Trilhas Negócios

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TRILHAS NEGÓCIOS

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SUMÁRIO TRILHAS NEGÓCIOS_____________________________________________________ 5 1. ADMINISTRAÇÃO______________________________________________________ 7 HISTÓRIA_____________________________________________________________ 11 MATEMÁTICA__________________________________________________________ 17 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 25 2. CIÊNCIAS CONTÁBEIS__________________________________________________ 39 HISTÓRIA_____________________________________________________________ 41 MATEMÁTICA__________________________________________________________ 47 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 51 3. CIÊNCIAS ECONÔMICAS________________________________________________ 61 HISTÓRIA_____________________________________________________________ 63 MATEMÁTICA__________________________________________________________ 72 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 79 4. TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA_______________________________________ 87 HISTÓRIA_____________________________________________________________ 88 MATEMÁTICA__________________________________________________________ 97 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 102 5. TECNOLOGIA EM GESTÃO DE QUALIDADE________________________________ 111 HISTÓRIA____________________________________________________________ 112 MATEMÁTICA_________________________________________________________ 118 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 125 6. GESTÃO E EMPREENDEDORISMO________________________________________ 139 HISTÓRIA____________________________________________________________ 140 MATEMÁTICA_________________________________________________________ 148 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 153 7. TECNOLOGIA EM GESTÃO IMOBILIÁRIA___________________________________ 163 HISTÓRIA____________________________________________________________ 164 MATEMÁTICA_________________________________________________________ 171 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 179


8. TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO___________________________________ 191 HISTÓRIA____________________________________________________________ 193 MATEMÁTICA_________________________________________________________ 199 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 204 CRÉDITOS____________________________________________________________ 211


TRILHAS NEGÓCIOS Para conhecer nossos cadernos! CADERNO 1

CADERNO 2

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

ADMINISTRAÇÃO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

GESTÃO PÚBLICA

CONTEÚDO HISTÓRIA

Antiguidade clássica

Republica velha

História do Paraná

Movimentos sociais

CONTEÚDO MATEMÁTICA

Funções

Sequências: PA e PG

Matrizes e determinantes

Sistemas lineares

CADERNO 3

CADERNO 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE

GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

TECNOLOGIA EM GESTÃO IMOBILIÁRIA

TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO

CONTEÚDO HISTÓRIA

Sistema colonial

Redemocratização

Idade moderna

Idade média

CONTEÚDO MATEMÁTICA

Estatística

Análise combinatória e probabilidade

Geometria plana e espacial

Geometria analítica

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1. ADMINISTRAÇÃO Qual é a função do administrador? O mercado para administradores é bastante extenso e está sempre evoluindo. Além de atuar em diversos setores de empresas privadas, o administrador tem outras opções, como investir em seu próprio negócio, ingressar no serviço público ou ainda trabalhar para organizações do terceiro setor, como fundações, institutos filantrópicos e ONGs. As funções que podem ser desempenhadas nestas organizações são ainda mais variadas: •

Recursos Humanos: o administrador responde pelo relacionamento da empresa com funcionários e sindicatos, faz a gestão das admissões e demissões, entre outras coisas.

Compras: o profissional realiza a cotação de preços, providencia a aquisição de matérias-primas e insumos, faz a negociação com fornecedores e realiza o controle dos estoques.

Vendas: o administrador negocia preços, condições de pagamento e prazos de entrega com clientes.

inanceiro: o administrador é responsável por realizar pagamentos e F recebimentos, pela agenda de impostos ou ainda cobrança de clientes.

O administrador pode ainda definir as políticas corporativas. Qualquer que seja sua área de atuação, o profissional em administração de empresas deve manter-se sempre antenado em relação à economia, seja ela nacional ou mundial, com as tendências de consumo e a legislação na área de atuação da empresa em que atua.

Áreas de atuação •

Administração de empresas: cuidar de todas as operações de uma empresa, desde a organização de seus recursos humanos, mercadológicos, materiais e financeiros até o desenvolvimento de estratégias de mercado.

Administração esportiva: gerenciar times e equipes, promover competições e cuidar do marketing esportivo de uma associação, clube ou equipe esportiva. Em órgãos oficiais, definir políticas para o esporte.

Administração financeira: organizar e coordenar as atividades financeiras de um estabelecimento, lidando com patrimônio, capital de giro, análise de orçamentos e fluxo de caixa.

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Administração hoteleira: gerenciar hotéis, pousadas, resorts, spas e parques temáticos. Supervisionar o funcionamento do estabelecimento, a área financeira, seus serviços, manutenção, reservas e limpeza.

Administração hospitalar: gerenciar hospitais, prontos-socorros e empresas de convênio médico e/ou seguro-saúde.

Administração de produção: supervisionar o processo produtivo em indústrias, desde a análise, aquisição e estocagem da matéria-prima à qualidade e distribuição do produto final.

Administração pública: planejar, promover e gerenciar instituições públicas.

Administração de recursos humanos: tratar das relações entre funcionários e empresa, coordenando a seleção e a admissão, planos de carreira e de salários, programas de incentivo, treinamento e capacitação da mão de obra.

Administração rural: dirigir empresas rurais e agroindustriais, controlando o processo de produção, distribuição e comercialização de produtos.

Administração do terceiro setor: planejar e coordenar as operações de ONGs, gerindo a captação de recursos e sua aplicação em projetos ambientais, educacionais, profissionalizantes ou comunitários.

Comércio exterior: administrar negociações de compra e venda com companhias do exterior e auxiliar a empresa a se expandir fora do país.

Controladoria: planejar e gerenciar o orçamento de uma empresa, realizando o controle de custos e a auditoria interna.

Empreendedorismo: definir estratégias de criação e direção de um negócio, avaliando oportunidades, concorrência e gestão de recursos humanos.

Gestão ambiental: planejar e executar projetos para preservação do meio ambiente.

Gestão de qualidade: otimizar processos industriais, de venda ou compra de serviços e mercadorias.

Logística: implantar e administrar o fluxo produtivo de uma empresa, da compra e estocagem de matéria-prima à distribuição de mercadorias nos pontos de venda.

Marketing: Definir estratégias de atuação de uma empresa, estudar as necessidades dos clientes, desenvolver produtos e serviços para atendê-los e planejar vendas.

Peritagem: elaborar exames periciais em assuntos relacionados ao dia a dia de uma empresa na administração financeira ou de recursos humanos.

Sistemas de informação: gerenciar sistemas de tecnologia de informação em uma empresa, atualizando seus equipamentos e programas necessários ao negócio.

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Vendas: planejar e otimizar vendas de uma empresa, negociando preços, condições de pagamentos e prazos de entrega.

Disponível em: <https://papouniversitario.anhembi.br/2015/12/quais-as-areas-deatuacao-para-profissionais-da-area-de-administracao/>. Acesso em 20 nov.2016.

Mercado de trabalho O mercado de trabalho para o administrador de empresas é bastante amplo, o que traz poucas dificuldades para se empregar. O Brasil possui aproximadamente de 19 milhões de empresas ativas, de diferentes portes, e todas elas necessitam, de um profissional em administração. A crise econômica, coloca como protagonista o especialista em fusões e aquisições de empresas, garantindo que os negócios continuem sendo lucrativos. A área de vendas necessita de profissionais capacitados em realizar a prospecção novos clientes e também em apresentar soluções que aumentem as vendas da empresa em que atua. Um importante segmento, na atualidade, é o das micro e pequenas empresas. Abrir o negócio próprio ou trabalhar em empresas de consultoria são outras possibilidades.

Curso Em geral, os dois primeiros anos do curso de administração são ocupados com disciplinas de formação básica, como Matemática, Estatística, Direito, Sociologia, Contabilidade, Economia e Informática. Do terceiro ano em diante, disciplinas específicas estarão em foco, como Logística, Finanças, Marketing, Sistemas da Informação, Planejamento Estratégico, Serviços e Recursos Humanos. Algumas escolas exigem um trabalho de conclusão de curso (TCC) e estágio supervisionado.

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Duração média: 4 anos.

Relação candidatos/vagas UFPR: Manhã: 6,39. Noite: 7,75

Agora é sua vez Assista o depoimento de um profissional de Administração por meio do link <https://youtu.be/MFN39R4zkvQ>.

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HISTÓRIA É de fundamental importância entender a relação entre História e administração. Pensando na evolução histórica, podemos averiguar um desenvolvimento do processo administrativo, que inicialmente exigiam uma atuação administrativa pelas famílias, religião, governo e comércio, que era ainda simples e precários. A partir da Revolução Industrial, a necessidade de organização administrativa cresceu principalmente no campo do trabalho e teve expansão nos setores econômico, social e político. Nesse sentido, neste capitulo apresentaremos um panorama das principais sociedades da Antiguidade Clássica.

Antiguidade Clássica A Antiguidade Clássica marcou o início da vida em cidades, o surgimento de reinos e impérios, a estruturação do estado, da economia e do poder político. Para o estudo deste período, foi necessário contar com o papel de diversos profissionais que pesquisaram em variadas fontes para a construção e entendimento desta época. De acordo com o historiador Cláudio Vicentino, “no caso dessas civilizações antigas, as pesquisas envolvem técnicas arqueológicas e de análise de evidências históricas, principalmente documentos escritos e vestígios materiais, como esculturas, utensílios, construções.” (2014, p.69) Ao iniciarmos nossos estudos, devemos lembrar do conceito de civilização, que também de acordo com Vicentino (2014), equivale ao produto material e cultural humano e suas transformações da natureza. Dessa forma, é necessário destacar algumas civilizações que foram importantes na história do desenvolvimento humano e social. No Oriente Próximo e Médio, destacamos duas civilizações de extrema importância: Mesopotâmia e Egito. A Mesopotâmia e o Egito tiveram notável desenvolvimento na organização socioeconômica e sucesso nas atividades produtivas que levaram ao aparecimento de diversas cidades. Posteriormente, também apresentaram evolução política e social, marcada pela exploração do trabalho escravo, pela utilização da escrita, por grandes obras arquitetônicas e religiosidade marcante. Nessas civilizações, a configuração social mudou de padrão e as divisões de hierarquia e trabalho destacaram-se, uma vez que passaram de simples tribos, para cidades estruturadas e com necessidades. Temos que observar a diversidade de povos,

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culturas e realizações por todo o planeta. Portanto, devemos ressaltar outros povos que também foram relevantes na construção da nossa história. Povos como Hebreus, Persas e Fenícios desenvolveram modos de trabalho e comércio que possibilitaram o desenvolvimento da região. A história hebraica ficou conhecida pela bíblia e também teve participação importante no aparecimento e crescimento da religião monoteísta, e para o entendimento dos conflitos atuais na região do Oriente Médio. O povo Persa ficou conhecido por suas conquistas e expansões, assim como as guerras contra diversos povos. Esses conflitos também servem como base para o entendimento dos conflitos atuais. A característica mais marcante do povo Fenícios foi o desenvolvimento das rotas mercantis no Mediterrâneo e o comércio marítimo. Outro ponto importante no estudo das civilizações antigas, é o desenvolvimento das civilizações do Extremo Oriente. Povos como Índia e China não são muito abordados no estudo e no ensino de História, portanto é necessário buscar mais informações, pois são civilizações muito importantes culturalmente. A necessidade de pesquisar mais sobre as sociedades asiáticas é premente no momento atual: as maiores populações do mundo ali se concentram (China e Índia); a língua mais falada e escrita do mundo (o chinês) também é asiática. O crescimento econômico tem alcançado níveis surpreendentes nesse continente, o que podemos observar pelos fenômenos dos Tigres Asiáticos, dos Dragões Asiáticos, do Japão e da China comunista. (BUENO, 2012, p. 9) A cultura e o desenvolvimento dos povos do Extremo Oriente se destacam devido as dinastias, conflitos, expansões e diversas formas de religiosidade. Com a globalização e a difusão das informações, os conhecimentos sobre esses povos se expandiram. Devido a frequente migração de pessoas e, consequentemente, de culturas e costumes, é necessário abordar o contexto desses povos com a mesma ênfase que abordamos os povos ocidentais, até porque os povos ocidentais há muito tempo se interessam pelas riquezas da China e da Índia. Dentro desta concepção, não podemos esquecer dos povos da América e da África. Os povos que habitaram a América desenvolveram tribos e impérios, alguns deles com características parecidas com os povos europeus, como os gregos. Os europeus, ao descobrirem esses povos, admiraram seus conhecimentos sobre economia, política e arquitetura, visualizando seu desenvolvimento na utilização da terra, na organização social e política, nas construções religiosas, e nas formas de plantio. Assim como na América, a diversidade dos povos africanos contribuiu para a formação da nossa sociedade.

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[a] África não pode ser reduzida a uma entidade simples, fácil de entender. O nosso continente é feito de profunda diversidade e de complexas mestiçagens. Longas e irreversíveis misturas de culturas moldaram um mosaico de diferenças que são um dos mais valiosos patrimônios do nosso continente[...] Mas não existe pureza quando se fala da espécie humana. Os senhores dizem que não há economia atual que não se alicerce em trocas. Pois não há cultura humana que não se fundamente em profundas trocas de almas. (COUTO, 2003 apud MONTEIRO, 2004) Para finalizar os conhecimentos desenvolvidos durante a Antiguidade Clássica, devemos destacar dois povos de grande importância: os Gregos e os Romanos. Esses povos desenvolveram ao longo dos anos as bases do nosso pensamento, assim como conceitos econômicos, políticos e sociais que nasceram e se expandiram a partir do dia a dia desses povos. Tanto os Gregos quanto os Romanos são referências na construção de algumas instituições. Podemos dizer que os Gregos formaram as bases e, posteriormente, os Romanos aplicaram e os desenvolveram. As artes e obras arquitetônicas, o idioma, o pensamento filosófico, a mitologia, as instituições políticas são algumas expressões culturais gregas de influência nas civilizações contemporâneas ocidentais. Conhecer parte desse legado possibilita o conhecimento de importantes aspectos da nossa cultura. (VICENTINO, 2014. p. 132) Os estudos sobre os Gregos devem abranger desde a parte geográfica – que facilitam ao entendimento de sua divisão no espaço – e as possibilidades geradas a partir desse contexto, como a formação de cidades-Estados, que possuem a mesma cultura e religiosidade, mas são independentes em politicamente. A partir disso, podemos introduzir o conhecimento de diversos tipos de administração e as diferenças entre elas. Outro aspecto importante é a construção do conhecimento filosófico e a mudança do pensamento religioso. A Grécia era formada de diversas cidades-Estados, cada uma com características próprias que possibilitou o crescimento desse povo, mas também gerou alguns conflitos. As heranças deixadas pelos gregos são extensas: a democracia da qual se fala tanto, as Olímpiadas que ocorrem a cada quatro anos, a educação (oportunizada ao cidadão desde pequeno), a estrutura das cidades – que envolvia o povo reunido em volta de um centro político – a criação de leis, a divisão social e do trabalho. No entanto, não foi somente os Gregos que influenciaram as sociedades ocidentais, os Romanos também tiveram participação importante neste processo. Não é difícil entender o motivo da importância de estudarmos a civilização romana. Podemos dizer que é a civilização da antiguidade que exerceu mais influência sobre o mundo ocidental. Para isso ficar claro, é só nos perguntarmos como seria nossa vida hoje sem a língua portuguesa, o sistema jurídico e o cristianismo. (VICENTINO, 2014, p. 160)

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Ao abordar a civilização romana, muitos aspectos são importantes, da mesma forma que os gregos. Os Romanos derivaram de diversos povos, que ao ocuparem a península itálica começaram a se desenvolver. Já de início temos a formação política bem estruturada, com senado e funcionários públicos para fiscalizar e organizar o território. Os Romanos também marcaram o processo de expansão e conquista com guerras e a política passou por períodos controversos, com a implantação da Monarquia, República, Triunvirato e Império. Ainda podemos identificar o papel dos romanos na expansão do Cristianismo, nas construções de estradas e teatros. Ao analisarmos todo o contexto da Antiguidade Clássica, percebemos a profunda necessidade de entendermos as relações surgidas durante esse período, e a importância de abordar esses conhecimentos em nossos alunos, afinal, é neste período que surgem as bases da nossa sociedade. Para a complementação de conhecimentos acerca da Antiguidade Clássica, confira os links a seguir, •

Artigo:

<http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002242/224262POR.pdf>. •

Livro:

<http://teca.cecierj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=50608&urlArquivo=../ arquivo/documento/50608.pdf>. •

Vídeo:

<https://www.youtube.com/watch?v=FbYJnRdxIpY>. <https://www.youtube.com/watch?v=oAVvrisUZcY>.

QUESTÃO COMENTADA 1. (UFRN) Entre os hebreus da Antiguidade, os profetas eram considerados mensageiros de Deus, lembrando ao povo as demandas da justiça e da Lei dadas por Javé. Isaías, um dos profetas dessa época, em nome de Javé proclamou:

Ai dos que decretam leis injustas; dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem as viúvas e roubarem os órfãos! (Isaías 10:1-2)

Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra! (Isaías 5:8)

Esses pronunciamentos do profeta Isaías estão ligados a uma época da história hebraica em que ocorreu:

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a) a saída dos hebreus do Egito, sob o comando de Moisés, e o estabelecimento em Canaã, conquistando as terras dos povos que ali habitavam. b) a imigração para o Egito, quando os hebreus receberam terras férteis no delta do rio Nilo, por influência de José, que exercia ali o cargo de governador. c) a formação de uma aristocracia, que enriquecera com o comércio e com a apropriação das terras dos camponeses endividados. d) a conquista de Jerusalém por Nabucodonosor, quando os judeus foram despojados de suas terras e deportados para a Babilônia. e) ao domínio persa, como Ciro, o Grande, que massacrou milhares de camponeses hebreus.

RESPOSTA COMENTADA Os textos proféticos do Antigo Testamento, além de guardarem consigo, segundo a tradição judaico-cristã, o anúncio da vinda do Messias, também revelam muitos aspectos do contexto histórico que permeava a vida dos hebreus daquele período. O trecho em questão evidencia a crítica do profeta Isaías àqueles que se enriqueceram às custas da população camponesa, portanto, a alternativa correta é a letra c.

ATIVIDADES 1. Comente a frase “Roma conquistou militarmente a Grécia, mas a Grécia conquistou Roma culturalmente”, apontando como se deu a relação cultural entre Roma e Grécia no período da Antiguidade. Em seguida, indique três elementos da produção cultural e científica da Grécia Antiga que ainda são utilizados na contemporaneidade.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=674

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2.. Leia o excerto abaixo, retirado da “Carta do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra] aos Candidatos e Candidatas [à presidência da República]”, publicada em 02 de setembro de 2014:

“Lutamos por mudanças na relação com os bens da natureza, na produção de alimentos e nas relações sociais no campo. (...) A terra precisa ser democratizada e cumprir com sua função social. (...) Lutamos e exigimos uma política efetiva, estruturante e massiva de Reforma Agrária Popular, indispensável para a permanência das famílias no campo, com produção e distribuição de riquezas.”

(http://www.mst.org.br/node/16467) Considerando seus conhecimentos sobre a questão da reforma agrária em diferentes períodos da História, responda: a) Por que há grupos, como o MST, que reivindicam uma reforma agrária no Brasil atual? b) Por que os irmãos Tibério e Caio Graco tentaram estabelecer a reforma agrária entre 133 e 121 a.C., durante o período republicano romano?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=675

REFERÊNCIAS BUENO, A. S. O extremo Extremo na Antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012. MONTEIRO, A. A África no imaginário social brasileiro. Disponível em: <http://www. ces.uc.pt/lab2004/pdfs/ArtemisaMonteiro.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2016. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016. VICENTINO, C; DORIGO, G. Projeto Multiplo: História. São Paulo: Scipione, 2014.

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MATEMÁTICA Em nosso dia a dia, é comum acontecer de um valor numérico depender de outro valor. Por exemplo, se você vai a padaria comprar um certo número de pães, deverá pagar o preço de uma unidade multiplicada por determinado valor. Para facilitar o trabalho de vendedores e compradores, o gerente da padaria pode escrever em uma tabela o valor total em função do número de pães: ou seja, o valor total depende do número de pães vendidos conforme exemplo abaixo: Pães

Valor (R$)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0,38

0,76

1,14

1,52

1,90

2,28

2,66

3,04

3,42

3,80

Assim, podemos definir uma função matemática como uma expressão que relaciona um valor numérico dado com outro valor que pode ser calculado por meio de uma fórmula.

Exemplos de aplicação de funções na área administração A Gestão Ambiental – um dos campos da administração – tem como objetivo o planejamento e execução de projetos para preservação do meio ambiente. Nesse sentido, há uma busca constante em obter a máxima possibilidade de exploração de recursos naturais de modo que proporcione o mínimo impacto possível ao meio ambiente. Imagine, agora, que estamos estudando o crescimento de uma determinada planta a partir do momento em que ela possui 23cm. A tabela a seguir mostra a evolução de sua altura a cada dia: Dia

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Altura (cm)

23

24,5

26

27,5

29

30,5

32

33,5

35

Observando a tabela, percebemos que o crescimento da planta é constante. O valor da altura depende do tempo decorrido, ou seja, é em função do tempo. A planta cresce 1,5 cm a cada dia, por isso podemos dizer que no período analisado que sua altura pode ser descrita pela expressão algébrica h = 23 + 1,5t na qual “h” representa

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o valor da altura da planta em cm e “t” representa o valor do tempo decorrido desde o começo do estudo, em dias. Observe a importância das unidades utilizadas. Essa é uma expressão algébrica, pois utiliza letras e números para descrever uma relação de dependência. A altura da planta depende do tempo transcorrido, ou seja, quanto mais tempo, mais alta é a planta. Esse tipo de expressão é bastante útil para qualquer pessoa que deseje saber a altura em função do tempo. Suponhamos que alguém que não possui acesso a tabela mostrada e deseja saber qual será a altura da planta após 4 dias, para isso, basta utilizar a fórmula. h = 23 + 1,5 . 4 h = 23 + 6 h = 29cm.

Responda 1. Qual será a altura da planta 90 horas após o segundo dia mostrado na tabela acima? 2. Em que dia (a partir do primeiro dia do estudo citado) a planta vai medir 2 metros, se continuar crescendo na mesma proporção descrita pela função dada? 3. Em quantos dias a planta cresce 42cm?

Imagine uma área de reflorestamento em que a cada mês são plantadas novas mudas, assim aumentando a área reflorestada. As quantidades plantadas em hectares (Ha) a cada mês são dispostas na tabela a seguir:

Mês

1

2

3

4

5

6

7

8

Área(Ha)

22

16

25

18

25

17

18

25

Agora imagine que alguém está lhe descrevendo esta tabela por telefone. Você não tem acesso a tabela, apenas pergunta quantos hectares foram reflorestados no mês 5. Do outro lado da linha, lhe respondem que foram reflorestados 25 hectares. Isso é fácil de compreender, mas se você perguntar em que mês foram reflorestados 25 hectares, a pessoa terá que lhe dizer que ocorreu o reflorestamento nos meses 3, 5 e 8, ou seja, para cada mês da tabela há apenas um valor de área relacionado, mas para um determinado valor de área, podem estar relacionados mais que um mês. Para indicar esta relação, podemos utilizar o diagrama de Venn:

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Observe que de cada mês “parte” apenas uma flecha, mas em alguns valores de área podem obter duas ou mais flechas. Diante disso, podemos dizer que a área é função do número do mês, mas o contrário não ocorre, pois a partir de um determinado valor de área reflorestada não se pode afirmar qual mês está relacionado.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. Considerando a função f(x) = 24 – 3x, determine: a) f(–6) b) 3f(7) + 4f(11)

RESOLUÇÃO Basta substituir x por (–6), tendo cuidado com a multiplicação de sinais negativos: f(–6) = 24 – 3.( –6) f(–6) = 24 + 18 f(–6) = 42 2. Determine os valores de f(7) e f(11), depois multiplique pelos valores pedidos. F(7) = 24 – 3.7 F(7) = 24 – 21

e

F(7) = 3

f(11) = 24 – 3.11 f(11) = 24 – 33 f(11) = –9

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Agora, podemos fazer: 3f(7) + 4f(11) = 3.3 + 4.( –9) = 9 + (-36) = 9 – 36 = –27 3f(7) + 4f(11) = – 27 3. Determine o zero, ou a raiz da função f(x) = 20x + 12

RESOLUÇÃO Zero de função é o valor da variável o qual, quando aplicado na função, dá resultado zero. É também chamado de raiz da função. Para determina-lo, utilizamos conhecimentos de equações. Como queremos f(x) = 0, podemos escrever 20x + 12 = 0 20x = –12 x = -12/20 Simplificando a fração, temos x = -3/5 Aplique o valor obtido (-3/5) na função dada e constate que o resultado obtido será zero.

Domínio de uma função O Domínio de uma função é um tema importante, muito recorrente em vestibulares. Trata-se do conjunto de valores que podem ser aplicados em uma determinada função. Tomemos como exemplo as funções y = 3x + 7,

y = 5x2 + 2x – 8,

y = x5 – 6x3 + 2x2 + 42

A variável x pode representar qualquer número, seja grande, pequeno, negativo, decimal etc. Pode ainda ser um número irracional, não há restrições. Observe as funções a seguir e responda:

a) y = (4x+9)/(15+3x) Qual é o valor de y para x = –5?

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b) y = 3x+√5x+4 Qual é o valor de y para x = –8? Nos dois exemplos acima há problemas. Na primeira função, se x = – 5 há divisão por zero, o que não é possível. Já na segunda função, temos raiz quadrada de – 36, não existente no conjunto dos números reais. Podemos então constatar que os valores pedidos não podem ser incluídos no conjunto do Domínio das funções mostradas. Desse modo, podemos afirmar que para determinar o conjunto Domínio de uma função há duas regras básicas: 1. Não pode haver divisão por zero. 2. Não pode haver radicando negativo de uma raiz de índice par.

EXERCÍCIO RESOLVIDO Determine o conjunto domínio da função f(x) =

√18 - 6x x2 + 3x + 8 4

RESOLUÇÃO Note que há uma divisão (toda fração indica divisão), então precisamos determinar para qual ou quais valores de x o divisor será igual a zero. Nesse caso, o divisor é descrito por uma expressão do segundo grau: x2 + 3x + 8. Desejamos saber qual valor aplicado a x, faz com que o resultado das contas seja zero. Para isso, basta escrever: x2 + 3x + 8 = 0. Você conhece isso, é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida pela fórmula de Báskara. Aplicando a fórmula, você descobrirá que Δ = 32 – 4.1.8 ⟹ Δ = 9 – 32. Desse modo, percebemos que Δ = –23. O que ocorre quando o delta é negativo? Isso significa que não há nenhum valor de x real que satisfaça a equação. Nenhum valor de x fará com que o denominador tenha valor igual a zero, trocando em miúdos, não haverá divisão por zero. Mas ainda há uma expressão no numerador que está em uma raiz quarta, de índice par. Essa expressão dentro da raiz não pode ter valor negativo. Vamos a ela: 18 – 6x ≥ 0 (essa expressão pode ter valor zero, pois existe raiz real de zero, que é igual a zero mesmo).

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Resolvendo a inequação, temos que x ≤ 3, ou seja, x pode ter valor igual a 3 ou menor, só não pode ser maior. Desse modo, o domínio da função mostrada é D = {x ∈ ℝ | x ≤ 3}. Detalhe, se esta raiz estivesse no denominador, x não poderia ser igual a 3.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS Determine o conjunto domínio das funções: f(x) =6√3x + 27 f(x) = 320 - 5x √x + 5 f(x) =

8 x2 + 49

f(x) = 8x3 + 2x2 + 21 f(x) = √2x - 16 + 4x3 3-x

Função quadrática Considere a função y = x2 – 2x – 24 e preencha a tabela a seguir (observe os exemplos): x

–6

–4

y

–2

0

2

4

6

–16

8 24

Função exponencial Preencha a tabela a seguir utilizando a função y = 2x (observe os exemplos): x

0

1

2

y

3 8

4

5

6

7

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Exercícios com resolução em vídeo LEMBRE-SE: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas.

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1. Determine os coeficientes A e B da função f(x) = Ax + B, sabendo que f(6) = 26 e f(–3) = –46:

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. (Enem) O saldo de contratações no mercado formal no setor varejista da região metropolitana de São Paulo registrou alta. Comparando as contratações deste setor no mês de fevereiro com as de janeiro deste ano, houve incremento de 4.300 vagas no setor, totalizando 880.605 trabalhadores com carteira assinada.

Suponha que o incremento de trabalhadores no setor varejista seja sempre o mesmo nos seis primeiros meses do ano.

Considerando que y e x representam, respectivamente, as quantidades de trabalhadores no setor varejista e os meses, janeiro sendo o primeiro, fevereiro, o segundo e assim por diante, a expressão algébrica que relaciona estas quantidades nesses meses é

a) y = 4300x

d) y = 876305 + 4300x

b) y = 884905x

c)

y = 872005 + 4300x

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

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REFERÊNCIAS ADMINISTRAÇÃO. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ administracao/>. Acesso em: 21 fev 2017. BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Matemática: Ser protagonista – ensino médio, 1ª, 2ª e 3ª séries. São Paulo: Edições SM, 2014. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Trilhas Engenheiros: caderno 1. Curitiba, 2015.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino e inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo você será apresentado ao Texto Argumentativo que traz consigo a defesa de um determinado ponto de vista, opinião, ideia ou tese.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Argumentação Esse tipo de texto não é meramente informativo ou expositivo, pois sua finalidade é convencer o leitor por meio de uma argumentação consistente. Para isso, utiliza vários tipos de argumento (de prova concreta, alusão histórica, autoridade etc.). Utilizam-se operadores argumentativos: a) introduzir um argumento apresentado como acréscimo, um argumento a favor de uma determinada conclusão (além disso, ainda mais, além de, e mais, e, também, nem, nem mesmo, ademais, não apenas ... mas, não apenas ... mas também, e não só porque ... mas também, não só ... mas também, sobretudo, e também, além, mais uma vez, mais ainda, aliás, ainda, e ainda); b) assinalar uma oposição ou contrapor argumentos para uma conclusão contrária (mas, mais ainda, mas também, entretanto, porém, contudo, todavia, embora, mesmo que, apesar de, ainda que, etc.) (TRAVAGLIA, 2007).

Características •

Procede a análise de um assunto e, ao mesmo tempo, defende o ponto de vista do autor a respeito desse assunto.

Pode ser escrito de maneira dedutiva (do geral para o particular) ou indutiva (do particular para o geral).

Apresenta três fases, convencionalmente, que são: introdução (apresenta a tese ou ideia principal, se a construção for dedutiva), desenvolvimento e conclusão.

Linguagem clara, objetiva e impessoal, de acordo com o padrão culto formal da língua.

Verbos predominantemente no presente do indicativo.

Encadeamento textual

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Estruturação dos parágrafos: um parágrafo deve conter uma ideia principal à qual se associam ideias secundárias. Os parágrafos podem ser desenvolvidos por comparação, causa-consequência, exemplificação, detalhamento, entre outras possibilidades.

Estruturação dos períodos: períodos geralmente formados por duas ou mais orações, para que se possa construir as relações de causa-consequência, contradição, exemplificação, conclusão etc.

Referenciação: utiliza-se pronomes, advérbios, artigos ou outros vocábulos para retomar lugares, coisas e pessoas já referenciados no texto.

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Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos migrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/ noticia/2013/09/conheca-as-redacoes-das-estudantes-de-santa-maria-publicadasno-guia-do-enem-2013-4262982.html> Acesso em: 21 mar. 2017

Estratégias de coesão: substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possesivos (nosso(s), dele(s), dela(s), etc.) e demonstrativos (nós, ele(s), ela(s), etc.), advérbios que indicam localização (onde, aqui, lá, perto, longe, etc.). Substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões resumitivas ou metafóricas. Substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que resumam e retomem o que já foi dito.

O que se deve evitar: desvios de escrita formal, frases fragmentadas, marcas de oralidade no texto (né, sabe, tá); emprego equivocado de conector que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto.

Estrutura do texto Dissertativo-Argumentativo Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de maneira criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade. Listamos abaixo algumas formas de começar o seu texto, elas vão das mais simples às mais complexas. 1. Uma declaração: é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.

É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.

Alberto Corazza. Isto é. dez. 1995.

2. Definição: é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.

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O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas de ação humana.

ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M. H.P. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. p. 62.

3. Divisão: o autor separa duas ideias explicando-as no parágrafo que segue.

Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo. 17 dez. 1996.

4) Oposição: o autor cria uma oposição entre as ideias para seguir para a argumentação.

De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É esse o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

Disponível em: < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula. html?aula=53161>. Acesso em: 21 mar. 2017

5) Adjetivação: iniciar uma frase com um adjetivo é a base para desenvolver um tema.

Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo. Anderson Sanches. INfocus, n.5, ano 1. out. 1996. p.2.

6) Citação: a citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela será retomada. Esse recurso confere maior credibilidade ao ponto de vista abordado no texto, pois se apoia no discurso de outrem, que pode ser uma autoridade no assunto, um documento/órgão oficial ou de imprensa digno de crédito.

“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora”. O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, C.A. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1995. p.73.

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7) Exposição do ponto de vista oposto: ao começar o texto com uma opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos autores. O objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra argumentação.

O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação. Orlando Silva Junior e Eder Roberto Silva, Folha de S. Paulo, 5 nov. 1996

8) Comparação: para introduzir um tema o autor estabelece comparações.

O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática. 1991. p.101.

Desenvolvimento Para garantir a coesão entre os parágrafos do texto dissertativo-argumentativo, é importante estar atento aos articuladores apropriados, de acordo com seu valor semântico. Exemplificamos: •

Tempo: quando, assim que, desde que, logo que etc.

Causalidade: uma vez que, porque, dado que, posto que, já que etc.

Condição: desde que, se, a menos que, contanto que, etc.

Oposição: embora, ainda que, apesar de, ao contrário, mas, porém, contudo, entretanto etc.

Acréscimo: ainda, além disso, outrossim, vale lembrar, ainda que, é importante ressaltar ainda que, inclusive etc.

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Tipos de argumento: justificativas para defender um ponto de vista •

Comparação: cria-se o confronto entre duas realidades diferentes, seja no tempo, no espaço, seja quanto a características físicas, etc.

“Se a PM e a Polícia Civil conseguissem prender marginais com a eficiência dos policiais americanos (743 para cada 100 mil habitantes), seria preciso construir uma penitenciária a cada 21 dias.”

Dráuzio Varella. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ ilustrada/27585-superpopulacao-carceraria.shtml>. Acesso em: 26. nov. 2016.

Alusão histórica: o autor retoma acontecimentos do passado para explicar fatos do presente.

Durante, principalmente, a década de 1980, o Brasil mostrou-se um país de emigração. Na chamada década perdida, inúmeros brasileiros deixaram o país em busca de melhores condições de vida. No século XXI, um fenômeno inverso é evidente: a chegada ao Brasil de grandes contingentes imigratórios, com indivíduos de países subdesenvolvidos latino-americanos. Fonte: Redação Enem

Argumentos de prova concreta: apresentação de números, dados estatísticos, resultados de pesquisas, índices etc.

