RESPONSABILIDADE SOCIAL
EMPRESA
Orquestra daFCSN éceleirodecraques
Receita líquida bate recorde em 2010
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MATÉRIA-PRIMA
JORNAL DA CSN
Nº 9 k ano 2 k março_abril | 2011 k www.csn.com.br
eddieção
IO RSÁR E V I N A
S. ESPECIAL
É HORA DE
FESTEJAR Marco da industrialização brasileira, CSN chega aos 70 anos comprometida com o desenvolvimento ® PÁG. 4
EDITORIAL
Maisdoquehistória,exemplo A CSN completa 70 anos orgulhosa do seu passado, certa do seu presente e confiante em seu futuro. A empresa – que nasceu do sonho dos visionários dos anos 40 – pavimentou a estrada do desenvolvimento brasileiro e galgou mercados para fora das fronteiras do nosso país. Levamos o verde-amarelo para os grandes mercados, a partir de Portugal, na Europa, e dos Estados Unidos, na América do Norte. Mais do que fazer história, nos transformamos em exemplo de competência, competitividade, resultados. A metamorfose da usina semifalimentar nos anos 90 em uma empresa lucrativa com ativos em siderurgia, mineração, energia, logística e cimento é explicada a partir de mais de uma leitura. Dentre todas que se faça, aquela que traduz de maneira mais enfática a surpreendente caminhada é a referente aos nossos recursos humanos. Aos nossos profissionais. À nossa gente. Esta edição especial do MATÉRIA-PRIMA se propõe a tentar retratar, em boas histórias, um pouco da emoção de todos nós que transformamos a CSN de Getúlio Vargas numa corporação diferenciada nos setores em que atuamos. O leitor encontrará nessas 16 páginas um mosaico do perfil da nossa empresa e do nosso pessoal. Um profissional que vive a CSN nos mínimos detalhes. Que se orgulha de transformar a empresa numa extensão de sua casa e, assim, de integrar a família CSN. Que, mais do que enxergar e concordar, reforça todos os dias o nosso compromisso com o desenvolvimento do Brasil. Bem-vindo aos próximos 70 anos.
Benjamin Steinbruch Diretor-Presidente da CSN ©1
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sumário
EXPEDIENTE
GENTE
CAPA
Música nas veias Ex-bolsistas da Orquestra da FCSN seguem carreira profisisonal.......... 11
Diretor-Presidente: Benjamin Steinbruch Diretores-Executivos: Alberto Monteiro, Enéas Garcia Diniz, José Taragano e Paulo Penido.
EMPRESA
Recordes
MATÉRIA-PRIMA
Receitas de mineração alcançam marcas inéditas em 2010........ 12
JORNAL DA CSN
Nº 9• Ano 2• Jornal Bimestral • março_abril • 2011
MEIO AMBIENTE
Preservação
Direção Editorial: Marcos Barreto Editor: Helton Fraga heltonfraga@csn.com.br Coordenação Editorial Stefan Gan Editor Adjunto: Alexandre Agabiti Fernandez Projeto Gráfico e Direção de Arte: Fabio Silveira Reportagem: Carlos Lima, Chico Spagnolo, Edma Nogueira, Felipe Vilasanchez, Flávia Ferreira da Silva. Revisão: Ciça Corrêa Conselho Editorial: Alexandre Campbell, Caio Ferrari, Camila Quiles, Cristiano Alves da Silva, Eglantine Cavalcante Pearce, Fanny Busato Baptista, Flávia Rodrigues, Gerson Scheufler, José Luiz Brandão, Luciana Shoji, Luiz Henrique Pimentel, Márcio Lins, Odete Guerreiro, Priscila Boccia, Rafael Gerhardt, Ricardo Costa, Rosana Lovato, Thaís Amoedo e Ulysses Sousa. Jornalista Responsável: Stefan Gan ( MTB 35401) Preparação e Impressão: Ipsis Tiragem desta edição: 20.000 exemplares
Sistema de Gestão Ambiental cria procedimentos corporativos ....................13 ENTREVISTA
Inovação Pesquisador fala sobre internacionalização das empresas brasileiras.............................. 14 MOMENTOS HISTÓRICOS
70 anos Lançamento de ações da CSN em Nova York foi um marco para empresa.. 15
GENTE A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
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CSN faz 70 anos com projetos para o desenvolvimento do país
Gerações de aço
Conheça os empregados da CSN que preferem trabalhar em família. » PÁG. 7
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ESPECIAL 70 ANOS
MUITO ALÉM DO AÇO CSN investe continuamente em projetos que contribuem para o desenvolvimento do país
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CSN chega aos 70 anos integrando valores aprendidos na busca pelo desenvolvimento contínuo. E, se o assunto é integração, nada como a construção da Ferrovia Transnordestina para traduzir a preocupação da companhia em tomar a rédea de projetos capazes de contribuir para o avanço brasileiro. Além de promover o crescimento da Região Nordeste, as obras da ferrovia têm potencial para gerar 500 mil empregos diretos e indiretos. No pico, as 25 frentes de trabalho da construção contam com 11.000 empregados, 1.500 máquinas em operação e 13 quilômetros de extensão de pontes em construção. Segundo Mauro Bellotto Campacci, gerente de Planejamento e Controle da Transnordestina Logística S/A (TLSA), esses números representam uma mudança de perspectiva econômica para os profissionais nordestinos, um fato inédito até então. “Hoje eles não dependem somente de bolsas governamentais e também não precisam buscar trabalho em outros locais”, observa. “Isso porque, além de garantir o emprego, temos o Programa Acreditar que, em parceria com as prefeituras locais, oferece cursos voltados para uniformizar e capacitar a mão de obra.”
