Revista Sunalizer ed.02/2019

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Entrevista Carlos A.F. Evangelista (ABGD)

Passo a passo Entenda a conta de luz

Soluções Energia solar invade o campo

Revista digital #02 maio 2019

ano 1

Financiamento

sustentável INSTITUIÇÕES PRIVADAS E PÚBLICAS DISPONIBILIZAM LINHAS DE CRÉDITO PARA A INSTALAÇÃO DE PROJETOS DE ENERGIA SOLAR


Você está pronto para a energia solar?

Para sua casa

Para sua empresa

A Sunalizer tem a solução que ajudará você a economizar até 95% de sua conta de energia de forma simples. Para isso, estudamos em detalhes seu projeto de geração de energia e, de acordo com suas necessidades, lhe colocaremos em contato com os instaladores que oferecem o melhor custo-benefício.


Para o seu condomínio

Para o seu agronegócio

Nossa equipe formada por especialistas em energias renováveis, com mais de 15 de experiência na América Latina, busca criar um mundo melhor, garantindo que os clientes consigam os melhores resultados que a energia solar fotovoltaica ofereça.

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ÍNDICE

Revista digital

CAPA

STAFF Diego Loureiro CEO

14

Alejandro Micó Diretor de operações Marcelo Thomaz Diretor de tecnologia Amanda Pioli Jornalista responsável MTB 74.641/SP Wil Targa Projeto gráfico e diagramação Andréa Ueda Diretora jurídica

4

06 08 10 14 20 28

TRIBUTOS Bandeiras tarifárias: o que são e como funcionam? OPORTUNIDADES Sunalizer surpreende na Agrishow 2019

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PASSO A PASSO Entenda a conta de luz CAPA Financiamentos para seu projeto de energia solar ENTREVISTA Carlos A. F. Evangelista SOLUÇÕES A energia do sol se expande sobre o campo

www.sunalizer.com


ENTREVISTA

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EDITORIAL

ESTIMADAS EMPRESAS DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA POR ALEJANDRO MICÓ Diretor de Operações da Sunalizer

Q

SOLUÇÕES

ueremos dar as boas-vindas ao mercado mais emocionante e importante desde que as fontes renováveis entraram na indústria energética: o da geração distribuída. Estamos cientes de que vocês foram obrigados a participar dessa nova dinâmica, que as mudanças assustam, que seu negócio pode parecer comprometido e que os acionistas ficaram nervosos ao ver que o fluxo de energia já não circula unicamente de cima para baixo, mas também de baixo para cima. Contudo, apesar de não ter havido uma apresentação formal, gostaríamos de contar nossos sonhos, para que vocês façam parte deles e percebam que não estão excluídos dessas transformações. Essa é a primeira vez na história em que existe uma tecnologia a qual permite gerar energia adaptada às necessidades de cada pessoa, independentemente de onde ela esteja. Uma energia mais barata que a convencional (a qual estamos usando há mais de 100 anos), que não contamina nosso planeta e ainda é renovável. Estamos convencidos de que, durante a próxima década, o crescimento da energia solar distribuída acontecerá de forma exponencial e queremos ajudar as pessoas a utilizar essa incrível ferramenta, colocando nossa experiência à disposição. A Sunalizer nasceu com a firme convicção de que a energia é uma parte essencial do desenvolvimento sustentável global – desenvolvimento esse que integra justiça social aos processos de modernização, sem comprometer nossos recursos ambientais. Acreditamos firmemente que a energia solar distribuída resulta na criação de oportunidades significativas para o desenvolvimento e o progresso social nacional e internacional. Mas, para isso, precisamos de vocês! O mundo está mudando e a humanidade precisa agora, mais que nunca, de sua experiência e seu compromisso para manter as pessoas conectadas e melhorar, dessa forma, nossas sociedades. Juntem-se a nós!

A Revista Digital Sunalizer é uma publicação mensal. As colunas e os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e publicações, por qualquer meio, sem autorização.

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TRIBUTOS

BANDEIRAS TARIFÁRIAS: O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM?

Em vigência desde 2015, elas fazem parte de um sistema no qual as geradoras de energia atualizam, na conta de luz, os preços para o consumo de acordo às condições enfrentadas em sua geração

H

á quatro anos, o brasileiro passou a ter mais um dado a observar na conta de seu consumo de energia elétrica: as bandeiras tarifárias. Assim como a quantidade consumida e o valor total a ser pago por esse bem móvel, tal informação se tornou de grande interesse, uma vez que tem influência direta no quanto o consumidor deverá desembolsar pela “luz” que utilizou em determinado mês. Para maio de 2019, por exemplo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a vigência da modalidade amarela, o que significa custo adicional de R$1,50 para cada 100kWh (quilowatts-hora) consumidos – nos primeiros quatro meses do ano, estávamos com bandeira verde. A justificativa para a mudança foi o patamar da produção hidrelétrica que “já reflete a diminuição das chuvas, o que eleva o risco hidrológico e motiva o acionamento da bandeira amarela”, apontou a agência. Prevendo reclamações pelo aumento nas contas, a Aneel aconselha a economia de energia, com redução no tempo de banhos, menor uso do ar condicionado e não deixar porta da geladeira aberta, entre outras medidas. Mas e quem já faz isso tudo?

6

Infelizmente, não tem escapatória! (exceto para quem produz a própria energia, como por meio de painéis solares). O sistema de bandeiras vale para todo mundo que depende das distribuidoras. Por isso, é importante entendê-lo. Em vigor desde janeiro de 2015, ele foi criado para indicar uma diferença no custo da energia que, na prática, já acontecia, mas não ficava tão claro ao consumidor. Antes das bandeiras, essas variações de custos só eram repassadas no reajuste seguinte do sistema como um todo, o que poderia ocorrer até um ano depois. Mas com elas, segundo a Aneel, a conta de energia passou a ser mais transparente e o consumidor a ter a informação no momento em que esses custos acontecem, indicando o preço que está sendo praticado e dando a ele a chance de ajustar seu consumo conforme sua disponibilidade de gastos. O preço da geração, por sua vez, é estabelecido de acordo com o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, visto que, no Brasil, nossa energia ainda é produzida predominantemente por elas. Assim, se há pouca água armazenada, as usinas termelétricas são acionadas a fim de poupar água nos reservatórios das

hidrelétricas, o que reflete no custo de geração – afinal, essas usinas dependem de combustíveis como gás natural, carvão, óleo e diesel. Em outras palavras, a situação do reservatório foi transformada em cor:

VERDE Condições favoráveis de geração de energia; reservatórios com bons níveis.

Amarela Condições menos favoráveis, que ligam o alerta.

Vermelha Condições mais custosas de geração e usinas termoelétricas acionadas.

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As condições de operação do sistema são reavaliadas todos os meses pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por definir a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda e quais térmicas deverão ser acionadas. Vale ressaltar, nesse contexto, que a redução do consumo pelo cliente não altera diretamente a cor da bandeira, que é aplicada a todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte. Por outro lado, o comportamento consciente contribui para o melhor uso dos recursos energéticos.

REFLEXOS NO BOLSO

Mas vamos ao que realmente interessa aos consumidores: quanto a mais deve ser pago em cada bandeira? Aprovados pela Aneel em 21 de maio de 2019 e já entrando em vigor a partir de junho, os novos valores são:

Bandeira verde: a tarifa não sofre nenhum acréscimo; Bandeira amarela: o preço sofre acréscimo de R$1,50 a cada 100kWh consumidos; Bandeira vermelha – patamar 1: são somados R$4,00 por 100kWh;

Bandeira vermelha – patamar 2: cada 100kWh sai R$6,00 mais caro.

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A justificativa para o aumento é, segundo André Pepitone, diretor-geral da Aneel, em entrevista ao Jornal Hoje, a tentativa de evitar que a conta da bandeira tarifária fique deficitária em 2019. Em 2017, ela fechou com um déficit de R$4,4 bilhões e, em 2018, de aproximadamente R$500 milhões. Ou seja, é importante saber que esses valores não são os mesmos desde que as bandeiras foram criadas. Os custos recém-aprovados tinham sido apresentados em fevereiro deste ano e submetidos à consulta pública até o dia 1º de abril. Antes da alteração, os valores que vigoravam eram: Bandeira amarela: R$1,00 Bandeira vermelha 1: R$3,00 Bandeira vermelha 2: R$5,00 Infelizmente, a bandeira verde não deve voltar tão cedo. Segundo previsões de Cristopher Vlavianos, da Comerc Energia, em entrevista à Reuters, “em junho, julho,

agosto, setembro, temos muito mais chances de ter bandeira vermelha” – sendo, de acordo com ele, 60% de probabilidade de enfrentarmos a de patamar 2 entre junho e agosto devido ao clima mais seco. O cenário, portanto, deve ser parecido com o de 2018, quando os dois primeiros bimestres também foram de bandeira verde, substituída pela amarela em maio, em seguida, entre junho e outubro, pela vermelha patamar 2, voltando em novembro à amarela.

BANDEIRAS TARIFÁRIAS X TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA Enquanto as bandeiras tarifárias, como explicado na matéria, refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica, as tarifas representam a maior parte da conta de energia dos consumidores, envolvendo os custos de geração, transmissão e distribuição da energia, além dos encargos setoriais.

ENERGIA SOLAR EM AÇÃO

Esse é um dos cenários em que a energia solar exibe suas vantagens. O custo é a primeira delas: como depende da geração energética do próprio imóvel e não da distribuidora, não está sujeita às variações tarifárias. Na verdade, não está sob cobrança nenhuma. (Lembrando que, caso o consumo seja maior que a produção, o consumidor paga pela energia excedente que precisa “pegar” com a distribuidora). Ao mesmo tempo, a época em que as tarifas sobem – devido ao clima seco, sem chuvas −, é quando a energia fotovoltaica ganha força, porque, ao gerar energia de forma local, os aumentos da tarifa não afetam os consumidores.

