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MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE AULA MODELO



Kroton Educacional Curadoria de Conteúdos Acadêmicos.



SUMÁRIO SUMÁRIO 1. AULA MODELO PRESENCIAL 1.1 - O ENSINO FLIPPED

2. CRIANDO UMA SALA FLIPPED

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2.1 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA 2.2 - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS 2.2.1 - AVALIAÇÃO SOMATIVA E FORMATIVA 2.2.2 - ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO 2.2.3 - VINCULANDO A AVALIAÇÃO AOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 2.2.4 - ESCOLHA E/OU ELABORAÇÃO DE QUESTÕES PARA A AULA FLIPPED (PRÉ-AULA E PÓS-AULA) 2.2.5 - REVENDO AS RESPOSTAS DOS ALUNOS 2.2.6 - CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE AVALIAÇÕES EM SITUAÇÕES REAIS DA PROFISSÃO

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2.3 - ORIENTAÇÃO PARA ATIVIDADES DE SALA DE AULA

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2.3.1 - PLANEJAMENTO É A CHAVE PARA O ENSINO FLIPPED 2.3.2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES FORA DE SALA 2.3.3 - IMPLEMENTANDO O ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DE SALA DE AULA 2.3.4 - PRIMEIRAS AULAS 2.3.5 - CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DA TECNOLOGIA 2.3.6 - CRIANDO UM AMBIENTE INCLUSIVO 2.3.7 - CONTRATOS DIDÁTICOS 2.4 - LIDANDO COM MOMENTOS DE CRISE

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2.4.1 - RISCOS POTENCIAIS DA AULA FLIPPED 2.4.2 - MOMENTOS DIFÍCEIS EM SALA DE AULA 2.4.3 - INTEGRIDADE ACADÊMICA

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3. ELABORANDO A AULA MODELO PRESENCIAL

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3.1 - PLANO DE AULA 3.2 - PLANO DE AULA ESTRUTURADA

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4. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE 1 - TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PARA A SALA DE AULA (TAS)

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APÊNDICE 2 - ATIVIDADES PARA A SALA DE AULA

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APÊNDICE 3 - FORMULÁRIO PARA AULA MODELO

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APÊNDICE 4 - FORMULÁRIO PARA REVISÃO DA AULA MODELO

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APÊNDICE 5 - PLANO DE AULA ESTRUTURADA

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UNIDADE 1 AULA MODELO PRESENCIAL


1. AULA MODELO PRESENCIAL

Abordagens didáticas baseadas no ensino meramente transmissivo, com poucas ligações com a realidade pessoal ou profissional, que priorizam a memorização de conteúdos, muitas vezes, sem que o aprendiz saiba o que fazer com eles, acarretam uma grande insatisfação nos alunos e contribuem para a baixa qualidade do seu desempenho acadêmico. Aulas presenciais, para serem bem-sucedidas, têm que romper as barreiras da sala de aula e transportar a educação de volta ao mundo real, à experiência do aluno vinculada ao exercício profissional. Isso será possível com a utilização de um modelo de aula em que o aluno passa a ser corresponsável pelo ato de aprender, de construir a trajetória de sua aprendizagem. Os alunos não devem se restringir ao simples escutar, eles devem ler, escrever, discutir, resolver problemas, entre outras atividades. É muito importante que eles estejam ativamente envolvidos na produção de seu próprio conhecimento e competências. Nesse contexto, as estratégias de aula devem promover atividades que levem o aluno a aplicar seus conhecimentos em situações reais da vida profissional e que o permitam refletir sobre o que eles realizaram. Uma abordagem séria e acadêmica para o ensino de competências requer que os professores estejam bem preparados, que sejam conhecedores das muitas estratégias que têm sido utilizadas na educação e que possuam suporte adequado para a realização da aula. O uso de técnicas específicas voltadas à Aprendizagem Ativa é vital, devido a seu forte impacto sobre a aprendizagem do aluno.

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Princípios da Aprendizagem Ativa: • tem como característica a multidimensionalidade e a aprendizagem mediada; • promove o máximo possível de situações de aprendizagem, problemas, recursos e ações do mundo real; • promove situações de ensino e aprendizagem que envolvem os estudantes na resolução de tipos de problemas encontrados no mundo real, usando as ferramentas (conceitos, procedimentos e atitudes) que a disciplina oferece; • o professor é um recurso e não o líder da atividade de resolução da situação-problema; • possui alto impacto cognitivo, promovendo a metacognição.

A Kroton Educacional é comprometida em oferecer uma experiência educacional rica, que permita aos seus alunos atingirem altos níveis de empregabilidade após formados. Para cumprir com esse compromisso, a Kroton oferece a seus professores e alunos um conjunto de materiais didáticos que visam potencializar o processo de ensino e aprendizagem, a saber: Livro Didático, Webaula, Roteiro de Aulas Práticas, Aulas modelo, entre outros. A Aula Modelo Presencial, que será apresentada ao longo deste texto, é uma opção estratégica da Kroton Educacional que visa disponibilizar aos docentes da instituição um programa de aula concreto e organizado, que está alinhado com a Missão e Valores da Instituição e com os princípios norteadores da aprendizagem ativa. Os objetivos principais da Aula Modelo são:

→ Maximizar a eficácia das atividades em sala de aula. → Estruturar o tempo fora da sala de aula para o máximo benefício de aprendizagem. → Criar e manter o espírito de equipe, com o qual alunos e professores trabalham em equipe visando ajudar todos os alunos a terminarem a disciplina com o máximo desenvolvimento de suas competências.

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1.1 | O Ensino Flipped

O modelo de Aula Presencial escolhido pela Kroton é o Ensino Flipped. A sala de Aula Flipped é um modelo pedagógico em que a aula típica (apresentação dos conteúdos) e os trabalhos de casa são invertidos. Ou seja, aulas expositivas, leituras (Livro Didático, artigos científicos etc.) são vistos pelos alunos em casa antes da aula, enquanto o tempo em sala de aula é dedicado a exercícios, projetos, discussões, entre outros. Isso significa uma ampliação significativa do tempo de ensino e aprendizagem, para muito além do período de duração do encontro presencial. A noção de Aula Flipped baseia-se em conceitos como a aprendizagem ativa, cujos princípios já elencamos anteriormente, o envolvimento ativo dos alunos na aula, uso de tecnologias de ensino e aprendizagem mistas (atividades presenciais, on-line, uso de recursos computacionais, entre outros). O valor de uma sala de aula Flipped está na redefinição do tempo de aula em uma oficina, onde os alunos podem obter informações sobre o conteúdo de aula, testar suas habilidades na aplicação do conhecimento e interagir uns com os outros em atividades práticas.

O Ensino FLIPPED pode beneficiar os ALUNOS de todas as idades e necessidades de aprendizagem, porque: • aumenta as oportunidades de interação professor-aluno; • promove grande variedade de atividades de aprendizagem para suprir as diferentes necessidades dos alunos; • impulsiona o nível de conforto dos alunos com o aprendizado de novas informações; • fornece conteúdo interativo, que mantém os alunos envolvidos no aprendizado; • impacta positivamente sobre os resultados das avaliações e atitudes dos alunos; • cria um ambiente ponto a ponto de aprendizagem, que foca a empregabilidade.

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Durante as sessões de Aula Presencial, professores funcionam como consultores, incentivando os alunos na investigação individual e esforço colaborativo. Dedicar tempo de aula para aplicação de conceitos pode dar aos professores uma melhor oportunidade de detectar as defasagens de aprendizado.

PROFESSORES também se beneficiam com o Ensino FLIPPED, porque há: • aumento da satisfação no trabalho; • maximização da qualidade de ações com o tempo dedicado aos alunos; • redução dos problemas de comportamento dos alunos em sala de aula devido ao tédio ou falta de comprometimento; • minimização de revisões devido aos alunos ausentes, que podem acessar os materiais on-line (Livro Didático e Webaula) e ficar atualizados com as atividades realizadas.

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A sala de Aula Flipped constitui uma alteração na relação professor-aluno, saindo de uma posição centrada no professor em favor de uma mais colaborativa e cooperativa. Há uma mudança concomitante no papel de estudantes, eles deixam de ser participantes passivos no processo de educação. O modelo Flipped coloca mais responsabilidade no aluno, sendo ele corresponsável pela sua própria aprendizagem. As atividades podem ser lideradas pelos estudantes, e a comunicação entre eles pode tornar-se determinante na dinâmica de uma aula dedicada à aprendizagem por meio da prática. As atividades acadêmicas das Aulas Flipped têm o tempo de ensino e aprendizagem dividido em três momentos didáticos principais: a Pré-Aula, a Aula Presencial e o Pós-Aula, como pode ser observado na Figura 1. Figura 1 | Diagrama representativo dos tempos didáticos da aula flipped.

Fonte: Os autores (2014)

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A Pré-aula proporcionará, fora de sala de aula física, as condições prévias necessárias (cenário) para as atividades em sala de aula. Nesse tempo didático são utilizados os seguintes recursos:

Webaula É um material educacional de estudo autônomo provocador de aprendizagem, que gera uma predisposição no aluno para o aprofundamento do conteúdo no Livro Didático e na Aula Presencial.

Livro Didático É um material educacional de estudo que organiza e sequencia os conteúdos da disciplina.

Avaliação Diagnóstica É composta por três questões básicas e gerais que serão respondidas pelos alunos, fornecendo um relatório individual e coletivo do estágio de aprendizagem em que os alunos se encontram ao iniciar a Aula Presencial.

Atividades Preparatórias Será utilizada apenas quando for necessário introduzir técnicas específicas de ensino e aprendizagem que o aluno ainda não conhece.

A Aula Presencial proporcionará em sala de aula as condições para o desenvolvimento do conhecimento, habilidades e competências relacionadas aos conteúdos propostos. Essa fase da aula é dividida em diferentes fases: Manual Aula Modelo

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Além da Sala de Aula As atividades realizadas na Pós-aula da aula anterior e na Pré-aula da aula atual serão trabalhadas nesse momento.

Pensando a Aula Atual Nesta etapa são definidos os objetivos de aprendizagem da aula atual, é resgatada a Situação da Realidade Profissional e a Situação-Problema contidas no Livro Didático, e são apresentadas as competências e procedimentos que serão trabalhados em sala de aula.

Orientando Atividades da Aula Atual Ela é dividida em três fases: • Aula Mediada - as atividades nesta fase visam à utilização e desenvolvimento dos conteúdos que foram trabalhados no Livro Didático e na Webaula. • Resolução da Situação-Problema - esse momento é dedicado à resolução da Situação-Problema apresentada no Livro Didático e discutido na Etapa 2 “Pensando a Aula Atual”. • Transferência – nela são apresentadas atividades que trabalham novas Situações-Problema semelhantes àquela já trabalhada ou que estimulam o aluno a criar novas Situações-Problema, cuja resolução dependa dos conteúdos e procedimentos aprendidos na fase anterior.

Integrando os Tempos Didáticos Define e especifica as atividades que o professor utilizará para auxiliar o aluno a integrar os tempos didáticos (Pré-aula, Aula Presencial e Pós-aula).

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Avaliação Formativa Promove as atividades de aprendizagem que os alunos realizarão, demonstrando proficiência a partir do que foi aprendido na aula.

A Pós-Aula fornecerá atividades que auxiliarão o aluno a fixar e desenvolver ainda mais seus conhecimentos, habilidades e competências. Temos que ter em mente que o aluno não pode aprender com apenas algumas exposições aos materiais, ele precisa de um período de prática.

Atividade de aprofundamento É composta por duas questões avançadas que serão respondidas na plataforma digital, fornecendo ao professor a possibilidade de mensurar qualitativa e quantitativamente o desenvolvimento alcançado pelo aluno (com base nesses dados o professor dará o feedback na próxima aula).

Atividades complementares Listas de exercícios, projetos, entre outros, fornecem ao aluno um período maior de contato com os conteúdos ministrados.

O ensino Flipped baseado em resolução de atividades Pré-aula, Aula Presencial e Pós-aula é uma variação do ensino Just-in-Time. Nesse tipo de estratégia buscase promover o envolvimento ativo dos alunos e o aumento da aprendizagem. Isso é alcançado pela ligação intencional das atividades desenvolvidas fora da sala de aula e aquelas desenvolvidas em sala de aula. Antes de cada aula presencial os alunos respondem, na plataforma digital, a um conjunto de três questões básicas gerais sobre os conteúdos da próxima aula e duas Questões

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de Aprofundamento sobre a aula anterior. As respostas geram um relatório com a performance individual e coletiva dos alunos. Isso permitirá ao professor ajustar as atividades planejadas para a Aula Presencial, de modo a suprir as lacunas e dificuldades de aprendizagem, bem como orientar atividades a serem realizadas no Pós-aula. Antes de discutirmos o modo pelo qual a Aula Modelo Presencial deverá ser elaborada, é fundamental que tenhamos conhecimento a respeito de alguns princípios fundamentais que sustentam e orientam esse tipo de aula. Desse modo, o texto a seguir observará esta ordem de temas: Objetivos e Estratégias da Disciplina, Avaliação da Aprendizagem dos Alunos, Orientação para Atividades de Sala de Aula, Lidando com Momentos de Crise e Elaborando a Aula Modelo Presencial.

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2. CRIANDO UMA SALA FLIPPED

Esta seção irá ajudá-lo a visualizar alguns dos vários aspectos que são importantes para a sua aula Flipped. Ela também irá apontar os muitos recursos disponíveis para ajudá-lo a criar e manter sua aula.

Quais são os elementos-chave da sala de aula Flipped? • Fornecer a oportunidade para que os alunos tenham a primeira exposição ao conteúdo antes da aula – Livro Didático e Webaula; • incentivar os alunos a se prepararem para a aula; • fornecer um mecanismo para avaliar os progressos do aluno; • proporcionar atividades em sala de aula que se concentrem em atividades de aprofundamento nos conteúdos.

2.1 | Objetivos da Disciplina

Uma disciplina solidamente estruturada se concentra nos objetivos de aprendizagem do aluno (com a ênfase na relação entre os alunos e as competências a serem aprendidas). A tarefa fundamental do professor é fazer com que os alunos participem das atividades de aprendizagem que resultarão na efetivação desses objetivos, levando em conta fatores como o conhecimento prévio, o contexto no qual o material é apresentado e a percepção de que a interpretação e compreensão de novas informações dos alunos dependem da disponibilidade de esquemas adequados. Sem tirar a importância do papel desempenhado pelo professor, é importante lembrar que aquilo que o aluno faz é realmente mais importante na determinação do que é aprendido do que aquilo que o professor faz. (RAMSDEN, 1992; SHUELL, 1986). 18

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Como podem objetivos de aprendizagem agregar valor ao ensino e aprendizagem? • Lembre-se, antes de mais nada, que os objetivos de aprendizagem não colocam limites sobre o que você pode ensinar em um curso. Em vez disso, os objetivos fornecem um mapa que indica aos alunos para onde o curso está caminhando. • Objetivos de aprendizagem podem adicionar senso de apropriação no processo de aprendizagem dos alunos, ajudando-os a sentir que eles estão dentro da lógica da aula. • Objetivos de aprendizagem podem ser um instrumento de comunicação muito útil. • A disciplina ganha um sentido de coesão curricular.

Considere os seguintes pontos de como você pode desenvolver objetivos de aprendizagem:

• Os objetivos de aprendizagem apontam os mais altos níveis de aprendizagem e os alunos precisam saber de todas as estratégias de suporte, teorias, dados, diferentes pontos de vista e fatos relevantes que suportam os objetivos. • Manter o número de objetivos de aprendizagem gerenciáveis e realistas. Na primeira vez que você passar por este exercício, opte por uma lista curta, sabendo que você pode editá-la conforme necessário. Um ou dois objetivos podem ser um bom ponto de partida. • Escreva objetivos que começam com verbos de ação. Ações ajudam a identificar o que precisa ser avaliado, tornando o resultado mais facilmente mensurável. Por exemplo: “demonstrar a capacidade de ler, avaliar e interpretar informações econômicas”; “aplicar as ferramentas matemáticas necessárias para resolver os problemas de projetos complexos”; “analisar imagens e narrativas de mídias”; “formular um argumento bem organizado, apoiado por evidências”. Abaixo estão listados alguns tipos de verbos, de acordo com o objetivo pretendido:

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Conhecimento apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;

Compreensão descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;

Aplicação aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;

Análise analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar;

Síntese articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar;

Avaliação apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.

