The Nature Conservancy (TNC) Coleção Projeto Cachoeira publicação 3

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PROJETO CACHOEIRA

MONITORAMENTO DE AVES E VEGETAÇÃO MONITORING BIRDS AND VEGETATION

SÉRIE ÁGUA, CLIMA E FLORESTA VOLUME III



MONITORAMENTO DE AVES E VEGETAÇÃO MONITORING BIRDS AND VEGETATION


EXPEDIENTE The Nature Conservancy (TNC) SRTVS, Qd.701, Conj.D, Bl.B, Sala 246, Edifício Brasília Design Center Brasília DF – CEP: 70340-907 nature.org/brasil Diretor regional da TNC para a América Latina/ Vice President and Managing Director, Latin America Region Joe Keenan Diretor da TNC para o Programa de Conservação da Mata Atlântica e das Savanas Centrais (AFCS)/Atlantic Forest and Central Savannas Conservation Program Director (AFCS) João Campari Gerente de Agricultura e Áreas Protegidas do AFCS/ Protected Areas and Agriculture manager Henrique Garcia dos Santos Gerente de Serviços Ambientais do AFCS/ AFCS Environmental Services Manager Fernando Veiga Gerente de Marketing do Brasil/ Marketing Manager Brazil Alexander Rose Especialista de Marketing do AFCS/ AFCS Marketing Specialist Marli Santos Equipe técnica da TNC/TNC Supervisory Team Anita Diederichsen (Cientista Senior/TNC Science reviewer) Aurélio Padovezi (Coordenador de Restauração Ecológica/Forest Restoration) Revisão/Editing Alessandro Mendes (Azimute Comunicação) Foto da Capa/Cover photo ©2006 Jim Knopf (iStockphoto) Edição de Imagens/Photo Treatment Ana Flávia Andrade (Estagiária de Marketing TNC/ Marketing Intern) Ribamar Fonseca (Supernova Design) Projeto Gráfico e editoração eletrônica/Layout Mayra Fernandes (Supernova Design) Tradução/Translation Rodrigo Fray Cucolo Iniciativa/Initiative TNC Prefeitura de Piracaia Sabesp Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo Apoio/Support Fundação Dow - Dow Chemical Company Foundation

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M744 Monitoramento de Aves e Vegetação: Guia metodológico para monitoramento de aves e vegetação em restaurações ecológicas de acordo com o delineamento padrão dos projetos Clima, Comunidade e Biodiversidade/ Alexandre de Almeida, Renato A. Ferreira de Lima- Brasília, DF: The Nature Conservancy do Brasil, 2011. 110 p.-(Série Água, Clima e Floresta, Projeto Cachoeirav. III - 1a edição) 1. Mata Atlântica 2. Metodologia para monitoramento de aves e vegetação 3. Restauração Ecológica CDD –


PROJETO CACHOEIRA

MONITORAMENTO DE AVES E VEGETAÇÃO MONITORING BIRDS AND VEGETATION Guia metodológico para monitoramento de aves e vegetação em restaurações ecológicas de acordo com o delineamento padrão dos projetos ‘Clima, Comunidade e Biodiversidade’ (CCB) Methodological Guide for monitoring Birds and Vegetation in Ecological Restorations according to the standard outlining from the projects ´Cimate, Community and Biodiversity´(CCB)

ORGANIZADOR/ORGANIZER Aurélio Padovezi AUTORES/AUTHORS Alexandre de Almeida Renato A. Ferreira de Lima EDITOR/EDIT The Nature Conservancy do Brasil

SÉRIE ÁGUA, CLIMA E FLORESTA VOLUME III – 1ª EDIÇÃO

BRASÍLIA – DF 2011


monitoramento de aves e vegetação . série água, clima e floresta . v. III

apresentação Prezados leitores,

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série Água, Clima e Floresta foi elaborada com muita dedicação da equipe técnica da The Nature Conservancy (TNC), parceiros e consultores, unidos em pról de um objetivo em comum: contribuir para a conservação do meio ambiente e o sucesso na execução de projetos ambientais. Suas publicações visam expor, de forma didática, técnicas, métodos procedimentos e idéias acumuladas pela vasta experiência da TNC em projetos de campo, para que a conservação se torne um tema cada vez mais importante no Brasil e no mundo. O terceiro volume da série descreve o monitoramento de aves e vegetação da região do projeto de restauração em Piracaia-SP. O monitoramento foca na biodiversidade englobando informações de alta importância ecológica decorrentes do trabalho em campo. O programa de conservação da Mata Atlântica e Savanas Centrais agradece a todos que colaboraram com a elaboração desse valioso registro. Boa leitura!

João Campari Diretor do Programa de conservação da Mata Atlântica e Savanas Centrais


Marci Eggers/TNC


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prefácio

introdução

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monitoramento da biodiversidade

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obtendo informações de referência

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delineamento experimental antes de ir a campo

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estudo de caso

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referências bibliográficas

sumário


summary

60 presentation

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preface

monitoring biodiversity

66 introduction

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obtaining reference information

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experimental outlining prior to field work

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108 bibliographic references

case study


monitoramento de aves e vegetação  português


prefรกcio


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ara reduzir as concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera, a Climate, Community & Biodiversity Alliance (CCBA) desenvolveu padrões básicos para o planejamento de projetos destinados à conversão de dióxido de carbono atmosférico em créditos de carbono, que ao serem comercializados geram renda destinada à conservação de recursos naturais. Esses padrões encontram-se no documento Climate, Community & Biodiversity (CCB) Standards, cujo objetivo é incentivar a execução de projetos de fixação de carbono atmosférico que tragam benefícios às comunidades locais e à conservação da biodiversidade local. Projetos baseados nos CCB Standards, ou padrões CCB, têm sido aplicados em diferentes continentes com bons resultados, sendo atraentes aos investidores por envolverem benefícios múltiplos e grandes chances de sucesso. Detalhes sobre a história e evolução destes princípios podem ser encontrados em CCBA (2008). Este guia foi desenvolvido a partir do Community, Carbon and Biodiversity (CCB) Project Design Standards (CCBA 2008) para auxiliar a aplicação dos padrões CCB no Bioma da Mata Atlântica. Trata-se de uma iniciativa da The Nature Conservancy (TNC) que visa estimular e dar suporte

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técnico-científico à difusão de projetos CCB nesse bioma tão ameaçado. Parte das discussões apresentadas neste documento resulta do levantamento de informações de referência para o projeto ‘Restauração de 350 hectares do Entorno do Reservatório do rio Cachoeira – Piracaia – SP’, fruto de parceria entre a TNC Brasil e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para a restauração dos mananciais do Sistema Cantareira, que abastece cerca de 50% da Grande São Paulo. Em anexo encontra-se uma síntese desse levantamento pioneiro da biodiversidade para restaurações ecológicas, servindo como exemplo para iniciativas futuras. O guia traz elementos metodológicos básicos para aumentar as chances de sucesso de certificação dos projetos de carbono desenvolvidos por meio dos padrões CCB, especificamente contemplando a Seção Geral e a Seção de Biodiversidade do documento CCBA (2008). O foco do guia são projetos em que a restauração florestal seja o método adotado para fixação de dióxido de carbono da atmosfera. Projetos baseados em métodos sólidos e bem planejados facilitam sua execução e o processo


de auditoria. Por isso, o guia traz detalhes de como levantar informações de referência que darão suporte ao planejamento da restauração florestal e serão fundamentais para o monitoramento subsequente da biodiversidade. Remanescentes florestais são as fontes de colonização de espécies florestais em paisagens fragmentadas (GASCON et al., 1999), mas vêm se degradando e se transformando em capoeiras devido ao efeito de borda, às extinções locais de espécies e às extinções ecológicas (LAURANCE et al., 2002; TABARELLI et al., 2008). Esse panorama torna muito importante a conservação das espécies de floresta, determinantes para a perpetuação dos remanescentes e para o sucesso das iniciativas de restauração florestal. Como uma pequena fábrica interagindo menos que o necessário tem produtividade e sobrevivência reduzidas, um trecho de floresta implantada, sem as interações intraespecíficas e interespecíficas de organismos florestais, também terá sobrevivência reduzida e limitada ao período de vida das árvores plantadas por mãos humanas, restringindo as atividades de créditos de carbono, tornando-as insustentáveis ao longo dos anos e não promovendo a conservação da biodiversidade. Dessa forma, este guia foi delineado para focar a integridade biológica de comunidades florestais, permitindo inferências sobre a efetividade das suas interações ecológicas e dos seus serviços ambientais em áreas restauradas, com o objetivo de buscar o sucesso a longo prazo das ações de restauração.

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introdução


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m iniciativas de restauração florestal para conservação biológica, a documentação do cenário ambiental anterior às iniciativas é imprescindível para a avaliação dos resultados parciais ao longo de sua realização, mediante análises dos resultados do monitoramento. Dados que caracterizam o cenário ambiental – estabelecendo o marco inicial do projeto de restauração – são chamados de ‘Informações de Referência’. O monitoramento das informações de referência deve verificar mudanças positivas que não existiriam sem a execução do projeto, possibilitando alterações metodológicas na restauração.

Zé Paiva

Dentro dos padrões CCB, o objetivo principal da atividade de restauração florestal é gerar impactos positivos na zona de abrangência do projeto. Mais especificamente, um projeto CCB deve ser capaz de manter ou aumentar os atributos com alto valor de conservação, que são (CCBA 2008): (i) áreas protegidas (i.e. unidades de conservação); (ii) espécies ameaçadas e/ou endêmicas; (iii) áreas relevantes para a migração, alimentação ou procriação das espécies; (iv) grandes paisagens capazes de manter populações viáveis de muitas, se não todas, as espécies nativas locais; e (v) ecossistemas raros ou ameaçados.

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O principal objetivo deste guia é fornecer informações que subsidiem o levantamento de informações de referência destinadas à restauração florestal e orientem o monitoramento quantitativo dos projetos, de acordo com os moldes CCB. Nesse sentido, os métodos propostos visam integrar a coleta de informações de referência e o monitoramento em si, de modo que as informações iniciais sirvam como uma referência comparável das condições anteriores ao projeto de restauração. Alguns aspectos a serem mensurados ainda podem ser extensíveis para estimativa da quantidade de carbono estocado após a execução do projeto. Dessa forma, tais aspectos (e.g. variáveis, tamanho e forma da parcela, tamanho e disposição das amostras) devem ser basicamente os mesmos para facilitar futuras comparações e avaliações dos impactos gerados pelo projeto.

Zé Paiva

Com base nos atributos presentes em sua zona de abrangência, o projeto deverá definir e explicitar seus objetivos e quais impactos são esperados nesses atributos. Assim, cada projeto CCB terá seus próprios objetivos, definidos a partir das particularidades da própria zona do projeto.

o principal objetivo deste guia é fornecer informações que subsidiem o levantamento de informações de referência destinadas à restauração florestal

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monitoramento da biodiversidade


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e acordo com o CCB, a fauna e a flora devem ser monitoradas para que sejam detectados impactos positivos ou negativos em sua estrutura e funções, possibilitando a tomada de ações para maximizar ou anular tais efeitos. Além disso, o monitoramento deve focar interações ecológicas entre espécies, caracterizando o incremento das funções ecológicas decorrentes do trabalho de restauração. O monitoramento pode ser segmentado em etapas: Etapa 1. Coleta das informações de referência, com a caracterização do marco zero do panorama ambiental, que corresponde ao estado anterior ao reflorestamento ou restauração ecológica. Etapa 2. Monitoramento propriamente dito, que se caracteriza pela coleta sistemática e por análises de aspectos quantitativos da biodiversidade ao longo do trabalho de restauração. Etapa 3. Análise final e divulgação dos resultados do monitoramento. Com a etapa 1, deve-se determinar o delineamento experimental do programa de monitoramento, que inclui: i) estabelecimento de repetições espaciais; ii) aspectos a serem mensurados (parâmetros e variáveis); iii) frequência das campanhas de amostragens e de relatórios; iv) métodos e escalas de amostragem que serão adotados definitivamente e v) tamanho mínimo das amostras para que haja segurança estatística na rejeição da hipótese nula, a qual prediz não haver diferenças ecológicas significativas resultantes da restauração. Durante a etapa 2, devem ser estabelecidas as estações de monitoramentos espacialmente independentes nas quais serão obtidas as informações biológicas. Elas serão marcadas e georrefenciadas para que sejam amostradas em campanhas subsequentes. Essas campanhas devem contemplar possíveis efeitos sazonais nas comunidades estudadas, portanto, é recomendado que sejam realizadas no mínimo nos períodos de inverno e de verão ou em época de chuvas e na época seca. 18


Haroldo Palo Jr. Haroldo Palo Jr. Haroldo Palo Jr.

o monitoramento deve focar interações ecológicas entre espécies, caracterizando o incremento das funções ecológicas decorrentes do trabalho de restauração 19



obtendo informações de referência


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nformações de referência’ são conhecimentos que caracterizam o cenário ambiental anterior ao início do projeto de restauração. Trata-se de um diagnóstico detalhado, essencial para o planejamento e para aumentar as chances de sucesso da restauração. Investigações em campo devem ser conduzidas para gerar dados de referência fundamentais para o monitoramento. Além disso, mais conhecimento sobre a biodiversidade local deve ser obtido a partir de múltiplas fontes, como será visto abaixo.

Zé Paiva

No decorrer do projeto de restauração, informações de referência deverão ser avaliadas periodicamente em monitoramentos. Informações coletadas em remanescentes florestais melhor conservados e próximos à área do projeto são importantes para comparação e avaliação dos possíveis impactos positivos sobre a biodiversidade local.

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Informações de referência devem auxiliar a definir os objetivos do projeto de restauração e orientar o planejamento das atividades. Como se encontrava a biodiversidade antes do projeto? Quais espécies nativas que ocorrem de fato na área devem ser plantadas? Qual a densidade de indivíduos que se pretende obter ao término do projeto? Quais espécies animais utilizam a área restaurada e seu entorno? Quais espécies botânicas são importantes para a fauna? Quais as características da estrutura populacional da fauna nos remanescentes florestais melhor conservados e quão perto as comunidades das áreas restauradas se aproximarão dessas características?


Geralmente, existem três situações em que informações iniciais podem ser necessárias (WHITE; WALKER, 1997).

presença de unidades de conservação próximas ou de hábitats raros ou ameaçados também deve ser destacada (CCBA 2008).

i) No mesmo local e no mesmo tempo: quando são avaliadas informações sobre a condição atual da área a ser restaurada e sobre seu potencial de recuperação. Como os padrões CCB exigem o monitoramento dos impactos do projeto, bem como a projeção de um cenário caso o projeto não seja executado (CCBA 2008), avaliações feitas na própria área do projeto antes da restauração podem servir como uma situação de controle local ou testemunho.