É importante pontuar, de início, que a abusiva publicidade na infância muda o foco das crianças do que realmente é necessário para sua faixa etária. Tal situação torna essas crianças pequenos consumidores compulsivos de bens materiais, muitas vezes desapropriados para determinada idade, e acabam por desvalorizar a cultura imaterial, passada através das gerações, como as brincadeiras de rua e as cantigas. Prova disso são os dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferirem se divertir com os objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser humano e consumo está “nascendo” desde a infância. Fonte: Redação Enem

Argumentos consensuais: “verdades” aceitas. Afirmações que geralmente não dependem de comprovação.

“Todo ser humano precisa de uma boa alimentação e lazer”, “A poluição diminui a qualidade de vida nas grandes cidades”. (CEREJA; MAGALHÃES, 2013)

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Argumentos de autoridade: apresentam o ponto de vista de alguém que

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tem conhecimento sobre o assunto discutido no texto, um especialista, professor, pesquisador, jornalista etc. Se transcrita em discurso direto, a citação deve vir entre aspas, com a indicação do autor. No discurso indireto, usam-se expressões como: segundo fulano, de acordo com fulano, conforme fulano, do ponto de vista de fulano etc.

“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças”. A frase do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as questões referentes à infância.

rgumentos de presença: o autor ilustra o ponto de vista com histórias (de A infância, de amigos, de vizinhos, de parentes...) lendas, parábolas, mitos etc.

No tempo de nossos avós, era comum abandonar, desde muito cedo, os estudos para começar a trabalhar no campo ou mesmo na cidade.

Argumentos de retorção: (contra-argumentos) – nesse tipo de construção, utilizam-se os próprios argumentos do interlocutor para destruí-los.

Levantamento produzido pelo jornal Folha de São Paulo com base nos censos realizados nas 150 penitenciárias e nas 171 cadeias públicas e delegacias de polícia, mostra que o Estado de São Paulo precisaria construir imediatamente mais 93 penitenciárias [...] Agora, analisemos as despesas. A construção de uma cadeia consome R$ 37 milhões, o que dá perto de R$ 48 mil por vaga. Para criar uma única vaga gastamos mais da metade do valor de uma casa popular com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, por meio da qual é possível retirar uma família da favela. Não sejamos ridículos, caro leitor. Se nossa polícia fosse bem paga, treinada e aparelhada de modo a mandar para atrás das grades todos os bandidos que nos infernizam nas ruas, estaríamos em maus lençóis. Os recursos para mantê-los viriam do aumento dos impostos? Dos cortes nos orçamentos da educação e da saúde?

Dráuzio Varella. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ ilustrada/27585-superpopulacao-carceraria.shtml>. Acesso em: 26. nov. 2016.

Da conclusão Fechar a ideia, finalizar a defesa com os pontos ressaltados na introdução e no desenvolvimento, com o cuidado de deixar evidente o ponto de vista adotado.

PARA IR ALÉM • <http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php>. • <https://www.youtube.com/watch?v=ERi-XrWtaWA>.

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PROPOSTA COMENTADA 1) (Unicentro-PR) A.

(ANGELI. Ética, hora e honestidade. Disponível em: <http://blogdoprofessorrpc.blogspot.com/2007/07/charge-interessante.html>. Acesso em: 29 set. 2011.)

B. O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, porque essa é a única ética compatível com o espírito republicano. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos agem imoralmente, como temos visto nas crises políticas. Sugiro que, adotando os critérios anteriores, há três tipos de imoralidade na política: imoralidade quanto aos meios, quanto aos fins e quanto aos meios e aos fins. (BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Ética e política. Folha de S. Paulo. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/Articles/2006/06.04.10Etica_e_politica.pdf>. Acesso em: 29 set. 2011. Adaptado).

Reflita sobre as informações transmitidas pela charge (A) e pelo fragmento em destaque (B) e, a seguir escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre a importância de atitudes éticas e honestas entre os governantes de um país, de forma que possam ser respeitados e honrados diante do papel social que representam. Observações: em seus argumentos, lembre-se de citar exemplos, ao longo da história política brasileira, em que as palavras “Ética, honra e honestidade” foram discutidas e ressignificadas diante de interesses pessoais.

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COMENTÁRIOS As redações referentes a esse modelo serão avaliadas levando-se em conta os seguintes critérios: a) Conteúdo: objetiva avaliar a capacidade de o candidato argumentar sobre um determinado tema (nesse caso a questão que se refere às “atitudes éticas e honestas entre os governantes de um país, de forma que possam ser respeitados e honrados diante do papel social que representam”), mensurar o processo de reflexão sobre esse tema (fazer uma seleção de argumentos e exemplos que serão usados para defender seu ponto de vista) e verificar a organização do conhecimento no texto escrito (o modo como você encadeia e relaciona as informações na redação). Fazem parte do conteúdo os itens:

Título

Avalia-se a relação do título atribuído e a sua pertinência com o conteúdo apresentado na redação (caso você opte por escrever um título ou a proposta assim o peça);

Tema

Avalia-se a leitura que o candidato fez do tema, bem como seu comprometimento com ele (esse enunciado solicita que o candidato escreva sobre o tema dado e deixe claro seu ponto de vista sobre o mesmo);

Coerência

Avalia-se a articulação do texto, a sua progressão, não-contradição e a repetição das ideias sobre o tema, com observação na sua argumentação.

b) Forma: objetiva avaliar o emprego das estruturas linguísticas da forma padrão e da estrutura da tipologia textual específica, relativa ao tema escolhido. Fazem parte da avaliação da forma os itens: Tipologia Textual

Avalia-se a adequação da redação à tipologia textual indicada no comendo do tema;

Emprego da Norma Padrão

Avalia-se o emprego da norma padrão ensinada no sistema escolar brasileiro;

Coesão

Avalia-se o emprego de elementos coesivos e o seu desempenho na coerência das ideias apresentadas na redação.

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AGORA É SUA VEZ 1. (UEPG)

Filme infantil mostra papel importante da tristeza; especialistas concordam

A animação “Divertida Mente” é mais uma produção da Pixar voltada para crianças que tem tudo para agradar aos adultos. Na história, as emoções de uma menina de 11 anos ficam confusas quando ela tem de lidar com a mudança com a família para outra cidade. A Tristeza, assim com letra maiúscula por se tratar de uma personagem, tem papel fundamental para o desfecho do enredo. Jim Morris, presidente da Pixar classificou o filme de “corajoso”. Especialistas em comportamento endossam a afirmação do executivo.

Explorar a tristeza – falar dela, senti-la e enfrentá-la – não é tarefa das mais fáceis e por isso mesmo é uma ideia que costuma ser rechaçada por muitas pessoas. “Existe um preconceito em relação à tristeza. Busca-se negá-la e supervalorizar a alegria. Na nossa sociedade, a tristeza só é valorizada na música, na literatura e na pintura”, afirma John Fontenele Araújo, doutor em psicologia na área de neurociência e professor do Departamento de Fisiologia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). [...]

Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título.

PROPOSTA

O filme citado no texto acima teve grande repercussão por tratar de emoções, inclusive a tristeza. Para produzir seu texto, oriente-se pela seguinte situação: você escreve uma coluna para uma revista de circulação nacional, cujo perfil é abordar assuntos sobre saúde, bem-estar e estilo de vida a um público adulto. Tendo como apoio as informações acima, redija um texto de opinião dissertativo argumentativo sobre um dos posicionamentos abaixo:

A tristeza deve ser enfrentada

ou

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A tristeza deve ser minimizada Lembre-se: não faça cópias literais do texto original.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=696

2. (UFPR) Leia a seguinte notícia:

Para apagar o incêndio

Com o ensino médio estagnado, o governo propõe um redesenho curricular a fim de sair do impasse

Após a divulgação dos vexatórios resultados do ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação planeja uma ampla modernização do currículo, com a integração das diversas disciplinas em grandes áreas do conhecimento. Na terça-feira (21), o ministro Aloízio Mercadante reuniu-se com os secretários estaduais da área e propôs um grupo de trabalho para estudar a proposta, inspirada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza e suas tecnologias. [...]

(Carta Capital, 29 ago. 2012, p.28)

Considerando a decisão do Ministério da Educação de reformular o ensino médio e sua experiência como aluno, responda:

Segundo seu ponto de vista, quais seriam as duas mudanças mais importantes para uma melhoria desse nível de ensino?

Responda essa questão em um texto de 8 a 10 linhas, atendendo às seguintes recomendações:

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roponha exatamente duas mudanças, que devem ser diferentes das P apresentadas na notícia.

Justifique cada uma das mudanças propostas.

Não apresente tópicos desconectados, mas um texto articulado.

REFERÊNCIAS MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997.SESI. Roteiro de produção textual. Curitiba, 2016. TRAVAGLIA, Luis Carlos. Da distinção entre tipos, gêneros e subtipos de texto. Estudos Linguísticos. Marília, São Paulo, v. xxx, 2001. Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/ travaglia/artigos/artigo_

da_distincao_entre_tipos_generos_subtipos_de_textos_.

pdf>. Acesso em 29 jun. 2016.

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2. CIÊNCIAS CONTÁBEIS Profissional em contabilidade O contador é responsável pela coordenação e também pelo controle dos diversos registros de negócios (compras, vendas, investimentos e aplicações), com o objetivo de dar uma visão concisa do patrimônio. Ele faz a interpretação dos eventos econômicos e também fornece informações às empresas para que seus gestores possam tomar as melhores decisões. É responsável também por realizar o registro de todos os fatos administrativos e o pagamento de tributos. Se for atuar como colaborador de uma empresa, poderá trabalhar nas áreas tributária ou financeira, de recursos humanos ou na perícia contábil. Pode ainda trabalhar em escritórios de contabilidade, atendendo pequenas e médias empresas, ou abrir seu próprio negócio. Algumas atividades só podem ser realizadas por esse profissional, como a auditoria e perícias contábeis. Para trabalhar como contador, é preciso ser registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).

Áreas de atuação •

Auditoria: Fiscalizar as contas de uma empresa, conferindo os registros nos livros e os dados de balanços.

Contabilidade ambiental: Controlar e planejar de gastos relacionados ao meio ambiente.

Contabilidade gerencial: Registrar e analisar as operações financeiras e patrimoniais de uma empresa e fornecer dados para a tomada de decisões.

Controle e perícia: Coordenar as operações fiscais e financeiras de empresas públicas e privadas.

Ensino: Dar aulas em cursos técnicos e treinamento a funcionários de empresas na área contábil.

Mercado de trabalho Desde 2010, quando o Brasil passou a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade, o mercado para quem se forma nesta área, tem se mantido aquecido. Há ainda outros fatores que elevam a procura pelo contador, a necessidade do envio de informações para a Receita Federal por meio digital, a complexa matriz tributária brasileira e a falta de especialistas qualificados. Escritórios de consultoria e empresas

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contratam esse profissional para trabalhar na área tributária e na tesouraria. E escritórios de contabilidade continuam necessitando de um número grande de profissionais. Também é possível atuar como autônomo ou no setor público. O mercado valoriza profissionais com visão gerencial e capazes de acompanhar a definição de estratégias de negócios. O contador que possui domínio do inglês possui, com certeza, um diferencial. Há vagas em todo o país.

O curso O primeiro ano possui, em sua matriz curricular, principalmente disciplinas básicas, como sociologia, português, economia, direito e administração. Em seguida, é a vez da formação técnica e gerencial. Disciplinas como teoria da contabilidade, planejamento e contabilidade financeira começam a aparecer. Há também aulas de legislação comercial, direito, planejamento tributário, auditoria e perícia. Algumas faculdades exigem uma monografa para a conclusão do curso (TCC).

Registro profissional Para obter o registro profissional e exercer a profissão, o recém-formado deve prestar o Exame de Suficiência da Classe Contábil. Para se inscrever na prova é preciso ter concluído o curso ou estar cursando o último ano da graduação em Ciências Contábeis. São realizados dois exames por ano em diversas cidades do país. •

Duração média: 4 anos.

Relação candidatos/vagas UFPR: Noite: 7,97.

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Ciências Contábeis por meio do link <https://youtu.be/v1KU2QSWykw>.

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HISTÓRIA Com o surgimento das escrita começou a acontecer o registro dos patrimônios. Documentos mostram que na Mesopotâmia já existiam formas de livros contábeis que descreviam as propriedades. Historicamente, os povos que se expandiam tinham controle de seus ganhos como forma de contabilidade. Para exemplificar essa questão, podemos citar também o povo Inca tinha um sistema que contabilizava todas as riquezas de seu Império. Neste capítulo discutiremos os principais aspectos da República Velha.

República Velha Em 1889 ocorreu a Proclamação da República, um movimento sem participação popular, que pouco alterou o cenário social do Brasil. As mudanças efetivas ocorreram na política, o campo social e econômico permaneceram da mesma forma. A seguir, apresentamos uma linha cronológica para compreensão desse período.

Disponível em: <https://cursandomedicina.files.wordpress.com/2015/06/republica. png?w=700>. Acesso em: 29 nov.2016.

Começamos explanando sobre o período conhecido como República Velha, quem tem início em 1889 e término em 1894.

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Denominada República da Espada, teve como presidente o Marechal Deodoro da Fonseca, posteriormente substituído pelo Marechal Floriano Peixoto. Durante a República da Espada, a organização política foi a principal preocupação, tanto que em 1891 foi promulgada a primeira Constituição Republicana. Na Constituição “estabeleceu-se a separação entre o Estado e a Igreja, o direito de voto para os homens alfabetizados e maiores de 21 anos, a forma de governo republicana etc.” (CAPELLARI; NOGUEIRA, 2014, p.114) Ocorreram alguns conflitos durante esse período, como a Crise do Encilhamento (de cunho econômico), a Revolta da Armada, (contrária a posse do Floriano Peixoto) e a Revolta Federalista, que teve início no Rio Grande do Sul, motivada pelo governo de Júlio de Castilhos. Após 1894, se estabeleceu no Brasil o período conhecido como Política do Café com Leite, nome dado devido a administração política fraudulenta revezada entre paulistas e mineiros. Com o passar dos anos, a população mais simples, descontente com a situação da República para os pobres novamente se revoltou. Na tabela a seguir destacamos as principais revoltas e suas motivações.

<http://3.bp.blogspot.com/SZqO0xhuXJs/T8UfAMHTB4I/AAAAAAAAAFo/XFCAydylZUo/ s1600/TABELA+COMPARATIVA.bmp>. Acesso em: 26 nov. 2016.

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Apesar de serem conhecidos como movimentos de contestação, a maioria dessas revoltas buscava igualdade e direitos sociais, ainda escassos. Todas as revoltas foram sufocadas pelos governos estaduais, alguns com a ajuda do Governo Federal. Em 1930, com o apoio de Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais, Getúlio Vargas assume a presidência do Brasil por meio de um golpe, desconstruindo a política existente. A Era Vargas durou quinze anos e dividiu-se em 3 períodos: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo. O primeiro momento foi marcante pela posse de Vargas em 1932 ficou conhecido como Revolta Constitucionalista. A criação e implantação da constituição marcaram o segundo período. Já o terceiro foi marcado golpe de 1937, Vargas conhecido como um período autoritário. Algumas transformações que ocorreram na Era Vargas foram de extrema importância, como a criação da CLT, o voto feminino, o desenvolvimento industrial e a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Depois da Segunda Guerra Mundial, Vargas renunciou ao governo, e Eurico Gaspar Dutra é eleito com seu total apoio. Dutra deu continuidade a algumas medidas de Vargas, e iniciou uma fase conhecida como populista. A tabela a seguir mostra os presidentes que fizeram parte desse período e mantiveram a característica populista em seus governos.

Para a complementação de conhecimentos acerca da República Velha, confira os links a seguir, Artigos: <http://alojoptico.us.es/Araucaria/nro26/monogr26_4.pdf> <http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/viewFile/830/691>

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Vídeos: <https://www.youtube.com/watch?v=mWbZdmQcSzY> <https://www.youtube.com/watch?v=16b62_2v7O4> <https://www.youtube.com/watch?v=LGRkoxRjRPM>

QUESTÃO COMENTADA 1) (Enem)

É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930.

MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).

O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de

a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas. b) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia. c) criticar a política educacional adotada durante a República Velha. d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder. e) destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.

RESPOSTA COMENTADA Ao colocar fim a Primeira República, a Revolução de 1930, além de representar a insatisfação de grupos oligárquicos dissidentes – principalmente dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul – pretendia obter o apoio de classes que estavam gradativamente mais presentes em uma sociedade cada vez mais urbanizada como o proletariado e a classe média (representados principalmente pelo tenentismo).

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Sendo assim, ao chegar ao poder, tem-se início a Era Vargas que buscou criticar e desqualificar todo o período caracterizado como República Velha com o objetivo de legitimar nova ordem política e buscar adesão desses novos segmentos da sociedade. Portanto, a alternativa correta é a d.

ATIVIDADES 1) (UFPR)

Muitos dos que criticam chamar o movimento de 1930 de revolução consideram que a Abolição da Escravatura, por exemplo, foi uma ruptura mais importante. Chamar (19)30 de revolução nada mais seria do que assumir o ponto de vista dos “vencedores”.

(CPDOC – Revolução de 1930)

Comente essa afirmação sobre a conhecida “Revolução de 1930” no Brasil, explicando quem foram os vencedores desse evento histórico. Em seguida, discorra sobre um fator de transformação e um fator de continuidade decorrentes desse evento.

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2. (UFPR)

Durante o Estado Novo (1937-1945) “os periódicos acabaram sendo obrigados a reproduzir os discursos oficiais, a dar ampla divulgação às inaugurações, a enfatizar as notícias dos atos do governo, a publicar fotos de Vargas (...) Havia íntima relação entre censura e propaganda.”

(CAPELATO, M. H. Multidões em cena. São Paulo: Unesp, 2009, 2ª ed., p. 86).

Por que o governo desse período deu tanta importância ao controle dos meios de comunicação? Quais tipos de informação e conteúdo eram censurados pelo governo do Estado Novo nos meios de comunicação?

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REFERÊNCIAS CAPELLARI, M. A.; GOMES N. F. H. Ser Protagonista: História Ensino Médio. São Paulo: Edições SM. 2014. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016.

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MATEMÁTICA Progressões Aritméticas São sequências numéricas que aumentam ou diminuem segundo uma lógica simples, pela adição ou subtração de um valor constante. Dessa forma, a variação é sempre a mesma. Veja a sequência numérica: (-8, -5, -2, 1, 4, 7, 10).

Veja que, neste exemplo, cada número componente da progressão (em vez de componente, costumamos dizer termo da progressão) é composto pela adição de 3 ao termo anterior. Vamos aos detalhes: •

O primeiro termo é o número –8, que então chamamos de a1.

Para facilitar o trabalho dizemos: a1 = –8, a2 = –5, a3 = –2, a4 = 1 e assim por diante.

O valor 3, que está sendo adicionado a cada termo, é chamado de razão.

Esta é uma progressão aritmética finita, pois só tem 7 termos.

E é também uma progressão aritmética crescente, pois sua razão tem valor positivo.

Abreviamos progressão aritmética para PA.

EXERCÍCIO RESOLVIDO Vamos calcular o primeiro e o 23º termos de uma PA, sendo a11 = 45 e a15 = 21. Não sabemos o valor da razão, então podemos escrever um esquema como o representado abaixo:

Repare que a razão foi adicionada 4 vezes para formar o 15º termo, a partir do 11º termo, que vale 45, dessa forma sabemos que 45 + 4r = 21. Resolvendo esta equação simples, temos r = - 6.

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Outra coisa importante: a partir do 11º termo, adicionamos 4 vezes a razão para formar o 15º termo, como já foi dito. Veja que 15 – 11 = 4. Dessa forma, podemos obter uma relação geral entre termos e a razão da PA, assim: an = am + (n – m).r Esta é a fórmula do termo geral de uma PA na qual an é um termo cujo valor queremos encontrar, e am é um termo de valor conhecido. As letras m e n representam o valor posicional destes termos, e r é a razão da PA. Observe bem a ordem das letras n e m na fórmula mostrada, ela não pode ser invertida. Vamos agora usar esta generalização para calcular o que foi pedido: O enunciado pede o primeiro termo, a1. Sabemos o valor de a11, então vamos usá-lo: a1 = a11 + (1 – 11).r a1 = 45 – 10.(-6) a1 = 45 + 60 a1 = 105 Para calcular o último termo, a23, você pode usar a mesma fórmula, baseado no dado que você quiser. Você já sabia, do enunciado, os termos a11 e a15, mas pode usar também o termo a1, o resultado será sempre o mesmo, se a fórmula acima for bem utilizada. Você deverá chegar em a23 = -27. Veja: o primeiro termo, a1 = 105, o 23º termo, a23 = - 27. Esta é uma PA decrescente, tem razão negativa (- 6).

Soma dos termos de uma PA Uma PA é apenas uma sucessão de números ordenados logicamente, conforme explicado acima. Se você quiser saber a soma destes números, pode fazer a conta de um por um, o que dá muito trabalho, ou usar a fórmula: Sn =

(a1 + an).n 2

Ou seja, a soma dos valores de todos os n termos de uma PA é a metade do valor da multiplicação da soma dos valores do primeiro e do último termos pelo número de termos.

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Progressão geométrica, ou PG É parecida com a PA, mas agora a razão é multiplicada por cada termo, ao invés de somada. E é representada pela letra “q”, ao invés de “r”. Por exemplo, em uma PG na qual o primeiro termo é 3 e a razão é 5, os primeiros 6 termos serão:

Podemos comparar esta PG com uma PA, na qual a razão também é 5, veja como ficariam os mesmos 6 primeiros termos:

A PG é útil para, por exemplo, estudar crescimento populacional e juros compostos (muito útil para a contabilidade), entre outras aplicações, inclusive aquelas puramente teóricas, como ferramentas para a resolução de problemas de matemática. Para resolver exercícios de PG, além da óbvia capacidade de interpretação de enunciados, é bom conhecer as fórmulas do termo geral (an e da soma dos termos): •

Termo geral: an= a1∙ qn-1, sendo n um número natural, maior que zero.

Soma de termos de PG finita: Sn =

a1(qn - 1) desde que q seja diferente de 1. q-1

Soma de termos de PG infinita: Sn =

a1 atenção: só funciona para -1 < q < 1. q-1

Tente fazer estes exercícios, conferindo sua resolução com as vídeo aulas: 1. Três números estão em PA. Determine os valores desses números sabendo que o produto deles é 420 e a soma é – 12. 2. Certo material plástico é produzido por uma reação química que proporciona aumentos constantes. Por exemplo, se partimos de uma área inicial em forma de quadrado, a reação garante que os lados do quadrado aumentam 12% a cada hora.

Calcule o tempo necessário para se obter 10 m2, a partir de um quadrado inicial cujos lados medem 7cm.

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REFERÊNCIAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ ciencias-contabeis/> Acesso em: 21 fev. 2017. BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Matemática: Ser protagonista – ensino médio, 1ª, 2ª e 3ª séries. São Paulo: Edições SM, 2014. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Trilhas Engenheiros: caderno 2. Curitiba: 2015.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou, seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza injustiças na avaliação dos corretores, assegurando a imparcialidade e a confiabilidade do processo. Sendo assim, primeiramente, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página de inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado à proposta de texto pede ao candidato que se elabore a continuação de um texto já iniciado. A Continuação de Texto é uma proposta de redação que geralmente aparece na prova de vestibular da UFPR. Para responder com sucesso a esse tipo de questão, o segredo é entender o modelo de texto que deve ser continuado e, prestando atenção no comando da redação, dar sequência as ideias do autor da maneira mais coerente e coesa o possível. Para tal, devemos ter em mente o que são Gêneros Textuais. Os gêneros são entidades textuais de natureza sociocultural que materializam a língua em situações comunicativas diversas. É um campo de estudo que tem recebido uma maior atenção nos últimos anos, devido à percepção de sua relevância para o ensino de língua portuguesa e funcionalidade na vida cotidiana, nas incontáveis áreas que esta abrange. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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A tipologia clássica e as práticas pedagógicas Um grupo de pesquisadores europeus do chamado “Grupo de Genebra” propôs a utilização dos gêneros textuais como instrumento, como ponto de partida para o ensino. Dentre eles, Dolz e Schneuwly (1996) e Pasquier e Dolz (1996) se posicionaram contrários à utilização da tipologia clássica (narração, descrição e dissertação) para o desenvolvimento de habilidades de escrita e leitura, considerando-a inadequada para uma ação pedagógica voltada ao desenvolvimento de competências comunicativas amplas, uma vez que não contempla o escopo social dos textos, baseia-se apenas na sua organização textual. A tipologia clássica não dá conta das inúmeras práticas sócio discursivas de nossa sociedade. Afinal, na vida cotidiana não é solicitado a alguém que faça uma dissertação, ou uma descrição ou narração. O que se exige é um certo domínio dessas “modalidades retóricas” (cf. Swales, 1994/1999) para se defender uma ideia, um ponto de vista no caso da dissertação; ou para se fazer um boletim de ocorrência no caso da narração; ou para se escrever um anúncio de classificados no caso da descrição. Logo, restringir os textos, nas práticas pedagógicas, apenas pelo modo como se organizam é um risco de limitá-los a fórmulas ou esquemas que os descaracterizem de seus propósitos comunicativos. Devemos, então, pensar o quanto uma mudança de concepção de ensino e aprendizagem se faz necessária. Ainda mais, em um momento histórico como o que vivemos agora, em que mudanças econômicas e políticas trazidas a reboque do fenômeno da “globalização” trazem a todo instante profundas consequências culturais e diretamente, novas práticas sociais. (GODENY, J. PEREIRA, L. 2013) Schneuwly e Dolz (2004) propõem realizar uma divisão de agrupamentos de gêneros. Essa divisão consiste em organizar os gêneros textuais de acordo com as semelhanças que as situações de produção dos gêneros possuem. Cada gênero necessita de um ensino adaptado, pois apresenta características distintas. No entanto, os gêneros podem ser agrupados em função de um certo número de regularidades linguísticas. Os agrupamentos de gêneros se dividem em cinco: Narrar, Expor, Argumentar, Instruir e Relatar. O quadro a seguir representa a proposta provisória de agrupamento de gêneros realizada por Schneuwly e Dolz (2004, p.60-61).

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Domínios sociais de Comunicação Aspectos tipológicos

Exemplos de Gêneros Escritos e Orais

Capacidades de linguagem dominantes

• Cultura literária ficcional. • Narrar. • Mímese da ação através da criação da intriga no domínio verossímil. • Documentação e memorização das ações humanas. • Relatar. • Representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. • Discussão de problemas sociais controversos. • Argumentar. • Sustentação, refutação e negociação de tomada de posição. • Transmissão e construção de saberes. • Expor apresentação textual de diferentes formas dos saberes.

Conto maravilhoso / Conto de fadas / Fábula / Lenda / Narrativa de aventura / Narrativa de ficção científica / Narrativa de enigma / Narrativa mítica / Sketch ou história engraçada / Biografia romanceada / Novela fantástica / Conto / Crônica literária / Adivinha / Piada.

Relato de experiência vivida / Relato de uma viagem / Diário íntimo / Testemunho / Anedota ou caso / Autobiografia / Curriculum Vitae / Notícia / Reportagem / Crônica social / Crônica esportiva / Histórico / Relato histórico / Ensaio ou perfil biográfico / Biografia.

Textos de opinião / diálogo argumentativo / Carta de leitor / Carta de reclamação / Carta de solicitação / Deliberação informal / Debate regrado / Assembleia / Discurso de defesa (advocacia) / Discurso de acusação (advocacia) / resenha crítica / Artigos de opinião ou assinados / Editorial / Ensaio. Texto expositivo (em uso didático) / Exposição oral / Seminário / Conferência / Comunicação oral / Palestra / Entrevista de especialista / Verbete / Artigo enciclopédico / Texto explicativo / Tomada de notas / Resumo de textos expositivos e explicativos / Resenha / relatório científico / relatório oral de experiência.

• Instruções e prescrições. • Descrever Ações. • Regulação mútua de comportamento.

Instruções de montagem / Receita / Regulamento / Regras de jogo / Instruções de uso / Comandos diversos / Textos prescritivos.

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Tipos de gêneros textuais Existem muitos tipos de gêneros textuais, eles podem ser: Romance, Conto, Artigo de opinião, Receita culinária, Lista de compras, Carta, Telefonema, Aula expositiva, Debate, Reunião de condomínio, E-mail, Relato de viagem, Lenda, Fábula, Biografia, Seminário, Piada, Relatório científico. Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura. Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classificá-los de acordo com suas características.

Vejamos alguns exemplos

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Carta: se caracteriza por ter um destinatário e um remetente específicos, pode ser uma carta pessoal, ou uma carta institucional, pode ser ainda uma carta ao leitor, ou uma carta aberta. Dependendo de qual seja seu objetivo, ela adquirirá diferentes estilos de escrita, poderá ser dissertativa, narrativa ou descritiva. A estrutura formal da carta é também uma característica marcante, pois é fixa, apresentando primeiramente a saudação, em seguida o corpo da carta e por último a despedida.

Propaganda: este gênero costuma aparecer bastante na forma oral, mas também pode ser escrito. Possui como característica marcante a linguagem argumentativa e expositiva, podendo também haver pequenas descrições. O objetivo é sempre o mesmo: divulgar o produto/serviço e influenciar a opinião do leitor para que ele “compre” a ideia. O texto é claro e objetivo, e as mensagens costumam despertar sentimentos, emoções e sensações no leitor: calma, tranquilidade, emoção, adrenalina, calor, frio, inquietação. Outro elemento importante é o uso das imagens.

Receita: é um texto instrucional permeado de descrições. O objetivo é instruir o leitor para preparar algo, geralmente uma comida. A estrutura também é fixa, apresentando na sequência: os ingredientes, o modo de preparo e o rendimento da receita. Quanto à linguagem, utiliza verbos no imperativo, pois a partir da ordem, o leitor tenderá a seguir corretamente as instruções para adquirir bom êxito. Outros exemplos de textos instrucionais são a bula de remédio e o manual de instruções.

otícia: este é um dentre os diversos gêneros jornalísticos, e pode ser N facilmente identificado. Possui como característica a linguagem narrativa e descritiva, e seu objetivo é informar um fato ocorrido. Outra característica marcante é a presença de elementos como o tempo, o lugar e as personagens envolvidas no fato.

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Crônica: a palavra “crônica” tem origem grega, vem de chronos (tempo). A partir disso, nota-se uma das principais características desse tipo de texto: seu caráter contemporâneo.

Trata-se de um interessante gênero textual que oscila entre a literatura e o jornalismo. Geralmente, é publicada em jornais ou revistas e registra fatos do nosso cotidiano de forma simples, com doses de humor, ironia, crítica e poesia.

Conto: Basicamente, o conto é um texto narrativo, em prosa, de pequena extensão, se comparado, por exemplo, a gêneros como o romance ou a novela. Esse tipo de texto busca ser direto, conciso, ou seja, geralmente, todas as informações nele presentes costumam ser essenciais.

Há outros gêneros que são, essencialmente, jornalísticos como a Reportagem e a Entrevista. Cada gênero possui sua característica. Entretanto, é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal.

PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) A seguir, apresentamos os parágrafos iniciais de um texto de Fernando Rodrigues publicado na Folha de S. Paulo, em 12/11/2011. Escreva uma continuidade para esse texto, observando as seguintes recomendações: •

ter de 6 a 8 linhas;

apresentar uma articulação clara com os parágrafos iniciais;

introduzir informações novas, que garantam a progressão no tratamento do tema;

concluir o texto de forma coerente.

Uma lei imperfeita O título deste texto é um pleonasmo. Não há leis perfeitas. A Lei da Ficha Limpa é também cheia de qualidades e de defeitos. O seu maior mérito é impedir a candidatura de quem já está condenado por uma instância colegiada, de mais de um juiz. O Supremo Tribunal Federal deu indicações de que aceitará como constitucional esse trecho. A regra terá um efeito profilático após algumas eleições.

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COMENTÁRIOS Para dar continuidade ao texto de Fernando Rodrigues há que, primeiramente, manter o discurso em 3ª pessoa e atender ao critério de coerência através da interpretação correta das opiniões emitidas pelo autor sobre a Lei da Ficha Limpa. O primeiro parágrafo, adverte que, como todas as leis, esta não é perfeita, portanto admite que é passível de críticas, para, no segundo parágrafo, destacar o objetivo principal que é impedir candidaturas de políticos que estejam condenados por um grupo de pessoas habilitadas e credenciadas para tal. A sequência do texto deve estar articulada claramente com os parágrafos iniciais, introduzindo informações novas e concluindo o texto de forma coerente. Textos considerados muito bons: •

apresentam marcas formais que sinalizavam tratar-se de continuidade do texto-base;

articulam-se claramente com o início do texto;

introduzem informações novas, promovendo a progressão do tema desenvolvido no texto (frise-se que, para introduzir uma informação nova ao texto, o aluno precisava acompanhar minimamente o cenário político nacional, motivo pelo qual este parâmetro foi considerado um diferencial para atribuição de nota);

propõem uma conclusão coerente com todo o texto.

Textos considerados bons: •

apresentam marcas formais que sinalizaram tratar-se de continuidade do texto de Fernando Rodrigues;

articulam-se claramente com o início do texto-base;

deixam de introduzir informações novas;

propõem uma conclusão coerente com todo o texto.

Textos considerados regulares: •

deixam de introduzir informações novas;

demonstram alguma dificuldade de articulação com o início do texto-base;

não formulam uma conclusão ao texto.

Textos considerados insuficientes: •

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não atendem aos comandos da questão, embora pudessem demonstrar algum domínio de língua, sem períodos desconexos ou problemas de ortografia;

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aproveitam-se do título do texto-base (“uma lei imperfeita”) para fazer uma dissertação versando sobre problemas de quaisquer outras leis, como por exemplo a Lei Seca;

demonstram desconhecimento total sobre o cenário político nacional, ou seja, sequer sabiam de que se trata a Lei da Ficha Limpa, confundindo-a, muitas vezes, com a substituição de ministros no atual governo;

apresentam sério comprometimento da estrutura textual.

O domínio da linguagem formal é critério para elevar ou diminuir a pontuação em cada uma das faixas descritas. Por outro lado, pontuação adequada, estruturas sintáticas que favorecem leitura e vocabulário apropriado são elementos considerados para se validar a nota a ser alcançada pela aplicação dos critérios com que é analisado o conteúdo de cada texto.

AGORA É SUA VEZ 1. (UFPR) Leia abaixo os parágrafos iniciais de um texto de Rosely Sayão (Folha de S. Paulo, 01 maio 2012). Escreva um ou dois parágrafos 8 a 10 linhas – dando continuidade ao texto, sem necessariamente concluí-lo. Uma continuação adequada deve: •

Apresentar uma articulação clara com os parágrafos iniciais.

Introduzir informações novas, que garantam a progressão no tratamento do tema.