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• Use uma linguagem que é específica da disciplina e apropriada para o seu campo. • Pense sobre os objetivos que são importantes para o professor e seus alunos. Considere como os objetivos específicos da aula permitem a obtenção de competências (por exemplo, o pensamento crítico, comunicação escrita/oral). • Pense sobre a sua experiência de ensino. Que evidência indica que os alunos tenham cumprido as suas expectativas? Em outras palavras, os objetivos de aprendizagem devem ser mensuráveis; você vai precisar de evidências de que o objetivo foi ou não alcançado.

Objetivos tais como os alunos devem ser capazes de “entender...” ou “pensar criticamente sobre...” são objetivos gerais bons, mas não fornecem informações suficientes para a criação de uma boa Aula Flipped. Considere, por exemplo, que você quer que os alunos compreendam os fundamentos de gerenciamento de projetos: • Como os alunos vão lhe mostrar essa compreensão e em que nível? • Seria suficiente que os alunos listem etapas de um processo? • Criar um cenário seria o ideal? • Trabalhar em equipe para resolver um estudo de caso cobriria todas as necessidades de aprendizado? Os objetivos de aprendizagem devem descrever os comportamentos que os alunos serão capazes de demonstrar ao final da aula (para saber mais, confira o Manual do Plano de Ensino). Na Tabela 1 apresentamos um modelo de ficha em que você pode relacionar

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seus objetivos de aprendizagem e a estratégia que permitirá avaliar se e o quanto seus alunos se aproximaram deles. Confira a seção 2 - Avaliação da Aprendizagem dos Alunos para saber mais sobre avaliação.

Quadro 1 | Modelo de ficha de relação entre objetivos de aprendizagem e sua avaliação. Objetivo 1

Avaliação

Objetivo 1

Avaliação

Objetivo 1

Avaliação

Fonte: Os autores (2014)

2.2 | Avaliação da Aprendizagem dos Alunos

Todo plano de avaliação deve começar com os objetivos da disciplina. Tais objetivos, ou resultados de aprendizagem, devem ser mensuráveis por meio do desempenho dos alunos. Agora que você já definiu os objetivos pedagógicos da disciplina, vamos passar para o planejamento de como vamos medir as conquistas de desempenho dos alunos na disciplina. Caso precise obter informações mais detalhadas sobre as diretrizes de avaliação da Kroton, veja o Manual para Elaboração e Revisão de Questões para Avaliação. 22

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2.2.1 Avaliação Somativa e Formativa As avaliações de progresso do aluno dentro de uma disciplina se dividem em duas grandes categorias: • Somativa - Ela ocorre no final de um segmento de disciplina (ao final da aula, da disciplina, artigos científicos, entre outros), para avaliar o domínio do estudante sobre os conceitos e habilidades específicos. • Formativa – Ela é utilizada ao longo da disciplina. Por meio desse tipo de avaliação o professor dá aos alunos a oportunidade de avaliar o seu próprio domínio sobre os conteúdos e conceitos que estão sendo ensinados. Avaliações formativas ajudam os professores, fornecendo informações sobre o que os alunos estão dominando e onde eles estão tendo problemas com o conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula. Os professores podem fornecer ajuda e esclarecimentos pontuais, se necessário.

2.2.2 Estratégia de Avaliação Como vimos, as avaliações são mais do que as avaliações de aprendizagem somativas realizadas no final de segmentos de ensino. A avaliação funciona melhor quando ela é contínua, de forma a ajudar os alunos e professores a avaliar o aprendizado em andamento. A avaliação continuada fornece um importante feedback que permite aos alunos identificar e sanar as suas carências em tempo hábil. A melhor prática é que as disciplinas devem incluir avaliações somativas (no final de um segmento de aprendizagem) e avaliações formativas (durante um segmento de aprendizagem) como parte da estratégia de avaliação, tais como: • A Avaliação Diagnóstica utilizada para entender as necessidades dos alunos em relação aos objetivos pedagógicos, a fim de fornecer orientações para o desenvolvimento das atividades de aprendizagem planejadas para o aprendizado.

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• Oportunidades de avaliação pontuais ao longo da aula, proporcionando ao aluno feedback de seu desempenho (os estilos de aprendizagem devem ser levados em consideração, fornecendo uma gama diversificada de métodos de avaliação. (conforme Apêndice 1). • Oportunidades para reaprendizagem e reavaliação devem ser oferecidas para os alunos. • Pós-avaliação, que inclui a avaliação do desempenho geral dos alunos e indica o domínio final do conteúdo e a capacidade de incorporar o conteúdo em aplicações do mundo real. O processo para a criação de uma avaliação pode ser visualizado na Figura 2. Figura 2 | Etapas para a criação de uma avaliação

Etapa 1 - Identificar os objetivos de aprendizagem: O que os alunos devem saber e serem capazes de fazer?

Etapa 2 - Selecionar uma atividade: O que indica que os alunos alcançaram os objetivos?

Etapa 3 - Identificar quais critérios são relevantes na atividade: O que é um bom desempenho?

Etapa 4 - Criar uma escala de pontuação. Como classificar o desempenho dos alunos? Divida com seus alunos as expectativas de desempenho.

Fonte: Os autores (2014)

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As avaliações podem assumir muitas formas. Quase todas as que são aplicadas presencialmente podem ser realizadas on-line, com as instruções e ferramentas adequadas. Consulte as tabelas sobre avaliações no Apêndice 1 para obter mais detalhes.

2.2.3 Vinculando a Avaliação aos Objetivos de aprendizagem Depois de elaborar os objetivos de aprendizagem, é hora de começar a pensar em como avaliar se os alunos os alcançaram: • Comece respondendo à seguinte pergunta: “Que evidências eu preciso obter para saber se meus alunos cumpriram as metas para esta aula?” • A fonte primária de evidências de aprendizagem virá das atividades de aula (Pré-aula, Aula Presencial e Pós-aula). • O trabalho de cada aluno produz evidências diretas de aprendizagem. Essa é provavelmente a melhor maneira de avaliar o aprendizado na maioria dos cursos. • Evidências indiretas de aprendizagem são vistas em avaliações do curso, por exemplo, em que os alunos podem comentar que “aprendi muito”. • A “evidência” que você estará procurando está presente em atividades familiares (trabalhos, atividades de sala, questões, artigos), mas o que você precisa estabelecer é conexão dos objetivos do curso para essas atividades. • Quando você selecionar as estratégias de avaliação, considere as limitações do seu curso (carga de trabalho dos professores e alunos etc.).

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2.2.4 Escolha e/ou Elaboração de Questões para a Aula Flipped (Préaula e Pós-aula) A chave para alcançar o sucesso com a Aula Flipped é utilizar questões eficazes. Decidir quais questões serão utilizadas nesse tipo de aula é um pouco diferente do que aquelas aplicadas em trabalhos de casa ou questões de avaliações oficiais. Isso porque a intenção não é determinar se os alunos dominam o assunto. Em vez disso, o objetivo é obter um rico conjunto de respostas que ilustrem os processos de raciocínio dos alunos, que possibilitem o direcionamento específico das atividades planejadas para a sala de aula. Do ponto de vista operacional, perguntas Flipped devem se concentrar em ideias-chave da Pré-aula e questões avançadas do Pós-aula, permitindo que as respostas dadas pelos alunos gerem um relatório para o professor. Perguntas eficazes Flipped devem estar alinhadas com os objetivos de aprendizagem da sua disciplina, como visto anteriormente, facilitar as habilidades de pensamento de ordem superior e serem baseadas nos avanços científicos mais recentes. Para saber quais critérios devem ser respeitados para a elaboração e, consequentemente, para a escolha de uma boa questão, confira o Manual para Elaboração e Revisão de Questões para Avaliação.

2.2.5 Revendo as Respostas dos Alunos Estudos a respeito da aprendizagem, transferência e desenvolvimento de competências mostram que o feedback às atividades desenvolvidas pelos alunos é extremamente importante. O pensamento dos alunos deve ser visível (através de discussões, artigos, fóruns, avaliações etc.) e acompanhado. Dado o objetivo de aprendizagem e a avaliação, a devolutiva dos resultados pelo aluno deve concentrar-se na compreensão alcançada por ele e não apenas na memória para procedimentos ou fatos. Oportunidades para revisão das respostas dadas por eles devem ocorrer de forma contínua, mas não intrusiva,

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ao longo da aula presencial. Os professores eficazes, continuamente tentam aprender sobre o pensamento e a compreensão dos seus alunos. (BRANSFORD; BROWN; COCKING, 1999). Estabelecer um cronograma para revisão das respostas dos alunos é fundamental para que o professor possa ler o que foi produzido pelos alunos antes do período de aula. O tempo necessário para essa atividade dependerá da complexidade das questões Flipped, quantos estudantes estão na sala e quão rapidamente é possível processar tais informações. As atividades realizadas anteriormente à Aula Presencial (questões de Pós-aula da aula anterior e de Pré-aula da aula atual) têm uma duração aproximada de 25 min. Usar as respostas dos alunos em sala de aula para direcionar e ajustar as atividades programadas é a tarefa mais imediata desse tipo de estratégia de ensino. Você não sabe como seus alunos estão preparados para a aula até você analisar o relatório de suas respostas às questões Flipped.

Normalmente existem padrões nas respostas que permitem agrupálas em classes (conjuntos). Esses “grupos de resposta” fornecem informações valiosas que podem ser usadas para direcionar as atividades de sala de aula, que visam diretamente suprir as lacunas de aprendizagem destacadas nas respostas às questões.

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2.2.6 Considerações a respeito de Avaliações em Situações Reais da Profissão As avaliações em Situações Reais são uma forma de avaliação em que os alunos são convidados a realizar atividades no mundo real, que envolvem a aplicação significativa de conhecimentos e habilidades essenciais. Quando o trabalho do aluno afeta pessoas reais ou organizações, por exemplo, muitas vezes acaba estimulando o estudante a manter-se mais responsável, produzindo um trabalho de maior qualidade e fazendo conexões mais precisas entre o conteúdo da aula e o mundo real. Embora as restrições ambientais (acesso ao local da atividade, por exemplo) façam esse tipo de avaliação significativamente mais difícil de ser desenvolvida e implementada do que outras formas de avaliação, ela pode potencializar o aprendizado e estimular o envolvimento dos alunos nas atividades.

2.3 Orientação para Atividades de Sala de Aula Depois de ter decidido quais são os resultados que devem ser buscados e como será a avaliação do quanto foi alcançado, agora você pode começar a planejar como o professor vai ensinar. As estratégias de ensino e atividades de aprendizagem dos alunos devem ser planejadas com as seguintes questões em mente: • Quais são os melhores exercícios, problemas ou questões para desenvolver a capacidade dos alunos para cumprir suas metas de aprendizagem? • Como eles podem praticar o uso de novos conhecimentos para ganhar as competências que você quer que eles aprendam? • Como eles podem aplicar o que aprenderam? Elabore exercícios ativos e colaborativos que incentivem os alunos a lidar com novos conceitos. Tenha em mente que você deve promover a compreensão cada vez maior do objeto de aprendizagem, não a sua simples memorização. 28

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A adoção de práticas de ensino que envolvam os alunos no processo de aprendizagem é a característica definidora da Aula Modelo Presencial Flipped. A importância do envolvimento dos alunos é amplamente aceita e há evidências consideráveis para apoiar a eficácia do envolvimento dos alunos em uma ampla gama de resultados de aprendizagem. (PRINCE, 2004). Varie as estratégias de ensino, trabalhos e atividades de aprendizagem. Por exemplo, dar aos alunos oportunidade para fazer atividades em grupo, bem como para trabalharem sozinhos. Fornecer diferentes opções de atividades: documentos escritos, relatos orais e fitas de vídeo. Apresentar as mesmas informações em vários modos (palestra, leitura, materiais audiovisuais e atividades práticas). (DAVIS, 1993).

2.3.1 Planejamento é a chave para o ensino Flipped Algumas perguntas devem ser feitas antes de realmente implementar a Aula Flipped em sua disciplina: • Em que curso você quer aplicar a Aula Flipped? • Quais as características de sua disciplina (séries iniciais ou avançadas, teórica ou prática etc.)? • Quais os objetivos didáticos de sua disciplina? • Como a Aula Flipped pode ajudar a alcançar tais objetivos? • Quantas vezes você pretende utilizar a Aula Flipped? • Como você vai usar as respostas dos alunos da fase Pré-aula em sala de aula? • Que atividades e estratégias de ensino você vai usar como acompanhamento para as respostas dos alunos? • Como você irá preparar os alunos para realizar atividades da Aula Flipped? Existem muitos caminhos para o aprendizado. As pessoas trazem diferentes talentos e preferências de aprendizagem para a faculdade. Os alunos precisam Manual Aula Modelo

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de oportunidades para mostrar seus talentos e aprendem de maneiras que são melhores para eles. Com o tempo, eles podem ser levados a aprender de novas formas. (CHICKERING; GAMSON, 1987). Para preparar as Aulas Modelo, o Autor tem à sua disposição um Banco de Objetos Didáticos (livros didáticos, roteiros de aulas práticas, objetos de aprendizagem, exercícios de fixação, questões de avaliação, entre outros) para consulta.

Figura 3 | Ilustração da funcionalidade do banco de objetos

Fonte: Os autores (2014)

Assim, a qualquer momento, o Autor poderá procurar objetos de aprendizagem necessários para montar sua aula. Quando uma disciplina exigir o conhecimento dos conteúdos de um semestre anterior, o Autor poderá acessá-lo, buscando-o no Banco de Objetos. 30

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Não esqueça que aprender é essencialmente uma questão de criar significado a partir de atividades reais da vida diária (profissional ou não). Ao trazer as experiências dos alunos para a aula e a disponibilização de oportunidades para que os alunos vivam aquilo que é ensinado no contexto do mundo real, o conhecimento é adquirido e transferências de aprendizagem da sala de aula para o domínio da prática serão realizadas. (STEIN,1998).

2.3.2 Considerações sobre as Atividades Fora de Sala Boas atividades fora da sala de aula podem levar ao alto comparecimento às aulas e atividades presenciais efetivas. No entanto, algumas ponderações devem ser levadas em consideração: • Ao tornar o aluno corresponsável pelo seu próprio processo de aprendizagem, realizando estudos e atividades fora da sala de aula, é mais provável que ele realize tais tarefas com mais persistência, ao invés de parar assim que qualquer tipo de obstáculo se apresente. • Alunos, por vezes, ficam retidos em obstáculos encontrados nas atividades extrassala e as abandonam prematuramente, porque eles ainda não aprenderam a superar obstáculos. • As atividades extrassala devem ser bem planejadas para motivar os alunos, a fim de que eles usem suas habilidades e superem suas dificuldades, pois

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os alunos estarão investindo energia e tempo nessas atividades. • Um tipo de “espiral da morte” começa em muitas aulas quando uma parte dos alunos não realiza adequadamente as atividades antes da aula. Percebendo isso, os professores fazem uma “retomada” dos conteúdos, normalmente em forma de palestra, a fim de preencher as lacunas. Na próxima vez, mais alunos não farão as atividades extrassala. Isso porque os alunos aprenderam que uma olhada superficial sobre as atividades antes da aula será suficiente. Ao final, o professor retomará os conteúdos. Isso deve ser evitado. Se as atividades extrassala são bem desenhadas e os alunos não a realizam, eles devem se sentir prejudicados na próxima aula. • Os melhores professores universitários estudam seus alunos, a fim de descobrir como obter de cada um deles trabalho duro, entendimento dos conteúdos da disciplina e desenvolvimento de competências. O trabalho realizado fora de sala (por exemplo, leituras, fóruns) é uma valiosa fonte de evidências sobre o que os estudantes podem fazer, o que os motiva e o que eles precisam. Quando eles percebem que os professores estão prestando atenção ao que eles estão fazendo e não fazendo, isso os motiva a se prepararem melhor para a próxima aula. Usando uma visão derivada de “lição de casa”, a fim de afinar os planos para a próxima aula em sala é um princípio fundamental do Flipped. Estender o aprendizado para fora da sala de aula possibilita que os alunos sejam capazes de autorregularem a sua aprendizagem. A fim de apoiar os estudantes, oriente o professor com relação às seguintes técnicas: • comunicar o quanto de tempo é esperado para cada atividade de aprendizagem; • fornecer o critério sobre como os resultados esperados para a atividade serão avaliados; • encorajar os alunos a criarem um plano de aprendizagem (esse é um ponto importantíssimo para cursos que exigem um grande volume de atividades fora de sala de aula);

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• quebrar atividades muito grandes, que serão executadas fora de sala, em pedaços menores e criar prazos escalonados ao longo das aulas; • incorporar comentários dos colegas (por exemplo, inclua a “revisão por pares” nas atividades de aprendizagem); • discutir a expectativa que o professor tem em relação aos estudantes; • deixar clara a responsabilidade do aluno por não realizar as atividades da Pré-aula e a Pós-aula, observando que, ao não fazê-lo, o valor das atividades de aula diminui, tanto para eles mesmos quanto para os outros alunos; • os alunos devem ser responsabilizados por suas atitudes, estabelecer regras básicas pode ajudar (veja a seção 2.3.9).

