Revista Strider - 9ª Edição

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ECONOMIA Máquinas e implementos agrícolas em destaque no setor econômico

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MA PEAMENTO DE A LTA P RECIS°O MAIOR AGILIDADE E SEGURAN•A NA TOMADA DE DECI S°O

EQUIPE ALTAMENTE QUALIFICADA

Contate seu Distribuidor ou um Engenheiro Agr“nomo Syngenta para saber mais. Ou entre em contato conosco:

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www.portalsyngenta.com.br

ME L H O RE S P R O DU TO S


E x p e d i e n t e DIRETORIA

DIREÇÃO GERAL

Carlos Neto Gabriela Mendes Luiz Tângari

Jéssica Marques

PROJETO GRÁFICO E EDITORIAL

REDAÇÃO Damiany Coelho Jéssica Marques Lígia Braga

Willian Tavares

C O L U N I S TA S CONVIDADOS Henrique Prado Luiz Tângari Marcus Lindgreen

APOIO EDITORIAL Beatriz Esteves Flora Viana Gabriela Coelho Laura Gomes Lorena Almeida Luiz Máximo Patrícia Sales

A REVISTA STRIDER Ano 3 - número 9 é uma publicação trimestral e de distribuição gratui-

ta. Seu conteúdo foi desenvolvido com o apoio e colaboração de colunistas e especialistas. Os artigos de opinião não refletem, necessariamente, a opinião da Strider, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. A reprodução do conteúdo publicado só poderá ser feita mediante autorização, previamente solicitada, por escrito, à revista, citando créditos e fonte. É vedada a venda desta publicação. IMPRESSÃO E ACABAMENTO Gráfica e Editora O Lutador l Tiragem: 4.200 Exemplares

A N U N C I E Rua dos Inconfidentes, 1190, 7º andar - Belo Horizonte - MG - Cep: 30140-120

revista@strider.ag

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Í n d i c e

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C A RTA A O LEITOR A importância da cultura de inovação para a resolução de problemas

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OPINIÃO A precisão na agricultura, explicada por Henrique Prado, engenheiro e diretor de produto da Strider

ECONOMIA

Como o setor de máquinas e implementos agrícolas tem crescido e o que esperar para os próximos anos

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EVENTOS Saiba mais sobre os principais eventos agrícolas de 2019 e programe-se!

INDICA Aprenda mais sobre gestão com conteúdos leves

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C U LT U R A

Como o processo de beneficiamento garante qualidade para o consumidor, e diminui a perda final do produtor

E N T R E V I S TA

Carlos Arruda, Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, fala sobre posturas inovadoras na organização

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N Á P R ÁT I C A Desafios e cuidados no armazenamento de grãos no Brasil

34 C A PA

O agricultor que muda o jogo


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#POR DENTRO DO AGRO Confira as principais novidades das nossas redes sociais!

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MUNDO AFORA A produção de tabaco histórica, e sua importância para o estado da Carolina do Norte (EUA)

E S P E C I A L I S TA Marcus Lindgren, sócio-gerente da Moore Stephens, traz dicas de como planejar a sucessão da alta gestão da empresa

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Agricultura 4.0 na prática: inovação robotizada e sustentável

V O C Ê S A B I A? A SLC Agrícola e a cultura de compartilhamento de informações sobre manejo entre empresas

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HÉROIS DO AGRO Conheça os heróis do campo desta edição

ESPECIAL Pragas no algodoeiro: métodos de controle e indicadores de níveis para te orientar quando é o momento certo de agir

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C O L U N I S TA

Luiz Tângari, CEO e Co-fundador da Strider, explica como a tecnologia veio para melhorar o cenário do agronegócio

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ao leitor C A R T A

co-fundadora da Strider

Gabi Mendes

Caros Leitores, É um prazer abrir esta edição e te convidar a pensar um pouco mais sobre o que nos faz semelhantes e quais são as nossas individualidades. Em escala global, todos enfrentam os mesmos tipos de problemas, mas com intensidades diferentes: margens mais curtas, insumos mais caros, novas ameaças fitossanitárias, dificuldades logísticas, acordos internacionais de comércio, flutuação cambial, falta de mão de obra especializada, mudanças climáticas, entre outros, são alguns desses obstáculos. Estamos em uma rede conectada e entender a natureza dos problemas e desafios de cada produtor, consultor, distribuidor e indústria é muito importante! Para desenvolver tecnologias e ofertas de qualidade na Strider, observamos sistematicamente a dinâmica global da produção agrícola - fazemos um mergulho profundo nos detalhes da operação agrícola de ponta a ponta, fazemos as perguntas certas e entendemos a dinâmica de como resolvem os problemas, como se relacionam, como conversam, quem são as pessoas envolvidas e de onde elas vem. Enfim, uma lista imensa de questões a serem observadas e consideradas. Esse mindset é que nos permite levar soluções completas que incluem e beneficiam a cadeia de pessoas envolvidas na operação agrícola - técnicos, gerentes, consultores, distribuidores e diretores - que passam a fazer uso da tecnologia como um canal que conecta necessidades à soluções. Hoje, serviço, tecnologia e insumos compõem o arranjo de diferentes programas da Strider pela América Latina. Assim, consolidamos cada vez mais a visão de não vender apenas um software para fazendas e sim de entregar uma solução para problemas de quem realmente os vivem: o produtor rural.

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Opinião

Muito se fala em Agricultura de Precisão (AP).

E o que dizer da

precisão na agricultura? Uma prática que possui registros teóricos de seus fundamentos desde 1929 acabou ganhando força, a Agricultura de Precisão (AP).

por Henrique Prado

E

la é altamente atrelada à mecanização e seus princípios são fundamentados em dois tipos de adventos da era moderna: o GPS (do inglês Global Positioning System) e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) (em inglês, GIS - Geographic Information Systems).

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O que vemos hoje Ê um novo movimento surgindo com força total no mundo agro. Ed 9 2019

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Opinião

Muito se fala em Agricultura de Precisão (AP). E o que dizer da precisão na agricultura?

Acervo Strider

A AP modifica a forma de analisar os campos e corrigir os problemas de acordo com uma avaliação da média dos indicadores de interesse (nutrientes disponíveis no solo, pragas, doenças, água, entre outros) para uma nova forma que visa considerar a necessidade específica de um ponto bem definido no espaço. Técnicas de AP são empregadas durante análise e preparação do solo, plantio, aplicações para combate de pragas e doenças e colheita. Em cada uma das fases, os produtores colhem benefícios cada vez maiores devido aos grandes avanços em sensoriamento e controle automático dos equipamentos.

Revolução Digital e perspectivas para o futuro Ele é caracterizado por uma velocidade até então desconhecida por grande parte dos envolvidos com o agronegócio e tem um nome marcante: Revolução Digital. A transformação digital toca - ou já tocou - grande parte das ferramentas ou processos do mundo moderno, e agora está tocando o mundo agrícola, prometendo mudar concepções há muito intocadas.

As soluções digitais começam a fazer parte do dia a dia das propriedades, impondo mudanças importantes nos paradigmas com os quais todos já estão acostumados a trabalhar e ter como referência. As ferramentas digitais são as grandes transformadoras do momento, apresentando a conhecida Agricultura de Precisão (AP) através de uma nova perspectiva: elas nos permitem falar em precisão na agricultura. As revoluções anteriores agregaram muito à agricultura, criando um enorme motor de geração de dados de campo. A digitalização entra transformando toda a informação crua criada em tempo real nas propriedades em informação lapidada, pronta para ser utilizada para análise, planejamento e correção na execução dos processos. Ainda estamos surfando na crista dessa onda disruptiva que é a Revolução Digital da agricultura e seus frutos ainda serão multiplicados por mais algumas safras. O que vem a seguir ainda é incerto, entretanto, algumas práticas começam a tomar forma e parecem apresentar de maneira competente o futuro da agricultura. Com a missão de alimentar por volta de 9 bilhões de pessoas em 2045, podemos estar certos de uma coisa: o futuro da agricultura chegará rápido.