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OPORTUNIDADES

SUNALIZER

SOLUÇÃO OFERECIDA PELA

SURPREENDE NA AGRISHOW 2019 Com seu projeto de assessoria para energia solar, a empresa foi um dos destaques da Arena de Inovação, espaço inaugurado na 25ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação

A

25ª edição da Agrishow − Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação marcou a estreia da Sunalizer como um dos participantes do evento, o qual reuniu mais de 800 expositores e atraiu milhares de visitantes. A empresa esteve ao lado de outras startups na Arena de Inovação, espaço novo na feira, cujo objetivo é oferecer soluções modernas e importantes para o agronegócio, contribuindo para a conectividade e a produtividade no campo. Durante os cinco dias do evento, o estande da Sunalizer exibiu sua plataforma online para contratação de projetos solares fotovoltaicos, a qual conecta os clientes a uma rede de instaladores selecionados, garantindo rapidez, segurança e facilidade durante o processo de identificação, cotação e definição do projeto. “Logo no primeiro dia, percebemos que a receptividade era muito grande e que o fato de estarmos presentes em um estande chamado ‘Arena de Inovação’ ajudava muito. As pessoas entravam, perguntavam, queriam realmente saber como a energia solar poderia ajudar e que tipo de inovação ou

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de mudança estávamos colocando no mercado. Fazer parte disso foi muito interessante”, avaliou Marcelo Thomaz, diretor de tecnologia da Sunalizer. Segundo Diego Loureiro, CEO da empresa, a proposta despertou bastante curiosidade no público e permitiu sua maior visibilidade. “Bastava pouco tempo de conversa para que as pessoas entendessem a inovação e o valor do que estamos trazendo, ao realmente simplificar a energia solar”, destacou. Não por acaso, a equipe da Sunalizer possui uma bagagem de mais de 4.000MW desenvolvidos em, pelo menos, 55 projetos no Brasil, Chile, Peru e Argentina.

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Para Alejandro Micó, diretor de operações, que também acompanhou o movimento de perto, ao colocar a ideia “na mesa”, dando espaço para perguntas, críticas e conversas, eles puderam “revisar com profundidade o modelo de negócio, validando-o uma vez mais e quase definitivamente, já que todos, fossem usuários ou não da energia solar, apresentaram as mesmas preocupações sobre a tecnologia, o mercado, os preços e o futuro, para as quais a Sunalizer oferece as respostas”. Por outro lado, o especialista identificou que as necessidades individuais são diferentes, o que exige projetos solares específicos e, consequentemente, aumenta a dificuldade de as pessoas

encontrarem o que realmente precisam. “Por isso, precisamos chegar a quem não sabe por onde começar, mas também a quem já tentou instalar e, por diversos fatores, acabou desistindo. Precisamos conversar com eles e explicar que, devido à má atuação de alguns agentes do mercado, seu problema ficou sem solução, mas é possível mudar essa realidade”, ressaltou.

NECESSIDADES ESPECÍFICAS

A interação com o público da feira também garantiu à Sunalizer a melhor percepção da realidade das empresas e indústrias, que, por sua vez, puderam perceber a energia solar como uma solução. “Essa tecnologia permite a

redução dos custos operacionais, a melhora da produtividade e o aumento da eficiência dos processos, sendo uma oportunidade de ouro”, advertiu Micó. Outro aspecto importante foi o contato direto com o setor agrícola, que não havia sido explorado tão diretamente pela empresa – dando a ela a chance de ajustar a plataforma a fim de atendê-lo com maior velocidade e qualidade. “Também nos serviu para dar visibilidade à Sunalizer dentro do ecossistema empresarial brasileiro, a partir de conversas com instituições e empresas (nas quais estão inseridas consultorias, universidades, bancos, distribuidores de máquinas, entre outros), criando múltiplas possibilidades de parcerias que permitirão a maior entrada da energia solar no país”. Diante dessa percepção, o CEO da Sunalizer afirma que uma das missões da iniciativa é atender a todas as empresas que solicitaram assistência (mais de 100) durante a feira e manter o contato com tantas outras que demonstraram interesse. “Ao todo, foram mais de 250 pessoas e empresas que deixaram seus contatos e mais de 700 visitantes que tivemos a oportunidade de conversar e contar nossa ideia”, apontou Loureiro.

RESULTADOS

Completando 25 anos, a Agrishow 2019 registrou alta de cerca de 6% na realização de negócios entre expositores e compradores em relação ao ano passado, o que representa um volume de R$2,9 bilhões. “A edição fortaleceu, ainda mais, sua reputação de importante feira do agronegócio em nível mundial. Neste ano, esteve em destaque a conectividade e a tecnologia como aliadas para aumentar a produtividade e a eficiência no campo e a incorporação de importantes segmentos da cadeia produtiva, como a área de insumos”, afirmou Francisco Matturro, presidente da Agrishow. Sua próxima edição será promovida de 27 de abril a 1 de maio de 2020.

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PASSO A PASSO

ENTENDA A CONTA DE LUZ

Com ajuda de Márcio Jardim, engenheiro da Sunalizer, esclarecemos os componentes da conta de luz de um imóvel com energia solar instalada

3172031

06/06/2019

042.608.535

BG0008683

5 6 RESIDENCIAL-BIFASICO

1

1

220/127

Mai

116 a 133 / 201 a 231

CCI*

Descrição d

0601 CONSUMO

0601 CONSUMO

1

Tensão fornecida pela distribuidora à residência.

0601 ENERGIA I

CONSUMO

2

Energia Injetada

4

719

1033

344

477

Neste exemplo, temos uma tensão fase-fase (entre fases) de 220V e uma tensão fase-neutro de 127V, que são os principais valores no mercado, embora existam outras variações. Na existência de energia solar, a tensão nominal é um importante parâmetro para avaliar qual deverá ser o inversor instalado, sendo ele um dos principais equipamentos (e mais caros!). Informe-se: As tensões nominais de fornecimento podem ser encontradas no site da Aneel. Lembre-se: mesmo com a energia solar, a casa continua conectada à rede da distribuidora, nesse caso à Elektro, e utiliza a energia disponibilizada por ela quando aquela gerada pelos painéis solares não é suficiente! O consumo é medido com base na diferença entre a medição anterior e a atual, que, neste exemplo, resulta em 314kWh (disparidade entre 1033kWh e 719kWh).

2

3

10

0601 ENERGIA I

0601 AD.B.AMAR

05/04/2019

32

3

0699 COFINS 0699 PIS

0699 COBRANC

0699 DEVOLUCA

0699 JUROS S/ D

07/05/2019

0699 VARIACAO Total *CCI - Código de

7

314.0 MAI/19

317.0 ABR/19

337.0 MAR/19

65.0 FEV/19

347.0 JAN/19

270.0 DEZ/18

248.0 NOV/18

399.0 OUT/18

368.0 SET/18

386.0 AGO/18

404.0 JUL/18

393.0 JUN/18

430.0 MAI/18

8 R$ 51,84

R$ 16,55

R$ 24,22

R$ 57,47

R$ 8,57

R$ 8,13

9 Band.Tarif. Verde:06/04-30/04 Amarela:01/05-07/05 Unidade consumidora cadastrada como micro ou mini geracao - Geradora O VALOR DESTA CONTA R$ 37,64 NAO ATINGIU A QUANTIA DE R$ 70,00. ESTE VALOR SERA ACUMULADO, SEM ENCARGOS, PARA COBRANCA NA PROXIMA CONTA. PARA PAGAMENTO MENSAL, CONTATE A EMPRESA. FATURA DO MES 04/2019 ARRECADADA POR DEBITO AUTOMATICO

Aqui é possível ver a data das leituras anterior e atual.

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A energia injetada é a que o sistema fotovoltaico coloca na rede ao exceder a quantidade consumida no momento da geração.

4

Suponha que sua casa está vazia e apenas a sua geladeira está ligada, consumindo 120W de potência. Neste mesmo momento, seu sistema de energia solar está produzindo 1000W. Dessa forma, seu gerador solar injetará 880W na rede, cujo valor será descontado do montante de energia consumida. Saiba mais: Para os usuários de energia solar, é possível monitorar a energia e a potência produzida pelo seu sistema por meio dos inversores, em tempo real, via aplicativos da web ou no celular, e inclusive saber o nível de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa que foi evitado! Ao consultar a energia produzida em qualquer período mensal, dá para saber quanto foi consumido pela propriedade diretamente, sem intermédio da rede de distribuição. Para isso, basta pegar a leitura de energia produzida naquele mês e descontar a energia injetada. Indica a classificação do imóvel titular da conta, o qual pode pertencer a dois grandes grupos consumidores de energia elétrica: A ou B.

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Saiba mais: O grupo A são os consumidores atendidos em tensão acima de 2,3kV. Normalmente, indústrias, shopping centers, hospitais, supermercados e outros perfis. O grupo B são os consumidores atendidos igual ou abaixo de 2,3kV, no meio dos quais estão os pequenos comércios, residências e pequenos produtores rurais, entre outros. Para eles, ainda existem os subgrupos: B1: Residencial; B2: Rural; B3: Demais classes; B4: Iluminação pública.

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Além dos subgrupos, existem algumas subclasses, como: residencial e residencial baixa renda; rural/ cooperativa de eletrificação rural/ serviço público de irrigação. Informe-se: Há diferenças nas tarifas aplicadas a cada um desses subgrupos, inclusive diferenciação em relação ao ICMS. As tarifas podem ser consultadas nas resoluções homologatórias da Aneel (saiba mais na página 24). Essa nomenclatura diz respeito ao tipo de ligação com base no número de fases fornecida pela distribuidora no ponto de entrega, o qual está diretamente relacionado ao valor mínimo faturável.

6

Saiba mais: Valor mínimo faturável – o custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento de unidades do grupo B e que varia da seguinte forma: Monofásico: 30kWh Bifásico: 50kWh Trifásico: 100kWh Como o próprio nome diz, refere-se ao mínimo que deverá ser pago à distribuidora, independentemente do consumo. Lembre-se: com a energia solar, se a sua geração no mês for maior que o seu consumo, a diferença gerará créditos para o uso posterior. Mesmo assim, sua fatura ainda terá a cobrança do “mínimo faturável”. Esse é o histórico de consumo e cada distribuidora possui um modelo próprio para fornecer esses dados. Neste modelo em especial, eles são mostrados de forma clara e objetiva, permitindo comparar com facilidade os consumos mês a mês. É por meio do seu histórico de consumo que é feito o dimensionamento do sistema de energia solar e avaliado, com melhor nível de

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precisão, o montante de energia necessário para suprir o seu consumo durante o ano. Valores e tributos que compõem o custo do fornecimento. Note que o preço dos tributos é maior que qualquer um dos serviços.

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Nesse espaço ficam as informações sazonais ou variáveis de acordo com o perfil do consumidor/gerador, como o período de incidência das bandeiras tarifárias e a indicação que o cliente possui micro ou minigeração.

