EMPRESA
MEIO AMBIENTE
Anovaversãodo CódigodeÉtica
UPVlançaprograma UsinaLimpa
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MATÉRIA-PRIMA Nº 12 k ano 2 k setembro_outubro_novembro | 2011 k www.csn.com.br
NEGÓCIO
ERSA EM
EXPANSÃO Investimentos realizados desde o início de 2010 proporcionam crescimento da capacidade de produção de cassiterita e estanho, além de redução de custos ® PÁG. 4
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MATÉRIA−PRIMA > SETEMBRO_OUTUBRO_NOVEMBRO > 2011
JORNAL DA CSN
EDITORIAL
Exemplos éticos Esta edição do MATÉRIA-PRIMA, extraordinariamente trimestral, destaca, em sua principal reportagem, a nova fase da Ersa, empresa CSN desde 2005, que, a partir de uma reestruturação, concilia crescimento, rentabilidade e sustentabilidade em Rondônia. Em rápidas palavras, a produção cresceu e empregos foram gerados. Aritmética positiva. É outro exemplo da cultura CSN, que enxerga os desafios e alcança as metas previstas. Mais um motivo de orgulho neste momento que marca os 70 anos da nossa organização. Em nossa história, os desafios são constantes, desde o momento da criação da empresa. Vivemos em constante transformação. Com preceitos éticos. Por isso, atualizamos o nosso Código de Ética, conforme mostra reportagem na página 3. Um livreto de leitura fundamental para todo empregado, acionista, cliente e fornecedor da CSN. Além da versão impressa, a atualização pode ser acessada via intranet. Por falar nisso, outra ferramenta inovadora é a versão online deste jornal interno, que a partir de agora oferece atualizações constantes para a informação dos empregados. Os detalhes dessa novidade também estão na página 3. Outra novidade é o projeto Usina Limpa, lançada na Usina Presidente Vargas. Um trabalho desafiador, que carrega nas suas entrelinhas o objetivo de impulsionar a consciência ambiental e a noção de cidadania na nossa principal planta. Sempre envolvendo a família dos nossos empregados.
Benjamin Steinbruch Diretor-Presidente da CSN ©1
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sumário
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EXPEDIENTE empresa
CAPA
Guia de conduta
Investimentos mudam a realidade da Ersa
Novo Código de Ética tem edição de bolso e virtual.................................3 recursos humanos
Sinergia Escola de Líderes cria cultura de gestão do conhecimento ...................... 11
Diretor-Presidente: Benjamin Steinbruch Diretores-Executivos: David Salama, Enéas Garcia Diniz, José Taragano, Juarez Saliba e Luis Fernando Martinez
MATÉRIA-PRIMA JORNAL DA CSN
Nº 12 • Ano 2 • setembro_outubro_novembro • 2011
empresa
Reconhecimento Empregados comemoram 30 anos de CSN e ganham homenagem ............... 12 sustentabilidade ©2
GENTE A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
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Velho Mundo ©3
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Gêmeos da UPV pedalam 3.500 km pela Europa.
Novos hábitos Projeto Usina Limpa promove conscientização ambiental ..........................13 entrevista
Novas tecnologias Geógrafa fala sobre os desafios ambientais da indústria brasileira........... 14 momentos históricos
60 anos do Recreio Ginásio de esportes se destaca pela beleza arquitetônica.......................... 15
MATÉRIA−PRIMA > SETEMBRO_OUTUBRO_NOVEMBRO > 2011
Direção Editorial: Marcelo Behar Editor: Helton Fraga heltonfraga@csn.com.br Coordenação Editorial Stefan Gan Editor Adjunto: Alexandre Agabiti Fernandez Projeto Gráfico: Fabio Silveira Direção de Arte: Lucia de Menezes Farias Reportagem: Carlos Lima, Chico Spagnolo, Edma Nogueira, Marcelo La Farina. Revisão: Roberto Alves Tratamento de Imagem: Aldo Macedo Conselho Editorial: Alexandre Campbell, Caio Ferrari, Camila Quiles, Cristiano Alves da Silva, Eglantine Cavalcante Pearce, Fanny Busato Baptista, Flávia Rodrigues, José Luiz Brandão, Luciana Shoji, Luiz Henrique Pimentel, Márcio Lins, Odete Guerreiro, Priscila Boccia, Ricardo Costa, Rosana Lovato, Thaís Amoedo e Ulysses Sousa. Jornalista Responsável: Stefan Gan ( MT B 35401) Preparação e Impressão: Ipsis Tiragem desta edição: 20.000 exemplares FALE COM A REDAÇÃO jornalmateriaprima@csn.com.br O jornal matéria-prima é produzido pela editora
www.yupik.com.br
ONLINE Você já pode ler o jornal Matéria-Prima na intranet. É só clicar na capa do jornal e o texto (em versão PDF) aparecerá na tela do seu computador. No menu, é possível escolher entre o jornal Matéria-Prima e o suplemento Gente. www.csn.com.br
EMPRESA
Mais do que no papel
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Para Almir Xavier, gerente de Riscos Corporativos, a ética é um exercício diário na CSN.
