Yalla

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Yalla!

Ano 1, No 1, Elul 5776 - Setembro 2016

O INÍCIO DE UMA NOVA ERA


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Editorial

Yalla!

É com muita emoção que apresentamos a 1ª Edição da Revista Yalla! A revista tem dois principais objetivos. O primeiro deles, informar o leitor acerca das atividades e projetos realizados pelo Be Yachad nesses primeiros meses de vida. Nas próximas páginas você conhecerá um pouco mais sobre a estrutura do Be Yachad, suas metas, seus programas e as pessoas envolvidas na sedimentação desses primeiros passos. O segundo objetivo é confeccionar uma revista de alto nível desenvolvida e escrita por jovens da nossa comunidade. Conforme será notado, são diversos os gêneros de textos aqui expostos: opinativos, reflexivos, dissertativos, jornalísticos. Igualmente diversos e heterogêneos são os temas dos textos, que englobam diversas áreas do conhecimento. Demos prioridade a amplitude de assuntos aliada com qualidade. Assim, o leitor encontrará artigos sobre judaísmo, Israel, direito, política, misticismo, viagens, empreendedorismo, etc. Dessa forma, a Yalla!, assim esperamos, refletirá a opinião e posição dos jovens sobre diversos assuntos, e poderá consagrar-se como uma revista de referência em nossa comunidade. É claro que estamos no começo e esta é apenas a primeira edição, um pequeno e importante test-drive, e sempre estaremos em busca de melhorias e aprimoramentos, absolutamente abertos à críticas e sugestões. Agradecemos àqueles que acreditaram no projeto inédito e contribuíram generosamente na elaboração da revista, seja participando ativamente de sua redação, seja patrocinando um espaço por meio de uma doação. Sem mais delongas, Yalla! Alberto e Johnny Diwan


Sumario Quem somos nós?

4

BeYachad

6

Cartas para a próxima geração

16

Lucrando na crise

20

Ideologia esquerdista

24

A luz das mulheres

32

Tel Aviv

36

Anistia

42

16

Cartas para próxima geração

24

Ideologia esquerdista


46 O mau olhado existe?

46

A mídia é realmente antissemita? 50 Pós graduação fora do Brasil

52

32 52

A luz das mulheres

Pós graduação fora do Brasil


Quem somos

nos? Por Diretoria BeYachad

Gostaríamos de começar a nossa primeira revista agradecendo a você, que vem nos apoiando desde nosso primeiro evento. Nossa sinagoga, diretoria e Kehilá, que vem incentivando e nos ajudando a se direcionar melhor.

C

om o objetivo de evitar a assimila- de Tzedaká, de Religião, Sociais e ção dos jovens da nossa comuni- de Crescimento Pessoal, oferecendo dade, em 2015 foi criado o BeYachad. aos jovens um espaço para expressão e participação ativa no dia-a-dia da Comandado pelos jovens, com o obje- comunidade, sem deixar de lado o tivo de manter a juventude mais uni- apoio em novas formas de agregar na da e forte após sua saída do Netzah, o sua educação pessoal e profissional. BeYachad almeja através de suas Vaadot (comissões) alcançar a realização Hoje, a Diretoria do BeYachad é comde projetos e encontros, nos âmbitos posta por 6 cargos, e cada um é res-


Yalla! 5 No próximo semestre o BeYachad terá uma casa, para dar aos jovens uma opção de ponto de encontro noturno, e para isso colocaremos mais uma pessoa na diretoria, com foco Diretor Geral e Guizbar: Responsá- no dia-a-dia da casa, e em atividades veis por garantir o bom andamento internas que possam agregar aos nosdo Grupo e o contato com a diretoria sos membros. da Sinagoga, além de cuidar da parte O motivo do sucesso que o BeYachad de arrecadação e gastos. vem tendo cabe a grande necessidaDiretor Social: Responsável pela or- de de um grupo como este existir. A ganização das festas, viagens e pales- ausência de um grupo unificador como este, causa a desaproximação tras no âmbito social. entre as pessoas, e deixa sem conRosh Tzedaká: Responsável pela tinuidade o trabalho tão bem execriação e acompanhamento dos pro- cutado na época de netzah, pois as turmas voltam a se fragmentar. O jetos de Tzedaká. BeYachad está aqui e veio para duRosh Crescimento Pessoal: Respon- rar e evitar que isso ocorra. sável pela criação de programas focados no aprendizado e no amadureci- Novamente agradecemos a confiança mento dos nossos jovens, além de sua depositada em nós e o apoio de todos. inserção no mercado de trabalho. Que esse seja mais um case de sucesRosh Religião: Responsável pela so em nossa comunidade! programação de Shiúrim e aproximação dos jovens e dos rabinos da Obrigado, Sinagoga. Para isso, buscam se novas formas de abordagem e encon- Diretoria BeYachad 2016 tros, que atraiam mais o interesse deles e crie essa conexão . ponsável por pelo menos uma vaadá formada por 5 ou mais jovens, que cuida da organização, execução e divulgação dos projetos.

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Be Yachad Tzedaká Por Liza Skall

O BeYachad começou o ano com muitas ideias de projetos sociais para ajudar a comunidade judaica.

P

ara isso, a pró-atividade dos jovens é essencial, que através da identificação com algum dos projetos, doam um pouco de seu tempo para concretizá-los. Além de possuírem suas próprias ideias e trazerem para o BeYachad, para juntos torná-las reais. Sabendo da dificuldade financeira enfrentada atualmente e com o desejo de poder participar de momentos alegres da vida de uma família ou de um casal, nasceu o primeiro projeto de Tzedaká chamado Kol Simchá (Voz da Alegria). Ele tem como objetivo auxiliar a baratear os custos de festas judaicas, como casamentos


Yalla! 7 bar-mitzvas e brit-milá. Para isso, mais de 70 jovens se disponibilizaram a ajudar com diversas atividades dos eventos, como decoração, música, maquiagem, assessoria, barman, entre outros. Além daqueles que se responsabilizaram pela viabilidade e sucesso do projeto, por meio da assistência legal e auxílio com a publicidade. Eles estarão nos dias dos eventos, oferecendo seu serviço voluntário, de acordo com as atividades que possuem afinidade e certa experiência para oferecê-las, no lugar de serviços contratados. Ao longo do semestre foram realizados cursos para aprimorar as competências dos jovens, possibilitando que os serviços oferecidos sejam impecáveis e com muita qualidade. O Kol Simcha começará efetivamente no próximo semestre, quando ocorrerão dez casamentos em que os voluntários irão ajudar.

O ano seguirá com novidades em paralelo a outros projetos já encaminhados. Como por exemplo, a revitalização do Perach nas escolas judaicas. O Perach atua dentro das escolas, concedendo tutores que criam fortes laços com alguns alunos, em um intenso período que passam juntos. Atualmente ele está somente em escolas públicas, de modo que o BeYachad tem a intenção de reformá-lo e trazê-lo para dentro do âmbito judaico novamente. Assim, é esperado que todas as ações realizadas com propósito de tzedaká sejam significativas para todos os envolvidos com os diversos projetos.


viagem

Uma bela Por Claire Dayan

A viagem foi a finalização perfeita para o primeiro ciclo de eventos do BeYachad.

S

uperou todas as expectativas, com um total de 70 jovens inscritos (lotação máxima) no mesmo dia em que o evento foi divulgado. Em um fim de semana que uniu praia, piscina e muita música boa o mais interessante foi promover a união dos jovens, e a mistura de várias turmas e idades. O BeYachad, desde o início, vem criando uma

identidade própria para os jovens, o nascer de um grupo bastante individual, pois possibilita nossa voz e participação na comunidade. No dia 8 de abril partimos para Ilha Bela. A escolha do local foi bastante interes-


Yalla! 9 sante: ao optarmos por um hotel pequeno, no qual apenas integrantes do BeYachad estavam hospedados, tivemos liberdade para utilizar todo o espaço e ficar à vontade. Na sexta feira a noite tivemos um shabbat bastante emocionante, com 70 jovens rezando juntos. As meninas se juntaram para ascender as velas, e depois seguimos para o kiddush. O restaurante do hotel reuniu a todos para a hora do jantar, com uma comida muito especial preparada pelo Salomão. No dia seguinte, aproveitamos o sol para ir à praia e piscina. Tivemos um almoço juntos e tempo para aproveitar o calor, até que mais tarde começaram os preparativos para a festa.

No dia seguinte tomamos café da manhã e partimos para o que seriam 4 horas de carro para são Paulo. Para quem achou que este era o fim da viagem, estava enganado, para nossa sorte a balsa estava quebrada, e tivemos o prazer de ficar 2 horas extras na fila de carros para “aproveitar” o fim da viagem. Abrimos o caminhão de comidas, que também estava na fila e passamos este tempo comendo e assistindo as pessoas tentando furar a fila e tendo que voltar para o final dela.

Planejou-se para o sábado anoite uma grande festa de finalização. Contamos com a presença do DJ Chico Alvez, famoso DJ da balada SeaClub de Ilhabela, e o resultado superou todas as expectativas. A festa ocorreu em frente à piscina, acompanhado de pizza, iluminação e música boa. A animação contagiou o lugar, e não tinha hora para acabar. Foi uma experiência realmente incrível, todos os jovens unidos, dançando e aproveitando.

As impressões sobre a viagem, no geral, foram muito positivas. Os jovens estão acostumados a viajar em turmas, mas nunca uma organização tão grande, que reúne todos em um mesmo hotel. Muitas novas amizades foram formadas, o que é muito importante, pois é um dos maiores objetivos do BeYachad. Estamos ansiosos para a divulgação da próxima viagem, que se possível, irá surpreender ainda mais!