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ESPECIAL 70 ANOS Todo esse investimento tem justificativa. Pelos 1.728 quilômetros de ferrovia, que ligam Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), espera-se transportar até 12 milhões de toneladas anuais de produtos agrícolas. As previsões para o mercado de minério também são otimistas e apontam que a produção do componente deve saltar dos atuais 2 milhões de toneladas para cerca de 8 milhões em 2015. “A obra está a todo vapor nos lotes ao redor de Salgueiro (PE), de onde partirá a construção da superestrutura. Podemos dizer que já temos aproximadamente 30% de avanço total na obra e, mantendo as produtividades planejadas, com auxílio das melhores práticas de Escritório de Gerenciamento de Projetos, entregaremos aquilo que foi prometido aos acionaistas, que é finalizar as obras da nova TLSA entre os trechos de Pernambuco e Piauí para dezembro do ano que vem”, calcula Campacci.
APELO AMBIENTAL
A efetividade da obra também é consequência de estudos e aparatos tecnológicos desenvolvidos para a Transnordestina. Exemplos disso são a instalação da maior fábrica mundial de dormentes de concreto, em Salgueiro, e a parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto que gerou um seminário sobre a granulometria de brita para lastro utilizada nas ferrovias australianas, empregada pela primeira vez no Brasil na construção da ferrovia. “É importante ressaltar que todos os passos da Transnordestina têm preocupação constante com a segurança dos empregados e com o meio ambiente”, diz Campacci. O apelo ambiental tam-
Além de promover o crescimento da região, as obras da Transnordestina têm potencial para gerar 500 mil empregos bém é discutido em todas as outras unidades da CSN. Prova disso é o trabalho desenvolvido por Marcelo Behar na Diretoria Institucional, criada há um ano e meio. “Além de fazer a interface com o poder público, a fim de conseguir atender aos pleitos da CSN, também trabalhamos com a revitalização de áreas afetadas ambientalmente, tanto que inauguramos o Conselho de Sustentabilidade no ano passado”, afirma Behar. Entre os casos mais recentes estão os projetos de melhoria do tratamento dos efluentes do rio Paraíba do Sul e a redução de particulados lançados na atmosfera. “Outro importante investimento nessa área acontece em Congonhas (MG), onde contratamos oito estudos ambientas para mitigar as dispensas negativas da produção. Também está em fase de elaboração um pacote esportivo voltado para a formação de atletas olímpicos”. Todo esse foco nos desenvolvimentos sustentá-
vel e econômico tem uma justificativa. De acordo com Luís Fernando Martinez, diretor comercial, uma nova CSN começou a se estruturar em 2002, com a criação das Unidades de Mercado – mudança responsável por manter a sinergia com as empresas com as quais a CSN se relaciona e garantir que os investimentos fossem direcionados aos setores nos quais a companhia pretendia crescer. “Podemos citar a construção da fábrica no Paraná, que produz principalmente o CSN Galvalume e o Aço Pré-Pintado CSN, como um grande investimento para a tomada de setores específicos no mercado”, aponta Martinez. Um setor que apresentou avanço com o advento dos pré-pintados foi a construção civil. Potencializadas pela Copa do Mundo, as Olimpíadas e os programas de incentivo imobiliário do governo, inovações como CSN Steel Colors, CSN Coolcolors, CSN GL Framing e produtos em aços planos
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A fábrica de dormentes de concreto instalada em Salgueiro, no estado de Pernambuco, é a maior do mundo.
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VALO R E S C S N
Consideramos a cultura CSN o alicerce da nossa atuação conquistaram espaço entre arquitetos e engenheiros, com a descoberta de uma forma segura e econômica de construir. A construção das fábricas de cimento em Volta Redonda (RJ) e de clínquer em Arcos (MG) geraram mais de 2.500 postos de trabalho e realçaram o interesse da companhia nesse mercado. Da Prada Distribuição veio o CSN Steel Deck, um painel de aço que pode funcionar tanto como forma de concreto quanto como armadura de lajes para as cargas de serviço. “Com a chegada de novos produtos e a aceitação do uso dos aços planos na construção civil, há a expectativa de que o setor deva crescer 15% nos próximos cinco anos”, diz o gerente de Construção Civil, Marcelo Micali. “E a CSN vai acompanhar esse ritmo.” Além da construção civil, os pré-pintados podem ser usados nos produtos de linha branca e na indústria automobilística. “É essa versatilidade que garante a importância dos produtos”, afirma a gerente de Pré-Pintados, Eneida Jardim. As folhas metálicas representam um grande diferencial no setor alimentício e de embalagens de tintas e vernizes. Sejam produzidas com folha de flandres, folha cromada ou folha não-revestida, as embalagens da CSN já fazem parte do dia a dia do brasileiro e também de importantes eventos de inovação, como o Innovation Day promovido pela Nestlé. Outro marco para o setor de embalagens aconteceu no ano passado, com o lançamento da primeira lata de aço do Brasil capaz de ser levada ao microondas. “Frente a todos esses investimentos fica claro que deixamos de ser uma empresa que apenas fornece material e começamos a oferecer soluções específicas para nossos clientes”, afirma Martinez.
