Scout #6

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Editorial

MARÇO 2020 SCOUT Ficha técnica:

Diretores: Filipe Carvalho, João Lemos e Pedro Carvalho Chefes de redação: Pedro Carvalho Redação: Pedro Carvalho e André Zeferino Marketing: João Lemos Web development: João Lemos Designer gráfico: João Lemos Revisor: Guilherme Kunsler e Matilde Camacho Agradecimento: Fábio Simões Créditos: Global Imagens; GettyImages; Lusa; UEFA; Zerozero; Maisfutebol; Borussia Dortmund; Bayer Leverkusen; Barcelona; Manchester United; Atalanta; Arsenal; Red Bull; Fábio Simões Em todas as imagens reproduzidas pela revista e/ou respectivo site, foram respeitados os seus devidos diretos de autor e devidamente referenciados na ficha técnica. Desta forma, não pretendemos infligir quaisquer danos aos seus respectivos autores, colocando sempre em evidência a sua justa e respeitada utilização. A SOUNDSCOUT apenas as utiliza de forma livre e referenciada não obtendo quaisquer lucros pela sua utilização.

C

om o início do mês de março, a revista regressa com a sexta edição, repleta de análises e rubricas referentes ao mundo do futebol.

Depois da derrota do Liverpool perante o Watford, o Arsenal continua a ser a única equipa que não perdeu um único jogo numa edição da Premier League. A edição de março da SCOUT recorda a história dos “Invencíveis”, equipa comandada pelo técnico francês Arsène Wenger que, em 03-04, terminou invicta na Premier League.

Atualmente, a Atalanta é uma das equipas mais entusiasmantes do futebol mundial. Posto isto, fizemos uma análise técnico-tática da equipa comandada por Gian Piero Gasperini.

Destaque ainda para uma artigo referente à carreira de Iker Casillas, guarda-redes que anunciou a candidatura à presidência da federação espanhola.

Para terminar a edição de março, contamos com o onze da vida de Fábio Simões (campeão nacional de Freestyle) e a habitual agenda, onde esmiuçamos os principais jogos do mês de março.

Boa leitura!

Pedro Carvalho

Mail: soundscoutoficial@gmail.com Telemóvel: 935946600 Instagram: soundscout_pt Facebook: Sound Scout Twitter: scoundscout_pt Website: soundscoutoficial.wixsite.com/online 3

Índice MARÇO2020

SCOUT

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EDITORIAL

REWIND

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IKER CASILLAS

ATALANTA

6 REGRESSO AO FUTURO

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OS INVENCÍVEIS

ONZE DA MINHA VIDA

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REWIND

A Bundesliga sempre foi sinónimo de golos e emoção. Na 21ª jornada, o duelo entre Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund protagonizou mais um espetáculo para os amantes da modalidade, naquele que foi um dos melhores jogos do mês de fevereiro.

Numa partida alucinante, a equipa de Tapsoba (ex-Vitória SC) adiantouse no marcador por intermédio de Kevin Volland. A reação dos comandados por Lucien Favre não se fez tardar e, dois minutos depois, o capitão Mats Hummels desferiu um cabeceamento indefensável, após canto cobrado por Jadon Sancho. À passagem do minuto 33’, os visitantes

RUBRICA

viraram o resultado, naquele que foi o melhor golo da partida. No segundo jogo de Emre Can ao serviço do Dortmund, o internacional alemão desferiu um remate em arco que só parou no fundo das redes de Hrádecký. Para terminar a primeira parte em “beleza”, Kevin Volland aproveitou uma bola dentro da grande área e bisou na partida, para delírio dos adeptos do Leverkusen presentes na BayArena.

No segundo tempo, a “roleta” da incerteza no resultado voltou a rodar quando os visitantes voltaram para a frente do marcador. Numa excelente jogada de envolvimento coletivo,

o português Raphael Guerreiro rematou cruzado para o fundo da baliza. Numa partida imprópria para cardíacos, o Bayer Leverkusen voltou a virar o resultado no espaço de dois minutos. Aos 81’, o recém-entrado Leon Bailey aproveitou um corte defeituoso de Hummels e empatou a partida e, aos 83’, Lars Bender, assistido por Sinkgraven, saltou mais alto e cabeceou para o fundo das redes perante um Roman Burki pregado ao chão.

