Sound #4

2 - Sound, Outubro 2019

ÍNDICE JANEIRO2020

SOUND #4

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Editorial

Never gets old

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O que é nacional é bom

Antevisão 2020

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Cidade da Lupa

TOP

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Editorial

JANEIRO 2020

M

SOUND.

SOUND Ficha Técnica Diretores:Filipe Carvalho, João Lemos e Pedro Carvalho Chefes de redação: Filipe Carvalho e Pedro Carvalho Redação: Filipe Carvalho Marketing: João Lemos Web development: João Lemos Designer gráfico: João Lemos Revisores: Pedro Carvalho Agradecimentos: Adalberto Rodrigues Créditos: Paul Grace; Madre Media; Chet Baker; Frank Sinatra; Getty Images; Meo Marés Vivas; Diogo Almeida; Ornatos Violeta; Tame Impala; Tennis; King Krule; Kid Cudi; King Gizzard &the Lizard Wizard; BadBadNotGood; Iceage; Reuters; Willy Vanderperre; Vodafone Paredes de Coura; Mac Demarco; Idles; Pixies; Kendrick Lamar; Foals; Super Bock Super Rock; Capitão Fausto; Temples; Metronomy; Diiv; Bon Iver Em todas as imagens reproduzidas pela revista e/ou respectivo site, foram respeitados os seus devidos diretos de autor e devidamente referenciados na ficha técnica. Desta forma, não pretendemos infligir quaisquer danos aos seus respectivos autores, colocando sempre em evidência a sua justa e respeitada utilização. A SOUNDSCOUT apenas as utiliza de forma livre e referenciada não obtendo quaisquer lucros pela sua utilização.

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ais um mês, mais uma edição da

Como é habitual, tentamos seguir e dar passos no caminho que achamos ser o mais correto e vantajoso para a revista.

Este mês, não esquecendo que é o primeiro do um ano e, consequentemente, da década, perspetivamos aquilo que poderá acontecer em 2020 no panorama musical.

Tivemos, também, a felicidade de mais uma vez podermos fazer a cobertura de um evento.

Desta vez, estivemos presentes na quarta edição do Azeméis Seasons Sounds, festival do qual fomos media partner. Nesta edição da SOUND, está presente um recap daquilo que aconteceu em Oliveira de Azeméis. Agradecemos à incrível organização do festival pela disponibilidade que tiveram connosco.

Ainda nesta revista, rubricas como a Cidade da Lupa e O Que é Nacional é Bom voltam, para divulgar a música nacional e internacional. Temos também uma novidade que é a inclusão da rubrica Never Gets Old, que conta a história de um êxito musical. No final podem contar com o regresso da agenda, que nos “guia” pelos álbuns que tem data de lançamento marcada para janeiro.

Esperamos que esta revista seja do agrado de todos os nossos leitores e, mais uma vez, não se esqueçam, se tiverem alguma dúvida ou até uma história que queiram partilhar connosco, não hesitem em contactar-nos.

Filipe Carvalho

Never Gets Old Everything Happens To Me O ano era de 1940, quando Tom Adair (letra) e Matt Dennis (música) trouxeram ao mundo o eterno Everything Happens To Me. Como todos os clássicos, esta canção possui inúmeras versões, muitas das quais feitas por artistas relacionados com o mundo do jazz.

A letra fala-nos sobre o azar de tudo (mau) acontecer a quem dá voz à música. Se tentam jogar golf, chove. Se tentam dar uma festa, o vizinho do andar de cima queixa-se. Apaixonaram-se só uma vez e pela pessoa errada…

Tudo lhes acontece.

Frank Sinatra

Chet Baker

A primeira versão de sempre é de Frank Sinatra, acompanhada pela Tommy Dorsey Orchestra. O histórico cantor “pegou” na música em 1941, numa versão mais raw das que se viriam a suceder. Nada melhor do que Frank Sinatra para dar voz a esta canção.

Um ano depois do lançamento oficial de Frank Sinatra, Chet Baker decide fazer a sua versão, incluída no álbum (Chet Baker Sings) It Could Happen to You, em 1958.

O cantor regravou esta faixa 16 anos depois, desta vez com o Hollywood String Quartet. Nesta versão, a letra e o instrumental são diferentes, mas a essência mantém-se. Podemos encontrá-la no sétimo álbum do músico, Close To You.