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Crescimento

pessoal Por Izzy Politi

No último ano tive o prazer de tocar o primeiro ciclo do projeto “Jovens Promissores”. Projeto do BeYachad, tem como objetivo ajudar os jovens da comunidade e facilitar sua entrada no mercado de trabalho. O foco do programa são jovens cursando faculdade, entre o 4o e 7o semestre.

N

o primeiro ciclo, que durou de dezembro a abril, 13 participantes foram contratados em empresas como Ambev, SAP, SKY, Banco Safra, entre outras.

Durante o processo, os jovens passaram por etapas como: • Assessoramento na montagem de currículos. • Testes online: Lógica, Inglês e Perfil. • Simulação de dinâmica de grupo. • Simulação de entrevista. • Palestra com executivos do Twitter, Bank of America e Gafisa. • Visita a empresas e encontro com diretores do Google e Morgan Stanley.

O objetivo da consultoria foi trazer aos jovens momentos nos quais eles pudessem sentir como é trabalhar em uma empresa, a pressão das entrevistas, e ao mesmo tempo tirar dúvidas e abrir questionamentos importantes e relevantes. Aproveitando o momento de nova abertura de programas de estágio, em maio, começamos o segundo ciclo do projeto, con-


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Foi muito gratificante participar de um projeto tão rico, ambicioso e destemido como esse! O grupo era muito forte tecnicamente e com excelentes qualidades ao mercado de trabalho. Tentei trabalhar ao máximo a descoberta de suas próprias motivações e potencialidades no âmbito comportamental, pois são fundamentais para conquistarem e progredirem em uma carreira profissional de sucesso.

Juliana Zuccarello Farhat - consultora do 1º ciclo do projeto Jovens Promissores

vidando os então novos jovens que estivessem em condições de estagiar, para que participassem dessa nova leva. Foram 18 inscritos e eles estão agora nas mãos da consultoria parceira, passando por processos e testes semelhantes aos do ciclo anterior, e sendo encaminhados para processos seletivos de empresas líderes do mercado, como o Escritório de Advocacia Pinheiro Neto, XP Investimentos, entre outras. lém do projeto de estágio, o BeYaA chad busca sempre poder contribuir para os jovens em questões que possam agregar algo em sua vida acadêmica, pessoal, e de negócios. m março, em meio à crise política E e momento de total stress do mercado, ocorreu uma palestra com Carlos Kawall, que é economista-chefe do Banco Safra e foi Secretário do Tesouro Nacional, além de Diretor Financeiro do BNDES e da BM&FBovespa. Nesse encontro, Kawall deu a

todos uma visão do que esperar da economia brasileira e do mundo no próximo ano, e explicou também os problemas que uma não reforma nos gastos públicos pode causar. credito que inciativas como essas A são capazes de ajudar os jovens da comunidade a estarem melhor preparados para os desafios profissionais que irão enfrentar enquanto jovens sem experiência. Os resultados e feedbacks do projeto foram muito positivos até agora, e a ideia é aprimorarmos cada vez mais para que nossos jovens alcancem uma situação de aprendizado e experiências que podem agregar e moldar seu perfil profissional.

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Encontros e diversão

hangouts

Por Izzy Politi

No último ano, o BeYachad realizou vários eventos para integração e diversão dos jovens da nossa comunidade. Afinal de contas, esse foi todo o propósito de sua criação!

A

lém da viagem a Ilha Bela, que foi um sucesso e está sendo tratada em um texto a parte, podemos destacar a palestra com Galvão Bueno, o encontro no Bar com o hipnólogo Fabio Puentes, o Churrasco de Pessach, e o fondue com Stand Up. Todos estes eventos contaram com a presença de mais de 100 jovens.


Yalla! 13 No caso da palestra, que ocorreu no recém reformado auditório do Banco Safra, num clima de descontração e piadas, tivemos a oportunidade de escutar as experiências e momentos marcantes da vida do narrador mais famoso do país, além de histórias sobre os bastidores de momentos com Ayrton Senna, Ronaldo, o Te-

tra, entre outros. Seguido de um caprichado sushi com bebidas, o clima com Galvão foi bastante amistoso, e todos ainda tiveram a chance de ter uma conversa mais informal e pessoal durante o jantar.

podemos destacar a palestra com Galvão Bueno, o encontro no Bar com o hipnólogo Fabio Puentes, o Churrasco de Pessach, e o fondue com Stand Up

O Bar contou com open de Chopp e Pizzinha para todos. O famoso hipnólogo Fabio Puentes brincou com os jovens e arrancou várias risadas com situações bastante inusitadas. Destaque para o nosso colega Marcos Pinto, que deu um show com sua falsa guitarra e certamente foi o grande hipnotizado naquele dia. Em Pessach, que é uma época que ficamos com poucas opções de programa, resolvemos reunir os jovens e fazer um caprichado churrasco. Fo-


ram cerca de 120 presentes regados a muita carne. O Fondue ocorreu como uma despedida para julho. Juntamos várias mesas no salão de um prédio, com fondue de queijo e, de sobremesa, chocolate. Um dos roteiristas do famoso canal de comédia Porta dos Fundos, Afonso Padilha, deu um show para os jovens, que se despediram rindo para as férias. A programação de eventos para o resto de 2016 vem a todo vapor, com direito a palestras, viagens, festas e outros encontros!

Estamos muito felizes com o sucesso dos eventos realizados pelo BeYachad. Todo intuito de sua criação era que proporcionasse um marco para os jovens um pouco mais velhos, nicho que era pouco explorado pelas atividades da nossa comunidade. Satisfeitos com o que realizamos até aqui, seguiremos levando esse projeto adiante para que se atinja os objetivos propostos!

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CARTAS PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO

REFLEXOES PARA O YOM KIPUR Por Alberto Diwan


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Há alguns anos, Rabbi Lord Jonathan Sacks, Ex-Rabino Chefe da Commonwealth, publicou suas reflexões sobre Yom Kippur em um livreto, na forma de cartas de pais para filhos.

E

mbora as cartas sejam fictícias, seus assuntos são extremamente verdadeiros e atuais. No livro em português, cuja tradução e distribuição foi apoiada pela CONIB, Cláudio Luiz Lottenberg afirma que “em seus ensinamentos, o rabino Jonathan Sacks despeja um conhecimento denso e profundo de maneiras sobre como aliar nossa tradição milenar, nossos costumes e nossa religiosidade com as peculiares do universo contemporâneo”. É por concordar integralmente com essa observação e pelo fato de Yom Kipur estar próximo que publicamos e transcrevemos aqui uma de suas incríveis cartas, cujo conteúdo merece ser lido com atenção por todos nós: Carta 6 A Sabedoria Judaica Queridos filhos, ainda que a sabedoria seja um bem que não tem custo, é, no entanto, o mais caro de todos, já que costumamos adquiri-la através de um fracasso, um desapontamento ou sofrimento. Por isso, devemos tentar compartilhar nossa sabedoria com os demais, para que estes não tenham que pagar o preço que pagamos para conquistá-la.

Estas são algumas das lições que o judaísmo me ensinou sobre a vida e que desejo compartilhar com vocês: Nunca tentem ser espertos. Tentem, sempre, ser sábios. Respeitem os outros ainda que estes os desrespeitem. Nunca busquem publicidade pelo que fizerem. Se merecerem, a receberão. Se não a merecerem, serão atacados. De qualquer modo, a bondade não carece de chamar atenção sobre si. Quando se pratica o bem a outrem, os beneficiários serão sua própria pessoa, sua consciência e seu auto-respeito. A maior dádiva da doação é a oportunidade de poder doar. Na vida, nunca peguem os atalhos. Não há sucesso sem esforço, nem conquista sem empenho. Afastem-se dos que procuram honrarias. Sejam respeitosos, mas lembrem que ninguém tem a obrigação de servir de espelho para os que estão apaixonados por si próprios.


Em tudo o que fizerem, não se esqueçam de que D’us tudo vê. Não há como enganá-Lo. Quando tentamos ludibriar os outros, geralmente a única pessoa que conseguimos enganar é a nós mesmos. Sejam muito, mas muito cautelosos em julgar os outros. Se eles estiverem errados, D’us os julgará. Se formos nós os errados, seremos nós os julgados. Muito maior do que o amor que recebemos é o amor que damos. Dizia-se de um grande líder religioso que ele era um homem que levava D’us tão a sério que nunca sentiu a necessi- ser negligentes, cruéis, desatenciosas, dade dele próprio se levar a sério. Isso é ofensivas, arrogantes, duras, destrutivas, insensíveis e rudes. O problema é algo a que vale a pena aspirar. delas, não seu. Seu problema é como Usem bem o seu tempo. Nossa vida é reagir a elas. Uma senhora sábia disse, curta, muito curta para ser desperdiça- certa vez, que “ninguém pode fazê-lo da diante da televisão, nos jogos de com- sentir-se inferior sem que você o perputador e nos e-mails desnecessários; mita”. O mesmo se aplica a outras emomuito curta para ser desperdiçada com ções negativas. fofocas ou invejando o que é dos outros; muito fugaz para sentimentos como Não reajam. Não respondam. Não se enraiva ou indignação; muito curta para raiveçam. Mas, se o fizerem, dêem um perder tempo criticando nosso próximo. tempo até que a raiva se dissipe – e só “Ensina-nos a contar os nossos dias”, diz então sigam em frente com a sua vida. o Salmista, “para que tenhamos um co- Não dêem aos outros a vitória sobre o ração de sabedoria”. Mas um dia em que seu próprio estado emocional. Perdoem fazemos algo de bom a outrem não é um – ou, se não conseguirem, ignorem. dia desperdiçado. Se tentarem e não conseguirem, não A vida lhes oferecerá muitos motivos se sintam mal. D’us perdoa nossas fade aborrecimento. As pessoas podem lhas no momento em que nós as reco-