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UM DETALHE IMPORTANTE

Sabe-se que a potência do sistema de energia solar está associada à geração de energia − quanto maior a potência, maior será a geração. Entretanto, a potência máxima possível de ser instalada em cada unidade consumidora dependerá de três fatores: 1. Tensão nominal (fase-neutro) 2. Tipo de ligação 3. Capacidade nominal de condução de corrente elétrica do dispositivo de proteção geral da unidade consumidora. Por exemplo: uma casa com atendimento trifásico, com um disjuntor de 50A e tensão de 220/127V, terá a potência limitada 3 x 50 x 127 = 19.050W (ou 19,05kW). Sabendo disso, é possível definir o máximo de potência instalada. Caso seja necessária a instalação de um sistema maior, deverá ser solicitado um aumento de carga junto à concessionária.

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PASSO A PASSO

3172031

Este número é o código de identificação do cliente na distribuidora.

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11

Data de Emissão: Data de Apresentação: Controle Nº:

A tarifa final pode ser dividida entre duas parcelas: TE e TUSD.

(TE) remune06/06/201912 A Tarifa de Energia 042.608.535

Maio/2019

ra o fornecimento da energia elétrica pela distribuidora.

008683

1

RESIDENCIAL-BIFASICO

ia Injetada

344

477

32

270.0 DEZ/18

248.0 NOV/18

399.0 OUT/18

368.0 SET/18

386.0 AGO/18

404.0 JUL/18

Saiba mais: Em condições favoráveis de geração de energia, não há necessidade de acréscimos nas faturas. Em situação R$ 51,84 desfavorável, as tarifas sofrem reajuste 24,22 (leia sobreR$ essa cobrança e os novos R$ 8,57 valores na página 6).

16

0699 COFINS

15

20 R$ ************** 17

18

24

Base Calculo Imposto

Alíq. Imposto

Valor Valor Total ICMS (Fornec. + Impostos)

0,337325

105,92

149,12

25,00%

37,28

143,20

314,00

0,264427

83,03

116,89

25,00%

29,22

112,25

-133,00

0,337350

-44,86

-63,15

25,00%

-15,78

-60,64

-133,00

0,264440

-35,17

0,00

0,00%

0,00

-35,17

314,00

0,001242

0,39

0,54

25,00%

0,13

0,52

166,78

3,26%

166,78

0,71%

0,00

0,00%

0,00

6,99

0,00

0,00%

0,00

-132,39

0,00

0,00%

0,00

-1,76

0,00

0,00%

0,00

-1,98

50,85

37,64

16

0699 PIS

19

0699 DEVOLUCAO DE AJUSTE DE FATURAMENTO 0699 JUROS S/ DEV. DE AJUSTE DE FATUR. 0699 VARIACAO MON. S/ DEV. DE AJUSTE FATUR. Total

08/05/2019 14/05/2019 01-20194780860710-83

314,00

0699 COBRANCA ILUM PUBLICA PARA A PREFEITURA

As conhecidas (e temidas) bandeiras tarifárias (verde, amarela, vermelha – patamar 1, e vermelha – patamar 2) refletem o panorama do parque gerador nacional. No mês referência para a cobrança dessa conta (maio de 2019), vemos o adicional de bandeira amarela. 347.0 JAN/19

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ENERGIA INJETADA TUSD

0601 AD.B.AMAR.

05/04/2019 Da mesma forma, a energia 14 injetada também é dividida entre TE e TUSD.

65.0 FEV/19

CONSUMO TE

23

Tarifa Valor Fornec. Fornecimento

Quantidade

0601 ENERGIA INJETADA TE

15

337.0 MAR/19

0601 12

0601 CONSUMO TUSD

07/05/2019

317.0 ABR/19

Descrição do Produto

14 0601

22

21

CCI*

10

21/05/2019

11

A Tarifa de Uso do Sistema de 116 a 133 / 201 a 231 Distribuição (TUSD) remunera a disponibilização da rede, bem como os serviços associados. 719 1033

13220/127

SUMO

3172031

26 109,31

25

5,44 1,18

*CCI - Código de Classificação do Item

393.0 JUN/18

430.0 MAI/18

R$ 16,55 R$ 57,47 R$ 8,13

PIS e COFINS são contribuições federais.

rif. Verde:06/04-30/04 Amarela:01/05-07/05 consumidora cadastrada como micro ou mini geracao - Geradora R DESTA CONTA R$ 37,64 NAO ATINGIU A QUANTIA DE R$ 70,00. ESTE VALOR CUMULADO, SEM ENCARGOS, PARA COBRANCA NA PROXIMA CONTA. AGAMENTO MENSAL, CONTATE A EMPRESA. A DO MES 04/2019 ARRECADADA POR DEBITO AUTOMATICO

Saiba mais: Desde a publicação da Lei 13.169/2015, a alíquota do PIS e COFINS foi reduzida a zero, referente à energia injetada na rede. Isso significa que dos 314kWh consumidos pela unidade em questão, 133kWh não deverão ser tributados com ambos os impostos.

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A base de cálculo é o montante sobre o qual incide a alíquota dos tributos, sendo esses o ICMS, PIS e COFINS.

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Aqui, atenção especial para a alíquota do ICMS referente à “energia injetada TUSD”.

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Informe-se: O estado de São Paulo instituiu isenção parcial do ICMS com relação à energia injetada, de modo que, sobre a TUSD, a incidência desse imposto é total sobre a quantidade medida de consumo. Em outras palavras, não há isenção de ICMS sobre o consumo TUSD. Em contrapartida, a TE recebe isenção de ICMS, de modo que o imposto incide apenas sobre a diferença entre o consumo e a parcela injetada. No caso dessa conta, por exemplo, o ICMS incide sobre os 314kWh referente à parcela TUSD consumida. Com relação a parcela TE, o ICMS incide apenas sobre a diferença entre os 314 consumidos e os 133 injetados na rede. Sendo assim, o ICMS incide sobre 181kWh da parcela TE. Saiba mais: A isenção parcial ocorre também nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, não há isenção e o ICMS é cobrado integralmente sobre toda a parcela de consumo.

19

Contribuição para iluminação pública.

Não foi feita nenhuma cobrança, uma vez que valor desta não atingiu o mínimo de R$70,00, sendo ele cobrado no próximo mês, sem encargos.

20

Esta é a quantidade faturada de cada item. É possível obter esses valores subtraindo da leitura atual a leitura anterior.

21

A tarifa de fornecimento é o valor por kWh de cada item desta tabela, quando for aplicável.

22

23

Multiplicação da quantidade pela tarifa de fornecimento.

24

Valor calculado a título de ICMS, de acordo com o item na descrição.

Neste ponto, de forma clara e objetiva, temos a somatória de todos os valores, deduzindo a energia injetada e outros descontos que surgiram.

25

Neste caso em especial, a Sunalizer atuou junto à concessionária, sinalizando que uma parcela da energia injetada não foi devidamente descontada em faturas anteriores. A partir daí, a concessionária de energia atendeu à solicitação, devolvendo o valor com juros e correção monetária.

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Essa imagem representa, de forma completa, a conta aqui analisada, de um imóvel na cidade de Porto Ferreira (SP), sob a responsabilidade da concessionária Elektro, a qual dispõe de um modelo de fatura bastante completo de cobrança − e o qual pode ser considerado um bom exemplo da maneira como o consumidor (e gerador, no caso da energia solar) deve ser informado sobre o consumo, os tributos e os valores devidos.

Saiba mais: Uma dúvida recorrente se refere à contribuição para o custeio da iluminação pública (Cosip), prevista na Constituição Federal, na qual foi inserida por meio da EC 39, de 19 de dezembro de 2002, mais precisamente no Art. 149-A. Portanto, não se trata de uma remuneração devida à distribuidora, mas sim de um tributo devido ao município (ou ao DF) e arrecadado por ele.

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CAPA

FINANCIAMENTOS PARA SEU PROJETO DE ENERGIA SOLAR IMAGEM ILUSTRATIVA/DIVULGAÇÃO

Os custos para a instalação dessa tecnologia ainda aparecem como barreiras para maior adesão a ela. Como possível solução, linhas de financiamento de instituições públicas e privadas oferecem alternativas para pessoas físicas e jurídicas conseguirem dar esse passo

B

uscando caminhar em direção a um mundo mais autosuficiente, não apenas em prol do meio ambiente, como pela consciência que, sem cuidar da natureza e de seus meios de produção, a humanidade corre graves riscos de escassez e desastres naturais, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2015, aprovou o documento “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, ratificado pelos seus 193 Estados-membros. Essa agenda, implementada desde 2016, é um plano de ação que estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre eles, aparece, na 7ª posição, “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”, o que felizmente, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vem sendo cumprido satisfatoriamente no Brasil com a expansão da

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instalação de fontes renováveis de energia (saiba mais na página 26). Contudo, para muitas pessoas interessadas nessas tecnologias sustentáveis, os recursos financeiros continuam sendo um entrave, já que os equipamentos e sua devida instalação não são baratos. Por outro lado, uma das soluções que tem se disseminado cada vez mais – e já faz parte tanto da causa quanto da consequência dessa adesão maior do Brasil a um modelo sustentável – são

as linhas de financiamento, que possibilitam aos consumidores e potenciais produtores de energia conseguirem o capital necessário, com taxas e formas de pagamento mais acessíveis, para instalar em suas casas, empresas, indústrias, entre outros, tecnologias como a energia solar fotovoltaica, que não só restitui o investimento em poucos anos, por meio da economia na conta de luz, como poupa o meio ambiente ao possuir uma fonte abundante no país (o sol).

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RECURSOS FINANCEIROS

Segundo mapeamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) em parceria com a Clean Energy Latin America (CELA), o Brasil conta atualmente com cerca de 70 linhas de financiamento para projetos de geração distribuída solar fotovoltaica. Dentre as diversas instituições financeiras, destacam-se bancos públicos, como o Banco da Amazônia (BASA), o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB), bem como instituições privadas, entre as quais o Bradesco, a BV Financeira, o Santander e o Sicredi, que já possuem linhas específicas para o setor. De acordo com Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, a ampliação da oferta de crédito é fundamental para democratizar o acesso à tecnologia aos consumidores públicos e privados.

“Com ela, os brasileiros ganham mais liberdade, poder de escolha e controle na gestão da sua demanda e conta de energia elétrica. Com linhas de financiamento favoráveis, mesmo quem não tem recursos próprios disponíveis pode se tornar um gerador de energia renovável na sua casa ou empresa. O investimento em um sistema fotovoltaico é recuperado em poucos anos e a vida útil do sistema é de mais de 25 anos”, esclarece. Camila Ramos, diretora-geral da consultoria CELA e coordenadora do trabalho de mapeamento das linhas de crédito, também lembra que a disponibi-

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lidade e a competitividade das linhas de financiamento no Brasil aumentaram significativamente em 2018, sendo uma tendência “global e [que] deve continuar ao longo dos próximos anos”.

