Set2020 "Cartada final" - Inéditos

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Cartada final


setembro/2020 TAG Comércio de Livros Ltda. Rua Câncio Gomes, 571 | Bairro Floresta Porto Alegre - RS | CEP: 90220-060 (51) 3095-5200

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Redação Fernanda Grabauska Luísa Santini Januário produto@taglivros.com.br Revisão Caroline Cardoso Impressão Gráfica Eskenazi Projeto Gráfico Bruno Miguell M. Mesquita Gabriela Heberle Paula Hentges Kalany Ballardin design@taglivros.com.br Capa Rafael Nobre contato@rafaelnobre.com 2


Oi, tagger! Mesmo vivendo em um país onde não há pena de morte, ela vez que outra aparece em séries documentais, filmes angustiantes e, neste mês, no livro que você recebe. Mais do que o mestre dos thrillers de tribunal, John Grisham é um conhecido ativista pelo fim da pena de morte. E todo esse conhecimento sobre o tema fica claro nas páginas de Cartada Final. A busca do advogado Cullen Post pela exoneração de Quincy Miller, jovem negro condenado injustamente por um sistema judiciário tão obtuso quanto preconceituoso, traduz a luta de milhares de ativistas nos Estados Unidos. Nesta revista, além da apresentação habitual da obra e do livro, você entenderá as origens e aplicações da pena de morte nos Estados Unidos. Também conhecerá as histórias de homens e mulheres que, condenados injustamente, necessitaram da salvação de advogados como Post para fugir da execução pelo estado. O tema é difícil e suscita discussões inflamadas. É por isso que, depois da leitura, a gente te espera no nosso aplicativo para conversar a respeito. Boa leitura!


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Sumário 04

Uma corrida contra o tempo

06

Grisham, o rei dos tribunais

10

Como funciona o corredor da morte?

14

Vítimas do sistema

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Próximo mês

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O livro enviado

Uma corrida contra o tempo Cartada final, 40º romance de John Grisham, conta a história de Cullen Post, advogado e pastor que comanda uma instituição sem fins lucrativos com o mesmo nome do romance. A instituição recebe uma carta de Quincy Miller, condenado à prisão perpétua pelo assassinato de Keith Russo. Há mais de vinte anos, Miller afirma a própria inocência. O enredo de Cartada final gira em torno da investigação conduzida por Post na tentativa de provar a inocência do seu novo cliente. Eventualmente, o protagonista descobrirá que os verdadeiros assassinos não estão interessados que Miller deixe a prisão.

Texto: André Luiz Costa Ilustrações: Rafael Nobre 4

Nesse romance, Grisham mantém o mesmo nível de suspense e mistério presente em sua bibliografia. Lentamente vai deixando pistas para que o próprio leitor siga, construindo uma narrativa que nos obriga a ler sem parar. Seus personagens parecem de carne e osso, e os dramas de perseguição e injustiça que vivem nos obrigam a olhar para o nosso próprio


sistema prisional. O autor, mesmo que indiretamente, aborda temas que nos comovem, e Quincy Miller acaba sendo símbolo de tantas outras pessoas que sofreram ou sofrem no mesmo sistema. Esse aspecto emocional do livro está em perfeita sintonia com as viradas abruptas da trama e as descobertas imprevisíveis que o leitor fará ao longo da leitura. Além disso, Grisham tem um ótimo domínio da sua linguagem: as palavras, sempre bem escolhidas, fluem tanto nas descrições quanto nos diálogos. Em um texto para o The Washington Post, Maureen Corrigan destaca a longevidade da carreira de Grisham e a compara com Agatha Christie, que, segundo ela, pausava a escrita apenas para afiar o lápis. De fato, Grisham publica praticamente um romance por ano desde 1989, quando lançou Tempo de matar. No entanto, Cartada final está sendo considerado um dos seus melhores livros, ao menos na fase mais recente da sua carreira, em que o autor retoma características que o consagraram e as aproxima de um talento sempre renovado para contar histórias de suspense jurídico.