Para descrições adequadas, além de visitas de campo, fotos aéreas, imagens de satélite e cartas topográficas (IBGE) podem ser utilizadas para avaliar aspectos da paisagem (ambientes predominantes, topografia, tamanho, forma, conectividade e entorno dos fragmentos florestais existentes) e padrões de uso do solo locais.

Nesse caso, partes da área que não irão receber as atividades de restauração podem ser avaliadas periodicamente visando prever qual seria o futuro da área caso o projeto não fosse instalado. Com a adoção de metodologias comparativas, é possível avaliar se as estratégias de restauração adotadas tiveram os impactos esperados. Inicialmente, deve ser feita a descrição geral da zona de abrangência do projeto, envolvendo clima local, topografia predominante, tipos de solos, rochas e regime pluviométrico, entre outras características ambientais relevantes. A

Essas são informações básicas que irão auxiliar o zoneamento da área de acordo com as atividades de restauração mais adequadas para cada situação (GANDOLFI; RODRIGUES, 2007; BUSATO et. al, 2007), pois diferentes partes de uma mesma área podem requerer estratégias diferentes de restauração. ii) No mesmo local, mas em tempos diferentes: correspondendo a dados históricos da área do projeto. Esse tipo de conhecimento é relevante em casos nos quais houve mudanças drásticas de uso do solo (e.g. florestas transformadas em pastos ou plantações). Nessas circunstâncias, procuram-se informações históricas confiáveis sobre a biodiversidade, incluindo a intervenção humana na área do projeto.

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Geralmente, essas informações são escassas ou difíceis de obter. Algumas fontes são histórias escritas e/ou faladas, fotos aéreas ou imagens de satélite antigas, o histórico de manejo e uso do solo, registros da ocorrência de fogo e/ou eventos climáticos relevantes (e.g. tempestades, geadas). A compilação desses dados deve ser feita por meio de pesquisa bibliográfica, busca por imagens antigas e consulta a museus ou arquivos históricos locais, além de entrevistas com moradores locais. iii) Locais diferentes, mas no mesmo tempo: quando conhecimentos são obtidos em diferentes fragmentos florestais remanescentes na região, que podem fornecer informações aproximadas de quais eram as características da floresta que predominava antes no local. O estudo desses remanescentes pode identificar quais espécies são típicas e qual a densidade de suas populações, além de outros aspectos úteis para se definir objetivos plausíveis para a restauração. A seleção desses fragmentos florestais é feita com base na distância espacial, no histórico de perturbação e nas características ambientais da área a ser restaurada (WHITE; WALKER, 1997). Devem ser selecionados fragmentos relativamente próximos e com contexto espacial (paisagístico) e ambiental (fertilidade, topografia) o mais semelhante possível à área do projeto. Para obter informações mais confiáveis e completas a respeito da grande diversidade ambiental existente entre e dentre fragmentos florestais, a seleção e a avaliação de fragmentos pode ser estratificada em função de tamanhos, estágios sucessionais e estados de conservação, conforme será visto adiante no segmento sobre ‘delineamento experimental’. A avaliação de fragmentos em diferentes estágios sucessionais pode também fornecer subsídios para compreender as tendências da sucessão ecológica na área de estudo e, consequentemente, avaliar os possíveis caminhos que a restauração poderá seguir. 24


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ZĂŠ Paiva



delineamento experimental antes de ir a campo


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A

ntes de se preocupar com as informações de referência, é preciso definir os objetivos do projeto de restauração. Iniciar a coleta de informações de referência sem uma definição clara desses objetivos e de aspectos relacionados aos métodos, no que diz respeito à teoria de amostragem, provavelmente resultará em conhecimentos insuficientes e desperdício de tempo e recursos. Recomenda-se a ponderação prévia sobre os aspectos a seguir: Identificar objetivos específicos do projeto. Apesar dos padrões CCB definirem que o objetivo de qualquer projeto é manter e/ ou aumentar atributos de elevado valor de conservação, cada projeto terá particularidades em relação aos atributos e à magnitude do seu impacto. Assim, é importante definir quais serão os impactos e que informações devem ser levantadas para avaliar de maneira eficiente as alterações decorrentes do projeto de restauração. Delimitar o objeto de estudo. É fundamental estabelecer quais grupos biológicos (plantas, aves, mamíferos etc.) serão monitorados. É importante saber se será avaliada apenas uma espécie ou toda a comunidade e conhecer as principais características dessa(s) espécie(s), como hábito de crescimento e abundância na área de estudo, entre outras. No caso de plantas, por exemplo, é importante definir previamente quais formas de vida (i.e. árvores, arbusto, epífita, erva, cipó) serão estudadas. Diagnóstico preliminar. Grande parte dos aspectos de planejamento e definição da metodologia de um projeto é resolvida com visitas prévias à área de estudo. Nelas avalia-se a dimensão da área de estudo, como é o acesso, onde será a hospedagem e alimentação da equipe, quantas pessoas serão necessárias etc. Todas essas

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informações são fundamentais para dimensionar a quantidade de trabalho necessária ao levantamento das informações desejadas e se há tempo e recursos (humanos e financeiros) para iniciar e, principalmente, terminar o estudo. Para ser possível obter inferências em grandes áreas, por exemplo, haverá necessidade de mais dias de amostragem, mais técnicos e mais recursos. Mapas são especialmente bem-vindos para selecionar áreas potenciais de amostragem e para definir qual a melhor metodologia a ser adotada. Conhecer os métodos. É muito importante conhecer detalhes e pré-suposições dos métodos de amostragem e das análises de dados. Alguns métodos possuem condicionantes que, se não forem respeitadas, podem resultar em inferências inapropriadas. Também é muito importante que o pesquisador apresente em detalhes a metodologia utilizada. Quais os critérios usados? Como o método de amostragem foi desenvolvido em campo? Onde? Quantas repetições foram feitas? Isso ajuda no futuro monitoramento, facilita a replicação do estudo, possibilita comparações e atribui maior credibilidade aos resultados apresentados. Definir a metodologia. Peculiaridades frequentes em paisagens degradadas e diretri-

zes do CCB permitem certas generalizações em relação aos projetos de restauração florestal, as quais podem ajudar a definir o delineamento experimental da pesquisa sobre informações de referência e o monitoramento propriamente dito: i) A cobertura vegetal original da área encontra-se fragmentada ou até completamente destruída. Fragmentos florestais remanescentes servirão como fontes de colonização da biodiversidade, deverão fornecer informações de referência e poderão ser alvos de monitoramento, servindo como repetições espaciais de amostragens. ii) Devido ao elevado custo, projetos de restauração serão maiores do que uma centena de hectares. É um tamanho mínimo, que já pode viabilizar a intenção de se comercializar créditos de carbono. Assim, projetos de restauração serão, em geral, da ordem de centenas a poucos milhares de hectares, abarcando alguns tipos de variações do ambiente original, sendo comum que, em paisagens fragmentadas, gradações entre ambientes originais tenham sido suprimidas. iii) Monitoramentos de restauração devem ser ajustados à velocidade da regeneração da flora, ou seja, o trabalho exigirá anos de acompanhamento, talvez até dezenas deles.

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iv) Monitoramentos deverão verificar incrementos em funções ecológicas e serviços ambientais. Para isso, devem focar interações ecológicas, sendo considerados estudos sinecológicos. v) A agregação de valores ecológicos advindos da restauração deverá ser provada rigorosamente, mediante níveis aceitáveis de significância estatística dos resultados. Portanto, devem ser estabelecidas repetições espaciais de monitoramento, permitindo obtenção de amostras representativas e inferências acuradas a partir dos tratamentos e controles. Inferência estatística é uma afirmação sobre aspectos da população com base em informações obtidas das amostras. Restaurações experimentais exigem repetições espaciais dos tratamentos e outras repetições de controle para que inferências sejam confiáveis. Erros comuns nesses experimentos decorrem do número insuficiente de repetições espaciais ou mesmo devido à ausência delas (BLOCK et al., 2001). vi) Deve ser adotada a amostragem estratificada, pois os organismos legitimamente florestais de maior interesse estarão concentrados nos fragmentos florestais dispersos na paisagem antrópica. Assim, tais fragmentos podem ser estratificados por classes de tamanho e/ou por estado de conservação (ou regeneração). Além disso, este tipo de amostragem tende a ser menos heterogênea dentro dos estratos semelhantes e mais heterogênea entre os estratos diferentes, o que é bom para que sejam detectadas alterações decorrentes da restauração, permitindo, também, estimativas para cada estrato (dentro) e para a amostragem como um todo. vii) Amostras obtidas nos monitoramentos devem ser grandes o suficiente, permitindo a detecção de alterações dentro do nível de significância estatística escolhido. viii) Como amostras serão tomadas ao longo de muitos anos, parcelas, trilhas, fragmentos e matrizes arbóreas devem ser referenciados em coordenadas geográficas, permitindo que sempre as mesmas unidades de amostragem sejam visitadas no monitoramento. ix) Os métodos de coleta de dados devem ser os mais precisos possíveis, considerando a escala de amostragem e o objetivo sinecológico do monitoramento. x) O monitoramento deve seguir padrões no que diz respeito a repetições espaciais, estratos, métodos de coleta de dados, unidades de amostragem e esforço nas campanhas. Se possível, a mesma equipe deve coletar os dados, sobretudo quando forem utilizados métodos observacionais. Nesse sentido, tratando-se de fauna, são importantes métodos que dependam 30


menos de habilidades pessoais dos pesquisadores, como armadilhas e redes, ao invés de observações. Para mais informações em planejamento de trabalhos de campo recomenda-se Sayre (2003) e em teoria de amostragem, recomendam-se fontes tais como Krebs (1999) e Sutherland (2006).

4.1 Quais informações obter

Algumas informações são básicas e geralmente necessárias para todos os grupos. Elas podem ser obtidas para a área de estudo como um todo, para cada sítio de referência ou mesmo para cada amostra ou trilha dentro de um mesmo sítio. Exemplos dessas informações básicas são: i) data da coleta das informações e nome dos coletores; ii) localização geográfica; iii) informações do ambiente (altitude, topografia, solos, inclinação e exposição/orientação da encosta; iv) formação vegetacional (Floresta Ombrófila ou Estacional, Cerrado, Campo etc.); v) presença de espécies exóticas ou invasoras; e vi) presença de intervenções humanas (fogo, gado, corte seletivo, caça etc.).

Aurélio Padovezi/TNC

Aurélio Padovezi/TNC

as informações de referência podem ter diferentes naturezas. Algumas delas são quantitativas, enquanto outras são qualitativas ou descritivas

As informações de referência podem ter diferentes naturezas. Algumas delas são quantitativas, enquanto outras são qualitativas ou descritivas. Existem também vários métodos e técnicas para obter cada tipo de informação, que geralmente variam de acordo com o grupo da biodiversidade em estudo. Assim, é importante conhecer esses métodos, suas limitações e pressuposições.

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Leandro Baumgarten/TNC

4.2 Métodos de amostragem e de monitoramento da avifauna Devido à escala de amostragem relativamente grande em unidade de área, à necessidade de haver certo nível de precisão na coleta dos dados, à economia de recursos (financeiros e humanos), ao ambiente florestal e ao longo prazo do monitoramento, o uso de métodos como trajetos lineares (line transect), trajetos irregulares, mapeamento de território (spot mapping) e contagens pontuais em colônias podem ser considerados inadequados, ou eventualmente, apenas acessórios. Os métodos mais adequados para monitoramento no contexto do CCB são inventários em pontos e amostragens com redes ornitológicas, como justificado a seguir. Trajetos lineares estimam a densidade de populações, mas abarcam poucas espécies de grandes animais, que geralmente são raras nessas paisagens degradadas; além disso, para que resultados sejam acurados, o método deve ser realizado em ambientes abertos, onde o campo de visão é maior e os trajetos podem ser rigorosamente retilíneos (BURNHAN et al., 1980; BUCKLAND et al., 1993; WILSON, 1996). Em ambientes florestais, o erro de amostragem é grande e há necessidade de dois pesquisadores, um observando e outro anotando ângulos 32

e distâncias do trajeto linear aos animais. São imprescindíveis equipamentos como bússola, podômetro e telêmetro a laser. Os preceitos deste método de resultados absolutos trazem sérias restrições, que não devem ser negligenciadas e, por isso, limitam o seu uso. Trajetos irregulares fornecem resultados apenas relativos que possibilitam inferências sobre abundância, frequência e diversidade. Contudo, como o observador registra animais enquanto se desloca, o percurso geralmente inclui muitas variações ambientais. Logo, este método proporciona resultados de inferências menos localizadas em relação a um ambiente específico que ocorra disjuntamente no mosaico da paisagem (ALMEIDA et al., 2004) como no caso de florestas fragmentadas e dispersas em matrizes agropecuárias. Variáveis ambientais indesejadas são potencializadas quando substituem-se pesquisadores em monitoramentos de longo termo, pois dificilmente os trajetos serão sempre os mesmos. Além disso, há outros aspectos negativos: geralmente fragmentos florestais são pequenos, impossibilitando longos trajetos, e a abertura e a manutenção de longas trilhas é onerosa. É possível estabelecer faixas de áreas conhecidas ao longo dos trajetos, o que permite cálcu-


los de densidade populacional para certas espécies, em particular as mais abundantes. Entretanto, este procedimento torna o inventário mais oneroso e se adapta melhor a áreas abertas. Mapeamentos de territórios (ROBBINS, 1978; BIBBY et al., 1993) estimam a densidade e a área de uso de espécies, além de quantificar aves em reprodução. Entretanto, o método foca poucas espécies em áreas de tamanho limitado. Devem ser consideradas as seguintes desvantagens: i) Se as parcelas forem grandes, as medidas ficam pouco precisas. ii) Ocorrem grandes variações nos territórios de um ano para outro. iii) São necessárias de 10 a 20 visitas por parcela em cada estação reprodutiva. iv) Algumas espécies não vocalizam regularmente. v) Certas espécies não têm territórios bem definidos. vi) Há espécies com territórios maiores que as parcelas. Contagens pontuais em bandos e colônias (BIBBY et al., 1993) estimam abundância relativa e são adequadas quando há grandes concentrações de aves em decorrência de atividades reprodutivas, alimentares ou deslocamentos, como migrações. Concentrações reprodutivas e migrações geralmente não ocorrem em áreas de restaurações ecológicas, mas, eventualmente, grandes bandos de aves, alimentando-se de sementes, néctar, frutos ou insetos (lagartas lepidóteras, gafanhotos ou revoadas de formigas cortadeiras como Attas e Psedomyrmex), podem ocorrer em áreas restauradas. Nessas circunstâncias, contagens pontuais podem ser utilizadas, sendo importante registrar tais agregações alimentares em áreas de restauração, pois evidenciam interações ecológicas; mas, em geral, esses fenômenos são esporádicos e sazonais. Inventários em pontos (ROBBINS, 1978) permitem direcionar, com maior facilidade, a amostragem apenas a condições ambientais bem específicas, como é interesse destes estudos, sendo um método que permite inferências mais específicas a tais condições, pois os pontos de amostragem podem ser estabelecidos com base em critérios. Nesse sentido, comparando com métodos de trajetos, pontos eliminam mais variáveis ambientais indesejadas que poderiam gerar erros de amostragem. Este método recruta grande parte da comunidade e pontos podem ser distribuídos satisfatoriamente dentro do universo de amostragem, desde que haja vias de acesso. Para aumentar a precisão do método, deve-se utilizar ficha de campo em formato de quadrantes, que permite melhor controle dos indivíduos que estão sendo contados. Além disso, o observador permanece parado enquanto faz o inventário, atentando-se mais às aves, o que minimiza erros de contagens. 33