MOTIVAÇÃO

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, a existência de financiamentos se torna ainda mais relevante porque o principal atrativo para a instalação da energia solar na visão da maioria dos brasileiros está em questões financeiras. “O investimento em energia solar fotovoltaica tem uma motivação muito mais econômico-financeira do que exclusivamente ambiental. A tecnologia proporciona uma ótima redução de gastos e economia de dinheiro, contribuindo na prática para a construção de um país mais sustentável e com mais empregos renováveis locais e de qualidade”, destaca.

Este ano, a associação projeta um crescimento do mercado de geração distribuída solar fotovoltaica de mais de 97% frente ao total adicionado em 2018, com a entrada em operação de 628,5MW, totalizando 1.130,4MW acumulados até o final do período. Com tal avanço, a participação do segmento no mercado solar brasileiro subirá de 21,9% (totalizados até 2018) para 34,2% até o final de 2019, demonstrando a relevância que o segmento vem adquirindo no setor. A previsão até dezembro é de uma movimentação financeira de mais de R$3 bilhões ao redor do país.

LINHAS DE FINANCIAMENTO

Como já mencionado, são várias as instituições, públicas e privadas, que oferecem ofertas de crédito para quem deseja instalar a energia solar fotovoltaica. Conheça a seguir algumas dessas possibilidades:

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Instituições públicas ■■ (BNDES): Voltada para grandes projetos de energia solar, a linha de financiamento do BNDES disponibiliza até 80% do custo da obra com uma taxa de juros de 7,5% ao ano. O investidor é obrigado a ter uma participação mínima de 20% do valor, com possibilidade de emissão de debêntures (título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros), das quais a instituição se compromete a adquirir até 50%. ■■ Banco do Brasil: Possui, pelo menos, duas linhas de financiamento que podem beneficiar quem pretende instalar a energia solar. Na primeira delas, por meio do programa Investe Agro, o banco oferece uma linha de crédito sem limite de teto para financiamentos com até cinco anos de prazo àqueles produtores rurais que não são atendidos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Já pela linha de crédito Proger Urbano Empresarial, que utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) do Governo Federal, o objetivo é ampliar ou modernizar empresas (com faturamento anual de até R$7,5 milhões), nas quais o projeto solar deve proporcionar geração ou manutenção de empregos e renda. As taxas de juros variam bastante de acordo com o relacionamento do cliente com o banco, mas o limite é de R$600 mil, com prazo de pagamento para até 60 meses, incluindo carência de até 12 meses (dependendo da disponibilidade de recursos do FAT). ■■ Caixa Econômica Federal: A Caixa passou a aceitar projetos de energia solar em sua linha de crédito Construcard, destinada à compra de

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material de construção. Com uma taxa de juros em torno de 1,95% ao mês, o projeto pode ser parcelado em até 240 vezes. O financiamento está disponível para pessoas físicas e jurídicas, sendo possível fazer uma simulação dos juros e dos prazos do empréstimo no site. ■■ Desenvolve SP: Do governo de São Paulo, essa linha é exclusiva para atender pequenos empresários buscando investir em projetos sustentáveis que promovam a redução de emissões de gases de efeito estufa (uma vez que o objetivo é a redução de 20% das emissões de CO2 no estado até 2020) e minimizem o impacto da atividade produtiva no meio ambiente.

Chamada de Linha de Financiamento Economia Verde, ela está habilitada para financiar até 80% da compra e da instalação de equipamentos para produção de energia renovável, como as placas solares. A taxa de juros parte de 0,17% ao mês (+Selic) e o prazo é de até 10 anos, incluso o período de carência. ■■ (Pronaf): A modalidade governamental “Mais Alimentos”, do Pronaf, voltada para pequenos agricultores, inclui o financiamento de sistemas fotovoltaicos de até R$300 mil. Com uma taxa anual entre 2,5% a 5,5%, o agricultor só começa a pagar após 36 meses da aquisição do crédito.

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INVESTIMENTOS EM SÃO PAULO

Instituições particulares ■■ BV Financeira: O Financiamento para Energia Solar BV é focado em quem tem a intenção de implementar um projeto de placas solares para captação de energia em sua própria residência ou comércio. É possível financiar 100% do valor total do sistema e ainda parcelar em até 60 meses. ■■ Santander: Por meio do Santander Financiamentos, são disponibilizados créditos para a instalação de sistemas fotovoltaicos com parcelamento de até 60 vezes. A modalidade é oferecida a pessoas físicas ou jurídicas, correntistas ou não, sendo que sua taxa de juros varia de acordo com os valores, prazos e demais condições escolhidas pelo beneficiado.

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■■ Sicredi: Especialmente para pessoas físicas e jurídicas associadas ao banco, a linha de financiamento do Sicredi é planejada para a compra de equipamentos para geração de energia elétrica por meio da energia solar. O prazo de pagamento é de até 60 meses e as taxas de juros variam entre 1% e 3% ao mês, condicionadas a análises de crédito a partir do orçamento do empreendimento que deve ser apresentado à agência.

Lembre-se: essas não são as únicas alternativas de financiamento. Pesquise e descubra a que atende melhor as suas necessidades.

De acordo com informações da Desenvolve SP, baseadas no número de financiamentos possibilitados pela agência para instalação de energia solar fotovoltaica, os empresários paulistas estão cada vez mais apostando na tecnologia para reduzir custos com energia elétrica. Ainda segundo a instituição, só em 2018 foram liberados R$3,4 milhões em financiamentos para aquisição e instalação de placas fotovoltaicas – valor 634% superior aos R$464 mil registrados no ano anterior. Os pedidos para liberação dos recursos acontecem principalmente no interior do estado, região que representa 95% dos empréstimos com essa finalidade.

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REPERCUSSÕES

Para ter uma visão dos financiamentos e suas consequências pelos olhos de um player diretamente imerso nessa questão, a Sunalizer conversou com Elenilton Souza, gerente de Crédito Comercial do Banco Cooperativo Sicredi, o qual há quatro anos possui uma linha de financiamento específica para energia solar. O que motivou o Sicredi a criar essa linha? Nossos produtos e serviços são sempre baseados na necessidade dos nossos associados e, em 2015, constatamos que essa oferta seria benéfica ao nosso público. O Financiamento para Energia Solar é uma linha de crédito específica para a aquisição de tecnologias (equipamentos e softwares) por associados

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(pessoas físicas ou jurídicas) que se beneficiem desse tipo de energia renovável para um determinado fim. Tal financiamento traz uma série de vantagens para os associados do Sicredi, como:

■■ Segurança e responsabilidade: para cooperar de forma responsável, o limite de crédito é disponibilizado de acordo com a capacidade de pagamento do associado.

■■ Flexibilidade: o associado pode financiar diversos recursos necessários à instalação de tecnologia de energia solar para geração de energia elétrica, como sistemas de montagem, inversores e placas de captação.

■■ Tranquilidade: o prazo de pagamento é de até 120 meses, procurando garantir no, mínimo, o ponto de equilíbrio do projeto.

■■ Comodidade: o valor financiado pode ser creditado diretamente na conta corrente de seu fornecedor. Além disso, o associado escolhe a periodicidade dos pagamentos (mensal, trimestral ou semestral) e o valor é debitado de sua conta corrente.

Temos observado uma demanda crescente na procura por financiamento para instalação de placas de energia fotovoltaica. Somente em 2018, financiamos o valor de R$232 milhões em quase 2,7 mil operações − número este quase oito vezes maior que no ano

Como está o número de pedidos por essa linha de crédito?

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APOIO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS

anterior. E o fato de termos uma linha específica para essa finalidade sem dúvida aumentou a procura, pois facilita bastante para quem tem interesse nessa adesão. Importante ressaltar que também disponibilizamos aos nossos associados a possibilidade de adquirir os equipamentos por meio do produto Consórcio Sustentável, que apresenta ótimas condições e é adequado para quem não tem tanta urgência para colocar o projeto em prática. Qual o perfil dos projetos que solicitam esse financiamento? A maior demanda é de produtores rurais e empresas, pois são eles que têm por característica consumir energia para sua atividade e, com isso, a economia gerada com o uso dos equipamentos

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compensa mais rapidamente o investimento. Gradualmente, também estamos percebendo um aumento na procura de pessoas físicas, em virtude de o valor dos equipamentos estar baixando e as tarifas de luz estarem cada vez mais altas. Como você avalia os resultados da energia solar nos negócios dos associados do Sicredi? Os resultados são bastante positivos, pois nossos associados conseguem cobrir o custo da implantação com a economia de energia gerada e, como a vida útil dos equipamentos é de cerca de 20 anos, ainda ter redução no gasto com energia durante um bom período. Isso sem contar que é uma energia limpa, gerando impacto positivo para o meio ambiente.

Além das linhas de financiamento, diversas políticas e programas têm permitido o crescimento dos investimentos em energias renováveis no Brasil, entre os quais destacam-se os incentivos tributários do governo federal e dos estados, o programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D), os leilões de contratação de energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e os programas de crédito do BNDES (além da modalidade já comentada). No primeiro quesito, vale ressaltar as isenções tributárias e fiscais para parques eólicos e fornecedores de máquinas e equipamentos para energias eólica e solar. Por outro lado, os leilões da Aneel são um mecanismo que facilita os investimentos em nova geração e em capacidade de transmissão, bem como propicia maior diversificação na combinação de fontes de energia. Desde 2005, quando se iniciaram, até 2018, os leilões aprovaram capacidade instalada total de 76.939MW, para todas as fontes de energia, o que envolveu investimentos totais previstos de R$221,8 bilhões, segundo dados da agência. E existem ainda os estímulos a micro e minigeração distribuídas, regulamentadas em 2012 pela Aneel, quando também foi instituído o modelo de net metering (sistema de compensação de energia elétrica) no país. Em 2015, o regulamento foi aprimorado, passando a permitir o uso de qualquer fonte renovável nesses modelos.

