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global art insurance partnership
hotel oficial
SP-Arte, Vivo, JK Iguatemi e Credit Suisse Hedging-Griffo apresentam
feira de fotografia de s ĂŁo pa u lo
sp-arte/foto/2017
24 a 27 de agosto entrada gratuita horários quarta, 23 de agosto (preview para convidados) quinta a sábado, 24 a 26 de agosto / 14h–21h domingo, 27 de agosto / 14h–20h localização Shopping JK Iguatemi / 3º piso Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 catálogo r$40
www.sp-arte.com/foto #spartefoto2017 #respirearte
XI ap r esen tação f er n an da f ei to sa
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v iage n s foto gr á f i ca s v e r a ch av e s b a r ce l lo s ayr s o n h e r ácl i to cin t h ia ma r ce l l e j oão fa r k a s cr is t in a d e mi d d e l
cida d e s i n t e r min áv e is : foto gr a f ia pa r a e co n t r a o cot i d i a n o s imo n b a k e r
exp o si to r es
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vo n ta d e d e image n s
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a rua 159 j oão d o r io
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a p r e s e n ta ç ã o fernanda feitosa
Manter vivas as histórias que nascem das lentes de múltiplos artistas nos leva ano a ano à realização da Feira de Fotografia de São Paulo, que chega à sua 11ª edição. Investigar novas plataformas e jeitos de pensar o ato fotográfico nos move a criar diálogos e espaços para que eles aconteçam. Mais uma vez acolhidos no Shopping JK Iguatemi, nossos 32 expositores trazem o que há de fundamental no cenário moderno e contemporâneo – revelam novos artistas e sedimentam os cânones do Brasil e do mundo. É a festa da fotografia! No Talks da SP-Arte/Foto/2017, temos importantes especialistas vindos do exterior. Alona Pardo, curadora da Barbican Art Gallery, de Londres; Artur Walther, colecionador e fundador da The Walther Collection, em Neu-Ulm, Alemanha; Gabriel Chaim, fotógrafo; Michael Famighetti, editor da revista de foto Aperture, de Nova York, e Simon Baker, curador-chefe do departamento de fotografia da Tate, de Londres. Gratuitas, as conversas acontecem no Lounge One e são patrocinadas pela Fundação Marcos Amaro. Relevante plataforma de disseminação da fotografia, fotolivros têm espaço próprio para lançamento, com a presença dos artistas. Mais de vinte obras estão na Feira, de nomes como Claudia Jaguaribe, Christian Cravo e Jorge Bodanzky. Escambo de livros de artista, acompanhado de livrotecagem, organizado por Denise Gadelha, ganha lugar na galeria Vermelho, abrindo a semana que celebra a fotografia na capital paulistana. Pela primeira vez, surgem eventos pela cidade – exposições, aberturas e debates, além de ateliês disponíveis na Vila Madalena para receber o público da SP-Arte/Foto. No catálogo, o ensaio em fotos de Ênio Cesar divide trechos pouco conhecidos da vida urbana e seus personagens; o curador Simon Baker revela a psicogeografia no trabalho de artistas que criaram cidades particulares; Wladimir Fontes enxerga o colecionador como um autor; e, para encerrar, o grande cronista carioca João do Rio, um dos primeiros repórteres brasileiros, que via no pulsar das ruas substância para a vida. Por fim, agradecemos profundamente a quem nos acompanha nesta edição: os patrocinadores master Vivo, JK Iguatemi e Credit Suisse Hedging-Griffo; os patrocinadores Amsterdam Sauer, Minalba Premium, Perrier-Jouët e Stella Artois. Agradecemos ainda aos expositores, que dão sentido ao que fazemos e que nos agraciam com extrema confiança e troca.
fernanda feitosa é fundadora e diretora da SP-Arte.
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ruologias Andar pelas ruas da cidade, compartilhar vivências humanas e visuais, é parte da pulsão que alimenta fotógrafos mundo afora e, por extensão, a fotografia em si. Graças ao ato de fotografar conseguimos dar a momentos, pessoas e narrativas a capacidade de existir no tempo. De permanecer. Um grito a favor de cada subjetividade: do artista e daquilo que está no quadro. Fotógrafo das ruas, Ênio Cesar enfrentou os dias a se dedicar ao poético que percorre o vaivém da existência. Lugares, pessoas, o ritmo da vida – capturados no ensaio visual assinado por ele que compõe este catálogo. Em variados formatos e texturas, um convite à experiência de viver, que nos espera, ávida, na esquina.
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viagens fotográficas
Algo em nós se mescla a um bocado do artista quando encaramos uma imagem: às vezes um arrebatamento acontece. Por trás de toda fotografia existe um universo de ações, enlaces e desdobramentos que desconhecemos. Para trazer à tona o tecido capaz de dar vida à foto, em sua rotina ou fora dela, convidamos cinco grandes artistas para escolherem imagens sobre as quais partilham detalhes – mapas afetivos, técnicos e corriqueiros que cercaram seu clique.
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vera chaves barcellos On Ice [No gelo], 1978
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Em 1978, numa longa viagem de inverno europeu, visitei em Amsterdam meu amigo Flávio Pons, que vivia ali há algum tempo, e conheci outro gaúcho recentemente radicado na cidade, Cláudio Goulart. Nos tornamos, os três, inseparáveis durante minha permanência de vários dias na cidade. Numa de nossas andanças por aquela deliciosa Amsterdam dos anos 70, a 12 graus abaixo de zero, mas o que para nossa juventude era uma festa, encontramos na calçada uma montanha de lâminas de plástico prateado, que parecia ter sido usado em alguma decoração, todos os plásticos com uma forma estelar de 4 pontas e um furo no meio. Levamos para a casa de Flávio, limpamos o material e nos demos conta de que o furo permitia que o material fosse vestido, passando tanto pela cabeça como pelos braços e pernas. Resolvemos então levar todo o material para um lago gelado nos arredores da cidade, e, sobre o gelo, foi realizada uma performance. Flávio, com seu talento performático, vestia Cláudio, que fazia gestos diversos, e eu fotografava. As condições de uma luz prateada eram absolutamente extraordinárias, e consegui um filme inteiro sem uma falha sequer. Foi um dos ensaios fotográficos mais logrados que fiz e um dos meus favoritos. Flávio continua vivendo em Amsterdam e hoje realiza performances-relâmpago, e Cláudio, depois de uma intensa atividade como artista, faleceu em decorrência do hiv, em 2005. Mas o registro de On Ice, nosso trabalho a três, permanece.
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ayrson heráclito História do futuro O baobá: o capítulo da Agromancia, 2015
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Esta foto foi feita ao sul do Senegal, no ano de 2015, próximo à vila de Joal-Fadiout. Viajei muito tempo à procura deste baobá específico. Ele é de fato muito especial, por isso vou contar sua história. Em tempos de África pré-colonial, foi sepultado no interior do tronco desta árvore o ancestral de uma tribo próxima – costume muito antigo que tinha como objetivo assegurar a presença do ente querido, na comunidade, enquanto perdurasse a vida do baobá. Fiquei sabendo dessa história fantástica em uma visita que fiz à Associação do Culto de Mame Coumba Lamb, na cidade de Rufisque, também no Senegal. Isso aconteceu em meu terceiro dia no país. Parti então com o meu assistente Alfa para lá, chegamos no fim da tarde. Montei meu equipamento; tinha em mente realizar uma saudação, um ritual para o ancestral e a deusa Nanã. O baobá é uma árvore ligada a esse orixá, à morte, e suscita a ideia de limiar e de transposição para a outra margem da vida. Bem, estávamos muito concentrados até sermos surpreendidos pelos sons assustadores de um grande rinoceronte, que se aproximava ferozmente. Uma espécie de guardião mítico. Foi aí que conheci, verdadeiramente, a energia pura e incontida de um ser selvagem. Saímos apressadamente do local, logo após a realização deste clique. Até hoje, sinto-me agradecido por viver essa inesquecível experiência com o sagrado.
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cinthia marcelle
Capa Morada, da série roupas + pessoas, 2003
Trabalho realizado em parceria com Jean Meeran durante o programa de residência Very Real Time, na Cidade do Cabo, África do Sul.
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Novas situações sempre me fascinaram; a sensação de não conhecer, de como conhecer as coisas e o sentido criado ao redor disso. Conheci Jean Meeran sem reparar na sua cor de pele. A minha cor é mais natural do que eu pensava. A descoberta se deu no Very Real Time, Jean reconheceu a minha mistura e eu entendi o quão importante era aquele encontro. Os espaços de dentro compõem os espaços de fora. Apenas Jean pôde me ver o tempo todo. Foi ele quem moldou a minha estadia na África do Sul, cuja presença não é um disfarce – ela é convertida em cidade. Ao me revelar como uma parede as cores surgem. Visto roupas e me misturo com as coisas: mestiço-me com a multidão.
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joão farkas John Lennon, NYC, 1981
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Dias depois do assassinato de Lennon, uma grande homenagem foi programada para o Central Park, em Nova York, não muito distante do edifício Dakota, onde ele morava e foi assassinado. As pessoas vieram em tributo, com velas, flores e cartazes. Me lembro de um dia frio e triste de inverno, em janeiro. No meio da multidão eu assistia e fotografava. Como sempre num ensaio fotográfico, procurando detalhes comoventes, personagens e fotos gerais, mas principalmente alguma imagem-síntese, capaz de dar conta de um acontecimento com muitas dimensões emocionais. Sem credencial especial, eu trabalhei entre os fãs que ouviam, relembravam, choravam. A falta de um ponto de vista elevado em um terreno plano não me permitia uma foto geral que desse conta da multidão, e, sem uma teleobjetiva longa, era impossível enquadrar as pessoas no palco. Com a luz fosca dos dias encobertos, tudo no palco era cinza-chumbo, exceto as luzinhas em um arranjo de ramos e a fotografia de John apoiada sobre um cavalete. Penso agora que meu olho construiu a imagem a partir deste cinza. O vazio e a dor da memória são acentuados pela foto-dentro-da-foto e por uma porta fechada ao fundo. O colorido sem cores constrói uma fotografia entristecida, atmosfera combatida pela luz e a vitalidade de Lennon no retrato exposto. Uma imagem extremamente simples em sua escolha cromática, composição e elementos gráficos resultou poderosa por conseguir transpor emoções difíceis de traduzir – e permanecia inédita até hoje.
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cristina de middel Idina, da série This Is What Hatred Did [Isso é o que o ódio fez], 2015
abertura
Imagem feita durante a captura de Idina
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De todas as fotos que fiz esta é sem dúvida uma das que mais me surpreendeu. Às vezes desenvolvemos uma ideia e nos surgem imagens que não sabemos muito bem como conseguir. Neste caso, queria explicar visualmente como um menino era transformado em totem vivente. Na história que ilustrava à época (Minha vida na mata dos fantasmas, do autor nigeriano Amos Tutuola), o menino está preso pelos pés e pelas mãos a uma cadeira, que por sua vez está atada a uma árvore e a um vaso de cerâmica. A construção do totem com um menino por cima seguia quase até a altura do céu, e o rapaz andava em procissão, sendo adorado como uma torre impossível. Era uma ideia muito potente, mas muito complicada de traduzir em imagem. Um verdadeiro desafio. Fiz a foto em Makoko, em uma espécie de favela flutuante de Lagos, na Nigéria, onde desenvolvi toda a história. Procurei uma palmeira e só a encontrei no meio de um campo de futebol. Comprei uma cadeira e pedi a meu guia que a lançasse para cima. A cena era bastante estranha: eu jogada no chão, fazendo fotos de uma cadeira que voava por cima de uma palmeira, rodeada por uma partida de futebol já em curso. À parte a produção, a imagem me agrada muito, é uma colagem real, uma sobreposição de elementos que não pertencem à mesma família, realizada ao ar livre, sem tesouras nem manipulação posterior. Gosto quando a realidade supera a construção ou a ficção, e esta foto é meu melhor exemplo disso.
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Photography by Warren & Nick
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600 ANOS
deixando um legado.
A cerveja oficial da SP-Arte/Foto.
cidades intermináveis: foto g r a f i a pa r a e co n t r a o cotidiano
simon baker
Guy Debord, teórico francês e integrante da Internacional Situacionista, estabeleceu, em meados do século XX, os princípios da psicogeografia. Essencialmente preocupada com os efeitos do ambiente construído sobre a psicologia humana e buscando subverter o cotidiano conformista, a psicogeografia vem à mente de modo mais claro através dos estranhos e desentranhados mapas de cidades concebidos como índice da experiência vivida pelos indivíduos. O feitio de um mapa desse gênero é direto: basta delinear as áreas da cidade que você usa efetivamente e conectar essas ilhas urbanas com linhas que indicam o movimento entre elas.
