ABR 2024
coletivo de crochê de Copeton
O
TAG — Experiências Literárias
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Publisher Rafaela Pechansky
Edição e textos Ana Lima Cecilio
Colaboradoras Laura Viola e Sophia Maia
Designer Bruno Miguell Mesquita
Capa Gabriela Heberle
Revisores Antônio Augusto e Liziane Kugland
Impressão Impressos Portão
Olá, tagger
S“É impossível ser feliz sozinho.”
Tom Jobim
e o ser humano é um animal social, como cravaram os primeiros filósofos gregos, como é que a gente faz para enfrentar a epidemia de solidão que parece assolar o mundo inteiro, seja nas maiores cidades do mundo, seja nas pequenas comunidades que se espalham por aí?
A vida moderna, ninguém duvida, traz imensas facilidades: deliveries, produtos e serviços que nos fazem acreditar que somos autossuficientes e que é possível passar dias sem precisar falar com ninguém. Mas ela também traz a ilusão das redes sociais, uma imagem errada de nós mesmos, e a criação de um mundo particular em que temos cada vez mais dificuldade de cumprimentar nossos vizinhos.
O livro do mês é um livro doce, esperançoso, sobre um grupo de pessoas que achavam que não tinham nada em comum — ou, para fazer um trocadilho, que eram ligadas umas às outras por uma linha muito tênue: a linha que usavam no crochê que faziam sozinhas. Acontece que, ao puxar essa linha, vão aos poucos descobrindo que têm muito mais em comum — medos, ideias, sentimentos, vontades — e que costurar isso tudo pode ter um resultado belíssimo. Quer ver? É só desamarrar essa trama.
Experiência do mês
ABRIL 2024
Seu livro além do livro: para ouvir, guardar, expandir, crescer.
Mimo
TagRô: O tarô literário da Tag
O tarô é composto por arcanos que, escolhidos aleatoriamente, mostram rumos na nossa vida. E com os livros também não é assim?
Cada autor nos mostra algo especial, alerta sobre perigos, dá dicas importantes. Foi assim que nasceu o TagRô: para que a literatura seja seu grande norte.
Projeto gráfico
No projeto gráfico de Gabriela Heberle não poderia faltar uma referência ao crochê, com suas tramas de fios, que é o que faz os nós e desata nessa história tão quentinha. A capa vazada traz um novelo, claro, mas é também uma janela para esta história que chega tão perto dessas personagens curiosas e irresistíveis.
PODCAST
APP
Para quem sabe que o livro sempre rende boas conversas
PLAYLIST
Visite o app para saber mais sobre o livro e participar da comunidade
Para ajudar a embalar a sua leitura
sumário
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Por que ler este livro
Bons motivos para você abrir as primeiras páginas e não parar mais
Universo do livro
Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês
Sobre a autora
Um retrato caprichado e uma entrevista com quem está por trás da história
Vem por aí
Para você ir preparando seu coração
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Da mesma estante
Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês
Madame TAG responde
Dor de amor? Dúvidas na vida? Nosso consultório literosentimental responde com dicas de livros
“Alegre, caloroso e absolutamente encantador –fiquei sorrindo por dias.”
Toni Jordan
“Calorosa, engraçada e de grande coração, Kate Solly reúne aqui um elenco de personagens que irão restaurar sua fé no poder das pessoas.”
Cate Kennedy
Por que ler este livro 4
Por que ler este livro
Um livro que funciona como se cada personagem fosse dona do seu próprio livro: uma publicitária amarga, uma mãe atribulada, uma fofoqueira impiedosa, um sujeito que parece que nasceu apenas para fazer o bem, uma jovem com muitos problemas… Mas no livro da vida de cada um falta uma amarra, algo que dê sentido. E é aí que surgem os surpreendentes encontros do crochê. Um livro delicioso sobre estar perto de outras pessoas, para descobrir o que há de melhor em nós.
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Universo do livro
Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês
O LIVRO DO MÊS
parte de várias pessoas dedicadas a um mesmo projeto manual como Colcha de retalhos
A avó de Finn reúne suas velhas amigas para costurar uma colcha como presente de casamento para a moça e, enquanto costuram, refletem sobre suas próprias trajetórias de vida.
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aposta na força da amizade entre as mulheres como Tomates verdes fritos
tem um olhar afetuoso e bem-humorado para os moradores de uma pequena cidade como Gilmore girls
Numa pequena cidade, mãe e filha muito amigas amadurecem, se conhecem e participam de uma comunidade encantadora.
Ao visitar um parente num lar de repouso, Evelyn faz amizade com uma senhora que lhe traz uma nova perspectiva através de contos do seu passado. 6
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capta o que há de humano, engraçado e especial em cada pessoa como
O COLETIVO DE CROCHÊ DE COPETON
é leve, mas consegue tratar de um tema muito sensível como Riverdale
Uma série para todas as idades, em que um grupo de amigos fazem o que podem para lidar com a escola, os dramas familiares e os misteriosos crimes que ameaçam sua pacata cidade suburbana.
que fala sobre a importância de vencer preconceitos coletivamente como A livraria
Uma viúva decide reconstruir sua vida e resolve abrir uma livraria, apesar da oposição da população do vilarejo onde vive, na Inglaterra, em 1950.
em que várias pessoas se unem para uma causa comum e maior como Chocolate
Uma forasteira chega em uma pequena cidade com a novidade do prazer pelo chocolate, provocando a desconfiança da população austera. Aos poucos, ela vai conquistando a cidade inteira.