Esteja ciente de que a eficácia de suas atividades de sala pode ser influenciada pela existência ou não de estudantes que vêm para a aula preparados. Oriente o professor para que pense como ele vai incentivar os alunos a completar as atividades de pré-aula.

2.3.3 Implementando o Acompanhamento das Atividades de Sala de Aula Implementar a estratégia Flipped na sala de aula pode ser algo simples, tal como mostrar o conjunto das respostas às questões Flipped dos alunos (anônimos) na sala e acompanhar a discussão dos alunos, pedindo que eles apontem processos de pensamento incompletos ou incorretos, expandindo suas respostas iniciais. No entanto, a Aula Flipped é particularmente eficaz quando as respostas dos alunos são usadas para desenvolver interatividade, atividades de aprendizagem cooperativas, entre outras, que visam suprir as lacunas de aprendizagem apontadas nas respostas dos alunos ou ampliar os conceitos incluídos na atividade. As respostas dos alunos podem ser utilizadas para criar enfoques na forma e no procedimento das atividades planejadas (em pequenos grupos, por ex.: “qual dessas ____ é a correta? Por quê?” ou “use o exemplo de respostas

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apresentadas na aula para desenvolver uma nova resposta, mais abrangente.”). Manter uma ligação estreita entre as respostas às questões respondidas fora de sala de aula e as atividades realizadas em sala de aula fornece motivação para aulas apoiadas na estratégia Flipped, apoia a avaliação formativa na sala de aula, promove a aprendizagem, enquanto conceitos estão frescos na mente dos alunos.

2.3.4 Primeiras Aulas Começos são importantes. Seja um curso introdutório para calouros ou um curso avançado para formandos, é importante iniciá-los do melhor modo possível. O bom início permitirá aos alunos definir claramente o que fazem ali e decidir muito cedo o quanto eles se envolverão com as atividades. Nos primeiros 30 segundos de aula, os alunos já formam uma opinião sobre os professores (ROSENTHAL; AMBADY, 1993). Um bom começo pode trazer o aluno para a aula e um mau começo pode afastá-lo. No entanto, além de criar uma primeira boa impressão, o primeiro dia de aula oferece a oportunidade de: • construir uma comunidade centrada na aprendizagem; • mergulhar nas competências e definir o ritmo para o restante do semestre; • delinear as expectativas para o curso; • motivar os alunos a investir no curso, enfatizando o aprendizado e não as notas. Ao planejar o primeiro dia de aula, considere o seguinte: • como você pretende gerar interesse para a sua disciplina? • como você pretende que o relacionamento do professor com os alunos seja construído? • como é que o professor estabelecerá as regras básicas para a disciplina de 34

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uma forma útil e acessível? • como o professor comunicará as expectativas para a disciplina? Algumas atividades podem ajudar na primeira aula: • saber os nomes uns dos outros: usar quebra-gelos, tirar foto dos alunos etc.; • pedir aos alunos para escrever suas expectativas sobre o curso para a revisão do professor; • comunicar os resultados da aprendizagem, explicando o que os alunos devem saber ou serem capazes de fazer como resultado da conclusão da disciplina; • explicar como você vai criar um ambiente inclusivo para os alunos; • apresentar as competências usando um cenário do mundo real da profissão, dando aos alunos um contexto para o curso; • dar aos alunos uma amostra do que é esperado deles - Eles vão participar ativamente em atividades de aprendizagem durante as aulas? Eles serão obrigados a realizar trabalhos em grupo? Se assim for, envolver os alunos em atividades deste tipo no primeiro dia pode ser útil; • discutir o programa perto do fim do período de aula - use os primeiros momentos de tempo de aula para criar uma boa impressão sobre os alunos; • gastar pouco tempo revendo o programa no primeiro dia – o professor terá que fazer isso novamente nas próximas aulas, pois os alunos mudam com frequência de turma ou faltam nas primeiras semanas. Quando o professor puder apresentar o programa de forma mais aprofundada, oriente como ele pode motivar os alunos a se interessarem pelo programa: → apresentar o programa em sala de aula como uma atividade de aprendizagem; → se os alunos fizerem perguntas que o programa já responde, orientar os alunos que acessem o programa e encontrem a resposta; Manual Aula Modelo

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→ pedir aos alunos para contribuir com o programa, pedindo para revisá-lo em sala de aula e fazendo sugestões de mudanças. Não apenas no primeiro dia, mas as três primeiras semanas de um curso são especialmente importantes. Povlacs (1987) sugere que, mesmo quando o programa da disciplina está disponível para os alunos e as atividades de aula estão prontas para serem aplicadas, a maioria dos professores universitários geralmente faz alguns ajustes nos métodos de ensino. Isso ocorre devido ao próprio desenvolvimento das aulas, no qual as características dos alunos tornamse melhor conhecidas. Nesse estudo, Povlacs apresenta uma justificativa para o uso de um conjunto de atividades nas três primeiras semanas de aula, entre elas: • ajudar os alunos a fazer a transição do Ensino Médio para a faculdade; • dirigir a atenção dos alunos para situações imediatas de aprendizagem; • despertar a curiosidade intelectual, desafiando os alunos; • apoiar iniciantes no processo de aprendizagem; • encorajar a participação ativa dos alunos na aprendizagem; e • construir um senso de comunidade na sala de aula. Alguns princípios e estratégias podem ajudar nas primeiras aulas: • use problemas da vida real; • deixe claras as expectativas de aprendizagem; • deixe claras as estratégias de ensino e aprendizagem; • utilize várias técnicas de ensino e aprendizagem; • forneça feedback para todos os tempos didáticos; • estimule o pensamento critico; e • minimize a memorização. Para conhecer outras estratégias, confira o texto de Povlacs (1987).

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2.3.5 Considerações sobre o uso da Tecnologia Na sala de aula, a tecnologia pode abranger todos os tipos de ferramentas do low-tech (lápis, papel e quadro negro), à utilização de softwares para apresentação de conteúdos, ou tablets high-tech, ferramentas de colaboração on-line e muito mais. As novas tecnologias nos permitem experimentar em salas de aula virtuais ou físicas coisas que não eram possíveis antes. O que se usa depende, fundamentalmente, do que se está tentando realizar. Veja alguns exemplos abaixo: • ferramentas de colaboração on-line permitem que alunos e professores compartilhem e editem materiais on-line em tempo real, colaborando com o debate de ideias e a documentação do trabalho realizado; • tablets podem ser ligados a computadores, projetores e na nuvem para que os alunos e professores possam se comunicar, trabalhar colaborativamente, realizar pesquisas etc.; • smartphones são uma maneira rápida e fácil de os alunos realizarem pesquisas, responderem quizzes, entre outras atividades durante a aula; • Softwares de apresentação permitem a professores e alunos incorporar fotografias de alta resolução, diagramas, vídeos, arquivos de som e texto para apresentar o conteúdo da aula expositiva. No entanto, devemos ter em mente que em qualquer ambiente de ensino, e particularmente em Aulas Flipped, a utilização de ferramentas multimídia, tal como o PowerPoint, de forma mal planejada, pode ser fatal. Nós não queremos ouvir de nossos alunos frases tais como “Morto pelo PowerPoint” ou “Que Tédio essa Aula” quando se referem ao nosso ensino. A tecnologia nunca deve ser usada para ensinar por ser algo “legal” ou para seu próprio benefício. Ela deve ser usada a serviço dos objetivos de aprendizagem que você escolheu para sua aula. Dito isto, os professores poderão utilizar a tecnologia proposta por você para melhorar o ensino. O corpo de autores é estimulado a serem inovadores, explorando maneiras novas e interessantes para integrar a tecnologia em sua disciplina. Se você quiser experimentar formas

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diferentes de aprendizagem ativa, apoiadas nas novas tecnologias, há um leque de opções bem amplo de recursos, tais como: o uso de áudio, imagens, animações e vídeo para envolver os alunos e otimizar o aprendizado. Você não precisa de softwares caros para produzir um conteúdo de curso atraente para uso dentro e fora da sala de aula. Confira as opções abaixo, elas são gratuitas e algumas trabalham dentro do seu navegador de internet (não é necessário “baixar” o programa!).

Screencasting Jing (PC e Mac, grátis) – é um programa gratuito para download que permite gravar screencasts (captura em vídeo – com áudio associado ou não – da tela do computador) e tirar screenshots (captura de imagem – “fotografia” – da tela do computador) de forma rápida e fácil em seu computador.

Edição de vídeo iMovie (Mac, grátis ou $) – alguns Macs mais antigos vêm com ele préinstalado. Se não, você pode obter uma cópia com uma pequena taxa. iMovie é um software de edição de vídeo bastante intuitivo de usar. Windows Movie Maker (PC, grátis) - opção rápida e de fácil uso para o usuário de PC editar vídeos.

iTunesU iTunesU (Mac, PC, grátis) – é um repositório livre fornecido pela Apple que permite a construção e distribuição de conteúdo de cursos on-line (áudio, vídeo e documentos) usando a loja da Apple iTunes, e tem como alvo principalmente os dispositivos móveis da Apple, como iPhones e iPads, embora possa ser parcialmente acessado em PCs (cf. TEACHING WITH ITUNES U, 2014, para saber sobre o desenvolvimento de cursos com o iTunesU). 38

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Edição de fotos Pixlr (grátis) – é um editor de fotos de fácil uso e bastante robusto para ser utilizado no navegador de internet. GIMP (Multiplataforma, grátis) – é um programa gratuito para download que se assemelha ao Pixlr, ele pode ser usado como um simples programa de pintura, um programa de edição de fotos com qualidade profissional, um conversor de formatos de imagem etc.

Criação de “colagens” (combinar diferentes tipos de vídeo/screencasts com outras multimídias, como áudio, fotografia etc.)

VoiceThread (grátis, ou $) – é uma ferramenta baseada em flash que permite a utilização de multimídia de forma criativa. Você pode usar mais de 50 tipos de arquivos diferentes e criar experiências imersivas para o conteúdo do curso. Adicionalmente ele inclui a capacidade de colaborar com outros autores de conteúdo, comentando, compartilhando e analisando o material produzido. Ele está disponível para dispositivos móveis. VoiceThread é livre, mas algumas funcionalidades necessitam de licenciamento.

Ferramentas de apresentação Prezi (grátis, ou $) – é uma ferramenta de apresentação interativa que permite que você crie apresentações semelhantes ao PowerPoint, mas sem se restringir a caminhos visuais lineares. Ele tem uma versão gratuita com modelos que você pode usar. Para acessar mais recursos e modelos, você pode pagar uma taxa mensalmente, dependendo de suas necessidades. Manual Aula Modelo

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Compartilhamento e postagem on-line Scribd e Slideshare (grátis) – ambas as opções são gratuitas e permitem tornar apresentações (ppt, por exemplo) e documentos (doc, pdf, entre outros) disponíveis na web de forma rápida. SendThisFile (grátis, ou $) – oferece serviço de transferência gerenciada de arquivos robustos para clientes que desejam privacidade e segurança de dados rigorosos. Dropbox (grátis) – é um serviço gratuito que permite que você compartilhe facilmente seus documentos. Drive (grátis) – sistema de armazenamento e compartilhamento de documentos da Google.

Gerenciador de bibliografia Mendeley Desktop (Multiplataforma e on-line, grátis) – é um gerenciador de referências bibliográficas livre e rede social acadêmica. Permite construir a sua própria biblioteca digital totalmente pesquisável em segundos, permitindo leitura e anotações em seus PDFs em vários dispositivos.

Existem muitas outras ferramentas de software disponíveis no mercado, todas com características únicas, por isso nós sugerimos que você explore a rede se uma das opções recomendadas não atender às suas necessidades. Você também tem a opção de encontrar materiais adequados já criados ou criar seus próprios objetos. Você é fortemente encorajado a gastar um pouco de tempo pesquisando em nosso Banco de Objetos para saber o que já está disponível, porque a qualidade e a quantidade de materiais estão crescendo exponencialmente (só não se esqueça de ler as diretrizes de direitos autorais). Desse modo você terá uma boa ideia para quais objetos de multimídia realmente precisará despender tempo para criar. Isso otimizará seu tempo de trabalho. 40

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2.3.6 Criando um Ambiente Inclusivo

O processo de ensino-aprendizagem é um ato inerentemente social e, como professores, precisamos estar atentos à qualidade da dinâmica social e emocional em nossas aulas, porque elas afetam a aprendizagem e o desempenho.

Abaixo estão listadas algumas das maneiras em que o ambiente de sala de aula pode afetar a aprendizagem, positiva ou negativamente: • O ambiente regulamenta a circulação e construção do conhecimento. Por exemplo, em um clima inclusivo, todos os alunos são mais propensos a oferecer perspectivas diferentes e, assim, enriquecer as discussões; inversamente, se alguns alunos ou grupos sentem que suas contribuições não são tão valorizadas como as dos outros, eles vão retirar-se da conversa. • Impactos ambientais metacurriculares e competências de cidadania. Em uma sala de aula produtiva, um aluno pode aprender a trabalhar em grupo com outros alunos que estejam em diferentes estágios de aprendizagem do que ele próprio, de modo a facilitar o desenvolvimento de habilidades como liderança, comunicação e resolução de conflitos. No extremo oposto do espectro, ambientes de aprendizagem não inclusivos facilitam a perpetuação de estereótipos sobre estudantes de outros grupos. • O ambiente gera emoções que impactam a aprendizagem. Em uma sala de aula produtiva, a experiência de aprendizagem é caracterizada pelo entusiasmo da descoberta, alegria, satisfação e orgulho por realizá-la. Todas essas emoções positivas têm o efeito de motivar os alunos para a aprendizagem futura. Por outro lado, se as emoções predominantes em uma classe são o medo, a vergonha ou embaraço por estar errado, ou o tédio e apatia sobre o conteúdo, essas emoções negativas serão altamente desmotivadoras para os alunos. (FORD, 1992). • O ambiente pode canalizar a energia do aluno para longe da aprendizagem

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ou em direção a ela. Alunos que não se sentirem seguros em sala de aula tendem a monitorar atentamente a sua própria participação por medo de, inadvertidamente, expor-se. Isso limitará o seu envolvimento com as atividades. • O ambiente informa as expectativas colocadas sobre os alunos. Isso é relevante, porque as pessoas tendem a apresentar desempenho em relação às expectativas colocadas sobre eles. Quando os alunos percebem que o professor pensa que eles são inteligentes e capazes, eles respondem bem às expectativas. Por outro lado, quando os alunos percebem que as expectativas colocadas sobre eles são baseadas em estereótipos (por exemplo, estudantes de minorias são menos capazes), eles vão apresentar performance inferior às expectativas, independentemente de suas reais capacidades. (STEELE; ARONSON, 1995). • O ambiente informa a dinâmica de poder. Em salas de aula produtivas os professores usam sua autoridade para estimular todos os alunos a se apropriarem do processo de aprendizagem. Por outro lado, se alguns alunos ou grupos de alunos sentem que sua perspectiva não é representada nas atividades, eles podem se desinteressar pela aula. A última forma de resistência para as pessoas que se sentem impotentes em um ambiente hostil é a recusa a aprender. (KOHL, 1994). • O ambiente impacta a persistência dos alunos. Quando os alunos percebem que mensagens diretas ou indiretas dizem que eles não são tão capazes quanto outros alunos e não pertencem ao grupo social estabelecido ali, os alunos são menos propensos a permanecer na aula e até mesmo no curso. (TINTO, 1993). Para otimizar a aula, oriente o professor a utilizar estratégias para criar um ambiente produtivo e inclusivo (cf. TLL, 2014). Por exemplo: • Examine suas suposições. É muito comum assumir que o aluno compartilha com o professor suas crenças, mas isso não é necessariamente verdade. Você trata os alunos como se todos eles compartilhassem a sua religião, orientação sexual ou classe econômica? • Linguagem inclusiva. Por exemplo, evitar o uso de pronomes masculinos para ambos os sexos (masculino e feminino). Evite usar expressões idiomáticas regionais; quando usar, explique-a para o benefício dos alunos de outras regiões.

