximaram, beijando as lágrimas que secaram em suas bochechas. — Eu vou fazer o que você precisa que eu faça, anjo. Eles avançaram como um só, com as pernas pesadas, e seu coração oco. Ele ignorou Mason, que cautelosamente espiou por entre os carros e seguiu atrás deles para o grupo. A mente de Blake era uma bagunça, as suas emoções mudavam entre a devastação de não estar com Gabi quando ela precisava dele, para a dor de perder um filho. Seu filho. Um bebezinho. Foda-se. Ele ainda não conseguia acreditar. Meses atrás, ele estava rodeado de amigos, mas perdido em sua própria solidão. Ele nunca tinha sido completo até que conheceu Gabi. E sem que eles soubessem, quase tinham começado uma família. Apertando sua mandíbula, ele respirava pelo nariz até a ardência em seus olhos desaparecer. Esta era a sua


hora de ser forte. Quando ele estava esperando ser uma rocha para a mulher que sempre tinha sido a sua força. Ele levantou o queixo, ignorou seus próprios sentimentos egoístas, e diminuiu a distância para os outros membros da banda. —Tudo bem? —Perguntou a voz suave de Alana. Blake olhou para Gabi, querendo ter certeza que ela queria continuar. Ela deu um sorriso triste, assentiu, em seguida, quebrou o contato visual para se concentrar em seus sapatos. —Não de verdade. —Ele encontrou o olhar de Alana e pigarreou, liberando as emoções tentando sufocá-lo. —Gabi teve um aborto. Leah suspirou. Alana cobriu a boca com a mão, e mais de uma pessoa xingou. Por longos segundos o grupo parou espantado, o som pesado de tráfego e conversa distante preenchendo o vazio. —Eu sinto muito. —Leah deu um passo adiante, puxando Gabi em seus braços. Blake deixou cair a mão para o seu lado, imediatamente sentindo falta do toque de seus dedos. Ele observou Leah segurar sua noiva, murmurando palavras em seu ouvido, beijando seu rosto. Quando ela se afastou, perfurou-o com um olhar de angústia. —Se você precisar de alguma coisa, por favor, peça. Blake deu um leve aceno. Ele não precisava de nada, que não fosse a felicidade de Gabi, e só o tempo iria trazer isso de volta para ele. Alana se aproximou, oferecendo conforto. Gabi manteve-se forte, escondendo sua dor sob o sorriso triste que usava muito bem. À medida que as mulheres falavam em voz baixa, Mitch deu um passo em direção à Blake, preparando-se para um abraço de homem. Blake recuou, colocando as palmas das mãos para cima para travar seu amigo. Ele não conseguia lidar com a simpatia no momento. Ele não podia fazer toda a cena vamos-abraçar-e-tornar-tudo-melhor. —Eu estou bem. Mitch o examinou por longos momentos, irritando-o, aumentando sua pulsação. Então, finalmente inclinou a cabeça. —Avise se você quiser conversar. Blake ficou congelado, grato pelo indulto quando Mitch moveu-se para abraçar Gabi. —Estamos todos aqui para você. —Ele falou alto o suficiente para Blake ouvir. —Tudo o que você precisar, OK? Gabi assentiu e se afastou para olhar o guitarrista. —O que aconteceu com seu rosto? Seu tom de voz continha uma pitada de humor que acalmou a dor no peito de Blake. Esta mulher era muito mais forte do que ele. Mesmo perdida em tristeza, ela poderia encontrar a felicidade.


Mitch bateu seus cílios falsos e franziu os lábios vermelhos brilhantes. — Você gosta? Ela riu, era tímido e tenso, mas ainda era o riso que aquecia a alma de Blake. Ele notou que seus amigos relaxaram, sua postura não mais tão dura e desconfortável. Nenhum deles estava acostumado com problemas das mulheres. Caramba, nenhum deles estava acostumado as mulheres de longo prazo. Com a adição de Alana, e agora Gabi, o ano passado tinha sido um trabalho duro de aprendizado para todos eles. —É diferente. —Ela respondeu, sorrindo. —Talvez vermelho brilhante não seja a sua cor. Mitch soltou uma risada e deu um beijo rápido na testa de Gabi. —Eu vou com um tom mais claro da próxima vez. —sai da minha frente, mulher. —Mason bateu nos ombros de Mitch para sair do caminho. —É a minha vez. Mitch tropeçou para trás, movendo-se para o lado e permitindo Mason ficar diante de Gabi. —Como você está, querida? Gabi deu de ombros. —Eu estou chegando lá. Ela era um soldado. Deve estar no sangue australiano porque Blake não era tão forte. —Eu não tinha ideia de que vocês dois estavam tentando ter filhos. — Mason falou para ela, envolvendo os braços em seus ombros. —Nós não estávamos. Blake queria acalmar a careta que cruzou a face de sua noiva. —Ela descobriu sobre a gravidez enquanto eu estava em Richmond. E abortou alguns dias mais tarde. Ela não queria me dizer por telefone. —Foda-se. —Mason murmurou. —E você estava em Richmond por minha causa. Cristo. Eu sinto muito. —Não é culpa de ninguém. —Gabi sussurrou. —Por favor, Gabi. —Mason começou, então voltou seu olhar para Blake. — E você também, B. Eu não pareço ser o tipo que se importa, mas eu tenho bons ombros, se vocês precisarem de alguém para se apoiar. Blake não podia responder. Ele ficou sem palavras. Em vez disso, concentrou-se nas pedras soltas no asfalto do estacionamento, virando-as com


sua bota. Ele precisava ficar a sós com Gabi. Ele precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa, para tirar o peso que estava a arrastando para baixo. —Por favor, não me faça chorar. —Gabi choramingou. —E o que aconteceu com seu rosto? A atenção de Blake se voltou para a leve inclinação de sorriso nos lábios de Gabi. O tom simpático deixou as características de Mason, e uma carranca se estabeleceu em seu lugar. —Pergunte à Sean. —Ele murmurou, dando um passo para trás em seu grupo de amigos. Gabi ficou de lado, inclinando-se para Blake. —O que aconteceu com sua sobrancelha? —Ela murmurou baixinho. —Eu te conto depois. Sean deu um passo adiante, e Gabi ficou boquiaberta. Mason tinha feito algum dano, um lábio e um olho inchado e hematomas em torno da mandíbula de Sean estavam escurecendo a cada minuto. Gabi sacudiu a cabeça. —Eu não vou nem perguntar, OK? —Boa decisão. —Ele puxou-a em seus braços. —Eu sinto muito pela sua perda. —Obrigada. Sean saiu de seus braços, e Ryan deslizou na frente dela. —Sim, eu estou laranja. —Ele desabafou. —Vamos esperar que saia tomando banho. —Gabi riu e deu um passo para seus braços abertos, descansando a cabeça em seu ombro. — O meu coração está partido por vocês. —Ele murmurou em seu cabelo. —Se qualquer um dos dois precisar de alguma coisa, você sabe que estamos todos aqui para vocês. Ryan a soltou, permitindo Blake colocar sua mão ao redor de sua cintura e puxá-la de volta para o seu lado. O grupo murmurou entre si, a diversão terminada. Blake esfregou o esterno, tentando aliviar o pulsar debaixo das costelas, enquanto o apelo de Gabi de mais cedo repetida em um loop contínuo em sua cabeça. Seu instinto era ir para casa, deixá-lo, e isso doía quase tanto quanto testemunhar sua dor. Ele não queria que ela encontrasse conforto em outro lugar. Ele precisava ser a sua força. Ele queria ser tudo o que ela precisasse, como ela era para ele. —O que há de errado? —Gabi inclinou o rosto para encará-lo, seus olhos azuis tristes mas ainda resistentes.


—Eu preciso fazer alguma coisa. —Ele falou para si mesmo. Ele precisava fazer a diferença, iniciar o processo de cura, e fortalecer seu relacionamento. Acima de tudo, ele tinha que ocupar sua mente com seu amor por ela, para que não quebrasse na frente de seus amigos. —Como o que? Ele olhou para longe, ideias surgindo mais e mais em sua cabeça. O pensamento de perdê-la o atormentando. Ele não tinha estado lá para ela, ou seu filho. Ele esteve fora da cidade, algo que ele teria que fazer muito no futuro, com turnês e obrigações promocionais. Ela já tinha sofrido muito por causa do seu amor. Primeiro Michelle e sua própria estupidez, agora isso. Ela desistiu de sua casa, seu trabalho, sua família, e nada jamais lhe mostraria o quanto ele era grato. Mas ainda assim, precisava fazer alguma coisa. Ele tinha que fazer um gesto que reafirmasse o quanto ela significava para ele. Ele precisava colocar um anel em seu dedo. —Case-se comigo, anjo. —Ele murmurou, virando-se para ela. Ela se afastou, franzindo o cenho. —Eu não quero esperar. —Ele continuou, sabendo que os meses que passariam planejando um casamento adequado seria longo. Ele queria outro anel em seu dedo. Ele queria o seu compromisso em seu coração. —Eu preciso de você para ser minha esposa. Agora. Hoje à noite. —Por quê? —Suas palavras não tinham emoção, seu olhar desprovido de entusiasmo. —Por que agora? Ele agarrou seus quadris, tentando não adicionar a seus problemas, mostrando o quanto ele precisava disso. —Porque não quero que você pense que me deixar é uma opção. Eu não quero que você jamais se volte para alguém para se apoiar. Deixe-me mostrar-lhe o quanto eu te amo. O quanto eu preciso de você. Eu não estou tentando tirar sua dor. Nada vai consertar o que você perdeu... —Nós perdemos, Blake. Ele acenou com a cabeça. —Sim. —Ambos perdemos um filho, mas isso parecia um fardo que ela estava carregando sozinha. Ele não sabia como lamentar algo que nunca teve. Ele não sabia se a tortura que o consumia, era uma reação exagerada quando a ideia de um bebê tinha ido e vindo em um piscar de olhos. Tudo o que sabia era que doeu demais, e que não era nada em comparação ao que Gabi estava passando.


—Nós perdemos. —Repetiu ele. —Eu só preciso que você seja minha. E eu preciso ser seu. Ela continuou a olhar para ele, o silêncio em torno deles começando a aprofundar. Ele quebrou o contato visual por um momento e percebeu seus amigos focados neles, esperando por uma resposta. Seus olhos começaram a arder, e ele os fechou, deixando cair a mão da cintura de Gabi para esfregá-los com o polegar e o indicador. Ele respirou fundo e fez uma careta quando estremeceu em uma expiração. Ele era um idiota tão fraco. Ele precisava ser um homem, porra. Só de ver Gabi assim já era sua ruína. —Blake? —As mãos de Gabi vieram descansar em seu peito, o calor de suas palmas aquecendo seu coração. Ele abriu os olhos e teria dado cada centavo que tinha para ver a felicidade em seus lindos olhos. —Por favor, não olhe para mim desse jeito. —Ele implorou. —Se esses filhos da puta me verem chorando nunca vão me deixar viver em paz. Era uma mentira. Os caras não provocariam sobre algo assim. Fazer Gabi sorrir tinha sido o seu objetivo. E, felizmente, funcionou. —Você choraria por mim, Blake? Suas palavras continham um tom de brincadeira, só que teve o efeito oposto, tornando o aperto sobre o seu peito pior. —Eu choraria um rio se isso significasse que você está feliz. O olhar de Gabi percorreu seu rosto, lendo-o, penetrando profundamente. —Você sempre me faz feliz. Ele segurou seu queixo em suas mãos e inclinou-se até que suas respirações se misturavam. —Então case comigo. Seja minha esposa.


Capítulo Onze

Gabi se posicionou diante da porta que dava para o corredor da capela de Las Vegas. Seu coração batia forte, e sua cabeça girava enquanto se agarrava às flores coloridas que Alana comprou no caminho para cá. Horas antes, ela estava devastada, sem saber o que o futuro traria assim que dissesse à Blake sobre o bebê. Ele ficaria com raiva por ela ter engravidado? Será que ele estaria preocupado que ela não pudesse lhe dar uma família mais tarde? Ela certamente estava. Mas não, ele abraçou-a e reafirmou o seu amor e devoção. Fortalecendo-a com a sua sensibilidade. Ela deveria saber que era o que ele faria. E, embora a dor não houvesse diminuído, ele limpou sua mente, ajudando-a a resolver as inseguranças hormonais ao compartilhar seu sofrimento. A tristeza que resultou da perda de um bebê recém-concebido era difícil de explicar. Ela não tinha sido abençoada com sentir um chute de seu filho dentro dela, ou as imagens tremidas de um ultrassom. Ela não tinha nada fisicamente ao seu alcance para perder, mas o conceito do bebê foi suficiente para despedaçá-la. Blake parecia entender isso, e nenhuma palavra poderia expressar sua gratidão. Ele a completava, fazendo as dificuldades em sua vida suportáveis, transformando a dor em amor, e o amor em algo que ia além das palavras. Casar com ele era exatamente o que ela queria fazer, e nem mesmo o fato de seus pais estarem perdendo esta ocasião especial a faria duvidar de sua decisão. Assim que ela disse “sim”, eles tinham ido às pressas para o Marriage License Bureau, arrumaram os formulários que precisavam, e com a ajuda de Leah, encontraram uma capela para casamentos ainda aberta à meia-noite. Mesmo sem alguns entes queridos, Gabi estava cercada por pessoas que se tornaram seus amigos mais próximos, sua família adotiva. Leah, Alana e Mitch se sentaram na primeira fila à esquerda do corredor, enquanto Sean, Mason e Ryan estavam à direita, com os dois guarda-costas restantes no foyer. Até este momento, a sua vida com Blake tinha sido agitada, uma montanha-russa de emoções. No entanto, aqui e agora, tudo estava tranquilo, relaxado, quase uma estranha calma que consolidava a sua confiança em se casar com o homem dos seus sonhos. Blake ficou no alto na parte da frente da capela, os ombros em linha reta, seu sorriso largo com calor enquanto conversava com seus amigos. Ele era


lindo. Ele sempre seria, e assim que saíssem daqui hoje à noite, ele sempre seria seu. Ela sabia disso agora. Não importa quantas mulheres tentassem seduzi-lo, ou quantas vezes eles discutissem, Blake sempre permaneceria fiel à ela. O sorriso aumentou quando ela ficou alguns momentos em silêncio para admirá-lo. Ela adorava tudo o que seu homem tinha para oferecer, sua compaixão, a forma como o cabelo preto arrepiado destacava-se em ângulos engraçados, seu sorriso que derretia calcinhas, e acima de tudo, o seu amor. Em seguida, seu corpo se virou para ela, e ele ficou tenso. Ela não conseguia desviar o olhar para longe. Ela nunca poderia. Mesmo que ela vivesse até os cento e cinco anos, sua vida nunca seria longa o suficiente com este homem. Nunca passaria tempo suficiente sob o feitiço cativante de suas íris escuras, ou memorizar os desenhos de sua pele deliciosamente coberta. Ele foi feito para ela. Ela deu o seu primeiro passo para dentro da sala, depois outro, chegando mais perto da felicidade. Cada movimento impulsionou-a para o único homem que iria fazê-la feliz. O silêncio reinou em torno deles, os olhares de seus amigos a deixando autoconsciente, mas ela não vacilou, não desviou o olhar de Blake e da admiração em seus olhos. Quando chegou ao final do corredor, ele estendeu a mão, saudando-a com um olhar de admiração. Sem parar, ela entrelaçou seus dedos, deixando seu buquê cair em sua mão livre. O calor irradiava dele quando a puxou para frente, passando o braço em volta da sua cintura e trazendo-a peito a peito. —Você está linda. —Ele murmurou. Sua boca encontrou a dela por um breve roçar de lábios antes que se afastasse para olhá-la. —Obrigada. —O vestido sem alças era outra compra que Alana tinha ajudado a fazer no caminho para a capela. A parte de cima era um corpete delicado cheio de cristal e brilhavam com o cetim branco caindo como uma cortina de sua cintura. Simples, mas elegante. Em torno de seu pescoço estava o colar de ouro branco que Blake lhe deu no seu aniversário, os pingentes eram um lembrete constante do vínculo que compartilhavam. E em seus pés estavam os saltos agulha vermelho que usara para a festa de despedida. Eles não combinavam nem um pouco com a sua roupa, e ela não se importava. Esta era uma cerimônia sobre o amor e o compromisso para sempre. Estilo não desempenhava nenhum papel, especialmente se você tomasse conhecimento da sobrancelha solitária de Mason, Mitch repleto de maquiagem para noivas, o brilho laranja de Ryan e a cara machucada de Sean. —Vocês estão prontos? —Uma voz falou atrás de Blake.