Talvez uma pequena ilha cerque a sua casa (com todo o comércio e os serviços disponíveis nos arredores); outra, o seu local de trabalho (com os lugares de almoço, bares frequentados depois do trabalho etc.); outra, ainda, a área onde você gosta de socializar, beber, curtir e assim por diante. Esse exercício, embora não seja exatamente revelador, serviria para lembrar um sujeito de que, apesar de teoricamente viver em “Londres”, na verdade ele costuma usar muito pouco da cidade: nunca se aventura no Finsbury Park, em Clapham, Ealing ou até mesmo Chelsea, prefere passar por baixo, por cima ou ainda atravessar esses espaços, troca Londres por destinos mais desejáveis. O escritor Will Self escreveu certa vez um conto com o seguinte argumento: que, depois de morrer, os londrinos reapareciam em bairros cada vez mais remotos; na morte, como na vida, parece que ninguém encontraria pessoas de psicogeografias prévias ou alternadas. Em vez de um mapa psicogeográfico convencional de uma determinada cidade (no caso, Tóquio), Daido Moriyama propõe uma inversão radical desse princípio no posfácio de seu fotolivro de 2015, Dog and Mesh Tights [Cachorro e meias-calças arrastão]. E se, em vez de eliminar as partes inutilizadas da cidade, um fotógrafo costurasse em uma só cidade – imaginária e em infinita expansão – todas as partes de todas as cidades que já fotografou? Vale lembrar, no entanto, que o que Moriyama chama de “cidade inacabada” nunca foi um projeto definido ou um sistema concebido de antemão; pelo contrário, era uma percepção retrospectiva do que ele já vinha fazendo. “Venho fazendo isso sem saber”, parece admitir para si mesmo, depois de cinquenta anos de atividade quase contínua e surpreendentemente coerente. Em outras palavras, uma compulsão constante de fotografar cidades resulta em quê? A maioria já foi fotografada antes (para o bem ou para o mal), e muitas mudam tão rápido que o registro só pode adquirir um certo “valor de uso” futuro e nostálgico. Além disso, para Moriyama, assim como para muitos outros fotógrafos não topográficos, os restos visuais dos lugares onde estiveram são sempre fragmentos isolados, desprovidos de origem e contexto: um passante aqui, ali o reflexo confuso de uma vitrine... Contudo, para Moriyama, trata-se de uma percepção profunda depois de uma longa carreira com a fotografia como práxis diária, provocando o que ele considera o “mais natural dos sentimentos”. Para um artista que não decide conscientemente fazer um “trabalho”, mas que simplesmente acorda e começa a tirar fotos, continuando a atividade do dia anterior, não existe limite para o número de fragmentos que essa cidade quebra-cabeças pode conter. É, assim, um processo circunscrito apenas pela vida do seu autor. No entanto, a despeito da falta de esforço aparente ou declarada dessa atividade, é também uma prática específica que confere “autoria” a cada fragmento ou pedaço de cidade, como fotografia a partir da abordagem do artista. Afinal, Moriyama não estava compondo uma cidade qualquer, mas o que ele chama de “uma Shangri-La pessoal, conformada à natureza da minha disposição, imaginação e dos meus desejos. Não é uma cidade dos sonhos, linda e repleta de perfumes maravilhosos”, admite, “está mais para um terreno mundano, transbordando a interação confusa de pessoas e coisas”. Antony Cairns (Londres, 1980) faz fotografias à noite, usando a luz irradiada pelos prédios de centros urbanos, como Londres, Tóquio e Los Angeles. Em muitos casos, as estruturas que ele escolhe ainda estão em construção, são pouco mais
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Antony Cairns, tyo2_78, 2016; transparĂŞncia 35 mm; cortesia do artista
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Antony Cairns, tyo2_100, 2016; transparĂŞncia 35 mm; cortesia do artista
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Antony Cairns, tyo2_81, 2016; transparĂŞncia 35 mm; cortesia do artista
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Antony Cairns, osc_78, 2015; transparĂŞncia 35 mm; cortesia do artista
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do que o esqueleto do prédio comercial ou dos apartamentos luxuosos que virão a se tornar. O trabalho dele é decididamente não topográfico, no sentido convencional em que a fotografia vem sendo usada para registrar espaços, estruturas e estilos arquitetônicos. O trabalho de Cairns, contudo, vai além dessa abordagem meramente distintiva de retratar o ambiente urbano. Sua prática aceita e abraça o meio fotográfico em sua sofisticada totalidade: desde o efeito da luz sobre filmes analógicos, passando por uma série de processos experimentais de câmara escura, até o entendimento inovador e altamente especializado dos suportes disponíveis para a imagem fotográfica no século XXI. Cairns apresenta sua obra de uma série de maneiras complementares mas contrastantes: desde livros de artista minuciosamente sobrepostos e montados – ldn (2010), lpt (2012) e osc (2016) – e filmes translúcidos de gelatina de prata aplicados diretamente sobre lâminas de alumínio, em ldn2 (2013) e ldn3 (2014); até experimentos com tinta eletrônica, trabalhando em leitores Kindle para conter a obra completa dele, em ldn ei (2015), ou extraindo telas congeladas desses dispositivos, estranhos e distantes descendentes do daguerreótipo, em tyo2 (2017). Cairns também foi vencedor do Prêmio Hariban 2015, o que resultou em uma residência no ateliê de fototipia Benrido, em Kyoto. Mais uma vez confrontado com a possibilidade de estender e ampliar a imagem fotográfica através de seu caráter reprodutível, Cairns fez uma série de intervenções no processo de fototipia e interpretações dele, em la-lv (2016). Recentemente passou também a explorar a pré-história da fotografia digital, de várias maneiras relacionadas: imprime seus trabalhos e faz uma montagem em cartões antigos perfurados, precursores da computação, em osc Osaka Station City (2016), e usa as telas de equipamentos e câmeras digitais obsoletos para projetar e exibir sua obra. De Londres a Nova York, Los Angeles, Tóquio e Osaka, é possível considerar Cairns, assim como Daido Moriyama – pelo menos em retrospecto –, como alguém envolvido no processo de criar uma cidade singular e própria; uma cidade onde sempre é noite, em que a luz é uma commodity artificial: um espaço aquoso e algo onírico, com uma geometria que está permanentemente à beira da abstração. Montada a partir de um suprimento aparentemente sem fim de prédios capturados na noite, em diversos estados de semidesenvolvimento, a cidade virtual de Cairns está, do mesmo modo, destinada a permanecer inacabada perpetuamente; um presságio sempre prolongado do futuro de si própria. ◆
Este texto é um trecho da publicação Antony Cairns: cty, a ser publicada em Londres pela Mörel Books e em Tóquio pela Akio Nagasawa Publishing. O autor agradece a Antony Cairns, Aron Mörel e Akio Nagasawa.
simon baker é curador sênior de arte internacional (fotografia), na Tate.
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“De repente, me ocorreu algo. Era o fato de ter passado a minha vida toda usando uma câmera para criar uma cidade fotográfica, um mapa fotográfico; era o mais natural dos sentimentos... De certa forma, ela se parece com um quebra-cabeças, mas, diferente desse objeto, a quantidade de peças que contém não possui limites e, não importa quantas fotografias eu tire, ele nunca ficará completo. Portanto, não me resta opção senão continuar a fotografar diariamente, acrescentando tantas peças quanto for possível a essa cidade virtual e inacabada.” Daido Moriyama, Dog and Mesh Tights [Cachorro e meias-calças arrastão], 2015
abertura e ao lado
Daido Moriyama, fotografias do livro Dog and Mesh Tights [Cachorro e meias-calças arrastão], 2015; © Daido Moriyama Photo Foundation
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talks 24, 25 e 27 de agosto entrada gratuita SP-Arte/Foto/2017 Shopping JK Iguatemi 3º andar, Lounge One
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O indivíduo e sua dimensão antropológica, estética versus ética, fotografia e seu porvir: temas das conversas que reúnem especialistas em imagem
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andrea rehder and rea rehder ar te co n tem p o r ân ea São Paulo / fundação: 2010 / diretora: Andrea Rehder / www.andrearehder.com.br artistas: Tete de Alencar / Paulo Aquarone / Emanoel Araújo / Wagner Barja / Isabelle Borges / Augusto de Campos / Katia Canton / Francisco Klinger Carvalho / Roberto Cecato / André Cypriano / Alex Flemming / Paulo Otavio / Alessandra Rehder / Ana Ruas / Gilberto Salvador / Flavio Samelo / Helô Sanvoy / Paul Setúbal / Manfredo de Souzanetto Alessandra Rehder, Roland Gardens, 2017; folhas e alfinetes sobre fotografia; 120 x 240 x 5 cm; peça única
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arte 57 art e 5 7 – renato magal h ães go u v êa j r . São Paulo / fundação: 1997 / diretor: Renato Magalhães Gouvêa Jr. / www.arte57.com.br artistas: Roberto W. Andrade / Claudio Edinger / Rodrigo Frota / Carlos Garaicoa / Guilherme Ghisoni / Nan Goldin / Douglas Gordon / Alessandro Gruetzmacher / Gustavo Lacerda / Abelardo Morell / Vik Muniz / Eustáquio Neves / Rosângela Rennó / Betina Samaia / Massimo Vitali a c
Claudio Edinger, Jockey, 2017; impressão sobre metacrilato; 224 x 280 cm; tiragem de 5 / b Roberto W. Andrade, sem título, 2017; pigmento mineral; 100 x 80 cm; tiragem de 5
Betina Samaia, Noturno – Portugal, 2017; pigmento mineral; 180 x 120 cm; tiragem de 5
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arte hall art e hal l São Paulo / fundação: 2012 / diretores: Florence Antonio e Leonardo Coelho / www.artehall.com.br artistas: Nati Canto / Luiz Maudonnet / Ana Nitzan / Celina Portella / Annelise de Salles / Evandro Soares a b
Luiz Maudonnet, À beira do Rio Uatumã | Amazonas, 2016; políptico, 40 x 60 cm (cada); edição de 5 Ana Nitzan, sem título, 2017; fotografia e folhas de madeira de árvore brasileira; 82 x 78 x 12 cm; peça única
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babel gale ria de babel São Paulo / fundação: 1999 / diretores: Jully Fernandes e Rodrigo Ferreira / www.galeriadebabel.com.br artistas: Araquém Alcântara / Bruno Barbey / Pablo Boneu / Luciano Candisani / JR Duran / Kevin Erskine / Elliott Erwitt / Andreas Heiniger / Thomas Hoepker / Michael Kenna / Julio Landmann / Dimitri Lee / Steve McCurry / William Miller / Mio Nakamura / Luis Gonzalez Palma / Zak Powers / Simon Roberts / Alfredo Nugent Setubal / Vee Speers / Alfredo De Stéfano / Paolo Ventura / Cliff Watts / Zoe Zapot a b
Steve McCurry, Dust Storm. Rajasthan, India, 1983; impressão sobre papel Fuji Crystal; tiragem de 90 Steve McCurry, Flower Vendor on Dal Lake. Kashmir, 1999; impressão sobre papel Fuji Crystal; tiragem de 60
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biographica Bi ographica A rte Co n tem p o r ân ea São Paulo / fundação: 2012 / diretora: Monica Vendramini Reis / www.biographica.com.br artistas: Jorge Amaro / Calé Azad / João Ávila / Renata Siqueira Bueno / Taís Cabral / Hirosuke Kitamura / Letícia Lampert / Bel Pedrosa / Paulo Pereira / Oscar Pintor / Mari Queiroz / Ana Quintella a b
Ana Quintella e Talitha Rossi, Cuido, cuide, cuidado, coragem, da série Cristalizadas, 2017; técnica mista sobre fotoperformance impressa em papel de algodão; 20 x 20 cm; tiragem de 5 Mari Queiroz, Semente, da série Desalinho, 2017; bordado e pigmento sobre papel de algodão japonês; 8 x 12 cm; peça única
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blau blau proj ects São Paulo / fundação: 2013 / diretora: Juliana Blau / www.blauprojects.com artistas: Renata Cruz e Laura Gorski / Pedro David / Bruno Drolshagen / Ayrson Heráclito / Vítor Mizael / Éder Oliveira / Laerte Ramos / Andrey Zignnatto a
Ayrson Heráclito, Buruburu II, da série Mitologias africanas, 2013; 110 x 138 cm; edição 1/3 / b
Renata Cruz e Laura Gorski, sem título, 2016; 78 x 110 cm; edição 1/5
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bolsa de arte bolsa de arte de p o r to al egr e Porto Alegre e São Paulo / fundação: 1980 / diretores: Marga Pasquali e Egon Kroeff / www.bolsadearte.com.br artistas: Nara Amelia / Thomas Baccaro / Vera Chaves Barcellos / José Bechara / Marina Camargo / Cristina Canale / Fabio Cardoso / Christiana Carvalho / Saint Clair Cemin / Marcos Chaves / Marilice Corona / Valdir Cruz / Clovis Dariano / Begoña Egurbide / Patricio Farías / Francisco Faria / Luiz Carlos Felizardo / Luiz Felkl / Denise Gadelha / Eduardo Haesbaert / Ananda Kuhn / Nelson Leirner / Shirley Paes Leme / André Lichtenberg / Jeanete Musatti / Zed Nesti / Carlos Pasquetti / Benjamin Patterson / Leopoldo Plentz / Teresa Poester / Gelson Radaelli / André Severo / Regina Silveira / Elida Tessler / Maria Tomaselli / Carlos Vergara / Alexandre Wagner / Xadalu / Fabio Zimbres a
André Severo, sem título, 2017; 120 x 210 cm; tiragem de 5 / b
Vera Chaves Barcellos, Per(so)nas, 1980/1982; 120 x 180 cm; tiragem de 6
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casa nova casa nova arte e cu ltu r a co n tem p o r ân ea São Paulo / fundação: 2014 / diretor: Adriano Casanova / www.casanovaarte.com artistas: Claudia Jaguaribe / Michael Wesely a b
Michael Wesely, Palast der Republik, Berlin (28.6.2006 - 19.12.2008), 2015; C-print; 125 x 175 x 5 cm; tiragem de 6 Claudia Jaguaribe, Dia, 2017; escultura em alumínio com impressão sobre metacrilato; 10 x 10 x 11 cm; edição de 3
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casa triângulo casa triângu lo São Paulo / fundação: 1988 / diretores: Ricardo Trevisan e Rodrigo Editore / www.casatriangulo.com artista: Ivan Grilo Delírio tropical #1 (Não existe pecado do lado de baixo do Equador), 2016; impressão sobre papel de algodão, ferro, vidro e cachaça; 122 x 189 x 10 cm; edição 3/3
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dan dan gal eria / dan co n tem p o r ân ea São Paulo / fundação: 1972 / diretores: Flávio Cohn e Ulisses Cohn / www.dangaleria.com.br artistas: José Manuel Ballester / Christian Cravo / Yuri Dojc a c
Christian Cravo, Namíbia II, 2012; 105 x 70 x 4 cm; edição 1/7 / b José Manuel Ballester, Interior Bienal 4, 2007; 136,9 x 300 x 4 cm; edição 1/5
Yuri Dojc, Sem título IX; 120 x 80 x 4 cm; edição 1/5
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doc d oc gal eria I ESCRITÓ RIO DE FOTOGRA F IA São Paulo / fundação: 2012 / diretores: Fernando Costa Netto e Mônica Maia / www.docgaleria.com.br artistas: Gabriel Chaim / Luisa Dörr / José Diniz / Drago / Ana Carolina Fernandes / Gringo / Daniel Kfouri / Mauricio Lima / João Machado / Gustavo Minas / Otto Stupakoff / Acervo Jornal Última Hora a Drago, da série Em Processo, 2013; pigmento mineral sobre papel de algodão; 63 x 93 x 5 cm; tiragem de 10 / b Otto Stupakoff, Portfólio, 1964; 41 fotografias de época; 24 x 26 x 4 cm; Mauricio Lima, da série Libya Hurra, 2011; pigmento mineral sobre papel algodão; 84 x 114 cm x 5; tiragem de 15 peça única / c
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fólio fó li o l ivraria São Paulo / fundação: 2000 / diretores: Rogério Pires e Paulo Rosenbaum / www.foliorarebooks.com.br artistas: Claudia Andujar / Richard Avedon / François-Marie Banier / Daniel Barraco / Izis Bidermanas / Maureen Bisilliat / Édouard Boubat / Miguel Rio Branco / Henri Cartier-Bresson / Stefania Bril / Lucien Clergue / Denise Colomb / Robert Doisneau / Marc Ferrez / Romulo Fialdini / Allen Ginsberg / Geraldo Guimarães / Claudia Jaguaribe / André Kertész / Boris Kossoy / Josef Koudelka / Olney Krüse / Annie Leibovitz / Fernando Lemos / Cristiano Mascaro / André Morain / Arnold Newman / Améris Paolin / Sergio Polignano / Man Ray / Willy Ronis / Vezio Sabatini / Ferdinando Scianna / Leonid Streliaev / Josef Sudek / Regina Vater / Pierre Verger / André Villers / Eudora Welty a Stefania Bril, Mão/Luz, 1977; impressão em gelatina e prata sobre papel; 38 x 28 cm / b Regina Vater, Maria, 1976; impressão em gelatina e prata sobre papel; 38 x 28 cm André Villers, Picasso sur le tournage de Clouzot, 1955 (tiragem de 1989); impressão em gelatina e prata sobre papel; 43 x 52 cm; com carimbo do fotógrafo no verso e anotação manuscrita: c “Picasso - 1955. Tirage realisé par moi-même. A. Villers”
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fotospot fotospot São Paulo / fundação: 2010 / diretores: Lucas Lenci, Cássio Vasconcellos e Anna Candida / www.fotospot.com.br artistas: Araquém Alcântara / Lalo de Almeida / André Andrade / Lívia Aquino / Willy Biondani / Marcelo Brodsky / Iatã Cannabrava / Roberto Cecato / Claudio Edinger / Walter Firmo / Pablo Di Giulio / Claudia Jaguaribe / Sérgio Jorge / Guto Lacaz / Gustavo Lacerda / Letícia Lampert / Jair Lanes / Dimitri Lee / Lucas Lenci / Roberto Linsker / João Machado / Cristiano Mascaro / Miriam Homem de Mello / Klaus Mitteldorf / Milton Montenegro / Marcelo Pallotta / Arnaldo Pappalardo / Leopoldo Plentz / Tuca Reinés / Tiago Santana / Peter Scheier / Vania Toledo / Alexandre Urch / Cássio Vasconcellos / Tuca Vieira / Bob Wolfenson a Alexandre Urch, Concreto sobre madeira, 2017; transferência artesanal de fotografia sobre madeira; políptico; 82 x 126 cm; peça única / b João Machado, Iluminados 4; pigmento João Machado, Iluminados 3; pigmento mineral sobre papel de algodão; 66 x 100 cm; tiragem de 10 mineral sobre papel de algodão; 66 x 100 cm; tiragem de 10 / c
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gávea Ga le ria da gávea Rio de Janeiro / fundação: 2009 / diretoras: Ana Stewart e Isabel Amado / www.galeriadagavea.com.br artistas: Gertrudes Altschul / Marlos Bakker / Julio Bittencourt / Luiz Braga / Celso Brandão / Pedro David / Marcel Giró / Antonio Guerreiro / Ademar Manarini / Cristina De Middel / Bruno Morais / Shinji Nagabe / Paulo Pires / George Radó / Eduardo Salvatore / Alexandre Sant’Anna / Keyla Sobral / Ana Stewart / Bruno Veiga / José Yalenti a b
Gertrudes Altschul, Linhas e tons, c. 1950; pigmento mineral sobre papel de algodão; 50 x 40 cm; tiragem de 15 Cristina De Middel e Bruno Morais, Excessocenus on Energy Waste, 2017; pigmento mineral sobre papel de algodão; 40 x 50 cm; tiragem de 5
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inox Ga le ria inox Rio de Janeiro / fundação: 2009 / diretores: Guilherme Carneiro e Gustavo Carneiro / www.galeriainox.com artistas: Laurent Chehérè / Renato Bezerra de Mello / Lívia Moura / Alexandre Orion / Celina Portella a Laurent Chehérè, À vendre, 2013; impressão sobre metacrilato; 120 x 120 cm; tiragem de 5 / b Celina Portella, Braço, 2017; foto escultura; 30 x 50 x 30 cm; tiragem de 5 80 x 120 cm; tiragem de 20 / c
Alexandre Orion, Metabiótica 21, 2013; registro fotográfico de intervenção urbana;
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janaina torres ja naina torres gal er i a São Paulo / fundação: 2016 / diretoras: Janaina Torres e Helena Byington / www.janainatorres.com.br artistas: Marcus André / Renata Basile / Heleno Bernardi / Jordi Burch / Gabriel Pitan Garcia / Feco Hamburger / Daniel Jablonski / Kika Levy / Daniel Nogueira de Lima / Helena Martins-Costa / Sandra Mazzini / Pedro Moraleida / Kitty Paranaguá / Adriana Tabalipa / Marcia Thompson Daniel Jablonski, Os anos possíveis, 2016; jato de tinta sobre papel fotográfico; 53 x 80 cm; tiragem de 3 + p.a.