Yalla! 19 nhecemos como falhas. Isto nos pou- Se quiserem que os outros sorriam, vopa da auto-desilusão de tentar vê-las cês devem sorrir. Se quiserem que os como “sucessos”. outros dêem, vocês devem dar. Se quiserem que os outros os respeitem, voNenhuma das pessoas que admiramos cês devem mostrar respeito por eles. A teve sucesso sem ter enfrentado mui- maneira como o mundo nos trata é um tos fracassos pelo caminho. Grandes espelho de como tratamos o mundo. poetas escreveram poemas horríveis; grandes artistas pintaram telas indeci- Sejam pacientes. O mundo, às vezes, é fráveis; nem todas as sinfonias de Mo- mais lento do que vocês. Esperem até zart foram obras primas. Se lhes faltar que os alcancem, pois se vocês estivea coragem de falhar, faltar-lhes-á a co- rem no caminho certo, o mundo acabaragem de vencer. rá por alcançá-los. Sempre busquem a amizade daqueles que são fortes naquilo em que vocês são fracos. Nenhum de nós possui todas as virtudes. Mesmo um homem da estatura de Moshé precisou de um Aaron. O Nunca estejam com o ouvido tão prótrabalho de uma equipe, uma parceria, ximo do solo que não dê para ouvir o a colaboração com os demais que têm que diz alguém de pé. dons ou diferentes maneiras de ver as coisas, é sempre mais do que o que um Jamais se preocupem quando dizem indivíduo pode conseguir sozinho. que vocês são por demais idealistas. Apenas os idealistas conseguem muCriem momentos de silêncio em sua dar o mundo; e será que vocês querem que este mundo permaneça imutável, alma se quiserem ouvir a voz de D’us. ao longo de sua vida? Se algo estiver errado, não culpem os outros. Perguntem, “como posso aju- Sejam corretos, honestos e façam sempre aquilo que disserem que irão fazer. dar para que dê certo?” Não há, realmente, outra maneira de Sempre se lembrem de que vocês se levar a vida. criam o ambiente que os cerca.

“ninguém pode fazê-lo sentir-se inferior sem que você o permita”

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Lucrando na crise

se a vida te der

,

a m u a faรง


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Atualmente, qualquer setor da economia brasileira repete de forma constante o mantra “crise”.

N

ão é novidade que a situação não está fácil em nosso país. Assim, para tentar enxergar o lado positivo e levantar os ânimos, publicamos a seguir um dos trechos do best-seller Oportunidades Disfarçadas:

Não importa quão profunda seja uma crise. Sempre haverá espaço para mentes imaginativas driblarem as dificuldades e encontrarem uma forma de faturar. Veja o caso a seguir.

em desespero. Impossível saber qual era o fundo do poço. Curiosamente, em meio a esse caos generalizado, um site nasceu, cresceu e se fortaleceu. Enquanto os portais quebravam, ele se valorizava. Como é possível? Simples: o novo site se alimentava da própria demolição do setor. Criado pelo webdesigner desempregado Philip J. Kaplan, o endereço virtual informava em primeira mão quais portais estavam para quebrar, anunciar falência, demitir seus funcionários ou entrar em processo de venda ou fusão. Ou seja, contava tudo o que o mercado estava ansioso para saber. Em pouco tempo, acessar o site virou obrigação de executivos e empresários do Vale do Silício, investidores de Wall Street e do mercado financeiro em geral. No auge da crise, chegou a receber 1,2 milhão de acessos por dia. Seu faturamento, gerado pela venda de espaços publicitários, garantiu a sobrevivência do endereço até meados de 2007.

No final de 2000, o estouro da bolha da internet gerou um deus-nos-acuda financeiro. De um dia para o outro, as ações das empresas de tecnologia despencaram. Montanhas de dinheiro viraram pó. Gênios da internet foram dormir milionários e acordaram novamente garotos Por que não revelei ainda o nome comuns. Investidores do do site? Deixei a melhor parte para mundo inteiro entraram o final. O domínio não poderia ser


mais adequado: fuckedcompany.com. Empresas são como seres humanos: Observe que, nos dois casos, os negó- inícios difíceis moldam homens maduros.” Um dos grandes problemas do mercado é justamente esse “efeito manada”: quando as coisas cios prosperaram não apesar da crise, vão bem, todos apostam. Ao menor mas por causa dela. Como uma flor sinal de dificuldades, os empresários que brota do estrume. Mesmo que recuam ao mesmo tempo. O resultado você não tenha uma idéia para lucrar é devastador. em cima da crise, saiba que momentos de recessão são bons para lançar O temor de uma recessão econômica se transforma na recessão em si. Crium novo negócio. se é como impotência: se o sujeito Veja a explicação de James Surowie- achar que vai ter, com certeza terá. cki, colunista da revista americana Mas, historicamente, quem pensa diThe New Yorker: “Durante um boom, ferente colhe bons resultados. Aceleé mais fácil obter dinheiro e mais fá- rar enquanto os outros freiam é cercil vender produtos. Você imaginaria, teza de ganhar terreno. portanto, que é uma boa época para se aventurar em algo novo. O problema é que todo mundo também pensa assim; quando a economia está aquecida, todos são empreendedores. Quanto mais empresas houver, é cada vez menos provável que alguma possa manter uma grande competitividade de maneira sustentada, não importa o quão animado o mercado esteja. Além disso, quanto mais fácil é para empresas iniciantes arranjarem capital e investimento, mais difícil é para elas gerenciarem esse dinheiro sabiamente.

EMPRESAS SÃO COMO SERES HUMANOS: INÍCIOS DIFÍCEIS MOLDAM HOMENS MADUROS.”

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IDEOLOGIA ESQUERDISTA:

UM NOVO OLHAR Por Eddy Candi


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Imagine um país qualquer, riquíssimo em recursos naturais nunca antes explorados, e habitado apenas por pequenas tribos indígenas vivendo da caça, pesca e agricultura.

A

gora, imagine-se desembarcando nesta terra e, com seu olhar civilizado, vislumbrando todas as oportunidades e riquezas que ela poderia te proporcionar, caso você conseguisse colonizá-la. A partir de seus desejos exploratórios, a melhor alternativa é dizimar a população de selvagens que estão em seu caminho, buscar mão de obra escrava para o trabalho duro e começar a contar o dinheiro. Dessa maneira é contada a história do descobrimento do Brasil. Aprendemos desde cedo nas escolas que os Portugueses destruíram a população indígena, acabaram com sua cultura, roubaram toda sua riqueza natural e instalaram-se como soberanos no país por quase três séculos, utilizando-se para isso do trabalho de negros escravizados e trazidos da África.

Acontece que essa versão histórica é permeada de ideologia e recheada de mitos. A visão de mundo dos autores das últimas 3 décadas no Brasil serve como molde nos quais os fatos históricos são espremidos e encaixados, de forma que os ricos e civilizados sejam sempre retratados como malvados, e os pobres e oprimidos sempre bonzinhos, com valores morais superiores e culturas de paz e alegria. Pesquisas sérias, feitas através de documentos encontrados em cartórios antigos, cartas, relatos e dados oficiais da época hoje nos ajudam a desconstruir boa parte da narrativa. Leandro Narloch, em seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, diz: Uma das concepções mais er-

radas sobre a colonização do Brasil é acreditar que os portugueses fizeram tudo sozinhos...precisavam da ajuda de índios para arranjar comida, entrar no mato, defender-se de tribos hostis e estabelecer acampamentos.” Além disso, os portugueses, em muito menor número, tiveram que acatar diversas ideias e preferencias dos índios, aceitá-los em suas festas e vilas, e inclusive aliar-se a eles em guerras, pois, ao contrário do que nos é ensinado, as diferentes tribos viviam constantemente em guerra. Outra ideia dominante na literatura é de que os índios tinham um grande respeito pela natureza e pela floresta. Mentira. Na realidade, antes da chegada dos jesuítas, as tribos queimavam grandes partes da floresta sem


cerimônia e sem qualquer consciência ambiental. Um último fato: as bandeiras, reconhecidas como o pior pesadelo dos índios, que iam floresta adentro exterminando-os, na realidade tinham entre seus participantes geralmente o dobro de índios do que portugueses. Um rápido raciocínio lógico é suficiente para se entender que elas não seriam possíveis sem a ajuda deles.

cação da época), embarquei por minha conta em nome do Sr. Joaquim d`Almeida 20 balões (escravos) sendo 12H e 8M com a marca “5” no seio direito.“. Até mesmo Zumbi, praticamente um herói nacional, era tratado como Rei no Quilombo dos Palmares e mandava atacar fazendas próximas para capturar escravos e mulheres. No livro “O Quilombo dos Palmares”, Edison Carneiro relata: Os escravos que, por sua Sem negar de forma alguma a existên- própria indústria e valor, conseguiam cia da escravidão e muito menos dimi- chegar aos Palmares, eram consideranuir a sua gravidade e o sofrimento dos livres. Mas os raptados ou trazidos dos negros durante os primeiros sécu- à força, continuavam escravos”. los de Brasil, é possível também desmistificar os relatos dos livros de his- Estas e outras histórias não visam ditória aprovados pelo MEC. Sem entrar minuir o peso da escravidão, apenas em muitos detalhes, podemos dizer derrubar a tese de que todos os negros apenas que quando os Europeus che- eram seres com moral elevada e pugaram à África, o mercado de escravos reza de alma e todos os brancos seres já estava superaquecido. A escravidão desalmados e desprovidos de qualquer de negros por negros existia e existe código ético. até hoje por ali (coisa que os intelectuais que clamam pela dívida histórica A IDEOLOGIA MARXISTA com os negros ignoram solenemente), A ideologia por trás dessa divisão hisassim como a de brancos por brancos tórica entre opressores e oprimidos é faz parte da história do mundo. Era marxista. Mais do que reconhece-la, é algo tão natural (apesar de terrível) na importante compreender sua lógica e época, que até ex-escravos entravam principalmente seus objetivos, para que para o ramo, como nos conta a história se possa entender como ela está mais de um negro que comprou sua alforria presente em nossa sociedade hoje do após anos de trabalho escravo, conhe- que jamais esteve. Para isso, o primeiro cido como Zé do Alfaiate. Em uma das passo é identificar que a esquerda tem 112 cartas enviadas entre 1844 e 1871, uma agenda, da qual não abre mão inele nos conta: “Por esta goleta (embar- dependente de qualquer circunstancia


