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diabéticos

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sabor&vida

Torta gelada de ricota e framboesa

ISSN

Ano 6 | no 70 | R$ 7,90

1809-8681

Leve e refrescante para o verão especial receitas de liquidificador para o dia a dia

Saia da rotina

Torta de carne desfiada, Musse cappuccino, Omelete de arroz de forno, Sorvete de kiwi

Atendimento Frequencia público gratuito Cardíaca Conheça os serviços de saúde oferecidos para os diabéticos pelas prefeituras do Brasil

Aprenda a calcular este índice, que pode melhorar o exercício e evitar a piora de doenças do coração

Aliados de fibra

Descubra quais os benefícios destes alimentos, que ajudam no controle glicêmico

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editorial MARÇO – EDIÇÃO 70 – 2012

Diretora Responsável Rosangela Arias Diretor de Operações Adilson Strutsel Diretora Executiva Silvana Cordier

Inovação

Reconhecemos uma inovação pelo poder que ela tem de mudar a forma como as atividades do dia a dia são realizadas. Em medicina, pela maneira em que o tratamento de uma determinada doença é feito ou pela cura da patologia. Este ano se comemoram os 90 anos do descobrimento da insulina, uma verdadeira revolução na terapia e controle do diabetes. Antes deste achado, o diabético tipo 1, principalmente, não tinha alternativas para se cuidar e em pouco tempo falecia em decorrência das complicações da enfermidade. Depois do hormônio, estas pessoas têm uma condição e expectativa de vida muito próxima a de quem não tem diabetes. Mas, para isso, é necessária a adesão ao tratamento, pois, sem ele, voltamos ao passado. Mas as inovações também podem ter uma dimensão menor, e ainda assim importante e impactante. É o caso dos serviços de atendimento aos pacientes diabéticos feitos por algumas prefeituras. Estas iniciativas vão desde a orientação, passando pelo atendimento médico e grupos de atividade física, até a distribuição gratuita de medicamentos. Estes programas estão auxiliando muitas pessoas a obterem uma melhor qualidade de vida. Nesta edição, damos às boas vindas à jornalista Nathalie Ayres, que passa a integrar a nossa equipe, e à DLK, empresa de consultoria esportiva que, a partir deste número, irá nos auxiliar no desenvolvimento das matérias de atividade física, trazendo propostas práticas para lhe ajudar em seu condicionamento físico. Na primeira matéria de nossa parceria, explicamos um pouco sobre como usar a freqüência cardíaca para monitorar a efetividade do exercício. Também fomos pesquisar as fibras alimentares e constatamos que são um ótimo aliado ao controle glicêmico. Leia a reportagem e veja como se beneficiar deste nutriente. Finalizando, conversamos com o Carlos José Augusto da Costa, o novo presidente da ADJ Diabetes Brasil, que nos conta os desafios que tem a frente para levar esta excelente associação a outras cidades do país. Boa leitura, Moacir Feldenheimer Editor

Editor Moacir Feldenheimer Editora Culinária Carla Caratin Redação Nathalie Ayres nathalie@emporiumdeideias.com Designers Tânia Martins Colaboração Rogério Andrade e Sidnei Lima (fotos); Beth Freidenson (produção); Mirian N. Cavalcanti (produção culinária); Meire Novaes e Zenaide Souza Silva (assistentes de culinária) Revisão Técnica Dra. Cristina Schreiber Oliveira

Diretor Comercial Rodrigo Cunha rodrigo.cunha@emporiumdeideias.com Gerente de Contas Fernanda Fernandes fernanda@emporiumdeideias.com Patricia Cherry patricia@emporiumdeideias.com

Av. Imperatriz Leopoldina, 1391 - Vila Leopoldina São Paulo/SP - CEP 05305-012 Tel: (11) 3834 6585 / Fax: (11) 3834-0649 www.emporiumdeideias.com.br A revista Sabor & Vida Diabéticos (ISSN 1809-8681) é uma publicação da Emporium de Ideias Serviços Editoriais. A Emporium de Ideias não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados, já que estes são de responsabilidade total dos seus anunciantes. A Editora se isenta de quaisquer danos diretos e/ou indiretos causados a terceiros, advindos da exibição dos anúncios em desacordo com as Leis Criminal, Civil e do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Impressão: Plural Indústria Gráfica Distribuição: Dinap S/A (Distribuidora Nacional de Publicações)

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sumário

S Ã O PA U L O - M A R Ç O D E 2 0 1 2

sempre em Sabor&Vida

PRESIDENTE Dr. Balduino Tschiedel

04 06 13 21 46

DIRETORIA BIÊNIO 2012/2013 Dr. Antonio Carlos Lerário Dra. Cristina Figueiredo Sampaio Façanha Dr. Domingos Augusto Malerbi Dra. Geísa Maria Campos de Macedo Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa Dr. João Eduardo Nunes Salles Dra. Lenita Zajdenverg Dr. Levimar Rocha Araújo Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti Dr. Luiz Antonio de Araujo Dr. Marcos Cauduro Troian Dra. Reine Marie Chaves Fonseca Dra. Silmara Oliveira Leite

SBD Responde Informe-se

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Dicas para... ...uma boa noite de sono

Comportamento Caderno de Receitas Dr. Resposta

nesta edição

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Especial 90 anos de Insulina: a história do medicamento

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Em movimento Frequência cardíaca e sua importância para o exercício

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Em discussão Serviços públicos municipais para diabéticos

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Sabor Saúde Inclusão de fibras no cardápio ajuda no controle da glicemia

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Eu convivo bem Paulo Pacheco, rapaz que descobriu a diabetes durante o vestibular

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Palavra de especialista Conheça o novo presidente da ADJ Brasil Diabetes

COORDENAÇÃO EDITORIAL Dra. Adriana Costa e Forti Dr. Antonio Roberto Chacra Dr. Carlos Eduardo Barra Couri Dr. Carlos Negrato Dra. Claudia Mauricio Pieper Dra Deise Regina Batista Dra. Denise Reis Franco Dra Graça Maria de Carvalho Câmara Dra. Hermelinda Pedrosa Dr. João Eduardo Nunes Salles Dr. João Roberto Sá Dr. José Egidio Paulo de Oliveira Dra. Luciana Bahia Dr. Marcello Bertoluci Dr. Marcio Krakauer Dr. Mauro Scharf Pinto Dr. Paulo Henrique Morales Dr. Rodrigo Nunes Lamounier Dra. Sandra Roberta Ferreira Vivolo Dr. Sergio Atala Dib Dr. Walmir Coutinho Dr. Walter Jose Minicucci Enfermeira Silvana Emilia Speggiorin Farmacêutico José Vanilton de Almeida COORDENAÇÃO NUTRICIONAL Dra. Celeste Viggiano CONSELHO CONSULTIVO Dr. Adolpho Milech Dra. Adriana Bosco Dr. Alfredo Halpern Dr. Antonio Roberto Chacra Dra. Claudia Pipper Dr. Domingos Augusto Malerbi Dr. Edgard D’Avila Niclewicz Dra. Hermelinda Pedrosa Dr. Ivan dos Santos Ferraz Dr. João Modesto Filho Dr. João Roberto Sá Dr. José Egídio Paulo de Oliveira Dr. Leão Zagury Dr. Marcos Antonio Tambascia Dra. Maria José Sieiro Dr. Paulo Augusto Carvalho Miranda Dr. Renan Montenegro Jr. Dr. Roberto Betti Dr. Ruy Lyra da Silva Filho Dra. Sandra Ferreira Vivolo


SBD responde Qual a quantidade de medidas de glicemia capilar devo fazer por dia?

A realização de medições de glicemias está associada à melhora e eficiência do controle glicêmico do paciente diabético. Pessoas insulinodependentes, em geral, realizam a terapia insulínica basal-bólus, alternando o hormônio na versão ultrarrápida com o tipo basal, que controla a glicemia ao longo do dia. Nesta modalidade terapêutica é importante sabermos os valores de glicemia pré-refeições, para o ajuste da dose de insulina bólus. E também é preciso intercalar esses valores, para checar a eficácia da contagem de carboidratos no prato e o fator de correção necessário.

O que eu devo ter comigo quando for praticar alguma atividade física?

O diabético, principalmente se faz uso regular de insulina, deve ter consigo um medidor de glicemia; alguma fonte de carboidratos, para regular uma eventual hipoglicemia; e água, pois a hidratação é importante para qualquer esportista. Além disso, é preciso ter o material específico para a prática de sua atividade: uma roupa bem arejada, com tecido que permita transpiração, e um tênis adequado. Dr. Rodrigo Nunes Lamounier, endocrinologista, Belo Horizonte (MG)

Dr. João Roberto Sá, endocrinologista, São Paulo (SP)

A hipertensão aumenta muito o risco de problemas vasculares no diabético, especialmente infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e Nefropatia diabética. Além disto, a pressão alta também é mais comum na pessoa com diabetes tipo 2, devido à presença de uma condição chamada resistência a insulina, que torna o organismo propenso à aterosclerose. É importante saber que a pressão arterial alta geralmente não dá sintomas e que as pessoas que tem diabetes junto com hipertensão devem procurar o endocrinologista, pois para evitar estas complicações é necessário, além de um controle rigoroso e permanente da pressão, o controle simultâneo da glicose e do colesterol. Dr. Marcello Bertoluci, endocrinologista, Porto Alegre (RS)

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Vou participar de uma entrevista de emprego. Devo mencionar que sou diabético?

Deve informar assim que for questionado sobre algum problema de saúde e demonstrar ao empregador que você conhece bastante sobre a patologia e a tem sob controle. Para ter uma ideia, conheci um rapaz que encarou esta fase com muita naturalidade. Durante a prova escrita, ele, tranquilamente, mediu a glicemia e verificou que estava um pouco baixa, comeu uma barrinha de cereal e retornou à atividade. Quando passou para a etapa de entrevistas, contou sobre como lidava com o diabetes, sobre o uso da insulina, demonstrando que isso não o atrapalharia, o que não o impediu de conseguir a vaga de trabalho. Infelizmente, alguns jovens têm medo e não informam sobre sua condição de ter diabetes, e depois de passar por todas as etapas de seleção, tentam camuflar a glicemia no exame médico, o que é perigoso. Muitas pessoas, com medo da glicemia de jejum, acabavam exagerando na insulina, o que resultava numa hipoglicemia, o que também mostrava uma mudança na saúde. Muito cuidado com o autopreconceito, precisamos mostrar que o diabetes não nos impede de ter uma vida profissional normal. Dra Graça Maria de Carvalho Camara, psicóloga, São Paulo (SP)

Fotos: Divulgação e Shuterstock

Quais são os riscos da hipertensão no diabético?


Estou com uma pequena ulcera no meu pé direito. O que devo fazer?

Pé diabético é um problema muito sério, e se não receber um rápido tratamento, pode causar até amputação. Portanto, a recomendação que fazemos em caso de aparecimento de úlceras, é procurar um endocrinologista ou cirurgião cardiovascular o mais rápido possível. Esse profissional que saberá observar a localização da úlcera, qual seu aspecto, se há sinais de infecção e em que grau ela está. Ele também poderá averiguar se a causa dessa ferida é neuropática (resultante da formação de calos na região), isquêmica (ocasionada por problemas nas artérias do pé) ou neuroisquêmica (que une características de ambas), para assim recomendar o tratamento adequado.

Existe um melhor horário do dia para o diabético consumir carboidratos?

O ideal é distribuir seu consumo ao longo do dia, pois comendo quantidades fixas de carboidrato em cada refeição e lanches é possível controlar a glicemia ao longo do dia, sem grandes flutuações glicêmicas. Esse é o nutriente que mais afeta os níveis de glicemia no sangue. Alimentos com amido, tais como batata, arroz e macarrão, contêm carboidratos. Também os encontramos no leite e nas frutas. Os vegetais não folhosos (cenoura, beterraba) também são suas fontes, porém, podem ser consumidos em quantidades menores e é preciso ingerir uma grande quantidade para que a glicemia se altere. Ao se consumir estes alimentos, todos os carboidratos são quebrados em pequenas moléculas e são absorvidos na corrente sanguínea. É importante verificar com um nutricionista exatamente a quantidade do nutriente de cada alimento e assim ajustar o sua ingestão à dose de medicamentos. Deise Regina Batista, nutricionista, Curitiba (PR)

Dra. Hermelinda Pedrosa, endocrinologista, Brasilia (DF)

Tenho 16 anos e fui diagnosticada há 10 meses. Neste período meu médico já mudou a quantidade de insulina que devo aplicar varias vezes. Isto é normal?

Para se responder com certeza é preciso conhecer o perfil glicêmico e histórico do paciente. Porém, muitas vezes, logo após o diagnóstico, pode-se entrar no período que chamamos de “lua de mel”, que é quando se tem uma maior reserva pancreática e consegue-se cobrir o tratamento com esquemas mais simples de insulina. Porém, quando essa fase passa, é preciso adotar outro sistema. Portanto, é comum que o médico troque as quantidades de insulina, mas isso varia de pessoa para pessoa.

O que é Diabetes? É uma doença caracterizada pela incapacidade do organismo de manter os níveis de açucar do sangue dentro de uma faixa normal, que deve estar entre 70 mg/dl e 99 mg/dl em jejum, e até 140 mg/dl no período pós-alimentar. Ela decorre da secreção e ação deficientes da insulina.