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3 1. Atenção aos mínimos detalhes na Metalic. 2. A Inal atende aos mais exigentes padrões de qualidade. 3. O aumento da produção em Casa de Pedra exigiu a contratação de 420 novos profissionais em 2010. 4. Operário da Ersa mostra cristais de estanho. ©5
A geração de empregos na CSN não se limita à Transnordestina e à fábrica de cimentos. Em Casa de Pedra (MG) foram 420 contratações em 2010, mais que o dobro das 187 de 2009. Só no primeiro bimestre de 2011, a média de novas contratações foi de 77 profissionais. Na Tecon, em Itaguaí (RJ), o aumento foi ainda maior: saltou de 283 novos empregos em 2008 para 401 em 2010, intercalado com uma redução em 2009. Até de março, 211 empregados passaram a fazer parte da empresa. A mesma situação acontece na Namisa, onde os novos contratados subiram de 396 em 2007 para 487 em 2008, chegaram a 846 em 2009 e pularam para 860 em 2010. Em Volta Redonda, o quadro é igual: quase 5.000 novas vagas foram criadas, na comparação entre os meses de março de 2009 e o mesmo período deste ano. “Estamos conectados à realidade do mercado e ampliamos o quadro de pessoal para atender a demanda por novos profissionais”, diz a diretora de RH, Antídia Juncal.
EMPREGOS EM ALTA
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ESPECIAL 70 ANOS
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As novas estações do Metrô de São Paulo (à esq.), a pasarela Miguel Reale (no alto) e a ponte do Parque do Ibirapuera (acima) têm aço da CSN.
PIONEIRISMO, BELEZA E SOLIDEZ O aço da CSN está presente em obras públicas espalhadas pelo país. Conheça alguns exemplos
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á décadas o aço da CSN marca presença nas mais importantes obras públicas do país. Além da solidez, os produtos da CSN se destacam pela tecnologia inovadora e pela diversidade: são estruturas metálicas dos mais diferentes tipos, telhas galvanizadas, tubos, chapas de aço pré-pintado, painéis de aço para lajes mistas, aços zincados, entre outros. Estão presentes em alicerces, estruturas, revestimentos de fachadas, calhas, coberturas, sinalizações e outros usos. Conheça alguns exemplos. Nos primeiros anos de existência da CSN, a cultura de construção civil existente não privilegiava o uso de aços mais pesados. Para disseminar a tecnologia brasileira na construção metálica, em 1953 a CSN criou a Fábrica de Estruturas Metálicas (FEM). Em 1954, com as comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo e como parte das obras realizadas no Parque do Ibirapuera, inaugurado durante os festejos, surgiu a primeira obra importante inteiramente feita com aço nacional, fornecida e montada pela FEM: o Pavilhão CSN ou Pavilhão Japonês. Projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, o pavilhão foi construído sobre arcos paralelos, sobre o vale que posteriormente se tornaria um braço do lago. Após as comemorações do IV Centenário, o pavilhão foi desmontado, mas um dos arcos de sustentação foi mantido. Restaurado pela CSN em
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1991, atualmente funciona como uma ponte sobre o lago e é um dos cartões postais do Parque do Ibirapuera, importante área verde da cidade. Outra obra de vulto é a torre de TV de Brasília, projetada pelo urbanista Lúcio Costa, que começou a ser construída em 1965 e foi inaugurada em 1967. A torre tem 224 metros de altura, o que faz dela a 13ª maior do mundo e a 4ª da América Latina, e pesa cerca de 370 toneladas. Um mirante foi instalado em uma plataforma, a 75 metros de altura. Dali se tem um panorama de 360˚ do plano piloto, o que faz da torre uma das atrações mais visitadas pelos turistas que passam pela capital federal.
IMPONENTE E ELEGANTE
Mais recente é a passarela Miguel Reale, inaugurada em 2007, na capital paulista. Projetada pelos arquitetos João Valente Filho e Valdeci Ferreira, ela dá acesso à estação de trem Cidade Jardim, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Parque do Povo. Imponente e elegante, a passarela é suspensa por 21 cordas de sustentação de aço apoiadas em uma coluna central em forma de Y invertido – feita de aço patinável, que proporciona excelente resistência a corrosão atmosférica e grande beleza arquitetônica. Também recente é o revestimento externo do estádio Gigante da Beira-Rio, do Internacional de Porto Alegre, feito tendo em vista a Copa do Mun-
do de 2014. Na primeira etapa da obra, concluída em 2010, cerca de um quarto da parte externa do estádio foi revestida com CSN Steel Colors nas cores branca, vermelho e prata – que garante ótimo efeito estético e grande durabilidade. O Metrô de São Paulo também usa aços da CSN na expansão de sua rede, que vem tendo forte impulso nos últimos anos. As novas estações da Linha 2 Verde – Sacomã, Alto do Ipiranga e Vila Prudente – trazem uma nova concepção funcional e estética. Estudos de impacto sonoro realizados nesse trecho da Linha 2 indicaram a necessidade da utilização de barreiras acústicas laterais ao longo da linha elevada, nos emboques dos túneis e nas saídas de ventilação. Para garantir a uniformidade visual, foram concebidas estruturas em arco que acompanham o desenho da cobertura e permitem a sustentação das barreiras acústicas de modo independente, por meio de conexão direta com a estrutura principal. A CSN forneceu Galvalume para a confecção de painéis estruturados em perfis leves do tipo Steel Framing. A estação Alto do Ipiranga tem outra particularidade digna de nota: decks suspensos sobre a linha realizados em Steel Deck, dispensando com isso o uso de pilares e criando passarelas suspensas atirantadas ao teto do túnel. Esta solução inovadora permitiu aumentar a área livre de embarque e desembarque.