Engenheiro e diretor de produto da Strider

Herique Prado

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E C O N O M I A

MÁQUINAS E

IMPLEMENTOS

AGRÍCOLAS na mira do

mercado econômico N o início do ano, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizou um levantamento que apontou que, em 2019, a comercialização de máquinas e implementos agrícolas deve alcançar um crescimento de 10,9%. Se esse número está correto ou não, só saberemos ao final do ano, com o balanço anual do setor, entretanto, o que é possível afirmar é que o setor está em alta. “Estamos crescendo as vendas desde 2017, o momento é positivo para o nosso segmento”, disse Pedro Estevão Bastos – Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq.

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E C O N O M I A

Segundo Pedro, pode-se atribuir esse momento à capitalização do produtor e ao cenário internacional que favorece as exportações brasileiras. Além disso, a população mundial e a demanda de produção de alimentos crescem a cada dia e uma está diretamente ligada à outra. Para atender a essa demanda é preciso que o maquinário seja adequado e acompanhe a produção safra após safra, o que acaba por manter aquecido o setor de máquinas e implementos agrícolas por muito tempo. “A longo prazo, o setor é muito promissor! O Brasil tem uma das agriculturas mais competitivas do mundo e conta com agricultores empreendedores que estão sempre em busca de maior produtividade e usam cada vez mais tecnologias para auxiliar no processo. É importante lembrar que os mercados asiáticos se tornaram importadores de alimentos e fibras e o Brasil é um dos fornecedores na missão de suprir o aumento de demanda”, disse Pedro. Apesar do bom momento do setor, é importante entender que períodos de baixas devem surgir, mas isso não será impedimento para o crescimento do agronegócio brasileiro e do segmento de maquinários. Para esse futuro promissor, o que se pode ter certeza é que os avanços e crescimentos estão diretamente ligados à adoção de tecnologias pelos produtores e as empresas de maquinário que investem em inovações tecnológicas tendem a se destacar. Falando em empresas que se destacam, a John Deere é referência mundial em maquinários e implementos agrícolas e está de olho no bom momento que o setor vive. Em entrevista à Revista Strider, o diretor de vendas da John Deere Brasil, Rodrigo Bonato, falou sobre expectativas e os próximos passos da empresa para acompanhar o crescimento das demandas.

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E C O N O M I A

Máquinas e implementos agrícolas na mira do mercado econômico

Como a empresa vê o atual cenário econômico do setor de máquinas e implementos agrícolas? O setor de máquinas e implementos tem vivido um bom momento. Com a agricultura brasileira em alta, os agricultores têm cada vez mais buscado ter tecnologia para maximizar sua produção. Investir em máquinas agrícolas e em tecnologias é fundamental para o sucesso produtivo da agricultura brasileira. O produtor brasileiro nunca teve receio de investir e prova disso é o aumento de vendas de equipamentos agrícolas nos últimos anos. Em tecnologia, a John Deere tem quebrado paradigmas no setor com lançamentos tecnológicos que vieram mudar o mercado. Consequentemente, com a alta adoção da tecnologia por parte dos agricultores, o resultado é o bom crescimento do mercado de máquinas agrícolas.

A que atribui este momento? As bases da agricultura estão muito sólidas no Brasil. As últimas safras foram muito boas e o agricultor sabe que, para continuar contando com esta alta produtividade das lavouras, é necessário o investimento, principalmente em tecnologia, que é a grande aliada do produtor hoje. Da nossa parte, temos concentrado esforços cada vez mais em soluções que conectam pessoas, máquinas, inteligência e tecnologia. Com isso, temos levado para o mercado soluções em conectividade, automatização e análise de dados. Isso é a agricultura de precisão se transformando em agricultura de decisão, aquela em que o agricultor baseia sua tomada de decisões em dados, de forma assertiva, e no momento correto. 14

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Qual a visão da John Deere em relação ao mercado no próximo ano? Temos uma visão otimista para o setor de máquinas agrícolas, pois sabemos do potencial da agricultura brasileira, mas cautelosa e atenta às realidades e peculiaridades do mercado e do setor no País. A agricultura brasileira apresenta as maiores perspectivas de crescimento em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade. As condições existentes no País nos apresentam oportunidades capitalizadas em cima de ações como o plantio direto e a segunda safra, e até a terceira safra, que já são uma realidade para grande parte dos produtores brasileiros. Porém, para a continuidade do sucesso no setor, o agricultor precisa ter algumas definições, para que possa se programar. Só com a clareza destas definições o produtor poderá fazer o seu planejamento para obter sucesso produtivo em sua lavoura. Confiamos na agricultura do Brasil e no País que, cada vez mais, se posicionará como provedor global de alimentos para uma população em constante crescimento


O que você vê como promissor neste mercado?

Para o máximo aproveitamento destas tecnologias, é claro que se faz necessário o preparo do agricultor, além de atrair os jovens de volta para o campo, fomentar a sucessão familiar na gestão das fazendas e definir essa mudança também nas universidades, remodelando a formação de novos profissionais com grades curriculares que estejam atualizadas e que contemplem todas as particularidades do setor. Também é preciso capacitar técnicos e operadores para que eles possam aproveitar o máximo das máquinas e ferramentas disponíveis.

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A adoção de tecnologia no campo, que tem sido maior ano após ano. Temos observado uma agricultura cada vez mais conectada e acreditamos que investir em tecnologia e IoT (Internet das Coisas) significa estar preparado para o futuro do setor, pois os produtores precisam cada vez mais da integração entre sistemas e do acesso em tempo real à internet para tomar as melhores decisões. A gestão baseada na análise de dados é hoje a realidade de vários setores da economia e deve ser também na agricultura. Somente com isso, os agricultores poderão melhorar os resultados e produzir com mais eficiência. Nós estamos comprometidos com o sucesso daqueles ligados à terra e acreditamos que todos os investimentos destinados à tecnologia são necessários e trarão um rápido retorno para os agricultores, já que possibilitam maior produtividade, redução de custos e outros importantes benefícios econômicos não só para o produtor, mas para toda a cadeia produtiva.

Como os produtores devem se preparar para o cenário dos próximos anos?

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Eventos

A TECNOLOGIA ESTÁ EM TODOS OS CANTOS, INCLUSIVE AQUI!

O

s eventos que acontecem pelo mundo e apresentam tecnologias inovadoras, ganham cada vez mais espaço no universo agro. O Vale do Silício, pólo tecnológico localizado na Califórnia, nos EUA, é a região onde estão concentradas grandes empresas de tecnologia como Google, Facebook e Apple. O principal objetivo das empresas com sede na região, é gerar inovações científicas e tecnológicas independente do segmentos. O Vale e os eventos produzidos para apresentar as descobertas se tornaram referência mundial e inspiração para demais eventos. Mas toda essa inovação não se limita apenas ao exterior.

Confira algumas dicas de eventos brasileiros que trazem tecnologias agrícolas de última geração!