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REGRESSO AO FUTURO

20M €

Mason Greenwood Mason Greenwood é considerado um dos principais talentos do futebol mundial. Atualmente, o jogador, de apenas 18 anos, é uma das principais promessas dos red devils e do futebol inglês.

Formado na academia do Manchester United - segundo atleta mais jovem a atuar na equipa principal - o jogador tem conquistado o seu espaço na equipa comandada por Ole Gunnar Solskjaer (não obstante o seu talento, as lesões dos principais atacantes também ajudaram) e já há quem o compare a Robie Van Persie, uma das principais figuras do passado recente do clube inglês.

O avançado centro – também pode atuar a partir do lado direito – tem uma enorme capacidade de explosão (forte na aceleração e velocidade de execução) e é bastante eficaz na finalização. Para além destas características, Mason Greenwood remata bem com ambos os pés, fator de desequilíbrio na abordagem à defesa adversária.

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Nesta temporada, os números do internacional inglês (sub-21) ao serviço dos red devils são bastante promissores. Em todas as competições oficiais, Greenwood conta com 35 jogos disputados e um registo de onze golos e quatro assistências. Nessa estatística, realce para as 22 partidas efetuadas pelo jovem inglês na Premier League, embora a maioria (18) tenha sido como suplente utilizado.

Valores Transfermarkt

REGRESSO AO FUTURO

RUBRICA

10M €

Riqui Puig Apelidado como o “novo” Andrés Iniesta, Riqui Puig é uma das principais pérolas da cantera do Barcelona. Devido à elevada concorrência na equipa blaugrana, o espanhol ainda não é escolha assídua do técnico Quique Setién, mas o seu talento é inegável e será apenas uma questão de tempo até se afirmar nos culés.

Com apenas 20 anos, o médio centro é um “criativo”, com destaque para a sua capacidade técnica e a inteligência de jogo acima da média. Aliado a essas características, Puig tem um excelente critério de decisão e qualidade no passe.

Em dezembro de 2018, o jogador espanhol estreou-se na equipa principal (e não poderia pedir uma estreia melhor).

O jovem fez uma assistência na vitória do Barcelona frente ao Cultural Leonesa, em jogo a contar para a Taça do Rei. Esta temporada, Riqui Puig cumpriu 93 minutos (participação em três partidas) ao serviço da equipa de Messi e companhia.

Não obstante a pouca utilização na equipa principal, o craque espanhol tem bastante preponderância na equipa B dos blaugrana, onde soma 20 jogos (dois golos e três assistências).

Valores Transfermarkt

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IKER CASILLAS

Iker Casillas ficará para sempre na história do futebol mundial como um dos melhores guarda-redes de sempre. Para além da qualidade indiscutível como futebolista, o espanhol marcou os amantes do desporto através do seu profissionalismo e ética. Um líder dentro e fora do campo, Casillas construiu um palmarés invejável, repleto de títulos e defesas quase impossíveis. O coração pregou-lhe uma partida, mas a carreira de San Iker ficará para sempre eternizada na memória dos amantes do futebol.

8 8 - Scout, Outubro 2019

Uma lenda do Real Madrid Nascido em Móstoles, Iker Casillas começou a defender as redes madrilenas com apenas 9 anos, após ter sido recrutado num torneio organizado pelo colosso espanhol. A partir daí, o guardião espanhol trilhou um caminho de glória ao serviço do Real Madrid. Depois de se sagrar campeão da europa de sub-16 pela seleção espanhola, a qualidade do guarda-redes era evidente e a oportunidade na equipa principal não tardou.

Depois da temporada de estreia, seguiram-se anos recheados de êxitos para o internacional espanhol, elemento fulcral no período áureo dos galácticos.