Gabi olhou por cima do ombro, encontrando um homem de meia-idade esperando por eles, seu sorriso caloroso e amigável. —Eu já estou pronto há anos. —Blake respondeu, ainda tendo a capacidade de fazê-la vibrar da cabeça aos pés. —OK, então, vamos casar vocês.

*** Blake olhou para Gabi, ouvindo vagamente as palavras da cerimônia de casamento vindo através de sua consciência. Ele não se importava com as palavras oficiais, não significavam nada para ele. Elas não foram personalizadas para incluir a forma como ele se sentia em relação a mulher impecável diante dele. Elas não mostravam um pingo da emoção que ele tinha por ela. Elas eram apenas as sentenças necessárias para torná-los homem e mulher. E isso era o que ambos precisavam. —Gostariam de recitar seus próprios votos? —O homem sussurrou. Blake sorriu com a expressão dos olhos arregalados de Gabi e levantou o queixo. —Eu vou dizer o meu. —Mas... —A boca de Gabi abria e fechava enquanto olhava de Blake para o oficial do casamento e vice-versa. —Eu não preparei nada. —Não se preocupe, anjo. —Ele levantou seus dedos entrelaçados aos lábios e beijou-os. —Você pode repetir os votos tradicionais. Ela franziu o cenho, mas deu um aceno suave. —Está bem. —Ótimo. Eu vou começar, Sr. Kennedy. Por favor, repita depois de mim, eu, Blake Kennedy, aceito você Gabrielle Smith, como minha mulher. As bochechas de Blake levantaram, e seu coração deu o maior pulo de sua vida. Um ano atrás, inferno, até mesmo alguns meses atrás, ele nunca pensou que seria o homem mais feliz do mundo, de pé em uma capela de reputação duvidosa em Vegas, sorrindo para a única mulher que ele amaria. —Eu, Blake Kennedy, aceito você Gabrielle Smith, como minha mulher. — Ele inalou, enchendo seus pulmões com a fragrância floral doce do cabelo dela.


Deus, ele adorava aquele cheiro. Deus, ele a adorava. —Eu não sabia o que era a felicidade até que encontrei você. Eu não conhecia o amor até que seus lábios roçaram os meus. E eu nunca vou ficar mais um dia sem você na minha vida. Você é tudo para mim. Tudo, Gabi. Uma fungada feminina veio da primeira fila. Ele ignorou, fortalecido pela forma que o seu anjo sorriu de volta para ele. —Eu prometo que vou morrer ainda tentando fazer você tão feliz quanto você me faz. —Você me faz feliz. —Ela sussurrou. Houve uma pausa silenciosa antes do oficial falar. —Você pode repetir depois de mim, Gabi. Eu, Gabrielle Smith, aceito você Blake Kennedy, como meu marido. Gabi apertou a mão de Blake e sorveu uma respiração instável. —Eu, Gabrielle Smith, aceito você Blake Kennedy, como meu marido. —Para compartilhar os bons e maus momentos, lado a lado. —O oficial continuou. Gabi olhou para o homem, em seguida, de volta para Blake. —Não. —Ela balançou a cabeça e as pernas de Blake enfraqueceram. Ela já estava fugindo da cerimônia? —Eu vou fazer o meu próprio. —Merda, Gabi. —Blake murmurou. —Não me assuste desse jeito. Os lábios dela se abriram com o mais deslumbrante e brilhante sorriso. —Blake, você é a minha força, minha paz, meu tudo. E mesmo que eu me arrependa de não ter pensado em votos até dois minutos atrás, eu quero que você saiba que você significa o mundo para mim. Eu não posso imaginar acordar todas as manhãs sem o seu sorriso insolente para alegrar o meu dia. Você ilumina minha vida. Você me faz completa, e eu prometo nunca desvalorizá-lo. Ela olhou por cima do ombro, sorrindo para seus amigos, em seguida, virou-se para ele, com os olhos vidrados cheios de lágrimas. —Você me deu uma nova família, e um dia... —Ela hesitou, seu sorriso desaparecendo à medida que seus lábios tremiam. —E um dia. —Ela tomou uma respiração e endireitou os ombros. —Espero que possamos fazer uma nossa. Cristo. Uma faca o apunhalou no peito, dura e inflexível. Ele teve uma vida dura, pais horríveis, pobreza, dependência de drogas, mas nada foi mais difícil de suportar do que assistir Gabi sofrer. Ele rodeou sua cintura com a mão livre, não


dando a mínima que esmagou as flores quando a puxou para seu corpo. Ela afundou nele, seu rosto descansando em seu ombro. O oficial limpou a garganta, e Blake encontrou seu olhar interrogativo. — Vocês gostariam que eu lhes desse um momento? —Não. —Gabi sacudiu a cabeça. —Por favor, continue. —Quem tem as alianças? —Eu tenho. —Blake respondeu, puxando-as do bolso e estendendo na palma da sua mão. Gabi se inclinou para trás e sorriu quando pegou o anel de ouro branco que ele tinha escolhido para si mesmo. Eram peças temporárias, ambos custaram menos que mil dólares, e nem de longe era boa o suficiente para enfeitar a mão de Gabi. Mas serviriam para esta noite. —Blake, enquanto você coloca a aliança no dedo de Gabi, por favor, repita comigo. Blake levantou sua mão macia na dela, posicionando seu anel na ponta do dedo que estava tremendo. Pela primeira vez em uma hora, o coração dele estava batendo por uma razão além da dor. O sorriso dela, o que veio livremente, sem tristeza, espalhando por seu rosto, e ele sorriu de volta para ela, incrédulo. Essa adorável mulher, forte, com coração e mente perfeita, estava prestes a ser dele. Para sempre. —Dou-lhe esta aliança como símbolo do meu amor e devoção. —O oficial proclamou. Blake limpou a garganta e olhou nos olhos de Gabi enquanto repetia. — Dou-lhe esta aliança como símbolo do meu amor e devoção. —Ele colocou na ponta do dedo, agradecendo que encaixou perfeitamente. —Eu sempre serei fiel. Eu vou sempre colocar suas necessidades antes das minhas, e nunca vou deixar de te amar. —Jesus, alguém está se deixando levar. —Mason interrompeu. Blake sacudiu a cabeça com humor, e risadas ecoaram do banco da frente. Ele não podia evitar se deixar levar. Ele queria que Gabi soubesse o que ela significava para ele, mesmo que nenhuma quantidade de palavras conseguiria expressar isso. —Eu acho muito doce. —Gabi murmurou. —Sua vez, Gabi. Por favor, repita depois de mim.


Ela copiou o que Blake tinha feito, colocando a aliança na ponta de seu dedo e não esperando o oficial antes de recitar as palavras. —Dou-lhe este anel como símbolo do meu amor e devoção. Seu estômago deu um salto, apertando enquanto deslizava a aliança no lugar, tornando-os marido e mulher. —Nada vai ficar entre nós. —Continuou ela. Blake agarrou-lhe a mão, apertando-a firmemente quando ele sorriu para ela, esperando impacientemente o oficial terminar de recitar a declaração de união. Ele queria levá-la daqui até sua cama. Desta vez, porém, não seria para brincar. Ela disse que intimidade não seria possível por um tempo, mas ele precisava segurá-la, entrelaçar suas pernas, olhar em seus olhos e passar as mãos pelo cabelo liso. —Blake e Gabrielle, o casamento é o juntar das mãos, o encontro de corações, e a união de duas vidas em uma. Seu casamento deve permanecer de pé, não pela autoridade do Estado, nem pelas palavras do oficial de casamento, mas pela força do seu amor e do poder da fé um no outro. Que seu casamento seja consumido com amor e felicidade, e suas vidas juntos seja cheia de paciência, tolerância e compreensão. A propagação do sorriso de Gabi, levantou seu rosto, iluminando seus olhos. Ela se agarrou à sua mão, apertando os dedos juntos enquanto mordia o lábio. —Senhoras e senhores, Gabrielle e Blake têm declarado diante de todos nós que vão morar juntos no casamento. Eles fizeram promessas especiais um para o outro. Eles simbolizaram juntando as mãos, tomando votos e trocando alianças. Eu, portanto, declaro Blake e Gabrielle como marido e mulher. Vocês estão prontos para o seu primeiro beijo como um casal? As palmas das mãos de Blake começaram a suar. —É melhor você acreditar. —Gabi anunciou, desenrolando os dedos para agarrar a frente de sua camisa. Ela o puxou para perto, com um sorriso, mesmo que uma lágrima solitária riscasse seu rosto. Ele riu, colocando a boca na dela, tentando trazer a vida de volta para sua alma. Ele agarrou seus quadris, levantando-a do chão e continuou a saborear seus lábios enquanto a elevava mais. Um assovio cortou o ar entre aplausos e risos. Ele estava casado. Ele tinha uma esposa linda. E para o resto de sua vida, nem, mesmo na morte, jamais haveria outra mulher para ele.


Capítulo Doze

Mitch focou na bunda de Alana quando ela avançou na frente, mantendo a distância no corredor do hotel. Ela tinha estado em silêncio desde o fim da cerimônia, e ele meio que esperava que fosse porque ela estava chateada com a perda de Gabi e Blake. Não. Ela estava chateada, e não importa o quanto ela parecesse gostosa naquelas botas foda-me e seu vestido na altura da coxa, não havia nenhuma maneira que ele transaria novamente esta noite. —Foi um bom casamento, não acha? —Ele falou, querendo saber o grau de sua raiva antes de entrar no espaço confinado de sua suíte. —Sim. —Ela resmungou. Blake e Gabi tinham voltado para o hotel após o casamento, e Leah havia se retirado. Então, Mitch seguiu sua noiva de volta para o Bellagio para algum jogo nu. Só que agora ele tinha dúvida de sua decisão. Talvez devesse ter ido ao clube de strip com Mason e Sean depois de tudo. Sua doce e inocente Allie estava furiosa. Mais à frente, ela abriu a porta da suíte com uma passada do cartão do quarto e entrou, sem se preocupar em mantê-la aberta para ele. Ela teria deixado ele em pé no corredor, se não tivesse colocado o pé na porta a tempo. —Qual é o seu problema? —Perguntou ele, avançando para dentro, deixando o cansaço e o burburinho alcoólico alimentar sua frustração. Não era como se ele tivesse qualquer controle sobre as besteiras que seus amigos fizeram. Ela parou na frente da cozinha e se virou em seus calcanhares. —Qual é o meu problema? —Ela colocou as mãos nos quadris, endireitando os ombros. Esse foi o exato momento em que Mitch percebeu a merda em que estava. — Qual é o meu problema? Vamos nos casar. —Ela olhou para o relógio de prata delicado. —Em menos de 40 horas, e depois do que você e seus amigos estúpidos fizeram esta noite, eu vou ter que ficar no altar com um noivo idiota acompanhado por outros fodidos e mais idiotas. Sem mencionar Ryan, que se parece com o porta-voz da Fanta. Sim... ele estava em um montão de problemas. Quando Alana deixava cair uma bomba-F, era geralmente um mau sinal e ele precisava se afastar rapidinho.


—O rosto de Sean está coberto de hematomas. E Mason... —Ela franziu o cenho e jogou as mãos no ar. —Ele tem uma sobrancelha. Uma sobrancelha, Mitch! —Alana balançou a cabeça em desgosto, virou-se e saiu em direção ao seu quarto. Ele começou a segui-la, e depois parou quando ela bateu a porta. —Sim, OK, então acho que vou dormir no sofá. Ela não respondeu. Foda-se. Não era culpa dele que Sean e Mason eram idiotas infantis. Ele nunca quis fazer esses desafios estúpidos em primeiro lugar. Isso foi culpa de Leah. Ela deveria responder à fúria de Alana, não ele. Ele caminhou até a porta do quarto, abriu e andou para Alana que estava perto da cabeceira da cama, chegando atrás das costas para desfazer seu vestido. —Isso não é minha culpa, docinho. —Ele rosnou. —Eu não tenho controle sobre o que esses idiotas fazem. E me desculpe, o casamento não vai ser perfeito como você imaginou, mas isso é uma merda difícil. Ela empurrou de volta. —Merda difícil? Bom, Mitchell, realmente. Eu passei longas horas e noites sem dormir planejando o nosso dia especial para dar de ombros e dizer “oh bem”. —Ela balançou a cabeça e virou-se de costas para ele. —Eu não posso acreditar em você. —Por que você está tão preocupada? —Você está falando sério? —Ela virou-se e ficou na cara dele. Ele apertou os lábios, usando toda a sua contenção para que não caísse na gargalhada. Não importava quão zangada ela ficava, sua mulher sempre parecia inocente para ele. Um rosto tão doce contorcido com rugas de raiva, não deixava de ser engraçado. —O mundo vai ver nossas fotos de casamento. Não só a minha família e amigos. Não apenas seus membros loucos da banda. Toda a raça humana irá nos julgar. —Então? Quem se importa? Seus olhos se arregalaram. —Mitchell! —O que, querida? Ela ficou boquiaberta e desta vez ele não conseguiu segurar o sorriso que tomou conta de sua face. Ela era muito bonitinha, e seu pau tinha tomado conhecimento. —Contanto que você e eu sejamos felizes, quem se preocupa com


os outros? —Ele perguntou, dando um passo para frente, trazendo-os de igual para igual. Ela olhou para ele, soltando um suspiro quando a dureza desapareceu de suas feições. —Mason tem uma sobrancelha. Uma gargalhada explodiu dele e, lentamente, um sorriso ergueu dos lábios dela. —Não é engraçado, Mitchell. —Sim. —Ele riu. —Isso realmente é. —Ele agarrou a cintura dela e puxoua para seu corpo. —Você deveria ter visto a cara dele quando descobriu que a esteticista tinha depilado. Foi épico. —Bem, eu espero que tenha valido a pena. —Ela empurrou seus ombros, e ele segurou firme, não a deixando ir embora. —Porque você vai parecer um idiota completo em pé na frente da igreja com o rosto torto dele. Mitch deu de ombros. —Eles vão me fazer parecer melhor. Ela empurrou-o novamente. —Não, eles não vão. —Ela mexeu em seus braços, gemendo de frustração. —Onde você está tentando ir com tanta pressa? —Estou cansada e mal-humorada. —Como se ele não tivesse notado. —Eu quero tomar um banho e ir para a cama. —Eu tenho algo para aliviar a sua raiva. —Ele apertou a pélvis contra a dela, apreciando a forma como suas bolas apertaram com o atrito. Ela parou de lutar e o olhou. —Não vá por ai. —Ela deu outro empurrão violento e com relutância, ele a deixou ir. Ela queria transar tanto quanto ele. Ele podia ver na forma que seu olhar perseguiu a partir do canto de seus olhos, e a maneira lenta que ela caminhou ao final da cama, apenas fora do alcance, para puxar sedutoramente as alças de seu vestido para baixo. —Não me provoque, mulher. Ela olhou por cima do ombro: as sobrancelhas levantadas, desafiando e continuou a deixar o vestido cair em uma poça a seus pés. —Continue. Em breve você vai encontrar-se de costas com meu pau enterrado profundamente dentro de você. —Eu disse que não estava de bom humor. —Ela se concentrou no couro preto brilhante de suas botas, levantando um pé para o colchão e, gradualmente, abaixando o zíper.


Não estava de bom humor, uma ova. Mitch caminhou ao redor da cama, e moveu-se atrás dela, deixando a dureza pressionando contra seu zíper cutucar sua bunda. Ela ficou rígida, um pé ainda coberto pela bota no colchão. Ele se inclinou sobre ela, posicionando a boca em seu ouvido. —Você é uma mentirosa. —Ele correu os dedos ao longo de sua coluna, amando o jeito que seu corpo estremeceu quando ele segurou a base de seu pescoço. —Uma pequena e bonita mentirosa. Ela soltou um gemido quase inaudível. —Você sabe como posso dizer isso? —Ele arrastou sua mão livre sobre sua bunda, debaixo da fina renda de sua calcinha fio-dental. Com uma mordida em sua orelha, ele segurou o calor entre suas coxas, deslizando dois dedos através da umidade de sua boceta. —Porque você está toda molhada. Ela se encolheu, tentando com o mínimo de convicção desalojar a mão. —Mantenha se esfregando contra mim, Allie. —Ele chegou mais alto em seu pescoço, puxando o cabelo na base do crânio. —Quanto mais você esfrega, mais quente eu fico. Ela choramingou, empurrando de volta para ele, afundando seus dedos profundamente em seu calor. O jeito que ela apertou o cerco em torno dele o fez gemer. Ele não podia esperar para afundar seu pau até o fim. Ouvi-la gritar enquanto empurrava dentro dela. Ela se endireitou, abaixando o pé no chão acarpetado. Se ao menos ele tivesse uma câmera para tirar uma foto do paraíso sexual diante dele, Allie em nada, além das botas de cano alto, lingerie de renda preta e meias na altura das coxas. Foda me. Seu corpo foi construído para a Playboy, enquanto seu rosto ainda tinha o doce charme sedutor. —Tire sua calcinha. —Ele exigiu. Ela obedeceu, enganchando os dedos ao redor da cintura da pequena tira de tecido se mexendo até que ela caiu no chão. Com uma mão ainda brincando com a sua boceta, ele usou a outra para abrir a fivela do cinto, soltando-o, juntamente com o botão de sua calça jeans. Ele continuou movendo os dedos dentro dela, concentrando-se no ritmo de seus quadris, a contração de suas paredes. —Incline-se. —Ele abaixou o zíper, segurando um gemido quando ela fez o que foi pedido. Sua bunda, puta merda, sua doce bunda deliciosa. Um dia, ela iria levá-lo lá. Ela choramingaria, se contorceria, e gemeria, mas adoraria. Ele teria certeza que sim. Com relutância, ele tirou os dedos, arrastando-os para cima, limpando sua excitação em torno da entrada apertada e tentadora.