Ética afiada Mais completa e atualizada, nova versão do Código de Ética também poderá ser acessada pela intranet
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m novembro, todos os fornecedores, clien tes, acionistas e empregados da CSN passa ram a ter acesso ao novo Código de Ética da Companhia. O texto é uma versão atualizada e completa da primeira edição, lançada em 2006. Entre as principais mudanças está o tópico sobre negócios com ações da empresa. “Nosso antigo código era muito rígido nesse assunto. Agora, foi estipulado um período que, ao mesmo tempo, obedece aos termos da Instrução CVM 358/2002 e não impede a negociação das ações pelos acio nistas”, aponta Almir Xavier, gerente de Riscos Corporativos e um dos redatores do novo código. Outra alteração é a incorporação de um subitem dispondo sobre o uso de álcool, drogas e porte de armas. Almir afirma que essa decisão veio a partir do benchmarking feito junto a ou tras empresas. “O mercado trata o assunto co mo uma questão ética e resolvemos adicioná-la ao nosso código, mostrando de forma clara que tal comportamento pode ser prejudicial para o empregado e os colegas com quem ele se relacio na no trabalho”, enfatiza Almir. Há também um novo tópico sobre a conduta fora da empresa. Sobre ele, Almir comenta que, em muitas ocasiões, os empregados da CSN são
© 1 e 2 FELIPE VARANDA 3 ARQUIVO PESSOAL 4 RICARDO TOSCANI
o cartão de visita da empresa. “Por isso, é preciso considerar as diretrizes apontadas no texto”, diz. A nova versão foi elaborada pelo Comitê de Ética da CSN, formado pelas áreas de Riscos Cor porativos, Auditoria Interna e Recursos Huma nos. “Uma primeira versão do texto foi valida da pelo Comitê e seguiu para a revisão das áreas de Comunicação, Jurídica e Institucional”, conta Almir. Depois, o arquivo final foi enviado à gráfi ca, para impressão de mais de 20 mil cópias. “To dos os empregados, sejam recém-contratados ou não, receberão uma cópia do código”, diz Almir. “Aproveitamos os 70 anos da CSN para enfati zar a importância da ética e reforçar os concei tos propostos pela Companhia”. Além da versão de bolso, o novo código po de ser acessado pela intranet. Segundo Almir, as informações são as mesmas da versão impres sa, mas a edição virtual pode conter algumas al terações periódicas e, por isso, deve ser lida com frequência. “A ética é um exercício diário, ainda mais quando se trata da ética dentro de uma em presa como a CSN, onde muita coisa acontece to dos os dias”. Dúvidas sobre questões éticas nos negócios podem ser submetidas ao Comitê de Éti ca da CSN pelo correio interno COMITE ETICA.
A CSN desenvolveu um novo canal de comunicação com os empregados, o Matéria-Prima Online, uma iniciativa da Gerência de Comunicação Corporativa. No ar desde o dia 30 de setembro, o site traz tudo o que acontece no universo CSN. Para ficar por dentro das novidades, basta o funcionário acessar o endereço http://materiaprimaonline.com.br, fazer o cadastro e navegar. Ferramenta de comunicação moderna, o MP Online pretende aproximar ainda mais os empregados e as várias empresas da CSN. Para isso, tem atualizações constantes, desenho leve e atraente, com praticidade e agilidade na difusão das notícias. Outra novidade do portal é a versão digital da edição impressa, reproduzida na tecnologia Issuu, que permite ao leitor “folhear” as páginas, como se estivesse lendo o exemplar em papel.
VA LO R E S C S N
Pautamos nossas ações pela ética e pela transparência
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CAPA
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NOVA FASE
Com uma reestruturação em andamento e retomada de investimentos, a Ersa vive uma nova fase, conciliando crescimento, rentabilidade e sustentabilidade
Fotos • Felipe Varanda
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mpresa da CSN desde 2005, a Ersa (Estanhos de Rondônia SA) está em expansão de sua capacidade de produção de cassiterita e estanho. Os investimentos realizados desde o início de 2010 apresentam seus primeiros resultados, segundo o diretor da Ersa, Flávio Mourão. A produção do metal deve crescer 100% neste ano em relação a 2010, enquanto os custos de produção agora estão sob controle e sendo reduzidos. “Sem falar na elevação do nível de pureza do metal, obtida mediante novos equipamentos e processos usados na fundição de estanho na unidade de Ariquemes”, explica Mourão. Mas as mudanças – resultado do trabalho conjunto entre a Ersa e a área de Projetos (DEPJ) da CSN – não param por aí. Novos investimentos são atualmente analisados para aumentar ainda mais a produção na mineração de cassiterita e na fundição de estanho com respeito à segurança do trabalho, ao meio ambiente e em conformidade com os melhores padrões de operação. A Ersa tem duas unidades principais operando em Rondônia: a Mineração Santa Bárbara, em Itapuã do Oeste, e uma fundição de estanho, em Ariquemes. A cassiterita extraída na mina é transformada, no final do seu processo de fundição, em anodos de estanho usados em outros processos de produção, na própria CSN. A mina é explorada de maneira sustentável, ou seja, a área é reflorestada depois da retirada
da cassiterita. O processo de reflorestamento é acompanhado de perto pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), que tem um posto avançado dentro da reserva da Ersa. “Em alguns anos a floresta é totalmente regenerada e a fauna retorna à região”, comenta Cassiel Valcarcel de Oliveira, gerente geral de Suporte a Projetos de Capital da CSN. Com muito esforço de todo o seu time e o suporte das áreas corporativas de suprimentos, planejamento, financeira e jurídica, a produção de estanho em 2010 ficou 40% acima das previsões originais e a Ersa conseguiu reverter seu resultado negativo. O ano passado foi importante, pois marcou o início do programa de investimentos em equipamentos e processos que com o tempo transformarão profundamente a realidade da empresa. Além da ampliação da produção, da busca estruturada de redução dos custos de produção na mina e na fundição e das melhorias na qualidade dos produtos, a empresa cumpriu a integralidade das suas obrigações ambientais. “A redução de custos foi obtida com a otimização de processos, primarizações e a racionalização do uso da energia e dos equipamentos”, diz Cassiel. “É um processo constante de melhoria que tem ainda um longo caminho pela frente.” Estas mudanças foram impulsionadas por um plano de investimentos agressivo, aprovado em consonância com a obtenção de incentivos fiscais. As contrapartidas exigidas pelo governo estadual foram totalmente cumpridas. As principais
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CAPA
PRODUÇÃO DE
MIL E UMA UTILIDADES
ESTANHO EM ALTA
530 1000 TONELADAS2010
TONELADAS 2011
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Flavio Mourão : “a produção de estanho deve seguir crescendo”.