Idolatrado pelos adeptos merengues, muitos não estariam à espera do desfecho final. Em 2012/2013, com a presença de José Mourinho no banco merengue, Iker Casillas perdeu a titularidade para Diego López. No ano seguinte, já com Carlo Ancelotti ao comando dos madrilenos, o guardião voltou a ser pouco utilizado e o inevitável acabou por acontecer. Com 34 anos, Casillas não se sentia feliz e abandonou o Real Madrid. A 12 de julho de 2015, o guarda-redes, sozinho na sala de conferência de imprensa, despediu-se em lágrimas do clube onde esteve 25 anos.

A 12 de setembro de 1999, Casillas aproveitou a lesão contraída por Bodo Illgner e a irregularidade de Albano Bizarri para agarrar a titularidade numa partida frente ao Athletic Bilbao, a contar para a terceira jornada da La Liga. Nessa mesma época e com apenas 18 anos, “San Iker” sagrou-se campeão espanhol, arrecadou a Liga dos Campeões (guarda-redes titular mais jovem de sempre Não é novidade para ninguém quando afirmamos numa final da Champions) e conquistou o Troféu Bravo, que Iker Casillas ficará para sempre na história do que premeia a melhor promessa do futebol europeu. Real Madrid. Ao longo de 16 temporadas ao serviço da equipa principal madrilena, o guardião espanhol conquistou um total de 18 títulos, entre os quais três Ligas dos Campeões e cinco campeonatos espanhóis.

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9 9 - Scout, Outubro 2019

O líder da melhor “La Roja” de sempre Para além de uma carreira excecional nos dois clubes que representou, Casillas foi um dos principais líderes da melhor geração do futebol espanhol. Dono e senhor da baliza da “La Roja”, Iker estreou-se com apenas 19 anos num encontro particular frente à Suécia e nunca mais largou o lugar.

Seguiram-se anos de glória na seleção espanhola, que culminou com a conquista de dois Campeonatos da Europa (2008 e 2012) e um Campeonato do Mundo (2010), numa geração conhecida pelo deslumbrante “tiki taka”, interpretado por craques como Puyol, Xavi, Iniesta, Villa ou Fernando Torres.

Com um total de 167 internacionalizações ao serviço de nuestros hermanos (apenas superado por Sérgio Ramos), Casillas cumpriu a sua última partida, em junho de 2016, frente à Coreia do Sul.

2008

2010

2010

10 10 - Scout, Outubro 2019

Melhor que o vinho do Porto Depois da saída do Real Madrid, muito se especulou sobre o novo clube na carreira do internacional espanhol.

Numa transferência, por muitos inesperada, Casillas rumou à cidade invicta para representar o FC Porto.

2017/18

2018

Em Portugal, a expectativa era muita para ver um dos melhores guarda-redes de sempre e Iker não desiludiu, tornando-se uma das principais figuras dos portistas, onde venceu um campeonato nacional (17/18) e uma supertaça (2018). Foram quatro temporadas de dragão ao peito, com um total de 156 jogos disputados.

Quando poucos esperavam, Iker Casillas cumpriu o último jogo da carreira a 26 de abril de 2019, frente ao Rio Ave. Isto porque, a 1 de maio de 2019, o guardião sofreu um enfarte agudo do miocárdio em pleno treino, acontecimento que gerou uma onda de preocupação no panorama do futebol mundial. Após este problema de saúde, Casillas “suspendeu” a carreira como futebolista e integrou a estrutura de futebol do FC Porto.

Não obstante o facto de Iker manifestar vontade em regressar aos relvados, o guarda-redes anunciou, em fevereiro deste ano, o fim da carreira para se candidatar à presidência da Federação Espanhola.

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11 11 - Scout, Outubro 2019

Di Bérgamo al mondo A Atalanta de Gian Piero Gasperini tem sido uma das equipas mais surpreendentes esta temporada, mas vamos recuar um pouco no tempo para se perceber realmente o projeto Nerazzurri. Na temporada 2018/2019, a Atalanta terminou o campeonato na 3ª posição, com o melhor ataque do mesmo (77 golos marcados), conseguiu um lugar na Liga dos Campeões, pela primeira vez na sua história, e tudo isto foi alcançado com o 14º orçamento da Serie A. Os pupilos de Gasperini não se ficaram por aqui e, não lhes bastou conseguir marcar presença pela primeira vez na Liga dos Campeões, como também conseguiram o apuramento para os oitavos de final da competição, onde a cidade e a equipa de Bérgamo deram um show de futebol.