—Mitchell. —Alertou, estremecendo com o toque proibido. Ele riu. Como podia uma mulher ser tão contraditória? Durante seu tempo juntos, ele havia diminuído suas inibições, a transformado em uma gatinha do sexo que obedecia todos os seus desejos... bem, todos menos um. —Só provocando, querida. —Ele tirou os sapatos e baixou a calça jeans, trabalhando rápido para aplacar a dor em sua virilha. Ele não se incomodou em remover sua camisa e jaqueta – ninguém tinha tempo para isso – posicionou seu pau em sua entrada e a penetrou em um impulso de arrepiar. Eles gemeram em uníssono, enquanto ele passou a mão por sua coluna, apreciando a suavidade delicada de sua pele lisa. Ela era impecável. Cada centímetro, do cabelo aos pés. —Você acaba comigo. —Ele gemeu, começando, um ritmo lento e preguiçoso. —Você sempre parece tão bem. Alana balançou a bunda, incentivando-o a levá-la mais duro. Claro que não. Ele estava correndo nessa diversão. Ele continuou a se mover dentro dela em movimentos longos, segurando seus quadris, terminando cada deslize com a esfregação de sua pélvis. Ela arqueou as costas, as mãos agarrando a colcha da cama, e começou a balançar mais rápido. —Devagar, Allie. Eu não quero terminar isso ainda. Ela choramingou. —Por favor, Mitchell. Não me implore, querida. Isso me deixa selvagem. Ela ignorou sua instrução, movendo-se mais rápido, fazendo com que suas bolas apertassem. Quando a base de sua coluna começou a formigar, ele recuou e empurrou-a com força em cima da cama. Ela suspirou e virou de costas com um acesso de raiva. Outro momento Kodak: Allie esparramada no colchão, com as pernas entreabertas, boceta à mostra, seios empurrados para cima na renda preta, ainda com botas e meias. Inferno sim, ele era um sortudo filho da puta. —Você ainda tem a sua jaqueta. —Ela fez uma careta. —Você tem suas botas e meias. Você não me ouviu reclamando. Ela olhou para ele, puxando as pernas. —Tira isso. A camisa também. Ele levantou uma sobrancelha e contemplou negar-lhe apenas para aumentar o seu mal humor. A suavidade de seu corpo tentando-o muito, e no final, ele removeu sua jaqueta e puxou os botões de sua camisa até que ele ficou nu diante dela.


—Melhor? —Ele perguntou, subindo em cima da cama e rastejando entre suas coxas tonificadas. —Um pouco. —Ela cortou, olhando para longe dele. Era um blefe. Ela já havia agido assim antes; no entanto, dois podiam jogar esse jogo. —Ainda não está com disposição? —Ele puxou para trás, sentando sobre os calcanhares. Ela deu de ombros, mais uma vez negando sua linda bundinha. No entanto, sua boceta ainda brilhava com excitação na iluminação fraca. —Então, vou terminar isso sozinho? —Ele segurou seu pau e começou a se acariciar, soltando um gemido que fez com que seus olhos fixassem no seu. Combatendo o riso, ele fechou os olhos e continuou a provocá-la. Seu toque era leve e cuidadoso, para não se enviar sobre a borda, mas a imagem dela em sua mente era o suficiente para fazê-lo explodir: as botas, as meias, o decote que deixaria qualquer homem de joelhos. —Tudo bem. —Ela bufou, levantando da cama vendo seus movimentos. —Eu vou deixá-lo sozinho. Ele abriu os olhos, encontrou-a de quatro escalando a cama e agarrou os tornozelos com as botas, puxando-a de volta. —Nem pense nisso. —Ela gritou quando ele a puxou para si e virou-a de costas. —Eu terminei de jogar esse jogo, Allie. Espalhe essas lindas coxas. Ela continuou olhando, e ele não pôde deixar de sorrir para a forma como ela fingia desinteresse. Ela estava louca por ele, seus olhos brilhando com necessidade inebriante. Ele empurrou-lhe as pernas e viu sua pele se arrepiar. Ela mordeu o lábio inferior e olhou para ele, esperando, querendo mais. Ele agarrou seus quadris, puxou os centímetros finais em direção a ele, em seguida, ficou de joelhos para posicionar-se em sua entrada. —Você quer isso rápido? —Perguntou. —Sim. Eu quero que você se apresse. —Disse ela, com fogo nos olhos. Ele riu e foi para ela, inclinando-se para tomar sua boca com a dele. Ela gemeu, o encontrou com um impulso duro, o impulso inflexível, e abriu os lábios, permitindo a entrada de sua língua para devorá-la. Eles arranharam, mordiscaram, gemeram, fodendo como selvagens, até que o suor começou a aparecer em sua testa. Ele descansou em um cotovelo e puxou para baixo as taças de seu sutiã. Sua mão trabalhou a carne macia na palma da mão, beliscando seu mamilo entre o polegar e o indicador.


—Oh, sim. —Ela ofegou, balançando mais forte para ele. Seu orgasmo construiu com cada exalação dura, com cada aperto de sua boceta ao redor de seu pau. Ela estava perto também, com os olhos arregalados, sua boca aberta para aspirar. —Estou perto, Allie. Tão perto. Ela passou as pernas ao redor de sua cintura. Ele alcançou entre eles para encontrar o pequeno feixe de nervos no ápice de suas coxas. Quando seus dedos tocaram para frente e para trás sobre seu clitóris, ela suspirou, fechou mais as pernas em torno dele e contraiu. —Mitchell! Seu nome saindo de seus lábios foi sua ruína. Ele empurrou com força, o orgasmo o acertando com uma intensidade que o fez fechar os olhos. Êxtase assumiu, correndo de suas bolas para seu pau e nas profundezas do seu calor doce. Ela o ordenhou, convulsionando em torno de seu eixo, retirando o êxtase até que seu corpo estava dormente. Ele tomou sua boca, beijando-a com força, até que a coluna dela relaxou e as pernas moles com as botas caíram de sua cintura. —Oh, Deus, isso foi bom. —Ela ofegou. Ele abaixou a cabeça, lutando contra o riso. —Eu pensei que você não estava de bom humor. —Eu pensei que você fosse mais esperto do que zombar de mim quando estou com raiva. Touché. Ele deveria ficar quieto, enquanto estava ganhando. Como qualquer outra mulher na terra, Allie nunca se esquecia de um argumento simples, muito menos as questões estéticas monumentais dos três patetas. —Deixe-me preparar um banho quente. —Sim, ele era um puxa-saco, ele não podia evitar. Sexo louco fazia isso com um cara.


Capítulo Treze

Alana observou Mitchell sair do quarto, levando a felicidade dela com ele. O sexo foi de tirar o fôlego, mas assim que seu corpo parou de convulsionar do orgasmo, estresse mostrou as suas garras afiadas. Com um suspiro profundo, ela levantou da cama, tirou o sutiã, meias e botas, e depois se arrastou para o banheiro. Encostou-se na parede fria, olhando para o chão quando o chuveiro começou a escorrer. —O que está errado, Allie? —Nada. —Ela respondeu sem pensar. Ela estava dizendo a mesma coisa por meses. No entanto, agora a situação era pior. Não havia nenhuma maneira que ela pudesse ter o casamento perfeito após os acontecimentos da noite. Ela não podia acreditar que seu futuro marido tinha deixado a despedida de solteiro ficar tão fora de controle. Seus padrinhos seriam a conversa da indústria de casamento pelos próximos anos. E não de uma boa maneira. —O casamento vai ficar bem. —Mitch sacudiu a água de seu braço e deu um passo em direção a ela. Ele não entendia. Ele nunca iria. Um casamento era diferente para uma mulher. Não era apenas uma festa cara. No entanto, para ela, torná-lo perfeito significava muito mais. —Vamos lá, Allie. Será. —Ele puxou-a em seus braços. Ela suspirou. —Apenas digamos que não. Eu ainda tenho coisas para organizar, e depois do que Gabi e Blake estão passando, não parece ser o momento certo. Mitch afastou, franzindo o cenho. —Você não está pensando em desistir de mim, não é? —Não. —Ela balançou a cabeça. —É só que... Seus olhos se arregalaram. —É só que, o quê? —Ele agarrou seus ombros e olhou para ela, seus olhos cor de avelã emoldurados pelo cabelo castanhoescuro. —Nada. Esqueça. —Se ela tentasse explicar, ele iria rir. O problema era que ela não queria o casamento perfeito para si. Ela queria para ele. Ela queria lhe dar algo em troca por tudo que ele tinha dado a ela durante seu tempo juntos.


Ele estreitou seu olhar, e ela ainda podia ver o toque de bebida em suas profundezas vítreas. Felizmente, ele não iria se lembrar dessa conversa amanhã. —Vamos lá. —Ele pegou a mão dela e puxou-a debaixo do chuveiro. —Eu vou lavar você, e uma boa noite de sono vai resolver tudo. Ela permaneceu em silêncio enquanto ele ensaboava seu corpo, prestando atenção a cada centímetro de sua pele. Quando eles estavam impecáveis, Mitchell desligou as torneiras e abriu a porta do box para pegar uma toalha fora no rack. —Aqui. —Obrigada. —Ela saiu do box e se secou antes de sair do banheiro, precisando de espaço. Eles estavam juntos há quase 12 meses, e nesse tempo, ela tinha questionado o seu valor para Mitchell muitas vezes. Ela não era ingênua julgando tudo com base no lucro, mas o dinheiro, fama e popularidade em comparação com o que ela tinha para oferecer não calculava bem. O casamento tinha sido a sua oportunidade de se apresentar, e a eles como um casal, de uma forma profissional, mas sincera. Era sua chance de mostrar aos convidados, a maioria dos quais ela nunca tinha conhecido, que era digna desse homem talentoso. E acima de tudo, ela queria criar a atmosfera perfeita, para provar a si mesma, e seu futuro marido, que estavam destinados a ficar juntos. Agora os padrinhos seriam motivo de chacota das revistas de noivas em todo o mundo. Alana envolveu a toalha em torno de si, prendendo-a acima dos seios, e sentou na ponta da cama. Com grande clareza, ela poderia imaginar como as fotos do casamento acabariam. Risível. E não de uma boa maneira. —Eu vou fazer tudo. —A voz de Mitchell veio da entrada do banheiro, assustando-a. —Desculpe-me? —Ela se virou, notando a seriedade em sua expressão. Uma toalha estava enrolada em sua cintura, seu cabelo desgrenhado e molhado, as gotas de água ainda caindo dos fios escuros. Ele levantou o queixo. —Deixe o resto dos planos do casamento para mim. —Repita de novo? —Não contratamos um planejador de casamento por uma razão? —Sim, mas isso derrota o propósito. —Alana queria organizar tudo sozinha. Ela só contratou o planejador para não estar por aí na agitação, porque


as ruas de Nova York ainda eram assustadoras para alguém que tinha crescido em relativo isolamento. —O objetivo é para que você possa aproveitar o dia, é a vantagem, falando nisso. Eu sei que toda mulher quer o casamento de conto de fadas que sonhou desde criança. —Isso não é o que eu queria. —Ela desabafou, a necessidade de se defender. Não era com o sonho dela que estava preocupada. Ela queria que o início de suas vidas funcionasse sem problemas. Como um bom presságio. Casamentos de celebridades tinham uma elevada taxa de fracasso. Ela não precisava ir no Google para saber isso, estatisticamente falando, eles eram propensos em conseguir um divórcio precoce. Uma revista já havia previsto o mês em que iriam se separar. E embora Alana soubesse que o relacionamento deles era forte, ela ainda queria fazer todo o possível para fazê-lo continuar desse jeito. —Então o que é? Alana suspirou e focou no tapete de pelúcia rosa escuro. —Allie? —Foi tudo por você. Silêncio. Mitchell não respondeu, mas seu olhar aquecia sua pele. Quando ela olhou para ele, seu olhar estava focado nela, sua carranca profunda. —Explique. Ela riu derrotada para sua ordem brusca e olhou de volta para o chão. —O casamento perfeito não era para mim. Era para você. Eu queria criar algo especial, para te mostrar o quanto eu te amo, e dar de volta tudo o que você me deu. Desta vez, quando o silêncio encheu o quarto, seu coração começou a palpitar. —Eu quero que a sua família e amigos gostem de mim. Eu quero que eles saibam que, apesar de virmos de diferentes estilos de vida, ainda estamos destinados a ficar juntos. Ela tornou-se inquieta nos segundos que passavam, se perguntando o que ele estava pensando, mas não se atreveu a levantar o olhar. —Você é de verdade? —Ele perguntou, chegando e sentando-se na cama ao lado dela. Ela se virou para ele. —Sim, Mitchell. Eu não posso banhá-lo em presentes ou voar com você ao redor do mundo. Você pagou por quase todo o


casamento. Tudo que eu podia fazer para retribuir era tornar o nosso dia perfeito e especial. —Então, todo o estresse, pânico e noites sem dormir eram para o meu benefício? Alana olhou para as unhas, não querendo responder. Ela o colocou no inferno nas últimas semanas com seu discurso ansioso, e não seria surpresa para ela se ele estivesse um pouco irritado. —Allie. —Ele riu, puxando-a para o seu lado. —Sua doçura sempre me surpreende. E agora eu não me sinto tão mal com o desafio de lua de mel ser uma fraude. —Repita de novo? —Seu olhar estalou para o dele. Ele arregalou os olhos e o sorriso desapareceu de seu rosto. —É... sobre isso. Os desafios de hoje à noite, foram para seu benefício. Leah, Gabi, e eu pensamos que seria bom dar-lhe uma noite louca de diversão. Eu nunca planejei ir em umas férias de aventura. —O quê? —Ela levantou da cama e se voltou contra ele. Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. —Eu não sou o que merece seu olhar de raiva. Na verdade, foi ideia das meninas. Elas queriam fazer algo selvagem, surgiram com o desafio de lua de mel, e eu sinceramente não achava que nada de ruim poderia vir disso. —A sobrancelha de Mason, o bronzeamento de Ryan, o rosto machucado de Sean. Você quer me dizer que tudo isso poderia ter sido evitado? —Alana não podia acreditar nisso. Ela arrastou sua mãe para um clube de strip, pelo amor de Deus. —Bem, poderia ter sido evitado se você não colocasse o desafio do salão de beleza na lista. Ela ficou boquiaberta, sem saber se devia rir ou chorar, ficar com raiva ou contente. Ela apreciou o pensamento, no entanto. Leah, Gabi e todos os caras sabiam que sua educação tinha sido isolada, mas a execução dos desafios foi horrível. Ela nunca teria colocado as coisas na lista que poderiam fazer seu noivo ser preso se o destino de lua de mel estúpido não tivesse sido sua motivação. —Não vá ficar com raiva. —Ele disse, levantando-se da cama. —Fizemos isso para você, assim como sua atitude nazista sobre o casamento era para mim.


