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LOREM. Há casos fractiveis na vida social dos povos que podem mais que leis. 07

00 Janeiro 2008 | Adn Empresas .01 | Nr. 01 | gratuito com o Dn

a grande responsabilidade de ser uma empresa sustentável O que é e quando apareceu o conceito de desenvolvimento sustentável? E quan-

A vida para além dos lucros nome do autor

Quando se fala em sustentabilidade, pensa-se normalmente nas vantagens para asociedade e para o ambiente. Contudo, actuando as empresasnummundo interdependente, as posturas responsáveis destas a nível económico, social e ambiental podem-se transformar em factores geradores de mais-valias para as empresas e seus investidores. No livro “A empresa sustentável”, publicado este ano, Andrew Savitz expõe o conceito Tríplice Resultado, enquanto forma de calcular o sucesso de uma empresa. 05

do é que este deixou de ser visto apenas como um conceito ligado ao ambiente?

E quando é que este deixou de ser visto apenas como um conceito ligado ao ambi

O que é e quando apareceu o conceito de desenvolvimento sustentável? 03

“O lucro é apenas uma parte do filme”

“O risco é a responsabilidade social ser apenas um instrumento de ‘marketing’.” “Uma empresa para ser sustentável tem que ser dinâmica e tem que fazer inovação de segunda geração.” Aliando a carreira académica à vida política, Carlos Zorrinho é um homem de mil ofícios. Doutorado em Gestão de Informação, Professor Catedrático do Departamento de Gestão de Empresas da Universidade de Évora e Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico desde 2005. 07


02. Adn Empresas. Janeiro 2009 Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento em que se começou a sentir os impactos da actividade humana no funcionamento do mundo que se gerou e, depois, desenvolveu.

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Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento em que se começou a sentir os impactos da actividade humana no funcionamento do mundo que se gerou e, depois, desenvolveu.

A Grande Responsabilidade de ser uma Empresa Sustentável O que é e quando apareceu o conceito de desenvolvimento sustentável? E quando é que e este deixou de ser visto apenas como um conceito ligado ao ambiente? Apenas se podendo apontar exemplos. Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do PlanoTecnológico, salienta o caso da Delta, “a primeira empresa em Portugal que foi certificada pela norma internacional SA 8000, de responsabilidade social. Agora, foi a primeira empresa a apagar a sua “pegada ambiental” [Planeta Delta]. É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretário- geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), considera que “a resposta a estas questões é mais activa por parte das grandes empresas do que das PME’s”, Maria João Santos, coordenadora de dois livros sobre esta temática, distingue dois tipos de abordagens mediante a dimensão, em que as maiores apostam sobretudo “na dimensão social externa,muito ‘marketingético’.

É um veículo de reforço da marca e de imagempara o exterior”, enquanto que as “PME têm mais práticas na dimensão económica e social interna. È uma ferramenta de gestão do capital cliente e de motivação dos colaboradores”. Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento em que se começou a sentir os impactos da actividade humana no funcionamento do mundo que se gerou e, depois, desenvolveu.

Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questões teve como primeiro marco a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo.

O ambiente é uma das preocupações do desenvolvimento sustentável, mas não é a única.Obemestar as pessoas, colaboradores ou não, tambémestá incluído. Através de políticas de trabalho que respeiteme valorizem os trabalhadores será possível fazê-los sentir que integram uma ‘família’, cujo desempenho depende deles. Amotivação é possível através do apoio cidadania responsável, à compatibilização trabalho/família, da perspectiva de estabilidade do posto de trabalho, entre outros incentivos, não passando necessariamente. Apenas se podendo apontar exemplos. Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do PlanoTecnológico, salienta o caso da Delta, “a primeira empresa em Portugal que foi certificada pela norma internacional SA 8000, de responsabilidade social. Ag

ora, foi a primeira empresa a apagar a sua “pegada ambiental” [Planeta Delta]. É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretário- geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), considera que “a resposta a estas questões é mais activa por parte das grandes empresas do que das PME’s”, Maria João Santos, coordenadora de dois livros sobre esta temática, distingue dois tipos de abordagens mediante a dimensão, em que as maiores apostam sobretudo “na dimensão social externa,muito ‘marketing ético’. É um veículo de reforço da marca e de imagempara o exterior”, enquanto que as “PME têm mais práticas na dimensão económica e social interna. È uma ferramenta de gestão do capital cliente e de motivação dos colaboradores”. É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretáriogeral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), considera que “a resposta a estas questões é mais activa por parte das grandes empresas do que das PME’s”, Maria João Santos, coordenadora de dois livros sobre esta temática, distingue dois tipos de abordagens mediante a dimensão, em que as maiores apostam sobretudo “na dimensão social externa,muito ‘marketing ético’. É um veículo de reforço da marca e de imagempara o exterior”, enquanto que as “PME têm mais práticas na dimensão económica e social interna. È uma ferramenta de gestão do capital cliente e de motivação dos colaboradores”.

