Trilhas Saúde

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SUMÁRIO TRILHAS SAÚDE_________________________________________________________ 5 1. QUÍMICA_____________________________________________________________ 7 QUÍMICA_______________________________________________________________ 9 BIOLOGIA_____________________________________________________________ 16 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 23 2. ZOOTECNIA_________________________________________________________ 35 QUÍMICA______________________________________________________________ 37 BIOLOGIA_____________________________________________________________ 44 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 55 3. BIOLOGIA___________________________________________________________ 63 QUÍMICA______________________________________________________________ 65 BIOLOGIA_____________________________________________________________ 72 LÍNGUA PORTUGUESA__________________________________________________ 82 4. MEDICINA VETERINÁRIA_______________________________________________ 91 QUÍMICA______________________________________________________________ 93 BIOLOGIA_____________________________________________________________ 99 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 105 5. ENFERMAGEM______________________________________________________ 113 QUÍMICA_____________________________________________________________ 115 BIOLOGIA____________________________________________________________ 123 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 134 6. FARMÁCIA E BIOQUÍMICA_____________________________________________ 147 QUÍMICA_____________________________________________________________ 149 BIOLOGIA____________________________________________________________ 157 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 165 7. ODONTOLOGIA_____________________________________________________ 175 QUÍMICA_____________________________________________________________ 177 BIOLOGIA____________________________________________________________ 182 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 192


8. MEDICINA__________________________________________________________ 205 QUÍMICA_____________________________________________________________ 207 BIOLOGIA____________________________________________________________ 212 LÍNGUA PORTUGUESA_________________________________________________ 219 CRÉDITOS____________________________________________________________ 225


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Para conhecer nossos cadernos! CADERNO 1

CADERNO 2

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

QUÍMICA

ZOOTECNIA

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MEDICINA VETERINÁRIA

CONTEÚDO QUÍMICA

Estequiometria

Termoquímica

Eletroquímica

Ligações Químicas

CONTEÚDO BIOLOGIA

Bioquímica

Zoologia

Ecologia

Evolução

CADERNO 3

CADERNO 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

ENFERMAGEM

FARMÁCIA

ODONTOLOGIA

MEDICINA BIOMEDICINA

CONTEÚDO QUÍMICA

Soluções

Funções orgânicas e Isomeria

Reações orgânicas

Compostos inorgânicos

CONTEÚDO BIOLOGIA

Saúde/Citologia/ Histologia

Botânica

Genética

Anatomia/ Fisiologia

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1. QUÍMICA A profissão O curso superior de Química apresenta duas possibilidades de formação, uma modalidade de licenciatura, outra de bacharelado. Mas antes de falarmos sobre isso, devemos compreender que um químico é o profissional formado e capaz de compreender as transformações (naturais ou sintéticas) que acontecem com a materia; ele utiliza variações de concentração, pressão, temperatura, ou outro fenômeno para produzir mudanças e obter produtos finais que sejam uteis às necessidades da empresa, do ambiente ou do consumidor final. Ambas as modalidades estudam e compreendem o mesmo conhecimento químico, porém, o curso de licenciatura irá munir o profissional, durante um ano, com disciplinas que estejam vinculadas a área educacional (psicologia da educação, didática, método de ensino, antropologia, expressão oral, etc), visando preparar o profissional químico para lecionar aulas e atuar como professor de ensino fundamental e médio. Por outro lado, a formação em bacharelado está vinculada a área industrial/laboratorial (psicologia comportamental, desenho técnico, mundo do trabalho, planejamento e gestão de empresas, higiene e segurança industrial, etc) objetivando qualificar o profissional para atuar em laboratórios de pequeno/médio/grande porte, setores industriais e pesquisas acadêmicas.

O profissional Para o profissional licenciado, a atividade mais comum será lecionar aulas para o ensino médio; porém, podemos ver também atuando como auxiliar de museus científicos, gestores educacionais, assessores na formação de outros professores e outras áreas que estejam relacionada a educação. Com relação ao profissional bacharel, poderá desenvolver: vistorias laboratoriais, perícia química ou ambiental, atuar no controle de qualidade de alimentos, produtos químicos e outros, auxiliar no desenvolvimento de atividades de pesquisa, desenvolver produtos e tecnologias para a indústria, sejam eles produtos finais (cremes, sabões, tintas etc.) ou produtos intermediários (catalisadores, solventes etc.).

Mercado de trabalho As áreas de atuação do químico são variadas: petroquímica, química fina, alimentos, papel e celulose, polímeros, fertilizantes, tintas, cosméticos, tratamento de água, esgoto e saneamento. A área de exploração do petróleo também demanda bacharéis. Há boa procura por profissionais para a elaboração de laudos relativos a controle ambiental e de qualidade dos produtos industriais, de higiene sanitária e de análises clínicas. Outra possibilidade é atuar em marketing e vendas, negociando produtos químicos. Um setor com boas chances é o de pesquisa e desenvolvimento de produtos químicos renováveis, como o plástico verde, obtido a partir do etanol. No Paraná, muito se procura por profissionais especializados para trabalhar nos diversos setores das usinas sucroalcooleiras.

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Há também uma grande carência de professores de ciências naturais em todo país, o que aumenta a demanda pelo licenciado. Podemos estimar que os profissionais licenciados já conseguem (normalmente) se engajar no mercado de trabalho nos dois primeiros anos do curso superior, dado a necessidade desse profissional.

O curso A formação, independente da instituição de ensino superior, se baseia em duas etapas, conforme descritas a seguir: •

1ª Etapa – Formação específica do curso de química (Química Geral, Cálculo Estequiométrico e Analítico, Química Inorgânica, Química Orgânica, Química Analítica, Físico-Química e Química Ambiental).

2ª Etapa – Formação profissional em química (conteúdos relacionados ao setor industrial, engenharia ou licenciatura).

De maneira geral, o curso de Química possui uma duração média de 4 anos, podendo se estender ao longo de 7 anos no máximo. A maioria das instituições oferecem a formação dupla, ou seja, em 5 anos mínimo de graduação o profissional se habilitará em licenciatura e bacharelado. Uma excelente opção, dado a instabilidade do mercado de trabalho, favorecendo o profissional para atuar desde professor, até ramos diversificados de indústrias e laboratórios analíticos.

Relação candidato vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 50 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Química. Algumas instituições privadas chegam a abrir turmas com até 100 alunos, dado o grande espaço que possuem de salas de aula e laboratórios analíticos. Porém, se tomarmos com base a média de 50 vagas anuais, temos uma concorrência média de 7 candidatos para cada vaga nos casos de cursos com formação dupla (licenciatura e bacharelado – 5 anos) e 3 candidatos por vaga para os cursos de licenciatura ou bacharelado ofertados de forma separada.

Agora é sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou Enem). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para químicos licenciados e/ou bacharéis. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação em química:

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QUÍMICA A evolução milenar dos conhecimentos químicos trouxe à tona aspectos que estão intrinsicamente relacionados a evolução da espécie humana. Desde o domínio do fogo, podemos dizer que o homem começou a dominar os conhecimentos relacionados à química, uma vez que o uso de partes específicas da matéria ou a transformação da mesma, representam esses fatores. Por exemplo, a extração de metais, a combustão de materiais, o preparo de medicamentos, entre outros. Hoje, os conhecimentos químicos estão centrados em, especificamente, três áreas: Química-Licenciatura, Química-Bacharelado e Engenharia Química. Várias outras formações utilizam dos conhecimentos químicos durante a especialização profissional, porém, essas três são completamente específicas ao conhecimento da Ciência Química. Uma das ações mais comuns a um químico é a relação estequiométrica que existe em quase todos os processos laboratoriais que é necessário preparar. Veja, se uma pessoa se dispõe a preparar um bolo, porém, a receita que tem em mãos serve apenas 2 pessoas e no entanto, ela pretende servir uma festa com 50 pessoas. Qual o aumento proporcional que ela deve aplicar a receita original? Essa relação de aumento proporcional entre as substâncias é basicamente (muito semelhante) ao conteúdo de estequiometria. Todas as vezes que um químico pretende executar um experimento, ele irá precisar corrigir a sua “receita”, hora para mais ou menos.

Estequiometria Massa Atômica e Massa Molecular Você sabe o que é um átomo, ou uma molécula? Pense em dividir uma porção de matéria até que se consiga obter uma fração microscópica dela. Essa pequenina porção terá massa? É claro que sim; mas obviamente que não será uma massa constatável através dos equipamentos que utilizamos em nosso dia-a-dia; mas é passível de interpretação e estimativas. No entanto, a massa atômica consiste na massa de um átomo, dada em unidades de massa atômica (u.m.a. ou u). O valor da massa atômica de cada elemento químico (átomo) se encontra na tabela periódica. Por outro lado, a massa molecular é a massa de uma única molécula, dada em massa relativa (unidades de massa atômica). Para determinar a massa molecular de um composto, deve-se somar a massa atômica dos elementos que formam o composto.

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Exemplos Calcule a massa molecular da água (H2O), glicose (C6H12O6) e do hidróxido de ferro III (Fe(OH)3). (Massas atômicas: H = 1u; C = 12u; O = 16u, Fe = 56 u)

Mol e Massa Molar (MM) Um mol equivale a 6,02 x 1023 entidades de qualquer substância, ou seja: •

1 mol de água irá conter 6,02 x 1023 moléculas de água;

1 mol de carbono irá conter 6,02 x 1023 átomos de carbono;

1 mol de cloreto de cálcio irá conter 6,022 x1023 moléculas de cloreto de cálcio.

Pense em como retratamos no início do tópico anterior. Um átomo ou uma molécula são entidades microscópicas, tão pequenas que não conseguimos determinar a massa de apenas um(a) dessas substâncias. Devido a isso, houve a necessidade de reunir um grupo dessas partículas que fossem passíveis de aferição; por exemplo: 1 átomo de hidrogênio não é possível de determinação da massa, porém, se reunirmos 602 sextilhão (6,02 x 1023) de átomos de hidrogênio, esse irá ter massa de 1 grama. Por esse motivo, adotaremos a unidade de medida “mol”, uma vez que ela irá suprir nossas necessidades de trabalho a nível atômico e molecular. Assim como a massa atômica e o mol, a massa molar consiste na massa de 6,02 x 10 entidades de uma substância, ou seja, a massa molar corresponde a massa de 1 mol de qualquer substância. 23

1 mol = 6,02 x 1023 entidades = massa molar em g/mol

Quantidade de matéria (n) A quantidade de matéria corresponde ao número de mol presente em uma determinada massa de uma substância qualquer com base em sua massa molar.

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Exemplo

→ Qual a quantidade de matéria presente em 150 g de cloreto de sódio (NaCℓ)? (Massas Atômicas: Na = 23u; Cℓ = 35,5u)

Primeiro, calcula-se a massa molar: 23 + 35,5 = 58,5 g/mol Em seguida, calcula-se n utilizando regra de três:

1 mol --------- 58,5 gramas

n mol --------- 150 gramas 58,5n = 150 C n = 150 C n = 2,56 mols de cloreto de sódio 58,5

Outro modo de calcular é utilizando uma expressão obtida através da regra de três acima: m n= MM Em que n é a quantidade de matéria, m é a mol e MM a massa molar da substância. Para se obter a quantidade de matéria, basta identificar a quantidade de partículas/ entidades presentes em 2,56 mol., procedendo da seguinte maneira: 2,56 x 6,02 x 1023 = 15,4 x 1023 = 1,54 x 1024 de moléculas cloreto de sódio.

Volume molar Para substâncias gasosas, em condições normais de temperatura e pressão (298K e 1 bar), o volume ocupado por 1 mol de gás corresponde à 22,4 L. 1 mol de gás = 6,02 x 1023 moléculas de gás = 22,4 L nas CNTP Assim, caso enchamos uma bexiga até preenchê-la com 22,4 litros de ar, logo, poderá se dizer que dentro da bexiga contêm 1 mol de ar.

Cálculo estequiométrico O cálculo estequiométrico tem por objetivo calcular a quantidade de reagentes necessários para uma reação química e a quantidade de produtos formados em uma reação química. Lembra da comparação inicial entre as reações químicas e a receita de bolo? Se fossemos transcrever uma receita na forma química, faríamos da seguinte maneira: 3ovos + 2farinha + 2leite → 1bolo + 4 resíduos Perceba que na frente de cada substância acrescentamos um valor, que irá expressar a quantidade que deverá ser utilizada. Assim também acontece na reação química. Veja!

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Exemplo CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O Quantidade de matéria (n) 1 mol massa (m) 16 g

2 mol

1mol

2 mol

64 g

44 g

36 g

Para as reações químicas, as substâncias são descritas e acompanhadas de sua quantidade em “mol”. Perceba como se assemelha à leitura da receita apresentada anteriormente. Se misturarmos (+) 1 mol de metano (CH4) com 2 mol de oxigênio gasoso (O2), iremos obter (→) 1 mol de dióxido de carbono (CO2) e 2 mol de água (H2O). Para converter os valores de mol em gramas, basta olhar na tabela periódica e calcular a massa molar, que seria respectivamente, 16, 64, 44 e 36 gramas. Os valores apresentados para quantificar em mols o valor de cada elemento químico envolvido na reação é chamado de “coeficiente estequiométrico” e os valores menores, apresentados “ao pé” de cada molécula, representa o valor de atomicidade, ou seja, a quantidade daquele tipo de átomo existente na composição da molécula. Exemplo: 2H2O = O numero dois na frente da molécula (maior), representa, que na reação, serão produzidas duas moléculas de água, enquanto o dois menor representa que a molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.

Rendimento teórico e rendimento experimental Rendimento teórico é a massa calculada a partir da equação de reação e corresponde a 100%. Rendimento experimental é a massa obtida em uma reação química com base no rendimento teórico. Quando informamos um determinado rendimento para a equação, não se esqueça de ajustar o valor “real” para a quantidade de reagente. Exemplo: Foi utilizado 100 kg de um minério com 70% de pureza em relação ao metal “ferro”; assim, na reação, utilizaremos a quantidade 70 kg, pois esta irá corresponder à quantidade do metal reagente, desprezando o montante de impurezas.

Reagente limitante e reagente em excesso Reagente limitante é aquele que está, proporcionalmente, em menor quantidade, logo a reação química irá prosseguir proporcionalmente a ele. O reagente em excesso é aquele que está em maior quantidade com relação a proporção.

Exemplo Dada a reação a seguir CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O Qual será o reagente limitante e quem será o em excesso a partir de 0,5 mols de metano (CH4) e 0,8 mols de oxigênio(O2)?

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Resposta: Nota-se que um mol de metano deve reagir com dois mols de oxigênio, portanto 0,5 mols de metano devem reagir com 1 mol de oxigênio para obedecer a proporção observada na equação da reação. Como a quantidade de oxigênio disponível é inferior a necessária, diz-se que o oxigênio é o reagente limitante e o metano é o reagente em excesso.

QUESTÃO COMENTADA 1. (UFPR – adaptada) O ácido sulfúrico, assim como o íon hidrogenossulfato, reage com bases fortes, como hidróxido de sódio, liberando calor para as vizinhanças. Dados: M (g.mol-1) H = 1; O = 16; S = 32; Na = 23. a) Escreva a equação química balanceada para a reação entre ácido sulfúrico e hidróxido de sódio.

RESOLUÇÃO A reação entre ácido sulfúrico e hidróxido de sódio é uma reação do tipo ácido base, portanto terá como produto sal e água. H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2 H2O b) Considere a reação entre 19,6 mg de ácido sulfúrico e 12,0 mg de hidróxido de sódio. Calcule a massa de sulfato de sódio formado.

RESOLUÇÃO Primeiramente, vamos estabelecer as relações estequiométricas entre reagentes e produtos. Tabela 1 – Relação estequiométrica H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2 H2O Quantidade de matéria 1 mol massa 98 g

2 mol

1mol

2 mol

80 g

142 g

36 g

Com base nas massas fornecidas pelo exercício iremos determinar quem é o reagente limitante, e quem é o reagente em excesso. Tabela 2 – Determinação do reagente limitante e do reagente em excesso H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2 H2O massa Quantidade de matéria

19,6 mg n=

0,0196 98

n = 0,0002 mol

12,0 mg n=

x

y

0,012 40

n = 0,0003 mol

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Pela equação de reação, sabe-se que para cada 1 mol de ácido sulfúrico deve-se ter 2 mols de hidróxido de sódio, ou seja, o dobro. Portanto para 0,0002 mol de ácido sulfúrico será necessário 0,0004 mol de hidróxido de sódio, logo, como a quantidade de hidróxido de sódio é inferior a isto, o reagente limitante é o hidróxido de sódio e o em excesso é o ácido sulfúrico. Portanto, a massa de sulfato de sódio a ser formada irá depender apenas da quantidade de hidróxido de sódio presente. Observando a proporção da reação demonstrada na tabela 1, sabe-se que a partir de 80 gramas de hidróxido de sódio são formadas 142 gramas de sulfato de sódio. Realizando uma regra de três, se descobrirá a massa de sulfato de sódio formada a partir 12 mg de hidróxido de sódio: 80 gramas de hidróxido de sódio ---------- 142 gramas de sulfato de sódio 12 mg de hidróxido de sódio ------------------ m gramas de sulfato de sódio

80m = 142 x 12 C m =

1740 C m = 21,3 mg de sulfato de sódio. 80

ATIVIDADES 1. (UFMG) Num recipiente foram colocados 15g de ferro e 4,8g de oxigênio. Qual a massa de Fe2O3 formada após um deles ser completamente consumido? (Fe = 56; O = 16).

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2. (UFRS – adaptada) Quando 56g de ferro são colocados para reagir com 40g de enxofre, de acordo com a reação: 2Fe + 3 S → Fe2S3 Qual a massa de Fe2S3 formada?

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REFERÊNCIAS KOTZ, J. C.; TREICHEL JR., P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002. MAHAN, B. M.; MYERS, R. J. Química: Um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

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BIOLOGIA No curso de Química, geralmente o estudante tem em torno de 2 a 3 períodos voltados para o conteúdo de Bioquímica, sendo um período de introdução voltada mais para química orgânica e outros períodos com bioquímica propriamente dita, que utiliza como base a Biologia.

BIOQUÍMICA Para os biólogos, o desenvolvimento da química foi essencial para o entendimento da estrutura e funcionamento celular, esse ramo é denominado de bioquímica, que permitiu descobrir milhares de substâncias diferentes em uma única célula e as intricadas redes de reações químicas das quais elas participam. Os principais elementos químicos que predominam nos seres vivos são: carbono ©, hidrogênio (H), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S), esses elementos constituem cerca de 98% da massa corporal da maioria das espécies biológicas. Um dos conteúdos mais complexos na bioquímica é a respiração celular. Para entender com maior clareza sobre esse assunto, assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=TxK8aoUpyhM

Substâncias químicas dos seres vivos A água é a substância mais abundante de um ser vivo (75 a 80% da massa corporal). O restante é distribuído entre proteínas, lipídios, glicídios, ácidos nucleicos e sais minerais, veja a seguir:

Gráfico que representa porcentagem presente na matéria viva. Fonte: <http://dc218.4shared.com/doc/WMD2qPAl/preview003.png> (adaptado).

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Água Como foi visto, é a substância com maior abundância nos seres vivos. A perda excessiva de água leva a quadro de desidratação que pode alterar a viscosidade do sangue e provocar a morte do indivíduo. A água do corpo é proveniente da ingestão de alimentos do dia-a-dia. Perdemos em torno de 3 litros de água por dia, desconsiderando atividade física. Funções da água nos seres vivos: solvente dos líquidos orgânicos, transporte de substâncias, redutor de atrito entre os tecidos, regulação de temperatura e reações de hidrólise (participa da quebra de moléculas complexas) como a condensação.

Sais minerais São substâncias inorgânicas formadas por íons, importantes para o funcionamento do corpo. A taxa dos sais no corpo é em torno de 1%. Os seres vivos necessitam de muitos elementos químicos diferentes para a construção da matéria viva. Na espécie humana, por exemplo, os íons de cálcio participam das reações de coagulação do sangue e contração muscular, além de serem componentes fundamentais dos ossos. Veja a seguir os principais minerais e suas funções:

Mineral

Exemplo de função no organismo

Exemplos de fontes de obtenção

Cálcio

Participa da formação e constituição do tecido ósseo

Leite, brócolis, espinafre

Fósforo

Participa do metabolismo das células

Ovos, salmão

Magnésio

Aveia, amêndoas, amendoim

Manganês

Auxilia no mecanismo de relaxamento muscular Participa do metabolismo ou transformação dos carboidratos

Zinco

Participa da produção de proteínas

Carne de porco, iogurte de fruta

Potássio

Atua no mecanismo de contração muscular Regula a quantidade de líquidos no organismo

Banana, tomate, laranja

Sódio

Abacaxi, batata-doce

Salsicha, presunto, cenoura

Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/minerais-organismo. htm>. Acesso em: 12 dez. 2016.

Glicídios ou carboidratos São moléculas orgânicas formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São amis abundantes nos vegetais do que nos animais. São a principal fonte de energia dos seres vivos e estão presentes em diversos tipos de alimentos.

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Além da função energética, esses elementos também desempenham papeis importantes na estrutura corporal dos seres vivos. A celulose por exemplo que forma a parede das células vegetais e dá sustentação ao corpo das plantas, é um glicídio. Outro exemplo é a quitina, que constitui o mais importante componente da parede celular de fungos e do exoesqueleto dos artrópodes (insetos, aranhas, camarões etc.).

Classificação •

Monossacarídeos: são os menores e mais simples carboidratos da natureza, com número de carbono que oscila entre 3 e 7. Alguns monossacarídeos têm nomes específicos como: glicose, frutose e galactose, que possuem 6 carbonos. Monossacarídeos

PENTOSES

Fórmula

Nome

Função

C5H10O5

Ribose

C5H10O4

Desoxirribose

Componente do RNA Componente do RNA

Glicose HEXOSES

Frutose

C6H12O6

Energética

Galactose Principais monossacarídeos Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1835366/>. Acesso em: 12 dez. 2016.

Monossacarídeos constituintes

Dissacarídeo

Glicose + Frutose

Sacarose

Glicose + Galactose

Lactose

Glicose + Glicose

Maltose

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Dissacarídeos: são formados pela união de dois monossacarídeos, veja alguns exemplos na tabela a seguir Função Apresenta função energética. Está presente nos vegetais, principalmente na cana-de-açúcar. Apresenta função energética e é o açúcar presente no leite. Apresenta função energética e é encontrado em vegetais.

Polissacarídeos: são os maiores carboidratos que existem, construídos com milhares de monossacarídeos quimicamente ligados, são considerados macromoléculas. São formadas por repetições diversas denominados monômeros e são insolúveis em água. Os principais polissacarídeos são:

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Amido: reserva energética vegetal.

Glicogênio: reserva energética nos animais e fungos.

Celulose: componente da parede celular das células vegetais.

Quitina: componente do exoesqueleto dos artrópodes.

Lipídios O termo lipídio designa alguns tipos de substâncias, como óleos, ceras e gorduras, cuja principal característica é a insolubilidade em água e a solubilidade em certos solventes orgânicos como éters, álcool etílico e benzeno. Geralmente são formadas pela associação de ácidos graxos e álcoois. Formam de 2 a 3% do organismo humano.

Classificação •

Glicerídeos: são moléculas do álcool glicerol ligadas a uma, duas ou três moléculas de ácidos graxos, podendo ser chamados de triglicerídios, em sua maioria estão como reserva energética de animais e vegetais. Óleos e gorduras são gliceridios que diferem quanto ao ponto de fusão: óleos são líquidos em temperatura ambiente e gorduras são sólidos e geralmente provém de animais.

Cerídeos: são as ceras que impermeabilizam superfícies sujeitas a desidratação, como folhas e frutos.

Esteróis: são hormônios como cortisona, testosterona e progesterona produzidos por meio do colesterol, um dos esteroides popularmente mais conhecido. A ingestão exagerada no colesterol presente nos alimentos de origem animal pode trazer diversos distúrbios a saúde. Entretanto ele é necessário como, por exemplo, um importante componente da membrana plasmática das células animais. É produzido principalmente no fígado ou obtido através de alimentos.

Fosfolipídios: principais componentes da membrana plasmática dos seres vivos, é um glicerídeo combinado com fosfato. As principais funções dos lipídios são: estrutural (membrana plasmática), reserva energética, isolante térmico, hormonal, impermeabilizante de superfície (óleo da pele) e amortecimento de choques mecânicos (gordura que está em volta do coração).

Proteínas São formadas por reunião de muitos aminoácidos, podendo ter de dezenas até milhares deles. Aminoácidos também chamados de peptídeos, são as micromoléculas formadas das proteínas. Existem 20 tipos de aminoácidos na natureza. No site <http:// asproteinas.com/aminoacidos>, você vai encontrar todos os aminoácidos e suas funções, mas atenção: não é necessário decorar.

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Os aminoácidos são moléculas orgânicas formadas em geral por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio unidos entre si por uma ligação peptídica, com formação de molécula de água. As proteínas podem se diferenciar umas das outras pela quantidade de aminoácidos, pelos tipos e pela sequência deles. Existem três grupos de aminoácidos: a) naturais: aqueles que o organismo consegue fabricar. b) essenciais: que os organismos não conseguem fabricar portanto, adquirimos por meio da alimentação. c) semiessenciais: são produzidos pelo organismo em poucas quantidades, portanto, ainda é necessário obter através da alimentação.

Desnaturação das proteínas Temperatura, grau de acidez, concentração de sais e polaridade do meio podem afetar a estrutura espacial de uma proteína, fazendo com que suas moléculas se desenrolem e modifiquem a conformação original. Esse processo é denominado desnaturação. Ácidos e bases também podem desnaturar proteínas.

Funções As proteínas são de fundamental importância na estrutura e no funcionamento do organismo, as mais importantes são: a) Estrutural (construção): constroem membranas, tendões, cartilagens e outras estruturas. b) Enzimática: biocatalisadores que aceleram a velocidade das reações químicas. c) Hormonal: como exemplo, insulina. d) Defesa: algumas proteínas são anticorpos. e) Energética: podem ser quebradas para liberação de energia. f ) Transporte de gases: como ocorre com a hemoglobina. g) Contração muscular: actina e miosina são proteínas contrácteis.

QUESTÃO COMENTADA 1. (Vunesp) Os açúcares complexos, resultantes da união de muitos monossacarídeos, são denominados polissacarídeos.

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a) Cite dois polissacarídeos de reserva energética, sendo um de origem animal e outro de origem vegetal. b) Indique um órgão animal e um órgão vegetal, onde cada um destes açúcares pode ser encontrado.

RESOLUÇÃO a) Polissacarídeo de origem animal é o glicogênio. E o de origem vegetal é o amido b) Nos animais o glicogênio é encontrado no fígado e nos músculos estriados esqueléticos. Já nos vegetais o amido é encontra no caule, raízes e sementes.

ATIVIDADES 1. Os lipídios têm papel importante na estocagem de energia, estrutura de membranas celulares, visão, controle hormonal, entre outros. São exemplos de lipídios: fosfolipídios, esteroides e carotenoides. 1. Como o organismo humano obtém os carotenoides? Que relação têm com a visão? 2. A quais das funções citadas no texto acima os esteroides estão relacionados? Cite um esteroide importante para uma dessas funções. 3. Cite um local de estocagem de lipídios em animais e um em vegetais.

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2. A proteína 1 foi isolada a partir do sangue de um vertebrado, e a proteína 2 foi isolada a partir de um meio de cultura de bactérias. Após estudos de sequenciamento, foi observado que ambas as proteínas apresentavam, cada uma, 471 resíduos de aminoácidos em sua estrutura. Com base nas informações apresentadas acima, podemos afirmar que as duas proteínas são iguais entre si? Explique.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=626

REFERÊNCIAS ESPÍRITO SANTO et. al. Ser Protagonista: Exemplar do professor Biologia. São Paulo: Edições SM, 2014. LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume único. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. PEZZI, A. C.; GOWDAK, D. O.; MATTOS, N. S. Biologia. São Paulo: FTD, 2010. SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2011. SERVIÇO SOCIAL DA INÚDSTIA. Sesi Click: Biologia. Disponível em: <http://www.sesipr. org.br/sesi-click>. Acesso em: 16 dez. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino e inscrição/ acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo você será apresentado ao Texto Argumentativo que traz consigo a defesa de um determinado ponto de vista, opinião, ideia ou tese.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Argumentação Esse tipo de texto não é meramente informativo ou expositivo, pois sua finalidade é convencer o leitor por meio de uma argumentação consistente. Para isso, utiliza vários tipos de argumento (de prova concreta, alusão histórica, autoridade etc.). Utilizam-se operadores argumentativos: a) introduzir um argumento apresentado como acréscimo, um argumento a favor de uma determinada conclusão (além disso, ainda mais, além de, e mais, e, também, nem, nem mesmo, ademais, não apenas ... mas, não apenas ... mas também, e não só porque ... mas também, não só ... mas também, sobretudo, e também, além, mais uma vez, mais ainda, aliás, ainda, e ainda); b) assinalar uma oposição ou contrapor argumentos para uma conclusão contrária (mas, mais ainda, mas também, entretanto, porém, contudo, todavia, embora, mesmo que, apesar de, ainda que, etc.) (TRAVAGLIA, 2007).

Características •

Procede a análise de um assunto e, ao mesmo tempo, defende o ponto de vista do autor a respeito desse assunto.

Pode ser escrito de maneira dedutiva (do geral para o particular) ou indutiva (do particular para o geral).

Apresenta três fases, convencionalmente, que são: introdução (apresenta a tese ou ideia principal, se a construção for dedutiva), desenvolvimento e conclusão.

Linguagem clara, objetiva e impessoal, de acordo com o padrão culto formal da língua.

Verbos predominantemente no presente do indicativo.

Encadeamento textual Estruturação dos parágrafos: um parágrafo deve conter uma ideia principal à qual se associam ideias secundárias. Os parágrafos podem ser desenvolvidos por comparação, causa-consequência, exemplificação, detalhamento, entre outras possibilidades. Estruturação dos períodos: períodos geralmente formados por duas ou mais orações, para que se possa construir as relações de causa-consequência, contradição, exemplificação, conclusão etc. Referenciação: utiliza-se pronomes, advérbios, artigos ou outros vocábulos para retomar lugares, coisas e pessoas já referenciados no texto.

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Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos migrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/noticia/2013/09/ conheca-as-redacoes-das-estudantes-de-santa-maria-publicadas-no-guia-doenem-2013-4262982.html> Acesso em: 21 mar. 2017

Estratégias de coesão: substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possesivos (nosso(s), dele(s), dela(s), etc.) e demonstrativos (nós, ele(s), ela(s), etc.), advérbios que indicam localização (onde, aqui, lá, perto, longe, etc.). Substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões resumitivas ou metafóricas. Substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que resumam e retomem o que já foi dito. O que se deve evitar: desvios de escrita formal, frases fragmentadas, marcas de oralidade no texto (né, sabe, tá); emprego equivocado de conector que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto.

Estrutura do texto Dissertativo-Argumentativo Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de maneira criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade. Listamos abaixo algumas formas de começar o seu texto, elas vão das mais simples às mais complexas. 1) Uma declaração: é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor. É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Alberto Corazza. Isto é. dez. 1995.

2) Definição: é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo. O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo,

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fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas de ação humana. ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M. H.P. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. p. 62.

3) Divisão: o autor separa duas ideias explicando-as no parágrafo que segue. Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo. 17 dez. 1996.

4) Oposição: o autor cria uma oposição entre as ideias para seguir para a argumentação. De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É esse o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil. Disponível em: < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula. html?aula=53161> Acesso em: 21 mar. 2017

5) Adjetivação: iniciar uma frase com um adjetivo é a base para desenvolver um tema. Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo. Anderson Sanches. INfocus, n.5, ano 1. out. 1996. p.2.

6) Citação: a citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela será retomada. Esse recurso confere maior credibilidade ao ponto de vista abordado no texto, pois se apoia no discurso de outrem, que pode ser uma autoridade no assunto, um documento/órgão oficial ou de imprensa digno de crédito. “As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora”. O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, C.A. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1995. p.73.

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7. Exposição do ponto de vista oposto: ao começar o texto com uma opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos autores. O objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra argumentação. O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação. Orlando Silva Junior e Eder Roberto Silva, Folha de S. Paulo, 5 nov. 1996

8. Comparação: para introduzir um tema o autor estabelece comparações. O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática. 1991. p.101.

Desenvolvimento Para garantir a coesão entre os parágrafos do texto dissertativo-argumentativo, é importante estar atento aos articuladores apropriados, de acordo com seu valor semântico. Exemplificamos: •

Tempo: quando, assim que, desde que, logo que etc.

Causalidade: uma vez que, porque, dado que, posto que, já que etc.

Condição: desde que, se, a menos que, contanto que, etc.

Oposição: embora, ainda que, apesar de, ao contrário, mas, porém, contudo, entretanto etc.

Acréscimo: ainda, além disso, outrossim, vale lembrar, ainda que, é importante ressaltar ainda que, inclusive etc.

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Tipos de argumento: justificativas para defender um ponto de vista Comparação: cria-se o confronto entre duas realidades diferentes, seja no tempo, no espaço, seja quanto a características físicas, etc. “Se a PM e a Polícia Civil conseguissem prender marginais com a eficiência dos policiais americanos (743 para cada 100 mil habitantes), seria preciso construir uma penitenciária a cada 21 dias.” Dráuzio Varella. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/27585superpopulacao-carceraria.shtml>. Acesso em: 26. nov. 2016.

Alusão histórica: o autor retoma acontecimentos do passado para explicar fatos do presente. Durante, principalmente, a década de 1980, o Brasil mostrou-se um país de emigração. Na chamada década perdida, inúmeros brasileiros deixaram o país em busca de melhores condições de vida. No século XXI, um fenômeno inverso é evidente: a chegada ao Brasil de grandes contingentes imigratórios, com indivíduos de países subdesenvolvidos latino-americanos. Fonte: Redação Enem

Argumentos de prova concreta: apresentação de números, dados estatísticos, resultados de pesquisas, índices etc. É importante pontuar, de início, que a abusiva publicidade na infância muda o foco das crianças do que realmente é necessário para sua faixa etária. Tal situação torna essas crianças pequenos consumidores compulsivos de bens materiais, muitas vezes desapropriados para determinada idade, e acabam por desvalorizar a cultura imaterial, passada através das gerações, como as brincadeiras de rua e as cantigas. Prova disso são os dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferirem se divertir com os objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser humano e consumo está “nascendo” desde a infância. Fonte: Redação Enem

Argumentos consensuais: “verdades” aceitas. Afirmações que geralmente não dependem de comprovação. “Todo ser humano precisa de uma boa alimentação e lazer”, “A poluição diminui a qualidade de vida nas grandes cidades”. (CEREJA; MAGALHÃES, 2013)

Argumentos de autoridade: apresentam o ponto de vista de alguém que tem conhecimento sobre o assunto discutido no texto, um especialista, professor, pesquisador, jornalista etc. Se transcrita em discurso direto, a citação deve vir entre aspas, com a indicação do autor. No discurso indireto, usam-se expressões como: segundo fulano, de acordo com fulano, conforme fulano, do ponto de vista de fulano etc.

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“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças”. A frase do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as questões referentes à infância.

Argumentos de presença: o autor ilustra o ponto de vista com histórias (de infância, de amigos, de vizinhos, de parentes...) lendas, parábolas, mitos etc. No tempo de nossos avós, era comum abandonar, desde muito cedo, os estudos para começar a trabalhar no campo ou mesmo na cidade.

Argumentos de retorção: (contra-argumentos) – nesse tipo de construção, utilizam-se os próprios argumentos do interlocutor para destruí-los. Levantamento produzido pelo jornal Folha de São Paulo com base nos censos realizados nas 150 penitenciárias e nas 171 cadeias públicas e delegacias de polícia, mostra que o Estado de São Paulo precisaria construir imediatamente mais 93 penitenciárias [...] Agora, analisemos as despesas. A construção de uma cadeia consome R$ 37 milhões, o que dá perto de R$ 48 mil por vaga. Para criar uma única vaga gastamos mais da metade do valor de uma casa popular com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, por meio da qual é possível retirar uma família da favela. Não sejamos ridículos, caro leitor. Se nossa polícia fosse bem paga, treinada e aparelhada de modo a mandar para atrás das grades todos os bandidos que nos infernizam nas ruas, estaríamos em maus lençóis. Os recursos para mantê-los viriam do aumento dos impostos? Dos cortes nos orçamentos da educação e da saúde? Dráuzio Varella. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/27585superpopulacao-carceraria.shtml>. Acesso em: 26. nov. 2016.

Da conclusão Fechar a ideia, finalizar a defesa com os pontos ressaltados na introdução e no desenvolvimento, com o cuidado de deixar evidente o ponto de vista adotado.

PARA IR ALÉM <http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php> <https://www.youtube.com/watch?v=ERi-XrWtaWA>

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PROPOSTA COMENTADA 1. (Unicentro-PR) A.

(ANGELI. Ética, hora e honestidade. Disponível em: <http://blogdoprofessorrpc. blogspot.com/2007/07/charge-interessante.html>. Acesso em: 29 set. 2011.)

B. O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, porque essa é a única ética compatível com o espírito republicano. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos agem imoralmente, como temos visto nas crises políticas. Sugiro que, adotando os critérios anteriores, há três tipos de imoralidade na política: imoralidade quanto aos meios, quanto aos fins e quanto aos meios e aos fins. (BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Ética e política. Folha de S. Paulo. Disponível em: <http:// www.bresserpereira.org.br/Articles/2006/06.04.10Etica_e_politica.pdf>. Acesso em: 29 set. 2011. Adaptado).

Reflita sobre as informações transmitidas pela charge (A) e pelo fragmento em destaque (B) e, a seguir escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre a importância de atitudes éticas e honestas entre os governantes de um país, de forma que possam ser respeitados e honrados diante do papel social que representam. Observações: em seus argumentos, lembre-se de citar exemplos, ao longo da história política brasileira, em que as palavras “Ética, honra e honestidade” foram discutidas e ressignificadas diante de interesses pessoais.