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Viver profundamente, para derramar-se na escrita
Kate Solly procura divertir-se, ainda que nas situações mais graves, para ser capaz de escrever levemente.
Nem sempre é recomendável começar a falar de um autor por sua vida pessoal — claro, uma obra de arte sempre parte de alguém, mas há certa etiqueta literária que prega que a obra importa mais do que o que o autor faz. É verdade. Mas, em alguns casos, a vida pessoal enriquece a obra e empresta porções generosas da personalidade de quem escreveu a história para as personagens que foram escritas.
Kate Solly é uma bem-humoradíssima australiana, que vive numa cidade pequena e é mãe de seis filhos. Além disso, tem uma obsessão em controlar alguns aspectos da sua vida (o que fica difícil quando se tem seis filhos), é muito conversadeira e se indigna com toda espécie de injustiça. Ah, e ela também faz crochê!
Se você já leu O coletivo de crochê de Copeton, vai ter impressão de que, nessa brevíssima descrição da autora, já apontamos traços de pelo menos umas seis personagens. E é isso mesmo: ela mesma diz que, apesar de imaginar personagens tão diferentes uns dos outros, sempre há algo dela mesma, da sua personalidade, da sua alegria e da sua paranoia em cada um deles.
A TAG teve uma conversa exclusiva com ela, e traz aqui para você se sentir ainda mais perto dela.
Entrevista com a autora
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Primeira pergunta importante: você faz crochê ou algum outro tipo de trabalho manual?
Eu faço crochê! Quando comecei a escrever o romance, pensei que deveria escrever sobre algo que conheço, então escolhi o crochê. Houve também alguma realização de desejo envolvida. Eu não conhecia mais ninguém que fizesse crochê, então inventei um grupo de crochê para mim!
De onde veio a ideia para esta história? E como os personagens, especialmente Meredith, ganharam vida?
Parte da história que escrevi foi inspirada em notícias de acontecimentos da minha cidade. Num subúrbio perto de onde cresci, havia um programa para acomodar refugiados na cooperativa de aposentados. Noutro lugar também por perto, ocorreram protestos contra a construção de uma mesquita, e até vieram pessoas de outras partes do país para protestar. Entre os defensores, havia um que dirigia uma van pelas ruas tocando o chamado (musical) islâmico para a oração. Em ambos os casos, as pessoas se uniram e usaram a criatividade para mostrar mensagens de boas-vindas e tolerância para combater a intolerância. Eu acho que todos os personagens são partes diferentes da minha personalidade. As pessoas que me conhecem pensam que sou mais parecida com Claire, mas definitivamente tenho uma Meredith interior! Meredith gosta de estar no controle e não gosta da imprevisibilidade das situações sociais. Também imagino que Meredith seja autista. Tenho amigos e familiares que também são autistas, então isso ajudou a moldar o caráter dela.
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“
É minha vida caótica e cheia de amor que me dá meu material. Se eu morasse em uma cabana isolada, ficaria sozinha e não teria nada sobre o que escrever.
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Como é o seu processo criativo? Com uma família tão grande, como você encontra tempo para escrever?
Essa é a minha luta constante! A vida em casa é muito cheia e imprevisível. Às vezes, fantasio morar sozinha em uma casinha, sem nada para fazer além de escrever. Eu faria tanta coisa! Mas, na realidade, sei que não funcionaria assim. É minha vida caótica e cheia de amor que me dá meu material. Se eu morasse em uma cabana isolada, ficaria sozinha e não teria nada sobre o que escrever. Do jeito que está, encontro tempo para escrever sempre que posso. Tenho um teclado portátil que se conecta ao meu telefone via bluetooth. Escrevo no carro, nas aulas de natação, nas bibliotecas, nos cafés, no McDonalds e na Ikea!
Escrever sempre foi meu deleite especial. Uma pequena fuga da implacabilidade da maternidade.
O que você pode compartilhar sobre seus projetos futuros?
Estou muito animada com meu próximo romance. É um mistério bem fofo em que a detetive é mãe de crianças pequenas e adora quebra-cabeças. Sua melhor amiga adora crochê e bordado. Os personagens são uma companhia maravilhosa e o enredo é agradável e sinuoso. Mal posso esperar para compartilhar isso.
Você poderia enviar uma breve mensagem aos seus leitores brasileiros?
Eu amo vocês! Muito obrigada por reservarem um tempo para ler meu livro. Isso significa muito para mim. Se quiserem conversar, visitem minhas redes sociais. Eu adoraria ouvir vocês.
