NEGÓCIO
SOLIDARIEDADE AO RJ
Novasembalagens paralinhabranca
Empregadosajudam vítimasdaschuvas
PÁG. 3
PÁG. 11
MATÉRIA-PRIMA Nº 8 k ano 2 k janeiro_fevereiro
| 2011 k www.csn.com.br
JORNAL DA CSN
NOVOS PROJETOS
CHOQUE DE
EFICIÊNCIA CSN tem centenas de projetos de investimento em andamento, que receberão recursos da ordem de R$ 30 bilhões nos próximos anos ® PÁG. 4
Materia Prima_CAPA No8_OK.indd 3
17/02/11 19:19
EDITORIAL
Histórias de sucesso Qual “tempero” explica o sucesso de uma empresa, ao completar 70 anos? Em qualquer receita que se apresente como resposta, não há como fugir da mistura entre aplicação correta de capital (investimento), gestão de recursos materiais (equipamentos) e humanos (pessoas), visão sustentável e, acima de tudo, gosto pelo que se faz. Esta edição do MATÉRIA-PRIMA reflete, em suas páginas, os detalhes dos nossos 70 anos de história. A reportagem de capa, que apresenta o desafio da Diretoria Executiva de Projetos, é um exemplo da nossa responsabilidade na utilização do dinheiro alavancado para investimentos em projetos capazes de garantir o nosso rumo nas próximas décadas. Um trabalho que exige responsabilidade e sensibilidade. Em favor dos acionistas, dos clientes, dos empregados. Outro texto que é reflexo do nosso estilo CSN de ser é o publicado na página 3, que resume mais uma iniciativa inovadora da Diretoria Comercial – em conjunto com o Marketing e a área de Desenvolvimento de Produtos – para desenvolver novas aplicações para o aço em produtos da linha branca. Foram mais de 40 novas propostas. Os homens e mulheres que, diariamente, fazem a história da companhia também são destaque nesta edição do MATÉRIA-PRIMA, como mostram as reportagens sobre os profissionais formados pela Escola Técnica Pandiá Calógeras, a ETPC, da Fundação CSN. Ou mesmo as curiosas histórias dos profissionais que, fora da empresa, mostram o seu talento para a música, nos palcos da vida. Transpiração e inspiração que transformam a CSN numa história de sucesso. Há 70 anos.
Benjamin Steinbruch Diretor-Presidente da CSN ©1
©1
sumário NEGÓGIO
Inovação
EXPEDIENTE
CAPA
CSN apresenta novas embalagens para empresas da linha branca ...................3
Diretor-Presidente: Benjamin Steinbruch Diretores-Executivos: Alberto Monteiro, Enéas Garcia Diniz, José Taragano e Paulo Penido.
EMPRESA
Solidariedade Empregados arrecadam 70 toneladas em ajuda às vítimas das chuvas no Rio .. 11 RECURSOS HUMANOS
Desenvolvimento Novos logos refletem identidade dos programas de RH ................................. 12 ENTREVISTA
Orgulho Pesquisadora fala de estudo sobre pioneiros da CSN.................13 MEIO AMBIENTE
Teoria e prática CSN Paraná lança projeto de educação ambiental ............................. 14 MOMENTOS HISTÓRICOS
70 anos Getúlio Vargas discursa na criação da CSN, em 9 de abril de 1941 ...... 15
2 MP_2_3.indd 2
4
CSN cria equipe de projetos
MATÉRIA-PRIMA JORNAL DA CSN
Nº 8• Ano 2• Jornal Bimestral • janeiro_fevereiro • 2011 ©2
GENTE A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
7
Direção Editorial: Marcos Barreto Editor: Helton Fraga heltonfraga@csn.com.br Coordenação Editorial Stefan Gan Editor Adjunto: Alexandre Agabiti Fernandez Projeto Gráfico e Direção de Arte: Fabio Silveira Reportagem: Carlos Lima, Chico Spagnolo, Edma Nogueira, Felipe Vilasanchez, Flávia Ferreira da Silva. Revisão: Ciça Corrêa Conselho Editorial: Alexandre Campbell, Caio Ferrari, Camila Quiles, Cristiano Alves da Silva, Eglantine Cavalcante Pearce, Fanny Busato Baptista, Flávia Rodrigues, Gerson Scheufler, José Luiz Brandão, Luciana Shoji, Luiz Henrique Pimentel, Márcio Lins, Odete Guerreiro, Priscila Boccia, Rafael Gerhardt, Ricardo Costa, Rosana Lovato, Thaís Amoedo e Ulysses Sousa. Jornalista Responsável: Stefan Gan ( MTB 35401) Preparação e Impressão: Ipsis Tiragem desta edição: 20.000 exemplares FALE COM A REDAÇÃO jornalmateriaprima@csn.com.br
©3
Nossos artistas Os empregados da CSN têm talento para as artes. Conheça alguns deles e suas incríveis histórias.
O jornal matéria-prima é produzido pela editora
comunicação
www.yupik.com.br
ONLINE Você já pode ler o jornal Matéria-Prima na intranet. É só clicar na capa do jornal e o texto (em versão PDF) aparecerá na tela do seu computador. No menu, é possível escolher entre o jornal Matéria-Prima e o suplemento Gente. www.csn.com.br
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
17/02/11 19:21
NEGÓCIO
Rápidas MAIS SIMPLES E MELHOR Em 2011, a CSN terá uma estrutura jurídica mais enxuta e eficiente. A iniciativa reduzirá custos e gastos administrativos, atualizando premissas econômicas e tributárias. Segundo o gerente de Planejamento e Administração Tributária, Marco Castilho, nada mudou na prática. “Fizemos apenas uma reavaliação e uma racionalização da estrutura da empresa, vendo quais delas poderiam ser incorporadas, tendo em vista a redução de custos”, explica.
©4
Equipe da Gerência de Marketing trabalhou em sintonia com a Whirlpool e a AkzoNobel.