Resultados deste método são relativos, permitindo avaliar abundância, frequência e densidade. Para o cômputo da densidade populacional, deve-se estabelecer pelo menos um círculo de raio conhecido ao redor do observador, no qual é possível ver e contar aves com segurança na área (BIBBY et al., 1993). O raio desse círculo em florestas secundárias de sub-bosque denso varia entre 15 e 20 metros. Em estágios mais avançados de sucessão, a menor densidade do sub-bosque possibilita visualizações em raios de 25 metros. Infelizmente, este método recruta menos indivíduos do que o método de trajetos irregulares, logo, é necessário um maior número de dias para reunir uma amostra representativa da abundância, que seja suficiente para haver detecção de efeitos da restauração em níveis mais exigentes de significância estatística. Deve-se estar ciente que o número de recrutamentos dentro da faixa de estimativa de densidade é um subconjunto muito menor do total de registros obtidos sem limitação de distância. Assim, embora o método de pontos seja mais preciso e permita o refinado cálculo de densidade, há maior custo em sua execução quando amostras representativas são necessárias. Este método exige que o executor tenha notável habilidade na identificação em campo e grande conhecimento de vocalizações de aves, pois cerca de 80% ou mais dos registros efetuados em hábitats florestais são auditivos. O investigador precisa ter experiência com o método e deve preocupar-se com a credibilidade dos resultados, registrando apenas quando tem certeza da identificação correta da espécie e contando somente o número mínimo de indivíduos, sem fazer extrapolações, evitando estimativas exacerbadas. Nesses aspectos de capacidade pessoal, encontram-se fontes de erros de amostragem quando pesquisadores de níveis diferentes de conhecimentos são trocados durante o monitoramento, fato que deve ser evitado. Outros problemas práticos que devem ser ponderados na escolha deste método são decorrentes do fato de remanescentes florestais serem mais comuns em áreas de aclive acentuado, dificultando o deslocamento do pesquisador, ou serem faixas muito estreitas de vegetação ao longo de rios e riachos, cujos ruídos atrapalham consideravelmente a audição das vocalizações das aves. Pontos com círculos concêntricos (variable circular plots) possuem exatamente as mesmas características do método anterior. Entretanto, vários círculos de raios conhecidos ao entorno do observador são utilizados para estimar a função de detecção de 34


José Tezza

cada espécie, o que permite cálculos absolutos de densidade populacional (BUCKLAND et al., 1993). Contudo, para haver intervalos de confiança restritos e erros aceitáveis de densidade, muitas horas de inventário são necessárias, tornando este método muito oneroso em recursos humanos e financeiros. Redes ornitológicas são consideradas excelentes instrumentos para inventariar aves de sub-bosque por meio de captura, marcação e recaptura. Embora um número muito inferior de recrutamentos seja obtido com este método, se o compararmos aos inventários observacionais, existe controle mais rigoroso dos registros devido à marcação individualizada e permanente (com anilhas) de cada ave capturada. Métodos de captura são mais precisos e adequados em longos monitoramentos, pois os resultados dependem menos de conhecimentos e habilidades pessoais dos investigadores. Logo, mudanças de equipe ao longo dos anos de trabalho podem gerar menos erros de amostragens. Redes-neblina têm sido importantes instrumentos para amostrar aves, possibilitando investigações em temas de interesse no contexto do CCB, como diversidade e abundância, uso de hábitats, sobrevivência, produtividade, reprodução, impactos ambientais, sucessão, sazonalidade, alimentação e mudanças climáticas. Resultados comumente são relativos, mas podem ser absolutos, utilizando-se o modelo de Jolly-Seber para cálculos de tamanho populacional. Formas adequadas de utilização, análise e interpretação dos dados evoluíram, tornando válido o uso de redes-neblina como instrumento de monitoramento, destacando-se grandes programas como o Monitoring Avian Productivity and Survivorship (MAPS), nos EUA; o Constant Effort Sites, na Grã-Bretanha e Irlanda; e o Programa de Longo Termo Europeu, coordenado na Alemanha. 35


Monitoring birds populations using mist-nets (RALPH; DUNN, 2004) propõe a utilização de redes-neblina, fornecendo formas de minimizar alguns erros de amostragem e falsas interpretações. Além disso, a utilização de redes possui vantagens como: detecção de espécies pobremente registradas por métodos visuais e/ou auditivos e aquisição de dados morfométricos, idade, sexo e tecido para análise de material genético (ANJOS, 2005). Uma estação padronizada de monitoramento do programa MAPS representa cerca de 20 hectares de área, contendo uma região central de 7 a 8 hectares, na qual são distribuídas 10 redes-neblina de maneira sistemática, uniforme e oportuna (‘onde aves serão capturadas’). Assim, a amostragem proporciona inferências localizadas espacialmente em considerável unidade de área na paisagem a ser restaurada. Desvantagens deste método são: o maior tempo necessário para obtenção de amostras representativas e o custo elevado, decorrente da aquisição de material e da mão de obra especializada, sendo necessárias pelo menos duas pessoas experientes para operar quinze ou vinte redes dispostas em linha. A literatura a respeito dos métodos de amostragem e monitoramento de aves é vasta, entretanto, poucas pesquisas metodológicas e padronizações têm surgido no Brasil. Desse modo, aprofundamentos adequados devem ser principalmente balizados em fontes estrangeiras, como Karr (1981a, 1981b), Bibby et al. (1993), Buckland et al. (1993), Sutherland (1996), Ralph et al. (1996, 1997), Krebs (1997), Mac Nally (1997), Ralph e Dunn (2004). O médoto de amostragem por redes ornitológicas envolve a captura em rede, anilhamento e posterior soltura, o pode ocasionar ferimento nos pássaros. Por esse motivo o trabalho de campo deve ser realizado por profissionais treinados e em número suficiente para efetuar a correta e rápida liberação dos animais.

4.3 Métodos de amostragem e de monitoramento da vegetação Existem muitos métodos para o levantamento de informações quantitativas sobre a vegetação. Não se pretende aqui citar e detalhar todos eles, mas sim fornecer subsídios para o entendimento dos métodos fitossociológicos mais usados no estudo da vegetação. Todas as informações fornecidas aqui são bastante simplificadas e leituras adicionais são recomendadas para que se possa conhecer todos os 36


pressupostos e especificidades de cada método antes de aplicá-los em campo. Parcelas representam o método mais amplamente utilizado para amostrar plantas terrestres em estudos fitossociológicos (aproximadamente 81% dos casos). O método consiste na instalação de parcelas geralmente quadradas ou retangulares, mas que também podem ter outras formas (p.ex.: circular). O tamanho da parcela varia de acordo com a forma de vida em estudo (árvores, arbustos ou ervas) ou com a fase de vida (plântulas, jovens ou adultos). Mas, para indivíduos arbóreos acima de 5 cm de DAP, parcelas de 100 m2 a 200 m2 são as mais indicadas (MOREIRA, 2007). Para plântulas e ervas, parcelas menores, de 1 m2 a 2 m2, são suficientes. Estudos sugerem que o método estime bem a densidade, frequência, área basal e distribuição espacial das espécies, mas que pode não descrever adequadamente a flora local (principalmente no caso de parcelas contíguas), além de tomar mais tempo em campo pela necessidade da instalação das parcelas.

Para uma mesma área de amostragem de 10 ha, por exemplo, é preferível instalar 20 parcelas disjuntas de 0,5 ha do que 5 parcelas de 2 ha (SUTHERLAND, 2006). Parcelas de áreas menores distribuídas por uma grande área levantam um número maior de espécies e, provavelmente, serão mais representativas da comunidade (MOREIRA, 2007). Assim, por exemplo, se a unidade de amostragem tiver 100 m2, é melhor optar por fazer parcelas de 2 x 5 m ao invés de uma parcela de 10 x 10 m.

Zé Paiva

Na prática, parcelas de área conhecida são instaladas de maneira disjunta (separadas) ou contígua, dentro das quais são contados, mensurados e identificados todos os indivíduos de plantas que caiam dentro do critério de inclusão de indivíduos preestabelecido.

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38

ZĂŠ Paiva


Métodos de distância são variados e recebem esse nome por basearem suas estimativas em medidas de distância (planta-ponto ou planta-planta). Alguns desses métodos são: método do indivíduo mais próximo, do vizinho mais próximo, pares ao acaso e pontos quadrantes (COTTAN; CURTIS, 1956). Como não são métodos de área fixa, elimina-se questões como a influência do tamanho e forma das parcelas. São métodos simples e rápidos de aplicar e, geralmente, menos custosos. Outra vantagem é que são capazes de cobrir grandes áreas de terreno em pouco tempo, o que geralmente caracteriza a flora local com maior eficiência. Contudo, são métodos que levantam poucos indivíduos por amostra (até quatro), havendo a necessidade de realizar muitas amostras. Outro empecilho ocorre quando as árvores não estão distribuídas de maneira aleatória; nesse caso, estimativas de densidade podem não ser acuradas e o uso do método é desaconselhável. Esse problema, contudo, pode ser menor em áreas de restauração nas quais o plantio foi realizado por meio de um espaçamento fixo. O método de distância mais usado em fitossociologia é o método de pontos quadrantes. Detalhes sobre esse método podem ser encontrados em Cottan e Curtis (1956) e Martins (1979). Transectos podem ser muito úteis quando há pouco tempo para a realização de um estudo. Eles são mais rápidos e especialmente eficientes para estudar gradientes ecológicos. A orientação do transecto deve ser determinada de acordo com os objetivos do estudo, para que se mantenha dentro de um mesmo ambiente ou para que cruze o gradiente todo. Basicamente, existem dois tipos de amostragem por transectos. Ao utilizar transectos lineares, os dados são obtidos por meio de uma linha reta que cruza a área em estudo. Todos os indivíduos que tocam a linha são incluídos na amostragem. Também conhecido como método de interceptação em linha (line intercept method), d o método pode dar estimativas indiretas de densidade e cobertura. Essa técnica é geralmente usada para avaliar comunidades herbáceas em que geralmente é difícil distinguir indivíduos de uma mesma espécie. Contudo, avaliar o número de toques ou comprimento em vegetações muito fechadas pode ser bastante complicado. Outro aspecto negativo é que não são obtidos valores de densidade ou de cobertura por área, apenas proporções. Para tal fim, sugere-se o uso de outros tipos de amostragem. O segundo tipo de amostragem por transectos é o transecto em faixa, que consiste numa longa faixa de lados paralelos onde se registra a vegetação em seu interior. Conhecendo sua largura e comprimento, pode-se obter a sua área, que pode ser usada para calcular a cobertura, biomassa, densidade ou frequência de uma ou mais espécies. A largura da faixa é estabelecida de acordo com os objetivos do estudo e com o grupo estudado, mas geralmente é bem menor que o comprimento.

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4.5 Suficiência de amostragem e poder de análise Segundo CCBA (2008), o plano de monitoramento deve explicitar quais aspectos biológicos serão mensurados e qual será a estratégia de amostragem adotada. Este guia enfatiza que o esforço de amostragem e a periodicidade das campanhas também sejam incluídos no delineamento experimental, sendo calculados a partir do pré-inventário de informações de referência, tendo por base a variação das amostras e o critério de significância estatística escolhido. Para avaliar a efetividade das restaurações, a hipótese nula deverá predizer que inexistem diferenças ecológicas significativas resultantes da restauração. O poder estatístico de um teste (Gráfico 1) representa a probabilidade de se rejeitar corretamente a hipótese nula, aceitando-se um resultado estatístico significante. O poder é proporcional ao tamanho da amostragem; ao critério de significância (nível) e tamanho do efeito (de significado biológico); e inversamente proporcional à variação na população. O poder analítico deve ser usado para determinar se o experimento tem uma boa chance de produzir um resultado de significado estatístico, desde que haja uma diferença significativa na população; sendo útil no planejamento de um experimento e precursor imprescindível na interpretação de resultados não significativos.

efeito grande

1.0

efeito médio

Poder estatístico

0.8

0.6

0.4 efeito pequeno 0.2

0,0 4

6

8

10

12

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16

18

20

22

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Número de repetições

Gráfico 1. A influência do número de repetições no poder estatístico do teste para detectar pequenos, médios e grandes efeitos – adaptado de Thomas e Juanes (1996).

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A utilidade do poder analítico no planejamento de experimento reside no fato de, a partir de um pré-inventário, ser possível determinar o tamanho mínimo da amostragem para haver poder estatístico aceitável e precisão. Para calcular o tamanho da amostragem em função do poder estatístico, utilizam-se softwares e literatura específica encontrada nos próprios pacotes estatísticos, como G3 Power (FAUL et al., 2007) e SAS.