Como controlá-lo? Conciliar dieta alimentar balanceada, atividade física regular, controle do estresse emocional e uso de medicamentos, quando necessário.

Quais são as doenças associadas? O descontrole glicêmico leva a alterações dos vasos sanguíneos, que aceleram o processo de aterosclerose, e a alterações neurológicas. Essas mudanças podem afetar diversos órgãos e tecidos, causando perda de sensibilidade (neuropatia), lesões nos rins (nefropatia), danos oculares (retinopatia), doenças coronarianas e alterações de pele, intestino e vias urinárias. MANDE SUA PERGUNTA Envie suas dúvidas sobre diabetes e participe do SBD Responde. A identidade dos leitores não será divulgada para preservar a privacidade. Os integrantes do conselho consultivo da Sabor&Vida Diabéticos, composto por especialistas de diversas áreas, responderão às perguntas mensalmente.

Nossos endereços: E-mail: saborevida@ emporiumdeideias.com Correspondência: Av. Imperatriz Leopoldina, 1391- Vila Leopoldina São Paulo - SP CEP 05305-012

Dr. Mauro Scharf Pinto, endocrinologista, Curitiba (PR) sabor&vida

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informe-se Páscoa diversa

O fim da picada

A Nestlé traz em seu portfólio ovos de chocolate feitos especialmente para quem segue dietas especiais. O Classic Diet não tem açúcar em sua composição, e é o único ovo aprovado pela Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD). Já o Classic Zero também não traz lactose, e é feito com 50% de cacau, tendo um sabor mais próximo do meio amargo. Preço sugerido: R$28,00

Medir glicose picando o dedo pode virar coisa do passado. Um novo aparelho, desenvolvido nos Estados Unidos, traz uma tecnologia que permite o controle da glicemia computando a quantidade de acetona presente no hálito. Isso porque estudos mostram que esse elemento químico é produzido em maior quantidade na boca quando a insulina está em alta no sangue. Para fazer a medição, basta soltar a respiração no compartimento adequado e aguardar a leitura.

Para refrescar

Frapê de coco, uma delícia nem sempre permitida no verão. Mas a Ades lançou uma versão de soja zero açúcar, junto com outros produtos da linha, como o tradicional e a vitamina de banana. Os produtos são fonte de proteína, zinco, e das vitaminas A, B2, B6, B12, C, D, E e ácido fólico, além de terem a mesma quantidade de cálcio que o leite. Perfeitos para fazer vitaminas ou acompanhar os sucrilhos. Preço sugerido: R$3,49

Presente do coelho Para que nessa Páscoa você possa aproveitar as gostosuras, sem correr o risco de mandar sua glicemia para às alturas. A Cacau Show tem o Ovo Dreams Zero, feito com chocolate ao leite diet e recheado de trufa sem adição de açúcar. Preço sugerido: R$44,90

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Bactéria perigosa Uma pesquisa científica feita na Universidade de Michigan descobriu que pessoas que já foram infectadas pela bactéria Helicobacter pylori (microorganismo que se instala no estômago e pode causar úlceras, gastrite e até mesmo câncer) tem duas vezes mais chances de adquirir diabetes tipo 2. Os resultados foram colhidos após o acompanhamento de 800 pessoas por uma década. Como o estudo foi apenas uma observação, os cientistas não têm uma explicação para o fenômeno.


Doce tradicional

Dupla liberada

Criada especialmente para o público diabético, a Paçoca com Chocolate Zero da Flormel não tem adição de açúcar. É feita com a castanha de caju, rica em ácidos graxos insaturados, além de vitaminas como B1e B2, ácido pantotênico e minerais como zinco, fósforo, potássio, magnésio e ferro. E também leva aveia entre os nutrientes, um grão poderoso rico em fibras e que atua na redução do mau colesterol e aumento do bom.

Para quem tem restrições alimentares, mas adora uma colomba pascoal, a Village tem em seu portfólio a Bella Páscoa Light Frutas, bolo sem adição de açúcar ou lactose, portanto liberado. Ele também leva o selo de aprovação da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD) e tem 25% menos calorias que os outros produtos. Preço sugerido: R$ 10,90 (500 g)

Preço sugerido: R$1,80

Para se atualizar!

Fotos: Divulgação

A ADJ Brasil Diabetes promoverá nos dias 24 e 25 de março o 15º Congresso da Associação de Diabetes. O tema do encontro será “Diabetes e Qualidade de Vida – Prevenir e Conviver” e são esperadas até 2.500 pessoas durante os dois dias. As palestras abordarão vários temas, como obesidade, nutrição, atividade física, pé diabético, diabetes gestacional, cuidados com o corpo e doenças correlacionadas, entre outros. E durante o evento é possível realizar medição de glicemia e colesterol e avaliação da saúde bucal. O congresso será Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas (APCD), em São Paulo.

Limpeza geral

Café da manhã mais saudável

Preço sugerido: R$23,90

Preço sugerido: R$6,99 (250 g)

Desintoxicar o corpo ajuda no emagrecimento e bemestar. Para ajudar nessa tarefa, a The Gourmet Tea, casa de chás, traz em sua linha Ayurvédica a opção Detox. Feito com alcaçuz, cardamomo e folhas de amora, ele não tem cafeína e ajuda a diminuir o inchaço e eliminar as toxinas do corpo.

Quem disse que Quaker só tem aveia? A marca tradicional deste grão decidiu misturá-lo a linhaça, centeio, cevada, quinua, amaranto e gérmen de trigo. A junção é rica em fibras, que melhoram o funcionamento do intestino e ainda ajudam o diabético na redução da glicemia após as refeições. Indicado para ser consumido no café, misturado ao leite ou ao iogurte, e também colocado sobre as frutas. sabor&vida

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informe-se Exercício otimizado

A marca de roupas fitness femininas Mulher Elástica, do Paraná, lançou uma linha de calças legging com material tecnológico, que emite raios infravermelhos, que ajudam a diminuir a concentração de ácido lático, reduzir a fadiga muscular, melhorar a circulação e ainda promovem uma drenagem linfáticana região. Achou estranho? Pois o tecido tem minerais que disparam a versão longa do raio, e, ao entrar em contato com a pele, eles bioestimulam a musculatura, diminuindo o acúmulo de ácido lático, um dos responsáveis pela câimbra. Preço sugerido: R$144,40

Agenda Associação dos Diabéticos de Itajaí e Navegantes

06/03

Palestra: Depressão em todos os ciclos da vida Palestrante: Cristiano Klaus Fischer, terapeuta Horário: 19h30 Local: Rua Alberto Werner, 100, Vila Operária Itajaí (SC) Entrada franca Contato: (47) 3348 4624 Associação dos Diabéticos do ABC

03/03

Aula: Insulinas Professor: Marcio Krakauer, médico endocrinologista Horário: 9h30 Entrada franca

17/03

Novos atacantes A FDA (sigla americana para Administração de Comidas e Drogas) aprovou, desde o início do ano, três medicamentos para o tratamento da diabetes tipo 2. São eles: o Bydureon, que ajuda na redução de glicemia e peso; o Jentadueto, que aumenta a secreção de insulina; e o Janumet XR, que tem ação semelhante ao último e pode ser consumido via oral. Mas eles só estão disponíveis no exterior. Para chegar ao Brasil, precisam da aprovação da Anvisa.

Aula: Exercícios para fazer em casa Professor: Roberto Doro Educador Físico Horário: 9h30 Entrada franca

24/03

Aula: Enfermagem Professora: Andrea Boffo, enfermeira e educadora em diabetes Horário: 9h30 Entrada franca

31/03

Companheiro de aventuras

A marca Bull Terrier é conhecida por seus tênis próprios para esportes ao ar livre, como trilhas e montanhismo. Mas o modelo Hawk também pode ser usado em ocasiões informais, na cidade e no campo. Feito de nylon e couro, sua palmilha é anatômica e transpirável, permitindo conforto ao pé. Preço sugerido: R$250,00

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Evento: Kid’s Day - para crianças de 05 a 13 anos vivenciarem o diabetes Horário: o dia todo Entrada franca Contato: (11) 4992 5 303 Associação Paranaense do Diabético Juvenil

07/03

Curso: Culinária Diet Horário: 14h Inscrições Gratuítas Vagas Limitadas Contato: (41) 3244 7711


dicas para...

... ter uma boa noite de sono Como deixar sua noite mais reparadora para que você fique bem disposto durante todo o dia Nada como um dia após o outro e uma noite no meio, diz o ditado. E realmente, um sono restaurador atenua não só o cansaço, mas também melhora o humor e a memória, de acordo com a pneumologista Sônia Togerio. Além disso, pesquisas indicam que a falta de sono pode interferir nas taxas de glicemia, aumentando-as e prejudicando os diabéticos. Tudo porque não dormir aumenta o cortisol no corpo, possibilitando o agravamento da obesidade, como relata Dra. Sônia, também pesquisadora do Instituto do Sono de São Paulo. Ela elaborou algumas dicas para minimizar os riscos de não dormir bem e ajudá-lo a sonhar com os anjos toda noite.

muitos 1.Evite estímulos

Luzes, barulhos, uma cama desconfortável... Tudo isso são estímulos que podem atrapalhar a chegada do sono. E não se iluda, mesmo o som do ventilador e a luz do rádio-relógio podem mandar o descanso por ralo abaixo. O recomendado é deixar o ambiente do quarto o mais “limpo” possível, para que as condições dos seus sonhos sejam ideais. Mesmo antes de dormir, o melhor é evitar luzes e sons intensos.

Fotos: Shutterstock

por 2.Procure distrações

Quando o cérebro se atenta a uma tarefa complexa ou que pede concentração – como fazer cálculos matemáticos, trabalhar, usar o computador, dirigir, jogar vídeo games – fica alerta e demora mais tempo para conseguir repousar. Antes de dormir, prefira atividades mais simples, como músicas e leituras suaves e até conversas, desde que não sejam paposcabeça. E nada de repassar os problemas do dia antes de encostar a cabeça no travesseiro: isso só aumenta a ansiedade e o afasta dos braços de Morfeu.

com os 3.Cuidado exercícios

Os exercícios físicos são aliados do sono, por liberarem endorfina, conhecida como o hormônio do bem-estar. Mas cuidado com o horário da malhação! Atividades de maior intensidade, como musculação, corrida e aeróbica, não podem ser feitas entre duas ou três horas antes de dormir, pois também têm o poder de mandar o sono embora, porque deixam a mente mais atenta. Já praticar uma ioga ou tai-chi-chuan não traz problemas, e pode até ajudar a relaxar e a dormir melhor.

uma 4.Prefira alimentação leve

Comidas pesadas antes de dormir deixam a digestão mais lenta, e ela pode atrapalhar o organismo na hora do descanso. Portanto, no jantar, evite refeições pesadas: uma sopa, um lanche saudável ou uma fruta são a melhor pedida para este horário. Passe bem longe também das bebidas energéticas! Por mais que você tenha adquirido uma tolerância a elas, seu consumo deixa o cérebro ativo, e ele demora mais para descansar.

se deite 5.Não sem sono

Se você sofre de insônia, não fique se revirando na cama. Aguardar o sono só aumenta a ansiedade, e faz com que a espera pareça mais longa.Tente fazer algo que não o estimule, voltando quando o sono bater. Vale até preparar um copo de leite morno! Mesmo sem comprovação científica, ajuda a relaxar.

ao dia 6.Cochile com moderação

Muitas pesquisas mostram como dormir durante o dia ajuda na criatividade e descanso. Mas não se deite por mais de meia hora, ou seu sono da noite tardará ainda mais. O ideal é dar esse cochilo por cerca de quinze minutos. Parece pouco, mas com certeza ainda será restaurador.

seu 7.Regularize sono todos os dias

A maioria das pessoas fica acordada até tarde durante a semana, levanta-se cedo para o trabalho e compensa dormindo mais durante o sábado e o domingo. Porém, o ideal, é tentar ter o sono igual nos sete dias da semana, pois assim nosso corpo aprende a descansar nas horas certas. sabor&vida

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especial

Quase um século de descobertas Conheça mais sobre a história da insulina, um remédio essencial para alguns diabéticos, que só foi desenvolvido há 90 anos e mudou as condições de vida de quem adquiriu essa enfermidade

As descobertas pelo tempo 70 d.C. Sede, um dos sintomas descritos na época

1552 a.C.

1815 d.C. Chevreul conclui que a diabetes elimina glicose

Papiro de Ebers, primeiro registro médico da diabetes

500 a.C. A medicina indiana já indicava uma dieta restritiva como tratamento

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1670 d.C. Descoberto o açúcar na urina dos diabéticos. Justifica o nome Mellitos (mel)


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izem que os povos antigos sabiam de quase tudo que existe hoje. Mas chega a ser surpreendente descobrir que até mesmo o diabetes já era descrita desde a Antiguidade. Textos do Egito, Grécia e até mesmo da Índia, datados antes de Cristo, já descrevem seus sintomas, como a sede, fome e diurese em excesso. E, por grande parte da história humana, o veredicto era sempre o mesmo para quem adquiria essa patologia: pouco tempo de vida. “Quem era diagnosticado com diabetes tipo 1 não chegava a viver mais do que 6 meses”, aponta Dr. Antonio Roberto Chacra, professor titular e chefe da disciplina de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Um dos motivos era o tratamento, limitado nessa época, que consistia basicamente em uma alimentação restritiva de proteínas e gorduras, causando uma magreza excessiva. Nesse meio tempo, principalmente na Idade Moderna (1453 – 1789), novas descobertas foram feitas, como a identificação de que o diabético liberava açúcar em sua urina. Depois o francês Michel Eugène Chevreul demonstrou que o que causava o sabor doce, era a glicose. Nessa época foi criado um aparelho para medir a quantidade de glicemia eliminada, o diabetômetro. Mais tarde, cientistas alemães observaram que a ação de um hormônio do pâncreas poderia melhorar os sintomas.