exigências foram aprimoramentos nas condições ambientais na fundição, investimentos no aumento de produção e a criação de mais empregos. Boa parte dos novos empregados atendeu à demanda criada por conta da primarização da logística interna da mina e do serviço de controle ambiental. A Ersa conta hoje com mais de 300 empregados. Outro fator que contribuiu para a aprovação de alguns dos investimentos foi a alta do preço do estanho no mercado internacional durante cerca de um ano, a partir de agosto de 2010. O preço está em torno de US$ 21 mil a tonelada e é balizado globalmente pela Bolsa de Metais de Londres (LME-London Market Exchange). As perspectivas apontam para a continuidade do crescimento. “A produção de estanho deve seguir crescendo, impulsionada pela busca e ampliação da nossa capacidade de produção na mineração”, afirma Mourão. Toda a produção de estanho da empresa é absorvida pela Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta
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Redonda (RJ), que utiliza 200 toneladas mensais do metal. “Quando a produção da Ersa eventualmente ultrapassar esta marca, o excedente deverá ser então vendido no mercado”, diz Mourão. Em relação à cassiterita produzida nas minas da Ersa, a meta pretendida para os próximos anos é alcançar a produção de 300 toneladas mensais, mais de seis vezes superior à média mensal de 2010. “Para atingir o objetivo, a Ersa continuará realizando sondagens para detectar novas reservas na mina, além de continuar implementando contínuas melhorias operacionais com investimentos programados para os próximos anos”, diz Cassiel. A exploração de novos metais na região também faz parte dos planos. “Vamos examinar os rejeitos da nossa mina para verificar se encontramos quantidades de minerais que viabilizem a sua exploração”, diz Mourão. “Se a conclusão for positiva, vamos buscar investir proativamente em plantas para o beneficiamento deles.”
MATÉRIA−PRIMA > SETEMBRO_OUTUBRO_NOVEMBRO > 2011
Resultante do processo de fundição e refino da cassiterita, o estanho tem vários usos. Para a CSN, ele é insumo fundamental na produção de folhade-flandres. Graças às qualidades anticorrosivas, é usado como revestimento da chapa de aço na produção de latas para alimentos em conserva. O estanho também é empregado em ligas metálicas. Associado ao chumbo, tem utilização em soldas para a indústria eletroeletrônica. Adicionado ao cobre, dá origem ao bronze, muito usado nas indústrias naval e química. As ligas de estanho-zinco são usadas no revestimento de peças e ferramentas, por oferecerem resistência à corrosão. As ligas de estanhoníquel têm aplicação no revestimento de peças de relógios e instrumentos científicos. O metal também é usado como aditivo no ferro fundido (em peças para a indústria automobilística). Sob a forma de compostos químicos, óxidos e aditivos, seus subprodutos são amplamente empregados em vários ramos industriais.
© 1 PEDRO SILVEIRA
Suplemento do Jornal MATÉRIA-PRIMA Nº 12 | Ano 2 k setembro_outubro_novembro | 2011 k www.csn.com.br
GENTE A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
europa DE BICICLETA PELA
Irmãos gêmeos pedalam 3.500 km pelo velho continente® PÁGs. 8 e 9
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Recreio completa 60 anos com festas e homenagens ®PÁG. 10
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GENTE
A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
FÔLEGO DE AÇO Gêmeos pedalam 3.500 km pela Europa e encerram tour com palestra na Lusosider, em Lisboa
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FOTOS ARQUIVO PESSOAL
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ara os gêmeos Robson e Rogério Machado, de 43 anos, cruzar a Europa ocidental de bicicleta é a realização de um sonho. Respectivamente líder de equipe e técnico de programação na Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), os irmãos desembarcaram em Roma, Itália, na primeira quinzena de agosto e percorreram 3.500 km até Lisboa, aonde chegaram ao fim de setembro, recepcionados com festa pela equipe da Lusosider, empresa da CSN em Portugal. Apoiados pela CSN, Fundação CSN e pela Prefeitura de Volta Redonda, entre outros patrocinadores, a dupla pedalou da Itália até a França. Os gêmeos subiram até o centro do país, desceram novamente até a costa francesa, de onde rumaram ao norte da Espanha. De lá, seguiram para Portugal. E tudo isso carregando 32,4 kg cada um, entre a bike (que pesava 16 kg) e as bagagens (roupas, ferramentas e itens de higiene pessoal). O planejamento foi seguido à risca: “Pedalávamos das 7h30 às 17h, almoçando às 13h e fazendo paradas estratégicas de 10 a 20 minutos para descanso”, conta Robson. A meta era percorrer de 100 a 140 km por dia. “Só não fizemos isto durante o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, pois o terreno era muito acidentado. Durante os dez dias em que ficamos nessa estrada, reduzimos a meta para 80 km diários”, completa Rogério. A bagagem mais preciosa que trouxeram de volta ao Brasil