Yalla! 27 que se apresente: controlar a narrativa como meio de chegar ao poder e mantê -lo por tempo indeterminado. Para isso, há décadas vem ocupando os espaços em diversos setores, de forma estratégica e seguindo fielmente a cartilha de Antonio Gramsci, principalmente dentre os formadores de opinião, ou seja, escolas e universidades, sindicatos, cultura e mídia. O discurso esquerdista é eficiente e poderoso, convencendo até mesmo muitos que se consideram liberais ou “de

Ele se torna, portanto, um movimento que busca moldar comportamentos e linguagem para gerar a inclusão desses grupos e combater hábitos que vão contra essa inclusão, porém de forma desonesta. Como nos ensina o filósofo e escritor Luis Felipe Pondé: “O problema com o politicamente correto é que ele acabou por criar uma agenda de mentiras intelectuais (filosóficas, históricas, etc...) a serviço do “bem”, gerando censura e perseguições nas universidades e na mídia para aqueles que ousam pôr em dúvida suas mentiras “do bem”. Ao transformar o socialismo no sistema puro e respeitoso com todos, justifica-se todas as suas mazelas e atrocidades em nome de uma superioridade moral inatingível por aqueles que discordam dele. A suposta proteção às minorias revela-se em ações afirmativas criadas por governos de esquerda em todo o planeta, geram o caos desejado por estes e seguem fielmente uma das dez máximas do Decálogo escrito por Lênin, líder comunista responsável pela morte de milhões de pessoas, para a tomada do poder: “Divida a população em grupos antagônicos, incitando -os a discussão sobre assuntos sociais.”

Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussão sobre assuntos sociais.” direita” que não estejam atentos. Porém, ao analisar com calma, percebe-se um padrão que sempre se repete: inversão de valores, desvalorização da cultura ocidental e, principalmente, divisão da sociedade. Isso tudo é feito, de forma latente, sob o manto moral do politicamente correto, a maior praga contemporânea, que diz defender toda sorte de grupos de “excluídos”, as minorias revoltadas que pipocam a cada instante.


TERRORISMO Exemplos de como a estratégia se desenha não faltam. Um tema evidente e de suma importância é o terrorismo. Peguem-se como exemplo os recentes atentados em Paris e Orlando. Atrocidades cometidas por terroristas do grupo Estado Islâmico são tratadas pela mídia e pelas autoridades mundiais como casos pontuais. Os terroristas envolvidos e o grupo em si são tratados como radicais que agem por conta própria. Deveriam ser tratados como são: representantes da fé islâmica que amparamse no próprio Corão e nas autoridades locais para atingir seu objetivo: destruir os infiéis. Ora, o próprio porta-voz do grupo declarou que milhares de terroristas estão invadindo a Europa e Estados Unidos escondidos em meio aos tais refugiados sírios e que estes atentados são apenas os primeiros. Porém, o politicamente correto nos proíbe de dizer ou fazer algo a respeito, sob o risco de sermos taxados de intolerantes, islamofóbicos e claro, fascistas. E até mesmo estes episódios são usados como

parte da agenda progressista. No caso de Orlando, por exemplo, o presidente democrata Barack Hussein Obama, ao deparar-se com um atirador islâmico e de esquerda (filiado ao partido democrata), jogou a culpa do massacre nas armas, ainda que a região da boate fosse uma “gun-free zone”. Um único cidadão de bem que estivesse no local armado, teria evitado a morte de mais de 50 inocentes, porém este fato é devidamente ignorado. A mídia e os “intelectuais”, inclusive no Brasil, deram voltas e fizeram curvas para jogar a culpa em Donald Trump, o candidato “fascista” que quer maior controle na entrada de imigrantes. Em Paris e Bruxelas, para citar apenas dois exemplos, toda a turma esquerdista condenou os ataques e pediu “mais amor, por favor” com avatares coloridos nas redes sociais e músicas de paz. Perdoem-me os sensíveis, porém a única forma de evitar novos ataques dessa maneira é matando os terroristas de rir.

Porém, o politicamente correto nos proíbe de dizer ou fazer algo a respeito, sob o risco de sermos taxados de intolerantes, islamofóbicos e claro, fascistas


Yalla! 29 feminista (um braço da esquerda), tem conseguido importantes vitórias rumo ao seu verdadeiro objetivo, que nada tem a ver com os direitos das mulheres: criar o caos. Um dos maiores exemplos é o fato de que recentemente foi retirada a presunção de inocência para acusações de estupro, o que significa dizer que caso um homem seja acusado de estupro, a palavra da suposta vítima vale como prova, enquanto ele deve dar um jeito de provar sua inocência, o que é uma missão bastante árdua. Além disso, conseguiu-se que qualquer coisa seja considerado estupro, inclusive sexo consensual entre duas pessoas bêbadas. Ou seja, um jovem que se conheça uma garota num bar e, após algumas cervejas tenha relações com ela, deve acordar rezando para que ela não se arrependa, sob o risco de ser acusado – e julgado – de estuprador. Este é apenas um exemplo de uma situação corriqueira, porém existem muitos e muitos outros, chegando ao absurdo de um elogio ser considerado um assédio. Se isso não visa gerar o medo e estremecer todas as relações em todos os níveis, o que o É claro que o estupro é um crime abomi- faria? Quando curtimos fotos e memes nável e deve ser punido exemplarmen- nas redes sociais, compartilhamos texte, inclusive muito mais severamente tos ou qualquer coisa do gênero, ainda do que a lei brasileira permite. O que que nos pareça uma luta válida e com importa aqui, novamente, é a narrativa. objetivos nobres, é a esse tipo de atenA tal cultura do estupro, a sociedade tado às liberdades individuais que estamachista, entre outros chavões tão pro- mos dando voz e o nosso apoio. palados ultimamente pelo movimento CULTURA DO ESTUPRO Em Maio de 2016, o Brasil chocou-se com a história que ficou conhecida como “estupro do T1”. Uma menina de Porto Alegre que relatou ter sido estuprada por um homem que a abordou com uma faca, e inclusive postou em suas redes sociais um retrato falado do suspeito. O fim da história é trágico, porém bastante representativo: após a polícia questionar diversas contradições em seu relato, a jovem confessou ter inventado a história, não antes de um cidadão inocente ser espancado por se assemelhar ao retrato postado. Também recentemente, o país entrou em polvorosa com o caso do estupro coletivo de uma jovem no Rio de Janeiro, até o momento muito mal explicado. Neste caso, antes de qualquer investigação, diversos textos indignados já davam como verdadeiro o relato e criavam um novo mantra, a “cultura do estupro”, segundo a qual todo homem é um potencial estuprador e comportamentos antes tidos como respeitosos e cavalheirescos agora são tratados como abuso.


POLITICAMENTE CORRETO A mesma lógica dos exemplos acima serve para explicar muitos outros movimentos defendidos pelos representantes da esquerda, como o desarmamento, a maioridade penal, a ideologia de gênero, o racismo, etc... A relação é sempre a mesma: uma pauta polêmica revestida de discurso politicamente correto e “bonzinho”, escondendo causas e consequências obscuras que visam confundir a sociedade que, desesperada, implora por mais leis e regulamentações, ou seja, mais Estado para dar um jeito no caos. O mais assombroso, no entanto, é a falta de coerência. Esses mesmos movimentos que dizem defender a liberdade e a democracia, bem como os políticos que dizem representa-los, apoiam regimes onde esses direitos são diariamente violentados; é comum vermos gays com a camisa de Che Guevara, ou feministas com a bandeira da palestina, por exemplo. Esse fato por si só já deveria ser suficiente para provar o verdadeiro teor por trás do mando politicamente correto.

A verdade, porém, é que nenhum outro sistema em toda a história da humanidade garantiu tantos direitos e oportunidades para negros, mulheres, gays, imigrantes, etc do que o capitalismo. A ideia de que todos são iguais perante a lei, em seus direitos e deveres, conceito pétreo desse sistema, deu a todos a oportunidade de crescerem. No mundo, quanto mais liberal é um país, melhor vivem seus cidadãos, independente de cor, classe social, opção sexual ou gênero. Quanto mais Estado, menos liberdade, seja ela econômica

No mundo, quanto mais liberal é um país, melhor vivem seus cidadãos, independente de cor, classe social, opção sexual ou gênero. ou social. Deixarei que as comparações entre países argumentem por si só, através da análise de como vivem e como se comportam as sociedades, inclusive as tais minorias, em países com histórico liberal, como Estados Unidos, Inglaterra e Israel, em detrimento de outros como Rússia, Cuba e Brasil, para citar apenas alguns.


