TCC - cartazes contra o pornô

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SORAYA KIM


Universidade Presbiteriana Mackenzie Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Curso de Design

Soraya Eun Hye Kim 31463241

CARTAZES: A conscientização das consequências do consumo da pornografia e sua indústria

São Paulo 2018


SORAYA KIM


Soraya Eun Hye Kim

CARTAZES: A conscientização das consequências do consumo da pornografia e sua indústria

Trabalho de Conclusão de Curso - Relatório Científico apresentado à Universidade Presbiteriana Mackenzie, Curso Design, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Design Orientador: Profª. Drª. Nara Silvia Marcondes Martins

São Paulo 2018


Soraya Eun Hye Kim

CARTAZES: A conscientização das consequências do consumo da pornografia e sua indústria

Trabalho de Conclusão de Curso - Relatório Científico apresentado à Universidade Presbiteriana Mackenzie, Curso Design, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Design Orientador: Profª. Drª. Nara Silvia Marcondes Martins

BANCA EXAMINADORA

Orientador: Profª. Drª. Nara Silvia Marcondes Martins UPM Design

Profª. Ms. Grace Kishimoto UPM Design

Profª. Ms. Zuleica Schincariol UPM Design


RESUMO

ABSTRACT

O presente projeto visa abordar de forma geral o consumo da pornografia, explicar sua indústria e suas consequências no micro e no macro ambiente. O foco do projeto é a criação de 3 cartazes sociais que conscientizem o público e crie uma reflexão sobre os conteúdos que são assistidos. Trazendo em perspectiva, as consequências do consumo da indústria, como o abuso por trás das câmeras, a pornografia infantil, a cultura misógina em que vivemos e o vício da pornografia.

This project aims to express, in a broad manner, the consequences of the pornography industry, explain its consumption and its impact in society on the micro and macro environment using graphic design. The main objective is to create 3 social posters, which makes the public aware of the pornographic industry and builds a reflection about the contents viewed online. Bringing light to the matter and consequences, such as, the aggression, child pornography, the misogynistic culture and porn addiction.

PALAVRAS CHAVE

KEYWORDS

Design Gráfico, Design Social, Cartaz, Pornografia, Consumo

Graphic Design, Social Design, Poster, Pornography, Consumption


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1. introdução

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2. procedimentos metodológicos

SUMÁRIO

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3.0 fundamentação teórica

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3.1 design gráfico social

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3.2 pornografia

3.3 iconografia de Bárbara Kruger, Suzzan Blac e Rosana Bortolin 3.4 sexualidade no museu

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4. concepção e processo do projeto

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5. considerações finais 6. referências

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É comum associar o Design com a concepção e desenvolvimento de objetos ou apenas a intervenção estética, entretanto, a importância da união da forma e funcionalidade, e a interação com o usuário ramificou o Design em diversos âmbitos (CARDOSO; FRANÇA, 2012).

1. introdução

Quando processos de design têm como consequência impacto social positivo, é denominada de design social. A premência de identificar as necessidades que existem hoje e com isso, idealizar e projetar soluções são as características fundamentais do design social (DESIGN CULTURE, 2014). A preocupação pelo coletivo torna o design social empático e mais humanizado. Os resultados dos processos do design social podem variar entre produtos, serviços ou podem ser soluções mais estratégicas, não palpáveis, dependendo da necessidade.

eficaz meio de persuasão, mais que isso, se estabeleceu como um inestimável recurso sensorial capaz de produzir uma catarse coletiva (HOLLIS,2006). No mundo contemporâneo um dos problemas sociais enfrentados é o consumo de pornografia, uma vez que a pornografia não é só um problema moral, mas também de saúde pública e de violência, vem se tornando um vício e causando diversos problemas como depressão, ansiedade, estresse, assim como alterações na satisfação sexual, amorosa e pior qualidade de vida entre outras doenças na sociedade (CUMINALLE, 2016).