Timothée Chalamet

Quem mais para usar esta música do que Woody Allen? É de admirar que só o tenha feito agora. O realizador já nos habituou a bandas sonoras cheias de melodias do mesmo saco que esta e no filme “A Rainy Day in Esta interpretação foi a simplicidade New York”, a aposta continuou. no seu melhor: o piano, a bateria Neste caso em particular, Allen (jazzy) e a voz de Chet Baker foi decidiu surpreender. O realizador o segredo, naquela que é, para norte-americano pediu a Timothée a Sound, a melhor versão de Chalamet - Gatsby no filme - para se Everything Happens To Me. Para sentar ao piano e cantar a música colmatar, temos direito a um grande numa cena do filme. O resultado solo de trompete de Chet Baker. foi uma das cenas mais bonitas da longa-metragem pela simplicidade com a qual nos é facultada.

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O que é nacional é bom Terra Firme, Warm Blood, Dança Com os Tubarões, Os Teus Passos, Disparar, Madrugada, Volkswagen, Tarrafal, Rosie, são tudo exemplos de músicas de Benjamim, mas não é isso que me traz cá hoje. O que me traz cá hoje são Ornatos Violeta, que vêm ao caso, devido à falta de assunto, típica em indivíduos com uma criatividade limitada, e em resposta a um reflexo de melancolia, do qual fui alvo recentemente, e pelo qual fui transportado para os tempos áureos do desamor.

Quer se queira (para consolo de uns), quer não (para desconsolo de todos), Ornatos Violeta não deixam de ser os compositores de hinos que nos remetem para os períodos mais sórdidos da nossa adolescência.

Muitos cigarros queimei eu na minha juventude (digo isto como se fosse já um tempo longínquo, impregnado de saudosismo, mas devem ter passado apenas uns míseros 11 meses. O que vos posso dizer? São as impressões da passagem do tempo que sempre nos traem na hora de contabilizar!), enquanto ouvia “o monstro precisa de amigos” em repetição, pela noite dentro, a cobrar ao destino os dividendos pela falta de sorte (o que mais tarde veio a revelarse falta de engenho, mas é outra das características pungentes do tempo: vai clareando a perceção do pensamento. Mas, cuidado! É como a lixívia! Se for à roupa escura pode manchar!).

1997

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Passados 20 anos, o monstro ainda precisa de amigos?

Meus amigos, uma coisa é certa. Enquanto houver um monstro, há um monstro que precisa de amigos.

Mas ATENÇÃO! A condição de monstro pode ser apenas produto de um dia mau, “mas, vendo bem, não houve à luz do dia, quem não tenha provado o travo amargo da melancolia”. Serão efeitos secundários da poesia?

Bom, desculpem-me a presunção mas, muito me apraz

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dizer que, como costumo dizer, não sabendo se é ideia repetida, embora a tome para mim como original, nós somos resultado dos poemas que lemos e das músicas que ouvimos. Ora bem, para prevenir a melancolia, o melhor é mesmo não ler poesia (seja ela qual for, vai fazer mal, de certeza!) e, pelo sim pelo não, deixar também o CD dos Ornatos de lado, não vá o diabo tecê-las!

1999

Mas, será que amar só é mesmo bom se houver, no fundo de um de nós, alguma solidão?

Pois bem, o que acabei de parafrasear é, no meu modesto entender, a maior verdade que já ouvi da poesia de Manel Cruz. O que vem a ser o amor? Nada mais que a procura de alguém que possa suprir as nossas necessidades emocionais ou, pelo menos, a procura de alguém que venha a colmatar o desconforto gerado pela inquietação de, simplesmente, não sermos amados (Sim. Porque diz a lei que todos devemos ser amados!). Visto o caso, não será o amor um sentimento mais egoísta que o próprio egoísmo?

Não será apenas uma troca comercial,

um intercâmbio emocional no qual participamos para servir, em primeiro lugar, as nossas carências? Em verdade vos digo que, mesmo supondo que o amor é tão cruel e perverso como o pintei anteriormente, não deixa de ser um elemento de estabilização emocional que, quando correspondido, conforta as duas pessoas que se encontram dentro dessa bolha, imaginária (pois como se quer!) de deslumbre. Verifica-se, no caso, e em relação à pergunta, a situação do não só, mas também (com).