Strider Day Nos dias 1 e 2 de agosto, você tem um encontro marcado com os principais players do agronegócio! O Strider Day 2019 é para quem quer se manter informado sobre as principais inovações do mercado, em um evento completo com debates e networking, voltado para as temáticas de agricultura e tecnologia. O Strider Day acontece em São Paulo (SP). http://www.striderday.com/ 16

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Futurecom Trazendo novidades de transformação digitais, tecnologia e telecomunicações, o Futurecom discute as mudanças que a tecnologia promove nas relações do mercado entre produtores e empresas que queiram consolidar parcerias, realizar negócios e reforçar seu networking. O evento acontece nos dias 28, 29, 30 e 31 de outubro de 2019, em São Paulo (SP). https://www.futurecom.com.br/

Top Farmers O Encontro Nacional Top Farmers reúne cerca de 300 produtores rurais de grande porte. Na ocasião, nomes de destaque no cenário nacional debatem tendências, desafios, cenários e perspectivas para o agronegócio. O evento acontece nos dias 3 e 4 de dezembro, em Campinas (SP). https://www.gpoconecta.com.br/top-farmers

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Indica

Estude gestão e

não fique para trás Conteúdos para se especializar em gestão de performance no agronegócio.

O Homem que Mudou o Jogo O filme narra a história de um treinador que, por meio de métodos científicos e tecnologia, consegue levar o time para a final e transformar seus jogadores em campeões. Billy Beane, interpretado por Brad Pitt, faz isso com pouco recurso, utilizando ferramentas de estatística e a ajuda de um economista para calcular os riscos e oportunidades na contratação de novos talentos para o time. O homem que mudou o jogo demonstra que a boa gestão, apoiada pela tecnologia, possibilita encontrar valor até então escondidos para criar um time de alta performance.

O Jogo da Imitação O filme é baseado na história real do matemático Alan Turing – interpretado por Benedict Cumberbatch. A história se passa na Inglaterra no período da Segunda Guerra Mundial e fala sobre a importância de aliar as habilidades profissionais com as habilidades interpessoais.

Dobre Seus Resultados: implemente estratégia, alto desempenho, liderança e decisão profissional

De autoria de Carlos Caixeta, o livro é ideal para quem está comprometido com o sucesso e quer fazer seus resultados aumentarem, com foco na prosperidade do negócio. Por ser um livro dinâmico e prático, utiliza uma linguagem fácil com abordagens e dicas que realmente funcionam, testadas em centenas de empresas de variados portes e setores.

Consultor, professor, escritor e palestrante. Professor convidado da Mindquest, Fundação Dom Cabral, Fundação Getúlio Vargas e IBMEC

Carlos Caixeta

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Para restrição de uso nos estados, consulte a bula. Informe-se sobre e realize o manejo integrado de pragas. Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos.

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A integração das informações geradas pelo Operations Center e Protector permite a sobreposição e análise entre mapas de infestação, mapas de rendimento do maquinário, mapas NDVI, além de permitir a exportação de um mapa de aplicação (localizada ou integral) diretamente para o seu maquinário John Deere. Será possível saber o rendimento exato da produção e do rendimento operacional da equipe.

Todos os processos da safra em um único lugar!

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Fazendas que possuem frota John Deere conectadas pela tecnologia JD Link contam agora com mais inovação: os mapas gerados nas atividades do campo são disponibilizados diretamente no Strider Protector.

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C U L T U R A

BENEFÍCIO para o

CONSU FINAL Como o processo de beneficiamento é fundamental para garantir a qualidade do fruto que chega à mesa do consumidor.

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C U L T U R A

MIDOR O

agricultor sabe que a preocupação com a qualidade do produto não acaba com a colheita. O beneficiamento é fundamental para garantir que o fruto chegue saudável para o consumidor final. Estamos falando de todos os cuidados de seleção dos frutos, classificação, higienização, armazenamento e logística. E eles variam de cultura para cultura. “Imagina plantar, ter todo o cuidado durante a safra e, na hora da colheita, perder o seu produto? O beneficiamento é essencial para evitar que isso aconteça”, explica Ebenezer Silva, pesquisador da Embrapa e especialista em hortifruti (HF).

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C U L T U R A

Benefício para o consumidor final Com o processo de beneficiamento, o produto chega com qualidade para o consumidor final, sem perdas. “Essa etapa é fundamental para garantir a procedência do produto. Com ela, o consumidor sabe que está comprando um fruto que passou por um longo processo de qualidade e atende às legislações”, aponta o gerente da CAAISA, Fernando Hincapié. Como dá para notar, o beneficiamento é vantajoso também para o produtor, que garante a comercialização do seu produto dentro dos parâmetros de qualidade pré-estabelecidos. Assim, o beneficiamento ainda é bastante delicado e exige cuidados redobrados do agricultor. “O produtor já gasta com insumos, com equipe e vários outros fatores. Não dá para perder o fruto na hora em que ele está sendo preparado para chegar ao consumidor, não é?”, questiona. “Por isso deve-se dar a devida importância a esse processo.”

Perder, jamais As Centrais de Abastecimento (CEASA) estabelecem um valor limite de mercado para a compra dos frutos. Se o processo de beneficiamento falha, o valor perdido com o erro deveria ser agregado ao valor vendido, o que acaba não acontecendo. “Se o beneficiamento é mal feito, a conta do produto fica mais cara, e quem assume esse risco, ou essa perda, é o próprio produtor”, explica o pesquisador. Muitas fazendas acabam terceirizando o processo de beneficiamento, por isso, o produtor deve acompanhar constantemente como anda esse processo, para não perder de vista a qualidade do seu produto em todas as etapas.

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VANTAGENS DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO

Menos prejuízo na conta do produtor;

Redução da fome: em um contexto onde uma a cada nove pessoas está em situação de fome em todo o mundo, perder alimentos é intolerável;

O produtor ganha em competitividade de mercado ao oferecer um produto de qualidade superior;


O beneficiamento da banana Algumas espécies de hortifruti permitem um beneficiamento mais tecnificado, como a cenoura. No caso da banana, o processo costuma ser feito por etapas ainda bastante manuais.

Foto: equipe Strider e Fernando Hincapié ao centro

Para o Fernando Hincapié, o fator humano é fundamental para o processo de beneficiamento da banana, a despeito de qualquer tecnologia ultra inovadora. “Todos os processos do beneficiamento exigem um olhar humano muito focado, muito analítico, que só o trabalho humano pode garantir. Mas acredito que é possível que a tecnologia ajude especialmente a coletar dados como o peso do fruto, para tomar as melhores decisões em campo para próxima safra”, conclui.

INCENTIVO AO CONSUMO DE vegetais imperfeitos Os vegetais imperfeitos são aqueles que chegam às gôndolas com manchas na casca, pequenos amassados, alteração no formato, entre outras imperfeições. Esses pequenos defeitos não alteram a qualidade ou o sabor da fruta ou leguminosas, mas os produtos são muitas vezes desprezados pelo consumidor por uma questão puramente estética. Com isso, esses alimentos, perfeitos para o consumo humano, acabam apodrecendo nas prateleiras. “É preciso aliar uma reeducação da população a fim de valorizar esses alimentos”, comenta o pesquisador da Embrapa. É uma forma de evitar o desperdício e, consequentemente, ajudar no combate à fome. Ed 9 2019

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C U L T U R A

A CAAISA é uma empresa de aplicações aéreas e que possui fazendas produtoras de bananas na Colômbia. Por lá, o processo de beneficiamento é feito quase todo manualmente. O primeiro processo é o de avaliar os dados de cada fruto, como tamanho e peso. Frutos que apresentam deformidades, tamanhos muito diferenciados ou que foram atacados por pragas e doenças são eliminados. Depois, é feito o despencamento dos cachos. Um dos processos finais é a higienização em um tanque, que pode se repetir algumas vezes.