Ela deu uma risada derrotada e mergulhou em seus braços. Ela aconchegou a cabeça em seu pescoço, e ele a abraçou com força, apoiando o queixo em seu cabelo. —Eu quis dizer o que eu disse sobre o casamento. Deixe-me organizar tudo o que resta. Vou trabalhar com o planejador e garantir que as coisas sejam feitas corretamente. —Não, Mitchell. Agradeço a oferta, mas ainda preciso que tudo corra bem. Se não for por você, então para a minha paz de espírito. —Ela passou as mãos em volta de sua cintura e se agarrou à ele, esperando que ele fosse entender. —Eu quero que o início de nossas vidas seja perfeito. —Será. Mas vai ser perfeito para nós, Allie. Não para os convidados ou para os paparazzi. A felicidade deles e julgamentos não são minha preocupação. —Ele beijou a testa dela, enviando calor através de suas veias. —Enquanto nós dois estivermos felizes, nada mais importa. E eu sou mais do que capaz de organizar isso com a planejadora do casamento. Alana se inclinou para trás e levantou uma sobrancelha. —OK, talvez eu não tenha a menor ideia sobre o que está envolvido. Eu consigo descobrir, no entanto. Se eu precisar de ajuda eu vou pedir à Leah. —E se... —Não. Sem “e se”. Apenas deixe-me lidar com isso. E se as coisas não correrem dentro do cronograma ou surgir problemas, tudo bem também. Você tem que por um limite em algum momento e começar a fazer disso um dia para desfrutar, não de pânico. Ela quebrou o contato visual e suspirou. —Sim, eu acho. —Ansiedade ainda a consumia, mas ele seria capaz de cuidar dos demais itens em sua lista de afazeres. Ela precisava deixar seus problemas ir. Se Mitchell optou por recorrer à ajuda da planejadora do casamento, seria mais suave. Alana porém, queria fazer tudo sozinha, fazer o presente de seu dia especial mais significativo. —Ótimo. —Ele sorriu para ela e se inclinou para um beijo. —Mas. —Ela interrompeu o contato, ainda confusa com os acontecimentos da noite. —Eu ainda não posso acreditar que o desafio de lua de mel foi um golpe... —Não vamos mais falar sobre esse pesadelo. Estou cansado, e temos uma semana cheia de ação pela frente.


Alana revirou os olhos. Seu homem não gostava de discutir. Não houve muitas vezes em que ele a deixou com raiva, e quando fez, sua tática era ou acalmar a situação com o sexo, ou distrair, distrair, distrair. Ele pegou a mão dela e levou-a para o lado da cama, puxando os lençóis amarrotados. Ela desembrulhou a toalha em torno de seu corpo e entregou a ele, antes de subir na cama e puxar o lençol. —Eu não entendo. —Ela murmurou, querendo provocá-lo uma última vez. —Por que Leah colocou um piercing no clitóris se não precisava? Mitchell fez uma pausa em seu caminho para o banheiro. —Espere. O quê? —Ele virou-se nos calcanhares, balançando um pouco quando olhou para ela com os olhos arregalados. —Oh, nada. —Alana sorriu. —Podemos falar sobre isso mais tarde. Como você disse, temos uma semana agitada pela frente, e eu preciso dormir.


Capítulo Catorze

Mitch olhou pela janelinha do jato, massageando a testa com as pontas dos dedos. A tensão de Alana havia transferido para ele durante a noite, e ele não gostou da sensação. Amanhã ele ia se casar, e não tinha ideia do que diabos tinha que ser feito para conseguir isso. Por que diabos ele tinha se oferecido para assumir as responsabilidades de Alana? Bem, ele sabia por que, ele estava embriagado e odiava ver sua bela noiva ansiosa ao ponto de náusea. Mas como ficar na berlinda iria melhorar as coisas? Idiota do caralho. Assim que o avião pousasse, eles iram fazer check-in no Waldorf Astoria, e ele se sentaria com a organizadora do casamento para resolver essa merda. Quanto mais deveres ele pudesse impor à ela, melhor. Como explicou a Alana ontem à noite, apenas a felicidade deles importava. Ele só tinha que ficar lembrando-se disso. —Você parece nervoso. —Leah disse, pairando sobre seu ombro. —Eu estou nervoso. —Ele murmurou. Pelo menos, Alana estava feliz. Desde que ele concordou em lidar com os desastres de última hora, ela relaxou, e teve o primeiro sono tranquilo que ele tinha notado no último mês. Isso em si já era um alívio. Ele não tinha percebido que ela tinha estado perto de abandonar o casamento. Ele ainda estava preocupado que ela iria deixá-lo de pé no altar, então todos os problemas que surgissem teriam que ser mantidos entre ele e a organizadora de casamentos. Assim que chegasse ao hotel, ele teria que se familiarizar com a sala Starlight Roof para a cerimônia de amanhã à tarde, e o Grand Ballroom para a recepção, e colocar as tarefas finais em movimento. Ele prometeu assumir, e ele não deixaria Alana desapontada... mas ele tinha a intenção de confiar bastante na organizadora do casamento. Um sorriso apareceu nos lábios de Leah, o que foi substituído por dentes mordendo o lábio inferior quando ela se sentou ao lado dele. —Como está o seu clitóris? Ela lhe lançou um olhar. —Alana disse?


Ele sorriu, apreciando o corar que despontou nas bochechas de sua empresária. —Sim. Ainda não entendo por que você fez isso, no entanto. Os desafios eram para se divertir. Alana receberia a lua de mel que ela queria se vocês ganhassem ou não. Leah gemeu. —Diga-me sobre isso. Tudo o que posso dizer é que champagne e olhos verdes são a minha perdição. Mitch riu. —As alegrias da embriaguez. Acho que Mason e Sean estão sofrendo com o mesmo remorso esta manhã. —Ele olhou por cima do ombro, encontrando os dois mal-humorados na parte de trás da cabine. O rosto de Sean estava coberto de vários tons de contusões, enquanto Mason tinha um Band-Aid que cobria a área onde a sobrancelha deveria estar. —A estupidez dos dois nunca deixa de me surpreender. É a minha própria idiotice que é surpreendente. —Você não pode remover o piercing e deixá-lo curar? —Sim, mas... Eles fizeram contato desaparecido. —Mas?

visual

e

notou

que

o

rubor

não

havia

Ela deu de ombros. —Eu meio que gosto. Ele a cutucou com o cotovelo. —Sua putinha sacana. Ela revirou os olhos. —Sim. Eu, uma puta. A mulher que não teve relações sexuais nos últimos doze meses, porque estou sempre muito ocupada lidando com a porcaria que vocês trazem. —Aii. Doze meses? Ela apontou um dedo acusador para ele. —Não repita isso. Ele ergueu as mãos. —Nunca. Eu prometo. Mas Sean ficaria feliz em tirála do seu período de seca. Tudo que você precisa fazer é pedir. —Você esquece que eu sei onde ele esteve. —Leah franziu o nariz em desgosto. —Bem, eu provavelmente só sei metade de onde o homem enfiou o pau. Mesmo isso é o suficiente para me desmotivar. —Compreensível. Você já está de volta em condições de conversar com Ryan? Ela balançou a cabeça e voltou a concentrar-se para fora da janela. —Ele não vai mais falar comigo. —Ela soltou um suspiro profundo, então olhou de volta para encontrar seu olhar. —Não me entenda mal, ele é civilizado. Ele ainda


é um cavalheiro, mantendo as portas abertas e com suas boas maneiras. Ele vai responder às questões relacionadas com a banda sempre que eu perguntar. —Ela deu de ombros. —Mas a amizade se foi. Ele mal consegue me olhar nos olhos. Ryan e Leah eram próximos. Devido à dinâmica de grupo, todos eles tendiam a emparelhar-se em turnê: Mitch com Blake, Mason com Sean, e porque Ryan tinha sido o único cara casado por tanto tempo, ele normalmente saía com Leah, enquanto o resto deles seduzia as groupies. Sua discordância não tinha sido apenas um problema de empresária-cliente, foi o rompimento de uma estreita amizade. —Ele vai superar isso. Assim que seu ego ferido esteja curado. —Sim, acho que sim... —Ela permaneceu em silêncio por um momento e depois bateu palmas como se quebrasse o feitiço. —Agora, tratando de um assunto um pouco diferente, Alana disse que você estava tomando conta dos planos de casamento. Ele gemeu. —Não me lembre. —O pensamento ainda o fazia suar frio. —Você tem alguma ideia do que está fazendo? —Ela levantou uma sobrancelha, seus olhos agora brilhantes e carinhosos. —Não tenho a mínima ideia. Mas tenho um plano. Se o casamento for para o inferno, eu vou dobrar Alana com álcool até que ela desmaie, então sussurrar o quanto foi maravilhoso até que ela acorde na manhã seguinte. Parece bom? Leah balançou a cabeça com uma risada. —Como eu disse, a estupidez de vocês nunca deixa de me surpreender.


Capítulo Quinze

Alana relaxou em cima da mesa de massagem portátil, tentando desfrutar da paz que veio junto com sua suíte de hotel ostentosa, e no tratamento de spa que ela tinha encomendado. As mãos de seu massagista a esfregou para longe da realidade. Ela respirava através da ansiedade, ignorando a necessidade de ir em busca de Mitchell e interromper seu encontro com Jan, a planejadora do casamento deles, e se concentrou nas mãos fortes e hábeis nas costas. E esse estado de espírito funcionou até que a porta da suíte foi fechada, e os passos de Mitch apareceram ao lado dela. Deixar de lado as responsabilidades do casamento tinha sido tão assustador como fazer tudo sozinha. Mas ela tinha chegado a um acordo com um casamento não-perfeito. Realmente não importa que os convidados pudessem sentar-se ao lado de estranhos, e os padrinhos pareciam estudantes na Escola de Palhaços. Nada demais. E a ameaça de ter sua mãe fazendo uma série de coisas dramáticas não mudaria também. Não. O pensamento de sua mãe puxando uma arma, ou chutando um convidado do sexo masculino nas bolas por dizer olá à ela estava muito longe de sua mente. Completamente ausente. Os planos finais para o casamento devem ter ido bem, apesar de tudo. Ela não esperava Mitchell de volta de seu encontro com Jan durante horas. —Vou assumir a partir daqui. O tom azedo de Mitchell lhe deu arrepios. O toque quente do massagista deixou sua pele, substituído com mãos mais frias, mais ásperas e mais familiares. —Sem problema, Sr. Davies. Eu vou voltar para as minhas coisas em pouco tempo. Passos suaves se afastaram, em seguida, a porta da frente rangeu com um clique fraco quando fechou. Cada segundo que passava fez a tensão enrolar em sua barriga. Ela precisava saber se a ordem de assentos finais estava no local. Se os presentes para os convidados do casamento tinham sido devidamente embalados. Se a decoração da recepção e cerimônia havia chegado. A pressão aumentou até que ela já não podia mantê-la. —Está tudo resolvido para amanhã? —Ela deixou escapar, em seguida, prendeu a respiração, sem saber o que esperar.


—Tudo está bem. —Seus polegares viajaram para cima de cada lado de sua coluna, liberando a tensão em seus músculos. As mãos dele eram talentosas de várias formas. Ele quase a fez se esquecer de suas preocupações. Quase. —Jan tem tudo sob controle. Então, ele tinha colocado tudo para a planejadora do casamento deles. —Isso é sábio? —Ela não conseguia esconder seu nervosismo. Apenas 24 horas até que a cerimônia começasse, e essas coisas precisavam ser organizadas. —Eu sei que é seu trabalho, mas ainda tínhamos que encaixar alguns convidados de última hora nas mesas. Eu não quero que ela os coloque em um lugar aleatório com estranhos. Suas mãos viajaram de volta para baixo de sua coluna, sobre sua cintura, então em sua lateral para escovar a elevação de seus seios. —Eu vou repetir que tudo está sob controle. —Ele murmurou contra seu ouvido. —E de agora em diante vou ignorar todas as conversas relacionadas ao casamento. Deixe ir e se divirta. Ela mordeu o lábio e segurou as questões prontas na ponta da língua. Limpando sua mente, ela se concentrou em seu toque e o modo como seus dedos faziam seus mamilos formigarem em picos contra a mesa de couro quente. —Humm. Isso é bom. —As próximas 24 horas sem você vão me matar. —Suas mãos viajaram mais baixo, fazendo com que seu interior se apertasse quando ele empurrou de lado a pequena toalha sobre sua bunda. Dedos ásperos agarraram o cós da calcinha de seda, puxando-a pelas pernas, até que ela estava nua. —Poupe um pensamento para a mulher que tem de lidar com a sua futura sogra. Ela ouviu o barulho do frasco de óleo, em seguida, suas mãos estavam em seus tornozelos, subindo deslizando para o interior de suas coxas, até que parou em sua entrada. —Sim, eu não invejo você. Ele brincava com ela com seu polegar, deslizando-o sobre os lábios de sua boceta antes de recuar e passar as mãos para trás até os tornozelos. Ele continuou a atormentá-la, repetindo o movimento uma e outra vez até que sua excitação escorria de seu sexo. —Mitchell... —Ela apertou suas coxas, tentando aliviar o pulsar desencadeado entre elas. —Sim, querida? —O que você está fazendo?


Ele brincou com sua boceta novamente, desta vez espalhando os lábios para deslizar através de sua umidade. —Eu estou te dando uma massagem. —Ele ronronou. Massageando a minha bunda. Ele estava lentamente matando-a. Ela virou de costas, descansando as pernas em cada lado da mesa quando ela piscou os olhos inocentes para ele. —Quanto é que eu teria que pagar para ter um serviço completo? Ele limpou a garganta, seu foco no ápice de suas coxas. —Acho que podemos chegar a um acordo mutuamente benéfico. —Ele alisou sua ereção empurrando sob sua calça e levantou o olhar para seus olhos. —Afinal de contas, esta será a minha última chance para dormir com uma mulher bonita enquanto ainda estou solteiro. Ela abriu as pernas amplamente e entortou um dedo para ele se juntar à ela. Sem dizer uma palavra, ele tirou a camisa, abaixou a calça, e subiu na mesa fina entre os joelhos dela. Ele olhou para o espaço limitado em torno dela com uma careta. —Você pode precisar ficar por cima, baby. —Eu posso fazer isso. —Ela sentou-se, deslizando da mesa e esperou que ele se deitasse. Voltar à massagem agonizante, e provocá-lo ao ponto de ruptura teria sido agradável, mas ela não podia esperar. Em vez disso, ela subiu de volta na mesa, firmando-se em seu peito enquanto montava sua cintura. Ele espalmou seu eixo, pressionando a ponta em sua entrada. Ela fechou os olhos, sem pressa de empalar seu pau, saboreando cada centímetro. —Oh, Deus, sim. —Ela gemeu, apreciando a forma como seus músculos contraíram em torno dele. Mitchell agarrou seus quadris com uma mão enquanto ela começou a montá-lo em movimentos lânguidos. —Foda-se. Você é boa. Ela continuou a girar, aumentando o ritmo, aprofundando os impulsos. Seu clitóris esfregou contra ele com cada ondulação, enviando pulsos de formigamento por todo o corpo. Alcançar o clímax não levaria muito tempo. Ela negou-se o prazer por semanas e tinha um monte de prazer acumulado para liberar. Ela já podia senti-lo se reunindo no inferior de seu abdômen. A mão de Mitchell subiu para o peito dela, e ela abriu os olhos para seu olhar cor de avelã. Suas narinas, mostrando o quão perto ele estava de gozar quando ela bateu mais duro. —Venha aqui. —Ele sussurrou.


Ela abaixou, trazendo seu peito no dele. Sua mão se moveu de seu quadril à parte de trás de sua cabeça, aplicando pressão até que suas bocas estavam a um sopro de distância. Ele beijou-a com força, sua língua deslizando entre seus lábios em fome necessitada enquanto sua boceta continuou a contrair em torno dele. —Eu te amo. —Ele murmurou. —Eu também te amo. Ele empurrou-a, aumentando o ritmo até que a mesa começou a chiar em protesto. —Eu quero ver você gozar. Ele não teria que esperar muito tempo. Ela estava na beira do precipício, prestes a deslizar sobre ele. Ele continuou seu ritmo, empurrando seus quadris para cima cada vez que ela caía em cima dele. Sua respiração aumentou, os sons pesados de sexo encheram o ar, a mesa rangeu mais alto em sinal de desaprovação. Calor construído, prazer aumentado, e então ela estava voando, em sentido figurado, quando seu clímax bateu, assumindo o seu corpo... e literalmente, a mesa quebrou abaixo deles. Eles caíram no chão, Mitchell segurando-a firme quando eles desembarcaram duro. Seus quadris pararam por um segundo antes dele continuar a balançar dentro dela. —Merda.—Ele gemeu, batendo com força, desfazendo quando os traços finais da liberação a assaltou. Seus corpos se acalmaram, ela abriu os olhos, ofegante, enquanto avaliava os danos. —Eu nomeio você para explicar isso para o massagista. O peito de Mitchell vibrou embaixo dela. —Eu posso imaginar agora. “A boa notícia é que já terminamos com a sua mesa. A má notícia é que precisamos comprar uma nova”. Ela riu, inclinando-se para envolver os braços ao redor dele. Logo ele iria sair, e ela sentiria falta dele a cada segundo. Eles prometeram não falar um com o outro até que trocassem seus votos, um compromisso que ela já desprezava, ainda mais agora que os planos de última hora estavam nos ombros dele. —Eu posso ouvir seus pensamentos. —Ele sussurrou em seu cabelo. —E você não tem nada para se preocupar. Jan tem tudo sob controle, eu verifiquei duplamente tudo, e Leah está em standby em caso de emergência. O pensamento de uma emergência de casamento fez a pele de Alana formigar. Ela respirou fundo e soltou um suspiro. —Estou feliz. —Ele merecia saber que ela estava animada. E ela estava. Uma mistura de adrenalina e medo. —Tudo o que importa para mim agora é que eu termine o dia de amanhã como sua esposa.