© 1 FELIPE VARANDA 2 JAIR PIRES 3 DIVULGAÇÃO
07/04/11 11:48
Suplemento do Jornal MATÉRIA-PRIMA Nº 9 | Ano 2 k março_abri | 2011 k www.csn.com.br
GENTE A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
pai filho
LIÇÕES DE
PARA
Quando trabalhar na CSN é uma tradição familiar ® PÁGs. 8 e 9
2010 < MAIO_JUNHO < MATÉRIA−PRIMA Namisa estreia frota de caminhões com 20 novos operadores ®PÁG. 107
GENTE
A V ITRINE D OS NOSSOS TAL ENTOS
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TUDO EM
Seu Agenor (à dir.), o filho Marco Aurélio (centro) e o neto Marcus Vinícios (à esq.): décadas de dedicação à CSN.
FAMÍLIA Conheça as histórias de empregados que vão além de trabalhar na CSN, pois a trazem na própria árvore genealógica
Fotos • Wallace Feitosa
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MATÉRIA−PRIMA > MARÇO_ABRIL > 2011
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uando Marcus Vinícios Milheiro era criança, seu pai, o eletricista Marco Aurélio de Souza, o levava até a entrada da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), para que tivesse uma ideia da grandiosidade do local onde trabalhava. O filho ficava maravilhado com o ambiente da indústria, repleto de equipamentos gigantes aos olhos de uma criança. Mal sabia ele que, no futuro, teria a mesma sensação. “Fiquei impressionado com a magnitude da usina mesmo depois de ser contratado, em 2010”, conta o auxiliar de expedidor de 23 anos, que trabalha na CSN junto com o pai. A família de Marcus Vinícios e Marco Aurélio tem uma relação com a CSN que se confunde com a própria história da empresa: o pai e os avós de Marco Aurélio trabalharam na construção da UPV como pedreiros, nos anos 40. “Nossa rotina de trabalhar juntos em turnos já é uma tradição de família”, conta Marco Aurélio, de 49 anos, que teve o privilégio de trabalhar na empresa na mesma época que o pai, seu Agenor. E com um detalhe: ambos folgavam nos mesmos dias. “Eu tive o prazer de trabalhar com meu pai, que era pedreiro refratário. Isso foi muito importante na questão do convívio familiar”, explica. Marco Aurélio lembra que o pai foi empregado da CSN durante 36 anos, marca inspiradora para sua vontade de repetir a mesma carreira na Gerência Geral de Folhas Metálicas. “Quando fiz 18 anos, me preparei, fiz as provas e, depois que eu acertei minha situação com o serviço militar, entrei e ainda estou aqui, há 31 anos”, conta. Agora, Marco Aurélio passa os ensinamentos para o filho Marcus. “Assim como eu fico satisfeito quando vejo meu pai me elogiando como profissional, digo para o Marcus que espero sempre o melhor dele na empresa, porque isso será bom para ele e para mim também.” A equipe de expedidores que trabalha com Marcus até lhe deu um apelido: filho do Marcão. “E todo mundo que o conhece me diz para seguir o exemplo dele e ser uma boa pessoa e um bom profissional”, detalha o filho. A
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Nossa rotina de trabalhar juntos em turnos já é uma tradição de família. Marco Aurélio, da Gerência Geral de Folhas Metálicas
comunicação familiar se reflete em bons resultados no dia a dia. “Ele é meu filho e meu amigo ao mesmo tempo”, orgulha-se Marco Aurélio.
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QUATRO GERAÇÕES
Outra família que compartilha o trabalho na CSN é a do técnico de desenvolvimento Júlio César Lopes, da Gerência Geral de Desenvolvimento de Produto. Antes dele, vestiram a camisa da empresa o avô materno, João da Silva, ex-encarregado de construção, e o pai, João Lopes, que somou 32 anos de casa. Para completar, o filho de Júlio, Thiago Felipe, é operador de ponte rolante da UPV desde 2009. Sem falar nos seis irmãos e sobrinhos também com carteira assinada na empresa. Para Thiago, a imagem mais marcante da relação entre os familiares e a CSN vem da infância. “Meu pai trabalha aqui há 23 anos, que é exatamente a minha idade. A lembrança que eu tenho é dele vestindo o uniforme e seguindo para a usina”, conta. A família também participou da construção da UPV. O avô materno de Thiago trabalhou como encarregado de construção da usina. “Meu avô guarda fotos antigas de Volta Redonda e recortes de jornal com reportagens sobre a fundação”, conta. Para continuar a tradição dos Lopes na CSN, Júlio se mostra atento e disponível para ajudar o filho. “Eu digo para ele nunca se esquecer dos estudos, procurar fazer uma faculdade e se esforçar para assim conseguir se desenvolver na empresa”, diz.