A família passou do singular ao plural. Antes, havia “a família”. Quando nos referíamos a essa instituição todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como os filhos eram vários, a família era bem grande, constituída por adultos de todas as idades e mais novos também. Pai, mãe, filhos, tios e tias, primos e primas, avós etc., eram palavras íntimas de todos, já que sempre se pertence a uma família. Quando as palavras “madrasta” ou “padrasto” ou mesmo “enteado” precisavam ser usadas para designar um papel em um grupo familiar, o fato sempre provocava um sentimento de pena. É que na época da família no singular isso só podia ter um significado: a morte de um dos progenitores. Mas essa ideia de família só sobreviveu intacta até os anos 60.

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REFERÊNCIAS GODENY, J. PEREIRA, L. SAITO, C. L. N. Por que ensinar a partir da Teoria dos Gêneros Textuais? Disponível em: < http://www.faccar.com.br/eventos/desletras/ hist/2005_g/2005/textos/019.html> Acesso em: 17 abr. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. ______. Oralidade e escrita. In: Signótica, Goiânia, p. 119-146, jan./dez. 1997. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Produção Textual e Outros Gêneros. In: Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016.

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3. CIÊNCIAS ECONÔMICAS O profissional com Bacharelado em Ciências Econômicas pode realizar estudos sobre a produção e a distribuição de diferentes bens e serviços entre pessoas, também entre empresas ou ainda, entre países. Ele trata de questões econômicas tanto a nível nacional ou mundial, quanto as situações relacionadas a pequenas empresas ou pessoas que investem seu dinheiro. Deve também estar antenado ao cenário econômico afim de elaborar relatórios e pareceres que possibilitem a análise da situação atual e também fazer projeções para o futuro. O economista ajuda na construção, ampliação e preservação do patrimônio de pessoas, empresas e até governos. Realiza também, planejamentos que procuram encontrar e solucionar problemas financeiros, econômicos e administrativos em empresas sejam elas do comércio, de prestação de serviços, da indústria ou do setor financeiro. Com todas essas atividades que o economista pode desenvolver, tem grandes chances de encontrar trabalho em entidades privadas, institutos, setor público ou ser um consultor independente. Para exercer a profissão de economista, o bacharel deve estar registrado no Conselho Regional de Economia (Corecon).

Áreas de atuação O economista tem uma grande quantidade de áreas que pode atuar após sua formação e registro no Corecon. São elas: Comércio internacional: O economista pode planejar e promover negócios entre empresas de diferentes países, realizando estudos de mercado e cuidando das operações de importação e exportação. Agroindústria: O profissional em Ciências Econômicas estuda e planeja transações no setor agropecuário, realiza a análise da demanda de produtos e também da melhor forma de colocá-los no mercado. Economia ambiental: Ele analisa projetos ambientais em indústrias, Organizações não Governamentais e no setor público. Mercado financeiro: Realiza a análise do mercado e toma decisões sobre quais investimentos fazer. Pode também trabalhar como operador de bolsa de valores ou em corretoras. Perícia: O economista realiza consultorias e apurações em operações financeiras. Planejamento estratégico: Esse profissional avalia as oportunidades e os riscos de mercado afim de encontrar o melhor caminho para os negócios de uma empresa ou ainda orientar possíveis aquisições e fusões. Políticas públicas: Ele define a política econômica de municípios, de estados ou do país. Também pode elaborar orçamentos que possibilitem as ações planejadas pelos governos.

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Pesquisa: levantar variações de preços, custos e outras informações para indicadores econômicos como índices de inflação, desemprego e custo de vida. Planejamento estratégico: avaliar oportunidades e riscos de mercado para redirecionar os negócios de uma empresa ou orientar aquisições e fusões. Políticas públicas: definir a política econômica de municípios, estados ou do país e elaborar orçamentos que possibilitem as ações planejadas por governos.

Mercado de trabalho Atualmente, há boas oportunidades no mercado financeiro e também no mercado de capitais além de empresas de consultoria, onde, o profissional em Ciências Econômicas é requisitado para fazer avaliações macroeconômicas, analisando fatores como câmbio, desemprego, juros, inflação, taxa de crescimento e cenários econômicos. Indústrias, grandes empresas ligadas ao agronegócio e os setores de comércio e serviços também estão à procura de economistas para cuidar da parte financeira. As empresas de pequeno e médio porte também necessitam desse profissional para liderar todas as áreas ligadas às finanças, como tesouraria e planejamento financeiro. No setor de recursos humanos, o bacharel gerencia a folha de pagamentos. O setor público também demanda desse profissional, órgãos como ministérios, agências reguladoras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Central estão sempre à procura de economistas. É possível também seguir carreira acadêmica, trabalhando em instituições de pesquisa ou atuando como professor no Ensino Superior. Grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, têm o maior número de ofertas, mas ganham importância as cidades de médio porte. No Distrito Federal, há um grande número de vagas no setor público.

Curso Além de Matemática Financeira, Estatística e Econometria (aplicação dos conceitos de estatística à análise de dados econômicos), há também disciplinas que ensinam a entender as diferentes correntes do pensamento econômico e a evolução econômica, brasileira e internacional. Contabilidade e direito também estão na grade curricular. Algumas instituições exigem estágio. Já a entrega de um trabalho de conclusão de curso é obrigatória. Há ainda escolas que oferecem cursos com enfoque específico, como a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu (PR). O curso da UEM (Universidade Estadual de Maringá) possui três ênfases distintas: agrícola, regional e empresarial. Duração média: 4 anos. Relação candidatos/vagas UFPR: 3,88 (manhã), 4,51 (noite).

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Economia por meio do link <https:// youtu.be/TuEJPXWEKEE>.

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HISTÓRIA Perceber o processo histórico existente no campo econômico é de extrema importância. Como entender a economia atual sem conhecer os processos pelos quais ela já passou? A economia já foi familiar, de subsistência, foi liberal e teve preocupação com o bem estar social. Cada momento histórico foi acompanhado de aspectos econômicos correlacionados com os outros campos, como o social e o político. Assim para compreender de forma completa as questões econômicas se faz necessário entender o todo, suas relações. Desse modo, apresentaremos nesse capitulo aspectos da história do Paraná.

Paraná Para começarmos nossos estudos sobre o Paraná, é importante destacar o papel dos indígenas que aqui estavam antes da colonização europeia. Caracterizados pelo domínio da agricultura e da cerâmica, temos os Tupis-guaranis, que localizados mais ao litoral, oeste e noroeste do território paranaense. Além deles, os grupos Jês e Tapuias – que tinham uma prática mais rudimentar – ocuparam a área central do território. Após o estabelecimento das capitanias hereditárias, o Paraná também teve seu território dividido dentro do tratado de Tordesilhas. Antes dos portugueses, os espanhóis já tinham realizado expedições de reconhecimento e utilizaram o caminho do Peabiru em busca de riquezas.

O Estado do Paraná nas Capitanias hereditárias

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Das expedições mais importantes, a do espanhol Álvar Nuñes Cabeza de Vaca obteve maior destaque. Foi por meio dela que se fez o reconhecimento dos campos gerais, chegando até Foz do Iguaçu e descobrindo a cataratas. A partir desse momento, a Coroa Espanhola doou territórios para adelantados. Esses deveriam colonizar, explorar o território e domesticar os indígenas os ensinando um ofício e os catequizando. O principal objetivo das expedições era encontrar ouro e fundar vilas, como exemplo, temos a vila de Ciudad del Guairá e outras missões coordenadas pelos jesuítas. As expedições bandeirantes deram fim as missões. Em busca de mão de obra escrava, os bandeirantes entraram em conflito aramado com alguns indígenas e jesuítas.

A parte paranaense pertencente a Portugal, foi disputada durante os primeiros tempos e em 1723 anexada à comarca de São Paulo. O interesse português em colonizar se expandiu quando foi descoberto ouro no Brasil. Desse modo, a quantidade de pessoas que migram para as localidades aumentou. No entanto – devido à falta de ouro – os exploradores subiram a serra seguindo os rios, o que deu origem a Estrada da Graciosa. Graças ao ouro – produto que desenvolveu o primeiro ciclo econômico do Paraná – as cidades de Paranaguá, Bocaiuva do sul, São José dos Pinhais e posteriormente Curitiba se desenvolveram. Com a exploração do ouro no Paraná e em grande parte da região central brasileira, ocorreu o surgimento de uma nova atividade comercial, conhecida como tropeirismo, processo no qual os produtores de gado do Rio Grande do Sul abasteciam as localidades mineradoras com comida e animais para transporte.

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Graças ao tropeirismo, e ao caminho do Viamão, que ligava o Rio Grande do Sul a Sorocaba, vários territórios no Paraná foram desenvolvidos.

O tropeirismo foi muito importante para os portugueses, já que era uma maneira de povoar os territórios e afastar possibilidades de o governo espanhol construir vilas. O tropeirismo também foi importante na construção cultural dos paranaenses, já que ao povoar o território, trouxeram junto sua cultura e seus costumes. (...) O tropeiro iniciava-se na profissão por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que era o negociante (compra e venda de animais) o condutor da tropa. Usava chapelão de feltro cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata com uma abertura no centro, jogada sobre o ombro, botas de couro flexível que chegavam até o meio da coxa para proteger-se nos terrenos alagados e matas. No Rio Grande, a cidade de Viamão tornou-se um dos principais centros de comércio e formação de tropas que tinham como destino os mercados de São Paulo. (...) Nesses trajetos, os tropeiros procuravam seguir o curso dos rios ou atravessar as áreas mais abertas, os “campos gerais” e mesmo conhecendo os caminhos mais seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao final de cada dia era acesso o fogo, para depois construir uma tenda com os couros que serviam para cobrir a carga dos animais, reservando alguns para colocar no chão, onde dormiam envoltos em seu manto. Chamava-se “encosto” o pouso em pasto aberto e “rancho” quando já havia um abrigo construído. Ao longo do tempo os principais pousos se transformaram em povoações e vilas. (...) A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e

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toucinho (feijão tropeiro) que era servido com farofa e couve picada. Bebidas alcoólicas só eram permitidas em ocasiões especiais: quando nos dias muitos frios tomavam um pouco de cachaça para evitar constipação e como remédio para picada de insetos. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=496>. Acesso em 26 nov. 2016. O comércio de erva-mate foi propulsor do desenvolvimento do território paranaense. Com a produção ocorrendo no interior do território e a necessidade de exportar para países da América do Sul, Curitiba se tornou um centro comercial. Cansados de pagar impostos pesados, a população começou a fazer um movimento pela liberdade do território da comarca de São Paulo e em 1853 o Paraná tornou-se Província independente de São Paulo. Nos primeiros 35 anos de governo, o Paraná sofreu com sua organização política: passaram-se 41 presidentes da província. A política republicana no Paraná era irrisória e a população não participou do processo de proclamação, muito pouco mudou no contexto paranaense. Mas assim como no resto do território brasileiro, o Paraná também passou por conflitos. O objetivo principal destes movimentos era a busca de melhorias para população e a fuga de abusos do Governo Federal. O primeiro conflito que envolveu o território paranaense foi a Revolta Federalista. A Revolta Federalista teve início no Rio Grande do Sul contra o governo de Castilhos e juntou-se a Revolta da Armada iniciada no Rio de Janeiro que era contra o governo do Floriano Peixoto. As divergências tiveram início com atritos ocorridos os que procuravam a autonomia estadual, acima do poder federal e seus opositores. Houve conflitos com luta armada nas regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. (JUNIOR, 2016, p. 12). A intenção das tropas era que unida poderiam fazer mudanças, portanto, marcharam para o norte, tomando Santa Catarina, e o principal conflito ocorreu na Lapa. Só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas páginas dignas e limpas de todo aquele enxurro de paixões. A pequena cidade tinha dentro de suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma energia, uma vontade, verdadeiramente isso, porque era sereno, confiante e justo. Não se desmanchou em violências de apavorado e soube tornar verdade a gasta frase grandiloquente: resistir até a morte. (Barreto,1997, p. 218.) Em 1912, teve início no Estado do Paraná e Santa Catarina um conflito envolvendo terras a tempo disputadas e o interesse de empresas multinacionais, que ficou conhecido como Guerra do Contestado.

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Guerra do Contestado. Disponível em: <http://sanderlei.com.br/PT/Ensino-Fundamental/ Parana-Historia-Geografia-10>. Acesso em 26 nov. 2016.

A disputa entre Paraná e Santa Catarina foi acirrada com a construção da estrada de ferro pela empresa Brazil Railway, que recebeu concessão do governo para explorar 30 km na extensão da estrada. Essa concessão despossou vários camponeses e proprietários que viviam da extração de madeira e foram a falência com a concorrência. “Os ataques dos governos de Santa Catarina e Paraná, juntamente com o presidente Hermas da Fonseca foram acontecendo de forma autoritária e repressiva, era válido tudo para combater os rebeldes.” (JUNIOR, 2016, p. 16). Com a pressão por parte do governo e a epidemia de tifo, os revoltosos acabaram sendo derrotados. Ainda dentro dos conflitos que envolveram o território paranaense, temos o Movimento Tenentista, a Campanha do Paraná, a Revolução de 1930, a Revolta dos Posseiros e a Guerra do Porecatu. Para trabalhar a história paranaense é necessário destacar o processo de colonização e desenvolvimento de cada região, já que foram colonizadas de maneiras diferentes. O foi conquistado noroeste pelos paulistas cafeicultores, o norte pelas companhias inglesas, que posteriormente desenvolveram uma grande área industrial, assim como a Região Metropolitana da capital Curitiba. A economia paranaense também passou por ciclos econômicos como do ouro, erva-mate, exploração da araucária, café e grãos, além disso, nossa economia se desenvolveu em diversos patamares, como a área industrial, turismo e energia.

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A chegada de imigrantes no Paraná desenvolveu uma colonização baseada na diversidade cultural, econômica e religiosa e fez com que o Estado desenvolvesse educação e cultura singulares.

Imigração no Paraná Para a complementação dos conhecimentos sobre a História do Paraná, confira os links a seguir: •

Artigos:

<http://www.escolaimaculada.com.br/base/www/escolaimaculada.com.br/ media/attachments/3824/3824/530faf4721578c3ca153888d76d05b370c434660 6d7d0_historia_do_parana.pdf> <http://books.scielo.org/id/k4vrh> <http://www.uel.br/editora/portal/pages/arquivos/temas%20e%20questoes.pdf> •

Vídeos:

<https://www.youtube.com/watch?v=NTn31cYpIIA&list=PLCZ3u4A1H305Z_ DjaPXRHW6yykGhnpG5F> <https://www.youtube.com/watch?v=8mr7rod3ltE> <https://www.youtube.com/watch?v=_h3wT0izlTM> <https://www.youtube.com/watch?v=UXOdIYxhgT8>

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QUESTÃO COMENTADA 1. (UEM-PR) Foi tão grande a movimentação de compra de terras, que em apenas um determinado ano, a Companhia chegou a vender 60.000 alqueires. Ao lado dos compradores nacionais era grande também o número de estrangeiros: italianos, portugueses, espanhóis, alemães, japoneses, ucranianos etc.” (In WACHOWICZ, Ruy. História do Paraná. 7ª ed. Curitiba: Vicentina, 1995, p. 258). Esta citação de Ruy Wachowicz refere-se à colonização do Norte do Paraná. Sobre esta região é correto afirmar que: 01) A Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), por ser uma empresa de capital inglês, priorizou a venda de terras aos grandes grupos econômicos, formando grandes latifúndios para o plantio de cana-de-açúcar e para a pecuária. (ERRADA)

Justificativa: Primeiramente, com relação às vendas dos lotes de terras, ocorreu um grande fracionamento territorial devido à dimensão e divisão das propriedades da CTNP; por conseguinte, as atividades econômicas não foram a cana e a pecuária, e sim a cultura do café. Ou seja, esse fracionamento das terras foi um dos maiores responsáveis pelo êxito da implantação da cultura cafeeira. O baixo preço dos lotes e as facilidades de pagamento permitiram que um número muito grande de colonos oriundos principalmente de São Paulo e também Minas Gerais (e em menor número do Nordeste brasileiro) viessem para a região entre as décadas de 1930 e 1950 com vistas à produção de café. 02) As relações de trabalho mais utilizadas nas fazendas de café da região eram conhecidas como colonato, parceria e camaradagem. (CORRETA) 03) O café foi o principal produto da economia paranaense entre os anos 1930 e 1960 e o centro produtor estava localizado na região Norte do Paraná. (CORRETA) 08) A partir dos anos 1960 iniciaram-se as políticas governamentais de racionalização do plantio da cafeicultura e de estímulo à diversificação do uso da terra, incentivando o plantio de novas culturas, como a soja, o milho e o trigo. (CORRETA) 16) A colonização da cidade de Maringá ocorreu no início do Século XX, quando o empresário Joubert de Carvalho se casou com a índia xetá Maria do Ingá, a quem ele homenageou com o nome da cidade. (ERRADA)

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Justificativa: Sobre o nome da cidade e sua colonização, torna-se pertinente utilizarmos a abordagem e justificativa do próprio site governamental de Maringá: “Uma das maiores curiosidades de nossa gente é com relação a origem do nome da cidade. Parece até uma curiosidade coletiva, onde cada morador ou curioso tenta desvendar ou justificar a origem de seu nome. Nessa tentativa, lendas e lendas, são criadas, que vão desde o cantarolar triste de um viúvo, derrubador de mato, que numa rede amarrada em árvores ninava seu filho, com a canção “Maringá, Maringá”. Os presentes comovidos resolveram dar o nome dessa canção a este lugar. Há também, uma lenda que diz que Dona Elizabeth, esposa de um dos diretores da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, tenha sugerido o nome de Maringá à área que seria colonizada E tantas outras, que vão surgindo dia a dia, misturando-se o real com o imaginário. O certo é que por volta de 1940, esta área coberta por uma densa floresta, já era denominada por Maringá, tendo a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, colocado uma placa com esse nome nas imediações, a exemplo de outros nomes como Ivaí, Tibagi, Inajá e outros provenientes da língua guarani. Os córregos e rios eram tantos que lhes faltava criatividade para nomeá-los. Por esse motivo, os funcionários da Companhia Norte do Paraná, escolhiam nomes de cidades de seus países, como por exemplo, Astorga e outras. Até marcas de cigarros davam nomes às águas, como o córrego do Fulgor. Ao demarcar essa região, nomeavam os rios e esses é que davam nomes às futuras cidades, como por exemplo, Marialva, Mandaguari e tantas outras. Encontraram um ribeirão que recebeu o nome de Maringá, provavelmente inspirado na canção de Joubert de Carvalho. Esse córrego foi batizado pelo Senhor Raul da Silva, na época, Chefe do Escritório de Vendas da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, em Mandaguari. O nome desse córrego passou ser o nome da futura cidade. Assim, Maringá recebeu o nome da canção, que por sua vez também tem sua história

EXERCÍCIOS 1. (UFPR) A primeira ferrovia do mundo data de 1825, ligando as cidades inglesas de Stockton e Darlington. Em 2015, a ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá fez 130 anos. Conhecida atualmente pelos seus passeios turísticos, a ferrovia paranaense faz parte de uma história iniciada no Brasil em 1854, com a primeira ferrovia financiada pelo Barão de Mauá. No Brasil “[...] o transporte ferroviário chegou a ter 37 mil quilômetros na década de 1950. Hoje, cerca de sete mil quilômetros estão desativados”.

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(LIMA, Vivi Fernandes de. Legado de Ferro. Revista de História da Biblioteca Nacional. 24/01/2011)

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=678 1. Discorra sobre os contextos econômicos de criação das ferrovias na Inglaterra e no Brasil, explicando as funções desse transporte no século XIX. 2. Por que no Brasil não temos atualmente tantas ferrovias quanto na década de 1950? 3. (UFPR) No Estado do Paraná, desde 2005, foram mapeadas mais de 80 comunidades quilombolas, parte delas já reconhecidas pelo governo brasileiro. Explique o que foram os quilombos, e em seguida explique por que, atualmente, o reconhecimento oficial das comunidades quilombolas paranaenses é importante para o estudo da História do Paraná.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=679

REFERÊNCIAS BARRETO, A. H. L. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: L&PM Pocket. 1998. JUNIOR, A. A.; MARTIN, M. S. História do Paraná. Disponível em: <http://docplayer. com.br/19249655-Historia-do-parana-prof-arnaldo-martin-szlachta-junior.html>. Acesso em: 26 nov. 2016. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016.

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MATEMÁTICA Matrizes e determinantes Matrizes Com certeza você já leu ou escreveu uma tabela com números organizados em linhas (horizontais) e colunas (verticais). Então você já conhece as matrizes, elementos matemáticos que servem para organizar dados, facilitando sua leitura e sua interpretação. Elas são bastante úteis no trabalho cotidiano, inclusive na programação de computadores, principalmente quando muitas informações (dados), devem ser armazenados no menor espaço possível e de maneira organizada, a fim de que possam ser acessados em tempo mínimo. No ensino médio, precisamos conhecer principalmente: •

Leis de formação de matrizes (vide exercício resolvido neste capítulo).

Técnicas de operações aritméticas entre matrizes e suas propriedades.

Técnicas de resolução de equações matriciais.

Conceito de Determinante de uma matriz.

Em uma faculdade de ciências exatas, como Engenharia de Produção, é necessário aplicar o conhecimento de matrizes obtido no ensino médio para a resolução de problemas de álgebra linear. Com isso, por exemplo, poderemos trabalhar hipoteticamente, em espaços de 3, 4 ou mais dimensões, algo dificilmente aceito pelo senso comum, mas facilmente aplicável no trabalho com matrizes.

Operações •

Adição: basta somar os elementos correspondentes, ou seja, de mesma linha e mesma coluna. É preciso que as matrizes envolvidas sejam de mesmo tipo.

Exemplo: 5 –2 –1 0

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4 3 3 + –2

2 3

1 5+3 2 = –1 + (–2)

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–2 +2 0+3

4+1 8 3 + 2 = –3

0 3

5 5


Subtração: para calcular a diferença A – B, sendo A e B matrizes do mesmo tipo, é feita a soma de A com a matriz oposta de B, ou seja, A – B = A + (-B), conforme o exemplo a seguir:

9 3 Sejam A = 1 –4 –6 3

6 e B = –3 0

6 5 3

9 3 6 A – B = A + (–B) = 1 –4 – –3 –6 3 0

6 5 3

=

9 3 –6 –6 3 –3 1 –4 + 3 –5 = 4 –9 –6 3 0 –3 –6 0

Multiplicação: quem vê a adição e a subtração, tão simples e diretas, acha que a multiplicação é feita da mesma forma, bastaria multiplicar os elementos correspondentes entre si, mas atenção, o processo não é este. A multiplicação das matrizes A e B somente é possível quando o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B. 2 –3 –3 4 eB= Sejam A = 1 3

4 2

1 2

–2 3

Observe bem, a multiplicação então é feita seguindo linha por coluna, ou seja, a primeira linha de A vezes a primeira coluna de B. Multiplique os elementos da primeira linha de A pela primeira coluna de B: 2 x 4 = 8 e –3 x 2 = –6 e adicione os produtos: 8 + (–6) = +2 Como eram os elementos da primeira linha de A e primeira coluna de B, este resultado (+2) é o elemento da primeira linha e primeira coluna da matriz resultado, também chamada de matriz produto, que neste exemplo vamos chamar de matriz C. Agora, a primeira linha de A vezes a segunda coluna de B: 2 x 1 = 2 e -3 x 2 = –6 Soma: 2 + (–6) = –4 Esta soma (–4) será então o elemento da primeira linha e segunda coluna de C. Continuando, fazemos a primeira linha de A vezes a terceira coluna de B, já fazendo a soma diretamente: 2 x (–2) + (–3) x 3 = –4 + (–9) = –13, este é o elemento da primeira linha e terceira coluna de C.

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Segunda linha de A vezes primeira coluna de B: (–3) x 4 + 4 x 2 = –12 + 8 = –4, elemento da segunda linha e primeira coluna de C. E assim por diante, de modo que: 2 –3 A.B = –3 4 . 1 3

4 2

1 2

–2 3

=

2 –4 –13 –4 5 18 10 7 7

Para entender bem, o melhor mesmo é você tentar fazer o exemplo, conferir o resultado e se errar alguns valores, pensar no motivo do erro. Veja: a multiplicação de uma matriz de 3 linhas por uma de 3 colunas resulta em uma matriz 3 x 3. E isso é geral, ou seja, a matriz produto sempre terá o número de linhas da primeira matriz e o número de colunas da segunda. Em linguagem matemática dizemos que dadas as matrizes A = (aij)m x n e B = (bij)n x p, o produto de A por B é a matriz C = (cij)m x p. As operações vistas – adição, subtração e multiplicação – tem suas propriedades e é bom que você as conheça, pois serão importantes na resolução de exercícios no Ensino Médio e no vestibular (é tema importante!). Você encontrará as propriedades em livros de Ensino Médio e há também muito material disponível na internet.

Determinantes É preciso tomar cuidado para não confundir determinantes com matrizes. Determinante é o resultado de uma série de operações com os elementos de uma matriz, que por sua vez é um conjunto de valores ordenados logicamente, como já foi citado. Veja a diferença. Esta é uma matriz quadrada, ou seja, o número de linhas é o igual ao número de colunas, podemos dizer que é uma matriz 2 x 2, ou seja, 2 linhas e 2 colunas: A= 2 3

1 –2

A matriz é delimitada por colchetes ou parênteses, tanto faz. Agora escrevemos o determinante da matriz A representada acima: Det A = 2 3

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1 –2

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Observe a diferença, agora não usamos colchetes, mas sim dois traços verticais.

diagonal secundária

2 3

2 –2 diagonal principal

O cálculo do determinante é bem simples, basta tomar cuidado com operações entre sinais: •

começamos multiplicando os elementos da diagonal principal entre si: 2 x (–2) = –4;

multiplicamos os elementos da diagonal secundária: 3 x 2 = 6;

finalmente, fazemos a adição dos resultados obtidos: –4 + 6 = 2;

dessa forma, dizemos que Det A = 2.

Este é o método mais simples, para matrizes 2 x 2. No caso de matrizes 3 x 3, será preciso usar a Regra Prática de Sarrus, facilmente encontrada em livros de Ensino Médio. Há ainda outras técnicas para o cálculo de determinantes de matrizes maiores. E para que servem os determinantes? Certamente você já resolveu sistemas de equações. Até o Ensino Fundamental e início do Médio, os sistemas geralmente são mais simples, com duas equações e duas incógnitas. Logo você vai resolver sistemas com três ou mais equações, e igual número de incógnitas, no entanto, as técnicas que você já estudou até servirão, mas não com tanta eficiência. Para tais resoluções, você usará os determinantes e suas propriedades, dentro do assunto dos Sistemas Lineares.

EXERCÍCIO RESOLVIDO Escrever a matriz A=(aij )3×2 em que:

ai j =

2i + j, se i > j 8, se i = j – j, se i < j

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Resolução Essa notação costuma assustar muitas pessoas que nunca estudaram matrizes, mas assim que você fizer alguns exercícios será fácil acostumar. É importante definir, conforme a maioria dos livros: •

A letra i significa linha e a letra j, coluna.

A notação 3x2 não é multiplicação, mas quer dizer 3 linhas e 2 colunas, sempre nessa ordem, linha primeiro, coluna depois.

A matriz, genericamente, será assim representada: a11 a12 A = a21 a22 a31 a32 Observe, na representação acima, aonde i é maior que j, onde é igual e onde i é menor. Isso sempre deve ser feito com muita atenção, pois esta é uma grande fonte de erros. Veja também que, •

a primeira linha é sempre a de cima, os números de linha aumentam para baixo.

a primeira coluna é sempre a da esquerda, os números de coluna aumentam para a direita.

O primeiro elemento, a11 tem i = j, então simplesmente escreva 8 em seu lugar. O mesmo você pode fazer no elemento a22, segunda linha, segunda coluna. O elemento da primeira linha, segunda coluna é a12, então i < j. Nesse caso, segundo a fórmula dada no enunciado (e que é diferente em cada exercício), diz, –j, se i<j. Então, nem precisa fazer conta, basta escrever o número da coluna com o sinal negativo, fica: –2. Tem algum outro exemplo com i < j? Não mesmo? É preciso prestar bem atenção, mas neste caso, realmente não tem. Nossa matriz, até agora está assim: a11 a12 A = a21 a22 a31 a32

=

8 –2 a21 8 a31 a32

Vejamos os demais elementos, a21, a31 e a32, todos tem i > j, nesse caso a fórmula dada diz: 2i+j, se i>j

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Então basta fazer com cuidado e atenção: •

a21, i=2 e j=1, então fazemos 2.2+1 = 4+1 = 5

a31, i=3, j=1, fica: 2.3+1 = 7

a32, i=3, j=2, fica: 2.3+2 = 8

Agora podemos escrever toda a matriz, concluindo o exercício: a11 a12 A = a21 a22 a31 a32

=

8 –2 5 8 7 8

EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas.

(

1 1. Verifique se a matriz A = 1 transposta de sua inversa.

(

2 3 é inversível e se for, determine a matriz

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

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2. Se A =

( 23 14 ( e B =( 43 –12 ( , determine o número real x tal que det (A – xB) = 0

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS CIÊNCIAS ECONOMICAS. Guia do Estudante. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril. com.br/profissoes/ciencias-economicas/>. Acesso em: 26 nov. 2016. BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Ser protagonista: Matemática. São Paulo: Edições SM, 2014.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino e inscrição/ acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo você será apresentado ao Gênero Narrativo, no qual o produtor do texto se coloca na perspectiva do fazer ou acontecer inserido no tempo. O que quer é contar o que aconteceu, dizer os fatos, acontecimentos, constituindo episódios, ordenados no tempo. Relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários.

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Narração Para ser caracterizado como uma narração, esse modelo de texto precisa apresentar os seguintes elementos: personagens, tempo, espaço, enredo e narrador. As principais formas de narrador são •

Narrador-personagem: aquele que participa da história, geralmente narra em 1ª pessoa – eu.

Narrador observador: aquele que funciona como uma câmera cinematográfica, consegue contar apenas o que vê superficialmente, mas não tem acesso à consciência dos personagens.

Narrador-onisciente: aquele que consegue narrar até os pensamentos, as sensações e as emoções mais profundas dos personagens.

Os personagens podem ser classificados como:

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Protagonista: é o personagem mais bem desenvolvido na história. A experiência do protagonista é o foco da narrativa e a base para o desenvolvimento do enredo. É a partir da perspectiva desse personagem que julgamos tudo o que acontece na história.

Personagem central: é o personagem que desperta maior excitação ou ansiedade na história. O personagem central não é necessariamente (mas pode ser) o protagonista. A grande diferença entre os dois é que, durante a história, no envolvemos emocionalmente com o protagonista, enquanto o personagem central apenas chama nossa atenção e desperta nossa curiosidade.

Co-protagonista: é o personagem que tem relação próxima com o protagonista e o ajuda na busca de seu objetivo ou tem o mesmo objetivo que ele. Co-protagonistas ajudam a tornar mais complexa e enriquecer a história, permitindo que diferentes aspectos do tema central sejam explorados.

Antagonista: é o personagem que traz ou representa uma ameaça, obstáculo, dificuldade ou impedimento ao que o protagonista deseja alcançar. O objetivo do antagonista é o oposto do protagonista.

Oponente: é o personagem que tem uma relação próxima com o antagonista e compartilha, em algum nível o mesmo desejo que ele.

Falso protagonista: é um personagem que é apresentado de forma a induzir o leitor a acreditar que ele é o foco principal da trama para, na sequência, revelar quem é o verdadeiro protagonista como uma dose de surpresa.

Coadjuvante: personagem secundário que auxilia no desenvolvimento da história.

Figurante: personagem com papel ilustrativo, que não tem relação com o enredo ou nenhum dos personagens. São usados apenas para compor um cenário.

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O texto narrativo apresenta a seguinte estrutura: •

Apresentação: nesse momento são introduzidos alguns personagens e são expostas algumas circunstâncias da história, como o momento, lugar no qual a ação se desenvolverá.

Complicação: aqui inicia-se propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.

Clímax: é o ponto da narrativa no qual a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.

Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

Quando você se deparar com uma proposta desse tipo, tente caracterizar os personagens com traços marcantes e essenciais, tanto física como psicologicamente, de modo a possibilitar ao espectador criar uma imagem definida. Isso os tornará mais interessantes, prendendo mais a atenção do leitor. Procure definir nos personagens e na situação elementos que serão importantes para a solução dos conflitos no final da narração. Estabelecida a situação inicial, crie uma situação inusitada que desencadeie uma circunstância de conflito. A partir dessa situação, crie uma série de ações que mantenham o clima de suspense em relação aos acontecimentos que virão, aumentando a tensão. Caracterize alguns espaços e objetos determinantes no enredo, de forma a cativar e envolver o leitor. No clímax, misture de forma criativa alguns dos elementos inesperados para criar o instante decisivo da narração. Esse retorno aos elementos iniciais assegura a coesão do texto, e a associação de elementos novos garante que o texto não se torne previsível. O desfecho deve ser original, inesperado, surpreendente. Caso contrário, a narrativa pode se transformar num simples relato. Finalize de modo a tentar suprir as expectativas dos leitores. Capriche, pois muitas vezes o final é responsável pela avaliação de toda a narração. As possibilidades para estruturar uma narração são muitas, como iniciar pelo desfecho, construir o texto apenas através de diálogos, fugir ao nexo lógico ou temporal etc. Esses diferentes estilos são bastante utilizados por pessoas que escrevem de forma mais constante e com experiência. Se você ainda não tem esse hábito de escrever com frequência, recomendamos que siga uma estrutura mais básica até que se sinta seguro para alterá-la.

PARA IR ALÉM •

<https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo>.

<https://www.youtube.com/watch?v=ChVzm7pkrZ8>.

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PROPOSTA COMENTADA 1. (Unicentro-PR) Maioria de casos de bullying ocorre na sala de aula Uma pesquisa nacional sobre bullying — agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas — mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Dos 5168 alunos de 5ª a 8ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país que foram entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores — 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores. O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. “As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar”, afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa. “Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão”, disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola. A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de “concentração” e “entusiasmo” pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). “A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças”, afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil. Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que “às vezes” sentem medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos (mais informações nesta página).

(ALVAREZ, Luciana. O Estado de São Paulo. Disponível em:

<http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,maioria-de-casos-de-bullying-ocorre-nasala-de-aula-,538620.htm>. Acesso em: 30 set. 2011.)

Imaginando-se como personagem de uma situação em que ficou constatado um caso de bullying, escreva uma crônica narrando o fato e as suas consequências.

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Observações 1. Não se esqueça, em sua crônica, dos elementos que compõem um texto narrativo: foco narrativo, tempo, espaço, personagens, discurso, enredo, linguagem adequada ao contexto narrado. 2. Lembre-se de que você deverá criar um narrador-personagem. 3. A partir de uma breve narrativa, a crônica leva o enunciador a refletir sobre um fato do cotidiano e a emitir sua opinião sobre ele, usando argumentos favoráveis à defesa do seu ponto de vista sobre o assunto.