Ideias inovadoras Atendendo solicitação de clientes, CSN apresenta novas embalagens às empresas do setor de linha branca
P
or atender aos padrões de excelência e ser a maior produtora de aço no Brasil, a CSN adquiriu conhecimento sobre usos alternativos dessa liga metálica. Um dos setores beneficiados por tais inovações foi o mercado automobilístico, que passou a usar o aço pré-pintado. Outra modalidade que cresceu muito nos últimos anos e começou a demandar inovação dos fornecedores foi a área de aço para a linha branca, formada principalmente por fabricantes de eletrodomésticos. Motivadas pelo cenário propício a ideias, a Diretoria Comercial da CSN resolveu oferecer novos modelos de embalagens para seus clientes de linha branca. Foram duas apresentações: uma para a Whirlpool, no dia 22 de outubro de 2010, e outra para a AkzoNobel, em 9 de novembro. De acordo com Mayra Lisanti Gomes, especialista de marketing da CSN, a primeira etapa dos trabalhos foi entender as especificações de cada empresa. “Inspirados pelas apresentações que já fizemos no Innovation Day da Nestlé, passamos a estudar tendências, perfis de consumidores de cada empresa e começamos a pensar em possíveis embalagens que reduzissem o preço e a quantidade de aço utilizado sem que o visual fosse prejudicado”, conta. Em seguida, foi acionada a Haus Packing De-
© 1 FELIPE VARANDA 2 JORGE AKIMOTO 3 PEDRO SILVEIRA 4 RICARDO TOSCANI
MP_2_3.indd 3
sign, empresa encarregada de elaborar conceitos e realizar pesquisas para a criação das embalagens. “Pedimos a eles para levar em conta todas as especificações das empresas, mas que também trouxessem novos materiais”, diz Mayra. De acordo com Carlos Zardo, diretor da Haus, a missão foi um desafio e tanto. “A abertura de criação dada pelas empresas de linha branca foi uma novidade. Acho que a parte mais complexa do trabalho foi dar outro olhar para a construção de cada marca”, aponta Carlos. Feito isso, a Gerência de Marketing envolveu a Gerência de Desenvolvimento de Produto para descobrir quais novidades se encaixavam com as embalagens imaginadas. Ao todo, foram oferecidas 40 inovações para o aço, entre projetos de latas e de produtos eletrodomésticos. “Selecionamos os que mais tinham relação com nossas ideias e fomos apresentá-los”, afirma Mayra.
SIDERURGIA EM FOCO Depois de um mês no Centro Cultural da Fundação CSN, entre dezembro e janeiro, a exposição “Beleza e Contraste – A CSN por J.R. Duran” poderá ser conferida no Hotel-Escola Bela Vista até 26 de março, em Volta Redonda (RJ). Com curadoria de Ayrton Júnior, a mostra traz 12 imagens em preto e branco do fotógrafo J.R Duran para o calendário da CSN de 2010. Segundo Ayrton, “as imagens trazem os contrastes entre a grandiosidade da usina e o elemento humano”. ATLETAS DA CSN BRILHAM Nos dias 19 e 20 de novembro de 2010, alguns empregados da CSN participaram da etapa regional dos Jogos do Sesi. Na última edição, a competição contou com 712 inscritos, 95 companhias e foi dividida em dez modalidades. A CSN disputou partidas de futebol e vôlei, mas foi na natação que obteve os melhores resultados. O engenheiro mecânico Airton Ferreira e o operador de produção Victor Hugo Mattos foram os vencedores das categorias 50 metros livres e 50 metros costa, respectivamente.
VALORES CSN
Buscamos a satisfação e o reconhecimento dos clientes 2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
3 17/02/11 19:21
CAPA
GRANDES DESAFIOS EM GRANDES PROJETOS Fotos • Jorge Akimoto
4 MP_4_5_6.indd 4
Para garantir a entrega nos prazos e custos definidos em todas as unidades de negócio, CSN cria equipe corporativa de projetos
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
17/02/11 19:23
I
ntegrada por 20 pessoas, a Diretoria Executiva de Projetos (DEPJ) está disseminando uma nova cultura de gestão de projetos na CSN. Um trabalho de muito fôlego numa empresa que soma mais 2.000 projetos de investimento para crescimento e manutenção das operações em andamento. Os recursos envolvidos estão na ordem de dezenas de bilhões, sem falar nos projetos de criação de valor, que só em 2010 geraram milhões de reais de resultado por toda a companhia. “Alguns negócios da CSN já tinham uma estrutura de projeto bem definida, mas era preciso buscar as melhores práticas de controle, planejamento e estruturação de projetos e levá-las a todas as áreas da companhia”, diz o diretor executivo de Projetos, José Taragano. “O processo corporativo, que já havia sido iniciado pela Diretoria de Planejamento, foi totalmente aproveitado.” Taragano detalha que a principal meta é prover uma estrutura de governança de projetos compatível com o tamanho do desafio e que inclua engenharia, controle de projetos e suporte à implantação de grandes projetos de capital na CSN, aumentando assim sua previsibilidade em relação aos prazos e custos envolvidos. “Queremos aprofundar mais a análise e o planejamento nas fases iniciais dos projetos, evitando assim mudanças custosas em fases avançadas”, diz. Com todo esse capital a ser investido, é fundamental ter estrutura e muita disciplina no planejamento e execução dos grandes projetos da companhia. A DEPJ está desenvolvendo seu trabalho de estruturação basicamente em quatro frentes: padronização (criação de padrões de gestão de projetos e de engenharia, para estabelecer como se faz um projeto na CSN); controle (acompanhamento do desempenho do projeto no tempo e análises críticas para evitar desvios durante a implantação); gestão e suporte (apoio à implementação); e capacitação (de pessoas para atuar no projeto, gestão do conhecimento de projetos, universalização do conhecimento), explica Cassiel Valcarcel de Oliveira, gerente-geral de Suporte a Projetos de Capital.