não veio em uma mala extra recheada de lembrancinhas. “Tivemos a oportunidade de trabalhar a fundo as relações humanas derrubando as barreiras culturais e de idioma. E o que fica é a essência de querer bem ao outro”, diz Rogério. Um bom exemplo é o episódio com o casal francês Pamela e Jean. “Em Le Blanc [cidade da região central da França] perguntamos a uma senhora na rua onde havia uma lata de lixo. Ela se empolgou por sermos estrangeiros e se divertiu à beça tentando nos ensinar como pronunciar corretamente as palavras em francês. Então nos despedimos e continuamos a pedalar pela cidade, quando veio a surpresa: paramos para comprar água em uma lanchonete e por um acaso do destino estacionamos as bikes bem na frente da porta da casa dessa mesma senhora, que ao nos ver de novo praticamente nos obrigou a entrar. Ela disse: ‘tomem um café pelo menos’. Mas
Dia-a-dia online Durante a viagem, Robson e Rogério mantiveram um blog relatando o cotidiano das pedaladas, com muitas fotos. Na rede interna da empresa, a Intranet, a Gerência de Comunicação Corporativa também criou um hotsite com as aventuras da dupla. “Fomos virando atração turística por onde passávamos. As pessoas sempre perguntavam o que significava a sigla CSN estampada em nossas roupas. Quando respondíamos, ouvíamos um ‘puxa, quero trabalhar lá também!’”. Para ler o diário de bordo dos ciclistas é só acessar http://irmaosgemeosbike. blogspot.com
o ‘café’ foi um banquete! Ficamos lá cerca de duas horas. Ao nos despedirmos, o casal ficou muito emocionado, e nós também. As lágrimas escorreram. Poucas vezes vimos tanta generosidade”, relembram. Outro ponto importante foi ver como é forte o hábito do uso da bicicleta na Europa. “Tivemos a grata satisfação de pedalar em ciclovias excelentes, passar por cidades onde o planejamento de mobilidade urbana inseriu a bicicleta. Constatamos que é possível carros, bicicletas e pedestres conviverem pacificamente e com segurança. Basta saber respeitar o outro”, explicam. As condições de viagem foram espartanas, sem muito conforto, mas isto não desanimou os irmãos. “Estamos acostumados, pois já fizemos outras viagens de bicicleta pelo Brasil”, diz Rogério. Lavar a roupa, por exemplo, era uma operação um pouco diferente da habitual: “Poucas vezes usamos máquinas de lavar e secadoras nos albergues onde dormíamos”, lembra Robson. “O melhor era lavar a roupa durante o banho”. Além das belíssimas paisagens que descobriram, do intenso esforço físico, das rudezas do clima, do mergulho em outras culturas, o que mais sensibilizou a dupla foi a troca de experiências com os ciclistas que encontravam pelas estradas e com as pessoas nas cidades. “Foi um período de enriquecimento diário, constante. Marcou nossas vidas”.
Energia de sobra Para aguentar a maratona ciclística é preciso estar com as baterias carregadas. A solução mais prática é o carboidrato. “No início, a questão da alimentação foi bem difícil. Começamos em Roma, uma cidade turística, onde o preço da comida nos assustou. O jeito foi investir em pizza e macarrão, que fornecem energia e são baratos. Na França, a dieta de pizza deu lugar à baguete. Era baguete no café da manhã, almoço e jantar. Para
PALESTRAS E PEDAIS Além de pedalar, a dupla é conhecida na CSN pelas palestras. Em 2010, depois de 1400 km de pedal entre Joinville (SC) e Rocha, no Uruguai, os irmãos foram convidados pelo gerente geral José Mário Cury Vilella, da Gerência Geral de Galvanizados e Laminados (GGGL), para fazer uma palestra sobre segurança em uma das Reuniões Mensais de Prevenção de Acidentes (Rempa). “Associamos metodologias de trabalho da CSN à nossa atividade. Repetimos a apresentação aos diretores da Diretoria Executiva de Produção”, recordam. Logo a palestra foi levada a todas as gerências da UPV e a outras unidades, como a CSN Porto Real (RJ), CSN Paraná, Prada (SP) e Metalic (CE). “Terminávamos as palestras com um apelo motivacional, dizendo que iríamos rodar a Europa de bicicleta. Depois dessa jornada de palestras, fizemos tentativas na Companhia para realizar esse sonho, até chegarmos ao diretor executivo de Produção, Enéas Garcia Diniz, que resolveu nos patrocinar”, contam. A mesma palestra, enriquecida com os ensinamentos da viagem, foi apresentada na Lusosider.
espantar a monotonia, mudávamos o recheio, com diferentes tipos de queijo, por exemplo. Na Espanha conhecemos um ciclista que acabou pedalando conosco por oito dias e conseguimos variar o cardápio. Ele nos mostrou o que a culinária espanhola tinha a oferecer, e com preços acessíveis. Abusamos das massas com azeite e pimentão, além de muito peixe, principalmente em pratos ricos em carboidratos e proteínas. Acabamos recuperando um pouco do peso que havíamos perdido na Itália e na França”, contam.
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GENTE
A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
Recreio festeja 60 anos
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Rodrigo Lopes Pires perdeu 25 kg em um ano mudando a dieta e praticando esportes.