4.6 Aspectos ecológicos como indicadores da restauração Considerando que o objetivo principal do monitoramento é a avaliação do impacto das atividades de restauração sobre a biodiversidade local, diversos aspectos da estrutura das comunidades podem ser investigados, incluindo possíveis interações ecológicas entre espécies, de maneira que o esperado incremento de funções ecológicas seja comprovado. Alguns aspectos da estrutura das comunidades, adaptados de Ruiz-Jaen e Aide (2005), que podem ser analisados em monitoramentos: Composição, diversidade e atributos ecológicos das espécies. Além da identidade e do número total das espécies, é importante atentar para as funções ecológicas dos organismos monitorados (e.g. guildas ecológicas, estado de conservação) visando avaliar o sucesso da restauração. Por exemplo, formas de provar o sucesso de restaurações podem ser constatações de aumentos populacionais em espécies que se interagem ecologicamente, como beija-flores florestais e arbustos de sub-bosque, ambos colonizando áreas em restauração, ou, ainda, a utilização crescente de espécies botânicas pioneiras e secundárias por pica-paus florestais, que são aves ‘cavadoras primárias de cavidades de árvores mortas em pé’ (snags) e deter-

minam teias de interações com outras espécies de aves e mamíferos, cavadores secundários (Pscittacidade), usuários obrigatórios e usuários facultativos de cavidades em árvores. No caso de espécies vegetais, o incremento de diversas formas de vida e o acompanhamento da regeneração também são bons indicadores de sucesso da restauração. Indicadores de biodiversidade também devem ser utilizados, como a riqueza de espécies e índices de heterogeneidade, uniformidade e dominância. Entre os índices de heterogeneidade, o de Shannon (H’) é o mais famoso e mais usado no Brasil, tanto para aves quanto para vegetação. Ele possui moderada capacidade de discriminação, é medianamente sensível ao tamanho das amostras, seu cálculo é simples e seus valores são determinados, sobremaneira, pela riqueza de espécies. O índice de Simpson (D), apesar de menos usado, é o mais recomendado por Magurran (2004), sendo moderado em sua capacidade de discriminação e pouco influenciado pelo tamanho de amostras. A dominância é o aspecto que mais influencia os valores deste índice, fácil de calcular. Shannon e Simpson combinam riqueza de espécies e uniformidade nos seus valores e a interpretação correta – e nem sempre simples! – desses índices requer a avaliação de cada um de seus componentes em separado. Quanto aos índices de uniformidade, os mais usados são os índices equivalentes de Simpson (E1/D), Shannon (H’) e Pielou (J’). Quanto à dominância, o índice mais simples e indicado é o de Berger-Parker (d). Deve-se lembrar que estes indicadores não são identificadores, ou seja, espécies podem se substituir em decorrência da restauração e 41


o tamanho, a estrutura, a distribuição e as tendências de populações de espécies focadas são aspectos que podem ser acompanhados ao longo do tempo valores numéricos podem permanecer semelhantes, portanto, é importante checar alterações populacionais significativas (aumentos ou declínios) de espécies separadamente. Estrutura da vegetação. Este aspecto certamente corresponde a uma das abordagens mais comuns na avaliação de restaurações, porque a complexidade estrutural da floresta proporciona abrigo e recursos às espécies vegetais e animais, havendo assim uma forte relação entre diversidade estrutural e biológica. Informações comuns sobre a estrutura vegetal são: percentagem de cobertura do dossel, densidade de indivíduos, biomassa (área basal e/ou volume de madeira) e altura da vegetação. A cobertura do solo por espécies lenhosas é um bom indicador do sucesso da restauração, capaz de sombrear o solo permanentemente. Aspectos da estrutura da vegetação que têm sido correlacionados com comunidades de aves são: i) a densidade do sub-bosque, medida com prancha de Wigth (1938); ii) a diversidade vertical, mensurada pelo método de MacArthur e MacArthur (1961) com uma mira tubular (e atualmente com auxílio de uma trena laser); iii) e a luz incidente no sub-bosque, que pode ser avaliada com um fotômetro ou luxímetro.

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Dinâmica da comunidade e de populações. Campanhas periódicas de monitoramento permitirão que sejam avaliados aspectos dinâmicos da estrutura de comunidades e populações nas áreas restauradas, permitindo análises que comparem taxas de mortalidade e recrutamento, bem como o crescimento dos indivíduos (incremento em altura e área basal). Enfoques de abordagens em dinâmica de populações podem ser feitos em espécies identificadas como boas indicadoras ao longo do levantamento de informações de referência, tais como espécies ameaçadas de extinção, espécies-chave ou espécies invasoras. De acordo com os padrões CCB, as populações de espécies invasoras não podem crescer após a instalação do projeto. Essas avaliações podem ser combinadas com as metodologias propostas para o monitoramento do incremento de estoques de carbono, relacionadas na Seção de Clima dos padrões CCB. O tamanho, a estrutura, a distribuição e as tendências de populações de espécies focadas são aspectos que podem ser acompanhados ao longo do tempo. Analisando populações. Existem diversas maneiras de analisar as informações levantadas


Haroldo Palo Jr.

durante o monitoramento da restauração, e as análises mais apropriadas dependerão dos objetivos do estudo, de seu delineamento experimental e da natureza e distribuição das variáveis mensuradas. Análises úteis para avifauna e vegetação serão apresentadas abaixo e se baseiam em indicadores que avaliam aspectos da estrutura populacional ao longo do monitoramento. 1) Abundância (N): número total de indivíduos da amostra. Em estudos fitossociológicos, geralmente representa a soma dos indivíduos de todas as espécies. Se for necessário representar o número de indivíduos de uma única espécie, o que é comum para aves e vegetação, é usual a notação ‘n’. Índices usuais de abundância para fauna incluem o índice pontual de abundância (IPA), número de indivíduos de uma espécie dividido pelo número de pontos de inventário, gerando um valor de abundância para cada população, ou número de indivíduos de todas as espécies dividido pelo total de pontos, resultando em um valor para a comunidade. Em trajetos, pode ser aplicado de forma similar o IKA, índice quilométrico de abundância, com números de indivíduos de populações ou da comunidade corrigidos pela distância percorrida, geralmente registrada com podômetros digitais. 2) Abundância relativa (AR): número de indivíduos de uma dada espécie (n), ou grupo de espécies, pelo numero total de indivíduos da amostra (N). Expressa a contribuição de cada espécie vegetal ou animal em relação ao restante da comunidade, em termos de número de indivíduos.

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3) Densidade. O conceito de densidade aplica-se ao número de indivíduos dividido por alguma unidade de área empregada na amostragem, como a área das parcelas de vegetação, superfície de captura de redes ornitológicas ou área de contagem visual de aves florestais, delimitada por um raio estabelecido a partir de um ponto de observação. Resultados de densidade podem ser absolutos quando interpretados utilizando intervalos de confiança e erros de amostragem, sendo informações muito valiosas para monitoramento, manejo e conservação de populações em particular. O método de trajetos lineares (line transect) foi desenvolvido para estimativas de densidade e pode ser aplicado para espécies botânicas ou animais. 4) Densidade absoluta (DA): número de indivíduos por unidade de área (geralmente hectares), por unidade de volume ou por qualquer unidade de amostragem (p.ex.: epífitos por árvore). Pode ser calculada para toda a comunidade, para cada espécie ou para cada grupo de espécies separadamente. Permite comparar diretamente a densidade da abundância das espécies entre diferentes áreas ou estudos. É mais comum em estudos de vegetação. 5) Frequência absoluta (FA): número de unidades amostrais nas quais uma dada espécie ocorre. Geralmente é expressa pela proporção entre o número de amostras que contém a espécie e o número total de amostras. É fortemente influenciado pela densidade da espécie, por seu padrão de distribuição (agregado, aleatório ou regular) e pelo número e tamanho das amostras (i.e. número de indivíduos por unidade de amostragem). Pode ser aplicada para comunidades animais ou vegetais, mas não necessariamente se trata de um resultado absoluto a ser interpretado por meio de intervalos de confiança e estimativas do erro de amostragem. 6) Frequência relativa (FR): Em estudos de vegetação, é a frequência absoluta de uma dada espécie dividida pela soma das frequências de todas as espécies da amostra; de forma geral, a FR expressa a frequência de uma dada espécie animal ou vegetal em relação às demais espécies da comunidade em questão. Frequências também podem ser relativas aos dias de amostragem, como no caso do índice de Linsdale, desenvolvido para aves, que resulta do número de dias em que uma espécie foi registrada dividido pelo número de dias de amostragem, multiplicando-se por 100 para haver porcentagens.

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A frequência de ocorrência pontual (FOP) é utilizada quando o inventário for realizado em pontos e expressa a ocorrência espacial de espécies, geralmente aves, na área amostrada. Obtém-se a FOP pela divisão do total de ocorrências de cada espécie pelo total de pontos de observação, multiplicando-se por 100 para haver porcentagens. A presença das espécies nas amostras (pontos) deve ser computada e não a quantidade de contatos ou indivíduos. 7) Biomassa: é a quantidade de matéria viva que compõe os indivíduos de uma espécie ou comunidade. Geralmente, é expressa por unidade de área ou volume e é especialmente importante quando as espécies variam muito em tamanho. Sua estimativa direta (coleta, secagem e pesagem) é um método destrutivo e letal para a maioria dos indivíduos e, por isso, praticamente inviável (no caso de árvores). Por isso, é comum o uso de estimativas indiretas, como a cobertura, área basal e volume. É mais comum em estudos de vegetação. 8) Cobertura (C): proporção de solo ocupada pela projeção vertical dos membros (caule, ramos, folhas) de uma espécie vegetal. Geralmente expressa em valores percentuais, o cálculo da cobertura é obtido pela divisão da área coberta pela espécie (ou grupo de espécies) pela área total amostrada. Pode ser estimada diretamente, por meio do cálculo da área coberta por cada indivíduo, de classes de cobertura (0 a 5%, 5 a 15%,..., 50 a 75%, >75%), da frequência de toques pontuais (cobertura repetida) ou comprimento de interceptação em linha. 9) Área Basal (AB): é a área da seção transversal do caule de um indivíduo, a uma altura do solo preestabelecida, expressa em metros ou centímetros quadrados. Em árvores, é geralmente obtida a 1,3 m acima do solo (i.e. altura do peito). Em indivíduos menores, como ervas ou plântulas de árvores, é geralmente feita rente ao solo. Geralmente, assume-se que os caules possuem formato cilíndrico e utiliza-se a formula da área do círculo (A= π.raio2) para obter a área basal. Outras fórmulas mais sofisticadas e precisas podem ser usadas. 10) Volume (V): outra estimativa indireta de biomassa que, no caso de árvores, é obtida pela multiplicação simples entre a área basal e a altura dos indivíduos. Novamente assume-se que os indivíduos têm formato cilíndrico. Para estimar o volume aproveitável de madeira, usa-se apenas a altura do tronco (antes das primeiras ramificações significativas do tronco). 11) Dominância (Do): em fitossociologia, geralmente expressa a área basal por área, ou quaisquer estimativas diretas ou indiretas de biomassa por área de amostragem. Assim como a ‘Densidade Absoluta’, pode ser calculada para a comunidade como um todo, para cada espécie ou para cada grupo de espécies separadamente.

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13) Índice de valor de importância (IVI): índice que procura expressar a importância das espécies dentro de uma dada comunidade pela combinação de diferentes parâmetros. A forma mais comum de obter este índice foi proposta por Cottan (1956), sendo obtida pela soma simples da densidade, dominância e frequência relativas (IVI = DR + DoR + FR). Alguns estudos de vegetação calculam também o chamado índice de valor de cobertura (IVC = DR + DoR). Para fauna, principalmente aves, por meio do índice de valor de importância de Kendeigh (IK), faz-se uma ponderação entre abundância e frequência. O IK é expresso pela raiz quadrada da frequência de ocorrência de uma espécie ‘x’ (índice de Linsdale) multiplicada pelo número médio de indivíduos desta espécie ‘x’, como se segue: IK = √FO * Ni, em que: FO = frequência de ocorrência; Ni = ni/naX; ni = número de indivíduos observados da espécie ‘x’; nai = número de amostras nas quais a espécie ‘x’ foi registrada. As amostras podem ser números de dias de amostragem, de trajetos ou de pontos. 46

Haroldo Palo Jr.

Leandro Baumgarten/TNC

12) Dominância relativa (DoR): área basal de uma dada espécie pela área basal total dos indivíduos da amostra. Expressa a contribuição de cada espécie em relação ao restante da comunidade, em termos de número de indivíduos.

4.6 Análises estatísticas Abordagens comuns para testar hipóteses sobre o sucesso da restauração são as comparações entre tratamentos, como análises de variância (Anova, Kruskal-Wallis), Chi-quadrado e o teste t-Student. Análises de ordenação, como análise de componentes principais, análise de correspondência retificada e análise de cluster, são descritivas e apenas exploratórias, mas permitem avaliar graus de associações entre diversas variáveis. Correlações (Pearson, Spearman) e regressões são úteis para avaliar associações entre aspectos da fauna, estrutura do hábitat, e flora nas áreas em restauração. A suficiência de amostragem pode ser avaliada com curvas de rarefação. Para análises de poder e suficiência de amostragem, podem ser usados programas como ‘Monitor’, que executa a análise baseando-se na variação nas unidades amostrais quando se realizam contagens ou levantamentos repetidos em cada uma delas, e ‘Trends’, que avalia a variância entre unidades amostrais (NUR et al., 1999). Outros programas, como G3 Power, SAS e Bioestat, também avaliam o tamanho da amostragem e poder analítico, havendo diversos algoritmos para essa função.


a falta de material ou seu uso inapropriado pode resultar em dados pouco precisos ou em desperdício de tempo Finalidades, detalhes e pressuposições das análises acima estão além do escopo deste guia e podem ser obtidos na literatura especializada (NUR et al., 1999; CALLEGARI-JACQUES, 2003).