Yalla! 31 Contudo, o maior erro dos ditos liberais é acreditarem que devem preocupar-se apenas com a economia, deixando a arte, a cultura, a educação e a política como presas fáceis para a doutrina marxista. Os efeitos deste engano são devastadores. O Canadá, um dos países mais ricos do mundo, com um dos melhores IDH do planeta, recentemente viu a sua a Suprema Corte autorizar o sexo com animais, desde que não haja penetração. Olavo de Carvalho, mais importante filósofo brasileiro, avisa há tempos que fazem parte da agenda progressista a zoofilia, a pedofilia, o incesto e a necrofilia. O Canadá é apenas um exemplo dentre milhares ocorrendo dia a dia ao redor do mundo entregue à esquerda que comprovam a tese. A síntese da demagogia esquerdista, bem como dica de solução para o problema quem nos dá é Ayn Rand, uma filósofa e autora da monumental obra “A Revolta de Atlas”, quase profética: “A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias.” O discurso de revolução cai como uma luva nos anseios de jovens que querem “mudar tudo isso que está aí”, transformar o mundo num lugar melhor e mais justo, ainda que a maioria deles queira fazê-lo sentado em seu confortável sofá e através de seus com-

putadores e celulares de última geração. A falha está em perceber que esse novo mundo “politicamente correto, igualitário e democrático” pode, ironicamente, por fim às nossas liberdades e, principalmente, aos nossos valores mais essenciais.

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A LUZ DAS MULHERES Por Giovanna Traiman Coji


Yalla! 33

O movimento feminista vem ganhando pauta no cenário internacional, nas faculdades, nos ambientes de trabalho, nas redes sociais, dentre muitas outras formas de manifestação e mobilização das mulheres. Resta a indagação do que seria de fato o feminismo.

M

uitos se confundem com ideias errôneas acerca deste movimento. Comecemos por pontos básicos. Tem-se a noção de que as mulheres querem ser melhores do que os homens, que há ódio envolvido, que elas são contra a família, que são ressentidas, permeados ainda por tantos outros clichês que envolvem essa discussão. O que se almeja é um sistema que não favoreça os homens e discrimine as mulheres, que elas sejam livres para poder escolher sobre o tipo de família que querem constituir, um mundo mais justo, ideais estes permeados pelo direito à justiça, à liberdade, as mesmas oportunidades e a possibilidade de tomar decisões, sem a limitação de gênero.

O feminismo tem o poder de tornar as pessoas mais conscientes de si e dos outros; traz aceitação e empatia. E, além de ocorrer de forma tardia, é um processo de desconstrução e conscientização constante e contínuo, pois implica no reconhecimento de várias situações que muitas vezes aceitamos como algo normal e natural. Envolve solidariedade e sororidade. Empatia. A capacidade de se colocar na posição de outra pessoa e enxergar a possibilidade de ela passar por situações difíceis - pelas quais você, talvez, nunca tenha passado. Isso também é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Podem pensar que as mulheres apenas sofrem com cantadas na rua, com violência doméstica escancarada, e fragilidades físicas. Muito além disso, ser mulher hoje significa viver com medo. Com medo a cada farol fechado por dirigir sozinha, medo da roupa


que veste, medo de não conseguir se fazer respeitar em uma sala de reunião, medo de não ter voz, medo de andar sozinha na rua, medo de ser ela mesma. Estamos longe de atingir um patamar de equidade entre homens e mulheres, mas este é um assunto que cada vez mais precisa estar presente em nossas vidas.

A king without a queen, the Zohar says, is neither great nor a king. For it is the woman who empowers the man to conquer his space. And it is the man who empowers the woman to penetrate and nurture hers. And then the man will learn from this woman that he, too, can reach within others and provide nurture. And the woman will learn that she, too, can conquer. (Rabino Menachem Mendel Shcneerson – Rebe de Lubavitch).

A qualidade de vida das mulheres não é apenas afetada fisicamente, como pode se supor. Os impactos da sociedade machista são mentais e psicológicos, até mesmo financeiros e impedem as cidadãs de exercerem sua vida plena em sociedade.

O judaísmo atribui uma função fundamental a mulher. Uma de suas principais mitzvot é acender as velas de shabbat e dos outros chaguim. As velas de shabbat transformam a semana conturbada de trabalho, estudos e correria em um momento de paz e descanso.

Da escuridão que permeia o mundo, extremamente presente no cotidiano machista enfrentado todos os dias pelas mulheres, surge uma luz, Empoderamento. Por que presente na luta feminista e nas velas de shabbat. elas têm que viver com As velas nutrem a alma judaica e representam a medo e aceitar pacificamen- luz de um futuro com menos desigualdades de te as imposições que condi- gênero. Ainda que a mitzvah de acender as vecionam as mulheres por sim- las de Shabbat recaia sobre todos os membros plesmente serem mulheres? da família, a mulher é aquela encarregada por fazê-la de fato. No momento da reza das velas e dos pedidos, quantas vezes as mulheres judias já não pediram por justiça? Solidariedade? Menos violência? Proteção?

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TEL AVIV, YA HABIBI, TEL AVIV! Por Sharon Hayfaz


Yalla! 37

Israel. Acho que todas as vezes que viajei para esse lugar, voltei querendo mais e foi em 2015 que coloquei essa vontade em prática.

D

ecidi, finalmente, que era o momento de ter uma experiência mais intensa e duradoura na Terra Santa. Comecei a pesquisar opções, e acabei escolhendo um programa de 5 meses que incluía estágio, viagens, palestras, seminários e muitas aventuras e diversão, o Career Israel.

encontra diversos restaurantes, bares, festas, museus e galerias de arte. Morava a 15 minutos da praia que possui um pôr do sol de tirar o fôlego, e a 10 minutos do Shuk Hacarmel, aonde me sentia uma verdadeira israelense fazendo compras para o Shabat. Dividia um apartamento com três brasileiras e duas americanas, e todos os meus vizinhos, exceto um apartamento, eram jovens de programas do Masa – Israel Journey.

Um dos pontos mais importantes da minha experiência foi conhecer novas pessoas, pessoas do mundo todo, desde Austrália, Ucrânia, Dinamarca, França até EUA, Canadá, Argentina e Chile, e é claro, os israelenses. Mas o ponto que realmente me interessou e me causou diversos questionamentos, não foi conhecer diferentes nacionalidades, mas sim o judaísmo para cada uma dessas pessoas. Somos toCinco meses podem pa- dos judeus, porém cada um enxerga recer pouco tempo, mas e vive o judaísmo de uma forma. Para quando vividos intensa- uns o judaísmo é religião, para oumente se tornam eternos. tros é cultura e história, para outros Por isso gostaria de com- é um povo e para outros é tudo isso partilhar um pouco da e um pouco mais, e às vezes até nada minha experiência. Em disso. Sem contar as diversas linhas Israel, tive a oportunidade existentes com diferentes opiniões e de viver em Tel Aviv, mais interpretações. especificamente na famosa Allenby com a Rothschild, onde tudo acontece e você


Por mais que ainda tenho muitas duvidas sobre o judaísmo e Israel, pude entender essas outras opiniões e visões, mesmo muitas vezes não concordando com elas. Participei do seminário de liderança, o Global Leadership Summit, aonde abordamos esses temas e tivemos discussões sobre o assunto. Tivemos um bate papo com uma mulher que, segundo ela, segue a linha ortodoxa do judaísmo, e lidera uma organização que tem como intuito "boicotar" o Rabinato de Israel. Também ouvi duas palestras da Dr. Einat Wilf, feminista, ateia e sionista. E tive muito contato com judeus seculares, judeus que enxergam o judaísmo como manifesto cultural e não religioso. Durante o seminário, visitamos o Knesset, parlamento. Primeiro conversamos com Michal Biran, membra do Partido Labor, que não media suas palavras ao dizer o quan-

to detestava o Bibi, e em seguida conversamos com Shareen Haskell, membra do Likud, que falava o quanto considerava o Bibi incrível. Ver de perto esses contrastes dentro de Israel e do judaísmo, e poder discutir esses temas me deu a oportunidade de questionar, fortificar minhas opiniões, e em alguns casos criar novas opiniões, o que me trouxe novas visões e novas maneiras de enxergar Israel e o judaísmo.

E tive muito contato com judeus seculares, judeus que enxergam o judaísmo como manifesto cultural e não religioso. O meu estágio também teve um significativo espaço na minha experiência. A empresa que tive a grande chance de fazer parte foi a Ahava, sim, aquela marca de cremes israelense que você compra no aeroporto quando se lembra que não comprou nada de presente para a sua mãe na sua viagem à Israel. A Ahava desenvolve cosméticos com minerais encontrados no mar morto, como o Osmoter ™. O escritório fica localizado em Airport City, uma região focada em empresas como a Motorola, Unilever e Sodastream, que fica a mais ou menos 1 hora de Tel Aviv de ônibus. A parte mais legal de trabalhar na Ahava foi ver o resultado do meu trabalho. Um dia estava andando em Tel Aviv e de repente me deparei com um dos banners que havia feito, além de outros materiais que foram expostos no Duty Free.