ACOMPANHAMENTO PERMANENTE
Membros da equipe corporativa de projetos: trabalho de fôlego na disseminação e uma nova cultura de projeto.
Os projetos de investimento se dividem em dois grupos: os de expansão dos negócios, de excelência operacional e todos os que exigem investimentos superiores a US$ 25 milhões; e os que ficam abaixo desta cifra, incluindo a maioria dos itens de continuidade operacional. Esta divisão, definida pela nova política de investimentos da CSN, começou a ser aplicada desde a criação da DEPJ em 2010. “São mais de 150 projetos na categoria 1, concentrando 90% do investimento orçado da CSN”, afirma Tito Lívio Medeiros Cardoso, gerente-geral de Controle de Projetos. Por isso, contam com acompanhamento contínuo por parte dos gestores locais e corporativo da DEPJ e da
NOVOS CONCEITOS A cultura de projeto introduzida pela DEPJ tem cinco conceitos básicos: todo projeto tem um líder, uma equipe e um plano de trabalho detalhado; análise crítica dos projetos antes da aprovação; padronização dos processos de gestão de projetos; controle de desempenho durante a implantação; suporte na implantação e gestão estruturada de contratos. A estruturação das equipes de projetos das áreas está sendo realizada com a DIRH. A Análise Crítica do Projeto (ACP) é um exame e minucioso do projeto à luz de várias disciplinas – da engenharia ao planejamento, passando por meio ambiente, comunicação, RH, comunidades, saúde e segurança ocupacionais, entre outros – , envolvendo dezenas de especialistas. “O procedimento permite analisar, descobrir e endereçar as principais dificuldades de cada área do projeto antes da sua realização, evitando retrabalhos, reduzindo custos e gerando enormes economias”, diz Taragano. Em 2010, foram realizadas ACPs em oito grandes projetos de mineração e siderurgia – e mais de 20 ACPs já foram pedidas e programadas para 2011. O relatório de desempenho dos projetos, GPO, é o primeiro deste tipo na CSN e é semanal. 2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
MP_4_5_6.indd 5
5 17/02/11 19:23
“
CAPA
Queremos aprofundar mais a análise e o planejamento nas fases iniciais dos projetos, evitando assim mudanças custosas em fases avançadas” José Taragano, diretor executivo de Projetos DIPG. Exemplos são a nova planta de 8 milhões de toneladas por ano em Casa de Pedra, os projetos de Aços Longos e a Ferrovia Transnordestina, entre outros. Taragano explica que tais projetos apresentam alta complexidade, são muito detalhados, com milhares de desenhos, e por isso devem passar por diversos níveis de análise e aprovação. Os projetos de criação de valor são os que produzem resultado para a empresa por meio da redução de custos e/ou do aumento de eficiência operacional. Eles foram agrupados para dar visibilidade aos resultados obtidos e incentivar a elaboração de novos projetos. O investimento requerido em alguns destes projetos pode ser pouco ou até nulo. São iniciativas que podem ser propostas por qualquer área da CSN, seja ela de produção ou administrativa, como a Controladoria ou Suprimentos. “Por enquanto, a ênfase está sendo nos projetos de otimização de custos e aumento de eficiência em toda a companhia”, comenta Mirian Senoi, gerente de Projetos de Criação de Valor. “As iniciativas desses projetos que podem ajudar a aumentar nossa competitividade para os próximos anos têm potencial de centenas de milhões de retorno.”
José Taragano (centro), Tito Lívio Medeiros Cardoso (à esq.) e Cassiel Valcarcel de Oliveira (à dir.) buscam a excelência.
©3
VALORES CSN
Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe
PEQUENOS NOTÁVEIS Os projetos de criação de valor vão de vento em popa. Na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), por exemplo, a equipe de Coordenação de Resíduos, vinculada à Gerência de Processos de Metalurgia, tem uma visão holística do processo siderúrgico. Depois de uma análise de laboratório, constatou-se que a lama fina de aciaria continha 10% de ferro metálico. “Isso nos levou a formular um projeto de recuperação desse ferro por meio de separadores magnéticos. Testamos esse método de separação e entre junho e novembro de 2010 instalamos três eletroímãs para triar e reaproveitar os resíduos”, explica José Ricardo de Oliveira, engenheiro especialista da Coordenação de Resíduos. Em Casa de Pedra, em Congonhas (MG), será implantado em breve um projeto de redução de custo com carros-pipa, iniciativa da Gerência de Planejamento de Manutenção (GPM), sob responsabilidade de José Geraldo Souto. “O perfil da frota de caminhões-pipa foi alterado, conjugando os caminhões de grande porte existentes, de melhor custo/benefício, com outros menores e alugados, conferindo mais agilidade ao sistema de irrigação”, afirma João Bosco Pereira Guerra Júnior, gerente-geral de Manutenção. A Gerência de Administração e Planejamento Tributário (GTC) tem vários projetos de criação de valor. Um deles envolve incentivos fiscais oferecidos às empresas que investem em pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. “A CSN utiliza este benefício desde 2006. No entanto, somente em 2010 foi possível à GTC efetuar um trabalho na UPV, no qual dobramos o valor do benefício”, explica Marco Antonio Nunes Castilho, gerente de Administração e Planejamento Tributário.
© FOTO JORGE AKIMOTO
6 MP_4_5_6.indd 6
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
17/02/11 19:23
Suplemento do Jornal MATÉRIA-PRIMA Nº 8 | Ano 2 k janeiro_fevereiro | 2011 k www.csn.com.br
GENTE
A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
casa PRATAS DA Conheça o talento artístico dos empregados da CSN® PÁGs. 8 e 9
Wanessa Aparecida Teixeira, auxiliar administrativa em Casa de Pedra (MG), gosta de soltar a voz.