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COMENTÁRIOS As redações referentes a esse modelo serão avaliadas levando-se em conta os seguintes critérios: Conteúdo: objetiva avaliar a capacidade de o candidato argumentar sobre um determinado tema (nesse caso a questão que se refere às “atitudes éticas e honestas entre os governantes de um país, de forma que possam ser respeitados e honrados diante do papel social que representam”), mensurar o processo de reflexão sobre esse tema (fazer uma seleção de argumentos e exemplos que serão usados para defender seu ponto de vista) e verificar a organização do conhecimento no texto escrito (o modo como você encadeia e relaciona as informações na redação). Fazem parte do conteúdo os itens:

Título

Avalia-se a relação do título atribuído e a sua pertinência com o conteúdo apresentado na redação (caso você opte por escrever um título ou a proposta assim o peça);

Tema

Avalia-se a leitura que o candidato fez do tema, bem como seu comprometimento com ele (esse enunciado solicita que o candidato escreva sobre o tema dado e deixe claro seu ponto de vista sobre o mesmo);

Coerência

Avalia-se a articulação do texto, a sua progressão, não-contradição e a repetição das ideias sobre o tema, com observação na sua argumentação.

Forma: objetiva avaliar o emprego das estruturas linguísticas da forma padrão e da estrutura da tipologia textual específica, relativa ao tema escolhido. Fazem parte da avaliação da forma os itens: Tipologia Textual

Avalia-se a adequação da redação à tipologia textual indicada no comendo do tema;

Emprego da Norma Padrão

Avalia-se o emprego da norma padrão ensinada no sistema escolar brasileiro;

Coesão

Avalia-se o emprego de elementos coesivos e o seu desempenho na coerência das ideias apresentadas na redação.

AGORA É SUA VEZ 1. (UEPG) Filme infantil mostra papel importante da tristeza; especialistas concordam A animação “Divertida Mente” é mais uma produção da Pixar voltada para crianças que tem tudo para agradar aos adultos. Na história, as emoções de uma menina de 11 anos ficam confusas quando ela tem de lidar com a mudança com a família para outra

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cidade. A Tristeza, assim com letra maiúscula por se tratar de uma personagem, tem papel fundamental para o desfecho do enredo. Jim Morris, presidente da Pixar classificou o filme de “corajoso”. Especialistas em comportamento endossam a afirmação do executivo. Explorar a tristeza – falar dela, senti-la e enfrentá-la – não é tarefa das mais fáceis e por isso mesmo é uma ideia que costuma ser rechaçada por muitas pessoas. “Existe um preconceito em relação à tristeza. Busca-se negá-la e supervalorizar a alegria. Na nossa sociedade, a tristeza só é valorizada na música, na literatura e na pintura”, afirma John Fontenele Araújo, doutor em psicologia na área de neurociência e professor do Departamento de Fisiologia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). [...] Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=696

PROPOSTA O filme citado no texto acima teve grande repercussão por tratar de emoções, inclusive a tristeza. Para produzir seu texto, oriente-se pela seguinte situação: você escreve uma coluna para uma revista de circulação nacional, cujo perfil é abordar assuntos sobre saúde, bem-estar e estilo de vida a um público adulto. Tendo como apoio as informações acima, redija um texto de opinião dissertativo argumentativo sobre um dos posicionamentos abaixo: A tristeza deve ser enfrentada ou A tristeza deve ser minimizada Lembre-se: não faça cópias literais do texto original.

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1. (UFPR) Leia a seguinte notícia: Para apagar o incêndio Com o ensino médio estagnado, o governo propõe um redesenho curricular a fim de sair do impasse Após a divulgação dos vexatórios resultados do ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação planeja uma ampla modernização do currículo, com a integração das diversas disciplinas em grandes áreas do conhecimento. Na terça-feira (21), o ministro Aloízio Mercadante reuniu-se com os secretários estaduais da área e propôs um grupo de trabalho para estudar a proposta, inspirada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza e suas tecnologias. [...] (Carta Capital, 29 ago. 2012, p.28)

Considerando a decisão do Ministério da Educação de reformular o ensino médio e sua experiência como aluno, responda: Segundo seu ponto de vista, quais seriam as duas mudanças mais importantes para uma melhoria desse nível de ensino? Responda essa questão em um texto de 8 a 10 linhas, atendendo às seguintes recomendações: •

Proponha exatamente duas mudanças, que devem ser diferentes das apresentadas na notícia.

Justifique cada uma das mudanças propostas.

Não apresente tópicos desconectados, mas um texto articulado.

REFERÊNCIAS MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997.SESI. Roteiro de produção textual. Curitiba, 2016. TRAVAGLIA, Luis Carlos. Da distinção entre tipos, gêneros e subtipos de texto. Estudos Linguísticos. Marília, São Paulo, v. xxx, 2001. Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/ travaglia/artigos/artigo_ da_distincao_entre_tipos_generos_subtipos_de_textos_. pdf>. Acesso em 29 jun. 2016.

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2. ZOOTECNIA A profissão O curso superior de Zootecnia apresenta formação de profissionais que sejam capazes de planejar, orientar e executar técnicas visando à melhoria das atividades ligadas às diferentes cadeias agroindustriais envolvidas com a produção animal. Tem como objetivo formar profissionais capacitados a atuar nos meios de produção, pesquisa, ensino e extensão, visando o aumento da produtividade animal. O curso visa formar profissionais capazes de lidar com desenvolvimento de tecnologias direcionadas à criação, nutrição e melhoramento animal. Visando produção econômica de produtos de origem animal, para a população consumidora, produtores rurais e outros.

Atividades desenvolvidas pelo profissional •

Formulação, preparação, balanceamento e controle da qualidade de rações para animais.

Implantação e manejo de pastagens - preparo, adubação e conservação do solo.

Elaboração, orientação, administração e realização de projetos agropecuários na area de produção anima.

Supervisão, assessoramento e organização de exposições e feiras agropecuárias e de julgamento de animais.

Planejamento e elaboração de construções rurais específicas para a produção animal.

Determinação e acompanhamento de formas padronizadas de abate, avaliação, classificação e tipificação de carcaças.

Assessoramento em programas de controle sanitário, higiene, profilaxia e rastreabilidade animal, visando à segurança alimentar humana.

Planejamento e administração de propriedades agrícolas e de extensão rural. Fonte: <www.utfpr.edu.br>.

O curso De maneira geral, o curso de Zootecnia possui uma duração média de 4 anos, podendo se estender ao longo de 7 anos no máximo.

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O aluno terá disciplinas voltadas a área como: Anatomia animal, Histologia e Fisiologia animal, Imunologia, Bioquímica, Zoologia e parasitologia animal, Microbiologia zootécnica, Botânica aplicada a zootecnia, Genética animal, agroecologia, Higiene e profilaxia animal, Nutrição animal, Avicultura, Reprodução animal, entre outros.

Relação de candidato vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 50 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Zootecnia. Porém, se tomarmos com base a média de 50 vagas anuais, temos uma concorrência média de 4 candidatos para cada vaga.

Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou Enem). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para zootecnólogos. Por fim, assistam ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação zootecnia por meio do link <https://www.youtube.com/watch?v=d_ eldGIPDbU>.

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QUÍMICA Uma das especialidades dos profissionais de zootecnia é o desenvolvimento e controle do consumo de alimentos. É de grande responsabilidade selecionar fontes energéticas com maior eficiência e nutrição para os animais. Os desenvolvimentos de tais técnicas alimentares são amparados por um conhecimento químico que começamos a estudar no ensino médio: a Termoquímica. Essa área da química permite a análise, a investigação e a previsão de energia liberada e/ou absorvida em processos químicos específicos. Assim, quando nos exercitamos, ou ingerimos alimentos, tais reações são responsáveis por liberar energia no organismo ou consumi-la para a produção de trabalho físico (movimento e funcionamento do organismo). Assim, temos que um profissional que reconhece os processos termoquímicos envolvidos na produção ou consumo de energia, conseguirá também inferir nos processos alimentares, nos tipos de alimentos e na organização de cardápios balanceados e capazes de suprir as necessidades alimentares diárias dos animais.

Termoquímica Termoquímica é o ramo da química que estuda as trocas de calor em uma reação química.

Sistemas Termoquímicos Um sistema termoquímico consiste em um objeto no qual se estuda as suas propriedades termodinâmicas.

Sistema aberto: sistema que troca calor e matéria com o ambiente.

Sistema fechado: sistema que troca apenas calor com o ambiente.

Sistema isolado: sistema que não troca matéria e nem calor com o ambiente.

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Processos Termoquímicos •

Processo endotérmico: processo em que o sistema recebe calor do ambiente. Exemplo: Quando um organismo se alimento, logo, ele estará absorvendo energia externa e sua quantidade em armazenamento irá aumentar.

Processo exotérmico: processo em que o sistema perde calor para o ambiente. Exemplo: Quando praticamos uma atividade física, logo, o organismo irá funcionar de forma ativa, consumindo energia para a realização de movimento.

Entalpia e Variação de Entalpia A grandeza que representa a quantidade de energia de um sistema termoquímico recebe o nome de Entalpia (H) e sua unidade de medida no Sistema Internacional é o Joule (J). Já a variação de entalpia consiste na medida da quantidade de energia trocada em um processo termoquímico. De forma mais exemplificada, você já ouviu dizer que os alimentos possuem energia? Pois bem, essa energia armazenada internamente no alimento ou em nosso organismo, pode ser comparada a “entalpia”; com isso, quando nosso organismo executa um processo endotérmico, a nossa “entalpia” irá aumentar, caso contrário, seja um processo exotérmico, a nossa “entalpia” irá diminuir.

Entalpia de formação (∆fH°) Entalpia de formação consiste na quantidade de calor necessária para se formar 1 mol de determinada substância a partir de seus elementos no seu estado padrão (25° C e 1bar). Para substâncias simples, o valor da entalpia de formação é igual a zero. Tabela 1 – Entalpias padrões de formação Substância

∆fH° (kJ/mol)

Glicose (C6H12O6)

–1274

Etano (C2H6)

–84,7

Água (H2O)

–286

Oxigênio (O2)

0

Interpretando a tabela: Se pensarmos na glicose, uma substância de extrema importância para a produção de energia em nosso organismo, para que ela seja formada (1 mol = 180 gramas) será necessário ∆fH° = –1.274 kJ, ou seja, será necessário que a entalpia reduza 1.274 kJ de seu montante de energia, caracterizando numa reação exotérmica.

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Entalpia de Reação (∆rH) A entalpia de reação consiste na energia trocada em uma reação levando em conta seu estado inicial (reagentes) e final (produtos), ou seja, na diferença entre a energia dos produtos e dos reagentes. ∆rH = Hprodutos - Hreagentes

Se ∆rH apresentar um valor maior que zero, a reação será endotérmica.

Se ∆rH apresentar um valor menor que zero, a reação será exotérmica.

Entalpia de combustão (∆cH) A entalpia de combustão consiste na quantidade de calor liberado em uma reação de combustão de um composto. Reações de combustão sempre serão reações exotérmicas, portando ∆cH sempre será negativo.

Entalpia de ligação (∆lH) A entalpia de combustão consiste na quantidade de energia necessária para romper ou formar um mol de ligações químicas de uma substância em seu estado gasoso.

Calculo da entalpia de reação (∆rH) •

A partir da entalpia de formação

Sabe-se que a entalpia de reação consiste na diferença de energia entre os estados inicial e final de um sistema. Sendo assim, a entalpia de reação será resultado da diferença da soma da entalpia dos produtos e da soma da entalpia dos reagentes.

∆rH = ∑∆fHprodutos - ∑∆fHreagentes Exemplo CH4 + 2O2 → CO2 + 2 H2O ∑∆fHprodutos = ∆fH (CH4) + 2 ∆fH (O2) = –75 + (2 x 0) = –75 kJ/mol ∑∆fHreagentes = ∆fH (CO2) + 2 ∆fH (H2O) = -394 + 2 x (–286) = - 966 kJ/mol ∆rH = (–966) – (–75) = –966 + 75 = –891 kJ/mol

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Observações •

Os valores de entalpia de formação são valores tabelados.

Deve-se multiplicar o valor da entalpia de formação pelo coeficiente estequiométrico de cada composto.

Lei de Hess A Lei de Hess propõe que, a quantidade de calor trocado em um processo químico depende apenas de seu estado final e inicial, sendo assim, a entalpia de reação pode ser calculada a partir dos valores da entalpia de reação de cada etapa. Exemplo Dada as reações a seguir 1. CO(g) + 12 O2(g) → CO2(g) ΔrH1 = –283,0 kJ 2. C(grafite) + 12 O2(g) → CO(g) ΔrH 2 = –110,3 kJ Calcule a entalpia da reação a seguir: 3. C(grafite) + O2(g) → CO2(g) Resolução Como a molécula de CO aparece em lados opostos nas duas reações, ela pode ser “cortada”, portanto a soma das duas reações, resultará na reação 3, consequentemente a entalpia da reação 3 se dará pela soma das entalpias das reações 1 e 2:

CO(g) + 12 O2(g) → CO2(g) ΔrH1 = -283,0 kJ

C(grafite) + 2 O2(g) → CO(g) ΔrH 2 = –110,3 kJ

1

C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔrH = ΔrH1 + ΔrH2 = (–283) + (–110,3) = –393,3kJ

QUESTÃO COMENTADA 1. (Fuvest-SP) De acordo com os dados: Cgraf + 2H2(g) → CH4(g) ΔH = –18 kcal/mol

C(g) + 2H2(g) → CH4(g) ΔH = –190 kcal/mol

Qual é o calor em kcal envolvido na vaporização de 120g de Cgraf? (Massa molar do C = 12 g/mol).

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RESOLUÇÃO Se a reação é uma reação de vaporização, o reagente deve estar no estado sólido e o produto no estado gasoso, logo a reação observada é a seguinte: Cgraf → C(g) A primeira reação permanece como está. A segunda reação deve ser invertida para que o C(g) esteja nos produtos. Alterando a reação, altera-se o sinal do valor da entalpia. Portanto, temos: Cgraf + 2H2(g) → CH4(g) ΔH = –18 kcal/mol CH4(g) → C(g) + 2H2(g) ΔH = +190 kcal/mol Somando as duas equações, teremos a equação da reação de vaporização: Cgraf + 2H2(g) → CH4(g) ΔH = –18 kcal/mol

CH4(g) → C(g) + 2H2(g) ΔH = +190 kcal/mol

Cgraf → C(g) ΔH = -18 + 190 = 172 kcal/mol Observe que o valor obtido é para 1 mol de C graf vaporizado, portanto o valor obtido corresponde a quantidade de calor emitido com 12 g de Cgraf (massa molar C = 12 g/mol), logo em 120 gramas temos o seguinte: 1 mol ----- 12 g n mol ----- 120 g 12n = 120 C n = 120/12 C n = 10 mols Portanto, 120 gramas de Carbono grafite libera 1720 kcal 1 mol ----- 172 kcal 10 mols – y kcal y = 10 x 172 = 1720 kcal

ATIVIDADES 1. A dieta de alguns animais do zoológico municipal de Curitiba deve fornecer energia suficiente para um dia intenso de atividades físicas, uma vez que as instalações são amplas e possibilitam esse tipo de exercício. Essa dieta deve conter principalmente carboidrato e pouca gordura. A glicose proveniente do carboidrato é armazenada sob forma de polímero glicogênio, que representa uma fonte de energia à ser consumida no decorrer do dia.

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Após a análise detalhada de um especialista, percebeu-se que um determinado animal percorria em média, 5000 metros por dia, logo, a dieta prescrita para esse animal foi de 1,2 kg de carboidratos e 150 g de gordura. Dados: carboidratos = 4kcal/g; gordura = 9kcal/g.

Calcule a energia consumida por quilômetro percorrido em um dia, considerando que a energia necessária para essa atividade física seja de 2/3 daquela proveniente da dieta prescrita pelo especialista.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. (UFPR – adaptada) A fermentação é um processo que emprega microrganismos para produção de várias substâncias de grande importância alimentar. Esses seres vivos realizam certas reações químicas afim de produzir energia suficiente para sustentar seu metabolismo, como, por exemplo, a produção do ácido acético a partir da oxidação do álcool etílico. Essa reação também poderá representar a formação inicial de aminoácidos, que constituirão as proteínas responsáveis por estruturar o tecido muscular dos seres vivos. A reação de fermentação descrita será representada na seguinte equação química: CH3CH2OH(l) + O2(g) → CH3COOH(l) + H2O(l) Calcule a variação da entalpia da reação acima, dados os valores das entalpias das seguintes reações de combustão:

CH3CH2OH(l) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l) ΔH = –1370 kJ.mol-1

CH3COOH(l) + 2O2(g) → 2CO2(g) + 2H2O(l) ΔH = –875 kJ.mol-1

Com isso será possível identificar a quantidade de energia liberada/absorvida durante a primeira etapa de formação dos aminoácidos.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS ATKINS, P.; DE PAULA, J. A. Físico química. Rio de Janeiro: LTC, 2008. LISBOA, J. C. F.; Ser Protagonista: Química. São Paulo: Edições SM, 2014. MAHAN, B. M.; MYERS, R. J. Química: um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

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BIOLOGIA Olá queridos alunos, quando optarem por fazer graduação de Zootecnia saibam que o conteúdo de Zoologia será o mais abrangente. Dentro do curso é de fundamental importância saber sobre características dos animais, o melhor ambiente pra conviverem e assim o profissional de zootecnia poderá proporcionar um conhecimento adequado para trabalhar com animais de todo o tipo, desde grandes criações como aves, porcos e gado assim como pequenas criações.

Zoologia Celoma É a cavidade corpórea, delimitada pela mesoderme. Por isso esse critério é utilizado somente para os animais triblásticos: •

Acelomado: não há formação de cavidade corpórea, pois a mesoderme preenche totalmente o espaço entre a ectoderme e a endoderme.

Pseudocelomado: há cavidade corpórea, porém ela é preenchida pela mesoderme e endoderme.

Celomado: cavidade corpórea formada inteiramente pela mesoderme.

Reinos protista •

Reino Protozoa (protistas) – São eucariontes, geralmente unicelulares, mas podem conter multicelulares como macroalgas. •

Vacúolos pulsáteis: as células dos protozoários de água doce são hipertônicas em relação ao meio externo. Por osmose ocorre entrada de água na célula, para evitar que se rompam, essas organelas citoplasmáticas denominadas de vacúolos pulsáteis e contráteis, eliminam o excesso de água que penetra por osmose na célula.

Principais doenças causadas pelos protozoários Para aprender sobre doenças causadas por protozoários, assista os vídeos a seguir.

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Doença de Chagas: <https://www.youtube.com/watch?v=zS0Gue8rZbQ>

Malária: <https://www.youtube.com/watch?v=497d0Avbtfw>

Giardíase: <https://www.youtube.com/watch?v=ymtbWuRV-UY>

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Reino Animal - Filo Porífera •

Animais simples.

Sem tecidos verdadeiros (sub-reino Parazoa).

Todos aquáticos (marinhos ou dulcícolas).

Forma larvar livre nadante.

Como característica que dá nome ao grupo, as esponjas possuem inúmeros poros por onde a água entra e passa por uma série de câmaras com células especializadas, os coanócitos (responsáveis dentre outras funções pela nutrição), tendo com saída uma abertura denominada ósculo. Tipos de Células •

Pinacócitos - células achatadas de revestimento que, justapostas, formam um epitélio simples, a camada dermal.

Coanócitos - células flageladas com colarinho, típicas das esponjas, com função digestiva. Mantém um fluxo contínuo da água dentro das esponjas.

Porócitos - células longas, tubulosas e perfuradas. (Formam os poros)

Amebócitos - células com movimento amebóide, isto é, por pseudópodes (expansões citoplasmáticas). Fazem a digestão e a distribuição do alimento para as outras células.

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/C_Alberto/poriferos-em>. Acesso em: 29 nov. 2016.

Apesar de não formarem tecidos verdadeiros, possuem uma variedade de células dentre características como: •

Reprodução assexuada: brotamento; regeneração por fragmentos; gêmulas (estruturas de resistência ambiental, como por exemplo, períodos de seca).

Reprodução sexuada: hermafroditas ou dioicas, produzindo gametas masculinos e femininos em períodos separados; fertilização cruzada; formação de uma larva ciliada ou flagelada.

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Além da divisão em classes, podemos dividir as esponjas em relação a estrutura corpórea: •

Ascon: paredes simples, onde o Porócito conecta diretamente o meio externo com a espongiocela ou átrio (cavidade interna).

Sicon: paredes mais espessas, com sistema de canais e câmaras coanocitárias.

Leucon: são as mais complexas esponjas. Suas câmaras são mais ramificadas e o átrio é reduzido.

Filo Cnidária Características: •

Possuem tecidos verdadeiros.

Primeiros animais diblásticos.

Simetria radial.

Vivem em ambientes marinhos e de água doce.

Possuem reprodução sexuada (metagênese, dióica ou monóica) e assexuada (brotamento/ gemulação).

Possuem sistema nervoso difuso (nova característica evolutiva).

Podem ser sésseis (anêmonas) ou livre nadante (água viva).

Os cnidários podem ser divididos em quatro classes: •

Classe Hydrozoa: animais marinhos ou dulcícolas; exibem a forma medusoide ou polipoide.

Classe Scyphozoa: marinhos, onde a forma medusoide é predominante; conhecido popularmente como “águas-vivas”.

Classe Cubozoa: diferenciam-se dos cifozoários, por possuírem a umbrela quadrangular; são marinhos.

Classe Anthozoa: exclusivamente polipoides; representados pelas anêmonado-mar; formam os recifes de corais.

Filo Platyhelminthes São os “vermes” achatados dorsoventralmente e têm como características:

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Simetria bilateral/ sistema digestório incompleto.

São triblásticos e acelomados.

Possuem células-flama (sistema excretor) e sistema nervoso ganglionar.

Reproduzem-se de modo sexuado e assexuado.

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Muitas espécies são de vida livre, como a planária, porém o grande destaque desse filo se deve às espécies parasitas, que causam enfermidades muitas vezes severas em humanos e outros animais: Fasciola hepática (fascíolose), Schistosoma mansoni (esquistossomose). Para complementar seus conhecimentos assista <https://www.youtube.com/ watch?v=L2lO0CQhEN8> e <https://www.youtube.com/watch?v=N_Bzbxa58XY.>

Principais classes •

Turbellaria: espécies de vida livre. Planárias: reprodução assexuada também por regeneração.

Trematoda: parasitas (tanto ectoparasitas quanto endoparasitas), tendo como destaque as adaptações que estes criaram para tal modo de vida; órgãos de adesão e fixação, reprodução rápida.

Cestoda: endoparasitas com maior grau de especialização para esse modo de vida (exemplo, a ausência de sistema digestivo). São as populares solitárias e tênias.

Filo Nematoda (Nematelminthes) Características: •

Vermes cilíndricos.

Simetria bilateral.

Triblásticos.

Pseudocelomados.

Reprodução sexuada (dioicos).

Principais nematoides de interesse humano e suas respectivas enfermidades: •

Ascaris lumbricoides: ascaridíase. Assista: <https://www.youtube.com/watch? v=kP0_sNozF0U>.

Ancylostoma duodenale: amarelão.

Wuchereria bancrofti: elefantíase ou filariose.

Enterobius vermicularis: oxiurose.

Filo Annelida Características •

Corpo dividido em segmentos (metameria).

Celomados/ sistema respiratório cutâneo ou branquial.

Sistema circulatório fechado.

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Uma característica importante é a presença de cerdas, que são projeções epidérmicas que auxiliam no deslocamento do indivíduo. São divididos em 3 classes: •

Classe Oligochaeta: minhocas; poucas cerdas; solo úmido e ambiente aquático.

Classe Polychaeta: nereidas; possuem tantas cerdas, que formam uma expansão lateral, chamado de parapódios; maioria marinhos.

Classe Hirudinea: sanguessuga; sem cerdas; adaptações para se fixarem no hospedeiro (possuem 2 ventosas, uma anterior e outra posterior).

Filo Arthropoda O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = pés) é o mais numerosos daTerra atual. Os artrópodes possuem corpo segmentado (corpo metamerizado), apêndices articulado (patas, antenas e palpos etc.) e corpo coberto com exoesqueleto formado por uma substância resistente e impermeável, chamada quitina. Ao crescer, os artrópodes precisam abandonar o esqueleto velho, pequeno, e fabricar outro, maior. Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e ocorre diversas vezes até cessar o crescimento na fase adulta. As carapaças deixadas por ocasião das mudas são as exúvias (do latim exuviae, “vestidos largados”). Costuma-se classificar os artrópodes levando em conta as divisões do corpo, o número de patas e a existência ou não de antenas e de outros apêndices (pedipalpos e quelíceras, por exemplo).

Grupos

Divisão do corpo

Número de pernas

Número de Quelíceras Pediplapos Mandíbulas antenas

Classe Insecta

Cabeça, tórax, abdome

3 pares

1 par

--------

--------

1 par

1 par por seg. do tronco 2 pares por seg. do tronco

1 par (longas)

--------

--------

1 par

1 par (curtas)

--------

--------

1 par

2 pares

--------

--------

1 par

--------

1 par

1 par

--------

Classe Cabeça e Chilopoda tronco Classe Cabeça e Diplopoda tronco Classe Crustacea

Cefalotórax Varia

Classe Prosoma e Arachnida opistoma 4 pares

Para melhor aprofundamento, assista: <https://www.youtube.com/watch?v=nTveX5dBmfs>.

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Filo Mollusca Características: •

Animais de corpo mole.

Protostômios.

Celomados.

Triblásticos.

Disponível em: <http://bloggiologia.blogspot.com.br/2011/10/molusco.html>. Acesso em: 10 nov. 2016.

Conceitos básicos Animais vertebrados são os seres vivos que possuem o organismo mais avançado em nosso planeta. Eles possuem como característica principal medula espinhal e coluna vertebral (formada por vértebras).

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Ciclostomata: são os primeiros vertebrados. Parasitas, possuem notocorda permanente concomitante com a coluna vertebral. Sem mandíbula (Agnatha). Exemplos: Lampreias e feiticeiras.

Disponível em: <www.flickr.com>. Acesso em: 10 nov. 2016.

Superclasse Pisces Possuem como tegumento escamas em sua maioria, glândulas mucosas, e são pecilotérmicos (ectotérmicos). Seu esqueleto pode ser ósseo (Osteichthyes) ou cartilaginoso (chondrichthyes). Já o sistema digestório é completo e na maioria o sistema respiratório é branquial, de circulação fechada e simples (coração com um átrio e um ventrículo). Os rins mesonefros nos adultos, sistema nervoso com 10 pares de nervos cranianos, possuem linha lateral e são dioicos (tabela 1). COMPARAÇÃO ENTRE PEIXES CARTILAGINOSOS E ÓSSEOS CARACTERÍSTICAS ESQUELETO

CARTILAGINOSOS CARTILAGINOSO

ÓSSEOS ÓSSEO

ESCAMAS

PLACÓIDES

AUSENTES OU CICLÓIDES

VÁLVULA ESPIRAL

AUSENTES

PRESENTE

BRÃNQUIAS BOCA BEXIGA NATATÓRIA SISTEMA DIGESTÓRIO

SEM OPÉRCULO NA PARTE VENTRAL (SUBTERMINAL)

COM OPÉRCULO NA PARTE ANTERIOR DA CABEÇA (TERMINAL)

AUSENTE

PRESENTE

COM CLOACA

COM ÂNUS

Tabela 1. Fonte: <http://segundocientista.blogspot.com>

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Classe Amphibia Essa classe compreende a dos primeiros vertebrados tetrápodes, transição entre água e terra. São pecilotérmicos. Possuem o tegumento fino, úmido com muitas glândulas, sem escamas e ricamente vascularizado. Não possuem dentes e são providos de cloaca e glândulas salivares. Sua respiração é branquial quando larvas, cutânea e pulmonar quando adultos. Sistema circulatório fechado, duplo e incompleto (coração com 3 cavidades). Sistema excretor realizado por rins mesonefros nos adultos. Sistema nervoso com 10 pares de nervos cranianos e órgãos de Jacobson (olfato e paladar). São dioicos.

Classe Reptilia São os primeiros animais a conquistarem definitivamente o ambiente terrestre, possuindo ovo com casca, são pecilotérmicos assim como peixes e anfíbios. Possui grande resistência a desidratação por terem uma pele seca, rica em queratina e ausência de glândulas. Jacarés possuem placas dérmicas, tartarugas carapaças e cobras possuem escamas.

Fonte: <http://pt.slideshare.net>.

Seu intestino finaliza na cloaca e todos possuem respiração pulmonar. Sistema circulatório é fechado, duplo e incompleto (coração com 4 cavidades) com exceção dos crocodilianos. Cobras peçonhentas possuem fossetas loreais.

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Classe Aves As aves são homeotérmicos (endotermos). Possuem adaptações para conseguirem voar. a) Ossos pneumáticos (ocos) em contato com sacos aéreos. b) Sacos aéreos: invaginação dos pulmões. c) Penas e asas: membros anteriores (com forma aerodinâmica). d) Ausência de bexiga urinária e intestino grosso e) Ausência de dentes (leveza da cabeça) f ) Osso externo com quilha (= carena) para interação dos músculos do voo. O corpo das aves é coberto por penas de origem epidérmica, ausência de glândulas, exceto a uropigiana com função de impermeabilizar as penas e sua epiderme contém bastante queratina. Seu bico e boca são córneos. Possuem cloaca, papo e moela. Respiração exclusivamente pulmonar possuem siringe (órgão do canto). Circulação fechada, dupla e completa (coração com 4 cavidades). As classes das aves já possuem visão com cores e olhos com membrana nictitante. São dioicos, fêmeas ovíparas com anexos embrionários e desenvolvimento direto.

Classe Mammalia São animais homeotérmicos que habitam todos os tipos de ambientes e possuem glândulas mamárias, sebáceas, sudoríparas além de presença de pelos. A placenta e cordão umbilical também aparecem nesta classe. Sistema digestório completo. Os ruminantes possuem um sistema composto por 4 cavidades (rúmen, retículo, omaso e abomaso). A circulação é completa, fechada e dupla (coração com 4 cavidades).

QUESTÃO COMENTADA 1. (PUC-RJ) Os pássaros apresentam determinadas adaptações que facilitam sua capacidade de voar. Essas adaptações incluem: a) presença de sacos aéreos e amônia como excreta nitrogenado. Falsa – o excreta das aves é o ácido úrico. b) pecilotermia e ácido úrico como excreta nitrogenado. Falsa – aves são endotérmicos. c) presença de ossos pneumáticos e de sacos aéreos. Verdadeira – Ossos ocos (pneumáticos) são mais leves e os sacos aéreos contém ar, facilitando na hora do voo. d) presença de sacos aéreos e de moela. Falsa – moela é apenas uma adaptação das aves para a falta de dentes e não para voo. e) homeotermia e amônia como excreta nitrogenado Falsa – aves excretam ácido úrico.

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ATIVIDADES 1. (UFAL) Em um churrasco, ouviu-se o seguinte comentário: “Não vou comer carne de porco malpassada, pois não quero me arriscar a ter cisticercose”. A cisticercose é uma doença provocada pela Taenia solium quando se instala em tecidos do corpo humano. Com base no ciclo da Taenia solium, o comentário é válido? Justifique sua resposta.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=630 2. (Fuvest-SP) As Figuras I, II e III esquematizam a circulação sanguínea em diferentes vertebrados. a) Analise a Figura II. A partir da cavidade apontada pela seta, ordene as demais cavidades cardíacas e os circuitos 1 e 2, na sequência correspondente à circulação do sangue. b) Faça o mesmo, em relação à Figura III. c) Qual(is) das três figuras mostra(m) o coração em que há mistura de sangue arterial e sangue venoso? d) Dê um exemplo de grupo de vertebrados para o tipo de circulação esquematizado em cada uma das três figuras.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=627

REFERÊNCIAS ESPÍRITO SANTO et. al. Ser Protagonista: Exemplar do professor Biologia. São Paulo: Edições SM, 2014. LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume único. São Paulo: Saraiva, 2013. PEZZI, A. C.; GOWDAK, D. O.; MATTOS, N. S. Biologia. São Paulo: FTD, 2010. SERVIÇO SOCIAL DA INÚDSTIA. Sesi Click: Biologia. Disponível em: <http://www.sesipr. org.br/sesi-click>. Acesso em: 16 dez. 2016. SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N. Biologia: volume único. São Paulo: Saraiva, 2011.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou, seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza injustiças na avaliação dos corretores, assegurando a imparcialidade e a confiabilidade do processo. Sendo assim, primeiramente, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página de inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado à proposta de texto pede ao candidato que se elabore a continuação de um texto já iniciado. A Continuação de Texto é uma proposta de redação que geralmente aparece na prova de vestibular da UFPR. Para responder com sucesso a esse tipo de questão, o segredo é entender o modelo de texto que deve ser continuado e, prestando atenção no comando da redação, dar sequência as ideias do autor da maneira mais coerente e coesa o possível. Para tal, devemos ter em mente o que são Gêneros Textuais. Os gêneros são entidades textuais de natureza sociocultural que materializam a língua em situações comunicativas diversas. É um campo de estudo que tem recebido uma maior atenção nos últimos anos, devido à percepção de sua relevância para o ensino de língua portuguesa e funcionalidade na vida cotidiana, nas incontáveis áreas que esta abrange. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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A tipologia clássica e as práticas pedagógicas Um grupo de pesquisadores europeus do chamado “Grupo de Genebra” propôs a utilização dos gêneros textuais como instrumento, como ponto de partida para o ensino. Dentre eles, Dolz e Schneuwly (1996) e Pasquier e Dolz (1996) se posicionaram contrários à utilização da tipologia clássica (narração, descrição e dissertação) para o desenvolvimento de habilidades de escrita e leitura, considerando-a inadequada para uma ação pedagógica voltada ao desenvolvimento de competências comunicativas amplas, uma vez que não contempla o escopo social dos textos, baseia-se apenas na sua organização textual. A tipologia clássica não dá conta das inúmeras práticas sócio discursivas de nossa sociedade. Afinal, na vida cotidiana não é solicitado a alguém que faça uma dissertação, ou uma descrição ou narração. O que se exige é um certo domínio dessas “modalidades retóricas” (cf. Swales, 1994/1999) para se defender uma ideia, um ponto de vista no caso da dissertação; ou para se fazer um boletim de ocorrência no caso da narração; ou para se escrever um anúncio de classificados no caso da descrição. Logo, restringir os textos, nas práticas pedagógicas, apenas pelo modo como se organizam é um risco de limitá-los a fórmulas ou esquemas que os descaracterizem de seus propósitos comunicativos. Devemos, então, pensar o quanto uma mudança de concepção de ensino e aprendizagem se faz necessária. Ainda mais, em um momento histórico como o que vivemos agora, em que mudanças econômicas e políticas trazidas a reboque do fenômeno da “globalização” trazem a todo instante profundas consequências culturais e diretamente, novas práticas sociais. (GODENY, J. PEREIRA, L. 2013) Schneuwly e Dolz (2004) propõem realizar uma divisão de agrupamentos de gêneros. Essa divisão consiste em organizar os gêneros textuais de acordo com as semelhanças que as situações de produção dos gêneros possuem. Cada gênero necessita de um ensino adaptado, pois apresenta características distintas. No entanto, os gêneros podem ser agrupados em função de um certo número de regularidades linguísticas. Os agrupamentos de gêneros se dividem em cinco: Narrar, Expor, Argumentar, Instruir e Relatar. O quadro a seguir representa a proposta provisória de agrupamento de gêneros realizada por Schneuwly e Dolz (2004, p.60-61).

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Domínios sociais de Comunicação Aspectos tipológicos Capacidades de linguagem dominantes

Exemplos de Gêneros Escritos e Orais

• Cultura literária ficcional • Narrar • Mímese da ação através da criação da intriga no domínio verossímil

Conto maravilhoso / Conto de fadas / Fábula / Lenda / Narrativa de aventura / Narrativa de ficção científica / Narrativa de enigma / Narrativa mítica / Sketch ou história engraçada / Biografia romanceada / Novela fantástica / Conto / Crônica literária / Adivinha / Piada

• Documentação e memorização das ações humanas • Relatar • Representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo

Relato de experiência vivida / Relato de uma viagem / Diário íntimo / Testemunho / Anedota ou caso / Autobiografia / Curriculum Vitae / Notícia / Reportagem / Crônica social / Crônica esportiva / Histórico / Relato histórico / Ensaio ou perfil biográfico / Biografia

• Discussão de problemas sociais controversos • Argumentar • Sustentação, refutação e negociação de tomada de posição

Textos de opinião / diálogo argumentativo / Carta de leitor / Carta de reclamação / Carta de solicitação / Deliberação informal / Debate regrado / Assembleia / Discurso de defesa (advocacia) / Discurso de acusação (advocacia) / resenha crítica / Artigos de opinião ou assinados / Editorial / Ensaio

• Transmissão e construção de saberes • Expor • Apresentação textual de diferentes formas dos saberes

Texto expositivo (em uso didático) / Exposição oral / Seminário / Conferência / Comunicação oral / Palestra / Entrevista de especialista / Verbete / Artigo enciclopédico / Texto explicativo / Tomada de notas / Resumo de textos expositivos e explicativos / Resenha / relatório científico / relatório oral de experiência

• Instruções e prescrições • Descrever Ações • Regulação mútua de comportamento

Instruções de montagem / Receita / Regulamento / Regras de jogo / Instruções de uso / Comandos diversos / Textos prescritivos

Tipos de gêneros textuais Existem muitos tipos de gêneros textuais, eles podem ser: Romance, Conto, Artigo de opinião, Receita culinária, Lista de compras, Carta, Telefonema, Aula expositiva, Debate, Reunião de condomínio, E-mail, Relato de viagem, Lenda, Fábula, Biografia, Seminário, Piada, Relatório científico. Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura. Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classificá-los de acordo com suas características. Vejamos alguns exemplos

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Carta: se caracteriza por ter um destinatário e um remetente específicos, pode ser uma carta pessoal, ou uma carta institucional, pode ser ainda uma carta ao leitor, ou uma carta aberta. Dependendo de qual seja seu objetivo, ela adquirirá diferentes estilos de escrita, poderá ser dissertativa, narrativa ou descritiva. A estrutura formal da carta é também uma característica marcante, pois é fixa, apresentando primeiramente a saudação, em seguida o corpo da carta e por último a despedida.

Propaganda: este gênero costuma aparecer bastante na forma oral, mas também pode ser escrito. Possui como característica marcante a linguagem argumentativa e expositiva, podendo também haver pequenas descrições. O objetivo é sempre o mesmo: divulgar o produto/serviço e influenciar a opinião do leitor para que ele “compre” a ideia. O texto é claro e objetivo, e as mensagens costumam despertar sentimentos, emoções e sensações no leitor: calma, tranquilidade, emoção, adrenalina, calor, frio, inquietação. Outro elemento importante é o uso das imagens.