— Você vai, Allie. E eu vou ser motivo de inveja de todos os homens na sala.


Capítulo Dezesseis

Mitch relaxou na cadeira do restaurante e tomou um gole do café da manhã. A última coisa que precisava era de cafeína, mesmo depois de uma noite ruim de sono. Ele pediu para tentar passar o tempo. Eram poucas horas agora. Ele provavelmente poderia contar como minutos, mas ele estava muito tenso para isso. —Você não está estressado com nada, não é? —Perguntou Blake, então enfiou uma garfada de bacon em sua boca. —O que há para se estressar? —Um sorriso se alargou nas suas bochechas. A organização do casamento estava nas mãos de uma planejadora paga e a equipe do hotel, e a ansiedade de Alana tinha terminado. Tudo o que ele tinha a fazer era esperar pelo grande momento. Blake deu de ombros. —Eu não sei. Eu apenas pensei que você estaria tenso sobre recitar seus votos. Foda-se. Mitch focou sobre o ombro de Blake, tentando lembrar as linhas que ele tinha memorizado semanas atrás. Elas totalmente fugiram de sua mente. Para amar e cuidar? Merda. Aquilo não era um deles. Blake riu. —Eu acho que o olhar de cervo assustado significa que você reconsiderou a minha pergunta. —Cala a boca. —Eu tomo você como você é, a mulher que roubou meu coração, e prometo amar você pela pessoa que você é agora, e o que você vai crescer para ser. —Ha ha ha, otário. —Mitch deu o dedo à Blake. —Lembrei-me. —Bem, o início de qualquer maneira. —Bom para você, amigo. —Blake sorriu. —Eu só espero que você não quebre sob a pressão de uma multidão. Imbecil. —Mitch! Ambos olharam para a chamada feminina para ver a planejadora de casamento caminhando em direção à eles. Seus olhos brilhavam com a cordialidade experiente quando se aproximou em um terno e saia sob medida.


—Eu estou feliz que o encontrei. —Jan disse, com um sorriso. —Eu fui para a sua suíte. Obviamente, você não estava lá. —Obviamente. —Ele murmurou, ainda chateado por ter o maior imbecil do mundo como seu padrinho. —O que está acontecendo? —Nada demais. Eu só tenho uma pergunta rápida. —Ela puxou o lugar vago ao lado dele e sentou-se. —O gerente de recepção ligou esta manhã. Ele queria esclarecer se nós não tínhamos descuidado na lista de convidados. —Que descuido? —Ele ignorou o aperto em seu peito que anunciava sua morte iminente e esperou pacientemente por sua resposta. —Um Sr. Bowen fez check-in na tarde de ontem, mas não está na lista de casamento. Eu queria verificar novamente se não perdemos ele no mapa de lugares à mesa. —O quê? —Ele franziu o cenho em confusão. —Sr. & Sra. Bowen são avós de Allie. Eles foram convidados para o casamento e devem estar na lista de convidados. Lembro-me de ver seus nomes em uma das mesas ontem. —Sim. Desculpe. —Ela sorriu em tom de desculpas. —Quero dizer, isso é outro Bowen. Chris é o seu nome. Estática tocou nos ouvidos de Mitch, e seu coração começou a bater a um ritmo doloroso. Ele empurrou a cadeira, ansioso para uma luta. —Qual quarto ele está? —Ele é um convidado do casamento? —Ela perguntou, seu olhar movendo-se para Blake para confirmação. —Não. Ele não é. —Mitch disse entre dentes. O filho da puta estava longe de ser bem-vindo em seu casamento. —Diga-me onde ele está. O sorriso de Jan vacilou quando ela ficou de pé. —Mitch, me desculpe, mas como você não está pagando por seu quarto, eu não posso lhe dar essa informação. Eu só queria confirmar se o tínhamos deixado de fora da lista de casamento. —Não, nós não o deixamos fora da porra da lista de convidados. —Ele resmungou, passando os dedos pelo cabelo. —Ele não deveria estar aqui. A cadeira de Blake rangeu pelo chão, e ele se levantou. —Não se estresse. Vamos resolver o problema. Não se preocupe. —Dê-me o número do quarto. —Ele repetiu, e uma pequena gota de remorso afundou debaixo de sua pele na forma que Jan recuou. Ela não respondeu, apenas olhou para ele chocada e em silêncio. Ele precisava


relaxar. Inspire fundo. Deixe sair. Ele estava calmo. Ele era zen. Ele não ia pirar em um dos hotéis mais pretensiosos em Manhattan. —Deixe-me colocar desta forma, Jan. —Ele baixou a voz, não querendo qualquer atenção indesejada da equipe ou convidados. —Se Alana descobre que ele está aqui, ela vai enlouquecer. E eu estou disposto a fazer tudo ao meu alcance para impedir que isso aconteça. —Ele se inclinou para perto, seu olhar quase um mar de gelo enquanto tentava transmitir a sua sinceridade. —Eu não me importo se eu tiver que bater em cada porta em todo este hotel. Eu vou encontrá-lo, e se eu encontrar, vou jogá-lo daqui eu mesmo. Porque comprometer a felicidade da minha futura esposa é meu ponto de ruptura. Os olhos de Jan se arregalaram, mas ele não tinha terminado. —Eu lidei com a sua ansiedade por semanas. Não, por meses. Ela trabalhou duro. Ela colocou o seu coração no dia de hoje, e não há nenhuma maneira que vou deixar o pai dela vir aqui e foder isso para ela. —Seu pai? —Jan repetiu em um sussurro. —Sim. —Ele não deu mais detalhes. O relacionamento de Alana com o homem não era da conta de ninguém, e Mitch não tinha planos de compartilhar informações que poderiam ir para os tabloides. —Então, o que vai ser, Jan? Tudo que preciso é o número do quarto. —Ele apertou os dentes enquanto esperava, a cada segundo fazendo sua raiva mais palpável. —Não vamos causar nenhum problema. —Blake acrescentou, então estremeceu com a mentira. Sim, ficar nesta situação sem causar problema não era realista. Mitch já queria pegar o pai de Alana ao redor do pescoço por se atrever a aparecer. —Mitch... —O olhar de Jan implorou enquanto olhava entre os dois. —Vamos lá. Estamos correndo contra o tempo. —Ele deu um passo para a frente tocando os ombros dela. —Por favor. —Ele ergueu as sobrancelhas, pedindo o quarto do filho da puta que estuprou a mãe de Alana. —É no quinto andar. —Ela suspirou. —Eu teria que confirmar o número.

***


Mitch caminhou pelo corredor do hotel, seus olhos deslizando pelos números da porta enquanto passava. Esta era a última coisa que ele deveria fazer na manhã de seu casamento. —Calma, porra. —Blake ordenou. — Eu não consigo te acompanhar. Mitch não tinha mais posse de seu autocontrole. Ele estava furioso que qualquer um, muito menos o pai de Alana, se atreveria a estragar o seu dia. E ele só se acalmaria quando o idiota que estuprou a mãe de sua noiva estivesse tão longe quanto possível. Alana mal tinha superado toda a coisa de uma sobrancelha, bronzeamento laranja, e incidente de rosto machucado. Se ela soubesse que Bowen estava aqui, ela não poderia ficar para fazer perguntas. —Eu não posso. —Ele falou sobre seu ombro. —Alana não merece isso. Eu preciso tirá-lo daqui. Deus sabe que ela provavelmente vai correr se alguma coisa der errado. —Ela não faria isso. Mitch fez uma pausa e virou-se em seu amigo. —Não? —Ele levantou uma sobrancelha. —Eu não teria pensado assim também, mas você não viveu com ela durante as últimas semanas. Ela mal aguentou Las Vegas. Ela se coloca em muita merda para ficar comigo. Nós caras somos diferentes. —Ele acenou entre os dois. —Nós temos a emoção de tocar ao vivo, a corrida que vem com fãs gritando, e uma conta bancária carregada. O que ela consegue? As mídias sociais a julgando todos os dias. Paparazzi perseguindo suas viagens as lojas. E ver seu pai vai assustá-la, e não vou arriscar tê-la fugindo de mim. —Ela não vai fugir. —Blake murmurou. —Ambos estão nervosos, isso é tudo. Mitch rangeu os dentes em frustração. Blake não entendia. Ele não tinha uma maldita ideia. Gabi era uma mulher forte com vontade de ganhar o mundo. Embora Alana estivesse se tornando uma mulher capaz e altamente independente, ela ainda era vulnerável, necessitando de sua proteção. Mas discutir a questão era inútil, e Mitch não tinha tempo a perder. Ele se virou e não parou seus passos irritados até chegar à porta de Chris Bowen. Momentos depois, Blake estava ao seu lado, e ambos bateram na madeira pesada em uníssono. —Apenas lembre-se de manter a calma. —Blake disse. —Se você bater no veterano de novo, você provavelmente vai acabar na prisão. Que calma?


Mitch ouviu a liberação da corrente da porta, em seguida, houve um segundo de silêncio. O pai de Alana devia estar olhando através do olho mágico, pesando suas opções. Em seguida, a grande porta de madeira abriu uma fresta, e o rosto familiar olhou para ele. —Mitchell. —O homem disse em saudação. —Você precisa ir embora. —Cortesia, vá se ferrar. Chris balançou a cabeça. —Sinto muito. Isso não vai acontecer. —Ele foi fechar a porta e Blake colocou o pé no batente, empurrando a porta, com a palma da mão pesada. —Eu acho que você não ouviu. —Blake rosnou. —Arrume suas coisas e saia. Agora. —Ou o quê? —O pai de Alana voltou seu olhar de Blake, para Mitch. Eles olharam um para o outro, o homem mais velho parecia cansado e exausto, enquanto Mitch lutava para se controlar. —Você vai me bater de novo, filho? —Eu não sou a porra de seu filho. —Mitch rebateu. —Não? —Ele levantou uma sobrancelha interrogativa. —Só que em breve será o meu genro. —Seu sangue pode correr em suas veias, mas você não é o pai dela. —Ela sempre será minha filha. —Chris disse derrotado. —Ela sempre foi uma parte da minha vida, embora eu nunca tenha sido uma parte da dela. A resposta apertou o coração de Mitch. Alana era uma mulher maravilhosa que merecia o amor de um pai amoroso. No entanto, não importa o quanto este homem se preocupava com ela, ou queria consertar o passado, hoje ou amanhã não era a hora de começar. —Eu não vou deixar você machucá-la. —Tudo que eu quero é ver a minha filha no dia de seu casamento. —Tudo que eu quero é um unicórnio rosa macio. — Blake falou. —Mas isso não vai acontecer. Mitch encheu seus pulmões com uma respiração profunda, a imagem de sua futura esposa em sua mente e ordenou a se acalmar, porra. —Vê-la sem aviso irá devastá-la. Você quer isso? —Ele levantou uma sobrancelha provocando. —Você é tão egoísta?


—Ela não precisa me ver. Eu não quero fazer uma cena. Tudo que eu quero é um vislumbre dela no dia mais importante de sua vida. Isso é pedir muito? —Sim, é. —Blake respondeu. —Compre o jornal de amanhã, tenho certeza que eles vão ter as fotos. —Olha. —Chris abriu mais a porta. —Eu fiquei para trás e permiti que a mãe de Alana criasse minha filha sem mim. Eu paguei pelos meus erros desde o dia em que ela nasceu. Eu não vou mais fazer isso. Mitch olhou para o homem e balançou a cabeça. Sua fúria aumentou, fazendo suas mãos tremerem e seu coração palpitar. A menos que ele quisesse remover fisicamente o cara do edifício, que legalmente ele não tinha o direito de fazer, Mitch teria que vir com uma estratégia diferente. —Tudo bem. —Ele levantou o queixo e fechou sua mão. —Basta perceber que, se você aparecer no casamento, eu vou ter certeza de que você se arrependa. —Eu sou um advogado, filho. Eu sei onde posso e não posso estar. Filho. O olho de Mitch se contraiu, e ele estava feliz que Blake assumiu, aparecendo à frente, rindo com escárnio. —Sim. —Blake respondeu em um tom mortal. —E eu sou o filho da puta que não dá a mínima sobre os seus direitos. Você mexe com meus amigos, e eu vou acabar com você. —Ele deu um passo para trás, encarando Chris. —Tenha uma bela tarde, Bowen.


Capítulo Dezessete

Mitch sentou-se em uma das cadeiras de hóspedes do Grand Ballroom em silêncio, massageando a testa para aliviar a sua dor de cabeça. O quarto era uma massa de luzes brilhantes, prata polida e flores fortemente perfumadas. Era bonito, doce, e o lembrou de sua futura esposa. Ela tinha feito um excelente trabalho organizando uma festa deste tamanho para eles, principalmente quando ela nunca participou de um casamento antes. —Quanto tempo ela vai demorar? —Mason quebrou o silêncio. Encostando-se em uma cadeira na mesa ao lado, olhando para Mitch com preocupação. Todos eles estavam assim: Blake, Ryan, Sean. —Ela disse que estava a caminho. —Blake murmurou. Eles estavam esperando por Jan, a milagrosa planejadora de casamentos, que Blake tentou convencê-lo de que iria corrigir tudo. —Eu não posso ficar aqui sem fazer nada por muito tempo. —Mitch murmurou. Ele ia se atrasar. Não que ele tivesse muito a fazer, mas o estilista já estava em sua suíte por mais de meia hora. Minutos de silêncio cheio de tensão continuaram, antes que o som de uma porta se abrindo e saltos femininos clicassem no chão. —Desculpe o atraso. —Jan disse, caminhando em direção a eles. —Levou um tempo para reunir tudo. —E? —Perguntou Mitch, deslocando para a frente para se sentar na borda de seu assento. —Você não tem nada com que se preocupar. —Ela respondeu, chegando a ficar ao lado dele. —Eu tenho o dobro da equipe de segurança. Haverá homens espalhados por toda parte. O pai de Alana não vai chegar perto dela. Mitch analisou a confiança da planejadora do casamento. —Eu sei o que estou fazendo. —Ela deu-lhe um sorriso hesitante. —Nós também aumentamos a segurança nos elevadores para que apenas os funcionários com um cartão de segurança possam acompanhar os hóspedes para os andares da cerimônia. Os seguranças adicionados são apenas para sua própria paz de espírito.


Mitch acenou com a cabeça, a ligeira sensação de alívio soltando o aperto forte em seus pulmões. Ele examinou os rostos de seus amigos, se tranquilizando com seus olhares de aprovação. —Parece bom. —Blake falou. —Ele não pode chegar ao casamento pelos elevadores, e a segurança pode ter certeza que ele não virá pela escada. —Você não pode simplesmente expulsá-lo? —Perguntou Mason aborrecido. —Tenho certeza de que Mitch tem gasto dinheiro suficiente aqui para ganhar esse privilégio. Jan suspirou. —Sr. Bowen é um hóspede do hotel, e no momento ele não fez nada de errado. E, além disso, a remoção dele irá criar uma cena com os paparazzi. Nós já temos uma multidão nas portas da frente, e qualquer espetáculo público tem a possibilidade de chegar à Alana antes do casamento. —Os olhos de Jan ficaram sombrios. —Eu não posso evitar que você resolva isso do seu jeito, mas pensando em sua felicidade, acho que você deve deixar em nossas mãos. Vamos fazer o nosso trabalho de segurança e tentar esquecê-lo. Mitch sorriu. —Sim, eu vou tentar fazer isso. —Sinto muito que isso tenha acontecido. —Jan estremeceu. —Eu vou fazer tudo ao meu alcance para fazer o dia passar sem problemas. —Eu ainda acho que quebrar as pernas do cara seria a melhor opção. —Sean anunciou. —Então estaríamos encarcerados antes mesmo do casamento começar. —Mason argumentou. —E eu acabaria sendo o brinquedo de alguém porque eu sou mais bonito do que todos vocês. Blake revirou os olhos, e Ryan balançou a cabeça. Sean deu uma cotovelada nas costelas de Mason. — Bem, você é o maior maricas. Jan limpou a garganta e ignorou o comentário. —Honestamente, tenho segurança suficiente para proteger um casamento real. O pai não vai ficar perto dela. Mitch ignorou as batidas de seu coração e acenou com a cabeça. Não havia mais nada que pudesse fazer. —Tudo bem. —Ele voltou sua atenção para os seus padrinhos. Blake, em particular. —Eu não quero nenhuma das garotas sabendo sobre isso. —Pedir ao seu melhor amigo para esconder isso de sua esposa era duro, mas era a única maneira de garantir que Alana não ficaria chateada antes da cerimônia.