COMENTÁRIOS O primeiro ponto a ser levado em consideração é que o enunciado da questão pede um texto do gênero crônica. De maneira esquematizada, suas características são: •

texto do tipo narrativo curto;

descrição de fatos da vida cotidiana;

possibilidade de apresentar caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;

presença personagens comuns;

desenrola-se em um tempo cronológico determinado;

permissão para uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens.

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Uma possível matriz de correção para esse texto avalia os seguintes aspectos Desempenho

Critério

Nulo

O texto não corresponde a uma crônica (não apresenta nenhuma das características citadas acima)

Fraco

Ausência de projeto de texto Relato fragmentado de fatos Uso precário de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas

Regular

Indícios de projeto de texto Indícios de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, situações etc.). Indícios de relato de fatos cotidianos Indícios de progressão temporal entre os acontecimentos relatados

Bom

Projeto de texto definido Uso adequado de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações etc.) Relato apropriado de fatos cotidianos Mobilização apropriada das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto Marcas de progressão temporal entre os acontecimentos relatados

Ótimo

Projeto de texto excelente Trabalho evidente com elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações etc.) Relato de fatos cotidianos, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que não é percebido pelo sendo comum Extrapolação na mobilização das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto Organização evidente da progressão temporal, indicando posterioridade, concomitância e anterioridade entre os episódios relatados

AGORA É SUA VEZ 1. (UEPG) TEXTO 1 CACHORRO SEM DENTES VIRA MODELO E ESTRELA CAMPANHA DE MARCA DE ÓCULOS A cadela Toast já era uma celebridade no Instagram, com mais de 150 mil fãs. Agora, a tendência é que sua popularidade dispare. Ela é a nova estrela da campanha da Karen, uma marca de óculos americana da estilista de mesmo nome. A marca anunciou a parceria no último domingo (25/01) pelo Instagram. A história de Toast foi comparada com a de Cinderela. “Ela foi achada vivendo em circunstâncias cruéis, resgatada e rapidamente alçada à fama graças às suas maravilhosas poses, personalidade encantadora e um distinto senso de humor”, diz o post. Adaptado de: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/01/cachorro-semdentes-vira-modelo-e-estrela-campanha-de-marca-de-oculos.html

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=700 TEXTO 2 - GALINHA ADOTA FILHOTES DE GATO EM JAGUARI (RS) Uma história para despertar a curiosidade e o espanto em qualquer um. Um exemplo surpreendente da natureza. Uma galinha deu “asas” ao instinto materno e resolveu adotar três novos filhotes. O inusitado é que, em vez de penas, eles têm pelos. Em um lugar onde os bichos são criados soltos, a convivência entre as diferentes espécies alcançou um nível, no mínimo, curioso. Quem resolveu desafiar a lógica da natureza foi uma galinha. Ela simplesmente adotou três filhotes de gato. Cuidadosa como toda mãe, protege as crias com unhas e bico. Adaptado de: http://anda.jusbrasil.com.br/noticias/112068576/galinha-adotafilhotes-de-gato-em-jaguari-rs Como você deve ter observado, os textos têm como destaque um fato curioso ocorrido com animais. Elabore uma narração escolar, na qual o personagem central é um animal e sobre ele conte uma história inusitada, ou seja, incomum, fora dos padrões esperados para esse personagem. Lembre-se, os textos 1 e 2 são apenas exemplos, não faça cópia ou paráfrase dos mesmos. Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título.

REFERÊNCIAS CABRAL. M. Narração: tipos de narrador. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com. br/redacao/narracao-tipos-narrador.htm>. Acesso em: 26 nov. 2016. FICÇÃO EM TÓPICOS. Classificação. Disponível em: <http://ficcao.emtopicos.com/criarpersonagem/classificacao/>. Acesso em: 26 nov. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997.

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4. TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA Os profissionais formados em Gestão Pública são tecnólogos, capacitados para atuar na administração de órgãos e serviços públicos. Eles atuam no planejamento, implantação e supervisão de projetos que visam o desenvolvimento local ou regional. No início de sua carreira costumam enfrentar a concorrência dos bacharéis, principalmente nos primeiros degraus da carreira. Por esse motivo devem conhecer bem a legislação, a contabilidade e as técnicas de gestão do setor onde atuam.

O curso O curso Tecnólogo em Gestão Pública traz, em sua grade curricular, disciplinas como economia, sistemas de administração, direito administrativo, gestão de empresas públicas, responsabilidade social, licitações e também legislações trabalhista, orçamentária e tributária. Algumas escolas exigem um trabalho de conclusão do curso (TCC) ou realização de estágio. UFMG, Ufopa, UFPR e UFRJ oferecem cursos de Gestão Pública.

Mercado de trabalho O profissional formado em Gestão Pública estará habilitado a exercer atividades nos mais diversos tipos de organizações públicas, buscando gerar soluções empreendedoras e criativas para questões atuais. Poderá também, atuar nos níveis municipal, estadual e federal do governo, no executivo, legislativo ou judiciário, assim como em fundações públicas e privadas, empresas públicas, associações de direito público e privado, ou em instituições que atuem de forma direta ou indireta na área pública. Há possibilidade de exercer essa atividade em ONGs (organizações não governamentais), em consultorias, fundações voltadas à promoção de ações de responsabilidade socioambiental e organizações, como a Unesco e o Banco Mundial. Também é possível atuar em instituições de ensino e pesquisa. Duração média: 2 anos. Relação candidato/vaga UFPR: 2,28 (noite).

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Gestão Pública por meio do link <https://www.youtube.com/watch?v=HijTvNMIpeg>.

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HISTÓRIA Inicialmente, para compreender o que é Gestão Pública é necessário entender as concepções históricas que fazem parte deste campo. A organização do Estado fez com que existisse a necessidade de gerir o que é público e ter conhecimento dos campos que envolvem a gestão é indispensável. Quais são as percepções sociais, econômicas e históricas que afetam a gestão pública? Compreender historicamente como processos de gestão ocorreram e ocorrem em outros contextos nos permite entender as possibilidades existentes, como formas de organização já utilizada que deram certo, ou gerenciamentos que não obtiveram êxito. Assim, nesse capitulo discutiremos acerca dos Movimentos Sociais na história do Brasil.

Revoltas e Movimentos Sociais No Período Colonial, o Brasil teve algumas revoltas que manifestaram o descontentamento das minorias em diversas regiões. O mapa apresentado a seguir, mostra as localidades em que ocorreram conflitos no Período Colonial, em seguida, encontramos uma tabela que explica cada conflito.

Disponível em: <http://files.

jchistorybrasil.webnode.com.br/system_preview_detail_200001032-c9c39cabdepublic/Mapa%20das%20Revoltas%20Coloniais.jpg>. Acesso em: 26 nov. 2016.

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Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-

ItD4CYJ7v38/UZxV_W2ZSCI/AAAAAAAABCM/y7c5MKkNkOE/s1600/revoltas.jpg>. Acesso em: 26 nov. 2016.

Alguns conflitos ocorreram também enquanto D. João VI esteve no Brasil. Em 1817, eclodiu em Recife a Revolução Pernambucana, que teve como causas o aumento dos impostos para o sustento da Corte e da vasta burocracia, os gastos com a Guerra da Cisplatina (Uruguai), as baixas do preço do algodão e do açúcar no mercado internacional, tudo isso somado à seca que devastou algumas regiões do Nordeste. Em 1820, eclodiu em Portugal a Revolta Liberal do Porto, que exigiu a volta da família real para Portugal. D. João voltou para Portugal e deixou seu filho D. Pedro como príncipe regente. Em janeiro de 1822, D. Pedro, pressionado por portugueses e

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brasileiros, decidiu ficar no Brasil até setembro. O processo político se desenvolveu e culminou com a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Em abril de 1831, Pedro I abdicou o trono e voltou para Portugal, deixando em seu lugar seu filho com então 5 anos. Como o Brasil não poderia ser governado por uma criança, estabeleceu-se o Período Regencial, dividido em Regência Trina Provisória, Regência Trina, Regência Una de Araújo e Lima e Regência Una de Feijó. Esse período foi bastante tumultuado pelos conflitos regionais, na tabela a seguir verificamos cada conflito e suas motivações.

Disponível em:

<https://pgderolle.files.wordpress.com/2013/06/revoltas_regencia.jpg>. Acesso em: 26 nov. 2016.

Após confrontos entre liberais e conservadores, ocorreu o Golpe da Maioridade e D. Pedro II assumiu o Império, permanecendo de 1841 até 1889, quando a República foi proclamada. Durante os 48 anos de governo, ocorreram muitos conflitos como a Revolução Praieira, a Guerra do Paraguai. A economia agroexportadora se estabeleceu com o café como principal produto, o sistema ainda permanecia escravocrata, porém, aos poucos devido a pressões externas e internas, foram adotadas algumas leis abolicionistas.

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Disponível em:

<https://c2.staticflickr.com/4/3772/10824350944_54c67a00f4_b.jpg>. Acesso em: 26 nov. 2016.

Os anos 1870 no Brasil foram marcados por uma crescente insatisfação contra a monarquia, religiosos, militares e a oligarquia agrária. Nessa época foram lançados no Rio de Janeiro os jornais A República e o Manifesto Republicano. Logo depois, foi criado o Partido Republicano de São Paulo. Aos poucos, a Campanha Republicana chegou aos quartéis, onde muitos oficiais eram positivistas e favoráveis à República. Alguns conflitos se desenrolaram nesse período como a Crise do Encilhamento, algumas crises econômicas, a Revolta da Armada, contrária a posse do Floriano Peixoto e a Revolta Federalista, motivada pelo governo de Castilhos no Rio Grande do Sul. Após 1894, se estabeleceu no Brasil o período conhecido como Governo do Café com Leite, em que a administração era revezada entre paulistas e mineiros a cada eleição de maneira fraudulenta. Com o passar dos anos, a população mais simples, descontente com a situação da República para os pobres, voltou a revoltar-se. Confira a seguir as principais revoltas e suas motivações.

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Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/SZqO0xhuXJs/T8UfAMHTB4I/ AAAAAAAAAFo/XFCAydylZUo/s1600/TABELA+COMPARATIVA.bmp>. Acesso em: 26 nov. 2016. Apesar de serem conhecidos como movimentos de contestação à República, a maioria dessas revoltas buscava igualdade e acesso a direitos sociais, ainda escassos. Todas essas manifestações foram sufocadas por governos estaduais, algumas com o auxílio do Governo Federal. Os movimentos sociais acompanham a História. Passamos por diferentes momentos políticos, econômicos e sociais e nesses contextos surgem movimentos de lutas. Visualizamos na história do Brasil, especialmente nas últimas décadas a crescente expansão do conhecimento sobre movimentos e lutas que surgiram há muito tempo. Com as redes sociais, o conhecimento sobre o assunto é intensificado, ganhando novos adeptos. No contexto da Ditadura Militar surgiram movimentos que lutavam pelos direitos políticos e pela liberdade de expressão. Desses destacou-se o movimento da União dos Estudantes (UNE), que lutou contra a repressão durante os anos da ditadura. Uma ação emblemática desse grupo foi a Passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro, que levou as pessoas as ruas pedindo o fim do regime autoritário. Manifestações desse tipo também ocorreram em 1984 com as Diretas já, em membros de movimentos dos trabalhadores uniram-se com a população para exigir eleições diretas para a presidência do Brasil. Em 1992 também ocorreu o Movimento Caras Pintadas, em que grande parcela da população foi as ruas pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.

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Todas essas revoltas e manifestações levaram a construção significativa da luta por direitos. Hoje temos movimentos sociais estruturados, organizados e contínuos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Segundo o site da organização o Brasil é um dos países com maior concentração de terras do mundo. Em nosso território, estão os maiores latifúndios. Concentração e improdutividade possuem raízes históricas, que remontam ao início da ocupação portuguesa neste território no século 16. Combinada com a monocultura para exportação e a escravidão, a forma de ocupação de nossas terras pelos portugueses estabeleceu as raízes da desigualdade social que atinge o Brasil até os dias de hoje. Disponível em: <http://www.mst.org.br/nossa-historia/>. Acesso em: 26 nov. 2016. Ainda dentro dessa concepção, temos o Movimento dos Trabalhadores sem teto (MTST) e movimentos em defesa dos Índios, negros e das mulheres que tem como pauta a busca por direitos e a diminuição da desigualdade. O MTST é um movimento que organiza trabalhadores urbanos a partir do local em que vivem: os bairros periféricos. Não é nem nunca foi uma escolha dos trabalhadores morarem nas periferias; ao contrário, o modelo de cidade capitalista é que joga os mais pobres em regiões cada vez mais distantes. Mas isso criou as condições para que os trabalhadores se organizem nos territórios periféricos por uma série de reivindicações comuns. Criou identidades coletivas dos trabalhadores em torno destas reivindicações e de suas lutas. Ao mesmo tempo, a organização sindical, no espaço de trabalho, tem tido enormes dificuldades em organizar um segmento crescente de trabalhadores (desempregados, temporários, terceirizados, trabalhadores por conta própria, etc.), a partir de transformações ocorridas no próprio processo produtivo, que tornaram as relações trabalhistas mais complexas e diversificadas. Assim, o espaço em que milhões de trabalhadores no Brasil e em outros países tem se organizado e lutado é o território. É aí que o MTST se localiza: Somos um movimento territorial dos trabalhadores. Disponível em: <http://www.mtst.org/quem-somos/as-linhas-politicas-do-mtst/>. Acesso em: 26 nov. 2016. Os movimentos ligados a indígenas e negros são históricos. Para a compreensão de suas bases e lutas deve-se entender também a história da exploração desses povos, marcadas pela dominação, escravidão e morte cultural. As lutas se foram necessárias a esses dois grupos, pois foram submetidos a condições desumanas de trabalho e de sobrevivência durante a maior parte de nossa história. Desta forma, após a abolição, os negros passaram a habitar guetos e comunidades, como forma de proteção, e em razão da falta de oportunidades. Entre as reivindicações do movimento hoje em dia

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está a compensação por todos os anos de trabalho forçado e à falta de inclusão social após esse período; a falta de políticas públicas destinadas a maior presença do negro no mercado de trabalho e nos campos educacionais. Também, a efetiva aplicabilidade das leis que buscam a criminalização do racismo e a plena aceitação e respeito à cultura e herança histórica.

Disponível em: <http://www.politize.com.br/o-movimento-negro/>. Acesso em: 26 nov. 2016.

Para finalizar essa questão, podemos ainda destacar o movimento em proteção as mulheres, movimento histórico que luta pelas mulheres desde liberdade de expressão, o direito a voto e educação. Na década de 1960, essa luta tomou caráter de igualdade entre os sexos e atualmente busca autonomia na defesa do corpo, contra abusos e violências, principalmente doméstica. Para a complementação de conhecimentos sobre Movimentos Sociais, confira os links a seguir: Artigo: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n47/v16n47a05.pdf> <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010264451989000200003> Vídeos: <https://www.youtube.com/watch?v=kRjZmV2c4yc> <https://www.youtube.com/watch?v=ys-sglPMy-A>

QUESTÃO COMENTADA 1. (UFRN) A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como: a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, nas diversas capitanias, com a intenção de se criarem governos republicanos; b) movimentos de defesa das terras brasileiras, que resultaram num sentimento nacionalista, visando à independência política; c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam alguns aspectos da política econômica de dominação do governo português; d) manifestações das camadas populares das regiões envolvidas, contra as elites locais, negando a autoridade do governo metropolitano. e) manifestações separatistas de ideologia liberal contrárias ao domínio português.

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RESOLUÇÃO Nos três movimentos situados, observamos a deflagração de movimentos que questionavam características e medidas pontuais da administração colonial portuguesa. Sob tal aspecto, nenhum desses eventos históricos advogava em favor da extinção do pacto colonial, mas apenas a revisão de alguns aspectos que contrariavam os interesses dos envolvidos. Portanto, a resposta correta é a alternativa c.

EXERCÍCIOS 1. (Uerj) A missa campal em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1888, foi uma celebração de Ação de Graças pela libertação dos escravos no Brasil, decretada quatro dias antes, com a assinatura da Lei Áurea. A festividade contou com a presença da princesa Isabel, regente imperial do Brasil, e de seu marido, o conde D´Eu, príncipe consorte, que, no detalhe assinalado na foto, está ao lado da princesa. Cerca de 30 mil pessoas estiveram presentes. Adaptado de brasilianafotografica.bn.br. A abolição da escravatura no Brasil resultou de manifestações políticas e sociais que mobilizaram diferentes grupos, como ilustra a fotografia. Cite dois grupos sociais diretamente envolvidos no movimento abolicionista. Identifique um grupo opositor a esse movimento e uma das razões para seu posicionamento contrário.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=693

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2. (Uerj)

Tarsila do Amaral foi uma das principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922. A tela acima é representativa da primeira fase do movimento modernista no Brasil (1922 a 1930). Nesse momento, as propostas desses artistas e intelectuais encontravam eco em reivindicações de diferentes setores sociais do país, cuja mobilização levou ao fim da República Oligárquica, em 1930. Identifique, a partir da tela apresentada, duas características da ordem socioeconômica defendida pelos modernistas na década de 1920. Em seguida, explique de que forma elas contradizem a política e a economia brasileiras vigentes à época.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=681

REFERENCIAS SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016. VICENTINO, C.; DORIGO, G. Projeto Múltiplo: História. São Paulo: Scipione, 2014.

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MATEMÁTICA Sistemas lineares Para entender bem os sistemas lineares, ou melhor, sistemas de equações lineares, é bom lembrar de conceitos básicos sobre equações, veja esta simples equação:

8 + x = 14

É uma equação bem simples, cuja única solução é o número 6. A equação x + y = 5 parece também ser simples, porém ela tem infinitas soluções, veja: •

se x = 1, y = 4

se x = 5, y = 0

se y = 2, x = 3

se y = 9, x = –4

Podemos afirmar que a equação x + y = 5 tem solução indeterminada, pois são infinitos valores de x e y que servem como solução, portanto, dizemos que ela tem solução possível. A equação a seguir tem solução impossível, tente resolvê-la e você descobrirá por que. 3x – 8 + 2x = 6 + 5x

Agora, observe este sistema de equações:

Só existe um par ordenado de valores que satisfazem as duas equações, simultaneamente, x = 6 e y = –1. Se você quiser tentar outras soluções, perderá seu tempo, pode ficar horas tentando, até dias, mas não vai encontrar.

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Observe também este outro sistema:

Multiplicando a equação de cima por –2 e somando com a de baixo, temos

Ora, sabemos que 0 é diferente de 13, portanto, este sistema não tem solução alguma, podemos dizer que o sistema é impossível. Também não adianta tentar! O que acabamos de verificar são os chamados Sistemas de Equações Lineares. Você já resolveu vários no ensino fundamental, sempre com duas equações e duas incógnitas e quase todos com apenas uma solução, ou seja, sistemas determinados. Ao longo do Ensino Médio você resolverá sistemas com três ou até quatro equações e igual número de incógnitas. Além disso, haverá exercícios que pedem apenas para você classificar os sistemas, que •

tem solução única, Sistema Possível e Determinado (SPD);

tem infinitas soluções, ou seja, são indeterminados (SPI);

não tem solução, sendo impossíveis (SI).

É bom também definir equação linear, que é toda equação na forma a1x1 + a2x2 + a3x3 + ... + anxn = b, sendo: •

a1, a2, a3, ... an números reais, coeficientes das variáveis;

x1, x2, x3, ... xn incógnitas;

e b o termo independente, um número real que não multiplica nenhuma incógnita.

E não se assuste com as reticências acima, nem com os termos an e xn, você não vai precisar resolver equações infinitamente grandes, isso é apenas uma forma de notação.

Classificação ou discussão de um sistema linear Como sabemos se um sistema é possível, determinado, indeterminado ou impossível? Adiantamos que há várias maneiras.

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Uma das mais simples, a Técnica de Cramer – que pode ser aplicada somente em sistemas com n incógnitas e n equações – é a que você verá nos livros do Ensino Médio, para isso é bom lembrar de técnicas de resolução de determinantes. Em resumo, monte uma matriz com os coeficientes das equações que formam o sistema e calcule o valor do determinante desta matriz, normalmente chamado de D. Se o determinante tiver valor, •

diferente de zero: com certeza ele é possível e determinado, ou seja, terá apenas uma solução para cada incógnita;

igual a zero: poderá ser possível e indeterminado, ou impossível, isso depende dos valores de Dx, Dy etc.

Depois, troque a primeira coluna da matriz pelos termos independentes das equações. O determinante da matriz resultante será chamado de Dx. Faça o mesmo novamente, agora trocando os elementos da segunda coluna pelos termos independentes, para obter Dy. E assim por diante, um novo determinante para cada incógnita que o sistema possua. No exercício resolvido deste capítulo você verá um exemplo da classificação acima descrita. E na vídeo aula referente a este capítulo, há um exemplo com três equações e três incógnitas.

E para que servem os sistemas lineares em minha vida? Na faculdade você certamente estudará Álgebra Linear, e usará sistemas lineares para descrever e estudar espaços de três, quatro ou mais dimensões, algo que é difícil imaginar, mas perfeitamente possível de trabalhar. Isto será uma ferramenta matemática poderosa para a programação de computadores ou mesmo estudar física superior, coisa que pode lhe parecer difícil agora, mas que será bem mais acessível do que você pode pensar!

EXERCÍCIO RESOLVIDO Discuta o sistema linear

RESOLUÇÃO Discutir um sistema significa determinar para quais valores do parâmetro k este sistema será possível e determinado, possível e indeterminado ou impossível. A princípio, calculamos o determinante dos coeficientes das equações, chamado normalmente de D.

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Calculamos

, cujo valor é 2 – k (procedimento normal de resolução de

determinante). Se D ≠ 0, já podemos dizer que o sistema é possível e determinado, por isso devemos fazer: 2–k≠0 ⟹ k≠2 Isso significa que, para qualquer valor de k diferente de 2 o sistema é possível e determinado (as raízes podem ser números não inteiros, mas isso não é problema). Se k = 2, o sistema pode ser impossível, quando Dx e Dy são diferentes de zero, ou se além de D = 0, Dx e Dy também forem nulos, o sistema é possível, porém indeterminado tendo infinitas soluções. Agora, é preciso descobrir se este sistema é indeterminado ou impossível. Qualquer uma das possibilidades ocorre quando k = 2, como vimos acima. Para isso, substituímos k por 2 no sistema dado, e prosseguimos a análise:

Note que ficamos com duas equações iguais, no entanto, os termos independentes são diferentes. O sistema diz que x + 2y = 1 e também diz que x + 2y = 3. Substituindo a primeira equação na segunda, temos que 1 = 3, sabemos que isso é impossível, portanto esse sistema só é possível e determinado quando k ≠ 2. Se k = 2, o sistema não admite qualquer solução.

EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas. 1. Classifique e resolva o sistema:

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

2. Seja o sistema linear Calcule os valores de a e b para que o sistema seja impossível.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS DANTE, L. R. Matemática: contexto e aplicações. São Paulo: Ática, 2010. GENTIL, M; et al. Matemática para o 2º grau. São Paulo: Ática, 1997. LEONARDO, F. M. (org.). Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES. Curitiba: Centro Federal de Educação Tecnológica, 1989. SISTEMAS LINEARES. Só Matemática. Disponível em: <http://www.somatematica.com. br/emedio/sistemas/sistemas.php>. Acesso em 26 nov. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado ao gênero Carta, em especial, aos principais modelos de carta exigidos pelos vestibulares da região do Paraná.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Carta De acordo com Simone Silvia Bedin Coelho, as cartas possuem natureza variada, uma vez que “circulam nos mais variados campos da comunicação e com diferentes finalidades comunicativas, como: informar, cobrar, agradecer, comunicar, solicitar, elogiar, criticar, etc.” (2015, p. 31). Como gênero textual, a função da carta, semelhante à do e-mail (podemos dizer, sua versão “digital”), é relatar algo a alguém, ainda que este seja o próprio autor da carta, o que é muito comum em gêneros literários. O e-mail, nesse caso, pode ser pensado como uma “roupagem” moderna da carta, decorrente do advento das novas tecnologias e de situações específicas da comunicação. Lembre-se: tanto a carta quanto o e-mail, como qualquer gênero textual, exercem uma função no espaço social em que estamos inseridos; logo, surgem de uma necessidade encontrada em nosso dia a dia.

A Carta nos vestibulares A despeito de gêneros emergentes como o e-mail, que apresentam certo “hibridismo que desafia relações entre oralidade e escrita”, como propõe Marcuschi (2002, grifo do autor p.13), a estrutura tradicional da carta é comumente exigida em contextos de avaliação e seleção, como é o caso dos vestibulares da região do Paraná. Desse modo, a estruturação da carta deve atender a algumas especificações, que serão usadas para avaliar o nível de compreensão do candidato em relação à proposta de redação; a adequação ao gênero e domínio da modalidade escrita. Nesse tipo de proposta de redação, atente-se para o enunciado, pois este especificará o modelo de carta que você deverá escrever, que pode ser destinadas a uma revista, a um amigo, ou a uma autoridade. Por isso, ler atentamente o que se pede na proposta é fundamental para •

escolha do gênero;

seleção de palavras;

vocativo adequado, lembrando que este nomeia o destinatário da carta (senhor(a), prezado(a), caro(a), excelentíssimo(a) etc., e que pode variar conforme a posição social ocupada pelo interlocutor);

nível de formalidade (adequado à posição social do interlocutor, logo, usase uma determinada linguagem para escrever uma carta ao um amigo ou parente, e outra a uma autoridade política, intelectual, etc.);

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número de linhas (em geral, para cartas são exigidas 20 linhas).

assinatura da carta, o que pode variar de uma instituição para outra. Em algumas será solicitado que você assine a carta como Fulano De Tal; outras, como João ou Maria (ou outro nome comum), com o intuito de manter o sigilo da prova. Outras instituições, ainda, exigem no enunciado que a carta seja assinada, caso contrário o candidato tem sua prova anulada.

Assim, as cartas nos vestibulares podem tanto solicitar uma linguagem informal quanto uma linguagem formal; por tanto, é fundamental que você compreenda quem é seu interlocutor e como abordá-lo por meio do texto escrito.

Carta argumentativa O gênero carta argumentativa sugere sempre uma interlocução entre locutor (emissor) e interlocutor (destinatário). Ao investigar o conceito de carta argumentativa em livros didáticos, Daniela Campos de La Nuez (2007) identificou que, para alguns autores, a carta argumentativa tem a função similar de um texto persuasivo, destinado a convencer o leitor, e por conta deste considera a variação linguística, bem como as “marcas de pessoalidade”, como emprego de pronomes e verbos. Além do aspecto composicional, local e data; identificação do reclamante e do destinatário; corpo do texto; expressão de despedida; assinatura, como um gênero de natureza argumentativa, a carta argumentativa defende um ponto de vista. Ainda de acordo com Nuez, alguns livros didáticos apresentam este tipo de carta inserida num contexto de “ação participativa” em práticas sociais reais, “em que o indivíduo envia a uma Instituição a fim de fazer uma reclamação ou uma solicitação” (2007 p10). Cartas desse tipo provavelmente exigirão do candidato um posicionamento contra ou a favor em relação a um determinado assunto, em especial, controverso, ou seja, que divida a opinião pública. Fique atento, pois algumas universidades solicitam a elaboração de carta destinada à autoridades e cargos públicos, como secretários, ministros, prefeitos, e, mesmo que não informem no enunciado o termo “argumentativo”, você deverá identificar pelo interlocutor e pelo assunto abordado que se trata de uma carta argumentativa. Outro detalhe importante, que vale reforçar, é que a estrutura composicional desse tipo de carta pode não ser completa numa prova de redação, pois algumas universidades dispensam assinatura, local e data e, em alguns casos, até a despedida. Mas não se preocupe, essas informações, referentes ao que pode anular sua prova, estarão explícitas no enunciado.

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Carta do leitor Inserida no gênero jornalístico opinativo, a carta do leitor é uma tipologia dissertativo-argumentativa (OLIVEIRA, 2007). Por ser um espaço discursivo, a carta possibilita ao leitor compartilhar sentimentos, reivindicações, sugestões e discussões de problemas sociais controversos suscitados nos veículos de comunicação de massa, como jornais e revistas, seja ele impresso ou em meio digital. Esse modelo de carta permite ao leitor se expressar pessoalmente, contudo, de forma responsável. Afinal, a revista não publicará textos completamente descontextualizados de seu âmbito temático, menos ainda palavras inapropriadas ou que firam os direitos humanos e os demais leitores. Segundo Coelho (2015, p. 31), ainda, a carta do leitor passa por uma espécie de “filtro”, é reorganizada e, ás vezes, integralmente modificada pelos editores da revista. Nesse sentido, você encontrará nos vestibulares propostas que solicitem a elaboração de cartas a revistas como Época, Galileu, IstoÉ, Veja, entre outras, que, além de serem de circulação nacional, abordam temas gerais, que estão em pauta na atualidade. Visto que esses meios de comunicação são formadores de opinião, o que se espera de uma carta dirigida a eles é um posicionamento do leitor, isto é, a exposição de um ponto de vista sobre temas de relevância social, cultural, pública ou privada abordados numa determinada publicação. Logo, é necessário fazer menção à matéria que instigou a escrita da carta. Esse tipo de carta costuma ser escrito em 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós), com uma linguagem pessoal, o que permite uma expressividade maior daquele que escreve, até porque a ideia de uma carta endereçada à redação de uma revista leva em conta não só a matéria lida mas também o impacto que esta pode ter na vida do leitor.

Estilo da carta Para elaboração de uma carta, verifique as especificações destacadas no enunciado da proposta. Primeiro, você precisa identificar leitor para o qual irá escrever, se se trata de publicação de âmbito nacional ou não; de autoridade pública ou intelectual; ou pessoa de esfera privada, como amigo, pai, mãe, tio. Mas você também precisa se identificar, como remetente, no corpo da carta, e não necessariamente precisa ser fiel a sua realidade, pois muitos vestibulares permitem a você assumir a posição de um remetente ficcional. Nesse sentido, é possível elaborar uma carta do ponto de vista de uma mãe, um funcionário, um professor, um sindicalista, pois o que é avaliado nesse tipo de proposta é a adequação ao gênero e a consistência da argumentação.

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Independentemente do tipo de carta, é necessário entender que o processo de comunicação escrita exige a projeção de um leitor para seu texto – o interlocutor – com o qual você irá dialogar. Dessa forma, é preciso levar em conta traços desse leitor, como perfil, formação, ideias. A partir disso, pergunte a si mesmo: Como devo me reportar ao meu interlocutor? Que vocativo usar? Qual o nível de formalidade da linguagem devo empregar na carta? Enfim, essas questões devem estar presentes no momento da prova de redação e fazem parte daquilo que denominamos projeção do leitor. Com isso, nossa carta tem mais chances de atingir o objetivo comunicativo, que em geral é sempre o mesmo, sermos compreendidos pelo outro. Outra questão importante é ter em mente que a carta “conversa” com o texto-base da proposta de redação. Ou seja, se a proposta exige uma carta endereçada ao ministro da educação referente ao assunto bullying na escola, evite fugir do tema e falar sobre “merenda escolar”, “ocupação estudantil”, ou qualquer outro assunto que não apresente relação com o tema principal. Lembre-se: ao elaborar uma carta, mantenha o foco em relação a três itens: tema, gênero textual e linguagem.

Para ir além •

<http://sualingua.com.br/2013/07/27/salve-jorge/>

<http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT965913-2119,00.html>

<http://www.olavodecarvalho.org/textos/cartasleitoresepoca.htm>

<http://istoe.com.br/16931_CARTAS/>

<https://www.youtube.com/watch?v=OVpi0qCRXGU>

PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) Em 3 de setembro de 2010, a revista ISTOÉ publicou uma síntese, assinada por Paulo Lima, do livro ainda inédito Fé em Deus e pé na tábua – Como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil, do antropólogo Roberto DaMatta: Nosso comportamento terrível no trânsito é resultado da nossa incapacidade de sermos uma sociedade igualitária; de instituirmos a igualdade como um guia para a nossa conduta. Nosso trânsito reproduz valores de uma sociedade que se quer republicana e moderna, mas ainda está atrelada a um passado aristocrático, no qual alguns podiam

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mais do que muitos, como ocorre até hoje. Em casa, nós somos ensinados que somos únicos, especiais. Aprendemos que nossas vontades sempre podem ser atendidas. É o espaço do acolhimento, do tudo é possível por meio da mamãe. Daí a pessoa chega na rua e não consegue entender aquele espaço onde todos são juridicamente iguais. Ir para a rua, no Brasil, ainda é um ato dramático, porque, significa abandonar a teia de laços sociais onde todos se conhecem e ir para um espaço onde ninguém é de ninguém. E o trânsito é o lado mais negativo desse mundo da rua. É doentio, desumano e vergonhoso notar que 40 mil pessoas morrem por ano no trânsito de um país que se acredita cordial, hospitaleiro e carnavalesco. No Brasil, você se sente superior ao pedestre porque tem um carro. Ou superior a outro motorista porque tem um carro mais moderno ou mais caro. O motorista não consegue entender que ele não é diferente de outro motorista, do pedestre, do motorista de ônibus. Que ele não tem um salvo-conduto para transgredir as leis. No Brasil, obedecer à lei é uma babaquice, um sintoma de inferioridade. Quem obedece é subordinado porque a hierarquia que permeia nossas relações sociais jamais foi politizada. Isso é herança de uma sociedade aristocrática e patrimonialista, em que não houve investimento sério no transporte coletivo e onde ainda impera o “Você sabe com quem está falando?” (LIMA, Paulo. “Como estou dirigindo?”, ISTOÉ ed. 2130.)

Tomando como ponto de partida as opiniões de DaMatta, escreva uma carta dirigida ao Secretário de Educação do Estado do Paraná, solicitando a inclusão, no currículo do Ensino Médio, de conteúdos voltados à educação para o trânsito. Use as afirmações de DaMatta como argumentos para fundamentar sua solicitação. •

O texto deve ter de 10 a 12 linhas.

A carta NÃO deverá ser assinada. Qualquer sinal de identificação invalida sua prova.

COMENTÁRIOS Nesse tipo de proposta – carta de solicitação – você precisa levar em conta a posição social do seu interlocutor, que no caso se refere a um cargo público, o Secretário de Educação do Estado do Paraná. A partir disso, você deverá selecionar o vocabulário e mobilizar uma linguagem impessoal, como verbos em terceira pessoa, pronomes de tratamento (“senhor”, por exemplo) e um posicionamento adequado, visto se tratar de uma questão de hierarquia social.