Conquistas palpáveis Programa de saúde criado em Casa de Pedra motiva empregado a fazer exercícios e trocar hábitos alimentares em busca do bem-estar
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m setembro de 2010, o técnico de De senvolvimento II Rodrigo Lopes Pires, de 32 anos, foi à Medicina do Trabalho da Mineração, em Casa de Pedra (MG), para realizar os exames periódicos. Os resultados refletiram o sedentarismo e a má alimentação de Rodrigo. “Embora os indicadores sanguí neos não sinalizassem nenhuma anormalida de, eu estava pesando 130,6 kg, valor que, por minha altura, foi considerado como obesida de mórbida”, relembra Rodrigo. Um ano depois, ele não somente perdeu 25 kg como conseguiu ter uma rotina sau dável. O primeiro passo foi a reeducação ali mentar, aliada à prática de exercícios. “Co mecei a fazer musculação e voltei a jogar futebol. Algum tempo depois, me matriculei em uma academia de jiu-jitsu e caratê, onde treino três vezes por semana”, conta. Assim como Rodrigo, todos os empregados da CSN também devem manter uma boa perio dicidade de consultas. Além de exames de roti na, a empresa promove programas específicos de promoção da saúde. Um deles é o “Quem vê cara não vê coração”, criado em 2004 pela mé dica Letícia Batista de Oliveira com o objetivo de prevenir doenças cardiovasculares. “O programa contempla análises de coles terol, triglicérides e glicose, bem como a rea lização da biometria, que são a pesagem e o Índice de Massa Corpórea [relação entre pe so e altura de uma pessoa]”, aponta o médico Marcos Paulo Abrantes de Freitas. Foi após es
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se exame que Rodrigo descobriu os problemas de obesidade. “Nós conversamos e eu fui ex plicando as consequências e os malefícios que poderiam ocorrer para seu organismo e quali dade de vida. Ele se conscientizou e apresentou mudanças expressivas”, afirma Marcos Paulo. Os resultados foram acima do esperado. Além de trocar o número do manequim, que caiu de 56 para 48, Rodrigo conseguiu influen ciar a rotina da família. “Eles me apoiaram e agora também se alimentam melhor. Uma mu dança desse tipo não contribui apenas para a pessoa que está fazendo dieta, ela ajuda a to dos que, de alguma forma, se relacionam com quem entra nessa luta”, afirma Rodrigo. Pensando nisso, Rodrigo deseja dar pales tras sobre sua conquista para os empregados da CSN. “Muitas pessoas já pensam em fazer cirurgias ou recorrem a remédios para con seguir emagrecer, mas se esquecem de que a principal mudança deve ser na mente. Só as sim o corpo consegue colher os frutos”, diz. Enquanto a palestra não chega, Rodrigo dá uma dica aos colegas da CSN. “A empresa tem uma opção nos restaurantes chamada ‘Verde Aroma’, que conta com saladas, legumes, fru tas e carnes mais saudáveis. Isso pode ser um grande aliado na busca por uma rotina mais saudável”, afirma. Mantendo esse ritmo, Ro drigo conseguirá alcançar sua nova meta: per der mais 15 kg até fevereiro de 2012. “Temos as festas de fim de ano, quando a mesa fica cheia de tentações, mas estou firme”, brinca.
MATÉRIA−PRIMA > SETEMBRO_OUTUBRO_NOVEMBRO > 2011
Personagem fundamental no esporte em Volta Redonda (RJ), o Recreio comemorou 60 anos investindo na melhoria das suas dependências e homenageando ex-atletas cuja história se confunde com a do clube erguido pela CSN em 1951 para ser o espaço de lazer dos empregados e suas famílias. Administrado desde 1990 pela Fundação CSN, o Recreio é aberto à comunidade e possui ginásio poliesportivo, três campos de futebol society – com piso sintético e de grama natural –, quadra de tênis, quadra poliesportiva, pista de atletismo, três piscinas (olímpica, semi-olímpica e infantil), academia, playground e áreas de convivência. A festa começou aos poucos, com os jogos da Liga Nacional de Vôlei Masculino - competição na qual a equipe de Volta Redonda terminou na 11ª colocação - e se entendeu até o fim de setembro com torneios esportivos de diversas modalidades. Um dos momentos mais marcantes aconteceu no dia 5 de setembro, quando Libiano Abbiati, de 82 anos, ex-empregado da CSN e ex-atleta de basquete do clube, recebeu uma placa em sua homenagem. “Nem preciso dizer que fiquei extremamente lisonjeado. Foi uma demonstração de carinho e reconhecimento por eu ter feito o que mais gostava e ainda gosto. Fico ainda mais contente por isso ter acontecido enquanto ainda estou vivo”, brincou Libiano. Ele é lembrado até hoje como o primeiro arremessador a atuar no Brasil capaz de fazer cestas de longa distância. Nascido na Itália e formado em Química pela Universidade Mackenzie (SP), berço da modalidade no país, Libiano chegou a Volta Redonda em 1951, com 22 anos. “Joguei até os 67 anos e foi no Recreio que me realizei como jogador e também como técnico”, recorda. Para Christian Junqueira, supervisora do clube, o Recreio fez e faz parte da vida de muitas pessoas. O espaço permanece de suma importância, com o atendimento à comunidade, além dos empregados. “O Programa Esportivo Social, por exemplo, atende gratuitamente 320 crianças da rede pública de ensino, em situação de vulnerabilidade social”, ressalta Christian. “Elas vêm ao clube para praticar vôlei, tênis, futebol, basquete e judô”, completa. As crianças são selecionadas por meio de convênio com os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) das prefeituras de Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí. O investimento mais recente do Recreio se deu na remodelação da academia de musculação. “A sala está mais arejada, mais ampla e os equipamentos são novos. Tudo para o conforto do associado. O clube tem grande relevância na vida esportiva e social de Volta Redonda e trabalhamos para que isto cresça cada vez mais”, orgulha-se a supervisora. © 1 PEDRO SILVEIRA 2 THEO RIBEIRO
RECURSOS HUMANOS
Escola de Líderes Iniciativa desenvolve a liderança e dissemina a cultura CSN entre executivos
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Cerca de 1.100 lideranças receberão a formação.