Grisham mostra que ainda tem espaço para surpreender e provocar em seus livros. Cartada final é um romance de fôlego sobre um assunto importante que ainda pode ser desdobrado. Sua relevância e reverberação caberão ao leitor depois da leitura, mas os personagens certamente serão lembrados. 5


Grisham,

o rei dos tribunais Texto: Thiago Souza

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Nas últimas três décadas, ele manteve a notável média de produção de um livro por ano, sem comprometer em nada sua engenhosidade e sua qualidade literária. Embora a mesma temática permeie toda a sua obra, ele jamais se repete nos enredos. Já vendeu mais de 300 milhões de exemplares e se tornou um fenômeno de leitura não apenas nos Estados Unidos, onde nasceu, mas no mundo todo, tendo sido traduzido para mais de 40 idiomas. Antes de construir essa sólida carreira como escritor de thrillers jurídicos, John Grisham atuava como advogado em Southaven, no Mississipi. Foi só a partir dessa experiência profissional que começou a elaborar suas histórias. Seus livros são repletos de tramas e personagens situados nesse universo dos tribunais. “Duvido seriamente que alguma vez teria escrito a primeira história se não fosse advogado. Eu nunca sonhei em ser escritor. Escrevi apenas depois de testemunhar um julgamento”, conta. Como se dedicava de 60 a 70 horas por semana ao escritório de advocacia, sobrava-lhe pouco tempo para escrever – algo que ainda era um hobby nessa época. Grisham, então, passou a acordar às cinco da manhã todos os dias para dedicar as primeiras horas do dia, antes do trabalho formal, à escrita. Aproveitava também os recessos dos tribunais para escrever. Assim concluiu o seu primeiro romance, Tempo de


matar. Grisham começou a pensar na história depois de ouvir o testemunho angustiante de uma vítima de estupro de 12 anos. Ele escreveu o livro imaginando o que teria acontecido se o pai da menina tivesse assassinado os agressores da filha. Inicialmente rejeitado por muitas editoras, Tempo de matar foi comprado pela Wynwood Press e publicado em 1989 com uma tiragem de 5 mil exemplares, muitos dos quais acabaram empilhados no escritório do autor. Filho de um trabalhador da construção civil e de uma dona de casa, John Ray Grisham Jr. nasceu em 8 de fevereiro de 1955 em Jonesboro, Arkansas. Ainda criança, sonhava em ser jogador de beisebol, mas, à medida que o tempo passou, percebeu que não levava jeito para profissional do esporte. Formou-se, então, em Contabilidade pela Universidade do Mississippi e, depois, em 1981, completou o curso de Direito da mesma instituição, especializando-se em defesa criminal e litígio por danos pessoais. Em 1983, decidiu entrar na vida política e foi eleito para a Câmara dos Deputados do Mississippi, onde trabalhou até 1990. Assim que terminou o primeiro romance, Grisham logo mergulhou na escrita do seu segundo livro, A firma, o que acabaria por transformar o hobby em uma nova carreira em tempo integral. Quando vendeu os direitos para a adaptação cinematográfica de A firma para a Paramount Pictures por US$ 600 mil, Grisham de repente se tornou disputado entre as editoras, e os direitos de seus livros foram comprados pela Doubleday. A firma passou 47 semanas na lista de best-sellers do New York Times e foi o romance mais vendido de 1991. Em seguida vieram O dossiê pelicano (1992), que alcançou o número um da lista do Times, e O cliente (1993), que já estreou em primeiro lugar. Essas marcas renovaram o interesse por Tempo de matar, 7