4.7 Material necessário A falta de material ou seu uso inapropriado pode resultar em dados pouco precisos ou em desperdício de tempo. Em casos mais extremos, a falta de determinados itens pode inviabilizar a coleta de dados. O material necessário irá depender da área de estudo e do grupo estudado, mas, geralmente, trabalhos em campo exigem cartas-imagem, mapas topográficos, facão, bota ou perneira, capa de chuva, cantil, esterilizador de água, máquina fotográfica, lanterna, GPS e kit de primeiros socorros. Para o levantamento da vegetação, exemplos de itens indispensáveis são: fita métrica, suta ou paquímetro, trena, fita para marcação de trilhas e/ou parcelas, fichas de campo, prancheta, lápis, borracha e apontador. No caso de parcelas permanentes: estacas, martelo de borracha, plaquetas numeradas, pregos e martelo. Para a coleta de material botânico, será necessário: tesoura de poda e de poda alta, prensa de madeira, jornal, papelão, estufa elétrica, a gás ou a álcool, saco de coleta, fita crepe e caneta. Também pode ser necessário um escalador, que deverá usar os equipamentos e procedimentos adequados de técnicas verticais para realizar a coleta com segurança. Para o trabalho com avifauna, no caso de métodos observacionais, os equipamentos necessários são: binóculos 8x30 ou 8x40 (um sobressalente), gravadores com capacidade de ‘playback’, fichas e cadernetas de campo, além de vasta literatura entre guias de campo e livros textos. Quando se utilizam redes ornitológicas, melhores resultados são obtidos para aves de sub-bosque com as seguintes características: cor negra, malha de 3,6 cm entre nós opostos, comprimento de 12 m e altura de 2,5 ou 3 m. Geralmente são utilizadas 15 ou 20 redes por repetição espacial em cinco dias de atividades. Outros itens podem ser citados: fichas de campo, paquímetro, balanças, sacos de algodão de cores claras, hastes de bambu, cavadeira, foice, barbante, vasta literatura e água com açúcar para beija-flores que ficarem combalidos. 47



estudo de caso


monitoramento de aves e vegetação . série água, clima e floresta . v. III

o estudo apresenta os principais resultados, além dos ensinamentos práticos advindos do trabalho pioneiro, com o objetivo de auxiliar outras iniciativas de restauração florestal

5.1 Levantamento e avaliação de informações de referência para o projeto ‘Restauração de 350 hectares do entorno do Reservatório do rio Cachoeira – Piracaia – SP’

O

estudo apresenta os principais resultados, além dos ensinamentos práticos advindos do trabalho pioneiro, com o objetivo de auxiliar outras iniciativas de restauração florestal.

O objetivo foi levantar informações de referência sobre a vegetação, flora, avifauna e hábitats para subsidiar o planejamento e monitoramento da restauração florestal de uma área de 350 hectares nas margens da Represa do rio Cachoeira, Piracaia, SP. Para tanto, foram selecionados diferentes fragmentos florestais próximos à área de abrangência do projeto, onde foram medidos parâmetros bioindicadores para caracterizar os estágios de conservação dos remanescentes na área do projeto. A área escolhida restringiu-se à propriedade da Sabesp, no entorno do Reservatório Cachoeira, fazendo parte do Sistema Cantareira, que deságua na sub-bacia do rio Atibaia, na bacia do rio Piracicaba. Fragmentos florestais remanescentes são formações secundárias de Floresta Estacional Semidecidual Montana e, no que concerne à avifauna, a região encontra-se sobre influência do ‘Centro de Endemismos da Serra do Mar’. Trata-se de uma área de provável importância biológica, mas o conhecimento científico tem sido insuficiente para que ela seja prioridade em termos de conservação de biodiversidade no estado de São Paulo. Portanto, as informações geradas no projeto foram muito importantes para preencher essa lacuna.

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5.2 Metodologia adotada e sua breve justificativa A metodologia foi escolhida de forma a contemplar os objetivos citados anteriormente e ainda poder ser empregada no futuro monitoramento das atividades de restauração. As aves e a flora (incluindo sua estrutura florestal) foram grupos biológicos escolhidos pois são indicadores reconhecidos e ecologicamente interativos, o que possibilita inferências sobre funções ecológicas e serviços ambientais. Como se pretende restaurar a floresta gerando créditos de carbono, foram realizados inventários contemplando o nível de precisão necessário para que, durante o monitoramento, haja segurança estatística para se constatar diferenças ecológicas significativas resultantes da restauração. Foi adotada a amostragem estratificada, pois espécies florestais de maior interesse estariam concentradas nos fragmentos de matas dispersos na matriz de pastagens a ser restaurada. Os fragmentos foram estratificados por tamanho, sendo escolhidos também com base em suas distâncias (cerca de 1 km entre eles para promover independência entre amostras) e as vias de acesso. Assim, foram eleitos seis fragmentos: três pequenos e três médios.

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Foram feitas amostras da composição florística e da fitossociologia de espécies arbustivo-arbóreas em duas fases de vida: plântulas (altura até 1 m) e adultos (PAP > 15 cm). As plântulas foram avaliadas em parcelas de 1×1 m enquanto os adultos foram avaliados em parcelas de 10×20 m. Foi avaliada, ainda, a cobertura do solo por gramíneas exóticas e a presença de espécies exóticas, endêmicas e ameaçadas de extinção. Nos mesmos fragmentos, para inventariar as aves, foram estabelecidos pontos fixos no interior e nas bordas florestais e também foram obtidas amostras da estrutura do hábitat, como densidade do sub-bosque, complexidade vertical da floresta e intensidade luminosa. Trilhas, parcelas e pontos de amostragem foram estabelecidos no interior e nas bordas dos fragmentos, permitindo registros de espécies florestais e do ambiente aberto, possibilitando inferências ecológicas em aspectos da estrutura dos ambientes e ao nível de comunidades, principalmente sobre populações mais abundantes. Em cada fragmento foram instaladas seis parcelas para amostragem da vegetação de 10x20 m, totalizando 24 parcelas. A disposição das parcelas dentro de cada fragmento foi feita sistematicamente, ao longo de trilhas. Procurou-se manter uma distância mínima de 20 m entre elas. Buscou-se ainda avaliar o maior número de situações possíveis (áreas planas e inclinadas, secas e úmidas, próximas e distantes da borda) visando abranger a heterogeneidade ambiental existente. Foram estabelecidos em cada área de três a seis pontos fixos para inventário das assembleias de aves. Tais pontos foram dispostos ao longo de trilhas a pelo menos 200 m de distância uns dos outros. O inventário totalizou 16,4 horas, com vinte minutos de permanência em cada ponto sorteado sem reposição, até que todos os pontos tivessem sido amostrados. O esforço foi 52

distribuído em 29 pontos estabelecidos em bordas florestais e 20 pontos no interior da floresta.

5.3 Principais resultados Foram levantadas 256 espécies vegetais, das quais oito apresentam algum grau de ameaça de extinção e seis são endêmicas. O uso dessas espécies ameaçadas e endêmicas nas atividades de restauração deve ser estimulado, visando aumentar o valor de conservação da área de estudo. Foram encontradas, ainda, nove espécies exóticas, das quais a Tecoma stans deve receber maior atenção devido ao alto potencial de invasão de áreas abertas. O estudo fitossociológico da vegetação levantou 875 indivíduos adultos pertencentes a 111 espécies arbustivo-arbóreas e 1.466 plântulas de 83 espécies. Foram encontradas, respectivamente, nove e 14 espécies indicadoras entre os adultos e entre as plântulas. Essas espécies são características de um ou outro estado de conservação e, portanto, podem ter suas populações monitoradas para avaliar o sucesso da restauração. Os resultados de algumas variáveis quantitativas foram diferentes entre os dois estados de conservação considerados. Em relação ao hábitat, amostras de densidade do sub-bosque e de estrutura vertical da floresta foram adequadas e apresentaram correlações significativas com a diversidade de aves, revelando que tais características devem ser consideradas na restauração florestal. A intensidade luminosa incidente no sub-bosque foi a variável menos adequada para caracterizar hábitats, pois houve demasiada variação nos resultados obtidos e não houve correlação significativa entre diversidade de aves e intensidade luminosa. As florestas estudadas apresentam, de forma geral, altura máxima em torno de 20 metros, com decréscimo vertiginoso da complexidade em


torno de 10 e 15 metros de altura. O sub-bosque foi sempre denso, apresentando, até os cinco metros de altura, 80% ou mais de cobertura vegetal. A avifauna apresentou 129 espécies de 42 famílias. Nenhuma espécie se encontra em risco de extinção e foram encontradas apenas nove espécies endêmicas do bioma Mata Atlântica. Os resultados mostram que essa comunidade encontra-se empobrecida e descaracterizada, sendo sub-conjunto de outras comunidades melhor conservadas do estado de São Paulo. O inventário, realizado por meio de pontos, encontrou 597 indivíduos e 78 espécies de 32 famílias. Intervalos de confiança que foram obtidos para aspectos da diversidade de aves, como índice de Shannon-Wiener, uniformidade, riqueza e abundância, foram similares aos de outros trabalhos que utilizaram o mesmo método de amostragens em diversos fragmentos florestais no estado de São Paulo. Aves florestais apresentaram densidade populacional de 6,3 indivíduos por hectare. Não houve diferenças significativas na diversidade de aves encontradas no interior de fragmentos florestais em comparação com as localizadas em suas bordas. Análises que objetivem monitoramentos capazes de detectar alterações populacionais de 5% com testes ‘t’ pareados para amostras dependentes indicam que, para obter-se nível alfa de 0,01 e poder de 0,8, é preciso realizar 43 amostras; com nível alfa de 0,05 e poder de 0,81, deverão ser amostrados 27 pontos fixos. A seleção de espécies indicadoras para o futuro monitoramento foi feita ponderando exigências ecológicas e a necessidade de serem aves abundantes e frequentes, tais como, dentre aves florestais, Basileuterus culicivorus, Basileuterus leucoblepharus, Thamnophilus caerulescens e Chiroxiphia caudata, e entre espécies de bordas e áreas abertas, Cychlarhis gujanensis, Vireo olivaceus, Colaptes campestris, Tolmomyias sulphurescens, Pitangus sulphuratus e Turdus rufiventris. De maneira geral, o projeto foi bem-sucedido e os métodos empregados se mostraram eficientes ao levantar informações de referência de qualidade. Como produtos importantes, a execução do projeto promoveu: i) descrições detalhadas dos fragmentos florestais; ii) listas representativas de flora e avifauna (com hábitos, guildas ecológicas, ameaça de extinção e endemismo); iii) parâmetros quantitativos de referência e a variação aceitável associada a eles e iv) determinação de espécies indicadoras. Com esses resultados, será possível planejar e executar as atividades de restauração, bem como auxiliar seu monitoramento a partir de informações claras e objetivas.

5.4 Dificuldades e lições aprendidas A experimentação em Piracaia teve como principal dificuldade a ausência de sensoriamento remoto preliminar que possibilitasse estimativas mais precisas em unidade de área dos fragmentos e a classificação da cobertura florestal em estados de conservação, possibilitando estratificação mais eficiente da amostragem em função desses atributos. 53


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monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

presentation Dear readers,

T

he series Water, Climate and Forest was prepared with the dedication of The Nature Conservancy’s (TNC) technical team, partners and consultants who got together to achieve a common goal : contribute to environmental conservation and the success of environmental projects. The publications intend to illustrate, in an instructive way, the techniques, methods, procedures and ideas accrued by TNC’s huge experience in field projects, so that conservation becomes an increasingly important topic in Brazil and in the world. The third volume of the series describes the monitoring of birds and vegetation in the region of the restoration project developed in Piracaia-SP, where the monitoring is focused on biodiversity, comprising information of high ecological value, resulting from the field work. The Atlantic Forest and Central Savannas Conservation Program thanks all those who contributed to the preparation of this valuable publication. Enjoy the reading!

João Campari Atlantic Forest and Central Savannas Conservation Program Director 58


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Marci Eggers/TNC


monitoring birds and vegetation ď‚– english


preface


monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

A

s a strategy for reducing the Greenhouse Gases concentration in the atmosphere, the Climate, Community & Biodiversity Alliance (CCBA) developed basic standards for the planning of projects intended to conversing atmospheric carbon dioxide into carbon credits, which, when traded, could generate income for natural resources conservation. Such standards are found in the document Climate,Community & Biodiversity (CCB) Standards, whose goal is to stimulate the accomplishment of projects for placing atmospheric carbon that may bring benefits to local communities and the local biodiversity conservation. Projects based on the CCB Standards have been applied in different continents with good results, being attractive to investors by involving multiple benefits and big chances of success. Details on the history and evolution of these principles may be found at the CCBA (2008). This guide was developed based on the Community, Carbon and Biodiversity (CCB) Project Design Standards (CCBA 2008) to assist the use of the CCB standards in the Atlantic Jungle Biome. This is an initiative by The Nature Conservancy (TNC) which tries to stimulate and 62

offer technical-scientific support to the diffusion of CCB projects in this so-endangered biome. Part of the discussions presented herein comes from the experience obtained while gathering reference information for the project ‘Restoration of 350 hectares in the Surroundings of the Cachoeira River Reservoir – Piracaia – SP’. This project is the result of a partnership between the TNC Brasil and the Sao Paulo State (Sabesp) Basic Sanitation Company (Sabesp) for restoring the springs at the Cantareira Complex, which supplies most of the Greater Sao Paulo Area. Attached hereto, a summary of this pioneering case study that assessed to ecological restorations, according to the Climate, Community and Biodiversity Project Design Standards (CCB), which serves as example for future initiatives. The handbook supplies basic methodological elements for increasing the potential success of certifying carbon projects developed through CCB standards, specifically contemplating the General Section and the Biodiversity Section from the CCBA (2008) document, being directed to projects where ecological restoration is the method adopted for fixing carbon dioxide in the atmosphere.


Projects based on solid and well-planned methods facilitate their execution and auditing. Therefore, details are supplied for gathering reference information which will support the forest restoration planning and that are paramount for further biodiversity monitoring. Forest remnants are the sources of forest species colonization in fragmented landscapes (GASCON et al., 1999), but these have been degraded and become brushwood due to the edge effect, local extinction of species and the ecological extinctions (LAURANCE et al., 2002; TABARELLI et al., 2008). This panorama assigns high importance to forest species, which are decisive for the perpetuation of remnants and the success of forest restoration initiatives. As a small factory interacting less than necessary has reduced productivity and survival, a stripe of implanted forest, without the intra- and inter-specific interactions of forest organisms, should also have reduced survival, and limited to the life period of trees planted by human hands, thus restricting the carbon credit-related activities, making these unsustainable as years go by. Thus, this handbook was outlined focusing on the biological integrity of forest communities, allowing inferences on the effectiveness of their ecological interactions and their environmental services in restored areas. 63



introduction


monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

I

n forest restoration initiatives aimed at biological conservation, recording the environmental scenario prior to initiatives is crucial for assessing the partial results achieved, by means of analyses on monitoring results. The data that characterize the environmental scenario – establishing the restoration project landmark – are called ‘Reference Information’. The reference information monitoring should record positive changes that would not be achieved in the absence of the project, allowing methodological changes to restoration.

Zé Paiva

Within the CCB standards, the main objective of the restoration activity is to generate positive impacts over the area comprised by the project. More specifically, a CCB project must be able to maintain or increase the attributes with high conservation value, which are (CCBA 2008): (i) protected areas (i.e. conservation units); (ii) threatened and/or endemic species; (iii) relevant areas for the species migration, feeding or breeding; (iv) major landscapes that can maintain viable populations of many, if not all, local native species; and (v) rare or threatened ecosystems.