Blake assentiu. —Ela não vai descobrir. —Ryan murmurou. —Nós vamos ter certeza disso. —OK, então. —Mitch levantou da cadeira. —Vamos levar este show para a estrada.

*** Alana estava na frente do espelho de corpo inteiro, tentando ignorar a forma como sua garganta apertava de emoção. O reflexo diante dela fez seus lábios tremerem. O vestido marfim se agarrou à sua cintura, a saia esvoaçante em uma massa de ondas maravilhosas, enquanto os cristais no corpete brilhavam na luz. E com a maquiagem profissional e penteado, ela mal se reconheceu. No entanto, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se aliviada. Ela tinha acordado esta manhã com uma mente clara e um sorriso no rosto, pronta e mais do que ansiosa para ir a passos largos para o altar e se casar com o homem dos seus sonhos. Sua ansiedade anterior tinha desaparecido, substituída por uma antecipação nervosa que fazia cócegas em seu estômago. Durante semanas, ela ressaltou que não houve tempo suficiente para fazer tudo. Agora, ela desejou que os minutos passassem mais rápido, em vez do tic tac tortuosamente lento do relógio. A fungada de sua mãe quebrou o silêncio e Alana se virou, arrastando o tecido pesado da saia ao redor para enfrentar a única outra pessoa no quarto principal. —Eu nunca vi nada tão bonito. —Sua mãe inalou uma respiração irregular e levou um lenço branco para o nariz. —Eu não disse a você ultimamente, ou o suficiente durante toda a sua vida. Mas eu estou tão orgulhosa da mulher que você se tornou. —Obrigada. —Alana sussurrou. As palavras trouxeram lágrimas aos seus olhos. Elas nunca tinham sido uma família abertamente emocional, e os elogios não tinham sido fáceis de ganhar. Sua mãe estendeu as mãos, e Alana pegou, desfrutando do conforto familiar do seu toque.


—Eu fui a criança no nosso relacionamento por um longo tempo. —Sua mãe pronunciou baixinho. —Você é mais madura que a sua idade, e eu tenho sido sempre um desafio. —Se eu chorar, minha maquiagem será arruinada. Sua mãe riu e apertou as mãos de Alana. —Eu sei. Eu sei. —Ela balançou a cabeça. —Eu não ia dizer nada. Mas você merece ouvir o que eu sinto. Mitch é um cara legal, e embora nenhum homem jamais será digno de você, eu acho que vocês dois formam um grande casal. Lidar com as mudanças na vida de Alana tinha sido difícil para uma mãe que não podia suportar a companhia de homens. Nunca houve uma palavra amável sobre o guitarrista, nenhum elogio, nenhuma afeição. No entanto, Alana sempre soube que estava lá... em algum lugar. — Mitchell é um grande homem. —Ela respondeu. Sua mãe suspirou com um aceno de cabeça. —Sim, ele é. E se algum dia ele te machucar, eu vou rasgar suas bolas. Qualquer outra filha teria rido. Alana não podia. Sua mãe estava falando sério. —OK. —Ela disse com hesitação. —Bom saber. —Ela se inclinou, abraçando delicadamente a mãe para que elas não se amassassem ou estragassem o trabalho. —Eu te amo, querida. —As palavras levaram o passado do rosto de Alana. —Eu também te amo. Durante a maior parte da vida de Alana, tinha sido apenas elas duas. Sim, o retiro que ela cresceu abrigava muitas mulheres. Mas elas vinham e iam, nunca ficavam por mais de um ano ou dois. Esta mulher tinha sido a única constante em toda a sua vida até que encontrou Mitchell. —Eu estou orgulhosa de você também. —Alana acrescentou. —Sei que estar aqui é difícil para você. —Você não precisa se preocupar comigo. Alana se preocupava, no entanto. Seus avós não estiveram presentes na sua festa de noivado, então hoje seria a primeira vez que sua mãe ficaria cara a cara com os pais do homem que a estuprou antes de Alana nascer. —Seus avós são pessoas adoráveis. —Ela continuou. —Passei a metade da minha infância na casa deles. Será... agradável conversar com eles novamente. Alana afastou e levantou uma sobrancelha.


—OK, isso poderia ser o psiquiatra falando. —Sua mãe sorriu. —Mas eu não posso esperar para ver a minha menina andar pelo corredor. Eu não perderia por nada no mundo. O silêncio pairou pesado entre elas, apertando o coração de Alana. —Seu pai foi um grande homem uma vez. Bem, um menino, de verdade. Alana congelou. Elas nunca falaram sobre Chris Bowen. Nunca. E mesmo que a necessidade de saber mais sobre ele se agarrava nela todos os dias, ela não tinha sido capaz de trazer o assunto com sua mãe. Ela já havia passado por muita coisa. É por isso que Alana havia se tornado próxima de seus avós. Sr. e Sra. Bowen responderam às perguntas que ela não poderia perguntar à sua mãe. —Eu o amava. Alana assentiu, franzindo o nariz para dissuadir a sensação de formigamento. A partir do que seus avós haviam lhe dito, sua mãe e Chris tinham sido namorados na escola. Inseparáveis. Até a noite que Alana foi concebida. Bateram na porta, quebrando o momento, e Gabi enfiou a cabeça para dentro. —O fotógrafo. —Gabi parou boquiaberta, abrindo a porta, entrou no quarto. —Oh, Alana. Sua dama de honra avançou em um vestido vermelho, os olhos arregalados, o cabelo preso para trás em cachos. —Você está tão bonita. —Estamos correndo contra o tempo, minhas senhoras. —O fotógrafo entrou no quarto e fez uma pausa. —Uau. Você está uma noiva deslumbrante. Borboletas explodiram na barriga de Alana. Tudo o que se interpunha entre ela e a cerimônia de casamento eram as fotografias que precisavam ser tiradas. Vinte minutos de sorrisos e gargalhadas, então ela estaria ao lado de Mitchell. —Estou nervosa. —Ela admitiu, então piscou em choque com a primeira explosão de flash brilhante da câmera. O fotógrafo sorriu. —Esse sorriso é muito bonito para perder. Centenas de fotos mais tarde, o fotógrafo saiu com a promessa de muitas mais por vir. —Estamos atrasadas. —Alana reclamou. Leah agarrou os braços de Alana, a impedindo de correr como uma louca. —Você está destinada a estar atrasada. Essa é uma das funções da noiva.


—Respire fundo. —Gabi acrescentou, esfregando os músculos tensos entre as omoplatas de Alana. —Você tem tudo que precisa? Flores? Perfume? Batom? Kate deu um passo adiante. —Está tudo aqui. —Ela levantou o buquê de Alana, rosas vermelhas em uma mão e sua bolsa branca na outra. —Você é capaz de cuidar da minha bolsa até a recepção? —Alana virou para sua mãe em pânico. —Relaxe, querida. Eu posso cuidar de qualquer coisa que você precisa. Alana respirou. Agora todos os seus convidados estariam sentados na sala de Starlight Roof. O noivo dela estaria brincando com seus padrinhos, nervoso e esperançosamente excitado. E seu avô estaria perto da entrada para a cerimônia, pronto para acompanhá-la até o altar. —Você quer uma bebida para aliviar os nervos? —Perguntou Leah. —Não! —Deus, não. Qualquer coisa que alcançasse seu estômago faria uma segunda aparição durante os votos de casamento. —Vamos lá, então. —As palavras de sua mãe eram suaves, lentas, deliberadamente calmas. Não que isso ajudasse. Alana agarrou o buquê, grata por ter algo para se agarrar, e seguiu Gabi para a porta da suíte. A cada passo, seu coração batia mais forte, ameaçando explodir. —É isso. —Gabi falou, sua tristeza mascarada por trás de um sorriso entusiasmado. Alana olhou para a madeira pesada da porta, a imagem de Mitchell assumindo sua mente. Ela mal podia esperar para estar com ele, para ver sua reação, e ouvir as primeiras palavras que sairiam de seus lábios. Seu foco foi consumido por ele. Em seguida, Gabi abriu a porta, e dois homens estavam à sua frente. Dois grandes homens, peitos largos em ternos sob medida. — Olá, Sra. Shelton. Será uma honra acompanhá-la para o seu casamento hoje.


Capítulo Dezoito

Alana olhou para os homens altos. —Quem são vocês? —A segurança do hotel, minha senhora. Seu marido decidiu tomar algumas precauções de última hora para garantir que o seu dia perfeito ocorra bem. Alana olhou por cima do ombro e franziu o cenho para sua mãe. —Será que você sabe algo sobre isso? —Não. —Ela balançou a cabeça. —Tenho certeza de que está tudo bem. Um aperto no estômago de Alana disse-lhe o contrário. Mitchell não era do tipo precavido. Virou-se para os guardas e saiu para o corredor. —Havia uma razão para mais segurança? Os homens trocaram olhares em silêncio, respondendo à sua pergunta. —O que aconteceu? —Ela respirou fundo, tentando não deixar a ansiedade tomar conta. —Mitchell está bem? —Eu garanto que não é nada para se preocupar. —Um dos homens sorriu, estendendo o braço em direção ao elevador. —Só uma precaução extra devido à multidão lá fora. Ela ficou parada, não convencida, com o aperto no peito aumentando. Suas emoções já estavam no limite, e seus nervos foram consumidos por semanas. —Pare de se preocupar. —Gabi pegou a curva do braço de Alana e levou-a para o corredor. —É tarde demais para entrar em pânico agora, você está prestes a se casar. Casar. O aperto em seu peito diminuiu, substituído por uma explosão de adrenalina que saltou pelo seu corpo. Todos os planos foram finalizados, os convidados estavam acomodados. Finalmente, estava na hora. —Apenas imagine Mitch. Aposto que ele está pirando, querendo saber se você está vindo. —Sim, eu sei. —Alana verificou para se certificar que sua mãe, Leah e Kate estavam andando atrás dela. Em seguida, seguiu os homens até o elevador.


Ela brincou com as contas em seu corpete, alisou a fita em torno dos caules de suas rosas, e ouviu nada em seus ouvidos até o ding do elevador a assustar. —Você está bem para entrar Sra. Shelton. —Um dos seguranças manteve as portas abertas, enquanto o outro caminhou para dentro, situando-se atrás de um homem mais jovem no controle do elevador. Eles até tinham equipe manejando os elevadores? —Você tem certeza? —Ela levantou uma sobrancelha. — Eu não quero entrar aí se tiver um provável ninja caindo do teto. —O segurança dentro do elevador levantou seu olhar, e ela não sabia se devia rir ou chorar. —O que diabos está acontecendo? —Vamos lá, Alana. Não podemos deixar a má influência que você chama de seu noivo esperando. Pela primeira vez, a provocação de sua mãe a fez pensar. Algo grave havia acontecido para causar a segurança extra. —Senhora? O segurança que estava na porta voltou-se para ela com preocupação, mas sua voz não a acalmou. O sangue dela começou a pulsar, enquanto sua mente passeava por um pesadelo. O que estava acontecendo lá em cima? Alguma das ex-namoradas de Mitchell tinha aparecido? Será que os paparazzi entraram no hotel? Ou será que alguém foi ferido por um extremista tentando ganhar a atenção da mídia? Oh, Deus, se controle. Ela balançou a cabeça, saindo da insanidade. Eram os nervos. Isso era tudo. As noites sem dormir e medo de não viver à altura das expectativas tinha chegado à ela. E ela finalmente tinha que deixá-lo ir. —Vamos fazer isso. —Ela respirou fundo e entrou no elevador. Ninguém mais importava. Ninguém, além do homem dos seus sonhos, que estaria impaciente esperando ela chegar.

***


Mitch se levantou, nervoso demais para ficar parado, diante de uma multidão, entre familiares, amigos e colegas da música. Ele sorriu o melhor que pôde, sacudiu a cabeça em saudação às pessoas que ele não tinha visto em meses, e agarrou-se ao tecido em seus bolsos para enxugar o suor das palmas das mãos. Ele não conseguia sequer fazer contato visual com a mãe na primeira fila. O nervosismo em seu olhar fez seu coração bater mais forte. Alana já estava 15 minutos atrasada. Ele esperava isso, tinha antecipado a tensão enchendo seu corpo, mas nada o preparou para o medo de gelar o sangue que ela poderia não aparecer. —Eu te digo, ela não vem. —Mason arrastou. O filho da puta arrogante tinha os polegares nos bolsos, balançando para frente e para trás sobre os calcanhares enquanto sorria para as senhoras na multidão. —Feche sua boca. —Blake murmurou. —O quê? —Mason riu, olhando para Mitch. —Você realmente acha que ela não vai aparecer? Cristo, homem. Acorda. Vocês dois são tão melosos de amor que me fazem querer enfiar garfos nos meus olhos. —Como diabos você pega as mulheres? —Ryan perguntou, incrédulo. —Você é um idiota. —Trate-as mal, mantenha-as interessadas, amigo. —Mason deu de ombros. —E ajuda que eu sou foda. —Não é tão foda com uma só sobrancelha. —Mitch reprimiu um sorriso, recebendo um olhar bravo em troca. —O maquiador disse que tinha desenhado uma que parece exatamente a mesma com aquela que você roubou de mim. Sean se engasgou com uma risada. —Irmão, o maquiador mentiu. Os padrinhos não se disfarçaram muito. Sean estava cheio de base para cobrir os seus ferimentos. A sobrancelha desenhada de Mason pareceria mais crível assim que estivessem todos bêbados. E Ryan tinha passado horas no chuveiro com uma bucha, diminuindo o tom de laranja de sua pele. —E você acha que eu sou o filho da puta. —Mason murmurou, virando as costas para a multidão. O celebrante limpou a garganta, e todos eles se voltaram para a frente da sala, sorrindo com pedido de desculpas para o homem idoso. Vamos, Allie. Por favor, apresse-se.


Mitch estava preocupado que seu pai tivesse chegado até ela. O cara era um advogado, ele poderia argumentar em qualquer situação. Em seguida, o desfecho seria brutal, não só para a Alana, mas sua mãe também. O casamento seria um pesadelo, e ele não podia suportar a ideia de que isso acontecesse com a mulher doce, que fazia sua vida completa. A manhã tinha sido contaminada com preocupação. Seus amigos tentaram mantê-lo ocupado, desviando sua atenção. E mesmo que Mason gostasse de focar suas observações sobre a probabilidade de que Alana não ia aparecer, ele ainda apreciava os esforços dos babacas. Eles estavam lá para ele, e estavam lá para a sua futura esposa. —Hora de começar. —Blake murmurou, virando-se para encarar os convidados. Espere. O quê? O tilintar de uma harpa flutuou pela sala, e Mitch bateu o olhar para os músicos que esperavam no canto de trás. Jan estava ao lado deles, pasta apertada contra o peito enquanto sorria para ele. Puta merda, isso estava acontecendo. Alana estava aqui. Eles estavam prestes a se casar. E, de repente, tornouse mais difícil de respirar. —É hora, amigo. —Blake disse, batendo-lhe nas costas. —Agora, tente não estragar tudo.


Capítulo Dezenove

Alana olhou para o chão, nervosismo cegando sua visão, fazendo com que tudo fosse um borrão. Seu avô estava ao seu lado, com o braço em volta dos ombros frágeis. —Você está pronta, filha? Seu coração disparou a uma velocidade enorme, se isso fosse mesmo possível, e ela respirou fundo quando balançou a cabeça. Ela podia sentir os olhares confortantes de Leah e Kate, nem suas palavras de incentivo se registraram sobre o zumbido nos ouvidos. Em menos de meia hora, com alguns passos graciosos e promessas sussurradas de amor, sua vida iria mudar. Ela não seria mais simples e só. Ela seria a esposa de uma estrela do rock, seu símbolo de amor eterno cercando seu dedo anelar, e seu compromisso para sempre tatuado em seu coração. Ela só precisava dar o primeiro passo. As altas notas delicadas de uma harpa quebraram o som da conversa dos bancos da igreja na sala ao lado, e a voz feminina doce que se seguiu roubou seu fôlego. Ela conhecia essa música. Quando Mitchell pediu para cuidar da música para o casamento, ela não sabia o que esperar. Mas essa versão acústica de Bryan Adams “Heaven” foi tão perfeito que trouxe lágrimas aos seus olhos. —Não chore. —Seu avô sussurrou, apertando-a com mais força. —O homem que você ama está esperando na sala ao lado. Tenho certeza que você não quer que ele a veja com a maquiagem manchada. Alana apertou os lábios e admirou o rosto idoso da única figura paterna que conhecia. Eles não se conheciam há muito tempo, mas seu vínculo foi imediato e inquebrável. Sem ele, ela estaria só em um emaranhado de vestido noiva. Ela piscou a umidade em seus olhos, sem dizer nada balançando a cabeça novamente. Sua garganta estava seca demais para falar, e mesmo que ela tentasse, as palavras seriam entrecortadas. Leah olhou por cima do ombro de sua posição na frente das damas de honra. —Da próxima vez que falar, você vai ser uma mulher casada. —Ela levantou o buquê de lírios e piscou enquanto desaparecia na sala de Starlight Roof.