Receita: é um texto instrucional permeado de descrições. O objetivo é instruir o leitor para preparar algo, geralmente uma comida. A estrutura também é fixa, apresentando na sequência: os ingredientes, o modo de preparo e o rendimento da receita. Quanto à linguagem, utiliza verbos no imperativo, pois a partir da ordem, o leitor tenderá a seguir corretamente as instruções para adquirir bom êxito. Outros exemplos de textos instrucionais são a bula de remédio e o manual de instruções.

Notícia: este é um dentre os diversos gêneros jornalísticos, e pode ser facilmente identificado. Possui como característica a linguagem narrativa e descritiva, e seu objetivo é informar um fato ocorrido. Outra característica marcante é a presença de elementos como o tempo, o lugar e as personagens envolvidas no fato.

Crônica: a palavra “crônica” tem origem grega, vem de chronos (tempo). A partir disso, nota-se uma das principais características desse tipo de texto: seu caráter contemporâneo.

Trata-se de um interessante gênero textual que oscila entre a literatura e o jornalismo. Geralmente, é publicada em jornais ou revistas e registra fatos do nosso cotidiano de forma simples, com doses de humor, ironia, crítica e poesia.

Conto: Basicamente, o conto é um texto narrativo, em prosa, de pequena extensão, se comparado, por exemplo, a gêneros como o romance ou a novela. Esse tipo de texto busca ser direto, conciso, ou seja, geralmente, todas as informações nele presentes costumam ser essenciais.

Há outros gêneros que são, essencialmente, jornalísticos como a Reportagem e a Entrevista. Cada gênero possui sua característica. Entretanto, é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal.

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PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) A seguir, apresentamos os parágrafos iniciais de um texto de Fernando Rodrigues publicado na Folha de S. Paulo, em 12/11/2011. Escreva uma continuidade para esse texto, observando as seguintes recomendações: • • • •

ter de 6 a 8 linhas; apresentar uma articulação clara com os parágrafos iniciais; introduzir informações novas, que garantam a progressão no tratamento do tema; concluir o texto de forma coerente. Uma lei imperfeita

O título deste texto é um pleonasmo. Não há leis perfeitas. A Lei da Ficha Limpa é também cheia de qualidades e de defeitos. O seu maior mérito é impedir a candidatura de quem já está condenado por uma instância colegiada, de mais de um juiz. O Supremo Tribunal Federal deu indicações de que aceitará como constitucional esse trecho. A regra terá um efeito profilático após algumas eleições.

COMENTÁRIOS Para dar continuidade ao texto de Fernando Rodrigues há que, primeiramente, manter o discurso em 3ª pessoa e atender ao critério de coerência através da interpretação correta das opiniões emitidas pelo autor sobre a Lei da Ficha Limpa. O primeiro parágrafo, adverte que, como todas as leis, esta não é perfeita, portanto admite que é passível de críticas, para, no segundo parágrafo, destacar o objetivo principal que é impedir candidaturas de políticos que estejam condenados por um grupo de pessoas habilitadas e credenciadas para tal. A sequência do texto deve estar articulada claramente com os parágrafos iniciais, introduzindo informações novas e concluindo o texto de forma coerente. Textos considerados muito bons •

apresentam marcas formais que sinalizavam tratar-se de continuidade do texto-base;

articulam-se claramente com o início do texto;

introduzem informações novas, promovendo a progressão do tema desenvolvido no texto (frise-se que, para introduzir uma informação nova ao texto, o aluno precisava acompanhar minimamente o cenário político nacional, motivo pelo qual este parâmetro foi considerado um diferencial para atribuição de nota);

propõem uma conclusão coerente com todo o texto.

Textos considerados bons •

apresentam marcas formais que sinalizaram tratar-se de continuidade do texto de Fernando Rodrigues;

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articulam-se claramente com o início do texto-base;

deixam de introduzir informações novas;

propõem uma conclusão coerente com todo o texto.

Textos considerados regulares •

deixam de introduzir informações novas;

demonstram alguma dificuldade de articulação com o início do texto-base;

não formulam uma conclusão ao texto.

Textos considerados insuficientes •

não atendem aos comandos da questão, embora pudessem demonstrar algum domínio de língua, sem períodos desconexos ou problemas de ortografia;

aproveitam-se do título do texto-base (“uma lei imperfeita”) para fazer uma dissertação versando sobre problemas de quaisquer outras leis, como por exemplo a Lei Seca;

demonstram desconhecimento total sobre o cenário político nacional, ou seja, sequer sabiam de que se trata a Lei da Ficha Limpa, confundindo-a, muitas vezes, com a substituição de ministros no atual governo;

apresentam sério comprometimento da estrutura textual.

O domínio da linguagem formal é critério para elevar ou diminuir a pontuação em cada uma das faixas descritas. Por outro lado, pontuação adequada, estruturas sintáticas que favorecem leitura e vocabulário apropriado são elementos considerados para se validar a nota a ser alcançada pela aplicação dos critérios com que é analisado o conteúdo de cada texto.

AGORA É SUA VEZ 1. (UFPR) Leia abaixo os parágrafos iniciais de um texto de Rosely Sayão (Folha de S. Paulo, 01 maio 2012). Escreva um ou dois parágrafos 8 a 10 linhas – dando continuidade ao texto, sem necessariamente concluí-lo. Uma continuação adequada deve:

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Apresentar uma articulação clara com os parágrafos iniciais.

Introduzir informações novas, que garantam a progressão no tratamento do tema.

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A família passou do singular ao plural. Antes, havia “a família”. Quando nos referíamos a essa instituição todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como os filhos eram vários, a família era bem grande, constituída por adultos de todas as idades e mais novos também. Pai, mãe, filhos, tios e tias, primos e primas, avós etc., eram palavras íntimas de todos, já que sempre se pertence a uma família. Quando as palavras “madrasta” ou “padrasto” ou mesmo “enteado” precisavam ser usadas para designar um papel em um grupo familiar, o fato sempre provocava um sentimento de pena. É que na época da família no singular isso só podia ter um significado: a morte de um dos progenitores. Mas essa ideia de família só sobreviveu intacta até os anos 60.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=698

REFERÊNCIAS GODENY, J. PEREIRA, L. SAITO, C. L. N. Por que ensinar a partir da Teoria dos Gêneros Textuais? Disponível em: < http://www.faccar.com.br/eventos/desletras/ hist/2005_g/2005/textos/019.html> Acesso em: 17 abr. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. ______. Oralidade e escrita. In: Signótica, Goiânia, p. 119-146, jan./dez. 1997. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Produção Textual e Outros Gêneros. In: Rota de Desenvolvimento Docente. Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (NEaD) SESI-PR. 2016.

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3. BIOLOGIA A PROFISSÃO O curso superior de Biologia apresenta duas possibilidades de formação, uma modalidade de licenciatura, outra de bacharelado. Mas antes de falarmos sobre isso, devemos compreender que um biólogo é o profissional formado e capaz de compreender a relação dos seres vivos com o ambiente em que está inserido; assim como o funcionamento da vida de todos os organismos. Ambas as modalidades estudam e compreendem o mesmo conhecimento biológico, porém, o curso de licenciatura irá munir o profissional, durante um ano, com disciplinas que estejam vinculadas a área educacional (psicologia da educação, didática, método de ensino, antropologia, expressão oral, etc), visando preparar o profissional biólogo para lecionar aulas e atuar como professor de ensino fundamental e médio. Por outro lado, a formação em bacharelado está vinculada a aulas teóricas que se alternam a práticas de laboratório e pesquisas de campo. O estágio é obrigatório. Objetivando qualificar o profissional para atuar em laboratórios de pequeno/médio/grande porte, setores industriais e pesquisas acadêmicas.

O PROFISSIONAL Para o profissional licenciado, a atividade mais comum será lecionar aulas para o ensino médio; porém, podemos ver também atuando como auxiliar de museus científicos, gestores educacionais, assessores na formação de outros professores e outras áreas que estejam relacionada a educação. Com relação ao profissional bacharel, poderá desenvolver: vistorias laboratoriais, perícia ambiental, atuar no controle de qualidade de alimentos, auxiliar no desenvolvimento de atividades de pesquisa, Investigar bactérias, fungos e vírus para a produção de alimentos e remédios, criar, manipular, reproduzir e estudar organismos em laboratório, buscando compreender seus processos fisiológicos e genéticos, atuar em órgãos públicos, ONGs, parques e reservas ecológicas, promovendo programas de preservação ambiental, desenvolver produtos e tecnologias para a indústria.

O CURSO A formação, independente da instituição de ensino superior, se baseia em duas etapas, conforme descritas a seguir: 1ª Etapa – Formação específica do curso de biologia (com conteúdos voltados a biologia pura: Biologia molecular, zoologia, botânica, genética, microbiologia, biofísica, bioquímica, biotecnologia, embriologia, evolução, toxicologia, parasitologia, entre muitos outros).

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2ª Etapa – Formação profissional biólogo (conteúdos relacionados ao setor industrial, engenharia ou licenciatura). De forma geral, o curso de biologia possui uma duração média de 4 anos, podendo se estender ao longo de 7 anos no máximo. A maioria das instituições oferecem a formação dupla, ou seja, em 5 anos mínimo de graduação o profissional se habilitará em licenciatura e bacharelado. Uma excelente opção, dado a instabilidade do mercado de trabalho, favorecendo o profissional para atuar desde professor, até ramos diversificados de indústrias e laboratórios.

RELAÇÃO DE CANDIDATO POR VAGA As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 50 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Biologia. Algumas instituições privadas chegam a abrir turmas com até 100 alunos, dado o grande espaço que possuem de salas de aula e laboratórios analíticos. Porém, se tomarmos com base a média de 50 vagas anuais, temos uma concorrência média de 15 candidatos para cada vaga nos casos de cursos com formação dupla (licenciatura e bacharelado – 5 anos) e 9 candidatos por vaga para os cursos de licenciatura ou bacharelado ofertados de forma separada.

AGORA É A SUA VEZ Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou ENEM). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para biólogos licenciados e/ou bacharéis. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação em Biologia: <https://www.youtube.com/watch?v=TVoey_pYg0A>.

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QUÍMICA A formação em Ciências Biológicas está intimamente ligada a área da saúde, uma vez que desenvolve conhecimentos relacionados à genética, classificações e características dos seres vivos. Tendo esse panorama como ênfase, quando analisamos alguns processos celulares, atividades biológicas e a composição química do DNA e RNA, nos deparamos constantemente com o fator denominado “oxirredução”, que representa a transferência de elétrons entre duas substâncias. Porém, essa movimentação eletrônica, por mais que pareça uma ação naturalmente simples, será responsável por inúmeras modificações no organismo, além de estar relacionada à produção de substâncias essenciais e/ou nocivas ao sistema orgânico. Entre as substâncias vitais dos seres vivos, os processos oxidativos, os biomarcadores redox e a ação de compostos orgânicos antioxidantes, poderão ser amplamente trabalhadas em “eletroquímica” (nomenclatura do conteúdo referente a oxirredução). O profissional com domínio nessa área do conhecimento poderá transitar de maneira mais flexível por assuntos inter-relacionados, como por exemplo, a Bioquímica. Com base em todas essas informações, o nosso 3º capítulo irá apresentar, de forma breve, a estrutura básica do conteúdo de “Eletroquímica”, visando assim, discutir aspectos relacionados a Ciências Biológicas.

Eletroquímica A eletroquímica é o ramo da química responsável por estudar as reações que ocasionam ocorrência de corrente elétrica por meio das reações de transferência de elétrons (reações de oxirredução). Quando o oxigênio entra em contato direto com alguns tipos de metais, a substância gasosa (devido ao seu potencial eletronegativo) atrai para si elétrons do metal, e com isso, acaba por oxidá-lo (dado que a oxidação representa a perda de elétrons), produzindo um efeito de corrosão e ferrugem. Em uma outra perspectiva, você já ouviu seus parentes mais velhos reclamando de dores no corpo? Eles sempre dizem que as dores acompanham a velhice! Pois é, o processo de envelhecimento, nada mais é do que uma oxirredução acontecendo com as moléculas que compõem o corpo humano. De uma forma bastante simplificada, quando respiramos, o oxigênio entra em nosso organismo e produz energia, porém, uma pequena porcentagem dessa molécula é responsável por oxidar substâncias que compõem nosso sistema e, com isso, formamse os radicais livres. De uma forma natural, nossos organismo produz substâncias orgânicas antioxidantes, que serão responsáveis por neutralizar o efeito desses radicais; porém, com o passar do tempo, nosso organismo passa a produzir menores quantidades de antioxidantes, deixando, consequentemente, que os radicais livres se acumulem e causem efeitos como dores, problemas nas articulações, falta de elasticidade na pele, entre outros males internos.

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Conceitos importantes em Eletroquímica •

Oxidação: Ato de perder elétrons para outro átomo/molécula mais eletronegativo.

Redução: Ato de ganhar elétrons de outro átomo/molécula menos eletronegativo.

Oxirredução: Efeito de perda e ganho de elétrons. Um átomo/molécula somente perderá elétrons quando outro, mais eletronegativo, for capaz de receber esse(s) elétron(s), assim, como redução e oxidação somente acontece em conjunto, dizemos que houve uma oxirredução.

Pilha (cela galvânica ou célula voltaica): dispositivo onde ocorrem reações de oxirredução espontâneas, ocasionando a geração de corrente elétrica.

Bateria: associação de duas ou mais pilhas

Eletrólise: reação de oxirredução não espontânea.

Cela eletrolítica: dispositivo onde ocorrem as reações de eletrólise.

Reações de oxirredução Reação de oxidação é aquela na qual um elemento perde elétrons. Exemplo: Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e– Reação de redução é aquela na qual um elemento recebe elétrons. Exemplo: Cu2+(aq) + 2e– → Cu(s) Em uma reação de oxirredução o elemento que sofre oxidação é chamado de agente redutor, e o elemento que sofre redução á chamado de agente oxidante.

Funcionamento de uma pilha Uma pilha é formada por dois eletrodos (placas nas quais ocorrerão às reações de oxirredução), um eletrólito e uma ponte salina. Em um eletrodo ocorrerá o processo de oxidação, pois ele irá fornecer elétrons para o sistema em que a reação está acontecendo. No outro eletrodo ocorrerá o processo de redução, pois neste irá acontecer à deposição do material que sofreu oxidação. O eletrodo no qual acontece o processo de oxidação será chamado de anodo. O eletrodo no qual acontece o processo de redução será chamado de cátodo. A ponte salina tem por objetivo permitir o fluxo de cargas durante o processo. Para representar uma cela galvânica, primeiramente representamos o anodo e em seguida o catodo, separado por uma barra vertical dupla, que representa a ponte salina. Exemplo: Zn (s) | Zn2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)

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Potencial de uma pilha O potencial elétrico de uma pilha é também chamado de força eletromotriz (f.e.m.) ou diferença de potencial elétrico, e é utilizado para determinar a tendência da pilha gerar corrente elétrica. Para determina-lo, utiliza-se os valores dos potenciais padrão (disponível em tabelas que poderão ser encontradas nos livros de Química ou na internet) de cada semicela, fazendo uso da seguinte expressão: ∆E° = E°catodo – E°anodo Os valores dos potenciais padrão de semicelas, é obtido através da tabela de potenciais padrão, como a tabela a seguir: Semi-reação

Potencial da semi reação

Li+(aq) + e- → Li(s)

-3,05 V

K+(aq) + e- → K(s)

-2,93 V

Ca2+(aq) + 2e- → Ca(s)

-2,87 V

Na+(aq) + 2e- → Na(s)

-2,71 V

Mg2+ (aq) + 2e- → Mg(s)

-2,38 V

A medida que o valor do potencial de uma semirreação aumenta na tabela (mais positivo), maior o caráter oxidante do elemento. A medida que o valor do potencial de uma semirreação diminui (mais negativo), maior o caráter redutor do elemento. Com isso é possível determinar quem será o agente redutor e o agente oxidante da reação. Por exemplo, em uma pilha formada por lítio e potássio, o Lítio, por possuir potencial de semirreação mais negativo, será o agente redutor, em contrapartida o potássio será o agente oxidante. Através do valor do potencial de uma pilha, também é possível determinar se a reação será espontânea ou não espontânea: Se ∆E° > 0, a reação será espontânea; Se ∆E° < 0, a reação não será espontânea.

Eletrólise A eletrólise é o processo de reação de oxirredução provocada pela passagem de uma corrente elétrica. Se a eletrólise ocorre com um composto iônico fundido, ela chama-se eletrólise ígnea. Se a eletrólise ocorre em uma solução aquosa de eletrólito, ela chama-se eletrólise aquosa. Assim como nas pilhas, no cátodo ocorre a redução e no anodo ocorre a oxidação.

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QUESTÃO COMENTADA 1. Considere as seguintes semirreações e os respectivos potenciais padrão de redução (E°): Ni+2 (aq) + 2e– → Ni(s)

E° = –0,25 V

Au+3 (aq) + 3e– → Au(s)

E° = 1,50 V

a) Qual a reação global de oxirredução desta pilha?

Resolução Para escrever a reação global de oxirredução, primeiramente vamos determinar quem será o agente redutor e o agente oxidante com base nos potenciais normais de redução. Quanto mais negativo o valor do potencial da semirreação, maior o caráter redutor, portanto para esta reação o níquel será o agente redutor, sendo assim ele irá sofrer oxidação. Em contrapartida o ouro será o agente oxidante, portanto irá sofrer redução. Reescrevendo as semi reações Ni(s) → Ni+2 (aq) + 2e–

E° = +0,25 V

Au+3 (aq) + 3e- → Au(s)

E ° = 1,50 V

Observe que, ao mudar o sentido da reação, também se alterou o sinal do potencial padrão. Para escrever a reação global, se faz necessário realizar o balanceamento das semirreações: 3Ni(s) → 3Ni+2 (aq) + 6e–

E° = +0,25 V

2Au+3 (aq) + 6e- → 2Au(s)

E ° = 1,50 V

Com as equações devidamente balanceadas, basta fazer a soma das duas equações. Observe que os valores de potencial padrão não sofrem alteração em seus valores. 3Ni(s) → 3Ni+2 (aq) + 6e– 2Au+3 (aq) + 6e– → 2Au(s) 3Ni(s) + 2Au3+(aq) → 3Ni2+(aq) + 2Au(s)

b) Determine o valor do potencial desta pilha.

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Resolução Para determinar o potencial desta pilha usaremos a expressão a seguir: ∆E° = E°catodo - E°anodo No ânodo ocorre a oxidação, no catodo ocorre a redução, portanto, substituindo os valores teremos: ∆E° = (1,50 V) – (0,25 V) = 1,25 V Portanto o potencial desta pilha é de 1,25 V.

ATIVIDADES 1. (UERJ) Na fosforilação oxidativa, a passagem de elétrons através da cadeia respiratória mitocondrial libera a energia utilizada no bombeamento de prótons da matriz para o espaço entre as duas membranas da mitocôndria. O gradiente de prótons formado na membrana interna, por sua vez, é a fonte de energia para a formação de ATP, por fosforilação do ADP. Algumas substâncias tóxicas, como o dinitrofenol (DNF), podem desfazer o gradiente de prótons, sem interferirem no fluxo de elétrons ao longo da cadeia respiratória. Em um experimento, uma preparação de mitocôndrias foi incubada com substrato, O2 , ADP e fosfato, mantidos em concentrações elevadas durante todo o tempo considerado. Após alguns minutos de incubação, adicionou-se ao meio a droga DNF. Observe os gráficos abaixo:

Indique o gráfico que representa a variação do quociente “Q” durante o tempo de incubação no experimento realizado. Justifique sua resposta.

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2. (FGV) Fontes alternativas de energia têm sido foco de interesse global como a solução viável para crescentes problemas do uso de combustíveis fósseis. Um exemplo é a célula a combustível microbiológica que emprega como combustível a urina. Em seu interior, compostos contidos na urina, como ureia e resíduos de proteínas, são transformados por micro-organismos que constituem um biofilme no anodo de uma célula eletroquímica que produz corrente elétrica.

a) Sobre essa célula eletroquímica, é correto afirmar que, quando ela entra em operação com a geração de energia elétrica, o biofilme promove a b) oxidação, os elétrons transitam do anodo para o catodo, e o catodo é o polo positivo da célula. c) oxidação, os elétrons transitam do catodo para o anodo, e o catodo é o polo positivo da célula. d) oxidação, os elétrons transitam do anodo para o catodo, e o catodo é o polo negativo da célula.

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e) redução, os elétrons transitam do anodo para o catodo, e o catodo é o polo positivo da célula. f) redução, os elétrons transitam do catodo para o anodo, e o catodo é o polo negativo da célula.

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REFERÊNCIAS MAHAN, B. M., MYERS, R. J., Química: Um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009. KOTZ, J. C., TREICHEL JR., P. Química e reações químicas, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002.

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BIOLOGIA Ecologia Ecologia é um dos conteúdos básicos na grade curricular do curso de ciências biológicas. Normalmente ele está vinculado a dois períodos (equivalente a um ano) do total dos períodos dos anos letivos da faculdade. Dividido entre Ecologia básica e ecologia vinculada com algum outro conteúdo, como por exemplo ecologia de algas.

Conceitos básicos •

Ecologia: (do grego oikos: casa; logos: estudo) estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que estão inseridos.

Espécie: conjunto de indivíduos com características semelhantes que podem se intercruzar na natureza gerando descendentes férteis.

População: conjunto de organismos da mesma espécie que vive em um determinado local e em certa época.

Comunidade ou Biocenose: nome dado ao conjunto de todas as populações que habitam em uma mesma área (biótopo).

Biótopo: região ambiental onde vivem os seres vivos e constitui os aspectos físicos e geoquímicos do meio.

Hábitat: ambiente em que vive determinada espécie ou comunidade, atendendo às condições para a sobrevivência delas. Exemplo: o hábitat do leão é representado pelas savanas.

Nicho Ecológico: conjunto de características adaptativas próprias de uma espécie. Cada espécie está adaptada ao seu hábitat, ou seja, possui um conjunto de relações e de atividades características no local, desde os tipos de alimento até as condições de reprodução, hábitos, estratégias de sobrevivência, etc.

Ecossistema conjunto formado pela comunidade biológica (biocenose) e pelos fatores abióticos (água, gases, temperatura, luz, solo, etc) que atuam sobre ela.

Biosfera ou Gaia: reunião de todos os ecossistemas existentes na Terra.

Relações tróficas nos ecossistemas e fluxo de energia A sequência de seres vivos na qual um serve de alimento para o outro é denominada cadeia alimentar. Cada etapa da cadeia alimentar é denominada de nível trófico. Os produtores são seres autotróficos (únicos capazes de produzir, por meio da fotossíntese ou quimiossíntese, os compostos orgânicos que servirão de alimentos para todos os outros seres da cadeia alimentar). Nos ecossistemas aquáticos, os principais produtores são as algas microscópicas e, nos ecossistemas terrestres, os principais produtores são os vegetais.

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Os níveis seguintes da cadeia alimentar são formados pelos consumidores, que, sendo heterotróficos, precisam comer outros seres. Assim, os animais herbívoros, que dependem diretamente dos vegetais (produtores), são chamados de consumidores primários. Os animais herbívoros servirão de alimento aos carnívoros, que são os consumidores secundários. Esses carnívoros podem servir de alimento para outros carnívoros, que serão os consumidores terciários, e assim sucessivamente. Os seres decompositores são aqueles organismos que se alimentam degradando matéria orgânica contida em organismos produtores e consumidores, quando estes morrem. Estes organismos possuem papel fundamental para o ambiente, haja vista que, ao degradarem matéria orgânica, liberam nutrientes no ambiente, os quais são novamente utilizados pelos produtores. São representados pelas bactérias e pelos fungos. A cadeia alimentar não pode ser muito longa, isto é, o número de níveis tróficos é limitado, pois a quantidade de matéria e energia vai diminuindo à medida que se afastam do nível trófico do produtor. Portanto, a transferência de energia na cadeia alimentar é unidirecional, tendo início na captação da energia luminosa pelos produtores e termina com a ação dos decompositores. Nos ecossistemas, existem várias cadeias tróficas. As relações alimentares entre os diversos organismos constituem as teias alimentares ou teias tróficas.

Pirâmides ecológicas O fluxo de energia, bem como a transferência de matéria entre os diversos organismos de um ecossistema costumam ser representados por meio de diagramas e pirâmides. Esta é uma maneira de quantificar os ecossistemas estudados. •

Pirâmide de números: indica o número de indivíduos em uma cadeia alimentar. Em contrapartida, apresenta o inconveniente de igualar os organismos, sem levar em consideração seu tamanho e não representar corretamente a quantidade de matéria orgânica.

Pirâmide de biomassa: expressas em g/m2, isto é, refere-se a quantidade de matéria orgânica por unidade de área. Representa as amostras dos organismos em certo instante, sem levar em conta o tempo.

Pirâmide de energia: é a pirâmide que melhor reflete o que ocorre ao longo da cadeia trófica, ela é construída considerando a biomassa acumulada em determinada área por unidade de tempo, em cada nível trófico. Os valores são expressos em quilocalorias por metro quadrado por ano (kcal/m2.ano).

Ciclos biogeoquímicos O ciclo da água na natureza pode ser considerado sob dois aspectos: o pequeno ciclo, não envolvendo os seres vivos e, o grande ciclo, o qual envolve não só os processos químicos e físicos na natureza na água, mas a participação dos seres vivos. A maior parte da água do planeta Terra (97,5%) corresponde à água salgada presente nos oceanos, enquanto que o restante corresponde à água doce.

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O carbono é encontrado na atmosfera sob a forma de gás carbônico, a uma concentração de 0,03% e igualmente, em maiores quantidades, na composição das moléculas orgânicas dos seres vivos: carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. O gás carbônico é captado pelos organismos autotróficos que o utilizam como matéria-prima para a síntese de moléculas orgânicas complexas, principalmente a glicose, principal produto da fotossíntese. Tais moléculas orgânicas são utilizadas a fim de fornecerem energia para os processos vitais destes e dos demais organismos. Através dos processos de liberação de energia (respiração celular e fermentação), moléculas orgânicas são consumidas. Na respiração, tais moléculas são degradadas a gás carbônico, sendo este devolvido à atmosfera terrestre.

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Quanto ao ciclo do nitrogênio, é importante lembrar que o nitrogênio participa da composição química das proteínas (aminoácidos) e dos ácidos nucleicos (bases nitrogenadas). •

Fixação: a fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias do gênero Rhizobium que vivem associadas às raízes de plantas leguminosas são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico (N2) e incorporar tal elemento à sua célula. Quando morrem e são decompostas, ocorre a liberação de amônia (NH3), possibilitando que seja utilizado pela planta na síntese de compostos orgânicos nitrogenados. Além das bactérias, as cianobactérias, como as do gênero Anabaena também realizam fixação biológica.

Nitrificação: processo pelo qual a amônia é convertida em nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-) através da ação de bactérias nitrificantes dos gêneros Nitrosomonas, Nitrosococcus e Nitrobacter.

Desnitrificação: alguns compostos nitrogenados sofrem desnitrificação, processo realizado por bactérias desnitrificantes que degradam tais compostos, liberando gás nitrogênio, que retorna à atmosfera reiniciando assim o ciclo.

Fonte: <http://pt.slideshare.net>

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Relações intraespecíficas Harmônicas •

Sociedade: relação no qual indivíduos da mesma espécie que não apresentam uma ligação anatômica se organizam de maneira cooperativa, ocorrendo divisão de trabalho. É comum entre insetos (abelhas, formigas, cupins), mamíferos e até mesmo, na espécie humana.

Colônia: Associação em que indivíduos da mesma espécie têm uma ligação anatômica, podendo ou não apresentar uma divisão de trabalho. As colônias podem ser de dois tipos: homeomórficas, quando os indivíduos não apresentam diferença de forma, não ocorre divisão de trabalho e é encontrada entre protozoários, corais e algas; heteromórficas, quando os indivíduos apresentam uma diferenciação na forma e ocorre uma divisão de trabalho. Na caravela, exemplo de cnidário, há indivíduos especializados na reprodução, na nutrição, na proteção, etc.

Desarmônicas •

Competição intraespecífica: disputa por um ou mais recursos do ambiente. Nesse caso, a competição é relacionada a indivíduos de uma mesma espécie que competem por um recurso limitado naquele ambiente, podendo ser alimento, água, luz, espaço, fêmea ou macho etc.

Canibalismo: esse tipo de relação acontece quando o indivíduo mata o outro da mesma espécie para comer. Exemplo: aranhas.

Relações interespecíficas Harmônicas

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Mutualismo: associação entre seres de espécies diferentes, que precisam viver juntos, pois separados a vida se torna impossível para as duas espécies. Exemplos: cupins e protozoários; algas e fungos.

Protocooperação: associação entre seres de espécies diferentes onde os seres se beneficiam, mas podem sobreviver separadamente, ao contrário do mutualismo em que essa associação é obrigatória. Exemplos: paguro e anêmona-do-mar; pássaro-palito e crocodilo.

Comensalismo: uma espécie, denominada de comensal, se beneficia, ao passo que a outra denominada de hospedeira, não leva qualquer vantagem. Exemplo: tubarão e rêmora.

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Inquilinismo: a interação na qual um organismo vive dentro de outro organismo, ou seja, é inquilino de outro. Normalmente, essa associação beneficia o inquilino, enquanto o outro organismo não ganha e nem perde pela presença desse indivíduo. O recurso que o inquilino procura geralmente é proteção. Exemplos: plantas epífitas, bromélias e orquídeas, que vivem sobre as árvores maiores a fim de receber delas maiores condições para sua sobrevivência, tais como maior quantidade de luz para realização da fotossíntese.

Desarmônicas •

Amensalismo: tipo de relação na qual um organismo produz uma substância que atua na inibição da atividade de outro organismo. O exemplo clássico é a penicilina, um fungo capaz de liberar uma substância que impede a proliferação de bactérias e a consequente morte desses indivíduos. Outro exemplo é o Pinus (árvore exótica) que produz alcaloides que impedem a proliferação de outros vegetais abaixo desta árvore, sendo assim considerado também um tipo de antibiose.

Predatismo: relação ecológica na qual um organismo, denominado de predador, mata outro organismo para se alimentar. O organismo que se prejudica é chamado de presa. Exemplo: carnívoros/herbívoros.

Parasitismo: esta relação ecológica é diferenciada de predação, pois, nesse caso, o parasita se beneficia de seu hospedeiro, tanto em relação à alimentação, quanto à proteção, mas não ocorre morte do organismo parasitado, pois isso se resumiria ao fim do parasita também. O parasita precisa do hospedeiro, porém precisa dele vivo. Exemplo: vermes parasitas.

Competição interespecífica: ocorre entre indivíduos de espécies diferentes que vivem no mesmo espaço e que disputam um determinado recurso do meio. Quando insetos e gado bovino, duas espécies herbívoras, se alimentam de capim de um mesmo pasto, estabelecem uma relação de competição.

Alterações ambientais Poluição do ar •

Monóxido de carbono (CO) É um gás inodoro, incolor e extremamente tóxico ao organismo humano, pois quando inspirado, passa para a corrente sanguínea, formando um composto estável com a hemoglobina. O sítio ocupado por esse gás impede a ligação da hemoglobina com o gás oxigênio causando asfixia, levando o organismo à morte.

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Dióxido de carbono (CO2) O CO2 passou a ser liberado em grande quantidade, devido à queima da lenha, do carvão, do petróleo, das queimadas, das usinas, das indústrias, etc. O CO2 é utilizado pelos vegetais para a realização da fotossíntese, mas o aumento desse gás tem sido maior do que o necessário para isso, provocando o aumento da temperatura global (efeito estufa), que pode causar sérios danos, como inundações, alterações nos regimes de chuva e no clima de diversas regiões.

Dióxido de enxofre (SO2)

Quando liberados no ar podem desencadear problemas respiratórios. Além disso, esses gases podem reagir com o vapor de água, encontrados no ar, produzindo assim ácido sulfúrico (H2SO4), que caem na superfície terrestre, fenômeno este denominado de chuva ácida. •

Dióxido de nitrogênio (NO2)

Quando liberados no ar podem desencadear problemas respiratórios. É um dos principais responsáveis pela chuva ácida.

Poluição da água e solo •

Poluição por fertilizantes e agrotóxicos

Fertilizantes sintéticos e agrotóxicos, como inseticidas, herbicidas e fungicidas, são usados em grandes quantidades nas lavouras, poluindo o solo. Alguns inseticidas, como o DDT, são absorvidos pelo homem (por meio da pele ou dos alimentos) e estão relacionados com doenças do fígado, como cirrose e câncer. Em alguns ecossistemas, o DDT é absorvido pelos seres produtores e consumidores primários, passando para os consumidores secundários e assim por diante. •

Derramamento de petróleo

Acidentes com navios petroleiros, ou mesmos nas plataformas, podem causar o derrame de petróleo no mar. Essa substância derramada forma manchas na superfície da água, causando um bloqueio na passagem de luz, afetando a fotossíntese e as trocas entre o ar e a água, ocasionando danos ao fitoplâncton e ao zooplâncton. •

Eutrofização ou Eutroficação

É um fenômeno caracterizado pelo aumento excessivo de nutrientes na água, o que provoca o crescimento exagerado de bactérias. Essas bactérias são aeróbicas e consomem todo oxigênio existente na água, sendo esta quantidade não suficiente para os outros organismos aeróbicos. Estes, por sua vez, não conseguem sobreviver. Uma das principais causas desse fenômeno é o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento nos rios. É um conteúdo muito abordado nos vestibulares, portanto, segue um link com vídeo para maior aprofundamento: <https://www.youtube.com/watch?v=KGOU9sT6hVA>

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Lixo, lixões e aterros sanitários

As atividades humanas produzem resíduos que quando líquidos, compõem o esgoto, quando sólidos, o lixo. Considerando que a população humana vem crescendo muito, aumentando o consumo e a quantidade de lixo produzido, tem se pensado ainda mais em soluções socioambientais. Os lixões a céu aberto são responsáveis pela proliferação de muitos insetos e de outros animais, como os ratos, colocando em risco a saúde das pessoas. Os aterros sanitários são locais onde o solo é preparado para receber o lixo, evitando, assim, a contaminação. São feitas camadas alternadas de lixo e de terra, evitando o mau cheiro e a proliferação de animais. O lixo é então decomposto por bactérias anaeróbicas que produzem metano que por sua vez pode ser utilizado como combustível natural em residências e indústrias. •

Poluição radioativa

A radiação produz, no organismo, radicais livres, que são moléculas instáveis e capazes de se combinar com diversas partes da célula, prejudicando suas funções: podem romper a célula, quebrar seus cromossomos ou alterar o material genético (DNA), causando mutações prejudiciais ao organismo.

QUESTÃO COMENTADA 1. (FGV) As figuras apresentam pirâmides ecológicas que expressam, graficamente, a estrutura dos níveis tróficos de uma cadeia alimentar em termos de energia, biomassa ou número de indivíduos. A base das pirâmides representa os produtores no primeiro nível trófico.

Das quatro figuras apresentadas, pode-se dizer corretamente que: a) as figuras 1 e 4 podem representar pirâmides de energia. b) a figura 1 é a única que pode representar uma pirâmide de biomassa. c) a figura 2 pode representar uma pirâmide de biomassa na cadeia alimentar fitoplâncton → zooplâncton. d) a figura 3 é característica de uma pirâmide de números na situação em que o produtor é de grande porte, como na cadeia alimentar árvores → macacos → piolhos. e) a figura 4 pode representar uma pirâmide de energia na cadeia alimentar capim → ratos → cobras.

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RESOLUÇÃO a) ERRADA: A figura 4 pode ser de biomassa ou número. b) ERRADA: As figuras 2 e 4 podem ser de biomassa e número. c) CERTA: Tanto de biomassa quanto de número. É um exemplo de pirâmide de biomassa invertida. d) ERRADA: Pode ser uma pirâmide de números, mas indica um produtor que é de pequeno porte, pois caso o produtor fosse de grande porte, o consumidor primário seria maior que o secundário, então a pirâmide apresentaria com o vértice voltado para baixo como na figura 4. e) A figura 4 só pode ser de biomassa ou número.

EXERCÍCIOS 1. (Unicamp-SP) Johanna Dobereiner é uma agrônoma cujas pesquisas no Brasil com bactérias associadas a plantas resultaram em uma economia de milhões de reais devido à redução na quantidade de adubo utilizada na última safra de soja. a) Qual o nutriente que está sendo suprido por essas bactérias? b) Considerando o ciclo desse nutriente, explique como ele retorna à atmosfera. c) Em que órgão da planta ocorre associação com bactérias?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=628

2. (Unicamp-SP) A espécie A é um ácaro comum em plantações de morango na Califórnia que causa danos quando atinge a densidade de 20 indivíduos por lote de morango. Pesquisadores observaram que, nos lotes de morango em que ocorria a espécie A, ocorria também outra espécie de ácaro (espécie B). Visando compreender a interação entre essas espécies, realizou-se um experimento em laboratório, no qual se introduziu a espécie B em uma criação da espécie A. Após

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algum tempo, os pesquisadores aplicaram um defensivo agrícola (D) na criação. Os resultados obtidos estão mostrados no gráfico abaixo:

a) Tendo em vista os resultados obtidos, explique qual é a interação entre as duas espécies na natureza. b) A que se deve o aumento da densidade populacional da espécie A após a primeira aplicação do defensivo agrícola? c) Como esses resultados podem ser úteis à agricultura?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=632

REFERÊNCIAS ESPÍRITO SANTO et. al. Ser Protagonista: Exemplar do professor Biologia.1. ed. São Paulo: Edições SM, 2014. LOPES, S.; ROSSO, S.. Bio: volume único. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. PEZZI, Antônio Carlos; GOWDAK, Demétrio Ossowski; MATTOS, Neide Simões de. Biologia: volume único. 1. ed. São Paulo: FTD, 2010. SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2011. SESI CLICK. Biologia. Disponível em: <http://www.sesipr.org.br/sesi-click/>. Acesso em: 16 dez. 2016.

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LÍNGUA PORTUGUESA Narração “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino e inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo você será apresentado ao Gênero Narrativo, no qual o produtor do texto se coloca na perspectiva do fazer ou acontecer inserido no tempo. O que quer é contar o que aconteceu, dizer os fatos, acontecimentos, constituindo episódios, ordenados no tempo. Relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. Para ser caracterizado como uma narração, esse modelo de texto precisa apresentar os seguintes elementos: personagens, tempo, espaço, enredo e narrador. As principais formas de narrador são

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Narrador-personagem: aquele que participa da história, geralmente narra em 1ª pessoa – eu.