ORNATOS VIOLETA 8

Se for para deixar morrer, que seja devagar Note-se que a frase introdutória não é, de todo, isenta de intenções ocultas. Não há cura para quando não se vê a luz, isso é certo, mas ao menos, quando amar, caro leitor (e digo isto com toda a pompa que me é exigida), ame sempre devagar. Ambos concordaremos que a canção do medo é, inevitavelmente, a música de fundo da existência. O medo de não pensar, o medo de sentir, o medo de mostrar, o medo de perder a noção do tempo, o medo de deixarmos as nossas flores morrerem, o medo

de estarmos sós... Apesar do mais, uma coisa posso aqui garantir: se for devagar, demora certamente mais tempo, mais tempo para o que quisermos, mais tempo para quem quisermos.... Depois, é depois. Depois, quando se ouvir dizer, é porque é verdade. Tudo não vai passar de uma estúpida canção. Um aglomerado de notas infames, sem pai, penduradas na pauta como que condenadas a uma morte por enforcamento. Nessa altura, é preciso não haver dúvida: chegamos ao fim da canção.

O.M.E.M? Da primeira vez que ouvi o célebre ímpeto “dá-me a tua mão, vamos ser alguém”, confesso que, na altura, não percebi todas as potencialidades dos versos. É também irónico estar agora a falar sobre isto, agora que estou amputado. Como assim, estar amputado? Exato, a amputação do “eu fui tão mau para mim, eu fui tão pouco para nós” (é no que dá nascer sem entender a forma certa de viver!).

O que é que acabou de se passar aqui?

Nada mais, nada menos, que dez lamúrias por gole, condição intrínseca à situação de rastejante.

BERNARDINO

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Com o virar da década, apontamos baterias para o início de 2020. Este ano promete, com novos discos anunciados, bandas prontas para “explodir” e festivais a não perder. Para culminar, teremos excelentes nomes que regressam a Portugal através de concertos em nome próprio.

10 10 - Sound, Outubro 2019

ÁLBUNS No ano passado, algumas bandas confirmaram o lançamento de álbuns para 2020. Muitos deles já eram expectáveis, mas nunca deixa de ser uma felicidade saber que nomes como Tame Impala estão prontos para nos brindar com mais música.

Os norte-americanos Weezer também tem a agenda de 2020 preenchida. Depois de alguns lançamentos menos conseguidos, a banda liderada por Rivers Cuomo promete regressar à ribalta com Van Weezer, que tem data marcada para 15 de maio.

Depois de um hiato de quase 5 anos, os Tame Impala vão abrir a nova década com o lançamento de Slow Rush, que tem data de lançamento marcada para 14 de fevereiro. Em 2019, a banda comandada por Kevin Parker deu-nos um “cheirinho” daquilo que podemos esperar no quarto álbum, com o lançamento dos singles Borderline, Posthumous Forgiveness e It Might Be Time.

No hip hop, Kid Cudi regressa a solo com Entergalactic, depois de uma pausa de 4 anos (lançou Kids See Ghosts com Kanye West em 2018). O sétimo álbum do rapper norte-americano ainda não tem data de lançamento marcada.

Neste dia, a banda australiana não será a única a divulgar um novo álbum. Os norte-americanos Tennis regressam com o lançamento de Swimmer. Depois de uma pausa de três anos, o dream pop da dupla composta por Alaina Moore e Patrick Riley está presente em Runner, primeiro single deste novo LP.

King Krule é um nome que aguardamos ouvir falar para 2020. O londrino já não aparece na lista de lançamentos desde 2017, ano em que lançou The Ooz. A namorada de Archy, a fotógrafa Charlotte Patmore, colocou, em outubro do ano passado, uma foto do artista onde podemos ler a descrição “Archy recording his new album”.

11 11 - Sound, Outubro 2019

Mas de quem mais podemos esperar um disco?

King Gizzard and the Lizzard Wizard A banda rock (difícil de os estereotipar) King Gizzard and the Lizzard Wizard tem o hábito de divulgar vários LP’s durante o mesmo ano. Desde de 2012, que a banda oriunda de Melbourne aumenta a extensa discografia (exceção feita em 2018). Se não fugir à regra, o ano de 2020 será, com certeza, atarefado para os australianos.

Kendrick Lamar O mundo da música também já anseia um novo trabalho de Kendrick Lamar. O rapper norte-americano já não lança um disco desde DAMN. (2017). A única ocasião em que Kendrick fez uma pausa tão longa foi entre Good Kid, M.A.A.D City e To Pimp A Butterfly (três anos de intervalo entre os dois).

Iceage O grupo dinamarquês Iceage também está de regresso aos álbuns. Os mestres do post punk gravaram em Portugal (como anunciaram na entrevista que deram à Sound) o disco que servirá de sucessor a Beyondless.