Muito do consumo de pornografia acontece via sites, sites pornográficos apresentam na maior parte termos com conotações degradantes e ofensivos e é perceptível que a objetificação e hipersexualização contra mulheres e crianças é uma crise existente. O conteúdo desses sites moldam padrões Esta pesquisa relaciona e concebem expectativas design gráfico e design social, irreais para as mulheres: seios pois pretende trabalhar a grandes, nenhum pêlo corporal, linguagem do cartaz; porque pele perfeita e as partes cartazes são a tradução íntimas sem “defeitos”. Além enérgica da cidade. O cartaz disso, existe o protagonismo passou por um período de testes desde meados do século masculino constantemente exibido nos vídeos de sites XIX, após sua intensa utilização nos meios comerciais e culturais. pornográficos, sustentando a ideia da submissão feminina Nesse período, provou ser um

e a supremacia masculina; isso induz o comportamento compulsivo dos homens e alimenta a falsa percepção sobre papéis de gênero, consequentemente perpetua uma cultura misógina (ORESNSTEIN, 2017). O designer tem um papel na sociedade, precisa promover mudança social. Como conscientizar a população sobre os problemas da pornografia? Sabendo que a pornografia está crescendo e atingindo diferentes públicos, a comunicação e divulgação de fatos é importante, e uma forma ampla de atingir as pessoas é por meio da a linguagem do cartaz, porque cartazes podem denunciar questões que afetam a vida das pessoas. Os cartazes sociais procuram apresentar falhas do comportamento cívico da sociedade e alertam para causas sociais e podem conscientizar a população diante dos males que a indústria pornográfica. Justificativa A pornografia originouse do voyeurismo, este é a prática de obter prazer sexual por meio da observação de outras pessoas nuas (QUE CONCEITO, 2017). Com o avanço da economia e da tecnologia, outros meios de praticar o voyeurismo foram produzidos, como a arte

Introdução

Problema

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“A SEXUALIDADE GERA PRAZER, E O PRAZER, OU PELO MENOS A SUA PROMESSA...”

Não se pode afirmar que a pornografia cause o estupro, porém pode influenciar e promover atos de violência sexual e a opressão contra as pessoas, sejam mulheres, crianças e homens (JENSEN, 2004). Segundo IPEA (2011) análises apresentam que 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes, dentre os quais 88,5% são meninas, mais da metade com

menos de 13 anos de idade. Os mesmos números mostram que 24,1% dos abusadores são os pais ou padrastos das vítimas; e 32,2% são amigos ou conhecidos. É necessário traçar uma relação desses dados com o conteúdo dos sites de pornografia mais acessados no Brasil e a forma como a violência se perdura no caso de abusos sexuais. Segundo as estatísticas do PornHub de 2016, um dos maiores sites de pornografia do mundo: a tag adolescente é a 7ª mais procurada no site; e a tag mais procurada em 2014 por brasileiros foi novinha. No Redtube, outro site mundialmente acessado pelo conteúdo pornográfico, aponta que os vídeos mais votados são: “Padrasto f* a filha e enteada” e “Novinhas” (MOTTA, 2017).

“A sexualidade gera

cognitivas nos consumidores, uma vez que suas atitudes e comportamentos são influenciados por conceitos que foram aprendidos nos materiais observados (GENUIS, VIOLATO, PAOLUCCI, 1998).

Objetivo Diante da pouca informação sobre as consequências do consumo de pornografia e dos problemas causados pela indústria pornográfica, o objetivo do presente trabalho é projetar sistema de cartazes para conscientizar a falta de informação que as pessoas têm sobre os males e efeitos da indústria pornográfica assim como comunicar as consequências desse consumo.

Introdução

erótica, livros eróticos, revistas adultas e sites pornográficos. O voyeurismo se transformou em consumismo, por conta do capitalismo e sua grande demanda no mercado. Segundo Nunes (2013, p.?) “criou-se um mercado voyeurista: as pessoas tornaram-se consumidoras da vida privada alheia muitas vezes são imagens obtidas ilegalmente e que deveriam permanecer fora do olhar do público, exatamente por serem ilegais, tornaram-se atrativas”.

prazer, e o prazer, ou pelo menos a sua promessa, proporciona um incentivo para os produtos comercializados em uma sociedade capitalista” (GIDDENS, 1993, p. 194), mas cerca de US$ 90 bilhões são movimentados por ano pela indústria pornográfica no mundo (FONSECA, 2016). Embora a visualização desses materiais explícitos entre adultos e adolescentes seja frequente, nenhum retrata a verdadeira face deste mercado e as condições nas quais as mulheres são submetidas. O consumo deliberado da pornografia mainstream nas relações humanas fortalece a cultura misógina a partir da hipersexualização das mulheres e crianças, a alienação e valorização da violência nas relações sexuais no micro e no macro ambiente. A exposição contínua a estes estímulos podem refletir em alterações

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2.