Apenas se podendo apontar exemplos.

Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do PlanoTecnológico, salienta o caso da Delta, “a primeira empresa em Portugal que foi certificada pela norma internac


Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados.

Contudo, foi a partir do momento Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questõeS.

ional SA 8000, de responsabilidade social. Agora, foi a primeira empresa a apagar a sua “pegada ambiental” [Planeta Delta]. É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretário- geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), considera que “a resposta a estas questões é mais activa por parte das grandes empresas do que das PME’s”, Maria João Santos, coordenadora de dois livros sobre esta temática, distingue dois tipos de abordagens mediante a dimensão, em que as maiores apostam sobretudo “na dimensão social externa,muito ‘marketingético’. A primeira empresa a apagar a sua “pegada ambiental” [Planeta Delta]. É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretáriogeral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sus

É uma empresa que tem uma dimensão muito interessante, porque é uma empresa internacional, mas que faz de uma relação muito familiar e muito próxima comos clientes e coma comunidade o seu principal trunfo”. Em termos de dimensão, o consenso não impera. Enquanto que Luís Rochartre, secretáriogeral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), considera que “a resposta a estas questões é mais activa por parte das grandes empresas do que das PME’s”, Maria João Santos, coordenadora de dois livros sobre esta temática, distingue dois tipos de abordagens mediante a dimensão, em que as maiores apostam sobretudo “na dimensão social externa,muito ‘marketing ético’. É um veículo de reforço da marca e de imagempara o exterior”, enquanto que as “PME têm mais práticas na dimensão económica e social interna. È uma ferramenta de gestão do capital cliente e de motivação dos colaboradores”. Adn

É um veículo de reforço da marca e de imagem para o exterior”, enquanto que as “PME têm mais práticas na dimensão económica e social interna. È uma ferramenta de gestão do capital cliente e de motivação dos colaboradores”.


04. Adn Empresas. Janeiro 2009 Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento em que se começou a sentir os impactos da actividade humana no funcionamento do mundo que se gerou e, depois, desenvolveu.

Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questões teve como primeiro marco a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo.

“Sucesso sem sustentabilidade está condenado” Contudo, foi a partir do momento Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questõeS.

Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social a

osmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questõeS. Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados.

“Se as empresas não têm boas práticas internas de trabalho, mas depois vão fazer caridadezinha, acaba por não jogar uma coisa com a outra.” “As questões sociais, a pobreza, o desenvolvimento, a distribuição equitativa da riqueza, todos estes assuntos não estão a ser resolvidos e as empresas que se adaptarem a responder de uma forma positiva a esses condicionalismos, são as que vão sobreviver.” Nascido em1962 e formadoem Engenharia Florestal, Luis Rochartre, é, actualmente, Secretário Geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), cargo que ocupa desde 2003.O seu percurso profissional temsido sempre ligado à vida empresarial e associativa. Durante esse percurso, Luis Rochartre criou visão e construiuumprojecto e uma equipa, ganhando paixão pelo tema da sustentabilidade. Paixão essa que faz com que todos os dias tenha uma ideia

nova pronta a baralhar tudo e começar de novo. Apreciador sério deumbom vinho, o seu predilecto é o conhecido ‘100 Associados’, umvinho raro de excelência. “As questões sociais, a pobreza, o desenvolvimento, a distribuição equitativa da riqueza, todos estes assuntos não estão a ser resolvidos e as empresas que se adaptarem a responder de uma forma positiva a esses condicionalismos, são as que vão sobreviver.” Nascido em1962 e formadoem Engenharia Florestal, Luis Rochartre, é, actualmente, Secretário Geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), cargo que ocupa desde 2003.O seu percurso profissional temsido sempre ligado à vida empresarial e

associativa. Durante esse percurso, Luis Rochartre criou visão e construiuumprojecto e uma equipa, ganhando paixão pelo tema da sustentabilidade. Paixão essa que faz com que todos os dias tenha uma ideia nova pronta a baralhar tudo e começar de novo. Apreciador sério deumbom vinho, o seu predilecto é o conhecido ‘100 Associados’, umvinho raro de excelência.