Narrador observador: aquele que funciona como uma câmera cinematográfica, consegue contar apenas o que vê superficialmente, mas não tem acesso à consciência dos personagens.

Narrador-onisciente: aquele que consegue narrar até os pensamentos, as sensações e as emoções mais profundas dos personagens.

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Os personagens podem ser classificados como: •

Protagonista: é o personagem mais bem desenvolvido na história. A experiência do protagonista é o foco da narrativa e a base para o desenvolvimento do enredo. É a partir da perspectiva desse personagem que julgamos tudo o que acontece na história.

Personagem central: é o personagem que desperta maior excitação ou ansiedade na história. O personagem central não é necessariamente (mas pode ser) o protagonista. A grande diferença entre os dois é que, durante a história, no envolvemos emocionalmente com o protagonista, enquanto o personagem central apenas chama nossa atenção e desperta nossa curiosidade.

Co-protagonista: é o personagem que tem relação próxima com o protagonista e o ajuda na busca de seu objetivo ou tem o mesmo objetivo que ele. Coprotagonistas ajudam a tornar mais complexa e enriquecer a história, permitindo que diferentes aspectos do tema central sejam explorados.

Antagonista: é o personagem que traz ou representa uma ameaça, obstáculo, dificuldade ou impedimento ao que o protagonista deseja alcançar. O objetivo do antagonista é o oposto do protagonista.

Oponente: é o personagem que tem uma relação próxima com o antagonista e compartilha, em algum nível o mesmo desejo que ele.

Falso protagonista: é um personagem que é apresentado de forma a induzir o leitor a acreditar que ele é o foco principal da trama para, na sequência, revelar quem é o verdadeiro protagonista como uma dose de surpresa.

Coadjuvante: personagem secundário que auxilia no desenvolvimento da história.

Figurante: personagem com papel ilustrativo, que não tem relação com o enredo ou nenhum dos personagens. São usados apenas para compor um cenário.

O texto narrativo apresenta a seguinte estrutura: •

Apresentação: nesse momento são introduzidos alguns personagens e são expostas algumas circunstâncias da história, como o momento, lugar no qual a ação se desenvolverá.

Complicação: aqui inicia-se propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.

Clímax: é o ponto da narrativa no qual a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.

Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

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Quando você se deparar com uma proposta desse tipo, tente caracterizar os personagens com traços marcantes e essenciais, tanto física como psicologicamente, de modo a possibilitar ao espectador criar uma imagem definida. Isso os tornará mais interessantes, prendendo mais a atenção do leitor. Procure definir nos personagens e na situação elementos que serão importantes para a solução dos conflitos no final da narração. Estabelecida a situação inicial, crie uma situação inusitada que desencadeie uma circunstância de conflito. A partir dessa situação, crie uma série de ações que mantenham o clima de suspense em relação aos acontecimentos que virão, aumentando a tensão. Caracterize alguns espaços e objetos determinantes no enredo, de forma a cativar e envolver o leitor. No clímax, misture de forma criativa alguns dos elementos inesperados para criar o instante decisivo da narração. Esse retorno aos elementos iniciais assegura a coesão do texto, e a associação de elementos novos garante que o texto não se torne previsível. O desfecho deve ser original, inesperado, surpreendente. Caso contrário, a narrativa pode se transformar num simples relato. Finalize de modo a tentar suprir as expectativas dos leitores. Capriche, pois muitas vezes o final é responsável pela avaliação de toda a narração. As possibilidades para estruturar uma narração são muitas, como iniciar pelo desfecho, construir o texto apenas através de diálogos, fugir ao nexo lógico ou temporal etc. Esses diferentes estilos são bastante utilizados por pessoas que escrevem de forma mais constante e com experiência. Se você ainda não tem esse hábito de escrever com frequência, recomendamos que siga uma estrutura mais básica até que se sinta seguro para alterá-la.

Para ir além <https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo>. <https://www.youtube.com/watch?v=ChVzm7pkrZ8>.

PROPOSTA COMENTADA 1. (Unicentro-PR) Maioria de casos de bullying ocorre na sala de aula Uma pesquisa nacional sobre bullying — agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas — mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Dos 5168 alunos de 5ª a 8ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país que foram entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores — 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores.

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O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. “As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar”, afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa. “Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão”, disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola. A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de “concentração” e “entusiasmo” pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). “A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças”, afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil. Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que “às vezes” sentem medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos (mais informações nesta página). (ALVAREZ, Luciana. O Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/ noticias/vidae,maioria-de-casos-de-bullying-ocorre-na-sala-de-aula-,538620.htm>. Acesso em: 30 set. 2011.)

Imaginando-se como personagem de uma situação em que ficou constatado um caso de bullying, escreva uma crônica narrando o fato e as suas consequências. Observações 1. Não se esqueça, em sua crônica, dos elementos que compõem um texto narrativo: foco narrativo, tempo, espaço, personagens, discurso, enredo, linguagem adequada ao contexto narrado. 2. Lembre-se de que você deverá criar um narrador-personagem. 3. A partir de uma breve narrativa, a crônica leva o enunciador a refletir sobre um fato do cotidiano e a emitir sua opinião sobre ele, usando argumentos favoráveis à defesa do seu ponto de vista sobre o assunto.

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Comentários O primeiro ponto a ser levado em consideração é que o enunciado da questão pede um texto do gênero crônica. De maneira esquematizada, suas características são: •

texto do tipo narrativo curto;

descrição de fatos da vida cotidiana;

possibilidade de apresentar caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;

presença personagens comuns;

desenrola-se em um tempo cronológico determinado;

permissão para uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens.

Uma possível matriz de correção para esse texto avalia os seguintes aspectos Desempenho

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Critério

Nulo

O texto não corresponde a uma crônica (não apresenta nenhuma das características citadas acima)

Fraco

Ausência de projeto de texto Relato fragmentado de fatos Uso precário de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas

Regular

Indícios de projeto de texto Indícios de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, situações etc.). Indícios de relato de fatos cotidianos Indícios de progressão temporal entre os acontecimentos relatados

Bom

Projeto de texto definido Uso adequado de elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações etc.) Relato apropriado de fatos cotidianos Mobilização apropriada das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto Marcas de progressão temporal entre os acontecimentos relatados

Ótimo

Projeto de texto excelente Trabalho evidente com elementos constitutivos das sequências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações etc.) Relato de fatos cotidianos, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que não é percebido pelo sendo comum Extrapolação na mobilização das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto Organização evidente da progressão temporal, indicando posterioridade, concomitância e anterioridade entre os episódios relatados

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Agora é sua vez 1. (UEPG) TEXTO 1 CACHORRO SEM DENTES VIRA MODELO E ESTRELA CAMPANHA DE MARCA DE ÓCULOS A cadela Toast já era uma celebridade no Instagram, com mais de 150 mil fãs. Agora, a tendência é que sua popularidade dispare. Ela é a nova estrela da campanha da Karen, uma marca de óculos americana da estilista de mesmo nome. A marca anunciou a parceria no último domingo (25/01) pelo Instagram. A história de Toast foi comparada com a de Cinderela. “Ela foi achada vivendo em circunstâncias cruéis, resgatada e rapidamente alçada à fama graças às suas maravilhosas poses, personalidade encantadora e um distinto senso de humor”, diz o post. Adaptado de: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/01/ cachorro-sem-dentes-vira-modelo-e-estrela-campanha-de-marca-de-oculos.html

TEXTO 2 GALINHA ADOTA FILHOTES DE GATO EM JAGUARI (RS) Uma história para despertar a curiosidade e o espanto em qualquer um. Um exemplo surpreendente da natureza. Uma galinha deu “asas” ao instinto materno e resolveu adotar três novos filhotes. O inusitado é que, em vez de penas, eles têm pelos. Em um lugar onde os bichos são criados soltos, a convivência entre as diferentes espécies alcançou um nível, no mínimo, curioso. Quem resolveu desafiar a lógica da natureza foi uma galinha. Ela simplesmente adotou três filhotes de gato. Cuidadosa como toda mãe, protege as crias com unhas e bico.

Adaptado de: http://anda.jusbrasil.com.br/noticias/112068576/ galinha-adota-filhotes-de-gato-em-jaguari-rs

Como você deve ter observado, os textos têm como destaque um fato curioso ocorrido com animais. Elabore uma narração escolar, na qual o personagem central é um animal e sobre ele conte uma história inusitada, ou seja, incomum, fora dos padrões esperados para esse personagem. Lembre-se, os textos 1 e 2 são apenas exemplos, não faça cópia ou paráfrase dos mesmos. Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=700

REFERÊNCIAS CABRAL. M. Narração: tipos de narrador. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com. br/redacao/narracao-tipos-narrador.htm>. Acesso em: 26 nov. 2016. FICÇÃO EM TÓPICOS. Classificação. Disponível em: <http://ficcao.emtopicos.com/criarpersonagem/classificacao/>. Acesso em: 26 nov. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997.

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4. MEDICINA VETERINÁRIA A profissão O curso superior de Medicina Veterinária apresenta formação de profissionais que sejam capazes de reprodução e melhoramento dos rebanhos, fundamentado em conhecimentos científicos e técnicos relativos ao planejamento e ao controle sanitário dos rebanhos especialmente no diagnóstico, profilaxia e tratamentos das doenças que acometem os animais. Este, deverá também atuar na Medicina Veterinária Preventiva com ênfase no combate às zoonoses, nas questões legais que envolvam os aspectos higiênicos, sanitários e tecnológicos dos alimentos de origem animal e poderá classificar, avaliar e tipificar produtos de origem animal (Fonte: www.utp.edu.br) O curso visa formar profissionais capazes de lidar com desenvolvimento de tecnologias direcionadas à criação, nutrição e melhoramento animal.

Atividades desenvolvidas pelo profissional •

Clínicas veterinárias para animais de estimação.

Fazendas.

Indústrias de alimentos de origem animal.

Centros de controle de zoonoses.

Órgãos fiscalizadores.

Zoológicos.

Institutos de pesquisa.

Universidades. Fonte: <www.guiadacorreira.com.br>

O curso De maneira geral, o curso de biologia possui uma duração média de 4 anos, podendo se estender ao longo de 7 anos no máximo. O aluno terá disciplinas voltadas a área como: Anatomia, fisiologia animal, anatomia veterinária aplicada, parasitologia, bioquímica estrutural e animal, biolgia celular e histologia animal, produção de ruminantes, patologia clínica, nutrição animal, estatística, avicultura e suinocultura, reprodução animal, defesa e vigilância sanitária, doenças de aves e suínos, anestesiologia veterinária, entre outros.

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Relação de candidato-vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 50 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Zootecnia. Porém, se tomarmos com base a média de 50 vagas anuais, temos uma concorrência média de 27 candidatos para cada vaga.

Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou ENEM). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para médicos veterinários. Por fim, assistam ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação veterinária: <https://www.youtube.com/watch?v=lJ3xRkU9btw>

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QUÍMICA Quando o assunto é animal, seja ele doméstico ou silvestre, o máximo de profissionalismo e entendimento é esperado por parte do profissional veterinário. Alguns procedimentos como a dieta animal, vacinação, dose de medicamentos e de vitaminas, compreensão de fatores microbiológicos, farmacológicos ou quaisquer outros que estejam relacionados a saúde do animal são essenciais. No estudo de todos esses campos e procedimentos, o conhecimento químico está presente, seja na forma mais complexa ou fundamental. Assim, esse capítulo foi construído de modo a auxiliar o entendimento de um conteúdo muito simples e fundamental da química, que poderá estar associado a todos os outros procedimentos médicos que provavelmente serão trabalhados e discutidos no decorrer desse curso superior. Quando estudamos às ligações químicas, passamos a compreender o universo das moléculas, desde como elas se formam até quais as atrações existentes entre elas e entre os átomos que as compõem. Por fim, as moléculas e os átomos constituem toda a matéria existente no nosso planeta, tanto aquilo que é inorgânico, quanto orgânico. Por isso, ao estudar assuntos relacionados a saúde e o organismo do animal, estudaremos também, as moléculas envolvidas no processo de constituição ou recuperação da saúde animal.

Ligações Químicas Ligações Químicas são interações entre átomos relacionados ao rearranjo da estrutura eletrônica da molécula. Quando dois ou mais átomos passam a interagir por intermédio de uma ligação, eles serão denominados “moléculas”, que, por sua vez, poderão se reorganizar a qualquer momento no espaço e formar novas moléculas, com novos átomos, a todo instante.

Conceitos Básicos •

Camada de Valência: última camada eletrônica preenchida com elétrons.

Elétrons de Valência: elétrons localizados na camada de valência.

Regra do Octeto: de acordo com essa regra, todo elemento deve possuir oito elétrons em sua camada de valência (exceto para hidrogênio, hélio, lítio e berílio).

OBS: A regra de octeto é apenas uma concepção metodológica de ensino, da qual os professores utilizam para demonstrar o comportamento dos átomos na formação de moléculas. Por isso, não pense que essa é uma regra da natureza, que acontece impreterivelmente em todos os casos de formação molecular. Pense que é apenas uma metodologia que seu professor optou em utilizar para ajudar você a entender o que são ligações químicas.

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Ligação Metálica •

Tipo de ligação entre metais, formando substâncias puras de elementos metálicos e ligas metálicas.

Os átomos se organizam em estruturas ordenadas chamadas de células ou retículo cristalino.

Neste tipo de ligação, ocorre a liberação parcial dos elétrons de valência, resultando em um fluxo de elétrons livres.

São bons condutores térmicos e elétricos.

Ligação Iônica •

Tipo de ligação entre metais e não metais.

É resultante da interação eletrostática entre cátions (proveniente dos elementos metálicos) e ânions (proveniente dos elementos não metálicos).

Em função da diferença de eletronegatividade (capacidade de um elemento adquirir para si carga negativa, ou seja, elétrons), o elemento metálico fornece (doa) elétrons para o elemento não metálico, ocasionando a formação de íons.

A transferência de elétrons ocorre de modo a satisfazer a regra do octeto.

Figura: Transferência de elétron entre o elemento sódio (Na) e cloro (Cℓ), ocasionando a formação do cátion Na+ e do ânion Cℓ-. (Disponível em: http://www. alunosonline.com.br/quimica/ligacao-ionica-eletrovalente-ou-heteropolar.html)

Ligação Covalente

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Tipo de ligação entre não metais e não metais, não metais e hidrogênio, e hidrogênio e hidrogênio;

Neste tipo de ligação, ocorre o compartilhamento de pares de elétrons da camada de valência dos elementos envolvidos na reação química, de modo a satisfazer a regra do octeto;

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Figura: Modelo da ligação covalente entre dois átomos de oxigênio. (Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/quimica/regra-do-octetoatomo-nobre-tem-oito-eletrons-na-camada-de-valencia.htm)

Representação de Lewis para compostos covalentes As representações de Lewis têm como objetivo de apresentar a estrutura molecular de uma substância e como os seus elétrons estão organizados. Para isto se utiliza um traço para representar um par de elétrons e um ponto para representar um único elétron. “Para determinarmos a estrutura molecular de Lewis, primeiramente identificamos qual o elemento com maior eletronegatividade, pois ele deverá estar localizado na posição cental, de onde sairão as ramificações para os outros elementos menos eletronegativos (exceto o hidrogênio). Logo após, representamos com ‘bolinhas’ os elétrons da camada de valência dos elementos existentes na molécula. Feito isso, começaremos a compartilhar os elétrons entre os átomos representados, visando atingir a estabilidade principalmente do elemento central. Exemplo:

QUESTÃO COMENTADA 1. (UFPR) Escreva a fórmula estrutural e classifique as diferentes ligações químicas presentes na molécula de formiato de sódio (CHO2Na), de acordo com a teoria de Linus Pauling, considerando que o número atômico e a eletronegatividade dos átomos são, respectivamente: C = 6 e 2,5; H = 1 e 2,1; O = 8 e 3,5; Na = 11 e 0,9.

Resolução O Formiato de sódio é um sal orgânico, portanto possuirá um ânion, onde estão localizadas as ligações covalentes, e um cátion, que neste caso será proveniente do elemento metálico sódio. Sendo assim, o metal sódio irá doar elétrons para o ânion formiato, característico de uma ligação iônica. O numero de elétrons que ele irá doar será o número de elétrons existentes em sua camada de valência, determinado pela distribuição eletrônica: Na = 11 C

1s2, 2s2, 2p6, 3s1

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O sódio possui apenas um elétron de valência, sendo assim, o cátion formado será o Na , portanto a carga do íon formiato será –1, ou seja, CHO2- . +

Agora iremos determinar a estrutura de Lewis para o íon formiato. Sendo o carbono o de menor eletronegatividade (entre o carbono e o oxigênio), ele será o elemento central da estrutura de Lewis. Portanto, agora determinaremos os elétrons de valência de cada elemento: H = 1 C 1s1 C 1 elétron de valência C = 6 C 1s2, 2s2, 2p2 C 4 elétrons de valência O = 8 C 1s2, 2s2, 2p4 C 6 elétrons de valência Agora nós iremos somar os elétrons de valência e, neste caso, também somaremos o elétron proveniente do sódio. Em seguida iremos dividir por dois: 1 + 4 + 6 + 6 + 1 = 12 C 18 2 = 9 pares de elétrons Agora, iremos distribuir os elétrons de modo que cada elemento (exceto hidrogênio) tenha 4 pares elétrons ligado a ele:

Os elétrons que não fazem parte das ligações químicas podem ser ocultados, e para finalizar o desenho da estrutura, inserimos as cargas nos íons, ou seja, a carga negativa no íon formiato e a carga positiva no íon sódio:

Portanto, este composto apresenta ligações covalentes no ânion e ligação iônica entre o cátio Na+ e o ânion formiato.

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EXERCÍCIOS 1. (Moderna) Um fragmento da molécula de DNA é representado pela fórmula estrutural a seguir:

Analise a representação e responda: a) Quais elementos químicos formam a estrutura do DNA? b) Qual o tipo de ligação química predominante entre os átomos que compõem essa molécula? c) Explique por que o nitrogênio aparece representado de três formas diferentes (N, NH e NH2).

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2. (Moderna – adaptada) Os sais minerais são substâncias inorgânicas que precisam ser consumidas pelos seres vivos para que haja um bom funcionamento do organismo. Alguns sais minerais, como aqueles que formam íons cálcio (Ca+2), fósforo (P-3), enxofre (S-2), potássio (K+1), sódio (Na+1), cloro (Cℓ-1) e magnésio (Mg+2), são necessários ao nosso organismo em quantidades relativamente altas (superiores a 100mg/dia) e por esse motivo são chamados de macronutrientes. Já outros sais minerais, como os de íons ferro (Fe+2) e o zinco (Zn+2), são chamados de micronutrientes minerais, por serem necessários ao organismo em quantidades relativamente baixas. a) Entre os íons citados, indique os que são cátions. Justifique sua escolha b) Elabore três ligações iônicas envolvendo os íons citados no texto e representeas de acordo com a forma de Lewis.

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REFERÊNCIAS DUARTE, H. A., Ligações Químicas: ligação iônica, covalente e metálica. Química Nova na Escola, nº 4, maio 2011. KOTZ, J. C., TREICHEL JR., P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002. MAHAN, B. M., MYERS, R. J., Química: Um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

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BIOLOGIA Evolução Teorias evolutivas O processo de evolução tem trazido várias discussões ao longo dos anos. A teoria evolucionista discute modificações lentas e graduais que ocorrem ao passar para gerações seguintes. Nas quais seres mais simples podem originar seres mais complexos.

Lamarckismo Um dos primeiros evolucionistas a mostrar suas ideias foi Jean Baptiste Lamarck (1744 - 1829), cujo nome, Lamarck, refere-se ao seu título de nobreza. Segundo este evolucionista os seres se adaptam de acordo com suas necessidades ao meio ambiente, ou seja, o ambiente modifica o organismo para sua sobrevivência. Para explicar sua teoria Lamarck criou duas leis, são elas: Fonte: ojornaldaevoluao7 anoblogpot.com. Acesso em 02 de março de 2016

1. Lei do uso e desuso: segundo Lamarck o uso contínuo de estruturas do corpo promove o seu desenvolvimento e o contrário também ocorre, ou seja, quanto menos se usa menos se desenvolve (atrofia). 2. Lei da transmissão de caracteres adquiridos: todas as características que o organismo desenvolve ao longo de sua vida devido ao uso e desuso seriam transmitidas aos descendentes. Exemplos: o clássico exemplo da girafa, aquela que forçou o pescoço até alcançar as folhas mais vistosas sobrevive e passa para seus descendentes.

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Fonte: www.estudopratico.com.br. Acesso em 02 de março de 2016

Algumas críticas as ideias de lamarck O meio ambiente e a necessidade de sobrevivência exercem certa influência no desenvolvimento de um ser vivo, porém, essa influência não é forte o suficiente para alterar os genes de forma a resolver problemas de sobrevivência. Então a necessidade não faz com que os genes relacionados a este órgão se alterem de modo a deixá-las mais “pescoçudas”. A lei do uso e desuso não possui uma base sólida, pois o uso contínuo de um órgão só pode alterar suas características externas (fenótipo) dentro de certos limites estabelecidos pelos genes. As características adquiridas ao longo da vida não são transmitidas aos descendentes porque são transmitidas pelos gametas, portanto, se este não sofrer alguma alteração genética não irá transmitir novas características, adquiridas ao longo da vida de um individuo.

Darwinismo O inglês Charles Darwin (1809 – 1882) observou a variabilidade entre os seres vivos. A partir dos trabalhos de estudos populacionais de Thomas Malthus, Darwin concluiu que a natureza produz mais organismos do que é capaz de sustentar. Com a escassez de recursos, há uma luta pela sobrevivência entre os seres vivos. Somente os organismos portadores das melhores características conseguem viver tempo suficiente para reproduzir e passar suas características vantajosas aos descendentes. Darwin denominou este princípio de seleção natural. Fonte: www.dw.com. Acesso em 02 de março de 2016

Diferenças entre pensamentos Para Darwin o meio ambiente seleciona as formas vivas mais aptas dentre as várias existentes, enquanto para o lamarckismo, o meio ambiente induz a formação de novas características pelo uso e desuso. Para o darwinismo, a evolução se dá por seleção natural, enquanto que para o lamarckismo a evolução ocorre por necessidade de adaptação.

Neodarwinismo Essa teoria do início do século XX demonstrou que a variabilidade entre os seres vivos destacada por Charles Darwin é decorrente de alterações que ocorrem nos genes ou nos cromossomos. Trata-se das mutações genéticas, que podem ser transmitidas de geração a geração se afetarem células reprodutoras ou gametas. O neodarwinismo reforçou ainda mais as ideias de Darwin, pois oferecia um mecanismo para explicar

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as transformações que os seres vivos sofriam ao longo do tempo. Com isso passou-se a entender que o fenótipo de um organismo é consequência de um genótipo e que qualquer alteração no genótipo pode ocasionar uma alteração na estrutura.

Exemplos de seleção natural e neodarwinismo Mariposas de Manchester Antes da época industrial, podia-se observar, na cidade inglesa de Manchester, o predomínio de mariposas de cores claras que se camuflavam nos liquens de árvores, e as escuras eram facilmente predadas. Com a poluição da época industrial o papel se reverteu, pois, a fuligem das fábricas escureceu os troncos das árvores fazendo as mariposas brancas aparecerem mais e serem predadas. Este é um caso clássico de seleção natural.

Fonte: <http://www.astronoo.com>. Acesso em: 02 mar. 2016.

Resistência das bactérias aos antibióticos Muitos acreditam que o uso excessivo de antibióticos faz com que as bactérias se tornem mais fortes e resistentes. Com isso, ao passar o tempo as bactérias não respondem mais a sua aplicação. Se pensarmos como Darwin: As bactérias que infestam um determinado organismo não são exatamente idênticas, existem sempre algumas pequenas diferenças genéticas entre elas, o que torna cada ser exclusivo. O antibiótico que tem ação bactericida, ao ser ministrado, provocará a morte da maioria das bactérias, mas podem existir algumas que possuam uma estrutura genética que impeça o antibiótico de agir corretamente e acaba por sobreviver. Observe que a bactéria não desenvolveu a resistência em poucos minutos para conseguir sobreviver, neste caso ela nasceu assim. Essas poucas bactérias se reproduzem gerando novas linhagens resistentes que herdam estas características.

Teoria sintética da evolução A teoria sintética da evolução nada mais é do que a teoria darwinista adicionado a conceitos novos, como mutação, isolamento geográfico e reprodutivo das espécies. Darwin não possui conceitos de genética para ajudar a compreender o porque e como ocorrem as características e tão pouco como são passadas para gerações seguintes.

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Mutação: uma alteração da estrutura interna de um gene (sequência das bases nitrogenadas do DNA). As diferenças entre organismos da mesma espécies são mutações que ocorreram aleatoriamente ou da recombinação gênica por crossing over. A mutação não ocorre pela necessidade e, sim, pelo acaso.

Especiação: é um processo que resulta na formação de novas espécies. Esse é um conteúdo que vem caindo muito nas segundas fases, portanto segue um link para melhor aprofundamento: <https://www.youtube.com/watch?v=65SFaupYB1I>

Isolamento geográfico e reprodutivo: isolamento geográfico leva formação de novas subespécies ou raças. Isolamento reprodutivo leva a formação de novas espécies – especiação.

QUESTÃO COMENTADA 1. (FGV) Embora os cangurus sejam originários da Austrália, no início dos anos 80, o biólogo norte-americano James Lazell chamou a atenção para a única espécie de cangurus existente na ilha de Oahu, no Havaí. A espécie é composta por uma população de várias centenas de animais, todos eles descendentes de um único casal australiano que havia sido levado para um zoológico havaiano, e do qual fugiram em 1916. Sessenta gerações depois, os descendentes deste casal compunham uma nova espécie, exclusiva da ilha Oahu. Os cangurus havaianos diferem dos australianos em cor, tamanho, e são capazes de se alimentar de plantas que seriam tóxicas às espécies australianas. Sobre a origem desta nova espécie de cangurus, é mais provável que a) após a fuga, um dos filhos do casal apresentou uma mutação que lhe alterou a cor, tamanho e hábitos alimentares. Esse animal deu origem à espécie havaiana, que difere das espécies australianas devido a esta mutação adaptativa. Esta afirmativa é Lamarckista, pois, afirma que a cor se alterou depois que ele fugiu, como se fosse uma necessidade imposta pelo ambiente. b) após a fuga, o casal adquiriu adaptações que lhe permitiram explorar o novo ambiente, adaptações essas transmitidas aos seus descendentes. Afirmativa Lamarckista também, porque além de modificar o ambiente ainda passou aos descendentes. c) os animais atuais não difiram geneticamente do casal que fugiu do zoológico. As diferenças em cor, tamanho e alimentação não seriam determinadas geneticamente, mas devidas à ação do ambiente. Falsa, pois, ao longo das sessenta gerações, várias mutações ao acaso podem ter aparecido e por consequência essas mutações permitiram uma melhor adaptação no ambiente. d) o isolamento geográfico e diferentes pressões seletivas permitiram que a população do Havaí divergisse em características anatômicas e fisiológicas de

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seus ancestrais australianos. Verdadeira, cada uma das espécies sofrem pressões diferentes que permitem que eles sobrevivam ou não, dependendo das mutações e recombinações que ocorreram. Resposta: Alternativa D.

EXERCÍCIOS 1. (UNIFESP) Ao chegar ao arquipélago de Galápagos, no Pacífico, Darwin encontrou uma rica variedade de tartarugas e aves vivendo sob condições ambientais peculiares, como o isolamento geográfico e a dieta, que devem ter influenciado fortemente sua evolução ao longo de milhões de anos. As prováveis causas do fato de haver tantos animais tão semelhantes entre si – as aves, por exemplo, com o bico mais curto ou mais longo, dependendo do que comiam – pareciam claras. (Pesquisa Fapesp, julho de 2011. Adaptado). a) Por que o isolamento geográfico favorece a especiação? b) Na situação dada pelo texto, e no âmbito da teoria da evolução, explique que relação existe entre a dieta e o comprimento dos bicos das aves das diferentes ilhas do arquipélago de Galápagos

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2. (Unicamp) O melanismo industrial tem sido frequentemente citado como exemplo de seleção natural. Esse fenômeno foi observado em Manchester, na Inglaterra, onde, com a industrialização iniciada em 1850, o ar carregado de fuligem e outros poluentes provocou o desaparecimento dos liquens de cor esbranquiçada que viviam no tronco das árvores. Antes da industrialização, esses liquens permitiam a camuflagem de mariposas da espécie Bistonbetularia de cor clara, que eram predominantes. Com o desaparecimento dos liquens e escurecimento dos troncos pela fuligem, as formas escuras das mariposas passaram a predominar. Por que esse fenômeno pode ser considerado um exemplo de seleção natural? Como a mudança ocorrida na população seria explicada pela teoria de Lamarck?

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REFERÊNCIAS AMABIS, J. M; MARTHO, G. R. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2001. CHEIDA, L. E. Biologia integrada. São Paulo: FTD, 2002. ESPÍRITO SANTO et. al. Ser Protagonista: Exemplar do professor Biologia. São Paulo: Edições SM, 2014. LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume único. São Paulo: Saraiva, 2013. PEZZI, A. C.; GOWDAK, D. O.; MATTOS, N. S. Biologia. São Paulo: FTD, 2010. SESI CLICK. Biologia. Disponível em: <http://www.sesipr.org.br/sesi-click/>. Acesso em: 16 dez. 2016. SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2011.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o edital e, em alguns casos, o manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado ao gênero Carta, em especial, aos principais modelos de carta exigidos pelos vestibulares da região do Paraná.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Carta De acordo com Simone Silvia Bedin Coelho, as cartas possuem natureza variada, uma vez que “circulam nos mais variados campos da comunicação e com diferentes finalidades comunicativas, como: informar, cobrar, agradecer, comunicar, solicitar, elogiar, criticar, etc.” (2015, p. 31). Como gênero textual, a função da carta, semelhante à do e-mail (podemos dizer, sua versão “digital”), é relatar algo a alguém, ainda que este seja o próprio autor da carta, o que é muito comum em gêneros literários. O e-mail, nesse caso, pode ser pensado como uma “roupagem” moderna da carta, decorrente do advento das novas tecnologias e de situações específicas da comunicação. Lembre-se: tanto a carta quanto o e-mail, como qualquer gênero textual, exercem uma função no espaço social em que estamos inseridos; logo, surgem de uma necessidade encontrada em nosso dia a dia.

A Carta nos vestibulares A despeito de gêneros emergentes como o e-mail, que apresentam certo “hibridismo que desafia relações entre oralidade e escrita”, como propõe Marcuschi (2002, grifo do autor p.13), a estrutura tradicional da carta é comumente exigida em contextos de avaliação e seleção, como é o caso dos vestibulares da região do Paraná. Desse modo, a estruturação da carta deve atender a algumas especificações, que serão usadas para avaliar o nível de compreensão do candidato em relação à proposta de redação; a adequação ao gênero e domínio da modalidade escrita. Nesse tipo de proposta de redação, atente-se para o enunciado, pois este especificará o modelo de carta que você deverá escrever, que pode ser destinadas a uma revista, a um amigo, ou a uma autoridade. Por isso, ler atentamente o que se pede na proposta é fundamental para

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escolha do gênero;

seleção de palavras;

vocativo adequado, lembrando que este nomeia o destinatário da carta (senhor(a), prezado(a), caro(a), excelentíssimo(a) etc., e que pode variar conforme a posição social ocupada pelo interlocutor);

nível de formalidade (adequado à posição social do interlocutor, logo, usase uma determinada linguagem para escrever uma carta ao um amigo ou parente, e outra a uma autoridade política, intelectual, etc.);

número de linhas (em geral, para cartas são exigidas 20 linhas).

assinatura da carta, o que pode variar de uma instituição para outra. Em algumas será solicitado que você assine a carta como Fulano De Tal; outras, como João ou Maria (ou outro nome comum), com o intuito de manter o sigilo da prova. Outras instituições, ainda, exigem no enunciado que a carta seja assinada, caso contrário o candidato tem sua prova anulada.

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Assim, as cartas nos vestibulares podem tanto solicitar uma linguagem informal quanto uma linguagem formal; por tanto, é fundamental que você compreenda quem é seu interlocutor e como abordá-lo por meio do texto escrito.

Carta argumentativa O gênero carta argumentativa sugere sempre uma interlocução entre locutor (emissor) e interlocutor (destinatário). Ao investigar o conceito de carta argumentativa em livros didáticos, Daniela Campos de La Nuez (2007) identificou que, para alguns autores, a carta argumentativa tem a função similar de um texto persuasivo, destinado a convencer o leitor, e por conta deste considera a variação linguística, bem como as “marcas de pessoalidade”, como emprego de pronomes e verbos. Além do aspecto composicional, local e data; identificação do reclamante e do destinatário; corpo do texto; expressão de despedida; assinatura, como um gênero de natureza argumentativa, a carta argumentativa defende um ponto de vista. Ainda de acordo com Nuez, alguns livros didáticos apresentam este tipo de carta inserida num contexto de “ação participativa” em práticas sociais reais, “em que o indivíduo envia a uma Instituição a fim de fazer uma reclamação ou uma solicitação” (2007 p10). Cartas desse tipo provavelmente exigirão do candidato um posicionamento contra ou a favor em relação a um determinado assunto, em especial, controverso, ou seja, que divida a opinião pública. Fique atento, pois algumas universidades solicitam a elaboração de carta destinada à autoridades e cargos públicos, como secretários, ministros, prefeitos, e, mesmo que não informem no enunciado o termo “argumentativo”, você deverá identificar pelo interlocutor e pelo assunto abordado que se trata de uma carta argumentativa. Outro detalhe importante, que vale reforçar, é que a estrutura composicional desse tipo de carta pode não ser completa numa prova de redação, pois algumas universidades dispensam assinatura, local e data e, em alguns casos, até a despedida. Mas não se preocupe, essas informações, referentes ao que pode anular sua prova, estarão explícitas no enunciado.

Carta do leitor Inserida no gênero jornalístico opinativo, a carta do leitor é uma tipologia dissertativo-argumentativa (OLIVEIRA, 2007). Por ser um espaço discursivo, a carta possibilita ao leitor compartilhar sentimentos, reivindicações, sugestões e discussões de problemas sociais controversos suscitados nos veículos de comunicação de massa, como jornais e revistas, seja ele impresso ou em meio digital. Esse modelo de carta permite ao leitor se expressar pessoalmente, contudo, de forma responsável. Afinal, a revista não publicará textos completamente descontextualizados de seu âmbito temático, menos ainda palavras inapropriadas ou que firam os direitos humanos e os demais leitores. Segundo Coelho (2015, p. 31), ainda, a carta do leitor passa por uma espécie de “filtro”, é reorganizada e, ás vezes, integralmente modificada pelos editores da revista.

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Nesse sentido, você encontrará nos vestibulares propostas que solicitem a elaboração de cartas a revistas como Época, Galileu, IstoÉ, Veja, entre outras, que, além de serem de circulação nacional, abordam temas gerais, que estão em pauta na atualidade. Visto que esses meios de comunicação são formadores de opinião, o que se espera de uma carta dirigida a eles é um posicionamento do leitor, isto é, a exposição de um ponto de vista sobre temas de relevância social, cultural, pública ou privada abordados numa determinada publicação. Logo, é necessário fazer menção à matéria que instigou a escrita da carta. Esse tipo de carta costuma ser escrito em 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós), com uma linguagem pessoal, o que permite uma expressividade maior daquele que escreve, até porque a ideia de uma carta endereçada à redação de uma revista leva em conta não só a matéria lida mas também o impacto que esta pode ter na vida do leitor.

Estilo da carta Para elaboração de uma carta, verifique as especificações destacadas no enunciado da proposta. Primeiro, você precisa identificar leitor para o qual irá escrever, se se trata de publicação de âmbito nacional ou não; de autoridade pública ou intelectual; ou pessoa de esfera privada, como amigo, pai, mãe, tio. Mas você também precisa se identificar, como remetente, no corpo da carta, e não necessariamente precisa ser fiel a sua realidade, pois muitos vestibulares permitem a você assumir a posição de um remetente ficcional. Nesse sentido, é possível elaborar uma carta do ponto de vista de uma mãe, um funcionário, um professor, um sindicalista, pois o que é avaliado nesse tipo de proposta é a adequação ao gênero e a consistência da argumentação. Independentemente do tipo de carta, é necessário entender que o processo de comunicação escrita exige a projeção de um leitor para seu texto – o interlocutor – com o qual você irá dialogar. Dessa forma, é preciso levar em conta traços desse leitor, como perfil, formação, ideias. A partir disso, pergunte a si mesmo: Como devo me reportar ao meu interlocutor? Que vocativo usar? Qual o nível de formalidade da linguagem devo empregar na carta? Enfim, essas questões devem estar presentes no momento da prova de redação e fazem parte daquilo que denominamos projeção do leitor. Com isso, nossa carta tem mais chances de atingir o objetivo comunicativo, que em geral é sempre o mesmo, sermos compreendidos pelo outro. Outra questão importante é ter em mente que a carta “conversa” com o texto-base da proposta de redação. Ou seja, se a proposta exige uma carta endereçada ao ministro da educação referente ao assunto bullying na escola, evite fugir do tema e falar sobre “merenda escolar”, “ocupação estudantil”, ou qualquer outro assunto que não apresente relação com o tema principal. Lembre-se: ao elaborar uma carta, mantenha o foco em relação a três itens: tema, gênero textual e linguagem.