E N T R E V I S T A

investir em

inovação é incentivar novas EXPERI ÊNCIAS M

ais do que adotar novas tecnologias, as empresas precisam ter a inovação como um de seus valores internos. Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda é uma das maiores referências brasileiras em inovação e competitividade e explicou um pouco mais sobre como é possível ter posturas inovadoras em todos os níveis de uma organização. E o agro é um espaço perfeito para as experimentações necessárias para implementar novas maneiras de conquistar resultados.

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É possível criar uma cultura de inovação nas empresas? A cultura de inovação começa com a atitude e o desejo de mudar. Toda empresa inova, mas nem toda empresa é inovadora. Isso precisa ficar sempre claro. É preciso valorizar o processo constante de investimento em inovação, tirando essa ideia de apenas um discurso e colocando em prática.

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E como aplicar essa ação no agro? Nas empresas tradicionais, é preciso saber dar espaço para a experimentação. Gosto de considerar que inovação não é o direito de errar, mas de experimentar. Por motivos óbvios, as pessoas não querem errar, mas é preciso considerar que pode ser uma consequência. Quando não experimentamos, não temos nem a oportunidade de saber se irá acontecer. Por isso é tão importante criar uma dinâmica de desenvolvimento para testar melhorias e possibilidades. No agro, isso pode ser aplicado, por exemplo, com projetos paralelos às safras. Separar uma área menor para um piloto, amadurecer ideias e processos, identificar o que pode ser feito de uma maneira melhor para depois aplicar à produção principal.

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E N T R E V I S T A Investir em inovação é incentivar novas experiências

Isso é bem relevante quando consideramos que os testes não podem ser muito rápidos pelos ciclos de produção bem delimitados, correto? Isso mesmo. Esse investimento em pesquisas e testes fez com que o Brasil, por exemplo, saísse do papel de importador do setor de celulose para exportador. O tempo para o crescimento e o processamento do eucalipto não é pequeno, mas com vários produtores desenvolvendo testes paralelos, a Embrapa pode melhorar a produtividade e qualidade da celulose de fibra curta e incentivar uma grande mudança em todo o mercado. Esse tipo de inovação é uma das quatro grandes maneiras de se investir em uma cultura inovadora, ciência e tecnologia. A cadeia de valor começa na educação, passa pela academia e pesquisas não necessariamente aplicadas, gera tecnologias aplicáveis e assim passa a ser adotada nas empresas. Para isso, é importante ter um time focado em inovação, para que isso seja valorizado e buscado pelo negócio.

Foto: Carlos Arruda

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E quais seriam as outras três? A maneira mais complexa é a de criar um novo negócio. Existe um grande nível de incerteza e risco. Isso pode dar a impressão de que a inovação é inacessível e radical, mas isso não significa que toda empresa passa por esse medo. A experimentação também está presente aqui, principalmente com as startups. Essas empresas criam algo novo e vão melhorando a solução até que ela esteja madura - mas isso só acontece pela natureza de “não ter nada a perder” de um novo negócio.

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Outra maneira é a inovação orientada ao mercado, que foca no que o cliente precisa, espera e como ele pode receber mais valor. É observar, por exemplo, que em alguns lugares não existe telefonia fixa e pensar em soluções já diretamente em telefonia móvel e outros sistemas de emissão de sinais para aplicar novos serviços de comunicação e IoT. Um ciclo de desenvolvimento que pode não parecer natural em um primeiro momento, mas é mais simples e supera as necessidades do mercado. A inovação por melhorias é usar um recurso que já existe e pode ser explorado de outra. 70% do que as empresas fazem está nessa área: melhorar processos, ajustes, mais eficiência e adotar tecnologias - não necessariamente desenvolvidas por elas. E o ponto mais relevante aqui é ouvir as pessoas. Saber quais são os problemas e se elas pensam em algo que pode solucioná-los. Pode ser uma falha de comunicação entre as pessoas ou um processo que pode ser otimizado. Esses ganhos são para todos e servem muito bem para engajar todos os níveis da empresa.

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Só é possível investir em inovação se isso é valorizado pelos envolvidos. 30

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Como trazer a inovação para a rotina das pessoas? A melhor maneira é convidar a equipe para participar. Engajar as pessoas para que elas observem o cenário e possam fazer novas perguntas - inovação é muito mais baseada em questionamentos do que respostas. As consequências podem ser muito positivas. Quem está mais perto da entrega pode fazer ajustes finos diários que quem está na gestão talvez não consiga perceber. A ideia é sempre dar apoio para melhorar o que cada um faz.

É visível como, no Brasil, os processos inovadores tem grande valor agregado. As empresas e produtores compreendem que as mudanças são benéficas e podem trazer resultados para o trabalho, então investem em novas tecnologias, em experimentação na agricultura e pecuária, compreendem que isso pode trazer mais produtividade. A inteligência criada mostra o profissionalismo do setor no país.

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E isso pode ser incentivado por campanhas, projetos e análises de mercado. Isso traz proximidade e valorização das pessoas. Para que a cultura de inovação seja sustentável, é preciso que ela seja parte da vida de todos. Algumas empresas criam um dia no ano para trocar e premiar ideias, tudo sempre muito bem comunicado e disseminado, para trazer um momento de convívio e compartilhamento entre todos. Mas só é possível investir em inovação se isso é valorizado pelos envolvidos. Não pode ser algo pontual e sem propósito dentro da estratégia.

E como você percebe essa aceitação à inovação hoje no agro brasileiro?

O brasileiro percebe que incorporar novas tecnologias e processos pode significar grandes saltos na sua produção. Se compararmos isso à produção na Índia, por exemplo, que tem um menor nível de tecnologia e ainda uma grande produção focada em subsistência, não existe um esforço tão grande, já que perceber os resultados pode ser mais difícil - não é possível separar uma área relevante para testar novas sementes ou técnicas sem perdas significativas ou o investimento financeiro pode ser impactante. Os testes no agro podem não ser tão ágeis, mas eles fazem parte da rotina e essa mudança está trazendo mais confiança para quem quer investir em um processo que envolve a cultura de inovação. E a tendência é que isso seja cada vez mais presente.

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N A

P R Á T I C A

Logística dos grãos:

o desafio do

arma zena mento P

ara manter as propriedades nutritivas e a qualidade máxima dos grãos, é essencial cuidar da boa armazenagem dos grãos, sendo os silos a estrutura agrícola mais comum para essa função. E essa realidade se aplica a todos os tipos de produtores, das grandes empresas comercializadoras às cooperativas, tornando o bom uso dos silos um fator estratégico importante para a autonomia nessa transação. Ter um bom sistema de armazenamento traz mais inteligência para a decisão de venda da produção, já que a capacidade de estoque evita que o produto seja obrigatoriamente vendido logo após a colheita, além de permitir melhor planejamento do frete.

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Atualmente, a capacidade estimada de armazenagem no Brasil é de cerca de 166 milhões de toneladas, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Porém, é importante avaliar que a produção brasileira de grãos para 2018/2019 deve chegar a 235 milhões de toneladas. Isso mostra como ainda é deficitário o sistema de armazenamento no país, especialmente considerando que nem sempre é estocada apenas a safra do ano corrente.