MINHA ESTANTE
O primeiro livro que li: O Gatola da Cartola, do Dr. Seuss.
O livro que estou lendo atualmente:
The Wife and the Widow, de Christian White.
O livro que mudou minha vida: Anne de Green Gables, de L. M. Montgomery. Anne é uma personagem atemporal que está em meu coração e que moldou quem eu sou. Eu leio esse livro todos os anos.
O livro que eu gostaria de ter escrito: Addition, de Toni Jordan.
O último livro que me fez rir:
O projeto Rosie, de Graeme Simsion.
O último livro que me fez chorar:
A bala que errou o alvo, de Richard Osman.
O livro que dou de presente:
O dicionário das palavras perdidas, de Pip Williams.
O livro que não consegui terminar: Ulisses, de James Joyce (Eu sei! Sinto muito!).
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No próximo mês
Procure seusSPOILERS aqui!
Na sua próxima caixinha, uma mulher prestes a fazer 30 anos, com um plano de vida muito bem encaminhado, vê tudo virar de pernas para o ar quando fica presa numa ilha por conta do distanciamento obrigatório que veio com a pandemia. Completamente isolada, ela deve aventurar-se além da sua zona de conforto.
Procure no nosso caça-palavras dicas sobre o livro que chega já já na sua casa:
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Da mesma estante
Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês, para quem quiser continuar no assunto
GARANTA SEUS LIVROS AQUI:
Lá no site, além de aproveitar seu desconto de associado TAG, você tem mais informações sobre os livros – além de muitas outras dicas!
O HOMEM QUE CORROMPEU HADLEYBURG, Mark Twain
Tradução de Ronaldo Bressane Grua Livros 96 pp.
Hadleyburg é uma pequena cidade norte-americana conhecida por ter apenas cidadãos absolutamente honestos e exemplares. Um forasteiro, sentindo-se ofendido, quando passa por lá, por tamanha retidão moral, põe em ação um plano de vingança que pretende desfazer a alcunha de integridade não apenas dos que o ofenderam, mas da cidade inteira: ele simplesmente pega uma mala supostamente cheia de dinheiro e a deposita na casa do prefeito. É o que basta para desenrolar uma comédia de erros com uma trama hilária, em que as diversas personagens, muitíssimo bem desenhadas, vão se revelando, competindo e abrindo um horizonte delicioso de tipos humanos.
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NUNCA VI
A CHUVA, Stefano Volp
Galera 224 pp.
Um romance de formação muito sensível, conta a história de um jovem que, mesmo tendo tudo para ser feliz, convive com um buraco no peito. Descobrir o que é esse buraco, entender o que há de errado e, principalmente, qual é o seu lugar no mundo é doloroso, mas pode ser uma viagem deliciosa.
A BOA SORTE, Rosa Montero Tradução de Fabio Weintraub
Todavia 256 pp.
Do nada, um sujeito desce de um trem numa cidadezinha horrorosa e compra um apartamento. Nessa espécie de fuga que não entendemos bem, ele vai acabar no meio de uma pequena comunidade estranha, com gente esquisita. Aos poucos, ele vai descobrir que são todos apenas humanos.
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Madame TAG responde
Madame Tag, Conheci um rapaz que não lê e não quer ler, mesmo eu falando que o hábito de ler é uma delícia e que vai deixá-lo culto. Mas pensa em um garoto inteligente... Gostaria de saber que livro ou que tipo de livro a senhora recomendaria mandar pra ele. Yasmim.
Ah, Yasmim, Yasmim. Você, com um nome tão poético, tão perfumado de As mil e uma noites, encontrou o dilema número um da vida de quem é apaixonado por leitura e por livros: como fazer as outras pessoas amarem o hábito de ler tanto quanto você.
Porque, veja só: enquanto a paixão amorosa dá ciúme e faz a gente querer o objeto amado só pra gente, a paixão literária é generosa, expansiva, dadivosa. O apaixonado literário quer que todo mundo leia o que ele lê, ame o que ele ama, sinta o que ele sinta. É nesse ponto que você está com esse rapaz.
Pois eu sugiro a você, minha jovem, a tática da Sherazade. É uma tática milenar que consiste em ir contando ao rapaz os enredos dos seus livros preferidos. Pode começar por uma aventura irresistível, como A biblioteca da meia-noite ou A outra princesa, passar por um suspense eletrizante, como o Anna O ou A noite vai te encontrar, até chegar numa deliciosa história de amor (que pode ser um livro ou, digamos, sua própria vida). Mas atenção: você seduz contando a história e não revela o fim!
Sabendo contar de um modo instigante e atraente, ele certamente vai querer saber o que acontece, quando pegar o livro, vai ver o quão agradável é ler e logo vai ser mais um adepto dessa nossa paixão. Algo me diz que, com esse seu nome tão perfumado, você vai convencê-lo rapidinho. Boa sorte, minha querida.
Quer um conselho de Madame TAG?
Escreva para madametag@taglivros.com.br
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“Alegre, caloroso e absolutamente encantador – fiquei sorrindo por dias.”
– TONI JORDAN