A pesquisa também levantou conceitos sobre design gráfico e social do autor Braga (2011), pois por muitas vezes O estudo visou abordar verificou-se que a história do o tema sobre design social design gráfico cumpriu seu direcionado ao estudo das papel de informar as pessoas consequências da pornografia. sobre os problemas sociais e Foram realizados levantamentos também chegou a conscientizar de dados reais sobre a e influenciar a cultura indústria pornográfica, para contemporânea . verificar a verdadeira faceta desse mercado, buscando Para a fase de analisar os males que traz entendimento ou imersão do para a sociedade. Os dados projeto após a coleta dados e coletados foram baseados nas identificação do problema de consequências do consumo da projeto foi importante realizar pornografia online, tanto para brainstormings e mindmaps. as atrizes, que são expostas nos A metodologia de projeto vídeos como os usuários, tendo empregada no projeto foi a do em vista que este mercado design thinking do livro Design também pode afetar pessoas Thinking - Uma Metodologia que não consomem do pornô Poderosa Para Decretar o por causa da cultura misógina Fim das Velhas Ideias de Tim que é criada (CUMINALE, 2016). Brown (2009) e também o

Procedimenos Metodológicos

procedimentos metodológicos

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Sexualidade (2018) e Guerrilla Girls (2018). Foram levantados dados históricos sobre a As etapas de empatia, arte erótica e o voyeurismo, ideação e a experimentação são que gerou um entendimento os pilares do design thinking, maior sobre a origem do que prioriza as necessidades tema. Também foi levantado humanas para buscar soluções a iconografia em revistas e acessíveis, otimizando a outros campos com a finalidade experiência do usuário. As obras de determinar as principais A Prática do Design Gráfico consequências da pornografia. de Fuentes (2006), Pensar em Entre as referências visuais Tipos de Ellen Lupton (2013), estão os cartazes renomados e Grid de Samara Timothy (2007) conceituais de Barbara Kruger, e Tipografia Comparada de que se apropria do repertório Claudio Rocha (2004) foram visual da publicidade e trabalha utilizados como referência para com temas espinhosos expressar o tema de modo mais como violência, consumismo, universal e claro. Os mesmos feminismo e discriminação foram adotados na fase de racial. prototipação e experimentação do design thinking servindo Outra artista consultada como base para montagem dos foi Suzzan Blac que apresenta desenhos iniciais. em seus desenhos a estética que discute problemas sociais As pesquisas de campo relacionados muitas vezes foram realizadas para levantar às mulheres. Suzzan Blac e coletar informações e a é reconhecida por realizar iconografia de design gráfico diversos estudos sobre a e de design social aplicado em pornografia online e os temas diversas áreas temáticas da relacionados ao abuso e ódio sociedade. contra as mulheres. Suas obras são interpretações Uma das pesquisas de de experiências e traumas campo realizadas foi a visita ao passados e têm como Museu de São Paulo - MASP, característica a simbologia e o que durante os meses de estilo grotesco (BLAC, 2015). setembro à fevereiro ocorreu Por outro lado, os cartazes de exposição sobre a História da Barbara Kruger, outra grande

referência do design gráfico, têm atributos menos abstratos com uma comunicação direta ao telespectador e a apropriação das imagens fora do contexto original. A simplicidade de seu estilo torna seu trabalho mais impactante e memorável.

Pesquisas com usuários (User Research) também foi uma forma de analisar mais profundamente o tema que foi utilizado como exercício de empatia. Pesquisas qualitativas foram realizadas na internet, por meio de formulários nos grupos de mulheres, para descobrir como a pornografia tem afetado suas vidas de algum modo. Impressionantemente grande parte acessa o conteúdo, porém se sentem, de modo geral, inseguras, ofendidas e incomodadas com o conteúdo online. Em seguida, os resultados do processo são sintetizados para a definição do escopo do projeto. A solução prototipada auxilia o processo de tangibilizar uma ideia por meio de uma representação da realidade, neste caso, utilizando sketches e estudos de grids, tipografias e paleta de cores.

Procedimenos Metodológicos

pensamento projetual de Munari (1981).