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Rita de Cássia e seu filho Ícaro.
A enfermeira e o técnico Na Mineração Casa de Pedra, em Congonhas (MG), também se trabalha em família. A técnica de enfermagem Rita de Cássia Rezende de Paulo está na empresa há 13 anos; seu filho Ícaro Rezende de Paulo, técnico de garantia da qualidade, há pouco mais de 4 anos. “Acompanhei a trajetória dela na empresa desde criança, quando a via saindo para o trabalho e sentia o maior orgulho”, diz Ícaro. Mas quando ele manifestou interesse em trabalhar na CSN, Rita ficou preocupada: não sabia se era vontade dele ou o fato de ter crescido vendo-a sair para o trabalho. Com o tempo, ela notou que era desejo dele fazer parte de uma grande empresa. “Hoje sinto uma alegria em ver que meu filho está dando continuidade à minha história dentro da mineração, mesmo em outra área”, conta Rita. Logo que Ícaro se efetivou, as pessoas perguntavam: “Você é filho da Rita, a enfermeira?”. Hoje é o contrário, é Rita quem ouve: “Você é a Rita, mãe do Ícaro?”. Ele faz questão de enfatizar que fica muito feliz quando lhe dizem que sua mãe é uma excelente profissional. Mas o rapaz viveu uma situação engraçada pelo fato de ser filho da enfermeira. Na primeira vez que precisou ir ao ambulatório, Ícaro não sabia se a chamava de mãe ou de Rita: “Como não me decidi, resolvi esperar”, recorda.
Júlio César Lopes e o filho Thiago: uma tradição que se perpetua há quatro gerações. © CARLOS LIMA
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GENTE
A V ITRINE D OS NOSSOS TAL ENTOS
Reforço na frota Namisa contrata mais de 200 operadores para trabalhar com os novos caminhões Trakker, fabricados pela Iveco, na mina
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ano de 2011 começou com novidades para a Namisa: uma nova equipe, formada por mais de 200 motoristas, foi contratada para operar a recém-adquirida frota de 45 caminhões modelo Trakker, fabricados pela Iveco. E é na mina da Namisa que o modelo faz sua estreia no mercado nacional. Utilizados no transporte de minério entre a mina do Engenho e a planta de beneficiamento, o Trakker foi projetado especialmente para operação em minas a céu aberto, tendo como principais diferenciais o chassi reforçado, a tração 8x4, com um eixo a mais de força que os caminhões utilizados normalmente, e a facilidade na operação. Segundo Joselito Dasio, gerente de Operações da Namisa, o caminhão é “muito simples de operar e de realizar a manutenção”. E a compra de veículos específicos para circular nesse ambiente “é um investimento vantajoso”. Elisângela da Silva, uma das novas operadoras,
contratada por meio do programa Capacitar, mostra-se animada com o desfafio. “O caminhão é todo automático, feito para mulher. Só falta um espelhinho para retocar a maquiagem”, brinca. No entanto, ela destaca que, independente da facilidade de dirigir, é uma oportunidade de derrubar o preconceito que há com relação às mulheres no volante. “Tem muita gente que fala que mulher não pode ser motorista, mas hoje a gente está mostrando ser capaz de trabalhar em qualquer função”, diz ela, que já possuía carteira de habilitação para caminhões e desde criança tinha o sonho de ser motorista. “A Namisa trouxe essa oportunidade para mim e também para muitas outras pessoas que nunca dirigiram um caminhão na vida”, completa.
FUNCIONALIDADE
De acordo com Joselito, a funcionalidade do caminhão permitiu o acesso de profissionais que, até então, jamais tinham trabalhado com o mode-
VA LO R E S C SN
Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe lo. Mas foram incluídos na nova equipe operadores com mais tempo de experiência. Com três anos de volante, Eloísio Eleno já havia trabalhado nas estradas e em mineradoras. “Em estrada, você dirige por muito tempo e precisa estar sempre atento. Já, aqui, é mais tranquilo e a gente tem um turno de seis horas, é mais seguro”, explica ele. “Eu sempre gostei de dirigir. Desde criança tinha o sonho de ser motorista. Conquistei o espaço que eu queria e estou feliz com isso”, completa. Além dos 45 caminhões Trakker, também foram comprados outros 39 modelos com tração 6x4 e 4x2. As aquisições fazem parte do processo de substituição da frota terceirizada por uma frota própria, “facilitando o controle e o alcance das metas”, avalia Joselito. E a expansão da equipe já está em andamento. No final de 2010, foi aberta concorrência para a compra de 67 caminhões. A previsão é que, em julho, estejam formados e contratados novos operadores.
Elisângela, Elton e Eloísio (à dir.) são os novos contratados do programa Capacitar.
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© 1 PEDRO SILVEIRA 2 JOÃO MARCOS ROSA/ NITRO
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Marcos Barreto, presidente da FCSN, e o maestro Marcelo Vizani (à dir.) à frente da Orquestra da Fundação: orgulho e disciplina.