A armazenagem privada e tradings correspondem a 76% da capacidade estática da estrutura de armazenamento no país, 21% são detidos pelas cooperativas e 3% relacionados às entidades oficiais, como órgãos municipais, estaduais e federais, de acordo com pesquisa da Conab de 2017. Nas duas últimas modalidades, os custos são menores para o produtor e existe a oportunidade da gestão terceirizada desse estoque, mas a possibilidade de mistura entre produções de fazendas diferentes pode dificultar o controle de qualidade e de pragas, diminuindo sua efetividade.

Pré-limpeza, limpeza e secagem - cuidar da estrutura física do ambiente diminui a incidências de doenças e de pragas; Manejo Integrado de Pragas de Grãos Armazenados - medidas preventivas, curativas, métodos de controle, amostragem e monitoramento realizados durante o armazenamento; Controle da umidade - minimiza a deterioração, tenta reduzir a incidência de doenças de pós colheita e micotoxinas. Como a alta umidade aumenta a incidência desses problemas, o grão passa pelo processo de secagem antes de ser estocado; Temperatura - influencia o processo de respiração dos grãos e, assim como a umidade, seu aumento influencia diretamente a deterioração; Aeração - estabelecer e manter uma temperatura moderadamente baixa e uniforme em todo o volume estocado no armazém.

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Como nem todos os produtores têm a possibilidade de possuir um sistema de armazenagem em sua propriedade, uma boa parte dessa estrutura é baseada em tradings, companhias que compram os grãos para comercializá-los no futuro por preços maiores - principalmente para a exportação, além das cooperativas locais e os sistemas de armazenagem pública.

Cuidados essenciais para manter a qualidade dos grãos durante o armazenamento

N A

Essa etapa é tão importante quanto as fases de colheita e transporte, já que é responsável pela manutenção da qualidade do produto, visando garantir também o valor dos investimentos feitos durante a produção. A integridade dos grãos é essencial tanto para o agente armazenador quanto para o produtor e o consumidor.

Muitas inovações estão sendo observadas na estrutura física dos silos de armazenagem, trazendo mais tecnologia e sustentabilidade para essa etapa. O sistema de aeração de grãos automático interligado ao sistema de termometria à estação meteorológica e a secagem de cereais, utilizando energia solar e ozônio, são ótimas oportunidades para combater e controlar as pragas e garantir a qualidade da produção, mesmo durante a armazenagem.


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O agricultor que muda o jogo como se destacar e conquistar vantagens competitivas em diferentes produções do agro

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ada área tem suas peculiaridades e uma produção que se adapta às oportunidades e demandas do mercado. Entender o negócio local é sempre muito válido, mas observar as diferenças globais e o que torna cada escolha mais direcionada pode nos preparar para os desafios com mais propriedade. Pensando nisso, conversamos com especialistas de diferentes culturas pelo mundo para compreender o que pode ser mais interessante e perigoso para cada uma delas.


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Mudar um cenário não é algo simples, mas os produtores de algodão do Texas (EUA) investiram em novas variedades de sementes para conquistar uma vantagem bem significativa para seu produto, a explicação foi de Blayne Reed, mestre em entomologia e consultor há mais de 25 anos no setor. “Não faz muito tempo, a região das Texas High Plains (planícies altas do Texas) era vista como tendo algodão de baixa qualidade devido ao clima semi-árido da região. As inovações em variedades que atendem às nossas necessidades e a boa gestão de culturas mudaram isso”, explicou. “As condições climáticas podem não ser totalmente favoráveis, mas nas safras mais recentes estamos entre as melhores fibras de algodão do mercado mundial. Não só teremos qualidades de fibra quase idênticas em muitos fardos do mesmo campo, mas também pouca variação em toda a região. Essa confiabilidade e consistência na qualidade da fibra é procurada no mercado mundial de fiação. 90% da nossa produção vai para exportação", apontou o especialista. O Texas produz cerca 45% do algodão de todo o país, com quase 2800 hectares plantados em 2017 e uma produtividade média de 366 quilos por hectare em 2017.

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C A P A Pelo mundo: como se destacar e conquistar vantagens competitivas em diferentes produções do agro?

Estar atento ao que cada um tem de melhor para sair do lugar comum é sempre vantajoso, como explicou Julio Torrego, gestor da Labrecero SLR, empresa produtora de soja, milho, aveia, feijão, trigo e grão-de-bico em Tucuman, na Argentina. Com mais de 20 anos de experiência, a empresa compreendeu que um bom modo de se diferenciar era pela qualidade reconhecida. “Trabalhamos de maneira similar a muitos produtores de todo o mundo, mas somos certificados em três normas de qualidade. Isso certamente é uma vantagem competitiva para quem quer se destacar em um mercado tão padronizado”, contou. A mais conhecida é a certificação RTRS para soja, conquistada em 2013 e que já abrange 1200 hectares da produção com o cumprimento dos protocolos. Estar à frente dos concorrentes em infraestrutura e o preparo para competir globalmente também é algo a se considerar, como explica Reggie Strickland, especialista em agronegócios e consultor para diversas empresas na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. “Existe uma grande demanda para batata doce produzida no nosso estado na costa leste dos Estados Unidos, mas a Espanha também produz. Temos uma capacidade de armazenamento maior por aqui, então conseguimos suprir suas necessidades durante todo o ano, o que a maior parte dos produtores em outros países não conseguem. Então atendemos local e globalmente”, conta Strickland. Desde 1971 o estado é líder nos Estados Unidos, com cerca de 60% da produção de batata doce do país e mais de 38 mil hectares colhidos no ano de 2016.

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A questão logística pode ser uma vantagem para o produtor norte-americano de batata doce, mas é um grande problema para a maior parte dos produtores chineses, como explica David Li, head of China IT and Digital da Syngenta. A produção agrícola da China representa 7% de todo o mundo, mas 20% da população mundial está no país, o que mostra que ainda assim existe um déficit produtivo. “Um dado bastante interessante e que as pessoas não têm muito conhecimento é de que 160 milhões de produtores da china tem até um hectare de terra produtiva no país, o que representa 90% do mercado. O agronegócio profissional, das mega fazendas, são apenas 10%. Isso significa que a maior parte da produção ainda é pequena, até mesmo para subsistência”, contou Li. O arroz ocupa 30 milhões de hectares do país, produzindo 6.9 toneladas por hectare, o que representa quase 1/3 da produção mundial. “Os chineses amam arroz, é parte da rotina alimentar da população. A segunda maior cultura é o trigo, com 24 milhões de hectares plantados”, apontou Li. E como a questão logística se aplica a tudo isso? “Muitas vezes, a produção está em uma área longe dos grandes centros e isso causa um problema de escoamento de produção, o que causa também uma desvantagem muito grande para quem é pequeno e não consegue vender além da sua região”, conta.


Usar os recursos de forma inteligente contribui muito para a sustentabilidade dos negรณcios. Ed 9 2019

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C A P A Pelo mundo: como se destacar e conquistar vantagens competitivas em diferentes produções do agro?