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Para ir além <http://sualingua.com.br/2013/07/27/salve-jorge/> <http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT965913-2119,00.html> <http://www.olavodecarvalho.org/textos/cartasleitoresepoca.htm> <http://istoe.com.br/16931_CARTAS/> <https://www.youtube.com/watch?v=OVpi0qCRXGU>

PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) Em 3 de setembro de 2010, a revista ISTOÉ publicou uma síntese, assinada por Paulo Lima, do livro ainda inédito Fé em Deus e pé na tábua – Como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil, do antropólogo Roberto DaMatta: Nosso comportamento terrível no trânsito é resultado da nossa incapacidade de sermos uma sociedade igualitária; de instituirmos a igualdade como um guia para a nossa conduta. Nosso trânsito reproduz valores de uma sociedade que se quer republicana e moderna, mas ainda está atrelada a um passado aristocrático, no qual alguns podiam mais do que muitos, como ocorre até hoje. Em casa, nós somos ensinados que somos únicos, especiais. Aprendemos que nossas vontades sempre podem ser atendidas. É o espaço do acolhimento, do tudo é possível por meio da mamãe. Daí a pessoa chega na rua e não consegue entender aquele espaço onde todos são juridicamente iguais. Ir para a rua, no Brasil, ainda é um ato dramático, porque, significa abandonar a teia de laços sociais onde todos se conhecem e ir para um espaço onde ninguém é de ninguém. E o trânsito é o lado mais negativo desse mundo da rua. É doentio, desumano e vergonhoso notar que 40 mil pessoas morrem por ano no trânsito de um país que se acredita cordial, hospitaleiro e carnavalesco. No Brasil, você se sente superior ao pedestre porque tem um carro. Ou superior a outro motorista porque tem um carro mais moderno ou mais caro. O motorista não consegue entender que ele não é diferente de outro motorista, do pedestre, do motorista de ônibus. Que ele não tem um salvo-conduto para transgredir as leis. No Brasil, obedecer à lei é uma babaquice, um sintoma de inferioridade. Quem obedece é subordinado porque a hierarquia que permeia nossas relações sociais jamais foi politizada. Isso é herança de uma sociedade aristocrática e patrimonialista, em que não houve investimento sério no transporte coletivo e onde ainda impera o “Você sabe com quem está falando?” (LIMA, Paulo. “Como estou dirigindo?”, ISTOÉ ed. 2130.)

Tomando como ponto de partida as opiniões de DaMatta, escreva uma carta dirigida ao Secretário de Educação do Estado do Paraná, solicitando a inclusão, no currículo do Ensino Médio, de conteúdos voltados à educação para o trânsito. Use as afirmações de DaMatta como argumentos para fundamentar sua solicitação. •

O texto deve ter de 10 a 12 linhas.

A carta NÃO deverá ser assinada. Qualquer sinal de identificação invalida sua prova.

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Comentários Nesse tipo de proposta – carta de solicitação – você precisa levar em conta a posição social do seu interlocutor, que no caso se refere a um cargo público, o Secretário de Educação do Estado do Paraná. A partir disso, você deverá selecionar o vocabulário e mobilizar uma linguagem impessoal, como verbos em terceira pessoa, pronomes de tratamento (“senhor”, por exemplo) e um posicionamento adequado, visto se tratar de uma questão de hierarquia social. Mantenha-se atento ao enunciado, ou seja, considere o texto-base, logo, os argumentos elaborados por DaMatta (mencione o autor e suas ideias sintetizadas na revista IstoÉ) a fim de redigir sua carta. Não assine seu texto: isso é muito importante, pois em algumas circunstâncias de avaliação é normal apresentar nervosismo e falta de concentração, o que pode levar a um comportamento automático e, consequentemente, à assinatura ao fim do texto. Veja os critérios de correção da UFPR para essa proposta Foram considerados bons ou muito bons os textos que apresentaram estrutura de carta bem definida, com vocativos adequados para tratar o Secretário da Educação (várias possibilidades foram consideradas adequadas), e que apresentaram o pedido com clareza e respeito. Como se tratava de uma carta a uma autoridade, esperava-se, dos textos nesta faixa de avaliação, que apresentassem bom domínio do registro formal, tanto em estrutura sintática, quanto no léxico empregado. A utilização adequada de dados apresentados no texto de Paulo Lima foi um dos requisitos: nesta faixa foram avaliados os textos que enfatizaram a necessidade de educação formal para o trânsito em oposição aos dados relatados quanto à formação educacional sociofamiliar exposta pelo texto-base como causa fundamental dos problemas graves de trânsito. Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2011/ prova2fase/criterios_2fase.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2016.

AGORA É SUA VEZ 1. (Unioeste-PR) Escreva uma carta dirigida à seção “Cartas do Leitor”, da Revista Galileu, manifestando sua opinião em relação à temática abaixo. Viciados em games podem confundir o mundo real e virtual Joga muito videogame? É bom agendar um psicólogo. Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Nottingham Trent, na Austrália, e Universidade Estocolmo, na Suécia, viciados em games podem fazer coisas no mundo real como se ainda estivessem jogando [...]. No estudo foram entrevistadas 42 pessoas de 15 a 21 anos que jogam videogame frequentemente, e algumas delas tinham o que os autores chamaram de Fenômeno de Transferência do Jogo (Game Transfer Phenomena, GTP, em inglês).

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Alguns disseram que viam ‘caixas de energia’ sob a cabeça das pessoas, tentavam clicar num botão de busca quando procuravam por alguém numa multidão ou, por reflexo, até apertavam botões de controle mesmo sem segurar um [...]. Os pesquisadores disseram que o vício em games “pode ter consequências psicológicas, emocionais e comportamentais negativas, com implicações enormes para desenvolvedores de software, pais, legisladores e profissionais de saúde mental’”. Adaptado da Revista Galileu, set./2011.

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REFERÊNCIAS COELHO, S. S. B. Práticas de leitura e de escrita com o gênero carta do leitor: uma proposta de sequência didática. 2015. 133 p. Dissertação (Mestrado). Unioeste: Cascavel-PR, 2015. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. _______. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. ______. Oralidade e escrita. Signótica. Goiânia, p. 119-146, jan./dez. 1997. NUEZ, D. C. Carta argumentativa é uma dissertação modificada? um estudo sobre estratégias mobilizadas na argumentação da carta no vestibular da Unicamp. 2007. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada). Unicamp: Campinas, 2007. OLIVEIRA, N. A. A.; OLIVEIRA, F. B. O gênero jornalístico opinativo carta do leitor e o tratamento recebido nas redações do jornal impresso. Janus, lorena. v. n. 5. p. 55-72, jan./jun., 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Processo Seletivo 2011. <http://www.nc.ufpr. br/concursos_institucionais/ufpr/ps2011/prova2fase/criterios_2fase.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016.

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5. ENFERMAGEM A profissão O curso superior de enfermagem (bacharelado) visa capacitar profissionais a promover, manter ou reestabelecer a saúde das pessoas, trabalhando sempre em parceria com outros profissionais (médicos, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, administrativos entre outros) para melhor atender seus pacientes. Um equívoco muito comum aos ingressantes na graduação de enfermagem é acreditar que irão atuar diretamente nos cuidados do paciente enfermo; porém, embora o enfermeiro esteja capacitado a desenvolver todos os procedimentos relativos ao tratamento de saúde, normalmente, ele atuará na administração dos técnicos de enfermagem, sendo a profissão de enfermagem muito mais relativa à processos administrativos do grupo de técnicos, do que da atuação direta a enfermidade.

O profissional Este profissional é indispensável em hospitais, clínicas e no atendimento domiciliar. Ele é responsável pela coleta de dados sobre o estado de saúde dos pacientes e definir a conduta à ser seguida pela equipe de enfermagem. É responsável pela higiene, alimentação, administração de medicamentos e pelos curativos. No campo da saúde coletiva, atua em comunidades, na prevenção de doenças ou fazendo trabalho educativo. Um novo ramo de atuação desse profissional é a indústria, prestando atendimento de urgência e emergência, bem como administração de medicamentos e palestras sobre saúde coletiva no ambiente de trabalho. O profissional de enfermagem poderá buscar uma habilitação especial para licenciatura, podendo atuar no campo de ensino técnico, supervisionando estágio em hospitais e ministrando aulas específicas ao curso técnico ou superior de enfermagem.

Mercado de trabalho Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), divulgada em 2015, mostra que essa profissão em nosso país é composta por 80% de técnicos/auxiliares e 20% de enfermeiros graduados (ensino superior). Dentre esse montante, 85% são mulheres, 60% atuantes no setor público, 32% agentes de hospitais e clínicas particulares e apenas 8% desses profissionais atuam como licenciados, no ensino técnico e superior. Uma parcela do mercado que se encontra em expansão no país é a de atendimento domiciliar (Home Care), onde esses profissionais são encaminhados por escala para atender pacientes que, por diversos motivos, receberam liberação hospitalar para continuar o tratamento em casa. Hoje, grande parte dos convênios médicos liberam seus contribuintes para receberem esse tipo de tratamento. De maneira geral, o mercado de trabalho se destrincha em: enfermagem geral, obstétrica, cirúrgica, pediátrica, geriátrica, psiquiátrica, de resgate, de urgência e emergência, de atendimento público, do trabalho e do ensino.

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O curso A formação, independente da instituição de ensino superior, se baseia em: Disciplinas biológicas, químicas, de administração, psicologia e sociologia. Quando analisamos as disciplinas da área de biologia e química, encontramos em prevalência os conteúdos teóricos, que retratam o funcionamento do organismo humano; pouco se tem dos conteúdos relacionados ao cálculo e/ou matemática. O curso de enfermagem apresenta uma duração média de 5 anos, habilitando inicialmente o profissional para atuar nos diversos setores de hospitais, clínicas, atendimento emergencial, indústrias e ensino. Porém, para que se especifique, é necessário, após o período de graduação, uma especialização (pós-graduação) que poderá direcionar esse profissional para uma das sub-áreas descrita no tópico anterior.

Relação candidato-vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 50 vagas por ano para ingresso nesse curso de ensino superior. Portanto, de forma geral, temos uma concorrência média de 12 candidatos para cada vaga nos casos de cursos disponibilizados para o período noturno; e concorrência de 9 candidatos por vaga para os cursos integrais (manhã e tarde).

Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou Enem). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para enfermeiros. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação em enfermagem:

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QUÍMICA Um dos profissionais mais importantes de um hospital é o(a) enfermeiro(a). Entre as atribuições desse colaborador, temos o cuidado e o monitoramento dos pacientes, a execução de atividades voltadas à recuperação da saúde e a coordenação de equipes que estejam ativas e atentas 24 horas por dia. Uma atividade rotineira do(a) enfermeiro(a) é preparar o medicamento que será ministrado no paciente. Para isso, é imprescindível um conhecimento relacionado ao preparo de soluções e de coeficientes de solubilidade, visando compreender a taxa de soro necessário para diluir os medicamentos, ou até mesmo, a quantidade de gotas por minuto que o fármaco deve ser injetado. Nesse capítulo iremos discutir alguns aspectos relacionados a esse conhecimento, visando demonstrar algumas possibilidades de uso dessa ferramenta pelos profissionais da enfermagem.

Soluções Químicas A maioria dos materiais com que trabalhamos no dia a dia é dispersão, ou seja, uma mistura. Raramente, manipulamos substâncias puras. A água do mar pode ser um bom exemplo, pois a mesma apresentacloreto de sódio diluído em uma formação homogênea. No nosso corpo, o sangue que circula é uma mistura de água, proteínas e gases dissolvidos, além de outras substâncias. E o ar que respiramos é formado por uma mistura de gases. No hospital, quando um farmacêutico ou um enfermeiro manipula os produtos que serão injetados por uma seringa, logo, dizemos que é um processo de diluição,no qual substâncias da mesma polaridade são “misturadas”, de modo a formar uma solução química.

Dispersões Dispersões são sistemas em que o soluto está espalhado por toda a mistura. Existem dispersões em que partículas do soluto não podem ser visualizadas, como por exemplo uma mistura de sulfato de cobre (II) em água. A neblina, gotículas de água, é formada por partículas de um diâmetro um pouco maior em relação às soluções.

Dispersões coloidais Dispersões coloidais tornam visível um feixe de luz que as atravessa, sendo esse fenômeno chamado de efeito Tyndall. Os aglomerados de partículas que constituem uma dispersão coloidal, quando formados por macromoléculas, são chamados de coloides moleculares, e quando formado por íons, denominados coloides iônicos. Podem ser classificados também, os com afinidade com água, hidrófilos, sendo um exemplo sílica-gel.

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Suspensões O sistema constituído por uma suspensão é heterogêneo e pode ser formado por aglomerados de átomos, íons ou moléculas. É visível a olho nu ou em microscópio óptico, sedimenta-se espontaneamente ou por centrifugação e pode ser separado com a utilização de um filtro comum. Um exemplo comum de suspensão é a mistura da areia com água. Imagem 1 – Demonstração das dimensões das partículas em soluções 0 nm

1 nm

soluções verdadeiras

100 nm dispersões coloidais

suspensões

Fonte: MEDEIRO, 2015.

Classificação de soluções •

Solução sólida: Tanto o soluto quanto o solvente se encontram no estado sólido, geralmente são formadas por ligas metálicas;

Solução gasosa: Ocorre a mistura entre gases, formando uma solução e um exemplo comum seria o ar, possuindo N2, O2, CO2 e outros gases.

Solução pela dissolução de gases em líquidos: A solubilidade dos gases na água depende do aumento de pressão, provocando elevação da solubilidade, sendo um exemplo os gases atmosféricos que se dissolvem nas águas dos mares, rios e lagos, possibilitando a sobrevivência da fauna e flora aquática;

Soluções formadas pela mistura de líquidos: o álcool comercializado em farmácias ou supermercados é uma solução formada por álcool etílico e água.

Concentração e diluição das soluções A adição e a dissolução de um soluto em água pode produzir uma solução. A relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente determina a concentração de soluto na solução. Quando preparamos um suco, a relação entre a quantidade de açúcar e a de suco determina o quão doce este ficará. Se acrescentarmos mais soluto (açúcar), a solução ficará mais concentrada (mais doce).

Concentração em massa A concentração em massa de um soluto numa solução é a relação entre a massa do soluto e o volume da solução. m (massa) C (concentração) = v (volume)

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Fração em massa A fração em massa é obtida da relação entre a massa do soluto e a massa da solução. x (fração de massa) =

m (soluto) m (massa total da solução)

Para calcular a porcentagem em massa, basta multiplicar o valor correspondente à fração em passa por 100.

Fração em volume A fração em massa é a relação entre o volume do soluto e o volume da solução: x (fração em volume) =

v (volume do soluto) v (volume total da solução)

Para expressar a fração volume em porcentagem, basta multiplicar o valor correspondente à fração em volume por 100.

Concentração em quantidade de matéria A concentração em quantidade de matéria de um soluto numa solução é a relação entre a quantidade de matéria (número de mols) e o volume. C (concentração) =

n (quantidade de matéria) v (volume da solução)

Para calcular a quantidade de matéria, deve-se seguir a seguinte relação: n (número de mols) =

m (massa do soluto) M (massa molecular)

Molalidade A molalidade é a relação entre a quantidade de matéria de um soluto e a massa do solvente, em quilogramas: W (molalidade) =

n (quantidade de matéria do soluto) m (massa do solvente)

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Fração em quantidade de matéria É a relação entre a quantidade de matéria do soluto e a soma das quantidades de matéria de todas as substâncias presentes na solução. Pode ser representada conforme expressão: X (fração em quantidade de matéria) =

n (quantidade de matéria do soluto) m (quantidade de matéria total da solução)

Diluição de Soluções Diluir significa adicionar solvente a uma solução já existente, o que poderá resultar em uma solução de concentração menor que a inicial, sendo assim, a quantidade de soluto na solução inicial se mantém inalterada, variando somente a quantidade de solvente adicionado. A relação para cálculo da diluição de soluções é: C (concentração A) X V (volume A) = C (concentração B) X V (volume B) Não se seve confundir diluição com dissolução. O termo diluir significa adicionar solvente à determinada solução, de modo que diminua a concentração. O termo dissolver significar adicionar soluto ao solvente.

Mistura de soluções Quando os solutos são iguais, para encontrar a nova solução, é necessário somar a quantidade de soluto presente nas duas soluções e dividir pela quantidade total de solvente. A solução resultante terá concentração intermediária comparada à das soluções iniciais. Ao se misturarem soluções iônicas, é necessário conhecer a quantidade de matéria de cada um dos íons formados após a dissociação em água e dividi-la pelo volume total da solução resultante.

Solubilidade A capacidade de um soluto de, junto a um solvente, formar uma solução está relacionada com a propriedade denominada “solubilidade”. Por exemplo, quando acrescentamos um medicamento em pó numa porção de água e, juntos, estes formam um sistema homogêneo, devemos concluir que a solubilidade do soluto em água é alta. Porém, vale destacar que os solutos não são obrigatoriamente sólidos, podemos diluir líquidos em líquidos, gases em líquidos, ou gases em gases, formando assim, um sistema igualmente homogêneo.

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Curva de solubilidade Representa a capacidade do soluto ser dissolvido em um determinado solvente com o aumento da temperatura. Por exemplo, quando acrescentamos um pó (soluto) em água (solvente), porém, nem todo o pó consegue se solubilizar. Nesse caso, se aumentarmos a temperatura do sistema, as moléculas do solvente irão se agitar e se separar, permitindo que mais moléculas de soluto sejam dissolvidas, aumentando consequentemente o potencial de solubilidade do sistema.

QUESTÃO COMENTADA 1. (ITA) Considere os sistemas apresentados a seguir: a) Creme de leite b) Maionese comercial c) Óleo de soja d) Gasolina e) Poliestireno expandido. Destes, são classificados como sistemas coloidais: a) Apenas I e II. b) Apenas I, II e III. c) Apenas II e V. d) Apenas I, II e V. e) Apenas III e IV.

Resolução As classificações desses sistemas são feitas com base nas dimensões das partículas dispersas (soluto). O creme de leite, a maionese e o poliestireno expandido (também conhecido como isopor) constituem sistemas coloidais, nos quais as partículas têm dimensões aproximadamente entre 1nm e 100nm. O óleo de soja e a gasolina constituem soluções, nas quais as partículas têm dimensões menores que 1nm. Desse modo, a alternativa correta é a d.

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2. (PUC) O Ministério da Saúde recomenda, para prevenir as cáries dentárias, 1,5 ppm (mg/L) como limite máximo de fluoreto em água potável. Em estações de tratamento de água de pequeno porte, o fluoreto é adicionado sob forma do sal flúor silicato de sódio (Na2SiF6; MM = 188g/mol). Se um químico necessita fazer o tratamento de 10 000 L de água, a quantidade do sal, em gramas, que ele deverá adicionar para obter a concentração do fluoreto indicada pela legislação será, aproximadamente a) 15,0 b) 24,7 c) 90,0 d) 148,4 e) 1500,0

Resolução O exercício nos fornece uma concentração recomendada (1,5 ppm) que utilizaremos como parâmetro para a concentração de fluoreto na água. Com relação aos cálculos, temos os seguintes valores informados: 1000 litros de água 188 g/mol de Na2SiF6 O primeiro passo será descobrir a quantidade ideal de fluoreto para 1000 litros. 1 litro ---------------- 0,0015 gramas de fluoreto 10.000 litros ------- x = 15 gramas de fluoreto O segundo procedimento será analisar a composição e massa molecular. Veja que, cada molécula do sal utilizada apresenta 6 íons fluoreto, portanto: 19 g/íon fluoreto x 6 = 114 g Agora, com parâmetro na quantidade de matéria representada pelo íon fluoreto, vamos identificar o total de sal que deverá ser aplicado em 10.000 litros d água. 114 gramas de fluoreto ---------------------- 188 gramas de sal 15 gramas --------------------------------------- x 114 . x = 2.820 X = 2.820/114 X = 24,73 gramas de sal Desse modo, a alternativa correta é a b.

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EXERCÍCIOS 1. (UFMG) Um bom uísque possui, em média, um teor alcoólico de 40% volume por volume. Sabe-se, ainda, que o limite de álcool permitido legalmente no sangue de um motorista, em muitos países, é de 0,0010g/mL. a) calcule, em gramas, a massa total de álcool que deve estar presente no sangue de uma pessoa para produzir uma concentração de 0,0010g/mL. Sabe-se que o volume médio de sangue em um ser humano é 7,0L. b) calcule o volume de álcool, em mL, que corresponde à massa calculada no item 1. A densidade do álcool é 0,80g/mL. c) calcule o volume, em mL, de uísque necessário para provocar o teor alcoólico de 0,0010g/mL. Sabe-se que cerca de 13% do álcool ingerido vai para a corrente sanguínea.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

2. (Fuvest-SP) A recristalização consiste em dissolver uma substância a uma dada temperatura, no menor volume de solvente possível e a seguir resfriar a solução, obtendo-se cristais da substância. Duas amostras de ácido benzóico, de 25,0g cada, foram recristalizadas em água segundo esse procedimento, a seguir: a) Calcule a quantidade de água necessária para a dissolução de cada amostra. b) Qual das amostras permitiu obter maior quantidade de cristais da substância? Explique. Dados: curva de solubilidade do ácido benzóico em água (massa em gramas de ácido benzóico que se dissolve em 100g de água, em cada temperatura).

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS BARROSO, J. M. Ser Protagonista: Química – Revisão. São Paulo: Edições SM, 2014. MEDEIROS, D. H. et al. Enem para todos: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. Curitiba: Conceito. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H. Química 2: Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2010. REIS, M. Caderno de Estudos: Química 2. São Paulo: Ática, 2014.

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BIOLOGIA Citologia Vírus são seres acelulares e que não estão dispostos em nenhum reino. São parasitas intracelulares obrigatórios nos quais realizam reprodução e são visíveis apenas ao microscópio eletrônico. Podem possuir RNA, DNA ou em casos raros os dois e causam problemas em animais, vegetais fungos e bactérias. Podem ser classificados em dois tipos: Adenovírus e Retrovírus, dependendo de seu material genético. Estes últimos apresentando uma enzima denominada de transcriptase reversa, responsável por realizar a retrotranscrição, como o HIV. Ainda temos o RNA vírus, o qual possui a enzima RNA polimerase, como o H1N1.

Fonte: <www.estudopratico.com.br>. Acesso em: 22 fev. 2016.

Procariontes São seres vivos que não possuem membrana nuclear (carioteca) em suas células e por isso apresentam núcleo disperso no citoplasma. São organismos exemplos de procariontes: Reino monera. Suas principais estruturas: mesossomos para respiração celular, hialoplasma onde ocorrem as reações químicas e serve como preenchimento, plasmídeo para reprodução e ribossomo para síntese proteica.

Fonte: <www.educacao.globo.com.> Acesso em: 22 fev. 2016.

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Eucariontes São organismos que possuem um tipo de célula mais complexa, composto de membrana nuclear, citoplasma rico em organelas. Este tipo de célula existe em 4 reinos: Protista, Fungi, Animal (Metazoa) e Vegetal (Metaphyta). A célula eucarionte ainda pode ser vegetal ou animal. Veja as imagens:

Organelas e suas funções

Fonte: <www.netxplica.com>. Acesso em: 22 fev. 2016

Este assunto é muito importante para as provas de segunda fase, portanto, segue um link para aprofundamento: <https://www.youtube.com/watch?v=08AUKq_MYho>

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Respiração aeróbica Consiste naquela realizada para quebrar a glicose, com consumo de oxigênio, contendo três fases: glicólise (quebra de glicose); ciclo de Krebs e cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa, estas fases ocorrem no hialoplasma, matriz e cristas da mitocôndria respectivamente.

Respiração anaeróbica É aquela que não utiliza oxigênio, podendo ser chamada também de fermentação. Ela se inicia da mesma forma que a respiração aeróbica, porém depois da quebra de glicose em ácido pirúvico ela pode ser transformada em outras substâncias como mostra a imagem a seguir:

Fonte: <www.guiadoestudante.weebly.com>. Acesso em: 22 fev. 2016.

Intérfase e divisão celular A intérfase é um período que antecede uma mitose ou meiose e apresenta três etapas (ciclo celular): G1 – Produção de RNA e proteínas; S- duplicação do DNA; G2 – Produção de RNA e proteínas.

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Mitose É uma divisão celular equacional que produz duas células semelhantes e com o número igual de cromossomos, se a célula a se dividir for diploide (2n), produz duas células diploides e se for haploide também surgirão células filhas haploides.

Fonte: <www.sobiologia.com>. Acesso em: 22 fev. 2016.

Meiose É uma divisão reducional da célula, produzindo células haploides (n) a partir de células diploides.

Nos animais só encontramos células haploides na formação de gametas e nos vegetais durante a esporogênese.

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Tipos de tecidos No organismo humano existem quatro tipos de tecido: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

Tecido epitelial de revestimento Este tecido tem como principais características ser avascular e com células justapostas, com pouca substância intercelular. Possuem uma lâmina basal que separa este tecido com o tecido conjuntivo. Como não possuem vasos, a nutrição é feita por difusão a partir do tecido conjuntivo subjacente. Veja os exemplos a seguir:

Fonte: <www.ebah.com.br>. Acesso em: 12 fev. 2016.

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Tecido epitelial glandular (secretor) Este tecido é constituído por células especializadas na produção e eliminação de substâncias nas superfícies dos epitélios. Originam-se no epitélio e penetram no tecido conjuntivo subjacente. Quando a glândula possui uma comunicação com o epitélio que a originou através de um canal e lança secreções na superfície (sudorípara, salivar), ela é uma glândula exócrina. Quando não há formação de canal e ela elimina a substância (hormônios) nos vasos sanguíneos é chamada de endócrina. Quando a glândula possui as duas funções como o fígado e o testículo são chamados de mistas ou mesócrinas. Os hormônios produzidos pelas glândulas são bem trabalhados no seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=hReaL4UYU6c>

Tecido conjuntivo Este tecido tem como características gerais: uma grande quantidade de substância extracelular e vasos sanguíneos, com exceção do tecido cartilaginoso.

Tecido conjuntivo frouxo Características gerais: possui fibras colágenas, elásticas e reticulares. Suas funções são de preenchimento, sustentação, nutrição e união de tecidos e órgãos. Ocorre entre os músculos, nervos, células de órgãos e derme.

Células •

Fibroblasto: produzem a matriz extracelular e as fibras.

Macrófagos: células de defesa, grandes e que realizam a fagocitose.

Mastócitos: células que produzem heparina e histamina anticoagulante e vasodilatador respectivamente.

Plasmócito: produzem anticorpos.

Adipócitos: células de reserva de lipídeos.

Tecido cartilaginoso Este tecido é o único avascular e sem nervos, com substância da matriz um pouco mais consistente e com maior quantidade de fibras colágenas e elásticas o que lhe confere uma certa flexibilidade e elasticidade. Possui função de sustentação e ocorre em vários locais do corpo como traqueia, brônquios, nariz (elástica), estrutura do recém nascido (hialina) e entre vértebras (fibrosa).

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Células •

Condroblasto: células que se encontram na periferia do tecido. Produzem a matriz e as fibras e depois de algum tempo ela se transforma em condrócito.

Condrócito: células maduras que se encontram mais no interior do tecido.

Tecido ósseo Matriz extracelular muito consistente, pois, possui sais de cálcio e fósforo. Grande quantidade de fibras colágenas e elásticas. As células estão dispostas no interior de lacunas, possui vasos sanguíneos e nervos no interior dos canais de Harvers e Volkmann. A função do tecido ósseo é sustentação e proteção.

Células •

Osteoblastos: produzem a matriz orgânica e depois se transforma em osteócito.

Osteócitos: encontram-se dentro de lacunas.

Osteoclastos: células muito grandes com vários núcleos (polinucleadas) que realizam reabsorção do tecido ósseo calcificado se encontram dentro de lacunas.

Tecido hematopoiético Este tecido tem o trabalho de destruição de células sanguíneas velhas e produção de novas. Existem duas variedades deste tecido: linfoide e mielóide Linfóide: formado por órgãos como: baço, timo, amídalas e gânglios linfáticos. Nesses órgãos são encontradas células denominadas de linfoblastos provenientes da medula óssea, os quais dão origem aos linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos. Além disso, esses órgãos tem a função de retirar células velhas da corrente sanguínea. Mielóide: constituído pela medula óssea vermelha encontrada no interior de alguns ossos. Nele são produzidos hemácias, leucócitos e plaquetas.

Sangue •

Componentes: 55% do volume total é plasma (água, sais, excreções celulares, glicose, aminoácidos, ureia, colesterol, hormônios e anticorpos) e 45% são elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas).

Funções: transporte de substâncias e gases; defesa, termorregulação e equilíbrio hídrico e osmótico.

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Tecidos musculares Constituído por células alongadas (fibras musculares) e contráteis. Possuem proteínas importantes para contração denominadas de actina e miosina e também a mioglobina que é responsável pelo armazenamento de oxigênio e pela coloração avermelhada do músculo. São responsáveis pelo movimento, sustentação e locomoção do nosso corpo. São três tipos: •

Estriado cardíaco: ação involuntária, contração rápida e forte, encontrado no coração (miocárdio), as células são ramificadas, possui geralmente um núcleo, não faz divisão celular e também não tem capacidade de regeneração.

Estriado esquelético: ação voluntária, contração rápida e forte, células cilíndricas e polinucleadas. Não possui capacidade de divisão celular e sua capacidade de regeneração é pequena. Encontrado no diafragma, membros superiores e inferiores, parede do abdômen, face e pescoço.

Liso: ação involuntária, contração fraca e lenta, células fusiformes, mononucleada, possui capacidade de divisão celular e sua capacidade de regeneração é grande. É encontrado nas paredes dos tubos digestivos, vias respiratórias, vasos sanguíneos, útero, músculo dos cílios e músculos eretores dos pelos.

Assista o vídeo a seguir, para aprender como ocorre a contração muscular, esse é um assunto bem importante para ser abordado nas provas de segunda fase: <https://www.youtube.com/watch?v=H_5_0PIvJ5s>

Tecido nervoso Esse tecido é constituído por células muito especiais denominadas de neurônios que possuem propriedades de irritabilidade e condutibilidade. Sua membrana reage a estímulos e a resposta resulta na geração instantânea e na transmissão rápida de impulsos elétricos ou nervosos. Esses impulsos se propagam ao longo das ramificações encontradas ao longo da célula.

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Neurônio São células especializadas que comandam o sistema nervoso. São divididas em três partes principais: Corpo celular, axônio e dendritos.

Fonte: <http://pt-br.infomedica.wikia.com>. Acesso em: 01 mar. 2016.

Corpo celular: onde encontram-se núcleo, citoplasma e organelas.

Axônio: prolongamento por onde se propaga o impulso nervoso.

Dendritos: ramificações existentes no corpo celular que recebem impulso nervoso.

Propagação do impulso nervoso Nas células em repouso, o potássio (K) intracelular está em pequena quantidade e o sódio (Na) extracelular em grande quantidade. O impulso é formado quando as quantidades destes íons são alteradas, invertidas, com a saída de potássio e entrada de sódio nas células.

Fonte: <www.sobiologia.com.br>. Acesso em: 01 mar. 2016.

Sinapse A sinapse é um processo que ocorre entre o axônio de um neurônio e os dendritos ou corpo celular de um segundo neurônio. Ao final do axônio encontram-se pequenas dilatações denominadas de botões terminais, no qual apresentam vesículas com substâncias químicas secretadas pelo próprio neurônio. Ao desenvolver-se um impulso nervoso em um neurônio pré-sináptico, atingindo as vesículas, elas liberam a substância que contêm, na região sináptica. Esta substância tem função de estimular o neurônio seguinte que, por sua vez, desenvolve o impulso nervoso. Estas substâncias são mediadores químicos, os mais comuns são acetilcolina e a adrenalina.

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QUESTÃO COMENTADA 1. (Vunesp) Em relação ao processo de divisão celular, podemos afirmar que: a) a mitose consiste em duas divisões celulares sucessivas. Falsa: essa descrição é para meiose, no qual possui duas divisões celulares denominadas Meiose I e Meiose II. b) os óvulos e os espermatozóides são produzidos por divisões mitóticas. Falsa: óvulos e espermatozoides possuem metade do número de cromossomos (n=23), portanto, não pode ser consequência da divisão mitótica e sim meiótica. c) durante a meiose não ocorre a permutação ou “crossingover”. Falsa: é justamente na meiose que ocorre a permutação, especificamente na Meiose I com cromossomos homólogos. d) a meiose é um processo que dá origem a quatro células haplóides. Verdadeira: a meiose dá origem a 4 células com 23 cromossomos cada uma, especificamente óvulos e espermatozoides. e) durante a mitose as cromátides irmãs não se separam. Falsa: as cromátides irmãs se separam.

EXERCÍCIOS 1. (Udesc) Aparelhos ergonômicos exigem do designer um conhecimento prévio acerca do funcionamento do organismo humano. Dentre os vários sistemas que compõem o Homem, o sistema tegumentar desempenha importantes funções. A respeito da sua estrutura e de suas funções, resolva a questão abaixo. a) A pele é formada por duas camadas: a epiderme e a derme. Indique qual a constituição da epiderme e relacione com sua(s) função(ões). b) Cite três anexos do sistema tegumentar e descreva sua(s) função(ões).

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=635

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2. (UFG) Leia o texto e observe a figura a seguir. BRASIL NA COPA DA ÁFRICA A seleção brasileira de futebol é a única a participar de todas as copas mundiais. Sua estreia na copa da África do Sul será no dia 15 de junho contra a Coreia do Sul. Como um dos esportes símbolos nacionais, o futebol promove um elevado desgaste físico aos seus atletas, pois é uma modalidade esportiva intermitente e de longa duração, exigindo movimentos com elevadas ações de contração muscular durante a partida, como esquematizado na figura. Considerando o exposto, explique como ocorre, no atleta, o movimento de contração da unidade representada na figura durante uma partida de futebol.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=631

REFERÊNCIAS AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2001. CHEIDA, L. E. Biologia Integrada. São Paulo: FTD, 2002. LOPES, S. Bio. São Paulo: Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado aos gêneros Notícia de jornal e Texto informativo. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Notícia de jornal O objetivo da notícia é relatar um acontecimento recente do cotidiano e que interesse ao público-leitor, logo, “um fato importante e inusitado”. Todavia, segundo Tavares e Schwaab (2013, p. 158), o critério da “atualidade”, cujo foco é informar sobre o presente, pode ceder lugar para o de futuro, ou seja, é possível noticiar algo que ainda está por vir, contanto que a notícia esteja embasada em fontes e dados confiáveis. Como dizem as autoras de A arte de escrever bem, “cada gênero pede um jeitinho de produção” (SQUARISI; SALVADOR, 2005, p. 54). Já que a notícia pertence à esfera jornalística, sua produção, assim, exige a preocupação em responder seis perguntas essenciais desse ramo: Quem? O quê? Onde? Quando? e Como? Por quê? Essas perguntas relacionam-se à estrutura desse gênero textual, para que tanto o leitor quanto o produtor não se percam num emaranhado de informações, por vezes, secundárias. Para Squarisi e Salvador (2005), as seis perguntas constituem um modelo denominado “pirâmide invertida”, pelo qual “conta-se a história do fim para o começo” e põe-se as informações mais importantes no primeiro parágrafo, garantindo, assim, a objetividade. Apesar de receber muitas críticas, esse modelo de produzir notícias e reportagens ainda é o mais utilizado nos meios de comunicação, ainda segundo as autoras. Como definir, então, que informações farão parte de uma notícia? Começamos com a manchete, título principal da notícia, cuja função é atrair o leitor. Ao considerarmos que, no meio profissional, a meta de jornais é oferecer notícias exclusivas, fuja do previsível ao escrever uma notícia e mobilize sua criatividade para construir uma manchete que chame a atenção da banca avaliadora. Dica: títulos devem conter ação, por isso cuide com a seleção de verbos. O título auxiliar vem logo após a manchete e tem a função de antecipar o que será noticiado, portanto, ele traz mais detalhes sobre a notícia propriamente dita, enquanto a manchete funciona como um atrativo para o leitor. Já o lead é o parágrafo inicial que resume a notícia, logo, deve responder às seis perguntas do jornalismo. O quê? e Quem? são as primeiras a serem respondidas. Para não haver dúvidas, seja objetivo e conciso em responder o que aconteceu: um incêndio? uma reforma? um assalto? Além disso, é preciso questionar quais foram os envolvidos nesse acontecimento: professores? funcionários de uma empresa? turistas? Referencie ainda as “vozes” mobilizadas para embasar sua notícia, como depoimentos e entrevistados. Entretanto, não basta identificar o que aconteceu, mas informar com precisão, o que nos leva a responder outras duas questões: Onde? e Quando? Nesse caso, informe com exatidão local e data, se possível, horário, em que ocorreu o fato noticiado. Quantos mais informações precisas, mais sua notícia apresentará confiabilidade ao leitor. Como? e Por quê? São, por fim, informações que tornam a notícia “redonda”, isto é, completa. Caso a notícia se estenda, os demais parágrafos deverão desenvolver e detalhar o lead.

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Linguagem da notícia Já que não é feita para um único leitor, mas para um público amplo, a notícia deve apresentar linguagem clara e objetiva, sem deixar margem para dúvidas. Além disso, é importante selecionar o que de fato é prioridade, isto é, a informação central. Para Squarisi e Salvador (2005), deve-se restringir o uso de adjetivos e artigos indefinidos (um, uma, uns) ao escrever uma notícia, e sim optar pelo emprego de substantivos. Procure, também, escrever com impessoalidade, evite dar sua opinião sobre os fatos, mantenha-se, aliás, imparcial a eles, já que a notícia tem a finalidade de ser informativa. Lembre-se: objetividade, verdade e interesse-público são essenciais para uma boa notícia.

Texto informativo Como vimos, uma notícia tem a finalidade de informar sobre um determinado fato ou acontecimento. A principal função de um texto informativo é, portanto, expor um dado ou fato, contudo, de uma maneira que tal informação se torne útil para o leitor. Desse modo, as principais características de um texto informativo são: •

Linguagem clara e objetiva.

Impessoalidade, isto é, “efeito de distanciamento em relação aos fatos e às fontes” (PEDROSO, 2000, p.).

Verbos na 3ª pessoa do discurso (singular/plural).

Hierarquização de fatos, dados, fontes e declarações.

Leitura, escrita, coleta, seleção e organização de dados.

Credibilidade (fontes confiáveis e veracidade de informações).

Em algumas provas de redação, você poderá se deparar com o exercício de retextualização, que consiste no processo de produção de um novo texto a partir de um ou mais textos-base (BENFICA, [s.d.]). Assim, certas propostas poderão solicitar ao candidato a retextualização de dados e informações, contidas em tabelas, gráficos e infográficos, para o formato de texto informativo. Para tanto, é preciso ler com atenção o(s) texto(s)-base e analisar a linguagem verbal e não verbal, a fim de selecionar, organizar e interpretar informações relevantes que atendam à proposta.