—Oh, D-Deus. —Alana gaguejou. —Você vai ficar bem. —Kate assegurou. —Sorria, levante o queixo, e respire fundo. Vai terminar antes que note, por isso aproveite cada segundo. — Ela endireitou os ombros e seguiu Leah. —Agora é a minha vez. —Gabi sorriu. —Sabe o que eu vou dizer, não é? Alana negou com a cabeça. Ela não tinha ideia, e não tinha a capacidade para adivinhar. Tudo o que ela queria saber era como ela ia fazer as pernas dormentes seguirem pelo corredor. —Você vai se casar com Mitchell Davies. O Mitchell Davies. Você pode acreditar nisso? Alana balançou a cabeça novamente, a dormência de suas pernas movendo-se para consumir o resto do seu corpo. —Você é uma mulher de sorte, Alana. E eu estou tão feliz por você. —Gabi se inclinou, dando um beijo no ar perto de seu rosto. —Eu não quero estragar seu rosto. Você está tão bonita. Uma risada borbulhou vindo do ventre de Alana. —Vá. —Ela resmungou. —Caso contrário, Mitchell vai começar a se preocupar que eu não vou. —Tudo bem. Tudo bem. Observe-me fazer minha magia. —Gabi virou as costas para Alana, balançou a bunda, em seguida, começou a avançar. Alana fez uma pausa, deixando as letras românticas afundarem em seu coração antes que tomasse uma respiração profunda e estabilizadora. —OK. —Ela sussurrou, apertando a dobra do cotovelo de seu avô em uma das mãos enquanto a outra segurava o buquê mais alto. —É hora de me casar. Eles seguiram para a porta de entrada aberta, o farfalhar pesado do tecido da sua saia soando ao seu redor. Ela baixou os olhos, incapaz de olhar para frente. Ela não sabia como seu corpo reagiria com a visão de Mitchell. Talvez ela fosse congelar. Talvez desmaiar. De qualquer maneira, ela não queria arriscar. Em vez disso, ela se concentrou no tapete vermelho escuro forrando o corredor, a costura em torno da borda, e deu o primeiro passo. Vozes suaves sussurradas passaram em seus ouvidos, murmúrios de convidados famosos e pessoas influentes na indústria da música. Eles estavam todos aqui, seus focos treinados em seus movimentos. Sua atenção fez sua pele umedecer. Ela não estava acostumada a ser o centro das atenções. Nunca. Sua vida tinha sido isolamento e solidão... até que ela conheceu Mitchell.


Outro passo. O refrão final aumentou em volume e emoção. Alana sentiu isso em suas veias, aquecendo seu sangue, a letra se tornando uma parte de seu amor por Mitchell. Ela não conseguia desviar o olhar por mais tempo. Ela precisava ver seu sorriso, e cair nas profundezas de sua íris cor de avelã. Aos poucos, ela levantou seu olhar para as pessoas nos bancos, os arcos de pedra finamente esculpidos, e finalmente o homem dos seus sonhos. Ele era alto diante dela, seu sorriso largo, os olhos brilhando. —Pare. —Ela sussurrou e seu avô obedeceu, endurecendo ao seu lado. Ela ignorou o pânico em sua postura e tomou um momento para si, capturando a fantasia diante dela, memorizando para o resto de sua vida. —Eu sou abençoada. Mitchell parecia orgulhoso e refinado. Seus padrinhos de casamento lindos ao seu lado. Sua mãe olhava para ela no primeiro banco, e Alana sorriu de volta. —Sim, filha, mas seu futuro marido está começando a entrar em pânico, por isso considero continuar até o altar por causa dele. Alana olhou de volta para Mitchell, e uma pontada de arrependimento apertou seu estômago. Sua testa estava enrugada agora com preocupação, os lábios em uma linha reta. —OK. —Calor corou suas bochechas. Ela não tinha a intenção de causar alarme, ela só queria captar a perfeição. E ela tinha. Estava em seu coração, enchendo seu peito com essa memória, e não importa o que o futuro lhes reservasse, ela sempre teria este momento para recordar.

*** As pernas de Mitch estavam prestes a ceder. Seu terno extremamente caro estava fazendo-o suar, suas mãos tremiam, mas não importa o quão nervoso ele se tornou, ele não queria tirar o sorriso bobo do rosto. Alana roubou o seu fôlego. Suas palavras. Seus pensamentos. Ela estava primorosa em seu vestido branco cintilante, os cabelos em ondas soltas ao redor de seus ombros. Heaven. A música que ele escolheu não poderia ter sido mais adequada. Ele já estava lá, no paraíso, com a única pessoa no mundo que o


compreendia. Logo seu anel estaria em seu dedo, e ele estaria permanentemente conectado com a mulher mais linda que ele já tinha conhecido por dentro e por fora. Ela era sua alma gêmea. A única que fazia até mesmo o pior dos dias mais brilhantes... mas ele precisava mijar. E puta que pariu, ele havia esquecido seus votos. Ele olhou para seus padrinhos em pânico, o suor escorrendo de seu rosto. —Você parece um pouco pálido, mano. —Blake sorriu. —Eu não consigo me lembrar o que devo fazer. Mason inclinou-se sobre o ombro de Blake. —É fácil. Tudo que você tem que fazer é entregar as suas bolas e passar o resto de sua vida na miséria. Mitch balançou a cabeça, o riso borbulhando em seu peito enquanto colocava a mão sobre o rosto de Mason e empurrava-o de volta na linha. Os quatro homens à sua direita eram idiotas. Os maiores idiotas que ele já conheceu. No entanto, eles eram os melhores homens que ele jamais pensou que iria ter a sorte de chamar de amigos também. Quem se importava se ele esqueceu o que dizer? Eles descobririam isso juntos, seus padrinhos, as damas de honra e sua futura esposa. Podia não fazer sentido a qualquer outra pessoa, mas para ele, estavam todos juntos nessa. Eles eram sua família. Alana parou diante dele, seus olhos verdes arregalados e hipnotizantes. Por um momento, contemplou parar a cerimônia, levando-a de volta para a suíte e tirando o vestido dela lentamente, apreciando cada centímetro de pele que ele deixaria exposta. Em seguida, o pau dele ganhou interesse, e a última coisa que ele queria era uma ereção na frente de uma sala repleta de pessoas. Obtendo as formalidades, ele apertou a mão do avô dela, agradeceu-lhe por escoltar sua noiva de tirar o fôlego, e então se virou para a mulher em questão. —Você está... —Ele contorceu o nariz, aliviando o formigamento em seus olhos. Ele disse isso uma vez, e ele iria dizer novamente, ele era um sortudo filho da puta. —Gostosa. —Mason interrompeu, aumentando seu sorriso malicioso. —Deslumbrante, Allie. —Sean acrescentou. Ryan se inclinou na extremidade da linha. —Linda. —Sim, Al.., você parece muito bem, querida. —Blake completou.


Seus olhos estavam mais brilhantes com cada elogio até que as lágrimas marcaram suas profundezas. —Não chore. —Mitch colocou o cabelo para trás de seus ombros, permitindo que seu colar de diamantes brilhasse na luz do sol da tarde entrando pelas janelas do chão ao teto. —Você tira meu fôlego. Ela baixou os olhos, as covinhas no lado de seu sorriso se tornando mais profunda, com as bochechas escurecendo. —Obrigada. —Ela sussurrou, olhando por debaixo dos cílios escuros. —Está tudo bem? O detalhe segurança extra me preocupa. Seu olhar brilhou para os seguranças nos cantos de trás da sala. Eles não chamaram a atenção, mas ainda estavam lá, pairando desnecessariamente. Ele pegou a mão dela, segurando-a firmemente até que parou de tremer debaixo da dele. —Só uma precaução, querida. Tudo está bem. —Ele não falaria sobre por que ele precisou fazer as alterações de segurança. Essa conversa viria mais tarde, esperava que a noite terminasse sem drama. Ela assentiu, apertando seus dedos, o rosto iluminado de excitação. —Você está pronta? —Perguntou ele, ansioso para começar, para reclamála por toda a eternidade. —Sim. —Ela endireitou os ombros e mordeu o lábio inferior. —Vamos fazer isso.


Capítulo Vinte

Alana aninhou no pescoço de Mitch, o calor de sua respiração aquecendo sua pele sensível. Eles dançavam em um ritmo lento, o estresse da cerimônia, recepção e discursos finalmente acabou, com Mason cantando e Ryan tocando a guitarra fazendo uma versão acústica de “Unchained Melody” dos Righteous Brothers. —Eu amo essa música. —Ela sussurrou, beijando o local sensível abaixo da orelha dele. —Eu sei. —Ele a segurou mais apertado, com um braço em volta de sua cintura, com a mão livre emaranhada no cabelo em sua nuca. Ele sabia a música que ela adorava e preparou a lista da noite para focar nisso. Mason e Ryan fariam versões acústicas das músicas lentas, enquanto que outra banda faria os convidados dançarem com energia. —Quem saberia que você é um homem tão romântico? —Brincou ela, afastando-se para encontrar seu olhar. —Só para você, Sra. Davies. —Deus, ele adorava o som disso. Ela era sua, agora e sempre, e que o céu ajudasse quem tentasse separá-los. Ele inclinou a cabeça, roçando seus lábios nos dela, e se encantou na forma como ela se afundou em seu peito. Seus braços se moviam sobre seus ombros, no pescoço, e eles olhavam ansiosamente um para o outro em silêncio. —Me desculpe interromper. —Uma voz feminina falou ao lado dele. Alana recuou, e ele gemeu ao intervalo em sua conexão aquecida. —Está tudo bem, Jan? —Ele murmurou, seu foco nunca vacilando da beleza em seus braços. O trabalho da organizadora de casamentos para a noite tinha acabado, tudo tinha sido um sucesso, os convidados estavam começando a sair, e ele planejava ter sorte em menos de 20 minutos, cinco se seu pau tivesse sorte. —Alana, posso falar com o seu adorado marido por um segundo? Mitch olhou para Jan, seus sentidos agora em estado de alerta, quando ele observou a maneira como ela nervosamente sacudia os dedos sobre um pequeno envelope na mão. —OK. —Alana saiu de seu abraço.


—Finalmente. —Ryan bufou ao lado deles. —Eu estava me perguntando quando eu ia ter a minha vez de dançar com a noiva. —Ele pegou a mão de Alana e girou-a em seus braços. Mitch soltou um suspiro aliviado. Ele tinha uma sensação de que não queria sua noiva perto do envelope e estava agradecido pela distração de Ryan. —Basta manter as mãos acima da cintura, irmão. —Eu vou ser um perfeito cavalheiro. —Ryan piscou, então girou na ponta dos pés, em torno de Alana na pista de dança até o riso dela subir por cima da música. Mitch riu. Ele não precisava se preocupar com as mãos de Ryan. O cara sem esforço ganhava os corações das senhoras simplesmente por ser um filho da puta calmo. Não que isso importasse. O guitarrista nunca se desviou de sua esposa, e Mitch não achava que ele alguma vez iria. Enquanto os dois dançavam no meio da multidão, ele se virou para Jan, o humor desaparecendo de seu sistema. —O que é isso? —Siga-me. —Ela levou-o atrás da mesa da noiva abandonada, e levantou o envelope. —É uma carta do pai de Alana. Ele deixou na recepção e pediu que fosse dado a ela. Filho da puta. —Você está brincando comigo? —Mitch tinha apenas começado a relaxar da ameaça de Chris Bowen na última hora. O homem não poderia ter esperado até amanhã? Será que ele não percebe o quanto isso iria destruir a noite de sua filha? Jan balançou a cabeça. —Eu estou dando a você para fazer o que é melhor para sua esposa. Eu não quero estragar o dia do casamento, só que não tem como esconder isso de você. Mitch apertou a mandíbula e pegou a carta. —Você sabe o que tem dentro? —Poderia ser uma nota, ou um presente. De qualquer maneira, ele não queria dar a Alana, mas ele sentiu a mesma culpa que Jan. Ele não tinha mais uma razão legítima para manter isso em segredo. —Desculpe. Eu não tenho ideia. Eu sei que ele ainda está no hotel, no entanto. Ele balançou a cabeça, olhando para a escrita preta do nome de Alana na frente. —Obrigado. Eu vou lidar com isso. —Mais uma vez, me desculpe. —Ela apertou seu braço, transmitindo sua sinceridade com os olhos doloridos. —Desejo-lhes tudo de melhor para o restante da noite.


*** Ryan segurava Alana perto, apreciando a proximidade de um corpo feminino um pouco demais. Não de uma forma sexual. Cristo, não. Ele sentia falta da forma que uma senhora poderia acalmar seus pensamentos mais obscuros com o passar de sua mão ou um simples abraço. Nos últimos meses, ele tinha perdido as duas mulheres mais importantes em sua vida, e o vazio estava lhe matando. Sua esposa, a quem ele prometeu passar o resto de sua vida, não conseguia nem assistir ao casamento de um de seus amigos mais próximos. Esse chute nas bolas ainda doía. Ela não se sentia “a fim”. Inferno. Para Ryan, foi a gota d'água. Em seguida, Leah. A mulher que ele considerava sua melhor amiga. O choque de sua traição ainda o torturava. Ele nunca teria imaginado que ela iria esconder alguma coisa dele, especialmente um rumor monumental que girava em torno de seu casamento com Julie. —Eu me pergunto sobre o que é isso. —Alana murmurou, quebrando o feitiço de sua auto piedade. Ela estava na ponta dos pés, espiando por cima do seu ombro para Mitch e a organizadora de casamentos. Ryan a puxou para mais perto, girando-a até que ela gritou. Mitch tinha trabalhado duro para manter o drama familiar longe de sua noiva hoje. O mínimo que Ryan podia fazer era mantê-la ocupada enquanto o noivo tratava com o que tinha chateado Jan. —Tenho certeza que não é nada. —Ele não está feliz. Ryan se moveu na ponta dos pés, girando Alana para que ela ficasse de costas para o seu marido. Não, seu amigo não parecia feliz. Nos breves momentos que Ryan observava os dois conversarem, as características de Mitch mudaram de confusão, a irritação, a raiva mal contida. A pior coisa foi, Ryan tinha inveja da preocupação de Alana. Quando foi a última vez que sua esposa havia dado a mínima para ele? Dois anos? Três? Até mesmo o ato físico de fazer amor já não existia há muito tempo, e agora ele estava sofrendo o pior caso de bolas azuis na história. —Eu acho que é melhor eu ver como ele está. —Suas mãos caíram de seu pescoço.


—Não. —Ele agarrou a mão dela e puxou-a mais apertado em seu corpo. —Esta é a minha dança. —Ele girou novamente, mantendo o foco de seu olhar curioso enquanto ele arrastou-a até o final da pista de dança. —Ryan? —Humm? —Ele continuou a desviar o olhar. Alana não era estúpida, ela logo perceberia que algo importante estava acontecendo e tinha sido o dia todo. Ele só precisava mantê-la ocupada por um pouco mais. —O que está acontecendo? Ele deu de ombros, tentando evocar um plano, no entanto, o uísque que ele havia bebido tornava isso tão difícil. —Eu estava esperando que você não notasse. —Notaria o que, ele não tinha ideia, mas mantê-la aqui e falar era a única coisa que ele poderia fazer no momento. Ela fez uma pausa, esperando que ele continuasse. Ele olhou por cima do ombro, encontrou Mitch ainda conversando com Jan e decidiu se divertir um pouco. —Está bem. Tudo bem. —Ele bufou. —Eu estou achando um grande desafio em manter o comandante em linha. —Ele soltou a mão da cintura dela e sutilmente apontou para sua virilha. A boca dela se abriu quando seu olhar baixou entre eles, em seguida, voltou-se novamente. Quando ela fez contato visual, ele apertou os lábios, tentando não rir do horror em seu rosto. —Ryan! Que diabos deu em você? —Ela deu um tapa de brincadeira em seu peito e fez um movimento para ir embora. Ele riu, a primeira e verdadeira risada libertadora que ele tinha experimentado em um longo tempo. Ele se transformou em um cara tranquilo, cavalheiro e bem-educado quando se casou com Julie. Foi um interruptor físico do adolescente festejador que ele tinha sido, no entanto, ele mudou de bom grado por respeito à sua esposa. Agora, cada dia que passava o fazia ansiar pela selvageria que o resto dos caras da Reckless viviam há anos. Ele perdeu o flertar. Ele perdeu a diversão. Acima de tudo, ele perdeu sua esposa, mas não achava que ele jamais teria essa mulher de volta. Não a mulher carinhosa com quem tinha casado, de qualquer maneira. Em dois passos rápidos, ele pegou Alana e agarrou a mão dela, puxando-a de volta. —Vamos lá, Allie, eu estava brincando. Você parece linda, então, o grande homem repara nessas coisas.


