Matéria-Prima #3

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empresa

programa capacitar

CSN PR atinge1milhão detondeGalvalume

Dois anos de êxitona formaçãodejovens

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matéria-prima Nº 3 k ano 1 k março_abril | 2010 k www.csn.com.br

especial

200 Lata de aço

anos

de sucesso

CSN é a única fabricante brasileira de folha-de-flandres, usada na produção da embalagem® pág. 4

jornal da csn


editorial

O nosso tempo Antes de mais nada, deixe-me dizer que o filme Invictus, de Clint Eastwood, que narra o momento em que Nelson Mandela saiu da prisão e tornou-se presidente da África do Sul, não é uma obraprima. Está longe disso, em minha modesta opinião, apesar da grande interpretação de Morgan Freeman como o líder africano. Há no filme, porém, uma mensagem muito interessante: a ideia de que o sucesso de uma jornada depende da aglutinação das pessoas e do esquecimento de conflitos do passado. Em uma das passagens mais marcantes, Mandela conta que, nos 27 anos que passou na prisão, ele e todos os negros torciam contra a seleção de rúgbi da África do Sul. Nos estádios era igual: brancos torciam pelos Springboks, os negros pelos adversários. Em 1995, já presidente, Mandela se deparou com a Copa do Mundo de Rúgbi, disputada na África do Sul. Como sempre, os negros torciam contra a seleção, que, aliás, fazia péssima campanha. Mandela viu no evento uma oportunidade para avançar na luta pela unificação do país. Apoiou a seleção e estimulou os Springboks, que só tinham um negro entre os 25 jogadores, a manter uma relação direta com a população nos recantos mais pobres do país. O resultado foi muito bom para a seleção, que jogou a final com os neozelandeses, e para a sociedade. O filme focaliza exclusivamente um momento da atuação do líder, quando tentava unificar o país e, para isso, tinha de impor o fim da discriminação racial e impedir o ódio ressentido e vingativo dos que haviam sido discriminados. Sem unir a sociedade, não há como avançar em nenhum projeto de país. Talvez isto explique muito do avanço do Brasil nas últimas duas décadas. Não há por que cultivar ressentimentos ou deixar de absorver experiências bem-sucedidas do passado, mesmo em casos como o da África do Sul. É difícil construir uma nação próspera se parte dela torce pelo adversário ou pelo fracasso econômico do próprio país. Muitas vezes presenciamos isso no Brasil, especialmente em períodos pré-eleitorais. Uma frase de Mandela no filme caberia bem: “Se eu não posso mudar diante de uma nova circunstância, como posso querer que os outros mudem?” O Brasil mudou. As circunstâncias, também.

Benjamin Steinbruch Diretor-Presidente da CSN ©1

sumário empresa

Primeiro milhão

Expediente

capa

CSN PR atinge marca expressiva de Galvalume.....................................................3

Diretor-Presidente: Benjamin Steinbruch Diretores-Executivos: Alberto Monteiro, Enéas Garcia Diniz, José Taragano e Paulo Penido.

entrevista

“O Brasil precisa de inovação”

matéria-prima

Fernando Landgraf, do IPT, defende mais patentes............................... 11 logística

No clima certo Sepetiba Tecon recebe nova câmara fria........................................... 12 especial

69 anos da CSN Empresa comemora aniversário e crescimento...........................13 sustentabilidade

Um bom conselho CSN convida personalidades da área ambiental........................................ 14 retratos

J.R. Duran O reclamer leva coque e minério de ferro aos altos-fornos. ........................... 15

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jornal da csn

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Nº 3 • Ano 1 • Jornal Bimestral • março_abril • 2010

Os 200 anos da lata de aço

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gente a vitrine dos nossos talentos

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Capacitar para crescer Programa de formação de jovens implantado em Congonhas e Volta Redonda é um sucesso

Direção Editorial: Marcos Barreto Editor: Helton Fraga heltonfraga@csn.com.br Coordenação Editorial Stefan Gan Editor Adjunto: Alexandre Agabiti Fernandez Projeto Gráfico e Direção de Arte: Fabio Silveira Reportagem: Alexandre Campbell, Andrea Balukian, Carlos Lima, Chico Spagnolo, Edma Nogueira, Felipe Vilasanchez, Flávia Ferreira da Silva e Luciana Morcatti Coura. Revisão: Ciça Corrêa Conselho Editorial: Cristiano Alves da Silva, Eglantine Cavalcante Pearce, Fanny Busato Baptista, Gerson Scheufler, Jorge Luiz Keenan Salgado, José Luiz Brandão, Luciana Shoji, Luiz Henrique Pimentel, Márcio Lins, Odete Guerreiro, Priscila Boccia, Rafael Gerhardt, Reinaldo Bispo, Ricardo Costa, Rosana Lovato, Thaís Amoedo e Ulysses Sousa. Jornalista Responsável: Stefan Gan ( MTB 35401) Preparação e Impressão: Laborgraf Tiragem desta edição: 20.000 exemplares fale com a redação jornalmateriaprima@csn.com.br O jornal matéria-prima é produzido pela editora

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comunicação

www.yupik.com.br

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empresa

Um investimento que deu certo

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Para Carlos Frederico Xavier, CSN fez excelente trabalho no desenvolvimento do Galvalume.