Yalla! 39 Além do trabalho, viajei bastante. Haifa, Akko, Tibérias foram alguns dos lugares que fizeram parte do roteiro. Viajamos para o sul, no Neguev, e visitamos Sde Boker aonde Ben Gurion morava, conhecemos uma mulher que desenvolveu sua linha de cosméticos no deserto e produzimos com ela nosso próprio lip balm de alecrim. Visitamos o incrível kibutz Magan Michael, fomos para a fronteira de Gaza e em Sderot visitamos o museu de Gush Katif que relata a triste retirada de famílias israelenses da Faixa de Gaza em 2005. Passamos um dia na Cisjordânia (ou Judéia e Samária, dependendo do seu ponto de vista), incluindo Ariel aonde tive-

mos uma atividade com adolescentes árabes que vivem na região. Também viajamos para o norte, aonde fizemos um hiking de seis horas no Golan finalizando em uma cachoeira, e conhecemos o Hashomer Hachadash, um movimento sionista composto por voluntários que buscam cuidar e proteger terras israelenses que são invadidas e violadas por aldeias vizinhas. Existem outros movimentos que realizam esse trabalho, como o Shomer Israel, e esse foi um dos trabalhos voluntários que pude fazer. Com algumas amigas americanas, viajei para Emek Hahula para guardear uma fazenda chamada Nahlaim. Passamos a noite em claro vigiando

Haifa


as terras, fizemos um jantar na fogueira e na manhã seguinte retornamos à Tel Aviv, uma experiência diferente. Outra organização que realiza trabalhos voluntários é a One Day Social Volunteering. Com eles realizei diferentes atividades, desde vender kits de Chanuká no Namal para arrecadar doações para uma instituição de crianças deficientes, e atividades com idosos que sofrem de alguma deficiência mental até reformar uma creche para crianças refugiadas. Esses meses foram cheios de momentos especiais, e a comemoração dos Chaguim foi um deles. Na noite anterior ao dia de Yom Kippur estive no Kotel. Nunca vi aquele lugar tão lotado e ouvir as melodias de Selichot foi algo de encher os olhos de lágrimas. Simchat Torá também foi inesquecível, comemoramos em Tel Aviv na Kikar Rabin. A praça estava cheia de crianças, jovens, adultos e idosos dançando e cantando, parecia um casamento judaico no meio da rua. Já em Chanuká, também estive em Yerushalaim e acendi a última vela no Kotel. Em seguida participei de um tour no bairro Nahalot repleto de chanukiot e pudemos ver pelas janelas de suas casas famílias reunidas acendendo as velas. Outro momento super emocionante, foi o evento em homenagem a Ytzhak Rabin. Em 2015 se completaram 20

anos de seu assassinato e foi realizado um evento na Kikar Rabin que contava também com a presença de Bill Clinton. O momento em que cantaram Shir Hashalom foi de arrepiar. Muitas pessoas me perguntam sobre a segurança e como eu me sentia em relação a isso. Vários ataques aconteceram enquanto eu estava lá, principalmente a onda de esfaqueamentos. Quando ouvimos as notícias a primeira coisa a se fazer é saber se todos os seus amigos e familiares estão bem. É algo assustador e que nos deixa preocupados, ainda mais quando ocorre um ataque a 15 minutos da sua casa, 2 pessoas morrem e o assassino terrorista fica foragido por algumas horas. Por esse medo e preocupação, participei de uma aula de Krav Maga no parque Meir, organizada para que nos sentíssemos um pouco mais seguros e “preparados” para possíveis ataques. Mas, apesar de tudo isso, posso afirmar que o medo de viver no Brasil é ainda pior. De alguma forma, sinto-me segura em Israel. Quase todos os dias depois do trabalho andava tranquilamente de bicicleta por Tel Aviv (Kikar Habima, Neve Tzedek, Namal, Tayelet e Yaffo eram meus lugares preferidos), e mesmo sendo noite, isso não era uma preocupação, a única preocupação era que roubassem a bicicleta enquanto estacionada, algo bem comum de


Yalla! 41 acontecer por lá. Já em São Paulo, infe- Hoje posso dizer que passar esses melizmente, não sinto essa tranquilidade ses em Israel foi uma das melhores e segurança ao sair na rua. decisões que já tomei. Acredito que é uma experiência que todo jovem No início de 2016, depois de passar judeu deveria ter. Estar em Israel é por um dilema, retornei ao Brasil e um sentimento que não sou capaz de senti a necessidade de criar uma co- descrever. Por mais clichê que seja,

De alguma forma, sinto-me segura em Israel. Quase todos os dias depois do trabalho andava tranquilamente de bicicleta por Tel Aviv nexão com Israel vivendo aqui. Sempre realizei trabalhos voluntários, e hoje faço parte do grupo jovem do Fundo Comunitário que arrecada doações para inúmeros projetos em Israel e vejo isso como o mínimo ato de gratidão pelo meu país. Também estou participando do curso de Hasbará do Instituto Brasil-Israel de diplomacia pública sobre Israel, acordos de paz e o conflito no Oriente Médio, que parece que quanto mais você aprende mais complexo ele fica.

posso dizer que essa experiência me proporcionou muitas descobertas, novos interesses, mudanças, desapegos, autoconhecimento, amadurecimento, liberdade e aprendizado, além de muitas amizades, aventuras, diversão e histórias que levarei comigo pela minha vida. Com certeza morar em Tel Aviv influenciou e faz parte da pessoa que sou hoje por me mostrar uma nova maneira de enxergar o mundo e a vida. Meu amor e conexão por esse lugar maravilhoso só cresceu. E com o pouco que contei você deve estar se perguntando por que eu voltei para o Brasil. Eu ainda não tenho a resposta para essa pergunta, mas se me perguntar se penso em voltar para lá, posso te dizer: todos os dias. E quem sabe “Beshaná Habaá Beyerushalaim!”

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Anistia:

O Perdao aos Inocentes Por Isaac Cattan

Golpe militar. Hiperinflação. Confisco dos recursos em cadernetas de poupança pelo governo de Fernando Collor de Mello. Projetos de lei sobre tributação de grandes fortunas e aumento de impostos sobre doações e heranças. Temor sobre o futuro da economia brasileira com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

A

história do Brasil na segunda metade do século XX e início do século XXI fez com que milhares de brasileiros, preocupados com a proteção da propriedade e do valor de seus patrimônios honestamente construídos, alocassem recursos financeiros em aplicações no exterior não declaradas ao Fisco nacional. Esta prática não era apenas moralmente aceitável, mas também tolerada pelas autoridades brasileiras. A cotação do dólar paralelo era amplamente divulgada por veículos de comunicação dos mais populares e respeitáveis e “doleiros” realizavam operações de câmbio


Yalla! 43 abertamente. Não existia qualquer receio em se negociar ou tratar deste tipo de transação em público. Com a estabilização econômica e o aprimoramento da tecnologia a serviço da fiscalização, o rigor na vigilância e na punição aos crimes financeiros se intensificou. No entanto, a grande maioria dos depósitos no exterior continuou não declarada, seja pela falta (muitas vezes, intencional) de documentos para comprovação da origem dos recursos, pelo contínuo alto nível do “Risco Brasil” ou até por inércia. Ciente deste quadro, e motivado pela necessidade de aumento na arrecadação – e não por qualquer arroubo de bondade – o governo federal propôs um projeto de lei que resultou na Lei nº 13.254, de 13 de janeiro de 2016, o qual instituiu o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). Por trás desta sofisticada denominação, estava a simples ideia de se anistiar os crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro (caso o montante objeto de lavagem fosse proveniente dos crimes anteriores). O “preço” deste perdão seria o equivalente a 30% – sendo 15% a título de imposto e igual percentual a título de multa – do valor dos recursos mantidos de forma irregular fora do País, calculados con-

forme a cotação do dólar fixada pelo Banco Central para venda em 31 de dezembro de 2014, ou seja, à razão de R$2,6562 para cada US$1,00. Agora que se aproxima o limite do período para a entrega de declarações, o qual termina no próximo dia 31 de outubro, é possível fazer uma avaliação dos resultados do programa até o momento – e resolver diversas dúvidas que existiam à época do início do prazo para adesão, em abril. Até meados de maio, 180 declarações já haviam sido submetidas à Receita Federal1, sem contar as diversas

Esta prática não era apenas moralmente aceitável, mas também tolerada pelas autoridades brasileiras 1 Conforme reportagem do jornal “Valor Econômico”, de 19 de maio de 2016. Disponível em http://www.valor.com.br/financas/4569675/anistia-tem-180-adesoes-e-comeca-por-bancos-pequenos-e-medios (Acesso em 22 de maio de 2016).


outras que estariam sendo elaboradas. As rápidas adesões têm um motivo que muitas vezes independe da vontade individual de se regularizar a situação patrimonial. O principal deles são as trocas automáticas de informações entre instituições financeiras de diferentes países, como as promovidas pelo acordo Common Reporting Standard (CRS), assinado por países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Econômico (OCDE) e que começa a valer para o Brasil em 2018, e pelo “Acordo para o Intercâmbio de Informações relativas a Tributos”, celebrado de forma bilateral entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. Além disso, estão cada vez mais frequentes os vaza-

mentos acidentais de informações financeiras, exemplificados pelos episódios conhecidos como “Swissleaks” e “Panama Papers”. Aliado a isto, já caíram por terra as chances de uma derrubada da Lei do RERCT durante a janela de adesão. A oposição do Ministério Público não foi suficiente para ameaçar a edição da Lei. Por sua vez, o Partido Popular Socialista (PPS) chegou a propor uma ação direta de inconstitucionalidade da Lei perante o Supremo Tribunal Federal, também sem sucesso. No entanto, muitos aderentes ao RERCT ainda apresentam dúvidas. Uma delas é sobre a extensão do período anterior que deve ser contemplado para a declaração dos bens detidos antes de 31 de dezembro de 2014, a data de corte da declaração, mas não mais existentes nesta data. Como a Lei não responde a esta pergunta, uma saída tem