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3. fundamentação teórica


3.1 design gráfico social

meios de comunicação. A arte e a comunicação foram usados para educar e comunicar à sociedade dos desdobramentos da implantação do socialismo. Lazar Markovich Lissitzky, artista russo construtivista, demonstra por meio de seus cartazes e a utilização de tipografias, referências da arquitetura e suas formas geométricas, que produziram manifestações políticas. Lissitzky (Figura 1) influenciou grupos modernos como de Stijl e Bauhaus. Suas obras apresentam algumas constantes: o uso de cores primárias, preto e branco, texto,

formas básicas, fotografia, fotomontagem e incorporação de construções geométricas (Figura 2). Seu impacto cultural levantou debates concretos sobre a transformação social na Rússia (Figura 3) nas primeiras décadas do século XX como informações sobre as feiras (THE ART STORY, [20--]). Outro designer gráfico, escultor, artista plástico e fotógrafo que teve abordagem inovadora para o período construtivista foi Alexander Rodchenko. Seus cartazes promoviam iniciativas estatais russas, e com isso, começou a produzir filmes, embalagens

Figura 1. El Lissitzky, Voando para Terra a partir de uma distância (1920). Fonte: MOVIMENTOREVISTA, 2018 Design Gráfico Social

A relação entre a tecnologia e a arte foi um fator importante para a fundação do design gráfico. Historicamente o design gráfico contribuiu, por meio de movimentos e organizações, para elaborar uma proposta de mudanças políticas, sociais e culturais. Os construtivistas russos, do movimento vanguarda russa, utilizavam a tecnologia para suprir a necessidade de material da sociedade (BRAGA, 2011). Por meio da produção cultural, a população conseguiu sustentar as necessidades intelectuais, uma vez que houve uma ligação direta à arquitetura, engenharia, máquinas e os

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Figura 3. El Lissitzky, Vence os brancos com a cunha vermelha (1920). Fonte: MOVIMENTOREVISTA, 2018

O cartaz é um meio de conscientização, está inserido “no dia a dia, nas necessidades das pessoas, no que as dignifica enquanto ser humano ou no

que as permite exercer sua cidadania com mais plenitude” (BRAGA, 2011, p. 65). Outra referência importante para a fundamentação do design gráfico social foi grupo Atelier Populaire que teve início em 1968. O grupo era composto por estudantes, trabalhadores e artistas e se situavam na Escola de Belas Artes de Paris. Seus cartazes foram considerados como “armas de luta” que eram expostos em paredes, ruas e fábricas. Seus projetos foram influência para outras manifestações que

promovem valores sustentáveis e desenvolvimento sociocultural. O primeiro cartaz (Figura 5) foi reproduzido em serigrafia, intitulada U sines - U niversités Union (Fábricas - Universidades - Unidade) (CONSIDINE, 2013). Esses cartazes tinham características comuns como: ausência de dégradés, eram mono ou bicromia, muitos cartazes que eram feitos com texto, estes se multiplicaram nas paredes de Paris neste período.

Design Gráfico Social

Figura 2. El Lissitzky, Parte da Feira de Maquinaria (1923). Fonte: MOVIMENTOREVISTA, 2018

e comerciais. Seu estilo é caracterizada por ângulos inusitados, formas evidenciadas e a utilização de figuras do cotidiano para compor suas fotografias. As obras de design de Rodchenko foi dedicado para promover causas revolucionárias (Figura 4) , incluindo um quiosque com a distribuição de jornais e outras propagandas políticas (MARQUES, 2010).

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Figura 5. Usines, UniversitĂŠs (1968). Fonte: TATE, 2018

Design GrĂĄfico Social

Figura 4. Rodchenko.Cartaz sobre o direito das mulheres ao trabalho (1925). Fonte: SALA17, 2018

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3.2 pornografia

Os padrões de beleza definidos pela sociedade almeja que as mulheres tenham certas qualidades quando se comportam, vestem e falam. As expectativas nas relações sexuais, tais como ter um corpo

hiperssexualizado, pode muitas vezes encorajar em cirurgias plásticas, dietas e tratamentos dispensáveis e comportamentos submissos e afeminados que podem fomentar os estereótipos dos papéis de gênero. Segundo o Jensen (2004), os conceitos sociais e cognitivos e as interações pessoais são influenciadas pelos conteúdos assistidos. Com isso, o conteúdo acessado tiver atos de violência, humilhação ou insultos contra mulheres pode-se resultar em estímulo negativo. “Psicologicamente, o que mais importa a uma pessoa, influenciando decisivamente seu comportamento, não é a realidade como tal, mas como ela supõe ou imagina que esta seja” (KRÜGER, 1986, p. 32). Ou seja, quando a ideia de prazer é associada a atos de violência sexual, é possível induzir o

usuário a naturalização do abuso. Os dados levantados pelo 9º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indicam que em 2014 o Brasil tinha um caso de estupro notificado a cada onze minutos. Isto prevê preocupações com a saúde e segurança pública (BBC, 2017). ONG Pink Cross Foundation é uma associação americana sem fins lucrativos, dedica-se a livrar o mundo da exploração sexual comercial, visa oferecer apoio compassivo

a pessoas que sofrem exploração sexual comercial (Figura 6). Com relação à questão da violência sofrida pelas atrizes no ambiente da pornografia, os números são tão impressionantes quanto os montantes movimentados pela indústria. De acordo com Shelley Lubben, fundadora da Pink Coss Foundation que combate a pornografia, aponta que pelo menos 55% das atrizes pornôs sofrem abuso sexual. E essa realidade influi por sua vez, na manutenção da violência