Diretoria de Recursos Humanos (DIRH) lançou, em setembro, o programa Esco la de Líderes, que tem como objetivo for talecer a cultura CSN, ao alinhar conhe cimentos e criar sinergia entre as lideranças da CSN, além de disseminar o modelo de gestão por competências, com vistas a formar uma lideran ça sustentável, baseada na missão, visão e valo res da organização. A Escola de Líderes foi criada com o intuito de estabelecer uma cultura de gestão do conhe cimento para transmitir conceitos de performan ce e liderança. “Os módulos foram definidos com base nos resultados globais do Rumo Certo, de avaliação de competências”, diz Rosana Lovato, gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos e res ponsável pelo programa. “Mas não podemos de senvolver as competências sem antes fortalece mos a cultura CSN .”
Na rota sustentável
Conselho de Sustentabilidade visita unidades da CSN para propor linhas de ação que diminuam impactos
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os dias 15 e 16 de setembro, o Conselho de Sustentabilidade da CSN visitou a Mineração de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), com o intuito de conhecer a opera ção para colher insumos que ajudarão na construção da política de sustentabilidade da companhia. A iniciativa, criada pelo próprio conselho, pretende analisar de perto as diferentes operações da empresa para sugerir linhas de ação visando dimi nuir impactos sociais, econômicos e am bientais provocados pela CSN. Além de Congonhas, o conselho já pas sou, no começo do segundo semestre, pela Usina Presidente Vargas, em Volta Redon da (RJ). De acordo com Michelle Shayer, gerente de Sustentabilidade, ambas as vi sitas foram bem-sucedidas. “O conselho
consegue ter uma ideia de como funciona o processo de produção atual e como fun cionará após possíveis expansões. Com is so, fica mais fácil estipular diretrizes sus tentáveis com lastro na realidade”, afirma. Na visita a Congonhas, os conselhei ros se reuniram com o prefeito da cidade, Anderson Cabido, e trocaram impressões sobre o desenvolvimento local, os impac tos negativos e positivos da mineração e os desafios futuros para a região. “Essa aproximação com o poder pú blico só contribui para que as mudanças aconteçam mais rapidamente”, aponta Michelle. Em um primeiro momento, o conselho definiu algumas diretrizes a se rem seguidas pela Companhia no que se refere ao estabelecimento de diálogo e en gajamento da comunidade.
A Escola de Líderes contemplará cerca de 1.100 lideranças, sendo 300 executivos e 800 coordenadores e supervisores de todas as unida des de negócios da CSN. Os módulos foram desenvolvidos e conduzi dos em parcerias mantidas com a Fundação Dom Cabral e o Hay Group, escolas de negócios de grabde prestígio no país. O primeiro módulo, que trata de Cultu ra Organizacional, começou em setembro e te rá turmas até dezembro. O segundo módulo – sobre Liderança Transformadora – terá início em fevereiro do próximo ano. “É fundamental que nossas lideranças parti cipem integralmente dos módulos, a fim de criar um ambiente corporativo de disseminação da cul tura , fortalecendo a estratégica de crescimento orgânico nos cinco pilares dos negócios, porque só assim será possível alcançar os objetivos da Escola de Líderes” , afirma Rosana.
VALO R E S C S N
Consideramos a cultura CSN o alicerce da nossa atuação
O conselho
O Conselho de Sustentabilidade foi criado em 2010 para propor diretrizes e contribuir para a política de sustentabilidade da companhia, formas de incorporação da política na gestão da empresa e em seus processos decisórios, eixos estratégicos de atuação da companhia em setores de negócios sustentáveis e a criação de indicadores de resultado para a companhia atrelados a metas de sustentabilidade. Além de visitar as unidades, o Conselho se reúne com a Diretoria Institucional e com o presidente do Conselho de Administração da CSN.Fazem parte do grupo a geógrafa Bertha Becker (leia entrevista na pág.14), Ricardo Abramovay, professor de Economia da USP, Fábio Feldmann, ex-deputado federal e co-autor do marco regulatório ambiental brasileiro; Tasso de Azevedo, consultor na área de florestas e mudanças climáticas, e Adalberto Veríssimo, co-fundador e pesquisador sênior do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). 2011 < SETEMBRO_OUTUBRO_NOVEMBRO < MATÉRIA−PRIMA
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EMPRESA
Trabalho em equipe
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O reconhecimento aos empregados é parte importante da cultura da CSN.
Homenagem aos veteranos Evento realizado no Recreio reuniu empregados de quatro unidades da empresa que completaram 30 anos de casa
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Recreio, em Vol ta Redonda (RJ), sediou, em 19 de outubro, o evento de homenagem aos empre gados que, em 2011, com pletaram 30 anos na CSN. Além dos profissionais que trabalham na Usina Presi dente Vargas (UPV), a co memoração reuniu repre sentantes das unidades de Casa de Pedra, Porto de Itaguaí, Porto Real e Prada. Ao todo, 188 pessoas recebe ram placas de congratulação e broches de ouro branco. Marta Faria Meira de Gutierrez, analista sênior de Consolidação no Meio Ambiente, foi uma das 11 mulheres homenageadas no evento. “Eu entrei na CSN como auxiliar de in
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formações técnicas e passei por muitas áreas até chegar à atual função. Penso que o departamento que mais me deu visão de empresa foi a área de Controladoria”, afirmou. Apesar da lon ga trajetória na empresa, Marta disse que os desafios são constantes. “Trabalha mos para manter a quali dade ambiental na CSN. É um dos maiores desafios da empresa hoje”. O evento contou com os discursos dos emprega dos Adnilson Luis Andrade, técnico de Manutenção na UPV, e Sérgio Luís Morei ra, engenheiro de Desenvol vimento na Mineração de Casa de Pedra, que ressalta ram a emoção de fazer par te da trajetória da empresa.