O primeiro milhão Iniciada em 2003, produção de Galvalume da CSN Paraná – pioneira no Brasil – atinge a expressiva marca de 1 milhão de toneladas

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pós pouco mais de seis anos do início de produção, a CSN Paraná atingiu, em 13 de fevereiro, a importante marca de 1 milhão de toneladas de Galvalume produzidas. “O número comprova nosso domínio sobre a tecnologia do produto e da produção do Galvalume”, diz o gerente geral de Operações, Carlos Frederico Xavier. “Como tivemos que desenvolver esse mercado no Brasil praticamente do zero, a marca comprova que fizemos um excelente trabalho, sempre em conjunto com as áreas de Vendas, Desenvolvimento de Produtos e Suprimentos da CSN, entre outras.” Uma evolução que envolveu todos os profissionais da unidade de Araucária, nos arredores de Curitiba (PR). Desde o início da produção de Galvalume, em outubro de 2003, a linha de galvanização passou por adaptações de equipamentos e melhorias contínuas do processo de produção. “Isso nos permitiu a obtenção do Galvalume com qualidade reconhecida nos mercados interno e externo”, diz o coordenador técnico de Qualidade, Nicodemos Coni, na CSN Paraná desde a montagem da planta. “Essa marca é um orgulho para todos que idealizaram esse projeto pioneiro no Brasil, na década de 1990.”

Além de mostrar a eficiência da CSN na fabricação de metais de maior qualidade e versatilidade, a marca representa a superação da crise econômica que assustou o mercado em 2008. “O Galvalume, como qualquer produto novo, sofreu muito no mundo inteiro, porque em época de crise as empresas ficam mais conservadoras”, analisa Márcio Lins, assessor da Diretoria Executiva de Produção (DEPRO) e figura principal da implantação da CSN Paraná. “Mas, nos últimos tempos, o produto siderúrgico mais importado no Brasil vem sendo o Galvalume”, compara. Leve e quatro vezes mais resistente à corrosão do que o aço zincado comum, o Galvalume tem revestimento de alumínio e zinco, em que o alumínio representa 55% do peso total do revestimento. É usado principalmente na construção civil, em telhas e estruturas, e na indústria automobilística, na fabricaçãode escapamentos. Produzido apenas pela CSN no Brasil, o composto teve 70% da produção vendida no mercado interno, sendo que desde 2007 o número é de praticamente 100%. Com as perspectivas de crescimento do setor imobiliário brasileiro, a expectativa é chegar ao segundo milhão de toneladas num período entre quatro e cinco anos.

Visão de negócio, decisão e flexibilidade são características humanas essenciais para um empreendimento dar certo. Elas foram decisivas para a implantação da CSN Paraná, tendo à frente um time coordenado por Márcio Lins, hoje assessor da Diretoria Executiva de Produção (DEPRO). “Na época, em 1999, quatro executivos da CSN foram enviados ao Paraná a fim de cuidar da instalação da usina. E eu estava entre eles. A partir de 2001, já com o suporte de uma equipe talentosa e dedicada, eu estive na liderança da implantação”, conta ele, que soube lidar proveitosamente com os desafios e entraves. “Escolhemos um terreno que era uma fazenda e fizemos uma usina em cima. O projeto tem o DNA da CSN, focado em produção eficiente e de alto valor agregado.” Em 2000, começou a construção da planta principal, mas houve um ano de atraso por causa do financiamento. O BNDES exigia o descruzamento das operações da CSN e da Vale, operação concluída em meados de 2001.Uma estratégia que deu certo foi aproveitar o tempo para selecionar e treinar pessoal local, pois o Paraná não tinha tradição em siderurgia. Não existia escola técnica e nem ensino superior em metalurgia. “Criamos um convênio com o Senai, num curso para o qual levamos instrutores de Volta Redonda e treinamos instrutores no Paraná”, conta Lins, que hoje trabalha novamente na histórica Volta Redonda. Isso fez com que o plano de ter pelo menos 50% da equipe formada por pessoas da região fosse superado: no início das operações da planta, 80% dos profissionais eram residentes do município de Araucária. Além de ter aproveitado um percalço para otimizar o tempo e preparar uma equipe que hoje é destaque de desempenho na empresa, a opção pelo Galvalume foi pioneira. “Fomos licenciados para produzir o Galvalume em 1995”, relembra Lins, um entusiasta desse tipo de aço. “Pretendíamos iniciar a produção em Volta Redonda, mas a companhia tinha interesse em ocupar outros espaços, e assim o projeto foi direcionado para a região Sul do país”, explica.

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Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe © 1 divulgação 2 ,3 lucas landau 4 Maria mion 5 ricardo toscani

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Márcio Lins liderou a implantação da CSN Paraná. 2010 < março_abril < matéria−prima

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de tradição e exclusividade Única produtora de folha-deflandres no Brasil há 50 anos, a CSN é também a maior fornecedora das Américas

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deal para acondicionar alimentos e produtos químicos – por dispensar conservantes no envase e ser ecologicamente a melhor opção para embalagens –, a folha-de-flandres completa, em 2010, dois séculos de história. Presente no portfólio da CSN há mais de cinco décadas, esse tipo de folha de aço se confunde com a história da empresa. A CSN produz e vende folhas metálicas para a confecção de embalagens voltadas aos mais diversos segmentos de mercado. São inúmeras conformações cuidadosamente estudadas, obtidas e fornecidas de acordo com as necessidades de cada cliente. Exemplos são as atuais embalagens do Leite Moça e do Nescau 2.0, produzidas em formatos modernos a partir de projetos desenvolvidos pela CSN. Criada em 1810 pelo inglês Peter Durand, a lata de folha-de-flandres foi uma revolução no modo de vida ocidental, pois permitiu, de forma eficiente, a conservação de diversos tipos de alimentos, facilitando ainda seu armazenamento. As saliências em seu interior evitam a corrosão e deterioração da lata, preservando o conteúdo por período maior e permitindo o transporte por longas distâncias.

A embalagem que revolucionou o modo de vida ocidental. ©1

A história da lata

Hoje, com 200 anos, a lata de aço já faz parte da nossa rotina. Mas você sabe como ela surgiu?