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luciana brito luci ana brito Gal er i a São Paulo / fundação: 1997 / diretores: Luciana Brito, Julia Brito e Yuri Oliveira / www.lucianabritogaleria.com.br artistas: Marina Abramović / Fabiana de Barros & Michel Favre / Geraldo de Barros / Pedro Caetano / Rafael Carneiro / Waldemar Cordeiro / Rochelle Costi / Leandro Erlich / Thomaz Farkas / Paula Garcia / Gaspar Gasparian / Alex Katz / Pablo Lobato / Anthony McCall / Allan McCollum / João Luiz Musa / Liliana Porter / Tobias Putrih / Caio Reisewitz / Eder Santos / Regina Silveira / Bosco Sodi / Tiago Tebet / Héctor Zamora / Fernando Zarif / Raphaël Zarka Caio Reisewitz, Casa Gerassi I, 2017; pigmento mineral sobre papel Photo Matte; 100 x 66 cm; edição 1/3
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luciana caravello luci ana caravel lo ar te co n tem p o r ân ea Rio de Janeiro / fundação: 2011 / diretora: Luciana Caravello / www.lucianacaravello.com.br artistas: Güler Ates / Ivan Grilo / Eduardo Kac / Ana Linnemann / Alexandre Mazza / Rosana Palazyan / Armando Queiroz / Alexandre Sequeira / Lucas Simões / Igor Vidor Lucas Simões, O peso, o tempo / nº 5, 2014; papel, parafina e gelatina fotográfica; 58 x 122 cm; peça única
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lume Ga le ria lu me São Paulo / fundação: 2011 / diretores: Paulo Kassab Junior, Maria Victoria Cervetto Zuffo e Felipe Ross Hegg / www.galerialume.com artistas: Julio Bittencourt / Lucas Dupin / Claudio Edinger / Alberto Ferreira / Anaisa Franco / Kilian Glasner / Denise Milan / Ana Vitoria Mussi / Carlos Nader / Nazareno / Gal Oppido / Martin Parr / Penna Prearo / Betina Samaia a
Gal Oppido, Ikebanas #1, 2017; pigmento sobre papel de algodão; 90 x 60 x 5 cm; tiragem de 5 / b
Julio Bittencourt, Laundromat 01, 2016; C-print; 86 x 165 x 3 cm; tiragem de 3
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madalena Ed i tora e Livraria M adal en a São Paulo / fundação: 2013 / diretores: Iatã Cannabrava e Thamyres Matarozzi / www.livrariamadalena.com.br artistas: Ronald Ansbach / Marlos Bakker / Julio Bittencourt / Jorge Bodanzky / Celso Brandão / Iatã Cannabrava / José Diniz / Claudio Edinger / João Farkas / Pio Figueiroa / Claudia Jaguaribe / Gustavo Lacerda / Lucas Lenci / Marcus Lyon / Gabriela Machado / Cristina De Middel / André Penteado / Penna Prearo / Christian Rodriguez / Antonio Saggese / Betina Samaia / Ana Stewart / Misha Vallejo / Cássio Vasconcellos a
Jorge Bodanzky, Procurando Iracema, 2017; fotolivro / b
Marcus Lyon, Somos Brasil, 2016; fotolivro / c
André Penteado, Missão francesa, 2017; fotolivro
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marcelo guarnieri Ga le ria marc elo g u ar n i er i São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto / fundação: 1985 / diretor: Marcelo Guarnieri / www.galeriamarceloguarnieri.com.br artistas: Flávio Damm / João Farkas / Marcel Gautherot / Pedro Hurpia / José Medeiros / Mario Cravo Neto / Edu Simões / Pierre Verger / Masao Yamamoto a b
Flávio Damm, Sem título (Baixa dos Sapateiros), Salvador, Bahia, Brasil, 1956; impressão em gelatina e prata; 25,5 x 16,5 cm Masao Yamamoto, KAWA=FLOW #1637, 2015; técnica mista, impressão em gelatina e prata; 24 x 16 cm
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mario cohen gale ria Mario Cohen – F i n e A r t P h oto gr ap h y São Paulo / fundação: 2002 / diretores: Mario Cohen e Rosana Baracat / www.galeriamariocohen.com.br artistas: Araquém Alcântara / César Barreto / Geraldo de Barros / Robério Braga / Claudio Edinger / Rogerio Fasano / Walter Firmo / Marcel Gautherot / Marcello Geppetti / Cristiano Mascaro / Silvia Mecozzi / Pedro de Moraes / Daido Moriyama / Mario Cravo Neto / Martin Ogolter / Norman Parkinson / Sebastião Salgado / Otto Stupakoff / Paulo Vainer / Cássio Vasconcellos / Pierre Verger Norman Parkinson, Speedboat Dubrovnik, 1937; impressão em gelatina e prata; 30 x 40 cm; cópia moderna assinada
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mario cravo neto i nst i tu to mario c r avo n eto Salvador / fundação: 2016 / presidente: Christian Cravo / www.imcn.com.br artista: Mario Cravo Neto a c
Goré, 2004; pigmento mineral sobre papel de algodão; 120 x 120 x 5 cm; edição 1/10 / b Pedro Batista com cachorro, 1995; pigmento mineral sobre papel de algodão; 40 x 40 cm
Francisco com pomba branca, 1989; pigmento mineral sobre papel de algodão; 40 x 40 cm
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periscópio peri scópio arte co n tem p o r ân ea Belo Horizonte / fundação: 2015 / diretores: Rodrigo Mitre, Alexandre Romanini e Altivo Duarte / www.periscopio.art.br artistas: Rodrigo Albert / Wilson Baptista / Marcelo Drummond / Lucas Dupin / Marcone Moreira / Éder Oliveira / Marco Maria Zanin a Wilson Baptista, Amolador, Praça Rio Branco, 1945; pigmento mineral sobre papel de algodão a partir de negativo original; 64 x 43 cm; tiragem de 6 / b Éder Oliveira, sem título, 2016; Marco Maria Zanin, Tritico Novo Mundo, 2016; pigmento mineral sobre papel de algodão; 110 x 137,5 cm; tiragem de 5 + 2 p.a. pigmento mineral sobre papel de algodão; 40 x 60 cm; tiragem de 20 / c
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pinakotheke pi na kotheke São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza / fundação: 1979 / diretor: Max Perlingeiro / www.pinakotheke.com.br artista: Pedro Vasquez All about Eve, 1976-79; impressão em gelatina e prata; 15 x 22 cm
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p o r ta s v i l a s e c a portas vil as eca Ga l er i a Rio de Janeiro / fundação: 2010 / diretor: Jaime Portas Vilaseca / www.portasvilaseca.com.br artistas: Pedro Victor Brandão / Deborah Engel / Iris Helena / Ayrson Heráclito / Claudia Hersz / Ana Hupe / Lin Lima / Carolina Martinez / Ismael Monticelli / Daniel Murgel / Raquel Nava / Gabriel Secchin / Jorge Soledar / Laila Terra / Ramonn Vieitez a Ayrson Heráclito, Gaye com folhas Gu, 2015; fotografia impressa a jato de tinta com pigmentos minerais sobre papel Canson Rag Photographique 310g/m2; 195 x 110 cm; edição 1/5 + 1 p.a. Deborah Engel, Ópera espacial, 2017; colagem de 10 fotografias impressas a jato de tinta com pigmentos minerais sobre papel Hahnemühle 200g/m2, adesivação em PVC e foam board; b 84 x 115 x 10 cm; edição 3/3 + 2 p.a.
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raquel arnaud gale ria raqu el arn au d São Paulo / fundação: 1973 / diretoras: Raquel Arnaud, Myra Arnaud Babenco e Yannick Bourguignon / www.raquelarnaud.com.br artistas: Frida Baranek / Elisa Bracher / Waltercio Caldas / Sergio Camargo / Carla Chaim / Elias Crespin / Carlos Cruz-Diez / Sérvulo Esmeraldo / Célia Euvaldo / Carlos Fajardo / Daniel Feingold / Romulo Fialdini / Iole de Freitas / Marco Giannotti / Ester Grinspum / Elizabeth Jobim / Alberto Martins / Cassio Michalany / Jorge Molder / Ding Musa / Carlos Nunes / Maria-Carmen Perlingeiro / Arthur Luiz Piza / Tuneu / Wolfram Ullrich / Julio Villani / Carlos Zilio Carlos Fajardo, sem título, 2017; fotografia e metacrilato; 200 x 300 x 3 cm
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room 8 gale ria room 8 São Paulo / fundação: 2013 / diretoras: Adriana Veríssimo e Juliana Simão / www.room8.com.br artistas: Inês Antich / Marcelo Chechik / Marcelo Costa / Mia Delcasino / Bernhard Edmaier / Paulo Fabre / Bruno Feder / Camila Gama / John Grant / Anna Guilhermina / Ova Hamer / Matthias Heiderich / Nicole Holz / Beatrice Hug / Magnum Photos / Fabiano Al Makul / Gray Malin / Carol Milano / Marcio Neves / Matt Nighswander / Giovanna Nucci / Marcelo Penna / Bill Phelps / Dorothee Piroelle / Joseph Romeo / João Rossi / Sonia Dias de Souza / Alfonso Zubiaga a b
Giovanna Nucci, Marie Antoinette, da série Realeza, 2015; jato de tinta sobre papel de algodão; 175 x 100 cm; tiragem de 5 Paulo Fabre, Young Bardot, Paris, da série Pé direito, 2012; jato de tinta sobre papel de algodão; 100 x 150 cm; tiragem de 5
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sim si m Gal eria Curitiba / fundação: 2011 / diretores: Guilherme Simões de Assis e Laura Simões de Assis / www.simgaleria.com artistas: Rafael Alonso / Frank Ammerlaan / Rodrigo Andrade / André Azevedo / Isidro Blasco / Tony Camargo / Antonio Malta Campos / Julia Kater / Marcelo Moscheta / André Nacli / Juan Parada / Romy Pocztaruk / Eliane Prolik / Paolo Ridolfi / Juliana Stein / Rodrigo Torres / Delson Uchôa a Julia Kater, Acordo, 2017; recorte sobre fotografia impressa em papel de algodão; 150 x 100 cm (cada); tiragem de 3 / b Marcelo Moscheta, Relato visual da expedição e conquista da asa de Hermes (detalhe da obra), 2017; guache e impressão com pigmento mineral sobre papel Canson Edition Etching Rag 310g/m2; 80 x 245 cm; tiragem de 3
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utópica utó pica São Paulo / fundação: 2007 / diretor: Pablo Di Giulio / www.utopica.photography artistas: Wagner Almeida / Rogério Assis / Luiz Carlos Barreto / Fotógrafos da Bauhaus / Martín Chambi / Aracy Esteve Gomes / Annemarie Heinrich / Sérgio Jorge / Fernando Lemos / German Lorca / Juca Martins / Beth Moon / Carlos Moreira / Monica Piloni / Rogério Reis / Felipe Russo / Guillermo Srodek-Hart / Evandro Teixeira / Valdir Zwetsch a c
Carlos Moreira, Perequê, 1972; cópia vintage em gelatina e prata; 18 x 24 cm / b German Lorca, Meninos correndo, 1960; cópia de 1976 em gelatina e prata; 42,2 x 57,2 cm Felipe Russo, Areia e pedra portuguesa, da série Centro, 2013; pigmento sobre papel Hahnemühle Photo Rag Baryta; 93 x 120 cm; tiragem de 3
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vermelho v e r mel ho São Paulo / fundação: 2002 / diretores: Eliana Finkelstein e Eduardo Brandão / www.galeriavermelho.com.br artistas: Claudia Andujar / Rodrigo Braga / Cinthia Marcelle / Odires Mlàszho Cinthia Marcelle, O dramaturgo, da série Conjunção de fatores, 2015; pigmento mineral sobre papel Hahnemühle Photo Rag Satin 310g/m2; díptico, 103 x 103 cm (cada); edição 2/5
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zipper zi pper Gal eria São Paulo / fundação: 2010 / diretores: Lucas Cimino e Fabio Cimino / www.zippergaleria.com.br artistas: Felipe Cama / João Castilho / Adriana Duque / Flávia Junqueira / Katia Maciel / Marcio H. Mota / André Penteado / Mario Ramiro / Graciela Sacco / Ricardo van Steen / Marcelo Tinoco / Delson Uchôa a b
André Penteado, Julia Graça Couto Gomes Ferreira, da série Missão francesa, 2017; impressão digital sobre papel de algodão; 118 x 98 cm; tiragem de 5 André Penteado, Reprodução da pintura Nobre Veneziano de Veronese, da série Missão francesa, 2017; impressão digital sobre papel de algodão; 118 x 98 cm; tiragem de 5
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v o n ta d e de imagens Reflexos do autor no colecionador: o colecionador como um autor de autores
wladimir fontes
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abertura Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne de Boulogne, da série Électro-Physiologie Photographique [Eletrofisiologia fotográfica], 1854-56; impressão em albumina de prata a partir de negativo de vidro; aquisição, doação de The Buddy Taub Foundation, Dennis A. Roach e Jill Roach, diretores; Harris Brisbane Dick e William E. Dodge Funds; W. Bruce e Delaney H. Lundberg, 2013; The Metropolitan Museum of Art
Michael Wolf/laif, da série My Favorite Things, Group #20, Hong Kong Pink [Minhas coisas favoritas, Grupo #20, Hong Kong rosa], 2003-16
1 termo emprestado da fotografia à literatura, filosofia, teatro, ciências e afins
A fotografia é processo de fatura de imagem que recorta, que elege, que seleciona, filtra, enquadra e separa a parte do todo, que aponta um ponto de vista, assim como em um ensaio1, e assim como o faz quem coleciona imagens fotográficas. Fotografar eleger fotografias. Colecionar. . . . A produção de imagens fotográficas com intenções autorais artísticas ou documentais possui em diversas de suas vertentes e possibilidades uma estratégia processual, uma poética muito ligada à construção da coleção. Em particular, à coleção de fotografia, ou seja, àquelas pessoas ou instituições que colecionam imagens fotográficas e que muito se assemelham, em gestos e intenções, ao autor das imagens que coleciona. As observações dessas semelhanças, no caso deste texto, partem do ponto de vista impressionista de um autor de imagens fotográficas que também coleciona imagens de outros autores e que no próprio trabalho autoral opera com estratégias muito similares ao gesto da coleção.