A diretora de Recursos Hu manos, Antídia Juncal, e o diretor executivo de Produ ção, Enéas Garcia Diniz, re lembraram momentos im portantes das últimas três décadas e ressaltaram o comprometimento dos em pregados. “A CSN é uma empresa com orgulho do passado, certeza no presen te e confiança no futuro”.
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A Gerência Geral de Laminados a Quente (GGLQ) conquistou mais uma marca importante para a Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ). Em agosto, o Laminador de Tiras a Quente II (LTQ II) foi responsável pela produção de exatas 485,6 mil toneladas, número que superou em mais de 5 mil toneladas o recorde anterior, alcançado em maio do ano passado. Para se alcançar esta marca, foram laminadas 22.841 placas, com uma produtividade média de 760 toneladas por hora. “Para se entender a magnitude desta produção, basta imaginar que, se uníssemos todas as bobinas produzidas em agosto, obteríamos uma tira com o comprimento suficiente para unir São Paulo a Pequim”, aponta Walter Luiz da Costa Reis, gerente geral de Laminados a Quente da CSN. Para Danilo Guelli Gonçalves de Oliveira e Augusto Pacca Condino, respectivamente gerentes de Operação e de Manutenção do Laminador, os grandes diferenciais para a obtenção deste recorde foram as pessoas e o equipamento utilizado pela CSN. “O LTQ II, instalado em 1981 e atualizado tecnologicamente em 2001, é completamente automatizado. Nossos operadores agem nas situações em que as variáveis de processo se desviam dos valores pré-estabelecidos”, comentam. Augusto ressalta ainda o desafio pelo qual a manutenção passou antes do recorde. “O laminador é um equipamento que tem de ser acompanhado de perto, com manutenções preventivas e preditivas. Nós fizemos o reparo geral no fim de junho, início de julho”, conta. Este evento contou com mais de 3,5 mil profissionais, próprios e contratados, para a realização de cerca de 10 mil atividades de manutenção. “Com o laminador revisado, conseguimos um mês de agosto brilhante”, aponta. Segundo Walter, a conquista deve ser creditada não apenas à competência e à garra da equipe de engenheiros, supervisores, técnicos, inspetores, operadores, mecânicos e eletricistas da GGLQ. O processo de produção de bobinas a quente (BQ’s) é complexo e dependente de diversos setores. “Contamos com o apoio de toda a Companhia”, diz Walter. “Das áreas de manutenção, oficinas, utilidades, logística, suprimentos, planejamento e programação da produção, segurança e meio ambiente, enfim de todas as áreas de apoio, pois sem o comprometimento deste time não conseguiríamos alcançar esse recorde.”
VALORES C S N
Incentivamos o respeito às pessoas e a confiança mútua © 1 WALLACE FEITOSA
SUSTENTABILIDADE
VA LO R E S C S N
Zelamos por um ambiente seguro e saudável
Propostas que rimam
UPV consciente CSN lança o programa Usina Limpa e promove integração de empregados por meio de hábitos de cidadania e conscientização ambiental
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om objetivo de impulsionar a cultura da consciência ambiental e a noção de cida dania na Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), a CSN lançou, no dia 19 de setembro, o projeto Usina Limpa. Idealizado pela Gerência de Desenvolvimento In dustrial (GDI) e patrocinado pela Diretoria Exe cutiva de Produção (DEPRO), o projeto preten de mobilizar os empregados para refletir sobre as consequências de alguns hábitos nocivos à lim peza e à organização da UPV. Entre as atividades propostas pelo Usina Lim pa estão ações pontuais, como adesivos indican do lixeiras, banners nos restaurantes, mensagens nos meios eletrônicos com dicas sobre como manter o ambiente limpo, publicação de Cha
ma exclusivo da campanha, brindes ecológicos, apresentações conceituais em todas as reuniões mensais de prevenção de acidentes. “No dia do lançamento da campanha, publica mos um comunicado no Chama, disponibilizamos um descanso de tela alusivo ao projeto e a Funda ção CSN produziu e apresentou números musicais sobre o Usina Limpa nos refeitórios da UPV”, con ta Caio Ferrari, gerente de Desenvolvimento Indus trial e um dos criadores do projeto. Para ele, a par ticipação dos empregados é muito importante para que o Usina Limpa seja bem sucedido. “É o pri meiro programa sobre este tema que será capaz de abranger toda a UPV. Com ele, pretendemos tor nar nosso ambiente de trabalho mais limpo, agra dável e com muito mais qualidade de vida”, afirma.