Contratar bom e barato e vender caro é o segredo da Atalanta.

Gian Piero Gasperini 12 12 - Scout, Outubro 2019

Gasperini estrutura a sua equipa num 3x4x1x2, com variâncias. Dentro do mesmo jogo, o técnico italiano altera a sua equipa, baixando um dos avançados para junto do médio mais ofensivo, formando um 3x4x2x1.

Organização Ofensiva O futebol italiano é conhecido por ser muito tático, em que as equipas defendem, na sua maioria, com 8 jogadores (duas linhas de quatro), sendo que a Atalanta ataca, por norma, com 6. É aqui que esta equipa se diferencia das demais. É uma equipa que arrisca, que procura muito os passes entre linhas e os duelos individuais. Com base nesta forma de atacar, conseguem ter sempre superioridade em relação ao adversário.

A La Dea tem uma forma de jogar rápida, não esperando atrás pelo adversário, e muito vertical. Procuram chegar o mais rápido possível perto da baliza rival. Muito forte nas transições ofensivas, apanhando os oponentes, muitas vezes, em situações de desorganização defensiva.

Ofensivamente, Papu Gómez é a referência. Um jogador rápido, bom tecnicamente, muito criativo, forte no 1vs1 e com golo. O camisola 10 recebe muitas vezes a bola entre linhas, quebrando a primeira linha

defensiva adversária. Sendo Papu Gómez, mas também Josip Iličić, um avançado bastante móvel, as suas movimentações e saída da sua posição base fazem com que a defesa rival se desorganize. Um dos seus movimentos característicos é baixar no terreno para vir buscar jogo, atrair a marcação e abrir espaços na linha defensiva adversária.

Como já referi, a equipa ataca com muitas unidades (por norma 5/6).

Encontrando a defesa adversária a jogar num bloco baixo, os jogadores da Atalanta conseguem virar-se de frente para os oponentes e explorar as opções dadas pelas movimentações ofensivas da equipa. Mesmo que pressionados, a La Dea tem facilidades em sair a jogar a partir de trás. Jogam bastante abertos, ocupando todo o terreno de jogo, o que dificulta a pressão do adversário e aumenta ou a distância ao ou entre o mesmo. Assim, a equipa tem sucesso na 1ª fase de construção, saindo a jogar por um dos centrais e ultrapassando a 1ª fase de pressão do adversário.

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Os laterais são muito ofensivos, criando desequilíbrios constantes nas defesas rivais. Devido à grande largura dada pela equipa e a superioridade numérica na 1ª fase de construção, a equipa da Atalanta, quando chega à 2ª fase de construção, (predominantemente pelos laterais) tem duas opções: jogar num dos avançados ou explorar a profundidade. A equipa tem sempre um homem livre ou uma zona de passe vazia. Os laterais (e por vezes um dos centrais) aparecem com muita frequência na 3ª fase de construção e na fase de finalização, colocando assim muitas unidades nesta última. São uma peça chave na engrenagem de La Dea pela sua capacidade física e pela facilidade com que fazem os corredores inteiros.

Remo Freuler e Marten de Roon são os dois médios centro da Atalanta. Estes dois jogadores funcionam como uma espécie de pêndulo nesta equipa. São o equilíbrio tanto no momento ofensivo como no momento defensivo. Capacidade de passe, visão de jogo, poder físico, intensidade de jogo e poder de aceleração são as características destes dois médios.

Têm capacidade para pautar o jogo da equipa, intrometendo-se no ataque através de progressão com bola ou com passes entre linhas, explorando a profundidade. Ambos os jogadores aparecem muitas vezes à entrada da área que é quase sempre uma zona livre de marcação.

14 14 - Scout, Outubro 2019

Organização Defensiva A formação Nerazzurri opta por uma marcação homem a homem e por jogar em bloco médio-alto.