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The main objective of this handbook is to supply reference information oriented to forest restoration, capable of guiding the quantitative monitoring of projects, according to the CCB guidelines. In this sense, the proposed methods seek to integrate the survey of reference information and monitoring itself, so that the initial information may serve as comparable reference on the conditions prior to the restoration project. Some aspects to be measured could also be extended to estimate the amount of carbon stocked after the project is concluded. Therefore, such aspects (e.g., variables, parcel size and shape, samples size and distribution) must be basically the same for easing future comparison and evaluations on the impacts generated by the project.

ZĂŠ Paiva

After determining which of these attributes are present in the area comprised by the project, it must define and clearly set the goals and expected impacts on these attributes. Thus, each CCB project will have particular goals, defined based on the project area’s particularities.

the main objective of this handbook is to supply reference information oriented to forest restoration

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monitoring biodiversity


monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

A

ccording to the CCB, the monitoring of fauna and flora should be outlined for detecting positive or negative impacts on these communities’ structure and functions, enabling future actions toward maximizing or annulling such effects. Besides, monitoring must focus on ecological interaction among species, characterizing the increment of ecological functions resulting from the restoration works. The monitoring may be segmented in phases: Phase 1. Survey of reference information, characterizing the ground zero for the environmental program; this corresponds to the status prior to the ecological reforesting or restoration. Phase 2. The monitoring itself; this corresponds to the systematic survey and analyses of quantitative aspects on the biodiversity along the restoration works. Phase 3. This is the final analysis and disclosure of results from monitoring. With phase 1 we must determine the experimental outlining of the monitoring program, which includes: i) establishment of spatial repetitions; ii) aspects to be measured (parameters and variables); iii) frequency of sampling campaigns and reports; iv) methods and sampling scales to be permanently adopted, and v) the minimum sample size to ensure statistical security when refusing null hypothesis, which forecasts no significant ecological differences resulting from restoration. Phase 2 must observe the establishment of independent monitoring stations in which biological information will be gathered. These locations will be marked and geo-referred so as to be sampled in subsequent campaigns. These campaigns must comprise possible seasonal effects over the communities studied; therefore, these should be carried out in winter and summer, or in rainy and dry seasons. 70


Haroldo Palo Jr. Haroldo Palo Jr. Haroldo Palo Jr.

monitoring must focus on ecological interaction among species, characterizing the increment of ecological functions resulting from the restoration works 71



obtaining reference information


monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

‘R

eference Information’ means pieces of knowledge that characterize the environmental scenario prior to starting the restoration project. It is a detailed diagnosis, essential for planning and for increasing the chances of success on the restoration. Field investigation must be carried out to generate reference data that are paramount to monitoring, but, besides these, deeper knowledge on the local biodiversity must be obtained from multiple sources, as shown below.

Zé Paiva

During the restoration project, reference information must be periodically evaluated in monitoring. In this case, the information gathered in better-kept forest remnants, close to the project area, is important when comparing and evaluating possible positive impacts on local biodiversity.

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Reference Information must help the definition of the restoration project objectives, and assist the activity planning. How biodiversity used to be prior to the project? Which native species effectively occur in the area and should be planted? What is the density of individuals to be obtained when the project is finished? Which animal species use the restored area and its surroundings? Which botanical species are important to the fauna? Which are the characteristics of the fauna’s population structure at


the better-kept forest remnants, and how close the communities in restored areas will be from these characteristics? In general, there are three situations where initial information should be needed (WHITE; WALKER, 1997). i) In the same place and at the same time: when the information about the current conditions on the area to be restored are evaluated and about their recovery potential. As the CCB standards demand the monitoring of the project impacts, as well as the projected scenario if the project is not developed (CCBA 2008), evaluations made in the project area before the restoration may serve as a situation of local control or testimonial. In this case, parts of the area where no restoration activities will happen may be periodically evaluated, seeking to foretell the area’s future if the project is not implemented. Adopting comparative methodologies allows evaluating if the restoration strategies adopted entailed the expected impacts. First of all, the project area should be generally described, comprising local climate, main topol-

ogy, types of soils, rocks, rainfall regime, among other relevant environmental characteristics. The presence of conservation units or rare or endangered habitats nearby must also be highlighted (CCBA 2008). For adequate description, besides field visits, aerial photos, satellite images, topographic charts (IBGE) may be used to evaluate the landscape-related aspects (prevailing environments, topography, size, shape, connectivity and surroundings of existing forest fragments), and the local land usage standards. These are the basic information which will help the area zoning according to the most adequate restoration activities for each situation (GANDOLFI; RODRIGUES, 2007; BUSATO et. al, 2007), because different parts of the same area may demand different restoration strategies. ii) At the same place, but at different times, corresponding to historical data on the project area. This type of knowledge is relevant when there have been drastic changes on the land usage (e.g. forest conversed into pastures or plantations). Under these circumstances, reliable historical information on the biodiversity is sought, including human intervention on the project area. 75


Generally, this information is scarce or hard to obtain. Some of the sources for this kind of information are written and/or spoken stories, old aerial photos or satellite images, the history of land use and handling, fire occurrence records and/or relevant climate events (e.g. storms, frosts). The compilation of these pieces of data must be done through bibliographic survey, search for old images and consultation to museums or local historic files, besides interviews with local dwellers. iii) Different places, but at the same time. When knowledge is obtained at forest fragments in the region, which may provide approximate information about the previous forest characteristics in the location. The study of these remnants may suggest which species are typical and the density of their population, besides other aspects useful for defining objectives that are feasible for restoration. The forest fragments are selected based on the spatial distance and history of damages, as well as on environmental characteristics of the area to be restored (WHITE; WALKER, 1997). Fragments relatively close, and with spatial (landscaping) and environmental (fertility, topography) context similar to those of the project area should be selected. To obtain more reliable and complete information about the big environmental diversity between and among forest fragments, selection and evaluation of fragments could be stratified into sizes, succession stages and conservation status – as further mentioned in the section about ‘experimental outlining’. The evaluation of fragments in different succession stages may also supply subsides for understanding the ecological succession tendency in the study area and, consequently, evaluating the possible choices for the restoration. 76


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ZĂŠ Paiva



experimental outlining prior to ďŹ eld work


monitoring birds and vegetation . sÊrie ågua, clima e oresta . v. III

T

he definition of the restoration project goals must happen prior to the very choosing of the required reference information. Starting gathering reference information without a clear definition on these goals and on the aspects related to the methods, as far as the sampling theory is concerned, will probably result in lack of knowledge, and waste of time and resources. The following aspects should be considered: Identifying the project specific goals. Although the CCB standards define that the goal of any project is to keep and/or increase attributes with high conservation value, each project will bear particularities in terms of attributes and the magnitude of their impact. Thus, it is important to define the potential impacts, and which information must be surveyed to effectively assess the changes resulting from the restoration projects. Outlining the study object. Establishing which biological groups (plants, birds, mammals, etc.) will be monitored is crucial. One should know if only a species will be evaluated or the whole community, and the characteristic(s) from this (ese) species regarding growth habits, abundance in the area of study, among other aspects. For plants, for example, one should define beforehand which 80


life forms (i.e. trees, bushes, epiphytes, herbs, lianas) will be studied.

the study replication, grants comparisons and assigns higher reliability to the results presented.

Preliminary Diagnosis. Most of the aspects related to the project methodology’s planning and definition can be approached through prior visits to the study area. During the visits, one can assess the study area dimensions, accesses, team’s accommodation and meal sites, number of staff required, etc. All these pieces of information are paramount for dimensioning the amount of work necessary to survey information, and if there is time and resources (human and financial) enough for starting off, and, above all, concluding the project. To make inferences in big areas, for example, extra sampling days will be needed, just like additional experts and resources. Maps are especially useful in the selection of potential sampling areas, and for defining the best methodology do be adopted.

Defining the methodology. Frequent peculiarities in degraded landscapes and CCB guidelines allow some generalizations regarding forest restoration projects, and could help defining the experimental outlining on the reference information survey, and the monitoring itself.

Getting to know the methods. It is very important to know the details and assumptions related to sampling methods and data analysis. Some methods have determinants that, if not respected, may result in inappropriate inferences. Furthermore, the researcher should itemize the methodology used. Which criteria have been used? How was the sampling method developed in the field? Where? How many repetitions were made? This helps in the future monitoring, eases

i) The vegetal canopy in the area will be fragmented or even completely destructed. Remnant forest fragments will serve as colonization sources for biodiversity, supplying reference information, and could monitor targets, serving as spatial sampling repetitions. ii) Because of its high costs, the restoration projects occupy more than 100 hectares. This is the minimum size, since it could allow for trading carbon credits. Therefore, restoration projects typically occupy little more than thousands hectares, comprising some variations of the original environment. Typically, the gradations between original environments are suppressed in fragmented landscapes. iii) Restoration monitoring must be adjusted to the flora regeneration speed; nonetheless, years of follow-up must be considered, maybe dozens of them. 81


iv) Monitoring should check for increments on ecological functions and environmental services and, therefore, should be focused on ecological interactions, considering synecological studies. v) The added value resulting from restoration must be rigorously proven, through acceptable levels of the results’ statistical significance. Therefore, monitoring spatial repetitions must be established, allowing for obtaining representative samples and accurate inferences from treatments and controls. Statistical inference is a statement about population’s aspects based on the information obtained from samples. Experimental Restorations demand spatial treatment repetitions and other control repetitions, so that inferences are reliable. The typical errors in these experiments result from the insufficient number of spatial repetitions, or even from the absence of these (WHITE; WALKER, 1997). vi) Stratified sampling must be adopted, since the most legitimate and interesting forest organisms are found in forest fragments spread all over the anthropic landscape. Thus, such fragments may be stratified into size classes or into conservation (or regeneration) status. Moreover, this kind of sampling tends to be less heterogeneous within similar strata, and more heterogeneous between different strata. And that is good to find out changes ensuing from restoration, besides also facilitating estimates to each stratum (internal) and to the sampling as a whole. vii) Samples obtained through monitoring must be large enough, allowing the detection of changes within the selected statistical significance level. viii) As samples will be taken for many years, parcels, trails, fragments and arboreal matrices must be referenced in geographical coordinates, allowing the same sampling units to be visited during monitoring. ix) The data collection methods must be as accurate as possible, considering the sampling scale and the monitoring synecological goal. x) The monitoring must be standardized regarding spatial repetitions, extracts, data collection methods, sampling units and effort at the campaigns. If possible, the same team should collect data, mainly when observational methods are used. In this sense, methods that are less dependent on the researchers’ skills are important, like traps and nets instead of observations, when the fauna is concerned. 82


For deeper thoughts on the sampling theory, more specialized sources are recommended, like Krebs (1999) and Sutherland (2006).

4.1 Which information should be obtained? The reference information may have different natures. Some of these are quantitative, while others are qualitative or descriptive. There are several methods and techniques for obtaining each type of information, and these generally vary according to the biodiversity group being studied. Thus, it is important to know these methods, their limitations and assumptions. Nevertheless, some information is basic and generally obtained for all the groups. These may be obtained for the study area as a whole, for each reference site or even for each sample or trail within the same site. Examples of these basic types of information are: i) date of information collection, and name of researchers; ii) geographic location; iii) environment information (altitude, topography, soils, slope inclination and exposition/orientation; iv) vegetation formation (Ombrophilous or Seasonal Forest, Savanna, Field, etc.); v) presence of exotic or invading species; and vi) presence of human interventions (fire, cattle, selective cut, game, etc.).

AurĂŠlio Padovezi/TNC

AurĂŠlio Padovezi/TNC

the reference information may have different natures. Some of these are quantitative, while others are qualitative or descriptive

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Leandro Baumgarten/TNC

4.2 Avifauna Sampling Methods and Monitoring Due to the relatively big sized sampling scale in the area unit, the need for some accuracy in data collection, saving of resources (financial and human), forestry environment and the long-term monitoring, the use of methods like line transect, irregular transect, spot mapping and punctual counting in colonies could be inappropriate or, eventually, nothing but accessory methods. The most responsive methods for monitoring within the CCB context are spot inventories, and samplings with ornithological networks, as explained below. Line Transects estimate the population density, but comprise few large animal species, which are generally rare in these degraded landscapes; besides, to obtain the required accuracy, the method should be performed in open environments, where eyesight is broader and transects may be rigorously straight (BURNHAN et al., 1980; BUCKLAND et al., 1993; WILSON, 1996). In forest environments, sampling errors are big and there is the need for two researchers, one observing and the other noting down angles and distances on the animals linear transect. Pieces 84

of equipment like compass, pedometer and laser telemeter are indispensable. This method’s precepts of absolute results entail serious restrictions that limit its use and which should not be neglected. Irregular Transects offer only relative results, which allow inferences on abundance, frequency and diversity. However, as observer notes down animals while walking, the path generally comprises many environmental variations. Therefore, the results achieved by this method are less located in relation to a specific environment occurring separately from the landscape mosaic, (ALMEIDA et al., 2004) like the case of fragmented and forests dispersed in farming matrices. Undesirable environmental variables are enhanced when researchers are replaced in the long-term monitoring, since transects will hardly be the same. Besides, there are other negative aspects: in general, forest fragments are small, hindering long transects and the opening and maintenance of long trails is costly. It is possible to establish strips of known areas along transects, which allows for calculations on the population density for certain species,


particularly the most abundant ones; nonetheless, this procedure makes the inventory more expensive, and is more adequate for open areas. Spot mapping (ROBBINS, 1978; BIBBY et al., 1993) estimates the density and the species’ area of use, besides quantifying breeding birds, though the method focuses on few species in limited-sized areas. The following disadvantages should be considered. i) if parcels are big, measurements get inaccurate; ii) there are major variations in territories year-on-year; iii) it requires from 10 and 20 visits per parcel in each reproductive season are necessary; iv) some species do not vocalize regularly; v) some species do not have well-defined territories; and, vi) the territories of some species are larger than the parcels. Punctual counting in groups and colonies (BIBBY et al., 1993) estimates relative abundance and are adequate for large bird concentrations because of breeding, feeding or moving activities, like migrations. Usually, breeding concentrations and migrations do not take place in ecological restoration areas, but, eventually, large flocks of birds feeding from seeds, nectar, fruit or insects (lepidopterous caterpillars, grasshoppers or flocks of leaf-cutting ants like Attas and Psedomyrmex) may happen in restored areas. Under these circumstances, punctual counting may be used, and it is important to record food aggregations in restoration areas, because these show ecological interactions; but, in general, these phenomena are sporadic and seasonal. Inventories in Spots (ROBBINS, 1978) allow directing the sampling, in an easier way, towards quite specific environmental conditions, as these studies aim at being a method that allows inferences more focused on such conditions, because sampling spots may be established following some criteria. In this sense, comparing with transect methods, spots eliminate more undesirable environmental variables that could generate sampling errors. This method engages most of the community and spots may be satisfactorily distributed within the sampling universe, provided there are access pathways. For increasing the method precision, a field card in quadrants should be used, allowing for better control of individuals being counted. Moreover, the observer remains standing still while carrying out the inventory, becoming more attentive to the birds, and minimizing counting errors. 85