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• Use múltiplos e diversos exemplos. Múltiplos exemplos aumentam a probabilidade de que os estudantes entendam pelo menos um deles. Tome o cuidado de incluir exemplos que falem para ambos os sexos e que trabalhem as diferentes culturas. • Examine o seu Plano de Ensino. Há perspectivas sistematicamente não representadas em seus materiais do curso (por exemplo, um curso sobre família incidindo apenas as famílias tradicionais, ou um curso sobre políticas públicas ignorando questões de raça)? Negligenciar algumas perspectivas implica juízo de valor, o que pode afastar certos grupos de estudantes. (HOOKS, 1994). • Esforce-se para ser justo. É crucial ser percebido como justo, tanto na avaliação quanto na implementação de políticas de aula. Percepções de injustiça podem induzir sentimentos de desamparo, que são altamente desmotivadores para os alunos. (PETERSON et al., 1995). • Defina metas de desempenho realistas e ajude os alunos a alcançá-las, incentivando-os a definir as suas próprias metas. Elabore avaliações formativas que são desafiadoras. • Coloque ênfase adequada em testes e avaliações. Os testes devem ser um meio de mostrar o que os alunos sabem e não o que eles não sabem. Dê a todos a oportunidade de alcançar o mais alto padrão e notas. • Dê aos alunos o máximo de controle possível sobre sua própria educação. Avalie os alunos de maneiras diferentes (provas, artigos, projetos, apresentações etc.), dando a eles maior controle sobre como mostram o seu entendimento dos conteúdos para o professor.

As experiências educacionais de todos os alunos são aprimoradas quando a diversidade de suas experiências é reconhecida, valorizada e elaborada nas abordagens e atividades de aprendizagem.

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2.3.7 Contratos Didáticos Estabelecer um conjunto compartilhado de expectativas ou regras é um passo essencial na criação e manutenção de uma comunidade de sala de aula eficaz. Essa lista de acordos ou regras pode ser algo de natureza formal ou informal, que servirá como um guia de conduta para que os objetivos da aula sejam alcançados. Veja Frank, Scharff (2013) para saber mais. Abaixo apresentamos alguns tipos de contratos: • Contratos Explícitos: • matrícula na instituição; • horário de aulas; • calendário acadêmico; • avaliações (datas, regras etc.); • datas de entrega de trabalhos; • regras contra plágio; • atividades envolvendo o Livro Didático; • atividades envolvendo a Webaula; • regras de atraso para aula; • entre outras. • Contratos Implícitos • quem fala em sala de aula; quando; onde; e por quanto tempo; • quem atualiza a agenda de trabalho e como ela é compartilhada; • a natureza das relações (a sala é um lugar para a competição ou colaboração?); • se a sala é um lugar seguro para cometer erros e falhar; • como o sucesso é definido na sala de aula e como é medido; 44

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• quais são os limites entre aluno e professor e entre aluno e aluno; • que estilos de aprendizagem são destacados; • entre outros. O professor deve ser lembrado de alguns pontos importantes quando for criar o contrato de sua sala: • as regras devem ser definidas de forma positiva e deve-se orientar os alunos para comportamentos desejados, por exemplo: “ser gentil com os amigos”; • toda a sala deve estar envolvida na criação das regras e todos devem assinar seu contrato formal - o consentimento do aluno ajuda com o comprometimento e o respeito às regras estabelecidas; • o contrato estabelecido deve ser divulgado entre todos os alunos e referido sempre que necessário.

2.4 | Lidando com Momentos de Crise

Às vezes as coisas parecem fugir do controle na sala de aula. O que devemos fazer? Conhecer estratégias didáticas para transformar momentos de dificuldade em oportunidades de aprendizagem permite: fugir das armadilhas de uma aula Flipped; abordar temas importantes, embora polêmicos, em nossas discussões em sala de aula (religião, política, raça, classe, gênero); redirecionar a aula em caso de a estratégia escolhida falhar; solucionar problemas relacionados à integridade acadêmica.

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2.4.1 Riscos Potenciais da Aula Flipped Há muitas armadilhas comuns em salas de aula Flipped (Instructor Guide for Coursera, 2014). Leve em consideração cada uma das armadilhas em potencial para garantir que você não cometa os mesmos erros que outros. • Os professores não “vendem” a sala de aula Flipped. É importante deixar claro os benefícios das aulas Flipped. • A sala de aula física não é propícia para a Flipped. Certifique-se de que a sala de aula que será utilizada suporta as atividades de aprendizagem ativa que pretende oferecer, durante o horário de aula. Por exemplo, para que os alunos tenham espaço para operar robôs, você deve orientar o professor a solicitar a remoção das carteiras. • Os alunos não vêm para a aula. Enquanto as aulas Flipped são implementadas, alguns alunos sentem que não precisam ir para a aula, porque eles podem acessar as aulas on-line. Certifique-se de orientar o professor a explicar os benefícios da aula invertida, usar atividades em sala de aula para aumentar a participação (cf. Apêndice 2). • Atividades em classe não são relevantes para o estudo. Certifique-se de que as atividades em sala de aula (Aula Presencial) estejam relacionadas ao conteúdo dos tempos didáticos Pré-aula e Pós-aula. • Os instrutores têm dificuldade em acomodar os diferentes níveis de habilidade de seus alunos durante as atividades em sala de aula. Os alunos irão completar as atividades de sala em ritmos diferentes. Considere propor atividades complementares para os alunos que terminam as atividades mais rapidamente. • Professores atribuem muito trabalho aos estudantes. Salas de aula invertidas são suscetíveis a extrapolarem no tempo a ser dedicado às atividades extrassala, porque os professores não se adaptam as atividades previstas para fora de sala e indicam um número maior de atividades extra para os alunos. Oriente o professor a utilizar o feedback dos alunos para garantir que as atividades complementares não sejam muito demoradas. 46

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• Os professores têm problemas com salas muito grandes. Para salas grandes, recomende aos professores buscar ajuda. Para facilitar as atividades em sala de aula ele pode usar “monitores” escolhidos dentro da própria sala, escolhidos a partir da avaliação diagnóstica. • Os professores não se dão conta da quantidade de preparação necessária para a aula. Alguns professores pensam que assumir o papel “um guia ao lado do aluno” em vez de um “sábio no palco” reduz a quantidade necessária de preparação para as atividades em sala de aula. O desenvolvimento de atividades de aprendizagem e preparação para orientar os alunos através dessas atividades leva tempo. Oriente o professor sobre isso. • Os professores não dão atenção ao feedback dos alunos. Não há uma fórmula milagrosa que funcione para cada sala de aula e o professor pode ter dificuldade na sua primeira vez. É importante usar o feedback para avaliar as classes recém-flipadas. • Os professores não se envolvem com outros professores sobre as suas experiências. Embora as aulas Flipped não sejam todas iguais, obter dicas e ideias de outros professores é uma boa opção. Oriente os professores com relação a isso.

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2.4.2 Momentos Difíceis em Sala de Aula Perceba que abrir mão da centralização do controle da aula pode gerar um sentimento de risco. Ao longo de uma atividade de aprendizagem, por exemplo, se percebe que uma quantidade significativa de alunos não entendeu os conceitos que estão sendo trabalhados. Isso o impediria de passar para a próxima parte do plano de aula. Assim, ao utilizar atividades interativas de aprendizagem, é importante ter um plano de ação alternativo. Deve-se prever algumas direções possíveis que a aula pode seguir e apontar atividades alternativas que devem ser utilizadas em lugar das originais. Outro ponto importante é que talvez debates acalorados sobre uma questão controversa surjam inesperadamente. Momentos de exaltação e conflito ocorrem quando os sentimentos e opiniões dos alunos dão origem a uma relação em que as discordâncias fogem do controle e ameaçam o ensino e a aprendizagem. Eles podem ocorrer durante a discussão de questões em que os alunos se sentem profundamente envolvidos ou como resultado da própria dinâmica de sala de aula. Felizmente, podemos desenvolver ou utilizar estratégias para lidar com os momentos difíceis que surgirem na aula. Tais estratégias permitem que tópicos anteriormente evitados e dinâmicas de sala de aula anteriormente negligenciadas sejam utilizadas de modo adequado. Mais importante ainda, se o professor souber explorar as tensões que surgem em sala de aula, elas podem levar seus alunos a uma aprendizagem mais profunda. Muitas vezes esquecemos que a principal tarefa é encontrar formas de gerenciarmos a nós mesmos no meio da confusão. Oriente o professor para que ele esteja preparado para situações delicadas ao longo das aulas. Veja algumas dicas que ele pode seguir: • Gerencie a si mesmo: • pare, respire e pense; • mantenha-se calmo; • conheça os seus próprios limites e preconceitos; 48

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• elabore estratégias de ação com antecedência; • projete as consequências de suas ações tanto quanto for possível; • não personalize suas respostas e ações; • adie a discussão se for necessário. • Gerencie seus alunos para que eles possam aprender a partir das dificuldades: • reconheça o momento, entenda o que está acontecendo; • torne a aula um momento seguro para todos os alunos, estabelecendo normas de comportamento; • oriente que os alunos ouçam e envolvam-se respeitosamente na discussão; • não leve a questão para abordagens individuais, torne-a geral; • cuide do aluno solitário ou das minorias, independentemente de sua opinião; • se for necessário, dedique tempo aos alunos depois da aula, ajude-os a aprender com a situação. • Transforme a dificuldade em aprendizado: • saia do “olho do furacão”, busque uma posição em que possa dirigir a turma; • preste atenção nas “entrelinhas” do que está sendo dito; • verifique se você falhou ou foi entendido corretamente, reafirme; • veja como o momento reflete o tema em discussão ou o evento inicial; • tenha claros os objetivos didáticos da aula e mantenha-se nele; • encontre o que desse momento pode ser utilizado para aprofundar a discussão central; • auxilie os alunos a compreender a posição do outro;

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• peça aos alunos para “olhar para trás” e pensar sobre o que eles podem aprender a partir do momento; • use o conflito como uma oportunidade para discutir o ambiente de aprendizagem no grupo; • tente observar o problema em diferentes perspectivas; • peça aos alunos para escrever sobre o assunto em sala de aula ou como atividade de Pós-aula, que será retomada no início da aula seguinte. Tenha em mente que salas de aula com ambientes inclusivos e contratos didáticos claros tendem a minimizar os problemas decorrentes desses eventos com mais facilidade. Para saber mais, veja o bom texto de Warren (2014), principal texto utilizado para a redação dessa seção, bem como aqueles de Frederick (1995, 2000), de Johnson, Johnson, Smith (2000) e Svinicki, McKeachie (2012, p. 52-55).

2.4.3 Integridade Acadêmica Alunos podem cometer violações que ferem a integridade acadêmica, por uma variedade de razões: • eles não têm confiança em sua própria capacidade de fazer bem o curso, levando-os a “colar” nas avaliações; • eles não têm claras as estratégias para incorporar ideias de outras pessoas em seu próprio trabalho, acarretando plágio; • eles estão sob pressão imensa do tempo, incentivando-os a buscar alternativas fáceis para a solução das atividades; • eles percebem “todo mundo” fazendo isso, parecendo aceitável; • o planejamento das aulas e esquemas de avaliação enfatizam notas e não a experiência de aprendizagem. Para que as violações não ocorram, o modo como o curso é planejado é determinante. Mas como fazer isso? As seguintes técnicas podem ajudar a promover a integridade acadêmica: 50

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• incluir uma regra de integridade acadêmica em seu contrato acadêmico; • proporcionar espaço na aula para discutir e resolver quaisquer questões que os alunos podem ter em relação a esse tema; • estimular perguntas e diálogo honesto ao reconhecer que as questões de integridade acadêmica podem ser confusas, mesmo para profissionais; • certificar-se de que os alunos tiveram a oportunidade de conhecer, praticar habilidades, desenvolver as competências trabalhadas na aula e de receber um feedback sobre o seu desempenho antes de avaliações que determinam suas notas; • trabalhar com serviços de biblioteca da instituição para ajudar os alunos a desenvolver a “alfabetização informacional” que necessitam; • usar questões autênticas em suas atividades; por exemplo, conectar as atividades aos eventos atuais da profissão; • criar projetos e/ou trabalhos iniciais que exijam múltiplas revisões; • optar por usar uma ferramenta de detecção de plágio, como Turnitin ou CopySpider, explicando como ela funciona, como os alunos podem usála para controlar o seu próprio trabalho e como o professor vai usá-la para verificar se há plágio. Uma vez apresentados os fundamentos para uma Aula Flipped, cabe nos dedicarmos à elaboração de nossas aulas. Na próxima seção apresentaremos os procedimentos que devem ser seguidos para a elaboração da Aula Modelo Presencial.

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3. ELABORANDO A AULA MODELO PRESENCIAL

3.1 | Plano de Aula

O plano de aula é o roteiro didático no qual você planejará as ações de ensino e a rotina do professor, a fim de garantir aos alunos o aprendizado intencional e eficaz. Nele você discriminará o que vai ser realizado, nos tempos didáticos da aula (Pré-aula, Aula Presencial e Pós-aula). Baseado nos princípios e recomendações apresentados anteriormente, inicie o planejamento de sua aula especificando os objetivos de aprendizagem. O próximo passo é criar ou escolher atividades de aprendizagem adequadas e coerentes para atingir esses objetivos. Preveja e estabeleça estratégias para obter feedback sobre os resultados de aprendizagem do aluno. Especifique os objetivos e atividades de aprendizagem, tendo em vista o perfil real do aluno e a possibilidade de enriquecer ainda mais os seus conhecimentos. As atividades avaliativas ajudarão o professor a refletir se os objetivos planejados foram realizados. Lembre-se: para ser eficaz, o plano de aula não tem que ser um documento exaustivo que descreva todos os cenários possíveis. Também não tem de antecipar a resposta ou a pergunta de todos os alunos. Em vez disso, ele deve fornecer ao professor um esboço geral de seus objetivos de ensino, os objetivos de aprendizagem e os meios para realizá-los e avaliá-los. O Plano de Aula é uma orientação do que o professor deve fazer e como pode realizá-lo. Uma aula produtiva não é aquela em que tudo corre exatamente como o planejado, mas aquela em que os alunos e o professor devem aprender uns com os outros. Um plano de aula bem-sucedido atende e integra estes três componentes principais: • objetivos para o aprendizado do aluno; • atividades de ensino e aprendizagem; e • estratégias para verificar os resultados de aprendizagem do aluno. Abaixo há uma tabela para guiá-lo na criação dos seus planos de aula. Cada 52

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passo contém orientações detalhadas sobre como preencher o formulário da Aula Modelo (veja o Apêndice 3). Quadro 2 | Estrutura da aula modelo presencial

DESCRIÇÃO DA AULA

Você já sabe que o modelo de aula presencial escolhido é o ensino Flipped (“sala de aula invertida”). Em nosso modelo, o ensino Flipped é baseado na execução de atividades fora de sala de aula (Pré-aula e Pós-aula) e em sala de aula (Aula Presencial). Título da Aula

• Definir o Título da Aula (conf. a seção correspondente do Livro Didático).