Para ir além <https://www.youtube.com/watch?v=MlfkkDlygok> <https://www.youtube.com/watch?v=VgWqu_xweXo> <https://www.youtube.com/watch?v=BuwlAfzutqU&t=132s> <http://nescolas.dn.pt/nescolasv2/index.php?a=kitmedia&p=2_5>

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PROPOSTAS COMENTADAS 1. (UFPR) Adoniran Barbosa é um ícone do samba paulista. Os temas de suas composições giravam em torno dos tipos humanos mais comuns e da realidade crua de uma metrópole que não para. Em suas músicas, usou sempre a linguagem popular paulistana para dar vida a suas personagens. “Saudosa Maloca” (1951) conta um fato, que é retratado a partir do ponto de vista de uma das personagens. Saudosa Maloca* Se o senhor não tá lembrado,

Doía no coração.

Dá licença de contá

Mato Grosso quis gritá

Que aqui, onde agora está

Mas em cima eu falei:

Esse edifício arto,

“Os home tá cá razão

Era uma casa veia,

Nóis arranja outro lugá.”

Um palacete assobradado.

Só se conformemos

Foi aqui, seu moço,

Quando o Joca falou:

Que eu, Mato Grosso e o Joca

“Deus dá o frio conforme o cobertô.”

Construímos nossa maloca.

E hoje nóis pega a paia** nas grama do jardim

Mas um dia, Nóis nem pode se alembrá, Veio os home c´as ferramentas O dono mandô derrubá. Peguemos todas nossas coisa E fumos pro meio da rua

E pra esquecê nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida. Saudosa maloca, maloca querida,

Apreciá a demolição.

Que dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida.

Que tristeza que nóis sentia,

*

Cada tauba que caía *Maloca: casa muito pobre e rústica; lar. **Pegar uma palha ou puxar uma palha: dormir. A partir da leitura dessa música, redija uma notícia de jornal que informe ao leitor os fatos narrados. Seu texto deve: •

ser introduzido por um título (manchete);

apresentar a narrativa do ponto de vista do veículo de comunicação;

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ser fiel aos fatos apresentados na letra da música, podendo haver acréscimo - de detalhes, inventados por você, que atualizem a narrativa e permitam adequá-la ao gênero “notícia de jornal”;

apresentar a linguagem e a estrutura próprias do gênero;

ter de 7 a 10 linhas.

Comentários A proposta solicita uma retextualização da música de Adoniran Barbosa para o gênero notícia. Depois de ler a canção, procure responder às seis perguntas do lead, que servem para localizar num acontecimento as principais informações que deverão compor a notícia. Com base nas informações do enunciado e do texto-base, lemos a voz de um dos personagens que lamenta a demolição (acontecimento) da antiga residência,“saudosa maloca”, a mando do dono. Outros dois personagens, Mato Grosso e Joca, também são mencionados. Como podemos observar, a canção de Barbosa é construída por uma linguagem coloquial, pessoal, narrada em 1ª pessoa do discurso, além de apresentar variedade linguística. Lembre-se que ao redigir sua notícia você deverá fazer uso de uma linguagem impessoal, distanciada do fato, objetiva e clara ao leitor. Para tanto, escreva em 3ª pessoa do discurso. Elementos ausentes na canção (Quando? Onde?) poderão ser imaginados, assim como trechos dela podem inspirar a criação de depoimentos, nomes e demais personagens. Assim, seja criativo, não copie o texto-base, mantenha-se vinculado ao tema da canção e cuide para atender as especificidades do gênero notícia. Veja os critérios específicos de correção da UFPR para essa proposta Texto que atende a todos os comandos da questão. Apresenta-se como o gênero notícia completo: data, lugar, jargão linguístico do gênero. Relata o episódio da canção e amplia para a atualidade. Estabelece correlação entre as informações selecionadas. 2. (UEM-PR) A coletânea de textos a seguir aborda a questão do uso de animais em experimentos científicos. Tendo-a como apoio, redija os gêneros textuais solicitados. TEXTO 1 Necessidade do uso de animais em testes gera divergências entre ativistas e pesquisadores Por Caroline Menezes

A invasão do Instituto Royal, no interior de São Paulo, por ativistas para o resgate de cães da raça Beagle que estariam sofrendo maus tratos, ampliou o debate sobre os limites do uso de animais em testes de remédios, vacinas e demais pesquisas e estudos científicos. Mesmo sem a confirmação, até o momento, de que os cães do Instituto eram realmente maltratados, o caso virou destaque na grande maioria dos jornais e das revistas. (Disponível em <http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/11/necessidadedo-uso-de-animais-em-testes-geradivergenciasentre-ativistas-e-pesquisadores>. Acesso em 22/08/2014.)

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TEXTO 2 Sociedade Protetora critica uso de animais em pesquisas científicas Por Thiago Ramari

A Sociedade Protetora dos Animais de Maringá (Spam) não concorda com a utilização de animais para a realização de pesquisas e para dar suporte ao ensino. Segundo a presidente da Spam, Maria Eugênia Costa Ferreira, a metodologia é ultrapassada e poderia ser substituída. Ela defende que, como existe hoje conhecimento suficiente sobre as substâncias químicas, sabe-se quais delas são capazes de matar antes de serem utilizadas. Assim, poderiam ser testadas diretamente em pessoas que se predispusessem a participar do experimento. Quanto ao ensino, ela considera que a internet é uma alternativa. “Não é mais preciso dissecar um animal para ver como é por dentro”, afirma. “Na Inglaterra, por exemplo, essa prática é proibida”. Além do mais, ela levanta outro questionamento: “será mesmo que os resultados obtidos com a pesquisa em roedores e cães servem para as pessoas?” Para a presidente da Spam, não. “Isto não é pesquisa avançada e, sim, atrasada.” Maria Eugênia protesta também contra a repetição de experimentos. De acordo com ela, muitas universidades insistem em realizar pesquisas cujos resultados já foram obtidos por outras instituições. Dessa forma, mais animais são sacrificados – todos desnecessariamente. “As cobaias são induzidas a ter uma doença e têm de passar por operações”, afirma. “Não achamos que isso seja ético.”

(Disponível em <http://www.odiario.com/noticias/imprimir/201646>. Acesso em 22/08/2014.)

TEXTO 3 Sem animais, não há pesquisa por Lúcia Beatriz Torres

Apesar dos inúmeros avanços da tecnologia, a Ciência ainda precisa usar animais de experimentação para a descoberta de novos medicamentos. (...) Mesmo a tecnologia mais sofisticada, nos dias de hoje, não consegue imitar a complexidade das interações entre as células, tecidos e órgãos que ocorrem nos seres humanos. Com objetivo de entender essas interações e facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos, a metodologia científica elege os animais – quase em sua maioria ratos e camundongos – como modelo experimental do homem. Para Marcelo Morales, professor da UFRJ, “em virtude da complexidade da célula biológica, a medicina humana e também a veterinária são extremamente dependentes do uso de animais de experimentação. A expectativa na comunidade científica é de que, no futuro, métodos alternativos sejam viáveis, e os animais deixem de ser utilizados na atividade de pesquisa”.

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Ao contrário do que muitos pensam, a pesquisa científica não trabalha só a favor do ser humano, mas dos próprios animais. Um exemplo é a vacina antirrábica, que utilizou por volta de dois mil cães para ser desenvolvida e hoje salva, anualmente, milhões de cães, gatos e outros animais. (Disponível em <http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/atualidades_animais.html>. Acesso em 22/08/2014.)

TEXTO 4 Métodos alternativos disponíveis Medicamentos e cosméticos na pele (...) Para avaliar a irritação cutânea e a corrosividade de determinada substância em contato com a pele, não são mais necessários testes que expõem coelhos ou outras cobaias ao produto. Esses estudos podem ser feitos em pele humana reconstituída, ou seja, tecidos produzidos em laboratório por meio de cultura de células. A aplicação desse método ainda representa um obstáculo no Brasil: o material utilizado na produção da pele reconstituída é importado e tem validade de apenas uma semana. Temperatura De acordo com a organização britânica “Fundo para a Substituição de Animais em Experimentos” (Frame, na sigla em inglês), outro teste alternativo disponível é o que avalia se determinado produto é capaz de provocar aumento da temperatura corporal. Se antes a única possibilidade era o uso de coelhos, hoje existe uma tecnologia para realizar esse experimento no sangue de voluntários humanos. Ainda segundo a Frame, testes de fototoxidade, que verificam se o produto tornase prejudicial quando a pele é exposta ao sol, também podem ser feitos sem o uso de cobaias vivas. Nesse caso, uma cultura de células de camundongos é exposta ao produto e à luz ultravioleta. Testes virtuais Modelos computacionais também podem substituir animais em testes para verificar a toxicidade de uma substância ou de que maneira ela será metabolizada pelo organismo. Isso pode ser feito pela análise de moléculas por programas de computador que permitem compará-las com dados referentes a outras moléculas. Alternativas ainda mais ambiciosas, como a simulação do funcionamento de um órgão completo, estão em desenvolvimento pelo “Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia”, ligado à Universidade de Harvard. O instituto desenvolve microchips capazes de simular a reação dos órgãos humanos a determinados produtos ou microrganismos. Segundo Presgrave, porém a alternativa ainda não está disponível no país. (Disponível em <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/07/brasil-vai-validarmetodos-alternativos-ao-uso-deanimais-em-pesquisa.html>. Acesso em 22/08/2014.)

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Gênero textual 1 – Notícia Como repórter de um dos portais de internet com maior número de acessos no Brasil, redija uma notícia, em até 15 linhas, na qual se informa que o pesquisador César Chagas descobriu a cura para algum tipo de doença com o uso de animais ou com o uso de métodos alternativos em suas experiências. Assine a notícia como William Garcia ou Patrícia.

Comentários Para resolver essa proposta, leia com atenção a coletânea de textos indicada. Siga as orientações apresentadas pelo enunciado, observe que a assinatura da notícia já está determinada, cuide para não assinar seu nome no local. Compreenda que o objetivo dessa notícia é informar ao público-leitor um acontecimento importante, nesse caso, a cura para uma doença. Portanto, utilize uma linguagem clara e direta. A informação principal deve ser informada no título; este deve ser pensado como forma de atrair o leitor. Essa técnica, como vimos, da “pirâmide invertida”, funciona como meio de garantir a objetividade do texto. Para tanto, escreva em 3ª pessoa do discurso e utilize um vocabulário simples e sem figuras de linguagem (metáforas, ironias, etc.), para evitar dúvidas quanto à interpretação das informações. Observe que o enunciado permite escolher entre duas possibilidades de cura para uma doença: com o uso de animais ou com o uso de métodos alternativos. No entanto, a maioria dos textos direcionam a notícia para a primeira possibilidade, salvo o texto 3. Lembre-se: para qualquer opção que você escolher, é necessário comtemplar O quê? Quem? Onde? Quando? Como? e Por quê? Veja um exemplo de estrutura inicial: Manchete: USP anuncia vacina contra o vírus da Zika Lead: O pesquisar Cérsar Chagas descobriu uma vacina contra o vírus da Zika a partir de testes realizados em tecidos com células-tronco, nos laboratórios da USP. A vacina foi anunciada esta semana pelo Ministério da Saúde, mas já havia sido publicada numa revista científica. A partir do lead, você pode desenvolver e detalhar informações sobre o fato noticiado, criando depoimentos concedidos pelos envolvidos na pesquisa. Veja modelos: a) César Chagas, responsável pela pesquisa, informou que métodos alternativos acompanham o desenvolvimento tecnológico (discurso indireto); b) “O país precisa estar mais ciente sobre o método alternativo ao uso de animais”, informou César Chagas, responsável por coordenar a pesquisa na USP etc. Não se esqueça de marcar o discurso direto por aspas (discurso direto). Dica: não opine em relação aos dados apresentados pelos textos.

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AGORA É SUA VEZ 1. (UEPG-PR) Elabore sua redação, em prosa, com um mínimo de 10 linhas e máximo de 17 linhas, colocando um título. COISAS QUE DEIXAM VOCÊ MAIS INTELIGENTE

1. FICAR DE MAU HUMOR Pode deixar seu lado ranzinza correr solto. Numa pesquisa australiana, alguns voluntários assistiram a filmes curtos que os deixavam, propositalmente, de mau ou bom humor. Em seguida, todos passaram por testes de raciocínio lógico. Os mau humorados se saíram melhor do que os outros: cometeram menos erros e ainda se comunicaram melhor. De alguma forma, o mau humor potencializa os caminhos de processamento de informações no cérebro.

2. COMER CHOCOLATE Coma sem medo. Os médicos da Universidade Harvard pediram a 60 idosos para tomarem, por um mês, duas xícaras de chocolate quente por dia. Ao fim do prazo, eles se saíram melhor em testes de memória e raciocínio. É que o chocolate melhora o fluxo sanguíneo no cérebro, aí ele trabalha melhor. Ainda não se convenceu? Bem, o cardiologista Franz Messerli descobriu que os países de onde saem mais vencedores do Prêmio Nobel coincidentemente são grandes consumidores de chocolate… E disse mais: quanto maior o consumo de chocolate por habitantes, maior o número de gênios premiados com o Nobel, a cada 10 milhões de pessoas.

3. PARAR DE COMER CARNE Só tenho uma certeza: Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, analisaram a dieta e o QI de 8 mil voluntários ao longo de 20 anos. E os vegetarianos levavam uma vantagem de cinco pontos nos testes de QI sobre os que comiam carne regularmente. Além disso, a turma da alface tinha os melhores empregos e mais diplomas de curso superior. Ainda não se sabe ao certo os motivos, mas eles desconfiam que a alimentação vegetariana possa aumentar a capacidade cerebral. Ou talvez a explicação seja mais simples: pessoas inteligentes se preocupam mais com o bem-estar dos animais. Aí deixam de comer carne.

4. SER O FILHO MAIS VELHO Ok, essa depende do destino. Mas de qualquer forma, comemore se você for o primogênito da casa. Não adianta espernear. Um pesquisador da Universidade Estadual

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da Flórida analisou a relação entre as habi0lidades nos primeiros anos do colégio e a ordem de nascimento na família. E, olha só, entre os 12 mil entrevistados da pesquisa, os primogênitos demonstravam um desenvolvimento cognitivo maior do que os filhos do meio. Mas, calma, a notícia não é tão ruim se você for o caçula: nem sempre os irmãos mais velhos levavam a melhor em cima deles. Adaptado de: <super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/5-coisas-que-deixam-voce-mais-inteligente>. Acesso em outubro/2014.

O texto apoio, acima, trata de pesquisas indicativas de como ser mais inteligente. Tendo em vista que apresentam-se apenas quatro itens das pesquisas no texto apoio, redija um texto no GÊNERO JORNALÍSTICO NOTÍCIA criando o quinto item para ser mais inteligente. Seu texto deve conter: •

manchete (título);

escrita impessoal;

principais informações do fato;

causas e consequências do fato.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=704

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2. (UFPR)

(Disponível em <http://planetasustentavel.abril.com.br/download/stand3-painel8ocupacao-espaco.pdf>. Acessado em 19 set. 2015. Adaptado.)

Quanto mais pessoas optarem pelo transporte coletivo, menos congestionamentos haverá nas ruas, consequentemente, menos gases causadores do aquecimento global serão emitidos. Além de ocupar menos espaço na cidade, a bicicleta não polui o ar e proporciona um ótimo exercício. Pedalar pelo menos meia hora todos os dias pode aumentar a expectativa de vida em nove anos. Usar o carro apenas quando for realmente necessário pode ser uma boa saída para descomplicar o trânsito da cidade. Aproveite para dar carona aos vizinhos e mantenha seu veículo sempre ligado. Escreva um texto informativo fazendo uma comparação entre os três meios de transporte contemplados na imagem. Seu texto deve:

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apresentar fatores positivos e negativos associados a cada um dos meios de transporte;

usar informações do infográfico, apresentando-as com suas próprias palavras, sem copiar trechos do texto;

ter de 10 a 12 linhas.

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REFERÊNCIAS BENFICA, M. F. M. B. Retextualização. In: Glossário Ceale. Minas Gerais: UFMG: FAE, [s.d.]. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ retextualizacao>. Acesso em: 14 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. PEDROSO, R. N. Elementos para compreender o jornalismo informativo. Leopoldianum (UNISANTOS), Santos, São Paulo, v. 26, n.73, 2000. SQUARISI, D.; SALVADOR, A. A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais do texto. São Paulo: Contexto, 2005. TAVARES, F. M. B.; SCHWAAB, R. (Org.). A revista e seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013.

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6. FARMÁCIA E BIOQUÍMICA A profissão A profissão de farmacêutico é muito semelhante a formação em química, tanto que várias disciplinas são comuns entre os dois cursos de nível superior. Se por um lado o químico busca compreender, manipular e produzir materiais de origem natural e sintética, que sejam eficientes para as necessidades humanas; do outro, o farmacêutico irá desempenhar o mesmo papel, porém, visando a obtenção de substâncias com propriedades farmacêuticas, para o tratamento de doenças e aumento da qualidade de vida. Um profissional farmacêutico precisa estar habilitado para desempenhar o papel de manipulador de princípios ativos, bem como ter interesse em práticas laboratoriais, estudo das propriedades farmacológicas dos compostos orgânicos e inorgânicos, atendimento ao cliente e análise de compostos medicinais (seus nomes e ações no organismo humano).

O profissional O farmacêutico estuda a composição dos medicamentos, cosméticos e alimentos industrializados, além de orientar o seu processo de fabricação. Ele é responsável pela pesquisa e teste de substâncias com propriedades farmacológicas, para posterior produção de fármacos, produtos de beleza, alimentos e produtos de higiene pessoal. Esse profissional é responsável por registrar novas drogas, distribuí-las e comercializá-las. Verifica as normas de vigilância sanitária e atua diretamente com o cliente físico e jurídico. Em laboratórios de análises clínicas, faz exames para diagnóstico e acompanhamento de doenças. Em farmácias, atua na distribuição e administração de medicamentos, no preparo de fórmulas farmacológicas tradicionais ou personalizadas e controle de venda/compra dos medicamentos.

Mercado de trabalho Em 2014 foi promulgada a lei que exige a presença de um profissional farmacêutico em qualquer lugar que execute a dispensação de medicamentos. A partir disso, tendo a exigência de profissionais em laboratórios, indústrias, clínicas, hospitais e drogarias, o campo de atuação se ampliou em 30% segundo o Conselho Federal de Farmácia. O profissional formado nessa área poderá atuar no setor industrial como gerente, chefe de produção, vendedor ou analista de qualidade. No setor público existem vagas para atuar nas unidades de saúde, na vigilância sanitária ou em farmácias populares. Outra área em que o farmacêutico poderá procurar se desenvolver é na pesquisa acadêmica e médica, das quais, vários laboratórios são interessados para o desenvolvimento de novos medicamentos e isolamento de princípios ativos.

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O curso A formação, independente da instituição de ensino superior, se baseia em conteúdos relacionados a ciências biológicas e químicas. Das quais, estruturam-se desde aquelas relacionadas à cálculos químicos, até aquelas voltadas a compreensão do funcionamento do organismo humano. Entre as disciplinas com possibilidade de especialização para pós-graduação, estão a de toxicologia e tecnologia farmacêutica e cosmetológica. As aulas são na grande maioria de origem prática e experimental, visando preparar o profissional para atuar na manipulação de medicamentos, compreensão dos princípios ativos e desenvolvimento de exames laboratoriais para identificação de doenças e toxicidade dos compostos, bem como princípios práticos da química e biologia.

Relação candidato-vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 80 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Farmácia. Tomando como base essa quantidade de vagas anuais, temos uma concorrência média de 7 candidatos para cada vaga nos casos de cursos com período integral (manhã e tarde – 4 anos) e 7 candidatos por vaga para os cursos de período noturno (5 anos de duração).

Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (vestibular ou Enem). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para as diversas áreas de atuação dos farmacêuticos. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre o curso:

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QUÍMICA Na década de 1960, um medicamento novo foi lançado na Europa: A Talidomida. Esse fármaco apresentou efeitos tranquilizantes satisfatórios, auxiliando no relaxamento da musculatura corporal e consequentemente, na sonolência e aumento da capacidade de dormir. A princípio, foi um medicamento muito bem aceito pelas mulheres grávidas, dado as dificuldades enfrentadas no período gestacional. Pois bem, antes de contarmos o desfecho dessa história, vamos falar um pouco sobre os “isômeros”. São substâncias com estruturas diferentes, porém, com mesma quantidade de elementos químicos; por exemplo, o etanol (C2H6O) e o metóxi-metano (C2H6O), do qual, o primeiro possui alta capacidade de combustão e desinfecção, já o segundo, um alucinógeno e anestésico. Perceberam? São substâncias completamente distintas, mas com composição molecular idêntica, por isso são denominados “isômeros”. Voltando a nossa história, as instituições farmacêuticas não perceberam que a Talidomida possuía um isômero, sendo a formação isomérica (R) responsável pelo efeito tranquilizantes e relaxante, e a estrutura (S) responsável por um efeito teratogênico, que acabou por prejudicar a formação dos bebês, fazendo com que várias crianças nascessem com má formação nas mãos, pés, braços e pernas. Esse incidente histórico demonstra a importância do conhecimento químico acerca dos isômeros para o curso de farmácia, dado que muitos produtos utilizados na elaboração de medicamentos poderão possuir isômeros e causar efeitos nocivos ao organismo de seus usuários.

Funções Orgânicas As funções orgânicas são os grupos de compostos orgânicos que guardam entre si, propriedades semelhantes, como por exemplo, reatividade e propriedades físico químicas. Para diferenciar as classes de compostos orgânicos, nós observamos os grupos funcionais presente nos compostos. Existem compostos poli funcionais, que são aqueles que possuem mais de um grupo funcional em sua estrutura.

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Principais funções orgânicas Obs.: R na tabela abaixo indica uma cadeia carbônica.

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Nomenclatura de compostos orgânicos Regra Geral Posição da Ramificação (carbono ao qual a ramificação está ligada)

Nome da Ramificação

Prefixo (cadeia com o maior número de carbonos)

Afixo (tipo de ligação entre carbonos)

Sufixo (função orgânica)

Regras específicas Alguns compostos possuem regra específicas de nomenclatura, conforme indica a tabela a seguir: Função

Nomenclatura

Éter

Prefixo do radicar menor + oxi – hidrocarboneto maior

Éster

Hidrocarboneto + ato + de + substituinte com terminação ila

Amina

Prefixo+Afixo+amina

Amida

Prefixo+Afixo+amida

Prefixos Quantidade de Carbonos

1

2

3

4

Prefixo

met

et

prop

but

5

6

pent hex

7

8

9

hept

oct

non

Afixos Tipo de ligação entre carbonos

Simples

Dupla

Tripla

Afixo

an

en

in

Sufixos Função

Hidrocarboneto

Álcool

Cetona

Aldeído

Ácido Carboxílico

Sufixo

o

ol

ona

al

óico

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Ramificações De modo geral, para nomear as ramificações basta utilizar o prefixo do número de carbonos com a terminação “il”. Algumas ramificações específicas se encontram na figura a seguir:

Isomeria Isomeria de cadeia Compostos com a mesma fórmula molecular (quantidade de átomos) mas que apresentam cadeias carbônicas diferentes. C3H6

Isomeria de posição Compostos orgânicos que apresentam a mesma função orgânica, a mesma cadeia carbônica principal, mas onde os grupos funcionais e/ou ramificações de apresentam em posições diferentes. C3H8O

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Isomeria de função Compostos com a mesma formula molecular mas que apresentam funções orgânicas diferentes.

Isomeria geométrica (cis e trans) Compostos que possuem dupla ligação entre carbonos e grupos ligantes diferentes. C2H2Br2

Isomeria óptica Compostos que possuem um carbono no qual os seus quatro substituintes são diferentes. Isto implica em compostos diferentes, mas com todas as propriedades semelhantes. C3H6O3

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QUESTÃO COMENTADA 1. (UFPR) Nos últimos anos, o Brasil tem investido em fontes alternativas de energia, como é o caso do biodiesel, um combustível alternativo ao óleo diesel, que pode ser produzido a partir de óleos vegetais e gorduras de origem animal. Um dos métodos de obtenção do biodiesel envolve a reação de transesterificação dos triglicerídeos, com etanol ou metanol, em presença de base. Nessa reação, o glicerol é o subproduto mais importante, pois pode ser usado na obtenção de diversos produtos químicos. Uma das rotas possíveis na transformação química do glicerol é apresentada no esquema abaixo:

Em relação ao esquema de reações acima, responda às seguintes questões: a) Escreva o nome oficial (IUPAC) do glicerol. Primeiramente iremos numerar a cadeia carbônica para determinar a posição dos grupos funcionais:

Em seguida prosseguimos com a nomenclatura: •

3 carbonos C prefixo prop

apenas ligação simples entre carbonos C na

função álcool ligada aos carbonos 1, 2 e 3 C 1,2,3 triol

Nome oficial: Propan-1,2,3-triol b) Que funções orgânicas estão presentes no composto A? Na estrutura do composto A, possuímos os grupos –OH, característico da função álcool, e o grupo CHO, característico da função aldeído.

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EXERCÍCIOS 1. (UFPR) A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades antiinflamatórias e cicatrizantes. Ela contém mais de 200 compostos identificados até o momento, entre os quais, alguns de estrutura simples, como os apresentados a seguir: I. C6H5CHO II. C6H5CH2OH III. C6H5COOCH2CH3 a) Identifique a função orgânica do composto I. b) O composto III é um éster que pode ser obtido pela reação de um ácido carboxílico com um álcool. Escreva o nome do ácido carboxílico e do álcool que produzem esse éster.

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2. (Mackenzie-SP) Luvas cirúrgicas, balões e chupetas são feitos de poliisopreno, material obtido na polimerização do isopreno. O isopreno, cujo nome oficial é metil-1,3- butadieno, a) tem fórmula molecular C4H6. b) é isômero do ciclopenteno. c) é isômero do 3-metil-1-pentino. d) possui cadeia carbônica aberta, saturada e ramificada. e) possui dois carbonos terciários.

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REFERÊNCIAS MAHAN, B. M., MYERS, R. J., Química: Um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

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BIOLOGIA Reino Vegetal Briófitas As briófitas compreendem os musgos, hepáticas e antóceros. São denominadas de plantas criptógamas, pois, não possuem estruturas visíveis de reprodução. São avasculares e a seiva é transportada por difusão, ou seja, de célula para célula, o que acaba limitando o tamanho da planta. São tipicamente terrestres, com algumas poucas aquáticas. São encontradas em ambientes úmidos e sombreados. Podem viver em qualquer superfície, desde rochas, troncos e no próprio solo. Não possuem flor, fruto e semente e suas estruturas são simples, denominadas de rizoide, cauloide e filoide. Sua reprodução se dá por alternância de geração no qual gametófito é duradouro e esporófito temporário e dependem da água para reprodução.

Pteridófitas É um grupo que compreende avencas, samambaia e xaxins. São as primeiras plantas vasculares a aparecer. Por possuírem vasos condutores de seiva também podem ser chamadas de traqueófitas juntamente com os dois próximos grupos: gimnospermas e angiospermas. Também podem ter alternância de gerações nas samambaias, porém o gametófito é temporário e o esporófito permanente. Sendo a geração gametófita sempre haploide. Ainda necessitam de água para reprodução.

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http://www.mundovestibular.com.br/articles/392/1/Briofitas/Paacutegina1.html

Samambaias apresentam um ciclo de vida no qual se verifica a produção de esporos de um só tipo, mas alguns indivíduos apresentam um ciclo com diferentes tipos de esporos: magásporo e micrósporo. Lembrando que este grupo também não forma flores, frutos e sementes.

Gimnospermas Este grupo tem como principais representantes o Pinus, pinheiros, sequóias e ciprestes. Possuem sementes nuas, ou seja, sem um fruto protegendo a semente. Como este grupo possui sementes e estruturas de reprodução evidentes são classificadas como espermatófitas ou fanerógamas respectivamente. Podem conter vasos resiníferos e o floema não possui células companheiras. De maneira geral as gimnospermas são independentes da água para fecundação por conta do aparecimento do tubo polínico. Esporófito é dominante em relação ao gametófito. Fonte: <www.sobiologia.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2016.

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Angiospermas Constitui o maior grupo dos vegetais e possuem frutos para proteger a semente. São vasculares, fanerógamas e espermatófitas. Gametófito reduzido e esporófito bem desenvolvido. Apresentam tecidos de condução bem especializados. As angiospermas se dividem em dois grandes grupos: monocotiledônea e dicotiledônea. Veja o link a seguir, ele contém um vídeo que mostra bem claramente a diferença entre mono e dicotiledônea: <https://www.youtube.com/watch?v=-susHZZB8cw>

Ciclo de vida de uma angiosperma

Fonte: <www.dicasdebiologia.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2016.

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Histologia vegetal Meristemas São tecidos embrionários responsáveis pelo crescimento e formação dos demais tecidos da planta. Por esses motivos estes tecidos possuem grande poder de divisão celular. •

Meristemas primários: atuam no crescimento longitudinal da planta. Localiza-se na extremidade apical do caule e subapical da raiz.

Dividem-se em: 1. Protoderme, formando a epiderme. 2. Meristema fundamental, forma os tecidos fundamentais como os parênquimas. 3. Procâmbio, forma tecidos primários de condução. •

Meristemas secundários: atuam no crescimento transversal da planta. São eles: Felogênio – engrossamento da casca formando o súber e feloderme; câmbio – provoca engrossamento do cilindro central, originando os tecidos condutores secundários: floema (líber) e externamente o xilema (lenho) internamente. Monocotiledôneas geralmente não apresentam meristemas secundários.

Tecidos de sustentação •

Colênquima: tecido formado por células vivas, com reforço de celulose. Confere flexibilidade.

Escrerênquima: é o contrário do tecido anterior. Formado por células mortas, com reforço de lignina. Confere rigidez.

Fisiologia vegetal •

Absorção e transpiração: a absorção ocorre principalmente pela zona pilífera da raiz, pode ser por absorção passiva, ou seja, sem gasto de energia e por absorção ativa com gasto de energia.

A transpiração é a perda da água em forma de vapor. A transpiração pode ser tanto cuticular ou estomática. A abertura e o fechamento dos estômatos dependem principalmente da variação de turgescência de suas células guarda.

Gutação Esse fenômeno consiste na perda de água e sais na forma líquida através dos hidatódios localizados nas folhas.

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Transporte de seiva •

Xilema: Condução de seiva bruta (água e sais minerais) conduzido por força de sucção das folhas, teoria de coesão-tensão (teoria de Dixon).

Floema: Condução de seiva elaborada, produzida pela planta através do processo de fotossíntese, através de fluxo de massa, explicado pela Hipótese de Munch.

Fotossíntese É um processo pelo qual as plantas utilizam luz para produção de compostos orgânicos. Ocorre em duas etapas: a fase clara e fase escura ou química (ciclo de Calvin). Na fase clara ocorre fotólise da água, produção de ATP e NADPH juntamente com a liberação de oxigênio. Ocorre nos grana do cloroplasto. Já na etapa escura, que ocorre no estroma, é uma fase puramente enzimática, na qual são utilizados o ATP e NADPH produzidos na etapa anterior. Nesta etapa ocorre a assimilação do carbono que entra forma de co2 em um conjunto de reações denominadas ciclo de Calvin.

Fonte: <www.slideplayer.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2016

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Hormônios vegetais

Fonte: <http://edubio3ano.blogspot.com.br/2013/09/capitulo-07-fisiologia-dasangiospermas.html>. Acesso em: 18 fev. 2016.

QUESTÃO COMENTADA 1. (UTFPR) Os musgos são seres vivos classificados como briófitas, vegetais de pequeno porte, que vivem preferencialmente em solos úmidos e ambientes sombrios. Sobre este grupo de vegetais é correto afirmar que: a) São classificados como fanerógamas. Incorreta, pois briófitas são classificadas como criptógmas (possuem órgãos sexuais invisíveis a olho nu) e não como fanerógamas (órgãos sexuais visíveis a olho nu). b) O gametófito masculino forma o esporófito. Incorreta, pois somente o gametófito feminino forma o esporófito. c) Apresentam estruturas simples como o caulóide e o filóide sem raíz ou rizóide. Correta, pois briófitas formam rizóides, caulóides e filóides. d) A fase mais evoluída das briófitas é o esporófito. Incorreta, pois a fase mais evoluída das briófitas é o gametófito e não o esporófito.

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EXERCÍCIOS 1. (Fuvest-SP) Complete a tabela a seguir, comparando a fotossíntese à respiração aeróbica em um mesmo organismo.

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2. (PUC-MG) O desenho abaixo ilustra um fenômeno que ocorre em vegetais:

a) Que nome se dá genericamente a esse fenômeno? b) Qual o hormônio que determina a ocorrência desse fenômeno? c) Em qual(ais) região(ões) do vegetal esse hormônio é produzido? d) Cite outras funções do hormônio em questão.

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REFERÊNCIAS AMABIS, J. M; MARTHO, G. R. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2001. CHEIDA, L. E. Biologia Integrada. São Paulo: FTD, 2002. ESPÍRITO SANTO et. al. Ser Protagonista: exemplar do professor Biologia. São Paulo: Edições SM, 2014. LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume único. São Paulo: Saraiva, 2013. PEZZI, A. C.; GOWDAK, D. O.; MATTOS, N. S. Biologia. São Paulo: FTD, 2010. SESI CLICK. Biologia. Disponível em: <http://www.sesipr.org.br/sesi-click/>. Acesso em: 16 fev. 2016. SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N.. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2011.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do Candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado a dois gêneros que exigem uma linguagem objetiva e impessoal: Resumo e Resenha. Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Breve definição Resumo e resenha fazem parte daquilo que conhecemos como trabalho acadêmico, textos que você provavelmente já produziu muito na escola e vai continuar produzindo no ensino superior. São textos ligados a tarefas de leitura e estudo de obras, com o intuito de demonstrar a capacidade do aluno de compreender textos, selecionar informações relevantes e, no caso de uma resenha crítica, elaborar uma opinião sobre o objeto de estudo (filme, livro, palestra...). Nesse sentido, a linguagem utilizada para tais fins deve ser objetiva e direta, escrita preferencialmente em terceira pessoa do discurso, além de adequada à norma culta da língua. Por isso, ao escrever uma resenha ou resumo, esqueça gírias, jargões e formas de comunicação expressamente criadas/influenciadas na/pela internet, pois elas podem afetar a confiança do leitor (quem dirá da banca de redação no vestibular!). Ou seja, nessas formas de texto “vc ñ pode escrever como bem entender, pq é preciso respeitar à adequação da linguagem”, ainda mais no campo da escrita. No entanto, resumo e resenha apresentam estruturas e finalidades distintas, que você precisa saber diferenciar para que saiba exatamente como proceder numa prova de redação.

Resumo Quando precisamos reproduzir a ideia central de um texto, sendo fiel e imparcial a este, seja obra literária, filme, peça teatral, reportagem ou de outra natureza, temos a tarefa de escrever um resumo. Resumir nada mais é do que condensar as ideias mais importantes de um texto, logo, elaborar uma versão reduzida deste. A finalidade de um resumo é expor o tema de um texto, geralmente extenso, apresentando de maneira clara e breve o fio condutor delineado pelo autor do texto a ser resumido. Assim, todo resumo deve apresentar uma estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão) que hierarquize as ideias de um texto, separandoas por ordem de importância, dentro daquilo que o autor construiu como estratégia argumentativa. Ou seja, respeite a autoria do texto resumido e não opine sobre ele. Deixe sua necessidade de argumentar (a favor ou contra) para gêneros argumentativos, como artigos de opinião, cartas de reclamação etc. O resumo tem se tornado constante nas provas de redação basicamente por avaliar isso: a capacidade de compreensão e síntese para leitura e escrita. Beatris Francisca Chemin (2012, p. 15) elabora cinco passos para a construção de um resumo: 1. Ler todo o texto, para ter a ideia do conjunto e ser capaz de compreender do que ele trata; 2. Reler o texto, sempre que necessário, esclarecendo dúvidas e conexões das palavras e parágrafos;

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3. Segmentar o texto em blocos de ideias que tenham unidade de sentido, sublinhando, assinalando as ideias principais; 4. Resumir a ideia central de cada segmento/bloco de ideias utilizando palavras abstratas e mais abrangentes [palavras-chave] e deixando fora os exemplos e as explicações; 5. Elaborar a redação final do resumo com palavras próprias, procurando encadear os segmentos resumidos na progressão em que sucedem no texto. Preste atenção ao item 5: escrever um texto com suas próprias palavras, no caso de um resumo, significa parafrasear as ideias do autor. Parafrasear significa substituir palavras por outras diferentes de sentido semelhante, ou seja, mantendo a ideia original do texto. De acordo com Chemin, a paráfrase tem a função de “traduzir um texto complexo em uma linguagem mais acessível” (2012, p. 27). No entanto, você sempre deve citar o autor e a fonte do texto a ser resumido. Uma dica é contextualizar o texto já no início do resumo, citando seu autor, local e data de publicação. Se você copiar literalmente trechos do texto-base, a impressão criada para a banca é de uma leitura insuficiente cuja compreensão é falha. É simples, quando não sabemos, a tendência é copiar do outro, como acontece às vezes na escola. Numa prova de redação não é diferente, esse outro acaba sendo o autor do texto a ser resumido. Se na escola somos apenados por isso, por que no vestibular seria de outro modo?! Portanto, caso precise transcrever uma citação direta do texto a ser resumido, ou seja, copiando literalmente as palavras deste, você deverá marcá-la sempre por aspas. Mas cuidado, pois alguns vestibulares não aceitam isso. A dica final aqui é seguir as orientações do enunciado da prova (cuide o limite de linhas!), para isso organize seu tempo, leia-a atentamente o texto-base e rascunhe antes!