Muitas vezes, quando imaginamos uma vantagem competitiva do mercado chinês, logo pensamos na mão de obra, certo? Porém, o cenário para o agro é bem diferente. “A população está cada vez mais envelhecida. A política do filho único durou 40 anos e isso tem grande impacto no país, especialmente na população economicamente ativa. Além disso, as pessoas estão se mudando para as grandes cidades, regiões longe da produção agrícola”,contou David Li. E em propriedades pequenas, não é tão simples investir em maquinário mais moderno. Para produtos mais delicados, como os hortifruti, a questão da mão de obra também tem um custo significativo. “Um dos maiores peso na nossa produção de batata doce é a mão de obra”, avalia Reggie Strickland. “Tudo é feito manualmente, não usamos máquinas para essa etapa e os custos trabalhistas são bem relevantes para a colheita desse produto nos Estados Unidos, principalmente se pensamos na competição com países com tributos mais baixos”, avaliou o especialista. A competitividade global dos produtos também é parte da discussão no setor algodoeiro. “É complexo ter de lidar com materiais de baixa qualidade tendo alta aceitação apenas pelo seu preço. E isso muitas vezes acontece pela diferença dos impostos internos de cada país. Por exemplo, a Índia e a China possuem menos área plantada de algodão que os Estados Unidos ou o Brasil, têm custos mais baixos”, reflete Blayne. E ele completa “Queremos vestir o mundo todo e precisamos que os compradores avaliem também esses critérios”.

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Foto: Hacienda Labracero Santiago del Estero, Argentina

A questão tributária é pesada também para o produtor de soja na Argentina, como explica Julio Torrego. “Os custos operacionais são satisfatórios para a produção, porém, a grande pressão dos impostos exige um alto rendimento para conquistarmos resultados positivos”, apontou Torrego. Um grande ponto em comum para quase todos os entrevistados foi a possibilidade de minimizar as dificuldades operacionais com melhoria de processos, como, por exemplo, obter maior agilidade. Para a produção chinesa, Li destacou a inovação trazida pelas empresas de tecnologia do país. “Algumas empresas estão percebendo essa necessidade e trazendo a tecnologia para perto do campo e, com isso, diminuem as perdas. O investimento em plataformas de ecommerce está transformando a maneira como alguns produtores premium negociam com os interessados dentro do próprio país”, contou.


Na colheita do algodão, a produtividade para o campo veio em forma de maquinário. “Antes era necessária a presença de muitas pessoas para a colheita, descaroçamento e processamento inicial da produção. Hoje, mesmo com altos custos, temos máquinas mais eficientes e sistemas de irrigação mais precisos, o que traz mais valor agregado ao nosso algodão”, contou Blayne.

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Apesar da distância dos portos, o que dificulta um pouco a exportação, Torrego também vê um bom cenário presente e futuro para sua produção de soja em Tucuman (AR). “Temos um bom solo e consideramos que o ótimo uso de tecnologia também é importante para otimizar nosso trabalho. Sementes, controles de praga e fertilização. Investir nisso agiliza os processos”, explicou o produtor argentino. Ter a tecnologia como aliada também é muito relevante para a produção de batata doce na Carolina do Norte (EUA). “Uma das nossas maiores vantagens competitivas é a nossa capacidade de documentar nossos procedimentos e a rastreabilidade de nossos produtos desde o início da produção até o consumidor. Estar sempre atento ao que acontece e usar os recursos de forma inteligente contribui muito para a sustentabilidade dos negócios”, concluiu Strickland. Cultivo de batata doce Ed 9 2019

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Em mais um capítulo da série #JornadadeSucesso, contamos a bela história do Grupo Famiglia Ferrero desde 1910 até os dias de hoje, onde os milhares de hectares das fazendas somam mais de 10 milhões de pés de café. Confira a trajetória do grupo! Veja como o uso da tecnologia no campo contribui para o aumento da produtividade e qualidade da gestão!

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gestor

Na série #PorDentrodoAgro falamos sobre agricultura, inovação, curiosidades e muito mais do universo do agro! Neste capítulo, trouxemos informações sobre o perfil de um bom gestor. Entenda qual é o perfil adequado e veja dicas para se tornar um gestor que atua com eficiência máxima. Confira no vídeo em nosso canal do YouTube!

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“Colheita e seus detalhes”

“Plantio que segue”

“Abacaxi de dar gosto”

Clique do @farms_ro

Clique do @aaw_97

Clique do @borarenan


www.cesbrasil.org.br Ed 9 2019

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M U N D O

A F O R A

Tabaco na

Carolina do Norte, uma plantação

HISTÓ RICA C

onhecer bem o local de plantio é algo importante para qualquer cultura. E a Carolina do Norte (EUA) é historicamente conhecida como uma região produtora de tabaco. Isso é comum na região desde o século XVII, como explicou Reggie Strickland, especialista em agronegócio e CEO da Strickland Farming, sediada no estado. “O solo arenoso e raso impedia as grandes plantações de grãos. Mas o tabaco se adaptava perfeitamente às condições e exigia pouca água”, conta. O tabaco (Nicotiana Tabacus) é uma planta muito resistente e que tem bom desenvolvimento em climas quentes e secos.

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A alta rentabilidade, pelo baixo custo e alto rendimento, sempre foi um incentivador da manutenção e melhoria contínua nessa cultura. A Carolina do Norte é o estado com a maior produção de tabaco curado nos Estados Unidos, com cerca de 1600 fazendas de tabaco produzindo 115 mil toneladas e rendendo mais de 478 milhões de dólares em 2018. O processo é iniciado na estufa, quando as pequenas sementes são plantadas e desenvolvem as mudas entre 45 e 60 dias, quando atingem cerca de 8 cm, e são passadas para o campo. Isso acontece pelo tamanho das sementes e a necessidade de uma temperatura próxima de 23ºC, de forma constante.

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As plantas crescem até 1,5m e a retirada das folhas começa entre 90 e 120 dias após plantio das mudas, sendo iniciada pelas folhas da parte mais baixa da planta, que atingem o tamanho esperado primeiro. Tradicionalmente, a colheita era realizada manualmente, mas já existe maquinário para a realização dessa etapa, otimizando o processo e diminuindo os custos. Todo esse processo de colheita pode demorar até quatro meses, até que não tenha mais nenhuma folha. Os ciclos de plantio usualmente começam em abril e a colheita vai de julho a outubro. Outra etapa que era realizada de maneira manual e não escalável até o meio do século passado era relacionado às pragas. Antigamente, o controle era realizado por pessoas em campo, que avaliavam planta a planta e eliminavam os insetos, larvas e qualquer tipo de ameaça para a produção. Um dos mais comuns é a Phthorimaea Operculella, conhecida na região como tobacco splitworm - a traça da batatinha. Nos últimos anos, com a diminuição da demanda, os produtores passaram também a investir além do plantio e processamento de tabaco, na produção de biocombustível com base de tabaco, ampliando, dessa forma, o cultivo orgânico. “A região valoriza o desenvolvimento de novas maneiras de trabalhar e acredita muito nessa adaptação para atender o mercado e continuar sendo uma referência”, conclui Strickland.

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Especialista

Como se preparar para a sucessão da

ALTA GESTÃO? Esse processo de preparo, chamado de sucessão, deve fazer parte do planejamento estratégico de qualquer organização, afinal, nunca se sabe o que o futuro trará.