11808 Atraído pela recompensa de 12 mil francos oferecidos ao criador de um meio de conservar os alimentos das tropas de Napoleão, Nicolas Appert resolve aquecê-los e colocá-los em garrafas de vidro, evitando que estragassem.

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11810 Peter Durand recebe do rei da Inglaterra, George III, a patente de um recipiente semelhante ao de Appert, mas feito de estanho, material de fácil manuseio que evitava a oxidação e a corrosão.

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11824 Joseph Rhodes cria o método de recravação, no qual as bordas do corpo da lata, da tampa e do fundo, são recurvadas e compactadas, formando a dobradura hermética entre corpo e tampa e corpo e fundo.


Outra vantagem do produto é a praticidade, uma vez que ela conserva, também, alimentos já preparados para o consumo; basta abrir a latinha e servir. Nos Estados Unidos, a patente do produto foi registrada em 1825 pelo norte-americano Thomas Kensett. Sua produção industrial data da década de 1880, quando surgiu a primeira máquina de fazer latas. No Brasil, a produção da folha-de-flandres é uma exclusividade da Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ). Nela são produzidas mensalmente 60 mil toneladas do produto, que abastecem a demanda de clientes como Prada e Metalic – empresas CSN –, além de mais de 35 clientes que transformam as folhas em latas de aço para o mercado. A CSN também fornece a folha-de-flandres a empresas que produzem suas próprias embalagens de aço, como Nestlé, Pepsico, Gomes da Costa, Ambev e Itambé, entre outras. Estas empresas ressaltam a inviolabilidade e a segurança alimentar como uma das principais características da embalagem de aço. “O papel da CSN no mercado de embalagem está na produção da matéria-prima e no desenvolvimento de aplicações e soluções que melhor atendam nossos clientes”, diz o gerente geral de Folhas Metálicas, Rafael Garcia. “Quando analisamos o ambiente das embalagens metálicas, a CSN ganha proporções que a posicionam como um dos mais importantes elos da cadeia produtiva, pois é a única fornecedora de folhas metálicas no Brasil e a maior das Américas”, dimensiona o diretor Comercial, Luis Fernando Martinez. Ele ressalta a tendência internacional de queda da venda de produtos refrigerados, em função das pressões ambientais para a redução do uso de energia e gás nas câmaras frigoríficas. “Neste cenário, a embalagem de aço que pode ser acondicionada diretamente nas gôndolas do supermercado e, com grande prazo de validade, ganha muito espaço e importância”, observa Martinez. O futuro significa buscar a inovação em embalagem metálica de três peças, diz o gerente geral de Desenvolvimento de Produto, José Luiz Brandão, “com design, formatos atrativos e estéticos que gerem diferencial para o usuário final com custos competitivos nos processos de fabricação”. Brandão observa que “com essa estratégia, a CSN pretende também neutralizar o constante ataque da embalagem sucedânea do aço”.

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Buscamos a satisfação e o reconhecimento dos clientes ©2

Folha-de-flandres na folha de papel Para comemorar os 200 anos da embalagem de aço, a B&B Editora – em parceria com Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), CSN e mais 16 empresas fabricantes do produto – lança, em maio, o livro O Nosso Aço. Uma História para Ser Contada. “Essa ideia foi reforçada por não termos literatura oficial nacional sobre embalagens de aço”, conta Thais Fagury, gerente executiva da Abeaço. “Resolvemos compilar todas as informações em um livro.” Com aproximadamente 180 páginas, a publicação registra os fatos desde a revolucionária invenção até os diversos modelos de latas produzidos hoje no mundo todo, com destaque especial para o mercado brasileiro. Latas de alimentos, bebidas, produtos químicos, decorativas e sistemas de abertura e fechamento constituem a variada galeria apresentada na publicação, que aborda, além do aspecto visual, a tecnologia utilizada

na fabricação, a segurança e as relações com o meio ambiente. “Mostrar que a lata de aço é ambientalmente correta, que valoriza o consumo consciente e atende os requisitos de sustentabilidade é muito importante, já que num futuro próximo serão fatores decisórios na hora da compra”, observa Thais. “Nesses 200 anos de evolução, a embalagem de aço contribuiu para a conservação de produtos e para a preservação do meio ambiente.” Editado por Rafael Silvestre – especialista em livros que contam a história de setores da indústria brasileira e de associações –, O Nosso Aço tem também o patrocínio das empresas Brasilata, Rimet, Metalatina, Renner, Aro, Akzo Nobel, Novalata, CMP, Silgan Whitecap, CanPac, Meister, Cerviflan, Valença, Módulo, Iguaçu, Prada e Metalic – as duas últimas da CSN, único fornecedor brasileiro de matéria-prima para embalagens de aço.

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11847 Duas importantes máquinas são criadas para atender a demanda por latas de aço: a de impressão gráfica do corpo das latas e a máquina de lavar latas.

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11897 Max Mas e Julius Brezinger criam um método para produzir 20 mil latas por dia, dispensando a soldagem das tampas e fundos, aumentando a resistência e abrindo caminho para linhas de produção de alta velocidade.

11935 Surgem as primeiras latinhas de aço para cerveja nos Estados Unidos. Aqui no Brasil , elas só chegariam muito mais tarde, em 1971.

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12010 Existem latas dos mais diversos tamanhos e formatos, atendendo segmentos que vão de bebidas e alimentos a produtos químicos perigosos.