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. . . Um ensaio com imagens fotográficas reflexamente é coleção, e podemos tomar no ensaio o que este tem de inacabado ou em processo, o experimento formal que sua própria definição possui. Podemos considerar o ensaio, em outro sentido, como sendo um recorte dentro de uma obra, a parte de um todo, pensada a obra como conjunto completo de vários outros ensaios. Mas ficam para mim, autor de conjuntos de imagens, algumas perguntas a partir dessas semelhanças reflexas: a obra e a coleção findam quando? Quando o conjunto do ensaio fotográfico ou a coleção ficará sem acrescer mais imagem? Desistir ou morrer? Quando e o que é que encerram a ampliação do conjunto? Acaso ou decisão?
Bernd Becher e Hilla Becher, Coal Bunkers [Bunkers de carvão], 1974; 9 fotografias preto e branco sobre papel-cartão; © Estate of Bernd Becher & Hilla Becher; © Tate, London 2017
. . . Caíca é um desses autores de fotografias que coleta. Em um de seus ensaios, coleciona diversas coisas descartadas, obtidas no prédio onde reside, e faz um still de catalogação inusitada dos objetos, combinando e transformando-os em verdadeiras esculturas em fotografia, operação que remete às estratégias de Karl Blossfeldt com sua coleção de esculturas botânicas, e a Irving Penn, com as esculturas de bitucas em Cigarettes [Cigarros]; o poder de associação entre os objetos fotografados é enigmático, cria entre eles uma suspeita de significado, como se não fosse fortuita a associação – perspectiva que os torna mais um equivalente da fotografia, sua tendência perpétua. Os objetos descartados terminam por indicar o reciclar das vontades do consumo, desejo e repulsa. Em outro de seus ensaios, Caíca colecionou sua sombra, transformando-a em personagem de diversas cenas pela cidade de Buenos Aires, onde mora. Caíca considera a construção do conjunto de imagens de um trabalho fotográfico muito parecida com a coleção de um álbum de figurinhas, principalmente quando fotografava com o processo fotoquímico, com filmes preto e branco, que necessitavam ser revelados para ver se havia alguma boa imagem a se acrescentar ao conjunto, assim como abrir um pacote de figurinhas e ver se veio alguma que você não tem, se é uma daquelas que completa uma página ou quem sabe a premiada! Imagens repetidas redundam na coleção. O colecionador, como o autor, não gosta de redundar, e sempre percebe quando redunda. . O colecionador de fotografia espera, fica sempre à espreita do encontro.
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Alfred Stieglitz, da sĂŠrie Equivalent [Equivalente], 1925-33; impressĂŁo em gelatina e prata; Alfred Stieglitz Collection, 1949; The Metropolitan Museum of Art
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. . . Forma e função. A boa coleção pode permanecer como referência se, assim como o faz um autor de imagens em seus ensaios, fizer o colecionador também na sua coleção. A marca intencional que o autor de imagens fotográficas tenta construir para se tornar um autor, através de suas coletas, capturas e apropriações do mundo, deve ser a marca da coleção. O colecionador pode distinguir o recorte na sua coleção como um olhar, com um critério, um ponto de vista, assim como Alfred Stieglitz fez nos Equivalents [Equivalentes]; ou mesmo, ainda, e de modo oposto, Albert Renger-Patzsch em O mundo é belo, tentando mascarar critérios subjetivos na interpretação do seu mundo-coleção.
. . . Critérios em coleção têm poder. Alphonse Bertillon, que não era artista, queria objetividade ao extremo, tentava eliminar no seu sistema qualquer estetização no modo de retratar – inventou uma grande coleção de fotografias para o Estado identificar seus cidadãos. Inventou uma coleção-referência para controle. Coleção cada vez mais contemporânea.
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Alphonse Bertillon, Tableau synoptique des traits physionomiques: pour servir à l’étude du “portrait parlé” [Quadro sinóptico de traços fisionômicos: para servir ao estudo do “retrato falado”], c. 1909; impressão em gelatina e prata; Twentieth-Century Photography Fund, 2009; The Metropolitan Museum of Art
. . . Criar ao apresentar um modo de ser sensível ao mundo, de ser afetado e responder a esse afeto. Afeito a afiar seus afetos. Quanto mais afiado o recorte, o autor de imagens fotográficas ou colecionador terá mais nítida a persona de quem coleta, captura, guarda. A coleção pode se distinguir por um recorte que aponta para uma forma definida, como o casal Becher e seus discípulos, a exemplo de Michael Wolf, ou mesmo por critério oposto, como os gestos indefinidos de Wolfgang Tillmans. . . . Fotografar é guardar. Guarda o mundo, guarda fotos, como guarda fotos de famílias, o colecionador? Colecionador profissional ou colecionador amador? O álbum de fotos do pescador e do ornitólogo. Fotografia é imagem cultura que guarda arquiva. Fotografia como arquivo é origem e destino: Artigos da China, de William Henry Fox Talbot, em 1840, até Michael Wolf. Atlas, de Gerhard Richter. Museu Imaginário. Gabinete de Curiosidades. Enciclopedistas, exposição que Fontcuberta guarda e cura em 2017, na Emília-Romanha de Luigi Ghirri, colecionador-mor entre os autores colecionadores de fotografia.
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Joachim Schmid, da sĂŠrie Bilder von der StraĂ&#x;e [Imagens da rua], 1982-2012; fotografias encontradas; cortesia p420, Bolonha
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. . . O colecionador de fotografias, como seus autores colecionados, tem vontade de imagem. Uma coleção existe por essa vontade, vontade que se dá na expectativa de procurar o encontro com a próxima imagem. Qual será a próxima imagem...? Como o conjunto já existente interagirá com ela? Buscar a imagem, vagando ao encontro dela, a esmo, mas atento! ¡Imagem mais imagem linguagem! Potencializar o que a coleção quer dizer a cada um dos seus momentos no conjunto. Como em um instantâneo fotográfico, a coleção é um estado provisório.
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William Henry Fox Talbot, The Pencil of Nature (Plate III - Articles of China) [O lápis da natureza (Chapa III - Artigos da China)], 1844–46; papel salgado a partir de negativos de papel – técnica desenvolvida pelo artista; doação de Jean Horblit, em memória de Harrison D. Horblit, 1994; The Metropolitan Museum of Art
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. . . Eles podem colecionar a fotografia por diversos aspectos: pelo autor, pelo processo técnico de fatura da imagem, que com o tempo se torna raro por si mesmo e, se bem guardado e curado pelo colecionador, vai se rareando e se tornando precioso. Multidisciplinares os motivos da vontade de imagens na coleção. O colecionador geralmente guarda a imagem fotográfica em seu aspecto estampa, mas a fotografia, como Proteus, é polimórfica, e o colecionador pode combinar aspectos técnicos e autorais e ainda acrescer valores não só artísticos como documentais. O colecionador agora, mais uma vez, como o autor de fotografias, também é curador. Sua coleção discursa sobre algo, fala, conceitua, expressa. Como associar as ruas de Lee Friedlander coletando letras, e Felipe Russo, suas guaritas. Alguns colecionadores de imagens fotográficas guardam suas imagens em “folhas”, mas, como a fotografia é um genérico, ocorre genérica em seus suportes, elas podem ser impressas em outros suportes mais rígidos e em flexibilidades mais plásticas e são em geral colocadas em caixas, nas pastas e mapotecas. Existem outros colecionadores que as enquadram para terem uma convivência mais prolongada com as imagens. O colecionador de imagens fotográficas enquadra enquadramentos. Ter na coleção e emoldurar o After Walker Evans [Segundo Walker Evans], da Sherrie Levine, é gesto de estrutura em abismo. Espelho refletindo espelho.
. . . Para se transformarem em uma poética, porém, as coleções devem se expor em suas partes ou no seu todo à catarse do público. Man Ray conta que adquiriu um conjunto de vinte imagens do fotógrafo Eugène Atget para publicar na revista surrealista Minotaure, quando sua assistente Berenice Abbott lhe apresentou o excêntrico vizinho, que, como Michael Wolf, em seu “google street view”, colecionava cenas das ruas de Paris. Só que, no caso de Atget, era ele mesmo quem andava pelas ruas e as fotografava. John Szarkowski, quando curador do departamento de fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), institucionalizou a coleção pessoal das imagens fotográficas de Atget e de Jacques Henri Lartigue, tornando-os, ambos, autores de uma obra fotográfica coesa e de unidade visível; viraram autores fotográficos pelo fato e pelo feito de terem colecionado imagens que eles mesmos faziam. Neste anedotário, a fotografia é pródiga em exemplos similares de autores que fizeram da atividade de fotografar uma prática de trabalho frequente e, ainda que pouco ou nada conhecidos, ou mesmo autorreconhecidos como autores, tiveram no futuro suas imagens todas, de uma vez só, resgatadas, ressignificadas, e apresentaram uma coesão visual no grupo das imagens, que evidencia intenções autorais pela força do conjunto, mais uma vez, como o faz quem coleciona imagens fotográficas. Vivian Maier, Miroslav Tichý, Francesca Woodman. Descobrir a coleção, descobrir autores.
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Caíca_Souto, sem título, 26 de dezembro de 2010, Buenos Aires, Argentina; fotografia digital a partir de Leica C-Lux 3; cortesia do artista
Joachim Schmid talvez seja um dos autores contemporâneos que mais operam como colecionador/editor e crítico, que coleciona seus ensaios por meio de apropriações de imagens no mundo bruto da cultura da imagem, produzida por um de seus antigos autores, proliferado em demasia pela fotografia: o amador; aquele que produz a fotografia prosaica, vernacular, o autor ordinário que opera o programa do aparelho e produz imagens descartáveis em um mundo com excesso de imagens redundantes, imagens que podem ser classificadas através de padrões. A sensibilidade de Joachim Schmid está em nos mostrar que esses padrões estão sendo praticados ordinariamente nas imagens em circulação hoje, por meio das faturas de subcoleções dentro dessa grande coleção na qual sua obra já está se transformando, e que vem se avolumando. Com o passar do tempo, Schmid tem colecionado os processos fotográficos: possui ensaios a partir de apropriações com fotografia analógica e atualmente com as imagens digitais em circulação na internet. Rosângela Rennó, Penelope Umbrico, Martin Parr, Joan Fontcuberta também pertencem a essa vertente que expõe o gesto da coleção e do arquivo em primeiro plano na criação e nos seus trabalhos. Eles compõem uma grande família de autores-editores-colecionadores. Coleção que constitui o álbum da grande família contemporânea de autores.
. . . O fotógrafo coleta no presente sua imagem e torna o presente da imagem passado para o futuro. O colecionador coleta no presente imagens do passado; coleta, no presente, imagens do presente, e pode tornar tempos distintos sincrônicos, diacrônicos, anacrônicos e construir uma coleção como um retalho dos tempos, espiral em mosaico. O colecionador torna os tempos coetâneos. Pré-edita, reedita, edita. Coleção-farol. O colecionador de fotografia tem autores na sua coleção e inclui o autor de fotografia entre outros autores na sua coleção. Essas associações muitas vezes podem ser surpreendentes e carregadas de informações. A coleção de fotografia está vista agora como um ensaio crítico sobre a fotografia – assim como o autor de fotografia faz ensaios críticos sobre o mundo com suas imagens.
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. . . A coleção da imagem fotográfica contemporânea pode ser personagem e fator importante para a produção de autores. As coleções norteiam, fazem existir quem é colecionado. Para o autor de imagens fotográficas, ter uma imagem em uma coleção é participar de um recorte, verificar a associação de seu trabalho com outros possíveis parentes nunca antes suspeitados, ou mesmo confirmar parentescos reconhecidamente assumidos pelo autor. Nichos. Um ambiente cultural onde as coleções, por meio de suas imagens, promovem e participam do debate em torno da imagem é certamente um ambiente de produção significativa. Promove, move e comove. Mais uma vez coleção e crítica se aproximam, tal qual as imagens fotográficas se aproximam, e muito, nas coleções, de ensaios críticos do mundo em que vivemos, através de imagens fotográficas. . . . É preciso ainda fotografar ou a fotografia já está feita? Talvez reduzir, conter o fotografar, seja buscar a imagem de síntese. Colecionar imagens fotográficas pode ser uma forma de fotografar com a fotografia já feita, com a imagem do arquivo, estratégia bastante contemporânea e consciente. Colecionar imagens é criar com uma ecologia de imagens. ◆
Felipe Russo, da série Guaritas, 2011-13; cortesia do artista
wladimir fontes trabalha com fotografias, desenho, gravura em metal e madeira. É professor no Bacharelado de Fotografia do Senac, desde 2000, e professor de Mídia no Instituto de Artes da Unesp a partir de 2015. Realizou curadorias da exposição Conteúdo Paisagem, na Galeria Container e na Semana Temática de Fotografia, no CCJ Ruth Cardoso. Foi um dos coordenadores da oficina “Fotolivros: Criação, produção e distribuição”, no Sesc Pompéia. Promove, periodicamente, no atelier cardume, grupo de estudos sobre poéticas fotográficas.