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Mantenha-se atento ao enunciado, ou seja, considere o texto-base, logo, os argumentos elaborados por DaMatta (mencione o autor e suas ideias sintetizadas na revista IstoÉ) a fim de redigir sua carta. Não assine seu texto: isso é muito importante, pois em algumas circunstâncias de avaliação é normal apresentar nervosismo e falta de concentração, o que pode levar a um comportamento automático e, consequentemente, à assinatura ao fim do texto. Veja os critérios de correção da UFPR para essa proposta Foram considerados bons ou muito bons os textos que apresentaram estrutura de carta bem definida, com vocativos adequados para tratar o Secretário da Educação (várias possibilidades foram consideradas adequadas), e que apresentaram o pedido com clareza e respeito. Como se tratava de uma carta a uma autoridade, esperava-se, dos textos nesta faixa de avaliação, que apresentassem bom domínio do registro formal, tanto em estrutura sintática, quanto no léxico empregado. A utilização adequada de dados apresentados no texto de Paulo Lima foi um dos requisitos: nesta faixa foram avaliados os textos que enfatizaram a necessidade de educação formal para o trânsito em oposição aos dados relatados quanto à formação educacional sociofamiliar exposta pelo texto-base como causa fundamental dos problemas graves de trânsito.

Disponível em:

<http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2011/prova2fase/ criterios_2fase.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2016.

AGORA É SUA VEZ 1. (Unioeste-PR) Escreva uma carta dirigida à seção “Cartas do Leitor”, da Revista Galileu, manifestando sua opinião em relação à temática abaixo. Viciados em games podem confundir o mundo real e virtual Joga muito videogame? É bom agendar um psicólogo. Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Nottingham Trent, na Austrália, e Universidade Estocolmo, na Suécia, viciados em games podem fazer coisas no mundo real como se ainda estivessem jogando [...]. No estudo foram entrevistadas 42 pessoas de 15 a 21 anos que jogam videogame frequentemente, e algumas delas tinham o que os autores chamaram de Fenômeno de Transferência do Jogo (Game Transfer Phenomena, GTP, em inglês). Alguns disseram que viam ‘caixas de energia’ sob a cabeça das pessoas, tentavam clicar num botão de busca quando procuravam por alguém numa multidão ou, por reflexo, até apertavam botões de controle mesmo sem segurar um [...].

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Os pesquisadores disseram que o vício em games “pode ter consequências psicológicas, emocionais e comportamentais negativas, com implicações enormes para desenvolvedores de software, pais, legisladores e profissionais de saúde mental’”. Adaptado da Revista Galileu, set./2011.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=702

REFERÊNCIAS COELHO, S. S. B. Práticas de leitura e de escrita com o gênero carta do leitor: uma proposta de sequência didática. 2015. 133 p. Dissertação (Mestrado). Unioeste: CascavelPR, 2015. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. ______. Oralidade e escrita. Signótica. Goiânia, p. 119-146, jan./dez. 1997. NUEZ, D. C. Carta argumentativa é uma dissertação modificada? um estudo sobre estratégias mobilizadas na argumentação da carta no vestibular da Unicamp. 2007. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada). Unicamp: Campinas, 2007. OLIVEIRA, N. A. A.; OLIVEIRA, F. B. O gênero jornalístico opinativo carta do leitor e o tratamento recebido nas redações do jornal impresso. Janus, lorena. v. n. 5. p. 55-72, jan./jun., 2007.

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5. TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE O Curso de Tecnologia em Gestão da Qualidade tem por objetivo suprir a demanda por profissionais na grande Curitiba. Esta região concentra um grande contingente populacional e possui um grande número de empresas que são de extrema importância no Estado do Paraná. Seja na indústria, no comércio, na prestação de serviços e também em empresas do terceiro setor, há um número expressivo de estabelecimentos. Por esse motivo, há a evidente necessidade de profissionais com grande capacidade de gestão, características empreendedoras e preparados para um mercado que exige qualidade em todos os seu processos. O papel do gestor da qualidade torna-se fundamental em decorrência elevação do nível global de competitividade da produção. Dentre os inúmeros negócios que exigem uma gestão eficaz em seus processos, há uma quantidade expressiva de pequenos e médios negócios que necessitam de um profissional especializado. As grandes empresas, seja elas nacionais ou multinacionais, também exigem qualificação constante para seus gestores. O Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Qualidade tem por objetivo atender às necessidades de profissionais, empresários, e alunos, necessitados de uma formação solidificada em tecnológica para atender às exigências do mercado de trabalho. Outro aspecto relevante é a rápida formação de mão de obra necessária à evolução da região, frente aos desafios e oportunidades das tendências mundiais de produção. O Gestor da qualidade acompanha os processos de produção na indústria, a rotina de trabalho e a prestação de serviços em empresas de diversos setores, buscando sempre uma maior qualidade e produtividade. Pode trabalhar tanto em fábricas quanto em estabelecimentos comerciais, instituições financeiras e empresas prestadoras de serviços, para garantir o cumprimento dos padrões de normalização. Certificados de qualidade, como os certificados ISO, garantem a demanda pelo gestor da qualidade. As áreas de ambiente e auditoria são as mais promissoras. Os interessados no curso de gestão da qualidade devem estar atentos ao foco dado pelas instituições para esse curso. Algumas têm ênfase na qualidade na prestação de serviços; outras, porém, enfocam a formação industrial. Administração, informática e matemática aplicada somam-se às disciplinas mais técnicas, como metrologia e normalização. Algumas instituições exigem estágio e um trabalho de conclusão de curso (TCC). Duração média: 2 anos. Relação candidatos/vagas UFPR: Noite: 3,25

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Gestão da Qualidade por meio do link <https://www.youtube.com/watch?v=3NBtKW4eTn0>.

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HISTÓRIA Devido à necessidade da troca de produtos durante o Feudalismo, surgiu a preocupação com a qualidade das mercadorias. Desse modo, ao realizarem o escambo, os produtos de melhor qualidade tinham um valor acrescido. Com o passar do tempo, essa preocupação acompanhou o desenvolvimento histórico relacionado a demandas econômicas, sociais e políticas. Com a globalização econômica, a concorrência cresceu e a gestão de qualidade se tornou imprescindível, uma vez que pequenos detalhes determinam na escolha atual de um produto. Desse modo, retornamos ao passado nesse capitulo e apresentamos um panorama acerca do Brasil Colônia.

Brasil Colônia Ao iniciarmos nossos estudos sobre História do Brasil é interessante destacar que, depois de algumas pesquisas, foram feitas novas descobertas, principalmente sobre a chegada dos portugueses ao Brasil. Sabe-se que antes de 1500 já existiam portugueses em terras brasileiras e que Cabral fez a primeira expedição de reconhecimento, e Pero Vaz de Caminha fez as primeiras descrições do território. Não podemos deixar de especificar que a colonização feita pelos portugueses em nosso território era de exploração, portanto, os primeiros contatos foram para a exploração do pau-brasil e para a busca de metais preciosos.

[...] em 1501, Gaspar de Lemos notou a existência de pau-brasil, madeira cuja resina era utilizada como corante para tecidos. Teve início então a primeira atividade econômica na colônia: a extração e a comercialização do pau-brasil. A Coroa portuguesa tinha o monopólio (estanco) sobre essa atividade, mas podia arrendá-la a particulares. (CAPELLARI e GOMES, 2014, p.46)

A partir do momento em que Portugal percebeu o interesse de outros países pelo pau-brasil e consequentemente, pelo território brasileiro, a coroa resolveu ocupar as novas terras. A forma encontrada para essa ocupação é a concessão de terras, que recebe o nome de Capitanias Hereditárias, dividida em quatorze faixas de terras, cedidas para doze donatários de confiança da coroa portuguesa para a proteção do território.

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A maioria das capitanias não vingou, seja por resistência dos indígenas ou devido aos donatários. Posteriormente, a coroa decidiu implantar o Governo Geral, para administrar a colônia. “O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza (1549– 1553), que trouxe com ele alguns jesuítas chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega.” (CAPELLARI e GOMES, 2014, p.46) A atividade que se desenvolveu no Brasil, principalmente no norte do território português foi a cana-de-açúcar, grandes engenhos foram construídos e a mão de obra passou de indígena para africana. O mercado escravo se desenvolveu no Brasil rapidamente, já que era preciso de pessoas para trabalhar nas fazendas de cana e como os conflitos entre indígenas e portugueses foram constantes, os indígenas preferiam fugir a serem escravizados, e a igreja também não permitia a escravização dos indígenas. Assim, o comércio de escravos também se tornou muito lucrativo para os portugueses. A sociedade escravocrata era bem dividida: enquanto donos de engenho viviam nas casas grandes, os escravos moravam em senzalas com condições precárias de vida e trabalho. Em 1693, os Bandeirantes – exploradores paulistas que buscavam ouro, escravos e terras férteis – encontraram ouro na região de Minas Gerais, assim fazendo a economia brasileira a ser exploradora de ouro. Muitas pessoas migraram para a região central do território em busca do metal precioso. A Coroa Portuguesa não ficou de fora e desenvolveu algumas instituições para a arrecadação do imposto do ouro, como o imposto do Quinto. Como o núcleo econômico mudou do norte para o centro do território, Rio de Janeiro tornou-se a nova capital da colônia. Após um período caótico, o governo de Portugal passou a controlar a região mineradora, distribuindo lavras, abrindo estradas, cobrando impostos e fundando vilas (Mariana, Vila Rica, Sabará etc.). Nasceu, assim, uma sociedade mais urbana, diversificada e dinâmica do que a do Nordeste açucareiro. (CAPELLARI e GOMES, 2014, p.48) A sociedade mineradora desenvolveu a economia em outras regiões, para atender a demanda de animais de transporte e de comida. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná se desenvolveram com os tropeiros, grupos que levavam os animais do Rio Grande até Sorocaba em São Paulo. Esse caminho, conhecido como caminho do Viamão, desenvolveu ao longo do seu trajeto diversas colônias que posteriormente se tornaram cidades. No período colonial, o Brasil também teve algumas revoltas que manifestaram o descontentamento das minorias em diversas regiões do Brasil. O mapa apresentado a seguir mostra as localidades e os conflitos que ocorreram nesse período. Em seguida há também uma tabela que explica cada um dos conflitos.

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Disponível em: <http://files.jchistorybrasil. webnode.com.br/system_preview_detail_200001032-c9c39cabde-public/ Mapa%20das%20Revoltas%20Coloniais.jpg>. Acesso em 26. nov. 2016.

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-ItD4CYJ7v38/UZxV_W2ZSCI/ AAAAAAAABCM/y7c5MKkNkOE/s1600/revoltas.jpg>. Acesso em 26. nov. 2016.

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No ano de 1808, a corte portuguesa veio ao Brasil fugindo de Napoleão. A partir desse momento, algumas transformações ocorreram, como a abertura dos portos para as nações amigas, o fim do pacto colonial e o Tratado de Navegação e Comércio assinado em 1810. Ainda neste ano, os portugueses assinaram o Tratado de Aliança e Amizade. O Rio de Janeiro sofreu também algumas transformações durante o período e passou a agregar funções administrativas, fiscais, jurídicas e políticas. Alguns conflitos também ocorreram enquanto D. João VI estava no Brasil. Em 1817, eclodiu em Recife a Revolução Pernambucana que teve como causas o aumento dos impostos para o sustento da Corte e da vasta burocracia, os gastos com a Guerra da Cisplatina (Uruguai), as baixas do preço do algodão e do açúcar no mercado internacional, tudo isso somado a seca que devastou algumas regiões do Nordeste. Em 1820 explodiu em Portugal a Revolta Liberal do Porto que exigiu a volta da família real para Portugal. D. João voltou para Portugal e deixou seu filho D. Pedro como príncipe regente. Em janeiro de 1822, D. Pedro pressionado por portugueses e brasileiros, decidiu ficar no Brasil. Até setembro, o processo político se desenvolveu e culminou com a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Para a complementação dos conhecimentos sobre o Brasil Colônia, confira os links a seguir. Artigo: <http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/FAUSTOBorisHistoriadobrasil.pdf> Vídeos: <https://www.youtube.com/watch?v=V_m3Gc_KwYg> <https://www.youtube.com/watch?v=ouq9tU5DUOc>

Questão comentada 1. (PUC-RS) Entre 1500 e 1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil, madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de maneira predatória e assistemática, com o objetivo de abastecer o mercado europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta avermelhada da seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos. A aquisição dessa matéria-prima brasileira era feita por meio da: a) exploração escravocrata dos europeus em relação aos índios brasileiros. b) criação de núcleos povoadores, com utilização de trabalho servil. c) utilização de escravos africanos, que trabalhavam nas feitorias. d) exploração da mão de obra livre dos imigrantes portugueses, franceses e holandeses. e) exploração do trabalho indígena, no estabelecimento de uma relação de troca, o conhecido escambo.

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Resolução A exploração do pau-brasil como primeira atividade econômica dos portugueses nas terras conquistadas da América do Sul só foi possível pela acolhida amigável com que vários povos indígenas do litoral receberam os invasores. Essa acolhida permitiu aos portugueses utilizar a mão de obra nativa para o trabalho de corte das árvores e seu transporte até a praia, ou até feitorias erguidas para armazenar o pau-brasil. Os portugueses recompensavam esse trabalho com objetos trazidos de Portugal (espelhos, machados, etc.), caracterizando uma relação de escambo. Sendo assim, a alternativa correta é a letra e.

Exercícios 1. (Uerj) O triunfo holandês seria coroado com a chegada do conde Maurício de NassauSiegen, que desembarcou como governador em janeiro de 1637. Transformado em mito de nossa história seiscentista, Nassau ficaria também celebrizado pela missão de pintores e naturalistas que financiou no seu governo. Frans Post (1612-1680) foi o mais renomado componente da missão nassoviana, dedicando-se à pintura de paisagens, retratando a natureza tropical e as construções humanas. Adaptado de Vainfas, R. “Tempo dos Flamengos: a experiência colonial holandesa”. In: FRAGOSO, J. L. R.; GOUVEA, M. de F. (org). O Brasil colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014 A presença holandesa no Brasil, entre 1630 e 1654, interferiu nos rumos da colonização portuguesa nas terras americanas. O governo de Nassau (1637-1644) tornouse uma referência, estimulando a produção de registros, como as pinturas de Frans Post. Identifique o principal objetivo econômico da presença holandesa no Brasil, no século XVII. Em seguida, apresente duas realizações do governo de Nassau que tenham contribuído para sua notoriedade histórica.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=682

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2. (Uerj) O trabalho na colônia 1500–1532: período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia extrativa baseada no escambo com os índios; 1532–1600: época de predomínio da escravidão indígena; 1600–1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma “clássica”; 1700–1822: anos de diversificação das atividades em função da mineração, do surgimento de uma rede urbana, mais tarde de uma importância maior da manufatura – embora sempre sob o signo da escravidão predominante.

CIRO FLAMARION SANTANA CARDOSO In: LINHARES, Maria Yedda (org.). História geral do Brasil. 9ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000

A partir das informações do texto, verificam-se alterações ocorridas no sistema colonial em relação à mão-de-obra. Apresente duas justificativas para o incentivo do Estado português à importação de mão-de-obra escrava para sua colônia na América.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=683

REFERÊNCIAS CAPELLARI, M. A.; GOMES N. F. He. Ser Protagonista: História – Ensino Médio. São Paulo: Edições SM. 2014. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016.

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MATEMÁTICA Você acredita em previsão do futuro? Astrologia, Tarô, Búzios e outras técnicas? Muita gente acredita e diz que funcionam bem e são ciências. Já as pessoas que só acreditam em algo que possa ser tecnicamente provado, preferem dizer que são pseudo ciências, ou seja, ciências falsas. Nesse capítulo falaremos de uma ciência perfeitamente provada e que funciona muito bem para prever o futuro: a Estatística. Para que as previsões sejam tão exatas quanto possível, são empregadas muitas técnicas matemáticas, além da observação, organização, discussão e aplicação de metodologias específicas do ramo. Para ilustrar essa questão, podemos citar a própria Gestão da Qualidade. Nessa área, a Estatística serve para dizer ao gestor de qualidade se o comercio ou a indústria estão no rumo certo, ou ainda se determinado produto que uma empresa quer lançar tem chance maior ou menor de ser um sucesso de vendas.

Pesquisa estatística, alguns conceitos

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População: é um conjunto formado de pessoas, objetos ou outros elementos que interessam a determinado estudo estatístico.

Amostra: é qualquer subconjunto não vazio de uma população.

Variável: é qualquer característica observável nos elementos de uma população ou de uma amostra dela.

Frequência absoluta de uma variável: quantidade de vezes que essa variável ocorre em uma pesquisa estatística.

Frequência relativa de uma variável: razão entre a quantidade de vezes que essa variável ocorre em uma pesquisa estatística e a quantidade total de resultados observados nessa pesquisa.

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Representação gráfica Gráfico de barras ou colunas: gráficos excelentes para a comparação de quantidades e de suas variações no tempo.

Histograma: é um gráfico de colunas que serve para representar a frequência de ocorrências de uma série expressa em números absolutos ou em porcentagens, em um eixo cartesiano. A sua construção é semelhante ao gráfico de colunas, mas sem espaços entre as mesmas.

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Gráfico de linhas ou segmentos: este gráfico utiliza-se de linhas para unir pontos situados em um plano cartesiano, sendo excelente para apresentação de séries históricas ou temporais, pois permite avaliar com clareza a evolução de um fenômeno ao longo do tempo.

Gráfico de setores: é um excelente recurso para comparar os valores de cada parcela de um conjunto de dados com o total.

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Medidas de posição Média aritmética: a média aritmética dos valores observados de uma variável quantitativa é o quociente entre a soma desses valores e a quantidade de valores observados. x=

x1 + x2 + ... + xn n

Média aritmética ponderada: quando, para os valores observados de uma variável, são atribuídos pesos, a sua média aritmética é calculada pela soma do produto de cada um dos valores pelo seu peso, dividida pela soma dos pesos. Essa é a média aritmética ponderada. x=

x1 . p1 + x2 . p2 + ... + xn . pn p1 + p2 + ... + pn

Média geométrica: a média geométrica dos valores positivos observados de uma variável quantitativa é a raiz enésima do produto desses valores. n

x = √ x1 . x2 . ... . xn

Média harmônica: a média harmônica dos valores não nulos observados de uma variável quantitativa é o quociente entre a quantidade de valores observados e a soma dos inversos desses valores. x=

n 1 + 1 + ... + 1 xn x 1 x2

Moda: é o valor observado que aparece com maior frequência.

Mediana: a mediana dos valores observados de uma variável quantitativa é o valor que ocupa a posição central dos dados ordenados, se essa quantidade de dados for ímpar. Se a quantidade de dados for par, a mediana é a média aritmética dos dois valores que ocupam as posições centrais dos dados ordenados.

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Medidas de dispersão Variância: a variância é uma medida que quantifica a dispersão dos valores observados de uma variável quantitativa em relação à sua média aritmética.

σ2 =

(x1 – x)2 + (x2 – x)2 + ... + (xn – x)2 n

Desvio Padrão: o desvio padrão dos valores observados de uma variável quantitativa é a raiz quadrada da variância desses valores. Quanto mais próximo de zero estiver o desvio padrão de uma variável observada, mais homogênea é a distribuição dos valores dessa variável.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. (Enem) Um produtor de café irrigado em Minas Gerais recebeu um relatório de consultoria estatística, constando, entre outra informações, o desvio padrão das produções de uma safra dos talhões de sua propriedade. Os talhões têm a mesma área de 30 000 m2 e o valor obtido para o desvio padrão foi de 90 kg/talhão. O produtor deve apresentar as informações sobre a produção e a variância dessas produções em sacas de 60 kg por hectare (10 000 m2). A variância das produções dos talhões expressa em (sacas/hectare)2 é: a) 20,25

d) 0,50

b) 4,50

e) 0,25

c) 0,71

RESOLUÇÃO A variância é obtida a partir da raiz quadrada do valor do desvio padrão. Neste exercício, contudo, é preciso fazer uma adequação a respeito das unidades de medida, que são dadas em kg/talhão e são pedidas em sacas/hectare. •

Sabemos que 1 talhão = 30 000, 1 saca = 60kg e 1 hectare = 10 000 m2.

Ou seja: 1 talhão = 3 hectares.

90 kg = 1,5 sacas

Dessa forma, temos que o desvio padrão pode ser expresso por 1,5 sacas/3 hectares, isso é equivalente a 0,5 sacas/hectare. Agora podemos calcular a variância, que será a raiz quadrada de 0,5, = 0,25. Sendo assim, a alternativa que contempla a questão é a d.

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EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas. 1. (Enem) Um pesquisador está realizando várias séries de experimentos com alguns reagentes para verificar qual o mais adequado para a produção de um determinado produto. Cada série consiste em avaliar um dado reagente em cinco experimentos diferentes. O pesquisador está especialmente interessado naquele reagente que apresentar a maior quantidade dos resultados de seus experimentos acima da média encontrada para aquele reagente. Após a realização de cinco séries de experimentos, o pesquisador encontrou os seguintes resultados: Reagente 1

Reagente 2

Reagente 2

Reagente 2

Reagente 2

Experimento 1

1

0

2

2

1

Experimento 2

6

6

3

4

2

Experimento 3

6

7

8

7

9

Experimento 4

6

6

10

8

10

Experimento 5

11

5

11

12

11

Levando-se em consideração os experimentos feitos, o reagente que atende às expectativas do pesquisador é o: a) 1. d) 4. b) 2. e) 5. c) 3.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

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2. Considere os valores {23, A, 35, B, C, 124}, escritos já em ordem crescente, que tem média = 56, mediana = 39 e um único valor modal entre 25 e 42. Os valores de A, B e C respectivamente são: a) 23, 43, 88 b) 25, 43, 86 c) 35, 35, 84 d) 35, 43, 76 e) 27, 39, 88

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Ser protagonista: Matemática. São Paulo: Edições SM, 2014. REFORMULAÇÃO CURRICULAR DE PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE. Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT): Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Qualidade (TGQ) UFPR. Disponível em: <http://www.gestaodaqualidade.ufpr.br/wp-content/uploads/2016/03/ PP_Projeto_Pedag%C3%B3gico_TGQ.pdf>. Acesso em 26 nov. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado aos gêneros Notícia de jornal e Texto informativo. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Notícia de jornal O objetivo da notícia é relatar um acontecimento recente do cotidiano e que interesse ao público-leitor, logo, “um fato importante e inusitado”. Todavia, segundo Tavares e Schwaab (2013, p. 158), o critério da “atualidade”, cujo foco é informar sobre o presente, pode ceder lugar para o de futuro, ou seja, é possível noticiar algo que ainda está por vir, contanto que a notícia esteja embasada em fontes e dados confiáveis. Como dizem as autoras de A arte de escrever bem, “cada gênero pede um jeitinho de produção” (SQUARISI; SALVADOR, 2005, p. 54). Já que a notícia pertence à esfera jornalística, sua produção, assim, exige a preocupação em responder seis perguntas essenciais desse ramo: Quem? O quê? Onde? Quando? e Como? Por quê? Essas perguntas relacionam-se à estrutura desse gênero textual, para que tanto o leitor quanto o produtor não se percam num emaranhado de informações, por vezes, secundárias. Para Squarisi e Salvador (2005), as seis perguntas constituem um modelo denominado “pirâmide invertida”, pelo qual “conta-se a história do fim para o começo” e põe-se as informações mais importantes no primeiro parágrafo, garantindo, assim, a objetividade. Apesar de receber muitas críticas, esse modelo de produzir notícias e reportagens ainda é o mais utilizado nos meios de comunicação, ainda segundo as autoras. Como definir, então, que informações farão parte de uma notícia? Começamos com a manchete, título principal da notícia, cuja função é atrair o leitor. Ao considerarmos que, no meio profissional, a meta de jornais é oferecer notícias exclusivas, fuja do previsível ao escrever uma notícia e mobilize sua criatividade para construir uma manchete que chame a atenção da banca avaliadora. Dica: títulos devem conter ação, por isso cuide com a seleção de verbos. O título auxiliar vem logo após a manchete e tem a função de antecipar o que será noticiado, portanto, ele traz mais detalhes sobre a notícia propriamente dita, enquanto a manchete funciona como um atrativo para o leitor. Já o lead é o parágrafo inicial que resume a notícia, logo, deve responder às seis perguntas do jornalismo. O quê? e Quem? são as primeiras a serem respondidas. Para não haver dúvidas, seja objetivo e conciso em responder o que aconteceu: um incêndio? uma reforma? um assalto? Além disso, é preciso questionar quais foram os envolvidos nesse acontecimento: professores? funcionários de uma empresa? turistas? Referencie ainda as “vozes” mobilizadas para embasar sua notícia, como depoimentos e entrevistados.

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Entretanto, não basta identificar o que aconteceu, mas informar com precisão, o que nos leva a responder outras duas questões: Onde? e Quando? Nesse caso, informe com exatidão local e data, se possível, horário, em que ocorreu o fato noticiado. Quantos mais informações precisas, mais sua notícia apresentará confiabilidade ao leitor. Como? e Por quê? São, por fim, informações que tornam a notícia “redonda”, isto é, completa. Caso a notícia se estenda, os demais parágrafos deverão desenvolver e detalhar o lead.

Linguagem da notícia Já que não é feita para um único leitor, mas para um público amplo, a notícia deve apresentar linguagem clara e objetiva, sem deixar margem para dúvidas. Além disso, é importante selecionar o que de fato é prioridade, isto é, a informação central. Para Squarisi e Salvador (2005), deve-se restringir o uso de adjetivos e artigos indefinidos (um, uma, uns) ao escrever uma notícia, e sim optar pelo emprego de substantivos. Procure, também, escrever com impessoalidade, evite dar sua opinião sobre os fatos, mantenha-se, aliás, imparcial a eles, já que a notícia tem a finalidade de ser informativa. Lembre-se: objetividade, verdade e interesse-público são essenciais para uma boa notícia.

Texto informativo Como vimos, uma notícia tem a finalidade de informar sobre um determinado fato ou acontecimento. A principal função de um texto informativo é, portanto, expor um dado ou fato, contudo, de uma maneira que tal informação se torne útil para o leitor. Desse modo, as principais características de um texto informativo são: •

Linguagem clara e objetiva.

Impessoalidade, isto é, “efeito de distanciamento em relação aos fatos e às fontes” (PEDROSO, 2000, p.).

Verbos na 3ª pessoa do discurso (singular/plural).

Hierarquização de fatos, dados, fontes e declarações.

Leitura, escrita, coleta, seleção e organização de dados.

Credibilidade (fontes confiáveis e veracidade de informações).

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Em algumas provas de redação, você poderá se deparar com o exercício de retextualização, que consiste no processo de produção de um novo texto a partir de um ou mais textos-base (BENFICA, [s.d.]). Assim, certas propostas poderão solicitar ao candidato a retextualização de dados e informações, contidas em tabelas, gráficos e infográficos, para o formato de texto informativo. Para tanto, é preciso ler com atenção o(s) texto(s)-base e analisar a linguagem verbal e não verbal, a fim de selecionar, organizar e interpretar informações relevantes que atendam à proposta.

Para ir além <https://www.youtube.com/watch?v=MlfkkDlygok> <https://www.youtube.com/watch?v=VgWqu_xweXo> <https://www.youtube.com/watch?v=BuwlAfzutqU&t=132s> <http://nescolas.dn.pt/nescolasv2/index.php?a=kitmedia&p=2_5>

PROPOSTAS COMENTADAS 1. (UFPR) Adoniran Barbosa é um ícone do samba paulista. Os temas de suas composições giravam em torno dos tipos humanos mais comuns e da realidade crua de uma metrópole que não para. Em suas músicas, usou sempre a linguagem popular paulistana para dar vida a suas personagens. “Saudosa Maloca” (1951) conta um fato, que é retratado a partir do ponto de vista de uma das personagens.

Saudosa Maloca* Se o senhor não tá lembrado, Dá licença de contá Que aqui, onde agora está Esse edifício arto, Era uma casa veia, Um palacete assobradado. Foi aqui, seu moço, Que eu, Mato Grosso e o Joca

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Construímos nossa maloca. Mas um dia, Nóis nem pode se alembrá, Veio os home c´as ferramentas O dono mandô derrubá. Peguemos todas nossas coisa E fumos pro meio da rua Apreciá a demolição. Que tristeza que nóis sentia, Cada tauba que caía Doía no coração. Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: “Os home tá cá razão Nóis arranja outro lugá.” Só se conformemos Quando o Joca falou: “Deus dá o frio conforme o cobertô.” E hoje nóis pega a paia** nas grama do jardim E pra esquecê nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida. Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida. *

*Maloca: casa muito pobre e rústica; lar. **Pegar uma palha ou puxar uma palha: dormir.

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A partir da leitura dessa música, redija uma notícia de jornal que informe ao leitor os fatos narrados. Seu texto deve: •

ser introduzido por um título (manchete);

apresentar a narrativa do ponto de vista do veículo de comunicação;

ser fiel aos fatos apresentados na letra da música, podendo haver acréscimo - de detalhes, inventados por você, que atualizem a narrativa e permitam adequá-la ao gênero “notícia de jornal”;

apresentar a linguagem e a estrutura próprias do gênero;

ter de 7 a 10 linhas.

COMENTÁRIOS A proposta solicita uma retextualização da música de Adoniran Barbosa para o gênero notícia. Depois de ler a canção, procure responder às seis perguntas do lead, que servem para localizar num acontecimento as principais informações que deverão compor a notícia. Com base nas informações do enunciado e do texto-base, lemos a voz de um dos personagens que lamenta a demolição (acontecimento) da antiga residência, “saudosa maloca”, a mando do dono. Outros dois personagens, Mato Grosso e Joca, também são mencionados. Como podemos observar, a canção de Barbosa é construída por uma linguagem coloquial, pessoal, narrada em 1ª pessoa do discurso, além de apresentar variedade linguística. Lembre-se que ao redigir sua notícia você deverá fazer uso de uma linguagem impessoal, distanciada do fato, objetiva e clara ao leitor. Para tanto, escreva em 3ª pessoa do discurso. Elementos ausentes na canção (Quando? Onde?) poderão ser imaginados, assim como trechos dela podem inspirar a criação de depoimentos, nomes e demais personagens. Assim, seja criativo, não copie o texto-base, mantenha-se vinculado ao tema da canção e cuide para atender as especificidades do gênero notícia. Veja os critérios específicos de correção da UFPR para essa proposta Texto que atende a todos os comandos da questão. Apresenta-se como o gênero notícia completo: data, lugar, jargão linguístico do gênero. Relata o episódio da canção e amplia para a atualidade. Estabelece correlação entre as informações selecionadas.

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2. (UEM-PR) A coletânea de textos a seguir aborda a questão do uso de animais em experimentos científicos. Tendo-a como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.

TEXTO 1 Necessidade do uso de animais em testes gera divergências entre ativistas e pesquisadores Por Caroline Menezes

A invasão do Instituto Royal, no interior de São Paulo, por ativistas para o resgate de cães da raça Beagle que estariam sofrendo maus tratos, ampliou o debate sobre os limites do uso de animais em testes de remédios, vacinas e demais pesquisas e estudos científicos. Mesmo sem a confirmação, até o momento, de que os cães do Instituto eram realmente maltratados, o caso virou destaque na grande maioria dos jornais e das revistas. (Disponível em <http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/11/ necessidade-do-uso-de-animais-em-testes-geradivergencias-entre-ativistas-epesquisadores>. Acesso em 22/08/2014.)

TEXTO 2 Sociedade Protetora critica uso de animais em pesquisas científicas Por Thiago Ramari

A Sociedade Protetora dos Animais de Maringá (Spam) não concorda com a utilização de animais para a realização de pesquisas e para dar suporte ao ensino. Segundo a presidente da Spam, Maria Eugênia Costa Ferreira, a metodologia é ultrapassada e poderia ser substituída. Ela defende que, como existe hoje conhecimento suficiente sobre as substâncias químicas, sabe-se quais delas são capazes de matar antes de serem utilizadas. Assim, poderiam ser testadas diretamente em pessoas que se predispusessem a participar do experimento. Quanto ao ensino, ela considera que a internet é uma alternativa.

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“Não é mais preciso dissecar um animal para ver como é por dentro”, afirma. “Na Inglaterra, por exemplo, essa prática é proibida”. Além do mais, ela levanta outro questionamento: “será mesmo que os resultados obtidos com a pesquisa em roedores e cães servem para as pessoas?” Para a presidente da Spam, não. “Isto não é pesquisa avançada e, sim, atrasada.” Maria Eugênia protesta também contra a repetição de experimentos. De acordo com ela, muitas universidades insistem em realizar pesquisas cujos resultados já foram obtidos por outras instituições. Dessa forma, mais animais são sacrificados – todos desnecessariamente. “As cobaias são induzidas a ter uma doença e têm de passar por operações”, afirma. “Não achamos que isso seja ético.” (Disponível em <http://www.odiario.com/noticias/imprimir/201646>. Acesso em 22/08/2014.)

TEXTO 3 Sem animais, não há pesquisa por Lúcia Beatriz Torres

Apesar dos inúmeros avanços da tecnologia, a Ciência ainda precisa usar animais de experimentação para a descoberta de novos medicamentos. (...) Mesmo a tecnologia mais sofisticada, nos dias de hoje, não consegue imitar a complexidade das interações entre as células, tecidos e órgãos que ocorrem nos seres humanos. Com objetivo de entender essas interações e facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos, a metodologia científica elege os animais – quase em sua maioria ratos e camundongos – como modelo experimental do homem. Para Marcelo Morales, professor da UFRJ, “em virtude da complexidade da célula biológica, a medicina humana e também a veterinária são extremamente dependentes do uso de animais de experimentação. A expectativa na comunidade científica é de que, no futuro, métodos alternativos sejam viáveis, e os animais deixem de ser utilizados na atividade de pesquisa”. Ao contrário do que muitos pensam, a pesquisa científica não trabalha só a favor do ser humano, mas dos próprios animais. Um exemplo é a vacina antirrábica, que utilizou por volta de dois mil cães para ser desenvolvida e hoje salva, anualmente, milhões de cães, gatos e outros animais.

(Disponível em <http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/ atualidades_animais.html>. Acesso em 22/08/2014.)

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TEXTO 4 Métodos alternativos disponíveis Medicamentos e cosméticos na pele

(...) Para avaliar a irritação cutânea e a corrosividade de determinada substância em contato com a pele, não são mais necessários testes que expõem coelhos ou outras cobaias ao produto. Esses estudos podem ser feitos em pele humana reconstituída, ou seja, tecidos produzidos em laboratório por meio de cultura de células. A aplicação desse método ainda representa um obstáculo no Brasil: o material utilizado na produção da pele reconstituída é importado e tem validade de apenas uma semana. Temperatura De acordo com a organização britânica “Fundo para a Substituição de Animais em Experimentos” (Frame, na sigla em inglês), outro teste alternativo disponível é o que avalia se determinado produto é capaz de provocar aumento da temperatura corporal. Se antes a única possibilidade era o uso de coelhos, hoje existe uma tecnologia para realizar esse experimento no sangue de voluntários humanos. Ainda segundo a Frame, testes de fototoxidade, que verificam se o produto tornase prejudicial quando a pele é exposta ao sol, também podem ser feitos sem o uso de cobaias vivas. Nesse caso, uma cultura de células de camundongos é exposta ao produto e à luz ultravioleta. Testes virtuais Modelos computacionais também podem substituir animais em testes para verificar a toxicidade de uma substância ou de que maneira ela será metabolizada pelo organismo. Isso pode ser feito pela análise de moléculas por programas de computador que permitem compará-las com dados referentes a outras moléculas. Alternativas ainda mais ambiciosas, como a simulação do funcionamento de um órgão completo, estão em desenvolvimento pelo “Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia”, ligado à Universidade de Harvard. O instituto desenvolve microchips capazes de simular a reação dos órgãos humanos a determinados produtos ou microrganismos. Segundo Presgrave, porém a alternativa ainda não está disponível no país. (Disponível em <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/ noticia/2014/07/brasil-vai-validar-metodos-alternativos-ao-uso-deanimais-empesquisa.html>. Acesso em 22/08/2014.)