Yalla! 45 sido adotar a interpretação mais conservadora possível: declarar a todos os ativos que tenham sido de propriedade do aderente nos últimos 16 anos, prazo de prescrição do crime de lavagem de dinheiro, o mais demorado entre os prazos de prescrição dos crimes anistiados. Importante lembrar que o aporte de recursos não declarados em empresas constituídas em paraísos fiscais, ou “offshores”, forma mais comum de manutenção de recursos no exterior, por si só configura o crime de lavagem ou ocultação de bens. Outra advertência relevante é sobre a necessidade de coordenação entre as declarações de sócios de uma mesma empresa ou integrantes de mesma família, ocasiões em que a origem e destino dos recursos costumam ser coincidentes. Outra confirmação que deve ser feita, necessária pelo fato de o RERCT ser chamado popularmente de “programa de repatriação”, é a da não obrigatoriedade de se transferir os recursos mantidos no exterior para instituições financeiras brasileiras. Em paralelo, a própria Receita Federal explicou que é possível utilizar os recursos mantidos no exterior para pagar o imposto e a multa. O cuidado necessário neste ponto é que a anistia só é concedida após a entrega da declaração e o pagamento, sendo então uma alternativa

a anistia só é concedida após a entrega da declaração e o pagamento mais segura não aguardar o retorno de quantias ao País, mas efetuar o pagamento o mais brevemente possível após a entrega da declaração, com dinheiro detido aqui, ainda seja preciso tomar um empréstimo para tanto. De forma geral, a Lei do RERCT é estruturada de forma coerente e oferece importantes garantias aos declarantes, como as de que (i) os dados submetidos à Receita Federal não serão compartilhados com Estados e Municípios e (ii) a declaração não poderá ser utilizada como único indício para abertura de investigação criminal. Comenta-se muito, desde o advento da Lei, sobre soluções mirabolantes para evitar a necessidade da declaração e manter recursos no exterior tal como estão atualmente. Todavia, estas saídas quase sempre são de impossível implementação e de alto risco para aqueles eram residentes no Brasil em 31 de dezembro de 2014 e que pretendem continuar a sê-lo, seja porque possuem negócios, família ou mera vontade de permanecer no País. Por menos lógico que isto possa parecer, há situações em que até os inocentes precisam pedir perdão.

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O MAU OLHADO EXISTE? Por Rabino Samy Pinto


Yalla! 47

O mau olhado, Ain Hará em Hebraico, é um conceito extraído da Torá, do Talmud e da extensa literatura rabínica.

mais presente" (Cf seus comentários ao Sefer Chassidim ). Esse sábio, conhecido como Chidá, se referiu à sua sociedade do século XVIII... Imagine o que ele escreveria sobre nossos dias!

A

A Torá escreve: "Quando recenseares os filhos de Israel, conforme seu número, cada um dará o resgate de sua alma ao Eterno ao ser contado, e não haverá neles mortandade ao contá-los" (Shemot cap.30:12). A pergunta extraída desse texto é: Por que haveria mortandade ao realizar o censo? Rabi Shelomo Ben Isaac, mais conhecido como Rashi (1040-1105), escreve em seus comentários que a contagem provoca o mau olhado. Portanto essa é a razão para contar o povo através do "meio Shekel", mitsvá essa dada por D'us à Moshé.

in Hará é produzido pelos pensamentos do homem expressos no olhar, que podem causar danos físicos e materiais aos outros, sob forma de doenças, ferimentos ou até mesmo a morte.

Vivemos em um mundo altamente competitivo e materialista fazendo que a inveja e o desejo alimentem o mau olhado. As pessoas são consumistas e não consumidoras, pois querem adquirir o supérfluo e não apenas as suas reais necessidades. Para obter a aceitação em um determinado convívio social e sofrendo de uma auto estima deteriorada, agem impulsivamente na direção da cobiça e da inveja. Por essa razão o grande Rabino Haim Yossef David Azulay (1724-1806) afirmou que "em nossos dias o Ain Hará está muito

Essa recomendação voltou novamente em nossa história na época do Rei David. O Rei David realizou o censo de seus soldados conforme o relato bíblico (Samuel 2, cap.24 ). Ioav, seu capitão, informou ao rei depois de passar mais de 9 meses por Israel contando, o número total de combatentes. Ao final, 70.000 soldados morreram em função de uma peste que devastou toda a terra de israel. Ain Hará, que tem como inicial em hebraico a letra “AIN” , numericamente corresponde a 70, uma associação que pode ser feita nesse episódio.


Outra fonte é a Berachá dada por Yaacov a seu filho Yossef, conforme o passuk: "filho frutífero será Yossef, filho frutífero junto à fonte (Ain)" (Bereshit cap.49:22). O Talmud (Berachot p.20a) afirma que

para desejar algo que não era seu. Como retribuição recebeu essa Berachá tão específica! A Berachá, proteção contra o mau olhado, além de específica é muito especial! O Talmud dá uma enorme importância a esse tema. É sabido que o talmudista RAV, certa vez, ao caminhar em um cemitério constatou que das 100 lápides observadas, 99 faleceram por mau olhado e apenas 1 por causas naturais (Baba Metsia p.107b).

Vivemos em um mundo altamente competitivo e materialista fazendo que a inveja e o desejo alimentem o mau olhado. a tradução de Ain como fonte deve ser substituída por olhos, pois a intenção do pai era abençoá-lo para que ele e seus descendentes fossem protegidos do mau olhado dos outros (Ver comentários do Rashi no Talmud acima citado) Os Talmudistas questionaram: Por que Yossef foi privilegiado com essa proteção especial? Os olhos de Yossef foram controlados no episódio da sedução da mulher de Potifar. Apesar da tentação, Yossef não se deixou levar através de seus olhos

Portanto, com todas essas citações trazidas até aqui torna-se o conceito de Ain Hará com caráter real, afastando a possibilidade de atribuir aqui uma cultura de superstição ou de um fenômeno inaceitável.

É tão relevante e real o conceito de Ain Hará em nossa literatura que traz implicações normativas (Haláchicas). O Talmud Baba Batra, logo em seu início, conclui que é necessário construir um muro de 2 metros para separar um terreno de um proprietário do outro, para evitar prejuízos oriundos de Ain Hará. Se fosse esse conceito apenas uma recomendação ou superstição, não haveria essa obrigatoriedade. Outro exemplo, nossa lei impede que dois irmão ou pai e filho, subam na Torá um após o outro, em função de Ain Hará ( Schulchan Haruch Ora Chiam cap.141). Aliás, por que rezamos diariamente todos os 365 dias, pedindo para Hashem no


Yalla! 49 O caminho da prevenção educacional precisa ser adotado por todos nós. Essa ideia está contida em uma reza A Cabala reforça ainda mais a serie- que fazemos aos nossos filhos toda dade desse conceito quando afirma: sexta à noite, após o kidush. Texto "Todo aquele que não teme o Ain Hará extraído da Torá, na Berachá do paé como se não tivesse temor à Dus" triarca Yaacov aos seus netos: "...e multipliquem como os peixes..." (Bereshit (Zohar, Parashá Noah p68 b). cap.48:16). Novamente, Rashi explica Quero ainda refletir sobre a impor- que os peixes se reproduzem fora do tância desse conceito sob um aspecto alcance dos olhos do homem! educacional preventivo. Ain Hará não veio para aterrorizar ninguém. Nem E meu mestre dizia: "os peixes sobremesmo para retirar a responsabilida- viveram ao Mabul (dilúvio), mas não de do indivíduo atribuindo a terceiros. aguentam os olhos do homem quando Penso que o Judaísmo quer nos sen- colocados em aquários de vidro..." sibilizar para que sejamos mais humildes e modestos. Mais discretos em Os rabinos do Talmud pedem para nossos comportamentos e falas. Mais atentar bem às suas recomendações, pois a Berachá para a felicidade está simples em nossas festas e eventos. condicionada se estiver fora do alcanAcertou o Chidá ao dizer que, atual- ce dos olhos dos outros. mente, o Ain Hará está mais forte. Ao nosso redor vivem pessoas que que- Deixei no YouTube outras recomenrem "aparecer" para o outro, dizer e dações no link : mostrar o que tem e faz. O grande ra- htp// youtube/2tdesJNpulQ bino sefaradí Yossef Haim, conhecido como Ben Ish Chai, dizia que as pri- Então, se alguém perguntar, se pelo meiras tábuas da lei caíram das mãos Judaísmo Ain Hará existe, a resposta de Moshé pois o mau olhado das de- é positiva. mais nações foi tremendo...portanto, os danos englobam o físico, o mone- Para que sejamos mais humildes e tário, o emocional e o espiritual ( Ben modestos. Yehuda Baba Metsiá p.107). Birkat Hashachar nos salvar de Ain Hará ? (Sidur)

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realmente

antissemita?

Por Alberto Diwan

Frequentemente leio desabafos no Facebook de amigos judeus e sionistas que se queixam acerca das notícias veiculadas sobre Israel na mídia brasileira.

bombardeios, por exemplo) ou uma visão deturpada no conflito que aparenta ser ou muito ignorante ou demasiadamente anti-judaica. É verdade também que dá vontade de denunciar e expor a aparente parcialidade hipócrita contra a pátria judaica.

Seja pela manchete da reportagem, seja pelo ‘tom’ do texto, seja pela aparente parcialidade da informação noticiada, há sempre uma razão para concluir que a mídia é antissemita, anti-Israel, contra os judeus.