Palavras-chave

• Indicar as palavras-chave em conformidade com o Plano de Ensino.

Competências

• Indicar as Competências Geral e Técnicas vinculadas à aula.

Conteúdos

• Selecionar os conteúdos a serem trabalhados (cf. o Plano de Ensino e no Mapa Conceitual elaborados na etapa de planejamento do Livro Didático).

Objetivos de Aprendizagem

• Indicar claramente os objetivos de aprendizagem, alinhados com as atividades que os alunos irão realizar antes, durante e depois da aula (cf. o Plano de Ensino).

Resultados de Aprendizagem

• Definir as atividades de aprendizagem que os alunos realizarão, demonstrando proficiência a partir do que foi aprendido na aula. Indicar com clareza a relação entre: atividade – competência técnica – indicador de domínio – evidências de desempenho.

Conhecimentos Prévios

• Definir os conhecimentos prévios necessários para o bom aproveitamento da aula.

Filosofia de Ensino e aprendizagem

• Abordagem pedagógica, incluindo os benefícios dessa escolha.

• Indicar informações e regras para os trabalhos de casa (Pré-aula e Pós-aula), projetos, Responsabilida-des do testes, exames, requisitos de leitura, participação, datas finais de atividades etc. Políticas de Aluno atraso e falta à aula, não entrega ou atraso de atividades, crédito extra etc. • Definir o tempo didático das atividades de estudos autônomos da pré-aula: 1. atividade de estudo provocativo na Webaula; Tempo Didático da Pré-aula

2. atividades de estudo dos conteúdos no Livro Didático; 3. atividade avaliativa diagnóstica; 4. atividades preparatórias. • Definir o tempo didático para a realização das atividades planejadas para a sala de aula: 1. Além da sala de Aula; 2. Pensando a Aula Atual;

Tempo Requerido para a Aula Presencial

3. Orientando Atividades da Aula Atual (a. Atividades Mediadas, b. Resolução da SituaçãoProblema e c. Transferência); 4. Integrando os Tempos Didáticos; e 5. Avaliação Formativa. • Definir o tempo didático das atividades a serem realizadas no pós-aula:

Tempo Requerido para a Pós-aula

1. Atividade de Aprofundamento; e 2. Atividades Complementares.

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TEMPO DIDÁTICO 1 - PRÉ-AULA

A Pré-aula proporcionará, fora de sala de aula, as condições prévias necessárias (cenário) para as atividades em sala de aula (via Livro Didático, Webaula, Avaliação Diagnóstica e Atividades Preparatórias). Atividade de Estudo na Webaula

A Webaula é um material educacional de estudo autônomo provocador de aprendizagem. Ele desperta no aluno a predisposição para o aprofundamento do conteúdo no Livro Didático e na Aula Presencial.

Atividade de Estudo no Livro Didático

O Livro Didático é um material educacional de estudo que organiza e sequencia os conteúdos da disciplina, fornecendo aos alunos um aprofundamento nesses conteúdos.

Avaliação Diagnóstica

A avaliação diagnóstica é composta por três questões básicas e gerais (cf. o Manual de Avaliação) que serão respondidas na plataforma digital. As respostas dadas pelos alunos fornecerão um relatório individual e coletivo do estágio de aprendizagem em que os alunos se encontram ao iniciar a Aula Presencial. Com base nesses dados, o professor poderá ajustar as atividades planejadas às necessidades dos alunos.

Atividades Preparatórias

Para que a aula corra bem, de acordo com as atividades planejadas, pode ser necessário apresentar ao aluno recursos que o auxiliem a executar a atividade proposta. Por exemplo, algumas estratégias de ensino utilizam técnicas específicas, tais como mapas conceituais e simuladores, que requerem conhecimento prévio para sua utilização.

• A Aula Presencial visa o desenvolvimento dos conteúdos, apresentados primeiramente no Livro Didático e Webaula, via atividades mediadas de aprendizagem em sala de aula. Esse Tempo Didático é dividido em quatro etapas, a saber:

TEMPO DIDÁTICO 2 - AULA PRESENCIAL

1. Além da Sala de Aula 2. Pensando a Aula Atual 3. Orientando Atividades da Aula Atual (a. Atividades Mediadas, b. Resolução da Situação-Problema e c. Transferência) 4. Integrando os Tempos Didáticos 5. Avaliação Formativa. • Você deve alinhar e combinar essas etapas tendo em vista o desenvolvimento das competências e os objetivos de aprendizagem. As atividades realizadas anteriormente (questões de Pós-aula da aula anterior e de Préaula da aula atual) permitirão identificar os alunos que estão em defasagem/dificuldade de aprendizagem, a fim de dar-lhes um atendimento mais personalizado. Assim, você deve: • definir como o professor apresentará os resultados globais da avaliação (Pré e Pósaula) e discutirá os indicadores de aprendizagem; Etapa 1: Além da Sala de Aula

• definir como o professor orientará as atividades que cubram os déficits de aprendizagem relacionados à aula anterior; → cada passo do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade deve ser definido e especificado. As dificuldades encontradas nas questões da Pré-Aula serão tratadas ao longo das etapas seguintes. Duração: aproximadamente 25 min. Nesta etapa você deve definir como o professor deverá: • apresentar os objetivos de aprendizagem da aula atual;

Etapa 2: Pensando a Aula Atual

• resgatar a Situação da Realidade Profissional e a Situação-Problema contidas no Livro Didático; e • apresentar as competências e procedimentos para a solução da Situação-Problema. Cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa etapa deve ser definida e especificada. Duração: aproximadamente10 min.

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Manual Aula Modelo


• As atividades da Aula Atual são divididas em três subetapas: a. Atividades Mediadas. b. Resolução da SP. c. Transferência. • Todas as atividades devem possuir instruções claras.

Etapa 3: Orientando Atividades da Aula Atual

TEMPO DIDÁTICO 2 - AULA PRESENCIAL

Nas Atividades Mediadas você deve: • definir atividades nas quais os alunos utilizem e desenvolvam os conteúdos que foram trabalhados no Livro Didático e na Webaula; a. Atividades Mediadas • descrever cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade; • orientar o professor sobre como desenvolver as atividades. Duração: aproximadamente 60 min.

Esse momento é dedicado à resolução da Situação-Problema apresentada no Livro Didático e discutido na Etapa 2 - Pensando a Aula Atual. b. Resolução da SP

• Você deve definir e especificar cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade. Duração: aproximadamente 15 min.

Na Transferência você deve: • apresentar atividades que estimulem o aluno a criar novas Situações-Problema, cuja resolução dependa dos conteúdos e procedimentos aprendidos; c. Transferência

• apresentar atividades que propiciem debates sobre as novas Situações-Problema e a aplicabilidade dos conteúdos e procedimentos; • definir e especificar cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade. Duração: aproximadamente 30 min.

Na Integração você deve:

EMPO DIDÁTICO 2 - AULA PRESENCIAL

• definir e especificar as atividades que o professor utilizará para auxiliar o aluno a integrar os tempos didáticos (Pré-aula, Aula Presencial e Pós-aula); • definir e especificar como o professor orientará o aluno: • a acessar a Webaula correspondente à próxima Aula Presencial seguinte; Zoologia de Invertebrados e Parasitologia

• a ler a seção do Livro Didático correspondente à próxima Aula Presencial; • a resolver as questões básicas correspondentes à próxima Aula Presencial; • estudar as atividades preparatórias, técnicas e recursos que serão utilizados em sala na próxima Aula Presencial. Por exemplo: tutorial eletrônico ou Mapa Conceitual. • a resolver as atividades de aprofundamento da aula atual no Pós-aula; e • a resolver as atividades complementares no Pós-aula. Duração: aproximadamente 10 min.

Manual Aula Modelo

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EMPO DIDÁTICO 2 - AULA PRESENCIAL

Na Avaliação Formativa você deve: • definir as atividades de aprendizagem que os alunos realizarão, demonstrando proficiência a partir do que foi aprendido na aula; • planejar como a eficácia das atividades proporcionadas na aula e a compreensão do aluno em todas as etapas da aula presencial serão avaliadas; Etapa 5: Avaliação Formativa

• definir e especificar cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essas atividades ao longo da aula; • indicar com clareza a relação entre a atividade, a competência técnica, o indicador de domínio e as evidências de desempenho. Lembre-se de que há uma avaliação integrada no fim do semestre e ocorrerão simulados

TEMPO DIDÁTICO 3 - PÓS-AULA

ao longo do período letivo (confira o calendário acadêmico).

• Qualquer atividade pós-aula que seja solicitada ao aluno deve estar alinhada com os objetivos de aprendizagem. • Note que o aluno não pode aprender com apenas algumas exposições aos materiais, mas por um período de prática. A atividade de aprofundamento é composta por duas questões avançadas que serão

Atividade de Aprofundamento

respondidas na plataforma digital. As respostas dadas nessa atividade fornecerão ao professor a possibilidade de mensurar qualitativa e quantitativamente o desenvolvimento alcançado pelo aluno. Com base nesses dados o professor fará a devolutiva (feedback) na próxima aula.

Atividades Complementares

As atividades complementares (lista de exercícios, projetos, entre outros) fornecem ao aluno um período maior de contato com os conteúdos ministrados.

Para que a aula corra bem, de acordo com as atividades planejadas, pode ser necessário orientar o professor sobre a dinâmica, riscos de conflito, oportunidades de inclusão, entre outros fatores da aula. Utilize o espaço “Observações” no fim do formulário para fazer suas orientações e considerações para a aula. Reveja o Plano de Aula para garantir o alinhamento com todos os outros materiais educacionais e Plano de ensino. Está tudo bem conectado? É uma aula coerente? Utilize as instruções desta tabela e o “Roteiro para Revisão da Aula Modelo” (veja Apêndice 4) para verificar se todos os requisitos foram realizados. Fonte: Os autores (2014)

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Manual Aula Modelo


No Quadro abaixo temos um exemplo de Aula Modelo Presencial na área de Pedagogia.

CURSO: Pedagogia DISCIPLINA: Abordagens Psicológicas da Aprendizagem CARGA HORÁRIA: 60 horas

Título da Aula: Mecanismo de Equilibração Majorante Palavras-chave: Epistemologia Genética – Jean Piaget – Equilibração Majorante Competências: Competência Geral: Conhecer estratégias que contribuam para a promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano nos espaços escolares e não escolares. Competência(s) Técnica(s): Observar, na pessoa que está aprendendo algo numa situação-problema, comportamentos que revelem desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação, compensação e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. Produzir relatório de comportamentos observados (de uma pessoa que está aprendendo algo numa situação-problema) que revelem desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação, compensação e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. Conteúdo: Epistemologia Genética e seus conceitos fundamentais; Invariantes Funcionais da Inteligência (Mecanismo de Equilibração Majorante, Assimilação e Acomodação), Esquemas, Estrutura Cognitiva. Objetivos de Aprendizagem: Analisar a construção do conhecimento a respeito dos principais conceitos que estruturam a teoria construtivista de Jean Piaget, a Epistemologia Genética, enfatizando principais relações com o papel da educação formal e informal sobre o desenvolvimento cognitivo e moral humano. Resultado de Aprendizagem: Entrega de relatório de comportamentos observados (de uma pessoa que está aprendendo algo numa situação-problema) que revelem desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação, compensação e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. Manual Aula Modelo

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Conhecimentos Prévios: Conhecimentos Conceituais prévios necessários Conceitos de fatores determinantes do desenvolvimento humano, Epistemologia, Epistemologia Genética, Interacionismo, Construtivismo, Cognição, Estrutura Cognitiva. Conhecimentos Procedimentais prévios necessários Procedimentos de observação e anotação de comportamentos com base em critérios. Tempo Didático da Pré-aula: 60 minutos divididos em: a. Estudo provocativo na Webaula: 10 min b. Estudo dos conteúdos no Livro Didático: 30 min c. Resolução de atividade avaliativa diagnóstica: 10 min d. Resolução de atividades preparatórias na Webaula: 10 min Tempo Requerido para a Aula Presencial: 150 minutos. Tempo Requerido para a Pós-aula: 30 minutos a. Atividade de Aprofundamento: 30 min b. Atividades Complementares: não há necessidade

1. ALÉM DA SALA DE AULA – 25 min a. Atividades Pós-aula (Atividade de Aprofundamento da aula anterior): Primeiramente, pedir aleatoriamente a três alunos que leiam as respostas dadas para as questões discursivas, tomando nota em rascunho dos principais pontos das respostas deles. Depois, projetar as respostas esperadas (gabaritos) na tela e pedir que os próprios alunos comparem as respostas, avaliando a si mesmos pela identificação de conteúdos faltantes nas respostas ou confirmando o seu acerto. Para atender aos alunos quanto às dificuldades detectadas nas atividade pós-aula, será requisitado que apresentem oralmente no início da aula seguinte os conceitos não dominados, a partir de reestudo da unidade do Livro Didático e Webaula correspondente à aula anterior. b. Atividades Pré-aula (atividade avaliativa diagnóstica): Serão projetados em tela os gráficos que mostram índices da turma de acertos e erros, bem como erros mais frequentes nos três exercícios de avaliação diagnóstica. A partir disso, será feito debate sobre cada uma das alternativas erradas e certas, pedindo que os alunos justifiquem espontaneamente as razões para acertos e erros. Para atender às dificuldades diagnosticadas na atividade pré-aula, serão anotados, à parte, quais conteúdos o professor deve prestar mais atenção durante a aula e relacionar com as falhas nos exercícios diagnósticos. 58

Manual Aula Modelo


2. PENSANDO A AULA ATUAL – 10 min Por meio de projeção de slides, apresentar aos alunos os seguintes Objetivos de Aprendizagem, Situação da Realidade Profissional, Situação-Problema, Competências e Procedimentos para a solução da Situação-Problema: a. Objetivos de Aprendizagem: Analisar a construção do conhecimento a respeito dos principais conceitos que estruturam a teoria construtivista de Jean Piaget, a Epistemologia Genética, enfatizando principais relações com o papel da educação formal e informal sobre o desenvolvimento cognitivo e moral humano. b. Situação da Realidade Profissional: Professora de educação infantil ensinando formas geométricas a crianças de três anos de idade. c. Situação-Problema: Uma criança de três anos de idade, matriculada em uma turma de Educação Infantil, está aprendendo a diferenciar formas geométricas, mais especificamente a diferença entre quadrado, triângulo e círculo, por meio de um jogo de encaixe de peças. Ela já domina as características de quadrado e círculo e agora lhe é apresentado o triângulo. A professora apresenta as características do triângulo. Depois, pede que as crianças encontrem peças em formato de triângulo para encaixar no buraco correspondente, na tábua do jogo de encaixe. As crianças estavam adaptadas a coletar peças quadradas e circulares, mas se deparam com a novidade do triângulo. A criança de três anos de nossa história tenta encaixar o triângulo nos buracos destinados às peças quadrado e círculo, fracassando devido à impossibilidade de encaixe. Observa melhor a peça triangular, observa mais uma vez a tábua e agora tenta encaixar esta peça no buraco de mesma forma, conseguindo atingir o objetivo. Como a criança do caso citado construiria o novo conhecimento (de triângulo) de acordo com o Mecanismo de Equilibração Majorante de Piaget? d. Competência Geral: Conhecer estratégias que contribuam para a promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano nos espaços escolares e não escolares. e. Competência Técnica: Observar, na pessoa que está aprendendo algo numa situação-problema, comportamentos que revelem desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação, compensação e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. Produzir relatório de comportamentos observados (de uma pessoa que está aprendendo algo numa situação-problema) que revelem desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação, compensação e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. f. Procedimentos para a solução da Situação-Problema: Estudar conceitos e exemplos de cada uma das etapas do Mecanismo de Equilibração Majorante: perturbação e desequilíbrio de esquemas físicos/mentais, regulação e compensação de ações físicas/mentais e reequilíbrio cognitivo de esquemas físicos/mentais. Extrair da Situação-Problema e anotar com justificativas os comportamentos da criança que refletem cada uma das etapas do Mecanismo de Equilibração Majorante. Manual Aula Modelo