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Gênero textual 1 – Notícia Como repórter de um dos portais de internet com maior número de acessos no Brasil, redija uma notícia, em até 15 linhas, na qual se informa que o pesquisador César Chagas descobriu a cura para algum tipo de doença com o uso de animais ou com o uso de métodos alternativos em suas experiências. Assine a notícia como William Garcia ou Patrícia.

Comentários Para resolver essa proposta, leia com atenção a coletânea de textos indicada. Siga as orientações apresentadas pelo enunciado, observe que a assinatura da notícia já está determinada, cuide para não assinar seu nome no local. Compreenda que o objetivo dessa notícia é informar ao público-leitor um acontecimento importante, nesse caso, a cura para uma doença. Portanto, utilize uma linguagem clara e direta. A informação principal deve ser informada no título; este deve ser pensado como forma de atrair o leitor. Essa técnica, como vimos, da “pirâmide invertida”, funciona como meio de garantir a objetividade do texto. Para tanto, escreva em 3ª pessoa do discurso e utilize um vocabulário simples e sem figuras de linguagem (metáforas, ironias, etc.), para evitar dúvidas quanto à interpretação das informações. Observe que o enunciado permite escolher entre duas possibilidades de cura para uma doença: com o uso de animais ou com o uso de métodos alternativos. No entanto, a maioria dos textos direcionam a notícia para a primeira possibilidade, salvo o texto 3. Lembre-se: para qualquer opção que você escolher, é necessário comtemplar O quê? Quem? Onde? Quando? Como? e Por quê? Veja um exemplo de estrutura inicial: Manchete: USP anuncia vacina contra o vírus da Zika Lead: O pesquisar Cérsar Chagas descobriu uma vacina contra o vírus da Zika a partir de testes realizados em tecidos com células-tronco, nos laboratórios da USP. A vacina foi anunciada esta semana pelo Ministério da Saúde, mas já havia sido publicada numa revista científica. A partir do lead, você pode desenvolver e detalhar informações sobre o fato noticiado, criando depoimentos concedidos pelos envolvidos na pesquisa. Veja modelos: a) César Chagas, responsável pela pesquisa, informou que métodos alternativos acompanham o desenvolvimento tecnológico (discurso indireto); b) “O país precisa estar mais ciente sobre o método alternativo ao uso de animais”, informou César Chagas, responsável por coordenar a pesquisa na USP etc. Não se esqueça de marcar o discurso direto por aspas (discurso direto). Dica: não opine em relação aos dados apresentados pelos textos.

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Agora é sua vez 1. (UEPG-PR) Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título. COISAS QUE DEIXAM VOCÊ MAIS INTELIGENTE 1. FICAR DE MAU HUMOR Pode deixar seu lado ranzinza correr solto. Numa pesquisa australiana, alguns voluntários assistiram a filmes curtos que os deixavam, propositalmente, de mau ou bom humor. Em seguida, todos passaram por testes de raciocínio lógico. Os mau humorados se saíram melhor do que os outros: cometeram menos erros e ainda se comunicaram melhor. De alguma forma, o mau humor potencializa os caminhos de processamento de informações no cérebro. 2. COMER CHOCOLATE Coma sem medo. Os médicos da Universidade Harvard pediram a 60 idosos para tomarem, por um mês, duas xícaras de chocolate quente por dia. Ao fim do prazo, eles se saíram melhor em testes de memória e raciocínio. É que o chocolate melhora o fluxo sanguíneo no cérebro, aí ele trabalha melhor. Ainda não se convenceu? Bem, o cardiologista Franz Messerli descobriu que os países de onde saem mais vencedores do Prêmio Nobel coincidentemente são grandes consumidores de chocolate… E disse mais: quanto maior o consumo de chocolate por habitantes, maior o número de gênios premiados com o Nobel, a cada 10 milhões de pessoas. 3. PARAR DE COMER CARNE Só tenho uma certeza: Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, analisaram a dieta e o QI de 8 mil voluntários ao longo de 20 anos. E os vegetarianos levavam uma vantagem de cinco pontos nos testes de QI sobre os que comiam carne regularmente. Além disso, a turma da alface tinha os melhores empregos e mais diplomas de curso superior. Ainda não se sabe ao certo os motivos, mas eles desconfiam que a alimentação vegetariana possa aumentar a capacidade cerebral. Ou talvez a explicação seja mais simples: pessoas inteligentes se preocupam mais com o bem-estar dos animais. Aí deixam de comer carne. 4. SER O FILHO MAIS VELHO Ok, essa depende do destino. Mas de qualquer forma, comemore se você for o primogênito da casa. Não adianta espernear. Um pesquisador da Universidade Estadual da Flórida analisou a relação entre as habi0lidades nos primeiros anos do colégio e a ordem de nascimento na família. E, olha só, entre os 12 mil entrevistados da pesquisa, os primogênitos demonstravam um desenvolvimento cognitivo maior do que os filhos do meio. Mas, calma, a notícia não é tão ruim se você for o caçula: nem sempre os irmãos mais velhos levavam a melhor em cima deles. Adaptado de: <super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/5-coisas-que-deixam-voce-mais-inteligente>. Acesso em outubro/2014.

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O texto apoio, acima, trata de pesquisas indicativas de como ser mais inteligente. Tendo em vista que apresentam-se apenas quatro itens das pesquisas no texto apoio, redija um texto no GÊNERO JORNALÍSTICO NOTÍCIA criando o quinto item para ser mais inteligente. Seu texto deve conter: •

manchete (título);

escrita impessoal;

principais informações do fato;

causas e consequências do fato.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=704 2. (UFPR)

(Disponível em <http://planetasustentavel.abril.com.br/ download/stand3-painel8-ocupacao-espaco.pdf>. Acessado em 19 set. 2015. Adaptado.)

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Quanto mais pessoas optarem pelo transporte coletivo, menos congestionamentos haverá nas ruas, consequentemente, menos gases causadores do aquecimento global serão emitidos. Além de ocupar menos espaço na cidade, a bicicleta não polui o ar e proporciona um ótimo exercício. Pedalar pelo menos meia hora todos os dias pode aumentar a expectativa de vida em nove anos. Usar o carro apenas quando for realmente necessário pode ser uma boa saída para descomplicar o trânsito da cidade. Aproveite para dar carona aos vizinhos e mantenha seu veículo sempre ligado. Escreva um texto informativo fazendo uma comparação entre os três meios de transporte contemplados na imagem. Seu texto deve: •

apresentar fatores positivos e negativos associados a cada um dos meios de transporte;

usar informações do infográfico, apresentando-as com suas próprias palavras, sem copiar trechos do texto;

ter de 10 a 12 linhas.

Referências BENFICA, M. F. M. B. Retextualização. In: Glossário Ceale. Minas Gerais: UFMG: FAE, [s.d.]. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ retextualizacao>. Acesso em: 14 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. PEDROSO, R. N. Elementos para compreender o jornalismo informativo. Leopoldianum (UNISANTOS), Santos, São Paulo, v. 26, n.73, 2000. SQUARISI, D.; SALVADOR, A. A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais do texto. São Paulo: Contexto, 2005. TAVARES, F. M. B.; SCHWAAB, R. (Org.). A revista e seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013.

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6. GESTÃO E EMPREENDEDORISMO O curso de Gestão e Empreendedorismo trabalha prioritariamente desenvolvendo a comunicação e a orientação das instituições e também das organizações seja na elaboração, implementação ou na avaliação de projetos de desenvolvimento territorial com base local. Além disso, prepara o estudante para que este possa elaborar e gerenciar, projetos em organizações privadas, públicas ou não-governamentais. O curso propõe também, que o aluno empreenda alternativas sustentáveis e competitivas, com foco nas oportunidades e os desafios da atualidade.

Depois de formado O profissional em Gestão e Empreendedorismo atua no desenvolvimento territorial analisando, planejando e intervindo nos ambientes privados, públicos e também nas organizações da sociedade civil. Ele articula, de forma estratégica, a cooperação entre pessoas e organizações, e também contribui na criação de alternativas para geração de trabalho e renda, na gestão participativa, na preservação dos recursos naturais e também na ética social.

Atuação O gestor empreendedor pode trabalhar nas mais diferentes áreas voltadas à criação, à assessoria, à consultoria e à gestão. Pode atuar também em empresas dos setores público e privado e nas organizações do terceiro setor. Além disso, o gestor empreendedor atua no planejamento e no desenvolvimento de projetos em incubadoras, cooperativas, comunidades urbanas e rurais, arranjos produtivos locais, entre outros espaços. Está apto, também, a trabalhar em instituições que pensam e planejam o desenvolvimento territorial, através da elaboração e implementação de políticas públicas. Pode empreender e fazer a gestão de seu próprio negócio além de atuar na área da educação, com o ensino do empreendedorismo.

Duração média: 2 anos. Relação candidatos/vagas UFPR: Noite: 3,96

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HISTÓRIA Empreendedorismo – de acordo com Jean Jacques Filion, um dos maiores teórico do assunto – deriva do termo em latim imprehendere, que significa que o indivíduo que assume riscos ao começar algo novo. Analisando historicamente, podemos perceber que o empreendedorismo fez-se presente de diversos períodos históricos. As navegações só foram possíveis devido o desejo pessoas e governos decidiram empreender, aplicar dinheiro, construir barcos e ir contra concepções sociais que diziam navegar não era seguro. Podemos dizer que nossa História é marcada por diversos atos empreendedores nas áreas social, econômica e política. Assim, nesse capítulo discutiremos sobre os principais aspectos da Redemocratização brasileira.

A Redemocratização do Brasil No ano de 1964, no governo do então presidente João Goulart, o Brasil sofreu o Golpe Militar, orquestrado grande parte para manter a ameaça comunista longe do Brasil. O golpe teve apoio financeiro dos EUA, lembrando que estávamos no período da Guerra Fria. Esse período ficou conhecido como Ditadura Militar e afetou o Brasil de diversas maneiras, como na economia, com o milagre econômico, na sociedade, com a implantação do Ato Institucional número 5 (AI5), com perseguições, mortes, falta de eleições diretas e desenvolvimento industrial.

Disponível em: <http://midias.gazetaonline.com.br/_midias/jpg/2014/03/15/ pol130314gz3187_min_cedfca-1319865.jpg>. Acesso em: 26. nov. 2016.

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Ao final do período ditatorial, em 1984, as mudanças se tornaram evidentes. A abertura já vinha acontecendo nos últimos governos militares e a partir de 1985, começamos o período de redemocratização do Brasil. A necessidade de eleições, levou a população as ruas no movimento conhecido como Diretas Já. As eleições diretas não ocorreram, mas o Brasil foi tentando organizar a política, a economia e a sociedade. A seguir abordaremos os principais presidentes do Brasil e as características de seu governo.

Presidentes após a redemocratização no Brasil •

José Sarney (1985–1990): Maranhense, advogado e jornalista, foi eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral como vice de Tancredo Neves, que morreu antes da posse.

Sarney ficou conhecido como o presidente da redemocratização. Na área econômica, o seu governo adotou uma política considerada como bastante heterodoxa e não conseguiu derrotar a escalada inflacionária. Entre as medidas de maior destaque, está o Plano Cruzado, em 1986. O Plano consistiu no congelamento geral de preços por doze meses e na adoção do “gatilho salarial”, reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia os 20%. O Plano Cruzado, a princípio, teve efeito na contenção dos preços e no aumento do poder aquisitivo da população. Milhares de consumidores – chamados de “fiscais do Sarney” – passaram a fiscalizar os preços no comércio e a denunciar as remarcações. No decorrer do ano, o Cruzado foi perdendo sua eficiência, devido a grave crise de abastecimento. O governo manteve o congelamento até as eleições estaduais de 1986, nas quais o PMDB teve ampla vitória. Sarney havia sido presidente do PDS, partido que dava apoio ao regime militar. depois, tornou-se um dos dissidentes do PDS que formaram a Frente Liberal (origem do futuro Partido da Frente Liberal, o PFL). A Frente Liberal se uniu ao PDMB – ao qual Sarney se filiaria mais tarde – para derrotar no Colégio Eleitoral o candidato do PDS, o deputado Paulo Maluf (SP). •

Fernando Collor de Mello (1990–1992): carioca, jornalista, foi governador de Alagoas e tornou-se o mais jovem presidente da República, eleito aos 40 anos.

Collor elegeu como prioridade de seu governo a luta contra a inflação, que alcançava taxas de 25% ao mês. No Plano Collor, editado no dia seguinte à posse, o governo congelou as contas de poupança e as aplicações financeiras. Além disso, o plano incluía corte de despesas públicas, com o fim de estatais e dispensa de servidores. Mas a inflação nunca chegou a ser satisfatoriamente controlada durante todo o mandato.

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Durante o período eleitoral, Collor inaugurou um nova forma de fazer campanha, com estreita relação com a mídia. Os coordenadores de sua campanha contaram com uma equipe especializada em marketing e em pesquisas de opinião. Já no governo, o presidente foi acusado de usar em benefício próprio – inclusive para comprar um carro – recursos que sobraram da campanha eleitoral, administrados pelo tesoureiro Paulo César Farias, o PC. Algumas das denúncias mais importantes foram feitas por Pedro Collor, irmão mais novo do presidente. As denúncias levaram à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Em agosto de 1992, foi autorizado pelo Congresso, a abertura de um processo de impeachment que o obrigou a renunciar seu mandato para não ser cassado e perder os direitos políticos (mesmo assim, ficaria inelegível por decisão do Supremo Tribunal Federal). Antes de renunciar, Collor ainda tentou usar o slogan “não me deixem só” para convencer a população a apoiá-lo, no entanto, sem efeito.

Itamar Franco (1992–1995): mineiro, engenheiro civil, vice de Fernando Collor, assumiu o governo com a tarefa de combater a elevada inflação e as consequências da corrupção do governo Collor.

Itamar assumiu interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992 e foi formalmente aclamado presidente em 27 de dezembro de 1992, quando Collor renunciou. Quando assumiu o cargo, o Brasil estava no meio de uma grave crise econômica: a inflação havia chegado a 1100% em 1992 e alcançado quase 6000% no ano seguinte. Itamar trocou de ministros da área econômica várias vezes, até Fernando Henrique Cardoso assumir o ministério da Fazenda. Em fevereiro de 1994, Fernando Henrique Cardoso lançou o Plano Real, que estabilizou a economia e reduziu a escalada hiperinflacionária. Fernando Henrique Cardoso passou a ser o candidato oficial à sucessão de Itamar.

Fernando Henrique Cardoso (1995–2002): carioca, sociólogo, foi primeiro presidente a ter direito à reeleição no período democrático.

No primeiro mandato, seu governo foi marcado pelo sucesso do Plano Real, apesar dos índices de desemprego e da crise na saúde pública. A transparência do governo foi comprometida por escândalos políticos e financeiros. FHC foi um dos ideólogos do antigo MDB e teve participação decisiva nos bastidores das Diretas Já e na eleição no Colégio Eleitoral de Tancredo Neves para a presidência da república. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

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Como presidente, continuou o processo de privatização iniciado por Collor. Foram privatizadas rodovias federais, bancos estaduais e empresas de telefonia. Ele também elaborou um Plano Diretor da Reforma do Estado, de acordo com o qual seria priorizado o investimento em carreiras estratégicas para a gestão do setor público, as chamadas carreiras de estado. O então presidente conseguiu a aprovação de emendas à Constituição que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras no Brasil e flexibilizavam o monopólio estatal do petróleo. Em sua gestão, foi adotada a terceirização de serviços e de empregos públicos em áreas consideradas como não essenciais. Também foram aprovadas leis como o Código Brasileiro de Trânsito e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que se caracterizava pelo rigor exigido na execução do orçamento público. FHC também criou o Bolsa Escola e outras iniciativas sociais destinadas à população de baixa renda. Posteriormente, esses programas foram transformados em um só pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o nome Bolsa Família. •

Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010): pernambucano, metalúrgico, foi fundador e presidente de honra do Partidos dos Trabalhadores (PT).

Em 1981, durante uma greve no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada pelo Ministério do Trabalho e Lula ficou detido por vinte dias em São Paulo nas instalações do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão temido durante a ditadura. Devido ao fato de ter sido um dos principais líderes de uma greve que desafiou o regime militar, Lula ganhou projeção nacional e foi também um dos líderes da campanha pelas Diretas Já. Em 1986, foi eleito deputado federal com recorde de votos, tendo participado da elaboração da atual Constituição Federal. Lula concorreu à primeira eleição direta para Presidente em 1989 e foi derrotado por Fernando Collor. Depois, foi derrotado por FHC em 1994 e em 1998, mas venceu José Serra (PSDB) no segundo turno da eleição de 2002. No primeiro mandato, sua gestão foi caracterizada pela estabilidade econômica, com um crescente superávit na balança comercial. Sua política de relações exteriores foi outro destaque, com a aproximação com os países emergentes (Índia, China e Rússia) e com a África, o Oriente Médio e a América Latina. Além disso, destacou-se a atuação do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Na área das políticas fiscal e monetária, o governo teve uma política econômica conservadora. Em seu primeiro ano de mandato, Lula conseguiu aprovar a Reforma da Previdência, elevou o salário mínimo de R$ 200 para R$ 350, e baixou a inflação de 12% para 3%. Os juros estavam na casa de 25% quando Lula assumiu. A taxa atual é de 13,25%.

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As relações políticas do governo Lula foram conturbadas. Eleito presidente com uma bancada minoritária formada por PT, PSB, PCdoB e PL, Lula teve que recorrer ao apoio de partidos sem afinidade direta com o PT como PP, PTB e PMDB. Após dois anos de governo, nos quais conseguiu manter a maioria no Congresso, disputas políticas resultaram em denúncias como o chamado “escândalo do mensalão” e o caso da tentativa de compra de um dossiê contra políticos do PSDB, que levou o presidente a demitir alguns dos seus principais colaboradores. No entanto, essas dificuldades não impediram a sua vitória no segundo turno das eleições presidenciais contra o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Dilma Vana Rousseff (2011–2016): eleita em 2010, foi a primeira mulher a assumir a presidência da República no dia 01 de janeiro de 2011.

No primeiro ano de mandato, Dilma deu continuidade às políticas implantadas por Lula nas áreas de programas sociais e combate à inflação. Dilma também marcou seu primeiro mandato por fazer uma limpeza em seus ministérios a partir do envolvimento de políticos em casos de corrupção, as demissões de Dilma atingiram diversos partidos de sua base aliada. O PDT (Partido Democrático Trabalhista) viu cair o Ministro do Trabalho, o PC do B (Partido Comunista do Brasil) o titular dos Esportes, o PR (Partido da República) o responsável pela pasta dos Transportes, o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) assistiu à substituição dos ministros da Defesa e do Turismo, o PT (Partido dos Trabalhadores) viu a troca na Casa Civil e o PP (Partido Progressista) na pasta das Cidades. Na economia durante seu primeiro mandato houve uma desaceleração na economia e consequentemente uma baixa nos indicadores econômicos, um exemplo foi o crescimento baixo do PIB, cerca de 2,7% (2011) que depois despencou nos outros anos e o aumento da inflação. Além disso, vários escândalos atingiram o governo e prejudicaram na economia. O segundo mandato da presidenta Dilma começou no dia 1º de janeiro de 2015, seguido de uma crise política e econômica. Esse fato levou o governo a tomar medidas pouco populares para combater a crise, dentre elas estão o aumento da luz e da gasolina, aumento dos impostos, dentre outras. Processo de Impeachment Antes do fim do mandato, Dilma Rousseff, no dia 12 de maio de 2016, foi afastada por até 180 dias e quem assumiu neste período foi o vice-presidente Michel Temer. Como resultado deste processo, a mesma foi condenada por crime de responsabilidade fiscal e, portanto, destituída de seu cargo, em 31 de agosto de 2016. Fonte: <http://presidentes-do-brasil.info/presidentes-da-republica/dilmarousseff.html>.

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Para a complementação dos conhecimentos sobre a Redemocratização no Brasil, confira os links a seguir: Artigos: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n71/05.pdf> <http://seer.fclar.unesp.br/semaspas/article/download/6922/4982>. Vídeos: <https://www.youtube.com/watch?v=KVrREvdxre8> <https://www.youtube.com/watch?v=oIZ-XGBPluU> <https://www.youtube.com/watch?v=GITTY90LqwE>

QUESTÃO COMENTADA 1. (UFF-RJ) Em outubro de 1994, embalado pelo sucesso do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente da República. Em seu discurso de despedida do Senado, comprometia-se a acabar com o que denominava ‘Era Vargas’: “(...) Eu acredito firmemente que o autoritarismo é uma página virada na história do Brasil. Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas.” O presidente eleito governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes Collor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995–2002), pode-se afirmar que se caracterizam: a) pela manutenção do poder aquisitivo dos que se aposentavam; estabelecimento do monopólio nacional sobre as telecomunicações, através das empresas estatais; e nacionalização do sistema financeiro. b) pelo elevado crescimento econômico, com média anual de cerca de 5% ao ano; grande investimento em infraestrutura e educação; distribuição de renda; e aumento da capacidade econômica do Estado. c) pela política social de inclusão, com a criação do Bolsa Família; facilitação do ingresso de carentes na Universidade; restrição aos investimentos estrangeiros; e elevados incentivos à agricultura familiar. d) pelo rompimento com a política econômica originada pelo “Consenso de Washington”; consolidação do sistema financeiro estatal; e reforço da legislação trabalhista gestada na primeira metade do século XX. e) pelo limitado crescimento econômico; privatização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racionamento e ao aumento do custo da energia.

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RESOLUÇÃO Em seus oito anos de mandato, o presidente Fernando Henrique Cardoso prosseguiu com a política de privatizações de empresas estatais iniciada pelo governo Collor de Mello. Assim, foram privatizadas a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, entre outras. Os índices de crescimento da economia foram baixos, mas o país registrou alguns avanços sociais e políticos importantes, como a queda nos índices de mortalidade infantil, a criação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2001, o país teve enfrentou uma crise energética de grandes proporções, que se refletiu na vida cotidiana das pessoas com uma série de cortes de energia elétrica conhecidos como apagões. Desse modo, a alternativa que corresponde aos itens elencados é alternativa e.

EXERCÍCIOS 1. (UFPR) Aponte e explique três consequências econômicas importantes para a sociedade brasileira decorrentes da implantação do Plano Real em 1994 e da política econômica adotada no contexto dos governos Itamar Franco (1992– 1994) e do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995–1998).

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=685

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2. (UEM-PR) Depois de muitas décadas de políticas protecionistas, o Brasil iniciou a década de 1990 discutindo a abertura do mercado nacional aos produtos estrangeiros e um amplo processo de privatização. Responda o que é privatização, em que governo ocorreu o maior número de privatizações e cite pelo menos duas empresas ou dois segmentos privatizados

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=686

REFERÊNCIAS SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016. VICENTINO, C.; DORIGO, G. Projeto Múltiplo: História. São Paulo: Scipione, 2014. Volume único.

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MATEMÁTICA Análise combinatória Se você fizer uma pesquisa simples e rápida, talvez descubra que em sua sala de aula há duas pessoas que fazem aniversário no mesmo dia e no mesmo mês, qualquer dia do ano. E talvez você se lembre de outras turmas escolares, em anos anteriores, quanto cantavam Parabéns a você para duas pessoas, no mesmo dia. Pode parecer coincidência, mas este fato é bastante comum. Na verdade, em qualquer grupo de mais de 28 pessoas, é bem provável que haja pelo menos uma dupla de pessoas que tenham nascido no mesmo dia do mesmo mês. E isso é facilmente explicado por Análise Combinatória. Neste capítulo, você verá um exercício resolvido em vídeo que mostra por que isso acontece. Não deixe de pesquisar em sua sala de aula. Como o próprio nome diz, esse ramo da matemática permite analisar combinações de elementos. Com a Análise Combinatória, podemos quantificar grupos, e isso é uma ferramenta importante no estudo estatístico para o empreendedor. Ainda vale lembrar que a estatística é um ramo presente em todas as atividades do ser humano.

Contagem O estudo de análise combinatória começa tratando de simples contagens. São mostrados métodos mais rápidos e fáceis para calcular quantidades em determinadas situações. Veja uma situação típica que pode bem ser resolvida com a ajuda do Princípio da multiplicação ou Princípio fundamental da contagem. Imagine que você quer saber quantas senhas diferentes podem ser criadas combinando 4 letras e 4 números. Você pode fazer uma por uma: AAAA1111, AAAA1112, AAAA1113, ... até chegar em ZZZZ9999. Imagine como vai ser demorado, chato e trabalhoso, praticamente impossível. O princípio fundamental da contagem permite que você faça esse cálculo rapidamente, sem erro. Em livros do Ensino Médio e também na internet você descobre rapidamente como resolver problemas matemáticos até mais complexos.

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Problemas de contagem •

Princípio aditivo

Dados dois conjuntos disjuntos (sem nenhum elemento comum; sem interseção) A e B, A contém m elementos e B contém p elementos. De quantos modos diferentes podemos escolher um elemento de A ou de B? Como queremos um elemento de A ou de B, temos (m + p) maneiras de escolher um dos elementos. Esse resultado nada mais é do que o número de elementos da união dos dois conjuntos disjuntos. •

Princípio multiplicativo

Se um acontecimento A pode ocorrer de m maneiras diferentes e se, para cada uma das m maneiras possíveis de ocorrências de A, um segundo acontecimento B pode ocorrer de n maneiras diferentes, então o número de maneiras de ocorrer o acontecimento A seguido do acontecimento B é m . n. •

Fatorial

Dado um número natural n, com n > 2, o fatorial de n é o produto dos números naturais de 1 a n. n! = 1 . 2 . 3 . ... . (n – 1) . n

Define‑se também que 0! = 1 e 1! = 1.

Permutação •

Permutação simples

Permutação simples é uma técnica da análise combinatória utilizada quando desejamos contar as possibilidades formação de uma fila ou sequência em que não há repetição de elementos e todos esses elementos são utilizados no problema.

Pn = n!

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Permutação com repetição

É uma ordenação de n elementos, em que alguns elementos se repetem. Considerando n elementos, entre os quais há n1 elementos iguais a a1, n2 elementos iguais a2, ..., nk elementos iguais a ak, a permutação de n elementos, com esses elementos repetidos, é calculada por: n1, n2, ..., nk

Pnk

=

n! n1! . n2! . n3! . ... . nk

Arranjo •

Arranjo simples

É qualquer ordenação de k elementos dentre os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se diferenciam pela ordem e natureza dos elementos.

An, k =

n! (n – k)!

Arranjo com repetição

É utilizado quando a ordem dos elementos importa e cada elemento pode ser contado mais de uma vez.

ARn, k = nk

Combinação •

Combinação simples

É um subconjunto de k elementos, escolhidos entre n elementos. A combinação simples é calculada por: CRn, k =

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n! k! . (n – k)!

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Combinação com repetição

Na combinação com repetição todos os elementos podem aparecer repetidos em cada grupo até k vezes.

(

)

CRn, k = n + k – 1 . . . CRn, k = CRn + k – 1, k k

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1. Quantos são os anagramas da palavra CONTAGEM que tem as letras T e G juntas?

RESOLUÇÃO Como o enunciado só diz que elas precisam estar juntas, podemos ter tanto a conjunção TG como GT. Em alguns casos, o enunciado diz juntas e nessa ordem, aí só teríamos a ordem pedida. Basta considerar as duas letras, em uma determinada ordem, digamos “TG” como se fossem uma só letra. Desta forma a palavra passa a ter 7 letras. O número de anagramas é o número de permutações que podemos fazer com as letras, ou seja: Permutação de 7 elementos = 7! = 5040 No entanto, não podemos esquecer que as duas ordens devem ser consideradas. Dessa forma, multiplicamos o resultado acima por 2, tendo então: 2.5040 = 10080 anagramas.

EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas.

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1. Calcule o número de duplas em uma sala de aula com 30 alunos, considerando: a) Duplas de alunos que fazem aniversário no mesmo dia. b) Duplas para eleger representante de turma e seu vice.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. Calcule o valor da expressão

36! 34! + 35!

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Ser protagonista: Matemática. São Paulo: Edições SM, 2014. GESTÃO E EMPREENDORISMO. Disponível em: <http://www.litoral.ufpr.br/portal/ cursos/graduacao/gestao-e-empreendedorismo/>. Acesso em: 26 nov. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do Candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado a dois gêneros que exigem uma linguagem objetiva e impessoal: Resumo e Resenha. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Breve definição Resumo e resenha fazem parte daquilo que conhecemos como trabalho acadêmico, textos que você provavelmente já produziu muito na escola e vai continuar produzindo no ensino superior. São textos ligados a tarefas de leitura e estudo de obras, com o intuito de demonstrar a capacidade do aluno de compreender textos, selecionar informações relevantes e, no caso de uma resenha crítica, elaborar uma opinião sobre o objeto de estudo (filme, livro, palestra...). Nesse sentido, a linguagem utilizada para tais fins deve ser objetiva e direta, escrita preferencialmente em terceira pessoa do discurso, além de adequada à norma culta da língua. Por isso, ao escrever uma resenha ou resumo, esqueça gírias, jargões e formas de comunicação expressamente criadas/influenciadas na/pela internet, pois elas podem afetar a confiança do leitor (quem dirá da banca de redação no vestibular!). Ou seja, nessas formas de texto “vc ñ pode escrever como bem entender, pq é preciso respeitar à adequação da linguagem”, ainda mais no campo da escrita. No entanto, resumo e resenha apresentam estruturas e finalidades distintas, que você precisa saber diferenciar para que saiba exatamente como proceder numa prova de redação.

Resumo Quando precisamos reproduzir a ideia central de um texto, sendo fiel e imparcial a este, seja obra literária, filme, peça teatral, reportagem ou de outra natureza, temos a tarefa de escrever um resumo. Resumir nada mais é do que condensar as ideias mais importantes de um texto, logo, elaborar uma versão reduzida deste. A finalidade de um resumo é expor o tema de um texto, geralmente extenso, apresentando de maneira clara e breve o fio condutor delineado pelo autor do texto a ser resumido. Assim, todo resumo deve apresentar uma estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão) que hierarquize as ideias de um texto, separandoas por ordem de importância, dentro daquilo que o autor construiu como estratégia argumentativa. Ou seja, respeite a autoria do texto resumido e não opine sobre ele. Deixe sua necessidade de argumentar (a favor ou contra) para gêneros argumentativos, como artigos de opinião, cartas de reclamação etc. O resumo tem se tornado constante nas provas de redação basicamente por avaliar isso: a capacidade de compreensão e síntese para leitura e escrita.

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Beatris Francisca Chemin (2012) elabora cinco passos para a construção de um resumo: 1. Ler todo o texto, para ter a ideia do conjunto e ser capaz de compreender do que ele trata; 2. Reler o texto, sempre que necessário, esclarecendo dúvidas e conexões das palavras e parágrafos; 3. Segmentar o texto em blocos de ideias que tenham unidade de sentido, sublinhando, assinalando as ideias principais; 4. Resumir a ideia central de cada segmento/bloco de ideias utilizando palavras abstratas e mais abrangentes [palavras-chave] e deixando fora os exemplos e as explicações; 5. Elaborar a redação final do resumo com palavras próprias, procurando encadear os segmentos resumidos na progressão em que sucedem no texto.

Preste atenção ao item 5: escrever um texto com suas próprias palavras, no caso de um resumo, significa parafrasear as ideias do autor. Parafrasear significa substituir palavras por outras diferentes de sentido semelhante, ou seja, mantendo a ideia original do texto. De acordo com Chemin, a paráfrase tem a função de “traduzir um texto complexo em uma linguagem mais acessível” (2012, p. 27). No entanto, você sempre deve citar o autor e a fonte do texto a ser resumido. Uma dica é contextualizar o texto já no início do resumo, citando seu autor, local e data de publicação. Se você copiar literalmente trechos do texto-base, a impressão criada para a banca é de uma leitura insuficiente cuja compreensão é falha. É simples, quando não sabemos, a tendência é copiar do outro, como acontece às vezes na escola. Numa prova de redação não é diferente, esse outro acaba sendo o autor do texto a ser resumido. Se na escola somos apenados por isso, por que no vestibular seria de outro modo?! Portanto, caso precise transcrever uma citação direta do texto a ser resumido, ou seja, copiando literalmente as palavras deste, você deverá marcá-la sempre por aspas. Mas cuidado, pois alguns vestibulares não aceitam isso. A dica final aqui é seguir as orientações do enunciado da prova (cuide o limite de linhas!), para isso organize seu tempo, leia-a atentamente o texto-base e rascunhe antes!

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Resenha A resenha contém em sua estrutura um resumo de uma determinada obra ou acontecimento da realidade (livro, peça teatral, filme, partida de futebol, exposição artística etc.). Mas o que difere a resenha do resumo está na finalidade e na estrutura composicional desses textos. Enquanto o resumo tem uma especificação basicamente informativa, a resenha não só pode informar como também formar opinião sobre certa obra resenhada. Além de contextos escolares, resenhas são frequentes em jornais e revistas e destacam-se, segundo Eliana Maria Severino Donaio Ruiz e Melissa Bortoloto Faria, não somente por descrever, apresentar e avaliar objetos culturais, mas igualmente por articular, nesse movimento, o diálogo com textos e autores, de modo a permitir questionamentos e reflexões diversas por parte tanto do leitor como do autor resenhado. (2012, p. 99) Uma resenha pode ser crítica (você resume e opina sobre a obra) ou não crítica (você apenas resume e descreve a obra). A resenha-crítica e a resenha-resumo, nesse sentido, diferenciam-se pela presença ou ausência de opinião sobre o objeto resenhado. Segundo Chemin (2012), a resenha-resumo é um texto informativo e descritivo, que apenas resume as informações básicas para conhecimento do leitor. Já a resenha crítica é um resumo comentado, ou seja, além de resumir a obra traz uma apreciação – julgamento de valor – sobre ela. Veja a estrutura da resenha apresentada por Chemin: •

título (diferente do título da obra resenhada);

referência dos dados da obra: autor, título, editora, local de publicação, número de páginas, preço do exemplar etc.

alguns dados biobibliográficos do autor da obra resenhada: dizer algo sobre quem é o autor, o que ele já publicou etc.;

resumo do conteúdo da obra: indicação breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral;

avaliação crítica: comentários, julgamentos, juízos de valor do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra etc.; – referências (só se for um trabalho de maior extensão, em que houver a utilização de outras obras para complementar o estudo crítico). (2012, p.16)

Tanto para a resenha-crítica quanto para a resenha-resumo o passo a passo é o mesmo, a diferença está no item avaliação crítica, que dependendo do tipo de resenha é obrigatório ou não. Você já deve ter percebido que para escrever uma resenha você precisa ler na íntegra um livro, ou assistir a uma peça teatral, visitar uma exposição etc. Logo, não adianta ler apenas a primeira página e já sair resenhando.