2010 < MAIO_JUNHO < MATÉRIA−PRIMA EscolastécnicasdaFundaçãoCSNoferecemformação deprimeira ® PÁG.710
MP_7.indd 7
17/02/11 19:24
GENTE
A V ITRINE D OS NOSSOS TAL ENTOS
artistas Nossos
Abram alas para saudar os cantores, dançarinos e músicos da CSN
©1
8 MP_8_9.indd 8
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
17/02/11 19:26
Q
uando não está trabalhando como auxiliar administrativo em Casa de Pedra (MG), Wanessa Aparecida Teixeira gosta mesmo é de soltar a voz. E se engana quem pensa que é só embaixo do chuveiro. A mineira começou a cantar em 2000 e já fez um show para mais de 20 mil pessoas, com direito à gravação de DVD. A apresentação, que aconteceu durante o carnaval de Conselheiro Lafaiete, sua terra natal, não sai da memória. “Nesse show, por causa da filmagem, a banda toda ficou meio envergonhada e começou a se atrapalhar no palco. Uma hora eu peguei uma garrafa d’água e comecei a cantar, achando que era o microfone. Foi muito engraçado”, diverte-se. Apesar da cena, nervosismo não faz parte do vocabulário dela. Em uma das edições do SIPATMIN, evento de palestras e apresentações da CSN, Wanessa se inscreveu para apresentar uma paródia da canção “Berimbau Metalizado”, de Ivete Sangalo. A letra adaptada falava sobre segurança no trabalho. Nem mesmo o pouco tempo de empresa a envergonhou. Com muito agito, ganhou o primeiro lugar. “Como meu cargo exige uma postura mais séria, acho que o pessoal estranhou quando me viu cantando axé”, brinca. A disposição para enfrentar plateias e o interesse pela música veio da família. “Minha mãe aprendeu a tocar instrumentos de ouvido, meu tio é maestro, meu irmão é percussionista e minha irmã também é cantora”, conta Wanessa, cujo estilo favorito é MPB. Quem também começou uma carreira artística paralela ao trabalho foi Keli Cristina da Silva, técnica de suprimentos da Prada Distribuição. Há dez anos, ela fundou o grupo Mdance, junto com o pessoal da igreja que frequenta. “Pelo fato de a turma ser jovem e estar sempre junta, vi que seria possível inserir a dança nas atividades”, conta. O grupo participa, em média, de quatro concursos por ano e faz trabalho voluntário com crianças carentes de Poá (SP). “Selecionamos meninas de 9 a
14 anos e ensinamos um pouco de técnica de dança”, explica. A paixão pela arte surgiu na infância, mas o interesse começou na adolescência, quando entrou no balé. Por conta da faculdade, deixou as coreografias de lado, mas nunca perdeu o embalo. Depois de terminar o curso, Keli começou a escrever musicais. Um dos mais recentes se chama Cidade Mdance e conta a história de um lugar onde tudo o que as pessoas fazem envolve a dança. Atualmente, Keli está planejando estudos específicos voltados à coreografia. “Um dos meus sonhos é ter minha própria academia. Para isso, o primeiro passo é me tornar coreógrafa”, diz.
NO SAMBA E NO ROCK
Aos 15 anos, Leandro Duarte, analista de desempenho operacional da Usina Presidente Vargas (RJ), começou a se interessar por música. Na época, os anos 1980, o rock nacional vivia seu auge, com bandas novas pipocando a todo o momento. Influenciado principalmente por bandas como Legião Urbana e Capital Inicial, Leandro começou a compor e a definir seu estilo vocal. “Era algo mais grave, bem parecido com o timbre do Dinho Ouro Preto, do Capital”, conta. Em seguida, o contato com as bandas internacionais prendeu Leandro, por um período, exclusivamente ao heavy metal. Mas a fase passou. Foi também nessa época que ele voltou a compor e a interpretar, como fez no concurso CSN Sidmusi de 1997, com a música “Jean e a Chuva”, vencedora da competição. Outro evento importante para ele foi o Festival Cultura para Todos, em que abriu o show de Zélia Duncan, uma de suas cantoras favoritas. Nos últimos anos, Leandro vem tentando arrumar tempo para conseguir se apresentar – além do trabalho na CSN, ele estuda administração. Mas 2011 promete, já que ele deve finalizar a gravação de seu primeiro CD, em fevereiro. O trabalho é uma coletânea de músicas sugeridas por amigos. “Acho que com o disco vou poder divulgar meu trabalho melhor. É uma janela de oportunidade para tocar em outros lugares”, acredita.
VA LO R E S C SN
Incentivamos o respeito às pessoas e a confiança mútua O começo do ano também é de atividade intensa para a sambista e gerente de Contas da Prada, Adriana Soares. “É época de carnaval e fico esperando o fim de semana para ensaiar com a minha escola, a Vai-Vai”, conta. Ela, que começou como porta-bandeira da Acadêmicos de São João, em Mogi das Cruzes, acredita que o carnaval é muito mais do que uma festa. “Ajuda no relacionamento interpessoal, o que é ideal para quem trabalha com vendas, como eu”, diz. Por ter integrado um grupo feminino de samba, Adriana sabe tocar pandeiro, por exemplo, e chamou a atenção de um grupo de pagode da Prada, o Amizade. “Foi uma surpresa ver uma mulher tocar tão bem”, lembra William de Albuquerque, técnico em segurança do trabalho. Junto com os operadores de ponte rolante Nelson Francisco de Araújo, Jardel Cidade Souza, Ernani Laércio Botelho, o mecânico Marle Fernandes Rosa, o auxiliar de produção Juliano Gilson Salles e o operador de produção Ricardo Valério, William forma o grupo de pagode da empresa, que costuma se apresentar nas confraternizações de fim de ano da Prada.
Keli Cristina da Silva (à esq., ao lado de Vinícius de Siqueira, estagiário da área de desenvolvimento da Prada) quer se tornar coreógrafa; Leandro Duarte (centro) canta, compõe e deve lançar um CD em breve; entusiastas do samba da Prada (à dir.) costumam apresentar-se na empresa.