Fotos: Shutterstock / Dreamstime, por Georgios

1889 d.C. Dois pesquisadores alemães, Mering e Minkowski, conseguem ligar a diabetes com um hormônio produzido pelo pâncreas. Está aberta a possibilidade da existência da insulina

Melhorar é preciso

Mas a expectativa de vida só aumentou mesmo em 1921, quando o médico canadense Frederick Banting e o estudante de medicina Charles Best conseguiram isolar esse hormônio em cães para aplicá-los em humanos, e lhe deram o nome de insulina. A descoberta foi importante não só para os diabéticos como para a medicina em geral, e rendeu aos pesquisadores o Prêmio Nobel de Fisiologia. O teste só foi realizado em humanos um ano depois. “O primeiro paciente foi um rapaz de 14 anos chamado Leonard Thompson. Ele estava internado em Toronto e pesava cerca de 30 quilos”, relata Chacra. Esse foi o início de uma chance de vida para quem tinha diabetes. Ainda assim a insulina de Banting tinha muito ainda para evoluir. “Era comum a existência de alergia e de atrofia da gordura na região da aplicação naquela época”, aponta Márcia Nery, presidente do Núcleo de Excelência em Atendimento ao Diabético do Hospital das Clínicas de São Paulo. Muitos pacientes acabavam por rejeitar o hormônio, considerado um antígeno pelo corpo. O resultado é que os anticorpos atacavam o medicamento, e doses maiores se faziam necessárias para surtirem o mesmo efeito. Sua ação também durava menos tempo, requerendo a aplicação do fármaco por quatro ou cinco vezes ao dia. 

1936 d.C. O efeito do hormônio é prolongado por cientistas da Dinamarca

A evolução da Insulina

1552 a.C. – O papiro de Ebers, documento médico egípcio, descreve alguns sintomas da diabetes, como o emagrecimento, muita sede e urina em abundância 500 a.C – Susruta, médico da Antiga Índia, diferenciou os dois tipos de diabetes: uma que se manifestava mais em jovens e outra em adultos com sobrepeso. Ele já receitava dieta restritiva como tratamento 70 d.C – O médico grego Areteu da Capadócia, da atual Turquia, descreveu outros sintomas como a fome e fraqueza 1670 d.C – Thomas Willis, médico britânico, descobriu outra característica da diabetes: o açúcar presente na urina 1815 d.C – O médico Michel Eugène Chevreul, da França, concluiu que esse açúcar era glicose 1889 d.C – Joseph von Mering e Oskar Minkowski, dois cientistas alemães, descobriram que um hormônio do pâncreas diminuía os sintomas do diabetes, a insulina 1921 d.C – Dois médicos canadenses, Frederick Banting e Charles Best, conseguiram isolar esse hormônio em cães, e um ano depois ela foi testada em humanos 1936 d.C – Pesquisadores da Dinamarca descobriram uma forma de prolongar seu efeito, ao juntar a insulina a uma proteína chamada protamina, retirada de peixes 1966 d.C – Os cientistas alemães Obermeier e Geiger conseguiram transformar insulina suína em humana, usando enzimas. Assim ela passou a ser mais tolerável pelos pacientes

1966 d.C. A insulina suína é transformada em humana, e o hormônio causa menos rejeição do organismo dos pacientes

1921 d.C. No Canadá, conseguem isolar a insulina em cães, e a testam em humanos no ano seguinte sabor&vida

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especial

O material também não ajudava: as seringas eram de vidro e precisavam ser sempre fervidas e esterilizadas antes do uso, e as agulhas eram grandes e desconfortáveis. Não bastava ter sido descoberta, a insulina precisava ser aperfeiçoada. A primeira melhora foi feita em 1936. Cientistas dinamarqueses da Universidade de Hagedorn ligaram-na a uma proteína retirada de peixes, chamada protamina. A mistura de ambas as substâncias demorava mais tempo para ser absorvida, o que resultou em uma maior duração do medicamento quando aplicado no organismo. Nasceu, assim, a insulina NPH, aplicada uma ou duas vezes ao dia e utilizada ainda hoje no tratamento da maioria dos diabéticos. No mesmo ano, um laboratório conseguiu produzir insulina cristalizada, que era um pouco mais pura e mais tolerável ao corpo humano, causando menos rejeição ao tratamento.

Feita sob medida

Ainda assim, a aceitação do corpo só melhorou com a humanização da substância. Em 1966, três cientistas conseguiram, separadamente, sintetizá-la em laboratório na forma humana. Foi o caso de Obermeier e Geiger, alemães que utilizaram como matéria-prima o hormônio suíno. Mas a técnica da engenharia genética, utilizada na década de 1980, foi mais eficiente. Ao estudarem o hormônio produzido pelo nosso pâncreas, os cientistas criaram

um código de DNA recombinante, conseguindo fabricar uma substância com a mesma cadeia de aminoácidos – compostos que se ligam uns aos outros em uma certa ordem, que determina qual proteína está sendo formada. Como os cientistas descobriram então a “fórmula” da insulina, ficou mais fácil sintetizar os análogos, modificações em laboratório da posição dos aminoácidos originais, criando compostos semelhantes, mas com atividades um pouco diferentes no organismo. É como se o hormônio tivesse sido aditivado, como descreve Chacra. Primeiro foram feitos os de ação mais lenta, que ficam por até 24 horas no corpo, e ajudam no controle da glicemia basal, ou seja, a que apresentamos entre os horários das refeições e no jejum. Depois, as insulinas ultrarrápidas, que podem corrigir a índice glicêmico com maior velocidade (de cinco a dez minutos após a injeção, atingindo seu pico após uma ou duas horas) e são essenciais na hora da alimentação. Com elas, foi criado um novo padrão de tratamento, que reveza a aplicação da NPH duas vezes ao dia, com as de ação mais rápida logo após as refeições, como ressalta Chacra. Dessa forma, os picos de hipo ou hiperglicemia podem ser evitados. Novas descobertas ainda estão a caminho nos laboratórios. Mas uma coisa é garantida, cada vez mais a insulina evoluirá e ajudará no tratamento de pacientes diabéticos.

Os testadores

Dois diabéticos viraram história após testarem a insulina e ajudarem no seu processo para o tratamento da diabetes. Eles normalmente são confundidos, então conheça um pouco mais sobre cada um: Leonard Thompson Com apenas 14 anos, foi o primeiro humano a usar a insulina criada por Banting em 1922. Diagnosticado com o tipo 1 desde os 11 anos, teve alergias com a primeira dose testada, devido à impureza do composto. Mas logo foi purificada por James Collip e testada novamente nele. Com o novo medicamento, pôde viver até os 27 anos, e seu falecimento foi devido a uma pneumonia Elizabeth Hughes Gossett Filha de um policial americano, também ficou diabética aos 11 anos. Foi outra participante dos testes de Banting, e graças ao tratamento viveu até os setenta e três anos, se formando na faculdade e constituindo família. Talvez por isso ela tenha ficado mais marcada na história do que Leonard

Onde ela pode chegar! A maior característica dos 90 anos da insulina foram as evoluções e implementações de seu funcionamento, e elas não param por aqui. Pesquisadores começam a criar novas formas de melhorar ainda mais a atuação desse hormônio. Uma delas, como aponta a endocrinologista do Hospital das Clínicas Márcia Nery, é o desenvolvimento de um análogo “que será injetado no corpo, mas só será liberado para o organismo quando houver necessidade real, isto é, quando a glicemia estiver elevada”, explica. Tal desenvolvimento poderá impedir que os pacientes tenham crises de hipoglicemia. Já o médico Antonio Roberto Chacra, professor da UNIFESP, aponta o surgimento de novos análogos que tenham menor variabilidade glicêmica, ou seja, impeça a glicemia de cair ou subir muito rapidamente. E isso é o que podemos prever hoje. Imagine que novidades não poderão aparecer no futuro!

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Como sobreviver às tentações da Páscoa? Guacyra Guaranha, educadora em diabetes e psicóloga clínica da ADJ Diabetes Brasil, dá dicas para evitar os doces e chocolates, que insistem em ficar a vista e em nossos pensamentos nessa época

Foto: Shutterstock

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tualmente o período da Páscoa está intimamente ligado ao consumo de chocolates. As gôndolas de lojas e supermercados se enchem de ovos, e todos começam a se perguntar qual será o prato principal do almoço de domingo. Ou seja, é muito fácil exagerar na comida nessa época. Ter diabetes significa ter taxa alta de açúcar no sangue. Diabéticos precisam controlar a glicemia usando medicação e evitando o uso e abuso de açúcares e gorduras através de acompanhamento médico e orientação nutricional, o que permite certa autonomia no tratamento e a valorização de preferências alimentares. Mesmo sabendo que podemos corrigir taxas altas de glicemia com a aplicação de insulina de ação ultrarrápida, é orientado que pessoas com diabetes sigam instruções de um profissional de nutrição. Em tempos modernos, trabalhamos com a contagem de carboidratos, técnica que permite maior flexibilidade alimentar, levando em consideração terapias medicamentosas e atividade física. Geralmente a comemoração da Páscoa acontece no almoço de domingo com a família reunida e muita comida e bebida. A alimentação equilibrada e bem balanceada deve fazer parte da rotina de todas as pessoas que desejam um corpo saudável e uma boa qualidade de

vida, preferencialmente para quem tem diabetes. E isso deve ser aplicado, inclusive, a essa refeição. Portanto, os pratos precisam ter alimentos variados, coloridos e pertencer a diferentes grupos alimentares. Em uma consulta de nutrição, o profissional deve fazer uma sugestão de cardápio de acordo com a rotina diária de cada um e suas preferências alimentares. As pessoas usam este modelo de cardápio para aprender a substituir um alimento por outro, o que pode ser feito durante o almoço da Páscoa também. É importante lembrar que toda sobremesa em dias de festa deve ser consumida com moderação. É possível provar e se deliciar sem exagerar. Hoje em dia alguns jovens desenvolvem o hábito de escrever em agendas o ideal de uma rotina alimentar, se permitindo fazer substituição de alimentos, comer doces e salgados sem medo de ser feliz, podendo curtir qualquer tipo de evento e festas. Neste momento do ano torna-se difícil não desejar comer doces, principalmente para as crianças. O chocolate é um alimento gostoso, nutritivo e energético, e seu consumo deve ser restrito e não proibido para quem tem diabetes. Além disso, podem se beneficiar com os famosos ovos de Páscoa diet, disponíveis em qualquer supermercado ou mercearia.

A procura pelos ovos de Páscoa também é uma grande diversão para muitas famílias, inclusive nas casas das crianças com diabetes, pois a felicidade delas está em ganhar presentes, encontrar chocolates e poder brincar. Coelhos de diversos tipos e ovos de chocolates de vários tamanhos fazem a alegria da garotada. Muitas vezes, não é o doce que a criança quer e sim o brinquedo que está no pacote. Por isso, não deixe de aproveitar a Páscoa, mas não se esqueça de levar à mesa o equilíbrio e bom-senso evitando excessos que causarão arrependimentos.

O chocolate é um alimento gostoso, nutritivo e energético, e seu consumo deve ser restrito e não proibido para quem tem diabetes. Além disso, podem se beneficiar com os famosos ovos de Páscoa diet, disponíveis em qualquer mercearia ou supermercado. sabor&vida

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o d l a a d i n u c io m g U e r

Por ser um problema crônico, o diabetes precisa ser controlado de perto e com muita cautela, o que nem sempre é possível para a população mais carente. Por isso, a criação de serviços municipais é muito importante e está sendo fomentada

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saúde pública sempre é um tema polêmico aqui no Brasil. Hospitais deficientes, atendimento demorado e falta de leitos são reclamações constantes da população. Ainda assim, existem iniciativas governamentais que podem ser aplaudidas. É o caso de alguns municípios, que tem se destacado na implantação de serviços públicos específicos para diabéticos e hipertensos, não só oferecendo insumos e remédios gratuitamente, como também trazendo informação e incentivo ao controle da patologia. O Ministério da Saúde fomenta ações para esta população com o Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes (SIS-HIPERDIA). Ele é um banco de dados ligado às Unidades Básicas de Saúde (UBS) do todo o país. A adesão de uma cidade envolve também a distribuição de insumos e medicamentos receitados para a população cadastrada. Com as informações enviadas pelas Secretarias de Saúde, a intenção é criar um perfil dos pacientes de cada região, e adotar assim novas estratégias para tratamento e prevenção. A ideia desses projetos é justamente ensinar o cidadão a controlar o diabetes. Até porque, esse tipo de iniciativa traz uma economia para o sistema de saúde municipal. “O custo social e financeiro é muito maior quando se necessita de uma assistência mais complexa”, indica a nutricionista Dra. Marlene Merino, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e chefe do Departamento de Supervisão Técnico Metodológico da Fundação Municipal de Saúde de Niterói (RJ). Ela também aponta a importância dos grupos de apoio, em que os cidadãos se reúnem e podem conversar entre si sobre seus problemas em comum. “A educação permanente faz parte do tratamento de qualquer doença crônica. Diversas pesquisas já demonstraram que a adesão ao tratamento é maior quando se promove essas ações, as quais motivam o indivíduo a segui-lo”, destaca a especialista.