Resenha A resenha contém em sua estrutura um resumo de uma determinada obra ou acontecimento da realidade (livro, peça teatral, filme, partida de futebol, exposição artística etc.). Mas o que difere a resenha do resumo está na finalidade e na estrutura composicional desses textos. Enquanto o resumo tem uma especificação basicamente informativa, a resenha não só pode informar como também formar opinião sobre certa obra resenhada. Além de contextos escolares, resenhas são frequentes em jornais e revistas e destacam-se, segundo Eliana Maria Severino Donaio Ruiz e Melissa Bortoloto Faria, não somente por descrever, apresentar e avaliar objetos culturais, mas igualmente por articular, nesse movimento, o diálogo com textos e autores, de modo a permitir questionamentos e reflexões diversas por parte tanto do leitor como do autor resenhado. (2012, p. 99)

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Uma resenha pode ser crítica (você resume e opina sobre a obra) ou não crítica (você apenas resume e descreve a obra). A resenha-crítica e a resenha-resumo, nesse sentido, diferenciam-se pela presença ou ausência de opinião sobre o objeto resenhado. Segundo Chemin (2012), a resenha-resumo é um texto informativo e descritivo, que apenas resume as informações básicas para conhecimento do leitor. Já a resenha crítica é um resumo comentado, ou seja, além de resumir a obra traz uma apreciação – julgamento de valor – sobre ela. Veja a estrutura da resenha apresentada por Chemin: •

título (diferente do título da obra resenhada);

referência dos dados da obra: autor, título, editora, local de publicação, número de páginas, preço do exemplar etc.

alguns dados biobibliográficos do autor da obra resenhada: dizer algo sobre quem é o autor, o que ele já publicou etc.;

resumo do conteúdo da obra: indicação breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral;

avaliação crítica: comentários, julgamentos, juízos de valor do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra etc.; – referências (só se for um trabalho de maior extensão, em que houver a utilização de outras obras para complementar o estudo crítico). (2012, p.16) Tanto para a resenha-crítica quanto para a resenha-resumo o passo a passo é o mesmo, a diferença está no item avaliação crítica, que dependendo do tipo de resenha é obrigatório ou não. Você já deve ter percebido que para escrever uma resenha você precisa ler na íntegra um livro, ou assistir a uma peça teatral, visitar uma exposição etc. Logo, não adianta ler apenas a primeira página e já sair resenhando. •

Outra dica: procure destacar pontos positivos e/ou negativos sobre o objeto resenhado; evite comentários vazios como “é bom”, “é ruim” e não carregue seu texto de adjetivos, pois o excesso deles passa uma impressão de “superficialidade”. Logo, você precisa ter argumentos que confirmem a sua impressão sobre o objeto resenhado. Lembre-se: não assassine a expectativa do leitor colocando informações como o que acontece no fim da história, do filme, do concerto musical...! Agora, fique tranquilo! Pois a resenha aparece mais como texto-base das propostas de redação do que como a proposta em si... Mas, por outro lado, já na universidade... Prepare-se para ler e escrever muitas delas!

Para ir além <https://www.youtube.com/watch?v=Mz1ApMpc-MI> <https://www.youtube.com/watch?v=PuYTtyosMY8> <https://www.youtube.com/watch?v=Y5jjYG9xVG4> <https://www.youtube.com/watch?v=Y5jjYG9xVG4> <https://www.youtube.com/watch?v=YqBb0HnsV8k>

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PROPOSTA COMENTADA 6. (UEM-PR) O texto a seguir aborda uma temática social contemporânea: medo e fobia. Tendo-o como apoio, redija os gêneros textuais solicitados. Medo e fobia Rosa Bastos Sentir medo é normal. As situações desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de ansiedade que provoca algum tipo de medo. Ter medo pode ser definido como uma sensação de perigo, de que algo mau possa estar para acontecer, em geral acompanhado de sintomas físicos que incomodam bastante. Esse tipo de medo ajudanos a precavermos as situações para não sermos afetados e, dessa forma, preparamonos. Chama-se a isso ansiedade funcional. Quando esse medo é desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e também seguido de tentativas de se evitarem as situações causadoras de medo, é chamado de fobia (...). De forma breve, as fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, de uma circunstância ou de uma situação específica, fazendo parte do quadro de perturbações de ansiedade. Existem três grandes tipos de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A fobia específica é o medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação (medo de cães, medo de andar de elevador, medo de avião, medo de dirigir, medo de cobras, medo de aranhas etc.), enquanto a fobia social é o medo intenso e persistente de situações em que possam ocorrer embaraço e humilhação (medo de falar em público, medo de ser observado e avaliado, medo de se expor etc.). Já as pessoas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda, preferindo a companhia de um amigo ou de um familiar, em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que as façam se sentir encurraladas (shoppings, túneis, pontes, rodovias etc.) (...). Nas fobias, as causas são bastante variadas. Como em todas as perturbações mentais, há heterogeneidade de causas. A patogenia das fobias, quando compreendida, pode-se mostrar como um modelo de interações entre fatores genéticos, por um lado, e fatores ambientais, por outro. Com relação aos fatores genéticos, segundo Otto Fenichel, as fobias específicas tendem a ocorrer em famílias. Estudos relatam que de dois terços a três quartos das pessoas afetadas têm, pelo menos, um parente de primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo. Também os parentes de primeiro grau dos indivíduos com fobia social têm cerca de três vezes mais probabilidades de serem afetados do que parentes de indivíduos sem perturbação. Quanto aos fatores ambientais, são geralmente associados a estados de ansiedade generalizada devido às grandes pressões de caráter social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão famoso stress. Esse, por sua vez, desencadeia todo um processo de aceleração da produção de cortisol no organismo, que provoca aumento da ansiedade, generalizando-a. Pessoas que vivem em ambiente de risco também estão mais expostas às perturbações de humor e de ansiedade, podendo desenvolver mais facilmente acesso às fobias. (Texto adaptado de http://rosabasto.com/pdf/revista_top_winner_Outubro_medos_e_ fobias.pdf>. Acesso em 18/3/2013.)

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Gênero textual 1: resumo Redija um resumo, em até 15 linhas, apresentando as informações principais do texto Medos e fobias, de Rosa Bastos. Lembre-se de que, em um resumo, são expostas as ideias principais de um texto. Você não pode copiá-las literalmente nem deve expressar sua opinião e/ou comentário sobre elas.

Comentários Para resolver essa proposta, você deve seguir as orientações do enunciado primeiramente. Veja que este é bem claro em relação à cópia literal do texto-base e à opinião do candidato, que não devem aparecer no resumo. Outro item importante é a restrição de linhas, 15, nas quais você deverá organizar as principais informações do texto, de acordo com a ordem em que são apresentadas pelo autor. Lembre-se sempre de informar no resumo a autora do texto (Rosa Bastos) e seu local de publicação (revista Top Winner). Selecione palavras-chave do texto e compreenda a ideia central dele. Observe que Rosa Bastos distingue diferentes tipos de medo; alguns são considerados normais e podem nos auxiliar no dia a dia (ansiedade funcional), prevenindo-nos de situações perigosas; outros, porém são desproporcionais e acabam afetando a vida das pessoas de uma maneira prejudicial. A partir daí, a autora começa a definir as chamadas “fobias” e suas causas, que podem tanto ser genéticas como ambientais. Perceba que esse parágrafo já é praticamente um rascunho de um resumo que responda à proposta...

AGORA É SUA VEZ 2. (UFPR) Curto, logo existo Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do sujeito. O “eu” real se esvaziou para dar lugar ao “perfil”. O filósofo francês René Descartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no século XVII, ao formular em latim a seguinte proposição: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). Era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e, por conseguinte, põe em xeque o mundo que o cerca. A dúvida científica substituía a certeza religiosa. Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica. Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood: a dúvida sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém curtiu, eu existo?”

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A resposta é: provavelmente não. Eu existo se meus tuítes não são comentados nem retuitados? Claro que não. E se são curtidos e retuitados, tampouco! Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais. Isso parece óbvio, mas não o é para muita gente. Agora as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo offline para o online. É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais. Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente? Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é o que é nem quem curte é o que parece ser. Mesmo quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da “curtição” do Facebook. [...] (Luís Antonio Guiron, Época, 01 ago. 2013)

Escreva um resumo do texto acima, com 10 linhas no máximo. Em seu texto, você deve: •

apresentar o ponto de vista do autor e os argumentos que ela utiliza para justificá-lo;

escrever com suas próprias palavras, sem copiar enunciados do autor;

mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=706

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REFERÊNCIAS CHEMIN, B. F. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. Lajeado: Univates, 2012. FARIA, M. B.; RUIZ, DONAIO, E. M. S. A intertextualidade no gênero resenha. Linguagem em (Dis)curso (Online), v. 12, n.1, p. 99-127, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/ld/v12n1/v12n1a05.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada,1997.

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7. ODONTOLOGIA A profissão Essa profissão se dedica ao estudo dos dentes, da boca e dos ossos da face; o principal objetivo desse estudo é atuar no tratamento de problemas, pesquisa de inovação e intervenções na anatômicas nessas regiões do corpo humano. Um odontologista deve cuidar da saúde e estética bucal, restaurando e limpando dentes, projetando e instalando próteses, realizando cirurgias bucais e tratando doenças da gengiva, da bochecha e da língua. Para exercer a profissão é obrigatório obter o registro do Conselho Regional de Odontologia (CRO). Desde 2009, os cirurgiões-dentistas são autorizados a tratar seus pacientes com práticas como acupuntura, fitoterapia, terapia floral, homeopatia e laser-terapia.

O profissional Dentre as possibilidades de atuação, esse profissional poderá ingressar no setor público para trabalhar em unidades de saúde, em clínicas particulares de tratamento odontológico ou ortodôntico, em hospitais com centros cirúrgicos faciais ou, para aqueles com interesse de atuação autônoma, abrir consultórios de atendimento simples, clínicas de tratamento intensivo ou até mesmo, dividir espaços com outros profissionais da saúde devido ao custo elevado dos equipamentos odontológicos. Após a formação no nível superior, o odontologista poderá atuar como: clinico geral, área da dentística, endodontista, estomatologista, implantologista, odontologista da saúde coletiva, odontologista do trabalho, ortodontista, patologista bucal, desenvolvimento de próteses dentárias, radiologista bucal e traumatologista bucal.

Mercado de trabalho De acordo com o Conselho Federal de Odontologia, existem quase 283 mil dentistas no país, o que dá a média de um profissional para cada 727 habitantes. No entanto, os profissionais são mal distribuídos no território nacional, e apenas a Região Sudeste concentra quase 60% deles. Muitos estudantes de Odontologia sonham com o consultório próprio, mas neste segmento a concorrência é acirrada, especialmente nas grandes e médias cidades. Outra opção pode ser o setor público, o maior empregador de cirurgiõesdentistas do país. O profissional pode trabalhar como funcionário público nos programas Saúde da Família, que prevê a presença de dentista no atendimento à população, e no Brasil Sorridente, que amplia o acesso ao tratamento odontológico em unidades básicas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o autônomo, as áreas mais aquecidas são a implantodontia, a dentística restauradora, a endodontia e a odontopediatria.

Fonte: <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/odontologia/> Acesso em: 20 dez. 2016.

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O curso A formação, independente da instituição de ensino superior, se baseia em conteúdos relacionados às ciências biológicas. Uma especialização de conteúdos se direciona à Anatomia humana, Patologia, Fisiologia, Epidemiologia, Ética, Bioética, Histologia, Microbiologia, Bioquímica, Imunologia e Genética. Podemos relacionar a formação em odontologia com medicina, uma vez que os conteúdos administrados para a formação de ambos os profissionais é muito semelhante, porém, temos que a odontologia significaria uma ramificação da medicina, na qual, os profissionais irão estudar os conteúdos com ênfase no desenvolvimento ósseo da face e nas funções biológicas da boca. Uma informação que devemos prezar é que a maioria das instituições de ensino superior no estado do Paraná ofertam esse curso na modalidade integral (manhã e tarde), com duração de 5 anos. As aulas se baseiam em práticas de laboratório, que vão desde experimentos simples de Biologia e Química, até treinamento com restauração dentária, produção de próteses e procedimentos cirúrgicos odontológicos. Normalmente, a partir do terceiro ano, os acadêmicos começam a atuar nas dependências da instituição, fornecendo atendimento gratuito ao público geral, executando todos os procedimentos cabíveis a esse profissional.

Relação candidato-vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 70 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Odontologia. Algumas instituições privadas chegam a abrir turmas com até 100 alunos, dado o grande espaço que possuem de salas de aula e laboratórios experimentais. Porém, se tomarmos com base a média de 70 vagas anuais, temos uma concorrência média de 15 candidatos para cada vaga nos casos de cursos de duração integral (manhã e tarde – 5 anos) e 14 candidatos por vaga para os cursos de duração integral (tarde e noite – 5 anos).

Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou Enem). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários para os diversos ramos de atuação do odontologista. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação em odontologia:

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QUÍMICA O trabalho do dentista também envolve conhecimento sobre química. Este bacharel se dedica ao estudo e ao tratamento dos dentes, da boca e dos ossos da face. Ele cuida da saúde e da estética bucal. Restaura, extrai e limpa dentes, projeta e instala próteses, realiza cirurgias e trata doenças da gengiva, da bochecha e da língua. Um fato muito importante a se considerar é que, a boca, por caracterizar-se como um ambiente orgânico, deve receber apenas outros compostos de origem orgânica, para conservar sua formação natural; há algum tempo atrás, muitos dentistas utilizavam amálgama de mercúrio nas restaurações, um composto inorgânico, que pode ser nocivo à saúde humana; esse fato marcou uma geração de profissionais, uma vez que a falta de estudos e pesquisas pode ter promovido complicações à saúde de vários pacientes. Outro fator relevante é que, o ambiente bucal se caracteriza por um meio ácido, no qual, várias reações químicas acontecem entre os compostos orgânicos disponíveis, como por exemplo, a cárie. Assim, esse capítulo da nossa “Trilha” foi dedicado ao estudo das reações orgânicas, que porventura, possam acontecer no 1º trato digestivo humano: a boca.

Reações Orgânicas Existem na natureza milhões de substâncias orgânicas. A quantidade de reações químicas que podem ocorrem com estas substâncias é enorme, porém algumas são previsíveis. De forma geral, dizemos que uma reação química aconteceu quando dois ou mais “reagentes” (substâncias com afinidade química para interagir e consequentemente alternar os átomos de sua composição) se misturam e formam novos compostos, que serão denominados “produtos”. Podemos representar uma reação química da seguinte maneira: Reagente 1 + Reagente 2 + [...] → Produto 1 + Produto 2 + [...] a especificidade “orgânica” em conjunto com a reação, irá indicar que os reagentes e produtos envolvidos no fenômeno, serão orgânicos. No curso de odontologia, o foco de estudo das reações orgânicas são aqueles que podem acontecer entre os elementos existentes em nossa boca. Veja a seguir, algumas representações.

Reações de adição São reações na qual um nucleófilo é adicionado em alcenos e alcinos.

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a) Adição de Hidrogênio (hidrogenação): adição de hidrogênio.

b) Adição de Halogênio: adição de um halogênio (Fluor, Cloro, Bromo ou Iodo).

c) Adição de Haletos de hidrogênio: adição de uma molécula de HX (onde X pode ser Fluor, Cloro e Bromo)

d) Regra de Markovnikov: o hidrogênio das moléculas de HX se liga ao carbono com o maior número de hidrogênios.

e) Adição de água (hidratação): adição de uma molécula de água (H2O).

Reações de Substituição São reações no qual um grupo funcional ou átomo é substituído por outro átomo ou radical. a) Halogenação: adição de um halogênio catalisada pelo sal de Ferro III do elemento a ser adicionado.

b) Acilação: adição de uma carbonila por meio de um haleto ácido orgânico catalisada pelo sal de alumínio do halogênio utilizado.

c) Alquilação: adição de uma cadeia carbônica por meio de um haleto orgânico catalisada pelo sal de alumínio do halogênio utilizado.

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d) Nitração: adição do grupo NO2 por meio de ácido nítrico (HNO3) catalisada por ácido sulfúrico (H2SO4).

Reações de Eliminação Reações na qual um grupo é retirado do composto orgânico.

Reações de Oxidação Reações que alteram o número de oxidação do átomo de carbono.

a) Oxidação de alcenos em meio básico: ocorre a formação de diálcoois.

b) Oxidação de alcenos em meio ácido: ocorre a formação de cetonas e ácidos carboxílicos pela quebra da molécula de alceno (alcenos secundários) ou aldeídos (alcenos primários).

c) Oxidação de álcoois primários: produzem aldeídos e/ou ácidos carboxílicos.

d) Oxidação de álcoois secundários: produzem cetonas.

Reação de Esterificação Reação entre um ácido carboxílico e um álcool para produzir um éster.

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Reação de Transesterificação Reação entre um éster e um álcool para produzir um novo éster e um novo álcool.

QUESTÃO COMENTADA Considere a substância denominada ciclo-hexa-1,3-dieno, cuja fórmula estrutural é a seguinte:

Ciclo-hex-1,3-dieno

Qual é o produto formado quando 1 mol de H2 reage com esse composto?

Resolução A reação do ciclo-hex-1,3-dieno com o gás hidrogênio (H2), consiste em uma reação de adição. Por reagir apenas com 1 mol de gás, o produto resultante será de adição apenas em uma das duplas ligações.

Sendo assim, o produto da reação será o ciclo-hex-1-eno.

EXERCÍCIOS 1. (Enem – adaptada) A cárie dental resulta da atividade de bactérias que degradam os açúcares e os transformam em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente com o cálcio e um açúcar chamado xilitol, agem inibindo esse processo. Quando não se escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem aos dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de alimentos em ácidos, que corroem o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva. Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acesso em: 11 ago. 2010 (adaptado).

cárie dentária: efeito da destruição da estrutura dentária por bactérias. Com base no texto sobre a formação de cárie, descreva o processo de reação química ocorrido na estrutura dentária e esboce um exemplo de reação envolvendo a nomenclatura dos compostos apresentados.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. (UFRJ) A e B são dois compostos orgânicos de mesmo peso molecular que, por oxidação com permanganato de potássio em meio ácido, geram como produtos, respectivamente, butanona e o ácido butanóico. a) Qual o tipo de isomeria existente entre os compostos A e B? Justifique sua resposta. b) Qual o produto orgânico resultante da desidrataçãodo composto B?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS MAHAN, B. M., MYERS, R. J., Química: um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009. McMURRY, J., Química Orgânica. Boston: CENGAGE Learning, 2008.

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BIOLOGIA Genética Genética molecular Os ácidos nucleicos encontrados nos organismos são o DNA (Ácido desoxirribonucleico) e o RNA (Ácido ribonucleico). Tanto um quanto o outro são constituídos de milhares de nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído por um grupo fosfato, ligado a uma pentose (açúcar com 5 carbonos) e uma base nitrogenada (imagem 1).

Disponível em: <www.brasilescola.uol. com.br>. Acesso em: 13 fev. 2015.

São cinco as bases nitrogenadas: adenina, timina, guanina, citosina e uracila. Sendo uracila exclusiva do RNA e timina de DNA. •

DNA: a molécula de DNA é constituída de duas cadeias de nucleotídeos ligados uma a outra através de pontes de hidrogênio. Entre um nucleotídeo e outro ocorre ligação fosfodiéster, na qual a pentose (carbono 5’) de um se liga no fosfato (3’ OH) de outra. Uma molécula de DNA difere de outra pela sequência de nucleotídeos em cada filamento.

Duplicação do DNA (replicação) A duplicação de DNA é mediada por várias enzimas, sendo a principal delas a DNA POLIMERASE. A duplicação é dita como semiconservativa, o que significa que cada nova fita formada terá uma fita antiga (mãe) e uma fita nova (filha), conservando as informações da molécula mãe. Este processo ocorre dentro do núcleo das células. •

RNA: a molécula de RNA é constituída de apenas uma cadeia (fita) simples de nucleotídeos ligados da mesma forma do DNA.

O RNA é sintetizado com base em um segmento de DNA como molde (GENE). Uma enzima, denominada de RNA polimerase, atua sobre o segmento de DNA e provoca a separação das fitas. Este RNA sintetizado é denominado de RNA mensageiro. Este processo é chamado de TRANSCRIÇÃO. Além do RNA mensageiro existem mais dois tipos de RNA: RNA ribossômico e RNA transportador. Os três tipos são produzidos da mesma maneira, porém, a partir de segmentos diferentes de DNA.

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Os genes responsáveis pela determinação das características biológicas estão contidos na molécula de DNA, mas quem manifesta tais características são proteínas e enzimas produzidas nas células. Sendo assim esses genes contidos no DNA possuem instruções sobre a forma de código para produzir as enzimas e as proteínas necessárias ao nosso organismo. Este código vem na forma de códons, ou seja, três nucleotídeos em sequência formam um aminoácido específico. Existem 20 aminoácidos diferentes que formam 64 códons ao todo e que formam as nossas proteínas e as de todos os outros organismos. As proteínas diferem pelo número de aminoácidos, tipos e posição dos aminoácidos na proteína. Um mesmo aminoácido pode ser codificado por até três trincas diferentes, por isso o código genético é chamado de degenerado. Cada códon codifica sempre o mesmo aminoácido assim como há códons que não correspondem com nenhum aminoácido e servem como pontos finais ou iniciais dos genes. O número de códons no filamento de DNA indica o número de aminoácidos na proteína. Os RNA ribossômico e transportador são responsáveis por um processo denominado de tradução (síntese de proteína), ou seja, um RNA mensageiro, que está carregando uma cópia de um pedaço de DNA, será “lido” e transformado em uma proteína de acordo com sua sequência de nucleotídeos. Este processo ocorre no citoplasma onde se encontram os ribossomos que se ligam ao RNA mensageiro e fazem uma leitura. Cada códon reconhecido é ligado ao anticódon de um RNA transportador, uma molécula que tem aspecto de grampo. Esta mesma molécula carrega também um aminoácido correspondente ao códon e uma das suas extremidades. Cada aminoácido se liga através de ligações peptídicas. Desta forma temos o seguinte processo: DNA (autorreplica)

TRANSCRIÇÃO

TRADUÇÃO

PROTEÍNA

Esta sequência é chamada de dogma central da Biologia.

Genética Nossas características biológicas são determinadas por genes ou fatores existentes no nosso grupo cromossômico e que são transmitidos de uma geração a outra. Os genes que determinam variedades diferentes do mesmo caráter são denominados alelos. Estes alelos ocupam o mesmo lócus do mesmo par de homólogos. Os genes que o indivíduo possui para uma determinada característica constituem o genótipo, e o referido caráter em interação com o meio constitui o fenótipo (cor do olho, pele, altura etc). Os genes são representados por letras do nosso alfabeto. Homozigotos são genes iguais e heterozigotos (ou híbridos) genes diferentes.

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Conceitos básicos de genética •

Cromossomos homólogos: pares de cromossomos iguais. Temos 22 pares de cromossomos autossômicos nas nossas células.

Cromossomos autossomos: aqueles que não são sexuais.

Cromossomos sexuais: são os denominados de X e Y.

Herança autossômica: é a herança determinada pelos genes situados nos cromossomos autossômicos.

Herança ligada ao sexo: é a herança determinada pelos genes situados somente no cromossomo X. Ex: Daltonismo e hemofilia.

Herança restrita ao sexo ou holândrica: é determinada pelo cromossomo Y (pai pra filho). Ex: hipertricose auricular

Herança limitada ao sexo: Genes não estão localizados nos cromossomos sexuais, existe nos dois sexos, mas só se manifestam em um deles. Ex: Desenvolvimento da barba.

Herança influenciada pelo sexo: genes não ligados aos cromossomos sexuais X e Y, mas sua relação de dominância depende do sexo do indivíduo. Ex: calvície.

Gene dominante: gene que manifesta a característica fenotípica tanto em homozigose como em heterozigose.

Gene recessivo: é o gene que manifesta a característica fenotípica somente em homozigose.

Genótipo: são os genes que o indivíduo possui para uma determinada característica.

Fenótipo: é o caráter ou aspecto que o individuo apresenta, resultado do genótipo.

1ª Lei de Mendel Segregação (disjunção) dos caracteres ou fatores (alelos). Mendel fez análise de uma característica de cada vez. Ele utilizou ervilhas (Pisum sativum) para estudar porque possuem um crescimento rápido. O principal exemplo é referente a cor da semente que pode ser amarelo e verde. O carácter semente amarela é determinado pelo alelo A (dominante) e o caráter semente verde, pelo alelo a (recessivo). Mendel cruzou ervilhas puras verdes com ervilhas puras amarelas (geração p) e obteve na geração F1 100% de ervilhas amarelas (imagem 3) Imagem 3. Fonte: <www.mundoeducacao.com. br.>. Acesso em: 16 dez. 2016.

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Efetuando a autofecundação entre dois descendentes de F1, ele obteve F2 cujo resultado dos fenótipos foi: 3 amarelas (AA, Aa) para 1 verde (aa) (3:1). Existem outros tipos de herança que seguem a primeira lei de Mendel como dominância incompleta (ou semidominância) que segue como exemplo clássico a flor maravilha: cruza-se branco puro (rr) com vermelho puro (RR) e obtém-se uma F1 100% rosa (Rr) (imagem 4) e F2 com genótipo ¼ RR (vermelho), ½ Rr (rosa) e ¼ rr (branco), em alguns livros é possível encontrar com alelos VV para vermelho , BB para branco e VB para rosa.

Imagem 4. Fonte: <www.mundoeducação. com.br>. acesso em: 16 dez. 2016.

Temos também a codominância, que é determinada por um par de alelos, no qual os dois alelos condicionam o fenótipo do heterozigoto que apresenta as duas características dos dois homozigotos. Um exemplo é raça de galinhas minorca em que a cor da plumagem é determinada por um par de alelos: PP e PB. O genótipo PBPB determina plumagem branca. O genótipo PPPP, plumagem preta. O heterozigoto PPPB determina o caráter plumagem carijó ou andaluzo, que é mistura de dois outros (imagem 5).

Imagem 5. Fonte: <http://apuradabiologia.blogspot.com>. Acesso em: 16 dez. 2017.

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As proporções genotípicas são idênticas as fenotípicas, mesmo caso da herança anterior (dominância incompleta).

Polialelismo (alelos múltiplos) Existem características que podem ser determinadas por três ou mais alelos, situadas no mesmo lócus dos cromossomos homólogos podendo gerar vários fenótipos diferentes. Ex: sistema ABO.

Grupos sanguíneos Um exemplo de polialelismo é o grupo sanguíneo ABO que inclusive também é codominante. São três alelos envolvidos: IB, IA e i gerando quatro fenótipos diferentes: Tipo A, B, AB e O.

Imagem 6. Fonte: <www.qieducacao.com>. Acesso em: 16 dez. 2016.

O fator Rh (Rhesus ou fator D) é um antígeno que 85% das pessoas possuem. Quem possui é denominado de Rh+. Os outros 15% das pessoas que não possuem nas hemácias este fator são denominados de Rh-. O fator Rh é determinado por um par de alelos, R e r. R determinando a formação do fator Rh e r determinando a sua não formação, sendo R dominante sobre r.

Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou eritroblastose fetal Este problema ocorre quando existem diferenças entre o fator Rh da mãe e do filho em que o filho sofre durante a gestação. Ocorre 1 em cada 20 casos. É indispensável que haja uma ruptura dos capilares da placenta, o que permitirá a passagem de pequenas quantidades de hemácias do feto para a mãe permitindo assim a formação de anticorpos no sangue materno. No segundo filho que a mãe vier a ter que possua Rh+ os anticorpos dissolvidos no plasma materno passam livremente, através da placenta, para o feto.

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2ª Lei de Mendel: Lei da Segregação Independente É a lei que estuda duas características ao mesmo tempo, com alelos situados nos cromossomos homólogos diferentes. 2ª Lei: “Quando num cruzamento estão envolvidos dois ou mais caracteres, os fatores que os determinam se distribuem de modo independente uns dos outros”. As características seguem isoladamente a 1ª lei de Mendel. Um exemplo:

Imagem 7. Fonte: <www.brasilescola.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2016.

Fazendo autofecundação de F1 teremos uma proporção de 9 ervilhas amarelas e lisas (V_R_), 3 ervilha amarelas e rugosas (V_rr), 3 ervilhas verdes e lisas (vvR_ e 1 verde rugosa ( vvrr) na proporção de 9:3:3:1.

Interação gênica Em alguns casos pode ocorrem interação entre os genes. Exemplos: •

Genes complementares: um gene completa o efeito do outro como os genes para formar o nervo auditivo e o gene que forma a cóclea da orelha interna.

Epistasia: um gene inibe a ação de outro, podendo ser uma inibição feita por um alelo dominante ou recessivo. Um exemplo comum é da pelagem do labrador.

Herança quantitativa: quando o efeito de vários genes se somam e originam vários fenótipos. Um exemplo é a cor da pele humana.

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Heredograma Muitas vezes é necessário ter um padrão para desenhar ou formar uma genealogia, para isso as convenções mais utilizadas para construção de um heredograma são as seguintes:

Imagem 8. Fonte: <www.sobiologia.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2016.

Genética de populações Este segmento da genética tem o intuito de estudar as frequências alélicas e genotípicas em uma população. Tais frequências não podem sofrer fatores evolutivos como: seleção natural, migração, mutação e deriva genética. A lei de Hardy – Weiberg (HW) proposta no início do século XX permite o cálculo destas frequências mencionadas no parágrafo anterior. Se estas frequências permanecerem constantes ao longo do tempo a população está em equilíbrio de HW. Para que elas permaneçam constantes a população deve ser pan-mítica e sem endocruzamento, deve ser infinitamente grande e isenta de qualquer fator evolutivo que possa alterar as frequências.

Probabilidade Empregamos conceitos de probabilidade em genética para obter respostas sobre possíveis cruzamentos. A regra do “E” é empregada quando queremos dois ou mais eventos de uma vez só. Ex: qual a probabilidade da criança nascer com hemofilia e ser do sexo feminino?. Neste caso utilizamos a multiplicação das frações. Já a regra do “OU” é empregada quando desejamos saber a probabilidade de ocorrer um ou outro. Ex: Qual a probabilidade da criança nascer menina ou menino. Não se pode ter os dois ao mesmo tempo, portanto utilizamos a soma das frações.

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Sugestões de vídeos: •

<https://www.youtube.com/watch?v=9GIR28sFlBA>

<https://www.youtube.com/watch?v=gv2-aSuNWr0>

<https://www.youtube.com/watch?v=dOKH32-jbHQ>

QUESTÃO RESOLVIDA 1. (UFPB) A anemia falciforme é uma doença monogênica que afeta a hemoglobina, fazendo com que as hemácias que a contêm apresentem formato de foice, o que prejudica o transporte de oxigênio. Com a chegada da população africana no Brasil, ocorreu um aumento na frequência do alelo recessivo condicionante da anemia falciforme na população. Esse fato ocorreu, porque, na África, o alelo para a anemia falciforme apresenta alta frequência, pois indivíduos com traço falcêmico (heterozigotos) desenvolvem resistência à malária, doença endêmica dessa região. A partir do exposto, considere a seguinte situação: Álvaro e Leda, um casal brasileiro, ambos portadores do traço falcêmico, procuraram aconselhamento genético para saber a probabilidade de terem uma menina portadora de anemia falciforme. Nessas circunstâncias, a probabilidade de nascer uma criança do sexo feminino com anemia falciforme é de: a) 25% b) 12,5% c) 50% d) 30% e) 15%

Resolução Álvaro e Leda tem traços, portanto são heretozigotos: Aa x Aa, ao fazer o cruzamento obtemos: AA, Aa, Aa e aa, a chance de nascer com anemia falciforme é 1/4. A probabilidade de ser menina é 1/2. Então fica 1/4 x 1/2 = 1/8 = 0,125 x 100 = 12,5% de chance de nascer uma menina com anemia falciforme.

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EXERCÍCIOS 1. (UFPR) Uma mulher que apresenta tipo sanguíneo B tem um filho cujo tipo sanguíneo é O. Ela vai à justiça atribuindo a paternidade da criança a um homem cujo tipo sanguíneo é AB. Se você fosse consultado pelo juiz, qual seria seu parecer? Justifique.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=636

2. (Uerj) No heredograma a seguir, pode-se verificar a ocorrência de uma determinada síndrome genética.

Identifique os tipos de herança genética associados a essa síndrome em relação a dois fatores: padrão de dominância e sexo. Em seguida, cite duas características representadas no heredograma que explicam esses tipos de herança genética.

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http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=639

REFERÊNCIAS AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. CONCEITOS DE BIOLOGIA. SÃO PAULO: MODERNA, 2001. CHEIDA, L. E. BIOLOGIA INTEGRADA. SÃO PAULO: 2002. LOPES, S. BIO. SÃO PAULO: SARAIVA, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, tornase um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de seleção destinado para o acesso a universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza a subjetividade na avaliação dos corretores, colaborando para imparcialidade e confiabilidade do processo. Sendo assim, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do Candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página da instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado a três gêneros da esfera jornalística: Charge, Tira e Cartum.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Charge, Tira e Cartum Considerando as estratégias discursivas de cada produtor e a função social desses gêneros textuais, charge, tira e cartum mobilizam tanto aspectos humorísticos e/ou críticos. Isso significa que esse textos podem conter críticas sociais, explícitas ou implícitas, relacionadas a temas da atualidade ou atemporais – que não se limitam a um tempo determinado. Charge, tira e cartum são gêneros textuais que combinam linguagem visual e verbal, “cujo objetivo sociocomunicativo é provocar o riso”, segundo Terezinha Nepomuceno (2005 p9). Esses textos trabalham a comunicação icônica, para tanto, lançam mão de cores, para sugestão de sentimentos e ideias, além de quadros, desenhos, legendas, títulos, interjeições, balões e recursos gráficos, como tipos distintos de fontes, negrito, itálico, entre outros. Preste atenção, porque esses gêneros, principalmente charge e tiras, viraram “xodó” de muitas provas de redação – e também das questões objetivas! Leia com atenção o comando de cada proposta, divirta-se com o teor cômico dos textos, mas saiba identificar que o “riso” provocado por eles também é uma forma de criticar e denunciar diversas situações do cotidiano. Apesar de traços em comum, vamos destacar especificidades de cada um desses gêneros, algumas em relação à forma; outras, à temática.

Charge e cartum Numa acepção mais ampla, ligada ao jornalismo, de acordo com Jose Marques de Melo (2003), cartum e charge são caricaturas jornalísticas. Genericamente, caricatura corresponde à “forma de expressão artística através do desenho que tem por fim o humor”. Define o autor: •

Cartoon: anedota gráfica. Crítica mordaz. Geralmente não insere personagens reais ou fatos verídicos, mas representa uma expressão criativa do cartunista, que penetra no domínio da fantasia. Mantém-se, contudo, vinculado ao espírito do momento, incorporando eventualmente fatos e personagens.

Charge: crítica humorística de um fato ou acontecimento específico. Reprodução gráfica de uma notícia já conhecida do público, segundo a ótica do desenhista. Tanto pode se apresentar somente através de imagens quanto combinando imagem e texto (título, diálogos). (p. 167).

A principal diferença entre charge e cartum é a referência à temporalidade. Nesse sentido, a charge é ancorada por um assunto da atualidade, em especial, que gere discussão ou divergência de opinião, como política, economia, futebol, religião, entre outros. De acordo com Caroline Gonçalves Taveira (2013, p. 48, grifo nosso), a palavra charge vem do francês charger e significa “carregar”, “exagerar”, desse modo, “tem como principal objetivo rebelar-se contra os interesses de grupos dominantes”.

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Veja a diferença:

A tragédia de Santa Maria: isso é jornalismo? Disponível em: <http://latuffcartoons.wordpress.com/2013/01/27/ charge-a-tragedia-de-santa-maria-isso -é-jornalismo/>. Acesso em 20 nov. 2016.

Para compreender uma charge, é necessário estar “por dentro” do que acontece na sociedade e, em alguns casos, pertencer ao mesmo ciclo social, caso contrário torna-se difícil a interpretação dos sentidos produzidos pelo texto. Dessa forma, a charge de Latuff só faz sentido se você reconhecer o contexto de referência dela, ou seja, o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria-RS, em 2013. A partir disso, podemos ler a crítica ao papel da imprensa na forma como realizou a cobertura desse fato, numa “espécie de corrida” pela busca de fatos chamativos, conforme Taveira (2013, p. 49), sem respeitar o momento de luto de sobreviventes e familiares das vítimas. Já o cartum, ainda segundo essa autora, origina-se da palavra inglesa cartoon (cartão pequeno) e “é utilizado como comentário satírico de uma situação atemporal, ou seja, não depende de contexto histórico específico pois os temas podem ser compreendidos em qualquer época” (TAVEIRA, 2013 p. 46). Trata-se de um desenho humorístico que busca “comunicar uma ideia”, representar figuras e situações por meio da estilização da realidade; ou seja, esta é criada, e não reproduzida. Enquanto a charge tem relação com personagens e fatos reais, num contexto momentâneo e particular, o cartum explora tema gerais e universais. Prova disso é um cartum produzido uma década atrás ainda ter graça no presente!

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Veja um exemplo de cartum:

Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-EpzmXUpv_p8/Ts-lVKhvTRI/AAAAAAAAAuk/ lVUKZmLi6UI/s640/cachorro.gif.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2017

Este cartum apresenta uma enorme fileira de cachorros desesperados, como vemos em suas expressões, ao ver um carro colidido com o poste, local preferido daqueles para fazer xixi. Dessa forma, o cartum mobiliza a conscientização de motoristas no trânsito, por meio de uma atmosfera cômica.

Tira De acordo com Nepomuceno (2005), as tiras ou tirinhas são narrativas criadas que apresentam lacunas, espaços vazios, cuja completude dependerá da capacidade interpretativa de cada leitor. Por isso interaja com o texto! Originada das Histórias em Quadrinhos (HQs), as tiras distanciam-se desse gênero em alguns aspectos, pois às vezes não narram uma história. Nos demais casos, a tira é uma sequência de eventos, com cenário, complicação e resultado, em um ou mais quadros – distribuídos graficamente numa faixa horizontal (por isso levam tal nome) (NEPOMUCENO, 2005, p. 43; 47, grifo da autora). Tiras como a Turma da Mônica, de Mauricio de Souza, remetem ao humor e costumam ser destinadas ao divertimento do leitor; outras, como Mafalda, de Quino, estimulam a reflexão e a crítica social.” A tiras podem ainda ser seriadas, sendo publicadas como “capítulos diários” em jornais. Outra característica da tira é a construção de um ou mais personagens fixos e evoluídos. Nesse sentido, tornamo-nos íntimos deles, conhecemos família e amigos desses personagens, além do modo como lidam com diversas situações no cotidiano. Reconhecemos, assim, personalidades com hábitos, preferências e ideias consistentes, que se mantêm ao longo da sequência de episódios.

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A tira ainda produz uma quebra da expectativa final, gerada pela contradição, em especial, entre o penúltimo e o último quadro. Essa quebra semântica é responsável pelo efeito de humor e/ou ironia nas tiras. Veja uma tira analisada por Nepomuceno (2005, p. 80):

Os ratos também choram. Coleção Cybercomix. São Paulo: Bookmarkers, 1999. p. 41.

Observe que são três quadros que apresentam uma sequência de episódios. Há nessa tira duas visões antagônicas, a posição do fumante, na defesa do tabagismo, e a posição da formiga, que é morta pelo cigarro. A quebra da expectativa gera o efeito de ironia, “na contradição da fala do interlocutor que não acredita que o cigarro mate, mas na verdade, mata”.