Frank Ocean Alguém de quem podemos esperar um novo disco é Frank Ocean. A estrela do R&B não divulga nenhum trabalho a solo desde Blonde, em 2016. Muitas foram as fake news relativas ao regresso iminente, sendo que a maior novidade prende-se com a presença do cantor como headliner no Coachella. Para complementar o rumor de um novo disco, Ocean fez questão de divulgar dois singles: DHL e In My Room.

BadBadNotGood Esperamos, também, o regresso dos canadianos BadBadNotGood aos discos. Confirmados para a edição de 2020 do Paredes de Coura, o último lançamento da banda foi IV, em 2016. Está na altura do regresso!

Potenciais novos lançamentos: Parquet Courts Sports Team Squid Alt-J Bombay Bicycle Club (vão lançar em janeiro) Arcade Fire 12 - Sound, Outubro 2019

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Concertos No que toca a concertos já nos podemos considerar bem servidos com as confirmações que tivemos até agora.

Seja para festivais ou espetáculos em nome próprio, os nomes anunciados já deixam água na boca.

Paredes de Coura Nos festivais, o Paredes de Coura não costuma desiludir naquilo que consegue trazer a Portugal. A 28ª edição do evento no alto Minho irá contar com uma mescla de grandes referências da música alternativa com nomes de enorme potencial.

Desde o indie rock de Mac Demarco até ao rock alternativo dos lendários Pixies, a qualidade transcende-se aos novos heróis do punk IDLES e ao jazz alternativo dos BadBadNotGood. Como sempre, a edição deste ano promete.

MAC DEMARCO

PIXIES

IDLES

BADBADNOTGOOD

13 13 - Sound, Outubro 2019

Viajamos para Oeiras, onde acontece o Nos Alive. O festival lisboeta tem surpreendido pelas escolhas pop que tem vindo a confirmar para este ano. Nomes como Taylor Swift e Billie Eillish foram altamente contestados pelos fãs do festival, que referem ser contra a “emancipação pop” do festival.

A certeza é que o festival contará com estes nomes e, ao que parece, a bipolaridade de géneros volta a estar presente. Se por um lado os nomes pop não foram os esperados, podemos encontrar grandes escolhas nos “estilos que nos interessa”. A presença de Kendrick Lamar é um desses exemplos. O rapper norte-americano irá passar por território nacional pela terceira vez, com a particularidade de ser a estreia após o lançamento do seu disco mais mainstream DAMN. Outro dos nomes mais falados foi o dos Cage The Elephant, uma das bandas rock do panorama mais acarinhada pelo público português. Não esquecer ainda

o regresso de grupos como Parcels (um dos melhores concertos do verão passado), alt-J, Two Door Cinema Club e de artistas como Anderson Paak e Angel Olsen (sendo que a última visitará o nosso país já este mês, em nome próprio, para apresentar o seu mais recente disco All Mirrors). Destacar ainda o regresso aos palcos da icónica banda portuguesa de hip hop Da Weasel.

O festival Super Bock Super Rock também já conta com alguns nomes interessantes. O rapper A$AP Rocky volta a Portugal depois de nos ter apresentado o seu mais recente disco Testing no Nos Primavera Sound 2019.

Ainda no SBSR, a banda indie Foals regressa ao Meco depois de ter pisado o mesmo palco em 2014 e a artista R&B Kali Uchis tem marcada a estreia no nosso país, depois do cancelamento do seu concerto no ano passado.

14 14 - Sound, Outubro 2019

No que diz respeito a concertos em nome próprio também não ficamos a perder, visto que já muito foi anunciado.

Os portugueses Capitão Fausto continuam a sua enorme tour e anunciaram novas datas (Guimarães, Campo Pequeno, entre outras). A banda psicadélica Temples voltará a Portugal para atuar em Lisboa, em Março, tal como os Metronomy e os DIIV.

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O punk está vivo Em 2015, surgiram os Viagra Boys, uma das bandas que mais tem impulsionado o reaparecimento do post punk no panorama musical. Nestes últimos quatro anos, o grupo revela-se como uma das principais referências da música escandinava.

uma crítica à masculinidade tóxica que existe nos dias de hoje. A banda, assumidamente feminista, tem isso bem patente em alguma das canções. Basta ouvir Sports, onde a letra sarcástica de Sebastian evoca o desagrado pelos “homens” que se “mostram” em eventos desportivos.

É a partir de atitudes do irreverente vocalista Sebastian Murphy que conseguimos perceber a essência da banda sueca. A faceta “who cares?” do cantor é do conhecimento público e um exemplo disso mesmo foi o “Boa tarde, Barcelona!” que proferiu na saudação ao público portuense, na passagem da banda pelo Nos Primavera Sound.