© FOTO CAPA: PEDRO SILVEIRA ©1,3 RICARDO TOSCANI ©2 WALLACE FEITOSA
2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
MP_8_9.indd 9
9 17/02/11 19:26
GENTE
A V ITRINE D OS NOSSOS TAL ENTOS
VA LO R E S C SN
Consideramos a cultura CSN o alicerce da nossa atuação
Amizade gratificante
©1
O gerente de desenvolvimento de produtos Roberto Germano: ensino da ETPC é superior ao da faculdade .
Base para crescer Escolas técnicas da Fundação CSN formam profissionais de destaque
E
m 1969, em Volta Redonda (RJ), Roberto Luiz Silva Germano entrou na Escola Técnica Pandiá Calógeras (ETPC), ligada à CSN. Em paralelo ao ensino fundamental, optou pelas aulas de ajustagem com prática de oficina. Oito anos depois, quando terminou o curso, preferiu continuar os estudos cursando a faculdade de engenharia metalúrgica. “Nesse período, percebi que o conteúdo oferecido pela ETPC era muito superior em relação ao que eu estava recebendo na universidade”, conta. Em 1981, voltou à CSN para trabalhar na engenharia de produção e hoje ocupa a gerência de desenvolvimento de produtos. “Não tenho dúvidas de que meu conhecimento profissional tem relação direta com o período de ensino técnico”, completa. Outro ex-aluno da ETPC, o atual técnico de instrumentação da Petrobras Ádanson Campos Silva, pensa parecido: “Meu período na escola foi essencial para que eu obtivesse conteúdo teórico”, aponta. Estudante de eletrônica entre 2001 e 2008, Ádanson acredita que a passagem por etapas de produção também colaborou para sua formação.“Se a parte teórica foi muito boa, a exemplificação voltada à prática da profissão foi ainda melhor”, diz. As histórias de Roberto e Ádanson traduzem os objetivos propostos pela educação oferecida pela Fundação CSN: capacitar profissionais de destaque, preparando-os para ocupar cargos de excelência nas empresas. Em funcionamento desde 1944, a ETPC já formou mais de 18 mil alunos e atualmente ofe-
10
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
MP_10_11.indd 10
rece os cursos de eletromecânica, mecânica, eletrônica, informática e administração. A maioria das aulas é ministrada em conjunto com o ensino médio, permitindo, simultaneamente, o conhecimento da indústria e a preparação para o vestibular. “A quantidade de pontos que fiz no processo seletivo unificado me garantiria vaga nas melhores universidades”, conta Wilson Ferreira de Souza, gerente-geral de Metalurgia do Aço e estudante da ETPC entre 1972 e 1977.
PROGRAMA CAPACITAR
Além disso, a escola de Volta Redonda é integrada ao Programa Capacitar, voltado para recém-formados em cursos do ensino médio. Depois de uma seleção, os aprovados passam por um processo de instrução que oferece conhecimentos específicos das atividades de mineração e siderurgia. Uma das alunas que passou pelo programa em agosto do ano passado foi Ariane Costa Monteiro de Assis Guimarães, atualmente em treinamento na área de folhas metálicas. “O conteúdo do curso é muito completo e me abriu portas dentro da CSN”, afirma. Outra escola técnica que faz parte da Fundação CSN é o Centro de Educação Tecnológica (CET), em Congonhas (MG). Fundada em abril de 1961, já recebeu mais de 5000 alunos. Além dos cursos técnicos de eletromecânica, mineração, segurança, mecânica, metalurgia e eletrônica, conta também com o CET Plus, preparatório para o vestibular e cursos de capacitação e qualificação.
A ONG paulista Amigos da Latinha teve seu trabalho reconhecido na segunda edição do Prêmio Jovem Brasileiro, que aconteceu no dia 17 de novembro de 2010 no Centro Municipal de Formação Pedagógica de Mogi das Cruzes (SP). A ONG foi uma das três vencedoras da categoria Social, que contou com dezenas de homenageados em outros nove temas. “Esse prêmio, que também leva em consideração o voto popular, representa a conquista de um trabalho bem-feito e mostra que estamos no caminho certo”, conta Silvana Mendes da Silva, analista de preços e mercado da Prada Distribuição e cofundadora da Amigos da Latinha. A organização – que atua há nove anos – começou vendendo latas coletadas em festas e churrascos para comprar cestas básicas a serem doadas às famílias carentes da cidade. “Como nossa primeira arrecadação rendeu poucas cestas, resolvemos pedir a nossos familiares e a outros amigos que também juntassem latas para nos ajudar. Assim surgiu o nome do projeto”, explica Silvana. De lá para cá, a Amigos da Latinha já confeccionou camisetas para divulgar a marca, passou a realizar eventos beneficentes e começou a entregar, além das cestas, brinquedos no Dia das Crianças e no Natal. “A turma de amigos foi crescendo com o tempo e agora soma 25 voluntários, que ajudam mais de 30 famílias carentes”, diz a cofundadora. Esse grupo se reúne mensalmente para decidir quais serão as próximas ações da ONG, que, atualmente, faz quatro grandes eventos de arrecadação de dinheiro por ano. Silvana revela que a feijoada é o melhor e o mais concorrido deles. No entanto, o afogado, prato típico da região, semelhante à vaca atolada, não fica atrás. “Algumas pessoas falam que na nossa panela a comida fica até mais saborosa do que a dos outros lugares”, brinca Silvana. © 1 2 WALLACE FEITOSA
17/02/11 19:28
EMPRESA
Integrar para crescer
©2
Mais de 70 toneladas de alimentos, roupas e outros itens foram doadas pelos empregados da CSN.