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ensaio
Ênio Cesar para SP-Arte/Foto/2017
ênio cesar é fotógrafo e documentarista brasileiro. Desenvolve sua pesquisa fotográfica nas ruas de cidades pelo mundo, entre elas Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Havana (Cuba), Luanda (Angola), Praia (Cabo Verde), Amsterdam (Holanda) e Berlim (Alemanha).
a rua*
joão do rio
A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. A rua criou todas as blagues todos os lugares-comuns. Foi ela que fez a majestade dos rifões, dos brocardos, dos anexins, e foi também ela que batizou o imortal Calino. Sem o consentimento da rua não passam os sábios, e os charlatães, que a lisonjeiam, lhe resumem a banalidade, são da primeira ocasião desfeitos e soprados como bolas de sabão. A rua é a eterna imagem da ingenuidade. Comete crimes, desvaria à noite, treme com a febre dos delírios, para ela como para as crianças a aurora é sempre formosa, para ela não há o despertar triste, quando o sol desponta e ela abre os olhos esquecida das próprias ações, é, no encanto da vida renovada, no chilrear do passaredo, no embalo nostálgico dos pregões – tão modesta, tão lavada, tão risonha, que parece papaguear com o céu e com os anjos...
A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos, mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir, aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os males da cidade, poeira d’ouro que se faz lama e torna a ser poeira – a rua criou o garoto! Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar. É fatigante o exercício? Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários, que não pertence a nenhuma língua! Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha das alforjas da Saúde, depois de ter ouvido dilettanti de casaca aplaudirem o maior tenor do lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja. É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas. Do alto de uma janela como Paul Adam, admira o caleidoscópio da vida no epítome delirante que é a rua; à porta do café, como Poe no Homem das Multidões, dedica-se ao exercício de adivinhar as profissões, as preocupações e até os crimes dos transeuntes. É uma espécie de secreta à maneira de Sherlock Holmes, sem os inconvenientes dos secretas nacionais. Haveis de encontrá-lo numa bela noite ou numa noite muito feia. Não vos saberá dizer donde vem, que está a fazer, para onde vai. Pensareis decerto estar diante de um sujeito fatal? Coitado! O flâneur é o bonhomme possuidor de uma alma igualitária e risonha, falando aos notáveis e aos humildes com doçura, porque de ambos conhece a face misteriosa e cada vez mais se convence da inutilidade da cólera e da necessidade do perdão.
O flâneur é ingênuo quase sempre. Para diante dos rolos, é o eterno “convidado do sereno” de todos os bailes, quer saber a história dos boleiros, admira-se simplesmente, e conhecendo cada rua, cada beco, cada viela, sabendo-lhe um pedaço da história, como se sabe a história dos amigos (quase sempre mal), acaba com a vaga ideia de que todo o espetáculo da cidade foi feito especialmente para seu gozo próprio. O balão que sobe ao meio-dia no Castelo, sobe para seu prazer; as bandas de música tocam nas praças para alegrá-lo; se num beco perdido há uma serenata com violões chorosos, a serenata e os violões estão ali para diverti-lo. E de tanto ver que os outros quase não podem entrever, o flâneur reflete. As observações foram guardadas na placa sensível do cérebro; as frases, os ditos, as cenas vibram-lhe no cortical. Quando o flâneur deduz, ei-lo a concluir uma lei magnífica por ser para seu uso exclusivo, ei-lo a psicologar, ei-lo a pintar os pensamentos, a fisionomia, a alma das ruas. E é então que haveis de pasmar da futilidade do mundo e da inconcebível futilidade dos pedestres da poesia de observação... Eu fui um pouco esse tipo complexo, e, talvez por isso, cada rua é para mim um ser vivo e imóvel. Balzac dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem. Por que nascem elas? Da necessidade de alargamento das grandes colmeias sociais, de interesses comerciais, dizem. Mas ninguém o sabe. Um belo dia, alinha-se um tarrascal, corta-se um trecho de chácara, aterra-se lameiro, e aí está: nasceu mais uma rua. Nasceu para evoluir, para ensaiar primeiros passos, para balbuciar, crescer, criar uma individualidade. ◆
*Extrato do conto “A rua”, presente no livro A alma encantadora das ruas, de João do Rio – pseudônimo de João Paulo Alberto Coelho Barreto, considerado um dos grandes repórteres e cronistas brasileiros. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1910, era um apaixonado pelas ruas e acreditava que vinham dali as histórias mais interessantes.
s ão pa u lo p h oto fa i r
for ewor d
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ferna n da f ei to s a
To maintain alive stories that were born from the lenses of multiple artists brings us year after year to host the São Paulo Photo Fair, now on its 11th edition. Investigating new platforms and ways of thinking about photography leads us to create dialogues and spaces for this to occur. Once again hosted by Shopping JK Iguatemi, our 32 exhibitors present what’s most important in the modern and contemporary scenario – revealing new artists and anchoring canons from Brazil and around the world. It’s the festivity of photography! For the Talks sessions of SP-Arte/Foto/2017, we have important specialists that came from abroad. Alona Pardo, curator of the Barbican Art Gallery (London); Artur Walther, collector and founder of The Walther Collection (Neu-Ulm, Germany); Gabriel Chaim, photographer; Michael Famighetti, editor of photo magazine Aperture (New York) and Simon Baker, chief curator of the Tate photography department (London). These free of charge conversations take place in Lounge One and are sponsored by Fundação Marcos Amaro.
As a relevant platform for disseminating photography, photo-books have their own launching space, with the presence of their respective artists. More than 20 editorial works are showcased at the Fair, from names such as Claudia Jaguaribe, Christian Cravo and Jorge Bodanzky. The exchange of artist books, coupled with Book Jockey, organized by Denise Gadelha, occurs at gallery Vermelho, kicking off the week that celebrates photography in the city of São Paulo. For the first time, events are hosted throughout the city – exhibitions, openings and debates, as well as open studios in Vila Madalena to receive SP-Arte/Foto’s public. In the catalog, Ênio Cesar’s photo essay shares little-known aspects of urban life and their characters; curator Simon Baker reveals the psychogeography in the work of artists who created particular cities; Wladimir Fontes perceives the collector as an author; and to finish things off, Rio de Janeiro’s top chronicler João do Rio, one of the first Brazilian reporters, who saw substance for life in the pulse of the streets. Lastly, we would like to truly thank those accompanying us in this year’s edition: master sponsors Vivo, JK Iguatemi and Credit Suisse Hedging-Griffo; sponsors Amsterdam Sauer, Minalba Premium, Perrier-Jouët and Stella Artois. We also would like to thank the exhibitors, who give meaning to what we do and grace us with extreme trust and exchange. fernanda feitosa is founder and director of SP-Arte.
S tr eetologies
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To walk through the city’s streets, to share human and visual experiences, is the drive that fuels photographers all over the world and, by extension, photography itself. Thanks to the act of photography, we are able to give moments, people and narratives the ability to exist in time. To remain. A shout in favor of each subjectivity: of the artist and what is in the frame. Street photographer Ênio Cesar faced days dedicating himself to the poetry that covers the back-and-forth of existence. Places, people, the rhythm of life – captured in the visual essay, signed by him, that comprises this catalog. In various formats and textures, an invitation to the experience of living that awaits us, avid, at the corner.
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ph oto gr a p h i c j o u rn e y s
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Something in us blends with a mouthful of the artist when viewing an image: sometimes a rapture occurs. Behind every photograph there is a universe of actions, connections and developments. To shed light on the fabric capable of giving life to the photo, in its routine or outside it, we invited five important artists to select images they wish to share details about – affective, technical and daily maps that surround their click. ve r a ch av es b a r c e llo s
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On Ice, 1978 “In 1978, during a long European winter trip, I visited in Amsterdam my friend Flávio Pons, who had been living there for some time, and met another resident from Rio Grande do Sul who had recently moved to the city, Cláudio Goulart. The three of us became inseparable friends during my stay of several days in the city. In one of our outings through that amazing Amsterdam of the 1970s, in minus 12-degree weather, but what for our youth was a party, we found a bunch of silver plastic blades lying on the sidewalk, looking like they had been used to decorate something; all of them with a four-point star shape and a hole in the middle. We took them to Flávio’s house, cleaned the material and saw that the hole allowed it to be worn around the head, as well as the arms and legs. We then decided to take all the material to a frozen lake near the city and, over the ice, a performance took place. Flávio, with his performative talent, dressing Cláudio, who made all kinds of gestures, and myself taking pictures. The conditions of a silvery light were absolutely extraordinary, and I got an entire film with no flaws at all. It was one of the most accomplished photo shootings I ever did, and one of my favorites. Flávio continues living in Amsterdam and now does flash-performances, while Cláudio, after intense activity as an artist, passed away from hiv in 2005. But the record of On Ice, the project by the three of us, remains.”
was buried inside the trunk of this tree – a very old custom that had the objective of ensuring the loved one’s presence in the community, as long as the baobab lived. I was informed about this amazing story in a visit I made to the Mame Coumba Lamb Cult Association, in the city of Rufisque, also in Senegal. It happened on my third day in the country. I headed there with my assistant Alfa and arrived late in the afternoon. I set up my equipment; what I had in mind was to offer a greeting, a ritual to the ancestor and goddess Nana. The baobab is a tree linked to this deity, to death, and it arouses the idea of a threshold and a transposition to the other margin of life. So, there we were very concentrated until being surprised by the scary sound of a large rhinoceros approaching us ferociously. A mythical guardian of sorts. It was then that I truly witnessed the pure and unrestrained energy of a wild being. We quickly left the place right after taking this picture. To this day I am grateful for having experienced this unforgettable moment with the sacred.” cinthia m arce l l e
Capa Morada (clothes + people series), 2003 “New situations have always fascinated me; the feeling of not knowing, of how to get to know things and the sense created by all this. I met Jean Meeran without noticing his skin color. My color is more natural than I thought. The discovery occurred in Very Real Time; Jean recognized my mixture and I understood how important that meeting was. The spaces inside comprise the spaces outside. Only Jean was able to see me the entire time. He organized my stay in South Africa, whose presence is not a disguise – it’s converted into city. By revealing myself as a wall, colors surface. I dress clothes and blend with things: I ‘mestizify’ with the crowd.” (Work carried out in partnership with Jean Meeran during the Very Real Time residency program, in Cape town, South Africa.) joão farkas
ay r so n h er ác lito
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Story of the Future The Baobab: the Agromancy Chapter, 2015 “This photo was taken in the south of Senegal, in 2015, near the village of Joal-Fadiout. I traveled a long time in search of this specific baobab. In fact, it’s very special, so I’ll tell its story. In precolonial African times, the ancestor of a nearby tribe
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John Lennon, NYC, 1981 “A few days after John Lennon’s assassination, a great tribute was programmed to take place in Central Park, not far from the Dakota building where he lived in New York City and was shot. People came bearing candles, flowers and posters. I remember it being a cold and sad winter day in January. From the middle of the crowd, I watched and photographed.
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As I always do in a photo shoot, I look for sentimental details, characters and general photos, especially a summarizing-image that’s capable of depicting an event with many emotional dimensions. Without any special credentials, I worked from among the fans who listened, reminisced, cried. The absence of a higher viewpoint on a flat piece of land prevented me from getting a general photo that could portray this huge crowd and, without a telephoto lens, it was impossible to frame the people on the stage. With the opaque lighting of cloudy days, everything on the stage was lead-gray, except for the small lights from a flower arrangement and the photo of John supported by an easel. I now think that my eye built the image based on this grayness. The emptiness and the pain from the memory are accentuated by the photo-inside-the-photo and the closed door in the background. The colorfulness without colors builds a sad photograph, an atmosphere opposed by the light and vitality of John Lennon in the picture exposed. An extremely simple image in its chromatic choice, composition and graphic elements that became powerful for being able to transpose emotions difficult to translate – one that remained unpublished until this day.” cris ti n a de m i dd e l
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Idina, from the series This Is What Hatred Did, 2015 “Of all the pictures I’ve taken, this is without a doubt among the ones that surprised me the most. Sometimes we develop an idea, and images that we really don’t know how to produce come to mind. In this case, I wanted to visually explain how a boy was transformed into a living totem. In the story that illustrated it at the time (My Life in the Bush of Ghosts, by Nigerian author Amos Tutuola), the boy is tied by his hands and feet to a chair, which in turn is tied to a tree and a ceramic vase. The construction of the totem with a boy on top went almost all the way up to the sky, and the boy walked in procession, being adored as an impossible tower. It was a very powerful idea, but really complicated to translate into an image. A major challenge. I took the picture in Makoko, in a sort of floating slum in Lagos, Nigeria, where I developed the entire story. I looked for a palm tree and only found one in the middle of a soccer field. I bought a chair and asked my guide to throw it up in the air. The scene was quite awkward: me laying on the floor, taking pictures of a chair flying over a palm tree, all this
while a soccer match was in progress. Production aside, the image pleases me a lot; it’s a real collage, an overlapping of elements that do not belong to the same family, done outdoors, without scissors or subsequent manipulation. I like it when reality surpasses construction or fiction, and this photo is my best example of this.”
en dless cities: ph otogr aph y for an d again st daily lif e
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s im on bake r
“Something suddenly occurred to me. This was the fact that I had spent my life using a camera to create a photographic city, a photographic map; it was a most natural feeling… In a way it resembles a jigsaw puzzle, but unlike a jigsaw puzzle there is no limit to the number of pieces it contains and no matter how many photographs I may take, it will never be complete. Therefore, I have no option but to continue to photograph on a daily basis, adding as many pieces as possible to this unfinished, virtual city.” Daido Moriyama, Dog and Mesh Tights, 2015 Back in the mid-twentieth century, the French theorist and member of the Situationist International, Guy Debord, set out the principles of psychogeography. Essentially concerned with the effects of the built environment on human psychology, and played out in attempts to subvert conformist daily life, it is most vividly brought to mind through the strange eviscerated maps of cities that were intended as indices of the lived experiences of individuals. Making such a map is straightforward: you simply delineate the areas of a city that you actually use, and then connect these urban islands with lines indicating movement between them. One little island might surround your house (with all the shops and facilities used nearby); another your place of work (and its lunch spots, after-work bars etc.); another the area in which you prefer to socialize, drink, enjoy hobbies, and so on. Such an exercise, although not exactly illuminating, would serve to remind the subjects that although notionally they live in “London”, in fact they use very little of it on a regular basis: never venturing to Finsbury Park, Clapham, Ealing, or even Chelsea, but preferring to pass beneath, over, or through them, leaving London for more desirable
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destinations. The writer Will Self once wrote a short story with the conceit that after dying, Londoners simply reappeared in ever-more remote neighbourhoods: in death, as in life, it seems no-one would ever encounter people from previous or alternate psychogeographies. In place of a conventional psychogeographical map of a city (his Tokyo), Daido Moriyama proposes a radical reversal of the principle in the afterword to his 2015 photo-book Dog and Mesh Tights. What if, rather than eliminating the parts of one’s own city that remained unused, a photographer instead stitched together all the parts of every city that they had ever photographed into one infinitely expanding imaginary city? Importantly, however, what Moriyama calls his “unfinished city” had never been a defined project or system devised in advance, but consisted instead of a retrospective realization that it was what he had been doing all along. “I have been doing this without knowing it”, he seems to admit to himself finally, after fifty years of almost continuous and surprisingly coherent activity. What, in other words, does an ongoing compulsion to photograph cities add up to? Most have been photographed before (for better or worse), and most change so fast that recording them can only ever have a kind of nostalgic future “use-value”. And besides which, for Moriyama, as for so many non-topographic photographers, the visual remains of the places they visit are only ever isolated fragments, cut free from their origins and contexts: a passerby here, a confusing shop-window reflection there… For Moriyama, though, it is a profound realization after a long career in which photography has been a daily praxis; provoking what he says is “a most natural feeling”. For an artist who does not consciously decide to make ‘work’, but simply wakes up and begins to take pictures, continuing the previous day’s activity, there is no limit to the number of fragments that his jigsaw-puzzle city might eventually contain. It is, by implication, a process circumscribed only by the life of its author. But regardless of the apparent or avowed effortlessness of the activity, it is also a specific practice in the sense in which each fragment or piece of each city is “authored” as a photograph by the approach of the artist. Moriyama, after all, has not been making any city, but what he calls “a personal Shangri-la, that conformed to my natural disposition, desires and imagination. It is not a beautiful city of dreams filled with marvelous scents,” he admits, “but rather it is a mundane world, overflowing with a confusing interaction of people and things.”