Pornografia

Este capítulo foca nas repercussões criadas pelo consumo da pornografia. Estudos apontam que a maior preocupação a respeito da indústria pornográfica é a influência negativa que pode gerar nos indivíduos, tais como a agressão, a violência nas relações sexuais e a hiperssexualização das mulheres. O impacto nocivo causado pelo mercado erótico afeta também os não usuários, uma vez que fica estabelecido o estereótipo de mulheres, que alimenta imagem de submissão, fragilidade e vulnerabilidade do sexo feminino na sociedade (JENSEN, 2004).

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Figura 6. Atividades da Ong Pink Cross Fonte: Fonte: PINKCROSS, 2018

O perigo também mora nos bastidores do mercado pornográfico, segundo Shelley Lubben (2011), ex-atriz pornô americana e fundadora da ONG Pink Cross Foundation , afirma que a expectativa de vida de uma atriz pornô é de 36,2 anos e as chances de se contrair alguma doença é 12 vezes maior entre atores e atrizes do que entre a população comum.Ela abandonou a pornografia em 1994, quando contraiu herpes genital, doença que não tem

cura, além de HPV (o vírus do papiloma humano). Além das doenças sexualmente transmissíveis, não é incomum as situações de machismo ou abuso sexuais nos bastidores da indústria pornográfica, (LEGGETT, 2011).

crimes virtuais. A SaferNet Brasil é uma associação civil de direito privado, com atuação nacional, sem fins lucrativos ou econômicos, sem vinculação político partidária, religiosa ou racial.

Fundada em 20 de dezembro de 2005, com foco Um dos objetivos da na promoção e defesa dos Ong é levantar os trabalhadores Direitos Humanos na Internet da indústria cinematográfica no Brasil . A SaferNet possui para adultos e pornografia para comprovada competência denunciar, também visa lutar e expertise em promoção, contra a pornografia infantil, pesquisa e educação sobre oferecendo educação e recursos comportamento online e crimes para se recuperar (Figura 7). na web. Ganharam diversos prêmios desde 2007 entre eles Outra preocupação de está: o Prêmio Nacional de acordo com números da ONG Direitos Humanos, na categoria Safernet (2013) que luta contra Educação em Direitos Humanos,

Pornografia

contra a mulher nos mais diversos ambientes e situações sociais. Também aponta números referentes à suicídios, e sobre a exploração infantil.

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Figura 7. Marca da ONG Pink Cross Foundation. Fonte: PINKCROSS,2018

Figura 8. Logo da SaferNet, 2005. Fonte: SAFERNET, 2018

O crime na internet mais denunciado no Brasil em 2013 foi a pornografia infantil. Segundo (SAFERNET, 2018, s/p.) DECRETO N o 5.007, DE 8 DE MARÇO DE 2004. A legislação brasileira em vigor tipifica como crime a conduta de apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente - Art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente.Pornografia infantil significa qualquer representação, por qualquer meio, de uma criança envolvida em atividades sexuais explícitas

reais ou simuladas, ou qualquer representação dos órgãos sexuais de uma criança para fins primordialmente sexuais. (BRASIL, 2004) Em dados gerais no mundo, a pornografia infantil registrou 1.263.253 denúncias anônimas, cerca de 40% do total, envolvendo 221.267 páginas em nove idiomas hospedadas em 37.757 hosts diferentes, segundo a Safernet (2018).

não são regularizada no Brasil, por isso são frequentes as ocorrências como o tráfico humano e a pornografia e exploração infantil. O Brasil é segundo em acesso ao RED Tube. RedTube é um website de compartilhamento de vídeos pornográficos, um conceito também conhecido como Porn 2.0. RedTube foi classificado como o site mais rápido em crescimento no ano de 2007 (WOLF, 2016).