Results from this method are relative, evaluating abundance, frequency and density. For computing the population density, at least a circle with a known radius should be established around the observer, in which he/she can safely see and count birds (BIBBY et al., 1993). The radius of this circle in dense sub-woodlands secondary forests varies between 15 and 20 meters. In more advanced succession stages, the lower density of sub-woodlands allows visualizations in 25-meter radii. Unfortunately, this method engages fewer individuals than the method of irregular transects and, therefore, takes more days to collect a representative sampling of abundance, enough for detecting the restoration effects in more demanding levels of statistical significance. One should be aware that the number of recruitments within the density estimate range is a much smaller subset on the total records obtained without distance limitation. Therefore, although the spot method is more accurate and allows for refined density calculations, it involves high costs if representative samples are necessary. This method demands notable ability from researcher related to field identification and vast knowledge of bird vocalizations, because over about 80% of records from forest habitats are auditory. The researcher must be experienced with the method and should be concerned about the results reliability, putting on the records only the species correctly identified, and counting just the minimum number of individuals, without extrapolating, avoiding exacerbated estimates. These aspects of personal capacity house the factors of sampling errors when researchers of different levels of expertise are replaced during the monitoring, which should be avoided. Other practical problems that should be considered when choosing this method come from the fact that forest remnants are more common in areas with steep slope, making it difficult for the researcher to walk around on, or in quite narrow strips of vegetation along rivers and streams, whose noises greatly disturb birds’ vocalization. Variable circular plots share the same characteristics of the previous method, but several circles of known radii around the observer are used for estimating the detection of each species, allowing absolute calculations on the population density (BUCKLAND et al., 1993). Nonetheless, for having restricted confidence intervals and acceptable density errors, many hours of inventory are necessary, making this method too costly in human and financial resources. 86


JosĂŠ Tezza

Ornithological Nets are considered to be excellent instruments for counting sub-woodland birds through capturing, marking and recapturing. Though this method obtains much less recruitments if compared to observational inventories, there is a stricter control of records due to the customized and permanent marking (with leg rings) of each bird captured. Capturing methods are more accurate and adequate in long monitoring, because results are less dependent on the researchers’ personal knowledge and skill. Therefore, team exchanges along the working years generate fewer sampling errors. Mist-nets have been important instruments for sampling birds, allowing surveys on interesting themes according to the CCB context, like diversity and abundance, use of habitats, survival, productivity, breeding, environmental impacts, succession, seasonality, feeding and climate changes. Results are usually relative but may also be absolute, using the Jolly-Seber model for calculations on the population size. Adequate forms of data usage, analysis and interpretation have evolved, validating the use of mist-nets as a monitoring instrument, highlighting major programs like the Monitoring Avian Productivity and Survivorship in the USA, the Constant Effort Sites in Great-Britain and Ireland and the European Long-Term Program, coordinated in Germany. 87


Monitoring birds populations using mist-nets (RALPH; DUNN, 2004) proposes the use of mist-nets, showing ways for minimizing some sampling errors and misinterpretations. Besides, the use of nets entails some advantages, like: detection of species hardly identifiable with visual and/or auditory methods, gathering of morphometric data, age, gender and tissue for genetic material analysis (ANJOS, 2005). One standardized monitoring station on the MAPS (Monitoring Avian Productivity and Survivorship) Program represents about 20 hectares of area, containing a central region of 7 to 8 hectares, in which 10 mist-nets are distributed in a systematic, uniform and timely way (‘where birds will be captured’). Thus, sampling allows for inferences spatially located in a relevant area unit in the landscape being restored. Disadvantages coming from this method are: longer time span required for obtaining representative samples and its high cost, resulting from material purchase and specialized manpower, with at least two experienced individuals to operate fifteen or twenty nets in line. Literature about the birds’ sampling and monitoring methods is broad, but few methodological researches and standardizations have started in Brazil; so, adequate thoughts should be based on foreign sources like Karr (1981a, 1981b), Bibby et al. (1993), Buckland et al. (1993), Sutherland (1996), Ralph et al. (1996, 1997), Krebs (1997), Mac Nally (1997), Ralph and Dunn (2004). The sampling through ornithological networks involve capture in nets, leg-ringing and further release, which could harm the birds. Therefore, the field work should be developed by trained professionals, in number enough to carry out collection and quickly release animals.

4.3 Sampling methods and vegetation monitoring There are many methods for gathering quantitative information on the vegetation. This handbook is not expected to approach these exhaustively; rather, it is expected to present subsides to understand the most popular phyto-sociological methods in vegetation studies.

88


All the information provided herein is quite simple and additional literature is recommended so that each method’s assumptions and specificities are known, before being applied to the field. Parcels represent the most popular method for sampling terrestrial plants in phyto-sociological studies (approximately 81% of the cases). The method consists in installing parcels that are generally square- or rectangle-shaped, but may also have other shapes (e.g. circles). The parcel size varies according to the form of life under study (trees, bushes or herbs) or to the life stage (seedlings, youngsters or adults). But, for arboreal individuals over 5 cm of DAP, parcels of 100 to 200 m² are the most indicated (MOREIRA, 2007). For seedlings and herbs, smaller parcels – ranging from 1 to 2 m² - are enough. Studies suggest the method is a good stimulus for density, frequency, basal area and spatial distribution of species, but may fail in properly describing the local flora (mainly in the event of contiguous parcels), besides spending more time in field due to the need of installing the parcels.

For the same sampling area of 10 ha, for example, give preference for installing 20 detached parcels of 0.5 ha instead of 5 parcels of 2 ha (SUTHERLAND, 2006). Parcels in smaller areas spread through a large area gather larger numbers of species and will probably be more representative of the community (MOREIRA, 2007). Thus, for example, if the sampling unit has 100 m² , you would better decide for building 2 x 5 m parcels instead of 10 x 10 m ones.

Zé Paiva

In practice, parcels of known areas are installed in a detached (separate) or contiguous way; then, all the plant individuals that fit into the pre-established individual inclusion criteria are counted, measured and identified.

89


90

ZĂŠ Paiva


Distance methods are varied, and are named like that because base their estimates in distance (plant-spot or plant-plant). Some of these methods are: closest individual method, closest neighbor, peers at random and quadrant spots (COTTAN; CURTIS, 1956). As these methods do not use fixed areas, matters like the influence of size and shape of the parcels are eliminated. These are simple and quick-to-apply methods, typically less costly. Another advantage is that these can cover large land areas in shorter time, generally characterizing local flora in high-efficient level. Nonetheless, these methods gather few individuals per sample (up to 4), demanding for many samples. Another drawback happens when the trees are not distributed in a random way; in this case, density estimates may not be accurate and the usage of this method is not recommended. This problem, however, may be lessened in restoration areas where planting was used fixed spacing. The most popular distance method in phyto-sociology is the quadrant spots method. Details on this method may be found in Cottan and Curtis (1956) and Martins (1979). Transects may be quite useful when there is little time for performing a study. These are quicker and especially efficient for studying ecological gradients. Transects should be oriented depending on the study’s goals, so that it is kept within a common environment or crosses the whole gradient. There are basically two types of sampling by transects. When using linear transects, data is gathered through a straight line crossing the study area. All individuals touching the line are included in the sampling. Also known as line intercept method, it may provide indirect estimates on the density and coverage. This technique is generally used for evaluating herbaceous communities where it is difficult to distinguish individuals from the same species. Nonetheless, evaluating the number of touches or length in quite closed vegetations may be fairly complicated. Another negative aspect is that density or coverage figures are not obtained by area, just proportions. For that, the use of other types of sampling is recommended. The second type of sampling by transects is the strip transect, which consists in a long strip with parallel sides, where vegetation inside it is recorded. Knowing its width and length, one may obtain its area, which may be used for calculating the coverage, biomass, density or frequency of one or more species. The stripe width is established according to the study objectives and the group studied, but it is generally smaller than its length. 91


4.4 Sampling sufďŹ ciency and Analysis Power According to the CCBA (2008), the monitoring plan should show which biological aspects are measured and which sampling strategy will be adopted. This handbook emphasizes that the sampling effort and the periodicity of campaigns are also included in the experimental outlining, being calculated from the pre-inventory of reference information, and based on the variance of samples and the statistical significance criterion chosen. For evaluating the effectiveness of restorations, the null hypothesis should forecast that there are no significant ecological differences resulting from restoration. A test statistical power (Graphic 1) represents the probability of correctly rejecting the null hypothesis, accepting a significant statistical result. The power is proportional to: i) the sampling size; ii) the significance criterion (level ) and effect size (with a biological significance); and iii) inversely proportional to the variance in population. The analytical power should be used for determining if the experiment has good chances of producing results of statistical significance, since there is a significant difference in population; this is useful while planning an experiment and an indispensable precedent at interpreting non-significant results. large effect size

1.0

medium effect size

Statistical power

0.8

0.6

0.4 small effect size 0.2

0,0 4

6

8

10

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14

16

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20

22

24

26

28

30

Number of replicates

Graphic 1. The inuence of the number of repetitions over the test statistical power for detecting small, medium and large size effects – adapted from Thomas and Juanes (1996).

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The usefulness of the analytical power to experiment planning lies on the fact that, since the pre-inventory, it is possible to determine the minimum sampling size necessary for having acceptable statistical power and precision. For calculating the sampling size according to the statistical power, software and specific literature, found at the statistical packages themselves, like the G3 Power (FAUL et al., 2007) and SAS are used.

4.5 Ecological aspects as restoration indicators Considering that the main monitoring objective is to evaluate the impact of restoration activities over local biodiversity, several aspects of the communities structure may be surveyed, including potential ecological interactions between species, in such a way that the expected increment on ecological functions is proven. Some aspects of the communities’ structures, adapted from Ruiz-Jaen and Aide (2005), which may be analyzed in monitoring, are presented below. The species’ composition, diversity and ecological attributes: Besides the identity and total number of species, it is important to be attentive to the ecological functions of the organisms monitored (e.g. ecological guilds, conservation status), trying to evaluate the restoration success. For example, some ways of proving the success of restorations could be the population increases in species observed, and that interact ecologically, like forest hummingbirds and sub-woods bushes, both colonizing areas being restored or even the increased utilization of pioneer and secondary botanical species by forest woodpeckers, that are ‘primary diggers of holes in

snags’ birds and determine interaction nets with other species of birds and mammals, secondary diggers (Pscittacidade), obligatory users and facultative users of tree cavities. For vegetal species, the increase of several forms of life, as well as the regeneration followup, are also good indicators on the restoration success. Biodiversity indicators should also be used, like the richness of species and heterogeneity, uniformity and dominance indexes. Among the heterogeneity indexes, Shannon’s (H’) is the most famous and popular in Brazil, for both birds and vegetation. It has moderate discrimination capacity, is sample size-sensitive, calculation is simple, and values are mainly determined by the richness of species. The Simpson (D) index, despite being less used, is the most recommended by Magurran (2004), being moderate in its discrimination capacity and little influenced by the sampling size. Dominance is most influent aspect over this index’s values, which are easily calculated. Shannon and Simpson combine richness of species and uniformity in their values. The correct – and not always simple! – reading of these indexes requires the separate evaluation of each of its components. Regarding uniformity indexes, the most commonly used are the Simpson’s (E1/D) and Shannon’s equivalent indexes, also known as Pielou (J’) index. Regarding dominance, the simplest and most indicated one is Berger-Parker’s (d). People should have in mind that these indicators are not identifiers, that is, species are interchangeable because of the restoration, and numeric values may remain similar. So, it is important to look for significant population changes (increases or declines) of species in separate.

93


the size, structure, distribution and tendencies of population among target species are aspects that could be followed-up on as time goes by

Vegetation structure. This aspect certainly corresponds to one of the most popular approaches to assess restorations, since the forest structural complexity provides shelter and resources to vegetal and animal species, bearing strong relation between structural and biological diversity. Common information on the vegetal structure is: the canopy percentage of coverage, density of individuals, biomass (basal area and/or timber volume) and vegetation height. Soil coverage by ligneous species is a good indicator of restoration success, capable of shading soil permanently. Aspects on the vegetation structure that have been related with bird communities are: i) subwoodland density, measured through Wigth’s board (1938); ii) vertical diversity, measured through the MacArthur and MacArthur method (1961) with a tubular scope (and currently with the help of a laser measuring tape); iii) and light on the sub-woodland, which may be evaluated with a photometer or a luximeter. Community and populations dynamics. Periodic monitoring campaigns will ensure the evaluation of dynamic aspects on the communities’ and populations’ structure in restored

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areas, allowing analyses that compare mortality and recruitment rates, as well as growth of individuals (increments in height and basal area). Approaches focused on the dynamic of populations may be carried out for species identified as good indicators along the reference information mapping, such as endangered species, key-species or invading species. According to the CCB standards, the populations of invading species should grow after the project is installed. These evaluations may be combined with the methodologies proposed for the carbon stocks increment monitoring, found in the Climate Section of CCB standards. Furthermore, the size, structure, distribution and tendencies of population among target species are aspects that could be followed-up on as time goes by. Analyzing populations. There are several ways to analyze the information gathered during the restoration monitoring. The most responsive one depends on the study’s goals, their experimental outlining, and on the nature and distributions of the variables measured. Useful analyses for the avifauna and vegetation will be presented below and are based on


Haroldo Palo Jr.

indicators that evaluate aspects related to population’s structure along monitoring. 1) Abundance (N): total number of individuals in the sample. In phyto-sociological studies, it generally represents the sum of the number of individuals of all species. If the number of individuals of a single species is necessary, which is common for birds and vegetation, the note ‘n’ is usual. Usual indexes of abundance for the fauna include the abundance punctual index (IPA): number of individuals of a species divided by the number of inventory spots, generating an abundance value for each population, or: number of individuals in all species divided by the total spots, resulting in a community value. In transects, the IKA - abundance kilometrical index - may be used in a similar way, with numbers of individuals in a population or community corrected by the distance run, which is generally registered with digital pedometers. 2) Relative abundance (AR): number of individuals of a certain species (n), or group of species, by the total number of individuals in the sample (N). It expresses the contribution of each vegetal or animal species in relation to the remainder community, in terms of number of individuals.