Antony Cairns (b. London, 1980) takes photographs at night, using the available light cast by buildings in urban centers like London, Tokyo, and Los Angeles. In many cases the structures that he chooses are still under construction, little more than the skeletons of the office buildings and luxury apartments that they are destined to become. His work is resolutely non-topographic, in the conventional sense in which photography has been used to record spaces, structures and architectural styles. There is more, however, to Cairns’ work than simply his distinctive approach to picturing the urban environment. His is a practice that accepts and embraces the photographic medium in its sophisticated entirety: from the effect of light on analogue film, through a range of experimental darkroom processes, to an innovative and highly specialized understanding of the supports available to the photographic image in the twenty-first century. Cairns presents his work in a number of complementary but contrasting ways: from painstakingly layered and assembled artists’ books ldn (2010), lpt (2012), osc (2016); to translucent films of silver gelatin applied directly to sheets of aluminium, ldn2 (2013), ldn3 (2014); to experiments with electronic ink, both in working Amazon Kindle reading tablets hacked to contain his complete work, ldn ei (2015); and on their extracted frozen screens, strange distant descendants of the daguerreotype, tyo2 (2017). Cairns was also the winner of the 2015 Hariban Prize, resulting in a residency at the Benrido Collotype atelier in Kyoto. Once again faced with the possibility of extending and expanding the photographic image through its reproducible character, Cairns made a series of interventions within and interpretations of the collotype process la-lv (2016). Cairns has recently begun to explore the prehistory of the digital age in several related ways, by printing his works and assembling them as montages on early computer punch cards, osc Osaka Station City (2016), and by using the screens of outmoded digital cameras and equipment to screen and project his work. From London to New York, Los Angeles, Tokyo and Osaka, Cairns can, like Daido Moriyama, in retrospect at least, be considered to have been in the process of making a single city of his own; a city in which it is always night, and where light is an artificial commodity: an aqueous, dream-like space with a geometry resting permanently on the verge of abstraction. Assembled from a seemingly endless supply of buildings arrested nocturnally in various states of
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mid-development, Cairns’ virtual city is likewise destined to remain unfinished in perpetuity; an ever-lengthening foreshadow of its future self. ◆ This text is an extract from the forthcoming publication Antony Cairns: cty, published in London by Mörel Books, and in Tokyo by Akio Nagasawa Publishing. The author would like to thank Antony Cairns, Aron Mörel and Akio Nagasawa. simon baker is senior curator, international art (photography), Tate.
D es i r e fo r i mag e s Re f l ex es o f t h e a u t h o r o n the co l l ecto r : th e co l l e cto r as an a ut h o r o f a u t h o rs
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wl adi m i r fo n tes
Photography is an image-creation process that cuts out, that elects, that selects, filters, frames and separates the part from the whole, that indicates a point of view, as in an essay1, as done by those who collect photographic images. To photograph electing photographs. To collect. . The production of photographic images with documental or artistic copyright intentions possesses in its various dimensions and possibilities a procedural strategy, a poetry closely associated to the collection’s construction. In particular, to the collection of photographs, that is, the people or institutions that collect photographs and that are highly similar, in gestures and intentions, to the author of the images they collect. The observations of these similarities, in the case of this text, start from the impressionist point of view of an author of photographs who also collects images of other authors and who, in their own original work, operates with strategies very similar to the gesture of the collection. . An essay with photographic images is reflexively a collection, and we can gather from the essay,
of what it has of unfinished or in process, the formal experiment that its own definition possesses. We can consider the essay, in another sense, as being a configuration within the photographic work, separate from the whole, seeing the work as a complete set of several other essays. But for me, an author of sets of images, a few questions remain based on these reflex similarities: When do the work and the collection end? When will images stop being added to the photo essay set or collection? To give up or to die? When and what ends a set’s expansion? Chance or decision? . Caíca is one of these photograph authors who collects. In one of his essays, he collects several discarded things, obtained from the building where he lives, and produces an unexpected cataloging still of the objects, combining and transforming them into real photograph sculptures, an operation that remits to Karl Blossfeldt’s strategies with his collection of botanical sculptures, and to Irving Penn, with the sculptures of cigarette butts in Cigarettes; the power of association between the photographed objects is enigmatic, it creates among them a suspicion of meaning, as if the association was not fortuitous – a perspective that makes them yet another photography equivalent, their perpetual trend. The discarded objects end up indicating the recycling of desires for consumption, yearning and repulse. In another of his essays, Caíca collected his shadow, transforming it into the character of several scenes in the city of Buenos Aires, where he lives. Caíca considers the construction of a set of images a photographic job very similar to the collection of a sticker album, especially when taking photos using the photochemical process, with black and white film, which needed to be developed to see whether there was a good photo to be added to the set, just like opening a pack of stickers and seeing if you got a sticker you don’t yet have, if it’s one of those that will complete a page
1 term loaned by photography to literature, philosophy, theater, sciences etc.
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of the sticker album or, who knows, the prize-winning sticker! Repeated images make a collection redundant. The collector, like the author, does not like to be redundant, and always knows when he is being redundant. The photo collector waits, always on the lookout for an encounter. . Form and function. A good collection can remain as a reference if, as an author of images does with his essays, the collector also does so with his collections. The intentional mark that the author of photographic images attempts to build to become an author, through his collections, capturings and appropriations of the world, must be the mark of the collection. The collector can distinguish the configuration of his collection with a perspective, with a criterion, a point of view, as Alfred Stieglitz did in Equivalents; or even still, and in an opposite manner, Albert Renger-Patzsch did in The World Is Beautiful, trying to cover subjective criteria in the interpretation of his world-collection. . Criteria in collection has power. Alphonse Bertillon, who was not an artist, wanted extreme objectiveness, seeking to eliminate in his system any aestheticization in the manner of portraying – he invented a large photography collection for the State to identify its citizens. He invented a reference-collection for control. Collection increasingly contemporary. . To create by presenting a way of being sensitive to the world, to be affected and respond to this affection. Inclined to sharpen your affections. The sharper the configuration, the author of photographic images or collector will have a clearer idea of the persona who collects, captures, saves. The collection can distinguish itself by a configuration that points to the defined form, such as the Becher couple and their disciples, like Michael Wolf, or even by an opposite criterion, such as undefined gestures, like Wolfgang Tillmans. . To photograph is to save. Does the collector save the world, save photos, like he saves family photos? Professional collector or amateur collector? The photo album of the fisherman and the birdwatcher. Photography is culture image that saves archives. Photography as archive is origin and destination: Articles of China, by William Henry Fox Talbot, in 1840,
to Michael Wolf. Atlas, by Gerhard Richter. Imaginary Museum. Cabinet of Curiosities. Encyclopedists, exhibition that Fontcuberta saves and curates in 2017, in the Emilia-Romagna by Luigi Ghirri, master collector among authors collectors of photography. . The collector of photographs, like the authors he collects, has a desire for images. A collection exists because of this desire, a desire that arises in the expectation of seeking the encounter with a next image. What will the next image be...? How will the existing set interact with it? To seek the image, wander towards it, at random, but alert! ¡Image plus language image! To potentialize what the collection wants to say in each moment of the set. As in an instant photograph, a collection is a temporary state. . They can collect photography for several aspects: because of the author, for the technical process in producing images, which in time becomes rare in itself, and, if well stored and curated by the collector, becomes rarer and precious. The reasons for wanting images in the collection are multidisciplinary. The collector usually stores the photographic image in its print aspect, but the photo, like Proteus, is polymorphic, and the collector can combine personal and technical aspects and also add values not only artistic but also documental. The collector now, once again, as the author of photographs, is also a curator. The collection addresses something, speaks, conceptualizes, expresses. Like associating the streets of Lee Friedlander collecting letters, and Felipe Russo, his security cabins. Some photography collectors store their images in “sheets”, but, since the photograph is a generic, and occurs generic in its supports, they can be printed in other stricter supports and in more plastic flexibilities, and are generally placed in boxes, in folders and map collections. There are other collectors who frame them to have a longer interaction with the images. The collector of photographic images enframes frames. To have in the collection and to frame Sherrie Levine’s After Walker Evans is a gesture of structure in abyss. Mirror reflecting mirror. . To be transformed into poetry, however, collections must expose their parts or their whole to the public’s catharsis. Man Ray said he acquired a set of 20 images from photographer Eugène Atget to publish in surrealist magazine
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Minotaure, when his assistant Berenice Abbott introduced him to the eccentric neighbor who, like Michael Wolf, in his “google street view”, collected scenes from the streets of Paris. Except that, in Atget’s case, it was he who walked the streets and photographed them. John Szarkowski, while curator of the photography department at the Museum of Modern Art in New York (MoMA), institutionalized Atget and Jacques Henri Lartigue’s personal photograph collection, transforming both of them in authors of a unified photographic work and of visible unity; they became photographic authors for the fact of having collected images that they made themselves. In this anecdote, photography is prodigious in examples similar to authors who made the act of photographing a frequent work practice and, albeit little or barely known, or even self-recognized as authors, they had in the future all their images, at once, rescued, repurposed, and presented a visual unity in the group of images, which depicts authorship intentions through the power of the set, once again, as is done by photography collectors. Vivian Maier, Miroslav Tichý, Francesca Woodman. To discover the collection, to discover authors. . Joachim Schmid is perhaps one of the contemporary authors who operate the most as collector/editor and critic, who collects his essays through the appropriation of images in the crude world of the image culture, produced by one of his old authors, overly proliferated by photography: the amateur; the one that produces prosaic, vernacular photography, the ordinary author who operates the machine’s program and produces disposable images in a world with excess of redundant images, images that can be classified by standards. Joachim Schmid’s sensitivity resides in showing that these standards are being practiced ordinarily in images circulating today, through the production of subcollections within this great collection in which his work is already being transformed, and which is growing in volume. Over time, Schmid has collected photographic processes: he possesses essays based on appropriations with analog photography and now with digital images circulating on the Internet. Rosângela Rennó, Penelope Umbrico, Martin Parr, Joan Fontcuberta also belong to this niche that exposes the gesture of the collection and of the archive upfront in their creative process and in their work. They comprise a big family of authors-editors-collectors. A collection that constitutes the album of the large contemporary family of authors. .
The photographer collects his image in the present and makes the image’s present past for the future. The collector collects in the present images of the past; collects, in the present, images of the present, and can make different times synchronic, diachronic, anachronic and build a collection as a patchwork of times, a mosaic spiral. The collector makes times contemporary. Pre-edits, re-edits, edits. Spotlight-collection. The photo collector has authors in his collection and includes the photograph author among other authors in his collection. These associations can many times be surprising and full of information. The photography collection is now seen as a critical essay about photography – just as the photograph author does critical essays about the world with his images. . The contemporary photographic image collection can be a character and an important factor for the production of authors. The collections guide, make exist those who are collected. For the author of photographic images, to have an image in a collection is to participate in a delimitation to verify the association of his work with other possible relatives never before suspected, or even to confirm a kinship admittedly assumed by the author. Niches. A cultural environment in which collections, through their images, promote and participate in the debate surrounding the image is certainly an environment of significant production. Promote, move and touch. Once again collection and critique are brought together, just like photographic images come together, very much so, in collections, critical essays of the world we live in, through photographic images. . Is it still necessary to photograph or has the photograph already been made? Perhaps to reduce, to contain photographing, is to seek the image of synthesis. Collecting photographic images can be a way of photographing with photographs already made, with the archive image, a very contemporary and conscious strategy. Collecting images is creating with an ecology of images. ◆
wladimir fontes works with photography, design, wood and metal engravings. He’s been an Undergraduate Photography professor at Senac since 2000, and Media professor at Unesp’s Arts Institute since 2015. He curated the exhibition Conteúdo Paisagem [Content Landscape], at Galeria Container and the Photography Thematic Week at CCJ Ruth Cardoso. He was one of the coordinators of the workshop “Photobooks: Creation, production and distribution” at Sesc Pompéia. He periodically promotes, at atelier cardume, a study group on photography poetics.