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Outra dica: procure destacar pontos positivos e/ou negativos sobre o objeto resenhado; evite comentários vazios como “é bom”, “é ruim” e não carregue seu texto de adjetivos, pois o excesso deles passa uma impressão de “superficialidade”. Logo, você precisa ter argumentos que confirmem a sua impressão sobre o objeto resenhado. Lembre-se: não assassine a expectativa do leitor colocando informações como o que acontece no fim da história, do filme, do concerto musical...! Agora, fique tranquilo! Pois a resenha aparece mais como texto-base das propostas de redação do que como a proposta em si... Mas, por outro lado, já na universidade... Prepare-se para ler e escrever muitas delas!

Para ir além <https://www.youtube.com/watch?v=Mz1ApMpc-MI> <https://www.youtube.com/watch?v=PuYTtyosMY8> <https://www.youtube.com/watch?v=Y5jjYG9xVG4> <https://www.youtube.com/watch?v=Y5jjYG9xVG4> <https://www.youtube.com/watch?v=YqBb0HnsV8k>

PROPOSTA COMENTADA 1. (UEM-PR) O texto a seguir aborda uma temática social contemporânea: medo e fobia. Tendo-o como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.

Medo e fobia Rosa Bastos

Sentir medo é normal. As situações desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de ansiedade que provoca algum tipo de medo. Ter medo pode ser definido como uma sensação de perigo, de que algo mau possa estar para acontecer, em geral acompanhado de sintomas físicos que incomodam bastante. Esse tipo de medo ajuda-nos a precavermos as situações para não sermos afetados e, dessa forma, preparamo-nos. Chama-se a isso ansiedade funcional. Quando esse medo é desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e também seguido de tentativas de se evitarem as situações causadoras de medo, é chamado de fobia (...).

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De forma breve, as fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, de uma circunstância ou de uma situação específica, fazendo parte do quadro de perturbações de ansiedade. Existem três grandes tipos de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A fobia específica é o medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação (medo de cães, medo de andar de elevador, medo de avião, medo de dirigir, medo de cobras, medo de aranhas etc.), enquanto a fobia social é o medo intenso e persistente de situações em que possam ocorrer embaraço e humilhação (medo de falar em público, medo de ser observado e avaliado, medo de se expor etc.). Já as pessoas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda, preferindo a companhia de um amigo ou de um familiar, em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que as façam se sentir encurraladas (shoppings, túneis, pontes, rodovias etc.) (...). Nas fobias, as causas são bastante variadas. Como em todas as perturbações mentais, há heterogeneidade de causas. A patogenia das fobias, quando compreendida, pode-se mostrar como um modelo de interações entre fatores genéticos, por um lado, e fatores ambientais, por outro. Com relação aos fatores genéticos, segundo Otto Fenichel, as fobias específicas tendem a ocorrer em famílias. Estudos relatam que de dois terços a três quartos das pessoas afetadas têm, pelo menos, um parente de primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo. Também os parentes de primeiro grau dos indivíduos com fobia social têm cerca de três vezes mais probabilidades de serem afetados do que parentes de indivíduos sem perturbação. Quanto aos fatores ambientais, são geralmente associados a estados de ansiedade generalizada devido às grandes pressões de caráter social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão famoso stress. Esse, por sua vez, desencadeia todo um processo de aceleração da produção de cortisol no organismo, que provoca aumento da ansiedade, generalizando-a. Pessoas que vivem em ambiente de risco também estão mais expostas às perturbações de humor e de ansiedade, podendo desenvolver mais facilmente acesso às fobias.

(Texto adaptado de http://

rosabasto.com/pdf/revista_top_winner_Outubro_medos_e_fobias.pdf>. Acesso em 18/3/2013.)

Gênero textual 1: resumo Redija um resumo, em até 15 linhas, apresentando as informações principais do texto Medos e fobias, de Rosa Bastos. Lembre-se de que, em um resumo, são expostas as ideias principais de um texto. Você não pode copiá-las literalmente nem deve expressar sua opinião e/ou comentário sobre elas.

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Comentários Para resolver essa proposta, você deve seguir as orientações do enunciado primeiramente. Veja que este é bem claro em relação à cópia literal do texto-base e à opinião do candidato, que não devem aparecer no resumo. Outro item importante é a restrição de linhas, 15, nas quais você deverá organizar as principais informações do texto, de acordo com a ordem em que são apresentadas pelo autor. Lembre-se sempre de informar no resumo a autora do texto (Rosa Bastos) e seu local de publicação (revista Top Winner). Selecione palavras-chave do texto e compreenda a ideia central dele. Observe que Rosa Bastos distingue diferentes tipos de medo; alguns são considerados normais e podem nos auxiliar no dia a dia (ansiedade funcional), prevenindo-nos de situações perigosas; outros, porém são desproporcionais e acabam afetando a vida das pessoas de uma maneira prejudicial. A partir daí, a autora começa a definir as chamadas “fobias” e suas causas, que podem tanto ser genéticas como ambientais. Perceba que esse parágrafo já é praticamente um rascunho de um resumo que responda à proposta...

AGORA É SUA VEZ 2. (UFPR) Curto, logo existo Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do sujeito. O “eu” real se esvaziou para dar lugar ao “perfil”. O filósofo francês René Descartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no século XVII, ao formular em latim a seguinte proposição: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). Era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e, por conseguinte, põe em xeque o mundo que o cerca. A dúvida científica substituía a certeza religiosa. Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica. Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood: a dúvida sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém curtiu, eu existo?”

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A resposta é: provavelmente não. Eu existo se meus tuítes não são comentados nem retuitados? Claro que não. E se são curtidos e retuitados, tampouco! Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais. Isso parece óbvio, mas não o é para muita gente. Agora as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online. É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais. Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente? Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é o que é nem quem curte é o que parece ser. Mesmo quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da “curtição” do Facebook. [...] (Luís Antonio Guiron, Época, 01 ago. 2013)

Escreva um resumo do texto acima, com 10 linhas no máximo. Em seu texto, você deve: •

apresentar o ponto de vista do autor e os argumentos que ela utiliza para justificá-lo;

escrever com suas próprias palavras, sem copiar enunciados do autor;

mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=706

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REFERÊNCIAS CHEMIN, B. F. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. 3. ed. Lajeado: Univates, 2012. FARIA, M. B.; RUIZ, DONAIO, E. M. S. A intertextualidade no gênero resenha. Linguagem em (Dis)curso (Online), v. 12, n.1, p. 99-127, 2012. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/ld/v12n1/v12n1a05.pdf>. Acesso em 16 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997.

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7. TECNOLOGIA EM GESTÃO IMOBILIÁRIA É uma graduação do âmbito da educação profissional, contextualizado com a realidade do litoral paranaense, seus problemas de ocupação do espaço territorial e suas particularidades. O curso tem foco: •

nas ações da gestão em transações imobiliárias, mas também abrange o planejamento urbano e os problemas de ocupação ao mesmo tempo que atua no cuidado com o meio-ambiente;

na corretagem imobiliária articulada com a sustentabilidade;

na responsabilidade social;

nas operações de matemática financeira e contabilidade;

nos planos de negócios;

nas avaliações e nas operações imobiliárias;

nas questões fundiárias e territoriais;

nas questões de reforma e restauração cultural de imóveis patrimoniais públicos.

A graduação em Tecnologia em Gestão Imobiliária permite a pós-graduação após a sua conclusão.

Após formado O egresso recebe o título de Tecnólogo em Gestão Imobiliária e possui nas suas competências a atuação em gestão de cidades. Entre as habilidades desse profissional estão as ações de gestão, tecnologia e território no campo de desenvolvimento imobiliário e urbano.

Áreas de atuação O profissional em gestão imobiliária pode atuar em diversos espaços profissionais como imobiliárias, administradoras de imóveis, incorporadoras, escritórios de corretagem, construtoras, Prefeituras, câmara de vereadores, cartórios de registro de imóveis, entre outras. Duração média: 2 anos. Relação candidatos/vagas UFPR: Noite: 1,11

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Gestão Imobiliária por meio do link <https://www.youtube.com/watch?v=vOfykFVAkgI>.

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HISTÓRIA Ao pensarmos sobre Gestão imobiliária não podemos deixar de lado o desenvolvimento histórico desse campo. Entender como os primeiros povos ocuparam os primeiros espaços, seus interesses referentes às necessidades de moradia e compreender como ocorreram os processos de urbanização e sua influência no processo imobiliário se faz necessário no estudo de Gestão Imobiliária. Nesse sentido, estudaremos os principais aspectos da Idade Moderna

Idade Moderna A Idade Moderna foi marcada por transformações importantes comparada ao medievo. A partir da queda de Constantinopla é datada a mudança de período, no entanto, ela é consequência de uma série de acontecimentos que ocorreram ainda no final da Baixa Idade Média. Começaremos nossos estudos a partir do renascimento, que rompeu com os pensamentos da Idade Média e trouxe transformações culturais como renascimento da cultura greco-romana simbolizada nas artes, literatura e ciência. O Renascimento assinala o florescimento de um longo processo anterior de produção, circulação e acumulação de recursos econômicos, desencadeado desde a Baixa Idade Média. São os excedentes dessa atividade crescente em progressão maciça que serão utilizados para financiar, manter e estimular uma ativação econômica. Surge assim a sociedade dos mercadores, organizada por princípios como a liberdade de iniciativa, a cobiça e potencialidade do homem, comparado como senhor todopoderoso da natureza, destinado a dominá-la e submetê-la à sua vontade, substituindose no papel do próprio Criador. (SEVCENKO, 1982. p. 2 e 3) O Renascimento possibilitou a população europeia um domínio maior do conhecimento, dos esforços científicos e culturais. Nesse período surgiram sujeitos importantes dentro do processo, pintores que questionaram a forma de arte, e colocaram uma expressão mais real de suas pinturas e autores que passaram a retratar a realidade em seus livros. A igreja também foi alvo dessa mudança de pensamento e a população passou a questionar mais o seu papel, principalmente no que era ligado a sociedade e a fé. As contestações cientificas, a evolução da medicina e o estudo sobre o mundo se tornam mais frequentes, já que a maioria da população não permitia-

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se mais a submissão à Igreja. Assim, nesse período as descobertas foram de extrema importância para conquistas posteriores. Artistas como Leonardo Da Vinci caracterizaram bem o período, que houve significativo desenvolvimento em campos como da ciência e das artes. Desse modo, a modernidade deve compreendida como um período de mudanças e permanências. O homem, a partir de então, passa a encarar o mundo com um outro olhar. As coisas ao seu redor adquiriram novos sentidos e valores. A curiosidade humana se torna uma das fortes marcas da modernidade. (CAPELLARI e GOMES, 2014) O berço do Renascimento foi a Península Itálica. Ao desenvolver o comércio no Mediterrâneo, os mercadores italianos entraram em contato com a cultura grecoromana e trouxeram para a Europa o conhecimento e as técnicas guardadas por povos do Oriente Médio. Depois da Itália, ocorreu a expansão do Renascimento e outros territórios também passaram por transformações, como Inglaterra, França e Portugal. O Renascimento abriu diversas possibilidades para mudanças e movimentos de contestação se espalham em diversos campos da sociedade. A atuação religiosa da Igreja Católica não ficou de fora dessas transformações: a Reforma Religiosa se desenvolveu logo após o Renascimento e o esclarecimento das ideias possibilitou o surgimento de novas ideologias que valorizaram mais a fé, entrando em contraposição à Igreja, que durante a idade média submeteu a população a sua ideologia sem possibilidade de questionamento. As críticas desencadeadas na Baixa Idade Média contribuíram para que, séculos depois, surgissem novas ideias em oposição ao frágil e saturado modelo Católico medieval, uma vez que o clero não tinha mais capacidade de atender os anseios religiosos de alguns segmentos da sociedade. (CAPELLARI e GOMES, 2014) O movimento da Reforma Protestante teve início com o monge germânico Martinho Lutero e assim como o renascimento, a ideia de reforma se espalhou pela Europa. Nesse contexto, novas religiões foram se formando como o Calvinismo na Suíça e o Anglicanismo na Inglaterra. Em contrapartida, a Igreja Católica realizou o processo da Contrarreforma e reafirmou alguns princípios de sua doutrina. Neste contexto de transformações, a expansão tornou- se detalhe importante dentro das necessidades dos povos da Europa no período da modernidade. O crescimento comercial e social fez com que esses povos procurassem novos territórios na busca de riquezas. A expansão marítima foi desenvolvida dentro do contexto do mercantilismo, conjunto de leis que estabeleciam um tratado comercial. As principais características do Mercantilismo foram: •

Acumulação de ouro e prata (metalismo) como medida de riqueza de um país.

Balança comercial favorável: as exportações deveriam ser maiores do que as importações.

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Protecionismo: com a criação de impostos sobre os produtos estrangeiros.

Monopólios comerciais e exclusividade da metrópole no comércio com as colônias. (CAPELLARI e GOMES, 2014. p.39)

Essas leis estabelecidas proporcionaram regras para as novas descobertas, já que a partir da expansão marítima tivemos países conquistando territórios até então desconhecidos. Portugal e Espanha foram os pioneiros na exploração do além mar. Os portugueses se arriscaram em busca de novos caminhos para as índias e os espanhóis, com Cristovam Colombo, chegaram ao novo continente, do qual a Europa não fazia o menor conhecimento. As terras encontradas foram divididas entre os países europeus sem a menor preocupação com os povos que ali habitavam. As expedições marítimas de Portugal e da Espanha provocaram disputas entre os dois países. Para resolver os conflitos, em 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas, pelo qual as terras encontradas a leste do meridiano de Tordesilhas pertenceriam a Portugal; as que ficassem a oeste seriam da Espanha. (CAPELLARI e GOMES, 2014) Ao descobrirem novos territórios, os europeus descobriram novos povos, que até então desconheciam. Esses povos apresentavam culturas diferentes, organização política, social e estrutural com características distintas dos europeus, no entanto, tinham alguns aspectos próximos, como arquitetura, agricultura de irrigação e a organização das cidades. Os colonizadores encontraram povos estruturados em impérios, em cidades-estados e tribos, cada um com características próprias. Esses povos foram extremamente importantes na construção da identidade do continente americano. Os Astecas, Incas e Maias foram mais conhecidos por suas estruturas e tinham os mesmos aspectos econômico e agrícola, eles também desenvolveram a arquitetura para os deuses e necessidades próprias e organizaram-se socialmente e politicamente. Os indígenas brasileiros eram grupos distintos, apesar de pouco diferenciarem- se na organização estrutural, viviam em tribos e muitas vezes guerreavam entre si. A diversidade linguística e cultural dos povos indígenas é grande, mas há entre eles algumas semelhanças quanto à visão de mundo e à religiosidade. (CAPELLARI e GOMES, 2014, p.40) A maioria dos países que se expandiram tinham como forma de governo o absolutismo, que facilitou a tomada de decisões em vários momentos, mas também oprimiu de maneira frequente a população mais simples. Vários estudiosos e filósofos, como Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Jean Bodin defendiam a necessidade da implantação do Absolutismo no estabelecimento de um estado mais organizado. Temos como exemplos de países absolutistas a Inglaterra (com a dinastia Tudor) e a França (com a dinastia dos Bourbon).

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Outro ponto importante que serviu como base para as revoluções da modernidade foi o processo chamado de Iluminismo. O século XVIII na Europa, chamado de Século das Luzes, foi marcado pelo Iluminismo, movimento intelectual que rejeitava o misticismo religioso, exaltava a razão e condenava o absolutismo dos reis. Iniciado na Inglaterra, desenvolveu-se principalmente na França. (CAPELLARI e GOMES, 2014) O iluminismo propôs o pensamento baseado na razão e na experimentação. Dentro desse contexto, seus pensadores criticaram diversos campos da sociedade, como o governo e reivindicaram o esclarecimento por meio da educação e a necessidade de contratos e leis para a igualdade. Filósofos como John Locke, François-Marie Arouet (conhecido como Voltaire), Jean-Jacques Rousseau e Charles-Louis de Secondat (popularmente conhecido como Montesquieu) publicaram seus estudos contestando o governo absolutista. Nesse período, alguns governantes assumiram uma posição denominada Despotismo Esclarecido, a qual possibilitava algumas mudanças aos olhos do iluminismo que agradavam a população e os mantinham no poder. Enquanto a Inglaterra travava por um período conturbado de revoltas políticas e gastos enormes com os conflitos, suas colônias na América também passaram por momentos de revolta que posteriormente levaram ao movimento de independência. A partir do momento em que a Inglaterra estabeleceu controle econômico sobre as colônias, os colonos se revoltaram com a cobrança de impostos e fizeram o movimento pela independência das Treze Colônias. Inspirados em ideais e preceitos iluministas, os colonos declararam-se independentes da Inglaterra no dia 4 de julho de 1776. Os ingleses responderam à rebelião enviando mais tropas à América. (CAPELLARI e GOMES, 2014. p.67) Nesse contexto, a Revolução Francesa foi símbolo de transformações ocorridas na Europa. A França vivia em uma sociedade nos moldes feudais e a divisão social mostrava as desigualdades latentes: as três ordens se impunham durante séculos. A burguesia francesa cansada da exploração e baseada em ideais iluministas, fez a revolução que teve como estopim o aumento da cobrança de impostos ao terceiro estado com o objetivo de manter as regalias do primeiro e segundo estado, enquanto a população sofria com uma crise agrícola e econômica. A Revolução Francesa passou por diversos períodos até a estruturação da sociedade e do governo, passando de Monarquia Absolutista para republica. A Revolução também configurou momentos de extrema perseguição e finalizou com uma parceria que posteriormente possibilitou a implantação do Império por Napoleão. Essa revolução também serviu como exemplo e inspiração a outros movimentos. Posteriormente a Europa se reuniu no congresso de Viena para estabelecer novas regras e conter alguns movimentos.

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Para a complementação de conhecimentos sobre a Idade Moderna, confira os links a seguir: Artigos <http://www.historiaimagem.com.br/edicao18abril2014/08renascimentomodernidade.pdf> <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/1424_959.pdf> <http://www.revista.ufal.br/criticahistorica/attachments/article/118/O%20 Pensamento%20Iluminista%20e%20o%20Desencantamento%20do%20Mundo.pdf> <http://controversia.com.br/wp-content/uploads/2015/03/HOBSBAWM-E.-A-eradas-revolu%C3%A7%C3%B5es.pdf> Vídeos <https://www.youtube.com/watch?v=3KzSM8aCtAU> <https://www.youtube.com/watch?v=VZT2hytizG0>

QUESTÃO COMENTADA 1. (Mackenzie-SP) O liberalismo, como doutrina política atuante no cenário europeu, desde o final do século XVIII, apesar de servir principalmente aos interesses da classe burguesa, contagiou as parcelas populares da sociedade oprimidas pelos nobres e pelos reis absolutistas. A sociedade liberal burguesa, mesmo sendo essencialmente elitista, era mais livre do que a do Antigo Regime, por: a) acreditar nos princípios democráticos, criando oportunidades para que todos pudessem enriquecer. b) permitir maior liberdade de expressão e pensamento, e restringir a esfera de atuação do poder estatal. c) aumentar, ao máximo, o poder do Estado, para que este defendesse as liberdades individuais de cada cidadão. d) garantir a igualdade de todos perante a lei e o direito à participação política para todos os indivíduos. e) praticar o liberalismo econômico, acreditando na livre iniciativa e na regulamentação do comércio pelo Estado.

RESOLUÇÃO Durante vários séculos – desde sua formação na Baixa Idade Média – a burguesia reivindicou liberdade de pensamento e expressão.

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Ao chegar ao poder, com a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução Francesa, reafirmou essas liberdades e estabeleceu a igualdade de todos perante a lei. Até o século XIX, e mesmo até o século XX, porém, recusou-se a permitir a participação política de todas as pessoas por meio do sufrágio universal. Na Inglaterra, o sufrágio universal masculino só foi conquistado em 1867 (o direito de voto para as mulheres inglesas só seria instituído em 1928). Desse modo, a alternativa correta é b.

EXERCÍCIOS 1. (UFPR) Considere a seguinte definição encontrada na Wikipedia: Enciclopédia: [...] uma coletânea de textos bastante numerosos, cujo objetivo principal é descrever o melhor possível o estado atual do conhecimento humano. Podese definir como uma obra que trata de todas as ciências e artes do conhecimento do homem atual. Pode ser tanto um livro de referência para praticamente qualquer assunto do domínio humano como também uma obra na internet. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Enciclopedia> Acesso em: 13 de setembro de 2015. Tendo em vista essa definição e os conhecimentos sobre o período moderno europeu, explique dois aspectos dos ideais e da atuação política dos filósofos iluministas relacionados com a edição da Enciclopédia por D’Alembert e Diderot durante a segunda metade do século XVIII. Em seguida, aponte uma diferença entre a Enciclopédia iluminista e uma enciclopédia muito conhecida recentemente – a Wikipédia (além do fato de esta ser virtual).

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2. (UFPR) Leia o excerto da “Declaração de Direitos” (Bill of Rights), assinada pelo rei Guilherme de Orange, em 1689, após a chamada Revolução Gloriosa na Inglaterra em 1688: Os Lords (...) e os membros da Câmara dos Comuns, declaram, desde logo, o seguinte: 1. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento (...). 5. Que os súditos têm direitos de apresentar petições ao Rei, sendo ilegais as prisões, vexações de qualquer espécie que sofram por esta causa. (...). 13. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar as leis. A partir do documento acima e de seus conhecimentos sobre a Revolução Gloriosa e seus desdobramentos, explique por que ela é interpretada como uma revolução liberal, parlamentar e burguesa.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=690

REFERÊNCIAS CAPELLARI, M. M. et al. Ser Protagonista: História Ensino Médio. São Paulo: Edições SM, 2014. FALCON, F. Mercantilismo e transição. São Paulo: Brasiliense, 1993. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016. SEVCENKO, N. O renascimento. São Paulo: Atual. 1982

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MATEMÁTICA Área de figuras planas

Poliedros Um conjunto de pontos é convexo se qualquer segmento de reta com extremidades em dois pontos quaisquer desse conjunto está inteiramente contido nele. Poliedro é a união de um número finito de polígonos, denominados faces, e a região do espaço limitada por eles, em que são válidas as seguintes afirmações.

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Cada lado de um desses polígonos é também lado de um único outro polígono.

A intersecção de duas faces quaisquer ou é um lado comum, ou é um vértice, ou é vazia. Acrescentando a definição de conjunto convexo à definição de poliedro, tem-se a definição de poliedro convexo.

Relação de Euler Representando por V, A e F, número de vértices, de arestas e de faces, respectivamente, de um poliedro convexo, é sempre válida a seguinte relação. V–A+F=2

Prisma Sejam α e β dois planos paralelos, r uma reta secante a esses planos e P um polígono contido no plano α. Consideram-se todos os segmentos de reta contidos em retas paralelas à reta r, de modo que uma extremidade do segmento pertença ao polígono P e a outra pertença ao plano β. A união de todos esses segmentos é um poliedro denominado prisma.

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Área da superfície e volume de prismas Em um prisma, tem-se que é a área da superfície lateral, é a área da base e h é a medida da altura. Sendo A a área total da superfície de um prisma e V o volume, têm-se as seguintes relações. A = AL + 2AB

V = AB . h

Paralelepípedo O paralelepípedo é um prisma cujas faces são paralelogramos. Se esse paralelepípedo é reto, ou seja, se suas faces são retângulos, então ele é denominado paralelepípedo reto-retângulo. Se essas faces também são quadrados, o paralelepípedo reto-retângulo é um cubo.

Cilindro Sejam α e β dois planos paralelos, r uma reta secante a esses planos e C um círculo contido no plano α. Consideram-se todos os segmentos de reta contidos em retas paralelas à r, de modo que uma das extremidades do segmento pertença ao círculo C e a outra pertença ao plano β. A união de todos esses segmentos é um cilindro.

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Elementos

Área da superfície e volume de cilindros retos Em um cilindro reto, tem-se que é a área da superfície lateral, é a área da base, h é a medida da altura e r é a medida do raio da base.

A = AL + 2AB

V = AB . h

Pirâmide Dados um polígono P contido em um plano a e um ponto V não pertencente a α. Consideram-se todos os segmentos de reta de modo que uma extremidade seja o ponto V e a outra pertença ao polígono P. A união de todos esses segmentos é uma pirâmide.

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Elementos

Área da superfície e volume de pirâmides Em uma pirâmide, tem-se que é a área da superfície lateral, é a área da base, h é a medida da altura, r é a medida do raio da base e b é a medida do apótema.

Sendo A a área total da superfície de uma pirâmide e V o volume, têm-se as seguintes relações. A = AL + AB

V = 1 . AB . h 3

Cone Dados um círculo C contido em um plano a e um ponto V não pertencente a α. Consideram-se todos os segmentos de reta de modo que uma extremidade seja o ponto V e a outra pertença ao círculo C. A união de todos esses segmentos é um cone circular.

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Elementos

Área da superfície e volume de cones retos Em um cone reto, tem-se que AL é a área de sua superfície lateral, AB é a área de sua base, g é a medida de sua geratriz, h é sua altura e r é a medida do raio da base.

Esfera Dados um ponto O e uma distância R maior do que zero. Consideram-se os pontos do espaço cuja distância entre eles e o ponto O é menor do que ou igual a R. O conjunto formado por esses pontos é uma esfera.

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Área da superfície e volume de esferas Em uma esfera, tem-se que R é a medida de seu raio. Sendo A a área total da superfície de uma esfera e V o volume, têm-se as seguintes relações. V = 4 π R3 3

A = 4 π R2

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1. Um poliedro tem 6 faces triangulares e 4 faces hexagonais. Quantas arestas e quantos vértices tem esse poliedro?

RESOLUÇÃO Se vamos usar a fórmula de Euler (V + F = A + 2), e queremos saber o número de vértices (V) e arestas (A), então devemos pensar em que informações temos. Sabemos que são 6 faces triangulares e 4 faces hexagonais. Então são 10 faces ao todo. F = 10. 6 faces triangulares e 4 faces hexagonais, podemos fazer o número de arestas assim: 6.3 + 4.6 = 18 + 24 = 42. No entanto, o poliedro não pode ter 42 arestas, pois toda aresta pertence a duas faces. Basta dividir 42 por 2, obtendo 21 arestas, então A = 21. Agora, aplique a fórmula de Euler: V + 10 = 21 + 2 V = 23 – 10 V = 13 Então, esse poliedro tem 21 arestas e 13 faces.

EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas. 1. Deduzir a expressão que dá o valor da altura de um triângulo equilátero em função do lado do triângulo.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. Duas latas têm forma cilíndrica. A lata mais alta tem o dobro da altura da outra, mas seu diâmetro é a metade do diâmetro da lata mais baixa. Em qual das duas latas se utiliza menos material?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Ser protagonista: Matemática. São Paulo: Edições SM, 2014. GESTÃO IMOBILIÁRIA. Página da web. Disponível em: <http://www.litoral.ufpr.br/portal/ cursos/graduacao/gestao-imobiliaria/>. Acesso em 26 nov. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do Candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado a três gêneros da esfera jornalística: Charge, Tira e Cartum.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Charge, tira e cartum Considerando as estratégias discursivas de cada produtor e a função social desses gêneros textuais, charge, tira e cartum mobilizam tanto aspectos humorísticos e/ou críticos. Isso significa que esse textos podem conter críticas sociais, explícitas ou implícitas, relacionadas a temas da atualidade ou atemporais – que não se limitam a um tempo determinado. Charge, tira e cartum são gêneros textuais que combinam linguagem visual e verbal, “cujo objetivo sociocomunicativo é provocar o riso”, segundo Terezinha Nepomuceno (2005 p9). Esses textos trabalham a comunicação icônica, para tanto, lançam mão de cores, para sugestão de sentimentos e ideias, além de quadros, desenhos, legendas, títulos, interjeições, balões e recursos gráficos, como tipos distintos de fontes, negrito, itálico, entre outros. Preste atenção, porque esses gêneros, principalmente charge e tiras, viraram “xodó” de muitas provas de redação – e também das questões objetivas! Leia com atenção o comando de cada proposta, divirta-se com o teor cômico dos textos, mas saiba identificar que o “riso” provocado por eles também é uma forma de criticar e denunciar diversas situações do cotidiano. Apesar de traços em comum, vamos destacar especificidades de cada um desses gêneros, algumas em relação à forma; outras, à temática.

Charge e cartum Numa acepção mais ampla, ligada ao jornalismo, de acordo com Jose Marques de Melo (2003), cartum e charge são caricaturas jornalísticas. Genericamente, caricatura corresponde à “forma de expressão artística através do desenho que tem por fim o humor”. Define o autor: 2) Cartoon: Anedota gráfica. Crítica mordaz. Geralmente não insere personagens reais ou fatos verídicos, mas representa uma expressão criativa do cartunista, que penetra no domínio da fantasia. Mantém-se, contudo, vinculado ao espírito do momento, incorporando eventualmente fatos e personagens. 3) Charge: Crítica humorística de um fato ou acontecimento específico. Reprodução gráfica de uma notícia já conhecida do público, segundo a ótica do desenhista. Tanto pode se apresentar somente através de imagens quanto combinando imagem e texto (título, diálogos). (p. 167).

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A principal diferença entre charge e cartum é a referência à temporalidade. Nesse sentido, a charge é ancorada por um assunto da atualidade, em especial, que gere discussão ou divergência de opinião, como política, economia, futebol, religião, entre outros. De acordo com Caroline Gonçalves Taveira (2013, p. 48, grifo nosso), a palavra charge vem do francês charger e significa “carregar”, “exagerar”, desse modo, “tem como principal objetivo rebelar-se contra os interesses de grupos dominantes”. Veja a diferença:

A tragédia de Santa Maria: isso é jornalismo? Disponível em: <http://latuffcartoons.wordpress.com/2013/01/27/charge-atragedia-de-santa-maria-isso -é-jornalismo/>. Acesso em 20 nov. 2016.

Para compreender uma charge, é necessário estar “por dentro” do que acontece na sociedade e, em alguns casos, pertencer ao mesmo ciclo social, caso contrário tornase difícil a interpretação dos sentidos produzidos pelo texto. Dessa forma, a charge de Latuff só faz sentido se você reconhecer o contexto de referência dela, ou seja, o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria-RS, em 2013. A partir disso, podemos ler a crítica ao papel da imprensa na forma como realizou a cobertura desse fato, numa “espécie de corrida” pela busca de fatos chamativos, conforme Taveira (2013, p. 49), sem respeitar o momento de luto de sobreviventes e familiares das vítimas. Já o cartum, ainda segundo essa autora, origina-se da palavra inglesa cartoon (cartão pequeno) e “é utilizado como comentário satírico de uma situação atemporal, ou seja, não depende de contexto histórico específico pois os temas podem ser compreendidos em qualquer época” (TAVEIRA, 2013 p. 46). Trata-se de um desenho humorístico que busca “comunicar uma ideia”, representar figuras e situações por meio

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da estilização da realidade; ou seja, esta é criada, e não reproduzida. Enquanto a charge tem relação com personagens e fatos reais, num contexto momentâneo e particular, o cartum explora tema gerais e universais. Prova disso é um cartum produzido uma década atrás ainda ter graça no presente! Veja um exemplo de cartum:

Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-EpzmXUpv_p8/TslVKhvTRI/AAAAAAAAAuk/lVUKZmLi6UI/s640/cachorro.gif.jpg Acesso em: 31 mar. 2017

Este cartum apresenta uma enorme fileira de cachorros desesperados, como vemos em suas expressões, ao ver um carro colidido com o poste, local preferido daqueles para fazer xixi. Dessa forma, o cartum mobiliza a conscientização de motoristas no trânsito, por meio de uma atmosfera cômica.

Tira De acordo com Nepomuceno (2005), as tiras ou tirinhas são narrativas criadas que apresentam lacunas, espaços vazios, cuja completude dependerá da capacidade interpretativa de cada leitor. Por isso interaja com o texto! Originada das Histórias em Quadrinhos (HQs), as tiras distanciam-se desse gênero em alguns aspectos, pois às vezes não narram uma história. Nos demais casos, a tira é uma sequência de eventos, com cenário, complicação e resultado, em um ou mais quadros – distribuídos graficamente numa faixa horizontal (por isso levam tal nome) (NEPOMUCENO, 2005, p. 43; 47, grifo da autora). Tiras como a Turma da Mônica, de Mauricio de Souza, remetem ao humor e costumam ser destinadas ao divertimento do leitor; outras, como Mafalda, de Quino, estimulam a reflexão e a crítica social.”

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A tiras podem ainda ser seriadas, sendo publicadas como “capítulos diários” em jornais. Outra característica da tira é a construção de um ou mais personagens fixos e evoluídos. Nesse sentido, tornamo-nos íntimos deles, conhecemos família e amigos desses personagens, além do modo como lidam com diversas situações no cotidiano. Reconhecemos, assim, personalidades com hábitos, preferências e ideias consistentes, que se mantêm ao longo da sequência de episódios. A tira ainda produz uma quebra da expectativa final, gerada pela contradição, em especial, entre o penúltimo e o último quadro. Essa quebra semântica é responsável pelo efeito de humor e/ou ironia nas tiras. Veja uma tira analisada por Nepomuceno (2005, p. 80):

Os ratos também choram. Coleção Cybercomix. São Paulo: Bookmarkers, 1999. p. 41.

Observe que são três quadros que apresentam uma sequência de episódios. Há nessa tira duas visões antagônicas, a posição do fumante, na defesa do tabagismo, e a posição da formiga, que é morta pelo cigarro. A quebra da expectativa gera o efeito de ironia, “na contradição da fala do interlocutor que não acredita que o cigarro mate, mas na verdade, mata”.

PARA IR ALÉM <https://www.youtube.com/watch?v=es62IZFHqlQ> <https://www.youtube.com/watch?v=WC8FaGVCa8c&t=237s> <https://www.youtube.com/watch?v=dHV0vPXY3b4>

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PROPOSTA COMENTADA 1. (UEL-PR) Leia a notícia a seguir.