republicado em capa dura pela Doubleday e, depois, em brochura pela Dell. Desta vez, o escritório do autor ficou livre de exemplares encalhados. Em 1996, Grisham ficou alguns meses sem escrever para, depois de um hiato de cinco anos, voltar a atuar nos tribunais. Representando a família de um trabalhador ferroviário morto em acidente de trabalho, convenceu o júri em favor de seus clientes, que receberam o valor de US$ 683.500, o maior acordo feito em sua carreira. Nove de seus romances foram adaptados para o cinema. Em muitas das adaptações ele figura como roteirista ou produtor. O homem inocente (2006) marcou sua primeira incursão na não ficção e Caminhos da lei (2009) foi sua primeira coletânea de contos. Lançado em 2019 nos Estados Unidos, Cartada final atualiza os temas emblemáticos de Grisham e é testemunho de um autor atento às discussões contemporâneas como o racismo institucional, sem abrir mão do tom envolvente com que narra suas histórias. O livro, 40º de sua carreira, conta a história da condenação injusta de um jovem negro, Quincy Miller, acusado de ter assassinado um advogado branco, Keith Russo. Mesmo com provas bastante questionáveis contra ele, Miller fica preso por 22 anos. Desesperado, escreve uma carta ao Ministério dos Guardiões, organização sem fins lucrativos administrada por Cullen Post, advogado que se tornou pastor de igreja e dedica a vida a corrigir erros da justiça criminal. “O racismo é inerente ao sistema. Réus negros recebem tratamentos diferentes. Da polícia e dos promotores”, Grisham afirmou à época do lançamento do romance. "Toda condenação injusta é uma história fantástica por causa do nível de sofrimento humano, da injustiça, da narrativa justa, todos esses fatores que amamos nas histórias”. A exemplo de Post, Grisham também é evangélico e, inclusive, já esteve no Brasil entre missionários batistas que ajudaram igrejas no Pantanal. 8


Café e livros,

uma combinação irresistível

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Para libertar Quincy Miller do corredor da morte em Cartada final, os Guardiões da Inocência, liderados por Cullen Post, encaram uma investigação perigosa e desafiadora. O thriller criminal, além de trazer à tona diversas discussões a respeito do sistema penitenciário dos Estados Unidos, também acompanha o grupo de advogados que percorre o país atrás de um desfecho para o caso. Em meio à tensão da rotina, os Guardiões intercalam pequenas pausas para relaxar com uma boa xícara de café — seja em casa, na estrada, em cafeterias, no escritório ou no tribunal:

“Então dirijo por longos períodos, regado a café e audiolivros.” — Cartada final, página 29

Lembre-se de compartilhar o que você achou do kit do mês no aplicativo do clube!

O kit de café enviado na caixinha de setembro é um convite sensorial para embarcar nessa história e foi desenvolvido em parceria com a Melitta. O conjunto é composto por um café Gourmet da região sul de Minas Gerais, um suporte e um pacote de filtros. Por isso, que tal desfrutar dessa leitura (e de muitas outras) com a companhia de um café Melitta fresquinho passado na hora? Além do mimo, você pode adquirir outros produtos da Melitta com um cupom de desconto especial para os associados da TAG: LIVROCOMCAFE. Basta entrar no site e cadastrar o código antes de finalizar a compra: www.melitta.com.br. 9


Rumo ao fim

Como é o corredor da morte nos Estados Unidos

Texto: Priscila Pacheco 10

Você está sozinho à mesa, a única do ambiente. Depois de fazer a última refeição – hambúrguer e batatas fritas –, cada passo em direção à porta à sua frente está mais próximo de ser o último. Quando, por fim, você deita na maca posicionada dentro da saleta, com um cateter em cada braço, é para não andar novamente. A partir de referências do Centro de Informações sobre Pena de Morte (DPIC, na sigla em inglês), a cena acima descreve, de maneira sucinta, os últimos momentos de um preso no chamado “corredor da morte”. Como se vê, a expressão amplamente conhecida é metafórica: não há um corredor no sentido literal. O termo é usado para designar as unidades prisionais onde ficam os condenados à pena de morte e o caminho percorrido por eles até o momento da execução. O processo entre a sentença e a execução pode durar anos, durante os quais o preso caminha – ou permanece – pelo corredor da morte. Nos Estados Unidos, a pena de morte é tão antiga quanto a história do próprio país. Séculos passaram desde a primeira execução, mas a prática ainda divide opiniões e é até hoje motivo de debates tanto entre o público geral quanto entre governantes e legisladores. Nas próximas páginas, conheça um pouco da história da penalidade máxima nos EUA – onde e como é aplicada, métodos, crimes capitais e o cenário das condenações hoje.