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3. ORIENTANDO ATIVIDADES DA AULA ATUAL – 105 min

3.1 Atividades Mediadas – 50 min I. Pedir atenção dos alunos e apresentar o vídeo “Educação Ambiental - Ep. 1: Ecossistema e desequilíbrio ecológico” – duração 7:39. A partir do vídeo, fazer os seguintes questionamentos aos alunos e debater as respostas: *Avaliação Formativa: uso da técnica “Avaliação de Conhecimentos Básicos”. a) O que seria uma situação de equilíbrio entre meio ambiente e organismo? b) Desequilíbrio é bom ou ruim? c) Como os organismos fazem para lidar com o desequilíbrio? d) O que pode ocorrer nos ambientes em que nós seres humanos vivemos que gera desequilíbrio? e) Como fazemos para lidar com ele? II. Resgatar, por meio do uso de slides com informações textuais e imagens, fatos biográficos de Jean Piaget como biólogo realizando seus primeiros experimentos. III. Apresentar imagem da obra “Biologia e Conhecimento” de Jean Piaget e comentar sobre o conteúdo da obra. IV. Aplicação da técnica de discussão em grupo: Grupos Pequenos > Grupos Simples com tarefa única. Dividir a turma em quatro grupos e pedir que anotem explicações com exemplos para os conceitos de Equilíbrio, Perturbação, Desequilíbrio, Regulação e Compensação, Reequilíbrio constantes no quadro conceitual da p. 32 da Unidade 2 do LD da disciplina. A tarefa do grupo tem como objetivo explicar como um animal qualquer passaria por tais etapas em sua adaptação a um ambiente onde tenham ocorrido mudanças. Após 20 minutos, um representante de cada grupo vai à frente da sala e apresenta as conclusões do grupo, as quais são problematizadas e debatidas na turma. V. Apresentação do objeto de aprendizagem “Espiral da Equilibração Majorante” (imagem), trabalhando a ideia de um ciclo que evolui a cada vez que se repete. Pedir aos alunos que apliquem esta ideia aos comportamentos dos animais que evoluem a cada vez que precisam se ajustar melhor aos desafios do ambiente. Para isso, novamente o líder de cada grupo aplica a ideia ao exemplo que criaram, explicando oralmente para a turma. 3.2 Resolução da Situação-Problema – 15 min Resgatar a Situação-Problema pela projeção do mesmo slide apresentado na Etapa 2. Pedir que os mesmos grupos se reúnam e por escrito resolvam a SP aplicando os conceitos de Equilíbrio, Perturbação, Desequilíbrio, Regulação e Compensação, Reequilíbrio constantes no quadro conceitual da p. 32 da Unidade 2 do LD na explicação dos comportamentos da criança citada na SP. Pedir que dois líderes leiam o resultado. Debater ajustes necessários, recorrendo aos conceitos constantes no LD.

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Manual Aula Modelo


3.3 Transferência – 30 min Dividir cada grupo existente em dois grupos com dois ou três alunos. Requisitar que cada grupo crie uma Situação-Problema em que sejam aplicáveis os mesmos conceitos e explicação de construção de conhecimento a partir do Mecanismo de Equilibração. No entanto, neste momento uma das situações deve se referir a um estudante de Ensino Fundamental aprendendo algum conceito numa aula de Matemática ou Língua Portuguesa. Devem redigir este exemplo e inserir seus nomes no alto da folha. Recolher as folhas e distribuir cada resposta a um outro grupo, de modo que os próprios alunos avaliem as respostas dos colegas a este desafio. Após leitura e avaliação, o professor sorteia três grupos que apresentam as respostas obtidas dos colegas e suas considerações avaliativas, sendo promovido um debate reflexivo com o apoio do professor mediador. 4. INTEGRANDO OS TEMPOS DIDÁTICOS – 10 MIN Projetar em slide uma tabela em que reapareçam os três principais princípios da Epistemologia Genética e os conceitos de Assimilação e Acomodação trabalhados nas aulas anteriores, as etapas do Mecanismo de Equilibração Majorante apresentadas na aula atual e apresentar o conceito de Desenvolvimento de Estrutura Cognitiva que será trabalhado na próxima aula. Orientar os alunos para que resolvam os exercícios de aprofundamento constantes no LD referentes à aula atual sobre Mecanismo de Equilibração Majorante. Orientar os alunos para que resolvam os exercícios básicos constantes no LD referentes à aula seguinte sobre Desenvolvimento de Estrutura Cognitiva. OBSERVAÇÕES Não há.

3.2 | Plano de Aula Estruturada

O Plano de Aula Estruturada é uma ferramenta para a organização das Aulas Modelos que oferece uma visão geral da disciplina aula por aula. Nela estão incluídas as datas de cada aula, os conteúdos principais, as avaliações e as atividades pré e pós-aula (cf. o Apêndice 5). Cabe lembrar que cada aula considera três tempos didáticos: a Pré-aula, a Aula Presencial (três horas de atividades efetivas em sala de aula, sendo que alguns cursos adotarão quatro horas) e a Pós-aula. Para o preenchimento do plano você deve seguir as instruções do Quadro 4. Manual Aula Modelo

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DESCRIÇÃO DA AULA ESTRUTURADA

Quadro 4 | Estrutura da aula modelo presencial Curso

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

Disciplina

• Indicar a disciplina a que se refere este plano.

Turma

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

Semestre

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

Ano

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

Docente

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

E-mail

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

Competências

• Indicar a Competência Geral e Técnicas vinculadas à disciplina.

Objetivos de aprendizagem

• Indicar claramente os objetivos de aprendizagem, alinhados com as atividades que os alunos irão realizar ao longo do curso (cf. o Plano de Ensino).

Conhecimentos Prévios

• Definir os conhecimentos prévios necessários para o bom aproveitamento da disciplina.

Filosofia de Ensino e aprendizagem

• Abordagem pedagógica, incluindo os benefícios dessa escolha.

Responsabilidades do aluno

• Indicar informações e regras para os trabalhos de casa (Pré-aula e Pós-aula), projetos, testes, exames, requisitos de leitura, participação, datas finais de atividades etc. Políticas de atraso e falta à aula, não entrega ou atraso de atividades, crédito extra etc.

Resumo do Currículo Professor

• Deve ser preenchido pelo professor da disciplina.

UNIDADE DE ENSINO

PRÉ-AULA

• Qual a unidade de • Quais as atividades Nº da Aula ensino que será trabalhada pré-aula que devem ser nessa aula? executadas?

Fonte: Os autores (2014)

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Manual Aula Modelo

AULA PRESENCIAL • Quais os conteúdos que serão tratados nessa aula?

PÓS-AULA • Quais as atividades pré-aula que devem ser executadas?


No Quadro 5 abaixo temos um exemplo de aula Modelo na área de Estatística e Probabilidade. PLANO DE AULA ESTRUTURADA Curso: Engenharia Mecânica Turma:

Disciplina: Estatística e Probabilidade Semestre: 20 semestre

Ano: 2014

Docente: E-mail: D.Sc. Jorge de Barros Pires jorge.pires@kroton.com.br Competências: Ao final da disciplina, o aluno deverá ter condições de organizar e descrever conjuntos de dados utilizando conhecimentos estatísticos. Objetivos de Aprendizagem: - Geral: Apresentar os fundamentos estatísticos básicos necessários à formação do profissional da área de exatas. - Específicos: • Apresentar ao aluno o ambiente que envolve a estatística e a sua importância para o profissional de Sistemas de Informação. • Desenvolver a capacidade crítica e analítica do estudante através de análise de dados e sua transformação em informação. • Capacitar o aluno a identificar a diferença entre dados e informações para cada situação. • Capacitar o aluno a utilizar os modelos clássicos de distribuição de probabilidade para variáveis discretas. • Capacitar o aluno a utilizar os modelos clássicos de distribuição de probabilidade para variáveis contínuas. • Demonstrar os fundamentos teóricos com ferramentas computacionais utilizando exemplos práticos. Conhecimentos Prévios: Matemática básica Filosofia de Ensino e Aprendizagem: Face aos imperativos da atualidade, a disciplina pretende levar conhecimento básico da área da estatística e sua aplicação na Engenharia, procurando integrar de maneira prática o princípio da interdisciplinaridade. A estatística constitui uma área de conhecimento que historicamente vem cultivando e aprimorando modalidades de intercâmbio enriquecedor em todas as áreas de conhecimento. No campo da investigação científica, sua abertura a interdisciplinaridade é, ao mesmo tempo, exigência ao seu próprio objeto e uma resposta às demandas que lhe são feitas. Responsabilidade do Aluno: A Aula Modelo Presencial baseia-se no conceito de aprendizagem ativa. Sendo assim, o aluno se torna corresponsável pelo seu próprio aprendizado. A sua participação nas atividades tanto dentro da sala de aula quanto fora dela é fundamental para o bom desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Resumo do Currículo do Professor: Possui Doutorado em Ciências em Engenharia Civil (área de concentração: Sistemas Computacionais) na COPPE-UFRJ, Mestrado em Filosofia (área de concentração: Ciências Cognitivas) pela UNESP-Marília e Graduação em Educação Física pela UEL. Tem experiência na área de Semiótica, Sistemas Complexos, Metodologia da Ciência. Atualmente realiza Pós-Doutorado em Filosofia pela UNESP-Marília e atua como Curador de Conteúdos na Kroton Educacional.

Manual Aula Modelo

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AULA 1 AULA 2

1 - Para que e por que fazer estatística? 14/08/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos iniciais do que é e do porquê fazer estatística. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

2 - Transformar dados em informação 21/08/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos iniciais sobre transformação de dados em informação. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos iniciais sobre transformação de dados em informação. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

Conceitos iniciais sobre transformação de dados em informação. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

Conceitos iniciais sobre transformação de dados em informação. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

Distribuições de uso no mundo real para tomar decisões I: - definição da distribuição discreta de probabilidade; - distribuição de probabilidade binomial. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 4

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

2 - Transformar dados em informação 28/08/2013

AULA 5

Conceitos iniciais do que é e do porquê fazer estatística. Duração: 150 min.

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. 3 - Dados e informação do • Acesso à plataforma para passado ajudam a antecipar assistir à webaula. o futuro • Acesso à plataforma para 04/09/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

AULA 6

0 - Apresentação da Disciplina 1 - Para que e por que fazer estatística? 07/08/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. 3 - Dados e informação do • Acesso à plataforma para passado ajudam a antecipar assistir à webaula. o futuro • Acesso à plataforma para 11/09/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

AULA 7

PRÉ-AULA

4 - Algumas distribuições de uso no mundo real para tomar decisões I 18/09/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

AULA 8

AULA 3

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UNIDADE DE ENSINO

Avaliação 25/09/2013

Manual Aula Modelo

AULA PRESENCIAL

PÓS-AULA


PRÉ-AULA

Vista de prova 4 - Algumas distribuições de uso no mundo real para tomar decisões I 02/10/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Distribuições de uso no mundo real para tomar decisões I: - distribuição de probabilidade binomial; - distribuição de probabilidade de Poisson. Duração: 150 min

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

5 - Algumas distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II 09/10/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II: - definição da distribuição contínua de probabilidade; - distribuição normal. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

5 - Algumas distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II 16/10/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II: - distribuição normal; - média, desvio-padrão e variância para a distribuição normal. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 12

5 - Algumas distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II 23/10/2013

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para assistir à webaula. • Acesso à plataforma para resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Distribuições de uso no mundo real para tomar decisões II: - distribuição normal padrão e Tabela da distribuição normal padrão; - teorema central do limite Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 13

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para 6 - Utilização do Pacote assistir à webaula. Estatística do software Excel • Acesso à plataforma para 30/10/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos fundamentais sobre Utilização do Pacote Estatística do software Excel: - organização e sumarização dos dados; - funções e pacotes estatísticos no software Excel. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 14

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para 6 - Utilização do Pacote assistir à webaula. Estatística do software Excel • Acesso à plataforma para 06/11/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos fundamentais sobre Utilização do Pacote Estatística do software Excel: - organização e sumarização dos dados; - funções e pacotes estatísticos no software Excel. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 15

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para 6 - Utilização do Pacote assistir à webaula. Estatística do software Excel • Acesso à plataforma para 13/11/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos fundamentais sobre Utilização do Pacote Estatística do software Excel: - estatística descritiva no Excel; - modelos de regressão e gráficos de dispersão no Excel. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 11

AULA 10

AULA 9

UNIDADE DE ENSINO

AULA PRESENCIAL

PÓS-AULA

Manual Aula Modelo

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66

AULA 16

PÓS-AULA

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para 6 - Utilização do Pacote assistir à webaula. Estatística do software Excel • Acesso à plataforma para 27/11/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos fundamentais sobre Utilização do Pacote Estatística do software Excel: - estatística descritiva no Excel; - modelos de regressão e gráficos de dispersão no Excel. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 17

AULA PRESENCIAL

• Leitura da seção do livro correspondente à aula atual. • Acesso à plataforma para 6 - Utilização do Pacote assistir à webaula. Estatística do software Excel • Acesso à plataforma para 27/11/2013 resolução das questões de Pré-aula. Duração: 30 min.

Conceitos fundamentais sobre Utilização do Pacote Estatística do software Excel: - estatística descritiva no Excel; - modelos de regressão e gráficos de dispersão no Excel. Duração: 150 min.

• Acesso à plataforma para resolução das questões de Pós-aula. Duração: 30 min.

AULA 18

PRÉ-AULA

Prova 04/12/2013

Avaliação. Duração: 150 min.

AULA 19

UNIDADE DE ENSINO

Vista de Prova 11/12/2013

Revisão de Prova. Duração: 150 min.

Manual Aula Modelo


Referências

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UNIDADE 2 APÊNDICE


APÊNDICE 1

Técnicas de avaliação para a sala de aula (TAS)

As tabelas abaixo são uma introdução rápida à grande variedade de Técnicas de Avaliação para a Sala de Aula (TAS). Você poderá utilizá-las para a avaliação formativa de seus alunos. As TAS são ferramentas para que você possa medir na própria sala de aula a performance do aluno em relação aos objetivos de aprendizagem. Quadro 5 | Técnicas de avaliação: habilidades e conhecimentos relacionados ao curso SE VOCÊ QUER AVALIAR

VOCÊ PODE USAR

DO SEGUINTE MODO

As TAS nesse grupo são recomendadas para avaliar o aprendizado declarativo, o conteúdo de um objeto de aprendizagem particular. Avaliação de conhecimentos Colete informações específicas e úteis sobre o aprendizado anterior. Isso básicos pode ser feito por meio de discussões ou escrita. Listagem de Termos

1. O conhecimento dos alunos a respeito de estruturas já conhecidas

Preconceitos / malentendidos

O aluno deve produzir uma lista de termos (palavras ou frases) importantes para o entendimento do conteúdo. Entenda as crenças e conhecimentos anteriores de seus alunos que podem dificultar ou bloquear o aprendizado anterior.

Matriz de Memória

O professor constrói, sozinho ou com base na avaliação diagnóstica dos alunos, uma matriz de ideias centrais, em que cada célula representa relações particulares em duas dimensões. O professor fornece a matriz e os alunos são estimulados a relacionar ideias de diferentes partes da matriz.