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ENTREVISTA FOTO DIVULGAÇÃO

SUNALIZER ENTREVISTA:

CARLOS A. F. EVANGELISTA Fundada em setembro de 2015, por 15 empresários, a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) reúne provedores de soluções, integradores, distribuidores, fabricantes e empresas de diferentes tamanhos e segmentos, além de profissionais e acadêmicos do setor, que atuam direta ou indiretamente na geração distribuída oriunda de fontes renováveis. Na presidência de sua diretoria executiva, está Carlos A. F. Evangelista, que conversou com a Sunalizer sobre os rumos do setor e da energia solar no país

O

mercado para fontes alternativas renováveis e, principalmente, sustentáveis de energia elétrica vem se expandindo nos últimos anos, apoiado na também expansão da geração de energia distribuída (GD) já regulamentada pela Resolução 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e posteriormente revisada pela REN 687/2015. Para debater o assunto, Carlos A. F. Evangelista, presidente da ABGD e com mais de 15 anos de experiência no gerenciamento industrial e de energia, respondeu algumas dúvidas da Sunalizer, expondo sua opinião e mostrando o universo de possibilidades de desenvolvimento proporcionadas pela geração distribuída.

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Como a geração de energia distribuída pode ajudar a alavancar a economia brasileira? Primeiramente, ela permite que todo consumidor possa gerar e consumir sua própria energia, injetando o eventual excedente na rede da concessionária. Por outro lado, geração distribuída é o termo usado para designar a geração de energia elétrica realizada junto ou próxima ao consumidor, independentemente da potência, tecnologia ou fonte de energia, na qual o excedente, quando houver, será injetado na rede de distribuição. Dessa forma, a GD, além de proporcionar maior eficiência energética, já que mitiga as perdas da transmissão e distribuição, que no Brasil estão estimadas em até 17%, possibilita ao brasileiro efetivamente diminuir seus custos com energia elétrica (que está entre os mais altos do mundo), colaborando para a robustez da matriz elétrica brasileira e com energia limpa e renovável, o que alinha o país aos compromissos assumidos no Acordo de Paris, liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU) – conheça o acordo na página 14. Evidentemente, para desenvolver todo esse mercado, que tem potencial de 83 milhões de unidades consumidoras, serão necessárias equipes capacitadas e empreendedores aptos a projetar e instalar os equipamentos. Além disso, toda uma cadeia de fornecimento de produtos e serviços se desenvolve no segmento, possibilitando, inclusive, a ampliação da indústria nacional de eletrônica de potência, da infraestrutura de suporte e de módulos fotovoltaicos, dentre outros. Estimamos que a cada 1MW de sistemas instalados, gera-se entre 25 a 35 empregos qualificados durante a construção e mais cinco empregos/ano durante a vida útil dos equipamentos. Clique aqui para assinar nossa newsletter

Quais as principais tecnologias de GD que estão no mercado? Existem, atualmente, inúmeros tipos de tecnologias, das mais diversas fontes (solar fotovoltaica, pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa, de biogás e eólicas, entre outras), todas com suas especificidades e particularidades. A tecnologia evolui muito rápido, sendo que, mais importante que a técnica utilizada, é sabermos que os custos do CAPEX (montante de dinheiro despendido na aquisição dos equipamentos) vêm caindo ano após ano, a eficiência está aumentando e novas tecnologias não citadas anteriormente, se desenvolvendo e se tornando viáveis comercialmente a uma grande velocidade. Nos últimos anos, o setor elétrico realizou transformações tecnológicas consideráveis, as quais são impulsionadas por uma premissa: geração de eletricidade a partir de fontes renová-

veis e com maior eficiência energética, assim como a criação de novos modelos de negócios que colocam o consumidor no centro de todo o sistema elétrico. É o que mundialmente vem sendo chamado de “prosumidor”. Onde estão os principais geradores de energia no Brasil? O que favorece seu desempenho? Atualmente, Minas Gerais lidera a geração de energia por fontes renováveis − tanto em potência quanto em número de unidades, seguido por São Paulo e Rio Grande do Sul. Isso acontece devido aos incentivos políticos e fiscais nos estados pioneiros no setor, como a isenção de ICMS para usinas de todas as modalidades de geração até 5MW, incluindo cooperativas, consórcios e condomínios, assim como na fabricação e/ou importação de equipamentos e componentes.

NÚMERO DE CONEXÕES POR ESTADO

POTÊNCIA INSTALADA POR ESTADO

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ENTREVISTA Em alguns países, já se permite a compra e a venda de energia entre clientes (P2P) utilizando Blockchain. Você prevê quando isso acontecerá no Brasil? Existem alguns projetos de lei no país tratando desse tema, porém, ainda demorará um bom tempo para que ele vire realidade. A venda de energia é proibida no mercado cativo para os consumidores e apenas concessionárias e permissionárias podem fazê-la. No entanto, ela é permitida no mercado livre de energia para consumidores com potência acima de 500kW (energia incentivada) ou acima de 3MW (outras fontes de energia). Podemos considerar que apresentamos bom desenvolvimento no que se refere à GD? O Brasil não está muito evoluído nesse setor. Na verdade, ainda estamos engatinhando comparado a outros países. A geração distribuída tem muito a crescer, uma vez que, nos moldes da REN482/2015, ela corresponde a apenas 0,03% da matriz elétrica brasileira. Um dos pontos mais importantes para seu crescimento e sua consolidação é o aperfeiçoamento da regulamentação e do sistema de compensação de energia elétrica previstos nessas medidas legais. Sendo assim, é importante contarmos com uma regulação favorável, moderna, adequada, que incorpore os benefícios econômicos, sociais e ambientais que a GD com fontes renováveis proporciona ao consumidor brasileiro. Como você avalia o crescimento do número das empresas de instalação e integradores no Brasil? Existem muitos aventureiros? Com a chegada das Resoluções Normativas RN 482 e RN 687, é natural que muitas empresas entrem no setor de GD para desenvolver novos negócios. Porém, como todo mercado novo,

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aparecem dúvidas e entraves para o desenvolvimento dos processos. Existe uma carência grande de mão de obra especializada nessa área, apesar dos inúmeros cursos que surgiram para atender essa deficiência. Há ainda muitos cursos apenas informativos e com carga horária insuficiente para dar uma formação mínima aos profissionais − recomendada por nós de, pelo menos, 40 horas e isso para quem já tem formação em elétrica. Para aqueles que não são formados na área, dependendo da experiência profissional, pode ser necessário uma carga horária bem maior para dar um conhecimento mínimo que garanta a efetivação das instalações com qualidade e segurança. Importante ainda ressaltar que esse cenário está mudando rapidamente e existem várias iniciativas, públicas e privadas, para desenvolver treinamento e capacitação adequados ao mercado, inclusive com a criação de uma certificação do profissional instalador fotovoltaico, resultado da parceria que a ABGD firmou com o Senai em 2017 para certificar essa categoria. Quais os riscos de escolher um instalador sem conhecimento? Uma empresa executar o trabalho (projeto, instalação e manutenção) sem os conhecimentos prévios do assunto, sem recolher o laudo ART (anotação de responsabilidade técnica), sem um projeto adequado, sem seguir à risca as normas técnicas, pode gerar grandes perdas, prejuízos e até acidentes graves. Nossa recomendação é exigir sempre o certificado de capacitação do instalador e toda a documentação do projeto e dos equipamentos que serão utilizados, e verificar se a empresa é associada da ABGD. Quais são as principais reclamações e os problemas relatados nas instalações solares? Alguns integradores não possuem formação técnica adequada, principal-

mente em áreas relacionadas à engenharia elétrica, eletrônica de potência e conhecimento das normas técnicas. Devido a isso, por vezes nos depararmos com alguns erros primários nas instalações fotovoltaicas, que geram, entre os problemas mais comuns: ■■ Queda de eficiência: um dos fatores para esse tipo de situação, por exemplo, é a instalação inadequada ou a falta de limpeza periódica dos painéis solares; ■■ Curtos-circuitos: Corretamente instalado, o sistema conta com elementos de proteção em casos de curto, descargas atmosféricas e sobretensões. No entanto, se feito de forma incorreta, esse tipo de segurança pode não funcionar em uma emergência. Como é a atuação da ABGD no setor? Atualmente, a Associação caminha para ter quase 650 empresas associadas, dos mais diversos portes e atuando em diferentes segmentos. Há desde empresas pequenas com quatro funcionários até corporações multinacionais com milhares de empregados, recursos, equipamentos e capital aberto na Bolsa de Valores. Visando

“Uma empresa executar o trabalho (projeto, instalação e manutenção) sem os conhecimentos prévios do assunto, sem recolher o laudo ART (anotação de responsabilidade técnica), sem um projeto adequado, sem seguir à risca as normas técnicas, pode gerar grandes perdas, prejuízos e até acidentes graves”. www.sunalizer.com


alavancar o crescimento do setor de GD do país, desenvolvemos um trabalho de suporte e assessoria junto aos associados, ajudando a se inserirem no mercado, fornecendo informações a respeito da regulação do setor elétrico, posicionamento comercial, assessoria jurídica, informações de mercado, capacitação técnica, contato com fornecedores e, principalmente, abrindo oportunidades de negócios. Isso é um trabalho quase personalizado, feito empresa por empresa. Por outro lado, de uma maneira mais abrangente, a ABGD tem trabalhado fortemente com ações que atinjam todo o setor, visando à sustentabilidade em longo prazo. Por exemplo, promovemos um seminário sobre a remuneração do fio em GD visando conciliar as propostas que tratavam sobre esse tema; propusemos um trabalho conciso, bem fundamentado, alinhado com a legislação e que atende de forma isonômica todas as necessidades desse mercado. O passo seguinte foi buscar o apoio das outras associações e apresentar a proposta aos agentes do mercado, sendo que isso já foi oficialmente feito à Aneel e ao Ministério de Minas e Energia (MME). Também promovemos, todos os anos, fóruns, congressos e

workshops, abrangendo os mais diversos temas e chegando até 5 mil pessoas por evento. Quais as principais reclamações que a Associação tem recebido nos últimos meses? Como vocês trabalham para ajudar a saná-las? O principal problema, sem dúvida, é o cumprimento dos prazos por parte das concessionárias, seguido de dificuldades de financiamento, com a homologação de equipamentos e na comunicação com os setores responsáveis por GD nas concessionárias de energia. Sempre é importante entender cada caso, sendo que, na maioria das vezes, o nosso setor jurídico consegue auxiliar o associado na questão do prazo e da homologação, ao mesmo tempo em que tratamos em reuniões com as respectivas concessionárias e com a Aneel os problemas que não podem ser resolvidos de forma sucinta. As questões técnicas são levantadas em nossos grupos de discussões e os próprios associados disponibilizam respostas e/ou soluções para problemas recorrentes que acontecem no setor. Quais as vantagens de ser associado à ABGD? Entre os principais benefícios, destaco: descontos em congressos, workshops, cursos e treinamento; modelos de contratos jurídicos para GD; assessoria jurídica e orientação em aspectos regulatórios; canal direto entre fabricantes, distribuidores e empresas; participação em grupos de discussão técnica e negócios; marketing cooperado; acesso às agências regulatórias e órgãos governamentais; e orientação na certificação de instaladores profissionais. Para se associar, basta preencher a ficha de inscrição no site www.abgd.com.br com os dados da empresa ou da pessoa física.