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Nova estampa

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As latas de atum da Pepsico estão de cara nova com o uso de folha cromada

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rojeto desenvolvido em conjunto pela Diretoria Executiva de Produção (DEPRO) e pela Diretoria Comercial (DECO) deu cara nova às latas de atum da Pepsico, com o uso de folha cromada. “A partir das necessidades do cliente, envolvemos a área de Desenvolvimento de Produto e mostramos nossa capacidade de inovar”, diz o gerente geral Comercial de Embalagens, Fernando Mourão, ressaltando as ações paralelas da Gerência de Marketing e da Agência Packing. Na Gerência Geral de Desenvolvimento de Produto (GGDP), em Volta Redonda (RJ), o trabalho da equipe formada por cinco empregados e liderada pelo coordenador de Projetos, Paulo Campissi,

foi mudar o rótulo do caneco de duas peças, tipo de embalagem de atum da marca Coqueiro idealizada e produzida pela própria Pepsico, com folha cromada da CSN. A técnica escolhida foi a litografia, sistema de aplicação úmido sobre úmido, pelo qual as tintas de impressão são intermediadas. O maior desafio da equipe foi determinar os estados de deformação presentes no caneco e aplicar aos elementos de arte desenvolvidos pela agência de design. Segundo Campissi, essas alterações, comuns à litografia, acontecem em função da direção de laminação na folha metálica e pela profundidade de embutimento no caneco de atum. “Para corrigir as distorções, nos baseamos na conserva-

Remodeladas, as embalagens já chegaram ao mercado.

ção de volume do aço, durante o estado plástico de deformação”, aponta. O vínculo da Pepsico com a CSN se fortaleceu muito com o desenvolvimento destas novas latas. Segundo Viviane Mazurok, da área de Pesquisa e Desenvolvimento de Embalagem da multinacional, para a Coqueiro esse foi um grande desafio, que não seria possível sem o apoio e o comprometimento do time da CSN. Fundada em 1937, a Coqueiro, que faz parte do grupo Pepsico, é a marca mais tradicional de pescado no Brasil. Além dos produtos Coqueiro, a Pepsico detém as marcas Toddy, Quaker, Elma Chips, Pepsi e Gatorade, entre outras.

Experiência adquirida Conheça o personagem que é sinônimo de trabalho na Prada: Elio Cepollina, na empresa desde 1939. E ele nem pensa em parar

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Espírito de liderança e capacidade de trabalho em equipe, os diferenciais de Elio Cepollina.

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No dia 1º de maio de 1939, Elio Cepollina passou a integrar a equipe da Prada. A data, emblemática para os trabalhadores de todo o mundo, parecia indicar que aquele rapaz de 17 anos tomaria gosto pelas atribuições e permaneceria na empresa por muito tempo. Mas nem ele mesmo podia imaginar o quanto. “Comecei ajudando o gerente com as folhas de pagamento, as notas fiscais e outras funções da área administrativa”, relembra. Nessa época, seu Elio tinha acabado de chegar ao Brasil, vindo de Gênova, na Itália, junto com a mãe e o irmão caçula para reencontrar o pai e tentar a vida em um lugar mais calmo que a turbulenta Itália de 1939. No entanto, a temida II Guerra Mundial traria desafios para o jovem imigrante que nunca tinha trabalhado. “Como não havia azeite para refinar, partimos para outros produtos, como o caroço de algodão e, posteriormente, as latas de aço”, conta. A guerra terminou, a escolha da Prada trouxe bons resultados, mas o mercado, que já era competitivo naquela época, forçou seu Elio e toda a equipe administrativa a tomar outra importante decisão. “Nosso foco foi em pequenos e médios

clientes, sempre destacando o preço, a qualidade do material e o atendimento. Assim, conseguimos nos estruturar”, afirma. Por conta do espírito de liderança e capacidade para trabalhar em equipe, seu Elio conseguiu permanecer por mais de 70 anos na empresa, ocupando cargos de importância, como a Superintendência e a Diretoria Geral. Essa marca histórica é pontuada por momentos marcantes que seu Elio lembra com muito carinho. “Lembro das viagens que fiz pelo Brasil, para acompanhar as filiais da empresa, do início da produção da folha-de-flandres e da homenagem que recebi em 1987, ano em que uma linha de produção recebeu o meu nome”, conta. “Mas o que mais me marcou foi o resultado dos esforços para cumprir os programas que levaram a empresa à liderança no setor, por volta de 1977.” E para quem pensa que ele deveria descansar, tamanha sua contribuição para a Prada e todo grupo CSN, seu Elio, que atualmente cuida da VicePresidência da Abeaço, avisa que ainda há muito a fazer e ensinar. “Enquanto meu tanque de gasolina estiver cheio, vou continuar trabalhando”, brinca. © 1 divulgação pepsico 2 divulgação 3 capa gente: lucas landau


gente a vitrine dos nossos talentos

Suplemento do Jornal Matéria-Prima Nº 3 | Ano 1 k março_abril | 2010 k www.csn.com.br

CAPACITAR para crescer Programa desenvolve competências de jovens em Congonhas e Volta Redonda. Cerca de 85% deles entram no mercado de trabalho ® págs. 8 e 9

2010 < março_abril < matéria−prima Engenheiro inspirou logo do Aço Zincado Eletrolítico Extrafino ®pág.710


gente

a vitrine dos nossos talentos

Os veteranos do programa Lucas Morais, César Romero e Romildo Venâncio (da esq. para dir.) em Volta Redonda.