Breve história da pena de morte A pena de morte nos Estados Unidos remonta ao tempo das colônias, antes mesmo da independência do país. Em 1608, o Capitão George Kendall foi o primeiro homem executado de que se tem registro, acusado de espionagem e morto por fuzilamento. De lá para cá, as execuções já passaram de 15 mil. Em séculos de história, a pena de morte nunca deixou de ser aplicada nos Estados Unidos. Até 1972. Um morador acorda no meio da noite com um homem assaltando sua casa. É William Henry Furman, que mais tarde apresentaria versões contraditórias sobre como sua arma disparou e ele acabou matando a vítima. No julgamento, a Suprema Corte considera a pena de morte inconstitucional – e todas as sentenças pendentes naquele momento são convertidas em prisão perpétua. A pena de morte estava suspensa – temporariamente. Não muito tempo depois, em 1976, um caso semelhante reverteria a situação: também acusado de roubo e homicídio, Troy Leon Gregg foi, porém, sentenciado com a penalidade máxima. Dessa vez, o entendimento da Suprema Corte foi de que a pena capital é constitucional nos casos em que o réu mata deliberadamente e pode ser aplicada se o júri levar em consideração a crueldade do crime e a natureza do réu. O julgamento de 1976 se tornou um marco, e o ano é referência para diversas contagens, análises e relatórios. Desde então, 1.518 pessoas foram executadas nos Estados Unidos segundo dados do DPIC.

Retratos do corredor da morte Nos EUA, é possível ser condenado à morte em instância federal ou estadual. Os estados têm autonomia para legislar sobre a aplicação da penalidade em seus territórios. Hoje, 28 deles preveem a pena de morte em seus estatutos. 11


Não aplica a pena de morte

Aplica a pena de morte

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Os casos de instância federal são mais raros – até hoje, apenas três execuções. Atualmente, 62 presos estão no corredor da morte federal e outros 2.558 por crimes estaduais. Dados do DPIC ajudam a traçar um retrato do corredor nos Estados Unidos desde 1976: • Dos executados até hoje, 55,8% eram brancos, 34,1% negros, 8,5% hispânicos e 1,6% de outras raças. • Entre os presos atualmente no corredor da morte, 42% são brancos. Outros 42% são negros. Hispânicos representam 13% e outras raças, 3%. • A maioria das execuções aconteceram no Sul: 1.242. Sozinho, o Texas soma 569 desse total. • Até hoje, apenas 16 mulheres foram executadas; elas são apenas 57 do total de presos no corredor da morte.


Métodos de execução e crimes capitais Desde o fuzilamento do Capitão Kendall, em 1608, os métodos utilizados para a execução também mudaram. Hoje, além do pelotão de fuzilamento, outros quatro métodos são utilizados: enforcamento, eletrocussão, inalação de gás e injeção letal. Os EUA foram o primeiro país do mundo a usar a injeção letal, aplicada pela primeira vez em 1982. Para ser sentenciado com a pena de morte, é preciso cometer um assassinato agravado ou crime contra o Estado. Os agravantes variam de estado para estado, mas alguns são universais, como é o caso de roubo seguido de assassinato, assassinato envolvendo estupro da vítima ou assassinato de policial em plantão. Entre os crimes contra o Estado, são considerados: traição, espionagem, atos de terrorismo e tráfico de drogas em larga escala.

Cenário em mudança

O total de execuções é de 1.515. Somam-se a elas 3 execuções pelo governo federal, totalizando 1.518. Fonte: DPIC. https:// deathpenaltyinfo. org/executions/executions-overview/ number-of-executions-by-state-andregion-since-1976"

A pena de morte é uma questão polêmica em todo o mundo. Nos Estados Unidos não é diferente. Atualmente, dos 54 países que aplicam a penalidade, a nação governada por Donald Trump é a única entre as consideradas desenvolvidas. Contudo, os dados mostram que, ano após ano, a prática perde força no país. O apoio da população também tem sofrido um declínio. De acordo com pesquisa do Pew Research Center, 54% dos estadunidenses apoiavam a pena de morte em 2018 – em 1996, o índice chegava a quase 80%. O mesmo se dá em relação ao número de sentenças e execuções. Desde que atingiram o pico de 300 por ano nos anos 1990, as condenações registram uma queda de 85%. E as execuções, desde o pico em 1999, quando 98 pessoas foram executadas, diminuíram em 75%. Em 2019, foram 22 execuções – a maioria nos estados mais conservadores do Sul – nove delas só no Texas. Em 2020, 6 execuções até aqui. A última delas em maio, durante a pandemia.