De acordo com os dados do Disque Denúncia no ano de 2016, quase 90% dos violadores denunciados são conhecidos da família da vítima, muitas vezes parentes e vizinhos. Muitos foram os crimes denunciados pela mesma ONG em 2013 principalmente aqueles que incitam contra a vida, foram 7 264 mil denúncias entre eles estão: 2231 mil de homofobia (ARAUJO, 2014). A indústria pornográfica e os conteúdos online também

Pornografia

trabalham para educar e orientar os internautas de todas as idades sobre a segurança na rede e conscientizar para boas escolhas online (SAFERNET, 2018).

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3.3 iconografia de Barbara Kruger, Suzzan Blac e Rosana Bortolin

Foram levantadas iconografias de artistas que de certa forma registram problemas que mulheres enfrentam na sociedade. Muitas resgatam suas experiências pessoais e as registram em imagens. É o caso de Suzzan Blac, nascida na Inglaterra, é autora, artista e foi vítima de abusos psicológicos, físicos e sexuais. A artista auto intitula-se como surrealista, os desenhos vem da imaginação dela, e ela diz que a arte é uma bela forma de mostrar seus pensamentos e ver a reação das pessoas.

A obra Autonomous (Figura 9) é sua interpretação da sua independência e liberdade dos padrões da sociedade. Demonstra um ser esticado e puxado, como se fossem mãos agarrando-se, que causa um certo mal estar e agonia ao receptor. Suas peças gráficas manifestam o lado assustador da indústria tornando sua arte, que antes era um meio de expressar suas dores, em um meio de comunicar os comportamentos misóginos da sociedade (BLAC, 2015).

Quando criança dedicou sua vida para estudar e retratar sua dor e angústias por meio da arte. Suas obras são caracterizadas por estilo grotesco, chocante e explícito, que geram desconforto e impacto à primeira vista. De acordo com a artista seu constrangimento e culpa, transformou-se em dependência de narcóticos, ansiedade, depressão e até atentados de suicídio. Sua arte não censura a realidade perturbante da pornografia infantil, mas apresenta sútil relato de imagens que trabalham com

Pornografia

Figura 9. Suzzan Blac, Autonomous (2010). NOITESINISTRA, 2018

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“EU COMPRO, LOGO EXISTO”

Pornografia

Figura 10. Barbara Kruger. I shop therefore I am (1990). Fonte: ARTHISTORYARCHIVE, 2018

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Figura 11. Barbara Kruger. Your body is a battleground. Fonte: ARTHISTORYARCHIVE, 2018

Por outro lado, as obras de Bárbara Kruger apresentam aspectos mais diretos e objetivos. Nascida em 1945 em Nova Jérsei, Bárbara cria sua arte conceitual para que se remete à linguagem da publicidade e elabora críticas à sociedade. Desenvolveu suas competências quando cursava design na faculdade, e começou a introduzir suas provocações e comentários políticos, sociais e especialmente feministas nos temas polêmicos, como a religião, sexo e o racismo. Em 1980, Kruger aperfeiçoou seu estilo singular usando fotografias em preto e branco

que apresentam aforismos irônicos, impressos na fonte Futura Bold Oblique, geralmente em preto ou branco, encaixados na barra de texto vermelha. Seu estilo característico também foi alvo de plágio pela popular marca de roupa americana, Supreme. Hoje em dia Bárbara continua manifestando seu discurso político e ampliou seus projetos estéticos por meio de instalações públicas em galerias, museus e parques (LILITH EZINE, [20--]).

influenciada no pensamento do filósofo Descartes “Penso, logo existo”.

Outra obra popular de Kruger, Your Body Is a Battleground (1989)(figura 11) exemplifica seu interesse em manifestar e interpretar questões políticos controversos. A obra é composta por um retrato de uma mulher, na qual a artista cria uma compreensão mais profunda por meio da divisão do rosto da mulher, em que metade aparece em preto Sua obra, I shop therefore e branco e a outra metade I am (1990) (Figura 10), é uma em cores negativas. O slogan crítica direta ao consumismo e o do cartaz, Seu corpo é um materialismo. A simplicidade da campo de batalha, traduzido fotografia leva o telespectador a para o português, é uma crítica focar somente na frase, que foi

Iconografia

metáforas inclinadas ao abuso contra mulheres.