Exercem uma pressão forte e constante sobre o portador da bola, criando dificuldades ao adversário desde a 1ª fase de construção. Para responder a esta forte pressão, os adversários são obrigados a jogar um futebol direto, procurando a referência ofensiva da equipa ou explorando a profundidade. Os defesas centrais estão muito próximos da/s referência ofensiva da equipa adversária, impedindo que consiga ter um bom controlo de bola ou que tenha oportunidade de explorar o espaço nas costas da defesa.

A reação à perda é um fator importante na organização defensiva da Atalanta. Em diversas situações de jogo, os jogadores da Atalanta perdem a posse de bola, mas, através da forte pressão exercida sobre o adversário, conseguem recuperar rapidamente a mesma. Esta pressão alta e forte, por parte da Atalanta, aliada à capacidade para sair em transição ofensiva é uma arma importante da equipa de Gasperini.

A equipa mantém sempre um equilíbrio impressionante, movendo-se como um todo, saindo todos em pressão, baixando todos. Funcionam como um só e estão sempre todos ligados às dinâmicas da equipa, quer ofensivas, quer defensivas.

15 15 - Scout, Outubro 2019

Os Invencíveis Com a derrota do Liverpool perante o Watford, o Arsenal continua a ser a única equipa que não perdeu um único jogo numa edição da Premier League. Os “Invencíveis”, comandados pelo técnico francês Arsène Wenger, somaram noventa pontos em 38 jogos, fruto das 26 vitórias e 12 empates. Num plantel repleto de estrelas, a SCOUT recorda a temporada de uma das melhores equipas da história do futebol mundial.

Início sem reforços de peso

A “Batalha de Old Trafford”

Naquela época, o Arsenal era um dos principais candidatos à Premier League. Mas, o mercado de transferências foi relativamente calmo para os gunners. Devido ao elevado custo do novo estádio (Emirates Stadium), o clube decidiu não investir em jogadores. Para o onze inicial, apenas o guarda-redes Jens Lehmann foi contratado ao Borussia Dortmund pela quantia de 3,5 milhões de euros.

Depois da derrota na Community Shield perante o rival Manchester United (nos penáltis), a equipa comandada por Wenger começou a Premier League com uma série de quatro vitórias consecutivas. Porém, na sexta jornada, existiu um dos confrontos mais marcantes da temporada, perante o Man. United. Na “Batalha de Old Trafford”, os golos não apareceram, mas emoção foi aquilo que não faltou na partida entre os dois principais candidatos ao título. Na segunda parte, os ânimos exaltaram-se quando Patrick Vieira levou o segundo amarelo após uma suposta falta cometida sobre Van Nistelrooy.

Ironia do destino quando, minutos mais tarde, o avançado holandês enviou a bola à barra na marcação de uma grande penalidade (decisão polémica). No seguimento desse lance, vários jogadores do Arsenal provocaram o ponta de lança dos red devils, com empurrões à mistura.

Mais importante que as novas contratações, o Arsenal fechou duas renovações que viriam a ser cruciais no seguimento da época. Os franceses Patrick Vieira e Robert Pirès prolongaram o vínculo contratual com os gunners e foram duas peças fundamentais na caminhada vitoriosa.

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A conquista histórica Depois dessa partida, os gunners tiveram um período exemplar (entre janeiro e março de 2004), com um registo de nove vitórias consecutivas.

Este acontecimento permitiu aos londrinos cavar um fosso perante os principais oponentes e, a partir daí, controlar o campeonato a seu belprazer.

Restantes competições ficaram “à porta”

Para além da conquista na Premier League, o clube inglês teve um bom desempenho nas restantes competições, mas não conseguiu erguer mais nenhum troféu. Nas competições internas, os gunners perderam duas meias-finais.

Na Taça de Inglaterra, os londrinos perderam por 1-0 frente ao Manchester United e foram eliminados perante o O ambicionado título chegou à Middlesbrough na Taça da Liga inglesa.

34ª jornada. No dia 25 de abril de 2004, o empate a duas bolas frente Na Liga dos Campeões, os comandados ao Tottenham bastou para selar o de Wenger fizeram uma fase de grupos campeonato em pleno White Hart exemplar (venceram o Inter de Milão Lane, casa do maior rival. No total da por 5-1 em pleno Giuseppe Meazza), Premier League, foram 26 triunfos mas acabaram por ser eliminados pelo e 12 empates, com uma vantagem Chelsea nos quartos de final da prova de onze pontos perante o segundo milionária. classificado, Chelsea.