Vítimas do sistema Em 2006, Antonin Scalia, juiz associado da Suprema Corte americana, afirmou que, caso os Estados Unidos tivessem executado presos injustamente, “seus nomes seriam gritados dos telhados”. A afirmação, como lembram de forma incansável aqueles que advogam contra a pena de morte no país, é falsa. Desde a retomada da pena de morte pelo Judiciário americano, em 1976, mais de 1,4 mil pessoas foram executadas. Desde 1973, 156 pessoas foram exoneradas – isto é, inocentadas e postas em liberdade. Proporcionalmente, a marca assusta: para cada 10 executados, um detento é inocentado de acordo com a Coalizão Nacional para Abolir a Pena de Morte (National Coalition to Abolish the Death Penalty, em inglês). Conheça as histórias de prisioneiros que escaparam do corredor da morte sem que seus nomes fossem gritados de telhado algum.

Texto: Fernanda Grabauska 14

Henry Lee McCollum e Leon Brown foram exonerados em 2014. Os meios-irmãos – que têm deficiência mental – confessaram ter estuprado e assassinado Sabrina Buie, de 11 anos, em 1983. Ambos foram condenados à morte. A sentença de Brown foi alterada para perpétua, mas McCollum passou três décadas no corredor da morte até que exames de DNA provassem tanto a sua inocência como a do meio-irmão. O Estado da Carolina do Norte compensou os dois pelo erro com US$ 750 mil dólares cada um, dinheiro que logo lhes foi tomado por oportunistas e estelionatários.


Kirk Bloodsworth, ex-oficial da Marinha, vivia da pesca de frutos do mar em Maryland. Em 1984, ele foi condenado por estuprar e matar Dawn Hamilton, de nove anos. No julgamento, cinco testemunhas afirmaram ter visto Bloodsworth com a vítima, embora ele tenha defendido sua inocência até o fim. Em 1992, ele leu a respeito da reavaliação de uma condenação a partir de análise de DNA na justiça inglesa. Ao apelar da sua sentença, o exame do DNA encontrado na roupa da vítima o inocentou do crime, tornando Bloodsworth o primeiro preso a ser exonerado do corredor da morte a partir da testagem de DNA. Atuamente, ele trabalha como diretor de advocacia da Witness to Innocence, organização que busca oferecer apoio a prisioneiros que também escaparam da execução pelo Estado.

Sabrina Butler tinha 18 anos quando chegou a um hospital carregando seu filho, de nove meses, sem vida. Era abril de 1989 e ela afirmou aos socorristas que tentou ressuscitá-lo, sem sucesso. O que aconteceu a partir daí fugiu do controle de Sabrina, que foi coagida a confessar o assassinato de seu bebê, presa e sentenciada à morte. Em 1995, após uma mudança na corte, o advogado de Butler apresentou testemunhos de vizinhos que disseram tê-la visto tentando reanimar a criança – um deles disse que, inclusive, tentou ajudá-la. Também houve indícios de que a autópsia feita no corpo do bebê foi desleixada. O júri deliberou apenas por instantes antes de inocentar a jovem. 15


Próximo mês Thomas Pynchon, Cormac McCarthy, J.D. Salinger, Harper Lee. Todos escritores quase diametralmente diferentes em gênero, porém com uma coisa em comum: a aura de mistério ao redor de suas vidas reclusas. O protagonista do livro de outubro é um escritor como eles: depois de publicar romances cultuados por público e crítica, refugia-se em uma ilhota mediterrânea nos anos 1990. Vinte anos depois, uma jovem jornalista chega à ilha disposta a desvendar seus segredos... Mas um misterioso assassinato coloca os dois em lados opostos de um enredo repleto de mentiras, paixão e literatura. Traduzido para mais de 40 idiomas, seu autor tem mais de 11 milhões de livros vendidos no mundo inteiro e há anos encabeça as listas dos mais vendidos na França, sua terra natal.

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Quantos livros de

autoria negra

você leu recentemente? Separamos algumas sugestões para você!

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“Cem coelhos nunca fizeram um cavalo, como cem presunções não fazem uma prova.” – Fiódor Dostoiévski


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