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Sobre outra perspectiva, a obras da artista Rosana Bortolin traz uma aparência mais rústica e abstrata em comparação aos projetos de Kruger. Bortolin nasceu em Passo Fundo no estado do Rio Grande do Sul, graduouse em desenho e plástica e se especializou em cerâmica em sua cidade natal. Hoje a artista expõe suas obras regularmente, como seu projeto, Organismos, que será o principal foco do presente projeto (Figura 12). Na exposição Organismos, Bortolin demonstra o conceito do termo apresentando uma construção de peças que retratam um sistema de organismos feitos de terra e liga a natureza com

o corpo “...foi pensado como aglutinador das questões que abarcam minhas reflexões teóricas, o próprio corpo e os seus desdobramentos como possibilidade de manifestações estéticas.” (BORTOLIN, 2010, p. 32). A natureza é exibida na sua forma mais crua por meio da cerâmica e o uso das formas orgânicas e o uso de um molde de seu próprio corpo. Ela aborda questões de gênero, abuso de poder, a discriminação étnica, religiosa, sexual e sócio cultural dentro de uma sociedade patriarcal.

Figura 12. Rosana Bortolin. Organismos (2010). Fonte: REVISTACERAMICA, 2018

Iconografia

a objetificação e os padrões impostos na beleza feminina, que é perpetuada pela mídia.

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3.4

Foi realizada a visita a exposição do Masp em São Paulo com objetivo de verificar a temática da sexualidade em pontos de vistas de diferentes artistas. O MASP debruçouse sobre a temática da sexualidade, apresentando, com sua curadoria afinada, artistas nacionais e internacionais que merecem destaque, nunca foi tão necessário falar sobre a nudez e o sexo na arte. O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo foi estimular um debate cruzando temporalidades, geografias e meios (MASP, 2018).

Foram mais de 200 obras contendo nomes de peso da arte como Anita Malfatti, Francis Bacon, Edgar Degas, Lasar Segall, Cícero Dias e Pablo Picasso, presentes no acervo do museu, assim como coleções brasileiras e internacionais. A mostra ocupou vários espaços expositivos do Masp, sendo no primeiro andar onde estavam a maior parte das obras que eram divididas em 8 temáticas: Corpos Nus, Totemismos, Religiosidade, Performatividade de Gênero, Jogos Sexuais, Mercado de Sexo, Linguagens e Voyeurismo. O núcleo Corpos Nus tratou sobre o corpo humano despido. Outro núcleo também vai abrigou imagens de diversas representações de órgãos sexuais, com falos, vulvas e seios.

sexualidade no museu

sexualidade no museu

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sexualidade no museu

Figura 12. Keisai Eisen, a couple locked in an embrace (1825). Fonte: METMUSEUM, 2018

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4.

concepção e processo do projeto


Figura 13. Painel semântico de público alvo

O público alvo do projeto engloba todas as pessoas a partir da adolescência, sem restrição de gênero, sexualidade, religião, pensamento político ou idade, pois a educação e informação sobre a indústria sexual é necessário para qualquer

público, e principalmente por ainda ser tratado e considerado como tabu na sociedade (Figura 13). A questão da idade do público é um ponto sensível a se tratar, pois o tema do trabalho é muito maduro para o entendimento de crianças, mas também segundo pesquisas são as crianças as mais afetadas. Um dos cartazes será dirigido a todos os públicos inclusive as crianças. Posteriormente a adolescência foi escolhida como ponto de partida, pois é a idade da puberdade, crescimento,

amadurecimento, mudanças de hábitos e o conhecimento sexual. Ainda há muitos colégios que não providenciam a educação sexual, mas deveriam ensinar temas mais complexos como o consenso, prevenção e segurança (ONU, 2016). Para a conceituação visual e o desenvolvimento de um painel semântico é essencial, uma vez que ela agrupa todas as referências visuais que vão ser utilizadas para a concepção dos cartazes. O painel semântico (Figura

concepção

O projeto dialoga com design gráfico e design social, os 3 cartazes tem o objetivo de conscientizar as pessoas das consequências da indústria pornográfica, por meio de um sistema de cartazes.

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A construção dos cartazes envolve um estudo prévio de grids, que é o esqueleto do cartaz (Figura 18), para estruturar a folha, formas

e tipografias na folha e criar assim, uma identidade visual. O cartaz deve ser legível e claro, com isso, ter uma surperfície em que o telespectador possa conseguir enxergar a qualquer ângulo. Foi adotado o tamanho de papel A1 no papel couchê branco. A tipografia (Figura 16 e 17) deste projeto foi pensado em algo mais impactante, claro e direto, com isso, a utilização da fonte Gotham em negrito para títulos. A necessidade de transmitir uma mensagem

concepção

Figura 14. Painel semântico visual

14), caracteriza-se, de forma geral, de obras com elementos humanos, ou formas que remetem ao corpo, colagens, linguagem direta e contraste das cores. Os trabalhos escolhidos para a composição do painel têm em comum, o fator impactante, que atrai o telespectador pela utilização das cores e fotografias.