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sucessão é um processo delicado para todas as empresas, independente do segmento. Para falar sobre esse processo, Marcus lindgren, sócio-gerente da Moore Stephens, Marcus Lindgren, é o especialista convidado desta edição. Toda empresa nasce com a intenção de se perpetuar no mercado, mas poucas são as que se preocupam em planejar um futuro um pouco distante, onde o representante da alta gestão não estará mais presente. Ainda que seja um tanto quanto desconfortável pensar nesse futuro, quanto mais cedo a empresa se preparar para este dia, melhores serão as condições de continuidade do negócio. Esse processo de preparo, chamado de sucessão, deve fazer parte do planejamento estratégico de qualquer organização, afinal, nunca se sabe o que o futuro trará, por essa razão, trazemos para você algumas dicas de como se preparar para deixar sua empresa em boas mãos, seja num futuro próximo ou muito distante. 44

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Fortaleça sua visão, missão e valores O processo sucessório tem como principal objetivo garantir a perpetuidade do negócio dentro dos padrões estabelecidos ao longo dos anos. Ou seja, um bom sucessor é aquele que mantém a visão, missão e valores da empresa intactos, agregando valor onde é possível, mas sem quebrar a cultura organizacional e sem deteriorar o planejamento estratégico de longo prazo. Sendo assim, antes de buscar um sucessor, tenha a certeza de que a sua empresa possui uma cultura organizacional forte e bem disseminada.

Construa um mapa de sucessão O processo sucessório pode ser aplicado a qualquer posição dentro da empresa, mas costumeiramente é focado na substituição da alta gestão. Dessa forma, mapeie quais são as competências necessárias para cada cargo de alto nível na sua empresa e vá em busca dos talentos certos no mercado. O desenvolvimento de programas de estágio e trainee são uma excelente forma de chegar a esses candidatos.

Prepare a empresa para a mudança Antes de qualquer ação direta, você precisa comunicar seus funcionários de que haverá um processo sucessório, esclarecendo os motivos, as vantagens e desvantagens e como a mudança impactará na organização. O público interno é bastante sensível a este tipo de mudança, em especial quando se tem grande apreço pelo gestor atual, contudo, é possível minimizar qualquer barreira interna investindo em uma comunicação transparente e aberta ao diálogo.

Faça uma transição gradual O processo sucessório deve ser lento e gradual, o que significa que sucessor e sucedido passarão um bom tempo trabalhando juntos, a fim de construir uma ponte sólida entre uma gestão e outra. O gestor atual deve apresentar o seu sucessor a sócios, investidores, fornecedores e demais stakeholders visando criar uma sinergia entre essas pessoas, mostrando que a empresa valoriza esses relacionamentos e está preparando o futuro da organização com muito cuidado. É cada vez mais relevante para as empresas pensar em processo sucessório, sejam elas familiares ou não, portanto, é fundamental que o atual gestor invista, o quanto antes, em reflexões nesse sentido, para que assim, comece a preparar o caminho para seu sucessor.

Professor, sócio-gerente da Moore Stephens e especialista em Liderança Empresarial pela Havard Business School

Marcus Lindgren

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T E C N O L O G I A

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I N O V A Ç Ã O

AGRI CULTURA

4.0 NA PRÁTICA I

magine acabar com as daninhas de forma efetiva e, ainda, economizando defensivos? Com as evoluções da robótica, isso é possível. A empresa suíça EcoRobotix criou um robô que promete acabar com as invasoras e que funciona por até 12 horas seguidas. Por meio de câmeras integradas e um GPS, o EcoRobotix é capaz de localizá-las precisamente. O herbicida é aplicado por meio dos “micro-braços” do robô, que, devido à sua espessura fina, permite uma economia de insumos de até 20 vezes. O EcoRobotix ainda é controlado por um app de smartphone e funciona à base de energia solar. Inovação sustentável!

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Divulgação: Iron Ox

Fazenda robotizada

Brandon Alexander explicou ao canal CNBC que uniu a paixão da família, a agricultura, com sua área de estudos, a robótica. O resultado é a mudança completa no processo de manejo da colheita de sua fazenda, que é totalmente feito por robôs. A promessa é o aumento exponencial da produção e frutos que chegam mais frescos à mesa do consumidor, por se tratar de uma fazenda hidropônica. “Com a demanda mundial por alimentos cada vez mais crescente, precisamos fazer mudanças drásticas na agricultura”, conclui.

E I N O V A Ç Ã O

Divulgação: EcoRobotix

T E C N O L O G I A

Não precisa imaginar um cenário futurístico como o de Os Jetsons: a fazenda robotizada não parece algo de outro mundo, mas com certeza revolucionará o modo como entendemos o espaço da fazenda e os métodos de plantio. O cenário é como o de um laboratório. Sai a luz natural e o espaço ao ar livre, entra a luz fria de uma sala onde as plantas crescem por meio de métodos de inteligência artificial. O processo de fotossíntese é feito com luzes de led. Essa é a proposta da Iron Ox, a primeira fazenda automatizada do mundo. “Estamos mudando para o sistema de energia solar, porque é mais sustentável”, conta o Co-Fundador da empresa, que curiosamente fica na ensolarada Califórnia.

Confira as últimas novidades sobre Agricultura 4.0 no blog Por Dentro do Agro: pordentrodoagro.strider.ag

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Você sabia?

Manejo coletivo

é tendência e só traz benefícios D

iferentemente do que se pensa, o compartilhamento de informações de manejo entre empresas de uma mesma região não só é comum como é imensamente positivo. O hábito de compartilhar informações que contribuam positivamente com os vizinhos de fazenda cooperam para um manejo cada dia melhor e eficiente. João Vanin, Gerente de Planejamento Agrícola e Pesquisa da SLC Agrícola, contou como funciona esse compartilhamento de informações.

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Segundo ele, “a troca de informações entre produtores de uma mesma região é estratégica, uma vez que ajuda o produtor a certificar-se do seu programa de manejo atual e futuro, além de auxiliar nas definições quanto ao posicionamento de mercado de commodities e de insumos, os quais compõe o custo de produção”. É comum pensar que o compartilhamento de informações acaba tornando as empresas e fazendas vizinhas competitivas entre si, o que de fato acontece, porém, essa troca de informações contribui com o desenvolvimento da Região. “O manejo regional, quando realizado estrategicamente, bem como compartilhado, funciona como uma cadeia sustentável de benefícios mútuos dos atuantes”, reforça Vanin. Além disso, a migração de pragas e doenças de uma lavoura para a outra que estejam próximas é comum de acordo com o período produtivo da cultura, bem como a maior atratividade dos insetos (exemplo do período de maior exsudação nos nectários das plantas). Tudo isso reforça a importância de compartilhar informações sobre o manejo de pragas doenças e daninhas. Um exemplo disso são as câmaras regionais de controle de bicudo (exemplo aos produtores de algodão), que incluem reuniões de estratégia, bem como auditorias a campo dos manejos regionais recomendados no grupo.

Foto: João Vanin

A prática do manejo coletivo faz parte do dia a dia da SLC Agrícola que realiza teleconferências regionais para compartilhar mensalmente o comportamento dos agressores, além de participarem de grupos regionais onde vizinhos, parceiros e fornecedores da empresa compartilham informações. “Cada ano, cada encontro e a cada conversa, sempre temos um novo aprendizado”, exclamou Vanin. A SLC tem praticado a troca de informações há muito tempo e isso se mantém justamente por fazer parte da estratégia da empresa querer sempre inovar e adotar as melhores práticas de manejo. Essas trocas ajudam no posicionamento do mercado de commodities e de insumos, os quais compõem o custo de produção. O que se pode garantir é que compartilhar informações sobre o manejo com vizinhos é benéfico e faz toda a diferença no resultado final da produção. “Ninguém concorre por água, nutrientes, luz e energia. O ambiente nos disponibiliza isso e cada um tem o dever técnico e estratégico de extrair o máximo de eficiência deste sistema. Juntos, somos mais fortes!”, conclui João Vanin.