Sintonia fina
Conheça os ex-bolsistas da Orquestra da Fundação CSN que se tornaram músicos profissionais
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Orquestra da Fundação CSN (FCSN) é um celeiro de craques da música. Alguns deles alcançaram muito destaque e agora buscam se profissionalizar. É o caso do trompetista Neivison Machado, integrante da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e estudante do terceiro período do bacharelado em música na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As irmãs Cicelle Alexandre e Clara Lúcia dos Santos e o jovem Jeferson Souza também passaram pela orquestra da fundação. Agora fazem parte da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem (OSBJ) e também estudam na UFRJ. Cada um deles tem seus motivos para seguir a carreira musical, mas todos concordam que as aulas na Orquestra da FCSN foram essenciais. De acordo com o maestro Vantoil de Souza, da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, o grande diferencial do projeto é garantir uma vasta educação cultural para seus bolsistas. “Fora o ensino teórico, os jovens adquirem elementos que são essenciais à formação de qualquer profissional, como disciplina e respeito”, afirma Vantoil. Neivison concorda com o maestro e considera a passagem pela Orquestra da FCSN como alicerce para o que encara na faculdade e na Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. “Comecei a participar das aulas do Garoto Cidadão (projeto social da FCSN com iniciação musical) e, como me saí bem com o instrumento, resolvi que deveria buscar a carreira profissional”, afirma Neivison. Já Cicelle
e Clara – que tocam, respectivamente, violoncelo e violino – contam que o interesse pela música começou cedo, quando faziam parte do coral infantil de Rio Claro (RJ), sua cidade natal. Em seguida, trilharam o mesmo caminho de Neivison: souberam do Projeto Garoto Cidadão, fizeram os testes, conseguiram as vagas e aprenderam muito mais do que teoria musical. “Posso dizer que o projeto nos acolheu mesmo, porque, além das aulas e das bolsas, aprendemos a nos relacionar em conjunto”, conta Clara. Como retribuição, elas passaram a integrar a monitoria da Orquestra da FCSN, em 2009. Cicelle foi contratada para o posto de professora de violoncelo e deu aulas em oficinas culturais do projeto. Depois de conseguir vaga na OSBJ, as irmãs agora sonham tocar fora do país. Para tanto, elas se dedicam ao curso de bacharelado em violoncelo e violino da UFRJ.
DISCIPLINA
Na mesma faculdade estuda Jeferson Souza, outro ex-bolsista da Orquestra da FCSN. Ele também integra o rol de músicos da OSBJ e foi professor de fagote e flauta na Orquestra da FCSN. “Foi uma experiência muito boa porque normalmente o jovem é impulsivo e, quando se trata de uma orquestra, é preciso de disciplina e respeito”, comenta. Quando terminar o curso, Jeferson pensa em seguir para o mestrado e tocar música brasileira no fagote. “O importante é nunca tirar da
cabeça que não interessa o quão importante é a orquestra em que você está, mas o seu prazer em tocar”, aponta. Segundo a coordenadora de música do Centro Cultural da Fundação CSN, Maria Cristina Gribel, uma razão para que os ex-bolsistas continuem na carreira musical é o incentivo oferecido pela Orquestra da FCSN por meio de sua estrutura educacional. “Os alunos chegam à orquestra tocando muito bem, mas ainda não têm muito conhecimento sobre a parte teórica e sobre a história da música. E nós fazemos questão de apresentar esse conteúdo para eles”, conta Maria Cristina. Atualmente, a orquestra tem 85 músicos que fazem ensaios gerais e de naipe semanalmente e aulas individuais e teóricas diárias. Outro motivo é a oportunidade de tocar com músicos consagrados. Para Marcelo Vizani, maestro da Orquestra da FCSN, isso dialoga perfeitamente com um dos ensinamentos a que o projeto se propõe. “Em um dos concertos, tocamos com o Renato Teixeira e a postura dele, demonstrando respeito e estima por quem está começando, foi muito gratificante”, afirma. Marcelo, que também é diretor da Faculdade de Música da Universidade Católica de Petrópolis, garante que o ensino oferecido pelo projeto é de ótimo nível. “Podemos comparar a parte técnica com as aulas de um curso superior. Mas a Orquestra da FCSN vai além, uma vez que completa o tempo ocioso de uma criança ou jovem com arte”, observa. 2011 < MARÇO_ABRIL < MATÉRIA−PRIMA
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EMPRESA
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A exploração do minério de ferro teve grande expansão durante o ano passado e contribuiu para a receita líquida recorde da CSN.
Novos recordes No ano passado, as receitas de mineração cresceram 84% e as exportações de minério de ferro subiram 13%, alcançando marcas inéditas
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m 2010, a receita líquida da CSN atingiu a marca recorde de R$ 14,5 bilhões, representando um aumento de 32% em relação ao montante de 2009. Também em 2010, os valores das receitas de mineração cresceram 84% e alcançaram a cifra inédita de R$ 3,6 bilhões. Outro recorde da companhia no ano passado foi a exportação de minério de ferro. Das 307 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil, 8,2% foram feitas pela CSN, totalizando 25,3 milhões de toneladas, valor que corresponde a um crescimento de 13% em relação ao volume comercializado em 2009. De acordo com o último relatório da companhia, divulgado em março, uma das mudanças que permitem um cenário cada vez mais favorável para o setor é o Plano Nacional de Mineração, que prevê investimentos de US$ 270 bilhões no setor para os próximos 20 anos. Lançado em fevereiro deste ano pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o programa é o primeiro plano voltado para a mineração desde 1994. Além do pacote de estímulo, a companhia considera como fator positivo para o mercado de mineração a recuperação da economia global. De acordo com o FMI, enquanto as expectativas de crescimento dos países emergentes em 2010 fo-
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ram de 6% a 8%, as estimativas para os países desenvolvidos limitaram-se a um crescimento médio entre 1% e 2%.