Texto Rápido

Os alunos devem responder em um minuto às seguintes questões: • Quais foram os pontos mais importantes que você aprendeu durante a aula (anterior ou atual)? • Que questões importantes continuam sem resposta?

Pontos Confusos

Pergunte aos estudantes a seguinte questão: • Qual o ponto mais confuso do________? (livro, discussão, no filme etc.).

Quizz

Os alunos devem responder um conjunto de perguntas relacionadas aos conteúdos da atividade realizada.

As TAS desse grupo focam a análise crítica para facilitar o entendimento e a resolução de problemas.

2. A habilidade de análise crítica dos alunos

Categorização em Grade

Os alunos devem classificar uma lista embaralhada de termos, equações, imagens etc., em uma das categorias predefinidas pelo professor.

Matriz de Características Definidoras

Os alunos devem categorizar conceitos de acordo com a presença ou ausência de características definidoras importantes do objeto de aprendizagem.

Grade de Prós e Contras

Os alunos devem identificar os prós e contras associados a um evento, ato, um artigo, uma técnica etc.

Esboço de Conteúdo, Forma O aluno deve responder às questões: “o quê? como? e por quê?” e Função Anotações Analíticas

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Os alunos devem escrever uma ou duas páginas analisando um problema específico.


SE VOCÊ QUER AVALIAR

VOCÊ PODE USAR

DO SEGUINTE MODO

As TAS desse grupo focam a síntese. Elas estimularão o aluno a criar produtos intelectuais originais que resultam da síntese dos conteúdos da disciplina. Com essas técnicas, o professor poderá avaliar essa produção intelectual e a Inteligência, julgamento, conhecimento e habilidades utilizadas no processo.

3. A habilidade criativa e sintética dos alunos

Resumo de uma frase

O aluno deve responder às seguintes questões: “Quem faz o que a quem, quando, onde, como e por quê?”

Metáfora-Texto

O aluno deve executar duas tarefas: a) sumariza um pequeno texto em uma metáfora; então, b) o aluno escreve um ou dois parágrafos explicando porque escolheu essa metáfora para sumarizar o texto.

Analogias aproximadas

O aluno deve capturar relações do tipo: “A está para B como...”

Mapas Conceituais

Os alunos devem desenhar um diagrama mostrando as conexões mentais que fazem entre os conceitos que aprenderam. Documentar e explicar as conexões entre conceitos ajudam o aluno a reconhecer sua capacidade de entender processos complexos.

Portfólio

Os alunos devem construir um Portfólio com um número limitado de soluções criativas para um problema, com seus comentários sobre a significância desses exemplos.

As TAS desse grupo focam nas habilidades de resolução de problemas de vários tipos, reconhecendo tipos de problemas, determinando princípios e técnicas para sua solução, percebendo similaridades das características dos problemas e a habilidade de refletir e estabelecer estratégias de solução.

4. A habilidade em resolver problemas

Reconhecimento de Problemas

Estudantes devem reconhecer e identificar o tipo particular de problema de cada exemplo apresentado.

Protocolos “Áudio e Videotape”

Os alunos capturam vídeos e/ou áudios de outros alunos, individualmente ou em grupo, resolvendo problemas. Então, criticam e fornecem feedback no que foi gravado.

Solução de Problema Documentada

O professor solicita aos alunos que rastreiem os passos que eles utilizaram para resolver um problema – um tipo de “mostre e fale”. Alunos começam a se conscientizar de como eles resolvem tais problemas e como eles podem adaptar suas rotinas de resolução de problema aos problemas da realidade.

As TAS desse grupo focam nas habilidades de aplicação do aluno (algumas vezes relacionados ao conhecimento condicional), sabendo quando e onde aplicar o que conhece e pode fazer. Paráfrase Direta

5. A habilidade em aplicação e performance

Os alunos devem parafrasear teorias, jargões, e outras linguagens técnicas em linguagem de uso diário.

Cartões de Aplicação

Os alunos devem escrever uma aplicação real do que foi aprendido na atividade.

Geração de Questões

Os alunos devem construir questões de avaliação e respostas modelos sobre o conteúdo trabalhado em sala. Isso permite ao professor entender o que os alunos consideram importante do que foi trabalhado, o que eles entendem como uma questão justa e útil e o quão bem eles podem responder essas questões.

Modelagem Artigo ou projeto

Grupos de estudantes devem criar um modelo para mostrar o que eles sabem. Os alunos devem elaborar um primeiro plano de projeto ou artigo científico.

Fonte: Adaptado de: Angelo, Cross (1993).

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Quadro 6 | Técnicas de avaliação: atitudes de aprendizagem, valores, conscientização SE VOCÊ QUER AVALIAR

VOCÊ PODE USAR

DO SEGUINTE MODO

As TAS desse grupo visam auxiliar o professor no desenvolvimento das atitudes, opiniões, valores e conscientização dos alunos em relação aos conteúdos da disciplina.

1. O nível de conscientização dos alunos a respeito de suas atitudes e valores

Enquete de Opinião

Os alunos indicam o grau de concordância e discordância com uma afirmação ou situação.

Jornal: Dupla Entrada

Os alunos devem registrar e responder a uma parte significativa de um texto de jornal ou revista.

Perfil de um Indivíduo Admirável

O aluno deve fazer uma breve descrição das características de uma pessoa que ele admira no campo de atuação relacionado à disciplina.

Dilema Ético

O estudante responde a um estudo de caso que possui um dilema ético relacionado à disciplina.

O aluno deve responder a um questionário completamente anônimo Autoconfiança Relacionada à indicando o seu nível de confiança em relação às competências Disciplina trabalhadas na disciplina. As TAS desse grupo são recomendadas para auxiliar o aluno a expressar seus objetivos pessoais, a fim de articular seus objetivos aos da disciplina.

2. Conscientização dos alunos a respeito de seus próprios objetivos

Sketche Autobiográfico

O aluno escreve uma curta descrição de suas experiências de aprendizado que ele considera relevantes para a disciplina.

Checklist de Interesses e Conhecimentos

O aluno completa um checklist indicando seu conhecimento, habilidades e interesses em vários tópicos da disciplina.

Ranking de Objetivos Pessoais Autoavaliação Baseada nos “Estilos de Aprendizagem”

O aluno lista e prioriza de 3 a 5 objetivos que ele tem para sua própria aprendizagem na disciplina. O aluno compara seu modo de aprender com outros “estilos de aprendizagem” para encontrar seus eventuais pontos em comum.

As TAS desse grupo focam a atenção de alunos e professor nos comportamentos que os alunos realmente assumem quando estão tentando aprender. Registro de Tempo de Estudo Produtivo Leituras Pontuais

Análise de Processos Registro do Diagnóstico de aprendizagem Fonte: Adaptado de: Angelo, Cross (1993).

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Os alunos registram a quantidade e qualidade do tempo utilizado para estudar um determinado conteúdo da disciplina. O professor ou aluno realiza a leitura de um texto específico relacionado à disciplina. Os alunos refletem brevemente e então criam um registro escrito de seu nível de apreensão auditiva dos conteúdos. Repita duas vezes a mesma leitura e 2-3 vezes após duas ou três semanas após. Alunos registram o processo que eles usam para completar uma atividade específica. Alunos escrevem para aprender a identificar, diagnosticar e prescrever soluções para seus próprios problemas de aprendizagem.


Quadro 7 | Técnicas de avaliação: reações do aluno à aula SE VOCÊ QUER AVALIAR

VOCÊ PODE USAR

DO SEGUINTE MODO

As TAS desse grupo visam fornecer um feedback específico ao contexto que pode melhorar o ensino em uma disciplina. Notas em Cadeia

As reações do aluno ao professor e ao ensino

Em um cartão índice, que é distribuído antecipadamente, cada aluno responde a uma solicitação em aberto sobre sua aula que é respondida em menos de um minuto.

Feedback por Pesquisa Eletrônica

Os alunos respondem a uma pequena série de perguntas sobre a eficácia da disciplina.

Formulário de feedback

Os alunos respondem a questões específicas de um formulário de feedback sobre a eficácia de uma aula em particular.

Feedback Instrucional

Os alunos respondem a três questões relacionadas com sua aprendizagem na disciplina.

Grupo de Avaliação da Qualidade

Um grupo ou grupos de alunos fornecem ao professor uma avaliação contínua do curso, por meio de interações estruturadas.

As TAS desse grupo visam dar aos professores informação que ajudará a melhorar o material de curso e atividades. LRPCC (Lembrar, Resumir, Perguntar, Conectar e Comentar)

Os alunos escrevem breves textos que relembram, resumem, perguntam, conectam e comentam pontos significativos da aula anterior.

Avaliação de Atividades em Grupo

Os alunos fazem um breve levantamento do modo como seu grupo trabalha e propõem sugestões para melhorar os processos de ação.

Avaliação de Leitura

Os alunos respondem um formulário que avalia a eficácia das leituras indicadas.

Avaliação de Atividades

Os alunos respondem a duas ou três perguntas em aberto sobre o valor de uma atividade de aprendizagem.

Feedback das Avaliações

Alunos entregam um feedback sobre o valor das avaliações.

Fonte: Adaptado de: Angelo, Cross (1993).

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APÊNDICE 2

Atividades para a sala de aula

As tabelas abaixo são uma introdução rápida à grande variedade de Atividades para a Sala de Aula. Você poderá utilizá-las nas diferentes fases da aula, de acordo com os objetivos de aprendizagem.

Quadro 8 | Atividades para sala de aula SE VOCÊ QUER

VOCÊ PODE USAR Phillips 66

“Dar aos alunos numa classe numerosa ocasião de participar, quer formulando perguntas, quer formulando respostas e perguntas, ou expressando opiniões e posições” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

Díade

Times de observação

DO SEGUINTE MODO (propostas adaptáveis de acordo com o contexto)

- Grupos de 6 alunos, discussão em 6 minutos. - Alunos devem saber objetivo da discussão, ser breves e concisos. A classe é dividida. Um minuto para escolher elemento líder/relator, seis minutos para responder a pergunta ou debater assunto. No fim, líder/ relator sintetiza e apresenta. - Idêntica à Phillips 66, mas em duplas. - Possibilita maior participação. Pode haver sorteio de depoimentos. - Um grupo no centro da sala realiza um debate sobre determinado problema apresentado e outros grupos observam. O facilitador pode indicar para cada grupo aspectos diferentes a analisar ou, ainda, que criem argumentos contra ou a favor das posições do grupo. Ao final do debate do grupo central, grupos de observação discutem e relatores de cada grupo expõem suas conclusões. a. Grupos Simples com tarefa única: grupos de 5 a 8 alunos debatem sobre determinada pergunta no quadro/slide por alguns minutos; líderes/ relatores expõem conclusões e se inicia debate na turma.

Grupos pequenos

c. Grupos Simples com funções diversificadas: o tema pode ser o mesmo, mas cada grupo tem uma função especificada pelo professor. Ex.: Grupo A analisa estrutura do texto, Grupo B relaciona texto com experiências dos membros, Grupo B procura complementar lacunas do texto e Grupo D julga e sintetiza o texto após relatos dos outros grupos.

“Aprofundar a discussão de um tema ou problema chegando a conclusões (consenso)” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

“Desenvolver capacidade de observação e crítica no desempenho grupal” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

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b. Grupos Simples com tarefas diversas: cada grupo recebe questão ou tema diferente para discutir e depois líderes/relatores expõem conclusões.

Grupos de integração vertical/horizontal

- Alunos estudam texto ou se preparam sobre um tema com antecedência. No dia da aula, são dispostos em fileiras normais. São feitos grupos das filas horizontais e a eles é dada uma situação-problema para resolverem, com prazo cronometrado. Voltam aos seus lugares e agora formam-se novos grupos das filas verticais. Cada grupo da fila vertical agora tem um elemento de cada um dos grupos anteriores, das filas horizontais, os quais relatam conclusões tiradas antes e todos julgam as soluções, fazendo alterações ou atribuindo notas às soluções de cada grupo horizontal.

Grupos de verbalização e observação

- Membros da turma são divididos em dois grupos, um de Verbalização que forma um círculo interno e um de Observação que forma um círculo externo. O de Verbalização deve debater o tema e o de Observação faz análise crítica da discussão. Os grupos então invertem suas posições e papéis e repetem o processo.


SE VOCÊ QUER Estimular produção “de grande quantidade de ideias em prazo curto com alto grau de originalidade e desinibição, ideias livres de esquemas lógicos, fechados e rígidos” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998). “Conseguir que todos os participantes expressem suas opiniões” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

VOCÊ PODE USAR

Tempestade cerebral

Pergunta circular

Instigar estudo e análise de “um tema por um pequeno grupo de especialistas ou pessoas interessadas, para ilustração dos demais” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998). Estimular o enfrentamento de “pessoas com ideias opostas para que da confrontação surjam subsídios para orientar as opiniões do público presente” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

Desenvolver capacidade de apresentação de “diversos aspectos de um mesmo tema ou problema, para fornecer informações e esclarecer conceitos” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998). “Meditar coletivamente sobre um tema importante, com ajuda de obras e pessoas para consulta, a fim de chegar a uma tomada de posição” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

“Desenvolver a capacidade analítica e preparar-se para saber enfrentar situações complexas mediante o estudo coletivo de situações reais ou fictícias.” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

Painel

Simpósio

DO SEGUINTE MODO (propostas adaptáveis de acordo com o contexto)

- Geralmente, professor aborda um tema e sugere um problema, requisitando o maior número de soluções possíveis, por mais insensatas que sejam. Participantes devem se expressar livremente com frases ou palavras curtas. A regra é que não haja críticas e avaliações sobre nada. Estabelece-se tempo de 10 minutos a uma hora. Prossegue-se com coleta das respostas e sua seleção conforme critérios como: aplicabilidade, compatibilidade com outras ideias e eficácia. Pode-se nomear um “advogado do diabo” para criticar as ideias e favorecer a seleção.

- Todos sugerem respostas à mesma pergunta em sua vez.

- Pequeno grupo de pessoas (especialistas, interessados, participantes de um problema comum etc.) debatem suas posições diferentes sobre um problema diante de um público. - Define-se um tema. Seleciona-se moderador (aquele que apresenta tema e debatedores, controla tempo de discussão e perguntas do público). Quatro a oito membros no painel podem expor livremente ou responder pergunta única do moderador. Moderador faz pequena reunião prévia com debatedores (tema, pontos-chave, sequência, tempo etc.). Debatedores são organizados em “V” ou “U” para se verem. - Tipos de Painel: a. Interrogação: painel de especialistas de frente para um painel de alunos interrogadores. b. Oposição ou Debate: dois grupos de painelistas com posições opostas e moderador no centro. - Condução: 1ª etapa - moderador deve manter a discussão viva, informal e útil, evitar excessos, comportamento impróprio e fugas do tema, instigar opiniões de todos, reinterpretar, resumir pontos para a plateia de forma rápida e encerrar no auge a discussão; 2ª etapa – moderador abre para perguntas, escritas ou não, podendo usar técnicas como Phillips 66 ou Díades para preparação geral. Após respostas, encerra com agradecimentos. - Definido o tema e seus aspectos diferentes, professor estipula apresentações de no máximo 10 minutos e orienta alunos quanto à bibliografia. No dia do simpósio, apresenta o tema e os oradores, diz que não devem ser interrompidos e que perguntas devem ser anotadas, apenas com a finalidade de obter esclarecimentos. Máximo de 5 minutos para perguntas ao fim de cada orador. Finaliza com debate geral sobre todos os aspectos abordados.

Reflexão ou círculo de estudos

- Serve para traçar políticas e preparação de documentos bem pensados e fundamentados, feitos por um grupo que adota uma determinada posição consensual. Exige estudo intenso mediante boa organização de fontes, reuniões e cronograma, intercâmbio de ideias e deliberação. Implica em divisão de papéis e continuidade de aprofundamento após documento final.