Capacitar para

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crescer Durante a realização do programa, implantado em Congonhas e Volta Redonda, os jovens recebem bolsa-auxílio na fase teórica e são admitidos na CSN para realizar a fase prática

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riado pela Diretoria de Recursos Humanos (DIRH) em 2008, na Mineração de Casa de Pedra (MG) e na Usina Presidente Vargas (RJ), o Programa Capacitar oferece, durante 12 meses, aulas teóricas e práticas, nas escolas técnicas da Fundação CSN, a fim de desenvolver jovens concluintes do ensino médio. É o caso de Lucas Morais, da área de Laminação de Cozimento Contínuo, em Volta Redonda. Ele cursava o curso técnico em informática quando se matriculou na primeira turma do programa. “Além de ser um caminho mais rápido para o mercado de trabalho, o Capacitar me ajudou a decidir qual profissão seguir, o que penso ser uma das maiores dúvidas de quem sai da escola”, conta o jovem de 20 anos. Outros personagens dessa história de conquistas são os mineiros Elaine Cristina Ferreira e Renadson César de Faria Amorim. Ela, que trabalha na área de Embarque, divulga o programa entre os colegas do curso técnico de mineração e geologia. “Aqui em Congonhas todos têm vontade de receber os ensinamentos que uma empresa do porte da CSN tem a oferecer”, diz. Já Amorim, mecânico na área de Manutenção de Mineração, conta que o programa também serviu para reforçar laços de amizade. “O pessoal que está entrando agora no Capacitar não pode deixar essa chance passar”, diz. “Sem falar que você faz vários amigos e garante aquele futebol no fim de semana.”

Resultados aparentes

São opiniões semelhantes às de ex-participantes do programa, como Romildo Venâncio e César Romero, ambos da Laminação de Cozimento Contínuo, em Volta Redonda. “A facilidade em conciliar estudo e trabalho também é um grande atrativo. Prova disso é que o número de desistentes é muito pequeno”, afirma Romero. Durante o Capacitar, os jovens recebem bolsa-auxílio na fase teórica, oferecida pela instituição profissionalizante, e são admitidos na CSN, no cargo de aprendiz, para realizar a fase prática.

Jovens fazem seleção para ingressar no programa, que concilia estudo e trabalho.

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Com quase dois anos, o programa é responsável pela contratação de 76 jovens só na Usina Presidente Vargas, de acordo com o gerente de RH em Volta Redonda, João Carlos. Em Congonhas, dos 417 participantes do Capacitar em 2008, 112 foram admitidos pela empresa. “As estatísticas de lá para cá cresceram e mostram que a CSN e a Namisa contratam cerca de 85% da turma de estudantes”, aponta Alba Valéria Santos, gerente de RH da Mineração. Esses números tendem a aumentar, pois a partir de maio serão abertas inscrições para as áreas de operação e manutenção de Casa de Pedra e em agosto para a área portuária.

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Incentivamos o respeito às pessoas e a confiança mútua

CONSÓRCIO

Unidos pela qualificação

Cerca de 85% dos jovens do programa entram no mercado de trabalho.

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© 1 lucas landau 2 carlos lima 3 Betho Rocha / RR

Desde novembro de 2009, a CSN e a Namisa passaram a integrar o time de 15 empresas que deve gerar 40.850 empregos no Estado de Minas Gerais até 2012. É o Consórcio Mínero-Metalúrgico, representado pelo Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), pela Federação de Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O principal objetivo do grupo é a formação e a qualificação de trabalhadores para as áreas de mineração e siderurgia. “Com todas as empresas juntas fica mais simples identificar e sanar o problema da falta de profissionais qualificados para o setor industrial”, afirma Alba Valéria Santos, gerente de RH da CSN em Minas Gerais e coordenadora do consórcio. A primeira reunião do consórcio neste ano aconteceu no dia 11 de março e teve a apresentação de um modelo para a gestão estratégica do grupo. “Queremos identificar todas as oportunidades para qualificar os profissionais e, assim, fazer com que Minas Gerais se torne cada vez mais uma referência no mercado mundial, tanto pela produção quanto pela qualidade dos profissionais”, diz Alba. Além disso, o grupo se propõe a contribuir para a qualificação de docentes nas universidades, incentivar a abertura de novos cursos e estimular a opção pelas áreas ligadas à cadeia produtiva da mineração e metalurgia.

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gente

a vitrine dos nossos talentos

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O engenheiro Romildo Victorino da Silva (à esq.) e o gerente Luiz Carvalho: empregados envolvidos na criação de nova logomarca.

Desenho industrial Em iniciativa inédita, empregados usam o lado artístico para criar arte que serviu de base para a logomarca do novo Aço Zincado Eletrolítico Extrafino

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ara Romildo Victorino da Silva, engenheiro de manutenção da Gerência de Estanhamento Eletrolítico da planta de Volta Redonda, a criatividade é um elemento essencial no dia a dia de trabalho. “Como eu lido com manutenção, acho que a criatividade está presente em todas as fases do que eu faço”, afirma. Mas não é apenas a visão estrutural de um engenheiro que Romildo possui. Fotógrafo profissional, ele somou ao seu olhar apurado o conhecimento da rotina da produção e criou o conceito que serviu de base para a logomarca final do Aço Zincado Eletrolítico Extrafino. “Assim que o produto foi desenvolvido, surgiu a ideia de os empregados criarem a logo. Queríamos ter uma marca forte, já que ele é um produto único no Brasil”, conta Luiz Carvalho, gerente de Estanhamento Eletrolítico. “Várias pessoas de outras áreas participaram também, com outras sugestões, mas a do Romildo foi considerada a melhor”, conclui Carvalho. A seleção final foi feita pela Gerência Geral de Desenvolvimento de Produtos (GGDP). “O critério sugerido foi pensar em uma siderúrgica que produzisse bens que o mercado não tem”, conta Carvalho, referindo-se ao Zincado Extrafino, um aço com espessuras entre 0,30 mm e 0,14 mm usado principalmente em produtos da linha branca.