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criatividade e lazer, tudo o que a indústria pornográfica promete. A utilização do amarelo sobre o preto e o branco dos cartazes demonstra a sutileza da indústria, uma vez que o perigo não é evidente. O vermelho, que significa paixão, agressão, força e perigo, também foi utilizado para expor a nocividade dos sites pornográficos.

A paleta de cores foi pensada para a facilidade de reprodução dos cartazes (Figura 15). O preto e o branco foram usados como base de todos os cartazes, pois o preto é uma cor universal de fácil acesso e impressão, e o branco transmite a leveza do cartaz e ambos apresentam contraste máximo. A partir disso, foram acrescentadas outras cores, como o amarelo, que significa diversão, entretenimento,

Além da utilização das cores, as texturas foram fundamentais para a concepação dos cartazes, para demonstrar ruídos, desconforto, sujeira, impuridade e sexualidade.

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O efeito da sujeira nos cartazes, tira a inocência do amarelos, que implica um certo desconforto e confusão.

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Figura 15. Paleta de cores

sujeira

lençol concepção

objetiva e ao mesmo tempo curta, foi fundamental para o projeto, uma vez que o público alvo é bastante abrangente e consequentemente, é preciso ser acessível para atingir a todos. A fonte Orator Std Medium foi utilizada para o texto complementar no cartaz. A fonte remete às letras do teclado, criando-se assim, uma sensação de tecnologia e o mundo digital.

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abcdefghij klmnopqrs tuvxyz

Figura 16. Fonte usada para o projeto, Gotham Regular

Figura 17. Fonte usada para o projeto, Gotham Bold

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abcdefghij klmnopqrst uvxyz

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Figura 19. Esboço de grid

concepção

Figura 18. Esboço de grid

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concepção

Figura 20. Esboço dos cartazes

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concepção

Resultados Finais ` O cartaz (Figura 21) se caracteriza pelos elementos verticais, tipografia desalinhada e um elemento diagonal, que corta o aspecto contínuo do cartaz. Os elementos verticais se remetem a códigos de barras, trazendo o tema da objetificação da mulher e o consumo do sexo como produto. As listras também se assemelham às hastes de uma cadeia, fazendo uma conexão ao aprisionamento da indústria, tanto para os usuários, quanto às atrizes.

Figura 21. Cartaz: Indústria do abuso

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concepção

O cartaz (Figura 22) Fora de contexto, foi utilizada uma estampa como um ruído para as palavras apresentadas. O constraste criado pelas cores alternadas trás uma sensação de repetição e desordem. A estampa remete à um lençol, que representa o local onde o abuso acontece para as vítimas relatadas no cartaz. As vítimas também são alvos principais em sites pornográficos, uma vez que elas viraram categorias pornográficas. Figura 22. Cartaz: Fora do contexto

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Figura 23. Cartaz: O que é ser vulgar?

concepção

O que é ser vulgar (Figura 23) apresenta duas obras primas, uma Vanity de Hans Memling e a outra O Nascimento de Vênus de Botticelli. Ambas aparecem nuas em suas obras e assim, são apreciadas nos museus. Este cartaz trás a reflexão do corpo nú da mulher, que é consumida pela indústria. A estampa do lençol foi utilizada mais uma vez para representar a agressão conta as mulheres em específico.

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O objetivo principal deste projeto é a conscientização das consequências da pornografia, uma vez que os cartazes trazem estes estímulos e provocam a reflexão sobre o assunto. O tom direto, porém aberto à interpretação dos cartazes, não só questiona o telespectador, mas também o informa das malícias de um modo mais conceitual.

considerações finais

considerações finais

5.

O desenvolvimento dos cartazes trouxe uma visão mais completa do design gráfico e social, pois a necessidade de construir grids, paletas de cores, imagens e em modo geral, uma plataforma de comunicação realça a importância das pesquisas e estudos para A empatia é fundamental estruturar conceitos e o escopo para o design, e este projeto do trabalho. é mais um exemplo da importância da perspectiva e A etapa de pesquisa debate a respeito de um tema gerou frustrações e angústias, pouco discutido pontualmente. uma vez que o tema do trabalho é sensível. Principalmente os O design foi usado como dados e resultados da pesquisa meio de comunicação, de uma em relação ao número de maneira sutil, mesmo sendo o estupros ou ato de violência assunto bastante pesado. no país e as imagens da pornografia abusiva.

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