Solidariedade em dose dupla Entre 17 de janeiro e 12 de fevereiro, empregados da CSN se mobilizaram para ajudar vítimas das chuvas na região serrana do Rio
T
odas as unidades e empresas da CSN se mobilizaram em solidariedade às vítimas da chuva na região serrana do estado do Rio de Janeiro, que deixou mais de 900 mortos e milhares de desabrigados e desalojados no início deste ano. No período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro, foram arrecadadas mais de 70 toneladas de alimentos, roupas, colchões, cobertores e itens de higiene e limpeza. As doações foram encaminhadas pela prórpia CSN para os desabrigados de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. Entre os produtos de fundamental importância arrecadados e entregues às prefeituras dessas quatro cidades, cinco deles tiveram suas quantidades dobradas pela empresa: água, macarrão, biscoitos, fraldas descartáveis e leite em pó. Em Volta Redonda (RJ), a CSN concentrou a campanha em uma parceria com a prefeitura local, que montou outros 27 postos de recolhimento de donativos. Além de poder entregar as doações nesses postos de coleta, os empregados da CSN puderam autorizar o desconto, no paga-
mento de fevereiro, de R$ 53,50 (valor da cesta básica fornecida pela empresa) para a compra, pela CSN, de leite em pó, água, macarrão, biscoitos e fraldas descartáveis. De São Paulo seguiram para Volta Redonda roupas doadas pelos empregados dos escritórios da Faria Lima e de Santo Amaro. No porto, uma parceria entre o Sepetiba Tecon, a Receita Federal e os armadores de contêineres permitiu que parte da carga apreendida pela Receita e que estava armazenada no terminal – camisas, itens de higiene e casacos – fosse destinada aos desabrigados.
Com o objetivo de aumentar os pontos de contato e as oportunidades de sinergia entre Casa de Pedra e Namisa – que desde o final do ano passado passaram a ter direção única na CSN –, foi realizado, em Belo Horizonte (MG), o Encontro dos Executivos da Mineração. Ao todo, 70 executivos das empresas de mineração da CSN participaram do evento. Organizado pela Gerência de Recursos Humanos (GRH), o encontro foi divido em duas partes. Na primeira, houve palestras e conversas focadas no alcance de metas e nas possibilidades de superação de desafios por meio de planejamento, ações e atitudes positivas. Na segunda etapa, houve a exibição do filme O Feitiço do Tempo, seguida por uma palestra do diretor de Mineração e presidente da Namisa, Jayme Nicolato, além de uma atividade em grupo que reforçou a importância da mudança de atitude, da sinergia e da visão sistêmica no trabalho. “Este encontro foi muito proveitoso”, disse Fernando Azenha, gerente financeiro da Namisa. “Você acaba conhecendo novas pessoas que assumem funções até então desconhecidas e que têm informações úteis para seu trabalho”, acrescentou. “E descobre que as barreiras não são tão grandes.” Segundo Jayme Nicolato, o encontro permitiu falar sobre os planos para o presente e para o futuro. “Mostramos os principais desafios e metas para o curto e longo prazos, fizemos uma viagem do micro para o macro”, conta o diretor. “Nosso objetivo é chegar a 130 milhões de toneladas exportadas por ano. Para isso, teremos grandes desafios a vencer e operações de classe mundial precisam ser implantadas, buscando otimizar todas as sinergias possíveis”, repetiu. “Além disso, foi uma oportunidade de integração e de gestão motivacional.” Os participantes avaliaram o encontro como positivo. Segundo a GRH, 100% dos executivos aprovaram a atividade realizada. De acordo com Janaína Graziela Pereira, analista de Recursos Humanos da Namisa, novos encontros deverão ser realizados. “Acho que o principal resultado deste trabalho é a visão de curto e médio prazos, o compromisso com a sinergia e com as metas traçadas, além do conhecimento do negócio como um todo para se engajar de corpo e alma no processo”, incentiva Jayme Nicolato. “Foi um trabalho que mostrou para todo mundo o tamanho do nosso desafio e a força do nosso time.”
VALORES CSN
Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe 2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
MP_10_11.indd 11
11 17/02/11 19:28
RH
Logos comunicativos Criação dos logos dos programas de RH reflete nova organização das iniciativas de desenvolvimento humano
C
om o objetivo de alinhar os programas desenvolvidos pelas áreas de RH em toda a CSN, tornando mais fácil sua identificação e sua estruturação, foram criados novos logotipos para a Diretoria de Recursos Humanos (DIRH). “A reestruturação do logo reflete a organização dos programas dentro dos cinco pilares da gestão de pessoas: Atração, Integração, Avaliação, Desenvolvimento e Comunicação. Havia muitos logos da Diretoria de Recursos Humanos, mas eles não estavam alinhados entre si.
A ideia surgiu para padronizar a comunicação e criar uma identidade única dos programas da diretoria.”, conta Rosana Lovato, gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos. Todos os novos logos terão a figura humana no centro, trazendo a ideia da importância do desenvolvimento humano, e, em volta, uma elipse com um símbolo no lado direito, que remeterá ao foco principal de cada programa, e terá uma cor diferente para cada um dos cinco pilares. Os nomes das ações também foram pensados tendo em vista
uma comunicação mais direta com todos, expressando sua essência em poucas palavras. Segundo o gerente de Comunicação Corporativa, Marcos Barreto, “uma das grandes qualidades dos novos logos é o visual limpo e econômico e a utilização das cores, que facilitam a rápida visualização e identificação da marca”. “Estamos lançando vários programas de desenvolvimento em 2011 e através deles os empregados irão se familizar com os novos logos”, diz Rosana Lovato.
LOGO AZUL: PILAR DA ATRAÇÃO Programa Capacitar – trainees, jovens profissionais, estágio, técnico, menor aprendiz; Programa Incluir – pessoas com deficiências; Programa Valorizar – recrutamento interno.
LOGO VERMELHO: PILAR DA INTEGRAÇÃO Programa Integrar, voltado para os novos empregados.