168
essay
136
ên i o cesa r
ênio cesar is a Brazilian photographer and documentary maker. He develops his photography research on city streets around the world, such as Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Havana (Cuba), Luanda (Angola), Praia (Cape Verde), Amsterdam (Holland) and Berlin (Germany).
th e str e e t*
159
joão do r i o
The street is born, as is Man, with a sob, with a spasm. There is human sweat in the mortar of its paving stones. Every house that is built is made from the exhaustive effort of many souls; you must have seen stone-layers and masons, lifting the stones for the façades, covered with sweat, singing a tune so mournful it sounds more like a choking sob. The street feels in its bones the poverty from which it emerged, and thus it is the most egalitarian, the most socialist, the most levelling of all human works. Every jest, every platitude was created by the street. It was she who made the majesty of maxims, axioms and proverbs; by her was the immortal Callinus baptised. Without the consent of the street the wise do not pass; and the charlatans that flatter her, that epitomise her triviality, are cast aside at the first opportunity and blown away like bubbles of soap. The street is a perennial picture of ingenuousness. It commits crimes; at night it goes crazy and trembles with delirious fevers. For it, as for children, the dawn is always beautiful; for it there is no sad awakening; when the sun rises and it opens its eyes, oblivious of its own actions, it is – with the rapture of life renewed, the chirruping of the birds, the thrill of the street-sellers’ cries – so modest, so clean, so jaunty, that it seems to be prattling with the sky and with the angels... The street makes celebrities and it makes rebellions, and the street has created a universal type; a type that lives in every aspect of the city, in every detail, in every square; a diabolical type that is part gnome and part sylph of the forest; a type that is ever-changing, made of laughter and tears, of brazen tricks and reckless crimes, of neglect and of incomparable philosophy; an odd, ambiguous type, with feline leaps and razor-sharp laughs; a prodigious child with more knowledge and scepticism than old men of seventy winters, but whose ingenuousness is perennial; the voice that invents the pernicious nicknames for the powerful, but lives free
of cares; a creature who begs as if it were natural to beg, applauds when he has nothing to gain and can laugh candidly after experiencing all the ills of the city; gold dust that turns into mud and then into gold again – the street created the Boy! We have but scanty knowledge of these things. To understand the psychology of the street, to bask in its delights as one basks in the heat of the sun or the glow of the moon is not enough. One must have the vagabond spirit, full of unhealthy curiosity and be driven by a relentless, inexplicable desire: one must be what is called a flâneur and practice the most interesting of sports – the art of the strolling. Is this a tiring pursuit? For the initiated it has always been a great delight. Horace’s muse did nothing else but stroll through the streets of Rome. Sterne and Hoffman proclaimed its great worth, and Balzac’s greatest discoveries were all made while strolling. Flâner! Here is a verb that is universal, that has no place in dictionaries, that belongs to no language! What does it mean? It means to be a vagabond; to gape, to reflect, to comment; to have the virus of observation combined with the virus of loitering. Flâner is to wander around, morning, noon and night; mix with the throngs of people, admire the boy with the mouth-organ there on the corner; join the lads that follow the Cassino fighter dressed as an Arab, mingle with the groups in the squares gathered in front of the magic lanterns; converse with the singers of popular songs in the alleyways of Saúde after hearing the greatest tenor of the Lyric in a dreadful old-fashioned opera, applauded by dilettanti in evening dress; look at the figures painted in chalk on walls in front of the houses after going with a famous painter to see his great canvas, paid for by the State; it is to be doing nothing and find it entirely necessary to go to some dismal place; to then decide not to go, on a simple whim, because you hear something that makes you smile, see an interesting face, or a young couple in love whose laughter causes envy. Is it loitering? Perhaps. Flâner is the art of intelligent strolling. There is nothing like futility to make one artistic. So the idle flâneur always has ten thousand things on his mind; necessary, indispensible things that can be put off for ever. From a high window like Paul Adam he admires the kaleidoscopic whirl of life that is epitomised in the delirium of the Street; in the doorway of a café, like Poe in ‘The Man of the Crowd’, he dedicates himself to the practice of guessing the professions, the preoccupations and even the crimes of the passers by.
169
He is a kind of secret agent, in the manner of Sherlock Holmes, without the improprieties of our national secret agents. You may meet him on a beautiful night, or on a vile one. He will not be able to tell you where he has come from, what he is doing or where he is going. Will you inevitably think that a murderer stands before you? Poor fellow! The flâneur is a nice chap, with a cheerful, egalitarian soul, who speaks kindly to rich and poor alike; because he knows the hidden faces of both, and the more he sees the more he becomes convinced of the uselessness of anger and of the need for forgiveness. The flâneur is almost always ingenuous. He stops to watch the street fights, he is the eternal outsider at every ball, he wants to know the cakesellers’ story; he is simply in wonder of it all. And knowing every street, every alley, every cul-de-sac, knowing a part of their story as one knows the story of ones friends (or the part they tell), he ends up with the vague idea that the whole spectacle of the city was specially made for his personal delectation. The balloon that goes up at midday from the hill at Castelo goes up for his pleasure; the bands that play in the squares play for his delight; if in some distant alley there is a serenade with plaintive guitars, they are there for his entertainment. And from seeing so much that others only barely suspect, the flâneur reflects. The observations have been stored in the sensitive part of his brain; the comments, the remarks, the scenes reverberate through his cortex. Then the flâneur draws a conclusion: see him as he conceives a magnificent law for his own exclusive use; see him philosophising; see him painting the thoughts, the face, the soul of the streets; and marvel at the futility of the world and at the inconceivable futility of the pedestrians of the poetry of observation… I was once, a little, this complex type, and perhaps that is why every street is for me a living, immovable being. Balzac said that the streets of Paris have human characteristics. The streets of all cities do; they have lives and destinies, just like people. Why are they born? From the need to expand the great social beehives, from commercial interests, they say. But nobody knows. One bright day they align a plot of rough terrain, slice off a stretch of garden, fill in a piece of marshland, and there it is: a new street has been born. It was born to evolve, to take its first tentative steps, to prattle, to grow, to become an individual. ◆
*Excerpt of the tale “A rua” [The Street], from the book A alma encantadora das ruas [The Enchanting Soul of the Streets], by João do Rio – pseudonym of João Paulo Alberto Coelho Barreto, considered one of the main reporters and chronicler in Brazil. Elected to the Brazilian Academy of Letters (ABL) in 1910, he was passionate about streets and believed that these were where the best stories came from. Copyright credits for the English version to translator Mark Carlyon, published by Editora Cidade Viva.
Instalação anamórfica - Marcos Sachs
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174
índice remissivo d e a r t i s ta s a Abbott, Berenice 131, 168 Abramović, Marina Luciana Brito 85
Al, Makul Fabiano Room 8 107
Albert, Rodrigo Periscópio 99
Alcântara, Araquém Babel 59 Fotospot 77 Mario Cohen 95
Alencar, Tete de Andrea Rehder 53
Almeida, Lalo de Fotospot 77
Almeida, Wagner Utópica 111
Alonso, Rafael SIM 109
Altschul, Gertrudes Gávea 78, 79
Amaro, Jorge Biographica 61
Amelia, Nara Bolsa de Arte 65
Ammerlaan, Frank SIM 109
b Baccaro, Thomas Bolsa de Arte 65
Bakker, Marlos Gávea 79 Madalena 91
Ballester, José Manuel Dan 70, 71
Banier, François-Marie Fólio 75
Baptista, Wilson Periscópio 98, 99
Baranek, Frida Raquel Arnaud 105
Barbey, Bruno Babel 59
Barcellos, Vera Chaves 22, 23, 163 Bolsa de Arte 65
Barja, Wagner Andrea Rehder 53
Barraco, Daniel Fólio 75
Barreto, César Mario Cohen 95
Barreto, Luiz Carlos Utópica 111
Barros, Geraldo de
Andrade, André
Luciana Brito 85
Fotospot 77
Mario Cohen 95
Andrade, Roberto W. Arte 57 55
Andrade, Rodrigo SIM 109
André, Marcus Janaina Torres 83
Andujar, Claudia
Basile, Renata Janaina Torres 83
Bauhaus, Fotógrafos da Bechara, José Bolsa de Arte 65
Becher, Bernd e Hilla 124, 125, 127, 167
Vermelho 113
Bernardi, Heleno
Madalena 91
Antich, Inês Room 8 107
Aquarone, Paulo Andrea Rehder 53
Aquino, Lívia Fotospot 77
Araújo, Emanoel Andrea Rehder 53
Assis, Rogério Utópica 111
Ates, Güler Luciana Caravello 87
Atget, Eugène 131, 168, 169 Avedon, Richard Fólio 75
Azad, Calé Biographica 61
Azevedo, André SIM 109
Andrea Rehder 53
Boubat, Édouard Fólio 75
Boulogne, Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne de 118, 120 Bracher, Elisa Raquel Arnaud 105
Braga, Luiz Gávea 79
Braga, Robério Mario Cohen 95
Braga, Rodrigo Vermelho 113
Branco, Miguel Rio Fólio 75
Brandão, Celso Gávea 79 Madalena 91
Brandão, Pedro Victor Portas Vilaseca 103
Bril, Stefania Fólio 74, 75
Janaina Torres 83
Bueno, Renata Siqueira Biographica 61
Burch, Jordi Janaina Torres 83
Cabral, Taís Biographica 61
Caetano, Pedro Luciana Brito 85
Caíca 123, 132, 133, 166 Cairns, Antony 38, 39, 40, 41,
Bisilliat, Maureen Fólio 75
Bittencourt, Julio Gávea 79 Lume 88, 89 Madalena 91
Blasco, Isidro SIM 109
Blossfeldt, Karl 123, 166 Bodanzky, Jorge 17, 162 Madalena 90, 91
Boneu, Pablo Babel 59
Raquel Arnaud 105
Cama, Felipe Zipper 115
Camargo, Marina Bolsa de Arte 65
Camargo, Sergio Raquel Arnaud 105
Camargo, Tony SIM 109
Campos, Antonio Malta SIM 109
Campos, Augusto de Andrea Rehder 53
Canale, Cristina Bolsa de Arte 65
Candisani, Luciano Babel 59
Bolsa de Arte 65
Cypriano, André Andrea Rehder 53
Andrea Rehder 53
Cardoso, Fabio Bolsa de Arte 65
Carneiro, Rafael Luciana Brito 85
Cartier-Bresson, Henri Fólio 75
Carvalho, Christiana Bolsa de Arte 65
Carvalho, Francisco Klinger Andrea Rehder 53
d Damm, Flávio Marcelo Guarnieri 92, 93
Dariano, Clovis David, Pedro
Bolsa de Arte 65
Diniz, José DOC 73
Utópica 111
Chaves, Marcos Bolsa de Arte 65
Chechik, Marcelo Room 8 107
Chehérè, Laurent Inox 80, 81
Bolsa de Arte 65
Farkas, João 28, 29, 163
Fólio 75
Dojc, Yuri Dan 70, 71
Drago DOC 72, 73
Drolshagen, Bruno Blau 63
Drummond, Marcelo Periscópio 99
Dupin, Lucas Lume 89 Periscópio 99
Duque, Adriana Zipper 115
Duran, JR Babel 59
Clergue, Lucien
Fólio 75
Cordeiro, Waldemar
Bolsa de Arte 65
Costa, Marcelo Room 8 107
Costi, Rochelle Luciana Brito 85
Cravo, Christian 17, 97, 162 Dan 70, 71
Crespin, Elias Raquel Arnaud 105
Cruz-Diez, Carlos Raquel Arnaud 105
Cruz, Renata e Gorski, Laura Blau 63
Marcelo Guarnieri 93
Farkas, Thomaz Luciana Brito 85
Fasano, Rogerio Mario Cohen 95
Feder, Bruno Room 8 107
Feingold, Daniel Raquel Arnaud 105
Felizardo, Luiz Carlos Bolsa de Arte 65
Felkl, Luiz Bolsa de Arte 65
Fernandes, Ana Carolina DOC 73
Ferreira, Alberto Lume 89 Fólio 75
e
Luciana Brito 85
Corona, Marilice
Madalena 91
Ferrez, Marc
Fólio 75
Colomb, Denise
Bolsa de Arte 65
Farías, Patricio
Madalena 91
DOC 73
DOC 73
Raquel Arnaud 104, 105
Faria, Francisco
Doisneau, Robert
Dörr, Luisa
Chambi, Martín
Fabre, Paulo Room 8 107
152, 153, 154, 155, 156, 157, 158,
Chaim, Carla
f Fajardo, Carlos
145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 162, 169, 179
Raquel Arnaud 105
Gávea 79 Room 8 107
Fotospot 77
Euvaldo, Célia
Blau 63
DelCasino, Mia
Cemin, Saint Clair
Babel 59
Bolsa de Arte 65
Zipper 115 Andrea Rehder 53
Babel 59
Erwitt, Elliott
Raquel Arnaud 105
Castilho, João Cecato, Roberto
Erskine, Kevin
Esmeraldo, Sérvulo
Canton, Katia
Raquel Arnaud 105
c
Cruz, Valdir
Arte Hall 57
Chaim, Gabriel 17, 162
42, 43, 165, 166
Fotospot 77
Canto, Nati
138, 139, 140, 141, 142, 143, 144,
Caldas, Waltercio
Biondani, Willy
Madalena 91
Fotospot 77
Bertillon, Alphonse 125, 128,
Fólio 75
Fotospot 77
Cesar, Ênio 17, 18, 19, 136, 137,
129, 167
Bidermanas, Izis
Cannabrava, Iatã
Brodsky, Marcelo
Utópica 111
Fólio 75
Ansbach, Ronald
Borges, Isabelle
Edinger, Claudio Arte 57 54, 55
Fialdini, Romulo Fólio 75 Raquel Arnaud 105
Figueiroa, Pio Madalena 91
Firmo, Walter
Fotospot 77
Fotospot 77
Lume 89
Mario Cohen 95
Madalena 91 Mario Cohen 95
Edmaier, Bernhard Room 8 107
Egurbide, Begoña Bolsa de Arte 65
Engel, Deborah Portas Vilaseca 103
Erlich, Leandro Luciana Brito 85
Flemming, Alex Andrea Rehder 53
Fontcuberta, Joan 127, 133, 167, 168
Franco, Anaisa Lume 89
Freitas, Iole de Raquel Arnaud 105
Friedlander, Lee 131, 167 Frota, Rodrigo Arte 57 55
175
g Gadelha, Denise 17, 162, 179 Bolsa de Arte 65
Gama, Camila Room 8 107
Garaicoa, Carlos Arte 57 55
Garcia, Gabriel Pitan Janaina Torres 83
Garcia, Paula Luciana Brito 85
Gasparian, Gaspar Luciana Brito 85
Gautherot, Marcel Marcelo Guarnieri 93
Helena, Iris Portas Vilaseca 103
Heráclito, Ayrson 24, 25, 163 Blau 62, 63 Portas Vilaseca 102, 103
Hersz, Claudia Portas Vilaseca 103
Hoepker, Thomas
Fólio 75
Giró, Marcel Gávea 79
Giulio, Pablo Di Fotospot 77
Glasner, Kilian Lume 89
Goldin, Nan Arte 57 55
Gomes, Aracy Esteve Utópica 111
Gordon, Douglas Arte 57 55
Goulart, Cláudio 23, 163 Grant, John
Gringo
Room 8 107
Raquel Arnaud 105
Gruetzmacher, Alessandro Arte 57 55
Guerreiro, Antonio Gávea 79
Guilhermina, Anna Room 8 107
Guimarães, Geraldo Fólio 75
Biographica 61 Fotospot 77
Room 8 107
Landmann, Julio
Hupe, Ana Portas Vilaseca 103
Hurpia, Pedro Marcelo Guarnieri 93
Babel 59
Lanes, Jair Fotospot 77
Lartigue, Jacques Henri 131, 168
Lee, Dimitri
j
Babel 59 Fotospot 77
Leibovitz, Annie Fólio 75
Jablonski, Daniel Janaina Torres 83
Jaguaribe, Claudia 17, 162 Casa Nova 67 Fólio 75 Fotospot 77 Madalena 91
Jobim, Elizabeth Raquel Arnaud 105
Jorge, Sérgio Fotospot 77 Utópica 111
Jornal Última Hora, Acervo DOC 73
Junqueira, Flávia Zipper 115
Leirner, Nelson Bolsa de Arte 65
Leme, Shirley Paes Bolsa de Arte 65
Lemos, Fernando Fólio 75 Utópica 111
Lenci, Lucas Fotospot 77 Madalena 91
Levine, Sherrie 131, 167 Levy, Kika Janaina Torres 83
Lichtenberg, André Bolsa de Arte 65
Lima, Daniel Nogueira de Janaina Torres 83
Lima, Lin
k
DOC 73
Grinspum, Ester
Fotospot 77
Hug, Beatrice
Grilo, Ivan Casa Triângulo 68, 69
Arte 57 55 Madalena 91
Room 8 107
Luciana Caravello 87
Lacerda, Gustavo
Lampert, Letícia
Raquel Arnaud 105
Ginsberg, Allen
Fotospot 77
Babel 59
Mario Cohen 95 Mario Cohen 95
Lacaz, Guto
Holz, Nicole
Geppetti, Marcello Ghirri, Luigi 127, 167 Giannotti, Marco
l
Kac, Eduardo Luciana Caravello 87
Kater, Julia SIM 108, 109
Katz, Alex Luciana Brito 85
Kenna, Michael Babel 59
Kertész, André
Portas Vilaseca 103
Lima, Mauricio DOC 73
Linnemann, Ana Luciana Caravello 87
Linsker, Roberto Fotospot 77
Lobato, Pablo Luciana Brito 85
Lorca, German Utópica 110, 111
Lyon, Marcus Madalena 91
Kfouri, Daniel
h
Kitamura, Hirosuke Biographica 61
Kossoy, Boris Fólio 75
Haesbaert, Eduardo Bolsa de Arte 65
Hamburger, Feco Janaina Torres 83
Hamer, Ova Room 8 107
Heiderich, Matthias Room 8 107
Heiniger, Andreas Babel 59
Heinrich, Annemarie Utópica 111
Koudelka, Josef Fólio 75
Krüse, Olney Fólio 75
Kuhn, Ananda Bolsa de Arte 65
Vermelho 112, 113
Martinez, Carolina Portas Vilaseca 103
Madalena 91
Machado, João DOC 73 Fotospot 77
Maciel, Katia Zipper 115
Magnum Photos Room 8 107
Maier, Vivian 131, 168 Malin, Gray Room 8 107
Manarini, Ademar Gávea 79
Moriyama, Daido 37, 38, 43, 44, 45, 164, 165
Janaina Torres 83
Moscheta, Marcelo
Martins, Alberto Raquel Arnaud 105
SIM 109
Mota, Marcio H.