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3) Density. The concept of density is applied to the number of individuals divided by some area unit used in the sampling, like the area of vegetation parcels, surface of ornithological nets capturing, or area of visual forest bird counting, delimited by a radius established from an observational spot. Density results may be absolute when interpreted using confidence intervals and sampling errors, and are pieces of information vital for monitoring, handling and conservation purposes of particular populations. The method of line transects was developed for density estimates and may be applied to botanical or animal species. 4) Absolute density (DA): number of individuals by area unit (generally hectares), by volume unit or by any sampling unit (e.g. epiphytes per tree). It may be calculated for the whole community, for each species or for each group of species separately. It allows direct comparison on the species abundance density in different areas or studies. It is more common in vegetation studies. 5) Absolute frequency (FA): number of sampling units in which a given species occurs. It is generally expressed through the ratio between the number of samples containing the species and the total sampling. It is strongly influenced by species density, distribution standard (aggregate, random or regular), and number and size of samples (that is, number of individuals per sampling unit). It may be applied to animal or vegetal communities, but it is not necessarily an absolute result to be interpreted through confidence intervals and estimates on the sampling error. 6) Relative frequency (FR): In vegetation studies, it is the absolute frequency of a certain species divided by the sum of frequencies of all the species in the sampling; however, the FR typically expresses the frequency of a given animal or vegetation species in relation to other species in the community being studies. Frequencies can also be relative because of sampling days, like in the Linsdale index, developed for birds, which results from the number of days a species has been recorded, divided by the number of sampling days, multiplying this by 100 to reach percentages. 96


The punctual occurrence frequency (FOP) is used when the inventory was performed in spots, and expresses the spatial occurrences of species, generally birds, in the area sampled. The FOP is obtained through occurrences of each species, divided by the total observation spots, multiplying by 100 to reach percentage figures.. Note that the presence of species in the samples (spots) should be computed, and not the amount of contacts or individuals. 7) Biomass: is the amount of living matter making up the individuals of a species or community. It is generally expressed by area or volume unit, and is especially important in the event of great variations in the species sizes. Its direct estimate (collection, drying and weighing) is a destructive and lethal model for most individuals, or even unfeasible (in the case of trees). For such, it is common to use indirect estimates, like coverage, basal area and volume. It is more common in vegetation studies. 8) Coverage (C): proportion of soil occupied by the vertical projection (stalk, branches, leaves) of a vegetal species’ member. It is generally expressed in percentage values; coverage is calculated through the area covered by the species (or group of species) divided by the total sampling area. It may be directly estimated, through the calculation of the area covered by each individual, through coverage classes (0 to 5%, 5 to 15%,..., 50 to 75%, >75%), through the frequency of punctual touches (repeated coverage) or line interception length. 9) Basal Area (AB): is the area on an individual’s stalk crosssection, at a pre-established height from the soil, expressed in square meters or centimeters. In trees, it is generally obtained at 1.3 m above the ground (that is, at chest’s height). In smaller individuals, like herbs or tree seedlings, it is generally closer to the ground. It is typically assumed that stalks have a cylindrical shape and the circle area formula (A= π.radius2) is used to obtain the basal area. But, more sophisticated and precise formulas may be used. 10) Volume (V): another indirect biomass estimate that, in the example of trees, is obtained by multiplying the basal area and the height of individuals. It is once again assumed that individuals have a cylindrical shape. For estimating the timber usable volume, only the trunk height is used (prior to the first significant trunk ramifications). 11) Dominance (Do): in phyto-sociology, it generally expresses the basal area per area or any direct or indirect estimates on the biomass per sampling area. Like the ‘Absolute Density’, it may be calculated for the community as a whole, for each species or for each group of species in separate. 97


13) Importance Value Index (IVI): index that tries to express the importance of species within a given community through the combination of different parameters. The most popular way of obtaining this index was proposed by Cottan (1956), being obtained through the simple summing of relative density, dominance and frequency (IVI = DR + DoR + FR). Some vegetation studies also calculate the so-called coverage value index (IVC = DR + DoR). For the fauna, mainly birds, through the Kendeigh’s importance value index (IK), one weights abundance and frequency. The IK is expressed by the square root of a given species’ occurrence frequency ‘x’ (Linsdale index) multiplied by the average number of individuals in this species ‘x’, as it follows: IK = √FO * Ni where: FO = occurrence frequency; Ni = ni/naX; ni = number of observed individuals from the species ‘x’; nai = number of samples in which the species ‘x’ was registered. The samples may be sampling days, transects or spots.

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Haroldo Palo Jr.

Leandro Baumgarten/TNC

12) Relative dominance (DoR): basal area of a certain species by the total basal area of the sampling’s individuals. It expresses the contribution of each species in relation to the rest of the community, in terms of number of individuals.

4.6 Statistical analyses The comparisons between treatments, like variance analyses (Anova, Kruskal-Wallis), square-Chi and the t-Student test are common approaches for testing hypotheses about the restoration success. Ordination analyses, like the analysis of main components, the analysis of rectified correspondence and the cluster analysis, are descriptive and explanatory, but allow for evaluating degrees of associations among several variables. Correlations (Pearson, Spearman) and Regressions are useful for evaluating associations among aspects of the fauna, habitat structure and flora in restoration areas. The sampling sufficiency may be evaluated with rarefaction curves, but, mainly for power and sufficiency analyses, programs like ‘Monitor’, which performs the analysis based on the variation of sampling units, when there are repeated counts or surveys in each of them, and ‘Trends’, which evaluates the variance between sampling units (NUR et al., 1999) are recommended. Other programs like the G3 Power, SAS and Bioestat also assess the sampling size and analytical power, having several algorithms for this function.


the lack of material or its inappropriate use may result in inaccurate data or waste of time

Purposes, details and assumptions on the analyses above are beyond this handbook’s scope and may be obtained in specialized literature (NUR et al., 1999; CALLEGARI-JACQUES, 2003).

4.7 Material required The lack of material or its inappropriate use may result in inaccurate data or waste of time. In most extreme cases, the lack of certain items could hinder data collection. Of course, the required material will depend on the study area and on the group studied. But, in general, field works demand image-charts, topographic maps, bush machete, boots or leg protection, raincoat, canteen, water sterilizer, camera, flashlight, GPS and first-aid kit. To survey vegetation, some of the indispensable items are: flexible tape-line, caliper; measuring tape; trail and/or parcel-marking tape; field files, a researcher’s table, pencil, eraser and sharpener. In the subject of permanent parcels: stakes, rubber hammer, numbered signs, nails and hammer. For gathering botanical materials, one should need: regular and tall pruning scissors, wooden squeezer, old newspapers, cardboard, electrical, gas or alcohol stove, gathering bag, crepe paper tape and pen. A climber may also be needed. One should use the adequate equipment and procedures for performing the gathering in safety. For works with avifauna, in the event of observational methods, the necessary equipment is: binoculars 8x30 or 8x40 (plus a spare), playback recorders, field files and scrapbooks, besides literature between field guides and textbooks. When using ornithological nets, the best results are obtained for sub-woodland birds with the following characteristics: black color, mesh of 3.6 cm between opposed knots, length of 12 m and height of 2.5 or 3 m. Generally 15 or 20 nets are used per spatial repetition in five activity days. Other items may be cited: field files, caliper, scales, light-colored cotton bags, bamboo sticks, digger, sickle, thread, lots of literature and sugar in water for weakened hummingbirds.

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case study


monitoring birds and vegetation . série água, clima e floresta . v. III

this study presents the main results, additionally to the practical lessons learned from the pioneer work, assisting further initiatives on forest restoration

5.1 Gathering and evaluation of reference information for the project ‘Restoration of 350 hectares in the Surroundings of the Cachoeira River Reservoir – Piracaia – SP’

T

his study presents the main results, additionally to the practical lessons learned from the pioneer work, assisting further initiatives on forest restoration.

The goal of this study was to gather reference information about vegetation, flora, avifauna and habitats to subsidize the forest restoration planning and monitoring of an area with 350 hectares at the margins of the Cachoeira River Dam, in Piracaia, SP. For so, different forest fragments close to the project scope area were selected, where bio-indication parameters were measured, characterizing conservation stages on the project area remnants. The area was restricted to the Sabesp area, surrounding the Cachoeira Reservoir, part of the Cantareira System, which flows into the sub-basin of the Atibaia River at the Piracicaba River basin. Remaining forest fragments are secondary formations of the Montana Semi-deciduous Seasonal Forest and, regarding the avifauna, the region is under the influence of the ‘Serra Do Mar Sierra Endemism Center’. It is an area of potential biological importance, but scientific knowledge is insufficient for its prioritization in terms of biodiversity conservation in Sao Paulo State, so the information generated in this project have been very important for filling in this gap.

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Haroldo Palo Jr.

5.2 The methodology adopted and its brief justiďŹ cation The methodology was chosen trying to contemplate the above-mentioned objectives, and its replication in the future monitoring of restoration activities. Birds and the flora (including its forest structure) were the biological groups selected, because these are recognized and ecologically interactive indicators, which allow for inferences on ecological functions and environmental services. As it aims at restoring the forest generating carbon credit, inventories have been performed comprising the level of accuracy necessary for and during monitoring, with statistical security in stating significant ecological differences resulting from restoration. The stratified sampling was adopted, because more interesting forest species would be concentrated in wood fragments dispersed through the pasture matrix to be restored. Fragments were stratified by size, being elected also considering their distances (about 1 km between them to promote independence between samplings) and the access ways. Thus, 6 fragments were elected, 3 small- and 3 average-sized.

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The flower composition and the phyto-sociology of bushy-arboreal species in two life phases: seedlings (until 1 m height) and adults (PAP > 15 cm), were also sampled. Seedlings were evaluated in 1 Ă— 1 m parcels, while adults were evaluated in 10 Ă— 20 m parcels. The ground coverage by exotic grasses was also evaluated, as well as the presence of exotic, endemic and extinction-threatened species. In the same fragments, birds were inventoried through fixed points established within and at the forest borders; samples from the habitat structure were also obtained, like sub-woodland density, forest vertical complexity and light intensity. Trails, parcels and sampling spots were established within and at the fragment borders, allowing the recording of forest species and the open environment, providing ecological inferences regarding the environment structure aspects and at the community level, mainly about the most abundant populations. In each fragment were installed six parcels for sampling the vegetation, each one measuring 10 x 20 m, summing up 24 parcels. The disposition of parcels within each fragment was done systematically, along the trails. A minimum distance of 20 m between them was kept. There was also the goal of trying to evaluate the highest number of possible situations (plain and steep, dry and humid, close and far away from the border) trying to comprise the existing environmental heterogeneity. In each area, 3 - 6 fixed spots were established for inventorying bird assemblies. Such spots were placed along trails at least 200 m away from each other. The inventory summed up 16.40 hours, with twenty-minute permanence in each drafted spot with no reposition, until all the spots were sampled. The effort was distributed in 29 spots established in forest borders and 20 spots within the forest. 104

5.3 Main results Two hundred and fifty-six vegetal species were recorded, out of which eight present some extinction threaten degree and six were endemic. Using these threatened and endemic species in restoration activities should be encouraged, seeking to increase the study area conservation value. Nine exotic species were also found, out of which Tecoma stans should receive higher attention due to its high invasion potential in open areas. The vegetation phyto-sociological study recorded 875 adult individuals belonging to 111 bushy-arboreal species, and 1,466 seedlings from 83 species. Nine and fourteen indicator species were found among the adults and seedlings. These species are characteristic of one or another conservation status and, therefore, may have their populations monitored for evaluating the restoration success. The results of some quantitative variables were different between both conservation statuses considered herein. Regarding the habitat, sub-woodland density and the forest vertical structure samples were adequate and presented significant correlations with the bird diversity, revealing that such characteristics should be considered at the forest restoration. The light intensity on the subwoodland was the least adequate variable for characterizing habitats, because there was a huge variation in the results achieved, and there was no significant correlation between bird diversity and light intensity. The forests under study present, in a general sense, maximum height around 20 meters, with a vertiginous decrease on complexity around 10 and 15 meters of height. The sub-woodland was always dense, presenting 80% or more of vegetal coverage up to 5 meters of height. The avifauna presented 129 species of 42 families. No species is threatened of extinction and only


nine endemic species of the Atlantic Jungle biome were recorded; such records show that this community is impoverished and mischaracterized and it is a subset of other communities in Sao Paulo State in better conservation status. The inventory performed through spots recruited 597 individuals and 78 species of 32 families. Confidence intervals obtained for bird diversity aspects like the Shannon-Wiener index, uniformity, richness, abundance were similar to other works that used the same sampling method in several forest fragments in Sao Paulo State. Forest birds presented a population density of 6.3 individuals per hectare. There were no significant differences in bird diversity, considering results obtained within forest fragments in comparison with those obtained in their borders. Analyses aimed at monitoring systems capable of detecting population changes of 5% with ‘t’ tests paired for dependent samples indicate that, for obtaining an alpha level of 0.01 and power of 0.8, 43 samples should be done; with an alpha level of 0.05 and power of 0.81: 27 fixed spots should be sampled. The selection of species indicators for future monitoring was done weighing ecological demands and the need of being abundant and frequent birds, such as, among forest birds: Basileuterus culicivorus, Basileuterus leucoblepharus, Thamnophilus caerulescens, Chiroxiphia caudata and among border and open area-species: Cychlarhis gujanensis, Vireo olivaceus, Colaptes campestris, Tolmomyias sulphurescens, Pitangus sulphuratus and Turdus rufiventris. In a general sense, the project was quite successful and the methods used were efficient at gathering quality reference information. As important products, the project execution promoted: i) detailed descriptions of forest fragments; ii) representative lists of flora and avifauna (with habits, ecological guilds, extinction threat and endemism); iii) reference quantitative parameters and the acceptable variation linked to them, and iv) the determination of indicator species. With these results, it will be possible to plan and perform the restoration activities, as well as helping their monitoring from clear and objective information.

5.4 DifďŹ culties and lessons learned The experimentation in Piracaia had, as main difficulty, the absence of preliminary remote sensory, which could provide sounder grounds to estimates in area unit of fragments and the classification of the forest coverage in conservation statuses, allowing a more efficient stratification of the sampling due to these attributes. Acknowledgements The Nature Conservancy and Sabesp. 105


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