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Com os fóruns e as palestras, o objetivo principal da ABGD é integrar o setor ou disseminar informações? Já existe resultados visíveis dessas iniciativas? Ambos! Além das palestras com muito conteúdo relevante sobre diversos segmentos do mercado, é criado um ambiente para proporcionar networking entre os participantes, desde acadêmicos até empresários, empreendedores, usuários e palestrantes. Milhões de reais são gerados em negócios concretizados durante os eventos. Os fóruns são realizados nas cinco regiões do Brasil justamente para propiciar essa disseminação de conhecimento. A conscientização por parte das pessoas sobre aspectos econômicos, sociais e ambientais da GD, assim como a qualificação dos produtos e serviços oferecidos, são fundamentais para o desenvolvimento do mercado. Por fim, você acredita que o governo está pensando em formas de viabilizar a entrada de baterias e carros elétricos no Brasil? Estima-se que haja cerca de 10 mil veículos elétricos ou híbridos em circulação no país, menos de 0,03% da frota de 36 milhões de automóveis. Para estimular o crescimento desses carros, ainda raros por aqui, o governo federal anunciou a redução de impostos no setor. No entanto, em um cenário de crise fiscal e economia engatinhando, fica difícil avançar muito nessa área. Várias iniciativas governamentais estão em estudo visando promover a entrada desse tipo de veículo e tecnologia; sem dúvida, a redução de impostos seria uma peça-chave para estimular um setor ainda incipiente. Por outro lado, a Bloomberg New Energy Finance previu que, a partir de 2020, toda a indústria automobilística iniciará uma completa mudança a fim de migrar para o carro elétrico, ou seja, cada vez mais oportunidades permearão a economia mundial e brasileira.

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JURÍDICO

ENERGIA ELÉTRICA:

BEM MÓVEL DE ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

Neste artigo, destacamos os tributos que vêm informados em nossas contas de energia elétrica: PIS/COFINS (federais), ICMS (estadual) e a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública ou CIP/Cosip (municipal e DF)

ANDRÉA SILVA RASGA UEDA* Diretora jurídica da Sunalizer

J

á é conhecido por todos o fato de que a energia elétrica, um bem jurídico essencial à sociedade, é objeto de elevada carga tributária em nosso país, o que acaba gerando muita antipatia pelo setor, além de descrença em soluções de geração melhores tanto do ponto de vista da sustentabilidade ambiental quanto de uma ótica financeira/social. É certo que existe enorme dificuldade em nós, consumidores, sabermos exatamente nosso papel nessa relação contratual pública, na qual as geradoras e as distribuidoras de energia elétrica atuam como agentes, autorizados e concessionários, do Governo na disponibilização e entrega desse bem, em contraprestação ao pagamento por nós efetivado pela aquisição do mesmo.

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As contas de energia elétrica parecem feitas para não serem entendidas. Até mesmo os que atuam no setor e estão familiarizados com os verbetes e as formas de apuração chegam a ficar confusos ou ter dificuldades em obter certos dados nesses informes mensais – e isso simplesmente porque não existe padronização (um absurdo!) por parte das distribuidoras de energia elétrica, o que contribui, ainda mais, para o descrédito do consumidor. Na tentativa de desmistificar a conta (assim como tentamos na página 10), trazendo luzes para a sociedade a respeito do tema, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possui em sua página na internet uma cartilha, já em sua 7ª edição, datada de 2016 (mas atualizada em dezembro de 2018), na qual apresenta, de forma abrangente e em um linguajar mais adequado ao público: o funcionamento do setor elétrico; como é feito o cálculo da tarifa que é cobrada dos consumidores ou usuários desse serviço de fornecimento de energia elétrica (de caráter essencial); o porquê dos aumentos tarifários nos últimos tempos; os tipos de bandeiras tarifárias (verde, amarela e vermelha), como e quando são usadas; os encargos setoriais ; as mecânicas e os processos de revisões e reajustes tarifários; outros componentes da conta de energia (como a cota de depreciação e o fator X); o que são as perdas técnicas e as perdas

decorrentes de fraudes, furtos e erros de medição e como estes interferem na tarifa elétrica; e, por fim, como o consumidor pode auxiliar nos processos de busca de redução das tarifas. Aqui, destacamos os tributos que vêm informados em nossas contas de energia elétrica, a saber PIS/COFINS (federais), ICMS (estadual) e a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública ou CIP/Cosip (municipal e DF), os quais são recolhidos aos respectivos cofres governamentais pelas distribuidoras de energia.

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IMAGEM ILUSTRATIVA/DIVULGAÇÃO

Na 1ª edição da revista Sunalizer já falamos sobre o ICMS, que tem alíquotas que variam de acordo com o estado no qual está localizada a distribuidora e objeto de discussão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto à legalidade de sua cobrança. No que se refere à cobrança da CIP, ela foi criada em substituição à taxa de iluminação pública, que foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e serve para custear o serviço de iluminação pública munici-

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pal. A mesma depende da formalização de um convênio firmado pela prefeitura com a concessionária de distribuição de energia elétrica local e seu valor é integralmente disposto aos cofres municipais onde estão localizados os consumidores. Foi tentada a declaração de sua inconstitucionalidade, pois teria mudado apenas a roupagem em relação à taxa, mas foi rejeitada pelo STF em 2009 . Por fim, de competência federal, temos as contribuições para o PIS e a

COFINS, não cumulativas, que asseguram ao trabalhador acesso aos programas sociais federais. Suas alíquotas médias variam de acordo com o volume de créditos apurados mensalmente pelas distribuidoras e com os valores pagos por elas sobre custos e despesas no mesmo período, tais como a energia adquirida para revenda ao consumidor. Os cálculos desses tributos são feitos “por dentro”, ou seja, fazem parte de sua própria base de cálculo, incidindo sobre o valor pago, sendo que o PIS e a COFINS afetam, também, o valor do ICMS, mas não recaem sobre a CIP/Cosip. Como podemos ver, tirando o ICMS, que está em vias de ter uma definição sobre sua legalidade na conta de energia elétrica e sobre o qual já indicamos a possibilidade de ajuizamento de demandas pelos consumidores, temos uma carga tributária grande nas nossas contas de energia. O peso delas é, em média, de 27% ao valor final da tarifa de energia, sendo que apenas o ICMS representou, em 2018, 22% da tarifa média, enquanto o PIS e a COFINS cerca de 5%, de acordo com matéria publicada pelo portal G1. Assim como a carga tributária, compulsória e pesada decorre de uma postura política e depende de muitos ajustes entre estados, governo federal e representantes da sociedade, que tal buscarmos melhorar nossa experiência com a energia elétrica e nos tornarmos prosumidores? Sim, geradores e consumidores de energia ao mesmo tempo? Essa é a proposta da Sunalizer: fazer com que nós, consumidores, tenhamos opções de redução de nossas contas de energia elétrica em razão da nossa decisão de gerarmos energia por meio de painéis fotovoltaicos. Sem dúvida, uma nova experiência com a energia elétrica lhe mostrará que existem caminhos para um processo de melhoria na geração elétrica no país.

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TENDÊNCIAS

EM 2 ANOS, ENERGIA SOLAR

CRESCE 10 VEZES NO BRASIL IMAGEM ILUSTRATIVA/DIVULGAÇÃO

Retrato da energia no país realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que participação desse tipo de tecnologia na matriz energética nacional passou de 0,1% para 1,4% entre 2016 e 2018

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erca de 41 mil novas usinas de energia solar foram instaladas no Brasil em dois anos, mostrando um avanço intenso e significativo no número de estabelecimentos residenciais, comerciais e industriais que passaram a produzir e consumir uma das fontes de energia renovável mais prósperas do país. De acordo com o “Caderno ODS 7 – O que mostra o retrato do Brasil?”, publicado no início de maio pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério da Economia, a capacidade instalada, entre 2016 e 2018, pulou de 0,1% para 1,4% de toda a matriz energética nacional. O documento apresenta ainda um diagnóstico sobre o 7º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (assegurar energia limpa e acessível para todos) proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificado por centenas de países, analisando a implementação das metas traçadas pela Agenda 2030, bem como os compromissos de emissões globais do Brasil no Acordo de Paris.

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Em termos de energia solar, a capacidade instalada no Brasil expandiu lentamente até 2017, mas acelerou em 2018: no intervalo de um ano, sua participação no total da capacidade elétrica passou de 0,1% para 0,7% e chegou a 1,4% após mais 12 meses. A geração distribuída de energia (instalada nos locais onde ocorre a produção e o consumo simultâneo da energia gerada), por meio de painéis fotovoltaicos, apresenta elevado potencial em nosso

território, tendo em vista a alta incidência solar, que aumenta a geração e diminui o custo unitário. Um estudo recente verificou que “em todos os municípios brasileiros, o custo de geração fotovoltaica é menor que o custo da energia fornecida pelas distribuidoras na tarifa residencial com tributos” (Ipea, 2018, p. 11-21). Em resposta a essas vantagens, José Mauro de Morais, pesquisador de energias renováveis, de petróleo e de

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gás do Ipea e autor do Caderno ODS 7, explica que, embora a participação percentual da energia solar ainda seja pequena, fica claro que nosso país está despertando para a sua importância. Se somada a participação das fontes solar e eólica, os dados revelam que a capacidade de geração de energia elétrica dessas duas fontes renováveis já chegou a 10,2% em dezembro do último ano e, por causa desse significativo aumento, as demais fontes de energia diminuíram sua participação relativa, especialmente a capacidade das usinas térmicas que usam combustíveis fósseis.

MARCA HISTÓRICA

Em janeiro de 2019, o Brasil atingiu os 500MW de potência instalada em sistemas de micro e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produções rurais, prédios públicos e pequenos terrenos. Mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostra que essa fonte, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento nacional de micro e minigeração distribuída, com mais de 99,5% das instalações – totalizado por cerca de 55 mil sistemas conectados à rede e que oferecem economia e sustentabilidade ambiental a quase 61 mil unidades consumidoras, somando mais de R$2,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012.