Dividir para informar

Um dos exemplos de iniciativas públicas é o programa municipal para diabetes feito em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, que divide seu projeto em várias frentes de atuação. Uma delas é o atendimento, que é distribuído por regiões e pelos diferentes graus de complexidade do tratamento. Inicialmente, existe o serviço feito pelas Unidades Básicas de Saúde e pelos Médicos de Família. Estes são pequenos módulos que prestam assistência básica às pessoas de uma região da cidade, com enfermeiros e clínicos gerais. Cada família é cuidada sempre pela mesma equipe, o que confere ao tratamento uma maior atenção e acompanhamento constante do histórico do paciente. Este time é que observará se o cidadão tem ou não alguma doença crônica. “É como se eles fossem uma grande porta de entrada. Quando diagnosticamos casos mais específicos, como o diabetes, eles são enviados para as Policlínicas Regionais”, explica Daniel Costa, coordenador do projeto há dois anos. Em Niterói, existem seis clínicas para atendimentos de casos encaminhados pela equipe básica, com médicos especialistas de várias áreas, que atendem a macro-regiões. É nelas que são feitas consultas com endocrinologistas e nutricionistas, por exemplo. Por fim, os casos mais graves são encaminhados para a Policlínica de Especialidades, que fica na região central e tem médicos ainda mais focados em suas áreas. No caso de crianças diabéticas, elas também podem contar com atendimento no Hospital Getúlio Vargas Filho, que tem um ambulatório de endocrinologia infantil. Com essa divisão dificilmente o cidadão precisa sair de sua região para ser atendido. “A idéia aqui é sempre trabalhar o mais regional possível, estanto dentro do ambiente do cidadão, integrando-se à comunidade”, esclarece o coordenador. Além do atendimento ambulatorial, há também a distribuição de insumos e a gestão de informações, que são programas mais ligados aos projetos nacionais, como já citado. 

O Ministério da Saúde incentiva ações para este público com o Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes (SIS-HIPERDIA). Ele é um banco de dados ligado às Unidades Básicas de Saúde (UBS) do todo o país. A adesão de uma cidade envolve também a distribuição de insumos e medicamentos

Atenção!

Faz parte de iniciativa do Ministério da Saúde a distribuição gratuita de remédios e insumos para diabéticos na Farmácia Popular! E para saber se seu município conta com outros programas, se informe nos postos de saúde de seu bairro

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Fotos: Schuttersock

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À esquerda, a comemoração do Dia Nacional da Promoção da Qualidade de Vida, em Rio Grande (RS). No centro, o fim das atividades do Verão Legal, programa relacionado ao projeto Vida Ativa, no mesmo município. À direita, uma reunião do grupo coletivo da UBS de Baldeador, bairro de Niterói (RJ)

Não basta o paciente ser tratado no hospital, ele precisa ser educado para se cuidar em casa. Para isso a prefeitura promove palestras e reuniões de grupo multidisciplinares. Há também os eventos para a população em geral, como o Dia Internacional da Diabetes 16

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Com o envio dos registros dos pacientes ao banco de dados do SUS (Sistema Único de Saúde), o plano é criar futuramente uma atenção mais personalizada para cada região. Mas, a frente de trabalho mais importante é a difusão de conhecimento. Não basta o paciente ser tratado no hospital, ele precisa ser educado para se cuidar em casa. Para isso a prefeitura promove palestras e reuniões de grupo multidisciplinares. “Queremos sair do foco da patologia e falar de tudo, abrir um espaço para eles trocarem informações”, ressalta Daniel Costa. Há também os eventos para a população em geral, como o Dia Internacional da Diabetes em que o público pode medir sua glicemia, acompanhar o peso, e, em caso de anormalidades, ele é encaminhado para a UBS mais perto de sua residência. O técnico em telefonia de 47 anos Cosme José da Rocha Viana, diabético há quatro, participa dos programas de Niterói e comenta: “os serviços ajudam bastante, e eu procuro colaborar também, indo às reuniões de grupos e passando aquilo que eu sei aos outros”. Ele conta que são três encontros que acontecem semanalmente em sua região, reúnem 30 pessoas cada, e ele procura ir a todos. Para participar do programa, não é preciso muito, basta ser morador do mu-

nicípio. O encaminhamento é feito nas Policlínicas, onde também ocorrem as inscrições, e há ampla divulgação dos horários das reuniões e das vantagens em participar. “É bom levar um comprovante de residência e um documento de identificação, mas procuramos não colocar barreiras”, explica o coordenador. Ainda assim, o programa é passível de falhas. Viana reclama que sua região ficou três meses sem receber as fitas do glicosímetro e agulhas. “E são itens pelos quais nós não temos condições de pagar”, expõe o niteroiense. De acordo com Costa, o impasse foi de ordem externa: “tivemos problemas relativos a aquisição de insumos no ano passado, os quais outros setores da fundação municipal de saúde estão nos ajudando a resolver”, argumenta. Por ter um enfoque maior no atendimento ambulatorial e de prevenção, Costa não sabe estimar ainda se houve uma redução nas internações hospitalares para diabéticos. “Acompanhamos isso de forma indireta pelo Indicador de Saúde de Internações, mas como o fazemos há apenas dois anos, ele está estável. Mas creio que a longo prazo ele venha diminuir”, justifica. Isso só mostra que, mesmo com algumas dificuldades, o programa de Niterói tende a crescer e melhorar.


Exercitar também é preciso

Já a cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, também focaliza seu cuidado público na prática de exercícios físicos, com o serviço Vida Ativa, que reúne diabéticos e hipertensos em grupos para caminhadas e aulas de exercícios aeróbicos. Além dele, há a participação da Secretária de Saúde do município no SIS-HIPERDIA, o que ocasiona a entrega de insumos gratuitos ao cidadão. Eles também se prontificam a enviar dados sobre os pacientes diabéticos para o SUS, para que haja uma maior personalização no atendimento. A Prefeitura ainda oferece apoios nutricionais em grupos educativos e atendimento especial aos casos mais graves da patologia. Os projetos para diabetes estão em vigor desde 2002, e atendem cerca de três mil diabéticos no município. Deles, 1390 fazem uso da insulina NPH, e 100 também usam outros tipos. Simone Concli, enfermeira e coordenadora do Projeto Vida Ativa, aponta uma resposta positiva nos indicadores. “Temos os dados de redução dos níveis de pressão, níveis glicêmicos e redução de peso. E há, inclusive, uma diminuição de índices de depressão, pois o participantes do programa saem de casa, convive com os outros...”, argumenta a enfermeira.

É o caso da dona de casa de 64 anos Ana Maria da Cunha Souza, diabética, que começou a participar do programa com a recomendação de seu médico, por levar uma vida muito sedentária. “Eu já fiz muitas amizades aqui”, ressalta. Mas, para ela, ainda é preciso ampliar a atuação do projeto, que não abrange todas as áreas da cidade. “Quando criarem mais postos, mais pessoas serão beneficiadas, pois os números do grupo aqui estão limitados”, acredita. Ela também reclama do mau uso dos aparelhos de ginástica por parte da população: por estarem disponíveis em praças públicas, os artigos sofrem depredação durante a noite. Os grupos se reúnem para fazer caminhada três vezes por semana. Na sexta-feira, eles também têm uma aula de ginástica. Para participar desta iniciativa, basta se inscrever em um dos postos regionais de saúde. “E para retirar os insumos gratuitamente é preciso apresentar a carteirinha do SUS e documentos como RG, CPF e um comprovante do quadro de diabetes”, explica a enfermeira Simone. Esses incentivos municipais estão no começo, e mesmo com alguns percalços, mostram resultados. Basta torcer para que todos as cidades consigam seguir seu exemplo. 

Outros projetos

Os programas que apresentamos na matéria são apenas exemplos do que você pode encontrar no Brasil. Veja algumas outras iniciativas municipais: Jacareí – São Paulo Localizado no interior paulista, tem cerca de 16 mil pessoas cadastradas, e conta com grupos, como o Alimentação Saudável e o Caminhar é Preciso Itanhaém – São Paulo A cidade conta com o PROMEDI (Programa Municipal de Educação em Diabetes), que realiza uma série de serviços com crianças e também promove cursos de capacitação de profissionais de saúde da região Campos dos Goyatazes – Rio de Janeiro A Prefeitura começou este ano o programa Vigilância em Saúde da Hipertensão e Diabetes, em que agentes de saúde trabalharão para cadastrar os cidadãos no HIPERDIA e assim otimizar seu atendimento pelo SUS

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Cardápio de fibra Uma refeição com esses nutrientes ajuda a diminuir a absorção da glicose dos alimentos 18

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Não é tudo igual

A solubilidade na água não é a única diferença entre os dois tipos de fibras, entenda como funciona sua atuação:

Solúveis Função no organismo: retardam a saída da comida no estômago, o que faz com que a absorção de nutrientes seja reduzida Onde encontrar: maçã e pêra com a casca, bagaço da laranja, parte branca do maracujá, farelo de aveia, feijão e lentilhas

Insolúveis Função no organismo: melhoram o trânsito intestinal, por estimularem os movimentos peristálticos Onde encontrar: mamão, ameixa preta, farelo de trigo, vegetais de folhas verdes, feijão e lentilha

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icos glicêmicos prejudicam, e muito, a saúde de quem tem diabetes. Na maioria dos casos, os carboidratos são os grandes vilões dessa história, no entanto, trazemos uma boa nova aos amantes das massas, o consumo de fibras durante a alimentação ajuda a reduzir a absorção da glicose. Para entender como isso funciona, é preciso conhecer melhor as fibras. Elas são um carboidrato de origem vegetal, que não são aproveitadas pelo organismo, logo estão liberadas para os diabéticos. São divididas em dois grupos: o primeiro, das insolúveis, atua no intestino, ajudando a “acelerar o transito intestinal, o que é útil para quem tem constipação”, explica a nutricionis-

ta Solange Guertzenstein, professora doutora da universidade São Camilo e especialista em fibras e diabetes. Já as solúveis são as heroínas dessa história. Quando chegam ao estômago e se misturam com a água, formam uma camada gelatinosa que traz vários benefícios ao corpo. Um deles é deixar o alimento por mais tempo no órgão, gerando uma sensação prolongada de saciedade e ajudando a evitar excessos ao consumir mais alimentos sem necessidade, o que colabora com o emagrecimento. “Também interferem na absorção e utilização do carboidrato, com isso o processo digestivo se torna mais lento, evitando picos de glicemia”, descreve Giane Sprada Mira, nutricio-

nista, professora e doutora na Universidade Federal do Paraná (UFPR). É como se essa camada viscosa formada dentro do estômago segurasse os carboidratos, dificultando seu caminho até a corrente sanguínea. O mesmo acontece com o colesterol. O efeito é tão poderoso, que o consumo regular de fibras pode levar à diminuição da aplicação de insulina e da dosagem dos remédios. Mas não adianta encher o prato com elas e reduzir a medicação por conta própria, é o médico quem observará o índice glicêmico e orientará as mudanças.

Acerte na escolha

É preciso tomar cuidado para não exagerar. Em excesso as fibras podem causar fermentação no estômago e flatulência , além de trazer uma deficiência de algumas vitaminas e minerais, como aponta Giane. E se a dieta rica nesse nutriente não for acompanhada de um aumento na ingestão de líquidos, em vez de liberar o intestino, irá prendê-lo. Para não se enganar na medida, a American Dietetic Association indica que o consumo de fibras alimentares totais deve ser de 20 a 35g por dia ou de 10 a 14g a cada 1000 calorias consumidas – basta fazer as contas  sabor&vida

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é na parede do alimento que o nutriente mais se concentra. Dê preferência para preparações in natura, pois elas reduzem o acréscimo de sal e gordura da preparação. E não se preocupe: o cozimento não interfere em nada nas propriedades das fibras. O único perigo mesmo é bater esses alimentos no liquidificador, o que pode quebrar a estrutura do nutriente.

Percalços no caminho

A principal fonte de fibras são as frutas, mas, infelizmente, muitas pessoas não estão acostumadas a consumi-las diariamente, ou na quantidade adequada de três porções ao dia. Nesses casos, sempre dá para recorrer ao feijão e à lentilha. “Ou ter um maior aporte de cereais integrais. Uma opção é colocá-los em pães, bolos e massas em geral”, destaca Giane. As farinhas são outras boas aliadas, principalmente as de banana verde e maracujá. Mas é preciso verificar a procedência antes de comprar. “Ela pode ser adulterada, então fará mal à saúde. Indico que seja feita em casa”, ressalta Solange (veja a receita no quadro). Outra alternativa são os pós de fibras, fabricados por vários laboratórios farmacêuticos, que ajudam caso o consumo de frutas e cereais não esteja surtindo efeito. Eles normalmente são compostos pelas solúveis: goma guar, goma acácia e pectina, e devem ser comprados com a orientação de um nutricionista. Sabendo de tudo isso, não há desculpa para não acrescentar mais fibras ao cardápio, mas sempre com acompanhamento. 