PANORAMA ECONÔMICO
Nos Estados Unidos houve uma retomada no crescimento da economia no final de 2010, contribuindo para que o PIB do país encerrasse o ano com elevação de 2,9%, a maior alta desde 2005. A expansão é atribuída, principalmente, ao estímulo fiscal do governo, crescimento das exportações e à retomada dos investimentos privados. Já na Ásia, a China entra em um ciclo de aperto monetário para tentar frear o crescimento da infla-
ção, que em 2010 teve alta de 4,6%. Após impulsionar a recuperação da crise financeira global, o PIB do gigante asiático registrou uma expansão de 10,3% em 2010, 2% além da meta estipulada pelo governo chinês. O desempenho do Brasil ao longo do ano passado sobressaiu-se entre as economias emergentes. Contribuíram para a performance o aumento do emprego, da renda e da oferta de crédito. O grande destaque do ano ficou por conta da criação de postos de trabalho nos diversos setores da economia: no total, foram criados 2,52 milhões de empregos, expansão de 115% em relação a 2009.
VALORES CSN
Priorizamos o compromisso com os acionistas © 1 FELIPE VARANDA 2 WALLACE FEITOSA
MEIO AMBIENTE
Produzir preservando
VA LO R E S C SN
Defendemos uma atuação social e ambiental responsável
Redução de impactos ambientais é ampliada com o Sistema de Gestão Ambiental Corporativo
G
erar riqueza equivale a garantir que as relações entre as pessoas, as empresas e os ambientes onde todos convivem sejam saudáveis, atenuando o impacto que diversos ramos de atividade industrial causam na natureza – sem ter que diminuir a produtividade. Pensando nisso, a CSN está implantando, desde o segundo semestre de 2008, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Corporativo. A grande mudança trazida pelo SGA Corporativo é a ampliação e a padronização da gestão ambiental em todos os braços da CSN, com três objetivos principais: estabelecer um programa de critérios e uma linguagem comuns na avaliação dos impactos, conhecer os aspectos ambientais de cada unidade da CSN e garantir uma atuação permanente na minimização das alterações ambientais provocadas pelos diferentes processos da empresa. “O SGA já era realidade em algumas unidades. O desafio era unificar a linguagem a partir dos procedimentos ambientais corporativos”, diz Aline Caldas Bressan, analista sênior de Meio Ambiente. A implantação do SGA Corporativo tem como base a NBR ISO 14001:2004, que estabelece requisitos para o funcionamento de sistemas de gestão ambiental. Para garantir a eficiência do SGA, são
realizadas, em cada unidade, auditorias ambientais internas semestrais. Formadas por empregados do grupo, as equipes auditam corporativamente, ou seja, em unidades diferentes daquelas onde trabalham, garantindo imparcialidade e circulação de conhecimento entre as diferentes empresas CSN. Além delas, nas unidades certificadas ISO 14001 são feitas auditorias anuais de manutenção da certificação. O SGA Corporativo será ampliado conforme a expansão da CSN no mercado. Novas equipes de auditores estão em formação: no fim de abril, serão formados 20 novos auditores líderes, que atuarão nos próximos ciclos de auditoria ambiental interna. “Pretendemos criar uma rotina de preocupação ambiental nas unidades para estarmos cientes dos impactos ambientais que as operações causam”, aponta o gerente-geral de Meio Ambiente, Gerson Scheufler. A implantação do SGA Corporativo está planejada em três fases. A primeira, já concluída, foi nas unidades Usina Presidente Vargas, Casa de Pedra, CSN Paraná, CSN Porto Real e CSN Arcos. A segunda, em andamento, inclui Prada Embalagens, Prada Distribuição, Namisa, CSN Cimentos, Tecon, Tecar e Transnordestina. A terceira, e última, contemplará as demais unidades.
Cuidar do Meio Ambiente: S.E.M.P.R.E. Segundo Gerson Scheufler, para que a regulação ambiental aconteça de forma efetiva, é preciso encarar um desafio coletivo: “Implantar o Sistema de Gestão Ambiental Corporativo não significa abordar o assunto apenas a cada semestre. A gestão ambiental faz parte da rotina e das práticas diárias”. A política ambiental S.E.M.P.R.E reflete o compromisso da CSN com a gestão ambiental e a melhoria contínua. Esta política abrange um conjunto de seis diretrizes simples de serem aplicadas no dia a dia, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos empregados e da comunidade em geral.
Suporte ao Negócio
Incorporar o fator ambiental como um dos critérios de toda decisão de negócios.
Empresa Transparente
Manter canais de comunicação permanentes, noqueconcerneàsquestõesambientaisdaempresa.
Melhoria Contínua
Melhorar sempre o desempenho ambiental de seus processos.
Prevenção da Poluição
Desenvolver programas visando à prevenção da poluição nas fontes geradoras.
Respeito à Legislação Ambiental
Atender às leis buscando resultados melhores que o exigido.
Equacionamento das não-conformidades
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Atuar na solução dos pontos de processos que causam impacto ambiental.
Auditores ambientais atuam com imparcialidade nas empresas CSN.