Estudo de Caso

- Apresentação de descrição, narração, diálogo, dramatização, sequência fotográfica, filme, artigo jornalístico e outras formas. - Tipos de caso: . caso-análise: proporciona observações, inferências e julgamentos de valor, detecção de variáveis, causalidade, circunstâncias etc.; . caso-problema: proporciona síntese, busca de soluções, decisões e linhas de ação. - Professor apresenta o caso e o objetivo do trabalho. Pede que tomem notas dos fatos que mais chamam a atenção durante a análise do caso. Inicia discussão sobre os pontos destacados pelos alunos, provocando a todos. Pode parar a discussão e inserir técnica de hipóteses de solução para um problema levantado. Professor não deve opinar demais para não inibir. Resumir ou pedir que resumam.

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SE VOCÊ QUER

VOCÊ PODE USAR

DO SEGUINTE MODO (propostas adaptáveis de acordo com o contexto)

Estudantes assumem papéis existentes na vida profissional e comportamse de acordo, teatralizando. Eles se aproximam da realidade e têm feedback imediato das consequências de comportamentos, atitudes e decisões. 1. O professor deve definir objetivos de modo específico, discriminando os comportamentos a serem demonstrados pelos alunos enquanto reflexo de conhecimentos conceituais, atitudinais e procedimentais. 2. Professor elabora roteiro ajustado dos objetivos que espera que os estudantes alcancem. Organiza contexto e seus detalhes, descrevendo-os para os alunos.

“Desenvolver a empatia ou capacidade de desempenhar os papéis de outros e de analisar situações de conflito” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

Dramatização

3. Quanto à definição dos papéis, há duas possibilidades: o professor define cada papel a ser interpretado quando o objetivo é que os estudantes fiquem focados no estudo da situação dramatizada; ou o professor define a situação e deixa os estudantes criarem o papel, se o objetivo é que os estudantes reflitam sobre o papel que estão exercendo. 4. O professor deve conhecer seus estudantes e estrategicamente escalálos para que aprendam algo com o papel que exercem. Mas é importante que os estudantes se sintam confortáveis. 5. Os estudantes que vão atuar devem ter clareza a respeito da situação e das ações esperadas de seus papéis. Os estudantes que assistem podem ser divididos em grupos que teriam objetivo de analisar aspectos específicos da dramatização. 6. Quanto à representação, os papéis podem ser preestabelecidos e estruturados; pouco estruturados e de livre criação; o mesmo papel pode ser exercido por diferentes estudantes que o desempenham simultaneamente; um estudante pode desempenhar mesmo papel em situações diferentes. 7. O professor, ao final da encenação, promove debate com a turma sobre a cena, perguntando: “que fatores determinaram os acontecimentos?”, “como você agiriam nesta situação?” etc. (GIL, 2006) - Vem de “semente”: semear ideias, favorecer germinação de ideias. Fonte de pesquisas e procura de novas soluções para os problemas feita por um grupo que estuda um tema com o fim de: a. identificar problemas; b. examinar seus diversos aspectos; c. apresentar informações pertinentes; d. propor pesquisas necessárias para resolver os problemas;

Desenvolver capacidade de investigação de “diversos aspectos de um problema e colocar resultados em comum” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

e. acompanhar o progresso das pesquisas; Seminário

f. apresentar resultados aos demais membros do grupo; g. receber comentários, críticas e sugestões dos companheiros e do professor. - Professor apresenta tema e justificativa, problemas em aberto. Pede e ajuda na criação de subtemas de pesquisa do problema. Orienta sobre pesquisa em fontes bibliográficas, relatórios, pessoas e instituições, pesquisas de campo ou laboratório. Constrói calendário de apresentações. Ajuda na organização das exposições. Dirige críticas ao fim da exposição e a comenta. . Alunos definem subtemas e fazem pesquisa. Durante apresentações, perguntam, opinam e informam. Entregam relatório por escrito e distribuem sínteses de resultados aos colegas.

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SE VOCÊ QUER “Debilitar o dogmatismo e aumentar a flexibilidade mental mediante reconhecimento da diversidade de interpretações sobre um mesmo assunto” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998). Estimular a capacidade de “aprender fazendo e resolvendo problemas com intervenção de recursos humanos competentes e o benefício da discussão grupal” (BORDENAVE e PEREIRA, 1998).

Estimular o “estudante a uma atitude ativa e que apresenta uma lógica semelhante à da pesquisa científica” (GIL, 2006).

Estimular aprendizagem com sociabilidade, raciocínio hipotético, motivação e evocação de conhecimentos para resolver problemas e desafios (GIL, 2006). Adaptar os alunos a se confrontarem com argumentações lógicas.

VOCÊ PODE USAR

Diálogos sucessivos

- Dois círculos concêntricos, um aluno de frente para o outro. Alunos do círculo externo respondem à questão do quadro/slide, emitindo sua opinião, e depois, alunos do círculo interno emitem sua opinião. A cada três minutos, o professor dá um sinal e os alunos do círculo interno pulam para a cadeira ao lado no mesmo sentido e o processo se repete. São cinco trocas de cadeiras do grupo interno. Professor pode continuar com nova pergunta no quadro. Finaliza com depoimentos, sínteses sobre as opiniões divergentes.

Oficina ou laboratório (workshop)

- Idealmente, deve haver coordenador, comitê de planejamento, assessores dos grupos de trabalho (instrutores), especialistas consultores e participantes. - Grupos divididos com objetivos claros, materiais de trabalho e instrutores. Inclui estudo individual, consulta bibliográfica, palestras, discussões em grupo ou plenários, exercícios práticos, redações e relatórios, formulários de avaliação, recreação, descanso etc. Laboratórios podem incluir saídas de campo e pesquisas. Pode durar de dois dias a semanas.

Aprendizagem Baseada em Problemas

- Grupos de oito a 12 alunos. - Professor facilitador apresenta situação-problema. Grupos fazem perguntas sobre a situação-problema, esclarecendo termos e identificando o problema. Estudantes elaboram hipóteses de solução e definem objetivos de estudo, o que é necessário estudar para aprofundar as hipóteses de solução da situação-problema. Então, realizam estudo individual dos conteúdos que foram definidos para depois retornarem aos seus grupos para discutir o problema e a hipótese com base no que estudaram. Decidem pela melhor hipótese de solução e elaboram um plano de ação para implementação dos resultados. - Professor retoma os objetivos de aprendizagem da aula e verifica com os alunos como o estudo da situação-problema possibilitou alcance dos objetivos. Ainda avalia o processo de discussão e dá feedback aos alunos sobre sua participação e resultados.

Jogos Simulados

Professor organiza competição entre os estudantes, de tal modo que haja regras, vencedores e perdedores. O jogo necessariamente simula alguma situação-problema da realidade profissional que, para ser resolvida pelos estudantes, mobiliza conteúdos que estão sendo aprendidos na disciplina. A solução mais apropriada fará de seus criadores os vencedores.

Debate Socrático

- Professor pergunta opiniões dos estudantes a respeito de um caso conhecido, indagando a respeito de fatores e causas para os comportamentos das pessoas retratadas no caso. Ao ouvir dos estudantes opiniões que revelam causas insuficientes ou com incoerências lógicas, aponta incoerências e pede por reformulações.

Tutorial em Pares

Um aluno ensina ao outro com revezamento (SVINICKI e MCKEACHIE, 2012).

Célula de Aprendizagem Estimular estudantes a ensinarem uns aos outros.

DO SEGUINTE MODO (propostas adaptáveis de acordo com o contexto)

Think-Pair-Share

Controvérsias Criativas

Alunos se alternam fazendo perguntas e respondendo dúvidas sobre materiais lidos anteriormente (SVINICKI e MCKEACHIE, 2012). Professor faz pergunta para a turma. Todos têm um minuto para responder no caderno. Em duplas, compartilham respostas (SVINICKI e MCKEACHIE, 2012). Cada um da dupla pesquisa um lado de um problema com argumentos opostos. Depois comparam argumentos para chegar ao meio-termo (SVINICKI e MCKEACHIE, 2012).

Fonte: Adaptado de: BORDENAVE (1998).

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APÊNDICE 3

Formulário para aula modelo

A Aula Modelo deve ser registrada no formulário apresentado abaixo, seguindo as diretrizes apresentadas ao longo do presente texto e de acordo com os objetivos de aprendizagem determinados.

Quadro 9 | Formulário para elaboração da aula modelo presencial

CURSO: DISCIPLINA: CARGA HORÁRIA:

Título da Aula:

Palavras-chave:

Competências: Competência Geral: Competência(s) Técnica(s): Conteúdo: Objetivos de Aprendizagem: Resultado de Aprendizagem: Conhecimentos Prévios: Conhecimentos Conceituais prévios necessários: Conhecimentos Procedimentais prévios necessários:

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Tempo Didático da Pré-aula: ___ minutos divididos em: a. Estudo provocativo na Webaula: __ min b. Estudo dos conteúdos no Livro Didático: __ min c. Resolução de atividade avaliativa diagnóstica: __ min d. Resolução de atividades preparatórias na Webaula: __ min Tempo Requerido para a Aula Presencial: ___ minutos. Tempo Requerido para a Pós-aula: __ minutos a. Atividade de Aprofundamento: __ min b. Atividades Complementares: __min (se houver necessidade)

1. ALÉM DA SALA DE AULA – 25 min a. Atividades Pós-aula (Atividade de Aprofundamento da aula anterior): b. Atividades Pré-aula (atividade avaliativa diagnóstica): 2. PENSANDO A AULA ATUAL – 10 min a. Objetivos de Aprendizagem: b. Situação da Realidade Profissional: c. Situação-Problema: d. Competência Geral: e. Competência Técnica: f. Procedimentos para a solução da Situação-Problema: 3. ORIENTANDO ATIVIDADES DA AULA ATUAL – 105 min 3.1 Atividades Mediadas – 50 min * Utilizar a Avaliação Formativa sempre que houver necessidade 3.2 Resolução da Situação-Problema – 15 min 3.3 Transferência – 30 min * Utilizar a Avaliação Formativa sempre que houver necessidade 4. INTEGRANDO OS TEMPOS DIDÁTICOS – 10 min OBSERVAÇÕES

Manual Aula Modelo

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APÊNDICE 4

Formulário para revisão da aula modelo

A Aula Modelo deve ser revisada seguindo os critérios apresentados no formulário abaixo. Quadro 10 | Formulário para avaliação da aula modelo presencial ELEMENTOS DA AULA MODELO

CRITÉRIO

Disciplina:

Apresenta o nome da disciplina?

Carga Horária:

Apresenta a carga horária da disciplina?

Título da Aula:

Apresenta o título da aula?

Palavras-chave:

Apresenta as palavras-chave da aula?

Competências:

Apresenta a Competência geral e técnica da aula?

Conteúdo:

Apresenta os conteúdos da aula?

Objetivos de Aprendizagem:

Apresenta os objetivos de aprendizagem da aula?

Resultado de Aprendizagem:

Apresenta os resultados de aprendizagem da aula?

Conhecimentos Prévios:

Apresenta os conhecimentos prévios da aula?

Tempo Didático da Préaula:

Apresenta o tempo requerido para as atividades de Pré-aula?

Tempo Requerido para a Aula Presencial:

Apresenta o tempo requerido para a Aula Presencial?

Tempo Requerido para a Pós-aula:

Apresenta o tempo requerido para as atividades de Pós-aula?

1. ALÉM DA SALA DE AULA – 25 min

Foi definido como o professor apresentará os resultados globais da avaliação (Pré e Pós-aula) e como discutirá os indicadores de aprendizagem? Foi definido como o professor orientará as atividades que cubram os déficits de aprendizagem relacionados à aula anterior? Foi definido e especificado cada passo do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade? Foi especificado que os déficits encontrados nas questões da Préaula serão tratados ao longo das etapas seguintes? O tempo previsto para as atividades é adequado?

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Manual Aula Modelo

ATENDE

NÃO ATENDE (comentário)


ELEMENTOS DA AULA MODELO

2. PENSANDO A AULA ATUAL – 10 min

3. ORIENTANDO ATIVIDADES DA AULA ATUAL

3.1 Atividades Mediadas

3.2 Resolução da SituaçãoProblema

3.3 Transferência

CRITÉRIO

ATENDE

NÃO ATENDE (comentário)

Foram apresentados os objetivos de aprendizagem da aula atual? Foi resgatada a Situação da Realidade Profissional e a Situação-Problema contidas no Livro Didático? Foram apresentados as competências e os procedimentos para a solução da Situação-Problema? Cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa etapa foi definida e especificada? O tempo previsto para as atividades é adequado?

Foram definidas as atividades nas quais os alunos utilizem e desenvolvam os conteúdos que foram trabalhados no Livro Didático e na Webaula? Foi descrita cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade? Foram feitas orientações para o professor sobre como desenvolver as atividades? O tempo previsto para as atividades é adequado? Foi definida e especificada cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade? O tempo previsto para as atividades é adequado? Foram apresentadas atividades que estimulem o aluno a criar novas Situações-Problema, cuja resolução dependa dos conteúdos e procedimentos aprendidos? Foram apresentadas atividades que propiciem debates sobre as novas Situações-Problema e a aplicabilidade dos conteúdos e procedimentos? Foi definida e especificada cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essa atividade? O tempo previsto para as atividades é adequado?

Manual Aula Modelo

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ELEMENTOS DA AULA MODELO

CRITÉRIO

4. INTEGRANDO OS TEMPOS DIDÁTICOS – 10 MINS

Foram definidas e especificadas as atividades que o professor utilizará para auxiliar o aluno a integrar os tempos didáticos (Pré-aula, Aula Presencial e Pósaula)? Foi definido e especificado como o professor orientará o aluno: - a acessar a Webaula correspondente à próxima Aula Presencial seguinte? - a ler a seção do Livro Didático correspondente à próxima Aula Presencial? - a resolver as questões básicas correspondentes à próxima Aula Presencial? - com relação às atividades preparatórias, técnicas e recursos que serão utilizadas em sala na próxima Aula Presencial? - a resolver as atividades de aprofundamento da aula atual no Pós-aula? - a resolver as atividades complementares no Pós-aula? O tempo previsto para as atividades é adequado?

5: AVALIAÇÃO FORMATIVA

Foram definidas as atividades de aprendizagem que os alunos realizarão, demonstrando proficiência a partir do que foi aprendido na aula? Foi planejado como a eficácia das atividades proporcionadas na aula e a compreensão do aluno em todas as etapas da aula presencial serão avaliadas? Foi definida e especificada cada etapa do processo didático escolhido para desenvolver essas atividades ao longo da aula? Foi indicado com clareza a relação entre a atividade, a competência técnica, o indicador de domínio e as evidências de desempenho? O tempo previsto para as atividades é adequado?

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Manual Aula Modelo

ATENDE

NÃO ATENDE (comentário)


Manual Aula Modelo

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APÊNDICE 5

Plano de aula estruturada

Cada aula considera três tempos didáticos: a Pré-aula, Aula Presencial (três horas de atividades efetivas em sala de aula, sendo que alguns cursos adotarão quatro horas) e Pós-aula. Este PLANO DE AULA ESTRUTURADA é parte integrante do PLANO DE ENSINO. Quadro 11 | Formulário para elaboração do plano de aula estruturada

Logo da Instituição

Instituto Credenciado Endereço e Telefone

PLANO DE AULA ESTRUTURADA Curso:

Disciplina:

Turma:

Semestre:

Docente:

E-mail:

Competências: Objetivos de Aprendizagem: - Geral: - Específicos:

Conhecimentos Prévios: Filosofia de Ensino e Aprendizagem: Responsabilidade do Aluno:

Resumo do Currículo do Professor:

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Ano:

Manual Aula Modelo

Logo da Kroton


AULA 20

AULA 19

AULA 18

AULA 17

AULA 16

AULA 15

AULA 14

AULA 13

AULA 12

AULA 11

AULA 10

AULA 9

AULA 8

AULA 7

AULA 6

AULA 5

AULA 4

AULA 3

AULA 2

AULA 1

UNIDADE DE ENSINO PRÉ-AULA AULA PRESENCIAL PÓS-AULA

Manual Aula Modelo

87


ANOTAÇÕES




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