As fibras são grandes aliadas dos diabéticos, por deixarem a comida mais tempo no estômago, o que faz com que a glicose seja absorvida mais lentamente

Farinha de Maracujá

Versátil ela pode ser misturada ao leite, suco, iogurte ou mesmo com as frutas in natura, e assim melhorar seu consumo de fibras. Aprenda como fazer em casa: Ingredientes: seis maracujás Modo de preparo: Corte o maracujá ao meio e separe a poupa. Pegue o restante (o bagaço, a casca e a parte branca) e corte em tiras bem finas. Coloque em forno médio por cerca de meia hora. Você saberá que está no ponto, quando as tiras ficarem com consistência de torrada, sem estarem escuras, e se quebrarem facilmente nas mãos. Então retire-as do forno e liquidifique até se tornarem um pó. Peneire, e guarde em pote bem vedado, para não pegar umidade. Consuma em até três meses.

Fotos: shutterstock

conforme o valor calórico diário de sua dieta. Normalmente o indicado é que um terço delas sejam solúveis, porém, no caso do diabético, ele pode abusar um pouco mais. De acordo com Solange: “a quantidade muda de pessoa para pessoa, devido aos desconfortos que um grande volume de fibras solúveis pode trazer ao organismo”, ressalta. O nutricionista é o profissional mais indicado para orientar esse teste. Algumas trocas podem ser feitas para adicionar mais fibras no prato. A primeira é priorizar os alimentos integrais, como arroz e a farinha de trigo, incluindo seus derivados como pães e massas em geral. Isso porque quando os alimentos passam pelo refino, são retiradas as partes mais ricas no nutriente. Mas não precisa abolir os refinados do prato, misturá-los com outras fontes de fibras já ajuda a diminuir a liberação da glicose na corrente sanguínea, como o caso da brasileiríssima dupla arroz e feijão. Outra boa pedida é substituir os sucos naturais pelas frutas in natura. “A bebida é uma vilã, afinal em um copo de suco de laranja você tem cinco delas espremidas, e alguém dificilmente comeria cinco frutas inteiras. E as fibras estão justamente no bagaço”, explica a nutricionista Solange. Para os diabéticos vale a pena privilegiar principalmente as seguintes fontes: cevada, psyllium e a aveia, uma das estrelas da dieta por ser rica em beta-glucana, uma fibra solúvel. Para aproveitar os benefícios ao máximo, o melhor é ingerir o cereal em forma de farelo, como indica a nutricionista Giane, pois


receitas caderno de

SBD incluiu em cada porção das receitas uma sugestão de alimentos equivalentes. Quando desejar utilizar a quantidade da porção orientada na receita, o diabético deve eliminar os alimentos equivalentes de sua dieta. O critério para a substituição priorizou a quantidade de carboidratos da porção e, posteriormente, o valor calórico, já que, em alguns casos, essa equivalência não pôde ser simultânea. A alteração foi baseada na tabela de grupos de alimentos e sugere substitutos utilizados de forma usual nas refeições. O Departamento de Nutrição da SBD, sabendo que o portador de diabetes com ou sem a doença associada pode usufruir dos diversos recursos da culinária moderna, propõe legendas com alertas para alto e baixo conteúdo de sal (sódio) e colesterol, baixo conteúdo de gorduras e rico conteúdo em fibras. É importante lembrar que a alimentação do dia inteiro, não só a porção da receita, deve seguir as recomendações específicas do seu nutricionista.

legenda evitar atenção saudável colesterol gorduras totais gorduras saturadas teor de sódio rico em fibras

Fotos: Estudio Fabio Mangabeira / Lipp Rodrigues

Aos leitores, a equipe de nutricionistas do Departamento de Nutrição e Metabologia da

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pratos principais

Risoto de miúdos de frango Rendimento: 10 porções

Ingredientes 2 colheres (sopa) de azeite de oliva 1 cebola ralada 2 tomates picados 200 g de moela de frango limpa e picada 300 g de coração de frango picado 2 xícaras (chá) de arroz integral 500 ml de caldo de galinha 2 xícaras (chá) de seleta de legumes 2 ovos cozidos picados ½ xícara (chá) de salsa picada Preparo Coloque o azeite, a cebola e os tomates em uma panela e frite bem. Junte os miúdos e refogue por 10 minutos. Junte o arroz e refogue um pouco. Aos poucos, acrescente o caldo de galinha e 1 litro de água quente. Quando o arroz estiver quase cozido, acrescente a seleta de legumes. Misture os ovos e a salsa. Desligue o fogo e sirva em seguida. Substituição 1 porção de carne (50 g) + 2 colheres (sopa) de cereal + 1 colher (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 1 escumadeira = 180 g Calorias.............................205 Gordura saturada.............. 2 g Proteínas........................... 8 g Colesterol.....................57 mg Carboidratos................23,6 g Fibras..............................0,8 g Gorduras totais...............8,7 g Sódio..........................233 mg

Asinha de frango com chutney de goiabada Rendimento: 7 porções

Ingredientes - Frango 1 kg de asa 1 colher (sopa) de gengibre ralado 2 colheres (sopa) de molho de soja light Suco de 1 limão Chutney 200 g de goiabada dietética ½ xícara (chá) de água ½ xícara (chá) de vinagre 1 colher (sopa) de gengibre picado 2 dentes de alho cortados em fatias ½ pimenta vermelha picada 1 colher (café) de sal ½ xícara (chá) de uvas passas brancas Preparo Frango: Tempere o frango com o gengibre, o molho de soja e o limão. Coloque em uma assadeira untada com azeite, cubra com papel-alumínio e asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por 30 minutos. Retire o papel e deixe dourar. Chutney: Junte os seus ingredientes e leve ao fogo baixo, cozinhando até que a goiabada desmanche. Substituição 1 porção de carne (100 g) + 1 colher (sopa) de fruta + 1 colher (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 3 asas + 2 colheres (sopa) de chutney = 140 g Calorias ............................255 Gordura saturada...........2,8 g Proteínas .....................18,3 g Colesterol.....................47 mg Carboidratos................19,8 g Fibras..............................0,3 g Gorduras totais.............11,4 g Sódio..........................212 mg

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Macarrão ao creme de alho-poró, tomate e espinafre Rendimento: 6 porções

Ingredientes 1 colher (sopa) de azeite de oliva 1 alho-poró cortado em rodelas 1 xícara (chá) de leite desnatado 2 colheres (chá) de farinha de trigo 1 colher (café) de sal 1 maço de espinafre 3 tomates maduros sem sementes cortados em cubos 3 xícaras (chá) de macarrão tipo penne integral cozido (150 g de macarrão cru) 2 colheres (sopa) de queijo parmesão light ralado Preparo Molho: Aqueça o azeite e refogue o alho-poró. Bata no liquidificador com o leite, a farinha de trigo e o sal. Leve ao fogo e cozinhe, sem parar de mexer, até engrossar. Reserve. Coloque as folhas de espinafre em uma

panela, cubra com água e leve ao fogo até ferver. Retire do fogo, escorra e reserve. Montagem: Misture a massa cozida, o espinafre e os tomates picados. Coloque em um refratário, cubra com o molho, salpique parmesão e leve ao forno para aquecer. Substituição 2 colheres (sopa) de cereal + 2 colheres (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 1 escumadeira = 150 g Calorias ............................154 Gordura saturada ..........0,7 g Proteínas .......................7,4 g Colesterol.......................2 mg Carboidratos ...............24,9 g Fibras..............................2,1 g Gorduras totais.............. 2,8 g Sódio..........................122 mg

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pratos principais

Feijoada de camarão Rendimento: 8 porções

Ingredientes 4 xícaras (chá) de feijão branco cozido 3 xícaras (chá) do caldo do cozimento do feijão 2 colheres (sopa) de azeite de oliva 2 cebolas picadas 2 dentes de alho picados 4 tomates sem sementes picados 1 pimentão verde picado 1 colher (café) de sal 400 g de camarão médio ½ xícara (chá) de cheiro-verde picado Molho de pimenta a gosto

Abóbora gratinada

Preparo Bata metade do feijão com o caldo no liquidificador e reserve. Aqueça o azeite e refogue a cebola, o alho e os tomates. Junte o pimentão e refogue até ficar macio. Acrescente o feijão batido, os grãos de feijão e o sal. Coloque um pouco de água, se necessário. Quando ferver, junte os camarões e cozinhe por cerca de 10 minutos em fogo baixo. Tempere com o cheiro-verde e o molho de pimenta.

Rendimento: 4 porções

Ingredientes 400 g de abóbora cortada em cubos 4 xícaras (chá) de leite desnatado 1 colher (café) de sal 1 colher (sopa) de margarina Alecrim a gosto 2 colheres (sopa) de queijo parmesão light ralado Preparo Cozinhe a abóbora com o leite, o sal e a margarina, em fogo baixo, até a abóbora ficar macia. Junte o alecrim e misture. Coloque em um refratário untado com azeite, salpique o queijo ralado e leve ao forno médio (180 ºC), preaquecido, até dourar. Substituição 1 fatia de queijo (30 g) + 1 colher (sopa) de cereais + 1 colher (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 1 colher (servir) = 90 g Calorias.............................117 Gordura saturada...........1,1 g Proteínas........................7,6 g Colesterol.......................3 mg Carboidratos................15,4 g Fibras..............................0,5 g Gorduras totais...............2,8 g Sódio..........................181 mg

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Substituição 1 porção de carne (25 g) + 2 colheres (sopa) de cereal Informações nutricionais 1 porção = 1 concha = 160 g Calorias.............................135 Proteínas......................10,5 g Carboidratos...................17 g Gorduras totais...............2,8 g

Gordura saturada...........0,4 g Colesterol.....................62 mg Fibras..............................2,7 g Sódio..........................157 mg


Salada de berinjela, cenoura e abobrinha Rendimento: 4 porções

Ingredientes 1 berinjela cozida cortada em tiras 1 cenoura cozida cortada em tiras 1 abobrinha cozida cortada em tiras Suco de 1 limão 1 colher (café) de sal Manjericão a gosto 1 colher (sobremesa) de azeite de oliva 1 cebola cortada em fatias

Bife recheado Rendimento: 4 porções

Ingredientes 8 bifes de coxão-mole pequenos 1 colher (café) de sal Pimenta-do-reino a gosto 1 xícara (chá) de muçarela light ralada 8 fatias de tomate 1 colher (sopa) de salsa picada ½ xícara (chá) de farinha de aveia 1 ovo batido 1 xícara (chá) de aveia em flocos finos

Preparo Em uma saladeira, misture a berinjela, a cenoura e a abobrinha. Tempere com o suco de limão, o sal e o manjericão. Leve à geladeira por cerca de 1 hora para tomar gosto. Na hora de servir, aqueça o azeite e refogue a cebola até ficar transparente. Despeje sobre a salada e sirva. Substituição 2 colheres (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 1 colher (servir) = 130 g Calorias............................... 62 Gordura saturada...........0,2 g Proteínas........................1,7 g Colesterol.......................0 mg Carboidratos..................9,6 g Fibras................................. 2 g Gorduras totais...............1,8 g Sódio..........................129 mg

Preparo Tempere os bifes com o sal e a pimenta. Distribua o queijo, as fatias de tomate e a salsa sobre 4 bifes. Cubra o recheio com os bifes restantes e prenda-os com palitos de dente. Empane os bifes passando-os na farinha de aveia, no ovo e na aveia em flocos finos. Coloque-os em uma assadeira untada com azeite e leve ao forno médio (180 ºC), preaquecido, até dourar, virando na metade do tempo. Substituição 1 porção de carne (50 g) + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 unidades = 120 g Calorias.............................170 Gordura saturada...........3,9 g Proteínas......................17,7 g Colesterol.....................68 mg Carboidratos..................... 6 g Fibras..............................0,9 g Gorduras totais...............8,3 g Sódio..........................150 mg sabor&vida

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lanches

Sanduíche de abobrinha Rendimento: 8 porções

Ingredientes 4 pães franceses integral 1 abobrinha cortada em fatias no sentido do comprimento 4 muçarelas de búfala cortadas em fatias 4 tomates-cereja fatiado Azeite de oliva para regar Manjericão para salpicar Preparo Corte os pães ao meio e distribua as fatias de abobrinha. Coloque as fatias de tomate e de muçarela sobre a abobrinha. Regue com o azeite. Leve ao forno para aquecer, salpique o manjericão e sirva. Substituição ½ unidade de pão francês + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = ½ unidade de pão = 50 g Calorias.............................110 Gordura saturada.............. 2 g Proteínas........................5,6 g Colesterol.......................8 mg Carboidratos................13,6 g Fibras..............................0,2 g Gorduras totais...............3,7 g Sódio............................42 mg

Suflê de queijo Rendimento: 6 porções

Ingredientes 3 colheres (sopa) de margarina 4 colheres (sopa) de farinha de trigo 2 xícaras (chá) de leite desnatado 4 ovos 150 g de queijo minas padrão ralado 3 colheres (sopa) de queijo parmesão light ralado Preparo Bata a margarina, a farinha, o leite a as gemas no liquidificador. Despeje em uma panela e leve ao fogo, sem parar de mexer, até obter um creme. Junte o queijo e misture. Retire do fogo e espere amornar. Acrescente as claras batidas em neve delicadamente. Coloque em refratários individuais próprios para suflê untados com margarina. Salpique o queijo ralado e leve ao forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 20 minutos. Sirva imediatamente. Substituição 1 colher (sopa) de cereal + 2 fatias de queijo (60 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 unidade = 120 g Calorias.............................190 Proteínas......................14,4 g Carboidratos..................8,6 g Gorduras totais.............10,9 g

