O Corvo by Tamires Pará - português

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tamires pará é estudante do sexto

período de comunicação visual design na universidade federal do rio de janeiro e faz parte da turma de 2013.2 de “técnicas de produção a” do prof. andre ramos. para fins acadêmicos, seu dre é 110055765.

Seu sonho é poder ser livre para fazer arte, design, games, quadrinhos, instalações e o que mais quiser se manifestar através dela.

a escolha da obra clássica de edgar allan poe foi pretexto perfeito para a exploração de um clima noir, quase místico e simplista, embora figurativo. este foi o primeiro exercício concreto de arte sequencial realizado pela designer, que pretende relançar o quadrinho com uma finalização colorida no futuro.

texto original

edgar allan poe

adaptação e tradução

fernando pessoa

arte e adaptação visual tamires pará

dedico este quadrinho a minha força de vontade que só se sustentou por sua causa, dani. obrigada.


Ψ

γυκ ἐ

λπο κ

δίε ια

α

ή χ υ


uma visita estĂĄ batendo a meus umbrais.

ĂŠ sĂł isto e nada mais.


é uma

visita ...

... pedindo entrada aqui em meus umbrais. uma visita...

TARDIA...

...PEDE

ENTRADA EM MEUS UMBRAIS. É ISTO, NADA MAIS.


TO C

senhor, ou senhora ... decerto me

perdoais ...

eu ia adormecendo quando vieste batendo ...

t達o levemente batendo, batendo por meus umbrais ...

que mal ouvi.

c li c k. ..


LENORE ...

TOC

TOC

TOC

por certo aquela bulha ĂŠ na minha janela.

VAMOS ...


... ver o que está nela, e o que são estes sinais.

éo vento; e nada mais.


tens o aspecto tosquiado mas de nobre e ousado,

贸 velho corvo emigrado das terras infernais!!

dize-me qual teu nome l谩 nas terras infernais!

NUNCA MAIS.


. . . .

AMIGO, SONHOS - MORTAIS TODOS -

TODOS

JÁ SE FORAM. AMANHÃ TAMBÉM TE VAIS.

NUNCA MAIS.

POR CERTO, SÃO ESTAS AS VOZES

USUAIS.

APRENDEU-AS DE ALGUM DONO, QUE A DESGRAÇA E O ABANDONO SEGUIRAM ATÉ QUE O ENTONO DA ALMA SE QUEBROU EM AIS; E O BORDÃO DE DESESP’RANÇA DE SEU CANTO CHEIO DE AIS.


ERA ESTE

‘NUNCA MAIS’.

ri . . .

SERÁ QUE ME ENTENDE...

...


deu-te

deus, por anjos concedeu-te o esquecimento;

valeu-te.

toma-o, esquece, com teus ais o nome daquela da ... que n達o esqueces e que faz esses teus ais !!


nunca mais !

profeta, profeta ...

dize a esta alma a quem atrais se há um

bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!

ou demônio ou

fosse diabo ou tempestade, quem te trouxe a meus umbrais. a este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, a esta casa de ânsia e medo ...


profeta!

ou demĂ´nio ou ave preta! pelo deus ante quem ambos somos fracos e mortais.

dize a esta alma entristecida . . .

... se no ĂŠden de outra vida verĂĄ essa hoje perdida entre hostes celestiais, essa cujo nome sabem as hostes celestiais !!!!

nunca mais.


que este

grito

nos aparte, ave ou diabo !!! torna à noite e à tempestade !!!!

torna às trevas infernais! não deixes pena que ateste a mentira que disseste!

minha solidão me reste !

NUNCA MAIS !!!


SEU OLHAR TEM A MEDONHA COR DE UM DEMÔNIO QUE SONHA... E A LUZ LANÇA-LHE A TRISTONHA SOMBRA NO CHÃO HÁ MAIS E MAIS,

LIBERTAR-SE-Á...

NUNCA MAIS.


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