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ENTREVISTA
VA LO R E S C SN
Valorizamos a gestão integrada e o trabalho em equipe
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Eduardo Vasconcellos considera a inovação fundamental para o sucesso da internacionalização.
Inovar para competir lá fora O pesquisador Eduardo Pinheiro Gondim de Vasconcellos aposta no processo de internacionalização das empresas brasileiras
A
s empresas brasileiras demoraram a se internacionalizar, processo que começou há apenas duas décadas, quando o sistema protecionista adotado pelo governo nos anos 1960 foi desmontado. A internacionalização da CSN faz parte desse movimento, que fortalece a economia brasileira. Para o pesquisador Eduardo Pinheiro Gondim de Vasconcellos, professor titular da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e presidente do Conselho Curador da Fundação Instituto de Administração (FIA), que tem mais de 100 artigos publicados na área de estratégias tecnológicas e de inovação, “a CSN tem toda a condição de replicar lá fora o sucesso que tem aqui”.
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Qual a importância da internacionalização para o desenvolvimento do país? Internacionalizar significa competir lá fora, onde é mais difícil. Isso obriga a empresa a aprimorar seus produtos e processos, o que traz vários benefícios ao país. Quando o protecionismo começou a ser abandonado, no governo de Fernando Collor (1990-1992), muitos produtos estrangeiros passaram a entrar no nosso mercado interno, como os automóveis. Isso obrigou as empresas daqui a melhorar a qualidade dos seus produtos. Além disso, muitas empresas perceberam que se não passassem a exportar teriam dificuldades para sobreviver. E aquelas que se voltaram para fora antes do término do protecionismo se deram muito melhor, pois aumentaram a escala, o que permite melhorar qualidade e preço. Isso beneficiou o consumidor brasileiro. Por outro lado, como há uma tendência de concentração em busca de escala, competitividade e qualidade, quem não exporta pode ser alvo fácil para a compra por parte de empresas de fora. Quando a empresa brasileira exporta, ocorre o oposto: é ela quem compra empresas no exterior.
Como o senhor vê as atuais políticas públicas de incentivo à internacionalização? Há aspectos positivos, como apoio à pequena e média empresa para fazer marketing integrado, participar de feiras em outros países, além das novas políticas de incentivo à inovação – com a meta de dobrar o que as empresas gastam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em relação ao PIB. Essa meta é muito importante, pois vai ter impacto nas empresas internacionalizadas e nas outras, que se fortalecerão também. Na Coreia, cerca de 85% dos gastos com P&D (pesquisa e desenvolvimento) são feitos pelas empresas; o governo responde por 15%. Nos EUA, é meio a meio. No Brasil, o governo investe mais do que as empresas, o que não é bom para a competitividade. As empresas precisam gastar mais com P&D para poder utilizar o potencial das universidades. O governo pode fazer algo, facilitando a importação de equipamentos e insumos para pesquisa. Aliás, já deveria ter feito. Qual o papel da inovação – em relação à tecnologia, à gestão e ao modelo de negócio – na internacionalização? Uma pesquisa realizada pela IBM junto a 700 executivos de empresas de vários países mostrou que as empresas que combinavam mais inovações tecnológicas e de gestão com inovações no modelo de negócio apresentavam melhores resultados econômicos do que as empresas que preferiam concentrar as inovações apenas em tecnologia e gestão. Resumindo: a inovação é fundamental para as multinacionais. O que o significou o processo de internacionalização da CSN? A CSN tem toda a condição de replicar lá fora o sucesso que tem aqui. Para isso, está tendo de enfrentar desafios. É uma empresa grande, competitiva e bastante integrada, pois além de fabricar aço, ela tem minas, participação em portos, produz energia, cimento. Quando uma empresa solidamente instalada começa a produzir no exterior, não é fácil ela duplicar lá fora as vantagens que tem aqui. Este é um desafio. Pelo fato de não dispor da mesma infraestrutura no exterior, a CSN deve ajustar sua estratégia. Deve vender aço para indústrias mais sofisticadas, em mercados em que as margens são maiores, em vez de se concentrar no mercado de distribuição. Mas margens maiores atraem mais concorrentes e aí entra a estratégia: definir o foco (qual produto vender e onde vender) e combinar com uma estratégia de inovação tecnológica, outro belo desafio. © 1 RICARDO TOSCANI
MOMENTOS HISTÓRICOS
ESTREIAEM NOVAYORK
Solenidade de lançamento das ações da CSN na Bolsa de Nova York, no dia 14 de novembro de 1997. A data é um marco na internacionalização da empresa, que a partir de então se projetou no mercado mundial. © FOTO: ARQUIVO CSN
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NOSSO FUTURO COMEÇOU HÁ 70 ANOS. A CSN sempre acreditou que o futuro se constrói a cada dia. No nosso caso, ele nasceu em Volta Redonda, 70 anos atrás, fruto do empenho de brasileiros que confiaram em um projeto avançado e pioneiro. A primeira siderúrgica de grande porte a ser construída no país, hoje é um dos mais competitivos complexos siderúrgicos do mundo, com atuação também em mineração, logística, cimento e energia, e presença nos mercados europeu e americano. Hoje, orgulhosa de carregar as cores da bandeira brasileira e contar com a força e a dedicação de milhares de homens e mulheres, tornou-se um negócio sustentável, com passado pioneiro e futuro grandioso. CSN. Muita história pela frente.
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