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Para criar a sua proposta, Romildo anteviu o resultado que queria obter. “O consumidor gosta da cor azul e de linhas. Foi nisso em que me baseei. Eu queria alguma coisa leve, porque o material é fino”, explica o engenheiro. O trabalho ganhou forma final na Gerência de Comunicação Corporativa da CSN, a partir de pesquisa sobre os elementos visuais mais agradáveis. “Gostei de poder contribuir de alguma forma na criação da marca do produto. Trabalhar com design de álbuns de casamento facilitou na criação”, conta ele, que tem experiência de 15 anos em fotografia. “Profissionalmente, fotografo eventos de maneira geral; fora isso eu gosto de fotografia da natureza. Sempre que viajo, levo a câmera para fazer fotografia da natureza, algo mais aventureiro.”

valores C SN

Consideramos a cultura CSN o alicerce da nossa atuação


entrevista

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Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe

Sinônimo de desenvolvimento ©2

Para Fernando Landgraf, empresas e institutos de pesquisa devem dialogar mais.

“O Brasil precisa de inovação” Especialista em aços elétricos, Fernando Landgraf, diretor de inovação do IPT, diz que a CSN “enxerga o futuro”

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iretor de Inovação do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), o engenheiro Fernando Landgraf tem duas missões: articular grandes projetos com a iniciativa privada e aumentar a produtividade de ciência e tecnologia no país. Aos 55 anos – 30 deles no IPT, com uma passagem pela Universidade de São Paulo (USP) –, Landgraf diz que é preciso incentivar os pesquisadores a produzir mais patentes. “Tanto na área de pesquisa e tecnologia quanto na de serviços tecnológicos. O Brasil precisa de inovação em patentes”, afirma. O IPT é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e conta com cerca de mil clientes em todo o país. Entre eles, a CSN, parceira desde 1992 em projetos de aços para motores elétricos – assunto em que Landgraf possui doutorado. “O mercado brasileiro de aços elétricos é de 400 mil toneladas por ano”, calcula, entusiasmado com as iniciativas em curso na Gerência Geral de Desenvolvimento de Produto (GGDP) da CSN. “As características operacionais da CSN são muito inte© 1 lucas landau 2 divulgação ipt

ressantes nessa área”, diz Landgraf, que visitou a Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), a convite da Diretoria Executiva de Produção (DEPRO). Qual o papel do diretor de Inovação do IPT? São dois: articular grandes projetos, pois até então o IPT sempre trabalhou com projetos pequenos, da ordem de R$ 3 milhões; e aumentar a ênfase em produtividade de ciência e tecnologia. Estrutura para isso o IPT tem, com 70 laboratórios e receitas da ordem de R$ 80 milhões anuais. E o maior desafio? Incentivar os nossos pesquisadores a produzir mais patentes, tanto na área de pesquisa tecnológica quanto na de serviços tecnológicos. Em média, o IPT gera cinco patentes por ano. É pouco. Mas o Brasil avançou nesse campo? O Brasil está avançado em ciência, mas está muito longe disso em inovação, em geração de patentes. Tanto que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) almeja ter mais inovação no setor. Para isso,

O IPT é referência nacional em calibração e foi o primeiro laboratório credenciado pelo Inmetro no país. Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, possui 12 centros tecnológicos, que atuam de maneira multidisciplinar, contemplando os mais diferentes segmentos, como energia, transporte, meio ambiente, petróleo e gás, entre outros.Um dos maiores institutos de pesqußisa do Brasil, o IPT tem laboratórios capacitados e equipe de técnicos e pesquisadores qualificados, que atuam nas áreas de inovação, pesquisa e desenvolvimento, serviços tecnológicos, desenvolvimento e apoio metrológico, informação e educação em tecnologia. Além dos projetos em pesquisa, desenvolvimento e inovação existentes, o IPT amplia a sua área de atuação para biotecnologia, novos materiais e bioenergia. Dessa forma, reafirma a sua missão de ser um elo qualificado entre universidades, centro de pesquisa e empresas.

relacionou três pontos fundamentais: mais investimento por parte da indústria; mais investimento por parte dos governos, e maior produtividade dos institutos de pesquisa e tecnologia. Como é a relação entre as empresas e os institutos de pesquisa? A relação é boa, mas é preciso aumentar o diálogo. E, para tanto, é preciso que as empresas tenham mais profissionais com mestrado e doutorado, para que o diálogo possa acontecer. E a parceria com a CSN? Trabalhamos juntos no desenvolvimento de aços para motores elétricos. Aprendemos muito com a CSN, que nos aponta os limites e as oportunidades desse tema. É importante ressaltar que a CSN já faz aço com vistas a esse mercado, como o Aço CSN Extrafino. A CSN tem características operacionais interessantes, especialmente se o carro elétrico avançar, como tudo leva a crer. Afinal, o carro atual já conta com mais de 30 motores elétricos em sua estrutura. A CSN enxerga o futuro. 2010 < Março_abril < matéria−prima

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Logística responsabilidade social

Atletas e cidadãos

Com 200 m2, a câmara fria é a mais moderna e segura do Estado do Rio de Janeiro.

No clima certo Câmara fria do Sepetiba Tecon facilita operações portuárias com cargas que exigem condições especiais de higiene e temperatura

E

m cumprimento às novas exigências da Organização Mundial de Saúde (OMS) e às leis federais para o armazenamento de cargas, o Sepetiba Tecon instalou sua câmara fria. Ela é utilizada para armazenar cargas que serão inspecionadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura e que necessitem ser manuseadas em condições especiais de higiene e temperatura. “Antes era usado outro contêiner refrigerado vazio, porém a Anvisa e a Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) solicitaram a construção da câmara para atender às necessidades das cargas climatizadas”, explica Maxwell Rodrigues Passos, gerente de Operações de Cargas. Com 200 m2 e dois compartimentos, esta câmara fria é a mais moderna do Estado do Rio de Janeiro. “Foi feita especialmente para operações

portuárias, permite o encaixe do contêiner, evitando o contato deste com o ambiente, além de evitar contaminações cruzadas”, conta Passos. Com o contêiner posicionado em uma das aberturas da câmara, os empregados, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs) por conta das baixas temperaturas, transferem a carga para uma das salas do equipamento, cuja temperatura pode variar de -5ºC a +15ºC. Instalada em Zona Primária, a câmara fria armazena os produtos até a inspeção. Após a verificação, as cargas são liberadas para entrar de fato no Brasil. Os produtos que devem ser armazenadas na câmara fria são: alimentos, medicamentos, insumos farmacêuticos, cosméticos, produtos de higiene, perfumes, produtos para saúde, produtos para diagnósticos, saneantes domissanitários e matérias-primas que fazem parte de sua composição.