Há casos fractiveis na vida social dos povos que podem mais que leis. Há casos fractiveis na vida social dos povos que podem mais que leis. Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), cargo que ocupa desde 2003.O seu percurso profissional temsido sempre ligado à vida empresarial e associativa. Durante esse percurso, Luis Rochartre criou visão e construiuumprojecto e uma equipa, ganhando paixão pelo tema da sustentabilidade. Paixão essa que faz com que todos os dias tenha uma ideia nova pronta a baralhar tudo e começar de novo. Apreciador sério deumbom vinho, o seu predilecto é o conhecido ‘100 Associados’, umvinho raro de

excelência. “As questões sociais, a pobreza, o desenvolvimento, a distribuição equitativa da riqueza, todos estes assuntos não estão a ser resolvidos e as empresas que se adaptarem a responder de uma forma positiva a esses condicionalismos, são as que vão sobreviver.” Nascido em1962 e formadoem Engenharia Florestal, Luis Rochartre, é, actualmente, Secretário Geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), cargo que ocupa desde 2003.O seu percurso profissional temsido sempre ligado à vida empresarial e associativa. Durante esse percurso, Luis Rochartre criou visão e construiuumprojecto e uma equipa, ganhando paixão pelo tema da sustentabilidade. Paixão essa que faz com que todos os dias tenha uma ideia nova pronta a baralhar tudo e começar de novo. Apreciador sério deumbom vinho, o seu predilecto é o conhecido ‘100 Associados’, umvinho raro de excelência. “As questões sociais, a pobreza, o desenvolvimento, a distribuição equitativa da riqueza, todos estes assuntos não estão a ser resolvidos e as empresas que se adaptarem a responder de uma forma positiva a esses condicionalismos, são as que vão sobreviver.” Nascido em1962 e formadoem Engenharia Florestal, Luis Rochartre, é, actualmente, Secretário Geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), cargo que ocupa desde 2003.O seu percurso profissional temsido sempre ligado à vida empresarial e associativa. Durante esse percurso, Luis Rochartre criou visão e construiuumprojecto e uma equipa, ganhando paixão pelo tema da sustentabilidade. Paixão essa que faz com que todos os dias tenha uma ideia nova pronta a baralhar tudo e começar de novo. Apreciador sério deumbom vinho, o seu predilecto é o conhecido ‘100 Associados’, umvinho raro de excelência. Adn


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Não basta ser, é preciso mostrar Para além de se ser uma empresa sustentável,é necesário mostrar aos diversos ‘stakeholders’ que se é uma empresa sustentável, quais as medidas adoptadas e os indicadores de desempenho.

Não basta ser, é preciso mostrar Deste modo, deverá reunir todas as informações da organização que permitam aos ‘stakeholders’ avaliar, decidir e actuar. Para esta selecção, exitem várias hipóteses, para além dos critérios próprios da organização. Contudo, para potenciar uma comparabilidade dos relatórios, será mais vantajoso segui ummodelo pré-existente. O estudo elaborado pela consultora KPMG Advisory sobre a publicação de relatórios de sustentabilidade em Portugal em 2006 apresenta como principal modelo utilizado pelas empresas portuguesas, com 67%, as directrizes ‘Global Reporting Initiative’ (GRI). A utilização deste modelo garante, ainda, uma maior credibilidade ao relatório devido ao reconhecimento internacional. A comunicação com os ‘stakeholders’ e a utilização dos relatórios como ferramentas de gestão são as principais motivações das empresas quando elaboram os Relatórios de Sustentabilidade.

Não basta ser, é preciso mostrar Deste modo, deverá reunir todas as informações da organização que permitam aos ‘stakeholders’ avaliar, decidir e actuar. Para esta selecção, exitem várias hipóteses, para além dos critérios próprios da organização. Contudo, para potenciar uma comparabilidade dos relatórios, será mais vantajoso segui ummodelo pré-existente. O estudo elaborado pela consultora KPMG Advisory sobre a publicação de relatórios de sustentabilidade em Portugal em 2006 apresenta como principal modelo utilizado pelas empresas portuguesas, com 67%, as directrizes ‘Global Reporting Initiative’ (GRI). A utilização deste modelo garante, ainda, uma maior credibilidade ao relatório devido ao reconhecimento internacional. A comunicação com os ‘stakeholders’ e a utilização dos relatórios como ferramentas de gestão são as principais motivações das empresas quando elaboram os Relatórios de Sustentabilidade. Segundo o estudo “Relatórios de sustentabilidade: motivações e impactos”, elaborado no âmbito do projecto YMT 2006 do BCSD Portugal, estas duas motivações foram referidas, repectivamente, por 83% e 75% das empresas entrevistadas. As empresas pretendem, assim, mostrar a forma como encaram o problema do Desenvolvimento Sustentável (DS), a sua postura, medidas adoptadas e resultados obtidos. Segundo Luís Rochartre, secretário-geral da BCSD Portugal, “há algumas pessoas que olham comalguma desconfiança e cepticismo pela adopção deste tipo de práticas pelas empresas. Há sempre quem olhe para as empresas como uma coisa má.” Este é assim, um dos grupos visados pela publicação destesrelatórios, pretendendo a empresa tentar alterar a sua postura com esta informação. Adn