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sabor&vida

Gordura saturada...........5,3 g Colesterol...................117 mg Fibras................................. 0 g Sódio..........................278 mg


Bebida rejuvenescedora Rendimento: 3 porções

Ingredientes 500 ml de água de coco 4 damascos demolhados picados 1 maçã verde sem casca picada Gelo a gosto Folhas de hortelã a gosto Preparo Bata a água de coco, o damasco e a maçã no liquidificador. Sirva com o gelo e o hortelã. Substituição 2 porções de fruta Informações nutricionais 1 porção = 1 copo = 250 ml Calorias............................... 75 Proteínas........................0,6 g Carboidratos................17,2 g Gorduras totais...............0,4 g

Gordura saturada.............. 0 g Colesterol.......................0 mg Fibras..............................0,2 g Sódio............................45 mg

Omelete de arroz de forno Rendimento: 8 porções

Ingredientes 1 cebola pequena picada 2 dentes de alho 1 colheres (sopa) de azeite de oliva 2 xícaras (chá) de arroz integral cozido 1 xícara (chá) de presunto ralado 1 xícara (chá) de muçarela light ralada 3 ovos ½ xícara (chá) de leite desnatado 1 colher (chá) de sal Preparo Refogue a cebola e o alho no azeite. Junte o arroz e um pouco de água e deixe ferver. Retire do fogo e junte o presunto e o queijo. Coloque em um refratário untado com margarina e reserve. Bata os ovos, o leite e o sal no liquidificador. Despeje sobre o recheio. Leve ao forno médio (180 ºC), preaquecido, até cozinhar bem e dourar. Substituição 1 colher (sopa) de cereal + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 pedaço = 80 g Calorias.............................102 Proteínas........................6,1 g Carboidratos..................0,1 g Gorduras totais...............4,1 g

Gordura saturada...........1,5 g Colesterol.....................65 mg Fibras..............................0,6 g Sódio..........................102 mg sabor&vida

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doces

Torta gelada de ricota e framboesa Rendimento: 10 porções

Ingredientes - Massa 3 colheres (sopa) de margarina 1 gema 1 xícara (chá) de farinha de trigo 1 colher (chá) de fermento em pó 3 colheres (sopa) de água Recheio 1 xícara (chá) de leite desnatado 2 ovos 2 xícaras (chá) de leite em pó desnatado 350 g de ricota 4 colheres (sopa) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 1 envelope de gelatina em pó incolor e sem sabor 1 xícara (chá) de framboesas congeladas Cobertura 1 xícara (chá) de geleia dietética sabor framboesa Preparo Massa: Misture todos os ingredientes até obter uma massa homogênea. Forre o fundo e as laterais de uma forma de fundo removível untada com margarina. Fure a massa com um garfo e asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 20 minutos. Retire e reserve. Recheio: Misture ¾ do leite, as gemas e o leite em pó e leve ao fogo até ferver. Espere amornar e bata no liquidificador com a ricota, o adoçante e a gelatina hidratada no restante do leite e dissolvida em banho-maria ou no micro-ondas. Retire do liquidificador, coloque em uma tigela e misture as claras batidas em neve e as framboesas. Despeje sobre a massa e leve à geladeira até firmar. Cobertura: Na hora de servir, distribua a geleia. Substituição 1 porção de fruta + 1 colher (sopa) de cereal + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 fatia = 75 g Calorias.............................147 Proteínas........................9,3 g Carboidratos................15,9 g Gorduras totais...............5,1 g

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Gordura saturada...........2,4 g Colesterol.....................53 mg Fibras..............................0,4 g Sódio............................76 mg


Musse cappuccino Rendimento: 3 porções

Ingredientes 50 g de chocolate ao leite dietético 1 colher (sobremesa) de gelatina em pó incolor e sem sabor ¼ xícara (chá) de leite desnatado 1 colher (sobremesa) de café solúvel 1 colher (sobremesa) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 2 claras batidas em neve Folhas de hortelã e cerejas dietéticas para decorar Preparo Derreta o chocolate em banho-maria e reserve. Hidrate a gelatina no leite e dissolva em banho-maria ou micro-ondas. Junte o café e o adoçante. Misture ao chocolate reservado e leve à geladeira por 1 hora. Junte as claras, delicadamente. Distribua em taças e leve para gelar. Decore com hortelã e cereja na hora de servir. Substituição 1 copo de leite semidesnatado (200 ml) Informações nutricionais 1 porção = 1 colheres (servir) = 50 g Calorias............................... 80 Gordura saturada...........1,7 g Proteínas........................4,4 g Colesterol.......................2 mg Carboidratos..................7,9 g Fibras..............................0,3 g Gorduras totais...............3,4 g Sódio..........................105 mg

Bolo de coco e banana Rendimento: 12 porções

Ingredientes 3 ovos 3 colheres (sopa) de margarina ¾ xícara (chá) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 1 vidro de leite de coco light 50 g de coco ralado 2 bananas-nanicas picadas 2 xícaras (chá) de farinha de mandioca 1 colher (sopa) de fermento em pó Preparo Bata as gemas, a margarina e o adoçante até obter um creme. Junte o leite de coco, o coco ralado, as bananas e a farinha de mandioca. Acrescente o fermento e as claras batidas em neve, suavemente. Coloque em uma forma de furo central e asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 30 minutos. Substituição 1 porção de fruta + 1 colher (sopa) de cereal + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 pedaço = 65 g Calorias.............................136 Proteínas........................2,3 g Carboidratos................15,8 g Gorduras totais...............7,1 g

Gordura saturada...........2,4 g Colesterol.....................45 mg Fibras..............................0,6 g Sódio..........................116 mg sabor&vida

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crianças

Minialmôndega Rendimento: 6 porções

Ingredientes 4 fatias de pão de forma integral sem açúcar ¼ xícara (chá) de leite desnatado 500 g de carne moída magra 1 ovo 1 colher (café) de sal Salsa e hortelã picados a gosto Preparo Umedeça o pão no leite e misture com a carne. Junte o ovo e os temperos e misture bem. Modele bolinhas do tamanho de brigadeiros. Reserve. Em uma panela grande, ferva água. Aos poucos, coloque as almôndegas e cozinhe até elas subirem à superfície, como nhoques. Retire. Coloque as almôndegas em uma assadeira untada com azeite e leve ao forno médio (180 ºC), preaquecido, até dourar. Substituição 1 porção de carne (50 g) + 1 colher (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 5 unidades = 75 g Calorias.............................132 Proteínas......................17,7 g Carboidratos..................5,8 g Gorduras totais...............4,3 g

Panqueca de banana Rendimento: 6 porções

Gordura saturada...........1,7 g Colesterol.....................65 mg Fibras..............................0,7 g Sódio..........................161 mg

Ingredientes 2 bananas-nanicas 1 ovo ½ xícara (chá) de leite desnatado 2 colheres (sopa) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 6 colheres (sopa) de farinha de aveia 2 colheres (sopa) de farinha de trigo 1 colher (chá) de fermento em pó Canela para polvilhar Preparo Bata as bananas, o ovo, o leite e o adoçante no liquidificador. Retire e junte as farinhas e o fermento. Unte uma frigideira com óleo e frite as panquecas. Sirva polvilhada com canela. Substituição 1 porção de fruta + 1 copo de leite semidesnatado (200 ml) Informações nutricionais 1 porção = 1 unidade = 50 g Calorias.............................112 Proteínas........................4,8 g Carboidratos................18,1 g Gorduras totais...............2,3 g

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Gordura saturada...........0,5 g Colesterol.....................59 mg Fibras..............................0,8 g Sódio............................90 mg


Sorvete de kiwi Rendimento: 6 porções

Ingredientes 2 xícaras (chá) de kiwi picados ½ xícara (chá) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 1 xícara (chá) de creme de leite light 3 claras em neve Preparo Bata o kiwi, o adoçante e o creme de leite no liquidificador e coloque em uma vasilha com tampa. Leve ao freezer por cerca de 2 horas até firmar. Retire do freeer, coloque na batedeira e bata bem. Acrescente as claras em neve,

misture delicadamente e volte ao freezer, em uma vasilha tampada, até a hora de servir. Substituição 1 porção de fruta + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 bola = 80 g Calorias.............................110 Proteínas........................3,8 g Carboidratos................10,7 g Gorduras totais...............5,7 g

Gordura saturada3,3 g Colesterol.....................13 mg Fibras..............................1,5 g Sódio............................45 mg

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especial do mês

Pizza de liquidificador Rendimento: 8 porções

Ingredientes 1 xícara (chá) de leite desnatado 1 ovo 1 colher (café) de sal 1 colher (chá) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 1 xícara (chá) de farinha de trigo ½ xícara (chá) de farinha de trigo integral 1 colher (sopa) de fermento em pó Cobertura 2 tomates sem pele e sem sementes batidos 1 xícara (chá) de palmito cortado em rodelas ½ xícara (chá) de milho 1 xícara (chá) de brócolis cozido 1 xícara (chá) de muçarela light ralada 1 tomate fatiado Manjericão a gosto

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Preparo Massa: Bata os ingredientes no liquidificador até obter uma massa homogênea. Coloque a massa em uma forma de pizza untada com azeite. Asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 20 minutos. Montagem: Espalhe os tomates, distribua a cobertura e salpique o manjericão. Volte ao forno até o queijo derreter. Substituição ½ pão francês + 1 fatia de queijo (30 g) + 1 colher (sopa) de legumes Informações nutricionais 1 porção = 1 fatia = 120 g Calorias.............................142 Proteínas........................8,4 g Carboidratos................21,3 g Gorduras totais...............2,5 g

Gordura saturada...........1,2 g Colesterol.....................28 mg Fibras..............................2,6 g Sódio..........................247 mg


Musse de peito de peru Rendimento: 8 porções

Ingredientes 150 g de peito de peru picado ½ xícara (chá) de maionese light ½ xícara (chá) de iogurte desnatado 1 colher (sopa) de azeite de oliva 1 envelope de gelatina em pó incolor e sem sabor ¼ xícara (chá) de água

Torta de chocolate Rendimento: 12 porções

Ingredientes - Massa 3 ovos 2 colheres (sopa) de margarina 1 colher (sopa) de cacau em pó 2 colheres (sopa) de adoçante dietético em pó, próprio para forno e fogão 1 colher (chá) de fermento em pó ½ xícara (chá) de coco ralado Recheio 1 xícara (chá) de doce de leite dietético ½ xícara (chá) de leite desnatado 1 embalagem de creme de leite light 1 colher (sopa) de cacau em pó 1 envelope de gelatina em pó incolor e sem sabor ¼ xícara (chá) de água Raspas de chocolate dietético para decorar

Preparo Bata os ingredientes no liquidificador. Coloque a mistura em uma forma de furo central pequena untada com azeite. Leve à geladeira para firmar. Retire da geladeira, desenforme e sirva com pão integral e folhas verdes. Substituição 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 fatia = 50 g Calorias............................... 62 Proteínas........................6,2 g Carboidratos..................... 2 g Gorduras totais...............3,2 g

Gordura saturada...........0,5 g Colesterol.......................8 mg Fibras................................. 0 g Sódio..........................253 mg

Preparo Massa: Bata os ingredientes no liquidificador até obter uma mistura homogênea. Coloque em uma forma de fundo removível untada com margarina e asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 20 minutos. Recheio: Bata os ingredientes no liquidificador e despeje sobre a massa fria. Leve à geladeira para firmar. Na hora de servir, decore com raspas de chocolate dietético. Substituição 1 porção de fruta + 1 fatia de queijo (30 g) Informações nutricionais 1 porção = 1 fatia = 70 g Calorias .............................. 95 Proteínas........................3,1 g Carboidratos .................3,8 g Gorduras totais ..............7,5 g

Gordura saturada...........2,3 g Colesterol.....................51 mg Fibras..............................0,2 g Sódio............................36 mg sabor&vida

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especial do mês

Torta de carne desfiada Rendimento: 16 porções

Ingredientes - Massa 3 ovos 1 xícara (chá) de leite desnatado ½ xícara (chá) de óleo 1 colher (sopa) de fermento em pó 1 colher (café) de sal 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo Recheio 1 colher (sopa) de azeite de oliva 1 cebola picada 2 dentes de alho picados 500 g de acém cozido e desfiado ½ pimentão verde picado ½ pimentão vermelho picado ½ pimentão amarelo picado 1 colher (café) de sal 1 colher (sopa) de salsa picada Preparo Massa: Bata os ingredientes no liquidificador até obter uma massa homogênea e reserve. Recheio: No azeite, refogue a cebola, o alho e a carne desfiada. Junte os pimentões e refogue mais um pouco. Tempere com o sal e a salsa. Retire do fogo e espere amornar. Montagem: Em uma assadeira untada com óleo, coloque metade da massa. Distribua o recheio e cubra com o restante da massa. Asse em forno médio (180 ºC), preaquecido, por cerca de 30 minutos. Substituição 1 colher (sopa) de legumes + 1 colher (sopa) de cereal Informações nutricionais porção = 1 pedaço = 60 g Calorias...............................76 Proteínas........................4,5 g Carboidratos............... 11,3 g Gorduras totais...........1,3 g

Gordura saturada...........0,6 g Colesterol.................... 15 mg Fibras..............................1,7 g Sódio......................... 145 mg

Nossas especialistas (CRN: 6505) Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD

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Daniela de Almeida

(CRN: 05100982) Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD

Assessoria Nutricional

Carla Caratin (CRN: 11440)

Fotos: divulgação

Deise Regina Baptista Mendonça


Tabela para controle de glicemia Mês

Dia

Café da manhã medicamento

antes

depois

Almoço medicamento

Observações

Jantar antes

depois

medicamento

antes

depois

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

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eu convivo bem

Muito empenho Diagnosticado no período do vestibular, Paulo enfrentou dificuldades, mas conseguiu entrar e se formar em jornalismo

O

lá! Meu nome é Paulo Pacheco, sou jornalista, moro em São Paulo, tenho 22 anos e sou portador de diabetes desde os 18. Até então, ninguém na minha família era diabético tipo 1. Durante a primavera de 2007, me preparava para o vestibular e, de repente, passei a sentir muita sede. Enchia a garrafinha de água a cada hora (chegava a tomar de 3 a 4 litros por dia!). Pensei que era normal, por causa do calor, mas também tinha muita vontade de urinar de madrugada. Perdi noites de sono indo ao banheiro, e isso prejudicou meus estudos. Era obrigado a sair durante as provas dezenas de vezes.