Para fomentar a inclusão social de crianças e jovens carentes da região sul fluminense, a CSN lançou, em março, o Programa Esportivo Social (PES). Aprovada pelo Ministério do Esporte e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conada), a iniciativa, que é uma ampliação do Projeto Badminton e do projeto Viva Vôlei, oferece 320 vagas para crianças e adolescentes de 7 a 17 anos que estudam na rede pública residentes em Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí. Dotado de R$ 800 mil, o programa abrange badminton, vôlei, futebol, judô e tênis. As aulas, práticas e teóricas, são dadas duas vezes por semana, no contraturno escolar. Nos fins de semana acontecem festivais, torneios, intercâmbios e atividades como palestras, gincanas, visitas às exposições da galeria de artes da Fundação CSN. “O objetivo do PES é contribuir para a construção da cidadania, usando o esporte como ferramenta de transformação social”, explica Christian Junqueira, supervisora do Recreio e coordenadora geral do PES. Além disso, uma parceria com a UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda) promoverá a participação de profissionais e estudantes de educação física, nutrição e odontologia, que atenderão as crianças por meio de palestras educativas e avaliações motoras. Para multiplicar as oportunidades de cidadãos e esportistas promissores, a Fundação CSN estuda a ampliação do programa - com 180 novas vagas, totalizando 500 - e mais quatro modalidades esportivas (natação, atletismo, futsal e basquete).

meio ambiente

Sem desperdício

U

ma das prioridades da CSN, no que se refere ao processo produtivo, é a economia e a preservação da água. A Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), capta 6,5 mil litros por segundo no Rio Paraíba do Sul. A recirculação da água processada na UPV chega a 90% nas 29 estações de tratamento, resfriamento e recirculação de águas e efluentes. De acordo com o supervisor de Tratamento de Água, Anderson Lúcio Maia de Andrade, “o consumo atual da UPV é de cerca de 40 mil litros por segundo” – equivalente ao da cidade do Rio de Ja-

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Reaproveitamento de água é uma das prioridades na Usina Presidente Vargas

neiro. O consumo do Grande Rio está em torno de 55 mil litros por segundo. O de Volta Redonda é de aproximadamente 950 litros por segundo. São números impressionantes. Segundo Andrade, cerca de 10% do volume de água do processo é perdido em evaporação. Outros 4 mil litros por segundo são devolvidos ao rio, após passar pelos tratamentos exigidos pelas normas ambientais. Indispensável em todas as etapas da produção do aço, a água é utilizada principalmente na Coqueria, na Aciaria e nos Altos-Fornos, mas também na umectação de pilhas de minérios e carvão

nos pátios, no resfriamento dos poços de granulação de escória dos altos-fornos e dos fornos de placas dos Laminadores de Tiras a Quente (LTQ2) – sem falar na cozinha industrial e nos restaurantes da empresa. Além de ter grande importância para a preservação do meio ambiente e da vida, o reaproveitamento da água apresenta vantagens financeiras, pois permite a redução do consumo de energia elétrica com a diminuição da quantidade de bombas em operação, assim como a redução de encargos pagos. © 1 lucas landau 2 ilustração fabio silveira


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Congonhas

Ligada

pelo aço, transformada pela ousadia

M i n a s

i s G e r a

CSN completa 69 anos de vida com grandes resultados, apesar da crise, e determinada a continuar sua trajetória de crescimento

O

s 400 quilômetros entre Paulo César de Souza, em Itaguaí (RJ), e Valdeis Oliveira, em Congonhas (MG), pavimentam a história da CSN. Eles são personagens da empresa em transformação constante e que comemora 69 anos, completados em 9 de abril, certa da sua força, com resultados ímpares mesmo após as dificuldades da crise financeira internacional – o fantasma que assombrou o mundo entre o final de 2008 e a quase totalidade de 2009. Mais do que fechar seu balanço com lucro líquido acumulado de R$ 2,6 bilhões, em um período em que o verbo mais conjugado foi perder, a CSN ruma para sua sétima década de existência determinada a crescer e firmar a sua estratégia em siderurgia, mineração, cimentos, energia e logística. Ainda que distantes um do outro, Paulo César, 51 anos, e Valdeis Oliveira, 41, formam fileiras no projeto de expansão da Mina de Casa de Pedra, que contempla a ampliação do Terminal de Granéis Sólidos (Tecar). Em um mapa imaginário, eles estão ligados pelo aço, o ponto de partida da história da própria industrialização do país. Mas os dois olham para o futuro e respiram o projeto do negócio “Mineração”, que nos últimos três anos

já exportou mais de 50 milhões de toneladas de minério de ferro. Com o compromisso de todos que planejam e executam a estratégia do negócio, a CSN enxerga novos desafios a partir desde ano, tendo em vista principalmente o marco dos 70 anos em 2011. Depois da estreia da CSN Cimentos, em 2009 (que comercializou integralmente as 338 mil toneladas produzidas), a próxima etapa é a planta de Aços Longos, também na Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), prevista para começar a operar no início do ano que vem. Um investimento de 350 milhões de dólares para produzir 500 mil toneladas anuais e gerar, na operação, cerca de 6,6 mil empregos diretos e indiretos. E o tempo não para. O presidente Benjamin Streinbruch, num encontro com investidores em São Paulo, no início de março, anunciou que a empresa vai investir US$ 1,4 bilhão nos próximos anos na ampliação da capacidade de produção em cimentos e aços longos. E a abertura do capital da Mineração de Casa de Pedra caminha para virar realidade. Paulo César e Valdeis Oliveira já se preparam para o futuro.