Segundo o estudo “Relatórios de sustentabilidade: motivações e impactos”, elaborado no âmbito do projecto YMT 2006 do BCSD Portugal, estas duas motivações foram referidas, repectivamente, por 83% e 75% das empresas entrevistadas. As empresas pretendem, assim, mostrar a forma como encaram o problema do Desenvolvimento Sustentável (DS), a sua postura, medidas adoptadas e resultados obtidos. Segundo Luís Rochartre, secretário-geral da BCSD Portugal, “há algumas pessoas que olham comalguma desconfiança e cepticismo pela adopção deste tipo de práticas pelas empresas. Há sempre quem olhe para as empresas como uma coisa má.” Este é assim, um dos grupos visados pela publicação destesrelatórios, pretendendo a empresa tentar alterar a sua postura com esta informação.

Não basta ser, é preciso mostrar Deste modo, deverá reunir todas as informações da organização que permitamaos ‘stakeholders’ avaliar, decidir e actuar. Para esta selecção, exitem várias hipóteses, para além dos critérios próprios da organização. Contudo, para potenciar uma comparabilidade dos relatórios, será mais vantajoso segui ummodelo pré-existente. O estudo elaborado pela consultora KPMG Advisory sobre a publicação de relatórios de sustentabilidade em Portugal em 2006 apresenta como principal modelo utilizado pelas empresas portuguesas, com 67%, as directrizes ‘Global Reporting Initiative’ (GRI). A utilização deste modelo garante, ainda, uma maior credibilidade ao relatório devido ao reconhecimento internacas quando elaboram os Relatórios de Sustentabilidade.


06. Adn Empresas. Janeiro 2009 Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento em que se começou a sentir os impactos da actividade humana .

Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questões teve como primeiro marco a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo.

Investir responsavemente,

mas sem moralismos Contudo, foi a partir do momento Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questõeS.

Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social a

osmais necessitados. Contudo, foi a partir do momento Uma crescente preocupação sobre o que se iria a chamar ‘Desenvolvimento Sustentável’. Emtermos históricos, a tentativa de apelar a umaresponsabilização integrada e global das empresas e do governos para estas questõeS. Desde os primórdios da actividade empresarial que os princípios de responsabilidade empresarial se integraramnas posturas de alguns empresários. Basta pensar nos grandes mecenas do passado, que apoiavam artistas e académicos, ou na criação das misericórdias, que prestavam um forte apoio social aosmais necessitados.

Investir de forma responsável e rentável é o objectivo de umnúmero cada vez maiorde investidores. Fundos de investimento socialmente responsáveis são fundos que investem em acções de empresas que seguem boas práticas sociais e ambientais. Ou seja, não incentivam o trabalho infantil em países do Terceiro Mundo, não utilizam salários baixos como vantagem competitiva e têm especial cuidado comaspectos relacionados com a poluição. Desta forma, quem investe emfundos que beneficiam o ambiente, ajudam a financiar o combate à pobreza, ou a desenvolver a democracia, não só garante retorno financeiro, como contribui para um mundo melhor. Mas atenção, o rendimento não está garantido e, por isso, é sempre preciso assumir riscos. Em Portugal, o BES, através da ESAF, já disponibiliza um destes fundos, o European Responsible Consumer Fund (ERCF). O objectivo deste fundo misto, é possibilitar uminvestimento que possa ser rentável mas, ao mesmo tempo, responsável. OERCF é umfundo inovador, orientado para o consumidor,umconceito novo e único em Portugal, que alia o respeito pelos consumidores aos conceitos de desenvolvimento duradouro e investimento responsável, uma vez que os activos em carteira estão sujeitos a uma selecção

criteriosa, num binómio de rentabilidade e responsabilidade. É que apesar de misto, este fundo nada tem a ver