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O onze dos Invencíveis Com um sistema 4x4x2 clássico – poderia desmembrar-se num 4x2x3x1, com Bergkamp a funcionar como ‘10’ – o Arsenal praticava um estilo de jogo bastante ofensivo, baseado num futebol muito rápido e vertical, privilegiando as principais características dos jogadores. Destaque ainda para as soluções de luxo que Wenger tinha no banco de suplentes como Reyes, Wiltord ou Edu.

Jens Lehmann Depois da saída do lendário David Seaman (terminou a carreira), o Arsenal precisou de ir ao mercado para suprir a falta do internacional inglês. Lehmann foi o escolhido e não desapontou.

Titular absoluto nos gunners, o guarda-redes alemão ajudou o Arsenal no desígnio de defesa menos batida da Premier League.

Lauren Talvez o jogador menos exuberante no onze dos “invencíveis”.

O lateral direito, que se destacou no Maiorca, oferecia bastante apoio no momento ofensivo dos gunners. Com 32 jogos disputados na Premier League, o camaronês foi uma aposta segura de Arsène Wenger.

Sol Campbell Um autêntico “poço” de força. O defesa central inglês, formado no rival Spurs, foi um dos principais esteios da defesa londrina.

Exímio no jogo aéreo e muito forte no posicionamento defensivo, Campbell só falhou três partidas na campanha vitoriosa dos gunners.

Kolo Touré Em 03/04, Kolo Touré era visto como um dos centrais mais promissores da atualidade. Com apenas 23 anos, o costamarfinense foi uma aposta do Arsenal (contratado ao ASEC Mimosas) e destacou-se por ser um central bastante ágil e explosivo.

Ashley Cole Formado no Arsenal, o internacional inglês era um lateral extremamente ofensivo, com bastante participação na organização ofensiva da equipa londrina. Excecionalmente rápido, Ashley Cole fazia o “corredor” todo com clara facilidade e contribuiu com quatro assistências para golo.

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Patrick Vieira O jogador francês foi considerado uma das principais figuras deste “conto de fadas”. Fundamental no centro do meio-campo, Vieira era bastante forte fisicamente e tinha uma boa chegada à área.

Gilberto Silva O médio, campeão do mundo pelo Brasil em 2002, foi o principal ajudante de Vieira no meio-campo londrino. Com especial foco nas tarefas defensivas, o internacional brasileiro foi fundamental nos equilíbrios da equipa e permitiu uma maior liberdade a Patrick Vieira.

Robert Pirès Após ser contratado ao Marselha em 2000, o extremo francês foi uma das principais figuras no ataque do Arsenal.

Pirès teve influência direta em 25 tentos dos gunners, com 14 golos apontados (segundo melhor marcador da equipa) e 11 assistências.

Ljungberg O extremo sueco, formado no Halmstad, usava a sua velocidade para desequilibrar a defesa adversária. Com 30 jogos realizados na Premier League, o camisola 8 contribuiu com quatro golos e seis assistências. Atualmente, Ljunberg faz parte da equipa técnica de Mikel Arteta, atual treinador do Arsenal.

Bergkamp O principal playmaker dos “invencíveis”. Considerado um dos melhores jogadores de sempre da Premier League, o holandês possuía uma qualidade técnica invejável e teve um papel determinante no sucesso dos gunners. Em 03-04, Bergkamp foi o líder das assistências na equipa de londres (oito), naquela que foi uma das últimas temporadas na carreira do craque holandês.

Henry Em 03-04, Thierry Henry fez uma Premier League como poucos jogadores na história conseguiram. Decisivo em vários jogos, o internacional francês foi o melhor marcador da Premier League (30 golos) com finalizações para todos os gostos. Letal frente à baliza adversária, Henry não se ficou apenas pelos golos: as arrancadas e os dribles desconcertantes também fizeram parte do leque de ações do francês.

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20 20 - Scout, Outubro 2019

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