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onge das telas do cinema ou das histórias em quadrinhos, os heróis do agro que fazem a diferença no campo ganham espaço nas páginas da Revista Strider. Nesta coluna, homenageamos àquelas pessoas que fazem da agricultura uma realidade, acompanhando todas as etapas buscando sempre os melhores resultados.

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César Leandro Técnico Agrícola de Suporte ao Campo da Agrodoce

Ney Lisboa Monitor da Fazenda Sassapão

Iniciação: “Me graduei em Administração, mas sempre gostei do agro. Por isso, me especializei na área e não parei mais. Hoje, trabalho com toda a logística e gestão das frotas.”

Motivação e sonhos: “O que me motiva é fato de estar em constante evolução as tecnologias associadas ao agro, e ainda ter bastante margem para evoluir.” O que espera para a agricultura do fulturo: “Com decisões mais assertivas, os recursos são empregados onde realmente se faz necessário. Com as informações armazenadas em Big Data e não mais em planilhas, será cada vez mais fácil a análise das informações que vem do campo, além de gerar um histórico das áreas de fácil acesso.”

Iniciação: “Iniciei a vida no agro a partir do curso de Técnico Agrícola que implantaram na região de Guanambi (BA). Atualmente, meu trabalho é com levantamento de dados: amostragem de pragas, produtividade, amostragem de solo e coopero em áreas operacionais.” Motivação e sonhos: “O que mais me motiva é saber o papel que represento, saber que faço a diferença na alimentação de famílias e no aperfeiçoamento das tecnologias disponíveis.”

O que espera para a agricultura do fulturo: “Tecnologias, na minha opinião, ajudam a diminuir desperdícios, e aumentar precisão, de fato, no resultado final. Espero mais comodidade para executar o serviço e mais simplicidade, diminuindo erros.”

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E S P E C I A L

QUANDO É

Paulo Degrande fala sobre os níveis de controle das pragas do algodoeiro indicando quando é a hora certa de agir em cada caso.

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a busca pelo controle efetivo das pragas, o Manejo Integrado é visto como o movimento adequado para dizimar as invasoras. Usando as diferentes táticas é possível controlar agressores em níveis populacionais e evitar danos econômicos.

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A HORA CERTA? E S P E C I A L

Paulo Degrande - especialista em etimologia e professor pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) falou sobre os métodos de controle e destacou os métodos químicos, biológicos, biotecnológicos e de melhoramento de plantas (resistência) para combater as mais populares pragas. O uso efetivo das ferramentas de controle é dependente de um sistema de monitoramento preciso, profundo conhecimento da bioecologia das pragas - nas interações com as diferentes condições ambientais -, da apropriada integração do conhecimento e de informações do portfólio com opções de controle disponíveis. Outro importante objetivo dos programas de manejo integrado é chegar a soluções mais duradouras, ao invés de saídas de curto prazo. Pensando em tudo isso, trouxemos indicadores de níveis de controle de controle das pragas do algodoeiro, para orientar quanto ao momento ideal de agir.

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E S P E C I A L Quando é a hora certa?

Bicudo Na fase de pré-safra (60 dias antes do plantio), usamos o índice de número de bicudos capturados por armadilha por semana (BAS) para identificar quantas aplicações serão necessárias na fase da emissão do primeiro botão floral: Índice de >2 BAS: 3 aplicações de inseticidas a partir da emissão do primeiro botão floral; Índice de 2 > BAS >1: 2 aplicações de inseticidas; Índice de 1> BAS>: 1 aplicação de inseticida; 0 BAS: não aplicar.

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Lagarta-das-maçãs (Helicoverpa Armigera e Chloridea Virescens) e Spodoptera Frugiperda Controlar quando o índice estiver entre 5% e 8% das plantas estiverem infestadas. Ter o cuidado de controlar quando são pequenas, mesmo que a infestação não esteja com 8%, devido a dificuldade de controle das lagartas grandes.


Pulgão Combater em até 30 Dias Após Emergência (DAE).

E S P E C I A L

Nas variedades suscetíveis às viroses, ‘doença-azul’ e ‘vermelhão’: controlar com até 3% de plantas infestadas (onde planta infestada é aquela que tem pelo menos um pulgão); Nas variedades resistentes: controlar com até 40% de plantas infestadas (onde planta infestada é aquela que tem ao menos uma colônia); De 30 a 120 DAE para variedades suscetíveis: fazer a primeira avaliação de virose aos 30 DAE e controlar de acordo com os seguintes critérios; De 120 DAE até o final do ciclo: controlar com até 20% das plantas infestadas com colônias grandes. É importante manter constante avaliação da lavoura e observar se há “melado” nas folhas onde há pulgões. Obs.: Até 40 DAE é preciso avaliar 5 plantas por ponto amostral, mantendo 1 ponto amostral por ha. Após, avaliar apenas 1 planta por ponto amostral.

Professor Titular em Entomologia na UFGD e na Faculdade de Ciências Agrárias

Paulo Degrande

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Colunista

A TECNOLOGIA não tem mistério, dê

o primeiro passo A

agricultura já passou por inúmeras fases e, em todas elas, apenas aqueles produtores que estiveram atentos às mudanças e acreditaram em seus benefícios, continuam competitivos. Atualmente, caminhamos para uma era em que o agro será ainda mais digital. Essa tendência se dá pelas vantagens observadas em todos os processos produtivos da agricultura baseados pela tecnologia.

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Diferente do que comumente se pensa, as tecnologias mais avançadas estão ao alcance das mãos de todos - e não apenas das grandes empresas. Entendendo que a migração de todo o sistema de produção de qualquer agronegócio para um meio digital é um movimento delicado, as tecnologias voltadas para o agro desenvolvem softwares intuitivos. Essa mudança é feita com cuidado e eficiência de especialistas, em conjunto com o produtor. O objetivo é que a tecnologia seja facilitadora dos processos, diminuindo o trabalho humano em larga escala e deixando os dados mais confiáveis. Para que o mercado AgTech ganhe mais forças e leve os benefícios ao campo, os produtores precisam dar apenas o primeiro passo rumo à essa evolução e colher os bons frutos desse investimento assertivo.

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Colunista

A tecnologia não tem mistério, dê o primeiro passo

tecnologia + defensivos certos + conhecimento agrícola =

SUCESSO PRODUTIVO O uso de boas tecnologias, aliado ao uso adequado de bons defensivos é o combo ideal para que o produtor alcance os três pilares de sustentabilidade: ambiental, social e econômico. E foi justamente pensando nisso, que em 2018, a Syngenta adquiriu a Strider como parte de sua oferta digital. Unindo os defensivos certos, a tecnologia número um do mercado e o conhecimento agrícola dos produtores, o setor da agricultura consegue romper barreiras e chegar à era digital no campo com sucesso. Para isso, os softwares desenvolvidos visam a união da eficiência da tecnologia à consciência da importância do desenvolvimento sustentável e tudo isso muda o cenário do agronegócio. Tornar as tecnologias acessíveis é o que impulsiona a revolução do AgTech. Por isso, tanto para grandes quanto para pequenos e médios produtores, é preciso acreditar que a tecnologia é acessível e aliada dos processos agrícolas. Nunca será uma substituta do produtor.

Acervo: Strider

CEO e Co-fundador da Strider

Luiz Tângari

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CHEGOU

CALARIS

A EVOLUÇÃO DAS ATRAZINAS

CONTROLE SUPERIOR

MAIOR PRATICIDADE

MAIS CONVENIÊNCIA

©Syngenta, 2019.

Para restrição de uso nos estados, consulte a bula. Informe-se sobre e realize o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos.

www.portalsyngenta.com.br

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