Martins, Juca
Zipper 115
Utópica 111
Moura, Lívia
Mascaro, Cristiano Fólio 75 Fotospot 77 Mario Cohen 95
Maudonnet, Luiz Arte Hall 56, 57
Mazza, Alexandre Luciana Caravello 87
Mazzini, Sandra Janaina Torres 83
McCall, Anthony Luciana Brito 85
McCollum, Allan
Inox 81
Muniz, Vik Arte 57 55
Murgel, Daniel Portas Vilaseca 103
Musa, Ding Raquel Arnaud 105
Musa, João Luiz Luciana Brito 85
Musatti, Jeanete Bolsa de Arte 65
Mussi, Ana Vitoria Lume 89
Luciana Brito 85 Babel 58, 59
Mecozzi, Silvia Mario Cohen 95
Medeiros, José Marcelo Guarnieri 93
Meeran, Jean 27, 163 Mello, Miriam Homem de Fotospot 77
Mello, Renato Bezerra de Inox 81
Michalany, Cassio Raquel Arnaud 105
Middel, Cristina De 30, 31, 164 Gávea 79 Madalena 91
Milan, Denise Lume 89
Milano, Carol Room 8 107
Miller, William Babel 59
Minas, Gustavo DOC 73
n Nacli, André SIM 109
Nader, Carlos Lume 89
Nagabe, Shinji Gávea 79
Nakamura, Mio Babel 59
Nava, Raquel Portas Vilaseca 103
Nazareno Lume 89
Nesti, Zed Bolsa de Arte 65
Neto, Mario Cravo Marcelo Guarnieri 93 Mario Cohen 95 Mario Cravo Neto 96, 97
Neves, Eustáquio Arte 57 55
Fotospot 77
Neves, Marcio
Blau 63
Mlàszho, Odires Vermelho 113
Montenegro, Milton Fotospot 77
Monticelli, Ismael Moon, Beth
Room 8 107
Newman, Arnold Fólio 75
Nighswander, Matt Room 8 107
Nitzan, Ana Arte Hall 57
Nucci, Giovanna Room 8 106, 107
Nunes, Carlos Raquel Arnaud 105
Moraes, Pedro de Morain, André Fólio 75
Morais, Bruno Gávea 79
Moraleida, Pedro Janaina Torres 83
Moreira, Carlos Utópica 110, 111
Moreira, Marcone Periscópio 99
Andrea Rehder 53
p Palazyan, Rosana Luciana Caravello 87
Pallotta, Marcelo Fotospot 77
Palma, Luis Gonzalez Babel 59
Paolin, Améris Fólio 75
Pappalardo, Arnaldo Fotospot 77
Parada, Juan SIM 109
Paranaguá, Kitty
Mario Cohen 94, 95
Parr, Martin 133, 168 Lume 89
Pasquetti, Carlos Bolsa de Arte 65
Patterson, Benjamin Bolsa de Arte 65
Pedrosa, Bel Biographica 61
Penn, Irving 123, 166 Penna, Marcelo Room 8 107
Penteado, André Madalena 91 Zipper 114, 115
Pereira, Paulo Biographica 61
Perlingeiro, Maria-Carmen Raquel Arnaud 105
Phelps, Bill Room 8 107
Piloni, Monica Utópica 111
Pintor, Oscar Biographica 61
Pires, Paulo Gávea 79
Piroelle, Dorothee Room 8 107
Piza, Arthur Luiz Raquel Arnaud 105
Plentz, Leopoldo Bolsa de Arte 65 Fotospot 77
Pocztaruk, Romy SIM 109
Poester, Teresa
Utópica 111 Mario Cohen 95
Inox 80, 81
Otavio, Paulo
Parkinson, Norman
Mitteldorf, Klaus Mizael, Vítor
Orion, Alexandre
Janaina Torres 83
McCurry, Steve
Portas Vilaseca 103
Machado, Gabriela
Arte 57 55
Mario Cohen 95
Raquel Arnaud 105
m
Morell, Abelardo
Martins-Costa, Helena
Molder, Jorge
Fólio 75 DOC 73
Marcelle, Cinthia 26, 27, 163
Bolsa de Arte 65
o Ogolter, Martin Mario Cohen 95
Oliveira, Éder Blau 63 Periscópio 98, 99
Oppido, Gal Lume 88, 89
Polignano, Sergio Fólio 75
Pons, Flávio 23, 163 Portella, Celina Arte Hall 57 Inox 81
Porter, Liliana Luciana Brito 85
Powers, Zak Babel 59
176
Prearo, Penna Lume 89
s
Madalena 91
Prolik, Eliane SIM 109
Putrih, Tobias Luciana Brito 85
Gávea 79 Madalena 91
Sabatini, Vezio Fólio 75
Sacco, Graciela Zipper 115
Saggese, Antonio Madalena 91
q
Stewart, Ana
Salgado, Sebastião Mario Cohen 95
Stieglitz, Alfred 124, 125, 167 Streliaev, Leonid Fólio 75
Stupakoff, Otto DOC 72, 73 Mario Cohen 95
Sudek, Josef Fólio 75
Salles, Annelise de
Luciana Caravello 87
Queiroz, Mari Biographica 61
Quintella, Ana Biographica 60, 61
Salvador, Gilberto Andrea Rehder 53
Samaia, Betina Arte 57 55 Lume 89 Madalena 91
Samelo, Flavio Andrea Rehder 53
r
Sant’Anna, Alexandre Gávea 79
Santana, Tiago Fotospot 77
Radaelli, Gelson Bolsa de Arte 65
Radó, George Gávea 79
Ramiro, Mario Zipper 115
Ramos, Laerte Blau 63
Ray, Man 131, 167 Fólio 75
Rehder, Alessandra Andrea Rehder 52, 53
Reinés, Tuca Fotospot 77
Reis, Rogério
Santos, Eder Luciana Brito 85
Sanvoy, Helô Andrea Rehder 53
Scheier, Peter Fotospot 77
Schmid, Joachim 128, 129, 133, 168
Scianna, Ferdinando Fólio 75
Secchin, Gabriel Portas Vilaseca 103
Sequeira, Alexandre Luciana Caravello 87
Setubal, Alfredo Nugent
Utópica 111
Babel 59
Reisewitz, Caio
Setúbal, Paul
Luciana Brito 84, 85
Andrea Rehder 53
Renger-Patzsch, Albert 125, 167 Severo, André Rennó, Rosângela 133, 168 Bolsa de Arte 64, 65 Arte 57 55 Silveira, Regina Richter, Gerhard 127, 167 Bolsa de Arte 65 Luciana Brito 85 Ridolfi, Paolo SIM 109 Simões, Edu Roberts, Simon Marcelo Guarnieri 93 Babel 59 Simões, Lucas Rodriguez, Christian Luciana Caravello 86, 87 Madalena 91 Soares, Evandro Romeo, Joseph Arte Hall 57 Room 8 107 Sobral, Keyla Ronis, Willy Gávea 79 Fólio 75 Sodi, Bosco Rossi, João Luciana Brito 85 Room 8 107 Soledar, Jorge Rossi, Talitha Portas Vilaseca 103 Biographica 60, 61 Souza, Sonia Dias de Ruas, Ana Room 8 107 Andrea Rehder 53 Souzanetto, Manfredo de Russo, Felipe 131, 134, 135, 167 Andrea Rehder 53 Utópica 111 Speers, Vee Babel 59
Srodek-Hart, Guillermo Utópica 111
Steen, Ricardo van Zipper 115
Stefano, Alfredo De Babel 59
Stein, Juliana SIM 109
Fólio 74, 75
Veiga, Bruno Gávea 79
Ventura, Paolo Babel 59
Vergara, Carlos Bolsa de Arte 65
Verger, Pierre Fólio 75 Marcelo Guarnieri 93 Mario Cohen 95
Vidor, Igor
Arte Hall 57
Queiroz, Armando
Vater, Regina
t Tabalipa, Adriana Janaina Torres 83
Talbot, William Henry Fox 127, 130, 167 Tebet, Tiago Luciana Brito 85
Teixeira, Evandro
Luciana Caravello 87
Vieira, Tuca Fotospot 77
Vieitez, Ramonn Portas Vilaseca 103
Villani, Julio Raquel Arnaud 105
Villers, André Fólio 75
Vitali, Massimo Arte 57 55
Utópica 111
Terra, Laila Portas Vilaseca 103
Tessler, Elida Bolsa de Arte 65
Thompson, Marcia Janaina Torres 83
Tichý, Miroslav 131, 168 Tillmans, Wolfgang 127, 167 Tinoco, Marcelo Zipper 115
Toledo, Vania Fotospot 77
Tomaselli, Maria Bolsa de Arte 65
Torres, Rodrigo SIM 109
Tuneu Raquel Arnaud 105
w Wagner, Alexandre Bolsa de Arte 65
Watts, Cliff Babel 59
Welty, Eudora Fólio 75
Wesely, Michael Casa Nova 66, 67
Wolf, Michael 120, 121, 127, 131, 167, 168
Wolfenson, Bob Fotospot 77
Woodman, Francesca 131, 168
u
x
Uchôa, Delson
Xadalu
SIM 109
Bolsa de Arte 65
Zipper 115
Ullrich, Wolfram Raquel Arnaud 105
Umbrico, Penelope 133, 168 Urch, Alexandre Fotospot 76, 77
y Yalenti, José Gávea 79
v Vainer, Paulo Mario Cohen 95
Vallejo, Misha
Yamamoto, Masao Marcelo Guarnieri 93
z
Madalena 91
Vasconcellos, Cássio
Zamora, Héctor
Fotospot 77
Luciana Brito 85
Madalena 91
Zanin, Marco Maria
Mario Cohen 95
Vasquez, Pedro Pinakotheke 100, 101
Periscópio 99
Zapot, Zoe Babel 59
Zarif, Fernando Luciana Brito 85
Zarka, Raphaël Luciana Brito 85
Zignnatto, Andrey Blau 63
Zilio, Carlos Raquel Arnaud 105
Zimbres, Fabio Bolsa de Arte 65
Zubiaga, Alfonso Room 8 107
Zwetsch, Valdir Utópica 111
177
14ª edição Festival Internacional de Arte de São Paulo 12 a 15 de abril Pavilhão da Bienal / Parque Ibirapuera
178
sp-arte
sp - art e / foto / 2 0 1 7
catálogo
direção Fernanda Feitosa
consultoria Denise Gadelha
edição Bruna Wagner
direção de produção Felipe Feitosa
visitas guiadas N+1
projeto gráfico e composição Cristina Gu
arquitetura Pedro Borges
vídeo Clara Lobo Diego Garcia
tradução Andrew McDonnell Daniel Lühmann Mark Carlyon
design Cristina Gu Felipe Chodin João Schmitt relações internacionais Natacha del Valle
fotos (campanha) Ênio Cesar fotos (cobertura) Jéssica Mangaba
revisão Marcelo Maraninchi (português) Marília Kodic (inglês)
comunicação Marina Goulart conteúdo e edição Bruna Wagner mídias sociais Yasmin Abdalla planejamento e controle Leonardo Steil assistente geral Erika Okada assessoria de imprensa A4 Comunicação (Brasil) Rhiannon Pickles PR (internacional)
As opiniões expressas nas matérias e nas imagens deste catálogo são de responsabilidade exclusiva dos autores e expositores da Feira. Foram feitos todos os esforços para identificar os proprietários dos direitos autorais. Em caso de erro ou omissão acidental, solicitamos a gentileza de nos comunicar para que possamos tomar as devidas providências. Todas as imagens presentes na seção Expositores deste volume foram gentilmente cedidas por galerias e/ou artistas. / tiragem: 600 exemplares capa: Markatto Concetto Bianco 320 g/m2 miolo: Pólen Bold 90 g/m2 e Eurobulk 100 g/m2 tipografia: Minion Pro e DIN impressão: Ipsis Gráfica e Editora SP-Arte Eventos Culturais Ltda. Rua Pedroso Alvarenga, 900 / 7º andar 04531-003 São Paulo, sp www.sp-arte.com
/ para anunciar: marketing@sp-arte.com
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s732 SP-Arte/Foto/2017 (8 : 2017 : São Paulo, Brasil) SP-Arte/Foto/2017 : Feira de Fotografia de São Paulo / textos de João do Rio, Wladimir Fontes, Simon Baker ; apresentação de Fernanda Feitosa. – São Paulo: SP-Arte, 2017. 180 p. : il. ; 21,6 x 27,9 cm. Feira realizada no Shopping JK Iguatemi, São Paulo, SP, de 24 a 27 de agosto de 2017. Edição em Português com textos traduzidos para Inglês. isbn 978-85-67856-08-7
1. Fotografia – Século xxi. 2. Feiras de Arte – Fotografia.
3. Exposição de Arte – Fotografia. 4. Galerias de Arte. i. Rio, João do. ii. Fontes, Wladimir. iii. Baker, Simon.
cdu 77(058)
Catalogação na fonte: Paula Pêgas de Lima crb 10/1229
i s bn 978-85-67856-08-7