Consistency of Energy

É com o selo da editora independente YEAR0001 que, em 2016, o primeiro EP da banda sueca é lançado.

Consistency of Energy é o nome dado ao trabalho de estreia dos nórdicos. O título faz jus aquilo que encontrámos nestas quatro faixas, onde a energia é a palavra de ordem, desde a primeira linha de baixo, que se faz ouvir em “Research Chemicals” até ao último pedido Porquê Viagra Boys? de líquidos por parte de Sebastian em “Liquids”. O punk Se por um lado o nome pode ser considerado apenas e post punk do Reino Unido dos anos 80 está marcado (e bem!) neste início de carreira musical dos Viagra Boys. como divertido, por outro podemos concebê-lo como

CIDADE DA LUPA

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Call Of The Wind Em 2017, a YEAR0001 continuou a “patrocinar” a banda nórdica no segundo lançamento, intitulado Call Of The Wind. Neste EP, que teve a colaboração de Gud - produtor do rapper melancólico Yung Lean - os suecos continuaram a mostrar a linha de pensamento explanada em Consistency of Energy.

O álbum de estreia No ano seguinte, os Viagra Boys apresentaram o primeiro LP ao público.

Street Worms chegou às tabelas no final de setembro e toda a gente ficou colada ao post punk (e não só) da banda. Na verdade, foi uma lufada de ar fresco. Se a hipermasculinidade e o populismo de direita são fortemente criticados (sempre com uma pitada de humor à mistura), o lado feminista é sempre protegido pelo vocalista. Os berros de Murphy foram atirados sob uma “cama” de instrumentais post punk e punk blues, conjugados com grandes basslines e instrumentos como o saxofone e o sintetizador.

Com apenas quatro anos de existência, podemos considerar os Viagra Boys como a nova face do post punk.

17 17 - Sound, Outubro 2019

AZEMÉIS SEASONS SOUNDS No passado dia 28 de dezembro aconteceu a quarta edição do Azeméis Seasons Sounds. Em mais uma edição do “minifestival”, a música e arte foram celebradas numa noite inesquecível.

Pela segunda vez, o evento passou pelo antigo cinema Gemini, onde a música de Metamito, janeiro e You Can’t Win Charlie Brown uniu-se com a arte da performance SIMULACRO. A premissa era simples: chegar, sentar e apreciar.

Para começar o espetáculo, Luna Gil e João Xará apresentaram a obra SIMULACRO. Um espetáculo performativo que evidenciou várias perspetivas sobre as relações entre o corpo, objeto e espaço.

De seguida, o festival seguiu para o auditório principal, onde os três concertos aconteceram. Com a sala praticamente cheia, Metamito foi quem abriu as hostes. O músico, natural de Lisboa, esteve acompanhado pela sua guitarra e sintetizador (serviu de drum set para os beats) e brindou-nos com um concerto minimalista, composto por um alinhamento onde o bedroom indie “deu as mãos” ao psicadélico.

A performance de Metamito foi o aquecimento perfeito para o que viria a seguir. Com a tela do cinema iluminada com o nome “janeiro”, como se de um filme se tratasse, o artista entrou em palco com a habitual fita no cabelo e os headphones pendurados no pescoço, pronto para animar a sala do Seasons Sounds. Se dúvidas existissem, janeiro transbordou energia durante o concerto - apesar do cansaço revelado pelo próprio devido a uma avaria no carro enquanto se dirigia para o festival – que teve como ponto 18 18 - Sound, Outubro 2019

alto Solidão, single que levantou a plateia.

Desde o autointitulado EP de estreia até ao álbum Fragmentos, o artista acrescentou à setlist novas canções que estão presentes em Proto-colar, novo EP que contou com a colaboração do brasileiro Paulo Novaes e que tem data de lançamento marcada para 2 de janeiro. Para tornar este concerto ainda mais especial, o artista convidou a amiga Raquel para subir ao palco e acompanhá-lo numa música escrita pela mesma.

Mas a noite ainda não tinha acabado.

Os You Can’t Win, Charlie Brown tiveram a “responsabilidade” de encerrar mais uma edição do festival de Oliveira de Azeméis. A banda, que celebrou uma década de existência em 2019, apresentou um reportório onde não faltou Pro Procrastinator, Be My World e Above the Wall. Num concerto bastante sólido, a boa disposição do sexteto foi patente e as influências folk rock com nuances eletrónicas não deixou ninguém indiferente.

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