Mas será que o autor da notícia, o próprio jornalista ou o órgão informativo, realmente cultiva uma ideologia contra nós? Será que é declaradamente a favor de grupos terroristas e manifestamente contra um Estado Judeu? Acredito, talvez ao contrário de muitos, que não. A mídia que taxamos de tendenciosa pode ser até parcial e às vezes imbecil, mas isso não

Será? É verdade que muitas vezes parece haver uma omissão dolosa de má-fé na notícia (as que ‘esquecem’ de informar que o Hamas iniciou os


Yalla! 51 significa que está vinculada a uma ideologia antissemita (exceção, é claro, para alguns Blogs especiais que espalham ódio sem limites). Acredito que o mundo não nos odeia. Pelo contrário: são muitos os admiradores de Israel e do povo judeu. Tal afirmativa pode suscitar algumas questões: por que jornalistas ignoram os conflitos em outras partes do mundo, por que não divulgam as mortes na Síria e insistem em apresentar Israel como o vilão da história, como o culpado pelo conflito e o responsável pela morte de crianças palestinas? Penso que, aliado à uma generosa dose de ignorância, o motivo está na simples estratégia comercial. Notícias sobre Israel são mais acessadas. Mortes palestinas atraem mais interesse. O jornal busca somente veicular notícias que cativam o público, reportagens que rendam cliques, likes e compartilhamentos. Divulgar diariamente os atentados ocorridos no Paquistão infelizmente não atrairá a mesma atenção do que noticiar o conflito na Faixa de Gaza. É claro que muitas vezes a mídia erra, as informações noticiadas são incompletas, os dados das reportagens são questionáveis e o texto acaba fomentado ódio. Mas talvez não seja algo ‘pessoal’ contra nós. Simplesmente desejam vender. Por essa mesma razão, telejornais cotidianamente nos informam sobre mortes, tragédias, crimes. Há milhares de anos, é isso que vale a pena noticiar, é isso que cativa o público e rende audiência.

Prova é que muitas vezes sites como UOL, Estadão, Globo, Terra também apresentam notícias positivas sobre Israel. Há muitas reportagens que enfocam no lado empreendedor, nas start up e nas tecnologias desenvolvidas em Israel, e até mesmo no pluralismo e democracia enraizados na cultura israelense. Ninguém destaca o suposto filossemitismo dessas matérias.

são muitos os admiradores de Israel e do povo judeu Obviamente, constatar que inexiste um ódio especial contra o povo judeu nas notícias não nos isenta de lutar conta a difamação que atinge Israel e de fazer o que estiver em nosso alcance para impedir que informações mentirosas e fatos deturpados sejam divulgados. Mas não é taxando qualquer um de “antissemita” que cumpriremos este objetivo.

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PÓS-GRADUAÇÃO FORA DO BRASIL: UMA EXPERIeNCIA QUE VALE A PENA Por Marco Candi


Yalla! 53

Nesse pequeno artigo gostaria de dividir minha experiência de cursar uma pósgraduação fora do Brasil. Vivência, novas culturas, liberdade, refletir sobre a vida a partir de outra perspectiva, responsabilidade, “aprender a fazer sua própria comida” e, principalmente, conhecer pessoas novas.

O

s inúmeros benefícios de se passar um período fora de seu país de origem estão cada vez mais se consolidando como uma experiência fundamental no mundo globalizado, com sua experiência defendida com dentes e unhas por aqueles que tiveram essa exclusiva oportunidade.

Por outro lado, como já citado, essa experiência envolve como premissa a saída física de nossos países de origem, ou seja, uma decisão que envolve muitos aspectos de nossas vidas pessoais e profissionais ao mesmo tempo. Assim sendo, como podemos garantir que esse momento em nossas vidas seja aproveitado ao máximo, plantando sementes posteriormente colhidas para nosso futuro?

Para começar a responder a essa pergunta, Ricardo Amorim, o economista brasileiro com mais seguidores no Linkedin, disse recentemente em entrevista: “eu morei na França e nos EUA, portanto recomendo a todos, mas quer sair do Brasil? Se for para fugir daqui, repense, você poderá se arrepender...” Com isso Amorim quer nos dizer que o motivo da sua saída do Brasil não deve ser para fugir de uma realidade, porque dessa maneira você terá um sentimento de que foi expulso daquele lugar e fará isso provavelmente na hora errada. O correto, segundo ele, é tomar essa decisão se a pessoa vai em busca – e não em fuga – de algo. Veja bem, problemas sempre vão existir. Namoro, família, trabalho... eu realmente já escutei e já falei todas as desculpas possíveis quando o tema é mudar de país. E é completamente normal, porque a zona de conforto tem como objetivo nos prender dentro dela, nos amedrontando com os


Em primeiro lugar, o local. Normalmente estudantes costumam buscar cidades grandes como Vancouver, Califórnia, Tel Aviv, Londres e Nova Iorque, que com certeza contribuirão para a experiência. Porém, por outro lado, meu intercâmbio em Manchester me provou que o contrário também é verdadeiro, viver em uma cidade menor e menos explorada me Tendo decidido ir à busca conectou de uma maneira muito prode algo fora do país, outra funda com o meu curso e meus novos pergunta clara que vem amigos. Por isso eu diria: não se preà tona é “o que buscar?”. ocupe tanto com o local, mas muito Quais aspectos quero en- mais com as pessoas que ali estarão. contrar fora do país para Procure um ambiente multicultural, enigmas da incerteza do que está de fora. Por isso, o primeiro passo é entender o porquê você quer estar em outro lugar, e se a resposta for a procura de algo que te inspira, as barreiras da difícil decisão vão ficar cada vez menores.

Tendo decidido ir à busca de algo fora do país, outra pergunta clara que vem à tona é “o que buscar?” que minha experiência seja completa? Para mim essa foi a parte mais difícil e duradoura, e é o motivo pelo qual muitas pessoas acabam desistindo de realizar esse sonho.

com pessoas de todas as partes do mundo e com diferentes experiências de vida e idade, isso com certeza será o maior influenciador na sua nova fase e a melhor maneira de construir um networking sólido e diversificado para o seu futuro. Hoje posso dizer que tenho uma casa para dormir em quase todos os países europeus.

Por isso dividirei com vocês alguns aspectos que, por experiência própria, sei que Além da escolha do local e das pessoas agências de intercâmbio as que lá estarão, um terceiro fator importante é buscar novas formas de nunca vão mencionar: educação em seu curso. Chega de pro-


Yalla! 55

resolvi definir a Hyper como um movimento juvenil para profissionais e assim compará-la com a experiência de um movimento juvenil vas, é hora de criar. Um jovem de 21 anos, em média, já passou por mais de 1.000 provas distintas, nas quais em todas elas só havia uma resposta para cada pergunta. Digo isso porque acredito que você, assim como eu, já está cansado da maneira tradicional de ensino que tivemos nas escolas e faculdades, por isso tente buscar um ensino criativo, que foque no aprendizado na prática, que trabalhe junto ao mercado de trabalho. Isso garantirá um curso muito mais interativo, inovador e ajudará a te preparar muito mais para um futuro do que quando preenchendo gabaritos.

sempre atualizados, mesmo com as rápidas mudanças tecnológicas, resolvi definir a Hyper como um movimento juvenil para profissionais e assim compará-la com a experiência de um movimento juvenil. Para começar, quem somos nós, os alunos? Os sessenta alunos de meu curso, oriundos de 27 diferentes nacionalidades, podem ser comparados aos Madrichim dos movimentos juvenis que conhecemos. Usando o pensamento de trabalho das maiores startups mundiais chamado “design thinking”, nossos Madrichim desenvolvem e aplicam ideias junto a clientes globais, oferecendo soluções criativas para seus problemas.

A Hyper Island, universidade na qual estou cursando meu Master no momento em Digital Media Management, dá acesso de uma maneira espetacular a esses dois aspectos: multiculturalismo e aprendizado na prática. Por isso, para explicar de maneira clara como essa faculdade internacional com presença em Estocolmo, Londres, Manchester, Cingapura, Nova York e São Paulo oferece uma educa- Os Chanichim seriam os ção única no mundo, na qual ensina clientes com os quais trabaseus alunos a aprenderem e estarem lhamos. Durante o período


de 6 meses nós trabalhamos com seis clientes globais, os quais nos proporcionaram briefings desafiadores, como por exemplo, a companhia de impressoras Brother, que nos desafiou perguntando “como será o futuro das impressões?”. A partir daí começamos o nosso longo trabalho. Os Shlichim do nosso “movimento juvenil” são nossos conselheiros e mentores. Empresas como Uber, Google, Unilever, Barclays, líderes de mercados, empreendedores e pessoas incrivelmente interessantes, vem de fora quase diariamente para nos orientar em nossos projetos e vidas,

Os Sikumim são nossa maneira aberta de trabalhar, a qual é definida como “experimental learning”. Um tipo de educação que nos ensina a sempre refletir sobre nossos atos e nossos pensamentos, para que possamos melhorar pessoas e ideias. Assim, aqui aprendemos a aceitar feedbacks e críticas como um presente. Dessa mesma forma em movimentos juvenis, em que temos o Sikum para refletir sobre nossa peolá. Por fim, a ideologia da Hyper é clara: learning for life, lead the change and real world ready. Para terminar, a decisão de mudar de país não é nada fácil, e mais ainda, é uma decisão muito pessoal. Por isso não há uma fórmula, tudo depende o que você está buscando. Mas uma coisa posso dizer: se você está em busca de uma experiência única, muito diferente, e esteja pronto para mudar sua perspectiva sobre a vida e o mundo, assim como eu estava, a Hyper Island pode ser uma oportunidade perfeita. E tenha certeza de que quanto mais pessoas e lugares conhecer, mais saudades vai sentir daquelas e aqueles que ainda não conhece.

Os Chanichim seriam os clientes com os quais trabalhamos. através de “Ted-talks” e workshops, assim como Shlichim vem de Israel guiar nossas tnuót.

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OURO Banco Daycoval Banco Safra Candide


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