R i o

d e

J a n e i r o

Itaguaí

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sustentabilidade valor e s C SN

Defendemos uma ação social e ambiental responsável

Aço com apelo ambiental

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Com vários nomes externos à empresa, Conselho de Sustentabilidade trará ideias inovadoras.

Um bom conselho CSN cria o Conselho de Sustentabilidade; entre as primeiras ações estão a melhoria na reciclagem e um projeto para a Amazônia

C

om o intuito de criar um fórum de discussão de ações e projetos em prol do meio ambiente, a CSN instituiu, em janeiro, o Conselho de Sustentabilidade. Por tratar de um dos principais temas que direcionam o foco da empresa, o órgão foi estruturado com nomes de destaque na área ambiental. Entre eles estão Carlos Nobre, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre; Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); Jorge Viana, ex-governador do Acre; e Bertha Becker, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também participam do fórum o gerente geral de Meio Ambiente da CSN, Gerson Scheufler, e o diretor corporativo Institucional, Marcelo Behar. O conselho é presidido por Benjamin Steinbruch. “Um Conselho de Sustentabilidade que conta com vários participantes externos à empresa abre a possibilidade de introduzir ideias inovadoras e potencializar as ações”, afirma Carlos Nobre. O conselho é uma iniciativa do diretor Marcelo Behar, que contou com o apoio direto do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch. Na primeira reunião do grupo, realizada em

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São Paulo (SP), foram discutidas possíveis ações iniciais, planejadas a médio e longo prazos, como a criação de um projeto para a Amazônia ligado a atividades de parceiros da CSN em Rondônia. “A ideia, ainda em fase de estudo, é que esse projeto sinalize uma abordagem de atividades econômicas integradas à preservação ambiental. O impacto ocorreria dentro de três ou quatro anos”, aponta Nobre. Outro ponto levantado foi a melhoria na reciclagem de materiais, de modo a diminuir o impacto ambiental das atividades de mineração, incluindo o processo de emissão de gases que causam o efeito estufa e de particulados. “É a legitimação do engajamento da companhia em direção ao futuro, posto que a economia de baixo carbono e a adesão aos preceitos da sustentabilidade são condições precípuas no pensar os negócios no mundo de hoje”, diz Gerson Scheufler. No início de março, os conselheiros visitaram a Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), e se reuniram com o assessor da Diretoria Executiva de Produção (DEPRO), Márcio Lins. O Conselho de Sustentabilidade se reunirá a cada dois meses.

A CSN está lançando um produto que oferece ganhos financeiros e ambientais para o mercado da construção civil. Trata-se do CSN Coolcolors, um aço pré-pintado com um pigmento especial para aplicação em telhados, fechamentos laterais e fachadas. Disponível em oito cores, o produto final pode atingir até 70% de refletividade da energia solar e, por ter como base o aço Galvalume, é capaz de diminuir a quantidade de calor absorvida pela edificação. “Com isso, ele reduz em até 40% o consumo de energia dos sistemas de refrigeração e evita a formação de ilhas de calor em centros urbanos”, afirma Heber Campos, engenheiro de vendas da equipe de Desenvolvimento de Pré-pintado (GCPP). Para garantir que os níveis de cor e brilho atinjam o resultado esperado, o produto tem tecnologia de pintura coil coating, que permite a aplicação de revestimentos em multicamadas com resina à base de poliéster e pigmento Cool, fornecido pela empresa Akzo Nobel, parceira do projeto liderado pela equipe da GCPP da CSN, sob a gerência de Eneida Jardim. Amplamente empregadas na Europa e na América do Norte, as coberturas “frias” representam um grande atrativo financeiro no mercado brasileiro. O produto visa a atender o mercado de obras sustentáveis, já que contribui para pontuação de acordo com os critérios da certificação LEED (abreviação em inglês de liderança em energia e projeto ambiental) para edifícios sustentáveis, incluindo as obras para a Copa do Mundo de 2014. “O torneio terá forte apelo ambiental, sendo denominado de a Copa Verde”, diz Luciana Shoji, analista da Gerência de Marketing.

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Aço CSN Coolcolors reduz consumo de energia. © 1 ricardo toscani 2 divulgação CSN 3 j.r. duran


retratos

j. r. duran

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j.r. duran – As panelas de aço transportam o aço líquido dos conversores da Aciaria para o refino secundário e lingotamento contínuo. Elas têm capacidade para 230 toneladas de aço líquido. No total, a Aciaria da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, conta com 25 panelas. Na foto de J.R. Duran, operários fazem a manutenção das panelas.

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SUCESSO CSN

O DA SE REFLETE EM NÚMEROS:

69 ANOS

DE HISTÓRIA.

18 MIL

empregados no Brasil, EUA e Portugal

A CSN, fundada em 9 de abril de 1941, é um marco no desenvolvimento industrial do Brasil. Em diferentes fases, ajudamos o país a avançar em sua vocação para o progresso. Hoje, aos 69 anos, somos o maior complexo siderúrgico da América Latina. Sem dúvida, teremos um grande futuro. Para a CSN e para o Brasil.

www.csn.com.br


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