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Ao mesmo tempo, estava perdendo peso rapidamente, causando preocupação aos meus pais. Mas só desconfiamos de que era diabetes quando, em mais uma noite acordando para urinar, fiquei espantado com as formigas que apareceram em volta do vaso sanitário. No fim, acabei não passando no vestibular e aproveitei as férias de verão para fazer um exame de sangue. O resultado foi 216 mg/dL, ou seja, minha glicemia em jejum era o dobro do considerado desejável. Fiquei surpreso. O doutor me receitou um medicamento via oral e sugeriu que eu procurasse um endocrinologista, o que fiz dois dias depois.


Foto: Acervo pessoal

Fiz novos exames, e tive a comprovação de que tinha diabetes tipo 1. Mas, a pior parte eu soube por telefone: teria que tomar injeções de insulina para o resto da vida. Passei a tarde chorando e ouvindo músicas tristes. Imaginar que minha vida estava por um fio, ou melhor, por várias agulhadas, me deixava apertado de tristeza. Na manhã seguinte, já me sentia preparado para enfrentar esse novo desafio. Os primeiros dias como diabético insulinodependente foram difíceis. Os gastos com o hormônio, os insumos e a nova dieta eram altos. Pedi ajuda a um farmacêutico para tomar a injeção e me ensinar a autoaplicação. Minha

glicemia oscilava, mas eu conseguia deixá-la em níveis aceitáveis, tanto que a endocrinologista reduziu a medicação. Porém, a “lua de mel”, como é conhecida a fase logo após o diagnóstico em que a glicemia fica estável, durou pouco. Senti o golpe do falecimento precoce do meu avô materno e comecei a ter crises de hiperglicemia. Uma nova insulina foi introduzida no meu tratamento: com ação ultrarrápida, aplicada antes das principais refeições. Nessa época consegui o direito de receber os outros insumos pelo SUS, um alívio em meus gastos. Minha dieta teve as calorias reduzidas drasticamente, sem açúcar e gordura, então perdi ainda mais peso. Cheguei aos preocupantes 56 kg, mais de dez quilos abaixo do que eu pesava antes dos primeiros sintomas da diabetes. Precisava de um nutricionista, e encontrei apoio na ADJ (Associação de Diabetes Juvenil). Perto de casa e do cursinho, a associação reunia tudo o que eu precisava para meu tratamento: nutrição, odontologia, um bazar com produtos diet baratos e um grupo de jovens, que passavam as tardes de sábado conversando sobre os desafios de lidar com a doença. Iniciei uma dieta de contagem de carboidratos, que foi uma vitória, pois com ela eu pude voltar a comer meu doce ou massa preferidos, em uma quantidade que não afetasse o controle glicêmico. Minha rotina após o diabetes mudou bastante. Tenho horário para aplicar insulina, me alimento a cada 3 horas, carrego o glicosímetro comigo para qualquer lugar. Em algumas situações não posso fazer tudo, por esquecimento, pressa ou pelo momento. Antes de uma prova preparatória para o vestibular, almocei rapidamente e não levei um lanche. Durante o teste, comecei a suar excessivamente e a tremer as mãos. São os sintomas típicos da hipoglicemia, quando o nível de açúcar fica abaixo do recomendado. Não era a primeira vez que eu tinha algo parecido, mas a sensação era péssima, parecia que o corpo implorava por glicose. Saí no horário mínimo de prova, corri a uma lanchonete e despejei um sachê de açúcar ao redor da língua. Já na faculdade (enfim, passei!), também tive problemas com hipoglicemia. Durante uma aula e uma prova, saí às pressas para me cuidar. Curiosamente, os professores entenderam: um tinha filho diabético; a outra era tipo 2. Além deles, meus colegas e amigos próximos se acostumaram com os insumos que preciso levar a todos os lugares. Atualmente, tomo quatro injeções por dia, mas o meu maior desafio é ter rotina. Como jornalista, sou guiado pelos acontecimentos do dia, o que impede que eu tenha horários fixos. Mas procuro me cuidar para que crises de hiper e hipoglicemia não se tornem constantes. A doença jamais me impediu de realizar meus sonhos. Passados quatro anos com diabetes, aprendi que o açúcar é meu vilão, mas pode ser meu herói. Aprendi que superar um medo pode significar minha sobrevivência. Assusta o fato de ser uma doença crônica, que piora silenciosamente ao longo dos anos, mas se cuidar é fundamental para evitar que as temidas consequências aconteçam. A pior luta é aquela que não se enfrenta, e estou disposto a lidar com o diabetes. sabor&vida

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em movimento

Qual sua frequência? Monitorar as batidas do coração durante os exercícios pode ajudar a medir qual a quantidade certa de esforço, para você não ultrapassar os seus limites

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F

azer exercícios requer energia, produzida por nossas células com um ingrediente básico: o oxigênio, que é distribuído para as células pela corrente sanguínea. Ao nos exercitarmos, precisamos de muito mais desse gás a fim de que os músculos dêem conta do esforço. Para isso, o coração bate mais rápido, bombeando assim mais sangue pelo corpo. Essa quantidade de batimentos por minuto é a nossa frequência cardíaca (FC). Porém, o coração tem um limite, e ele é determinado pela FC máxima, que é maior quantidade de vezes que ele consegue bater em 60 seguntos. Mas por que essa informação é importante? De acordo com Vinicius Heine, professor de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) e diretor técnico da DLK Sports Assessoria

Esportiva, a partir dela que você chega às faixas de frequência cardíaca. “Essas medidas representam a intensidade em que um exercício é realizado, e que pode ser divida em leve, moderada e intensa”, explica. E isso é interessante justamente para controlar o esforço e não fazer exercício demais ou de menos. “Treinar abaixo do ideal não traz benefícios. E ir além dos seus limites pode trazer riscos, tanto cardíacos quanto de lesões em músculos, ossos, tendões e ligamentos”, alerta o educador físico.

Com o uso de um bom frequencímetro é possível monitorar os batimentos do coração e acompanhar seu esforço em cada exercício

Ponto de partida

Mas, para se beneficiar desse treinamento, primeiro é preciso descobrir sua FC máxima, o que pode ser feito em um teste ergométrico. “As faixas de frequência cardíaca são sempre uma porcentagem dela”, explica Heine.  sabor&vida

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em movimento

As faixas de frequência cardíaca indicam qual a dose certa de esforço para cada pessoa alcançar os resultados desejados

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Conhecendo-a, basta pegar a calculadora e trabalhar com porcentagens. A divisão é a seguinte: na faixa 55 e 70% o exercício é leve; de 70 a 85%, ele é moderado; e acima de 85% se torna intenso. E aqui o cuidado é importante: se você quiser começar a praticar esportes agora, o ideal é sempre se manter nas faixas mais baixas, para não exigir tanto do seu corpo. Até porque, a medida que você se exercita, seu organismo vai ficando mais eficiente. “Quando praticamos um exercício físico regularmente, o nosso corpo sofre adaptações, que fazem com que tenhamos uma menor FC para o mesmo tipo de esforço”, explica Dr. José Kawazoe Lazzoli, médico do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Porém, essa mudança é gradual e só ocorre com atividade continua, e assim não adianta fazer caminhadas leves por um mês e já querer correr na São Silvestre. A melhor vantagem de se utilizar técnica de medição, é que ela permite que o exercício seja individual e personalizado. Como cada pessoa tem seu limite, muitas vezes um exercício que parece intenso para alguns, é moderado para outras. Por isso se basear na atividade dos outros como um parâmetro na academia pode ser perigoso.

Monitorando

Em teoria, tudo certo... Mas na prática, como saber em que FC estou enquanto corro, nado ou pratico algum esporte? Existem duas formas de fazer isso: a primeira é medir você mesmo, verificando sua pulsação no pescoço ou nas artérias do pulso. Basta pressionar o dedo no local, contar as batidas por quinze segundos e multiplicar por quarto. Ou, o jeito mais simples e sem risco de erros é adquirindo um frequencimetro, aparelho que mede sua FC. Eles são compostos em duas partes: “uma cinta, que é colocada na altura do peito e capta os batimentos do coração, e um relógio, que recebe os dados e os mostra no visor”, descreve Heine. É possível programar o dispositivo, arquivando sua frequência máxima e qual a zona de treinamento escolhida, mas sempre seguindo o que foi orientado pelo seu médico ou educador físico. O ideal é programar a primeira vez junto de um profissional. Assim, os dispositivos avisam se você exagerar na intensidade, ou se fizer menos do que deveria. Alguns aparelhos de academia, como esteiras e bicicletas, tem frequencimetros acoplados. Mas se for usá-lo, não o misture com seu cinto medidor pessoal, prefirar usar o do próprio aparelho. “Ou pode haver contaminação da leitura de um com o sensor de outro”, explica Lazzoli.


Fotos: shutterstock

Com aparelho ou na mão, o ideal é monitorar sua FC a cada 5 ou 10 minutos. Tendo essas medições, dá até para fazer treinos diferentes. “Nos exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo, podemos também fazer um treinamento intervalado, com períodos de um a dois minutos em intensidade mais alta, intercalados com momentos de recuperação, consultando a frequência ao final dos períodos mais intensos”, ensina o médico do esporte. Dessa forma, é possível otimizar seu condicionamento físico de forma mais rápida.

Coração arriscado

Ir além da frequência máxima normalmente não traz riscos diretos para o órgão. Se você não tiver nenhum problema anterior, apenas causará maior cansaço. “Se falarmos de sobrecarga cardíaca, estaremos pressupondo que a pessoa tenha uma doença cardiovascular, como alguma anormalidade na pressão arterial ou doença arterial coronariana”, explica Lazzoli. Por isso é importante um exame médico antes de se começar a praticar esportes. E essa pré-avaliação é ainda mais necessária para o diabético, pois entre as complicações normais estão os problemas cardiovasculares. “Quando não adequadamente controlado, o diabetes é extremamente lesivo à saúde das artérias”, alerta Lazzoli. Os outros problemas correlatos a essa patologia também podem ser piorados com o exercício mal administrado. Para quem tem retinopatia, por exemplo, exercícios que promovam aumento da pressão, como a musculação com cargas mais elevadas, podem causar um deslocamento da retina. “Deve-se dar preferência para exercícios leves a moderados, nesses casos”, aponta o educador físico. Também é importante que se faça a medição da glicose antes da atividade, e verificar se ela está entre 100 e 200 mg\dL, para evitar picos de hipo ou hiperglicemia. Mas não é por isso que você deve ficar com medo dos esportes. O educador físico ressalta como a atividade física é benéfica a quem tem diabetes. “Auxilia na diminui-

ção da glicose circulante, pois ocorre um aumento de sua captação independente de insulina. Também aumenta a sensibilidade a esse hormônio, evitando sua produção em excesso. E tudo isso pode ser sentido mesmo após uma sessão de exercício”, lista Heine. Sem esquecer que a atividade física também melhora as taxas de colesterol e triglicérides, reduz a pressão arterial e ajuda, obviamente, a perder peso, um dos fatores da incidência de diabetes tipo 2. Para conseguir um melhor rendimento, o treinador indica que o diabético comece dentro da faixa de 50 a 75% da FC máxima, e que, com o tempo e orientação adequada, gradativamente comece atividades mais intensas (perto de 80%) Para ele, o ideal para quem tem diabetes é fazer exercícios que envolvam grande movimentação muscular, como a caminhada e a natação, pois são eles que promovem maior absorção da glicose sem o auxílio da insulina. O profissional ainda alerta aos atletas em geral que o importante dos exercícios é a regularidade. “É preciso se manter assíduo para que os benefícios sejam percebidos a curto, médio e longo prazo”, sentencia. Tudo é uma questão de frequência! Consultoria de Vinícius Heine, diretor técnico da DLK Sports Assessoria Esportiva - (011 – 4166.5640) 

Matemática do Exercício

Conheça as faixas de frequência cardíaca mais comuns e como elas podem lhe ajudar: Leve (55 a 70%) Ideal para iniciantes e pessoas que têm um excesso de peso, pois visa a adaptação do corpo. Também é recomendada para os diabéticos e hipertensos. Possibilita treinos de maior duração (acima de 30 minutos) Moderada (70 a 85%) Promove melhoras da condição cardiorrespiratória. Ideal para pessoas com algum nível de condicionamento físico. Diabéticos treinados, controlados e sem outros fatores de risco associados também podem atingir essa faixa de intensidade. Promove ganho de força muscular Intensa (acima de 85%) Ideal para pessoas com elevado nível de condicionamento físico e atletas. Só deve ser alcançado em atividades sob orientação de um profissional de Educação Física.