Para ir além

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<https://www.youtube.com/watch?v=es62IZFHqlQ>

<https://www.youtube.com/watch?v=WC8FaGVCa8c&t=237s>

<https://www.youtube.com/watch?v=dHV0vPXY3b4>

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PROPOSTA COMENTADA 1. (UEL-PR) Leia a notícia a seguir. Pokemón Go vira febre global e faz disparar valor da Nintendo

Cinco anos em cinco dias. Esse foi o tempo necessário para que as ações da Nintendo retornassem aos patamares de preço que haviam sido registrados pela última vez em 2011. A explicação para a escalada sem precedentes é o jogo virtual Pokémon Go. O game, instalado por meio de aplicativo em celulares que operam com os sistemas Android e iOS, tornou-se uma febre sem precedentes. O jogo faz uso da chamada realidade aumentada: é preciso sair para as ruas e colocar o celular à frente dos olhos para encontrar e caçar pokémons que estão escondidos em diferentes locais. Especialistas dizem que o sucesso inesperado do Pokémon Go pode abrir uma nova era da computação, com a popularização de games que utilizam a mesma tecnologia e buscam explorar a interação dos usuários com o mundo real. (Adaptado de:<www.veja.abril.com.br/economia/pokemon-go-vira-febre-global-e-fazdisparar-valor-da-nintendo/>. Acesso em: 5 ago. 2016.)

Com base na notícia e na charge, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 10 a 12 linhas, abordando os avanços científicos e tecnológicos e seus impactos na vida e no cotidiano da população.

Comentários Preste atenção nas orientações do enunciado, em seguida, planeje a estrutura de seu texto dissertativo-argumentativo. Lembre-se que ele deve apresentar introdução, conclusão e desenvolvimento. Cuide para não fugir do tema, para tanto seu texto deve discutir os avanços científicos e seus impactos na vida e no cotidiano da população.

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Tenha em mente que a característica principal de um texto dissertativoargumentativo é a defesa de um ponto de vista sobre o tema. Lembre-se ainda que sua estratégia argumentativa – a escolha dos argumentos empregados – deverá associar o texto à charge, e não apenas discorrer sobre um deles. A linguagem não verbal presente na charge colabora para a progressão temática, logo, entenda que muitas charges estabelecem uma crítica em relação a um comportamento da sociedade. Se você não saiu à caça de pokémons, andando por aí como um zumbi obcecado de The Walking Dead, correndo risco de ser atropelado ou mesmo cair num lago, certamente já viu alguns se comportarem assim. Na charge, vemos um homem que parece atormentado pelo número de pokémons a sua volta, o que é reforçado pela legenda “Deliriums tremens tecnológico”. Afora os impactos no dia a dia causados pela realidade aumentada do jogo virtual Pokémon Go, subentendidos na charge, o texto traz informações ainda sobre o retorno financeiro da Nitendo, empresa fabricante do jogo. A forma como essa tecnologia melhora a interação entre usuários e aplicativos e como isso pode ter resultados significativos na formação educacional, por exemplo, é um dos pontos positivos que você pode argumentar. Veja a expectativa de resposta da UEL-PR: O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. A opinião do autor é fundamentada com explicações e argumentos, tendo como objetivos formar a opinião do leitor ou do ouvinte e tentar convencê-lo de que a ideia defendida é a correta. Para isso, é preciso expor e explicar as ideias. É dessa mistura que vem a sua natureza: o texto é argumentativo porque defende uma tese e é dissertativo porque é necessário o uso de uma série de explicações que a justifiquem. O objetivo de quem produz esse tipo de texto é convencer o leitor mediante a apresentação de razões, por meio da evidência de provas, contando com um raciocínio coerente e consistente. Para alcançar essa coerência, o candidato deve se preocupar, basicamente, em oferecer argumentos que se relacionem entre si. O texto dissertativo-argumentativo tem como principais características a apresentação de um raciocínio, a defesa de um ponto de vista ou o questionamento de uma determinada realidade. O autor se vale de argumentos, de fatos, de dados, que servirão para ajudar a justificar as ideias que irá desenvolver. Disponível em: <http://goo.gl/LnheKN>. Acesso em: 16 dez. 2016.

2. (UFPR)

(QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 384)

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A partir do diálogo entre as personagens Mafalda e Liberdade, explicite a crítica e o efeito de humor da tirinha. Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas.

Comentários A personagem Liberdade expressa uma crítica ao modo como os meios de comunicação lidam com a função social de informar os fatos e acontecimentos reais aos leitores. Na fala da personagem, os jornais inventam metade do que publicam. A tira, portanto, extrapola o contexto humorístico e denuncia a manipulação e a falta de imparcialidade dos jornais, questionado, por conta disso, a “real” existência desse veículo. Eis aqui a crítica e o humor dessa charge. Visto se tratar de uma narrativa, busque contar a sequência apresentada nos três quadros, a concentração de Mafalda ao ler e manusear o jornal; o movimento de ida e retorno de Liberdade, cuja fala ataca a credibilidade do daquele meio de comunicação; por fim, o abandono do jornal por Mafalda, cuja expressão parece decepcionada. Ao argumentar sobre uma tira, você deve sempre citar o autor e a fonte, nesse caso, a tira pertence ao escritor argentino Quino e foi publicada no livro Toda Mafalda, desse mesmo autor, em 2008. Lembre-se que você tem um número limitado de linhas para desenvolver uma boa argumentação que convença a banca avaliadora, portanto seja direto ao explicitar em que reside a crítica e o efeito de humor da tirinha. Esse tipo e proposta avalia sua capacidade de: •

atender ao comando da questão;

interpretar e produzir sentidos a partir do texto;

argumentar sobre temas;

compreender o funcionamento de gêneros textuais.

Veja os critérios específicos de correção da UFPR para essa proposta: A redação nota 6 cumpriu de modo pleno as duas exigências do enunciado, a saber, explicitar a crítica e o efeito de humor na tirinha, de maneira clara e a partir de uma articulação excelente com os elementos textuais e visuais dados. Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2014/ documentos/criterios-discursiva-geral-PS_2fase%20PS2014.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016.

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AGORA É SUA VEZ (UFPR) Considere a seguinte charge:

Segundo a mitologia grega, Narciso era um belo rapaz, filho do deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Quando nasceu, o adivinho Tirésias profetizou que ele teria uma vida longa se não visse a própria face. Depois de adulto, após uma caçada, ele se debruçou numa fonte para beber água. Nessa posição, viu seu rosto refletido na água e se apaixonou pela própria imagem. Ali ficou, imóvel na contemplação de seu rosto refletido, e assim morreu. (Fonte: KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.)

A charge de Benett apropria-se do mito de Narciso para questionar um comportamento atual. Em um texto de 8 a 10 linhas: a) explicite qual é o comportamento criticado na charge e a relação que o autor estabelece entre essa tendência atual e o mito grego; b) posicione-se em relação à crítica de Benett e justifique o ponto de vista defendido por você.

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2. (UEL-PR) Leia a tirinha a seguir:

A tirinha apresenta um ruído na comunicação entre as personagens. Explique as circunstâncias que provocaram a incompreensão da mensagem por parte da personagem Edibar da Silva e o que poderia ser feito para desfazer o equívoco. Para a elaboração de seu texto, utilize de 8 a 10 linhas.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=709

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REFERÊNCIAS JUSKI, D.; LINK, D. C. A função da charge, do cartum e da tira na aquisição da língua padrão. In: Anais do 6º Encontro Celsul. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/ tela4/Textos/Textos/Anais/CELSUL_VI/Coordenadas/A%20FUN%C3%87%C3%83O%20 DA%20CHARGE%20DO%20CARTUM%20E%20DA%20TIRA%20NA%20 AQUISI%C3%87%C3%83O%20DA%20L%C3%8DNGUA%20PADR%C3%83O.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016. MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. MELO, J. M. Gêneros opinativos. In: Jornalismo Opinativo. 3. ed. Campos do Jordão: Mantiqueira de Ciência e Arte, 2003. NEPOMUCENO, T. Sob a ótica dos quadrinhos: uma proposta textual discursiva para o gênero tira. 2005. 143 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguística e Linguística Aplicada). Universidade Federal de Uberlândia, 2005. Disponível em: <http://livros01. livrosgratis.com.br/cp146871.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016. TAVEIRA, C. G. Humor e crítica no semanário Bundas. Humor e crítica no semanário Bundas. In: Extraprensa. São Paulo: USP, v. 2, p. 46, 2013.

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8. MEDICINA A profissão O curso superior de Medicina apresenta formação de profissionais que sejam capazes de cuidar da saúde das pessoas, quando esta estiver comprometida ele estuda as causas, a prevenção e o combate de doenças. Analisando os resultados de exames clínicos, o médico é capaz de fazer diagnósticos e determinar o tratamento mais eficaz. O profissional também participa de programas de prevenção, saneamento e planejamento da medicina social, entre outras atividades. É importante, que a pessoa que escolha esta profissão, tenha um perfil humanista e capacidade de percepção da complexidade que envolve o sofrimento dos pacientes e seus familiares. (Fonte: www.pucpr.br)

Atividades desenvolvidas pelo profissional •

Angiologia.

Medicina do trabalho.

Cardiologia.

Oncologia.

Cirurgia plástica.

Ortopedia.

Dermatologia.

Pediatria.

Endocrinologia.

Pneumologia.

Geriatria.

Radiologia.

Ginecologia e obstetrícia.

Saúde pública.

Infectologia.

O curso De modo geral, o curso de medicina possui uma duração média de 6 anos, podendo se estender ao longo de 10 anos no máximo. O aluno terá disciplinas voltadas a área como: Anatomia e fisiologia humana, bioquímica, biofísica, embriologia, saúde coletiva, patologia geral, parasitologia, Genética, microbiologia, imunologia, farmacologia, bioestatística, bioética, pediatria, doenças infecciosas, ginecologia, estágio supervisionado, entre outras.

Relação candidato-vaga As diversas universidades, faculdades e centros educacionais de nosso estado divulgam, de forma média, 100 vagas por ano para ingresso no ensino superior de Medicina. Porém, se tomarmos com base a média de 100 vagas anuais, temos uma concorrência média de 66 candidatos para cada vaga.

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Agora é a sua vez Caso tenha interesse nesta formação, procure informações mais específicas da instituição de ensino que pretende prestar o exame de seleção (Vestibular ou ENEM). Pesquise também a opinião de profissionais que já atuam nessa área, o mercado de trabalho na sua região e a média de salários. Por fim, assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as modalidades de formação médica: <https://www.youtube.com/watch?v=0PEEUWiDqYU>

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QUÍMICA Desde os organismos microscópicos até os seres humanos, todos dependem de condições padrão para a sobrevivência. Nosso sangue precisa obrigatoriamente ser “neutro” (condição entre ácidos e bases), nossa saliva, estômago e urina são ácidos e nosso intestino, básico. Algumas bactérias se desenvolvem melhor em determinadas regiões do nosso organismo, devido ao pH. Algumas análises laboratoriais somente são possíveis de serem realizadas, se houver a ambientação do recipiente, tornando-o ácido ou básico. O conteúdo “compostos inorgânicos”, apresentado na Química Geral, é muito importante para profissionais da área da saúde, uma vez que irá auxiliar na compreensão dos processos inorgânicos que acontecem em nosso organismo, bem como no procedimento adequado para cada parte do corpo humano.

Funções Inorgânicas Os compostos químicos podem ser classificados em dois grandes conjuntos: orgânicos e inorgânicos. Essa distinção originou-se no século XVIII, da crença de que os compostos orgânicos, como gorduras, proteínas e açúcares, só poderiam ser sintetizados pelos seres vivos, jamais em laboratório. Assim, todos os demais compostos foram classificados como inorgânicos. Os compostos inorgânicos foram sequenciados em quatro grupos: os ácidos, as bases, os sais e os óxidos. A seguir, faremos uma apresentação das principais características de cada um desse grupos, bem como as propriedades dos compostos que estão distribuídos neles.

Teoria de Arrhenius •

Ácidos: substâncias que em água liberam íon H+. H2SO4 + H2O → H3O+ + SO42–

Bases: substâncias que em água liberam o íon OH–. H2O

Ca(OH)2 → Ca2+ + 2 OH–

Sais: substâncias resultantes da reação de um ácido com uma base. H2SO4 + 2 NaOH → Na2SO4 + 2 H2O

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Teoria de BrØnsted-Lowry •

Ácido: espécie doadora de prótons (H+).

Base: espécie receptora de prótons (H+). NH3 + HCℓ → NH4+ + CℓBase + ácido ácido + base

Teoria de Lewis •

Ácido: espécie receptora de pares de elétrons isolados, formando uma ligação coordenada.

Base: espécie doadora de pares de elétrons isolados.

Nomenclatura de ácidos •

Hidrácidos: ácidos sem oxigênio.

Ácido (nome do elemento) ídrico Exemplo: HCℓ = Ácido clorídrico •

Oxiácidos: ácidos que possuem oxigênio.

Ácido (nome do elemento) ico Exemplo: HCO3 = Ácido carbônico Para oxiácidos de um mesmo elemento com diferente quantidade de oxigênio, segue a seguinte regra:

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Um oxigênio a mais

Ácido per + nome do elemento + ico

Um oxigênio a menos

Ácido nome do elemento + oso

Dois oxigênios a menos

Ácido hipo + nome do elemento + oso

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Nomenclatura das bases •

Hidróxido de nome do elemento

Exemplo: NaOH = Hidróxido de sódio

Nomenclatura de sais Para nomear os sais, basta substituir o final da nomenclatura do ácido pelos equivalentes conforme a tabela a seguir: ácido

Sal

ico

Ato

oso

Ito

idrico

eto

Regra Geral: ânion do ácido de cátion da base

Exemplo: H2SO4

+

Ácido Sulfúrico

2NaOH Hidróxido de Sódio

Na2SO4

+

2H2O

Sulfato de Sódio

QUESTÃO RESOLVIDA 1. (UFPR) As hemácias do sangue têm função vital no transporte de gases no organismo, sendo essa função desempenhada pela presença da proteína hemoglobina. Desde o século XIX, sabe-se que a hemoglobina possui atividade catalítica típica de uma peroxidase. Com base nesse comportamento catalítico, foram propostos alguns testes para constatação da presença de sangue, por exemplo, em locais onde ocorreram crimes. Um dos testes, baseado nessa ação catalítica, utiliza um reagente denominado Kastle-Meyer, que contém fenolftaleína na forma reduzida. O teste se baseia na oxidação da fenolftaleína na presença de sangue e água oxigenada. Essa oxidação acontece em meio básico e, devido à alcalinidade do meio, o indicador adquire cor rosada.

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1. A seguir é mostrada a estrutura em grafia de bastão da fenolftaleína na forma oxidada. Quais as funções químicas presentes em sua estrutura que podem agir como ácido de Brønsted-Lowry?

São bases de Lewis os dois grupos OH (fenol e e ácido carboxílico), pois são grupos doadores de hidrogênio. 2. Assumindo que todas as funções ácidas reagem no meio alcalino, desenhe a estrutura da espécie formada pela reação com NaOH, responsável pela coloração rosada.

EXERCÍCIOS 1. (UFPR) A hemoglobina é uma proteína tetramérica responsável pelo transporte de oxigênio. O oxigênio molecular se liga ao sítio de ferro do grupo heme, presente em cada uma das quatro unidades de globina. A hemoglobina também é responsável por transportar parte do gás carbônico produzido na respiração, que, em sua maioria, é transportado pelo sangue na forma de bicarbonato solúvel. Na hemoglobina, o gás carbônico se liga a grupos amino terminais da cadeia proteica de globina. A afinidade da hemoglobina por oxigênio é modulada diretamente pela ligação do gás carbônico à globina. Altas concentrações de gás carbônico induzem a hemoglobina a liberar o oxigênio. a) De acordo com o texto, a hemoglobina possui tanto sítio ácido quanto sítio básico de Lewis. Identifique o sítio ácido e o sítio básico.

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b) O monóxido de carbono é uma base de Lewis que possui alta afinidade pela hemoglobina e sua concentração atmosférica de 670 ppm é fatal aos seres humanos, diferente do dióxido de carbono, que se torna sufocante quando sua concentração atmosférica atinge níveis de 7 a 10 %. A qual sítio da hemoglobina o monóxido de carbono irá se ligar?

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000 2. (ITA) Descreva como se pode obter, num laboratório de química, cloridreto (HCℓ(g)) a partir de cloreto de sódio. De sua descrição devem constar: as outras matérias primas necessárias, o desenho esquemático da aparelhagem a ser utilizada e as equações químicas balanceadas das reações envolvidas.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=000

REFERÊNCIAS KOTZ, J. C.; TREICHEL JR., P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002. MAHAN, B. M., MYERS, R. J., Química: um curso universitário. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

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BIOLOGIA Fisiologia humana Sistema digestório A digestão envolve tanto processos químicos quanto mecânicos. A digestão transforma macromoléculas não absorvíveis em moléculas pequenas. •

Produtos da digestão dos principais alimentos: Amido = glicose; Proteína = aminoácido; Gordura = Ácidos graxos e glicerol; Ácidos Nucleicos = nucleotídeos. Vitaminas e sais minerais não são digeridos apenas absorvidos pela parede do intestino.

A digestão se inicia pela boca através dos processos mecânicos realizados pelos dentes; a língua auxilia para movimentação do alimento e a saliva para umedecer o bolo alimentar. Na saliva é encontrada uma enzima muito importante: a PTIALINA ou amilase salivar que transforma amido em maltose (dissacarídeo) e seu pH é levemente ácido. A faringe e o esôfago tem a função principal de conduzir o bolo alimentar através de movimentos peristálticos. Ao final do esôfago encontra-se o esfíncter esofágico com função de não deixar o conteúdo estomacal voltar do estômago. Ao chegar no estômago algumas glândulas produzem o suco gástrico e o muco (mucina) que protege a parede do estômago contra o ácido clorídrico. Esse ácido tem função de manter o ph estomacal ideal (entre 1,5 e 2,0) para o funcionamento das enzimas além de ação bactericida e desmineralizadora (amolecer estruturas rígidas). A enzima pepsina é responsável pelo início da digestão de proteínas onde são quebradas (hidrolisadas) em aminoácidos (peptídeos) ou grupo de aminoácidos. É importante ressaltar que a pepsina é produzida na sua forma inativa (pepsinogênio) para que não destrua a parede do estômago e que se torna ativo quando entra em contato com o pH ácido do estômago. A massa alimentar agora passa a se chamar quimo e quando passar para o intestino delgado passará a ser quilo. O intestino delgado é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. No duodeno estão presentes o suco pancreático, produzido pelo pâncreas; o suco entérico, produzido pelo próprio duodeno; e a bile, produzida pelo fígado e reservado na vesícula biliar. O suco pancreático possui bicarbonato para neutralizar o ácido vindo do estômago e enzimas digestivas: amilase pancreática, tripsina e quimiotripsina (que digere proteínas) lipase (que digere lipídeos) e nucleases (que digere ácidos nucleicos). A bile (fel) é produzida a partir de moléculas de colesterol, ela não possui função enzimática, mas é importante pois emulsifica os lipídios.

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No suco entérico se observam algumas enzimas: peptidases, que transformam polipeptídeos em aminoácidos; nucleotidases, que transformam nucleotídeos em fosfato, pentose e base nitrogenada; e dissacaridases, que digerem os dissacarídeos em monossacarídeos. Ainda é produzida enteroquinase que converte tripsinogênio em tripsina, que acelera a digestão de proteínas no intestino. Na porção do jejuno e do íleo ocorre a absorção pelas microvilosidades dos nutrientes que foram digeridos até o momento. Para finalizar, no intestino grosso ocorre a absorção de sais e água. Também ocorre produção de algumas vitaminas pelas bactérias (B12 e K), constituintes da flora intestinal.

Controle hormonal da digestão Hormônio

Produtor

Órgão alvo

GASTRINA

estômago

SECRETINA

Intestino delgado

COLECISTOCININA

Intestino delgado

Ação

Estimula produção do suco gástrico Estimula produção de pâncreas bicarbonato Pâncreas e Estimula liberação de vesícula biliar enzimas digestivas e da bile Inibe peristaltismo Estômago estomacal estômago

ENTEROGASTRONA Intestino delgado

Sistema respiratório

Fonte: <www.euquerobiologia.com.br>. Acesso em:15 de fev. 2016.

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Hematose Processo de trocas gasosas que ocorrem nos alvéolos pulmonares. Na hematose o excesso de CO2 do sangue passa para o alvéolo através de difusão simples. Neste processo o sangue venoso se torna arterial.

Ventilação pulmonar O movimento de entrada de ar nos pulmões (inspiração) e saída de ar (expiração) é chamado de ventilação pulmonar. Na inspiração ocorre contração dos músculos intercostais inspiratórios e do diafragma, o volume da caixa torácica aumenta e a pressão interna diminui, todos estes eventos ocorrem ao contrário na expiração.

Transporte de gases Ocorre pela hemoglobina formando oxi – hemoglobina para transporte de oxigênio. Para CO2 é diferente, pois 70% deste gás é dissolvido no plasma como ions bicarbonato, 5% se dissolve diretamente no plasma e 25% combina-se com hemoglobina.

Circulação O sistema circulatório é responsável pelo transporte de gases dos pulmões para os tecidos e vice-versa; transporte de nutrientes do sistema digestório aos tecidos do corpo; transporte de toxinas; distribuição de hormônios e anticorpos; e manutenção de temperatura corporal. Os principais componentes deste sistema são veias e artérias. As veias trazem sangue do corpo para o coração, apresentam válvulas que impedem o refluxo do sangue. São paredes revestidas com camadas finas de músculo. As artérias transportam sangue sob muita pressão, por isso possuem uma parede mais grossa. São vasos que saem do coração e vão para o corpo ou pulmão.

Coração Consiste em tecido muscular cardíaco (miocárdio), é um órgão oco dividido em quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. O sangue arterial não entra em contato com sangue venoso. Localiza-se no mediastino. Possui uma membrana em seu redor denominada de pericárdio.

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Sístole: contração do coração.

Diástole: relaxamento.

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O miocárdio é vascularizado pelas artérias coronárias, que emergem da aorta. Seu funcionamento ocorre através de nervos simpáticos que controlam o ritmo cardíaco enquanto o nervo vago ou pneumogástrico (parassimpático) retarda as contrações cardíacas.

Pequena circulação (pulmonar) Por essa circulação ocorre a hematose, ou seja, trocas gasosas. O sangue sai do coração por artéria pulmonar e vai até o pulmão, depois da hematose volta para o coração através de veias. Este processo retira CO2 do sangue e adiciona O2.

Grande circulação (sistêmica) Nesta circulação o coração envia sangue para todo o corpo, levando oxigênio para as células. No lado direito do coração, circula sangue venoso; do lado esquerdo circula arterial. Lembrando: pressão arterial = pressão sistólica/ pressão diastólica O coração se mantém nutrido através das coronárias e sua obstrução provoca enfarto do miocárdio.

Sistema urinário

Fonte: <www.cirvascular.com>. Acesso em: 16 fev. 2016

O sistema excretor tem função de regular a composição química interna do corpo, mantendo a homeostase. O corpo produz muitas toxinas como resíduos da alimentação, da digestão de proteínas (amônia, ureia, etc.) e resíduos celulares. Existem órgãos que auxiliam também na eliminação de excretas como: pulmões, que eliminam CO2 e excesso de água; pele que elimina excesso de água e sais minerais; e o fígado, que elimina algumas substâncias tóxicas do sangue e ajuda a tornar algumas toxinas reconhecíveis para o sistema urinário expulsá-las. Os rins são divididos em duas partes principais: o córtex e a medula (mais interna), por onde entram os vasos sanguíneos. Na porção cortical dos rins, são encontradas centenas de milhares de estruturas bem pequenas denominadas de nefros. Possuem função de filtrar o sangue removendo resíduos nitrogenados como ureia e ácido úrico. Também são capazes de retirar o excesso de água, exercendo função osmorreguladora.

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Funcionamento dos rins Primeiro ocorre a filtração: o sangue passa nos capilares do glomérulo e perde parte do seu plasma para o tubo contorcido. Depois ocorre a reabsorção, neste tubo contorcido todas as substâncias úteis do plasma são reabsorvidas e devolvidas a corrente sanguínea. Por último ocorre a formação da urina: no final do tubo contorcido distal, todas as substâncias importantes já foram reabsorvidas e devolvidas a corrente sanguínea. Após todo esse processo a urina é liberada no tubo coletor, é armazenada na bexiga e eliminada pela uretra.

Sistema nervoso É o sistema que coordena todo o corpo humano, junto com o sistema endócrino os dois formam o que chamamos de sistemas integradores.

Sistema Nervoso Central (SNC) Corresponde as porções do sistema protegido por ossos: 1. Encéfalo (cérebro, cerebelo, ponte e bulbo): o cerebelo está ligado a funções de movimento e fala. A ponte e o bulbo servem apenas como ligação entre cérebro e medula. A região periférica do cérebro é chamada de massa cinzenta, é mais escura porque possui corpos celulares e a massa branca é constituída de fibras nervosas. 2. Medula espinhal: localiza-se no canal medular que ocorre dentro da coluna vertebral. Possui 31 pares de nervos raquidianos ou espinhais. Ao redor do sistema nervoso central são encontradas três membranas formadas por tecido conjuntivo denominadas de meninges com função de proteger o encéfalo e a medula.

Sistema Nervoso Periférico (SNP) Esse sistema compreende toda a vasta rede de nervos espalhados pelo organismo. Ao todo temos 12 pares de nervos que saem do cérebro, chamados de nervos cranianos. Ao longo da medula saem mais 31 nervos raquidianos ou espinhais. Eles interligam o SNC e os órgãos sensitivos e motores. Onze deles estão ligados a partes da cabeça e o nervo vago, ao sistema respiratório, digestório e cardíaco. Esse sistema é divido em: 1. Nervos de vida de relação: possuem atividade voluntária, que permite sentir e realizar movimentos desejados. 2. Nervos da vida vegetativa ou sistema nervoso autônomo (SNPA): funcionam coordenando as atividades orgânicas ou viscerais de forma involuntária. Lembrando que esta parte é dividida ainda por sistema nervoso simpático e parassimpático de forma antagônica. O sistema nervoso autônomo inerva os órgãos de maneira involuntária.

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QUESTÃO COMENTADA 1. “Os seres vivos necessitam de um suprimento de energia capaz de manter sua atividade metabólica. Essa energia é extraída dos alimentos, que podem ser produzidos pelos próprios organismos, no caso dos autótrofos, ou obtidos a partir de uma fonte orgânica externa, no caso dos heterótrofos. As substâncias orgânicas, tais como proteínas, carboidratos e lipídios, devem ser desdobradas em compostos mais simples e mais solúveis, de tal maneira que possam ser assimiladas pelo organismo. A esse processo de transformação dos alimentos em compostos relativamente mais simples, absorvíveis e utilizáveis denominamos digestão.”

W. R. Paulino. Biologia Atual, Ed. Ática, 1996. p. 296.

Com relação a esse assunto, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s). (01) A mastigação, a deglutição e os movimentos peristálticos constituem a digestão química. Falsa, pois, a alternativa se refere a digestão mecânica e não química. (02) A água e os sais minerais são absorvidos, pelo tubo digestivo, sem transformação química. Verdadeira, são absorvidos diretamente pelo intestino grosso. (04) A digestão do amido é rápida e ocorre em dois momentos: na boca, pela ação da amilase salivar e no estômago, sob a ação das peptidases. Falsa, ela se inicia na boca, mas finaliza no duodeno, onde são liberadas enzimas amilases pancreáticas pelo suco pancreático. (08) A bile não tem enzimas, mas apresenta sais biliares, que emulsificam os lipídios, transformando-os em gotículas menores que facilitam a digestão das gorduras. Verdadeira, a bile é como um detergente produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar. (16) Os nutrientes digeridos são absorvidos principalmente no intestino delgado, onde as células epiteliais das vilosidades apresentam expansões digitiformes - as microvilosidades -, que aumentam, consideravelmente, a superfície de absorção dos nutrientes. Verdadeira, as microvilosidades auxiliam no aumento da superfície de contato. (32) Pessoas que tiveram sua vesícula biliar extirpada não apresentam dificuldade em digerir lipídios e, por isso, podem fazer uma dieta rica em gorduras. Falsa, quando extraímos a vesícula é necessário diminuir a ingestão de lipídeos, pois, o corpo não possui mais seu emulsificante natural para diluir gorduras.

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EXERCÍCIOS 1. A palavra respiração é utilizada para descrever dois processos distintos, porém interdependentes, que ocorrem em nível pulmonar e celular. Descreva como estes fenômenos estão relacionados.

http://tv.eadsesipr.org.br/api/iframe/video/embed.js?video_id=638

2. (BRANILY) As respostas imunológicas constituem mecanismos de defesa vitais para os organismos. A esse respeito, a) explique a diferença entre a resposta ativa e a passiva; b) apresente um exemplo de imunização ativa artificial e um de imunização passiva natural.

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LÍNGUA PORTUGUESA “A escrita permeia hoje quase todas as práticas sociais dos povos que penetrou”, segundo Marcuschi (1997, p. 121). Como propõe este autor, a escrita é usada em contextos básicos da vida, que não raramente serão decisivos para fins específicos em nossas vidas. Pode parecer um tanto exagerado, mas o modo como você se posiciona em relação ao domínio da língua escrita tem um grande poder em situações relativas ao trabalho, aos estudos e, de certo modo, à sua vida pessoal. Outra questão fundamental é o modo como lemos e interpretamos as informações disponibilizadas e suscitadas nos mais variados contextos em que nos inserimos. Sobretudo, nesta etapa de muito estudo e preparação, para a escolha de uma carreira, saber selecionar, hierarquizar (ou seja, organizar) e analisar informações relevantes, de acordo com determinados propósitos, torna-se um diferencial em nossa formação profissional. Por conseguinte, o processo de avaliação de universidades, hoje, se pauta na elaboração de redações (produção escrita), que cada vez mais tem abrangido distintos gêneros textuais, como podemos observar nas universidades públicas do Paraná. Por serem exames classificatórios, essas redações são avaliadas com base em critérios para notas, o que minimiza injustiças na avaliação dos corretores, assegurando a imparcialidade e a confiabilidade do processo. Sendo assim, primeiramente, é importante que você leia atentamente o Edital e, em alguns casos, o Manual do candidato da universidade a qual pretende prestar vestibular, que provavelmente estarão disponíveis na página de inscrição/acesso à instituição de ensino superior (IES). Outro ponto crucial, e isso vale para o dia da prova, é compreender claramente o enunciado da proposta de redação, a fim de identificar o gênero textual solicitado e atender ao que de fato é solicitado pelo processo. Neste capítulo, você será apresentado à proposta de texto pede ao candidato que se faça a transposição de um tipo de discurso para outro.

Boa Leitura! Equipe Trilhas

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Transposição de discurso As propostas de transposição de discurso, embora não tão frequente quanto algumas outras, são recorrentes no vestibular da UFPR. Nelas, comumente, apresenta-se ao candidato a transcrição de uma entrevista (um texto em discurso direto) e solicita-se que ele redija uma produção em discurso indireto, na qual sintetize as ideias expressas pelo entrevistado e as perguntas feitas pelo entrevistador, sem ultrapassar o limite de linhas. O resultado final é bem semelhante àquele das propostas de resumo. Transpor do discurso direto para o indireto é fazer com que um texto em que as falas do interlocutores são dadas diretamente ao leitor transforme-se numa produção em que essas falas são apresentadas pela voz de um intermediário, nesse caso, o candidato. Em geral, uma boa transposição de discurso deve: •

Ser breve e concisa, deixando de lado exemplo, detalhes, explicações pormenorizadas e dados secundários apresentados pelo entrevistados e pelo entrevistado.

Incluir apenas informações presentas nas falas dos interlocutores, sem adicionar opiniões do candidato sobre aquilo que estiver sendo relatado.

Ser feito sempre com as próprias palavras do candidato, mostrando que a transposição foi o resultado de uma leitura adequada e não apenas um apanhado de frases soltas retiradas da entrevista.

Situar seu leitor, definindo entrevistador, entrevistado e veículo em que foi publicada a entrevista (normalmente, o entrevistador aparece com o nome do veículo).

Atribuir aos interlocutores a responsabilidade sobre as afirmações presentes na transposição. As ações discursivas dos interlocutores são apresentadas por meio do uso adequado dos verbos dicendi (quadro presente na seção “resumo”).

Explicitar as perguntas feitas pelo entrevistador ao entrevistado.

Incluir tópicos específicos da fala do entrevistado que sejam solicitados no enunciado da proposta.

Apresentar bom uso da norma culta escrita da língua portuguesa, além de uma organização coerente e coesa.

Para ir além <http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/405046> <https://www.youtube.com/watch?v=yi5eIbDcIbI>

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PROPOSTA COMENTADA 1. (UFPR) Leia abaixo um trecho da entrevista do físico Marcelo Gleiser ao jornal Zero Hora. Zero Hora – O senhor veio a Porto Alegre para falar sobre “ética na ciência”. Curiosamente, uma recente coluna sua sobre o tema está repleta de pontos de interrogação. O texto é uma sucessão de perguntas difíceis. O senhor já chegou a alguma resposta? Gleiser – Nessa coluna, comecei tratando do romance Frankenstein, um dos símbolos mais poderosos sobre a questão da ética na ciência. Esse romance, de força mítica profunda, diz que existem certas questões científicas que estão além do que os humanos podem controlar. Mesmo que tecnologicamente possamos fazer algo — caso do doutor Victor Frankenstein, ao ressuscitar um cadáver usando eletricidade — não significa que moralmente estejamos prontos para fazê-lo. Você me pergunta se eu tenho respostas. O que a gente está tentando é começar a fazer as perguntas certas. Porque só quando se faz as perguntas certas é possível começar a encontrar algumas respostas. ZH – E estamos prontos para chegar a essas respostas? Gleiser – A questão em que você está interessado é se temos maturidade moral para decidir. E a resposta é simplesmente a seguinte: não. Não temos maturidade moral para certas questões. Mas isso não significa que a gente não deva fazer a pesquisa. Existe a ideia da Caixa de Pandora, onde estão guardados todos os males do mundo, e se você abre a Caixa de Pandora tudo escapa. As pessoas veem a ciência como um tipo de Caixa de Pandora: “Ah, esses cientistas ficam fuxicando, descobrem problemas sérios e depois a sociedade fica à mercê de avanços sobre os quais não temos controle”. Na verdade, não é nada disso. A ciência tem de ter total liberdade de pesquisa, contanto que certas questões sejam controladas ou pelo menos monitoradas por corpos especiais. Por exemplo, a questão da clonagem humana. Para mim, essa é uma das áreas que deveriam ser controladas com muito cuidado. ZH – Quem deveria decidir as regras sobre o que se pode fazer? Gleiser – Essa é a grande questão. Quem decide o que pode e o que não pode? Quem tem o direito de decidir por todas as pessoas? Acho que deveria haver uma aliança entre o Judiciário e um corpo de cientistas escolhido por órgãos do governo para estabelecer regras. Mas, infelizmente, qualquer tecnologia que possa ser desenvolvida mais cedo ou mais tarde vai ser desenvolvida. (Zero Hora.13 out 2013.)

Exponha as principais ideias de Marcelo Gleiser num texto de 8 a 10 linhas, totalmente em discurso indireto.

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Comentários Essa é uma proposta simples se o aluno / candidato domina o uso dos verbos dicendi (aqueles que empregamos para introduzir a fala de pessoas). Quem responde a esse tipo de proposta deve referenciar o entrevistado e o entrevistador sem copiar o texto original, resumindo o conteúdo das perguntas e das respostas. O texto base trabalhou com o tripé - ciência, ética e direitos – e na resposta é possível recorrer à interdisciplinaridade com Filosofia, História, Sociologia e Geopolítica. Já na primeira pergunta, Gleiser disse que alguns questionamentos científicos estão além do controle dos humanos. Para isso, utilizou uma importante referência literária, Frankenstein, a fim de ressaltar a tentativa de ilustrar o limite entre o desejo e a ética profissional. Além disso, o cientista disse que as respostas para as várias questões que envolvem a ética na ciência somente serão obtidas a partir das perguntas corretas. Ainda em relação à maturidade da sociedade, em compreender e aceitar tais respostas, o entrevistado confirmou a total imaturidade das pessoas, entretanto considerou que, mesmo assim, as pesquisas devem ser feitas. Gleiser complementou com a afirmação de que a ciência deve ter liberdade para pesquisar, inclusive as questões mais polêmicas, desde que monitoradas por especialistas. Por fim, quando questionado sobre quem deve decidir as regras que permeiam o assunto da ética na ciência, apostou em uma união entre o Judiciário e uma equipe de cientistas escolhida pelo governo. Lembre-se: Não acrescentar ideias novas ou opiniões. Mantenha o foco em extrair as principais ideias expostas, não se esquecer de citar o nome do entrevistado e do entrevistador e usar composições como “ele disse”, “ele comentou” e “ele explicou”, para caracterizar um discurso indireto.

AGORA É SUA VEZ 1. (UFPR) Leia um trecho da entrevista ao iG do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, que teve, em 2012, seu primeiro longa-metragem, “O Som ao Redor”, incluído na lista dos dez melhores filmes do ano do jornal americano The New York Times. iG: Como fazer para que “O Som ao Redor” seja visto por um grande público no Brasil? Mendonça Filho: É difícil. O mercado hoje tem mecanismos de convencimento, tudo é massificado. Faz semanas que só vejo “O Hobbit” na minha frente: cartaz, jornal, Facebook, email, outdoor, televisão. É impressionante o que o dinheiro faz. No fim, as pessoas naturalmente assistem a esses filmes. Elas veem “O Hobbit” sem saber direito o motivo. E aí você tem filmes bem menores e fica pensando que seria bom se eles saíssem um pouco do cercadinho da cultura e fossem descobertos por outras pessoas, por pessoas que talvez não o vissem, mas viram e gostaram. Esse é o meu desejo.

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iG: O que acha do Vale-Cultura? Mendonça Filho: Talvez seja positivo, mas me parece pular alguns estágios, porque não há investimento educacional no País. Acho que investir na educação de base já geraria cidadãos naturalmente inclinados para a cultura. (http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2013-0303)

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REFERÊNCIAS MARCUSCHI, L. A. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. e 2º. Graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, 30: 39-79, 1997. SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI-PR). Sesi Click: Transposição de Discurso, Curitiba: Núcleo de Educação a Distância (Nead).

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CRÉDITOS

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