Pokemón Go vira febre global e faz disparar valor da Nintendo

Cinco anos em cinco dias. Esse foi o tempo necessário para que as ações da Nintendo retornassem aos patamares de preço que haviam sido registrados pela última vez em 2011. A explicação para a escalada sem precedentes é o jogo virtual Pokémon Go. O game, instalado por meio de aplicativo em celulares que operam com os sistemas Android e iOS, tornou-se uma febre sem precedentes. O jogo faz uso da chamada realidade aumentada: é preciso sair para as ruas e colocar o celular à frente dos olhos para encontrar e caçar pokémons que estão escondidos em diferentes locais. Especialistas dizem que o sucesso inesperado do Pokémon Go pode abrir uma nova era da computação, com a popularização de games que utilizam a mesma tecnologia e buscam explorar a interação dos usuários com o mundo real. (Adaptado de:<www.veja.abril.com.br/economia/pokemon-go-vira-febre-global-e-fazdisparar-valor-da-nintendo/>. Acesso em: 5 ago. 2016.)

Com base na notícia e na charge, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 10 a 12 linhas, abordando os avanços científicos e tecnológicos e seus impactos na vida e no cotidiano da população.

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Comentários Preste atenção nas orientações do enunciado, em seguida, planeje a estrutura de seu texto dissertativo-argumentativo. Lembre-se que ele deve apresentar introdução, conclusão e desenvolvimento. Cuide para não fugir do tema, para tanto seu texto deve discutir os avanços científicos e seus impactos na vida e no cotidiano da população. Tenha em mente que a característica principal de um texto dissertativoargumentativo é a defesa de um ponto de vista sobre o tema. Lembre-se ainda que sua estratégia argumentativa – a escolha dos argumentos empregados – deverá associar o texto à charge, e não apenas discorrer sobre um deles. A linguagem não verbal presente na charge colabora para a progressão temática, logo, entenda que muitas charges estabelecem uma crítica em relação a um comportamento da sociedade. Se você não saiu à caça de pokémons, andando por aí como um zumbi obcecado de The Walking Dead, correndo risco de ser atropelado ou mesmo cair num lago, certamente já viu alguns se comportarem assim. Na charge, vemos um homem que parece atormentado pelo número de pokémons a sua volta, o que é reforçado pela legenda “Deliriums tremens tecnológico”. Afora os impactos no dia a dia causados pela realidade aumentada do jogo virtual Pokémon Go, subentendidos na charge, o texto traz informações ainda sobre o retorno financeiro da Nitendo, empresa fabricante do jogo. A forma como essa tecnologia melhora a interação entre usuários e aplicativos e como isso pode ter resultados significativos na formação educacional, por exemplo, é um dos pontos positivos que você pode argumentar. Veja a expectativa de resposta da UEL-PR: O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. A opinião do autor é fundamentada com explicações e argumentos, tendo como objetivos formar a opinião do leitor ou do ouvinte e tentar convencê-lo de que a ideia defendida é a correta. Para isso, é preciso expor e explicar as ideias. É dessa mistura que vem a sua natureza: o texto é argumentativo porque defende uma tese e é dissertativo porque é necessário o uso de uma série de explicações que a justifiquem. O objetivo de quem produz esse tipo de texto é convencer o leitor mediante a apresentação de razões, por meio da evidência de provas, contando com um raciocínio coerente e consistente. Para alcançar essa coerência, o candidato deve se preocupar, basicamente, em oferecer argumentos que se relacionem entre si. O texto dissertativo-argumentativo tem como principais características a apresentação de um raciocínio, a defesa de um ponto de vista ou o questionamento de uma determinada realidade. O autor se vale de argumentos, de fatos, de dados, que servirão para ajudar a justificar as ideias que irá desenvolver. Disponível em: goo.gl/LnheKN. Acesso em: 16 dez. 2016.

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2. (UFPR)

(QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 384) A partir do diálogo entre as personagens Mafalda e Liberdade, explicite a crítica e o efeito de humor da tirinha. Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas.

Comentário A personagem Liberdade expressa uma crítica ao modo como os meios de comunicação lidam com a função social de informar os fatos e acontecimentos reais aos leitores. Na fala da personagem, os jornais inventam metade do que publicam. A tira, portanto, extrapola o contexto humorístico e denuncia a manipulação e a falta de imparcialidade dos jornais, questionado, por conta disso, a “real” existência desse veículo. Eis aqui a crítica e o humor dessa charge. Visto se tratar de uma narrativa, busque contar a sequência apresentada nos três quadros, a concentração de Mafalda ao ler e manusear o jornal; o movimento de ida e retorno de Liberdade, cuja fala ataca a credibilidade do daquele meio de comunicação; por fim, o abandono do jornal por Mafalda, cuja expressão parece decepcionada. Ao argumentar sobre uma tira, você deve sempre citar o autor e a fonte, nesse caso, a tira pertence ao escritor argentino Quino e foi publicada no livro Toda Mafalda, desse mesmo autor, em 2008. Lembre-se que você tem um número limitado de linhas para desenvolver uma boa argumentação que convença a banca avaliadora, portanto seja direto ao explicitar em que reside a crítica e o efeito de humor da tirinha. Esse tipo e proposta avalia sua capacidade de:

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atender ao comando da questão;

interpretar e produzir sentidos a partir do texto;

argumentar sobre temas;

compreender o funcionamento de gêneros textuais.

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Veja os critérios específicos de correção da UFPR para essa proposta: A redação nota 6 cumpriu de modo pleno as duas exigências do enunciado, a saber, explicitar a crítica e o efeito de humor na tirinha, de maneira clara e a partir de uma articulação excelente com os elementos textuais e visuais dados. Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2014/documentos/criteriosdiscursiva-geral-PS_2fase%20PS2014.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016.

Agora é sua vez 1. (UFPR) Considere a seguinte charge:

Segundo a mitologia grega, Narciso era um belo rapaz, filho do deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Quando nasceu, o adivinho Tirésias profetizou que ele teria uma vida longa se não visse a própria face. Depois de adulto, após uma caçada, ele se debruçou numa fonte para beber água. Nessa posição, viu seu rosto refletido na água e se apaixonou pela própria imagem. Ali ficou, imóvel na contemplação de seu rosto refletido, e assim morreu. (Fonte: KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.) A charge de Benett apropria-se do mito de Narciso para questionar um comportamento atual. Em um texto de 8 a 10 linhas: •

explicite qual é o comportamento criticado na charge e a relação que o autor estabelece entre essa tendência atual e o mito grego;

posicione-se em relação à crítica de Benett e justifique o ponto de vista defendido por você.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=709

2. (UEL-PR) Leia a tirinha a seguir:

A tirinha apresenta um ruído na comunicação entre as personagens. Explique as circunstâncias que provocaram a incompreensão da mensagem por parte da personagem Edibar da Silva e o que poderia ser feito para desfazer o equívoco. Para a elaboração de seu texto, utilize de 8 a 10 linhas.

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REFERÊNCIAS JUSKI, D.; LINK, D. C. A função da charge, do cartum e da tira na aquisição da língua padrão. In: Anais do 6º Encontro Celsul. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/ tela4/Textos/Textos/Anais/CELSUL_VI/Coordenadas/A%20FUN%C3%87%C3%83O%20 DA%20CHARGE%20DO%20CARTUM%20E%20DA%20TIRA%20NA%20 AQUISI%C3%87%C3%83O%20DA%20L%C3%8DNGUA%20PADR%C3%83O.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. MELO, J. M. Gêneros opinativos. In: Jornalismo Opinativo. 3. ed. Campos do Jordão: Mantiqueira de Ciência e Arte, 2003. NEPOMUCENO, T. Sob a ótica dos quadrinhos: uma proposta textual discursiva para o gênero tira. 2005. 143 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguística e Linguística Aplicada). Universidade Federal de Uberlândia, 2005. Disponível em: <http://livros01. livrosgratis.com.br/cp146871.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016. TAVEIRA, C. G. Humor e crítica no semanário Bundas. Humor e crítica no semanário Bundas. In: Extraprensa. São Paulo: USP, v. 2, p. 46, 2013.

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8. TECNÓLOGO EM GESTÃO DE TURISMO O Tecnólogo em Gestão de Turismo atua na gestão e desenvolvimento de atividades no setor de viagens e turismo, tanto no setor público como no privado. Esse profissional está presente nas ações de planejamento, de gestão, de promoção e de venda de produtos e serviços que visam à segurança, o conforto e o bem-estar de viajantes, turistas e dos anfitriões. Suas atividades profissionais se ligam com os diferentes tipos de turismo, como o de aventura, ecoturismo, turismo rural, históricocultural, urbano, religioso, entre outros.

O curso O curso segue a proposta institucional do Setor Litoral (UFPR) de comprometimento com o desenvolvimento sustentável da região litorânea do estado do Paraná por meio de ações em vários campos, dentre os quais, o de turismo. Está sempre antenado com a Política Nacional e Estadual de Turismo afim de consolidar o turismo nesta região. Ao longo do curso o estudante tem diversas atividades direcionadas para a realidade local, onde conhece e analisa o desenvolvimento turístico em empresas, parques, lugares históricos, áreas rurais e cidades. A matriz curricular possui conteúdos como: planejamento, políticas públicas, economia, cultura, arte, hospitalidade, história, e meio ambiente.

Campo de atuação O Gestor em Turismo realiza atividades e operações de gestão ligadas ao conforto, bem-estar e qualidade dos serviços e produtos turísticos. Ele atua no setor público e também no setor privado. O profissional consegue exercer funções hotéis, agências de viagens, de transportes, de eventos, de entretenimento, de gastronomia, entre outras. Também atuar em empresas de lazer como parques recreativos, resorts e cruzeiros marítimos. Como todos os cursos tecnológicos, este também forma profissionais para trabalhar numa área específica de atuação, como o setor de reservas de companhias aéreas e de agências de viagens, a organização de eventos ou o turismo receptivo (infraestrutura e serviços para acolher o turista).

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É recomendado que antes de se decidir por um curso, o estudante informe-se sobre a área de ênfase. A UFT, em Arraias (TO), por exemplo, iniciou em 2016 a oferta do curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental. A grade curricular tem disciplinas como administração, geografia, cultura e meio ambiente. Algumas escolas exigem estágio e um trabalho de conclusão de curso (TCC).

Duração média: 2 anos. Relação candidatos/vagas UFPR: 6,39 (manhã), 7,75 (noite)

AGORA É SUA VEZ Assista o depoimento de um profissional de Gestão de Turismo por meio do link <https://www.youtube.com/watch?v=Ab7yfKhInM0>.

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HISTÓRIA Historicamente, existe uma infinidade de patrimônios históricos e culturais que que contam a história da humanidade. Conhecer locais, culturas e costumes é adquirir um pouco do conhecimento existente no mundo. Nesse sentido, o Turismo cumpre um papel importante na sociedade do conhecimento, pois permite que as pessoas conheçam locais onde sociedades se formaram e entendam costumes diferentes daqueles que vivemos. A partir de uma viagem turística, podemos observar in loco o que estudamos em livros e assistimos em documentários. Podemos dizer que a história é muito mais do que aquilo que está escrito e dito, somente observando e tirando as próprias conclusões é que o conhecimento se faz por completo. Assim, nesse capitulo apresentaremos um panorama do período histórico que ficou conhecido como Idade Média.

Idade Média O período conhecido como medieval, é assim denominado pelos historiadores modernos que designaram os acontecimentos entre a queda do Império Romano até a tomada de Constantinopla. Esse período também ficou conhecido durante muito tempo como “Idade das Trevas” por acreditarem que nesses mil anos nada de importante aconteceu, mas aos poucos, com mudanças no estudo de História, passou-se a dar mais ênfase aos acontecimentos do período, como destaca Cláudio Vicentino: Já no século XX, estudiosos como Henri Pirenne e Marc Bloch mostraram a riqueza e a importância cultural desse período europeu. Eles analisaram, entre outros aspectos, a complexa organização social das novas aldeias e burgos, com a instalação planejada de castelos, fortificações e casas de camponeses. Mostraram que foi durante a Idade Média que surgiu mercadores preparados para viajar longas distâncias e cruzar os limites locais, ligando terras cristãs com culturas pagãs do norte e leste da Europa e da Ásia. (2014, p.187). Pensar que a Idade Média existiu apenas na Europa – a ideia de que não ocorreu nada no mundo, somente o Feudalismo – é um equívoco, afinal, em outras partes do mundo como Oriente Médio, África, Ásia e América os campos social, econômico e cultural estava em pleno desenvolvimento. Portanto elencaremos diversos assuntos no desenvolvimento do medievo que foram importantes para a construção da nossa sociedade contemporânea.

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Depois da queda do Império Romano Ocidental, a parte oriental se manteve rica e poderosa. O território, conhecido depois como Império Bizantino, teve como destaque a prática de um comércio dinâmico e agricultura rentável. Sua capital, Bizâncio, conhecida também como Constantinopla e hoje como Istambul, manteve a herança Romana mesclando com aspectos orientais. A cultura helenística, derivada dos gregos também foi mantida, no entanto houve o rompimento com a Igreja, uma vez que os bizantinos não aceitavam o poder do Papa estabelecido em Roma, e sim o do Imperador como líder religioso, o que ficou conhecido como cesaropapismo. Outro território que se desenvolveu enquanto a Europa Ocidental passava por dificuldades, foi o africano, em que diversos reinos africanos estavam se desenvolvendo. No entanto, o estudo desses povos era restrito, pois o a desinteresse acerca da história africana sempre predominou. Como afirma Vicentino, “em parte, também falta documentos escritos preservados, embora os pesquisadores disponham de ricas fontes arqueológicas, bem como da linguística histórica e da tradição oral”. (2014, p. 197) O surgimento e expansão do mundo árabe também se desenvolveu nesse período. A estruturação desses povos, sua expansão e como se converteram a fé islâmica é ponto chave para entender as relações e conflitos existentes nesta região. Não pode-se esquecer do surgimento de mais uma religião monoteísta e a expansão dessa fé pelo mundo, assim como suas características culturais e os conflitos gerados pelo embate entre árabes e judeus. Após abordarmos o contexto medieval fora da Europa ocidental, podemos discutir acerca do fim do Império Romano Ocidental, que culminou com o ataque dos povos bárbaros. É a partir deste momento que passamos a pensar na Europa como território, não mais parte pertencente ao Império Romano, como destaca Jacques Le Goff: O mundo europeu, enquanto europeu, é uma criação da Idade Média, que, quase ao mesmo tempo, rompeu a unidade, pelo menos relativa, da civilização mediterrânea e lançou desordenadamente no crisol os povos outrora romanizados junto com os que Roma nunca tinham conquistado. Então, nasceu a Europa no sentido humano da palavra... E esse mundo europeu assim definido, depois disso, nunca cessou de ser percorrido por correntes comuns. (2007. p.13) O primeiro momento deste período ficou conhecido como Alta Idade Média. A necessidade de apresentar os povos bárbaros, seus costumes, cultura e organização possibilita o entendimento da formação do povo europeu. A forma como esses povos dominaram o território forçou a ruralização da população que habitava o espaço. De acordo com Georges Duby, essas cidades eram despovoadas. Os dirigentes afastavam-se aos poucos e iam viver em suas casas no campo (1997). A partir deste momento, o sistema de trabalho também mudou sua concepção passando de escravidão para a servidão, já que a falta de mão de obra escrava facilitou a migração de trabalhadores para o campo. Uma das principais consequências da ruralização foi o declínio das cidades e do comércio. Como destaca Vicentino, de modo geral, do ponto de

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vista econômico, o sistema feudal, em sua formação, era caracterizado pelo predomínio da produção para consumo local, comércio bastante reduzido ou quase inexistente e ausência ou baixa utilização de moeda. (2014, p. 237) As áreas antes ocupadas pelos romanos, recebeu povos de outras localidades e esses, pressionando as fronteiras, conseguiram se estabelecer em diversos locais, o que ajudou a construir as bases do povo europeu. Os Francos estabeleceram-se onde atualmente fica a França. Convertidos a doutrina cristã, conseguiram manter-se fortes com o apoio da igreja, mas também não resistiram as novas invasões de Vikings, nórdicos e muçulmanos. Além do declínio comercial, é necessário abordar a divisão social crescente, na qual dividia a sociedade em três ordens: clero, nobreza e camponeses. A partir daí, podese relacionar essa divisão com o trabalho, economia, política e principalmente com a atuação militar. A Igreja Católica também teve papel importante durante esse período. A educação e os costumes eram moldados pela ideologia cristã, “pode-se afirmar que grande parte das expressões culturais medievais foi marcada pelo predomínio do pensamento religioso.” (VICENTINO, 2014, p. 249). Podemos também abordar as transformações que ocorreram na Baixa Idade Média em que se configurou algumas transformações no feudalismo, a maioria decorridas pelo fim das invasões. A principal transformação ocorrida foi a expansão demográfica, que possibilitou o aumento das áreas cultivadas para ampliar a produção e a ativação das trocas comerciais, que possibilitou a mobilidade dos feudos e impulsionou diversos setores artesanais. Depois dessa expansão, o renascimento comercial e urbano foi uma consequência, tendo o aparecimento do monopólio comercial, com as corporações de oficio e o aparecimento de uma nova classe social, a Burguesia. A expansão do trabalho remunerado e da vida urbana, a possibilidade de lucros individuais (apesar das restrições religiosas) e uma economia monetarizada dependente da atividade mercantil – ou seja, do comércio – são elementos que nos permite identificar, ao longo da Baixa Idade Média, transformações mais amplas das relações e estruturas sociais e econômicas. (VICENTINO, 2014, p. 231) O poder da Igreja e o interesse dos nobres fez com que ocorressem várias expedições para libertar a Terra Santa, chamadas de Cruzadas. Essas expedições tinham mais do que a intenção de conquistar Jerusalém, com o crescimento demográfico e comercial, o interesse era de conquistar novas terras e pontos estratégicos para o comércio que crescia entre os europeus, principalmente os italianos. As cruzadas não renderam muitos ganhos para os cristãos, já que apenas uma foi bem sucedida. [...] A cruzada emerge, pois, como ponto de chegada de um lento processo que conduz a igreja, no ocidente, da não violência, predominante até o século IV, ao uso

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sacralizado e meritório das armas. É essa dimensão sacralizadora que permite entender a cruzada como guerra santa, a qual tangencia certos aspectos que a assemelham a jihad. Com efeito, durante vários séculos, as Cruzadas opuseram a cristandade e o mundo muçulmano pela posse de Jerusalém e dos lugares santos, posse que ainda hoje é mobilizadora nos intermináveis conflitos entre judeus e palestinos. (GOMES, 2004) E, para finalizar, deve-se entender a formação das monarquias centralizadas europeias, como os reis legitimaram seu poder e os obstáculos encontrados perante o clero, nobreza e camponeses. A estrutura feudal permitia a diversidade política e regional, desta forma, o comercio sofria com a intervenção dos senhores, além disso, a necessidade de fronteiras, unidade territorial de leis e unidade monetária, possibilitou a comunhão de interesses entre reis e burgueses. Não devemos esquecer que esses territórios passaram por acontecimentos importantes no processo de formação do estado. França e Inglaterra se envolveram em uma guerra centenária por interesses territoriais e Espanha e Portugal enfrentaram uma guerra para a reconquista de seus territórios que estavam sob o domínio dos Mouros. Para a complementação de conhecimentos sobre Idade Média, confira o link a seguir: Associação Brasileira de Estudos Medievais (ABREM): site oficial da Associação que disponibiliza informações importantes sobre o medievo. <www.abrem.org.br>

QUESTÃO COMENTADA 1. (Unesp) Com a ruralização, a tendência à autossuficiência de cada latifúndio e as crescentes dificuldades nas comunicações, os representantes do poder imperial foram perdendo capacidade de ação sobre vastos territórios. Mais do que isso, os próprios latifundiários foram ganhando atribuições anteriormente da alçada do Estado. Franco Jr., Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1986. Adaptado. A característica do feudalismo mencionada no fragmento é: a) o desaparecimento do poder militar, provocado pelas invasões bárbaras. b) a fragmentação do poder político central. c) o aumento da influência política e financeira da Igreja Católica. d) a constituição das relações de escravidão. e) o estabelecimento de laços de servidão e vassalagem.

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RESOLUÇÃO O processo de ruralização – verificado na transição da sociedade romana para a sociedade feudal na Europa Ocidental – implicou no deslocamento de uma parte da elite patrícia para o campo. Afastados de Roma, esses patrícios se sobrepuseram aos representantes do poder imperial e passaram a exercer um poder localizado, mas forte, com funções anteriormente atribuídas ao Estado. O resultado desse processo foi a fragmentação do poder político central. Desse modo, a alerta nativa correta é a b.

EXERCÍCIOS 1. (UFPR) Sobre Joana D’Arc, o historiador Jules Michelet escreveu: Pela primeira vez, sente-se, a França é amada como uma pessoa, e ela torna-se tal desde o dia em que a amam. Até ali era uma reunião de províncias, um vasto caos feudal, um país imenso, de ideia vaga. Mas desde esse dia, pela força do coração é uma pátria. (MICHELET, Jules. Joana D’Arc. São Paulo: Fulgor, 1964, p. 16). Comente esse excerto, explicando as consequências da Guerra dos Cem Anos (1337–1453) para a França e para o sistema feudal.

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2. (UEM-PR) A emancipação das cidades constitui um dos capítulos mais importantes da história do feudalismo europeu e das lutas entre a burguesia nascente e os senhores e príncipes feudais. Discorra sobre como se deu esse processo emancipacionista e qual sua importância para o desenvolvimento da sociedade moderna.

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REFERÊNCIAS GOMES, Christianne L. Verbete Lazer – Concepções. In: GOMES, Christianne. L. (Org.). Dicionário Crítico do Lazer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004. p.119-126. LE GOFF, J. As raízes medievais da Europa. Rio de Janeiro: Vozes, 2007. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016. VICENTINO, C.; DORIGO, G. Projeto Múltiplo: História. São Paulo: Scipione, 2014.

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MATEMÁTICA Geometria Analítica Imagine que não existisse o Teorema de Pitágoras, nem nada parecido, nós teríamos, com certeza, que estudar o triângulo retângulo. Basta olhar em sua volta, nos “cantinhos” da sala onde você está agora, nos cantos do computador, dos cadernos, das borrachas (quando nova!) e dos azulejos. Em quase todas as construções humanas, o ângulo reto predomina, principalmente por que é mais fácil de fazer. Como poderíamos saber o tamanho da Hipotenusa, a partir dos tamanhos dos catetos? Teríamos que desenhar o triângulo com os tamanhos exatos, caprichando com transferidor ou esquadro, pra não errar o ângulo reto, e aí medir direitinho a hipotenusa. Se o triângulo não fosse retângulo, seria pior ainda, daria muito trabalho. Calcular a área e o perímetro de um terreno, de uma casa, a área de material necessária a construção de uma máquina? Tudo isso seria muito complicado se só pudéssemos fazer por meio de desenhos. O método analítico facilita nossa vida e permite que a gente só tenha de fazer cálculos, que são bem mais simples do que você imagina. Vamos mostrar alguns neste capítulo.

Coordenadas cartesianas Certamente você já foi a algum lugar baseado em seu endereço. Provavelmente você procurou uma determinada rua, depois seguiu os números até chegar onde queria. Em algumas cidades isso pode ser confuso, com numeração mal organizada ou até mesmo ruas que “terminam” em um lugar e depois “começam de novo” mais adiante. A geometria tem um recurso muito eficiente para descrever localizações: o sistema cartesiano, uma ideia simples e poderosa, como todas as grandes ideias. Com apenas duas informações numéricas e valores positivos e negativos, qualquer posição pode ser descrita no plano. Se quisermos mostrar uma informação no espaço, serão então 3 números.

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No quadro a seguir, determine as coordenadas dos pontos A, B, C, F, J, K, T (você poderá conferir o resultado em seguida):

Resolução As coordenadas são expressas pela medida no eixo x seguida do eixo y, sempre nessa ordem, por isso são chamadas de pares ordenados, sendo A (6; 2), B (11; 6), C (–5; –7), F (0; –1), J (–9; 3), K (6; –6) e T (4; 0).

Distância entre os pontos A e B Traçando uma linha entre os pontos A e B temos a hipotenusa de um triângulo retângulo, no qual os catetos são as diferenças entre os valores das projeções dos pontos A e B nos eixos coordenados. Observe a figura a seguir.

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Dessa forma, o valor da distância entre A e B, que representaremos por dAB será calculado com o auxílio do teorema de Pitágoras: dAB2 = (xB – xA)2 + (yB – yA)2

Efetuando a raiz quadrada em ambos os membros da igualdade, temos: dAB = √(xB – xA)2 + (yB – yA)2

Equação da reta Este é um conceito muito importante que você precisa conhecer. Toda reta que faz parte de um plano pode ser descrita por uma equação. Na geometria analítica estudamos várias formas desta equação, como a Equação reduzida da reta (y = mx + n), na qual: •

n é a ordenada do ponto em que a reta cruza o eixo y (ordenadas), chamado de coeficiente linear da reta;

m é a declividade da reta, é o valor da tangente do ângulo de inclinação da reta em relação ao sentido positivo do eixo x (abscissas);

x e y são coordenadas de um ponto qualquer da reta, e y é expresso em função de x.

A partir dessa equação é possível e bastante simples deduzir a equação geral da reta (ax + by + c = 0), na qual a, b e c são constantes e a e b não são simultaneamente nulos. Apesar de ser simples, o estudo da reta tem enorme utilidade como ferramenta matemática para resolução de exercícios de física, que você certamente vai fazer na faculdade. O curso de cálculo vai mostrar muitas aplicações para as equações de retas. Também estudamos a equação da circunferência (x – a)² + (y – b)² = R², na qual •

x e y são coordenadas de um ponto qualquer da circunferência;

a e b são as coordenadas do centro da circunferência;

R é o valor do raio.

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Outras fórmulas úteis na Geometria Analítica: Distância de ponto a reta p até a reta de equação ax + by + c. d=

| axp + byp + c | √a2 + b2

Nesta fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação geral da reta e xp e yp no denominador são as coordenadas do ponto p.

EXERCÍCIO RESOLVIDO Calcule a distância entre o ponto A e a reta r.

Dados: A(–1; 5); r

x y + =1 4 3

Resolução A equação da reta r deve ser escrita na forma geral. x y = 1 ⟹ 3x + 4y = 12 (multiplicando ambos os lados por 12) + 4 3 Forma geral: 3x + 4y – 12 = 0 Agora podemos aplicar os coeficientes na fórmula, bem como as coordenadas do ponto A:

d=

| axp= byp + c | √a + b 2

2

fica: d =

| 3 . (– 1) + 4 . 5 + (– 12) | √32 + 42

da distância da reta r até o ponto A.

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⟹d=

5 = 1 , que é o valor 5


EXERCÍCIOS COM RESOLUÇÃO EM VÍDEO Lembre-se: você aprende muito melhor ao tentar fazer o exercício sozinho. Utilize a vídeo aula somente para conferir suas respostas e tirar dúvidas. 1. A abscissa de um ponto P é -6 e sua distância ao ponto Q(1; 3) é √74 . Determine a ordenada do ponto.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. Determine a equação da reta cuja declividade é 4 e passa pelo ponto A(2, –3).

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REFERÊNCIAS BARROSO, J. M. Conexões com a Matemática. São Paulo: Moderna, 2012. DANTE, L. R. Projeto VOAZ Matemática. São Paulo: Ática, 2012. FUGITA, F. Ser protagonista: Matemática. São Paulo: Edições SM, 2014. TECNÓLOGO EM GESTÃO DE TURISMO. Disponível em: <http://www.litoral.ufpr.br/ htms/tec_turismo/turismo.htm>. Acesso em: 26 nov. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza injustiças na avaliação dos corretores, assegurando a imparcialidade e a confiabilidade do processo. Sendo assim, primeiramente, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página de inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado à proposta de texto pede ao candidato que se faça a transposição de um tipo de discurso para outro.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Transposição de discurso As propostas de transposição de discurso, embora não tão frequente quanto algumas outras, são recorrentes no vestibular da UFPR. Nelas, comumente, apresenta-se ao candidato a transcrição de uma entrevista (um texto em discurso direto) e solicita-se que ele redija uma produção em discurso indireto, na qual sintetize as ideias expressas pelo entrevistado e as perguntas feitas pelo entrevistador, sem ultrapassar o limite de linhas. O resultado final é bem semelhante àquele das propostas de resumo. Transpor do discurso direto para o indireto é fazer com que um texto em que as falas do interlocutores são dadas diretamente ao leitor transforme-se numa produção em que essas falas são apresentadas pela voz de um intermediário, nesse caso, o candidato. Em geral, uma boa transposição de discurso deve: •

Ser breve e concisa, deixando de lado exemplo, detalhes, explicações pormenorizadas e dados secundários apresentados pelo entrevistados e pelo entrevistado.

Incluir apenas informações presentas nas falas dos interlocutores, sem adicionar opiniões do candidato sobre aquilo que estiver sendo relatado.

Ser feito sempre com as próprias palavras do candidato, mostrando que a transposição foi o resultado de uma leitura adequada e não apenas um apanhado de frases soltas retiradas da entrevista.

Situar seu leitor, definindo entrevistador, entrevistado e veículo em que foi publicada a entrevista (normalmente, o entrevistador aparece com o nome do veículo).

Atribuir aos interlocutores a responsabilidade sobre as afirmações presentes na transposição. As ações discursivas dos interlocutores são apresentadas por meio do uso adequado dos verbos dicendi (quadro presente na seção “resumo”).

Explicitar as perguntas feitas pelo entrevistador ao entrevistado.

Incluir tópicos específicos da fala do entrevistado que sejam solicitados no enunciado da proposta.

Apresentar bom uso da norma culta escrita da língua portuguesa, além de uma organização coerente e coesa.

PARA IR ALÉM <http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/405046> <https://www.youtube.com/watch?v=yi5eIbDcIbI>

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PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) Leia abaixo um trecho da entrevista do físico Marcelo Gleiser ao jornal Zero Hora. Zero Hora – O senhor veio a Porto Alegre para falar sobre “ética na ciência”. Curiosamente, uma recente coluna sua sobre o tema está repleta de pontos de interrogação. O texto é uma sucessão de perguntas difíceis. O senhor já chegou a alguma resposta? Gleiser – Nessa coluna, comecei tratando do romance Frankenstein, um dos símbolos mais poderosos sobre a questão da ética na ciência. Esse romance, de força mítica profunda, diz que existem certas questões científicas que estão além do que os humanos podem controlar. Mesmo que tecnologicamente possamos fazer algo — caso do doutor Victor Frankenstein, ao ressuscitar um cadáver usando eletricidade — não significa que moralmente estejamos prontos para fazê-lo. Você me pergunta se eu tenho respostas. O que a gente está tentando é começar a fazer as perguntas certas. Porque só quando se faz as perguntas certas é possível começar a encontrar algumas respostas. ZH – E estamos prontos para chegar a essas respostas? Gleiser – A questão em que você está interessado é se temos maturidade moral para decidir. E a resposta é simplesmente a seguinte: não. Não temos maturidade moral para certas questões. Mas isso não significa que a gente não deva fazer a pesquisa. Existe a ideia da Caixa de Pandora, onde estão guardados todos os males do mundo, e se você abre a Caixa de Pandora tudo escapa. As pessoas veem a ciência como um tipo de Caixa de Pandora: “Ah, esses cientistas ficam fuxicando, descobrem problemas sérios e depois a sociedade fica à mercê de avanços sobre os quais não temos controle”. Na verdade, não é nada disso. A ciência tem de ter total liberdade de pesquisa, contanto que certas questões sejam controladas ou pelo menos monitoradas por corpos especiais. Por exemplo, a questão da clonagem humana. Para mim, essa é uma das áreas que deveriam ser controladas com muito cuidado. ZH – Quem deveria decidir as regras sobre o que se pode fazer? Gleiser – Essa é a grande questão. Quem decide o que pode e o que não pode? Quem tem o direito de decidir por todas as pessoas? Acho que deveria haver uma aliança entre o Judiciário e um corpo de cientistas escolhido por órgãos do governo para estabelecer regras. Mas, infelizmente, qualquer tecnologia que possa ser desenvolvida mais cedo ou mais tarde vai ser desenvolvida. (Zero Hora.13 out 2013.) Exponha as principais ideias de Marcelo Gleiser num texto de 8 a 10 linhas, totalmente em discurso indireto.

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COMENTÁRIOS Essa é uma proposta simples se o aluno / candidato domina o uso dos verbos dicendi (aqueles que empregamos para introduzir a fala de pessoas). Quem responde a esse tipo de proposta deve referenciar o entrevistado e o entrevistador sem copiar o texto original, resumindo o conteúdo das perguntas e das respostas. O texto base trabalhou com o tripé - ciência, ética e direitos – e na resposta é possível recorrer à interdisciplinaridade com Filosofia, História, Sociologia e Geopolítica. Já na primeira pergunta, Gleiser disse que alguns questionamentos científicos estão além do controle dos humanos. Para isso, utilizou uma importante referência literária, Frankenstein, a fim de ressaltar a tentativa de ilustrar o limite entre o desejo e a ética profissional. Além disso, o cientista disse que as respostas para as várias questões que envolvem a ética na ciência somente serão obtidas a partir das perguntas corretas. Ainda em relação à maturidade da sociedade, em compreender e aceitar tais respostas, o entrevistado confirmou a total imaturidade das pessoas, entretanto considerou que, mesmo assim, as pesquisas devem ser feitas. Gleiser complementou com a afirmação de que a ciência deve ter liberdade para pesquisar, inclusive as questões mais polêmicas, desde que monitoradas por especialistas. Por fim, quando questionado sobre quem deve decidir as regras que permeiam o assunto da ética na ciência, apostou em uma união entre o Judiciário e uma equipe de cientistas escolhida pelo governo. Lembre-se: Não acrescentar ideias novas ou opiniões. Mantenha o foco em extrair as principais ideias expostas, não se esquecer de citar o nome do entrevistado e do entrevistador e usar composições como “ele disse”, “ele comentou” e “ele explicou”, para caracterizar um discurso indireto.

AGORA É SUA VEZ 1. (UFPR) Leia um trecho da entrevista ao iG do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, que teve, em 2012, seu primeiro longa-metragem, “O Som ao Redor”, incluído na lista dos dez melhores filmes do ano do jornal americano The New York Times. iG: Como fazer para que “O Som ao Redor” seja visto por um grande público no Brasil? Mendonça Filho: É difícil. O mercado hoje tem mecanismos de convencimento, tudo é massificado. Faz semanas que só vejo “O Hobbit” na minha frente: cartaz, jornal, Facebook, email, outdoor, televisão. É impressionante o que o dinheiro faz. No fim, as pessoas naturalmente assistem a esses filmes. Elas veem “O Hobbit” sem saber direito o motivo. E aí você tem filmes bem menores e fica pensando que seria bom se eles

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saíssem um pouco do cercadinho da cultura e fossem descobertos por outras pessoas, por pessoas que talvez não o vissem, mas viram e gostaram. Esse é o meu desejo. iG: O que acha do Vale-Cultura? Mendonça Filho: Talvez seja positivo, mas me parece pular alguns estágios, porque não há investimento educacional no País. Acho que investir na educação de base já geraria cidadãos naturalmente inclinados para a cultura. (http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2013-0303)

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REFERÊNCIAS MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Sesi Click: Transposição de Discurso, Curitiba.

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CRÉDITOS

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