com os outros desta categoria, uma vez que tem como base de investimento as 300 maiores empresas europeias cotadas em bolsa, mas só poderá investir em acções ou obrigações de empresas que respeitem um conjunto de critérios consumeristas, que inclui preocupações ambientais. Mas há outros critérios. Os de exclusão, que impedem desde logo a entrada de determinados títulos de fundo e os de discriminação positiva. Ficam de fora as empresas que produzam e/ou comercializem minas antipessoais, tabaco e cigarros e material pornográfico, ou que pratiquem agricultura intensiva. São ainda excluídas as empresas que violem os direitos doHomem, explorem o trabalho infantil ou que contribuam para o agravamento da poluição do planeta. O fundo adapta-se às condições de mercado, em virtude da sua natureza e dos limites estabelecidos para a carteira de activos. O ERCF está ligado à maior associação de consumidores a nível europeu, a Euro Consumers, presente em seis países e que conta com um milhão de associados, 250 mil dos quais emPortugal. Quem investe em fundos responsáveis está a contribuir para melhorar o ambiente, a ajudar no combate à pobreza e no desenvolvimento da democracia. Ou seja, não incentivam o tra-

balho infantil em países do Terceiro Mundo, não utilizam salários baixos como vantagem competitiva e têm es

pecial cuidado comaspectos relacionados com a poluição. Desta forma, quem investe emfundos que beneficiam o ambiente, ajudam a financiar o combate à pobreza, ou a desenvolver a democracia, não só garante retorno financeiro, como contribui para um mundo melhor. Mas atenção, o rendimento não está garantido e, por isso, é sempre preciso assumir riscos. Em Portugal, o BES, através da ESAF, já disponibiliza um destes fundos, o European Responsible Consumer Fund (ERCF). O objectivo deste fundo misto, é possibilitar uminvestimento que possa ser rentável mas, ao mesmo tempo, responsável. OERCF é umfundo inovador, orientado para consumidor,umconceito novo e único em Portugal, que alia o respeito pelos consumidores aos conceitos de desenvolvimento duradouro e investimento responsável, uma vez que os activos em carteira estão sujeitos a uma selecção criteriosa, num binómio de rentabilidade e responsabilidade. É que apesar de misto, este fundo nada tem a ver com os outros desta categoria, uma vez que tem como base de investimento as 300 maiores empresas europeias cotadas em bolsa, mas só poderá investir em acções ou obrigações de empresas que respeitem um conjunto de critérios consumeristas, que inclui preocupações ambientais. Adn

Ou seja, não incentivam o trabalho infantil em países do Terceiro Mundo, não utilizam salários baixos como vantagem competitiva e têm especial cuidado comaspectos relacionados com a poluição. Desta forma, quem investe emfundos que beneficiam o ambiente, ajudam a financiar o combate à pobreza, ou a desenvolver a democracia, não só garante retorno financeiro, como contribui para um mundo melhor. Mas atenção, o rendimento não está garantido e, por isso, é sempre preciso assumir riscos.

Em Portugal, o BES, através da ESAF, já disponibiliza um destes fundos, o European Responsible Consumer Fund (ERCF). O objectivo deste fundo misto, é possibilitar uminvestimento que possa ser rentável mas, ao mesmo tempo, responsável. OERCF é umfundo inovador, orientado para o consumidor,umconceito novo e único em Portugal, que alia o respeito pelos consumidores aos conceitos de desenvolvimento duradouro e investimento responsável, uma vez que os activos em carteira estão sujeitos a uma selecção criteriosa, num binómio de rentabilidade e responsabilidade. É que apesar de misto, este fundo nada tem a ver com os outros desta categoria, uma vez que tem como base de investimento as 300 maiores empresas europeias cotadas em bolsa, mas só poderá investir em acções ou obrigações de empresas que respeitem um conjunto de critérios consumeristas, que inclui preocupações ambientais. Mas há outros critérios. Os de exclusão, que impedem desde logo a entrada de determinados títulos de fundo e os de discriminação positiva. Ficam de fora as empresas que produzam e/ou comercializem minas antipessoais, tabaco e cigarros e material pornográfico, ou que pratiquem agricultura intensiva. São ainda excluídas as empresas que violem os direitos doHomem,

explorem o trabalho infantil ou que contribuam para o agravamento da poluição do planeta. O fundo adapta-se às condições de mercado, em virtude da sua natureza e dos limites estabelecidos para a carteira de activos. O ERCF está ligado à maior associação de consumidores a nível europeu, a Euro Consumers, presente em seis países e que conta com um milhão de associados, 250 mil dos quais emPortugal. Quem investe em fundos responsáveis está a contribuir para melhorar o ambiente, a ajudar no combate à pobreza e no desenvolvimento da democracia.


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