LOGO VERDE: PILAR DE AVALIAÇÃO Programa Rumo Certo – executivos, superior, administrativo e operacional.
LOGO LARANJA: PILAR DE DESENVOLVIMENTO Programa Incentivo à Educação – MBA, idiomas, bolsa de estudos; Programa Escola de Líderes – executivos, coordenadores e supervisores; Programa Ciranda do Conhecimento e Programa De Bem com as Contas.
LOGO LILÁS: PILAR DE COMUNICAÇÃO DE RH Programas RH Fácil, Alô RH, Equipe de Valor e De Bem com a Vida.
Lição de casa Como parte das comemorações dos 70 anos, a CSN distribui kits escolares para os filhos de empregados de todas as unidades da empresa no Brasil. Segundo Linamarcia Fonseca, coordenadora corporativa de Benefícios da Diretoria de Recursos Humanos (DIRH), o objetivo é contribuir de alguma forma com a vida dos empregados. “Como a educação é um assunto que sempre tem relevância, vimos que poderíamos iniciar a distribuição do kit escolar para os empregados da CSN”, diz. Os kits são compostos por mochilas e itens de material escolar como cadernos e estojos. Alguns deles são personalizados, com inspiração no concurso de desenhos Carro do Futuro – realizado no fim de 2010, como parte das comemorações do dia das crianças –, que contou com a participação do mesmo público-alvo ao qual se destinam os kits. O kit – entregue a todo filho de empregado com idade entre 6 e 14 anos – tem duas versões diferentes, estilizadas de acordo com a faixa etária do estudante: uma, mais infantil, para as crianças de 6 a 9, e outra, mais “descolada”, para o público dos 10 aos 14 anos.
12
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
MP_12_13.indd 12
VALORE S C SN
Defendemos uma atuação social e ambiental responsável © 2 DIVULGAÇÃO
17/02/11 19:28
ENTREVISTA
VA LO R E S C SN
Incentivamos o respeito às pessoas e a confiança mútua das interpretações que foram se constituindo a respeito do passado e de como esses acontecimentos vêm sendo interpretados por diferentes grupos ao longo do tempo. Uma entrevista de história oral nos fornece “histórias dentro da história”, isto é, narrativas de experiências de vida que deixam entrever a estreita articulação entre a história social e as histórias individuais.
©2
Verena Alberti: “A construção da CSN foi um momento ímpar da história do Brasil”.
Orgulhoe desenvolvimento Pesquisadora especialista em história oral, Verena Alberti fez estudo com os pioneiros construtores da CSN
H
istoriadora com mestrado em Antropologia, doutorado em Teoria Literária e pós-doutorado em Ensino de História, a professora Verena Alberti é presidente da Associação Brasileira de História Oral e coordenadora do setor de História Oral do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Entre 1998 e 2000, ela fez parte de um grupo de trabalho que gravou cerca de 30 horas de entrevistas com 11 profissionais que participaram da implantação da CSN nas décadas de 1940 e 1950. A pesquisa resultou no artigo “A Construção da Grande Siderurgia e o Orgulho de ser Brasileiro”, sobre as impressões, projeções e motivações que esses brasileiros tinham em relação ao Brasil, na ocasião em que o país começava a se industrializar. “A construção da CSN foi um momento ímpar na história do Brasil”, enfatiza. O trabalho de Verena e as entrevistas do acervo de história oral estão disponíveis para download no portal do CPDOC: www.fgv.br/cpdoc. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva com a historiadora.
Por que você decidiu fazer uma pesquisa sobre os trabalhadores que planejaram e construíram a CSN? Graças a um convênio firmado entre a CSN e o CPDOC, que se estendeu de 1998 até o início da década seguinte, tivemos condição de conhecer um pouco mais de sua história. O convênio nos legou diversos produtos: desde a edição da entrevista de história de vida com o principal artífice da CSN, Edmundo de Macedo Soares e Silva, realizada pelo CPDOC entre 1986 e 1987, até a elaboração de um livro sobre a história da companhia, passando pela realização de entrevistas de história oral com pessoas que tiveram atuação destacada na história da usina. A construção da CSN foi um momento ímpar da história do Brasil. Quais são as particularidades da pesquisa e da produção em história oral? A história oral consiste na realização de entrevistas com pessoas que participaram de acontecimentos ou conjunturas no passado, a partir das lembranças e das vivências delas. Essas entrevistas são cuidadosamente preparadas e, uma vez tratadas, tornam-se fontes para o estudo da história e
O que significava trabalhar na CSN no momento de sua fundação? Como os trabalhadores que participaram de sua construção se relacionavam com o Brasil e sua história? Em geral, nossos entrevistados viam com muito orgulho sua atuação como construtores da CSN. Tratava-se, em plena II Guerra Mundial, de uma atividade de segurança nacional, que permitiria ao país desenvolver-se economicamente, inclusive no que diz respeito à indústria bélica. Nunca me esqueço que um dos entrevistados nos contou que via com muito orgulho a fumaça saindo da usina. É claro que se tratava de outro tempo no que se refere às preocupações com o meio ambiente. Fumaça era sinônimo de progresso. A autoestima do brasileiro é semelhante àquela do momento da fundação da CSN? O Brasil e o mundo mudaram muito. Creio que a maioria das pessoas sabe que o sucesso de uma empreitada – como a Copa ou os Jogos Olímpicos – depende de muitos fatores. Mas talvez ainda estejamos próximos, em algum sentido, das perspectivas dos pioneiros da CSN, pois tanto eles como nós consideramos fundamental que o país consiga investir em benefícios de longo prazo. Outro ponto abordado em seu trabalho é a formação dos técnicos e operários que participaram da construção da empresa. Como você vê a formação de profissionais no país hoje, em relação a essa época? Existem muitos exemplos da capacidade de adaptação e da criatividade dos trabalhadores brasileiros, mas ainda temos de investir muito na formação dos profissionais, a começar pelo ensino básico. Nada é trivial na educação, as dificuldades existem mesmo em países ou setores que contam com condições consideradas excelentes – como bons salários para os professores e boas condições materiais, por exemplo. A educação, aí incluída evidentemente a formação de profissionais, é um dos setores que mais exige nossas atenções e investimentos. 2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
MP_12_13.indd 13
13 17/02/11 19:29
MEIO AMBIENTE
VA LO R E S C SN
Defendemos uma atuação social e ambiental responsável
Qual é o preço?