PROJETOS CADA VEZ MAIORES

Como prova dessa expansão dos painéis solares, um dos grandes projetos do setor está atualmente em fase de implementação no Cadeg, maior mercado

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popular da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). Nele, serão instaladas 5 mil placas fotovoltaicas, espalhadas por uma área maior que o campo do Maracanã e que poderão produzir o suficiente para abastecer 1 mil residências. Em entrevista ao Jornal Nacional, na matéria exibida em 06/05/2019, Marcelo Penna, presidente do Mercado Municipal carioca, explicou que uma das razões que justifica esse investimento é a gigantesca economia na conta de luz, que, mesmo com os custos de instalação e de manutenção do sistema, deve ultrapassar os R$4 milhões nos próximos 15 anos. “Nossa energia já é mais barata que da concessionária. Então, a ideia é cada vez mais baixar, a fim de que o Cadeg seja um atrativo, para que os comerciantes externos queiram colocar os seus negócios aqui dentro. Com energia mais barata e a pegada da sustentabilidade, que é fundamental”, apontou.

EFEITO BORBOLETA

A pesquisa do Ipea aponta também o que essa mudança de fonte representa em consumo de energia. Nas residências, em função do número de domicílios que substituirão os chuveiros elétricos por aquecimento solar e gás natural para esquentar a água, a conservação de energia elétrica deverá ser equivalente a 4% do consumo em 2027, quando comparado ao consumo de 2017. Enquanto isso, os ganhos de eficiência projetados permitirão, em oito anos, economizar 41TWh. Para efeitos comparativos, a economia corresponde à geração de uma usina hidroelétrica com potência instalada de cerca de 10GW, equivalente à soma da parte brasileira da Usina Hidrelétrica (UHE) de Itaipu e da UHE de Xingó, em Alagoas (SE).

EMISSÕES DE GÁS

O Brasil é uma das lideranças mundiais quando o assunto é fontes naturais de energia. A participação das renováveis na matriz energética elevou-se de 42,4%, em 2012, para 43,2%, em 2017, posicionando o nosso setor de energia como um dos menos intensivos em emissões de carbono do mundo. Isso significa que estamos bem próximos de efetivar o compromisso assumido no Acordo de Paris: alcançar participação de todas as energias renováveis na matriz energética de 45% em 2030.

O VENTO A NOSSO FAVOR

O país passou do 15º lugar no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, em 2012, para a 8ª posição em 2017 (GWEC, 2018). Para 2024, foi projetado que a capacidade atingirá 19,042GW, com base nos investimentos que estão sendo realizados para atender à demanda nos leilões de contratação de energia da Aneel e com as outorgas do mercado livre.

MENOS PETRÓLEO

Quanto ao combustível total que deve ser poupado nos próximos oito anos, a projeção é de cerca de 318 mil barris por dia, ou aproximadamente 10% do petróleo produzido no país em 2017. Ou seja: consumiremos 116 milhões de barris de petróleo a menos em 2027.

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SOLUÇÕES

A ENERGIA DO SOL SE

EXPANDE SOBRE O CAMPO Aderindo cada vez mais a energia solar fotovoltaica, setores produtivos como agricultura e pecuária otimizam seus processos, economizam custos e melhoram a rentabilidade de seus negócios

de aplicativos destinados ao mercado agrícola. De maneira simples, o agricultor migrou do papel para o computador e do computador para o celular, aumentando sua liberdade de acesso à informação em tempo real, 24h por dia e em praticamente qualquer lugar”, avalia Diego Loureiro, CEO da Sunalizer, empresa de assessoria energética que vem observando com muita atenção esse setor – inclusive tendo participado da Agrishow 2019 (leia sobre na página 8). Assim, a maioria das tecnologias lançadas está focada na coleta de informação, monitoramento e controle dos negócios, podendo ir de uma solução simples, como avaliar o clima com

drones e aviões, até a análise da plantação por programas com inteligência artificial. Entre elas, a energia solar fotovoltaica é uma das que vem solidificando sua presença no agronegócio e apresentando ótimos resultados. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2017 e 2018, por volta de 11.500 propriedades rurais possuiam energia solar instalada como alternativa energética. Afinal, como lembra Marco Ripoli, proprietário da Bioenergy Consultoria, a conta de luz nesses locais é um dos itens mais representativos nas despesas, fazendo com que o custo-benefício da tecnologia seja bem vantajosa ao proprietário.

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á mais de 200 anos, a Revolução Industrial alterou completamente a dinâmica da sociedade, atingindo todos os espaços, inclusive o campo, que passou por profundas mudanças de produção, especialmente devido à mecanização de seus processos. Isso proporcionou maior rendimento operacional das áreas cultivadas e aperfeiçoamento de técnicas de cultivo, bem como o início da profissionalização do agricultor. Desde então, as inovações, sempre visando ao aumento da produtividade, a redução de custos e a produção em larga escala, continuaram aparecendo, sendo intensificadas nas últimas décadas com o advento da internet, que provocou um nova revolução. “A conectividade através do tempo e do espaço mudou completamente a forma com que os produtores se relacionam com o trabalho no campo. Hoje, por exemplo, basta procurar em qualquer loja virtual para encontrar várias opções

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“Durante os dias de colheita de algumas culturas, por exemplo, entre novembro e meados de fevereiro, a sobrecarga de energia é bastante alta e as empresa fornecedoras são obrigadas a providenciar geradores para garantir a energia na região. Essa constante preocupação se torna um dos motivos de os produtores estarem aderindo ao sistema fotovoltaico. Além disso, mais pontualmente, a energia solar torna a irrigação mais econômica, facilita a produção de leite, diminui os custos na avicultura, melhora a segurança e manejo do gado”, destaca Ripoli. IMAGEM ILUSTRATIVA/DIVULGAÇÃO

VANTAGENS DA ENERGIA SOLAR PARA O CAMPO

Do ponto de vista financeiro e levando em consideração que as indústrias agrícola e agropecuária são extremamente dependentes de energia elétrica, o principal benefício da implantação da energia solar é a redução imediata, de até 90%, do consumo da energia fornecida pela distribuidora e, consequentemente, a diminuição do valor da conta mensal. De uma forma secundária, mas não de menor importância, o produtor rural também deixa de estar exposto aos aumentos constantes das tarifas, como aqueles relacionados às bandeiras amarelas e vermelhas em momentos de estiagem. Já de uma perspectiva operacional, a energia solar pode, como explica Loureiro, minimizar os riscos associados à qualidade do fornecimento, “uma vez que, diante de uma energização ainda muito precária na maioria das zonas rurais, o produtor rural sofre constantemente com perdas decorrentes do fornecimento de energia instável”. É ainda possível destacar o uso da energia solar em situações mais específicas, como:

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■■ Bombeamento de água: com muita frequência, os sistemas de bombeamento utilizados tanto para irrigação, abastecimento para o gado ou consumo próprio estão localizados em regiões remotas, sem acesso à rede elétrica − ou com baixa qualidade de energia −, o que obriga os produtores a utilizarem geradores elétricos movidos a diesel. Para esses casos, as bombas movidas por energia solar surgem como alternativa viável, pois, além de serem mais confiáveis que os geradores a diesel, são mais baratas e podem ser instaladas desconectadas da rede elétrica. ■■ Energização de cerca elétrica: por se tratar de uma aplicação de baixo consumo, a eletrificação de cercas para manejo do gado é simples e geralmente pode ser feita com a instalação de poucos módulos fotovoltaicos, bem como aplicada em áreas remotas. ■■ Produção leiteira: não raramente, os produtores de gado sofrem com a instabilidade do sistema elétrico e a falta de energia, o que, dependendo da duração, pode acarretar em grandes prejuízos, seja pela impossibilidade de ordenhar o rebanho ou perda do controle de temperatura nos tanques de armazenamento dos produtos. Assim, a energia solar fotovoltaica com baterias é uma excelente solução para manter o sistema sempre funcionando, diminuindo os ricos de perdas e garantindo um aumento da produção. ■■ Avicultura: a criação de frango para corte também é outra área que possui um consumo intenso de energia, podendo representar mais de 20% do custo operacional do processo. Sendo assim, a instalação de energia solar poderia diminuir a despesa total.

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SOLUÇÕES

COMO EVITAR ERROS E OTIMIZAR A PRODUÇÃO

Por mais benéfica que a energia solar seja, é essencial tomar alguns cuidados para que ela tenha o desempenho esperado. Nesse sentido e em uma indústria em crescimento, os principais erros a serem evitados são:

■■ Dimensionamento incorreto do sistema: para traçar essa dimensão, é importante fazer uma análise completa do histórico de consumo do local e escolher uma metodologia para determinar a quantidade exata de painéis a serem instalados, já que, dependendo da inclinação e da orientação dos mesmos (norte, sul, leste e oeste), da temperatura, da radiação solar, da sombra, entre outros fatores, podem ocorrer variações significativas na quantidade necessária e, consequentemente, no custo total do sistema.

■■ Escolha do integrador solar: é importante certificar que a empresa contratada cumpre os requisitos necessários para esse tipo de instalação, obedeça às normas, tenha equipe técnica qualificada e utilize equipamentos de boa qualidade.