Ela colocou as mãos sobre o peito dele para se firmar. —Uau. De onde surgiu esse paquerador, estereótipo de estrela do rock, Ryan Bennett? Eu estava começando a pensar que você não tinha um osso duro e malicioso em seu corpo. —Oh, eu tenho algo duro. Alana bufou, chamando a atenção dos casais dançando perto. —Ok. Então, talvez eu tenha ido um pouco longe demais. —Ele deu de ombros. —Sim. Talvez. —Alana concordou e os dois riram juntos, só que desta vez sua risada morreu com angústia. Ele queria o que Mitch e Alana tinham. Foda. Mesmo com a tristeza que Gabi e Blake estavam passando, ele preferiria muito mais sofrer, nos braços de um ente querido, do que essa dor durante a lenta agonia de um relacionamento morrendo. —Você está bem? Ele apertou a mandíbula e engoliu a secura na garganta. —Sim. —Ele tinha que fazer algo sobre o seu casamento. Tomar uma decisão. Ele estava dentro ou fora? —Espero que Julie se sinta melhor em breve. Suas narinas aumentaram, enquanto olhava nos olhos de Alana. Ele pegou a pena neles, porque agora aparentemente, ele era um filho da puta masoquista. —Nós dois sabemos que ela não está doente. Alana fez uma careta. —Eu sinto muito, Ryan. Já fez as pazes com Leah? Ele respirou fundo. Ele não faria isso hoje à noite. O lugar para esta merda estava no programa do Dr. Phil, não na pista de dança do casamento do seu amigo. —Eu não vou. —Ele não podia, porque ainda se recusava a admitir que a amizade quebrada com a sua gerente de banda doía mais do que a merda com Julie. —Entendo. Não, ela não entende. Ninguém entende. Até poucos dias atrás, ele tinha sido o único membro casado do grupo. Nenhum deles sabia o que era compromisso longo. Eles não entendiam a tensão que inflamava quando deixava sua esposa sozinha em casa durante semanas a fio, enquanto percorria o globo. —Você quer que eu te leve de volta ao Mitch? —Ele perguntou, tendo o suficiente do jogo profundo e significativo. Ele tentou mantê-la ocupada por tanto


tempo quanto possível, mas agora ele precisava de uma bebida. Uma forte, uma bebida entorpecente. Ele olhou ao redor do salão de baile, encontrando o noivo há poucos metros de distância, observando-os. Ryan sacudiu a cabeça, dizendo à Mitch para vir buscar sua mulher. —Eu vou deixar vocês dois. —Obrigada pela dança. —Alana inclinou-se, deu um beijo suave na barba em seu rosto e virou-se para o marido. —Está tudo bem? Ryan fez uma pausa, pairando por um momento para ver se estava tudo bem. —Não, Allie. Sinto muito. Nós precisamos conversar.


Capítulo Vinte e Um

Alana focou no envelope que Mitchell segurava contra o peito em contraste com seu terno. Era branco, com a insígnia do hotel na parte da frente, junto com o nome dela. —É uma carta. —Ele estendeu-a para ela. —Do seu pai. O olhar dela saltou para ele. —Eu não entendo. —Ela pegou o envelope e tocou as bordas nítidas. Sua garganta apertou, e náuseas aumentaram em sua pobre barriga. —Por que meu pai me mandou uma carta? Mitchell suspirou, dando-lhe um sorriso triste. —Ele está aqui, Allie. Seu estômago afundou em agonia. —Onde? —Ela virou-se, olhando o salão para se certificar de que sua mãe estava bem. —Não está no casamento, querida. No hotel. Eu descobri esta manhã. —E você não me contou? —Ela sussurrou, levantando o foco para encontrar seu olhar preocupado. Ele balançou a cabeça. —Não. Eu não queria preocupá-la. Mas essa foi a razão para o aumento da segurança. Ele queria vê-la hoje e não aceitaria um não como resposta. —A mão calejada agarrou a dela, entrelaçando os dedos. —Eu tomei a decisão certa? —Sim. —Ela assentiu. Não havia dúvida. Não havia necessidade de considerar. Alana não conseguia pensar no que teria acontecido se seus pais fossem colocados juntos na mesma sala. Sua mãe não estava pronta para isso. —Eu ainda não entendo, no entanto. Por que ele está aqui? —Presumo que a carta vai explicar. Alana olhou para o envelope que foi ficando mais pesado em sua mão, sem saber se abria, especialmente hoje à noite. Desde que ela era uma garotinha, ela ansiava por um pai. Não apenas alguém para jogar bola com ela, ou dizer-lhe como ela era bonita, ela ansiava por amor que somente um pai pode dar. O pequeno pedaço dela que sempre esteve ausente. Ela queria um homem para cuidar dela e de sua mãe. Qualquer um, exceto o homem que tinha crescido com aversão.


No entanto, seus avós tinham falado de uma alma bondosa. Aquele que cuidou dela de longe. Um cara normal, que cometeu um erro monumental que ele não tinha parado de pagar. O tempo havia lhe dado a confiança necessária para decidir que ela nunca poderia amar um homem capaz de machucar a mãe, mas ser capaz de entendê-lo seria bom. —Você acha que eu devo abrir? —Ela perguntou. Pressão aumentando em seu peito. Ela precisava ler o que estava dentro da carta. Mas será que o conteúdo estragaria a sua noite? —Eu não posso responder isso, Allie. —Mitchell falou baixo, tristeza pesando em sua voz. —Eu posso lidar com o que está ai dentro. Eu só não tenho certeza se você pode. Ela não tinha certeza, e só havia uma maneira de descobrir. Com seu batimento cardíaco aumentando, ela abriu o envelope, convencendo-se de que ela poderia parar a qualquer momento. Em seguida, a carta foi desdobrada em suas mãos trêmulas, a escrita pura olhando para ela, e era tarde demais para voltar atrás. Querida Alana, Eu queria que você soubesse que eu estava aqui. Que seu pai estava pensando em você no dia do seu casamento. Embora eu nunca tenha sido uma parte da sua vida, você sempre significou tudo para mim. E eu espero no futuro, com a benção de sua mãe e de Mitchell, que possamos chegar a nos conhecer. Eu cometi erros. Nós todos sabemos disso. E eu sofro todos os dias por causa deles. Mas nenhum mais do que hoje: o dia em que minha filha se casou. Desejo-lhe toda a felicidade do mundo. Desejo-lhe sorte, sucesso e amor, mas acima de tudo eu desejo que você tenha a capacidade de perdoar. Com amor, Chris Bowen.

Seus olhos ardiam, a trilha lenta de lágrimas escorrendo pelo seu rosto atingindo o papel.


—Você está bem, querida? —As mãos de Mitchell acariciaram seus braços, acalmando o frio intenso em seu peito. —Eu acho que sim. —Ela estava tremendo, suas mãos, seus braços, suas pernas. Ela voltou a ler a carta, seu coração apertou um pouco mais desta vez. —Eu tenho o número do quarto, se você quiser vê-lo. Será que ela queria isso? Seu olhar buscou sua mãe novamente. O brilho suave das velas de mesa iluminando sua felicidade. Finalmente, depois de anos de vida com um passado assombrado, ela estava começando a deixar ir. Para ser livre do medo que se abateu sobre ela por tanto tempo. —Não. —Alana negou com a cabeça, colocando cuidadosamente a carta de volta no envelope. —Hoje não. —Ela se aproximou de Mitchell, envolvendo os braços em volta de sua cintura e roçou os lábios contra os dele. —Hoje foi um dia perfeito. Eu me casei com o homem que eu adoro. Minha mãe está finalmente perdendo um pouco da loucura que todos nós vivemos. E meu pai... —Ela deu de ombros. —Me ama. Nunca em seus sonhos mais selvagens poderia o dia de seu casamento ser tão gratificante. —Você é uma mulher forte, Alana. Não, ela não era forte. Ela ganhou a sua força a partir das pessoas que a apoiaram: Mitchell, sua mãe, a Reckless Beat. Tê-los atrás dela fez tudo mais fácil, ela só esperava Blake e Gabi sentisse o mesmo com as suas lutas. —Eu sou forte, porque você me ama. —E eu sempre amarei. —Ele a beijou, sua língua violando sua boca com um movimento delicado. Eles balançavam ao som da música, sua paixão aquecendo com cada roçar de seus lábios. —Por que não vamos dizer adeus a nossos convidados e ir para a cobertura? —Ela perguntou. Ele descansou a cabeça contra a dela e inclinou a dureza de sua ereção em seu abdômen. —Que tal a gente pular as formalidades? Eu não posso esperar tanto tempo. Ela riu contra seus lábios, seu interior já apertando com o pensamento de um tempo sozinhos. Ele pegou sua mão e deu um passo para trás, levando-a ao redor da parte escurecida do salão de baile, para escaparem despercebidos. Era o fim de um dia brilhante, e só o início de uma bela vida juntos.


Epílogo

—É hora de ficar com alguém, irmão. —Mason levantou da cadeira, menos do que entusiasmado com a perspectiva enquanto dava um tapinha nas costas de Sean. —Eu vou ver você mais tarde. Ele estava no clima para uma loira de pernas longas. Ou uma ruiva. Talvez as duas coisas, se elas tivessem sorte. —Quem você está levando para casa esta noite? —Ryan arrastou e caiu para a frente em sua cadeira. O pobre rapaz estava afogando suas mágoas, e Mason não teve coragem de perguntar o porquê. Ele não era bom com problemas conjugais. Todos sabiam que ele nunca teve um relacionamento de longo prazo. —Não tenho certeza, amigo, mas talvez sua próxima bebida devesse ser água. —Água? —Ryan franziu a testa. —Eu não entendo você. —Ele levantou a sua voz, agitando um dedo embriagado na direção de Mason. —Noventa e nove, ponto porra nove, nove, nove, nove por cento do tempo você é um idiota. Um grande idiota. Então você me diz para beber um pouco de água e eu me apaixono por você tudo de novo. A cabeça de Ryan caiu para trás, e por um momento Mason sorriu, pensando que o pobre rapaz tinha desmaiado. Em seguida, o guitarrista balançou para a frente, oscilando em uma posição ereta. —Por que você fez isso? —Ele perguntou, com os olhos ainda fechados. —Por que você é um idiota? Então não é um idiota? Mason ignorou a pergunta quando o seu sorriso desapareceu. Ele não tinha controle sobre o idiota que se tornou. Ele não gostava, mas isso era quem ele era agora. A indústria da música o tinha feito um cético, idiota sem coração, e ele se resignou ao estilo de vida. Algumas pessoas tinham amor e felicidade, e amizades que não terminavam em traição e engano. Outros tinham fama e fortuna e a maldade que se seguia. Ninguém tem tudo. E ele com certeza não ia chorar pela carta que tinha recebido. Suas cartas ainda eram excelentes. —Sean, pegue um pouco de água para ele, está bem? —Mason tinha vivido ressacas suficiente para saber que Ryan precisava de água agora. —Sim. Sem problema. cadeira. —Divirta-se.

—Sean

balançou

a

cabeça

levantando

da


Mason fez uma saudação de dois dedos e afastou-se para encontrar a noiva e o noivo. Ele contornou a pista de dança, mantendo seu olhar longe da amiga abutre de Alana, Kate. A mulher não tinha um osso sutil em seu corpo, e não havia nenhuma maneira que ela ficaria com ele esta noite. —Ahh, apenas o homem que eu queria ver. —A voz de Leah enviou um arrepio em sua espinha. Ele odiava que ela agora o deixava nervoso. Ele não ficava nervoso. Nunca havia... até recentemente. —Olá, Leah. —Ele falou, não fazendo contato visual. —Estou prestes a dizer adeus ao casal feliz e encerrar a noite. —Eles já saíram. Boa decisão, porém, você precisa de todo o sono que puder conseguir. Uma veia pulsava sob seu olho direito. —Não comece. —Ele estreitou seu olhar para ela, a encarando de um jeito irritado. Ele não queria começar uma briga no meio de um casamento — Eu não estou começando nada. Sim, ela estava. Ela estava o incomodando por meses, seus telefonemas e e-mails se tornando mais frequentes e exigentes. A pressão iminente estava se tornando muito grande. Ele já não tinha mais à vontade para criar um álbum. Ou sair em turnê para os fãs que amavam a Reckless em um minuto, e no próximo, os fodiam em cada meio de comunicação social. Tudo o que ele tinha a fazer era perder uma nota, ou Sean atrapalhar o ritmo, ou Mitch foder um acorde. Em seguida, as garras saíam e a maldade começava. Todo mundo era um crítico. Lealdade era uma coisa do passado. Quanto mais pensava sobre isso, mais se irritava. Ele não podia confiar nem mais em seus parentes. Eles não davam a mínima para a sua vida. Eles se preocupavam com bilhetes gratuitos para concertos e a popularidade que filtrava através da árvore genealógica. No entanto, eles só ficavam ao redor nos bons dias. Se um escândalo, ou má publicidade aparecesse nas manchetes, seus tios estariam direto ao telefone com sua mãe, reclamando e reclamando sobre como isso afetava a vida deles. A vida dele, e a vida de seus companheiros de banda, não eram da conta de ninguém, porra. —Eu disse que ia recuar por esta noite. —Leah continuou. —Estou aqui como convidada e não como sua gerente de banda. Bem, então, me deixe em paz. Constantemente o incomodando sobre uma nova música, o que não estava no seu controle, para o próximo álbum.


—Boa noite, então. —Ele teve o suficiente. Ele estava drenado, cansado de corpo e mente, e pela primeira vez ele queria paz. Ele queria ir para casa sozinho e não ficar se cobrando sobre as razões por trás de seus problemas de composição. —Eu vou te dar uma semana. —Leah acrescentou. — Depois disso, vou grudar em você, que vai me confundir com sua sombra. —Seu rosto se abriu em um sorriso deslumbrante. —E isso pode ser o álcool falando, mas estou meio que ansiosa por isso. Ele cerrou os dentes e lutou muito para reprimir a raiva pronta pra sair de sua boca. Ele odiava isso. Odiava ser incapaz de fazer o seu trabalho. Odiava que sua inspiração tinha feito as malas e ido de férias sem data de volta. Acima de tudo, ele odiava ser fraco. Ele era o compositor e homem à frente de uma das bandas de rock mais famosas no mundo, ele não era fraco. Ele era o alto e orgulhoso e fodão. —Foda-se, Leah. —Ele jogou os braços para o alto, sem se preocupar com a forma como ela pulou para trás. —Eu desisto. A gravadora pode encontrar outro otário para lhes garantir bilhões. Ele começou na música com estrelas nos olhos e música, o foco solitário em seu coração. Agora ele era um monstro, e o pior de tudo, ele se acostumou com a crítica constante. Não admitiria nunca que sua musa estava morta e enterrada, como ele poderia escrever quando odiava a si mesmo? O humor fugiu das características de Leah. —Mason, se acalme. Eu estava brincando. —Bem, eu não. Ele estava indo embora. Dando uma pausa. Dando-se tempo para analisar os diferentes caminhos porque ele estava cansado dessa estrada que ele estava. Havia muitas regras. Muitas malditas questões que manipularam o sentimento da sua música. Todas as suas músicas tinham que ficar com um estilo similar. Eles não conseguiam desviar. Eles não podiam testar as águas com outros gêneros ou sons. Ele estava cansado de criar letras para coincidir com as tendências atuais. Ele queria escrever com o coração, se ele alguma vez encontrasse o seu novamente. Acima de tudo, ele queria ser livre para fazer o que diabos ele gostava. Suficiente. Cristo, ele estava divagando consigo mesmo. —Mason? —Leah proferiu.


—Chame a gravadora. Diga-lhes que estou abandonando o meu contrato. —Ele respirou fundo pelo nariz, ignorando o pânico nos olhos de Leah. —Eu não posso mais fazer essa merda. Sem outra palavra, ele se virou e saiu do salão de baile, sem saber se o pulsar duro em seu peito era de alívio, ou medo de ter cometido o maior erro de sua vida.

FIM


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