©1
Casarão da sede da CSN Paraná vai abrigar espaço de debates sobre ecossistema e meio ambiente.
Educação para acomunidade
Projeto inovador de educação ambiental na CSN Paraná convida os empregados e a comunidade a debater sobre o ecossistema
P
ouca gente sabe, mas o local que desde 1999 abriga a sede da CSN Paraná, em Araucária, já foi o maior haras do Brasil nos anos 1950. O terreno, que estava abandonado, deu lugar à fábrica de laminados de aço galvanizados e pré-pintados e as baias antes ocupadas pelos cavalos se transformaram em um centro de treinamento e no auditório. Até o ano passado, apenas o casarão do haras ainda não havia ganho um novo sentido. Foi quando Flávia Tranjan Andreotti, analista de Meio Ambiente, começou a idealizar um projeto que envolvesse educação e preocupação ambiental. “Inspirada pelas normas da certificação ISO 14001 e pelas conversas que tive com outros empregados, surgiu a ideia de transformar o espaço em um centro de debates sobre o ecossistema paranaense”, conta Flávia, que ganhou o apoio do gerente-geral de Operações, Carlos Frederico Xavier. Batizado de Casarão Ambiental, o projeto ainda não tem data para começar a funcionar, mas o pla-
14
MATÉRIA−PRIMA > JANEIRO_FEVEREIRO > 2011
MP_14_15.indd 14
nejamento está pronto e algumas reformas já estão programadas. Além de oferecer cursos de política do meio ambiente e de coleta seletiva de lixo aos empregados da CSN, Flávia pretende usar o espaço para atender a comunidade. “Como já é costume recebermos visitas de escolas e universidades, pensei em criar um novo roteiro para a visita, incluindo o aspecto ambiental”, diz. No plano, a sala do casarão terá um painel que conta a história da CSN e aponta as características da floresta de Araucária, ecossistema no qual se localiza a empresa. Nos quartos, almofadas pelo chão convidam os presentes a sentar para debater os biomas nacionais, tudo num clima informal. Fora do casarão, Flávia pensou em criar algumas atividades recreativas, para que os visitantes tenham contato com o que até então estavam estudando lá dentro. “Acredito que esse tipo de ação, misturando cartilhas educativas com prática e recreação, faz com que as pessoas se tornem mais conscientes ambientalmente”, finaliza.
Para unificar dados e facilitar o acesso às cotações, a Prada Distribuição lançou, em dezembro, o Simulador de Preços e Margens. Desenvolvida pela área de Tecnologia da Informação da CSN e uma consultoria especializada em soluções e projetos SAP, a Complex, a ferramenta oferece maior transparência das informações e agiliza tomadas de decisão da área comercial. “Por armazenar os históricos de cotações e realizar simulações de preços para todos os produtos finais ofertados, ele permite o domínio das informações referentes à formação de preços”, aponta Silvana Mendes da Silva, analista de Preços e Mercado da Prada Distribuição. Outro diferencial é a criação de um documento padrão para envio das cotações, que até então eram escritas no próprio corpo do e-mail ou detalhadas em planilhas, suportes que poderiam se perder com o tempo. De acordo com Silvana, a padronização simplifica o processo e facilita o contato com os clientes. “Por ser diferenciada por filiais e com inúmeras variáveis, a formação do preço de venda é um tanto complexa e pode acarretar informações divergentes junto aos clientes. O simulador facilita a formatação de preços, minimiza possíveis divergências, melhora o controle e reduz arquivos no sistema, além de proporcionar maior transparência das informações e do processo de venda”, explica. É possível ainda verificar a rentabilidade de cada produto cotado, permitindo que a área comercial visualize quais produtos são mais rentáveis no portfólio e direcionar as vendas para eles. “Com o Simulador de Preços e Margens, a decisão, que antes era restrita a algumas pessoas, agora é compartilhada com toda a área comercial”, diz Gustavo Oliveira, gerente de Marketing e Preços da Prada Distribuição. Além da consulta ao preço final do produto e sua rentabilidade, é possível calcular todas as variáveis de frete, taxas, impostos e converter automaticamente os valores de reais para dólar e as unidades de medida (peças, metro linear, metro quadrado etc.), conforme a necessidade. O acesso ao simulador é feito pela intranet da Prada, em total interface com o sistema SAP/R3, e liberado aos usuários da área Comercial (gerente-geral comercial, gerentes regionais, gerentes de contas, vendedores e representantes) e das áreas de apoio, como o CAC (Central de Atendimento ao Cliente), Desenvolvimento de Produto, Marketing e Preços (analistas, assistentes de vendas, entre outros). O simulador é um grande avanço para a Prada Distribuição, que hoje tem cerca de 4.500 clientes ativos. © 1 MARIA MION
17/02/11 19:29
MOMENTOS HISTÓRICOS
FORJANDO OFUTURO
O presidente Getúlio Vargas discursa no dia 9 de abril de 1941, em Volta Redonda (RJ), na cerimônia de criação da Companhia Siderúrgica Nacional. Berço da siderurgia no país, a CSN viabilizou a implantação das primeiras indústrias nacionais, núcleo do atual parque fabril brasileiro. © FOTO: ARQUIVO CSN
2011 < JANEIRO_FEVEREIRO < MATÉRIA−PRIMA
MP_14_15.indd 15
15 17/02/11 19:29
Materia Prima_CAPA No8_OK.indd 2
17/02/11 19:18