Para escolher sem erro Como todo produto, existem vários tipos de frequencímetros disponíveis no mercado. Existem aparelhos de até 1.000 reais, tudo depende, é claro, dos recursos. Nossos profissionais listaram o que não pode faltar no seu aparelho:  Visor que meça corretamente o FC  Programação de zonas de treinamento  Alarme que avise quando você sair da faixa escolhida  Sistema de codificação digital, para não haver interferências no sinal entre o relógio e a cinta sabor&vida

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palavra de especialista

Sob Nova Direção

O economista Carlos José Augusto da Costa é o novo presidente da ADJ Diabetes Brasil, e fala sobre as mudanças que a ONG já passou desde sua criação e os projetos que ela oferece

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Sabor & Vida Diabéticos - O que o motivou a se envolver com uma ONG de apoio a jovens diabéticos? Carlos José Augusto da Costa - A diabetes surgiu na minha vida a partir do diagnóstico de minha filha, na época com 10 anos. Nunca havia tido algum caso na família. A motivação veio depois que ela participou do acampamento para crianças diabéticas, onde ela teve contatos com grupos da ADJ. Então minha esposa também começou a frequentar do grupo de mães, que promovia uma série de eventos, e eu fui junto com ela. Na década de 90 comecei a me envolver com a diretoria, por convites dos outros membros. E o que mais me animou a participar foi poder transmitir orientação e apoio àqueles que têm necessidade.

SVD - Hoje, o que significa para o senhor ser presidente da ADJ? CJAC - Significa entender como podemos contribuir, ajudar e informar aqueles que, como eu, foram um dia surpreendidos pela diabetes e concluíram que não havia mais esperança. Mostrar para eles que isso não é verdade, que a vida continua com boas condições após o 

Foto: Sidnei Lima

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riada em 1980, ADJ Diabetes Brasil é uma organização não-governamental da cidade de São Paulo, criada inicialmente para dar apoio a famílias com filhos diabéticos. Atualmente, seu papel se estendeu, trazendo programas, grupos de apoio e informação para pessoas com diabetes de todas as idades. Este ano, Carlos José Augusto da Costa, economista especializado em finanças, assumiu o cargo de presidente da entidade. Há vinte oito anos ele participa da associação, que conheceu por causa da filha Paula Cristina, diabética tipo 1. Anteriormente, atuava como diretor tesoureiro. A menina cresceu e se tornou uma nutricionista especializada na patologia e já teve o cargo de conselheira da instituição, mas, no fim, foi seu pai quem continuou mais engajado. “Hoje ela e minha esposa estão um pouco mais afastadas”, conta. Mesmo há quase dez anos na diretoria da ADJ, foi a primeira vez que assumiu de fato a posição de presidência. “O que me motivou foi o entendimento do alcance dos projetos e a necessidade de sua permanência”, explica Costa. Como bom economista, seu principal foco é a organização administrativa.


Carlos José Augusto da Costa

É economista especializado em finanças, formado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), membro da ADJ Brasil Diabetes há 28 anos e parte da diretoria desde a década de 90. Sempre foi diretor tesoureiro e por duas vezes ocupou o cargo de vice-presidente da ONG. Seu envolvimento com diabetes começou quando a filha foi diagnosticada com o tipo 1, em 1983.

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palavra de especialista

SVD - A ADJ teve uma mudança de posicionamento no último ano, transformando seu nome, inclusive, para Diabetes Brasil. A que se deve essa nova postura? CJAC - A transformação, como mencionado, decorreu principalmente devido à constatação da necessidade de difundirmos nossa missão em nível nacional. A educação em diabetes precisava ser entendida e ter seu reconhecimento. De uma atuação mais centrada no estado de São Paulo, passamos a agir em outros estados, através de congêneres, ou mesmo aqueles que nos procuram diretamente e que não são moradores daqui. Por isso a alteração do nome para Diabetes Brasil.

SVD - Atualmente, quem são os beneficiados pela ação da ADJ? CJAC - Os principais beneficiados são os diabéticos e seus familiares, que aprendem a melhor conviver com a doença, evitando possíveis traumas. Atendemos qualquer faixa etária na própria sede em São Paulo, onde temos profissionais de diversas áreas da saúde, aptos a educar e orientar. Além da sede, desenvolvemos também alguns trabalhos e participamos de campanhas com o ADJ Móvel, havendo ainda projetos desenvolvidos junto às escolas do estado, sempre voltados à educação.

SVD - E como funciona a ADJ móvel?

“Queremos também sempre estar atentos às possibilidades de ampliarmos este rol de parcerias”

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diagnóstico, e é preciso estar devidamente educado para saber conviver com a doença. E esta é a missão da ADJ: educar em diabetes.

SVD - O senhor está na ADJ quase desde o seu início. O que mudou na ONG desde então? E o que o senhor acha que melhorou? CJAC - Creio que a maior mudança decorreu do crescimento e principalmente do reconhecimento de nosso trabalho, o que deve ser motivo de orgulho para aqueles que a conceberam. A sua abrangência teve que ser alterada e adaptar-se em função dos projetos desenvolvidos. Desta forma muito podemos hoje oferecer aos diabéticos.

CJAC - É uma unidade de apoio para as campanhas externas de prevenção e detecção de diabetes. Consiste em um veículo que transporta as equipes para parques, shoppings ou eventos na cidade de São Paulo. Os profissionais normalmente promovem uma difusão da orientação para diabetes, levando informações.

SVD - Quais são os programas atuais da ADJ para acompanhamento e orientação dos diabéticos? CJAC - Além dos atendimentos individuais, temos vários programas como o “Dia a dia”, em que jovens e adultos passam o dia aqui, separados em faixas etárias, recebendo orientação em nutrição, enfermagem e odontologia, praticando também alguma atividade física, aprendendo, enfim, como lidar com diabetes no seu cotidiano; o “Café com o doutor”, em que o diabético, após uma


orientação, pode marcar em uma manhã de sábado para vir conversar com um de nossos médicos; o “Nutrição em ação”, que é um programa de prevenção de obesidade infantil, focando orientação em alimentação e atividade física. Além dos grupos de apoio, oficinas como a de arteterapia e palestras, que são montadas periodicamente, divulgando informações para melhorar qualidade de vida ou mesmo trazendo novidades em medicação e insumos.

SVD - Como será a reformulação interna que você aplicará na ADJ, para aprimorar os atendimentos para o público-alvo da instituição? CJAC - A ADJ teve um crescimento muito rápido nos últimos anos, tendo desenvolvido e implantado muitos programas, o que acarretou uma defasagem com uma sobrecarga grande. Para melhorar isso, há a necessidade de promovermos uma reestruturação, visando adaptar as necessidades atuais para dar melhor suporte aos programas que temos em vigor.

SVD - E que novas alianças o senhor busca com seu mandato? O que o senhor acha que pode melhorar nos serviços e atendimentos da ADJ?

SVD - Sua formação é em economia, em que isso lhe ajuda e atrapalha em sua nova função dentro da ONG? CJAC - Ajuda enquanto focamos a entidade pelo lado de dentro, ou seja, a estrutura interna e parte financeira, todo funcionamento mesmo, saber como deve ser administrado. Entretanto atrapalha quando temos que atender a parte externa, ou seja, as programações e o aparato necessário para realizá-las bem. Essa parte é nosso objetivo maior, mas torna-se difícil conciliar os dois lados, pois ao encontrar travas internas, você começa a ser levado a paralisar também coisas exteriores.

SVD - Qual você acredita ser o grande desafio da gestão? CJAC - Para ser sincero, eu acho que é conseguir chegar a contento ao final do período (risos). Porque é gostoso se dedicar assim a uma causa, mas você tem sua vida e suas tarefas também, então conciliar meus próprios projetos e os da ADJ é difícil. Afinal uma ONG não deixa de ser uma empresa que precisa ser administrada. E a presidência é o cargo mais complicado, pois toda a responsabilidade, legal e de decisões, recai sobre mim. 

“A vida continua com boas condições após o diagnóstico, e é preciso estar devidamente educado para saber conviver com a doença”

CJAC - Contamos com boas parcerias com as associações e sociedade envolvidas com a diabetes, como a SBD por exemplo. Temos um programa com eles, para educar e orientar os profissionais, visando um aprimoramento no atendimento e bem estar do diabético. Então sempre participamos em projetos de educação. Queremos também sempre estar atentos às possibilidades de ampliarmos este rol. A ideia é ver as particularidades junto aos novos participantes, para que eles nos auxiliem, dando ideias e até mesmo apoiando financeiramente. Temos que ver o que conseguimos desenvolver, e captar novas parcerias.

SVD – Há algum projeto novo que você já possa comentar? CJAC - Em um primeiro momento devemos continuar o que já existe, até porque já temos compromissos assumidos com isso. Depois vêm os projetos novos, que já estão sendo firmados. Mas só posso comentar sobre eles mais adiante, pois estão em fase de maturação e têm previsão para o segundo semestre. sabor&vida

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dr. resposta

Qual a diferença entre insulino resistência e sensibilidade? A sensibilidade é a situação normal do corpo, quando a insulina produzida é suficiente para a absorção da glicose. Já a resistência é um problema que ocorre quando o corpo precisa fabricá-la em excesso

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Possíveis causas de aumento na resistência insulínica:  Existe uma herança genética para desenvolver este problema. O excesso de peso e o sedentarismo podem contribuir com a elevação dessa condição. Chamamos de síndrome metabólica quando encontramos o quadro associado ao aumento da medida da cintura, hipertensão arterial, alteração do colesterol e triglicérides com um maior chance dese tornar diabético.  O portador de resistência à insulina pode diminuir o risco de diabetes e doenças cardiovasculares, se aplicar algumas mudanças em seu estilo de vida, aumentando a absorção do hormônio. Essas modificações, como perda de peso e pratica regular de atividade física, podem contribuir para reverter o processo. Dicas para reduzir a resistência insulínica e o risco de ter diabetes:  Iniciar um plano alimentar com diminuição de gorduras;  Consumir frutas e verduras além de vegetais e grãos;  Introduzir peixe no plano alimentar;  Reduzir o peso tentando buscar IMC abaixo de 25;  Ficar de olho na pressão arterial e açúcar no sangue, fazendo medições de forma periódica;  Evitar o tabagismo;  Realizar atividade física por pelo menos 30 minutos de intensidade moderada, como caminhadas, de 5 a 7 vezes na semana.

Dra. Denise Reis Franco Diretora da ADJ Diabetes Brasil, mestre em endocrinologia clínica pela UNIFESP

“Existe uma herança genética para desenvolver resistência insulínica. O excesso de peso e o sedentarismo podem contribuir para o aumento dessa condição”

Fotos: Divulgação

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insulina, um hormônio sintetizado pelo pâncreas, é responsável por facilitar a utilização da glicose, uma das principais fontes de energia de nosso corpo. Quando o açúcar é retirado dos alimentos na digestão e absorvido pelo intestino, o orgão produtor já libera a insulina, que auxília a entrada do nutriente nas células, onde será utilizado. Ao falarmos em resistência à insulina, estamos considerando uma condição em que o corpo a produz na quantidade dentro do padrão, mas não consegue utilizá-la de maneira adequada. Isso ocorre porque os músculos, gordura e fígado não respondem de forma correta à ação do hormônio, não absorvendo bem o açúcar. O resultado é o corpo precisar dobrar a produção, a fim de conseguir auxiliar o transporte da glicose para dentro das células. Resumindo de maneira simples: se uma pessoa necessita 20 unidades de hormônio para reduzir a glicemia do sangue em 50 mg, ela é mais resistente que outra que precise de apenas 10 unidades com o mesma finalidade. Quem tem resistência pode ter um risco maior em desenvolver diabetes e suas complicações, além de doenças cardiovasculares. Já a sensibilidade à insulina representa as necessidades normais ou baixo da média deste hormônio. Ou seja, quem não é resistente, tem boa sensibilidade e produz a substância na quantidade considerada comum.


No Brasil existem cerca de 8 milhões de diabéticos. E metade deles não sabe que têm a doença. O diabetes é uma doença silenciosa. Sem o tratamento adequado, ele avança e pode trazer sérias complicações. Se você sente cansaço excessivo, visão embaçada e perda de peso, visite o site da Sociedade Brasileira de Diabetes e informe-se.

Diabetes. Seja o primeiro a saber. www.diabetes.org.br

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES


Reg. ANVISA 10339190306

Tecnologia para mudar a vida de quem tem diabetes.

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