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BAIXA REPRESENTATIVIDADE, PORÉM CRESCENTE

Comparada ao tamanho do Brasil, hoje a adesão da energia solar, da forma distribuída (até 5MW), ainda é muito pequena, devido, principalmente, ao desconhecimento das pessoas sobre a tecnologia em si, suas regras e às dificuldades do investimento inicial. Os produtores rurais não estão excluídos dessa lógica, muitas vezes não entendendo os benefícios que a energia solar pode trazer, como a diminuição dos custos operacionais e a melhora da qualidade de entrega da energia em suas operações. Eles também enfrentam a insegurança de definir o melhor sistema e instalador, uma vez que o aumento da adesão à tecnologia resultou em uma “explosão” de instaladores e fornecedores, entre os quais existem aqueles despreparados ou mal intencionados. No Brasil a representatividade do uso da energia solar no campo, segundo Ripoli, é de apenas 2% em relação às cidades. Para ele, a justificativa tem a ver, ademais da desinformação sobre os benefícios, com o alto investimento necessário, somado ao retorno em médio prazo. “Mas acredita-se no aumento da adesão a esse tecnologia na medida em que o custo de projeto e instalação diminuir, como já vem ocorrendo. Temos visto, inclusive, a agricultura familiar (via Pronaf) recebendo bem essa tecnologia, além, é claro, de fazendas de sol, grandes propriedades capazes de gerar muita energia”, afirma o empreendedor, fazendo referência ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, que oferece linhas de crédito para o financiamento de projetos de energia solar (saiba mais na página 14). A ainda pequena porcentagem, entretanto, não mostra como a adesão da agricultura a essa tecnologia aumentou nos últimos tempos e sua tendência de continuar crescendo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

(Absolar) em 2017, a potência de energia solar fotovoltaica instalada em projetos rurais era de 9MW, saltando para 47,2MW no ano seguinte e atingindo, em março deste ano, o total de 60,3MW. Nesse contexto, a Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais, cuja sede fica em Bebedouro (SP), foi responsável por um marco do setor ao inaugurar uma usina fotovoltaica com 3,6 mil placas solares e 1,17MW de potência. Mesmo com um custo de R$5 milhões, espera-se retorno financeiro, no formato de economia na conta de luz, em pouco tempo. “Os retornos de investimento associados à implantação dessa tecnologia são altos e existem linhas de financiamento especificas para

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IMAGEM ILUSTRATIVA/DIVULGAÇÃO

INVESTIMENTO

o setor, nos quais a maioria das parcelas é coberta pela própria economia da conta de energia. Mas, sem dúvida, a energia solar já é viável e economicamente acessível ao produtor rural”, garante o CEO da Sunalizer. Além dos motivos já apresentados, outros avanços que ajudaram nessa expansão foi a resolução 687 da Aneel, que permitiu a instalação e a conexão às redes de sistemas de microgeração, com potência de 75kW, a redução da burocracia (registro e aprovação, especialmente) e dos prazos para as instalações, a disponibilização de documentos padronizados no site da agência (para concessionárias) e até mesmo o prazo de ligação encurtado para 34 dias.

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De uma perspectiva mais ampla, o cenário de geração distribuída como um todo também se mostra importante para o meio rural, como lembra Carlos A. F. Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). “É um setor que constantemente apresenta uma série de inovações e melhorias, que muito podem contribuir com o crescimento sustentável da agricultura no Brasil. Em maio de 2019, por exemplo, fizemos uma apresentação na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), na qual ficou evidente o grande interesse dos empresários para a utilização de GD com energia renováveis no agrobusiness”.

Uma das primeiras perguntas dos interessados em instalar a energia solar é quanto ao investimento mínimo necessário. De acordo com Loureiro, quando se analisa esse quesito, deve-se separar o “mínimo técnico” do “investimento mínimo viável”. “Do ponto de vista técnico, a menor unidade de instalação é um painel solar, que, normalmente, possui uma potência de 330W, um inversor e todos os equipamentos adicionais necessários para a conexão. Do lado financeiro, é necessário avaliar perfil de consumo mensal, tipo de conexão e local de instalação de cada casa ou negócio e, com esses parâmetros, definir a quantidade mínima de painéis que justifique o investimento, o que varia caso a caso”.

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DESAFIO

DISPARIDADE NO PREÇO DE PAINÉIS SOLARES: O QUE ESTÁ POR TRÁS?

Muitos fatores compõem o serviço de instalação de energia solar fotovoltaica e acabam influenciando em seu valor. Mas sem conhecimento e confusos entre muitas informações, clientes podem ficar perdidos e até ser enganados

DIEGO LOUREIRO CEO da Sunalizer

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energia solar fotovoltaica vive um momento bastante importante no Brasil e no mundo, apresentando um crescimento exponencial, que gera desenvolvimento por meio de postos de trabalho e oportunidades em toda sua cadeia produtiva. Envolvido nesse crescimento acelerado, aparece o papel do integrador ou das empresas de integração solar, os quais, usualmente, chamamos de instaladores, responsáveis por tornar os projetos de energia solar reais. As funções desempenhadas por eles vão desde a apresentação de propostas para instalação, elaboração dos projetos, definição e compra dos equipamentos, até transporte, montagem, tramitação de autorizações e, por fim, obtenção da aprovação para início de operação junto às distribuidoras elétricas.

Contudo, toda essa realidade não se desenvolve facilmente. E para exemplificar as complicações que costumam surgir logo no começo, concretizadas na disparidade dos preços, apresentamos a seguir um caso verídico no qual o cliente, futuro produtor e consumidor de energia solar, se viu em um dilema para escolher o instalador.

CASO REAL: INSTALAÇÃO COMERCIAL NO INTERIOR DE SÃO PAULO

O cliente em questão recebeu propostas de quatro instaladores da região e pediu ajuda da Sunalizer porque estava com dificuldades de avaliar, comparar e definir com qual deles deveria executar o projeto. Veja abaixo o preço total sugerido por cada instalador:

PREÇO TOTAL APRESENTADO PELO INSTALADOR (R$) 272.520

216.281

232.902

150.120

INSTALADOR 01

32

INSTALADOR 02

INSTALADOR 03

INSTALADOR 04

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Como é possível observar, a diferença entre o preço mais alto e o mais baixo foi superior a 80% − valores muito diferentes, que dificultam para qualquer pessoa sem conhecimento do setor tomar uma decisão, além de ficar se

questionando sobre os motivos da disparidade. Nesse cenário, outra pergunta que vem à mente é: “será que a quantidade de painéis necessários apresentados por cada empresa é a mesma?” Pois bem! Vejamos:

QUANTIDADE DE PAINÉIS 170

INSTALADOR 01

173

INSTALADOR 02

Decididamente, não! Como demonstrado no gráfico acima, um dos instaladores sugeriu instalar 117 painéis, enquanto o outro propôs instalar 173, ou seja, uma variação de quase 50%. E mais: a proposta com 114 painéis foi mais cara que a de 173!

114

117

INSTALADOR 03

INSTALADOR 04

DADO TÉCNICO SUNALIZER

Para a definição da quantidade ideal de painéis a serem instalados, é necessário fazer análises técnicas e financeiras específicas para o consumo de cada cliente e levar em conta os espaços disponíveis, a orientação dos telhados e a radiação exata que incidirá sobre o local durante todo o ano. Para isso, faz-se a utilização de uma base de dados, modelos financeiros e softwares reconhecidos no mercado, além de consultas à legislação e às regras.

Confrontando o preço e a quantidade de painéis sugeridos, pudemos determinar o valor associado, por cada instalador, à cada kWp que seria instalado. [Na indústria solar, usa-se a letra “p” junto ao kW para indicar que estamos falando da potência dos painéis e não dos inversores].

PREÇO POR kWp INSTALADO (R$/kWp) 6.191

4.785 3.888

3.794

INSTALADOR 01

INSTALADOR 02

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INSTALADOR 03

INSTALADOR 04

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DESAFIO

■■ Garantia: em projetos como esse, é necessário que o instalador informe as garantias dos equipamentos e de instalação. Afinal, não se está comprando algo para durar um ou dois anos. Lembre-se de que os painéis solares de boa qualidade têm vida útil, garantida pelos fabricantes, de 20 a 25 anos.

Nessa lógica (ou na ausência de uma), os valores continuaram muito divergentes, com uma variação de quase 60% entre eles, o que mostrou que realmente não é uma tarefa fácil escolher qual instalador contratar para o projeto. E para complicar ainda mais a questão, o ideal é fazer uma revisão detalhada de outros parâmetros apresentados (ou não) pelos instaladores, entre os quais:

■■ Potencial de geração: se estamos comprando equipamentos para gerar energia, queremos a garantia que o sistema funcionará e, consequentemente, que gerará uma quantidade mínima de energia ao

■■ Modelos e marcas dos equipamentos: algumas cotações não constavam essas informações. Isso é como se alguém falasse o preço de um carro sem citar o modelo e a marca.

A ESCOLHA

Diante desse cenário complexo, pedimos ao cliente autorização para solicitar cotações aos instaladores registrados na plataforma Sunalizer,

longo dos anos. No caso apresentado, nenhuma das empresas deu essa garantia. ■■ Formas de pagamento: entre as propostas, algumas não informavam como seria feito o pagamento e outras pediam 100% dele na assinatura do contrato. Contudo, para a segurança de ambas as partes, é melhor os pagamentos acompanharem os avanços do projeto. Ainda sugerimos deixar um valor final (superior a 10% do valor do contrato) para quando o projeto estiver 100% operando.

para que, seguindo um processo detalhado, tivéssemos a oportunidade de melhorar as propostas. Assim, o resultado obtido foi: PREÇO POR kWp INSTALADO (R$/kWp) 6.191

4.785 3.794

3.653

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Ou seja: ao padronizar o processo e obrigar os instaladores a apresentarem todas as características, valores e parâmetros necessários, foi removida a barreira para a especulação. Isso fez e faz com que,

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INSTALADOR 02

3.888

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em mais de 95% das vezes, conseguamos melhorar os preços, as garantias e a qualidade dos produtos, oferecendo a tranquilidade necessária para as pessoas tomarem melhores decisões.

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PROJETO DO MÊS

PROJETO DO MÊS Conheça mais e acompanhe os resultados dos projetos assessorados pela Sunalizer

PROJETO SOLAR RESIDENCIAL

Localização: Sertãozinho (SP) Quantidade de painéis: 15 Potência instalada: 5,03MWp Energia média mensal: 615kWh Economia no 1º ano: R$4.090 Economia esperada em 20 anos: R$475 mil Tempo de retorno do investimento: 4,6 anos

OPINIÃO DO CONSUMIDOR:

“Com a diminuição do custo de implantação, tornando viável o investimento, decidi que gostaria de instalar energia solar para ficar livre das flutuações tarifárias, pelo ‘payback period’, no qual conseguimos fazer o dinheiro trabalhar para nós, e pela possibilidade de gerar energia limpa. Felizmente, o processo não foi difícil para mim pois foi totalmente conduzido e facilitado pela Sunalizer. Já acompanhava o mercado de tecnologia em energia solar e tinha a pretensão de fazer a instalação,

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mas, como a maioria da população, não tinha conhecimento algum sobre equipamentos, instaladores, quanto instalar, onde instalar, como fazer e foi quando apareceu a Sunalizer. Desde então, meus hábitos de consumo energético não mudaram, já que meu intuito nunca foi poder gastar mais, mas sim gastar a preço justo. Contudo, agora, tenho uma zona de conforto maior para ‘esbanjar’ em alguns momentos”. Denis Rodrigo Santos, dono do imóvel

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