Enquanto o projeto vai ganhando forma e se expandindo pela UPV, alguns empregados da CSN resolveram preparar duas músicas para ajudar na divulgação das ações. Uma delas é em ritmo de repente e outra em rap. Com rimas que descrevem as propostas do Usina Limpa e pedem a contribuição de todos para o projeto, as composições foram criadas por Léo José, Eduardo Arbex, Fábio Lacerda, Kaline Leigue, Tâmara Coutinho, Felippe Terra e Vinício Barreto. Um dos participantes, Eduardo Arbex, conta que essa mesma turma sempre esteve envolvida com eventos culturais da CSN. “Nós fazemos parte do Um caminhão para Jorge Amado [projeto da Fundação CSN que percorre o Brasil realizando espetáculos teatrais gratuitos], então foi fácil compor as canções para a campanha do Usina Limpa. Tudo foi feito em grupo, com muita agilidade”, conta Eduardo. Durante uma semana, os autores somaram 30 apresentações na UPV, cantando nos 16 restaurantes da Usina e também nos escritórios administrativos.
“Projeto Usina Limpa É o que veio pra ficar Pra melhorar a sua vida E deixar limpo o seu lugar” (Trecho do repente)
“Você que é da Usina Você que é sangue bom O barato é o seguinte Nada de lixo no chão O ambiente tá limpinho Tem lixeira de montão” (Trecho do rap)
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ENTREVISTA
VA LO R E S C S N
Defendemos uma atuação social e ambiental responsável
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A geógrafa Bertha Becker defende o desenvolvimento econômico aliado à proteção ambiental.
“Estamosdiante de uma oportunidade histórica” A geógrafa Bertha Becker, do Conselho de Sustentabilidade da CSN, fala sobre os desafios do Brasil e das indústrias brasileiras em relação à questão ambiental
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rofessora Emérita da Universidade Fede ral do Rio de Janeiro (UFRJ) e considera da uma das mais importantes autoridades brasileiras em temas relativos à sustentabilidade e ao meio ambiente, a geógrafa Bertha Becker, que faz parte do Conselho de Sustentabilidade da CSN, defende uma economia em que a natureza seja utilizada sem destruir suas potencialidades, aliando desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Segundo ela, isto pode ser alcançado por meio do desenvolvimento de novas tecnolo gias. “O Brasil está diante de uma oportunidade histórica”, diz ela, nesta entrevista. “Precisamos aumentar o conhecimento sobre a natureza, criar métodos modernos e inovadores para extrair os recursos naturais, desenvolver novas fontes ener
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géticas. E a nossa indústria tem um grande papel a desempenhar nesse processo” Como estão as grandes empresas brasileiras em relação ao meio ambiente? O Brasil tem uma tradição de desperdício. His toricamente, ele usa mal seus recursos. Mas ho je sinto que há uma tendência em certo núme ro de empresas para tentar melhorar isso. Está havendo uma grande mudança nas empresas. A sustentabilidade virou uma palavra de ordem, e agora surgiu outra na mesma linha, a economia verde, que preconiza a redução do uso de ener gia e de recursos naturais por unidade de produ to, além da descarbonização da economia, que pressupõe uma verdadeira revolução tecnológi ca. A ONU difunde relatórios e documentos so bre a economia verde, que estará no centro dos debates da conferência Rio +20, que acontece no ano que vem. O que a senhora pensa sobre a economia verde? Ela não pode ser um modelo generalizado para o mundo. Os países são muito diferentes entre si,
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têm histórias e geografias diferentes, recursos di versos, necessidades e sociedades específicas. Por isso, cada um deve encontrar seu próprio cami nho de desenvolvimento. Não podemos engolir esse conceito sem fazer uma reflexão crítica. A Ín dia, por exemplo, disse que sua prioridade atual não é o meio ambiente, mas a erradicação da po breza. No caso do Brasil, que não é igual à Índia, devemos aproveitar que está acontecendo uma mudança no mundo, que os países desenvolvi dos estão preocupados com a escassez de recursos naturais, para acabarmos com nossa tradição de desperdício. É crucial usar racionalmente nossos recursos, sem depredação ou desperdício. Além disso, o Brasil não deve embarcar na onda de que as mudanças só se farão com nova tecnologia im portada. O país está diante de uma oportunida de incrível: desenvolver tecnologia própria, ino vadora, para diminuir os desperdícios e “limpar” seus recursos naturais, extraindo-os e usando-os de forma mais respeitosa com o meio ambiente. A senhora pode dar um exemplo? O petróleo. Não podemos desprezar o petró leo do pré-sal, não podemos fazer dele o vilão. Temos enormes reservas de petróleo, que conti nua sendo um insumo muito usado pelas gran des potências mundiais. A maioria, aliás, está fazendo muito pouco pelo meio ambiente. Pre cisamos criar tecnologias para “limpar” o petró leo, mas também desenvolver combustíveis me nos poluentes. O planejamento é importante para a economia, mas, em relação à questão ambien tal, ele é fundamental para saber onde e como in vestir. Se não criarmos nossa própria tecnologia verde, ficaremos para trás, dependentes das tec nologias desenvolvidas por europeus e america nos, sem falar da dependência financeira em re lação a eles. Qual o papel da indústria brasileira no desenvolvimento dessas novas tecnologias? É um papel crucial, ela não pode esperar que o governo, as universidades, façam isso sozinhos. Quais são os grandes desafios da CSN em relação ao meio ambiente? A Usina Presidente Vargas, em Volta Redon da, é antiga e pode ser atualizada se forem apli cadas novas tecnologias para poluir menos. Ou tro desafio é Casa de Pedra, que também poderia receber inovações para diminuir a poeira. A cons trução de uma siderúrgica moderna perto da mi na ajudaria também. © 1 FELIPE VARANDA
MOMENTOS HISTÓRICOS
SEISDÉCADAS BEMVIVIDAS Marco na história do esporte em Volta Redonda, o ginásio do Recreio ainda impressiona pela modernidade de suas linhas arquitetônicas. © FOTO: ARQUIVO CSN
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